I Laboratório de Aprendizagem em Inovação de Lançamento da

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I Laboratório de Aprendizagem em Inovação de Lançamento da
I Laboratório de Aprendizagem
em Inovação de Lançamento
da Rede Diáspora Brasil
Relatório
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
© 2014 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que seja citada a fonte.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Rede Diáspora Brasil
Equipe Técnica
Eduardo Rezende – Especialista em Projetos Internacionais
Lanna Dioum - Analista Sênior em Projetos Internacionais
Rodolfo Milhomem de Sousa - Analista Sênior em Projetos Internacionais
Gerência
Roberto dos Reis Alvarez
Gerente de Análises e Projetos Estratégicos
Coordenação
Patricia Vicentini
Coordenadora de Assuntos Internacionais
Gerência de Comunicação
Oswaldo Buarim Júnior
Revisão de texto
Ivan Bicudo
Projeto gráfico e diagramação
Marco Lúcius Freitas
ABDI
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Setor Bancário Norte, Quadra 1 - Bloco B
Ed. CNC - 70041-902 / Brasília DF
Tel.: (61) 3962-8700
www.abdi.com.br
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Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Mauro Borges Lemos
Ministro
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Mauro Borges Lemos
Presidente
Maria Luisa Campos Machado Leal
Diretora
Otávio Silva Camargo
Diretor
Cândida Beatriz de Paula Oliveira
Chefe de Gabinete
Roberto dos Reis Alvarez
Gerente de Análises e Projetos Estratégicos
Patricia Vicentini
Coordenadora de Assuntos Internacionais
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sUmárIo
IntRODUçãO............................................................................................................................ 5
A DIÁSPORA tECnOLógICA E A REDE DIÁSPORA BRASIL ...................................................... 5
O LABORATÓRIO DE APRENDIZAGEM EM INOVAÇÃO DA REDE DIÁSPORA BRASIL ................. 5
A REGIÃO DE BOSTON E O MIT .......................................................................................... 7
PROGRAMAÇÃO ............................................................................................................... 8
FUNCIONAMENTO DA REDE DIÁSPORA BRASIL ................................................................... 8
PAInEL1 – A DIÁSPORA tECnOLógICA BRASILEIRA nOS EUA: ............................................. 9
EXPERIÊnCIAS DE OPERAçãO EM REDE .................................................................................. 9
TEMAS CONVERGENTES .................................................................................................. 12
PAInEL 2: COnEXÕES DA DIÁSPORA tECnOLógICA COM O BRASIL: OPORtUnIDADES,
DESAFIOS E LIçÕES APREnDIDAS .......................................................................................... 14
INSTITUCIONALIDADE ..................................................................................................... 14
RISCOS E ENTRAVES ....................................................................................................... 16
POTENCIAL DE ENGAJAMENTO ........................................................................................ 17
PAInEL 3 - MECAnISMOS BRASILEIROS EM CIÊnCIA, tECnOLOgIA E InOVAçãO PARA A
AMPLIAçãO DE COnEXÕES DO BRASIL COM SUA DIÁSPORA ............................................. 18
PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E CAPACITAÇÃO ................................................... 20
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .................................................................................... 21
INTERNACIONALIZAÇÃO ................................................................................................. 22
CAPACITAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL ................................................................... 23
A INOVAÇÃO NAS EMPRESAS .......................................................................................... 24
LABORAtóRIO DE APREnDIzAgEM EM InOVAçãO REDE DIÁSPORA BRASIL ...................... 28
KICK-OFF DISCUSSAntS ........................................................................................................ 30
MODERADORES ...................................................................................................................... 33
PARtICIPAntES....................................................................................................................... 34
InTrodUção
a dIásPora TecnoLógIca e
a rede dIásPora brasIL
A Rede Diáspora Brasil é uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com
o objetivo de estruturar uma plataforma de conexão com a diáspora tecnológica brasileira, criando uma
rede de brasileiros no exterior para a geração de negócios, atração de investimentos, desenvolvimento
de projetos em áreas intensivas em conhecimento e tecnologia.
A Rede Diáspora Brasil também pretende estimular novas formas e possibilidades de inovação para
a competitividade do Brasil, conectando a diáspora com oportunidades e programas estratégicos
brasileiros.
Cada vez mais, brasileiros procuram aperfeiçoar suas qualificações profissionais, pesquisas e estudos
no estrangeiro contribuindo para o desenvolvimento da ciência, tecnologia, competitividade e inovação.
Trata-se de um amadurecimento do capital humano exposto a outros ambientes inovadores e com
diferentes estágios de desenvolvimento tecnológico.
O Brasil tem hoje uma diáspora de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, segundo estimativa do
Ministério das Relações Exteriores (MRE), vivendo em países de todos os continentes.
Uma iniciativa governamental em evidência, que reconhece a importância de profissionais brasileiros
com formação global, é o programa Ciência Sem Fronteiras do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI). O programa concedeu mais de 39 mil bolsas a estudantes brasileiros para estudos
no exterior desde sua criação em 2011, investindo em uma geração de profissionais capazes de trazer
conhecimento e compartilhar suas experiências em benefício próprio e em benefício do Brasil.
Pensando nesse público de brasileiros no exterior, a Rede Diáspora Brasil se coloca como uma plataforma
facilitadora de conexões dentro de um panorama que se expande, em que novas oportunidades e
ideias atravessam fronteiras, com o avanço da tecnologia de comunicação e o crescente contingente de
brasileiros inseridos em um ambiente global de conhecimento.
o LaboraTórIo de aPrendIzagem em
Inovação da rede dIásPora brasIL
A Rede Diáspora Brasil é um movimento em constante crescimento e desenvolvimento, contando
com participantes de diversos perfis: são pesquisadores, acadêmicos, empreendedores, investidores,
formadores de opinião e representantes do Brasil e suas organizações. A Rede se dedica a identificar
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
esses brasileiros e conectá-los entre si e com o Brasil, por meio de um conjunto de atividades virtuais e
presenciais realizadas em âmbito nacional e internacional.
Como parte dessas atividades, os Laboratórios de Aprendizagem em Inovação são encontros no formato
de workshops, realizados em regime periódico pela Rede na diáspora com o objetivo de conhecer e
compartilhar conhecimento. Por meio dos Laboratórios, apelidados de LABs, a Rede é capaz de agregar
novos participantes, capacidades e oportunidades à sua plataforma, permitindo o encontro de pessoas
e grupos com interesses em comum, que dificilmente se encontrariam de outra maneira.
Reunir a diáspora é sempre um desafio, dado que se trata de um grupo difuso e, por natureza, disperso.
Portanto, encontros presenciais são importantes para estimular a construção de alianças em torno de
objetivos em comum. Especificamente durante a fase inicial da Rede Diáspora Brasil, a realização de
LABs proporciona a troca de conhecimentos e competências sobre modelos de colaboração em redes de
profissionais, contribuindo para a formação e a consolidação da própria Rede Diáspora Brasil.
Massachusetts Institute of Technology
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a regIão de bosTon e o mIT
Visando ampliar a atração e o impacto de suas primeiras atividades nos EUA, o LAB de lançamento
da Rede Diáspora Brasil foi realizado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT), na região de
Boston, em 4 de outubro de 2013, em parceria com o MIT-Brazil.
MIT-Brazil – Programa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) com foco no Brasil e
com o objetivo de conectar estudantes e o corpo docente do MIT a organizações e oportunidades
de pesquisa e de trabalho no Brasil, além de expandir as possibilidades de colaboração entre
pesquisadores do Brasil e da instituição. O MIT-Brazil busca parcerias com as principais empresas e
institutos de pesquisa para encontrar soluções para os desafios tecnológicos, científicos, sociais e
institucionais enfrentados pelo Brasil e o mundo. As parcerias do MIT-Brazil têm forte compromisso
com a formação de líderes técnicos e de negócios que podem construir alianças entre organizações
no Brasil e nos Estados Unidos.
Os motivos da escolha da cidade de Boston para a realização do primeiro LAB são muitos: a região
concentra a maior comunidade de brasileiros nos EUA. Segundo estimativas do MRE publicadas em
2012, existem 355 mil brasileiros vivendo na região de Massachusetts.
Além disso, a cidade de Boston e seus arredores possuem uma concentração de centros tecnológicos de
expressão internacional como a Universidade de Harvard, a Universidade de Massachusetts e o próprio MIT.
BOSTON:
Boston, Massachusetts, (EUA)
A área conta com centros de inovação como a Kendall Square, onde estão estabelecidas mais de 150
empresas de biotecnologia e tecnologia da informação, além de espaços como o Cambridge Innovation
Center, que abriga mais de 400 startups de base tecnológica.
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
No coração desse ecossistema encontra-se o MIT, uma referência mundial em pesquisa tecnológica e
inovação, que é destino de centenas de brasileiros que buscam excelência em sua formação científica
e profissional.
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
Programação
A programação do LAB de lançamento da Rede Diáspora Brasil foi construída com o intuito de abordar,
por meio de painéis, dois temas principais: o papel estratégico da diáspora tecnológica brasileira para
a competitividade e a inovação no país e a identificação da diáspora brasileira, sua dinâmica e grupos
organizados.
A proposta era lançar as bases de um canal de diálogo regular, estável e crescente entre grupos da
diáspora brasileira em diversas regiões nos EUA e organizações no Brasil.
FUncIonamenTo da rede dIásPora brasIL
As atividades do encontro tiveram início com uma rodada de apresentações de todos os presentes,
seguida de uma exposição sobre os objetivos da Rede, sua construção, suas atividades, meios de
envolvimento e animação dos grupos de brasileiros.
O encontro contou com a participação de 40 profissionais brasileiros e também estrangeiros, amigos
do Brasil, das áreas, principalmente, de biotecnologia, saúde, tecnologia da informação e comunicação,
além de redes de profissionais brasileiros. Com alcance também externo à região de Massachusetts, o
LAB mobilizou brasileiros de Washington, DC, e da Califórnia.
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1° Laboratório de Aprendizagem em Inovação da Rede Diáspora Brasil
Pye Room, Massachusetts Institute of Technology
PaIneL1 – a dIásPora TecnoLógIca
brasILeIra nos eUa: eXPerIêncIas
de oPeração em rede
Desde o início do estudo para a construção da Rede Diáspora Brasil, verificou-se a necessidade de
entender como funcionam as redes de profissionais e os programas de diásporas tecnológicas já
existentes. Nesse sentido, o primeiro painel da programação do LAB ofereceu aos participantes um
panorama das atividades de redes e programas já em operação nos Estados Unidos, trazendo ao debate
suas experiências. O objetivo foi agregar o conhecimento e a experiência desses grupos colaborativos
na construção da Rede.
Foram convidados a compor o painel representantes de quatro iniciativas: o MIT-Brazil, o PUBBoston e
o Brazil Today, que atuam em Boston, e a BayBrazil, que atua na região do Vale do Silício.
O MIT-Brazil é um programa específico que atua dentro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
nas seguintes frentes: facilitação de programas de estágio; realização de eventos que promovam a
visibilidade mútua entre o MIT e a comunidade brasileira; colaboração entre pesquisadores do Brasil e
do MIT. Um dos destaques do programa são as startups de sucesso criadas por alunos brasileiros do MIT.
O PUBBoston é o grupo de Pesquisadores Universitários Brasileiros da região de Boston – área que
concentra as principais instituições acadêmicas do mundo. O foco do programa é fazer uso da base
de conhecimento da rede para discutir temas de interesse comum e catalisar novas conexões, locais e
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
internacionais, em pesquisa, inovação e educação, fortalecendo a presença brasileira em universidades,
institutos de pesquisa e empresas da região.
Vitor Pamplona, participante do LAB, co-fundador do PUBBoston e CTO da Eyenetra, empresa de
tecnologia da área da saúde, ressaltou a importância da Rede Diáspora Brasil em apoiar projetos da
comunidade brasileira. “Essa é uma oportunidade para que os grupos locais se conectem com o Brasil;
precisamos de uma maior institucionalização para captar financiamento e fazer com que o grupo, como
um todo, caminhe para frente”, disse Pamplona. Segundo ele, grande parte da comunidade de Boston é
formada por pesquisadores universitários com interesse em articulação com outros centros de pesquisa
e com empresas.
Informações sobre os quatro programas que apresentaram suas experiências no painel:
MIT-Brazil – Programa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), com foco no Brasil e com o
objetivo de conectar estudantes e o corpo docente do MIT a organizações e oportunidades de pesquisa
e de trabalho no Brasil, além de expandir as possibilidades de colaboração entre pesquisadores do
Brasil e da instituição. O programa oferece intercâmbio para estudantes em diversos campos, como
por exemplo: pesquisas sobre uso sustentável dos recursos naturais encontrados na Amazônia e
em todo o Brasil; trabalho de inovação em biocombustíveis, energia hídrica, eólica e tecnologia
solar em empresas líderes mundiais nestas áreas; contribuição na consolidação de uma sociedade
empreendedora com fomento a startups; colaboração em projetos de políticas sociais que tenham
impacto na melhoria da qualidade de consumidores.
PUBBoston – Grupo de pesquisadores universitários brasileiros na região da Nova Inglaterra. Trata-se
de uma rede interativa de aproximadamente 300 pesquisadores brasileiros que vivem naquela área.
O objetivo do grupo é fazer uso da base de conhecimento da rede para discutir temas de interesse
comum e catalisar novas conexões, locais e internacionais, em pesquisa, inovação e educação,
fortalecendo a presença brasileira em universidades, institutos de pesquisa e empresas da região.
Brazil Today – O Brazil Today é um fórum de negócios e uma rede de profissionais com foco no
Brasil, com sede em Boston, Massachusetts. Ele foi criado por um “amigo do Brasil”, cidadão
norte-americano que se estabeleceu no Brasil por vários anos e, ao voltar para os EUA, sentiu a
necessidade de um ambiente propício para o diálogo da comunidade brasileira na região. O grupo
realiza atividades interativas sobre questões atuais e negócios no Brasil, além de oferecer estímulos
para a estruturação de uma rede intersetorial de troca de informações.
BayBrazil – A BayBrazil é uma organização sem fins lucrativos localizada no Vale do Silício,
dedicada a integrar o ambiente brasileiro-americano de profissionais e empresas da área de alta
tecnologia, facilitando a ligação entre esses grupos do Vale do Silício e do Brasil. A cada três
meses são organizadas reuniões de networking com profissionais dos dois países, com o objetivo
de promover interação e identificar oportunidades de realização de negócios e de cooperação em
áreas tecnológicas.
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Vitor Pamplona, Eyenetra
O CEO e fundador do Brazil Today, Judson DeCew, apresentou detalhes de seu programa, que privilegia
a circulação de informações e o contato entre membros por meio de reuniões. É um fórum de negócios
propício para a interação da comunidade brasileira. O grupo realiza atividades que envolvem atualiadades
econômicas e negócios no Brasil, criando estímulos para a estruturação de uma rede de troca de
informações. “No início, o foco era em ciência e tecnologia, mas logo o direcionamento mudou para
negócios e atualidades sobre o ambiente empresarial no Brasil, à medida que crescia a demanda por
informações sobre empresas brasileiras que operam nos EUA”, afirma DeCew. Foi criada então uma rede
com foco no Brasil, composta em sua maioria por americanos amigos do Brasil e profissionais brasileiros,
com a proporção de brasileiros por
volta de um terço, aproximadamente.
Por último, o grupo BayBrazil foi
apresentado por sua CEO e fundadora,
Margarise Correa. Operando na
região do Vale do Silício, a BayBrazil
é uma organização sem fins lucrativos
com foco na geração de negócios,
empreendedorismo e inovação, em
parceria com grupos de profissionais
de todas as partes do mundo.
Judson DeCew . Brazil Today
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Margarise Correia. Bay Brazil
O grupo promove sessões com mentores para empreendimentos brasileiros e realiza mais de 30 eventos
por ano, incluindo atividades de mentoria. Segundo Margarise, as comunidades dos BRICS 1 são muito
expressivas na região – existem redes com mais de 3 mil profissionais estrangeiros. A BayBrazil tem
parceria com organizações de diversos países que, por sua vez, criam pontes com suas comunidades de
diáspora.
Temas convergentes
Um tema bastante discutido durante o painel, pelos representantes de cada um desses programas e
pelo público presente, foi a questão do reconhecimento da importância desses grupos para o Brasil e a
necessidade de se dar maior apoio às suas ações. Isso implica, inclusive, no financiamento de atividades
dessas redes, para que cresçam e tenham escala na identificação e no aproveitamento de oportunidades
de colaboração com o Brasil.
Vitor Pamplona citou o exemplo de um projeto de dois estudantes da região, que já haviam registrado
patentes com tecnologia pronta para criar uma empresa. Necessitavam apenas de suporte material para
colocar um produto no mercado e retornar ao Brasil com uma experiência empreendedora. O PUBBoston
não conseguiu levantar o seed money, por falta de recursos.
“Uma comunidade fortalecida, com identidade cultural e uma forte rede de contatos aumentaria
as chances de se conseguir os investimentos necessários para projetos como esse”, argumentou o
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Denominação dada ao conjunto de países composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
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empresário. “Uma mais evidente institucionalidade – representada, neste caso, pela atuação da ABDI –,
irá facilitar futuramente a captação de recursos.”
Outro aspecto ressaltado nos debates do painel foi a iniciativa de estruturar programas de mentoria das
redes locais. A BayBrazil reuniu um grupo de profissionais brasileiros em áreas tecnológicas que estão
dedicando um pouco de seu tempo para oferecer mentoria a startups no Brasil em temas de tecnologia,
gestão e acesso a mercados. Esse é um trabalho que poderia ser apoiado pela Rede Diáspora Brasil de
modo a ter alcance a um número maior de empresas e de regiões no Brasil.
1° Laboratório de Aprendizagem em Inovação da Rede Diáspora Brasil.
Pye Room, Massachusetts Institute of Technology
Precisamos de uma maior institucionalização para
captar financiamento e fazer com que o grupo,
como um todo, caminhe para frente.
Vítor Pamplona, Eyenetra
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
PaIneL 2: coneXÕes da dIásPora
TecnoLógIca com o brasILoPorTUnIdades, desaFIos
e LIçÕes aPrendIdas
O segundo painel do Laboratório procurou discutir dessa forma, experiência das conexões com o
Brasil, com exemplos trazidos por profissionais brasileiros expatriados oferecendo um panorama das
oportunidades, desafios e lições aprendidas por quem vem trabalhando com o Brasil ao longo dos anos,
com variáveis níveis de dificuldade, sucesso e diferentes pontos de vista. Para a Rede Diáspora Brasil,
as discussões sobre essas experiências ajudam a construir, de forma colaborativa, o modelo da Rede e
facilitar a identificação de mecanismos de inovação, oportunidades de projetos e negócios binacionais.
Essa construção de forma colaborativa é uma característica fundamental da Rede. É por meio do
envolvimento dos profissionais brasileiros, já na fase inicial do projeto, que será construída uma
comunidade da qual eles mesmos se beneficiarão. Ouvir suas expectativas e suas experiências permite
a elaboração de um conjunto de ações que são originárias de suas necessidades, com maior grau de
eficácia para o interesse coletivo da diáspora em se conectar com o Brasil.
InsTITUcIonaLIdade
No início das exposições do painel, foi apresentada a questão das diferenças entre os ecossistemas de
inovação e tecnologia nos dois países. Existem diferenças concretas entre o tamanho e a qualidade dos
ecossistemas de inovação no Brasil e nos EUA. Por exemplo, enquanto nos EUA as instituições de ensino
possuem ligações fortes com a iniciativa privada, esse fenômeno ainda é incipiente no Brasil.
Eduardo do Couto e Silva, assessor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, argumentou em sua
apresentação que as relações dentro do ecossistema brasileiro de inovação estão amadurecendo,
mas ainda longe do ideal. As
interações são muito pontuais,
embora isso esteja mudando, com
acordos e parcerias de alto nível
entre escolas de engenharia e a
iniciativa privada, por exemplo.
Eduardo do Couto, CGEE
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Em sua experiência como membro e animador da diáspora brasileira no Vale do Silício, antes de seu
retorno ao Brasil, ele destaca a dificuldade de financiamento das iniciativas de articulação da diáspora
das quais participou devido à falta de institucionalidade. Ele ressaltou que, com envolvimento da
ABDI e de outras organizações como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) na Rede Diáspora, a
atividade de construir uma Rede eficaz será facilitada exatamente por conferir maior institucionalidade
à iniciativa, além do potencial de promover o aumento da inserção internacional do Brasil e um reforço
na construção da imagem positiva do Brasil no exterior. Trata-se de um esforço complexo, e as redes de
profissionais brasileiros, que normalmente não contam com apoio financeiro e institucionalidade, têm
dificuldade de expandir suas conexões e aprofundar colaborações com atores fora do grupo.
Para Dan Martines, CTO da plataforma ViS Research, é fundamental uma estrutura de estímulo ao
ecossistema de inovação, pesquisa e desenvolvimento no Brasil.
“São necessários: a ideia, o conhecimento de gerenciamento para comercializá-la e o investimento”,
argumentou Martines. “Foi a ausência desses três pilares que impediram a empresa ViS Research de se
desenvolver no Brasil e optou por migrar para os EUA.” Segundo ele, a escala de negócios no Brasil é
diferente dos EUA; daí a dificuldade em se trabalhar com tecnologias intensivas em conhecimento.
Dan Martines. ViS Research
Álvaro Lima, diretor de pesquisa da prefeitura de Boston e fundador da página eletrônica digaai.com,
diz que o Brasil tem pouco acesso à alta concentração de venture capital e angel investments da
região de Boston – a segunda maior dos EUA. Ele lembrou que a diáspora brasileira não é um fenômeno
isolado. Ela está representada em instituições americanas – nas universidades, por exemplo –, que
devem ser incluídas, juntamente com o governo, nas ações efetuadas pela Rede.
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Álvaro Lima. Digaii.com
RISCOS E ENTRAVES
Os investidores esperavam poder entrar com
U$ 50 mil e ter retornos de milhões.
Dan Martines, ViS Research
Dan Martines, da ViS Research, levantou uma questão relevante em sua apresentação: a cultura do
investimento de risco dentro da escala de negócios do Brasil.
Martines trouxe aos participantes o ponto de vista dos profissionais e pesquisadores da área de saúde,
especificamente sobre a plataforma da Vis Research, focada na pesquisa clínica e no mapeamento e
identificação de centros de pesquisa na área da saúde. Fundada no Brasil, a empresa se mudou para os
EUA após uma série de dificuldades, apesar da vontade de seus fundadores de que fosse um exemplo
brasileiro de sucesso.
“Os investidores esperavam poder entrar com U$50 mil e ter retornos de milhões,” disse o empreendedor,
observando a questão da escala de negócios pouco favorável no Brasil. Isso se traduz em investimentos
pequenos, com expectativas de retornos exorbitantes, como é caracterizado pela baixa tolerância ao
risco do investidor brasileiro.
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Eduardo do Couto e Silva reforçou a necessidade de um processo de quebra de paradigmas promovido
pela Rede Diáspora Brasil. Segundo ele, o projeto deve possuir fortes credenciais de negócios, ciência,
tecnologia e inovação.
PoTencIaL de engaJamenTo
As apresentações dos kick-off discussants foram complementadas pela rica intervenção dos presentes
ao aprofundar as discussões sobre experiências de colaborações envolvendo o Brasil e os Estados
Unidos, as oportunidades para uma melhor colaboração e como construir uma relação para geração
de projetos e de negócios, utilizando-se as experiências dos profissionais brasileiros expostos ao
ecossistema inovador dos EUA.
As apresentações dos profissionais brasileiros ilustraram que um engajamento com a diáspora tecnológica
brasileira tem grande potencial de benefícios para o Brasil, sem a necessidade do retorno físico desses
brasileiros para o país de origem. É importante apoiar iniciativas de grupos de expatriados, conferindolhes apoio para sua organização, desenvolvimento, institucionalidade e a estruturação de canais de
conexões para um reengajamento com iniciativas, programas e organizações no Brasil.
Da esquerda para direita: Cristina Caldas, Consulado de Boston; PubBoston; Rosabelli Coelho
Keyssar, MIT-Brazil; Eduardo Rezende, ABDI
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
PaIneL 3 - mecanIsmos brasILeIros
em cIêncIa, TecnoLogIa e Inovação
Para a amPLIação de coneXÕes
do brasIL com sUa dIásPora
O terceiro painel da programação contou com apresentações de representantes de organizações do
Brasil e dos EUA presentes no Laboratório: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Confederação Nacional da Indústria, Instituto
Nacional de Propriedade Industrial, Laspau – Academic and Professional Programs for the Americas,
afiliada à Harvard University, e Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, moderados
pelo representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Foram apresentados programas nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e educação com o objetivo
de se discutir como aproximar esses instrumentos disponíveis do capital humano expatriado, como a
diáspora pode se envolver nos programas apresentados, e como oportunidades locais, identificadas pela
diáspora brasileira, podem complementar e auxiliar esses programas.
Alguns dos programas e temas discutidos foram: Plano Brasil Maior (PBM) e as agendas tecnológicas setoriais
Instituído pelo governo federal, o Plano Brasil Maior estabelece a política industrial, tecnológica, de
serviços e de comércio exterior do Brasil para o período de 2011 a 2014. Com foco no estímulo à
inovação e à produção nacional para alavancar a competitividade da indústria nos mercados interno e
externo, o país se organiza para dar passos mais ousados em direção ao desenvolvimento econômico
e social.
Ao mobilizar as forças produtivas para inovar, competir e crescer, o Plano busca aproveitar competências
presentes nas empresas, na academia e na sociedade, construindo um país mais próspero e inclusivo.
O Plano Brasil Maior integra instrumentos de vários ministérios e órgãos do governo federal cujas
iniciativas e programas se somam num esforço integrado e abrangente de geração de emprego e renda
em benefício do povo brasileiro.
Pedro Álem, gerente de Política Industrial da CNI e moderador do painel, apontou elevado interesse de
organizações privadas na Rede, desde que haja um “bottom line” bem definido. Demonstrou interesse
da CNI no apoio às atividades da Rede, também para levar as discussões ao Conselho de pequenas
empresas que preside na entidade.
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Pedro Álem. CNI
Ricardo Martins, especialista no setor de TICs da ABDI, fez uma apresentação sobre o funcionamento
da agência e da implementação do PBM, além de apresentar projetos na área de TICs e as agendas
tecnológicas setoriais (ATS).
Ricardo Martins. ABDI
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
As Agendas Tecnológicas Setoriais buscam traçar panoramas econômicos e tecnológicos e identificar as
tecnologias relevantes nos próximos quinze anos com factibilidade técnica e viabilidade comercial para
o Brasil. O foco das Agendas está na inovação como fator de reposicionamento da indústria nacional,
contemplando setores prioritários do PBM. Essa atividade tem o objetivo de preparar o terreno para
aperfeiçoar o uso dessas tecnologias.
Uma das oportunidades identificadas pelo especialista é a colaboração da diáspora na prospecção de
tecnologias para as agendas setoriais, já que a diáspora brasileira se encontra frequentemente inserida
em ambientes tecnológicos de ponta.
Programa Ciência Sem Fronteiras e capacitação
Peter DeShazo, diretor-executivo da Laspau, organização sem fins lucrativos associada à Universidade
de Harvard, destacou a importância de promover a pesquisa e a inovação tecnológica em um país em
patamar de desenvolvimento como o Brasil, mediante o intercâmbio de estudantes e pesquisadores.
Peter DeShazo. Laspau. Harvard University
A Laspau dedica-se a promover o fortalecimento do ensino superior e da pesquisa por meio da concessão
de bolsas de estudos e a realização de programas para promover o fortalecimento do ensino e da
aprendizagem no nível superior. Desde 1964, mais de 20 mil estudantes participaram de programas da
instituição, que administra bolsas do governo dos EUA, da Comissão Fulbright e da Organização dos
Estados Americanos (OEA).
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A organização é parceira do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), com o apoio da Capes e do CNPQ.
O programa de doutorado pleno do CsF inseriu neste ano 70 estudantes brasileiros em 46 instituições
de ensino nos EUA.
Recentemente, a Laspau assinou um acordo com o Centro de Liderança Pública de São Paulo para lançar
uma iniciativa que incentiva a criação de startups brasileiras, conectando estudantes e pesquisadores
universitários do Brasil a universidades da região de Boston. Eles trabalharão com mentores do setor
acadêmico e privado para desenvolver projetos orientados à melhoria da competitividade da economia
brasileira.
emPreendedorIsmo no brasIL
De acordo com dados apresentados pelo Diretor de Fomento à Inovação do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, sobre o mercado empreendedor e o
ecossistema de inovação do Brasil, o investimento público em pesquisa e desenvolvimento cresceu 4,5
vezes no Brasil nos últimos anos. Segundo dados do Banco Mundial, mais de 2 milhões de empresas foram
criadas nos últimos 10 anos no Brasil, tornando-o terceiro país em número de abertura de empresas,
atrás dos EUA e do Reino Unido. A qualidade do empreendedorismo também cresceu, dobrando o
número de empreendedores com mais de 11 anos de estudo e caindo em 30% os de baixa escolaridade.
O empreendedorismo é cada vez mais considerado uma oportunidade de carreira entre universitários.
Marco Vinícius de Souza. MDIC
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Nesse contexto, foram criadas duas iniciativas de incentivo à inovação: o Start-Up Brasil, do Ministério
de Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Inovativa Brasil, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.
O Start-Up Brasil busca apoiar as empresas nascentes de base tecnológica, as startups, e sua ligação
a aceleradoras. O programa tem o objetivo de agregar o conjunto de atores e instituições – e seus
respectivos programas e ações – em favor do empreendedorismo de base tecnológica.
O Inovativa Brasil é um programa nacional de capacitação para impulsionar negócios com foco em inovação,
seja de futuros empreendedores com a ideia no papel querendo colocá-la em prática, ou de empreendedores
em fase inicial, com empresas de até 5 anos ou faturamento anual máximo de R$3,6 milhões.
O programa oferece capacitação nas competências necessárias para se tornar um empreendedor de alto
impacto, acesso a conteúdos especializados e atividades presenciais para apoiar o desenvolvimento
de negócios iniciantes, coaching e networking com especialistas de diversas áreas, como consultores,
empreendedores, executivos de mercado, educadores e investidores, com a possibilidade de participação
de profissionais na diáspora.
Um dos focos principais do programa é desenvolver uma plataforma que promova excelência e fluxos de
larga escala para programas de mentores, capaz de atender a milhares de empresas.
Outro ponto de destaque na apresentação do MDIC foi a implementação de centros de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) no Brasil. Há cada vez mais centros instalados no país por grandes empresas,
o que tem contribuído para fortalecer o país como um destino competitivo para P&D. Segundo ele, a
diáspora brasileira tem muito a contribuir nesses programas em virtude, entre outros, de sua exposição
a novas formas de inovação para a competitividade e à qualidade de sua rede de contatos.
InTernacIonaLIzação
Fernando Spohr, gerente-adjunto do Centro de Negócios em Miami da Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), apresentou a estrutura nacional da agência e também
seus centros de negócios da América do Norte. Uma das atividades-fim da agência é facilitar a
internacionalização de empresas brasileiras.
22
Fernando Spohr. Apex-Brasil
A Apex-Brasil possui um escritório em Miami e um, recém-inaugurado, em São Francisco, na Califórnia.
Segundo ele, já existem 70 empresas brasileiras credenciadas com sede no centro de negócios de Miami.
Os centros fazem parte de uma iniciativa em três frentes da Apex no exterior. As outras duas são as
missões comerciais e um serviço de inteligência de mercado, que fornece informações estratégicas para
as empresas. Fernando destacou que a agência já possui uma vasta rede de contatos, e que a Rede
Diáspora tem o potencial de ajudar a expandir ainda mais as conexões e fortalecê-las.
Na ocasião, Spohr anunciou que a Apex-Brasil havia recentemente assinado um termo de entendimento
com o SelectUSA, um serviço de informações sobre comércio do governo americano. Isso permitirá que
as empresas brasileiras tenham mais informações sobre os mercados dentro dos Estados Unidos.
caPacITação e ProPrIedade InTeLecTUaL
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) tem feito um trabalho de disseminação da cultura
da propriedade intelectual no Brasil. De acordo com Adelaide Antunes, coordenadora do Observatório
Tecnológico do INPI, apenas 20% dos depósitos de patentes no INPI são feitos por residentes no País,
e desta fração, 98% são da área de TICs. A maioria das patentes é depositada por universidades, e não
por empresas.
23
I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Adelaide de Souza de Antunes. INPI
O INPI está iniciando um programa de doutorado em propriedade intelectual para estimular a cultura de
patentes, além de realizar cursos de curta duração por todo o País. O objetivo dos cursos de capacitação,
segundo a coordenadora, é estimular a cultura de patentes no País.
A coordenadora ressaltou que o Observatório Tecnológico do Instituto tem parceria com a FINEP,
a Fiocruz e o Instituto Nacional do Câncer, que fazem o levantamento de novas tecnologias e seus
respectivos inventores.
O inPi tem realizado cursos de capacitação em
propriedade intelectual em todo o País.
Adelaide
a Inovação nas emPresas
Concluindo o terceiro painel, Gisele Pinto, gerente de desenvolvimento de negócios da Hypermarcas,
apresentou algumas particularidades do conglomerado, que abrange empresas dos ramos de alimentos,
beleza, higiene pessoal e medicamentos.
24
Gisele Pinto. Hypermarcas
A representante do conglomerado, integrante do setor privado nacional, destacou o desenvolvimento
da cultura de inovação incremental e radical no setor de fármacos e novos medicamentos. Uma das
maiores dificuldades, segundo a gerente, é encontrar profissionais capacitados e dispostos a colaborar
em transferências de tecnologia, citando a Rede Diáspora Brasil como uma oportunidade que se abre
para a troca de conhecimentos e de recursos humanos.
Essa oportunidade vem ao encontro dos interesses de um grupo crescente de empresas nacionais que
buscam se internacionalizar, investir em aquisições e pesquisa, capacitar seus quadros técnicos e se
inserir em ambientes altamente inovadores.
25
I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
concLUsão e resULTados
A realização do Laboratório de Aprendizagem em Inovação, como o primeiro da Rede Diáspora Brasil,
representou um marco para a Rede por se tratar do seu lançamento junto aos conacionais brasileiros.
Esse Laboratório, além de dar visibilidade à Rede e às suas atividades, buscou discutir com os profissionais
e os grupos organizados de brasileiros como a iniciativa pode contribuir para ampliação de conexões e
identificação de oportunidades de colaboração entre a diáspora e o Brasil.
O encontrou demonstrou a importância da realização de atividades presenciais com os profissionais da
diáspora. Esse formato facilita e estimula a aproximação e estende a rede de contatos e de conhecimento,
além de construir a imagem da Rede e dos Laboratórios como oportunidades para o engajamento na
construção de projetos dinâmicos.
Eventos como esse proporcionam resultados práticos imediatos. Ao se apresentar e colocar redes de
brasileiros que não se conheciam em contato, foi possível identificar sinergias e complementaridades.
Esses grupos já estão conectados e se consultam sobre como trabalhar temas de interesse mútuo
em conjunto.
E como principais conclusões do encontro, destacam-se os seguintes itens:
•
O interesse dos participantes na organização e na participação em atividades da Rede. Reconhecem sua
importância na construção da Rede e consideram que têm muito a contribuir para o desenvolvimento
nacional por conta de suas experiências profissionais acumuladas internacionalmente, seus relacionamentos
e acessos a redes internacionais de negócios, pesquisa e inovação e acesso a infraestrutura de referência
em conexões com o Brasil em temas de ciência, tecnologia e inovação;
•
A necessidade da troca de experiências e da identificação de sinergias entre grupos e redes organizadas
de profissionais brasileiros e de amigos do Brasil estabelecidos nos Estados Unidos;
•
A importância e o interesse de conectar os membros da diáspora a programas brasileiros; e oportunidades
de participação, com o apoio da diáspora, de organizações, empresas e empreendedores brasileiros em
programas e projetos nos EUA em áreas de ciência, tecnologia e inovação;
26
•
A atuação de redes de diásporas como verdadeiras redes de conhecimento para o desenvolvimento da indústria
nacional e apoio na criação e organização de grupos de brasileiros em diferentes regiões nos EUA;
•
Redes locais de brasileiros atuam e realizam atividades contando com o voluntarismo de seus membros.
Existem grupos brasileiros já estabelecidos, de diferentes tamanhos e com abrangências diversas. Uma
demanda em comum é a necessidade de reconhecer a importância dessas redes, dar legitimidade e
institucionalidade, além de apoio para seu desenvolvimento e consolidação. A Rede Diáspora Brasil deve
coordenar essas iniciativas e grupos em um formato de “rede de redes”;
•
Os profissionais na diáspora podem atuar como aceleradores de talentos para as empresas e profissionais
do país de origem por meio de mentoring, coaching, treinamentos, oferecimento de bolsas de estudos
e de estágios, formando novos líderes, empreendedores e estimulando a internacionalização de empresas.
27
I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Laboratório de Aprendizagem em
Inovação Rede Diáspora Brasil
Rede Diáspora Brasil
4 de outubro de 2013
Pye Room- Prédio E40/496- Muckley Building
Massachusetts Institute of Technology (MIT)-Cambrigde/MA
8:30 am
Café de boas-vindas e recepção dos participantes
Opening remarks
Rosabelli Coelho Keyssar – Gerente do programa MIT Brazil
9:00 am
Frederico Cezar Araújo - Cônsul-Geral do Brasil em Boston
Eduardo Rezende- Coordenador do projeto Rede Diáspora Brasil- Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Rede Diáspora Brasil: Proposta e Logística de Funcionamento
Eduardo Rezende
9:20 am
Lanna Dioum
Rodolfo Milhomem
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
9:40 am
Perguntas e respostas
Painel - A diáspora tecnológica brasileira nos EUA: As experiências
de operação em rede
Moderador:
Eduardo Rezende- Coordenador do projeto Rede Diáspora Brasil- ABDI
10:00 am
Kick off discussants:
Rosabelli Coelho Keyssar - Gerente do programa MIT Brazil
Vitor Pamplona – CTO Eyenetra e co-fundador do PUBBoston
Judson DeCew - Diretor-Executivo Brazil Today
Margarise Correia - Founder & CEO- BayBrazil
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Painel – Conexões da Diáspora tecnológica com o Brasil:
Oportunidades, desafios e lições aprendidas
Moderadora:
Cristina Caldas- Coordenadora de Cooperação Educacional do Consulado-Geral
do Brasil em Boston
11:00 am
Co-fundadora PUBBoston
Kick-off Discussants:
Eduardo do Couto e Silva- Assessor - Centro de Gestão e Estudos EstratégicosCGEE
Álvaro Lima- Founder digai.com
Dan Martines- CTO Plataforma ViS Research
Painel - Mecanismos brasileiros em ciência, tecnologia e inovação
para a ampliação de conexões do Brasil com sua diáspora
Moderador:
Pedro Alem Filho- Gerente Executivo de Politica Industrial- CNI
Kick-off Discussants:
12:00 pm
Ricardo Martins- Especialista em Projetos de Tecnologia da Informação e
Comunicação- ABDI
Peter DeShazo- Diretor-Executivo Laspau - Harvard University
Marcos Vinícius de Souza- Diretor de Fomento à Inovação- Ministério do
Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
Fernando Spohr - Gerente Adjunto- Centro de Negócios em Miami- Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
Adelaide Maria de Souza Antunes- Coordenadora do Observatório Tecnológico Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
Sum up: Síntese das discussões e próximos passos
Kick-off Discussants:
01:00 pm
Eduardo do Couto e Silva – Assessor - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEE
Eduardo Rezende - Coordenador Rede Diáspora Brasil- ABDI
01:30 pm
Almoço de networking
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
KICK-OFF DISCUSSANTS
Dan Martines | CTO
Plataforma ViS Research
Executivo de tecnologia com mais de 16 anos de experiência internacional
em Estratégia de TI, Inovação e Desenvolvimento de Negócios.
O VIS Research Institute se concentra na otimização do processo de
desenvolvimento de medicamentos, permitindo o acesso a um mapa completo de infra-estrutura
de pesquisa clínica global. A missão da empresa é permitir que as partes interessadas encontrem
e compartilhem facilmente informações que podem melhorar o planejamento de pesquisa clínica
globalmelhorando, assim, a qualidade, relação de custo e eficiência e a rapidez no desenvolvimento de
novos medicamentos.
Eduardo Couto e Silva | Assessor
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEE
Brasiliense, físico de partículas experimental com vasta experiência em
astrofísica de altas energias. Fez graduação na UnB e viveu 22 anos fora do
Brasil. Possui doutorado pela Universidade de Indiana e pós-doutorados no
Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), na Suiça e no SLAC National
Accelerator Laboratory do DOE, administrado pela Universidade de Stanford.
Retornou ao Brasil em 2011 e trabalha no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos em Brasília, onde
realiza estudos visando recomendar e avaliar políticas públicas para as áreas de ciência, tecnologia
e inovação. Vem se especializando na articulação entre comunidades científicas e a indústria, e na
construção de estratégias para instituições que buscam excelência, impacto e inserção internacional.
Eduardo Rezende | Especialista em Projetos
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI
Coordenador da Rede Diáspora Brasil e especialista em projetos internacionais de
inovação pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Graduado
em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Brasília e Doutor em
Relações Econômicas Internacionais pela Bucharest Academy of Economic Studies.
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Judson DeCew | Diretor executivo
Brazil Today
O Brazil Today é um fórum de negócios e uma rede de profissionais focados
no Brasil contemporâneo, oferecendo um contexto único para o networking
e a troca de informações entre indústrias em questões de negócios e
oportunidades de negócios, tanto para as empresas da região da Nova
Inglaterra e indivíduos no Brasil e as empresas com sede no Brasil e indivíduos na Nova Inglaterra.
Margarise Correa | BayBrazil
Margarise Correa é fundadora & CEO da BayBrazil, uma organização sem
fins lucrativos focada em aproximar o Silicon Valley e o Brasil. Criadora
do BayBrazil Mentor Program, um programa de mentoria que conecta
profissionais brasileiros que trabalham nas empresas de alta tecnologia da
região com jovens empreendedores brasileiros.
Desde que se mudou para a Califórnia, há 15 anos, tem se dedicado a trabalhar em programas destinados
a estreitar os laços entre os Estados Unidos e o Brasil.
Peter DeShazo | Diretor Executivo Laspau
Harvard University
Peter DeShazo é o Diretor Executivo da LASPAU. Entre 2004 e 2010, ele
foi diretor do Programa das Américas para o Center for Strategic and
International Studies (CSIS), em Washington, DC.
A Laspau dedica-se a promover o fortalecimento do ensino superior e da pesquisa por meio da concessão
de bolsas de estudos e a realização de programas para promover o fortalecimento do ensino e da
aprendizagem no nível superior. Desde 1964, mais de 20 mil estudantes participaram de programas da
instituição, que administra bolsas do governo dos EUA, da Comissão Fulbright e da Organização dos
Estados Americanos (OEA).
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Ricardo Martins | Especialista em Projetos de TIC
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI
Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações pela PUC-MG com pósgraduação em Engenharia Econômica (FDC), Engenharia da Qualidade
(IETEC-MG), Finanças Empresariais (FGV) e Mestrado em Administração na
área de competência organizacional.
Integra a ABDI desde 2009, com atuação internacional na Cooperação Industrial com América Latina
e Caribe e no Complexo Eletroeletrônico a partir de 2011, com ênfase em politicas publicas para
semicondutores e Bens de Capital - Automação Industrial.
Rosabelli Coelho-Keyssar | Diretora do programa
MIT-Brazil
O MIT-Brazil é um programa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT), com foco no Brasil e com o objetivo de conectar estudantes e o
corpo docente do MIT a organizações e oportunidades de pesquisa e de
trabalho no Brasil, além de expandir as possibilidades de colaboração entre
pesquisadores do Brasil e da instituição.
Vitor Pamplona | CTO Eyenetra e co-fundador do PUBBoston
Vitor Pamplona é um pesquisador de vanguarda em diagnósticos oftalmológicos
orientados ao paciente e fundador de uma das mais promissoras startups da
área de sáude nos EUA, a EyeNetra.
32
moderadores
Cristina Caldas | Consulado-Geral do Brasil em Boston
PUBBoston
Co-fundadora da Rede de Pesquisadores e Universitários Brasileiros em Boston
(PUBBoston) e Coordenadora do setor de Cooperação Educacional do ConsuladoGeral do Brasil em Boston, Cristina Caldas vem se dedicando nos últimos anos à
localização, engajamento e apoio a cientistas e bolsistas brasileiros nos Estados
Unidos, especificamente na região da Nova Inglaterra.
Nascida em Brasília, formou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília, onde também realizou
o mestrado em Biologia Molecular. Após a conclusão do doutorado em Imunologia pela Universidade de
São Paulo, especializou-se em divulgação científica pela Universidade Estadual de Campinas. Escreve
sobre ciência em blogs e revistas. Seus textos já foram publicados nas revistas Ciência&Cultura, Pesquisa
Fapesp, Agência Fapesp, ComCiência, Conhecimento&Inovação e no portal de notícias iG Ciência.
Marcos Vinícius de Souza | Diretor de Fomento à Inovação
Secretaria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior
Analista de Comércio Exterior do MDIC, formado em Administração pela
EAESP-FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas), com MBA em Desenvolvimento de Clusters pela CEPAL/ONU,
além de ter treinamento em estratégia de inovação pela VINNOVA – Agência de Inovação da Suécia. No
MDIC atuou também na Camex e foi coordenador do Fórum de Franquias da SDP. Antes de ingressar no
Governo Federal, trabalhou em consultoria estratégica e fundo de investimento em empresas de alta
tecnologia (venture capital).
Pedro Alem Filho | Gerente Executivo de Política Industrial
Confederação Nacional da Indústria - CNI
Pedro Alem Filho é gerente-executivo de Política Industrial na Confederação
Nacional da Indústria (CNI) desde março de 2012. Ele é responsável pela
formulação, negociação, monitoramento e avaliação de ferramentas de política
industrial para o setor produtivo. Ele também coordena as divisões de SME e IP.
Além disso, atua conjuntamente como secretário-executivo do Comitê Especial do Setor de Mineração e de
três comissões permanentes da CNI: SME, Política Industrial, Desenvolvimento Tecnológico e Agribusiness.
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Participantes
Laboratório de Aprendizagem em Inovação
MODERADORES:
Cristina Caldas
Consulado Geral do Brasil em Boston
PUBBoston
Marcos Vinícius de Souza
Diretor de Fomento à Inovação
Secretaria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Pedro Alem Filho
Gerente Executivo de Política Industrial
Confederação Nacional da Indústria - CNI
Kick off Discussants
Dan Martines
CTO
Plataforma ViS Research
Eduardo do Couto e Silva
Assessor
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEE
Eduardo Rezende
Especialista em Projetos
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
Fernando Spohr
Assistant Manager
Apex-Brasil
Judson DeCew
Brazil Today
Margarise Correa
BayBrazil
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Peter DeShazo
Diretor Executivo
LASPAU – Harvard University
Ricardo Martins
Especialista Projetos de TIC
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
Rosabelli Coelho-Keyssar
MIT - Brazil
Vitor Pamplona
PUBBoston
Adelaide Antunes
Especialista
INPI
PARtiCiPAntES
Ana Lopes
Associate Partner
Centria Partners
Ana Paula Krelling
University of Massachussetts
Anselmo Cassiano
Gerente de Marketing
Digaaí
Álvaro Lima
Diretor de Pesquisa
Boston Redevelopment Authority
Danielle Padua
IEC Partners
Eliseu de Oliveira
Nci-cbc program scientific manager
Georgetown University
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
Enio Pinto
IEC Partners
Fernando Spohr
Assisntant Manager
Apex
Flávia Teles
Assistant Meber of the Staff
Forsyth Institute
Gláucia Ribeiro
Coordenadora do Programa de Comunicação LASPAU
Harvard University
Hermano Igo Krebs
Principal Research Scientist
MIT
Jacques Fux
Pesquisador
Harvard
John Roberts
Relações Corporativas
MIT
Leo Burge
Novas Tecnologias
MIT
Nayara Pechia
Assistant Trade Specialist
Massachusetts Export Center
Renato Lima
Ciência Política
MiT
Ricardo Teles
Microbiologia
Forsyth
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Rodolfo Milhomem de Sousa
Analista Sênior em Projetos Internacionais
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Samuelson Drumond
Representante Local Santander Universidades
Santander
tiago Doria
Gerente de Projetos
Digaaí
tony Knopp
MIT ILP
Ulisses Mello
Diretor do Laboratório de Pesquisas
IBM Brasil
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I Laboratório de Aprendizagem em
Inovação de Lançamento da Rede Diáspora Brasil
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