tempo de semear tempo de semear
Transcrição
tempo de semear tempo de semear
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE Nº 21 OUTUBRO/NOVEMBRO 2000 Niáro Hatschbach Freitas, da Escola Sagrado Coração de Jesus, com sementes de araucária de Canoinhas, SC TEMPO DE SEMEAR Canoinhas trabalha para recuperar história e meio ambiente Três Lagoas treina seus professores para explorar tecnologia TV Escola transmite curso de capacitação para usar programas Ministério da Educação SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CARTA DO EDITOR Presidente da República Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso Ministro da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Executivo Luciano Oliva Patrício Secretário de Educação a Distância Pedro Paulo Poppovic PROGRAMA TV ESCOLA Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Conselho editorial Avelino Romero Simões Pereira Carmen Moreira de Castro Neves Cícero Silva Júnior Claudia Rosenberg Aratangy Iara Glória Areias Prado José Roberto Sadek Lilian Oswaldo Cruz Pedro Paulo Poppovic Rogério de Oliveira Soares Tania Maia Magalhães Castro Vera Lucia Atsuko Suguri Coordenador editorial Cícero Silva Júnior Edição ESTAÇÃO DAS MÍDIAS [email protected] Editor Claudio Pucci Produtora Márcia Maykot Repórter especial Rosangela Guerra Colaboradores Antônio José Lopes, Dóris Fleury, Lucia Helena Corrêa, Rachel Dantas, Rita Freire Fotógrafos Aléxis de Jesús Pérez, João Paulo, Julio Covello, Paulo Pepe, Vera Jursys Ilustração Osires Projeto gráfico Elifas Andreato Edição de arte e produção gráfica Casa Paulistana de Comunicação Editoração Maria Aparecida Alves da Silva, Narjara Salomão Lara Teixeira Digitalização de imagens Paulo Ladeira Revisão Gisele Esteves Prado Fotolito Spell A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Caixa postal 9659 CEP 70001-970, Brasília, DF fax (0_ _61) 410.9178 e-mail [email protected] [email protected] site www.mec.gov.br/seed/tvescola TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 300 MIL EXEMPLARES MULTIPLICAÇÕES A s oficinas realizadas pela Seed em Fortaleza e Belo Horizonte, no fim do ano passado, tiveram conseqüências expressivas, como a criação de uma estratégia de treinamento para as escolas de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e a inspiração para o desenho do curso de capacitação que a TV Escola começa a transmitir no Dia do Professor. O objetivo, nos dois casos, é intensificar e aprimorar o uso pedagógico dos vídeos. A estratégia de Três Lagoas assemelha-se às adotadas por dirigentes de outras cidades ou Estados, também estimulados pelas oficinas. É uma ação da Secretaria de Educação do município conduzida pela gerente de Educação, Rose Moreira, e a coordenadora de educação a distância, Irene Barbosa. Começou a ser traçada assim que Rose voltou da capital mineira, impressionada com o trabalho desenvolvido a partir do programa Coração do Pantanal Corumbá, da série Paisagens brasileiras. Nasceu então o projeto Coração do Pantanal, como relata a repórter Rita Freire em Estratégia de multiplicação. O curso de capacitação da TV Escola é mais uma iniciativa da Seed, agora em parceria com a recém-criada Universidade Pública Virtual do Brasil, UniRede (leia reportagem na página 38 e nota na seção E tem mais). Foi anunciado na programação da TV Escola, em rádios, emissoras de TV (graças a acordo MEC-Abert) e em correspondência às escolas. E tornou-se rapidamente a maior atração deste fim de ano. A procura pelo curso excedeu em muito o número de vagas inicialmente abertas. Confirmou o grande interesse dos professores pela TV Escola e por mais capacitação – demanda já reafirmada na última pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp. Neste como em outros casos, a mobilização dos professores à procura de aperfeiçoamento reforça o otimismo com que trabalhamos pelo ensino público. Obrigado, professor. Claudio Pucci Leia na revista TV Escola de outubro / novembro LÍNGUA PORTUGUESA PCN NA ESCOLA / LÍNGUA PORTUGUESA 2, 3 e 4 de outubro Parâmetros na capacitação para professores de Língua Portuguesa do ensino fundamental. LITERATURA MOBY DICK 5 de outubro A história da baleia branca e do capitão que a perseguiu até a morte. ÉTICA AS RELIGIÕES DO MUNDO HISTÓRIAS ANIMADAS 23 e 24 de outubro Desenhos animados estimulam a reflexão sobre diferentes princípios éticos. Capacitação Oficina inspira projeto de multiplicação Começa curso para trabalhar com a TV Escola A CARAVANA FARKAS 17 de outubro Oito documentários, em que a imagem, a palavra e a música se integram para mostrar a difícil subsistência da população do sertão nordestino. CIÊNCIAS PCN NA ESCOLA / CIÊNCIAS 16 de novembro Parâmetros para tratar de vários temas em atividades de Ciências com os alunos. HISTÓRIA O VELHO A HISTÓRIA DE LUIZ CARLOS PRESTES 13 e 14 de novembro Documentário sobre a vida do líder comunista Luiz Carlos Prestes, com depoimentos, imagens e filmes de época. ÉTICA O FIM DA TELEVISÃO 20 de novembro PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE. Uma história da televisão e sua evolução tecnológica. A TV Escola lança em 15 de outubro, Dia do Professor, o curso de capacitação A TV na escola e os desafios de hoje, para intensificar e aprimorar o uso pedagógico dos programas transmitidos às escolas. É uma realização da Seed em parceria com a recém-criada Universidade Virtual Pública do Brasil, a UniRede – consórcio de 62 universidades públicas. O curso atende a demanda dos professores por mais capacitação, reafirmada na última pesquisa sobre a TV Escola. É dividido em três módulos, com 180 horas de duração. Será transmitido, até dezembro, às quintas e sextas-feiras (21h) e sábados (9h). C omo aumentar o uso da TV Escola? Este era o problema de Rose Moreira, gerente da Divisão de Educação da Secretaria Municipal de Educação de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. “A gente nem sabia direito o que propor aos professores”. A oficina de capacitação da TV Escola de Belo Horizonte, realizada no fim do ano passado, deu a pista para criar o projeto Coração do Pantanal, que orienta e estimula os professores a usar os vídeos. Ao mesmo tempo, nos eventos dirigidos à comunidade, a programação da TV Escola ajuda a discutir questões como violência sexual, alcoolismo ou gravidez na adolescência. Tempo de semear E m Canoinhas, a rede estadual usa a TV Escola para recuperar traços esquecidos da identidade de sua região: o Contestado, no norte de Santa Catarina. Projetos multidisciplinares reconstituem a trajetória dos imigrantes europeus que povoaram o local. “Voltando algumas gerações no passado, os meninos e meninas percebem o que significa descender desta gente”, diz o diretor da Escola Manoel da Silva Quadros, Arnaldo Erwin Mews. Uma outra linha de projetos utiliza a programação da TV Escola para propor iniciativas de reflorestamento na região, onde a maior parte das matas nativas foi devastada. Além disso, ganham força projetos que estimulam a reciclagem, prevenindo a degradação ainda maior do meio ambiente. MATEMÁTICA INTERATIVA 16 de outubro Como os computadores podem ajudar a explorar conteúdos de Matemática. ESPECIAL VER CIÊNCIA De 2 a 20 de outubro a mostra Ver Ciência vai apresentar 18 filmes sobre Ciência e Tecnologia, nos horários do ensino médio Outras atrações • Um dia de festa • Os nomes do Rosa • O Rio de Machado de Assis LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA E TEM MAIS: • SALTO PARA O FUTURO TEM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL PARA O DIA DO PROFESSOR. • EX-MOTORISTA DE ÔNIBUS CAPACITA PROFESSORES PARA DAR AULA DE TRÂNSITO. • TV ESCOLA TRANSMITE, NESTE BIMESTRE, MÓDULOS 2 E 4 DO PROFORMAÇÃO. • SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PREPARA EDUCADORES PARA USAR INFORMÁTICA. • NA ENTREVISTA, ESPECIALISTAS ANALISAM AS TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO. LEIA a grade da programação GRAVE os programas LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA MATEMÁTICA LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA Trabalho de equipe em aula de Educação Física da Escola Senador Felinto Müller, Três Lagoas, MS. LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA PLURALIDADE CULTURAL Foto: Paulo Pepe DA PROGRAMAÇÃO Experiências Foto: Vera Jursys DESTAQUES Nº 21 OUTUBRO / NOVEMBRO 2000 Cartas Nas férias REPRISE “ A TV ESCOLA É UMA DAS MELHORES IDÉIAS EM EDUCAÇÃO DESTA DÉCADA ” Genialda da Silva Assessora pedagógica Rondonópolis, MT da programação do segundo semestre Ministério da Educação Niáro, da Escola Sagrado Coração de Jesus, Canoinhas, SC, com sementes de araucária. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Neste número Nº21 OUTUBRO NOVEMBRO 38 CAPACITAÇÃO 40 E TEM MAIS 2000 5 8 CARTAS Professoras contam em Minha experiência como aproveitaram a série Brasil 500 anos: um novo mundo na TV para desenvolver projeto na Escola Estadual São Sebastião, de Cruzília, MG. 20 EXPERIÊNCIAS Em Canoinhas, SC, a TV Escola é utilizada para recuperar a história da cidade e o meio ambiente, e em Três Lagoas, MS, para capacitar professores. Em Curitiba, PR, sistema informatizado aperfeiçoa gestão. Começa, na TV Escola, curso de capacitação para intensificar e aprimorar o uso dos programas. A homenagem do Salto aos professores, os projetos da recém-criada Universidade Pública Virtual do Brasil, o novo Guia de programas, a nova edição especial sobre a formação do povo brasileiro. E tem mais. DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO Muitas novidades, entre elas, duas séries sobre PCN, de Língua Portuguesa e Ciências, e uma sobre a Matemática na História, com dicas do educador matemático Antonio José Lopes. FOTO DA CAPA: VERA JURSYS PÁGINA 4 2 ÚLTIMA Conheça a luta de um ex-motorista de ônibus pela Educação para o Trânsito. 33 ENTREVISTA Três especialistas analisam a presença da tecnologia na escola. E alertam: o professor precisa de um projeto pedagógico para integrar a tecnologia à construção do conhecimento. Reprisem sempre os programas de Arte Sou professor de Arte da rede estadual e gostaria de parabenizar todos pelo excelente nível do trabalho da TV Escola. Como telespectador assíduo, gravo muitos programas e os uso para preparar minhas aulas e exibir aos alunos. Peço que transmitam outra vez a série A arte de ver, que é de ótima qualidade e deveria constar da grade todos os anos. Também gostaria de sugerir que reprisassem sempre os programas de Arte como os das séries Clipart, Os impressionistas e Desafio: um tributo à arte moderna. São muito úteis para preparar aulas. Nunca mudem a fórmula de reprises ao longo do dia e nas férias. É superprático. Também gostaria de receber a Grade da programação em casa. José Orlando Araújo professor de Arte Salto, SP Você está cadastrado, José, para receber a revista TV ESCOLA, com a Grade da programação encartada. Parabéns pela qualidade da revista Parabéns pelos temas apresentados na revista TV Escola de maio/ junho. Quando trabalhamos com qualidade, o resultado só pode ser o sucesso. por e-mail Zeide Delavy Gris Planejamento Pedagógico, Secretaria Municipal de Educação Campos Novos, SC [email protected] Também quero ser voluntária Li recentemente a revista TV Escola no 19, de maio/junho 2000. Na última página, no artigo Ação complementar, tomei conhecimento do trabalho voluntário do jornalista Demóstenes Romano. Não estou lecionando e gostaria de ser voluntária num projeto similar, nas escolas públicas de ensino fundamental e médio, no Estado de São Paulo. Solicito informações referentes a projetos educacionais semelhantes ao Pacto de Minas pela Educação na região do Vale do Paraíba. Outra informação: como posso entrar em contato com uma ONG, ou com a Unicef, para conseguir apoio, num futuro próximo, para implantar um projeto similar? Maria Jucelena Martins professora de Língua Portuguesa Pindamonhangaba, SP Demóstenes Romano lhe responde diretamente: “Comece o movimento pertinho de você mesmo. É muito mais fácil do que você pensa! Chame alguns amigos, peça às igrejas que cedam seu espaço ocioso. Em nossa experiência, descobrimos que não é preciso contar com uma grande estrutura para fazer esse trabalho”. Demóstenes coloca à sua disposição o telefone do Projeto, para você obter mais informações sobre o assunto: (0_ _31) 481.1188. Você pode também entrar em contato com a entidade pelo email [email protected]. Para conhecer o trabalho de uma ONG em sua região, tente o Projeto Saltimbancos, em São José dos Campos. Telefone: (0_ _12) 323.741. O Saltimbancos também trabalha com educação, embora numa linha diferente. Para pesquisar outras entidades, uma boa dica é a página da Andi – Agência Nacional de Direitos da Infância na Internet: www.andi.org.br. O endereço da Unicef em São Paulo é: Av. Sumaré, 104, 1o e 2o andares, CEP 05016-090, São Paulo, SP, tel. (0_ _11) 3673.9722, e-mail: [email protected]. Conheça também o trabalho do projeto Amigos da Escola, da Fundação Roberto Marinho. Endereço na Internet: www.amigosdaescola.com.br O Brasil precisava de um canal como este É com muita satisfação intelectual que acompanho a programação e os excelentes documentários exibidos pela TV Escola. A diversidade cultural e a qualificação dos autores e convidados da programação básica — e dos documentários especiais – não perdem em nada para o que vemos em canais como GNT e Discovery. O Brasil, impregnado por várias formas de banalização cultural e intelectual, necessitava de um canal como este. Parabéns. por e-mail Rodrigo Andreotti Musetti Mestrando em Direito pela PUCamp Campinas, SP [email protected] Quero um projeto de reciclagem Venho através desta parabenizar o trabalho da TV Escola, principalmente pelos programas Salto para o Futuro, a série Redescoberta do cinema nacional e os episódios de Meio Ambiente. Ensino no Colégio Geralda Andrade Martins, além de ser auxiliar de Disciplina no Colégio Assunção (Sociedade Educadora Feminina). Sabedor que a Educação se constrói na prática, quando fazemos coisas concretas, estou escrevendo esta para pedir auxílio. Gostaria que me enviassem algum projeto, já posto em prática, relacionado à reci- clagem de papel e plástico. Estou pensando em tomar uma iniciativa deste tipo com todas as escolas e comunidades de base daqui. Mas na minha cidade não se encontra nenhuma fonte de pesquisa relacionada ao assunto, que possa servir de base para este projeto. Claudemir Alberto Soares Barbosa Colégio Estadual Geralda Andrade Martins, Itapaci, GO Consulte o Guia de programas da TV Escola e a videoteca de sua escola. Alguns vídeos, como Lixo é luxo (da série Meio Ambiente e cidadania) e Pipsqueak recicla (da série O Planeta de Pipsqueak), podem ajudá-lo no que busca. Leia também experiências da revista TV ESCOLA. Como a de Anápolis, em seu Estado, apresentada na reportagem Lixão não, de março/abril de 2000, ou a de Canoinhas, SC, relatada nesta edição. Reportagem está causando impacto Manifesto nossos agradecimentos pelo espaço dedicado à nossa instituição na revista TV ESCOLA , edição agosto/setembro. A matéria Computador e TV agora juntos, tão bem elaborada pela competente jornalista Rosangela Guerra, está causando um grande impacto na comunidade gurupiense e tocantinense. Esperamos continuar contando com o apoio desta importante revista para, juntos, resgatarmos a credibilidade da escola publica. por e-mail Valnir de Sousa Soares diretor do Centro de Ensino Médio Ary Ribeiro Valadão Filho (Arizinho) Gurupi, TO [email protected] site: http://membro.intermega.com.br/arizinho COMENTÁRIOS, CRÍTICAS, DÚVIDAS, SUGESTÕES, RELA TOS DE EXPERIÊNCIAS, RELAT PROPOST AS DE PROPOSTAS INTERCÂMBIO COM SEUS COLEGAS Canal de apoio Tenho em minhas mãos a revista TV ESCOLA. Achei fantástico este esforço do governo, fornecendo às escolas um canal para apoiar os professores e ajudar o aluno na aprendizagem. Creio que todos os educadores deveriam fazer uso deste recurso. Temos aqui na nossa escola um projeto de teatro produzido e encenado pelos nossos estudantes, que envolve questões sociais, culturais, políticas e ecológicas na baía de Guanabara. Através desta revista, gostaríamos de divulgar e compartilhar nosso trabalho com outras comunidades escolares. Monclair de Castro Sampaio por e-mail Meibel Mello Guedes Escola Estadual Lauro Corrêa Rio de Janeiro, RJ [email protected] Queremos compartilhar nosso projeto Aproveito esta página para apresentar-lhes uma proposta de reportagem. Mande-nos mais informações sobre o projeto, Monclair. Se quiser conhecer outra experiência semelhante à sua e trocar idéias, entre em contato com a Escola José Bernardino Lindos, de Manaus. Eles têm um grupo de teatro, o Fragmentos, que MINHA EXPERIÊNCIA Toda a comunidade viu e gostou Nossa escola desenvolveu, no ensino fundamental e médio, um projeto baseado na série da TV Escola Brasil 500 anos: um novo mundo na TV. Inicialmente, os alunos assistiram aos vídeos, orientados e acompanhados pela professora Lúcia de Fátima. Após cada sessão, os temas foram comentados e discutidos, avaliando ao mesmo tempo a imagem, sonografia e coreografia dos programas, assim como a cobertura jornalística apresentada através dos bonecos. Divididos em pequenos grupos, os alunos iniciaram um trabalho interdisciplinar, que culminou numa exposição. Os alunos fizeram maquetes reproduzindo o espaço físico e econô- mico da colônia, painéis, modelagens, arte em madeira, cartazes ilustrados, linha do tempo, construção de textos críticos e analíticos, paródias, músicas e peças teatrais etc. Toda comunidade viu e gostou! Lúcia de F. Pereira, professora de História Miralda Maciel, supervisora pedagógica Escola Estadual São Sebastião Cruzília, MG Capacitamos agentes de saúde indígenas Sou professora de História e trabalho com a TV Escola na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Rondonópolis, no Estado de Mato Grosso. Quando o sinal da TV Escola entrou no ar, em 1995, com o programa Salto para o Futuro, já formamos um grupo de estudos aqui na Semec. ESCREVA SUA P ALA VRA PALA ALAVRA É IMPOR TANTE IMPORT POR CORREIO Caixa Postal 9659, CEP 70001-970, Brasília, DF POR FAX (0_ _61) 410.9178 POR E-MAIL [email protected] .br [email protected] apresenta espetáculos para outras escolas e para a comunidade. Endereço: Av. Ramo D, Bairro Cidade Nova V, CEP 69091-970. Quando há vontade política de todos... Agradecemos o empenho e a colaboração dessa Secretaria à realização da 1ª Educática que, por meio do ProInfo e com o apoio da Coordenação de Educação a Distância de São Paulo, contribuiu decisivamente para que o evento atingisse os objetivos propostos. O sucesso da 1ª Educática nos faz acreditar que ensino público e gratuito de boa qualidade pode ser uma reali- De lá para cá, muita coisa mudou. Atualmente, os programas do Salto para o Futuro sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN são muito utilizados na capacitação de professores. Os vídeos de Direitos Humanos e Ética foram úteis na Semana do Desarmamento Infantil, realizado em Vila Operária, aqui no município, em 1999. As fitas da TV Escola estão também no Projeto Maria Menina, para meninas de rua, e no Projeto Xamã, que capacita agentes de saúde indígenas para tratar de DST e Aids. Acredito que a TV Escola tenha sido uma das melhores idéias que surgiram no meio educacional nesta década. Genialda Urçulina da Silva Assessora Pedagógica Rondonópolis, MT dade, quando há vontade política de todos os envolvidos – especialmente dos governantes. Oswaldo José Fernandes Secretário Municipal de Educação Jundiaí, SP PS Recebemos também, e agradecemos, cartas das Unidades Escolares Barão de Gurgéia, Bezerra de Menezes, João Costa, Lélia Avelino, Martins Napoleão e Severiano Sousa, de Teresina eresina, Piauí. Escreveram, ainda, Luzineide Marchão Costa, de Bacabal Bacabal, MA; Chrisleine de Almeida, de Curitiba Curitiba, O trabalho coletivo é muito mais eficaz Em trabalho realizado na 2ª série do ensino fundamental do Colégio Estadual Cecília Ax, abordamos a questão da leitura. A pesquisa buscou a aquisição e produção de novos conhecimentos e o aperfeiçoamento da individualidade a partir da coletividade. Nos trabalhos desenvolvidos a partir da leitura foram abordados os seguintes temas: A história da escrita e suas funções, Os direitos humanos, A guerra de Kosovo, A comunicação e suas dimensões (com elaboração do Jornal legal, visita a um jornal regional, apresentação do jornal na TV e julgamento da importância da leitura do livro e do jornal), e A arte de escrever (visita e entrevista a um escritor, ilustração de alguns dos seus tex- PR; Moisés Fernandes dos Santos, de Pirajuí Pirajuí, SP; erezinha Basilina Losovei, de Santa T Terezinha erezinha, SC; e a Apae de João Pinheiro Pinheiro, MG. Pela Internet, recebemos mensagens de professores de várias cidades do Rio Grande do Norte, pedindo cadernos e outras publicações da TV Escola: Creuza Pereira de Melo, de Ceará Mirim Mirim; Edneide Margarida de Souza, Jassycley de Macedo Fonseca, Luzenildo Bezerra da Silva, Maria Aparecida de Carvalho, Maria da Penha Fonseca, Neuma de Almeida Santos, Rosimeire Aparecida e Silva e Valdirene de Souza Morais, de Natal Natal; Maria Daguia Trindade, de Parelhas Parelhas; Luciana Silva de Freitas e Nina Rosa de Oliveira, de Parnamirim Parnamirim; e Dalvaci Pinheiro Justino, de São Gonçalo do Amarante Amarante. Todos foram cadastrados e, em breve, estarão recebendo suas publicações. tos, poesia escrita pelos alunos, a história de Monteiro Lobato e a criação de personagens na literatura infantil). Este trabalho ganhou do MEC o Prêmio de Incentivo à Educação Fundamental em 1999. Carmen Maria Cipriani Pandini mestranda em Educação e Cultura da Udesc DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM. Presidente Getúlio, SC A professora Carmem com seus alunos. , SE PREFERIR LIGUE PARA Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida, SIL O FALA BRA independente de publicação na revista. 1 0800.61.616 Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO L Í N G UA P O R T U G U E S A PCN NA ESCOLA/ LÍNGUA PORTUGUESA Série selecionada, na Grade da programação , para o ensino fundamental Transmissão: 2, 3 e 4 de outubro Realização: TV Escola. Brasil, 2000 Direção: Mário Masetti Duração: 18 programas de 10’ a 18’ Colorido Áreas conexas: Literatura / História Indicada para capacitação de professores do ensino fundamental. O que significa ler e escrever? Por que a alfabetização é tão importante? Como fomos alfabetizados? Como se estabelece a relação prazerosa com a leitura e a escrita? Como desafiar os alunos a participar ativamente de seu próprio processo de alfabetização? Estas e outras questões são abordadas em PCN na escola/Língua Portuguesa. Destacamos a seguir três programas da nova série. sa e diversificada, aproximando-se`dos interesses e possibilidades dos alunos. Como as crianças são diferentes, algumas envolvem-se mais com determinado tipo de texto do que outras, têm mais ou menos dificuldades em escrever, conforme a idade e características culturais. O programa discute estes aspectos, levantando a questão fundamental: como formar o leitor? DICAS O vídeo poderá ser exibido em reuniões de planejamento de professores, cujo tema seja o trabalho com a língua portuguesa. Antes da exibição do programa, sugerimos que a coordenadora provoque os presentes a recordar seus próprios processos de alfabetização, com várias perguntas: • Como cada um aprendeu a ler e escrever? De quais vivências ou fatos dessa época se lembram? • O que foi mais significativo na sua história de alfabetização? • O que gostam de ler? • Como escrevem? O que gostam de escrever? • Quando escrevem com mais prazer? RESUMO A formação de leitores e escritores entre seus alunos é uma função com a qual a escola tem tido muitas dificuldades. Entretanto, neste processo, é possível criar experiências enriquecedoras, principalmente se o professor alfabetizador tiver prazer com a leitura e com a escrita. Ele precisa também planejar seu trabalho de forma rigorosa, cuidado- 8 1) Como desenvolver o prazer da leitura e escrita nos alunos? 2) Que palavras são mais comuns na sua fala e escrita? 3) A escrita é necessária na escola? Para quê? E fora dela? 4) A escrita é vista como algo útil para a vida? Por quê? Ao final da reunião, é interessante tirar algumas propostas comuns das discussões, para dirigir o trabalho de formação do futuro leitor e escritor. Também na sala de aula é possível iniciar com os alunos uma discussão sobre a impor tância da língua viva, como instrumento fundamental da expressão. É o momento de conversar com eles sobre o que mais gostam de ler e escrever e provocá-los a falar sobre suas histórias de alfabetização. PERSPECTIV A HISTÓRICA DO ERSPECTIVA ENSINO DA ESCRIT A ESCRITA RESUMO O UM POUCO DA HISTÓRIA DA LEITURA NA ESCOLA PRIMÁRIA Este é um bom momento, para retomar estratégias que deram certo: ler histórias para a classe, desenvolver oficinas de leitura, montar bibliotecas com os alunos, construir arquivos de jornais e revistas, fazer o jornal diário ou semanal da classe, ou ler coletivamente textos da Internet, imprimindo os mais significativos. Outras questões poderão ser discutidas durante a capacitação: PCN na escola/Língua Portuguesa Retomar com o grupo de professores suas memórias de leitores e escritores pode ajudá-los a entender a importância da sua função de alfabetizadores. Na seqüência, pode-se exibir o programa para o grupo, fazendo paradas para falar sobre os tipos de textos que seus alunos lêem (complementando os já mostrados pelo vídeo), os autores de literatura infantil mais populares e as revistas mais lidas pelos meninos e meninas (diferenciando os interesses). vídeo retoma a história do ensino da escrita, apontando algumas dificuldades da escola nesta função, ao longo da História. Muitas práticas até hoje aplicadas nas salas de aula vêm de circunstâncias históricas já superadas. O uso da cópia, por exemplo, é um vestígio do tempo em que a tarefa de escrever livros era atribuída aos copistas. DICAS S e antes a cópia era uma forma de garantir a sobrevivência do conhecimento humano — e como tal, muito valorizada pela sociedade — hoje está totalmente desconectada desta realidade. En- TVE SCOLA tão, para que a cópia? Será que, nos dias atuais, ainda existe algum tipo de cópia significativa para os alunos? Esta é uma discussão importante para a reunião de planejamento com os professores. A reunião pode discutir tarefas relativas ao processo de formação de leitores e escritores, que façam sentido e estejam vinculadas às necessidades da classe. Assim, pode-se planejar coletivamente estratégias diferenciadas por série ou ciclo, retomando aquelas que deram bom retorno, discutindo as que falharam e também criando novas idéias na troca coletiva entre os presentes. Aqui podem ser destacadas algumas propostas que se diferenciam por serem úteis à vida em qualquer faixa etária. Sugere-se que o coordenador da reunião vá escrevendo no quadro-negro a discussão entre os professores presentes. Esta estratégia de construção do texto coletivo poderá ser repetida em sala de aula. IMPOR TANTE IMPORT LEIA A GRADE Escolha os programas que quer usar. GRAVE OS PROGRAMAS E guarde as fitas na videoteca para posterior utilização. Para catalogar, você pode usar como referência o Guia de programas da TV Escola. USE EM CAPACITAÇÃO Em relação à cópia, uma possibilidade de uso está relacionada às receitas de salgados ou doces preferidas pela maioria dos alunos. Cópias de letras de música podem ser úteis, num momento anterior à apresentação do grupo em um evento. Escrever um relatório com as atividades mais importantes da classe, ao final de cada semana, também pode ser uma forma de sistematizar o trabalho e, ao mesmo tempo, usar a cópia vinculada à produção de texto coletivo. Além de formas diversificadas de cópias, há outras idéias que podem ser exploradas e vividas pelos professores na reunião. Por exemplo, leituras diferentes sobre um tema de interesse comum; de análise de lições de casa; de bilhetes, cartas, poesias; de pequenos textos dos participantes sobre a importância da leitura; ou de avaliação da reunião etc. Estas leituras podem ser feitas em dupla ou individualmente, para a turma toda. Depois destas atividades, a coordenação poderá exibir o programa. Após a exibição, os professores podem sentar-se em pequenos grupos de série ou ciclo e registrar as propostas para a próxima semana. Cada subgrupo pode socializar seu quadro com os demais. Ao mesmo tempo, estrutura-se no quadro-negro o plano geral das atividades de cada série ou ciclo. Assim, fica garantida a construção de um registro importante para a organização do trabalho pedagógico. Ele deve ser um instrumento mais adequado às necessidades da escola, pois foi gerado a partir do texto coletivo dos professores. Todos os programas podem ser usados como recurso de capacitação e aperfeiçoamento dos professores. USE COM OS ALUNOS Nas dicas de atividades com alunos apresentadas nesta seção, levam-se em conta objetivos e conteúdos curriculares de cada série do ensino fundamental (ou médio). A maioria dos vídeos pode, no entanto, ser usada em outras séries, com diferentes abordagens. OS PROGRAMAS SÃO REPRISADOS NAS FÉRIAS Acompanhe a Grade de férias. TVE SCOLA PCN na escola/Língua Portuguesa são, vale exibir o vídeo, fazendo algumas paradas para discutir os itens do planejamento mensal enfatizados pelo programa. A tarefa coletiva será construir um registro coletivo de cada etapa do trabalho pedagógico. O primeiro passo é organizar as propostas discutidas num quadro próprio. Este quadro poderá ser utilizado durante as reuniões do ano letivo, sendo relido, avaliado e modificado de acordo com as necessidades. A organização das propostas pode ser feita em subgrupos, com a presença de um professor representante de cada série, ou por subgrupos de cada série ou ciclo. Ao final, as propostas podem ser arrumadas num quadro em cartolina ou papel kraft. L I T E R AT U R A PLANEJAR É PRECISO! RESUMO O planejamento como meio de organizar o trabalho e enfrentar os desafios de cada série ou ciclo. DICAS C omo o planejamento pode garantir a qualidade do trabalho de ensino e aprendizagem? Esta pode ser a primeira questão colocada na reunião de professores sobre os assunto. Na seqüência desta discus- MOBY DICK Programa selecionado, na Grade da programação , para o ensino fundamental Transmissão: 5 de outubro Realização: Salsa Distribution / S4C. GrãBretanha, 1998 / 1999. Direção: Natalia Orlova Duração: 25’46’’ Colorido Áreas conexas: Ar te, História, Pluralidade Cultural, Língua Por tuguesa. Indicado para atividades com alunos do ensino fundamental e também do ensino médio. 9 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO RESUMO A DICAS história de uma baleia branca e de um capitão que a persegue até a morte já povoou os sonhos de muitas gerações. O programa da série Épicos animados – que por meio obras famosas da literatura mundial através de desenhos animados – conta a trama deste grande clássico de aventura. DICAS T rabalhar com Moby Dick é uma proposta que poderá envolver alunos da 3a ou a 4 série do ensino fundamental em diante, inclusive no ensino médio. Textos literários como contos, novelas, romances, crônicas, poemas, textos de humor, dramáticos etc., são bons para desenvolver não somente a leitura mas a escuta atenta, a interpretação e a argumentação próprias. Antes de exibir o filme para a classe, peça aos alunos que observem atentamente o desenvolvimento da história, para poder recontá-la depois. É possível trabalhar a reescrita do conto com algumas provocações aos alunos, tais como: 1. E se você fosse o protagonista da história? 2. Se fosse co-autor, o que modificaria no decorrer da história? E no final? 3. Reescreva um diálogo de Moby Dick em forma narrativa ou poética. 4. Construa uma manchete de jornal com o acontecimento que você considera mais importante na trama. 5. Agora você é repórter e deve entrevistar o autor, ou uma personagem. Que perguntas você gostaria de fazer? O M AT E M Á T I C A MATEMÁTICA NA HISTÓRIA Série selecionada, na Grade da programação, para o ensino fundamental Transmissão: 16 de outubro Realização: Channel 4 Learning. GrãBretanha. 1998. Direção: Paul Davies Duração: 3 programas de 15’ Colorido Áreas conexas: História Indicada para atividades com alunos do ensino fundamental RESUMO A Matemática de gregos, egípcios e romanos, em dramatizações de fatos supostamente ocorridos, narrados como um filme histórico, com cenários e figurinos de época. A série explora temas importantes da Matemática do ensino fundamental. O episódio sobre os gregos trata da teoria dos números (perfeitos e triangulares), figuras geométricas, poliedros e o teorema de Pitágoras. O episódio sobre os romanos explora a arte dos mosaicos, os jogos, as construções, a numeração romana e mostra como eles utilizavam aparatos simples para alinhar pontos e construir ângulos retos para a construção de suas estradas e edifícios. No terceiro episódio, é apresentada a matemática egípcia, com seu sistema de numeração, de modo que se compreenda como se escreviam números e se faziam contas no Egito antigo. O programa é coroado com uma explicação na forma de projeto extra-classe, em que um grupo de alunos encena a construção de uma pirâmide. uso da história da Matemática é uma das recomendações dos PCN. Inúmeros aspectos e temas da Matemática podem hoje ser introduzidos, explorados ou aprofundados a partir de problemas históricos. Tal abordagem possibilita que os alunos vejam a Matemática como uma ciência que evolui e cujo desenvolvimento está diretamente associado a necessidades e respostas do homem a seus problemas. Que aspectos do currículo ou do tópico que você está trabalhando podem ser abordados por meio da História? Pense na possibilidade de usar a dramatização para discutir temas matemáticos. É um interessante recurso para fazer seus alunos se interessarem pela Matemática. Tal atividade pode envolver professores de outras áreas, como Arte, História e Língua Portuguesa. Interessante também é a possibilidade de reproduzir o aparato de alinhamento de pontos e construção de ângulos retos exibido no programa dos romanos, em sala de aula ou em atividades de campo – no pátio da escola ou em estudos do meio. As simetrias podem ser exploradas a partir de um projeto de construir mosaicos como os feitos pelos romanos. Também nesta atividade, o professor pode trabalhar em sintonia com os professores de Arte e História. Nunca é demais lembrar que a interdisciplinaridade também é uma prática indicada pelos PCN. MAIS HISTÓRIA Matemática na História pode ser complementada por outra série, Falando em Matemática (transmitida em 6, 7, 8 e 9 de novembro). Nesta, um apresentador fala de temas de interesse da Matemática, com a intervenção de profissionais entrevistados e professores. Ao tratar dos poliedros (de novo, os gregos), o apresentador ouve um especialista em mineralogia e cristalografia – áreas em que as formas poliédricas têm aplicação importante. O conceito de simetria é então analisado de muitos pontos de vista, como o da organização de azulejos ou o da construção de jardins. Moby Dick 10 TVE SCOLA Um especialista em informática fala do sistema binário aplicado em computadores; um topógrafo explica como a geometria possibilita a determinação de distâncias inacessíveis; um cartógrafo mostra como usa a geometria e assim por diante. É uma pista para você explorar. Se tiver possibilidade de fazer isso, organize entrevistas de seus alunos com profissionais de sua localidade, pais e parentes de alunos que tenham algo a falar sobre a natureza de seu trabalho e como usam a Matemática. Há muita matemática interessante na profissão dos marceneiros, encanadores e eletricistas. Que matemática é esta? Proponha à turma que entreviste um marceneiro, para saber o que o leva a cortar um pedaço de madeira de acordo com certo ângulo; como um pintor é capaz de fazer o orçamento da pintura de uma sala apenas pelo olhar; como um pedreiro sabe quantos tijolos são necessários para construir uma casa. O mesmo pode ser feito com engenheiros, arquitetos, médicos e até jornalistas. Eles podem ajudar a fazer seus alunos se interessarem pela matemática da vida e das coisas. Qual é a matemática utilizada na construção de pontes? (É possível construir um modelo em isopor para compreender o princípio básico). Que matemática está por trás das tomografias? Como os jornalistas determinam a quantidade de texto a ser produzido para que os jornais não fiquem com espaço em branco? Antonio José Lopes Centro de Educação Matemática - CEM/ Universidade Autônoma de Barcelona / PUCSP CIÊNCIAS PCN NA ESCOLA/ CIÊNCIAS Série selecionada, na Grade da programação , para a capacitação de professores do ensino fundamental. Transmissão: 16 de novembro Realização: TV Escola. Brasil, 2000 Direção: Cássio Sader Duração: 6 programas de cerca de 10’ Áreas conexas: Matemática, Meio Ambiente Colorido Indicada para capacitação dos professores e atividades com alunos do ensino fundamental Alguns dos principais conteúdos dos blocos temáticos de Ciências indicados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN, para o ensino fundamental. A construção do conhecimento, nesta como nas outras áreas, considera o conhecimento anterior dos alunos, como propõe o programa O ensino de Ciências. O ENSINO DE CIÊNCIAS RESUMO N enhuma criança chega à escola sem saber nada. Os alunos de qualquer idade já trazem para a sala de aula um saber proveniente de suas vivências. O conhecimento, portanto, deve ser construído a partir do que os alunos já sabem, levantando problemas e partindo coletivamente com o grupo em busca de soluções. DICAS Matemática na história TVE SCOLA E sta proposta pode ser desenvolvida no encontro de formação de professores, onde o vídeo será exibido. O obje- tivo é levantar o que as crianças já conhecem das Ciências Naturais, a partir do senso comum e de suas vivências fora da escola. Na reunião, é necessário aprofundar esta discussão, fazendo vários questionamentos. Se as crianças já trazem um saber de fora, o que a escola ensina? Como isto acontece na área de Ciências? A escola desafia os alunos a aprofundarem e ampliarem os saberes que eles já têm? Ela tem competência para sistematizar os saberes que trabalha com seus alunos? Como vincular o saber da escola e o saber dos alunos? O que é singular e específico no trabalho de Ciências dentro da escola? Outras discussões mais específicas podem buscar coletivamente a identidade comum dos educadores e encontrar o diferencial do trabalho da escola, para construir a auto-estima do corpo docente. Quais os conhecimentos de Ciências Naturais que cada um traz, como educador, de suas vivências dentro e fora da escola? O debate destas questões pode ajudar a qualificar o trabalho pedagógico e, conseqüentemente, o processo de ensino e aprendizagem. CORPO HUMANO: VER, OUVIR E SENTIR O CHEIRO RESUMO O vídeo trata da luz, do som, dos odores e de seus efeitos em nosso organismo. Também sugere experiências que podem ser desenvolvidas em sala de aula ou fora dela, para entender melhor os órgãos dos sentidos e suas funções. DICAS P ara começar este trabalho, vale brincar um pouco com os alunos sobre sons mais ou menos agradáveis, cheiros mais ou menos gostosos. Mais tarde, pode-se combinar criativamente o trabalho com percepções de vários sentidos. Paisagens podem sugerir a realização de pinturas ou o estudo de pintores conhecidos; ou então, servirem de inspiração para composições 11 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO FOTOSSÍNTESE 1: O SOL COMO FONTE DE ENERGIA RESUMO T PCN na escola / Ciências musicais. Os alunos podem também preparar comidas e fabricar perfumes, chás etc. A partir do vídeo, é possível também fazer um planejamento coletivo do trabalho de Ciências com os alunos. A ÁGUA RESUMO O vídeo trata da presença da água em vários momentos do cotidiano, e sugere várias experiências. DICAS A cada aula, o professor pode exibir uma parte do vídeo para a turma, depois de ter visto e gravado a fita, e preparado o material da experiência que ela sugere. Estas experiências ficam ainda mais ricas se forem registradas em textos coletivos. Um projeto que pode ser sugerido neste momento é o de análise do gasto de água na casa dos alunos, e também na escola, por meio da leitura das contas. Esta tarefa pode ser integrada à Matemática, calculando não apenas o total de gastos ou a sua média, mas também os impostos e encargos investidos nessas contas. A discussão com a classe pode esclarecer se esses impostos estão sendo percebidos pelos alunos enquanto benefícios concretos, como tratamento da água, rede de esgotos etc. Este também é o momento de discutir os cuidados com a água potável, no meio-ambiente e em casa, já que os especialistas prevêem uma séria crise no abastecimento nos próximos anos. Pesquise em jornais, revistas ou na Internet. 12 odo ser vivo precisa de energia, que ele obtém por meio dos alimentos. E estes alimentos, de onde retiram a sua energia? A energia solar é armazenada pelas plantas. Ao se alimentarem destas, os animais e seres humanos também absorvem esta energia. Há também outros processos naturais que capturam diretamente a energia do sol e a veiculam indiretamente aos seres vivos. Nesta cadeia se integram, por exemplo, a produção de chuvas, de petróleo e de adubagem natural da terra através da decomposição de matéria viva. O vídeo explora estes processos de forma simples e acessível. DICAS V ale a pena exibir o programa com paradas estratégicas para que os alunos possam fazer observações, comentários e perguntas. A partir destas, pode-se desenvolver propostas de pesquisas, experiências e registros do assunto. Alguns exemplos de projetos que o grupo pode desenvolver: montar terrários de vidro; plantar vasos, colocando-os em pontos com mais e menos luminosidade; fazer cardápios energéticos; interpretar embalagens de produtos que nos sirvam como fonte de energia; analisar alimentos novos no mercado e ver se eles beneficiam ou prejudicam a saúde; publicar tudo o que for produzido pela classe de forma bonita e organizada, por meio de registros em murais ou catálogos para as demais classes. FOTOSSÍNTESE 2: sificados como produtores, já que retiram energia da luz solar, do gás carbônico e da água. Assim acontece o processo de fotossíntese, no qual, além de oxigênio, é produzida a glicose que fornece energia aos vegetais, aos animais herbívoros (que se alimentam de vegetais) e aos carnívoros (que se alimentam de outros animais). O vídeo traz explicações e experiências relacionadas, não só à fotossíntese, mas também a conteúdos como respiração celular, produção de gás carbônico, e à responsabilidade do homem pela manutenção da vida no planeta. DICAS A proposta é utilizar as idéias do documentário em aulas diversas, acompanhando-as com registros que podem ir desde as gravações das aulas até a confecção de textos coletivos e desenhos das experiências. Provoque uma discussão inicial com os alunos sobre os efeitos para o meio ambiente da diminuição da área coberta por florestas no planeta. Quais seriam os efeitos disso na atmosfera do planeta? Visitas ao zoológico, a uma fazenda ou à mata mais próxima podem funcionar como atividades de conclusão dos trabalhos desta unidade temática. A ASTRONOMIA: DE DIA E DE NOITE RESUMO O vídeo explica como são comprovados os movimentos simultâneos das galáxias e do nosso planeta. Além disso, traz experiências de observações a olho nu, para descobrir a movimentação das estrelas e constelações no céu. A S PLANT AS E A VIDA PLANTAS A NO PLANET PLANETA RESUMO T odos os animais dependem direta ou indiretamente dos alimentos produzidos pelas plantas. Por isso, são denominados consumidores. Os vegetais são clas- DICAS E xiba o vídeo para as crianças, desenvolvendo as experiências de observação nele demonstradas e realizando algumas complementares. O objetivo é que elas compreendam mecanismos como a sucessão do dia e da noite; das estações do ano; da contagem TVE SCOLA dos 365 dias que formam cada ano de nossas vidas; da movimentação das sombras relacionada aos movimentos do Sol e da Terra etc. Algumas outras atividades podem enriquecer este trabalho: • Marque posição e tamanho das sombras em diversos horários do dia e em diversos dias do ano, com tinta, nas paredes e chão da escola. Estas observações devem ser datadas e pintadas com capricho e beleza. Sugere-se também desenvolver e agendar aulas noturnas de observação do céu e registrar as estrelas e suas posições em desenho; fazer excursões a observatórios e mirantes como o cume de um morro, a uma torre de TV ou rádio da cidade, ou àquele ponto mais alto do prédio da escola; desenvolver textos sobre as sensações e observações dos alunos; entrevistar algum astrônomo profissional ou leigo; ou desenvolver pesquisas sobre instrumentos usados em astronomia e sobre vidas de astrônomos famosos. • Peça às crianças para soltarem a imaginação e, baseadas no que aprenderam, desenvolver contos de mistério, roteiros de viagens ao céu, aventuras pelo universo etc. Tudo isto pode servir de pretexto para que os alunos se envolvam mais profundamente no processo de aprendizagem da astronomia. • Para mais sugestões e informações sobre aulas de astronomia, procure em sua videoteca o programa da TV Escola Cometas e outras curiosidades, da série Vendo e aprendendo, exibida no dia 28 de abril desse ano. Vale também con- sultar revistas de divulgação científica que abordem o assunto. • Você pode pedir mais informações sobre o assunto à Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia, em São Paulo: (0_ _11) 5506-7838. PLURALIDADE CULTURAL A CARA VANA ARAV FARKAS Série selecionada, na Grade da programação , para o ensino fundamental Transmissão: 17 de outubro Realização: Thomaz J. Farkas. Brasil, 1964-1980. Duração: 8 programas de 10’ a 21’ Preto e branco Áreas conexas: História, Geografia, Língua Portuguesa, Ar te Indicado para atividades com alunos do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO A caravana que nas décadas de 60, 70 e 80 fez uma viagem cinema- tográfica pelo Brasil, produzindo 28 filmes, ganha agora um novo público: o das escolas. Nestes oito documentários, a imagem, a palavra e a música se integram para mostrar a difícil subsistência da população do sertão nordestino. Na Casa de farinha se dá o processo de ajuda mútua dos lavradores de uma mesma fazenda. Eles trabalham juntos na fabricação da farinha de mandioca pelo processo mais rudimentar, amassando a raiz no pilão. Como remuneração, eles recebem pequenas quantias do produto — alimento básico de suas famílias. O Engenho mostra as dificuldades do cultivo da cana em minifúndios e o processo de fabricação do açúcar. Jaramataia é o retrato de um dia de trabalho na fazenda: o cuidado com o gado fraco, o abandono em que vivem os vaqueiros, sua ingênua visão de mundo, sua falta de perspectivas, seu cansaço... No O homem de couro, a personagem principal é o vaqueiro, que enfrenta a difícil tarefa de laçar, tratar, marcar e conduzir o gado – do qual às vezes mal se distingue. O aproveitamento da carne e dos subprodutos do gado mor to nos abatedouros é o tema de A morte do boi. O filme mostra o processo desde a ida do gado para o abate até o aproveitamento de sua carne, couro, cascos, chifres, estômago, pulmão, intestino e sangue — tudo feito através de métodos muito primitivos. O QUE DIZEM OS PARÂMETROS Os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN, de 5ª a 8ª séries, indicam no livro Temas Transversais, pág. 143, as capacidades que devem ser desenvolvidas com o tema Pluralidade Cultural. Quatro delas: • conhecer a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, cultivando atitude de respeito para com pessoas e grupos que a compõem, reconhecendo a diversidade cultural como um direito dos povos e elemento de fortalecimento da democracia; • valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação, reconhecendo sua contribuição no processo de constituição da identidade brasileira; • reconhecer as qualidades da própria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vivência de cidadania; • analisar com discernimento as atitudes e situações fomentadoras de todo tipo de discriminação e injustiça social. PCN na escola / Ciências TVE SCOLA 13 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO O homem de couro Cheiro e gosto historia o plantio e produção do café de 1727 até os dias atuais. Os vários processos de degustação do produto também são mostrados no filme. A Cuíca e O berimbau são dois filmes com entrevistas sobre a fabricação e o uso desses instrumentos do sertanejo nordestino. de pesquisas sobre outras realidades brasileiras, facilita o aprofundamento crítico nesta realidade. É importante que os alunos entendam melhor os processos políticos e econômicos que provocam a desigualdade social e regional dentro do Brasil. Para fechar o trabalho, vale sistematizar o conhecimento produzido durante estas aulas, por meio da organização e registro de textos coletivos, jornalísticos, ficcionais, poéticos etc. além de uma coletânea de fotos ou filmagens, que podem ser feitas pelos próprios alunos, se a escola tiver recursos para isso. Leia também Morte e vida severina, João Cabral de Mello Neto, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2000 DICAS A série é muito oportuna para tratar do tema Pluralidade Cultural em diferentes estudos sobre a realidade brasileira – especialmente nas aulas de História do 4º ciclo do ensino fundamental e nos três anos do ensino médio. Após a apresentação de cada filme, é interessante fazer uma discussão inicial, para relacionar o que cada um dos alunos sentiu, percebeu e observou no contato com o sertão nordestino, como parte significativa da realidade brasileira. Este poderá ser o ponto de partida para outros trabalhos sobre o mesmo assunto. Se a escola estiver em um Estado que receba migrantes nordestinos, seria importante identificar, entre os alunos, filhos e netos desses migrantes, para que eles possam trazer à turma narrativas e documentos da vida de seus pais ou avós. Como era a vida e o trabalho dessas pessoas? Quais eram seu principais traços étnicos e culturais? Por que eles saíram de sua terra e o que esperavam encontrar longe dela? A leitura de textos como literatura de cordel, poemas e letras de música, além 14 ÉTICA A S RELIGIÕES DO MUNDO – HISTÓRIAS ANIMADAS Série selecionada, na Grade da programação, para o ensino fundamental Com esta série, alunos do 3o e 4o ciclos do ensino fundamental, e também do ensino médio, podem conhecer melhor a diversidade cultural e religiosa de diversos povos. DICAS O s programas podem ser aproveitados para levantar discussões e trabalhar posturas de compreensão e respeito às diversas crenças religiosas – inclusive dos próprios alunos. É um bom momento para discutir a questão do respeito mútuo e tolerância na turma. Quais são as diferenças entre as diversas religiões dos alunos? E quais são as semelhanças? A diversidade étnica e cultural do Brasil de hoje reúne em espaços limitados – como a sala de aula – gente de muitas crenças diferentes. Seria interessante pedir aos alunos que falassem sobre suas diferentes crenças e formas de culto. Além de mostrar as diferenças, pode-se destacar as semelhanças existentes (por exemplo, a tradição judaico-cristã, que se repete em muitas religiões ou os ensinamentos éticos presentes em todas elas). Leia também Para os professores: Ética e competência, Terezinha Azerêdo Rios, Cortez Editora, 1997 Para os alunos: Ética e cidadania, Herbert de Souza, Moderna Editora, 1994 História e ética do trabalho no Brasil, Paulo Sérgio do Carmo, Editora Moderna,1998 Transmissão: 23 e 24 de outubro Realização: Salsa Distribution/ S4C. GrãBretanha, 1997. Duração: 13 programas de 13’ a 25’ Colorido Áreas conexas: História, Geografia, Ética Indicado para atividades no ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO R eligiões e líderes religiosos, em desenhos animados que convidam o espectador a refletir e comparar diferentes princípios éticos e humanitários. As religiões do mundo TVE SCOLA plo, guerras) sendo vividos em tempo real, não estimulará uma homogeneização de condutas e culturas? Estimulará o espírito coletivo, ou continuará isolando cada vez mais as pessoas frente à tela da TV? O ritmo das transÉTICA O FIM DA TELEVISÃO Série selecionada, na Grade da programação , para o ensino fundamental Transmissão: 20 de novembro Realização: Canadian Broadcasting Corp. Canadá, 1995 Direção: Jean Menard Duração: 47’30’’ Colorido Áreas conexas: História, Geografia, Trabalho e Consumo, Língua Por tuguesa Indicado para atividades com alunos a par tir do 3o ciclo do ensino fundamental. RESUMO U ma história da televisão, sua evolução tecnológica e diferentes formatos, como a TV interativa ou a TV conectada ao computador. É o fim da televisão? DICAS P rofessores de Língua Portuguesa, História e Geografia poderão desenvolver um trabalho interdisciplinar a partir da exibição do documentário, em partes ou no todo. Algumas indagações permitem ampliar a discussão em Geografia: a TV interativa permitirá ampliar o conhecimento dos espaços do Planeta, ou se interporá entre nós e o nosso conhecimento desses espaços? O homem não acabará se isolando de seu ambiente físico e geográfico, reduzindo idas e vindas, ficando cada vez mais tempo em frente à televisão? Em História, surgem outras questões: a socialização da história mundial, com acontecimentos (por exem- TVE SCOLA Vitrine para a Ciência Estréia dia 2 de outubro, na TV Escola, a série Ver Ciência, sobre Ciência e Tecnologia, que será transmitida de segunda a sexta-feira (exceto no feriado do dia 12), até 20 de outubro, nos horários do ensino médio, das 12 às 13h, 16 às 17h e 20h às 21h. São 18 filmes, de um total de 60 – 40 estrangeiros e 20 nacionais –, que compõem a mostra itinerante Ver Ciência/2000, exibida, há cinco anos, em cinemas de todo o País. O evento é organizado por dois dos criadores do extinto programa Globo Ciência, Sérgio Brandão e José Renato Monteiro, com patrocínio da Petrobrás e do Banco do Brasil. “A demanda pelo evento Ver Ciência cresceu muito nestes cinco anos”, conta José Renato. “No ano passado, apresentamos aos nossos patrocinadores um projeto para comprar os direitos dos filmes para exibição na TV. E tornou-se, então, possível a estréia, em agosto, do programa Ver Ciência na TV Cultura”. Mas, enquanto na TV Cultura o alvo é o público infanto-juvenil, na TV Escola os filmes foram escolhidos visando o professor do ensino médio. Títulos como A revolução da clonagem, O show da tecnologia ou Oficina de ciência: microchips no lugar de nervos permitem que o professor responda a muitas perguntas dos alunos sobre assuntos científicos da atualidade. O professor de Química, por exemplo, pode discutir os medicamentos genéricos com a classe e o de Biologia pode promover um debate sobre a questão dos transgênicos. “Em vez de se deslumbrar com as conquistas nessa área, as pessoas podem apropriar-se delas, entender seu funcionamento, questionar sua utilidade e até sua ética”, diz José Renato. formações tecnológicas, cada vez mais acelerado, contribuirá para as transformações sociais necessárias a uma realidade mais justa e humana? Estas discussões, intermediadas pela exibição de partes do programa, poderão ser intercaladas com atividades na área de Língua Portuguesa. É o caso, por exemplo, da produção de textos que sistematizem o conhecimento produzido; da leitura de textos jornalísticos com interpretações sobre as tecnologias de ponta e de montagens de textos publicitários e informativos de diversos gêneros. Exibido no mesmo dia, o programa Como era lindo o ano 2000 também lida com a questão das expectativas que o homem constrói, baseado na tecnologia. O futuro já chegou. Estamos no ano 2000, época para a qual eram projetadas, há 30 ou 40 anos atrás, uma série de previsões mirabolantes. Este programa mostra os projetos futuristas de cidades, meios de transportes, moradias e meios de comunicação, imaginados nos anos 50 e 60. Filmes antigos prevêem teletransporte, carros computadorizados, aviões supersônicos, compras de apartamentos em complexos gigantescos, uso de robôs como funcionários... Arquitetos e urbanistas fazem suas projeções para o ano 2000 — a maioria das quais não se realizaram. O fim da televisão 15 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO outubro / novembro / dezembro SALTO PARA O FUTURO M AT E M Á T I C A MATEMÁTICA INTERA TIV A INTERATIV TIVA Série selecionada, na Grade da programação , para o ensino fundamental Transmissão: 16 de outubro Realização: TV Escola. Brasil, 2000 Direção: Eduardo Ramos Duração: 4 programas de 9’ a 15’ Colorido Área conexa: Escola / Educação Indicado para capacitação de professores e atividades com alunos do ensino fundamental RESUMO O s quatro vídeos desta série mostram como os computadores podem servir para trabalhar com a Matemática na escola, usando-se softwares específicos para explorar conceitos de Geometria e Álgebra. DICAS A aprendizagem conjunta da informática pode ser um bom momento de aproximação de alunos e profes- Matemática interativa 16 Série Dia Educação Física Disciplina da escola Especial do Dia do Professor Projetos na escola Fundescola - controle social Mobiliário escolar Educação no Brasil; dos jesuítas ao ano 2000 Alfabetização Proformação Língua Portuguesa Debates: Protagonismo juvenil 2 out - 6 out 9 out - 11 out 13 out 16 out - 20 out 23 out - 27 out 30 out - 1 nov 3 nov 6 nov - 10 nov 13 nov - 17 nov 20 nov - 1 dez 4 dez - 8 dez ◆ O Salto para o futuro é transmitido ao vivo, de segunda a sexta, das 19h às 20h. ◆ Os programas ao vivo são reprisados no dia seguinte, das 11h às 12h e das 15h às 16h. ◆ Para ter mais informações, consulte, na Internet, a página: www.tvebrasil.com.br/salto sores. O computador é um excelente pretexto para desenvolver de forma lúdica a pesquisa e a busca de solução para os problemas propostos em sala de aula. Além disso, é também um importante recurso no registro de trabalhos e economiza tempo nas atividades desenvolvidas, para que se pense melhor sobre elas. Exiba o programa O computador como ferramenta de aprendizagem, como recurso para trabalhar com seus alunos, trocando experiências com eles e sensibilizando para incorporar este instrumento à sua aprendizagem. O programa pode também ser usado para explicar o uso da tecnologia numa reunião de professores ou de pais. O programa O computador nas atividades de Geometria permite, por exemplo, saber como utilizar a linguagem Logo no desenvolvimento de atividades na aula de Matemática – especialmente em Geometria – com alunos do 3o ciclo do ensino fundamental. As atividades no computador podem ser planejadas em conjunto com as atividades em sala de aula. Brincar com formas e proporções pode ser uma excelente atividade para aulas de Geometria que tratem de medidas, proporções, simetria, translação, rotação, ângulos, retângulos, triângulos, circunferências, polígonos, eixos etc. O trabalho pode ser organizado na seguinte seqüência: Primeiro passo: O trabalho pode começar perguntando-se aos alunos onde podemos localizar a Geometria à nossa volta. É importante descobrir o quanto eles já têm de Geometria incorporada às suas vidas. A partir daí, é possível pensar sobre a importância desta área temática, tão presente no cotidiano, entendendo seu significado e a necessidade de conhecêla melhor. Segundo passo: Após esta conversa, exiba o vídeo, em par tes ou no todo, para apresentar a Geometria e as possibilidades que ela oferece: desenvolver competências para refletir sobre situações/ TVE SCOLA problemas, elaborar previsões e hipóteses, relacionar idéias etc; trabalhar habilidades que vão além da observação e do registro de espaços e auxiliar o conhecimento de conteúdos de outras áreas (Física, Artes, Mecânica, Engenharia, Arquitetura etc) Faça paradas na exibição do vídeo para resolver dúvidas e discutir as possibilidades de linguagens como o Logo e de softwares como o Excel. Vale chamar atenção para a forma como professores e alunos do filme aproveitam o computador e para as possibilidades de manejo do mouse em diferentes funções. Terceiro passo: A primeira aula pode ser iniciada com o desenho de formas por meio do Power Point, para que os alunos aprendam a manejar este software, desinibindo-se aos poucos para trabalhar com a Geometria em outros programas. Para a continuidade do programa de Geometria, desenvolva atividades de construção de baixo e alto-relevo com figuras geométricas, ladrilhamentos, tecelagens, dobraduras, representações em maquetes de espaços diversos da escola, trabalhos com mosaico, espelho, uso de recursos do Power Point e outros. Este trabalho pode e deve reunir as áreas temáticas de Geografia, Arte e História (mostrando, por exemplo, a arte e a engenharia de povos como o romano, o asteca e o egípcio). No processo, podem surgir outros projetos interdisciplinares que utilizem o computador para pesquisas, confecção de mapas e tabelas, registros e ilustrações, entre outras atividades. No programa O computador nas atividades de álgebra, o professor de Matemática do 4o ciclo do ensino fundamental encontra algumas idéias para desenvolver suas aulas de Álgebra e as diferentes possibilidades de determinados softwares. Mostrar diferentes representações espaciais, exercitar o desenvolvimento do raciocínio lógico nas abstrações mais complexas da Matemática, trabalhar com diferentes operações e incógnitas, testar e aprender a precisão matemática no TVE SCOLA desenvolvimento de equações – todo este percurso pode ser auxiliado com a utilização do Logo e do Excel. O professor pode alternar o uso do computador com o de diversos recursos, de acordo com suas possibilidades: • O Logo permite pensar e testar situações com a utilização de variáveis, concretizando-as por meio das imagens exibidas na tela. Possibilita também o registro simultâneo de todo o raciocínio dos alunos que o estão utilizando. O professor pode também planejar outras atividades em sala de aula, aproveitando as idéias que o programa apresenta. • O Excel permite trabalhar com um sem-número de expressões algébricas, introduzir as sentenças matemáticas e a noção de função, além de possibilitar a confecção de planilhas, a resolução de problemas com valores ocultos e de equações com uma ou mais incógnitas. • A utilização de outros recursos enriquece o trabalho. Por exemplo, podese mostrar uma balança com pesos de bronze para estabelecer a noção de “equilíbrio” de uma equação. A realização de experiências como esta pode facilitar a concretização de conceitos abstratos e vinculá-los à história da Matemática. • Os alunos podem criar novos problemas utilizando variáveis e resolvê-los usando diversos recursos (balança, quadro-negro, palitos e o próprio computador), para descobrir diferentes soluções. Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos podem ser impressos e expostos na classe ou em murais de salas de reunião, para divulgação do projeto. Com as idéias sugeridas no vídeo O computador no tratamento da informação, o professor do 1o e 2o ciclos do ensino fundamental pode desenvolver o seu planejamento e exibi-lo aos alunos. Ao mostrar o vídeo, ele possibilita também que eles vejam as experiências que outras crianças da mesma idade estão desenvolvendo na área de Matemática, com ou sem computador. HISTÓRIA O VELHO – A HISTÓRIA DE LUIZ CARLOS PRESTES Série selecionada, na Grade da programação, para o ensino fundamental Transmissão: 13 e 14 de novembro Realização: Casa de Produção / Olhar Imaginário / GNT Globosat. Brasil, 1997. Direção: Toni Venturi Duração: 3 programas de cerca de 45’ Colorido Áreas conexas: Geografia, Ética, Língua Por tuguesa Indicada para atividades com alunos do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO D ocumentário sobre a trajetória política e pessoal do líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990), também conhecido como o Velho pelos militantes do extinto PCB. Com depoimentos, imagens e filmes de época. DICAS O s três episódios da série podem ser utilizados em diferentes aulas de História do Brasil, para possibilitar O velho – a história de Luiz Carlos Prestes 17 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO aos alunos o aprofundamento da pesquisa sobre movimentos importantes da primeira metade deste século, como a Coluna Prestes (manifestação do tenentismo), de 1925, e a Intentona Comunista, de 1935. Os programas contribuem também para se compreender melhor as décadas seguintes, em que Prestes e os comunistas continuaram atuando e influindo, de algum modo, na vida política do País. CONVERSAS Muitas questões podem ser debatidas e melhor esclarecidas por meio de pesquisas, leituras de textos, conversas com historiadores, artistas, políticos, escritores, sociólogos ou pessoas da comunidade que tenham presenciado ou participado diretamente de movimentos políticos no período coberto pelo documentário. O documentário é oportuno também para que os alunos tenham contato com diferentes leituras do Brasil e de propostas para resolver seus problemas – no passado e no presente, de comunistas ou outros grupos políticos, em um bom excercício de conhecimento e respeito à diversidade. Leia também O manifesto comunista, Karl Marx e Friederich Engels, Garamond, 1998 A Coluna Prestes – Coleção Tudo é História, José Augusto Drummond, Editora Brasiliense, São Paulo, 1987 OUTRAS ATRAÇÕES PLURALIDADE CULTURAL UM DIA DE FEST A FESTA Série, 13 programas. Transmissão: 5 e 6 de dezembro Áreas conexas: Geografia, História e Ética Manifestações populares como a Festa do Pantanal na África, a Festa dos Barcos na Borgonha, a Festa do Dia de São João na Ilha de Córsega e a Festa do Soucôt em Israel. Por meio de comemorações como estas, comunidades do mundo inteiro reforçam sua identidade cultural. DICAS O conteúdo deste vídeo pode ser usado no trabalho com alunos desde o 2o ciclo do ensino fundamental até o ensino médio, com o objetivo de entender a importância dos rituais festivos e trabalhar com sua própria identidade cultural. A partir da exibição do programa e das discussões resultantes, pode-se montar, por exemplo, uma exposição sobre festas da cultura brasileira, utilizando todo material disponível sobre o assunto: livros, vídeos, jornais ou revistas. A classe pode também pode levar um pouco mais longe a dis- Um dia de festa cussão, tentando responder a algumas perguntas. Por exemplo: Por que é mais difícil manter a identidade cultural nos grandes centros urbanos? E o que acontece quando as pessoas perdem este referencial? ARTE TODAS AS NOT AS NOTAS Série, 6 programas Transmissão: 21 e 22 de novembro Área conexa: História Vida e obra de alguns dos mais importantes compositores da música universal: Beethoven, Mozart, Tchaikovsky, Bach, Rachmaninoff e Ravel. DICAS Todas as notas 18 Vale a pena exibir os programas em diferentes aulas de Arte, para desenvolver a sensibilidade musical dos alunos, ensinando-os a ouvir atentamente e até a representar o mundo por meio dos sons. TVE SCOLA MEIO AMBIENTE EFEIT O ESTUF A: FEITO ESTUFA O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O TEMPO? Série, 2 programas Transmissão: 27 de novembro Áreas conexas: Ciências, Geografia, História, Saúde, Ética. Estes dois programas representam uma ótima oportunidade para conscientizar os alunos a respeito de uma questão ecológica fundamental: o efeito estufa. Este é um problema que vai atingir diretamente a vida de todos os seres humanos em pouco tempo. Se nada for feito para resolvê-lo, o nível de gás carbônico na atmosfera deve dobrar até o ano 2050 e triplicar até o ano 2100. A mudança climática resultante – o aquecimento global do planeta – pode ter efeitos catastróficos para o ambiente e para a própria sobrevivência dos seres humanos. estufa. Eles exigem que as nações em desenvolvimento reduzam sua industrialização para colaborar com este programa. Isto é justo? Vale a pena propor esta discussão para a turma. Veja e grave ainda: OS NOMES DO ROSA O universo e as personagens do escritor João Guimarães Rosa são o tema desta série de cinco episódios, produzida pela GNT em parceria com o jornalista Pedro Bial. Cada capítulo é dividido entre a parte documental e a de ficção – esta última estrelada por atrizes como Marieta Severo, Giulia Gam e Walderez de Barros, que interpretam personagens de Guimarães Rosa. DICAS As músicas ouvidas no vídeo podem ser provocadoras de atividades paralelas, tais como pintar inspirando-se nos sons da música, enxergar e representar os movimentos musicais por meio de desenhos de objetos ou corpos e representar espaços e ambientes naturais a partir da audição de músicas clássicas. A conclusão deste trabalho pode ser a criação de um ateliê musical, onde os alunos possam construir e criar instrumentos, tocar e até compor músicas de diferentes estilos, exibindo-as para outras turmas. A série é indicada para atividades com alunos do 4 o ciclo do ensino fundamental e também do ensino médio. O rio de Machado TVE SCOLA Os dois documentários podem ser vistos em várias partes e explorados por professores de diversas áreas temáticas do ensino fundamental. Em Ciências, por exemplo, além de explicar aos alunos o mecanismo do efeito estufa e suas conseqüências, é possível acompanhar os esforços dos cientistas para descobrir formas alternativas de retirar o dióxido de carbono da atmosfera. Em Geografia, pode-se discutir os efeitos do aquecimento global em várias partes do mundo – começando pelas calotas polares, que correm o risco de derreter, inundando várias partes da Terra. O programa também coloca uma difícil questão política e ética. Atualmente, os países desenvolvidos estão se movimentando de Assis para resolver o efeito Os nomes do rosa O RIO DE MACHADO DE ASSIS Em seus três episódios, esta série – co-produzida pela GNT e a atriz e produtora Norma Bengell – faz um passeio pelo Rio de Janeiro retratado na obra de Machado de Assis. O roteiro de turismo literário tem como guias alguns dos personagens mais famosos do escritor: Capitu (Fernanda Torres), Brás Cubas (Paulo José) e o Conselheiro Aires (Tonico Pereira). Todos estes personagens levam o espectador a um passeio por paisagens diferentes e ângulos inusitados do Rio de Janeiro. 19 De volta às RAÍZES Escolas da rede estadual do município de Canoinhas, em Santa Cantarina, usam programas da TV Escola em projetos para a recuperação do meio ambiente e da cultura de seus antepassados. Reportagem: Dóris Fleury Fotos: Vera Jursys região de Canoinhas, Santa Catarina, é marcada por duas perdas expressivas: a devastação de suas florestas e o esquecimento das origens de sua população. Vivíamos da indústria da madeira. Cortávamos as árvores, sem pensar no futuro. Agora, a madeira acabou e estamos chorando, sentados no cepo da imbuia, diz Arnaldo Erwin Mews, diretor da Escola Manoel da Silva Quadros. Mudou o cenário, perdeu-se o roteiro: As crianças não sabem mais de onde vieram os pais, os avós. Perderam suas origens, acrescenta Arnaldo. O quadro é preocupante, mas as escolas não estão indiferentes. Vários projetos em andamento na rede estadual tratam da História da região e de seus problemas ambientais. Parte deles foi desenvolvida em resposta ao concurso Minha escola participando da História, promovido no ano passado pela Coordenadoria Regional de Educação. A 20 O principal objetivo do concurso era estimular a utilização da TV Escola e de outras tecnologias. Muitas escolas tinham o kit de equipamentos, mas aproveitavam pouco o recurso. Por isso, usar programas da TV Escola em seus trabalhos foi pré-requisito para os participantes. Por isso, também, os 22 projetos selecionados, de 48 inscritos, foram documentados em vídeo. Queríamos incentivar o uso da tecnologia de todas as formas, explica a coordenadora de Educação a Distância, Zilda Hatschbach Freitas. Os professores fugiam do microfone e da câmera. Veja, nas próximas páginas, alguns dos projetos premiados. Mapa de Santa Catarina, criado pelos alunos da Escola João José de Souza Cabral, em atividade sobre migração. TVE SCOLA Daniele Martins, da Escola Júlia Zaniolo (à esquerda) participa de reflorestamento e os alunos da Escola João José de Souza Cabral (abaixo) revivem as tradições dos imigrantes: duas frentes de trabalho na redescoberta da identidade de Canoinhas. Os europeus que se estabeleceram em Canoinhas, a partir das primeiras décadas deste século, deixaram suas marcas em construções típicas como esta casa (à direita). As tradições da imigração européia, entretanto, foram aos poucos sendo esquecidas. Hoje, boa parte do patrimônio histórico da cidade está ameaçado. TVE SCOLA 21 De volta às RAÍZES NAS PEGADAS DA HISTÓRIA A professora de Geografia da Escola João José de Souza Cabral, Teresinha Hoickesfeld Woitexem, lembra até hoje da reação de seus alunos ao programa da TV Escola As viagens portuguesas do descobrimento. Eles sabiam que os seus antepassados não eram portugueses e se perguntaram de onde eles vinham. Na ocasião, fiz uma pesquisa e descobri que a maioria de nossos alunos descendia de alemães, conta a professora, ela também descendente de alemães e casada com um descendente de ucranianos. Puxando o fio desta meada, a professora que dá aula da 3ª série do ensino fundamental à 3ª série do médio elaborou o projeto interdisciplinar Imigração e migração no Brasil, com atividades de Geografia, História e Língua Portuguesa. Resolvi fazer mapas quebra-cabeça. Neles, a turma localiza a Europa e a Alemanha, a América do Sul e o Brasil. De- 22 “ QUERÍAMOS CONHECER NOSSAS ORIGENS. COM O TRABALHO, NOS LOCALIZAMOS NO MUNDO ” Turma da Escola Manoel Quadros da Silva exibe placa da rua Elza Baukat, uma pioneira da história de Marcílio Dias. pois, acham Santa Catarina e dentro dela, finalmente, Canoinhas, explica Teresinha. Em História, os alunos fizeram uma pesquisa sobre os itinerários dos antepassados alemães dos canoinhenses. Foram batendo de porta em porta, fazendo perguntas e pesquisando até na Internet. Trouxeram relíquias familiares para a escola; visitaram a tradicional Cervejaria Canoinhense, de Rupperecht Loeffler, pertencente a uma família austríaca que fabrica cerveja há gerações e produziram textos, orientados pela professora de Língua Portuguesa. Hoje, no 3º ano, fazem uma avaliação positiva do projeto. Tínhamos curiosidade de saber de onde vínhamos. Com o trabalho, a gente se localizou no mundo, afirma o descendente de alemães e italianos Luiz Mateus Moreschi. Depois do trabalho, alguns alunos juntaram-se ao grupo folclórico alemão Teewald (floresta de chá, nome alusivo à cultura local da erva-mate). TVE SCOLA De volta às RAÍZES QUEM FOI ELZA BAUKAT? Enquanto isso, no distrito de Marcílio Dias a parte mais germânica de Canoinhas Arnaldo Erwin Mews, diretor da Escola Manoel da Silva Quadros, também se preocupava com o mesmo problema. As crianças daqui não se vêem como participantes e co-autores da História. Seu cotidiano está muito distanciado do que aprendem na escola, diz Arnaldo. Se eu perguntar aos meus alunos o que é uma floresta, eles vão se lembrar da Amazônia mesmo que passem todo dia por um bosque de araucárias. Programas da TV Escola, como os da série PCN / Temas Transversais Pluralidade Cultural, deram ao diretor algumas idéias para atravessar este abismo. No ano passado ele lançou, numa turma-piloto da 8a série, o projeto Nomes de ruas de Marcílio Dias. A idéia era descobrir, por meio de pesquisas e entrevistas, quem foram os imigrantes cujos nomes batizaram as ruas do distrito. Voltando algumas gera- MADEIRA ABAIXO A região de Canoinhas já foi coberta por uma floresta nativa dominada pelo pinheiro araucária e rica em espécies como a imbuia, cedro, canela e erva-mate. Este tipo de vegetação – conhecida como floresta ombrófila mista – sobrevive, hoje, apenas em reservas como a Floresta Nacional de Três Barras, município a 12 km de Canoinhas. É difícil calcular a extensão do desmatamento na região. Só para se ter uma idéia: o Estado de Santa Catarina, de acordo com estimativa do Ibama, conserva apenas 14% de sua cobertura vegetal original, formada por Mata Atlântica de encosta (do litoral) e floresta ombrófila mista. COMO PRESERVAR Dá para explorar as riquezas da mata nativa, sem provocar o desmatamento em larga escala? Fábio Poggiani, professor de Ecologia Florestal da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz, da USP, em Piracicaba, São Paulo, aponta uma possibilidade: estudar previamente a floresta, levantar o número de espécimes nela existente, cortar apenas uma quantidade de árvores que não afete a biodiversidade e depois deixar o local “em repouso”, no mínimo por 30 anos, para que a vegetação se recomponha. Nas áreas em que a devastação já está consumada, o remédio é reflorestar. Mas a maior parte do reflorestamento em Canoinhas (cerca de 10 mil hectares) é feita, pelas madeireiras, apenas com pinus – para fabricar papel e celulose, principalmente. E as florestas de pinus não permitem a reconstituição da flora nem da fauna nativas. “Elas até têm um certo valor ecológico, porque protegem contra a erosão e produzem oxigênio. Mas, a rigor, nem poderiam ser chamadas de florestas; o termo correto seria plantação de pinus., explica o professor. Leonel Hercílio colhe cenouras na horta da Escola Horácio Nunes, em Irineópolis, região de Canoinhas. TVE SCOLA ções, esses meninos começaram a perceber o que significa ser descendente dessas pessoas, explica o diretor. Para ouvir a história da rua Elza Baukat, por exemplo, os estudantes não precisaram ir muito longe. Bastou entrevistar seu filho, o torneiro-mecânico Rudolph Baukat, que mora na rua com o nome da mãe. Os pesquisadores ficaram sabendo que D. Elza foi, durante muitos anos, a parteira de Marcílio Dias. Trouxe centenas de bebês ao mundo e, depois dos partos, não dispensava um copinho de cerveja preta. Neste ano, a pesquisa será retomada com uma metodologia mais rigorosa (ampliação das fontes de informação, por exemplo) e deve resultar num livro sobre o assunto. Será um presente para a comunidade de Marcílio Dias. 23 De volta às RAÍZES SEMENTES DO FUTURO Desde o início do século, a indústria madeireira da região de Canoinhas derrubou milhares de hectares de espécies como a imbuia, o cedro, a canela, a cerejeira e a araucária. É possível recuperar um pouco da floresta perdida? O projeto premiado da Escola Júlia Baleoli Zaniolo, Reflorestamento com espécies nativas, tenta fazer sua parte. Hoje em dia, só as escolas promovem este tipo de reflorestamento, diz a professora de Geografia de 5a a 8 a série, Maria José Pereira. Maria José sempre procurou interessar seus alunos pelo problema ambiental, por meio de séries da TV Escola como Paisagens brasileiras, Santuários selvagens, Animais do mundo. Desde 1996, a escola batizada com o nome de uma dona de madeireira planta árvores nativas nos arredores e no pá- Participando do projeto de reciclagem do lixo, os alunos da Gertrudes Müller ajudam sua escola a recuperar a auto-estima. “ AS COISAS MUDARAM POR AQUI. OS ALUNOS CUIDAM DA LIMPEZA E A ESCOLA JÁ NÃO SE SENTE TÃO ABANDONADA 24 ” HORTA PEDAGÓGICA Há seis anos, Vanir Isaura Selau Koppe, professora de 1 a a 4 a série, plantou uma horta na Escola Horácio Nunes, em Irineópolis, região de Canoinhas. Na época, ela só queria complementar o cardápio da merenda escolar. Mas há um ano, assistindo ao programa da TV Escola Horta, da série Meio ambiente e cidadania, veio o estalo: por que não usar o trabalho pedagogicamente? Hoje, Vanir trabalha boa parte do currículo em torno da horta. Ela é usada em Ciências, Língua Portuguesa e, principalmente, em Matemática. O aprendizado começa no traçado dos canteiros em diferentes figuras geométricas. “A gente aprende a fazer uma circunferência: é só colocar um galhinho no meio, amarrar um TVE SCOLA De volta às RAÍZES tio da escola. Nossa grande preocupação aqui é com a araucária, que tem uma importância não só econômica, mas também histórica para a região, diz Maria José. SHOPPING NO LIXO Além da questão do reflorestamento, as escolas de Canoinhas se preocupam em evitar a degradação do ambiente. A professora de Ciências da 5 a à 8 a série do ensino fundamental da Escola Gertrudes Müller, Léia Orfa Paul, ouvia seus alunos dizerem, às vezes, que iam ao shopping. Não entendia, porque aqui em Canoinhas não temos shopping, conta Léia. Depois percebi que elas estavam falando do lixão do bairro, onde freqüentemente iam pegar coisas. Eu não queria humilhar esses alunos, apontar o dedo para eles, mas precisava fazer alguma coisa. Em vez de repreender, Léia exibiu o programa Lixo e desperdício, da série Natureza sabe tudo e começou um trabalho de esclarecimento sobre os tipos de lixo, o destino que podem receber, os perigos barbante e girar em volta. Aí você tem o raio. Nem precisa usar compasso!”, explica a aluna Jocasta Lerner, da 4a série. No plantio, os alunos dividem em centímetros a distância adequada entre cada semente. E, depois que os canteiros ficam prontos, calculam seu perímetro e área. Na hora da colheita, surgem novas oportunidades de aprender. A professora Vanir ensina a fazer o seu famoso bolo de cenoura, que depois é dividido entre todos. Dois bolos são cortados em 15 pedaços cada um. Problema: há mais de 15 alunos, como dividir o bolo? Nesta brincadeira, entram as noções de frações próprias e impróprias. A horta tem superprodução todo ano. Os alunos vão às ruas vender o que sobra, aprendendo a somar, multiplicar e fazer o troco. O rendimento é utilizado na compra de mais sementes e no aluguel de um ônibus que leva as crianças para conhecer o município. “Quero que eles saibam onde estão e para onde vão”, explica a professora. TVE SCOLA A professora Léia Orfa Paul usou a TV Escola para explicar a seus alunos o problema ambiental do lixo, e criar um projeto de reciclagem. que oferecem para a saúde e as vantagens da reciclagem. Não demorou muito e os alunos da Gertrudes Müller estavam na rua, distribuindo panfletos à população sobre a coleta seletiva, recolhendo e vendendo material reciclável. Formou-se também a Comissão Interna de Prevenção Ambiental Cipa, um comitê de alunos e professores que cuida da questão do meio ambiente, começando pela própria limpeza da escola. A Cipa é apoiada pelo Programa Aprendendo com a Árvore iniciativa patrocinada pela madeireira Rigesa. A atividade ambiental ajudou a levantar a auto-estima da escola. Antes, até os pais dos alunos achavam que o ensino aqui era fraco. Agora, as coisas estão mudando, conta a professora de Educação Física, Margareth Bunn. Os alunos cuidam da limpeza, e a escola já não se sente tão abandonada. No ano passado, pela primeira vez, o Gertrudes se animou a participar do desfile do 7 de setembro, junto com as outras escolas. Vanir com seus alunos na horta da Escola Horácio Nunes: aqui ela ensina Matemática, das quatro operações à Geometria. 25 De volta às RAÍZES QUE LUGAR É ESSE QUASE PARANÁ De qualquer lugar um pouco mais elevado de Canoinhas vê-se o Paraná. A fronteira fica a 12km do perímetro urbano da cidade. Curitiba, capital do Paraná, fica bem mais perto (180km) que Florianópolis, a capital catarinense (380 km). Canoinhas é salpicada de araucárias, árvore-símbolo do Estado vizinho. FRIO A temperatura média anual é de 17º. A média de geadas, que ocorrem nos meses de junho, julho e agosto, é de 17,4. CHIMARRÃO NA CUIA Com uma área de 1.453 km2 e população de 49.282 habitantes, Canoinhas vive da agropecuária (feijão, milho, fumo, gado leiteiro) e da indústria (madeira, compensados, laminados, esquadrias, papel higiênico e erva-mate). O município tem 28 indústrias de erva-mate. A cuia de chimarrão é presença indispensável nas casas e escolas da cidade. Construções em estilo enxaimel no centro de Canoinhas. A região foi povoada por imigrantes de origem alemã, polonesa, ucraniana e italiana entre outras etnias. A região já recebeu diferentes grupos de migrantes estrangeiros, a partir de 1768: portugueses, espanhóis, poloneses, ucranianos, alemães, sírios, libaneses e italianos. O povoado de Canoinhas foi criado em 1888, pelo agricultor brasileiro Francisco de Paula Pereira, de São Bento do Sul, RS. EVASÃO E REPETÊNCIA Em 1999, o município de Canoinhas teve 8.038 alunos matriculados nas escolas estaduais, 5.429 nas municipais e 929 em escolas particulares. Nas escolas estaduais, a taxa de evasão foi de 4,44% (2,6% no ensino fundamental e 1,84% no ensino médio); a de repetência, 7,31% (6,35% no ensino fundamental e 0,95% no ensino médio. GUERRA DO CONTESTADO O conflito, ocorrido entre 1912 e 1916, atingiu em cheio a região. Os revoltosos do Contestado – camponeses pobres – atacavam a vila de Canoinhas e outros povoados. Para combatê-los, o exército brasileiro chegou a estacionar 80% do seu efetivo no local. DEVASTAÇÃO PLURALIDADE LOUCO DE BOM É o que dizem os canoinhenses quando consideram alguma coisa muito boa. Canoinhas fica O grande vilão ecológico de Canoinhas foi a perto da fronteira com o Paraná Brasil Railway Company. No começo deste sécu(mapa) e é lo, ao construir a estrada de ferro Rio Grande do salpicada de Sul-São Paulo, a empresa ferroviária, por meio araucárias, de uma subsidiária, exigiu o direito de derrubar árvores-símbolo a mata de 15 km de cada lado da linha férrea do Estado para explorar a madeira. vizinho (à direita). 26 TVE SCOLA Estratégia de MULTIPLICAÇÃO Coordenadoras da Secretaria de Educação de Três Lagoas, MS, aproveitam idéias de encontro da TV Escola, em Belo Horizonte, e criam projeto de capacitação de professores para orientar o uso dos vídeos na rede municipal. Reportagem: Rita Freire Fotos: Paulo Pepe exta-feira é dia de capacitação na rede muvoltou de um encontro de capacitação da TV Escola nicipal de Três Lagoas, Mato Grosso do em Belo Horizonte. Até então, a utilização da TV Escola na rede muniSul. Lá vai Irene para uma das escolas da cipal de Três Lagoas dependia da iniciativa pessoal cidade. Na bagagem, giz de cera, tesoude alguns professores, que procuravam material para ras, gravador, revistas velhas e uma fita ilustrar suas aulas. As 14 escolas municipais, com cerde vídeo. Está começando mais uma jorca de 7 mil alunos, tinada de atividades do nham o kit de equipaProjeto Coração do Panmentos. Mas não havia tanal. Objetivo: estimular e orientar os professores uma política na rede para para o uso de recursos incentivar o aproveitaaudiovisuais. mento dos vídeos. A gente nem sabia direito o Irene Aparecida Barbosa é coordenadora de que propor aos professores, diz Rose. Educação a Distância da Os cursos de capaciSecretaria Municipal de tação oferecidos pela SeEducação Semed. E med já utilizavam as sésegue um roteiro que cories do Salto para o Fumeçou a ser traçado no turo. Rose e Irene estafim do ano passado, vam montando um pequando a gerente da Divisão de Educação da Nas aulas de capacitação, os professores se reúnem em uma queno acervo de prograSecretaria, Rose Moreira, sala de aula e assumem o papel de seus alunos. mas para atender os pro- S TVE SCOLA 27 Estratégia de MULTIPLICAÇÃO fessores. Mas a gerente de Educação queria mais. E foi a Belo Horizonte. Participei de várias oficinas, atrás de experiências que pudessem ser incorporadas, conta Rose. Aprendi algumas coisas simples, mas que fazem toda a diferença. O professor não precisa, por exemplo, deixar o vídeo correr, só para ilustrar uma aula. Pode preparar-se com antecedência, escolher trechos interessantes para repetir, voltando a fita e fazendo um intervalo para conversar. Pode também juntar o vídeo com outros materiais e usar o mesmo programa várias vezes, sempre atento à participação dos alunos. No encontro, Rose conheceu a série Paisagens brasileiras, com programas que exploram aspectos geográficos, sócio-econômicos e culturais de diferentes cidades do País. Acompanhou também uma oficina na qual professores amazonenses mostraram seu trabalho, com programas sobre a floresta e seus recursos. Percebi que tínhamos muito em comum. Aqui, temos a proximidade com o Pantanal, que nem todos conhecem de perto, mas faz parte da identidade regional. Com 150 mil km 2 de área, o Pantanal é a maior reserva biológica do mundo em terras contínuas. A expansão agroindustrial, o despejo de resíduos tóxicos e or- 28 “ APRENDI ALGUMAS COISAS SIMPLES, MAS QUE FAZEM TODA A DIFERENÇA ” Alunos da Escola Gentil Rodrigues Montalvão procuram, no globo terrestre, a região do Pantanal. gânicos, o desmatamento e a caça indiscriminada ameaçam sua flora, fauna e recursos hídricos. Na série Paisagens brasileiras, o programa Coração do Pantanal Corumbá aborda esses problemas a partir do olhar de um menino que mostra seu dia-a-dia em casa e na escola, o trabalho de seus pais e o modo de vida na região. Achei que seria um bom material para a gente discutir o uso do vídeo nas escolas, conta Rose. De volta a Três Lagoas, Rose conversou com Irene a coordenadora de Educação a Distância sobre o melhor jeito de divulgar o que aprendera em Belo Horizonte. No início ficamos eu e ela, discutindo tudo que vi e ouvi nas oficinas e procurando definir uma estratégia de multiplicação, lembra-se Rose. Depois, Irene se debruçou sobre um pequeno projeto, para levar aos professores. Irene viu e reviu o programa da TV Escola muitas vezes. Selecionou os temas abordados, identificando neles conteúdos de diferentes áreas temá- TVE SCOLA Estratégia de MULTIPLICAÇÃO ESCOLAS MOTIVADAS Será que as crianças vão prestar atenção em um vídeo que fala de coisas regionais, mostrando uma cidade que eles nem conhecem? Meio desconfiada, a professora Arbanízia de Souza, da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Gentil Rodrigues Montalvão, resolveu seguir à risca a proposta de Irene. Deu certo: seus alunos da 4a série gostaram da aula diferente, em que viram o programa Coração do Pantanal – Corumbá. Cantaram, desenharam e giraram um globo terrestre para localizar a região. E adoraram fazer o mapa semântico. “É claro que ajudei as crianças a identificar coisas diferentes e importantes que existem no Pantanal. Mas elas tinham outras coisas para acrescentar. Um dos alunos lembrou que o Pantanal tem peixes grandes e pequenos como nenhum outro lugar.” Para os pequenos alunos da Escola Senador Felinto Müller, a variedade de peixes foi o assunto que despertou maior interesse no vídeo. A professora Presciliana Alves de Mello, que vem explorando os programas da TV Escola para diversas atividades, usou o tema de Coração do Pantanal – Corumbá para uma produção coletiva. “As crianças montaram um aquário de papel com todos os tipos de peixes que imaginam existir no Pantanal”, conta a professora. PARÂMETROS Atividade na sala da professora Arbaniza: um mapa semântico que ajuda a listar temas para discutir o programa Coração do Pantanal . ticas. Ampliou a observação desses conteúdos com uma pesquisa de canções regionais que falassem da vida dos moradores do Pantanal. E assim nasceu o Projeto Coração do Pantanal. Construí uma atividade que a gente pudesse desenvolver em um único dia, com todos os professores de uma mesma escola, conta Irene. A temática do Pantanal permite o trabalho em qualquer disciplina, com questões culturais e ambientais que interessam a todos. Os professores podem explorar temas socioeconômicos, como os diferentes meios de transporte utilizados no Estado do Mato Grosso do Sul, o papel da pesca e da mineração no Pantanal e os meios de subsistência da população. FEITO CRIANÇA Nas aulas de capacitação para uso de recursos audiovisuais, os professores da rede municipal de Três Lagoas se reúnem em uma sala de aula e assumem o papel de seus alunos. Trabalho com TVE SCOLA Junto com Presciliana, a professora de Educação Física, Marli Aparecida dos Santos, tem aproveitado também os programas da TV Escola sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN. “Eu conto com ela para desenvolver atividades de expressão corporal, dança e trabalho de equipe nas aulas de Arte”, explica Marli. “Ela conta comigo para tornar as aulas de Educação Física mais gostosas, envolvendo coreografia, cenograSonilda: uma fia e apresentações para a comunidade”. nova forma de A professora garante que a proposta funciocontato com os na. “Com o tempo, alguns alunos com muita dipais de alunos. ficuldade de coordenação, ou muita timidez, revelaram-se verdadeiros dançarinos. Perderam o medo do palco”. Na Escola Diógenes de Lima, a diretora Célia Maria de Souza e os professores descobriram como aumentar a participação da comunidade nas reuniões. “Aprendemos com a série PCN na Escola – Diários que a nossa relação com os pais pode ser mais afetiva, menos formal. Em vez de enviar uma convocatória, por exemplo, fazemos com os alunos bilhetinhos que eles levam para casa. Não é uma intimação, é um convite para que venham coIrene:um novo nhecer nosso trabalho de perto”, diz Célia. projeto para A diretora Sonilda Maria da Silva, da Escola levar aos Olinto Mancini, também resolveu experimentar professores. um modo mais carinhoso de fazer contato com os pais dos alunos: “Na última reunião, vieram até algumas mães que não costumam aparecer, porque sentiram-se convidadas para um batepapo”, conta ela. “Temos muito que falar e ouvir, mas os pais sempre acham que as reuniões são feitas para mostrar o desempenho de cada aluno. Quem desconfia que seu filho está indo mal nem aparece. Mas isto já está mudando”, garante a diretora. 29 Estratégia de MULTIPLICAÇÃO eles exatamente aquilo que podem fazer com sua classe, organizando a turma em grupos e distribuindo atividades diferentes para cada um, explica a coordenadora. Nesta atividade, ela não se inibe em tratar os professores como trataria as crianças. Distribui cópias da letra de uma canção regional, liga o toca-fitas e dá o comando: Agora, todo mundo cantando junto. Aos poucos, os participantes vão deixando a timidez de lado e Irene vai ficando mais tranqüila. Este é um aquecimento importante, para que não se assista ao vídeo passivamente. VÍDEOS FACILITAM DIÁLOGO COM A COMUNIDADE Domingo sim, domingo não, das 7h ao meio-dia, uma escola da rede municipal de Três Lagoas e as ruas em torno transformam-se em um grande centro de convivência. Com prestação de serviços, oficinas, atividades esportivas, artísticas e exibições de vídeo para a comunidade. É o Escola Aberta, um projeto que integra várias equipes da Prefeitura, lideradas pela Secretaria Municipal de Educação – Semed, e reúne, por encontro, de 1.200 a 2 mil pessoas. O nome Escola Aberta é o mesmo da programação de fim de semana da TV Escola, também dirigida à comunidade. Mas é só uma coincidência, segundo os organizadores. “Cada sala de aula abriga uma atividade diferente. O pátio ganha palcos para shows de todo tipo e as práticas esportivas invadem as ruas”, conta a gerente da Divisão de Educação da Semed, Rose Moreira. Postos itinerantes de serviços atendem a população. “Oferecemos, por exemplo, serviço de barbeiro e cabeleireiro. Mas os profissionais ficam atentos: se alguém tiver piolho, doença de pele ou problemas de higiene, é encaminhado ao posto de saúde, que está atendendo também. De lá, as pessoas saem com orientação ou encaminhamento para a assistência social”, conta Nilce Souza, assessora de Políticas Sociais da Semed. Outras unidades da rede, por mais distantes que estejam, se mobilizam para mostrar a produção de seus alunos – especialmente os trabalhos de Arte. 30 O calendário alternado entre as escolas permite que alguns serviços sociais possam dar sua contribuição. “Com isto garantimos, por exemplo, a presença do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, que vem se tornando mais conhecido pelas famílias dos alunos”, conta Rose. A participação do Conselho é importante para as escolas. A entidade ajuda a identificar e lidar com situações de risco, que expõem as crianças à violência doméstica e aos abusos sexuais. DRAMAS DOMÉSTICOS “No dia-a-dia, sempre que encontramos um caso de desrespeito aos direitos das crianças, temos de acionar o Conselho, para tomar providências. Até as famílias que não vivem esses problemas têm receio do Conselho, pois não conhecem bem seu papel”, explica Nilce Souza. Rose, gerente de Educação da Secretaria de Educação de Três Lagoas, usa projeto como meio de manter contato direto com a comunidade e ajudar a resolver problemas da escola. “Mas, na Escola Aberta, o contato é direto. A comunidade percebe que pode buscar nesse órgão orientações para defender a criança e que existe um serviço para apoiar o menor”. Programas da TV Escola são usados como lazer ou estímulo para debates de interesse da comunidade. Ajudam também na conversa e aconselhamento sobre problemas familiares. “Ninguém gosta de falar de seus dramas domésticos. Mas, se eles não forem resolvidos, afetam o bem-estar das famílias e das crianças”, diz Irene Aparecida Barbosa, coordenadora de Educação a Distância da Semed. Os vídeos ajudam a provocar o diálogo. “Colocamos um cartaz na porta da sala de aula com o nome do programa. As pessoas circulam nos corredores, escolhendo as atividades e oficinas de seu interesse. Neste vaivém, muitas entram na sala e se acomodam para assistir a fita”, explica a coordenadora. A forma de trabalhar é bem simples e informal. “ Procuramos deixar as pessoas à vontade. Ficamos junto, observando. Algumas conversas surgem naturalmente e as reações nos ajudam a sentir o peso que aquele tema tem para as pessoas”, diz Irene. Os programas tratam, entre outros assuntos, de alcoolismo, violência e orientação sexual. Em alguns eventos, as exibições são direcionadas para públicos específicos. “Montamos sessões só para homens, com o programa Que porre!, e outra para jovens, com o programa Uma vezinha só “, conta a coordenadora. TVE SCOLA Estratégia de MULTIPLICAÇÃO Enquanto ela prepara a fita no videocassete, o tema introduzido pela música já provoca os primeiros comentários. Os professores da Escola Municipal Maria Eulália Vieira lembram-se que, mesmo morando no Mato Grosso do Sul, só conhecem o Pantanal por meio de fotos, imagens da TV e canções. São poucos os que já estiveram na região. Alguém comenta que há uma proposta polêmica para mudar o nome do Estado para Pantanal. Não é fácil mexer com a identidade de um lugar, observa a coordenadora. Irene aproveita o ânimo da turma para ler um pequeno texto, extraído de um livro paradidático, sobre as riquezas naturais da região pantaneira. O vídeo é o terceiro recurso nesta atividade, seguindo um roteiro previamente estabelecido. “ SE VOCÊS NÃO GOSTAM DE MONOTONIA, SEUS ALUNOS GOSTAM MENOS AINDA ” MAPA SEMÂNTICO Após a exibição da fita, a seqüência do trabalho não obedece qualquer receita. Nas atividades em grupo há muitas maneiras de juntar o vídeo a outras propostas, com outros ingredientes. Meia hora depois, um primeiro grupo assume a tarefa de desenvolver um mapa semântico, no qual os professores listam os conteúdos mais significativos sugeridos pelo programa, para posterior discussão: comércio, mineração, turismo, agro- TVE SCOLA Coreografia na aula de Educação Física: trabalho integrado da professora Marli, com a professora Presciliana, de Arte. pecuária, extrativismo, riqueza da fauna e da flora, cultura regional e problemas ambientais, entre outros. Usando giz de cera, outro grupo propõe-se desenhar o Pantanal, cobrindo o papel com imagens das águas, do sol e até de uma montanha imensa. Ao contrário de Três Lagoas, cidade totalmente plana e repleta de bicicletas (todo mundo tem a sua), a região de Corumbá tem relevos mais acentuados, que encantam os professores e aparecem em traços generosos nos seus desenhos. Dois outros grupos brincam com a palavra Pantanal, produzindo acrósticos. E um outro, ainda, faz colagens, construindo o que imaginam a partir de imagens recortadas de revistas. Irene lembra os professores que eles estão ali sentindo um pouco do que os alunos sentem em sala de aula. Estas são coisas simples de fazer, as crianças adoram. Se vocês não gostam de monotonia, seus alunos gostam menos ainda. 31 GESTÃO Na tela do computador átia clica o mouse. Na tela do computador aparece um gráfico que mostra o crescimento dos acervos de fitas gravadas nos Núcleos Regionais de Ensino. Mais um clique, Kátia vê os vídeos mais usados por áreas temáticas. Outro clique... O Centro de Excelência de Tecnologia Educacional do Paraná Cetepar tem à disposição um mapa minucioso da utilização da TV Escola no Estado, com dados processados por um banco de dados desenvolvido a partir do programa Access. O sistema, criado pela técnica Kátia Wagner, é alimentado via Internet com informações sobre as escolas dos 399 municípios do Estado, recolhidas pelos coordenadores regionais. E tornou-se como em outros Estados, que têm sistemas semelhantes uma preciosa ferramenta de gestão para o trabalho realizado pela coordenadora da TV Escola no Paraná, Ruth Bocutti, e o diretor do Cetepar, Fernando Bortolozzi. Há três anos esse trabalho era feito à mão pela própria Kátia. Com o novo sistema, é possível constatar com rapidez sucessos e problemas, como kits desligados, danificados, ou a pouca utilização de vídeos importantes, como os da série de Temas Transversais dos PCN. As informações processadas por Kátia voltam aos Núcleos e servem de referência aos coordenadores, que procuram as K 32 Foto: Julio Covello Cetepar, do Paraná, tem sistema informatizado para acompanhar e coordenar trabalho das escolas com a programação. Kátia: sem acomodação. escolas para providenciar a manutenção dos equipamentos. Para estimular o uso dos vídeos, o Cetepar formula algumas estratégias: Estamos fazendo, por exemplo, um trabalho de divulgação em teleconferências da TV Executiva e reuniões com diretores e supervisores, conta Ruth. Só a divulgação das informações processadas no Cetepar já é um estímulo: o gráfico em forma de pizza que compara os acervos provocou uma boa competição entre os Núcleos, segundo Ruth. Coordenadores estão empenhados em ampliar suas videotecas, para tentar alcançar o Núcleo de Londrina de longe, o que mais tem programas gravados da TV Escola. O sistema tem servido também para registrar a participação dos professores nos cursos do Salto para o Futuro. E Kátia o que diz? Não gosto de me acomodar. Acho que a gente tem que buscar sempre melhores soluções, comenta Kátia, radiante por ter sido convidada a mostrar seu trabalho na Secretaria de Educação a Distância. Foi à Brasília, apesar do medo de avião. Não esperava reconhecimento pelo que fiz. O diretor do Cetepar, Fernando Bortolozzi, colocou o sistema à disposição da Seed, que se dispõe a orientar sua implantação nos Estados que necessitem de uma ferramenta como essa e queiram, eventualmente, adotá-la. Mais informações, na Seed, com Luiz Roberto Rodrigues Martins, telefone: (0_ _61) 410. 8110 ou e-mail: [email protected] Gráfico do Cetepar, em captura do correio eletrônico, mostra participação dos acervos dos núcleos regionais no total estadual. A fatia maior (37%) é do Núcleo de Londrina. TVE SCOLA é o nã mágica CLAUDIO DE MOURA CASTRO É conselheiro-chefe para Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. Formado em Economia pela UFMG, com doutorado nos EUA, foi professor da Universidade de Brasília UnB, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e de universidades do exterior. Suas áreas de pesquisa são: mercado de trabalho, aspectos sociais e econômicos da educação, orientação vocacional e políticas de Ciência e Tecnologia. É autor e organizador do livro A Educação na Era da Informática (BID, 1998), e colunista da revista Veja. FOTO: VERA JURSYS Tecnologia FOTO: PAULO JARES / ABRIL IMAGENS ENTREVISTA TV e computador são fontes de informação para o professor fazer o que quiser. Ele só precisa ter um projeto pedagógico para transformar essa informação em conhecimento. TVE SCOLA Tecnologia é, portanto, ferramenta para encontrar novas soluções para velhos e novos problemas, e melhorar com isso a qualidade do ensino e o trabalho do professor. “Ainda nos falta muito. Mas nos realizaremos mais, tentando inovar e aprendendo com humildade – o aluno também nos ensina – e com confiança”, diz o professor Moran, um dos três especialistas que analisam a relação tecnologia-educação nesta entrevista à revista TV ESCOLA . É professor de Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp e professor visitante de pós-graduação em Educação da PUC de São Paulo. Formado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos, USP, fez mestrado em Ciência da Computação, na Unicamp e doutorado no Massachusets Institut of Technology - MIT. É membro da Sociedade Brasileira de Informática Educativa, da American Association for Artificial Intelligency e integra o comitê assessor do Proinfo. Entre outras publicações, foi organizador do livro O computador na sociedade do conhecimento (Unicamp, 1999). FOTO: VERA JURSYS Q uem usa TV e computador na escola enfrenta um desafio permanente: escolher, interpretar e integrar a grande massa de informações oferecida por estes recursos. Porque informação não é conhecimento, ainda que seja sua matéria-prima. O conhecimento só é construído quando se atribui significado à informação. E quem faz isso é o professor, em seu papel insubstituível de mediador e orientador do processo de ensinoaprendizagem. JOSÉ ARMANDO VALENTE JOSÉ MANUEL MORAN Espanhol naturalizado brasileiro, é professor de Novas Tecnologias no Curso de Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP. Bacharel em Televisão pela Universidad del Salvador, Buenos Aires, Argentina, doutorou-se em Ciências da Comunicação, pela USP. É autor, entre outras publicações, de Leituras dos meios de comunicação (Pancast, 1993). É consultor da TV Escola e consultor ad hoc do CNQp, da Fapesp e da Capes. Pesquisa, atualmente, as possibilidades de integração da comunicação interpessoal com as novas tecnologias na educação. 33 1 Tecnologia não é mágica. O que é? Claudio de Moura Castro: Tecnologia é ferramenta. Com um canivete, um bom artesão pode produzir as mais belas esculturas em madeira. Um torno de controle numérico nas mãos erradas é um elefante branco, não serve para nada. Mas, obviamente, esse torno nas mãos certas é um instrumento de colossal produtividade. Nada diferente com as tecnologias educativas. São ferramentas, e há muitas. Cada uma é melhor para lidar com cada problema particular. Para ensinar piano, é difícil ir além do professor, do piano e do aluno. Para oferecer um ensino supletivo para meio milhão de alunos, justifica-se o alto custo de um programa de televisão. José Manuel Moran: Tecnologia é ciência aplicada na busca de soluções para problemas e necessidades humanas. O ser humano sempre procura novas soluções para velhos problemas e, descoberta uma nova saída, ela se torna um marco obrigatório. Há 20 anos podíamos viver sem o computador e a Internet; hoje, já não é possível ignorá-los e não adotá-los. J o s é A r m a n d o V a l e n t e : Segundo Alan Kay, um ex-pesquisador da Apple (empresa fabricante dos computadores Macintosh) e atualmente na Disney, tecnologia é tudo que foi inventado depois que uma pessoa nasceu. Neste sentido, a definição do que é tec- nologia depende muito da relação que se estabelece com um determinado artefato. O computador é tecnologia para a minha geração, mas não para nossos filhos. Eles nasceram e estão rodeados de TV, vídeo, computadores. Eles vêem estes artefatos mais como brinquedos do que tecnologia. São objetos familiares, do cotidiano. Por outro lado, a geração pré-computador tem que trabalhar esta tecnologia, dominá-la e, por isso, em alguns momentos, ela é incompreensível e até mágica. Que impacto efetivo os recursos tecnológicos como a TV e o computador têm sobre a escola e a qualidade do ensino? 2 Valente: O impacto não depende da tecnologia, mas do que é feito com a tecnologia. Tanto a TV quanto os computadores podem ser usados para transmitir informação, como faz o professor no ensino tradicional. Neste caso, o impacto no ensino será a possibilidade de ter mais informação. No entanto, a qualidade da educação não está diretamente relacionada com a quantidade de informação. Vivemos inundados de informação, mais do que queremos e podemos entender. Isto não significa que temos melhor educação. A melhoria da educação está relacionada com a apropriação e com a atribuição de significado a esta informa- ção. Neste sentido, cabe aos educadores a criação de condições para que os alunos possam trabalhar com a informação adquirida e, assim, contribuir na construção de conhecimento, na significação da informação, segundo a experiência de cada um. Moran: A TV e o computador em rede, a Internet, não são apenas recursos, mas meios de comunicação fundamentais para estabelecer pontes entre a escola e a vida, abrindo as paredes para o mundo e trazendo questões existenciais para o centro do processo de ensino-aprendizagem. O impacto destas mídias depende do projeto educacional das escolas, do grau de competência intelectual, emocional e ética de administradores, professores, alunos e comunidade. M o u r a C a s t r o : Assisti a um protótipo de uma aula de Química do Telecurso, preparada por um grupo liderado por Heiko, uma das mais destacadas professoras de Química do País. Ao terminar a projeção comentei: “Heiko, nem você consegue dar uma aula tão boa.” Naquele vídeo estava uma aula melhor, mais trabalhada, visualmente mais rica, mais caprichada do que a própria autora conseguiria dar a seus alunos. Ora, quem tem acesso à professora Heiko em carne e osso? Só um punhadinho de alunos da USP, onde ela ensina. Quem tem acesso ao vídeo produzido por ela e sua equipe? Qua- TECNOLOGIA É O QUE FOI INVENTADO DEPOIS QUE A PESSOA NASCEU ENTREVISTA “ José Armando Valente 34 TVE SCOLA “ EDUCAÇÃO NÃO SE ADQUIRE SURFANDO PELA INTERNET ” Claudio de Moura Castro se 7 milhões de brasileiros que assistem ao Telecurso pelas mais variadas razões. Isso é um fabuloso instrumento de democratização de um ensino de qualidade. 3 A difusão em larga escala de novas tecnologias para o ensino coloca em crise a cultura da escola. Esta tende a resistir à mudança. Como vê essa questão? M o r a n : A escola tende a repetir modelos conhecidos e sente muita dificuldade em inovar, principalmente no nível organizacional. A maioria dos administradores e professores sabe que precisa mudar, mas, na prática, fazem de tudo para retardar o processo, repetindo fórmulas, procedimentos, rotinas. Mesmo quando utilizam novas tecnologias, fazem isso dentro de um modelo relativamente t r a d i c i o n a l . O u , n o m á x i m o , m a n têm as tecnologias como um apêndice, que justifica o marketing sem mudar o essencial. Hoje há mais educadores atentos à utilização das novas tecnologias, mas o conjunto do corpo docente as utiliza muito aquém de suas efetivas possibilidades. Moura Castro: A primeira reação é dizer: que se dane a cultura da escola. Porém, esta é uma reação infantil, pois a escola vem derrotando quase todos que arrostaram sua lógica e tentaram introduzir novidades. Portan- TVE SCOLA to, não é por aí. Pelo contrário, esse menosprezo é o que vem inchando o enorme cemitério de altas tecnologias sucateadas pela sociologia da escola. Antes de tudo, temos que perguntar: na nova proposta os professores saem ganhando? Se têm mais trabalho, se complica sua vida, se têm que gastar mais tempo, se arriscam-se a ser humilhados por um computador travado, se perdem poder para outros professores mais jovens, então vão boicotar o uso da informática na escola. Portanto, é preciso oferecer um pacote que agrade pelo menos à maioria. É preciso entender que as escolas são instituições onde os de fora não mandam. Nas empresas, quem manda é a administração. Se mandar usar computadores, assim será. No exército idem. Mas nas escolas o processo é diferente. Quem não começar com esta premissa, não terá futuro. Valente: A difusão de tecnologias coloca em xeque o papel da escola no sentido de que elas também transmitem informação, sem os problemas e dificuldades que o professor apresenta: não se cansam, não tiram férias, não cobram horas extras, não reivindicam salários ... E ainda fascinam. O professor, quando muito, dispõe de giz colorido para tornar sua aula mais interessante. Se a escola se restringir a transmitir informação, os recursos tecnológicos desempenharão um papel muito mais eficiente. Mas os educadores já estão se conscientizando para esta questão: não se trata de um substituir o outro, mas de utilizar os recursos disponíveis para mudar a abordagem pedagógica, que hoje não dá mais conta de preparar pessoas para atuar em uma sociedade complexa e em constante mudança. 4 A TV faz parte, há tempo, da cultura de todos. Como explica a dificuldade, de parte dos professores, de utilizar este meio como recurso pedagógico? M o u r a C a s t r o : Há duas vertentes. A primeira inclui aquelas modalidades onde a TV é o centro do processo. A lógica toda do ensino foi criada em torno da TV. A instituição foi criada para usá-la. Assim é, por exemplo, o programa mexicano da Telesecundaria, que não existe sem a TV. Os professores são contratados e treinados para trabalhar em dobradinha com a televisão. É mais do que natural que não haja rejeição, já que a instituição foi criada para responder a essa lógica e a essa tecnologia de ensino. Passou-se o mesmo com a Open University britânica. Nenhuma universidade inglesa quis operar cursos à distância, foi preciso criar uma só para isso. A segunda vertente é o uso da TV como auxiliar no processo de ensino convencional. É a mesma história do computador. É um corpo estranho. Não ajuda, não cai na prova, não 35 “ ENTREVISTA O CONHECIMENTO TAMBÉM SE AMPLIA QUANDO DESENVOLVEMOS UM NOVO OLHAR José Manuel Moran avança a matéria. Daí a maior dificuldade, mesmo nos Estados Unidos onde a disponibilidade dos meios técnicos é muito maior. Mas, obviamente, isso não é uma maldição, apenas um complicador, pois é possível enriquecer o ensino com a imagem televisiva. Valente: Val ente: A TV está presente em nosso cotidiano mais como fonte de entretenimento e de informação, do que de formação. São poucos os momentos em que utilizamos este meio como fonte de formação. Isto foi mostrado por uma pesquisa envolvendo adultos que aprendiam determinada habilidade por meio de vídeo. Mesmo depois de darem mostra de que eram capazes de utilizar tal habilidade, os adultos consideraram que ela não tinha sido adquirida assistindo ao vídeo, já que ver o filme era uma atividade muito simples que não poderia contribuir para a aprendizagem do assunto em questão. Moran: A TV é um meio de grande impacto no cotidiano familiar. Está associada ao entretenimento em casa. Os professores também são telespectadores e sentem dificuldade em separar o papel da televisão nas suas vidas e a sua utilização como um meio diferente do processo de ensino predominantemente oral que eles dominam. 36 ” Muitos ainda pensam que o uso do vídeo e da TV pode ser interpretado como uma fuga ou uma aula mais “light”. Ainda está muito sedimentado no imaginário de todos (professores, alunos e sociedade) a imagem do docente falando para um grande grupo de alunos, que ouvem e escrevem em silêncio. A TV introduz mediações complexas, novas linguagens e temas que fascinam e assustam. Poucos educadores têm experiências consolidadas de como integrar, discutir e utilizar a TV e o vídeo, como meios de análise e de produção em novos formatos, que efetivamente estejam integrados em novos projetos pedagógicos. Por outro lado, quando a TV e o vídeo são bem utilizados, é mais fácil motivar os alunos, conseguir que eles se expressem de forma mais direta e que realizem pesquisas mais vivas. 5 Informação não é conhecimento. Como transformar em conhecimento a enxurrada de informações veiculadas incessantemente pelas TVs e, principalmente, pela Internet? V a l e n t e : Adotando-se uma abordagem pedagógica baseada em projetos de trabalho. Como foi proposto por Dewey (John Dewey, 1859-1952, que influenciou o movimento da Escola Nova no Brasil) , a ênfase das diferen- tes disciplinas deve estar centrada na escolha, pelo aluno, de projetos que ele deve implementar e não mais em conteúdos previamente ordenados, a serem passados pelos professores. A idéia é criar oportunidades para o aluno “aplicar conteúdos” e não “ser ensinado sobre conteúdos”. Essa aplicação é uma maneira de atribuir significado à informação adquirida e propiciar ao aprendiz a chance de poder desenvolver habilidades sobre como resolver problemas, como buscar informações necessárias para a implementação dos projetos (aprender a aprender), como utilizá-las no contexto do seu projeto e como ser crítico a respeito destas informações e dos resultados obtidos em sua aplicação. M o u r a C a s t r o : É preciso não confundir informação com educação. O w w w é fonte inesgotável de informações, boas, más, confiáveis, desconfiáveis. Educação é foco, é estrutura, é insistência por longo tempo sobre umas poucas idéias e uns poucos fatos, é intimidade com conceitos. Nada disso se adquire “surfando” a web. É claro: dentro da web podemos encontrar cursos, materiais estruturados, roteiros de trabalho. Mas a web é um correio e uma loja de livros e revistas eletrônicas. E banca de jornal não é um local para educar-se, embo- TVE SCOLA ra possa haver revistas ou livros com princípio, meio e fim. Portanto, há tanta diferença entre surfar na web e educar-se quanto há entre freqüentar uma escola e freqüentar uma livraria. M o r a n : A informação é a matéria-prima do conhecimento. É o primeiro passo para compreender o mundo, para criar novas relações, contextos. Sempre tivemos mais informação que conhecimento. Agora aumentou dramaticamente a quantidade e variedade de bibliotecas, bases de dados, tecnologias e meios de acesso. Isso, de um lado, é fascinante, porque cada vez mais e mais variadas infor- “ mações estão disponíveis a qualquer momento. De outro, nos deixa inseguros sobre o que escolher em cada instante e como interpretar e integrar o que escolhemos. Temos mais fontes informativas, não temos necessariamente maior conhecimento. E o conhecimento se torna mais pleno quando está ligado a um contexto ético, ligado a valores que nos realizam pessoal e socialmente. Aí temos informação, conhecimento e sabedoria. O conhecimento também se amplia quando desenvolvemos um novo olhar, que junta a interação com os outros e a interiorização pessoal; quando reorganizamos tudo o que encontramos na comunicação externa. Com a Internet e o ritmo de vida das grandes cidades, estamos muito mais voltados, em geral, para a interação externa e menos para a interior. Como conseqüência, podemos aprender menos, isto é, com menor profundidade. 6 Que sugestões daria aos professores para tirar o melhor proveito possível dos recursos tecnológicos, sem perder seu papel de mediadores e orientadores na construção do conhecimento? M o u r a C a s t r o : Os professores se esfalfam, entra dia, sai dia, para repetir as mesmas aulas, as mesmas explicações. Voltando ao exemplo da Heiko, não darão jamais uma aula melhor do A TV É UM FABULOSO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO DE QUALIDADE Claudio de Moura Castro TVE SCOLA que consegue produzir um enorme time de atores, técnicos e professores, com orçamentos generosos. Mas o vídeo não fala com os alunos, não faz perguntas, não responde perguntas, não motiva, não dá exemplos, não lidera o grupo. Essa é a função nobre e insubstituível do professor. Valente: Os recursos tecnológicos permitem a exploração de um leque ilimitado de atividades. Elas podem ou não estar contribuindo para a construção de conhecimento. Por exemplo, o aluno está buscando informação na Internet, na forma de texto, vídeo ou gráfico, colando-os na elaboração de uma multimídia, sem refletir ou criticar os conteúdos utilizados. Com isto, a multimídia pode ter um efeito atraente, mas ser vazia de conteúdos relevantes. Os softwares não exigem crítica ou reflexão. Isto cabe ao professor. Sua experiência pedagógica é fundamental. Sentindo-se mais familiarizado com as questões técnicas, o professor pode dedicar-se à exploração da tecnologia em atividades pedagógicas mais sofisticadas. Por exemplo, na elaboração de projetos temáticos, como os propostos pelos PCN. Neste caso, deve saber discernir qual atividade deve ser realizada por intermédio de qual tecnologia. O professor deve, além disso, saber como integrar conteúdos disciplinares, que atividades podem permitir a exploração de determinados conteúdos e com que profundidade elas devem ser realizadas, considerando a idade e o desenvolvimento intelectual dos alunos. M o r a n : A sugestão mais importante é a de não privilegiar uma tecnologia em especial, mas utilizar cada tecnologia de acordo com o momento, com a intenção pedagógica, com o que favoreça mais o processo de aprendizagem. Integrar as tecnologias num contexto de comunicação que inspire confiança, estímulo e afeto é fundamental para atingir melhor nossos objetivos como educadores. Ainda nos falta muito. Mas nos realizaremos mais, tentado inovar e aprendendo com humildade – o aluno também nos ensina – e com confiança. 37 CAPACITAÇÃO TV ESCOLA, modo de usar Seed começa a transmitir curso dirigido a professores e gestores, com o objetivo de intensificar o uso pedagógico dos programas. D omingo, 15 de outubro, Dia do Professor, a TV Escola começa a transmitir o curso de capacitação A TV na escola e os desafios de hoje, criado pela Secretaria de Educação a Distância Seed, com o objetivo de intensificar e aprimorar o uso pedagógico dos programas, contribuindo com o desenvolvimento profissional dos professores. O curso atende à demanda por mais treinamento, reafirmada em pesquisa realizada no fim do ano passado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas Nepp, da Unicamp, que constatou: 86% das escolas avaliam como insuficiente e inadequado o treinamento já recebido das secretarias de Educação e do MEC. A partir deste dado, resolvemos fazer uma capacitação a distância, ampla e intencional, dirigida a professores e outros profissionais de ensino, como coordenadores pedagógicos e tecnológicos, para que eles descubram novas formas de explorar a TV Escola e outras tecnologias, também, explica Carmen Moreira de Castro Neves, diretora de Política de Educação a Distância da Seed. O curso é desenvolvido em parceria com a recém-criada Universidade Virtual Pública do Brasil, a UniRede um consórcio de 62 universidades públicas de todo o País dedicado à educação a distância (leia nota na seção E tem mais). 38 A TV na escola e os desafios de hoje é oferecido a profissionais do ensino fundamental e médio, de escolas públicas estaduais e municipais ligadas na rede TV Escola. Participa do curso, com direito a certificado, quem se matriculou por meio de ficha enviada pela Seed às escolas. A aceitação do certificado para fins de promoção TVE SCOLA depende da política de recursos humanos de cada Estado. O curso tem duração equivalente a 180 horas (em três módulos de 60 horas), considerando-se, além das transmissões, o tempo previsto para leitura dos textos e desenvolvimento das atividades sugeridas. Após a abertura, no domingo, dia 15 de outubro, será transmitido até dezembro, em três dias da semana: quintas e sextas-feiras, às 21h, e sábados, às 9h, com reprise, a cada dia (em horário ainda não confirmado até o fechamento desta edição). Os professores cursistas recebem, em casa, um kit de material impresso de apoio, com Guia de estudo e apostilas dos três módulos. O curso será avaliado pela UniRede e a Seed, e poderá ser ampliado no próximo ano. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO O curso é produzido e desenvolvido pela UniRede, sob coordenação da Universidade de Brasília UnB, com orientação da Seed e apoio de consultores indicados por esta. Em cada Estado, universidades da Unirede farão monitoramento e avaliação do trabalho realizado pelos cursistas e fornecerão os certificados. As universidades públicas têm a estrutura necessária para fazer este trabalho. E, além do TVE SCOLA O CONTEÚDO DO CURSO O curso A TV na escola e os desafios de hoje é dividido em três módulos, com o seguinte conteúdo: Módulo 1: Tecnologias e educação Apresenta uma visão geral do curso e mostra a importância das tecnologias na prática pedagógica. Explora os usos da TV e do vídeo na escola. Reflete sobre a linguagem da televisão e os novos modos de compreendê-la. Explora sua relação com o cinema, o rádio, o livro e os textos eletrônicos, situando alguns destes recursos na TV Escola. Módulo 2: Usos de TV e vídeo na Escola Mostra diversos usos da TV e do vídeo no currículo escolar. Explora diferentes formatos e funções destas tecnologias e indica formas de usá-las para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem e para a formação continuada. Módulo 3: Experimentação: planejando, produzindo, analisando Oferece um espaço para planejamento, experimentação e registro das atividades com TV e vídeo. Parte da análise e recriação de programas para desenvolver atividades curriculares em sala de aula. mais, esta é a nossa atividade-fim: trabalhar para o ensino público, diz a professora Dóris Faria, pró-reitora de Extensão da UnB e integrante da Coordenação Geral da UniRede. O formato do curso começou a ser esboçado pela Seed nas oficinas de capacitação da TV Escola realizadas em Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), em novembro e dezembro do ano passado. Nesses encontros, os professores recebiam sugestões para trabalhar com programas da TV Escola, em projetos que utilizassem a tecnologia em uma visão multidisciplinar. No terceiro módulo do curso transmitido agora às escolas, os participantes deverão criar um projeto pedagógico de uso da tecnologia em suas escolas. A tecnologia muda a forma de gestão da escola, criando novos desafios, diz Carmen Moreira de Castro Neves. Queremos mostrar, com este curso, como a tecnologia e a TV Escola podem também contribuir para um projeto pedagógico mais rico e contemporâneo. 39 ++++++++++++++++++++++ PROFORMAÇÃO DÁ SUGESTÕES DE ATIVIDADES ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ TV Escola beneficia 83% das escolas O A TV Escola transmite neste bimestre de outubro/novembro 16 vídeos do Programa de Formação de Professores em Exercício Proformação. Em 25 e 26 de outubro, vão ao ar oito vídeos do Módulo 2; em 29 e 30 de novembro, oito do Módulo 4 (veja a Grade da programação, no cartaz e no encarte desta edição). Os programas complementam os conteúdos dos Guias de Estudo utilizados pelos cursistas. A programação do Módulo 2 dá dicas de atividades que podem ser úteis a outros professores. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FORMIGAS EM PERIGO A cidade das formigas é uma das atrações da TV Escola para 2001. É um filme de aventuras sobre um formigueiro da selva tropical que, no espaço de dois dias, passa por várias catástrofes. Primeiro, é arrasado por um pé humano; depois, entra em guerra com uma temível horda de formigas guerreiras. Esta coprodução franco-germanobritânica ganhou o prêmio de Melhor Filme para Crianças no Festival de Toulon, em 1999. E pode auxiliar o professor de ○ Em produção, também, nova edição especial da revista T V E S C O L A , que complementa Brava gente brasileira – 500 anos de pluralidade cultural cultural,, lançada em abril deste ano. Essas edições tratam de aspectos da formação do povo brasileiro, com reportagens sobre professores descendentes de diversos grupos étnicos e culturais. Próximas atrações ○ ○ ○ ○ ○ ○ ESPECIAL ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A Seed está produzindo a terceira edição do Guia de programas da TV Escola Escola,, com toda a programação transmitida de 1996 a 2000. ○ ○ ○ ○ ○ Novo Guia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ www .mec.gov .br/seed/tvescola www.mec.gov .mec.gov.br/seed/tvescola ○ A REVIST A TV ESCOLA ESTÁ REVISTA NA INTERNET INTERNET:: ○ ○ ○ ○ ○ A série Retratos do Brasil, produzida pela Fiat Automóveis, entra neste bimestre na programação de Escola Aberta. São 11 filmes, de 15 a 25 minutos, com uma viagem de 50 mil quilômetros pelo País. Os professores que quiserem aproveitar a série para atividades com seus alunos podem obter mais informações no site da Fiat na .fiat.com.br Internet: www www.fiat.com.br ○ ○ ESCOLA ABERTA ○ RETRATOS DO BRASIL EM ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Considerando as diferentes formas de utilização, já se beneficiaram com a TV Escola 83% das escolas com kit em condições de funcionamento, de acordo com a última pesquisa do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, realizada no fim de 1999 (leia TV Escola cresce no Norte e Nordeste, edição nº 20 da revista TV ESCOLA ). O universo da pesquisa, conforme critérios estabelecidos pelo MEC para implantação do Programa, foi de 45.591 escolas urbanas com mais de cem alunos no ensino fundamental. Relatório final da pesquisa constatou que 91% das escolas desse universo tinham recebido o kit de equipamentos. Destas, 95% tinham os equipamentos instalados. Destas, 95% (e não 99%, como foi publicado na revista) possuíam os equipamentos em condições de funcionamento. Das escolas que tinham o kit em condições de funcionamento, 59% gravavam os programas. Além dessas, 7% assistiam aos programas no momento em que eram transmitidos, 2% recebiam fitas gravadas, 15% recebiam fitas gravadas por empréstimo, totalizando 83% de escolas que utilizam a programação TV Escola. 40 TVE SCOLA ++++++++++++++++++++++ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Salto faz homenagem aos professores ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ O ProInfo recebeu o Prêmio TOP 10 de melhor programa de educacão em informática, do jornal cearense Diário do Nordeste. AULA DE DIVERSIDADE Herdeiros do vodu mostra a riqueza cultural do vodu, em contraste com a dura realidade vivida pelo povo do Haiti. Um bom exemplo de diversidade, para atividades que explorem o tema transversal Pluralidade Cultural, em aulas de História, Geografia ou Arte. diversos modos, em atividades de Ciências, Meio Ambiente e até Matemática. R E VO L U Ç Ã O P O R T Á T I L Outra atração da TV Escola no próximo ano é O mundo portátil. Trata da revolução provocada pela popularização crescente dos celulares e computadores. Para atividades de sala de aula, de capacitação ou, simplesmente, para reflexão sobre novas tecnologias e seu impacto no cotidiano. TVE SCOLA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ PRÊMIO ○ Encerra-se em 6 de outubro a segunda edição do Curso de Capacitação de Multiplicadores em Informática na Educação, orientado para Educação Especial. O curso é da Secretaria de Educação Especial, com o apoio do Programa Nacional de Informática na Educação - ProInfo. ○ PROINFO APÓIA EDUCAÇÃO ESPECIAL ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Dia 13 de outubro, sexta-feira, das 19h às 20h, a TV Escola homenageia os profissionais do ensino com um documentário que mostra a vida de professores em diferentes regiões do País. O programa, transmitido no Salto para o Futuro, propõe uma reflexão sobre o papel do professor na sociedade (veja programação do Salto nos Destaques da programação, a partir da página 8, e na Grade da programação). CRIADA A UNIVERSIDADE PÚBLICA VIRTUAL DO BRASIL Ou, simplesmente, UniRede. É um consórcio de 62 Universidades e Centros Federais de Educação Tecnológica dedicado à educação a distância. Um dos principais objetivos é oferecer, a partir de 2001, graduação a professores que atuam no ensino básico sem formação de nível superior. A UniRede terá também cursos de extensão universitária, especialização e requalificação. Trabalhará com diversos meios tecnológicos, de acordo com as características de cada curso TV, Internet, CDROM, fitas-cassete, material impresso. E planeja construir uma biblioteca virtual, destinada à pesquisa acadêmica. Neste ano, a UniRede já produziu, em parceria com a Secretaria de Educação a Distância do MEC, o curso de capacitação TV na escola e os desafios de hoje, transmitido pela TV Escola a partir de 15 de outubro. Coordenado pela UnB, com orientação da Seed e apoio de consultores indicados por esta, o curso visa intensificar e aprimorar a utilização, pelos professores, da programação da TV Escola (leia reportagem na página 38 desta edição). Para quem está ligado na Internet, o site da UniRede: www.unirede.br 41 CARTILHA da vida Ex-motorista de ônibus capacita professores para ensinar Educação para o Trânsito na rede municipal de João Pessoa, Paraíba. FOTO: ALÉXIS DE JESÚS PÉREZ D emorou, mas Samuel Correia de Aragão viu enfim seu sonho realizado: Educação para o Trânsito agora é obrigatória no currículo da rede municipal de João Pessoa. Tornou-se um tema transversal, como Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente e Orientação Sexual. A novidade é resultado, em grande parte, do trabalho desse homem, que dirige o setor de Educação da Superintendência de Trânsito e Transporte – STTrans de João Pessoa. Ele começou sua vida profissional longe do trânsito e das salas de aula. No início dos anos 60, tentou a carreira de jogador de futebol no time do Auto Esporte. Em 1965, trocou a bola pelo volante de um ônibus. Empregado como motorista, viu muita coisa acontecer nas ruas da capital paraibana. Um dia, presenciou o atropelamento de uma criança em frente à escola. O acidente marcou a vida de Samuel: “Aquilo me abalou demais. Há muito tempo vinha observando a falta de sinalização na cidade e, pior ainda, o despreparo das crianças para lidar com a violência dos motoristas”. Um ano depois, em 1966, pegou a deixa do Código Nacional de Trânsito que previa, entre outras ações, a educação no trânsito, e começou sua luta. Trinta e um anos mais tarde, munido de um arsenal de documentos e estatísticas, acompanhou no Congresso a elaboração do atual Código do Trânsito, de 1998, fazendo lobby para que o documento desse a maior atenção possível à questão. Entre um código e outro, formou-se advogado; depois psicopedagogo, com pós-graduação em Estudos de Trânsito; foi presidente da Associação Brasileira dos Educa- dores de Trânsito e coordenador geral de educação no trânsito do Detran da Paraíba. Andou pelas escolas dando palestras, publicou muitos trabalhos sobre o assunto e fez cursos de especialização no exterior em várias instituições e universidades, como a Sorbonne, na França. Em suas andanças pelo mundo, Samuel reforçou sua crença na educação para o trânsito. No Brasil, a frota nacional é de 30 milhões de veículos e, no ano passado, o trânsito matou 19.600 pessoas. Destas, pelo menos 40% são crianças e adolescentes – na maioria das vezes, atropelados à porta da escola. Só na Paraíba, em 1999, foram atropeladas 1.500 pessoas – cerca de 50% crianças e adolescentes. “Um absurdo, considerando que temos uma frota de apenas 230 mil veículos”, diz o diretor de Educação da STTrans. Ele compara: no Japão, onde há quase 80 milhões de veículos, o número de atropelamentos por ano não ultrapassa a média de 9 mil, próxima da registrada na Inglaterra, Itália e França, que têm frotas equivalentes à do Brasil. Por quê? Nesses países, crianças e adolescentes aprendem na escola a se comportar no trânsito, como pedestres ou motoristas, explica Samuel. “No Brasil, a ação do Estado, até aqui, tem se restringido basicamente aos motoristas, à aplicação de multas.” Ele diz também que “os governos sempre colocaram a questão financeira acima do direito do cidadão à informação de importância estratégica, para sua própria integridade física”. Em agosto, Samuel ajudou a capacitar 3 mil professores das 109 escolas municipais de educação infantil, ensino fundamental e médio da capital paraibana. “Depois de acompanhar a luta de Samuel, todos esses anos, decidi comprar a briga”, diz o Secretário de Educação, professor Neroaldo Pontes. No curso de capacitação, promovido pela Secretaria, o diretor de Educação da STTrans utiliza, entre outros recursos, seu livro A cartilha da vida. É um manual com dez mandamentos de pedestres, motoristas, motociclistas e ciclistas. O livro é aberto com uma citação da professora capixaba Julieta Araújo, autora de um livro sobre educação no trânsito: “De que adianta encher a cabeça de uma criança com informações sobre Gramática, Matemática, Ciências Sociais, Moral e Cívica, para ela morrer ali adiante, vítima de acidente de trânsito, do qual teria escapado se nós lhe tivéssemos proporcionado ensinamento de como fazê-lo?” Nome: Samuel Correia de Aragão Idade: 58 anos Profissão: advogado Local de TTrabalho: rabalho: Superintendência de Trânsito e Transportes Cidade: João Pessoa, PB Atividade preferida: educar para o Trânsito COMO USAR A TV ESCOLA Como cuidar do videocassete ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES SOBRE A TV ESCOLA O que é a TV Escola • É um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC para a melhoria da qualidade do ensino público. Com este objetivo, transmite programação às escolas de ensino fundamental e médio, dirigida à capacitação e aperfeiçoamento do professor, e também ao seu trabalho em sala de aula. • Transmitida a todo o País, a programação é captada por antena parabólica. Os programas (inclusive os do Salto para o futuro, transmitidos ao vivo) devem ser gravados em fitas de videocassete para utilização pelo professor. • Os equipamentos para captação e gravação compõem o kit tecnológico, adquirido pela escola, por intermédio da Secretaria de Educação do Estado ou pelo município, com recursos do salário-educação administrados pelo FNDE/MEC. Como obter o kit • As escolas das redes estaduais devem dirigir-se às secretarias de educação, e as escolas das redes municipais à prefeitura, para solicitar sua inclusão no projeto de aquisição do kit, a ser encaminhado ao FNDE. • Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia elétrica, com mais de cem alunos no ensino fundamental (de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação) e que ainda não tenha sido contemplada. • A Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec está realizando estudos para equipar as escolas de ensino médio. O que compõe o kit Antena parabólica • Vazada, do tipo Focal Point, com 2,85 m de diâmetro, no mínimo (esta medida pode variar conforme a localização da escola). • A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 25º Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi em 4.0 Ghz. • Acompanha a antena receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz. Televisor • Em cores, bivolt (110V e 220V), com controle remoto, tela de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor. Videocassete • 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC/PALM. Estabilizador de voltagem • 2 KVA, no mínimo. Fitas • VHS, de 120 minutos. Como montar o kit • A instalação dos equipamentos deve ser feita por técnico autorizado pelo fornecedor. Um mau posicionamento da antena, por exemplo, pode comprometer a qualidade do sinal recebido do satélite. • É necessário verificar se todos os equipamentos têm manuais de uso e conferir prazos de garantia. • Desligue o vídeo da tomada sempre que estiver chovendo muito forte ou em caso de corte de energia. Descargas elétricas provocadas por raios ou o retorno da energia podem queimar o equipamento. • Evite avançar (FF) ou voltar (REW) com a imagem na tela. O excesso de atrito entre a cabeça do videocassete e a fita causa estragos. Pare (STOP) antes de adiantar ou voltar a fita. • Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação. • Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto, sujo, ou o vídeo danificado. Podem indicar também falta de ajuste do vídeo. Neste caso, acione o botão TRACKING. Como cuidar das fitas • Guarde-as na posição vertical, em local protegido de sol, umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como motores ou transformadores. • Rever as fitas periodicamente ajuda a evitar fungos. • Rebobine (volte ao início) a fita toda após usá-la. Como sintonizar a TV Escola • Antes de ligar a televisão e o vídeo, verifique se estão na voltagem certa. • O receptor do satélite deve ser colocado em polarização horizontal. • Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24, deve ser escolhido o nº 3. • Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz. Devese escolher 3.770 MHz. • Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz. • No vídeo, é sintonizado o canal 3 ou 4, ou o que estiver livre na sua cidade. Problemas de recepção • Confirmar se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas por este manual. • Se houver problemas na recepção, deve-se insistir com o técnico autorizado para que verifique o posicionamento da antena e a sintonia correta do receptor e dos outros aparelhos do kit. • Persistindo a má recepção do sinal, deve-se pedir orientação ao coordenador da TV Escola na Secretaria de Educação do Estado, ou ligar para o Programa Fala Brasil: 0800-61.6161. Como conhecer a programação • Os programas da TV Escola de cada mês estão em um cartaz com a Grade da programação, distribuído às escolas – dois cartazes por bimestre, referentes a dois meses de programação. • Os cartazes devem ser afixados em local de fácil acesso a todos os professores e alunos. • As Grades são reproduzidas em encarte solto na revista TV ESCOLA e estão também disponíveis no site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola. • A programação de reprise está na Grade de férias, distribuída às escolas em cartaz especial. Como é organizada a programação • Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas: Ensino fundamental, Ensino médio e Salto para o futuro, de segunda a sexta-feira; e Escola aberta, aos sábados. CONTINUA NA PÁGINA 43 COMO USAR A TV ESCOLA • A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas ou programas (Vendo e aprendendo) sobre determinado tema. • A programação dirigida ao ensino médio é organizada em programas que integram mais de uma área temática, favorecendo a interdisciplinaridade (Como fazer?), ou programas com debates e documentários (Ensino legal e Acervo). • Entre Ensino fundamental e Ensino médio, a TV Escola transmite Salto para o futuro, com programas ao vivo sobre temas dos dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes das escolas. • Escola aberta, com transmissão aos sábados, tem programação especial para a escola e a comunidade. • A Grade da programação está organizada por dia de transmissão, horário, faixa, área temática e programas; resume a programação de cada dia e dá os tempos de duração dos programas. Quando gravar • A programação da TV Escola é transmitida de segunda a sexta-feira. Para facilitar as gravações, é repetida em quatro horários para o ensino fundamental, três para o ensino médio, três para o Salto para o futuro. Aos sábados, Escola aberta tem transmissão em quatro horários. • Para conhecer todos os horários, consulte a Grade da programação . • Nas férias, é reprisada a programação do semestre anterior: a cada horário de transmissão corresponde um dia da programação. • Se você perdeu um programa transmitido durante o ano letivo, procure-o na Grade de férias. Como gravar os programas • No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize TV e vídeo. • Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero. • Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo. Esse procedimento vale para a maioria dos equipamentos. • Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo. Como organizar o uso das fitas • Volte a fita ao início e zere o contador. • Assista desde o começo, anotando em que número do contador começa cada programa gravado. • No início de cada programa há uma claquete com dados para catalogação. • Faça uma etiqueta e cole na lombada da fita, para sua identificação. • Faça fichas por assunto, tema, número da fita ou do modo mais útil para organizar a videoteca. Evite organizar apenas por data de gravação. •A classificação adotada pela Grade da programação e pelo Guia de programas é uma referência possível para a organização da videoteca (ver Como consultar os programas). Como usar os programas • Os programas da TV Escola podem ser usados – a critério do professor, orientador, coordenador ou diretor – como recurso para capacitação e aperfeiçoamento, como instrumento de apoio às aulas e em atividades de recuperação e aceleração de estudos. DIRETORA: NÃO FIQUE SEM A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO DOS EQUIPAMENTOS. Como consultar os programas • A TV Escola tem um Guia de programas, já em segunda edição, que está sendo distribuído às escolas, para facilitar a consulta e o uso dos programas transmitidos e gravados. • O Guia é também uma referência para as escolas organizarem suas videotecas (ver Como organizar o uso das fitas) • O novo Guia contém programas transmitidos de 1996 a 1999, resumidos e organizados em 15 áreas temáticas. ATENÇÃO: O MEC NÃO DISTRIBUI FITAS Como aprofundar os temas tratados • Algumas séries de programas produzidas pela TV Escola são acompanhadas pelos Cadernos da TV Escola, que complementam e aprofundam os temas tratados nas séries. Como acompanhar o trabalho de outros professores • A revista TV ESCOLA publica reportagens sobre experiências de professores com a TV Escola, dá sugestões de atividades para o trabalho com os programas e trata de outros assuntos de interesse do professor. • A revista acompanha e registra também o trabalho de professores que participam do Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo, do Programa de Formação de Professores em Exercício – Proformação, ou que estão envolvidos na Reforma do Ensino Médio. • A Secretaria de Educação a Distância – Seed distribui a revista TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa TV Escola; cada escola recebe de 2 a 12 exemplares, proporcionalmente ao número de alunos. • É muito importante que a revista circule entre todos os professores. • Escolas que não estiverem recebendo a revista devem pedir cadastramento à Seed, por carta, fax ou e-mail (ver endereços em Como se manifestar e tirar dúvidas) • A cada dois meses, as escolas recebem, junto com as grades da programação, um cartaz de divulgação que resume a revista do bimestre e deve ser afixado em local bem visível para todos os professores. Como ampliar o conhecimento de alguns assuntos • Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com textos de estudos na área da educação a distância e novas tecnologias para a educação. COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS Escreva para a TV Escola Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância caixa postal 9659 – CEP 70001-970, Brasília, DF fax: (0xx61) 410.9178 e-mail: [email protected] site: www.mec.gov.br/seed/tvescola Ou ligue para o Programa Fala Br asil: 0800.61.6161 (ligação gratui ta)
Documentos relacionados
Capa Revista TV Escola 22
Avelino Romero Simões Pereira Carmen Moreira de Castro Neves Cícero Silva Júnior Claudia Rosenberg Aratangy Iara Glória Areias Prado José Roberto Sadek Lilian Oswaldo Cruz Pedro Paulo Poppovic Rogé...
Leia maispenedo muda com a tv escola penedo muda com a tv escola
Avelino Romero Simões Pereira Carmen Moreira de Castro Neves Cícero Silva Júnior Claudia Rosenberg Aratangy Iara Glória Areias Prado José Roberto Sadek Lilian Oswaldo Cruz Pedro Paulo Poppovic Rogé...
Leia mais