tempo de semear tempo de semear

Transcrição

tempo de semear tempo de semear
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE
Nº 21 OUTUBRO/NOVEMBRO 2000
Niáro Hatschbach Freitas,
da Escola Sagrado Coração
de Jesus, com sementes de
araucária de Canoinhas, SC
TEMPO DE
SEMEAR
Canoinhas trabalha
para recuperar história
e meio ambiente
Três Lagoas treina
seus professores para
explorar tecnologia
TV Escola transmite
curso de capacitação
para usar programas
Ministério da Educação
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CARTA DO EDITOR
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
PROGRAMA TV ESCOLA
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Conselho editorial
Avelino Romero Simões Pereira
Carmen Moreira de Castro Neves
Cícero Silva Júnior
Claudia Rosenberg Aratangy
Iara Glória Areias Prado
José Roberto Sadek
Lilian Oswaldo Cruz
Pedro Paulo Poppovic
Rogério de Oliveira Soares
Tania Maia Magalhães Castro
Vera Lucia Atsuko Suguri
Coordenador editorial
Cícero Silva Júnior
Edição
ESTAÇÃO DAS MÍDIAS
[email protected]
Editor
Claudio Pucci
Produtora
Márcia Maykot
Repórter especial
Rosangela Guerra
Colaboradores
Antônio José Lopes, Dóris Fleury,
Lucia Helena Corrêa,
Rachel Dantas, Rita Freire
Fotógrafos
Aléxis de Jesús Pérez,
João Paulo, Julio Covello,
Paulo Pepe, Vera Jursys
Ilustração
Osires
Projeto gráfico
Elifas Andreato
Edição de arte e produção gráfica
Casa Paulistana de Comunicação
Editoração
Maria Aparecida Alves da Silva,
Narjara Salomão Lara Teixeira
Digitalização de imagens
Paulo Ladeira
Revisão
Gisele Esteves Prado
Fotolito
Spell
A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC
Caixa postal 9659
CEP 70001-970, Brasília, DF
fax
(0_ _61) 410.9178
e-mail
[email protected]
[email protected]
site
www.mec.gov.br/seed/tvescola
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 300 MIL EXEMPLARES
MULTIPLICAÇÕES
A
s oficinas realizadas pela Seed em Fortaleza e
Belo Horizonte, no fim do ano passado, tiveram
conseqüências expressivas, como a criação de
uma estratégia de treinamento para as escolas
de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e a
inspiração para o desenho do curso de
capacitação que a TV Escola começa a transmitir no
Dia do Professor. O objetivo, nos dois casos, é intensificar
e aprimorar o uso pedagógico dos vídeos.
A estratégia de Três Lagoas assemelha-se às adotadas
por dirigentes de outras cidades ou Estados, também
estimulados pelas oficinas. É uma ação da Secretaria de
Educação do município conduzida pela gerente de Educação,
Rose Moreira, e a coordenadora de educação a distância,
Irene Barbosa. Começou a ser traçada assim que Rose
voltou da capital mineira, impressionada com o trabalho
desenvolvido a partir do programa Coração do Pantanal Corumbá, da série Paisagens brasileiras. Nasceu então o
projeto Coração do Pantanal, como relata a repórter Rita
Freire em Estratégia de multiplicação.
O curso de capacitação da TV Escola é mais uma iniciativa
da Seed, agora em parceria com a recém-criada Universidade
Pública Virtual do Brasil, UniRede (leia reportagem na página
38 e nota na seção E tem mais).
Foi anunciado na programação da TV Escola, em rádios,
emissoras de TV (graças a acordo MEC-Abert) e em
correspondência às escolas. E tornou-se rapidamente
a maior atração deste fim de ano. A procura pelo curso
excedeu em muito o número de vagas inicialmente abertas.
Confirmou o grande interesse dos professores pela
TV Escola e por mais capacitação – demanda já reafirmada
na última pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de
Políticas Públicas da Unicamp.
Neste como em outros casos, a mobilização dos professores
à procura de aperfeiçoamento reforça o otimismo com que
trabalhamos pelo ensino público.
Obrigado, professor.
Claudio Pucci
Leia
na revista
TV Escola
de outubro /
novembro
LÍNGUA PORTUGUESA
PCN NA ESCOLA /
LÍNGUA PORTUGUESA
2, 3 e 4 de outubro
Parâmetros na capacitação para
professores de Língua Portuguesa
do ensino fundamental.
LITERATURA
MOBY DICK
5 de outubro
A história da baleia branca e do capitão que a perseguiu até a morte.
ÉTICA
AS RELIGIÕES DO MUNDO HISTÓRIAS ANIMADAS
23 e 24 de outubro
Desenhos animados estimulam a
reflexão sobre diferentes princípios
éticos.
Capacitação
Oficina inspira
projeto de
multiplicação
Começa curso
para trabalhar
com a TV Escola
A CARAVANA FARKAS
17 de outubro
Oito documentários, em que a imagem, a palavra e a música se integram para mostrar a difícil subsistência da população do sertão nordestino.
CIÊNCIAS
PCN NA ESCOLA / CIÊNCIAS
16 de novembro
Parâmetros para tratar de vários
temas em atividades de Ciências
com os alunos.
HISTÓRIA
O VELHO – A HISTÓRIA
DE LUIZ CARLOS PRESTES
13 e 14 de novembro
Documentário sobre a vida do líder comunista Luiz Carlos Prestes,
com depoimentos, imagens e filmes de época.
ÉTICA
O FIM DA TELEVISÃO
20 de novembro
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE.
Uma história da televisão e sua
evolução tecnológica.
A
TV Escola lança em 15 de
outubro, Dia do Professor,
o curso de capacitação A
TV na escola e os desafios de hoje,
para intensificar e aprimorar o uso
pedagógico dos programas transmitidos às escolas. É uma realização da Seed em parceria com a
recém-criada Universidade Virtual
Pública do Brasil, a UniRede – consórcio de 62 universidades públicas. O curso atende a demanda
dos professores por mais capacitação, reafirmada na última pesquisa sobre a TV Escola. É dividido em
três módulos, com 180 horas de
duração. Será transmitido, até dezembro, às quintas e sextas-feiras
(21h) e sábados (9h).
C
omo aumentar o uso da TV
Escola? Este era o problema
de Rose Moreira, gerente
da Divisão de Educação da Secretaria Municipal de Educação de
Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
“A gente nem sabia direito o que
propor aos professores”. A oficina de capacitação da TV Escola de
Belo Horizonte, realizada no fim
do ano passado, deu a pista para
criar o projeto Coração do Pantanal, que orienta e estimula os professores a usar os vídeos. Ao mesmo tempo, nos eventos dirigidos
à comunidade, a programação da
TV Escola ajuda a discutir questões
como violência sexual, alcoolismo
ou gravidez na adolescência.
Tempo de semear
E
m Canoinhas, a rede estadual usa a TV Escola para
recuperar traços esquecidos da identidade de sua região:
o Contestado, no norte de Santa Catarina. Projetos multidisciplinares reconstituem a trajetória dos imigrantes europeus que
povoaram o local. “Voltando algumas gerações no passado, os
meninos e meninas percebem o
que significa descender desta
gente”, diz o diretor da Escola
Manoel da Silva Quadros, Arnaldo Erwin Mews.
Uma outra linha de projetos
utiliza a programação da TV Escola para propor iniciativas de
reflorestamento na região, onde
a maior parte das matas nativas
foi devastada. Além disso, ganham força projetos que estimulam a reciclagem, prevenindo a
degradação ainda maior do
meio ambiente.
MATEMÁTICA INTERATIVA
16 de outubro
Como os computadores podem
ajudar a explorar conteúdos de Matemática.
ESPECIAL
VER CIÊNCIA
De 2 a 20 de outubro a mostra Ver
Ciência vai apresentar 18 filmes
sobre Ciência e Tecnologia, nos
horários do ensino médio
Outras atrações
• Um dia de festa
• Os nomes do Rosa
• O Rio de Machado de Assis
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA
E TEM MAIS:
• SALTO PARA O FUTURO TEM PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL PARA O DIA DO PROFESSOR.
• EX-MOTORISTA DE ÔNIBUS CAPACITA PROFESSORES
PARA DAR AULA DE TRÂNSITO.
• TV ESCOLA TRANSMITE, NESTE BIMESTRE, MÓDULOS
2 E 4 DO PROFORMAÇÃO.
• SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PREPARA
EDUCADORES PARA USAR INFORMÁTICA.
• NA ENTREVISTA, ESPECIALISTAS ANALISAM AS
TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO.
LEIA
a grade da
programação
GRAVE
os programas
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA
MATEMÁTICA
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA
Trabalho de equipe em aula de Educação Física da Escola Senador Felinto Müller, Três Lagoas, MS.
LEIA MAIS NA REVISTA TV ESCOLA
PLURALIDADE CULTURAL
Foto: Paulo Pepe
DA PROGRAMAÇÃO
Experiências
Foto: Vera Jursys
DESTAQUES
Nº 21 OUTUBRO / NOVEMBRO 2000
Cartas
Nas férias
REPRISE
“
A TV ESCOLA
É UMA DAS
MELHORES
IDÉIAS
EM EDUCAÇÃO
DESTA
DÉCADA
”
Genialda da Silva
Assessora pedagógica
Rondonópolis, MT
da programação
do segundo
semestre
Ministério
da Educação
Niáro, da Escola Sagrado Coração de Jesus, Canoinhas, SC, com sementes de araucária.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA
Neste
número
Nº21
OUTUBRO
NOVEMBRO
38
CAPACITAÇÃO
40
E TEM MAIS
2000
5
8
CARTAS
Professoras contam em
Minha experiência como
aproveitaram a série
Brasil 500 anos: um novo
mundo na TV para
desenvolver projeto
na Escola Estadual
São Sebastião,
de Cruzília, MG.
20
EXPERIÊNCIAS
Em Canoinhas, SC, a
TV Escola é utilizada
para recuperar a história
da cidade e o meio ambiente,
e em Três Lagoas, MS,
para capacitar professores.
Em Curitiba, PR,
sistema informatizado
aperfeiçoa gestão.
Começa, na TV Escola,
curso de capacitação
para intensificar e aprimorar
o uso dos programas.
A homenagem do
Salto aos professores,
os projetos da
recém-criada
Universidade Pública
Virtual do Brasil, o
novo Guia de programas,
a nova edição especial
sobre a formação
do povo brasileiro.
E tem mais.
DESTAQUES DA
PROGRAMAÇÃO
Muitas novidades, entre elas,
duas séries sobre PCN, de
Língua Portuguesa e Ciências,
e uma sobre a Matemática
na História, com dicas do
educador matemático Antonio
José Lopes.
FOTO DA CAPA: VERA JURSYS
PÁGINA
4 2 ÚLTIMA
Conheça a luta de
um ex-motorista de
ônibus pela Educação
para o Trânsito.
33
ENTREVISTA
Três especialistas analisam
a presença da tecnologia
na escola.
E alertam: o
professor precisa
de um projeto
pedagógico para
integrar a
tecnologia à
construção do
conhecimento.
Reprisem sempre
os programas
de Arte
Sou professor de Arte da rede estadual e gostaria de parabenizar todos
pelo excelente nível do trabalho da TV
Escola.
Como telespectador assíduo, gravo muitos programas e os uso para
preparar minhas aulas e exibir aos alunos. Peço que transmitam outra vez a
série A arte de ver, que é de ótima qualidade e deveria constar da grade todos os anos. Também gostaria de sugerir que reprisassem sempre os programas de Arte como os das séries
Clipart, Os impressionistas e Desafio: um
tributo à arte moderna. São muito úteis
para preparar aulas.
Nunca mudem a fórmula de reprises ao longo do dia e nas férias. É superprático. Também gostaria de receber a Grade da programação em casa.
José Orlando Araújo
professor de Arte
Salto, SP
Você está cadastrado, José, para receber a revista TV ESCOLA, com a Grade
da programação encartada.
Parabéns pela
qualidade
da revista
Parabéns pelos temas apresentados na revista TV Escola de maio/
junho. Quando trabalhamos com
qualidade, o resultado só pode ser
o sucesso.
por e-mail
Zeide Delavy Gris
Planejamento Pedagógico,
Secretaria Municipal de Educação
Campos Novos, SC
[email protected]
Também quero ser
voluntária
Li recentemente a revista TV Escola
no 19, de maio/junho 2000. Na última
página, no artigo Ação complementar,
tomei conhecimento do trabalho voluntário do jornalista Demóstenes Romano.
Não estou lecionando e gostaria de
ser voluntária num projeto similar, nas
escolas públicas de ensino fundamental e médio, no Estado de São Paulo.
Solicito informações referentes a
projetos educacionais semelhantes ao
Pacto de Minas pela Educação na região do Vale do Paraíba.
Outra informação: como posso entrar em contato com uma ONG, ou
com a Unicef, para conseguir apoio,
num futuro próximo, para implantar um
projeto similar?
Maria Jucelena Martins
professora de Língua Portuguesa
Pindamonhangaba, SP
Demóstenes Romano lhe responde diretamente: “Comece o movimento pertinho
de você mesmo. É muito mais fácil do que
você pensa! Chame alguns amigos, peça
às igrejas que cedam seu espaço ocioso.
Em nossa experiência, descobrimos que
não é preciso contar com uma grande estrutura para fazer esse trabalho”.
Demóstenes coloca à sua disposição
o telefone do Projeto, para você obter
mais informações sobre o assunto: (0_
_31) 481.1188. Você pode também entrar em contato com a entidade pelo email [email protected].
Para conhecer o trabalho de uma ONG
em sua região, tente o Projeto Saltimbancos, em São José dos Campos. Telefone:
(0_ _12) 323.741. O Saltimbancos também trabalha com educação, embora
numa linha diferente. Para pesquisar outras entidades, uma boa dica é a página
da Andi – Agência Nacional de Direitos da
Infância na Internet: www.andi.org.br.
O endereço da Unicef em São Paulo é:
Av. Sumaré, 104, 1o e 2o andares, CEP
05016-090, São Paulo, SP, tel. (0_ _11)
3673.9722, e-mail: [email protected].
Conheça também o trabalho do projeto Amigos da Escola, da Fundação Roberto Marinho. Endereço na Internet:
www.amigosdaescola.com.br
O Brasil precisava de
um canal como este
É com muita satisfação intelectual
que acompanho a programação e os
excelentes documentários exibidos
pela TV Escola. A diversidade cultural
e a qualificação dos autores e convidados da programação básica — e dos
documentários especiais – não perdem
em nada para o que vemos em canais
como GNT e Discovery. O Brasil, impregnado por várias formas de banalização cultural e intelectual, necessitava de um canal como este. Parabéns.
por e-mail
Rodrigo Andreotti Musetti
Mestrando em Direito pela PUCamp
Campinas, SP
[email protected]
Quero um projeto
de reciclagem
Venho através desta parabenizar o
trabalho da TV Escola, principalmente
pelos programas Salto para o Futuro, a
série Redescoberta do cinema nacional
e os episódios de Meio Ambiente.
Ensino no Colégio Geralda Andrade
Martins, além de ser auxiliar de Disciplina no Colégio Assunção (Sociedade
Educadora Feminina). Sabedor que a
Educação se constrói na prática, quando fazemos coisas concretas, estou escrevendo esta para pedir auxílio. Gostaria que me enviassem algum projeto,
já posto em prática, relacionado à reci-
clagem de papel e plástico. Estou pensando em tomar uma iniciativa deste
tipo com todas as escolas e comunidades de base daqui. Mas na minha cidade não se encontra nenhuma fonte de
pesquisa relacionada ao assunto, que
possa servir de base para este projeto.
Claudemir Alberto Soares Barbosa
Colégio Estadual Geralda Andrade Martins,
Itapaci, GO
Consulte o Guia de programas da
TV Escola e a videoteca de sua escola.
Alguns vídeos, como Lixo é luxo (da série Meio Ambiente e cidadania) e Pipsqueak recicla (da série O Planeta de
Pipsqueak), podem ajudá-lo no que busca. Leia também experiências da revista
TV ESCOLA. Como a de Anápolis, em seu
Estado, apresentada na reportagem Lixão não, de março/abril de 2000, ou a
de Canoinhas, SC, relatada nesta edição.
Reportagem está
causando impacto
Manifesto nossos agradecimentos
pelo espaço dedicado à nossa instituição na revista TV ESCOLA , edição
agosto/setembro. A matéria Computador e TV agora juntos, tão bem elaborada pela competente jornalista Rosangela Guerra, está causando um
grande impacto na comunidade gurupiense e tocantinense.
Esperamos continuar contando
com o apoio desta importante revista
para, juntos, resgatarmos a credibilidade da escola publica.
por e-mail
Valnir de Sousa Soares
diretor do Centro de Ensino Médio
Ary Ribeiro Valadão Filho (Arizinho)
Gurupi, TO
[email protected]
site: http://membro.intermega.com.br/arizinho
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS,
DÚVIDAS, SUGESTÕES,
RELA
TOS DE EXPERIÊNCIAS,
RELAT
PROPOST
AS DE
PROPOSTAS
INTERCÂMBIO COM
SEUS COLEGAS
Canal de apoio
Tenho em minhas mãos a revista
TV ESCOLA. Achei fantástico este esforço do governo, fornecendo às escolas um canal para apoiar os professores e ajudar o aluno na aprendizagem.
Creio que todos os educadores deveriam fazer uso deste recurso.
Temos aqui na nossa escola um projeto de teatro produzido e encenado pelos nossos estudantes, que envolve
questões sociais, culturais, políticas e
ecológicas na baía de Guanabara. Através desta revista, gostaríamos de divulgar e compartilhar nosso trabalho com
outras comunidades escolares.
Monclair de Castro Sampaio
por e-mail
Meibel Mello Guedes
Escola Estadual Lauro Corrêa
Rio de Janeiro, RJ
[email protected]
Queremos compartilhar
nosso projeto
Aproveito esta página para apresentar-lhes uma proposta de reportagem.
Mande-nos mais informações sobre o
projeto, Monclair. Se quiser conhecer outra experiência semelhante à sua e trocar
idéias, entre em contato com a Escola José
Bernardino Lindos, de Manaus. Eles têm
um grupo de teatro, o Fragmentos, que
MINHA EXPERIÊNCIA
Toda a comunidade
viu e gostou
Nossa escola desenvolveu, no
ensino fundamental e médio, um projeto baseado na série da TV Escola
Brasil 500 anos: um novo mundo na TV.
Inicialmente, os alunos assistiram aos vídeos, orientados e acompanhados pela professora Lúcia de
Fátima. Após cada sessão, os temas
foram comentados e discutidos,
avaliando ao mesmo tempo a imagem, sonografia e coreografia dos
programas, assim como a cobertura jornalística apresentada através
dos bonecos. Divididos em pequenos grupos, os alunos iniciaram um
trabalho interdisciplinar, que culminou numa exposição.
Os alunos fizeram maquetes reproduzindo o espaço físico e econô-
mico da colônia, painéis, modelagens,
arte em madeira, cartazes ilustrados,
linha do tempo, construção de textos
críticos e analíticos, paródias, músicas
e peças teatrais etc. Toda comunidade viu e gostou!
Lúcia de F. Pereira, professora de História
Miralda Maciel, supervisora pedagógica
Escola Estadual São Sebastião
Cruzília, MG
Capacitamos agentes
de saúde indígenas
Sou professora de História e trabalho com a TV Escola na Secretaria Municipal de Educação e Cultura
de Rondonópolis, no Estado de Mato
Grosso. Quando o sinal da TV Escola entrou no ar, em 1995, com o programa Salto para o Futuro, já formamos um grupo de estudos aqui na
Semec.
ESCREVA
SUA P
ALA
VRA
PALA
ALAVRA
É IMPOR
TANTE
IMPORT
POR CORREIO
Caixa Postal 9659,
CEP 70001-970, Brasília, DF
POR FAX
(0_ _61) 410.9178
POR E-MAIL
[email protected]
.br
[email protected]
apresenta espetáculos para outras escolas
e para a comunidade. Endereço: Av. Ramo
D, Bairro Cidade Nova V, CEP 69091-970.
Quando há vontade
política de todos...
Agradecemos o empenho e a colaboração dessa Secretaria à realização da 1ª Educática que, por meio do
ProInfo e com o apoio da Coordenação de Educação a Distância de São
Paulo, contribuiu decisivamente para
que o evento atingisse os objetivos
propostos.
O sucesso da 1ª Educática nos faz
acreditar que ensino público e gratuito
de boa qualidade pode ser uma reali-
De lá para cá, muita coisa mudou.
Atualmente, os programas do Salto
para o Futuro sobre os Parâmetros
Curriculares Nacionais — PCN são
muito utilizados na capacitação de
professores. Os vídeos de Direitos
Humanos e Ética foram úteis na Semana do Desarmamento Infantil, realizado em Vila Operária, aqui no município, em 1999.
As fitas da TV Escola estão também no Projeto Maria Menina, para
meninas de rua, e no Projeto Xamã,
que capacita agentes de saúde indígenas para tratar de DST e Aids.
Acredito que a TV Escola tenha
sido uma das melhores idéias que
surgiram no meio educacional nesta
década.
Genialda Urçulina da Silva
Assessora Pedagógica
Rondonópolis, MT
dade, quando há vontade política de
todos os envolvidos – especialmente
dos governantes.
Oswaldo José Fernandes
Secretário Municipal de Educação
Jundiaí, SP
PS
Recebemos também, e agradecemos, cartas das
Unidades Escolares Barão de Gurgéia, Bezerra de
Menezes, João Costa, Lélia Avelino, Martins
Napoleão e Severiano Sousa, de Teresina
eresina, Piauí.
Escreveram, ainda, Luzineide Marchão Costa, de
Bacabal
Bacabal, MA; Chrisleine de Almeida, de Curitiba
Curitiba,
O trabalho coletivo é
muito mais eficaz
Em trabalho realizado na 2ª série
do ensino fundamental do Colégio Estadual Cecília Ax, abordamos a questão da leitura.
A pesquisa buscou a aquisição e
produção de novos conhecimentos e o
aperfeiçoamento da individualidade a
partir da coletividade.
Nos trabalhos desenvolvidos a partir da leitura foram abordados os seguintes temas: A história da escrita e suas funções, Os direitos humanos, A guerra de
Kosovo, A comunicação e suas dimensões
(com elaboração do Jornal legal, visita a
um jornal regional, apresentação do jornal na TV e julgamento da importância
da leitura do livro e do jornal), e A arte de
escrever (visita e entrevista a um escritor, ilustração de alguns dos seus tex-
PR; Moisés Fernandes dos Santos, de Pirajuí
Pirajuí, SP;
erezinha
Basilina Losovei, de Santa T
Terezinha
erezinha, SC; e a
Apae de João Pinheiro
Pinheiro, MG.
Pela Internet, recebemos mensagens de
professores de várias cidades do Rio Grande do
Norte, pedindo cadernos e outras publicações da
TV Escola: Creuza Pereira de Melo, de Ceará
Mirim
Mirim; Edneide Margarida de Souza, Jassycley de
Macedo Fonseca, Luzenildo Bezerra da Silva,
Maria Aparecida de Carvalho, Maria da Penha
Fonseca, Neuma de Almeida Santos, Rosimeire
Aparecida e Silva e Valdirene de Souza Morais, de
Natal
Natal; Maria Daguia Trindade, de Parelhas
Parelhas;
Luciana Silva de Freitas e Nina Rosa de Oliveira,
de Parnamirim
Parnamirim; e Dalvaci Pinheiro Justino, de
São Gonçalo do Amarante
Amarante. Todos foram
cadastrados e, em breve, estarão recebendo suas
publicações.
tos, poesia escrita pelos alunos, a história de Monteiro Lobato e a criação de
personagens na literatura infantil).
Este trabalho ganhou do MEC o
Prêmio de Incentivo à Educação Fundamental em 1999.
Carmen Maria Cipriani Pandini
mestranda em Educação e Cultura da Udesc
DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E
ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE
FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM.
Presidente Getúlio, SC
A professora Carmem com seus alunos.
,
SE PREFERIR
LIGUE PARA
Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida,
SIL
O FALA BRA
independente de publicação na revista.
1
0800.61.616
Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
L Í N G UA P O R T U G U E S A
PCN NA ESCOLA/
LÍNGUA
PORTUGUESA
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 2, 3 e 4 de outubro
Realização: TV Escola. Brasil, 2000
Direção: Mário Masetti
Duração: 18 programas de 10’ a 18’
Colorido
Áreas conexas: Literatura / História
Indicada para capacitação de professores
do ensino fundamental.
O que significa ler e escrever? Por que
a alfabetização é tão importante? Como
fomos alfabetizados? Como se estabelece a relação prazerosa com a leitura e
a escrita? Como desafiar os alunos a
participar ativamente de seu próprio processo de alfabetização? Estas e outras
questões são abordadas em PCN na
escola/Língua Portuguesa.
Destacamos a seguir três programas
da nova série.
sa e diversificada, aproximando-se`dos
interesses e possibilidades dos alunos.
Como as crianças são diferentes, algumas envolvem-se mais com determinado tipo de texto do que outras, têm mais
ou menos dificuldades em escrever, conforme a idade e características culturais.
O programa discute estes aspectos,
levantando a questão fundamental: como
formar o leitor?
DICAS
O
vídeo poderá ser exibido em reuniões de planejamento de professores, cujo tema seja o trabalho com a
língua portuguesa.
Antes da exibição do programa, sugerimos que a coordenadora provoque os presentes a recordar seus próprios processos
de alfabetização, com várias perguntas:
• Como cada um aprendeu a ler e escrever? De quais vivências ou fatos dessa época se lembram?
• O que foi mais significativo na sua
história de alfabetização?
• O que gostam de ler?
• Como escrevem? O que gostam de
escrever?
• Quando escrevem com mais prazer?
RESUMO
A
formação de leitores e escritores
entre seus alunos é uma função
com a qual a escola tem tido muitas dificuldades. Entretanto, neste processo, é
possível criar experiências enriquecedoras, principalmente se o professor alfabetizador tiver prazer com a leitura e com
a escrita. Ele precisa também planejar
seu trabalho de forma rigorosa, cuidado-
8
1) Como desenvolver o prazer da leitura e escrita nos alunos?
2) Que palavras são mais comuns na
sua fala e escrita?
3) A escrita é necessária na escola?
Para quê? E fora dela?
4) A escrita é vista como algo útil para
a vida? Por quê?
Ao final da reunião, é interessante tirar algumas propostas comuns das discussões, para dirigir o trabalho de formação do futuro leitor e escritor.
Também na sala de aula é possível
iniciar com os alunos uma discussão
sobre a impor tância da língua viva,
como instrumento fundamental da expressão. É o momento de conversar
com eles sobre o que mais gostam de
ler e escrever e provocá-los a falar sobre suas histórias de alfabetização.
PERSPECTIV
A HISTÓRICA DO
ERSPECTIVA
ENSINO DA ESCRIT
A
ESCRITA
RESUMO
O
UM POUCO DA
HISTÓRIA DA LEITURA
NA ESCOLA PRIMÁRIA
Este é um bom momento, para retomar estratégias que deram certo: ler histórias para a classe, desenvolver oficinas
de leitura, montar bibliotecas com os alunos, construir arquivos de jornais e revistas, fazer o jornal diário ou semanal da
classe, ou ler coletivamente textos da Internet, imprimindo os mais significativos.
Outras questões poderão ser discutidas durante a capacitação:
PCN na escola/Língua Portuguesa
Retomar com o grupo de professores
suas memórias de leitores e escritores
pode ajudá-los a entender a importância
da sua função de alfabetizadores.
Na seqüência, pode-se exibir o programa para o grupo, fazendo paradas para
falar sobre os tipos de textos que seus
alunos lêem (complementando os já
mostrados pelo vídeo), os autores de literatura infantil mais populares e as revistas mais lidas pelos meninos e meninas (diferenciando os interesses).
vídeo retoma a história do ensino
da escrita, apontando algumas dificuldades da escola nesta função, ao
longo da História. Muitas práticas até
hoje aplicadas nas salas de aula vêm de
circunstâncias históricas já superadas.
O uso da cópia, por exemplo, é um vestígio do tempo em que a tarefa de escrever livros era atribuída aos copistas.
DICAS
S
e antes a cópia era uma forma de
garantir a sobrevivência do conhecimento humano — e como tal, muito valorizada pela sociedade — hoje está totalmente desconectada desta realidade. En-
TVE SCOLA
tão, para que a cópia? Será que, nos dias
atuais, ainda existe algum tipo de cópia
significativa para os alunos? Esta é uma
discussão importante para a reunião de
planejamento com os professores.
A reunião pode discutir tarefas relativas ao processo de formação de leitores e escritores, que façam sentido e estejam vinculadas às necessidades da
classe. Assim, pode-se planejar coletivamente estratégias diferenciadas por série ou ciclo, retomando aquelas que deram bom retorno, discutindo as que falharam e também criando novas idéias
na troca coletiva entre os presentes.
Aqui podem ser destacadas algumas
propostas que se diferenciam por serem
úteis à vida em qualquer faixa etária. Sugere-se que o coordenador da reunião vá
escrevendo no quadro-negro a discussão
entre os professores presentes. Esta estratégia de construção do texto coletivo
poderá ser repetida em sala de aula.
IMPOR
TANTE
IMPORT
LEIA A GRADE
Escolha os programas
que quer usar.
GRAVE OS PROGRAMAS
E guarde as fitas na videoteca
para posterior utilização.
Para catalogar, você pode
usar como referência o
Guia de programas da TV Escola.
USE EM CAPACITAÇÃO
Em relação à cópia, uma possibilidade
de uso está relacionada às receitas de salgados ou doces preferidas pela maioria dos
alunos. Cópias de letras de música podem
ser úteis, num momento anterior à apresentação do grupo em um evento. Escrever um relatório com as atividades mais
importantes da classe, ao final de cada
semana, também pode ser uma forma de
sistematizar o trabalho e, ao mesmo tempo, usar a cópia vinculada à produção de
texto coletivo. Além de formas diversificadas de cópias, há outras idéias que podem
ser exploradas e vividas pelos professores
na reunião. Por exemplo, leituras diferentes sobre um tema de interesse comum;
de análise de lições de casa; de bilhetes,
cartas, poesias; de pequenos textos dos
participantes sobre a importância da leitura; ou de avaliação da reunião etc. Estas
leituras podem ser feitas em dupla ou individualmente, para a turma toda.
Depois destas atividades, a coordenação poderá exibir o programa. Após a exibição, os professores podem sentar-se em
pequenos grupos de série ou ciclo e registrar as propostas para a próxima semana.
Cada subgrupo pode socializar seu
quadro com os demais. Ao mesmo tempo, estrutura-se no quadro-negro o plano
geral das atividades de cada série ou ciclo. Assim, fica garantida a construção de
um registro importante para a organização do trabalho pedagógico. Ele deve ser
um instrumento mais adequado às necessidades da escola, pois foi gerado a partir do texto coletivo dos professores.
Todos os programas podem ser
usados como recurso de
capacitação e aperfeiçoamento
dos professores.
USE COM OS ALUNOS
Nas dicas de atividades com
alunos apresentadas nesta seção,
levam-se em conta objetivos e
conteúdos curriculares de cada
série do ensino fundamental
(ou médio). A maioria dos vídeos
pode, no entanto, ser usada em
outras séries, com diferentes
abordagens.
OS PROGRAMAS SÃO
REPRISADOS NAS FÉRIAS
Acompanhe a Grade de férias.
TVE SCOLA
PCN na escola/Língua Portuguesa
são, vale exibir o vídeo, fazendo algumas
paradas para discutir os itens do planejamento mensal enfatizados pelo programa. A tarefa coletiva será construir um
registro coletivo de cada etapa do trabalho pedagógico. O primeiro passo é organizar as propostas discutidas num quadro próprio. Este quadro poderá ser utilizado durante as reuniões do ano letivo,
sendo relido, avaliado e modificado de
acordo com as necessidades.
A organização das propostas pode ser
feita em subgrupos, com a presença de um
professor representante de cada série, ou
por subgrupos de cada série ou ciclo. Ao
final, as propostas podem ser arrumadas
num quadro em cartolina ou papel kraft.
L I T E R AT U R A
PLANEJAR É PRECISO!
RESUMO
O
planejamento como meio de organizar o trabalho e enfrentar os desafios de cada série ou ciclo.
DICAS
C
omo o planejamento pode garantir
a qualidade do trabalho de ensino e
aprendizagem?
Esta pode ser a primeira questão colocada na reunião de professores sobre
os assunto. Na seqüência desta discus-
MOBY DICK
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 5 de outubro
Realização: Salsa Distribution / S4C. GrãBretanha, 1998 / 1999.
Direção: Natalia Orlova
Duração: 25’46’’
Colorido
Áreas conexas: Ar te, História, Pluralidade
Cultural, Língua Por tuguesa.
Indicado para atividades com alunos do
ensino fundamental e também do ensino
médio.
9
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
RESUMO
A
DICAS
história de uma baleia branca e de
um capitão que a persegue até a
morte já povoou os sonhos de muitas gerações. O programa da série Épicos animados – que por meio obras famosas da
literatura mundial através de desenhos
animados – conta a trama deste grande
clássico de aventura.
DICAS
T
rabalhar com Moby Dick é uma proposta que poderá envolver alunos da 3a ou
a
4 série do ensino fundamental em diante,
inclusive no ensino médio. Textos literários
como contos, novelas, romances, crônicas,
poemas, textos de humor, dramáticos etc.,
são bons para desenvolver não somente a
leitura mas a escuta atenta, a interpretação e a argumentação próprias.
Antes de exibir o filme para a classe,
peça aos alunos que observem atentamente o desenvolvimento da história,
para poder recontá-la depois.
É possível trabalhar a reescrita do
conto com algumas provocações aos alunos, tais como:
1. E se você fosse o protagonista da
história?
2. Se fosse co-autor, o que modificaria no decorrer da história? E no final?
3. Reescreva um diálogo de Moby Dick
em forma narrativa ou poética.
4. Construa uma manchete de jornal
com o acontecimento que você considera mais importante na trama.
5. Agora você é repórter e deve entrevistar o autor, ou uma personagem. Que
perguntas você gostaria de fazer?
O
M AT E M Á T I C A
MATEMÁTICA NA
HISTÓRIA
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 16 de outubro
Realização: Channel 4 Learning. GrãBretanha. 1998.
Direção: Paul Davies
Duração: 3 programas de 15’
Colorido
Áreas conexas: História
Indicada para atividades com alunos do
ensino fundamental
RESUMO
A
Matemática de gregos, egípcios e romanos, em dramatizações de fatos
supostamente ocorridos, narrados como
um filme histórico, com cenários e figurinos
de época. A série explora temas importantes da Matemática do ensino fundamental.
O episódio sobre os gregos trata da
teoria dos números (perfeitos e triangulares), figuras geométricas, poliedros e
o teorema de Pitágoras.
O episódio sobre os romanos explora a
arte dos mosaicos, os jogos, as construções, a numeração romana e mostra como
eles utilizavam aparatos simples para alinhar pontos e construir ângulos retos para
a construção de suas estradas e edifícios.
No terceiro episódio, é apresentada
a matemática egípcia, com seu sistema
de numeração, de modo que se compreenda como se escreviam números e
se faziam contas no Egito antigo. O programa é coroado com uma explicação na
forma de projeto extra-classe, em que um
grupo de alunos encena a construção de
uma pirâmide.
uso da história da Matemática é uma
das recomendações dos PCN. Inúmeros aspectos e temas da Matemática
podem hoje ser introduzidos, explorados ou
aprofundados a partir de problemas históricos. Tal abordagem possibilita que os alunos vejam a Matemática como uma ciência que evolui e cujo desenvolvimento está
diretamente associado a necessidades e
respostas do homem a seus problemas.
Que aspectos do currículo ou do tópico
que você está trabalhando podem ser
abordados por meio da História?
Pense na possibilidade de usar a dramatização para discutir temas matemáticos. É um interessante recurso para
fazer seus alunos se interessarem pela
Matemática. Tal atividade pode envolver
professores de outras áreas, como
Arte, História e Língua Portuguesa.
Interessante também é a possibilidade
de reproduzir o aparato de alinhamento de
pontos e construção de ângulos retos exibido no programa dos romanos, em sala
de aula ou em atividades de campo – no
pátio da escola ou em estudos do meio.
As simetrias podem ser exploradas a
partir de um projeto de construir mosaicos como os feitos pelos romanos. Também nesta atividade, o professor pode
trabalhar em sintonia com os professores de Arte e História. Nunca é demais
lembrar que a interdisciplinaridade também é uma prática indicada pelos PCN.
MAIS HISTÓRIA
Matemática na História pode ser complementada por outra série, Falando em
Matemática (transmitida em 6, 7, 8 e 9
de novembro). Nesta, um apresentador
fala de temas de interesse da Matemática, com a intervenção de profissionais
entrevistados e professores.
Ao tratar dos poliedros (de novo, os
gregos), o apresentador ouve um especialista em mineralogia e cristalografia –
áreas em que as formas poliédricas têm
aplicação importante. O conceito de simetria é então analisado de muitos pontos
de vista, como o da organização de azulejos ou o da construção de jardins.
Moby Dick
10
TVE SCOLA
Um especialista em informática fala do
sistema binário aplicado em computadores; um topógrafo explica como a geometria possibilita a determinação de distâncias inacessíveis; um cartógrafo mostra
como usa a geometria e assim por diante.
É uma pista para você explorar. Se tiver possibilidade de fazer isso, organize
entrevistas de seus alunos com profissionais de sua localidade, pais e parentes de alunos que tenham algo a falar
sobre a natureza de seu trabalho e como
usam a Matemática.
Há muita matemática interessante na
profissão dos marceneiros, encanadores
e eletricistas. Que matemática é esta?
Proponha à turma que entreviste um
marceneiro, para saber o que o leva a
cortar um pedaço de madeira de acordo
com certo ângulo; como um pintor é capaz de fazer o orçamento da pintura de
uma sala apenas pelo olhar; como um
pedreiro sabe quantos tijolos são necessários para construir uma casa.
O mesmo pode ser feito com engenheiros, arquitetos, médicos e até jornalistas.
Eles podem ajudar a fazer seus alunos se
interessarem pela matemática da vida e
das coisas. Qual é a matemática utilizada
na construção de pontes? (É possível construir um modelo em isopor para compreender o princípio básico). Que matemática
está por trás das tomografias? Como os
jornalistas determinam a quantidade de
texto a ser produzido para que os jornais
não fiquem com espaço em branco?
Antonio José Lopes
Centro de Educação Matemática - CEM/
Universidade Autônoma de Barcelona / PUCSP
CIÊNCIAS
PCN NA ESCOLA/
CIÊNCIAS
Série selecionada, na Grade da
programação , para a capacitação
de professores do ensino
fundamental.
Transmissão: 16 de novembro
Realização: TV Escola. Brasil, 2000
Direção: Cássio Sader
Duração: 6 programas de cerca de 10’
Áreas conexas: Matemática,
Meio Ambiente
Colorido
Indicada para capacitação dos professores
e atividades com alunos do ensino
fundamental
Alguns dos principais conteúdos dos
blocos temáticos de Ciências indicados
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais,
os PCN, para o ensino fundamental.
A construção do conhecimento, nesta
como nas outras áreas, considera o conhecimento anterior dos alunos, como
propõe o programa O ensino de Ciências.
O ENSINO DE CIÊNCIAS
RESUMO
N
enhuma criança chega à escola
sem saber nada. Os alunos de qualquer idade já trazem para a sala de aula
um saber proveniente de suas vivências.
O conhecimento, portanto, deve ser
construído a partir do que os alunos já
sabem, levantando problemas e partindo coletivamente com o grupo em busca
de soluções.
DICAS
Matemática na história
TVE SCOLA
E
sta proposta pode ser desenvolvida
no encontro de formação de professores, onde o vídeo será exibido. O obje-
tivo é levantar o que as crianças já conhecem das Ciências Naturais, a partir
do senso comum e de suas vivências
fora da escola.
Na reunião, é necessário aprofundar
esta discussão, fazendo vários questionamentos. Se as crianças já trazem um saber de fora, o que a escola ensina? Como
isto acontece na área de Ciências? A escola desafia os alunos a aprofundarem e
ampliarem os saberes que eles já têm? Ela
tem competência para sistematizar os saberes que trabalha com seus alunos?
Como vincular o saber da escola e o saber
dos alunos? O que é singular e específico
no trabalho de Ciências dentro da escola?
Outras discussões mais específicas
podem buscar coletivamente a identidade comum dos educadores e encontrar
o diferencial do trabalho da escola, para
construir a auto-estima do corpo docente. Quais os conhecimentos de Ciências
Naturais que cada um traz, como educador, de suas vivências dentro e fora da
escola? O debate destas questões pode
ajudar a qualificar o trabalho pedagógico
e, conseqüentemente, o processo de ensino e aprendizagem.
CORPO HUMANO: VER,
OUVIR E SENTIR O CHEIRO
RESUMO
O
vídeo trata da luz, do som, dos
odores e de seus efeitos em nosso organismo. Também sugere experiências que podem ser desenvolvidas
em sala de aula ou fora dela, para entender melhor os órgãos dos sentidos
e suas funções.
DICAS
P
ara começar este trabalho, vale
brincar um pouco com os alunos
sobre sons mais ou menos agradáveis,
cheiros mais ou menos gostosos.
Mais tarde, pode-se combinar criativamente o trabalho com percepções de
vários sentidos. Paisagens podem sugerir a realização de pinturas ou o estudo
de pintores conhecidos; ou então, servirem de inspiração para composições
11
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
FOTOSSÍNTESE 1: O SOL
COMO FONTE DE ENERGIA
RESUMO
T
PCN na escola / Ciências
musicais. Os alunos podem também preparar comidas e fabricar perfumes, chás
etc. A partir do vídeo, é possível também
fazer um planejamento coletivo do trabalho de Ciências com os alunos.
A ÁGUA
RESUMO
O
vídeo trata da presença da água
em vários momentos do cotidiano,
e sugere várias experiências.
DICAS
A
cada aula, o professor pode exibir
uma parte do vídeo para a turma,
depois de ter visto e gravado a fita, e
preparado o material da experiência que
ela sugere. Estas experiências ficam ainda mais ricas se forem registradas em
textos coletivos.
Um projeto que pode ser sugerido
neste momento é o de análise do gasto
de água na casa dos alunos, e também
na escola, por meio da leitura das contas. Esta tarefa pode ser integrada à Matemática, calculando não apenas o total
de gastos ou a sua média, mas também
os impostos e encargos investidos nessas contas. A discussão com a classe
pode esclarecer se esses impostos estão sendo percebidos pelos alunos enquanto benefícios concretos, como tratamento da água, rede de esgotos etc.
Este também é o momento de discutir os cuidados com a água potável, no
meio-ambiente e em casa, já que os especialistas prevêem uma séria crise no
abastecimento nos próximos anos. Pesquise em jornais, revistas ou na Internet.
12
odo ser vivo precisa de energia, que
ele obtém por meio dos alimentos.
E estes alimentos, de onde retiram a sua
energia?
A energia solar é armazenada pelas
plantas. Ao se alimentarem destas, os
animais e seres humanos também absorvem esta energia. Há também outros processos naturais que capturam diretamente a energia do sol e a veiculam indiretamente aos seres vivos. Nesta cadeia se
integram, por exemplo, a produção de
chuvas, de petróleo e de adubagem natural da terra através da decomposição de
matéria viva. O vídeo explora estes processos de forma simples e acessível.
DICAS
V
ale a pena exibir o programa com paradas estratégicas para que os alunos possam fazer observações, comentários e perguntas. A partir destas, pode-se
desenvolver propostas de pesquisas, experiências e registros do assunto.
Alguns exemplos de projetos que o grupo pode desenvolver: montar terrários de
vidro; plantar vasos, colocando-os em pontos com mais e menos luminosidade; fazer cardápios energéticos; interpretar embalagens de produtos que nos sirvam como
fonte de energia; analisar alimentos novos
no mercado e ver se eles beneficiam ou prejudicam a saúde; publicar tudo o que for
produzido pela classe de forma bonita e organizada, por meio de registros em murais
ou catálogos para as demais classes.
FOTOSSÍNTESE 2:
sificados como produtores, já que retiram
energia da luz solar, do gás carbônico e da
água. Assim acontece o processo de fotossíntese, no qual, além de oxigênio, é
produzida a glicose que fornece energia
aos vegetais, aos animais herbívoros (que
se alimentam de vegetais) e aos carnívoros (que se alimentam de outros animais).
O vídeo traz explicações e experiências relacionadas, não só à fotossíntese, mas também a conteúdos como respiração celular, produção de gás carbônico, e à responsabilidade do homem
pela manutenção da vida no planeta.
DICAS
A
proposta é utilizar as idéias do documentário em aulas diversas,
acompanhando-as com registros que podem ir desde as gravações das aulas até
a confecção de textos coletivos e desenhos das experiências.
Provoque uma discussão inicial com os
alunos sobre os efeitos para o meio ambiente da diminuição da área coberta por
florestas no planeta. Quais seriam os efeitos disso na atmosfera do planeta?
Visitas ao zoológico, a uma fazenda
ou à mata mais próxima podem funcionar como atividades de conclusão dos
trabalhos desta unidade temática.
A ASTRONOMIA:
DE DIA E DE NOITE
RESUMO
O
vídeo explica como são comprovados os movimentos simultâneos
das galáxias e do nosso planeta. Além disso, traz experiências de observações a
olho nu, para descobrir a movimentação
das estrelas e constelações no céu.
A S PLANT
AS E A VIDA
PLANTAS
A
NO PLANET
PLANETA
RESUMO
T
odos os animais dependem direta ou
indiretamente dos alimentos produzidos pelas plantas. Por isso, são denominados consumidores. Os vegetais são clas-
DICAS
E
xiba o vídeo para as crianças, desenvolvendo as experiências de observação nele demonstradas e realizando algumas complementares. O objetivo é que elas compreendam mecanismos como a sucessão do dia e da noite; das estações do ano; da contagem
TVE SCOLA
dos 365 dias que formam cada ano de
nossas vidas; da movimentação das
sombras relacionada aos movimentos
do Sol e da Terra etc.
Algumas outras atividades podem
enriquecer este trabalho:
• Marque posição e tamanho das sombras em diversos horários do dia e em
diversos dias do ano, com tinta, nas paredes e chão da escola. Estas observações devem ser datadas e pintadas com
capricho e beleza. Sugere-se também
desenvolver e agendar aulas noturnas de
observação do céu e registrar as estrelas e suas posições em desenho; fazer
excursões a observatórios e mirantes
como o cume de um morro, a uma torre
de TV ou rádio da cidade, ou àquele ponto mais alto do prédio da escola; desenvolver textos sobre as sensações e observações dos alunos; entrevistar algum
astrônomo profissional ou leigo; ou desenvolver pesquisas sobre instrumentos usados em astronomia e sobre vidas de astrônomos famosos.
• Peça às crianças para soltarem a
imaginação e, baseadas no que aprenderam, desenvolver contos de mistério,
roteiros de viagens ao céu, aventuras
pelo universo etc. Tudo isto pode servir
de pretexto para que os alunos se envolvam mais profundamente no processo de
aprendizagem da astronomia.
• Para mais sugestões e informações
sobre aulas de astronomia, procure em
sua videoteca o programa da TV Escola
Cometas e outras curiosidades, da série Vendo e aprendendo, exibida no dia
28 de abril desse ano. Vale também con-
sultar revistas de divulgação científica
que abordem o assunto.
• Você pode pedir mais informações
sobre o assunto à Sociedade Brasileira
para o Ensino da Astronomia, em São
Paulo: (0_ _11) 5506-7838.
PLURALIDADE CULTURAL
A CARA
VANA
ARAV
FARKAS
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 17 de outubro
Realização: Thomaz J. Farkas. Brasil,
1964-1980.
Duração: 8 programas de 10’ a 21’
Preto e branco
Áreas conexas: História, Geografia,
Língua Portuguesa, Ar te
Indicado para atividades com alunos do
ensino fundamental e também do ensino
médio.
RESUMO
A
caravana que nas décadas de 60,
70 e 80 fez uma viagem cinema-
tográfica pelo Brasil, produzindo 28 filmes, ganha agora um novo público: o das
escolas. Nestes oito documentários, a
imagem, a palavra e a música se integram para mostrar a difícil subsistência
da população do sertão nordestino.
Na Casa de farinha se dá o processo de ajuda mútua dos lavradores de
uma mesma fazenda. Eles trabalham
juntos na fabricação da farinha de mandioca pelo processo mais rudimentar,
amassando a raiz no pilão. Como remuneração, eles recebem pequenas quantias do produto — alimento básico de
suas famílias.
O Engenho mostra as dificuldades do
cultivo da cana em minifúndios e o processo de fabricação do açúcar.
Jaramataia é o retrato de um dia de
trabalho na fazenda: o cuidado com o
gado fraco, o abandono em que vivem os
vaqueiros, sua ingênua visão de mundo,
sua falta de perspectivas, seu cansaço...
No O homem de couro, a personagem
principal é o vaqueiro, que enfrenta a difícil tarefa de laçar, tratar, marcar e conduzir o gado – do qual às vezes mal se
distingue.
O aproveitamento da carne e dos
subprodutos do gado mor to nos abatedouros é o tema de A morte do boi.
O filme mostra o processo desde a ida
do gado para o abate até o aproveitamento de sua carne, couro, cascos, chifres, estômago, pulmão, intestino e
sangue — tudo feito através de métodos muito primitivos.
O QUE DIZEM OS
PARÂMETROS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais,
os PCN, de 5ª a 8ª séries, indicam no livro
Temas Transversais, pág. 143, as capacidades que devem ser desenvolvidas com o
tema Pluralidade Cultural. Quatro delas:
• conhecer a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, cultivando
atitude de respeito para com pessoas e
grupos que a compõem, reconhecendo
a diversidade cultural como um direito
dos povos e elemento de fortalecimento da democracia;
• valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como
nação, reconhecendo sua contribuição
no processo de constituição da identidade brasileira;
• reconhecer as qualidades da própria cultura, valorando-as criticamente,
enriquecendo a vivência de cidadania;
• analisar com discernimento as
atitudes e situações fomentadoras de
todo tipo de discriminação e injustiça
social.
PCN na escola / Ciências
TVE SCOLA
13
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
O homem de couro
Cheiro e gosto historia o plantio e produção do café de 1727 até os dias atuais. Os vários processos de degustação do produto também são mostrados
no filme.
A Cuíca e O berimbau são dois filmes
com entrevistas sobre a fabricação e o
uso desses instrumentos do sertanejo
nordestino.
de pesquisas sobre outras realidades
brasileiras, facilita o aprofundamento
crítico nesta realidade. É importante que
os alunos entendam melhor os processos políticos e econômicos que provocam a desigualdade social e regional
dentro do Brasil.
Para fechar o trabalho, vale sistematizar o conhecimento produzido durante
estas aulas, por meio da organização e
registro de textos coletivos, jornalísticos,
ficcionais, poéticos etc. além de uma coletânea de fotos ou filmagens, que podem ser feitas pelos próprios alunos, se
a escola tiver recursos para isso.
Leia também
Morte e vida severina, João Cabral de Mello
Neto, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2000
DICAS
A
série é muito oportuna para tratar
do tema Pluralidade Cultural em diferentes estudos sobre a realidade brasileira – especialmente nas aulas de História do 4º ciclo do ensino fundamental
e nos três anos do ensino médio.
Após a apresentação de cada filme,
é interessante fazer uma discussão inicial, para relacionar o que cada um dos
alunos sentiu, percebeu e observou no
contato com o sertão nordestino, como
parte significativa da realidade brasileira. Este poderá ser o ponto de partida
para outros trabalhos sobre o mesmo
assunto.
Se a escola estiver em um Estado que
receba migrantes nordestinos, seria importante identificar, entre os alunos, filhos e netos desses migrantes, para que
eles possam trazer à turma narrativas e
documentos da vida de seus pais ou
avós. Como era a vida e o trabalho dessas pessoas? Quais eram seu principais
traços étnicos e culturais? Por que eles
saíram de sua terra e o que esperavam
encontrar longe dela?
A leitura de textos como literatura de
cordel, poemas e letras de música, além
14
ÉTICA
A S RELIGIÕES
DO MUNDO –
HISTÓRIAS
ANIMADAS
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Com esta série, alunos do 3o e 4o ciclos do ensino fundamental, e também
do ensino médio, podem conhecer melhor a diversidade cultural e religiosa de
diversos povos.
DICAS
O
s programas podem ser aproveitados para levantar discussões e
trabalhar posturas de compreensão e
respeito às diversas crenças religiosas
– inclusive dos próprios alunos.
É um bom momento para discutir a
questão do respeito mútuo e tolerância na turma. Quais são as diferenças
entre as diversas religiões dos alunos?
E quais são as semelhanças? A diversidade étnica e cultural do Brasil de
hoje reúne em espaços limitados –
como a sala de aula – gente de muitas
crenças diferentes. Seria interessante
pedir aos alunos que falassem sobre
suas diferentes crenças e formas de
culto. Além de mostrar as diferenças,
pode-se destacar as semelhanças existentes (por exemplo, a tradição judaico-cristã, que se repete em muitas religiões ou os ensinamentos éticos presentes em todas elas).
Leia também
Para os professores:
Ética e competência, Terezinha Azerêdo Rios,
Cortez Editora, 1997
Para os alunos:
Ética e cidadania, Herbert de Souza, Moderna Editora, 1994
História e ética do trabalho no Brasil, Paulo Sérgio do Carmo, Editora Moderna,1998
Transmissão: 23 e 24 de outubro
Realização: Salsa Distribution/ S4C. GrãBretanha, 1997.
Duração: 13 programas de 13’ a 25’
Colorido
Áreas conexas: História, Geografia, Ética
Indicado para atividades no ensino
fundamental e também do ensino médio.
RESUMO
R
eligiões e líderes religiosos, em desenhos animados que convidam o
espectador a refletir e comparar diferentes princípios éticos e humanitários.
As religiões do mundo
TVE SCOLA
plo, guerras) sendo vividos em tempo
real, não estimulará uma homogeneização de condutas e culturas? Estimulará o espírito coletivo, ou continuará
isolando cada vez mais as pessoas
frente à tela da TV? O ritmo das transÉTICA
O FIM DA
TELEVISÃO
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 20 de novembro
Realização: Canadian Broadcasting Corp.
Canadá, 1995
Direção: Jean Menard
Duração: 47’30’’
Colorido
Áreas conexas: História, Geografia,
Trabalho e Consumo, Língua Por tuguesa
Indicado para atividades com alunos a
par tir do 3o ciclo do ensino fundamental.
RESUMO
U
ma história da televisão, sua evolução tecnológica e diferentes formatos, como a TV interativa ou a TV conectada ao computador. É o fim da televisão?
DICAS
P
rofessores de Língua Portuguesa,
História e Geografia poderão desenvolver um trabalho interdisciplinar a
partir da exibição do documentário, em
partes ou no todo.
Algumas indagações permitem ampliar a discussão em Geografia: a TV interativa permitirá ampliar o conhecimento dos espaços do Planeta, ou se interporá entre nós e o nosso conhecimento desses espaços? O homem não acabará se isolando de seu ambiente físico e geográfico, reduzindo idas e vindas,
ficando cada vez mais tempo em frente
à televisão?
Em História, surgem outras questões: a socialização da história mundial, com acontecimentos (por exem-
TVE SCOLA
Vitrine para a
Ciência
Estréia dia 2 de outubro, na TV Escola, a série Ver Ciência, sobre Ciência e Tecnologia, que será transmitida de segunda a sexta-feira (exceto
no feriado do dia 12), até 20 de outubro, nos horários do ensino médio,
das 12 às 13h, 16 às 17h e 20h às 21h.
São 18 filmes, de um total de 60 –
40 estrangeiros e 20 nacionais –, que
compõem a mostra itinerante Ver
Ciência/2000, exibida, há cinco anos,
em cinemas de todo o País. O evento é organizado por dois dos criadores
do extinto programa Globo Ciência,
Sérgio Brandão e José Renato Monteiro, com patrocínio da Petrobrás e do
Banco do Brasil.
“A demanda pelo evento Ver Ciência cresceu muito nestes cinco anos”,
conta José Renato. “No ano passado,
apresentamos aos nossos patrocinadores um projeto para comprar os direitos dos filmes para exibição na TV.
E tornou-se, então, possível a estréia,
em agosto, do programa Ver Ciência
na TV Cultura”.
Mas, enquanto na TV Cultura o
alvo é o público infanto-juvenil, na TV
Escola os filmes foram escolhidos visando o professor do ensino médio.
Títulos como A revolução da clonagem, O show da tecnologia ou Oficina de ciência: microchips no lugar de
nervos permitem que o professor responda a muitas perguntas dos alunos
sobre assuntos científicos da atualidade. O professor de Química, por
exemplo, pode discutir os medicamentos genéricos com a classe e o de
Biologia pode promover um debate
sobre a questão dos transgênicos.
“Em vez de se deslumbrar com as conquistas nessa área, as pessoas podem
apropriar-se delas, entender seu funcionamento, questionar sua utilidade
e até sua ética”, diz José Renato.
formações tecnológicas, cada vez mais
acelerado, contribuirá para as transformações sociais necessárias a uma
realidade mais justa e humana?
Estas discussões, intermediadas
pela exibição de partes do programa,
poderão ser intercaladas com atividades na área de Língua Portuguesa. É o
caso, por exemplo, da produção de textos que sistematizem o conhecimento
produzido; da leitura de textos jornalísticos com interpretações sobre as tecnologias de ponta e de montagens de
textos publicitários e informativos de
diversos gêneros.
Exibido no mesmo dia, o programa
Como era lindo o ano 2000 também
lida com a questão das expectativas
que o homem constrói, baseado na tecnologia.
O futuro já chegou. Estamos no ano
2000, época para a qual eram projetadas, há 30 ou 40 anos atrás, uma
série de previsões mirabolantes.
Este programa mostra os projetos
futuristas de cidades, meios de transportes, moradias e meios de comunicação, imaginados nos anos 50 e 60.
Filmes antigos prevêem teletransporte,
carros computadorizados, aviões supersônicos, compras de apartamentos
em complexos gigantescos, uso de robôs como funcionários... Arquitetos e
urbanistas fazem suas projeções para
o ano 2000 — a maioria das quais não
se realizaram.
O fim da televisão
15
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
outubro / novembro / dezembro
SALTO PARA O FUTURO
M AT E M Á T I C A
MATEMÁTICA
INTERA
TIV
A
INTERATIV
TIVA
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 16 de outubro
Realização: TV Escola. Brasil, 2000
Direção: Eduardo Ramos
Duração: 4 programas de 9’ a 15’
Colorido
Área conexa: Escola / Educação
Indicado para capacitação de professores e
atividades com alunos do ensino
fundamental
RESUMO
O
s quatro vídeos desta série mostram como os computadores podem servir para trabalhar com a Matemática na escola, usando-se softwares
específicos para explorar conceitos de
Geometria e Álgebra.
DICAS
A
aprendizagem conjunta da informática pode ser um bom momento de aproximação de alunos e profes-
Matemática interativa
16
Série
Dia
Educação Física
Disciplina da escola
Especial do Dia do Professor
Projetos na escola
Fundescola - controle social
Mobiliário escolar
Educação no Brasil; dos jesuítas ao ano 2000
Alfabetização
Proformação
Língua Portuguesa
Debates: Protagonismo juvenil
2 out - 6 out
9 out - 11 out
13 out
16 out - 20 out
23 out - 27 out
30 out - 1 nov
3 nov
6 nov - 10 nov
13 nov - 17 nov
20 nov - 1 dez
4 dez - 8 dez
◆ O Salto para o futuro é transmitido ao vivo, de segunda a sexta, das 19h às 20h.
◆ Os programas ao vivo são reprisados no dia seguinte, das 11h às 12h e das 15h às 16h.
◆ Para ter mais informações, consulte, na Internet, a página: www.tvebrasil.com.br/salto
sores. O computador é um excelente
pretexto para desenvolver de forma lúdica a pesquisa e a busca de solução
para os problemas propostos em sala
de aula. Além disso, é também um importante recurso no registro de trabalhos e economiza tempo nas atividades
desenvolvidas, para que se pense melhor sobre elas.
Exiba o programa O computador
como ferramenta de aprendizagem,
como recurso para trabalhar com seus
alunos, trocando experiências com eles
e sensibilizando para incorporar este
instrumento à sua aprendizagem. O programa pode também ser usado para explicar
o uso da tecnologia numa
reunião de professores ou
de pais.
O programa O computador
nas atividades de Geometria
permite, por exemplo, saber
como utilizar a linguagem
Logo no desenvolvimento de
atividades na aula de Matemática – especialmente em Geometria – com alunos do 3o ciclo do ensino fundamental.
As atividades no computador podem
ser planejadas em conjunto com as atividades em sala de aula. Brincar com
formas e proporções pode ser uma excelente atividade para aulas de Geometria que tratem de medidas, proporções,
simetria, translação, rotação, ângulos,
retângulos, triângulos, circunferências,
polígonos, eixos etc. O trabalho pode ser
organizado na seguinte seqüência:
Primeiro passo:
O trabalho pode começar perguntando-se aos alunos onde podemos localizar a Geometria à nossa volta. É importante descobrir o quanto eles já têm de
Geometria incorporada às suas vidas.
A partir daí, é possível pensar sobre
a importância desta área temática, tão
presente no cotidiano, entendendo seu
significado e a necessidade de conhecêla melhor.
Segundo passo:
Após esta conversa, exiba o vídeo,
em par tes ou no todo, para apresentar a Geometria e as possibilidades
que ela oferece: desenvolver competências para refletir sobre situações/
TVE SCOLA
problemas, elaborar previsões e hipóteses, relacionar idéias etc; trabalhar
habilidades que vão além da observação e do registro de espaços e auxiliar
o conhecimento de conteúdos de outras áreas (Física, Artes, Mecânica, Engenharia, Arquitetura etc)
Faça paradas na exibição do vídeo
para resolver dúvidas e discutir as possibilidades de linguagens como o Logo e
de softwares como o Excel.
Vale chamar atenção para a forma
como professores e alunos do filme aproveitam o computador e para as possibilidades de manejo do mouse em diferentes funções.
Terceiro passo:
A primeira aula pode ser iniciada com
o desenho de formas por meio do Power
Point, para que os alunos aprendam a
manejar este software, desinibindo-se
aos poucos para trabalhar com a Geometria em outros programas.
Para a continuidade do programa de
Geometria, desenvolva atividades de
construção de baixo e alto-relevo com
figuras geométricas, ladrilhamentos, tecelagens, dobraduras, representações
em maquetes de espaços diversos da
escola, trabalhos com mosaico, espelho,
uso de recursos do Power Point e outros.
Este trabalho pode e deve reunir as áreas temáticas de Geografia, Arte e História (mostrando, por exemplo, a arte e a
engenharia de povos como o romano, o
asteca e o egípcio). No processo, podem
surgir outros projetos interdisciplinares
que utilizem o computador para pesquisas,
confecção de mapas e tabelas, registros
e ilustrações, entre outras atividades.
No programa O computador nas atividades de álgebra, o professor de Matemática do 4o ciclo do ensino fundamental encontra algumas idéias para desenvolver suas aulas de Álgebra e as diferentes possibilidades de determinados
softwares.
Mostrar diferentes representações
espaciais, exercitar o desenvolvimento
do raciocínio lógico nas abstrações mais
complexas da Matemática, trabalhar com
diferentes operações e incógnitas, testar e aprender a precisão matemática no
TVE SCOLA
desenvolvimento de equações – todo
este percurso pode ser auxiliado com a
utilização do Logo e do Excel. O professor pode alternar o uso do computador
com o de diversos recursos, de acordo
com suas possibilidades:
• O Logo permite pensar e testar situações com a utilização de variáveis,
concretizando-as por meio das imagens
exibidas na tela. Possibilita também o
registro simultâneo de todo o raciocínio dos alunos que o estão utilizando.
O professor pode também planejar outras atividades em sala de aula, aproveitando as idéias que o programa
apresenta.
• O Excel permite trabalhar com um
sem-número de expressões algébricas, introduzir as sentenças matemáticas e a noção de função, além de possibilitar a confecção de planilhas, a resolução de problemas com valores
ocultos e de equações com uma ou
mais incógnitas.
• A utilização de outros recursos enriquece o trabalho. Por exemplo, podese mostrar uma balança com pesos de
bronze para estabelecer a noção de
“equilíbrio” de uma equação. A realização de experiências como esta pode facilitar a concretização de conceitos
abstratos e vinculá-los à história da Matemática.
• Os alunos podem criar novos problemas utilizando variáveis e resolvê-los
usando diversos recursos (balança, quadro-negro, palitos e o próprio computador), para descobrir diferentes soluções.
Os trabalhos desenvolvidos pelos
alunos podem ser impressos e expostos na classe ou em murais de salas
de reunião, para divulgação do projeto.
Com as idéias sugeridas no vídeo O
computador no tratamento da informação, o professor do 1o e 2o ciclos do ensino fundamental pode desenvolver o
seu planejamento e exibi-lo aos alunos.
Ao mostrar o vídeo, ele possibilita também que eles vejam as experiências que
outras crianças da mesma idade estão
desenvolvendo na área de Matemática,
com ou sem computador.
HISTÓRIA
O VELHO – A
HISTÓRIA DE LUIZ
CARLOS PRESTES
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 13 e 14 de novembro
Realização: Casa de Produção / Olhar
Imaginário / GNT Globosat. Brasil, 1997.
Direção: Toni Venturi
Duração: 3 programas de cerca de 45’
Colorido
Áreas conexas: Geografia, Ética,
Língua Por tuguesa
Indicada para atividades com alunos do
ensino fundamental e também do ensino
médio.
RESUMO
D
ocumentário sobre a trajetória política e pessoal do líder comunista
Luiz Carlos Prestes (1898-1990), também conhecido como o Velho pelos militantes do extinto PCB. Com depoimentos, imagens e filmes de época.
DICAS
O
s três episódios da série podem
ser utilizados em diferentes aulas
de História do Brasil, para possibilitar
O velho – a história de Luiz Carlos Prestes
17
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
aos alunos o aprofundamento da pesquisa sobre movimentos importantes da primeira metade deste século, como a Coluna Prestes (manifestação do tenentismo), de 1925, e a Intentona Comunista,
de 1935.
Os programas contribuem também
para se compreender melhor as décadas
seguintes, em que Prestes e os comunistas continuaram atuando e influindo,
de algum modo, na vida política do País.
CONVERSAS
Muitas questões podem ser debatidas
e melhor esclarecidas por meio de pesquisas, leituras de textos, conversas com
historiadores, artistas, políticos, escritores, sociólogos ou pessoas da comunidade que tenham presenciado ou participado diretamente de movimentos políticos
no período coberto pelo documentário.
O documentário é oportuno também
para que os alunos tenham contato com
diferentes leituras do Brasil e de propostas para resolver seus problemas – no
passado e no presente, de comunistas
ou outros grupos políticos, em um bom
excercício de conhecimento e respeito à
diversidade.
Leia também
O manifesto comunista, Karl Marx e Friederich
Engels, Garamond, 1998
A Coluna Prestes – Coleção Tudo é História, José
Augusto Drummond, Editora Brasiliense,
São Paulo, 1987
OUTRAS ATRAÇÕES
PLURALIDADE CULTURAL
UM DIA DE FEST
A
FESTA
Série, 13 programas.
Transmissão: 5 e 6 de dezembro
Áreas conexas: Geografia, História e Ética
Manifestações populares como a
Festa do Pantanal na África, a Festa dos
Barcos na Borgonha, a Festa do Dia de
São João na Ilha de Córsega e a Festa
do Soucôt em Israel.
Por meio de comemorações como
estas, comunidades do mundo inteiro
reforçam sua identidade cultural.
DICAS
O conteúdo deste vídeo pode ser
usado no trabalho com alunos desde o
2o ciclo do ensino fundamental até o ensino médio, com o objetivo de entender a importância dos rituais festivos e
trabalhar com sua própria identidade
cultural.
A partir da exibição do programa
e das discussões resultantes, pode-se
montar, por exemplo, uma exposição
sobre festas da cultura brasileira, utilizando todo material disponível sobre o assunto: livros, vídeos, jornais
ou revistas. A classe pode também
pode levar um pouco mais longe a dis-
Um dia de festa
cussão, tentando responder a algumas
perguntas. Por exemplo: Por que é mais
difícil manter a identidade cultural nos
grandes centros urbanos? E o que acontece quando as pessoas perdem este referencial?
ARTE
TODAS AS NOT
AS
NOTAS
Série, 6 programas
Transmissão: 21 e 22 de novembro
Área conexa: História
Vida e obra de alguns dos mais importantes compositores da música universal:
Beethoven, Mozart, Tchaikovsky, Bach,
Rachmaninoff e Ravel.
DICAS
Todas
as notas
18
Vale a pena exibir os programas em
diferentes aulas de Arte, para desenvolver a sensibilidade musical dos alunos,
ensinando-os a ouvir atentamente e até a
representar o mundo por meio dos sons.
TVE SCOLA
MEIO AMBIENTE
EFEIT
O ESTUF
A:
FEITO
ESTUFA
O QUE ESTÁ
ACONTECENDO
COM O TEMPO?
Série, 2 programas
Transmissão: 27 de novembro
Áreas conexas: Ciências, Geografia, História,
Saúde, Ética.
Estes dois programas representam
uma ótima oportunidade para conscientizar os alunos a respeito de uma questão
ecológica fundamental: o efeito estufa.
Este é um problema que vai atingir diretamente a vida de todos os seres humanos em pouco tempo. Se nada for feito
para resolvê-lo, o nível de gás carbônico
na atmosfera deve dobrar até o ano 2050
e triplicar até o ano 2100. A mudança climática resultante – o aquecimento global
do planeta – pode ter efeitos catastróficos para o ambiente e para a própria sobrevivência dos seres humanos.
estufa. Eles exigem que as nações em
desenvolvimento reduzam sua industrialização para colaborar com este programa. Isto é justo? Vale a pena propor esta discussão para a turma.
Veja e grave ainda:
OS NOMES DO ROSA
O universo e as personagens do escritor João Guimarães Rosa são o tema
desta série de cinco episódios, produzida pela GNT em parceria com o jornalista Pedro Bial. Cada capítulo é dividido entre a parte documental e a de ficção – esta última estrelada por atrizes
como Marieta Severo, Giulia Gam e Walderez de Barros, que interpretam personagens de Guimarães Rosa.
DICAS
As músicas ouvidas no vídeo podem
ser provocadoras de atividades paralelas, tais como pintar inspirando-se nos
sons da música, enxergar e representar
os movimentos musicais por meio de desenhos de objetos ou corpos e representar espaços e ambientes naturais a partir da
audição de músicas
clássicas. A conclusão
deste trabalho pode
ser a criação de um
ateliê musical, onde
os alunos possam
construir e criar instrumentos, tocar e até
compor músicas de diferentes estilos, exibindo-as para outras
turmas.
A série é indicada
para atividades com
alunos do 4 o ciclo do
ensino fundamental e
também do ensino
médio.
O rio de Machado
TVE SCOLA
Os dois documentários podem ser vistos em várias partes e explorados por professores de diversas áreas temáticas do
ensino fundamental. Em Ciências, por
exemplo, além de explicar aos alunos o
mecanismo do efeito estufa e suas conseqüências, é possível acompanhar os esforços dos cientistas para
descobrir formas alternativas de retirar o
dióxido de carbono da
atmosfera. Em Geografia, pode-se discutir os
efeitos do aquecimento global em várias
partes do mundo – começando pelas calotas
polares, que correm o
risco de derreter, inundando várias partes da
Terra.
O programa também coloca uma difícil
questão política e ética. Atualmente, os países desenvolvidos estão se movimentando
de Assis
para resolver o efeito
Os nomes do rosa
O RIO DE
MACHADO DE ASSIS
Em seus três episódios, esta série –
co-produzida pela GNT e a atriz e produtora Norma Bengell – faz um passeio
pelo Rio de Janeiro retratado na obra
de Machado de Assis. O roteiro de turismo literário tem como guias alguns
dos personagens mais famosos do escritor: Capitu (Fernanda Torres), Brás
Cubas (Paulo José) e o Conselheiro Aires (Tonico Pereira). Todos estes personagens levam o espectador a um passeio por paisagens diferentes e ângulos inusitados do Rio de Janeiro.
19
De volta às
RAÍZES
Escolas da rede estadual do município de Canoinhas,
em Santa Cantarina, usam programas da TV Escola
em projetos para a recuperação do meio ambiente
e da cultura de seus antepassados.
Reportagem: Dóris Fleury
Fotos: Vera Jursys
região de Canoinhas, Santa Catarina, é marcada por duas perdas expressivas: a devastação de suas florestas e o esquecimento
das origens de sua população.
“Vivíamos da indústria da madeira. Cortávamos as árvores, sem pensar no futuro.
Agora, a madeira acabou e estamos chorando, sentados no cepo da imbuia”, diz Arnaldo Erwin Mews,
diretor da Escola Manoel da Silva Quadros. Mudou o cenário, perdeu-se o roteiro: “As crianças
não sabem mais de
onde vieram os pais,
os avós. Perderam suas
origens”, acrescenta Arnaldo.
O quadro é preocupante, mas as escolas não estão indiferentes. Vários projetos em andamento na
rede estadual tratam da História da região e de seus
problemas ambientais. Parte deles foi desenvolvida
em resposta ao concurso Minha escola participando
da História, promovido no ano passado pela Coordenadoria Regional de Educação.
A
20
O principal objetivo do concurso era estimular a
utilização da TV Escola e de outras tecnologias. Muitas escolas tinham o kit de equipamentos, mas aproveitavam pouco o recurso. Por isso, usar programas
da TV Escola em seus trabalhos foi pré-requisito para
os participantes. Por isso,
também, os 22 projetos selecionados, de 48 inscritos,
foram documentados em
vídeo.
“Queríamos incentivar
o uso da tecnologia de
todas as formas”, explica a coordenadora de
Educação a Distância,
Zilda Hatschbach Freitas.
“Os professores fugiam do
microfone e da câmera”.
Veja, nas próximas páginas, alguns dos projetos
premiados.
Mapa de Santa Catarina, criado pelos alunos da Escola
João José de Souza Cabral, em atividade sobre migração.
TVE SCOLA
Daniele Martins, da Escola Júlia Zaniolo
(à esquerda) participa de reflorestamento e
os alunos da Escola João José de Souza
Cabral (abaixo) revivem as tradições dos
imigrantes: duas frentes de trabalho na
redescoberta da identidade de Canoinhas.
Os europeus que
se estabeleceram
em Canoinhas,
a partir das primeiras
décadas deste século,
deixaram suas
marcas em construções
típicas como esta
casa (à direita).
As tradições
da imigração
européia, entretanto,
foram aos poucos
sendo esquecidas.
Hoje, boa parte
do patrimônio
histórico da cidade
está ameaçado.
TVE SCOLA
21
De volta às
RAÍZES
NAS PEGADAS
DA HISTÓRIA
A professora de Geografia da Escola
João José de Souza Cabral, Teresinha
Hoickesfeld Woitexem, lembra até hoje
da reação de seus alunos ao programa da
TV Escola As viagens portuguesas do descobrimento. “Eles sabiam que os seus antepassados não eram portugueses e se
perguntaram de onde eles vinham. Na
ocasião, fiz uma pesquisa e descobri que
a maioria de nossos alunos descendia de
alemães”, conta a professora, ela também
descendente de alemães e casada com um
descendente de ucranianos.
Puxando o fio desta meada, a professora – que dá aula da 3ª série do ensino fundamental à 3ª série do médio
— elaborou o projeto interdisciplinar
Imigração e migração no Brasil, com atividades de Geografia, História e Língua
Portuguesa.
“Resolvi fazer ‘mapas quebra-cabeça’.
Neles, a turma localiza a Europa e a Alemanha, a América do Sul e o Brasil. De-
22
“
QUERÍAMOS
CONHECER
NOSSAS
ORIGENS. COM O
TRABALHO, NOS
LOCALIZAMOS NO
MUNDO
”
Turma da Escola Manoel
Quadros da Silva exibe placa
da rua Elza Baukat, uma
pioneira da história de
Marcílio Dias.
pois, acham Santa Catarina e dentro dela,
finalmente, Canoinhas”, explica Teresinha.
Em História, os alunos fizeram uma
pesquisa sobre os itinerários dos antepassados alemães dos canoinhenses. Foram
batendo de porta em porta, fazendo perguntas e pesquisando até na Internet.
Trouxeram relíquias familiares para a escola; visitaram a tradicional Cervejaria Canoinhense, de Rupperecht Loeffler, pertencente a uma família
austríaca que fabrica cerveja há gerações e produziram textos, orientados
pela professora de Língua
Portuguesa.
Hoje, no 3º ano, fazem
uma avaliação positiva do
projeto. “Tínhamos curiosidade de saber de onde
vínhamos. Com o trabalho,
a gente se localizou no
mundo”, afirma o descendente de alemães e italianos Luiz Mateus Moreschi.
Depois do trabalho,
alguns alunos juntaram-se
ao grupo folclórico alemão Teewald (floresta de
chá, nome alusivo à cultura local da erva-mate).
TVE SCOLA
De volta às
RAÍZES
QUEM FOI ELZA BAUKAT?
Enquanto isso, no distrito de Marcílio
Dias – a parte mais germânica de Canoinhas – Arnaldo Erwin Mews, diretor da
Escola Manoel da Silva Quadros, também
se preocupava com o mesmo problema.
“As crianças daqui não se vêem como participantes e co-autores da História. Seu cotidiano está muito distanciado do que
aprendem na escola”, diz Arnaldo. “Se eu
perguntar aos meus alunos o que é uma
floresta, eles vão se lembrar da Amazônia
– mesmo que passem todo dia por um bosque de araucárias”.
Programas da TV Escola, como os da
série PCN / Temas Transversais – Pluralidade Cultural, deram ao diretor algumas
idéias para atravessar este abismo. No ano
passado ele lançou, numa turma-piloto da
8a série, o projeto Nomes de ruas de Marcílio Dias. A idéia era descobrir, por meio
de pesquisas e entrevistas, quem foram
os imigrantes cujos nomes batizaram as
ruas do distrito. “Voltando algumas gera-
MADEIRA ABAIXO
A região de Canoinhas já foi coberta por uma floresta nativa dominada pelo pinheiro araucária e rica em espécies como
a imbuia, cedro, canela e erva-mate. Este tipo de vegetação –
conhecida como floresta ombrófila mista – sobrevive, hoje,
apenas em reservas como a Floresta Nacional de Três Barras,
município a 12 km de Canoinhas.
É difícil calcular a extensão do desmatamento na região.
Só para se ter uma idéia: o Estado de Santa Catarina, de acordo com estimativa do Ibama, conserva apenas 14% de sua cobertura vegetal original, formada por Mata Atlântica de encosta (do litoral) e floresta ombrófila mista.
COMO PRESERVAR
Dá para explorar as riquezas da mata nativa, sem provocar
o desmatamento em larga escala?
Fábio Poggiani, professor de Ecologia Florestal da Escola
Superior de Agricultura Luís de Queiroz, da USP, em Piracicaba, São Paulo, aponta uma possibilidade: estudar previamente a floresta, levantar o número de espécimes nela existente,
cortar apenas uma quantidade de árvores que não afete a biodiversidade e depois deixar o local “em repouso”, no mínimo
por 30 anos, para que a vegetação se recomponha.
Nas áreas em que a devastação já está consumada, o remédio é reflorestar. Mas a maior parte do reflorestamento
em Canoinhas (cerca de 10 mil hectares) é feita, pelas madeireiras, apenas com pinus – para fabricar papel e celulose, principalmente. E as florestas de pinus não permitem a
reconstituição da flora nem da fauna nativas. “Elas até têm
um certo valor ecológico, porque protegem contra a erosão
e produzem oxigênio. Mas, a rigor, nem poderiam ser chamadas de florestas; o termo correto seria plantação de pinus., explica o professor.
Leonel Hercílio
colhe cenouras na
horta da Escola
Horácio Nunes, em
Irineópolis, região
de Canoinhas.
TVE SCOLA
ções, esses meninos começaram a perceber o que significa ser descendente dessas pessoas”, explica o diretor.
Para ouvir a história da rua Elza Baukat,
por exemplo, os estudantes não precisaram
ir muito longe. Bastou entrevistar seu filho,
o torneiro-mecânico Rudolph Baukat, que
mora na rua com o nome da mãe. Os pesquisadores ficaram sabendo que D. Elza foi,
durante muitos anos, a parteira de Marcílio
Dias. Trouxe centenas de bebês ao mundo
e, depois dos partos, não dispensava um
copinho de cerveja preta.
Neste ano, a pesquisa será retomada
com uma metodologia mais rigorosa (ampliação das fontes de informação, por
exemplo) e deve resultar num livro sobre
o assunto. Será um presente para a comunidade de Marcílio Dias.
23
De volta às
RAÍZES
SEMENTES DO
FUTURO
Desde o início do século, a indústria
madeireira da região de Canoinhas derrubou milhares de hectares de espécies
como a imbuia, o cedro, a canela, a cerejeira e a araucária. É possível recuperar um pouco da floresta perdida? O projeto premiado da Escola Júlia Baleoli Zaniolo, Reflorestamento com espécies nativas, tenta fazer sua parte. “Hoje em dia,
só as escolas promovem este tipo de reflorestamento”, diz a professora de Geografia de 5a a 8 a série, Maria José Pereira.
Maria José sempre procurou interessar seus alunos pelo problema ambiental, por meio de séries da TV Escola
como Paisagens brasileiras, Santuários
selvagens, Animais do mundo. Desde
1996, a escola – batizada com o nome
de uma dona de madeireira — planta
árvores nativas nos arredores e no pá-
Participando do projeto de reciclagem do lixo,
os alunos da Gertrudes Müller ajudam sua
escola a recuperar a auto-estima.
“
AS COISAS
MUDARAM POR
AQUI. OS ALUNOS
CUIDAM DA LIMPEZA
E A ESCOLA JÁ NÃO
SE SENTE TÃO
ABANDONADA
24
”
HORTA
PEDAGÓGICA
Há seis anos, Vanir Isaura Selau Koppe, professora de 1 a a 4 a série, plantou uma horta na
Escola Horácio Nunes, em Irineópolis, região
de Canoinhas. Na época, ela só queria complementar o cardápio da merenda escolar. Mas
há um ano, assistindo ao programa da TV Escola Horta, da série Meio ambiente e cidadania, veio o estalo: por que não usar o trabalho pedagogicamente?
Hoje, Vanir trabalha boa parte do currículo em torno da horta. Ela é usada em Ciências,
Língua Portuguesa e, principalmente, em Matemática.
O aprendizado começa no traçado dos canteiros em diferentes figuras geométricas. “A
gente aprende a fazer uma circunferência: é
só colocar um galhinho no meio, amarrar um
TVE SCOLA
De volta às
RAÍZES
tio da escola. “Nossa grande preocupação aqui é com a araucária, que tem
uma importância não só econômica,
mas também histórica para a região”,
diz Maria José.
SHOPPING NO LIXO
Além da questão do reflorestamento, as escolas de Canoinhas se preocupam em evitar a degradação do ambiente. A professora de Ciências da 5 a à 8 a
série do ensino fundamental da Escola
Gertrudes Müller, Léia Orfa Paul, ouvia
seus alunos dizerem, às vezes, que iam
ao “shopping”. “Não entendia, porque
aqui em Canoinhas não temos shopping”,
conta Léia. “Depois percebi que elas estavam falando do lixão do bairro, onde
freqüentemente iam pegar coisas. Eu
não queria humilhar esses alunos, apontar o dedo para eles, mas precisava fazer alguma coisa”.
Em vez de repreender, Léia exibiu o
programa Lixo e desperdício, da série Natureza sabe tudo e começou um trabalho
de esclarecimento sobre os tipos de lixo,
o destino que podem receber, os perigos
barbante e girar em volta. Aí você tem o
raio. Nem precisa usar compasso!”, explica a aluna Jocasta Lerner, da 4a série. No
plantio, os alunos dividem em centímetros
a distância adequada entre cada semente.
E, depois que os canteiros ficam prontos,
calculam seu perímetro e área.
Na hora da colheita, surgem novas
oportunidades de aprender. A professora
Vanir ensina a fazer o seu famoso bolo de
cenoura, que depois é dividido entre todos.
Dois bolos são cortados em 15 pedaços
cada um. Problema: há mais de 15 alunos,
como dividir o bolo? Nesta brincadeira, entram as noções de frações próprias e impróprias.
A horta tem superprodução todo ano. Os
alunos vão às ruas vender o que sobra,
aprendendo a somar, multiplicar e fazer o
troco. O rendimento é utilizado na compra
de mais sementes e no aluguel de um ônibus que leva as crianças para conhecer o município. “Quero que eles saibam onde estão
e para onde vão”, explica a professora.
TVE SCOLA
A professora Léia Orfa Paul
usou a TV Escola para
explicar a seus alunos
o problema ambiental do
lixo, e criar um projeto
de reciclagem.
que oferecem para a saúde e as vantagens da reciclagem.
Não demorou muito e os alunos da
Gertrudes Müller estavam na rua, distribuindo panfletos à população sobre
a coleta seletiva, recolhendo e vendendo material reciclável. Formou-se também a Comissão Interna de Prevenção
Ambiental – Cipa, um comitê de alunos e professores que cuida da questão do meio ambiente, começando pela
própria limpeza da escola. A Cipa é
apoiada pelo Programa Aprendendo
com a Árvore – iniciativa patrocinada
pela madeireira Rigesa.
A atividade ambiental ajudou a levantar a auto-estima da escola. “Antes, até os pais dos alunos achavam
que o ensino aqui era fraco. Agora,
as coisas estão mudando”, conta a professora de Educação Física, Margareth
Bunn. “Os alunos cuidam da limpeza,
e a escola já não se sente tão abandonada. No ano passado, pela primeira
vez, o Gertrudes se animou a participar do desfile do 7 de setembro, junto com as outras escolas”.
Vanir com seus alunos na horta da Escola Horácio Nunes:
aqui ela ensina Matemática, das quatro operações à Geometria.
25
De volta às
RAÍZES
QUE LUGAR É ESSE
QUASE PARANÁ
De qualquer lugar um pouco mais elevado
de Canoinhas vê-se o Paraná. A fronteira fica a
12km do perímetro urbano da cidade. Curitiba,
capital do Paraná, fica bem mais perto (180km)
que Florianópolis, a capital catarinense (380 km).
Canoinhas é salpicada de araucárias, árvore-símbolo do Estado vizinho.
FRIO
A temperatura média anual é de 17º. A média de geadas, que ocorrem nos meses de junho,
julho e agosto, é de 17,4.
CHIMARRÃO NA CUIA
Com uma área de 1.453 km2 e população de
49.282 habitantes, Canoinhas vive da agropecuária (feijão, milho, fumo, gado leiteiro) e da indústria (madeira, compensados, laminados, esquadrias, papel higiênico e erva-mate). O município tem 28 indústrias de erva-mate. A cuia de
chimarrão é presença indispensável nas casas e
escolas da cidade.
Construções em estilo
enxaimel no centro de
Canoinhas. A região foi
povoada por imigrantes
de origem alemã,
polonesa, ucraniana
e italiana entre
outras etnias.
A região já recebeu diferentes grupos de
migrantes estrangeiros, a partir de 1768: portugueses, espanhóis, poloneses, ucranianos, alemães, sírios, libaneses e italianos. O povoado de
Canoinhas foi criado em 1888, pelo agricultor
brasileiro Francisco de Paula Pereira, de São Bento do Sul, RS.
EVASÃO E REPETÊNCIA
Em 1999, o município de Canoinhas teve 8.038
alunos matriculados nas escolas estaduais, 5.429
nas municipais e 929 em escolas particulares. Nas
escolas estaduais, a taxa de evasão foi de 4,44%
(2,6% no ensino fundamental e 1,84% no ensino
médio); a de repetência, 7,31% (6,35% no ensino
fundamental e 0,95% no ensino médio.
GUERRA DO CONTESTADO
O conflito, ocorrido entre 1912 e 1916, atingiu em cheio a região. Os revoltosos do Contestado – camponeses pobres – atacavam a vila de
Canoinhas e outros povoados. Para combatê-los,
o exército brasileiro chegou a estacionar 80% do
seu efetivo no local.
DEVASTAÇÃO
PLURALIDADE
LOUCO DE BOM
É o que dizem os canoinhenses quando consideram alguma coisa muito boa.
Canoinhas fica
O grande vilão ecológico de Canoinhas foi a perto da fronteira
com o Paraná
Brasil Railway Company. No começo deste sécu(mapa) e é
lo, ao construir a estrada de ferro Rio Grande do
salpicada de
Sul-São Paulo, a empresa ferroviária, por meio
araucárias,
de uma subsidiária, exigiu o direito de derrubar
árvores-símbolo
a mata de 15 km de cada lado da linha férrea
do Estado
para explorar a madeira.
vizinho
(à direita).
26
TVE SCOLA
Estratégia de
MULTIPLICAÇÃO
Coordenadoras da Secretaria de Educação de Três Lagoas,
MS, aproveitam idéias de encontro da TV Escola, em Belo Horizonte,
e criam projeto de capacitação de professores para orientar o uso
dos vídeos na rede municipal.
Reportagem: Rita Freire
Fotos: Paulo Pepe
exta-feira é dia de capacitação na rede muvoltou de um encontro de capacitação da TV Escola
nicipal de Três Lagoas, Mato Grosso do
em Belo Horizonte.
Até então, a utilização da TV Escola na rede muniSul. Lá vai Irene para uma das escolas da
cipal de Três Lagoas dependia da iniciativa pessoal
cidade. Na bagagem, giz de cera, tesoude alguns professores, que procuravam material para
ras, gravador, revistas velhas e uma fita
ilustrar suas aulas. As 14 escolas municipais, com cerde vídeo. Está começando mais uma jorca de 7 mil alunos, tinada de atividades do
nham o kit de equipaProjeto Coração do Panmentos. Mas não havia
tanal. Objetivo: estimular
e orientar os professores
uma política na rede para
para o uso de recursos
incentivar o aproveitaaudiovisuais.
mento dos vídeos. “A
gente nem sabia direito o
Irene Aparecida Barbosa é coordenadora de
que propor aos professores”, diz Rose.
Educação a Distância da
Os cursos de capaciSecretaria Municipal de
tação oferecidos pela SeEducação — Semed. E
med já utilizavam as sésegue um roteiro que cories do Salto para o Fumeçou a ser traçado no
turo. Rose e Irene estafim do ano passado,
vam montando um pequando a gerente da Divisão de Educação da Nas aulas de capacitação, os professores se reúnem em uma
queno acervo de prograSecretaria, Rose Moreira, sala de aula e assumem o papel de seus alunos.
mas para atender os pro-
S
TVE SCOLA
27
Estratégia de
MULTIPLICAÇÃO
fessores. Mas a gerente de Educação queria mais. E foi a Belo Horizonte.
“Participei de várias oficinas, atrás de
experiências que pudessem ser incorporadas”, conta Rose. “Aprendi algumas coisas simples, mas que fazem toda a diferença. O professor não precisa, por exemplo, deixar o vídeo correr, só para ilustrar
uma aula. Pode preparar-se com antecedência, escolher trechos interessantes para
repetir, voltando a fita e fazendo um intervalo para conversar. Pode também juntar o vídeo com outros materiais e usar o
mesmo programa várias vezes, sempre
atento à participação dos alunos”.
No encontro, Rose conheceu a série
Paisagens brasileiras, com programas que
exploram aspectos geográficos, sócio-econômicos e culturais de diferentes cidades
do País. Acompanhou também uma oficina na qual professores amazonenses mostraram seu trabalho, com programas sobre
a floresta e seus recursos. “Percebi que tínhamos muito em comum. Aqui, temos a
proximidade com o Pantanal, que nem todos conhecem de perto, mas faz parte da
identidade regional”.
Com 150 mil km 2 de área, o Pantanal
é a maior reserva biológica do mundo em
terras contínuas. A expansão agroindustrial, o despejo de resíduos tóxicos e or-
28
“
APRENDI ALGUMAS
COISAS SIMPLES,
MAS QUE
FAZEM TODA
A DIFERENÇA
”
Alunos da Escola
Gentil Rodrigues
Montalvão procuram,
no globo terrestre,
a região do Pantanal.
gânicos, o desmatamento e a caça indiscriminada ameaçam sua flora, fauna e recursos hídricos.
Na série Paisagens brasileiras, o programa Coração do Pantanal – Corumbá aborda esses problemas a partir do olhar de um
menino que mostra seu dia-a-dia em casa e
na escola, o trabalho de seus pais e o modo
de vida na região. “Achei que seria um bom
material para a gente discutir o uso do vídeo nas escolas”, conta Rose.
De volta a Três Lagoas, Rose conversou com Irene – a coordenadora de Educação a
Distância – sobre o melhor jeito de divulgar o
que aprendera em Belo
Horizonte. “No início ficamos eu e ela, discutindo tudo que vi e ouvi nas
oficinas e procurando definir uma estratégia de
multiplicação”, lembra-se
Rose. “Depois, Irene se
debruçou sobre um pequeno projeto, para levar
aos professores”.
Irene viu e reviu o
programa da TV Escola
muitas vezes. Selecionou
os temas abordados, identificando neles conteúdos
de diferentes áreas temá-
TVE SCOLA
Estratégia de
MULTIPLICAÇÃO
ESCOLAS MOTIVADAS
Será que as crianças vão prestar atenção em um vídeo que fala de
coisas regionais, mostrando uma cidade que eles nem conhecem?
Meio desconfiada, a professora Arbanízia de Souza, da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Gentil Rodrigues Montalvão,
resolveu seguir à risca a proposta de Irene. Deu certo: seus alunos da
4a série gostaram da aula diferente, em que viram o programa Coração do Pantanal – Corumbá. Cantaram, desenharam e giraram um
globo terrestre para localizar a região. E adoraram fazer o mapa semântico. “É claro que ajudei as crianças a identificar coisas diferentes
e importantes que existem no Pantanal. Mas elas tinham outras coisas para acrescentar. Um dos alunos lembrou que o Pantanal tem peixes grandes e pequenos como nenhum outro lugar.”
Para os pequenos alunos da Escola Senador Felinto Müller, a variedade de peixes foi o assunto que despertou maior interesse no vídeo.
A professora Presciliana Alves de Mello, que vem explorando os programas da TV Escola para diversas atividades, usou o tema de Coração
do Pantanal – Corumbá para uma produção coletiva. “As crianças montaram um aquário de papel com todos os tipos de peixes que imaginam existir no Pantanal”, conta a professora.
PARÂMETROS
Atividade na sala da professora Arbaniza: um
mapa semântico que ajuda a listar temas
para discutir o programa Coração do Pantanal .
ticas. Ampliou a observação desses conteúdos com uma pesquisa de canções regionais que falassem da vida dos moradores do Pantanal. E assim nasceu o Projeto Coração do Pantanal.
“Construí uma atividade que a gente
pudesse desenvolver em um único dia,
com todos os professores de uma mesma escola”, conta Irene. “A temática do
Pantanal permite o trabalho em qualquer disciplina, com questões culturais
e ambientais que interessam a todos. Os
professores podem explorar temas socioeconômicos, como os diferentes meios
de transporte utilizados no Estado do
Mato Grosso do Sul, o papel da pesca e
da mineração no Pantanal e os meios
de subsistência da população”.
FEITO CRIANÇA
Nas aulas de capacitação para uso de
recursos audiovisuais, os professores da
rede municipal de Três Lagoas se reúnem em uma sala de aula e assumem o
papel de seus alunos. “Trabalho com
TVE SCOLA
Junto com Presciliana, a professora de Educação Física, Marli Aparecida dos Santos, tem aproveitado também os programas da TV Escola sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN.
“Eu conto com ela para desenvolver atividades
de expressão corporal, dança e trabalho de equipe nas aulas de Arte”, explica Marli. “Ela conta
comigo para tornar as aulas de Educação Física
mais gostosas, envolvendo coreografia, cenograSonilda: uma
fia e apresentações para a comunidade”.
nova forma de
A professora garante que a proposta funciocontato com os
na. “Com o tempo, alguns alunos com muita dipais de alunos.
ficuldade de coordenação, ou muita timidez, revelaram-se verdadeiros dançarinos. Perderam o
medo do palco”.
Na Escola Diógenes de Lima, a diretora Célia
Maria de Souza e os professores descobriram como
aumentar a participação da comunidade nas reuniões. “Aprendemos com a série PCN na Escola –
Diários que a nossa relação com os pais pode ser
mais afetiva, menos formal. Em vez de enviar uma
convocatória, por exemplo, fazemos com os alunos bilhetinhos que eles levam para casa. Não é
uma intimação, é um convite para que venham coIrene:um novo
nhecer nosso trabalho de perto”, diz Célia.
projeto para
A diretora Sonilda Maria da Silva, da Escola
levar aos
Olinto Mancini, também resolveu experimentar
professores.
um modo mais carinhoso de fazer contato com
os pais dos alunos: “Na última reunião, vieram até algumas mães que
não costumam aparecer, porque sentiram-se convidadas para um batepapo”, conta ela. “Temos muito que falar e ouvir, mas os pais sempre
acham que as reuniões são feitas para mostrar o desempenho de cada
aluno. Quem desconfia que seu filho está indo mal nem aparece. Mas
isto já está mudando”, garante a diretora.
29
Estratégia de
MULTIPLICAÇÃO
eles exatamente aquilo que podem fazer com sua classe, organizando a turma em grupos e distribuindo atividades
diferentes para cada um”, explica a coordenadora.
Nesta atividade, ela não se inibe em tratar os professores como trataria as crianças. Distribui cópias da letra de uma
canção regional, liga o toca-fitas e dá o
comando: “Agora, todo mundo cantando junto”.
Aos poucos, os participantes vão deixando a timidez de lado e Irene vai ficando mais tranqüila. Este é um aquecimento importante, para que não se assista ao
vídeo passivamente.
VÍDEOS FACILITAM DIÁLOGO
COM A COMUNIDADE
Domingo sim, domingo não, das
7h ao meio-dia, uma escola da rede
municipal de Três Lagoas e as ruas em
torno transformam-se em um grande
centro de convivência. Com prestação
de serviços, oficinas, atividades esportivas, artísticas e exibições de vídeo
para a comunidade. É o Escola Aberta, um projeto que integra várias equipes da Prefeitura, lideradas pela Secretaria Municipal de Educação – Semed, e reúne, por encontro, de 1.200
a 2 mil pessoas.
O nome Escola Aberta é o mesmo
da programação de fim de semana da
TV Escola, também dirigida à comunidade. Mas é só uma coincidência, segundo os organizadores.
“Cada sala de aula abriga uma atividade diferente. O pátio ganha palcos
para shows de todo tipo e as práticas
esportivas invadem as ruas”, conta a
gerente da Divisão de Educação da Semed, Rose Moreira.
Postos itinerantes de serviços atendem a população. “Oferecemos, por
exemplo, serviço de barbeiro e cabeleireiro. Mas os profissionais ficam
atentos: se alguém tiver piolho, doença de pele ou problemas de higiene, é
encaminhado ao posto de saúde, que
está atendendo também. De lá, as pessoas saem com orientação ou encaminhamento para a assistência social”,
conta Nilce Souza, assessora de Políticas Sociais da Semed.
Outras unidades da rede, por
mais distantes que estejam, se mobilizam para mostrar a produção de
seus alunos – especialmente os trabalhos de Arte.
30
O calendário alternado entre as escolas permite que alguns serviços sociais possam dar sua contribuição. “Com isto garantimos, por exemplo, a presença do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente,
que vem se tornando mais conhecido pelas famílias dos alunos”, conta Rose.
A participação do Conselho é importante para as escolas. A entidade ajuda
a identificar e lidar com situações de risco, que expõem as crianças à violência
doméstica e aos abusos sexuais.
DRAMAS DOMÉSTICOS
“No dia-a-dia, sempre que encontramos um caso de desrespeito aos direitos
das crianças, temos de acionar o Conselho, para tomar providências. Até as famílias que não vivem esses problemas
têm receio do Conselho, pois não conhecem bem seu papel”, explica Nilce Souza.
Rose, gerente de Educação da Secretaria
de Educação de Três Lagoas, usa projeto
como meio de manter contato direto com
a comunidade e ajudar a resolver
problemas da escola.
“Mas, na Escola Aberta, o contato é direto. A comunidade percebe que pode
buscar nesse órgão orientações para defender a criança e que existe um serviço para apoiar o menor”.
Programas da TV Escola são usados
como lazer ou estímulo para debates
de interesse da comunidade. Ajudam
também na conversa e aconselhamento sobre problemas familiares.
“Ninguém gosta de falar de seus
dramas domésticos. Mas, se eles não
forem resolvidos, afetam o bem-estar
das famílias e das crianças”, diz Irene
Aparecida Barbosa, coordenadora de
Educação a Distância da Semed.
Os vídeos ajudam a provocar o diálogo. “Colocamos um cartaz na porta
da sala de aula com o nome do programa. As pessoas circulam nos corredores, escolhendo as atividades e
oficinas de seu interesse. Neste vaivém, muitas entram na sala e se acomodam para assistir a fita”, explica
a coordenadora.
A forma de trabalhar é bem simples
e informal. “ Procuramos deixar as pessoas à vontade. Ficamos junto, observando. Algumas conversas surgem naturalmente e as reações nos ajudam a
sentir o peso que aquele tema tem para
as pessoas”, diz Irene.
Os programas tratam, entre outros assuntos, de alcoolismo, violência e orientação sexual. Em alguns
eventos, as exibições são direcionadas para públicos específicos. “Montamos sessões só para homens, com
o programa Que porre!, e outra para
jovens, com o programa Uma vezinha
só “, conta a coordenadora.
TVE SCOLA
Estratégia de
MULTIPLICAÇÃO
Enquanto ela prepara a fita no videocassete, o tema introduzido pela música já provoca os primeiros comentários.
Os professores da Escola Municipal
Maria Eulália Vieira lembram-se que,
mesmo morando no Mato Grosso do
Sul, só conhecem o Pantanal por meio
de fotos, imagens da TV e canções. São
poucos os que já estiveram na região.
Alguém comenta que há uma proposta
polêmica para mudar o nome do Estado para Pantanal. “Não é fácil mexer
com a identidade de um lugar”, observa a coordenadora.
Irene aproveita o ânimo da turma
para ler um pequeno texto, extraído de
um livro paradidático, sobre as riquezas naturais da região pantaneira. O vídeo é o terceiro recurso nesta atividade, seguindo um roteiro previamente estabelecido.
“
SE VOCÊS
NÃO GOSTAM
DE
MONOTONIA,
SEUS ALUNOS
GOSTAM
MENOS AINDA
”
MAPA SEMÂNTICO
Após a exibição da fita, a seqüência
do trabalho não obedece qualquer receita. “Nas atividades em grupo há muitas
maneiras de juntar o vídeo a outras propostas, com outros ingredientes”.
Meia hora depois, um primeiro grupo
assume a tarefa de desenvolver um mapa
semântico, no qual os professores listam
os conteúdos mais significativos sugeridos pelo programa, para posterior discussão: comércio, mineração, turismo, agro-
TVE SCOLA
Coreografia na aula
de Educação Física:
trabalho integrado da
professora Marli,
com a professora
Presciliana, de Arte.
pecuária, extrativismo, riqueza da fauna
e da flora, cultura regional e problemas
ambientais, entre outros.
Usando giz de cera, outro grupo propõe-se desenhar o Pantanal, cobrindo o
papel com imagens das águas, do sol e
até de uma montanha imensa. Ao contrário de Três Lagoas, cidade totalmente plana e repleta de bicicletas (todo mundo
tem a sua), a região de Corumbá tem relevos mais acentuados, que encantam os
professores e aparecem em traços generosos nos seus desenhos.
Dois outros grupos brincam com a palavra Pantanal, produzindo acrósticos. E
um outro, ainda, faz colagens, construindo o que imaginam a partir de imagens
recortadas de revistas.
Irene lembra os professores que eles
estão ali sentindo um pouco do que os
alunos sentem em sala de aula. “Estas são
coisas simples de fazer, as crianças adoram. Se vocês não gostam de monotonia,
seus alunos gostam menos ainda”.
31
GESTÃO
Na tela do
computador
átia clica o mouse. Na tela do
computador aparece um gráfico que mostra o crescimento
dos acervos de fitas gravadas
nos Núcleos Regionais de Ensino. Mais um clique, Kátia vê os
vídeos mais usados por áreas temáticas.
Outro clique...
O Centro de Excelência de Tecnologia Educacional do Paraná – Cetepar tem
à disposição um mapa minucioso da utilização da TV Escola no Estado, com dados processados por um banco de dados
desenvolvido a partir do programa Access.
O sistema, criado pela técnica Kátia Wagner, é alimentado via Internet com informações sobre as escolas dos 399 municípios do Estado, recolhidas pelos coordenadores regionais. E tornou-se – como em outros Estados, que têm sistemas semelhantes
– uma preciosa ferramenta de gestão para
o trabalho realizado pela coordenadora da
TV Escola no Paraná, Ruth Bocutti, e o diretor do Cetepar, Fernando Bortolozzi.
Há três anos esse trabalho era feito à
mão pela própria Kátia. Com o novo sistema, é possível constatar com rapidez
sucessos e problemas, como kits desligados, danificados, ou a pouca utilização de
vídeos importantes, como os da série de
Temas Transversais dos PCN.
As informações processadas por Kátia
voltam aos Núcleos e servem de referência aos coordenadores, que procuram as
K
32
Foto: Julio Covello
Cetepar, do Paraná, tem sistema informatizado para
acompanhar e coordenar trabalho das escolas
com a programação.
Kátia: sem acomodação.
escolas para providenciar a manutenção
dos equipamentos.
Para estimular o uso dos vídeos, o
Cetepar formula algumas estratégias: “Estamos fazendo, por exemplo, um trabalho de divulgação em teleconferências da
TV Executiva e reuniões com diretores e
supervisores”, conta Ruth.
Só a divulgação das informações processadas no Cetepar já é um estímulo: o
gráfico em forma de pizza que compara
os acervos provocou uma boa competição
entre os Núcleos, segundo Ruth. Coordenadores estão empenhados em ampliar
suas videotecas, para tentar alcançar o
Núcleo de Londrina – de longe, o que mais
tem programas gravados da TV Escola.
O sistema tem servido também para
registrar a participação dos professores
nos cursos do Salto para o Futuro.
E Kátia o que diz?
“Não gosto de me acomodar. Acho que
a gente tem que buscar sempre melhores
soluções”, comenta Kátia, radiante por ter
sido convidada a mostrar seu trabalho na
Secretaria de Educação a Distância. Foi à
Brasília, apesar do medo de avião. “Não
esperava reconhecimento pelo que fiz.”
O diretor do Cetepar, Fernando Bortolozzi, colocou o sistema à disposição da
Seed, que se dispõe a orientar sua implantação nos Estados que necessitem de
uma ferramenta como essa e queiram,
eventualmente, adotá-la.
Mais informações, na Seed, com Luiz Roberto
Rodrigues Martins, telefone: (0_ _61) 410. 8110
ou e-mail: [email protected]
Gráfico do Cetepar,
em captura do
correio eletrônico,
mostra participação
dos acervos dos
núcleos regionais
no total estadual.
A fatia maior (37%)
é do Núcleo de
Londrina.
TVE SCOLA
é
o
nã
mágica
CLAUDIO DE MOURA CASTRO
É conselheiro-chefe para Educação do Banco
Interamericano de Desenvolvimento - BID. Formado
em Economia pela UFMG, com doutorado nos
EUA, foi professor da Universidade de Brasília UnB, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e
de universidades do exterior. Suas áreas de
pesquisa são: mercado de trabalho, aspectos
sociais e econômicos da educação, orientação
vocacional e políticas de Ciência e Tecnologia. É
autor e organizador do livro A Educação na Era da
Informática (BID, 1998), e colunista da revista Veja.
FOTO: VERA JURSYS
Tecnologia
FOTO: PAULO JARES / ABRIL IMAGENS
ENTREVISTA
TV e computador são fontes de
informação para o professor fazer o que
quiser. Ele só precisa ter um projeto
pedagógico para transformar essa
informação em conhecimento.
TVE SCOLA
Tecnologia é, portanto,
ferramenta para encontrar
novas soluções para velhos e
novos problemas, e melhorar
com isso a qualidade do
ensino e o trabalho do
professor.
“Ainda nos falta muito. Mas
nos realizaremos mais,
tentando inovar e aprendendo
com humildade – o aluno
também nos ensina – e com
confiança”, diz o professor
Moran, um dos três
especialistas que analisam a
relação tecnologia-educação
nesta entrevista à revista
TV ESCOLA .
É professor de Multimeios do Instituto de Artes da
Unicamp e professor visitante de pós-graduação em
Educação da PUC de São Paulo. Formado em
Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de
São Carlos, USP, fez mestrado em Ciência da
Computação, na Unicamp e doutorado no
Massachusets Institut of Technology - MIT. É membro
da Sociedade Brasileira de Informática Educativa, da
American Association for Artificial Intelligency e integra
o comitê assessor do Proinfo. Entre outras
publicações, foi organizador do livro O computador na
sociedade do conhecimento (Unicamp, 1999).
FOTO: VERA JURSYS
Q
uem usa TV e
computador na
escola enfrenta um
desafio permanente:
escolher, interpretar
e integrar a grande
massa de
informações oferecida por estes
recursos. Porque informação não
é conhecimento, ainda que seja
sua matéria-prima. O
conhecimento só é construído
quando se atribui significado à
informação. E quem faz isso é o
professor, em seu papel
insubstituível de mediador e
orientador do processo de ensinoaprendizagem.
JOSÉ ARMANDO VALENTE
JOSÉ MANUEL MORAN
Espanhol naturalizado brasileiro, é professor de
Novas Tecnologias no Curso de Rádio e Televisão da
Escola de Comunicações e Artes da USP. Bacharel
em Televisão pela Universidad del Salvador, Buenos
Aires, Argentina, doutorou-se em Ciências da
Comunicação, pela USP. É autor, entre outras
publicações, de Leituras dos meios de comunicação
(Pancast, 1993). É consultor da TV Escola e
consultor ad hoc do CNQp, da Fapesp e da Capes.
Pesquisa, atualmente, as possibilidades de
integração da comunicação interpessoal com as
novas tecnologias na educação.
33
1
Tecnologia não é mágica. O que é?
Claudio de Moura Castro: Tecnologia é ferramenta. Com um canivete, um bom artesão pode produzir
as mais belas esculturas em madeira.
Um torno de controle numérico nas
mãos erradas é um elefante branco, não
serve para nada. Mas, obviamente, esse
torno nas mãos certas é um instrumento
de colossal produtividade. Nada diferente com as tecnologias educativas. São
ferramentas, e há muitas. Cada uma é
melhor para lidar com cada problema
particular. Para ensinar piano, é difícil ir
além do professor, do piano e do aluno.
Para oferecer um ensino supletivo para
meio milhão de alunos, justifica-se o alto
custo de um programa de televisão.
José Manuel Moran: Tecnologia é ciência aplicada na busca de soluções
para problemas e necessidades humanas. O ser humano sempre procura
novas soluções para velhos problemas e, descoberta uma nova saída,
ela se torna um marco obrigatório. Há
20 anos podíamos viver sem o computador e a Internet; hoje, já não é
possível ignorá-los e não adotá-los.
J o s é A r m a n d o V a l e n t e : Segundo
Alan Kay, um ex-pesquisador da Apple (empresa fabricante dos computadores Macintosh) e atualmente na Disney, tecnologia é tudo que foi inventado depois que uma pessoa nasceu.
Neste sentido, a definição do que é tec-
nologia depende muito da relação que
se estabelece com um determinado artefato. O computador é tecnologia para
a minha geração, mas não para nossos
filhos. Eles nasceram e estão rodeados
de TV, vídeo, computadores. Eles vêem
estes artefatos mais como brinquedos
do que tecnologia. São objetos familiares, do cotidiano. Por outro lado, a geração pré-computador tem que trabalhar esta tecnologia, dominá-la e, por
isso, em alguns momentos, ela é incompreensível e até mágica.
Que impacto efetivo os recursos
tecnológicos como a TV e o computador têm sobre a escola e a
qualidade do ensino?
2
Valente: O impacto não depende da
tecnologia, mas do que é feito com a
tecnologia. Tanto a TV quanto os computadores podem ser usados para
transmitir informação, como faz o professor no ensino tradicional. Neste caso,
o impacto no ensino será a possibilidade
de ter mais informação. No entanto, a
qualidade da educação não está diretamente relacionada com a quantidade de
informação. Vivemos inundados de informação, mais do que queremos e podemos entender. Isto não significa que temos melhor educação.
A melhoria da educação está relacionada com a apropriação e com a atribuição de significado a esta informa-
ção. Neste sentido, cabe aos educadores a criação de condições para
que os alunos possam trabalhar com
a informação adquirida e, assim, contribuir na construção de conhecimento, na significação da informação, segundo a experiência de cada um.
Moran: A TV e o computador em rede, a
Internet, não são apenas recursos, mas
meios de comunicação fundamentais
para estabelecer pontes entre a escola e
a vida, abrindo as paredes para o mundo e trazendo questões existenciais para
o centro do processo de ensino-aprendizagem. O impacto destas mídias depende do projeto educacional das escolas, do grau de competência intelectual,
emocional e ética de administradores,
professores, alunos e comunidade.
M o u r a C a s t r o : Assisti a um protótipo
de uma aula de Química do Telecurso,
preparada por um grupo liderado por
Heiko, uma das mais destacadas professoras de Química do País. Ao terminar a projeção comentei: “Heiko, nem
você consegue dar uma aula tão boa.”
Naquele vídeo estava uma aula melhor,
mais trabalhada, visualmente mais rica,
mais caprichada do que a própria autora conseguiria dar a seus alunos.
Ora, quem tem acesso à professora
Heiko em carne e osso? Só um punhadinho de alunos da USP, onde ela
ensina. Quem tem acesso ao vídeo
produzido por ela e sua equipe? Qua-
TECNOLOGIA
É O QUE
FOI INVENTADO
DEPOIS QUE A
PESSOA
NASCEU
ENTREVISTA
“
José Armando Valente
34
TVE SCOLA
“
EDUCAÇÃO
NÃO SE
ADQUIRE
SURFANDO
PELA INTERNET
”
Claudio de Moura Castro
se 7 milhões de brasileiros que assistem ao Telecurso pelas mais variadas
razões. Isso é um fabuloso instrumento de democratização de um ensino
de qualidade.
3
A difusão em larga escala de novas tecnologias para o ensino
coloca em crise a cultura da escola. Esta tende a resistir à mudança.
Como vê essa questão?
M o r a n : A escola tende a repetir modelos conhecidos e sente muita dificuldade em inovar, principalmente no
nível organizacional. A maioria dos
administradores e professores sabe
que precisa mudar, mas, na prática,
fazem de tudo para retardar o processo, repetindo fórmulas, procedimentos, rotinas. Mesmo quando utilizam novas tecnologias, fazem isso
dentro de um modelo relativamente
t r a d i c i o n a l . O u , n o m á x i m o , m a n têm
as tecnologias como um apêndice,
que justifica o marketing sem mudar
o essencial. Hoje há mais educadores atentos à utilização das novas
tecnologias, mas o conjunto do corpo
docente as utiliza muito aquém de
suas efetivas possibilidades.
Moura Castro: A primeira reação é dizer: que se dane a cultura da escola.
Porém, esta é uma reação infantil,
pois a escola vem derrotando quase
todos que arrostaram sua lógica e
tentaram introduzir novidades. Portan-
TVE SCOLA
to, não é por aí. Pelo contrário, esse
menosprezo é o que vem inchando o
enorme cemitério de altas tecnologias
sucateadas pela sociologia da escola.
Antes de tudo, temos que perguntar:
na nova proposta os professores saem
ganhando? Se têm mais trabalho, se
complica sua vida, se têm que gastar
mais tempo, se arriscam-se a ser humilhados por um computador travado,
se perdem poder para outros professores mais jovens, então vão boicotar o
uso da informática na escola.
Portanto, é preciso oferecer um pacote que agrade pelo menos à maioria. É
preciso entender que as escolas são
instituições onde os de fora não mandam. Nas empresas, quem manda é a
administração. Se mandar usar computadores, assim será. No exército
idem. Mas nas escolas o processo é
diferente. Quem não começar com
esta premissa, não terá futuro.
Valente: A difusão de tecnologias coloca em xeque o papel da escola no sentido de que elas também transmitem informação, sem os problemas e dificuldades que o professor apresenta: não
se cansam, não tiram férias, não cobram horas extras, não reivindicam salários ... E ainda fascinam. O professor,
quando muito, dispõe de giz colorido
para tornar sua aula mais interessante.
Se a escola se restringir a transmitir informação, os recursos tecnológicos desempenharão um papel muito mais eficiente. Mas os educadores já estão se
conscientizando para esta questão: não
se trata de um substituir o outro, mas
de utilizar os recursos disponíveis para
mudar a abordagem pedagógica, que
hoje não dá mais conta de preparar
pessoas para atuar em uma sociedade
complexa e em constante mudança.
4
A TV faz parte, há tempo, da cultura de todos. Como explica a dificuldade, de parte dos professores, de utilizar este meio como recurso pedagógico?
M o u r a C a s t r o : Há duas vertentes. A
primeira inclui aquelas modalidades
onde a TV é o centro do processo. A
lógica toda do ensino foi criada em
torno da TV. A instituição foi criada
para usá-la. Assim é, por exemplo, o
programa mexicano da Telesecundaria, que não existe sem a TV. Os professores são contratados e treinados
para trabalhar em dobradinha com a
televisão. É mais do que natural que
não haja rejeição, já que a instituição
foi criada para responder a essa lógica e a essa tecnologia de ensino.
Passou-se o mesmo com a Open University britânica. Nenhuma universidade inglesa quis operar cursos à distância, foi preciso criar uma só para isso.
A segunda vertente é o uso da TV
como auxiliar no processo de ensino
convencional. É a mesma história do
computador. É um corpo estranho.
Não ajuda, não cai na prova, não
35
“
ENTREVISTA
O CONHECIMENTO TAMBÉM
SE AMPLIA QUANDO
DESENVOLVEMOS UM
NOVO OLHAR
José Manuel Moran
avança a matéria. Daí a maior dificuldade, mesmo nos Estados Unidos
onde a disponibilidade dos meios
técnicos é muito maior. Mas, obviamente, isso não é uma maldição,
apenas um complicador, pois é possível enriquecer o ensino com a imagem televisiva.
Valente:
Val ente: A TV está presente em nosso
cotidiano mais como fonte de entretenimento e de informação, do que de
formação. São poucos os momentos
em que utilizamos este meio como
fonte de formação.
Isto foi mostrado por uma pesquisa
envolvendo adultos que aprendiam
determinada habilidade por meio de
vídeo. Mesmo depois de darem mostra de que eram capazes de utilizar tal
habilidade, os adultos consideraram
que ela não tinha sido adquirida assistindo ao vídeo, já que ver o filme
era uma atividade muito simples que
não poderia contribuir para a aprendizagem do assunto em questão.
Moran: A TV é um meio de grande impacto no cotidiano familiar. Está associada ao entretenimento em casa. Os
professores também são telespectadores e sentem dificuldade em separar o
papel da televisão nas suas vidas e a
sua utilização como um meio diferente
do processo de ensino predominantemente oral que eles dominam.
36
”
Muitos ainda pensam que o uso do vídeo e da TV pode ser interpretado
como uma fuga ou uma aula mais “light”. Ainda está muito sedimentado
no imaginário de todos (professores,
alunos e sociedade) a imagem do docente falando para um grande grupo
de alunos, que ouvem e escrevem em
silêncio. A TV introduz mediações
complexas, novas linguagens e temas
que fascinam e assustam. Poucos
educadores têm experiências consolidadas de como integrar, discutir e utilizar a TV e o vídeo, como meios de
análise e de produção em novos formatos, que efetivamente estejam integrados em novos projetos pedagógicos. Por outro lado, quando a TV e o
vídeo são bem utilizados, é mais fácil
motivar os alunos, conseguir que eles
se expressem de forma mais direta e
que realizem pesquisas mais vivas.
5
Informação não é conhecimento.
Como transformar em conhecimento a enxurrada de informações veiculadas incessantemente pelas
TVs e, principalmente, pela Internet?
V a l e n t e : Adotando-se uma abordagem pedagógica baseada em projetos
de trabalho. Como foi proposto por
Dewey (John Dewey, 1859-1952, que
influenciou o movimento da Escola
Nova no Brasil) , a ênfase das diferen-
tes disciplinas deve estar centrada na
escolha, pelo aluno, de projetos que
ele deve implementar e não mais em
conteúdos previamente ordenados, a
serem passados pelos professores.
A idéia é criar oportunidades para o
aluno “aplicar conteúdos” e não “ser
ensinado sobre conteúdos”. Essa aplicação é uma maneira de atribuir significado à informação adquirida e propiciar ao aprendiz a chance de poder
desenvolver habilidades sobre como
resolver problemas, como buscar informações necessárias para a implementação dos projetos (aprender a
aprender), como utilizá-las no contexto do seu projeto e como ser crítico a
respeito destas informações e dos resultados obtidos em sua aplicação.
M o u r a C a s t r o : É preciso não confundir informação com educação. O w w w
é fonte inesgotável de informações,
boas, más, confiáveis, desconfiáveis.
Educação é foco, é estrutura, é insistência por longo tempo sobre umas
poucas idéias e uns poucos fatos, é
intimidade com conceitos. Nada disso
se adquire “surfando” a web.
É claro: dentro da web podemos encontrar cursos, materiais estruturados, roteiros de trabalho. Mas a web
é um correio e uma loja de livros e revistas eletrônicas. E banca de jornal
não é um local para educar-se, embo-
TVE SCOLA
ra possa haver revistas ou livros com
princípio, meio e fim. Portanto, há
tanta diferença entre surfar na web e
educar-se quanto há entre freqüentar
uma escola e freqüentar uma livraria.
M o r a n : A informação é a matéria-prima do conhecimento. É o primeiro
passo para compreender o mundo,
para criar novas relações, contextos.
Sempre tivemos mais informação que
conhecimento. Agora aumentou dramaticamente a quantidade e variedade
de bibliotecas, bases de dados, tecnologias e meios de acesso.
Isso, de um lado, é fascinante, porque
cada vez mais e mais variadas infor-
“
mações estão disponíveis a qualquer
momento. De outro, nos deixa inseguros sobre o que escolher em cada
instante e como interpretar e integrar
o que escolhemos.
Temos mais fontes informativas, não
temos necessariamente maior conhecimento. E o conhecimento se torna
mais pleno quando está ligado a um
contexto ético, ligado a valores que
nos realizam pessoal e socialmente. Aí
temos informação, conhecimento e
sabedoria.
O conhecimento também se amplia
quando desenvolvemos um novo
olhar, que junta a interação com os
outros e a interiorização pessoal;
quando reorganizamos tudo o que encontramos na comunicação externa.
Com a Internet e o ritmo de vida das
grandes cidades, estamos muito mais
voltados, em geral, para a interação
externa e menos para a interior. Como
conseqüência, podemos aprender menos, isto é, com menor profundidade.
6
Que sugestões daria aos professores para tirar o melhor proveito possível dos recursos tecnológicos, sem perder seu papel de mediadores e orientadores na construção
do conhecimento?
M o u r a C a s t r o : Os professores se esfalfam, entra dia, sai dia, para repetir
as mesmas aulas, as mesmas explicações. Voltando ao exemplo da Heiko,
não darão jamais uma aula melhor do
A TV É UM FABULOSO
INSTRUMENTO DE
DEMOCRATIZAÇÃO
DO ENSINO DE QUALIDADE
Claudio de Moura Castro
TVE SCOLA
que consegue produzir um enorme
time de atores, técnicos e professores, com orçamentos generosos. Mas
o vídeo não fala com os alunos, não
faz perguntas, não responde perguntas, não motiva, não dá exemplos,
não lidera o grupo. Essa é a função
nobre e insubstituível do professor.
Valente: Os recursos tecnológicos permitem a exploração de um leque ilimitado de atividades. Elas podem ou não
estar contribuindo para a construção
de conhecimento. Por exemplo, o aluno está buscando informação na Internet, na forma de texto, vídeo ou gráfico, colando-os na elaboração de uma
multimídia, sem refletir ou criticar os
conteúdos utilizados. Com isto, a multimídia pode ter um efeito atraente,
mas ser vazia de conteúdos relevantes.
Os softwares não exigem crítica ou reflexão. Isto cabe ao professor. Sua experiência pedagógica é fundamental.
Sentindo-se mais familiarizado com
as questões técnicas, o professor
pode dedicar-se à exploração da tecnologia em atividades pedagógicas
mais sofisticadas. Por exemplo, na
elaboração de projetos temáticos,
como os propostos pelos PCN. Neste
caso, deve saber discernir qual atividade deve ser realizada por intermédio de qual tecnologia.
O professor deve, além disso, saber
como integrar conteúdos disciplinares, que atividades podem permitir a
exploração de determinados conteúdos e com que profundidade elas devem ser realizadas, considerando a
idade e o desenvolvimento intelectual
dos alunos.
M o r a n : A sugestão mais importante é
a de não privilegiar uma tecnologia em
especial, mas utilizar cada tecnologia
de acordo com o momento, com a intenção pedagógica, com o que favoreça mais o processo de aprendizagem. Integrar as tecnologias num contexto de comunicação que inspire
confiança, estímulo e afeto é fundamental para atingir melhor nossos objetivos como educadores. Ainda nos
falta muito. Mas nos realizaremos
mais, tentado inovar e aprendendo
com humildade – o aluno também nos
ensina – e com confiança.
37
CAPACITAÇÃO
TV
ESCOLA,
modo de usar
Seed começa a transmitir curso dirigido a
professores e gestores, com o objetivo de intensificar
o uso pedagógico dos programas.
D
omingo, 15 de outubro, Dia do
Professor, a TV Escola começa
a transmitir o curso de capacitação A TV na escola e os desafios de hoje, criado pela Secretaria de Educação a Distância – Seed, com
o objetivo de intensificar e aprimorar o
uso pedagógico dos programas, contribuindo com o desenvolvimento profissional dos professores.
O curso atende à demanda por mais
treinamento, reafirmada em pesquisa realizada no fim do ano passado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas –
Nepp, da Unicamp, que constatou: 86%
das escolas avaliam como “insuficiente e
inadequado” o treinamento já recebido
das secretarias de Educação e do MEC.
“A partir deste dado, resolvemos fazer
uma capacitação a distância, ampla e intencional, dirigida a professores e outros
profissionais de ensino, como coordenadores pedagógicos e tecnológicos, para
que eles descubram novas formas de explorar a TV Escola e outras tecnologias,
também”, explica Carmen Moreira de Castro Neves, diretora de Política de Educação a Distância da Seed.
O curso é desenvolvido em parceria com a recém-criada Universidade
Virtual Pública do Brasil, a UniRede –
um consórcio de 62 universidades públicas de todo o País dedicado à educação a distância (leia nota na seção E
tem mais).
38
A TV na escola e os desafios de hoje é
oferecido a profissionais do ensino fundamental e médio, de escolas públicas estaduais e municipais ligadas na rede TV Escola. Participa do curso, com direito a certificado, quem se matriculou por meio de ficha enviada pela Seed às escolas.
A aceitação do certificado
para fins de promoção
TVE SCOLA
depende da política de recursos humanos
de cada Estado.
O curso tem duração equivalente a
180 horas (em três módulos de 60 horas), considerando-se, além das transmissões, o tempo previsto para leitura dos
textos e desenvolvimento das atividades
sugeridas. Após a abertura, no domingo, dia 15 de outubro, será transmitido
até dezembro, em três dias da semana:
quintas e sextas-feiras, às 21h, e sábados, às 9h, com reprise, a cada dia (em
horário ainda não confirmado até o fechamento desta edição).
Os professores cursistas recebem, em
casa, um kit de material impresso de
apoio, com Guia de estudo e apostilas dos
três módulos.
O curso será avaliado pela UniRede e
a Seed, e poderá ser ampliado no próximo ano.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
O curso é produzido e desenvolvido pela UniRede, sob coordenação da
Universidade de Brasília – UnB, com
orientação da Seed e apoio de consultores indicados por esta. Em cada Estado, universidades da Unirede farão
monitoramento e avaliação do trabalho
realizado pelos cursistas e fornecerão
os certificados.
“As universidades públicas têm
a estrutura necessária para fazer este trabalho. E, além do
TVE SCOLA
O CONTEÚDO DO CURSO
O curso A TV na escola e os desafios de hoje é dividido em
três módulos, com o seguinte conteúdo:
Módulo 1: Tecnologias e educação
Apresenta uma visão geral do curso e mostra a importância das
tecnologias na prática pedagógica. Explora os usos da TV e do
vídeo na escola. Reflete sobre a linguagem da televisão e os novos modos de compreendê-la. Explora sua relação com o cinema,
o rádio, o livro e os textos eletrônicos, situando alguns destes
recursos na TV Escola.
Módulo 2: Usos de TV e vídeo na Escola
Mostra diversos usos da TV e do vídeo no currículo escolar. Explora diferentes formatos e funções destas tecnologias e indica
formas de usá-las para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem e para a formação continuada.
Módulo 3: Experimentação: planejando, produzindo,
analisando
Oferece um espaço para planejamento, experimentação e registro das atividades com TV e vídeo. Parte da análise e recriação
de programas para desenvolver atividades curriculares em sala
de aula.
mais, esta é a nossa atividade-fim: trabalhar para o ensino público”, diz a professora Dóris Faria, pró-reitora de Extensão
da UnB e integrante da Coordenação Geral da UniRede.
O formato do curso começou a ser esboçado pela Seed nas oficinas de capacitação da TV Escola realizadas em Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), em novembro e dezembro do ano passado. Nesses encontros, os professores recebiam sugestões para trabalhar com programas da
TV Escola, em projetos que utilizassem a
tecnologia em uma visão multidisciplinar.
No terceiro módulo do curso transmitido agora às escolas, os participantes deverão criar um projeto pedagógico de uso
da tecnologia em suas escolas.
“A tecnologia muda a forma de gestão
da escola, criando novos desafios”, diz
Carmen Moreira de Castro Neves. “Queremos mostrar, com este curso, como a
tecnologia e a TV Escola podem também
contribuir para um projeto pedagógico
mais rico e contemporâneo”.
39
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PROFORMAÇÃO
DÁ SUGESTÕES DE
ATIVIDADES
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TV Escola beneficia
83% das escolas
O
A TV Escola transmite
neste bimestre de
outubro/novembro
16 vídeos do
Programa de
Formação de
Professores em Exercício Proformação. Em 25 e 26 de
outubro, vão ao ar oito vídeos do
Módulo 2; em 29 e 30 de novembro,
oito do Módulo 4 (veja a Grade da
programação, no cartaz e no encarte
desta edição). Os programas
complementam os conteúdos dos
Guias de Estudo utilizados pelos
cursistas. A programação do Módulo
2 dá dicas de atividades que podem
ser úteis a outros professores.
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FORMIGAS EM PERIGO
A cidade das formigas é uma
das atrações da TV Escola
para 2001. É um filme de
aventuras sobre um
formigueiro da selva
tropical que, no espaço de
dois dias, passa por várias
catástrofes. Primeiro, é
arrasado por um pé
humano; depois, entra em
guerra com uma temível
horda de formigas
guerreiras. Esta coprodução franco-germanobritânica ganhou o prêmio
de Melhor Filme para
Crianças no Festival de
Toulon, em 1999. E pode
auxiliar o professor de
○
Em produção, também, nova
edição especial da revista T V
E S C O L A , que complementa
Brava gente brasileira – 500
anos de pluralidade cultural
cultural,,
lançada em abril deste ano.
Essas edições tratam de
aspectos da formação do povo
brasileiro, com reportagens
sobre professores
descendentes de diversos
grupos étnicos e culturais.
Próximas
atrações
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ESPECIAL
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A Seed está produzindo a
terceira edição do Guia de
programas da TV Escola
Escola,, com
toda a programação transmitida
de 1996 a 2000.
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Novo Guia
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www
.mec.gov
.br/seed/tvescola
www.mec.gov
.mec.gov.br/seed/tvescola
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A REVIST
A TV ESCOLA ESTÁ
REVISTA
NA INTERNET
INTERNET::
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A série Retratos do Brasil,
produzida pela Fiat Automóveis,
entra neste bimestre na
programação de Escola Aberta.
São 11 filmes, de 15 a 25 minutos,
com uma viagem de 50 mil
quilômetros pelo País. Os
professores que quiserem
aproveitar a série para atividades
com seus alunos podem obter mais
informações no site da Fiat na
.fiat.com.br
Internet: www
www.fiat.com.br
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ESCOLA ABERTA
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RETRATOS DO
BRASIL EM
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Considerando as diferentes formas de utilização, já se
beneficiaram com a TV Escola 83% das escolas com kit em
condições de funcionamento, de acordo com a última
pesquisa do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da
Unicamp, realizada no fim de 1999 (leia TV Escola cresce no
Norte e Nordeste, edição nº 20 da revista TV ESCOLA ).
O universo da pesquisa, conforme critérios estabelecidos pelo
MEC para implantação do Programa, foi de 45.591 escolas
urbanas com mais de cem alunos no ensino fundamental.
Relatório final da pesquisa constatou que 91% das escolas desse
universo tinham recebido o kit de equipamentos. Destas, 95%
tinham os equipamentos instalados. Destas, 95% (e
não 99%, como foi publicado na revista) possuíam
os equipamentos em condições de funcionamento.
Das escolas que tinham o kit em condições
de funcionamento, 59% gravavam os
programas. Além dessas, 7% assistiam
aos programas no momento em que eram
transmitidos, 2% recebiam fitas gravadas,
15% recebiam fitas gravadas por
empréstimo, totalizando 83% de escolas
que utilizam a programação TV Escola.
40
TVE SCOLA
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Salto faz homenagem
aos professores
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O ProInfo recebeu o Prêmio TOP 10 de melhor programa de educacão em
informática, do jornal cearense Diário do Nordeste.
AULA DE DIVERSIDADE
Herdeiros do vodu mostra a
riqueza cultural do vodu, em
contraste com a dura
realidade vivida pelo povo
do Haiti. Um bom exemplo
de diversidade, para
atividades que explorem o
tema transversal Pluralidade
Cultural, em aulas de
História, Geografia ou Arte.
diversos modos, em atividades
de Ciências, Meio Ambiente e
até Matemática.
R E VO L U Ç Ã O P O R T Á T I L
Outra atração da TV Escola no
próximo ano é O mundo portátil.
Trata da revolução provocada
pela popularização crescente
dos celulares e computadores.
Para atividades de sala de aula,
de capacitação ou,
simplesmente, para reflexão
sobre novas tecnologias e seu
impacto no cotidiano.
TVE SCOLA
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PRÊMIO
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Encerra-se em 6 de outubro a segunda edição do Curso de Capacitação
de Multiplicadores em Informática na Educação, orientado para Educação Especial. O curso é da Secretaria de Educação Especial, com o apoio do Programa Nacional de Informática na Educação - ProInfo.
○
PROINFO APÓIA EDUCAÇÃO ESPECIAL
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Dia 13 de outubro, sexta-feira, das 19h às 20h, a TV Escola
homenageia os profissionais do ensino com um documentário
que mostra a vida de professores em diferentes regiões do
País. O programa, transmitido no Salto para o Futuro, propõe
uma reflexão sobre o papel do professor na sociedade (veja
programação do Salto nos Destaques da programação, a partir da
página 8, e na Grade da programação).
CRIADA A
UNIVERSIDADE
PÚBLICA VIRTUAL
DO BRASIL
Ou, simplesmente, UniRede.
É um consórcio de 62 Universidades e Centros Federais de
Educação Tecnológica dedicado
à educação a distância.
Um dos principais objetivos
é oferecer, a partir de 2001, graduação a professores que atuam
no ensino básico sem formação
de nível superior. A UniRede
terá também cursos de extensão
universitária, especialização e
requalificação. Trabalhará com
diversos meios tecnológicos, de
acordo com as características de
cada curso – TV, Internet, CDROM, fitas-cassete, material impresso. E planeja construir uma
biblioteca virtual, destinada à
pesquisa acadêmica.
Neste ano, a UniRede já produziu, em parceria com a Secretaria de Educação a Distância do
MEC, o curso de capacitação TV
na escola e os desafios de hoje,
transmitido pela TV Escola a partir de 15 de outubro.
Coordenado pela UnB, com
orientação da Seed e apoio de
consultores indicados por esta,
o curso visa intensificar e aprimorar a utilização, pelos professores, da programação da TV
Escola (leia reportagem na página 38 desta edição).
Para quem está ligado na
Internet, o site da UniRede:
www.unirede.br
41
CARTILHA
da vida
Ex-motorista de ônibus capacita professores
para ensinar Educação para o Trânsito na
rede municipal de João Pessoa, Paraíba.
FOTO: ALÉXIS DE JESÚS PÉREZ
D
emorou, mas Samuel Correia de Aragão viu enfim seu sonho realizado: Educação para o Trânsito agora é obrigatória no currículo da rede municipal de
João Pessoa. Tornou-se um tema transversal, como Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente e Orientação Sexual.
A novidade é resultado, em grande parte, do
trabalho desse homem, que dirige o setor de
Educação da Superintendência de Trânsito e
Transporte – STTrans de João Pessoa.
Ele começou sua vida profissional longe do
trânsito e das salas de aula. No início dos anos
60, tentou a carreira de jogador de futebol no
time do Auto Esporte. Em 1965, trocou a bola
pelo volante de um ônibus. Empregado como
motorista, viu muita coisa acontecer nas ruas
da capital paraibana. Um dia, presenciou o atropelamento de uma criança em frente à escola.
O acidente marcou a vida de Samuel: “Aquilo me abalou demais. Há muito tempo vinha observando a falta de sinalização na cidade e, pior
ainda, o despreparo das crianças para lidar com
a violência dos motoristas”.
Um ano depois, em 1966, pegou a deixa do
Código Nacional de Trânsito que previa, entre outras ações, a educação no
trânsito, e começou sua luta.
Trinta e um anos mais tarde,
munido de um arsenal de documentos e estatísticas,
acompanhou no Congresso a
elaboração do atual Código
do Trânsito, de 1998, fazendo lobby para que o documento desse a maior atenção possível à questão.
Entre um código e outro,
formou-se advogado; depois
psicopedagogo, com pós-graduação em Estudos de Trânsito; foi presidente da Associação Brasileira dos Educa-
dores de Trânsito e coordenador geral de educação no trânsito do Detran da Paraíba. Andou pelas
escolas dando palestras, publicou muitos trabalhos sobre o assunto e fez cursos de especialização no exterior em várias instituições e universidades, como a Sorbonne, na França.
Em suas andanças pelo mundo, Samuel reforçou sua crença na educação para o trânsito.
No Brasil, a frota nacional é de 30 milhões de
veículos e, no ano passado, o trânsito matou 19.600
pessoas. Destas, pelo menos 40% são crianças e
adolescentes – na maioria das vezes, atropelados
à porta da escola. Só na Paraíba, em 1999, foram
atropeladas 1.500 pessoas – cerca de 50% crianças e adolescentes. “Um absurdo, considerando
que temos uma frota de apenas 230 mil veículos”,
diz o diretor de Educação da STTrans.
Ele compara: no Japão, onde há quase 80
milhões de veículos, o número de atropelamentos por ano não ultrapassa a média de 9 mil,
próxima da registrada na Inglaterra, Itália e França, que têm frotas equivalentes à do Brasil.
Por quê? Nesses países, crianças e adolescentes aprendem na escola a se comportar no trânsito, como pedestres ou motoristas, explica Samuel. “No Brasil, a ação do Estado, até aqui, tem
se restringido basicamente aos motoristas, à aplicação de multas.” Ele diz também que “os governos sempre colocaram a questão financeira acima
do direito do cidadão à informação de importância
estratégica, para sua própria integridade física”.
Em agosto, Samuel ajudou a capacitar 3 mil
professores das 109 escolas municipais de educação infantil, ensino fundamental e médio da
capital paraibana.
“Depois de acompanhar a luta de Samuel, todos esses anos, decidi comprar a briga”, diz o Secretário de Educação, professor Neroaldo Pontes.
No curso de capacitação, promovido pela Secretaria, o diretor de Educação da STTrans utiliza,
entre outros recursos, seu livro A cartilha da vida.
É um manual com dez mandamentos de pedestres, motoristas, motociclistas e ciclistas.
O livro é aberto com uma citação da professora capixaba Julieta Araújo, autora de um livro
sobre educação no trânsito: “De que adianta
encher a cabeça de uma criança com informações sobre Gramática, Matemática, Ciências
Sociais, Moral e Cívica, para ela morrer ali adiante, vítima de acidente de trânsito, do qual teria
escapado se nós lhe tivéssemos proporcionado
ensinamento de como fazê-lo?”
Nome: Samuel Correia de Aragão
Idade: 58 anos
Profissão: advogado
Local de TTrabalho:
rabalho: Superintendência de Trânsito e Transportes
Cidade: João Pessoa, PB
Atividade preferida: educar para o Trânsito
COMO USAR A TV ESCOLA
Como cuidar do videocassete
ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES
SOBRE A TV ESCOLA
O que é a TV Escola
• É um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC
para a melhoria da qualidade do ensino público. Com este objetivo,
transmite programação às escolas de ensino fundamental e médio,
dirigida à capacitação e aperfeiçoamento do professor, e também
ao seu trabalho em sala de aula.
• Transmitida a todo o País, a programação é captada por antena
parabólica. Os programas (inclusive os do Salto para o futuro, transmitidos ao vivo) devem ser gravados em fitas de
videocassete para utilização pelo professor.
• Os equipamentos para captação e gravação compõem o
kit tecnológico, adquirido pela escola, por intermédio da
Secretaria de Educação do Estado ou pelo município, com
recursos do salário-educação administrados pelo FNDE/MEC.
Como obter o kit
• As escolas das redes estaduais devem dirigir-se às secretarias de educação, e as escolas das redes municipais à prefeitura, para solicitar sua inclusão no projeto de aquisição
do kit, a ser encaminhado ao FNDE.
• Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia
elétrica, com mais de cem alunos no ensino fundamental
(de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação) e que ainda não tenha sido contemplada.
• A Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec
está realizando estudos para equipar as escolas de ensino médio.
O que compõe o kit
Antena parabólica
• Vazada, do tipo Focal Point, com 2,85 m de diâmetro, no
mínimo (esta medida pode variar conforme a localização
da escola).
• A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 25º Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi
em 4.0 Ghz.
• Acompanha a antena receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz.
Televisor
• Em cores, bivolt (110V e 220V), com controle remoto, tela
de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor.
Videocassete
• 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC/PALM.
Estabilizador de voltagem
• 2 KVA, no mínimo.
Fitas
• VHS, de 120 minutos.
Como montar o kit
• A instalação dos equipamentos deve ser feita por técnico
autorizado pelo fornecedor. Um mau posicionamento da
antena, por exemplo, pode comprometer a qualidade do
sinal recebido do satélite.
• É necessário verificar se todos os equipamentos têm manuais
de uso e conferir prazos de garantia.
• Desligue o vídeo da tomada sempre que estiver chovendo
muito forte ou em caso de corte de energia. Descargas elétricas
provocadas por raios ou o retorno da energia podem queimar o equipamento.
• Evite avançar (FF) ou voltar (REW) com a imagem na tela.
O excesso de atrito entre a cabeça do videocassete e a fita
causa estragos. Pare (STOP) antes de adiantar ou voltar a fita.
• Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação.
• Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto, sujo, ou o vídeo danificado. Podem indicar também falta de ajuste do vídeo. Neste caso, acione o
botão TRACKING.
Como cuidar das fitas
• Guarde-as na posição vertical, em local protegido de sol,
umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como
motores ou transformadores.
• Rever as fitas periodicamente ajuda a evitar fungos.
• Rebobine (volte ao início) a fita toda após usá-la.
Como sintonizar a TV Escola
• Antes de ligar a televisão e o vídeo, verifique se estão na
voltagem certa.
• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização
horizontal.
• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24,
deve ser escolhido o nº 3.
• Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de
recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz. Devese escolher 3.770 MHz.
• Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz.
• No vídeo, é sintonizado o canal 3 ou 4, ou o que estiver
livre na sua cidade.
Problemas de recepção
• Confirmar se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas por este manual.
• Se houver problemas na recepção, deve-se insistir com o técnico
autorizado para que verifique o posicionamento da antena e
a sintonia correta do receptor e dos outros aparelhos do kit.
• Persistindo a má recepção do sinal, deve-se pedir orientação
ao coordenador da TV Escola na Secretaria de Educação do
Estado, ou ligar para o Programa Fala Brasil: 0800-61.6161.
Como conhecer a programação
• Os programas da TV Escola de cada mês estão em um cartaz
com a Grade da programação, distribuído às escolas – dois
cartazes por bimestre, referentes a dois meses de programação.
• Os cartazes devem ser afixados em local de fácil acesso a
todos os professores e alunos.
• As Grades são reproduzidas em encarte solto na revista
TV ESCOLA e estão também disponíveis no site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola.
• A programação de reprise está na Grade de férias, distribuída às escolas em cartaz especial.
Como é organizada a programação
• Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas:
Ensino fundamental, Ensino médio e Salto para o futuro, de
segunda a sexta-feira; e Escola aberta, aos sábados.
CONTINUA NA PÁGINA 43
COMO USAR A TV ESCOLA
• A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas ou programas (Vendo e aprendendo)
sobre determinado tema.
• A programação dirigida ao ensino médio é organizada em
programas que integram mais de uma área temática, favorecendo a interdisciplinaridade (Como fazer?), ou programas com debates e documentários (Ensino legal e Acervo).
• Entre Ensino fundamental e Ensino médio, a TV Escola transmite
Salto para o futuro, com programas ao vivo sobre temas dos
dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes das escolas.
• Escola aberta, com transmissão aos sábados, tem programação especial para a escola e a comunidade.
• A Grade da programação está organizada por dia de transmissão, horário, faixa, área temática e programas; resume
a programação de cada dia e dá os tempos de duração dos
programas.
Quando gravar
• A programação da TV Escola é transmitida de segunda a
sexta-feira. Para facilitar as gravações, é repetida em quatro horários para o ensino fundamental, três para o ensino
médio, três para o Salto para o futuro. Aos sábados, Escola
aberta tem transmissão em quatro horários.
• Para conhecer todos os horários, consulte a Grade da programação .
• Nas férias, é reprisada a programação do semestre anterior:
a cada horário de transmissão corresponde um dia da programação.
• Se você perdeu um programa transmitido durante o ano letivo,
procure-o na Grade de férias.
Como gravar os programas
• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize TV
e vídeo.
• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.
• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo. Esse procedimento
vale para a maioria dos equipamentos.
• Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo.
Como organizar o uso das fitas
• Volte a fita ao início e zere o contador.
• Assista desde o começo, anotando em que número do
contador começa cada programa gravado.
• No início de cada programa há uma claquete com dados
para catalogação.
• Faça uma etiqueta e cole na lombada da fita, para sua
identificação.
• Faça fichas por assunto, tema, número da fita ou do modo
mais útil para organizar a videoteca. Evite organizar apenas por data de gravação.
•A classificação adotada pela Grade da programação e pelo
Guia de programas é uma referência possível para a organização da videoteca (ver Como consultar os programas).
Como usar os programas
• Os programas da TV Escola podem ser usados – a critério
do professor, orientador, coordenador ou diretor – como
recurso para capacitação e aperfeiçoamento, como instrumento de apoio às aulas e em atividades de recuperação e aceleração de estudos.
DIRETORA: NÃO FIQUE SEM
A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO
DOS EQUIPAMENTOS.
Como consultar os programas
• A TV Escola tem um Guia de programas, já em segunda edição,
que está sendo distribuído às escolas, para facilitar a consulta e o uso dos programas transmitidos e gravados.
• O Guia é também uma referência para as escolas organizarem suas videotecas (ver Como organizar o uso das fitas)
• O novo Guia contém programas transmitidos de 1996 a 1999,
resumidos e organizados em 15 áreas temáticas.
ATENÇÃO: O MEC NÃO DISTRIBUI FITAS
Como aprofundar os temas tratados
• Algumas séries de programas produzidas pela TV Escola são
acompanhadas pelos Cadernos da TV Escola, que complementam e aprofundam os temas tratados nas séries.
Como acompanhar o trabalho
de outros professores
• A revista TV ESCOLA publica reportagens sobre experiências
de professores com a TV Escola, dá sugestões de atividades para o trabalho com os programas e trata de outros assuntos
de interesse do professor.
• A revista acompanha e registra também o trabalho de professores que participam do Programa Nacional de Informática
na Educação – ProInfo, do Programa de Formação de Professores em Exercício – Proformação, ou que estão envolvidos na Reforma do Ensino Médio.
• A Secretaria de Educação a Distância – Seed distribui a revista
TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa TV
Escola; cada escola recebe de 2 a 12 exemplares, proporcionalmente ao número de alunos.
• É muito importante que a revista circule entre todos os
professores.
• Escolas que não estiverem recebendo a revista devem pedir cadastramento à Seed, por carta, fax ou e-mail (ver
endereços em Como se manifestar e tirar dúvidas)
• A cada dois meses, as escolas recebem, junto com as grades da programação, um cartaz de divulgação que resume a revista do bimestre e deve ser afixado em local bem
visível para todos os professores.
Como ampliar o conhecimento
de alguns assuntos
• Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com
textos de estudos na área da educação a distância e novas
tecnologias para a educação.
COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS
Escreva para a TV Escola
Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância
caixa postal 9659 – CEP 70001-970, Brasília, DF
fax: (0xx61) 410.9178
e-mail: [email protected]
site: www.mec.gov.br/seed/tvescola
Ou ligue para o
Programa Fala Br
asil:
0800.61.6161
(ligação gratui
ta)

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