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Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Materiais e Construção Curso de Especialização em Construção Civil Disciplina : Técnicas de Revestimento Professor : Antônio Neves de Carvalho Júnior MÓDULO 2 : REVESTIMENTOS CERÂMICOS E ROCHAS ORNAMENTAIS Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior REVESTIMENTOS CERÂMICOS Introdução . Material cerâmico tendo uma camada de base ("biscoito") constituída de argilas plásticas, quartzo, caulim e fundentes e uma camada de cobertura esmaltada vidrada constituída de quartzo finamente moído, óxido de chumbo, estanho e óxidos coloridos. Normalmente de formato quadrado ou retangular com dimensões variadas. Classificação . NORMA ABNT NBR- 13.818 Placas cerâmicas para revestimento –Especificação e métodos de ensaios Processo de fabricação Extrudado Prensado Classificação segundo grupo de absorção AI AIIa AIIb AIII BIa BIb BIIa BIIb BIII Faixa de absorção d´água Abs ≤ 3 % 3 % < Abs ≤ 6 % 6 % < Abs ≤ 10 % Abs > 10 % Abs ≤ 0,5 % 0,5 % < Abs ≤ 3 % 3 % < Abs ≤ 6 % 6 % < Abs ≤ 10 % Abs > 10 % . MERCADO - Extra - Primeira - Comercial - Refugo ou caco cerâmico Classes Classes de absorção d´água/Módulo de ruptura (Norma ISO 10.545) Absorção Denominação Uso recomendado d´água Ia Ib IIa IIb 0 a 0,5 0,5 a 3 3a6 6 a 10 Porcelana Gres Baixa absorção Semiporoso III 10 a 20 Poroso Piso e parede Piso e parede Piso e parede Piso e parede (recomendado) Parede (admitido piso) Módulo de ruptura (kg/cm2) 350 a 500 300 a 400 220 a 350 180 a 300 150 a 200 Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Tipos - - - BI-QUEIMA : biscoito queimado na faixa de 950 ºC , aplicação do vidrado na linha de esmaltação e posterior queima na faixa de 850 º C. Baixa resistência mecânica e ao impacto. Alta porosidade e absorção d´água (acima de 10 %) MONOQUEIMA POROSA : biscoito e esmalte queimados uma única vez em temperaturas na faixa de 900 a 950 º C. Baixa interligação entre a massa e o esmalte MONOQUEIMA GRES : biscoito e esmalte queimados uma única vez em temperaturas na faixa de 1180 ºC a 1300 ºC. Alta aderência entre esmalte e biscoito. Partículas sólidas de argila se fundem. Baixa quantidade de poros abertos. Elevada resistência mecânica e ao impacto e baixa absorção d´água Principais ensaios e recomendações Norma ABNT NBR 13.818/97 – Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de ensaio. Considerações gerais . Arremates : cantoneiras de alumínio e rejunto . Disposição : - mata-junta - junta a prumo - diagonal (mata-junta ou a prumo) . Cuidados preliminares - molhar os azulejos (15 min a 2 horas - assentamento convencional) - escorrimento do excesso de água - Instalações executadas e testadas - Revestimento do piso não executado - Estudo das dimensões da parede pelo azulejista . Assentamento a) convencional - base → emboço sarrafeado - exemplo de traço p/ o assentamento : 1 : 4 cimento e areia lavada fina - régua de madeira nivelada (1a. fiada) - molha-se o emboço - espalha-se argamassa nas costas do azulejo - comprime o azulejo sobre o emboço - bate-se com o cabo da colher (revestido) - assentam-se as guias niveladas e aprumadas (fiadas horizontal e vertical) - completa-se a 1a. fiada utilizando-se espaçadores - executa-se as fiadas seguintes - Rejuntamento → 3 dias depois, cimento branco + água ou rejuntes préfabricados Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior b) com argamassa colante - cimento + minerais pulverizados + aditivos - aplicada sobre emboço sarrafeado - proporção em média de 1 l de água a 3 kg de argamassa colante - Após o preparo repouso de 15 minutos e remassamento na hora do uso - Usa-se peças cerâmicas secas (salvo recomendações do fabricante) - Aplica-se com desempenadeira dentada - Respeito do tempo em aberto - Pressionadas até o extravasamento da massa - Principais vantagens : - maior produtividade - menor perda - maior limpeza - dosagem controlada - maior aderência Cortes . Rudimentar → cortador de vidro, ferro apontado, pedra de granito não polida, torquês . C/ Equip. → Serra-mármore, máquinas Juntas . Juntas de assentamento (rejuntamento 3 dias após o assentamento). Segundo a NBR 13.755/96, devem preencher as seguintes funções : - compensar as variações de bitola das placas cerâmicas, facilitando o alinhamento; - atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano a revestir com a largura das juntas entre as placas cerâmicas; - oferecer relativo poder de acomodação às movimentações da base e da placa cerâmica; - facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta; - facilitar a troca de placas cerâmicas. . Juntas de movimentação e dessolidarização - uso de material de enchimento e selantes - Norma ABNT NBR 8214/83 – Assentamento de Azulejos - Procedimento - Norma ABNT NBR 13.755/96 – Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento Pastilhas . Pequenas peças de cerâmica esmaltada ou fosca, ou de vidro, coladas em papel grosso, em placas de +/- 40 x 60 cm . Assentamento : - base : emboço sarrafeado - utilização de argamassas colantes industrializadas tipo II (que assentam e rejuntam ao mesmo tempo) Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior - espalha-se a pasta, nata ou argamassa de assentamento na parede e no verso das pastilhas com desempenadeira de madeira - aplica-se a pastilha batendo-se com a desempenadeira de madeira - papel todo molhado → fixação correta - Após aplicação de 5 a 6 placas → 2 cortes verticais com a colher de pedreiro e rebatimento (retirar o ar aprisionado) - retirada do papel : * após pega do material de assentamento * somente água ou soda cáustica + água (1 : 10 a 1:12) (limpeza final) . Rejuntamento * retoques em imperfeições no rejunto com a própria argamassa de assentamento PROJETO DE FACHADA EM REVESTIMENTO CERÂMICO Preparo da base . Camada de regularização (emboço) preferencialmente aplicada sobre alvenaria chapiscada . Condições da alvenaria para recebimento da argamassa de regularização (conforme já apresentado anteriormente) : - remoção de materiais pulverulentos (pó, barro, fuligem) → vassoura e se necessário lavagem - remoção de fungos (bolor) e microorganismos → solução de hipoclorito de sódio (4 a 6 % de cloro) seguida de lavagem com água - remoção de substâncias gordurosas e eflorescências → solução de 5 a 10 % de ácido muriático seguida de lavagem com água - base de concreto → remoção de película de desmoldante (escova de aço e detergente), apicoamento, remoção e/ou tratamento de pregos e arames (zarcão), tratamento de brocas com o próprio concreto ou argamassas com aditivo adesivo . Características do emboço (norma ABNT NBR 13.755/96): - espessura inferior a 2,5 cm - idade mínima de 14 dias (ideal de 30 dias) - textura áspera - desvio de planeza inferior a 3 mm em relação a régua retilínea de 2 metros - não deve apresentar som cavo sob percussão - resistência de aderência à tração superior a 0,3 MPa - limpeza Características do revestimento cerâmico . Diferenças entre revestimentos cerâmicos para pisos, paredes internas e paredes externas (fachadas) . Características desejáveis para revestimentos cerâmicos de fachadas : - expansão por umidade ≤ 0,6 mm/m - absorção d´água ≤ 6 % - garras poli-orientadas no tardoz Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior - cores claras - dimensões inferiores a 20 x 20 cm . Norma ABNT NBR 13.818/97 – Placas cerâmicas para revestimentos – Especificação e métodos de ensaio Assentamento com argamassa colante . Utilização de argamassa colante tipo AC-II Recomendação de aplicações e tempo em aberto de argamassas colantes industrializadas segundo a NBR 14.081/98 Aplicações Tempo em aberto Tipo da argamassa colante (minutos) AC-I Ambientes internos exceto saunas, churrasqueiras, estufas e outros ≥ 15 revestimentos especiais AC-II Pisos e paredes externos ≥ 20 AC-III Onde se necessita de alta ≥ 20 resistência à tensões de cisalhamento, apresentando aderência superior a dos tipos AC-I e AC-II AC-III-E Similar ao tipo AC-III, ≥ 30 porém com tempo em aberto estendido . Aplicação com desempenadeira de aço denteada 8 x 8 x 8 (peças maiores que 20 x 20 cm → dupla camada) . Utilização de peças cerâmicas secas . Uso de linhas ou espaçadores . Colocação na fachada seguida de arraste e percussão eficiente . Após o assentamento → limpeza em prazo inferior a 1 hora com espuma de poliuretano limpa e úmida, seguida de secagem com estopa limpa . Cuidados no preparo da argamassa colante : - mistura mecânica em recipiente estanque (preferencialmente plástico), protegida de sol, vento e chuva - atenção a quantidade de água recomendada pelo fabricante - utilização sacos inteiros . Cuidados na aplicação da argamassa colante e do revestimento cerâmico : - recomenda-se temperatura ambiente entre 5 ºC e 40 ºC e temperatura do emboço e dos revestimentos cerâmicos entre 5 ºC e 27 ºC - respeito ao tempo de remistura (em torno de 15 min.) para que os aditivos se tornem ativos - respeito ao tempo de utilização (2 horas e 30 minutos) Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior - respeito ao tempo em aberto (abertura de panos pequenos, de 0,5 a 1 m2) . Verificação do tempo em aberto excedido : - presença de película esbranquiçada - toque com os dedos sem que estes se sujem - arrancamento aleatório de uma peça a cada 5 m2, num tempo não superior a 30 minutos do assentamento e observação do tardoz não impregnado por argamassa colante Juntas . Juntas de assentamento : - espaços deixados entre as peças cerâmicas durante seu assentamento (8 a 10 mm) - Parâmetro para cálculo : A dilatação total (∆LT) é a soma da dilatação devido a expansão por umidade (∆Leu) mais a dilatação térmica (∆L t), então : ∆LT = ∆Leu + ∆L t , e : ∆Leu = eu . Lo (Lo = comprimento inicial) ∆L t = Lo . α . ∆ t (Lo = comprimento inicial, α = coeficiente de dilatação térmica e ∆ t = variação da temperatura) - rejuntamento 72 horas após o assentamento das peças antes do rejuntamento deve ser realizado ensaio a percussão das peças cerâmicas e limpeza e umidecimento das juntas utilizar preferencialmente rejuntos pré-fabricados recomenda-se a limpeza do material de rejuntamento sobre a face do revestimento cerâmico seja feita após 15 minutos com pano limpo e úmido, e, após mais 15 minutos, finalizar a limpeza com pano seco . Juntas de movimentação : - dividem um pano cerâmico extenso em panos menores, permitindo a movimentação dos mesmos - posicionadas preferencialmente na região de transição viga/alvenaria (juntas horizontais) a cada pavimento e na região de transição pilar/alvenaria (juntas verticais) a cada 6 metros (norma ABNT NBR 13.755) - cortes são realizados no emboço para posterior introdução do limitador da junta quando da execução da mesma (material de enchimento → espuma de polietileno expandido) - quando do rejuntamento das juntas de assentamento, as juntas de movimentação são vedadas com papel Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior - introdução do limitador de junta (espuma de polietileno expandido) e aplicação do selante da junta (mástique a base de poliuretano) utilizando-se fita crepe nas bordas das cerâmicas . Parâmetros para cálculo - utilizam-se os mesmos apresentados para as juntas de assentamento, admitindo-se que as solicitações irreversíveis oriundas da expansão por umidade (também conhecida como dilatação higroscópica) foram absorvidas pelas juntas de assentamento, trabalhando-se portanto, neste dimensionamento, somente com a dilatação térmica . Novas abordagens para os cálculos de juntas de movimentação horizontais : - Segundo a publicação “Direct Adhered Ceramic Tile, Stone and Thin Brick Facades - Technical Design Manual” o cálculo da largura das juntas horizontais de movimentação para cada pavimento, para um prédio em concreto armado com X metros de altura, para controle exclusivamente das movimentações verticais, será função de sua movimentação térmica, retração, fluência e deformação elástica, onde a movimentação total será expressa por : 0,006 . X . Z + 0,94 . X , (X = altura total do prédio e Z = variação da temperatura em º C) Critérios : . a largura das juntas deve ser de 3 a 4 vezes a movimentação total das juntas . a largura de cada junta deve ser de no mínimo 10 mm - Portanto a largura total das juntas horizontais será de: 3 . (0,006 . X . Z + 0,94 . X) e, consequentemente a largura de cada junta horizontal de movimentação será de : 3 .(0,006 . X . Z + 0,94 . X) n (X = altura total do prédio, Z = variação da temperatura em º C e n = número de pavimentos, incluindo o térreo, + 1, para se considerar uma junta ao nível do piso térreo) Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior . Exemplo de projeto de junta de movimentação : Cerâmica Argamassa colante Emboço Selante elastomérico Espuma de poliuretano expandido (Tarucel) Alvenaria Chapisco . Juntas de dessolidarização : - São utilizadas nas mudanças de direção entre um mesmo revestimento e nas transições entre revestimentos diferentes (conforme exemplos apresentados a seguir) Revestimento Emboço Selante elastomérico (face aparente em torno de 10 mm) Fita crepe Fita crepe Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Fita crepe Selante elastomérico (face aparente em torno de 10 mm) Emboço Revestimento Argamassa colante Granito ou mármore 6 mm Mastique à base de poliuretano Fita crepe 6 mm Revestimento cerâmico Parâmetros de aceitação . Planeza : as irregularidades graduais não devem superar 3 mm em relação a uma régua de 2 metros de comprimento e o desnível entre peças cerâmicas contíguas e entre estas e as juntas de movimentação e estruturais não deve ser maior que 1 mm . Alinhamento das juntas de assentamento : não deve haver afastamento maior que 1 mm entre as bordas das placas cerâmicas teoricamente alinhadas e a borda de uma régua com 2 metros de comprimento, faceada com as placas cerâmicas da extremidade da borda. . Aderência : Caso se julgue necessária a avaliação desta propriedade, podem ser feitos ensaios de resistência de aderência (norma ABNT NBR 13.755/96). Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Referências bibliográficas 12- 34567- 8910- 11- PIROLI, E. Revestimento de Paredes e Pisos. Notas de Aula. FCO. 1981. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas com utilização de argamassa colante – Procedimento. NBR 13.755. Rio de Janeiro, 1996. CARVALHO JR., A. N., Notas de aula de Construção de Edifícios II. Belo Horizonte, 1994. CARVALHO JR., A. N., Descolamento de revestimentos cerâmicos em fachadas. Jornal do Comate/Sinduscon –MG. P. 3-6. Belo Horizonte, 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Assentamento de Azulejos – Procedimento. NBR 8214. Rio de Janeiro, 1983. VERDUCH, A. G., Colocacion de pavimentos y revestimientos cerâmicos. Instituto de Tecnologia Cerâmica. Espanha. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de ensaio. NBR 13.818. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA TÉCHNE. Artigo Rumo ao Mundo. pp. 11 - 16, nº 8, janeiro/fevereiro1994. PORTOBELLO. Roteiro de palestra para balconista. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica – Especificação. NBR 14.081. Rio de Janeiro, 1998. GOLDBERG, R. P., Direct Adhered Ceramic Tile, Stone and Thin Brick Facades - Technical Design Manual. Laticrete International, Inc. 1998. Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior ROCHAS ORNAMENTAIS Mármores e Granitos . Mármores → calcários metamórficos, geralmente utilizados em interiores (baixa resistência as intempéries), mais comuns os de coloração branca . Granitos → constituídos principalmente por quartzo, feldspato e mica, muito boa resistência e durabilidade (maior que a da maioria das pedras), utilizados principalmente em exteriores (boa resistência ao intemperismo), maior dureza conduz a maior dificuldade de produção da peça acabada o que consequentemente implica no maior custo . Por serem fornecidas pelas marmorarias serradas, polidas e enceradas, deve-se tomar cuidado especial no manuseio e no assentamento para se evitarem os riscos nas faces dos mármores e dos granitos . Extração : Corte da bancada com fio diamantado, desmonte da bancada com explosivos (“dar o fogo”), desmembramento com martelete para obtenção dos blocos . Beneficiamento : Recebimento dos blocos, corte nos teares para obtenção das chapas (2,70 x 1,60 +/- 0,20), polimento, corte para obtenção das placas Preparo da base Assentamento com inserts metálicos e sem argamassa (fachada aerada) : . Regularização de irregularidades puntuais com argamassa e/ou encasque (argamassas de assentamento de alvenaria com irregularidades, tijolos quebrados, irregularidades na estrutura) . Aplicação de duas demãos de emulsão asfáltica . As fiadas de tijolos que recebem os inserts metálicos devem ser preenchidas com argamassa ou então devem ser utilizados chumbadores químicos Assentamento com argamassa + elemento de fixação metálica : . Base : Alvenaria/Estrutura + chapisco (cimento e areia, traço 1 : 3) + emboço (cimento, cal aditivada e areia, traço 1 : 1 : 6 ou cimento e areia, traço 1 : 6) . Bases com elevada absorção devem ser previamente umedecidas . A alvenaria/estrutura deve apresentar condições de limpeza e preparo como apresentado anteriormente para os revestimentos argamassados e revestimentos cerâmicos . O emboço deve ser realizado 3 dias após a execução do chapisco e sua espessura não deve ultrapassar 2,5 cm (no caso de espessuras maiores este deverá ser feito em etapas e com a presença de tela, conforme projeto específico) . Da mesma forma que nos revestimentos cerâmicos o emboço deverá ter idade mínima de 14 dias (ideal 30 dias) Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Detalhes de projeto . Especificidades dos materiais em função de sua utilização → Exemplifica-se com a não adequação de mármores para uso em exteriores : o gráfico abaixo (Jack P. Stecich - 1990) mostra a comparação relativa da perda de resistência entre o granito polido e o mármore (fonte: Dissertação de Mestrado de FLAIN, E. P., 1995) . De acordo com a norma ABNT NBR 13.707/96 (Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha) o projeto de revestimento com placas de rocha compreende : a) vistas em escala conveniente, dos suportes a serem revestidos, com apresentação da distribuição das placas e indicação dos dispositivos de fixação a serem empregados; b) detalhes construtivos em geral : encaixes, ranhuras e furação das placas, dispositivos de fixação, juntas de dilatação, fixações ao suporte, etc.; c) memorial descritivo com especificação dos materiais e serviços; d) tolerância máxima permitida para os desvios de prumo e planicidade do revestimento; e) tipo de solda quando existir, e os cuidados necessários para a sua execução nos dispositivos de fixação e destes com quaisquer parte do suporte. . Quanto ao item c citado anteriormente (tolerâncias) o CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bátiment - 1984) recomenda os seguintes procedimentos : Apoiando-se uma régua de 2 m de comprimento no revestimento, em qualquer sentido do mesmo, o máximo desvio permitido é de 5 mm. Com uma linha de pedreiro (comprimento máximo igual a 10 m) apoiada no revestimento, as flechas máximas Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior medidas sob a linha deverão ser de 10 mm. O desvio máximo de verticalidade correntemente aceito em relação a altura de um pavimento (menor que 3 m) é de 5 mm. Para os edifícios de altura inferior a 28 m, o desvio máximo em relação a altura total do mesmo deverá ser de 25 mm. Para edifícios com altura superior a 28 m não é mencionado nenhum critério a ser adotado . Para efeito de dimensionamento é de fundamental importância conhecer a que esforços as placas de rochas e seus dispositivos de fixação estarão submetidos. A norma ABNT NBR 13.707/96 identifica estas solicitações : a) cargas paralelas ao plano das placas : - peso próprio da placa; - peso próprio de eventual camada de isolação térmica; b) cargas perpendiculares ao plano das placas : - ação de vento; - impactos acidentais; - peso próprio das placas quando colocadas na horizontal; c) movimento relativo do suporte e do revestimento : - deformações devidas às variações higrotérmicas; - deformações permanentes devidas à retração e à deformação lenta do concreto. . Principais materiais utilizados no assentamento, fixação mecânica e rejuntamento das placas : • argamassas • selantes elastoméricos • aço inoxidável, cobre e suas ligas, aço-carbono (galvanizado) e alumínio . O CSTB (citado anteriormente) e o CSTC (Centre Scientifique et Technique de la Construction - 1983) recomendam posicionar uma junta de movimentação horizontal a cada 3 m e uma junta vertical a cada 8 m, independente do tipo de pedra, da variação térmica ou do tipo de estrutura Estocagem . Por ser material natural poderiam ser estocadas a céu aberto, porém, dependendo da porosidade e permeabilidade, devem ser estocadas em local coberto, sem estar em contato com o solo e se possível coberto com lona plástica. A estocagem das placas pode ser horizontal (separadas por ripas) ou vertical (em cavalete, separadas por ripas) Assentamentos das rochas ornamentais Referências : . Com as vistas frontais das superfícies a revestir dispor eixos de referência para o assentamento. Os eixos verticais (prumos compostos de corpos de prova de concreto pendurados por arames fixados na platibanda através de ferros de construção) são dispostos em posições particulares (cantos da edificação e aberturas de janelas). Os eixos horizontais (arames ou linhas de pedreiro fixadas com pregos) são marcados com auxílio de mangueira de nível ou nível a laser, dispostos a cada pavimento ou menos Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Tipos de fixação : . Com argamassa convencional : grampos . Com argamassa colante tipo AC-III : G-FIX, parafusos O USO DA ARGAMASSA COLANTE PARA ASSENTAMENTO DAS PLACAS CONDUZ A ALGUNS DETALHES, QUE SÃO DESCRITOS A SEGUIR: . Deve-se utilizar argamassa colante tipo AC-III. Esta argamassa é aplicada com desempenadeira de aço denteada, estendendo-a na parede com o lado liso e frisando-a com o lado denteado. Neste caso, o formato dos dentes da desempenadeira deve ser quadrado de dimensões 8 x 8 x 8 mm . A argamassa deverá ser aplicada em camada única, isto é, apenas no emboço, caso a peça seja limitada a dimensão de 20 x 20 cm. Para dimensões acima desta aconselha-se a aplicação de argamassa colante em dupla camada, ou seja, aplicação na base e nas costas da placa. Com placas com dimensões acima de 40 x 60 aconselha-se desempenadeira com dimensão dos dentes de 12 mm . Deve-se respeitar a espessura recomendada pelo fabricante da argamassa que estiver sendo usada. Deve-se controlar o desgaste dos dentes da desempenadeira, pois a quantidade de argamassa colante que permanece após o frisamento é função da sua dimensão. Desempenadeiras com dentes gastos (diminuição da altura dos dentes em 1 mm) devem ser substituídas por novas ou devem ter a altura dos seus dentes recomposta . O assentamento do revestimento com a utilização de argamassa colante exige que as placas não estejam molhadas para que não ocorra prejuízo de aderência (a não ser que hajam recomendações contrárias do fabricante da argamassa). Caso as placas estejam sujas de poeira ou partículas soltas, estas deverão ser removidas com a utilização de um pano seco. Em situações em que se faça necessário a molhagem das placas para a sua limpeza, estas não deverão ser assentadas antes de sua completa secagem . A placa de rocha ornamental limpa e seca será aplicada sobre os cordões de argamassa colante ligeiramente fora de posição, sendo, em seguida, pressionada e arrastada até a sua posição final, de modo a romper os filetes da argamassa. Atingida a posição final, a placa deverá ser suficientemente percutida com os dedos ou com um martelo de borracha, para não danificar sua face polida ou provocar a quebra da mesma. Uma percussão adequada é fundamental, pois aumenta a área de contato da argamassa com a placa, aumentando, assim, a sua resistência ao arrancamento. A percussão deverá ser feita até o extravasamento da argamassa colante pelas laterais da placa . Após o assentamento, recomenda-se a limpeza da placa num prazo inferior a 1 hora. Esta deverá ser feita com esponja de espuma de poliuretano limpa e úmida, seguida de secagem com estopa limpa. Preferencialmente, nunca devem ser utilizados ácidos para a limpeza, devido a possibilidade dos mesmos provocarem manchas indesejáveis nas placas (os ácidos, tais como o ácido muriático, podem atacar quimicamente materiais como os mármores e em granitos podem provocar manchas avermelhadas devido a remoção de íons de ferro originados da biotita e da granada) . O preparo e utilização da argamassa colante demanda os cuidados já explicitados no assentamento do revestimentos cerâmicos Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior . Sem argamassa : Com inserts metálicos Exemplo de sistema de fachada aerada : Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior FUROS NAS PLACAS . Segundo o CSTC (1983) os furos, ou devem se localizar a uma distância mínima entre o seu eixo e o canto correspondente de 1/4 a 1/5 do comprimento da placa, ou devem respeitar uma distância mínima do canto igual a três vezes a espessura da placa. A mesma entidade (1967) acrescenta que o diâmetro dos furos deve ser da ordem de 2mm maior que o diâmetro do corpo metálico e também que a distâmcia entre o furo e a face posterior interna da placa deve ser no mínimo de 10 mm . O elemento metálico deve ser limpo para facilitar sua aderência com o selante no interior do furo. O preenchimento dos furos da placa com selante traz duas vantagens : evita o contato metálico com a placa e inibe vibrações passíveis durante a vida útil da placa FUROS NA BASE . O posicionamento dos furos de fixação dos chumbadores de expansão devem ser realizados em conformidade com o projeto estrutural, entre outros. Deve-se evitar : - áreas de grande concentração de armadura - dutos de instalação elétrica/hidráulica - furos de travamentos das formas - proximidades de brocas não tratadas JUNTAS DE DILATAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO . Juntas de dilatação (ou assentamento) : - materiais : argamassas ( 2 a 5 % resilientes) selantes elastoméricos (silicones e mástiques 20 a 25 % resilientes) - Fita crepe como limitador : evitar manchamentos - Limpeza de selantes : álcool etílico ou isopropanol - Frisamento para obtenção do abaulamento : dedo com luva de PVC, cano ou ferro redondo . Juntas de movimentação - Material de enchimento : boa resiliência (espuma de polietileno expandido, isopor) - Material selante : silicones e mástiques (deformação sem ruptura - 20 a 25 %) - Fator forma : dois para um (duas unidades na largura e uma na profundidade) - Adesividade : o selante deve estar bem aderido a placa e mal aderido ao material de enchimento Curso de Especialização em Construção Civil – Disciplina Técnicas de Revestimento Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior - Exemplo de junta de movimentação : Granito Argamassa colante Emboço Selante elastomérico Espuma de poliuretano expandido (Tarucel) Base de concreto Chapisco Limpeza . É recomendável que a limpeza do material de rejuntamento sobre a face da placa seja feita após 15 minutos, com um pano limpo e úmido e, após mais 15 minutos, deve-se finalizar esta limpeza com um pano seco. A limpeza deverá ser eficiente de modo a evitar a necessidade de posterior utilização de ácido muriático na limpeza final. Para limpeza mais pesadas, água + sabão neutro + palha de aço nº 0. Referências Bibliográficas 1- FLAIN, E. P. ; Tecnologia de Produção de Revestimentos de Fachadas de Edifícios em Placas Pétreas. Dissertação de Mestrado. USP. São Paulo, 1995. TÉCNICAS. Projeto de 2- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha. Procedimento. NBR 13.707. Rio de Janeiro, 1996. 3- CARVALHO JR., A. N. ; Notas de aula de Construção de Edifícios II . Belo Horizonte, 1994. 4- CUNHA, M. G., Trabalhos encaminhados e correspondências pessoais. Belo Horizonte, 1997.