Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 359 – agosto 2016

Transcrição

Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 359 – agosto 2016
PAÇOS DE FERREIRA
Missão
cumprida
Página 19
Página 20
Agosto de 2016
Edição: 359 Ano: XXXII
Vidigueira
Pág. 12
Castro d’Aire
Pág. 13
Figueira da Foz
Pág. 16/17
S. João da Madeira
Pág. 22/23
Penafiel
Pág. 27
1,25€
Director: Rui Rama da Silva
Presidente da LBP
OE 2017
tem de reforçar
verbas do DECIF
Página 28
Foto: LUSA
Fotos: Marques Valentim
ALBUFEIRA
Incêndios florestais
Solidariedade
não foi
palavra vã!
Páginas 5, 8, 9 e 14
2
AGOSTO 2016
obrigado aos bombeiros expresso
por alguns, que mais uma vez vemos repetido na sequência do esforço
desumano desenvolvido por eles para
responderem à tragédia de incêndios
florestais e urbano/florestais que, previsivelmente, se voltou a abater sobre
Portugal e também sobre a Madeira,
de novo também, mesmo que com laivos de alguma emotividade, na verdade, tresanda a hipocrisia, ditado pelo
imediatismo e pela estranha mas evidente sensação de lava consciências.
Até onde é necessário que cheguemos para que, com responsabilidade e
competência, as entidades próprias,
mais que conhecidas e identificadas,
saibam cumprir as suas competências
e responsabilidades, invertendo a situação?
Até lá, até que se inverta a situação,
enquanto cidadão, dirigente e antigo
operacional, assiste-me o direito, e assiste a todos vós o mesmo direito, de
apontar e lamentar que vá continuar a
grassar a irresponsabilidade e a incompetência no nosso pais.
Mais uma vez, sem surpresa, estamos a viver momentos muito difíceis
com o combate aos incêndios florestais. Proliferação de chamas e novos
focos, bombeiros esgotados depois de
horas e horas de combate, deslocados
em muitos casos para fora das suas
zonas em nome de uma solidariedade
que assumem sempre e que se disponibilizam sem hesitar a dar corpo.
Todos nós, que temos responsabilidades na gestão e no comandamento
de bombeiros, sabemos bem o que é
enfrentar, a par, sublinhe-se, sérias dificuldades na gestão associativa, recorrentes, acrescidas, difíceis de vencer, ultrapassar e solucionar. O nosso
hábito é, precisamente, saber identificar, avaliar e encontrar as soluções
possíveis e eficazes para as ultrapassar os problemas. Isso não é novidade
para nenhum de nós. Da mesma forma
que também não é novidade para nós
o desfile de outros problemas que passam à nossa beira, que não nos cabe
nem compete resolver mas para os
quais recorrentemente vamos alertando sucessivos autarcas, deputados,
ministros e secretários de Estado, Governos, sem que se vislumbre as necessárias e urgentes soluções.
A defesa da floresta, o seu ordenamento e a prevenção contra incêndios
é um desses problemas. Somos os primeiros a reconhecer tratar-se de um
problema que não é fácil de resolver
mas também todos sabemos que já se
passaram anos, décadas sobejas de
muita avaliação, de análises de sobra e
poucos ou nenhuns resultados palpáveis.
Os bombeiros melhor que ninguém
sabem ao que se arriscam quando vão
para o fogo. Sabem o esforço que vão
ter que enfrentar para o vencer, para o
perseguir quando foge, para o voltar a
combater e a vencer, numa luta sem
tréguas, sem folgas nem quebras.
E apesar de tudo isso, é profundamente injusto, mesmo que compreensível, ouvir nas televisões frequentes
“queixas” contra os bombeiros pela
ausência deste ou daquele local que
estará em perigo. Como se isso aconteça por vontade deles.
Ao exporem-se assim, quer no combate, quer perante as aleivosias ditadas na opinião pública, os bombeiros
constituem-se como verdadeiros heróis.
Todos os anos, o drama repete-se
Foto: LUSA
O
Irresponsabilidade e incompetência
no combate e nas “queixas”. E, no momento em que ocorre, repete-se também a tese de que, também no momento, importa antes de tudo resolver
a questão remetendo para o futuro,
como vezes repetidas no passado, a
abordagem então das medidas de fundo que importa tomar e que, também
repetidamente, têm ficado por concretizar.
No cenário com que os bombeiros
todos os anos se confrontam há inevitavelmente um momento em que se
atinge a exaustão, dos meios humanos
e também dos meios materiais, viaturas e outros equipamentos para o
apoio ao combate.
São momentos de pico, perfeita-
mente identificados e monitorizados
quando acontecem, e sobre os quais
mais se deveria debater e analisar. Não
se trata de uma fatalidade incontornável, como muitas vezes os ditos irresponsáveis e incompetentes tentam esgrimir para, porventura, tentarem justificar a inépcia da sua ação, ou melhor, da sua inação.
“Queremos ver Portugal a arder” é o
título de um artigo de opinião recente,
de João Miguel Tavares no “Público”, em
que se lembra, também, que “ a falta de
seriedade com que nós enfrentamos os
problemas da floresta portuguesa só
tem paralelo na histeria que toma conta
das televisões assim que, para citar
Quim Barreiros, entra Agosto”.
João Miguel Tavares refere, a propósito, que “há mais de dez anos que se fala
em auto-regulação das televisões, por
uma razão muito atendível: estimando-se que um quarto dos incêndios tem
origem criminosa e estando comprovado
que os pirómanos se entusiasmam com
a sua cobertura, o festim de chamas
serve de alimento a futuros fogos”.
Grassam as irresponsabilidades e incompetências, mais uma vez. Mais
uma vez, também, desejamos que os
bombeiros não continuem a ser carne
para canhão, que não serviam para fazer “esconder”, em última linha, tudo
aquilo que não foi feito a montante.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
[email protected]
Fotos: Marques Valentim
Visitas de palmo e meio
Q
uando a ausência do sol
não convida à praia ou a
um passeio no campo e quando, inclusive, a neblina ou até
o nevoeiro ocupam o seu lugar
sem prognóstico de melhoria
próxima o quebra-cabeças de
muitos pais com crianças em
férias é saber então como entretê-las.
Os jardins, os centros co-
merciais, as visitas a locais
históricos são algumas das hipóteses postas pelos pais para
ocupar os seus filhos.
Mas, entre todos esses locais, invariavelmente, os quartéis de bombeiros ocupam as
preferências da pequenada.
Que o digam muitas associações e corpos de bombeiros e,
em especial, as que se situam
em locais de veraneio, no litoral ou até no interior.
No imaginário de muitos
adultos esteve na infância o
grande objetivo de serem
bombeiros, como acontece
tantas vezes ao longo de gerações e, inclusive na atualidade. E associado ao querer ser
bombeiro estão um conjunto
de símbolos, a sirene, as via-
turas, as mangueiras, as ambulâncias os “nomex”. E, para
as crianças, a oportunidade de
ver de perto todos esses símbolos, falar com os próprios
bombeiros e poder até envergar, mesmo que por breves
momentos, um capacete ou
um “nomex”, é dia ganho, passa a ser um dia especial das
férias que estão a gozar e,
sem dúvida, vai ser oportunidade de contar o feito aos amigos e colegas de escola que,
entretanto, irão encontrar no
regresso às aulas.
Presenciámos uma dessas
visitas de criançada, no caso,
ao quartel dos Bombeiros Voluntários de S. Martinho do
Porto. Local de excelência para
veraneio não deixa também de
pregar as suas partidas. Dia
cinzento carregado, da praia
nem falar, mas a contrastar
com a alegria que as crianças
evidenciavam, não só pelo facto de estarem num quartel de
bombeiros, mas acima de tudo
pela boa disposição, a afabilidade e o carinho com que ali
foram tratadas pelas bombeiras e bombeiros presentes.
3
AGOSTO 2016
T
Foto: LUSA
odos sabemos que é uma
questão recorrente sobre
a qual tenho particularmente insistido ao longo da
minha carreira de bombeiro e
de político. Não se trata de teimosia, mas de forte convicção
sobre um problema, cuja solução, todos sabemos, não é fácil mas tem que ser enfrentado
com determinação, meios e
vontade e que, de uma vez por
todas, leve à sua erradicação.
E, acreditem, nunca me cansarei de o fazer até atingir esse
desiderato.
Ao longo dos anos já perdemos demasiadas vidas, nomeadamente as de bombeiros
que ainda hoje e sempre vamos chorar, demasiadas viaturas de combate, habitações,
culturas, floresta, enormes
perdas em vão, com a constante degradação do Meio Ambiente e da Economia Nacional.
Nos últimos dias, em jeito
de panaceia para explicar que,
apesar de tudo se terá feito alguma coisa, fala-se na mudança operada em 2005 na proteção civil. Presumo que só por
lapso ou engano se possa esgrimir esse argumento, perante uma realidade distante que
os Governos anteriores, o da
altura e os seguintes pura e
Acabe-se com a Inércia,
Chega, Basta!
simplesmente não resolveram,
constatando-se ser uma responsabilidade transversal a todos eles.
Em sentido figurado, direi
que andam há anos demais a
brincar com o fogo. Não é
aceitável, não é admissível, é
mesmo criminoso que os bombeiros portugueses tenham
que trabalhar sempre no limite, já que as situações criadas
a isso os obrigam, correndo
riscos acrescidos, na maior
parte das vezes ditados pelo
extremo cansaço, pelo esforço
denodado e pelas condições
impostas.
Os bombeiros dispõem de
novos equipamentos de proteção individual para combate a
incêndios em espaço natural
mas, também estes têm limites. Aliás, apenas devem ser
encarados como uma forma de
melhor salvaguardar a segurança dos bombeiros e nunca
como forma de os permitir correr riscos desnecessários.
Todos sabemos, mas há
quem teimosamente o esqueça, ou iluda, que não há meios
humanos nem materiais ilimitados. Não tenho qualquer dúvida que os bombeiros fazem
tudo o que é possível, com a
sua capacidade, dedicação e
conhecimentos. Mas também
tenho a certeza que não são,
nem feiticeiros nem super-homens. Como dizia alguém nas
redes sociais, referindo-se aos
bombeiros, “nem todos os heróis usam capa”. Aliás, os que
usam capa não passam da
fantasia e da ficção literária e
os outros, os bombeiros são-no de carne e osso, sofrem,
esforçam-se, aceitam estoicamente tudo em prol da sua
missão, não como heróis que
não são, mas sim mulheres e
homens valentes que dão tudo
o que têm dentro de si, na defesa de vidas e haveres de todos os portugueses, e chegando por vezes a ouvir palavras
desagradáveis e injustas.
É bom que, perante a enorme adversidade vivida por
tantos bombeiros em teatros
de operações, tão diversos e
difíceis, a comunidade saiba
reagir e os cidadãos, empresas
e outras entidades se exprimam solidariamente em favor
deles. Estamos todos gratos
por isso.
Também seria bom que todos eles, que ainda não sendo
associados dos bombeiros o
passassem a ser, não como
prova solidária fortuita e emotiva, que também tem enorme
mérito, mas como uma prova
mais sólida, consistente e perene, contribuindo assim para
a maior sustentabilidade das
associações de bombeiros voluntários das suas localidades
ou concelhos.
Estou certo que com essa
atitude muita coisa mudaria,
não só no reforço financeiro
das respetivas associações
mas, porventura mais eficaz e
mais fundo, também no reforço da cidadania ativa de cada
comunidade.
A mensagem de Sua Ex.ª o
Presidente da República é eloquente ao sublinhar que “enquanto esta situação está
quente é que se deve pensar”,
com a promessa de voltar ao
tema até final de agosto.
O Governo, através do Primeiro-Ministro, da Ministra da
Administração Interna e ou-
tros responsáveis governamentais, comprometem-se em
proceder à reforma que urge
há muito. Que inclusivé alguns
dos atuais titulares e outros
responsáveis governamentais
em anteriores executivos não
puderam, não conseguiram ou
pura e simplesmente se esqueceram de fazer.
A meu ver, apesar de todas
as dúvidas sobre o passado,
de todas as recriminações ao
longo dos anos perante a evidente inércia, façamos uma
trégua, pela positiva, crentes
de que, pese embora as tentativas falhadas anteriores, vai
ser possível agora reunir as
condições para operar as mudanças.
Desejamos que, finalmente,
de uma vez por todas se possa
começar a prevenir a sério,
num processo de concertação
que envolva todos, implique
todos, corresponsabilize todos.
Nós, associações, corpos de
bombeiros, federações e Liga
dos Bombeiros Portugueses,
como antes, estaremos sempre disponíveis para colaborar.
Fizémo-lo no passado e verifi-
cámos que invariavelmente as
propostas feitas, muitas delas
simples e exequíveis, afinal
caíram em saco roto. Mas,
mesmo assim, estamos dispostos a voltar a apresentar
sugestões e propostas. Sempre que formos instados a participar e a pronunciarmo-nos
estaremos presentes. Aliás,
como tantas vezes tem acontecido em diferentes níveis de
debate e decisão, nomeadamente participando sempre
que solicitados para tal, nas
sucessivas comissões sobre os
incêndios florestais.
Já disse e repito, lamentar
que a prevenção tenha sido
feita nos últimos anos em Portugal à moda do caracol, devagar, devagarinho, parado e de
marcha atrás. Mas também
acredito que é possível mudar
esse estado de coisas.
Haja coragem, haja vontade
de transformar o problema dos
incêndios florestais na oportunidade de mudar. Como sempre, estejam certos, os bombeiros estarão na primeira linha para contribuir para isso.
De uma vez por todas, acabe-se com a Inércia!
4
AGOSTO 2016
LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES COMPLETA 86 ANOS
Bombeiros têm sabido fazer jus
aos seus princípios e à defesa da nobre causa
N
o dia em que a Liga dos Bombeiros Portugueses, 18 de agosto, completa 86 anos de
uma vida plena e intensa na defesa de todos os
Bombeiros Portugueses cabe fazer uma saudação especial aos que os que neste momento e
nas últimas semanas deram o seu melhor no
combate ao flagelo dos incêndios florestais.
A confederação foi criada há 86 anos por um
grupo de visionários no sentido de congregar
esforços e vontades para a criação de uma estrutura comum aos bombeiros voluntários, dirigentes, funcionários, comandos, associações e
corpos de bombeiros municipais e sapadores.
Tratava-se de agregar um conjunto de projetos
comuns a todos, na organização, na apresentação e na formação para o socorro, abordagem
inovadora à época e que ainda hoje se mantém
atual. Essa atualidade é ditada pela dedicação à
causa, vontade e capacidade permanentes na
defesa intransigente da sua faceta eminentemente voluntária, da sua disponibilidade total
para a prestação do socorro ao seu semelhante,
da busca permanente de novos conhecimentos
e técnicas para agilizar esse socorro e o esforço
também permanente para obtenção de mais e
melhores ferramentas para o efeito. Dentro
deste paradigma da defesa de vidas e haveres,
os Bombeiros Portugueses todos os dias aprendem para saber: Quem não sabe não salva!
Os fundadores da LBP, cuja memória aqui
saúdo, souberam legar-nos um testemunho e
um património extraordinário, um património
de mulheres e homens organizados em associações humanitárias como sustentáculo do volun-
tariado, praticas únicas e exemplares na Europa
e no Mundo.
Mas também estou certo que esses fundadores, estejam onde estiverem, estarão por certo
satisfeitos em verificar que o rasgo da sua iniciativa teve continuadores à altura dos seus objetivos ao longo destes 86 anos. Destaco o nosso Quadro de Honra, herdeiros primeiros deste
movimento de “vida por vida”, que ainda hoje
nos lembram que, pese embora a falta de meios
ainda mais significativa do passado, nenhum
fogo ficou por extinguir e ninguém ficou por so-
correr. Destaco as escolas de infantes e cadetes
que felizmente proliferam nas nossas associações, garante da continuidade da nobre missão
de bombeiro voluntário.
Destaco os quadros ativos (alma mater de
toda a estrutura) e de reserva dos nossos corpos de bombeiros, grande exército de paz que
constitui o grande braço armado da proteção civil em Portugal.
Destaco os quadros de especialistas que com
a sua experiencia e dedicação continuam a ser
importantes na estrutura.
Destaco os quadros de comando, cuja determinação, afinco e busca da excelência têm marcado a evolução acelerada da operacionalidade
e eficácia dos respetivos corpos de bombeiros.
Destaco ainda as direções e restantes órgãos
sociais das associações, verdadeiros baluartes
da arte do impossível, da capacidade levada ao
extremo de garantir a sustentabilidade das instituições e das missões que lhes estão confiadas
no socorro às populações.
Em relação a estes não posso deixar também
de destacar as inúmeras atividades, sociais,
desportivas e culturais, mantidas no seio das
nossas associações que, simultaneamente, buscam a obtenção de mais receitas que suportem
a missão de socorro e, por outro lado, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e afirmação das comunidades onde estão inseridas.
Neste dia importante para todos nós o Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses não pode deixar de saudar tantos quantos
servem a causa enquanto entidades detentoras
de Corpos de Bombeiros, Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, Câmaras Municipais, dirigentes e sócios, os nossos parceiros
institucionais, todos os que connosco são solidários e em especial os milhões de Portuguesas
e Portugueses que todos os dias são o nosso
tónico e a nossa força.
Bem haja a todos!
O Presidente do Conselho Executivo
Jaime Marta Soares
Comandante
MONTEPIO/LBP
or cada euro doado pelos portugueses, o Montepio Geral contribui com
outro euro para o Fundo de Proteção
Social dos Bombeiros gerido pela Liga
dos Bombeiros Portugueses (LBP), e
que tem apoiado milhares de bombeiros e as suas famílias ao longo de
anos.
O arranque desta campanha decorreu na sede do banco, em Lisboa, em
cerimónia que contou com a presença
do presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e do presidente do
conselho de administração da instituição bancária, José Félix Morgado. “Este
apoio tem como objetivo apoiar os soldados da paz, que são os heróis que
defendem o património nacional, quer
as respetivas famílias e que necessitem
deste apoio no decurso deste combate
que fazem aos incêndios”, disse o presidente do conselho de administração
do Montepio na assinatura do acordo
que materializa a campanha.
José Félix Morgado sublinhou que
este apoio “vem na sequência da relação já antiga e de protocolo já existente com a Liga dos Bombeiros
Portugueses”,e adiantou que “ temos
muito orgulho na relação que temos já
há muitos anos”.
“A vida dos bombeiros portugueses
é uma vida de alto risco na defesa das
vidas e dos haveres das populações.
São mulheres e homens que põem a
sua vida ao serviço dos outros, não
poupando esforços para atingir os seus
objetivos,” afirmou o presidente da
LBP após assinatura do acordo.
O comandante Jaime Marta Soares
fez questão de explicar à comunicação
social presente que o Fundo de Proteção Social é uma estrutura gerida pela
Liga dos Bombeiros Portugueses e que
“é o garante quando o valor das apólices de seguros se extinguem, ou, por
exemplo, no pagamento das pensões
de preços de sangue quando os bombeiros morrem, assim como as propinas dos estudantes, apoio aos bombeiros feridos, apoio a funerais e ainda
apoio a pensões de sobrevivência.”
“Todas as ajudas que possam vir
para equilibrar as finanças do Fundo
são extremamente importantes”, sublinhou o presidente da LB, adiantando
que “esta campanha, sem dúvida, destina-se a ser uma resposta pronta e
eficaz a muito do que aconteceu” mas
que tem horizontes mais largos. A
campanha proposta à LBP pelo Montepio, “é também muito mais do que
isso, não traduz apenas e momentaneamente uma preocupação e sensibilidade evidentes, só por si louváveis,
mas na verdade, traduz e materializa
Foto: Marques Valentim
P
Campanha apoia Fundo de Proteção Social
muito para além disso uma parceria
segura que o Montepio Geral tem que-
rido manter com os bombeiros portugueses através da sua Liga, ao longo
de anos e em sucessivas e inúmeras
circunstâncias”.
5
AGOSTO 2016
GALP
Donativo em combustível para os bombeiros
A
empresa “Galp Energia” colocou à disposição
dos bombeiros, através da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP), 460 cartões de “Galp Frota”,
cada um com um registo pré-pago de mil euros.
Os cartões destinam-se a ser utilizados em
combustíveis rodoviários em postos de abastecimento da rede “Galp” aderentes.
“A Galp não pode ficar indiferente à fatalidade
que atinge o país e à dedicação dos Bombeiros
Portugueses, pretendendo, à semelhança de situações anteriores de idêntica natureza, dar o seu
próprio contributo para amenizar oe efeitos dos
eventos em curso” explica a empresa, manifestando “o reconhecimento e grande consideração
pelos extraordinários esforços desenvolvidos pelos Bombeiros Portugueses no combate aos fogos,
colocando todo o seu empenho na defesa de pessoas e bens”.
RTP E MEO
Linha telefónica a favor da causa
A
Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e a
MEO abriram uma linha telefónica a favor da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Através do número 760 200 800 estão a ser
angariados donativos para a atividade social daquela confederação.
O valor de cada chamada é de 60 cêntimos (+ IVA), tal como uma chamada de
valor acrescentado. Podem ser feitas chamadas através de telefones fixos e móveis.
A MEO e a RTP disponibilizam o número
760 200 800 para angariação de donativos
que serão totalmente canalizados para a
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A
MEO, a RTP e a LBP estabelecem, assim,
uma parceria que visa reforçar os meios de
combate aos fogos”, refere o comunicado.
Mas a ajuda da primeira empresa não se
resume à linha telefónica, conforme refere
a mesma em comunicado. “No terreno, à
semelhança de anos anteriores, a MEO disponibiliza neste contexto de calamidade
meios técnicos e humanos suplementares
para repor de forma célere a normalidade
nas comunicações fixas e móveis que possam ter sido afetadas pelos incêndios, tanto quanto as condições no terreno o permitam”.
A MEO adianta que “todas as ações estão
a ser coordenadas e monitorizadas em sintonia com as equipas distritais e nacionais
da Proteção Civil, com o objetivo de atuar
eficazmente nas zonas com mais danos”.
“CORREIO DA MANHÔ
EUA
Edição garante “contributo”
C
inco por cento da receita líquida das vendas
da edição de 19 de agosto último do matutino “Correio da Manhã” revertem para o Fundo
de Proteção Social da Liga dos Bombeiros Portugueses.
“Este é o nosso contributo para o muito que
os Bombeiros de Portugal, dia após dia, fazem
por todos nós” defende assim a administração e
a direção do jornal ao lançarem a campanha
dias antes da edição para apelarem à participação dos leitores.
Na edição de 19 de agosto reforçam a mensagem com “nesta sexta-feira a missão é de todos os portugueses”.
A Caixa associa-se à Liga dos Bombeiros Portugueses
APOIE OS NOSSOS
BOMBEIROS.
CONTRIBUA:
IBAN | PT50 0035 0697 00640792 930 46
INFORME-SE NUMA AGÊNCIA DA CAIXA
OU EM WWW.CGD.PT
A
Emigrantes
solidários
comunidade luso-americana da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos da América, vai doar à Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP) 20 mil euros recolhidos
entretanto entre os seus membros e promete para Setembro mais contributos.
O donativo destina-se a reforçar o Fundo de Proteção
Social do Bombeiro gerido pela LBP.
As diferentes comunidades luso-americanas espalhadas pelos EUA há décadas que contribuem com frequência para associações de bombeiros voluntários portuguesas e, em particular, para as das suas terras de
origem
6
AGOSTO 2016
INCÊNDIOS
Presidente da LBP exige mão
Três mortos, mais de duas centenas de
habitações dizimadas, outras tantas
danificadas e mais de 100 mil hectares de
floresta e mato reduzidos a cinza são
apenas alguns dos números do balanço
trágico dos primeiros 15 dias de um agosto
horribilis, que não deu descanso aos
bombeiros portugueses ateou focos de
discórdia, atiçou o fogo das acusações e
alimentou um pasto de promessas e
compromissos políticos.
D
epois de julho muito
quente, mas calmo em
matéria de fogos, com
um número de ocorrências,
consideravelmente inferior à
média dos anos anteriores, entra agosto e em poucos dias, a
área ardida em Portugal já representava mais de metade (54
por cento) da consumida em
toda a União Europeia, segundo
dados do Sistema Europeu de
Informação de Fogos Florestais
(EFFIS).
O 5.º Relatório Provisório de
Incêndios Florestais (2016) do
Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas (ICNF)
a que o jornal Bombeiros de
Portugal teve acesso regista
que “a área ardida entre 1 e 15
de agosto, contabiliza 95.357
Fotos: LUSA
Texto: Sofia Ribeiro
hectares de espaços florestais,
quase 93% da área total ardida
em Portugal Continental, que se
cifra nos 103.137 hectares. Importa assinalar que a “estatística consolidada” do ICNF não
contabiliza os fogos em área
agrícola.
Só no dia 8 de agosto, no
continente, arderam mais de
46200 hectares, quase tanto
como em todo o ano de 2015,
uma área superior à de 2013,
quando no combate aos incêndios pereceram oito bombeiros.
Em Portugal, no continente e
na Madeira, arderam nos primeiros 15 dias de agosto mais
100 mil hectares de floresta e
mato, balanço negro, mais ain-
da quando revela que as chamas, na designada Pérola do
Atlântico, ceifaram a vida de
três pessoas, desalojaram cerca
de mil e destruíram ou danificaram mais de duzentas habitações causando prejuízos na ordem das dezenas de milhões de
euros. No continente assinalam-se, também, avultadas perdas,
designadamente a norte.
Perante do dramatismo de
um país em chamas o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) Jaime Soares
alertava para o que classificou
“autêntico terrorismo”, dando
conta que “98% dos fogos tem
origem na mão humana e 75%
são de origem criminosa”, exigindo mão pesada para os criminosos “mais vigilância, mais
gente, mais força e modernização dos postos de vigia”.
ILHA DA
Bombeiros continentais
O
s violentos incêndios que
assolaram a Madeira recentemente causaram três mortos,
dois feridos graves e mais de
200 ligeiros, a destruição de
muitas centenas de hectares de
floresta, áreas rurais e interface florestal/urbano, a destrui-
ção de 177 edifícios, entre habitação, comércio e serviços e
danos graves em mais de uma
centena.
O Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, e o
Primeiro-ministro,
António
Costa, deslocaram-se à Madei-
ra para se inteirarem da situação, onde estiveram acompanhados do Governo Regional e
de autarcas locais.
O combate aos incêndios,
perante a exaustão a que chegaram os bombeiros madeirenses, após dias e noites conse-
cutivas de denodado esforço
contra as chamas, foi reforçado
por bombeiros continentais e
açorianos.
Dos Açores foram 30 elementos de associações voluntárias das ilhas de S. Miguel e
Terceira e foram reforçar os
Bombeiros Voluntários da Calheta, uma das zonas mais fustigadas pelos incêndios, sob a
coordenação do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira.
A força conjunta continental
(FOCON) disponibilizada atra-
vés do Ministério da Administração Interna (MAI), reunida
pela Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC), foi co-
7
AGOSTO 2016
FLORESTAIS
pesada no combate ao “terrorismo”
O calor não dava tréguas tendo o país enfrentando 10 longos
dias em alerta laranja. Segundo
dados da Autoridade Nacional
de Proteção Civil (ANPC) na primeira quinzena de agosto registaram-se 3925 ocorrências
que envolveram 91058 operacionais, apoiados por 24321
viaturas e 1571 missões dos
meios aéreos.
O Porto foi o distrito mais flagelado em número de incêndios
(1280), seguido de Braga (466)
e logo depois de Aveiro (435),
segundo revelou a ANPC. Já no
que concerne à área ardida, o
ICNF revela que Aveiro foi o território “mais afetado”, com
41569 hectares, cerca de 40
por cento da área total ardida
neste período, seguido de Viana
do Castelo (23197 ha). O relatório provisório de incêndios
florestais destaca ainda que
“mais de 60% da área ardida no
distrito de Aveiro corresponde a
uma única ocorrência que teve
início na freguesia de Janarde,
concelho de Arouca, e que consumiu 25116 ha de espaços florestais”.
Enquanto Portugal ardia, inflamavam-se os ânimos, com
acusações várias, desde logo às
autoridades da Madeira, por te-
rem protelado o pedido de auxílio ao continente, ao reduzido
número de meios aéreos colocados no combate às chamas,
aos erros no comando das operações e à falta de meios e homens em algumas áreas, nomeadamente em São Pedro de
Sul.
Portugal acionou o mecanismo europeu de proteção civil
garantiu alguns meios aéreos e
o reforço de três Canadair vindos de Itália e Espanha, a que
juntaram outros dois oriundos
de Marrocos e dois aviões Beriev russos.
O País mais uma vez voltou a
discutir os (des)ordenamento
do território e da floresta, o
agravamento de penas para os
incendiários, o regresso da Força Aérea no combate aos incêndios. Primeiro-ministro, ministra e secretários de estado da
administração Interna, desdobram-se em visitas às áreas
queimadas
solidarizando-se
com os milhares de cidadãos lesados em mais uma “época de
incêndios” e prometendo mais
medidas ao nível da prevenção,
anunciando a utilização de fundos comunitários para apoiar
zonas atingidas pelos fogos. O
presidente da República assu-
miu o compromisso de fazer
parte da solução, exigindo, desde logo, “eficácia da justiça” na
punição dos criminosos, alertando para a necessária intervenção nos domínios da prevenção e do ordenamento florestal, sublinhando que estará
atento e acompanhará de “muito de perto” as decisões políticas que, defendeu, devem ser
tomadas, ainda no rescaldo de
mais um verão negro, para que
os incêndios deixem de ser uma
espécie de inevitabilidade.
E quando o país clama por
justiça, tendo em conta que a
grande maioria das ocorrências
tem mão humana, as autoridades vão respondendo com uma
verdadeira “caça” aos incendiários. Este ano, a PJ já identificou e deteve cerca de quatro
dezenas de pessoas pela auto-
ria deste crime que muitos querem ver punido com pena máxima de prisão.
No desespero de um Portugal
em chamas, houve ainda espaço à polémica e à troca de acusações, designadamente em
São Pedro do Sul de onde chegaram denúncias da falta e,
também, da descoordenação
de meios que levaram o governo a abrir um inquérito à forma
como foi combatido o incêndio
naquele concelho.
O presidente da autarquia Vitor Figueiredo sustentou que o
concelho esteve “durante quatro dias sem qualquer apoio” o
que permitiu que o fogo tivesse
devorado cerca de 12 mil hecta-
res de floresta e mato, uma
“área muito grande, provavelmente equiparada a um terço
ou um quarto do concelho”.
“Tínhamos uma frente quase
com 16 quilómetros e apenas
cerca de 30 ou 40 voluntários
para a combater. Nunca tivemos apoio das entidades oficiais. O fogo foi progredindo e
atingimos um ponto em que a
situação foi catastrófica”, disse,
na ocasião, o autarca.
As críticas de Vitor Figueiredo motivaram outras tantas de
Jaime Marta Soares. O presidente da LBP aplaude a iniciativa da tutela que “deverá apurar
todas as responsabilidades”
sustentando que na sua deslocação a São Pedro do Sul, para
se inteirar da situação e dar
uma palavra de incentivo às
centenas de bombeiros que se
encontrava no teatro de operações, encontrou “povoações
sem serem protegidas, estradas sem qualquer tipo de limpeza floresta sem qualquer planeamento ou ordenamento”,
acentuando ainda não ter visto
no perímetro que ardeu “alguma balsa de água ou um ponto
de água”.
Jaime Marta Soais, que enalteceu o esforço do soldados da
paz no ataque a esta e muitas
outras frentes de fogo pelo
País, disse esperar “calmamente” pelo inquérito, salientando,
no entanto, que esta averiguação não deve deixar ninguém
nem nada de fora, “deve incluir
todos e tudo, nomeadamente
aquilo que tem sido o desrespeito pela Lei, por parte do senhor presidente da câmara municipal”.
pelo Regimento de Guarnição nº
3 do Exército, pelo Estádio dos
Barreiros e pelo Centro Cívico
de S. Martinho.
Em relação aos meios aéreos
de combate a incêndios, que a
Ilha da Madeira não tem e cuja
necessidade foi defendida entretanto, fica no ar a ideia que
“falta testá-los”, pese embora
os eventuais estudos do passado que terão desaconselhado a
sua utilização. Mas, para alguns,
passou muito tempo desde a
sua elaboração e a evolução de
meios e tecnologias poderá fazer alterar as conclusões de então. Para um autarca local, fal-
tará fazer-se uma análise prática dos meios aéreos e, “se de
facto são úteis, façamos diligências no sentido de os obter para
evitar outras catástrofes e, se
não são, que se clarifique todas
as pessoas que normalmente levantam esta questão”.
Inquérito “deverá apurar
todas as esponsabilidades”
MADEIRA
Foto: LUSA
e açorianos ajudaram
mandada pelo segundo comandante operacional nacional da
ANPC, coronel Joaquim Moura e
integrou 124 elementos de diferentes entidades. O seu
transporte foi garantido pela
Força Aérea Portuguesa.
Da FOCON fizeram parte, 42
elementos do Regimento de
Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB), 32 bombeiros pertencentes a várias Associações
Humanitárias, 30 elementos do
GIPS da GNR, 11 canarinhos da
FEB, 5 elementos do INEM e 4
elementos das áreas do co-
mando, logística e comunicações da ANPC.
Em concreto, o grupo de
bombeiros voluntários era
oriundo de 26 associações: Algés, Lourinhã, Algueirão Mem-Martins, Alenquer, Odivelas,
Torres Vedras, Cacilhas, Mafra,
Alcoentre, Póvoa de Sta. Iria,
Sesimbra, Sul e Sueste Barreiro, Barreiro, Montijo, Malveira,
Almada, Trafaria, Seixal, Grândola, Águas de Moura, Vila Viçosa, Estremoz, Reguengos Monsaraz, Viana do Alentejo, Arraiolos e Sacavém.
A par do combate às chamas
foi também necessário proceder
à evacuação de um milhar de
pessoas, de duas unidades hospitalares, três lares de idosos,
habitações e hotéis, distribuídos
P
Papa conforta famílias
erante a gravidade da situação, o Papa
Francisco enviou uma mensagem ao bispo
do Funchal, D. António Carrilho, na qual revela consternação com a tragédia que se viveu
na ilha por causa dos incêndios.
O Papa Francisco pede “conforto e restabe-
lecimento para os feridos”, deixa “votos de coragem e esperança cristã” para todos os que
foram atingidos e apela à solidariedade e à
proximidade junto daqueles que perderam as
suas casas, de modo particular por ocasião da
festa de Nossa Senhora do Monte.
8
AGOSTO 2016
INCÊNDIOS FLORESTAIS
s bombeiros, mais uma
vez, disseram pronto e fizeram-se à estrada para solidariamente apoiar os companheiros de outras terras e lonjuras
na defesa de pessoas e bens no
combate aos incêndios florestais.
Nada de novo, tudo como
dantes, os olhos postos nos
bombeiros como super-homens
mais uma vez chamados a intervir onde antes tudo falhou e
tudo ficou por fazer. Mais um
ano assim, a somar a tantos
outros que já se perdem na
memória. Tornou-se tragicamente uma rotina por incompetência e irresponsabilidade
de muitos.
Neste esforço titânico, de
mobilidade de grupos (GRUATA
ou GRIF) de viaturas com bombeiros a fazer parte da paisagem rodoviária, e muita gente
espanta-se em ver passar à
sua frente viaturas de associações de bombeiros de tão longe.
Esforço transposto para outras paragens, que exige mais
aos bombeiros que ficam nos
quartéis de origem, em locais
também fustigados por incêndios.
No momento em que escrevo
estas linhas já muitos bombeiros, sejam deslocados ou locais, foram afectados pelo esforço, há dezenas de viaturas
avariadas, duas ardidas, outras
perdas em muito material de
combate.
Muitas das associações de
bombeiros voluntários a quem
foi feito o apelo para que autorizassem a deslocação de meios
humanos e viaturas dispõem,
por exemplo, de mais que uma
viatura florestal de combate a
incêndios (VFCI) ou mais de um
autotanque, todo o terreno ou
não. É assim que, sem desguarnecer a sua zona de intervenção, os corpos de bombeiros
associativos podem ceder a
deslocação de uma ou outra
viatura. Só no caso de possuírem dois VFCI é que, como é
óbvio, podem estar em condições de partilhar um desses
meios para fora da sua zona.
Nesse caso, burocraticamente,
cabendo-lhes a dotação mínima
de um VFCI, no fundo, estarão
a ceder a viatura que na prática
não devia ser considerada nem
existir…
Mas, não tenhamos dúvidas,
tem sido à custa dessas viaturas “excedentárias”, que alguém considera sobrantes da
dotação mínima, que tem sido
possível todos os anos acorrer
em socorro de outras zonas do
país.
Essas viaturas, esses meios
“extras” segundo alguns, contudo, são mantidas ao longo do
ano pelas respectivas associações e partilhadas sempre que
para tal foram ou estão a ser
solicitadas como recentemente
voltou a acontecer.
O tempo passa inexoravelmente para todos e também
Foto: LUSA
O
Solidariedade sai cara
para as viaturas em causa. Muitas delas foram adquiridas directamente pelas associações,
com o apoio de beneméritos,
nalguns casos apenas com fundos comunitários ou, perde-se
na memória coletiva longínqua,
com o apoio que então o SNB e
o SNBPC chegaram a dar para
tal.
O facto de muitas associações terem dois VFCI não quer
dizer que estejam plenamente
operacionais e que o tempo e o
desgaste próprio das suas muitas intervenções não tenham
deixado marcas impossíveis de
apagar. Há casos de viaturas
cuja vida útil foi ocupada precisamente em 80 por cento em
intervenções fora de zona durante o DECIF.
Passaram-se décadas, anos e
há viaturas dessas com mais de
20, 30, e até mais de 40 anos a
carecer de evidente substituição. Em muitos casos, os dois
VFCI que as associações possuem estarão em idênticas circunstâncias de degradação e
inoperacionalidade eminente.
Ora, independentemente da
idade, estado de conservação e
outras mazelas que um desses
veículos possuam, caso uma
associação ultrapasse a dotação
mínima de VFCI nunca poderá
reunir as condições de se candidatar agora a verbas comunitárias com parecer favorável da
ANPC para substituir apenas
uma delas.
Há muito que o Estado não
sabe o que é gastar do Orçamento de Estado, como antes
fazia, no reequipamento dos
corpos de bombeiros das associações. Ultimamente, através
da ANPC, tem-se confinado ao
papel seletivo de candidaturas a
fundos comunitários, qual entidade pretoriana a quem cabe
determinar quem vive e quem
morre, assente em diretivas
que cegamente cumpre, e que
não teve o vislumbre de equacionar e contestar.
Os pareceres burocráticos
formulados pela ANPC no âmbito da recente candidatura ao
POSEUR /Portugal 2020 para
viaturas reflecte bem essa postura acrítica, diria até amorfa,
de exarar despachos cegos balizados em regras apertadas, inconsistentes e injustas, apontadas pela Liga dos Bombeiros
Portugueses e que à própria
ANPC deveria também ter cabido por em causa.
O facto de haver pouco dinheiro disponível, ao fim e ao
cabo, até desvaloriza o teor dos
pareceres da própria ANPC. Registe-se apenas a atitude. Nun-
ca haveria dinheiro para todos,
ou até para a maioria, independentemente desses pareceres
que, na prática, constituíram
apenas mais um mecanismo de
crivo. Mecanismo que, na fase
seguinte, vai permitir reduzir
porventura a mais de metade
as candidaturas passíveis de
apresentação. Assim, com abates sucessivos, não vai ser difícil verificar que, se calhar, o dinheiro até pode vir a chegar
para as candidaturas finalistas…
Mas outras coisas haverá a
perceber ou a merecer explicação, de que ora ninguém dispõe, qual “fait divers”, nomeadamente de pareceres favoráveis emitidos para VFCI e VTTF
para associações localizadas
em zonas urbanas. Haverá razões que a razão desconhece.
A solidariedade continua a
sair cara aos bombeiros. Quando a ANPC precisa de nós, como
é o caso dos GRUATA, os GRIF,
ou quando solicita a cedência
de elementos de comando
(muitos deles funcionários das
próprias associações) para teatros de operações longínquos,
tudo são palmadas nas costas.
Quando se trata de estruturar candidaturas para obtenção
de meios, que caberia ao próprio Estado suprir, as coisas
mudam de figura.
E quando nos mandam os
novos inspectores em busca
sabe-se lá de quê podemos então assentar a cereja no bolo.
Rui Rama da Silva
ALERTA VERMELHO
PARA A SEGURANÇA
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL
Cartazes – Prémio boas práticas ANPC 2015
O
PRÉMIO BOAS PRÁTICAS ANPC 2015 teve
como objetivo geral identificar e valorizar
publicamente as boas práticas no âmbito da Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) dos Corpos
de Bombeiros. Foram parceiros da ANPC na implementação deste Prémio a Liga dos Bombeiros Portugueses, a Escola Nacional de Bombeiros e a Autoridade para as Condições do Trabalho. Ao nível da divulgação contou com o apoio
do Jornal Bombeiros de Portugal e do portal
Bombeiros Para Sempre.
Ao todo foram efetuadas 41 candidaturas de
Boas Práticas em SSO, provenientes de 12 Cor-
pos de Bombeiros, distribuídas pelas seis áreas
temáticas a concurso: Segurança rodoviária, intervenção pré-hospitalar, transporte de doentes, incêndios florestais, incêndios urbanos e
industriais, e instalações de Corpos de Bombeiros.
Das várias candidaturas destacamos os três
Corpos de Bombeiros finalistas do Prémio e os
respetivos temas:
• Promoção da condição física (CBV de Carregal do Sal – Vencedor do Prémio);
• Promoção da segurança rodoviária (CBV
de Portimão);
• Promoção do treino operacional nos incêndios florestais (CBV de Alcabideche).
Com base nestas candidaturas produzimos
três cartazes de sensibilização com o objetivo de valorizar publicamente os bons exemplos existentes e que podem ser replicados
pelos Corpos de Bombeiros a nível nacional.
No nosso país temos excelentes exemplos
a seguir de dedicação, empenho, criatividade
e astúcia das Entidades Detentoras dos CB´s
(Associações Humanitárias ou Câmaras Municipais), dos seus Comandos e bombeiros
na promoção da SSO. Ao partilhar uma boa
prática, técnicas e abordagens inovadoras,
estamos a ajudar a melhorar a resposta dos
bombeiros nas suas missões, a reduzir permanentemente o risco de danos e a promover a SSO de milhares de mulheres e homens que, por exemplo, este verão estão
intensamente empenhados no DECIF.
Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde
e Estatuto Social da Direção Nacional de
Bombeiros (ANPC), através do telefone 214
247 100 ou do endereço eletrónico dsses@
prociv.pt.
9
AGOSTO 2016
SOLIDARIEDADE
Foto: LUSA
Franceses ajudam
C
hamam-se Pierre, Steven e
Vincent, são bombeiros profissionais na cidade francesa de
Nice e vieram a Portugal para
ajudar os seus colegas a combater os incêndios florestais.
Fazem parte de uma associação de duas dezenas de bombeiros profissionais que nas férias e tempos livres se deslocam onde podem ser necessários. Trata-se da “Section
d´Intervention Feux de Forêts
International - Unit of Wildfire- SIFFIUW”.
Os três bombeiros partiram de Nice, aterraram
em Madrid e, daí, vieram de automóvel para Portugal com equipamento necessário ao combate.
Estiveram em S. Pedro do Sul, em Águeda, e terminaram em Celorico da Beira os três dias previstos, sempre a combater fogos.
A sua disponibilidade permitiu realizar intervenções pontuais de grande valia. E, mesmo em
PRESIDENTE DA LBP
O
Celorico da Beira, onde pararam, já de regresso a
Espanha, ao avistarem mais um incêndio juntaram-se aos bombeiros presentes no terreno.
E, face aos inúmeros agradecimentos que lhes
foram dirigidos através das redes sociais, os três
bombeiros franceses retribuíram também satisfeitos, aludindo à excelente hospitalidade “de um
povo surpreendente que vão, de certeza, voltar a
visitar”.
DENÚNCIA
ontinua a haver pessoas que
impedem os helicópteros
que participam no combate aos
incêndios florestais de se abastecer em tanques, piscinas ou
reservas de água existentes nas
suas propriedades.
Para evitar ficar sem água os
proprietários chegam a colocar
estruturas de madeira ou metal
sobre os tanques para evitar
que os helicópteros possam retirá-la. Há casos em que chegam a ameaçar e a exibir armas
de fogo ou até a proceder a disparos.
O presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP),
comandante Jaime Marta Soares, lamenta o facto, não obstante considerar que o número
de casos tem vindo a diminuir,
mas lembra tratar-se sempre
de uma situação grave que a
própria lei prevê punir com
pena de prisão entre 1 e 8
anos.
O presidente da LBP defende
que o ideal para inverter essa
situação é apostar na sensibilização e em explicar a importância de um abastecimento rápido contra os fogos.
Por regra, caberá depois aos
bombeiros ajudar os lesados na
reposição de água mas estes
admitem que, não obstante
isso estar previsto, contudo,
nem sempre é possível concretizá-la em tempo útil e de modo
a não afetar a atividade agríco-
Foto: LUSA
C
Tapam tanques contra
abastecimento de helis
la. Nesses períodos, e por razões que estão amplamente
justificadas, o combate aos in-
cêndios é a prioridade dos
bombeiros e sobrepõe-se a
quais outras.
Encontro com PR
presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) foi recebido pelo Presidente
da República (PR) a propósito do flagelo dos
incêndios florestais.
O comandante Jaime Marta Soares teve a
oportunidade de reunir com Marcelo Rebelo de
Sousa, com quem, detalhadamente, trocou
impressões sobre os incêndios florestais que
então grassavam em Portugal.
O presidente da LBP expressou ao PR a sua
preocupação dominante sobre as origens dos
incêndios florestais, admitindo que se esteja
perante “uma onda terrorista devidamente organizada”.
No final da reunião, o comandante Jaime
Marta Soares admitiu ter sido “um erro estratégico” o atraso com que o Governo desenca-
deou o pedido de ajuda ao mecanismo europeu para cedência de meios aéreos, lembrando ter alertado muito antes exatamente para
essa necessidade, inclusive em sede de briefing nacional da ANPC.
A propósito da onda terrorista, o presidente
da LBP aponta como impossível haver tantas
ignições de fogo com frentes tão vastas como
as que então se verificaram nas zonas centro
e norte continentais e na Madeira.
Depois de trocar impressões com o PR sobre o assunto, à saída do encontro, o comandante Jaime Soares lembrou que depois do
período de incêndios sejam efetivamente tomadas decisões políticas de verdadeira prevenção de incêndios.
10
AGOSTO 2016
O incêndio na Igreja de São Domingos
Pesquisa/Texto:
Luís Miguel Baptista
L
isboa, 13 de Agosto de
1959. Nesta data, a Igreja
de São Domingos atraiu
centenas de pessoas à velha
Baixa Pombalina.
No seu interior, lavrou um
dos maiores incêndios ocorridos
na capital, supostamente, motivado por uma faúlha saída de
alguma chaminé próxima.
Os bombeiros, sapadores e
voluntários da cidade de Lisboa,
num total de 300 homens, procuraram salvar aquele lugar de
culto, embora já praticamente
convertido em escombros fumegantes.
Ao rasto de destruição juntou-se a morte de dois sapadores bombeiros, vítimas da derrocada da zona do coro: o cabo
de 1.ª classe n.º 423, José
Francisco, e o cabo de 1.ª clas-
se n.º 578, Francisco da Silva
Gomes.
Segundo relato da época,
quando identificado o incêndio
por seminaristas e padres residentes na casa paroquial, “o
fogo já então devorava o interior do templo e, ao abrirem as
portas, a deslocação do ar deu-lhe as proporções trágicas que
em breve teria, estoirando os
vitrais das janelas, irrompendo
do telhado que, daí a pouco, se
desmoronava, num estrondo
aterrador”.
Todo a área circunvizinha esteve sob elevado risco de incêndio, chegando a ser afectada
parte de um edifício de habitação.
Deveu-se à acção dos bombeiros, exercida em condições
de protecção individual muito
frágeis, o impedimento de mal
maior.
O combate ao fogo desenvolveu-se com dificuldade, debai-
xo de forte chuva de partículas
incandescentes e intenso calor.
Por instantes, os bombeiros
foram obrigados a recuar, mas
sem nunca dar tréguas ao inimigo. Valeu-lhes o recém-adquirido equipamento dos sapadores
de Lisboa, dotado de modernos
recursos para a época, tais
como auto-escadas de longo alcance, bombas de grande débito
e agulhetas de nevoeiro.
Mesmo assim acontecendo,
deram entrada no Hospital de
São José, por inalação de fumos
e atingidos pelos destroços, 23
feridos, entre os quais 13 bombeiros, 3 marinheiros, 1 soldado
e 6 civis.
A maior parte dos prejuízos
atingiram valores incalculáveis,
não estando cobertos pelo seguro. Perderam-se altares em
talha dourada, imagens valiosas
e pinturas do período barroco.
Restou, do velho templo, de
onde, um dia, partiram em pro-
Aspecto da igreja antes…
cissão para a fogueira, muitos
condenados pela Inquisição,
pouco mais que as paredes e as
portas da entrada principal.
Ainda hoje, apesar de recuperada há vários anos, a Igreja
de São Domingos apresenta
vestígios do incêndio de 13 de
Agosto de 1959, ocorrência que
figura na história como sendo
uma das situações mais graves
enfrentadas pelos bombeiros
portugueses.
Artigo escrito de acordo com
a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
Emblema primitivo da LBP
A
O incêndio na sua máxima força
A
…e depois do incêndio
gosto é o mês do aniversário da fundação
da Liga dos Bombeiros
Portugueses (18 de Agosto
de 1930).
Por isso, mostramos o
que supomos tratar-se do
desenho (a tinta-da-china) que deu origem ao estudo ou, talvez, a uma
versão melhorada do seu
emblema primitivo, o qual
esteve em uso até à adopção da Fénix.
O mesmo tipo de imagem serviu ainda de inspiração ao
cunho da Medalha dos Congressos, aprovada no Congresso
da Covilhã, em 1932, e também pela Portaria n.º 7476, do
Ministério do Interior.
Autor do desenho não identificado.
CANTANHEDE
REVIVER MAIS
Boletim anual bem recheado
Atenção Porto!
Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Cantanhede acaba de
lançar o seu boletim alusivo ao ano em
curso. O boletim é dirigido por Adérito Machado, presidente da direção da instituição, é editado pelo gabinete de marketing
da Associação e tem como redator principal Regina Bilro.
Trata-se de um boletim bem apresentado, bem ilustrado e diversificado nos temas
apresentados. Entre eles, encontramos, o
capacete histórico em exposição no quartel, juntos por nova ambulância de socorro,
corporação quer equipa cinotécnica, quartel ganha ginásio, formações adaptadas às
empresas e vigilância motorizada repte-se
este ano.
R
ealiza-se no dia 17 de Setembro, na cidade Invicta, o primeiro almoço-convívio da Delegação Distrital do Porto da REVIVER
MAIS.
A iniciativa tem como naturais
destinatários todos os sócios do
distrito do Porto e não exclui a participação de inscritos fixados noutros pontos do país, em nome da
amizade e união verificadas entre
base social da associação.
Conforme o programa a que o BP
teve acesso em primeira mão, o
almoço-convívio será seguido da
realização de uma assembleia geral extraordinária, no salão nobre
do quartel-sede da Real Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, para validação de
aspetos relacionados com as recentes alterações estatutárias, por
exigência da Segurança Social.
Antes, porém, da parte da manhã, pelas 11 horas, está prevista
uma homenagem da REVIVER
MAIS ao lendário Inspetor Guilherme Gomes Fernandes, consubstanciada numa romagem ao monumento sito no Cemitério do Prado
do Repouso/Ossário do Batalhão
de Sapadores Bombeiros do Porto,
onde se encontram sepultados os
seus restos mortais.
No âmbito das diferentes ações,
a Associação dos Operacionais e
Dirigentes dos Bombeiros Portugueses, IPSS conta com o apoio do
Batalhão de Sapadores Bombeiros
do Porto, da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, da Federação de
Bombeiros do Distrito do Porto e da
Associação dos Bombeiros do Quadro de Honra de Vila Nova de Gaia.
Para a cerimónia de homenagem serão convidadas, entre outras entidades, as direcções e os
comandos das associações e corpos de bombeiros do distrito do
Porto.
11
AGOSTO 2016
FERIDOS EM SERVIÇO
presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses
(LBP) visitou na última
semana a bombeira de 3.ª dos
Voluntários da Anadia, Liliana
Bastos, que se encontrava internada nos Hospitais de Coimbra. Liliana Bastos foi operada
e recebeu, entretanto, alta
hospitalar, encontrando-se a
convalescer da fractura múltipla contraída no combate a um
incêndio florestal.
O comandante Jaime Marta
Soares foi acompanhado na visita pelo presidente da direção,
Mário Teixeira, e pela comandante dos Bombeiros Voluntários da Anadia, Ana Matias.
O presidente da LBP visitou
ainda o técnico supervisor da
Afocelca, Luís Ferreira Duarte,
internado na unidade de queimados dos Hospitais de Coimbra, em consequência de graves queimaduras contraídas
também durante o combate a
incêndio florestal na serra da
Arada, S. Pedro do Sul.
O comandante Jaime Soares
esteve também no Hospital do
Barreiro a visitar o bombeiro
de 1.ª Hugo Raimundo, dos
Voluntários de Sul e Sueste do
Barreiro, que foi vítima de
queimaduras nos membros inferiores durante o combate a
incêndios florestais.
O chefe dos Voluntários de
Almada, Mário Santos, vítima
de fractura no tornozelo na
Foto: Marco Santos/ABPS
O
Presidente da LBP visita
operacionais hospitalizados
Madeira quando ali apoiava o
combate aos incêndios, foi
operado no Funchal e está em
casa, entretanto alvo de adaptações, e a ser sujeito a tratamento ambulatório.
A bombeira´de 3.ª dos Voluntários dos Carvalhos, Adriana Leitão, também já recebeu
alta hospitalar e encontra-se a
convalescer, após ter sido sujeita a intervenção cirúrgica
aos membros inferiores devida
ao atropelamento de que foi
vítima na A4 quando socorria
uma criança ferida em acidente. Adriana seguiu numa viatura com mais colegas para Marco de Canavezes a fim de render um grupo que combatia
um incêndio florestal naquele
concelho. Perante o acidente
aparatoso com que depararam
prontamente passaram a so-
correr as vítimas acabando por
ser também mais uma delas.
No âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios
Florestais (DECIF) de 2016 registaram-se até à data ferimentos ligeiros em 132 bombeiros, 41 dos quais do sexo
feminino. Acrescem a estes
mais 4 casos a exigiram internamento hospitalar, incluindo o
técnico da Afocelca, o caso
mais grave até agora registado.
Em termos etários, a maioria
dos bombeiros acidentados ou
feridos situa-se na faixa entre
os 20/30 anos (57), entre os
30/40 anos (42), entre os
40/50 anos (20), abaixo dos 20
anos (8), entre os 50/60 anos
(7) e acima dos 60 anos (1).
A maioria dos acidentes
ocorreu no combate a incên-
dios em mato (68), em povoamento florestal (60) e os restantes em terreno agrícola.
A LBP tem estado a acompanhar as diferentes situações de
que resultaram bombeiros acidentados e feridos no combate
aos incêndios florestais ou no
apoio a essas operações.
A LBP tem contactado comandos e direções respetivas
no sentido de fazer chegar aos
seus bombeiros a manifestação
da sua solidariedade e a garantia de todo o apoio que puder
dispensar à prossecução do
tratamento e restabelecimento
de todos os bombeiros, independentemente da gravidade
das lesões ou sequelas contraídas.
Para a LBP todos os bombeiros são merecedores de um
enorme tributo nacional e, em
particular, aqueles que por força das circunstâncias foram vítimas de acidentes no cumprimento da sua missão.
O próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, procurou inteirar-se do
estado de saúde dos bombeiros
feridos e manifestou que “o cenário que tem sido enfrentado
por todos os bombeiros deste
país revela homens e mulheres
de grande coragem e com elevado espírito de abnegação”.
A LBP espera e deseja que a
recuperação de todos seja a
mais rápida possível.
RESENDE
O
s Bombeiros Voluntários de
Resende perderam duas
viaturas no combate às chamas num incêndio que começou na freguesia de Carquere,
se propagou por mais 4 freguesias, tendo ardido cerca de
800 hectares.
Apesar das perdas, uma delas total e a segunda ainda em
dúvida sobre a viabilidade da
sua recuperação mas sempre a
obrigar a um investimento muito considerável, os bombeiros
não esquecem quem os ajuda
e, por isso, solicitam que também sejamos porta-voz desse
agradecimento, em nome da
sua direção e comando.
Os veículos atingidos são o
VLCI 05 E VFCI03. Este último,
era utilizado, não só no combate a incêndios florestais mas
também, durante o inverno,
para proceder à limpeza da
neve com uma pá acoplada.
Tratou-se de fogo em mato,
Agradecimento a quem ajuda
pinhal e algumas plantações
de mirtilos, castanheiros e cerejeiras.
“Como homem, como cidadão, como bombeiro, como comandante deste corpo de
bombeiros, passei juntamente
com os meus homens e mulheres bombeiros situações que
jamais esquecerei emoções e
sentimentos de profunda tristeza, senti-me algumas vezes
impotente perante as condições completamente adversas,
difíceis de explicar e quero do
fundo do meu coração, como
vosso amigo, como bombeiro
que sou, agradecer-vos pela
vossa disponibilidade, garra,
abnegação, espírito de sacrifício, por tudo, pois sem vocês
não seria possível, com vocês e
mais fácil comandar e sinto orgulho em ser o vosso comandante tenho orgulho em ter-vos com bombeiros” é a mensagem que o comandante Sér-
gio Monteiro nos enviou de
agradecimento aos seus operacionais.
Os Bombeiros Voluntários de
Resende pretendem também
“agradecer a todos os outros
corpos de bombeiros que foram mobilizados para todos os
teatros de operações no nosso
Concelho, pela forma como se
uniram a nós, mostrando que
coesos somos sempre fortes”
Os Voluntários de Resende
dirigem “um agradecimento
em especial aos Bombeiros de
Cinfães e Satão, nas pessoas
dos seus comandantes, pela
cedência por empréstimo de
dois veículos de combate a incêndio, para suprir a perda dos
nossos dois veículos” e agradecem ainda “a todas as empresas e particulares que se uniram a nós e mostraram ser
também bombeiros sem farda,
que com as suas dádivas, quer
em géneros alimentícios ou
monetários, vão tornar sem
dúvida um pouco mais fácil ultrapassar as “feridas” e os obs-
táculos que nos surgiram, assim como agradecer as iniciativas de angariação de fundos
por parte de outras instituições
do concelho”.
Os Bombeiros Voluntários de
Resende dirigem ainda um
agradecimento à Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente Garcez Trindade, “que
desde a primeira hora connosco vivenciou as dificuldades
extremas e o combate dos
nossos operacionais e que
prontamente ativou os seus
Serviços Municipais de Proteção Civil, garantindo o permanente apoio logístico, assim
com agradecer também às diferentes Juntas de Freguesia,
pelo apoio prestado, agradecer
também à GNR de Resende,
pois esteve sempre presente
com vários operacionais, prestando-nos um apoio imprescindível e agradecer ao Rancho
Folclórico de Santa Maria de
Cárquere e aos seus elementos, pela cedência das suas
instalações e apoio logístico”.
12
AGOSTO 2016
VIDIGUEIRA
Trinta anos ao serviço do povo
O voluntariado é o recurso mais precioso
dos Bombeiros da Vidigueira, que vai
colmatando todas as dificuldades com
entrega e boas vontades, apenas com o
propósito maior de garantir o socorro a
uma população envelhecida a necessitar de
atenção e cuidados redobrados.
Esta ligação á comunidade é ainda
reforçada com uma estação de rádio que
dia após dia tenta combater a interioridade,
assumindo-se como um canal privilegiado
de ligação ao exterior e a companhia de
muitos vidigueirenses.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
“A
associação
vive,
como muitas outras
deste país, com enormes dificuldades. Só o voluntariado, quer a nível da direção
quer do corpo de bombeiros,
permite colmatar as carências e
angariar suporte financeiro.
Ainda assim, tem sido possível,
ao longo dos anos, garantir a
estabilidade financeira desta
instituição”, revela o presidente
da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Vidigueira, Manuel
Narra, congratulando-se ainda
por “nunca” terem falhado os
compromissos assumidos com
os funcionários.
A Câmara Municipal da Vidigueira surge como parceiro estratégico que ao assumir “as
suas responsabilidades em matéria de proteção civil” tem os
bombeiros como “braço armado” na missão de garantir a segurança e a proteção de pessoas e bens.
Esta união de esforços é antiga e tem permitido assegurar a
modernização do quartel a todos os níveis. Na última década, segundo Manuel Narra, que
é também o presidente da Câmara Municipal da Vidigueira, a
autarquia já investiu no quartel
mais de um milhão euros, verba
que permitiu não só requalificar
e ampliar as instalações, mas
também modernizar o parque
de viaturas.
Também as empresas vitivinícolas da região estão “sempre
disponíveis para colaborar com
os bombeiros, até já chegaram
a oferecer uma ambulância”,
como refere ao jornal Bombeiros de Portugal o comandante
Paulo Lino.
Com o intuito de complementar estes apoios, dirigentes e
bombeiros vão dando tudo por
tudo, desdobrando-se em atividades várias que permitam gerar receita. Manuel Narra revela
que a associação adquiriu “há
cerca de quatro anos” um edifício contíguo ao quartel que,
para além de albergar o Serviço
Municipal de Proteção Civil, dispõe de várias salas que estão a
ser disponibilizadas para ações
de formação profissional, garantindo alguns proventos, da
mesma forma que o auditório
está de portas abertas a iniciativas várias. Paralelamente, a
instituição promove anualmente, em agosto, uma prova de
BTT que “mobiliza largas centenas de participantes”, para
além de participar em vários
eventos no município que permitem, sobretudo, divulgar a
atividade do corpo de bombeiros.
Pouco mais de três dezenas
de bombeiros garantem o socorro a uma população que não
chega aos seis mil habitantes
neste que é o quarto mais pequeno concelho do distrito de
Beja, ainda assim com uma
área superior 300 quilómetros
quadrados. O comandante diz
que os operacionais são poucos, contudo apesar de todos os
esforços, não tem sido fácil “recrutar voluntários”, vale a assim
a entrega de todos para que
nada falhe no serviço prestado
á comunidade.
“Quanto melhor estivermos
equipados melhor podemos
proteger e socorrer”, defende
Paulo Lino, registando que os
Voluntários da Vidigueira “têm
tudo o que faz falta tendo em
conta a realidade do território”
embora reconheça ser necessário investir ao nível do transporte de doentes e de combate a
incêndios florestais, áreas que
mais trabalho dão a este corpo
de bombeiros.
Esta é ainda uma jovem associação, que completa este
ano 30 anos de existência, no
entanto há muito que se afirma
como uma referência não apenas a nível operacional. Há anos
que a Rádio Vidigueira a emitir
de estúdio instalado no quartel,
não só dá voz ao povo como
combate o isolamento a que as
gentes do interior acabam por
estar votadas.
Assim, não obstante as dificuldades, o dinamismo e a determinação desta equipa tem
permitido dar continuidade e
valorizar esta obra lançada e
entregue ao povo a 29 de janeiro de 1986.
13
AGOSTO 2016
CASTRO DAIRE
Associação (re)programa futuro
Depois de um período conturbado, a
centenária Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Castro Daire, vive
hoje momentos de alguma serenidade que
já permitem (re)programar o futuro.
Embora o desafio seja grande, direção
comando e corpo ativo unem-se na
concretização de um audacioso plano de
atividades que impõe muito trabalho, nada
que assuste uma equipa incansável
apostada em devolver o prestígio à
instituição.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
s Voluntários de Castro
Daire enfrentaram uma
dura batalha, mas “muito
trabalho” e alguns apoios permitem acreditar que “o pior já
passou”, disso mesmo dá conta
Cândido Henriques, um antigo
comandante do corpo de bombeiros, que numa situação de
crise não hesitou em assumir a
direção. Fala de uma situação
financeira “muito grave”, mas
acredita que, em pouco tempo,
será possível devolver estabilidade e credibilidade a uma instituição com mais de 138 anos
de história e outros tantos de
reconhecidos bons serviços
prestados ao concelho, ao distrito de Viseu e a Portugal.
“Esta é uma missão difícil
que exige que honremos os
compromissos com as entidades credoras, que não se acu-
mule mais dívida e ao mesmo
tempo não se descure o investimento”, diz o presidente, registando a recente aquisição de
uma ambulância de transporte
de doentes, “imprescindível”
para que a associação continue
a prestar um bom serviço à população e, ao mesmo tempo,
assegure alguma receita.
Este gigantesco esforço de
recuperação é reconhecido pela
câmara municipal que de tudo
tem feito para colaborar na recuperação da instituição, assim
como pela população, as pequenas empresas e o comércio
locais, a Eólicas e a comunidade
emigrante, como assinala Cândido Henriques.
A grande aspiração de dirigentes e bombeiros é, agora, a
requalificação do quartel, embora a solução ideal fosse a
construção de um novo complexo, pois as atuais instalações há
muito deixaram de responder
às necessidades operacionais e
não garantem as condições mínimas de conforto aos 115 elementos que integram, atualmente, o corpo ativo. O projeto
está concluído mas este será
apenas mais um “remendo”
numa estrutura muito debilitada quem durante décadas, não
recebeu quaisquer melhoramentos, segundo assinala o comandante Paulo Almeida, Comando e direção lamentam não
existir “vontade política” para
solucionar o problema e garantir casa nova e digna aos Voluntários de Castro Daire.
O desinvestimento de gestões anteriores deixou marcas
também no parque de viaturas,
por isso importa “racionalizar os
meios existentes” e tentar
aproveitar a janela de oportunidade aberta pelo programa Portugal 2020, na tentativa de dotar o quartel de “dois veículos
de combate a incêndios florestais e ainda de um outro de so-
corro e assistência especial,
com chassi 4x4, que permita
intervir em incêndios urbanos”,
refere o comandante, defendendo fazer cada vez mais sentido que os corpos de bombeiros apostem em meios “de capacidade múltipla ou em veículos mistos”.
Apesar de todas as vicissitu-
des, esta é uma instituição
viva, cheia de projetos, apostada em servir cada vez melhor
os cerca de 11 mil habitantes
do concelho, que dinamiza uma
banda e uma escola de música,
uma escola de infantes e cadetes, que dá emprego a mais de
duas dezenas de pessoas e mobiliza mais de uma centena de
voluntários, sendo ainda um
exemplo de recuperação e superação que qual Fénix renascida emergiu das cinzas mantendo intactos os valores herdados
pelos fundadores que nos idos
de 1878 começaram a escrever
a história dos valorosos e resilientes Bombeiros de Castro
Daire.
14
AGOSTO 2016
APTCA na Liga dos Bombeiros Portugueses
Liga dos Bombeiros Portugueses
Sporting Clube de Portugal
Cascais
Portimão
Arrifana
Alcabideche
Estoril
Idanha a Nova
PAÍS
B
astou um repto nas redes sociais
para que, em poucas horas, os
quartéis de bombeiros de todo o país
começassem a receber garrafas de
água, barras de cereais, cereais e frutos entre outros produtos, destinados
às centenas de homens e mulheres
que nas várias frentes de fogo, de um
Portugal em chamas, protegiam as
populações e os seus bens.
Cidadãos anónimos, crianças, adultos e idosos, mas também muitas figuras públicas, entre desportistas,
atores, músicos e ainda empresas de
pequena, média e grande dimensão,
instituições várias e clubes desportivos fizeram questão de aderir a esta
mega campanha de solidariedade.
Também a sede da Liga dos Bombeiros Portugueses serviu, durante
muitos dias, de entreposto de toneladas de produtos que, rapidamente, foram escoados em camiões para os diferentes teatros de operações e para
os quartéis das áreas onde lavravam
os incêndios.
A juntar às contribuições de dezenas de particulares, ao n.º 7 da Rua
Eduardo de Noronha chegaram, ainda,
dádivas da Central de Cervejas, Nestlé, Lidl, Uber, Associação Portuguesa
de Tripulantes de Cabine (APTCA), Juventude Social-democrata, funcionários da Truphone e Ordem dos Advogados – Conselho Regional de Lisboa.
Para além das águas e de vários produtos alimentares, a Liga dos Bombeiros Portugueses recebeu, ainda, o
apoio do Montepio Geral e da Caixa
Geral de Depósitos, também da Portugal Telecom, da RTP e da Galp Energia.
Seria quase impossível dar conta de
Onda de solidariedade
todos os apoios e dos muitos gestos
que contribuíram para o agigantar da
onda de solidariedade que irrompeu
quartéis a dentro e levou miúdos a e
graúdos a visitar, a conhecer os seus
bombeiros e quem sabe a entender
um pouco melhor o dia-a-dia deste
grupo de gente que escolheu ser melhor colocando-se ao serviço da segurança e do socorro do seu semelhante.
Ainda assim, importa destacar alguns os apoios da gasolineira Prio,
que, gratuitamente atestou os depósitos de combustível de cerca de uma
centena de viaturas de bombeiros que
participaram no combate aos incêndios na região de Águeda.
Já o IKEA de Braga doou 7500 euros
destinados a apoiar a causa daqueles
que “estão a trabalhar noite e dia para
proteger florestas, casas e pessoas”. A
verba será distribuída pelos Voluntários de Braga (3 mil euros), de Vieira
do Minho (1500 euros), terras de Bouro (1500) e Cabeceiras de Basto
(1500). Também os colaboradores da
empresa Sueca se juntaram à campanha nacional de recolha de águas e
barras de cereais.
Carcavelos
Vila Real de Santo António
Do mundo do “desporto rei” importa
dar o exemplo do Sporting Club de
Portugal que efetuou uma recolha de
bens à porta do estádio no jogo que
marcou o arranque do Campeonato
Nacional de Futebol, que, posteriormente, fez chegar aos Voluntários de
Mangualde e aos de Vila Nova de Poiares. Destaque, também, para a decisão o plantel do Rio Ave e alguns dos
seus familiares que se fizeram associados dos Bombeiros de Vila do Conde.
Do contacto com muitas associações fica a nota de gratidão de bom-
Nespereira
beiros e dirigentes não apenas pelas
ofertas, mas, sobretudo, pela atenção
que receberam em momentos tão difíceis, garantindo que este sentido e
amplo reconhecimento dos portugueses à missão que desempenham, funciona como estímulo para as duras batalhas que travam todos os dias, 365
dias por ano, 24 horas por dia, não
apenas no combate aos incêndios florestais, mas em todos os outros teatros de operações onde intervêm,
sempre, com prontidão e profissionalismo.
Camarate
Loures
Albufeira
15
AGOSTO 2016
AGOSTO NEGRO
Imagens que tocam
A
gosto despertou o “monstro adormecido”. Durante
dias, semanas, o fogo reduziu
a cinza milhares de hectares
de terra fértil, ceifou vidas,
devorou propriedades e sonhos e hipotecou o futuro de
muitas pessoas.
Mas em agosto renasceu,
também, a portentosa solidariedade lusa. Portugal mobilizou-se para apoiar os seus
bombeiros. Os quartéis encheram-se de gente, de boas
vontades e de muitas dádivas.
À nossa redação foram
chegando imagens do muito
fogo, mas também dos afetos
que serviram, certamente,
para mitigar o sofrimento das
populações lesadas e o cansaço dos operacionais que,
mais uma vez, se superaram
nos vários campos de batalha. David voltou a levar a
melhor a Golias!
AÇORES
Acesso prioritário a lares
e a cuidados continuados
A
No quartel dos Voluntários de Cascais dois
pequenotes depois de entregarem águas e
bolachas foram convidados a conhecer os
cantos à casa. Espreitaram as viaturas,
fizeram perguntas e mais perguntas e saíram
felizes, mas não sem um terno abraço da
bombeira Filipa Silva.
Na Madeira, um bombeiro açoriano conforta
um menino, num cenário de fogo e fumo. De
facto certas imagens valem mais que cem
palavras, esta diz tudo mesmo sem palavras…
Através deste diploma, os bombeiros passaram a
beneficiar da isenção do pagamento de taxas moderadoras nas prestações em cuidados de saúde primários e hospitalares, mesmo fora do exercício da
sua atividade, assim como de uma majoração de
regalias no âmbito da educação.
Agora, com a assinatura destes protocolos, estabelece-se mais uma das regalias previstas no documento, nomeadamente o acesso a lares de terceira
idade e aos cuidados continuados.
Podem beneficiar destas regalias todos os bombeiros e titulares dos corpos gerentes das associações de bombeiros e dos órgãos sociais da Federação de Bombeiros dos Açores que tenham, no mínimo, 15 anos de bom comportamento e efetivo serviço e comprovem a sua situação social de carência
material e familiar.
Compete ao Serviço Regional de Proteção Civil e
Bombeiros dos Açores promover o acesso prioritário dos bombeiros voluntários da Região a lares de
terceira idade, bem como a camas de cuidados
continuados, nas condições agora estabelecidas
por protocolo com as secretarias regionais da Solidariedade Social e da Saúde.
O Decreto Legislativo Regional n.º 10/2015/A
permitiu adaptar à Região a legislação que define o
regime jurídico aplicável aos bombeiros portugueses no território nacional.
CASCAIS
Homenagem nas Festa do Mar
Na Arrifana foram muitos os populares que
por estes dias ”invadiram” o quartel para
enorme satisfação de comando e direção.
Importa destacar, em nome de todos os outros
cidadãos, o exemplo das manas Cláudia e
Cristiana Santos que, com a ajuda Sérgio
Coelho e pequeno Tomás Oliveira se
desdobraram em pedidos a várias empresas e,
assim, com enorme satisfação e sentido de
dever cumprido, levaram solidariedade e um
sincero agradecimento aos Bombeiros da
Arrifana, mas também aos da Feira e de
Lourosa. Para o sucesso desta missão
contribuíram, como sublinha Cláudia, amigos
familiares e até o presidente da Junta de
Freguesia de Fiães, que assegurou o
transporte dos bens doados.
Foto: CM Cascais
Uma equipa dos Bombeiros Voluntários de
Valbom, assistiu um cão que se encontrava
desorientado no meio da floresta perseguido
pelo fogo e pelo fumo. Depois de tratado e
acarinhado a vítima de quatro patas do
incêndio que lavrou no dia 10 de agosto em
Gondomar reencontrou a dona, para gáudio e
dos operacionais. Integraram este grupo os
bombeiros Filipe Ribeiro, Marisa Pinto, Nuno
Santos, Rúben Franklin e ainda Filipe Viana,
Bruno Pinto, Natália Pereira, Bruno Sá e
Sandra Quelhas.
Secretária Regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, e o Secretário Regional da Saúde, Luís Cabral, assinaram protocolos com a Federação de Bombeiros dos Açores que garantem aos
bombeiros acesso prioritário aos lares de idosos e
às unidades de internamento e equipas domiciliárias
que integram a Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados.
Na cerimónia de assinatura dos acordos, que decorreu em Vila Franca do Campo, Luís Cabral salientou que este é o “reconhecimento” do Governo dos
Açores pelo trabalho prestado pelos bombeiros,
apontando como exemplo a recente missão na Madeira, onde três dezenas de homens e mulheres dos
Açores prestaram auxílio no combate aos fogos.
“Não são raras as vezes que as corporações de
bombeiros da nossa Região têm sido chamadas a
dar apoio às populações, em intervenções determinantes para evitar que os danos materiais sejam
mais graves e, acima de tudo, salvando vidas. Este
apoio que foi dado aos vossos colegas na Região
Autónoma da Madeira veio comprovar isso mesmo”,
frisou o titular da pasta da Proteção Civil.
Os protocolos agora assinados resultam do Decreto Legislativo Regional n.º 10/2015/A, que veio
permitir que os bombeiros açorianos possam aceder
a um conjunto de direitos e regalias consagrado no
diploma, de acordo com a especificidade insular.
P
erante milhares de pessoas, a Câmara Municipal de Cascais homenageou os seus
bombeiros no passado dia 20, no decorrer das
Festas do Mar.
Antes de subir ao palco a cantora brasileira
Maria Gadú o público deste festival de verão
aplaudiu os comandantes de bombeiros das
cinco corporações do concelho, “em representação dos 400 homens e mulheres que as integram”, mas também todos os outros do país
que este ano já “viveram este ano momentos
muito duros”, como referiu o presidente da
Câmara Carlos Carreiras.
O autarca recordou os cenários mais trágicos, sobretudo a norte do país, lembrando que
mais de 180 bombeiros cascalenses mobilizados para o combate aos incêndios.
Registe-se que durante os 10 dias do evento, muitos dos artistas que passaram pelas
Festas do Mar fizeram questão de prestar tributo e agradecer aos operacionais que um
pouco por todo País faziam de tudo para proteger pessoas e bens, com particular destaque
para David Carreira e a fadista Marisa que dedicaram um tema aos abnegados e sempre
prontos bombeiros de Portugal.
16
AGOSTO 2016
FIGUEIRA
Estabilidade conquistada a pu
Fundada em 1882 a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários
da Figueira da Foz é, hoje, uma instituição
que honra o passado, alicerçando o futuro.
Uma equipa coesa e determinada,
há já longos anos, dá a cara
por um projeto vencedor assente
no trabalho e algum arrojo.
Da Figueira da Foz vem o exemplo
de dirigentes e bombeiros que arregaçam
as mangas norteados por um só objetivo:
fazer mais e melhor
pela comunidade que servem..
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
E
m dezembro próximo Lídio Lopes e a sua equipa
assinalam 19 anos de serviços prestados à Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários da Figueira da Foz.
O balanço de quase duas décadas de serviço público não poderia ser mais positivo, até
porque hoje a instituição assume o estatuto de referência
dentro e fora das fronteiras
concelhias.
Lídio Lopes faz uma viagem
ao passado para recordar que o
primeiro ato de gestão da sua
direção foi “comprar 33 pares
de botas”, dando conta de carências e lacunas básicas também ao nível de viaturas, como
até das instalações, recordando o velho armazém de bacalhau adaptado à função de
quartel
Estava quase tudo por fazer
e o desafio era enorme até porque “embora que não existissem dívidas, a conta bancária
era de quase zero”, sustenta
Lídio Lopes, sublinhando que
“em matéria de gestão tudo
estava por fazer.”
Trabalho, entrega, tenacidade permitiram fazer obra. Hoje,
os 86 bombeiros que integram
o quadro ativo dispõem de todos as condições operacionais,
áreas de formação e de descanso e um bem apetrechado
parque de viaturas, sem que a
segurança ou a formação tenham sido descuradas.
“É diferença do dia para a
noite”, considera o presidente
da direção, reconhecendo que
há ainda projetos que gostava
de ver concretizados, nomeadamente uma nova sala do
bombeiro.
“Priorizámos as intervenções
até porque era entendimento
de dirigentes e operacionais
que o mais importante seria
garantir funcionalidade e operacionalidade ao quartel e que
só depois se investiria ao nível
do conforto”, explica o dirigente, salientando, no entanto,
que já este ano foi inaugurada
uma cozinha “com todas as
condições” e que até ao final de
2016 o quartel ganha uma
nova sala do bombeiro.
Lídio Lopes fala de um “projeto de longo prazo perfeitamente delineado que permitiu
investir mais 800 mil euros em
obras, sem um tostão do Estado, apenas com recursos da
associação”, salientando ainda
a aposta na renovação de
meios, que “todos anos tem
trazido ao parque de viaturas
novas ambulâncias, carros de
fogo ou de desencarceramento, sendo que, apenas, a autoescada teve financiamento
estatal”. Este ano a associação
apresentou uma candidatura a
fundos comunitários para aqui-
sição de um veículo tanque florestal.
Acompanhado pelos dirigentes Cassiano Batista, Paulo Duque, Ilídio Santos, Mário Leitão
e Pedro Macedo e o comandante do corpo de bombeiros João
Moreira, o presidente da direção alega que a estabilidade da
organização se deve à união de
uma equipa determinada em
fazer mais e melhor na qual inclui um grupo de bombeiros
motivado e sempre disponível
para fazer parte deste esforço
de crescimento.
“Nós fazemos de tudo para
gerar receita, temos uma ambulância para transportar animais para o veterinário, o “Pet-
mobil” e um Studebaker que
vai às festas das crianças. Firmámos um protocolo com a
Renova e vendemos papel higiénico, papel de cozinha e
guardanapos. Fazemos a recolha de monstros e eletrodomésticos e ainda prestamos
vários serviços a empresas”,
assinala Lídio Lopes, salientando que “grão a grão é possível
garantir algum conforto financeiro” que viabiliza o investimento.
As obras de requalificação da
seção destacada de Paião constituem agora uma prioridade,
pois importa dar condições aos
16 voluntários que garantem o
funcionamento e pronta res-
posta desta extensão do quartel sede instalada desde 1996
numa antiga escola primária. O
arranque da empreitada orçada
em cerca de 96 mil, está dependente da aprovação de uma
candidatura ao programa Portugal 2020.
Com um plano de ação devidamente delineado, esta equipa trabalha dia após dia no
cumprimento de objetivos, até,
como salienta Lídio Lopes “nunca está tudo feito, existe sempre o desejo de progredir”, até
porque a instituição insiste em
afirmar-se pela excelência do
serviço prestado não só aos
cerca de 62 mil habitantes deste concelho do distrito de Coim-
bra, mas também e às dezenas
de milhar de visitantes, com especial incidência no verão, procuram os extensos areais da
Figueira da Foz.
O comandante João Moreira
sublinha o esforço da direção
para garantir que nada falta ao
corpo de bombeiros quer seja a
nível de equipamentos e meios
quer da formação.
Embora o presente não preocupe, o responsável operacional não esconde que a crescente falta de voluntários poderá
comprometer o futuro. Pragmático, o comandante aborda a
questão sem “floreados“ afirmando que “hoje é-se bombeiros até aos 23 e 24 anos. Os
17
AGOSTO 2016
A DA FOZ
ulso e de mangas arregaçadas
mais jovens assim que terminam os cursos vão embora”. A
rotatividade nos quartéis surge,
assim, como uma inevitabilidade, até porque “só se é voluntário duas vezes na vida na hora
de entrar e na hora de sair”,
como reconhece o comandante
com uma peculiar lucidez, que
não o impede de tudo apostar
num amplo trabalho junto das
escolas do concelho, em ações
de formação e campanhas de
sensibilização com o intuito de
trazer sangue novo ao quartel.
A escola de infantes e cadetes,
atualmente com 25 elementos,
funciona como um importante
“alfobre” que vai garantindo reforços ao corpo de bombeiros.
João Moreira salienta o “bom
trabalho do responsável pelo
projeto e dos monitores” que
muito têm contribuído para o
sucesso do projeto, com a criação de um plano diversificado
de atividades que atrai os mais
novos e envolve os seus familiares.
“Se não ganharmos novos
bombeiros, pelo menos, no futuro, contaremos com cidadãos
melhor formados, mais preparados para a vida, sensibilizados para a importância da missão desempenhada por estes
homens e mulheres”, considera
Lídio Lopes.
No próximo mês de dezembro, a Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários da
Figueira da Foz completa 134
anos de existência sob o signo
da prosperidade, mas se nas
últimas duas décadas, evolução foi palavra de ordem. Mesmo enfrentando vários ciclos e
crescentes desafios, em 133
anos de história este corpo de
bombeiros teve somente 17
comandantes, quatro dos quais
nos últimos 75 anos, um dado
curioso que, de alguma forma,
confirma que a estabilidade potencia, também, o crescimento.
Fotos: Marques Valentim
18
AGOSTO 2016
CASCAIS
O
Resgate de turista espanhol em arriba
Corpo de Bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais, foi acionado ao final da tarde de
17 agosto para o resgate de um cidadão de nacionalidade espanhola que teria caído na zona da Boca do Inferno, em Cascais.
A vítima terá sido alvo de queda de aproximadamente 15 metros quando fotografava o local.
Para este acidente foram mobilizadas, uma equipa de emergência pré-hospitalar e a equipa de salvamento em grande ângulo e a equipa de combate a incêndios florestais (ECIN) dos
Voluntários de Cascais.
A intervenção foi rápida, até pelo conhecimento direto dos
bombeiros sobre a zona onde, aliás, executam habitualmente
ações de treino. O resgate foi efetuado em menos de uma hora,
estando preparado fazê-lo através da própria arriba. No entanto, acabou por ser efetuado por via aérea para o Aeródromo de
Figo Maduro, em Lisboa, através da utilização do Helicóptero
EH101 “Merlin” estacionado na Base Aérea do Montijo.
As operações foram comandadas pelo Capitão do Porto de
Cascais, inclusive a decisão de proceder ao resgate por via aérea, dado o acidente ter ocorrido em área da sua jurisdição, em
coordenação com os Bombeiros Voluntários de Cascais.
Não obstante a PSP e a Polícia Marítima terem estabelecido
um perímetro de segurança ao local, as operações de resgate
foram acompanhadas por dezenas pessoas presentes, dado que
o local em causa é procurado habitualmente por muitos turistas.
ALBUFEIRA
Derrocada volta a alertar para o perigo
S
ete anos depois da derrocada que vitimou
cinco pessoas, voltaram a soar os alarmes
na Praia Maria Luísa, em Albufeira no passado
dia 7 de agosto após mais um desmoronamento que a Agência Portuguesa do Ambiente classificou “de dimensão três a quatro vezes superior ao ocorrido em 2009”.
As primeiras notícias davam conta de quatro
pessoas soterradas, um cenário que acabou
por não se confirmar, não havendo, pois, mortes a lamentar, muito embora os banhistas,
nesta e noutras zonas balneares do país, insistam em comportamento de risco, desrespeitando todos os avisos e alertas das autoridades.
Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, António Coelho, comandante dos Voluntários de Albufeira deu conta de uma complexa
operação que se prolongou por treze horas e
mobilizou 33 elementos e nove veículos deste
corpo de bombeiros.
Na praia Maria Luísa estiveram, ainda, meios
e 37 operacionais da Autoridades Nacional de
Proteção Civil, Agência Portuguesa do Ambien-
te, Autoridade Marítima, Policia Marítima,
Guarda Nacional Republicana, Instituto Nacional de Emergência Médica, Cruz Vermelha Portuguesa e Câmara Municipal de Albufeira.
19
AGOSTO 2016
ALBUFEIRA
Um bombeiro nunca despe a farda
João Antunes e Ricardo Gordinho,
operacionais nos Voluntários de Albufeira
protagonizaram dois salvamentos, quando
estavam fora de serviço, provando assim
que, de facto, um bombeiro nunca despe
verdadeiramente a farda, está sempre
disponível para cumprir o lema
“vida por vida”.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
C
om mais de 20 anos de
bons serviços prestados à
comunidade, tanto em
Montalegre onde começou a
carreira, como em Albufeira
onde já está há vários anos, o
experiente bombeiro de 1.ª
João Antunes subiu ao patamar
de herói quando, na manhã do
dia 16 de junho, a gozar de
uma merecida folga, foi chamado a socorrer um homem em
paragem
cardiorrespiratória.
Conta que estava numa unidade comercial da cidade “às
compras!” quando o alerta
soou. Nem hesitou e essa prontidão permitiu salvar uma vida.
“Estava já na caixa a pagar
quando ouvi dizer que alguém
se estaria a sentir mal, percebi
a gravidade de imediato aproximei-me do homem e procedo
às manobras de reanimação.
Ele começou a recuperar e à
chegada do meus colegas e da
Viatura Médica de Emergência e
Reanimação (VMER) foi possível, já com outros meios, reverter a situação”, revela João Antunes ao jornal Bombeiros de
Portugal.
Recusa protagonismos, aliás
até denota algum embaraço
com a notoriedade que caso alcançou, contudo não esconde o
orgulho por mais uma missão
cumprida com êxito
Ricardo Gordinho, tem apenas 21 anos, mas já uma paixão enorme pelas coisas e pela
causa dos bombeiros. Estuda
Engenharia Alimentar e embora
ainda não tenha traçado planos
de futuro, parece certo que
abraçou esta missão para a
vida.
Com o brilho de felicidade
nos olhos, fala das experiencias
vividas dentro e fora do quartel
nos mais variados teatros de
operações, como que confirmando uma espécie de vocação.
Dias antes de João Antunes,
também Ricardo Gordinho tinha vivido uma situação que
colocou à prova os deveres de
prontidão e de preparação de
um bombeiro. Terminado mais
um piquete noturno, o jovem
operacional regressava a casa
quando, na rotunda das Ferreiras é travado pela curiosidade. Conta então que por ali
se encontra um grupo de pes-
soas em em alguma agitação,
tentou indagar e deparou-se
com uma criança deitada no
chão e percebeu que “se tratava de uma obstrução da via
aérea”. De imediato, aproximou-se do rapazinho e iniciou
as manobras de suporte básico de vida, acreditando, sempre, que era possível reverter
aquela situação. Minutos depois, Ricardo Gordinho recebia
o apoio de uma ambulância da
Cruz Vermelha Portuguesa e
da VMER, e, em pouco tempo,
o bebé, de apenas dois anos,
começou a dar sinais de recuperação.
Conta-nos o bombeiro que a
criança se terá engasgado com
um pedaço de pão e os pais impotentes para resolver a situação saíram do Algoz com a intenção de procurar ajuda especializada no Serviço de Urgência Básica de Albufeira, mas a
viagem acabou por ser interrompida nas Ferreiras, porque a
criança terá deixado de respirar.
Também Ricardo foge aos focos do mediatismo, sublinhando que fez o que era suposto e
que qualquer um seu teria agido da mesma forma. Mas é
emocionado que fala do sorriso
do menino, ainda a caminho do
hospital de Faro mas já completamente recuperado.
Em declarações ao jornal
Bombeiros de Portugal o comandante dos Voluntários de
Albufeira, António Zua Coelho,
não esconde a satisfação no
êxito destas duas missões, entre tantas outras que, diariamente, põem à prova um efetivo de 74 elementos, e que afinal, sublinha, é reflexo da preparação, mas também da
entrega e disponibilidade dos
seus operacionais que são
“bombeiros 24 horas por dia”,
como faz questão de assinalar.
TAVIRA
O
s Bombeiros Municipais de
Tavira mantêm na Ilha de
Tavira no período de veraneio
um dispositivo de primeira intervenção que ao longo dos
anos tem justificado e surtido
pleno efeito. Recentemente,
numa ação de patrulhamento e
vigilância de proximidade habitual a equipa dos Municipais de
Tavira foi alertada para um pedido urgente de socorro na
Praia da Terra Estreita.
Tratava-se de um banhista,
de nacionalidade portuguesa, a
necessitar de apoio, com diversos traumatismos na cabeça e
coluna infligidos pela ondulação
de levante.
Vítimas assistidas na praia
Os bombeiros atuaram prontamente em seu socorro, estabilizando-o e providenciando a
sua evacuação para Santa Luzia, onde o esperava uma ambulância de emergência. Nessa
operação, de estabilização e
transporte, a equipa dos Bombeiros Municipais de Tavira foi
auxiliada por elementos da Policia Marítima e nadadores salvadores.
No dia anterior, a equipa de
serviço dos Municipais de Tavira foi chamar a socorrer uma
vítima de pré afogamento, entre a praia da Terra Estreita e
Barril, numa zona não vigiada.
Tal facto, contudo, não obstou
a que lhe fosse prestado o socorro devido. Neste caso, como
tem acontecido em muitos ou-
tros, a rapidez da resposta e a
agilização de meios de socorro
e emergência proporcionado
pela equipa dos Municipais foi
determinante para mais esta
intervenção, a que se seguiu a
evacuação para o Hospital de
Faro com igual rapidez e segurança.
20
AGOSTO 2016
PAÇOS DE FERREIRA
Coragem e abnegação em missão exigente
Albano Costa resgatou do Rio Ferreira um
jovem de 16 anos que não obstante já se
encontrar há alguns minutos em paragem
cardiorrespiratória, contra todas as
expectativas, recuperou os sinais vitais.
Regista-se a prontidão e a entrega do
operacional dos Voluntários de Paços de
Ferreira nesta missão que pôs à prova não
só bombeiro, mas também o homem que a
farda teima em esconder.
Texto: Sofia Ribeiro
Foto: Marques Valentim
No dia 19 de julho soou no
quartel dos Voluntários de Paços de Ferreira o alarme para
um afogamento no Rio Ferreira,
para onde são enviados de imediato os bombeiros Albano Costa e Daniela Gonçalves. Chegados ao local os operacionais
confirmam que um jovem de 16
anos estaria “há longos minutos” no fundo no rio a uma profundidade de três metros.
Albano tira apenas as botas e
lança-se à água, seguindo as
orientações das muitas pessoas
que se encontravam naquela
área não vigiada, mas onde no
verão os mais jovens se reúnem em grande número. O
bombeiro mergulhou e conseguiu detetar a vítima e, rapidamente, colocá-la em lugar seguro.
A bombeira Daniela Gonçalves assume depois as operações encetando as manobras de
suporte básico de vida e já com
o apoio da Viatura Médica de
Emergência e Reanimação é
possível o jovem recupera os sinais vitais. Depois de estabilizada, a vítima é transportada
para o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa.
Esta seria apenas mais uma
missão bem-sucedida, mas a
operação deixou marcas em Albano Costa, um homem prag-
mático e um bombeiro muito
experiente, desde logo porque
sabe bem da “dificuldade de reverter situações como estas”.
Ainda assim, diz, que tinha a
convicção de que era possível
salvar aquela vida e, de facto,
contra todas as expectativas o
rapaz depois de 10 longos minutos submerso acabou por recuperar.
O bombeiro de 2.ª Albano
Costa garante que o que todas
as pessoas fariam o mesmo ou
quase todas pois, regista, com
enorme desalento a passividade das muitas pessoas, que ao
jeito de mirones, se limitaram a
aguardar a chegada dos bombeiros e nada fizeram para tentar resgatar o rapaz.
“Indignou-me ver mais de 20
pessoas a apontar para local
onde, supostamente, o jovem
tinha desaparecido e ninguém
tentou pelo menos procurar o
miúdo”, desabafa o operacional,
admitindo que esta foi uma das
histórias mais marcantes em 14
anos de vida de bombeiro.
O caso acabou por ter um
desfecho inesperado, pois dias
após o acidente, o jovem acabou por falecer na unidade hospitalar.
“Reconheço que me deixei
envolver em demasia por este
caso, acabei por ir ver o miúdo
ao serviço de Cuidados Intensivos e até conhecer a família…”,
confidencia. Embora não tenha
justificação para tamanho otimismo, revela acreditou sempre que era possível salvar
aquela vida e por isso foi com
natural tristeza que recebeu a
notícia da morte do jovem.
O comandante dos Voluntários de Paços de Ferreira, António Costa, fala com natural orgulho do “papel absolutamente determinante do bombeiro Albano
Costa”, garantindo que este salvamento é “fruto da coragem,
abnegação e respeito pela pessoa humana”, qualidades, que
assinala foram “inequivocamente evidenciadas neste ato”.
Embora enalteça o desempenho de Albano Costa, o comandante, não se esquece de sublinhar a intervenção de Daniela
Gonçalves e também da equipa
de segunda intervenção que integrava os bombeiros João Veiga, António Bessa e Luís Ferreira, salientando que todos deram o seu contributo nesta difícil missão.
ENB
O
M500 atualizado
s corpos de bombeiros e
os formadores da Escola
Nacional de Bombeiros já
contam com uma atualização do módulo M500 - Técnicas de Salvamento e Desencarceramento, que inclui
novas apresentações, programa de formação, guião
do formador, 19 fichas de
manobra, 18 de exercício e
um texto de apoio para estagiários.
Estes materiais didáticos
do curso de formação para
ingresso na carreira de bombeiro voluntário estão disponíveis na plataforma e-learning da ENB (http://elearning.enb.pt),
quer na área reservada aos formadores de Salvamento e Desencarceramento, quer na área de
acesso dos corpos de bombeiros.
As fichas de manobra e as fichas de exercício dos diversos módulos, igualmente disponibilizadas nesse espaço, pretendem apoiar, não só o curso de formação para ingresso na carreira de
bombeiro, mas também o treino e a instrução contínua dos corpos de bombeiros. Até ao final
do ano, a ENB conta disponibilizar a atualização do módulo M801 - Equipamentos, Manobras e
Veículos.
21
AGOSTO 2016
GOLEGÃ
B
SEIXAL
Presidente visita quartel
O
presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela
e Aldeia de Paio Pires, Antonio
Santos, visitou, recentemente,
o quartel dos Bombeiros Mistos
do Concelho do Seixal, com o
intuito de apoiar e reconhecer o
enorme esforço dos operacionais envolvidos no combate aos
incêndios em São Pedro do Sul
e na ilha Madeira.
Na ocasião, o presidente da
União e trabalho mantêm viva a tradição
ombeiros e dirigentes dos
Bombeiros da Golegã promoveram, pelo sétimo ano consecutivo a tradicional Festa em
Honra da Nossa Senhora da
Guia de 2016.
Os festejos que decorreram
de 12 a 15 de agosto coincidiram com um período complicado “com muitos bombeiros envolvidos no combate aos incêndios florestais”, ainda assim “o
trabalho conjunto” e a entrega
de todos permitiu manter viva a
tradição e garantir o êxito do
evento.
junta entregou aos bombeiros
uma geleira para equipar o veículo de combate de incêndios
que apoia os Grupos de Reforço
de Ataque Ampliado (GRUATA),
nas várias missões pelo País.
REVIVER MAIS
Clássicos lembram incêndio de Sintra
OLIVEIRA DO HOSPITAL
O grupo que ficou por mostrar
P
N
a paginação da reportagem sobre a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de
Oliveira do Hospital, que inserimos na última edição (Julho), ficou por incluir uma foto a que
atribuímos sempre especial significado e que fazemos questão de mostrar sempre. Neste caso,
contudo, por lapso não a incluímos. Assim, nesta edição, não poderemos deixar de a reproduzir,
pedindo as nossas desculpas por só agora o fazermos.
Trata-se da foto do grupo, junto ao monumento evocativo ao Bombeiro, que incluiu dirigentes, comando e bombeiros que, à data da nossa reportagem, então se encontravam de serviço
nos Voluntários de Oliveira do Hospital.
erfazendo meio século sobre
a ocorrência do grande incêndio na Serra de Sintra de
1966, está prevista para o próximo dia 10 de setembro, em
Sintra, a I Mostra de Veículos
Clássicos “Reviver Mais”. Esta
iniciativa esteve prevista para
17 de outubro do ano passado,
mas devido às condições atmosféricas adversas verificadas
naquela data acabou por ser
adiado.
“Tal como anteriormente,
pretende-se que a iniciativa
constitua um momento de exaltação dos Bombeiros, da sua
identidade e da sua história,
fundamentado na importância e
no fomento da preservação da
memória coletiva e do legado
patrimonial, mas também, agora, uma homenagem a todos
quantos, em 1966, com coragem e abnegação, defenderam,
Sintra e a sua riqueza florestal”
defende o presidente da Reviver Mais, Luís Miguel Baptista.
As associações/corpos de
bombeiros estão convidadas a
participar na mostra, expondo
ao público um ou mais veículos
museu de que disponha, com
destaque para algum que possa
ter trabalhado nas operações
de combate ao incêndio que é
motivo de evocação.
Para a participação deverá
ser enviada até ao dia 5 de setembro a respetiva inscrição
através do e-mail revivermais.
[email protected].
22
AGOSTO 2016
SÃO JOÃO
Importa garantir aos mais jovens um
Sem grandes problemas e a gozar de uma
confortável estabilidade, a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
São João de Madeira vai projetando o
futuro investindo nos meios, mas,
sobretudo, nos recursos humanos, que são,
como defendem direção e comando o
património mais valiosos destas
instituições.
Com noção de que esta é sempre uma
missão inacabada, dirigentes e bombeiros
tem sabido nos últimos anos responder aos
desafios de um setor em constante
evolução, conferindo excelência ao serviço
prestado ao concelho e ao País.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
C
om a casa “devidamente”
arrumada, os Bombeiros
de São João da Madeira
dão a conhecer uma organização estabilizada, ainda que o
presidente da direção Carlos
Coelho sempre vá reconhecendo que a missão é espinhosa,
impõe muito trabalho e dedicação, até porque os apoios não
abundam, desde logo das populações, sobretudo a mais jovem
pouco sensibilizada para a causa, distante da filosofia que esteve na génese da criação destas instituições, assente no movimento associativo, que nos
tempos que correm tem vindo a
perder expressão. Nesta linha o
dirigente dá conta de uma “diminuição progressiva do número de associados”, justificada
com o desconhecimento da realidade destas instituições.
“As pessoas pagam os seus
impostos e acreditam que assim já estão a contribuir para o
financiamento dos bombeiros”,
diz Carlos Coelho, reconhecendo, no entanto, que sempre que
é solicitado, as populações não
negam o apoio aos Voluntários
de São João da Madeira.
Da mesma forma, Carlos
Coelho lamenta que “as câmaras municipais nunca apoiem
tanto quanto os bombeiros desejariam ou necessitariam”, até
porque, segundo regista, “os
níveis de exigência são cada
vez maiores”, mas o subsídio
camarário “é o mesmo há 20
anos”. Ainda assim, o dirigente,
assinala que o panorama está a
mudar e a sensibilidade para a
causa e para a real importância
do serviço prestado pelos bombeiros tende a aumentar.
“Lutamos com algumas dificuldades, mas as contas estão
em ordem”, faz questão de sublinhar o presidente que, num
registo de humor, diz que os Voluntários de São João da Madeira são “os pedintes mais bem
vestidos do concelho”, até porque importa não ceder à estagnação e manter o investimento
que garante a modernização
dos meios colocados à disposição a comunidade, bem como a
formação e a segurança dos
cerca de 100 operacionais que
integram este contingente.
Porque importa garantir as
melhores condições de trabalho
aos bombeiros, o quartel recebeu o ano passado obras de requalificação. A empreitada orçada em 415 mil euros permi-
tiu, entre outros melhoramentos, a criação da ala feminina,
obras que se tornavam imprescindíveis para que as bombeiras
pudessem pernoitar no quartel
e, assim sendo, integrar os piquetes noturnos que, assim,
passaram a contar com um reforço de 20 elementos, um número “considerável”, como faz
questão de assinalar o comandante Normando Oliveira.
O responsável dá conta da
aposta da direção no “conforto
dos operacionais” ciente de que
importa dar condições aos voluntários que são, aliás, fundamentais para a subsistência dos
corpos de bombeiros, pelo me-
nos do modelo que continua a
vigorar.
Um crítico assumido do “tal”
sistema que mina o setor Normando Oliveira não poupa críticas à legislação que continua a
afastar os mais jovens da causa.
“Se o processo de recrutamento fosse fácil não haveria
necessidade de alargar a idade
de ingresso aos 45 anos”, considera para depois apontar falhas
ao moroso processo de formação inicial, sem qualquer componente prática.
Criada em 2011, a Escola de
Infantes e Cadetes, presentemente com três dezenas de ele-
23
AGOSTO 2016
DA MADEIRA
“percurso motivador”
ESPOSENDE
N
mentos, já está a garantir reforços ao corpo de bombeiros,
ainda assim poucos, tendo em
conta que com o ingresso no
ensino superior os jovens “embora não percam o gosto pela
causa, deixam de ter tempo
para uma missão tão exigente”,
conforme fundamenta Normando Oliveira, que há já alguns
anos, insiste em garantir um
“percurso motivador”, que lhes
permita sentir o pulsar da vida
de um bombeiro.
“Eles precisam de motivação
que passa por sentir o desafio,
a camaradagem, por pernoitarem no quartel, por criarem as
suas referências.” o que com
bom senso e um rígido regulamento interno e o apoio de todo
o corpo de bombeiros é possível, segundo defende o comandante.
Este é um território operacionalmente exigente tendo em
conta a localização e o tipo e
antiguidade da construção das
zonas industriais e a massificação urbanística, cenários ou
“áreas minadas”, como caracteriza o comandante que exigem
preparação e prontidão.
“Este é sempre um trabalho
inacabado”, reconhece o presidente embora considere que
“para a missão imediata os
Bombeiros de São João da Madeira têm o essencial, não estão
Inaugurado Monumento
ao Bombeiro
o dia em que comemorou
444 anos de concelho e 23
da elevação de Esposende a cidade, a 19 de agosto, o Município de Esposende prestou homenagem aos bombeiros do
concelho, ao inaugurar o Monumento ao Bombeiro, situado no
Largo Rodrigues Sampaio.
“A partir de hoje, os bombeiros de Esposende e de Fão podem dizer que têm num dos locais mais nobres do concelho
um monumento que honra a
sua atividade e a sua coragem,
que honra os vivos e também
aqueles que perderam a vida ao
serviço dos outros”, afirmou o
presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, na sessão solene que sucedeu ao ato
inaugural do monumento. Trata-se de uma obra concebida
pelos artistas de Belas Artes
Forjanenses Mendanha e seus
filhos Vânia e Nuno. Falando na
cerimónia realizada no auditório municipal, o autarca afirmou
tratar-se de “um ato da mais
elementar justiça para com todos os bombeiros”, tanto da
corporação de Fão, uma instituição com 90 anos, como a de
Esposende, com 125 anos.
O presidente da Câmara Municipal expressou também pala-
vras de reconhecimento aos homenageados com a medalha de
mérito municipal, entre os
quais se incluía o comandante
dos Voluntários de Fão, Norberto Mota.
Para o presidente da Assembleia Municipal, Agostinho Silva, o Dia do Município e da Cidade é simultaneamente tempo
de balanço e de homenagem
aos que se distinguiram.
Em jeito de reconhecimento,
Agostinho Silva louvou o trabalho desenvolvido pelas misericórdias e pelas corporações de
bombeiros de Esposende e de
Fão.
MANGUALDE
O
mal”, mas como o futuro é já
amanhã, direção e comando
defendem ser necessário começar a pensar no processo de renovação do parque viaturas,
onde, dadas as características
dos centros urbanos do concelho, continua a faltar uma plataforma elevatória que segundo
o comandante “daria outras
condições no ataque aos incêndios”.
Com 88 anos de valorosos
serviços prestados a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São João da
Madeira pode arrogar-se, mesmo em tempos de crise, continuar trilhar o caminho do progresso, acrescentando valor ao
serviço prestado não apenas
aos 25 mil habitantes da sua
área de intervenção, mas, também ao país.
Homenagear a pedalar
chefe Fernando André
Barroso dos Bombeiros
Voluntários de Mangualde
terminou a sua carreira de
bombeiro no passado dia 25
de julho por limite de idade
para permanecer no quadro
ativo mas, como se costuma
dizer, não arrumou as chuteiras. Ao contrário, dois
dias depois, no dia 27, iniciou um percurso de bicicleta que o levou a todos os
quartéis de bombeiros do
seu distrito, Viseu.
Conforme o próprio justifica, trata-se de
“uma homenagem aos bombeiros e bombeiras
falecidos em serviço em Portugal”.
Fernando Barroso refere ainda que “ao
mesmo tempo quero deixar um gesto de gratidão a todos os que fazem parte da família
dos Bombeiros, com ou sem farda, e aos seus
familiares que estão na retaguarda a sofrer
por vezes mais do que nós, quando estamos
em missão, principalmente no flagelo dos incêndios florestais.”
Na mensagem enviada a divulgar a sua ini-
ciativa, o chefe Barroso lembrou ainda que
“nestes longos anos de voluntariado sempre
estive atento aos perigos e procurei defender,
com espírito de serviço e voluntário, património, pessoas e bens, com a divisa que nos define, Vida por Vida”.
Fernando André Barroso ingressou nos
Bombeiros Voluntários de Mangualde em 1969
e foi inscrito como aspirante em 1970, tendo
seguido todos os postos até à categoria de
chefe, com a qual passa agora ao Quadro de
Honra.
24
AGOSTO 2016
INCÊNDIO DO CHIADO
Foto: Marques Valentim
Homenagem aos bombeiros de há 28 anos
A
Câmara Municipal de Lisboa, em articulação com o
Regimento de Sapadores Bombeiros e com as associações de
bombeiros voluntários da capital promoveu no passado dia 25
mais um Dia Municipal do Bombeiro evocação ao grande incêndio ocorrido no Chiado naquele dia há 28 anos.
Conforme refere a lápide fixa
na Rua do Carmo, onde foi colocada uma coroa de flores, trata-se de mais “uma homenagem
a quantos se distinguiram na
defesa da sua cidade”. Com
uma referência especial à memória do bombeiro sapador Ca-
tana Ramos falecido no combate ao incêndio.
Na cerimónia, a que presidiu,
o vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro,
prestou homenagem a todos os
bombeiros sapadores e voluntários que estiveram presentes
no Chiado e ao espírito de entreajuda existente entre ambos, bem exemplificado mais
uma vez na véspera desta cerimónia na intervenção conjunta
do RSB e Voluntários de Campo
de Ourique no combate a um
incêndio ocorrido no último piso
de um prédio na Rua Sol ao
Rato, em Lisboa.
11 SETEMBRO DE 2001
o próximo dia 11 de setembro passam 15 anos após a tragédia
ocorrida nas Torres Gémeas do “World Trade Center” da cidade de
Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA).
O ataque terrorista, que esteve na origem do colapso dos dois edifícios gigantescos, provocou cerca de 3 mil mortos e mais de 6 mil
feridos norte-americanos e de mais 70 outras nacionalidades.
Entre as vítimas mortais estavam 343 bombeiros e 127 destes operacionais nunca foram encontrados. Todos os bombeiros falecidos encontravam-se no interior ou nas imediações das duas torres na tentativa de resgatar o maior número possível das pessoas que se encontravam bloqueadas no seu interior.
Nas operações de busca e resgate, que se desenrolaram após o colapso das torres, e que se prolongaram por muitas semanas, estiveram envolvidos muitos milhares de bombeiros de outras cidades e
estados norte-americanos. Tratou-se de uma operação de socorro de
que psicologicamente, quer familiares de vítimas, inclusive bombeiros, quer os outros bombeiros e socorristas que ali acorreram, ainda
não terão recuperado.
Foto: EPA
N
Nas Torres Gémeas morreram 343 bombeiros
LEIRIA
F
Família perde um dos seus
aleceu no dia 26 julho, aos 54 anos de idade,
vítima de doença prolongada, o bombeiro
Carlos Alberto Macedo de Almeida dos Voluntários de Leiria
Devassados pela prematura partida, os Bombeiros de Leiria recordam o homem “simples e
humilde, companheiro e verdadeiro amigo que
todos contagiava com a sua alegria e boa disposição”.
Carlos Almeida encetou a carreira de bombeiros em 20 de novembro de 2001, mantendo-se
no quadro ativo até 2 de janeiro de 2013, ano
que decidiu procurar melhores condições de vida
fora do país. Marcam o percurso deste bombeiro
as condecorações recebidas em 2008 e 2009,
como reconhecimento “do bom serviço prestado
aos Voluntários de Leiria e à população”.
Nos últimos anos, enquanto a saúde o permitiu, sempre que vinha a Portugal, fazia questão,
não só de visitar o quartel como também de efetuar alguns serviços.
Em comunicado direção, comando e quadro
ativo apresentam “as mais sentidas condolências aos familiares e amigos” de Carlos Almeida,
acentuando as suas qualidades humanas e operacionais.
O autarca sublinhou ainda a
aposta na formação lembrando
a existência de novos 48 sapadores a frequentar a escola do
RSB e a preparação de nova recruta em marcha.
O incêndio do Chiado foi
combatido por um milhar de
bombeiros sapadores e voluntários com o apoio de 300 viaturas.
Na cerimónia evocativa realizada na Rua do Carmo estiveram presentes, o comandante
do RSB, tenente-coronel Pedro
Patrício, o segundo comandante, major Tiago Lopes, uma for-
matura composta por chefias do
Regimento, os guiões, do RSB e
das Associações dos Voluntários
Lisbonenses, de Lisboa, Campo
de Ourique, Cabo Ruivo e Beato,
vereadores e presidentes de
juntas de freguesia, o diretor
nacional de bombeiros da ANPC,
Pedro Lopes, o vogal da LBP,
Rama da Silva, a vogal da ENB,
Susana Silva, representantes do
Sindicato dos Bombeiros Profissionais, da Associação dos Bombeiros Voluntários e elementos
de comando e dirigentes das associações de bombeiros de Lisboa.
25
AGOSTO 2016
ALBUFEIRA
Sensibilização para socorro a animais
O
s corpos de bombeiros são mobilizados cada vez mais para missões de salvamento de animais,
destacando-se o resgate em falésias, árvores ou mesmo em situação de incêndio e acidente, de
que resultam ferimentos em cães, gatos, cavalos, entre outros.
Em Portugal, a formação na área de primeiros socorros a animais é quase inexistente. Reconhecendo esta necessidade, os Bombeiros de Albufeira, além de investirem na formação dos seus operacionais, desenvolveram também uma ação de sensibilização para o público em geral, que decorreu no
passado dia 30 de julho no seu quartel.
Essa ação incidiu nos cuidados básicos com animais de estimação, emergências mais comuns, reanimação cardiopulmonar, manobra de “heimlich”, transporte e manuseamento de animais feridos, bem
como nos procedimentos a aplicar em caso de animais queimados e afetados por intoxicações de
fumo.
Os dinamizadores desta ação foram, a oficial bombeira de 2ª Teresa Garcia (enfermeira com formação especifica na área) e o bombeiro de 2ª Fernando André (formador TAT também com formação
especifica na área).
BUCELAS
O
Acidentes com tratores agrícolas
em workshop
s Bombeiros Voluntários de
Bucelas promoveram, recentemente, o workshop “Introdução de Elevação de Emergência em Tratores Agrícolas”,
uma ação integrada nas comemorações do 125.º aniversário
da instituição.
Esta iniciativa contou com a
participação de trinta e três
operacionais, oriundos de três
distritos, que obtiveram conhecimentos que lhes permitem intervir em segurança em
cenários de acidentes com capotamento de tratores agrícolas.
Sérgio Santos
CANTANHEDE
Ampliação em marcha
TORRES NOVAS
A
Formação em língua gestual
formação dos seus operacionais em língua gestual é uma nova aposta dos
Voluntários de Torres Novas,
face à necessidade frequente de interagir com cidadãos
surdos. Essa formação decorreu entre fevereiro e junho últimos e foi frequentada por 10 bombeiros.
A ação de formação foi
realizada pelo Centro Escolar de Riachos, estabelecimento escolar da região, vocacionado para as pessoas
com este tipo de necessidades, que disponibilizou a formadora.
Somos os bombeiros e informamos como nos podem contactar
No final da ação foi criado
por mensagem escrita para pedir socorro
um pequeno filme, onde se
informa como podem pedir
auxílio aos bombeiros pelos números de telemóvel com recurso a mensagem.
Os Bombeiros Torrejanos agradecem à direção do centro escolar a colaboração, que possibilita “um socorro mais próximo e eficiente às pessoas que só conseguem exprimir-se pelos gestos ou pela escrita”.
ALVAIÁZERE
A
A
rrancaram há pouco mais de um mês as obras
de ampliação do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, que visam criar espaços
destinados à formação. O novo pólo vai ter uma
área de implantação de 142.50 m2 e uma área
total de construção de 285 m2, distribuídos por
rés-do-chão e primeiro andar.
Situado na cota do plano de referência e sem
utilização aparente o rés-do-chão, inicialmente
será utilizado para parqueamento de viaturas de
pequena dimensão, nomeadamente as de comando.
No primeiro andar será criado um espaço amplo, podendo, se necessário, com divisórias albergar duas salas de menor dimensão.
Esta intervenção, que terá um custo aproximado de 95 mil euros, corresponde à segunda fase
do projeto de ampliação do quartel, iniciada pela
atual direção da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Cantanhede. Registe-se
que o projeto começou por dotar o complexo de
um novo parqueamento automóvel coberto que
permite albergar 15 viaturas de grandes dimensões.
Câmara entrega EPI
Câmara Municipal de Alvaiázere entregou cerca de
150 Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) para Combate a
Incêndios em Espaços Naturais
e Urbanos, aos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere.
Numa cerimónia carregada de
simbolismo, o comandante Mário Bruno Gomes salientou a importância desta data que marca
“um ato único”, pois, disse,
“pela primeira vez a câmara
municipal aceitou, sem questões, um pedido do comando e
disponibilizou a verba para a
aquisição de EPI para os bombeiros”, que estão, agora, certamente, “melhor equipados para intervir em todos
as situações de emergência”.
Pela direção foi assinalado o facto de o executivo ter dito presente aos bombeiros, salientando
que “ficará para memória futura como se devem
empregar dinheiros públicos”.
Já a presidente da autarquia, Célia Margarida
Gomes Marques, afirmou ser uma honra estar
com os Voluntários de Alvaiázere, afirmando-se
“sempre ao seu dispor”, recordando o recente
apoio para as obras de melhoramentos no quartel.
Nesta sessão marcaram também presença, os
vereadores Agostinho Gomes e Nelson Paulino, o
vice-presidente da direção Joaquim Simões entre
outros dirigentes e elementos do corpo ativo dos
Voluntários de Alvaiázere.
26
AGOSTO 2016
ESPOSENDE
Município atribui 35 mil euros
O
município de Esposende
aprovou, por unanimidade,
em reunião do executivo, a
atribuição do subsídio anual de
17 500 euros a cada um dos
corpos de bombeiros do concelho, designadamente Voluntários de Esposende e de Fão.
Este subsídio constitui “um
importante apoio para que os
soldados da paz possam dar
continuidade à sua missão no
plano da Proteção Civil, assegurando o serviço que prestam
às populações do concelho no
socorro aos acidentes de viação
e transporte de doentes, assim
como nos incêndios ou outros
episódios”, segundo assinala a
autarquia em comunicado.
Com efeito, para além de
“enfrentarem as dificuldades
decorrentes da difícil conjuntura económico-financeira que o
país atravessa, os bombeiros
viram reduzidas as suas fontes
de financiamento devido a um
conjunto de alterações na legislação relativa à Proteção Civil, o que tem afetado, de forma muito significativa, a estabilidade destas associações”.
Tendo em conta este quadro
e considerando que os bombeiros voluntários desenvolvem,
SETÚBAL
PALMELA
A
rio de Estado da Administração
Interna, Jorge Gomes, teve, já,
oportunidade de visitar.
A desafetação do domínio público municipal para constituição de direito de superfície a
favor da ANPC foi aprovada por
unanimidade na reunião pública
de 30 de junho e será, agora,
licitações de apoio, nomeadamente para a aquisição de viaturas e de outro tipo de equipamento”.
levada a deliberação da Assembleia Municipal. A parcela de
terreno, com 3.873m2, localiza-se na Rua Fundadores do Airense e está avaliada em 125
mil euros. Todo o processo de
obra e projeto de arquitetura
será da responsabilidade da
ANPC.
Autarquia cede viatura à ANPC
Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, a celebração de um protocolo com a Autoridade Nacional de
Proteção Civil, para cedência da
viatura da Academia de Proteção Civil. Trata-se de uma colaboração que visa promover
ações de sensibilização e informação ao público, no território
continental.
Registe-se que a Academia da
Proteção Civil tem vindo a preparar a população para situações de catástrofe, fomentando
a participação ativa dos cidadãos
e associações nesta matéria. Por
outro lado, a utilização da viatura visa contribuir para o processo formativo, não só dos alunos
do concelho, mas, também, da
Foto: CM Palmela
Município de Palmela vai ceder um terreno em Aires,
de forma gratuita e em regime
de direito de superfície, à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), com vista à construção do novo Centro Distrital de
Operações de Socorro (CDOS)
de Setúbal.
Atualmente sedeado no edifício dos Bombeiros Voluntários
de Palmela, o CDOS necessita,
com urgência, de novas instalações que permitam dotar as
equipas de melhores condições
de trabalho, no âmbito da segurança e socorro de pessoas e
bens, em todo o distrito. O Município empenhou-se, desde o
primeiro momento, na procura
de uma solução que permitisse
manter o CDOS no concelho de
Palmela e propôs à ANPC o terreno em causa, que o Secretá-
N
montante foi aumentado de 14
mil para 17 500 euros em
2014, para além de “continuar
a atender às mais variadas so-
CDOS fica em Palmela
Foto: CM Palmela
O
com grande eficácia e competência, um papel preponderante no âmbito do Serviço Municipal de Proteção Civil, o município tem mantido a atribuição
deste subsídio anual, cujo
população, em geral, aumentando a capacidade individual de
autoproteção e conhecimento
sobre riscos e prevenção.
O veículo está equipado com
um televisor e computador por-
tátil, dois manequins para manobras em suporte básico de
vida, vários exemplos de sinalética de emergência, e kits de primeiros socorros e de emergência para sismos.
TORRES NOVAS
RIBA DE AVE
Nova adjunta toma posse
Câmara distingue comandante
o passado dia 31 de julho realizou-se a cerimónia de colocação de galões à nova adjunta
de comando dos Voluntários de Torres Novas,
Ana Rita Pereira.
A nova adjunta iniciou a formação para poder
integrar o quadro de comando em maio último e
terminou os quatro módulos no final de junho
com média de 15 valores.
Ana Rita Pereira iniciou a sua carreira em fevereiro de 2001, tendo progredido até bombeira de
1.ª em 2013, posto que ocupava até agora.
O quadro de comando do corpo de bombeiros
fica deste modo mais enriquecido com a entrada
da nova adjunta.
Ana Rita Pereira é a primeira mulher a integrar
a estrutura dos Bombeiros Voluntários de Torres
Novas e a única a exercer funções de comando
no distrito de Santarém.
O
comandante dos Bombeiros Voluntários de
Riba de Ave, Manuel da Luz Antunes, foi
agraciado com o galardão de mérito municipal de
benemerência, na sessão solene comemorativa
do 31.º aniversário da elevação de Vila Nova de
Famalicão a cidade.
A Câmara Municipal entregou 40 galardões
municipais a 30 cidadãos e 10 entidades do concelho, que pela sua ação e força empreendedora
contribuíram para o desenvolvimento e crescimento do território. Foram também reconhecidos
publicamente cidadãos e instituições do concelho
que se destacaram pela sua exemplaridade e
ação cívica.
O comandante dos Bombeiros de Riba de Ave
foi distinguido pela sua longa carreira como bombeiro encetada 1970 tendo em 1991 assumido o
comando respondendo sempre com “dedicação e
VILA REAL SANTO ANTÓNIO
Promovidos mais dez bombeiros
A
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Real
de Santo António acolheu no final de Julho mais dez bombeiros
de 3.ª, após a frequência do curso inicial de bombeiro, Joana Caleiro, Leonel Fernandes, Beatriz Oliveira, Maria Murillo, Luís Cirspim, Marco Paz, Duarte Marques, Vânia Viegas, Ana Metelo e Dário
Mariano.
Na mesma cerimónia, o comando dos Voluntários de Vila Real de
Santo António impôs as divisas de estagiário a mais dez candidatos
a bombeiros, Diogo Simões, Patrícia Geraldo, Pedro Colaço, Inês
Gomes, Telmo Ambrósio, Marina Santos, Pedro Fernandes, Carolina Pereira, Tony Pereira e Mário Ribeiro. Entretanto, a escola de
infantes e cadetes recebeu um novo elemento, a Tatiana Santos.
competência às exigências do serviço”, sacrificando muitas vezes a sua vida pessoal.
Os Voluntários de Riba de Ave, em comunicado, felicitam “todos os agraciados, em especial o
comandante Francisco Mesquita dos Bombeiros
Famalicenses e João Coelho, presidente da direção dos Bombeiros de Famalicão”.
27
AGOSTO 2016
PENAFIEL
Associação centenária aposta
em novos conceitos
A assinalar o 135.º aniversário, a
Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Penafiel não acusa o
desgaste do passar dos anos, pelo contrário
é uma instituição voltada para exterior,
apostada na modernidade, adaptada a
novas exigências e conceitos.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
N
ão há muitos dias a Associação
Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Penafiel comemorou os
135 anos de existência com
uma festa de arromba que,
não descurando uma vertente
mais formal e tradicional, teve
como ponto alto a Noite Vermelha, evento que dirigentes e
bombeiros querem inscrever
no calendário festivo da região
Norte com o intuito de projetar
mais alto a imagem dos bombeiros.
Dias antes das comemorações, o jornal Bombeiros de
Portugal esteve no quartel dos
Voluntários de Penafiel, e embora a azáfama já fosse muita,
direção e comando fizeram
questão de dar a conhecer a
instituição, que se apresenta
como uma organização financeiramente estável, que conta
com um corpo de bombeiros
sempre disponível para apoiar
e ajudar a concretizar os projetos de direção e comando.
O presidente da direção,
Eduardo Nascimento, e o comandante António Rodrigues
fazem questão de falar das
obras de requalificação do
quartel-sede, um imóvel com
quase 30 anos e que “apresenta graves lacunas” justificando-se assim uma intervenção
de maior envergadura efetuada a expensas da associação”
que visa dar “todas” as condições de trabalho e algum conforto aos 108 homens e mulheres que integram o corpo ativo.
O projeto permitiu a reabilitação das camaratas masculinas
e femininas, a beneficiação das
áreas exteriores, prevendo
ainda a recuperação da parada
e das áreas de oficina e parqueamento. Feitas as contas a
direção investiu nestas obras
cerca de 100 mil euros.
Há mais de uma década que
uma coesa equipa empresta
tempo e saber à instituição,
com resultados “muitos positivos”, para os quais concorrem
também os apoios da população e das entidades locais,
sempre atentas às necessidades dos bombeiros, sempre
disponíveis para colaborar com
a instituição. O comandante
faz até questão de sublinhar a
“espontaneidade” dos apoios
que vão chegando ao quartel,
e que de alguma forma denotam uma estreita e “já antiga”
relação que comunidade faz
questão de preservar.
Da mesma forma, também a
Câmara Municipal de Penafiel
reconhece a importante missão desempenhada pelos três
corpos de bombeiros do concelho, assumindo assim todas as
responsabilidades em matéria
de proteção civil.
Esta é uma casa com poucas
lacunas. O comandante fala de
um bem apetrechado parque
de viaturas, onde apenas falta
almejada plataforma, que “seria uma grande mais valia colocada à disposição do concelho”, mas um “pesado” investimento que carece de financiamento.
Os Bombeiros de Penafiel
garantem o socorro a 20 das
38 freguesias do concelho, um
território vasto que levou a associação a criar a Seção Destacada de Abragão, mantendo,
assim, elevados os níveis de
prontidão e a qualidade de socorro em toda a área de intervenção. O comandante fala, no
entanto, na necessidade de
proceder a alterações neste
polo que perdeu para a emi-
gração em “muito curto espaço
de tempo” 16 bombeiros.
Apesar do “desastre” de
Abragão, António Rodrigues
garante que o recrutamento de
novos bombeiros ainda não é
um problema e que os jovens
voluntários continuam a chegar ao quartel.
Num território operacional-
mente exigente, para além dos
meios, os Voluntários de Penafiel contam ainda com um bem
preparado e equipado corpo de
operacionais, pois a formação,
a instrução e a segurança dos
homens e mulheres são “questões prioritárias” para comando e direção.
Volvidos 135 anos de serviço
público, a Associação Humanitária dos Bombeiros de Voluntários de Penafiel afirma-se,
também, por alguma rebeldia,
pela introdução de novos conceitos, mas também pelo dinamismo patenteado no núcleo
da Juvebombeiro, na escola de
infantes e cadetes, na fanfarra
e ainda na equipa de futebol.
28
AGOSTO 2016
VALPAÇOS
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de
Valpaços realizou no passado
dia 2 de julho as comemorações
do Santo Padroeiro (São João).
A cerimónia reuniu bombeiros e
bombeiras, familiares, associados, representantes de varias
entidades, nomeadamente, o
presidente do Município de Valpaços, Amílcar Almeida, o comandante José Morais, em representação do conselho executivo da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP), o presidente da Federação Distrital de
Bombeiros de Vila Real, Jose Pinheiro, e o comandante distrital
de Vila Real da ANPC, Álvaro Ribeiro.
A cerimónia, ocorrida num final de tarde, incluiu a condeco-
Primeiros crachás em 80 anos
ração aos bombeiros com o crachá de ouro da LBP aos subchefes António Gomes, António
Cruz e Luis Morais e ao bombeiro de 3.ª João Batista, as medalhas de serviços distintos
grau cobre da LBP, ao adjunto
de comando Luis Nogueira, ao
subchefe Manuel Calvão, aos
bombeiros 1.º, Rui Mesquita,
Rui Sousa, Jose Lopes, Rui
Mendes, Vítor Pinheiro, Vítor
Marcelino, ao bombeiro de 2.ª
Manuel Marcelino Calvão, e aos
bombeiros supranumerários,
Antonino Baia Gonçalves e Filipe Marto.
Foi ainda entregue uma medalha de dedicação grau Ouro,
25 anos, da LBP ao bombeiro de
2.ª Antonino Jose Teixeira Gomes.
Estas condecorações foram
propostas pelo comandante em
exercício, Luis Nogueira, ao
Conselho Executivo da LBP, com
parecer favorável da direção, e
fundadas no reconhecimento
“pelo trabalho, dedicação e empenho que todos demonstram e
demonstraram durante uma
vida ao serviço da população
deste Concelho, Distrito e do
Pais”.
Segundo o comandante em
exercício, Luis Nogueira, tais
condecorações “são únicas num
corpo de bombeiros que conta
hoje com 80 anos de existência,
lembrando os mais antigos e reconhecendo os mais novos,
como um objetivo sempre a
considerar, e agradecendo à LBP
o empenho com que analisou e
anuiu à fundamentação apresentada para cada uma das condecorações”.
Foi ainda batizada uma ambulância de transporte de doentes não urgentes, oferecida pela
benemérita Maria Júlia Barroso,
e que ajuda assim a modernizar
o parque de ambulâncias, conforme referiu Amílcar Mesquita,
presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Valpaços ao agradecer a oferta.
A finalizar realizou-se pelas
ruas da cidade de Valpaços o já
tradicional desfile apeado e motorizado, culminando, no final,
com a verbena de São João.
GUARDA
OE 2017 tem que reforçar verbas do DECIF
Orçamento de Estado
para 2017 tem que contemplar mais verbas para o Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Florestais do próximo
ano” exigiu o presidente da Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP) na Guarda.
O comandante Jaime Marta
Soares, que falava durante a
sessão solene comemorativa do
140º aniversário dos Bombeiros
Voluntários Egitanienses presidida pelo secretário de Estado
da Administração Interna, Jorge
Gomes, advertiu que “não vamos permitir que tudo se passe
como aconteceu este ano com a
circular financeira associada ao
DECIF, de que a LBP só teve conhecimento três dias antes da
sua aprovação”. A propósito, o
dirigente sublinhou que “ não
vamos permitir que isso volte a
acontecer, tudo tem que ser negociado antecipadamente para
que não voltem a ser disponibilizados apoios que considero insignificantes para o enorme esforço feito pelos bombeiros”.
O presidente da LBP defendeu
ainda que a dotação prevista no
OE de 2017 para o financiamento das associações de voluntários terá que permitir que ninguém receba menos do que recebia através do PPC.
O comandante Jaime Soares
elogiou o trabalho desenvolvido
pelos dirigentes e comandos na
condução transparente e rigorosa das associações de bombeiros sublinhando que “quem não
deve não teme”. Daí que, os
bombeiros não temam ser auditados ou fiscalizados. Mas para
isso, segundo o presidente da
LBP, “a ANPC criou uma super-estrutura de Direção de Auditoria e Fiscalização, exemplo acabado de uma solução despropositada e demonstrativa de excesso de “gorduras” quando
antes cabia aos comandantes
distritais, e devia continuar a
caber essa função, com menos
custos e menos problemas”.
Antecipando a realização da
Fotos: Marques Valentim
“O
sessão solene foi inaugurada
uma ambulância ABTD apadrinhada pelos elementos do Quadro de Honra (QH), e antes disso apresentado um novo talhão
no cemitério Novo.
No salão “Álvaro Guerreiro”,
onde decorreu a sessão solene,
foi também apresentada a galeria com as fotos de todos os comandantes e presidentes da
instituição, perante os quais,
pouco depois, o bombeiro de 2.ª
Joaquim Lages passou ao QH e
foram promovidos a bombeiros
de 3.ª os seguintes elementos;
Rafael Pascoal, Leandro Fernandes, Débora Sequeira, Micael
Lourenço, Daniel Ferreira, Andreia Brites, Daniela Campos,
João Lopes, Rodrigo Besteiro,
Hugo Barbosa, Diogo Miguel,
Rafael Pinto, Tiago Mateus e
Dani Rodrigues.
Foram também promovidos,
a subchefe, os bombeiros, João
Manuel Pereira, Rafael Jerónimo
Cruz e Fausto Manuel Rato e, a
chefe, Fernando Sequeira, Vitor
Cruz e Augusto Falcão.
Com as medalhas de assiduidade da LBP, de 5 anos, foram
distinguidos, os bombeiros de
3ª, Hugo Brito, Rui Gonçalves e
Aldina Fernandes, e os estagiários, Rafael Pascoal e Ana Sequeira, com a medalha de 10
anos, os bombeiros de 2.ª, Luís
Pedro, Joana Aparício, João Lopes, Paula Fernandes, e de 3.ª
Sérgio Lopes, com a de 15 anos,
os bombeiros de 1.ª, Artur Almeida e Bruno Garcia e o de 2.ª
Nuno Marques. Por fim, a medalha de 20 anos de dedicação foi
entregue ao subchefe Paulo
Martins e ao bombeiro especialista Maria Alice Falcão, e a de
25 anos, aos subchefes João
Coelho e Hugo Teixeira e ao
bombeiro de 2.ª Carlos Martins.
Na sequência da cerimónia, o
comandante Paulo Sequeira
lançou o desafio à LBP para que
não deixe de equacionar a reso-
lução da situação criada “quando existe um grande número de
elementos a sair para o QH entre os 30 e os 35 anos, não tendo a oportunidade de receber a
condecoração existente para os
35 anos bem como um número
de elementos que desde muito
cedo se dedicaram aos bombeiros que se mantém no ativo há
mais de 40 anos”.
A Associação então atribuiu
um reconhecimento, por 30
anos, ao comandante Paulo Sequeira, ao adjunto Manuel Pereira, ao chefe Vitor Cruz e ao
subchefe Fausto Rato e, por 40
anos, ao oficial principal António Morais, ao chefe Francisco
Ramos e subchefe Leão Mingacho. Este último foi ainda alvo
de uma homenagem especial
dado que este ano deixa o cor-
po ativo por completar 65 anos
de idade.
No final da entrega das medalhas e das promoções decorreu a posse do novo segundo
comandante o até então adjunto de comando Manuel António
Pereira.
Procedeu-se ainda à entrega
de diplomas de reconhecimento,
a Maria Leontina Alves Dias Almeida Lemos, por desde 1999
oferecer todos os anos o bolo de
aniversário à instituição, à Olano Portugal – Transportes SA,
pelo apoio dado à manutenção e
conservação do parque automóvel do corpo de bombeiros, e ao
casal António Júlio e Maria Teresa Tavares Luís.
A cerimónia, presidida pelo
secretário de Estado, contou
também com as presenças, do
presidente da LBP, do diretor
nacional de bombeiros da ANPC,
Pedro Lopes, do vice-presidente
da Câmara da Guarda, Carlos
Monteiro, do presidente da Federação de Bombeiros da Guarda, Paulo Amaral, acolhidos,
pelo presidente da assembleia-geral da instituição, Álvaro
Guerreiro, do presidente da direção, Luís Borges, do comandante Paulo Sequeira, e dos restantes órgãos sociais e elementos do comando.
29
AGOSTO 2016
BUCELAS
Fotos: Marques Valentim
Homenagem aos benfeitores nos 125 anos
A
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Bucelas comemorou o 125º
aniversário e aproveitou a ocasião para homenagear a sua
história através da apresentação de uma monografia, memorando da instituição, e todos os benfeitores que têm
apoiados as obras de requalificação e ampliação do quartel
ainda em curso. Na oportunidade, inauguraram ainda uma
ambulância de transporte de
doentes adquirida com meios
próprios e também os obtidos
em diversas iniciativas promovidas em conjunto com o “
Grupo Bucelas Aventura”.
O programa comemorativo
começou com a inauguração
do núcleo museológico da instituição denominado “Chefe do
QH Mário Roberto” e que passa
a ocupar o primitivo parque de
viaturas. Ali foi também descerrada a fotografia do bom-
beiro de 1.ª António Luís, este
ano a perfazer 30 anos de serviço.
As cerimónias foram presididas pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que, na oportunidade, defendeu que “os
bombeiros são e continuarão a
ser o pilar central da proteção
civil em Portugal”.
A primeira fase de remodelação e ampliação das instalações iniciou-se em 2010 e foi
inaugurada em 2015. Nessa
fase incluíram-se, camaratas,
sala de formação, sala dos
bombeiros, gabinete de chefes, nova central de comunicações e o gabinete do comando
com recurso por exemplo ao
aproveitamento do piso superior do quartel. As obras em
curso têm sido asseguradas
por um conjunto de apoios locais, privados e autárquicos, e
aguardam também a respecti-
va quota-parte de fundos comunitários, conforme fez questão de sublinhar o presidente
da direção, José Falcão.
Na sessão solene foram promovidos a bombeiro de 3.ª
sete novos elementos, Paulo
Alves, Carlos Faria, Pedro Soares, Susana Silva, Ricardo Silva, Marta Rodrigues e David
Ferreira.
Com medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) foram distinguidos vários bombeiros. A
medalha de dedicação, grau
ouro, 25 anos, foi atribuída ao
comandante Rui Santos, ao
bombeiro de 1.ª Joaquim Grosa, ao bombeiro de 2.ª Cláudio
Oliveira, e aos bombeiros de
3.ª Aníbal Ferreira e António
LIVRO
“J
“Juntos somos mais Bombeiros”
untos somos mais Bombeiros – Bucelas 125
anos” é o título do livro, designado por memorando, editado pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bucelas precisamente
para comemorar o seu 125.º
aniversário.
Trata-se de um trabalho
coordenado por Isabel Rodrigues e que contou com inúmeras participações, variadas
e multidisciplinares a que a
associação fez questão de
agradecer publicamente em
plena sessão solene comemorativa do aniversário.
Desse grupo fizeram parte,
Filipa Roque, Jorge Afonso, o
adjunto de comando Salvador
Abreu, a oficial bombeira
Cristina Almeida, o chefe An-
tónio João Martins, os bombeiros de 2.ª Carlos Carneiro
e Edite Ferreira, os chefes
Joaquim Cardoso e Nelson Pires, o subchefe Reinaldo Batista, os vice-presidentes Fernando Borga e Vitor Santos, o
diretor Joaquim Carneiro, o
ex-presidente da direção
Amadeu Ferreira, Carla Ca-
chola, Edite Frazão, Hugo
Cruz, Margarida Amaral, Sandra Correia, Lúcia Ramos, Vitor Neto, o comandante do
QH Américo Mateus, Célia Catarino, Maria da Luz, Rui Pinheiro, Rui Oliveira, Luz Cancela de Abreu, Duarte Santos,
Cátia Freitas, Diogo Pina,
Vasco Reza, Conceição Ma-
cieira e Raquel Marques. A todos estes elementos, a direção e comando entregaram
os primeiros exemplares da
edição.
O trabalho contou com a
participação muito ativa de
colaboradores municipais associados à área museológica
e cultural.
Simões. A medalha de assiduidade por 20 anos foi entregue
à oficial bombeiro de 2.ª Cristina Almeida e ao bombeiro de
1.ª David Sequeira, a de 15
anos à bombeira de 2.ª Cláudia
Almeida, e a de 10 anos, aos
bombeiros de 2.ª, Valdemar
Soares, Tânia Sofia Bernardo e
Ana Mafalda Soares e aos
bombeiros de 3.ª, Ana Marta
Matias, Sílvia Nunes, Andreia
Carvalho, Patrícia Santos e
Noémia Duarte.
Com medalhas de serviços
distintos da LBP foram então
distinguidas várias entidades e
pessoas envolvidas no apoio à
associação e, boa parte delas,
em particular, às obras em curso. Com a medalha de serviços
distintos, grau cobre, foram
distinguidos, o Posto Territorial
da GNR, o arquiteto Pedro Catarino, a Junta de Freguesia de
Bucelas, a empresa “Hempel
Lda” e os profissionais de eletricidade, António Alves Raposo, Vitor Manuel Prata e João
Fernando Prata.
A medalha de serviços distintos da LBP, prata, foi atribuída, à empresa Santos e Vale
Lda, à REN SA, à família Camilo Alves, à EGEO SA, à Caixa
de Crédito Agrícola, à Bucelbritas Lda e ao Grupo Bucelas
Aventura.
A medalha de serviços distintos grau ouro da LBP foi atribuída à empresa Fernando Borga
CANTANHEDE
A
Associação
Humanitária
dos Bombeiros Voluntários
de Cantanhede (AHBVC) pretende juntar todas as empresas
associadas na confraternização
que assinalará o 114.º aniversário da instituição, agendada
para outubro, com o “objetivo
de dar a conhecer mais de perto a causa para a qual contribuem”.
Atualmente, a AHBVC conta
Associação junta empresas em festa de aniversário
com “cerca de 60 sócios-empresa, mas a grande maioria
desconhece o funcionamento
da associação, todo o trabalho
desenvolvido pelo corpo de
bombeiros e está longe de imaginar a sua real dimensão e a
sua a nível distrital”, conforme
reconhece Adérito Machado,
presidente da instituição.
“Não se trata de convencer
as empresas a contribuir para
os Bombeiros”, salvaguarda,
“até porque todas estas empresas já o fazem com a quota
anual”, defendendo que importa antes .
de “aproximar a Associação
de quem para ela contribui”.
O responsável espera, no entanto, que esta iniciativa sirva
também para sensibilizar outras empresas a tornarem-se
associadas da casa e da causa.
Com uma quota mínima de
50 euros por ano – “feitas as
contas, menos de 14 cêntimos
por dia” – , qualquer empresa
poderá “demonstrar apoio
àquela que é uma das maiores
corporações dos bombeiros do
Distrito de Coimbra, contribuindo para que tenha os melhores meios de socorro e proteção ao dispor de toda a comunidade”.
Lda e à Câmara Municipal de
Loures. Para sua entrega, o representante da LBP convidou,
respetivamente, o presidente
da edilidade e a ministra da Administração Interna.
No final da sua intervenção,
a ministra Constança Urbano
de Sousa colocou no estandarte da Associação a medalha de
mérito proteção e socorro grau
ouro do MAI.
A sessão solene, além da
ministra, contou também com
as presenças, do vice presidente da Câmara de Loures, e
presidente em exercício, Paulo
Piteira, do presidente da ANPC,
Grave Pereira, da presidente
da Assembleia Municipal, Fernanda Santos, do representante da LBP, Rui Rama da Silva,
do vice-presidente da Federação de Bombeiros de Lisboa,
comandante Pedro Araújo, da
vogal da direção da Escola Nacional de Bombeiros, Susana
Silva, do comandante distrital
de agrupamento sul da ANPC,
Elísio Oliveira, do comandante
dos Bombeiros Voluntários de
Tarouca, entidade geminada
com a congénere de Bucelas,
do presidente da Junta de Freguesia, Élio Matias, acolhidos,
pelo presidente da assembleia-geral, Joaquim do Vale, do
presidente da direção, José
Falcão, do comandante Rui
Santos e restantes órgãos sociais e comando.
30
AGOSTO 2016
MONTIJO
Associação organiza desfile de fanfarras
ARRIFANA
Bombeiros promovem
Festival da Francesinha
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários do
Montijo promoveu o mês passado, por ocasião das festas na
cidade, o 1.º Grande Desfile de
Fanfarras “Comandante Álvaro
Valente” que contou com a participação de 12 agrupamentos.
Para além da fanfarra anfitriã, participaram neste encontro os grupos de Azambuja, Alcochete, Amadora, Amora Benavente, Barreiro (Salvação Pública), Caneças, Moita, Pinhal
Novo, Peniche e Canha.
Assistiram ao evento várias
individualidades,
nomeadamente o neto do Comandante
Álvaro Valente, os presidente
da câmara municipal e das juntas de freguesias deste concelho da margem sul do Tejo, bem
como dirigentes e comandantes
de vários corpos de bombeiros.
SEVER DO VOUGA
Escola em férias
E
stá agendado para os próximos dias 9 e 10 de
setembro, 2.º Festival de Francesinha, uma
iniciativa da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Arrifana, que visa angariar
fundos para a instituição.
Depois do assinalável sucesso da primeira edição, dirigentes e bombeiros preparam o certame
que promete certificar a qualidade da iguaria que
será servida nos jardins fronteiros ao antigo
quartel.
CANTANHEDE
Obras “abençoadas” por S. João
D
F
oi enorme, mas superado o
desafio de organizar os festejos de S. João assumido este
ano pela seção destacada da
Tocha dos Bombeiros de Cantanhede, que desta forma continua a trabalhar na angariação
de receita para financiar obras
no quartel.
Durante quatro dias os soldados da paz não tiveram mãos a
medir, mas o esforço valeu a
pena, pois “tudo indica que até
ao final do ano seja dado início
E
stá a arder a nossa Pátria!...
Ano após ano, se pensa e
repensa, se projetam e idealizam planos de intervenção, se
retiram brilhantes conclusões,
se fazem estudos de intervenção. Mas no ano seguinte nada
foi feito e os estudos continuam!
Mas aos nossos Bombeiros,
esses homens grandes, pouco
lhes interessa os estudos dos
governos, as conclusões, os benefícios que o Estado não lhes
dá ou lhes retirou, o risco que
correm no exercício da sua missão.
Ao toque da sirene, de noite
ou de dia, dizem sempre e bem
alto: “Presente!”.
à intervenção nas instalações
da Tocha”.
De acordo com o Adjunto de
Comando dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, Nuno
Carvalho, também principal
responsável pela Secção da Tocha, o edifício, inaugurado em
2006, carece de intervenção ao
nível de isolamento térmico e
pintura das paredes exteriores.
Para além de um cartaz de
espetáculos importa destacar o
espetáculo de fogo-de-artifício,
na primeira noite da festa, a
que se seguiu o famoso “banho
santo”, às primeiras horas da
madrugada. O desfile marchas,
a batalha de pistolas de água, a
aula de zumba com chuva de
espuma constituíram também
momentos altos dos festejos
que incluíram ainda a atuação
da fanfarra dos Voluntários de
Cantanhede e um desfile das
viaturas da corpo de bombeiros
pela avenida principal da Tocha.
ecorreu no passado dia 2 de julho o encerramento de mais um ano de atividade da escola
de infantes e cadetes dos Bombeiros Voluntários
de Sever do Vouga,
A manhã foi preenchida com atividade nas
ruas da Vila de Sever do Vouga, em que foi realizado um peddy-paper, prova de orientação e
conhecimento de vários pontos de referência do
concelho de Sever do Vouga. O almoço convívio
juntou os elementos da escola com instrutores e
comando.
À tarde decorreu receção aos familiares, às 15
horas com formatura de receção aos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Sever do Vouga.
Seguidamente os cadetes prestaram, perante
os seus familiares, órgãos sociais e comando, algumas provas de Suporte Básico de Vida. Tam-
bém foram montadas, pelos infantes, linhas de
água para o combate a incêndios.
No final, o comandante e o presidente da direção enalteceram os nobres valores destes jovens
e adolescentes em entregarem-se e dedicarem-se com tenra idade à nobre causa dos Bombeiros
e dos valores sociais. Também foi sublinhada a
importância dos valores familiares.
Para o comandante Sebastião Lourenço, “esses
valores são o berço da sociedade, para que seja
mais justa e solidária, e as famílias, que apoiam
os seus filhos em causas tão dignas, como o socorro a quem de ele necessita de forma abnegada
e altruísta, estão a contribuir para a formação de
bons e nobres cidadãos”.
No final da tarde realizou-se um lanche partilhado, por familiares, instrutores, escolas, órgãos
sociais e comando.
E arde o País...
Estes são os nossos “bravos”,
sempre prontos para o “combate pela paz”, em defesa do povo
e da pátria, esquecendo a própria vida.
Todos os anos somos confrontados com esta desgraça,
que queima vidas, queima património, queima a floresta e
reduz Portugal a cinzas. E os
Bombeiros?
São heróis para todos os políticos, desde Presidente da República, primeiro-ministro, líderes parlamentares. Todos reconhecem o valor, o trabalho, a
dedicação e o amor a esta nobre causa humanitária.
Mas, amigos, o fogo não se
apaga com palavras de compai-
xão e de agradecimento, é preciso veículos de combate a incêndios, homens bem equipa-
dos e com formação para se
obter uma resposta rápida e
eficaz no combate às chamas. E
assim se vai vivendo, ano após
ano, em que as palavras voam
com o fumo e a página dramática onde os acontecimentos foram descritos no diário dos vossos políticos arde, infelizmente.
Para o ano haverá outros incêndios e os mesmos bombeiros lá
estarão para os apagar, porque
os bombeiros não fazem greve,
não recusam serviços, nunca
dizem “não”, são uma força viva
da sociedade civil, sempre disponível.
Esta é a hora das Direções de
Bombeiros Voluntários se unirem e dizerem bem alto ao Estado Português: “Basta!”.
Chegou a hora de reclamar
um apoio estatal com transfe-
rências mensais, à semelhança
das Freguesias ou dos Municípios deste país. Os Bombeiros
não podem depender da roleta
dos fundos comunitários para
adquirir viaturas.
Este é o momento do poder
político reconhecer efetivamente que os Bombeiros são importantes neste país e irão ter
apoio, não só com palavras,
mas com atos.
As palavras são como o
fumo: leva-as o vento!
Viva os Bombeiros de Portugal.
Adérito Machado
(Presidente da Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Cantanhede)
31
AGOSTO 2016
ros Voluntários deveriam ser dispensados para
combater esta guerra, porque isto é a nossa
Guerra, e nem todas as guerras são feitas com
armas, armas nucleares, explosões, etc.
Nesta batalha todos devíamos estar do mesmo
lado e todos deveríamos contribuir para a ganharmos a Guerra o mais rapidamente possível.
Assim, devíamos contribuir de forma direta, isto
é, aqueles que de certa forma tem formação para
o fazer, os que são Bombeiros Voluntários, os que
são técnicos de saúde, psicólogos, socorristas
etc, mas também de forma indireta através de
bens de primeira necessidade para os nossos bravos Soldados da Paz e acima de tudo dispensar,
por alguns dias, todos que são Bombeiros Voluntários para combater os incêndios e acabarmos
com esta Guerra.
Carlos Ribeiro
(Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva)
em agosto de 1996
Desabafo de presidente
Carta Aberta a Sua excelência o Sr.
Presidente da Republica Portuguesa
Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
xmo. Sr. Presidente, depois de passada a
grande euforia em torno dos feitos desportivos
do nosso país, quero agradecer-lhe a justa homenagem que prestou aos atletas que tantas alegrias nos têm dado.
Comovi-me a ver a receção que a seleção nacional de futebol teve após a conquista do título
europeu, conquistado em França. As ruas cheias,
para aplaudir aqueles que nos fizeram sentir
aquilo que de facto somos, um grande povo. A
alegria reinante e nos fazia ter um sorriso rasgado há quase 24 horas.
Também vibrei com cada lance do jogo. A cada
remate feito a esperança na vitória aumentava, o
coração palpitava a cada defesa do Patrício. Tal
como sempre acontece quando um Português
atinge o sucesso e o nosso hino é cantado a minha alma enche-se de orgulho e a minha voz embarga.
Quando vejo a nossa bandeira ser içada pelas
imensas conquistas que temos os meus olhos ficam encharcados.
Quando vejo os nossos atletas verem reconhecida a gratidão de um povo inteiro, quando são
recebidos pela mais alta figura do Estado Português, choro.
Choro, na privacidade do meu lar, porque sempre me disseram, desde tenra idade, que um homem não chora. Choro porque, com o passar dos
anos, percebi que isso não passava de um mito.
Choro sozinho, mas choro.
Choro quando vejo os meus bombeiros partir
para um incêndio e não sei se voltam. Choro porque não sei se estão devidamente equipados,
quer de viaturas ou de equipamento de proteção
individual.
O meu coração palpita quando vejo a prontidão
com que os bombeiros partem em socorro de património que alguém de forma criminosa quis
destruir. Comovo-me com a forma desinteressada com que cada bombeiro socorre vítimas sem
olhar a raça, religião, ideologia…
Emociono-me quando dão do seu próprio bolso
para ajudar a corporação da qual fazem parte.
A voz embarga quando me dirijo a uma recruta
que a partir desse momento se disponibiliza a
servir de forma abnegada e dedicada, que, como
qualquer jovem, acredita ser capaz de mudar o
mundo.
E
Foto: Marques Valentim
ivemos dias difíceis, dias que vemos, a passos
largos, as nossas florestas a derreterem-se
em cinza, a desmoronarem-se como castelos de
cartas. Estamos em Guerra, perdendo o nosso
maior bem, os povoamentos florestais do nosso
belo Portugal. Estamos a perder uma batalha travada entre as labaredas e o Homem, pois estes
Homens encontram-se exaustos, com dias e noites de combate com poucas, ou mesmo, sem horas de descanso.
Durante esta semana já se falou muito sobre a
falta de limpeza dos povoamentos florestais, a
quantidade de mato existente em torno das casas, tudo e mais alguma coisa, muita tinta já correu. No entanto, muitos desses pontos são verdade, mas neste momento temos de olhar para a
situação presente e repensar/prevenir as situações futuras. Como disse, há já alguns anos ,
“nesta fase muitos são os que estão à espera desenfreadamente que chegue o fim desta época,
para dizerem, este ano já passou para o ano logo
se vê!” Mas nós não podemos andar ano após ano
a recusar o inevitável que passa pelo ordenamento da floresta em Portugal. Temos de parar para
repensar o que nunca foi pensado, planear o que
até a data nunca foi planeado e AGIR!
O DECIF, tem dado uma resposta a este flagelo
que, nos últimos dias, têm assolado o nosso Portugal (continental e ilhas), mas estes Bravos e
Valentes Homens encontram-se exaustos e cansados e, por esse motivo, o Dispositivo deveria
ser refrescado com voluntários. A fauna e flora
devem ser preservadas por todos, pois é esta que
temos de garantir de geração em geração. Nestas
condições, quando a nossa bela Pátria e as nossas florestas mais necessitam, todos os Bombei-
Foto: LUSA
V
Estado de guerra
Estes, também são os nossos heróis, os nossos
campeões. Campeões sem títulos, sem comendas nem homenagens. Não são ovacionados,
nem recebidos em apoteose, mas são o maior
exemplo de humanismo que uma nação pode ter.
Ganham a gratidão de alguns mas não o justo
reconhecimento das suas conquistas diárias. Para
eles os troféus são as vidas que salvam, cada
doente que ajudam, um metro quadrado que não
arde graças à sua intervenção.
Apesar disso, a cada amanha, eles lá estarão
nos seus quartéis prontos para mais um dia de
voluntariado em prol do outro.
Apesar disso, eles não reclamam receções apoteóticas, não reclamam aplausos nem comendas.
Em bom rigor nada disso os move, por isso, nada
reclamam.
Não reclamam eles, mas reclamo eu. Reclamo
que as poucas regalias sociais que detinham e
que recentemente lhes foram retiradas lhes sejam restituídas e até aumentadas. Reclamo que
tenham uma redução na taxa de IMI, que sejam
isentos de taxas moderadores no SNS, que beneficiem de taxas sociais no abastecimento de água
e gás, que tenham descontos na aquisição de bilhetes em transportes públicos, que recebam
uma bolsa considerável desde que frequentem o
ensino superior e com aproveitamento, que obtenham cheque-creche para os seus filhos… reclamo reconhecimento a quem merece.
Reclamo, porque eles são os meus HERÓIS, os
nossos HERÓIS e são-no todos os dias, a todas as
horas.
Nota: esta carta nunca será enviada ao Sr.
Presidente da Republica, é apenas um desabafo.
Ricardo Vieira
(Presidente da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã)
ANIVERSÁRIOS
1 de setembro
Bombeiros Voluntários de Carnaxide#104
4 de setembro
Bombeiros Voluntários da Ericeira#85
5 de setembro
Bombeiros Voluntários de Póvoa de
Lanhoso#112
7 de setembro
Bombeiros Voluntários de Cabanas de
Viriato#81
8 de setembro
Bombeiros Voluntários de Folgosinho#79
10 de setembro
Bombeiros Voluntários de Alter do Chão#68
Bombeiros Voluntários de Castro Verde#34
12 de setembro
Bombeiros Voluntários da Lixa#127
Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto#94
Bombeiros Voluntários de Vimioso#84
14 de Setembro
Bombeiros Voluntários de Caldas da
Rainha#121
Bombeiros Voluntários de Sacavém#119
Bombeiros Voluntários de Góis#60
15 de setembro
Bombeiros Voluntários de Gondomar#103
Bombeiros Voluntários de Vagos#88
Bombeiros Voluntários de Vidago#49
16 de setembro
Bombeiros Voluntários de Tondela#92
Bombeiros Voluntários de Vila Franca das
Naves#20
18 de setembro
Bombeiros Voluntários de Favaios#101
Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande#68
19 de setembro
Bombeiros Voluntários de Almoçageme#121
Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo
Rodrigo#79
Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo#39
Bombeiros Voluntários de Penela#36
20 de setembro
Bombeiros Voluntários de Leça do Balio#85
22 de setembro
Bombeiros Voluntários de Algés#114
Bombeiros Voluntários de São João da
Pesqueira#109
23 de setembro
Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal#77
24 de setembro
Bombeiros Municipais do Funchal#128
25 de setembro
Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima#129
27 de setembro
Bombeiros Voluntários da Nazaré#89
30 de setembro
Bombeiros Voluntários da Malveira#72
Bombeiros Voluntários da Trofa#40
Bombeiros Voluntários de Santana#31
Fonte: Base de Dados LBP
32
AGOSTO 2016
LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES
O
flagelo dos fogos florestais que mais
uma vez atingiu famílias, pessoas, habitações, vilas, aldeias e territórios, quer do
continente, quer da Região Autónoma da
Madeira, exigiu grande esforço das mulheres e homens que servem a causa humanitária, obrigando as suas Associações e os
seus Corpos de Bombeiros a uma redobrada operacionalidade e logística que desgastou ainda mais, as já de si frágeis condições
económico-financeiras.
Todos esses apoios foram ao momento
uma importante ajuda e reforço na logística
LOUVOR/REPREENSÃO
A todos os que, direta ou indiretamente,
têm tido responsabilidade na falta de prevenção dos incêndios florestais em Portugal.
mento gratuito de combustíveis, que de
forma significativa ajudaram as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e os Corpos de Bombeiros.
A todos agradecemos penhoradamente,
em nome dos Bombeiros de Portugal por
mais este momento de carinho de cidadania e de solidariedade.
Bem-haja a todos!
Lisboa, 19 de agosto de 2016
O Presidente do Conselho Executivo
Jaime Marta Soares
Comandante
ISENÇÃO DE IRS
A
LBP defende alargamento além do DECIF
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pretende
ver incluída no Orçamento de Estado (OE) para
2017 a isenção em sede IRS das verbas entregues
pelas associações aos seus bombeiros voluntários.
Para tal, o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, dirigiu a todas as associações o pedido
para que façam um levantamento exaustivo das verbas disponibilizadas em 2015 e o enviem urgentemente à Liga.
O comandante Jaime Soares pretende elaborar
uma proposta a enviar à Secretaria de Estado da Administração Interna no sentido de ver incluída no OE
2017 a isenção em sede de IRS desses valores, “sejam eles compensações salariais ou subsídios no âmbito da atividade voluntária, não incluindo as que foram pagas no âmbito do DECIF”.
Foto: Marques Valentim
Ao mítico hotel madeirense “Reid´s”, à sua
administração e funcionários, que durante cinco dias consecutivos apoiaram com refeições e
outros bens todos os bombeiros envolvidos no
combate às chamas naquela ilha. O agradecimento e louvor é extensível a todas as empresas, entidades, empresas e milhares de particulares que no continente e na Madeira apoiaram a ação dos bombeiros.
a implementar nos vários teatros de operações, às quais com toda a celeridade, a LBP
fez chegar a quem deles mais necessitava.
Assim, a Liga dos Bombeiros Portugueses
vem agradecer a todas as empresas e foram centenas, e aos milhares de cidadãos,
que de forma anónima ou pública quiseram
associar-se na participação em donativos
aos Bombeiros Portugueses da mais variada índole, sob a forma de géneros alimentícios (águas, leite, bolachas, conservas, refrigerantes, sumos, frutas, etc), também
em participação monetária ou no forneci-
A Crónica
do bombeiro Manel
O
s palpites são mais que muitos,
como sempre. Há uns palpites dedicados aos estudos que dizem que
foram feitos ou não feitos. Há uns palpites à volta dos números do que dizem que ardeu, mais ou menos, o que
aconteceu mais ou menos, quantas
dias, quantas horas duraram os incêndios.
Dizem-me que são as estatísticas,
parvo, e eu digo que é mais blá, blá,
blá! E os mexilhões, independentemente dos ditos números e estatísti-
Blá blá blá!
cas, são sempre os mesmos, com
mais ou menos áreas ardidas, com
mais ou menos dias a dar o litro.
No fundo, no fundo, o que é certo é
que contam sempre com os mesmos.
Em jeito de quem fala de boa, podemos dizer que os convocados são
sempre os mesmos. E podemos também dizer que, como sempre, quem
anda aí a dar palpites só de novo a
verdadeiros treinadores de bancada.
Depois das borradas de alguns,
desculpem falar assim, depois dos
desleixos de muitos, lá estamos nós
para limpar essas borradas e os desleixos.
Como da bola e da política pouco se
tem falado nesta altura os ditos treinadores viram-se para os incêndios
para continuar a dar palpites.
Para uns faltam estudos, para outros até sobram e ainda há alguns que
dizem que há lóbis. Não sabia bem o
que era isso mas explicaram-me. Até
me disseram que andam aí dois ou
três figurões a dizer que os bombeiros
também têm um desses lóbis. Aqui é
que volto a não perceber. Mas quem
diz isso é bom que explique melhor,
tem que dizer mais, ou ainda melhor,
tem que ser mais claro e mais direto
para que não haja dúvidas. Por mim,
e julgo que posso falar por todos vós,
podem dizer tudo, mas têm que provar o que dizem. Se não o fizerem só
terão que pagar por andar a difamar e
a morder a mão de quem os ajuda.
[email protected]
FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro –
Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede,
Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected]
– Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 21
825 88 21 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS
N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal
Foto: LUSA
Agradecimento

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