Água Viva 40

Transcrição

Água Viva 40
Periodicidade trimestral - € 0,50
Director: Manuel Santos José
Esposa de Jesus Cristo
Quantos de nós, cristãos, já ouvimos
a expressão que dá o título a este editorial? Algumas vezes, seguramente. Porém,
e quase sempre, associada à Profissão
Solene de alguma freira de qualquer
ordem religiosa que conheçamos: ficou
esposa de Cristo, ouve-se muitas vezes,
após essas cerimónias. A quem não tem
essa vocação, não se lhe aplica tal expressão. Quando se trata de um homem,
sacerdote, diocesano ou religioso, aquela
frase é substituída por casou com a Igreja,
mais pela dificuldade em aplicar uma expressão feminina a um homem, do que
por outro motivo.
Desde sempre, ou seja, desde o Antigo
Testamento, que a linguagem inspirada dos
autores sagrados recorre à experiência do
amor humano, nomeadamente ao ambiente, beleza e símbolos do casamento,
para explicar o amor de Deus pelos homens. Tudo o que o casamento pressupõe,
desde o afecto e suas expressões, à fidelidade, alegria e beleza de uma união entre
um homem e uma mulher, são expressões
do amor de Deus pelos homens.
O casamento, quando coloca os
alicerces do amor, em Deus, recebe uma
graça intrínseca que lhe advém dessa colagem ao amor de Deus. Por isso é sempre
um símbolo muito expressivo para definir
o amor de Deus pelo seu Povo.
No Novo Testamento há várias imagens, as mais expressivas talvez sejam as
que S. Paulo utiliza, para definir a Igreja
de Jesus Cristo. Todas elas expressam
grande intimidade entre Jesus e os que
O seguem: a famosa imagem do Corpo
(1ª Cor, 12) aliás bem perceptível para
os seus ouvintes, mas ainda hoje muito
significativa. Nós somos o corpo e Jesus,
a Cabeça desse corpo. Tendo em conta
o funcionamento do nosso corpo – que
Paulo exemplifica magistralmente – é
impossível não captar a ligação, indispensável, entre Jesus e o restante corpo.
Naturalmente que quando um membro
sofre todo o corpo sofre, e quando um
membro está alegre, a alegria percorre
todo o corpo, pelo que a comunhão e a
partilha entre todos – cabeça e membros
– é algo fácil de perceber, que é condição
absolutamente indispensável para o corpo
funcionar e cumprir a sua função.
Há, entretanto, uma outra imagem de
Paulo (Ef 5,21 - 33) que a mim me toca
particularmente. Ao escrever aos Efésios,
ele faz apelo explícito ao cerimonial de um
casamento para dizer que é assim com
Jesus e a Igreja, com um pormenor que
faz toda a diferença: compete ao esposo
(Cristo) purificar e alindar a sua esposa (a
Igreja) e não, a ela própria. Para que não
haja medo, da parte dela, de que alguma
coisa possa correr mal, no casamento, assegura-lhe que pode confiar, desde logo e
sem qualquer reserva. Como pode Paulo
garantir esta certeza? Porque o Esposo
já deu a vida pela esposa, ou seja, já lhe
garantiu o sucesso deste casamento com
o seu próprio sangue; a ela compete-lhe
agora, apenas, deixar-se amar, sendo fiel
a um amor tão inaudito!
Em todos os grupos de catequese, de
jovens e adultos, de que sou catequista,
ao longo dos anos, ninguém tem uma tal
noção da Igreja, apesar de fazerem parte
dela, ou quererem fazer, ao pedir o baptismo! É uma pena!
Posto isto, há hoje uma necessidade
muito sentida na Igreja e manifesta por
todos os Bispos, quanto à urgência em
repensar a pastoral da Igreja, nomeadamente em Portugal. Quase sempre,
quando necessidades deste género são
manifestas, é importante beber-se na
fonte e, para nós, a fonte é sempre a
Sagrada Escritura e a Tradição.
Como recentemente ouvi, a Igreja
precisa de uma grande comoção (ver
ponto 362 do Documento de Aparecida,
2007).
Vamos apresentar a Igreja na sua essencialidade mais funda que atrai, interpela e encanta? Aqui fica o repto.
Filomena Calão
Nº40 Outubro / Dezembro 2011
Não se pode amar a Cristo
sem amar a comunidade
dos seus discípulos
Caro leitor
Este número faz apelo á reflexão sobre a riqueza do ser da
Igreja, que é ser Esposa de Jesus
Cristo e onde todos os baptizados
estão radicados Desejamos vivamente que nenhum cristão fique
indiferente a esta consoladora
verdade de fé. Consulte as próximas actividades, na última página,
e agende já a sua participação.
Outubro / Dezembro 2011
Página Que alegria
Que alegria quando me disseram:
Vamos para a casa do Senhor!
Casa de todos
e não apenas dos bons;
Casa de felicidade
e não apenas de bem-estar;
Casa de alegria
e não apenas de lazer;
Casa de comunhão
e não apenas de comunidade;
Casa de paz
e não apenas de descanso;
Casa de partilha
e não apenas de recolha;
Casa onde há amor
e não apenas coisas;
Casa onde somos convidados
e não apenas curiosos;
Casa de encanto
e não apenas de grupo;
Casa onde nos sentimos livres
e não apenas protegidos;
Casa guardada pela Vossa Glória.
AMAR A IGREJA
Disseram-me uma vez que “amar a Igreja era quase como amar a mãe: nem sempre se concorda
com ela, mas amamo-la acima de tudo”. Pois é! Identifico-me muito com esta frase.
Amo muito a Igreja. Sinto-a como uma Instituição válida, socialmente reconhecida, com méritos
históricos assinaláveis (mesmo os seus erros, historicamente conhecidos, enriquecem o seu património
humano e social), companheira, cúmplice da história da humanidade, mas acima de tudo, como rosto
humano de Deus, que quer partilhar com os Homens, ao longo da sua caminhada, uma história de amor,
de identificação e de liberdade.
Não concordo com tudo o que a Igreja defende. Sinto que há alguns pontos de vista com os quais não
me identifico, mesmo reconhecendo à “mãe Igreja” toda a sua sabedoria e humanidade. Quando penso
neles, obrigo-me a argumentar interiormente o porquê de os sentir tão acérrimos, o porquê de os sentir tão
clarividentes e justificáveis para mim: será que estou a ser intransigente? Procuro impregnar as minhas análises
de humildade, tentando que não sejam absolutas e não sirvam de motivo de cisão. Sinto-as e pronto. Mas
sinto, mesmo assim, e apesar das discordâncias, orgulho da Igreja na qual fui baptizada… sinto, mesmo assim,
um amor muito grande que me obriga a dignificá-la sempre, defendendo-a e dando-lhe contributos pessoais
que terão que ser sempre, proporcionais à minha disponibilidade, mas muito, muito verdadeiros.
Assim, na Catequese, no Escutismo, nas conversas pessoais, que tenho com muita gente, na relação
com os amigos, na educação dos meus filhos, na minha vida pessoal e profissional, tento passar este
testemunho: o amor à Igreja não tem que ser necessariamente “cego, surdo e mudo” no sentido da
ignorância e aceitação submissa e pouco esclarecida… O amor à Igreja deve ser verdadeiro, transparente,
cúmplice, esclarecido, frontal, dinâmico, opinativo, mas muito, muito autêntico! Acredito que assim, o
Frei Manuel Rito Dias (com base no
Salmo 122)
testemunho que passa é precisamente o desse amor por si só, tão grande e eterno! A força deste amor,
prevalecerá, certamente, acima de tudo o resto!
Paula Ferrinho
Pinceladas de Vida
“Escrevo-vos do fundo da minha prisão, em
Sheikhupura, no Paquistão (Abril de 2011) onde
estou a viver os meus últimos dias. Talvez as minhas últimas horas. Foi o que me disse o tribunal
que me condenou à morte. (….) Nunca matei,
nunca roubei… Mas, para a justiça do meu país,
fiz pior: sou uma blasfema. (…) Acusam-me de
ter injuriado o Profeta. É uma acusação que lhes
permite desembaraçarem-se seja de quem for,
seja qual for a sua religião ou as suas opiniões.”
Asia Bibi diz que a sua fé é forte, mas pede a Deus
misericordioso que os proteja, a ela e à família
(marido e 5 filhos) que também estão a padecer e
são perseguidos pelos extremistas. Tudo começou
no dia 14/06/2009. Sob um calor escaldante (45
graus) Asia apanhava bagas de mirtilo, para ganhar
alguma coisa e ajudar ao magro orçamento familiar. Cheia de sede, ao final da manhã, dirigiu-se
ao poço da propriedade e bebeu água, por um
copo poisado no poço para isso mesmo. Uma
mulher acusa-a de estar a conspurcar a água das
muçulmanas e, aos gritos, avisa as outras para
não beberem água dali. Asia sente-se altamente
injustiçada e refere que Jesus teria um ponto de
vista diferente do de Maomé, sobre o caso. Foi
o suficiente para se exaltarem mais os ânimos.
Injuriam a Jesus e dizem que ela se atreveu a
falar do “nosso Profeta”. E sentenciam: “Só tens
uma coisa a fazer: converteres-te ao Islão para te
redimires da tua imunda religião. Sinto-me ferida
por dentro. Nós, os cristãos, calamo-nos sempre,
aprendemos desde pequenos a não dizer nada, a
mantermo-nos em silêncio porque somos uma
minoria. (…) Inspiro com toda a força, para encher
os pulmões de coragem. – Não quero converterme, tenho fé na minha religião e em Jesus Cristo,
que se sacrificou pelos pecados dos homens. O
que fez o vosso profeta Maomé para salvar os homens? E porque é que eu tenho de converter-me
e vocês não? Nessa altura o ódio rompe de todos
os lados. As mulheres põem-se a berrar á minha
volta. - Como te atreves a dizer semelhante coisa
do nosso Profeta, tu que não és nada, que és uma
coisa imunda que não mereces viver? Tu não vales
nada! Os teus filhos não valem mais do que tu! Vais
pagar muito caro o que acabaste de dizer sobre o
nosso Profeta! Sinto-me fragilizada por tanta raiva
e tanta aversão mas ainda respondo: - Não disse
nada de mal, fiz apenas uma pergunta.” Mas é de
novo insultada e dois dias depois é presa, de forma
muito violenta e acusada de blasfémia.
Dois influentes paquistaneses: o governador da
província do Punjabe, Salman Taseer, muçulmano,
e o ministro para as minorias Shahbaz Bhatti,
cristão, foram brutalmente assassinados por
defenderem publicamente Asia Bibi. Conforme
lhe explicou um impiedoso guarda da prisão, Asia
tornou-se pestífera e alguém que lhe dê ajuda é
igualmente considerado blasfemo. “Estes dois
homens pagaram o preço mais alto possível. Mas
um muçulmano e um cristão que derramaram o
seu sangue pela mesma causa são, talvez, uma
mensagem de esperança”, diz Asia Bibi. Também
Bento XVI já apelou ao governo Paquistanês por
Asia Bibi. Ela soube, através duma visita do seu
marido à prisão, e ficou extremamente feliz.
E termina o livro com um apelo a que,
esperamos, todos sejamos sensíveis: “Agora que
me conheceis, contai à vossa volta o que me
aconteceu. Fazei com que se saiba. Creio que é
a única maneira de eu não morrer no fundo desta
prisão. Preciso de vós! Salvai-me!”
(extractos do livro: Asia Bibi – Blasfémia – condenada à morte por um
copo de água”, escrito com Anne
– Isabel Tollet, Agosto de 2011,
Aletheia)
Outubro / Dezembro 2011
Página Ressonâncias
“A Igreja tem mundo a mais e conversão a menos. A frase caiu que nem
uma bomba, durante a visita do Papa à
Alemanha: com o passar dos anos, a fé dá
lugar à rotina, a estrutura esmaga o espírito, uma certa “fachada cristã” bloqueia
o acesso à bondade de Deus, os critérios
mundanos tomam conta do coração, os
fardos do poder e das coisas materiais
distorcem as verdadeiras prioridades...
E, assim, gradualmente, a Igreja cai na
tentação de se achar auto-suficiente. Mas
a Igreja sem Deus não existe. Por isso,
precisa de se converter.
Só que, como o próprio Bento XVI
também alertou, a Igreja não é só o Papa,
os bispos e os pastores. A Igreja, somos
todos nós. Por isso, somos todos nós
que temos mundo a mais e conversão a
menos!”
(Aura Miguel, Renascença, 30.09.2011)
“Meus filhos, não percais a coragem,
nem a fé em Jesus Cristo. Há-de haver
dias melhores nas nossas vidas, e, lá, no
alto, quando eu estiver nos braços do
Senhor, continuarei a velar por vós. Mas,
por favor, peço-vos a todos os cinco que
sejais prudentes, que não façais nada que
possa ultrajar os muçulmanos ou as normas deste país. (…) Em poucos minutos,
fui condenada à pena de morte. Não sei
quando me irão enforcar, mas podeis estar
tranquilos, meus amores, irei de cabeça
levantada, sem medo, porque serei acompanhada por Nosso Senhor e pela Santa
Virgem Maria, que vão receber-me nos
seus braços. Meu bom marido, continua
a educar os nossos filhos como eu gostaria
de fazer contigo. (…) vou deixar-vos para
sempre mas, amar-vos-ei eternamente.”
Cantinho Orante
Santa Maria, Mãe do meu Jesus,
são para ti as minhas preces e as
minhas dores.
Dá-me a força para fazer bem aquilo
que me pedes.
Guarda e protege os meus filhos, a
minha família.
Faz com que fiquemos unidos sob a
tua protecção.
Apoia-nos nesta desgraça.
Abençoa-nos e acompanha-nos
até que nos encontremos no Céu,
junto a ti.
Amen.
(extracto de uma carta que Asia
Bibi, na prisão, dedicou à família,
Abril/2011)
Asia Bibi, na prisão, 2011
Cristo vive em mim e em ti
Naquele sábado, houve uma reunião
com o nosso pároco. Ao som de uma
melodia encantadora e doce que, só por
si, bastava para nos dar paz, fomos escutando: - Sim, podem ter a certeza plena de
que Cristo vive tanto em mim, como em
todos vós e em toda a humanidade. O seu
Espírito está sempre agindo e trabalhando
em cada ser humano. Só que, alguns não O
escutam, nem se dão ao trabalho de visitar
o íntimo da sua alma. A todo o momento,
Ele tenta manifestar-Se e demonstrar que só
seguindo a Sua mensagem, poderemos viver
em paz e felizes. No entanto, chegados que
somos ao século XXI, continuamos cegos e
surdos na maioria das vezes. Sabemos que
Deus é o nosso Pai amoroso, o Criador de
tudo quanto é belo. Então por que não nos
deixamos inundar da Sua luz e sabedoria? Se Ele tem sede de nos amar, por que não retribuirmos essa sede, dando aos outros o
amor que d’Ele nos vem? Esforcemo-nos por dar o nosso exemplo.
E pensei: Na realidade, o mais desastroso do ser humano é a ambição, a ânsia do poder e a falta de humildade. E, para quê, Senhor?
Oxalá saibamos viver na verdadeira inter-ajuda, para que, no “Outono da vida”, possamos exclamar: “Valeu a pena viver a aventura
desta passagem por este planeta; valeu a pena espalharmos pétalas de rosas sobre todos aqueles que nos rodeiam e rodearam”.
Só Ele é o Hoje das nossas vidas. Deixemo-nos, pois, guiar pelo instinto de Bem que mora em nós, a fim de que os novos céus
e a nova terra, profetizados por Isaías, possam ser uma realidade!
Isabel Botão
Outubro / Dezembro 2011
Página Servir
Luís Galante, casado, Advogado, com especialização em Direito Matrimonial Canónico, de 53 anos de idade, é Diácono Permanente da Diocese do Algarve. Acedeu dar
uma entrevista ao Água Viva, o que muito se agradece.
AV – Fale-nos um pouco da sua infância, onde nasceu, onde cresceu?
LG - Nasci em Matosinhos, mesmo ao
lado da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos,
Igreja onde fui baptizado, completei a iniciação cristã, conheci a Olívia, casei e baptizei
os meus dois filhos, paróquia onde aliás fui
acólito e catequista na juventude.
AV– Como se estabeleceu no Algarve?
LG - Vim para o Algarve por razões
profissionais. No final de um curso de especialização em Lisboa fui convidado para trabalhar
na Associação do Comércio e Serviços da
Região do Algarve, isto em 1986/87, vim e
por cá fiquei.
AV- Fale-nos da sua vocação como
Diácono, como surgiu e se concretizou?
Como reagiu a sua família?
LG - Na minha juventude, estudei Teologia como aluno leigo no Instituto de Ciências
Humanas e Teológicas do Porto. Em 1993,
integrei uma peregrinação à Terra Santa organizada pela Diocese do Algarve. Não conhecia
ninguém aqui da Diocese, pois entre 87 e 93
limitava-me a ir à missa ao Domingo, não
estava inserido em qualquer paróquia, nem
sequer ia à missa à paróquia, mas ao Carmelo
do Patacão, gostava muito e ainda gosto da
Eucaristia das Irmãs, embora agora seja raro
lá poder ir... Então nessa viagem conheci o
Padre José Pedro, que quando soube dos
meus antigos estudos, logo me convidou para
integrar o grupo de candidatos ao diaconado
permanente, isto enquanto percorríamos
juntos as ruas antigas de Jerusalém. Depois,
no Hotel, fui apresentado ao Bispo D. Manuel
Madureira e logo ali agendámos uma conversa
para quando chegássemos a Faro. A Olívia,
inicialmente pôs alguns entraves, porque não
queria expor-se publicamente, mas lá se foi
convencendo...
AV - Concretamente qual é a missão/
função de um Diácono permanente na
Igreja?
LG - Servir! O diácono é ordenado não
para o sacerdócio, mas para o ministério, isto
é para o serviço do povo de Deus, onde e no
que for preciso.
AV - Este ano pastoral, foi-lhe
“atribuída” uma paróquia, juntamente
com o Pároco, qual o seu papel no trabalho paroquial?
LG - Fui nomeado como “diácono associado” ao novo Pároco de São Martinho de
Estoi, Padre Firmino Ferro. A minha missão aí
é auxiliar o Pároco, substituí-lo e desdobrá-lo
na medida do necessário e do possível, pois
ele é também Vigário Geral da Diocese.
Trabalhamos em equipa, como duas faces do
ministério ordenado, a face sacerdotal e a face
diaconal, mas o Pároco é ele, eu sou apenas
um ajudante. Anteriormente tive uma experiencia semelhante na Guia, com o Padre mais
idoso do País, Monsenhor Sezinando. Ainda
temos saudades, ele, eu e o povo da Guia!
AV - De entre as suas funções qual a
que mais gosta de desempenhar?
LG - Gosto muito do trabalho que desenvolvo no Tribunal Eclesiástico, porque
aí no silêncio discreto e no segredo judicial
podemos ajudar a libertar muitas consciências
de pesos e amarras que oneram injustamente
muitas vidas e ver as pessoas felizes. Afinal
Cristo veio para que tivéssemos vida em
abundância, vida feliz e plena de alegria...
AV - Já visitou Taizé, e tem um grande
apreço por aquele sítio e pela experiência de Deus que lá se vive. Porquê? O que
é que há lá de especial?
LG - Fui a Taizé, pela primeira vez em
2004, já com 46 anos, levado por um amigo,
o João Cabral (ver entrevista no AV 28).
Ainda pude ver a Comunidade com o seu
Fundador Irmão Roger, assassinado no ano
seguinte. Senti, como em nenhum outro lugar,
a presença do Espírito Santo, no silêncio da
Comunidade e na alegria da juventude, na
simplicidade das pessoas e das coisas, e muito
especialmente na beleza da liturgia. Taizé é o
ponto de encontro e até a “casa comum” dos
cristãos de todas as confissões, é o lugar mais
ecuménico da terra. Por tudo isso, pressentese, muito fortemente, a acção do Espírito de
Deus que é Paz e Reconciliação.
AV - Que mensagem gostaria deixar
aos nossos leitores?
LG - Nestes tempos de crise económica e
social, que vai ainda agudizar-se, procuremos
todos os discípulos de Jesus seguir o modelo
do Bom Samaritano. Afinal o Bom Samaritano é o próprio Jesus e é desse Cristo, Bom
Samaritano, que devemos ser testemunhas
e ícones.
Próximas Actividades
• Retiros
O Coração de Maria na Mensagem de
Fátima - 15 a 18 de Dezembro/011
S. Lourenço do Palmeiral/Alcantarilha
Algarve
• Jornada de Espiritualidade
Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal
14 de Janeiro de 2012
Sede da FMME na Loureira
Recolecção: A Experiência de ser cristão
21 a 22 de Janeiro de 2012
Casa de Oração de Stª Rafaela Maria
Palmela
• Acção ecológica
18 de Fevereiro 2012
Sede da FMME na Loureira
• Celebração da Via Crucis
11 de Março de 2012
EON na Mendiga/Porto Mós
Para quaisquer informações, contactar
244745042– novo número da FMME
– (deixar mensagem gravada) ou
969310272.
Propriedade e Editor: Fundação Maria Mãe da Esperança, Rua da Barrada, nº 2; Loureira. • 2495-124 SANTA CATARINA DA SERRA. Telef: 244 745 042
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