Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 359 – agosto 2016
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Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 359 – agosto 2016
PAÇOS DE FERREIRA Missão cumprida Página 19 Página 20 Agosto de 2016 Edição: 359 Ano: XXXII Vidigueira Pág. 12 Castro d’Aire Pág. 13 Figueira da Foz Pág. 16/17 S. João da Madeira Pág. 22/23 Penafiel Pág. 27 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Presidente da LBP OE 2017 tem de reforçar verbas do DECIF Página 28 Foto: LUSA Fotos: Marques Valentim ALBUFEIRA Incêndios florestais Solidariedade não foi palavra vã! Páginas 5, 8, 9 e 14 2 AGOSTO 2016 obrigado aos bombeiros expresso por alguns, que mais uma vez vemos repetido na sequência do esforço desumano desenvolvido por eles para responderem à tragédia de incêndios florestais e urbano/florestais que, previsivelmente, se voltou a abater sobre Portugal e também sobre a Madeira, de novo também, mesmo que com laivos de alguma emotividade, na verdade, tresanda a hipocrisia, ditado pelo imediatismo e pela estranha mas evidente sensação de lava consciências. Até onde é necessário que cheguemos para que, com responsabilidade e competência, as entidades próprias, mais que conhecidas e identificadas, saibam cumprir as suas competências e responsabilidades, invertendo a situação? Até lá, até que se inverta a situação, enquanto cidadão, dirigente e antigo operacional, assiste-me o direito, e assiste a todos vós o mesmo direito, de apontar e lamentar que vá continuar a grassar a irresponsabilidade e a incompetência no nosso pais. Mais uma vez, sem surpresa, estamos a viver momentos muito difíceis com o combate aos incêndios florestais. Proliferação de chamas e novos focos, bombeiros esgotados depois de horas e horas de combate, deslocados em muitos casos para fora das suas zonas em nome de uma solidariedade que assumem sempre e que se disponibilizam sem hesitar a dar corpo. Todos nós, que temos responsabilidades na gestão e no comandamento de bombeiros, sabemos bem o que é enfrentar, a par, sublinhe-se, sérias dificuldades na gestão associativa, recorrentes, acrescidas, difíceis de vencer, ultrapassar e solucionar. O nosso hábito é, precisamente, saber identificar, avaliar e encontrar as soluções possíveis e eficazes para as ultrapassar os problemas. Isso não é novidade para nenhum de nós. Da mesma forma que também não é novidade para nós o desfile de outros problemas que passam à nossa beira, que não nos cabe nem compete resolver mas para os quais recorrentemente vamos alertando sucessivos autarcas, deputados, ministros e secretários de Estado, Governos, sem que se vislumbre as necessárias e urgentes soluções. A defesa da floresta, o seu ordenamento e a prevenção contra incêndios é um desses problemas. Somos os primeiros a reconhecer tratar-se de um problema que não é fácil de resolver mas também todos sabemos que já se passaram anos, décadas sobejas de muita avaliação, de análises de sobra e poucos ou nenhuns resultados palpáveis. Os bombeiros melhor que ninguém sabem ao que se arriscam quando vão para o fogo. Sabem o esforço que vão ter que enfrentar para o vencer, para o perseguir quando foge, para o voltar a combater e a vencer, numa luta sem tréguas, sem folgas nem quebras. E apesar de tudo isso, é profundamente injusto, mesmo que compreensível, ouvir nas televisões frequentes “queixas” contra os bombeiros pela ausência deste ou daquele local que estará em perigo. Como se isso aconteça por vontade deles. Ao exporem-se assim, quer no combate, quer perante as aleivosias ditadas na opinião pública, os bombeiros constituem-se como verdadeiros heróis. Todos os anos, o drama repete-se Foto: LUSA O Irresponsabilidade e incompetência no combate e nas “queixas”. E, no momento em que ocorre, repete-se também a tese de que, também no momento, importa antes de tudo resolver a questão remetendo para o futuro, como vezes repetidas no passado, a abordagem então das medidas de fundo que importa tomar e que, também repetidamente, têm ficado por concretizar. No cenário com que os bombeiros todos os anos se confrontam há inevitavelmente um momento em que se atinge a exaustão, dos meios humanos e também dos meios materiais, viaturas e outros equipamentos para o apoio ao combate. São momentos de pico, perfeita- mente identificados e monitorizados quando acontecem, e sobre os quais mais se deveria debater e analisar. Não se trata de uma fatalidade incontornável, como muitas vezes os ditos irresponsáveis e incompetentes tentam esgrimir para, porventura, tentarem justificar a inépcia da sua ação, ou melhor, da sua inação. “Queremos ver Portugal a arder” é o título de um artigo de opinião recente, de João Miguel Tavares no “Público”, em que se lembra, também, que “ a falta de seriedade com que nós enfrentamos os problemas da floresta portuguesa só tem paralelo na histeria que toma conta das televisões assim que, para citar Quim Barreiros, entra Agosto”. João Miguel Tavares refere, a propósito, que “há mais de dez anos que se fala em auto-regulação das televisões, por uma razão muito atendível: estimando-se que um quarto dos incêndios tem origem criminosa e estando comprovado que os pirómanos se entusiasmam com a sua cobertura, o festim de chamas serve de alimento a futuros fogos”. Grassam as irresponsabilidades e incompetências, mais uma vez. Mais uma vez, também, desejamos que os bombeiros não continuem a ser carne para canhão, que não serviam para fazer “esconder”, em última linha, tudo aquilo que não foi feito a montante. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia [email protected] Fotos: Marques Valentim Visitas de palmo e meio Q uando a ausência do sol não convida à praia ou a um passeio no campo e quando, inclusive, a neblina ou até o nevoeiro ocupam o seu lugar sem prognóstico de melhoria próxima o quebra-cabeças de muitos pais com crianças em férias é saber então como entretê-las. Os jardins, os centros co- merciais, as visitas a locais históricos são algumas das hipóteses postas pelos pais para ocupar os seus filhos. Mas, entre todos esses locais, invariavelmente, os quartéis de bombeiros ocupam as preferências da pequenada. Que o digam muitas associações e corpos de bombeiros e, em especial, as que se situam em locais de veraneio, no litoral ou até no interior. No imaginário de muitos adultos esteve na infância o grande objetivo de serem bombeiros, como acontece tantas vezes ao longo de gerações e, inclusive na atualidade. E associado ao querer ser bombeiro estão um conjunto de símbolos, a sirene, as via- turas, as mangueiras, as ambulâncias os “nomex”. E, para as crianças, a oportunidade de ver de perto todos esses símbolos, falar com os próprios bombeiros e poder até envergar, mesmo que por breves momentos, um capacete ou um “nomex”, é dia ganho, passa a ser um dia especial das férias que estão a gozar e, sem dúvida, vai ser oportunidade de contar o feito aos amigos e colegas de escola que, entretanto, irão encontrar no regresso às aulas. Presenciámos uma dessas visitas de criançada, no caso, ao quartel dos Bombeiros Voluntários de S. Martinho do Porto. Local de excelência para veraneio não deixa também de pregar as suas partidas. Dia cinzento carregado, da praia nem falar, mas a contrastar com a alegria que as crianças evidenciavam, não só pelo facto de estarem num quartel de bombeiros, mas acima de tudo pela boa disposição, a afabilidade e o carinho com que ali foram tratadas pelas bombeiras e bombeiros presentes. 3 AGOSTO 2016 T Foto: LUSA odos sabemos que é uma questão recorrente sobre a qual tenho particularmente insistido ao longo da minha carreira de bombeiro e de político. Não se trata de teimosia, mas de forte convicção sobre um problema, cuja solução, todos sabemos, não é fácil mas tem que ser enfrentado com determinação, meios e vontade e que, de uma vez por todas, leve à sua erradicação. E, acreditem, nunca me cansarei de o fazer até atingir esse desiderato. Ao longo dos anos já perdemos demasiadas vidas, nomeadamente as de bombeiros que ainda hoje e sempre vamos chorar, demasiadas viaturas de combate, habitações, culturas, floresta, enormes perdas em vão, com a constante degradação do Meio Ambiente e da Economia Nacional. Nos últimos dias, em jeito de panaceia para explicar que, apesar de tudo se terá feito alguma coisa, fala-se na mudança operada em 2005 na proteção civil. Presumo que só por lapso ou engano se possa esgrimir esse argumento, perante uma realidade distante que os Governos anteriores, o da altura e os seguintes pura e Acabe-se com a Inércia, Chega, Basta! simplesmente não resolveram, constatando-se ser uma responsabilidade transversal a todos eles. Em sentido figurado, direi que andam há anos demais a brincar com o fogo. Não é aceitável, não é admissível, é mesmo criminoso que os bombeiros portugueses tenham que trabalhar sempre no limite, já que as situações criadas a isso os obrigam, correndo riscos acrescidos, na maior parte das vezes ditados pelo extremo cansaço, pelo esforço denodado e pelas condições impostas. Os bombeiros dispõem de novos equipamentos de proteção individual para combate a incêndios em espaço natural mas, também estes têm limites. Aliás, apenas devem ser encarados como uma forma de melhor salvaguardar a segurança dos bombeiros e nunca como forma de os permitir correr riscos desnecessários. Todos sabemos, mas há quem teimosamente o esqueça, ou iluda, que não há meios humanos nem materiais ilimitados. Não tenho qualquer dúvida que os bombeiros fazem tudo o que é possível, com a sua capacidade, dedicação e conhecimentos. Mas também tenho a certeza que não são, nem feiticeiros nem super-homens. Como dizia alguém nas redes sociais, referindo-se aos bombeiros, “nem todos os heróis usam capa”. Aliás, os que usam capa não passam da fantasia e da ficção literária e os outros, os bombeiros são-no de carne e osso, sofrem, esforçam-se, aceitam estoicamente tudo em prol da sua missão, não como heróis que não são, mas sim mulheres e homens valentes que dão tudo o que têm dentro de si, na defesa de vidas e haveres de todos os portugueses, e chegando por vezes a ouvir palavras desagradáveis e injustas. É bom que, perante a enorme adversidade vivida por tantos bombeiros em teatros de operações, tão diversos e difíceis, a comunidade saiba reagir e os cidadãos, empresas e outras entidades se exprimam solidariamente em favor deles. Estamos todos gratos por isso. Também seria bom que todos eles, que ainda não sendo associados dos bombeiros o passassem a ser, não como prova solidária fortuita e emotiva, que também tem enorme mérito, mas como uma prova mais sólida, consistente e perene, contribuindo assim para a maior sustentabilidade das associações de bombeiros voluntários das suas localidades ou concelhos. Estou certo que com essa atitude muita coisa mudaria, não só no reforço financeiro das respetivas associações mas, porventura mais eficaz e mais fundo, também no reforço da cidadania ativa de cada comunidade. A mensagem de Sua Ex.ª o Presidente da República é eloquente ao sublinhar que “enquanto esta situação está quente é que se deve pensar”, com a promessa de voltar ao tema até final de agosto. O Governo, através do Primeiro-Ministro, da Ministra da Administração Interna e ou- tros responsáveis governamentais, comprometem-se em proceder à reforma que urge há muito. Que inclusivé alguns dos atuais titulares e outros responsáveis governamentais em anteriores executivos não puderam, não conseguiram ou pura e simplesmente se esqueceram de fazer. A meu ver, apesar de todas as dúvidas sobre o passado, de todas as recriminações ao longo dos anos perante a evidente inércia, façamos uma trégua, pela positiva, crentes de que, pese embora as tentativas falhadas anteriores, vai ser possível agora reunir as condições para operar as mudanças. Desejamos que, finalmente, de uma vez por todas se possa começar a prevenir a sério, num processo de concertação que envolva todos, implique todos, corresponsabilize todos. Nós, associações, corpos de bombeiros, federações e Liga dos Bombeiros Portugueses, como antes, estaremos sempre disponíveis para colaborar. Fizémo-lo no passado e verifi- cámos que invariavelmente as propostas feitas, muitas delas simples e exequíveis, afinal caíram em saco roto. Mas, mesmo assim, estamos dispostos a voltar a apresentar sugestões e propostas. Sempre que formos instados a participar e a pronunciarmo-nos estaremos presentes. Aliás, como tantas vezes tem acontecido em diferentes níveis de debate e decisão, nomeadamente participando sempre que solicitados para tal, nas sucessivas comissões sobre os incêndios florestais. Já disse e repito, lamentar que a prevenção tenha sido feita nos últimos anos em Portugal à moda do caracol, devagar, devagarinho, parado e de marcha atrás. Mas também acredito que é possível mudar esse estado de coisas. Haja coragem, haja vontade de transformar o problema dos incêndios florestais na oportunidade de mudar. Como sempre, estejam certos, os bombeiros estarão na primeira linha para contribuir para isso. De uma vez por todas, acabe-se com a Inércia! 4 AGOSTO 2016 LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES COMPLETA 86 ANOS Bombeiros têm sabido fazer jus aos seus princípios e à defesa da nobre causa N o dia em que a Liga dos Bombeiros Portugueses, 18 de agosto, completa 86 anos de uma vida plena e intensa na defesa de todos os Bombeiros Portugueses cabe fazer uma saudação especial aos que os que neste momento e nas últimas semanas deram o seu melhor no combate ao flagelo dos incêndios florestais. A confederação foi criada há 86 anos por um grupo de visionários no sentido de congregar esforços e vontades para a criação de uma estrutura comum aos bombeiros voluntários, dirigentes, funcionários, comandos, associações e corpos de bombeiros municipais e sapadores. Tratava-se de agregar um conjunto de projetos comuns a todos, na organização, na apresentação e na formação para o socorro, abordagem inovadora à época e que ainda hoje se mantém atual. Essa atualidade é ditada pela dedicação à causa, vontade e capacidade permanentes na defesa intransigente da sua faceta eminentemente voluntária, da sua disponibilidade total para a prestação do socorro ao seu semelhante, da busca permanente de novos conhecimentos e técnicas para agilizar esse socorro e o esforço também permanente para obtenção de mais e melhores ferramentas para o efeito. Dentro deste paradigma da defesa de vidas e haveres, os Bombeiros Portugueses todos os dias aprendem para saber: Quem não sabe não salva! Os fundadores da LBP, cuja memória aqui saúdo, souberam legar-nos um testemunho e um património extraordinário, um património de mulheres e homens organizados em associações humanitárias como sustentáculo do volun- tariado, praticas únicas e exemplares na Europa e no Mundo. Mas também estou certo que esses fundadores, estejam onde estiverem, estarão por certo satisfeitos em verificar que o rasgo da sua iniciativa teve continuadores à altura dos seus objetivos ao longo destes 86 anos. Destaco o nosso Quadro de Honra, herdeiros primeiros deste movimento de “vida por vida”, que ainda hoje nos lembram que, pese embora a falta de meios ainda mais significativa do passado, nenhum fogo ficou por extinguir e ninguém ficou por so- correr. Destaco as escolas de infantes e cadetes que felizmente proliferam nas nossas associações, garante da continuidade da nobre missão de bombeiro voluntário. Destaco os quadros ativos (alma mater de toda a estrutura) e de reserva dos nossos corpos de bombeiros, grande exército de paz que constitui o grande braço armado da proteção civil em Portugal. Destaco os quadros de especialistas que com a sua experiencia e dedicação continuam a ser importantes na estrutura. Destaco os quadros de comando, cuja determinação, afinco e busca da excelência têm marcado a evolução acelerada da operacionalidade e eficácia dos respetivos corpos de bombeiros. Destaco ainda as direções e restantes órgãos sociais das associações, verdadeiros baluartes da arte do impossível, da capacidade levada ao extremo de garantir a sustentabilidade das instituições e das missões que lhes estão confiadas no socorro às populações. Em relação a estes não posso deixar também de destacar as inúmeras atividades, sociais, desportivas e culturais, mantidas no seio das nossas associações que, simultaneamente, buscam a obtenção de mais receitas que suportem a missão de socorro e, por outro lado, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e afirmação das comunidades onde estão inseridas. Neste dia importante para todos nós o Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses não pode deixar de saudar tantos quantos servem a causa enquanto entidades detentoras de Corpos de Bombeiros, Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, Câmaras Municipais, dirigentes e sócios, os nossos parceiros institucionais, todos os que connosco são solidários e em especial os milhões de Portuguesas e Portugueses que todos os dias são o nosso tónico e a nossa força. Bem haja a todos! O Presidente do Conselho Executivo Jaime Marta Soares Comandante MONTEPIO/LBP or cada euro doado pelos portugueses, o Montepio Geral contribui com outro euro para o Fundo de Proteção Social dos Bombeiros gerido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), e que tem apoiado milhares de bombeiros e as suas famílias ao longo de anos. O arranque desta campanha decorreu na sede do banco, em Lisboa, em cerimónia que contou com a presença do presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e do presidente do conselho de administração da instituição bancária, José Félix Morgado. “Este apoio tem como objetivo apoiar os soldados da paz, que são os heróis que defendem o património nacional, quer as respetivas famílias e que necessitem deste apoio no decurso deste combate que fazem aos incêndios”, disse o presidente do conselho de administração do Montepio na assinatura do acordo que materializa a campanha. José Félix Morgado sublinhou que este apoio “vem na sequência da relação já antiga e de protocolo já existente com a Liga dos Bombeiros Portugueses”,e adiantou que “ temos muito orgulho na relação que temos já há muitos anos”. “A vida dos bombeiros portugueses é uma vida de alto risco na defesa das vidas e dos haveres das populações. São mulheres e homens que põem a sua vida ao serviço dos outros, não poupando esforços para atingir os seus objetivos,” afirmou o presidente da LBP após assinatura do acordo. O comandante Jaime Marta Soares fez questão de explicar à comunicação social presente que o Fundo de Proteção Social é uma estrutura gerida pela Liga dos Bombeiros Portugueses e que “é o garante quando o valor das apólices de seguros se extinguem, ou, por exemplo, no pagamento das pensões de preços de sangue quando os bombeiros morrem, assim como as propinas dos estudantes, apoio aos bombeiros feridos, apoio a funerais e ainda apoio a pensões de sobrevivência.” “Todas as ajudas que possam vir para equilibrar as finanças do Fundo são extremamente importantes”, sublinhou o presidente da LB, adiantando que “esta campanha, sem dúvida, destina-se a ser uma resposta pronta e eficaz a muito do que aconteceu” mas que tem horizontes mais largos. A campanha proposta à LBP pelo Montepio, “é também muito mais do que isso, não traduz apenas e momentaneamente uma preocupação e sensibilidade evidentes, só por si louváveis, mas na verdade, traduz e materializa Foto: Marques Valentim P Campanha apoia Fundo de Proteção Social muito para além disso uma parceria segura que o Montepio Geral tem que- rido manter com os bombeiros portugueses através da sua Liga, ao longo de anos e em sucessivas e inúmeras circunstâncias”. 5 AGOSTO 2016 GALP Donativo em combustível para os bombeiros A empresa “Galp Energia” colocou à disposição dos bombeiros, através da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), 460 cartões de “Galp Frota”, cada um com um registo pré-pago de mil euros. Os cartões destinam-se a ser utilizados em combustíveis rodoviários em postos de abastecimento da rede “Galp” aderentes. “A Galp não pode ficar indiferente à fatalidade que atinge o país e à dedicação dos Bombeiros Portugueses, pretendendo, à semelhança de situações anteriores de idêntica natureza, dar o seu próprio contributo para amenizar oe efeitos dos eventos em curso” explica a empresa, manifestando “o reconhecimento e grande consideração pelos extraordinários esforços desenvolvidos pelos Bombeiros Portugueses no combate aos fogos, colocando todo o seu empenho na defesa de pessoas e bens”. RTP E MEO Linha telefónica a favor da causa A Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e a MEO abriram uma linha telefónica a favor da Liga dos Bombeiros Portugueses. Através do número 760 200 800 estão a ser angariados donativos para a atividade social daquela confederação. O valor de cada chamada é de 60 cêntimos (+ IVA), tal como uma chamada de valor acrescentado. Podem ser feitas chamadas através de telefones fixos e móveis. A MEO e a RTP disponibilizam o número 760 200 800 para angariação de donativos que serão totalmente canalizados para a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A MEO, a RTP e a LBP estabelecem, assim, uma parceria que visa reforçar os meios de combate aos fogos”, refere o comunicado. Mas a ajuda da primeira empresa não se resume à linha telefónica, conforme refere a mesma em comunicado. “No terreno, à semelhança de anos anteriores, a MEO disponibiliza neste contexto de calamidade meios técnicos e humanos suplementares para repor de forma célere a normalidade nas comunicações fixas e móveis que possam ter sido afetadas pelos incêndios, tanto quanto as condições no terreno o permitam”. A MEO adianta que “todas as ações estão a ser coordenadas e monitorizadas em sintonia com as equipas distritais e nacionais da Proteção Civil, com o objetivo de atuar eficazmente nas zonas com mais danos”. “CORREIO DA MANHÔ EUA Edição garante “contributo” C inco por cento da receita líquida das vendas da edição de 19 de agosto último do matutino “Correio da Manhã” revertem para o Fundo de Proteção Social da Liga dos Bombeiros Portugueses. “Este é o nosso contributo para o muito que os Bombeiros de Portugal, dia após dia, fazem por todos nós” defende assim a administração e a direção do jornal ao lançarem a campanha dias antes da edição para apelarem à participação dos leitores. Na edição de 19 de agosto reforçam a mensagem com “nesta sexta-feira a missão é de todos os portugueses”. A Caixa associa-se à Liga dos Bombeiros Portugueses APOIE OS NOSSOS BOMBEIROS. CONTRIBUA: IBAN | PT50 0035 0697 00640792 930 46 INFORME-SE NUMA AGÊNCIA DA CAIXA OU EM WWW.CGD.PT A Emigrantes solidários comunidade luso-americana da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos da América, vai doar à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) 20 mil euros recolhidos entretanto entre os seus membros e promete para Setembro mais contributos. O donativo destina-se a reforçar o Fundo de Proteção Social do Bombeiro gerido pela LBP. As diferentes comunidades luso-americanas espalhadas pelos EUA há décadas que contribuem com frequência para associações de bombeiros voluntários portuguesas e, em particular, para as das suas terras de origem 6 AGOSTO 2016 INCÊNDIOS Presidente da LBP exige mão Três mortos, mais de duas centenas de habitações dizimadas, outras tantas danificadas e mais de 100 mil hectares de floresta e mato reduzidos a cinza são apenas alguns dos números do balanço trágico dos primeiros 15 dias de um agosto horribilis, que não deu descanso aos bombeiros portugueses ateou focos de discórdia, atiçou o fogo das acusações e alimentou um pasto de promessas e compromissos políticos. D epois de julho muito quente, mas calmo em matéria de fogos, com um número de ocorrências, consideravelmente inferior à média dos anos anteriores, entra agosto e em poucos dias, a área ardida em Portugal já representava mais de metade (54 por cento) da consumida em toda a União Europeia, segundo dados do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS). O 5.º Relatório Provisório de Incêndios Florestais (2016) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a que o jornal Bombeiros de Portugal teve acesso regista que “a área ardida entre 1 e 15 de agosto, contabiliza 95.357 Fotos: LUSA Texto: Sofia Ribeiro hectares de espaços florestais, quase 93% da área total ardida em Portugal Continental, que se cifra nos 103.137 hectares. Importa assinalar que a “estatística consolidada” do ICNF não contabiliza os fogos em área agrícola. Só no dia 8 de agosto, no continente, arderam mais de 46200 hectares, quase tanto como em todo o ano de 2015, uma área superior à de 2013, quando no combate aos incêndios pereceram oito bombeiros. Em Portugal, no continente e na Madeira, arderam nos primeiros 15 dias de agosto mais 100 mil hectares de floresta e mato, balanço negro, mais ain- da quando revela que as chamas, na designada Pérola do Atlântico, ceifaram a vida de três pessoas, desalojaram cerca de mil e destruíram ou danificaram mais de duzentas habitações causando prejuízos na ordem das dezenas de milhões de euros. No continente assinalam-se, também, avultadas perdas, designadamente a norte. Perante do dramatismo de um país em chamas o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) Jaime Soares alertava para o que classificou “autêntico terrorismo”, dando conta que “98% dos fogos tem origem na mão humana e 75% são de origem criminosa”, exigindo mão pesada para os criminosos “mais vigilância, mais gente, mais força e modernização dos postos de vigia”. ILHA DA Bombeiros continentais O s violentos incêndios que assolaram a Madeira recentemente causaram três mortos, dois feridos graves e mais de 200 ligeiros, a destruição de muitas centenas de hectares de floresta, áreas rurais e interface florestal/urbano, a destrui- ção de 177 edifícios, entre habitação, comércio e serviços e danos graves em mais de uma centena. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-ministro, António Costa, deslocaram-se à Madei- ra para se inteirarem da situação, onde estiveram acompanhados do Governo Regional e de autarcas locais. O combate aos incêndios, perante a exaustão a que chegaram os bombeiros madeirenses, após dias e noites conse- cutivas de denodado esforço contra as chamas, foi reforçado por bombeiros continentais e açorianos. Dos Açores foram 30 elementos de associações voluntárias das ilhas de S. Miguel e Terceira e foram reforçar os Bombeiros Voluntários da Calheta, uma das zonas mais fustigadas pelos incêndios, sob a coordenação do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira. A força conjunta continental (FOCON) disponibilizada atra- vés do Ministério da Administração Interna (MAI), reunida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), foi co- 7 AGOSTO 2016 FLORESTAIS pesada no combate ao “terrorismo” O calor não dava tréguas tendo o país enfrentando 10 longos dias em alerta laranja. Segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) na primeira quinzena de agosto registaram-se 3925 ocorrências que envolveram 91058 operacionais, apoiados por 24321 viaturas e 1571 missões dos meios aéreos. O Porto foi o distrito mais flagelado em número de incêndios (1280), seguido de Braga (466) e logo depois de Aveiro (435), segundo revelou a ANPC. Já no que concerne à área ardida, o ICNF revela que Aveiro foi o território “mais afetado”, com 41569 hectares, cerca de 40 por cento da área total ardida neste período, seguido de Viana do Castelo (23197 ha). O relatório provisório de incêndios florestais destaca ainda que “mais de 60% da área ardida no distrito de Aveiro corresponde a uma única ocorrência que teve início na freguesia de Janarde, concelho de Arouca, e que consumiu 25116 ha de espaços florestais”. Enquanto Portugal ardia, inflamavam-se os ânimos, com acusações várias, desde logo às autoridades da Madeira, por te- rem protelado o pedido de auxílio ao continente, ao reduzido número de meios aéreos colocados no combate às chamas, aos erros no comando das operações e à falta de meios e homens em algumas áreas, nomeadamente em São Pedro de Sul. Portugal acionou o mecanismo europeu de proteção civil garantiu alguns meios aéreos e o reforço de três Canadair vindos de Itália e Espanha, a que juntaram outros dois oriundos de Marrocos e dois aviões Beriev russos. O País mais uma vez voltou a discutir os (des)ordenamento do território e da floresta, o agravamento de penas para os incendiários, o regresso da Força Aérea no combate aos incêndios. Primeiro-ministro, ministra e secretários de estado da administração Interna, desdobram-se em visitas às áreas queimadas solidarizando-se com os milhares de cidadãos lesados em mais uma “época de incêndios” e prometendo mais medidas ao nível da prevenção, anunciando a utilização de fundos comunitários para apoiar zonas atingidas pelos fogos. O presidente da República assu- miu o compromisso de fazer parte da solução, exigindo, desde logo, “eficácia da justiça” na punição dos criminosos, alertando para a necessária intervenção nos domínios da prevenção e do ordenamento florestal, sublinhando que estará atento e acompanhará de “muito de perto” as decisões políticas que, defendeu, devem ser tomadas, ainda no rescaldo de mais um verão negro, para que os incêndios deixem de ser uma espécie de inevitabilidade. E quando o país clama por justiça, tendo em conta que a grande maioria das ocorrências tem mão humana, as autoridades vão respondendo com uma verdadeira “caça” aos incendiários. Este ano, a PJ já identificou e deteve cerca de quatro dezenas de pessoas pela auto- ria deste crime que muitos querem ver punido com pena máxima de prisão. No desespero de um Portugal em chamas, houve ainda espaço à polémica e à troca de acusações, designadamente em São Pedro do Sul de onde chegaram denúncias da falta e, também, da descoordenação de meios que levaram o governo a abrir um inquérito à forma como foi combatido o incêndio naquele concelho. O presidente da autarquia Vitor Figueiredo sustentou que o concelho esteve “durante quatro dias sem qualquer apoio” o que permitiu que o fogo tivesse devorado cerca de 12 mil hecta- res de floresta e mato, uma “área muito grande, provavelmente equiparada a um terço ou um quarto do concelho”. “Tínhamos uma frente quase com 16 quilómetros e apenas cerca de 30 ou 40 voluntários para a combater. Nunca tivemos apoio das entidades oficiais. O fogo foi progredindo e atingimos um ponto em que a situação foi catastrófica”, disse, na ocasião, o autarca. As críticas de Vitor Figueiredo motivaram outras tantas de Jaime Marta Soares. O presidente da LBP aplaude a iniciativa da tutela que “deverá apurar todas as responsabilidades” sustentando que na sua deslocação a São Pedro do Sul, para se inteirar da situação e dar uma palavra de incentivo às centenas de bombeiros que se encontrava no teatro de operações, encontrou “povoações sem serem protegidas, estradas sem qualquer tipo de limpeza floresta sem qualquer planeamento ou ordenamento”, acentuando ainda não ter visto no perímetro que ardeu “alguma balsa de água ou um ponto de água”. Jaime Marta Soais, que enalteceu o esforço do soldados da paz no ataque a esta e muitas outras frentes de fogo pelo País, disse esperar “calmamente” pelo inquérito, salientando, no entanto, que esta averiguação não deve deixar ninguém nem nada de fora, “deve incluir todos e tudo, nomeadamente aquilo que tem sido o desrespeito pela Lei, por parte do senhor presidente da câmara municipal”. pelo Regimento de Guarnição nº 3 do Exército, pelo Estádio dos Barreiros e pelo Centro Cívico de S. Martinho. Em relação aos meios aéreos de combate a incêndios, que a Ilha da Madeira não tem e cuja necessidade foi defendida entretanto, fica no ar a ideia que “falta testá-los”, pese embora os eventuais estudos do passado que terão desaconselhado a sua utilização. Mas, para alguns, passou muito tempo desde a sua elaboração e a evolução de meios e tecnologias poderá fazer alterar as conclusões de então. Para um autarca local, fal- tará fazer-se uma análise prática dos meios aéreos e, “se de facto são úteis, façamos diligências no sentido de os obter para evitar outras catástrofes e, se não são, que se clarifique todas as pessoas que normalmente levantam esta questão”. Inquérito “deverá apurar todas as esponsabilidades” MADEIRA Foto: LUSA e açorianos ajudaram mandada pelo segundo comandante operacional nacional da ANPC, coronel Joaquim Moura e integrou 124 elementos de diferentes entidades. O seu transporte foi garantido pela Força Aérea Portuguesa. Da FOCON fizeram parte, 42 elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB), 32 bombeiros pertencentes a várias Associações Humanitárias, 30 elementos do GIPS da GNR, 11 canarinhos da FEB, 5 elementos do INEM e 4 elementos das áreas do co- mando, logística e comunicações da ANPC. Em concreto, o grupo de bombeiros voluntários era oriundo de 26 associações: Algés, Lourinhã, Algueirão Mem-Martins, Alenquer, Odivelas, Torres Vedras, Cacilhas, Mafra, Alcoentre, Póvoa de Sta. Iria, Sesimbra, Sul e Sueste Barreiro, Barreiro, Montijo, Malveira, Almada, Trafaria, Seixal, Grândola, Águas de Moura, Vila Viçosa, Estremoz, Reguengos Monsaraz, Viana do Alentejo, Arraiolos e Sacavém. A par do combate às chamas foi também necessário proceder à evacuação de um milhar de pessoas, de duas unidades hospitalares, três lares de idosos, habitações e hotéis, distribuídos P Papa conforta famílias erante a gravidade da situação, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao bispo do Funchal, D. António Carrilho, na qual revela consternação com a tragédia que se viveu na ilha por causa dos incêndios. O Papa Francisco pede “conforto e restabe- lecimento para os feridos”, deixa “votos de coragem e esperança cristã” para todos os que foram atingidos e apela à solidariedade e à proximidade junto daqueles que perderam as suas casas, de modo particular por ocasião da festa de Nossa Senhora do Monte. 8 AGOSTO 2016 INCÊNDIOS FLORESTAIS s bombeiros, mais uma vez, disseram pronto e fizeram-se à estrada para solidariamente apoiar os companheiros de outras terras e lonjuras na defesa de pessoas e bens no combate aos incêndios florestais. Nada de novo, tudo como dantes, os olhos postos nos bombeiros como super-homens mais uma vez chamados a intervir onde antes tudo falhou e tudo ficou por fazer. Mais um ano assim, a somar a tantos outros que já se perdem na memória. Tornou-se tragicamente uma rotina por incompetência e irresponsabilidade de muitos. Neste esforço titânico, de mobilidade de grupos (GRUATA ou GRIF) de viaturas com bombeiros a fazer parte da paisagem rodoviária, e muita gente espanta-se em ver passar à sua frente viaturas de associações de bombeiros de tão longe. Esforço transposto para outras paragens, que exige mais aos bombeiros que ficam nos quartéis de origem, em locais também fustigados por incêndios. No momento em que escrevo estas linhas já muitos bombeiros, sejam deslocados ou locais, foram afectados pelo esforço, há dezenas de viaturas avariadas, duas ardidas, outras perdas em muito material de combate. Muitas das associações de bombeiros voluntários a quem foi feito o apelo para que autorizassem a deslocação de meios humanos e viaturas dispõem, por exemplo, de mais que uma viatura florestal de combate a incêndios (VFCI) ou mais de um autotanque, todo o terreno ou não. É assim que, sem desguarnecer a sua zona de intervenção, os corpos de bombeiros associativos podem ceder a deslocação de uma ou outra viatura. Só no caso de possuírem dois VFCI é que, como é óbvio, podem estar em condições de partilhar um desses meios para fora da sua zona. Nesse caso, burocraticamente, cabendo-lhes a dotação mínima de um VFCI, no fundo, estarão a ceder a viatura que na prática não devia ser considerada nem existir… Mas, não tenhamos dúvidas, tem sido à custa dessas viaturas “excedentárias”, que alguém considera sobrantes da dotação mínima, que tem sido possível todos os anos acorrer em socorro de outras zonas do país. Essas viaturas, esses meios “extras” segundo alguns, contudo, são mantidas ao longo do ano pelas respectivas associações e partilhadas sempre que para tal foram ou estão a ser solicitadas como recentemente voltou a acontecer. O tempo passa inexoravelmente para todos e também Foto: LUSA O Solidariedade sai cara para as viaturas em causa. Muitas delas foram adquiridas directamente pelas associações, com o apoio de beneméritos, nalguns casos apenas com fundos comunitários ou, perde-se na memória coletiva longínqua, com o apoio que então o SNB e o SNBPC chegaram a dar para tal. O facto de muitas associações terem dois VFCI não quer dizer que estejam plenamente operacionais e que o tempo e o desgaste próprio das suas muitas intervenções não tenham deixado marcas impossíveis de apagar. Há casos de viaturas cuja vida útil foi ocupada precisamente em 80 por cento em intervenções fora de zona durante o DECIF. Passaram-se décadas, anos e há viaturas dessas com mais de 20, 30, e até mais de 40 anos a carecer de evidente substituição. Em muitos casos, os dois VFCI que as associações possuem estarão em idênticas circunstâncias de degradação e inoperacionalidade eminente. Ora, independentemente da idade, estado de conservação e outras mazelas que um desses veículos possuam, caso uma associação ultrapasse a dotação mínima de VFCI nunca poderá reunir as condições de se candidatar agora a verbas comunitárias com parecer favorável da ANPC para substituir apenas uma delas. Há muito que o Estado não sabe o que é gastar do Orçamento de Estado, como antes fazia, no reequipamento dos corpos de bombeiros das associações. Ultimamente, através da ANPC, tem-se confinado ao papel seletivo de candidaturas a fundos comunitários, qual entidade pretoriana a quem cabe determinar quem vive e quem morre, assente em diretivas que cegamente cumpre, e que não teve o vislumbre de equacionar e contestar. Os pareceres burocráticos formulados pela ANPC no âmbito da recente candidatura ao POSEUR /Portugal 2020 para viaturas reflecte bem essa postura acrítica, diria até amorfa, de exarar despachos cegos balizados em regras apertadas, inconsistentes e injustas, apontadas pela Liga dos Bombeiros Portugueses e que à própria ANPC deveria também ter cabido por em causa. O facto de haver pouco dinheiro disponível, ao fim e ao cabo, até desvaloriza o teor dos pareceres da própria ANPC. Registe-se apenas a atitude. Nun- ca haveria dinheiro para todos, ou até para a maioria, independentemente desses pareceres que, na prática, constituíram apenas mais um mecanismo de crivo. Mecanismo que, na fase seguinte, vai permitir reduzir porventura a mais de metade as candidaturas passíveis de apresentação. Assim, com abates sucessivos, não vai ser difícil verificar que, se calhar, o dinheiro até pode vir a chegar para as candidaturas finalistas… Mas outras coisas haverá a perceber ou a merecer explicação, de que ora ninguém dispõe, qual “fait divers”, nomeadamente de pareceres favoráveis emitidos para VFCI e VTTF para associações localizadas em zonas urbanas. Haverá razões que a razão desconhece. A solidariedade continua a sair cara aos bombeiros. Quando a ANPC precisa de nós, como é o caso dos GRUATA, os GRIF, ou quando solicita a cedência de elementos de comando (muitos deles funcionários das próprias associações) para teatros de operações longínquos, tudo são palmadas nas costas. Quando se trata de estruturar candidaturas para obtenção de meios, que caberia ao próprio Estado suprir, as coisas mudam de figura. E quando nos mandam os novos inspectores em busca sabe-se lá de quê podemos então assentar a cereja no bolo. Rui Rama da Silva ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL Cartazes – Prémio boas práticas ANPC 2015 O PRÉMIO BOAS PRÁTICAS ANPC 2015 teve como objetivo geral identificar e valorizar publicamente as boas práticas no âmbito da Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) dos Corpos de Bombeiros. Foram parceiros da ANPC na implementação deste Prémio a Liga dos Bombeiros Portugueses, a Escola Nacional de Bombeiros e a Autoridade para as Condições do Trabalho. Ao nível da divulgação contou com o apoio do Jornal Bombeiros de Portugal e do portal Bombeiros Para Sempre. Ao todo foram efetuadas 41 candidaturas de Boas Práticas em SSO, provenientes de 12 Cor- pos de Bombeiros, distribuídas pelas seis áreas temáticas a concurso: Segurança rodoviária, intervenção pré-hospitalar, transporte de doentes, incêndios florestais, incêndios urbanos e industriais, e instalações de Corpos de Bombeiros. Das várias candidaturas destacamos os três Corpos de Bombeiros finalistas do Prémio e os respetivos temas: • Promoção da condição física (CBV de Carregal do Sal – Vencedor do Prémio); • Promoção da segurança rodoviária (CBV de Portimão); • Promoção do treino operacional nos incêndios florestais (CBV de Alcabideche). Com base nestas candidaturas produzimos três cartazes de sensibilização com o objetivo de valorizar publicamente os bons exemplos existentes e que podem ser replicados pelos Corpos de Bombeiros a nível nacional. No nosso país temos excelentes exemplos a seguir de dedicação, empenho, criatividade e astúcia das Entidades Detentoras dos CB´s (Associações Humanitárias ou Câmaras Municipais), dos seus Comandos e bombeiros na promoção da SSO. Ao partilhar uma boa prática, técnicas e abordagens inovadoras, estamos a ajudar a melhorar a resposta dos bombeiros nas suas missões, a reduzir permanentemente o risco de danos e a promover a SSO de milhares de mulheres e homens que, por exemplo, este verão estão intensamente empenhados no DECIF. Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico dsses@ prociv.pt. 9 AGOSTO 2016 SOLIDARIEDADE Foto: LUSA Franceses ajudam C hamam-se Pierre, Steven e Vincent, são bombeiros profissionais na cidade francesa de Nice e vieram a Portugal para ajudar os seus colegas a combater os incêndios florestais. Fazem parte de uma associação de duas dezenas de bombeiros profissionais que nas férias e tempos livres se deslocam onde podem ser necessários. Trata-se da “Section d´Intervention Feux de Forêts International - Unit of Wildfire- SIFFIUW”. Os três bombeiros partiram de Nice, aterraram em Madrid e, daí, vieram de automóvel para Portugal com equipamento necessário ao combate. Estiveram em S. Pedro do Sul, em Águeda, e terminaram em Celorico da Beira os três dias previstos, sempre a combater fogos. A sua disponibilidade permitiu realizar intervenções pontuais de grande valia. E, mesmo em PRESIDENTE DA LBP O Celorico da Beira, onde pararam, já de regresso a Espanha, ao avistarem mais um incêndio juntaram-se aos bombeiros presentes no terreno. E, face aos inúmeros agradecimentos que lhes foram dirigidos através das redes sociais, os três bombeiros franceses retribuíram também satisfeitos, aludindo à excelente hospitalidade “de um povo surpreendente que vão, de certeza, voltar a visitar”. DENÚNCIA ontinua a haver pessoas que impedem os helicópteros que participam no combate aos incêndios florestais de se abastecer em tanques, piscinas ou reservas de água existentes nas suas propriedades. Para evitar ficar sem água os proprietários chegam a colocar estruturas de madeira ou metal sobre os tanques para evitar que os helicópteros possam retirá-la. Há casos em que chegam a ameaçar e a exibir armas de fogo ou até a proceder a disparos. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, lamenta o facto, não obstante considerar que o número de casos tem vindo a diminuir, mas lembra tratar-se sempre de uma situação grave que a própria lei prevê punir com pena de prisão entre 1 e 8 anos. O presidente da LBP defende que o ideal para inverter essa situação é apostar na sensibilização e em explicar a importância de um abastecimento rápido contra os fogos. Por regra, caberá depois aos bombeiros ajudar os lesados na reposição de água mas estes admitem que, não obstante isso estar previsto, contudo, nem sempre é possível concretizá-la em tempo útil e de modo a não afetar a atividade agríco- Foto: LUSA C Tapam tanques contra abastecimento de helis la. Nesses períodos, e por razões que estão amplamente justificadas, o combate aos in- cêndios é a prioridade dos bombeiros e sobrepõe-se a quais outras. Encontro com PR presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) foi recebido pelo Presidente da República (PR) a propósito do flagelo dos incêndios florestais. O comandante Jaime Marta Soares teve a oportunidade de reunir com Marcelo Rebelo de Sousa, com quem, detalhadamente, trocou impressões sobre os incêndios florestais que então grassavam em Portugal. O presidente da LBP expressou ao PR a sua preocupação dominante sobre as origens dos incêndios florestais, admitindo que se esteja perante “uma onda terrorista devidamente organizada”. No final da reunião, o comandante Jaime Marta Soares admitiu ter sido “um erro estratégico” o atraso com que o Governo desenca- deou o pedido de ajuda ao mecanismo europeu para cedência de meios aéreos, lembrando ter alertado muito antes exatamente para essa necessidade, inclusive em sede de briefing nacional da ANPC. A propósito da onda terrorista, o presidente da LBP aponta como impossível haver tantas ignições de fogo com frentes tão vastas como as que então se verificaram nas zonas centro e norte continentais e na Madeira. Depois de trocar impressões com o PR sobre o assunto, à saída do encontro, o comandante Jaime Soares lembrou que depois do período de incêndios sejam efetivamente tomadas decisões políticas de verdadeira prevenção de incêndios. 10 AGOSTO 2016 O incêndio na Igreja de São Domingos Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista L isboa, 13 de Agosto de 1959. Nesta data, a Igreja de São Domingos atraiu centenas de pessoas à velha Baixa Pombalina. No seu interior, lavrou um dos maiores incêndios ocorridos na capital, supostamente, motivado por uma faúlha saída de alguma chaminé próxima. Os bombeiros, sapadores e voluntários da cidade de Lisboa, num total de 300 homens, procuraram salvar aquele lugar de culto, embora já praticamente convertido em escombros fumegantes. Ao rasto de destruição juntou-se a morte de dois sapadores bombeiros, vítimas da derrocada da zona do coro: o cabo de 1.ª classe n.º 423, José Francisco, e o cabo de 1.ª clas- se n.º 578, Francisco da Silva Gomes. Segundo relato da época, quando identificado o incêndio por seminaristas e padres residentes na casa paroquial, “o fogo já então devorava o interior do templo e, ao abrirem as portas, a deslocação do ar deu-lhe as proporções trágicas que em breve teria, estoirando os vitrais das janelas, irrompendo do telhado que, daí a pouco, se desmoronava, num estrondo aterrador”. Todo a área circunvizinha esteve sob elevado risco de incêndio, chegando a ser afectada parte de um edifício de habitação. Deveu-se à acção dos bombeiros, exercida em condições de protecção individual muito frágeis, o impedimento de mal maior. O combate ao fogo desenvolveu-se com dificuldade, debai- xo de forte chuva de partículas incandescentes e intenso calor. Por instantes, os bombeiros foram obrigados a recuar, mas sem nunca dar tréguas ao inimigo. Valeu-lhes o recém-adquirido equipamento dos sapadores de Lisboa, dotado de modernos recursos para a época, tais como auto-escadas de longo alcance, bombas de grande débito e agulhetas de nevoeiro. Mesmo assim acontecendo, deram entrada no Hospital de São José, por inalação de fumos e atingidos pelos destroços, 23 feridos, entre os quais 13 bombeiros, 3 marinheiros, 1 soldado e 6 civis. A maior parte dos prejuízos atingiram valores incalculáveis, não estando cobertos pelo seguro. Perderam-se altares em talha dourada, imagens valiosas e pinturas do período barroco. Restou, do velho templo, de onde, um dia, partiram em pro- Aspecto da igreja antes… cissão para a fogueira, muitos condenados pela Inquisição, pouco mais que as paredes e as portas da entrada principal. Ainda hoje, apesar de recuperada há vários anos, a Igreja de São Domingos apresenta vestígios do incêndio de 13 de Agosto de 1959, ocorrência que figura na história como sendo uma das situações mais graves enfrentadas pelos bombeiros portugueses. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico Emblema primitivo da LBP A O incêndio na sua máxima força A …e depois do incêndio gosto é o mês do aniversário da fundação da Liga dos Bombeiros Portugueses (18 de Agosto de 1930). Por isso, mostramos o que supomos tratar-se do desenho (a tinta-da-china) que deu origem ao estudo ou, talvez, a uma versão melhorada do seu emblema primitivo, o qual esteve em uso até à adopção da Fénix. O mesmo tipo de imagem serviu ainda de inspiração ao cunho da Medalha dos Congressos, aprovada no Congresso da Covilhã, em 1932, e também pela Portaria n.º 7476, do Ministério do Interior. Autor do desenho não identificado. CANTANHEDE REVIVER MAIS Boletim anual bem recheado Atenção Porto! Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede acaba de lançar o seu boletim alusivo ao ano em curso. O boletim é dirigido por Adérito Machado, presidente da direção da instituição, é editado pelo gabinete de marketing da Associação e tem como redator principal Regina Bilro. Trata-se de um boletim bem apresentado, bem ilustrado e diversificado nos temas apresentados. Entre eles, encontramos, o capacete histórico em exposição no quartel, juntos por nova ambulância de socorro, corporação quer equipa cinotécnica, quartel ganha ginásio, formações adaptadas às empresas e vigilância motorizada repte-se este ano. R ealiza-se no dia 17 de Setembro, na cidade Invicta, o primeiro almoço-convívio da Delegação Distrital do Porto da REVIVER MAIS. A iniciativa tem como naturais destinatários todos os sócios do distrito do Porto e não exclui a participação de inscritos fixados noutros pontos do país, em nome da amizade e união verificadas entre base social da associação. Conforme o programa a que o BP teve acesso em primeira mão, o almoço-convívio será seguido da realização de uma assembleia geral extraordinária, no salão nobre do quartel-sede da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, para validação de aspetos relacionados com as recentes alterações estatutárias, por exigência da Segurança Social. Antes, porém, da parte da manhã, pelas 11 horas, está prevista uma homenagem da REVIVER MAIS ao lendário Inspetor Guilherme Gomes Fernandes, consubstanciada numa romagem ao monumento sito no Cemitério do Prado do Repouso/Ossário do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, onde se encontram sepultados os seus restos mortais. No âmbito das diferentes ações, a Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses, IPSS conta com o apoio do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto e da Associação dos Bombeiros do Quadro de Honra de Vila Nova de Gaia. Para a cerimónia de homenagem serão convidadas, entre outras entidades, as direcções e os comandos das associações e corpos de bombeiros do distrito do Porto. 11 AGOSTO 2016 FERIDOS EM SERVIÇO presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) visitou na última semana a bombeira de 3.ª dos Voluntários da Anadia, Liliana Bastos, que se encontrava internada nos Hospitais de Coimbra. Liliana Bastos foi operada e recebeu, entretanto, alta hospitalar, encontrando-se a convalescer da fractura múltipla contraída no combate a um incêndio florestal. O comandante Jaime Marta Soares foi acompanhado na visita pelo presidente da direção, Mário Teixeira, e pela comandante dos Bombeiros Voluntários da Anadia, Ana Matias. O presidente da LBP visitou ainda o técnico supervisor da Afocelca, Luís Ferreira Duarte, internado na unidade de queimados dos Hospitais de Coimbra, em consequência de graves queimaduras contraídas também durante o combate a incêndio florestal na serra da Arada, S. Pedro do Sul. O comandante Jaime Soares esteve também no Hospital do Barreiro a visitar o bombeiro de 1.ª Hugo Raimundo, dos Voluntários de Sul e Sueste do Barreiro, que foi vítima de queimaduras nos membros inferiores durante o combate a incêndios florestais. O chefe dos Voluntários de Almada, Mário Santos, vítima de fractura no tornozelo na Foto: Marco Santos/ABPS O Presidente da LBP visita operacionais hospitalizados Madeira quando ali apoiava o combate aos incêndios, foi operado no Funchal e está em casa, entretanto alvo de adaptações, e a ser sujeito a tratamento ambulatório. A bombeira´de 3.ª dos Voluntários dos Carvalhos, Adriana Leitão, também já recebeu alta hospitalar e encontra-se a convalescer, após ter sido sujeita a intervenção cirúrgica aos membros inferiores devida ao atropelamento de que foi vítima na A4 quando socorria uma criança ferida em acidente. Adriana seguiu numa viatura com mais colegas para Marco de Canavezes a fim de render um grupo que combatia um incêndio florestal naquele concelho. Perante o acidente aparatoso com que depararam prontamente passaram a so- correr as vítimas acabando por ser também mais uma delas. No âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) de 2016 registaram-se até à data ferimentos ligeiros em 132 bombeiros, 41 dos quais do sexo feminino. Acrescem a estes mais 4 casos a exigiram internamento hospitalar, incluindo o técnico da Afocelca, o caso mais grave até agora registado. Em termos etários, a maioria dos bombeiros acidentados ou feridos situa-se na faixa entre os 20/30 anos (57), entre os 30/40 anos (42), entre os 40/50 anos (20), abaixo dos 20 anos (8), entre os 50/60 anos (7) e acima dos 60 anos (1). A maioria dos acidentes ocorreu no combate a incên- dios em mato (68), em povoamento florestal (60) e os restantes em terreno agrícola. A LBP tem estado a acompanhar as diferentes situações de que resultaram bombeiros acidentados e feridos no combate aos incêndios florestais ou no apoio a essas operações. A LBP tem contactado comandos e direções respetivas no sentido de fazer chegar aos seus bombeiros a manifestação da sua solidariedade e a garantia de todo o apoio que puder dispensar à prossecução do tratamento e restabelecimento de todos os bombeiros, independentemente da gravidade das lesões ou sequelas contraídas. Para a LBP todos os bombeiros são merecedores de um enorme tributo nacional e, em particular, aqueles que por força das circunstâncias foram vítimas de acidentes no cumprimento da sua missão. O próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, procurou inteirar-se do estado de saúde dos bombeiros feridos e manifestou que “o cenário que tem sido enfrentado por todos os bombeiros deste país revela homens e mulheres de grande coragem e com elevado espírito de abnegação”. A LBP espera e deseja que a recuperação de todos seja a mais rápida possível. RESENDE O s Bombeiros Voluntários de Resende perderam duas viaturas no combate às chamas num incêndio que começou na freguesia de Carquere, se propagou por mais 4 freguesias, tendo ardido cerca de 800 hectares. Apesar das perdas, uma delas total e a segunda ainda em dúvida sobre a viabilidade da sua recuperação mas sempre a obrigar a um investimento muito considerável, os bombeiros não esquecem quem os ajuda e, por isso, solicitam que também sejamos porta-voz desse agradecimento, em nome da sua direção e comando. Os veículos atingidos são o VLCI 05 E VFCI03. Este último, era utilizado, não só no combate a incêndios florestais mas também, durante o inverno, para proceder à limpeza da neve com uma pá acoplada. Tratou-se de fogo em mato, Agradecimento a quem ajuda pinhal e algumas plantações de mirtilos, castanheiros e cerejeiras. “Como homem, como cidadão, como bombeiro, como comandante deste corpo de bombeiros, passei juntamente com os meus homens e mulheres bombeiros situações que jamais esquecerei emoções e sentimentos de profunda tristeza, senti-me algumas vezes impotente perante as condições completamente adversas, difíceis de explicar e quero do fundo do meu coração, como vosso amigo, como bombeiro que sou, agradecer-vos pela vossa disponibilidade, garra, abnegação, espírito de sacrifício, por tudo, pois sem vocês não seria possível, com vocês e mais fácil comandar e sinto orgulho em ser o vosso comandante tenho orgulho em ter-vos com bombeiros” é a mensagem que o comandante Sér- gio Monteiro nos enviou de agradecimento aos seus operacionais. Os Bombeiros Voluntários de Resende pretendem também “agradecer a todos os outros corpos de bombeiros que foram mobilizados para todos os teatros de operações no nosso Concelho, pela forma como se uniram a nós, mostrando que coesos somos sempre fortes” Os Voluntários de Resende dirigem “um agradecimento em especial aos Bombeiros de Cinfães e Satão, nas pessoas dos seus comandantes, pela cedência por empréstimo de dois veículos de combate a incêndio, para suprir a perda dos nossos dois veículos” e agradecem ainda “a todas as empresas e particulares que se uniram a nós e mostraram ser também bombeiros sem farda, que com as suas dádivas, quer em géneros alimentícios ou monetários, vão tornar sem dúvida um pouco mais fácil ultrapassar as “feridas” e os obs- táculos que nos surgiram, assim como agradecer as iniciativas de angariação de fundos por parte de outras instituições do concelho”. Os Bombeiros Voluntários de Resende dirigem ainda um agradecimento à Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente Garcez Trindade, “que desde a primeira hora connosco vivenciou as dificuldades extremas e o combate dos nossos operacionais e que prontamente ativou os seus Serviços Municipais de Proteção Civil, garantindo o permanente apoio logístico, assim com agradecer também às diferentes Juntas de Freguesia, pelo apoio prestado, agradecer também à GNR de Resende, pois esteve sempre presente com vários operacionais, prestando-nos um apoio imprescindível e agradecer ao Rancho Folclórico de Santa Maria de Cárquere e aos seus elementos, pela cedência das suas instalações e apoio logístico”. 12 AGOSTO 2016 VIDIGUEIRA Trinta anos ao serviço do povo O voluntariado é o recurso mais precioso dos Bombeiros da Vidigueira, que vai colmatando todas as dificuldades com entrega e boas vontades, apenas com o propósito maior de garantir o socorro a uma população envelhecida a necessitar de atenção e cuidados redobrados. Esta ligação á comunidade é ainda reforçada com uma estação de rádio que dia após dia tenta combater a interioridade, assumindo-se como um canal privilegiado de ligação ao exterior e a companhia de muitos vidigueirenses. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim “A associação vive, como muitas outras deste país, com enormes dificuldades. Só o voluntariado, quer a nível da direção quer do corpo de bombeiros, permite colmatar as carências e angariar suporte financeiro. Ainda assim, tem sido possível, ao longo dos anos, garantir a estabilidade financeira desta instituição”, revela o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Vidigueira, Manuel Narra, congratulando-se ainda por “nunca” terem falhado os compromissos assumidos com os funcionários. A Câmara Municipal da Vidigueira surge como parceiro estratégico que ao assumir “as suas responsabilidades em matéria de proteção civil” tem os bombeiros como “braço armado” na missão de garantir a segurança e a proteção de pessoas e bens. Esta união de esforços é antiga e tem permitido assegurar a modernização do quartel a todos os níveis. Na última década, segundo Manuel Narra, que é também o presidente da Câmara Municipal da Vidigueira, a autarquia já investiu no quartel mais de um milhão euros, verba que permitiu não só requalificar e ampliar as instalações, mas também modernizar o parque de viaturas. Também as empresas vitivinícolas da região estão “sempre disponíveis para colaborar com os bombeiros, até já chegaram a oferecer uma ambulância”, como refere ao jornal Bombeiros de Portugal o comandante Paulo Lino. Com o intuito de complementar estes apoios, dirigentes e bombeiros vão dando tudo por tudo, desdobrando-se em atividades várias que permitam gerar receita. Manuel Narra revela que a associação adquiriu “há cerca de quatro anos” um edifício contíguo ao quartel que, para além de albergar o Serviço Municipal de Proteção Civil, dispõe de várias salas que estão a ser disponibilizadas para ações de formação profissional, garantindo alguns proventos, da mesma forma que o auditório está de portas abertas a iniciativas várias. Paralelamente, a instituição promove anualmente, em agosto, uma prova de BTT que “mobiliza largas centenas de participantes”, para além de participar em vários eventos no município que permitem, sobretudo, divulgar a atividade do corpo de bombeiros. Pouco mais de três dezenas de bombeiros garantem o socorro a uma população que não chega aos seis mil habitantes neste que é o quarto mais pequeno concelho do distrito de Beja, ainda assim com uma área superior 300 quilómetros quadrados. O comandante diz que os operacionais são poucos, contudo apesar de todos os esforços, não tem sido fácil “recrutar voluntários”, vale a assim a entrega de todos para que nada falhe no serviço prestado á comunidade. “Quanto melhor estivermos equipados melhor podemos proteger e socorrer”, defende Paulo Lino, registando que os Voluntários da Vidigueira “têm tudo o que faz falta tendo em conta a realidade do território” embora reconheça ser necessário investir ao nível do transporte de doentes e de combate a incêndios florestais, áreas que mais trabalho dão a este corpo de bombeiros. Esta é ainda uma jovem associação, que completa este ano 30 anos de existência, no entanto há muito que se afirma como uma referência não apenas a nível operacional. Há anos que a Rádio Vidigueira a emitir de estúdio instalado no quartel, não só dá voz ao povo como combate o isolamento a que as gentes do interior acabam por estar votadas. Assim, não obstante as dificuldades, o dinamismo e a determinação desta equipa tem permitido dar continuidade e valorizar esta obra lançada e entregue ao povo a 29 de janeiro de 1986. 13 AGOSTO 2016 CASTRO DAIRE Associação (re)programa futuro Depois de um período conturbado, a centenária Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, vive hoje momentos de alguma serenidade que já permitem (re)programar o futuro. Embora o desafio seja grande, direção comando e corpo ativo unem-se na concretização de um audacioso plano de atividades que impõe muito trabalho, nada que assuste uma equipa incansável apostada em devolver o prestígio à instituição. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O s Voluntários de Castro Daire enfrentaram uma dura batalha, mas “muito trabalho” e alguns apoios permitem acreditar que “o pior já passou”, disso mesmo dá conta Cândido Henriques, um antigo comandante do corpo de bombeiros, que numa situação de crise não hesitou em assumir a direção. Fala de uma situação financeira “muito grave”, mas acredita que, em pouco tempo, será possível devolver estabilidade e credibilidade a uma instituição com mais de 138 anos de história e outros tantos de reconhecidos bons serviços prestados ao concelho, ao distrito de Viseu e a Portugal. “Esta é uma missão difícil que exige que honremos os compromissos com as entidades credoras, que não se acu- mule mais dívida e ao mesmo tempo não se descure o investimento”, diz o presidente, registando a recente aquisição de uma ambulância de transporte de doentes, “imprescindível” para que a associação continue a prestar um bom serviço à população e, ao mesmo tempo, assegure alguma receita. Este gigantesco esforço de recuperação é reconhecido pela câmara municipal que de tudo tem feito para colaborar na recuperação da instituição, assim como pela população, as pequenas empresas e o comércio locais, a Eólicas e a comunidade emigrante, como assinala Cândido Henriques. A grande aspiração de dirigentes e bombeiros é, agora, a requalificação do quartel, embora a solução ideal fosse a construção de um novo complexo, pois as atuais instalações há muito deixaram de responder às necessidades operacionais e não garantem as condições mínimas de conforto aos 115 elementos que integram, atualmente, o corpo ativo. O projeto está concluído mas este será apenas mais um “remendo” numa estrutura muito debilitada quem durante décadas, não recebeu quaisquer melhoramentos, segundo assinala o comandante Paulo Almeida, Comando e direção lamentam não existir “vontade política” para solucionar o problema e garantir casa nova e digna aos Voluntários de Castro Daire. O desinvestimento de gestões anteriores deixou marcas também no parque de viaturas, por isso importa “racionalizar os meios existentes” e tentar aproveitar a janela de oportunidade aberta pelo programa Portugal 2020, na tentativa de dotar o quartel de “dois veículos de combate a incêndios florestais e ainda de um outro de so- corro e assistência especial, com chassi 4x4, que permita intervir em incêndios urbanos”, refere o comandante, defendendo fazer cada vez mais sentido que os corpos de bombeiros apostem em meios “de capacidade múltipla ou em veículos mistos”. Apesar de todas as vicissitu- des, esta é uma instituição viva, cheia de projetos, apostada em servir cada vez melhor os cerca de 11 mil habitantes do concelho, que dinamiza uma banda e uma escola de música, uma escola de infantes e cadetes, que dá emprego a mais de duas dezenas de pessoas e mobiliza mais de uma centena de voluntários, sendo ainda um exemplo de recuperação e superação que qual Fénix renascida emergiu das cinzas mantendo intactos os valores herdados pelos fundadores que nos idos de 1878 começaram a escrever a história dos valorosos e resilientes Bombeiros de Castro Daire. 14 AGOSTO 2016 APTCA na Liga dos Bombeiros Portugueses Liga dos Bombeiros Portugueses Sporting Clube de Portugal Cascais Portimão Arrifana Alcabideche Estoril Idanha a Nova PAÍS B astou um repto nas redes sociais para que, em poucas horas, os quartéis de bombeiros de todo o país começassem a receber garrafas de água, barras de cereais, cereais e frutos entre outros produtos, destinados às centenas de homens e mulheres que nas várias frentes de fogo, de um Portugal em chamas, protegiam as populações e os seus bens. Cidadãos anónimos, crianças, adultos e idosos, mas também muitas figuras públicas, entre desportistas, atores, músicos e ainda empresas de pequena, média e grande dimensão, instituições várias e clubes desportivos fizeram questão de aderir a esta mega campanha de solidariedade. Também a sede da Liga dos Bombeiros Portugueses serviu, durante muitos dias, de entreposto de toneladas de produtos que, rapidamente, foram escoados em camiões para os diferentes teatros de operações e para os quartéis das áreas onde lavravam os incêndios. A juntar às contribuições de dezenas de particulares, ao n.º 7 da Rua Eduardo de Noronha chegaram, ainda, dádivas da Central de Cervejas, Nestlé, Lidl, Uber, Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine (APTCA), Juventude Social-democrata, funcionários da Truphone e Ordem dos Advogados – Conselho Regional de Lisboa. Para além das águas e de vários produtos alimentares, a Liga dos Bombeiros Portugueses recebeu, ainda, o apoio do Montepio Geral e da Caixa Geral de Depósitos, também da Portugal Telecom, da RTP e da Galp Energia. Seria quase impossível dar conta de Onda de solidariedade todos os apoios e dos muitos gestos que contribuíram para o agigantar da onda de solidariedade que irrompeu quartéis a dentro e levou miúdos a e graúdos a visitar, a conhecer os seus bombeiros e quem sabe a entender um pouco melhor o dia-a-dia deste grupo de gente que escolheu ser melhor colocando-se ao serviço da segurança e do socorro do seu semelhante. Ainda assim, importa destacar alguns os apoios da gasolineira Prio, que, gratuitamente atestou os depósitos de combustível de cerca de uma centena de viaturas de bombeiros que participaram no combate aos incêndios na região de Águeda. Já o IKEA de Braga doou 7500 euros destinados a apoiar a causa daqueles que “estão a trabalhar noite e dia para proteger florestas, casas e pessoas”. A verba será distribuída pelos Voluntários de Braga (3 mil euros), de Vieira do Minho (1500 euros), terras de Bouro (1500) e Cabeceiras de Basto (1500). Também os colaboradores da empresa Sueca se juntaram à campanha nacional de recolha de águas e barras de cereais. Carcavelos Vila Real de Santo António Do mundo do “desporto rei” importa dar o exemplo do Sporting Club de Portugal que efetuou uma recolha de bens à porta do estádio no jogo que marcou o arranque do Campeonato Nacional de Futebol, que, posteriormente, fez chegar aos Voluntários de Mangualde e aos de Vila Nova de Poiares. Destaque, também, para a decisão o plantel do Rio Ave e alguns dos seus familiares que se fizeram associados dos Bombeiros de Vila do Conde. Do contacto com muitas associações fica a nota de gratidão de bom- Nespereira beiros e dirigentes não apenas pelas ofertas, mas, sobretudo, pela atenção que receberam em momentos tão difíceis, garantindo que este sentido e amplo reconhecimento dos portugueses à missão que desempenham, funciona como estímulo para as duras batalhas que travam todos os dias, 365 dias por ano, 24 horas por dia, não apenas no combate aos incêndios florestais, mas em todos os outros teatros de operações onde intervêm, sempre, com prontidão e profissionalismo. Camarate Loures Albufeira 15 AGOSTO 2016 AGOSTO NEGRO Imagens que tocam A gosto despertou o “monstro adormecido”. Durante dias, semanas, o fogo reduziu a cinza milhares de hectares de terra fértil, ceifou vidas, devorou propriedades e sonhos e hipotecou o futuro de muitas pessoas. Mas em agosto renasceu, também, a portentosa solidariedade lusa. Portugal mobilizou-se para apoiar os seus bombeiros. Os quartéis encheram-se de gente, de boas vontades e de muitas dádivas. À nossa redação foram chegando imagens do muito fogo, mas também dos afetos que serviram, certamente, para mitigar o sofrimento das populações lesadas e o cansaço dos operacionais que, mais uma vez, se superaram nos vários campos de batalha. David voltou a levar a melhor a Golias! AÇORES Acesso prioritário a lares e a cuidados continuados A No quartel dos Voluntários de Cascais dois pequenotes depois de entregarem águas e bolachas foram convidados a conhecer os cantos à casa. Espreitaram as viaturas, fizeram perguntas e mais perguntas e saíram felizes, mas não sem um terno abraço da bombeira Filipa Silva. Na Madeira, um bombeiro açoriano conforta um menino, num cenário de fogo e fumo. De facto certas imagens valem mais que cem palavras, esta diz tudo mesmo sem palavras… Através deste diploma, os bombeiros passaram a beneficiar da isenção do pagamento de taxas moderadoras nas prestações em cuidados de saúde primários e hospitalares, mesmo fora do exercício da sua atividade, assim como de uma majoração de regalias no âmbito da educação. Agora, com a assinatura destes protocolos, estabelece-se mais uma das regalias previstas no documento, nomeadamente o acesso a lares de terceira idade e aos cuidados continuados. Podem beneficiar destas regalias todos os bombeiros e titulares dos corpos gerentes das associações de bombeiros e dos órgãos sociais da Federação de Bombeiros dos Açores que tenham, no mínimo, 15 anos de bom comportamento e efetivo serviço e comprovem a sua situação social de carência material e familiar. Compete ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores promover o acesso prioritário dos bombeiros voluntários da Região a lares de terceira idade, bem como a camas de cuidados continuados, nas condições agora estabelecidas por protocolo com as secretarias regionais da Solidariedade Social e da Saúde. O Decreto Legislativo Regional n.º 10/2015/A permitiu adaptar à Região a legislação que define o regime jurídico aplicável aos bombeiros portugueses no território nacional. CASCAIS Homenagem nas Festa do Mar Na Arrifana foram muitos os populares que por estes dias ”invadiram” o quartel para enorme satisfação de comando e direção. Importa destacar, em nome de todos os outros cidadãos, o exemplo das manas Cláudia e Cristiana Santos que, com a ajuda Sérgio Coelho e pequeno Tomás Oliveira se desdobraram em pedidos a várias empresas e, assim, com enorme satisfação e sentido de dever cumprido, levaram solidariedade e um sincero agradecimento aos Bombeiros da Arrifana, mas também aos da Feira e de Lourosa. Para o sucesso desta missão contribuíram, como sublinha Cláudia, amigos familiares e até o presidente da Junta de Freguesia de Fiães, que assegurou o transporte dos bens doados. Foto: CM Cascais Uma equipa dos Bombeiros Voluntários de Valbom, assistiu um cão que se encontrava desorientado no meio da floresta perseguido pelo fogo e pelo fumo. Depois de tratado e acarinhado a vítima de quatro patas do incêndio que lavrou no dia 10 de agosto em Gondomar reencontrou a dona, para gáudio e dos operacionais. Integraram este grupo os bombeiros Filipe Ribeiro, Marisa Pinto, Nuno Santos, Rúben Franklin e ainda Filipe Viana, Bruno Pinto, Natália Pereira, Bruno Sá e Sandra Quelhas. Secretária Regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, e o Secretário Regional da Saúde, Luís Cabral, assinaram protocolos com a Federação de Bombeiros dos Açores que garantem aos bombeiros acesso prioritário aos lares de idosos e às unidades de internamento e equipas domiciliárias que integram a Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados. Na cerimónia de assinatura dos acordos, que decorreu em Vila Franca do Campo, Luís Cabral salientou que este é o “reconhecimento” do Governo dos Açores pelo trabalho prestado pelos bombeiros, apontando como exemplo a recente missão na Madeira, onde três dezenas de homens e mulheres dos Açores prestaram auxílio no combate aos fogos. “Não são raras as vezes que as corporações de bombeiros da nossa Região têm sido chamadas a dar apoio às populações, em intervenções determinantes para evitar que os danos materiais sejam mais graves e, acima de tudo, salvando vidas. Este apoio que foi dado aos vossos colegas na Região Autónoma da Madeira veio comprovar isso mesmo”, frisou o titular da pasta da Proteção Civil. Os protocolos agora assinados resultam do Decreto Legislativo Regional n.º 10/2015/A, que veio permitir que os bombeiros açorianos possam aceder a um conjunto de direitos e regalias consagrado no diploma, de acordo com a especificidade insular. P erante milhares de pessoas, a Câmara Municipal de Cascais homenageou os seus bombeiros no passado dia 20, no decorrer das Festas do Mar. Antes de subir ao palco a cantora brasileira Maria Gadú o público deste festival de verão aplaudiu os comandantes de bombeiros das cinco corporações do concelho, “em representação dos 400 homens e mulheres que as integram”, mas também todos os outros do país que este ano já “viveram este ano momentos muito duros”, como referiu o presidente da Câmara Carlos Carreiras. O autarca recordou os cenários mais trágicos, sobretudo a norte do país, lembrando que mais de 180 bombeiros cascalenses mobilizados para o combate aos incêndios. Registe-se que durante os 10 dias do evento, muitos dos artistas que passaram pelas Festas do Mar fizeram questão de prestar tributo e agradecer aos operacionais que um pouco por todo País faziam de tudo para proteger pessoas e bens, com particular destaque para David Carreira e a fadista Marisa que dedicaram um tema aos abnegados e sempre prontos bombeiros de Portugal. 16 AGOSTO 2016 FIGUEIRA Estabilidade conquistada a pu Fundada em 1882 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz é, hoje, uma instituição que honra o passado, alicerçando o futuro. Uma equipa coesa e determinada, há já longos anos, dá a cara por um projeto vencedor assente no trabalho e algum arrojo. Da Figueira da Foz vem o exemplo de dirigentes e bombeiros que arregaçam as mangas norteados por um só objetivo: fazer mais e melhor pela comunidade que servem.. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim E m dezembro próximo Lídio Lopes e a sua equipa assinalam 19 anos de serviços prestados à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. O balanço de quase duas décadas de serviço público não poderia ser mais positivo, até porque hoje a instituição assume o estatuto de referência dentro e fora das fronteiras concelhias. Lídio Lopes faz uma viagem ao passado para recordar que o primeiro ato de gestão da sua direção foi “comprar 33 pares de botas”, dando conta de carências e lacunas básicas também ao nível de viaturas, como até das instalações, recordando o velho armazém de bacalhau adaptado à função de quartel Estava quase tudo por fazer e o desafio era enorme até porque “embora que não existissem dívidas, a conta bancária era de quase zero”, sustenta Lídio Lopes, sublinhando que “em matéria de gestão tudo estava por fazer.” Trabalho, entrega, tenacidade permitiram fazer obra. Hoje, os 86 bombeiros que integram o quadro ativo dispõem de todos as condições operacionais, áreas de formação e de descanso e um bem apetrechado parque de viaturas, sem que a segurança ou a formação tenham sido descuradas. “É diferença do dia para a noite”, considera o presidente da direção, reconhecendo que há ainda projetos que gostava de ver concretizados, nomeadamente uma nova sala do bombeiro. “Priorizámos as intervenções até porque era entendimento de dirigentes e operacionais que o mais importante seria garantir funcionalidade e operacionalidade ao quartel e que só depois se investiria ao nível do conforto”, explica o dirigente, salientando, no entanto, que já este ano foi inaugurada uma cozinha “com todas as condições” e que até ao final de 2016 o quartel ganha uma nova sala do bombeiro. Lídio Lopes fala de um “projeto de longo prazo perfeitamente delineado que permitiu investir mais 800 mil euros em obras, sem um tostão do Estado, apenas com recursos da associação”, salientando ainda a aposta na renovação de meios, que “todos anos tem trazido ao parque de viaturas novas ambulâncias, carros de fogo ou de desencarceramento, sendo que, apenas, a autoescada teve financiamento estatal”. Este ano a associação apresentou uma candidatura a fundos comunitários para aqui- sição de um veículo tanque florestal. Acompanhado pelos dirigentes Cassiano Batista, Paulo Duque, Ilídio Santos, Mário Leitão e Pedro Macedo e o comandante do corpo de bombeiros João Moreira, o presidente da direção alega que a estabilidade da organização se deve à união de uma equipa determinada em fazer mais e melhor na qual inclui um grupo de bombeiros motivado e sempre disponível para fazer parte deste esforço de crescimento. “Nós fazemos de tudo para gerar receita, temos uma ambulância para transportar animais para o veterinário, o “Pet- mobil” e um Studebaker que vai às festas das crianças. Firmámos um protocolo com a Renova e vendemos papel higiénico, papel de cozinha e guardanapos. Fazemos a recolha de monstros e eletrodomésticos e ainda prestamos vários serviços a empresas”, assinala Lídio Lopes, salientando que “grão a grão é possível garantir algum conforto financeiro” que viabiliza o investimento. As obras de requalificação da seção destacada de Paião constituem agora uma prioridade, pois importa dar condições aos 16 voluntários que garantem o funcionamento e pronta res- posta desta extensão do quartel sede instalada desde 1996 numa antiga escola primária. O arranque da empreitada orçada em cerca de 96 mil, está dependente da aprovação de uma candidatura ao programa Portugal 2020. Com um plano de ação devidamente delineado, esta equipa trabalha dia após dia no cumprimento de objetivos, até, como salienta Lídio Lopes “nunca está tudo feito, existe sempre o desejo de progredir”, até porque a instituição insiste em afirmar-se pela excelência do serviço prestado não só aos cerca de 62 mil habitantes deste concelho do distrito de Coim- bra, mas também e às dezenas de milhar de visitantes, com especial incidência no verão, procuram os extensos areais da Figueira da Foz. O comandante João Moreira sublinha o esforço da direção para garantir que nada falta ao corpo de bombeiros quer seja a nível de equipamentos e meios quer da formação. Embora o presente não preocupe, o responsável operacional não esconde que a crescente falta de voluntários poderá comprometer o futuro. Pragmático, o comandante aborda a questão sem “floreados“ afirmando que “hoje é-se bombeiros até aos 23 e 24 anos. Os 17 AGOSTO 2016 A DA FOZ ulso e de mangas arregaçadas mais jovens assim que terminam os cursos vão embora”. A rotatividade nos quartéis surge, assim, como uma inevitabilidade, até porque “só se é voluntário duas vezes na vida na hora de entrar e na hora de sair”, como reconhece o comandante com uma peculiar lucidez, que não o impede de tudo apostar num amplo trabalho junto das escolas do concelho, em ações de formação e campanhas de sensibilização com o intuito de trazer sangue novo ao quartel. A escola de infantes e cadetes, atualmente com 25 elementos, funciona como um importante “alfobre” que vai garantindo reforços ao corpo de bombeiros. João Moreira salienta o “bom trabalho do responsável pelo projeto e dos monitores” que muito têm contribuído para o sucesso do projeto, com a criação de um plano diversificado de atividades que atrai os mais novos e envolve os seus familiares. “Se não ganharmos novos bombeiros, pelo menos, no futuro, contaremos com cidadãos melhor formados, mais preparados para a vida, sensibilizados para a importância da missão desempenhada por estes homens e mulheres”, considera Lídio Lopes. No próximo mês de dezembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz completa 134 anos de existência sob o signo da prosperidade, mas se nas últimas duas décadas, evolução foi palavra de ordem. Mesmo enfrentando vários ciclos e crescentes desafios, em 133 anos de história este corpo de bombeiros teve somente 17 comandantes, quatro dos quais nos últimos 75 anos, um dado curioso que, de alguma forma, confirma que a estabilidade potencia, também, o crescimento. Fotos: Marques Valentim 18 AGOSTO 2016 CASCAIS O Resgate de turista espanhol em arriba Corpo de Bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais, foi acionado ao final da tarde de 17 agosto para o resgate de um cidadão de nacionalidade espanhola que teria caído na zona da Boca do Inferno, em Cascais. A vítima terá sido alvo de queda de aproximadamente 15 metros quando fotografava o local. Para este acidente foram mobilizadas, uma equipa de emergência pré-hospitalar e a equipa de salvamento em grande ângulo e a equipa de combate a incêndios florestais (ECIN) dos Voluntários de Cascais. A intervenção foi rápida, até pelo conhecimento direto dos bombeiros sobre a zona onde, aliás, executam habitualmente ações de treino. O resgate foi efetuado em menos de uma hora, estando preparado fazê-lo através da própria arriba. No entanto, acabou por ser efetuado por via aérea para o Aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, através da utilização do Helicóptero EH101 “Merlin” estacionado na Base Aérea do Montijo. As operações foram comandadas pelo Capitão do Porto de Cascais, inclusive a decisão de proceder ao resgate por via aérea, dado o acidente ter ocorrido em área da sua jurisdição, em coordenação com os Bombeiros Voluntários de Cascais. Não obstante a PSP e a Polícia Marítima terem estabelecido um perímetro de segurança ao local, as operações de resgate foram acompanhadas por dezenas pessoas presentes, dado que o local em causa é procurado habitualmente por muitos turistas. ALBUFEIRA Derrocada volta a alertar para o perigo S ete anos depois da derrocada que vitimou cinco pessoas, voltaram a soar os alarmes na Praia Maria Luísa, em Albufeira no passado dia 7 de agosto após mais um desmoronamento que a Agência Portuguesa do Ambiente classificou “de dimensão três a quatro vezes superior ao ocorrido em 2009”. As primeiras notícias davam conta de quatro pessoas soterradas, um cenário que acabou por não se confirmar, não havendo, pois, mortes a lamentar, muito embora os banhistas, nesta e noutras zonas balneares do país, insistam em comportamento de risco, desrespeitando todos os avisos e alertas das autoridades. Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, António Coelho, comandante dos Voluntários de Albufeira deu conta de uma complexa operação que se prolongou por treze horas e mobilizou 33 elementos e nove veículos deste corpo de bombeiros. Na praia Maria Luísa estiveram, ainda, meios e 37 operacionais da Autoridades Nacional de Proteção Civil, Agência Portuguesa do Ambien- te, Autoridade Marítima, Policia Marítima, Guarda Nacional Republicana, Instituto Nacional de Emergência Médica, Cruz Vermelha Portuguesa e Câmara Municipal de Albufeira. 19 AGOSTO 2016 ALBUFEIRA Um bombeiro nunca despe a farda João Antunes e Ricardo Gordinho, operacionais nos Voluntários de Albufeira protagonizaram dois salvamentos, quando estavam fora de serviço, provando assim que, de facto, um bombeiro nunca despe verdadeiramente a farda, está sempre disponível para cumprir o lema “vida por vida”. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim C om mais de 20 anos de bons serviços prestados à comunidade, tanto em Montalegre onde começou a carreira, como em Albufeira onde já está há vários anos, o experiente bombeiro de 1.ª João Antunes subiu ao patamar de herói quando, na manhã do dia 16 de junho, a gozar de uma merecida folga, foi chamado a socorrer um homem em paragem cardiorrespiratória. Conta que estava numa unidade comercial da cidade “às compras!” quando o alerta soou. Nem hesitou e essa prontidão permitiu salvar uma vida. “Estava já na caixa a pagar quando ouvi dizer que alguém se estaria a sentir mal, percebi a gravidade de imediato aproximei-me do homem e procedo às manobras de reanimação. Ele começou a recuperar e à chegada do meus colegas e da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) foi possível, já com outros meios, reverter a situação”, revela João Antunes ao jornal Bombeiros de Portugal. Recusa protagonismos, aliás até denota algum embaraço com a notoriedade que caso alcançou, contudo não esconde o orgulho por mais uma missão cumprida com êxito Ricardo Gordinho, tem apenas 21 anos, mas já uma paixão enorme pelas coisas e pela causa dos bombeiros. Estuda Engenharia Alimentar e embora ainda não tenha traçado planos de futuro, parece certo que abraçou esta missão para a vida. Com o brilho de felicidade nos olhos, fala das experiencias vividas dentro e fora do quartel nos mais variados teatros de operações, como que confirmando uma espécie de vocação. Dias antes de João Antunes, também Ricardo Gordinho tinha vivido uma situação que colocou à prova os deveres de prontidão e de preparação de um bombeiro. Terminado mais um piquete noturno, o jovem operacional regressava a casa quando, na rotunda das Ferreiras é travado pela curiosidade. Conta então que por ali se encontra um grupo de pes- soas em em alguma agitação, tentou indagar e deparou-se com uma criança deitada no chão e percebeu que “se tratava de uma obstrução da via aérea”. De imediato, aproximou-se do rapazinho e iniciou as manobras de suporte básico de vida, acreditando, sempre, que era possível reverter aquela situação. Minutos depois, Ricardo Gordinho recebia o apoio de uma ambulância da Cruz Vermelha Portuguesa e da VMER, e, em pouco tempo, o bebé, de apenas dois anos, começou a dar sinais de recuperação. Conta-nos o bombeiro que a criança se terá engasgado com um pedaço de pão e os pais impotentes para resolver a situação saíram do Algoz com a intenção de procurar ajuda especializada no Serviço de Urgência Básica de Albufeira, mas a viagem acabou por ser interrompida nas Ferreiras, porque a criança terá deixado de respirar. Também Ricardo foge aos focos do mediatismo, sublinhando que fez o que era suposto e que qualquer um seu teria agido da mesma forma. Mas é emocionado que fala do sorriso do menino, ainda a caminho do hospital de Faro mas já completamente recuperado. Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal o comandante dos Voluntários de Albufeira, António Zua Coelho, não esconde a satisfação no êxito destas duas missões, entre tantas outras que, diariamente, põem à prova um efetivo de 74 elementos, e que afinal, sublinha, é reflexo da preparação, mas também da entrega e disponibilidade dos seus operacionais que são “bombeiros 24 horas por dia”, como faz questão de assinalar. TAVIRA O s Bombeiros Municipais de Tavira mantêm na Ilha de Tavira no período de veraneio um dispositivo de primeira intervenção que ao longo dos anos tem justificado e surtido pleno efeito. Recentemente, numa ação de patrulhamento e vigilância de proximidade habitual a equipa dos Municipais de Tavira foi alertada para um pedido urgente de socorro na Praia da Terra Estreita. Tratava-se de um banhista, de nacionalidade portuguesa, a necessitar de apoio, com diversos traumatismos na cabeça e coluna infligidos pela ondulação de levante. Vítimas assistidas na praia Os bombeiros atuaram prontamente em seu socorro, estabilizando-o e providenciando a sua evacuação para Santa Luzia, onde o esperava uma ambulância de emergência. Nessa operação, de estabilização e transporte, a equipa dos Bombeiros Municipais de Tavira foi auxiliada por elementos da Policia Marítima e nadadores salvadores. No dia anterior, a equipa de serviço dos Municipais de Tavira foi chamar a socorrer uma vítima de pré afogamento, entre a praia da Terra Estreita e Barril, numa zona não vigiada. Tal facto, contudo, não obstou a que lhe fosse prestado o socorro devido. Neste caso, como tem acontecido em muitos ou- tros, a rapidez da resposta e a agilização de meios de socorro e emergência proporcionado pela equipa dos Municipais foi determinante para mais esta intervenção, a que se seguiu a evacuação para o Hospital de Faro com igual rapidez e segurança. 20 AGOSTO 2016 PAÇOS DE FERREIRA Coragem e abnegação em missão exigente Albano Costa resgatou do Rio Ferreira um jovem de 16 anos que não obstante já se encontrar há alguns minutos em paragem cardiorrespiratória, contra todas as expectativas, recuperou os sinais vitais. Regista-se a prontidão e a entrega do operacional dos Voluntários de Paços de Ferreira nesta missão que pôs à prova não só bombeiro, mas também o homem que a farda teima em esconder. Texto: Sofia Ribeiro Foto: Marques Valentim No dia 19 de julho soou no quartel dos Voluntários de Paços de Ferreira o alarme para um afogamento no Rio Ferreira, para onde são enviados de imediato os bombeiros Albano Costa e Daniela Gonçalves. Chegados ao local os operacionais confirmam que um jovem de 16 anos estaria “há longos minutos” no fundo no rio a uma profundidade de três metros. Albano tira apenas as botas e lança-se à água, seguindo as orientações das muitas pessoas que se encontravam naquela área não vigiada, mas onde no verão os mais jovens se reúnem em grande número. O bombeiro mergulhou e conseguiu detetar a vítima e, rapidamente, colocá-la em lugar seguro. A bombeira Daniela Gonçalves assume depois as operações encetando as manobras de suporte básico de vida e já com o apoio da Viatura Médica de Emergência e Reanimação é possível o jovem recupera os sinais vitais. Depois de estabilizada, a vítima é transportada para o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa. Esta seria apenas mais uma missão bem-sucedida, mas a operação deixou marcas em Albano Costa, um homem prag- mático e um bombeiro muito experiente, desde logo porque sabe bem da “dificuldade de reverter situações como estas”. Ainda assim, diz, que tinha a convicção de que era possível salvar aquela vida e, de facto, contra todas as expectativas o rapaz depois de 10 longos minutos submerso acabou por recuperar. O bombeiro de 2.ª Albano Costa garante que o que todas as pessoas fariam o mesmo ou quase todas pois, regista, com enorme desalento a passividade das muitas pessoas, que ao jeito de mirones, se limitaram a aguardar a chegada dos bombeiros e nada fizeram para tentar resgatar o rapaz. “Indignou-me ver mais de 20 pessoas a apontar para local onde, supostamente, o jovem tinha desaparecido e ninguém tentou pelo menos procurar o miúdo”, desabafa o operacional, admitindo que esta foi uma das histórias mais marcantes em 14 anos de vida de bombeiro. O caso acabou por ter um desfecho inesperado, pois dias após o acidente, o jovem acabou por falecer na unidade hospitalar. “Reconheço que me deixei envolver em demasia por este caso, acabei por ir ver o miúdo ao serviço de Cuidados Intensivos e até conhecer a família…”, confidencia. Embora não tenha justificação para tamanho otimismo, revela acreditou sempre que era possível salvar aquela vida e por isso foi com natural tristeza que recebeu a notícia da morte do jovem. O comandante dos Voluntários de Paços de Ferreira, António Costa, fala com natural orgulho do “papel absolutamente determinante do bombeiro Albano Costa”, garantindo que este salvamento é “fruto da coragem, abnegação e respeito pela pessoa humana”, qualidades, que assinala foram “inequivocamente evidenciadas neste ato”. Embora enalteça o desempenho de Albano Costa, o comandante, não se esquece de sublinhar a intervenção de Daniela Gonçalves e também da equipa de segunda intervenção que integrava os bombeiros João Veiga, António Bessa e Luís Ferreira, salientando que todos deram o seu contributo nesta difícil missão. ENB O M500 atualizado s corpos de bombeiros e os formadores da Escola Nacional de Bombeiros já contam com uma atualização do módulo M500 - Técnicas de Salvamento e Desencarceramento, que inclui novas apresentações, programa de formação, guião do formador, 19 fichas de manobra, 18 de exercício e um texto de apoio para estagiários. Estes materiais didáticos do curso de formação para ingresso na carreira de bombeiro voluntário estão disponíveis na plataforma e-learning da ENB (http://elearning.enb.pt), quer na área reservada aos formadores de Salvamento e Desencarceramento, quer na área de acesso dos corpos de bombeiros. As fichas de manobra e as fichas de exercício dos diversos módulos, igualmente disponibilizadas nesse espaço, pretendem apoiar, não só o curso de formação para ingresso na carreira de bombeiro, mas também o treino e a instrução contínua dos corpos de bombeiros. Até ao final do ano, a ENB conta disponibilizar a atualização do módulo M801 - Equipamentos, Manobras e Veículos. 21 AGOSTO 2016 GOLEGà B SEIXAL Presidente visita quartel O presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, Antonio Santos, visitou, recentemente, o quartel dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, com o intuito de apoiar e reconhecer o enorme esforço dos operacionais envolvidos no combate aos incêndios em São Pedro do Sul e na ilha Madeira. Na ocasião, o presidente da União e trabalho mantêm viva a tradição ombeiros e dirigentes dos Bombeiros da Golegã promoveram, pelo sétimo ano consecutivo a tradicional Festa em Honra da Nossa Senhora da Guia de 2016. Os festejos que decorreram de 12 a 15 de agosto coincidiram com um período complicado “com muitos bombeiros envolvidos no combate aos incêndios florestais”, ainda assim “o trabalho conjunto” e a entrega de todos permitiu manter viva a tradição e garantir o êxito do evento. junta entregou aos bombeiros uma geleira para equipar o veículo de combate de incêndios que apoia os Grupos de Reforço de Ataque Ampliado (GRUATA), nas várias missões pelo País. REVIVER MAIS Clássicos lembram incêndio de Sintra OLIVEIRA DO HOSPITAL O grupo que ficou por mostrar P N a paginação da reportagem sobre a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, que inserimos na última edição (Julho), ficou por incluir uma foto a que atribuímos sempre especial significado e que fazemos questão de mostrar sempre. Neste caso, contudo, por lapso não a incluímos. Assim, nesta edição, não poderemos deixar de a reproduzir, pedindo as nossas desculpas por só agora o fazermos. Trata-se da foto do grupo, junto ao monumento evocativo ao Bombeiro, que incluiu dirigentes, comando e bombeiros que, à data da nossa reportagem, então se encontravam de serviço nos Voluntários de Oliveira do Hospital. erfazendo meio século sobre a ocorrência do grande incêndio na Serra de Sintra de 1966, está prevista para o próximo dia 10 de setembro, em Sintra, a I Mostra de Veículos Clássicos “Reviver Mais”. Esta iniciativa esteve prevista para 17 de outubro do ano passado, mas devido às condições atmosféricas adversas verificadas naquela data acabou por ser adiado. “Tal como anteriormente, pretende-se que a iniciativa constitua um momento de exaltação dos Bombeiros, da sua identidade e da sua história, fundamentado na importância e no fomento da preservação da memória coletiva e do legado patrimonial, mas também, agora, uma homenagem a todos quantos, em 1966, com coragem e abnegação, defenderam, Sintra e a sua riqueza florestal” defende o presidente da Reviver Mais, Luís Miguel Baptista. As associações/corpos de bombeiros estão convidadas a participar na mostra, expondo ao público um ou mais veículos museu de que disponha, com destaque para algum que possa ter trabalhado nas operações de combate ao incêndio que é motivo de evocação. Para a participação deverá ser enviada até ao dia 5 de setembro a respetiva inscrição através do e-mail revivermais. [email protected]. 22 AGOSTO 2016 SÃO JOÃO Importa garantir aos mais jovens um Sem grandes problemas e a gozar de uma confortável estabilidade, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São João de Madeira vai projetando o futuro investindo nos meios, mas, sobretudo, nos recursos humanos, que são, como defendem direção e comando o património mais valiosos destas instituições. Com noção de que esta é sempre uma missão inacabada, dirigentes e bombeiros tem sabido nos últimos anos responder aos desafios de um setor em constante evolução, conferindo excelência ao serviço prestado ao concelho e ao País. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim C om a casa “devidamente” arrumada, os Bombeiros de São João da Madeira dão a conhecer uma organização estabilizada, ainda que o presidente da direção Carlos Coelho sempre vá reconhecendo que a missão é espinhosa, impõe muito trabalho e dedicação, até porque os apoios não abundam, desde logo das populações, sobretudo a mais jovem pouco sensibilizada para a causa, distante da filosofia que esteve na génese da criação destas instituições, assente no movimento associativo, que nos tempos que correm tem vindo a perder expressão. Nesta linha o dirigente dá conta de uma “diminuição progressiva do número de associados”, justificada com o desconhecimento da realidade destas instituições. “As pessoas pagam os seus impostos e acreditam que assim já estão a contribuir para o financiamento dos bombeiros”, diz Carlos Coelho, reconhecendo, no entanto, que sempre que é solicitado, as populações não negam o apoio aos Voluntários de São João da Madeira. Da mesma forma, Carlos Coelho lamenta que “as câmaras municipais nunca apoiem tanto quanto os bombeiros desejariam ou necessitariam”, até porque, segundo regista, “os níveis de exigência são cada vez maiores”, mas o subsídio camarário “é o mesmo há 20 anos”. Ainda assim, o dirigente, assinala que o panorama está a mudar e a sensibilidade para a causa e para a real importância do serviço prestado pelos bombeiros tende a aumentar. “Lutamos com algumas dificuldades, mas as contas estão em ordem”, faz questão de sublinhar o presidente que, num registo de humor, diz que os Voluntários de São João da Madeira são “os pedintes mais bem vestidos do concelho”, até porque importa não ceder à estagnação e manter o investimento que garante a modernização dos meios colocados à disposição a comunidade, bem como a formação e a segurança dos cerca de 100 operacionais que integram este contingente. Porque importa garantir as melhores condições de trabalho aos bombeiros, o quartel recebeu o ano passado obras de requalificação. A empreitada orçada em 415 mil euros permi- tiu, entre outros melhoramentos, a criação da ala feminina, obras que se tornavam imprescindíveis para que as bombeiras pudessem pernoitar no quartel e, assim sendo, integrar os piquetes noturnos que, assim, passaram a contar com um reforço de 20 elementos, um número “considerável”, como faz questão de assinalar o comandante Normando Oliveira. O responsável dá conta da aposta da direção no “conforto dos operacionais” ciente de que importa dar condições aos voluntários que são, aliás, fundamentais para a subsistência dos corpos de bombeiros, pelo me- nos do modelo que continua a vigorar. Um crítico assumido do “tal” sistema que mina o setor Normando Oliveira não poupa críticas à legislação que continua a afastar os mais jovens da causa. “Se o processo de recrutamento fosse fácil não haveria necessidade de alargar a idade de ingresso aos 45 anos”, considera para depois apontar falhas ao moroso processo de formação inicial, sem qualquer componente prática. Criada em 2011, a Escola de Infantes e Cadetes, presentemente com três dezenas de ele- 23 AGOSTO 2016 DA MADEIRA “percurso motivador” ESPOSENDE N mentos, já está a garantir reforços ao corpo de bombeiros, ainda assim poucos, tendo em conta que com o ingresso no ensino superior os jovens “embora não percam o gosto pela causa, deixam de ter tempo para uma missão tão exigente”, conforme fundamenta Normando Oliveira, que há já alguns anos, insiste em garantir um “percurso motivador”, que lhes permita sentir o pulsar da vida de um bombeiro. “Eles precisam de motivação que passa por sentir o desafio, a camaradagem, por pernoitarem no quartel, por criarem as suas referências.” o que com bom senso e um rígido regulamento interno e o apoio de todo o corpo de bombeiros é possível, segundo defende o comandante. Este é um território operacionalmente exigente tendo em conta a localização e o tipo e antiguidade da construção das zonas industriais e a massificação urbanística, cenários ou “áreas minadas”, como caracteriza o comandante que exigem preparação e prontidão. “Este é sempre um trabalho inacabado”, reconhece o presidente embora considere que “para a missão imediata os Bombeiros de São João da Madeira têm o essencial, não estão Inaugurado Monumento ao Bombeiro o dia em que comemorou 444 anos de concelho e 23 da elevação de Esposende a cidade, a 19 de agosto, o Município de Esposende prestou homenagem aos bombeiros do concelho, ao inaugurar o Monumento ao Bombeiro, situado no Largo Rodrigues Sampaio. “A partir de hoje, os bombeiros de Esposende e de Fão podem dizer que têm num dos locais mais nobres do concelho um monumento que honra a sua atividade e a sua coragem, que honra os vivos e também aqueles que perderam a vida ao serviço dos outros”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, na sessão solene que sucedeu ao ato inaugural do monumento. Trata-se de uma obra concebida pelos artistas de Belas Artes Forjanenses Mendanha e seus filhos Vânia e Nuno. Falando na cerimónia realizada no auditório municipal, o autarca afirmou tratar-se de “um ato da mais elementar justiça para com todos os bombeiros”, tanto da corporação de Fão, uma instituição com 90 anos, como a de Esposende, com 125 anos. O presidente da Câmara Municipal expressou também pala- vras de reconhecimento aos homenageados com a medalha de mérito municipal, entre os quais se incluía o comandante dos Voluntários de Fão, Norberto Mota. Para o presidente da Assembleia Municipal, Agostinho Silva, o Dia do Município e da Cidade é simultaneamente tempo de balanço e de homenagem aos que se distinguiram. Em jeito de reconhecimento, Agostinho Silva louvou o trabalho desenvolvido pelas misericórdias e pelas corporações de bombeiros de Esposende e de Fão. MANGUALDE O mal”, mas como o futuro é já amanhã, direção e comando defendem ser necessário começar a pensar no processo de renovação do parque viaturas, onde, dadas as características dos centros urbanos do concelho, continua a faltar uma plataforma elevatória que segundo o comandante “daria outras condições no ataque aos incêndios”. Com 88 anos de valorosos serviços prestados a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São João da Madeira pode arrogar-se, mesmo em tempos de crise, continuar trilhar o caminho do progresso, acrescentando valor ao serviço prestado não apenas aos 25 mil habitantes da sua área de intervenção, mas, também ao país. Homenagear a pedalar chefe Fernando André Barroso dos Bombeiros Voluntários de Mangualde terminou a sua carreira de bombeiro no passado dia 25 de julho por limite de idade para permanecer no quadro ativo mas, como se costuma dizer, não arrumou as chuteiras. Ao contrário, dois dias depois, no dia 27, iniciou um percurso de bicicleta que o levou a todos os quartéis de bombeiros do seu distrito, Viseu. Conforme o próprio justifica, trata-se de “uma homenagem aos bombeiros e bombeiras falecidos em serviço em Portugal”. Fernando Barroso refere ainda que “ao mesmo tempo quero deixar um gesto de gratidão a todos os que fazem parte da família dos Bombeiros, com ou sem farda, e aos seus familiares que estão na retaguarda a sofrer por vezes mais do que nós, quando estamos em missão, principalmente no flagelo dos incêndios florestais.” Na mensagem enviada a divulgar a sua ini- ciativa, o chefe Barroso lembrou ainda que “nestes longos anos de voluntariado sempre estive atento aos perigos e procurei defender, com espírito de serviço e voluntário, património, pessoas e bens, com a divisa que nos define, Vida por Vida”. Fernando André Barroso ingressou nos Bombeiros Voluntários de Mangualde em 1969 e foi inscrito como aspirante em 1970, tendo seguido todos os postos até à categoria de chefe, com a qual passa agora ao Quadro de Honra. 24 AGOSTO 2016 INCÊNDIO DO CHIADO Foto: Marques Valentim Homenagem aos bombeiros de há 28 anos A Câmara Municipal de Lisboa, em articulação com o Regimento de Sapadores Bombeiros e com as associações de bombeiros voluntários da capital promoveu no passado dia 25 mais um Dia Municipal do Bombeiro evocação ao grande incêndio ocorrido no Chiado naquele dia há 28 anos. Conforme refere a lápide fixa na Rua do Carmo, onde foi colocada uma coroa de flores, trata-se de mais “uma homenagem a quantos se distinguiram na defesa da sua cidade”. Com uma referência especial à memória do bombeiro sapador Ca- tana Ramos falecido no combate ao incêndio. Na cerimónia, a que presidiu, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, prestou homenagem a todos os bombeiros sapadores e voluntários que estiveram presentes no Chiado e ao espírito de entreajuda existente entre ambos, bem exemplificado mais uma vez na véspera desta cerimónia na intervenção conjunta do RSB e Voluntários de Campo de Ourique no combate a um incêndio ocorrido no último piso de um prédio na Rua Sol ao Rato, em Lisboa. 11 SETEMBRO DE 2001 o próximo dia 11 de setembro passam 15 anos após a tragédia ocorrida nas Torres Gémeas do “World Trade Center” da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA). O ataque terrorista, que esteve na origem do colapso dos dois edifícios gigantescos, provocou cerca de 3 mil mortos e mais de 6 mil feridos norte-americanos e de mais 70 outras nacionalidades. Entre as vítimas mortais estavam 343 bombeiros e 127 destes operacionais nunca foram encontrados. Todos os bombeiros falecidos encontravam-se no interior ou nas imediações das duas torres na tentativa de resgatar o maior número possível das pessoas que se encontravam bloqueadas no seu interior. Nas operações de busca e resgate, que se desenrolaram após o colapso das torres, e que se prolongaram por muitas semanas, estiveram envolvidos muitos milhares de bombeiros de outras cidades e estados norte-americanos. Tratou-se de uma operação de socorro de que psicologicamente, quer familiares de vítimas, inclusive bombeiros, quer os outros bombeiros e socorristas que ali acorreram, ainda não terão recuperado. Foto: EPA N Nas Torres Gémeas morreram 343 bombeiros LEIRIA F Família perde um dos seus aleceu no dia 26 julho, aos 54 anos de idade, vítima de doença prolongada, o bombeiro Carlos Alberto Macedo de Almeida dos Voluntários de Leiria Devassados pela prematura partida, os Bombeiros de Leiria recordam o homem “simples e humilde, companheiro e verdadeiro amigo que todos contagiava com a sua alegria e boa disposição”. Carlos Almeida encetou a carreira de bombeiros em 20 de novembro de 2001, mantendo-se no quadro ativo até 2 de janeiro de 2013, ano que decidiu procurar melhores condições de vida fora do país. Marcam o percurso deste bombeiro as condecorações recebidas em 2008 e 2009, como reconhecimento “do bom serviço prestado aos Voluntários de Leiria e à população”. Nos últimos anos, enquanto a saúde o permitiu, sempre que vinha a Portugal, fazia questão, não só de visitar o quartel como também de efetuar alguns serviços. Em comunicado direção, comando e quadro ativo apresentam “as mais sentidas condolências aos familiares e amigos” de Carlos Almeida, acentuando as suas qualidades humanas e operacionais. O autarca sublinhou ainda a aposta na formação lembrando a existência de novos 48 sapadores a frequentar a escola do RSB e a preparação de nova recruta em marcha. O incêndio do Chiado foi combatido por um milhar de bombeiros sapadores e voluntários com o apoio de 300 viaturas. Na cerimónia evocativa realizada na Rua do Carmo estiveram presentes, o comandante do RSB, tenente-coronel Pedro Patrício, o segundo comandante, major Tiago Lopes, uma for- matura composta por chefias do Regimento, os guiões, do RSB e das Associações dos Voluntários Lisbonenses, de Lisboa, Campo de Ourique, Cabo Ruivo e Beato, vereadores e presidentes de juntas de freguesia, o diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, o vogal da LBP, Rama da Silva, a vogal da ENB, Susana Silva, representantes do Sindicato dos Bombeiros Profissionais, da Associação dos Bombeiros Voluntários e elementos de comando e dirigentes das associações de bombeiros de Lisboa. 25 AGOSTO 2016 ALBUFEIRA Sensibilização para socorro a animais O s corpos de bombeiros são mobilizados cada vez mais para missões de salvamento de animais, destacando-se o resgate em falésias, árvores ou mesmo em situação de incêndio e acidente, de que resultam ferimentos em cães, gatos, cavalos, entre outros. Em Portugal, a formação na área de primeiros socorros a animais é quase inexistente. Reconhecendo esta necessidade, os Bombeiros de Albufeira, além de investirem na formação dos seus operacionais, desenvolveram também uma ação de sensibilização para o público em geral, que decorreu no passado dia 30 de julho no seu quartel. Essa ação incidiu nos cuidados básicos com animais de estimação, emergências mais comuns, reanimação cardiopulmonar, manobra de “heimlich”, transporte e manuseamento de animais feridos, bem como nos procedimentos a aplicar em caso de animais queimados e afetados por intoxicações de fumo. Os dinamizadores desta ação foram, a oficial bombeira de 2ª Teresa Garcia (enfermeira com formação especifica na área) e o bombeiro de 2ª Fernando André (formador TAT também com formação especifica na área). BUCELAS O Acidentes com tratores agrícolas em workshop s Bombeiros Voluntários de Bucelas promoveram, recentemente, o workshop “Introdução de Elevação de Emergência em Tratores Agrícolas”, uma ação integrada nas comemorações do 125.º aniversário da instituição. Esta iniciativa contou com a participação de trinta e três operacionais, oriundos de três distritos, que obtiveram conhecimentos que lhes permitem intervir em segurança em cenários de acidentes com capotamento de tratores agrícolas. Sérgio Santos CANTANHEDE Ampliação em marcha TORRES NOVAS A Formação em língua gestual formação dos seus operacionais em língua gestual é uma nova aposta dos Voluntários de Torres Novas, face à necessidade frequente de interagir com cidadãos surdos. Essa formação decorreu entre fevereiro e junho últimos e foi frequentada por 10 bombeiros. A ação de formação foi realizada pelo Centro Escolar de Riachos, estabelecimento escolar da região, vocacionado para as pessoas com este tipo de necessidades, que disponibilizou a formadora. Somos os bombeiros e informamos como nos podem contactar No final da ação foi criado por mensagem escrita para pedir socorro um pequeno filme, onde se informa como podem pedir auxílio aos bombeiros pelos números de telemóvel com recurso a mensagem. Os Bombeiros Torrejanos agradecem à direção do centro escolar a colaboração, que possibilita “um socorro mais próximo e eficiente às pessoas que só conseguem exprimir-se pelos gestos ou pela escrita”. ALVAIÁZERE A A rrancaram há pouco mais de um mês as obras de ampliação do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, que visam criar espaços destinados à formação. O novo pólo vai ter uma área de implantação de 142.50 m2 e uma área total de construção de 285 m2, distribuídos por rés-do-chão e primeiro andar. Situado na cota do plano de referência e sem utilização aparente o rés-do-chão, inicialmente será utilizado para parqueamento de viaturas de pequena dimensão, nomeadamente as de comando. No primeiro andar será criado um espaço amplo, podendo, se necessário, com divisórias albergar duas salas de menor dimensão. Esta intervenção, que terá um custo aproximado de 95 mil euros, corresponde à segunda fase do projeto de ampliação do quartel, iniciada pela atual direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede. Registe-se que o projeto começou por dotar o complexo de um novo parqueamento automóvel coberto que permite albergar 15 viaturas de grandes dimensões. Câmara entrega EPI Câmara Municipal de Alvaiázere entregou cerca de 150 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para Combate a Incêndios em Espaços Naturais e Urbanos, aos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere. Numa cerimónia carregada de simbolismo, o comandante Mário Bruno Gomes salientou a importância desta data que marca “um ato único”, pois, disse, “pela primeira vez a câmara municipal aceitou, sem questões, um pedido do comando e disponibilizou a verba para a aquisição de EPI para os bombeiros”, que estão, agora, certamente, “melhor equipados para intervir em todos as situações de emergência”. Pela direção foi assinalado o facto de o executivo ter dito presente aos bombeiros, salientando que “ficará para memória futura como se devem empregar dinheiros públicos”. Já a presidente da autarquia, Célia Margarida Gomes Marques, afirmou ser uma honra estar com os Voluntários de Alvaiázere, afirmando-se “sempre ao seu dispor”, recordando o recente apoio para as obras de melhoramentos no quartel. Nesta sessão marcaram também presença, os vereadores Agostinho Gomes e Nelson Paulino, o vice-presidente da direção Joaquim Simões entre outros dirigentes e elementos do corpo ativo dos Voluntários de Alvaiázere. 26 AGOSTO 2016 ESPOSENDE Município atribui 35 mil euros O município de Esposende aprovou, por unanimidade, em reunião do executivo, a atribuição do subsídio anual de 17 500 euros a cada um dos corpos de bombeiros do concelho, designadamente Voluntários de Esposende e de Fão. Este subsídio constitui “um importante apoio para que os soldados da paz possam dar continuidade à sua missão no plano da Proteção Civil, assegurando o serviço que prestam às populações do concelho no socorro aos acidentes de viação e transporte de doentes, assim como nos incêndios ou outros episódios”, segundo assinala a autarquia em comunicado. Com efeito, para além de “enfrentarem as dificuldades decorrentes da difícil conjuntura económico-financeira que o país atravessa, os bombeiros viram reduzidas as suas fontes de financiamento devido a um conjunto de alterações na legislação relativa à Proteção Civil, o que tem afetado, de forma muito significativa, a estabilidade destas associações”. Tendo em conta este quadro e considerando que os bombeiros voluntários desenvolvem, SETÚBAL PALMELA A rio de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, teve, já, oportunidade de visitar. A desafetação do domínio público municipal para constituição de direito de superfície a favor da ANPC foi aprovada por unanimidade na reunião pública de 30 de junho e será, agora, licitações de apoio, nomeadamente para a aquisição de viaturas e de outro tipo de equipamento”. levada a deliberação da Assembleia Municipal. A parcela de terreno, com 3.873m2, localiza-se na Rua Fundadores do Airense e está avaliada em 125 mil euros. Todo o processo de obra e projeto de arquitetura será da responsabilidade da ANPC. Autarquia cede viatura à ANPC Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, a celebração de um protocolo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, para cedência da viatura da Academia de Proteção Civil. Trata-se de uma colaboração que visa promover ações de sensibilização e informação ao público, no território continental. Registe-se que a Academia da Proteção Civil tem vindo a preparar a população para situações de catástrofe, fomentando a participação ativa dos cidadãos e associações nesta matéria. Por outro lado, a utilização da viatura visa contribuir para o processo formativo, não só dos alunos do concelho, mas, também, da Foto: CM Palmela Município de Palmela vai ceder um terreno em Aires, de forma gratuita e em regime de direito de superfície, à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), com vista à construção do novo Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal. Atualmente sedeado no edifício dos Bombeiros Voluntários de Palmela, o CDOS necessita, com urgência, de novas instalações que permitam dotar as equipas de melhores condições de trabalho, no âmbito da segurança e socorro de pessoas e bens, em todo o distrito. O Município empenhou-se, desde o primeiro momento, na procura de uma solução que permitisse manter o CDOS no concelho de Palmela e propôs à ANPC o terreno em causa, que o Secretá- N montante foi aumentado de 14 mil para 17 500 euros em 2014, para além de “continuar a atender às mais variadas so- CDOS fica em Palmela Foto: CM Palmela O com grande eficácia e competência, um papel preponderante no âmbito do Serviço Municipal de Proteção Civil, o município tem mantido a atribuição deste subsídio anual, cujo população, em geral, aumentando a capacidade individual de autoproteção e conhecimento sobre riscos e prevenção. O veículo está equipado com um televisor e computador por- tátil, dois manequins para manobras em suporte básico de vida, vários exemplos de sinalética de emergência, e kits de primeiros socorros e de emergência para sismos. TORRES NOVAS RIBA DE AVE Nova adjunta toma posse Câmara distingue comandante o passado dia 31 de julho realizou-se a cerimónia de colocação de galões à nova adjunta de comando dos Voluntários de Torres Novas, Ana Rita Pereira. A nova adjunta iniciou a formação para poder integrar o quadro de comando em maio último e terminou os quatro módulos no final de junho com média de 15 valores. Ana Rita Pereira iniciou a sua carreira em fevereiro de 2001, tendo progredido até bombeira de 1.ª em 2013, posto que ocupava até agora. O quadro de comando do corpo de bombeiros fica deste modo mais enriquecido com a entrada da nova adjunta. Ana Rita Pereira é a primeira mulher a integrar a estrutura dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas e a única a exercer funções de comando no distrito de Santarém. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Riba de Ave, Manuel da Luz Antunes, foi agraciado com o galardão de mérito municipal de benemerência, na sessão solene comemorativa do 31.º aniversário da elevação de Vila Nova de Famalicão a cidade. A Câmara Municipal entregou 40 galardões municipais a 30 cidadãos e 10 entidades do concelho, que pela sua ação e força empreendedora contribuíram para o desenvolvimento e crescimento do território. Foram também reconhecidos publicamente cidadãos e instituições do concelho que se destacaram pela sua exemplaridade e ação cívica. O comandante dos Bombeiros de Riba de Ave foi distinguido pela sua longa carreira como bombeiro encetada 1970 tendo em 1991 assumido o comando respondendo sempre com “dedicação e VILA REAL SANTO ANTÓNIO Promovidos mais dez bombeiros A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António acolheu no final de Julho mais dez bombeiros de 3.ª, após a frequência do curso inicial de bombeiro, Joana Caleiro, Leonel Fernandes, Beatriz Oliveira, Maria Murillo, Luís Cirspim, Marco Paz, Duarte Marques, Vânia Viegas, Ana Metelo e Dário Mariano. Na mesma cerimónia, o comando dos Voluntários de Vila Real de Santo António impôs as divisas de estagiário a mais dez candidatos a bombeiros, Diogo Simões, Patrícia Geraldo, Pedro Colaço, Inês Gomes, Telmo Ambrósio, Marina Santos, Pedro Fernandes, Carolina Pereira, Tony Pereira e Mário Ribeiro. Entretanto, a escola de infantes e cadetes recebeu um novo elemento, a Tatiana Santos. competência às exigências do serviço”, sacrificando muitas vezes a sua vida pessoal. Os Voluntários de Riba de Ave, em comunicado, felicitam “todos os agraciados, em especial o comandante Francisco Mesquita dos Bombeiros Famalicenses e João Coelho, presidente da direção dos Bombeiros de Famalicão”. 27 AGOSTO 2016 PENAFIEL Associação centenária aposta em novos conceitos A assinalar o 135.º aniversário, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penafiel não acusa o desgaste do passar dos anos, pelo contrário é uma instituição voltada para exterior, apostada na modernidade, adaptada a novas exigências e conceitos. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N ão há muitos dias a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penafiel comemorou os 135 anos de existência com uma festa de arromba que, não descurando uma vertente mais formal e tradicional, teve como ponto alto a Noite Vermelha, evento que dirigentes e bombeiros querem inscrever no calendário festivo da região Norte com o intuito de projetar mais alto a imagem dos bombeiros. Dias antes das comemorações, o jornal Bombeiros de Portugal esteve no quartel dos Voluntários de Penafiel, e embora a azáfama já fosse muita, direção e comando fizeram questão de dar a conhecer a instituição, que se apresenta como uma organização financeiramente estável, que conta com um corpo de bombeiros sempre disponível para apoiar e ajudar a concretizar os projetos de direção e comando. O presidente da direção, Eduardo Nascimento, e o comandante António Rodrigues fazem questão de falar das obras de requalificação do quartel-sede, um imóvel com quase 30 anos e que “apresenta graves lacunas” justificando-se assim uma intervenção de maior envergadura efetuada a expensas da associação” que visa dar “todas” as condições de trabalho e algum conforto aos 108 homens e mulheres que integram o corpo ativo. O projeto permitiu a reabilitação das camaratas masculinas e femininas, a beneficiação das áreas exteriores, prevendo ainda a recuperação da parada e das áreas de oficina e parqueamento. Feitas as contas a direção investiu nestas obras cerca de 100 mil euros. Há mais de uma década que uma coesa equipa empresta tempo e saber à instituição, com resultados “muitos positivos”, para os quais concorrem também os apoios da população e das entidades locais, sempre atentas às necessidades dos bombeiros, sempre disponíveis para colaborar com a instituição. O comandante faz até questão de sublinhar a “espontaneidade” dos apoios que vão chegando ao quartel, e que de alguma forma denotam uma estreita e “já antiga” relação que comunidade faz questão de preservar. Da mesma forma, também a Câmara Municipal de Penafiel reconhece a importante missão desempenhada pelos três corpos de bombeiros do concelho, assumindo assim todas as responsabilidades em matéria de proteção civil. Esta é uma casa com poucas lacunas. O comandante fala de um bem apetrechado parque de viaturas, onde apenas falta almejada plataforma, que “seria uma grande mais valia colocada à disposição do concelho”, mas um “pesado” investimento que carece de financiamento. Os Bombeiros de Penafiel garantem o socorro a 20 das 38 freguesias do concelho, um território vasto que levou a associação a criar a Seção Destacada de Abragão, mantendo, assim, elevados os níveis de prontidão e a qualidade de socorro em toda a área de intervenção. O comandante fala, no entanto, na necessidade de proceder a alterações neste polo que perdeu para a emi- gração em “muito curto espaço de tempo” 16 bombeiros. Apesar do “desastre” de Abragão, António Rodrigues garante que o recrutamento de novos bombeiros ainda não é um problema e que os jovens voluntários continuam a chegar ao quartel. Num território operacional- mente exigente, para além dos meios, os Voluntários de Penafiel contam ainda com um bem preparado e equipado corpo de operacionais, pois a formação, a instrução e a segurança dos homens e mulheres são “questões prioritárias” para comando e direção. Volvidos 135 anos de serviço público, a Associação Humanitária dos Bombeiros de Voluntários de Penafiel afirma-se, também, por alguma rebeldia, pela introdução de novos conceitos, mas também pelo dinamismo patenteado no núcleo da Juvebombeiro, na escola de infantes e cadetes, na fanfarra e ainda na equipa de futebol. 28 AGOSTO 2016 VALPAÇOS A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valpaços realizou no passado dia 2 de julho as comemorações do Santo Padroeiro (São João). A cerimónia reuniu bombeiros e bombeiras, familiares, associados, representantes de varias entidades, nomeadamente, o presidente do Município de Valpaços, Amílcar Almeida, o comandante José Morais, em representação do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), o presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Vila Real, Jose Pinheiro, e o comandante distrital de Vila Real da ANPC, Álvaro Ribeiro. A cerimónia, ocorrida num final de tarde, incluiu a condeco- Primeiros crachás em 80 anos ração aos bombeiros com o crachá de ouro da LBP aos subchefes António Gomes, António Cruz e Luis Morais e ao bombeiro de 3.ª João Batista, as medalhas de serviços distintos grau cobre da LBP, ao adjunto de comando Luis Nogueira, ao subchefe Manuel Calvão, aos bombeiros 1.º, Rui Mesquita, Rui Sousa, Jose Lopes, Rui Mendes, Vítor Pinheiro, Vítor Marcelino, ao bombeiro de 2.ª Manuel Marcelino Calvão, e aos bombeiros supranumerários, Antonino Baia Gonçalves e Filipe Marto. Foi ainda entregue uma medalha de dedicação grau Ouro, 25 anos, da LBP ao bombeiro de 2.ª Antonino Jose Teixeira Gomes. Estas condecorações foram propostas pelo comandante em exercício, Luis Nogueira, ao Conselho Executivo da LBP, com parecer favorável da direção, e fundadas no reconhecimento “pelo trabalho, dedicação e empenho que todos demonstram e demonstraram durante uma vida ao serviço da população deste Concelho, Distrito e do Pais”. Segundo o comandante em exercício, Luis Nogueira, tais condecorações “são únicas num corpo de bombeiros que conta hoje com 80 anos de existência, lembrando os mais antigos e reconhecendo os mais novos, como um objetivo sempre a considerar, e agradecendo à LBP o empenho com que analisou e anuiu à fundamentação apresentada para cada uma das condecorações”. Foi ainda batizada uma ambulância de transporte de doentes não urgentes, oferecida pela benemérita Maria Júlia Barroso, e que ajuda assim a modernizar o parque de ambulâncias, conforme referiu Amílcar Mesquita, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Valpaços ao agradecer a oferta. A finalizar realizou-se pelas ruas da cidade de Valpaços o já tradicional desfile apeado e motorizado, culminando, no final, com a verbena de São João. GUARDA OE 2017 tem que reforçar verbas do DECIF Orçamento de Estado para 2017 tem que contemplar mais verbas para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais do próximo ano” exigiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) na Guarda. O comandante Jaime Marta Soares, que falava durante a sessão solene comemorativa do 140º aniversário dos Bombeiros Voluntários Egitanienses presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, advertiu que “não vamos permitir que tudo se passe como aconteceu este ano com a circular financeira associada ao DECIF, de que a LBP só teve conhecimento três dias antes da sua aprovação”. A propósito, o dirigente sublinhou que “ não vamos permitir que isso volte a acontecer, tudo tem que ser negociado antecipadamente para que não voltem a ser disponibilizados apoios que considero insignificantes para o enorme esforço feito pelos bombeiros”. O presidente da LBP defendeu ainda que a dotação prevista no OE de 2017 para o financiamento das associações de voluntários terá que permitir que ninguém receba menos do que recebia através do PPC. O comandante Jaime Soares elogiou o trabalho desenvolvido pelos dirigentes e comandos na condução transparente e rigorosa das associações de bombeiros sublinhando que “quem não deve não teme”. Daí que, os bombeiros não temam ser auditados ou fiscalizados. Mas para isso, segundo o presidente da LBP, “a ANPC criou uma super-estrutura de Direção de Auditoria e Fiscalização, exemplo acabado de uma solução despropositada e demonstrativa de excesso de “gorduras” quando antes cabia aos comandantes distritais, e devia continuar a caber essa função, com menos custos e menos problemas”. Antecipando a realização da Fotos: Marques Valentim “O sessão solene foi inaugurada uma ambulância ABTD apadrinhada pelos elementos do Quadro de Honra (QH), e antes disso apresentado um novo talhão no cemitério Novo. No salão “Álvaro Guerreiro”, onde decorreu a sessão solene, foi também apresentada a galeria com as fotos de todos os comandantes e presidentes da instituição, perante os quais, pouco depois, o bombeiro de 2.ª Joaquim Lages passou ao QH e foram promovidos a bombeiros de 3.ª os seguintes elementos; Rafael Pascoal, Leandro Fernandes, Débora Sequeira, Micael Lourenço, Daniel Ferreira, Andreia Brites, Daniela Campos, João Lopes, Rodrigo Besteiro, Hugo Barbosa, Diogo Miguel, Rafael Pinto, Tiago Mateus e Dani Rodrigues. Foram também promovidos, a subchefe, os bombeiros, João Manuel Pereira, Rafael Jerónimo Cruz e Fausto Manuel Rato e, a chefe, Fernando Sequeira, Vitor Cruz e Augusto Falcão. Com as medalhas de assiduidade da LBP, de 5 anos, foram distinguidos, os bombeiros de 3ª, Hugo Brito, Rui Gonçalves e Aldina Fernandes, e os estagiários, Rafael Pascoal e Ana Sequeira, com a medalha de 10 anos, os bombeiros de 2.ª, Luís Pedro, Joana Aparício, João Lopes, Paula Fernandes, e de 3.ª Sérgio Lopes, com a de 15 anos, os bombeiros de 1.ª, Artur Almeida e Bruno Garcia e o de 2.ª Nuno Marques. Por fim, a medalha de 20 anos de dedicação foi entregue ao subchefe Paulo Martins e ao bombeiro especialista Maria Alice Falcão, e a de 25 anos, aos subchefes João Coelho e Hugo Teixeira e ao bombeiro de 2.ª Carlos Martins. Na sequência da cerimónia, o comandante Paulo Sequeira lançou o desafio à LBP para que não deixe de equacionar a reso- lução da situação criada “quando existe um grande número de elementos a sair para o QH entre os 30 e os 35 anos, não tendo a oportunidade de receber a condecoração existente para os 35 anos bem como um número de elementos que desde muito cedo se dedicaram aos bombeiros que se mantém no ativo há mais de 40 anos”. A Associação então atribuiu um reconhecimento, por 30 anos, ao comandante Paulo Sequeira, ao adjunto Manuel Pereira, ao chefe Vitor Cruz e ao subchefe Fausto Rato e, por 40 anos, ao oficial principal António Morais, ao chefe Francisco Ramos e subchefe Leão Mingacho. Este último foi ainda alvo de uma homenagem especial dado que este ano deixa o cor- po ativo por completar 65 anos de idade. No final da entrega das medalhas e das promoções decorreu a posse do novo segundo comandante o até então adjunto de comando Manuel António Pereira. Procedeu-se ainda à entrega de diplomas de reconhecimento, a Maria Leontina Alves Dias Almeida Lemos, por desde 1999 oferecer todos os anos o bolo de aniversário à instituição, à Olano Portugal – Transportes SA, pelo apoio dado à manutenção e conservação do parque automóvel do corpo de bombeiros, e ao casal António Júlio e Maria Teresa Tavares Luís. A cerimónia, presidida pelo secretário de Estado, contou também com as presenças, do presidente da LBP, do diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do vice-presidente da Câmara da Guarda, Carlos Monteiro, do presidente da Federação de Bombeiros da Guarda, Paulo Amaral, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral da instituição, Álvaro Guerreiro, do presidente da direção, Luís Borges, do comandante Paulo Sequeira, e dos restantes órgãos sociais e elementos do comando. 29 AGOSTO 2016 BUCELAS Fotos: Marques Valentim Homenagem aos benfeitores nos 125 anos A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bucelas comemorou o 125º aniversário e aproveitou a ocasião para homenagear a sua história através da apresentação de uma monografia, memorando da instituição, e todos os benfeitores que têm apoiados as obras de requalificação e ampliação do quartel ainda em curso. Na oportunidade, inauguraram ainda uma ambulância de transporte de doentes adquirida com meios próprios e também os obtidos em diversas iniciativas promovidas em conjunto com o “ Grupo Bucelas Aventura”. O programa comemorativo começou com a inauguração do núcleo museológico da instituição denominado “Chefe do QH Mário Roberto” e que passa a ocupar o primitivo parque de viaturas. Ali foi também descerrada a fotografia do bom- beiro de 1.ª António Luís, este ano a perfazer 30 anos de serviço. As cerimónias foram presididas pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que, na oportunidade, defendeu que “os bombeiros são e continuarão a ser o pilar central da proteção civil em Portugal”. A primeira fase de remodelação e ampliação das instalações iniciou-se em 2010 e foi inaugurada em 2015. Nessa fase incluíram-se, camaratas, sala de formação, sala dos bombeiros, gabinete de chefes, nova central de comunicações e o gabinete do comando com recurso por exemplo ao aproveitamento do piso superior do quartel. As obras em curso têm sido asseguradas por um conjunto de apoios locais, privados e autárquicos, e aguardam também a respecti- va quota-parte de fundos comunitários, conforme fez questão de sublinhar o presidente da direção, José Falcão. Na sessão solene foram promovidos a bombeiro de 3.ª sete novos elementos, Paulo Alves, Carlos Faria, Pedro Soares, Susana Silva, Ricardo Silva, Marta Rodrigues e David Ferreira. Com medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) foram distinguidos vários bombeiros. A medalha de dedicação, grau ouro, 25 anos, foi atribuída ao comandante Rui Santos, ao bombeiro de 1.ª Joaquim Grosa, ao bombeiro de 2.ª Cláudio Oliveira, e aos bombeiros de 3.ª Aníbal Ferreira e António LIVRO “J “Juntos somos mais Bombeiros” untos somos mais Bombeiros – Bucelas 125 anos” é o título do livro, designado por memorando, editado pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bucelas precisamente para comemorar o seu 125.º aniversário. Trata-se de um trabalho coordenado por Isabel Rodrigues e que contou com inúmeras participações, variadas e multidisciplinares a que a associação fez questão de agradecer publicamente em plena sessão solene comemorativa do aniversário. Desse grupo fizeram parte, Filipa Roque, Jorge Afonso, o adjunto de comando Salvador Abreu, a oficial bombeira Cristina Almeida, o chefe An- tónio João Martins, os bombeiros de 2.ª Carlos Carneiro e Edite Ferreira, os chefes Joaquim Cardoso e Nelson Pires, o subchefe Reinaldo Batista, os vice-presidentes Fernando Borga e Vitor Santos, o diretor Joaquim Carneiro, o ex-presidente da direção Amadeu Ferreira, Carla Ca- chola, Edite Frazão, Hugo Cruz, Margarida Amaral, Sandra Correia, Lúcia Ramos, Vitor Neto, o comandante do QH Américo Mateus, Célia Catarino, Maria da Luz, Rui Pinheiro, Rui Oliveira, Luz Cancela de Abreu, Duarte Santos, Cátia Freitas, Diogo Pina, Vasco Reza, Conceição Ma- cieira e Raquel Marques. A todos estes elementos, a direção e comando entregaram os primeiros exemplares da edição. O trabalho contou com a participação muito ativa de colaboradores municipais associados à área museológica e cultural. Simões. A medalha de assiduidade por 20 anos foi entregue à oficial bombeiro de 2.ª Cristina Almeida e ao bombeiro de 1.ª David Sequeira, a de 15 anos à bombeira de 2.ª Cláudia Almeida, e a de 10 anos, aos bombeiros de 2.ª, Valdemar Soares, Tânia Sofia Bernardo e Ana Mafalda Soares e aos bombeiros de 3.ª, Ana Marta Matias, Sílvia Nunes, Andreia Carvalho, Patrícia Santos e Noémia Duarte. Com medalhas de serviços distintos da LBP foram então distinguidas várias entidades e pessoas envolvidas no apoio à associação e, boa parte delas, em particular, às obras em curso. Com a medalha de serviços distintos, grau cobre, foram distinguidos, o Posto Territorial da GNR, o arquiteto Pedro Catarino, a Junta de Freguesia de Bucelas, a empresa “Hempel Lda” e os profissionais de eletricidade, António Alves Raposo, Vitor Manuel Prata e João Fernando Prata. A medalha de serviços distintos da LBP, prata, foi atribuída, à empresa Santos e Vale Lda, à REN SA, à família Camilo Alves, à EGEO SA, à Caixa de Crédito Agrícola, à Bucelbritas Lda e ao Grupo Bucelas Aventura. A medalha de serviços distintos grau ouro da LBP foi atribuída à empresa Fernando Borga CANTANHEDE A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) pretende juntar todas as empresas associadas na confraternização que assinalará o 114.º aniversário da instituição, agendada para outubro, com o “objetivo de dar a conhecer mais de perto a causa para a qual contribuem”. Atualmente, a AHBVC conta Associação junta empresas em festa de aniversário com “cerca de 60 sócios-empresa, mas a grande maioria desconhece o funcionamento da associação, todo o trabalho desenvolvido pelo corpo de bombeiros e está longe de imaginar a sua real dimensão e a sua a nível distrital”, conforme reconhece Adérito Machado, presidente da instituição. “Não se trata de convencer as empresas a contribuir para os Bombeiros”, salvaguarda, “até porque todas estas empresas já o fazem com a quota anual”, defendendo que importa antes . de “aproximar a Associação de quem para ela contribui”. O responsável espera, no entanto, que esta iniciativa sirva também para sensibilizar outras empresas a tornarem-se associadas da casa e da causa. Com uma quota mínima de 50 euros por ano – “feitas as contas, menos de 14 cêntimos por dia” – , qualquer empresa poderá “demonstrar apoio àquela que é uma das maiores corporações dos bombeiros do Distrito de Coimbra, contribuindo para que tenha os melhores meios de socorro e proteção ao dispor de toda a comunidade”. Lda e à Câmara Municipal de Loures. Para sua entrega, o representante da LBP convidou, respetivamente, o presidente da edilidade e a ministra da Administração Interna. No final da sua intervenção, a ministra Constança Urbano de Sousa colocou no estandarte da Associação a medalha de mérito proteção e socorro grau ouro do MAI. A sessão solene, além da ministra, contou também com as presenças, do vice presidente da Câmara de Loures, e presidente em exercício, Paulo Piteira, do presidente da ANPC, Grave Pereira, da presidente da Assembleia Municipal, Fernanda Santos, do representante da LBP, Rui Rama da Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros de Lisboa, comandante Pedro Araújo, da vogal da direção da Escola Nacional de Bombeiros, Susana Silva, do comandante distrital de agrupamento sul da ANPC, Elísio Oliveira, do comandante dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, entidade geminada com a congénere de Bucelas, do presidente da Junta de Freguesia, Élio Matias, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, Joaquim do Vale, do presidente da direção, José Falcão, do comandante Rui Santos e restantes órgãos sociais e comando. 30 AGOSTO 2016 MONTIJO Associação organiza desfile de fanfarras ARRIFANA Bombeiros promovem Festival da Francesinha A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo promoveu o mês passado, por ocasião das festas na cidade, o 1.º Grande Desfile de Fanfarras “Comandante Álvaro Valente” que contou com a participação de 12 agrupamentos. Para além da fanfarra anfitriã, participaram neste encontro os grupos de Azambuja, Alcochete, Amadora, Amora Benavente, Barreiro (Salvação Pública), Caneças, Moita, Pinhal Novo, Peniche e Canha. Assistiram ao evento várias individualidades, nomeadamente o neto do Comandante Álvaro Valente, os presidente da câmara municipal e das juntas de freguesias deste concelho da margem sul do Tejo, bem como dirigentes e comandantes de vários corpos de bombeiros. SEVER DO VOUGA Escola em férias E stá agendado para os próximos dias 9 e 10 de setembro, 2.º Festival de Francesinha, uma iniciativa da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Arrifana, que visa angariar fundos para a instituição. Depois do assinalável sucesso da primeira edição, dirigentes e bombeiros preparam o certame que promete certificar a qualidade da iguaria que será servida nos jardins fronteiros ao antigo quartel. CANTANHEDE Obras “abençoadas” por S. João D F oi enorme, mas superado o desafio de organizar os festejos de S. João assumido este ano pela seção destacada da Tocha dos Bombeiros de Cantanhede, que desta forma continua a trabalhar na angariação de receita para financiar obras no quartel. Durante quatro dias os soldados da paz não tiveram mãos a medir, mas o esforço valeu a pena, pois “tudo indica que até ao final do ano seja dado início E stá a arder a nossa Pátria!... Ano após ano, se pensa e repensa, se projetam e idealizam planos de intervenção, se retiram brilhantes conclusões, se fazem estudos de intervenção. Mas no ano seguinte nada foi feito e os estudos continuam! Mas aos nossos Bombeiros, esses homens grandes, pouco lhes interessa os estudos dos governos, as conclusões, os benefícios que o Estado não lhes dá ou lhes retirou, o risco que correm no exercício da sua missão. Ao toque da sirene, de noite ou de dia, dizem sempre e bem alto: “Presente!”. à intervenção nas instalações da Tocha”. De acordo com o Adjunto de Comando dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, Nuno Carvalho, também principal responsável pela Secção da Tocha, o edifício, inaugurado em 2006, carece de intervenção ao nível de isolamento térmico e pintura das paredes exteriores. Para além de um cartaz de espetáculos importa destacar o espetáculo de fogo-de-artifício, na primeira noite da festa, a que se seguiu o famoso “banho santo”, às primeiras horas da madrugada. O desfile marchas, a batalha de pistolas de água, a aula de zumba com chuva de espuma constituíram também momentos altos dos festejos que incluíram ainda a atuação da fanfarra dos Voluntários de Cantanhede e um desfile das viaturas da corpo de bombeiros pela avenida principal da Tocha. ecorreu no passado dia 2 de julho o encerramento de mais um ano de atividade da escola de infantes e cadetes dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga, A manhã foi preenchida com atividade nas ruas da Vila de Sever do Vouga, em que foi realizado um peddy-paper, prova de orientação e conhecimento de vários pontos de referência do concelho de Sever do Vouga. O almoço convívio juntou os elementos da escola com instrutores e comando. À tarde decorreu receção aos familiares, às 15 horas com formatura de receção aos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga. Seguidamente os cadetes prestaram, perante os seus familiares, órgãos sociais e comando, algumas provas de Suporte Básico de Vida. Tam- bém foram montadas, pelos infantes, linhas de água para o combate a incêndios. No final, o comandante e o presidente da direção enalteceram os nobres valores destes jovens e adolescentes em entregarem-se e dedicarem-se com tenra idade à nobre causa dos Bombeiros e dos valores sociais. Também foi sublinhada a importância dos valores familiares. Para o comandante Sebastião Lourenço, “esses valores são o berço da sociedade, para que seja mais justa e solidária, e as famílias, que apoiam os seus filhos em causas tão dignas, como o socorro a quem de ele necessita de forma abnegada e altruísta, estão a contribuir para a formação de bons e nobres cidadãos”. No final da tarde realizou-se um lanche partilhado, por familiares, instrutores, escolas, órgãos sociais e comando. E arde o País... Estes são os nossos “bravos”, sempre prontos para o “combate pela paz”, em defesa do povo e da pátria, esquecendo a própria vida. Todos os anos somos confrontados com esta desgraça, que queima vidas, queima património, queima a floresta e reduz Portugal a cinzas. E os Bombeiros? São heróis para todos os políticos, desde Presidente da República, primeiro-ministro, líderes parlamentares. Todos reconhecem o valor, o trabalho, a dedicação e o amor a esta nobre causa humanitária. Mas, amigos, o fogo não se apaga com palavras de compai- xão e de agradecimento, é preciso veículos de combate a incêndios, homens bem equipa- dos e com formação para se obter uma resposta rápida e eficaz no combate às chamas. E assim se vai vivendo, ano após ano, em que as palavras voam com o fumo e a página dramática onde os acontecimentos foram descritos no diário dos vossos políticos arde, infelizmente. Para o ano haverá outros incêndios e os mesmos bombeiros lá estarão para os apagar, porque os bombeiros não fazem greve, não recusam serviços, nunca dizem “não”, são uma força viva da sociedade civil, sempre disponível. Esta é a hora das Direções de Bombeiros Voluntários se unirem e dizerem bem alto ao Estado Português: “Basta!”. Chegou a hora de reclamar um apoio estatal com transfe- rências mensais, à semelhança das Freguesias ou dos Municípios deste país. Os Bombeiros não podem depender da roleta dos fundos comunitários para adquirir viaturas. Este é o momento do poder político reconhecer efetivamente que os Bombeiros são importantes neste país e irão ter apoio, não só com palavras, mas com atos. As palavras são como o fumo: leva-as o vento! Viva os Bombeiros de Portugal. Adérito Machado (Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede) 31 AGOSTO 2016 ros Voluntários deveriam ser dispensados para combater esta guerra, porque isto é a nossa Guerra, e nem todas as guerras são feitas com armas, armas nucleares, explosões, etc. Nesta batalha todos devíamos estar do mesmo lado e todos deveríamos contribuir para a ganharmos a Guerra o mais rapidamente possível. Assim, devíamos contribuir de forma direta, isto é, aqueles que de certa forma tem formação para o fazer, os que são Bombeiros Voluntários, os que são técnicos de saúde, psicólogos, socorristas etc, mas também de forma indireta através de bens de primeira necessidade para os nossos bravos Soldados da Paz e acima de tudo dispensar, por alguns dias, todos que são Bombeiros Voluntários para combater os incêndios e acabarmos com esta Guerra. Carlos Ribeiro (Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva) em agosto de 1996 Desabafo de presidente Carta Aberta a Sua excelência o Sr. Presidente da Republica Portuguesa Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa xmo. Sr. Presidente, depois de passada a grande euforia em torno dos feitos desportivos do nosso país, quero agradecer-lhe a justa homenagem que prestou aos atletas que tantas alegrias nos têm dado. Comovi-me a ver a receção que a seleção nacional de futebol teve após a conquista do título europeu, conquistado em França. As ruas cheias, para aplaudir aqueles que nos fizeram sentir aquilo que de facto somos, um grande povo. A alegria reinante e nos fazia ter um sorriso rasgado há quase 24 horas. Também vibrei com cada lance do jogo. A cada remate feito a esperança na vitória aumentava, o coração palpitava a cada defesa do Patrício. Tal como sempre acontece quando um Português atinge o sucesso e o nosso hino é cantado a minha alma enche-se de orgulho e a minha voz embarga. Quando vejo a nossa bandeira ser içada pelas imensas conquistas que temos os meus olhos ficam encharcados. Quando vejo os nossos atletas verem reconhecida a gratidão de um povo inteiro, quando são recebidos pela mais alta figura do Estado Português, choro. Choro, na privacidade do meu lar, porque sempre me disseram, desde tenra idade, que um homem não chora. Choro porque, com o passar dos anos, percebi que isso não passava de um mito. Choro sozinho, mas choro. Choro quando vejo os meus bombeiros partir para um incêndio e não sei se voltam. Choro porque não sei se estão devidamente equipados, quer de viaturas ou de equipamento de proteção individual. O meu coração palpita quando vejo a prontidão com que os bombeiros partem em socorro de património que alguém de forma criminosa quis destruir. Comovo-me com a forma desinteressada com que cada bombeiro socorre vítimas sem olhar a raça, religião, ideologia… Emociono-me quando dão do seu próprio bolso para ajudar a corporação da qual fazem parte. A voz embarga quando me dirijo a uma recruta que a partir desse momento se disponibiliza a servir de forma abnegada e dedicada, que, como qualquer jovem, acredita ser capaz de mudar o mundo. E Foto: Marques Valentim ivemos dias difíceis, dias que vemos, a passos largos, as nossas florestas a derreterem-se em cinza, a desmoronarem-se como castelos de cartas. Estamos em Guerra, perdendo o nosso maior bem, os povoamentos florestais do nosso belo Portugal. Estamos a perder uma batalha travada entre as labaredas e o Homem, pois estes Homens encontram-se exaustos, com dias e noites de combate com poucas, ou mesmo, sem horas de descanso. Durante esta semana já se falou muito sobre a falta de limpeza dos povoamentos florestais, a quantidade de mato existente em torno das casas, tudo e mais alguma coisa, muita tinta já correu. No entanto, muitos desses pontos são verdade, mas neste momento temos de olhar para a situação presente e repensar/prevenir as situações futuras. Como disse, há já alguns anos , “nesta fase muitos são os que estão à espera desenfreadamente que chegue o fim desta época, para dizerem, este ano já passou para o ano logo se vê!” Mas nós não podemos andar ano após ano a recusar o inevitável que passa pelo ordenamento da floresta em Portugal. Temos de parar para repensar o que nunca foi pensado, planear o que até a data nunca foi planeado e AGIR! O DECIF, tem dado uma resposta a este flagelo que, nos últimos dias, têm assolado o nosso Portugal (continental e ilhas), mas estes Bravos e Valentes Homens encontram-se exaustos e cansados e, por esse motivo, o Dispositivo deveria ser refrescado com voluntários. A fauna e flora devem ser preservadas por todos, pois é esta que temos de garantir de geração em geração. Nestas condições, quando a nossa bela Pátria e as nossas florestas mais necessitam, todos os Bombei- Foto: LUSA V Estado de guerra Estes, também são os nossos heróis, os nossos campeões. Campeões sem títulos, sem comendas nem homenagens. Não são ovacionados, nem recebidos em apoteose, mas são o maior exemplo de humanismo que uma nação pode ter. Ganham a gratidão de alguns mas não o justo reconhecimento das suas conquistas diárias. Para eles os troféus são as vidas que salvam, cada doente que ajudam, um metro quadrado que não arde graças à sua intervenção. Apesar disso, a cada amanha, eles lá estarão nos seus quartéis prontos para mais um dia de voluntariado em prol do outro. Apesar disso, eles não reclamam receções apoteóticas, não reclamam aplausos nem comendas. Em bom rigor nada disso os move, por isso, nada reclamam. Não reclamam eles, mas reclamo eu. Reclamo que as poucas regalias sociais que detinham e que recentemente lhes foram retiradas lhes sejam restituídas e até aumentadas. Reclamo que tenham uma redução na taxa de IMI, que sejam isentos de taxas moderadores no SNS, que beneficiem de taxas sociais no abastecimento de água e gás, que tenham descontos na aquisição de bilhetes em transportes públicos, que recebam uma bolsa considerável desde que frequentem o ensino superior e com aproveitamento, que obtenham cheque-creche para os seus filhos… reclamo reconhecimento a quem merece. Reclamo, porque eles são os meus HERÓIS, os nossos HERÓIS e são-no todos os dias, a todas as horas. Nota: esta carta nunca será enviada ao Sr. Presidente da Republica, é apenas um desabafo. Ricardo Vieira (Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã) ANIVERSÁRIOS 1 de setembro Bombeiros Voluntários de Carnaxide#104 4 de setembro Bombeiros Voluntários da Ericeira#85 5 de setembro Bombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso#112 7 de setembro Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato#81 8 de setembro Bombeiros Voluntários de Folgosinho#79 10 de setembro Bombeiros Voluntários de Alter do Chão#68 Bombeiros Voluntários de Castro Verde#34 12 de setembro Bombeiros Voluntários da Lixa#127 Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto#94 Bombeiros Voluntários de Vimioso#84 14 de Setembro Bombeiros Voluntários de Caldas da Rainha#121 Bombeiros Voluntários de Sacavém#119 Bombeiros Voluntários de Góis#60 15 de setembro Bombeiros Voluntários de Gondomar#103 Bombeiros Voluntários de Vagos#88 Bombeiros Voluntários de Vidago#49 16 de setembro Bombeiros Voluntários de Tondela#92 Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves#20 18 de setembro Bombeiros Voluntários de Favaios#101 Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande#68 19 de setembro Bombeiros Voluntários de Almoçageme#121 Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo Rodrigo#79 Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo#39 Bombeiros Voluntários de Penela#36 20 de setembro Bombeiros Voluntários de Leça do Balio#85 22 de setembro Bombeiros Voluntários de Algés#114 Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira#109 23 de setembro Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal#77 24 de setembro Bombeiros Municipais do Funchal#128 25 de setembro Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima#129 27 de setembro Bombeiros Voluntários da Nazaré#89 30 de setembro Bombeiros Voluntários da Malveira#72 Bombeiros Voluntários da Trofa#40 Bombeiros Voluntários de Santana#31 Fonte: Base de Dados LBP 32 AGOSTO 2016 LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES O flagelo dos fogos florestais que mais uma vez atingiu famílias, pessoas, habitações, vilas, aldeias e territórios, quer do continente, quer da Região Autónoma da Madeira, exigiu grande esforço das mulheres e homens que servem a causa humanitária, obrigando as suas Associações e os seus Corpos de Bombeiros a uma redobrada operacionalidade e logística que desgastou ainda mais, as já de si frágeis condições económico-financeiras. Todos esses apoios foram ao momento uma importante ajuda e reforço na logística LOUVOR/REPREENSÃO A todos os que, direta ou indiretamente, têm tido responsabilidade na falta de prevenção dos incêndios florestais em Portugal. mento gratuito de combustíveis, que de forma significativa ajudaram as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e os Corpos de Bombeiros. A todos agradecemos penhoradamente, em nome dos Bombeiros de Portugal por mais este momento de carinho de cidadania e de solidariedade. Bem-haja a todos! Lisboa, 19 de agosto de 2016 O Presidente do Conselho Executivo Jaime Marta Soares Comandante ISENÇÃO DE IRS A LBP defende alargamento além do DECIF Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pretende ver incluída no Orçamento de Estado (OE) para 2017 a isenção em sede IRS das verbas entregues pelas associações aos seus bombeiros voluntários. Para tal, o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, dirigiu a todas as associações o pedido para que façam um levantamento exaustivo das verbas disponibilizadas em 2015 e o enviem urgentemente à Liga. O comandante Jaime Soares pretende elaborar uma proposta a enviar à Secretaria de Estado da Administração Interna no sentido de ver incluída no OE 2017 a isenção em sede de IRS desses valores, “sejam eles compensações salariais ou subsídios no âmbito da atividade voluntária, não incluindo as que foram pagas no âmbito do DECIF”. Foto: Marques Valentim Ao mítico hotel madeirense “Reid´s”, à sua administração e funcionários, que durante cinco dias consecutivos apoiaram com refeições e outros bens todos os bombeiros envolvidos no combate às chamas naquela ilha. O agradecimento e louvor é extensível a todas as empresas, entidades, empresas e milhares de particulares que no continente e na Madeira apoiaram a ação dos bombeiros. a implementar nos vários teatros de operações, às quais com toda a celeridade, a LBP fez chegar a quem deles mais necessitava. Assim, a Liga dos Bombeiros Portugueses vem agradecer a todas as empresas e foram centenas, e aos milhares de cidadãos, que de forma anónima ou pública quiseram associar-se na participação em donativos aos Bombeiros Portugueses da mais variada índole, sob a forma de géneros alimentícios (águas, leite, bolachas, conservas, refrigerantes, sumos, frutas, etc), também em participação monetária ou no forneci- A Crónica do bombeiro Manel O s palpites são mais que muitos, como sempre. Há uns palpites dedicados aos estudos que dizem que foram feitos ou não feitos. Há uns palpites à volta dos números do que dizem que ardeu, mais ou menos, o que aconteceu mais ou menos, quantas dias, quantas horas duraram os incêndios. Dizem-me que são as estatísticas, parvo, e eu digo que é mais blá, blá, blá! E os mexilhões, independentemente dos ditos números e estatísti- Blá blá blá! cas, são sempre os mesmos, com mais ou menos áreas ardidas, com mais ou menos dias a dar o litro. No fundo, no fundo, o que é certo é que contam sempre com os mesmos. Em jeito de quem fala de boa, podemos dizer que os convocados são sempre os mesmos. E podemos também dizer que, como sempre, quem anda aí a dar palpites só de novo a verdadeiros treinadores de bancada. Depois das borradas de alguns, desculpem falar assim, depois dos desleixos de muitos, lá estamos nós para limpar essas borradas e os desleixos. Como da bola e da política pouco se tem falado nesta altura os ditos treinadores viram-se para os incêndios para continuar a dar palpites. Para uns faltam estudos, para outros até sobram e ainda há alguns que dizem que há lóbis. Não sabia bem o que era isso mas explicaram-me. Até me disseram que andam aí dois ou três figurões a dizer que os bombeiros também têm um desses lóbis. Aqui é que volto a não perceber. Mas quem diz isso é bom que explique melhor, tem que dizer mais, ou ainda melhor, tem que ser mais claro e mais direto para que não haja dúvidas. Por mim, e julgo que posso falar por todos vós, podem dizer tudo, mas têm que provar o que dizem. Se não o fizerem só terão que pagar por andar a difamar e a morder a mão de quem os ajuda. [email protected] FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 21 825 88 21 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal Foto: LUSA Agradecimento