O SEMESTRE EM REVISTA
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O SEMESTRE EM REVISTA
Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes - PDRSX O SEMESTRE EM REVISTA Atividades e resultados do período entre 1º de junho e 30 de novembro de 2014 Realização No âmbito do Sumário Este documento traz um resumo do 1º Relatório Semestral do projeto Monitoramento das Condicionantes da UHE Belo Monte para a Câmara Técnica do Monitoramento (CTM) do PDRS Xingu, de 15 de dezembro de 2014, bem como dos boletins mensais produzidos para a comunicação do projeto. O conteúdo completo pode ser encontrado em indicadoresdebelomonte.com.br. O que é o projeto 4 Descobrindo o método 8 As matrizes 12 Uma narrativa de indicadores Educação 38 Coleta preliminar Saneamento 42 Mapa dos caminhos Expediente Fale conosco 46 Coordenação Geral: Mario Monzoni Redação e edição: Carolina Derivi e Daniela Gomes Pinto Fotografia: Kena Chaves Diagramação e revisão: Walkyria Garotti/Neuronia Design Produção editorial: Bel Brunharo 2 3 O que é o projeto Entre o licenciamento ambiental e o desenvolvimento local, uma aposta no acesso à informação como fortalecimento da cidadania “Nenhum rio é apenas um curso de água, esgotável sob o prisma da hidrologia. Um rio é uma entidade vasta e múltipla (...). Habituados a olhar as coisas como engenhos, esquecemos que estamos perante a um organismo que nasce, respira e vive de trocas com a vizinhança.” Mia Couto, E Se Obama Fosse Africano O projeto Indicadores de Belo Monte dedica-se a monitorar o cumprimento de um conjunto de condicionantes do licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, bem como a eficácia de políticas públicas e ações que recaem sobre essas medidas e a efetividade do desenvolvimento na região que recebe o empreendimento. O monitoramento se dá sob os temas educação, saúde, saneamento básico, reassentamentos agrários, controle da malária e fiscalização ambiental. E para as seguintes questões indígenas: saúde, educação, proteção das terras indígenas, regularização fundiária e comitês de participação social. Para atender aos objetivos, o projeto prevê a construção de matrizes de indicadores temáticas e posterior coleta de dados, atreladas à identificação de sinergias com políticas públicas e ações governamentais que apontem caminhos para superar gargalos e desafios do processo. Ao longo do trabalho, as informações levantadas e as análises produzidas são disponibilizadas em publicações periódicas e devem culminar em uma ferramenta permanente de monitoramento, na forma de um sistema on-line, para ampla e contínua disseminação dos resultados para uso e apropriação pela sociedade. Condicionantes monitoradas A iniciativa trata o acesso à informação como instrumento de fortalecimento da cidadania e deve contribuir para ampliar a participação da sociedade local na construção de seus rumos. Aí reside a importância do monitoramento do desenvolvimento local, especialmente no contexto de inserção de grandes obras e das intensas transformações vividas no território. As questões que emergem desse trabalho também dizem respeito ao debate sobre o licenciamento ambiental na Amazônia e a busca de lições aprendidas, seja para o Xingu, seja para outros locais em circunstâncias semelhantes. 4 Licença Prévia: 2.28 - Referente à regularização fundiária, saúde e educação indígenas Licença de Instalação: 2.10 - Referente a saneamento básico 2. 11, 2.12 e 2.13 - Referentes a equipamentos de saúde e educação 2.20 - Referente à articulação com FUNAI para questões indígenas, Ministério da Saúde para controle da malária, e INCRA e ITERPA para assentamentos agrários e regularização fundiária 2.21 - Referente à fiscalização ambiental 5 Instituições envolvidas Formação Local O projeto é realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por meio de seu Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes) e financiado e supervisionado pela Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes da UHE Belo Monte (CTM) do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX). O trabalho teve início em junho de 2014 e compreende 18 meses de execução, com término previsto para novembro de 2015. Seis estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) recebem capacitação como assistentes de pesquisa quanto à metodologia do Indicadores de Belo Monte e são orientados em projetos idealizados e executados por eles. Dessa forma, mesmo quando a FGV não estiver mais presente, a região seguirá contando com capital humano capaz de dar continuidade ao monitoramento do desenvolvimento local e às reflexões que esse processo inspira. Equipe e identidade O levantamento de dados oficiais secundários representa um esforço relevante do processo de pesquisa, mas é no trabalho de campo que o Indicadores de Belo Monte encontra sua principal matéria-prima. É convicção deste projeto que o conhecimento sobre impactos, entraves, o que dá certo e o que não dá, já está na região do Xingu. É produzido e assimilado pelos atores locais. Ao aprender com eles, nossa contribuição será, acima de tudo, a de organizar a informação. Para tanto, cinco pesquisadores residentes em Altamira - Graziela Azevedo, Eric Macedo, Kena Chaves e Felipe Castro, sob a coordenação de Leticia Arthuzo – realizam ampla consulta a lideranças, gestores, especialistas e cidadãos atuantes na questão de Belo Monte. É assim que são formulados os indicadores, para que os elementos da pesquisa de fato reflitam as preocupações e prioridades das partes interessadas, bem como as experiências do dia a dia no território. Daniela Gomes Pinto e Marcos Dal Fabbro atuam entre Brasília e Altamira, coordenando os trabalhos e buscando integração entre políticas públicas e os processos de licenciamento em curso. Carolina Derivi, circulando entre Brasília, São Paulo e Altamira, assegura que as principais mensagens sejam comunicadas e que os aprendizados sejam úteis a todos os atores envolvidos. Além disso, os consultores-pesquisadores Fernando Abrucio e Isabelle Vidal apoiam a discussão em temas cruciais, como educação e questões indígenas. A coordenação-geral – Mario Monzoni e Paulo Branco – e parte da equipe do GVCes acompanham regularmente o processo por meio de um Comitê Interno. E, mais importante, a Câmara Técnica de Monitoramento reúne-se com a equipe da FGV mensalmente para se certificar dos rumos dos trabalhos, apontar saídas para desafios de percurso, tomar decisões conjuntas e ajustar rumos, se necessário. 6 Do primeiro grupo de estudantes, envolvido de setembro de 2014 a fevereiro de 2015, participam (da esquerda para a direita) Claudiane Farias de Araújo, Marta Feitosa Nunes Rios, Tais Silva de Jesus, Elisanne Carvalho Viterbino, Sidney Fortunato da Silva Junior e Tarcizio Max Borges Soares. Atividades realizadas A maior parte dos esforços no período ficou concentrada na elaboração das matrizes de indicadores para cada um dos temas. Foram quase 60 reuniões e mais de 120 documentos analisados para se chegar aos quadros que organizam quais os elementos mais importantes a serem observados. Esse processo representou também a consolidação da metodologia, que investiga o cumprimento das condicionantes do licenciamento ambiental combinado à eficácia de políticas públicas e ações governamentais, tendo em vista objetivos de desenvolvimento no longo prazo. O projeto Indicadores de Belo Monte também coletou os primeiros dados sobre qualidade do ensino, com foco especial na Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Os indicadores mostram um quadro de piora nos quesitos reprovação e abandono, entre outras conclusões. Além disso, formulamos uma análise aprofundada sobre os desafios da universalização do saneamento básico na cidade de Altamira, componente da condicionante 2.10 da Licença de Instalação (LI), que traz os detalhes da situação atual, referências da legislação e do licenciamento ambiental, experiências correlatas em outras partes do país e recomendações para encaminhamentos práticos.e 7 Descobrindo o método Para além da mera checagem é preciso estudar os processos por trás do cumprimento das condicionantes, como os diferentes atores se relacionam e quais são os resultados socioambientais de longo prazo S e “os métodos são as verdadeiras riquezas”, é preciso lembrar que antes da torrente cativante das respostas existe valor intrínseco num jeito particular de fazer perguntas. No contexto do projeto Indicadores de Belo Monte, esse jeito particular traz, antes de tudo, a inovação de se olhar para as condicionantes do licenciamento ambiental no contexto do desenvolvimento local. Em verdade, pergunta-se: de que forma esses processos estão relacionados? Como as ações e dinâmicas decorrentes do empreendimento afetam as comunidades locais e são por elas absorvidas? A riqueza está em reconhecer que, para as aspirações sociais de desenvolvimento e de vida digna, o licenciamento – ou a obra em si – não é panaceia. É parte de um todo. Mesmo as ações específicas determinadas pelo órgão licenciador precisam de uma série de outros arranjos, exteriores a ele, para funcionarem a contento. É por isso que as matrizes de indicadores propostas vão além de uma mera lista de checagem do cumprimento de condicionantes. Atenta-se especialmente para os processos de execução. As articulações necessárias, o controle social, a imperiosa atenção às demandas locais e peculiaridades do contexto amazônico são elementos fundamentais. A maneira como as ações foram levadas a cabo evidencia eventuais gargalos, dá pistas sobre o amadurecimento institucional e participativo na região e, principalmente, impacta a sustentabilidade dos projetos, ou seja, o longo prazo. Mas o licenciamento, em que pese encerrar uma missão bastante específica, portanto limitada, não é, na realidade, estanque. Assim, a metodologia expande o olhar para os insumos necessários para garantir eficácia das políticas e ações incidentes no território, de forma a garantir resultados efetivos rumo ao desenvolvimento territorial com justiça social, respeito às pessoas e ao meio ambiente. É como se cada uma das matrizes – um conjunto de indicadores, métricas e análises – contasse uma história, com uma trama em comum. É a história de uma condicionante (ou grupo de condicionantes), como se originou (impactos), como foi ou está sendo implementada (processos), como se relaciona com outras ações e políticas públicas que incidem sobre ela (insumos) e, por fim, um panorama de objetivos sociais derradeiros (resultados). As matrizes de indicadores falam de futuro, porque ao longo do tempo se poderá monitorar de que forma o que vem acontecendo influencia ou não o desenvolvimento da região. E falam de memória, porque mesmo encerrados os ritos mais agudos do licenciamento será possível recuperar as dinâmicas ocorridas e o que se aprende para novos processos, aqui ou em outras regiões do Brasil. 8 9 Mapa dos caminhos Embora exista uma legislação e toda uma coalisão para construir ações socioambientais que lidem com os impactos de grandes obras, a verdade é que se conhece muito pouco sobre como fazer isso. Não se trata apenas de conhecimento técnico-acadêmico. É um conhecimento que depende muito de entender e de envolver a comunidade local. Por mais bem formulados que sejam planos e ações, é na execução que os entraves aparecem, especialmente quando há mais de uma instituição envolvida. É por isso que uma das dimensões fundamentais desse monitoramento é a análise de articulação e sinergias de políticas públicas e ações governamentais, com a proposta de Mapas dos Caminhos. 10 Os mapas têm origem em dados coletados na pesquisa que se mostram especialmente frutíferos, relevantes ou urgentes no contexto dinâmicos do território que recebe Belo Monte. Trata-se de uma leitura sobre a execução de determinadas ações que amplia a compreensão sobre os entraves para atingir uma qualidade satisfatória no longo prazo. Os mapas lançam luz, em especial, para potencialidades de cooperação entre diferentes níveis de governo, o empreendedor e a sociedade civil. A mesma lógica, ao revés, poderá ser aplicada para identificar as virtudes processuais de ações notoriamente bem-sucedidas. O objetivo é, sobretudo, instrumentalizar os espaços de governança existentes na região, a começar pela própria Câmara Técnica de Monitoramento do PDRSX, para uma ação coordenada, proativa e incisiva sobre os principais entraves no caminho de desenvolvimento a partir da chegada do empreendimento. O primeiro mapa dos caminhos, enviado à CTM em novembro de 2014, diz respeito ao saneamento básico (mais na página 20). O segundo, previsto para fevereiro de 2015, será sobre reassentamentos agrários. Os temas qualidade da educação, proteção territorial indígena, saúde e controle da malária, entre outros, também já têm suas análises previstas. 11 As matrizes Uma narrativa de indicadores Foi feito? Funciona bem? Atende às necessidades sociais? A lógica por trás dos indicadores foi desenvolvida a partir das perguntas norteadoras propostas pela CTM para a realização do trabalho. Sobre as condicionantes selecionadas, deseja-se saber: “foi feito?”, “funciona bem?” e “contribui para a satisfação social da sociedade?”. Essa simplificação do escopo ajuda a construir a narrativa proposta pelos indicadores. Assim, para responder a essas perguntas, as matrizes foram compostas por diferentes elementos: • A definição do tema e da condicionante associada; • O levantamento dos impactos associados; • O mapeamento dos processos (“foi feito?”, “como?”) que demonstra o cumprimento; • O mapeamento dos insumos (“funciona bem?”) que demonstra a eficácia; e • O mapeamento dos resultados (“satisfaz as necessidades?”) que demostra a efetividade e satisfação social. Fluxo Esquemático da Construção da Matriz de Indicadores Impacto: Aumento da demanda sobre equipamentos sociais (migrantes) Condicionante 2.12. “Implantar X equipamentos de educação” EDUCAÇÃO Cumprimento condicionantes Foi feito? Processos Metas/Pactos da sociedade Funciona bem? Eficácia Satisfaz às necessidades? Efetividade Satisfação Social Articulação e Sinergias com Políticas Públicas Mapa dos Caminhos A seguir, apresentamos as matrizes temáticas na versão inicial. O processo de consulta e amadurecimento de indicadores e métricas, entretanto, deve prosseguir ao longo de 2015. 12 13 Trânsito (transporte escolar) Rotatividade de professores Suficiência de equipamentos de educação Manutenção das instalações Capacidade institucional PRAZOS Aumento da oferta de ensino superior ARTICULAÇÃO Sobrecarga na gestão da Administração Pública % de obras entregues e % de obras entregues em uso, do total de obras planejadas Déficit / superávit de vagas escolares por grau de ensino Avaliação periódica sobre os equipamentos implementados Capital humano, processos tecnológicos, existência de estruturas de planejamento % de obras entregues de acordo com o cronograma sub tema Matrículas por grau de ensino Adequação de alunos por turma Participação das prefeituras/ estado na seleção das localidades, definições sobre as obras e em ajustes ao longo da implementação Avaliação da eficácia das ações em relação aos objetivos, acordos, encontros, reuniões, periodicidade Articulação com diferentes atores para implementação Caracterização do arranjo institucional Qualidade das instalações Avaliação pela prefeitura sobre a qualidade das obras entregues Localização das escolas Avaliação sobre a cobertura de atendimento das escolas Participação social na implementação dos equipamentos de educação Canais de acesso à informação sobre a implementação dos equipamentos de educação Avaliação sobre o envolvimento de espaços de participação na implementação dos equipamentos de educação MÉTRICA Taxa de evasão, taxa de abandono por grau de ensino Número de matriculados / vagas em creches Defasagem idade / série Número de alunos / turma Número de alunos atendidos por transporte escolar, por tipo de transporte Transporte escolar Rotatividade de professores Pontualidade / atrasos em relação as aulas AID: Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Anapu Número de capacitações ofertadas por ano TERRITÓRIO Taxa de reprovação por grau de ensino Qualidade do ensino Acesso à educação superior (número de matrículas) Desempenho na Provinha Brasil e Enem, IDEB Taxa de alfabetização por faixa etária, taxa de analfabetismo funcional % de professores efetivos sobre o quadro geral de professores Número de contratações e desligamentos por semestre Qualificação de professores RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub indicador MÉTRICA tema Número de matrículas por grau de ensino / população em idade escolar Número e qualidade dos veículos de transporte escolar (ônibus, vans, bicicletas, bajaras, etc.) IDHM Educação Participação social / gestão escolar democrática Número de APMs e conselhos escolares Número de PPPs elaboradas / total de escolas Número de professores por nível de formação EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONALIZANTE ALFABETIZAÇÃO 14 indicador Número de meses com déficit de vagas desde a LI, por grau de ensino EDUCAÇÃO RURAL 2.11/ 2.12/ 2.13 Equipamentos de educação: análise de suficiência de vagas, disponibilização de equipamentos e ações antecipatórias adicionais CONTROLE SOCIAL CRITÉRIOS E DEMANDAS Êxodo rural / inchaço urbano Cumprimento de prazos MÉTRICA INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES QUALIDADE DO ENSINO Evasão escolar no ensino médio indicador INSUMOS TERRITÓRIO PARTICIPAÇÃO SOCIAL sub tema IMPLEMENTAÇÃO Demanda sobre equipamentos de educação PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES ACESSO À EDUCAÇÃO CONDICIONANTE ASSOCIADA professores IMPACTOS E EXPECTATIVAS tais como ribeirinhos e extrativistas, e a existência de políticas adaptadas para esses contextos. INFRAESTRUTURA ESCOLAR Educação A matriz do tema “Educação” traz luz a indicadores de processos no cumprimento das condicionantes, especificamente em relação às necessárias articulações com entes federativos e órgãos envolvidos na definição de infraestrutura escolar. Também distingue os insumos necessários para uma escola “funcionar bem”, tais como professores, alunos, Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; transporte e merenda. Destacam-se, na matriz, dois temas a serem aprofundados no monitoramento: versão final: a rotatividade dos professores, que aparentemente vem prejudicando a qualidade do ensino em agosto de algumas escolas, e o necessário olhar para a heterogeneidade dos grupos sociais existentes na região, 2015. Quantidade média de refeições servidas na merenda por alunos/dia Merenda escolar Municípios do PDRSX (11 municípios) Produtores locais com DAP Avaliação nutricional da merenda Infraestrutura das escolas Educação no campo/ rural Número de escolas por grau de ensino, rural e urbano Número de bibliotecas, quadras, água, energia, computador, internet, instalação sanitária Número de CEFAs (Casas e Escolas Familiares), CFRs (Casas Familiares Rurais) e Escola Técnica do Campo (ETECAMPO); número de matrículas por tipo de escola Educação para povos tradicionais Número de vagas em Pronatec, escolas técnicas e profissionalizantes Educação técnica e profissionalizante Número de matriculados em cursos técnicos e profissionalizantes, por curso Taxa de alfabetização na idade certa Alfabetização Número de professores capacitados em alfabetização Matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA) 15 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. Saúde Merece destaque o indicador “Unidades e veículos de apoio à saúde”, que aponta para a falta de estruturas elementares que compõem a cadeia de atendimento médico, tais como laboratórios e ambulâncias. Aqui também surge a necessidade de se avaliar as políticas customizadas, com a disponibilização de ambulâncias e atendimento de emergência em lugares de mais difícil acesso. Da mesma forma, a aferição de “Recursos públicos para a saúde” promete distinguir uma das questões mais relevantes para essa área na região, já que será preciso comparar a chegada de recursos a partir do cômputo populacional oficial – que dá base aos repasses federais – com estimativas extraoficiais do significativo afluxo populacional recebido pela região no período intercensitário. PROCESSOS CRITÉRIOS E DEMANDAS CONTROLE SOCIAL 2.11/ 2.12/ 2.13 Equipamentos de saúde: análise de suficiência, disponibilização de equipamentos e ações antecipatórias adicionais ARTICULAÇÃO PRAZOS 16 Avaliação períodica sobre os equipamentos implementados Capacidade institucional Capital humano, processos tecnológicos, existência de estruturas de planejamento Cumprimento de prazos % de obras entregues de acordo com o cronograma indicador Unidades e veículos de apoio à saúde Avaliação da eficácia das ações em relação aos objetivos, acordos, encontros, reuniões, periodicidade Articulação com diferentes atores para a implementação Caracterização do arranjo institucional Qualidade das instalações Avaliação pelas prefeituras sobre a qualidade das obras entregues Número de estabelecimentos de saúde (hospitais, UBS, centros de diagnóstico, etc.) Número de veículos de apoio à saúde Número de profissionais de saúde por categoria e especialidades Profissionais de saúde Qualificação de profissionais de saúde Número de meses com déficit de leitos desde a Licença de Instalação Participação das prefeituras na seleção das localidades, definições sobre as obras e ajustes ao longo da implementação MÉTRICA Número de médicos/1.000 habitantes Capacitação para profissionais de saúde Número de procedimentos ambulatoriais e hospitalares AID: Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Anapu Assistência à população Proporção da população atendida pelos PSF e PACS (urbana, rural e RESEX) Entradas no hospital decorrentes de acidentes de trânsito, por tipo de veículo Número de atendimentos de apoio psicossocial Atendimento para a saúde mental Transparência Canais de acesso à informação sobre a implementação dos equipamentos de saúde Participação social na implementação dos equipamentos de saúde Avaliação sobre o envolvimento de espaços de participação social na implementação dos equipamentos de saúde Número de pacientes em tratamento de drogas e álcool Educação em saúde Campanhas de educação em saúde Finanças públicas em saúde Recursos públicos para saúde sub tema DESENVOLVIMENTO SOCIAL Impactos na saúde da população Quantidade de leitos/1.000 habitantes Manutenção de equipamentos de saúde sub tema SAÚDE DA MULHER Sobrecarga na gestão da Administração Pública % de obras entregues e % de obras entregues em uso, do total de obras planejadas RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL indicador TERRITÓRIO MÉTRICA Ocorrência das principais doenças Principais doenças Ocorrência de doenças relacionadas à água (febre tifóide, diarreia, hepatite, leptospirose, dengue) Incidência de malária Taxa de incidência de malária Qualidade do atendimento em saúde Humanização da saúde Assistência à mulher Cobertura de prénatal SAÚDE DA CRIANÇA Subdimensionamento de repasses públicos Suficiência de equipamentos de saúde TERRITÓRIO MÉTRICA RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA DE SAÚDE IMPLEMENTAÇÃO Demanda sobre equipamentos de saúde indicador ACESSO À SAÚDE sub tema INSUMOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES Mortalidade EXPECTATIVA DE VIDA INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES EDUCAÇÃO EM SAÚDE CONDICIONANTE ASSOCIADA FINANÇAS PÚBLICAS IMPACTOS E EXPECTATIVAS Por fim, cumpre ressaltar os indicadores e métricas que tiveram origem no trabalho de interlocução em campo, ou foram sugeridos pela própria CTM, tais como “drogas e álcool” e “gravidez precoce”, que evocam a dimensão de vulnerabilidade social no contexto de Belo Monte, bem como “Entradas no hospital decorrentes de acidentes de trânsito”, que busca investigar o presumível contorno epidêmico desse fenômeno e consequente pressão sobre a gestão da saúde na região, especialmente Altamira. Expectativa de vida Beneficiadas em Programas de Saúde da Mulher Entradas no hospital de mulheres em trabalho de parto, por faixa etária Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal Taxa de mortalidade por doença diarreica em menores de 5 anos Municípios do PDRSX (11 municípios) Taxa de mortalidade infantil Esperança de vida ao nascer 17 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. Malária A questão da malária impõe um universo de análise bastante específico. Nota-se pela presença de um único indicador de efetividade na matriz: a incidência da doença. Mas a cooperação entre os governos federal, estadual e municipal e o empreendedor é de grande interesse para este projeto por representar um exemplo de articulação bem-sucedida. Segundo relatos colhidos na região, as ações de prevenção e controle não só foram capazes de evitar o estouro da doença que geralmente acompanha novos PROCESSOS MÉTRICA Execução do PACM Contextualização e características do PACM; acompanhamento da sua implementação pelos indicadores de ações para controle da malária Cumprimento de prazos Linha do tempo de implementação do PACM Articulação com diferentes atores para a implementação Caracterização do arranjo institucional para implementação do PACM Atendimento às recomendações do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) Avaliação sobre o atendimento às recomendações do PNCM Transparência ARTICULAÇÃO PRAZOS IMPLEMENTAÇÃO indicador Aumento do fluxo migratório Alteração na qualidade da água Demanda sobre equipamentos de saúde Impactos na saúde da população 2.20 (...) e) MS/SVS: executar o Plano de Ação para Controle da Malária – PACM Envolvimento de espaços de participação na execução do PACM TERRITÓRIO AID (Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Avaliação sobre o envolvimento de Anapu) e Pacajá espaços de participação na na execução + Terras Indígenas do PACM desses municípios Canais de acesso a informação sobre a execução do PACM sub tema indicador Unidades e veículos de apoio para diagnóstico e tratamento da malária MÉTRICA Número de estabelecimentos e veículos para vigilância epidemiológica Percentual de unidades de saúde e de emergência 24 horas com diagnóstico e tratamento da malária Número de profissionais de saúde atuantes no controle da malária indicador TERRITÓRIO MÉTRICA Taxa de incidência de malária Incidência de malária Número absoluto de óbitos por malária Mapa da malária georreferenciado Profissionais de saúde capacitados para controle da malária, por ano Tratamento da malária Percentual de tratamentos iniciados em até 24 horas a partir da coleta do sangue para exame Número de visitas domiciliares para monitoramento do tratamento Municípios do PDRSX (11 municípios) Campanhas de educação em saude sobre malária Número de operações para controle de vetores DESMATAMENTO Qual. água meio urbano e rios/ Qualidade da água para igarapés: DBO, DQO, turbidez, usos múltiplos coliformes fecais, cianobactérias, nos pontos de coleta de análise pela NE Desmatamento Taxa de desmatamento FINANÇAS PÚBLICAS ÁGUA DE QUALIDADE sub tema Profissionais de saúde para controle da malária Prevenção da malária 18 RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL SAÚDE DA POPULAÇÃO sub tema INSUMOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES AÇÕES PARA CONTROLE DA MALÁRIA INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES CRITÉRIOS E DEMANDAS CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL IMPACTOS E EXPECTATIVAS desmatamentos e afluxos populacionais como logrou uma queda dos casos. É de grande valia estudar e compreender os arranjos institucionais que resultaram nesse êxito, até mesmo com a intenção de inspirar outras áreas. Entretanto, uma preocupação que ainda se mantém é sobre a continuidade das ações após a concessão da Licença de Operação (LO). Finanças públicas em saúde Recursos públicos para ações de controle da malária 19 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. Saneamento Básico A exemplo do que se fez em “Saúde”, a pressão sobre as instituições no que tange à gestão do sistema é especialmente sensível, por isso mereceu um subtema específico na coluna de “insumos”. s e Já se presume, contudo, que os indicadores de saneamento – que incluem métricas de qualidade da água, consumo, destinação final de lixo e esgoto, entre outros – serão de difícil coleta, considerando-se que há pouca disponibilidade de dados secundários. Será preciso coletar os dados primariamente em cada uma das prefeituras. E a experiência da equipe indica que dificilmente as informações estarão sistematizadas e disponíveis. Alguns elementos despontam como particularizados para a região do PDRSX. É o caso do “Tipo de instalação sanitária na área rural”, já que essa é a característica territorial prevalecente nos municípios e costuma fugir ao monitoramento de sistemas de saneamento, tipicamente voltados para as áreas urbanas. CRITÉRIOS E DEMANDAS CONTROLE SOCIAL 20 Capacidade institucional Capital humano, processos tecnológicos, existência de estruturas de planejamento Acesso à água nas comunidades rurais (rede, microssistema, poço, cacimba, outros) Cumprimento de prazos % de obras entregues de acordo com cronograma Domicílios com rede de esgoto na área urbana Avaliação da eficácia das ações em relação aos objetivos, acordos, encontros, reuniões, periodicidade Articulação com diferentes atores para a implementação Caracterização do arranjo institucional Qualidade das instalações Avaliação do processo de implementação do saneamento básico (eventuais distúrbios, horário das obras, trânsito, etc.) ADA: Altamira, Vitória do Xingu, Belo Monte e Belo Monte do Pontal Canais de acesso à informação sobre a implementação da infraestrutura Participação social na implementação do saneamento básico Avaliação sobre o envolvimento de espaços de participação social na implementação do saneamento básico Cobertura e instalação sanitária Produção, coleta e destinação do lixo Prejuízos causados por enchentes MÉTRICA sub tema indicador MÉTRICA Abastecimento público de água na área urbana (água consumida vs. água tratada, número de ligações, população atendida) Qualidade da água para usos múltiplos Qual. água meio urbano e rios/igarapés: DBO, DQO, turbidez, coliformes fecais, cianobactérias, nos pontos de coleta de análise pela NE Principais doenças Ocorrência de doenças relacionadas à água (febre tifóide, diarreia, hepatite, leptospirose, dengue) Incidência de malária Taxa de incidência de malária Mortalidade Mortalidade infantil Tipo de instalação sanitária na área rural Volume de esgoto tratado na área urbana SAÚDE DA POPULAÇÃO Acesso à água e tratamento Tratamento da rede de esgoto Avaliação pela prefeitura da qualidade das obras entregues Transparência indicador ÁGUA DE QUALIDADE DESENVOLVIMENTO SOCIAL % de obras entregues e em uso, do total de obras planejadas (aterro sanitário, drenagem urbana, abastecimento de água, esgotamento sanitário, remediação do lixão) ÁGUA Infraestrutura de saneamento básico Participação das prefeituras em definições sobre as obras e em ajustes ao longo da implementação RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL SAÚDE DA CRIANÇA sub tema MÉTRICA REDE DE ESGOTO 2.10 Que faz referência à implantação do saneamento básico, Sobrecarga na gestão segundo cronograma da Administração incorporado na Pública Licença de Instalação Solução para enchentes anuais TERRITÓRIO indicador LIXO Impactos na saúde da população INSUMOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES DRENAGEM URBANA Riscos aos usos múltiplos do Rio Xingu sub tema IMPLEMENTAÇÃO Alteração na qualidade da água PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES PRAZOS CONDICIONANTE ASSOCIADA ARTICULAÇÃO IMPACTOS E EXPECTATIVAS TERRITÓRIO Municípios do PDRSX (11 municípios) Quantidade de lixo produzido na área urbana, por fonte e destinação; destinação final do lixo domiciliar Frequência da coleta do lixo Danos materiais, relacionados à saúde, outros 21 Educação Indígena O uso de indicadores para monitoramento de questões indígenas é desafiador. A problemática está em dar sentido para métricas gerais aplicadas a um contexto de extrema diversidade, considerados os tipos de organização social e o grau de contato com a sociedade não indígena. A aplicação de indicadores, portanto, representa uma aposta: a de que é possível organizar um mapa de pensamento com elementos fundamentais das políticas, sem prejuízo da representação de uma realidade marcadamente heterogênea. 22 Articulação entre atores envolvidos no atendimento à educação escolar indígena Território Etnoeducacional Avaliação sobre cumprimento de prazos estipulados Avaliação sobre articulação entre instituições (Semeds, Seduc, MEC, Funai, povos indígenas, PBA-CI, PDRSX) Número de seminários do TEE (e outros espaços/oficinas) Adequação entre cronogramas do Plano de Ação do TEE Médio Xingu e Plano Operativo do PBA-CI Adequação do programa à política dos TEE Espaços de participação social (Comissão Gestora do TEE, Comitê Gestor PBA-CI) Participação social Participação dos indígenas na construção da proposta Formação de indígenas para participação na construção da proposta Profissionais atuantes na educação escolar indígena Projetos Político Pedagógicos Número de indígenas em idade escolar não matriculados Número de indígenas matriculados em universidades de Altamira Universidades com processo seletivo diferenciado para indígenas em Altamira Número de professores / número de aldeias e relação professor/aluno Número de professores indígenas (por povo, anos iniciais, finais, médio) Outros profissionais (diretor, coordenador, secretários, vigia, barqueiro, merendeira, servente) Participação indígena na elaboração dos PPPs Adequação dos PPPs Transporte de professores, equipes técnicas, material e merenda Transporte escolar indígena Situação do transporte escolar indígena no Médio Xingu Percepção sobre participação na formulação da proposta e no acompanhamento Calendários escolares ajustados aos calendários étnicos Metodologias e processos de avaliação específicos (por etnia) Modelo de contratação dos professores indígenas (criação da categoria “professores indígenas” no magistério, com plano de cargos e salários) Professores indígenas formados (magistério indígena, formação Qualificação continuada e ensino superior) e número de bolsas disponíveis de professores Capacitação de professores não indígenas (por TI, anos iniciais, finais, médio) território Materiais didáticos diferenciados disponíveis (por etnia) e envolvimento indígena na elaboração Construção de práticas pedagógicas próprias (por etnia) Definição de estruturas de funcionamento das escolas (por etnia) Periodicidade de visitas pedagógicas Acesso dos insumos às aldeias RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub MÉTRICA indicador MÉTRICA tema Percepção indígena sobre Projetos Político qualidade da educação Pedagógicos elaborados (adequação do ensino, material, equipamentos, etc) Percepção indígena sobre Satisfação Formação indígena para incorporação de demandas ao com a participação na elaboração programa e sobre cumprimento educação dos PPPs de prazos escolar QUALIDADE DA EDUCAÇÃO Número de matrículas (por etnia e por aldeia, fundamental, médio, EJA) PROJETOS PEDAGÓGICOS Cumprimento de prazos Acesso ao ensino superior INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES sub MÉTRICA indicador tema Currículos diferenciados (por etnia) Escolas indígenas regulamentadas no Médio Xingu Estrutura das escolas indígenas Número de escolas construídas e reformadas Modelo de novas escolas e participação indígena na definição ESCOLAS Apoio técnico e financeiro (MEC) para execução do Plano de Ações do TEEMX ALUNOS Avaliação sobre implementação do Plano de ação do TEE Médio Xingu e relação com o PBA-CI PROFISSIONAIS IMPLEMENTAÇÃO Programa de educação escolar indígena Matrículas em escolas indígenas TRANSPORTE Respeitando-se o preceito de autodeterminação dos povos, em todas as colunas de “resultado” busca-se contemplar a percepção dos próprios indígenas sobre a adequação dos processos, bem como sobre ameaças e invasões a suas terras. 2.28 Programas e condições do Parecer Técnico nº21 - FUNAI: 1.3. Elaboração de proposta de atendimento à educação escolar para as comunidades impactadas, em conjunto com a Secretaria Estadual de Educação do Pará e MEC. (...) 1.5. Programa de atendimento à educação escolar elaborado e operante CRITÉRIOS E DEMANDAS Valorização cultural dos povos indígenas ARTICULAÇÃO PRAZOS Desestruturação das cadeias de transmissão de conhecimento tradicional Violência nas cidades - receio de mudança para cidade para acesso a anos finais do fundamental e médio Esse é o universo em que a metodologia aparece com mais adaptações. Uma diferença evidente é que o território é dado pelos indígenas envolvidos ou atingidos nos diferentes processos. Em alguns casos, o território segue o conjunto de terras implicadas, em outros, inclui ainda os indígenas moradores da cidade de Altamira e ribeirinhos. sub indicador tema Análise sobre elaboração do Plano de ação do TEE Médio Xingu Conflito de gerações As condicionantes 2.28 da Licença Prévia e 2.20 da Licença de Instalação foram agrupadas em seis matrizes temáticas: saúde, educação, regularização fundiária, plano de proteção das terras indígenas – e dois espaços de participação social: o comitê gestor indígena do Plano Básico Ambiental Componente Indígena (PBA-CI) e o comitê indígena de monitoramento do trecho de vazão reduzida da Volta Grande do Xingu. INSUMOS PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES sub indicador MÉTRICA tema Aldeias que produzem a própria merenda e regulamentação para aquisição da produção local Merenda escolar Produtos que compõem a merenda Orçamento CAPACIDADE INSTITUCIONAL CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL Questões Indígenas IMPACTOS E EXPECTATIVAS Recursos humanos Rubrica específica no orçamento para educação indígena no município Número de profissionais na gestão da educação escolar indígena (SEMEDs) Qualificação de profissionais na gestão da educação escolar indígena (SEMEDs) 11 Terras Indígenas + AI Juruna do km 17 + índios residentes na cidade de Altamira e índios ribeirinhos Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. saúde Indígena 24 indicador Assistência nos postos de saúde Articulação entre atores envolvidos na reestruturação do atendimento à saúde indígena pelo DSEI (SESAI-MS, DSEI, PBA-CI, Secretarias municipais e estadual de saúde, Funai) Política Nacional de Atendimento à Saúde dos Povos Indígenas Adequação à Política Nacional de Atendimento à Saúde dos Povos Indígenas ALUNOS PROFISSIONAIS Cumprimento de prazos Promoção do uso adequado de medicamentos e ações de prevenção RESULTADOS indicador MÉTRICA Número de atendimentos por aldeia Profissionais em atuação no DSEI Número de profissionais por formação Incidência de DST, AIDS Campanhas de educação em saúde Capacitação dos profissionais do DSEI Número de capacitações Incidência de tuberculose, hanseníase Número de Agentes Indígenas de Saúde Incidência de malária, dengue, esquistossomose e leishmaniose Ações de controle de pragas Agentes Indígenas de Saúde e Saneamento Ações de fortalecimento da medicina tradicional Número de Agentes Indígenas de Saneamento Conselho Distrital de Saúde Indígena Percepção sobre a manutenção e fortalecimento da medicina tradicional indígena Tipo de esgotamento sanitário por aldeia Participação indígena no CONDISI Número de atendimentos da CASAI, por tipo SANEAMENTO Medicina tradicional Espaços de participação social Saneamento básico Número de atendimento em pólos base Atendimento médico à população indígena INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub indicador MÉTRICA tema Número de leitos garantidos em hospitais Número de encaminhamentos a hospitais Tipo de acesso e qualidade da água consumida nas aldeias SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA sub tema PROFISSIONAIS Reestruturação do DSEI MÉTRICA INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES sub MÉTRICA tema INFRAESTRUTURA Desestruturação das cadeias de transmissão de conhecimento tradicional 2.28 Programas e condições do Parecer Técnico nº 21 - FUNAI: Reestruturação do atendimento à saúde indígena pelo DSEI na região de Altamira; Programa de atendimento à saúde... INSUMOS ASSISTÊNCIA NA CIDADE E PÓLOS BASE Contaminação de peixes por metais pesados decorrente da atividade garimpeira Aumento da demanda por assistência à saúde nas Tis indicador CRITÉRIOS E DEMANDAS Exposicão a uso abusivo de álcool e entorpecentes Problemas provenientes da eutrofização com provável domínio de cianobactérias (algas azuis) sub tema ARTICULAÇÃO PRAZOS Aumento do fluxo migratório, com aumento de endemias e da demanda sobre serviços públicos PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES IMPLEMENTAÇÃO CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL IMPACTOS E EXPECTATIVAS território Doenças e fatores de risco Incidência de doenças diarreicas e parasitores intestinais Incidência de uso abusivo de ácool, entorpecentes e remédios Incidência e/ou morbidade por tipo de doença: diabetes, hipertensão, cardíacas (segurança alimentar) pulmonares (vulnerabilidade), doenças mentais Destinação final de resíduos sólidos Mortalidade infantil Taxa de mortalidade infantil Núcleo de vigilância em saúde Implantação do Núcleo de vigilância em saúde Expectativa de vida Esperança de vida ao nascer Pólos base Implantação de pólos base Qualidade do atendimento à saúde indígena Percepção sobre qualidade do serviço de atendimento à saúde indígena Postos de saúde Número de postos de saúde por aldeia, reformados e novos 11 Terras Indígenas + Juruna do km 17 + índios residentes na cidade de Altamira e índios ribeirinhos 25 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. regularização fundiária Indígena 26 Prazos estabelecidos Articulação entre atores envolvidos PF, Funai, Ibama, Incra, AGU e Força Nacional - âmbito do GEPAC Direito originário ao território Análise dos impasses e avanços na garantia do direito indígena ao território Participação indígena no processo de regularização fundiária Ações com participação indígena INSUMOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES sub tema indicador MÉTRICA Número de não-indígenas nas TIs Tempo do processo de regularização e análise dos processos administrativos Número de ocupantes considerados de má-fé, por TI DESINTRUSÃO Estágio do processo de regularização, por TI Ocupantes nãoindígenas nas Tis Número de ocupantes considerados de boa-fé, por TI RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub indicador MÉTRICA tema PLENA POSSE DA TERRA IMPLEMENTAÇÃO PRAZOS Uso e ocupação Percepção sobre uso e ocupação do território Ameaças Percepção sobre ameaças território Terras indígenas afetadas pela UHE Belo Monte em processo de regularização fundiária (TI Apyterewa, TI Arara da VGX, TI Cachoeira Seca, TI Paquiçamba, Juruna km17) Número de famílias cadastradas, indenizadas e reassentadas PROCESSOS Expectativa dos indígenas Regularização fundiária ARTICULAÇÃO Acirramento dos conflitos interétnicos Condicionante 2.28:1.1. Ação conjunta entre a Polícia Federal, Funai, Ibama, Incra, AGU e Força Nacional para viabilizar as seguintes ações de regularização fundiária das terras indígenas: 1.1.1. Demarcação física das Tis Arara da Volta Grande e Cachoeira Seca; 1.1.2. Atualizar levantamento fundiário e iniciar desintrusão da TI Apyterewa; 1.1.3. Apresentar solução para os ocupantes não indígenas cadastrados como não sendo de boa fé; 1.1.4. Apoiar arrecadação de áreas para o reassentamento dos ocupantes não indígenas de boa fé. PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES sub indicador MÉTRICA tema CRITÉRIOS E DEMANDAS Aumento da pressão sobre os territórios indígenas e seus recursos CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL IMPACTOS E EXPECTATIVAS Ações judiciais e contraditórios Ações judiciais de questionamento do processo demarcatório, por TI Contraditórios 27 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. proteção às terras Indígenas Construção e implementação de UPTs Risco de aumento da atividade garimpeira Bases operacionais Contratação de agentes IMPLEMENTAÇÃO Ações de extrusão indicador Recursos humanos envolvidos na proteção das Tis Ações de controle Ações de fiscalização Ações de prevenção Capacitação de agentes e indígenas para proteção territorial e ambiental Aviventação de limites e instalação de placas Monitoramento territorial (rotas) 28 Monitoramento por imagens de satélite PRAZOS Prazos estabelecidos ARTICULAÇÃO Articulação entre atores envolvidos no atendimento à fiscalização de TIs Número de ações conjuntas e descrição das ações CRITÉRIOS E DEMANDAS Gerenciamento de banco de dados das UPTs Análise do processo e cumprimento de prazos PNGATI Adequação do Plano de Proteção à PNGATI CONTROLE SOCIAL Ações de informação Participação indígena nas etapas de implementação Ações com participação indígena (Comparação com cronograma da obra) ENTORNO DAS Tis Plano de comunicação das UPTs fixas e móveis 2.20: Atender ao disposto no Ofício no. 126/PRES-FUNAI: (...) Implementação do Plano de Proteção das TIs Gestão territorial das TIs MÉTRICA Número de profissionais envolvidos no programa de proteção territorial Número de indígenas envolvidos no programa de proteção territorial Povos que passaram por processo de planejamento de gestão ambiental e territorial (quando desejado) Protagonismo indígena na construção de Plano de Gestão Territorial e Ambiental (quando desejado) Número de servidores da Funai (contratados e concursados) Fortalecimento institucional Previsão orçamentária da Funai para ações de proteção territorial Participação indígena na gestão do Integração com mosaico (reuniões conselhos) proteção do mosaico da Assentos indígenas em Terra do Meio conselhos de UCs Adensamento populacional do entorno Ordenamento territorial no entorno Faixa de proteção etnoambiental sub tema Regularização de reservas legais no entorno Planos de manejo das atividades no entorno indicador TERRITÓRIO MÉTRICA Dinâmica do desmatamento por TI Desmatamento PRESSÕES SOBRE Tis Invasões das TIs sub tema INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL Dinâmica do desmatamento no entorno das Tis Percepção indígena sobre invasões em seus territórios, por tipo (garimpo, extração seletiva de madeira, etc) Ameaças Número de denúncias Número de ações na justiça x ações resolvidas Pontos vulneráveis por TI PROTEÇÃO DAS Tis Postos de vigilância RESULTADOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES RECURSOS HUMANOS Ocupação desordenada do entorno das TIs Aumento da pressão sobre os recursos naturais INSUMOS PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES sub indicador MÉTRICA tema GESTÃO TERRITORIAL CONDICIONANTE ASSOCIADA FUNAI IMPACTOS E EXPECTATIVAS Fortalecimento político e organizacional dos indígenas para proteção das Tis Iniciativas indígenas de defesa territorial Expedições indígena de vigilância e controle territorial Apropriação de instrumentos de gestão e controle territorial Número de aldeias e reocupação tradicional do território 11 Terras Indígenas + AI Juruna do km17 e Ituna-Itatá Projetos de recuperação de áreas degradadas no entorno de Tis Acordos para conservação da faixa de gestão compartilhada 29 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. comitê gestor Indígena do PBA-CI sub tema MÉTRICA IMPLEMENTAÇÃO Ata de formação e regimento interno elaborado Número de reuniões/ano + número de presentes, por etnia (representatividade) Composição dos cargos por mandato (cargo/etnia ou instituição/mandato) sub tema indicador MÉTRICA Propostas construídas por indígenas Protagonismo indígena no Comitê Participação na elaboração do Plano Anual Capacidade dos atores do PBA de mobilização e pactuação de ações com as comunidades INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub tema indicador MÉTRICA Efetividade do Comitê Percepção sobre a efetividade do comitê (diálogo entre indígenas e instituições envolvidas no PBA-CI, percepção sobre caráter deliberativo do Comitê, contribuições dos mais velhos e mulheres) Articulação política regional entre indígenas Percepção de melhorias na articulação entre aldeias e entre TIs Influência indígena na construção de políticas públicas específicas Assentos de indígenas do Médio Xingu em espaços de decisão TERRITÓRIO PRAZOS Número de reuniões dos subcomitês Prazos estabelecidos Articulação entre atores envolvidos Instituições participantes do Comitê (membros e convidados) por reunião Mediação Mediação de reuniões do comitê e subcomitês CONTROLE SOCIAL - Formação de um Comitê Gestor Indígena para as ações referentes aos programas de compensação do AHE Belo Monte. Implementação do CGI ARTICULAÇÃO Condicionante 2.20: Em relação aos órgãos envolvidos no licenciamento ambiental, observar as seguintes orientações; a) Funai: atender ao disposto no Ofício no 126/PRES – FUNAI (Anexo III) 30 indicador RESULTADOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES EMPODERAMENTO INDÍGENA Participação indígena no acompanhamento das ações do PBA Componente Indígena INSUMOS PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES PROTAGONISMO INDÍGENA CONDICIONANTE ASSOCIADA CRITÉRIOS E DEMANDAS IMPACTOS E EXPECTATIVAS Autodeterminação dos povos nos assuntos tratados pelo Comitê Transparência Difusão de informações nas comunidades Avaliação sobre cumprimento de prazos 11 Terras Indígenas + AI Juruna do km 17 + índios residentes na cidade de Altamira e índios ribeirinhos Análise de atas para levantamento das principais questões Encaminhamento das questões levantadas Canais de acesso a informações sobre o andamento e pautas do comitê Registro e repasse de informações nas comunidades 31 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. comitê Indígena de monitoramento da vazão - Criação de um comitê indígena para controle e monitoramento da vazão que inclua mecanismos de acompanhamento – preferencialmente nas terras indígenas, além de treinamento e capacitação, com ampla participação das comunidades. 32 sub tema indicador Número de Indígenas capacitados para o monitoramento do TVR Ata de formação e regimento interno elaborado Implementação do Comitê de monitoramento da vazão reduzida da VGX Número de reuniões/ano + número de presentes, por etnia (representatividade) Prazos estabelecidos Articulação entre atores envolvidos Mediação Autodeterminação dos povos nos assuntos tratados pelo Comitê Avaliação sobre cumprimento de prazos Instituições participantes do Comitê (membros e convidados) por reunião MÉTRICA Troca de informações com monitoramentos independentes do TVR Acompanhamento das transformações ambientais na VGX Acompanhamento da viabilidade do hidrograma de consenso Monitoramento das condições de navegabilidade Análise de monitoramento participativo da ictiofauna, quelônios e flora INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub tema MONITORAMENTO PARTICIPATIVO MÉTRICA RESULTADOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES TRANSFORMAÇÕES NA VGX IMPLEMENTAÇÃO indicador Representatividade nos cargos do Comitê PRAZOS Condicionante 2.20: Em relação aos órgãos envolvidos no licenciamento ambiental, observar as seguintes orientações; a) Funai: atender ao disposto no Ofício no 126/PRES – FUNAI (Anexo III) sub tema ARTICULAÇÃO 11 Terras Indígenas + AI Juruna do km 17 + índios residentes na cidade de Altamira e índios ribeirinhos INSUMOS PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES CRITÉRIOS E DEMANDAS CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL IMPACTOS E EXPECTATIVAS indicador TERRITÓRIO MÉTRICA Percepção indígena sobre a efetividade do comitê Efetividade do monitoramento Percepção indígena sobre as transformações ambientais Influência do monitoramento indígena do TVR sobre tomadas de decisão Repasse adequado de dados obtidos no monitoramento participativo indígena Tis Paquiçamba, Arara da VGX (e TITB) Fluxo de informações entre PBA geral e PBA-CI Mediação de reuniões do Comitê Análise de atas para levantamento das principais questões Encaminhamento das questões levantadas Transparência Canais de acesso a informações sobre o andamento e pautas do comitê Difusão de informações nas comunidades Registro e repasse de informações nas comunidades 33 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. Reassentamentos Agrários Historicamente, a realocação de pessoas atingidas por grandes obras é motivo de notória controvérsia. Entendemos que esse conjunto de indicadores oferece um valioso ponto de partida para se analisar a questão em profundidade, permitindo trilhar os caminhos que conduziram as famílias a uma nova condição, bem como a sistematização de aprendizados significativos para a região do Xingu e outras em que grandes empreendimentos venham a se instalar. diretamente atingidas. Já que é impossível monitorar os rumos de todos os realocados, o recorte se volta para os processos que culminaram em indenizações ou reassentamento de famílias. Já nas colunas de “insumos” e “resultados” a análise se amplia para os municípios do PDRSX. O que se deseja investigar é se as dinâmicas e os impactos decorrentes do empreendimento reverberaram no território, bem como a interferência nos aspectos fundamentais para o bem-estar humano e na própria forma de ocupação do espaço, nas suas dimensões econômica, social e ambiental. Registre-se que o domínio pleno sobre a terra é questão de tamanha relevância no contexto específico da região amazônica que, na matriz, foi alçada ao mesmo patamar dos eixos que compõem o tripé do desenvolvimento sustentável. Nota-se pela abrangência dos indicadores e métricas na coluna de “processos”, com destaque para o subtema “implementação”, que a estrutura fundiária e as possibilidades de negociação denotam um cenário de intrincada complexidade. O território, neste caso, é dado pelo grupo de pessoas PROCESSOS Caracterização social e fundiária Perda de referências socioespaciais IMPLEMENTAÇÃO Valores médios pagos por benfeitorias por área interferida Número de processos judicializados por área interferida ARTICULAÇÃO PRAZOS Realocação das famílias CONTROLE SOCIAL 34 Valores médios pagos pelo hectare por área interferida Aquisição de terras Famílias inseridas no PNRA Articulação INCRA/Norte Energia CRITÉRIOS E DEMANDAS Especulação Imobiliária Número de indenizações por tipo e categoria social CONDICIONANTE 2.20 - Em relação aos órgãos envolvidos no licenciamento ambiental, observar as seguintes orientações: (...) INCRA e ITERPA: apresentar manifestação quanto ao prosseguimento do processo de licenciamento ambiental, no que tange à conclusão das trativas referentes aos assentamentos agrários Prazos atendidos sub tema Número de imóveis rurais cadastrados e situação fundiária por área interferida Número de famílias cadastradas e respectiva categoria social dos ocupantes e proprietários, por área interferida Comprometimento das relações econômicas e sociais Perda de terras agricultáveis Perda de atividades produtivas Expectativa de desapropriação gerada na população MÉTRICA Número de famílias reassentadas (individualmente e em projetos coletivos) Área dos novos imóveis rurais destinados às famílias (compra direta e lotes para reassentamento) Prazos estabelecidos e status do cumprimento Caracterização dos arranjos institucionais formalizados Arranjos institucionais constituídos Percepção sobre a eficácia das parcerias desenvolvidas Qualidade das terras Classificação das terras adquiridas Localização do novo imóvel ou projeto de assentamento Percepção quanto à satisfação com a localização do novo imóvel rural ou lote Espaços de acompanhamento e negociação Caracterização dos espaços de acompanhamento e negociação Transparência Canais de acesso à informação sobre a realocação na área rural Famílias interferidas na zona rural indicador MÉTRICA Acesso ao crédito e à assistência técnica rural Número de famílias atendidas por programas de financiamento às atividades produtivas, por município Número de famílias atendidas por projetos de assistência técnica, por município Mobilidade Vias em condições de trafegabilidade na zona rural Destinação final de resíduos sólidos Saneamento básico INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub tema DESENVOLVIMENTO SOCIAL Transferência compulsória das populações indicador RESULTADOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES Tipo de acesso/abastecimento de água potável Tipo de esgotamento sanitário Número de CEFAs (Casas e Escolas Familiares), CFRs (Casas Familiares Rurais) e Escola técnica do campo – ETECAMPO; número de matrículas por tipo de escola Número de escolas na zona rural Acesso à saúde e à por município educação Proporção da população atendida pelos PSF e PACS na zona rural Número de estabelecimentos de saúde na zona rural CONSERVAÇÃO AMBIENTAL sub tema INSUMOS TERRITÓRIO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES DOMÍNIO SOBRE A TERRA CONDICIONANTE ASSOCIADA CONDIÇÕES PARA MANUTENÇÃO DAS FAMÍLIAS NO CAMPO IMPACTOS E EXPECTATIVAS indicador TERRITÓRIO MÉTRICA População rural dos municípios (faixa etária e gênero) Perfil das famílias na zona rural Renda média das famílias na zona rural dos municípios Atividades de subsistência e outras formas de complementação da renda familiar Violência no campo Conflitos no uso e ocupação da terra Violação de direitos trabalhistas Número de casos de violação de direitos trabalhistas Cadastro ambiental rural Número de produtores/imóveis que realizaram CAR Pagamentos por serviços ambientais Iniciativas de pagamento por serviços ambientais Desmatamento Taxa de desmatamento (série histórica) Número de associações e cooperativas de produtores rurais/pescadores Produção agropecuária Municípios do PDRSX (11 municípios) Área plantada por tipo de lavoura, quantidade produzida e valor da produção Produção de origem animal por tipo Comercialização da produção Formas de escoamento da produção Canais de comercialização Regularização fundiária Número de imóveis titulados 35 Matrizes em construção, com ajustes diários pelos atores locais e especialistas; versão final: agosto de 2015. Fiscalização Ambiental A condicionante 2.21 está inserida no âmbito mais amplo dos planos de segurança pública previstos no Plano Básico Ambiental (PBA), mas o escopo do projeto aponta para equipamentos voltados à fiscalização ambiental. O desmatamento é, sem dúvida, o indicador que mais chama atenção no contexto de instalação de grandes obras, tipicamente influenciado pelo aquecimento econômico e pela pavimentação de estradas. Mas a coluna “resultados” busca dar conta de uma variedade de indicadores pertinentes à saúde ambiental dos territórios, tanto do ponto de vista biológico (“Qualidade da água para usos múltiplos” e “Espécies indicadores de qualidade ambiental”) quanto da legalidade dos arranjos produtivos e da propriedade privada (“Produção de madeira” e “Cadastro ambiental rural”). Na coluna “insumos”, os indicadores voltados para fiscalização e infraestrutura são complementados por uma visão integrada de política ambiental, o que inclui projetos de conservação e uso sustentável de fauna e flora, bem como os “acordos de pesca”. Tais arranjos intracomunitários, com anuência dos órgãos oficiais, costumam ser muito efetivos como modelo de autogestão da fiscalização. Foco do TdR: (i) promoção de ações de fortalecimento de fiscalização ambiental na região da usina hidrelétrica de Belo Monte e (ii) ações de fortalecimento da segurança pública, prevê a implantação de um Centro Integrado de Defesa do Meio Ambiente em Altamira. 36 indicador Unidades de apoio à fiscalização (caracterização do Centro de Altamira: localização, função e acompanhamento das atividades; e bases de fiscalização do IBAMA) Operações de fiscalização ambiental FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL Articulação com/entre municípios e estado para fiscalização ambiental da região Avaliação dos arranjos institucionais, (acordos, convênios) Transparência Envolvimento de espaços de participação na implementação/ acompanhamento das ações de fiscalização Canais de acesso à informação sobre as ações de fiscalização Número de autuações por desmatamento e queimadas ilegais Número de apreensões de animais silvestres (porte ou comércio ilegal) Volume de madeira suprimida (pela UHE Belo Monte) Acordos de pesca Recursos humanos e equipamentos nas Secretarias Municipais de Meio Ambiente Programas de conservação e uso sustentável da fauna e flora TERRITÓRIO Taxa de desmatamento Quantidade e valor da produção na extração vegetal Produção de madeira Produtores certificados para comercialização de madeira legal e volume produzido/ano Cadastro Ambiental Rural Número de produtores/imóveis que realizaram CAR Volume de madeira ilegal apreendida e destinação Qualidade da água para usos múltiplos Qual. água meio urbano e rios/ igarapés: DBO, DQO, turbidez, coliformes fecais, cianobactérias, nos pontos de coleta de análise pela NE Número e região dos acordos de pesca Biodiversidade Presença/ausência de espécies que indicam qualidade ambiental Supressão vegetal AID: Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Anapu Desmatamento CONSERVAÇÃO AMBIENTAL Fortalecimento da fiscalização ambiental MÉTRICA RESULTADOS INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL sub indicador MÉTRICA tema Número de operações, vistorias, multas, notificações (Sec. Municipal; Sec. Estadual e IBAMA) RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA Condicionante 2.21: Dar continuidade às ações de apoio à fiscalização ambiental, a exemplo Perda de biodiversidade daquelas definidas nos Acordos de Cooperação Técnica com o IBAMA e com o Estado do Pará ARTICULAÇÃO Melhoria na fiscalização ambiental sub tema Ações de fortalecimento da fiscalização CRITÉRIOS E DEMANDAS Antropização elevada; desmatamento intenso; queimadas; extração ilegal e pesca predatória INSUMOS INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES TERRITÓRIO PRAZOS IMPLEMENTAÇÃO Sobrecarga na gestão da Administração Pública PROCESSOS INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES sub indicador MÉTRICA tema PROGRAMAS E PROJETOS DE CONSERVAÇÃO CONDICIONANTE ASSOCIADA CONTROLE SOCIAL IMPACTOS E EXPECTATIVAS Municípios do PDRSX (11 municípios) Número de funcionários Número de veículos de apoio Número de programas/projetos (e descrição) 37 Educação Coleta preliminar Taxas de reprovação, abandono escolar e notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) mostram-se incompatíveis com um território que recebe vultosos investimentos A s taxas de reprovação no Ensino Fundamental aumentaram consideravelmente na região em que se instalou a hidrelétrica de Belo Monte, e as taxas de abandono apresentam piora em alguns municípios, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Os cinco municípios na área de influência direta (AID), que vinham diminuindo a reprovação desde 2007, acumulam agora um crescimento de 40,5% entre 2011 e 2013. A AID é composta por Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. É uma piora acentuada, mesmo no contexto paraense, que tradicionalmente apresenta indicadores negativos para a educação. No entanto, o aumento total do estado para o mesmo período é bem menor, de 7,7%. O crescimento mais significativo, no período 2011-2013, foi conferido em Anapu (125,7%) seguido por Altamira (81,7%), a principal cidade da AID. Um quadro adverso no Ensino Fundamental também chama atenção se levado em conta o cenário brasileiro. Influências demográficas, tais como o envelhecimento populacional e programas sociais como o Bolsa Família, que atrelam o benefício ao rendimento escolar das crianças, favorecem a melhora dos indicadores. De fato, o saldo nacional no mesmo período é um recuo de 14,3% nas taxas de reprovação. Sintomaticamente, a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) regrediu 0,3 ponto no mesmo período para os anos iniciais e 0,4 para os anos finais na AID. Um dos indicadores que compõem o IDEB é a aprovação. O que poderia explicar o destino de tantos alunos que não conseguem passar de ano? Ainda é preciso aprofundar a coleta de dados e pretendemos realizar pesquisa com grupos focais, o que significa ouvir os próprios jovens da região para buscar entender quais dinâmicas influenciam o cenário. Desestruturação familiar e rotatividade de professores – que, atraídos por melhores oportunidades, deixam o magistério – são algumas das hipóteses levantadas pelos atores locais. Independentemente das causas, um cenário negativo quanto a indicadores tão importantes mostra-se incompatível com um território que recebe uma obra desse porte e vultosos investimentos associados. “Uma dinâmica econômica aquecida requer capital humano para que seja possível absorver os impactos positivos. A convivência desses dois elementos – uma obra de grande porte e indicadores de educação preocupantes – pode inviabilizar as potenciais oportunidades trazidas pelo empreendimento”, diz o professor Fernando Abrucio, que orienta as pesquisas em Educação do projeto. 38 39 LINHAS CRUZADAS Abandono escolar Reprovação e abandono são indicadores que se influenciam mutuamente. O mau resultado pode desestimular a continuidade dos estudos, assim como o aluno que passa muito tempo afastado tende a ter mais dificuldade de recuperar o rendimento escolar, quando retorna. Além disso, no Brasil de maneira geral, há casos em que o estudante já não se envolve mais com a escola – o que configuraria abandono – mas segue matriculado e ao final do ano é reprovado. A análise mais recomendável, portanto, considera esses indicadores em conjunto. Os dados oficiais de abandono no Ensino Fundamental para os municípios da AID, segundo o INEP, apontam diminuição de 7,1% entre 2011 e 2013, um resultado positivo. No entanto, Altamira e Senador José Porfírio, que vinham melhorando suas marcas desde 2007, voltaram a apresentar uma tendência de crescimento de 2011 a 2013, em 57% e 34,6%, respectivamente. Apesar disso, a taxa em Altamira ainda é inferior à do Pará, da Região Norte e à média nacional. Já Senador José Porfírio apresenta uma taxa em 2013 quase três vezes maior que a do Pará, crescimento puxado sobretudo pelo abandono no meio rural. Ensino Médio A taxa de reprovação no Ensino Médio para o conjunto da AID apresenta uma piora mais modesta, de 3,4% entre 2011 e 2013. Entretanto, ao adicionarmos o ano de 2010 como partida, o crescimento da reprovação salta para 73,5%. Uma das etapas mais importantes do processo de pesquisa do Indicadores de Belo Monte é a de complementar dados levantados em documentos oficiais com as percepções das pessoas que vivem e atuam na região. Foi o que aconteceu com o assunto da suficiência de vagas para o Ensino Fundamental nos municípios da Área de Influências Direta (AID) de Belo Monte. Por força das condicionantes 2.11, 2.12 e 2.13 da Licença de Instalação (LI), o empreendedor deve construir equipamentos escolares de modo a evitar a falta de vagas em todos os níveis de ensino. Segundo os relatórios semestrais da Norte Energia, apesar de um recorrente déficit no Ensino Infantil – o serviço de educação menos universalizado do Brasil – o superávit para o Ensino Fundamental é mais que confortável em toda a AID. Altamira, por exemplo, chega a registrar 2.646 vagas ociosas em maio de 2014. Entretanto, relatos preliminares colhidos nas Secretarias de Educação de Altamira, Brasil Novo, Anapu e Vitória do Xingu sugerem um inchaço de alunos nas áreas urbanas, enquanto escolas do meio rural estariam esvaziadas. Assim, mesmo que a oferta geral seja suficiente, o gargalo estaria na distribuição de vagas pelo território. O caso de Vitória do Xingu corrobora a tese, já que 11 novas escolas, todas na área rural, estão sem uso. Para confirmar essa hipótese, seria preciso filtrar os dados conforme o que é urbano e o que é rural e fomentar uma discussão sobre as análises de suficiência realizadas, previstas pela condicionante para acontecerem semestralmente. Maior e contínua integração e articulação entre empreendedor, poder público e sociedade local pode ajudar a evitar eventuais erros de planejamento e desperdício de recursos e, acima de tudo, colaborar para um serviço público de qualidade. O abandono foi de 10,6% no período 2011-2013. A taxa mais recente (20,5%) é maior que a do estado do Pará (17,9%) e da Região Norte (11,9%) e mais que o dobro da marca nacional (8,8%). Tanto o Pará, quanto a Região Norte e o Brasil vêm reduzindo os índices de abandono no Ensino Médio desde 2008. Essa faixa etária é especialmente sensível à concorrência do trabalho, em detrimento dos estudos. É possível que o aquecimento econômico experimentado pela região, com aumento das ofertas de emprego e renda para jovens, esteja associado ao abandono do Ensino Médio. O agravamento do desempenho do território em educação representa perdas para o desenvolvimento de capital humano. Com isso, a tendência é aumentar a dependência em relação às oportunidades econômicas que a instalação de Belo Monte representa. Essas oportunidades, contudo, são cíclicas e a falta de perspectiva de longo prazo tem potencial de aumentar a desigualdade e outros problemas sociais. no 40 A análise completa e detalhada sobre esses e outros dados de educação para a região do Xingu pode ser acessada em indicadoresdebelomonte.com.br/biblioteca. 41 Saneamento Mapa dos caminhos Com infraestrutura que garantiria acesso universal ao saneamento básico, Altamira ainda carece de planejamento e participação social A primeira edição do Mapa dos Caminhos mergulha no dilema sobre as responsabilidades em torno das ligações à rede de água e esgoto em Altamira, mas chama atenção para ausência de ações estruturantes referentes ao planejamento, à gestão e à transparência quanto aos encaminhamentos que impactam diretamente a vida das pessoas. A condicionante 2.10 da Licença de Instalação (LI) da UHE Belo Monte estabelece que o empreendedor deve oferecer a infraestrutura de modo a garantir 100% de saneamento básico em Altamira e Vitória do Xingu. A conclusão das obras para a rede de água e esgoto em Altamira segue em fase de finalização e testes, mas permanece um impasse sobre quem deve financiar e executar as ligações domiciliares. O Projeto Básico Ambiental (PBA), que define as ações socioambientais do empreendimento, deixa margem à interpretação. O documento de referência diz que cabe ao empreendedor “implementar” o sistema e ao poder público municipal compete a “complementação” e a “operação”. Há quem diga que as conexões com os usuários estariam no âmbito da “complementação”, já outros entendem que “implementar” o sistema é entregá-lo completo, portanto com as ligações incluídas. A incerteza é preocupante, já que dessa última etapa depende a efetividade de todo o esforço empreendido até aqui. Mas a questão está inserida numa tarefa maior que é a gestão do sistema de saneamento. É no campo da gestão que se define como prestar os serviços, como operacionalizar os equipamentos, quais competências e recursos humanos se precisa, quais os custos e capacidade de novos investimentos, política tarifária, entre outros. Todos esses elementos são interdependentes. Se a responsabilidade sobre as ligações recair sobre o poder público, por exemplo, é diante de um consistente plano de gestão que se poderá traçar a melhor forma de viabilizá-las, sobretudo nas localidades de baixa renda. Se, ao contrário, o serviço for executado ou custeado pelo empreendedor, a inexistência de um desenho de gestão privaria a população do acesso a informações fundamentais. Para autorizar a obra dentro de sua própria casa ou local de trabalho é muito provável que o cidadão demande esclarecimentos mínimos, tais como: quem será o responsável pela prestação do serviço? Quais são os parâmetros de qualidade? Quais despesas incidirão sobre o imóvel? Até o momento não se tem definido quem será o operador do sistema. Data de 2011 um Convênio de Cooperação Federativa entre o município de Altamira e o governo do estado, que daria à Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) a competência para prestar o serviço. Entretanto, A Lei de Saneamento estabelece que a cooperação precisa de um desdobramento, na forma de contrato. Este, por sua vez, só tem validade se acompanhado de plano de saneamento básico, estudo técnico-econômico, plano de investimento, normas de regulação, entre outros requisitos. Em Altamira, todas essas são tarefas ainda por fazer. 42 43 A possível exceção é o Plano Municipal de Saneamento Básico, elaborado pela Norte Energia e entregue à prefeitura em abril de 2014. Segundo a municipalidade, entretanto, o documento diz respeito apenas aos serviços de água e esgoto e um plano integrado de saneamento – que inclui drenagem urbana e resíduos sólidos – ainda estaria sendo formulado pelo próprio poder público. Na prática, a possibilidade de a prefeitura assumir diretamente a prestação do serviço ou delegá-lo a outro operador, mesmo que privado, não está descartada. Uma pesquisa bibliográfica também relevou que falta de participação e esclarecimento é um dos principais – e mais subestimados – entraves para a ampliação dos sistemas de saneamento básico em todo o Brasil. Para o projeto Indicadores de Belo Monte, as questões relativas à gestão representam um dos mais importantes desafios nesta fase em que Altamira estaria prestes a universalizar o acesso ao saneamento básico. É o cidadão quem decidirá ligar-se ou não à rede, conforme aquilo que lhe faça mais sentido. Usuários do sistema também têm seus motivos, saberes e modos de vida, os quais nem sempre estarão alinhados com o que se planeja para o território no nível das instituições. Promover a discussão sobre os benefícios do saneamento, e com isso entender o contexto sociocultural em que a novidade se insere, é uma estratégia que merece especial atenção. Por que saneamento é tão importante? Como avançar? Os impactos prognosticados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o saneamento básico tratam de riscos de cheias e enchentes, da demanda sob a gestão pública, da qualidade da água para usos múltiplos do rio Xingu e da saúde da população. Com a quase totalidade da população valendo-se de poços rasos e fossas negras (sem revestimento), o afluxo populacional provocado pelo empreendimento agrava ainda mais os riscos preexistentes de contaminação. O acesso ao saneamento adequado está diretamente ligado às chances de desenvolvimento, à autonomia e à dignidade das pessoas. Para as sociedades, o comprometimento das condições sanitárias representa gastos evitáveis para a saúde pública e perda de produtividade na economia. Na qualidade de observador desse processo, o projeto Indicadores de Belo Monte propôs o seguinte encaminhamento à Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes da UHE Belo Monte, com potencial facilitação da FGV, se pertinente: 1. Realizar diálogo com a coordenação do Comitê Gestor do PDRSX na perspectiva de pautar o tema saneamento básico com vistas às demais câmaras técnicas que possam participar do processo, bem como com o IBAMA; 2. Realizar reunião com a Prefeitura Municipal de Altamira, em especial com o prefeito municipal e secretário de Planejamento, ampliando o diálogo sobre o saneamento no município de Altamira; 3. A partir desses diálogos, propor aos principais atores desse processo (prefeitura de Altamira, Norte Energia e governo do Estado do Pará) a realização de mesa técnica com a finalidade de debater os rumos da gestão do saneamento básico no município; O que podemos aprender com outras experiências? 4. Posteriormente, propõe-se que os mesmos atores realizem seminário ou outra atividade pública na perspectiva de colher contribuições da sociedade, colaborando assim com a inauguração de um ambiente de participação social e de construção coletiva. A cidade de Paraty (RJ) e os estados de São Paulo e Espírito Santo, ainda que em territórios e realidades diferentes, têm em comum o desafio de promover adesão a novas redes de água e esgoto e todos eles apresentam estratégias específicas voltadas para o público de baixa renda. Em São Paulo, uma parceria entre o governo do estado e a companhia estadual de saneamento oferece a gratuidade das obras domiciliares nas áreas mais carentes. Em Paraty, a tarifa social, que oferece abatimentos na conta de água para esse mesmo público de modo permanente, foi combinada a descontos para toda a população ao longo dos primeiros três anos. O caso do Espírito Santo chama atenção pelo expressivo investimento em comunicação e relacionamento, o que permitiu envolver lideranças locais e identificar os impedimentos específicos para a ligação voluntária da população à rede de saneamento básico em diferentes áreas. 44 A versão completa do “Mapa dos Caminhos” com a análise detalhada sobre a situação em Altamira e encaminhamentos propostos pode ser acessada em indicadoresdebelomonte.com.br/biblioteca. 45 Fale conosco Em Altamira: Rua dos Missionários 3184 Esplanada do Xingu – CEP 68372-030 Tel: (93) 9209-1980/ (93) 9231-9401 Em São Paulo: Rua Itararé, 123 Bela Vista – CEP 01308-030 Tel: (11) 3284-0754 / (11) 94143-8030 indicadoresdebelomonte.com.br [email protected] 46 Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes - PDRSX