v. 2 - Colégio Energia Rio do Sul

Transcrição

v. 2 - Colégio Energia Rio do Sul
Língua Portuguesa A – 2ª série – Ensino Médio – v. 2
Exercícios
Professor, lembramos que, principalmente em relação às questões discursivas/dissertativas, não
pretendemos apresentar respostas únicas e definitivas; a intenção é tão somente contribuir com
indicativos de interpretação, com possibilidades de sentido, com alternativas para a provocação de
discussão a respeito do questionamento apresentado. Contamos com o enriquecimento de suas leituras
e dos seus alunos na relação com o momento sócio-histórico em que o tema estiver sendo tratado.
01)Causas que contribuem para que a escola, em
geral, confirme o caráter meritocrático:
V–F–F–F–V
02)Afirmativas que apresentam linguagem conotativa: 01+ 02 + 08 + 16= 27
Expressões com sentido figurado:
01.Verdadeira. armadilhas, atores
02.Verdadeira. painel de desafios, mesa dos
educadores
08.Verdadeira. muros da escola
16.Verdadeira. limites da escola pública,
ferramenta de superação
03)A "escola para todos" amplia o acesso à educação aos adolescentes e jovens de classes
desfavorecidas, colocando em competição
alunos com níveis de desempenho bastante
desiguais, já que as classes sociais são determinantes do sucesso ou fracasso escolar.
Dessa forma, a escola mantém o modelo da
pirâmide social reproduzindo a desigualdade. Para produzir justiça social, a escola precisa criar iguais condições de aprendizagem,
para que também os originários das classes
populares possam desenvolver habilidades
necessárias ao aprendizado escolar.
A escola privilegia os alunos de classes sociais mais elevadas, que, naturalmente, se
sobressaem em um sistema de "competição
livre", em um sistema de educação de caráter
"meritocrático"; tem melhor desempenho
quem teve mais acesso a informação, cultura,
educação de qualidade, recursos tecnológicos
etc. Não há como produzir justiça social em
ambiente onde a competitividade determina
as ações.
04)Regis Argüelles em sua resenha, mais do que
descrever o filme, a história, preocupou-se
em apresentar uma crítica em relação ao
conteúdo abordado, procurando pontuar aspectos relativos à educação tratados no filme.
O autor utiliza uma linguagem mais técnica e
menos opinativa. Não entra em detalhes em
relação à performance dos atores, à fotografia,
à trilha sonora, entre outros aspectos.
Professor, você poderá apresentar uma resenha publicada em blog (por exemplo, a apresentada a seguir) para que percebam as diferenças.
Essa resenha poderá ser lida por você para a
turma, xerocada ou disponibilizada no site.
Observe as diferenças de linguagem, de vocabulário, os erros ortográficos e gramaticais, a
crítica, os tópicos tratados etc.
Resenha extraída de blog
Filme – Anjos da Noite – Por Marcos Mazo
(Disponível em: <http://marcos.mazo.com.br/
site/node/200>)
Bem, amigos e companheiros... Depois de um
longo tempo de abandono, o meu blog vai ser
atualizados com os ultimos filmes dos quais eu
tive o prazer (ou não) de assistir... Vamos começar com o Anjos da Noite - A Evolução... Bem, o
filme começa aonde o anterior termina, após a
Vampira Selene e seu namorado mais ou menos
lobisomem Michael terem matado o ancião Vicktor. Este foi o menor dos problemas, pois um
vampiro ancião, que estava adomercido desde
a Idade Média, acorda e resolve despertar seu
irmão lobisomem que tambem está dormindo
desde essa época...
LÍNGUA PORTUGUESA A
Esse filme é o que se espera de um filme de
ação... Nem mais, nem menos... Filmes de ações
não tem histórias muito elaboradas, então não
espere isso deste filme... As cenas de ação são
boas, nada de espetacular, mas bem feitas... O
unico problema do filme (pois o resto eu até
não considero problema) é que tem momentos
em que ele é totalmente previsivel... Quando
ocorre alguma coisa, fica na cara que aqui mais
para frente vai resultar em algo "espetacular",
e que seria espetacular se ninguem descobrisse
antes... Infelizmente isso não ocorre...
Vale o ingresso, mas não compre pipoca
para não ficar no prejuizo.
Minha nota de 0 a 10: 7,5 (Esta foi a nota
atribuída pelo autor ao filme resenhado.)
05)Espera-se que os alunos concluam que o
autor se dirige a um público diretamente ligado à educação – estudantes e profissionais
da área (alunos de Magistério, de cursos de
licenciatura e Pedagogia, professores, pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, críticos
da educação etc).
Outro indicativo: o autor é mestrando em
Educação pelo PPGE/UFRJ, professor de História das redes municipais de Duque de Caxias
(RJ) e Teresópolis (RJ), ex-pesquisador do
TEMPO/UFRJ – o que serve naturalmente de
indicativo para a caracterização da resenha.
06)Questões apontadas na própria resenha sobre problemas educacionais que vão além
da realidade francesa:
•O caráter meritocrático da educação;
•O crescimento da população escolar e a expansão da escolaridade mínima obrigatória
definem uma segunda questão: que valores
a escola deve definir como fundamentais
na formação do sujeito? Quais são os limites dessa educação escolar, considerandose origem de classe e família, dentre outros
fatores?
•Representações de racismo, sexismo, disputa entre identidades nacionais e preconceito de classe são comuns na sala de aula
e em todas as instâncias da escola;
LÍNGUA PORTUGUESA A
•Perceber a dimensão conflitiva e contraditória da escola, na forma como é representada
pelo filme, é de fundamental importância
para se repensar o papel dessa instituição.
07)A intenção é que os alunos reflitam e se posicionem sobre a relação das desigualdades
sociais e as desigualdades escolares, que, por
sua vez, acabam levando os alunos pertencentes a classes menos favorecidas socialmente à
dificuldade de melhor inserção no mercado
de trabalho e social.
08)Educação de caráter meritocrático, exclusão
social em função da desigualdade social,
falta de qualificação e aperfeiçoamento dos
professores, baixos salários, falta de incentivo
à cultura, dificuldade de recursos materiais,
didáticos e tecnológicos, participação efetiva
da família, etc.
09)A consolidação de uma escola democrática
e, acima de tudo, socialmente relevante,
alicerçada em uma postura essencialmente
historicizada e crítica. Ou seja, a instituição
precisa organizar-se de modo que sejam consideradas as especificidades de origem, classe
social, acesso à cultura e outros elementos que
preservem os alunos garantindo um sistema
de educação justo e que os prepare para a
cidadania.
10)É importante que o professor contribua com
a reflexão sobre cada um dos aspectos: racismo (preconceito racial – contra negro, índio,
boliviano, etc.; mostrar que é diferente de
preconceito ou discriminação que se estende
a outros aspectos: doença, orientação sexual,
obesidade, etc. ); sexismo (discriminação ou
tratamento indigno a um determinado gênero,
ou ainda a determinada identidade sexual e
orientação sexual – "loura burra"; "só podia
ser mulher"; "mulher no volante, perigo constante"); disputa entre identidades nacionais
("brasileiro é selvagem"; "se é americano, é
bom"), preconceito de classe ("ele é incapaz
pois é da favela"; "a mulher sabe tudo; é da
alta sociedade").
Chamar a atenção para o fato de
que, na história narrada no filme, os alunos eram imigrantes e,
assim, contavam com bagagens
culturais bastante distintas, o
que contribuía para o surgimento de conflitos.
11)Escola tradicional x escola moderna
•A escola tradicional priorizava
a memorização do conteúdo, a
reprodução. O professor "ensinava" e o aluno "aprendia".
•A escola moderna prevê o
maior envolvimento do aluno
com o objeto do conhecimento,
o objeto de aprendizagem. O
professor organiza sua aula de
modo que o aluno desenvolva habilidades tais como de
análise, reflexão, raciocínio,
interpretação. O que se tem no
Brasil, no entanto, ainda são
poucas iniciativas de escolas
ou mesmo de professores isolados.
12)Embora a escola seja uma instituição, não deveria ser tão
distinta do mundo existente
fora dela. No entanto, o próprio
homem descobriu que a educação é importante ferramenta
para o desenvolvimento de uma
população e que esse desenvolvimento poderia ser desfrutado
apenas pela minoria dominante,
bastando para isso que a escola
ensinasse a repetir, a reproduzir,
e desse modo a grande população seria manipulada mais facilmente. E assim tem sido feito há
séculos. Mudar essa concepção
não é fácil, nem rápido. Precisamos continuar lutando por um
ensino igualitário, justo e que
leve ao questionamento.
13)Produção textual
Opção 1
Professor, é importante verificar com antecedência o
acesso dos alunos aos livros indicados para o vestibular.
Sugerimos que chame a atenção para a observação da estrutura (flexível) da resenha e não aceite cópia da internet
e de outras fontes (o que poderá ser observado por meio da
linguagem utilizada).
Opção 2
Lembrar da estrutura (como orientação) do texto dissertativo-argumentativo. Auxiliar os alunos na elaboração de
argumentos em relação ao tema (a escola massifica; a escola
ensina a reproduzir; não leva o aluno a ser crítico, a criar, a
raciocinar, etc.).
•Outros textos que tratam de educação/realidade da sala
de aula/conflitos provocados pelo disciplinamento, pelo
sistema competitivo na escola, pela massificação.
•O professor deve assistir aos filmes (Sociedade dos poe­
tas mortos, The wall) e ouvir as músicas (ler também as
letras) para poder comentá-los com os alunos, fazendo
relações com o filme Entre os muros da escola.
Letras das músicas
Outro tijolo na parede (Another brick in the wall)
Papai voou do oceano
Deixando só uma memória
Uma foto no álbum de família
Papai, o que mais você deixou pra mim?
Papai, o que você deixou lá trás pra mim?
De qualquer maneira era só um tijolo na parede
De qualquer maneira era tudo só tijolos na parede
Nós não precisamos de educação
Nós não precisamos de controle de pensamento
Sem sarcasmo sombrio na sala de aula
Professores deixem as crianças em paz
Hey professores! Deixem as crianças em paz
De qualquer maneira você era só mais um tijolo na parede
De qualquer maneira você é só mais um tijolo na parede
Nós não precisamos de educação
Nós não precisamos de controle de pensamento
Sem sarcasmo sombrio na sala de aula
Professores deixem as crianças em paz
Hey professores! Deixem as crianças em paz
LÍNGUA PORTUGUESA A
De qualquer maneira você era só um tijolo na parede
De qualquer maneira você é só outro tijolo na parede
Não preciso de braços ao meu redor
Não preciso de drogas pra me acalmar
Eu vi as escrituras na parede
Não acho que eu preciso de algo
Não, não acho que eu preciso de de algo
De qualquer maneira eram só mais tijolos na parede
De qualquer maneira eram só mais tijolos na parede
• Assista ao trailer do filme em: <http://www.youtube.com/watch?v=9EAdkrVbzjU>.
Estudo errado – Gabriel O Pensador
Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, video game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar, cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa, pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
– Ué, não te ensinaram?
– Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu...
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
LÍNGUA PORTUGUESA A
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porquê" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
– O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não aguentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Refrão
Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são
sócios
LÍNGUA PORTUGUESA A
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...
Juquinha, você tá falando demais, assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade, professora!
Eu sei, mas colabora senão eu perco o meu emprego.
14)Com o acesso de "todos" ao ensino, criaria-se
a livre competição – mesmo que o ingresso
pareça democrático (por permitir entrada a
todos), a concorrência se mantém: permanece e vence quem tem melhores condições
culturais e financeiras.
Por um lado, os negros têm sua chance de
ingresso, passando por um sistema que contempla apenas os que têm acesso a educação
de qualidade, cultura etc. Por outro lado, nem
todos os negros são pobres e muitos brancos
estão em situação idêntica à dos negros em
relação às condições de dificuldade de acesso
aos bens culturais. É preciso pensar em segmento social, não em cotas raciais.
15)Professor, para contribuir com o exercício, é
interessante provocar a discussão de ambos
os textos com perguntas, como:
O que significa ter direito a educação? Significa apenas ter direito a vaga? Mesmo que a
escola se localize a quilômetros de distância,
que não tenha carteiras, quadros de escrever,
material didático, iluminação, computador,
etc. adequados?
Quando o aluno é vítima de bullying, quando
é intimidado por colegas da escola, pode-se
dizer que tem direito à educação? Quem é o
responsável pela integridade física e psicológica do aluno na escola? Como orientar o
aluno vítima de bullying? É o aluno ou o professor que provoca o bullying? O bullying está
relacionado à classe social? Qual a relação do bullying com o desempenho escolar?
16)Certamente o autor quis dizer que a história
é dinâmica, que demonstra todos os movimentos dos personagens em busca do desvendamento do código, que o livro dá conta
LÍNGUA PORTUGUESA A
de levar o leitor a criar imagens de ritmos e
movimentos próprios de um filme.
17)Nesta questão deve-se salientar a estrutura
desse gênero textual, destacando a importância de certas referências, que depende
do objeto a ser resenhado. Nesse caso, por
exemplo, a duração do filme é importante. O
professor pode solicitar que os alunos façam
uma consulta para verificar essa informação.
18)
04.Verdadeira. O autor generaliza. Nem
todos se interessam pelo assunto tratado
no filme; muitas pessoas não gostam de
temas enigmáticos e de suspense, mesmo
quando relacionados a fatos históricos e
de cunho religioso, mais especificamente
contra o catolicismo.
Neste caso, é discutível até que ponto a
generalização torna-se um problema.
19)Sugestões:
a)Começou a procura anual dos blockbusters
("campeões de bilheteria").
b)O problema maior do filme foi sua préprodução.
c)[...]ganhador do Oscar por "Uma Mente
Brilhante", que é um cineasta comum [...]
d)[...]fazerem uma descoberta, algo que não
funciona no cinema e desvaloriza totalmente o filme[...]
e)[...]escolhendo sempre o caminho mais
ordinário, a banalização[...]
f) [...]Mas com certeza quem ele acha que é
menos inteligente é quem vai ver o filme
[...]
20)Resposta pessoal. Provavelmente na tentativa de
manter uma maior aproximação com o público que
utiliza uma linguagem mais informal; os jovens,
por exemplo.
Cabe ao professor, obviamente, avaliar com a
turma a adequação de cada uma das opiniões
dadas.
21)Esta resenha, conforme tratado na questão de
número 5, foi dirigida a um público diretamente
ligado à educação – estudantes e profissionais da
área –; assim, é natural que o autor, que também
é profissional da educação, tenha optado por utilizar uma linguagem mais formal. A introdução
da resenha é exemplo dessa linguagem.
Ganhador da Palma de Ouro do Festival
de Cannes em 2008, Entre os muros da
escola, dirigido por Laurent Cantet, busca desvelar o dia a dia de uma escola
francesa contemporânea. Fazendo uso de
técnicas de documentário e de atores que
são os próprios personagens na vida real,
o filme mostra força ao tratar de forma
contundente problemas educacionais que
vão além da realidade francesa. Nesse
sentido, o filme pode ser visto como importante painel de desafios colocados à
mesa dos educadores de hoje.
22)Paralelo entre a crítica de Argüelles e de Vinícius Vieira.
Entre os muros da escola – Argüelles
O código Da Vinci – Vinícius Vieira
Tema: O cotidiano de uma escola pública
do subúrbio de Paris – desafios aos
educadores de hoje.
Crítica positiva – Voltada ao conteúdo
temático tratado pelo filme.
•o filme mostra força ao tratar de forma
contundente problemas educacionais
que vão além da realidade francesa;
•o filme pode ser visto como importante
painel de desafios colocados à mesa
dos educadores de hoje;
•pode ser visto como uma crítica, até
certo ponto ácida, dirigida a professores, alunos e diretores, bem como ao
sistema educacional francês.;
•a denúncia feita [...] pode ser transplantada para outras realidades, como
a brasileira.
Tema: Desvendamento de um segredo que promete
mudar a história do catolicismo e do mundo.
Crítica negativa – Voltada à produção cinematográfica
– filmagem, ângulo e movimento da câmera, elenco, direção, roteiro, textos/diálogos, final, etc.
•o filme simplesmente não funciona (conforme
crítica especializada de Cannes);
•um cineasta comum, que escolheu o caminho
mais ordinário, o famoso feijão com arroz;
•Akiva Goldsman, o roteirista, "assassina o livro",
[o filme] não funciona;
•descaracteriza os personagens com frases feitas
e totalmente idiotas;
•Qualquer tipo de explicação a respeito dos mistérios da história, além de serem didaticamente
narradas, mostradas em imagens e rabiscadas
numa lousa, ainda são repetidas segundos depois por outro personagem.
23)Professor, o aluno deve apresentar uma crítica do livro que permita ao leitor de sua resenha informações relevantes (quanto ao tema, à abordagem literária, à linguagem utilizada, etc.) sobre a
obra, motivando-se a lê-la.
•Sugerimos que solicite a leitura de algumas resenhas, pelos próprios autores, para a turma. Após
a leitura, o autor, os colegas ou o professor poderão tecer um comentário sobre os textos com o
intuito de chamar a atenção para aspectos relevantes da resenha, além de questões relativas ao
vocabulário, à coesão/coerência, à argumentação, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA A
•Ou que recolha as resenhas e selecione uma,
ou excertos de algumas, para análise de
forma e conteúdo junto à turma (revisão coletiva). Para facilitar a análise, é interessante
que os textos sejam digitados e apresentados
em data show, quadro eletrônico.
24)Ambos os textos foram publicados em um
jornal e se referem, respectivamente, à caracterização de uma mulher e de um homem, de
alguma forma como se fossem produtos de
compra, de aquisição, e não de venda, daí a
semelhança com um anúncio. A linguagem
utilizada nos dois textos é própria dos anúncios: clara, objetiva, específica e que realça as
características do produto, no caso o homem
descasado e a mulher que responde.
33)a)Pretendente – é o núcleo, a palavra mais
importante do complemento verbal.
b)Pretendente é substantivo.
34)Toda essa gente se engana (1ª oração)/ou
então finge (2ª oração) que não vê (3ªoração)/
que eu nasci (4ª oração) para ser o superbacana (5ª oração). (Caetano Veloso)
É importante chamar a atenção para o humor que marca ambos os textos e para o fato
de que, embora tenham características de
anúncio, conforme já visto, também se assemelham à crônica, que é um gênero previsto
para ser publicado pela imprensa e se refere
a fatos do cotidiano.
25)01 + 02 + 08 = 11
26)B
27)D
28)B
29)O paradoxo se dá pela simultaneidade entre
o dia e a noite no momento do pôr do sol.
Dia e noite/claro e escuro.
30)A imagem apresenta uma mulher obesa e uma
magra, indicando uma antítese. Para haver
paradoxo, seria necessário que pelo menos
uma delas fosse ao mesmo tempo, de alguma
forma, magra e gorda.
31)01 + 04 + 08 = 13
32)a)Exigir é verbo transitivo direto.
b)que a pretendente tenha idade entre 28
e 40 anos – exerce a função sintática de
objeto direto do verbo (exigir) da oração
principal.
LÍNGUA PORTUGUESA A
a)Que não vê/que eu nasci
b)Professor, identificar a oração principal
das orações subordinadas destacadas no
item anterior (que não vê/que eu nasci)
pode ser um bom momento para discutir
com os alunos a importância da compreensão dos enunciados que lemos e da clareza
do que escrevemos.
É preciso considerar que o significado ou
o sentido das ideias expressas no período
sobrepõem-se à mera classificação das
orações que o formam, embora o conhecimento da estrutura sintática também
possa auxiliar na compreensão do texto
escrito.
No período em estudo, a primeira e a
segunda orações são coordenadas entre si
(Toda essa gente se engana (1ª oração)/ou
finge (2ª oração)). Mas, se o aluno orientasse sua análise exclusivamente pelo
sentido, poderia apontar as três primeiras
orações como principais, uma vez que eu
nasci para ser o superbacana poderia ser
compreendido como o motivo pelo qual
toda essa gente se engana, ou aquilo que
elas fingem não ver. Isso seria comum na
linguagem coloquial. No entanto, a oração Toda essa gente se engana tem sua
estrutura sintática completa, pois o verbo
enganar nesse contexto tem o sentido de
"cometer engano" ou "erro", por isso não
poderia ser oração principal.
A segunda oração, ou então finge, embora
seja independente sintaticamente da primeira oração, não possui estrutura sintática completa. Finge o quê? O verbo fingir
(VTD) está incompleto e a terceira oração,
que não vê, completa-lhe o sentido.
Assim, a segunda oração do período (ou
então finge) é a oração principal de que
não vê e esta terceira oração, por sua vez,
é a oração principal da quarta oração (que
eu nasci). O verbo ver (VTD) necessita de
complemento (OD).
c)Que não vê – oração subordinada substantiva
objetiva direta.
Que eu nasci – oração subordinada substantiva objetiva direta (completa o verbo transitivo
direto vê)
35)Transforme os períodos simples em períodos
compostos.
a)Observou que a lenha verde agonizava. Oração subordinada substantiva objetiva direta.
b)É aconselhável que você compareça na hora
marcada. Oração subordinada substantiva
subjetiva.
c)Percebeu que os homens se aproximavam.
Oração subordinada substantiva objetiva
direta.
d)Julieta ficou na janela na esperança de que
Romeu voltasse. Oração subordinada substantiva completiva nominal.
e)A preocupação de todos era que houvesse
excesso de chuva. Oração subordinada substantiva predicativa.
36)a) oração subordinada objetiva direta
b)oração subordinada substantiva subjetiva =
função de sujeito
c)oração subordinada completiva nominal
d)oração subordinada objetiva direta
e)oração subordinada apositiva
37)a)I – É conveniente uma alimentação saudá­
vel . II – Convém alimentarmo-nos de modo
saudável.
b)I – Nosso desejo é a possibilidade de uma
vida confortável para todos. II – Nosso desejo
é possibilitar a todos uma vida confortável.
c)I – É importante a leitura integral das obras
literárias. II – É importante ler integralmente
as obras literárias.
d)I – Percebi-os contrários aos nossos acordos. II
– Percebi-os contrariando nossos acordos.
e)I – A professora solicitou a leitura da obra
Iracema, de José de Alencar. II – A professora
solicitou-nos a leitura da obra Iracema, de
José de Alencar. A professora solicitou lermos
a obra Iracema, de José de Alencar.
38)Como em todo exercício de produção textual, o professor certamente promoverá a
discussão sobre o tema a ser desenvolvido,
com base nos textos de referência e nos
outros textos já tratados, vistos na tevê,
lidos em revistas e jornais, etc. de modo
que o aluno tenha o que dizer em seu texto
escrito. Também, provavelmente, acompanhará o trabalho dos alunos, orientando-os
individuamente em relação às ideias e à
escrita; e chamará a atenção para aspectos
próprios da revisão textual (organização,
desenvolvimento e fundamentação de
ideias, pontuação, paragrafação, estrutura
do texto, correção ortográfica, etc.).
Professor, aproveite para caracterizar a
função referencial da linguagem.
Função referencial (ou denotativa):
•Centralizada no referente; quando o
emissor procura oferecer informações
da realidade.
•Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular.
•Linguagem usada nas notícias de jornal
e livros científicos.
(Disponível em: <http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_funcoes_linguagem.html)
39)E
40)Possíveis interpretações das definições de
amor:
a)O amor é bossa nova (o amor é mais
suave, mais melodioso)
[...] característica importante da bossa
nova: a voz não precisava ser muito
alta, nem muito forte. O João Gilberto,
por exemplo, tem uma voz muito suave
e baixinha, quase como um sussuro...
mas mesmo assim ele consegue encher um ambiente de melodia! Nada
parecido com os cantores de samba ou
chorinho [...]
(Disponível em: <http://www.canalkids.
com.br/arte/musica/instrumento_
bo.htm>.)
LÍNGUA PORTUGUESA A
Sexo é carnaval (ritmo frenético, barulho,
grito, percussão).
b)O amor é um desejo de atingir a plenitude.
Sexo é o desejo de se satisfazer com a finitude.
O amor quer a continuidade, quer ser infinito, pleno.
O sexo é imediatista, de satisfação imediata,
finita.
c)Amor é egoísta; sexo é altruísta.
Este verso é contraditório em relação ao que
o texto vinha defendendo.
Quem ama pensa apenas em si mesmo?
O sexo leva ao prazer do outro, leva a se
pensar no bem do outro como que em ato
de altruísmo, de filantropia?
d)Amor é prosa; sexo é poesia.
A princípio parece haver maior relação entre
amor e poesia e entre sexo e prosa. Afinal,
temos visto muito mais poetas "rimarem"
amor com poesia do que com prosa. Mas, conhecendo a irreverência de Arnaldo Jabor, é
fácil entender por que ele mudou a "ordem"
dos versos, ou melhor, os conceitos.
41)D
42)A
43)B
Levantar questionamentos: que características
do texto podem ser relacionadas a amor? Que
características do esporte podem ser relacionadas a sexo? Por que Jabor relacionou texto
com esporte?
44)E
Uso duvidoso das palavras (ou melhor, sugere
outro sentido).
45)08 + 16 + 32 = 56
46)O latifúndio é visto pelos críticos sociais de
forma negativa, uma vez que não produz uma
sociedade democrática e justa, pois são poucos
os proprietários e somente eles se beneficiam
dos lucros dessas grandes extensões de terra.
10
LÍNGUA PORTUGUESA A
Na letra da música, no entanto, os autores
comparam o amor com o sonho por um romântico latifúndio, ressaltando assim, certamente, o romantismo ao lado da natureza,
talvez, as românticas casas características
das grandes fazendas, conforme a ilustração
demonstra.
O MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), de acordo com a imagem, é vibrante, demonstra agressividade,
luta, ação. Esse espírito é utilizado como
referência para a comparação com o sexo.
47)Concepção de amor e sexo subjacente ao
texto:
O amor é visto como um sentimento mais
sublime, nobre, vinculado ao romantismo, à
espiritualidade, à emoção. O sexo é prazer,
é carnal, é pagão.
48)A interjeição Ah! remete ao encantamento,
à alegria; já a interjeição Hum! remete ao
prazer (hum, que gostoso, que delícia).
49)Ao dizerem que o amor é um, os autores o
definem como um sentimento individual;
alguém pode amar sozinho, ou seja, sem ser
compartilhado.
O sexo é dois, ou seja, para o sexo, segundo
a definição dos autores, deve haver duas
pessoas.
50)Ao dizer amor é cristão ou amor é divino, fazendo um contraponto com sexo é
pagão, os autores ressaltam o aspecto da
religiosidade, da espiritualidade no amor
e do profano no sexo, que, segundo a letra
da música, é mais relacionado ao corpo, à
matéria, ao prazer carnal.
A relação estabelecida entre "amor é divino"
e "sexo é animal", parece ir na mesma direção, no entanto de forma mais contundente:
divino x animal – divino x humano.
Outra consideração que podemos fazer: a
expressão animal tem sido utilizada informalmente para indicar "muito legal, muito
interessante, muito prazeroso".
51)Paralelo entre os textos Amor é prosa, sexo é poesia e Amor e sexo
Amor é prosa, sexo é poesia – Arnaldo Jabor
Estrutura
Crônica
Texto escrito em prosa
Uso de diálogo
Amor e sexo Arnaldo Jabor, Rita Lee e
Roberto de Carvalho
Estrutura
Letra de música
Preocupação com a melodia, com a rima,
o ritmo
Linguagem
Dissertativa
Argumentação
O autor cria uma circunstância de diálogo entre personagens para discutir o que é amor e o que é sexo. A
argumentação tem por base a comparação entre amor (é
isso) e sexo (é aquilo).
Abordagem temática
Em seu texto, Arnaldo Jabor, ao comparar amor e sexo,
remete a questões políticas, sociais, culturais; utiliza citações, fazendo referência a Nelson Rodrigues e Proust.
Linguagem
Linguagem poética; uso de versos e
rimas
Argumentação
Toda a letra da música caracteriza-se
pela comparação entre amor e sexo.
Abordagem temática
As definições comparativas de amor e
sexo são apresentadas de forma objetiva
e sucinta.
Nota-se que, em ambos os textos, o amor é visto como um sentimento mais sublime, nobre, vinculado ao romantismo, à espiritualidade, à emoção. O sexo é representado como um sentimento mais
racional, carnal, pagão.
Várias frases (como amor é prosa; sexo é poesia) são repetidas nos dois textos.
E-mail e carta
Professor, naturalmente você levará os alunos a compararem os dois textos apresentados como
exemplos de cartas. Sugerimos questioná-los sobre a adequação da linguagem utilizada; chamar a
atenção para o fato de terem sido eliminadas as frases de efeito (do tipo venho por meio desta), a
linguagem muito rebuscada, o uso de termos esdrúxulos. Falar sobre a necessidade de se ir direto ao
assunto, de forma clara e objetiva.
A análise dessas cartas auxiliará na produção de texto a seguir.
52)a)Professor, os alunos devem caracterizar fatos do dia a dia que causam
irritação de modo a sensibilizar os
responsáveis para que providências
sejam tomadas. É interessante que
releiam as cartas apresentadas nos
exemplos.
b)Para que a definição de amor não se
reduza a uma curta frase elaborada
sem reflexão, é conveniente que se
relacione o amor com aspectos sociais, culturais, religiosos, tal qual
fizeram os autores dos textos que
tratam desse tema.
53)C
Chamar a atenção para o fato de que a generalização
pode caracterizar um consenso (ideia com a qual
"todos", de maneira geral, concordam), como é o caso
do exemplo. Se o autor quisesse atenuar o sentido de
generalização, poderia ter escrito: As pessoas detestam ficar presas no trânsito. Mas parece que, no caso,
a intenção era mesmo a de intensificar e estender a
"todo mundo" o sentimento provocado pelo congestionamento.
Levar os alunos a analisar os demais exemplos, como
o da alternativa a, que permite demonstrar maior conhecimento sobre o tema, evitando a generalização.
LÍNGUA PORTUGUESA A
11
54)04 + 08 + 16 = 28
55)01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31
56)Espera-se que os alunos percebam, por exemplo, que na figura 1 as crianças estão utilizando o trenó para lazer. Assim, não estariam
evitando o uso de um veículo automotivo.
No entanto, quando utilizado como meio
de transporte, o trenó torna-se favorável ao
tráfego e ao meio ambiente, pois não depende
da queima de combustível fóssil.
Os elefantes (figura 2) são um meio alternativo de transporte de carga e de pessoas que
também não queima combustível fóssil. Por
outro lado, além de prejudicar o livre movimento dos veículos automotivos, os elefantes
sujam os centros urbanos ao eliminar seus excrementos por onde passam, podendo causar
danos materiais e acidentes com vítimas no
trânsito. Atingem normalmente velocidades
inferiores às dos automóveis e, embora adestrados, podem criar grandes transtornos no
trânsito e fora dele.
O triciclo, ilustrado na figura 3, demonstra
criatividade, força e agilidade de um povo
que precisa se deslocar em grupo. Esse meio
de transporte é ecologicamente correto, no
entanto acarreta grande risco para os que o
utilizam, especialmente crianças e idosos.
Os condutores desse tipo de veículo muito
provavelmente desenvolvem problemas físicos, pois é necessário haver muita força para
colocá-lo em movimento.
A carroça (figura 4) é um antigo meio de
transporte que, embora seu uso tenha diminuído significativamente, se mantém
como alternativa às classes mais baixas da
população. Como são puxadas por cavalos
ou jegues, também sujam áreas públicas e
atrapalham o tráfego. Há cidades que exigem
o uso de "fraldões" para os animais e aplicam
normas de trânsito específicas para esse meio
de transporte. Vê-se que as crianças circulam
soltas na carroça, sem cinto de segurança,
em uma rua pavimentada onde certamente
circulam veículos em alta velocidade.
12
LÍNGUA PORTUGUESA A
57)Figura 1 – Aparentemente (pelas roupas,
pelos calçados e pelo trenó que usam) as pessoas pertencem à classe alta da população;
o uso do meio de transporte parece ser para
lazer.
Figura 2 – Os elefantes transportam pessoas
e também cargas. Pelo seu tamanho, esse
animal parece pouco vantajoso como meio
de transporte em relação ao volume da carga
e ao pouco número de pessoas que pode carregar; além da pouca velocidade que atinge,
da dificuldade de visibilidade dos motoristas
dos automóveis e da dificuldade de controle
de sua força e vontade.
Figura 3 – O triciclo permite o transporte de
um grande grupo. A família encontra uma
maneira acessível financeiramente para poder se deslocar, seja a trabalho – mais provavelmente –, seja a lazer. Em área urbana, esse
veículo torna-se uma alternativa das classes
menos favorecidas.
Figura 4 – A carroça (embora já tenha tido o
seu período de glória, quando servia apenas
os mais abastados) é um veículo alternativo
para as classes menos favorecidas. Poucos
veículos dessa natureza encontram-se em
áreas urbanas, mas continuam a ser utilizadas como meio de transporte de carga e de
pessoas.
58)O personagem relaciona os bens materiais
com o ideal de vida das pessoas, seja dirigir a
carteira cambial de um banco ou um realejo
novo, um automóvel. Ele dividia a humanidade em duas castas, pedestres e rodantes
(os que circulavam sobre quatro pneus). Os
bens materiais, principalmente caracterizados pelo automóvel, garantiam status aos
privilegiados economicamente.
59)Os termos utilizados (fonfonando, Bip! Bip!
Fon! Fon!) são onomatopeias que imitam,
no texto, a buzina de um automóvel. Foram
bastante usados em décadas anteriores, como
as de 1970 e 1980.
No primeiro texto, o autor utiliza a expressão
fonfonando para dizer que chegava buzinando. A expressão ajuda na descrição da alegria
vivida pelo personagem.
Em seu texto, Marilita Braga utiliza a expressão Bip! Bip! Fon! Fon! também em referência à
buzina dos automóveis. Aqui, no entanto, a intenção é remeter à insistência dos motoristas que
buzinam na esperança de fazer os veículos se movimentarem e para pressionarem os guardas de
trânsito a dar passagem.
Análise comparativa entre os dois textos.
Bip! Bip! Fon! Fon!
O Presidente Negro
Tema
Trânsito e congestionamento em
grandes cidades.
Tema
Relação homem, casta (classe social) e automóvel.
Vantagens ou desvantagens dos
veículos
Nesse texto, prioritariamente aparecem as desvantagens do automóvel
– engarrafamento, atraso, perda de
tempo, impaciência, poluição atmosférica, barulho das buzinas, barulho de sirenes, estacionamento em
calçadas ou em faixas de pedestres,
atropelamentos, mortes.
Relação veículos e evolução da
sociedade
•Aumento rápido do número de
veículos.
•O comodismo e a falta de consciência ambiental levam ao uso
desmedido de automóveis.
•Falta de planejamento urbano
– ruas estreitas, dificuldades de
acesso, etc. –, ocasionando caos no
trânsito
Crítica social
Em nome do progresso, procuramos
"vencer o tempo", precisamos chegar rapidamente nos mais diversos
lugares. O automóvel representa a
possibilidade de acesso, de alcance,
de resolução de muitos problemas.
Desse modo, as pessoas poluem o
ar, o som harmonioso da natureza,
provocam acidentes, matam.
Vantagens ou desvantagens dos veículos
Vantagens: para o narrador-protagonista, o automóvel divide
a humanidade em duas castas: pedestres e rodantes, como
os batizei aos homens comuns e aos que circulavam sobre
quatro pneus.
•O automóvel livra o pedestre de ser forçado a gastar a sola
das botinas, a suar em bicas nos dias quentes, a molharse nos dias de chuva e a operar prodígios para não ser
amarrotado pelo orgulhoso e impassível rodante, o homem
superior que não anda, mas desliza veloz.
•Permite mudar de classe social, leva a aumento de salário.
•Mesmo o que deveria ser considerado desvantagem, muda
de sentido para o personagem: Paguei diversas multas,
matei meia dúzia de cães e cheguei a atropelar um pobre
surdo que não atendera ao meu insolente "Arreda!" Tornou-se-me o pedestre uma criatura odiosa, embaraçadora
do meu direito à rapidez e à linha reta.
Obs.: chamar a atenção para a linguagem utilizada na época.
Relação veículos e evolução da sociedade
Automóvel como sonho de consumo, realização plena, verdadeiro fascínio, supervalorização da máquina em detrimento
das pessoas (pedestres). O automóvel/máquina sobrepõe-se
às pessoas.
Crítica social
O mais importante é a superação da máquina, do automóvel
sobre os homens. O homem, representado pelo pedestre,
perde o direito a ir e vir, perde o direito ao espaço na rua, na
calçada, no mundo.
O personagem faz referência ao automóvel Ford, cujo sistema
de produção criado pelo empresário responsável tornou-se
modelo de fabricação em massa, de fragmentação do conhecimento do processo. (Leia mais sobre o fordismo em
seguida.)
LÍNGUA PORTUGUESA A
13
Fordismo
O que é: fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford,
cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para
sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem.
Objetivo do sistema
O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear
o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro
deste sistema de produção, uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis,
e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do
seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária
utilização de mão de obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena
tarefa dentro de sua etapa de produção.
O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no século XX, sendo responsável
pela produção em massa de mercadorias das mais diversas espécies. (Disponível em: http:<//www.suapesquisa.com/economia/fordismo.htm>.
Acesso em: 7 abr. 2010)
60)Sugestões para uma produção mais
efetiva:
•Solicitar a inclusão de dados históricos (do fordismo, por exemplo);
•Orientar para que façam referência
à relação do automóvel com a classe
social;
•Sugerir que utilizem citação direta
(cópia – entre aspas) ou indireta
(ideias do autor usando outras palavras).
61)O homem tem criado os mais diversos
meios de transporte desde os primórdios. Nos últimos séculos, mais
comumente utilizam-se automóveis
populares. Seja por tração animal
(carroça, carro de boi), por combustível fóssil (automóvel, ônibus) ou
por energia elétrica (trem, metrô), os
meios de transporte, além de grandes
utilitários, exercem grande fascínio
sobre as pessoas. Muitos optam até
mesmo por viver em casa alugada e
ter o carro que mais lhes agrada na
garagem ou comprometem quase a
totalidade da renda familiar na compra de um carro que lhes proporcione
maior status social.
14
LÍNGUA PORTUGUESA A
Nas imagens apresentadas, encontramos relações de
contradição e humor:
I) O conhecido slogan se beber não dirija é apresentado de forma paradoxal no "bar móvel" que aparece
nessa imagem. Contraditoriamente, o motorista
dirige e bebe simultaneamente ao lado de outros
companheiros de bar, que também bebem enquanto
passeiam pelo trânsito da cidade.
II)Essa imagem é pejorativa. Remete à fama de chatas
atribuída às sogras. O criador da imagem simulou a
propulsão de uma sogra sentada sobre uma cadeira
como se fosse um foguete. A intenção, certamente,
é levar o leitor à conclusão de "envio" da sogra para
a lua (sem volta).
III)O cartaz mantém relação intertextual com a campanha da Mastercard ([...] não tem preço).
Com esse espírito ([...] não tem preço.), leva o
leitor a concluir que poderá beber uma cerveja,
que custa R$2,50, deixar de pagar uma multa de
R$957,00 (por não dispor de dinheiro) e encontrar
os amigos na delegacia, o que "não tem preço". O
autor joga com a contradição entre as possibilidades de ser feliz, beber uma cerveja, pagar uma
multa alta ou encontrar os amigos (que estariam
cometendo a mesma falta) na delegacia. Além do
texto verbal, linguístico, o texto não verbal (imagens, cores, movimentos, personagens, figurino,
trilha sonora, etc.) contribui com os efeitos de
contradição e humor pretendidos.
No Youtube encontram-se inúmeros vídeos
com a base temática desse texto: [...] não tem
preço. Sugestão: <http://www.youtube.com/
watch?v=nKwtTiFkksE&feature=related>.
(Acesso em: 7 abr. 2010)
Embora os textos deixem clara a intenção do
humor, fazem apologia ao preconceito (contra
as sogras) e ao consumo irresponsável de
bebida na relação com a direção.
62)Análise da fala de Manolito.
a)Ao utilizar a expressão "duros de aprender", o personagem se referia a alunos com
dificuldade de aprendizagem (disgrafia,
discalculia, dislalia, disortografia e o
TDAH –Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade). Pode-se fazer referência a
personagens de novelas (Duas caras – Clarissa, estudante universitária – e Tempos
modernos – personagem Leal, protagonista) que caracterizam tais dificuldades.
b)Round significa cada uma das etapas, ou
fases, da luta de boxe. Como os pais costumavam dar uma grande surra quando os
filhos não queriam ir para a aula, o personagem concluiu que a infância de seu pai
teria sido um grande round, ou seja, uma
grande fase de luta, deixando implícito
que o pai nunca queria ir para a aula.
63)Com base no primeiro quadrinho:
a)Meu pai contou/que quando ele ia à escola/o professor batia nos alunos/que eram
duros de aprender.
b)Meu pai contou e o professor batia nos
alunos. Essa terceira oração do período é
principal da oração anterior e principal de
que eram duros de aprender.
c)Na oração que eram duros de aprender o
que é um pronome relativo que substitui
a palavra alunos.
d)A expressão duros de aprender qualifica
alunos, portanto é uma locução adjetiva.
64)A oração em quem não queria ir para a aula
é adjetiva. Nomenclatura completa: oração
subordinada adjetiva restritiva.
65)a)Minha janela dava para um canal, onde
(= em que, no qual) oscilava um barco.
b)Para onde iam aquelas flores que o barco
carregava?
66)a)Todos os homens têm seu preço e todos
são facilmente corrompidos.
b)Somente uma parte dos homens têm seu
preço e somente tais homens são facilmente corrompidos.
67)a) Este projeto beneficia a todos.
b)Jamais suportou as pessoas mentirosas.
c)É preciso manusear ferramentas cortantes.
d)A Embratel implantou, este ano, inúmeras
estações receptoras e transmissoras de
sinais.
e)Precisamos de mulheres atuantes nas comunidades em que vivem.
68)a)O progresso a que me refiro com entusiasmo é sem dúvida o mais econômico.
b)A responsabilidade da qual tanto precisamos é indispensável ao bom andamento
do trabalho.
c)Foi deprimente o concerto ao qual assistimos na noite passada.
69)Leitura da letra da música de Cartola O mundo é um moinho.
Professor, procure motivar os alunos para a
leitura do texto. Se possível, leve para a sala de
aula a música em áudio ou vídeo.
Ouça a música no site: <http://www.youtube.
com/watch?v=ifklao6fKUA>.
70)Em não serás mais o que és, a palavra que é
um pronome relativo e funciona como predicativo; em o rumo que irás[...], que é um
pronome relativo e corresponde a o qual.
Embora eu saiba o que és – que é conjunção
integrante.
71)Reescritura da oração sem o pronome relativo
que: Tu cavaste um abismo com teus pés.
LÍNGUA PORTUGUESA A
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72)Bebi o café que eu mesmo preparei – pronome relativo
Humildemente pensando na vida e nas
mulheres que amei. – pronome relativo.
75)01 + 02 + 04 + 16 = 23
É interessante levar os alunos a analisar as
imagens a fim de identificar os recursos utilizados (formas, movimentos, cores, onomatopeias, etc.) pelo chargista para a atribuição de
sentidos. Quando uma palavra assume sentidos distintos de acordo com o contexto em que
está inserida, a denominamos de polissêmica.
Há duplo sentido no uso da palavra batida o
que permite que identifiquemos a função de
polissemia dessa palavra: batida = choque;
batida = um tipo de bebida alcoólica.
Afirmativas em relação ao gráfico apresentado:
01.Incorreto. Esses valores se referem à
soma total. Os dados são relativos aos
"delitos escolhidos" – a omissão de
socorro pode estar incluída na lesão
provocada de acidente de trânsito, por
exemplo; sendo contabilizada duas ou
mais vezes, se coincidirem com outros
itens.
02.Correto. Por exemplo, houve uma redução de 46,9% no número de homicídios
dolosos – aqueles em que há a intenção
de matar.
04.Incorreto. Não é possível afirmar que foi
o investimento em política pública que
diminuiu os delitos, uma vez que o texto
introdutório e os gráficos não permitem
tal conclusão.
08.Incorreto. De acordo com os dados
apresentados pelo gráfico, o número de
delitos ocorridos por omissão de socorro
em 2008 no Rio de Janeiro não foi alto
(20); especialmente se considerados os
números de outros itens, como lesão
provocada por acidente de trânsito (2.
177).
16.Correto. A Lei Seca influenciou, sem
dúvida, a diminuição do número de homicídios em que há a intenção de matar.
No entanto, maior diminuição ocorreu
no número de mortes provocadas por
acidente de trânsito, o que indica o sucesso da campanha nesse sentido.
Outros exemplos de polissemia:
Avião = aeronave; uso informal → mulher de
corpo delineado, bonito.
Manga = fruta; parte da camisa ou do vestido.
Camisinha = preservativo; camisa infantil;
camisa simples, de baixa qualidade (sentido
pejorativo).
73)O número de veículos é limitado.
Um número limitado de veículos pode trafegar numa via.
74)Professor, sugerimos a leitura do texto
referente aos gráficos em análise no site:
<http://www.comunidadesegura.org/ptbr/node/40025>.
16
LÍNGUA PORTUGUESA A
76)Os alunos precisam estar cientes do tema proposto para o exercício de produção escrita: a
relação automóvel, meio de transporte, status
social e vida urbana. Daí a importância de o
grupo, orientado pelo professor, conversar a
respeito.
Texto: Meu sonho Brasil – Carlos Alberto
Libânio Christo (Frei Betto).
Professor, sugerimos que esse texto seja trabalhado junto com outros professores – de História,
de Atualidades, de Sociologia, de Filosofia, etc.
77)Frei Betto se refere à pobreza material, que não
permite vida digna, e à riqueza em relação ao
território brasileiro, em relação às riquezas
naturais.
Parece que Deus foi injusto ao cumular esta
Terra Brasilis de tantas bênçãos: nenhum furacão, nem vulcão ou deserto, uns raros tremorizinhos de terra pra ajeitar o fumo no cachimbo
do sertanejo, nada de deserto ou geleira, neve só
uns três dias por ano, em apenas dois municípios,
para turista tirar fotos.
Gigante pela própria natureza, como se ufana
o nosso hino, inchando o nosso peito varonil,
somos uma das dez maiores economias do
mundo, o maior produtor mundial de frutas e o
sexto de alimentos. Temos potencial para colher
três safras por ano em 600 milhões de hectares
agricultáveis.
Apesar de haver tanta riqueza no País, a
população é pobre por não haver igualdade na
distribuição de renda. A riqueza brasileira se
concentra nas mãos de poucos, de latifundiários,
de grandes empresários que se beneficiam do
que deveria caber a todos. Os pequenos agricultores não dão conta de pagar impostos e outros
tributos aos bancos e acabam perdendo suas
propriedades e seu sustento.
78)Esses valores não são suficientes para que
se conclua que houve crescimento do poder aquisitivo do povo brasileiro, uma vez
que, além de o aumento do salário mínimo
não contemplar as perdas ocasionadas pela
inflação, o próprio modo de vida moderno
exige mais recursos financeiros, seja para o
consumo de energia, de água, seja para educação, saúde, cultura, etc.
79)Argumentos para a questão: houve crescimento do poder aquisitivo dos brasileiros?
•Caiu o índice de famílias que recebem
até meio salário mínimo – de 54,3% para
41,3%.
•O IBGE divulgou pesquisa que indica que
na década de 1998 a 2008 houve melhora
no poder aquisitivo, embora pouca.
•Mas a situação de pobreza continua escandalosa, a desigualdade na distribuição de
renda continua injusta, principalmente na
região Nordeste.
80)Apesar das mudanças ocorridas nos últimos
anos, o texto de Frei Betto serve para retratar
o Brasil atual: um país que continua sofrendo
com as desigualdades sociais, que mantém
a proteção aos mais favorecidos economicamente.
•Permanece a pirâmide social que coloca no
topo uma minoria privilegiada, que detém
grande parte das riquezas do País em con-
traposição à grande maioria que possui o
mínimo para a própria sobrevivência.
•O Brasil se mantém atado à economia internacional; preso às grandes potências que
continuam ditando as ordens.
•Grande parte da população continua sem
terra, sem emprego, sem acesso à rede de
saúde, sem educação de qualidade; embora a
área econômica apresente avanços, conforme
excertos de textos apresentados na sequência.
Brasil já é o terceiro maior exportador
agrícola do mundo
Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo
O Brasil ultrapassou o Canadá e se tornou o
terceiro maior exportador de produtos agrícolas
do mundo. Na última década, o País já havia
deixado para trás Austrália e China. Hoje, apenas Estados Unidos e União Europeia vendem
mais alimentos no planeta que os agricultores
e pecuaristas brasileiros.
(Disponível em: <http://www.estadao.com.
br/noticias/economia,brasil-ja-e-o-terceiromaior-exportador-agricola-do-mundo,520500,0.
htm>. Acesso em: 20 abr. 2010)
Brasil é o terceiro maior produtor de
frutas, atrás da China e Índia
Os limites do custeio agrícola e do Empréstimo do Governo Federal (EGF) para o setor
de ruticultura foram ampliados para R$600
milhões, o que representa aumento de 50%, em
relação à safra passada. Além disso, incluiu-se
como item financiável a possibilidade de adoção
e recuperação de equipamentos e instalações
para proteção de pomares contra granizo, por
meio do Programa de incentivo à Irrigação e
à Armazenagem (Moderinfra). Essas medidas,
que fazem parte do Plano Agrícola e Pecuário
(PAP 2009/2010), foram apresentadas na 20ª
reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia
Produtiva de Fruticultura, nesta quinta-feira
(23), em Brasília.
(Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/
politica/2840867/brasil-e-o-terceiro-maiorprodutor-de-frutas-atras-da-china-e-india
Acesso em: 20 abr. 2010)
LÍNGUA PORTUGUESA A
17
O Brasil é também o maior produtor mundial
de etanol, com 14 bilhões de litros de álcool/ano,
sendo o único país a utilizar o etanol em larga
escala como combustível renovável e alternativo ao petróleo. Hoje o etanol é reconhecido
mundialmente pelas suas vantagens ambientais,
sociais e econômicas, e os países do primeiro
mundo têm demonstrado interesse crescente na
tecnologia desenvolvida no país.
(Disponível em: <http://www.apta.sp.gov.
br/cana/anexos/termo_referencia_melhoramento.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2010)
81)Os brasileiros precisam se organizar, conhecer os seus direitos, se envolver com as ações
políticas e econômicas para impedir que o
sistema de colonização global acabe escravizando o Brasil como tem ocorrido com a
África.
Alguns fragmentos de textos para contribuir
com a reflexão junto à turma:
Globalização ou Globocolonização?
Há uma mundialização da economia. As
nações-estados, economicamente autossuficientes, tendem a desaparecer. O presidente do
Banco de Boston ou da Honda passa a ter mais
importância – e poder – do que o presidente ou
o primeiro-ministro de muitos países. Os executivos da esfera econômica acumulam mais
poder do que os políticos do parlamento ou do
Poder Executivo.
Há também uma globalização da pobreza:
os países industrializados do Norte do mundo
abrigam menos de 1/4 da população mundial e
consomem 70% da energia do mundo, 75% dos
metais, 85% da madeira e 60% dos alimentos,
segundo informa a ONU. Do outro lado do mundo, mais de 1 bilhão de pessoas sobrevivem com
menos de 1 dólar por dia.
(Frei Betto. Disponível em: <http://oespaconaopara.blogspot.com/2010/02/globalizacaoou-globocolonizacao.html>. Acesso em:
20 abr. 2010)
18
LÍNGUA PORTUGUESA A
Africanização do Brasil
[...]
A africanização do Brasil caracteriza-se pela
ocorrência simultânea dos seguintes fenômenos:
desestabilização macroeconômica, desmonte
do aparelho produtivo, esgarçamento do tecido
social, deterioração política, degradação institucional e má governança.
A vulnerabilidade externa do país tem significado a ocorrência de crises cambiais. A pergunta
persiste: quando o Brasil será a ''bola da vez''?
O governo reage com políticas econômicas que
têm provocado o desempenho medíocre da economia a partir de 95.
O crescimento da renda per capita foi inferior
a 0,9% no período 95-2001. O rendimento médio
real do brasileiro caiu 10% nos últimos três anos.
O Estado brasileiro está quebrado, com a dívida
pública crescendo exponencialmente.
A dívida pública per capita cresceu de 1.000
reais, em 1995, para cerca de 4.000 reais em
2001. O desemprego continua elevado. A taxa de
desemprego só não explode porque o desalento
aumentou, isto é, as pessoas estão desistindo de
procurar emprego. Tudo isto chama-se, tecnicamente, desestabilização macroeconômica.
O desmonte do aparelho produtivo reflete-se
não somente nas taxas medíocres de investimento e no desemprego, mas também nos resultados
negativos da privatização. O racionamento de
energia, o apagão e os telefones celulares mudos
são exemplos recentíssimos.
O nível de ociosidade na indústria e no comércio também expressa esse desmonte do lado
real da economia. O movimento comercial no
último Natal foi uma tristeza. O crescimento
recente da inadimplência é outro sintoma.
O esgarçamento do tecido social expressa-se
não somente pelo aumento do desalento, mas
também pela insegurança crescente, pela violência generalizada e pela falta de perspectiva.
Sem contar a tragédia da área da saúde (no
momento, a epidemia da dengue) e o desempenho medíocre na educação. A expansão do
narcotráfico e da violência nas áreas pobres é
evidente em todas as capitais. Não é privilégio
de Campinas ou SP o crescimento exponencial
da criminalidade.
A degradação atinge instituições diversas,
das escolas federais de ensino superior ao aparelho repressivo do Estado. A crise recente da
UFRJ é exemplo. A incapacidade do aparelho
repressivo de garantir a vida de presidiários é
outro exemplo.
Os escândalos recentes envolvendo senadores da República mostram a degradação de uma
instituição-chave, o Congresso Nacional.
A má governança completa o quadro de africanização. Depois de ter provocado uma significativa transferência de renda de trabalhadores
para rentistas, de lograr resultados medíocres
na economia e na área social, o governo alcança
resultados pífios na reforma agrária (como foi
destacado pela imprensa internacional).
A degradação moral e ética é pouca disfarçada. Por que tanto esforço para barrar a CPI da
Corrupção? As tragédias recentes não são fatos
isolados. São o resultado de um modelo que
fracassou. Vai consumir muito tempo consertar
os estragos dos últimos anos.
(Artigo de Reinaldo Gonçalves, professor da
UFRJ. Artigo publicado no Jornal do Brasil.
Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=347>. Acesso em:
20 abr. 2010)
82)A seguir apresentamos alguns dados e informações como auxílio ao trabalho do professor. Na
pág. 32, você encontrará mais informações sobre o trabalho de Zilda Arns.
Zilda Arns
Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Nasceu no dia 25 de agosto
de 1934, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Filha de Gabriel Arns e Helena
Steiner Arns. Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo. Viúva (1978),
é mãe de cinco filhos: Rubens (Médico Veterinário), Nelson (Médico), Heloísa (Psicóloga), Rogério
(Administrador de Empresas) e Silvia (Administradora de Empresas). Para chegar até a indicação
ao Prêmio Nobel, Zilda Arns percorreu um longo e dedicado caminho. Sua formação começa em
Forquilhinha, SC e em 1959 termina o curso de Medicina, em Curitiba. Parte então para suas especializações, que envolvem desde a Educação Física, a cursos de Pediatria Social, encaminhado-se
então a outros cursos de aperfeiçoamento. Começa sua vida profissional como Médica Pediatra do
Hospital de Crianças Cezar Pernetta – Curitiba/PR – 1955 a 1964 e em 1983 é a Fundadora e Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, até a presente
data. Suas participações em eventos internacionais são diversas, de Angola a Indonésia, Estados
Unidos e Europa, Zilda Arns representa a Pastoral, palestra, acompanha Comitivas Brasileiras a
outros países e leva a Pastoral da Criança para o mundo. Participa ainda de outros tantos eventos
latino-americanos, principalmente apresentando e divulgando o trabalho da Pastoral da Criança.
Sua participação em eventos nacionais é praticamente incontável, desde 1994 são aproxima damente
27 eventos ligados à Pastoral da Criança e ainda inúmeros outros pela Pediatria. Tanta dedicação
tem seu reconhecimento. Desde 1978, são diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária.
E da mesma forma, a Pastoral da Criança já recebeu diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo
feito desde a sua fundação.
(Disponível em: <http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1464.html>. Acesso em:
29 abr. 2010.)
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O grande diferencial do trabalho de Zilda Arns surge a partir da noção da importância da prevenção.
A metodologia empregada para tornar eficiente o trabalho dos voluntários é a sua transformação em
agentes sanitários, que atuam nas próprias comunidades onde moram – prática recomendada pelos
organismos internacionais voltados à saúde pública. Treinados, eles se tornam líderes comunitários
aptos a pôr em prática ações básicas de saúde e a acompanhar constantemente as famílias que estão
sob sua responsabilidade. O aumento da qualidade de vida evita que surjam doenças e problemas
de saúde.
Zilda Arns morreu em 12 de janeiro de 2010 em um terremoto no Haiti, onde iria ministrar uma
palestra na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe.
Os alunos deverão elaborar um texto de cerca de uma página sobre os objetivos e resultados desse projeto. É importante que constem do texto informações sobre a dimensão do trabalho de Zilda
Arns (no Brasil e no exterior), faixa etária dos beneficiados, características do trabalho, resultados
em números e qualidade, informações sucintas sobre Zilda Arns, etc.
83)Os alunos devem perceber que as ações individuais fazem diferença, sim. Foi com o trabalho de
cada voluntário que Zilda Arns conseguiu melhorar a saúde e, por consequência, a vida de milhões
de crianças. No entanto, para atender a esse grande número de crianças carentes, é necessária a
união de muitas "andorinhas" para que o trabalho se realize.
84)Brasil – oligarquia ou democracia?
Apesar dos avanços nas áreas econômica e
social, o Brasil está longe de se tornar um país
verdadeiramente democrático. Continuamos
sendo governados por um grupo minoritário
que centraliza as riquezas do País. Da mesma
forma como ocorria no Brasil caracterizado
por Frei Betto em 1999:
somos governados por uma elite desprovida de sensibilidade social, interessada em
manter o país atrelado aos interesses do
capital estrangeiro. Contraímos dívidas para
produzir, produzimos para exportar, importamos capital para pagar os juros e amortizar
a dívida e(x)terna, que hoje alcança a fabulosa soma de US$ 231 bilhões. Só em 1999,
remetemos para fora do país reduzindo gastos
numa política de saúde, educação, combate
ao desemprego etc. US$ 66 bilhões! Em 2000,
cerca de R$ 65 bilhões.
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O autor apresenta possibilidades de mudanças em relação ao regime governamental no
período em que produziu o seu artigo crítico:
São seis as esferas sociais capazes de mudar
o Brasil: as pastorais das Igrejas; os movimentos populares; os sindicatos; os partidos
políticos; as administrações municipais
populares; os veículos culturais dotados de
senso crítico. Nenhuma faz verão sozinha.
Se articuladas, reviram o Brasil, pondo-o de
pé, tirando-o dessa vergonhosa posição de
manter-se ajoelhado frente ao FMI.
Quem não participa de nenhuma dessas seis
esferas ou é torcida desorganizada ou anda
de braços cruzados, o que muito agrada a oligarquia. E corre o risco de pensar pela ótica
de quem insiste em perpetuar a desordem
estabelecida. O que é uma forma de torná-la
também desordem consentida.
Professor, sugerimos a leitura de textos que
tratem de temas tais como "a democracia no
Brasil", para melhor orientar a discussão do texto
de Frei Betto.
85)
•O termo avesso no texto significa uma realidade bastante distinta daquela à qual Frei
Betto se referia, da realidade do Brasil do
ano 2000 (quando o texto foi escrito). Para o
autor, o país viraria pelo "avesso" à medida
que cada cidadão tenha o seu prato de comida todos os dias; cada criança, seu lugar
na escola; cada enfermo, seu tratamento
digno.
•Ao fazer tal afirmação, Frei Betto declara
acreditar que a mudança se dará a longo
prazo, uma vez que, segundo ele, já não
espera participar da colheita, mas que quer
morrer semente da revolução capaz de virar
o Brasil pelo avesso.
•Professor, a intenção não é expor um posicionamento político-partidário. A intenção
é que os alunos revejam os dados apresentados por Frei Betto relativos ao ano 2000 e
procurem perceber que, mesmo que tenha
havido mudanças nas áreas social e econômica, o poder e os privilégios que dele se
adquire se mantêm nas mãos de poucos.
86)01 + 02 + 04 + 08 + 32 = 47
Apenas a afirmativa do item 16 está incorreta, pois em 2004 o poder aquisitivo em
relação à educação e ao vestuário foi pior
que em 2003 e em 2005.
87)Predominância da cor verde no cartaz – relação com vegetais → alimentos → nutrição
→ combate à mortalidade infantil.
Desenho do trigo – representa o pão, principal símbolo do alimento do corpo.
Um homem e uma mulher adultos, atrás
de uma criança – representação de homens
e mulheres na posição de protetores, de
responsáveis pela vida (física) das crianças
– referência aos membros da Pastoral da
Criança. Crianças representadas por um menino (masculino no sentido genérico).
Cruz – símbolo da fé cristã → referência à
pastoral → vínculo com a CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil).
Professor, aproveite a análise do cartaz para
fazer referência novamente ao trabalho de
Zilda Arns. Apresentamos outras informações a seu respeito e sobre o seu principal
trabalho, a Pastoral da Criança.
A Pastoral da Criança foi fundada pela Dra.
Zilda Arns, que faleceu em janeiro deste ano
(2010), durante um terremoto no Haiti. O
que você sabe sobre esta importante mulher
e sobre o seu trabalho social? [...]
Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era
fundadora e coordenadora da Pastoral da
Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão
de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A Pastoral estima
que cerca de 2 milhões de crianças e mais de
80 mil gestantes sejam acompanhadas todos
os meses pela entidade em ações básicas de
saúde, nutrição, educação e cidadania. Zilda
Arns foi indicada por três vezes ao Prêmio
Nobel da Paz.
(Disponível em: <http://noticias.uol.com.
br/ultnot/internacional/2010/01/13/ult1859u2192.jhtm>. Acesso em: 29 abr.
2010)
No ano de 2003, foram acompanhadas
1.329.262 famílias, 83.993 gestantes e 1.815.572
crianças pobres menores de seis anos de idade,
de 36.422 comunidades em 3.757 municípios de
todos estados brasileiros.
De todos os voluntários, 134.973 são líderes
comunitários, pessoas simples, em sua maioria
mulheres, que vivem nas próprias comunidades.
Além dos líderes, 107.579 pessoas pertencem às
equipes de apoio em serviço espalhadas por todo
o país, somando 242.552 pessoas envolvidas.
Os líderes orientam as mães, gestantes e as
famílias sobre como cuidar bem da criança, com
técnicas acessíveis de ações básicas de saúde,
nutrição, educação e cidadania, além de estimular os laços familiares e comunitários.
(http://www.pime.org.br/missaojovem/
mjcriancasrede.htm)
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88)•Pastoral da Criança ... [para que todas as
crianças tenham vida].
•Desenho da cruz = fé cristã ... [para que
todas as crianças tenham vida].
•CNBB – Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil ... [para que todas as crianças
tenham vida].
•Voluntários (homens e mulheres capacitados) ... [para que todas as crianças tenham
vida].
89)Como a Pastoral da Criança se define como
uma instituição que busca combater a desnutrição e a mortalidade infantil, a palavra
vida utilizada no cartaz se refere ao corpo, à
sobrevivência; significa também bem-estar,
já que a Pastoral também prevê uma vida de
qualidade para as crianças e, como se trata
de uma pastoral, vinculada, portanto, à Igreja
(no caso, à Igreja Católica), vida também se
refere à espiritualidade, à vida cristã.
90)C
91)a)Aborrecida com as crianças, xinguei-as.
(6) (de particípio adverbial causal)
b)Ela era tão valente que, estando malferida
(2), (de gerúndio adverbial concessiva)
continuou a lutar. (7) (de infinitivo adverbial consecutiva)
c)Vocês vieram para colaborar (3) (de infinitivo adverbial final) ou vieram a fim de
incomodar? (3) (de infinitivo adverbial
final)
d)Gritavam, cantavam, pulavam, para acordar todos os vizinhos. (3) (de infinitivo
adverbial final)
e)Há muitas pessoas reclamando da administração pública. (4) (de gerúndio adjetiva restritiva)
f) Não dispondo de combustíveis, os países
escandinavos utilizam energia elétrica em
grande escala. (1) (de gerúndio adverbial
causal)
92)Separe as orações dos períodos e classifiqueas:
a)(1) Em alguns lugares, a areia é tão fofa/(2)
que os animais ofegam de cansaço/(3)
quando vencem aquele terreno incerto.
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1. Oração principal
2. Oração subordinada adverbial consecutiva
3. Oração subordinada adverbial temporal
b)(1) Ela falou de meu pai com tanto carinho/(2) que me cativou,/(3) embora eu
ficasse enciumado.
1. Oração principal
2. Oração subordinada adverbial consecutiva
3. Oração subordinada adverbial concessiva
c)(1) Depois que ela partiu,/(2) tão grandes
foram as mudanças/(3) que terá surpresas
quando voltar.
1. Subordinada adverbial temporal
2. Oração principal
3. Subordinada adverbial consecutiva
d)(1) Quando a água arremessa sua fúria
contra os homens/(2) a natureza reage
furiosa.
1. Subordinada adverbial temporal
2. Oração principal.
93)Por um Brasil mais humano, justo e igual.
O tema sugerido é recorrente. Políticos,
profissionais ligados a áreas sociais e econômicas, religiosos e mesmo empresários têm se
conscientizado da necessidade de suas ações
se voltarem à maior justiça e igualdade social,
garantindo assim o mínimo de dignidade humana para crianças e adolescentes. Ou voltam
os olhos aos mais humildes, ou comprometem a
segurança de todos, ficando sujeitos à violência
que se cria como alternativa única de sobrevivência (tráfico de drogas e armas, contrabando,
prostituição, etc.).
•Apresentar parágrafo introdutório (lead)
com argumentos a serem desenvolvidos na
continuidade do texto.
•Fazer referência aos textos trabalhados
•Incluir outros dados, informações de que
disponha sobre o tema.
•Citar Frei Betto e Zilda Arns.
Para refletir
Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. (Guimarães Rosa)
Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço. (Dave Weinbaum)
A única maneira de ter amigos é ser amigo. (R. Waldo)
Quem pensa pouco erra muito. (Leonardo da Vinci)
O homem sábio cria mais oportunidades do que as encontra. (Francis Bacon)
ARGÜELLES, Regis. Resenha. CANTET, Laurent. Entre os Muros da Escola, Rio de Janeiro: Revista
Eletrônica Boletim do Tempo, Ano 4, n. 14, Rio, 2009 [ISSN 1981-3384].
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico (o que é, como se faz). 48. ed. São Paulo: Loyola, 2007.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
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