rca – v02 – criação de empresa

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rca – v02 – criação de empresa
v. 2 jul./ago./set. 2009
ISSN 1982-2065
Criação de Empresa: escritório de arquitetura e urbanismo especializado na
revitalização e reabilitação de edifícios históricos para uso de novos
empreendimentos no centro histórico do Recife Antigo 1
Camila Medeiros
Mariangela Campana
Concluintes do curso de Pós-Graduação em Planejamento
e Gestão do Mercado Imobiliário, FCAP-UPE
Profª Derçulina Tavares Novais
Orientadora
RESUMO
A pesquisa objetivou apresentar uma proposta de criação de um Escritório de Arquitetura e Urbanismo especializado na
revitalização e reabilitação de edifícios históricos para uso de novos empreendimentos no centro histórico do Recife
Antigo. Foram explorados fontes de natureza histórica, bibliográfica e documental, além de dados primários via
entrevistas com diversos profissionais envolvidos nessa área específica de atuação. O levantamento realizado, além de
revelar uma carência de mão-de-obra especializada nessa área, demonstrou que a revitalização dos edifícios decadentes
é economicamente viável e rentável, desde que sejam atraídos novos investidores e novas atividades para o bairro.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão urbana, revitalização, patrimônio histórico
ABSTRACT
The research aimed to present a proposal of creation of an Office of Architecture and Town planning specialized in the
revitalization and rehabilitation of historical buildings for use of new entrepreneurship in the historical centre of “Recife
Antigo”. There were explored data of historical, bibliographical and documentary nature, besides primary sources based
on interviews with several professionals engaged in this specific professional area.. The results showed that there is a
lack of work specialized in this area, and that the revitalization of the decadent buildings is economically viable and
profitable, as long as new investors and activities are attracted for the district.
KEY-WORDS: Urban management, revitalization, historical patrimony
1 INTRODUÇÃO
O projeto empresarial desenvolvido tem como objetivo principal a criação de uma empresa
diferenciada no ramo da arquitetura: um escritório de arquitetura e urbanismo especializado na
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Trabalho selecionado em 2008: PRÊMIO FCAP – PROJETO EMPRESARIAL DE SUCESSO
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revitalização e reabilitação de edifícios históricos para uso de novos empreendimentos no Centro
Histórico do Recife Antigo.
Inicialmente, o projeto apresenta um breve histórico sobre os centros históricos urbanos e
suas características particulares que os tornam diferentes de outras áreas urbanas. Esta breve
caracterização serve de base para o capítulo seguinte que trata especificamente do centro histórico
do Recife Antigo, o bairro que foi escolhido como alvo inicial dos projetos da empresa. Neste
capítulo, fala-se um pouco da história do bairro e de sua privilegiada situação geográfica, além de
abordar o estilo de vida das diversas fases do bairro e as reformas urbanas que ocorreram em
concordância com grandes acontecimentos, como por exemplo, a invasão holandesa.
Em continuidade, trata-se do processo de revitalização do bairro do Recife Antigo, com as
primeiras propostas elaboradas na década de 70, com investimentos de diversas instituições, como o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, a Fundação pró-Memória e a
Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM. Após a
apresentação deste processo, conclui-se o histórico do bairro mostrando a situação do bairro do
Recife na atualidade, que impressiona pelo contraste entre um desenvolvimento econômico
crescente e a degradação das edificações históricas que dão respaldo ao nome do bairro.
Após a fundamentação teórica o projeto apresenta o método da pesquisa. Neste ponto, a
pesquisa, que além de ser histórica bibliográfica e documental, também utilizou uma pesquisa
exploratória de cunho qualitativo, focando uma entrevista com perguntas abertas com diversos
profissionais com envolvimento na área de atuação da empresa, como forma de verificar a
viabilidade da criação deste escritório especializado, apresenta também a análise dos dados obtidos
na pesquisa.
Em seguida vem a apresentação da empresa, com sua a caracterização que envolve
logomarca, localização e objetivos. Além disso, fala-se um pouco sobre o entorno de sua
localização, sobre os aspectos técnicos e administrativos da empresa e as estratégias de marketing a
serem implantadas.
Por fim, a conclusão do trabalho, baseada principalmente no resultado da pesquisa, mas com
uma forte influência da crença no potencial dos centros históricos urbanos como espaços
alternativos para novos negócios e para o desenvolvimento econômico de uma cidade, e não apenas
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pontos turísticos que se tornam obsoletos e degradados pelo descaso e falta de investimento do
poder público.
Os edifícios do passado eram projetados com um olhar sobre a perenidade, por isso os
materiais eram escolhidos segundo os critérios da resistência e durabilidade. Em contrapartida, a
arquitetura contemporânea vive uma era de incessante superação tecnológica de equipamentos,
onde - num breve espaço de tempo - inovações transformam-se em obsolescências. Desta forma, as
construções atuais não pretendem antever o porvir, apenas dão condições para que as novidades
sejam incorporadas ao longo dos anos, graças a uma flexibilidade proposta na infra-estrutura das
edificações.
Desde a instauração do império do computador, novas demandas se impuseram à base
estrutural de qualquer projeto. Para garantir que os prédios erguidos há décadas atrás não pareçam
velhos e inaptos às funções atuais, resta apenas recorrer a ações de reabilitação e revitalização,
baseadas no retrofit, um conceito surgido na Europa e nos EUA, que tem o objetivo de revitalizar
antigos edifícios, aumentando sua vida útil, através da incorporação de modernas tecnologias e
utilização dos mais avançados materiais.
O problema da pesquisa se caracteriza pela identificação de uma demanda por mão de obra
especializada na revitalização e reabilitação de edifícios históricos, viabilizando a criação de um
escritório de arquitetura especializado nesse nicho de mercado, desenvolvendo soluções inteligentes
para a viabilização física de novos negócios.
A escolha do local de atuação inicial da empresa foi delineada pelo seu histórico de reformas
urbanas e revitalizações e pelo desenvolvimento econômico dos dias atuais, que tem atraído novos
negócios ao bairro. Logo, percebe-se que o local é adequado para a instalação do escritório de
arquitetura por ser um laboratório e um gerador de oportunidades de trabalho para a empresa.
2 OS CENTROS HISTÓRICOS URBANOS
Os centros históricos urbanos têm características particulares que os diferenciam de outras
áreas urbanas. Apesar de muitos deles terem perdido suas funções tradicionais por processos de
estagnação econômica, criando uma distinção entre centro histórico e centro urbano, continuam
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sofrendo pressões por mudanças impostas pelas transformações políticas, econômicas, sociais,
espaciais e culturais.
São áreas que têm vida social e cultural própria, abrigam populações estáveis que a utilizam
para habitar, trabalhar, estudar e como local de lazer, circulação e de suas manifestações culturais e
religiosas. Também recebem os turistas e visitantes, usuários que são atraídos por seu patrimônio,
cultura e paisagem. É também uma área cultural por excelência, na qual se concentra a maioria dos
melhores exemplares arquitetônicos, dos espaços urbanos da cidade e as manifestações artísticas,
folclóricas e religiosas que traduzem a sua história e sua cultura (PINA, 1999).
Fonte: Tecnosolo
Figura 1 – Centro Histórico de Salvador, pólo cultural, turístico e comercial.
Segundo Benevolo (1984, p. 67), quando se conservam alguns edifícios antigos, no meio da
aglomeração atual das cidades, não existe mais o organismo da cidade antiga. Permanecem apenas
algumas construções e alguns ambientes isolados, em um novo organismo contínuo. Isso também
contribui para acentuar o contraste entre a cidade antiga que desapareceu e a recente, erguida em
seu lugar. O novo modelo urbano é incompatível com o organismo da cidade anterior e leva à sua
destruição, transformando suas vias antigas e dando nova interpretação aos edifícios antigos. Ao
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mesmo tempo pede emprestado à cidade antiga o prestígio formal que sente falta, razão pela qual
não leva a fundo a sua total destruição.
A especulação imobiliária agrava essa destruição e nada perdoa, principalmente quando se
tem notícia de abertura de processo de tombamento de edificações. Ocasionalmente ocorre o
tombamento literal, a demolição de casarões expressivos, a descaracterização de imóveis valiosos,
tudo em nome de um falso progresso (IANINNI, 1988, pg 20). Quando se enfrenta na prática o caos
urbano, a principal preocupação que se tem é com as constantes ameaças à integridade dos sítios
históricos urbanos e de seus elementos constitutivos, como os monumentos, o casario e a paisagem.
Fonte: Moura Dubeux
Figura 2 – Exemplo de descaracterização pela especulação imobiliária: antigo Hotel Castelinho, na praia
de Boa Viagem, quase imperceptível com a construção de 02 torres de apartamentos.
Em geral, os problemas dos centros históricos urbanos são praticamente comuns,
diferenciando-se na escala e nos fatores característicos de cada um, de cada região. O crescente
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aumento do interesse nos centros históricos, causa problemas como o aumento da população
residente e alterações nas edificações e na trama urbana, com a consequente destruição do acervo
edificado, trazendo profundas alterações na escala urbana, contribuindo para acelerar os processos
de degradação, agravados por gestões públicas inadequadas. Se por um lado se tem monumentos
aparentemente preservados, o conjunto do casario e a paisagem estão gravemente comprometidos
(BOSI, 1986; BOSI, 1987; BRASIL, 1998; INSTITUTO COLOMBIANO DE CULTURA, 1979).
Fonte: Sebastião Aquino
Figura 3 – Exemplo de preservação isolada de monumentos, Rua Barão do Rio Branco,
Recife Antigo.
A revitalização ou a reabilitação dessas áreas, não deve apoiar-se somente na atividade
turística para sua viabilidade e sustentabilidade, mas também nas demais potencialidades
econômicas de cada uma, com o interesse e a participação da população para assumir novos papéis
no mercado e na geração de capital. Deve-se avaliar a função do valor cultural das construções e seu
valor derivado da utilização que se pode fazer dela, e pelos novos valores adquiridos pela sua
conservação e manutenção, ocorridas pelas diferentes formas de apropriação do espaço na cidade,
assim como daquelas mudanças vinculadas as transformações produtivas e as respostas da
população local. Essas funções devem adaptar-se às necessidades sociais, culturais e econômicas
dos habitantes, sem causar prejuízo ao caráter específico do conjunto histórico, reafirmando o
conceito de função social do patrimônio habitacional (PINA, 1999; IPAC, 1995).
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Não se quer ‘cidades-museus’, nem cidades mortas, estagnadas e de casas desertas, nem
edifícios estruturalmente, funcionalmente e economicamente obsoletos, nem indesejáveis processos
de gentrificação em nossos centros históricos que afastam a população que faz a cultura do local, e
sendo impossível impedir a dinâmica urbana das cidades, é necessário encontrar soluções para
minimizar os danos causados pelas pressões por mudanças, preservando as naturezas dinâmicas e
multifuncionais dessas áreas históricas e conservando suas qualidades patrimoniais que formam
suas identidades distintivas (PINA, 1999; HARDOY, 1986).
3 O CENTRO HISTÓRICO DO RECIFE
3.1 Histórico do Bairro do Recife
O nome RECIFE vem da curiosa muralha natural de rochedos de coral ou arrecifes, que
corre paralela à costa. Ela protege o porto contra a força das ondas, ventos e tempestades. Foi neste
singular local na desembocadura do Rio Capibaribe, num estreito istmo (depois ilha), que a atual
cidade iniciou o seu povoamento.
Fonte: Recife Antigo por Eduardo Camões. Art Collection Editora
Figura 4 – Arrecifes
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Segundo os registros históricos encontrados, o bairro marítimo, Recife, por volta de 1548
era apenas um começo de povoado, formado por pescadores ou pessoas ligadas ao mar e contava
com três armazéns. Este povoado servia de porto para a cidade de Olinda.
No início da
colonização, o Recife emerge como ponto estratégico para conquistas e comércio. A característica
de uma sociedade bélica que precisa se defender de ataques de piratas e conquistadores reflete-se na
presença de fortificações existentes ou reformadas até hoje, como o Forte do Brum, que teve sua
construção iniciada no ano de 1626 pelos portugueses. Foi conquistado em 1630 pelos holandeses,
que concluíram as obras do forte e com a expulsão dos invasores em 1654, foi reconstruído pelos
portugueses e permanece preservado até os dias atuais, abrigando o Museu Militar.
Fonte: Velhas Fotografias Pernambucanas 1851/1890 - Gilberto Ferrez
Figura 5 – Fotografia antiga do interior do Forte do Brum.
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Fonte: Fundaj
Figura 6 – Forte do Brum nos dias atuais.
Após a Invasão Holandesa surgem as construções de taipa atendendo a espontaneidade das
necessidades. Em 1637 uma população de 2.700 habitantes se estabelecia no Recife, que se
desenvolve pouco depois do abandono e incêndio de Olinda, indo até a Igreja da Madre de Deus.
Heróis e pessoas comuns imprimiram suas marcas nas ruas do Bairro do Recife, onde hoje sentimos
o passado.
A nova visão da formação de lucro, não mais condenável, mas desejável, fez desta nova
sociedade/cidade um grande centro comercial, onde se utilizava a moeda e um sistema de mercado
tão adiantado e efervescente como na Europa. Produtos como porcelanas orientais, sedas e
damascos aqui chegavam mudando os costumes de uma época. Construções, ruas e pontes eram
edificadas, como testemunhos da urbanização do período como no caso das ruas da Moeda, do Bom
Jesus e o Forte do Brum. No Século XVII o porto do Recife era o maior porto das Américas.
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Fonte: Velhas Fotografias Pernambucanas 1851/1890 - Gilberto Ferrez
Figura 7 – Porto do Recife
O comércio efervescente refletiu na expansão do bairro com aterros e pontes que ligaram e
solidificaram a ocupação do Continente. No decorrer dos séculos, a cidade se estendeu para lugares
chamados Santo Antônio, São José e Santo Amaro, hoje componentes do Centro Histórico. Após a
expulsão dos holandeses, Recife estava consolidada como centro de negócios e residências. Neste
período já existe referência à Casa da Moeda. Entretanto, Recife só será elevada a categoria de vila
em 1710.
Datam do Século XVII a construção dos sobrados portugueses com influência holandesa,
altos e estreitos, de altura variada, com 2, 3 e 4 pavimentos. No andar térreo desses sobrados
estavam os estabelecimentos comerciais, no primeiro andar escritórios e nos demais andares, as
residências. Os viajantes eram atraídos, quando de sua chegada pelo mar, por seus sobrados altos e
estreitos (diferentes dos existentes em outras cidades), pelas ilhas, pelas pontes e pelos rios. A
população que circulava pelas ruas era em sua maioria de homens escravos. As mulheres não saiam
às ruas, só de palanquins, e não chegavam à porta de casa durante todo o dia.
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Fonte: Longo Alcance
Figura 8 – Gravura de Luis Schlappriz, Rua da Cruz, atual Rua do Bom Jesus
O Recife do Século XIX era uma das principais cidades do Brasil. Lugar próspero
aumentando dia a dia em importância, opulência e, claro, em antigas rivalidades com Olinda. Estas
rivalidades e seu passado de lutas retardariam a concessão legal do título de cidade. A revolução
industrial na Inglaterra teve significativa repercussão em Recife, como cidade portuária. O livre
comércio entre as nações estreitas cosmopolitas gera mudanças nas relações físicas e nos costumes
da cidade.
O viajante Koster anota, em 1811, algumas mudanças do atual Bairro do Recife, "As casas
tinham sido reparadas e as rótulas foram substituídas pelas janelas com vidro e balcões de ferro. As
mulheres continuavam saindo de palanquins, mas com a vinda das inglesas, os passeios à tarde se
tornavam cada vez mais freqüentes". No tempo das procissões da Semana Santa, após as férias de
verão, quando as pessoas saíam para os arredores, as ruas se enchiam de gente com os círios acesos
ladeando as igrejas.
A partir do Século XIX a diferença entre portugueses e brasileiros se acentua. Algumas
restrições econômicas, como o monopólio e o comércio reservado aos reinóis associado a outras
causas sociais, desencadeiam movimentos emancipacionistas. Recife é um terreno fértil para
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rebeliões. Dada a persistência da tensão entre brasileiros e portugueses suas ruas foram testemunhos
de lutas para a independência brasileira, que culminaram na Revolução de 1817. Tais lutas
sucessivas retardaram a decisão de tornar Recife capital.
A expansão em fins do Século XIX se reflete na necessidade de melhorias do porto, na
construção do Teatro Apolo e na Torre do Observatório, hoje Torre de Malakoff.
Fonte: Velhas Fotografias Pernambucanas 1851/1890 - Gilberto Ferrez
Figura 9 – Arsenal da Marinha e Torre Malakoff
No início do Século XX, a partir das demandas do Brasil republicano, foram feitas reformas
no Porto e no setor sul do Bairro do Recife, um prenúncio das mudanças que ocorreriam ao longo
do século com o advento dos ideais de desenvolvimento e progresso que privilegiariam a destruição
de vários edifícios emblemáticos do Bairro do Recife e do Centro Histórico como um todo.
Assim o Século XX é caracterizado por reformas e demolições em busca de modernização.
No Bairro do Recife inicia-se uma época de abertura de avenidas e construções modernas.
Desaparecem construções pioneiras como a Igreja do Corpo Santo um dos maiores e mais antigos
templos da cidade e a Rua da Cadeia. Em seu lugar surge um novo traçado urbano dominando dois
grandes bulevares, calçadas decoradas (há cerca de 15 padrões variados), quadras tipo ferro de
engomar e edifícios ecléticos apelidados de "bolo de noiva".
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Fonte: Fundaj
Figura 10 - Reforma do Porto do Recife, meados da década de 20
Fonte: Jornal do Commercio
Figura 11 – Bairro do Recife Antigo nos dias atuais
O Bairro do Recife se consolida como área boêmia da cidade, com prostíbulos famosos,
boates e diversas entidades financeiras que constroem a identidade do bairro. Em meados do Século
XX, entretanto instala-se no Bairro do Recife um processo de deterioração física e desaquecimento
funcional que só seria revertido seguindo uma tendência internacional pós-guerra de recuperar e
requalificar centros históricos.
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Fonte: Vida Simples
Figura 12 – Processo de deterioração física do Recife Antigo
O final da década de 70 é marcado pela preocupação com o passado na memória, não só em
Recife, mas em todo o país (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, entre outros). Aqui essa
preocupação é refletida na elaboração de um Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região
Metropolitana do Recife, o que desencadeará na criação de uma legislação específica de
preservação (Lei n°.13.957/97), incorporada na Lei de Uso e Ocupação do Solo da Cidade em 1983.
A ação concretizada de todo esse espírito de manutenção e preservação da memória de
lugares históricos encontrará sua expressão materializada em 1987 com o Plano de Reabilitação do
Bairro do Recife. A partir de então a continuidade de ações voltadas para empreender a preservação
de nossa memória se tornou prioritária.
Atualmente em busca de adaptar o passado às condições da vida contemporânea e
confrontando as mudanças da atualidade, o Bairro do Recife tem sido prioridade do poder público
para diversificar empreendimentos e a promover o turismo. Hoje o bairro salvaguarda seus valores
históricos, seus tesouros artísticos aliado ao charme do bom viver por suas ruas. Afinal o Bairro do
Recife é o berço da cidade, onde tudo começou.
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3.2 O Processo de revitalização
As primeiras propostas efetivas de revitalização no Bairro do Recife tiveram origem nos
programas de conservação dos sítios históricos elaborados ainda na década de 70, devido a grande
investida institucional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e da
Fundação pró-Memória.
Em 1976, a Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife FIDEM, elaborou o Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife PPSH/RMR. Tratava-se de tentar integrar os sítios históricos num complexo processo de
desenvolvimento e não de excluí-los como se fossem "santuários", de uso restrito. Desse plano,
resultou um grande cadastro que identificava 109 sítios históricos, urbanos e rurais, nos nove
municípios que então formavam a Região Metropolitana do Recife. Cada um destes municípios se
ocuparia, a partir da conclusão desse Plano, de desenvolver projetos específicos de preservação de
cada um dos seus sítios identificados.
A Prefeitura do Recife modificou radicalmente a Legislação de Uso e Ocupação do Solo da
Cidade (Lei n° 14.511/83) e incorporou a Lei nº 13.957 em setembro de 1979. A partir desta Lei, o
Prefeito pode declarar a instituição de 31 sítios históricos de preservação e de suas zonas de
proteção. Também foi criado o Departamento de Preservação dos Sítios Históricos - DPSH,
vinculado à Empresa de Urbanização do Recife, com as atribuições de realizar estudos, projetos e
levantamento referentes à área de preservação e, mais importante, atuar como instância de análise
de projetos arquitetônicos e de fiscalização de obras nesses sítios históricos.
A ação de preservação evoluiu a partir de 1986, quando deslocou para o centro da cidade,
uma equipe técnica multidisciplinar que conduz o Plano de Reabilitação do Centro Expandido
(Santo Antônio, Santo Amaro, São José, Boa Vista e Bairro do Recife). No ano seguinte foi
deflagrado o Plano de Reabilitação do Bairro do Recife. Nesta ocasião, da área total edificada do
Bairro do Recife, apenas 30% encontrava-se efetivamente ocupada. A instalação do Escritório
Técnico do Bairro do Recife, "in-loco" visa à recuperação desses espaços.
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A adesão da esfera estadual a esta etapa do processo, consubstancia-se através da Agência
de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco - AD/DIPER, com o plano de
incorporar a economia e o desenho urbano à prática do planejamento urbano. Trata-se de um plano
abrangente de reestruturação urbana que propõe e lança as bases para os pólos de ação: Bom Jesus,
Alfândega e Pilar. A partir de 1993 foi lançado um projeto de impacto que concentra as ações na
Rua do Bom Jesus e ao seu entorno, espaço mais antigo da cidade, cujo traçado remonta ao Século
XVII. O Projeto Cores da Cidade, em parceria com as Tintas Ypiranga e a Fundação Roberto
Marinho, promoveu a recuperação e as pinturas das fachadas, introduzindo um cromatismo que
destaca e explicita a riqueza de composições das fachadas ecléticas.
Fonte: Geocities
Figura 13 – Fachadas da Rua do Bom Jesus, Recife Antigo após a recuperação.
As estratégias de ação concentraram-se então, na criação de incentivos fiscais, na elaboração
e aprovação de Plano Específico de Revitalização, em consonância com a Lei Orgânica do
Município, com o Plano Diretor da Cidade e, principalmente, com a definição de um modelo de
gestão que proporcione um desenvolvimento local com bases sustentáveis.
A Prefeitura, através da Lei nº 16.290/97 (Plano Específico de Revitalização da Zona
Especial de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural 09 - Sítio Histórico do Bairro do Recife),
define para o Bairro do Recife, três setores em função de características espaciais, compreendendo o
Setor de Intervenção Controlada, o Setor de Consolidação Urbana e o Setor de Renovação.
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Foram ainda definidos cinco pólos de interesse, unidades de caráter temporário, que
possibilitarão planos estratégicos e específicos, são eles: Pólo Bom Jesus, Pólo Alfândega, Pólo
Pilar, Pólo Arrecifes e Pólo Fluvial. Foi criado o Fundo de Revitalização do Bairro do Recife para
prover de recursos orçamentários às diversas ações a serem implantadas. Hoje o processo de
revitalização do Bairro do Recife, conta com o apoio da opinião pública e do empresariado que têm
investido na área com novos empreendimentos.
3.3 O Bairro do Recife na atualidade
O bairro do Recife é o marco zero do Recife de onde começou toda a história da cidade,
possuindo uma beleza natural única e geograficamente bem localizado - perto de Olinda, Boa
Viagem, Ilha do Leite, contando também com um porto de passageiros. É um bairro marcado pela
história pernambucana nos seus edifícios, no seu traçado urbano, seus moradores e usuários, e
configura-se como palco de acontecimentos culturais e tecnológicos, destacando-se cada vez mais
como um pólo de negócios.
Fonte: Skyscrapercity
Figura 14 – Vista aérea do Bairro do Recife Antigo
Mas apesar de sua importância e potencial latentes, ainda se encontra numa situação longe
do ideal, marcada principalmente pelo estado degradado de muitos edifícios. Isto se deve a diversos
fatores políticos e sociais que levaram ao esvaziamento dos bairros mais antigos do Recife e
consequentemente a sua degradação, entre eles: a mudança nas áreas de interesse da economia, o
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surgimento dos shoppings centers, a falta de estacionamento e a diminuição do movimento do Porto
do Recife.
Contudo, nos dias atuais alguns movimentos indicam que pode haver uma mudança
significativa nesse cenário. Este processo de mudança deve ser iniciado pelo Bairro do Recife
Antigo, local agora de dois importantes portos, o marítimo e o digital, este último responsável pela
presença de 120 empresas e 4.000 colaboradores no bairro atualmente. Este fator oxigena o
comércio local e atrai novos investimentos para o centro, criando uma perspectiva de crescimento.
Uma prova disso são as várias iniciativas de investimento no bairro, como a decisão da nova
direção do Shopping Paço Alfândega em retomar as obras do famoso edifício Chanteclair, que será
um grande centro cultural com sete salas de cinema e restaurantes. A nova direção do shopping
também estuda a possibilidade na mudança do seu perfil de empreendimento, que pode vir a abrigar
lojas de departamento, acreditando que assim irá atender melhor aos usuários e com isso, aumentar
o volume de comércio.
Fonte: Skyscrapercity
Figura 15 – Shopping Paço Alfândega com Edifício Chanteclair ao fundo.
Outro exemplo de investimento é o primeiro empreendimento residencial da construtora
Moura Dubeux Engenharia no Bairro do Recife Antigo, com 2 torres de apartamentos de 37 andares
cada uma. É um empreendimento que gerou muita discussão e que já causa um grande impacto na
paisagem horizontal do Recife Antigo, mas que deve movimentar a área de forma diferenciada,
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atraindo outros tipos de serviços necessários à moradia. Além disso, a mesma construtora junto com
a Queiroz Galvão e a GL Empreendimentos adquiriram uma área de 101 mil metros quadrados no
Cais José Estelita, próximo às duas torres, onde pretendem construir um complexo com edifícios
residenciais, empresariais, flats e cinemas, utilizando os galpões como área cultural.
Fonte: Pierre Lucena
Figura 16 – As duas torres de apartamentos da Moura Dubeux Engenharia.
É importante perceber também que outros investimentos estão sendo feitos nos bairros
vizinhos, como a instalação de faculdades no bairro de Santo Antônio e a previsão para
investimentos em habitações sociais no bairro de São José, o que contribui para uma valorização do
Centro do Recife como um todo.
Com todos esses acontecimentos configura-se um novo cenário no bairro do Recife Antigo.
É um cenário de desenvolvimento, dinâmico, no qual se percebe a necessidade de soluções que
acompanhem as reais demandas dos novos usos que se instalam no bairro. Assim como foi
desencadeado o processo de degradação, sabe-se que estas soluções também dependem de fatores
sociais e políticos, além do interesse do empresariado, porém tem-se ciência de que a arquitetura e o
urbanismo é um forte aliado para a revitalização e reabilitação dos edifícios, que vai além de pintura
de fachadas, e que contribui para uma ordenação urbanística do bairro.
Assim, identifica-se como uma oportunidade de negócio a criação de um Escritório de
Arquitetura e Urbanismo especializado na revitalização e reabilitação de edifícios históricos que
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esteja comprometido em suprir a demanda de cada nova empresa ou empreendimento e com a
preservação destes edifícios, através de soluções inteligentes e atraentes.
4 MÉTODO DA PESQUISA
Para sustentar a viabilização de um Escritório de Arquitetura especializado na revitalização e
reabilitação de edifícios históricos situado no bairro do Recife Antigo, foi feita uma pesquisa
histórica bibliográfica e documental sobre os centros históricos e sobre o centro histórico do Recife
Antigo, além de uma pesquisa exploratória de cunho qualitativo, focando uma entrevista com
perguntas abertas com profissionais diferenciados, mas que possuam envolvimento na área, como
por exemplo: arquitetos, engenheiros, empresários e corretores imobiliários.
Para que a coleta de dados respondesse adequadamente aos objetivos da pesquisa, as
perguntas foram focadas no estado de degradação dos edifícios e no desenvolvimento econômico do
bairro. Em relação aos participantes, alguns critérios foram observados no que diz respeito ao seu
perfil: (i) estar inserida no mercado imobiliário, tendo conhecimento das especulações o mesmo
envolve e (ii) ter conhecimento dos serviços que podem ser oferecidos por um escritório de
arquitetura e urbanismo para a reabilitação de edifícios.
A entrevista foi feita com o envio do questionário via e-mail para 7 profissionais das áreas
descritas no primeiro parágrafo, sendo que foram obtidas respostas de 5 entrevistados. A Tabela 1
apresenta a caracterização dos entrevistados.
Tabela 1 – Caracterização dos entrevistados
Entrevistados
Profissão
Segmento da Empresa
A
Arquiteta e Urbanista
Projetos de Arquitetura
B
Arquiteto e Urbanista
Projetos de Arquitetura
C
Empresário
Vendas e Aluguéis de Imóveis
D
Corretor Imobiliário
Vendas e Aluguéis de Imóveis
E
Engenheiro Civil
Construção Civil
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
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4.1 Análise dos dados
Com o intuito de obter informações para a análise e interpretação dos dados em relação aos
objetivos propostos pela pesquisa, foram resgatados alguns dos excertos das entrevistas realizadas
com os profissionais citados no item anterior, contendo os posicionamentos e as observações mais
relevantes.
4.1.1 Relação entre o estado de conservação das edificações e o desenvolvimento econômico do
bairro do Recife Antigo
De acordo com os entrevistados, verifica-se uma unanimidade no que diz respeito à relação
entre o estado de conservação das edificações e o desenvolvimento do bairro do Recife Antigo.
Todos têm a opinião de que a degradação existente no bairro dificulta o seu desenvolvimento, como
pode ser ilustrado pelos seguintes comentários:
(...) a degradação é um fator negativo para o desenvolvimento da área, por gerar a falta de
interesse de investidores em áreas comerciais ou turísticas (entrevistado A).
(...) se as edificações estivessem em melhores condições seria mais atrativo para as empresas
se instalarem já que teriam menos custo inicial, pois contariam com uma infra-estrutura
existente (entrevistado B).
(...) é uma reação natural do ser humano a rejeição a qualquer coisa mal cuidada, largada e
degradada, principalmente para ocupação comercial /empresarial onde estes quesitos são
fundamentais (entrevistado C).
(...) o desprezo do poder público aliado à falta de investimento da iniciativa privada tem e
muito colaborado para a degradação de um dos mais importantes legados da história de
Recife. A falta de um planejamento estratégico entre esses dois entes dificulta o
desenvolvimento sócio-econômico daquele local (entrevistado D).
(...) um ambiente bonito e confortável fornece tranquilidade e bem-estar favoráveis à
negociação (entrevistado E).
Os entrevistados apontam como principal fator causador desta degradação a falta de
interesse do poder público, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura do bairro. Além
desse fator principal, também apontam outros fatores bem diversificados, como a falta de
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investimento da iniciativa privada, a falta de interesse dos proprietários, a escassez de
estacionamento de veículos e a falta de segurança.
4.1.2 A reabilitação dos edifícios degradados como oportunidade para novos negócios no bairro do
Recife Antigo
Quase todos os entrevistados concordam que a reabilitação dos edifícios degradados pode
ser uma oportunidade para a atração de novos negócios e empreendimentos diversificados para o
bairro, como demonstram os posicionamentos a seguir:
(...) esta ação despertaria o interesse em investimentos para o local, sendo assim, uma
importante ação para o desenvolvimento da área (entrevistado A).
(...) sim (...) encontrar edifícios já prontos pra receber um empreendimento evitando maiores
custos iniciais seria mais atrativo (entrevistado B).
(...) quase todas as cidades no mundo onde este fato aconteceu as regiões revitalizadas
explodiram em desenvolvimento e valorização, porem é necessário não só a reabilitação,
como também que se façam as infra-estruturas necessárias (entrevistado C).
(...) com a revitalização e criação de infra-estrutura há uma natural valorização e
conseqüente atração de novos negócios. (entrevistado D).
Porém, segundo o entrevistado B, a própria localização do bairro em questão já subsidia
investimentos.
5.1.3 A viabilidade da criação de um escritório de arquitetura especializado na revitalização e
reabilitação de edifícios históricos no bairro do Recife Antigo
Em relação à viabilidade da criação da empresa proposta pela pesquisa, todos os
entrevistados responderam que sim, é viável a criação de um escritório de arquitetura especializado
na revitalização e reabilitação de edifícios históricos com foco inicial no bairro do Recife Antigo,
como se pode verificar em alguns relatos:
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(...) uma empresa de arquitetura com esta especialização garantiria o desenvolvimento de
projetos com a responsabilidade de manter a identidade do local, preservando a História do
Bairro, fator bastante relevante para estas ações (entrevistado A).
(...) pode se tornar viável pelo domínio da legislação local e o consequente trânsito nas
relações com o poder legislativo, porém necessita de muita expertise, uma vez que existem
empresas gigantes no mundo especializadas neste segmento e que arquitetura é apenas uma
divisão das mesmas (entrevistado C).
(...) é viável porque existe nicho de negócio definido: público consumidor, fornecedor e
concorrência. No entanto a amplitude deste negócio deve exigir uma equipe
multidisciplinar: parceria com advogados especialistas, órgãos públicos e comunidade local
(entrevistado E).
5 APRESENTAÇÃO DO PROJETO
5.1 Caracterização da empresa
Empresa: Revita Soluções Inteligentes
Localização: Avenida Barbosa Lima, n° 149, sala 315, bairro do Recife Antigo, Recife-PE
Logomarca:
Objetivo Geral: Desenvolver projetos de arquitetura que revitalizem e reabilitem os edifícios no
Centro Histórico do Recife Antigo, com foco em sua modernização.
5.2 Entorno
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Fonte: Google Maps
Figura 17 – Mapa de localização da empresa no Bairro do Recife Antigo.
O local de instalação da empresa baseou-se na escolha de um local estratégico, inserido no
bairro do Recife Antigo por ser o local em potencial a ser trabalhado inicialmente. Por isso, foi
escolhido um dos mais antigos edifícios do bairro do Recife Antigo, o Edifício Alfredo Fernandes,
que passou por uma grande reabilitação, transformando-se num importante edifício empresarial,
porém mantendo muitas características originais.
A empresa será localizada na Avenida Barbosa Lima, n° 149, próxima a Avenida Rio
Branco e entre as Ruas do Apolo e Rua da Guia, locais de referência no bairro. No mapa acima
pode ser identificado o local exato da empresa a partir da indicação de um balão com a letra A.
5.3 Aspectos técnicos
A empresa preocupa-se em oferecer serviços e produtos de alta qualidade e com perfil
flexível, apresentando aos clientes diversas oportunidades de negócio, desde uma simples
consultoria até um projeto arquitetônico completo. Para isto foi preciso pesquisar junto aos clientes
e ao mercado, para entender melhor as necessidades não satisfeitas, as demandas latentes e as
tendências futuras.
Partindo deste princípio, foi definido um conjunto de serviços que possam ser percebidos
pelos clientes como benefícios e que façam uma diferença relevante na hora da contratação dos
serviços, em relação aos concorrentes, como pode ser verificado na listagem abaixo:
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
Pesquisa histórica do edifício a ser revitalizado;

Consultoria no desenvolvimento do projeto de revitalização do edifício;

Projetos de arquitetura e engenharia (ambientação, construção e demolição, estrutura,
elétrica, hidráulica, iluminação, etc.);

Recuperação de fachadas;

Acompanhamento e fiscalização de obras.
5.4 Aspectos administrativos
6.4.1 Estrutura organizacional (layout + recursos humanos + organograma)
A empresa será uma sociedade limitada, composta por 02 sócios-diretores, sendo um deles
responsável pela direção de projetos e o outro responsável pela direção comercial. Os sócios serão
também os responsáveis pela atração de novos negócios para a empresa e pela condução destes até a
sua aprovação.
Os recursos humanos da empresa serão inicialmente supridos com 06 colaboradores de
diferentes áreas, formando uma equipe multidisciplinar e participativa, sendo:
Tabela 2 – Equipe de Trabalho
01 Secretária;
01 Administrador;
01 Arquiteto;
01 Engenheiro;
01 Diretor de Projetos (sócio-diretor);
01 Diretor Comercial (sócio-diretor).
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Além destes profissionais, a empresa também contará com o apoio de serviços terceirizados,
como 01 auxiliar de serviços gerais e 01 técnico de informática.
O layout da empresa (Apêndice B) foi definido de forma a criar ambientes de trabalhos
propícios à criatividade e ao desenvolvimento de novas idéias, preocupando-se em fornecer
estrutura e materiais necessários ao pleno desenvolvimento dos projetos. Para isso, a empresa será
instalada numa área de 100m², subdividida da seguinte forma:
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Tabela 3 – Subdivisão física da empresa
Recepção + sala de espera;
Sala de Produção;
Sala do Financeiro;
Acervo Técnico + Biblioteca;
Diretor de Projetos;
Diretor Comercial;
Copa.
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Por estar localizada em um edifício empresarial antigo do bairro, os sanitários foram
mantidos em seu local original (nas circulações, como área comum do edifício), objetivando a
preservação da estrutura do edifício.
5.4.2 Recursos materiais e financeiros
Os recursos financeiros utilizados na abertura da empresa serão cotas igualitárias dos sóciosdiretores, que somadas formam um capital próprio no valor estimado igual a R$ 200.000,00. Este
valor está baseado no custo total de abertura da empresa, que está estimado em R$ 80.000,00, sendo
R$ 40.000,00 de custos mensais e o restante de custos com a infra-estrutura, com um capital de giro
de quatro vezes o valor dos custos mensais.
O custo mensal estimado da empresa com a folha de pagamento dos colaboradores será de
R$ 35.595,26, de acordo com a tabela a seguir.
Tabela 3 – Folha de Pagamento
Secretária (salário mínimo + VT)
R$ 546,40
Administrador
R$ 2.500,00
Arquiteto
R$ 2.500,00
Engenheiro
R$ 2.500,00
Diretor de projetos (sócio)
R$ 4.000,00 (pró-labore)
Diretor comercial (sócio)
R$ 4.000,00 (pró-labore)
FGTS
R$ 160,92
INSS
R$ 965,57
Férias
R$ 10.672,24
13° Salário
R$ 7.965,00
TOTAL
R$ 35.810,13
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
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Além da folha de pagamento, a empresa terá custos mensais com prestação de
serviço, como pode ser visualizado na tabela seguinte:
Tabela 4 – Prestação de serviços
Auxiliar de Serviços Gerais
Técnico de Informática
TOTAL
R$ 40,00/dia
R$ 250,00/mês
Variável
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
Já o custo mensal da empresa com infra-estrutura está estimado em R$ 3.855,00 e
está
discriminado na Tabela 5.
Tabela 5 – Infra-estrutura
Aluguel Salas (02 salas)
R$ 700,00
Condomínio (02 salas)
R$ 400,00
Telefone Fixo + Internet
R$ 350,00
Celular Recepção
R$ 250,00
IPTU/CIM/Bombeiros
R$ 430,00
Energia
R$ 350,00
Serviços Reprográficos
R$ 100,00
Manutenção equipamentos/móveis
R$ 100,00
Manutenção software/internet
R$ 200,00
Refeições e similares
R$ 100,00
Correios e similares
R$ 50,00
Material de consumo
R$ 250,00
Material de expediente
R$ 150,00
Serviços contábeis
R$ 250,00
Segurança
R$ 125,00
Assinaturas e similares
R$ 50,00
TOTAL
R$ 3.855,00
Fonte: Dados provenientes da pesquisa.
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Inicialmente a empresa precisará investir em recursos materiais necessários
o bom funcionamento da sua infra-estrutura. Este investimento inicial está
para
estimado em R$
37.569,00, e está detalhado na Tabela 6.
Tabela 6 – Recursos materiais
Item
Valor
05 computadores de mesa ligados em rede
R$ 5.000,00
02 notebooks com acesso à rede
R$ 4.000,00
01 multifuncional ligada em rede
R$ 400,00
01 impressora laser ligada em rede
R$ 649,00
06 estações de trabalho
R$ 6.000,00
06 cadeiras de escritório
R$ 1.200,00
03 cadeiras para sala de espera
R$ 600,00
01 prancheta com régua paralela
R$ 300,00
01 aparelho de telefone fixo
R$ 100,00
01 aparelho de fax
R$ 300,00
Internet rápida
R$ 200,00
01 câmera digital
R$ 800,00
01 mesa de reunião
R$ 4.000,00
08 cadeiras de reunião
R$ 2.400,00
01 TV LCD 42”
R$ 3.000,00
01 aparelho de DVD
R$ 120,00
Mobiliário para livros, revistas, arquivos
R$ 3.000,00
Mobiliário
R$ 1.000,00
para
amostras
de
material
construtivo
Mobiliário para escritório
R$ 3.000,00
01 microondas
R$ 300,00
01 cafeteira
R$ 100,00
01 frigobar
500,00
01 mesa para copa
R$ 300,00
03 cadeiras para copa
R$ 300,00
TOTAL
R$ 37,569,00
Fonte: Dados provenientes da pesquisa
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5.4.3 Cultura organizacional
Segundo Maximiano (1995), a administração participativa é uma filosofia de administração
de pessoas que valoriza a sua capacidade de tomar decisão e resolver problemas. Ela aprimora a
satisfação e motivação para o trabalho contribuindo para o melhor desempenho e competitividade
das organizações.
A partir deste conceito, decide-se que a cultura organizacional da empresa será uma Gestão
Participativa, onde os colaboradores terão a possibilidade de influenciar no processo da tomada de
decisão, de participar democraticamente, de defender seus pontos de vista sobre os investimentos e
outras formas de revitalização e reabilitação dos edifícios a serem trabalhados. A empresa ainda terá
uma avaliação e controle de 360 graus, onde cada colaborador(a) avalia todos os outros
colaboradores da equipe, em períodos quadrimestrais.
Também faz parte da cultura organizacional da empresa o incentivo à atualização dos seus
colaboradores, por meio de especializações, workshops, palestras ou qualquer outro evento que
agregue valores às atividades desenvolvidas no escritório. A empresa também estuda a
possibilidade de, no futuro, implantar um sistema de participação nos lucros e de flexibilidade de
horários, visto que se trata de uma equipe de profissionais e por ser uma atividade que não necessite
de cumprimento de horários à risca.
5.4.4 Missão, visão e estratégia
Missão: Oferecer soluções especializadas de arquitetura para a revitalização e reabilitação de
novos usos aos edifícios históricos.
Visão: Ser uma empresa de referência em projetos e soluções de revitalização e reabilitação
de edifícios históricos.
Estratégia: Conquistar o cliente através de forte estratégia de marketing com foco na
preservação do patrimônio histórico através de soluções inteligentes para a instalação de novos
negócios no bairro.
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5.4.5 Fluxograma
Fonte: Camila Medeiros e Mariangela Campana
Figura 18 – Fluxograma da Empresa
5.4.6 Marketing
Nos estudos sobre marketing, podem ser encontradas diversas definições para o termo, mas
duas destas definições chamaram a atenção pela clareza e guiaram a escolhas das estratégias a
serem aplicadas na empresa:
“Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo
de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços
de valor com outros” (KOTLER; KELLER, 2006).
“Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício.” (KOTLER;
ARMSTRONG, 1999).
A partir destas definições conclui-se que as estratégias de marketing de uma empresa
englobam todo o conjunto de atividades de planejamento, concepção e concretização, que visam à
satisfação das necessidades dos clientes, presentes e futuras, através de produtos/serviços existentes
ou novos.
Na empresa em questão, o primeiro passo estratégico relacionado ao marketing foi o
desenvolvimento da marca, para que a empresa possa se posicionar no mercado frente à
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concorrência. O objetivo da marca é que a empresa possa se tornar uma “referência” para os
clientes desta região ou setor de atividade na prestação de serviços em sua especialidade. Para isso,
foi elaborado um slogan (frase), que sintetiza a principal qualidade da empresa: Revita Soluções
Inteligentes.
Sabe-se também que um dos elementos mais importantes de uma marca é a credibilidade,
qualidade que a empresa pretende conquistar com competência técnica, relacionamento de
transparência e bom atendimento com seus clientes. (LIMA, 2008).
Após a definição da marca, a empresa utilizará outros elementos na sua estratégia de
marketing, como o telemarketing, um serviço que será executado rotineiramente por uma secretária
devidamente treinada, onde será organizado um cadastro de clientes, de forma a colocar todas as
informações sobre estes clientes, e os serviços que já foram prestados a eles. Será feito contato,
periodicamente, colocando os serviços e produtos da empresa à disposição.
Além disso, será utilizado um sistema de correspondência para enviar periodicamente
mensagem aos clientes, inicialmente via e-mail, por ser mais econômico. A correspondência serve
de apoio ao telemarketing, os dois são complementares. Esta comunicação cria um relacionamento
e mantém o cliente informado sobre a realidade da empresa.
Outra estratégia da empresa será o uso de material promocional, como o cartão de visita,
panfletos, placas de obra e o próprio material de escritório personalizado. O cartão de visita é um
elemento simples, mas poderoso na conquista de novos clientes. Todos os colaboradores da
empresa utilizarão esta importante ferramenta de marketing de maneira ativa e em todas as
oportunidades principalmente em eventos e reuniões que participar. Ele poderá ser importante para
conquistar novos parceiros e ampliar sua rede de contatos.
Os panfletos serão elaborados com a relação de todos os serviços prestados, e a descrição
da forma de trabalhar da empresa. Serão realçados os benefícios em relação aos clientes, e terão a
logomarca, slogan e telefone bem destacados. Este folheto será divulgado frequentemente, em
locais estratégicos, através de parceiros, de outros escritórios ou empresas de áreas complementares.
Assim como os panfletos, as placas de obra e o material de escritório terão destaque para a
logomarca, slogan e telefone da empresa.
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A empresa também utilizará a internet como ferramenta de marketing, através da elaboração
e publicação de artigos em sites, da utilização de blogs pessoais, da elaboração de um site da
empresa, da participação em diversas comunidades de profissionais e de muitos outros recursos que
a internet possibilita como o relacionamento com a sociedade. Este relacionamento será ser
desenvolvido através de contatos com a imprensa, publicação de artigos, propagandas em jornais,
opiniões, estatísticas, matérias informativas e sugestões que possam ser úteis ao seu público alvo.
Outra forma de relacionamento com a sociedade, será através da participação em entidades
de classe, associações comerciais e de negócios. Esta forma de participação possibilita travar
conhecimento com futuros parceiros e aumentar seu relacionamento interpessoal.
Um elemento extremamente importante para a estratégia de marketing de qualquer empresa
é o ótimo relacionamento com os clientes. Segundo Lima (2009), o bom relacionamento ainda é o
principal fator de fidelização, construção da marca e em consequência, do sucesso da empresa. Será
preciso desenvolver empatia com os clientes e comunicar as mensagens de maneira equivalente, ou
seja, o que o profissional falar para um cliente, deve significar o seu pensamento e suas ações.
Por fim, um dos principais desafios para novas e antigas empresas é o conhecimento do seu
mercado de atuação, através de estudos e pesquisas, para descobrir as tendências e as novas
oportunidades que estão se abrindo no seu ramo de atividade. Será preciso ficar atento ao mercado,
conversar com outros profissionais, ler as revistas especializadas do setor, participar de eventos e
congressos, pesquisar na internet, visitar sites de outros profissionais, buscar informações no
exterior e tentar habitualmente estar atualizado. Mantendo esta rotina de pesquisa, a empresa poderá
prever tendências e descobrir nichos de mercado, novas oportunidades de negócios e novas
necessidades de clientes que estarão surgindo. Agindo desta forma, a empresa estará se tornando
mais competitiva frente aos concorrentes.
6 CONCLUSÃO
A criação de um Escritório de Arquitetura e Urbanismo especializado na revitalização e
reabilitação de edifícios históricos para uso de novos empreendimentos no Centro Histórico do
Recife Antigo foi proposta, pois se acredita que a revitalização dos edifícios decadentes é
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economicamente viável e rentável, desde que sejam atraídos novos investidores e novas atividades
para o bairro, preservando o seu patrimônio através da consolidação de uma nova dinâmica.
Com base na coleta de dados e informações provenientes da pesquisa, foi verificada uma
relação estreita entre a degradação dos edifícios históricos e o baixo desenvolvimento do bairro do
Recife Antigo, o que está diretamente relacionado a falta de planejamento e de serviços que
agreguem a estas edificações os elementos necessários para a implantação ou a continuidade de
novos negócios ou empresas no bairro.
Por outro lado, a partir da análise e interpretações das informações coletadas, foi possível
conhecer a percepção dos profissionais da área em relação a empresa e aos serviços prestados,
proporcionando uma fundamentação relevante em relação ao processo de criação da empresa,
mostrando a sua viabilidade, e até uma necessidade de engajamento nesta área que é carente de
mão-de-obra e profissionais especializados.
Espera-se que a empresa venha a contribuir para a preservação do patrimônio histórico de
forma inteligente e contemporânea, adequando os edifícios às novas necessidades do mundo
moderno, garantindo assim a sua permanência na cidade, porém sabemos que para que isso
aconteça é necessário o comprometimento do Poder Público com a melhoria da infra-estrutura,
principalmente no que diz respeito a estacionamento, segurança e transporte, que tornariam o bairro
ainda mais atrativo.
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GLOSSÁRIO
Blog - é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados
artigos, ou "posts".
Centro histórico - sítio urbano localizado em área central da área-sede do município,
configurando-se em centro tradicional.
Conjunto histórico - sítio urbano que se configura em fragmento do tecido urbano da área-sede do
município ou de qualquer um dos seus distritos ou, ainda, sítio urbano que contenha monumentos
tombados isoladamente.
Gentrificação - é um processo no qual bairros fisicamente deteriorados sofrem intervenções de
renovação urbana com um aumento no valor da propriedade, junto com uma afluência de residentes
mais ricos que deslocam e substituem os habitantes originais do bairro.
Palanquim – rede suspensa em um varal, para transportar pessoas.
Revitalização – é o conjunto de medidas que visam criar nova vitalidade para um complexo
arquitetônico ou urbanístico, mediante novas formas de utilização.
Reabilitação – é o conjunto de medidas que visam restituir a um complexo arquitetônico ou
urbanístico, um grau de eficiência ou funcionalidade.
Reinol – português nascido em Portugal.
Retrofit – é um termo utilizado para designar o processo de modernização de algum equipamento já
considerado ultrapassado ou fora de norma. Em arquitetura o termo se refere a revitalizar e atualizar
as construções para aumentar a vida útil do imóvel, através da incorporação de modernas
tecnologias e materiais de qualidade avançada.
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Sustentabilidade – entende-se como um processo sistêmico, relacionado à continuidade dos
aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, que cria hoje as
condições de sobrevivência do amanhã.
Telemarketing - termo inglês criado por Nadji Tehrani em 1982, designa a promoção de vendas e
serviços via telefone.
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fatores que viabilizam a aceitação de novos produtos cerâmicos no mercado norte-americano.
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