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COMUNICAÇÕES ORAIS CO.MD007 - The role of polymorphic variants on vascular endothelial growth factor gene and non-small-cell lung cancer prognosis: a Portuguese prospective study. CO.MD116 - ONCOGERIATRIA: O IMPACTO DAS COMORBILIDADES CO.MD134 - ERLOTINIB COMO TRATAMENTO DE 1ª LINHA NO ADENOCARCINOMA DO PULMÃO- A EXPERIÊNCIA DO IPO-PORTO CO.MD152 - BIOPSIA POR TRU-CUT NOS TUMORES MÚSCULOESQUELÉTICOS. ALTERNATIVA CREDÍVEL OU GOLD STANDARD? CO.MD168 - A link between humoral response and the CA19-9 test in gastroesophageal cancer CO.MD207 - VALOR DOS EXAMES DE ESTADIAMENTO AOS 5 ANOS APÓS O DIAGNÓSTICO, NO CANCRO DA MAMA CO.MD238 - Quimio-Radioterapia Pré-Operatória (QRT) no Adenocarcinoma do Reto (AR) CO.ENF138 - GRUPOS DE SUPORTE COM MULHERES COM CANCRO DA MAMA SUBMETIDAS A QUIMIOTERAPIA CO.MD013 - Patient-derived invasive bladder cancer xenografts in nude mice CO.MD017 - O impacto do protocolo cirúrgico das fracturas patológicas numa Instituição com doentes oncológicos CO.MD025 - EXPERIÊNCIA INICIAL DO INSTITUTO CUF-PORTO NO TRATAMENTO DE METÁSTASES HEPÁTICAS COM RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA FRACIONADA EXTRACRANIANA CO.MD029 - As toxicidades à terapêutica antineoplásica e a admissão nos cuidados intensivos CO.MD096 - FACTORES DE PROGNÓSTICO E DE RECORRÊNCIA NOS SARCOMAS UTERINOS COMO BASE DE UM NOMOGRAMA DE DECISÃO CLINICA CO.MD200 - ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS DOENTES COM ASTROCITOMAS DE ALTO GRAU TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA DE 2ª LINHA CO.MD231 - MUTAÇÃO BRAF NO MELANOMA: CORRELAÇÃO MOLECULAR, PATOLÓGICA E CLÍNICA CO.MD237 - ABIRATERONA NO CANCRO DA PRÓSTATA METASTÁTICO RESISTENTE À CASTRAÇÃO ( CPMRC) CO.MD00007 - The role of polymorphic variants on vascular endothelial growth factor gene and non-small-cell lung cancer prognosis: a Portuguese prospective study. Ramon Andrade de Mello(1);Monica Ferreira(2);Filipa Soares Pires(3);Sandra Costa(4);João Cunha(4);Pedro Oliveira(4);Venceslau Hespanhol(4);Rui Manuel Reis(4) (1) Serviço de Oncologia Médica - Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (2) Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, (3) Serviço de Pneumologia Centro Hospitalar São João (4) Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, Introduction: Vascular endothelial growth factor (VEGF) gene regulation showed in previous studies that may contribute to lung cancer carcinogenesis. Therefore, this study was performed in order to assess the role of some VEGF variants in non-small-cell lung cancer (NSCLC) prognosis. Patients and Methods: Prospective study from February 2010 to April 2011. Median follow up was 12 months. NSCLC patient’s genotyping was performed using the Sequenom® MassARRAY platform. Kaplan-Meier curve was used to assess overall survival (OS) and progression-free-survival (PFS). Statistical significance was considered for p < 0.05. Results: 144 NSCLC patients were consecutively genotyped in order to assess 11 single nucleotides polymorphisms (SNP). Male were 78.5%. Median age was 61.5 (32 – 89) years-old. Nonsquamous cell histology was 77.1% and 91.4% were stages IIIB and IV. The following SNPs showed influence in OS: rs2010963 (VEGF + 405 G/C), p = 0.042, rs3025010 (VEGF intron 5 C/T), p = 0.047; and none SNPs showed influence in PFS. Conclusions: this is the first large study in Portugal involving NSCLC patients and assessment of 11 SNPs on chromosome 6p12. Our study suggests that variants on chromosome 6p12 are potential prognostic biomarker in advanced NSCLC. In future, genome-identified patients may improve NSCLC screening strategies and also therapeutic management. CO.MD00116 - ONCOGERIATRIA: O IMPACTO DAS COMORBILIDADES Isália Miguel(1);Bruno Pedro(2);Helena Vieira Dias(2);Filomena Roque(2);Sandra Bento(2) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Hospital Distrital de Santarém, EPE Introdução: O cancro é a principal causa de morte em doentes com mais de 65 anos. Apesar de ser reconhecido o diferente comportamento biológico e tolerância à quimioterapia das neoplasias no idoso, esta continua a ser uma população pouco estudada e raramente representada em ensaios clinicos. Objectivos: Pretendemos avaliar o impacto das comorbilidades no tratamento dos idosos com cancro, relação com redução de dose, toxicidade e sobrevivência. Material e Métodos: Análise retrospectiva de doentes oncológicos com mais de 65 anos, admitidos na consulta de Oncologia de um hospital distrital em 2011. Foram avaliados dados epidemiológicos, clínicos, Índice de Charlson de Comorbilidade (ICC), performance status e sobrevivência. Resultados: Foram incluídos 171 doentes (55% das consultas de primeira vez), sendo 52% homens, idades: 65-75=55,6%, 76-85=42,7% e ≥86=1,8%. As localizações dos tumores primários foram: colon-29,8%, mama-18,7%, recto-16,4%, próstata-11,1% e estômago5,8%. Destes 39,5% tinham metastases: fígado-49,9%, pulmão-27,4% e ossos-24,2% e em 8,8% havia uma segunda neoplasia. A distribuição por performance status foi: 0-56,7%, 1-30,4% e ≥2-12,9. A pontuação ICC foi de 0,78 ± 1,1 (≥2 7,6%). No total 72,5% dos doentes fizeram quimioterapia, em 52,8% com redução de dose. Foram descritas toxicidades grau III/IV em 34% (mucosas- 19,6%, hematológicas15,9%). Dos 39,2% de doentes que fizeram radioterapia, 34,1% apresentaram radiodermite grau III. O ICC dos doentes com redução de dose e dos com toxicidades III/IV foi superior (0,7±0,98 vs 0,62±1 e 0,83±1,2 vs 0,57±0,9, respectivamente). Houve 32 mortes (sobrevida média de 5 meses) após um seguimento médio de 12 meses. O ICC nos falecidos foi superior (1,25±1,44 vs 0,67±0,98, P = 0,038). Conclusões: Os nossos resultados traduzem uma maior fragilidade do doente idoso, verificando-se uma relação entre comorbilidades e redução de dose, toxicidade e sobrevivência. Realçam a importância de, na abordagem individualizada, ser incluída sistematicamente uma avaliação das comorbilidades. CO.MD00134 - ERLOTINIB COMO TRATAMENTO DE 1ª LINHA NO ADENOCARCINOMA DO PULMÃO- A EXPERIÊNCIA DO IPO-PORTO Teresa Sarmento(1);Patrícia Tavares(2);Ana Rodrigues(3);Júlio Oliveira(2);Inês Pousa(2);Marta Soares(4);Isabel Avevedo(2) (1) ipo-porto (2) IPOFG Porto - Oncologia Médica (3) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) (4) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO O cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro em todo mundo. A maioria dos doentes apresenta-se com doença localmente avançada ou metastática ao diagnóstico. O Erlotinib é um inibidor reversível da Tirosina Cinase, atuando sobre o Recetor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR) e está indicado no tratamento de primeira linha de doentes com adenocarcinoma do pulmão localmente avançado ou metastático, com mutações ativadoras do EGFR. OBJECTIVOS Caracterizar a população dos doentes com adenocarcinoma do pulmão, EGFR mutados tratados com Erlotinib em 1ªlinha na nossa instituição e avaliar o perfil de toxicidade encontrado. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo observacional, com base nos registos clínicos, dos doentes admitidos no IPO Porto com adenocarcinoma do pulmão, portadores de mutação ativadora do EGFR, que iniciaram Erlotinib como tratamento de 1ªlinha. RESULTADOS; DISCUSSÃO Iniciaram tratamento de primeira linha com Erlotinib 16 doentes, 11 mulheres e 5 homens, não fumadores, com idades entre 53 e 77 anos. A maioria dos doentes (68%) encontrava-se em estadio IV ao diagnóstico, com metastização óssea em 75% dos casos e ECOG entre 0 e 3 (com 53,3% dos doentes ECOG0 e 25% ECOG1). As mutações EGFR mais frequentes foram no exon 19 (62,5%) e exon 21 (25%). Como principais toxicidades destaca-se o rash cutâneo, presente em 62% (10) dos casos, a maioria de grau 1, mas grau 3 em 2 casos, com necessidade de redução de dose; e a diarreia, presente em 31% dos casos, com 2 casos de diarreia grau 3. A melhor resposta obtida foi doença estável em 68% (11) dos doentes. Até à data apenas 3 doentes suspenderam o tratamento por progressão (1 já falecido), encontrando-se os restantes em tratamento, com uma mediana de tempo de tratamento de 18 semanas. CONCLUSÕES O Erlotinib é um tratamento bem tolerado e apresenta um impacto significativo na qualidade de vida, assim como na sobrevivência global e sobrevivência livre de progressão dos doentes com adenocarcinoma do pulmão, EGFR mutados. CO.MD00152 - BIOPSIA POR TRU-CUT NOS TUMORES MÚSCULOESQUELÉTICOS. ALTERNATIVA CREDÍVEL OU GOLD STANDARD? Daniela Vila Real(1);João Esteves(1);Pedro Cardoso(1) (1) Centro Hospitalar do Alto Ave Introdução: O diagnóstico dos tumores musculoesqueléticos passa, na maioria dos casos pela biopsia. Das duas principais alternativas, a biopsia por agulha e a biopsia incisional, considera-se muitas vezes que a segunda apresenta melhores resultados. No entanto, a biopsia por agulha quando realizada em centros especializados pode apresentar uma precisão diagnóstica equiparável, com vantagens notórias no que diz respeito à morbilidade e aos custos. Objetivo: Caracterizar as biopsias por tru-cut realizadas durante 5 anos avaliando o seu rendimento e a acuidade diagnóstica. Métodos: Entre 2007 e 2011 foram realizadas 133 biopsias por trucut em tumores ósseos e de tecidos moles com controlo de TAC (60,15%), ecografia (23,31%) e radioscopia (16,54%). Os procedimentos foram realizados sempre pelo mesmo elemento de uma equipa multidisciplinar e o exame histológico feito pelo mesmo patologista. O rendimento diagnóstico deste método foi determinado pelo cociente entre o número de resultados obtidos e o número total de procedimentos, sendo portanto excluídas o resultados sem diagnóstico. Para se determinar a precisão diagnóstica consideraram-se apenas os resultados confirmados posteriormente pela peça operatória (64 casos). Resultados: Verificaram-se 102 tumores ósseos e 31 de tecidos moles. 49 eram benignos e 84 malignos primários ou secundários. Em 5 não foi possível estabelecer diagnóstico por este método. Em 60 casos não houve necessidade de confirmação histológica (metástases ou propostos para vigilância clinico-imagiológica). Dos 68 com histologia verificada posteriormente, 4 não foram concordantes. O rendimento diagnóstico foi de 96,24% e a acuidade de 94.11%. Conclusão: A biopsia por trucut apresenta valores de acuidade e rendimento muito elevados, quase equiparáveis aos da biopsia incisional. Considerando as vantagens deste procedimento, concluímos que a biopsia por trucut poderá substituir a cirúrgica desde que, evidentemente, realizada por equipa multidisciplinar vocacionada e à vontade nesta patologia. CO.MD00168 - A link between humoral response and the CA19-9 test in gastroesophageal cancer Elisabete Fernandes(1);Ana Tavares(2);Luís Afonso(2);Luís Lima(2);Celso Reis(3);José Alexandre Ferreira(3);Lúcio Lara Santos(4) (1) Grupo de Patologia e Terapêutica Experimental CI-IPOP (2) Departamento de Cirurgia, IPOP FG,EPE (3) 3Institute of Pathology and Molecular Immunology of the University of Porto (IPATIMUP), Porto, Portu (4) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto Introduction: The CA19-9 blood test, for follow-up of gastrointestinal cancers, is thought to evaluate the sialyl-Lewis-A antigen (sLea) in tumour glycoproteins and lipids released into peripheral circulation. Still, a critical tumour mass is necessary to ensure high levels of the antigen, which significantly decreases sensitivity. Insights about the proteins carrying sLea may allow designing more accurate tests. Objective: The serum glycoproteome is dominated by IgGs, whose concentration and glycosylation patterns change significantly with pathophysiological conditions. Therefore, we aim to determine if human serum IgGs express the sLea antigen and how it correlates with the CA19-9 test. Material and methods: Eighty patients facing primary diagnostic with esophageal (n=18) and gastric cancer (n=62) in Portuguese Institute of Oncology of Porto have been enrolled in this study. Forty individuals matching in age and gender were used as controls. The tumours were screened for sLea using immunohistochemistry and the sera of both gastrointestinal patients and control groups were screened for sLea (CA19-9), IgG1,2,3 and 4 by ELISA. The IgGs were then isolated by affinity chromatography and the expression of sLea was confirmed by western blot. Results and Discussion: The specificity of the CA19-9 test for gastroesophageal cancers was of 90%, however its sensitivity was only of 50%. Nevertheless, approximately 45% of the CA19-9 positive cases exhibited sLea-negative tumours, strongly suggesting that humoral response influences the CA19-9 test results. Also, approximately 63% of the tumours presented high levels of serum IgG1 that correlated with the expression of sLea (R2=0.9804). The expression of sLea in human IgGs was confirmed by western blot. Conclusions: The expression of sLea in human IgGs is being described for the first time. Furthermore, humoral response is, in part, responsible by the elevated CA19-9 in gastroesophageal patients. These findings establish the biochemical basis for a reinterpretation and improvement of the CA19-9 test. CO.MD00207 - VALOR DOS EXAMES DE ESTADIAMENTO AOS 5 ANOS APÓS O DIAGNÓSTICO, NO CANCRO DA MAMA Alina Rosinha(1);Maria Neves(2);Cláudia Vieira(2);Ana Ferreira(2);Noémia Afonso(3) (1) IPO- Porto (2) ipo-porto (3) IPO Porto INTRODUÇÃO Desconhece-se o interesse (impacto na história natural da doença e na sobrevivência) do estadiamento do cancro da mama, em doentes assintomáticas, após término da hormonoterapia adjuvante ou após 5 anos de vigilância clinica, sem evidência de recorrência de doença. Tem sido prática clínica na nossa Instituição fazer exames de estadiamento, nessa altura, para posterior transferência do seguimento para os Cuidados Primários. OBJECTIVOS Analisar o valor diagnóstico dos exames de estadiamento, em doentes assintomáticas, 5 anos após o diagnóstico de cancro da mama. MATERIAL E MÉTODOS Análise retrospectiva de processos clínicos de doentes com diagnóstico de cancro da mama, diagnosticadas em 2005, após término de 5 anos de seguimento e/ou da hormonoterapia adjuvante e que tenham realizado exames de estadiamento nessa data. RESULTADOS; DISCUSSÃO Incluídas 169 doentes do sexo feminino, idade mediana 57 anos. Os tipos histológicos mais frequentes foram carcinoma ductal invasor (79,5%) e lobular invasor (8,5%); 91% expressava recetores hormonais. Os estadios mais representados foram I (38%) e II (46%). O estadiamento após 5 anos de seguimento identificou metastização em 4 doentes (2,4%): 3 estadio III e uma estadio II. Dos exames realizados, o mais frequente foi CA 15.3 (91%), seguido da cintigrafia óssea (84%). Documentou-se elevação do CA15.3 em 19% dos casos. A ecografia abdominal detectou alterações em 35 %, todas consideradas alterações benignas. Apenas este marcador tumoral registou uma taxa de detecção de metástases maior que 1%, mas com 15% de falsos positivos. CONCLUSÕES Considerando como significativas, taxas de deteção superiores a 1%, a análise desta casuística não é favorável ao custobenefício da realização de exames de estadiamento aos 5 anos, no estadio I. Relativamente aos estadio II e III, tiveram respectivamente uma taxa de detecção de metástases de 2,5% e 12%, o que sugere haver benefício na implementação do estadiamento aos 5 anos, no entanto é necessário uma maior amostragem para confirmação destes resultados. CO.MD00238 - Quimio-Radioterapia Pré-Operatória (QRT) no Adenocarcinoma do Reto (AR) Jaime Santos(1);Joana Augusto(2);Mariana Inácio(2);Francisco Trinca(2);Ana Videira(2);Pedro Chinita(2);Teresa Timóteo(2);Sérgio Barroso(2) (1) Hospital Espírito Santo de Évora (2) HESE Introdução: Em Portugal a incidência anual de AR é 2450, aproximadamente. QRT está recomendada para os doentes em estádio II/III e mostrou diminuição da recidiva local, aumento da cirurgia preservadora do esfíncter, mas sem impacto significativo na sobrevida global. A resposta patológica completa à QRT, parece ser um fator preditivo independente para a recorrência local e à distância e para a sobrevida livre de progressão e global. Objetivos: Avaliação dos doentes com AR, submetidos a QRT correlacionando o grau de regressão tumoral (GRT) e estadiamento patológico (ypTNM) com a sobrevida livre de progressão e global. Material e Métodos: Avaliação retrospetiva dos processos clínicos dos doentes, diagnosticados entre Janeiro 2007 e Dezembro 2009, seguidos na nossa Instituição. Resultados: Identificados 131 doentes, 111 avaliáveis; mediana de 72 anos; masculinos 61%, femininos 39%. 10% terapêutica paliativa apenas.15% terapêutica primária cirúrgica. 22% estádio IV no diagnóstico. 53% fizeram terapêutica pré-operatória com capecitabina 825mg/m², oral, de 12/12h durante o período de tratamento de 6 semanas e radioterapia externa, dose 50,4 a 54Gy. O tratamento foi bem tolerado. Maioria das toxicidades de grau≤2 (diarreia, mucosite, SPP e radiodermite). 79% doentes vivos aos 3 anos, mediana de sobrevida livre de doença 53 meses; 11% de respostas patológicas completas (GRT=0, regressão total) não se verificando nestes recidiva; GRT-1 24% (resposta moderada – pequenos grupos de células cancerígenas) com sobrevida de 91% aos 3 anos; GRT-2 24% (resposta mínima – cancro residual sobreposto por fibrose) com 83% de sobrevida aos 3 anos; GRT-3 41% (resposta pobre – cancro residual extenso ou sem morte tumoral) com 64% de sobrevida aos 3 anos. Conclusões: A QRT é terapêutica standard no AR localmente avançado. O GRT apresenta evidência de valor prognóstico para a recorrência local e sobrevida, podendo orientar na decisão de terapêutica adjuvante, seguimento e cirurgias de “salvage”. Deve ser reportado com o ypTNM. CO.ENF00138 - GRUPOS DE SUPORTE COM MULHERES COM CANCRO DA MAMA SUBMETIDAS A QUIMIOTERAPIA marisa pinheiro falé(1) (1) h.luz INTRODUÇÃO A mulher com um diagnóstico de cancro da mama vê-se perante uma doença que está associada à perda, ao desfiguramento, à dor, à incerteza no futuro e, na maioria das vezes, ao medo de morrer, podendo experimentar níveis elevados de ansiedade e depressão (COSTA, 2004). Uma intervenção em grupo nestas mulheres pode ajudar a minimizar o sofrimento mental que muitas vezes está associado a esta doença pois segundo Oliveira (2008) os grupos de suporte propiciam aos participantes espaços que favorecem a manifestação de sentimentos, a compreensão e a aceitação do processo de doença, pois, além do suporte emocional dos profissionais envolvidos, têm a possibilidade de serem compreendidos por pessoas que estão numa situação semelhante. OBJECTIVOS Promoção da qualidade de vida das mulheres com cancro da mama submetidas a quimioterapia, bem como promoção de um melhor ajustamento mental à doença. MATERIAL E MÉTODOS Aplicação da escala de qualidade de vida F(ACT G e FACIT- sp-12) e da escala de ajustamento mental à doença (MAC) a todas as mulheres inseridas no grupo de suporte antes e após a intervenção em grupo. RESULTADOS; DISCUSSÃO No final da intervenção, as mulheres com cancro da mama apresentaram melhores níveis de qualidade de vida nomeada mente ao nível do bem estar emocional e um maior recurso à estratégia de coping, espírito de luta, o que promove um melhor ajustamento mental à doença.Podemos constatar uma melhoria global na qualidade de vida na 2ª Fase de aplicação da escala comparativamente com a 1ª Fase. CONCLUSÕES Os grupos de suporte podem ser uma mais valia durante os tratamentos de quimioterapia na medida em que promovem a qualidade de vida e o bem estar emocional destas mulheres. CO.MD00013 - Patient-derived invasive bladder cancer xenografts in nude mice Carina Bernardo(1);Fátima Gartner(2);Francisco Amado(3);Teresina Amaro(4);Céu Costa(5);Paula Lopes(6);Vitor Moreira da Silva(7);Lúcio Lara Santos(8) (1) IPO Porto (2) 3Institute of Pathology and Molecular Immunology of the University of Porto (IPATIMUP), Porto, Portu (3) nSchool of Health Sciences, University of Aveiro (ESSUA) (4) Department of Pathology, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal (5) Health Faculty, Fernando Pessoa University, Porto, Portugal (6) Department of Pathology, Portuguese Institute of Oncology Francisco Gentil, Porto, Portugal (7) Department of Urology, Portuguese Institute of Oncology Francisco Gentil, Porto, Portugal (8) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUÇÃO Patients with invasive bladder cancer (IBC) have poor prognosis and significant variations in progression and response to treatment are seen between tumors with identical features, reflecting the heterogeneity of the constituent tumor cells. In order to improve survival and reduce toxicity associated with the standard therapy, it is essential to develop effective drug testing models to optimize therapy and identify new predictive markers. OBJECTIVOS The aim of this study was to establish a patient-derived xenograft model of IBC in nude mice, characterize it and access its feasibility for drug testing. MATERIAL E MÉTODOS Small fragments of resected IBC were implanted subcutaneously into nude mice, propagated and treated with chemotherapy. Tumor morphology and immunohistochemical features of primary tumor and xenografts were compared to evaluate the maintenance of tumor identity after 2 sequential passages. RESULTADOS; DISCUSSÃO Tumor take rate was low when first implanted in mice (1/9) but increased in sequential passages (2/3 and 13/13), providing a sufficient number of mice bearing tumors suitable for drug testing. Histologic and molecular analysis of primary tumor and xenografts showed high similarity regarding cellular type, grade of atypia and expression of molecular markers (p53, p63, Ki-67, ck-20). We also evaluated the tumor growth curve after the administration of cisplatin, gemcitabine and sirolimus. Despite the small number of mice per treatment group did not allow us to obtain conclusive data about tumor sensitivity and resistance to the drugs, it demonstrated that it is a feasible task. CONCLUSÕES This model reflects the morphology and molecular characteristics of the primary tumor and may provide a useful tool for assessment of chemossensitivity of patient’s tumor to clinically available regimens and for testing new anticancer agents in vivo. CO.MD00017 - O impacto do protocolo cirúrgico das fracturas patológicas numa Instituição com doentes oncológicos Pedro Cardoso(1);Luciana Leite(2);Pedro Neves(3);Pedro Leite(3);Vânia Oliveira(3) (1) Centro Hospitalar do Alto Ave (2) Hospital Santo António (3) CHP-HSA INTRODUÇÃO Em doentes com fracturas patológicas por metástases a determinação do prognóstico é fulcral para a opção terapêutica. A maioria dos doentes tem sobrevida curta e os objectivos são: estabilização da fractura, alívio da dor, mobilização precoce, restauro da função, possibilidade de carga e facilitar cuidados de enfermagem. O procedimento deve ter uma morbilidade mínima e uma taxa diminuta de complicações. OBJECTIVOS Apresentação do protocolo cirúrgico das fracturas patológicas e a sua aplicação durante 5 anos, evidenciando o papel da Ortopedia na melhoria global dos doentes oncológicos. MATERIAL E MÉTODOS 2). 44 verificaram-se na diáfise de ossos longos, 26 no fémur proximal, 13 na coluna e 1 noutra localização. Realizaram-se encavilhamentos aparafusados nas fracturas de ossos longos. No fémur proximal foi realizada osteossíntese em 4 casos, encavilhamento em 12 e prótese da anca em 10. Na coluna foi feito instrumentação com ou sem descompressão em 5 casos e nos 8 restantes vertebroplastia. 59 destes doentes fizeram radioterapia pós-operatória.=Operaram-se 84 doentes com fractura patológica (n=72) ou iminente (n=12). As metástases eram de neoplasias primitivas da mama (n=18), próstata (n=11), pulmão (n=10), rim (n=5), bexiga (n=4) e outros tumores (n=17). Ocorreram também em lesões de mieloma (n=17) e linfoma (n RESULTADOS; DISCUSSÃO A sobrevida média foi de 15,8 meses ( 0,4 a 67 ). Na escala numérica da dor o valor médio passou de 9,4 no pré-operatório para 3,2 ao terceiro dia após cirurgia. A função (Musculoskeletal Tumours Society System) passou de um valor médio no pré-operatório de 10,2 para 23,7 às 2 semanas de evolução. Houve 3 infeções. Não houve complicações mecânicas. CONCLUSÕES O tratamento cirúrgico das fracturas patológicas ou iminentes melhora a qualidade de vida e a sua assunção é de grande valor numa Instituição com doentes oncológico. A cirurgia deve ser criteriosamente escolhida, em conformidade com o estado geral e a sobrevida esperada. CO.MD00025 - EXPERIÊNCIA INICIAL DO INSTITUTO CUF-PORTO NO TRATAMENTO DE METÁSTASES HEPÁTICAS COM RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA FRACIONADA EXTRACRANIANA João Macário Conde(1);Graça Fonseca(2);Fernanda Ponte(1);Joana Vale(1);Paula Genésio(1);Luis Rosa(1);Paulo Costa(1) (1) ICUF-Porto/IPO-Porto/H. Braga (2) ICUF-Porto INTRODUÇÃO Entre 30-70% de todos os doentes que morrem de cancro têm metástases hepáticas na autópsia. Nos doentes com boa performance status e com o número limitado de metástases hepáticas, não candidatos a cirurgia, a radioterapia estereotáxica fracionada extracraniana (SBRT) surge como uma opção terapêutica ablativa, não invasiva, em desenvolvimento. OBJECTIVOS Avaliação da toxicidade e do controle local nos doentes tratados com SBRT hepática no ICUF-Porto. MATERIAL E MÉTODOS 5 doentes com metástases hepáticas tratados com SBRT hepática no ICUF-Porto durante o ano de 2012, 4 homens e 1 mulher, com tumores primitivos do cólon (3), mama (1) e pulmão (1), com idades compreendidas entre os 43 e os 86 anos, índice de Karnofsky > 80%, referenciados pelo Hospital de Braga (2), Hospital Militar do Porto (1), Hospital da Luz (1) e Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro (1), não candidatos a metastasectomia hepática, com 1-4 lesões hepáticas, com diâmetro máximo ≤8cm por lesão.Todos os doentes fizeram o planeamento e tratamento em condições estereotáxicas. Os volumes alvo foram delineados no PET-CT, sendo a dose prescrita de 36Gy/3 frações para 4 doentes e 37,5Gy/3 frações em 1 doente. A avaliação das toxicidades foi efetuada de acordo com a CTCAE 4.03 e a avaliação da resposta ao tratamento foi realizado com exames de imagem PET e TC abdominal. RESULTADOS; DISCUSSÃO Não se observou nenhum caso de RILD (radiation–induced liver disease) nem nenhuma toxicidade aguda superior a grau 2. Dois doentes foram perdidos no seguimento. Nos doentes em follow-up, 2 apresentaram resposta completa e 1 resposta parcial em PET de seguimento. Nenhum destes doentes apresentou toxicidade tardia ao tratamento (> 6meses). CONCLUSÕES Os doentes tratados com SBRT hepática, no ICUF-Porto, apresentaram baixa toxicidade e boa resposta local ao tratamento efetuado. CO.MD00029 - As toxicidades à terapêutica antineoplásica e a admissão nos cuidados intensivos Amanda Nobre Carvalho(1);Ofélia Afonso(2);Fernando Coelho(2);Anabela Martins(2);Filomena Faria(2) (1) Hospital de Faro (2) IPO - Porto INTRODUÇÃO A terapêutica antineoplásica (TAN) está frequentemente associada a efeitos adversos graves, com necessidade de admissão em cuidados intensivos e suporte artificial de órgão. São candidatos ao suporte intensivo doentes em fase ativa do tratamento oncológico e com bom performance status prévio. OBJECTIVO Mostrar a experiência de um serviço de cuidados intensivos oncológicos (SCI) no tratamento de doentes com toxicidades graves à TAN. MATERIAL E MÉTODOS Relato de 6 casos clínicos que necessitaram de admissão no SCI. Em simultâneo, realizou-se revisão da literatura, identificando fatores para adequada referenciação. Caso 1: Toxicidade neurológica- Síndrome de PRESS: 29 anos, neoplasia do testículo, estadio IV, QT com BEP. No D9C3 admitido por crises convulsivas de repetição. Caso 2: Toxicidade cardíaca- Choque cardiogénico: 16 anos, LLA recidivado, em condicionamento para alo-transplante com Ciclosporina, admitido por insuficiência cardíaca descompensada. Caso 3: Toxicidade gastro-intestinal- Mucosite grau IV: 69 anos, neoplasia do cólon, estadio IIIB, sob QT com XELOX. No D15C2, admitido por sépsis grave secundária à mucosite. Caso 4: Toxicidade renal- Diabetes insipidus nefrogénico: 54 anos, neoplasia gástrica, estadio IIIA, sob QT com 5FU e Cisplastina. No D15C2 admitida por insuficiência renal aguda e choque séptico. Caso 5: Toxicidade radioterápica: 45 anos, carcinoma do colo do útero, estadio IIB, tratada com radioterapia pélvica e QT concomitante com cisplatina. Admitida por peritonite secundária a enterite rádica. Caso 6: Síndrome de ATRA: 18 anos, com LMA-M3, sob QT com Idarrubicina+ ATRA, admitida por quadro de insuficiência respiratória aguda. DISCUSSÃO e CONCLUSÕES A admissão no SCI deve basear-se na gravidade da descompensação aguda. A presença de neutropenia, sepsis e metástases não se relacionam com pior prognóstico a curto prazo. Dados recentes revelam que o tratamento precoce e adequado desta população de doentes, proporciona redução na taxa de mortalidade. CO.MD00096 - FACTORES DE PROGNÓSTICO E DE RECORRÊNCIA NOS SARCOMAS UTERINOS COMO BASE DE UM NOMOGRAMA DE DECISÃO CLINICA Miguel Henriques Abreu(1);Isabel Reis(2);Lurdes Salgado(2);Luisa Carvalho(2);Rosário Couto(3);Noémia Afonso(1);Pedro Henriques Abreu(4);Hugo Amaro(4);Deolinda Pereira(5);Paulo Ribas(6) (1) IPO Porto (2) Serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia do Porto (3) Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia do Porto (4) Departamento de Engenharia Informática, CISUC, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de C (5) IPO - Porto (6) Serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia do Porto INTRODUÇÃO:Os Sarcomas Uterinos(SU) são tumores raros que correspondem 3-7% das neoplasias uterinas diagnosticadas. Apesar do comportamento biológico agressivo, a baixa prevalência e diversidade histopatológica têm contribuído para a ausência de consenso sobre factores de prognóstico e melhor abordagem terapêutica. OBJECTIVOS:Definir o comportamento dos SU com base em dois endpoints: sobrevivência livre de doença(SLD) e sobrevivência global(SG). Construção de um nomograma de decisão clínica. MATERIAL E MÉTODOS:Análise retrospectiva dos casos tratados no IPO-Porto entre Janeiro/1994-Janeiro/2012(follow-up máximo:12 anos). Foram avaliadas as características demográficas, variáveis relativas ao tumor e à evolução da doença. As curvas de sobrevivência foram calculadas através do método Kaplan-Meier e comparadas através do teste logrank. RESULTADOS:Registaram-se 78 casos,60.3% leiomiossarcomas,19.2% sarcomas do estroma endometrial,11.5% sarcomas do estroma indiferenciado e 9% adenossarcomas. A mediana de idades ao diagnóstico foi de 53 anos(15-87), sendo 61% das doentes pós-menopaúsica; 2.5% tinham história de cancro da mama tratado com tamoxifeno. A hemorragia vaginal foi o primeiro sintoma em 73.1%. 61.3% dos casos foram um achado operatório. A maioria foi diagnosticado em estádios precoces(I-73.9%) e apenas 11,4% encontrava-se metastizado(IV).Cerca de 96% foram operados,cirurgia classificada R0 em 92.5%; 73.8% realizou terapêutica complementar, com radioterapia em 39.7%. Em 35.6% das doentes a doença recorreu, sob a forma de metastização pulmonar(40%) ou a nível ganglionar regional(25%). A SLD 5 anos:15%. 80% realizou tratamento paliativo, 62.5% com quimioterapia. A SG aos 5 anos:53.3% e aos 10 anos:42.4%. Os factores de prognóstico identificados foram:idade≥60 anos(p=0.037), statusmenopáusico(p=0.045), estádio avançado(p=0.001) e presença de doença residual após cirurgia(p=0.026). Nenhum dos casos de adenossarcoma recorreu ou morreu. CONCLUSÕES:Verificase a heterogeneidade destes tumores que, apesar de diagnosticados em estádios precoces, mantêm baixa sobrevivência. Confirmamos factores de mau prognóstico como idade e estádio avançados, menopausa e doença residual. São necessários estudos multicêntricos para validar o nomograma clinico. CO.MD00200 - ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS DOENTES COM ASTROCITOMAS DE ALTO GRAU TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA DE 2ª LINHA Catarina Fernandes(1);Daniela Almeida(1);Andreia Costa(2);Cláudia Caeiro(2);Lígia Osório(3);Paulo Linhares(3);Lígia Castro(3);Margarida Damasceno(3) (1) Centro Hospitalar de São João, Porto (2) Centro Hospitalar S. João-Porto (3) Centro Hospitalar São João - Porto Introdução: Os Astrocitomas de Alto Grau (AAG) estão associados a mau prognóstico, sobretudo após progressão com tratamento de 1ª linha, não estando estabelecida uma 2ª linha. As opções terapêuticas incluem a combinação procarbazina-lomustina-vincristina (PCV) e bevacizumab-irinotecan (BI). Objectivos: Comparar as respostas, sobrevivências e perfis de toxicidade entre os esquemas PCV e BI. Material e Métodos: Análise retrospectiva dos doentes com AAG tratados segundo esquema PCV ou BI, após progressão com temozolamida, entre 2004 e 2012. A resposta foi avaliada segundo os Critérios de Macdonald. Foi usado o método de Kaplan-Meier na análise dos tempos de Sobrevivência Global (SG) e Livre de Progressão (SLP) e a Regressão de Cox na análise multivariada. Resultados: Foram analisados 61 doentes (BI=41/PCV=20), a maioria do género masculino (67.2%, n=41), com mediana de idade de 52 anos (34-61), com um follow-up mediano de 17 meses. A histologia mais frequente foi glioblastoma multiforme (90,2%, n=55) e a maioria foi submetida a ressecção macroscópica completa (63.9%, n=39). Enquanto no grupo BI a maioria apresentou resposta completa/parcial (35.9%; n=14) ou doença estável (38.5%; n=15), no grupo PCV a maioria teve progressão da doença (83.3%; n=15). A SLP mediana com BI foi superior ao grupo PCV (5 meses, IC95% 3.8-6.2 vs. 3 meses, IC95% 1.6-4.4; p=0.119), sendo que a SLP aos 9 meses do BI foi de 33.5% e do PCV de 13.1%. O mesmo se verificou com a SG mediana (31 meses, IC95% 19.6-42.4 vs. 16 meses, IC95% 14.6-17.4; p<0.001), sendo estas diferenças estatisticamente significativas mesmo na análise multivariada (p=0.001). O grupo PCV teve pior perfil de toxicidades que o BI (grau 3-4: 55% vs. 17.1%; p=0.002; grau 1-2: 90% vs. 65.9%; p=0.044). Conclusão: Estes resultados demonstram que os doentes tratados com BI apresentam maior taxa de resposta, quase o dobro da SG e menor grau de toxicidade em comparação com o grupo PCV. CO.MD00231 - MUTAÇÃO BRAF NO MELANOMA: CORRELAÇÃO MOLECULAR, PATOLÓGICA E CLÍNICA AUGUSTO, J.(1);SARDINHA, R.(2);BARBOSA, M.(2);AFONSO, M.(2);QUINTANA, C.(3);INACIO, M.(4);SANTOS, J.(4);DINIS, R.(4);TIMOTEO, T.(4);BARROSO, S.(4) (1) Hospital Espirito Santo de Évora, EPE (2) Unidade de Biologia Molecular, HESE (3) Serviço de Anatomia Patológica, HESE (4) Serviço de Oncologia, HESE INTRODUÇÃO O Melanoma é uma neoplasia maligna, com origem nos melanócitos. Mutações nos genes BRAF, CKIT e PTEN, estão associadas ao Melanoma. Mutações do gene BRAF, cromossoma 7q34, ocorrem em 40 a 70% e em 90% resultam da substituição de timina por adenina na posição 1799, do exão 15 que induz a substituição de valina por ácido glutâmico (mutação V600E). Esta induz ativação da via RAS/RAF/MEK/ERK/MAPK, envolvida na regulação da proliferação, diferenciação, secreção e sobrevivência celulares. Esta mutação têm sido associada a caraterísticas epidemiológicas, histológicas e clínicas distintas. O desenvolvimento de inibidores BRAF, com aumentos de sobrevida na doença avançada com mutação-BRAF, justifica a determinação do status mutacional, como forma de individualizar a terapêutica. OBJECTIVOS Determinação da mutação BRAF e correlação patológica e clínica. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo com revisão de processos clínicos e blocos de parafina de 39 casos de Melanoma diagnosticados no HESE entre Janeiro/2011 e Fevereiro/2013. Efetuada análise mutacional do codão 600, exão 15 do gene BRAF, por sequenciação direta. Análise estatística por SPSS. RESULTADOS; DISCUSSÃO A mutação BRAF foi encontrada em 41% dos casos. Destes 81.3% do sexo feminino, 50% com menos de 60 anos; 50% localizados nas extremidades e 33.3% no tronco. 64.3% eram do subtipo nodular e 35.7% extensão superficial; 61.5% não ulcerado, 83.3% com espessura > 4mm; 43.8% no estadio I; follow up mediano de 10.5 meses; 21.4% sofreu recidiva, com 4 meses de tempo mediano até recidiva e 62.5% encontra-se vivo. CONCLUSÕES Os resultados estão de acordo com a literatura. A frequência da mutação BRAF correlacionou-se inversamente com a idade, mais elevada em tumores do tronco e extremidades. A dimensão da amostra e o caracter preliminar da análise não permitiram outras correlações. Considerando o melanoma biologicamente heterogéneo, as caraterísticas moleculares, patológicas e clinicas são fundamentais para a definição da estratégia terapêutica. CO.MD00237 - ABIRATERONA NO CANCRO DA PRÓSTATA METASTÁTICO RESISTENTE À CASTRAÇÃO ( CPMRC) Jaime Santos(1);Joana Augusto(2);Mariana Inácio(2);Francisco Trinca(2);Teresa Timóteo(2);Sérgio Barroso(2) (1) Hospital Espírito Santo de Évora (2) HESE Introdução No cancro da Próstata estádio IV, a terapêutica inclui bloqueio hormonal (antiandrogénios/LHRH) e em 2ª linha quimioterapia com Docetaxel. A Abiraterona, inibidor da síntese de androgénios inibe a enzima CYP17, diminuindo os androgénios na suprarrenal, testículo e tumor e demonstrou um aumento significativo da sobrevida global de 4,6 meses em doentes previamente tratados com Docetaxel e um benefício na sobrevida livre de progressão de 16,5 vs 8,3 meses, em doentes préquimioterapia. Objectivos Análise retrospetiva de eficácia e toxicidade de Abiraterona no CPMRC, em progressão após Docetaxel. Material e Métodos Avaliação retrospetiva de 20 doentes tratados de 04-112011 a 06-02-2013. Avaliação de resposta: critérios PSAWG2; RECIST; CTC-CTCAE; avaliação de benefício clínico. Ciclos de 28 dias. Resultados PS≤2, terapêutica com inibidores LHRH e valores de castração em todos os doentes. Mediana de idade 77; tempo mediano em estádio IV 25 meses; metástases ósseas em 18, ganglionares em 7,viscerais em 5 doentes; co-morbilidades frequentes: HTA, diabetes, cardiopatia isquémica , insuficiência cardíaca. 4 doentes com duas linhas de quimioterapia prévias. follow-up mediano 7,5 meses; redução mediana de PSA 76%. 1 doente não teve redução PSA, sem outros critérios de progressão. 7 doentes tiveram progressão de PSA com um tempo mediano de 7 meses. 6 doentes suspenderam tratamento, com uma mediana de 11,5 meses, um por falecimento por edema pulmonar / embolia pulmonar. O perfil de segurança foi muito favorável: hipocaliémia de grau 1 em 1 doente; edema grau 1 em 1 doente e grau 2 em 1 doente; não houve ajustes de dose por toxicidade. O controle sintomático foi significativo. Conclusões A Abiraterona foi bem tolerada e eficaz. O reduzido número de doentes e a curta duração de tratamento, de alguns deles, não permitem afirmar com segurança se os resultados na nossa população serão sobreponíveis a longo prazo, aos descritos na literatura. POSTERS MÉDICOS PO.M001 - RARO ANGIOSSARCOMA EPITELIÓIDE VERTEBRAL PRIMÁRIO – CASO CLÍNICO PO.M002 - TEMOZOLAMIDA PALIATIVA E QUALIDADE DE VIDA NO TRATAMENTO DO GLIOBLASTOMA MULTIFORME: UM CASO CLÍNICO PO.M003 - Oncofertilidade: Uma área multidisciplinar emergente. PO.M004 - Quando um estadio IV é na realidade um estadio I PO.M006 - Importância da relação entre alfa-fetoproteína e Carcinoma Hepatocelular PO.M009 - Tumores sincronos da mama, ovario e endometrio. Um caso raro PO.M010 - O DESTINO NA PALMA DA MÃO PO.M011 - EXÉRESE CONTEMPORÂNEA DE METÁSTASE ÓSSEA ÚNICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS – A PROPÓSITO DE 2 CASOS PO.M012 - INVAGINAÇÃO ÍLEO-CECAL POR LINFOMA DE BURKITT PO.M015 - TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO NO CANCRO DO PULMÃO PO.M016 - CASUÍSTICA SOBRE NEOPLASIA GÁSTRICA NO HOSPITAL DE FARO E.P.E. PO.M018 - SBRT NO HESE: UMA TÉCNICA EM IMPLEMENTAÇÃO PO.M019 - Carcinoma Adenoescamoso Primário do Estômago PO.M020 - Apresentações atípicas de carcinoma hepatocelular PO.M021 - Carcinoma de Células em Anel de Sinete do colo do útero PO.M023 - Tumour associated carbohydrate antigens sialyl-Tn and sialyl-6-T as predictors of BCG immunotherapy response in bladder cancer PO.M024 - Sarcoma do estroma endometrial PO.M026 - RADIOTERAPIA RADICAL NO CARCINOMA LOCALMENTE AVANÇADO DA BEXIGA NO IDOSO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO PO.M028 - RADIOTERAPIA ADJUVANTE NO HEMAGIOPERICITOMA INTRACRANIANO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO PO.M030 - Metastização bilateral das supra-renais por carcinoma pleomórfico do pulmão PO.M031 - EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO COM IPILIMUMAB EM CINCO DOENTES COM MELANOMA MALIGNO METASTÁTICO: RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE USO COMPASSIVO PO.M032 - UM CASO RARO DE ADENOCARCINOMA METASTÁTICO COM ORIGEM EM DOENÇA DE PAGET DO PÉNIS APÓS 9 AN0S DE REMISSÃO COMPLETA: CASO CLÍNICO E REVISÃO DA LITERATURA PO.M033 - CASUÍSTICA E MOVIMENTO ASSISTENCIAL DE UMA EQUIPA DEDICADA A TUMORES DA CABEÇA E PESCOÇO NUMA ENFERMARIA DE ONCOLOGIA MÉDICA: EXPERIÊNCIA DE UM ANO PO.M034 - RECIDIVA PLATINORREFRACTÁRIA À DISTÂNCIA DE TUMOR SEROSO BORDERLINE DO OVÁRIO APÓS DOZE ANOS DE INTERVALO LIVRE DE DOENÇA: CASO CLÍNICO E REVISÃO DA LITERATURA PO.M035 - TITULO: EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS DE BRAQUITERAPIA PROSTÁTICA COM SEMENTES DE IODO125 NO SERVIÇO DE RADIOTERAPIA DO IPOCFG EPE. PO.M037 - INFLAMAÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E MORTALIDADE DOS DOENTES COM CANCRO DE PULMÃO PO.M038 - AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM DOENTES ONCOLÓGICOS PO.M039 - ACONSELHAMENTO GENÉTICO NÃO PRESENCIAL PO.M040 - Utilização de Sunitinib no tratamento de Carcinoma de Células Renais metastático – revisão retrospectiva PO.M041 – HORMONOTERAPIA COMO ALTERNATIVA NO TRATAMENTO DA RECORRÊNCIA DO CANCRO DO OVÁRIO: 31 MESES SEM PROGRESSÃO DA DOENÇA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M042 - Sarcoma de Kaposi - A Nossa Experiência PO.M045 - GIST Gástrico - um caso clínico PO.M046 - A Pielonefrite Enfisematosa que escondia um tumor – a propósito de um caso clínico PO.M047 - Cistectomia Radical – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2008 – 2012] PO.M048 - Prostatectomia Radical – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2004 – 2012] PO.M049 - Neoplasia Bilateral Síncrona do Testículo – CASO CLÍNICO PO.M050 - Tumor de células de Leydig – CASO CLÍNICO PO.M051 - Orquidectomia Radical Inguinal – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2010 – 2012] PO.M052 - CARTA DE CONDOLÊNCIAS PO.M053 - Intervenção psiquiátrica em doentes hospitalizados no IPOLFG-EPE- 2006 vs 2011 PO.M054 - Orquidectomia Radical – Casuística do Centro Hospitalar do Porto [2005 – 2012] PO.M056 - ESTADO NUTRICIONAL DE DOENTES COM CANCRO COLORETAL ADMITIDOS NUM SERVIÇO DE ONCOLOGIA MÉDICA, EXPERIÊNCIA COM A PG-SGA COTADA PO.M057 - REPRODUTIBILIDADE DO VOLUME DA BEXIGA EM TRATAMENTOS DE PRÓSTATA COM RAPIDARC PO.M058 - HEMORRAGIA DIGESTIVA: 1º MANIFESTAÇÃO DE PRIMITIVO DO PULMÃO PO.M060 - SEGUNDO PRIMITIVO OU METASTATIZAÇÃO DE TUMOR LOBULAR DA MAMA? PO.M063 - Recidiva local no cancro de mama pós tumorectomia e radioterapia experiência de uma instituição PO.M064 - QUANDO NEM TUDO O QUE PARECE É PO.M065 - DENOSUMAB NO TRATAMENTO DO TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES DO OSSO RECORRENTE OU IRRESECÁVEL PO.M066 - HETEROGENEIDADE DAS NEOPLASIAS PRIMÁRIAS MÚLTIPLAS ASSOCIADAS AO FENOTIPO BRCA 2 – APRESENTAÇÃO DE UM CASO CLÍNICO E DISCUSSÃO DA CAUSALIDADE PO.M067 - METÁSTASE DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS SEM PRIMÁRIO IDENTIFICÁVEL E CARCINOMA DA PRÓSTATA METÁCRONO: UM CASO DE NEOPLASIAS PRIMÁRIAS MÚLTIPLAS GENITO-URINÁRIAS PO.M068 - MICRORNAs COMO BIOMARCADORES NO CANCRO DA MAMA HEREDITÁRIO – ANÁLISE EXPLORATÓRIA PO.M069 - CARCINOMA DO PÂNCREAS DO TIPO HEPATÓIDE – UM CASO RARO. PO.M070 - 14 anos de evolução com cancro PO.M071 - TUMORES DE ORIGEM PRIMÁRIA DESCONHECIDA - DOIS CASOS CLÍNICOS E REVISÃO DE LITERATURA PO.M072 - CANCRO DA MAMA TRIPLO NEGATIVO - EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS DE UMA INSTITUIÇÃO PO.M073 - TERATOMA COM TRANSFORMAÇÃO MALIGNA: ABORDAGEM SEQUENCIAL PO.M074 - CARCINOMA DA MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 20 ANOS PO.M076 - TUMORES SÍNCRONOS: PULMÃO E LINFOMA – CASO CLÍNICO PO.M077 - ADENOCARCINOMA DO TIPO MAMÁRIO: UMA APRESENTAÇÃO POUCO FREQUENTE PO.M078 - TRATAMENTO DO CANCRO DO RECTO NOS DOENTES COM MAIS DE 75 ANOS PO.M079 - METASTIZAÇÃO INFUNDIBULAR DE ADENOCARCINOMA DO RECTO PO.M080 - CARCINOMA RENAL DE CÉLULAS CLARAS METASTIZADO: UM CASO DE RESPOSTA COMPLETA À TERAPÊUTICA PO.M081 - ABORDAGEM TERAPÊUTICA NUM CASO DE TUMOR FIBROSO SOLITÁRIO PO.M082 - SÍNDROME DE FANCONI INDUZIDO PELA IFOSFAMIDA: A PROPÓSITO DE UM CASO DE LEIOMIOSSARCOMA DA VEIA CAVA INFERIOR PO.M083 - MIELOMA MÚLTIPLO REFRATÁRIO E A IMPORTÂNCIA DA LENALIDOMIDA – CASUÍSTICA PRELIMINAR DE UM CENTRO PO.M084 - CRITÉRIOS DE RESSECABILIDADE DE METASTIZAÇÃO HEPÁTICA NA DOENÇA METASTÁTICA DO COLON. – NEM TODOS OS “CORTES” NA SAÚDE SÃO MAUS. PO.M085 - OSTEONECROSE DA MANDÍBULA: UMA COMPLICAÇÃO POSSIVEL DOS BIFOSFONATOS PO.M086 - SEMINOMA TESTICULAR: A EXPERIÊNCIA DUM SERVIÇO PO.M087 - Paniculite pancreática como síndrome paraneoplásica de carcinoma neuroendócrino do pâncreas PO.M088 - ADENOCARCINOMA DA URETRA – UM CASO CLÍNICO PO.M089 - Tumores neuroendócrinos PO.M090 - Terapêutica adjuvante no carcinoma do urotélio – existe benefício? PO.M092 - Acetato de Abiraterona (AA) no tratamento do carcinoma da próstata metastizado resistente à castração (CPRCm), após docetaxel PO.M093 - QUIMIORADIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CARCINOMAS DO ESÓFAGO EM DOENTES IDOSOS PO.M094 - HEMANGIOENDOTELIOMA EPITELIÓIDE DO OSSO: UM CASO CLÍNICO PO.M095 - RAPIDARC NO CARCINOMA DA PRÓSTATA: ANÁLISE MANUAL DE ESTRUTURAS ÓSSEAS VS MARKER MATCH AUTOMÁTICO DOS MARCADORES FIDUCIAIS PO.M097 - A TRABECTEDINA E O LEIOMIOSSARCOMA UTERINO METASTIZADO – UM CASO DE SUCESSO PO.M098 - CARCINOMA PAPILAR INTRAQUÍSTICO DA MAMA: ANÁLISE CASUÍSTICA DE UM SERVIÇO PO.M099 - Leiomiossarcoma Paratesticular – dois casos clínicos de uma entidade rara PO.M100 - METASTIZAÇÃO PULMONAR DE CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO APÓS LONGO PERÍODO LIVRE DE DOENÇA, A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M101 - CARCINOMA DA VAGINA TRATADO COM RADIOTERAPIA INTRA-OPERATÓRIA, A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M102 - CARCINOMA ADENÓIDE QUÍSTICO DA MAMA – QUANDO O TRIPLO NEGATIVO TEM BOM PROGNÓSTICO PO.M104 - LONGAS SOBREVIVENTES DE CARCINOMA DO COLO DO UTERO METASTATICO OU RECORRENTE PO.M105 - RADIOTERAPIA EM TUMOR PEDIÁTRICO TERATÓIDE/RABDOIDE ATÍPICO: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M106 - CANCRO DO OVARIO COM METASTIZAÇÃO CEREBRAL - A PROPOSITO DE UM CASO CLINICO PO.M107 - SOBREVIVÊNCIA, APÓS LONGO FOLLOW-UP, DE DOENTES COM CARCINOMA DO COLO DO UTERO TRATADAS COM QUIMIORADIOTERAPIA PO.M108 - TUMOR CARCINOIDE DO APENDICE UM FOLLOW UP INESPERADO. PO.M109 - Metastização Atípica de Adenocarcinoma do Pulmão PO.M110 - Metastização ou Tumor Castanho Multicêntrico – a propósito de um caso PO.M111 - Metastasectomia pulmonar em sarcomas – a propósito de um caso clinico PO.M112 - Tumor de células germinativas, a dificuldade de um diagnóstico PO.M113 - Factores prognósticos de sobrevivência no Melanoma Maligno – A experiência CHLN-HSM 2008-2013 PO.M114 - Fractura do fémur e pseudartrose pós-radioterapia por Lipossarcoma Mixóide: Caso clínico PO.M115 - TUMOR CARCINÓIDE DO INTESTINO DELGADO - CASO CLÍNICO PO.M118 - Estudo Estatístico da Neoplasia do Reto no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do Espírito Santo de Évora PO.M119 - ACETATO DE ABIRATERONA NO TRATAMENTO DO CANCRO DA PRÓSTATA METASTIZADO RESISTENTE À CASTRAÇÃO, PÓS QUIMIOTERAPIA PO.M120 - Causa incomum de síndrome de veia cava superior – 2 casos de cancro do colon PO.M121 - PAZOPANIB NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS METASTÁTICO (CCRm) PO.M124 - Adenocarcinoma do Cólon e Linfoma Difuso de Grandes Células B síncronos: desafio terapêutico PO.M126 - Sarcoma pleomórfico de alto grau de primário oculto PO.M127 - TRATAMENTO DO SARCOMA DE EWING METASTIZADO, A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO PO.M128 - Tumores do estroma gastrointestinal (GIST) – onde? O que? O que fazer? PO.M132 - METÁSTASES DO TERÇO PROXIMAL DO FÉMUR. DIFERENTES CIRURGIAS DE ACORDO COM O PROGNÓSTICO PO.M133 - PROLIFERAÇÃO MELANOCÍTICA UVEAL DIFUSA BILATERAL COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE UM ADENOCARCINOMA PULMÃO AVANÇADO PO.M135 - Carcinoma do recto síncrono com carcinoma da supra-renal - Caso clínico PO.M136 - CUP: 2 anos de experiência de um Serviço de Oncologia PO.M137 - Avaliação retrospectiva de doentes tratados com acetato de abiraterona PO.M139 - Metastização única na parótida de carcinoma da mama PO.M140 - CARCINOMA TÍMICO E APLASIA MEGACARIOCÍTICA: SÍNDROME PARANEOPLÁSICA? PO.M141 - Avaliação de dose de Radioterapia na Axila em doentes com Carcinoma da Mama após Tratamento Conservador PO.M142 - Síndrome Paraneoplásico de um Carcinoma Tímico - a propósito de um caso PO.M143 - Sobreviver a duas neoplasias graves PO.M144 - FRACTURA PATOLÓGICA DO FÉMUR EM CONDROSSARCOMA: AMPUTAÇÃO OU PRESERVAÇÃO – CASO CLÍNICO. PO.M146 - CARCINOMA PAVIMENTO CELULAR DO COLO UTERINO E DO PULMÃO – CASO CLÍNICO PO.M147 - Neoplasia do ovário: uma etiologia incomum. PO.M148 - CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS DO OVÁRIO, FORMA HIPERCALCÉMICA: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M149 - UM CASO RARO DE METASTIZAÇÃO MAMÁRIA POR CARCINOMA UROTELIAL DA BEXIGA PO.M150 - IPILIMUMAB NO MELANOMA MALIGNO AVANÇADO – A EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO PO.M153 - CARCINOMA ESPINOCELULAR DO TIMO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M155 - TEMPO ENTRE A PRIMEIRA CONSULTA E A BIÓPSIA DE TUMORES MÚSCULOESQUELÉTICOS. PARÂMETRO DE QUALIDADE DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR? PO.M156 - TUMORES DO APARELHO LOCOMOTOR. REGISTO E CASUÍSTICA DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO EM 5 ANOS. PO.M157 - MELANOMA MALIGNO COM PRIMÁRIO DESCONHECIDO - UMA REALIDADE PO.M158 - CARCINOMA DA PRÓSTATA COM DIFERENCIAÇÃO NEUROENDÓCRINA PO.M159 - CARCINOMA DA MAMA E DO OVÁRIO: COINCIDÊNCIA OU PREDISPOSIÇÃO HEREDITÁRIA PO.M161 - Factores de Prognóstico em Gliomas de Alto Grau PO.M162 - QUIMIORRADIOTERAPIA COM MITOMICINA-C E 5-FU NO TRATAMENTO DE CARCINOMA DO ESÓFAGO PO.M163 - DESFECHO INESPERADO DE TRÊS CASOS CLÍNICOS PO.M164 - GIST em doentes com Neurofibromatose: qual o valor do tratamento adjuvante? PO.M165 - METASTIZAÇÃO DE MELANOMA MALIGNO: A IMPORTÂNCIA DO EXAME HISTOLÓGICO NA CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO PO.M166 - PNEUMONITE NÃO INFECIOSA EM DOENTE COM CARCINOMA DE CELULAS RENAIS TRATADO COM EVEROLIMUS. PO.M167 - GIST DO INTESTINO DELGADO – CASO CLÍNICO PO.M169 - MAIZENA E BETADINE! PTOSE, MIOSE E HEMIANIDROSE. PO.M170 - Metástase peniana de adenocarcinoma do recto – a raridade e o desafio diagnóstico PO.M171 - RADIOTERAPIA EXTERNA EM LIPOSARCOMAS – RESULTADOS DE UM SERVIÇO PO.M173 - IRRADIAÇÃO MAMÁRIA PALIATIVA NO CARCINOMA AVANÇADO PO.M174 - RADIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CANCRO DA MAMA TRIPLO NEGATIVO: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. PO.M175 - RADIOQUIMIOTERAPIA NO CARCINOMA DO PÂNCREAS PO.M176 - Metástases oculares: a propósito de dois casos clínicos PO.M177 - ACETATO DE ABIRATERONA: A REALIDADE NO CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA PO.M178 - LESÕES OCUPANDO ESPAÇO APÓS PRIMÁRIO CONHECIDO IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO NA DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA PO.M179 - Abordagem do cancro do esófago localmente avançado PO.M180 - APRESENTAÇÃO RARA DE NEOPLASIA DO PULMÃO PO.M181 - MENINGOENCEFALITE VIRAL EM DOENTE COM CARCINOMA DO RECTO: UM CASO CLÍNICO PO.M182 - Um Caso Raro de Metastização Mamária de Carcinoma de Células Renais PO.M183 - TUMORES NEUROENDÓCRINOS: CASUÍSTICA DE UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA PO.M184 - NEUROBLASTOMA DO ADULTO JOVEM: A PROPÓSITO DE DOIS CASOS CLÍNICOS PO.M185 - Metástases cerebrais em cancro de mama avançado – A propósito de um caso clínico PO.M186 - Carcinoma de células em anel de sinete primário do colo do útero – caso clínico PO.M189 - VALOR PROGNÓSTICO DO CA19.9 NA SOBREVIVÊNCIA GLOBAL DOS DOENTES COM CARCINOMA DO PANCREAS IRRESSECAVEL OU METASTÁTICO PO.M190 - Carcinoma da mama primário da vulva – apresentação de 2 casos clínicos PO.M191 - Melanoma, metastização cerebral e as novas terapêuticas - Discussão de um Caso Clínico PO.M193 - GRANULOMAS SARCOIDES EM ADENOPATIAS MEDIASTÍNICAS E ADENOCARCINOMA DO PULMÃO: SARCOIDOSE OU REACÇÃO TUMORAL/FARMACOLÓGICA? PO.M194 - FEC3-D3 vs. FEC6 no Tratamento Adjuvante do Cancro da Mama – um estudo retrospectivo PO.M195 - ALTERAÇÕES COGNITIVAS RAPIDAMENTE PROGRESSIVAS COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE NEOPLASIA OCULTA EXTRACEREBRAL – UM CASO CLÍNICO PO.M196 - TTF-1 POSITIVO NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO- A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M197 - Carcinoma inflamatório da mama ou cancro epitelial do ovário com metastização mamária? Caso clínico PO.M198 - YTTRIUM90 NA METASTIZAÇÃO HEPÁTICA: A TOXICIDADE DE UM EVENTO RARO PO.M199 - METÁSTASE PANCREÁTICA DE CARCINOMA DA MAMA PO.M201 - Pneumonia a Ralstonia Picketti em doente com LMA PO.M202 - TRATAMENTO COM TRABECTEDINA NUM FIBROSARCOMA PO.M203 - Tumor de Sertoli-Leydig no ovário – caso clínico PO.M204 - A QUIMIOTERAPIA BASEADA EM PLATINO + ETOPOSÍDEO NO CANCRO PULMÃO PEQUENAS CÉLULAS COM DOENÇA LIMITADA PO.M205 - METÁSTASES HEPÁTICAS DE CARCINOMA COLO-RECTAL – ANÁLISE DA CASUISTICA PO.M206 - PRIMÁRIO OCULTO PO.M208 - SÍNDROME DE GORLIN: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M210 - NEPHROTIC SYNDROME INDUCED BY SUNITINIB PO.M211 - Análise Estatística dos Doentes com Acidente Vascular Cerebral e Neoplasia da Unidade de AVC do Hospital Espírito Santo de Évora PO.M212 - “RADIATION RECALL DERMATITIS” SECUNDÁRIA À QUIMIOTERAPIA: CASO CLÍNICO PO.M214 - LATE RELAPSE OF GERM CELL TESTICULAR TUMOR AFTER 18 YEARS PO.M217 - O cancro da Mama em Angola: caracterização preliminar da doença PO.M218 - CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS RECIDIVANTE – UM CASO CLÍNICO PO.M219 - QUALIDADE DE VIDA PÓS-TRATAMENTO NOS DOENTES COM TUMORES DA LARINGE EM ESTADIOS AVANÇADOS PO.M220 - REALIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE RETALHOS LIVRES NA RECONSTRUÇÃO DE DEFEITOS CIRÚRGICOS EM TUMORES DA OROFARINGE E CAVIDADE ORAL PO.M221 - Oxigenoterapia hiperbárica na osteoradionecrose da mandíbula PO.M222 - METASTIZAÇÃO CARDÍACA DE TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS DO TIPO NÃO-SEMINOMA PO.M223 - Trombocitopenia imune secundária à oxaliplatina, uma complicação rara e idiossincrática PO.M224 - LINFOMA DA MAMA: REVISÃO DE QUATRO CASOS CLÍNICOS PO.M225 - METASTIZAÇÃO INTESTINAL NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE UMA NEOPLASIA: UM CASO CLÍNICO PO.M226 - LEUCOENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL SECUNDÁRIA A QUIMIOTERAPIA COM PACLITAXEL E CISPLATINA PO.M227 - ANGIOSSARCOMA SECUNDÁRIO DA MAMA - UMA COMPLICAÇÃO TARDIA DA RADIOTERAPIA. PO.M228 - Sintomas Psiquiátricos e Tumores do Sistema Nervoso Central – - a propósito de um caso clínico PO.M229 - CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS: CARACTERISTICAMENTE IMPREVISÍVEL PO.M230 - Bisfosfonatos numa Unidade de Cuidados Paliativos: Devemos tratar todos os doentes? PO.M232 - ACETATO DE ABIRATERONA: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PO.M233 - METASTIZAÇÃO CEREBRAL NO CANCRO DA MAMA HUMAN EPIDERMAL GROWTH FACTOR RECEPTOR-TYPE 2 POSITIVO: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PO.M235 - Experiência do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE, com Sunitinib no tratamento do carcinoma de células renais metastizado (CCRm) PO.M236 - RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA FRACCIONADA NA RECIDIVA DE CARCINOMA DA NASOFARINGE – CASO CLÍNICO PO.M239 - QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: EXPERIÊNCIA DO CENTRO HOSPITALAR DE S. JOÃO PO.M240 - PERFIL DE TOXICIDADE DO ACETATO ABIRATERONA: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PO.M241 - DOR ONCOLÓGICA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO PO.M242 - Carcinoma Lobular Invasivo (CLI): Caracterização Epidemiológica e Clínica PO.M243 - TRASTUZUMAB NOS TUMORES INFLAMATÓRIOS: A PROPÓSITO DE DOIS CASOS CLÍNICOS PO.M244 - CANCRO DA PRÓSTATA, DESAFIOS NO SEU TRATAMENTO PO.M245 - Trabectedina em Sarcomas de Tecidos Moles Metastizados - Análise Rectrospectiva PO.M246 - HORMONOTERAPIA NO CANCRO DA MAMA PO.M247 - TUMOR NEUROENDÓCRINO AGRESSIVO – SUPRARENAL OU PULMÃO? PO.M249 - ESTÔMAGO COM COMPORTAMENTO DE PULMÃO PO.M250 - Caso clínico de actinomicose cervicofacial PO.M251 - Valproato de sódio no carcinoma indiferenciado da nasofaringe PO.M252 - Análise características do subgrupo de doentes com cancro da mama "triplo negativo" PO.M253 - PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HPV NA POPULAÇÃO COM CARCINOMA PAVIMENTO-CELULAR DE CABEÇA E PESCOÇO DIAGNOSTICADO NO ALENTEJO PO.M254 - Análise dos tempos de espera entre o diagnóstico e os tratamentos de Radioterapia Externa na Unidade de Radioterapia do Porto – Quadrantes PO.M255 - NEOPLASIA INTESTINAL METÁCRONA EM DOENTE JOVEM PO.M256 - Um doente, três neoplasias – Importância do diagnóstico histológico POSTERS ENFERMAGEM PO. ENF.005 - Nauseas e Vomitos PO. ENF.008 - “HOSPITAL NA COMUNIDADE DO SERVIÇO DE ONCOLOGIA” do Centro Hospitalar de Setúbal PO. ENF.014 - Intervenções de enfermagem no controlo de Dispneia no doente com cancro do pulmão PO. ENF.022 - Cuidar a Pessoa em Fim de Vida: Sob o Olhar do Enfermeiro PO. ENF.036 - COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA PO. ENF.044 - AVALIAÇÃO DA SOBRECARGA DO CUIDADOR INFORMAL DO DOENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS PO. ENF.075 - O DOENTE ONCOLÓGICO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL: A PERSPECTIVA DOS ENFERMEIROS. PO. ENF.091 - Novos horizontes, novos olhares PO. ENF.103 - Utilização de um creme com Vitamina K1 na profilaxia e tratamento das reacções adversas cutâneas resultantes da terapêutica com Cetuximab (inibidor do EGFR - epidermal growth factor receptor). PO. ENF.123 - CANCRO DE PELE - CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM RADIOTERAPIA PO. ENF.172 - O USO DE OPIOIDES TRANSDERMICOS EM DOENTES EM FASE TERMINAL PO. ENF.257 - RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA APÓS MASTECTOMIA TOTAL POSTERS MÉDICOS PO.M001 - RARO ANGIOSSARCOMA EPITELIÓIDE VERTEBRAL PRIMÁRIO – CASO CLÍNICO Vãnia Oliveira(1);Luís Costa (1);Luciana Leite(1);Daniel Soares (1);Paulo Costa(2);J. Seabra Lopes(2);R. Gonzalez Díaz(3);Pedro Cardoso(4) (1) Hospital Santo António (2) CHPorto (3) Hospital Universitario Fundación Alcorcón (4) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO Os tumores ósseos malignos vasculares primários são raros. O angiossarcoma epitelióide tem alto grau de malignidade, é imprevisível e extremamente raro na coluna vertebral. Frequentemente há atraso diagnóstico. Quando metastático mostra-se invariavelmente fatal. O diagnóstico é histológico e a confirmação imunohistoquímica. O tratamento é cirúrgico com exérese em bloco de margem alargada, com ou sem adjuvantes. OBJECTIVOS Os autores relatam um caso de angiossarcoma epitelióide solitário na coluna lombar, a contribuir para conhecimento destes raros tumores. CASO CLÍNICO Doente masculino de 68 anos apresentou lombalgia insidiosa associada a défices motores e sensitivos, claudicação neurológica da marcha e perda ponderal. Uma lesão osteolítica no corpo vertebral de L3 foi caracterizada e revelou um tumor extracompartimental. Na PET houve captação intensa em L3 e discreta na articulação direita do sexto arco costal com vértebra dorsal, sem características imagiológicas tumorais. A biópsia por agulha revelou tecido inflamatório no arco costal e vértebra dorsal e foi compatível com angiossarcoma epitelióide de L3. No período de diagnóstico e estadiamento o doente progrediu défices para paraparésia. Foi realizada exérese tumoral posterior com vertebrectomia de L3 e reconstrução com instrumentação pedicular de L1-L2-L4-L5 e interposição de mesh de titânio expansível preenchida com aloenxerto, e cross-link. O exame histopatológico e imunohistoquímico confirmou diagnóstico. O prognóstico é extremamente reservado devido à extensão paravertebral deste tumor agressivo. O doente apresentou sépsis nosocomial a Pseudomonas Aeruginosa com ponto de partida urinário e acabou por morrer após 1 mês. DISCUSSÃO Na literatura, são descritos poucos angiossarcomas epitelióide ósseos, e vertebral são raros. Simbolizam desafio diagnóstico e cirúrgico. Apesar da vertebrectomia, não foi possível exérese em bloco devido à extensão paravertebral. Este tumor revelou-se agressivo, com morbilidade e mortalidade. CONCLUSÕES A sobrevida destes tumores é desconhecida mas é essencial um diagnóstico precoce para permitir tratamento cirúrgico eficaz. PO.M002 - TEMOZOLAMIDA PALIATIVA E QUALIDADE DE VIDA NO TRATAMENTO DO GLIOBLASTOMA MULTIFORME: UM CASO CLÍNICO Ramon Andrade de Mello, MD, PhD(1);Idilia Pina, MD(1);António Verdelho, MD(1);Isabel Maria Silva, MD(2);Joaquina Maurício, MD, MSc(3) (1) Serviço de Oncologia Médica - Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (2) Serviço de Radioterapia - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Pereira) (3) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) INTRODUÇÃO: O Glioblastoma multiforme(GBM) é o tumor primário do SNC mais frequente no adulto. A agressividade do tumor condiciona um prognóstico muito reservado, estimando-se a sobrevivência média em 12-18 meses. O protocolo de tratamento actual recomenda a exérese cirúrgica da lesão primária, seguida de radioterapia externa concomitante com Temozolamida(75mg/m2) e Temozolamida adjuvante (150-200mg/m2) durante 6 ciclos. Nas situações inoperáveis o prognóstico fica ainda mais reservado e o compromisso da qualidade de vida é inevitável.RELATO DE CASO: Mulher de 57 anos, saudável até Janeiro de 2009. Instalação de desorientação, disfasia de expressão, amnésia e crises convulsivas. O exame físico revelou índice de karnofsky(I.K.) de 60%, hemiparesia esquerda grau V, hemi-hipostesia esquerda e marcha com base de sustentação alargada. A Ressonância magnética(RNM) cerebral mostrou lesão expansiva intraparenquimatosa heterogenia na região frontal esquerda sugestiva de glioblastoma multiforme, confirmada por biópsia esteriotáxica. Por se tratar de um tumor inoperável, a doente foi tratada inicialmente com radioterapia conformacional e quimioterapia (QT) concomitante com Temozolamida 75 mg/m2. Cinco semanas após iniciou tratamento com Temozolamida 150 mg/m2 D1-D5 de 4/4 semanas completando 6 ciclos em 02/03/2010. Houve melhoria clínica e imagiológica com resposta completa. Em Julho de 2010, após estudo por RNM cerebral devido a agravamento dos défices motores e da função cognitiva, diagnosticou-se recidiva tumoral no corpo caloso. Reiniciou quimioterapia paliativa com Temozolomida. Desde então mantém Temozolamida em doses reduzidas a 75%, com boa tolerância hematológica e doença estável.CONCLUSÃO: Mantém-se controverso o papel do tratamento paliativo com QT no GBM, não existindo estudos randomizados que comparem directamente a intervenção activa versus melhores cuidados de suporte. A Temozolomida, neste caso, foi um valioso recurso para a melhoria sintomática e consequente qualidade de vida da doente dado o seu perfil de toxicidade facilmente manuseável. PO.M003 - Oncofertilidade: Uma área multidisciplinar emergente. Cláudia Melo(1);Cristina Silva(2);Ana Cristina Ribeiro Rama(3);Ana Teresa Almeida Santos(4);Maria Cristina Canavarro(1) (1) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; e Unidade de Intervenç (2) Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (3) Centro de Estudos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra; e Serviços Farm (4) Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; e Centro de Preservação da Fertilidade do Serviço Atualmente, dado o aumento das taxas de sobrevida da doença oncológica, os profissionais de saúde estão cada vez mais focados na promoção da qualidade de vida na sobrevivência. Neste contexto, a fertilidade dos sobreviventes é necessariamente uma preocupação, dado o risco de toxicidade reprodutiva associado a alguns tratamentos e a importância que a parentalidade biológica parece assumir na sobrevivência. Ser pai/mãe após a doença oncológica é agora possível face à emergência e constante evolução de técnicas de preservação da fertilidade de doentes em idade reprodutiva. A Oncofertilidade surge como uma nova área de estudo e intervenção, que integra profissionais de várias áreas da saúde. Assim, através de uma abordagem multidisciplinar, importa refletir sobre como responder às necessidades dos doentes oncológicos em relação à sua fertilidade futura. A literatura revela que a informação fornecida aos doentes oncológicos sobre os efeitos dos tratamentos na fertilidade, e eventuais formas de os contornar, é insuficiente, o que leva a que não possam decidir de forma informada sobre a preservação da sua fertilidade. De facto, a informação e o apoio fornecidos pelos oncologistas são avaliados pelos doentes como cruciais para a decisão. Paralelamente, estudos com oncologistas identificam fatores para a ausência/insuficiência de debate sobre a fertilidade. Mas a literatura é ainda escassa nesta área. O presente trabalho congrega profissionais das áreas médica, farmacêutica e da psicologia, e pretende caracterizar o processo de tomada de decisão de doentes oncológicos, em idade reprodutiva, relativa à preservação da sua fertilidade, conhecer a prática corrente e as atitudes dos oncologistas face a este tema e identificar as suas necessidades de informação. Deste modo, serão produzidos materiais informativos que vão ao encontro das necessidades detetadas. Consequentemente, poder-se-á contribuir para um processo de tomada de decisão cada vez mais informado e partilhado relativa à preservação da fertilidade. PO.M004 - Quando um estadio IV é na realidade um estadio I Michelle Silva(1);Maria João Vergueiro(2);Fábio Cassiano Lopes(3);Ana Cláudia Monteiro(2);Mariana Fernandes(2) (1) Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (2) Hospital Fernando Fonseca (3) Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE - Unidade de Oncologia A ocorrência de dois ou mais cancros do pulmão num mesmo doente é pouco frequente. Os tumores metácronos são a forma mais comum de apresentação, representando cerca de 50-70% dos casos. Já os tumores síncronos são mais raros, e possivelmente subestimados. Descrevemos o caso de um doente do sexo masculino, 63 anos, caucasiano, fumador (50 UMA). Referenciado por hipotransparência nodular em crescimento em radiografia tórax em Fevereiro 2009. A Tomografia Computorizada (TC) Toraco-Abdominal, revelou apenas a presença de um nódulo de contornos espiculados no lobo superior do pulmão direito (LSD), com 38 mm de maior eixo, e outro nódulo de 8 mm localizado no lobo superior esquerdo (LSE). A PET-TC demonstrou captação intensa em ambos os nódulos pulmonares, com SUV máx de 14 e 4.75 respectivamente, e ainda captação de lesão nodular com 8 mm com SUV 6.03, ao nível da junção rectosigmoideia. Broncofibroscopia com sinais directos de neoplasia ao nível do subsegmento B2 direito, com biopsia de carcinoma pouco diferenciado do pulmão , com áreas de diferenciação glandular e pavimento celular. Colonoscopia total revelou presença de pólipo no recto alto, de histologia adenoma tubuloviloso de alto grau. Submetido a toracotomia com ressecção atípica de nódulo do LSE e lobectomia superior direita, com esvaziamento ganglionar, em Julho 2009. Exame anato-patológico correspondeu respectivamente a um adenocarcinoma G1 de 8 mm, com componente major de padrão bronco-alveolar, pT1pN0 e adenocarcinoma G3 de 41mm, pT2pN0. Cumpriu 4 ciclos de quimioterapia adjuvante com Cisplatina e Vinorelbina de Agosto a Dezembro de 2009. Desde então em vigilância, sem evidência de recorrência até à data. Alguns dos tumores síncronos são considerados como sendo metástases intrapulmonares de um primeiro tumor. A distinção é primordial, sendo indispensável uma correcta avaliação inicial por forma a evitar sub-tratamento de doenças com um prognóstico mais favorável. PO.M006 - Importância da relação entre alfa-fetoproteína e Carcinoma Hepatocelular Sílvia Beato(1);Sónia Tavares(2);Carla Topa(3);Ana Raquel Antunes(3);Margarida Silveira(3) (1) FML (2) Escola Sup. Castelo Branco (3) IPO - Lisboa INTRODUÇÃO O carcinoma hepatocelular (CHC) é considerado a quinta neoplasia mais frequente a nível mundial sendo um tumor maligno que deriva dos hepatócitos, com parênquima formado por células neoplásicas. O marcador serológico usado na deteção de CHC é a alfa-fetoproteina (AFP), sendo uma proteína oncofetal plasmática produzida pelo fígado e saco vitelino. OBJECTIVOS Neste estudo, pretende-se verificar se pacientes com AFP superior a 250 µg/L tem uma maior predisposição para CHC do que pacientes com concentrações entre 10 - 250 µg/L. MATERIAL E MÉTODOS Durante dois anos, foram recolhidos dados de 308 pacientes do Instituto Português Francisco Gentil em Lisboa, que realizaram, pela primeira vez, doseamentos de AFP. Foram recolhidos dados relativos a idade, sexo, prognóstico, concentração de AFP com o respectivo diagnóstico. RESULTADOS; DISCUSSÃO Dos 308 pacientes, excluíram-se 34 indivíduos (falta de diagnóstico) ficando um total de 274 pacientes. Dos 62 pacientes com AFP positiva, 13 apresentavam diagnóstico de CHC. Dos 212 pacientes com AFP negativa apenas 12 tinham CHC. Neste estudo, verificou-se uma correlação positiva entre AFP e pacientes com CHC (p=0,001). No grupo I (n=35), com AFP entre 10 - 250 µg/L, 6 pacientes apresentavam CHC. No grupo II (n=27), com AFP superiores a 250 µg/L, 7 pacientes apresentavam CHC. Na análise estatística efetuada, verificou-se uma correlação positiva (p=0,001) entre CHC e o grupo II. No entanto, houve uma correlação negativa (p=0.078) entre esta patologia e o grupo I. CONCLUSÕES A correlação positiva entre o grupo II e CHC revela que existe uma maior probabilidade de pacientes com AFP elevada possuírem a patologia. A correlação negativa comprovada entre o grupo I e CHC confirma, igualmente, esta tendência demonstrando, que AFP entre 10 - 250 µg/L pode não estar estritamente relacionada com CHC. No entanto, verifica-se que em ambos os grupos I e II existem pacientes com outros tipos de patologias. PO.M009 - Tumores sincronos da mama, ovario e endometrio. Um caso raro Joana Belo(1) (1) MBB-CHUCoimbra Introdução: Os tumores primários síncronos são raros na prática ginecológica. Perante a sua existência é aconselhável a realização do estudo genético, pelo elevado risco da presença da mutação BRCA-1 e BRCA-2. Objectivos : O plano terapêutico neste tipo de tumores é por vezes estabelecido após estudo genético e molecular. Material e métodos: É apresentado um caso raro de uma doente, com 3 tumores síncronos da mama, ovário e endométrio. Resultados: Doente de 66 anos enviada à consulta de especialidade da MBB por “formação tumoral da mama direita (MD) com 7,9mm”. Apresentava um aumento dos marcadores tumorais Ca 125 e Ca 15.3. Realizou ressonância magnética pélvica que mostrou “derrame peritoneal e múltiplos implantes peritoneais ”, sem alterações anexiais e endométrio atrófico. A biópsia mamária confirmou carcinoma ductal invasor da MD. Foi efetuada tumorectomia e linfadenectomia , por estudo extemporâneo positivo do gânglio sentinela, e laparoscopia diagnóstica no mesmo tempo operatório, visualizando-se carcinomatose peritoneal e pélvica e ascite . O estudo histológico das biópsias peritoneais revelou tratarem-se de metástases peritoneais de um carcinoma papilar seroso primitivo do ovário. Foi solicitado estudo genético e iniciada quimioterapia com objectivo dos citostáticos escolhidos actuarem nos diferentes tumores. Após 4 ciclos foi submetida a laparotomia exploradora com confirmação histológica de um adenocarcinoma papilar seroso moderadamente diferenciado do ovário direito, classificado como ypT3cN0. O estudo histológico do útero revelou a existência de um pólipo endometrial com foco de carcinoma papilar seroso de superfície. No pós-operatório continuou a quimioterapia com os mesmos citostáticos. Conclusão: A evolução verificada nas últimas décadas nas áreas da biologia molecular e genética, permitiram estabelecer uma ligação entre a presença de mutações em determinados genes e o desenvolvimento de cancro. Perante a raridade dos tumores síncronos ginecológicos, é necessário um plano terapêutico sequencial adequado ao caso clínico em questão, com estabelecimento de prioridade relativamente ao cancro mais avançado. PO.M010 - O DESTINO NA PALMA DA MÃO António Murinello(1);Pedro Guedes(1);Gizela Rocha(1);Liliana Alves(1);Rita Leal(1);Ana Serrano(1);Helena Damásio(1);Lígia Fernandes(1) (1) Hospital Curry Cabral - Serviço de Medicina Interna 1-K INTRODUÇÃO: A incidência do melanoma maligno demonstra uma alarmante tendência de subida. A situação é ainda mais grave sabendo que esta neoplasia é tratável e até potencialmente curável se reconhecida num estadio inicial, mas apresenta sobrevida média inferior a um ano quando metastizada à distância. OBJECTIVOS: Reiterar o carácter fundamental da prevenção e do diagnóstico precoce, por forma a evitar o prognóstico ominoso inerente aos casos de melanoma disseminado. MATERIAL/MÉTODOS: Apresentamos um doente de 77 anos, português, sucateiro, fototipo III, imunocompetente, sem antecedentes neoplásicos. Dois meses antes do internamento inicia quadro de lombalgia bilateral, fadiga extrema, anorexia, náuseas e vómitos, acompanhado posteriormente por epigastralgias, enfartamento, saciedade precoce e melenas. Nos meses seguintes constata-se ainda perda ponderal de aproximadamente 20% do peso corporal. Analiticamente evidencia-se discreto padrão colestático e uma ecografia abdominal demonstra múltiplos nódulos hepáticos, sendo internado para esclarecimento etiológico. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O estudo realizado na enfermaria revelou melanoma maligno estadio IV, com provável lesão primária na palma da mão esquerda e metastização confirmada a nível ganglionar, pulmonar, esofágico, gástrico, duodenal, hepático, esplénico, supra-renal e ósseo. Não se documentaram lesões cerebrais ou oculares. A irreversibilidade da situação e o rápido agravamento clínico motivaram uma abordagem paliativa, através de analgesia com opióides e radioterapia em fracção única para estabilização das lesões vertebrais. Não obstante o sucesso no controlo sintomático, o doente faleceu dias após a alta hospitalar. CONCLUSÕES: O melanoma maligno disseminado é, geralmente, catastrófico a curto prazo. Este caso reforça a premência de melhorar a prevenção e o diagnóstico precoce, por forma a permitir as sobrevidas longas associadas aos estadios iniciais da doença. Os fototipos claros obrigam a particular atenção, merecendo especial cuidado a exposição a radiação UV e solários, e constituindo a observação sistemática e regular do tegumento cutâneo e nevos uma parte indispensável da observação médica. PO.M011 - EXÉRESE CONTEMPORÂNEA DE METÁSTASE ÓSSEA ÚNICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS – A PROPÓSITO DE 2 CASOS Vania(1);Sofia Oliveira(2);Luís Costa (3);Luciana Leite(3);Daniel Soares (3);Pedro Leite(3);pedro barreira(3);Pedro Neves(3);Pedro Cardoso(4) (1) Centro Hospitalar do Porto (2) CHLO - Hospital de São Francisco Xavier (3) Hospital Santo António (4) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO As metástases ósseas do carcinoma de células renais (CCR) ocorrem entre 20-35%. São maioritariamente osteolíticas, condicionam dor, incapacidade funcional e, frequentemente, fracturas. Os sintomas respondem parcialmente a bifosfonatos (ácido zoledrônico) ou Denosumab. Sendo menos radiossensíveis a cirurgia pode ter um papel importante. Uma minoria apresenta metástase óssea única com indicação formal para exérese, com impacto significativo no prognóstico. OBJECTIVO Destacar a importância da exérese alargada de tumor primário e metástase única, impacto na sobrevida, dor e função do segmento atingido. Casos Clínicos 1 - 77 anos, masculino. CCR à direita com lesão metastática solitária no úmero proximal homolateral. Procedeu-se, no mesmo tempo anestésico, a nefrectomia radical e exérese em bloco alargada de metástase umeral e reconstrução com autoenxerto de perónio e fixação com placa. O doente apresentou consolidação, está funcionalmente sem limitações e sem doença. 2 - 71 anos, masculino. CCR à direita e lesão osteolítica única no ilíaco homolateral, justa-acetabular, com extensão aos tecidos moles. Foi submetido a um só tempo a nefrectomia radical laparoscópica trans-peritoneal e exérese de metástase para além da pseudocápsula excepto na região supra-acetabular onde foi marginal pelo comprometimento e morbilidade associada. Procedeu-se a curetagem e cimentação e reconstituiu-se a parede abdominal com prótese de vicryl-prolene. O doente fez radioterapia e encontra-se assintomático. DISCUSSÃO A exérese alargada de metástase óssea única de CCR melhora a sobrevida. Procede-se como tumor primitivo, como no caso 1. No 2º caso a exérese alargada implicaria resseção ilíaca tipo II, com artroplastia total da anca, aumentaria a morbilidade e condicionaria funcionalmente o futuro do doente. Assim, aceitou-se exérese marginal e adjuvou-se radioterapia. CONCLUSÕES No CCR é fundamental diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Quando metástase óssea única o prognóstico pode ser favorável se, a um só tempo, se proceder à excisão do tumor primário e lesão metastática. PO.M012 - INVAGINAÇÃO ÍLEO-CECAL POR LINFOMA DE BURKITT Raquel Sanchez(1);João Maciel(2);Susana Ribeiro(2);Ana Raquel Martins(3);Catia Rito(2);Ânia Laranjeira(4);Joana Patrício(4);Arnaldo Machado(4);José Filipe Batista da Cunha(5);Jorge Caravana(4) (1) Hospital Espirito Santo Évora-EPE (2) Hospital Espírito Santo - Évora (3) Hospital Espirito Santo de Évora, EPE (4) Hospital Espirito Santo- Évora (5) Hospital Espirito Santo Évora INTRODUÇÃO O linfoma de Burkitt (LB) é um linfoma não-Hodgking de células B, altamente agressivo, caracterizado pela translocação e desregulação do gene c-myc no cromossoma 8. Pode manifestar-se nas formas endémica, esporádica e associada à infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). O LB é uma neoplasia com crescimento rápido, exigindo diagnóstico e tratamento imediatos. OBJECTIVOS Apresentação de um caso clínico relativo a invaginação íleo-cecal por Linfoma de Burkitt esporádico. MATERIAL E MÉTODOS Descrição e documentação fotográfica do caso clínico. RESULTADOS; DISCUSSÃO Apresenta-se o caso de um doente do sexo masculino, 44 anos, com antecedentes de dislipidemia, que recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal, com 4 semanas de evolução, associada a vómitos fecalóides, anorexia e perda de peso. Dos exames complementares destaca-se a Tomografia computorizada abdomino-pélvica com invaginação ileo-cecal. O doente foi submetido a uma ressecção ileo-cecal. O resultado anatomo-patológico da peça operatória revelou Linfoma não-Hodgkin, fenotipo B, alto grau. CONCLUSÕES Por ser uma doença inevitávelmente difusa, o tratamento do Linfoma de Burkitt é a quimioterapia e não a radioterapia. A cirurgia tem indicação no tratamento de algumas complicações, nomeadamente, na oclusão intestinal por invaginação e na hemorragia digestiva. PO.M015 - TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO NO CANCRO DO PULMÃO Nadine Saraiva(1);Nuno Bonito(2) (1) IPO Coimbra (2) HUC/ IPO-Coimbra INTRODUÇÃO O Cancro do pulmão é actualmente a neoplasia mais frequente no mundo e constitui a principal causa de morte por cancro. O subtipo de não pequenas células (CPNPC) representa cerca de 80% das neoplasias. A maioria são diagnosticados num estadio avançado. Apesar do progresso substancial nas opções de tratamento do CPNPC, a sobrevivência destes doentes mantém-se pequena. Uma das estratégias actualmente sob investigação, que tem como objectivo prolongá-la, com impacto na qualidade de vida, é a terapêutica de manutenção, iniciada logo após o tratamento de primeira linha. OBJECTIVOS Apresentação de dois casos clínicos de doentes submetidos a terapêutica de manutenção e comparação dos resultados com os estudos publicados. MATERIAL E MÉTODOS Consulta dos processos clínicos dos doentes. RESULTADOS; DISCUSSÃO Os autores apresentam dois casos clínicos de doentes com CPNPC (adenocarcinoma) estadio IV, EGFR negativo, que cumpriram 6 ciclos de Quimioterapia com a associação de Pemetrexede e Cisplatina, com resposta parcial. Assim, após discussão com os doentes, ambos iniciaram tratamento de manutenção com Pemetrexede de 21/21 dias, sendo que um doente cumpriu 10 ciclos e o outro 19 ciclos com doença estabilizada, avaliada por critérios de Recist. Desde o início do tratamento de indução, decorreram 24 e 19 meses nos respectivos casos, mantendo-se uma boa qualidade de vida, sem registos de toxicidade de grau 3 e 4. No estudo SATURN a PFS média foi de 5.2 meses e de 6.9 meses no estudo PARAMOUNT. A sobrevivência global foi de 13.9 meses no estudo PARAMOUNT CONCLUSÕES Estes casos clínicos evidenciam que o tratamento de manutenção pode ser determinante para o incremento da PFS e da sobrevivência global nestes doentes tendo em conta que muitos não alcançam o patamar da 2ª linha. Os estudos SATURN e PARAMOUNT consubstanciam a sua utilização quer com erlotinib quer com pemetrexedo (Swich ou verdadeira manutenção respectivamente). PO.M016 - CASUÍSTICA SOBRE NEOPLASIA GÁSTRICA NO HOSPITAL DE FARO E.P.E. Raquel Dionísio(1);Luís Bretes(1);Carlos Reis(1);Irene Furtado(2) (1) Hospital de Faro E.P.E. (2) Hosрital de Faro, E. P. E. Introdução: Sendo a neoplasia gástrica considerada a segunda causa de mortalidade relacionada com o cancro e por se tratar de uma patologia multifactorial e de normal apresentação tardia, os autores acham relevante uma casuística sobre a patologia com o intuito de avaliar o seu impacto na população estudada e os seus factores contribuintes. Objectivos: Avaliar a incidência de novos casos por ano, género e faixa etária. Avaliar igualmente a incidência da localização tumoral, histologia e do estadio à data do diagnóstico. Analisar o tipo de tratamento instituído, o tempo livre de doença e a taxa de mortalidade. Material e Métodos: Consulta dos processos clínicos dos doentes com diagnóstico de neoplasia gástrica no período de Fevereiro de 2009 a Fevereiro de 2013, com apoio de sistemas informáticos como SAMS e Microsoft Office. Resultados e Conclusões: Comparação dos dados obtidos com os descritos na literatura como também determinar a existência de um possível padrão na população analisada podendo ou não ser extrapolada para a população abrangida pelo Hospital em questão. PO.M018 - SBRT NO HESE: UMA TÉCNICA EM IMPLEMENTAÇÃO Camila Farinhas(1);Joana Lourenço(1);Selma Marques(1);Isabel Lobato(2);Adriana Martins(1);Mara Barreiros(1);Ana Videira(3);Pedro Chinita(2) (1) HESE, EPE (2) HESE (3) Hospital do Espirito Santo de Evora/Lenicare INTRODUÇÃO SBRT (Stereotactic body radiation therapy) ou Radioterapia Estereotáxica Corporal é uma técnica avançada que permite um controlo eficaz de lesões em estadios iniciais e / ou oligometástases através da administração de elevadas doses num número único ou reduzido de fracções, o que resulta em altas doses biológicas efectivas (BED). Esta técnica tem numerosas indicações mas, no caso particular do pulmão e do fígado, tem-se vindo a afirmar como uma alternativa à cirurgia em lesões medicamente inoperáveis ou doentes que recusem cirurgia. Para a sua implementação são necessários vários requisitos no que respeita a equipamento tecnológico, tomografia computorizada 4D, meios de imobilização precisos, protocolos de imagem e controlo de qualidade específico, para além da adequada selecção de doentes e de uma equipa dedicada. OBJECTIVOS Demonstrar os procedimentos técnicos e a experiência em SBRT no Serviço de Radioterapia do HESE, em patologias de pulmão e fígado. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado o levantamento das condições técnicas empregues nos doentes tratados, até à actualidade, com SBRT. RESULTADOS Foram identificados parâmetros como a técnica utilizada, fraccionamento / dose, número de campos, energia, posicionamento / imobilização, protocolo de imagem, monitorização do ciclo respiratório, tempo total de tratamento. DISCUSSÃO Da análise efectuada destacam-se a variabilidade do posicionamento / imobilização por necessidade de adequação às queixas e limitações dos doentes; a actualização dos protocolos de imagem e a alteração da técnica de irradiação de 3DCRT para RapidArc® com a impossibilidade de adquirir imagem durante a irradiação mas com a diminuição do tempo total de tratamento. CONCLUSÕES A SBRT é uma técnica em implementação no Serviço de Radioterapia do HESE, mas os resultados obtidos até ao momento, são bastante promissores, sendo necessária uma maior divulgação desta técnica junto de outras Especialidades. Palavras-chave: Procedimentos técnicos, Pulmão, Fígado, SBRT PO.M019 - Carcinoma Adenoescamoso Primário do Estômago Mariana Fernandes(1);Ana Faria(1);Ana Cláudia Monteiro(1);Marta Honório(1) (1) Hospital Fernando Fonseca INTRODUÇÃO: O carcinoma adenoescamoso do estomago é uma entidade rara, correspondendo a menos de 1% (0.2-0.4%) de todos os carcinomas gástricos. O comportamento biológico é quase sempre determinado pelo componente de adenocarcinoma e, na maioria dos casos, devido ao seu comportamento agressivo, é diagnosticado numa fase avançada da doença. CASO: Reportamos o caso de um doente do sexo masculino de 67 anos, que na sequência de um quadro de hematémeses e melenas, foi feito diagnóstico de carcinoma adenoescamoso do antro gástrico. Foi submetido a gastrectomia total e resseção segmentar de cólon transverso. A avaliação histopatológica da peça confirmou o diagnóstico de carcinoma adenoescamoso (pT4a pN0 pR0) com invasão perineural/vascular e 74 gânglios isolados sem neoplasia. DISCUSSÃO: No caso apresentado, apesar de ser à partida uma neoplasia de um tipo histológico agressivo, tratava-se de um estadio IIB, ou seja, com indicação para terapêutica adjuvante. Sendo assim é de extrema importância selecionar o regime de quimioterapia mais eficaz nestes casos. CONCLUSÕES:No entanto a literatura é escassa neste campo, não havendo um protocolo de QT standard a utilizar nestes casos raros. O doente iniciou esquema de QT segundo o protocolo CAPEOX após revisão da literatura, encontrandose presentemente sem evidência de recidiva da doença. PO.M020 - Apresentações atípicas de carcinoma hepatocelular Daniela Macedo(1);Isabel Fernandes(1);André Mansinho(1);Luis Costa(2) (1) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (2) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO O carcinoma hepatocelular (HCC) tem aumentado a incidência nos últimos anos. A sua distribuição epidemiológica é única devido a factores etiológicos específicos: infecções virais, cirrose hepática etanólica, hepatite auto-imune, défice de alfa 1 antitripsina, doença de Wilson e hemocromatose. OBJECTIVOS O presente trabalho tem como finalidade a apresentação de dois casos clínicos de HCC com apresentações atípicas. MATERIAL E MÉTODOS Procedemos à descrição da anamnese de doentes com nódulos hepáticos em estudo e revisão da literatura sobre HCC sem factores de risco. RESULTADOS; DISCUSSÃO AEC, sexo masculino, 63 anos, com diagnósticos de diabetes (DM) de tipo 2, hipertensão arterial (HTA) e hipercolesterolémia, iniciou seguimento em Julho de 2012 por leiomiossarcoma de alto grau do membro inferior esquerdo operado. Em reavaliação no pós-operatório identificaram-se lesões nodulares hepáticas suspeitas de secundarismo que foram caracterizadas histologicamente de HCC bem diferenciado (padrão acinar e trabecular). NCR, sexo masculino, 77 anos, com diagnósticos de adenocarcinoma do cólon operado em vigilância há 11 anos, DM de tipo 2, HTA, disritmia e hipotiroidismo, iniciou seguimento em Setembro de 2012 em contexto de massa óssea no ombro esquerdo, cuja biópsia foi sugestiva de metastização. A avaliação imagiológica revelou lesão hepática única compatível com HCC (padrão acinar e trabecular) após caracterização histológica. Em ambos os casos os estudos etiológicos (hábitos alcoólicos, serologias virais, doseamento de auto anti-corpos, metabolismo do ferro e do cobre), foram negativos. CONCLUSÕES Tem sido descrita na literatura a associação crescente entre doença hepática não alcoólica (esteatohepatite não alcoólica) e HCC. Tal relação surge na presença de síndrome metabólica ou DM. Nos casos clínicos referidos não foram identificados factores de risco evidentes. No entanto, tinham diagnóstico prévio de DM e alguns critérios de síndrome metabólica (HTA e hipercolesterolémia), podendo justificar assim etiologia do diagnóstico de HCC. PO.M021 - Carcinoma de Células em Anel de Sinete do colo do útero Mariana Fernandes(1);Marta Honório(1);Ana Faria(1);Ana Cláudia Monteiro(1) (1) Hospital Fernando Fonseca INTRODUÇÃO: O cancro do colo do útero é uma das neoplasias ginecológicas mais comuns e o carcinoma pavimento celular é o tipo histológico mais frequente nesta localização. O adenocarcinoma corresponde a cerca de 15-20% de todos os carcinomas. O adenocarcinoma com células em anel de sinete do colo na maioria das vezes é metastático com ponto de partida no trato gastrointestinal, mama ou ovário. O primário do colo do útero é uma entidade rara. CASO:Descreve-se o caso de um doente de 42 anos com história de dor abdominal e hemorragia vaginal com cerca de um mês de evolução. Teve o diagnóstico de adenocarcinoma com células em anel de sinete primário do colo do útero. O estadiamento local mostrou uma lesão com invasão dos paramétrios, parede posterior da bexiga, parede anterior da vagina e com infiltração do introito vaginal. O estadiamento à distância revelou extensa metastização ganglionar, carcinomatose peritoneal e ainda uretero-hidronefrose bilateral por compressão. Uma possível origem digestiva foi excluída através de exames endoscópicos. A doente teve uma sobrevida de 3 meses, após o diagnóstico cumprindo apenas 1 ciclo de QT (paclitaxel e carboplatina), seguido de quadro de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. DISCUSSÃO:O prognóstico nestes casos é sombrio e a maior parte dos doentes acaba por falecer precocemente pela agressividade da doença e na também por fenómenos tromboembólicos. Apesar da existência de tipos histológicos diferentes, com prognósticos diferentes, a abordagem terapêutica do cancro do colo do útero é relativamente standard. CONCLUSÕES:Surge assim a necessidade de se perceber qual o impacto de outros esquemas de quimioterapia nestes tipos de carcinomas não epidermoides com prognostico menos favorável. PO.M023 - Tumour associated carbohydrate antigens sialyl-Tn and sialyl-6-T as predictors of BCG immunotherapy response in bladder cancer José Alexandre Ferreira(1);Luís Lima(2);Mariana Silva(3);Andreia Miranda(1);Paulo F. Severino(4);Sofia Pereira(1);Elisabete Fernandes(5);Ricardo Cruz(6);Teresina Amaro(7);Celso A. Reis(8);Fabio Dall’Olio(9);Francisco Amado(10);Paula Videira(4);Lúcio Santos(11) (1) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPOP (2) Departamento de Cirurgia, IPOP FG,EPE (3) CEDOC, Departament of Immunology, FCM-UNL, (4) CEDOC, Department of Immunology, FCM-UNL (5) Grupo de Patologia e Terapêutica Experimental CI-IPOP (6) Department of Urology, Portuguese Institute of Oncology, Porto, Portugal (7) Department of Anatomic Pathology, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal (8) IPATIMUP, University of Porto, Portugal (9) Department of Experimental, Clinical and Specialty Medicine (DIMES), University of Bologna (10) nSchool of Health Sciences, University of Aveiro (ESSUA) (11) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUCTION There are no biomarkers to predict response to Bacillus Calmette-Guérin (BCG) immunotherapy in bladder cancer. Changes in the glycosylation of cell-surface proteins influence tumour microenvironment and immune responses and may modulate treatment outcome. OBJECTIVES Determine whether the expression of the tumour-associated glycans sialyl-Tn (sTn) and sialyl-6-T (s6T) influences recurrence after BCG. MATERIAL E METHODS In a retrospective design, 94 tumours from patients treated with BCG were screened for sTn and s6T expression by immunohistochemistry. The association of sialylated glycans with recurrence and recurrence-free survival was determined using chi-square, Kaplan-Meier and Cox-Regression analysis. In vitro studies were conducted to determine the interaction of BCG with high-grade bladder cancer cell line over-expressing sTn. RESULTS; DISCUSSION From the 94 cases evaluated, 36 had recurrence after BCG treatment (38.3%). Treatment outcome was influenced by age over 65 years (HR=2.668; [1.344-5.254]; p=0.005), maintenance schedule (HR=0.480; [0.246-0.936]; p=0.031) and multifocallity (HR=2.065; [1.033-4.126]; p=0.040). STn or s6T expression was associated with BCG response (p=0.024; p<0.0001). and with increased recurrencefree survival (p=0.001). Multivariate analyses showed that sTn and/or s6T were independent predictive markers of recurrence after BCG immunotherapy (HR=0.296; [0.148-0.594]; p=0.001). In vitro studies demonstrated higher adhesion and internalization of the bacillus to cells expressing sTn, promoting cell death. Appointed limitations include the retrospective nature of the study, sample heterogeneity and number of cases. CONCLUSIONS S6T is described for the first time in bladder tumours. STn and s6T expression is an independent predictive marker of BCG treatment response and may be useful in the identification of patients that could benefit more from this immunotherapy. PO.M024 - Sarcoma do estroma endometrial Diogo Marinho(1);Andre santos Mateus(2);Diogo Mesquita de Sousa(2);Ana Isabel Cruz(2);Andreia Ferreira(2);Sérgio Barroso(3);José Augusto Martins(4) (1) H.Litoral Alentejano (2) hla (3) Hospital Dia-ULSLA (4) ULSLA - Serviço de Cirurgia Os sarcomas do estroma endometrial são lesões neoplásicas raras (0.2% das neoplasias uterinas e 1015% de todos os sarcomas uterinos), particularmente quando encontradas em focos de endometriose extra-uterina. Destes os mais comuns são os de baixo grau. Apresentamos um caso clinico, sobre doente do sexo feminino com 74 anos de idade, histerectomizada há cerca de 15 anos, que recorreu ao SU por quadro de dor abdominal nos quadrantes esquerdos, associado de perda ponderal e massa abdominal de grandes dimensões, com cerca de 1 mês de evolução. Realizou TC que revelou volumosa massa de conteúdo quístico, heterogénea, em topografia peritoneal/mesentérica, com cerca de 17 x 13 cm axial e 17cm longitudinal. Submetida a laparotomia exploradora, tendo-se constatado volumoso tumor do delgado com cerca de 15cm de maior diâmetro e 2 massas tumorais de características quísticas na região pélvica, com cerca de 10 e 6 cm de maior diâmetro. Procedeu-se a ressecção segmentar de delgado, envolvendo a massa e excisão das lesões pélvicas. A avaliação anatomopatológica revelou infiltração intestinal/epiploica por sarcoma de alto grau, provável diferenciação de estroma endometrial. Actina +, vimentina +, CD 10 +, CD 117-, CD 34 -. O desenvolvimento de sarcoma do estroma endometrial em focos de endometriose extra-uterina é extremamente raro e o diagnóstico diferencial com tumores de origem miogenica, vascular ou epitelial pode ser difícil. A excisão é o tratamento mais eficaz, podendo a terapia adjuvante com quimio e radioterapia estar indicadas. PO.M026 - RADIOTERAPIA RADICAL NO CARCINOMA LOCALMENTE AVANÇADO DA BEXIGA NO IDOSO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO Pedro Fernandes(1);Carolina Carvalho(2);Ana Cleto(1);Maria Corbal(1);Paula Soares(1) (1) Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Serviço de Radioterapia (2) CHUC INTRODUÇÃO O carcinoma da bexiga representa, segundo estudos efetuados, 4% de todos os carcinomas, sendo mais comum nos homens (ratio homem/mulher: 3/2). O carcinoma das células de transição representa 90% de todos os carcinomas da bexiga. O sinal mais comum e fortemente indicativo de carcinoma da bexiga é a hematúria macroscópica que aparece em 75% dos doentes, no entanto 20%, são assintomáticos. O tratamento standard consiste na cistectomia radical para situações de doença localmente avançada (T2, T3 e T4). Especificamente nos doentes idosos, há que ter em conta as co-morbilidades associadas que muitas vezes impossibilitam uma intervenção tão invasiva como a cistectomia radical. Em alternativa, a radioterapia externa representa um papel preponderante, podendo levar a uma sobrevivência média de 14 meses e a uma sobrevivência global de 7% aos 5 anos. OBJECTIVOS Demonstrar a importância e beneficio da radioterapia radical no tratamento do carcinoma da bexiga no idoso. MATERIAL E MÉTODOS Os autores descrevem um caso clinico de uma doente de 78 anos com história de hematúria macroscópica, submetida a duas ressecções transuretrais e cuja histopatologia revelou um carcinoma urotelial infiltrante de alto grau de malignidade da bexiga, associado a cistite crónica com hiperplasia reactiva do urotélio e focos de papiloma urotelial invertido – pT2 Nx Mx. Na sequência, a doente realizou radioterapia de intuito curativo com uma dose total de 66.6Gy/37F/7,5S (1ªfase - 50,4Gy/28F/5,5S dirigida à bexiga e margem; 2ªfase – BOOST com 16,2Gy/9F/2S). RESULTADOS; DISCUSSÃO Durante o tratamento verificou-se toxicidade aguda ligeira, nomeadamente, radiodermite na região pélvica e disúria. Após 5 anos do final do tratamento a doente apresentou remissão completa da doença. CONCLUSÕES No idoso, apesar do tratamento electivo desta patologia não consistir na radioterapia radical esta acaba por ser uma opção terapêutica válida, podendo verificar-se um eventual aumento da sobrevivência global destes doentes. PO.M028 - RADIOTERAPIA ADJUVANTE NO HEMAGIOPERICITOMA INTRACRANIANO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO Pedro Fernandes(1);Carolina Carvalho(2);Maria Corbal(3);Ana Cleto(1);Paula Soares(1) (1) Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Serviço de Radioterapia (2) CHUC (3) Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE INTRODUÇÃO O hemangiopericitoma intracraniano é um tumor vascular pouco comum que se origina nas células mesenquimatosas, mais especificamente nos pericitos de Zimmerman. Apresenta-se como uma massa sólida de localização meníngea (dura-mater) com elevada vascularização e celularidade. Constituem menos de 1% dos tumores intracranianos e tendem a ocorrer, em média, aos 43 anos sendo mais frequentes nos homens (ratio homem/mulher: 1.4/1). Os sintomas mais frequentes são as cefaleias, vómitos, convulsões e deficits neurológicos focais. O tratamento de eleição consiste na remoção completa da lesão tumoral seguida de radioterapia adjuvante pós-operatória. A recorrência local é elevada neste tipo de tumores e a metastização à distância aumenta ao longo do tempo sendo de 64% aos 15 anos após tratamento primário. A sobrevivência global destes pacientes encontra-se entre os 7 e os 12 anos. OBJECTIVOS Demonstrar a importância e benefício da radioterapia adjuvante no tratamento de hemangiopericitoma intracraniano. MATERIAL E MÉTODOS Os autores descrevem um caso clinico de doente com hemangiopericitoma intracraniano submetido a craniotomia da fossa posterior e remoção subtotal da lesão, cuja histologia mostrou neoplasia fusocelular com abundante colagenização e perfil imunohistoquimico compatível com hemangiopericitoma, classificado em Grau IIa na Classificação de Sainte-Anne. Sequencialmente, realizou radioterapia adjuvante com uma dose total de 60Gy/30F/6S sobre a lesão tumoral. RESULTADOS; DISCUSSÃO A doente cumpriu o esquema de radioterapia proposto, sem intercorrências relevantes. CONCLUSÕES De acordo com a literatura, os autores concluem que a diminuição das recorrências locais e o aumento da sobrevivência global resultam da associação da remoção cirúrgica com a radioterapia adjuvante. Apesar de tudo, não existe uma estratégia terapêutica standard uma vez que os estudos existentes são escassos e como tal não existem recomendações internacionais para o tratamento do Hemangiopericitoma Intracraniano. PO.M030 - Metastização bilateral das supra-renais por carcinoma pleomórfico do pulmão Andreia Capela(1);Sara Meireles(2);Ana Catarina Fernandes(1);Manuel Vaz(1);Adriana Magalhães(1);Margarida Damasceno(1) (1) Hospital de São João (2) Centro Hospitalar S. João-Porto Os carcinomas sarcomatóides do pulmão são neoplasias malignas que representam cerca de 1% de todos os tumores não pequenas células do pulmão. Clinicamente são considerados como tumores de mau prognóstico com baixa sensibilidade à quimioterapia. A remoção cirúrgica completa é a abordagem curativa. Algumas séries sugerem que a utilização de quimioterapia adjuvante nos estádios IIb-IIIa está associada a maior sobrevivência livre de doença. Apresenta-se o caso de um doente do sexo masculino, fumador (46UMA), que aos 50 anos de idade foi referenciado à consulta de Pneumologia, para investigação de um nódulo pulmonar para-hilar direito detetado em radiografia de tórax. Do estudo efetuado, a TC-Torácica mostrou tratar-se de um nódulo de 15mm, foco único em PET-TC, e cuja biópsia aspirativa revelou carcinoma de grandes células. Foi proposto para cirurgia, tendo realizado lobectomia superior direita. Macroscopicamente tratava-se de uma lesão friável, esbranquiçada heterogénea com áreas de necrose e hemorragia, com 4,3x3,5x3,5cm. Histologicamente observava-se carcinoma sarcomatóde, variante pleomórfica, pT2aN0R0 (estádio IB). O doente efetuou 4 ciclos de carboplatino e vinorrelbina, com intuito adjuvante. Três meses após terminar quimioterapia, a TC mostrava volumosa massa supra-renal esquerda com 14x11cm e massa supra-renal direita com 4,2cm. Efetuou nova PET-TC que mostrava hipermetabolismo na dependência de ambas as supra-renais. Foi submetido a exérese cirúrgica das supra-renais e o exame histológico revelou metastização de tumor pleomórfico do pulmão. Aos seis meses de seguimento o doente apresenta-se assintomático, com bom estado geral e imagiologicamente sem lesões de novo. A abordagem cirúrgica da doença inicial é a opção curativa. No entanto estas neoplasias têm habitualmente um comportamento agressivo com metastização precoce, frequentemente em localizações atípicas. A remoção cirúrgica de lesões metastáticas únicas poderá ser uma opção terapêutica, contribuindo para aumento da sobrevivência do doente. PO.M031 - EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO COM IPILIMUMAB EM CINCO DOENTES COM MELANOMA MALIGNO METASTÁTICO: RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE USO COMPASSIVO João Mouta(1);Emanuel Gouveia(1);Mónica Sousa(2);Sofia Cid Torres(2);Maria José Passos(1) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa de Francisco Gentil INTRODUÇÃO A incidência e mortalidade por Melanoma Maligno (MM) têm aumentado. No Melanoma Maligno Metastático (MMM) poucas terapêuticas são úteis. Em 2010 foi publicado um ensaio fase III com Ipilimumab, um anticorpo monoclonal anti-Cytotoxic T-Lymphocyte-associated antigen 4 (CTLA4), que mostrou prolongamento da sobrevida global (OS) e tendência para aumento da sobrevida livre de progressão (PFS) no MMM. METODOLOGIA Revisão retrospectiva dos registos clínicos dos doentes incluídos no Programa de Expanded Access com Ipilimumab no Instituto Português de Oncologia de Lisboa. SÉRIE DE CASOS Entre Março de 2011 e Maio de 2012 foram incluídos cinco doentes no programa de uso compassivo. Todos tinham inicialmente MM estadios II ou III. Na altura da inclusão todos tinham doença metastática e haviam progredido após tratamento de primeira linha com dacarbazina. A idade média ao diagnóstico de MM era 53,2 anos. 60% eram do sexo masculino. Todos excepto 1 doente (que faleceu entre o primeiro e o segundo ciclos por sepsis de ponto de partida respiratório, não relacionada com tratamento) receberam quatro ciclos de Ipilimumab. Estes 4 doentes atingiram doença estável, cuja duração média foi de 9,25 meses (PFS min. 4, max. 20 meses). A OS média foi de 15,5 meses (min. 11, max. 20 meses). Dos 4 doentes que terminaram o tratamento, 3 estão vivos e 1 faleceu por progressão da doença. Não se observou toxicidade graus 3 ou 4 durante o tratamento. CONCLUSÕES Apesar do pequeno número de casos, o Ipilimumab parece ser uma ferramenta clínica útil que pode transformar a história natural do MMM. Apesar de não se terem alcançado respostas objectivas, todos os doentes que completaram tratamento alcançaram e mantiveram estabilização da doença durante vários meses, o que pode ter-se traduzido em ganho de sobrevida. A toxicidade foi ligeira e manejável, sem eventos graus 3 ou 4. PO.M032 - UM CASO RARO DE ADENOCARCINOMA METASTÁTICO COM ORIGEM EM DOENÇA DE PAGET DO PÉNIS APÓS 9 AN0S DE REMISSÃO COMPLETA: CASO CLÍNICO E REVISÃO DA LITERATURA João Mouta(1);Emanuel Gouveia(1);Maria Gomes da Silva(2);Joaninha Costa Rosa(2);António Guimarães(2) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa de Francisco Gentil INTRODUÇÃO A Doença de Paget Extramamária (DPEM) é uma neoplasia cutânea rara (6,5% dos casos de Doença de Paget), estando descritas poucas centenas de casos. A vulva é o local mais frequentemente afectado. Caracteriza-se pela proliferação intraepitelial de células de adenocarcinoma, podendo ser primária (originando-se nas glândulas apócrinas) ou secundária (em relação com neoplasia distante). O tratamento é principalmente cirúrgico e o prognóstico habitualmente bom, com recidivas locais frequentes mas baixa mortalidade. METODOLOGIA Revisão retrospectiva do registo clínico. Pesquisa no motor de busca PubMed com os termos “Paget’s Disease”, “Extramammary”, “Penis” e revisão manual dos resultados da pesquisa. CASO CLÍNICO Doente do sexo masculino, 83 anos. Nove anos antes da apresentação fez excisão de lesão violácea do prepúcio, pruriginosa, sangrante, com dois anos de evolução. Diagnóstico histológico de adenocarcinoma intraepitelial pagetóide, com focos invasivos, sem invasões linfáticas ou perineurais, compatível com DPEM (incompletamente excisada). Foi reoperado e foram feitas biópsias das adenopatias inguinais, que foram negativas. O estudo de neoplasia oculta foi negativo. Ficou em seguimento e remissão completa local. Dois anos antes da apresentação, teve um diagnóstico de Linfoma Folicular de baixo grau, para o qual fez tratamento com quimioterapia, ficando em remissão. Seis meses antes da apresentação iniciou queixas de lombalgia intensa. A investigação revelou extensa metastização óssea e ganglionar. As biópsias ganglionares inguinais e óssea revelaram infiltração por adenocarcinoma, com morfologia e fenótipo compatíveis com metástases de DPEM. Recebeu radioterapia paliativa antiálgica com bom controlo sintomático, encontrando-se em seguimento com doença em progressão lenta. CONCLUSÕES Apresentamos um caso raro de adenocarcinoma metastático com origem em DPEM do pénis. A recidiva é habitualmente local mas pode ser distante. A doença parece ser de evolução lenta, pelo que o seguimento destes doentes deve ser prolongado. Não há consenso quanto ao tratamento ideal, em especial da doença metastática. PO.M033 - CASUÍSTICA E MOVIMENTO ASSISTENCIAL DE UMA EQUIPA DEDICADA A TUMORES DA CABEÇA E PESCOÇO NUMA ENFERMARIA DE ONCOLOGIA MÉDICA: EXPERIÊNCIA DE UM ANO João Mouta Lopes(1);Mafalda Carneiro(2);Diogo Costa(3);Emanuel Gouveia(4);Isália Miguel(1);Patricia Winckler(5);Isabel Sargento(5);Margarida Ferreira(1);António Moreira(5) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa de Francisco Gentil (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (4) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (5) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO Os tumores da cabeça e pescoço (TCP) são a sexta neoplasia mais frequente no mundo. A maioria são carcinomas pavimentocelulares (CPC) e apresentam-se em estadios avançados. A abordagem dos TCP é desafiante e exige uma equipa multidisciplinar dedicada. Em 2011 foi criada no IPO Lisboa uma equipa dedicada ao tratamento dos TCP (ETCP), constituída por duas médicas, uma enfermeira, uma técnica administrativa, uma assistente social e uma nutricionista. Apresentamos a casuística de um ano da equipa de TCP na enfermaria de Oncologia Médica. METODOLOGIA Extraíram-se do programa Hosix os doentes internados no Serviço de Oncologia Médica com alta entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2012. Foram revistos os processos, seleccionados os doentes com TCP e recolhidos dados individuais. Foram calculados os parâmetros assistenciais com base nas fórmulas constantes do Portal de Codificação dos Grupos de Diagnóstico Homogéneos da ACSS. O tratamento estatístico foi feito com o programa Microsoft Excel 14.3.2. RESULTADOS Em 2012 a ETCP foi responsável por 848 internamentos (29,1% do total), correspondentes a 349 doentes (90,5% homens). A maioria (81,1%) foram electivos. A demora média foi de 4,9 dias, a taxa de reinternamento de 3,2% e a taxa de mortalidade de 7,2%. A idade dos doentes variou entre 17 e 83 anos, e 69,9% tinha entre 45 e 64 anos. Os tumores mais frequentes foram da laringe (21,2%), orofaringe (20,3%) e cavidade oral (16,6%). Uma minoria dos doentes (29%) tinha doença metastática, mas essa percentagem aumentava nos internamentos urgentes (53,1%) e nos doentes falecidos (77,1%). As comorbilidades mais frequentes eram o tabagismo e abuso/dependência de álcool. CONCLUSÕES No nosso serviço os doentes com TCP têm um peso importante. Uma parte significativa dos internamentos são electivos. O seu tratamento é desafiante e exige uma equipa multidisciplinar especializada e dedicada em centros de referência. PO.M034 - RECIDIVA PLATINORREFRACTÁRIA À DISTÂNCIA DE TUMOR SEROSO BORDERLINE DO OVÁRIO APÓS DOZE ANOS DE INTERVALO LIVRE DE DOENÇA: CASO CLÍNICO E REVISÃO DA LITERATURA João Mouta(1);Ana Félix(2);Diogo Costa(3);Patricia Winckler(4);Isabel Sargento(4) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa de Francisco Gentil (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (4) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO Os tumores borderline do ovário são neoplasias malignas pouco frequentes e com excelente prognóstico. São uma doença clínica, genética e biologicamente heterogénea, cuja compreensão teve grande desenvolvimento na última década mas permanece incompleta. Na doença avançada as recidivas são possíveis e por vezes tardias. A relação entre intervalo livre de doença e sensibilidade à platina não é conhecida. MATERIAL E MÉTODOS Revisão retrospectiva do registo clínico. Pesquisa no motor de busca PubMed com os termos “Borderline Serous Ovarian Tumor”, “Ovarian Cancer”, “Advanced”, “Long survival”, “Long Progression-free survival”, “Biomarkers” e revisão manual dos resultados da pesquisa. CASO CLÍNICO Doente do sexo feminino, 45 anos, fumadora. História pessoal de tumor seroso borderline bilateral do ovário, submetido a histerectomia, anexectomia bilateral e estadiamento cirúrgico completo, estadio IIIC FIGO (gânglios positivos) doze anos antes (2000). Fez na altura quimioterapia adjuvante (6 ciclos Carboplatina/Paclitaxel), tendo estado sem evidência de recidiva clínica ou bioquímica durante 5 anos, e posteriormente abandonado o seguimento. Em Agosto de 2012 iniciou quadro de cansaço e dispneia de esforço, tendo a investigação revelado tumor pulmonar hilar direito, múltiplos nódulos bilaterais compatíveis com metástases, adenomegálias mediastínicas e derrame pleural. A biópsia endobrônquica demonstrou tratarem-se de metástases de adenocarcinoma com padrão morfológico e imunohistotoquímica compatível com origem ovárica. Iniciou quimioterapia de segunda linha (Carboplatina/Paclitaxel), sem resposta, com progressão sob tratamento, complicada por hipersensibilidade grave. Actualmente sob doxorrubicina lipossómica peguilada, sem avaliação de resposta. CONCLUSÕES O comportamento biológico e clínico dos tumores borderline do ovário permanece de difícil previsão. Têm habitualmente bom prognóstico mas um seguimento longo é aconselhável nos casos de alto risco, já que as recidivas são raras mas habitualmente tardias. Podem simular um segundo tumor primário e exigem confirmação histológica. Não há consenso sobre o tratamento dos estadios avançados ou das recidivas, que podem ser platinorresistentes. PO.M035 - TITULO: EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS DE BRAQUITERAPIA PROSTÁTICA COM SEMENTES DE IODO125 NO SERVIÇO DE RADIOTERAPIA DO IPOCFG EPE. Tânia Quinás Serra(1);Domingos Roda(1);Rui Vale Marques(1);Sara Gonçalves(1);Mónica Henriques(1);Gilberto Melo(1) (1) Serviço radioterapia- IPOCFG, E.P.E. INTRODUÇÃO: A braquiterapia prostática de baixa taxa de dose é uma técnica realizada no Serviço de Radioterapia do IPOCFG EPE desde 2004. Consiste na implantação de sementes iodo125 na próstata guiada por ecografia transrectal. OBJECTIVOS: Estudo retrospectivo da população submetida braquiterapia prostática com implante de sementes de Iodo125 no Serviço de Radioterapia do IPOCFG EPE entre 2004 e 2008 e obter uma visão global quanto ao tratamento e follow-up realizado. MATERIAL E MÉTODOS: Recolha e tratamento estatístico de dados do processo clínico dos doentes submetidos a braquiterapia prostática entre 2004 e 2008 (n=77). RESULTADOS: A população em estudo apresenta idade média ao tratamento 67,84 anos; valor médio de PSA ao diagnóstico 7,34 ng/ml; classificação de Gleason mais prevalente 3+3 (66,2%); 81,8% realizaram hormonoterapia pré-tratamento; PSA pré-tratamento médio 2,33 ng/ml; volume prostático médio 30,92cc; tempo médio de follow-up 66,39 meses; primeiro follow-up pós-tratamento realizado aos 3,25 meses; valor médio de PSA mínimo pós-tratamento 0,36ng/ml com tempo médio de 31,52 meses; 16,9% dos doentes apresentaram subida de PSA com tempo médio de 39,54 meses. DISCUSSÃO: A idade ao diagnóstico não se encontra relacionada com a classificação de Gleason (p=0,189) ou com o valor de PSA ao diagnóstico (p=0,084). A realização de terapêutica hormonal relaciona-se com o volume prostático (p=0,04) e com o valor PSA pré-tratamento (p<0,001), mas não se relaciona com o grau de Gleason (p=0,132), nem com o valor PSA ao diagnóstico. O número de sementes utilizado na braquiterapia prostática relaciona-se com o volume prostático (p=0,002). CONCLUSÕES: O cancro da próstata é uma neoplasia com grande incidência. Para estadios iniciais, a braquiterapia com sementes de iodo125 surge como opção segura, permitindo boa qualidade de vida, elevada taxa de cura e escassos efeitos secundários. Este estudo retrospectivo descritivo permite inferir sobre o prognóstico destes doentes e adequar os cuidados de vigilância pós-tratamento. PO.M037 - INFLAMAÇÃO, ESTADO NUTRICIONAL E MORTALIDADE DOS DOENTES COM CANCRO DE PULMÃO Elsa Madureira(1);Sandra Silva(2);Luciana Teixeira(2);Filipa Ribeiro(2);Bruno MPM Oliveira(2);Flora Correia(3);Margarida Damasceno(2) (1) Serviço oncologia médica centro hospitalar são joão (2) Centro Hospitalar São João - Porto (3) Serviço de Oncologia Médica - Hospital de São João INTRODUÇÃO Na Europa, o cancro do pulmão é a causa de morte oncológica mais comum nos homens e a segunda nas mulheres. A resposta inflamatória sistémica assim como o estado nutricional destes doentes têm sido considerados determinantes na evolução da doença e têm sido reconhecidos como valor de prognóstico e como fatores de decisão terapêutica. OBJECTIVOS Determinar a associação entre a inflamação e o estado nutricional, sobrevida e mortalidade dos doentes com cancro de pulmão. MATERIAL E MÉTODOS Participaram os doentes com cancro do pulmão, adultos, admitidos na consulta de Nutrição-Oncologia do Centro Hospitalar de São João, entre janeiro de 2007 e março de 2013. O estado nutricional foi determinado através da Patient Generated Subjective Global Assessment – scored (PG-SGA) e o estado de inflamação determinado através do Índice de Prognóstico de Glasgow (GPS), em que são utilizados os valores da albumina e da proteína C reativa (PCR). RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram avaliados 99 doentes, com uma média de idades de 64,9±10,4 anos, com IMC 25,5±4,5, dos quais 81,9% eram homens. Da amostra, 57,6% apresentava-se bem nutrida e 13,1% com desnutrição severa. Relativamente ao GPS, a maioria encontrava-se classificada com 1 (58,6%) e 13,1% com 2. Quanto ao estádio, apenas 15,2% dos doentes eram cirúrgicos. Faleceram até à conclusão do estudo 44,4%, sendo a sobrevida média de 7±3,5 meses. Encontramos correlação positiva entre o estado de inflamação avaliado pelo GPS e o estado nutricional (ρ=0,383; p=0,000), bem como com a mortalidade (p=0,002) e correlação negativa com a sobrevida, embora sem significado estatístico. Não encontramos associação entre o GPS e o sexo, o estádio (cirúrgico ou não) e a idade. CONCLUSÕES O GPS relaciona-se com o estado nutricional e com a mortalidade destes doentes pelo que, sendo de fácil obtenção, poderá ser usado regularmente como indicativo quer do estado nutricional quer do prognóstico de evolução da doença. PO.M038 - AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM DOENTES ONCOLÓGICOS Vera Costa(1);Graça Raimundo(1);Lino Mendes(2) (1) Hospital do Espírito Santo de Évora EPE (2) Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa INTRODUÇÃO A doença oncológica está frequentemente associada ao declínio do estado nutricional, sendo esta uma condição resultante de um processo multifactorial, que por sua vez contribui para o aumento da morbilidade e mortalidade. OBJECTIVOS Determinar a prevalência de malnutrição em doentes oncológicos e avaliar a influência da localização da neoplasia e respetivo estadio, idade e número de sintomas no estado nutricional. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo descritivo, transversal e exploratório, em 80 indivíduos em tratamento de Quimioterapia e/ou Radioterapia no Hospital do Espírito Santo de Évora, aos quais foi aplicado o questionário Patient Generated Subjective Global Assessment (PG-SGA). RESULTADOS; DISCUSSÃO A malnutrição foi detectada em 45% dos indivíduos em estudo, o que se apresenta de acordo com alguns resultados publicados. Através da análise da amostra, verificou-se associação entre a localização da neoplasia e o estado nutricional (p=0,003), com maior prevalência da deterioração deste estado nos indivíduos com neoplasias do trato gastrointestinal, cabeça e pescoço e pulmão, tal como tem vindo a ser referido na literatura. Também o estadio da neoplasia mostrou estar associado ao estado nutricional (p<0,001). Relacionando o número de sintomas e o estado nutricional, obteve-se que todos os indivíduos sem sintomas ou apenas 1 estavam bem nutridos (p<0,001) e 90,9% dos indivíduos com 5 ou mais sintomas encontravam-se malnutridos (p<0,001). Na relação estabelecida entre a idade e o estado nutricional, os resultados não se mostraram significativos, no entanto este facto poderá estar relacionado com a metodologia utilizada. CONCLUSÕES A localização de algumas neoplasias, o estadio da doença oncológica e o número de sintomas de impacto nutricional exerceram influência na determinação do estado nutricional. Torna-se assim necessário fazer uma maior monitorização e intervenção dos grupos com maior susceptibilidade à deterioração do estado nutricional, de forma a prevenir complicações associadas a esta condição. PO.M039 - ACONSELHAMENTO GENÉTICO NÃO PRESENCIAL Mafalda Carneiro(1);Carla Simoes(2);Ana Opinião(3);Ana Luís(4);Jorge Câmara(5);Rosário Vidal(6);Joana Parreira(3);Paula Rodrigues(3);Sofia Fragoso(3);Patrícia Machado(3);Sidónia Santos(3);Fátima Vaz(7) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE (2) IPOLFG, EPE (3) IPOLFG (4) IPO Lisboa (5) Hospital da Horta (6) Hospital do Divino Espírito Santo (7) Serviço de Oncologia, IPO Lisboa INTRODUÇÃO O rastreio genético BRCA1/2 é recomendado quando existe suspeita de síndrome hereditária de cancro da mama/ovário. Existem algumas barreiras que dificultam o acesso dos utentes às consultas de aconselhamento genético: número reduzido de serviços e profissionais de saúde especializados, horários de consulta, aumento da procura e limitações geográficas. Estas dificuldades levaram à necessidade de procurar outras formas de comunicação para além da presencial. Foram publicados alguns estudos onde o aconselhamento genético foi feito telefonicamente com resultados satisfatórios. OBJECTIVOS Revisão dos casos individuais em que foi necessário recorrer, durante o processo de aconselhamento pré e pos-teste, a aconselhamento não presencial,na Consulta de Risco Familiar de cancro da Mama do IPOLFG, EPE. MÉTODOS E RESULTADOS Foram aconselhados 2 homens e 5 mulheres com idades entre os 41 e os 63 anos identificados no pedigree familiar (6) ou referenciados pelo Médico Assistente (1). Destes, apenas 1 recebeu aconselhamento telefónico pré e pós-teste, 1 recebeu aconselhamento telefónico pré-teste e 5 aconselhamento telefónico pós-teste. Dois foram identificados como portadores de mutação no gene BRCA2, 1 foi negativo para a mutação familiar BRCA1, 1 negativo para a mutação familiar BRCA2, em 2 o resultado foi indeterminado e 1 aguarda resultado do teste genético. Quatro pessoas tinham diagnóstico prévio de carcinoma da mama ou ovário e 2 não eram afectados. Ambos os utentes saudáveis apresentaram teste genético negativo. Todos os aconselhamentos telefónicos foram motivados pela limitação geográfica. Nos casos positivos, os utentes serão contactados um mês após o resultado do teste e, a partir de tabela pré-validada, para avaliação do distress. CONCLUSÃO O aconselhamento genético telefónico é uma opção a considerar nos casos em que todo o processo pré e pós-teste não pode decorrer forma presencial. Embora exista literatura sobre a validade deste procedimento, apenas o utilizamos quando a consulta presencial não é possível. PO.M040 - Utilização de Sunitinib no tratamento de Carcinoma de Células Renais metastático – revisão retrospectiva Mafalda Carneiro(1);Vasco Fonseca(2);Teresa Alexandre(2);António Marques(2);António Moreira(2) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE (2) IPOLFG INTRODUÇÃO: O Carcinoma de Células Renais (CCR) é o tumor maligno do rim mais comum, sendo resistente à Quimioterapia. Cerca de 30% dos doentes apresentam doença metastática à data do diagnóstico. As terapêuticas com citocinas eram standard of care nos casos de doença metastática mas beneficiavam, apenas, um pequeno número de doentes (sobrevivência global: 10 meses). Os inibidores dos receptores das tirosinas cinases modificaram o prognóstico dos doentes. MÉTODOS: Análise retrospectiva e caracterização dos doentes com CCR metastático tratados com Sunitinib (1ª linha) entre Abril 2006 e Dezembro de 2010. A sobrevivência global e a sobrevivência livre de progressão foram estimadas através do método de Kaplan-Meier. RESULTADOS: Foram avaliados 40 doentes (62,5% do sexo masculino); a idade mediana foi de 57 anos (30-85). 90% apresentavam CCR de células claras; 10 doentes tinham doença metastática à data do diagnóstico; 12 doentes não foram submetidos a nefrectomia antes do tratamento sistémico; 2 doentes foram classificados (segundo o score de Motzer) no grupo de prognóstico favorável, 29 doentes no grupo de prognóstico intermédio e 9 doentes no grupo de mau prongnóstico; 10 doentes fizeram terapêutica de segunda linha (Sorafenib – 9; Everolimus - 1). O follow-up mediano foi de 16.7 meses. 7 doentes estavam vivos à data da análise e 4 mantinham terapêutica com Sunitinib. O método de Kaplan-Meier estimou uma progressão livre de doença aos 12 e aos 36 meses de 37% e 6% respectivamente e uma sobrevivência global aos 12 e 36 meses de 58% e 30%. CONCLUSÃO: Os doentes tratados com Sunitinib tiveram sobrevivência global superior à descrita na literatura dos doentes tratados com citocinas . Mais de 50% dos doentes estavam vivos após 12 meses. As terapêuticas alvo tornaram-se uma nova esperança para dos doentes com CCR metastático PO.M041 - HORMONOTERAPIA COMO ALTERNATIVA NO TRATAMENTO DA RECORRÊNCIA DO CANCRO DO OVÁRIO: 31 MESES SEM PROGRESSÃO DA DOENÇA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Joana da Silva(1), Miguel Henriques Abreu(1), Michael Luis(1), João Cruz(1), Maria Rosário Couto (1), Paulo Ribas (1), Deolinda Pereira(1)) (1) IPO Porto INTRODUÇÃO O tratamento standard do carcinoma do ovário (CO) consiste na cirurgia citorredutora, seguida de quimioterapia à base de platinos. A remissão é completa na maioria das doentes, mas a recidiva ocorre em mais de 50% dos casos. A terapêutica da recorrência baseia-se na sensibilidade e toxicidade prévia aos platinos, performance status e comorbilidades. As principais vantagens da hormonoterapia são a baixa toxicidade e a comodidade de administração, sendo uma opção atrativa nas idosas e nas doentes em que a quimioterapia está contra-indicada. OBJETIVOS Apresentação do caso clínico de uma doente com resposta completa e prolongada ao acetato de megestrol, após recorrência do CO. MATERIAIS E MÉTODOS Consulta do processo clínico RESULTADOS Doente do sexo feminino, 81 anos, submetida a histerectomia total, anexectomia bilateral, omentectomia, exérese de implante peritoneal e de nódulo paracólico e lavado peritoneal em 07/2009. Sem linfadenectomia. Histologia:adenocarcinoma pouco diferenciado com áreas de células claras do ovário, bilateral. Citologia peritoneal negativa para células malignas. Estadio Ib (FIGO). Submetida a quimioterapia adjuvante com carboplatina e paclitaxel (6 ciclos) até 12/2009, com náuseas grau 1, parestesias e alopecia grau 2. Em 07/2010, por elevação de CA125 (38 UI/ml), realizou uma tomografia computadorizada (TC), apresentando múltiplos implantes peritoneais no flanco direito (maiores com 2cm) e adenopatia pericardiofrénica (0,9cm). A doente recusou quimioterapia paliativa, iniciando hormonoterapia com acetato de megestrol, com resposta completa aos 6 meses. Mantém-se sem evidência de doença há 25 meses. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES O tratamento da doença recidivante baseia-se na sensibilidade aos platinos. Apenas cerca de 10% tem beneficio clinico com a hormonoterapia. A maioria dos estudos não apresenta uma resposta objetiva a este tipo de terapêutica. Todavia, observa-se estabilização da doença numa percentagem razoável de casos. A hormonoterapia parece ter alguma atividade nas doentes com sensibilidade endócrina, considerando-se a sua utilização em doentes idosas que não toleram ou recusam quimioterapia. PO.M042 - Sarcoma de Kaposi - A Nossa Experiência Mariana Fernandes(1);Fábio Lopes(2);Ana Cláudia Monteiro(1) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca Introdução: O Sarcoma de Kaposi (SK) é uma doença multifocal angioproliferativa do endotélio vascular. Estão descritas quatro variantes clínicas. O SK associado ao VIH é a variante mais comum e uma mais agressivas da doença. O tratamento com antraciclinas lipossómicas constitui a primeira linha terapêutica para doença avançada. Objectivos: Caracterizar a amostra de doentes com SK; Avaliar as características do tumor, orientação terapêutica, taxa de recidiva e dados de mortalidade. Material e Métodos: Estudo retrospectivo de todos os doentes encaminhados para a Oncologia do Hospital Dr Fernando Fonseca, com diagnóstico histológico de SK. Resultados: Reportamos 42 casos de SK entre Outubro de 2003 e Março de 2013. A maioria dos doentes eram do sexo masculino(63.5%),a idade mediana foi de 39 anos, 92.7% eram doentes VIH e 65.9% eram de raça negra. Nos doentes VIH+, 57.9% tinham doença de alto risco e 39.5% já tinham sido submetidos a TAAR prévia. Cerca de 64% dos doentes apresentavam doença visceral. A maioria foi submetida a quimioterapia. O regime com doxorrubicina lipossómica peguilada (DLP)foi escolhido como 1ªlinha para todos os doentes. O número médio de ciclos de DLP foi de 12. Em cerca de 10% dos doentes ocorreu recidiva da doença, tendo estes recebido paclitaxel semanal como esquema de 2ª linha. Foram documentados 11 óbitos e cerca de metade dos quais associados a progressão do SK. Discussão e Conclusões: O grupo em estudo reflecte a variante clínica de SK associado ao VIH (92.7% pacientes VIH +). A maioria dos doentes tinha doença agressiva, com envolvimento visceral e indicação para quimioterapia sistêmica. A DLP foi usada em primeira linha, e a taxa de recidiva parece ser baixa. O prognóstico dos doentes com SK associado ao VIH tem vindo a melhorar com o uso da TAAR em associação com quimioterapia, embora ainda constitua uma importante causa de morbilidade e mortalidade. PO.M045 - GIST Gástrico - um caso clínico ana cruz(1);Andre Mateus(2);Diogo Sousa(2);Diogo Marinho(3);Andreia Ferreira(3);Manuel Colaço(2);Sérgio Barroso(4);José Augusto Martins(3) (1) Hospital do Litoral Alentejano (2) Hospital Litoral Alentejano (3) ULSLA - Serviço de Cirurgia (4) Hospital Dia-ULSLA INTRODUÇÃO Os tumores do estroma gastro-intestinal (GIST), são neoplasias raras, sendo responsáveis por 0,2% das neoplasias gastrointestinais. Por terem geralmente um crescimento intramural, são assintomaticas até atingirem grandes dimensões. OBJECTIVOS MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS; DISCUSSÃO Apresentamos um caso clínico de um doente do sexo masculino de 51 anos de idade que por um quadro de astenia, anorexia e sensação de enfartamento realizou ecografia abdominal complementada por TAC. Os exames imagiológicos revelaram volumosa massa de centro necrótico de 15x14 cm que contactava com o estômago, baço e pólo superior do rim esquerdo. Apresentava também lesões hepáticas sugestivas de lesões secundárias. Realizou endoscopia digestiva alta com biópsia que revelou tratar se de provável GIST. Foi submetido em Fevereiro 2013 a gastrectomia total radical, esplenectomia e pancreatectomia corpocaudal e exérese de lesões hepáticas. A avaliação histológica e imunohistoquímica da peça confirmou então tratar-se de GIST com 20 x 15 cm, com elevado índice mitótico, CD 117+, CD 34+, vimentina +, assim como fragmentos hepáticos infiltrados por neoplasia fusocelular idêntica à massa tumoral. CONCLUSÕES O aumento do número de casos de GIST descritos na literatura nos últimos anos, prende-se com o facto de até recentemente, alguns destes tumores serem erradamente diagnosticados como sarcomas. Esta distinção é fundamental, na medida em que com o advento do Imatinib no tratamento adjuvante dos GIST, o diagnóstico correcto altera o prognóstico. PO.M046 - A Pielonefrite Enfisematosa que escondia um tumor – a propósito de um caso clínico Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução A PE é uma pielonefrite necrotizante grave, potencialmente fatal, com uma apresentação clínica variável. É mais frequente em doentes diabéticos e em mulheres. É uma doença rara - existem cerca de 300 casos descritos na literatura, sendo a maioria casos clínicos isolados. Caso clínico Mulher de 72 anos, com rim único à direita, seguida por doença renal crónica diabética, já com retinopatia e hipertensão arterial, com antecedentes de cistoadenocarcinoma papilar bilateral, carcinoma ductal invasivo da mama direita, hipotiroidismo e acidente vascular cerebral em 2005. Recorreu ao Serviço de Urgência por oligúria, febre e mal estar, com quinze dias de evolução. Notava cansaço, mas encontrava-se hemodinamente estável. Analiticamente apresentava um SIRS exuberante. Referia episódio de pielonefrite aguda seis meses antes. Fez TC abdomino-pélvica, onde se identificava stent ureteral bem colocado, com imagens de múltiplos abcessos renais e ar intraparenquimatoso. Iniciou terapêutica com meropenem, sem resposta clínica e foi submetida a nefrectomia total. Durante o procedimento ocorreu uma ruptura longitudinal da veia cava inferior, que foi prontamente suturada. A restante cirurgia decorreu sem intercorrências. Apresentou boa evolução clínica e analítica no pós-operatório, com alta ao sexto dia pós-operatório, medicada com sulfametoxazol + trimetoprim, de acordo com hemocultura. A avaliação anatomo-patológica da peça identificou um carcinoma pavimento celular da pélvis renal, bem diferenciado, com difusa invasão do tecido adiposo perinéfrico, com infiltração da veia renal. Discussão Só com um maior nível de suspeita poderá ser feito um diagnóstico atempado, com maior potencial de actuação terapêutica. Ainda não está definida qual a melhor abordagem para a PE, que permanece uma doença ainda sem linhas de orientação consensuais definidas, e que está na maioria das vezes associada a um prognóstico sombrio. Só com um maior nível de suspeita poderá ser feito um diagnóstico atempado, com maior potencial de actuação terapêutica. PO.M047 - Cistectomia Radical – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2008 – 2012] Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução O carcinoma da bexiga divide-se fundamentalmente em superficial, que corresponde a 70% dos casos, e invasivo. Dos tumores superficiais, 10 a 20% evoluem para invasão da camada muscular. Os autores efectuaram a revisão clínica dos doentes submetidos a cistectomia no nosso hospital nos últimos 5 anos. Objectivos Caracterização epidemiológica retrospectiva dos doentes submetidos a cistectectomia radical no Serviço de Urologia do Hospital do Espírito Santo – Évora, entre Janeiro de 2008 e Dezembro de 2012. Material e Métodos Revisão sistemática dos processos clínicos dos doentes submetidos a cistectectomia radical. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística com o Excel®. Resultados Foram identificados 13 doentes, dos quais 92% eram homens. Em 92% dos casos a queixa inicial foi hematúria. Um dos doentes apenas referia LUTS. Em todos os homens foi feita cistoprostatectomia radical. Em todos os doentes foi feita linfadenectomia. A derivação urinária efectuada foi a ureteroileostomia cutânea tipo Bricker. O doente mais jovem tinha 63 anos e o mais velho 79, sendo a média de idade de 71 anos. Em 92% dos casos a cirurgia prévia tinha sido RTU-V. Um doente tinha sido submetido a RTU-P. Em relação à classificação anatomopatológica, em 77% foi identificado um carcinoma urotelial de alto grau, em 15% foi identificada cistite sem evidência de neoplasia e em 8% foi identificado um adenocarcinoma pouco diferenciado. Houve um caso (8%) de deiscência da sutura abdominal. Não houve mortalidade na nossa série. Discussão/Conclusão A cistectomia radical, que estatisticamente é a cirurgia com maior taxa de morbi-mortalidade na Urologia, pode ser executada com elevado grau de sucesso oncológico – nesta revisão não esteve associada a mortalidade. PO.M048 - Prostatectomia Radical – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2004 – 2012] Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução O adenocarcinoma da próstata é tumor maligno mais frequente nos homens ocidentais. Estima-se que na Europa a incidência seja de 650.000 casos/ano, sendo responsável por 11% das mortes por cancro. Em Portugal são diagnosticados por ano cerca de 4.000 novos casos, com uma mortalidade de aproximada de 1.200 casos/ano. Objectivos Caracterização epidemiológica retrospectiva dos doentes submetidos a prostatectomia radical no Serviço de Urologia do Hospital do Espírito Santo – Évora, entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2012. Material e Métodos Revisão sistemática dos processos clínicos dos doentes submetidos a prostatectomia radical. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística com o Excel®. Resultados Foram identificados 108 doentes. Em 98% casos foi feita prostatectomia radical retropúbica, em 1% casos foi utilizada uma abordagem laparoscópica extra-peritoneal e em 1% casos a abordagem foi perineal. O doente mais jovem tinha 48 anos e o mais velho 79, sendo a média de idade de 65 anos. O PSA total pré-cirurgia alternou entre 4,35 e 17,80, sendo a média de 7,41. O score Gleason da biópsia variou entre 3+3 e 5+4. Ocorreu invasão perineural em 27% de doentes, invasão vascular em 6% doentes e invasão das vesículas seminais em 14%. O score Gleason da peça operatória oscilou entre 2+3 e 5+4. Discussão/Conclusão A obtenção de resultados oncológicos satisfatórios após prostatectomia radical exige uma cuidada selecção de doentes. A prostatectomia radical, seja por abordagem retropúbica, perineal, laparoscópica ou robótica permanece como um procedimento curativo para o tratamento do adenocarcinoma. A cirurgia radical da próstata pode ser executada com elevado grau de sucesso oncológico – nesta revisão não esteve associada a mortalidade. PO.M049 - Neoplasia Bilateral Síncrona do Testículo – CASO CLÍNICO Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução A neoplasia de células germinativas do testículo é o tumor sólido maligno com maior incidência nos homens entre os 15 e os 35 anos. A maioria é unilateral, mas estes doentes têm um risco superior de desenvolver tumor no testículo contralateral (1 a 5%). Apesar da apresentação bilateral assíncrona ser mais frequente, existem casos descritos de tumores bilaterais síncronos, como o que apresentamos. Caso Clínico Jovem de 19 anos, estudante, com antecedentes familiares de carcinoma do pulmão e próstata, que notou aparecimento de um nódulo no testículo direito, com aumento progressivo do mesmo e aparecimento de dor. Na ecografia escrotal, identificava-se, à direita, um testículo heterogéneo, com calcificações no interior e, à esquerda, um testículo com um nódulo heterogéneo de 39 x 31 mm. Estes achados eram fortemente sugestivos de neoplasia testicular bilateral. Analiticamente, apresentava a-fetoproteína de 32 ng/mL e uma ß-HCG de 36 mUI/mL. Na TC toraco-abdomino-pélvica apresentava três opacidades pulmonares, com aproximadamente 3 mm, sugestivas de depósitos secundários, bem como múltiplas adenopatias na região lombo-aórtica, as maiores com 2 cm de diâmetro. Após criopreservação do esperma, foi feita orquidectomia radical bilateral com colocação de próteses. A avaliação anatomo-patológica identificou, à direita, um carcinoma embrionário, com invasões vasculares e infiltração do epidídimo (pT2) e, à esquerda, um teratoma trigerminal imanuturo com neoplasia germinal intratubular. Iniciou quimioterapia com BEP, tendo completado o quarto ciclo em Maio de 2011. Actualmente não tem evidência de recidiva. Discussão A apresentação bilateral síncrona é uma forma rara de apresentação de neoplasia do testículo. A orquidectomia radical mantém-se como o gold standard do tratamento cirúrgico. Contudo, em doentes seleccionados, pode-se optar por técnicas conservadoras de orgão. Pelo alto risco de recidiva, o follow-up deve ser mantido a longo prazo. PO.M050 - Tumor de células de Leydig – CASO CLÍNICO Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução Os tumores do testículo são uma patologia rara, sendo os mais frequentes os tumores germinativos representam 1% dos cancros no homem, mas são o tumor sólido mais frequente entre os 15 e os 35 anos. O tumor de células de Leydig do testículo é um tumor raro do intersticio testicular, que constitui aproximadamente 2% dos tumores do testículo. Caso clínico Homem de 47 anos, sem antecedentes patológicos prévios relevantes, recorre ao Serviço de Urgência por notar aumento indolor da bolsa escrotal direita, que interferia com as suas actividades diárias. Sem outras alterações, nomeadamente ginecomastia, menção da diminuição da líbido, disfunção eréctil ou infertilidade. Ao exame objectivo, era aparente uma bolsa escrotal direita aumentada, sob tensão, com transiluminação positiva, compatível com hidrocelo à direito. Na avaliação ecográfica, além do hidrocelo identificado clinicamente, identificava-se um nódulo heterogéno no testículo direito, sugestivo de lesão tumoral. Os valores da a-fetoproteína, da ß-HCG e da LDH eram normais. A TC toraco-abdomino-pélvica não mostrou imagens suspeitas de depósitos secundários. Foi submetido a orquidectomia radical à direita, com colocação de prótese testicular. A avaliação anatomo-patológica demonstrou um tumor de células de Leydig benigno, sem evidência de necrose nem figuras de mitose nos cortes histológicos observados. Discussão O tumor de células de Leydig é uma forma de apresentação rara (~2%) de neoplasia do testículo. Podem ser endocrinologicamente funcionantes, segregando esteróides ou estrogénios. Pode manifestar-se por puberdade precoce nas crianças. Nos adultos, a produção de androgénios raramente tem manifestações clínicas. A produção de estrogénios pode causar ginecomastia, diminuição da líbido, disfunção eréctil e infertilidade. A orquidectomia radical mantém-se como o gold standard do tratamento cirúrgico. O follow-up oncológico a longo prazo é fundamental em todos os casos. Actualmente o doente encontra-se bem. PO.M051 - Orquidectomia Radical Inguinal – Casuística do Hospital do Espírito Santo – Évora [2010 – 2012] Nuno Azevedo(1);Mariana Pinheiro(2);Eduardo Carrasquinho(3);Cardoso de Oliveira(3) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE (3) Hospital do Espírito Santo - Évora, Urologia Introdução Os tumores do testículo são uma patologia rara, sendo os mais frequentes os tumores germinativos (95%). Representam apenas 1% dos cancros no homem, mas são o tumor sólido mais frequente entre os 15 e os 35 anos. Apesar do aumento da incidência nos últimos anos, a mortalidade tem vindo a diminuir, graças ao diagnóstico mais precoce e aos novos esquemas terapêuticos. Objectivos Caracterização epidemiológica retrospectiva dos doentes submetidos a orquidectomia radical inguinal no Serviço de Urologia do Hospital do Espírito Santo – Évora, entre Janeiro de 2010 e Dezembro de 2012. Material e Métodos Revisão sistemática dos processos clínicos dos doentes submetidos a orquidectomia radical inguinal. Resultados Foram identificados quinze neoplasias do testículo em quatorze doentes. O doente mais jovem tinha 27 anos e o mais velho 77, sendo a idade média 39 anos. A queixa inicial foi de aumento do volume escrotal em 57%, dor escrotal em 38% e dor lombar em 7%. Aquando do diagnóstico, 14% dos doentes tinham aumento da a-fetoproteína, 29% tinham aumento da ßHCG e 50% tinham aumento da LDH. Em relação à caracterização patológica, 53% eram seminomas, 20% correspondiam a tumores mistos, 13% eram teratomas, 7% eram carcinomas de células embrionárias e 7% eram tumores de células de Leydig. Cinquenta e três porcento localizaram-se à direita e 47% localizaram-se no lado esquerdo. Num dos casos a apresentação foi bilateral e síncrona – teratoma e carcinoma de células embrionárias. Discussão/Conclusão Apesar de raros, os tumores do testículo devem ser considerados no diagnóstico diferencial dos doentes jovens com queixas testiculares. Um diagnóstico célere é fundamental para um tratamento atempado, com todos os benefícios prognósticos que daí advêm. O diagnóstico e a abordagem multidisciplinar podem ser cruciais para o sucesso terapêutico. O tratamento inicial é sempre a orquidectomia radical inguinal, excepto na apresentação rara de insuficiência respiratória por metastização pulmonar exuberante, em que é a quimioterapia. PO.M052 - CARTA DE CONDOLÊNCIAS Liliana Pilha(1);Maria João Varela(1);Carla Abelho(1);Cátia Bajuca(1);Salomé Barbas(1);Joaquina Rosado(1);Aida Cordero(1) (1) Hospital de Dia de Elvas - ULSNA INTRODUÇÃO Os Cuidados Paliativos têm como principal diretriz a promoção do bem-estar do doente e dos seus familiares na fase avançada ou no final da doença. O trabalho desenvolvido enquanto Equipa de Suporte de Cuidados Paliativos estende-se depois do falecimento do doente, abrangendo o acompanhamento no processo de luto dos familiares. No protocolo de intervenção no luto uma das etapas fundamentais após o falecimento do doente é o envio de uma Carta de Condolências para a família do doente falecido. OBJECTIVOS A Carta de Condolências tem intenção terapêutica e visa promover o processo de luto normal (como uma prova da realidade que facilita a adaptação à perda) e minimizar a possibilidade de aparecimento de luto complicado. Para os próprios profissionais, a carta, tem também finalidades benéficas, tais como: facilitar a resolução do luto; expressar a dedicação e esforço humano, físico e emocional; permitir a reflexão sobre o percurso feito na prestação de cuidados; estimular o seguimento de um modelo de atuação mais humanizado. MATERIAL E MÉTODOS Como as cartas estavam a perder o seu carater individual e caraterísticas personalizadas, foi necessário investir assim na sua reformulação. Além disso, considerámos interessante mostrar o nosso trabalho através do psoter, nomeadamente o último processo de revisão das mesmas. A metodologia utilizada consistiu na análise exploratória das cartas na equipa. RESULTADOS; DISCUSSÃO Espera-se que com a receção da carta se consiga alcançar as finalidades terapêuticas definidas junto dos familiares. Salienta-se que desde que a alteração das cartas entrou em vigor, há cerca de dois meses, obteve-se sempre respostas. CONCLUSÕES Ao existir um modelo definido para a Carta de Condolências verificou-se maior reconhecimento das suas funções e importância terapêutica. PO.M053 - Intervenção psiquiátrica em doentes hospitalizados no IPOLFG-EPE2006 vs 2011 Lúcia Monteiro(1);Andreia Ribeiro(2);Cristina do Vale(2) (1) instituto portugues de oncologia lisboa (2) IPO - Lisboa INTRODUÇÃO e OBJECTIVOS A Unidade de Psiquiatria do IPOLFG-EPE tem implementado um Programa de Psiquiatria de Ligação (PL) com o objectivo de melhorar a formação dos profissionais em Psico-Oncologia, o screening e a intervenção no distress e psicopatologia nos doentes oncológicos internados. Os autores compararam os dados da PL, em dois períodos de 12 meses, com intervalo de 4 anos, analisando a variação dos indicadores de qualidade, para validar o Programa. MATERIAL E MÉTODOS Comparámos os pedidos de referenciação à PL: 2006/2007 =249 doentes vs. 2010/2011=446 doentes. Obtivemos os dados socio-demográficos, oncológicos e psiquiátricos através do processo clínico, registos informáticos dos doentes e da PL. O diagnóstico psiquiátrico baseou-se na entrevista clínica não estruturada e nos critérios DSM-IV-TR/ ICD-10. Os métodos de análise incluíram estatística descritiva e correlação das variáveis. RESULTADOS As variáveis: epidemiológicas, intervalo de tempo entre o pedido de referenciação e a observação psiquiátrica, tratamento e follow-up, não demonstraram variação significativa. Em 4 anos, a taxa de referenciação anual para PL cresceu de 2,5% para 4%. Em 2006/07 a intervenção psiquiátrica incidiu essencialmente em enfermarias “médicas” (72%). Em 2010/11 a proporção entre Serviços “médicos” vs “cirúrgicos” equilibrou (57 vs 43%). Os diagnósticos psiquiátricos prevalentes variaram significativamente (2006/07 vs. 2010/11) – Perturbações de Adaptação: 32 vs. 51%; Perturbações do Humor: 32 vs. 13%. CONCLUSÕES Entre 2006 e 2011, os Serviços Cirúrgicos aumentaram a taxa de referenciação psiquiátrica. A PL tem intervindo em doenças psiquiátricas menos graves graças à melhor formação das Equipas multidisciplinares e ao screening precoce das perturbações psiquiátricas. São indicadores de qualidade o aumento da taxa de referenciação psiquiátrica, o intervalo de tempo entre o pedido de referenciação e a 1ª observação inferior 24h, um screening eficaz do distress e psicopatologia nos doentes internados, pelo que consideramos validado o Programa de PL que continuamos a aperfeiçoar. PO.M054 - Orquidectomia Radical – Casuística do Centro Hospitalar do Porto [2005 – 2012] Nuno Azevedo(1);Fábio Almeida(2);Preza Fernandes(2);Isaac Braga(2);João Cabral(2);Nuno Barbosa(2);Diogo Gil(2);Daniel Reis(2);Nuno Louro(2);Luis Osório(2);Avelino Fraga(2) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora (2) Centro Hospitalar do Porto Introdução Os tumores do testículo, embora sejam uma patologia relativamente rara, são o tumor sólido mais frequente nos homens entre os 15 e os 35 anos. Os tumores de células germinativas são o tipo histológico mais frequente. O maior acesso à saúde e aos exames complementares de diagnóstico, bem como os melhores esquemas terapêuticos têm contribuído para a diminuição da mortalidade. Objectivos Caracterização epidemiológica retrospectiva dos doentes submetidos a orquidectomical radical no Serviço de Urologia do Centro Hospitalar do Porto, entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2012. Material e Métodos Revisão sistemática dos processos clínicos dos doentes submetidos a cistectectomia radical. Resultados Foram identificados setenta e nove neoplasias do testículo em setenta e nove doentes. O doente mais jovem tinha 21 anos e o mais velho 48, sendo a idade média 31 anos. A queixa inicial foi de aumento do volume escrotal em 53%, aparecimento de um nódulo testicular em 23% e orquite em 22%. Em um doente a investigação urológica foi despoletada por adenopatia cervical, outro foi referenciado à consulta externa por massa retroperitoneal e um foi avaliado por infertilidade. Aquando do diagnóstico, 54% dos doentes tinham aumento da fracção alfa da fetoproteína, da fracção beta da gonadotrofina coriónica humana e/ou da lactato desidrogenase. Em relação à caracterização patológica, 52% eram seminomas, 30% eram tumores de células germinativas não-seminomatosos, 14% eram mistos e 4% eram tumores de células de Leydig. Discussão/Conclusão Apesar de raros, os tumores do testículo devem ser considerados no diagnóstico diferencial dos doentes jovens com queixas testiculares – tal como acontece na amostra caracterizada. Uma investigação célere é favorecido por uma história clínica e um exame objectivo completos. O diagnóstico e a abordagem multidisciplinar podem ser cruciais para o sucesso terapêutico. A maioria dos tumores eram tumores de células germinativas seminomatosos, o que está de acordo com a literatura publicada. PO.M056 - ESTADO NUTRICIONAL DE DOENTES COM CANCRO COLORETAL ADMITIDOS NUM SERVIÇO DE ONCOLOGIA MÉDICA, EXPERIÊNCIA COM A PG-SGA COTADA Sandra Marília Silva(1);Elsa Madureira(2);Alexandra Marques(3);Marina Rodrigues(4);Sara Sanches(5);Bruno Oliveira(6);Margarida Damasceno(7);Carla Lopes(8);Flora Correia(8) (1) serviço de oncologia médica do CHSJ (2) Serviço oncologia médica centro hospitalar são joão (3) Estagiário Universidade Católica (4) Estagiário Faculdade Ciências de Nutrição UP (5) Estagiário Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (6) Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da UP (7) Centro Hospitalar São João - Porto (8) Serviço de Oncologia Médica - Hospital de São João INTRODUÇÃO O doente oncológico tem um elevado risco de desnutrição, associado a um pior prognostico. É fundamental a avaliação do estado nutricional dos doentes admitidos para tratamentos oncológicos. OBJECTIVOS Avaliar o estado nutricional dos doentes com neoplasias do cólon e reto admitidos na consulta de nutrição, relacionando-o com medidas de prognóstico. MATERIAL E MÉTODOS Doentes com neoplasias cólon-retais, idade ≥18 anos, em consulta de Nutrição entre 01/2007 e 03/2013 avaliados com a “scored Patient Generated Sujective Global Assessment” (PG-SGA cotada) na 1ª consulta e com estudo analítico (hemoglobina, albumina e PCR). RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram avaliados 735 doentes, média de idade de 62,3 anos, 60,7% do sexo masculino, com IMC=26,3 Kg/m2. Do total da amostra 446 (60,7%) representava doentes com cancro do cólon e 271 (36,9%) do reto. Após avaliação do estado nutricional com a PG-SGA 55,6% encontravam-se na categoria de anabólicos ou bem nutridos (A); 33,6% na categoria desnutrição moderada (B) e 10,7% eram doentes com desnutrição severa (C). Os doentes da categoria A, B e C apresentaram respetivamente médias de IMC de 27,3, 25.7, e 23,4 (p< 0,001); de Hb 12,6, 12,1, 11,1 (p< 0,001); de albumina 41, 39,3 35,5 (p< 0,001); PCR 21,6, 34,1 e 72,2 (p< 0,001); Do total de falecimentos, 49,4% dos doentes pertenciam à categoria C, 31,6% à categoria B e 17,4 à categoria A (p< 0,001) sendo a esperança média de vida em meses de respectivamente 21,2, 20,4 e 29,5 (p< 0,018); CONCLUSÕES Embora as neoplasias do cólon e do reto sejam as que menos frequentemente estão associadas a quadros de desnutrição, de acordo com os resultados obtidos pela PG-SGA cerca de 43,7% dos doentes apresentavam desnutrição pelo que será fundamental que mesmo nesta patologia se considere a avaliação do estado nutricional no momento de admissão de forma a identificar os doentes já desnutridos ou em risco de desenvolver esta desnutrição permitindo uma orientação alimentar precoce e individualizada com melhoria da sua qualidade de vida. PO.M057 - REPRODUTIBILIDADE DO VOLUME DA BEXIGA EM TRATAMENTOS DE PRÓSTATA COM RAPIDARC Filipa Banha(1);Ana Espadinha(1);Diana Silva(1);Rui Silva(1);Joana Bento(1);Isabel Lobato(2);Ana Videira(3);Maria Inês Antunes(3);Pedro Chinita(2) (1) Hese - Radioterapia (2) HESE (3) Hospital do Espirito Santo de Evora/Lenicare INTRODUÇÃO Existe uma evidência crescente de que a escalada de dose em radioterapia aumenta o controlo local nos tumores da Próstata. Contudo, este aumento de dose aumenta também o risco de toxicidade nos tecidos sãos. Um dos órgãos de risco é a bexiga e, como tal, a reprodutibilidade do seu volume entre o planeamento e o tratamento é fundamental. Esta pode ser conseguida através de diferentes protocolos de ingestão de líquidos antes da TC de planeamento e de cada tratamento. OBJECTIVOS Estudar a reprodutibilidade do volume da bexiga ao longo do tratamento, avaliando a eficácia dos diferentes protocolos existentes no serviço. MATERIAL E MÉTODOS O volume da bexiga foi medido numa amostra de 31 doentes, com idades compreendidas entre 60 e 75 anos, sujeitos a tratamento de radioterapia de próstata com RapidArc. Cada doente foi instruído para, antes da realização da TC de planeamento e dos tratamentos diários, ingerir água de acordo com um de três protocolos: protocolo 1 (500 ml, 30 minutos), protocolo 2 (667 ml, 30 minutos) e protocolo 3 (667 ml, 40 minutos). A bexiga foi delimitada na TC de planeamento e nos Cone Beam CT (CBCT) adquiridos semanalmente. RESULTADOS; DISCUSSÃO Verificou-se uma diminuição significativa entre o volume da bexiga na TC de planeamento (191.93 ml ± 123.35 ml) e o volume médio ao longo do tratamento (144.50 ml ±68.36 ml). O quadrado dos desvios relativos entre a TC e os CBCT’s mostrou que o protocolo 1 apresenta maior reprodutibilidade do volume da bexiga ao longo do tratamento relativamente aos restantes protocolos. A análise estatística da amostra sugere uma fraca correlação entre o volume inicial da bexiga e a sua variabilidade ao longo do tratamento. CONCLUSÕES A reprodutibilidade do volume da bexiga ao longo do tratamento é baixa, tendo-se verificado uma diminuição comparativamente ao volume da TC de planeamento. Ainda assim, o protocolo 1 mostra ser o mais reprodutível. PO.M058 - HEMORRAGIA DIGESTIVA: 1º MANIFESTAÇÃO DE PRIMITIVO DO PULMÃO Ana Catarina Silva Trindade(1);Catarina Ribeiro(1);Fabio Gomes(1);Pedro Barata(1);Sonia Oliveira(1);Maria Paula Custódio(1);Ligia Costa(1);Monica Lacerda(1);Manuel de Sousa(1);Jorge Albuquerque(1);Ricardo da Luz(1);Lurdes Batarda(1) (1) CHLC - H. Capuchos INTRODUÇÃO A metastatização para o intestino delgado de um tumor primário do pulmão é uma entidade subdiagnosticada: raramente documentada in vivo (apenas 0,2-0,5% são sintomáticas), mas mais prevalente em autópsias (12% dos tumores do pulmão). O intestino delgado é o local do trato gastrointestinal mais frequentemente envolvido e pode manifestar-se por obstrução intestinal ou perfuração, mas muito raramente por hemorragia ou peritonite. OBJECTIVOS Enfatizar o facto de a metastatização intestinal ser um diagnóstico a considerar em doente com neoplasia do pulmão, que se apresenta com hemorragia intestinal de novo. MATERIAL E MÉTODOS Apresentamos um caso clinico de um homem de 53 anos, ex-fumador, com um quadro com um mês de evolução de sintomas constitucionais, febre, epigastralgias e anemia crónica. A tomografia tóracoabdomino-pélvica revelou uma lesão pulmonar imagiologicamente compatível com tuberculose. Iniciou quadro de melenas e anemia grave (hemoglobina de 3,7g/dL) que motivou laparotomia urgente, onde se ressecaram lesões hemorrágicas no jejuno e íleon. O diagnóstico histológico foi sugestivo de metastatização intestinal de carcinoma sarcomatóide do pulmão. Fez quimioterapia de intuito paliativo com Cisplatina e Pemetrexed, acabando por progredir com metastatização cerebral 4 meses depois. Faleceu 8 meses após o diagnóstico. RESULTADOS; DISCUSSÃO; CONCLUSÕES Este tumor representa um subgrupo de carcinomas do pulmão de não pequenas células com características de sarcoma e associado a mau prognóstico. Salientamos que o envolvimento metastático do intestino, por ser raro, requer elevado índice de suspeição, devendo ser considerado como possível causa de melenas em doentes com neoplasia do pulmão. PO.M060 - SEGUNDO PRIMITIVO OU METASTATIZAÇÃO DE TUMOR LOBULAR DA MAMA? Ana Catarina Silva Trindade(1);Catarina Ribeiro(1);Fabio Gomes(1);Pedro Barata(1);Sonia Oliveira(1);Maria Paula Custódio(1);Ligia Costa(1);Monica Semedo(1);Manuel de Sousa(1);Jorge Albuquerque(1);Ricardo da Luz(1);Maria Lurdes Batarda(1) (1) CHLC - H. Capuchos INTRODUÇÃO O Carcinoma Lobular Invasivo (CLI) é o 2º tipo mais comum de neoplasia da mama (5-10% de lesões invasivas). A metastatização para o trato gastrointestinal é rara, envolvendo mais frequentemente o estômago e intestino delgado e, raramente, o cólon e recto. OBJECTIVOS Enfatizar o facto de um CLI poder mimetizar um primitivo do estômago/cólon. MATERIAL E MÉTODOS Apresentamos um caso clinico de uma mulher de 60 anos que, em Maio de 2010, iniciou quadro de suboclusão intestinal por compressão extrínseca de lesões gástricas e cólicas. Foi submetida a hemicolectomia direita e gastrectomia parcial, sendo o diagnóstico anatomo-patológico adenocarcinoma tipo difuso do estômago com envolvimento ileo-cólico. A tomografia toraco-abdomino-pélvica sugeriu carcinomatose peritoneal. A citologia do líquido ascítico for positiva para células neoplásicas. Pelos achados compatíveis com adenocarcinoma gástrico, iniciou quimioterapia adjuvante com FOLFOX seguido de FULFOL de Gramont. Um ano depois, detectou-se nódulo na mama esquerda, que foi biopsado e revelou CLI, pelo que foi submetida a mastectomia radical esquerda. Neste contexto, pediu-se revisão de lâminas do tumor gástrico, verificando-se ter receptores de estrogénio positivos. Concluiu-se, assim, haver metastatização gástrica de tumor primário da mama. Fez Exemestano e, por progressão sob terapêutica, iniciou quimioterapia com CMF e, posteriormente, Paclitaxel. Atualmente a doente mantem performance status de 1, assintomática. RESULTADOS; DISCUSSÃO; CONCLUSÕES A sub-oclusão intestinal pode ser uma forma de apresentação das neoplasias da mama, apesar de raríssimas vezes metástases gastrointestinais terem um comportamento tão agressivo. Este caso clinico pretende alertar para o facto das neoplasias da mama, principalmente CLI, poderem metastatizar para órgãos pouco comuns, mimetizando outros primitivos. PO.M063 - Recidiva local no cancro de mama pós tumorectomia e radioterapia experiência de uma instituição Ivone Ribeiro(1);Isabel Reis(2);Joana Gonçalves(3);José Pereira(3);Cláudia Araújo(3);Isabel Azevedo(4);Helena Pereira(3) (1) Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil do Porto (2) Serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia do Porto (3) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (4) IPO Porto - F.G., E.P.E. INTRODUÇÃO: Desde os anos 80 que a cirurgia conservadora da mama, seguida de radioterapia a toda a mama se tornou no tratamento de eleição no cancro da mama precoce. OBJECTIVOS:Propomo-nos a descrever a experiência do nosso hospital no tratamento conservador do cancro da mama. MATERIAL E MÉTODOS:Análise retrospetiva dos processos dos doentes admitidos em 2007 no nosso hospital por carcinoma da mama. RESULTADOS: Em 2007, foram admitidos na nossa instituição 555 doentes por carcinoma da mama, 551 (99,3%) do sexo feminino e 4 (0,7%) do sexo masculino. 255 (45,9%) pacientes apresentavam carcinoma da mama direita, 298 (53,7%) apresentavam carcinoma da mama esquerda e 1 (0,2%) carcinoma da mama bilateral. Destes pacientes, 255 (46,2%) foram submetidas a tumorectomia (178 a TA+BGS (32,1%), 76 a TA+EA (13,7%), 1 a TA (0,2%)). Das doentes submetidas a TA, 5 (1,96%) não efetuaram radioterapia adjuvante. Os pacientes submetidos a radioterapia adjuvante pós TA, completaram 50 Gy a toda a mama, com boost à loca tumoral entre 10 a 16 Gy, recorrendo a radioterapia externa ou braquiterapia intersticial. Dos pacientes submetidos a radioterapia adjuvante pós TA, apenas 2 (0,78%) sofreram recidiva local; um paciente teve recidiva regional e 9 (3,6%) tiveram recidiva sistémica. Os doentes que apresentaram recidiva local foram inicialmente estadiados como estádio I e estádio IIIC (patológico). DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: A radioterapia adjuvante após cirurgia conservadora por cancro da mama é o tratamento standard do cancro da mama. A recidiva local após radioterapia adjuvante diminui com a aplicação de boost ao leito tumoral, como demostram os nossos resultados. Apenas 0,78% dos pacientes submetidos a radioterapia adjuvante apresentaram recidiva local. PO.M064 - QUANDO NEM TUDO O QUE PARECE É Ana Rita Garcia(1);Laura Machado(1);Margarida Eulálio(2);Arsénio Santos(2);Carla Gonçalves(2);Rui M. Santos(2);José Nascimento Costa(2) (1) HUC/ IPO-Coimbra (2) HUC-CHUC RESUMO: A prevalência de tumores síncronos é muito baixa. O seu aparecimento relaciona-se com o tipo e localização do primeiro tumor, predisposição genética, imunossupressão, entre outros. Caso clínico – Homem de 75 anos, com astenia, anorexia e perda poderal de 5,7% nas últimas 6 semanas. Antecedentes de hipertensão arterial, dislipidémia e consumo diário de 50g de álcool. Ao exame objectivo, apresentava massa palpável no hipocôndrio direito/epigastro. Analiticamente de salientar: anemia ferropénica com Hb – 8,2g/dL, proteínas totais – 5,4g/dL, albumina – 2,4g/dL, LDH – 263U/L, AFP – 681ng/mL. Realizou TC que mostrou fígado de dimensões aumentadas, contornos regulares e textura heterogénea, com volumosa lesão sólida de 8,6cm, envolvendo ambos os lobos hepáticos, hipodensa, com efeito de realce em fase arterial e lavagem em fase portal, e ainda lesão expansiva com 2x2,5cm no antro gástrico. A lesão hepática foi caracterizada como sendo muito sugestiva de carcinoma hepatocelular. Realizou EDA que evidenciou lesão ulcerada no antro gástrico e a biopsia mostrou ser um carcinoma invasivo do tipo intestinal. A biopsia da lesão hepática mostrou tratar-se de metástase de adenocarcinoma gástrico. O doente foi proposto para quimioterapia paliativa, tendo falecido 3 meses após o diagnóstico. Conclusões – Os autores salientam as dificuldades de diagnóstico diferencial, perante a existência de lesões tumorais concomitantes, a presença de lesões com comportamento imagiológico “atípico”, a necessidade da não extrapolação dos critérios de diagnóstico para grupos de doentes para os quais não estão validados e o papel das técnicas invasivas para o esclarecimento diagnóstico. PO.M065 - DENOSUMAB NO TRATAMENTO DO TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES DO OSSO RECORRENTE OU IRRESECÁVEL Manuel Magalhães(1);Joana Febra(2);Pedro Cardoso(3);Franklim Marques(1) (1) Hospital de Santo António, Porto (2) Hospital Geral de Santo António (3) Centro Hospitalar do Porto O Tumor de Células Gigantes (TCG) é uma entidade rara. A cirurgia é o único tratamento potencialmente curativo disponível. No entanto, em alguns casos a cirurgia acarreta grande morbilidade e a maioria dos doentes operados estão em risco de desenvolver doença recorrente. O TCG é constituído por células estromais produtoras de RANK-L e células gigantes tipo osteoclasto com recetores RANK. O denosumab, anticorpo monoclonal que bloqueia o RANK-L, poderá promover a morte de células gigantes e inibir a destruição óssea. Um estudo de fase II demonstra a eficácia do denosumab no controlo dos TCG irresecáveis ou recorrentes, permitindo posteriormente, em alguns casos, a ressecção cirúrgica com baixa morbilidade. Descrevemos o caso de 3 doentes com TCG (1 caso de recidiva e 2 casos considerados irresecáveis), tratados com denosumab 120 mg/sc, 28/28 dias, durante 25 semanas. A doente com tumor recidivante do sacro após cirurgia, apresentava volumosa massa sacro-ilica que condicionava elevada limitação na marcha e dor de difícil controlo farmacológico. Após tratamento com denosumab verificou-se melhoria significativa da dor, tendo inclusivamente deixado de necessitar de opióides, e melhoria da mobilidade, sendo atualmente capaz de marcha autónoma. No entanto, pelo tamanho da lesão, esta permanece irresecável. Os outros 2 doentes apresentam TCG considerados irresecáveis pela sua localização: região sacro-iliaca e acetábulo, respetivamente. Assim, foram submetidos a tratamento com denosumab, tendo-se verificado imagiologicamente aumento da densidade óssea nas localizações referidas, provavelmente traduzindo esclerose óssea com diminuição do número de células gigantes. Além disso, relatam melhoria significativa das queixas (dor e limitação funcional) que referiam inicialmente. Atualmente, aguardam realização de nova biópsia óssea para decisão de melhor abordagem: cirurgia vs vigilância. Estes dados sugerem que o denosumab poderá ter um papel no tratamento de TCG irresecáveis ou recorrentes, podendo também ser utilizado em contexto neoadjuvante com intuito de diminuir a morbilidade cirúrgica. PO.M066 - HETEROGENEIDADE DAS NEOPLASIAS PRIMÁRIAS MÚLTIPLAS ASSOCIADAS AO FENOTIPO BRCA 2 – APRESENTAÇÃO DE UM CASO CLÍNICO E DISCUSSÃO DA CAUSALIDADE Ana Clara(1);Fátima Vaz(2);Jorge Silva(2);Paula Rodrigues(2);Joana Parreira(2);Carla Simoes(2);António Moreira(2) (1) IPOL FG EPE (2) IPOLFG, EPE Introdução e Objectivos- Os indivíduos com mutações germinais BRCA2 apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama e ovário, numa percentagem que varia entre 50-85% e 1025%, respectivamente. Além destas, outras neoplasias estão associadas à mutação BRCA2: pâncreas, estômago, vias biliares, próstata, laringe e melanoma. Nem todos os casos de neoplasia diagnosticados nestes indivíduos estão, no entanto, associados à mutação germinal. Material e Métodos- Apresentação de caso clínico. Resultados- Doente do sexo masculino, 72 anos, não fumador, história familiar de cancro - pai e avó paterna com cancro da mama (CM). Diagnóstico de CM em 1997. Realizada mastectomia esquerda: carcinoma ductal invasivo (CDI), G2, pT1cN1 (T-12mm; 2/14 gânglios), receptores hormonais positivos. Realizou quimioterapia com 5FU, epirrubicina e ciclofosfamida, seguida de radioterapia e tamoxifeno. Em 2002, confirma-se alto risco hereditário conferido pela mutação BRCA2- c.9098_9099insA/2. Em 2005: diagnóstico de adenocarcinoma da próstata, Gleason 7 (3+4). Foi tratado com radioterapia e bicalutamida. Em 2007:CM contralateral. Realizada mastectomia direita: CDI, G2, pT1cN0 (T-19mm;0/23 gânglios), receptores estrogéneos positivos, cerbB2 negativo. Realizou quimioterapia (docetaxel), seguida de radioterapia e tamoxifeno. Em 2011, por hematúria microscópica é diagnosticado carcinoma urotelial papilar da bexiga. Realizou tratamento com mitomicina C intravesical, até Maio de 2012. Actualmente, sem evidência de recidiva de qualquer uma das neoplasias. Discussão e Conclusão- Este caso evidencia a predisposição para o desenvolvimento de cancro, associado à mutação BRCA2. No caso descrito, o carcinoma de células de transição não faz parte do espectro BRCA2 e a radioterapia parece ter sido o factor mais relevante na carcinogénese. Não é possível excluir o papel causal da predisposição genética devido ao compromisso da reparação das quebras de cadeia dupla induzidas pela radioterapia, nos indivíduos BRCA2. Salienta-se a importância de uma vigilância adequada a este grupo específico da população que, neste doente, permitiram um diagnóstico e tratamento precoces. PO.M067 - METÁSTASE DE CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS SEM PRIMÁRIO IDENTIFICÁVEL E CARCINOMA DA PRÓSTATA METÁCRONO: UM CASO DE NEOPLASIAS PRIMÁRIAS MÚLTIPLAS GENITO-URINÁRIAS Ana Clara(1);Joaquim Gago(2);Ana Opinião(2);Jorge Silva(2);Eduardo Silva(2);Fátima Vaz(2);António Moreira(2) (1) IPOL FG EPE (2) IPOLFG, EPE Introdução e Objectivos- Apesar da baixa frequência de neoplasias primárias múltiplas (NPM), há estudos que descrevem um aumento de tumores metácronos após diagnóstico de cancro da próstata. Vários factores contribuem para a ocorrência de NPM: idade, factores genéticos, hormonais, carcinogéneos ambientais e terapêutica prévia com quimioterapia e radioterapia. No caso aqui referido, observa-se uma forma pouco habitual de apresentação de carcinoma de células renais, num doente com diagnóstico prévio de adenocarcinoma da próstata. Material e Métodos- Apresentação de caso clínico. Resultados- Doente do sexo masculino, 76 anos, não fumador e sem história familiar de doença oncológica. Diagnóstico de neoplasia da próstata em 1999: prostatectomia radical e linfadenectomia pélvica. Diagnóstico histológico: adenocarcinoma, Gleason 6 (3+3), pT2aN0. Em Janeiro de 2007, iniciou terapêutica anti-androgénica, por recidiva bioquímica (PSA: 7,2 ng/ml), sem evidência de recaída local e com cintigrafia óssea negativa. Em Maio de 2012, em contexto de traumatismo do joelho direito, o doente foi submetido a cirurgia com colocação de prótese. Foi realizada biópsia de nodularidade sinovial, cuja análise histológica revelou infiltração por carcinoma pouco diferenciado com áreas de células claras, cujos aspectos morfológicos e fenotípicos são compatíveis com carcinoma metastático de origem renal. A avaliação por TC toracoabdomino-pélvica não mostrou alterações, nomeadamente a nível renal. Na cintigrafia óssea e tomografia por emissão de positrões, apenas a salientar hipercaptação no joelho. Realizou radioterapia sobre joelho direito: 30Gy. Actualmente, sem evidência de recaída de ambas as neoplasias. Conclusão- O carcinoma da próstata tem vindo a ser associado à ocorrência de outras neoplasias primárias (com destaque para o cancro gástrico, colo-rectal e da bexiga), sobretudo nos longos sobreviventes. No entanto, este caso distingue-se pela forma de apresentação rara, sem tumor primário identificável, do carcinoma de células renais. Tal pode representar a regressão espontânea do tumor primário ou o desenvolvimento tardio no tecido primário. PO.M068 - MICRORNAs COMO BIOMARCADORES NO CANCRO DA MAMA HEREDITÁRIO – ANÁLISE EXPLORATÓRIA Ana Clara(1);Patrícia Machado(2);Ana Luís(2);Sandra Bento(3);Ana Opinião(2);Carla Simoes(2);Joana Parreira(2);Paula Rodrigues(2);Sofia Fragoso(2);Sidónia Santos(2);Susana Esteves(2);Fátima Vaz(2) (1) IPOL FG EPE (2) IPOLFG, EPE (3) H. Santarém Introdução e Objectivos- MicroRNAs (mirs) são pequenas moléculas de RNA envolvidas na regulação da expressão genética. A desregulação desta expressão tem influência em várias etapas da carcinogénese. Com este estudo pretendemos avaliar: 1- Se há diferenças na expressão dos níveis de um painel de mirs entre indivíduos com cancro de mama (CM) esporádico e CM associado a mutação BRCA 1/2. 2- A evolução da expressão deste painel, de forma prospectiva (prévia à cirurgia, 2 semanas após cirurgia e após final tratamento adjuvante) em CM hereditário. Material e Métodos- Determinação de níveis de mirs (mir 21, mir 155, mir 195, mir 16) por real-time quantitative polymerase chain reaction no sangue periférico de 20 doentes com CM BRCA 1/2 positivo (Grupo H), 13 doentes com CM BRCA wild-type (Grupo E), e 15 indivíduos saudáveis (Grupo C). No grupo H, a determinação dos níveis de mirs foi realizada em 13 doentes sobreviventes de cancro. Nos restantes casos prospectivos, é efectuada análise em 4 doentes nas fases pré e pós-cirúrgica. Resultados-Grupo H: 18 mulheres, 2 homens, BRCA1: 3, BRCA2: 17, mediana de idades: 58 anos. Grupo E: 12 mulheres, 1 homem, mediana de idades: 45 anos. Grupo C: 11 mulheres, 4 homens, mediana de idades: 45 anos. Não foram encontradas diferenças significativas na expressão de mirs nas sobreviventes de cancro do grupo H e E. Na análise prospectiva (4 casos), observou-se uma tendência para a descida dos valores dos mirs após cirurgia. Esta descida mantém-se após fim de tratamento adjuvante, mas esta análise estatística só será feita quando se completar a análise de todas as doentes incluídas. Conclusão- Na fase pós-tratamento de cancro, sem recaída, não se observaram diferenças nos vários grupos. Observou-se variação nos níveis de mirs após cirurgia. Vão ser estudados mais casos prospectivos e todos serão comparados após tratamento adjuvante. PO.M069 - CARCINOMA DO PÂNCREAS DO TIPO HEPATÓIDE – UM CASO RARO. Marisol Correia(1);Luísa Xavier(2);Hélder Mansinho(2) (1) Hospital Garcia de Orta (2) HGO INTRODUÇÃO: O carcinoma hepatóide é um tipo de carcinoma extra-hepático com morfologia e imunohistoquímica semelhante ao Carcinoma Hepato-Celular. Pode ocorrer numa variedade de órgãos, especialmente estômago e ovário. CASO CLÍNICO: Homem de 59 anos com hábitos alcoólicos esporádicos até há 6 meses, sem outros antecedentes pessoais relevantes. Internado no Serviço de Hemato-Oncologia por astenia, emagrecimento de 22 kg, diarreia crónica e diabetes mellitus inaugural com seis meses de evolução. Apresentava-se emagrecido e descorado, hemodinamicamente estável, com massa palpável no hipocôndrio direito, volumosa e indolor. Analiticamente: anemia ferropénica grave (Hb 4,3 g/dL; VGM 78 fL; Siderémia 15 mcg/dL; Ferritina 22 ng/mL); TGP 80 UI/L; TGO 21 UI/L; GGT 2232 UI/L; FA 1329 U/L; bilirrubinas normais; glicémia 622 mg/dL; glicosúria 1000 mg/dL; função renal e ionograma normais. Realizou ecografia abdominal e TC de corpo que identificaram lesão expansiva localizada no hipocôndrio/flanco direito, com 87 x 85 mm de menor eixo, envolvendo arco duodenal e cabeça do pâncreas, sem ponto de origem exacto. Sem invasão vascular ou metastização à distância. Apresentava α-fetoproteína muito elevada > 10000 ng/mL, restantes marcadores tumorais normais. Realizou biópsia duodenal que revelou adenocarcinoma com padrão hepatóide compatível com neoplasia primitiva do pâncreas, após exclusão de doença hepática. Foi proposto a duodenopancreatectomia cefálica, mas constatou-se tumor irressecável pelo que foi submetido a cirurgia paliativa de dupla derivação. Por deterioração do estado geral e clínica de insuficiência hepática considerou-se não haver condição para quimioterapia paliativa. Foi re-internado sete meses após o diagnóstico por hemorragia digestiva alta que culminou no óbito do doente. CONCLUSÃ0: Os autores apresentam um tipo histológico raro de carcinoma do pâncreas. O carcinoma hepatóide do tracto gastrointestinal apresenta geralmente mau prognóstico e é conhecido por ser resistente à quimioterapia. Em nove casos descritos a sobrevida média rondava os 14 meses o que reflecte a agressividade destes tumores. PO.M070 - 14 anos de evolução com cancro Laura Marreiros(1);Marisol Correia(1);Julia Rosado(1);Helder Mansinho(1) (1) Hospital Garcia de Orta A Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) é uma doença autossómica dominante originada por uma mutação no gene APC no cromossoma 5. Aumenta o risco de Carcinoma Colo-Rectal (CCR) em 5%, maioritariamente rectossigmóide. Manifesta-se por polipose na década dos 20 anos de idade, caracterizada por 100-1000 adenomas colo-rectais. Manifestações clínicas extra-intestinais incluem, entre outras, o carcinoma duodenal (4-12%) e os tumores do sistema nervoso central (maioritariamente meduloblastomas). Na PAF atenuada (PAFa), em 75% dos casos o tumor apresenta-se no cólon proximal, habitualmente com <100 adenomas colo-rectais. Apresenta-se o caso duma jovem de 21 anos, previamente saudável. Por apresentar rectorragia, a doente realiza Exames Complementares de Diagnóstico (ECD) que revelaram uma lesão proliferativa polipóide envolvendo o cólon ascendente, posteriormente submetida a colectomia subtotal com ileo-proctostomia (Adenocarcinoma (ADC) bem diferenciado; pT3N0Mx; 15 adenomas com displasia de alto e baixo grau) e Quimioterapia (QT) adjuvante com FUFOL. Seguiram-se vários anos de follow-up, submetida a várias polipectomias e biopsias revelando adenomas tubulo-vilosos com displasia de baixo grau. 8 anos depois, a histologia dum pólipo ulcerado em D3 visualizado numa endoscopia digestiva alta confirmou tratar-se dum ADC, pelo que foi submetida a duodeno-pancreatectomia cefálica (pT2N0Mx) e QT adjuvante com FOLFOX. Após 1 ano, a doente apresenta um quadro de prostração e tonturas, com tremor da mão com descoordenação dos movimentos e dismetria na prova dedo-nariz ao exame neurológico. Os ECD mostraram uma lesão expansiva do hemisfério cerebeloso. Após intervenção neurocirúrgica, confirmou tratar-se dum meduloblastoma anaplásico cerebeloso. Fez radioterapia holocraniana. Desde então, manteve-se estável até à data de hoje. De salientar que a pesquisa de grandes delecções/duplicações do gene APC foi negativa. Pode-se, assim, enquadrar este caso na variante PAFa, na qual 90% não apresenta mutação APC detectável. PO.M071 - TUMORES DE ORIGEM PRIMÁRIA DESCONHECIDA - DOIS CASOS CLÍNICOS E REVISÃO DE LITERATURA Ana Faria(1);Marta Honório(1);Catarina Santos(2);Simão Pinto Torres(1);Mariana Fernandes(1);Maria João Vergueiro(1);Ana Cláudia Monteiro(1);Michelle Silva(1);Fábio Lopes(3);Gonçalo Atalaia(2) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Fernando da Fonseca (3) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca INTRODUÇÃO Os tumores de origem primária desconhecida (TOPD) representam 2–3% de todos os tumores. 60% dos casos são adenocarcinomas; em estudos post-mortem, 30% são de origem pulmonar. Da revisão sistemática de ensaios clínicos pré-existentes, não há nenhuma terapêutica inequivocamente superior; presentemente, o esquema mais consensual é a associação de carboplatina e paclitaxel, complementando-se com etoposido conforme tolerância. OBJECTIVOS Apresentam-se dois casos distintos de TOPD diagnosticados este ano no Hospital Fernando Fonseca. MATERIAL E MÉTODOS Caso um: Homem de 59 anos, fumador. Referenciado por metastização sistémica ganglionar, pulmonar, hepática, óssea e supra-renal. A biópsia de gânglio axilar revelou adenocarcinoma indiferenciado, com origem primária impossível de determinar pelo estudo imunofenotípico; tinha expressão sistémica inespecífica de CA 15,3, CA 19,9, CA 125, NSE e CEA. Proposto para quimioterapia (QT) com carboplatina e paclitaxel, que não chegou a iniciar atendendo a degradação rápida, com morte dois meses após o início de sintomas. Caso dois: Homem de 56 anos, não fumador, com antecedentes de adenocarcinoma do recto estadio II em 2010, submetido a cirurgia e QT adjuvante. Livre de doença até Dezembro 2012, quando se detecta metastização cerebral, ganglionar, pulmonar, hepática, renal e supra-renal. A biopsia de gânglio cervical revelou carcinoma pouco diferenciado, com células claras e áreas de diferenciação pavimentosa, excluindo origem colo-rectal mas não permitindo atribuir origem primária. Realizou radioterapia paliativa holocraneana e iniciou QT com carboplatina + paclitaxel em Março 2013, aguardando evolução. RESULTADOS; DISCUSSÃO Discutem-se os casos com foco na orientação diagnóstica e terapêutica, face às guidelines actuais. CONCLUSÕES Os TOPD constituem um desafio importante na prática clínica do oncologista; são necessários estudos de cooperação de maior volume para clarificação de subgrupos, determinação de prognóstico e principalmente comparação e elegibilidade de esquemas terapêuticos; simultaneamente, o desenvolvimento de novas técnicas de profiling molecular nestes tumores permitirá a escolha de terapêuticas target, com eficácia previsivelmente superior. PO.M072 - CANCRO DA MAMA TRIPLO NEGATIVO - EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS DE UMA INSTITUIÇÃO Luísa Queiroz(1);Marta Almeida(1);Elisabete Couto(2);Ana Marques(2);Diana Freitas(3);Nuno Barros(3);Luís Castro(3);Herlander Marques(3);Teresa Macedo(1);Júlia Amorim(1);Catarina Portela(1);Rui Nabiço(3) (1) Serviço de Oncologia Médica - Hospital de Braga (2) Hospital Braga (3) Hospital de Braga INTRODUÇÃO O cancro da mama engloba entidades clinicas muito distintas, destacando-se os tumores triplos negativos pelo seu curso agressivo. Estes tumores representam 10 a 25 % das neoplasias da mama caracterizando-se pela ausência de expressão do Her2 e dos recetores de estrogénio e progesterona. OBJECTIVOS Analisar as caraterísticas clinico-patológicas dos doentes com cancro da mama triplo negativo. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo de 38 doentes com diagnóstico de cancro da mama triplo negativo, seguidos numa instituição entre Janeiro 2007 e Dezembro de 2011 e recolha dos dados clinicopatológicos. RESULTADOS; DISCUSSÃO: Todos os doentes pertenciam ao sexo feminino e a mediana da idade ao diagnóstico foi de 54,5 anos (34-93). O subtipo histológico mais frequente foi o carcinoma dutal invasor (86,8%), 78,9 % apresentaram grau histológico 3 e o Ki67 encontrou-se elevado em 78,9% dos casos. Ao diagnóstico 78,9% dos doentes encontrava-se em estádio clinico precoce. O tratamento primário foi a cirurgia em 78,9% dos casos, destacando-se a mastectomia radical modificada pela sua maior frequência (61,1%). Vinte e um porcento dos doentes apresentaram estádio patológico III, constatandose invasão vascular em 39,5% e margens positivas em 8,3%. Oitenta e quatro porcento dos doentes foram submetidos a quimioterapia adjuvante, tendo sido os esquemas baseados em antraciclinas associadas (34,4%) ou não (43,8%) a taxanos os mais utilizados. Setenta e seis porcento dos doentes realizaram radioterapia. Cerca de 26% dos doentes recidivaram, dos quais 70% através de metastização à distancia. O tempo de follow-up mediano foi de 36,5 meses (0-70). A sobrevivência livre de doença e a sobrevivência global (OS) aos 36 meses foi de 69% e 75% respectivamente. CONCLUSÕES Nesta série de doentes apesar de se terem verificado características patológicas agressivas (80% de doestes com grau histológico 3 e Ki67 elevado em 79%), a intervenção terapêutica combinada permitiu uma OS de 75% aos 3 anos. PO.M073 - TERATOMA COM TRANSFORMAÇÃO MALIGNA: ABORDAGEM SEQUENCIAL Isália Miguel(1);Teresa Marques(1);Ivan Bravio(2);João Freire(1) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Hospital Santa Marta Introdução: Os tumores de células germinais (TCG) são raros. Têm capacidade de diferenciação, desde carcinomas embrionários pluripotenciais até tipos celulares extraembrionários (saco vitelino) ou somáticos (teratomas). Raramente, estes teratomas sofrem transformação maligna (TM), quando um dos componentes somáticos apresenta histologia morfologicamente idêntica a uma neoplasia somática primária. Não existe experiência no seu tratamento. A cirurgia é o tratamento de escolha quando a TM é localizada. Apesar da origem comum, são resistentes à quimioterapia utilizada nos TCG, mas publicações recentes sugerem resposta a regimes usados nos tumores primários somáticos aos quais o teratoma se assemelha. Objectivos: descrever abordagem. Material e métodos: caso clínico. Resultados: Mulher de 30 anos, saudável, em 08/2011 desenvolve edema cervico-facial, com circulação venosa colateral. TAC tórax (11/2011): volumosa lesão do mediastino anterior com envolvimento circunferencial da veia cava superior, oclusão do tronco venoso braquicefálico, contacto com aorta ascendente e aurícula direita. Biópsias: adenocarcinoma mucinoso sugerindo origem no cólon. Pela raridade no mediastino anterior repetiu biópsia que confirmou histologia. Colonoscopia normal. Ca19.9118U/mL, α-FTP-3.5ng/mL. Sem outras localizações de doença. Dada a dificuldade de resseção cirúrgica, iniciou quimioterapia neoadjuvante (FOLFIRINOX em 5 administrações quinzenais), até 03/2012. Operada em 05/2012: excisão alargada de massa mediastínica com reconstrução vascular. Cirurgia R1, T4 por invasão esternal. Biópsia: teratoma com componente de saco vitelino e carcinoma mucinoso. Pelo atingimento das margens deu-se prioridade à radioterapia, até 08/2012 (60Gy). Retomou quimioterapia a 10/2012, BEP (3 ciclos), adjuvante do componente germinal. Em follow-up. Conclusões: Pretendemos discutir qual a melhor abordagem para um teratoma com TM, pela escassa literatura disponível. Tal como nalguns case-reports dirigimos o tratamento neoadjuvante ao componente somático (único conhecido inicialmente) para citoredução e facilitar a cirurgia; por tratarse de uma cirurgia R1 deu-se prioridade à radioterapia, e completámos tratamento com quimioterapia dirigida ao componente germinal, não abrangido pela quimioterapia inicial. PO.M074 - CARCINOMA DA MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 20 ANOS Carolina Carvalho(1);Pedro Fernandes(2);Maria Corbal(2);Ana Cleto(2);Paula Soares(2) (1) CHUC (2) Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Serviço de Radioterapia Introdução: O cancro da mama é a neoplasia mais comum nas mulheres, sendo rara a sua apresentação antes dos 20 anos. Os casos de carcinoma da mama em adolescentes estão geralmente associados a um diagnóstico mais tardio. Nestas doentes, geralmente, os tumores têm mais factores de mau prognóstico, nomeadamente alto grau de malignidade e receptores hormonais negativos, o que leva a sobrevivências global e livre de doença inferiores relativamente às doentes com idade mais avançada. Objectivo: Realçar a existência desta incidência rara através da descrição de um caso clínico. Materiais e métodos: Os autores descrevem o caso clínico de uma doente de 18 anos que, em Julho de 2005, notou um aumento do volume da mama direita com corrimento mamilar. Por apresentar uma formação heterogénea nos quadrantes externos, realizou biópsia que revelou um carcinoma papilar invasivo, de padrão sólido, G3, com receptores hormonais negativos e CerbB2 negativo (T3N0M0). Foi submetida a mastectomia radical com esvaziamento axilar, cujo estudo histológico confirmou o carcinoma papilar invasivo, G3, com 4 cm, sobre a margem cirúrgica profunda; apresentava metástases em 3 dos 17 gânglios isolados, o maior com 1,2 cm e com ruptura da cápsula – pT2N1Mx. Complementarmente, realizou quimioterapia e radioterapia adjuvantes. A dose total administrada de radioterapia foi de 50Gy/25F/5S sobre a parede torácica e regiões ganglionares axilar e supraclavicular direitas. Resultados: A doente cumpriu o esquema de radioterapia proposto com boa tolerância. Contudo, em Janeiro de 2008, verificou-se progressão da doença com múltiplas metástases pulmonares, cerebrais e ósseas. A doente faleceu em Fevereiro de 2009. Conclusões: O carcinoma da mama é raro em mulheres com menos de 20 anos, sendo fundamental uma detecção precoce, pois apresenta um comportamento mais agressivo e está associado a pior prognóstico. PO.M076 - TUMORES SÍNCRONOS: PULMÃO E LINFOMA – CASO CLÍNICO Carolina Carvalho(1);Pedro Fernandes(2);Ana Cleto(2);Maria Corbal(2);Paula Soares(2) (1) CHUC (2) Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Serviço de Radioterapia Introdução: Os tumores síncronos são definidos como dois ou mais tumores diagnosticados num intervalo de 6 meses. A sua incidência tem aumentado, contudo existem poucos casos de apresentação síncrona de tumores de origem pulmonar e linfomatosa, sendo a ocorrência simultânea de carcinoma de pequenas células e linfoma não Hodgkin B extremamente rara. Objectivo: Destacar a existência de dois tumores síncronos, nomeadamente um tumor do pulmão e um linfoma não Hodgkin B, através da descrição de um caso clínico. Materiais e métodos: Os autores descrevem um doente de 56 anos que, em Junho de 2010, refere o aparecimento de múltiplas adenopatias com predomínio cervical. Fez PET-CT (18/06/2010) que mostrava uma massa no mediastino superior, outra no pulmão (LSE), adenopatias laterocervicais, supra e infraclaviculares, paratraqueais, pré-carínicas, bronco-hilares, axilares, pré-pericárdicas, no tronco celíaco, mesentéricas, ilíaca externa e inguinal direita. A histologia de um gânglio axilar revelou um linfoma não Hodgkin B de células grandes, de alto grau, tendo sido tratado com quimioterapia. A BTT foi inconclusiva. Fez PET-CT de controlo (07/10/2010), pós-quimioterapia, que apenas apresentava a massa pulmonar em progressão, pelo que foi efectuada nova biopsia pulmonar, que revelou um carcinoma de pequenas células. Realizou quimioterapia neoadjuvante e pneumectomia esquerda com linfadenectomia mediastínica, cuja histologia confirmou o carcinoma de pequenas células, que invadia ambas as pleuras mas sem metástases ganglionares – pT3N0Mx. Complementarmente, realizou radioterapia pós-operatória. Resultados: O doente cumpriu os tratamentos dos dois tumores com boa tolerância, tendo ficado em remissão completa. Conclusões: É de realçar que os tumores síncronos podem não ser tratados em simultâneo devido às suas toxicidades cumulativas. Uma vez que a ocorrência simultânea destes dois tipos de tumores é extremamente rara e há carência de recomendações internacionais, a escolha da abordagem terapêutica ideal deve basear-se na experiência clínica e nas características específicas das doenças. PO.M077 - ADENOCARCINOMA DO TIPO MAMÁRIO: UMA APRESENTAÇÃO POUCO FREQUENTE Marta Mesquita Pinto(1);Artur Aguiar(2);Lurdes Salgado(2);Luísa Carvalho(3);Helena Pereira(3) (1) Unidade de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (2) ipo-porto (3) IPO Porto INTRODUÇÃO: O adenocarcinoma do tipo mamário primário da vulva é um tumor raro, existindo poucos casos descritos na literatura. Inicialmente foi considerado como tendo origem em tecido mamário ectópico. Com a descrição das glândulas anogenitais de tipo mamário na vulva por Van der Putte (1991) este conceito foi alterado. Caracteriza-se por um padrão morfológico semelhante ao carcinoma da mama. O seu diagnóstico implica a identificação de glândulas do tipo mamário normais na periferia tumoral. Dado a sua raridade, não existem guidelines de abordagem definidas. CASO CLÍNICO: Doente de 78 anos, com antecedentes oncológicos de Carcinoma da tiróide (1998) e Melanoma acral do pé direito (2010). Em avaliação ginecológica (Novembro/2012) foi detectada lesão vulvar no 1/3 médio do pequeno lábio direito, exofítica, que foi biopsada. A anatomia patológica (AP) revelou adenocarcinoma (ADC) de tipo mamário. Realizou estudo complementar, que excluiu carcinoma da mama ortotópico ou doença metastizada. Em Janeiro/2013, realizou exérese alargada de lesões do pequeno e grande lábios direitos e esvaziamento inguinofemural bilateral (gânglio sentinela positivo). A AP confirmou um ADC de tipo mamário da vulva, sem invasão linfo-vascular, nem peri-neural, receptores de estrogénio e progesterona positivos, glândulas de tipo mamário normais na periferia da neoplasia, 4 gânglios (ggs) inguinais direitos e 9 esquerdos sem metástases e 2 ggs sentinela, 1 com metástase (»5mm): pT1aN1bR0, FIGO IIIA. Foi avaliada em consulta de Grupo Multidisciplinar, onde perante o performance status e a vontade da doente, foi decidido efectuar apenas Hormonoterapia (Anastrozol) e Radioterapia complementares. CONCLUSÃO: O reconhecimento da lesão vulvar como primária ou metastática é essencial na abordagem e prognóstico destes doentes. Dada a raridade desta entidade, a sua abordagem apresenta dilemas terapêuticos e variadas estratégias são encontradas na literatura. Actualmente, a abordagem mais consensual é a do carcinoma da mama no mesmo estadio, como a utilizada na doente apresentada. PO.M078 - TRATAMENTO DO CANCRO DO RECTO NOS DOENTES COM MAIS DE 75 ANOS Isália Miguel(1);Teresa Marques(1);João Freire(1) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE Introdução: O cancro é a principal causa de morte entre os 60-79 anos. Mais de 50% de todos os cancros e mortes relacionadas com cancro acontecerem em doentes com mais de 75 anos. O carcinoma colorectal constitui a segunda neoplasia mais comum e um terço tem origem no recto. Objectivos: Avaliar a influência da idade e comorbilidades no tratamento do cancro do recto (CR). Material e Métodos: Análise retrospectiva de doentes com CR com mais de 75 anos, tratados em 20072008. Avaliados dados epidemiológicos, clínicos, Índice de Charlson de Comorbilidade (ICC) e sobrevida. Resultados: 48 doentes (28.5% dos CR tratados na instituição), 62.5% homens, idade média 80,2±4,2 anos (75-91). Localização do tumor: baixo-41.7%, médio-41.7%, alto-16.7%. Estadio: IIIB-37.5%, IIA31.3%. 35 fizeram tratamento neoadjuvante: 62.8% quimioradioterapia (5-FU) e 37.2% apenas radioterapia. 8 doentes com necessidade de redução de dose. Cirurgia: 38 (resseção anterior do recto29). 11 fizeram quimioterapia adjuvante (DeGramont-6). Encerramento de colostomia: 17 de 29. 23% apresentaram toxicidades grau III/IV. 28 óbitos, sobrevida média de 25,8±17,1 meses. Sobrevida aos 3 anos: 58.3% e aos 5 anos: 41.6%. ICC baixo (0-1): 62.5% e alto (≥2): 37.5%. Comorbilidades mais frequentes: insuficiência cardíaca (10), diabetes (9), cardiopatia isquémica (8) e DPOC (5). Os doentes ICC baixos tiveram abordagem mais agressiva dos ICC alto (56.7% vs 27.9% com QRT; p=0.139). Nos ICC≥2 não houve diferenças estaticamente significativas na mortalidade (56.7%vs61.1%; p=0.762) ou sobrevida média (20.3vs18.3 meses; p=0.309), mas encerraram em menor número a colostomia (25%vs71.4%; p=0.023). Conclusões: Neste grupo etário houve toxicidade significativa. Os doentes com ICC≥2 fizeram tratamento menos agressivo, o que não prejudicou a sobrevivência, mas só 25% destes doentes encerraram colostomia. É de considerar simplificar o procedimento cirúrgico nestes doentes. O tratamento dos idosos deve ser individualizado, com avaliação oncogeriátrica prévia e tratamento orientado pelo ICC. PO.M079 - METASTIZAÇÃO INFUNDIBULAR DE ADENOCARCINOMA DO RECTO João Cruz(1);Maria Cassiano Neves(2);Dânia Marques(3);Cátia Faustino(4);Nuno Sousa(5);Paula Ferreira(3);Manuela Machado(6);António Araújo(7);Ana Raimundo(3);Maria Fragoso(4) (1) Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro (2) IPO Porto (3) ipo-porto (4) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE (5) IPO- Porto (6) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto (7) IPO - Porto Introdução: As neoplasias do recto correspondem a 35% dos casos de cancro colo-rectal. Os locais de metastização mais frequentes são o fígado e o pulmão. Em doentes com carcinoma colo-rectal estádio IV, a probabilidade de sobrevivência aos cinco anos é de 6%. Caso clínico: Os autores apresentam um caso de um homem de 56 anos com adenocarcinoma do recto, sem mutação do gene K-ras, com metastização metácrona considerada irressecável. Durante o tratamento paliativo com esquema mFOLFOX6 associado a bevacizumab, foi internado por quadro de colecistite aguda alitiásica. Após resolução da síndrome aguda foi submetido a colecistectomia electiva, cujo exame anatomopatológico da peça operatória revelou a presença de metastização infundibular por adenocarcinoma do recto. Conclusão: A metastização para a vesícula biliar é uma ocorrência rara, mas descrita na literatura. Surge mais frequentemente em casos de melanoma maligno, de carcinoma de células renais e de cancro do trato gastrointestinal. Este caso ilustra a necessidade de considerar a progressão da doença como um dos diagnósticos diferenciais, em eventos adversos graves, em doentes com doença metastizada e em quimioterapia paliativa. PO.M080 - CARCINOMA RENAL DE CÉLULAS CLARAS METASTIZADO: UM CASO DE RESPOSTA COMPLETA À TERAPÊUTICA Marta Mesquita Pinto(1);Carolina Carvalho(2);Daniel Romeira(2);José Carlos Pereira(3);Adélia Félix(1); Miranda,H(1); JCN Marques(2); Ana Martins(2) (1) Unidade de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (2) HSFX - Lisboa (3) Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental INTRODUÇÃO: O Carcinoma de células renais (CCR) representa 2-3% de todos os cancros do adulto. Cerca de 85% dos CCR são tumores de células claras. A introdução de terapêutica dirigida, nomeadamente os inibidores dos recetores da tirosinoquinase (ITK), levou a uma mudança do paradigma de tratamento destes doentes. Após alcançar uma resposta completa (RC), enfrenta-se a decisão de suspensão/manutenção da terapêutica. CASO CLÍNICO: Homem de 69 anos, submetido a nefrectomia radical esquerda em Junho/2007. O resultado anátomopatológico revelou carcinoma renal de células claras, pT3a, Furhman 2. Em Abril/2010, uma tomografia computorizada (TC) mostrou múltiplos nódulos pulmonares, compatíveis com metástases. Pelos critérios de Heng, o doente pertencia ao grupo de prognóstico favorável. Em Junho/2010, iniciou terapêutica com Sunitinib (50mg/dia – ciclos de 4 semanas de terapêutica/2 semanas de interrupção). Após 3 ciclos, realizou TC que mostrou regressão parcial das lesões. Verificou-se quadro de síndrome palmo-plantar (SPP) grau 1, que cedeu a medidas tópicas. Após 7 ciclos, confirmou-se RC por TC. Por agravamento das queixas da SPP, houve necessidade de redução de dose para 37,5mg/dia com melhoria sintomática. Apareceu, também, hipertrigliceridémia, controlada com fenofibrato. Atualmente, mantém terapêutica com Sunitinib 37,5mg/dia (5 semanas de tratamento/1 semana de interrupção) com boa tolerância e manutenção de RC. CONCLUSÃO: Este caso demonstra que a introdução da terapêutica dirigida permitiu obter respostas prolongadas, com boa qualidade de vida, em doentes com CCRm. Este caso coloca a questão da decisão entre a suspensão ou a manutenção da terapêutica com ITK perante uma RC. Existem argumentos contra (possibilidade de existência de células residuais e eventual efeito rebound) e a favor (toxicidade, desenvolvimento de resistência, manutenção de sensibilidade na eventualidade de reintrodução e questões de cariz económico) da interrupção terapêutica. Será necessário descobrir mecanismos que nos permitam selecionar os doentes que beneficiam de uma ou outra abordagem. PO.M081 - ABORDAGEM TERAPÊUTICA NUM CASO DE TUMOR FIBROSO SOLITÁRIO Maria Teresa Marques(1);Isália Miguel(1);João Freire(1);António Moreira(1) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE Introdução: O tumor fibroso solitário (TFS) é um tumor mesenquimatoso com padrão de ramificação vascular hemangiopericitoma-like. Apresenta-se geralmente na 6ª década, ocorrendo sobretudo no tórax. É um tumor de crescimento lento, mas pode comportar-se como sarcoma de alto grau. É resistente à quimioterapia, designadamente com doxorrubicina. Método: Revisão de caso clínico. Resultados: Doente do sexo feminino, de 64 anos, com diagnóstico de TFS da região glútea com metastização hepática. Foi realizada excisão do tumor primário, mas por achado intra-operatório de metastização peritoneal não se fez a metastasectomia hepática planeada. No seguimento documentou-se progressão imagiológica, com aparecimento de metástases pulmonares, mas pelo curso indolente da doença, escassez de sintomas e baixa sensibilidade à quimioterapia desta neoplasia, optou-se inicialmente por abstinência terapêutica. Por progressão sintomática, decidiu-se por prova terapêutica com imatinib por 3 meses, com continuação condicional a resposta metabólica. Teve boa tolerância mas sem resposta na PET. Por nova progressão, iniciou tratamento com temozolomida e bevacizumab, tendo realizado 8 ciclos até à presente data. Apresentou proteinúria de grau 2 após 1º ciclo, revertida com a suspensão temporária desta terapêutica. Conclusão: Nesta forma de apresentação rara de TFS fizeram-se duas provas terapêuticas fundamentadas na literatura. A utilização do imatinib foi documentada num case report, que revelou resposta metabólica ao imatinib em TFS com sobre-expressão de PDGFR, com benefício clínico de 21 meses e resposta metabólica significativa. No caso descrito não foi possível testar a sobre-expressão de PDGFR e não houve resposta metabólica. A combinação de temozolomida e bevacizumab foi avaliada numa série retrospectiva de 14 doentes com TFS ou hemangiopericitoma, conseguindo uma taxa de resposta parcial de 79%, doença estável de 14%, tempo mediano de resposta de 2.5 meses, sobrevida livre de progressão de 9.7 meses e mielossupressão como principal toxicidade. No caso apresentado, esta terapêutica foi eficaz e relativamente bem tolerada. PO.M082 - SÍNDROME DE FANCONI INDUZIDO PELA IFOSFAMIDA: A PROPÓSITO DE UM CASO DE LEIOMIOSSARCOMA DA VEIA CAVA INFERIOR André Andraz Cruz(1) (1) Hospital de Faro EPE INTRODUÇÃO: Os sarcomas dos tecidos moles são uma entidade rara, com origem em células estaminais mesenquimatosas presentes no tecido muscular, adiposo e conjuntivo. Cerca de um terço dos tumores retroperitoneais malignos são sarcomas. O Leiomiossarcoma é o segundo subtipo histológico mais frequente (28%) e o mais comum tumor primário da veia cava inferior. Contudo, o Leiomiossarcoma da veia cava inferior (LVCI) representa apenas 0,5% dos sarcomas dos tecidos moles, com aproximadamente 300 casos descritos. A apresentação clínica é variável e inespecífica, a maioria dos diagnósticos é feita em estadio avançado. O tratamento cirúrgico é o mais eficaz. Apesar de taxas de recorrência elevadas, não há consenso em relação à terapêutica adjuvante. CASO CLÍNICO: Doente de 46 anos, sexo feminino, em seguimento após ressecção de massa retroperitoneal em 01/2011, com o diagnóstico histológico de LVCI, tendo os exames de estadiamento evidenciado metastização hepática e pulmonar. Realizou quimioterapia adjuvante com protocolo AIP (Adriamicina, Ifosfamifa, Cisplatina), com remissão completa. Em 11/2012, recorrência pulmonar e hepática , tendo retomado quimioterapia com o mesmo regime. Ao iniciar 2º ciclo apresenta adinamia extrema, polineuropatia periférica e poliúria. Fez punção lombar, RMN-CE e coluna que foram normais. Detectou-se hipocaliémia, hipocalcémia, hipofosfatémia, hipomagnesémia, acidose metabólica e ureia e creatinina aumentadas, quadro interpretado como necrose tubular proximal aguda induzida pela Ifosfamida – Síndrome de Fanconi (SF) iatrogénico. Alterado protocolo para Trabectadina, tendo a doente realizado 2 ciclos e encontrando-se assintomática até à data. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Existem casos prévios de SF induzido pela Ifosfamida, contudo ocorrem mais frequentemente em crianças e os mecanismos envolvidos permanecem por esclarecer. O tratamento envolve reposição electrolítica e suspensão da ifosfamida. Preconiza-se monitorização da função renal em todos os doentes. Os autores pretendem realçar a raridade do caso clínico, a sobrevida global de um LVCI metastizado e relatar o SF como iatrogenia, igualmente rara, à quimioterapia com Ifosfamida. PO.M083 - MIELOMA MÚLTIPLO REFRATÁRIO E A IMPORTÂNCIA DA LENALIDOMIDA – CASUÍSTICA PRELIMINAR DE UM CENTRO André Andraz Cruz(1) (1) Hospital de Faro EPE INTRODUÇÃO: O mieloma múltiplo (MM) é uma doença causada pela proliferação monoclonal de plasmócitos aberrantes, correspondendo a cerca de 10-15% das neoplasias hematopoiéticas. É virtualmente incurável, estando os doentes sujeitos a recaídas mesmo após quimioterapia. A Lenalidomida, agente imunomodulador, surge como alternativa terapêutica em MM refratário/recaída. OBJECTIVOS E MÉTODOLOGIA: ilustrar, com base na análise de 7 casos, a experiência deste centro na utilização da Lenalidomida em MM refratário/recaída, no último ano, e os resultados obtidos. Utilizaram-se critérios de resposta IMWG-2006. RESULTADOS; Foram analisados 7 doentes seguidos em consulta de Hematologia e de Oncologia, com uma mediana de idade ao diagnóstico de 66 anos (57-73), sendo 4 mulheres (57%). Estavam representados tipos de mieloma em proporções semelhantes (28,5%) de IgGk, IgAk e cadeias leves, tendo sido analisado 1 caso de MM não secretor. A Lenalidomida foi utilizada como 2ª linha terapêutica em 85% dos doentes, na dose recomendada de 25mg/dia x 21 dias, cada 28 dias, via oral, tendo recebido entre 2 e 12 ciclos. Apenas num doente foi 3ª linha, previamente submetido a auto-transplante de medula óssea. Responderam ao tratamento 86%, sendo que 1 obteve CR/sCR, 1 VGPR e 4 (57%) RP. A doente que não respondeu tinha uma má adesão à terapêutica. Até à data, a mediana de sobrevivência livre de progressão (SLP) na amostra global foi de 7 meses e todos os doentes estão vivos. Cinco doentes (71%) tiveram toxicidade, sendo de grau III/IV apenas anemia (28%) e neutropenia (14%). DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: O tratamento com Lenalidomida ainda está numa fase muito inicial comparativamente a outros centros, pelo que não foi possível correlacionar adequadamente a resposta à SLP e à sobrevivência global. Contudo, é uma terapêutica eficaz com perfil de toxicidades aceitável e comodidade de administração por via oral. PO.M084 - CRITÉRIOS DE RESSECABILIDADE DE METASTIZAÇÃO HEPÁTICA NA DOENÇA METASTÁTICA DO COLON. – NEM TODOS OS “CORTES” NA SAÚDE SÃO MAUS. Bernardo Pereira(1);Eurides Amona(2);João Rato(2);Stephane Correia(2) (1) Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (2) HNSR - CHBM Introdução: Existe evidência científica crescente de que a personalização e alargamento dos critérios de ressecabilidade hepática podem traduzir-se em melhores resultados para o doente. Objectivos: Transmitir a ideia de que os critérios clássicos inviabilizando a ressecabilidade de lesões hepáticas secundárias não devem sempre determinar a estratégia multidisciplinar de abordagem dos doentes com carcinoma do colón metastizado. Metodos: Revisão de caso clinico de um homem de 54 anos de idade, assintomático com achado fortuito em TC abdominal de lesão estenosante ao nível do colon sigmoide e extensa metastização hepática em julho de 2010. O estudo etiológico posterior revelou um adenocarcinoma do colon sigmoide pT3 N1 cM1 G2. KRas selvagem. Submetido a cirurgia do tumor primário, R0, isolados 12 gânglios dos quais 3 apresentavam tumor. Iniciou FOLFIRI+CETUXIMAB, com boa resposta. Foi proposto para metastasectomia hepática em dois tempos, tendo sido ressecadas 18 metastases no lobo esquerdo, seguindo-se ciclo de QT e posteriormente embolização portal seguida de hepatectomia direita, mantendo-se sob QT adjuvante até julho de 2012 apos completar 13 ciclos e estando desde então em remissão completa, com ECOG 0, em vigilância. Discussão: A individualização dos casos juntamente com a coordenação de uma equipa multidisciplinar empenhada pode condicionar uma abordagem terapêutica, mais agressiva e com maior impacto na sobrevida global do doente. Conclusões: Os critérios clássicos de ressecabilidade hepática não devem ser dogmáticos, e o potencial de remissão deve ser discutido caso a caso. PO.M085 - OSTEONECROSE DA MANDÍBULA: UMA COMPLICAÇÃO POSSIVEL DOS BIFOSFONATOS Isabel Pimentel(1);Andreia Coelho(2);Isabel Augusto(2);Margarida Damasceno(3) (1) Centro Hospitalar de São João, Porto (2) HSJ (3) Centro Hospitalar São João - Porto INTRODUÇÃO: Os bifosfonatos têm beneficio clinico comprovado no tratamento das metástases ósseas de tumores sólidos. A capacidade de inibir a actividade osteoclástica reduz o risco de complicações esqueléticas, bem como permite o tratamento da hipercalcemia maligna. A osteonecrose da mandíbula ocorre em cerca de 5% dos pacientes com metastização óssea sob terapêutica com bifosfonatos endovenosos. OBJECTIVOS: Descrever os casos de osteonecrose da mandíbula associados a terapêutica endovenosa com bifosfonatos. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva dos casos de osteonecrose da mandíbula desde Janeiro/2010 até ao presente ano. RESULTADOS; DISCUSSÃO: Identificou-se 7 casos de osteonecrose da mandíbula associados a terapêutica com ácido zoledrônico, 6 de sexo masculino e com idade mediana de 62 anos, sendo que 5 destes encontravam-se sob ácido zoledrônico por metastização óssea de carcinoma da próstata e um por metastização óssea de carcinoma de células renais. A doente de sexo feminino, de 48 anos, apresentava metastização óssea de carcinoma da mama. O tempo máximo de exposição do ácido zoledrônico para o desenvolvimento de osteonecrose da mandíbula foi de 55 meses e o tempo mínimo de 9 meses. O tratamento destes doentes passou por antibioterapia sistémica, e em 4 casos houve necessidade de intervenção cirúrgica. CONCLUSÕES:O tratamento com bifosfonatos é essencial no controlo dos eventos esqueléticos secundários a metastização óssea mas tem implicações a longo prazo, como é o caso da osteonecrose da mandíbula. Os doentes que vão iniciar terâpeutica com bifosfonatos endovenosos devem por isso ser observados previamente e periodicamente por estomatologia. PO.M086 - SEMINOMA TESTICULAR: A EXPERIÊNCIA DUM SERVIÇO Isabel Pimentel(1);Andreia Coelho(2);Isabel Augusto(2);Margarida Damasceno(3) (1) Centro Hospitalar de São João, Porto (2) HSJ (3) Centro Hospitalar São João - Porto INTRODUÇÃO: A neoplasia testicular é o tumor sólido mais frequente no homem entre os 20 e os 35 anos. O tratamento destes tumores representa um dos avanços da Oncologia, com respostas em termos de sobrevivência que atingem os 95%. OBJECTIVOS: Descrever a experiência do Serviço de Oncologia relativamente aos seminomas do testículo. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva dos processos clínicos dos doentes com seminoma, desde Janeiro/2009 até Fevereiro/2013. RESULTADOS; DISCUSSÃO: Identificou-se 54 casos de neoplasia germinativa do testículo, e desses, 60% são neoplasias não seminomatosas ou mistas e 40% seminomas. A idade média ao diagnóstico dos doentes com seminoma é de 34 anos (máxima de 58 anos e mínima de 20 anos). Aquando do diagnóstico 77% dos doentes encontravam-se no estadio I, 14% no estadio II e 9% no estadio III. O tratamento no estadio I foi variável, sendo a maioria tratada com quimioterapia com carboplatino (AUC 7) por 2 ciclos. Em 4 doentes o plano foi vigilância e 3 doentes foram submetidos a radioterapia lombo-aórtica profiláctica. O tratamento no estadio II e estadio III foi quimioterapia com bleomicina, etoposídeo e cisplatino (BEP). Actualmente todos os doentes encontram-se em remissão completa, e nenhum dos doentes metastizados foi submetido a cirurgia pós quimioterapia. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos vão de encontro à literatura, parecendo confirmar a eficácia da quimioterapia neste tipo de tumores. O tratamento no estadio I permanece controverso, devendo ser individualizado e discutido com o doente. PO.M087 - Paniculite pancreática como síndrome paraneoplásica de carcinoma neuroendócrino do pâncreas André Mansinho(1);Isabel Fernandes(2);Daniela Macedo(1);Luis Costa(3);Rita Travassos(2) (1) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (2) CHLN - Hospital de Santa Maria (3) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO A paniculite pancreática é uma entidade rara, manifestando-se em 2 a 3% dos doentes com patologia pancreática, desde processos inflamatórios a tumores. Em 40% destes doentes a paniculite é a manifestação inicial. OBJECTIVOS Apresentação de um caso clínico de paniculite pancreática como síndrome paraneoplásica de carcinoma neuroendócrino do pâncreas. MATERIAL E MÉTODOS Análise descritiva de caso clínico e revisão da literatura. RESULTADOS; DISCUSSÃO Homem, 59 anos, refere aparecimento de nódulos dolorosos e ulcerados nos membros inferiores, com exsudado hemato-purulento, em Janeiro de 2012. Ao exame objectivo tinha hepatoesplenomegália, sem adenopatias palpáveis. Analiticamente verificava-se aumento da LDH (2413 U/L), gama-GT (626U/L), fosfatase alcalina (247 U/L) e lipase (6480 U/L), com amilase normal. A biópsia cutânea era compatível com paniculite pancreática e a TAC tóraco-abdomino-pélvica mostrava uma massa na cauda do pâncreas com metastização hepática. A biópsia pancreática revelou tumor neuroendócrino do pâncreas, grau 3, pelo que iniciou cisplatina e etoposido. Após dois ciclos, houve melhoria clínica com regressão das lesões cutâneas. Por progressão após seis ciclos, iniciou carboplatina e gemcitabina. Ao quinto ciclo, verificou-se progressão imagiológica e recidiva da paniculite pancreática. Iniciou corticoterapia oral e foi solicitada autorização para topotecano em terceira linha, que efectuou em Janeiro de 2013 com diminuição da lipase e controlo sintomático durante dois meses. CONCLUSÕES A paniculite pancreática é uma complicação rara destes tumores, sendo na maioria dos casos adenocarcinomas. Descrevemos um caso de tumor neuroendócrino do pâncreas em que esta entidade foi a única manifestação, inicialmente e na recidiva, alertando para a importância não apenas da investigação etiológica, mas para a recorrência do quadro clínico quando a doença não está controlada, o que poderá condicionar um pior prognóstico nestes doentes. PO.M088 - ADENOCARCINOMA DA URETRA – UM CASO CLÍNICO João Cruz(1);Patrícia Tavares(2);Nuno Sousa(3);Cátia Faustino(4);Rosa Begonha(2);Maria Maurício(2) (1) Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro (2) IPO - Porto (3) IPO- Porto (4) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE Introdução: O cancro da uretra é uma patologia rara e representa cerca de 1% das neoplasias do trato génito-urinário. É mais prevalente na mulher durante a sexta década de vida, não havendo ainda fatores etiológicos identificados. Manifesta-se por queixas urinárias pouco específicas sendo a suspeição clínica fundamental para o diagnóstico. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, de forma isolada ou combinada. Caso clínico: Mulher, 60 anos, caucasiana, sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo. Um mês antes da admissão apresentou episódio súbito de retenção urinária, cujo estudo etiológico identificou um adenocarcinoma da uretra, pelo que foi referenciada para tratamento. Não apresentava evidência de metastização regional ou à distância. Foi submetida a pelvectomia anterior com exérese da uretra e desvio urinário com ureterostomia por ansa ileal de Briker cuja margem cirúrgica foi tangencial à neoplasia. Vinte e três meses depois, por metrorragia, foi constada recidiva vaginal considerada irressecável. Realizou radioterapia externa com controlo da doença durante vinte e um meses altura em que, por novo episódio de metrorragia, foi constatada recidiva na área irradiada. A recidiva foi considerada irressecável. Foi decidido tratamento paliativo sistémico com quimioterapia. Os autores discutem a estratégia terapêutica sistémica e a sua gestão. Conclusão: O adenocarcinoma da uretra é uma das neoplasias urológicas mais raras e geralmente muito agressiva, apresentando-se como um desafio quer em termos diagnósticos quer em termos terapêuticos, pelo que reúne pouco consenso na comunidade científica no que concerne à sua orientação terapêutica. PO.M089 - Tumores neuroendócrinos Laura Marreiros(1);Frederico Sanches(1);Helder Mansinho(1) (1) Hospital Garcia de Orta Os Tumores Neuroendócrinos (NET) pancreáticos constituem 1-2% dos tumores pancreáticos, surgem entre os 40-60 anos e a maioria são esporádicos, sendo os não-funcionantes os mais prevalentes (5075%). ≥90% dos tumores metastáticos para o fígado estão associados a sindroma carcinóide, sendo o flushing o sinal mais frequente (85%). Apresenta-se uma mulher de 43 anos com antecedentes de bócio multinodular eutiroideu, que inicia um quadro de flushing após as refeições. Os exames imagiológicos revelaram uma neoformação pancreática e um fígado multimetastático com envolvimento bilobar. A biópsia dirigida por eco-endoscopia de metástase hepática confirmou tratar-se dum carcinoma neuroendócrino compatível com neoplasia primitiva do pâncreas (G3 – NET pouco diferenciado de alto grau; Ki67 30%). A Cintigrafia de Receptores de Somatostatina (OctreoScan) mostrou uma captação difusa do radiofármaco a nível hepático bem como em topografia cervical e retroesternal, podendo corresponder ao nódulo tiroideu já conhecido. A doente iniciou quimioterapia à base de platinum, o tratamento de 1ª linha dos carcinomas neuroendócrinos G3. De acordo com a literatura, o OctreoScan é bastante útil na detecção de tumores pancreáticos nãofuncionantes, mas não nos carcinomas neuroendócrinos pouco diferenciados ou de alto grau, pois estes expressam baixos níveis de receptores de somatostatina. Actualmente o PET/CT tem demonstrado ser de grande utilidade na detecção e estadiamento dos NET, sendo considerado o procedimento de Medicina Nuclear de escolha, oferecendo maior resolução relativamente às imagens convencionais e melhor sensibilidade e especificidade. PO.M090 - Terapêutica adjuvante no carcinoma do urotélio – existe benefício? Carolina Teixeira de Carvalho(1);Daniel Romeira(2);Marta Pinto(2);Nídia Rolim(3);Adélia Felix(4);Ana Plácido(2);Helena Miranda(2);José Nunes Marques(2);Ana Martins(2) (1) CHLO-Hospital São Franscisco Xavier (2) CHLO - Hospital de São Francisco Xavier (3) CHLOHospital Egas Moniz (4) CHLO Hospital de São Francisco Xavier Introdução: Em 2008, em Portugal foram diagnosticados 1935 novos casos e ocorreram 722 óbitos por carcinoma do urotélio. Existe controvérsia sobre o valor da QT adjuvante (QTadj) neste tumor, não havendo estudos randomizados com amostras significativas, que demonstrem benefício na sobrevida global. Apesar da limitada evidência do seu benefício, a QTadj tem sido utilizada nos doentes com alto risco de recorrência. Objetivos: Avaliação da eficácia e dos eventos adversos nos doentes com Carcinoma Urotelial, tratados com QTadj. Material e métodos: Estudo retrospetivo, observacional dos doentes com Carcinoma Urotelial, tratados com QTadj, entre Janeiro/08 e Março/13. Resultados: Foram tratados 14 doentes, 12 homens e duas mulheres, com idade mediana de 63 anos (entre 46-80 anos), 9 doentes tinham hábitos tabágicos. O tumor localizava-se na bexiga em 8 doentes, ureter distal em 4 e bacinete em 2. Oito doentes foram submetidos a cistoprostatectomia radical, cinco a nefroureterectomia e um a exenteração pélvica. Foi realizada linfadenectomia em 11 doentes (N0: 5, N1: 4, N2: 2). A caracterização T foi: T2: 4, T3: 5 e T4: 5 doentes. Em 3 doentes a cirurgia foi R1. No início do tratamento, 11 doentes apresentavam anemia, 10 doença renal cronica (grau 2: 5, grau 3: 5) e cinco uretero-hidronefrose. A QTadj utilizada foi 4 ciclos de Cisplatina+Gencitabina. Os eventos adversos mais frequentes foram: citopenias, diarreia, náuseas e vómitos, sem necessidade de interrupção da QTadj. Observaram-se 5 casos de recidiva, em média 9 meses após a QTadj (entre 3-23 meses). As recidivas localizaram-se nos gânglios linfáticos regionais: dois doentes, bexiga: um, testículo: um e pulmão: um. Ocorreram 3 óbitos, dois por progressão tumoral e um não relacionado com o tumor. Conclusão: Neste grupo de doentes, a QTadj foi bem tolerada, verificando-se uma taxa de recidiva de 35.7% e uma mortalidade 21,4%. Tendo em conta o benefício descrito na literatura, a QTadj é uma opção a oferecer aos doentes de mau-prognóstico em que não foi possível realizar QT neoajuvante. PO.M092 - Acetato de Abiraterona (AA) no tratamento do carcinoma da próstata metastizado resistente à castração (CPRCm), após docetaxel Carolina Teixeira de Carvalho(1);Daniel Romeira(2);Marta Mesquita Pinto(2);Filipe Lopes(3);Adélia Felix(4);Ana Plácido(2);Helena Miranda(2);José Nunes Marques(2);Ana Martins(2) (1) CHLO-Hospital São Franscisco Xavier (2) CHLO - Hospital de São Francisco Xavier (3) CHLO Egas Moniz (4) CHLO Hospital de São Francisco Xavier Introdução: O cancro da próstata é a segunda neoplasia mais frequente no homem no mundo. Foram estimados, em 2008, 900.000 casos e 258.000 mortes. A idade mediana do diagnóstico é 67 anos. O AA mostrou benefício clinico, constituindo uma nova terapêutica do CPRCm.O AA é um inibidor seletivo da síntese de androgénios na glândula supra-renal, nos testículos e no tumor. O estudo COUAA-301, controlado com placebo, demonstrou aumento na sobrevida, com sobrevida global de 14.8 versus 10.9 (p<0.0001), após terapêutica com docetaxel. Objetivos: Avaliação da eficácia e dos eventos adversos em doentes com CPRCm, tratados com AA e Prednisolona. Material e métodos: Estudo retrospetivo, observacional dos doentes com CPRCm, tratados com AA e Prednisolona, entre Dezembro/11 e Março/13. Resultados: Durante este período, foram tratados 7 doentes com idade mediana de 76 anos (entre 60-80 anos). Em média, os doentes realizaram 10 ciclos de docetaxel. O tempo médio entre o início da hormonoterapia (HT) e a resistência à castração foi de 5 anos. O intervalo médio entre a resistência à castração e o início do AA foi de 18 meses. Observou-se resposta bioquímica em 5 doentes. Não houve nenhuma interrupção terapêutica ou ajuste de dose por toxicidade. Três doentes já interromperam AA, um por progressão após estabilização do PSA durante 8 meses e dois por progressão após 4 meses. Todos tinham fatores associados a resposta escassa ao AA: o primeiro tinha Gleason 9, o segundo respondera à HT<16 meses e progredira sob docetaxel e o terceiro apresentava Gleason 9 e progredira sob docetaxel. Os dois doentes com progressão sob docetaxel já faleceram. Conclusão: A terapêutica com AA foi muito bem tolerada, sem ocorrência de eventos adversos significativos, provocando resposta clínica em 71,4% dos doentes. Os resultados apresentados condizem com a literatura. Confirmou-se a associação da menor sensibilidade ao AA com o grau de Gleason≥8, a resposta à HT<16 meses e a progressão sob docetaxel. PO.M093 - QUIMIORADIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CARCINOMAS DO ESÓFAGO EM DOENTES IDOSOS Maria Teresa Alexandre(1);Catarina Cardoso(2);Ana Luís(1);João Freire(2);António Moreira(3) (1) IPO Lisboa (2) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO O tratamento do carcinoma do esófago localmente avançado consiste em quimioradioterapia(QTRT) dependendo a cirurgia subsequente da localização tumoral, estado geral e co-morbilidades. Existem poucos dados sobre a eficácia e tolerância desta terapêutica nos idosos OBJECTIVOS Primário: avaliar compliance ao tratamento. Secundários: caracterizar toxicidade aguda (até dois meses após terminar a QTRT), taxa de resposta, sobrevida livre de progressão(PFS) e sobrevida global(OS). MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospectivo dos doentes ≥ 70 anos, com carcinoma do esófago T3/4 ou N+ submetidos a QTRT de Janeiro de 2007 até Agosto 2012. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram incluídos 45 doentes (38 sexo masculino, 7 sexo feminino), mediana de idade 74 anos (70-82). Histologia: carcinoma pavimento celular (32), adenocarcinoma (12) e carcinoma SOE (1). Estadiamento: estádio IIA (9), estádio IIB (5) e estádio III (31). A mediana do índice de co-morbilidade de Charlson foi 2, sendo as mais frequentes: HTA, cardiopatia isquémica, IRC e DPOC. 82% dos doentes completaram a dose total de RT (45-50 Gy). O esquema de quimoterapia utilizado foi cisplatina+5FU(PF) 15 doentes, PF fraccionado 12 doentes, mitomicina+5-FU (M5F) 15 doentes, carboplatina+paclitaxel 2 doentes e PF/M5F 1 doente. Foi feita redução de dose de quimioterapia em 6 doentes (4 IR, 2 esofagite e 1 perda ponderal), 6 realizaram apenas um ciclo(2 IR, 3 infecções e 1 perda ponderal). Registaram-se 45 vindas ao serviço de urgência e 20 internamentos (13 causas infecciosas, 7 IR, 3 esofagite e 1 arritmia). Foi necessária SNG em 3 doentes e dilatação esofágica em 6. Após QRT 18 doentes obtiveram resposta completa, 13 resposta parcial, 4 progressão (PD) e em 10 não avaliada. Dos doentes operados 5 tiveram resposta patológica completa e 5 estão vivos. A mediana de OS foi 12 meses e de PFS 7 meses. 31 doentes faleceram (7 PD e 12 de toxicidade). CONCLUSÕES Embora com boa taxa de resposta o tratamento de QRT nos doentes idosos associou-se a elevada morbilidade e mortalidade. Identificamos nestes doentes. a necessidade de uma melhor selecção e suporte. PO.M094 - HEMANGIOENDOTELIOMA EPITELIÓIDE DO OSSO: UM CASO CLÍNICO Vânia Peixoto(1);Teresa Sarmento(2);Marta Soares(3);Mariana Afonso(2);Ana Ferreira(2);José Dinis(2);Sofia Conde(2);Jorge Guimarães(2) (1) Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (2) Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia do Porto (3) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO: O hemangioendotelioma epitelióide (HEE) é uma neoplasia vascular rara, podendo afetar múltiplos órgãos e tecidos, envolvendo raramente o esqueleto. O HEE do osso ocorre mais frequentemente na 3ª década de vida, atingindo igualmente ambos os sexos. OBJETIVO: Analisar a abordagem terapêutica do HEE do osso, através de um caso clínico tratado no Instituto Português de Oncologia do Porto. METODOLOGIA: Análise e colheita de dados realizadas através da consulta do processo clínico hospitalar. RESULTADOS: Descreve-se o caso de um doente com diagnóstico aos 34 anos de HEE do osso, após estudo de lesões ósseas múltiplas localizadas na coluna cervical, dorsal, 3º arco costal esquerdo e esterno. Foi submetido a biopsia e a posterior resseção alargada da massa tumoral localizada no 3º arco costal cuja histologia confirmou o diagnóstico referido anteriormente. Realizou radioterapia (RT) ao leito cirúrgico e às lesões localizadas na coluna cervical e dorsal. Iniciou tratamento com bifosfonatos e manteve-se em vigilância. Um ano após foi constatada progressão da doença, com aparecimento de novas lesões ósseas. Realizou quimioterapia paliativa (QTP) com doxorrubicina, com doença estável após os 3 ciclos, mas com nova progressão após o término da QTP. Foi submetido a QTP 2ª linha com paclitaxel, tendo completado os 6 ciclos, mas com progressão da doença após. Iniciou em Fevereiro de 2013 QTP 3ª linha com bevacizumab em monoterapia, não tendo ainda completado os 3 ciclos para reavaliação da resposta. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Trata-se de um caso clínico peculiar com doença multifocal e com progressão rápida, sendo habitual no HEE do osso uma progressão mais lenta.Dada a raridade desta neoplasia e o curto período de follow-up destes doentes, ainda não está estabelecido qual a melhor estratégia cirúrgica, o papel da RT, da quimioterapia e o prognóstico destes doentes. PO.M095 - RAPIDARC NO CARCINOMA DA PRÓSTATA: ANÁLISE MANUAL DE ESTRUTURAS ÓSSEAS VS MARKER MATCH AUTOMÁTICO DOS MARCADORES FIDUCIAIS Ana Pitti(1);Silvia Leitão(1);Filipa Nunes(1);Pedro Chinita(1);Isabel Lobato(1) (1) HESE Introdução: No HESE realiza-se IMRT (radioterapia de intensidade modulada) da próstata mediante Rapidarc® e IGRT diário (radioterapia de imagem guiada), os quais recorrem a marcadores fiduciais de ouro. Entre 2011 e 2012 foram tratados no HESE, mediante IMRT e este tipo de IGRT, 171 doentes com carcinoma da próstata localizado. Em todos foram previamente colocados 3 marcadores de ouro na próstata, mediante ecografia transrectal. Estes marcadores fiduciais facilitam, assim, o processo de análise das imagens adquiridas diariamente antes da administração do tratamento, recorrendo ao chamado Marker Match (MM), o qual, ao detectar automaticamente a posição das sementes, permite a correcção online dos desvios. Objectivo: Verificar a fiabilidade do Marker Match automático, na correcção online dos desvios obtidos na fase em que ocorre a irradiação simultânea da próstata e dos gânglios pélvicos. Material e Métodos: Foi seleccionada uma amostra aleatória de 100 doentes com carcinoma da próstata, tratados com a técnica de Rapidarc®. Em cada sessão de tratamento foi efectuada uma comparação dos desvios obtidos entre a análise manual das estruturas ósseas, após aquisição de duas imagens 2D oblíquas ortogonais, e o MM automático dos marcadores. Foi registado o valor (em módulo) da diferença entre as duas análises, nos três eixos (x-lateral, y-longitudinal e z- vertical). Para cada doente foi efectuada uma média dos 10 primeiros valores registados (x, y e z), obtendo-se 100 médias. Posteriormente foi realizada uma análise estatística. Resultados: Os resultados obtidos demonstram que as diferenças obtidas entre os dois métodos de análise são pouco significativos, obtendo-se as médias de 0.17 ± 0.10 cm (x), 0.21 ± 0.19 cm (y) e 0.19 ± 0.07 cm (z). Conclusão: O Marker Match automático é um método fiável e rápido na detecção dos marcadores, diminuindo, desta forma, as incertezas intra e inter-observador. PO.M097 - A TRABECTEDINA E O LEIOMIOSSARCOMA UTERINO METASTIZADO – UM CASO DE SUCESSO Joana Belo(1);Fabiane Neves, Filipa Nunes, Isabel Botto(2) (1) MBB-CHUCoimbra (2) MBB-Centro hospitalar universitario Coimbra INTRODUÇÃO: Leiomiossarcomas uterinos são tumores raros correspondendo a cerca de 1% dos tumores malignos do aparelho genital feminino. Têm um mau prognóstico, com uma sobrevivência global inferior a 50% aos 5 anos mesmo quando diagnosticados precocemente, e definitivamente inferior a 10% para aqueles com doença avançada . Opções terapêuticas para doença metastizada são limitadas tendo estes doentes uma sobrevivência media inferior a 1 ano. Objectivos: Em doentes que não responderam à quimioterapia standart- surgiu um novo elemento “Trabectedina “ que atua a nível do DNA interferindo com ligação e transcrição das proteínas das células cancerígenas. Material e Métodos: Apresentamos o caso de uma doente com leiomiossarcoma uterino metastizado em 2009, com resposta à trabectedina apos varias linhas de quimioterapia. Resultados : Doente com tumor abdominal com 20,6x18x10,5cm em contiguidade com útero, apresentando pequenas lesões pulmonares em TC sugestivas de metastização pulmonar. Submetida a laparotomia exploradora em 21/01/2009.Estudo histológico revelou leiomiossarcoma de baixo grau de malignidade, elevado índice mitótico e focos de necrose. Inicia quimioterapia adjuvante com a associação CIVADIC realizando 6 ciclos com boa tolerância e lesões estabilizadas. Em Agosto de 2010 surge outro nodulo pulmonar com cerca de 6cm e múltiplas formações ganglionares mediastínicas a maior com cerca de 18mm.Fez biopsia do nodulo que confirmou “ metástase pulmonar de leiomiossarcoma”. Inicia nova linha de quimioterapia com Doxorrubicina peguilhada . Em nova TC observou-se “ …agravamento das alterações parenquimatosas com surgimento de novas formações nodulares…”. Inicia Trabectedina que mantem com boa tolerabilidade e resposta verificando-se diminuição acentuada das lesões parenquimatosas. Conclusões: O tratamento dos leiomiossarcomas não tem verificado inovação ao longo dos anos podendo ser a Trabectedina uma nova opção PO.M098 - CARCINOMA PAPILAR INTRAQUÍSTICO DA MAMA: ANÁLISE CASUÍSTICA DE UM SERVIÇO Vânia Peixoto(1);Sofia Amorim Oliveira(2);João Pinto da Cunha(2);Ana Luísa Faria(2);Joana Espiga de Macedo(2);Sónia Rego(2);Emilio Macias(3);António Araújo(2) (1) Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (2) Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia do Porto (3) Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga INTRODUÇÃO: O carcinoma papilar intraquístico (CPI) da mama é uma neoplasia rara, geralmente associada a prognóstico favorável. Existem ainda controvérsias relativas ao tratamento, nomeadamente ao tipo de cirurgia e à terapêutica adjuvante. OBJETIVO: Caraterização clinicopatológica e análise dos tratamentos efetuados em doentes com CPI da mama, tratados no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV). METODOLOGIA: Análise retrospetiva dos processos consecutivos de doentes com CPI da mama, admitidos no Serviço de Oncologia Médica do CHEDV, entre 1999 e 2012. RESULTADOS: Foram identificados 8 doentes com CPI da mama, todos do sexo feminino. A idade mediana ao diagnóstico foi de 54 anos. A maioria (n=7) realizou tumorectomia, enquanto uma doente foi submetida a mastectomia. Em 3 casos foi documentado CPI associado a componente invasor, noutros 3 associação com carcinoma ductal in situ e nos restantes CPI puro. O tamanho tumoral mediano foi de 17 mm. Os recetores de estrogénio (RE) foram positivos em 7 doentes e a expressão do HER2 negativa em todos os casos. Nenhuma doente apresentou envolvimento ganglionar. A hormonoterapia adjuvante (tamoxifeno) foi administrada em todas as doentes com RE positivos. A radioterapia adjuvante foi realizada em 50% das doentes, nenhuma com CPI puro. Não houve casos de recorrência local. Uma doente com componente invasor associado, RE negativos, submetida a quimioterapia neoadjuvante seguida de tumorectomia e esvaziamento axilar, apresentou recidiva cerebral e pulmonar, 12 meses após realização do tratamento. Com um tempo mediano de follow-up de 29 meses, a taxa de mortalidade foi de 12,5% (n=1) e a sobrevivência média global de 60 meses. CONCLUSÃO: O CPI é habitualmente caraterizado por positividade dos RE e ausência de metastização, mas neste trabalho houve uma doente com RE negativos que faleceu com metastização sistémica. Nestas doentes os tratamentos foram realizados independentemente do subtipo do CPI, à exceção da radioterapia. PO.M099 - Leiomiossarcoma Paratesticular – dois casos clínicos de uma entidade rara Fábio Cassiano Lopes(1);Fernando Gomes(1);Mariana Fernandes(2);Michelle Silva(2);Maria João Vergueiro(2);Ana Claudia Monteiro(1) (1) Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE - Unidade de Oncologia (2) Hospital Fernando Fonseca Introdução: Os sarcomas representam apenas 1% das neoplasias do adulto mas contabilizam a maioria dos tumores da região paratesticular (cerca de 90%). Em revisão de séries publicadas com categorização histológica, os leiomiossarcomas representam 10 a 30% dos sarcomas paratesticulares tornando-se uma patologia extremamente rara e pouco documentada. Apresentamos dois casos clínicos da nossa Instituição. Métodos: Estudo retrospectivo unicêntrico com revisão de processos clínicos. Resultados: Dois doentes, com diagnóstico em 2005 e 2012, com 57 e 51 anos de idade, apresentavam massa escrotal indolor com evolução de um ano. No primeiro caso clínico, o doente apresentava uma massa escrotal de 4x4 cm, confirmada ecograficamente e foi submetido a hemiescrotectomia com diagnóstico de leiomiossarcoma. O doente não apresentava doença metastática. Apesar das características de alto risco, o doente não realizou terapêutica adjuvante por atraso na referenciação à Unidade de Oncologia e não comprovação de eficácia desta estratégia. O doente veio a falecer 24 meses após o diagnóstico de causa não oncológica. No segundo caso clínico, o doente apresentava uma massa escrotal de 16x12 cm em ecografia tendo realizado orquitectomia radical com diagnóstico de leiomiossarcoma. O estadiamento revelou plurimetastização pulmonar, hepática e óssea. O doente foi proposto para realização de quimioterapia com Doxorrubicina e Ifosfamida, associada a Radioterapia externa paliativa antiálgica (30 Gy/10 fracções) sobre lesões ósseas metastáticas do ráquis dorsal e bacia óssea. O doente encontra-se no sexto ciclo de quimioterapia e aguarda avaliação de resposta. Conclusão: O Leiomiossarcoma Paratesticular é uma entidade rara com escassa documentação e publicação a nível internacional. Apesar de serem dois casos clínicos com características diferentes encontra-se a necessidade de serem reportados e serem comparados com a literatura disponível. O papel da Radioterapia pós-operatória permanece sem confirmação científica suficiente e o uso da quimioterapia no contexto metastático baseada em antraciclinas advém de ensaios randomizados multicêntricos tendo a histologia de sarcoma como referência. PO.M100 - METASTIZAÇÃO PULMONAR DE CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO APÓS LONGO PERÍODO LIVRE DE DOENÇA, A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Isabel Reis(1);Diana Moreira(2);Joana Cardia(2);Lurdes Salgado(2);Luísa Carvalho(2) (1) Serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia do Porto (2) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO: A incidência de metástases pulmonares no carcinoma endometrial é de 6%, sendo na sua maioria, metácronas. A metastização pulmonar que surge após longo período livre de doença é rara na literatura, mas não negligenciável. OBJECTIVOS: Apresentar um caso clínico de metastização pulmonar de carcinoma do endométrio após longo período livre de doença. MATERIAL E MÉTODOS:Foi revisto o processo clínico e dados dosimétricos do caso apresentado. RESULTADOS:Doente de 55 anos, submetida a Histerectomia total e anexectomia bilateral em 26/07/91 por Adenocarcinoma Endometrial estadio >pIBG2. Efetuou Radioterapia externa adjuvante: 50Gy a toda a pélvis com campos paralelos opostos AP/PA, fotões 18MV + Braquiterapia vaginal com 137Cs na dose de 50Gy à superfície da vagina, que concluiu em 19/11/91. Manteve-se em vigilância sem evidência de doença até Dezembro de 2012, altura em que, por queixas de tosse e anorexia, realizou TC torácica que mostrou presença de massa pulmonar de 8 cm no lobo superior direito (LSD). A PET mostrou hipermetabolismo de 18F-FDG compatível com neoplasia do LSD do pulmão. A biópsia realizada em 31/01/13 foi compatível com metástase de primário endometrial. A doente foi proposta para exérese cirúrgica da lesão metastática, que aguarda. DISCUSSÃO/CONCLUSÕES:A maioria das metástases pulmonares são detetadas em exames de seguimento após controlo do tumor primário, o que também acontece nos tumores ginecológicos. A particularidade do caso apresentado está no surgimento de uma metástase pulmonar de carcinoma endometrial, 21 anos após o seu tratamento curativo. Os estudos realizados apontam para alguns fatores preditores de recorrência à distância, nomeadamente, invasão linfovascular, invasão profunda do miométrio e grau de diferenciação tumoral. A metastização pulmonar é também mais frequente em doentes idosas. Em casos selecionados de doentes com metástases únicas, ressecáveis e longo período livre de doença, a cirurgia parece associar-se a benefício na sobrevivência. PO.M101 - CARCINOMA DA VAGINA TRATADO COM RADIOTERAPIA INTRA-OPERATÓRIA, A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Isabel Reis(1);Artur Aguiar(2);Olga Sousa(3);Luísa Carvalho(3);Lurdes Salgado(3) (1) Serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia do Porto (2) IPO Porto - F.G, E.P.E. (3) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO: A proximidade da bexiga e do recto à vagina condiciona frequente envolvimento destas estruturas no carcinoma da vagina, o que determina grande dificuldade no controlo tumoral. No estadio IVA, a taxa de sobrevivência aos 5 anos é de apenas 26%. A Radioterapia intraoperatória (RIO) permite debitar uma elevada dose de radiação à área pretendida, poupando as estruturas adjacentes que são desviadas ou protegidas durante o procedimento. OBJECTIVOS: Apresentar caso clínico de carcinoma da vagina submetido a tratamento de salvação com cirurgia e RIO. MATERIAL E MÉTODOS: Foi revisto o processo clínico e dados dosimétricos do caso apresentado. RESULTADOS: Doente de 50 anos, previamente submetida a Histerectomia total e anexectomia bilateral por patologia benigna, enviada à nossa instituição, em Março de 2011, por Carcinoma da vagina estadio IVA por invasão do recto. Realizou tratamento de Radioterapia externa (RTE): 50,4Gy a toda a pélvis e vagina + boost à vagina de 20Gy, técnica 3DC, concomitantemente com 6 ciclos de Cisplatina semanal (40mg/m2), que completou em Julho de 2011 com resposta parcial (lesão nodular no fundo de saco vaginal e 1/3 superior da parede posterior). Prosseguiu tratamento com QT - 6 ciclos de Carboplatina e Paclitaxel até Novembro de 2011. Em Janeiro de 2012 realizou biópsia de lesão da parede vaginal posterior que revelou persistência tumoral. Em 02/04/12 foi submetida a exentração pélvica total com RIO (10Gy, Energia 9MeV). Atualmente, encontra-se em vigilância e mantem-se sem evidência de doença. DISCUSSÃO/CONCLUSÕES: Mulheres com cancro ginecológico localmente avançado e recorrente apresentam mau prognóstico. A RIO é uma opção terapêutica, quando a tolerância dos tecidos normais não permite um segundo curso de RTE. Esta técnica adiciona-se ao armamentário terapêutico neste contexto para maximizar o controlo local e minimizar a exposição das estruturas limitantes de dose, com melhores resultados na doença microscópica após citorredução. PO.M102 - CARCINOMA ADENÓIDE QUÍSTICO DA MAMA – QUANDO O TRIPLO NEGATIVO TEM BOM PROGNÓSTICO Daniel Romeira(1);Carolina Carvalho(1);Marta Mesquita Pinto(2);Helena Miranda(1);Ana Martins(1) (1) Unidade de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (2) Unidade de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental INTRODUÇÃO O carcinoma adenóide quístico da mama (CAQ) , representa 0.1% dos carcinomas da mama, com maior incidência em mulheres pós-menopáusicas. O CAQ apresenta tipicamente fenótipo triplo negativo, com histologia muito característica. A metastização ganglionar e à distância são pouco frequentes, sendo esta normalmente prévia à metastização ganglionar. O Prognóstico é favorável, com sobrevida aos 5, 10 e 15 anos de 88%, 75% e 60%, respectivamente. Não existe consenso no tratamento standard. A abordagem cirúrgica pode passar pela cirurgia conservadora (CC) ou mastectomia simples. A pesquisa de gânglio sentinela (gs) e esvaziamento axilar não estão recomendados. A radioterapia (RT) e quimioterapia (QT), não são consensuais. Apresentamos 2 casos de CAQ: Caso 1: Doente de 59 anos , em 2007 a mamografia de rotina mostrou nódulo de contornos irregulares, nos quadrantes centrais da mama, com 6.3 mm. Submetida a CC, com Diagnóstico Histológico (DH): CAQ, 10x7 milímetros, gs negativo, recetores de estrogénio (RE) e de progesterona negativos (PR). Human Epidermal growth factor Receptor (HER2) negativo. Estadiamento T1bN0M0. Submetida a RT, 60 Greys (Gy)/30 fracções. Caso 2: Doente de 43 anos, submetida a mastectomia radical modificada em 2010, por nódulo da mama 12x9 milímetros na mamografia. DH: CAQ, 6 cm, gs positivo com ruptura de cápsula, RE , RP e HER2 negativos. Estadiamento T3N0M0. Fez QT adjuvante: FEC x3 (Fluouracilo, Epirrubicina e Ciclofosfamida) + 3 ciclos Docetaxel, seguida RT complementar de 50 Gy/25 fracções. Conclusão: Num dos casos apresentados havia envolvimento ganglionar, situação descrita como rara. Embora sem abordagem terapêutica standard, a evolução clínica favorável, destes dois casos, é concordante com os dados referidos na literatura. PO.M104 - LONGAS SOBREVIVENTES DE CARCINOMA DO COLO DO UTERO METASTATICO OU RECORRENTE Hugo Nunes(1);Fátima Vaz(1);Ana Clara(1);António Gomes(2);Isabel Santana(2);Margarida Roldão(3);António Moreira(1) (1) Serviço de Oncologia, IPO Lisboa (2) Serviço de Ginecologia, IPO Lisboa (3) Serviço de Radioterapia, IPO Lisboa INTRODUÇÃO: menos de 20% das doentes com carcinoma do colo do útero (CCU) persistente ou recorrente sobrevivem 1 ano. A quimioterapia (QT) com dupletos de cisplatina e taxano (paclitaxel) ou cisplatina e topotecano constituem os esquemas de primeira linha terapêutica neste contexto. OBJECTIVOS: descrever os casos clínicos de duas doentes com CCU metastático/recorrente com sobrevivência inabitual. MATERIAL E MÉTODOS: revisão processos clínicos. RESULTADOS: Caso 1: mulher, 29 anos. Maio/2006: adenomegálias supraclaviculares esquerdas, discrasia hemorrágica e trombocitopénia. Biópsia da adenopatia supraclavicular: “metástase de carcinoma pavimento-celular (CPC) de origem ginecológica”. TC cérvico-tóraco-abdomino-pélvica: adenopatias lomboaórticas (LA) e da cadeia ilíaca direita. Observação ginecológica: lesão no colo do útero, cuja biópsia mostrou “CPC não queratinizante invasivo” (estadio IVb). Após 6 ciclos de QT (carboplatina e paclitaxel), resposta parcial (persistência ganglionar LA). Realizou RT pélvica e lomboaórtica até Março/2007. Setembro/2007: por recidiva em área irradiada, comprovada histologicamente, foi tratada com 6 ciclos de cisplatina e topotecano, o último em Novembro/2007, com resposta completa. Mantém-se em follow-up (60 meses), sem evidência de doença. // Caso 2: mulher, 45 anos. Fevereiro/2005: diagnóstico de CPC do colo do útero estadio IIA. Terminou quimiorradioterapia (QRT) em Julho/2005. Fevereiro/2006: por ureterohidronefrose, coloca cateter duplo J no rim esquerdo. Junho/2006: recidiva em área irradiada envolvendo o paramétrio esquerdo; inicia QT (cisplatina e topotecano), completando 6 ciclos, o último em Novembro/2007, com resposta completa. Mantém-se em follow-up (57 meses) sem evidência de doença. CONCLUSÕES: os casos descritos revestem-se de importância clínica, porque mostram um extremo do espectro de sobrevivência destas doentes e demonstram a heterogeneidade da biologia desta neoplasia. PO.M105 - RADIOTERAPIA EM TUMOR PEDIÁTRICO TERATÓIDE/RABDOIDE ATÍPICO: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Catarina Travancinha(1);Miguel labareda(2);Telma Antunes(1);Luisa Mirones(1);Margarida Roldão(1) (1) IPO de Lisboa (2) CHBM - Hospital nossa senhora do Rosário INTRODUÇÃO O tumor teratóide/rabdoide atípico (AT/RT) é um tumor raro, que representa 3% dos tumores pediátricos do sistema nervoso central (SNC). Actualmente os dados disponíveis para o seu tratamento baseiam-se apenas em estudos retrospectivos. No entanto, a radioterapia (RT) parece aumentar o controlo local e melhorar a sobrevivência MATERIAL E MÉTODOS Análise retrospectiva de caso clínico de doente pediátrico com diagnóstico de AT/RT do SNC, tratado com cirurgia, QRT+QT adjuvante. Revisão da literatura disponível sobre RT em AT/RT. RESULTADOS Menino de 4 anos, com desenvolvimento normal até Abril de 2012, altura em que refere quadro de vómitos, torcicolo com lateralização direita e comportamento agressivo. Realizou RMN-CE que revelou lesão do hemisfério cerebeloso com extensão ao pedúnculo cerebeloso médio e hemi-protuberância, à esquerda. Foi submetido a cirurgia subtotal em Junho de 2012. Em Novembro de 2012, por progressão, é novamente operado, com remoção subtotal da lesão (lesão residual no tronco cerebral). A análise histológica revelou AT/RT (Grau IV). O menino foi incluído no protocolo clínico da European Rhabdoid Registry, 2010, que preconiza a realização de QRT+QT adjuvante. Após TC de planeamento, sob anestesia geral, e sua fusão com RMN-CE pós-operatória, procedeu-se à delimitação dos volumes de tratamento e órgãos de risco. O tratamento foi realizado com RT3Dconformacional, com técnicas de Imagem Guiada(IGRT), com a dose de 54Gy/30fr sobre a fossa posterior. Na literatura encontramos taxas de controlo local com RT de 47.4%, SLD e SG a 2 anos de 53±13% e 70±10%, respectivamente, com toxicidades aceitáveis. CONCLUSÕES A RT parece melhorar o controlo local e exercer uma influência positiva na sobrevivência. Assim, esta modalidade terapêutica deve estar presente no tratamento primário destes doentes, após a cirurgia, e associada a QT. Deverá ainda ser iniciada o mais precocemente possível, mas apenas em crianças maiores que 18 meses. PO.M106 - CANCRO DO OVARIO COM METASTIZAÇÃO CEREBRAL - A PROPOSITO DE UM CASO CLINICO Patricia Gago(1);Andreia Coelho(2);Joana Lima(2);António Teira(2);Miguel Barbosa(2);Marta Sousa(2);Fernando Alves(2);Pedro Santos(2) (1) CHTMAD - Unidade de Chaves (2) CHTMAD - Unidade de Vila Real Introdução O cancro do ovário constitui a maior causa de morbilidade e mortalidade dentro das neoplasias ginecológicas, representando a quinta causa de morte nas mulheres. A metastização cerebral é rara (0,29% - 5%) e normalmente associada a uma manifestação tardia da doença em pacientes com sobrevida prolongada, é frequentemente múltipla e normalmente surge em pacientes que se encontram em estádio III ou IV da doença. A sintomatologia mais frequente são as cefaleias, alterações da visão, vómitos, estados confusionais e síncopes. Caso Clinico Doente de 51 anos, previamente saudável, enviada à consulta por massa abdominal e elevação de CA 125. Realizou histerectomia total com anexectomia bilateral, omenctomia e linfadenectomia pélvica e paraaórtica a 2/12/2010. O exame histológico revelou carcinoma indiferenciado, totalmente limitado ao ovário, sem invasões linfáticas correspondendo a um estádio Ia de FIGO (pT1a G3 N0 M0). A doente iniciou quimioterapia adjuvante com regime de carboplatino e paclitaxel que cumpriu durante 6 ciclos sem intercorrências e com boa tolerância encontrando-se no final com CA 125 normalizado. Em Novembro de 2012 recorre à consulta por quadro de cefaleias e vómitos incoercíveis. Realizou Tomografia Axial Computorizada Cranioencelalica que revelou lesão única ocupando espaço cerebelosa direita rodeada de edema com compressão do IV ventrículo e hidrocefalia associada pelo que foi submetida a craniectomia suboccipital mediana alargada à direita com exérese macroscopicamente total de lesão cerebelosa direita. O estudo anatomo patológico foi compatível com metástase de carcinoma papilar do ovário. Iniciou radioterapia cerebral com regressão da sintomatologia neurológica e posteriormente realizou quimioterapia com carboplatino, gencitabina e bevacizumab. Actualmente a doente encontra-se viva, sem evidência de recorrência da doença e sob terapêutica com bevacizumab. Conclusão O presente caso clinico alerta para o facto da metastização cerebral no cancro do ovário, embora rara, ser tida em conta pois a detecção precoce poderá resultar no sucesso terapêutico completo. PO.M107 - SOBREVIVÊNCIA, APÓS LONGO FOLLOW-UP, DE DOENTES COM CARCINOMA DO COLO DO UTERO TRATADAS COM QUIMIORADIOTERAPIA Hugo Nunes(1);Fátima Vaz(1);Margarida Roldão(2);Filomena Santos(2);Sandra Bento(3);Nuria Asensio(4);Ana Francisca(5);António Moreira(1) (1) Serviço de Oncologia, IPO Lisboa (2) Serviço de Radioterapia, IPO Lisboa (3) Serviço de Oncologia, Hospital Distrital de Santarém (4) Azienda Ospedaliera S.Maria Nuova, IRCCS Reggio Emília (5) Serviço de Ginecologia, IPO Lisboa INTRODUÇÃO: em Novembro de 2000, o grupo multidisciplinar de Ginecologia do IPOLFG,EPE o implementou a qumioradioterapia (QTRT) do cancro do colo do útero em ambulatório. As primeiras 200 doentes tratadas foram seguidas prospectivamente ao longo dos últimos anos. OBJECTIVOS: reavaliar endpoints de eficácia após mediana de follow up superior a 5 anos e comparar com os dados semelhantes dos ensaios clínicos. MATERIAL E MÉTODOS: contacto das doentes ou revisão da última observação dos processos clínicos ou recurso ao Registo Nacional de Utentes (RNU) das 200 doentes tratadas consecutivamente de Novembro/2000 a Setembro/2002 com QTRT. O tratamento incluiu 6 ciclos semanais de Cisplatina 40mg/m2 e RT (externa e braquiterapia). Da coorte inicial, 2 doentes foram excluídas (1- carcinoma de pequenas células, 2- previamente submetida a histerectomia). A análise de sobrevivência considera a eficácia revista até Março/2013. RESULTADOS: 198 doentes: mediana de idades de 50 anos (26-79). Diagnóstico histopatológico: 178 (89%) carcinomas pavimento-celulares; 12 (6%) carcinomas adeno-escamosos; 8 (5%) adenocarcinomas. Mediana de follow up (intention to treat) de 76,9 meses (1,4-145,5), sobrevida de 67% aos 8 anos (taxa de mortalidade global de 29,8%). Perderam-se para follow up regular 49 (24,7%) doentes, embora em 26 casos se tenha obtido dados sobre a situação viva/morta no RNU. Causas de morte: 25 doentes- progressão da doença oncológica; 4- causas não relacionadas com a doença oncológica; 29- causas conhecidas. Falência do tratamento em 59 (29,8%) doentes: 7-progressão da doença; 18- persistência da doença, e 34 por recidiva (16 à distância e 18 local). O maior risco de falência ocorreu durante os primeiros 36 meses mas observaram-se recaídas tardias (comprovadas histologicamente). CONCLUSÕES: a sobrevivência global na nossa coorte é concordante com a do ensaio clínico com maior follow up. O risco de falência do tratamento foi maior nos primeiros 36 meses, mas observaram-se recaídas após 5 anos. PO.M108 - TUMOR CARCINOIDE DO APENDICE UM FOLLOW UP INESPERADO. André Oliveira(1);Beatriz Pequeno(2);Luis Bretes(3);RIta Mestre(2);Amanda Nobre(2);Irene Furtado(2) (1) Hosрital de Faro, E. P. E. (2) Hospital de Faro E.P.E. (3) H. Distrital de Faro Introdução: Os tumores carcinoides são tumores neuroendócrinos raros derivados das células enterocromafinicas. A origem intestinal é a mais frequente (maioria ocorrem no apêndice). Sabe-se que os tumores carcinoides do apêndice <1cm, bem diferenciados,raramente metastizam. A melhor abordagem ao diagnóstico e ao follow-up destes doentes é controversa. O tratamento destes tumores passa quase sempre por tumorectomia. Os análogos da somatostatina são utilizados no síndrome carcinoide. Objectivos: A propósito de um caso clínico, fizemos uma revisão da literatura dos tumores neuroendócrinos de origem intestinal exceptuando os tumores de origem pancreática. Material e Métodos: Os autores relatam uma jovem de 23 anos, que se encontrava em follow-up por um tumor carcinoide do apêndice, sem evidência de doença. A doente recorreu à urgência por diplopia e parestesia do MI esquerdo.Realizou um TAC-CE que descreveu múltiplas lesões cerebrais compatíveis com metastização. Foi internada na oncologia médica para estudos complementares e controlo de sintomas. Resultados: Nesta paciente, com um tumor bem diferenciado <0.5cm, a metastização cerebral seria pouco provável. Foram excluídas causas infecciosas que pudessem causar este tipo de lesões. Foi iniciado tratamento de corticoterapia. Teve resolução do quadro clínico. Repetiu RMN que relatou uma melhoria das lesões e sugeriu imagens típicas de lesões de esclerose múltipla. Discussão: A resseção é curativa na maioria dos NET bem diferenciados e localizados. Alguns estudos, descrevem taxas de recorrência de 99% aos 10 anos. Apesar disto, não existe evidência que suporte qualquer tipo de terapêutica adjuvante após resseção. Conclusões: O confronto dos resultados controversos da imagiologia com o prognóstico dos tumores carcinoides, e a raridade de metastização cerebral, juntamente com uma discussão multidisciplinar foram essenciais para a exclusão de outras etologias e o seu diagnóstico correcto. PO.M109 - Metastização Atípica de Adenocarcinoma do Pulmão Patrícia Tavares(1);Teresa Sarmento(2);Isabel Azevedo(1);Marta Soares(3) (1) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) (2) ipo-porto (3) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. Introdução: O cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro em todo o mundo e em ambos os sexos. Caso clínico: Os autores apresentam o caso clínico de um homem de 67 anos, com antecedentes de hipertensão arterial, fibrilhação auricular, ex-fumador de 40 UMA, com diagnóstico de adenocarcinoma em Fevereiro de 2012 após estudo de toracalgia direita e hemoptises. Estadio IIB apos estudo. Realizou lobectomia superior direita com esvaziamento mediastínico. O exame anatomo-patológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado com invasão da grade costal e margens cirúrgicas positivas, estadiado como pT3 N0 R1. Sem mutação do gene EGFR preditiva de resposta. Foi proposto para quimioterapia e radioterapia concomitantes com intuito adjuvante. O doente permaneceu assintomático e em Tomografia por Emissão de Positrões (PET) realizada em Dezembro de 2012 identificadas lesões hipermetabólicas em densificação para-traqueal direita, a nível subcarinal e no músculo grande adutor esquerdo. Fez RMN e biópsia do nódulo da coxa esquerda cujos aspectos morfológicos e perfil imunohistoquímico foram compatíveis com metástase do primário pulmonar. Proposto para quimioterapia paliativa. Conclusão: As metástases do cancro do pulmão têm como locais preferenciais as glândulas supra-renais, o osso e o cérebro. Metástases de um primário pulmonar para o músculo esquelético são um evento relativamente raro e normalmente sintomático. A PET permite identificar metástases ocultas em cerca de 10 a 20% de doentes com CPNPC, sendo considerado um exame de estadiamento, não tendo sido demonstrado benefício na sua utilização como exame de seguimento. PO.M110 - Metastização ou Tumor Castanho Multicêntrico – a propósito de um caso Luciana Leite(1);Pedro Cardoso(2);Pedro Neves(1);Pedro Leite(1);pedro barreira(1);Daniel Soares (1);Vãnia Oliveira(1) (1) Hospital Santo António (2) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO- O hiperparatireoidismo primário é, habitualmente diagnosticado em exames de sangue ou devido aos sintomas da hipercalcemia. O tumor castanho é pois uma forma de apresentação extremamente rara e, se múltiplo, ainda mais raro. As fracturas patológicas são incomuns e geralmente cursam com carcinoma e quase nunca com adenoma das paratireóides. No caso do adenoma a cura passa pela sua exérese. OBJECTIVOS– Lembrar a rara forma de apresentação de uma patologia benigna que é habitualmente referida às Instituições de tratamento de doenças Oncológicas pelo seu diagnóstico diferencial com as metástases. MATERIAL E MÉTODOS -Sexo masculino, 34 anos. Antecedentes de alcoolismo crónico, hipertensão e pancreatite aguda. Dor na perna direita com 1 ano de evolução. Emagrecimento, fadiga e perturbações do aparelho digestivo. Lesão osteolítica na diáfise tíbia, mal delimitada. A cintigrafia mostrou múltiplos focos de captação. Enquanto se aguardava os resultados das análises sanguíneas, da tomografia computorizada toracoabdominal, da ecografia do pescoço e da biópsia por agulha da lesão da tíbia, ocorreu fractura patológica do fémur homolatera. Procedeu-se a tratamento da fractura com encavilhamento aparafusado do fémur e a encavilhamento profiláctico da tíbia. Após o diagnóstico de Hiperparatireoidismo Primário por adenoma das paratireóides o doente foi submetido à sua exérese. RESULTADOS -6 meses depois da cirurgia cervical as lesões osteolíticas tinham desaparecido todas, bem como a fadiga e os sintomas gastrointestinais. A massa ponderal foi reposta. CONCLUSÕES - Os tumores castanhos do Hiperparatireoidismo podem ser a primeira manifestação da doença e o oncologista deve pensar neste diagnóstico que se pode confundir com metastização difusa e atrasar o início do tratamento. Apesar de se conhecer a regressão das lesões ósseas com o tratamento da doença primária, a prevenção das fracturas pode ser necessário PO.M111 - Metastasectomia pulmonar em sarcomas – a propósito de um caso clinico Daniela Macedo(1);Catarina Carvalheiro(2);Isabel Fernandes(1);André Mansinho(1);Jorge Cruz(1);Paulo Cortes(1);Luis Costa(3) (1) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (2) Serviço de Cirurgia Cardio-Torácica - Hospital de Santa Maria (3) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO Os sarcomas são tumores malignos raros e heterogéneos. A terapêutica curativa é a cirurgia, podendo ser combinada com radioterapia de adjuvância. Em estadios avançados é necessário recorrer à quimioterapia (monoterapia ou combinada). Contudo, a terapêutica citostática é limitada e de baixo sucesso. Doentes em fase avançada tratados com os esquemas actualmente mais eficazes (antraciclinas e ifosfamida), atingem uma sobrevivência média de cerca de 1 ano. OBJECTIVOS O presente trabalho tem como finalidade a apresentação de caso clínico de sarcoma de alto grau com metastização pulmonar submetida a metastasectomias sucessivas. MATERIAL E MÉTODOS Procedemos à descrição do caso clínico de doente com sarcoma de alto grau com metástases pulmonares com consequentes ressecções sucessivas, e revisão da literatura sobre metastasectomias em sarcomas. RESULTADOS; DISCUSSÃO HSMP, sexo feminino, aos 20 anos de idade diagnóstico de sarcoma de alto grau do couro cabeludo (região parieto-temporal esquerda), submetida a excisão tumoral seguida de radioterapia adjuvante. Ao fim de 4 anos de vigilância detecção de recidiva pulmonar à direita em exames de rotina, tendo sido referenciada para ressecção cirurgia (metastasectomia de 2 lesões nodulares à direita). Nos 6 anos subsequentes presença de recidivas pulmonares ressecáveis, na sua maioria no hemitórax direito, tendo realizado sucessivas metastasectomias, no número total de 10, culminando em pneumectomia direita. Contudo, por manter progressão de doença pulmonar, sem mais possibilidade de abordagem cirúrgica, iniciou quimioterapia paliativa, vindo a falecer 14 anos após diagnóstico inicial. CONCLUSÕES Em sarcomas metastizados o pulmão encontra-se afectado em 80% dos casos, sendo o único local em 60% desses. Desde 1970 que as metastasectomias pulmonares fazem parte do tratamento em sarcomas, com intutito curativo quando primário excisado. Em revisões sistemáticas na literatura verifica-se que a sobrevida aos 5 anos após a primeira metastasectomia é de 50%, com relevância na sobrevida global, como verificado no caso descrito. PO.M112 - Tumor de células germinativas, a dificuldade de um diagnóstico Patrícia Tavares(1);João Cruz(2);Nuno Sousa(3);Cátia Faustino(3);Rosa Begonha(4);Jorge Oliveira(5);Joaquina Maurício(4) (1) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) (2) Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro (3) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE (4) IPO- Porto (5) Serviço de Oncologia Cirúrgica, IPO Porto FG, EPE Introdução: A origem testicular dos tumores de células germinativas (TCG) é a mais frequente, contudo cerca de 5 a 7% têm origem extragonadal nomeadamente no retroperitoneu e mediastino. A ginecomastia pode ser a manifestação inicial de um TCG. Caso Clínico: Homem de 24 anos, sem antecedentes patológicos, referenciado à instituição na sequência do estudo de ginecomastia com 6 meses de evolução e subunidade beta da gonadotrofína coriónica (βhCG) aumentada. Apresentava valores de testosterona, lactato-desidrogenase, alfafetoproteína e prolactina normais. O exame testicular foi normal, a ecografia revelou microcalcificações no testículo esquerdo. A TC toraco-abdomino-pélvica foi normal. Perante a inexistência do tumor primário foi solicitada RMN cerebral que foi normal e realizou biópsia da área das microcalcificações testiculares que revelou neoplasia intratubular (NIT). O valor da β-hCG aumentou atingindo 17805mU/ml. Realizou orquidectomia radical esquerda cujo exame anátomo-patológico não mostrou tumor invasivo mas NIT. Manteve subida da β-hCG para 24006mU/mL. Realizou PET com hiperfixação em gânglios retroperitoniais e posterior biópsia dirigida que revelou envolvimento ganglionar por TCG. A TC abdomino-pélvica confirmou a presença de adenomegalias, a maior de 2,5cm. Assumiu-se o diagnóstico de TCG extra-gonadal, estadio IIIB. Foi tratado com 4 ciclos de quimioterapia com normalização da βhCG ao fim do 2º ciclo. Por persistência de adenopatia retroperitoneal de 16mm foi proposto para linfadenectomia retroperitoneal. Discussão: Os TCG são neoplasias altamente quimiossensíveis com tempos de duplicação tumoral baixos. A dificuldade diagnóstica com que deparámos atrasou o início precoce do tratamento. O uso da PET não está recomendada no estudo de tumores não seminomatosos, mas neste caso foi uma ajuda na detecção de doença ganglionar. Face à inexistência de tumor invasivo primário testicular, o diagnóstico definitivo de TCG extragonadal confere um prognóstico mais adverso, sendo porém a cura expectável com a ressecção da massa residual. PO.M113 - Factores prognósticos de sobrevivência no Melanoma Maligno – A experiência CHLN-HSM 2008-2013 Teresa Amaral(1);Ana Rita Sousa(1);Ana Lúcia Costa(2);Catarina Abreu(3);João Pedro Vasconcelos(1);Sónia Fernandes(1);Cátia Felício(1);Paulo Filipe(1);Manuel Sacramento Marques(1);Artur Costa e Silva(1);Dolores Lopéz(1);Isidra Cantante(1);Aline Branco(1);Manuel Caneira(1);Ana Rita Santos(1);Paulo Cortes(1);Luís Soares de Almeida(1) (1) Serviço de Oncologia Hospital de Santa Maria (CHLN) (2) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) (3) Hospital Santa Maria, Lisboa A incidência do melanoma maligno da pele, a forma mais grave de neoplasia cutânea, tem vindo a aumentar de forma mais rápida do que qualquer outra neoplasia potencialmente prevenível através da modificação do estilo de vida. A colaboração entre a Dermatologia e a Oncologia Médica, para o tratamento do melanoma, já existia desde longa data no HSM mas os avanços no diagnóstico e tratamento desta neoplasia tornaram premente a criação de um grupo multidisciplinar formal. O Grupo Multidisciplinar de Tumores Cutâneos-Melanoma do CHLN composto pela Dermatologia, Oncologia Médica, Cirurgia, ORL e Anatomia Patológica no CHLN-HSM foi criado em 2008 com o objectivo de melhorar o diagnóstico, tratamento e seguimento de doentes com tumores cutâneos nomeadamente melanoma. Desde esta altura todos os doentes passaram a ser discutidos em reuniões multidisciplinares. O objectivo destas reuniões multidisciplinares é de melhorar a qualidade assistencial aos doentes com diagnóstico de melanoma maligno, agregando estas duas componentes do diagnóstico e tratamento. Foram estabelecidos os critérios relacionados com a abordagem destes doentes, considerando as guidelines internacionalmente aplicáveis, nomeadamente as indicações para alargamento de margens de lesão em simultâneo com pesquisa de gânglio sentinela. A biópsia do gânglio sentinela é actualmente aceite como um procedimento essencial no estadiamento de doentes com melanoma com espessura igual ou superior a 1 mm e sem adenopatias palpáveis. O presente trabalho pretende identificar as características clinico-patológicas prognósticas da positividade do gânglio sentinela e factores que influenciem a sobrevivência dos doentes com melanoma maligno, tendo como base a população avaliada no período de 2008-2013. PO.M114 - Fractura do fémur e pseudartrose pós-radioterapia por Lipossarcoma Mixóide: Caso clínico Luciana Leite(1);Pedro Leite(1);Luís Costa (1);Daniel Soares (1);Vãnia Oliveira(1);Pedro Cardoso(2);Rui Claro(1) (1) Hospital Santo António (2) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO O Lipossarcoma Mixóide é um tumor de tecidos moles, de diferenciação adiposa. Corresponde a cerca de 50% dos lipossarcomas, mais frequente na 5.ª/6.ª década de vida e nos membros inferiores. O tratamento consiste na exérese cirúrgica da lesão. Tratamentos adjuvantes de quimioterapia e radioterapia podem ser necessários. Da radioterapia pode surgir uma maior fragilidade óssea aumentando o risco de fractura. OBJECTIVO Apresentação do caso de um doente com fractura patológica do fémur proximal e suas complicações, no contexto de lipossarcoma mixóide da coxa submetido a exérese e radioterapia adjuvante. MATERIAL E MÉTODOS Indivíduo do sexo masculino, 77 anos, com antecedentes de exérese de lipossarcoma mixóide da coxa esquerdo e radioterapia adjuvante 2 anos antes. Fractura patológica subtrocantérica do fémur direito ocorrida sem traumatismo através de osso com esclerose pós-rádica. Foi submetido a encavilhamento do fémur. A amostra colhida para histologia não revelou sinais de malignidade. Ao fim de seis meses verificou-se evolução para pseudartrose e foi feita osteotomia de valgização, osteossíntese com DMS e colocação de factores de crescimento plaquetários. Quatro meses depois constatou-se desmontagem da osteossíntese associada à persintência da pseudartrose pelo que foi submetido a artroplastia total da anca. A Anatomia Patológica confirmou pseudartrose de fractura sem evidência de sinais de malignidade. RESULTADOS Doente com score MSTS de 76,6%, livre de doença (follow up de 18 Meses ) DISCUSSÃO/CONCLUSÕES A pseudoartrose é uma das principais complicações das fracturas patológicas. Após irradiação há uma menor capacidade, ou mesmo incapacidade biológica para a consolidação da fractura. Nestes casos, o tratamento da pseudartrose não pode seguir os padrões habituais e a ressecção do foco deve ser equacionada de modo a que o doente não tenha que ser intervencionado múltiplas vezes. PO.M115 - TUMOR CARCINÓIDE DO INTESTINO DELGADO - CASO CLÍNICO Diogo Sousa(1);Diogo Marinho(2);André Santos Mateus(2);Ana Isabel Cruz(3);Andreia Ferreira(2);Sérgio Barroso(3);Miguel Allen(2);José Augusto Martins(2) (1) ULSLA (2) ULSLA - Serviço de Cirurgia (3) Hospital Dia-ULSLA As neoplasias do intestino delgado constituem uma patologia pouco frequente, correspondendo a menos de 3% do total de tumores gastrintestinais, sendo os tumores carcinóides responsáveis por 50% de todas estas neoplasias. Na ULSLA verifica-se uma incidência de aproximadamente 2 novos casos/ano. Apresentamos o caso de uma doente de 80 anos, com antecedentes de neoplasia do recto, submetida a ressecção anterior do recto há 1 ano, que recorre ao Serviço de Urgência por quadro de oclusão intestinal alta, que não reverteu com terapêutica médica conservadora. Foi submetida a laparotomia exploradora constatando-se presença de corpo estranho intraluminal do intestino delgado compatível com fitobezoar, condicionando oclusão intestinal mecânica. Distalmente ao ponto de obstrução verificou-se a existência de tumor de consistência dura, discóide, com cerca de 15mm de maior diâmetro, sem que fosse esta a causa de obstrução. Foi realizada enterectomia segmentar, tendo a doente tido alta ao 7º dia pós-operatório sem complicações. O exame histopatológico revelou tratar-se de carcinoma neuroendócrino bem diferenciado. Em consulta multidisciplinar de decisão terapêutica não foi considerada necessária a realização de terapêutica adjuvante, mantendo-se a doente em seguimento em consulta externa de Cirurgia Geral. Os carcinomas neuroendócrinos têm uma incidência mais elevada entre os 50 e os 60 anos de vida. As manifestações clínicas são, tal como as outras neoplasias do intestino delgado, pouco específicas, o que dificulta o seu diagnóstico atempado. Em cerca de 10% dos casos surge o síndrome carcinóide, o que poderá constituir um indício importante para o diagnóstico destes tumores. A metastização surge em até 90% dos casos, sendo tanto mais frequente quanto maiores as dimensões do tumor. Por vezes estas neoplasias são achados incidentais, tanto em exames de imagem como no intraoperatório, o que torna fundamental uma avaliação cuidadosa de todo o quadro intestinal durante uma avaliação imagiológica ou intervenção cirúrgica por outras causas. PO.M118 - Estudo Estatístico da Neoplasia do Reto no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do Espírito Santo de Évora Ana Raquel Martins(1);Cátia Rito(2);Gonçalo Pinto(3);Raquel Sanches(3);José Filipe Cunha(3);Jorge Caravana(3) (1) Hospital Espirito Santo de Évora, EPE (2) Hospital do Espírito Santo E.P.E (3) Hospital do Espírito Santo - Évora INTRODUÇÃO A neoplasia coloretal é a quarta causa mais comum de neoplasia em Portugal, tendo existido um aumentado do número de casos diagnosticados, principalmente devido ao rastreio. Na nossa instituição, a neoplasia coloretal ocupa o 2ºlugar, depois das neoplasias da pele, contudo a neoplasia do reto isoladamente ocupa o 7ºlugar. OBJECTIVOS Estudo retrospetivo da população com neoplasia do reto submetida a cirurgia no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do Espírito Santo de Évora em 2010-2011. MATERIAL E MÉTODOS Foram analisados processos clínicos até um ano após a cirurgia. O estadiamento foi baseado no exame anatomopatológico e nos dados dos processos e realizado segundo critérios do NCCN. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram analisados 70 processos, excluídos 2 por falta de dados, fazendo parte do estudo 68 doentes, 41♂ e 27♀, com média de idade 71,09 anos. 46 foram submetidos a QTneoadjuvante e 47 a RTneoadjuvante; 44 foram submetidos a QTadjuvante e 2 a RTadjuvante. As Cirurgias eletivas foram mais comuns que as urgentes, sendo mais frequente a resseção anterior do reto. O número de dias de internamento foi 14,66. O número médio de gânglios nas peças foi de 9(mínimo 0 e máximo 34), sendo o tipo histológico mais comum o adenocarcinoma(62). O estadio mais frequente foi o IIA(18), existindo um número significativo de doente no estadio IV(10). Durante o internamento no serviço de cirurgia registaram-se 14infeções da ferida operatória, 5deiscências de anastomose, 6ileus paraliticus, 4infeções de cateter venoso central, 4flebites/infeção do local do acesso periférico e 2necroses do estoma. Registou-se um óbito. CONCLUSÕES O aumento da esperança de vida leva ao aumento da idade dos doentes tratados cirurgicamente. Contrariamente ao desejado existe um número significativo de doentes diagnosticados num estadio avançado e apesar da evolução das técnicas cirúrgicas existem mais complicações do que gostaríamos, contudo com números semelhantes aos descritos na literatura. PO.M119 - ACETATO DE ABIRATERONA NO TRATAMENTO DO CANCRO DA PRÓSTATA METASTIZADO RESISTENTE À CASTRAÇÃO, PÓS QUIMIOTERAPIA Sofia Oliveira(1);João Cunha(2);Emilio Macias(2) (1) Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga (2) Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga INTRODUÇÃO: O cancro da próstata metastizado resistente à castração (CPmRC) é responsável por 258.400 mortes por ano em todo o mundo. O acetato de abiraterona (AA) é uma nova arma terapêutica, após ter demonstrado um aumento estatisticamente significativo na sobrevivência global dos doentes que progridem após docetaxel. OBJECTIVOS / MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo dos doentes que realizaram AA, no nosso Serviço,entre Fevereiro/2012 e Fevereiro/2013. RESULTADOS/DISCUSSÃO Foram identificados 7 doentes, mediana da idade ao diagnóstico de 65 anos [mínimo: 56; máximo: 69], seis doentes ECOG 1 e um doente ECOG 2. À data do diagnóstico, 3 doentes apresentavam doença localizada de alto risco, 2 doença localmente avançada e 2 com doença à distância (metastização óssea). Mediana do PSA ao diagnóstico de 50.25 ng/mL e mediana do Score Gleason de 8. Quatro doentes realizaram tratamento com intuito curativo (prostatectomia radical e/ou radioterapia externa) e todos os doentes foram submetidos a manipulação hormonal e verificada resistência à castração. Todos realizaram previamente quimioterapia (mínimo uma linha; máximo quatro linhas terapêuticas) e um doente fez cetoconazol. Mediana de idade no início do tratamento de 73 anos [minino: 68; máximo: 79], PSA mediano no início do tratamento de 365 ng/mL [mínimo: 28; máximo: 1265] e tempo médio de tratamento de 5.1 meses [mínimo: 1 mês; máximo: 9 meses]. Todos os doentes apresentaram resposta clinica e bioquímica inicial. Três doentes progrediram sob abiraterona, com um tempo médio até à progressão de 4 meses. Três mantinham o tratamento na data de término do estudo Um doente descontinuou a terapêutica (aos 3 meses) por astenia (grau 3) e anemia (grau 3). CONCLUSÕES: Apesar do curto período de avaliação e do número reduzido da amostra, os dados do presente estudo corroboram os resultados obtidos nos estudos realizados com a abiraterona: resposta clínica e bioquímica inicial em todos os doentes sem acrescentar toxicidade significativa. PO.M120 - Causa incomum de síndrome de veia cava superior – 2 casos de cancro do colon Michelle Silva(1);Maria João Vergueiro(2);Teresa Fiuza(3);Ana Cláudia Monteiro(2);Fábio Lopes(4);Mariana Fernades(3);Marta Honório(2);Ana Faria(3) (1) Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (2) Hospital Fernando Fonseca (3) Hospital Prof Dr. Fernando Fonseca (4) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca O síndrome da veia cava superior (SVCS) representa uma complicação oncológica, decorrente de compressão extrínseca da VCS por uma massa intratorácica, invasão intravascular ou formação de trombos. O cancro do pulmão e os linfomas são as principais causas malignas deste síndrome. Raramente, metástases torácicas de outros tumores sólidos podem ser responsáveis pela sua etiologia. Apresentam-se dois casos de SVCS por metastização torácica de cancro do cólon. Doente sexo masculino, 66 anos, com diagnóstico de cancro do cólon esquerdo estádio IV em 2007. Submetido a hemicolectomia esquerda e posterior metastectomias hepática e pulmonar, seguido de quimioterapia pós-operatória com mFOLFOX6. Recidiva em 2011, com metastização pulmonar, ganglionar mediastínica e hepática irressecáveis, não responsiva à terapêutica citostática. Aparecimento de quadro clínico clássico de SVCS, confirmado imagiologicamente por TC Tórax. Tratado com radioterapia externa paliativa com melhoria clínica e imagiológica do local irradiado. Faleceu 4 meses depois, por progressão de doença com insuficiência respiratória decorrente de derrame pleural maligno e metastização pulmonar múltipla. Doente do sexo feminino, 50 anos, com diagnóstico de cancro do colon sigmoide estádio IV em 2009. Foi submetida a sigmoidectomia, posterior metastectomia hepática, e quimioterapia pós-operatória com mFOLFOX6. Recidiva com metastização pulmonar múltipla irressecável em 2010, pouco responsiva a sucessivas linhas de quimioterapia metastática. Em Janeiro 2013, desenvolve quadro clínico de SVCS, comprovado imagiologicamente por TC Torácica. Iniciou radioterapia externa paliativa com melhoria clínica e imagiológica. Actualmente permanece assintomática, sob quimioterapia com intuito paliativo. A obstrução da VCS por cancro do cólon é raramente relatada na literatura. A radioterapia, quimioterapia e colocação de prótese endovascular são opções terapêuticas. A radioterapia fornece um alívio sintomático rápido. A quimioterapia pode prolongar a sobrevida e o tempo livre de recorrência sintomática. A colocação de stent endovascular deve ser considerada em situações emergentes e refractárias às restantes terapêuticas. A abordagem multidisciplinar deve ser considerada nestes casos. PO.M121 - PAZOPANIB NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS METASTÁTICO (CCRm) Daniel Romeira(1);Carolina Carvalho(1);Marta Pinto(1);Tiago Rodrigues(2);M. Dolores Alberca(1);Ana Plácido(1);Helena Miranda(1);J.C. Nunes Marques(1);Ana Martins(1) (1) Unidade de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (2) Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental INTRODUÇÃO O Carcinoma de Células Renais, representa cerca de 3% das neoplasias, com a proporção de 3 homens/2 mulheres. Em Portugal, a incidência é mais baixa (1,8%). A doença é metastática ao diagnóstico em 25% dos casos, sendo o pulmão, o envolvimento ganglionar, o osso e o fígado os locais de metastização mais frequentes. Os critérios de Heng estratificam os doentes em 3 grupos de prognóstico: favorável, intermédio e mau. O Pazopanib, tem como alvo os recetores VEGFR, PDGFR e c-KIT, estando indicado na terapêutica de primeira linha dos doentes com CCRm com prognóstico favorável e intermédio, provocando aumento significativo da doença livre de progressão (DLP) em comparação com o placebo (9.2 vs 4.2 meses). OBJECTIVOS Avaliação da eficácia e ocorrência de eventos adversos no tratamento de primeira linha com Pazopanib em doentes com CCRm. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo e observacional dos doentes com CCRm, tratados em primeira linha com Pazopanib, numa Unidade de Oncologia, entre Maio 2011 e Março 2013. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram tratados 8 doentes: idade mediana: 72 anos (58-74 anos); 7 doentes sexo masculino; Intervalo médio entre diagnóstico e tratamento: 3,4 anos (3 meses – 7,5 anos). Distribuição por grupo de prognóstico: favorável – 5; intermédio – 2; mau – 1. Avaliação de resposta: 3 doentes – remissão parcial; 2 doentes – estabilização da doença ; 3 doentes – estabilização média durante 5.2 meses e posterior progressão. A DLP global é de 6.9 meses. Avaliação de eventos adversos ( todos grau 1 e 2): 7 doentes diarreia:; 3 hipotiroidismo; 3 astenia; 2 hipertensão arterial. CONCLUSÕES Verificou-se resposta objectiva/estabilização da doença em todos os doentes tratados com Pazopanib, com boa tolerância, sem ocorrência de eventos adversos de grau 3 ou 4. A DLP global é de 6.9 meses, não tendo alcançado ainda a verificada nos ensaios publicados, dado o tempo de seguimento ser inferior. PO.M124 - Adenocarcinoma do Cólon e Linfoma Difuso de Grandes Células B síncronos: desafio terapêutico Inês Vendrell(1);Catarina Pulido(1);Mafalda Casa-Nova(2);Conceição Lourenço(1);Luís Costa(1) (1) Serviço de Oncologia Médica, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte (2) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) O cancro colo-rectal é a terceira neoplasia mais frequente mundialmente apresentando a segunda taxa de mortalidade mais elevada. Já o linfoma difuso de grandes células B apresenta menor prevalência, particularmente quando se considera o envolvimento de gânglios mesentéricos e peri-cólicos. Reporta-se o caso de um homem de 65 anos, referenciado à consulta de oncologia médica por adenopatias peri-cólicas e mesentéricas. Embora a biópsia tivesse revelado linfoma difuso de grandes células B, o padrão de captação na PET/TC não foi consistente com este tipo de neoplasia, dada evidência de nódulos pulmonares captantes. Assim, assumiu-se eventual presença de segunda neoplasia primária pelo que iniciou protocolo de investigação de neoplasia de localização primária desconhecida, tendo-se detectado, na colonoscopia, úlcera de bordos elevados no cólon transverso cuja biópsia confirmou a presença de adenocarcinoma bem a moderadamente diferenciado com áreas de carcinoma mucoso. Tendo em conta os diagnósticos concomitantes de linfoma difuso de grandes células B e neoplasia do cólon estadio IV foi instituída quimioterapia com FOLFOX 7 (5-Flurouracilo 400mg/m2, Folinato de Cálcio 400mg/m2, Oxaliplatina 100mg/m2) de 21 em 21 dias e Rituximab 750mg de 15 em 15 dias durante 12 ciclos, com boa tolerância, manifestando contudo neurotoxicidade periférica grau 3 à oxaliplatina dois meses após o último ciclo. Verificou-se remissão completa do linfoma, mantendo-se a neoplasia do cólon como doença estável. Realizou então hemicolectomia direita e posterior ressecção de metástases pulmonares, sem incidentes. Por nova evidência de metastização pulmonar quatro meses após cirurgia e dada neurotoxicidade, iniciou FOLFIRI (5-Flurouracilo 400mg/m2, Folinato de Cálcio 400mg/m2, Irinotecano 180mg/m2). Mantém-se sob quimioterapia, sem evidência de doença hematológica. Neste caso, destaca-se, além da raridade, os vários desafios terapêuticos que se colocam na abordagem do adenocarcinoma colo-rectal metastizado e a influência de uma neoplasia na história natural da outra. PO.M126 - Sarcoma pleomórfico de alto grau de primário oculto Catarina Pulido(1);Inês Vendrell(1);Conceição Lourenço(1);Luís Costa(1) (1) Serviço de Oncologia Médica, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte O sarcoma da mama é um tumor raro (menos de 5% de todos os sarcomas de tecidos moles, menos de 1% de todos os tumores da mama), correspondendo o sarcoma pleomórfico de alto grau a aproximadamente um quarto de todos os casos. Tal como os restantes sarcomas de tecidos moles, raramente apresenta envolvimento ganglionar regional (menos de 5%), não estando indicada linfadenectomia profiláctica. O envolvimento ganglionar é indicador de mau prognóstico, particularmente se presente aquando do diagnóstico. Dada a raridade do tumor, existe ainda controvérsia sobre a terapêutica a adoptar, estando descritas diversas abordagens incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Procedeu-se à consulta do processo hospitalar e revisão da literatura apresentando-se o caso de uma doente, de 71 anos, cuja manifestação inicial foi uma massa axilar associada a sinais inflamatórios da mama homolateral. Realizou ecografia mamária, mamografia e TC TAP, que não revelaram a lesão primária ou outros depósitos secundários. Cumpriu quatro ciclos de quimioterapia com docetaxel, doxorrubicina e ciclofosfamida com resposta parcial, posterior ressecção em bloco da lesão axilar e radioterapia subsequente. O exame anátomo-patológico da peça operatória revelou neoplasia maligna mesenquimatosa cujo perfil imunohistoquímico não sugeriu um diagnóstico preciso. O estudo genético mostrou cariótipo complexo. Três meses após o final da radioterapia detectou-se massa palpável da mama homolateral. Admitindo-se manifestação do tumor primário, realizou mastectomia simples, apresentando a peça tumor com características sobreponíveis à massa axilar, compatíveis com sarcoma pleomórfico de alto grau. Completou-se o tratamento com dois ciclos de doxorrubicina e ciclofosfamida. O diagnóstico de sarcoma pleomórfico da mama é, por vezes, difícil, particularmente na presença de manifestações atípicas. A terapêutica é ainda controversa, assentando na cirurgia sem linfadenectomia profiláctica, quimioterapia adjuvante com doxorrubicina e ifosfamida se sarcoma localizado de alto risco (estadio TNM III) e radioterapia adjuvante para tumores de alto grau ou grandes dimensões. PO.M127 - TRATAMENTO DO SARCOMA DE EWING METASTIZADO, A PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO Manuel Magalhães(1);Joana Febra(2);Carolina Ferreira(3);Pedro Cardoso(4);Franklim Marques(1) (1) Hospital de Santo António, Porto (2) Hospital Geral de Santo António (3) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (4) Centro Hospitalar do Porto As neoplasias primárias do osso são raras, contribuindo para menos de 0,2% de todos os cancros. Os tumores da família do sarcoma de Ewing são uma forma agressiva de cancro da criança e adulto jovem. Incluem o sarcoma de Ewing clássico, tumor Askin, e tumor neuroectodérmico periférico (PNET). O sarcoma de Ewing apresenta uma grande tendência para metastizar; 25% dos doentes têm metástases na altura do diagnóstico. Descrevemos o caso de um homem de 30 anos de idade que em Junho/2000 iniciou quadro de obstipação, dor lombar bilateral e parestesias do períneo. Em Novembro/2000 desenvolve quadro de retenção urinária pelo que realiza TC pélvico, que revela volumosa massa pélvica com destruição do sacro e ilíaco esquerdo e invasão dos músculos nadegueiros e psoas. A biópsia cilíndrica da lesão do sacro revelou sarcoma de Ewing/PNET. O estadiamento com TC revelou metástases pulmonares com 1 cm de diâmetro na base pulmonar direita. Em Janeiro/2001 iniciou quimioterapia segundo o protocolo T21 de Rosen. Após 5 ciclos de quimioterapia registou-se resolução da sintomatologia, franca redução da massa pélvica e desaparecimento das metástases pulmonares. Nessa altura fez radioterapia pélvica concomitante com um ciclo de ifosfamida. Após a radioterapia pélvica radical, continuou quimioterapia com o mesmo protocolo, perfazendo 10 ciclos no total. A avaliação imagiológica após término da quimioterapia e radioterapia revelou desaparecimento do componente de tecidos moles, ficando lesão plana, lítica e esclerótica do ilíaco e sacro. Para esclarecer se a alteração do sacro correspondia a persistência de doença, realizou PET, que não revelou áreas de hipercaptação. Como houve remissão completa, nomeadamente das metástases pulmonares, fez radioterapia profilática de ambos os pulmões na dose total de 15 Gys. Mantém vigilância no serviço de Oncologia, assintomático e sem evidência de recidiva até à data. PO.M128 - Tumores do estroma gastrointestinal (GIST) – onde? O que? O que fazer? Ribeiro C(1);Gomes F(1);Mascarenhas L(1);Trindade A(1);Oliveira S(1);Barata P(1);Semedo M(1);Costa L(1);Custódio P(1);Albuquerque J(1);Sousa M(1);daLuz R(1);Batarda L(1) (1) HSAC- CHLC INTRODUÇÃO Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST) podem surgir com várias localizações ao longo do tracto gastrointestinal e a sua evolução pode variar de benigna a alto grau de malignidade ou com metastatização à distância. OBJECTIVOS, MATERIAL E MÉTODOS Revimos os casos de GIST no Centro Hospitalar de Lisboa Central entre Março de 2007 e Março de 2013 (últimos 5 anos). Análise estatística com SPSS v. 20.0. RESULTADOS; Foram diagnosticados 38 GISTs, 65,8% homens, com idade mediana de 68 anos. Num tempo de seguimento mediano de 35,6 meses registaram-se 6 mortes (mediana de 4,3 meses entre o diagnóstico e a morte). Quanto à localização, 25 tumores eram gastricos, 12 intestinais (3 no colon, 7 no intestino delgado, 2 no recto) e 1 doente tinha 2 GISTs sincronos (gástrico e intestinal). Nao foi encontrada diferença entre os dois grupos quanto ao grau de malignidade dos tumores gástricos e intestinais. Nos tumores gastricos foi mais frequente a presença de hemorragia (42,3% vs 25,0%), de ulceração (15,4% vs 8,3%) e de doença mestastática à apresentação (19.2% vs 8.3%). A maioria dos pacientes (89,5%) foi operado. Cinco fizeram Imatinib (3 em adjuvância e 2 com intuito paliativo): 4 encontram-se com doença estável e 1 dos doentes em quimioterapia com intuito paliativo faleceu por progressão da doença 3 meses após o diangnóstico. Os restantes encontram-se em seguimento sem evidência de doença. O sexo masculino (p=0.000), a dimensao do tumor (p=0.009), grau de malignidade (p=0.000) e a presença de metastases à apresentação (p=0.029) foram os factores identificados com pior prognóstico. DISCUSSÃO; CONCLUSÕES Com este trabalho, evidênciamos que a maioria dos GISTs tem um comportamento indolente, sendo que os que se comportam de modo agressivo já o fazem à apresentação. O Imatinib parece controlar a doença, podendo conduzi-la à cronicidade. Identificamos potenciais factores prognósticos a estudar prospectivamente. PO.M132 - METÁSTASES DO TERÇO PROXIMAL DO FÉMUR. DIFERENTES CIRURGIAS DE ACORDO COM O PROGNÓSTICO Luciana Leite(1);Pedro Leite(1);Pedro Neves(1);pedro barreira(1);Daniel Soares (1);Vãnia Oliveira(1);Pedro Cardoso(2) (1) Hospital Santo António (2) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO O terço proximal do fémur é um local comum de metástases, fracturas patológicas e fracturas iminentes que, quase sempre, obriga a tratamento cirúrgico para assegurar a locomoção, autonomia, bem-estar, e até melhorar a sobrevida. A avaliação pré-operatória, o entendimento dos riscos e complicações e a sua integração no prognóstico da doença é essencial no tratamento. OBJECTIVOS Estudo retrospectivo, radiológico e clínico de fracturas patológicas ou iminentes da extremidade proximal do fémur tratadas cirurgicamente, de formas distintas, para se inferir da adequabilidade da atitude. MATERIAL E MÉTODOS Durante 5 anos foram operadas 26 fracturas patológicas ou iminentes da extremidade proximal do fémur. Houve metástases da mama, pulmão, próstata, bexiga e mieloma múltiplo. As fracturas ocorreram, ou ocorreriam, no colo (11), região trocantérica e subtrocantérica (11), diáfise proximal (2) ou na totalidade da extremidade proximal (2). Os tratamentos foram: osteossíntese em 4 casos, encavilhamento em 12, artroplastia total da anca em 8, e 2 casos de artroplastia com uso de megaprótese após ressecção alargada da metástase. RESULTADOS; DISCUSSÃO Metade dos doentes submetidos a osteossíntese encontrava-se em estadio avançado, com uma sobrevida média de 3,5 meses. 50% dos doentes encavilhados faleceram e a sobrevida foi de 10,7 meses. Na artroplastia constataram-se 40% óbitos com sobrevida de 13,2 meses. Apesar da Artroplastia não parecer o tratamento mais adequado pela maior agressividade cirúrgica e risco de disseminação, do ponto de vista mecânico e funcional, pode ser o único recurso. O uso de megaprótese teve como objectivos resolver o problema funcional e melhorar o prognóstico. CONCLUSÕES A opção cirúrgica depende da localização da metástase e de condicionantes mecânicas.Todavia, a opção deve ter em conta aspectos globais da doença, sobrevida de acordo com tratamentos em curso, e a atitude cirúrgica deve ser integrada e discutida em Consulta de Grupo. PO.M133 - PROLIFERAÇÃO MELANOCÍTICA UVEAL DIFUSA BILATERAL COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE UM ADENOCARCINOMA PULMÃO AVANÇADO Miguel Henriques Abreu(1);Maria Cassiano Neves(1);Carlos Menezes(2);Joana Martins(2);Ana Rodrigues(3);Joana Cardia(4);Marta Soares(5) (1) IPO Porto (2) Serviço Oftalmologia, Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos (3) Serviço Oncologia Médica, IPO Porto FG, EPE (4) Serviço de Oncologia Médica - Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (5) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. A proliferação melanocítica uveal difusa bilateral(BDUMP) é um síndrome paraneoplásico raro que se caracteriza clinicamente por perda de visão bilateral associado a alterações do fundo de olho. O seu reconhecimento traduz uma neoplasia avançada, habitualmente um tumor do pulmão ou pâncreas no Homem ou um tumor do ovário na Mulher, sendo na maioria dos casos a primeira manifestação da doença. Caso Clínico: Os autores apresentam um caso de um Homem de 67 anos com antecedentes de hipertensão arterial e hábitos tabágicos pesados (90-100UMA), com um quadro clínico arrastado de perda ponderal de 5Kg(6 meses), astenia e anorexia, tosse seca esporádica e dor sagrada esquerda, não constante, agravada com movimento e sem irradiação. Por diminuição acuidade visual e suspeita de catarata à direita foi orientado para um Serviço de Oftalmologia. O exame do fundo de olho revelou uma proliferação melanocitica uveal difusa de predomínio direito. Realizou TAC toracoabdominal que mostrou massa com 5cm no lobo superior pulmão esquerdo com atelectasia associada, sem plano de clivagem com artéria pulmonar esquerda e tronco pulmonar. Imagens nodulares supra-renais compatíveis com metástases. TAC coluna dorsolombar evidenciou lesão metastática lítica associada a componente de partes moles S3-S4 e asa do ilíaco. A TAC cerebral e das órbitas mostravam apenas lesão metastática parietal direita. A biópsia transbrônquica revelou tratar-se de um adenocarcinoma do pulmão. Estádio IV(cT4N0M1). Já na nossa Instituição, iniciou radioterapia paliativa com intuito antiálgico região sagrada, dose 30Gy em 10 fracções e zoledronato. Finda a radioterapia será reavaliado para quimioterapia paliativa. Conclusão: Apesar de raro, este síndrome paraneoplásico de atingimento ocular, deve alertar os clínicos para a suspeita de doença oncológica avançada em doentes com factores de risco. O tratamento passa pela abordagem da doença de base que, dado o seu estádio, torna fútil qualquer tratamento local. PO.M135 - Carcinoma do recto síncrono com carcinoma da supra-renal - Caso clínico Maria João Vergueiro(1);Michelle Silva(1);Fábio Lopes(2);Mariana Fernandes(1);Ana Monteiro(3);Ana Faria(1);Marta Honório(1);Ana del Rio(3) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (3) Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE - Unidade de Oncologia Na literatura estão descritos casos de tumores da supra-renal associados a tumores gastro-intestinais no Síndrome de Adenomatose Hereditária do Cólon e Recto. Os autores apresentam um caso clínico de uma doente do sexo feminino com 55 anos com diagnóstico de neoplasia do recto baixo e com massa na supra-renal identificada em imagem de estadiamento - estadio IV. A doente foi submetida a quimioradioterapia neoadjuvante dado o volume da lesão do recto e seguidamente avançou para cirurgia, tendo sido submetida a amputação abdomino-perineal e excisão da lesão supra-renal, cuja anatomia patológica veio revelar tratar-se de um carcinoma primário da suprarenal. Descrevem-se as atitudes diagnósticas e terapêuticas deste caso devido à raridade dos tumores síncronos e da ausência de relatos, do nosso conhecimento de adenocarcinoma do recto síncrono com carcinoma da supra-renal. PO.M136 - CUP: 2 anos de experiência de um Serviço de Oncologia Mariana Faria(1);Leonor Ribeiro(2);Margarida Matias(3) (1) H. Santa Maria (2) h. sta maria (3) Serviço de Oncologia Médica; Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO Os tumores de origem indeterminada (CUP) englobam tumores metastáticos cuja avaliação inicial não identifica o tumor primário. Uma avaliação anatomo-patológica divide-os em: adenocarcinoma (Adc), carcinoma pavimento-celular (CPC), carcinoma neuroendócrino (NE)bem ou mal diferenciado e tumor mal diferenciado. 15-20% apresentam características que lhes atribuem um subtipo específico, de melhor prognóstico, devendo ser tratados como os tumores primitivos equivalentes. 80-85% não pertencem a um subtipo, podendo ser divididos em 2 subgrupos prognósticos segundo o performance status (PS) e valor de lactato desidrogenase (LDH). O tratamento standard é quimioterapia empírica, geralmente combinações (platino com agente mais recente), com sobrevidas de 7-10 meses. OBJECTIVOS Avaliação dos doentes com CUP numa amostragem de 24 meses. MATERIAL E MÉTODOS Análise retrospectiva dos processos dos doentes com diagnóstico inicial de CUP, entre 2011 e 2012. RESULTADOS Dos 56 processos analisados, consideraram-se 26 doentes com critérios de CUP: 46% mulheres e 54% homens; média de idade 66 anos. Formas de apresentação mais comuns: skeleton-related events (27%), adenopatias (23%)e sintomatologia abdominal (15%). 46% com metastização múltipla; locais mais comuns: pulmão (46%) e gânglios (46%), osso, fígado e peritoneu. Histologicamente: Adc – 42%, CPC – 15%, NE bem diferenciado – 12%, NE mal diferenciado – 4%, tumor mal diferenciado – 27%. Identificaram-se 12 doentes (46%) com subtipo específico. Foram todos tratados segundo o seu subtipo; verificaram-se 6 óbitos, com sobrevida média 7 meses. Os restantes 14 doentes foram divididos em dois subgrupos segundo o PS e LDH. Subgrupo de bom prognóstico - 2 doentes tratados com monoterapia e um com regime duplo; ocorreu 1 óbito (sobrevida 6 meses). Dos 11 doentes com mau prognóstico: 3 sem quimioterapia; 3 monoterapia, 4 regime duplo e 1 regime triplo. Verificaram-se 8 óbitos, com sobrevida 3,5 meses. CONCLUSÕES Dados clínicos sugerem que os CUP representam um grupo de tumores que, se identificados, responderão à terapêutica dirigida de forma previsível. O recente desenvolvimento de molecular gene profiling dos tumores é promissor na definição da origem de carcinomas metastáticos, com esperança de mais valia na abordagem desta entidade. PO.M137 - Avaliação retrospectiva de doentes tratados com acetato de abiraterona Eurides da Silva Amoná(1);Bernardo Pereira(2);Adriano Baptista(2);Francisco Igniguez(2);Nuno Couto(2);Jorge Espirito Santo(2) (1) Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo (2) Centro Hospitalar Barreiro-Montijo INTRODUÇÃO As terapias clássicas de privação de androgénios (ex.: orquidectomia e tratamento com agonistas LHRH), provocam a supressão da produção de androgénios pelos testículos, mas não afectam a sua produção nas supra-renais e nos tecidos tumorais, o que conduz à sua falência terapêutica (Labrie et al.,1983). O acetato de abiraterona um inibidor da enzima CYP17, enzima chave na via da biossíntese dos androgénios. Dela, resulta a redução de produção de testosterona, em todos locais em que é sintetizada. O estudo COU-AA-301 demonstrou que o tratamento com acetato de abiraterona, em combinação com prednisolona, aumentou a sobrevivência dos doentes com cancro da próstata metastático, resistente à castração e que realizaram quimioterapia prévia com docetaxel (de Bono et al., 2011) OBJECTIVOS Avaliar a tolerância e resposta clínica ao tratamento com acetato de abiraterona dos doentes tratados no Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo MATERIAL E MÉTODOS Os autores realizaram uma revisão retrospectiva de todos os casos de cancro da próstata metastizados tratados no CHBM durante o período de 2011-2012; foram analisadas as idades dos doentes, características clínico-patológicas, tratamentos prévios efectuados, resposta e tolerância ao tratamento com acetato de abiraterona RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram recolhidos dados de 6 doentes através da consulta dos processos clínicos. A idade média dos doentes é de 70 anos (53-80). 4 doentes realizaram terapêutica durante 4 a 19 meses, 2 iniciaram terapêutica há 1 mês. Os 4 doentes com terapêutica mais prolongada apresentaram um claro benefício clínico, com melhoria da qualidade de vida, e tiveram boa tolerância ao tratamento. CONCLUSÕES O presente estudo, demonstra tal como descrito na literatura que o acetato de abiraterona tem impacto positivo na qualidade de vida e sobrevivência global sendo um tratamento bem tolerado PO.M139 - Metastização única na parótida de carcinoma da mama Maria João Vergueiro(1);Michelle Silva(1);Fábio Lopes(2);Mariana Fernandes(1);Ana Monteiro(3);Ana Faria(1);Marta Honório(1);Ana del Rio(3) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (3) Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE - Unidade de Oncologia São conhecidas as localizações bizarras metastáticas do cancro da mama. Os autores decrevem o caso de uma doente do sexo feminino encaminhada à consulta de Oncologia por carcinoma ductal invasivo localmente avançado da mama, com indicação para terapêutica neoadjuvante, com uma lesão metastática única na parótida. São relatadas as atitudes terapêuticas neste caso singular, cujo interesse se prende com o facto da localização na parótida ser o foco único metastático. PO.M140 - CARCINOMA TÍMICO E APLASIA MEGACARIOCÍTICA: SÍNDROME PARANEOPLÁSICA? Maria Neves(1);Carolina Camacho(2);Ana Rodrigues(3);Isabel Azevedo(3);Marta Soares(2) (1) ipo-porto (2) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (3) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) Introdução: O carcinoma tímico (CT) é um tumor epitelial raro e tem pior prognóstico que o timoma. A associação de tumores tímicos com síndromes paraneoplásicas hematológicas está demonstrada, tipicamente no caso de timoma e aplasia eritróide; no entanto, estas síndromes são raramente descritas em associação ao CT. A aplasia megacariocítica é uma entidade incomum, de patogenia incerta, em que parecem participar mecanismos imunológicos, e está raramente descrita em associação a neoplasias sólidas. Caso Clinico: Homem, 17 anos, apresenta-se com quadro de tosse seca com 2 meses de evolução e dores ósseas. Imagiologicamente, tinha massa mediastínica anterior, adenopatias mediastínicas, supraclaviculares, retroperitoneais; apresentava, também, nódulos pulmonares bilaterais, nódulos hepáticos e metastização óssea. A biópsia da massa mediastínica revelou um carcinoma tímico, do tipo epidermóide, sem mutação do c-kit. Foi proposto para quimioterapia paliativa com esquema CAP (ciclofosfamida, doxorrubicina e cisplatina), cujo início foi adiado para estudo de trombocitopenia de novo (12.000/mm3), sem alteração das outras linhagens. Aspirado medular e biópsia óssea – compatível com aplasia megacariocítica; sem invasão medular, com anticorpos anti-plaquetários negativos e excluída esplenomegalia. Assumido provável aplasia megacariocítica paraneoplásica Iniciou quimioterapia, com normalização das plaquetas após 1ºciclo. Após 5 ciclos de CAP, constatada progressão de doença e agravamento da trombocitopenia. Duas semanas após início de quimioterapia 2ª linha com carboplatina e paclitaxel, internado por epistáxis e trombocitopenia grave (<10.000/mm3), que se manteve apesar de suporte transfusional. O óbito verificou-se ao 3ª dia de internamento, após crise convulsiva. Discussão: Na literatura, estão descritos 3 casos de aplasia megacariocítica associada a tumores sólidos (2 timomas e 1 cancro do pulmão não pequenas células). Pela evolução clínica e pela resposta à terapêutica, os autores sugerem que este caso representa uma aplasia megacariocítica paraneoplásica associada a carcinoma tímico. Realça-se a importância de reconhecer esta entidade, pelas implicações que tem nas decisões terapêuticas. PO.M141 - Avaliação de dose de Radioterapia na Axila em doentes com Carcinoma da Mama após Tratamento Conservador Artur Aguiar(1);Helena Gomes Pereira(2);Isabel Azevedo(2);Luciano Gomes(2) (1) IPO Porto - F.G, E.P.E. (2) IPO Porto - F.G., E.P.E. INTRODUÇÃO Atualmente tem-se verificado um interesse crescente na avaliação da dose axilar em doentes submetidas a Radioterapia Externa (RTE) adjuvante à Mama, especialmente no seguimento do ensaio ACOSOGZ11. Vários estudos vêm constatando uma cobertura inadequada de dose terapêutica nos diferentes níveis axilares, com a irradiação exclusiva da Mama. OBJECTIVOS Avaliação da dose axilar (níveis I, II e III) após RTE exclusiva da Mama, tendo em conta a variação do volume e posição mamários. MATERIAL E MÉTODOS Procedeu-se, retrospetivamente, à delineação dos 3 níveis axilares, em imagens TC (Tomografia Computorizada) de planeamento de RTE Tridimensional (3DRT) (Atlas RTOG), relativas a 101 doentes tratadas com RTE exclusiva da Mama, em 2012, numa única instituição. Incluíram-se doentes com idade entre 25-75 anos, carcinomas T0/T1/T2 e N0, pós-tumorectomia com ou sem pesquisa de gânglio sentinela e imobilização em suporte de mama sem inclinação. Excluíram-se: esvaziamentos axilares, RTE bilateral, re-irradiações, recidivas e história de carcinomas da mama anteriores. Administrou-se um esquema de fracionamento convencional (50Gy em 25 frações, 2Gy/dia). Dosimetria e Planeamento realizados atendendo às recomendações internacionais (relatórios ICRU 62 e 83). RESULTADOS; DISCUSSÃO O volume mamário médio foi 798,7cc (192,2cc - 1857,6cc). Os volumes médios axilares nível 1 (Ax1), 2 (Ax2) e 3 (Ax3) foram 56,9cc, 16,9cc e 19cc respetivamente. Os volumes médios a receber pelo menos 95% da dose prescrita (V95) relativos ao Ax1, Ax2 e Ax3 foram de 45,8% (0 - 96,8%), 13,1% (0 - 86,6%) e 0,6% (0 - 29,2%) respetivamente. Calcularam-se as doses médias e estratificaram-se todos estes dados de acordo com a variação da posição/volume mamários. CONCLUSÕES Confirmou-se uma cobertura inadequada de dose aos níveis axilares recorrendo a RTE exclusiva da Mama, não atingindo, em média, valor terapêutico. Procedeu-se à estratificação destas doses de acordo com o volume e posição mamários e foram calculados os resultados para diferentes sub-grupos. PO.M142 - Síndrome Paraneoplásico de um Carcinoma Tímico - a propósito de um caso Joana Febra(1);Manuel Magalhães(2);Estrela Rocha(2);Franklim Marques(2) (1) Hospital Geral de Santo António (2) Hospital de Santo António, Porto A presença de uma massa no mediastino anterior é, com frequência, indicativa de malignidade, mas o diagnóstico histológico nem sempre é fácil. Estas massas podem ser neoplasias (ex. timomas, linfomas, carcinoma tímicos, metástases, geralmente do pulmão) ou condições não neoplásicas (ex. quistos tímicos, linfangiomas). O seu grau de malignidade e a escassa sintomatologia, contribuem para que no momento do diagnóstico o estadio seja avançado e o prognóstico, reservado. Apesar dos síndromes autoinmunitários paraneoplásicos aparecerem mais frequentemente nos timomas, podem também estar presentes nos carcinomas do timo. Apresenta-se um caso de um homem de 59 anos, saudável, internado em 2011 por apatia e prostração com 2 semanas de evolução associado a engasgamento. Desenvolvimento de um síndrome demencial rapidamente progressivo, síndrome miasténico e trombose da veia subclávia e jugulo interna esquerda, com síndrome de Horner incompleto. Necessidade de gastrostomia cirúrgica por disfagia total e engasgamentos, associados a compressão esofágica, com aspirações de repetição e complicações infecciosas nosocomiais. Da investigação, objectivada volumosa massa mediastinica com envolvimento esofágico, traqueal, dos grandes vasos centrais, adenopatias locais e nódulos pulmonares infracentimétricos. A biopsia documentou carcinoma invasivo tímico. Anticorpos anti-musculo estriado positivos. Perante um carcinoma primário do mediastino, tipo C (World Health Organization Histologic Classification) ou Estadio IIIB (Modified Masaoka clinical staging of thymoma), iniciou quimioterapia dirigida com Paclitaxel e Carboplatina. Resolução do síndrome miasténico, da encefalite límbica e da hipercalcémia paraneoplásia humoral entretanto instalada. Após 6 ciclos de quimioterapia, fez radioterapia com 60Gy em 30 frações, com resposta completa. Manteve-se sem evidência de recidiva durante 1 ano, evoluindo posteriormente para Estadio IV, com envolvimento pulmonar e cerebral. Dada a resposta inicial e a estabilidade da doença durante 1 ano, foi decidido re-iniciar quimioterapia com Carboplatina-Paclitaxel. PO.M143 - Sobreviver a duas neoplasias graves Mariana Faria(1);Leonor Ribeiro(2);Margarida Matias(3) (1) H. Santa Maria (2) h. sta maria (3) Serviço de Oncologia Médica; Hospital de Santa Maria (CHLN) Caso clínico: Sexo masculino, 66 anos, antecedentes irrelevantes. Em 2007 inicia quadro de icterícia das escleróticas. É diagnósticada icterícia obstrutiva por lesão da cabeça do pâncreas. Cirurgia electiva a 31/05/2007 – duodenopancreatectomia cefálica. Histologicamente: adenocarcinoma grau 1 – pT3N1(2:14)Mx. Efectua quimioterapia (QT) adjuvante (gemcitabina). Reavaliação por exame TC de corpo: sem recidiva local ou doença à distância, ficando em vigilância. Em 2011 inicia quadro de emagrecimento. Exame TC de corpo levanta suspeita de recaída loco-regional – adenomegalia adjacente à veia cava inferior e imagem duvidosa na cauda do pâncreas. PET/TACcaptação aumentada na cauda do pâncreas e parede do estômago ao longo da grande curvatura – provável metastização adjacente à cauda do pâncreas e provável tumor gástrico. EDA confirma lesão no corpo e grande curvatura - adenocarcinoma. Cirurgia electiva a 9/2/2012 – totalização de gastrectomia + esplenopancreatectomia caudal. Histologicamente: adenocarcinoma gástrico, sem metástases ganglionares (22 gânglios excisados); sem infiltração do parênquima pancreático, no qual se observa pancreatite crónica (pT4aN0). QT adjuvante com protocolo MacDonald, interrompido por má tolerância. Decide-se vigilância. Em 2012 há subida do CEA e CA 19.9; exame TC de corpo mostrando gânglios milimétricos lateroaórticos e mesentéricos. PET/TC: foco no parênquima do restante corpo do pâncreas. Considera-se biópsia ecoguiada do pâncreas, que não se concretiza porque ecograficamente o parênquima pancreático se encontra normal. Mantém-se em vigilância. Conclusão: Embora não exista relação directa entre cancro gástrico e do pâncreas, sabe-se que há risco aumentado de cancro do estômago após cirurgia gástrica, sobretudo 15 a 20 anos depois. O caso clínico presente retrata a raridade de dois tumores primitivos em locais sem aparente relação, excepto a acima mencionada, realçando-se aqui o curto intervalo de tempo entre eles. Destaca-se ainda o facto de se tratar de tumores geralmente agressivos e com mau prognóstico, neste caso com sobrevida acima do esperado e sem doença em actividade. PO.M144 - FRACTURA PATOLÓGICA DO FÉMUR EM CONDROSSARCOMA: AMPUTAÇÃO OU PRESERVAÇÃO – CASO CLÍNICO. João Esteves(1);Daniela Vila Real(1);Pedro Cardoso(1) (1) Centro Hospitalar do Alto Ave Introdução: As fraturas patológicas em ossos longos por sarcomas variam de 5 a 10%. No passado, esta situação era contra-indicação absoluta para cirurgia de preservação de membro, obrigando a amputação acima do nível do hematoma, pelo receio da disseminação tumoral. O advento da quimioterapia e os melhoramentos na radioterapia melhoraram o controlo local e a sobrevida dos doentes com sarcomas complicados com uma fratura. E se o tumor não for sensível à quimio nem à radioterapia é lícito proceder à exérese? Objetivo: Apresentação de um condrossarcoma com fratura patológica, submetido a exérese alargada englobando o hematoma da fratura. Métodos: Sexo feminino, 82 anos. Coxalgia esquerda com 4 meses de evolução. Lesão osteolítica do terço proximal do fémur com corticais abauladas e interrompidas. Foi submetida a biopsia por agulha cujo resultado foi condrossarcoma condroblástico bem diferenciado Grau 1. Fratura patológica 5 dias antes da data prevista para a cirurgia. Manteve-se o plano da exérese, agora mais alargada, tentando-se ressecar “em bloco” o hematoma. Foi feita exérese de 22 centímetros de fémur e reconstrução com prótese da anca com haste de apoio diafisário com revestimento de hidroxapatite e acetábulo constritivo. Pós-operatório sem complicações. Resultados/discussão: A doente protelou a carga até aos 45 dias de pós-operatório, após o que iniciou apoio progressivo. O exame anátomo-patológico da peça confirmou o diagnóstico e revelou margens alargadas. Ao fim de 3,5 anos, a doente está sem sinais de doença local ou à distância, não usa apoio externo e marcha sem dor e sem necessidade de parar durante 30 a 40 minutos (27/30 pontos no Sistema da Sociedade de Tumores Musculoesqueléticos). Conclusão: Apesar de o condrossarcoma não ser sensível a nenhuma terapia adjuvante a presença de fratura patológica não invalida a preservação de membro desde que a técnica cirúrgica seja cuidadosa e não haja disseminação do hematoma. PO.M146 - CARCINOMA PAVIMENTO CELULAR DO COLO UTERINO E DO PULMÃO – CASO CLÍNICO Ana Cláudia Monteiro(1);Ana Faria(1);Mariana Fernandes(1);Marta Honório(1);Maria João Vergueiro(1);Michelle Silva(1);Fábio Lopes(2) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca INTRODUÇÃO Doentes com cancro apresentam um risco 20% superior à população geral de desenvolvimento de segundo cancro primário. Aproximadamente um terço dos sobreviventes ao cancro com idade superior a 60 anos foram confrontados mais do que uma vez com o diagnóstico de cancro. À medida que aumenta o número de sobreviventes ao cancro e o envelhecimento da população, aumenta a ocorrência de cancros múltiplos. OBJECTIVOS Abordamos os desafios que muitas vezes se travam entre a assunção de uma recidiva e o apontar um segundo diagnóstico. MATERIAL E MÉTODOS Mulher de 53 anos de idade com antecedentes pessoais de tabagismo, sem antecedentes familiares oncológicos relevantes, sem vigilância ginecológica, inicia coitorragias em Setembro de 2008. Em Dezembro desse ano confirmou-se diagnóstico de Carcinoma pavimento celular (CPC) do colo útero, estadio IIIB (FIGO). Foi submetida a quimioradioterapia definitiva que decorreu sem complicações. Quatro anos depois, durante investigação de quadro de tosse e hemoptises é diagnosticada massa endobrônquica compatível com CPC primitivo do pulmão. TC de estadiamento mostrou nódulos pulmonares contralaterais mas excluiu doença adicional à distância bem como sinais potencialmente atribuíveis a recidiva do tumor prévio. CONCLUSÕES Através da apresentação do caso exemplificamos como o perseguir de um diagnóstico correcto é pertinente, podendo ter implicações terapêuticas importantes PO.M147 - Neoplasia do ovário: uma etiologia incomum. Rita Gomes Mestre(1);André Oliveira(2);Beatriz Gosalbez(2);Ana Macedo(2);António Lagoa(2);Irene Furtado(2) (1) Hospital de Faro, E. P. E. (2) Hosрital de Faro, E. P. E. INTRODUÇÃO:Na abordagem diagnóstica de uma massa pélvica, e no que diz respeito a lesões malignas, estas podem tratar-se de lesões primárias originárias de estruturas normais dos órgãos pélvicos ginecológicos, mais frequentemente do ovário, ou podem ser lesões secundárias a neoplasias de outras localizações. Quando existe uma lesão ovárica sugestiva de malignidade é necessário, no entanto, contemplar outras etiologias neoplásicas menos comuns. CASO CLÍNICO: Apresentamos então o caso de uma mulher, 53 anos, com antecedentes de histerectomia total e anexectomia direita por fibromiomatose uterina A doente acudiu a consulta de Ginecologia por queixas de desconforto pélvico com lombalgia esquerda e disúria tendo sido objectivado uma massa pélvica esquerda de consistência dura, aderente a planos profundos e de bordes irregulares. Foi realizada ecografia pélvica, onde se visualizou uma massa na cúpula vaginal e ureterohidronefrose esquerda tendo-se colocado como hipótese diagnóstica sarcoma do ovário ou tumor intestinal. A doente foi submetida a laparotomia exploradora com anexectomia esquerda, biopsia da lesão e colocação de duplo J à esquerda por citoscopia. O exame anatomopatológico revelou tratar-se de um Linfoma B difuso de grandes células, não se confirmando as hipóteses diagnósticas inicialmente estabelecidas. Referenciou-se a doente para consulta de hematologia clínica e em consulta de decisão terapêutica decidiu-se realização de quimioterapia primária. DISCUSSÃO: Na avaliação de uma massa anexial o objectivo primordial é avaliar a possibilidade de se tratar de uma lesão maligna. Para tal, e quando existe alta suspeita de malignidade, é imprescindível proceder a remoção cirúrgica da lesão para caracterização histológica. No que diz respeito a lesões metastáticas, os tumores primários que mais frequentemente metastizam рara o ovário são os gastrointestinais (tumor de Krukenberg) e os da mama, sendo muito raro o diagnóstico de Linfoma B difuso de grandes células como etiologia de massa anexial. PO.M148 - CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS DO OVÁRIO, FORMA HIPERCALCÉMICA: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Marta Honório(1);Ana Faria(1);Michelle Silva(1);Maria João Vergueiro(1);Ana Cláudia Monteiro(1);Mariana Fernandes(1);Fábio Lopes(2) (1) Hospital Fernando Fonseca (2) Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca Introdução: O carcinoma de pequenas células do ovário tipo hipercalcémico constitui uma neoplasia com características muito peculiares. A par do seu carácter agressivo, faixa etária jovem abrangida e ausência de uma abordagem terapêutica consensual,constitui um tumor raro com apenas 400 casos descritos na literatura e apenas dois terços associados a hipercalcémia. Além do amplo diagnóstico diferencial que implica. Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 15 anos, com diagnóstico de carcinoma de pequenas células do ovário com diferenciação neuroendócrina (forma hipercalcémica, realizado na sequência de queixas álgicas pélvicas, traduzidas por uma massa pélvica na Ressonância Magnética, com hipercalcémia associada. Foi submetida a Cirurgia Oncológica (ooforossalpingectomia esquerda, omantectomia infracólica e linfadenectomia pélvica bilateral) com confirmação do diagnóstico pela Anatomia Patológica. Após quatro meses de Quimioterapia, com carácter adjuvante, objectivou-se recidiva peritoneal, optando-se por esquema neoadjuvante com resposta incial. No entanto, e após três meses de terapêutica, verificou-se progressão tumoral com repercussão clínica importante. Apenas um ano após o diagnóstico, a doente encontra-se sob terapêutica sintomática. Conclusão: O carcinoma de pequenas células do ovário hipercalcémico é uma doença rara associada, frequentemente, a mau prognóstico. PO.M149 - UM CASO RARO DE METASTIZAÇÃO MAMÁRIA POR CARCINOMA UROTELIAL DA BEXIGA Maria Neves(1);Nuno Sousa(2);Cátia Faustino(2);Rosa Begonha(3);Maria Joaquina Maurício(3) (1) ipo-porto (2) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE (3) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) Introdução: A metastização mamária por neoplasia com origem noutros órgãos é rara e a apresentação clinica e imagiológica mimetiza o cancro da mama. O correcto diagnóstico é essencial para a decisão terapêutica. Descrevemos um caso de carcinoma da bexiga com metastização difusa, incluindo mamária. Caso Clínico: Uma mulher de 51 anos recorre ao serviço de urgência por hematúria indolor com 1 semana de evolução. Ao exame objectivo, apresentava mama direita ocupada por massa dura, indolor e aderente aos planos profundos; adenopatias axilares bilaterais e massa pélvica fixa aos planos profundos. A mamografia e a ecografia mamária mostraram mama direita ocupada por massa heterogénea de 40mm e contornos mal definidos, mama esquerda com 2 nódulos heterógenos com cerca de 10mm e adenopatias axilares bilaterais. A tomografia computorizada torácica-abdominal e pélvica revelou lesão vesical infiltrativa, com espessamento parietal difuso da bexiga, conglomerados adenopáticos inguinais e ilíacos externos, adenopatias axilares bilaterais e metastização óssea difusa. Decidido efectuar biópsia da mama direita e laparotomia exploradora, onde se constatou massa com ponto de partida vesical, com invasão dos paramétrios, considerado irresecável, e nódulos uterinos (excisado um nódulo). A análise anatomo-patológica permitiu estabelecer o diagnóstico de carcinoma urotelial metastizado. Discussão: Menos de 1% das neoplasias mamárias são por metástases de tumores com origem noutros locais, em que as mais frequentes são metástases de melanoma, carcinoma de pequenas células do pulmão e envolvimento secundário da mama por linfoma ou leucemia. Estão descritos apenas três casos de metastização mamária por carcinoma urotelial. Neste caso, a extrema raridade de metastização mamária por carcinoma urotelial colocou a hipótese de se tratar de duas neoplasias primárias síncronas, tendo o diagnóstico diferencial entre tumor primário urotelial ou da mama sido um desafio para a correcta orientação terapêutica da doente. PO.M150 - IPILIMUMAB NO MELANOMA MALIGNO AVANÇADO – A EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO Natacha Amaral(1);Ana Raimundo(2);Paula Ferreira(2) (1) IPO Porto (2) ipo-porto INTRODUÇÃO O melanoma maligno metastizado tem prognóstico reservado, com sobrevivência mediana de 6-8 meses. O desenvolvimento de novas terapêuticas, nomeadamente na imunoterapia e agentes dirigidos a um alvo específico, permitiram melhorar a sobrevivência destes doentes. O Ipilimumab apresentou um incremento na sobrevivência global de 4 meses. Os efeitos adversos podem ser severos e duradouros sendo na maioria reversíveis com o tratamento apropriado. OBJECTIVOS Caracterização dos casos de melanoma maligno metastizado tratados com ipilimumab. MATERIAL E MÉTODOS Recolha retrospetiva dos dados dos doentes com Melanoma Maligno metastizado tratados com ipilimumab no IPO Porto. RESULTADOS Foram tratados 5 doentes com Melanoma Maligno Metastizado: 3 melanomas cutâneos, 1 melanoma primário oculto e 1 melanoma ocular. A metastização inicial era múltipla e a mediana de idades de 62 anos. Todos efetuaram ipilimumab após progressão em primeira linha com dacarbazina. Verificaram-se 4 óbitos. Um doente suspendeu tratamento após 1º ciclo por progressão da doença e agravamento do estado geral. Outro doente completou o tratamento mas progrediu 4 meses após o seu término. Um doente efetuou 2 ciclos e suspendeu por hepatotoxicidade G3, com posterior progressão. Um doente efetuou 3 ciclos tendo apresentado agravamento do estado geral e falecido. Outro doente efetuou 3 ciclos, suspendeu por colite G3 e obteve resposta parcial – atualmente com 21 meses de período livre de progressão e 30 meses de sobrevivência global. DISCUSSÃO Na literatura o ipilimumab apresenta uma sobrevivência global mediana de 10 meses. Dos casos apresentados um doente atingiu uma sobrevivência global de 30 meses, com um período livre de progressão de 20 meses. Estão relatados efeitos adversos G3-4 em 10-15% dos doentes. Nesta amostra verificaram-se 2 casos de toxicidade G3. CONCLUSÕES O Ipilimumab representa um avanço no tratamento dos doentes com melanoma metastizado, apresentando um padrão de respostas diferente e maiores períodos de sobrevivência livre de progressão e de sobrevivência global. PO.M153 - CARCINOMA ESPINOCELULAR DO TIMO – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Joana da Silva(1);Diana Moreira(1);Joana Cardia(1);Helena Pereira(1) (1) IPO Porto INTRODUÇÃO Os tumores do timo representam 1% de todas as neoplasias. Os carcinomas do timo são raros, e correspondem a 0.06% das neoplasias tímicas. O carcinoma espinocelular é o carcinoma tímico mais comum. OBJECTIVOS Descrição do caso clínico de um carcinoma espinocelular do timo MATERIAL E MÉTODOS Consulta do processo clínico, exames efetuados e plano de tratamento de radioterapia. RESULTADOS Doente do sexo feminino, 79 anos, em seguimento por antecedentes de carcinoma do cólon, tendo realizado uma Tomografia Computadorizada (TC) toracoabdominopélvica a 02/12, que revelou uma massa de contornos irregulares no mediastino anterior, cuja citologia aspirativa foi inconclusiva. Devido à proximidade da lesão com a crossa da aorta, não se realizou biópsia histológica. A doente foi submetida a exérese da referida massa, cujo exame anatomopatológico revelou carcinoma espinocelular de origem tímica, moderadamente diferenciado, queratinizante, com margens positivas, sem invasão linfática (estádio IIa – segundo a classificação de Masaoka). Em 07/12 foi proposta para radioterapia adjuvante, tendo-se executado 30 frações, 60Gy, 2Gy/dia, ao mediastino, segundo plano de RT 3D, que terminou em 09/12. Desde então, encontra-se em vigilância, tendo realizado a última TC em 12/12, sem sinais de recidiva. DISCUSSÃO/CONCLUSÕES Apresentamos o caso de um tumor extremamente raro nesta localização. O tratamento ideal do carcinoma tímico é controverso, no entanto, deve-se optar por um regime multidisciplinar e agressivo. A exérese é o tratamento de eleição, seguida de quimioterapia e radioterapia adjuvantes. Os esquemas descritos na literatura são variados, entre 40-70Gy (1.8 – 2.0 Gy por fração). Geralmente, o carcinoma tímico é menos sensível à quimioterapia do que o timoma e os resultados da quimioterapia são insatisfatórios, devendo-se usar esquemas de quimioterapia com cisplatina. Neste caso, a doente foi submetida a radioterapia adjuvante por margens positivas, e não realizou quimioterapia adjuvante por ter recusado. PO.M155 - TEMPO ENTRE A PRIMEIRA CONSULTA E A BIÓPSIA DE TUMORES MÚSCULOESQUELÉTICOS. PARÂMETRO DE QUALIDADE DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR? Daniela Vila Real(1);João Esteves(1);Pedro Cardoso(1) (1) Centro Hospitalar do Alto Ave Introdução: Em patologia tumoral óssea e de tecidos moles, principalmente nos tumores malignos, a rapidez no diagnóstico e início do tratamento é crucial. Muitas vezes o tempo entre o início dos sintomas e a chegada a um centro especializado já é longo e impõe-se brevidade no diagnóstico, ou seja, entre a primeira consulta e a realização da biopsia. Considerando-se a biopsia o último elemento diagnóstico e pressupondo-se que à data da sua realização toda a imagiologia necessária, e demais exames, está concluída, a avaliação do tempo entre a primeira consulta e a data da biopsia pode avaliar a qualidade da equipa multidisciplinar que trata esta patologia. Objetivo: Determinar o tempo entre a primeira consulta e a biopsia nos doentes com tumores musculoesqueléticos, numa única Institução Métodos: Foram revistos os casos de 297 doentes com tumores musculoesqueléticos submetidos a biopsia durante 5 anos. As variáveis analisadas foram a data da primeira consulta, a data da biopsia, o tipo de tumor, e o tipo de biopsia realizada. Não foi avaliado o tempo necessário para o resultado histológico. Resultados: Em média, os tumores malignos demoraram 26 dias até serem biopsados e os benignos 65 dias. Pelo menos 50% dos doentes com tumores malignos realizaram biopsia até 8 dias após a primeira consulta. Em média, as biopsias por trucut foram realizadas 13 dias mais cedo que as biopsias incisionais. Conclusão: Uma vez que a rapidez de diagnóstico pode influenciar de forma decisiva o prognóstico, o tempo entre a primeira consulta e a biopsia poderá ser um bom parâmetro de avaliação. Nesta Instituição a clínica e a imagiologia ditaram a maior brevidade nos tumores malignos e a brevidade foi ainda maior quando se optou pela biopsia por agulha. PO.M156 - TUMORES DO APARELHO LOCOMOTOR. REGISTO E CASUÍSTICA DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO EM 5 ANOS. João Esteves(1);Daniela Vila Real(1);Pedro Cardoso(1) (1) Centro Hospitalar do Alto Ave INTRODUÇÃO: Os tumores músculo-esqueléticos compreendem um conjunto de doenças raras que englobam os tumores ósseos e de tecidos moles primários, benignos e malignos, e as metástases. O seu diagnóstico e tratamento envolvem uma equipa multidisciplinar e, muitas vezes, está associada à iniciativa da especialidade de Ortopedia que, através da biopsia, finaliza o processo diagnóstico e inicia o tratamento. OBJECTIVOS: Caracterização da população com tumores do aparelho locomotor submetidos a biopsia, cirúrgica ou percutânea, numa única Instituição, durante 5 anos, através de um registo simples, com dados recolhidos do processo clínico electrónico. MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 297 doentes com tumores músculo-esqueléticos, e alguns pseudotumores que classicamente são integrados nesta patologia, diagnosticados por biopsia cirúrgica ou percutânea entre 2007 e 2011. Os dados analisados fora: sexo, idade, localização segundo a Classificação Internacional de Doenças para Oncologia, 3ª edição – ICD-O3, datas da biopsia e cirurgia subsequente, diagnóstico histológico segundo a Classificação Internacional de Doenças, 10ªedição – ICD10, e estádio (Enneking). RESULTADOS/DISCUSSÃO: Dos casos estudados 37.3% são tumores dos tecidos moles, dos quais 75.5% são benignos e 24.5% malignos. Os tumores ósseos representam 62.7% da amostra e destes 49.7% são benignos. Dos tumores malignos localizados no osso, 37.2% são malignos primários, 38.3% são metástases e 24.5% doenças do Sistema Hemolinfopoiético. Os tumores de tecidos moles malignos mais frequentes foram o lipossarcoma (26.0%) e o sarcoma sinovial (26.0%). O tumor ósseo maligno mais frequente foi o condrossarcoma (37.1%). CONCLUSÃO: O registo da prevalência dos tumores musculoesqueléticos e das suas características, contribui para um conhecimento e experiência sustentados ao longo do tempo e das várias gerações de médicos, quando se pretende formar escola e melhorar o serviço prestado ao doente. Este exemplo de registo é simples e permite ter a consciência do trabalho desenvolvido. PO.M157 - MELANOMA MALIGNO COM PRIMÁRIO DESCONHECIDO UMA REALIDADE Sousa R.(1);Amaral T.(2);Costa A. L.(3);Abreu C.(2);Faria M.(3);Filipe P.(3);Soares de Almeida L.(3);Cortes P.(4);Costa L.(4) (1) HSM (2) Serviço de Oncologia Médica, Hospital de Santa Maria (CHLN) (3) Serviço de Oncologia Médica, Hospital de Maria (CHLN) (4) Serviço de Oncologia Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO O Melanoma Maligno (MM) é uma neoplasia cuja incidência tem vindo a aumentar exponencialmente. Nos EUA, em 2013, estimam-se 76 690 casos, sendo a 5ª neoplasia mais comum. Mantém-se a mais letal neoplasia cutânea, com uma taxa de mortalidade relativamente estável (75%). Apesar de 90% dos MM terem origem cutânea, existem casos de doença metastizada, sem tumor primário conhecido (MUP). Esta entidade foi descrita pela primeira vez em 1952 por Pack et al, com definição de critérios de diagnóstico em 1963 por Das Gupta. A sua incidência varia conforme os estudos, sendo o mais consensual, 1 a 8% dos casos de MM. A patogenia permanece incerta, existindo várias hipóteses, sendo uma delas a regressão espontânea do tumor primário por mecanismo imune endógeno. CASOS CLÍNICOS O primeiro caso refere-se a um doente de 47 anos, que apresenta massa cervical de crescimento progressivo com um ano de evolução, cuja biópsia revelou metástase de MM. Realizou TC toracoabdomino-pélvica e PET-TC, que revelaram metastização ganglionar. O segundo caso descrito, refere-se a uma doente de 44 anos, com aparecimento de massa axilar esquerda, de crescimento rápido, cuja biópsia revelou metástase de MM. A TC toraco-adomino-pélvica revelou adenopatias supraclaviculares, lombo-aórticas, mediastinicas e axilares. A PET-TC confirmou extensa metastização supra e infradiafragmática. Neste caso, havia história de excisão de lesão torácica anterior, admitida como benigna. Os doentes foram avaliados pelo grupo multidisciplinar de tumores cutâneos-melanoma, tendo sido excluída evidência de tumor primário, incluíndo nas mucosas e ocular. CONCLUSÕES Em ambos os casos, foi efectuado diagnóstico de MM, por aparecimento de metastização ganglionar, com tumor primário oculto. Pretende-se com a apresentação dos dois casos clínicos, salientar a ocorrência desta entidade – MUP. Permanece como incerto o seu significado prognóstico, embora em algumas séries de doentes esteja associada a uma melhor sobrevivência global. PO.M158 - CARCINOMA DA PRÓSTATA COM DIFERENCIAÇÃO NEUROENDÓCRINA Ana Lúcia Costa(1);Catarina Abreu(1);Ana Rita Sousa(1);Teresa Amaral(1);Mariana Faria(1);António Quintela(1);Luis Costa(1) (1) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO: O adenocarcinoma da próstata é o tumor mais frequente deste órgão (95% dos casos). O carcinoma neuroendócrino (pequenas células) corresponde a menos de 1% dos restantes e apresenta um comportamento mais agressivo. Nestes, os níveis séricos de PSA não se correlacionam com a atividade da doença. Aproximadamente 50% dos carcinomas neuroendócrinos coexistem com adenocarcinomas. A diferenciação histológica entre os dois tipos é importante visto ter implicações terapêuticas, pois os carcinomas neuroendócrinos são resistentes à terapêutica hormonal. OBJECTIVOS: Mencionar uma patologia rara e salientar a importância do exame histológico. CASO CLÍNICO: Homem, 74 anos, assintomático. Em Fevereiro de 2009 identificou-se PSA total 22 µg/L. A biópsia prostática mostrou ser adenocarcinoma (Gleason 6). Iniciou terapêutica de bloqueio androgénico. Em Abril de 2012 iniciou perda de peso e melenas. Fez endoscopia digestiva alta que revelou úlcera gástrica (biópsia sem células neoplásicas), e TC corpo que mostrou próstata com extensa lesão a infiltrar a parede vesical e reto e metastização pulmonar e hepática múltipla. A biópsia duma lesão hepática revelou metástase de adenocarcinoma pouco diferenciado com morfologia e perfil imunofenotípico compatível com origem pulmonar (positividade para citoqueratinas 7 e 8/18 e TTF1; negatividade para citoqueratinas 20 e 34beta E12, p63 e PSA). Na avaliação laboratorial salientava-se elevação de NSE e cromogranina A e PSA baixa. Em Agosto apresentava PS3. Manteve terapêutica com goserelina e iniciou carboplatina. Verificou-se boa tolerância, melhoria sintomática e descida dos marcadores tumorais. Após quatro ciclos verificou-se resposta parcial nas lesões pulmonares e hepáticas. Cumpriu mais dois ciclos de carboplatina, encontrando-se em pausa terapêutica com PS2. CONCLUSÕES: O diagnóstico de carcinoma neuroendócrino da próstata é feito geralmente quando a doença está localmente avançada ou metastizada. Os esquemas de quimioterapia mais usados baseiamse em cis/carboplatina e etoposido, à semelhança dos usados nos carcinomas de pequenas células do pulmão. O prognóstico desta doença permanece desfavorável. PO.M159 - CARCINOMA DA MAMA E DO OVÁRIO: COINCIDÊNCIA OU PREDISPOSIÇÃO HEREDITÁRIA Ana Lúcia Costa(1);Catarina Abreu(1);Ana Rita Sousa(1);Teresa Amaral(1);Mariana Faria(1);António Quintela(1);Luis Costa(1) (1) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO: O cancro da mama é a neoplasia mais frequentemente diagnosticada. A maioria são tumores esporádicos, sendo que em apenas 5-10% dos casos existe predisposição hereditária. Os principais genes responsáveis são os genes BRCA1 e BRCA2. A frequência da mutação nestes genes na população é inferior a 0.1%, mas é mais elevada quando existe história pessoal ou familiar de cancro da mama, especialmente se em idade jovem, bilateral ou em homens, ou de cancro do ovário. O cancro hereditário do ovário corresponde a 5-10% dos casos, estando 90% destes associados a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Denominam-se síndrome do cancro hereditário da mama e ovário. OBJECTIVOS: Mencionar uma patologia rara e salientar a importância da genética no diagnóstico. CASO CLÍNICO: Mulher, 57 anos, saudável, sem antecedentes familiares relevantes. Em Setembro de 2012 foi submetida a quadrantectomia da mama esquerda e esvaziamento ganglionar axilar por carcinoma ductal invasivo, pT1pN1miM0 – estadio IB, RE forte, RP negativo, c-erbB2 negativo. Verificando-se elevação de CA 15.3, procedeu-se a re-estadiamento, identificando-se: tumor pélvico à esquerda e lesão ovárica à direita e ainda adenopatia inguinal direita cuja citologia revelou metástase de carcinoma da mama. Em Novembro foi feita histerectomia total e anexectomia bilateral, cistectomia parcial e ressecção de lesões umbilical e peritoneais. A anatomia patológica revelou tratar-se de carcinoma pouco diferenciado do ovário direito, seroso, alto grau, com envolvimento da parede uterina, paramétrios, mesocólon, peritoneu pélvico, parede da bexiga e cicatriz umbilical – estadio IIIC. Cumpriu quimioterapia adjuvante com carboplatina e paclitaxel (6 ciclos), tendo iniciado letrozole e sido proposta para radioterapia mamária. Aguarda avaliação na consulta de genética. CONCLUSÕES: Apesar de não haver história pessoal ou familiar que sugerisse predisposição hereditária para estas neoplasias, os familiares beneficiarão de uma avaliação genética da doente, para conhecimento de se existe um aumento do risco neoplásico. PO.M161 - Factores de Prognóstico em Gliomas de Alto Grau Ana Marques(1);Elisabete Couto(1);Marta Almeida(2);Luísa Queiroz(2);Diana Freitas(2);Teresa Macedo(2);Catarina Portela(2);Júlia Amorim(2) (1) Hospital Braga (2) Serviço de Oncologia Médica - Hospital de Braga INTRODUÇÃO: Os gliomas de alto grau (GAG), representam cerca de 70% de todos os gliomas e, apesar do aumento da sobrevivência observado nos últimos anos são tumores com prognóstico reservado. OBJECTIVOS: Analisar e identificar factores de prognóstico em doentes com GAG. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de doentes com o diagnóstico de GAG (Grau III e IV da OMS), efectuado entre Janeiro/2006 e Dezembro/2011 numa só instituição. A análise de sobrevivência foi avaliada pelo método de Kaplan-Meier e os fatores de prognóstico através da análise de regressão de Cox multivariada RESULTADOS: Incluíram-se 104 doentes, 58,7% homens, com idade mediana de 55 anos (19-73). A mediana do tempo de seguimento foi de 12,5 meses. Ao diagnóstico, 91,3% dos doentes apresentava ECOG≤2 e 76,0% não tinha qualquer comorbilidade. Em relação à localização e número de lesões, 96,2% dos doentes apresentavam apenas uma lesão tumoral e 53,8% dos doentes localização frontal. No total dos doentes, 7,7% não foram submetidos a ressecção da lesão e 44,2% foram submetidos a ressecção radical. O diagnóstico histológico mais prevalente foi o glioblastoma multiforme (66,3%), seguido do oligodendroglioma anaplásico (26,0%). A maioria dos doentes (84,6%) efetuou radioterapia pós-operatória, associada ou não a Temozolamida e 78% recebeu quimioterapia após a radioterapia. A sobrevida global mediana foi de 12,8 meses (IC 95%,10,9-14,7). Na análise multivariada, verificou-se que os doentes com idade superior a 55 anos, com comorbilidades, tumores grau IV e de localização frontal apresentavam pior prognóstico vital (p <0,05). CONCLUSÃO: Os resultados obtidos são concordantes com os dados existentes na literatura, em que a idade, a histologia e o estado geral dos doentes são os factores de prognósticos clínicos mais importantes deste tipo de gliomas. A evolução no conhecimento das alterações citogenéticas e moleculares dos gliomas permitiram uma melhor avaliação no diagnóstico, no prognóstico e na resposta preditiva à terapêutica. PO.M162 - QUIMIORRADIOTERAPIA COM MITOMICINA-C E 5-FU NO TRATAMENTO DE CARCINOMA DO ESÓFAGO Catarina Cruz Cardoso(1);Maria Teresa Alexandre(1);Ana Carla Luís(1);João Freire(2);António Moreira(3) (1) IPO Lisboa (2) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO O tratamento do carcinoma do esófago localmente avançado é baseado em quimio-radioterapia (QRT), sendo o esquema de quimioterapia habitual cisplatina/5-FU. A associação de mitomicina/5-FU mostrou ser uma alternativa, considerada menos tóxica. OBJECTIVOS Avaliar a eficácia do tratamento (taxa de resposta e sobrevida global) e caracterizar toxicidade aguda. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospectivo dos doentes com carcinoma do esófago T3/4 ou N+ submetidos a QRT com mitomicina/5FU e radioterapia (45-50 Gy), de Janeiro 2007 a Agosto 2012. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram incluídos 17 doentes, 15 homens e 2 mulheres. A mediana de idades foi 72 anos (59 a 82). Quanto ao tipo histológico, verificaram-se 11 CPC e 6 ADC. Relativamente ao estadio: 7 doentes (IIa), 1 doente (IIb) e 9 doentes em estadio III. Todos os doentes apresentavam contra-indicação para realização de cisplatina: 11 insuficiência renal (IR), 2 doença arterial periférica e 4 cardiopatia isquémica. Todos os doentes completaram o plano de QRT, 3 doentes sofreram redução de dose de mitomicina (atendendo à IR) e 1 realizou 1 ciclo por neutropénia prolongada. 8 Doentes recorreram à Urgência, sendo os motivos: traqueobronquite (4), esofagite (3), disfagia (1), epistaxis (1) e descompensação da DHC (1). 3 Doentes necessitaram de ENG, 1 de dilatação esofágica e 1 de gastrostomia cirúrgica. Verificaram-se 6 internamentos não-electivos, sendo os motivos de internamento: pneumonia (3), IRC agudizada (2) e arritmia não controlada (1). Verificaram-se 4 mortes tóxicas. Quanto à resposta à QRT, verificaram-se 5 respostas completas, 8 respostas parciais e 4 não avaliadas (por morte). 2 Doentes foram submetidos a cirurgia. Estão vivos 4 doentes (2 operados), sem evidência de doença. A mediana de sobrevida global foi 16 meses. CONCLUSÕES Neste estudo, o esquema de mitomicina e 5-FU no tratamento do carcinoma do esófago localmente avançado, mostrou-se ser eficaz. No entanto, foi acompanhado de morbilidade e mortalidade importantes. PO.M163 - DESFECHO INESPERADO DE TRÊS CASOS CLÍNICOS Elisa Pereira(1);Sónia Barata(2);Ana Rodrigues(2);Joana Augusto(3) (1) Hospital Espírito Santo Évora, EPE (2) Hospital Santa Maria, Lisboa (3) HESE INTRODUÇÃO Os leiomiossarcomas uterinos são raros, 7/1 milhão de mulheres/ano e a sua prevalência em mulheres com diagnóstico pré-operatório de leiomiomas é de 0.2% a 0.5%. OBJECTIVOS Apresentar 3 casos clínicos distintos entre si sugestivos de leiomiomas uterinos cujo diagnóstico histológico, após intervenção cirúrgica, demonstrou tratar-se de leiomiossarcoma uterino. MATERIAL E MÉTODOS Análise dos processos clínicos de leiomiossarcomas, diagnosticados no Serviço de Ginecologia do ano de 2012 do Hospital de Santa Maria, Lisboa RESULTADOS Foi constatado que dos casos analisados três deles foram tratados como simples casos de leiomiomas uterinos; dois deles relatavam mulheres na pré-menopausa com hemorragia uterina anómala, sem história de radioterapia pélvica, terapêutica com tamoxifeno ou outros factores de risco. Apenas um dos casos referia-se a uma mulher com antecedente de neoplasia da mama sob tamoxifeno, assintomática, submetida a intervenção cirúgica por ecografia sugestiva de útero miomatoso. DISCUSSÃO As manifestações clínicas, o exame ginecológico e a avaliação analítica não apresentam diferenças relevantes face a um caso de leiomioma uterino ou de leiomiossarcoma uterino. A ecografia pélvica e a ressonância magnética pélvica podem sugerir a presença de sarcoma uterino porém não existem critérios imagiológicos patognomónicos. CONCLUSÕES Os achados pré-operatórios e intra-operatórios têm valor limitado no diagnóstico dos leiomiossarcomas uterinos. PO.M164 - GIST em doentes com Neurofibromatose: qual o valor do tratamento adjuvante? Diana Santos Freitas(1);Ana Marques(2);Elisabete Couto(2);Luísa Queirós(2);Marta Almeida(2); Catarina Portela(2); Rui Nabiço(2) (1) Hospital de Braga (2) Hospital Braga As mutações dos genes KIT e PDGFRA são encontradas em 90% dos tumores do estroma gastrointestinal (GISTs), estando estas mutações na base da patogénese dos GISTs esporádicos e nãohereditários. A neurofibromatose tipo 1 (NF-1) é uma doença hereditária autossómica dominante com prevalência de 1:3000 nascimentos. A predisposição para GISTs é bem conhecida. Os autores apresentam o caso de uma mulher de 38 anos com diagnóstico de NF-1 desde os 3 anos, que recorreu médico assistente por alterações do trânsito intestinal. Exame objetivo: presença de numerosas manchas cutâneas de café au lait e neurofibromas cutâneos por toda a superfície corporal; Abdómen: tumefação palpável na fossa ilíaca direita, móvel e indolor com cerca de 4x5cm. TAC abdominal: tumor com cerca 5x5x3.5cm em contacto com parede pélvica anterior, adjacente às ansas do intestino delgado. Na laparotomia, observação de neoformação na dependência da 1ª ansa do jejuno, tendo sido submetida a enterectomia segmentar. Histologia e Imunocitoquímica: neoplasia de arquitectura fascicular constituída por células fusiformes com citoplasma abundante. Índice mitótico 7/50campos. Positividade para CD 117, CD 34, POG1 e negatividade para proteína S100_ GIST de alto grau. Decidido em consulta de grupo quimioterapia adjuvante com Imatinib. Posteriormente, na pesquisa de mutações dos genes KIT e PDGFRA, não foi encontrado qualquer mutação funcional relevante. A proposta de tratamento com Imatinib foi suspensa ficando apenas em vigilância clínica. Contrariamente aos GISTs esporádicos, os associados à NF-1 raramente apresentam a mutação dos genes KIT ou PDGFRA, uma vez que a sua carcinogénese é diferente. PO.M165 - METASTIZAÇÃO DE MELANOMA MALIGNO: A IMPORTÂNCIA DO EXAME HISTOLÓGICO NA CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO Catarina Cruz Cardoso(1);Maria Teresa Alexandre(1);Mónica Sousa(2);Ana Carla Luís(1);Maria José Passos(2);António Moreira(3) (1) IPO Lisboa (2) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO O diagnóstico de melanoma metastático é ocasionalmente baseado numa combinação de dados clínicos e exames radiológicos. O tratamento da doença avançada é usualmente proposto, sem resultado histológico da metástase. MATERIAL E MÉTODOS Revisão retrospectiva de 6 casos clínicos de doentes com diagnóstico de melanoma e suspeita de doença metastática, em que a confirmação histológica revelou segundos diagnósticos. RESULTADOS; DISCUSSÃO Caso 1. Homem, 87 anos, antecedentes de cirurgia abdominal. Em 2008, melanoma maligno cutâneo nodular do dorso (estadio T3bN1aM0). Dois anos depois, em TAC: massa nodular na fossa ilíaca esquerda. Biópsia: adenocarcinoma, de tipo intestinal, compatível com neoplasia primitiva do cólon. Caso 2. Homem, 63 anos. Em 2011 melanoma maligno da região submaxilar esquerda (estadio pT2bN3). Fez TAC de estadiamento que mostrou lesão expansiva intramedular L3-L5. Biópsia: neoplasia mesenquimatosa fusocelular com características de benignidade (meningioma). Caso 3. Homem, 69 anos, fumador. Em 2006 diagnóstico de melanoma maligno extensão superficial do 1º dedo da mão esquerda (estadio pT4bN0M0). 6 Anos depois realizou PET: lesão pulmonar com contacto pleural. Biópsia: carcinoma pequenas células do pulmão. Caso 4. Homem, 77 anos, antecedentes de tuberculose renal. Em 2010, melanoma maligno extensão superficial do dorso (estadio pT2aN0M0). 1 Ano depois, adenopatia supraclavicular suspeita. Biópsia: metástase de carcinoma de células renais. Caso 5. Mulher, 84 anos. Em 2008, melanoma maligno sob lentigo maligno da região malar direita (estadio T2aN0M0). 2 Anos depois, em TAC: fígado com múltiplas lesões nodulares hipocapantes. PET: lesões compatíveis com neoplasia a nível hepático. Biópsia: fibrose e inflamação (granulomas), sem tecido neoplásico. Caso 6. Homem de 82 anos, antecedentes de carcinoma da próstata. Em 2009, melanoma maligno acrolentiginoso do pé direito (pT3bN0M0). 2 Anos depois, adenopatia cervical direita. Celulectomia cervical: carcinoma pavimentocelular. CONCLUSÕES A revisão dos casos demonstra a importância do exame histológico, aquando do tratamento de metástases de melanoma maligno. PO.M166 - PNEUMONITE NÃO INFECIOSA EM DOENTE COM CARCINOMA DE CELULAS RENAIS TRATADO COM EVEROLIMUS. Diana Santos Freitas(1);Ana Marques(2); Elisabete Couto(2);Luísa Queirós(2);Marta Almeida(2); Catarina Portela(2);Rui Nabiço(2) (1) Hospital de Braga (2) Hospital Braga A pneumonite não infeciosa (PNI) é causada pela classe dos inibidores da proteína alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR), inicialmente descrita com o sirolimus e a rapamicina e e mais recentemente com os seus novos análogos usados no tratamento de doentes oncológicos como o Everolimus. A patogénese ainda não está esclarecida. A incidência é variável, entre 2 a 30%, bem como a sua apresentação clínica. Os autores apresentam o caso de um homem de 59 anos com diagnóstico em 1996 de carcinoma de células renais, tendo sido submetido a nefrectomia radical. Em Outubro de 2009 verificada metastização hepática e retroperitoneal tendo iniciado tratamento com Sunitinib com estabilização da doença até junho/2012. Nessa altura por queixas de dor lombar, submetido a TAC abdominal que confirmou progressão das lesões hepáticas. Avaliado em consulta de grupo com proposta para tratamento com Everolimus, em julho de 2012. Após 4 meses inicia quadro de febre, astenia e degradação do estado geral com 2 dias de evolução. Exame objetivo: Consciente, colaborante. ECOG2/3. Subictérico. Palidez de pele e mucosas. Hemodinamicamente estável. T38.1ºC AP: murmúrio presente bilateralmente com crepitações finas na base direita. Edemas periféricos. Estudo analítico: ureia 55mg/dl; Creatinina 1.8mg/dl; PCR 167mg/L Hb 8.7g/dl leucócitos 5.0x103/uL plaquetas 204 000/uL. Rx torax: infiltrado reticulado no 1/3inferior do hemitorax direito. Iniciou antibioterapia de largo espetro com colheita de rastreio microbiológico que foi negativo. TAC tórax: Parênquima pulmonar apresenta padrão em vidro despolido bilateral, desde os vértices até às bases pulmonares. Suspendeu Everolimus e iniciou corticoterapia, com melhoria progressiva do quadro clínico e radiológico,interpretnado-se o quadro como Pneumonite não infeciosa grau 3. Os autores pretendem alertar para esta entidade cujo diagnóstico é complexo explicado pela inerente complexidade da sua patogénese adicionada à etiologia multifactorial do compromisso pulmonar no doente oncológico, requerendo que outros diagnósticos sejam excluídos. PO.M167 - GIST DO INTESTINO DELGADO – CASO CLÍNICO Ferreira, A. (1);Sousa, D.(1);Cruz, A.(1);Marinho, D. (1);Mateus, A.(1) (1) ULSLA - Serviço de Cirurgia Os tumores do intestino delgado são pouco frequentes, correspondendo a cerca de 1% a 6% de todas as neoplasias do trato gastrointestinal. Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST) são raros e constituem cerca de 0.1%-3% de todas as neoplasias gastrointestinais. Em 25% dos casos localizam-se no intestino delgado. Apresentamos o caso de uma doente de 81 anos de idade, que recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal nos quadrantes esquerdos com três dias de evolução, de agravamento progressivo, sem alterações do trânsito intestinal, perdas hemáticas ou febre. Ao exame objectivo apresentava abdómen doloroso à palpação do flanco esquerdo, com defesa, sem reacção peritoneal. Realizou TC que revelou massa adjacente a ansa jejunal distal com cerca de 5cm, à fossa ilíaca esquerda, com sinais inflamatórios associados. Analiticamente com leucocitose e neutrofilia, cumpriu antibioticoterapia de largo espectro com melhoria clínica. A TC de controlo mostrou resolução da infecção, mantendo massa anteriormente descrita. Foi submetida a laparotomia exploradora constatando-se lesão de provável ponto de partida no intestino delgado, aderente ao meso-sigmóide e cólon sigmóide. Foi realizada ressecção segmentar de intestino delgado e cólon sigmóide com anastomose primária, sem complicações. O estudo anatomo-patológico revelou tratar-se de GIST com 1mitose/10HPF e margens cirúrgicas sem lesão. Os GIST podem ser distinguidos dos restantes tumores mesenquimatosos pela imunohistoquímica pois mostram expressão KIT (CD117). GIST localizados em locais anatómicos diversos apresentam-se com morfologia e expressão génica diferentes, assim como apresentação clínica e prognóstico distintos. O tamanho do tumor e o índice mitótico são também importantes factores de prognóstico. O tratamento passa pela ressecção completa e eventual terapêutica adjuvante com Imatinib. PO.M169 - MAIZENA E BETADINE! PTOSE, MIOSE E HEMIANIDROSE. Ivo Julião(1);Telma Costa(1);Mário Pires(2);Ana Araújo(2);António Isidoro(2);Juan Carlos Mellidez(2) (1) CHBV - Aveiro (2) CHBV-Aveiro INTRODUÇÃO O Síndrome de Horner é caracterizado por ptose, miose e hemianidrose, podendo estar presente numa série de afecções que comprometam o arco de enervação simpática do olho: AVC do tronco, trauma, pneumonia apical, enxaqueca, etc. Poderá também ser causado por um tumor do sulco pulmonar superior (tumor de Pancoast), dando origem ao S. de Pancoast. OBJECTIVOS Caracterizar e descrever o caso clínico de um doente com tumor de pancoast e S. de Horner, pela tríade de sinais que o compõe, especialmente a hemianidrose facial. MATERIAL E MÉTODOS Estudo de caso com aplicação de teste de sudorese. Para tal foram utilizados iodo (Betadine®), espalhado com gaze na face e amido (Maizena®), polvilhada sobre o iodo. Em contacto com suor, esta mistura adquire coloração azulada. Procedeu-se à recolha de material fotográfico para registo da execução e resultados do teste assim como das restantes características do S. de Horner. RESULTADOS; Homem de 66 anos, seguido em consulta de Ortopedia por cervicobraquialgia esquerda refratária e radiculopatia de C5 e C6. Realizou RMN que revelou lesão no ápex pulmonar esquerdo com destruição óssea adjacente, sendo internado no Serviço de Medicina 1 para estudo dirigido com biópsia, que revelou carcinoma epidermóide do pulmão. Apresentava ptose palpebral e anisocoria com miose esquerdas. Foi realizado teste de sudorese que confirmou a anidrose da hemiface esquerda por ausência de coloração da mistura aplicada. O doente foi orientado para consulta multidisciplinar, tendo iniciado RT e QT. DISCUSSÃO e CONCLUSÕES O S. de Horner é incomum, sendo observado em 20 a 50% dos doentes com S. Pancoast à apresentação. Por outro lado é muitas vezes desvalorizado como entidade sindrómica e mal caracterizado durante o estudo, sendo o teste da sudorese, nestes moldes, de valor prático pela fácil aplicabilidade, assim como histórico e académico. PO.M170 - Metástase peniana de adenocarcinoma do recto – a raridade e o desafio diagnóstico Leonor Isabel da Silva Pinto(1);Nuno Bonito(2) (1) IPO FG, Coimbra (2) HUC/ IPO-Coimbra INTRODUÇÃO Apesar da vascularização e comunicação circulatória com os orgãos vizinhos, o envolvimento metastático do pénis é raro, com apenas 370 casos descritos. A maioria dos tumores que metastizam para o pénis localizam-se nos orgãos urogenitais pélvicos, correspondendo sobretudo a doença plurimetastizada. A mortalidade é elevada, com sobrevida aproximada de 6 meses. OBJETIVOS: Reportar um caso clínico de um adenocarcinoma do reto com metastização peniana. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do processo clinico e da literatura. RESULTADOS: Doente de 58 anos, observado em consulta de urologia em Abril/2011 por lesão vegetante na glande do pénis com 6mm de maior diâmetro.Foi submetido a excisão e o estudo anatomopatológico revelou metástase de adenocarcinoma primário gastrointestinal. Em Maio/2011 realiza colonoscopia detetandose formação polipóide justa-anal com 7cm de extensão, cujas biópsias revelaram tratar-se de adenocarcinoma do reto invasivo. RM abdomino-pélvica confirma lesão do reto com 6,5cm de maior diâmetro, com adenopatias loco-regionais. TAC torácica sem alterações - estadio clínico T3N3M1. Em Junho/2011 inicia terapêutica com FOLFIRI/Bevacizumab, efetuando um total de 6 ciclos com resposta parcial, seguida de QT/RT concomitante. RM pélvica de reavaliação revelou lesão com 4,5cm de extensão, reestadiando-se clinicamente em T2N1. Em Fevereiro/2012 foi submetido a amputação abdomino-perineal, com estudo anatomopatológico evidenciando ypT1pN0pMx, optando-se por terapêutica de consolidação com esquema FOLFIRI. Efetuou um total de 6 ciclos e ficou em controlo clínico. Actualmente sem evidência de recidiva loco-regional ou metastização à distância. CONCLUSÕES: Este caso clínico documenta uma forma rara de metastização, tendo constituído por isso um desafio diagnóstico e terapêutico. Contrariamente ao descrito na literatura, a resposta do doente às estratégias terapêuticas instituídas foi bastante satisfatória, tendo já passado 23 meses após o diagnóstico, mantendo-se o doente em controlo clínico com avaliações clínicas e imagiológicas periódicas, sem evidência de alterações. PO.M171 - RADIOTERAPIA EXTERNA EM LIPOSARCOMAS – RESULTADOS DE UM SERVIÇO António Silva(1);João Casalta-Lopes(2);João Casalta-Lopes(2);Miguel Jacobetty(2) (1) CHUC (2) Serviço de Radioterapia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra INTRODUÇÃO O comportamento biológico dos lipossarcomas varia de lesões de baixo grau, mais indolentes, até lesões agressivas de alto grau, com propensão para metastização e recorrência local. Ocorrem mais comummente na coxa e retro-peritoneu. O tratamento é cirúrgico, podendo ser complementado por radioterapia e/ou quimioterapia. As indicações para a realização de radioterapia externa são fundamentadas pela localização do tumor, dimensões, tipo histológico, margens cirúrgicas e eventual envolvimento de regiões ganglionares adjacentes. OBJECTIVOS Avaliar os resultados da Radioterapia em doentes com lipossarcoma. MATERIAL E MÉTODOS Foram analisados, retrospectivamente, os doentes com lipossarcoma tratados com Radioterapia na nossa Instituição entre 2004 e 2011. Toxicidade avaliada pela escala CTCAEv4.0 e sobrevivências pelo método de Kaplan-Meier. α=0,05. RESULTADOS Incluídos 18 doentes, com idade mediana 55,5 anos e distribuição por género homogénea. O tumor estava localizado no membro inferior em 15 doentes, membro superior em 2, e tórax em 1; apresentava dimensão de 10,6±5,0 cm, tendo 83,3% dos doentes realizado biópsia. O estadiamento foi efectuado por ressonância magnética (88,9%), tomografia computorizada torácica (61,1%) e tomografia emissão positrões (11,1%). Todos os doentes fizeram Radioterapia a título pós operatório, excepto um. Nos doentes operados, a ressecção foi alargada (16,7%), marginal (66,7%) e lesional (16,7%); verificaramse complicações pós-operatórias em 5,6% dos doentes (2 re operados). O intervalo mediano cirurgiaRadioterapia foi 64 dias (37 118). A Radioterapia teve uma duração de 41-59 dias, sendo realizada em 2-3 fases (60,0Gy/30Fr/6S a 69,0Gy/38F/7,5S), com excepção do doente tratado a título pré-operatório que realizou 1 só fase de 50,4Gy/28Fr/5,5S. Apenas se registou toxicidade grau 3 em um doente (leucopenia). As sobrevivências livre de doença e global, aos 5 anos, foram 76,9% e 94,4%, respectivamente. Apenas um doente metastizou. CONCLUSÕES Nos doentes com lipossarcoma a Radioterapia é uma arma terapêutica relevante no controlo local. Os resultados obtidos na nossa Instituição são sobreponíveis aos da literatura. PO.M173 - IRRADIAÇÃO MAMÁRIA PALIATIVA NO CARCINOMA AVANÇADO João Casalta-Lopes(1);João Casalta-Lopes(1);Tânia Teixeira(1);Margarida Borrego(1) (1) Serviço de Radioterapia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra INTRODUÇÃO O carcinoma da mama com doença local avançada(CMA), cT4 em estádio IIIB ou IV, é identificado sobretudo em doentes idosas, após evolução prolongada, com frequente ulceração, hemorragia, e dor local. Neste contexto, a Radioterapia(RT) é especialmente útil para controlo local e paliação de sintomas. O esquema de hipofraccionamento FLASH, utilizado tradicionalmente em algumas instituições, permite obter resultados aceitáveis. OBJECTIVOS Avaliar os resultados de doentes com CMA tratadas com RT-FLASH. MATERIAL E MÉTODOS Analisadas retrospectivamente as doentes com CMA tratadas com RT-FLASH entre 2001 e 2012, com 13Gy/2Fr/48h de intervalo, e eventual repetição após avaliação às 3 semanas. Resposta local apreciada clinicamente; sobrevivências pelo método de Kaplan-Meier. α=0,05. RESULTADOS Incluídas 47 doentes. Idade mediana 79 anos, índice Karnofsky ≤80% em 63,8%, tempo de evolução 2180 meses. O carcinoma ductal invasivo foi o tipo histológico mais frequente (80,9%); 68,1% dos tumores tinham receptores de estrogénio positivos. O estadiamento revelou 46,8% cT4b e 40,4% cT4c; 66,0% cN+; 42,6% cM1. Realizaram 2 FLASH 63,8%. Sem registo de toxicidade. 38,3% apresentavam lesões inicialmente sangrantes; após FLASH verificou-se diminuição da hemorragia(87,5%), dimensão(61,7%) e ulceração(40,4%). 12 doentes(25,6%) adquiriram condições cirúrgicas. Realizaram quimioterapia 57,9% das doentes cM1(vs. 14,8% cM0; p=0,002). Fizeram hormonoterapia(HT) 63,8%, tendo 80% realizado 2 FLASH(vs 20,0% 1 FLASH, p=0,002); verificou-se maior redução dimensional com HT(80,2% vs 44,4%, p=0,020). A sobrevivência livre de progressão local foi 78,5%(2 anos) e 65,1%(5 anos). A sobrevivência global(SG) foi 49,2%(2 anos) e 24,8%(5 anos), sendo superior nas doentes cM0(p=0,001), submetidas a 2 FLASH(p=0.030), ou sob HT(p<0.001). Em análise multivariada, a HT e cM1 mantiveram impacto significativo(p=0,006 HR=0,271 e p=0,005 HR=3,391, respectivamente). CONCLUSÕES Nas doentes com CMA, a RT-FLASH permite melhorar a qualidade de vida, sem toxicidade importante, com SG razoável neste contexto de prognóstico inicial reservado. A realização de HT e metastização inicial tiveram impacto prognóstico significativo na SG. PO.M174 - RADIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CANCRO DA MAMA TRIPLO NEGATIVO: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. Joana Lima(1);Andreia Coelho(2);Patrícia Gago(2);António Teira (2);Marta Sousa(2);Miguel Barbosa(2);Maria do Amparo Moutinho(2);Fernando Alves(2);Pedro Santos(2) (1) CHTMAD - Unidade de Vila Real (2) Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro INTRODUÇÃO O tumor triplo negativo corresponde a 10-20% de todos os cancros da mama, sendo conhecido como um subtipo agressivo, difícil de tratar, apresentando maior risco de metastização e de recorrência. Nos estadios iniciais contudo, este tumor pode responder melhor à quimioterapia. CASO CLÍNICO: Mulher de 57 anos, com antecedentes de HTA e dislipidemia, admitida no Centro Hospitalar de Trás-osMontes e Alto Douro em abril de 2012 com diagnóstico de carcinoma da mama localmente avançado da mama esquerda, nodulo mamário com 8 cm, sem adenopatias palpáveis na axila. Realizou biopsia que mostrou carcinoma invasor, receptores de estrogénio e progesterona negativos, HER2 negativo e a citologia de gânglio axilar ecograficamente suspeito foi insuficiente para diagnostico; tumor com estadio cT3N0Mx (a TC torácica mostrou nódulo pulmonar < 5 mm inespecífico). A doente iniciou quimioterapia neoadjuvante com esquema doxorrubicina e ciclofosfamida. Após 4 ciclos de tratamento houve progressão local de doença. Foi decidido realizar radioterapia, tendo completado um total de 50 Gy/25f/5 semanas à mama e áreas ganglionares seguido de boost sobre a lesão tumoral 20Gy/10f/2 semanas, com redução significativa da lesão. Submetida a mastectomia e esvaziamento axilar em dezembro 2012. O exame histológico não revelou doença a nível da peça de mastectomia e mostrou micrometastase em 1 dos 12 gânglios isolados, tumor com estadio ypT0N1miMx. A doente realizou quimioterapia complementar com 4 ciclos de docetaxel que terminou a 20.03.13. Área de mastectomia e axila homolateral sem evidência de doença. Aguarda exames de reavaliação. CONCLUSÕES O tratamento dos tumores triplos negativos, que têm progressão com a quimioterapia neoadjuvante, não está bem definido. A discussão cuidada destes casos, por uma equipe multidisciplinar é fundamental. Nesta doente, a escolha de tratamento de segunda linha com radioterapia, mostrou ser uma boa opção, com obtenção de uma resposta patológica quase completa com esta terapêutica. PO.M175 - RADIOQUIMIOTERAPIA NO CARCINOMA DO PÂNCREAS João Casalta-Lopes(1);Inês Nobre-Góis(1);Tânia Teixeira(1);Anabela Sá(2);Margarida Borrego(1) (1) Serviço de Radioterapia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (2) Serviço de Oncologia Médica - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra INTRODUÇÃO O cancro do pâncreas apresenta sobrevivência global de 5% aos 5 anos para todos os estádios. A cirurgia constitui o tratamento potencialmente curativo neste tumor, no entanto apenas 15-20% são ressecáveis. Não há consenso quanto à terapêutica neoadjuvante standard. Mais de 80% dos doentes operados apresentam recorrência aos 12 meses, com sobrevivência mediana de 15-22 meses. Assim, a terapêutica adjuvante tem importância na melhoria do prognóstico, ao potenciar controlo loco-regional. OBJECTIVOS Avaliar os resultados da terapêutica com radioquimioterapia (RQT) em doentes com carcinoma do pâncreas (CP). MATERIAL E MÉTODOS Incluídos retrospectivamente os doentes com CP tratados com RQT entre 2008 e 2012, com 4550,4Gy/25-28fr/5-5,5S e fluoropirimidinas orais ou 5-FU concomitante. Toxicidade avaliada pela escala CTCAE4.0 e sobrevivências pelo método Kaplan-Meier. RESULTADOS Incluídos 15 doentes. Quatro realizaram terapêutica neoadjuvante, 2 cT4N0 e 2 cT4N+. O tratamento consistiu em RQT seguida por avaliação pré cirúrgica. Nenhum doente apresentou condições cirúrgicas, prosseguindo quimioterapia (QT) com gencitabina. Registou-se toxicidade grau 3 em dois doentes apenas para neutropenia. Foram tratados 11 doentes a título adjuvante, todos pT3N1 e com invasão perineural, verificando-se invasão linfo-vascular em 90,9%. Foi obtida ressecção R0 em 27,3%. O tratamento consistiu em QT (gencitabina), seguida por RQT e posterior QT (gencitabina). Registou-se toxicidade grau 3-4 para anemia (9,1%), leucopenia (44,6%), neutropenia (54,5%) e diarreia (9,1%). Nos doentes tratados a título adjuvante, a sobrevivência livre de doença loco regional (SLDLR) aos 2 anos foi 51,9%, com sobrevivência livre de doença de 10,2%. A sobrevivência global (SG) mediana foi 17 meses. Considerando os doentes R0 vs. R+, a SLDLR foi 100% vs. 30%, com SG mediana de 20 vs. 15meses. CONCLUSÕES A RQT no CP é utilizada para melhoria do controlo loco-regional; no entanto, os esquemas terapêuticos apresentam toxicidade considerável, com valores sobreponíveis aos da literatura. Apesar de um número reduzido de doentes, uma ressecção cirúrgica R0 apresentou melhor controlo loco-regional. PO.M176 - Metástases oculares: a propósito de dois casos clínicos Maria Neves(1);João Cruz(2);Miguel H. Abreu(2);Dânia Marques(1);Cláudia Vieira(1);Ana Ferreira(1);Rosário Couto(2);Noémia Afonso(3);Maria Fragoso(4) (1) ipo-porto (2) Serviço de Oncologia Médica - IPO Porto (Directora: Dra. Helena Rodrigues) (3) IPO Porto (4) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE Introdução: As metástases oculares são raras. Quando acontecem, surgem mais frequentemente na coróide e manifestam-se por diminuição da acuidade visual. Os tumores primários que mais frequentemente metastizam para a coróide são os tumores da mama, pulmão, gastrointestinais (colangiocarcinoma, gástrico e cólon) e rim. Caso 1: Homem, 76 anos, referenciado para orientação de lesão pigmentada do corpo ciliar. A investigação etiológica conduziu ao diagnóstico de neoplasia do cólon com metastização hepática. Não foi efectuada biópsia do corpo ciliar pelo risco elevado de cegueira iatrogénica dado apresentar amaurose do olho contra lateral. Foi submetido a radioterapia do corpo ciliar e quimioterapia com intuito paliativo. Faleceu dezoito meses após o diagnóstico. Caso 2: Mulher, 48 anos, com neoplasia da mama, carcinoma ductal invasor, G1, que expressava receptores homonais e proteína HER2 - estadio II. Em tratamento adjuvante com tamoxifeno, trastuzumab e produto investigação (denosumab vs placebo). Um ano após o diagnóstico, apresenta quadro clínico de amaurose à direita. Após estudo complementar foi diagnosticada metástase da coróide em provável associação ao cancro da mama. Sem evidência de doença noutros locais. Foi incluída em ensaio clínico com TDM-1. Discussão: Os casos clínicos apresentados são exemplos da multiplicidade de desafios com que o Médico Oncologista é confrontado. Assim, as queixas oculares do doente oncológico não podem ser desvalorizadas e, neste contexto, a eventual metastização ocular tem que ser considerada. Os exames de diagnóstico e as técnicas terapêuticas nesta localização assumem particularidades, que obrigam à orientação por equipas multidisciplinares. PO.M177 - ACETATO DE ABIRATERONA: A REALIDADE NO CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA Telma Costa(1);Ivo Julião(1);Ana Araújo(1);Juan Carlos Mellidez(1) (1) CHBV - Aveiro INTRODUÇÃO O adenocarcinoma da próstata é o cancro mais incidente na população masculina e a segunda principal causa de morte, em Portugal, por cancro. Assim, os avanços terapêuticos nesta patologia são alvo de grande interesse e investimento. Atualmente, devemos ter em consideração as várias opções terapêuticas disponíveis. Um dos avanços mais recentes reside na possibilidade de inibir de forma seletiva e irreversível a atividade enzimática da CYP17A1, existente no tecido adrenal, prostático e testicular, diminuindo os níveis de testosterona circulante, bem como os de androgénios intra-tumorais. OBJECTIVOS Caracterizar os doentes tratados com Acetato de Abiraterona, no Centro Hospitalar do Baixo Vouga MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo, baseado na consulta dos processos clínicos dos doentes RESULTADOS Foram incluídos 10 doentes, cuja mediana de idades ao diagnóstico foi de 63,5 anos. Todos tinham sido submetidos a castração química, sendo que 4 tinham também realizado orquidectomia. Por resistência ao tratamento hormonal, todos realizaram quimioterapia com docetaxel e prednisolona, acabando também por progredir. Nessa altura, 7 doentes apresentavam metastização óssea e um, hepática. Após iniciarem o Acetato de Abiraterona, 7 apresentaram redução do PSA, tendo a maioria (86%) uma redução ≥ 30%. 3 doentes apresentaram subida consistente de PSA. 2 dos doentes com resposta inicial, progrediram ao fim de 14 e 15 meses, respetivamente, suspendendo o tratamento. 5 doentes referiram melhoria do estado geral e diminuição das queixas urinárias, em média 1,2 meses após início da terapêutica. Registaram-se 2 óbitos, correspondentes a doentes do grupo de não respondedores. DISCUSSÃO; CONCLUSÕES Apesar da amostra apresentada ser reduzida, os dados sugerem que os doentes com cancro da próstata resistente à hormonoterapia convencional e à quimioterapia baseada em docetaxel, apresentam na sua maioria, uma resposta promissora ao tratamento com Acetato de Abiraterona. A experiência prática deste centro, aliada à vasta bibliografia publicada, permite acompanhar os avanços terapêuticos do Cancro da Próstata de uma forma mais confiante. PO.M178 - LESÕES OCUPANDO ESPAÇO APÓS PRIMÁRIO CONHECIDO IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO NA DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA Ana Simas(1);Liliana Santos(2);Teresa Sarmento(2);Dânia Marques(2);Ana Raimundo(2);Paula Ferreira(2);Manuela Machado(3);Nuno Sousa(1);Cátia Faustino(1);António Araújo(1);Maria Fragoso(1) (1) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE (2) ipo-porto (3) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUÇÃO No cancro do cólon (CC) estadio II 74% das recorrências ocorrem nos primeiros três anos; 30 a 50% dos casos irão recidivar no seguimento. Daí a recomendação de vigilância clínica e TAC toracoabdominal anual nesse período. O caso clínico evidencia o papel da histologia no diagnóstico diferencial da metastização metácrona. Caso Clínico Sexo masculino, leucodérmico, 70 anos, antecedentes médicos irrelevantes. Em 2010, por anemia, foi diagnosticado Adenocarcinoma do cólon ascendente, sem metastização; referenciado ao IPO Porto. Realizada hemicolectomia direita, por adenocarcinoma G3, estadio IIA (pT3N0M0, VL+); isolados 37 gânglios. Proposta vigilância clínica. Em 2012 a TAC de controlo documentou aparecimento de lesões hepáticas, múltiplas lesões pulmonares e conglomerado adenopático retroperitoneal. A biopsia das lesões confirmou metastização pulmonar e retroperitoneal de CC e hepatocarcinoma. DISCUSSÃO Doente no segundo ano de follow-up, em que a primeira hipótese de diagnóstico é a metastização. A suspeição de hepatocarcinoma multifocal (CHC) na segunda TAC, implicou biopsia das lesões de novo, face à probabilidade de 16% de segundo primário (SEER). O diagnóstico definitivo de CHC Multifocal, Child-Pugh A e CC estadio IV, Kras desconhecido, implica definir estratégia terapêutica: considerada não ser indicada terapêutica cirúrgica, locorregional ou sistémica para o CHC, neste momento, ficando em vigilância; para o CC proposta quimioterapia paliativa. CONCLUSÕES Devemos considerar as neoplasias primárias múltiplas nas situações de intervalos de doença longos, factores de risco conhecidos, suspeição radiológica, ou metástases em locais pouco prováveis, tendo em conta que a idade só por si é factor de risco para o cancro. Na suspeita é necessário o diagnóstico histológico de lesões para decisão terapêutica. Quer os exames radiológicos, quer anatomopatológicos, devem ser acompanhados de informação clínica adequada à interpretação dos dados PO.M179 - Abordagem do cancro do esófago localmente avançado Fábio Morgado Gomes(1);Catarina Ribeiro(2);Ligia Costa(2);Sonia Oliveira(2);Pedro Barata(3);M. Lurdes Batarda(2);Virginia Mareco(4);Luisa Quaresma(5);Jorge Esteves(5);Gualdino Silva(5);Filomena Pina(4);Fernanda Cabrita(5);Alexandra Pupo(5);Mario Ferraz Oliveira(5);Mateus Marques(5);Prof. Guedes da Silva(5);Prof. Antonio Caldeira Fradique(5) (1) CHLC (2) CHLC - H. Capuchos (3) centro hospitalar lisboa central (4) CHLN - Hospital de Santa Maria (5) chlc- H. S. José INTRODUÇÃO: O cancro do esófago (CE) apresenta-se frequentemente com doença local avançada (LA), muitas vezes irressecável. A quimioradioterapia (QRT) pode ser definitiva ou neo-adjuvante, induzindo remissão patológica completa (RPc) em 20-40% dos casos. O CE não é uma patologia única, apresentando diferentes patogéneses e histórias naturais, tendo-se verificado nas últimas décadas um aumento da frequência dos adenocarcinomas (ADC) vs. carcinomas pavimento-celulares (CPC). OBJECTIVOS: Analisar a sobrevivência do CE-LA e a eficácia da QRT neo-adjuvante. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 30 dts com diagnóstico de CE-LA (T≥2,N0/+,M0) entre 2008-2012 com indicação para QRT. Análise estatística com SPSS v20. RESULTADOS: Do total dos dts, 83% são CPCs e os restantes 17% ADCs. No estadiamento inicial 4dts eram T2 (13,3%), 15dts T3 (50%), 11dts T4 (36,7%) e 26dts N+ (86,7%). A sobrevivência mediana com CE-LA foi de 360 dias. Um total de 17 dts foi submetido a QRT neo-adjuvante e cirurgia, com uma RPc de 41% e sobrevivência mediana de 492 dias vs. os restantes 13dts com 322 dias de sobrevivência (P=0,037) . Quanto à localização tumoral registaram-se 8 no 1/3 superior, 8 no 1/3 médio e 14 no 1/3 distal (incluindo a junção gastro-esofágica - JGE), com sobrevivências medianas de 343, 360 e 492 dias, respectivamente (P=0,835). A sobrevivência entre tipo histológico não apresentou diferenças significativas. CONCLUSÕES: A sobrevivência mediana do CE-LA foi de 12 meses. O grupo submetido a QRT neoadjuvante e cirurgia teve significativamente melhor sobrevivência mediana com 16,4 meses (P=0.037), registando-se inclusive uma elevada RPc (41%). A localização tumoral mais comum foi no 1/3 distal (incluindo a JGE) que também registou a melhor sobrevivência, porém sem diferença estatística significativa entre localizações. Histologicamente apesar da tendência atual, o CPC foi ainda predominante. Atenta a reduzida amostra (particularmente de ADCs) é necessário incluir mais dts para inferir possíveis diferenças prognósticas. PO.M180 - APRESENTAÇÃO RARA DE NEOPLASIA DO PULMÃO Patricia Winckler(1);Diogo Costa(2);Isabel Sargento(1);Ilda Costa(3);António Moreira(1) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (3) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE INTRODUÇÃO: Os síndromes paraneoplásicos neurológicos constituem um desafio diagnóstico. São uma entidade rara, sendo definidos como efeitos indirectos do cancro, não relacionáveis com o tumor per se ou suas metástases, nem com infecção/isquémia/alterações metabólicas. Apesar da conhecida relação com a auto-imunidade, em 1/3 dos casos não se detectam anticorpos anti-neuronais. Existe uma associação com diferentes tipos de neoplasia. O carcinoma bronquíolo-alveolar (CBA), em especial o mucinoso, pode apresentar-se sob a forma de condensação lobar e o prognóstico é mais desfavorável. DESCRIÇÃO: 67 anos, sexo feminino, não fumadora. Quadro clínico com 5 meses de evolução caracterizado por desequilíbrio da marcha, diplopia/oscilopsia, disfagia, anorexia/emagrecimento. Exame neurológico: nistagmo horizontal bidireccional, diparésia facial periférica de predomínio esquerdo, dificuldade na protusão da língua e abertura mandibular, hipotonia e hemiataxia esquerda, hipostesia álgica esquerda (C5/C6/C7) e distal simétrica, reflexos osteo-tendinosos fracos nos membros inferiores com reflexo cutâneo-plantar extensor à direita. Avaliação complementar: adenopatia axilar esquerda de 2 cm, condensação alveolar peribrônquica de lobo médio, com captação patológica pela PET. Broncofibroscopia e lavado brônquico sem alterações. Biópsia excisional ganglionar: tumor mucosecretor com expressão de CK7/CK20 – carcinoma bronquíolo-alveolar mucinoso. TAC/RM crânioencefálica/coluna vertebral, punção lombar (citologia/microbiologia/bioquímica), electromiograma: sem alterações; anticorpos anti-gangliosidos, anti-neuronais (anti-Hu, anti-Yo, anti-Ri, anti-CV2), antimielina, ANA: negativos; CEA inicial 70,2 ng/dl; sem outras lesões documentadas nos restantes exames complementares. Observou-se normalização do CEA após remoção cirúrgica da adenopatia com estabilidade neurológica e sem evidência de recidiva. CONCLUSÃO: Assume-se a apresentação neurológica como uma rombo-encefalite paraneoplásca do CBA apesar do estudo laboratorial negativo. Salienta-se que, após 8 anos de vigilância sem qualquer terapêutica anti-neoplásica para além da excisão ganglionar, o quadro clínico se manteve sobreponível, sem evidência de progressão de doença oncológica. PO.M181 - MENINGOENCEFALITE VIRAL EM DOENTE COM CARCINOMA DO RECTO: UM CASO CLÍNICO Emanuel Gouveia(1);Mafalda Carneiro(2);João Freire(1);Ana Azevedo(2);Maria José Passos(1);António Moreira(3) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO A Meningoencefalite viral (MEV) é uma entidade clínica rara em doentes com tumores sólidos, sendo mais frequente nos imunocomprometidos e nos tumores hematológicos, sobretudo em contexto de transplante medular. São vários os quadros neurológicos causados pelo vírus Epstein-Barr (VEB) e a meningoencefalite (ME) é uma manifestação pouco comum. Por ser uma entidade raramente descrita em doentes com tumores sólidos, é essencial para o diagnóstico integrar os dados clínicos, laboratoriais e imagiológicos. OBJECTIVO Revisão de caso clínico. CASO CLÍNICO Doente de 69 anos, sexo masculino. VIH negativo. Adenocarcinoma do recto diagnosticado em Março de 2012 no contexto clínico de hematoquézias e obstipação. Sem evidência de doença à distância. Realizou Quimiorradioterapia (QRT) neoadjuvante, que terminou em Maio de 2012. No início de Julho é internado por febre, alterações da marcha e cervicalgia. No exame neurológico: estrabismo convergente bilateral e marcha de base alargada; tomografia crânio-encefálica sem alterações; punção lombar: hiperproteinorráquia, hipoglucorráquia e contagem de células elevada. Feitas colheitas para exame cultural e pesquisa de vírus. Iniciou antibioterapia e aciclovir. Ao 3ºdia de terapêutica registou-se elevação de cargas virais do VEB no líquido cefalo-raquidiano (LCR). Exame cultural negativo. Iniciou Ganciclovir. A Ressonância Magnética revelou lesão no pedúnculo cerebeloso esquerdo, colocando-se a hipótese de linfoma do Sistema Nervoso Central associado a EBV. A caracterização de populações linfocitárias do LCR por citometria de fluxo excluiu esta possibilidade. Houve melhoria clínica e radiológica e descida das cargas virais de EBV. Após discussão do caso em Consulta Multidisciplinar e de Infecciologia foi submetido a Ressecção anterior do recto em Janeiro/2013. Não houve recidiva da encefalite. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO Apresentamos um caso clínico raro de MEV em doente com tumor do recto. Não encontrámos nenhum caso semelhante na revisão bibliográfica realizada. Destacamos ainda a importância da abordagem interdisciplinar para o diagnóstico e orientação terapêutica deste doente. PO.M182 - Um Caso Raro de Metastização Mamária de Carcinoma de Células Renais Susana Ribeiro(1);Rosa Félix(2);João Maciel(3);Ana Raquel Martins(3);Raquel Sanchez(4);Ânia Laranjeiro(2);Cátia Rito(2);Arnaldo Machado(3);Jorge Caravana(3) (1) Hospital do Espírito Santo Évora EPE (2) Hospital Espirito Santo EPE Évora (3) Hospital Espirito Santo de Évora, EPE (4) Hospital Espirito Santo Évora-EPE Introdução As metástases da mama constituem menos de 1% de todas as lesões malignas mamárias. Por outro lado, sabe-se que o carcinoma de células renais tem uma tendência elevada para a metastização. Cerca de 1/3 dos casos, na altura do diagnóstico apresentam metástases, com localização mais frequentemente no pulmão, osso, fígado, suprarrenais e cérebro. A metastização de CCR na mama é extremamente rara. Objectivos Apresentação de um caso clínico de metastização mamária de carcinoma de células renais e breve revisão da literatura. Material e Métodos Doente do sexo feminino, 74 anos com antecedentes de nefrectomia radical direita por carcinoma de células claras em Março de 2012, em vigilância. Passados cerca de 6 meses, realizou ecografia mamária e mamografia de rotina onde se detectou lesão nodular suspeita no QSE da mama esquerda com cerca de 27x16 mm. A biópsia ecoguiada confirmou tratar-se de metástase de carcinoma de células claras de origem renal. Realizou ainda TC toraco-abdomino-pélvica que excluiu a existência de outros focos de doença à distância. Resultados Em consulta de decisão terapêutica multidisciplinar, optou-se por tumorectomia, tendo sido submetida em Novembro de 2012 cujo exame histo-patológico confirmou o resultado prévio. Actualmente encontrase sob terapêutica com sunitib. Conclusões O comportamento do carcinoma de células renais é imprevisível e “bizarro”, constituindo um desafio na vigilância e deteção atempada de lesões relacionadas com o mesmo. PO.M183 - TUMORES NEUROENDÓCRINOS: CASUÍSTICA DE UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA Ana Rafaela da Silva Araújo(1);Telma Costa(2);Magda Sousa(2);Ivo Julião(2);Jorge Henriques(2);Beatriz Pinheiro(2);Juan Carlos Mellidez(2) (1) CHBV-Aveiro (2) CHBV - Aveiro INTRODUÇÃO Os tumores neuroendócrinos (TNE) são neoplasias com origem nas células endócrinas e no sistema nervoso. São entidades raras, de crescimento lento e embora muitas sejam benignas, algumas são malignas. São mais frequentes no tracto gastrointestinal e no pulmão, mas podem ocorrer em qualquer órgão. OBJECTIVOS Caracterização epidemiológica e clínica dos doentes com diagnóstico de TNE, seguidos em consulta externa de Oncologia Médica, entre Janeiro de 2008 e Janeiro de 2013. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospectivo, efetuado através da consulta dos processos clínicos dos doentes com este diagnóstico. RESULTADOS Num universo de 14 doentes, 9 eram do sexo masculino (64,3%) e 5 do sexo feminino (35,7%), sendo a média de idades (ao diagnóstico) de 63,3 anos (±11,2). 35,7% dos doentes tinham antecedentes de neoplasia prévia. O sintoma inicial foi em 28.6% dos casos dor abdominal e em 14.3% obstipação. 42,9% eram assintomáticos. Observou-se síndrome carcinóide apenas em 3 doentes. O tumor primitivo foi identificado em 28,6% dos casos no cólon e recto, em 21,4% no pâncreas e em 21,4% no pulmão. Os dois marcadores (cromogranina A e o acido 5-hidroxi-indolacético) foram positivos em 28,6% dos doentes e a cromogranina A em apenas 28.6%. O octreoScan revelou metastização à distância em 71,4% dos casos, sendo apenas hepática em 60% dos doentes. Dos 14 doentes, 13 foram submetidos a cirurgia e destes, 4 a quimioterapia adjuvante. A maioria continua em seguimento em consulta externa, com tempo médio de follow-up de 21,6 meses. Faleceram 14,3% dos doentes. DISCUSSÃO; CONCLUSÕES Os tumores neuroendocrinos são neoplasias raras e de diagnóstico complexo atendendo à inespecificidade clínica, requerendo médios complementares de diagnóstico sofisticados e específicos. A sua abordagem deve ser efetuada por equipas multidisciplinares com recurso a protocolos clínicos orientadores para um diagnóstico célere e atempado. Nesta casuística, verificámos que a maioria dos doentes, aquando do diagnostico, estaria já no estadio IV. PO.M184 - NEUROBLASTOMA DO ADULTO JOVEM: A PROPÓSITO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Diogo Costa(1);Patricia Winckler(2);Daniel Machado(3);Isália Miguel(3);Isabel Sargento(2);João Freire(3);António Moreira(2) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. (3) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE INTRODUÇÃO: O neuroblastoma é um tumor raro, essencialmente da idade pediátrica, pouco frequente após os 14 anos de idade. É em regra esporádico, apesar de “clusters” familiares descritos. Constitui uma proliferação de células do sistema neurovegetativo simpático, mais frequentemente das glândulas supra-renais e dos gânglios simpáticos. DESCRIÇÃO: Caso clínico 1: 16 anos, sexo masculino, quadro clínico com 1 mês de duração, caracterizado por astenia/anorexia/emagrecimento, dorso-lombalgia e palpitações. Avaliação complementar: adenopatias supraclaviculares esquerdas, tumor retroperitoneal/mediastino posterior, com destruição da glândula supra-renal esquerda e de D11-D12; derrame pleural esquerdo e metástase pulmonar direita com captação no scan do radioisótopo 123I-metaiodobenzilguinadina (MIBG); histologia/citometria/citogenética/biologia molecular: células pequenas, redondas e azuis; aneuplodia, sem amplificação N-myc, com produção de catecolaminas. Biópsia óssea/mielograma/cintigrafia óssea sem alterações. Iniciou quimioterapia (QT) [estudo multicêntrico (HRNBL1/SIOPEN)], com doença estável (4 meses) mas posterior progressão (pulmonar/ganglionar/osteomedular). Decidiu-se pela quimioradioterapia paliativa e pela terapêutica com MIBG. Sobrevida de 4 anos. Caso clínico 2: 25 anos, sexo masculino, quadro clínico com 2 meses de duração, caracterizado por dorso-lombalgia e febre. Avaliação complementar: adenopatias cervicais/retroperitoneais esquerdas, tumor da supra-renal esquerda; fractura L5-S1; histologia/citometria/citogenética/biologia molecular: células pequenas, redondas e azuis; diploidia, sem amplificação N-myc; produção de catecolaminas; envolvimento osteomedular. Iniciou QT com remissão parcial do tumor e completa da doença ganglionar/medular seguida de cirurgia citorredutora. Por recaída ganglionar/medular, decide-se pela reindução, com resposta parcial e QT de alta dose/auto-transplante medular. Fez radioterapia sobre o leito cirúrgico e isotretinoína, com nova progressão de doença. Sobrevida de 2 anos. CONCLUSÕES: Estamos perante dois casos de neuroblastoma em estadio IV numa idade não habitual. A ausência da amplificação do N-myc pode justificar a sobrevivência observada, já que nas séries publicadas esta é inferior a 30% aos 2 anos. PO.M185 - Metástases cerebrais em cancro de mama avançado – A propósito de um caso clínico Andreia Coelho(1);Patricia Gago(2);Joana Lima(1);Marta Sousa(1);António Teira(1);Miguel Barbosa(1);Fernando Alves(1);Pedro Santos(1) (1) CHTMAD - Unidade de Vila Real (2) CHTMAD - Unidade de Chaves Introdução O cancro da mama com expressão do receptor tipo 2 do factor de crescimento epidérmico humano (HER2) é uma doença com características clinico-patológicas específicas, correspondendo a cerca de um terço dos casos. O anticorpo anti-HER2 trastuzumab não atravessa inteiramente a barreira hematoencefálica (BHE). Contudo, o inibidor dual HER1/HER2 lapatinib é uma molécula com aparente capacidade de atravessar a BHE, questionando-se maior actividade sobre doença metastática do SNC. Caso Clinico Doente de 36 anos com diagnóstico em Fevereiro 2011 de carcinoma ductal invasor grau 2 da mama esquerda, positivo para receptores hormonais e HER2, estadio clínico cT3N2aM0. A doente iniciou quimioterapia primária com doxorrubicina e ciclofosfamida seguido de docetaxel e trastuzumab. Em Agosto 2011 foi submetida a mastectomia radical modificada esquerda constatando-se excelente resposta ao tratamento primário (grau 4 de resposta segundo classificação Miller-Paine, estadio ypT1N0M0). Posteriormente realizou radioterapia e completou tratamento com trastuzumab por 1 ano. Duas semanas após o término do trastuzumab a doente apresentou cefaleias intensas tendo realizado ressonância magnética nuclear que evidenciou a presença de 10 metástases cerebrais, a mais volumosa com 3 cm de maior eixo. Não se documentou envolvimento metastático noutra localização. A doente realizou radioterapia holocraniana em Julho 2012 seguida de tratamento com capecitabina e lapatinib desde há 8 meses. Actualmente, a doente apresenta metástase cerebral única de dimensão inferior a 2 cm. As toxicidades associadas ao tratamento mais significativas foram diarreia grau 1 e eritrodisestesia palmo-plantar grau 2 segundo escala National Cancer Institute. Foi suspensa a corticoterapia e a doente voltou a desempenhar a sua profissão. Conclusão O presente caso clínico realça o risco de desenvolvimento de metástases cerebrais no cancro da mama HER2 positivo, por vezes como única forma de recorrência da doença, bem como a eficácia do tratamento com capecitabina e lapatinib associado a aumento da qualidade de vida do doente. PO.M186 - Carcinoma de células em anel de sinete primário do colo do útero – caso clínico Michael Sapateiro Luís(1);Miguel Henriques Abreu(1);Maria Cassiano Neves(1);Rosário Couto(1);Carla Bartosch(2);Almerinda Petiz(3);Paulo Ribas(3);Deolinda Pereira(1);Helena Rodrigues(1) (1) Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (2)Serviço de Anatomia Patológica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (3)Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil O carcinoma de células em anel de sinete primário do colo do útero é uma patologia rara, estando apenas 14 casos publicados na literatura. A sua caracterização patológica e molecular e as opções terapêuticas disponíveis não estão ainda completamente sistematizadas, pelo que a abordagem destas doentes permanece um desafio para os clínicos. Os autores apresentam o caso de uma doente de 60 anos de idade, portadora de um adenocarcinoma do colo do útero, cuja biópsia revelou tratar-se de um carcinoma invasor com células em anel de sinete. O estudo imunohistoquímico mostrou imunoreactividade para o AE1AE3, CK7, GCDFP-15, CDX2 e receptores de estrogéneo. Estadiado como IVB da FIGO por metastização ganglionar, pulmonar, hepática, muscular, óssea e supra-renal (confirmada histologicamente). Foi despistada patologia neoplásica do tubo digestivo e da mama. Por ureterohidronefrose bilateral e compromisso da função renal, teve necessidade de realização de nefrostomia de derivação percutânea. Após normalização da função renal, iniciou quimioterapia paliativa com carboplatina e paclitaxel. Após 4º ciclos verificou-se progressão da doença óssea e aparecimento de metastização cutânea na região inguinal direita, pelo que foi proposta para quimioterapia paliativa de 2ª linha com cisplatina e etoposido. Este regime terapêutico foi suspenso após o 1º ciclo por agravamento do estado geral (ECOG 3), pelo que foi proposta para tratamento sintomático. Embora raro, o carcinoma do colo do útero de células em anel de sinete pode existir como neoplasia primária, devendo ser distinguido de uma situação de metastização, pelas implicações na terapêutica e prognóstico. PO.M189 - VALOR PROGNÓSTICO DO CA19.9 NA SOBREVIVÊNCIA GLOBAL DOS DOENTES COM CARCINOMA DO PANCREAS IRRESSECAVEL OU METASTÁTICO Andreia Capela(1);Sara Meireles(2);Rosa Gomes(1);Lúcia Águas(2);Cristina Sarmento(3);Margarida Damasceno(1) (1) Hospital de São João (2) Centro Hospitalar S. João-Porto (3) Hospital de S~so João Introdução: O carcinoma do pâncreas está associado a um prognóstico reservado. Cerca de 30% dos doentes são diagnosticados com doença irressecável e 50% com metastização à distância. O CA19.9 é o marcador mais utilizado na monitorização de resposta à terapêutica e, mais recentemente, tem sido avaliado o seu valor prognóstico. Objetivo: Avaliar o valor prognóstico do CA19.9 na sobrevivência global (SG) dos doentes com carcinoma do pâncreas irressecável ou metastático. Métodos: Análise retrospetiva dos doentes com carcinoma do pâncreas irressecável ou metastático, diagnosticado de Janeiro de 2006 a Janeiro de 2013 na nossa instituição. A determinação do valor de CA19.9 foi efetuada ao diagnóstico. Resultados: Foram incluídos 79 doentes (67,1% do sexo masculino), com idade mediana de 63 anos. Em 70,9% dos casos havia doença metastizada ao diagnóstico, sendo os locais de metastização mais frequentes o fígado e o peritoneu. 73% iniciaram quimioterapia (QT) paliativa com gencitabina. Apenas 15% do total dos doentes apresentavam doseamento normal de CA19.9 ao diagnóstico. A mediana da SG foi de 146 dias (IC 95% 132,86-185,14), com SG ao fim de um ano de 17,5%. Os doentes com CA19.9>1000U/ml tiveram menor SG que os doentes com CA 19.9<1000U/ml (mediana: 112 vs 210 dias, p=0,012). Em análise univariada, a realização de QT, a presença de metastização e a metastização hepática, foram também fatores de prognóstico para a SG (p<0,05). O CA19.9>1000U/mL constituiu um fator de prognóstico independente, com impacto negativo na SG (HR: 2,00; IC 95% 1,13-3,55, p=0,018). A realização de QT foi o único fator independente com impacto positivo na SG (HR: 6,94 IC 95% 3,28-14,67, p<0,001). Conclusão: Tal como sugerido na literatura, a determinação do CA19.9 previamente ao início de QT poderá ter impacto prognóstico na SG. Estudos prospetivos poderão ajudar a definir o papel deste marcador como fator prognóstico, no tratamento destes doentes. PO.M190 - Carcinoma da mama primário da vulva – apresentação de 2 casos clínicos Michael Sapateiro Luís(1);Natacha Amaral(1);Miguel Henriques Abreu(1);Dânia Marques(1);Marta Ferreira(1);Ana Raimundo(1);Noémia Afonso(1);Carla Bartosch(2);Daniel Fernandes(3);Boaventura Alves(3);Paulo Ribas(3);Luísa Carvalho(4);Deolinda Pereira(1);Helena Pereira(4);Helena Rodrigues(1)) (1) Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (2) Serviço de Anatomia Patológica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (3) Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (4) Serviço de Rádio-Oncologia, Intituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil O carcinoma da mama primário na vulva é uma patologia rara, encontrando-se relatados perto de 25 casos na literatura. A presença de tecido mamário ectópico vulvar é descrita em finais do século XIX e têm sido publicados diversos casos de alterações patológicas nesta topografia. Caso 1 - doente de 78 anos, com antecedentes de melanoma maligno do hálux direito, tratado cirurgicamente em 2010. Em Outubro de 2012 foi identificada lesão vulvar no terço médio do pequeno lábio direito, cuja biópsia revelou um adenocarcinoma mamário, com padrão infiltrativo. O estudo imuno-histoquimico mostrou imunoreactividade difusa das células neoplásicas para receptores de estrogéneo e progesterona e ausência de expressão de GCDFP-15 e p63. Em Janeiro de 2013 foi submetida a exérese alargada com esvaziamento inguinal. Estadiado como pT1aN1bM0, estádio IIIA da FIGO. Foi despistado tumor primário da mama. Foi proposta para quimioterapia adjuvante com esquema FEC3-D3 e radioterapia complementar seguida de hormonoterapia. Caso 2 – doente de 62 anos, admitida no IPO-Porto em 2006 por status pós-excisão de lesão vulvar. O exame histológico revelou carcinoma moderadamente diferenciado, grau 2, invadindo a epiderme. O exame imuno-histoquímico mostrou positividade para os receptores de estrogéneo, progesterona e a citoqueratina 7; com negatividade para o GDCF-8,5 e C-erb B2. Conclui-se que se tratava de um adenocarcinoma do tipo mamário, com origem em tecido mamário ectópico. A doente foi submetida a esvaziamento inguinal, tendo sido isolados 12 gânglios, um metastizado. Estadiado como pT1bN1aM0, estádio IIIA da FIGO. Foi proposta para quimioterapia adjuvante com esquema FAC6 e radioterapia complementar, seguida de hormonoterapia. O reconhecimento dos casos de cancro da mama ectópico é importante pelas implicações na orientação terapêutica. Embora a presença de tecido mamário ectópico na vulva seja raro, a possibilidade de carcinoma primário com origem neste tecido deverá ser considerado como diagnóstico diferencial nas lesões vulvares suspeitas. PO.M191 - Melanoma, metastização cerebral e as novas terapêuticas - Discussão de um Caso Clínico Elisabete Gavancho(1);Frederico Sanches(1) (1) Hospital Garcia de Orta O melanoma, cuja incidência tem vindo a aumentar, é das neoplasias que mais metastiza para o Sistema Nervoso Central. Durante anos, os fármacos disponíveis para a doença avançada falharam em demonstrar beneficio na OS mas as novas terpeuticas introduzidas recentemente mostraram-se promissoras ainda que apenas uma percentagem reduzida de doentes possa beneficiar das mesmas. Apresenta-se para discussão o caso clinico de um jovem de 38 anos com melanoma nodular acral com estadiamento inicial IIIC que após terapêutica adjuvante com a-Interferão progrediu para doença metastica (metastização cutânea e posteriormente pulmonar). Foi tratado com Dacarbazina em 1ª linha e após progressão iniciou tratamento com o anti-CTLA4 Ipilimumab. Após a segunda administração do fármaco (3mg/Kg a cada 3 semanas) desenvolveu quadro convulsivo e a TC-CE mostrou metastização cerebral múltipla. Os sintomas foram controlados com anti-convulsivante e corticoides. Após a terceira administração apresentou quadro de desequilíbrio da marcha e desorientação que motivou internamento. A TC-CE mostrou hemorragia de uma das lesões. Aumentou-se a dose de corticoterapia e teve alta assintomático. Após 3 semanas recebe a ultima dose de Ipilimumab após a qual se desenvolve alteração do estado de consciência com progressão para coma e que culminou com o óbito. A TC-CE mostrava aumento da dimensão lesional das metástases conhecidas, sendo impossível saber se se tratava de progressão da doença ou reacção inflamatória da imunoterapia. O caso coloca questões relativamente à selecção de doentes, à eventual necessidade de avaliação prévia do SNC e à gestão dos efeitos secundários dos novos fármacos, nomeadamente os que funcionam por mecanismos imunologicos. Da discussão deste caso poderão surgir pistas que ajudem a gerir casos semelhantes que surjam na prática clínica futura. PO.M193 - GRANULOMAS SARCOIDES EM ADENOPATIAS MEDIASTÍNICAS E ADENOCARCINOMA DO PULMÃO: SARCOIDOSE OU REACÇÃO TUMORAL/FARMACOLÓGICA? Paulo Matos(1);Ana Castro(1);Jessica Cemlyn-Jones(2);Lina Carvalho(1);Alice Pêgo(1) (1) HUC-CHUC (2) Centro Hospitalar Tondela Viseu INTRODUÇÃO O estadiamento é um importante factor prognóstico Cancro do Pulmão de Não-Pequenas Células (NSCLC). A evidência actual sugere que o estadiamento ganglionar mediastínico pré-cirúrgico e após quimioterapia adjuvante (QTA) por PET-CT é superior ao uso destes exames separadamente; contudo, podem ocorrer falsos positivos uma vez que a captação de FDG não é especídica do tumor. Estão descritos casos de reacções granulomatosas semelhantes a sarcoidose em doentes com neoplasias pulmonares que poderão estar associadas ao próprio tumor e/ou ser potenciados pela quimioterapia. Descrevemos um caso clínico ilustrativo destes factos. CASO CLÍNICO: Doente de 61 anos de idade, assintomático, ex-fumador (45 UMA), com o diagnóstico de adenocarcinoma do pulmão desde Novembro de 2009. A PET-CT revelou adenopatias bronco-hilares homolaterais: T1bN1M0 (Estadio IIA). Submetido a bilobectomia e linfadenectomia (Dezembro 2009), sendo confirmado o estadiamento clínico. Foi efectuada QT adjuvante com Carboplatina e Vinorelbina oral, que terminou em Fevereiro de 2010. Manteve-se em seguimento até Setembro de 2012 sem evidência de doença, altura em que TC torácica revelou adenopatias mediastínicas. Por se suspeitar de recidiva neoplásica, efectuou-se PET-CT que evidenciou aumento da captação de FDG-18 a nível das referidas adenopatias. Realizou-se mediastinoscopia que revelou granulomas epitelióides não necrotizantes, compatíveis com sarcoidose. CONCLUSÕES: Dado o intervalo temporal entre o tratamento e o surgimento da reacção granulomatosa, não se pode estabelecer uma relação causal assertiva. Granulomas sarcoides pós-quimioterapia ou sarcoidose e neoplasia são situações raras, podendo mimetizar a progressão da doença. Ênfatiza-se com este caso a importância do diagnóstico histológico quando suspeita de progressão, dada a possibilidade de ocorrência de falsos positivos na PET-CT. PO.M194 - FEC3-D3 vs. FEC6 no Tratamento Adjuvante do Cancro da Mama – um estudo retrospectivo Rosa Valinotto(1); Michael Luís(2);Miguel Henriques Abreu(2);João Cruz(3);Noémia Afonso(2);Helena Rodrigues(2) (1) Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, Brasil (2)Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (3) Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Trás-osMontes e Alto Douro, Unidade de Chaves Introdução: A quimioterapia segundo o esquema FEC3-D3 no tratamento adjuvante do cancro da mama com envolvimento ganglionar é uma opção terapêutica frequente, com base no estudo PACS01, que comparou os esquemas FEC6 com FEC3-D3 neste contexto e demonstra uma maior sobrevida livre de doença (SLD) e sobrevivência global (SG), com tolerabilidade favorável nas doentes tratadas com FEC3-D3. Vários autores têm apresentado resultados de eficácia e toxicidade deste esquema na prática. Objectivos: avaliar o perfil de toxicidade, SLD e SG nas doentes tratadas com FEC6 e FEC3-D3 no nosso Centro Oncológico e compara-los com os publicados no ensaio PACS01. Material e métodos: estudo de coorte retrospectivo Resultados: foram incluídas 423 doentes; 168 realizaram FEC6 e 255 FEC3-D3. As características demográficas e dos tumores entre as duas populações encontravam-se balanceadas. Verificou-se uma maior incidência de neutropenia nas doentes que realizaram FEC6 (31vs.15,7%;p=0,01), no entanto a frequência de neutropenias grau 3 e 4 e de neutropenias febris foi maior no grupo que realizou FEC3-D3 (8,3vs.5,5%;p=0,01). A incidência de anemia foi maior no grupo que realizou FEC3-D3 (34,1vs.28,6%;p=0,034). A ocorrência de náuseas grau 3 e 4 foi maior no grupo FEC6 (77,4vs.38,2%; p<0,001), enquanto as doentes submetidas a FEC3-D3 apresentaram mais astenia (33,1vs.31,5;p<0,001), mialgia (24,4vs.2,4;p<0,001) e onicólise (5,9vs. 1,2;p=0,35). A SG aos 48 meses foi maior no grupo FEC3-D3 (96vs.86%; p<0,0001). A SLD foi superior para o grupo FEC3-D3 aos 48 meses (97vs. 76%;p<0,0001). Discussão: os dados demonstram resultados superiores de SLD e SG aos do PACS01, com a toxicidade consistente com a do estudo. Conclusão: a prática clínica no nosso centro encontra-se em consonância com os resultados do PACS01. Em contexto adjuvante, reveste-se de particular importância considerar a eficácia e toxicidade dos tratamentos, para avaliar a melhor opção para cada doente. PO.M195 - ALTERAÇÕES COGNITIVAS RAPIDAMENTE PROGRESSIVAS COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DE NEOPLASIA OCULTA EXTRACEREBRAL – UM CASO CLÍNICO Mariana Brandão(1);Cristiana Marques(2);Filipa Silva(2) (1) Instituto Português de Oncologia do Porto, FG (2) Centro Hospitalar de São João, Porto INTRODUÇÃO O cancro é a segunda causa mais comum de hipercalcemia no adulto. Esta, mesmo que moderada, pode causar alterações neuropsiquiátricas, como disfunção cognitiva, depressão, astenia e fraqueza e estes sintomas podem ser a forma de apresentação da neoplasia. OBJECTIVOS Tendo por base um caso clínico, descrevemos uma apresentação pouco comum de uma neoplasia oculta extra-cerebral e as dificuldades diagnósticas encontradas. Pretendemos também discutir a fisiopatologia da hipercalcemia associada à malignidade e os tumores mais frequentemente associados à mesma. MATERIAL E MÉTODOS Revisão do processo clínico e da literatura. RESULTADOS; DISCUSSÃO Homem, 65 anos, com diabetes mellitus com lesões de órgão alvo e episódio de zona 3 meses antes da admissão. Um mês antes inicia quadro progressivo de confusão mental, desorientação, astenia e fraqueza. À admissão: disfunção cognitiva, sem outros défices neurológicos. TC craneo-encefálico: sem imagem de lesão vascular aguda ou lesão expansiva. Punção lombar: LCR sem alterações de relevo. Por quadro de deterioração cognitiva rapidamente progressiva, foi internado no Serviço de Neurologia. Suspeitou-se de meningite bacteriana decapitada (por antibioterapia prévia) / vírica secundária a VZV e iniciou-se aciclovir e antiobioterapia. Por deterioração hemodinâmica, foi transferido para a Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Medicina Interna: constatou-se hipercalcemia moderada, com doseamentos normais de PTH e vitamina D. Feito TC: múltiplas lesões líticas em arcos costais e corpos vertebrais; nódulo pulmonar inespecífico com 6 mm. Biópsia de arco costal: metástase óssea de carcinoma, sem possibilidade de caracterização mais precisa. Doente apresentou deterioração clínica rápida, tendo falecido ao 18º dia de internamento, sem que se tenha chegado a um diagnóstico definitivo. CONCLUSÕES As neoplasias podem associar-se a sintomas inespecíficos, nomeadamente alterações neurológicas, exigindo uma elevada suspeição clínica. O atingimento ósseo nas neoplasias pode manifestar-se, não só por fracturas ou dor, mas também por sintomas sistémicos associados à hipercalcemia. PO.M196 - TTF-1 POSITIVO NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO- A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Cristina Oliveira(1);Maria Neves(2);Manuela Machado(3) (1) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (2) ipo-porto (3) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPOPorto INTRODUÇÃO: O fator de transcrição da tiroide (TTF-1) desempenha um papel importante no desenvolvimento das neoplasias pulmonares e tiroideias. Apesar da expressão do TTF-1 ser bastante específica para estas neoplasias, tem sido verificada também em neoplasias do trato gastrointestinal, útero e ovário, em baixas percentagens. CASO CLÍNICO: Homem de 42 anos, ex-fumador. Diagnóstico de adenocarcinoma gástrico invasor, com células em anel de sinete, submetido a gastrectomia total e esplenectomia (linfadenectomia D2), estadiado como T3G3N3aM0. Realizou 6 ciclos de quimioterapia (QT) adjuvante com esquema cisplatino e 5-Fluoruracilo, ficando em vigilância. Realizou uma TC 4 meses após término de QT, na qual surgem múltiplos nódulos milimétricos pulmonares, inespecíficos e adenomegalias mediastínicas. Realizado estudo por broncofibroscopia e PET CT. Após a realização destes exames e avaliação por medicina interna o diagnóstico clinico foi sarcoidose ganglionar e pulmonar, sem critérios de tratamento. Posteriormente o doente apresenta dor óssea e dado no PET CT haver uma imagem dúbia a nível ósseo, foi decidido realização biópsia óssea. O produto de biópsia revelou ser sugestivo de metástase de adenocarcinoma pulmonar, uma vez que o perfil imunofenotípico era CK7+, CK20+, TTF- 1+.Nesta fase é pedida revisão de lâminas da peça de gastrectomia, que mostrou positividade para CK20, CK7, TTF-1. Considerado quadro de metastização óssea de adenocarcinoma gástrico e o doente iniciou QT paliativa com docetaxel, cisplatino e 5-FU e pamidronato mensal. Até à data realizou 3 ciclos de QT com doença estável e resolução das queixas álgicas. COMENTÁRIO: A positividade do TTF-1 nos adenocarcinomas gástricos é rara, descrita em cerca de 0,9% dos casos. Este caso pretende ilustrar a raridade do caso, o que poderia ter conduzido a um diagnóstico errado de adenocarcinoma do pulmão. Apesar de serem raros os casos de expressão de TTF1 extra-pulmonar é importante ser considerada, para um juízo clínico correto. PO.M197 - Carcinoma inflamatório da mama ou cancro epitelial do ovário com metastização mamária? Caso clínico Michael Sapateiro Luís(1);Miguel Henriques Abreu(1);Dânia Marques(2);Joana Bordalo-Sá(1);Ana Luísa Cunha(2);Mónica Pires(3);Almerinda Petiz(3);Paulo Ribas(3);Deolinda Pereira(1);Helena Rodrigues(1) (1) Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (2) Serviço de Anatomia Patológica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (3) Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil A metastização de cancro do ovário para o tecido mamário é rara. A sua apresentação clínica assemelha-se nalguns casos ao carcinoma inflamatório da mama. Os autores apresentam o caso clínico de uma doente de 77 anos, portadora de um carcinoma papilar seroso do ovário, estádio IV da FIGO (derrame pleural), diagnosticado em 2011. Ca125 pre-operatório 379 U.I./mL. Realizou cirurgia de cito-redução em Setembro 2011 com doença residual (inferior a 1 cm), seguida de quimioterapia com paclitaxel e carboplatino até Fevereiro 2012, perfazendo um total de 6 ciclos, com resposta completa e sem toxicidade significativa além de alopécia grau 2. Em Fevereiro de 2013 desenvolveu um quadro de toracalgia esquerda, associado a endurecimento da mama esquerda e sinais inflamatórios sugestivos de carcinoma inflamatório da mama. Em estudo imagiológico identificaram-se múltiplas massas de natureza infiltrativa envolvendo todos os planos da parede torácica e parte dos quadrantes internos da mama, conglomerado adenopático mediastínico com prolongamento ao lobo hepático esquerdo, adenopatias axilares e supraclaviculares homolaterais. Foi realizada biopsia aspirativa de uma das massas que revelou células epiteliais malignas, de características citológicas compatíveis com metástase do carcinoma do ovário previamente diagnosticado. Identificou-se ainda uma subida do marcador tumoral Ca 125 de 11.3 para 138.5 U.I./mL. A doente iniciou quimioterapia paliativa com paclitaxel e carboplatino. A possibilidade de metastização de carcinoma do ovário com apresentação clínica semelhante ao carcinoma inflamatório da mama deverá ser considerada nas doentes com história de cancro do ovário, pelas diferenças importantes no tratamento e prognóstico das doentes. PO.M198 - YTTRIUM90 NA METASTIZAÇÃO HEPÁTICA: A TOXICIDADE DE UM EVENTO RARO Cristina Oliveira(1);Manuela Machado(2);Belarmino Gonçalves(1) (1) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (2) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUÇÃO: A abordagem da metastização hepática constitui um desafio clínico. A ressecção cirúrgica é a melhor opção, no entanto, técnicas loco-regionais foram surgindo. A radioembolização com microesferas radioactivas de yttrium90 é uma opção para reduzir a carga tumoral, diminuir a recorrência e potencialmente prolongar a sobrevivência. CASO CLÍNICO: Mulher de 49 anos, ECOG0, portadora de adenocarcinoma do cólon sigmóide, com metastização hepática bilateral múltipla, K-ras mutado. Iniciou quimioterapia paliativa com leucoverina, 5-fluorouracilo e irinotecano associada a bevacizumab. Após 12 ciclos na TC apresentava resposta parcial, com três lesões hepáticas, 2 no segmento II e uma no IV. Mantinha ECOG0. Proposta para colectomia radical e metastasectomia hepática, realizada três meses após último ciclo de QT. Na cirurgia detetada nova metástase, no segmento VIII, não ressecável. Posteriormente é submetida a radioembolização com yttrium 90 da lesão hepática não excisável, ficando sem evidência de doença ativa. Quatro meses após é internada por anemia aguda sintomática, com necessidade de transfusões de glóbulos vermelhos e de nutrição parentérica. A endoscopia digestiva alta revelou úlceras gástricas cujas biópsias foram compatíveis com úlceras radiógenas secundárias ao yttrium90. Resolução do quadro com tratamento médico. Reinternamento precoce pelas mesmas queixas, pelo que realizou gastrectomia parcial para tratamento definitivo. Em TC de vigilância (8 meses após radioembolização) detetada progressão da doença a nível hepático e ósseo e a doente reiniciou QT com esquema realizado anteriormente. COMENTÁRIO: Os efeitos secundários da radioembolização com yttrium90 encontram-se bem descritos, sendo na maioria, de baixa toxicidade. A ulceração gastro-intestinal ocorre em cerca de 4-10% dos casos. Neste caso, a ulceração gástrica foi um evento secundário grave, com necessidade de dois internamentos prolongados e realização de cirurgia para controlo adequado. A seleção criteriosa dos doentes e a melhoria dos aspetos técnicos contribuem para a diminuição de efeitos adversos e para um maior benefício na sobrevivência. PO.M199 - METÁSTASE PANCREÁTICA DE CARCINOMA DA MAMA Joana M. C. Rodrigues(1);Isabel Sousa(1);Andreia Chaves(1);sara moreira(1);Sofia Broco(2);Helena Gervásio(2) (1) IPO Coimbra (2) IPO-Coimbra INTRODUÇÃO As metástases pancreáticas são raras, constituindo menos de 5% de todos os tumores pancreáticos. Ainda assim, há relatos de lesões pancreáticas como local de apresentação de metástases da mama em 5 a 13% de algumas séries de autópsias de doentes com carcinoma da mama. MATERIAL E MÉTODOS Consulta do processo clínico da doente e revisão de literatura sobre o tema. CASO CLÍNICO Doente de 75 anos de idade, em controlo clínico de carcinoma ductal invasivo da mama esquerda aos 40 anos, submetida a mastectomia radical e radioterapia complementar. Tratava-se de um tumor com axila negativa. Em Janeiro de 2011, no decurso de esclarecimento de queixas álgicas epigástricas, é detectado, em ecografia abdominal, um nódulo no corpo pancreático. Foi submetida a punção-biópsia guiada por eco-endoscopia cujo resultado foi a favor de metastização pancreática por carcinoma da mama, com imuno-expressão franca para CA 15.3 e negatividade para CA 19.9, negatividade para receptores hormonais e positividade para HER2 em mais de 80% das células neoplásicas. Iniciou quimioterapia com Paclitaxel/Trastuzumab semanal que manteve de Janeiro a Abril de 2012, com boa resposta bioquímica e resposta imagiológica parcial. Por toxicidade hematológica e neurotoxicidade grau III, suspendeu quimioterapia mantendo apenas o Trastuzumab em monoterapia de 21/21 dias, com estabilização de doença. Em Novembro de 2012 verifica-se agravamento clínico, acompanhada de agravamento dos marcadores tumorais e imagiologicamente verificou-se aumento do volume da lesão pancreática imagiológica. Após controlo sintomático propôs-se nova linha de quimioterapia com 5-FU infusional, tendo a doente efectuado apenas 1 tratamento. Por infiltração neoplásica da 3ª porção do duodeno e dos vasos mesentéricos a doente acaba por falecer em Fevereiro de 2013, no decurso de hemorragia digestiva aguda maciça. CONCLUSÕES Apesar das metástases pancreáticas serem raras, quando é diagnosticada uma lesão pancreática num doente com antecedentes de neoplasia, a hipótese de metastização deve ser considerada. PO.M201 - Pneumonia a Ralstonia Picketti em doente com LMA Margarida Matias(1);Mafalda Casa-Nova(2);Manuel Neves(2);Rita Ferreira(3);Sara Vale(2);Conceição Lopes (2);Graça Esteves(2);João Raposo(2);José Alves do Carmo(4) (1) Serviço de Oncologia Médica; Hospital de Santa Maria (CHLN) (2) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) (3) Serviço de Hematologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHC) (4) Serviço de Hematologia- Hospital de Santa Maria Introdução: A Ralstsonia Picketti é uma bactéria Gram negativa encontrada em ambientes húmidos como lagos, rios e solos. A Pneumonia por Ralstsonia Picketti é rara, só tendo sido reportada 4 vezes. Caso Clinico: Mulher,63 anos, transferida para o Serviço de Hematologia por LMA de novo apresentando-se com astenia de 1 mês de evolução. Clinicamente destacavam-se adenopatias submaxilares, cervicais e supra-claviculares. Analiticamente-Leucócitos-87000(54% blastos à periferia), LDH-1838. Mielograma-MO com infiltração de mieloblastos(83%), imunofenotipagem com expressão aberrante do CD7. Cariótopo-t(8:21)negativa,FLT3+ Diagnosticada LMA com maturação/LMA M2(FAB, expressão aberrante de CD7, t(8:21)negativa, FLT3+. Iniciada terapêutica de indução-protocolo IDAC. Intercorrências durante a indução: -Pancitopénia mantida -Síndrome febril arrastado -Pneumonia bilateral inicialmente sem agente isolado, sob antibioterapia de largo espectro incluindo antifúngico(D+23). -Refractariedade da doença.(Mielograma-46% de mieloblastos-D+29). -Isolamento em secreções brônquicas e lavado broncoalveolar de Ralstonia Picketti sensível à ciprofloxacina e piperacilina-tazobactam(D+43). Ajustada antibioterapia com melhoria clínica mas persistência de alterações radiológicas e analíticas. -Bacteriémia a Klebsiella oxytoca(D+52) multirresistente, sensível aos aminoglicosídeos associando-se amicacina e Enterococus faecium(D+58), resistente à vancomicina reiniciando-se Linezolide. Estabilidade clínica com aumento progressivo de blastémia em sangue periférico iniciando 2ª linha de QT com protocolo FLAG(D+59),. A D+7 de FLAG, choque séptico grave com necessidade de suporte aminérgico. Suspeita de infecção por bactéria multiressistente, iniciando colistina mantendo amicacina, linezolide e anfotericina B lipossómica. Agravamento clínico com acidémia láctica e falência renal. Iniciada Hemodiálise venovenosa contínua. Refractariedade do choque com evolução para falência multiorgânica e morte. Isolados em hemoculturas colhidas durante instalação do choque séptico Enterococus faecium resistente à vancomicina e Klebsiella oxytoca multirresistente. Conclusões: Com este caso destaca-se a raridade de Pneumonia por Ralstonia Picketti, bem como a evolução drástica com choque séptico por agentes multiresistentes como Enterococus faecium e Klebsiella oxytoca. PO.M202 - TRATAMENTO COM TRABECTEDINA NUM FIBROSARCOMA Rita Gaspar(1);Jose Casanova(2);Paulo Freitas Tavares(2) (1) CHUC (2) HUC-CHUC INTRODUÇÃO Os sarcomas de tecidos moles constituem um grupo heterogéneo de tumores raros, caracterizados por elevada heterogeneidade biológica e morfológica. A trabectedina é um agente anti-neoplásico de origem marinha isolado inicialmente de um urocordado Ecteinascidia turbinata. OBJECTIVOS O presente trabalho visa descrever um caso clínico de um doente com fibrossarcoma ósseo de alto grau de malignidade. RESULTADOS; DISCUSSÃO;CASO CLÍNICO Após o diagnóstico iniciou quimioterapia neoadjuvante, mais tarde foi submetido a cirurgia de ressecção, dando continuidade ao tratamento com quimioterapia adjuvante. Perante a existência de metástase a nível nadegueiro fez ressecção da mesma, seguida de radioterapia adjuvante. Em TAC de follow-up apresentava múltiplos nódulos pulmonares, sugestivos de metástases pelo que foi sujeito a novos ciclos de quimioterapia de 2ªlinha. Após agravamento das lesões, foi proposta uma 3ª linha de quimioterapia, com trabectedina. Foi pedido TAC de follow-up e as melhorias eram significativas apresentando uma redução das metástases. Durante os 12 ciclos com trabectedina, o doente não apresentou toxicidade significativa e manteve um bom estado geral. CONCLUSÕES O caso clínico ilustra a eficácia e a segurança da trabectedina como opção terapêutica no tratamento de doentes com sarcomas de não L de alto grau.A trabectedina pode vir a integrar a primeira linha em combinação com outros fármacos, sendo necessário mais investigação. PO.M203 - Tumor de Sertoli-Leydig no ovário – caso clínico Michael Sapateiro Luís(1);Miguel Henriques Abreu(1);Susana Sousa(1);Noémia Afonso(1);Carla Bartosch(2);Alfredo Gouveia(3);Daniel Fernandes(3);Almerinda Petiz(3);Paulo Ribas(3);Deolinda Pereira(1);Helena Rodrigues(1) (1) Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (2) Serviço de Anatomia Patológica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil (3) Serviço de Ginecologia, Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil Os tumores de Sertoli-Leydig fazem parte do grupo dos tumores dos cordões sexuais/estroma do ovário. Correspondem a <0.2% das neoplasias do ovário, com idade média ao diagnóstico de 25 anos, apresentando-se em estádio I em 90% dos casos. O tratamento é habitualmente cirúrgico, com grande preocupação na preservação da fertilidade dada a idade da maioria das doentes. A quimioterapia adjuvante está indicada nos estádios I de alto risco e estádios avançados com esquemas à base de platinos, sendo o BEP ou a associação com taxanos os regimes preconizados. Os autores apresentam o caso de uma doente de 65 anos, submetida a anexectomia esquerda aos 14 anos e histerectomia aos 45 anos de idade, por causa não esclarecida. Em 2000, foi submetida a anexectomia direita por tumor do ovário compatível com sarcoma, pelo que foi referenciada ao IPO-Porto. Com intuito de completar o estadiamento cirúrgico, foi submetida a nova cirurgia, tendo sido efectuada omentectomia e biópsias múltiplas, não ficando doença residual. Após revisão de lâminas, o diagnóstico definitivo foi de tumor Sertoli-Leydig pouco diferenciado, estadio IA da FIGO. Não fez tratamento complementar. Em Outubro de 2002, por recidiva pélvica sob a forma de múltiplas massas císticas septadas, foi submetida a laparotomia, ficando doença residual inferior a 2 cm. Realizou quimioterapia adjuvante segundo o esquema VAC (vincristina, actinomicina, ciclofosfamida) tendo completado 6 ciclos, com resposta completa e sem toxicidade significativa. Em Maio de 2012 foi-lhe diagnosticada segunda recidiva, sob a forma de implantes meso-sigmoideus, pelo que foi submetida a exérese, sem doença residual após cirurgia. A doente foi proposta para quimioterapia com carboplatino e paclitaxel, que recusou, mantendo-se em vigilância, sem evidência de doença. Dada a sua raridade e biologia complexa, os tumores de Sertoli-Leydig do ovário constituem um desafio quanto à estratégia cirúrgica em doentes jovens, quimioterapia e abordagem das recidivas. PO.M204 - A QUIMIOTERAPIA BASEADA EM PLATINO + ETOPOSÍDEO NO CANCRO PULMÃO PEQUENAS CÉLULAS COM DOENÇA LIMITADA Cristina Oliveira(1);Cristiana Alzamora(1);Carolina Ferreira(1);Carolina Camacho(1);Marta Soares(1);Helena Rodrigues(2) (1) Instituto Português de Oncologia do Porto Dr. Francisco Gentil, E.P.E. (2) IPO - Porto INTRODUÇÃO: O cancro do pulmão pequenas células (CPPC) representa 15-18% das neoplasias do pulmão, apresentando um prognóstico reservado. Na doença limitada o tratamento consiste em QT/RT, sendo a QT baseada num esquema de platino/etoposídeo. OBJECTIVOS:Caracterizar a população de doentes com CPPC com doença limitada. MATERIAL E MÉTODOS:Estudo observacional, retrospetivo com base nos dados do registo da instituição dos doentes diagnosticados entre 2000-2010. Realizada caracterização da amostra sobre QT realizada e toxicidade. A sobrevivência global foi estratificada por sexo. Análise estatística realizada através do SPSSv.20. RESULTADOS:Analisados 60 doentes, 85,0% do sexo masculino. A mediana de idades foi 62 anos, 98,0% dos homens e 55,6% das mulheres eram fumadores, 51,0% dos homens e 66,7% das mulheres tinham ECOG 0. O estádio III foi o mais frequente. Todos os doentes realizaram QT, 53,3% intuito neoadjuvante e 46,7% concomitantemente com RT. O esquema utilizado foi cisplatino+etoposídeo em 90% dos casos. 55% realizou 6 ciclos de tratamento. A principal toxicidade com a QT foi hematológica, em 57,9% dos casos, sendo a neutropenia a mais observada (90,9%), 56,7% grau 3. Neutropenia febril ocorreu em 21,2% dos doentes, 71,4% grau 3. Realizada redução de dose em 6 doentes. 28,3% obteve resposta parcial. Observada progressão de doença em 78,3% dos doentes com progressão à distância em 29%, sendo a metastização cerebral a mais frequente. 35% dos doentes realizaram QT paliativa. A sobrevivência global mediana foi 17 meses, sem diferença estatisticamente significativa entre os sexos (p=0,150), sobrevivência aos 5 anos de 12%. DISCUSSÃO/CONCLUSÕES:Apesar de doença limitada ao diagnóstico e do tratamento radical, a maioria dos doentes progride. A principal toxicidade foi hematológica e não motivou alterações de dose na maioria dos casos. Não foi descrito nenhum caso de toxicidade renal ao platino, talvez por um registo deficiente. O prognóstico desta doença continua reservado. PO.M205 - METÁSTASES HEPÁTICAS DE CARCINOMA COLO-RECTAL – ANÁLISE DA CASUISTICA João Cunha(1);Vera Oliveira(2);Tiago Castro(2) (1) CHEDV (2) CHEDV Feira INTRODUÇÃO O carcinoma colo-rectal (CCR) constitui a 3ª maior causa de morte relacionada com neoplasia no Ocidente. A metastizacão hepática ocorre em metade dos pacientes, sendo que a maioria morrerá da mesma (2/3). No entanto, 20% dos doentes são elegíveis para tratamento cirúrgico. Este constitui a única terapêutica potencialmente curativa, permitindo uma sobrevida aos 5 anos de 35-58%. Objectivos/ Material e métodos: Revisão de incidência, epidemiologia e tratamento dos doentes submetidos a cirurgia das metástases hepáticas de CCR, no período compreendido entre janeiro de 2000 e Dezembro de 2012, utilizando a informação inserida no registo nternacional de metástases hepáticas de carcinoma colo-rectal – LiverMetSurvey® - da qual constam cerca de 20.000 doentes. RESULTADOS; DISCUSSÃO No referido período, foram intervencionados 82 doentes, 70% dos quais do sexo masculino, apresentando idade superior a 50 anos em 50% dos pacientes. As localizações mais frequentes do tumor primário foram o cólon esquerdo (40%) e o recto (35%). As metástases foram síncronas em 53% dos pacientes. 76% dos doentes foram considerados inicialmente ressecáveis, tendo cerca de metade realizado Quimioterapia neoadjuvante. A cirurgia mais frequentemente realizada foi a hepatectomia minor (69%). A utilização de técnicas adjuvantes para controlo de doença hepática, nomeadamente radiofrequência, ocorreu em 12% dos pacientes. A sobrevida global foi de 91% e 30% ao 1º e 5º ano após cirurgia ressecção hepática, respectivamente. Em análise prospectiva, o subgrupo de doentes intervencionados após 2005 (n= 50), apresentaram sobrevida global de 96% e 50% ao 1º e 5ºano, respectivamente. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos são, na globalidade, semelhantes aos publicadosinternacionalmente. A Quimioterapia neoadjuvante constitui uma arma terapêutica que permite, não só resgatar doentes inicialmente irressecáveis, como também uma cirurgia poupadora de parênquima hepático. O tratamento cirúrgico constitui a única opção terapêutica potencialmente curativa nestes doentes, com uma morbimortalidade reduzida. Face a multiplicidade de opções de tratamento (Quimioterapia, Cirurgia, Técnicas ablactivas),a abordagem multidisciplinar é mandatória. PO.M206 - PRIMÁRIO OCULTO Domingos Roda(1);Carlos Fardilha(2);António Silva(3);Tânia Serra(2);Rui Marques(2);Fernando Costa(2);Gilberto Melo(2) (1) IPOCFG;E.P.E. (2) IPOCFG, EPE (3) CHUC Introdução: O Tumor de Primário Oculto (TPO) é uma entidade clínica relativamente comum, que representa 4 a 5% de todos os carcinomas invasivos. Tipicamente a forma de apresentação associa-se a sintomas metastáticos. A abordagem diagnóstica inicial inclui o exame físico completo, estudos analíticos, estudos imagiológicos, que no entanto, frequentemente fracassam na identificação do local tumoral primário. O estudo anatomopatológico geralmente permite a inclusão inicial em uma de cinco categorias: Adenocarcinoma; Carcinoma Espinho Celular; Carcinoma Neuroendócrino; Tumores pouco diferenciados. Objectivos: Revisão actualizada, baseada na literatura, da abordagem e orientações clínicas associadas ao tumor de primário desconhecido. Materiais e Métodos: Pesquisa on-line (Medline-Pubmed) de artigos científicos credíveis relacionados com a abordagem inicial e complementar, assim como linhas de orientação terapêuticas dos TPO. Pesquisa de artigos por referências bibliográficas. Resultados: Encontraram-se diversos artigos com múltiplas abordagens desta entidade clínica. A maioria é unânime na integração de técnicas de imunohistoquímica e de perfil molecular, de forma complementar. No que respeita ao tratamento, este pode ser dirigido quando é possível integrar os pacientes em subgrupos específicos, após forte suspeito do Tumor Primário. Quando tal não é possível, o tratamento standard deverá ter por base esquemas de quimioterapia empírica. Conclusões: Apesar do extenso trabalho clínico, laboratorial e imagiológico, a não identificação do Tumor Primário permanece a regra. O exercício, de integração dos doentes em uma de cinco categorias de abordagem clínica poderá ser uma mais valia. São necessários mais estudos, no que respeita ao aprofundamento da capacidade de análise dos perfis moleculares e genéticos, de forma a se desenvolverem terapêuticas alvo eficazes. PO.M208 - SÍNDROME DE GORLIN: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Renata Oliveira(1);Cláudia Vieira(2);Margarida Venâncio(1);Luis Medeiros(3);Márcia Ferreira(5); Patricia Rocha(4);Helena Rodrigues(2); Manuel Teixeira(4) (1) Hospital Pediátrico Carmona da Mota, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (2) Serviço de Oncologia Médica, Instituto Português Oncologia Francisco Gentil (3) Serviço de Estomatologia, Instituto Português Oncologia Francisco Gentil (4) Serviço de Genética, Instituto Português Oncologia Francisco Gentil (5) Serviço de Dermatologia, Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil INTRODUÇÃO A síndrome de Gorlin ou Síndrome de Carcinoma Basocelular Nevóide (OMIM: #109400) é uma doença rara (prevalência 1/57,000) de transmissão autossómica dominante, com predisposição para neoplasias, nomeadamente carcinoma de células basais, anomalias do esqueleto e quistos odontogénicos, como principais características. Tem como causa genética mutações no gene PTCH1, que actua na via de sinalização celular sonic hedgehog. Caso Clínico: Mulher de 42 anos, com dismorfia facial, macrocefalia, pequenas depressões palmares e quistos mandibulares. A análise histológica confirmou tratarem-se de quistos odontogénicos. Foi constatada a presença de calcificação lamelar da foice cerebral e bifidez da 3ª costela direita na TC cerebral e radiografia da grelha costal, respectivamente. O conjunto das características clínicas e imagiológicas permitiram o diagnóstico clínico de Síndrome de Gorlin. Foi realizada a sequenciação do gene PTCH1, tendo sido identificada uma mutação nonsense c.2062C>T, p.(Gln688*) em heterozigotia no exão 14. Actualmente é acompanhada em consulta de Estomatologia e vigiada em consulta de Dermatologia, e até à data sem evidência de carcinoma basocelular da pele. Discussão/ Conclusão: A síndrome de Gorlin é uma entidade clinico-patológica bem definida, com predisposição para carcinoma basocelular da pele (mesmo áreas não expostas). Esta síndrome tem uma elevada sensibilidade à radiação, pelo que é importante serem reconhecidas as suas características para um adequado rasteio e vigilância de cancro de pele e evicção exposição desnecessária ou excessiva a radiação. A confirmação molecular do diagnóstico clínico permite um adequado aconselhamento genético. PO.M210 - NEPHROTIC SYNDROME INDUCED BY SUNITINIB Alina Rosinha(1);Cátia Faustino(2);Nuno Sousa(1);Rosa Begonha(1);Sanches Magalhães(1);Carlos Franco(1);Joaquina Maurício(1) (1) IPO- Porto (2) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE BACKGROUND: Sunitinib is a molecule that inhibits multiple tyrosine kinase receptors that has been approved for treating clear cell metastatic renal cell carcinoma. The most common adverse effects include fatigue, malaise, diarrhea, skin abnormalities and cytopenia. CASE REPORT: A 51 years-old patient that underwent a left radical nephrectomy in may of 2003 because of an left side renal cell carcinoma. The pathology showed a clear cell adenocarcinoma, Furman grade 3, staged as T3N0M0. He was kept in follow-up. In may of 2006, he did a CT thoracic scan that showed suspected mediastinic adenopathies. Six months after, he maintained these lesions. It has been decided to do its excision (may 2007), with confirmation of the metastasis. He was proposed to adjuvant treatment with alpha interferon but had to discontinue it five months after because of an grade 3 toxic hepatitis. In February of 2012, pleural metastasis have been diagnosed. He was proposed to begin sunitinib 50 mg/day (D1-28). During the first cycle, he developed adverse effects G3/4 and the dose was reduced to 37,5 mg/day. After 3 cycles of this treatment, his renal function started to worsen;he presented with edema, hypertension and proteinuria G3 (4,8 g/day). The treatment was suspended but even without any medication, the proteinuria continued increasing untill 5,9 g/day. He started therapeutic with an angiotensin receptor antagonist, with improvement of the value of proteinuria. DISCUSSION:The case we report here allerts the clinicians to the possibility of nephrotic syndrome during treatment with sunitinib. Although not described initially as a common adverse effect, the number of cases reporting this condition is increasing. Oncologists and nephrologists should be vigilant for possible minimal change related to sunitinib treatment, especially in patients with renal cell carcinoma, monitoring serum creatinine and proteinuria immediately after initiating sunitinib therapy for early diagnosis of minimal change nephropathy. PO.M211 - Análise Estatística dos Doentes com Acidente Vascular Cerebral e Neoplasia da Unidade de AVC do Hospital Espírito Santo de Évora Francisco Trinca(1);Carmen Corzo(1);Luisa Rebocho(1);Mariana Inacio(1);Sergio Barroso(1);Teresa Timoteo(1);Rui Dinis(1) (1) HESE INTRODUÇÃO O estado de hipercoagulabilidade associado ao cancro pode ser relevante na etiologia do acidente vascular cerebral isquémico (AVCI).Estudar esta associação torna-se difícil uma vez que é frequente existirem outros fatores de risco para AVCI nos doentes oncológicos. OBJECTIVOS Caracterizar e comparar a população de doentes internados na Unidade de AVC com diagnóstico de AVCI com e sem neoplasia. MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo de 3 anos (Janeiro de 1010-Dezembro de 2012) RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram incluídos 428 doentes com AVCI, sendo que 18 (4,4%) tiveram diagnóstico de neoplasia. Em ambos os grupos a média de idade foi superior a 65 anos, sendo que no grupo oncológico o AVCI foi significativamente mais prevalente no sexo masculino (88% VS 62%). Atendendo à etiologia segundo a classificação etiológica TOAST, não houve diferencia significativa entre os AVCI ateroscleróticos (28% VS 22%), sendo que o AVCI embólico foi superior no grupo não oncológico (49% VS 39%) e os AVCI de etiologia indeterminada foi significativamente superior no grupo de doentes oncológicos (28% VS 12%). Em relação ao tipo histológico o tumor mais frequente foi o adenocarcinoma colon-rectal (33%), sendo que 67% dos doentes foram diagnosticados de neoplasia no período que engloba o internamento e os 12 meses posteriores ao AVCI. CONCLUSÕES A doença neoplásica e o AVCI são entidades frequentes no idoso. A maior prevalência de AVCI de etiologia indeterminada no grupo oncológico levanta a hipótese da existência de outros fatores predisponentes para o AVCI nesta população. Por outra parte, o caracter paraneoplasico do AVCI não se pode excluir, uma vez que mais de 50% dos doentes foram diagnosticados de neoplasia durante ou depois o AVCI. PO.M212 - “RADIATION RECALL DERMATITIS” SECUNDÁRIA À QUIMIOTERAPIA: CASO CLÍNICO Paulo Matos(1);Jorge Vale(2);Jessica Cemlyn-Jones(2);Alice Pêgo(1) (1) HUC-CHUC (2) Centro Hospitalar Tondela Viseu INTRODUÇÃO: A inflamação de uma área corporal previamente sujeita a radioterapia em resposta à administração de certos fármacos, é um fenómeno considerado raro, denominado “Radiation Recall Dermatitis” (RRD). Os fármacos mais comummente implicados são citoestáticos, sendo a gemcitabina referida em vários casos descritos. CASO CLÍNICO: Descrevemos um caso de um homem de 73 anos, ex-fumador (70UMA), com o diagnóstico de carcinoma pleomórfico do pulmão em estadio IV (T4N3M1b) desde Abril de 2012, tendo iniciado quimioterapia paliativa com Carboplatina e Gemcitabina. Foi realizada radioterapia paliativa a metástase femoral direita entre os primeiros dois tratamentos de quimioterapia, sem complicações imediatas. Com a continuação da terapêutica, surgem dois meses após a radioterapia sinais inflamatórios exuberantes na área irradiada, condicionando dor e limitação funcional. Foram excluídas causas mais frequentes como trombose venosa profunda. Apesar do tratamento médico e fisioterapia só se verificou melhoria clínica efectiva após o término da quimioterapia. CONCLUSÕES: A carboplatina não foi implicada em casos de RRD na literatura, pelo que a gemcitabina terá sido o fármaco despoletador. Apesar de rara, esta reacção adversa ao tratamento pode ser grave e motivar a suspensão da terapêutica. PO.M214 - LATE RELAPSE OF GERM CELL TESTICULAR TUMOR AFTER 18 YEARS Alina Rosinha(1);Cátia Faustino(2);Nuno Sousa(1);Rosa Begonha(1);Sanches Magalhães(1);Carlos Franco(1);Joaquina Maurício(1) (1) IPO- Porto (2) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE BACKGROUND: Testicular germ cell tumors are highly curable malignancies. Only 10-30% of patients have recurrences after initial treatment, the majority occurring in the first 2 years following treatment. Late relapses are rare, accounting for 2%-4% of the patients. The retroperitoneum is the primary site of late relapse, and alpha-fetoprotein (AFP) is the predominant marker. CASE REPORT: A 43 year-old patient underwent a right radical orchiectomy in december of 1992 because of a germ cell testicular tumor. The abdomen CT scan showed retroperitoneal lymphadenopathy. He had elevated serum tumoral markers (HCG 2254 mUI/mL; AFP 3500 ng/mL) and was staged as UICC stage IIC. He was submited to 4 cycles of adjuvant chemotherapy with BEP, till march of 1993, with normalization of the tumoral markers and no residual masses. Since december of 2004, the AFP started to raise slightly. The re-staging exams were negative. In may of 2010, 18 years after the diagnosis, retroperitoneal ganglionar recidive had been diagnosed. The serum AFP at this time was 972 ng/ml. He started chemotherapy with PE and completed 4 cycles with incomplete response, followed by 2 cycles of VIP till October of 2010, with normalization of the AFP levels and no residual retroperitoneal disease. Since april of 2011, the AFP began to raise again. The CT scan performed showed ganglionar disease progression, confirmed by biopsy. He was treated with retroperitoneal lymph node resection. The AFP level after the surgery was 4 g/mL. There is no imagiologic or clinical evidence of disease. He was proposed surveillance. DISCUSSION: This case shows that, although rare, the late relapse of testicular cancer occurs. It emphasizes that late follow-up of patients with testicular cancer is important. These patients may need annual follow-up evaluations throughout their life because of the possibility of late relapse. These tumors are highly resistant to chemotherapy and surgical resection is the preferred treatment. PO.M217 - O cancro da Mama em Angola: caracterização preliminar da doença Lygia Vieira Lopes(1);Paulo Salamanca(2);Antonio tavares(2);Carlos Silva Lopes(2);Lúcio Lara Santos(3) (1) ipo-porto (2) Centro Nacional de Oncologia (3) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUÇÃO A população de Angola é estimada em 20,9 milhões de habitantes, a esperança de vida ao nascer é de 55 anos e cerca de 52% são mulheres. O cancro da mama é a 2ª neoplasia maligna mais frequente no género feminino porém, não se conhece o perfil desta doença. OBJECTIVOS Caracterização clínica e patológica do Cancro da Mama em Angola. MATERIAL E MÉTODOS O Centro Nacional de Oncologia admitiu e tratou, de 2007 a 2012, 1190 mulheres com cancro da mama. Estudaram-se retrospectivamente as características clínicas e patológicas das 225 neoplasias registadas em 2009, ano com o maior nº de casos. RESULTADOS A idade mediana foi de 31,5 anos (25 a 89 anos), 197 casos (87,5%) encontravam-se no estádio III e IV. O carcinoma ductal invasor foi predominante (82%), 15% eram neoplasias de baixo grau. A mastectomia radical modificada - MRM realizou-se em 67,1% dos casos. Quimioterapia (QT) neoadjuvante foi realizada em 104 doentes (46.2%), QT adjuvante ou paliativa foi indicada para as restantes. Menos de 10% dos casos fizeram radioterapia. Em 9 casos avaliaram-se os receptores hormonais e o gene HER2, neste grupo, a idade mediana foi de 46 anos (29 a 89 anos), o diâmetro mediano do tumor foi de 3,2cm (2 - 4cm) e o estádio III foi predominante. Eram RE+ 66,7% e RP+ em 55,6% dos casos. Havia sobreexpressão do HER2 num caso, em 3 casos era necessário a confirmação por FISH, os restantes eram negativos. Em 44,4% dos casos o tumor era multifocal, apenas 2 casos eram N0. Em 3 casos a doença reapareceu e 1 doente faleceu. CONCLUSÕES O cancro da mama é frequente em mulheres jovens que não atingiram a idade convencionada para rastreio; diagnosticam-se num estádio avançado o que antecipa mau prognóstico. É necessário um programa de diagnóstico precoce, assim como avaliar se o exame clínico e a ecografia podem ser úteis nesse contexto. Importa caracterizar os subtipos moleculares predominantes uma vez que este perfil poderá condicionar a terapêutica. PO.M218 - CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS RECIDIVANTE – UM CASO CLÍNICO Catarina Abreu(1);Ana Lúcia Costa, Ana Rita Sousa, António Quintela, Luís Costa(2) (1) Hospital Santa Maria, Lisboa (2) CHLN - Hospital santa Maria INTRODUÇÃO O Carcinoma de Células Renais (CCR) corresponde a 2% do total de Tumores Malignos, com maior incidência entre os 60-70 anos e com predomínio no sexo Masculino (1,5 x vezes mais frequente que no sexo Feminino). OBJECTIVOS Apresentação de Caso Clínico sobre Carcinoma de Células Renais de longa duração. MATERIAL E MÉTODOS Descrição de um Caso Clínico. RESULTADOS; DISCUSSÃO Sexo masculino, 42 anos, com história de emagrecimento progressivo com 3 anos de evolução (9 % do peso corporal total). Realizou Ecografia Renal que revelou nódulo do rim esquerdo, tendo sido submetido a nefrectomia esquerda radical (Março de 2001). O exame anatomo-patológico revelou CCR, Grau nuclear 1 (Fuhrman), pT2apNxpMx (Estadio II). Manteve vigilância e três anos depois observa-se nódulo de 3,5 cm no pulmão esquerdo. Realiza lobectomia inferior esquerda (Abril de 2004), cujo exame anatomo-patológico revelou metástase pulmonar de CCR. Em Setembro, com aparecimento de lesão temporal direita. O exame anatomo-patológico da metastasectomia confirma tratar-se de metástase de CCR. Em Novembro do mesmo ano (2004) aparecimento de nódulo no pulmão direito. Foi ressecado e o exame histológico revelou metástase de CCR. Em Março de 2007 identificação e ressecção de adenopatias mediastínicas e a anatomo-patológica revelou metastização por CCR. Em Julho de 2010, identificação de adenopatias mediastínicas, foram excisadas identificando-se novamente metástase de CCR. Desde então mantém-se em vigilância, sem evidência de recidiva. CONCLUSÕES O Carcinoma de Células Renais tem vários factores que podem influenciar o prognóstico. No Estadio IV, dependendo de outro factores que influenciam o prognóstico, a sobrevivência média global é de cerca de 16 a 24 meses. Na doença recorrente, a metastasectomia está relacionada com sobrevivência aos 5 anos de 13-50%. Este caso representa um exemplo de sobrevivência prolongada (9 anos de doença redivante) e da importância da cirurgia na ressecção de metástases. PO.M219 - QUALIDADE DE VIDA PÓS-TRATAMENTO NOS DOENTES COM TUMORES DA LARINGE EM ESTADIOS AVANÇADOS Filipa Oliveira(1);PEDRO MACHADO SOUSA(2);PEDRO GONÇALVES HENRIQUES(2);PEDRO ALBERTO ESCADA(2) (1) Hospital Egas Moniz (2) Centro hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz O tratamento dos tumores da laringe em estadios avançados tem-se modificado ao longo dos anos, existindo atualmente diversas opções terapêuticas, em que a cirurgia, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT), são combinados de diversas formas com o objectivo de melhorar o controlo local da doença, diminuir a morbilidade e aumentar a sobrevida. Seguindo a tendência das diversas áreas da medicina que lidam com doenças neoplásicas há um crescente interesse na qualidade de vida como factor a ter em consideração na escolha do tratamento. O objectivo deste trabalho é avaliar a qualidade de vida dos doentes submetidos a três grupos terapêuticos (laringectomia total[LT]; laringectomia total com radioterapia [LRT] e quimioradioterapia [QTRT]) e determinar quais as principais queixas dos nossos doentes, comparando a nossa realidade com a de estudos disponíveis na literatura internacional. Nos últimos 4 anos (2009 a 2012) foram tratados no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz 42 doentes com neoplasias da laringe em estádios III e IV. Para a avaliação dos resultados de qualidade de vida destes doentes realizámos um estudo retrospectivo baseado no inquérito “University of Washington Quality of Life Questionnaire”. Na avaliação o grupo submetido a laringectomia total (com ou sem radioterapia) referiu a dificuldade na comunicação e secreções como os principais factores condicionantes da qualidade de vida. No grupo submetido a tratamento neoadjuvante a maior alteração foi a perda de peso e astenia, com repercussão na aparência física e actividade diária. A avaliação da percepção de saúde do ponto de vista do doente, através de questionários como o utilizado neste estudo, permite-nos avaliar de forma mais objectiva a qualidade de vida dos mesmos. Além disso, permite-nos escolher uma terapêutica que vise não só a melhoria da sobrevida, garantido uma melhor qualidade de vida e uma maior satisfação do doente com tumor da laringe. PO.M220 - REALIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE RETALHOS LIVRES NA RECONSTRUÇÃO DE DEFEITOS CIRÚRGICOS EM TUMORES DA OROFARINGE E CAVIDADE ORAL Filipa Oliveira(1);PEDRO MACHADO SOUSA(2);PEDRO GONÇALVES HENRIQUES(2);PEDRO ESCADA(2) (1) Hospital Egas Moniz (2) Centro hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz Nos últimos 4 anos, no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz foram tratados cirurgicamente 5 doentes com neoplasias da cavidade oral/orofaringe com utilização de retalhos livres microvascularizados na reconstrução dos defeitos cirúrgicos. Foram realizados 5 retalhos: 3 antebraquiais, 1 de músculo recto abdominal transverso (TRAM) e 1 ântero-lateral da coxa (ALT). O objectivo deste trabalho consistiu na avaliação retrospectiva destes doentes, tendo em conta diversos parâmetros: o tipo de retalho livre utilizado em cada caso; a evolução no pós-operatório imediato e tardio; a funcionalidade do retalho e a qualidade vida do doente, através da capacidade de articulação de palavras, capacidade de deglutição e grau de alteração física. A viabilidade dos retalhos no pós-operatório, bem como os resultados funcionais dos mesmos foi total no pós-operatório imediato, com excepção de um dos retalhos antebraquiais. Na avaliação ao 3º mês foi verificada uma boa qualidade de vida, avaliada através do questionário da “University of Washington Quality of Life Questionnaire”. Apesar da dificuldade técnica na execução de retalhos microvascularizados na reconstrução de defeitos cirúrgicos oncológicos, este tipo de tratamento permite uma reconstrução eficaz num único tempo operatório. A escolha do tipo de retalho a utilizar depende da localização do defeito cirúrgico e da dimensão do mesmo. Para além disso, os resultados obtidos e a taxa de sucesso cirúrgico são extremamente elevados quando executados por uma equipa habilitada e experiente. PO.M221 - Oxigenoterapia hiperbárica na osteoradionecrose da mandíbula Diogo Costa(1);João Mouta(2);Patricia Winckler(3);Isabel Sargento(3);Margarida Ferreira(3);Francisco Guerreiro(3);António Moreira(3) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (2) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (3) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO: A osteoradionecrose da mandíbula (ORNM) é uma complicação da radioterapia (RT) da cabeça/pescoço, com incidência de 5-15%. Define-se como osso irradiado exposto não-cicatrizante com 2-3 meses de evolução, sem recidiva tumoral. Vários factores de risco são conhecidos. A apresentação clínica é variável. O tratamento é multimodal, conservador no estadio precoce, com ressecção cirúrgica nos estadios avançados. A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) poderá constituir-se como uma abordagem complementar. OBJECTIVOS: Rever a literatura publicada sobre OHB na abordagem da ORNM, com vista ao desenho de um estudo prospectivo. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa no motor de busca PubMed utilizando os termos “hyperbaric oxygen”, “osteoradionecrosis”, “jaw”. Os abstracts foram manualmente revistos, tendo sido seleccionados um total de 45 publicações. RESULTADOS: A OHB, proporcionando aumento da disponibilidade de oxigénio nos tecidos, tem utilidade na ORNM cuja fisiopatologia passa por fenómenos de hipovascularização/hipóxia/hipocelularidade - recomendação I/nível de evidência B pela European Committee for Hyperbaric Medicine. Uma metanálise (n=371) e um estudo prospectivo recentes (n=43) demonstraram taxas de resposta clínica favoráveis de 83.6% e 94%, respectivamente. Outro estudo prospectivo (n=68), comparando OHB/placebo (100% versus 9% oxigénio na mistura gasosa), não evidenciou superioridade a favor da OHB. Os efeitos tóxicos da OHB são raros e geralmente reversíveis (barotrauma/ocular/pulmonar/sistema nervoso central. CONCLUSÕES: Persiste controvérsia em torno da OHB como medida terapêutica da ORNM, no entanto, com resultados globalmente favoráveis. São essenciais estudos prospectivos aleatorizados rigorosos (tamanho da amostra, critérios de inclusão/exclusão e protocolo de OHB definidos) e mais conhecimentos da biologia celular e molecular que expliquem os processos fisiopatológicos. Propomos a realização no IPOLFG (em parceria com o CMSH-HFA) de um estudo prospectivo longitudinal, com a Qualidade de Vida avaliada através do questionário EORTC QLQ-H&N35 como endpoint primário e a toxicidade associada ao tratamento com o OHB como endpoint secundário. PO.M222 - METASTIZAÇÃO CARDÍACA DE TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS DO TIPO NÃO-SEMINOMA Joana Febra(1);Manuel Magalhães(2);Franklim Marques(2) (1) Hospital Geral de Santo António (2) Hospital de Santo António, Porto Os tumores de células germinativas do testículo são as neoplasias sólidas mais frequentes no adulto jovem do sexo masculino. Os seminomas correspondem a 40% dos casos e os não-seminomas (TCGNS) a 60%, sendo este último grupo clinicamente mais agressivo. Os principais locais de metastização dos TCGNS são: pulmão, gânglios retroperitoneais, fígado e gânglios mediastínicos. As metástases cardíacas são raras, com escassos casos descritos na literatura. A presença de metástases viscerais não pulmonares é um fator de prognóstico independente que coloca o doente num grupo de maior risco. A abordagem dos doentes com metástases viscerais não pulmonares de TCGNS inclui quimioterapia com 4 ciclos de bleomicina, etoposídeo e cisplatino (BEP) e ressecção de qualquer alteração radiográfica sugestiva de doença residual, se tecnicamente possível. Descrevemos os casos de 2 doentes do sexo masculino, atualmente com 48 e 36 anos, que em 2008 foram admitidos no serviço de Oncologia por TCGNS com metastização visceral múltipla, incluindo intracardíaca. Um apresentava metástase no ventrículo direito e o outro na aurícula direita. Este último apresentava também trombo extenso da veia cava inferior. Ambos foram submetidos a 4 ciclos de BEP e, por persistência de massa intra-cardíaca, foram submetidos a cirurgia cardíaca com resseção completa das lesões. O exame histológico de um dos doentes revelou apenas tumor necrosado; o exame do outro revelou tumor extensamente necrosado com estruturas epiteliais do tipo embrionário. Este último doente necessitou de quimioterapia de segunda e terceira linhas por subida dos marcadores tumorais e persistência de lesões pulmonares, hepáticas e retroperitoneais. Após normalização dos marcadores tumorais, foi submetido a metastasectomia hepática, pulmonar e retroperitoneal. O exame histológico destas lesões revelou apenas presença de teratoma maduro. Ambos os doentes mantêm vigilância em consulta de Oncologia, assintomáticos e sem evidência de doença. Estes casos demonstram que a metastização cardíaca de TCGNS é potencialmente curável. PO.M223 - Trombocitopenia imune secundária à oxaliplatina, uma complicação rara e idiossincrática Joana Febra(1);Manuel Magalhães(2);Estrela Rocha(2);Franklim Marques(2) (1) Hospital Geral de Santo António (2) Hospital de Santo António, Porto A oxaliplatina é um composto de platina de terceira geração, que inibe a síntese de DNA, globalmente utilizada no cancro colorectal, com bons resultados, sendo também usada noutros tipos de tumores (ovário, mama, fígado e linfoma não-Hodgkin). A trombocitopenia é uma toxicidade frequentemente observada durante o tratamento com oxaliplatina, ocorrendo em qualquer grau até 70% dos pacientes, levando inclusivamente à suspensão da quimioterapia (QT). Embora a mielossupressão seja reconhecida como a principal causa deste evento, existem novos mecanismos explicativos, incluindo sequestro esplénico de plaquetas induzido por danos hepáticos e trombocitopenia imune. Apresenta-se um caso de uma mulher de 56 anos, com carcinoma do cólon sigmóide e carcinomatose peritoneal diagnosticado em Maio/2010. Submetida nessa altura a QT paliativa com FOLFOX x 12 ciclos com resposta parcial. No início de 2011 foi realizada hemicolectomia esquerda, e por persistência de metástases peritoneais iniciou QT de 2ª linha com FOLFIRI x 12 ciclos. Manteve-se em vigilância e assintomática até 2012. Por persistência de carcinomatose peritoneal e aparecimento de metástase pulmonar de novo, reiniciou QT com FOLFOX + bevacizumab, com resposta parcial após 3 ciclos. Durante a administração do 6º ciclo, a doente refere aparecimento de dor dorsal súbita, arrepios e gengivorragia espontânea, com contagem de plaquetas de 188.000/uL. Por persistência da hemorragia, repetiu hemograma 4h depois, verificando-se trombocitopenia aguda <10.000 plaquetas/uL. Após exclusão de outras causas (infeção, anemia hemolítica intravascular, púrpura trombocitopénica idiopática, coagulação vascular disseminada), foi assumida trombocitopenia imune à oxaliplatina, apesar de não terem sido pesquisados anticorpos anti-plaquetários. Registou-se excelente resposta clínica à corticoterapia e suspensão do fármaco, com normalização do valor das plaquetas aos 10 dias. Uma melhoria no reconhecimento dos mecanismos de trombocitopenia relacionada com oxaliplatina, permitirá documentar melhor estes casos e ajudar a compreender possíveis fatores de risco associados a esta complicação. PO.M224 - LINFOMA DA MAMA: REVISÃO DE QUATRO CASOS CLÍNICOS Mariana Monteiro Inácio(1);Inês Barbosa(2);Francesca Pierdomenico(3);Susana Carvalho(3);Maria Gomes da Silva(3) (1) Hospital do Espírito Santo de Évora EPE (2) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE (3) IPO Lisboa INTRODUÇÃO Os linfomas primários da mama são entidades raras, correspondendo a menos de 0.5% das neoplasias malignas da mama. Por outro lado, o envolvimento secundário da mama por linfoma não é incomum. A maioria dos pacientes parece apresentar-se clinicamente como tendo um carcinoma da mama, sendo o diagnóstico de linfoma feito por biopsia da lesão. O tratamento pode incluir quimioterapia e/ou radioterapia. OBJECTIVOS o propósito deste trabalho é descrever 4 casos clínicos de pacientes com envolvimento mamário por linfoma. MATERIAL E MÉTODOS Revisão retrospetiva de 4 casos de doentes seguidas no IPO de Lisboa com diagnóstico de linfoma com envolvimento mamário, através da revisão dos respetivos processos clínicos hospitalares. Todos os casos de linfoma foram comprovados através de biópsia histológica. RESULTADOS; DISCUSSÃO Os autores apresentam os casos de 4 mulheres, com idades compreendidas entre os 34 e 79 anos. Em 2 dos casos a apresentação inicial foi uma tumefação mamária, nos outros 2, as lesões suspeitas da mama surgiram ou durante o estadiamento do linfoma ou no seguimento deste. Nenhuma apresentava sintomas B. A mama esquerda foi a envolvida nos 4 casos, sendo que em 2 deles estavam acometidos também os gânglios axilares homolaterais. Histologicamente todos os casos eram linfomas não Hodgkin B (folicular, difuso de grandes células, baixo grau não subclassificável e linfoma de características intermédias entre B difuso e Burkitt). Todos se apresentaram em estadio IV à data do diagnóstico, como linfomas com envolvimento extra-nodal na mama. O tratamento passou por quimioterapia nos dois casos de linfoma de alto grau e vigilância nos outros 2. CONCLUSÕES Os autores realçam a importância do diagnóstico histológico atempado das lesões nodulares da mama. Embora nenhum dos casos apresentados fosse classificado como linfoma primário da mama, o seu diagnóstico foi essencial para que fosse definido um plano terapêutico adequado. PO.M225 - METASTIZAÇÃO INTESTINAL NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE UMA NEOPLASIA: UM CASO CLÍNICO Mónica Sousa(1);Emanuel Gouveia(1);João Mouta(1);Catarina Cardoso(1);Sofia Torres(1);Maria José Passos(1) (1) IPO Lisboa Francisco Gentil, EPE INTRODUÇÃO O cancro continua a ser uma das principais causas de morte em todo o Mundo. Alguns tumores malignos apresentam-se de forma típica, suscitando poucas dúvidas no diagnóstico. Noutros casos mais complexos o mesmo pode não ser verdade, levando a uma marcha diagnóstica mais elaborada. O caso que se descreve pretende mostrar uma forma de apresentação duma neoplasia cada vez mais frequente. CASO CLÍNICO AGR, 46 anos, sexo feminino, fototipo I; fumadora; Diabetes Mellitus tipo II e Dislipidemia. Mãe Carcinoma do Cólon. Internada em Janeiro de 2013 por dor pélvica intensa, anemia, massa pélvica e poliadenopatias intraabdominais, identificadas em TC. Foi efectuada laparotomia exploradora que revelou massa tumoral intestinal/mesentério, com extensão pélvica e perfuração intestinal. Submetida a histerectomia total, anexectomia bilateral e resseção segmentar do íleon com anastomose latero-lateral. Exame histológico compatível com neoplasia maligna pleomórfica, (vimentina +, PS 100 +, HMB45 +), confirmando o diagnóstico de Melanoma. Sem outras metáteses à distância. Referenciada ao nosso Hospital em Fevereiro de 2013. À observação: Fototipo I com lentiginose das áreas expostas, nevus compostos e intra-dérmicos, sem evidência de tumor primitivo. A revisão de lâminas confirmou metastização intestinal de Melanoma Maligno. Realizou PET de estadiamento que foi negativa e TC CE que mostrou lesão única cerebral da cápsula interna à direita com edema discreto. A RM CE confirmou provável metástase hemorrágica única. Aguarda resultado da pesquisa da mutação BRAF. Actualmente assintomática, sob corticoterapia. Aguarda Radiocirurgia. DISCUSSÃO O Melanoma Maligno tem aumentado de incidência e mortalidade, representando cerca de 5% das neoplasias malignas cutâneas. A sua biologia é complexa e não completamente compreendida. Nos estádios avançados, a doença é por vezes agressiva. O envolvimento gastrointestinal e cerebral hemorrágicos, apesar de raro noutras neoplasias, é comum no Melanoma. Não poucas vezes, estas podem ser as apresentações iniciais da doença. PO.M226 - LEUCOENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL SECUNDÁRIA A QUIMIOTERAPIA COM PACLITAXEL E CISPLATINA Joaquim Peres Gago(1);Duarte Salgado(1);Fátima Vaz(1);Mara Rocha(1);António Moreira(1) (1) IPOLFG, E.P.E. INTRODUÇÃO: A leucoencefalopatia posterior reversível (LPR) é um síndrome raro de etiologia heterogénea (hipertensão arterial, eclâmpsia, citotóxicos ou imunossupressores). O edema vasogénico parece ser o aspecto fisiopatológico mais relevante e os achados clínicos (não específicos) e radiológicos são potencialmente reversíveis. A alteração do estado de consciência e da cognição, cefaleia, convulsões e alterações visuais são a apresentação mais comum. O diagnóstico precoce, suspensão da medicação implicada e o tratamento de suporte são importantes para evitar sequelas. OBJECTIVOS: Descrever um caso sugestivo de LPR observado numa doente com carcinoma do colo do útero (CCU) sob quimioterapia com Paclitaxel (P) e Cisplatina (CDDP), e reforçar a importância de considerar esta hipótese diagnóstica nos doentes sob quimioterapia que apresentem alterações neurológicas agudas compatíveis. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do processo clínico. RESULTADOS; DISCUSSÃO: Doente de 51 anos, com CCU estádio IVB, com indicação para quimioterapia. Iniciou tratamento com P e CDDP, tendo realizado 3 ciclos. Catorze dias após o terceiro ciclo, foi observado quadro de confusão, amaurose, incapacidade de nomear objetos. Sem deficits motores periféricos. TAC-CE: lesão cerebral parietoccipital esquerda, cortical e subcortical com enfarte isquémico no território da artéria cerebral posterior e parte da artéria cerebral média. A reavaliação neurológica, repetição da TAC e EEG foram sugestivas de LPR. Sete dias dias do inicio do quadro a doente melhorou da amaurose, continua sem deficits motores mas mantém incapacidade de nomeação, quadro de agitação moderada e confusão, motivo pelo qual ainda não fez RMN. CONCLUSÕES: A LPR é um diagnóstico de exclusão e frequentemente tardio. Apesar de habitualmente reversível, o atraso no diagnóstico e tratamento da LPR pode desencadear sintomas neurológicos persistentes e permitir a progressão para isquemia cerebral, hemorragia e morte. A CDDP é um dos fármacos associados ao desenvolvimento da LPR e o mais provável agente etiológico neste caso. PO.M227 - ANGIOSSARCOMA SECUNDÁRIO DA MAMA - UMA COMPLICAÇÃO TARDIA DA RADIOTERAPIA. Joaquim Peres Gago(1);Ana Sofia Opinião(1);Mafalda Carneiro(1);António Moreira(1) (1) IPOLFG, E.P.E. INTRODUÇÃO: Os angiossarcomas secundários da mama (ASM) são tumores raros e de mau prognóstico. Geralmente surgem em doentes submetidas a cirurgia conservadora e radioterapia, com um período de latência de vários anos. Apresentam-se como lesões cutâneas ou subcutâneas, em localização coincidente com o campo irradiado. Por vezes o diagnóstico é atrasado pela dificuldade em distinguir estas lesões de alterações cutâneas benignas. OBJECTIVOS; MATERIAL E MÉTODOS: Apresentação de um caso de ASM pós-radioterapia e discussão dos aspectos referentes ao diagnóstico, tratamento e prognóstico RESULTADOS: GLM, sexo feminino, 77 anos. Diagnóstico de carcinoma ductal invasivo da mama esquerda em 1984, tendo sido submetida a cirurgia conservadora e RT adjuvante (50 Gy e boost sobre a cicatriz e leito tumoral com feixe de electrões -15 Gy). Manteve vigilância na instituição onde foi tratada até 2004, sem linfedema. Em Julho de 2011 foi novamente referenciada, apresentando lesão cutânea violácea, hemorrágica, envolvendo a mama esquerda e parte da parede torácica lateral. Foi realizada biópsia por agulha, com diagnóstico de angiossarcoma de alto grau de malignidade. Os exames de estadiamento evidenciaram doença óssea oligometastática. Iniciou quimioterapia com paclitaxel semanal em Outubro de 2011, observando-se regressão das lesões e hemostase. Manteve quimioterapia até Dezembro de 2012, quando foi documentada progressão das lesões cutâneas, com características hemorrágicas. Realizou radioterapia hemostática e iniciou etoposido oral em Janeiro de 2013, que ainda mantém. DISCUSSÃO; CONCLUSÕES: O aumento de cirurgias conservadoras e radioterapia adjuvante nos doentes com cancro de mama poderá vir a aumentar a incidência de ASM. A doença localizada, quando um tratamento cirúrgico adequado é exequível, associa-se a um melhor prognóstico, pelo que é essencial um elevado grau de suspeição e o diagnóstico precoce. Na doença avançada ou metastática, o paclitaxel deve ser considerado como opção terapêutica de primeira linha. PO.M228 - Sintomas Psiquiátricos e Tumores do Sistema Nervoso Central – - a propósito de um caso clínico Vânia Viveiros(1);Lúcia Monteiro(2) (1) Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa / Instituto Português de Oncologia de Lisboa (2) instituto portugues de oncologia lisboa INTRODUÇÃO Os tumores do sistema nervoso central (SNC) apresentam frequentemente sintomas psiquiátricos (>50%), sobretudo os de localização frontal ou límbica (80%); são a manifestação inicial em 18% dos tumores do SNC. As metástases são a forma mais comum. Devido à sua distribuição difusa pelo parênquima cerebral, têm grande incidência de sintomas psiquiátricos. OBJECTIVOS 1- Revisão das principais manifestações psiquiátricas secundárias a tumores do SNC, sistematizando a psicopatologia de acordo com a localização tumoral para melhor compreensão dos mecanismos etiopatogénicos . 2- Apresentação de um caso clínico onde um quadro psiquiátrico grave, secundário a metástases cerebrais, foi a forma de apresentação inicial de um tumor primário do pulmão. MATERIAL E MÉTODOS 1- Pesquisa da literatura através da PubMed (Jan 1970 a Out 2010); palavras-chave: tumor cerebral, sintomas psiquiátricos, associação, manifestação. 2 – Consulta do processo clínico, SAM e exames complementares de diagnóstico (ECD). RESULTADOS; DISCUSSÃO Não parece haver correlação entre sintomas psicopatológicos específicos e a localização ou histologia do tumor. Os sintomas afectivos são, frequentemente, a forma inicial de apresentação de tumores cerebrais. A anorexia, não associada a alteração da imagem corporal, é um sintoma frequente nos tumores hipotalâmicos. Neste caso clínico, a doente apresenta um quadro confusional subagudo cuja sintomatologia é decorrente da localização das metástases cerebrais. CONCLUSÕES Os sintomas ou doenças psiquiátricas são muitas vezes a forma de apresentação inicial dos tumores do SNC. Tanto as equipas de cuidados primários, como as de saúde mental, devem estar alerta para esta associação frequente. O diagnóstico e tratamento em fase precoce são determinantes para a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes com tumores do SNC. Os ECD (TAC-CE; RMN) devem ser considerados obrigatórios na investigação diagnóstica inicial de quadros afectivos ou psicóticos de novo, sobretudo se associados a sintomas atípicos, sem compreensibilidade contextual e/ou refractários à terapêutica psicofarmacológica. PO.M229 - CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS: CARACTERISTICAMENTE IMPREVISÍVEL AUGUSTO, J.(1);INACIO, M.(2);SANTOS, J.(2);DINIS, R.(2);TIMOTEO, T.(2);BARROSO, S.(2) (1) Hospital Espirito Santo de Évora, EPE (2) Serviço de Oncologia, HESE INTRODUÇÃO O Carcinoma de Células Renais é conhecido pelo seu potencial metastático diversificado, com intervalo variável entre a nefrectomia e aparecimento de metástases. Clínica e imagiologicamente a metástase é indistinguível dum tumor primário com origem no órgão metastizado. A biópsia é decisiva no diagnóstico e estadiamento. O tipo histológico de células claras (CCCR) é o mais frequente – 80%. OBJECTIVOS, MATERIAL E MÉTODOS Apresentação de 4 casos clínicos de CCCR que ilustram a imprevisibilidade dos locais e tempo até à metastização. RESULTADOS; DISCUSSÃO 1: Homem, nefrectomizado à esquerda por CCCR (2000-54 anos). Em 2010: massa na região parotídea esquerda; imagiologicamente: Lesão Ocupando Espaço (LOE) na glândula parótida esquerda. Restante estadiamento negativo. Submetido a parotidectomia esquerda; Exame Histológico (EH): metástase de CCCR. Seguiu-se Radioterapia da loca parotídea. Em 2011: metastização pulmonar. Iniciou Inibidor da Tirosina Cinase (TKI), com resposta parcial. 2: Homem, nefrectomizado à esquerda por CCCR (2007-50 anos). Em 2012: quadro de colestase; imagiologicamente: LOE da cabeça do pâncreas com dilatação das vias biliares.Restante estadiamento negativo. Submetido a Gastroduodeno- pancreatectomia; EH: infiltração por CCCR. Iniciou TKI. 3: Mulher, nefrectomizada à direita por CCCR (2012-73 anos). Em 2012, mamografia de rastreio: LOE suspeita na mama esquerda; EH: metástase de CCCR. Restante estadiamento negativo. Submetida a tumorectomia; EH: metástase de CCCR. Iniciou TKI. 4: Homem, quadro de cefaleias e diminuição da acuidade visual (2011-63 anos); imagiologicamente: LOE expansiva das fossas nasais, deformação do seio maxilar direito e orbitas, compressão dos nervos opticos. Submetido a excisão cirúrgica; EH: metástase de CCR. Restante estadiamento negativo. Submetido a nefrectomia esquerda; EH: CCCR. Sob inibidor mTOR, com doença estável. CONCLUSÕES O CCCR é muito heterogéneo no seu comportamento biológico, apresentação, evolução e padrão de metastização. O reconhecimento destas características permite manter um elevado grau de suspeição em relação a novos achados clínicos, justificando um seguimento prolongado, levando ao diagnóstico correto e terapêutica adequada. PO.M230 - Bisfosfonatos numa Unidade de Cuidados Paliativos: Devemos tratar todos os doentes? Pedro Barata(1);Alberto Alonso-Babarro(2);Yolanda Vilches(3);Leyre Diez(1);Teresa Perez(1);Isabel de la Torre(1);Maria Paula Custódio(1);Lurdes Batarda(1) (1) centro hospitalar lisboa central (2) Hospital Universitário La Paz (3) HOSPITAL LA PAZ INTRODUÇÃO As complicações decorrentes da metastização óssea (M-osso), designados eventos adversos do osso (EAO), são uma das causas mais importantes de morbilidade em doentes com cancro avançado. Os agentes modificadores do osso, que incluem os bifosfonatos (BF), são o tratamento principal para diminuir a frequência e atrasar o seu aparecimento. OBJECTIVOS Os objectivos deste estudo são: estudar a frequência de EAO em doentes tratados com bifosfonatos numa Unidade de Cuidados (UCP); avaliar a relação entre o tratamento com BP e os subgrupos de doentes baseados no prognóstico. MATERIAL E MÉTODOS Revemos os dados de 51 doentes tratados com BF no período de 2008-2013. Excluímos os doentes sem metastização óssea. Foram considerados EAO: dor óssea com necessidade de radioterapia, fractura patológica, compressão medular e cirurgia óssea. O prognóstico esperado foi calculado com o instrumento Palliative Prognostic Score (PaP score) aquando do 1º tratamento com BF na UCP. A sobrevivência global (SG) foi definida como o intervalo de tempo entre a 1ªadministração de BF na UCP e a data de morte/último follow-up. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram tratados 44 doentes (61,4% homens), com idade mediana de 69,5 anos e 25% com tumor de próstata. Foi administrado BF pela 1ª vez na UCP em 70% dos casos, na maioria dos casos por dor óssea (61,3%). A SG dos doentes com PaP score A, B e C foi de 54, 32 e 21 dias, respectivamente (p<0,001). Ocorreu um 1º EAO em 59,1% dos doentes, cerca de 3,9 meses após o diagnóstico de M-osso. Os doentes com idade ≥ 75 anos (p=0,02), índice Barthel <40 (p=0,026), e com tumor primitivo de mama/próstata/pulmão tiveram maior incidência de EAO (p=0,03). CONCLUSÕES Parece fazer sentido ajustar o tratamento com BF ao prognóstico, evitando tratar aqueles doentes nos quais o benefício clínico não é claro. Propomos um guia de tratamento dos doentes com M-osso, cuja aplicação deverá ser estudada prospectivamente. PO.M232 - ACETATO DE ABIRATERONA: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO Isabel José Dionísio de Sousa(1);Andreia Chaves(1);Joana Rodrigues(1);sara moreira(1);Gabriela Sousa(1);Pedro Madeira(2);Mariela Marques(1);Helena Gervásio(2) (1) IPO Coimbra (2) IPO-Coimbra INTRODUÇÃO: O cancro da próstata é a neoplasia maligna mais frequente no homem com uma incidência de 78.8/100000 na União Europeia. Durante anos foram poucos os avanços no tratamento do cancro da próstata metastizado resistente à castração (mCRPC), com a exceção do Docetaxel que demonstrou benefício em termos sobrevivência global. O acetato de abiraterona é um inibidor seletivo da CYP17 responsável pela síntese de testosterona. A associação do acetato de abiraterona com prednisolona foi aprovada nos doentes CPMRC após falência de Docetaxel com a publicação dos resultados no estudo COU-AA-301 que mostrou benefício na sobrevivência global (15.8 meses grupo abiraterona vs 11.2 grupo placebo), na sobrevivência livre de progressão bioquímica (8.5 meses grupo abiraterona vs 6.6 grupo placebo) e imagiológica (5,6 meses grupo abiraterona vs 3,6 grupo placebo). MATERIAL E MÉTODOS: Avaliação retrospetiva dos processos clínicos dos doentes com CPMRC tratados com acetato de abiraterona 1 g id associado a prednisolona 10 mg id entre Agosto/2011 e Março/2013. RESULTADOs: Foram avaliados 9 doentes com média de idade de 70 anos e ECOG entre 0-1 aquando do início do tratamento com abiraterona. O PSA médio na altura do diagnóstico era de 411 ng/mL (0.74 – 2711) sendo que do total dos doentes, 5 apresentavam Gleason ≤7. 6 doentes apresentavam exclusivamente metastização óssea. 4 doentes realizaram mais de 1 linha de quimioterapia (QT) prévia ao tratamento com acetato de abiraterona. 8 doentes realizaram previamente radioterapia (RT) a título antálgico e todos se encontravam em tratamento com bifosfonatos. 5 doentes apresentaram resposta clínica e bioquímica verificando-se progressão de doença em 3 doentes. 5 doentes realizaram > 7 meses de acetato de abiraterona (8-16 meses) sendo que 3 doentes continuam sob tratamento. CONCLUSÕES: Neste grupo de doentes, o acetato de abiraterona demonstrou benefício clínico em concordância com a literatura atual. Atendendo ao número da amostra não podemos retirar conclusões definitivas sendo necessários mais estudos para se identificar os fatores preditores de resposta à abiraterona. PO.M233 - METASTIZAÇÃO CEREBRAL NO CANCRO DA MAMA HUMAN EPIDERMAL GROWTH FACTOR RECEPTOR-TYPE 2 POSITIVO: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO Isabel José Dionísio de Sousa(1);Domingos Rodas (1);Joana Rodrigues(1);Andreia Chaves(1);Ana Pais(2);Helena Gervásio(2) (1) IPO Coimbra (2) IPO-Coimbra INTRODUÇÃO: A ocorrência de metastização cerebral em doentes com cancro da mama metastizado tem vindo a aumentar nos últimos anos provavelmente devido ao aumento da esperança média de vida e pelo desenvolvimento das técnicas de diagnóstico e tratamento. O HER2 (Human Epidermal growth factor Receptor-type 2) apresenta um papel importante no crescimento celular e a sua amplificação resulta em formas mais agressivas de cancro da mama. Contudo, a introdução do trastuzumab, anticorpo monoclonal dirigido ao HER2, melhorou o mau prognóstico desta subpopulação de doentes. A metastização cerebral ocorre em 30-50% dos doentes com cancro mama HER2 positivo metastizado. Investigadores têm especulado se o tratamento com o trastuzumab estará associado com um aumento do risco de metastização cerebral. OBJECTIVOS: Descrever a experiência do Serviço Oncologia Médica do IPO Coimbra com doentes portadores de cancro mama HER2 positivo que apresentaram metastização cerebral MATERIAL E MÉTODOS: Avaliação retrospetiva dos processos clínicos dos doentes com cancro da mama HER2 positivo com metastização cerebral a realizar tratamento com trastuzumab entre Janeiro/2009 a Dezembro/2012. RESULTADOS: Foram incluídas 14 doentes, do sexo feminino, com média de idade de 49 anos e ECOG entre 0-1 na altura do diagnóstico. A maioria dos tumores foram classificados como ductais invasivos (64%) e apresentavam grau II de diferenciação e receptores hormonais negativos (86%). O Ki67 foi > 14% em cerca de 50% das doentes tendo a maioria os marcadores tumorais aumentados na altura diagnóstico (93%) e citologia axilar positiva (79%). 57% dos tumores foram classificados em estadio III (localmente avançados) e 21% em estadio IV inicial (nenhum deles com metastização cerebral na altura diagnóstico). Cerca de 50% das doentes apresentaram progressão da doença com metastização cerebral sob tratamento com trastuzumab. CONCLUSÕES: A etiologia da metastização cerebral é multifactorial sendo necessário mais estudos para permitir individualizar e quantificar o contributo de cada um dos factores predisponentes. PO.M235 - Experiência do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE, com Sunitinib no tratamento do carcinoma de células renais metastizado (CCRm) Bruno Gonçalves(1);Andreia Chaves(2);Gabriela Sousa(2);Pedro Madeira(1);Mónica Mariano(3);Helena Gervásio(1) (1) IPO-Coimbra (2) IPO Coimbra (3) IPO - Coimbra INTRODUÇÃO O Carcinoma de células renais (CCR) é responsável por 2% a 3% de todos os tumores malignos, verificando-se nestes últimos anos um aumento progressivo da sua incidência. O tratamento do CCR mudou drasticamente nos últimos anos, sendo que, o Sunitinib, um inibidor da tirosina quinase (TKI), representa actualmente o estado da arte na primeira linha de bom e intermédio prognóstico do CCRm. OBJECTIVOS Caracterizar uma amostra dos doentes do IPO de Coimbra com CCRm, avaliar a resposta ao tratamento, a análise da sobrevivência e a ocorrência de toxicidades. MATERIAL E MÉTODOS Incluídos 15 doentes, diagnosticados com CCRm, tratados Sunitinib oral 50mg/dia durante ciclos de 4semanas, entre 01 de Agosto de 2008 e 31 de Maio 2012 no IPOCFG. Consulta retrospectiva de processos clínicos e respectiva análise estatística (Microsoft Office Excel 2010 e SPSS versão 20). RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram incluídos 15 doentes, dos quais 66,7% do sexo masculino, com uma média de idades 70 anos [5884]. Todos apresentavam histologia de carcinoma renal de células claras. 73,3% foram submetidos a nefrectomia radical, 20% nefrectomia parcial e em 6,7% não foi efectuado tratamento cirúrgico. O principal local de metastização foi o pulmão 66,7%. Relativamente à toxicidade G3/G4, salienta-se toxicidade hepática, mucosite e trombocitopenia em 13,3%, síndrome palmo-plantar em 6,67%. A realçar também, ocorrência de Hipertensão Arterial em 26,7% e Hipotiroidismo em 20% dos doentes. Obteve-se resposta completa em 20% dos doentes, resposta parcial em 40%, estabilização da doença em 13.3% e progressão 26,7%. Verificou-se uma sobrevivência livre de progressão (PFS) mediana de 10,5 meses e uma sobrevivência global (SG) mediana de 34,4 meses. CONCLUSÕES Os resultados obtidos confirmam o aumento da PFS e da SG com a utilização do Sunitinib. Esta terapêutica apresenta toxicidade relevante, pelo que, os doentes necessitam de uma vigilância apertada e com monitorização permanente. PO.M236 - RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA FRACCIONADA NA RECIDIVA DE CARCINOMA DA NASOFARINGE – CASO CLÍNICO António Loureiro Silva(1);Sara Gonçalves(2);Leila Khouri(2) (1) Serviço de Radioterapia CHUC-HUC (2) IPOCFG EPE INTRODUÇÃO Controlo loco-regional e sobrevivência dos doentes com carcinoma da nasofaringe têm aumentado significativamente. No entanto a recidiva local é descrita em 25-30% dos doentes, estando estreitamente relacionada com estadios avançados. Re-irradiação com intenção curativa é tratamento de escolha para muitos doentes, constituindo um desafio, já que implica administração de radiação a estruturas radiossensiveis, previamente irradiadas com doses próximas dos seus limites de tolerância. OBJECTIVO Radioterapia Estereotáxica Fraccionada (SFRT) no tratamento da recidiva de carcinoma da nasofaringe. MATERIAL E MÉTODOS Doente do sexo masculino, portador de carcinoma indiferenciado da nasofaringe diagnosticado em Agosto/2009, cT4N3bM0, que realizou quimioterapia de indução (PF) seguido de radioquimioterapia concomitantes com cisplatina, tendo efectuado dose total de RT IMRT de 69,96Gy/33fracções/6,5semanas sobre PTV-T (tumor e adenopatias) e 59,4Gy/33fr sobre PTV-N (regiões ganglionares cervicais de interesse) concluindo tratamento Dezembro/2009. Foi submetido a linfadenectomia cervical bilateral, prosseguindo tratamento citostático até Outubro/2010 por persistência de doença ganglionar. RM avaliação (Fevereiro/2011) sem evidência de lesões suspeitas. RM controlo (Julho/2012) revela massa tumoral nasofaringea e peri-orbitária, cuja biopsia confirmou recidiva de carcinoma da nasofaringe. A lesão foi considerada irressecável, sendo proposto para reirradiação. Foi submetido a SFRT com IMRT cumprindo uma dose total de 70Gy/35fr/7sem sobre PTV-T (tumor+margem), em Oncor MMLC (Siemens®), com fotões de 6MV. RESULTADOS Tratamento decorreu sem intercorrências. TC 6 semanas após RT, mostrou diminuição tumoral com menor realce imagiológico. Actualmente encontra-se em fase de reavaliação imagiológica com RM. CONCLUSÕES SFRT é uma opção terapêutica válida no tratamento da recidiva de carcinoma da nasofaringe, devendo ser considerada na expectativa de um elevado controlo local e minimização de complicações. A casuística do nosso serviço apresenta resultados semelhantes aos encontrados na literatura, com doentes em follow-up de três anos, sem evidência de doença imagiológica activa. PO.M239 - QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: EXPERIÊNCIA DO CENTRO HOSPITALAR DE S. JOÃO Andreia Freire Coelho(1);Sara Meireles(2);Isabel Pimentel(3);Lúcia Águas(2);Cláudia Caeiro(2);Margarida Damasceno(2) (1) Centro Hospital de S. João, Porto (2) Centro Hospitalar S. João-Porto (3) Centro Hospitalar de São João, Porto INTRODUÇÃO O adenocarcinoma gástrico constitui uma das principais causas de morte por cancro. Cerca de 50-90% dos doentes submetidos a cirurgia potencialmente curativa morrem de recidiva. Assim, foram desenvolvidas várias modalidades terapêuticas complementares à cirurgia, sendo de destacar a quimioterapia adjuvante (QT-A). Apesar do impacto destas terapêuticas na sobrevivência se encontrar demonstrado em diversos estudos, não existe ainda um consenso quanto ao melhor regime a utilizar. OBJECTIVOS Avaliação clinico-patológica dos doentes com adenocarcinoma gástrico, submetidos a QT-A na nossa instituição. MATERIAL E MÉTODOS Análise retrospectiva de dados clínicos dos doentes com adenocarcinoma gástrico, submetidos a QT-A entre Janeiro de 2010-Junho de 2012. RESULTADOS; DISCUSSÃO Trinta e três doentes efectuaram QT-A com uma média de idades de 67 anos (44;77, sendo 76% do sexo masculino. Destes, 58% apresentavam-se em estádio III, 33% em estádio II e 9% em estádio I (Ib). Os esquemas mais utilizados foram cisplatino com capecitabina (XP: 48%) e cisplatino com 5-FU (CF: 24%). Dez doentes (30%) não completaram o esquema de QT inicial, tendo sido a toxicidade associada à QT a causa mais frequente de suspensão (70%). A mediana de follow-up foi de 15 meses e a de recidiva de 11 meses. Aos 12 meses, a sobrevivência livre de doença (SLD) foi de 55.6% e a sobrevivência global (SG) de 75.3%. A taxa de recidiva situou-se nos 36%, sendo a carcinomatose peritoneal a forma mais frequente (25%). Relativamente aos esquemas de QT-A mais frequentemente utilizados (XP e CF), não se verificou diferença estatisticamente significativa na SLD e SG (p>0.05). CONCLUSÕES A QT-A parece constituir uma opção terapêutica válida no tratamento do adenocarcinoma gástrico. De acordo com os resultados, a utilização de esquema XP ou CF não apresenta diferença estatisticamente significativa quanto à SLD e SG, devendo ser escolhido de acordo com a experiência clínica e características do doente. PO.M240 - PERFIL DE TOXICIDADE DO ACETATO ABIRATERONA: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO Andreia Chaves(1);Isabel Sousa(1);Joana Rodrigues(1);sara moreira(1);Gabriela Sousa(1);Pedro Madeira(1);Mariela Marques(1);Helena Gervásio(2) (1) IPO Coimbra (2) IPO-Coimbra Introdução: O cancro da próstata é a neoplasia maligna mais frequente no homem com uma incidência de 78.8/100000 na União Europeia. Nem sempre os avanços no tratamento do carcinoma da próstata metastizado corresponderam aos objetivos desejados. O acetato de abiraterona é um inibidor seletivo da CYP17 responsável pela síntese de testosterona. A associação do acetato de abiraterona com prednisolona foi aprovada nos doentes mCRPC após falência de Docetaxel com a publicação dos resultados no estudo COU-AA-301 que mostrou benefício na sobrevivência global e sobrevivência livre de progressão. Apesar do reconhecido perfil de segurança do acetato de abiraterona, os efeitos secundários clinicamente mais relevantes foram a hipocaliémia, hipertensão, alterações cardíacas e toxicidade hepática. Métodos: Avaliação retrospetiva dos processos clínicos dos doentes com mCRPC ratados com acetato de abiraterona 1 g id associado a prednisolona 10 mg id entre Agosto de 2011 e Março 2013. Resultados: Foram avaliados 9 doentes com média de idade de 70 anos e ECOG entre 0-1 aquando do início do tratamento com abiraterona. 6 doentes apresentavam exclusivamente metastização óssea. Mais de 40% dos doentes realizaram mais que uma 1 linha de quimioterapia (QT) prévia ao tratamento. 5 doentes realizaram > 7 meses de acetato de abiraterona sendo que 3 doentes continuam sob tratamento. Não se observaram toxicidades grau III ou IV, nomeadamente toxicidade hepática, alterações cardíacas ou hipocaliémia. Um doente desenvolveu trombocitopenia grau II e 2 anemia grau II. 2 doentes apresentaram trombocitopenia grau I e 1 anemia grau I. Nenhum dos doentes desta amostra suspendeu o tratamento por toxicidade nem houve necessidade de redução de dose. Conclusão: Nestes doentes, a utilização de acetato de abiraterona pareceu mostrar bom perfil de toxicidade em concordância com a literatura disponível. Contudo, é necessário manter adequada monitorização destes doentes, sobretudo nos primeiros 3 meses, para que os efeitos secundários sejam detetados e manuseados precocemente. PO.M241 - DOR ONCOLÓGICA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Andreia Freire Coelho(1);Isabel Pimentel(2);Andreia Costa(3);Cláudia Caeiro(3);Margarida Damasceno(3) (1) Centro Hospital de S. João, Porto (2) Centro Hospitalar de São João, Porto (3) Centro Hospitalar S. João-Porto INTRODUÇÃO A dor é uma entidade frequente na doença oncológica, estimando-se que 50% dos doentes experiencie dor severa no decurso da doença. Constitui um sintoma multidimensional complexo que afecta a qualidade de vida do doente, com repercussões a nível físico, psicológico, emocional e social. A abordagem e terapêutica correctas são fundamentais para o alívio da dor oncológica. OBJECTIVOS Apresentação de um caso de dor oncológica, enfatizando a abordagem terapêutica. MATERIAL E MÉTODOS Revisão do processo clínico RESULTADOS; DISCUSSÃO Homem, 50 anos, com antecedentes de síndroma de Lynch submetido a colectomia profilática. Diagnóstico em Novembro de 2010 de tumor maligno da bainha de nervo periférico, grau IV, a nível de L4, no contexto de lombalgia com irradiação ao membro inferior esquerdo de características mistas e disfunção de esfíncteres. Submetido a exérese que, associada a pregabalina 600 mg/dia, buprenorfina 35µg/h e morfina oral 10 mg em SOS, conduziram a melhoria sintomática. Verificada recidiva precoce com necessidade de reintervenção e radioterapia, seguida de progressão com realização de terceira cirurgia e início de quimioterapia paliativa. Deterioração funcional concomitante por paraparésia e agravamento do quadro álgico (VAS 9-10), com necessidade de ajuste crescente de analgesia. Colocação de drug infusion baloon em Junho de 2012 com aumento de dose até 840 mg morfina IV/dia associado a midazolam e quetamina, sem alívio da dor. Internado em Janeiro de 2013 para controlo de dor com colocação de bomba de perfusão intratecal contínua de morfina com ajuste gradual até 1720 mg/dia. Esta intervenção, associada a acompanhamento psicológico e reabilitação física, permitiram um adequado controlo da dor. CONCLUSÕES Este caso ilustra a complexidade da dor oncológica, a qual representa um desafio na prática clínica. O êxito deste caso residiu na abordagem multidisciplinar da dor e utilização sequencial das várias modalidades terapêuticas disponíveis, como o uso de dispositivo intratecal, mais frequentemente usado em doentes não oncológicos. PO.M242 - Carcinoma Lobular Invasivo (CLI): Caracterização Epidemiológica e Clínica Jaime Santos(1);Francisco Trinca(2);Joana Augusto(2);Mariana Inácio(2);Teresa Timóteo(2);Sérgio Barroso(2) (1) Hospital Espírito Santo de Évora (2) HESE Introdução: O cancro da mama invasivo é uma patologia heterogénea, biológica e clinicamente. O CLI é o segundo mais frequente (carcinoma ductal invasivo (CDI) com 80%) com 5 a 15 % dos casos. Os vários subtipos histológicos apresentam diferentes prognósticos sendo o clássico o melhor. O CLI tende a ocorrer mais tardiamente, media de 64 anos, com 17 a 20% antes dos 50 anos. Em 1/3 dos casos é bilateral, a sua evolução tende a ser mais lenta e a metastizar mais tardiamente. O osso é o local mais frequente, o útero, ovário peritoneu e estômago são também locais comuns de metastização. Evidência mostra que o CLI é uma entidade própria em termos genéticos, moleculares e clínicos. Objectivos: Caracterizar a população de doentes com CLI. Material e Métodos: Avaliação retrospetiva de CLI, seguidos na nossa Instituição, entre Janeiro 2007 e Agosto 2012. Dados recolhidos dos processos clínicos. Resultados: Identificadas 24 doentes, mediana de 62 anos, follow-up mediano de 24 meses; três com os receptores positivos, uma doente “triple negative” e restantes com receptores hormonais positivos e HER2 negativo; CA15.3 e CEA elevados em três doentes; Ki67 sempre < 20%; Doentes 24% estádio I; 38% estádio II; 29% estádio III, 9% estádio IV. Destas, 2 com carcinomatose peritoneal. 6 doentes fizeram quimioterapia (QT) pré-operatória, 3 com resposta parcial, 0 respostas patológicas completas (RPC); tratamento foi baseado em antraciclina, ciclofosfamida, taxanos, e hormonoterapia. A cirurgia mais frequente foi tumorectomia com gânglio sentinela; Uma doente faleceu durante o período de diagnóstico com metastização peritoneal e óssea; outra com metastização peritoneal, hepática, óssea e cutânea, após varias linhas de tratamento, com sobrevida global de 19 meses. Conclusão: O CLI é uma doença pouco frequente, com características biológicas próprias. Os nossos dados necessitam de maior seguimento, mas estão em linha com a literatura. PO.M243 - TRASTUZUMAB NOS TUMORES INFLAMATÓRIOS: A PROPÓSITO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Andreia Chaves(1);Joana Rodrigues(1);Isabel Sousa(1);Teresa Carvalho(1);Ana Pais(2);Mariela Marques(1);Sofia Broco(1);Gabriela Sousa(1);António Pego(1);Isabel Pazos(2);Pedro Madeira(1);Helena Gervásio(2) (1) IPO Coimbra (2) IPO-Coimbra O carcinoma inflamatório corresponde a cerca de 1 a 6% dos tumores da mama. É uma entidade clínica agressiva, caracterizando-se por uma incidência de recidiva local e disseminação à distância superiores à das outras entidades malignas da mama. A sua abordagem terapêutica nem sempre foi a mesma, adoptando-se progressivamente estratégias terapêuticas inovadoras tendencialmente multimodais, na tentativa de alterar o rumo desta patologia de prognóstico tão desfavorável. Apresentam-se dois casos de duas doentes que, apesar de evoluções diferentes, obtiveram benefício com o trastuzumab. O primeiro caso refere-se a uma doente de 57 anos de idade com carcinoma inflamatório da mama que realizou QT com esquema de densificação de dose, tendo progredido com envolvimento pulmonar. Realizou vinorelbina e trastuzumab a título paliativo mostrando resposta imagiológica completa ao fim de 4 ciclos de tratamento. Foi submetida a mastectomia continuando com anastrazol e trastuzumab. Permanece em hormonoterapia e sem evidência de doença. O segundo caso é o de uma doente de 52 anos de idade que realizou 4 ciclos de docetaxel e epirrubicina e 4 de docetaxel e trastuzumab obtendo melhoria franca dos sinais inflamatórios mas persistência de edema tegumentar. Foi então submetida a RT primária mantendo o trastuzumab. Foi submetida a mastectomia radical modificada tendo-se verificado resposta patológica completa. Manteve trastuzumab a título adjuvante tendo completado um ano de tratamento. Atualmente sob hormonoterapia adjuvante sem evidência de doença. Apesar da evolução reconhecida no tratamento dos carcinomas inflamatórios da mama e do incremento alcançado em termos de sobrevivência, o prognóstico associado a esta condição mantém-se ainda sombrio pelo que as estratégias de abordagem e tratamento são ainda alvo de discussão e investigação futura. PO.M244 - CANCRO DA PRÓSTATA, DESAFIOS NO SEU TRATAMENTO Joana M. C. Rodrigues(1);Sara Pinho Moreira(1);Andreia Chaves(1);Isabel Sousa(1);Gabriela Sousa(1);Helena Gervásio(1) (1) IPO Coimbra INTRODUÇÃO Em Portugal o cancro da próstata é o tumor mais frequente nos homens e corresponde a 13% do total de mortes por causa oncológica. OBJECTIVO Reportar um caso clínico de mRCPR com uma sobrevivência de 5 anos CASO CLÍNICO Os autores apresentam o caso clínico de um homem de 78 anos de idade a quem foi diagnosticado um adenocarcinoma da próstata em Abril de 2000, aos 66 anos de idade. Foi submetido a prostatectomia radical e o exame histopatológico revelou um adenocarcinoma da próstata com um score Gleason de 6 (pT2aNxMx). O doente ficou em vigilância clínica. Em Março de 2003, por recidiva bioquímica, iniciou Anti-androgénio. Dois anos mais tarde, por novo aumento do PSA, mas sem evidência de metastização, foi associado ao anti-androgénio, o análogo LHRH. Contudo, em Fevereiro de 2008, são detectadas duas metástases ósseas, juntamente com nova elevação dos níveis de PSA e aparecimento de dor a nível lombar, pelo que iniciou quimioterapia paliativa com docetaxel, mantendo o análogo LHRH. Completou 10 ciclos de tratamento, atingindo um valor de nadir de PSA de 0.38 ng/mL. Oito meses após o fim do último ciclo, o doente apresentou progressão (radiológica e bioquímica) pelo que re-iniciou docetaxel juntamente com ácido zoledronico. Completou 10 ciclos de quimioterapia até Outubro de 2009. Decorridos 7 meses há nova progressão e o doente é re-tratado pela 3.ª vez com docetaxel (8 ciclos). Em Agosto de 2011, por progressão da doença, iniciou acetato de abiraterona. Manteve este tratamento até Novembro de 2012 com boa resposta clínica, bioquímica e imagiológica e sem toxicidade significativa. CONCLUSÕES Os autores apresentam o caso de um doente com cancro da próstata com uma longa evolução, altamente respondedor, tratado durante 16 meses com acetato de abiraterona após 3 linhas de docetaxel, o que permitiu uma sobrevivência de 5 anos após o diagnóstico de doença metastizada resistente à castração. PO.M245 - Trabectedina em Sarcomas de Tecidos Moles Metastizados - Análise Rectrospectiva Rita Gaspar(1);Jose Casanova(2);Paulo Tavares(2) (1) CHUC (2) HUC-CHUC INTRODUÇÃO Os sarcomas de tecidos moles (STM) constituem um grupo heterogéneo de tumores raros que surgem a partir do tecido conjuntivo, caracterizados por elevada heterogeneidade biológica e morfológica. A trabectedina foi aprovada em 2007 para doentes com STS avançado após insucesso das antraciclinas e ifosfamida, ou doentes a quem não convenha receber estes agentes. OBJECTIVOS Este estudo retrospectivo analisou 33 doentes de STS tratados com trabectedina entre Janeiro de 2009 até Março de 2013 com o objectivo de obter informação epidemiológica básica em doentes com STS, procedimentos de tratamento padrão, e os resultados do tratamento com trabectedina na prática clínica. MATERIAL E MÉTODOS Estudo de coorte retrospectivo de todos os doentes com diagnóstico de STS tratados com trabectedina 1,5 mg/m2, D1, 24 horas de infusão intravenosa contínua, a cada 3 semanas. A toxicidade foi avaliada usando Critérios de Terminologia Comum para eventos adversos (CTCAE). Foram obtidas curvas de sobrevida livre de progressão (PFS) e sobrevida global (com intervalo de confiança de 95%) utilizando o método de Kaplan-Meier. RESULTADOS; DISCUSSÃO A média de idade no início do tratamento com trabectedina foi 55 anos (18-79 anos). Leiomiossarcoma e liposarcoma foram os tumores mais frequentes, 24,2% e 18,2% respectivamente. 0 número médio de ciclos administrados foi de 7,7 (2-18 ciclos). Leucopenia, trombocitopenia (18,2% dos pacientes), astenia (12,2%) e elevação de transaminases hepáticas (9,1% dos pacientes) foram os efeitos adversos mais frequentes. Nove doentes alcançaram uma remissão parcial (PR), e 3 a doença estável (SD). Sobrevida global mediana (IC 95%) era de 6,0 meses (0,8; 36,1), a sobrevida média livre de progressão (PFS) (95% CI) foi 11,48 meses. PFS para todos os pacientes foi de 90,3% em três meses e 79,0% em seis meses. CONCLUSÕES Os nossos resultados indicam que a trabectedina mostra ser eficaz e tolerável como novo tratamento para doentes com STS. PO.M246 - HORMONOTERAPIA NO CANCRO DA MAMA João Cruz(1);Michael Luís(2);Joana Silva(2);Ana Ferreira(2);Susana Sousa(3);Noémia Afonso(3);Rui Ferreira(3);Deolinda Pereira(2);Helena Rodrigues(2) (1) Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro (2) IPO - Porto (3) IPO Porto Introdução: O tratamento oncológico é especialmente difícil no idoso. O objectivo é controlar os sintomas sem compromisso da qualidade de vida. Preconiza-se a radioterapia como tratamento complementar após exérese de lesões cranianas secundárias no cancro da mama. Contudo, cada vez mais o tratamento é individualizado e ajustado ao doente. Apresenta-se o caso clínico de uma doente idosa com carcinoma da mama metastizado cujo tratamento, com terapêuticas de menor toxicidade, foi bem sucedido. Caso clínico: Mulher, 80 anos, com história pessoal de tiroidectomia total por neoplasia da tiróide. Submetida a mastectomia radical modificada direita há dezasseis anos por neoplasia da mama. A histologia evidenciou um carcinoma ductal invasor grau III, receptores hormonais positivos, estádio pT1N2M0. Foi tratada com radioterapia e hormonoterapia adjuvante com tamoxifeno durante cinco anos. Dez anos após o diagnóstico, por tumefação occipital esquerda, fez-se biópsia de tecidos moles cuja citologia evidenciou metástase de carcinoma da mama com positividade para os receptores de estrógeneo e negatividade para a proteína HER2. Cumpriu hormoterapia com letrozol durante nove meses. Por aumento da tumefacção, alterou-se a hormonoterapia para exemestano mantendo doença estável durante dois anos. Após este período, em tomografia computorizada cerebral, constatou-se progressão da lesão com envolvimento ósseo e meníngeo. Foi realizada neurocirurgia com exérese completa da lesão, cujo estudo anatomo-patológico confirmou tratar-se de metástase de carcinoma da mama. Dada a idade da doente, decidiu-se não efectuar radioterapia, iniciando hormonoterapia com fulvestrant que mantém há três anos. Actualmente apresenta-se assintomática, sem evidência de doença. Conclusão: Salienta-se a relevância da hormoterapia no tratamento do cancro da mama hormonossensível. Apresenta-se uma doente com uma lesão secundária extensa, que se manteve estável durante três anos apenas com hormonoterapia. Após excisão da lesão, mesmo sem radioterapia complementar, permanece assintomática sob hormonoterapia com fulvestrant. PO.M247 - TUMOR NEUROENDÓCRINO AGRESSIVO – SUPRARENAL OU PULMÃO? Amanda Paula Nogueira(1);Filipe Vilão(2);Diana Oliveira(2);Patrícia Dias(2);Lina Carvalho(2);Pereira de Moura(2);Lèlita Santos(2);Nascimento Costa(2) (1) IPO Coimbra (2) CHUC INTRODUÇÃO Os tumores neuroendócrinos são neoplasias raras embora a sua prevalência tenha aumentado nas últimas três décadas e apresentam comportamento biológico e clínico variável. O CPCP ocorre maioritariamente em fumadores e carateriza-se por uma taxa de crescimento elevada e metastização precoce. OBJECTIVOS Descrição de caso clínico. MATERIAL E MÉTODOS Consulta de processo clínico. RESULTADOS; DISCUSSÃO Doente de 69 anos, fumador ativo, recorreu ao Serviço de Urgência (SU) por dor no hipocôndrio esquerdo (HCE) e grelha costal esquerda com irradiação dorsal, desconforto epigástrico, obstipação, anorexia e agravamento da dispneia com 10 dias de evolução. Ao exame objetivo: abdómen doloroso à palpação no epigastro e HCE. Ao estudo complementar de diagnóstico no SU: elevação dos parâmetros inflamatórios e LDH, radiografia e ecografia torácicas compatíveis com derrame pleural à esquerda, estudo de líquido pleural sem células neoplásicas. Em enfermaria, a TAC toracoabdominal mostrou múltiplas adenopatias mediastínicas e volumosa formação nodular lobulada para-esofágica esquerda; volumosa massa heterogénea na dependência da supra-renal esquerda (SRE). A histologia da massa tumoral abdominal identificou infiltrado de células redondas com núcleos hipercromáticos com pleomorfismo moderado e áreas de necrose, com positividade para o CD56, sinaptofisina e NSE. O cintigrama de receptores de somatostatina indicou lesões com aumento ligeiro/moderado da expressão a nível mediastínico, hilar, broncopulmonar, abdominal e ósseo, em possível relação com paraganglioma/feocromocitoma maligno/outro tumor neuroendócrino agressivo. O cintigrama corporal com MIBG não permitiu excluir estes diagnósticos. Na toracotomia objetivou-se massa pulmonar dura de grandes dimensões, nos segmentos basais do lobo inferior esquerdo e massa lobulada dura na hemicúpula diafragmática esquerda. A histologia destas revelou carcinoma de pequenas células do pulmão. CONCLUSÕES Apesar da suspeita clínica inicial apontar para um tumor da SRE o diagnóstico definitivo foi de CPCP com metastização para a SRE, o que é concordante com fisiopatologia deste tipo de tumores. PO.M249 - ESTÔMAGO COM COMPORTAMENTO DE PULMÃO Ana Cláudia Monteiro(1);Mariana Fernandes(1);Ana Faria(1);Marta Honório(1);Maria João Vergueiro(1);Michelle Silva(1);Fábio Lopes(1) (1) Hospital Fernando Fonseca Introdução: Metástases cerebrais de carcinoma gástrico são extremamente raras tendo sido reportadas em menos de 1% de casos clínicos incluídos em grandes estudos retrospectivos. No Japão onde a incidência de cancro gástrico é reconhecidamante elevada, foram identificadas metástases cerebrais em 0.47% de 2322 doentes incluídos num estudo retrospectivo. Caso clínico: Homem de 60 anos de idade com antecedentes pessoais de úlcera péptica e tabagismo, admitido no SU após crise convulsiva inaugural. Para investigação de concomitante anemia fez EDA que revelou lesão vegetante ulcerada a nível da incisura gástrica que foi biopsada. O resultado do exame anátomopatológico foi de adenocarcinoma. Fez TC e RMN-CE que revelaram incontáveis lesões secundárias cerebrais e cerebelosas. A TC corpo de estadiamento mostrou adenopatias mediastícas proeminentes, micronódulos pulmonares inespecíficos,densificação parenquimatosa do LSE em vidro despolido e nódulo da supra-renal (SR) direita. Cumpriu radioterapia holocraniana (REH). Seguiu-se broncoscopia que excluiu lesões endobrônquicas. Exames citológico das secreções brônquicas e histológico de biópsias pulmonares transbrônquicas foram negativos para células neoplásicas. Pesquisa de marcadores neuroendócrinos na biópsia e sistémicos foi negativa. Efectuou PET-TC que confirmou achados da TC, excluiu lesões parenquimatoas pulmonares suspeitas e mostrou ponteado hipercaptante a nível do fígado suspeito de depósito secundário, nunca demonstrado em exames posteriores (TC, ecografia). Por ter apresentado óptima resposta a REH, manter actividade laboral, e por apresentar epigastralgias, perfez 6 ciclos de quimioterapia paliativa com resposta (diminuição doença ganglionar, diminuição dimensões nódulo SR, fígado sem LOE). Actualmente, 14 meses após o diagnóstico, apresenta progressão da doença a nível ganglionar, SR e SNC. Conclusão: O caso clínico evidencia o curso pouco usual de uma patologia frequente. De facto a metastização cerebral de cancro gástrico é raro , e com doença sistémica concomitante parca, como neste caso, tornase ainda mais notável, não deixando de nos fazer reportar ao pulmão sempre que analisamos o caso. PO.M250 - Caso clínico de actinomicose cervicofacial Judy Paulo(1);Nuno Bonito(2);Mariela Marques(1);João Ribeiro(1);Paula Jacinto(1);Helena Gervásio(1) (1) IPO-Coimbra (2) HUC/ IPO-Coimbra Introdução: No seguimento de doentes com patologia oncológica, existem eventos clínicos ou achados imagiológicos que se apresentam como um desafio de diagnóstico. No entanto apesar de a maioria das lesões neoplásicas apresentarem aspetos radiológicos característicos, poderão ser mimetizadas por patologias infeciosas. Relato do caso: Doente de 60 anos de idade, com antecedentes de leucoplasia das cordas vocais excisada, manteve-se em controlo clínico e, após um ano, por queixas de disfagia produtiva fez novo estudo que revelou um carcinoma espino-celular invasivo do esófago, considerado irressecável por ausência de plano de clivagem com brônquio principal esquerdo, carina e aorta descendente e múltiplas adenopatias peri-lesionais, sem envolvimento secundário à distância. Trata-se de um doente com carcinoma do esófago localmente avançado que é submetido a quimioterapia de indução com esquema FIP (Cisplatina e 5-FU) e após 6 ciclos seguiu-se um esquema de quimioterapia e radioterapia concomitantes. Apesar de resposta parcial mantinha-se sem critérios de ressecabilidade, classificado em T3 N1 M0. Apresentou-se em consulta de Oncologia médica com quadro de dificuldade respiratória de novo e de instalação súbita mantendo disfagia, negando febre, tosse produtiva, dor à mastigação ou trismus, constatando-se ao exame objetivo otorrinolaringológico parésia das cordas vocais bilateralmente. Na TC cervicotorácica revela um espessamento de tecidos moles na parede posterior da hipofaringe sem nódulos associados com zona de irregularidade na cartilagem cricoide. Na exploração da região laríngea e faringo-esofágica efetuadas biópsias que revelaram tecido de granulação da transição faringoesofágica infetado por Actinomyces. Foi medicado com antibioterapia (Ampicilina) por um período de 4 semana. Conclusão: A actinomicose cervicofacial é uma patologia caracterizada pela formação de abcessos, fístulas ou fibrose tecidular que pode mimetizar diversas patologias nomeadamente patologias oncológicas. O envolvimento cervicofacial é a manifestação mais comum e que pode estar associada a infeções dentárias, ou traumatismos orofaciais. PO.M251 - Valproato de sódio no carcinoma indiferenciado da nasofaringe Diogo Costa(1);Patricia Winckler(2);Isabel Sargento(2);António Moreira(2) (1) Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil (2) Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. INTRODUÇÃO: A presença consistente de genoma do vírus de Epstein-Barr (VEB) no carcinoma indiferenciado da nasofaringe (CINF) poderá constituir alvo para terapêutica selectiva. O valproato de sódio (VAS), um fármaco epigenético, interfere com a metilação do ADN do genoma do VEB, induzindo aumento do nível da expressão dos genes virais líticos, determinando o seu efeito terapêutico. OBJECTIVOS: Rever a literatura publicada sobre a acção terapêutica do VAS no CINF, com vista ao desenho de um ensaio clínico de fase II que compare num braço terapêutico o VAS (40 mg/Kg/dia D1D14) + cisplatina e noutro, apenas cisplatina isolada (100 mg/m2 D1 - 21/21 dias), ambos combinados com radioterapia (69.96 Gy/33 fracções). MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa no motor de busca PubMed utilizando os termos "valproic acid" "EBV" "nasopharyngeal". Seleccionadas manualmente 5 publicações. DISCUSSÃO: A metilação do ADN do genoma do VEB inibe a expressão dos genes precoces do vírus, contribuindo para a manutenção das células na forma latente da infecção viral. A conversão desta fase para a lítica poderá precipitar a morte celular programada. O VAS, interferindo com este processo de metilação, através da inibição das histona desacetilases e das ADN-metiltransferases, induzirá per se, o aumento da expressão dos genes virais líticos. A determinação da expressão dos antigénios líticos do CINF (BZLF1/BRLF1/BMRF1) e a quantificação plasmática do VEB constituir-se-ão como marcadores de resposta. O efeito terapêutico do VAS descrito é potenciado pela associação concomitante à cisplatina. CONCLUSÕES: Existem estudos pré-clínicos e de fase I, sugerindo que o VAS potenciará o efeito da cisplatina no CINF associado ao VEB, sem acarretar aumento intolerável de toxicidade. É neste contexto, que se propõe um ensaio clínico de fase II, aleatorizado que avalie a segurança/eficácia da combinação do VAS com a cisplatina no CINF estadio III/IV previamente não tratado. PO.M252 - Análise características do subgrupo de doentes com cancro da mama "triplo negativo" Judy Paulo(1);Ana Pais(1);Mariela Marques(1);António Pego(1);Gabriela Sousa(1);Isabel Pazos(1);Pedro Madeira(1);Sofia Broco(1);Teresa Carvalho(1);Helena Gervásio(1) (1) IPO-Coimbra Introdução: O cancro da mama triplo negativo (TN) é um subtipo de cancro da mama agressivo com particularidades genéticas moleculares ainda sob intenso estudo. Este subtipo poderá estar associado a características distintas das presentes em doentes com tumores não triplos-negativos, nomeadamente menarca precoce, maior índice de massa corporal nos anos pré-menopausa, maior paridade e no padrão de recorrência secundária (pulmão e SNC). Objetivos: Análise de dados demográficos, ginecológicos e laboratoriais das doentes com cancro da mama triplo negativo de acordo com a taxa de resposta à quimioterapia neoadjuvante (QTNA). Materiais e métodos: Estudo retrospetivo de 38 doentes com cancro da mama localmente avançado TN submetidas a QTNA entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2012. O estudo estatístico foi descritivo e efetuada a análise categórica de componentes principais utilizando o programa SPSS®. Resultados: Analisados 38 doentes com mediana de idade de 58 anos (mínimo 40 anos e máximo 78 anos), das quais 4 (10,5%) tiveram progressão rápida de doença (sobrevivência de 23,6 meses ±9,68), 5 (13,1%) atingiram resposta patológica completa (RPC) e em 29 (76,3%) houve resposta parcial à QTNA. O subgrupo de doentes com RPC apresentava, idade inferior à dos restantes grupos (mediana 53 anos vs 58 anos vs 63 anos), menor índice de massa corporal (21 (±2,16) vs 29,50 (±4,123) vs 27,3 (±5,28)), e lesão tumoral com índice de proliferação Ki67 médio superior (83% vs 46,25% vs 54,70%). No subgrupo de doentes com progressão de doença em 80% (4 das 5) verificou-se metastização pulmonar e em 3 doentes apresentou-se sobre a forma de recidiva cutânea. Conclusões: A nossa experiência demonstra existência de clusters de doentes dentro do subgrupo dos triplos negativos, que apresentam respostas distintas a semelhantes abordagens terapêuticas, nomeadamente à QTNA. Apesar da limitação da reduzida dimensão da amostra, mais estudos são necessários para a caracterização destes clusters e investigação de possíveis biomarcadores genéticos ou moleculares. PO.M253 - PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR HPV NA POPULAÇÃO COM CARCINOMA PAVIMENTO-CELULAR DE CABEÇA E PESCOÇO DIAGNOSTICADO NO ALENTEJO Rui Dinis(1);Ruth Sardinha(1) (1) HESE INTRODUÇÃO A infecção pelo vírus papiloma humano (HPV) foi identificada como um agente causal no carcinoma pavimento-celular da cabeça e pescoço (CPCCP), particularmente na orofaringe. Dados epidemiológicos internacionais sugerem que a incidência de CPCCP associado à infecção por HPV aumentou drasticamente nos últimos 35 anos no Ocidente devido à mudança de hábitos sexuais, emergindo como um marcador preditivo e prognóstico no CPCCP. OBJECTIVOS Estudo da prevalência de infeção por HPV em CPCCP diagnosticados na região Alentejo. MATERIAL E MÉTODOS Foram seleccionadas 44 amostras fixadas em formol e embebidas em parafina de pacientes diagnosticados com CPCCP entre Janeiro de 2011 e Fevereiro de 2013, no Hospital do Espírito Santo E.P.E, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo E.P.E e Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo E.P.E. A detecção e genotipagem do HPV foi efectuada com recurso ao método CLART Human Papillomavirus 2. RESULTADOS; DISCUSSÃO Com os resultados obtidos esperamos efectuar uma melhor caracterização da população com diagnóstico de CPCCP, tendo em vista um tratamento e acompanhamento mais adequado dos pacientes. CONCLUSÕES PO.M254 - Análise dos tempos de espera entre o diagnóstico e os tratamentos de Radioterapia Externa na Unidade de Radioterapia do Porto – Quadrantes vânia carvalho(1);Joana Silva(1);Sonia Costa(1);Joana Aragão(1);Susana Bonjardim de Oliveira(1);Monica Sousa(1) (1) Medical Consult (Quadrantes Porto) INTRODUÇÃO Os tempos de espera entre os primeiros sintomas, o diagnóstico de cancro e o tratamento são uma agravante na sobrevida do doente provocando danos emocionais na dinâmica social e afetiva. Diversos estudos comprovam que o tempo de espera e as interrupções dos tratamentos são considerados fatores de prognóstico negativo. Este trabalho tem por objetivo avaliar estes tempos na Quadrantes Porto. OBJECTIVOS Verificar: 1. Se o tempo para o inicio da radioterapia dos doentes tratados na Quadrantes Porto está de acordo com o Manual de Boas Práticas; 2. O tipo e a duração média das interrupções ao longo do tratamento e a sua influência no tempo total deste. MATERIAL E MÉTODOS Será feita uma análise retrospectiva rigorosa dos registos clínicos de 2010 até 2012 dos doentes tratados com diagnóstico de cancro de mama, metástases ósseas e de SNC, tratados no Centro de Radioterapia da Quadrantes Porto. RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram analisados 660 doentes no total. Dos 89 doentes com metastases de SNC obtiveram-se os resultados: 59.6% apresentam tempo de espera entre primeiro sintoma e diagnóstico de 0-15 dias; 34.8% esperaram 8-15 dias entre o diagnóstico e a referenciação à Quadrantes e 66.3% aguardaram 0-2 dias desde a consulta de Radioterapia até início do tratamento. CONCLUSÕES Conclui-se que nos últimos três anos os tempos de resposta da Clínica se mantém de acordo com o recomendado. O número de doentes tratados no ano de 2012 é significativamente inferior o que demonstra o sub-aproveitamento dos recursos existentes. PO.M255 - NEOPLASIA INTESTINAL METÁCRONA EM DOENTE JOVEM Ana Simas(1);Teresa Sarmento(2);Dânia Marques(2);Ana Raimundo(2);Paula Ferreira(2);Manuela Machado(3);Nuno Sousa(1);Cátia Faustino(1);António Araújo(1);Maria Fragoso(1) (1) Clínica de Patologia Digestiva, IPOP FG,EPE (2) ipo-porto (3) Experimental Pathology and Therapeutics Group, CI-IPO and Department of Surgical Oncology, IPO-Porto INTRODUÇÃO A incidência de cancro colorrectal (CCR) aumenta com a idade, com 90% dos diagnósticos após 50 anos, 80% são formas esporádicas, sendo os restantes atribuídos a síndromes neoplásicos hereditários. O objectivo deste relato é realçar a importância das formas hereditárias em doentes jovens com CCR. Caso clínico Sexo feminino, antecedentes irrelevantes, 41 anos ao diagnóstico, submetida a hemicolectomia direita radical em 2006, por Adenocarcinoma G2 do cego estadio I (pT2N0M0, LV+). Em vigilância até que em 2010 detectada segunda neoplasia do colon. Submetida a colectomia segmentar do transverso, por Adenocarcinoma mucinoso estadio II (pT3N0M0, LV+). Peça submetida a estudo imunocitoquínico- alteração de expressão dos genes MLH1 e PMS2. Proposta vigilância: orientada para consulta de Genética. DISCUSSÃO Doente jovem, antecedentes familiares desconhecidos, com CCR direito, estadio precoce, por baixo risco de recidiva, proposta vigilância clínica; tem neoplasia intestinal metácrona ao quarto ano. Indicação para estudo imunocitoquímico no tecido tumoral, conforme critérios de Bethesda (menos de 50 anos, tumores de colon metácronos). A detecção da mutação MLH1 e PMS2 colocou hipótese de síndrome de Lynch (80% associado a mutações MLH1 e 2-3% PMS2), sendo fundamental referenciar a doente e familiares para aconselhamento genético. Proposta vigilância intensiva pelo risco elevado de novas lesões intestinais (risco de 16% aos 10 anos). CONCLUSÕES Em doentes jovens com neoplasia do cólon, principalmente localizadas no hemicólon direito, características de tumor mucinoso, história de neoplasias síncronas ou metácronas, ainda que sem história familiar conhecida de cancro em qualquer localixzação, deve ser colocada a hipótese de síndrome de cancro hereditário. A pesquisa dos genes MSH1 e 2, PMS 1 e 2 será o exame de primeira linha. A vigilância intensiva do caso e aconselhamento genético do próprio e familiares são factores a ter em conta para promover cuidados de qualidade. PO.M256 - Um doente, três neoplasias – Importância do diagnóstico histológico Margarida Matias(1);Mariana Faria(2);Mafalda Casa-Nova(2);Leonor Ribeiro(2);Luis Costa(2) (1) Serviço de Oncologia Médica; Hospital de Santa Maria (CHLN) (2) Serviço de Oncologia - Hospital de Santa Maria (CHLN) INTRODUÇÃO: O aparecimento de lesão pulmonar de novo em doente com história de neoplasia recente, deve-se geralmente a metastização, devendo-se excluir 2º tumor primitivo, situação bastante menos frequente. A existência de 3 neoplasias primitivas no mesmo doente é ainda mais rara sendo determinante a confirmação histológica para correcto diagnóstico e terapêutica. CASO CLÍNICO: Homem, 60 anos, com história de CPC da epiglote submetido a laringectomia parcial subglótica e esvaziamento ganglionar cervical em Maio09 seguido de Radioterapia Adjuvante. Referenciado à consulta de Oncologia em Novembro de 2009 por suspeita de metástase pulmonar a nível do LSD (biópsia transtorácica revelou CPC, embora imagem por exame TC sugestiva de lesão primitiva do pulmão). Efectua quimioterapia com carboplatina e paclitaxel x 6 ciclos com boa resposta (redução do nódulo de 5 para 2,5 cm), seguido de lobectomia do LSD. O exame anatomo-patológico revelou focos microscópicos de ADC, G2 com perfil IHQ sugestivo de origem pulmonar. Em Maio11 evidência por TAC de controlo de lesão endobrônquica a nível do brônquio apical do LIE, contralateral, com 15mm. Biópsias de broncoscopia negativas, tendo sido repetidas após 2 meses por aumento de lesão em TC, novamente negativas. Efectua PET/TC que documenta provável metastização ganglionar mediastínica e confirmação de massa com hipercaptação a nível central no pulmão esquerdo. Em Abril12 repete broncoscopia com confirmação histológica de infiltração brônquica por CPC p63+. Após internamento por pneumonia intercorrente e posterior diagnóstico e metastização óssea, reinicia, em Junho12, quimioterapia com carboplatina e paclitaxel associado a bifosfonato sem resposta clínica e imagiológica após 6 ciclos pelo que inicia 2ª linha de quimioterapia com vinorrelbina mantendo bifosfonato. CONCLUSÕES: Este trabalho evidencia a importância do correcto diagnóstico de lesão de novo em doente com história de neoplasia, mais frequentemente de origem secundária não se podendo excluir 2ª e 3ª neoplasia no mesmo doente, como retracta este caso clínico. POSTERS ENFERMAGEM PO. ENF.005 - Nauseas e Vomitos maria luisa fadista carrageta(1);Silvia Cacheira, Monica Cavaco, Ines Lima, Alda Valadares, Carmelinda Talhinhas(1) (1) HESE Objectivo Geral ¬ Alertar para as náuseas e vómitos como uma das complicações do tratamento com quimioterapia. Objectivos Específicos ¬ Transmitir as medidas de prevenção e alivio de náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia; ¬ Informar sobre os graus de avaliação das náuseas e vómitos; ¬ Favorecer a qualidade e optimização dos cuidados de enfermagem. Resumo As náuseas e vómitos são um dos efeitos secundários da quimioterapia que podem ocorrer durante, imediatamente após ou horas e até dias depois do tratamento, sendo que estas são responsáveis por alterações e atrasos do protocolo de tratamento. A intensidade varia de pessoa para pessoa e do tipo de fármaco, Este trabalho tem como finalidade a orientação dos doentes e seus familiares sobre a importância da prevenção das náuseas e vómitos, pois os benefícios destes procedimentos reflectem-se durante e após a terapia. Os sinais e sintomas variam desde um leve desconforto até ao comprometimento da nutrição e hidratação dos doentes. Com este trabalho pensamos aprofundar conhecimentos, bem como fazer uma análise e reflexão dos benefícios da prevenção das náuseas e vómitos contribuindo assim para o bem-estar dos doentes e a continuidade dos tratamentos. PO. ENF.008 - “HOSPITAL NA COMUNIDADE DO SERVIÇO DE ONCOLOGIA” do Centro Hospitalar de Setúbal Isabel Maria Mendes(1);Sandra Deodato(2);Margarida Pereira(3);Tânia Saraiva(3);Paula Banha(2);Luisa Duarte Costa(3) (1) Centro Hospitalar de Setúbal E.P.E. Serviço de Oncologia (2) Centro Hospitalar Setubal, EPE, Hospital S.Bernardo, Serviço Oncologia (3) Centro Hospitalar de Setubal INTRODUÇÃO: O programa “Hospital na Comunidade” foi desenvolvido pela equipa de enfermagem do serviço de oncologia, do Centro Hospitalar de Setúbal E.P.E Com este programa pretende-se uma intervenção multifacetada que auxilie os doentes e as famílias a enfrentarem o distress provocado pela doença e pelos tratamentos e que promova a reabilitação e a melhoria da sua qualidade de vida. As terapias integrativas, baseadas nos conceitos da física, defendem que toda a matéria possui energia. O Homem é visto como um ser constituído por vários sistemas energéticos, que interagem entre si e com o meio, formando um todo, que deve estar sempre em harmonia. Assim as terapias integrativas são técnicas que visam a assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, no tratamento ou na cura, considerando-o como mente, corpo e espírito. As atividades desenvolvidas são: Biodanza, Acupunctura, Reabilitação Física, Toque terapêutico, Intervenção de Enfermagem, Apoio ao cuidador, Reiki, Atelier de Artes e Consultadoria de Imagem. OBJETIVOS: promover o conforto e qualidade de vida do doente e família em situação de doença oncológica. Este projeto tem como parceiros sociais, a Liga dos Amigos do CHS e a Associação da Mocidade Cristã de Setúbal (ACM). METODOLOGIA: Os doentes incluídos neste programa deverão estar inscritos no Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Setúbal, e encaminhados para os diferentes ateliers após avaliação diagnóstica. Esta avaliação inclui a aplicação do “Termómetro de distress” e do “CTCAE v3.0” . Nalguns ateliers, um dos critérios é o interesse do doente em integrar o programa. RESULTADOS: Os dados apresentados refletem o resultado da aplicação do questionário de satisfação, assim como, nova avaliação diagnostica através das escalas anteriormente referenciadas. CONCLUSÃO: Através da primeira avaliação do programa podemos concluir que as intervenções efetuadas tiveram um impacto positivo na qualidade de vida do doente que integrou o programa. PO. ENF.014 - Intervenções de enfermagem no controlo de Dispneia no doente com cancro do pulmão Sandra Gomes(1);Elsa Vilela(2);Maria João Falé(1) (1) Especialidade Médicas HES, EPE (2) Especialidades Médicas, HES,EPE INTRODUÇÃO A dispneia é um dos sintomas mais angustiantes, assustadores e frequentes em doentes com neoplasia do pulmão, com crescente prevalência e intensidade durante as últimas semanas de vida (Clemens e Klaschik. A Enfermagem tem um papel central no alivio ou eliminação da dispneia, numa tentativa de restaurar a normalidade funcional, minimizando a hospitalização. As opções terapêuticas para este tipo de doentes passam por estrategias farmacologicas e não farmacologicas. OBJECTIVOS Identificar e descrever estrategicas farmacologicae e não farmacologicas, de alivio da dispneia no doente com cancro do pulmão, através de revisão bibliografica. Métodos: Revisão sistemática da literatura. Resultados e conclusão: A dispneia é um dos sintomas mais frequentes e assustadores no doente com cancro do pulmão, necessitando de uma resposta eficaz por parte dos profissionais de enfermagem. As principais estratégicas terapeuticas descritas pelos vários autores consultados apontam para os opioides como a primeira linha farmacologica quer usados separadamente ou em conjunto com benzodiazepinas; a oxigenoterapia em caso de dispneia associada a hipoxia e ventilação não invasia. As tecnicas de relaxamento, apoio psicossocial, o treino respiratório e as terapeuticas alternativas constituem as principais medicdas autonomas da enfermagem no contolo da dispneia. PO. ENF.022 - Cuidar a Pessoa em Fim de Vida: Sob o Olhar do Enfermeiro Inês Buinho(1);André Mendes(1);Rosário Madeira(1);Marilia Santos(1);João Barreto(1);Marta Grave(1);Paula Gomes(1);Marta Maltinha(1) (1) Hospital do Espírito Santo - Évora INTRODUÇÃO Hoje em dia assiste-se a uma dessocialização da morte, a qual acabou por deslocar-se de casa para o hospital. Este contacto mais frequente com a pessoa em fim de vida levou os enfermeiros, quase sempre focados na cura da pessoa, a depararem-se com novas situações e desafios. OBJECTIVOS Aprofundar conhecimentos sobre a temática Compreender a forma como a MORTE DA PESSOA afecta o enfermeiro no processo de cuidar em fim de vida RESULTADOS; DISCUSSÃO Apesar da experiência profissional e de vida de cada profissional de saúde, quase todos os enfermeiros encaram a morte dos seus doentes com incerteza, desespero e angústia. Com o confronto da morte podem surgir diversos problemas, fisicos e psicológicos. Face a estas reacções os enfermeiros desenvolvem determinados mecanismos de defesa. Assim, de modo a impedir que estas reacções ocorramm, deverão recorrer a algumas estratégias preventivas. Deste modo, como as atitudes dos enfermeiros se refletem sobre as suas acções e consequentes cuidados, considera-se pertinente uma reflexão acerca da atitude do enfermeiro perante a morte. CONCLUSÕES O modo como o profissional compreende o conceito de morte, bem como a forma como relaciona este conceito com a sua própria existência, e as suas vivências pessoais de perdas anteriores dentro e fora do âmbito profissional, são aspectos que vão influenciar a sua actuação diante da morte. PO. ENF.036 - COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA Ana Pereira(1);Isa Fortes(1) (1) HESE EPE - Medicina 2 INTRODUÇÃO A comunicação é um processo de criação e de recriação de informação, de troca, de partilha e de colocar em comum sentimentos e emoções entre pessoas. OBJECTIVOS Analisar se as estratégias de comunicação de más notícias pelos profissionais de saúde ao paciente adulto e sua família são adequadas. MATERIAL E MÉTODOS Pesquisa realizada em bases de dados internacionais (EBSCOhost, CHINHAL, SciELO e Revista de Enfermagem UFPE On Line - Reuol), obtendo-se dez artigos publicados entre 2005 e 2011. Com o intuito de conhecer as estratégias facilitadoras da transmissão de más notícias, pretendemos responder à pergunta orientadora: Será que as estratégias de comunicação de más notícias pelos profissionais de saúde ao paciente adulto e sua família são adequadas? RESULTADOS; DISCUSSÃO Foram analisados dez artigos e constatou-se que não existe uma norma para comunicar más notícias, pois cada pessoa tem as suas caraterísticas e a atuação dos profissionais de saúde deve ser adequada a cada situação. Contudo, existem alguns métodos que facilitam a transmissão de más notícias ao paciente e sua família. O método SPIKES e NURSE permitem diminuir a angústia a quem recebe a notícia e a quem a dá. CONCLUSÕES Ficou evidenciado que a comunicação de más notícias é uma das tarefas mais difíceis na prática clínica dos profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros. Devido à relação interpessoal desenvolvida entre o enfermeiro e o paciente, este desempenha um papel muito importante no momento de comunicar uma má notícia. PO. ENF.044 - AVALIAÇÃO DA SOBRECARGA DO CUIDADOR INFORMAL DO DOENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS Antónia Cláudia Almeida(1);Rita Santos(1);Joana Coelho(1);Milene Lima(1);Rita Lourenço(1);Inês Almeida(1) (1) UCP - ULSLA Introdução: O envelhecimento progressivo da população e aumento da esperança média de vida condicionaram o aumento do número de pessoas em situação de dependência. Estas requerem a ajuda de outras pessoas para os ajudarem a satisfazer as necessidades humanas básicas. Cuidar de uma pessoa dependente representa uma tarefa difícil que facilmente pode comprometer o bem-estar do cuidador, pois a prestação de cuidados não se resume só a aspetos instrumentais e físicos, exigindo também um esforço contínuo a nível cognitivo e emocional. O desempenho deste papel, durante um período prolongado de tempo, pode levar a situações conflituosas com aspetos da vida do cuidador, podendo conduzir à sobrecarga, exaustão e depressão. Neste sentido, a equipa de enfermagem de UCP pretende estudar a sobrecarga dos Cuidadores Informais dos doentes internados na UCP aplicando o Questionário de Avaliação da Sobrecarga do Cuidador Informal (QASCI) que avalia esse constructo. A QASCI foi traduzida e validada para o contexto português por Martins et al (2003), sendo composta por 32 itens e integra 7 dimensões: Implicações na vida Pessoal do Cuidador, Satisfação com o Papel e com o Familiar, Reações e Exigências, Suporte Familiar, Sobrecarga Financeira e Perceção de Mecanismos de Eficácia e Controlo. Objetivo do Estudo: Avaliar a sobrecarga dos cuidadores informais dos doentes internados na Unidade de Cuidados Paliativos. Material e Métodos: Este estudo é quantitativo descritivo. A população são os cuidadores informais dos doentes internados na Unidade de Cuidados Paliativos. A recolha de dados foi efetuada entre 18 e 24 de Março de 2013. A amostra é constituída por 8 cuidadores informais sem défices cognitivos, com idade superior a 18 anos e que aceitaram participar no estudo. Discussão de Resultados e Conclusão: Os resultados obtidos no estudo demonstraram que cuidar de um familiar dependente é considerado psicologicamente difícil e esgotante, com limitações na vida pessoal e social na maioria dos participantes. PO. ENF.075 - O DOENTE ONCOLÓGICO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL: A PERSPECTIVA DOS ENFERMEIROS. Miguel Pedrosa(1);Rute Pires(2);Sandra Rocha(3);Nuno Ferro(4) (1) Hospital Espírito Santo, Serviço Urgência Geral (2) Hospital do Espírito Santo, Serviço de Cirurgia Geral - Tira 1 (3) Hospital do Espírito Santo, Serviço de Urgência Geral (4) Hospittal Espírito Santo, Serviço Urgência Geral INTRODUÇÃO A doença oncológica encontra-se conotada de grande carga emocional desde o seu diagnóstico, promovendo alterações significativas no estilo de vida/bem-estar do doente (família), sendo-lhe atribuído um significado muito pessoal exigindo, por isso, cuidados de enfermagem individuais tendo em conta as especificidades do doente. OBJECTIVOS Compreender a realidade da prestação de cuidados de enfermagem a doentes oncológicos em fase terminal de vida num Serviço de Urgência Geral. MATERIAL E MÉTODOS Estudo de carácter exploratório, descritivo e transversal. Técnica de recolha de natureza qualitativa de dados: entrevista semiestruturada. Processo de amostragem intencional (N = 10). RESULTADOS; DISCUSSÃO Os Enfermeiros sentem, por vezes alguma impotência e revolta aquando da prestação cuidados a um doente oncológico em fase terminal de vida. Importa salientar, a importância manifestada às intervenções terapêuticas relacionais, nomeadamente, presença familiar, minimizar o sofrimento e conforto. 55% dos entrevistados afirma ser capaz de satisfazer as principais necessidades manifestadas por um doente oncológico em fase terminal, principalmente o acompanhamento por parte da família/pessoa significativa. Entre Janeiro e Setembro de 2012 foram declarados 70 óbitos por doença oncológica num Serviço de Urgência Geral, sendo 35% do sexo feminino e 65% do sexo masculino, sendo a maior causa a neoplasia do colon (17%). Estes doentes apresentam uma média de idades de 74,77 anos. CONCLUSÕES Num estadio avançado o doente oncológico recorre frequentemente ao Serviço de Urgência. Cerca de 10% dos episódios de Urgência são de doentes que necessitam de Cuidados Paliativos. PO. ENF.091 - Novos horizontes, novos olhares Cristina Candeias(1) (1) Hospital Dia-ULSLA A descoberta e utilização de novas terapêuticas no tratamento de tumores da próstata hormonoresistentes, abrem novas perspetivas na abordagem ao doente. A utilização de abiraterona, permite melhor controlo sintomático, aumento da expetativa de vida, contribuindo para olhar de forma diferente as necessidades do doente, não nos centrando apenas na progressão química. Esta terapêutica veio lançar novos desafios a utentes e profissionais de saúde, ao abrir novos horizontes, na prática clinica em resposta às suas reais necessidades. Está subjacente ao processo de doença uma série de fatores que podem dificultar a sua aceitação (diagnóstico, história e ciclo de vida em que a doença surge, motivação, mitos/crenças, pensamentos/esquemas mentais disfuncionais, valores sociais e perdas /ruturas sociofamiliares), interferindo nos resultados perspetivados no uso das várias terapêuticas. Olhares assentes na interdisciplinaridade, contemplando multiplas sensibilidades, contribuem para a promoção do bem-estar /equilíbrio psico-emocional do doente. O caso clinico que apresentamos assenta na reflexão de pressupostos fundamentais numa intervenção individualizada. João* de 76 anos, diagnóstico de adenocarcinoma da próstata, gleason 5+4, (T3NxM0), viúvo, profissional e socialmente ativo, ligado ao desporto de competição (mergulho, caça submarina, natação), mantem atividade física diária e hábitos alimentares saudáveis. No percurso de doença, enfrentou várias perdas, que interferiram no ajustamento à mesma: diagnóstico (2001), EAM (2004), perda da esposa, limitação à prática desportiva, perda da líbido e sexualidade, interferindo na reorganização da vida afetiva. Iniciou tratamento com BAC, seguido de radioterapia e posteriormente quimioterapia com docetaxel por progressão química. Inicia em dezembro de 2011, até à atualidade, abiraterona, com boa tolerância. Satisfeito com os resultados no controlo da doença, autonomia, autogestão e autocuidado. Identifica como limitação à qualidade de vida, perda da libido com implicações na vida sexual, relacional e afetiva, sendo fundamental uma abordagem centrada na reaprendizagem da sexualidade, limitações da doença e terapêuticas. PO. ENF.103 - Utilização de um creme com Vitamina K1 na profilaxia e tratamento das reacções adversas cutâneas resultantes da terapêutica com Cetuximab (inibidor do EGFR - epidermal growth factor receptor). Andreina Tavares(1);Vanessa Venda(1) (1) Serviço de Oncologia, Hospital de Faro EPE INTRODUÇÃO A toxicidade cutânea é um efeito adverso previsível da terapêutica com anticorpos monoclonais antiEGFR, como por exemplo o Cetuximab. A toxicidade cutânea pode ter um impacto severo na qualidade de vida do doente, bem como levar à redução da dose, atraso ou suspensão do tratamento. Estudos mostram que a Vitamina K1 reactiva a transdução de sinal mediada pelo EGFR, levando à recuperação das lesões cutâneas e a uma possível utilização profiláctica. OBJECTIVOS Observar os benefícios da utilização de um creme com Vitamina K1 na profilaxia e tratamento das reacções de toxicidade cutânea em doentes submetidos a tratamentos com Cetuximab. MATERIAL E MÉTODOS Foi fornecido creme com vitamina K1 (Pliazon®) a 10 doentes , com cancro colorectal metastizado submetidos a tratamento com Cetuximab associado a quimioterapia, no início do tratamento ou aquando do aparecimento de rash cutâneo de grau II. Foram feitos ensinos quanto à aplicação tópica do creme com Vitamina K1 duas vezes por dia, continuamente. A toxicidade cutânea foi avaliada semanalmente de forma standardizada através do registo fotográfico da face de 4 doentes. A avaliação dos benefícios do tratamento foi efectuada a partir da redução dos sintomas. RESULTADOS O tempo médio de aplicação do creme com Vitamina K1 foi de 8 semanas. Em um dos casos o tratamento com Cetuximab foi suspenso. Os restantes doentes estabilizaram ou melhoraram os sintomas de toxicidade cutânea relatando um alívio do desconforto e da dor verificando, também, um efeito positivo quanto ao prurido. DISCUSSÃO Pretende-se elaborar um estudo mais exaustivo e completo que permita avaliar os benefícios da aplicação do creme com Vitamina K1 de uma forma mais sistematizado e transversal a todos os doentes. CONCLUSÕES A utilização do creme com Vitamina K1 parece ser eficaz no tratamento e redução da gravidade da toxicidade cutânea relacionada com o Cetuximab, assim como na sua prevenção. PO. ENF.123 - CANCRO DE PELE - CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM RADIOTERAPIA Helena Fanica(1);Maria Inês Antunes(2);Pedro Chinita(3);Ana Videira(2) (1) Hospital do Espírito Santo de Évora/Lenicare (2) Hospital do Espirito Santo de Evora/Lenicare (3) HESE INTRODUÇÃO O cancro de pele é a neoplasia maligna mais comum entre os caucasianos, sendo o Carcinoma Basocelular e o Carcinoma Pavimento-Celular, os mais prevalentes. Estes tipos de carcinomas são mais frequentes nas áreas mais expostas ao sol (cabeça, face, pescoço, mãos e braços). Estes tumores são geralmente identificados por uma alteração cutânea como o aparecimento de nódulos, sinais, prurido, feridas que não cicatrizam. A equipa de enfermagem nas Unidades de Radioterapia tem um papel fundamental na vigilância da evolução das lesões provocadas por estes tumores. OBJECTIVOS Apresentação de 3 casos clínicos de tumores de pele, de diferentes histologias, acompanhados pela enfermeira na Unidade de Radioterapia do HESE-EPE/ Lenicare, no último ano, ilustrativos do papel da radioterapia e da enfermagem neste contexto. MATERIAL E MÉTODOS Descrição inicial das diferentes lesões. Apresentação da evolução clínica ao longo do tratamento, assim como dos cuidados prestados e avaliação posterior ao final do tratamento. RESULTADOS; DISCUSSÃO É evidente ao longo dos tratamentos a evolução cicatricial das lesões com diminuição do diâmetro e volume das mesmas. É frequente o aparecimento de radiodermite de grau I ou II na região irradiada, que regride antes da primeira consulta de follow-up, mais ou menos um mês após o final do tratamento. CONCLUSÕES O registo pormenorizado e o acompanhamento pela enfermeira na Unidade de Radioterapia dos doentes com tumores de pele é de extrema importância para a correta avaliação da evolução destas lesões submetidas a radioterapia. PO. ENF.172 - O USO DE OPIOIDES TRANSDERMICOS EM DOENTES EM FASE TERMINAL Paula Banha(1);Nathalie Vidal Graupner(1);Beatriz Navarro(1);Sandra Deodato(1) (1) Centro Hospitalar Setubal, EPE, Hospital S.Bernardo, Serviço Oncologia INTRODUÇÃO A dor é relatada pelo menos por um terço dos doentes a quem é diagnosticada uma doença oncológica. 80% dos doentes em fase terminal têm comprometimento da via oral, havendo assim necessidade de adequar a via de administração, sendo objetivo um adequado controlo sintomático. OBJECTIVOS Avaliar as características dos opioides transdérmicos e de que forma se adequam a doentes em fase terminal de uma doença avançada, incurável e progressiva. MATERIAL E MÉTODOS Revisão da literatura científica publicada entre 2004 e 2013 nas bases de dados EBSCO, Bon e Pubmed. RESULTADOS; DISCUSSÃO As formulações transdérmicas de opioides para além de eficazes, apresentam outras características relacionadas com a via de administração que poderão ser particularmente interessantes e indicadas para alguns doentes. Associadas às formulações transdérmicas, encontram-se várias vantagens nomeadamente o facto de não estarem dependentes do efeito de primeira passagem, apresentarem uma libertação de substância activa por um período de tempo prolongado, evitando picos plasmáticos, menor efeito sob o sistema imunologico, não afetação por problemas de deglutição, comodidade de aplicação e consequentemente boa adesão terapêutica, para além da facilitação do tratamento pelo cuidador. Algumas das limitações têm a ver com eventual alteração da concentração sérica do fármaco com temperatura elevada, exercício físico ou febre assim como o tempo que demora em ter concentrações farmacológicas estáveis, o que sugere a utilização do uso combinado com opioides de outras vias de administração. CONCLUSÕES No controlo da dor, existem disponíveis, várias opções terapêuticas. As formulações transdérmicas de fentanil e buprenorfina são eficazes e seguras no controlo da dor moderada a intensa. Cuidar destes doentes implica um plano de intervenção individualizado, com o objetivo de prevenir o abandono terapêutico, promover a adesão e reduzir o número de doentes tratados com doses subterapêuticas, visando sempre a melhoria da qualidade de vida do doente. PO. ENF.257 - RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA APÓS MASTECTOMIA TOTAL Ana Caixeiro(1); Ana Jorge(1); Manuela Pinto(1); Tânia Relíquias(1) (1) Serviço de Cirurgia Geral Tira I, Hospital do Espírito Santo, Évóra INTRODUÇÃO: O cancro da mama é um dos tipos de tumor maligno mais comum entre as mulheres, sendo a segunda causa de morte por cancro entre as mesmas. Muitas vezes, a mastectomia é o tratamento cirúrgico recomendado, sendo que, muitas doentes, vêm-se confrontadas com a nova realidade tentando explorar as possibilidades de reconstrução mamária tentando reconstituir a própria auto-imagem. OBJECTIVOS: Explicitar as principais técnicas de reconstrução mamária realçando a importância do processo na doente mastectomizada. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisámos as publicações científicas sobre reconstrução mamária pós mastectomia dos últimos 5 anos e livros de cirurgia geral e cirurgia plástica no sentido de serem analisadas as técnicas atualmente disponíveis para reconstrução mamária após mastectomia total. Pesquisámos as palavras “Breast reconstruction after mastectomy”. DISCUSSÃO: A escolha da estratégia a utilizar na reconstrução mamária é um processo individualizado que depende de fatores intrínsecos sendo a oferta variável. As opções para reconstrução envolvem a utilização de material prostético, material da própria doente ou ambos. O “timming” para a reconstrução pode variar. A reconstrução imediata é um dos métodos de eleição permitindo preservar a imagem corporal feminina e a sexualidade, diminuindo o sentimento de perda e stress emocional que habitualmente envolvem o processo de mastectomia. Este tipo de reconstrução é seguro, não tem qualquer efeito na incidência ou detecção na recorrência do cancro, comporta um menor custo com vantagem de ser feito no mesmo tempo cirúrgico. CONCLUSÕES: O cancro da mama e o seu tratamento continua a ser um problema de saúde com grande impacto a vários níveis. Quando possível, a reconstrução mamária deve ser uma possibilidade oferecida às doentes. As técnicas continuam a evoluir no sentido de obter uma mama reconstruída semelhante á mama normal. Entre todas as opções disponíveis, cabe ao cirurgião definir aquela que melhor se adapta à doente em causa.