ExportaçõEs dE calçado crEscEm como nunca
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ExportaçõEs dE calçado crEscEm como nunca
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES E ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS # Nº 177 # MAIO 2011 Frederico Martins ExportaçõEs dE calçado crEscEm como nunca as ExportaçõEs portuguEsas dE calçado crEscEram mais dE 20% no primEiro trimEstrE dE 2011, num dos mElhorEs rEgistos dE sEmprE do sEctor. as ExpEctativas dos EmprEsários apontam para um ano dE 2011 dE fortE afirmação do calçado português nos mErcados ExtErnos. EstEs são também, no Entanto, tEmpos dE alguma prudência, Já quE o aumEnto galopantE do prEço das matérias- primas, Em EspEcial das pElEs, E as dificuldadEs dE contratação dE novos colaboradorEs continuam a prEocupar o sEctor. Empresas VAMOS PÔR OS PONTOS NOS “is” ∫ 73% do crédito concedido pelo BES é a Empresas investimento e criação de emprego ∫ 3 em 4 PME Líder são Clientes do BES ∫ Quota de mercado de 19% nas Linhas de Crédito PME Investe ∫ Líder de Mercado no Trade Finance com uma quota de mercado de 27% tendo sido eleito, pelo 5º ano consecutivo, como Best Trade Finance Bank em Portugal, pela Revista Global Finance internacionalização ∫ Programa consolidado de Missões Empresariais desde 2006 ∫ Único Banco com estrutura comercial especializada no apoio à internacionalização das empresas (Unidade Internacional Premium) ∫ 200 M€ de activos em fundos de venture capital, que investem em empresas inovadoras inovação ∫ 2 M€ de prémios concedidos no âmbito do Concurso Nacional de Inovação BES ∫ Único Banco com estrutura comercial de especialistas dedicados ao apoio de empresas inovadoras O BES é o banco líder no apoio às PME, centrando a sua intervenção no apoio ao Investimento, à Internacionalização e à Inovação das empresas nacionais. Para mais informações contacte o Banco Espírito Santo através do seu gestor ou consulte o site www.bes.pt/empresas Quem sabe, sabe e as empresas que vão mais longe é que sabem. Nº 177 # MAIO 2011 Empresas cautelosas 3 Exportações de calçado crescem 20% no primeiro trimestre mas optimistas Frederico Martins As empresas de calçado estão optimistas relativamente ao que resta do ano de 2011. Ainda que persistam algumas preocupações, como o aumento anormal do preço das matérias-primas ou mesmo as dificuldades de contratação de mão-de-obra especializada, a expectativa é de que o ano de 2011 seja de afirmação internacional da indústria portuguesa de calçado. Enrico Parodi acredita que, “a tendência de crescimento das exportações se poderá manter por algum tempo, indo consolidar-se no prazo de dois a três anos”. Depois, será natural que “os fabricantes asiáticos reajam a este novo enquadramento, apresentando novas soluções”. No essencial, o Administrador da Arcopedico recorda que “a importação de produtos asiáticos obriga a compras de grande volume, mesmo para a rentabilização do transporte”, uma situação difícil de gerir na situação económica actual. Já Paulo Mendes recorda que “em anos normais, sem recessão económica, grande parte das encomendas seriam facturadas e enviadas até ao final do ano, mas este ano algumas das entregas processaram-se apenas em Janeiro e em Fevereiro”. O responsável da Felmini acredita, igualmente, que “a escassez de matérias-primas e os seus sucessivos aumentos de preço, contribuíram para que o Oriente perdesse alguma competitividade, já que a relação qualidade/preço/entrega deixou de ter o equilíbrio perfeito para grandes investimentos”. Já a opção por Portugal permite “diminuir os riscos comerciais, dada a nossa maior flexibilidade e proximidade geográfica, que permitem fazer chegar o produto ao mercado num curto espaço de tempo”. André Fernandes, da Cohibas, por sua vez, considera que “o made in Portugal transmite cada vez mais confiança pela qualidade e serviço”. De igual modo, é notório que “o aumento dos custos produtivos na China, nomeadamente ao nível logístico, conduziu a que algumas marcas de prestígio privilegiassem a aposta em empresas portuguesas”. Os próximos trimestres serão de “crescimento, pois o calçado português é cada vez mais requisitado”. As exportações portuguesas de calçado cresceram 28% para 14 milhões de euros). 20% no primeiro trimestre do ano. Segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), Portugal O calçado português está, igualmente, a conquistar exportou calçado para mais de 130 países, nos cinco cada vez mais adeptos fora do “Velho Continente”. continentes, no valor de 408 milhões de euros. As vendas para a Rússia aumentaram 84% para 4 milhões de euros, para os “States” 21,6% para 2,9 O calçado português voltou neste período a crescer milhões de euros e para o Canadá 108% para 2,8 mais do que a economia portuguesa (que cresceu milhões de euros. De sublinhar, ainda, o aumento 17%) e a reforçar o seu peso na balança comercial das vendas para o Japão (mais 14,9% para 2,9 portuguesa. Com efeito, as exportações cresceram o milhões de euros). dobro das importações (aumento de 10% para 152 milhões de euros), pelo que a indústria portuguesa O desempenho do sector resulta, em grande medida, de calçado reforçou o seu estatuto de sector que de uma aposta consistente em promoção internacio- mais positivamente contribui para a balança comer- nal. De facto, nos últimos três anos, o sector partici- cial portuguesa (saldo anual líquido na ordem dos pou, em média, em mais de 70 acções promocionais 800 milhões de euros). no exterior, em sensivelmente 40 países, num investimento global na ordem dos 25 milhões de euros, As exportações portuguesas de calçado estão a que contou com o apoio do Programa Compete. crescer em praticamente todos os mercados. Nos três principais mercados de destino das exportações, Em simultâneo, está a ser promovida uma cam- assinalam-se desempenhos muito positivos nos três panha de imagem em todo o mundo, que procura primeiros meses do ano: França (mais 10,9% para tornar a indústria portuguesa numa das grandes 114 milhões de euros), Alemanha (mais 22,3% para referências na cena competitiva internacional. 70 milhões de euros) e Holanda (mais 22,7% para 54 milhões de euros). Ainda no espaço europeu (cresci- Em resultado desta estratégia articulada, as exporta- mento de 19,2% para 367 milhões de euros), realce ções portuguesas de calçado estão a crescer 6,7% face para os bons desempenhos no Reino Unido (mais a 2008, isto é, sensivelmente cinco vezes mais do que a 8,4% para 32 milhões de euros) e Espanha (mais média nacional (que cresceu 1,4% de 2008 a 2011). www.spedycargo.pt SOLUTIONS THAT WORK. A SPEDYCARGO foi criada em Janeiro de 2004 combinando a experiência e profissionalismo da sua equipa e a confiança dos seus parceiros no exterior com o conhecimento das exigências dos mercados nacional e internacional. A SPEDYCARGO empenha-se em encontrar as soluções mais adequadas e melhor desenhadas para os desafios da industria no presente e no futuro. A SPEDYCARGO representa em Portugal o HTFN Global Logistics Partner. O HTFN é uma associação de empresas transitárias privadas com representação mundial que permite uma cobertura global através de parcerias com empresas congéneres de elevada reputação em cada mercado.Como membro a SPEDYCARGO beneficia de parcerias com mais de 60 agentes em cerca de 50 países servindo mais de 250 portos e aeroportos. Aéreo Marítimo Rodoviário A Spedycargo oferece uma diversificada gama de opções no transporte de carga aérea. Garantimos uma operação bem estruturada resultante da criatividade e experiência da nossa equipa. A Spedycargo assegura coordenação total da operação de transporte seleccionando a opção que melhor responda às exigências de cada embarque ao custo mais competitivo. Em parceria com os seus agentes na Europa, a Spedycargo oferece serviço regular de transporte em Camião de e para várias origens e destinos. Aduaneiro A Spedycargo dedica especial atenção a este segmento para o qual criou o seu próprio departamento aduaneiro no que conta com pessoal especializado e licenciado. Transportes Especiais A Spedycargo tem uma vasta experiência no segmento de: · Feiras e Exposições · Transportes Especiais · Armazenagem e Distribuição SPEDYCARGO, TRANSITÁRIOS, LDA. Head Office Travessa da Telheira, nº. 305 · 1º Andar · Sala 9 · 4455-563 Perafita · Portugal Telf. +351 229 993 650 · Fax. +351 229 964 962 Lisbon Office Edifício 124 · Piso 1 Gabinete 18 · 1700-008 Aeroporto de Lisboa · Portugal Tel. +351 218 480 369 / +351 218 487 683 · Fax. +351 218 480 370 TRANSITÁRIO ESPECIALIZADO EM FEIRAS INTERNACIONAIS Nº 177 # MAIO 2011 GIL SOUSA 5 Desemprego aumenta em Portugal mas calçado e têxtil têm falta de mão–de-obra Atento às exigências do público, o estilista Gil Sousa acaba de anun- Pab_map (fotolia.com) ciar a aposta no sector do calçado, com propostas para o segmento feminino e masculino.. Na linha da joalharia, as propostas de Gil Sousa distinguem-se pelo luxo e pormenores requintados. Calçado aumenta salários A tabela salarial na indústria portuguesa de calçado vai aumentar 2,2% este ano. Na sequência de meses de intensas negociações com os Sindicatos, a Direcção da APICCAPS propõe ao universo de empresas da fileira do calçado uma actualização da massa salarial. Este foi, no entanto, um processo complexo e ainda que a nova tabela salarial tenha sido acertada com a Comissão Negociadora Sindical, a APICCAPS e os representantes dos trabalhadores não chegaram a acordo para a revisão do Contra- A falta de mão-de-obra especializada continua a ser um problema para as empresas to Colectivo de Trabalho. A única divergência prendeu-se com a retroactividade exigida pelos sindicatos. Com efeito, a APICCAPS entendeu A taxa de desemprego em Portugal ascendeu, em Abril que, no enquadramento competitivo último, a 12,6%, segundo dados do Eurostat e poderá actual, é impensável negociar-se mesmo aumentar nos próximo meses. Valter Lemos, A finalizar, o responsável pela pasta do emprego do um contrato durante mais de quatro Secretário de Estado do Emprego, admite que o desem- elenco de José Sócrates admitiu “que os próximos tem- meses, exigindo posteriormente às prego continuará em valores elevados, mas há vários pos vão ser de alguma dificuldade devido à necessidade empresas que possam repercutir sectores a crescer e com falta de mão-de-obra especiali- de fazer a aplicação das medidas previstas no acordo os encargos decorrentes de cinco zada, como o calçado e o têxtil. com a troika”. meses de diferenças salariais. Para Valter Lemos, “há sectores em Portugal onde a situação do emprego está a melhorar de forma muito Para a APICCAPS, a forte recessão significativa”, nomeadamente as indústrias do calçado, económica requer medidas extra- têxtil, automóvel e metalomecânica e a agricultura. ordinárias, pois será expectável uma quebra significativa na taxa do desemprego”. Empresas reconvertem A necessidade de contratação de colaboradores especializados continua na ordem do dia para várias empresas uma degradação da capacidade Na óptica do governante, o problema actual reside no de calçado. Em Felgueiras, por exemplo, as empresas competitiva das empresas pela crescimento modesto da economia portuguesa. “Não há continuam a ter dificuldade de aumentar os quadros e, introdução de fortes medidas restri- crescimento suficiente para criar novos postos de tra- por esse motivo, têm reforçado a contratação de colabo- tivas à economia portuguesa, sem, balho” e, por isso, nem todos os sectores estão a captar radores em concelhos limítrofes como Lixa, Mondim e porém, penalizar os trabalhadores. emprego. “Há modificações na nossa economia, onde Celorico de Bastos, Vizela, entre outros. Em Guimarães, A Associação informou, por fim, os sectores exportadores estão a ganhar relevo, e outros uma das empresas referência do sector, a Campeão Por- a Comissão Negociadora Sindical estão a perder como o comércio e a construção”, subli- tuguês, está a reconverter desempregados. No essencial, que o próximo Contrato Colectivo de nhou Valter Lemos. está a providenciar a formação necessária e indispensá- Trabalho deverá ser integralmente negociado até Fevereiro de 2012. vel a pessoas inscritas no Centro de Emprego, de modo Para os próximos meses, “não é de esperar que haja a que possam ser integradas na actividade da empresa. Nº 177 # MAIO 2011 7 “A Situação Económico-Financeira do Sector do Calçado - Uma Análise de Benchmarking” MIND conquista China Empresas portuguesas superam espanholas e estão ao nível das italianas A Mind, empresa portuguesa de software, liderada por João Foloia.com Bernardo, está a surpreender na China. Depois de dois anos de abordagem comercial, a Mind já instalou sistemas avançados em 200 unidades chinesas de calçado. A Mind está actualmente presente em países como os EUA, Vietname ou Japão. A China foi a primeira experiência de internacionalização própria e já corresponde a cerca de 80% das vendas internacionais da empresa. “Nos EUA vendemos para os grandes departamentos criativos, enquanto que na China vendemos para as fábricas”, revelou João Bernardo. As empresas portuguesas estão ao nível das melhores no domínio da gestão e indicadores económico-financeiras IAPMEI As pequenas e médias empresas por- dos três anos em análise, uma vez que empresas italianas apresentam maior tuguesas de calçado estão, do ponto as empresas espanholas reduziram o risco financeiro, mas uma taxa de defende de vista económico-financeiro, melho- seu número de trabalhadores enquan- custo da dívida similar. As empresas res do que as espanholas e ao nível to as portuguesas o aumentaram. nacionais apresentam um peso do Viragem para o exterior das italianas. A conclusão é da Uni- capital próprio no activo corrigido de versidade Católica do Porto, no estudo As empresas nacionais apresentam quase 80%, contra um valor de 44,6% “A Situação Económico-Financeira do indicadores mais favoráveis do que as das empresas italianas. Em termos de Sector do Calçado - Uma Análise de espanholas ao nível de rendibilidade passivo, as empresas nacionais têm O presidente do Instituto de Benchmarking”, depois de analisadas operacional do volume de negócios um peso do passivo de quase 60%, e Apoio às Pequenas e Médias centenas de empresas. (2,8% contra 2,0%), rotação do activo as italianas de quase 80%. Ao nível (318% contra 198%) e rendibilidade da demonstração de resultados, estas Empresas (IAPMEI), Luís Filipe Costa, defende que o Quando avaliada pelo volume de operacional do activo (9,2% contra diferenças mantêm-se: enquanto que “único sentido” para as Peque- negócios, a dimensão média das 4,1%). No entanto, as espanholas o grau de cobertura dos encargos de nas e Médias Empresas (PME) empresas espanholas de calçado, no conseguem efeitos multiplicadores do financiamento é de 468,3% no caso é “virarem-se para o exterior”, período 2006-2008, foi ligeiramente endividamento e de alavanca financei- português, as empresas italianas têm para evitar a contracção na superior à das suas concorrentes por- ra muito mais favoráveis. Também em um valor de 260%. A taxa de custo procura interna. tuguesas (2,8 milhões de euros contra termos de liquidez, as empresas portu- médio do endividamento bancário foi Em declarações à Lusa, o pre- 2,2 milhões de euros). No entanto, guesas apresentam uma melhor per- praticamente igual: 6,4% em Itália, sidente do IAPMEI defendeu as empresas espanholas constantes formance, com um peso mais elevado 6,3% em Portugal. a aposta das PME na interna- da base de dados registaram uma do cash flow operacional (3,8% contra cionalização, alegando que “o forte quebra no volume de negócios 2,5%) e do autofinanciamento (3,2% Finalmente, em termos de liquidez, mercado interno está em con- em 2008, ano em que as portuguesas contra 1,4%) no volume de negócios. as empresas nacionais apresentam tracção por força da diminuição ainda conseguiram crescer. Entre da procura”, enquanto que “a 2006 e 2008, o volume de negócios Em síntese, as diferenças existentes peso do cash flow operacional no volu- economia global está a crescer das empresas portuguesas aumentou, são predominantemente favoráveis à me de negócios: na média do período a níveis de três e 4%”. em média, 2,4% ao ano, enquanto em indústria portuguesa de calçado. 2006-2009, as italianas apresentam Espanha diminuiu 0,7% por ano. Por Por isso mesmo, Luís Filipe isso, no final do período, a dimensão No que se refere à indústria italiana, a ano de 2009, estes valores são, res- Costa defende que “as PME média das empresas dos dois países comparação com o sector português não pectivamente, de 6,6% e 4,7%. Todos que já estão presentes no era bastante aproximada. estrangeiro devem virar-se mais valores mais favoráveis, excepto no 5,3% e as portuguesas 4,6%; para o é muito diferente. Conjugando a rendi- os restantes indicadores favorecem bilidade do activo com o efeito alavanca as empresas nacionais, em especial e aquelas que ainda não estão, Já em termos de número de trabalha- financeira, a rendibilidade operacional o peso médio do autofinanciamento devem virar-se decisivamente dores, as empresas espanholas são e financeira das empresas nacionais no volume de negócios (4,7% contra para o mercado externo, porque claramente mais pequenas do que ascende a 11,9%, isto é, mais 2,9 pontos 2,7%), a percentagem de casos posi- é aí que estão as taxas de cres- as portuguesas, tendo, em média, 32 percentuais do que a das italianas. tivos em termos de autofinanciamento cimento e as oportunidades de trabalhadores, contra 48 nas portugue- negócio”. sas. A diferença acentuou-se ao longo (81% contra 66,8%) e cash flow operaEm termos de endividamento, as cional (83,4% contra os 77,5%). Nº 177 # MAIO 2011 9 “Plano de Acção para as Energias Renováveis e a Eficiência Energética” No poupar é que está o ganho Expo Riva Schuh A indústria portuguesa de calçado vai reforçar a presença na Expo Riva Schuh, que se realizará de 18 a 21 de Junho próximo. No total, 44 empresas portuguesas (mais 7,2% do que na edição homóloga) vão apresentar as novas propostas para o Verão de 2012 naquela que é a primeira feira internacional do calendário de feiras. A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para a indústria portuguesa de calçado que exporta mais de 95% da sua produção para 132 mercados distintos. A eficiência energética e a utilização racional da permite uma redução de energia na ordem dos 10 a Parfois reforça energia são cada vez mais uma preocupação para 15%, para potências das máquinas até 5kW. Já os as empresas. Procurando responder a um conjunto sistemas accionados por motores devem somente ser processo de de preocupações do sector, a APICCAPS lançou o ligados quando necessário, recorrendo a temporiza- internacionalização “Plano de Acção para as Energias Renováveis e a dores programáveis, mantendo-se desligados quando Eficiência Energética”. não são utilizados. Os sistemas de ar comprimido são responsáveis por cerca de 25% do consumo de A marca portuguesa de acessórios de moda Depois de efectuada uma auditoria preliminar a um energia no que respeita aos sistemas de força motriz Parfois continua a investir forte no processo conjunto de empresas da fileira do calçado e tendo - o equivalente a 19% do consumo total de energia de internacionalização e, recentemente, como objectivo identificar possíveis áreas de desper- eléctrica da indústria portuguesa na sua totalidade. inaugurou o primeiro posto de venda num dício ou ineficiência energética, foram estabelecidas A título de exemplo, poderão ser realizadas acções centro comercial de Budapeste, em regime prioridades de actuação de modo a salvaguardar a como procurar equipamentos com menor consumo de franchising. Novos investimentos estão já respectiva base competitiva das empresas no quadro específico para as instalações com mais de 10 anos, a ser preparados. da economia global. ajustar a pressão do ar comprimido em função das Os países de Leste são uma prioridade para No estudo “Plano de Acção para as Energias Re- ção de ar, não alimentar máquinas com ar compri- a empresa portuguesa. Depois da Hungria, nováveis e a Eficiência Energética” são efectuadas mido quando estas não estão em operação, evitar ao o próximo alvo é a República Checa, país várias sugestões às empresas, para que possam máximo a utilização de ar comprimido para soprar onde está já presente, ainda que com um diminuir a factura energética. É, por exemplo, fun- e executar operações de manutenção (ao nível da ponto de venda numa loja multimarca. O damental, a monitorização do consumo de energia, lubrificação dos equipamentos) e ainda a detecção continente asiático, em especial a China, especialmente no período das horas de ponta. Tal e eliminação de fuga que são responsáveis por uma está igualmente a ser estudado, controlo deve ser efectuado recorrendo a um contro- elevada parcela na factura de energia, como demons- necessidades, reduzir a extensão da rede de distribui- lador de ponta no quadro de entrada e escolhendo trado e quantificado. Estas são apenas algumas das Lançada em 1994, a Parfois detinha, no criteriosamente quais os equipamentos que podem sugestões efectuadas pela APICCAPS no “Plano de final de 2010, 200 lojas, em 28 países. Des- ser deslastrados. Acção para as Energias Renováveis e a Eficiência Energética”. sas, 94 são próprias - 62 em Portugal e 32 localizadas em Espanha, França e Polónia A iluminação artificial, por sua vez, representa em - empregando 645 pessoas. As restantes são Portugal cerca de 12% do consumo de electricidade De um modo geral, importa perceber que cada franchisadas, 34 das quais em Portugal e 72 no total da indústria, pelo que a implementação de empresa é um caso e deve ser estudada individual- no estrangeiro. Neste modelo, destacam-se algumas medidas nesta área significará uma redução mente. Ainda assim, há um ponto comum a todas as a Arábia Saudita, onde há 17 lojas, estando substancial no consumo de energia eléctrica. empresas, qualquer que seja o ramo de actividade: a falta de sensibilização dos colaboradores para as planeadas mais duas e oito nos Emirados Árabes Unidos. Os sistemas de ventilação têm igualmente um peso questões da eficiência energética e da diminuição significativo no consumo eléctrico dos sistemas dos consumos. É frequente observar-se equipamen- Para este ano, o plano de aberturas con- accionados por motores na totalidade da indús- tos ligados durante os períodos de pausa, como tape- templa 68 espaços, dos quais 15 já estão a tria portuguesa, cerca de 16%. A substituição dos tes rolantes, ventiladores ou aspiração, o que conduz funcionar. motores tradicionais por motores de alta eficiência a desperdícios. expandindústria Telef. 228 312 477 / 228 310 731 / 228 300 736 Fax 228 317 846 [email protected] Nº 177 # MAIO 2011 Calçado Century celebra 70º aniversário 11 Empresas portuguesas com história Criada em 1941, a Camilo Martins Ferreira & Filhos, Lda acaba de celebrar 70 anos de actividade. Um marco notável, numa empresa especializada no segmento de calçado de homem de luxo e que teima em manter-se jovem e a dar passos firmes nos mercados internacionais. O lançamento de uma colecção de calçado de golfe foi apenas uma das últimas apostas que começa a dar frutos. “Durante mais de 40 anos, investimos praticamente em exclusivo no mercado interno e especializamo-nos na produção de calçado artesanal”, recordou Domingos José. Os anos oitenta surgiram como “trampolim para a exportação” e foi mesmo necessário investir de raiz na construção de numa nova unidade industrial. Em 2003, a Camilo Martins Ferreira apostou decisivamente na produção de calçado Goodyear, um marco fundamental no processo de afirmação da empresa, ao qual se seguiu o lançamento de uma linha de calçado de golfe mista com 30 modelos distintos voltaria a surpreender os mercados. A particularidade passa pela aposta no segmento de calçado de golfe exclusivamente para senhoras. ”É um segmento de mercado de nicho, de elevadíssimo valor acrescentado, em que acreditamos bastante”, destacou Domingos José. Actualmente, a empresa exporta 95% da sua produção. A comemorar a passagem do 70º aniversário, a Administração da Centenário (nome que se inspira nos “Centenários da Fundação e da Restauração da Nacionalidade”), juntou colaboradores, família e amigos, recordou o fundador da empresa (Camilo Ferreira que, aos 17 anos, se assumiu como um verdadeiro “empreendedor visionário” ao criar a sua própria empresa) e “deixou a promessa” de continuar a assumir-se como uma referência incontornável da indústria de calçado em Portugal. Calçado Mariano (1945) O calçado dos políticos Iniciou a actividade em 1945, com o fabrico manual de calçado de homem. Rapidamente conquistou ilustres seguidores, muito em especial de políticos portugueses de referência como Autarcas, Deputados ou...Presidentes da República. O sucesso da Mariano ultrapassou fronteiras e altos responsáveis da FIFA (Federação Internacional de Futebol) e ONU (Organização das Nações Unidas) já não prescindem do calçado desta empresa de S. João da Madeira. Ao longo de mais de seis décadas de existência, a Mariano sempre privilegiou o mercado doméstico português. A aposta é, no entanto, agora outra. “A nossa grande prioridade é agora a exportação”, revelou o Administrador, Augusto Oliveira. “Pretendemos, por um lado, consolidar a presença nos mercados europeus como Alemanha, Áustria, França ou Suíça e apostar em novos mercados, seja na Europa ou nos outros Continentes”, revelou. Por esse motivo, a empresa está a participar em feiras internacionais de referência, com destaque para a MICAM. Outra das grandes apostas passa por apresentar calçado inovador, sem descurar a produção de calçado de elevada qualidade. “Sempre aliamos o know-how e os métodos tradicionais, e mesmo artesanais, de fabrico às mais modernas tecnologias”, sublinhou Augusto Oliveira. Complementarmente, e para responder a um público cada vez mais distinto, a Mariano apostou no desenvolvimento de uma linha exótica: “desenvolvemos calçado em todo o tipo de materiais como peles de cobras, crocodilos, peixes exóticos ou mesmo patas de galinha”. Uma aposta ambiciosa que tem despertado a atenção Criadas há já largas décadas, várias em- Conheça duas histórias de empresas de clientes de todo o mundo. Segundo Augusto Oliveira, “a difícil presas de calçado teimam em manter-se que, pela competência e dinamismo, conjuntura internacional exige das empresas uma atitude de inovação jovens. Assumiram o desafio da mudança, continuam a ser uma referência incontor- permanente e é precisamente isso que a Mariano, uma empresa que modernizaram-se e continuam a dar pas- nável da indústria de calçado em Portu- vai já na terceira geração, está a procurar fazer”. sos seguros nos mercados internacionais. gal. INESC PORTO 25 anos a dinamizar a competitividade da Indústria Portuguesa INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO TRANSFERÊNCIA E VALORIZAÇÃO DE TECNOLOGIA FORMAÇÃO AVANÇADA CONSULTORIA PRÉ-INCUBAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA WWW.INESCPORTO.PT CAMPUS DA FEUP RUA DR. ROBERTO FRIAS 378 4200-465 PORTO PORTUGAL T +351 222 094 000 F +351 222 094 050 [email protected] APOIADO PELA FCT NO ÂMBITO DO FINANCIAMENTO DE LABORATÓRIO ASSOCIADO 13 Nº 177 # MAIO 2011 antidumpinG indÚstria brasileira vive situaçÃo «insólita» aZaleia muda-se para o oriente A Azaleia, uma das empresas brasileiras mais emblemáticas, detida pelo grupo Vulcabras, fechou a unidade fabril no Rio Grande do Sul e suprimiu mais de 800 postos de trabalho. “Foi uma medida necessária. O Brasil já não proporciona competitividade”, justificou Milton Cardoso, Presidente da empresa e da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A indústria brasileira de calçado enfrenta, actualmente, De Janeiro a Março deste ano, as exportações de cal- A Azaleia emprega actualmente 44 um enorme «imbróglio». A valorização do real impede çado brasileiro recuaram de forma expressiva: menos mil colaboradores nas 27 fábricas de as empresas de competirem com sucesso no mercado 33,8% em quantidade (para 32,7 milhões de pares) e calçados em três complexos indus- internacional e há mesmo algumas referências do sec- menos 15,8% em valor (para 356,7 milhões de dólares). triais no nordeste brasileiro, além de tor que estão a deslocalizar a produção para o continen- uma unidade industrial na Argentina. te asiático. Como se não bastasse, as importações de Recentemente, o grupo anunciou a calçado proveniente da China estão a aumentar a um compra de uma fábrica indiana, onde ritmo assustador. Os empresários estão «em estado de Os industriais brasileiros têm outras razões de queixa. empregará 10.000 empregados nos choque» e acusam o governo de não reagir. A introdução de taxas antidumping às importações de “problemas doméstiCos” calçado proveniente da China (depois de concluído dois próximos anos. No Brasil, este encerramento surpre- “A indústria brasileira de calçado vai crescer mais de o inquérito que permitiu comprovar a existência de endeu muita gente. Os funcionários 5% em 2011 e serão criados cerca de 20.000 postos concorrência desleal) parece não estar a surtir o efeito foram surpreendidos sem aviso prévio. de trabalho”. Esta era a previsão da Abicalçados em desejado. É que as importações provenientes de países “Estávamos em pleno horário de Setembro do ano passado. Hoje, a realidade é diferen- como a Malásia (mais 1.356%), Vietname (mais 81%) e trabalho, recebemos ordens de parar te. “Estamos à beira da crise”, lamentou o Presidente Indonésia (mais 93%) estão a aumentar de forma invul- a produção porque a empresa ia da Associação dos Industriais Brasileiros de Calçado. gar. Outras regiões sem qualquer tradição no sector de encerrar. Ficamos todos em estado de O que mudou nesse período? Para Milton Cardoso calçado como Hong Kong (mais 132%) e Taiwan (mais choque, porque havia várias pessoas ”há uma série de razões, mas o câmbio é o problema 428%) parecem ter descoberto o Brasil A suspeita da que trabalhavam na empresa há já mais grave”. Recorde-se que o dólar caiu 30% e os Abicalçados é a prática de triangulação, ou seja, que o 30 anos”, lamentou Oziel Santos de salários cresceram 20% no Brasil nos dois últimos calçado seja fabricado na China e chegue ao Brasil com Jesus, de 28 anos, que colaborava com anos. “Não dá para competir com as importações com o certificado de origem de outro país. “O calçado chinês a Azaleia há já 10 anos. esta diferença de custos”, lamentou o Presidente da muda de nacionalidade em alto mar”, lamentou Milton Abicalçados. Cardoso. Sede: Rua da Variante, 1100 Apartado 4510 3700-904 Romariz Tel. 256 840 090 Fax 256 840 099 [email protected] www.lusocal.com Filial: Rua Frei António Ferreira Vilaça, n.º 222 Carvalhinhos - Margaride 4610-187 Felgueiras Tel. 255 310 530 Fax 255 310 539 [email protected] Nº 177 # MAIO 2011 WoCK® 15 lança novo Calçado proFissional ultra leve JimmY Choo muda de mÃos O grupo alemão Labelux surpreendeu o mundo dos negócios de produtos de luxo, ao adquirir a marca britânica de calçado Jimmy Choo. Estima-se que o valor do negócio ronde os 570 milhões de euros. O grupo Labelux, que opera no sector do luxo e detém marcas como a Bally, pretende agora que a Jimmy Choo se concentre na expansão da marca na Europa continental, nos Estados Unidos e na Ásia, e tenciona aproveitar a experiência da marca nos Estados Unidos para reforçar e expandir as vendas da Bally. “A Jimmy Choo é uma marca fantástica e com enorme potencial de crescimento. Além disso, tem todas as condições para gerar sinergias de crescimento transversais, isto é, para todo o grupo. “Tamara, Josh e toda a equipa criaram um negócio internacional orientado para o cliente”, sublinhou Reinhard Mieck, Presidente do Labelux. Antes de se decidir pela venda, a TowerBrook ainda ponderou a entrada da Jimmy Choo na bolsa de Hong Kong por 747 milhões de euros. A empresa francesa de perfumes e cosméticos L’Occitane foi admitida nessa mesma bolsa em Maio e a casa de moda italiana Prada tenciona fazê-lo em Julho. A WOCK® lançou recentemente, a nível mundial, uma os profissionais passam muitas horas de pé e tendem a soca ultra leve ideal para profissionais que passam muitas ter fadiga e desconforto nos pés e pernas, como em hos- horas de pé. “A WOCK® Everlite distingue-se pelo design, pitais e outras instituições de saúde, institutos de beleza, máximo conforto, protecção dos pés dos seus utilizadores laboratórios e limpeza industrial”. e pelo material em que é produzida (XFS), um material cujos estudos recentes provam ser o mais adequado para Disponível em oito cores, a WOCK® Everlite dispõe de calçado profissional devido ao elevado grau de resistência outras características diferenciadoras como a absorção à abrasão, flexibilidade e estabilidade”, revelou José Pinto. do choque, lavagem à máquina até 50ºC, ser ventilada, anti-estática e ter uma palmilha amovível, o que a torna Para o responsável da WOCK® “esta nova soca, devido perfeita para médicos, enfermeiras, auxiliares de saúde, às suas propriedades ultra leves e anti-derrapantes, cons- dentistas, cirurgiões , cabeleireiras, esteticistas, massagis- titui o calçado ideal para utilizar em actividades nas quais tas e auxiliares de limpeza. SEMPRE UM PASSO À FRENTE CUIDAMOS DOS SEUS PÉS FABRICANTES DE SOLAS TR - PVC - TPU e BORRACHA Devesa Escura - Revinhade 4650-373 Felgueiras - PORTUGAL Tel. +351 255 330 146 Fax: +351 255 330 929 Nº 177 # MAIO 2011 17 Calçado chinês em perda nos «states» vira-se para a Europa A quota chinesa nas importações dos calçado e vestuário da China à medida EUA está a cair, sobretudo em artigos que as marcas deixam o país devido ao de trabalho intensivo como o calçado aumento dos salários”, conclui Mário e o vestuário. Várias marcas norte- Moreno, economista do The Journal of americanas que normalmente subcon- Commerce/Piers e autor do estudo. © Akhilesh Sharma - Fotolia.com tratavam a produção na China estão a privilegiar agora outros países no Em relativa perda nos “states”, as sudeste da Ásia e na América Central. empresas chinesas parecem agora vislumbrar de novo com maior optimismo Com efeito, a quota da China continen- o continente europeu, nomeadamente tal nas importações americanas perma- no segmento de calçado, depois de ter- nece em nível muito alto, mas caiu 1% minadas as taxas anti-dumping sobre no último ano (de 45% para 44%), No as importações de couro proveniente da segmento de calçado, a quota chinesa China. Xie Rongfang, da Associação passou de 75% no primeiro trimestre da Indústria de Calçado de Wenzhou, de 2010 para 73% no primeiro trimestre assegura que “as exportações de cal- deste ano. Já no vestuário, a quota da çado de couro para a Europa poderão China passou de 25 para 22%. aumentar entre 10% a 20%”, admitindo que “várias marcas europeias de reno- “Os resultados desta análise sublinham me têm demonstrado grande interesse a mudança na direcção das tendên- em cooperar com as empresas chine- cias das importações americanas de sas”. As empresas chinesas de calçado começam a vislumbrar novas oportunidades na Europa Nº 177 # MAIO 2011 19 Geox e Timberland preocupadas com os lucros Ficha Técnica Propriedade: APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos Rua Alves Redol, 372 - Apartado 4643 - 4011-001 PORTO Telef. 225 074 150 Fax 225 074 179 Duas das grandes marcas internacionais de calçado come- Também a Timberland surpreendeu negativamente nos três çaram o ano, literalmente, «com o pé esquerdo». As vendas primeiros meses de 2011. As vendas aumentaram 10,1% estão a aumentar, mas os lucros estão a diminuir de forma para 349 milhões de euros, mas ficaram aquém do esperado Presidente da APICCAPS preocupante. (as estimativas da empresa apontavam para 360 milhões Edição: Gabinete de Imprensa da APICCAPS No caso do gigante italiano de moda, ainda que as vendas [email protected] http://www.apiccaps.pt Director: [email protected] Participação especial: Manuel Correia (Fotos) de euros). O mais preocupante resulta na quebra de 3% da margem de lucro. tenham aumentando 3,7% no primeiro trimestre do ano (para 345 milhões de euros), a margem de lucro emagreceu 6,3%. Negócio do Luxo cresce Distribuição gratuita aos sócios No que se refere exclusivamente ao segmento de calçado, Tiragem: 2000 exemplares as vendas da Geox aumentaram 1,9% para 299 milhões Nem tudo são, porém, más notícias no sector da moda. O de euros no primeiro trimestre do ano. Por regiões, a Geox segmento de mercado de luxo parece continuar a prosperar. A cresceu 9,2% em Itália (para 148 milhões de euros), mas Tod´s, por exemplo, viu os resultados crescerem 17,1% (para recuou sensivelmente 3% no resto da Europa, em especial 243 milhões de euros), enquanto que a Hermès aumentou o na Alemanha e em Espanha. volume de negócios em 25,5% (para 637 milhões de euros). COM O APOIO