O uso integrado de mídias \(TV corporativa e Intranet\) na educação

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O uso integrado de mídias \(TV corporativa e Intranet\) na educação
V Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 24 - 27 Oct. 2000
Novas formas de aprender: o uso integrado de mídias
(TV corporativa e Intranet) na educação continuada na Fazesp
Helena Kerr do Amaral1
Laura Ibiapina Parente2
A Escola Fazendária da Secretaria da Fazenda de São Paulo é responsável pela capacitação técnicoprofissional dos servidores da Secretaria da Fazenda e das unidades gestoras orçamentário-financeiras
das demais Secretarias do Estado de São Paulo. Este público-alvo representa cerca de 8.500
funcionários da Secretaria da Fazenda e um universo estimado em 1.200 servidores das Secretarias
setoriais, lotados em mais de 400 municípios do Estado e distantes, algumas vezes, em até 950 km (do
Posto Fiscal de Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, ao de Bananal, no final do Vale do
Paraíba).
Tradicionalmente, diante deste universo de alunos potenciais dispersos geograficamente, os programas
de treinamento ficavam restritos a alguns segmentos dos funcionários, e acabavam por privilegiar
aqueles que trabalham nos grandes centros urbanos.
A Fazesp desde a sua criação teve a preocupação com a ampliação do acesso aos treinamentos.
Buscava enfrentar este desafio através da formação de multiplicadores que oferecem cursos nas regiões
administrativas da Secretaria e, eventualmente, com a produção de vídeos. Este modelo de formação,
porém, tem suprido apenas parcialmente o problema da dispersão geográfica.
A intensa transformação nos processos de trabalho provocada pela modernização e pela tecnologia de
informação coloca um novo e forte desafio ao modelo de capacitação adotado. Agora não é apenas a
questão do acesso. Passa a ser necessário preparar o funcionário da Secretaria para um novo tipo de
trabalho voltado para as necessidades do cidadão que utiliza serviços on line, que pede um atendimento
individualizado e igual para todos. Este novo trabalho que exige a atualização permanente do servidor
público porque mudam as formas de controle, as práticas e as habilidades requeridas.
Para atender a essa demanda, nossas linhas de trabalho da Escola são:
• Gerencial
• Novos instrumentos e processos de organização do trabalho
• Técnica e operacional
• Especializações em áreas do conhecimento fundamentais para a atuação da secretaria com Direito
Tributário, Economia do Setor Público, e Contabilidade e Auditoria
A expansão da rede da Secretaria da Fazenda de São Paulo nos possibilitou ampliar nossa capacidade
de oferta de treinamento. A inovação dos métodos de ensino tornou-se absolutamente crítica e
estratégica em função da necessidade de a Fazesp se colocar como alavanca do processo de mudança
da secretaria. A escola busca ser parte integrante e influente neste esforço de transformação de
paradigma de gestão pública. A introdução da tecnologia de informação traz não apenas a oportunidade
de ampliar a oferta de treinamentos como condições para um melhor aproveitamento das capacidades
existentes na secretaria.
A Escola Fazendária tem buscado aproveitar este contexto para rediscutir o modelo de capacitação. O
objetivo geral é o de favorecer a interação dinâmica entre os diferentes modos de conversão do
1
- Diretora da Fazesp, Escola Fazendária da Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo, administradora, mestre em
administração pública (EAESP/FGV), doutoranda em economia (IE/Unicamp).
2
- Gerente do projeto de implantação de novas tecnologias de ensino na Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo,
administradora pública, socióloga, especialização na Ecole Nationale d´Administration, França.
1
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conhecimento, o de ser um verdadeiro espaço de aprendizagem que estimula conexões e interações.
Para isso, estamos implementando um projeto inovador de educação a distância interativa: emprego de
curso a distância on line (e-learning) e de televisão executiva que convida à interatividade.
Neste trabalho queremos analisar o desafio da implantação deste projeto.
Diretrizes
Nossa estratégia de formação procura combinar:
•
a construção de cursos sob medida, formatados segundo as necessidades de cada área da Secretaria;
•
as múltiplas formas de aprendizagem síncronas e assíncronas;
•
o envolvimento de gerentes e líderes com a capacitação, tornando-os também responsáveis pelo
processo;
•
fomento à educação continuada;
•
prioridade no desenvolvimento de competências críticas (geração e disseminação de
conhecimentos, trabalhos em parceria ou em equipe, análise e solução de problemas, excelência no
atendimento ao público, orientação estratégica, liderança, gestão de processos de mudança);
•
ênfase no aprendizado organizacional, e não apenas no conhecimento individual.
Na Secretaria da Fazenda temos buscado:
•
preparar, através de cursos pela intranet e cursos presenciais, para facilitar a conexão entre as
pessoas e a velocidade com que estas conexões podem ser realizadas (uso do correio eletrônico e da
rede interna, desenho de conversas nas organizações);
•
desenvolver projeto educacionais com emprego de novas tecnologias buscando ampliar a
interatividade (TV e cursos on-line);
•
oferecer cursos, em parceria com outras instituições como a FEA/USP, que usem simulação de
situações (presencial, por enquanto; presencial e virtual em preparação);
•
estudar processos e recursos digitais para criar equipes virtuais que possam trocar e compartilhar
conhecimentos;
•
combinar encontros e seminários com as conversas virtuais.
A implantação do projeto
No seminário do Clad do ano passado, foi feita a apresentação do projeto de Educação a Distância
Interativa que a Fazesp vinha desenvolvendo. Parente e Linhares (1999) discutiam os desafios para se
evoluir do modelo tradicionalmente adotado pela Escola Fazendária baseado no treinamento presencial
por intermédio de multiplicadores para um programa de capacitação a distância, integrando como
mídias educacionais a televisão e as redes telemáticas, com ênfase no potencial de interatividade que
estas proporcionam.
Atualmente, já podemos fazer um balanço da primeira fase da implantação deste programa de
capacitação a distância. De fato, o uso integrado de mídias tem nos indicado possibilidades inéditas de
incorporação de profissionais da Secretaria da Fazenda de São Paulo a novas formas de aprender.
Os principais elementos do projeto são:
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a) a TV Fazesp: canal de TV corporativo que alcança as sedes regionais da Secretaria da Fazenda em
todo o território paulista, levando conteúdos-chave utilizando uma linguagem ágil, com foco na
interatividade;
b) Intranet: formação de uma comunidade virtual de aprendizado, disponibilizando cursos on line,
material didático, criando grupos de discussão e complementando os programas da TV;
c) Biblioteca: disponibiliza informações e documentos, estimulando o processo de educação contínua
dos funcionários de todo o estado através da intranet. Além do acervo próprio, mantém convênios
com outras bibliotecas de áreas afins.
A implantação da infra-estrutura para o uso integrado de mídias para ensino na Fazesp tem sido
viabilizada pela existência de financiamento do BID. Algumas das principais realizações deste
investimento foram:
a) A montagem do mini-estúdio na Fazesp;
b) A aquisição de equipamentos e softwares (foram adquiridas duas workstations para
desenvolvimento de cursos para intranet e tratamento de imagens, softwares para design em web,
uma câmera fotográfica digital e uma filmadora digital);
c) A atualização das salas de aula e telessalas das Regionais com a aquisição de canhões multimídia,
TVs, videocassetes e microcomputadores com kit multimídia;
d) A pesquisa e seleção de software para gerenciar cursos pela intranet;
e) A aquisição de software para a biblioteca;
f) Licitação para contratação da produtora de TV;
g) Seleção e contratação de roteiristas, repórter e apresentadores.
A outra dimensão da implantação do projeto, muito mais complexa, é a preparação da equipe para atuar
em um novo modelo de aprendizado. Iremos destacar os principais desafios: concepção da grade de
programação, capacitação de instrutores, desenvolvimento de conteúdos adequados e no ritmo
necessário, coordenação do processo de criação e produção com a execução dos cursos. Analisemos
cada um deles.
Para a concepção da grade, a Fazesp contou inicialmente com uma consultoria externa. Após debater o
produto da consultoria com a equipe interna, foi aprovada uma grade para programação semanal da
TV, com duração de uma hora. A grade sintética da programação3 semanal contém:
Menu do programa apresenta os assuntos do dia
Notícias Sefaz informativo e reportagens
Caia na rede segmento de informática
Memória a história e as mudanças na Secretaria
Conhecimento.sefaz o tema da semana
Minha opinião a palavra dos fazendários
Eu quero saber dúvidas sobre assuntos técnicos
Como é que fica? perguntas polêmicas dos fazendários
Sala de bate-papo entrevistas com especialistas
Decidiu-se que os programas da TV Fazesp deveriam contemplar tanto blocos de educação formal,
com temas de aplicação para as áreas de administração tributária, financeira e de controle ou de
administração geral, como blocos de educação informal. Nesta linha estariam notícias, resgate da
memória da instituição, campanhas com temas como cidadania, saúde do trabalhador, opiniões, críticas
de usuários dos serviços da secretaria e depoimentos de funcionários contando o que fazem. Com esta
abordagem, busca-se construir a identidade do funcionário da secretaria e debater temas de interesse
3
- ver grade de programação detalhada no anexo 1.
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geral. A avaliação desta estrutura de grade tem sido bastante positiva. Na pré-estréia tivemos a alegria
de ouvir depoimentos dizendo: "Parabéns. Este conteúdo me dá orgulho de ser funcionário público",
ou, "Gostei muito. Acho que vai ajudar a resgatar a auto-estima do servidor da secretaria".
Para a capacitação de instrutores, a Fazesp organizou em fevereiro de 2000 duas turmas do workshop
“TV e vídeo na educação”, com a participação dos 52 primeiros instrutores a se tornarem
correspondentes da TV Fazesp nas Regionais. O objetivo deste treinamento era o mostrar o papel
essencial da recepção da mensagem do programa de TV desempenhado pelo correspondente nas
telessalas. O nome "correspondente" foi definido por eles mesmos. Foi criada também uma linha de
comunicação permanente entre eles e a Fazesp. Incentivamos a formação de uma comunidade virtual,
aproveitando a existência da intranet. Como veremos a seguir, este foi um dos elementos que levaram a
um resultado acima das nossas expectativas em termos de criatividade e contribuição de conteúdos a
partir das primeiras transmissões da TV.
Em julho fizemos o I Encontro de Avaliação da TV, com a participação destes correspondentes, dos
representantes de treinamento da Fazesp e com instrutores. Neste evento, fizemos uma feira de
educação. Com quatro salas, os instrutores puderam conhecer: o processo de criação (definição de
pauta, elaboração de briefing, elaboração e aprovação de roteiro foram apresentados pela equipe de
criação); de produção do programa, conversando com o diretor de TV no próprio estúdio; tecnologias
de ensino (contar histórias, lousa e giz, micro etc.); cursos usando a internet e intranet. Em setembro
estaremos realizando o treinamento de novas turmas de correspondentes.
O desenvolvimento de conteúdos é sempre o grande desafio para a capacitação, qualquer que seja o
recurso tecnológico adotado. Na formação de adultos, os conteúdos estão quase sempre com os
profissionais, que nem sempre têm a consciência de seus saberes. A Fazesp adotou duas formas de
buscar os conteúdos: através de sugestões do núcleo de criação e através de propostas enviadas pela
intranet por qualquer funcionário da secretaria4.
Em grandes instituições, com a heterogeneidade da secretaria da Fazenda de São Paulo, o grande
desafio tem sido: identificar os especialistas que detêm os conhecimentos; selecionar os temas de
relevância para serem socializados; detalhar estes temas em proposta de programa de TV e de leituras
complementares orientados para o público adequado; transformar este material em linguagem televisa
sem perder o rigor técnico.
Estas operações exigem da coordenação do projeto habilidade para lidar com sentimentos ambíguos
com relação a autoria e cooperação. Essas tensões são particularmente presentes na secretaria
atualmente devido às grandes mudanças organizacionais em curso. Esses processos naturalmente
acirram os medos. Ao mesmo tempo, liberam energias e vontades de transformação surpreendentes.
No processo de implantação já vivemos claramente duas fases. Na primeira, era necessário uma
centralização das ações de modo a se construir um produto com linguagem coerente e a se definir
regras de colaboração. Nesta fase, heróica, os membros da equipe de criação da TV Fazesp faziam
todos os papéis e garantiram o início da exibição graças à paixão. Atualmente, estamos buscando criar
uma rede de colaboração mais estável. Os centros de capacitação da Fazesp assumiram a articulação
com as áreas da secretaria que explicitam necessidades de capacitação, a busca de conteúdos junto a
especialistas internos e externos, a definição dos programas, a proposta de público alvo, a comunicação
com instrutores e correspondentes, a alimentação da página na intranet e a avaliação do programa,
baseada em informações das telessalas.
4
- ver o modelo de ficha no anexo 2.
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Produtos
Até setembro de 2000, nossos produtos são:
a) Lançamento de cursos-piloto na intranet: “Roteiro de Fiscalização para Panificadoras” e “Usando o
Correio Eletrônico e a Sefaznet”;
b) Transmissão de programação semanal da TV Fazesp a partir de junho de 2000.
Data
14/06/00
Tema do conhecimento.sefaz
2001, uma odisséia na rede
21/06/00
Novas
Tecnologias
Educação
28/06/00
Emissor de Cupom Fiscal
9/08/00
Auditoria Informatizada
16/08/00
Gerencial I: Administração
voltada para o cidadão
23/08/00
Formas de Ensinar e de
Aprender
Do homem que calculava para
o homem que analisa
30/08/00
de
Sala de bate papo
Novas Tecnologias de Ensino,
professor Moran, ECA/USP
Educação
Corporativa,
professora
Marisa
Éboli,
FEA/USO
Documentos eletrônicos, Marcos
da Costa, OAB/SP
Substituição
Tributária,
Delegado Clóvis Cabrera
Reforma do Estado, professor
Clóvis Bueno de Azevedo,
EAESP/FGV
O prazer de aprender, escritora
Fanny Abromovich
Gestão de custos e controle
interno,
professor
Mauro
Zilbovicius, Politécnica/USP
6/09/00
Comércio eletrônico
Tributação e comércio eletrônico,
professor Marco Aurélio Greco
da Reestruturação organizacional,
Carlos Alberto Júlio, revista
HSM
13/09/00
Modernização
administração financeira
20/09/00
Formação Gerencial II: Como Experiências inovadoras de
mudar?
gestão pública e cidadania,
professor Peter K. Spink,
EAESP/FGV
Público alvo
Geral
Instrutores
Agentes fiscais de
renda
Agentes fiscais de
renda
Gerentes
Instrutores
Controle interno e
gestores
orçamentários
e
financeiros
das
secretarias setoriais
Agentes fiscais de
renda
Funcionários
da
coordenadoria
da
administração
financeira
Gerentes
Novas formas de aprender
O modelo adotado pela TV Fazesp busca empregar diferentes métodos de aprendizado, de forma
combinada e com diferentes graus de coordenação. Vejamos:
a) conteúdo formal. A ele são associados os superlinks. Chamam o aluno para aprofundar o tema
procurando mais informações na intranet. O conceito-chave aqui é o auto-estudo;
b) discussão nas telessalas a partir de propostas de temas sugeridos centralizadamente pela Fazesp.
São enviadas sugestões, roteiros para discussão com antecedência de poucos dias da exibição do
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programa. A dinâmica de trabalho é decidida com autonomia pelas equipes regionais e/ou
instrutores.
Os resultados têm sido estimulantes, como podemos ver no e-mail que nos foi enviado pela
instrutora de São José do Rio Preto, Monica Saur Alves Esteves:
"Prezados
colegas,
Estou entrando em contato para relatar a experiência da telessala no dia de hoje. Primeiramente desejo agradecer a
lembrança do meu nome para instrutora e o cuidado no encaminhamento do material. A qualidade das apostilas e o
enfoque dado ao assunto foram absolutamente apropriados. Como pude conhecer o assunto com antecedência, após
a apresentação da programação, dividi os presentes em 6 grupos que debateram os seguintes assuntos:
1º - Declaração Universal dos Direitos Humanos;
2º - Artigo 37 da Constituição;
3º - Lei de proteção do usuário do serviço público;
4º - Situações;
5º - Max Weber;
6º - A burocracia pode ser útil.
Após o debate entre os grupos (aproximadamente 30 minutos), cada grupo apresentou "seu tema" e em assembléia
todos os presentes apresentaram seu ponto de vista. O encerramento das atividades aconteceu às 12 horas.
Os resultados obtidos foram tão bons que as pessoas que estarão em férias no próximo mês pediram para participar
do 2º programa, mesmo estando afastadas.
Tenho certeza de que os debates resultarão em grande reflexão entre os participantes, principalmente com a certeza
de que o assunto não se esgotará agora.
Parabéns pela escolha do tema e reunião do material.
Abraços,
Monica"
O conceito-chave deste estratégia é autonomia;
c) formação de equipes de instrutores nas regiões. Estas equipes aprendem a ser equipes fazendo. Os
conceitos-chave são aprender fazendo e equipe:
d) acesso rápido e homogêneo a públicos amplos (média de 400 alunos nas 16 telessalas em todo o
estado). Observe-se que parte do público não tem muito tempo para se atualizar. Aqui os conceitoschave são: rapidez e homogeneidade;
e) incentivo à formação de grupos (virtuais ou não) de discussão. Os temas debatidos em sala e as
leituras dos textos na intranet introduzem novos referenciais para debate dos problemas enfrentados
pelos profissionais da Secretaria. Com a comunicação eletrônica disponível, temos incentivado a
formação de grupos de discussão. Objetiva-se ampliar os efeitos das redes de aprendizado
temporário que se formam nas salas de aula para se criar verdadeiras comunidades de práticas,
grupos que compartilham conhecimentos e métodos de enfrentar problemas no trabalho; O
conceito-chave é o de comunidades de aprendizado;
f) contar histórias é um recurso clássico para o aprender. A televisão permite explorar este recurso
dando ao estudo tanto a dimensão lúdica como a riqueza das metáforas para reaplicar conhecimento
e incentivar as associações de idéia. O contar histórias permite mostrar a relação inseparável entre
trabalhar e aprender;
g) o convite à formação de redes de aprendizagem tem como objetivo fazer da Fazesp um verdadeiro
espaço colaborativo de aprendizado. Os retornos e sugestões que têm vindo espontaneamente das
diferentes regiões do estado mostram a possibilidade da consolidação gradual de redes de
aprendizagem
Ganhos do aprendizado informal e da formação das redes não pode ser quantificado. Não poder avaliar
das formas tradicionais não nos tira a certeza do valor deste novo modo de aprender.
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Resultados atuais
As repercussões deste novo modelo de capacitação têm sido bastante favoráveis. Temos obtido apoio
tanto da direção da secretaria que entende a capacitação como estratégica para a mudança em curso
como de segmentos de funcionários que só agora começam a ser atingidos pela Escola Fazendária. O
principal resultado é a ampliação do acesso à capacitação.
A formação das equipes regionais está se consolidando mais rapidamente do que nossas expectativas.
Percebemos também uma assimilação gradual do recurso TV pela Fazesp e pela secretaria.
Ainda não conseguimos explorar as mídias integradas no nível desejado por três razões básicas: falta de
equipamentos adequados (micros multimídia nas regionais); fase ainda de teste de transmissão de som
e imagem via rede; heterogeneidade na capacidade de uso de recursos de tecnologia de informação no
corpo de funcionários da secretaria. Esta última constatação nos leva à convicção da adequação de um
modelo que combina TV, vídeo, aulas presenciais e cursos a distância on line.
Outro resultado importante desta fase é o estímulo à estruturação e planejamento das atividades de
formação. O ritmo necessário à produção de programas educacionais com uso da televisão e a
dificuldade inicial da adaptação de cursos presenciais para o formato on line exigem a constituição de
equipe na escola com perfil de cooperação, iniciativa e sem preconceitos com novas linguagens.
Construir esta equipe tem sido nosso desafio.
Os mesmos fatores apontados acima desnudam algumas dificuldades estruturais da capacitação na
secretaria. As dificuldades conhecidas de modernização da administração pública se revelam também
na inovação dos métodos de ensino voltados para a formação de funcionários analistas de informação,
cooperativos e com iniciativa.
Conclusão
Esperamos que a consolidação deste projeto, ainda em fase de implantação e de (re)definições permita
que a Fazesp passe a ser muito mais do que uma escola tradicional que oferece cursos. Queremos ser
um centro de geração e difusão de conhecimentos, um espaço de aprendizagem compartilhada, que
trabalha para capacitar, canalizar talentos e potencializar a atuação da Secretaria da Fazenda.
Acreditamos que as novas tecnologias de ensino podem nos dar os meios para processar, colecionar,
gerenciar, organizar e disseminar informações de modo mais efetivo e eficiente. E com isso poderemos
incentivar novas formas de aprender e fortalecer as conexões existentes dentro das regiões da Secretaria
e entre elas, possibilitando o surgimento de novas conexões nunca antes imaginadas.
Bibliografia:
DIGENTI, Dori, "Make space for informal learning", www.learningcircuits.org
EBOLI, M(coord.).Coletânea Universidades Corporativas:Educação para empresas no século 21.São
Paulo:Schmukler Editores, 1999
LINHARES, Antônio Filipe de Siqueira e PARENTE, Laura Ibiapina TV Fazesp - Um Projeto
Interativo de Educação a Distância, Seminário Clad, 1999
WAVE TECHNOLOGIES INTERNATIONAL, "Learning, the critical technology. A white paper on
adult education in the information age", www.wavetech.com
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Anexo 1:
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
08/05/00
Núcleo de Criação
TV-FAZESP
Esta proposta para a grade da programação da TV FAZESP foi elaborada tendo em vista a divisão
da programação em dois grandes segmentos, de 30 minutos cada.
Os dois segmentos têm como objetivo desenvolver conteúdos de interesse dos funcionários, segundo
uma abordagem educativa, no âmbito do Projeto de Educação a Distância.
No primeiro segmento, o de Educação Informal, conteúdos mais curtos e de interesse geral, serão
distribuídos por diversos programas, cujos formatos estão sendo especialmente criados pelo Núcleo
de Criação da TV FAZESP e produzidos pela Produtora Argumento. (Ver sinopses abaixo).
O segundo segmento, é todo ele voltado para conteúdos de interesse específico. São temas mais
longos, que serão desenvolvidos dentro de uma concepção de Educação Formal. Os formatos e os
tempos desses programas não serão fixos. Eles serão determinados de acordo com a natureza, a
extensão e profundidade que se pretende dar a cada tema.
ENTENDA COMO FOI DIVIDIDA A GRADE
Toda a grade está estruturada em seções. Algumas serão fixas, aparecendo em todas edições. Outras,
aparecerão de acordo com a necessidade.
A seguir, os nomes e as características básicas das seções.
Vinhetas – formato de todas as intervenções gráficas para pontuação da programação e/ou tesears
(mensagens institucionais) que aparecerão entre os programas.
Módulos – formato dos programas com maior tempo na grade. Variam de 5 a 20 minutos.
Quadros – formato de programas com duração entre 2 e 3 minutos.
Selos – formato das intervenções do público, tanto interno como externo. Duração média de 1
minuto .
Teasers -- formato das mensagens e ou campanhas institucionais com linguagem de comercial, para
inserção entre as seções. Duração de até 1 minuto.
Emissões
Especiais :Segmentos e ou seções fora da grade como Teleconferência, por exemplo.
CONHEÇA MAIS DETALHES SOBRE OS PROGRAMAS
Tendo em vista os objetivos, as características dos conteúdos e as necessidades do público da TV
FAZESP, a grade de programação foi pensada para conter programas com formatos ágeis, flexíveis,
atraentes.
Alguns aparecerão tanto no Segmento de Educação Informal, quanto no de Educação Formal.
Outros serão fixos de um ou de outro segmento.
Alguns programas aparecerão em todas as edições. Outros, apenas quando necessários.
A seguir, a sinopse de cada um deles.
SEÇÕES FIXAS DO SEGMENTO INFORMAL
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“ALÔ, COMO VAI?!!”
Abertura de cada edição, com a saudação dos apresentadores.
“MENU DO PROGRAMA” (01’ 30”)
Seção fixa que aparecerá no começo e no final da programação.
No começo, anuncia o que espectador verá na edição daquele dia. No final, o que o espectador verá
na edição seguinte.
“NOTÍCIAS SEFAZ” (05’)
Seção fixa da parte de Educação Informal. Notícias gerais da SEFAZ.
” quem-f@z-o quê?” (03’)
Seção do segmento de Educação Informal. Esta seção sempre vai destacar um setor, mostrando o
trabalho, ou parte dele, que se desenvolve ali, partindo sempre do organograma da Secretaria.
O objetivo é revelar para o espectador como é o trabalho do setor em questão, a partir do
depoimento de um funcionário, e assim mostrar como é que o setor se articula com os demais.
Passa, dessa maneira, uma visão de conjunto da Secretaria.
Seu maior objetivo é conscientizar cada um para o trabalho do todo.
“CONTRIBUINTE URGENTE” (01’)
Seção fixa para Educação Informal. Perguntas, opiniões, provocações, feitas pelas pessoas que são
os clientes da Secretaria, ou seja, os contribuintes. É o canal por onde absorveremos a manifestação
do público externo.
Procuraremos mostrar aos fazendários o que o público acha da Secretaria, dos serviços, do trabalho
ali realizado. Ou o quanto o público desconhece esse trabalho.
“CAIA NA REDE” (05’)
Módulo fixo para o Segmento Educação Informal ou Formal, e é dedicado a assuntos de
informática. Tem as seguintes seções internas:
“Você sabia” sobre conceitos básicos e definições de termos de informática. É o be-a-bá ,
em tom de pílulas de curiosidades.
“Conexões” dá dicas sobre sites do interesse dos fazendários, novidades que vão pintar
dentro e fora da SEFAZ na área da informática.
“Help” ou “Tira-dúvidas” que responde às dúvidas e questões enviadas ao programa por email pelos fazendários.
“MEMÓRIA” (03’)
Seção fixa para a parte de educação informal.
Está vinculado ao projeto de criação do museu. Nele, vários objetos, documentos que contam como
foi a Secretaria, como por exemplo, um quepe e uma mala de agente fiscal. A proposta é ir
resgatando fragmentos dessa história a cada edição.
“FANZINE” (03’)
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O olhar eletrônico do fazendário. Uma câmera na mão e um desejo registrado, digitalmente. As
melhores imagens da Secretaria editadas em um videoclip.
SEÇÕES FIXAS PARA O SEGMENTO FORMAL
“conhecimento.sefaz”(15”)
Segmento fixo da educação formal. Matérias mais longas, linguagem de documentário, abordando
temas mais estruturados.
PROGRAMAS QUE PODERÃO APARECER NOS DOIS SEGMENTOS
“MINHA OPINIÃO” ( 02’)
Intervenção/depoimentos para qualquer dos dois segmentos. Opinião enviada ao programa pelos
fazendários.
“PONTO DE VISTA” ( 02’)
Seção opcional para qualquer dos segmentos. Sempre que um especialista aparecer para opinar sobre
assuntos controversos, seja numa matéria, num debate. É um comentário gabaritado.
“EU QUERO SABER” ( 01’)
Selo curinga fixo que serve para os dois segmentos, Informal e Formal. Fazendários que pedem
esclarecimentos diretamente para a câmera, sobre assuntos técnicos. As dúvidas são respondidas
também por fazendários da FAZESP ou da Secretaria.
“COMO É QUE FICA?” (01”)
Selo opcional, que serve tanto para a parte de Educação Informal quanto para a Formal.
Apresentação de um caso ou situação extraída da realidade dos funcionários, com o objetivo de
provocar debate ou opiniões que apontem para uma solução. Situações mais abrangentes (gerais).
“DEBATE” (30’)
Seção opcional para a parte de educação formal.
Especialistas, fazendários, discutem ao vivo aspectos controvertidos da legislação fiscal.
“SALA DE BATE-PAPO” (05”)
Seção que serve tanto para a parte de educação informal, quanto para a parte de educação formal.
Entrevista feita no estúdio, com a inclusão de perguntas dos fazendários, por e-mail. A pessoa a ser
entrevistada é anunciada no programa anterior e, também pela Intranet para estimular que os
espectadores mandem suas perguntas.
“DO GABINETE”
Para qualquer das duas partes, sempre que o secretário necessitar comunicar algo oficial.
“AGENTE FISCAL PESQUISA” 03’
Seção opcional para o segmento de Educação Formal.
É uma seção de humor investigativo, uma forma de abordar certos assuntos graves, ou delicados, de
uma forma mais amena, leve, bem humorada.
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SELOS
“ATALHO”
Selo. Vale para os dois segmentos.
Entra sempre no meio de uma explicação. É uma dica para encurtar caminho e mostrar como se
pode fazer algo mais rápido e melhor. Não é uma seção, mas um macete que pode servir a vários
assuntos no segmento, ou nas seções de Educação Formal.
“TEASERS”
Os teasers sempre concluem com uma assinatura eletrônica.
Dados sobre as autoras
Laura Ibiapina Parente
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
Escola Fazendária – Fazesp
Diretora do Centro de Estudos Estratégicos da
Fazesp
Endereço: Av. Rangel Pestana, 300 - 16º
01091-900 - São Paulo - S.P. Brasil
Telefone: (5511) 3106-8891; 3106-6730
Fax: (5511) 3106-6715
e-mail: [email protected]
Helena Kerr do Amaral
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
Diretora da Escola Fazendária – Fazesp
Endereço: Av. Rangel Pestana, 300 - 16º
01091-900 - São Paulo - S.P. Brasil
Telefone: (5511) 3106-8891; 3106-6730
Fax: (5511) 3106-6715
e-mail: [email protected]
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V Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 24 - 27 Oct. 2000
Anexo 2:
DATAS
PROPOSTA:
AVAL. PAUTA:
PREV. EXIBIÇÃO:
PROPOSTA DE PROGRAMA
TEMA:
TÍTULO:
PÚBLICO-ALVO:
OBJETIVOS GERAIS:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
FORMATO PROPOSTO:
TÓPICOS DO CONTEÚDO:
FONTES DE INFORMAÇÃO:
INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS:
RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIMENTO:
COMENTÁRIOS / OBSERVAÇÕES:
ANEXAR RESUMO DO CONTEÚDO E MATERIAL GRÁFICO DE APOIO.
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