Revista HUGV 2007 - Hospital Universitário Getúlio Vargas

Transcrição

Revista HUGV 2007 - Hospital Universitário Getúlio Vargas
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Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
The Journal of Getulio Vargas University Hospital
v.6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
Rua Apurinã nº 04 – Praça 14 de Janeiro, Cep: 69020-170
Fones: (092) 3305-4782
Manaus - AM
E-mail: [email protected]
UFAM
FUNDADORES
Ricardo Torres Santana
Jorge Alberto Mendonça
LISTA DO CONSELHO EDITORIAL DA REVISTA HUGV
EDITOR-CHEFE
Fernando Luiz Westphal
Kathya Augusta Thomé Lopes
Maria Augusta Bessa Rebelo
Rosane Dias da Rosa
Maria Lizete Guimarães Dabela
LISTA DO CONSELHO CONSULTIVO DA REVISTA HUGV
Aluísio Miranda Leão
Àngela Delfina B. Garrido
Antonio Carlos Duarte Cardoso
Célia Regina Simoneti Barbalho
Cláudio Chaves
Clemencio Cezar Campos Cortez
Dagmar Keisslich
David Lopes Neto
Domingos Sávio Nunes de Lima
Edson Sarkis Gonçalves
Ermerson Silva
Eucides Batista da Silva
Eurico Manoel Azevedo
Cristina Melo Rocha
Fernando César Façanha Fonseca
Fernando Luiz Westphal
Gerson Suguyama Nakajima
Ione Rodrigues Brum
Ivan da Costa Tramujás
Jacob Cohen
João Bosco L. Botelho
José Correa Lima Netto
Julio Mario de Melo e Lima
Kathya Augusta Thomé Lopes
Lourivaldo Rodrigues de Souza
Luís Carlos de Lima
Luiz Carlos de Lima Ferreira
Luiz Fernando Passos
Maria Augusta Bessa Rebelo
Maria do Socorro L. Cardoso
Maria Fulgência Costa L. Bandeira
Maria Lizete Guimarães Dabela
Mariano Brasil Terrazas
Miharu Maguinoria Matsuura Matos
Neila Falcone Bonfim
Nelson Abrahim Fraiji
Nikeila Chacon de O. Conde
Osvaldo Antônio Palhares
Ricardo Torres Santana
Rosana Cristina Pereira Parente
Rosane Dias da Rosa
Rubem Alves da Silva Junior
Wilson Bulbol
Zânia Regina Ferreira Pereira
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Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
The Journal of Getulio Vargas University Hospital
v.6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
Copyright© 2007 Universidade Federal do Amazonas/HUGV
REITOR DA UFAM
Dr. Hidembergue Ordozgoith da Frota
DIRETOR DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
Dr. Raymison Monteiro de Souza
PRODUÇÃO GRÁFICA-EDITORIAL: EDUA
DIRETOR DA EDUA
Dr. Renan Freitas Pinto
COORDENADORA DE REVISTAS DA EDUA/UFAM
Profª Dayse Enne Botelho
REVISÃO (LÍNGUA PORTUGUESA)
Sergio Luiz Pereira
CAPA
Rodrigo Pereira Verçosa
TIRAGEM 300 EXEMPLARES
Ficha Catalográfica elaborada na fonte
R454 Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas. – Vol. 1, n. 1 (2002) – Manaus: Editora da
Universidade Federal do Amazonas, 2002 v. : iI.; 21x 29cm
Semestral
Título da revista em português/inglês
ISSN 1677-9169
1. Medicina-Periódico I. Hospital Universitário Getúlio Vargas II. Universidade Federal do
Amazonas.
CDU 61(051)
SUMÁRIO
Editorial .................................................................................................................................................. 9
Dr. Raymison Monteiro de Souza (Diretor do HUGV)
ARTIGOS ORIGINAIS
1. Avaliação dos acidentes biológicos ocorridos no Hospital Universitário Getúlio Vargas entre
os profissionais de saúde no período de 1999 a 2004
Miharu Maguinoria Matsuura Matos, Hilkem Gomes Alves, Lorena dos Santos Vásquez .................................. 11
2. Condições de Acessibilidade para pessoas com deficiência na cidade de Manaus
Rosangela Santos da Silva, Kathya Augusta Thomé Lopes........................................................................ 19
3. Avaliação das condições periodontais entre pacientes fumantes e não-fumantes atendidos na
disciplina de periodontia da Ufam
Morgana Rabelo Abreu, Izabella Andrade Ferreira dos Santos, MiriamRaquel Ardigó Westphal, Maria Augusta
Bessa Rabelo ........................................................................................................................................
27
REVISÃO DE LITERATURA
4. Abordagem dos efeitos deletérios do diabetes mellitus nas doenças periodontais: uma via de
Mão Dupla
Nícia Marques de Almeida Oliveira, Cláudia Kelly Diniz de Oliveira, Miriam Raquel Ardigó Westphal, Paulo
Augusto da Silva Filho, Alessandra Valle Salino........................................................................................
33
RELATO DE CASO
5. Hemopneumotórax complicado com edema pulmonar de reexpansão
Fernando Westphal, Luiz Carlos de Lima, José Correa Lima Netto, George A. M. Lins de Albuquerque Ingrid
Loureiro de Queiroz Lima, Danielle Cristine Westphal ...............................................................................
39
6. Turbeculose esternal como diagnóstico diferencial de neoplasias esternais
Fernando L. Westphal, Luiz C. Lima, José Correa Netto, André C. C. Souza, André C. L. Dias, Danielle Cristine
Westphal, Ingrid Loureiro Queiroz Lima...............................................................................................
45
7. Diagnóstico e tratamento de lesões endoperiodontais: relato de caso
Cintia Mara Melo Rêgo, Aida Renée Assayag Hanan, Luciana de Sousa Falcão, Nícia Marques de Almeida
Oliveira, Ângela Delfina Bittencourt Garrido ..............................................................................................
49
8. Anais .............................................................................................................................................. 53
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v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
CONTENTS
Editorial .................................................................................................................................................. 9
Dr. Raymison Monteiro de Souza (Director do HUGV)
ORIGINAL ARTICLES
1. Evaluation of the biological accidents occurred in University hospital Getúlio Vargas, the
professionals of health in the period of 1999 until 2004
Miharu Maguinoria Matsuura Matos, Hilkem Gomes Alves, Lorena dos Santos Vásquez .................................. 11
2. Conditions of accessibility for people with disability in manaus
Rosangela Santos da Silva, Kathya Augusta Thomé Lopes........................................................................
19
3. Evaluation of periodontal conditions between smokers and non-smorkers taken care in
disciplines of periodontics of the Ufam
Morgana Rabelo Abreu, Izabella Andrade Ferreira dos Santos, MiriamRaquel Ardigó Westphal, Maria Augusta
Bessa Rabelo ........................................................................................................................................
27
LITERATURE REVIEW
4. “Aprach” of the deleterious effect of diabetes mellitus the periodontal diseases: oneway of
double hand
Nícia Marques de Almeida Oliveira, Cláudia Kelly Diniz de Oliveira, Miriam Raquel Ardigó Westphal, Paulo
Augusto da Silva Filho, Alessandra Valle Salino........................................................................................
33
CASE REPORT
5. Reexpansion pulmonary edema as complication of traumatic hemopneumothorax
Fernando Westphal, Luiz Carlos de Lima, José Correa Lima Netto, George A. M. Lins de Albuquerque Ingrid
Loureiro de Queiroz Lima, Danielle Cristine Westphal ...............................................................................
39
6. Sternal tuberculosis as diferential diagnostic of sternum neoplasias
Fernando L. Westphal, Luiz C. Lima, José Correa Netto, André C. C. Souza, André C. L. Dias, Danielle Cristine
Westphal, Ingrid Loureiro Queiroz Lima...............................................................................................
45
7. Diagnosis and treatment of endoperiodontais injuries: a case report
Cintia Mara Melo Rêgo, Aida Renée Assayag Hanan, Luciana de Sousa Falcão, Nícia Marques de Almeida
Oliveira, Ângela Delfina Bittencourt Garrido ..............................................................................................
49
8. Annals .............................................................................................................................................. 53
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EDITORIAL
Raymison Monteiro de Souza
Diretor da HUGV
Ao assumirmos a Direção do HUGV, em
março de 2007. Apresentamos como proposta a
construção de um Hospital Universitário que atendesse de forma real os anseios da comunidade acadêmica no que diz respeito a área de ensino e pesquisa, incentivando a produção científica, a realização de eventos na área de saúde e principalmente
os programas de pós-graduação desenvolvidos na
Instituição.
Em relação aos Programas de Residências
Médicas, o HUGV, o pioneiro em formação de residentes no Estado do Amazonas, por meio do Ministério da Educação, passou a disponibilizar 125
vagas de residência médica, distribuídas em 22 Programas. Além disso, implantou a residência médica em Neurologia Clínica, com a primeira turma
começando em março de 2008.
As dificuldades estruturais e financeiras enfrentadas pelo hospital, não impediram a realização de eventos de cunho científico, que são conseqüências naturais em uma instituição de ensino que
é campo de estágio para cursos de várias áreas tanto da Ufam quanto de outras unidades educacionais. Em 2007, destacou-se a IV Jornada de Saúde
da Amazônia Ocidental, realizada em novembro
com o tema “Saúde, uma abordagem multidisciplinar.”
Esse tema foi escolhido por ser parte da realidade do HUGV, que possui em seu quadro de
pessoal, profissionais de diversas áreas, tais como:
Médicos, Assistentes Sociais, Nutricionistas, Fisioterapeutas, Psicólogos, Profissionais de Educação
Física, Farmacêuticos, Bioquímicos, entre outros.
Essa equipe multidisciplinar atua em vários Programas do hospital e procura ter uma visão
holística do paciente e da ciência, tratando o ser
humano e as patologias de forma ampla e inteira e
não de forma fragmentada, considerando aspectos de ordem física, mental e social.
Com a Jornada houve o aumento da produção científica do hospital, na forma dos Temas
Orais e Pôsteres inscritos, tanto que os anais do
evento podem ser vistos nesta edição da revista.
A publicação da Revista HUGV também é
uma grande conquista, pois estimula a realização
de pesquisas, resultando na elaboração de artigos
originais, resumos e relatos de casos. Fortalecer a
área de pesquisa é uma das principais metas do
hospital, pois, como centro formador de recursos
humanos especializados é de fundamental importância se manter na vanguarda na área de saúde.
A formação de recursos humanos na área
de medicina é dependente de Serviços e pessoas
comprometidas com o ensino como primeiro passo para a produção do saber e, a seguir a contextualização dos Serviços em forma de artigos e livros. A independência intelectual está diretamente
vinculada à produção científica, pois assim podemos descrever as rotinas utilizadas no dia-adia do Hospital e descrever a experiência adquirida no exercício da medicina e áreas correlatas.
Assim, conclamo a comunidade deste Hospital para a realização de artigos científicos, retrospectivos ou prospectivos, relatos de casos ou
revisão sistemática, criando nossa memória e aumentando a produção científica deste Hospital.
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AVALIA
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O DOS A
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ACIDENTES
BIOLÓGIC
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NO
PERÍODO DE 1999 A 2004
EVALUATION OF THE BIOLOGICAL ACCIDENTS OCCURRED IN UNIVERSITY HOSPITAL GETÚLIO
VARGAS, THE PROFESSIONALS OF HEALTH IN THE PERIOD OF 1999 UNTIL 2004
Miharu Maguinoria Matsuura Matos*, Hilkem Gomes Alves**, Lorena dos Santos Vásquez**
RESUMO: A contaminação acidental dos profissionais da área de saúde é uma preocupação importante, embora
pouca ênfase seja dada em nosso meio. Dentre as doenças de possível contaminação, as hepatites B e C e a Sida
são as que mais preocupam essa categoria. Foi realizada uma análise retrospectiva de 35 fichas de notificações
arquivadas no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) referentes
aos acidentes ocorridos no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus (AM) durante o período de 1999 a
2004. A categoria profissional mais atingida foi o corpo de enfermagem, sendo a agulha o agente que mais causou
acidente. O local mais freqüentemente envolvido na ocorrência dos acidentes foi o PSU, sendo a exposição
percutânea a mais comum. Os dedos da mão, principalmente da direita, foram as áreas corporais mais atingidas
nos acidentes notificados neste estudo. Quanto ao material biológico envolvido no acidente foi por exposição a
sangue. Em relação ao uso de equipamento de proteção individual (EPI), a maioria dos profissionais fazia o uso
de luvas e eram vacinados contra hepatite B. Neste estudo, foi observado um considerável número de subnotificação,
em função do número reduzido de fichas notificadas, promovendo uma baixa representatividade dos acidentes
ocupacionais. A subnotificação é um problema grave e muito sério que leva a uma falsa impressão de que os
acidentes não ocorrem, quando, na verdade, representa uma falta de conhecimento de como proceder mediante
a um acidente, aliada ao descaso em comunicar o ocorrido por ter receio de ser taxado de displicente e imprudente.
Palavras-chave: Acidente biológico, material perfurocortante, riscos ocupacionais, biossegurança.
ABSTRACT: The accidental contamination of the employees of the health area is an important concern, even so
little emphasis is given in our environment. Among the possible diseases of contamination, the hepatitis B and C
and the Aids have been the ones that are more concerned in this category. A retrospective analysis of 35 forms
filled in the Specialized Service in Engineering of Security and Medicine of the Job (SESMT) was done regarding
the notifications of the accidents occurred at Getúlio Vargas University Hospital in Manaus, Amazonas, during
the period from 1999 to 2004. The most affected professional category was the nursing crew, and the needle
accident was the main cause of the accidents. The most frequent place involved in the occurrence of the accidents
was the PSU, and the per cutem access was the most common exposition. The fingers, mainly on the right hand,
were the body part most affected among the accidents notified in this study. In relation to the biological material
involved in the accidents, it was the blood exposition; in relation to the use of the individual protection equipment
(EPI), the majority the employees was using gloves and were vaccined against Hepatitis B. In this study, it was
observed a great number of sub notifications, because of the low number of notified forms, reflecting a low
representation of the occupational accidents. The sub notification is a very serious problem that leads to a false
impression that accidents do not occur, when in the truth, it represents a lack of knowledge of how to proceed
when a real accident occurs, it is allied to the indifference in communicating the occurrence because of the fear of
being considered careless and imprudent.
Keywords: Biological accident, needlestick materials, occupational risks, biossecurity.
*
**
Farmacêutica-bioquímica do Hospital Universitário Getúlio Vargas/Ufam.
Farmacêutica-bioquímicas, Universidade Federal do Amazonas.
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AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 1999 A 2004
INTRODUÇÃO
O crescimento do número de indivíduos
infectados pelo HIV, bem como pelos vírus das hepatites B e C na população geral, tem aumentado o
risco para o profissional de saúde, visto que, muitas vezes, esses indivíduos infectados necessitam
de atendimento em unidades de assistência de saúde e são submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos nos quais o sangue e os fluidos
corpóreos podem estar envolvidos.1,2 É sabido que
a freqüência da exposição acidental a material biológico potencialmente contaminado em profissionais da saúde varia de acordo com a ocupação, os
procedimentos realizados e as medidas preventivas efetuadas.3 No Brasil, assim como em outros
países da América do Sul, os dados sobre esse assunto ainda são escassos e poucos notificados, uma
vez que apenas algumas instituições de saúde possuem o registro sistemático das circunstâncias e dos
materiais envolvidos nestes acidentes, tornando
desconhecida a real situação dos acidentes biológicos em âmbito nacional. Diante deste complexo
quadro que envolve os acidentes com material biológico, o presente estudo propôs caracterizar os acidentes biológicos pela avaliação de todas as notificações referentes aos acidentes registradas e arquivadas no Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do
Hospital Universitário Getúlio Vargas – HUGV,
no período de 1999 a 2004, entre os profissionais
de saúde da instituição. Sabe-se que o conhecimento das ocorrências dos acidentes é de grande valor
no campo da orientação ocupacional, prevenindo
o aparecimento ou recorrência de acidentes biológicos e levando a uma maior segurança no manuseio de materiais perfurocortantes e, conseqüentemente, reduzindo os riscos ocupacionais no ambiente hospitalar.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional sobre a freqüência dos acidentes biológicos ocorridos no Hospital Universitário Getú-
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lio Vargas (HUGV) no período de 1999 a 2004
por meio de levantamento de dados. Os dados
foram obtidos diretamente dos formulários
registrados e arquivados no SESMT do HUGV.
Essa coleta de informações compreendeu o registro em planilha eletrônica Excel, sendo constituída pelos seguintes itens analisados: sexo, idade,
profissão/ocupação, setor de trabalho, tipo de exposição, área corporal mais atingida no acidente, material orgânico e agente envolvido no acidente, informações sobre o paciente-fonte quanto à situação sorológica para HIV, hepatite B e C,
uso de equipamentos de proteção e situação
imunológica do acidentado com relação à vacinação contra hepatite B. Para verificar quais as
categorias profissionais mais expostas ao risco de
acidentes, durante o exercício de suas funções,
foi correlacionado o número de acidentes ocorridos, neste estudo, com as respectivas áreas do ambiente hospitalar. Todos os testes de HIV, hepatites B e C registrados nos formulários de acidentes foram realizados no Laboratório de Análises
Clínicas do HUGV por intermédio da análise
sorológica das amostras de sangue do acidentado e o paciente-fonte, utilizando a técnica comercial de reação imunoenzimática (Elisa) e a interpretação dos resultados foi baseada na leitura do
cutoff. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do
Amazonas sob n.º 199/2005, de 28 de novembro
de 2005.
RESULTADOS
Foram avaliados todos os formulários referentes aos acidentes ocorridos entre os profissionais de saúde do HUGV, no período de 1999 a 2004,
totalizando 35 formulários registrados e arquivados no Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT da
instituição. Os profissionais de saúde envolvidos
no acidente eram 26 (74%) do sexo feminino e 9
(26%) do sexo masculino. A faixa etária variou de
17 a 64 anos (38,4±12,9), sendo que a maioria dos
acidentes notificados ocorreu em profissionais
MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA DOS SANTOS VÁSQUEZ
AGENTE
entre 20 a 49 anos de idade.
O número de acidentes biológicos notificados pelo SESMT e o tipo de exposição, por ano,
estão demonstrados na Tabela 1.
Agulha de injenção
Abocath
Instrumento cirúrgico
Lâmina de bisturi
Agulha de sutura
Outros
intracath
Agulha de biópsia
Tabela 1 – Notificações de acidentes com exposição a
sangue e fluidos corporais segundo ano de ocorrência e
tipo de exposição no HUGV
Tipo de Exposição
Ano de Ocorrência
1999 2000 2001 2002 2003 2004
Percutânea
Mucosa ocular
Mucosa oral
Pele íntegra
Pele não íntegra
Outros
Total
02
02
07
01
08
12
01
13
06
06
02
02
04
04
Total (%)
33 (94%)
01 (3%)
01 (3%)
35 (100%)
Fonte: SESMT até maio/2004
A avaliação das categorias profissionais
mais expostas aos riscos de acidentes durante o
exercício de suas funções demonstrou que 28
(80%) eram do serviço de enfermagem, incluindo
17 (48,6%) técnicos de enfermagem, 7 (20%) auxiliares de enfermagem, 3 (8,6%) enfermeiros, 1
(2,8%) acadêmico de enfermagem, conforme demonstra a Figura 1.
Figura 2 – Caracterização dos agentes envolvidos na ocorrência do acidente.
As áreas corporais mais atingidas nos acidentes notificados neste estudo foram os dedos
das mãos, sendo 15 (41%) da direita e 12 (33%)
da esquerda. 6 (17%) dos acidentes atingiram as
mãos, 2 (6%) o antebraço – pulso e 1 (3%) outras
áreas, como mostra a Figura 3. Um profissional
foi atingido por mais de uma área em um acidente envolvendo tubo de ensaio.
ÁREA CORPORAL ATINGIDA
PROFISSÃO / OCUPAÇÃO
Bolsista de 2º grau (Farmácia)
Técnico de Enfermagem
Auxiliar de Enfermagem
Farmacêutico
Médico
Médico residente
Téc. de hemoterapia
Téc. de laboratório
Enfermeiro
Acadêmico de Enfermagem
DMD
DME
MÃO
ANTEBRAÇO
OUTROS
(pulso)
Figura 3 – Área corporal atingida nos acidentes notificados no HUGV.
Figura 1 – Distribuição dos acidentes biológicos segundo a categoria
profissinal
Os agentes que levaram a ocorrência do
acidente, neste estudo, foram identificados como
materiais perfurocortantes e estão distribuídos na
Figura 2. 17 (48%) dos acidentes que envolviam a
agulha de injeção, 12 (38%) o uso do abocath, lâmina de bisturi, agulha de sutura, intracath, agulha de biópsia, instrumento cirúrgico e 5 (14%)
outros agentes não especificados.
A avaliação dos materiais biológicos envolvidos nos acidentes do HUGV mostrou que 31
(88%) foram com exposição a sangue e 4 (12%) a
outros fluidos corporais, como secreções gástricas.
Os locais mais freqüentemente envolvidos na ocorrência dos acidentes identificados neste estudo foram Pronto-Socorro de Urgência, Clínica Médica
e Centro Cirúrgico, conforme demonstra a Tabela 2.
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AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 1999 A 2004
Tabela 2 – Notificações de acidentes com exposição a
sangue e fluidos corporais no HUGV segundo ano de
ocorrência e setor
Tipo de Exposição
Ano de Ocorrência
1999 2000 2001 2002 2003 2004
Banco de Sangue
Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica
Clínica Médica
CTI
Exame especiais
Farmácia
Laboratório
Nefrologia
Neuro
Ortopedia
Pediatria
PSU (Pronto Socorro)
TOTAL
01
01
02
01
01
01
01
01
03
08
01
04
01
01
01
02
01
02
13
01
01
01
01
02
06
01
01
02
02
01
01
04
Total (%)
01 (3%)
04 (11%)
02 (6%)
06 (17%)
02 (6%)
01 (3%)
01 (3%)
02 (6%)
02 (6%)
01 (3%)
03 (8%)
01 (3%)
09 (25%)
35 (100%)
Fonte: SESMT até maio/2004
As informações sobre o uso de equipamento de proteção individual (EPI), no momento do
acidente, demonstraram que 16 (46%) profissionais
faziam o uso, 4 (11%) não utilizavam nenhum EPI
e 15 (43%) dos formulários apresentaram ausência
desses dados. Dos que utilizavam EPI, a maioria
fazia uso somente de luvas.
As informações sobre o paciente-fonte quanto à situação sorológica para HIV, hepatite B e C
mostraram que 17 (49%) apresentavam sorologia
negativa, 4 (11%) eram positivo para um dos testes
sorológicos e 14 (40%) não especificados.
A avaliação da situação imunológica do acidentado com relação à vacinação contra hepatite
B, no momento do acidente, demonstrou que 16
(46%) eram vacinados, 5 (14%) não eram vacinados e 14 (40%) não especificados. Dos profissionais vacinados, 2 (13%) relataram imunização incompleta (faltava a 3.ª dose).
DISCUSSÃO
Desde os primórdios do mundo do trabalho o acidente fez parte do cotidiano dos trabalhadores, mais do que isso se pode afirmar que, ligados à dinâmica da sociedade, que está sempre em
movimento, acidentes sempre farão parte do cenário social, por isso deve-se conhecer, identificar
e controlar as ocorrências dos acidentes na tentati-
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va de reduzir os riscos ocupacionais no ambiente
hospitalar e valorizar a orientação ocupacional.
Neste estudo foram avaliados 35 formulários referentes a acidentes dos profissionais de saúde do
HUGV, no período de 1999 a 2004, sendo 74% do
sexo feminino e a maioria dos acidentes notificados ocorreu em profissionais entre 20 a 49 anos de
idade. Esses resultados conferem com os das literaturas consultadas. Machado et al.4 relataram que
75% dos acidentados de seu estudo eram mulheres e a faixa etária compreendia de 23 a 40 anos.
Belei et al.5 observaram em seus estudos que, dos
acidentados, 70% eram do sexo feminino e 70% encontravam-se na faixa de 19 a 26 anos. Segundo o
Sistema de Notificação de Acidentes Biológicos –
Sinabio6 (2004), os acidentes ocupacionais notificados no Estado de São Paulo, no período de 1999
a 2003, envolveram 80,8% profissionais do sexo feminino e 66,8% estavam na faixa entre 20 e 39 anos
de idade.
Foi observado, neste estudo, que 94% dos
acidentes notificados eram de natureza percutânea
e o material biológico envolvido, na maior parte
das exposições, foi o sangue. Esses dados conferem com as informações do Sinabio (2002; 2004),
onde encontrou uma freqüência de 85% das exposições estudadas.
Do total dos acidentes notificados, 80%
ocorreram entre os profissionais de enfermagem,
sendo 48,6% técnicos de enfermagem. Estudo de
Machado et al.4 observaram que 88,8% dos acidentes envolveram o corpo de enfermagem, sendo a
maioria auxiliar. Este percentual foi confirmado
por Marziale e Rodrigues.8 Já no estudo de Bernal
et al.,9 em Campinas (SP), observou-se que as categorias mais atingidas foram as de técnico e auxiliar de enfermagem, 48,4%. Cocolo10 verificou que
enfermeiros e auxiliares de enfermagem foram responsáveis por 41% dos acidentes. Já o Sinabio6,7 detectou uma taxa de 59,5%, sendo a maioria auxiliar de enfermagem. Acreditamos que esses resultados estão relacionados à própria estrutura funcional no atendimento ao paciente, onde os profissionais constantemente envolvidos nesses cuidados são os técnicos e auxiliares de enfermagem.
MIHARU MAGUINORIA MATSUURA MATOS, HILKEM GOMES ALVES, LORENA DOS SANTOS VÁSQUEZ
Quanto aos agentes que levaram à ocorrência dos acidentes no HUGV, a agulha de injeção
foi o de maior incidência, correspondendo a 17
(48%) notificações, e a área corporal mais atingida foi a mão perfazendo um total de 33 (91%).
Machado et al.4 também detectaram que a região
de maior ocorrência de acidentes é das mãos. Segundo Sinabio,7 a grande maioria dos acidentes
notificados, 68,7%, teve como causa a agulha.
Cocolo10 relatou que agulhas e lâminas foram a
causa de 76% dos acidentes no seu estudo. Já em
um estudo italiano, Puro et al.11 relataram que 48%
dos acidentes envolviam agulhas. Consideramos
que pelo fato de a agulha de injeção ser um instrumento de uso rotineiro no atendimento ao paciente seja o principal agente envolvido nos acidentes.
No HUGV, os locais onde ocorreram mais
acidentes foram: Pronto-Socorro de Urgência
(PSU), Clínica Médica (CM) e Centro Cirúrgico
(CC). Cocolo,10 também, relatou no seu estudo que
a maior incidência de acidentes ocorreu nas enfermarias clínicas e nas UTIs. Atribuímos que grande parte dos acidentes ocorridos no PSU seja pela
alta rotatividade e pelas condições de agitação dos
pacientes que procuram este serviço de urgência.
Em relação aos acidentes no Centro Cirúrgico seja
pelo fato de o profissional estar mais preocupado
com o paciente do que com a própria segurança
(pois está em um procedimento cirúrgico), os acidentes são mais propícios a acontecer.
No momento do acidente, embora 43% das
fichas apresentarem ausência de dados referentes ao uso de EPI, 11% não faziam sua utilização.
Já no trabalho de Cocolo,10 39% dos profissionais
acidentados não usavam equipamentos de proteção, como luvas e máscaras. Esses dados sugerem que o excesso de confiança esteja envolvido
na não utilização desses EPIs.
Com base na sorologia do paciente-fonte, 4
(11%) eram positivos para um dos testes
sorológicos apresentados neste estudo. Segundo
dados de Sinabio,6,7 no ano de 2002, 20,8% apresentaram algum teste sorológico positivo; no ano
de 2004 foi encontrado 18,8%, enquanto Cocolo10
mostrou uma taxa de 19%. O percentual encon-
trado neste estudo foi inferior aos da literatura,
provavelmente em razão do considerado número de notificações incompletas (40%).
Em relação à vacinação contra hepatite B do
profissional acidentado, este estudo detectou que
27% dos profissionais não estavam totalmente protegidos. Esse resultado foi similar ao encontrado
em Sinabio, 6,7 de 24,3% e 26%, porém não
correspondeu ao resultado apresentado por
Cocolo10 de 66%. Esses dados refletem a falta de
consciência dos profissionais do risco em adquirir
doenças infecciosas, principalmente o vírus da
hepatite B.
Neste estudo foram encontrados apenas 35
acidentes em cinco anos de notificações analisadas. Esse dado demonstra um grande número de
subnotificações, pois, segundo a Eucomed,12 em
um hospital médio verifica-se anualmente cerca
de 30 acidentes com materiais perfurocortantes
para cada cem leitos. Considerando esta informação, seria esperada uma notificação de 75 acidentes por ano no Hospital Universitário Getúlio
Vargas, pois este possui em torno de 250 leitos.
Dados publicados por Sassi et al.,13 indicam que
o cenário dos acidentes ocupacionais envolvendo
material biológico no Brasil é semelhante aos observados em outros países, quando comparamos
a incidência de acidentes e de subnotificação. Em
um estudo de avaliação da subnotificação num
Hospital Universitário de São Paulo, os autores
relataram que 49% no ano de 1998 e 2000, e 41%
em 2002, foi apontada como justificativa dos profissionais para a “não-notificação do acidente”
respostas como “desconhecimento sobre os riscos
e/ou não ver necessidade”. Já Canini et al.,14 em
um estudo realizado no hospital do interior
paulista, revelaram um índice de 91,9% de
subnotificação entre trabalhadores de enfermagem, sendo os acidentes perfurocortantes os de
maior índice de subnotificação (34,4%). Nesse
mesmo estudo, a principal causa de subnotificação
atribuída pelos profissionais foi considerar pequena a lesão, sem importância (53,1%), seguida do
desconhecimento referente ao dever de comunicar o acidente (36,8%).
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AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGICOS OCORRIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 1999 A 2004
É responsabilidade de toda unidade de saúde criar normas, procedimentos e políticas para o
caso de acidentes com material perfurante ou qualquer exposição a material contaminado. No entanto, muitos profissionais de saúde preferem omitir
tais ferimentos. Isso contribui para que as informações sobre exposição de profissionais de saúde
sejam inexatas e, mais importante ainda, contribui
para a falta de orientação, acompanhamento, exames, tratamento e cuidados. Uma vigilância contínua e o incentivo à notificação das exposições são
outros mecanismos que podem reduzir os riscos
ocupacionais.
CONCLUSÃO
• A avaliação dos acidentes biológicos ocorridos no HUGV entre os profissionais de saúde no
período de 1999 a 2004 foram concordantes com
os dados encontrados na literatura, quanto: ao
sexo, à categoria profissional, aos agentes envolvidos, à região corporal mais atingida, com exceção ao local do acidente.
• Foram avaliados 35 formulários referentes a acidentes dos profissionais de saúde do
HUGV, no período de 1999 a 2004, esses dados foram inferiores às nossas expectativas, acreditamos
que essa baixa taxa seja em função das
subnotificações.
• Cada instituição deve se auto-avaliar para
conhecer a magnitude do problema e identificar
suas necessidades. Sugere-se a estruturação de um
Programa de Biossegurança e a implantação efetiva deste em todos os setores de atuação dos profissionais da área de saúde. Este Programa de
Biossegurança deverá conter uma estratégia efetiva de prevenção de acidentes e de minimização
dos riscos ocupacionais no caso das exposições
ocorridas.
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outros fluidos corpóreos em profissionais de saúde.
Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola
16
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CONDIÇÕES DE A
CESSIBILID
ADE P
ARA PESSO
AS
ACESSIBILID
CESSIBILIDADE
PARA
PESSOAS
COM DEFICIÊN
CIA N
A CID
ADE DE MAN
AUS
DEFICIÊNCIA
NA
CIDADE
MANA
CONDITIONS OF ACCESSIBILITY FOR PEOPLE WITH DISABILITY IN MANAUS
ROSANGELA SANTOS DA SILVA*, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES**
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi diagnosticar a situação real da cidade de Manaus em relação à acessibilidade para
pessoas com deficiência e cotejar as normas de acessibilidade da ABNT 9050 com os aspectos sociais de autonomia.
Utilizamos a metodologia da observação sistemática, buscando coletar e analisar os dados de forma qualitativa.
Sendo assim, o universo desta pesquisa foram as áreas de lazer, zonas urbanas e no entorno de hospitais e postos
de saúde. Foi diagnosticado tanto o ambiente interno como externo dessas áreas. Resultados: A amostra esteve
representada por 28 locais, dentre áreas urbanas, representadas pelos terminais de ônibus; áreas de lazer,
representadas por parques, cinemas, estádios, shopping, e no entorno de hospitais e postos de saúde. Totalizando
82 ruas e 9 locais que foram observados também seu ambiente interno. Os resultados da análise nos levou a inferir
que a cidade de Manaus, nos locais onde foi realizada a coleta de dados, não garante acessibilidade à pessoa com
deficiência. Conclusão: A falta de acessibilidade pode ser uma barreira que põe o deficiente em desvantagem.
Garantir a cidadania para essas pessoas e dar-lhes autonomia e condições de domínio sobre o ambiente físico e
social.
Palavras-chave: Acessibilidade; Autonomia; Deficiente.
ABSTRACT
The objective of this research was to identify the real situation of the city of Manaus, regarding the accessibility of
the people with disability and compare the accessibility rules of ABNT 9050 with the social aspects of autonomy.
: We used the methodology of the systematic observation, seeking the collection and analyzing the data in a qualitative
way. This way, the environment of this research were the leisure areas, urban zones and around the hospitals and
health posts. It was diagnosed both the internal and external environment of these areas. Results: The sample was
represented by 28 locations, among urban areas, represented by the central buses stations; leisure areas, represented
by parks, movie theaters, stadiums, mall, and around the area of hospitals and health posts. Totalizing 82 streets
and 9 locations in which were also observed the internal environment. The results of the analysis led us to deduce
that the city of Manaus, in the locations where were collected the data, does not guarantee accessibility for people
with disabilities. Conclusion: The lack of accessibility can be a barrier that puts the deficient person in disadvantage.
To guarantee the citizenship for these people and to give them autonomy and conditions of the physical and social
environment.
Keywords: Accessibility; Autonomy; Disability.
INTRODUÇÃO
O presente estudo teve como objetivo
investigar as condições de acessibilidade para
pessoas com deficiência em alguns pontos da
cidade de Manaus, e apontar de que forma essas
*
**
condições estão relacionadas com a questão da cidadania e da autonomia dessas pessoas. O objetivo
da acessibilidade é permitir um ganho de
autonomia e de mobilidade ao deficiente. Assim
sendo, arquitetos, projetistas ou responsáveis pelas políticas públicas devem rever a forma de
Professora de Educação Física do Programa de Atividades Motoras para Deficientes - PROAMDE/UFAM.
Professora Doutora da Faculdade de Educação Física da Ufam.
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CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA CIDADE DE MANAUS
conceber os espaços, os objetos, de modo que eles
possam oferecer segurança, eficácia e acima de
tudo que o deficiente possa se dirigir a eles com
autonomia e independência. As intervenções de
aumento de acessibilidade trazem benefícios
diretos às pessoas com deficiência. Oferecem-lhes
condições de exercer com autonomia o seu direito
de ir e vir, ampliando as suas possibilidades de
deslocamento e aumentando sua segurança. Gerar
acessibilidade, entretanto, é fundamental para
promoção da cidadania da pessoa com deficiência,
mas não é suficiente. É preciso criar condições para
que a pessoa deficiente possa agir em direção de
seus objetivos com autonomia e independência.
Assim, o foco principal deste projeto foi verificar
as condições de acessibilidade para pessoas com
deficiência na cidade de Manaus e identificar como
esses aspectos podem influenciar na falta de
autonomia dessas pessoas. Pois o início do processo
é caracterizado pela disponibilidade de ir e vir de
qualquer pessoa na medida em que ela desejar, e
as barreiras arquitetônicas são impedimentos para
a concretização do processo de autonomia dessas
pessoas.
MÉTODO
Para o desenvolvimento deste trabalho,
dividimos a amostra em três blocos para início
da coleta de dados da pesquisa, que ficou assim
distribuído: Áreas de lazer, áreas urbanas,
hospitais e postos de saúde, distribuídos pelas
seis zonas da cidade de Manaus. Apesar de ter
sido solicitada a autorização para coleta de
dados, muitos órgãos não permitiram os registros
fotográficos dos ambientes internos eleitos para
a pesquisa, mesmo tendo a garantia de que ao
final da pesquisa não seriam identificados os nomes dos locais referidos. Nos ambientes
pesquisados foram coletadas amostras do
aspecto físico de áreas externas e internas desses
locais sendo assim consideradas:
Área Externa – relacionada ao caminho
percorrido que uma pessoa normalmente faria
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para chegar a um determinado local, supondo que
ela poderia chegar de carro próprio ou de ônibus,
registramos o trajeto levando em consideração os
aspectos como parada de ônibus, rampas,
barreiras arquitetônicas urbanísticas e nas
edificações. Área Interna – relacionada ao acesso
a esses lugares levamos em consideração a entrada
e saída, estacionamento, mobiliários e banheiros.
O estudo constou de duas partes:
a) 1.ª Parte: Parte teórica. Realizada por
meio de pesquisa bibliográfica em livros, artigos
pesquisados em bibliotecas virtuais para compor
a fundamentação teórica da pesquisa.
b) 2.ª Parte: Pesquisa de campo. Procedimentos de pesquisa qualitativa das condições de
acessibilidade dos ambientes: zonas urbanas,
áreas de lazer e entorno dos hospitais públicos
da cidade de Manaus.
O trabalho trata de uma observação
sistemática, cujos resultados poderão ser
utilizados como base para adequação ou
construção de ambientes mais acessíveis para
pessoas com deficiência na cidade de Manaus.
Definimos os locais e aspectos que
constituíram questionamentos para o material de
investigação: Aspectos físicos: parada de ônibus,
rampas, barreiras arquitetônicas urbanísticas e
nas edificações, mobiliários e equipamentos
urbanos, estacionamentos, banheiros, transporte.
Levando em consideração o trajeto que uma
pessoa normalmente faria para chegar ao local
determinado e no acesso à visitação a esses lugares
supondo que poderia chegar de ônibus ou de
carro próprio. Os locais selecionados foram:
Zona Urbana: no entorno dos terminais: locais
e interestadual, no entorno dos postos de saúde. Nas
áreas de lazer: entorno do Teatro Amazonas, entorno
Amazonas Shopping, Studio 5, Complexo Ponta
Negra. Entorno de hospitais públicos: Hemoam,
HUGV, Fundação de Medicina Tropical, Centro
Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, João Lúcio.
ROSANGELA SANTOS DA SILVA, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES
ANÁLISE DOS DADOS
Rampa em passeio com faixa de travessia
32,1% das ruas no entorno dos locais
A análise estatística do trabalho distingue
essencialmente duas fases: Uma primeira fase em
que se procura descrever e estudar a amostra:
Estatística Descritiva; e uma segunda fase em que
se procura extrair conclusões para a população:
Estatística Indutiva.
RESULTADOS
A seguir estão descritos os resultados
divididos em áreas externas e áreas internas.
1. Áreas Externas
A coleta e análise dos dados foram realizadas a partir do estabelecimento de quais aspectos
físicos dos locais da pesquisa seriam fundamentais para a promoção da acessibilidade com
autonomia para pessoas com deficiência na cidade
de Manaus. De acordo com as normas 9050 da
ABNT, levamos em consideração os seguintes
aspectos: rampa única, rampa em passeio com
faixa de travessia, parada de ônibus próxima do
local específico, barreiras arquitetônicas, entrada
e saída de pessoas. Estes foram classificados de
acordo com sua real situação como: adequado, inadequado, inexistente e não aplicável.
estavam inadequadas e em 19% inexistentes.
Paradas de ônibus
Das 28 ruas observadas, 10,7% possuíam
paradas de ônibus mais próximas dos locais e
foram classificadas como inadequadas, em função
da inexistência de rampas adequadas que
permitissem acesso às pessoas com deficiência.
Barreiras arquitetônicas
São impedimentos da acessibilidade,
natural ou resultante de uma implantação
arquitetônica ou urbanística. Em 28,6% das ruas
observadas encontramos barreiras como esgotos
sem tampas próximos às rampas e faixas de
travessia, meio-fio sem rampa que dificulta a
travessia de uma rua, lixeiras nas calçadas,
camelôs e escadas desnecessárias.
Entrada e saída de pessoas
Levamos em consideração o trajeto que a
pessoa normalmente faria para chegar ao local
determinado e observamos até o ponto de entrada
e saída de pessoas a este local. Os acessos de entrada
e saída destes locais estavam localizados em 17,9%
do total da amostra e foram classificados como
inadequados por não possuírem rampas adequa-
1.1 Zona Urbana
das às normas de acessibilidade.
Este bloco está representado pelos terminais municipais e o terminal interestadual,
rodoviária, de Manaus. No entorno destes locais
foram feitas as observações em 28 ruas. Os
resultados revelaram as seguintes características:
1.2 Entorno das áreas de Lazer
Rampa única
Diz respeito à rampa de passeio que não
está necessariamente em faixa de travessia, deve
atender às normas da ABNT e estar adequada
para utilização. Quanto a este item, 3,6% das ruas
estavam inadequadas para uso e em 96,4% das ruas
observadas eram inexistentes.
Neste grupo serão descritos os resultados
dos locais de lazer selecionados, shoppings,
cinemas, estádios de futebol e parques da cidade
de Manaus. Entorno destes locais foram
observadas 21 ruas.
Rampa única
Em se tratando deste item 28,6%, das ruas
estavam adequadas e em 71,4% não existem rampas para acesso.
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Rampa de passeio com faixa de travessia
Somente 9,5% estavam adequados, 23,8%
inadequados e em 66,7% das ruas observadas não
existem rampas nas faixas de travessia
inviabilizando o acesso.
Paradas de ônibus
As paradas de ônibus que estavam localizadas mais próximas dos locais encontravam-se em
39,4% das ruas e foram caracterizadas como
inadequadas, pois não possuíam rampas adequadas.
Paradas de ônibus
Entrada e saída
Em 57,1% das ruas as paradas de ônibus
Com relação ao local de entrada e saída
estavam localizadas mais próximas dos locais de
de pessoas destes ambientes, somente 3% eram
lazer e foram classificadas como inadequadas por
adequadas e 33,3% foram diagnosticadas como
não haver rampas para acesso do deficiente.
inadequadas.
Entrada e saída
Barreiras Arquitetônicas
Em se tratando agora das ruas de acesso
Em 24,2% das ruas observadas, foram
de entrada e saída de pessoas nestes ambientes,
encontradas barreiras ou impedimentos da
14,3% estavam adequadas, ou seja, possuíam ram-
acessibilidade arquitetônica ou urbanística, como
pas, e 47,6% eram inadequadas.
por exemplo, lixeiras nas calçadas, escadas
desnecessárias e falta de estacionamento
Barreiras Arquitetônicas
adequado.
Foram encontradas barreiras de impedimento (esgoto sem tampa, grelha com lixo em
2. Áreas Internas
frente às rampas, escadas e estacionamentos
inadequados) em 42% das ruas, que impedem o
acesso de pessoas com deficiência a estes locais.
Alcançaram-se os resultados das áreas internas (shoppings, estádios de futebol, parques,
terminal interestadual, porto) a partir do que
1.3 Entorno de Hospitais e Postos de Saúde
estabelecemos dos aspectos físicos dos locais, considerando os pontos fundamentais para o acesso
De acordo com as observações no entorno
com autonomia dentro das dependências inter-
dos hospitais e postos de saúde selecionado para
nas dos locais eleitos (totalizando 9 locais) para
esta pesquisa em 33 ruas detectamos as seguintes
pesquisa. De acordo com as normas 9050 da
características:
ABNT, levamos em consideração os seguintes
aspectos: estacionamentos, rampa única, espaços
Rampa única
reservados em locais de reunião, telefones
Com relação a este aspecto, 9,1% estavam
públicos, bebedouros, textura diferenciada de
adequadas e permitiam o acesso aos ambientes;
pisos em rampas e escadas, elevadores e banheiros
6,1% eram inadequadas, ou seja, não atendiam
adaptados. Estes foram classificados de acordo
às normas de adequação da ABNT e em 84,8%
com sua real situação como: adequado, inade-
das ruas observadas não existiam rampas de
quado, inexistente e não aplicável.
acesso.
Estacionamento com vagas sinalizadas
Rampa de passeio com faixa de travessia
Com relação a este aspecto, somente 12,5%
Detectou-se que em 93,9% da amostra não
estavam adequados; em 87,5% não existiam
existiam rampas em faixas de travessia e somente
estacionamentos adaptados para as pessoas com
6,1% possuíam, mas eram inadequadas.
deficiência, dificultando o acesso e segurança delas.
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ROSANGELA SANTOS DA SILVA, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES
Rampa única
Detectou-se que em 37,5% da amostra as
rampas eram adequadas e em 62,5% não existiam
rampas.
Espaços reservados em locais de reunião
Este item refere-se a espaços adequados
reservados, por exemplo, em salas de cinema e
estádios. Estes espaços devem garantir lugares
próximos para a pessoa deficiente e seus
acompanhantes. 50% dos ambientes pesquisados
deveriam atender a essas necessidades, mas 37,5%
foram inadequados e em 12,5% não existe tal aspecto.
afixado o Símbolo Internacional de Acesso. Ter
comunicação tátil e comunicação auditiva
quando tiver um número de paradas superiores
a dois. Em 25% dos locais observados encontramos
elevadores e eram inadequados.
Banheiros Adaptados
Os sanitários devem possuir bacia
adaptada na lateral e no fundo com barras para
apoio e transferência, o assento deve estar a uma
altura de 0,46 m do piso. O boxe tem de permitir
ao deficiente a transferência frontal e lateral para
a bacia sanitária e a porta do boxe deve ser aberta
para fora. 62% dos locais possuíam banheiros
Telefones Públicos
Os telefones para pessoas com deficiência
devem atender os requisitos de acessibilidade
permitindo a sua utilização por pessoas com
deficiência física e sensorial auditiva parcial.
Sempre que houver um conjunto de telefones de
uso público, pelo menos um deles deve atender às
condições das pessoas deficientes. Somente 12,5%
dos locais observados possuíam este item adequadamente, 50% foram inadequados e em 37,5% dos
locais não existiam telefones adaptados.
Bebedouros
Este item deve atender às pessoas com
deficiência física e devem permitir a aproximação
da cadeira de rodas e ser acessíveis. Ter uma
altura de 80 cm e com dispositivos que permitam
operação manual. 12,5% dos locais eleitos
possuíam bebedouros adequados e em 62,5%
inadequados, 37,5% não existiam estes itens.
Textura diferenciada em piso nas
escadas e rampas
Os degraus e escadas fixas devem ter
texturas diferenciadas para garantir acesso aos
deficientes visuais.
Em 100% dos lugares selecionados não
possuíam este aspecto de acesso.
Elevadores
Junto às portas de elevadores deve ser
inadequados ao uso por pessoas com deficiência
e somente 37,5% eram adequados e seguiam as
normas exigidas pela ABNT.
DISCUSSÃO
A
conquista
da
autonomia
e
da
independência é uma característica da cidadania,
esta ação possui relação direta com o bem-estar do
indivíduo e o meio em que ele está inserido. A falta
de acessibilidade aos espaços públicos e/ou
privados para pessoas com deficiência constitui-se
em barreiras concretas que os põem em situação
de desvantagem. Na maior parte das vezes o
deficiente é visto pela sociedade pela sua deficiência
e pelas suas potencialidades, pois não tem a
oportunidade de demonstrar suas potencialidades
em função da dificuldade em interagir fisicamente
com as outras pessoas, pois não consegue ter acesso
aos locais públicos, conseqüentemente as outras
pessoas não têm conhecimento sobre aquela.
Segundo Marques1, as pessoas deficientes vêm
buscando tornar visível as suas diferenças no
sentido de desmistificar a imagem social que
constantemente lhes é imposta. A eliminação de
barreiras pode contribuir para que sejam
equiparadas as oportunidades dando mais
autonomia e independência à pessoa com
deficiência. Ponderando essas considerações, o
resultado do nosso trabalho nos levou a detectar
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CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA CIDADE DE MANAUS
que a cidade de Manaus, nos locais em que foram
avaliados, não pode ser dita como uma cidade
acessível ao deficiente. A amostra esteve
representada por 28 locais, dentre áreas urbanas,
representadas pelos terminais de ônibus; áreas de
lazer, representadas por parques, cinemas,
estádios, shoppings, e no entorno de hospitais e
postos de saúde. Totalizando 82 ruas e 9 locais
que foram observados também seu ambiente
interno.
Pequenas reformas podem ser efetuadas
visando proporcionar o acesso ao deficiente,
rampas em lugar de escadas, portas mais largas,
textura diferenciada etc., podem ser necessárias em
alguns lugares. De acordo com o resultado vimos
que muitos desses aspectos eram inadequados ou
inteiramente inexistentes. Segundo Costa 8 ,
cidadania diz respeito à autonomia da sociedade,
no sentido de ela ter condições de traçar suas
políticas. Fazendo um paralelo a esta afirmação,
acreditamos que sem a questão da acessibilidade o
deficiente não está tendo a oportunidade de agir
com autonomia e ir ao encontro de seus objetivos.
Estudos como este podem contribuir para fomentar
novas perspectivas de planejamento urbano,
contribuindo para a autonomia da pessoa com
deficiência, transformando o espaço que, acima de
tudo, é utilizado por todos os grupos da sociedade.
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AVALIA
ÇÃ
O D
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ONDIÇÕES PERIODONT
AIS ENTRE
ALIAÇÃ
ÇÃO
DAS
CONDIÇÕES
PERIODONTAIS
PACIENTES FUMANTES E NÃ
O FUMANTES
NÃO
ATENDIDOS N
A DISCIPLIN
A DE PERIODONTIA D
A
NA
DISCIPLINA
DA
UF
AM
UFAM
EVALUATION OF PERIODONTAL CONDITIONS BETWEEN SMOKERS AND NON-SMORKERS TAKEN
CARE IN DISCIPLINES OF PERIODONTICS OF THE UFAM
MORGANA RABELO ABREU*, IZABELLA ANDRADE FERREIRA DOS SANTOS**,
MIRIAM RAQUEL ARDIGÓ WESTPHAL***, MARIA AUGUSTA BESSA RABELO****
RESUMO
Estudos científicos têm considerado o fumo como o principal fator de risco para a severidade e progressão da
doença periodontal (DP), por causa dos sintomas locais e sistêmicos. A avaliação das condições periodontais nos
fumantes e não-fumantes atendidos, ao longo da realização das atividades da disciplina «Periodontia», na UFAM,
busca analisar os efeitos do fumo sobre a severidade e a extensão da DP, para melhor compreender os efeitos
negativos que este hábito provoca na saúde bucal. Para a realização deste estudo, foram selecionados e examinados,
por meio de sondagem, 200 pacientes. Os dados foram analisados e, posteriormente, comparados utilizando-se
métodos de estatística descritiva, além de teste de associação de variáveis. Como resultado, foi observado Índice de
Extensão e Severidade (ESI), significativamente mais elevado entre os fumantes do que entre os não-fumantes:
p=0,0102 e p=0,0087, respectivamente. Quando levado em consideração o tempo de consumo de cigarros e a carga
tabágica, também foi constatada uma diferença significativa no ESI, verificando-se maior severidade naqueles que
fumavam há 20 anos ou mais. A análise e discussão dos resultados obtidos permitiram concluir que o hábito de
fumar é um importante fator de risco para o desenvolvimento da DP, havendo evidências que sugerem uma relação
dose-dependente.
Palavras-chave: doença periodontal, fator de risco, tabagismo
ABSTRACT
Scientific evidences have considered the tobacco as the most important risk factor for the progression and severity
of the periodontal disease, because of its local and systemic symptoms. The evaluation of the periodontal conditions
between smokers and non-smokers attended during the activities of the classes of «Periodontics», at UFAM, searches
the analysis of the effects of the tobacco on the severity and on the extension of the periodontal illness, aiming the
understanding of the negative effects which this habit causes on the mouth health. To carry out this study, 200
patients were selected and examined through a poll. The data were analyzed and compared, using descriptive
statistics methods as well a test of association of variables. As results, it was observed Index of Extension and
Severity (ESI) significantly higher beetwen the smokers, compared with the non-smokers (p=0,0102 and p=0,0087),
respectively. According to the time of cigarette use and the tobacco load, it was also a significant difference in the
ESI, verifying a higher severity on the ones that smoked for 20 years or more. The analysis and the discussion of the
results concluded that the smoke habit is an important risk factor for the periodontal disease, existing evidences
that suggest a relation dose-dependent.
Keywords: periodontal disease, risk factor, tobacco.
Cirurgiã-dentista pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM
***
Mestranda em Odontologia, área de concentração em Periodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, professora Auxiliar de Ensino do
Departamento de Estomatologia da Universidade Federal do Amazonas – Ufam, Especialista em Periodontia e Endodontia
***
Doutora em biologia e Patologia Buco-dental pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP e professora Adjunto-IV do Departamento de Estomatologia da
Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
*
**
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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAIS ENTRE PACIENTES FUMANTES E NÃO-FUMANTES ATENDIDOS NA DISCIPLINA DE PERIODONTIA DA UFAM
INTRODUÇÃO
que provocará vasoconstrição periférica, capaz
de gerar redução do sangramento à sondagem e
A DP representa um dos grandes problemas de saúde pública, pela sua incidência relativamente alta, mesmo nos países desenvolvidos,
sendo considerada a doença crônica mais prevalente que afeta a dentição humana1. Ela decorre
do desequilíbrio entre a presença de patógenos
periodontais e a resposta imuno-inflamatória do
hospedeiro 2 , tendo como agente etiológico
primário o biofilme dentário. Fatores de risco,
quando presentes, são capazes de facilitar sua
instalação ou agravar a sua progressão.3
Pesquisas recentes apontaram o hábito de
fumar como um dos fatores de risco mais significativos para o desenvolvimento e progressão da
DP4, 5, 6, 7,8,pelos seus efeitos locais e sistêmicos, e
pela disseminação deste hábito no mundo. 9, 10
O consumo de tabaco, em geral, e de
cigarros, em particular, provoca efeitos nocivos
diretos ao usuário, expondo-os a mais de 4,7 mil
substâncias tóxicas.11, 12
A OMS estima que um terço da população
mundial adulta, 1,2 bilhão de pessoas, são fumantes, o que deve ser considerada uma pandemia.11
No Brasil, 16,7 milhões de homens e 11,2 milhões
de mulheres são fumantes. 14, 13).
No âmbito da saúde bucal, durante muito
tempo os estudos têm destacado a relação existente entre o consumo de tabaco e as lesões
malignas que se desenvolvem na cavidade bucal.
Nos últimos vinte anos, os pesquisadores têm
voltado parte de suas atenções para a interação
entre a DP e o fumo, tendo observado diferentes
efeitos deletérios sobre o periodonto, tanto de proteção como de sustentação.4
A exposição a altas concentrações de
dos sinais de inflamação induzidos pelo acúmulo
nicotina afeta negativamente a população local
afetando negativamente tanto a saúde bucal
de células, podendo ser a nicotina absorvida pelos
quanto sistêmica, no seio do enorme contingente
tecidos moles, aderir-se às superfícies dentárias
de pessoas fumantes, necessitando ser enqua-
ou localizar-se no plasma, onde é convertida em
drada como prioridade em programas que visem
seu principal metabólito, a cotinina .7
à melhoria da saúde de uma população.17
de placa.15
O fumo também aumenta a liberação e
ativação
de
enzimas
tecido-destrutivas
(metaloproteinases) aumentando a destruição do
ligamento periodontal, a perda óssea e, conseqüentemente, a perda dental (PD).15,
4, 1
Evidências emergentes sugerem que a
formação de cálculo subgengival é mais severa e
prevalente em fumantes, comparados a não-fumantes, sendo esta tendência para a calcificação
do biofilme dental aumentada nos fumantes
independente da profundidade da bolsa .15
Os subprodutos do tabaco podem, ainda,
alterar a cicatrização, pois inibem eventos
celulares, ocasionando dano direto às células
normais dos tecidos periodontais.
4, 7, 1
O prognóstico a longo prazo para o
paciente fumante é pobre para todas as
modalidades de terapia periodontal,16 uma vez
que eles não respondem tão bem à terapia quanto
os não-fumantes e o número de recorrências é
grande. Os estudos, porém, demonstram que a
progressão da DP diminui em pacientes que
param de fumar e esses indivíduos conseguem
responder de forma similar à terapia periodontal
comparados com os não-fumantes.17
Existem poucos dados coletados a partir
de levantamentos epidemiológicos, sejam nos
níveis nacional ou local, particularizando a cidade
de Manaus, sobre os efeitos na prevalência e
severidade da DP em fumantes. É importante um
estudo nesta área, uma vez que o fumo é um fator
de risco que favorece o aparecimento da DP,
A nicotina e seus metabólitos, quando
O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos
absorvidos pelos tecidos, ligam-se a receptores
do hábito de fumar na prevalência e severidade da
específicos, induzindo à liberação de epinefrina,
doença periodontal por meio da análise das
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MORGANA RABELO ABREU, IZABELLA ANDRADE FERREIRA DOS SANTOS, MIRIAMRAQUEL ARDIGÓ WESTPHAL, MARIA AUGUSTA BESSA RABELO
condições periodontais (IP, IG e PD), de pacientes
fumantes e não-fumantes, encaminhados para
tratamento junto aos ambulatórios da Disciplina de
Periodontia da Universidade Federal do Amazonas.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi previamente aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal do Amazonas, sob o
protocolo de número 043/05/CEP-Ufam.
Foram selecionados 200 pacientes, 50 fumantes e 150 não-fumantes, compreendidos na
faixa etária entre 20 a 60 anos, independendo do
gênero ou raça, que não apresentavam doenças
sistêmicas e que concordaram com as condições
do estudo, conforme consentimento formal, para
a realização da pesquisa; foram excluídos ex-fumantes, gestantes, e aqueles que faziam uso de
medicamentos.
Todos os pacientes responderam um
questionário de saúde, passando posteriormente
pelo exame periodontal, quando foi aplicado o
ESI e realizada a sondagem das faces vestibular e
mesiovestibular de todos os dentes nas duas hemiarcadas contralaterais e calculado o índice
gengival (IG) de acordo com o Índice de O’Leary
e o de placa bacteriana (IP), de acordo com o
Índice de Aimano & Bay.19
As sondagens do nível de inserção
periodontal e profundidade de bolsa foram
realizadas por um único avaliador, com sonda
periodontal com marcação em milímetros (MM
GOLDMAM FOX COLOR, TRINITY®). A
periodontite foi classificada como localizada,
quando a extensão abrangeu menos de 30% dos
sítios, de acordo com a classificação das DPs, e
generalizada, quando a extensão foi maior que
30% dos sítios investigados. A severidade foi
classificada como leve, quando a perda de
inserção conjuntiva estava entre 1 e 2mm;
moderada, perda entre 3 a 4mm; e severa, com
perda superior a 5mm.
Os dados foram analisados e comparados
por intermédio de estatística descritiva e teste quiquadrado, para associação de variáveis. O nível
clínico de inserção, extensão, severidade, IP, IG e
PD foi avaliado, utilizando-se o teste T de Student,
quando os dados encontravam-se normalmente
distribuídos, e o de Mann-Whitney, quando não
satisfeita a hipótese de normalidade, com
significância de 5% para todos os casos e variáveis.
RESULTADOS
Dos 200 pacientes analisados, 40,5% (81)
foram do gênero masculino e 59,5% (119) do
feminino.
Na comparação das variáveis clínicas entre fumantes e não-fumantes, foi encontrada
maior perda de inserção clínica nos fumantes, não
sendo esta diferença, porém, significante. O ESI
nos fumantes (27,0; 9,5) mostrou-se elevado,
quando comparado aos não-fumantes (17,1; 7,1),
havendo relevância estatística, sendo p=0,0102
para extensão e p=0,0087 para severidade.
O IP, assim como a PD, foi significantemente maior (p=0,0001 e p=0,0042, respectivamente) nos fumantes. O IG foi menor nos
pacientes fumantes, porém a diferença não foi
estatisticamente significante (Gráfico 1).
Variáveis Clínicas
Gráfico 1 – Distribuição dos pacientes segundo o fumo em relação
às médias das variáveis clínicas.
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante
ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T de Student
PIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:
extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice de
sangramento gengival; PD: perda dental
Dentro do grupo de pacientes fumantes,
não foi observada diferença estatisticamente
significante, que fumavam havia menos tempo em
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relação ao ESI, perda de inserção, IP e PD, quando
levado em consideração o número de cigarros
consumidos por dia. A análise do IG, porém,
mostrou-se significantemente menor (p=0,0339)
naqueles expostos a uma maior carga tabágica
diária (Gráfico 2).
Variáveis Clínicas
Gráfico 2 – Distribuição dos pacientes segundo o número de
cigarros consumidos por dia e as médias das variáveis clínicas.
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente
significante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T de
Student
PIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:
extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice de
sangramento gengival; PD: perda dental
Quando levado em consideração o tempo de
consumo de cigarros em anos, foi constatada
diferença significante ao nível de 5% no ESI, sendo
maior nos indivíduos que fumavam havia 20 ou mais
anos (36,8; 12,3), comparados aos que não fumavam
havia menos de 20 anos (20,8; 7,8) (Gráfico 3).
Variáveis Clínicas
Gráfico 3 – Distribuição dos pacientes segundo o tempo de
consumo e as médias das variáveis clínicas.
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente
significante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T de
Student
PIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:
extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice de
sangramento gengival; PD: perda dental
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A análise da PD mostrou-se superior nos
pacientes com hábito de fumar havia 20 ou mais
anos, comparados àqueles que não fumavam
havia menos tempos (p=0,0102) (Gráfico 3).
DISCUSSÃO
Estudos realizados por Damé20, em 1996,
e Gunsolley et al.21, em 1998, revelaram fortes
associações entre o hábito de fumar e a perda de
inserção, sendo esta, segundo eles, comprovadamente maior nos fumantes, se comparados aos
não-fumantes. No entanto, neste estudo, apesar
de ter sido encontrada maior perda de inserção
nos fumantes, a diferença não foi significante.
O ESI significantemente maior nos fumantes, comparados aos não-fumantes comprovam
os achados obtidos por Torrungruang et al., em
2005, que, ao realizarem testes com pacientes fumantes, ex-fumantes e não-fumantes, concluíram
que os fumantes apresentam 1,7 e 4,8 vezes mais
probabilidade de desenvolver periodontite
moderada e severa, respectivamente.
De acordo com Neto 8 , a maioria dos
estudos relata que o consumo de cigarros não
influencia o acúmulo de biofilme dental. Em nossa
pesquisa, porém, observamos maior acúmulo de
biofilme nos fumantes, o que pode contribuir para
a posterior formação de cálculo, que, segundo
Bergstrom15, 16 é maior neste grupo de indivíduos.
Em concordância com o descrito anteriormente por Silva et al.1, Bezerra et al.4 e Bergstrom16,
a PD, neste estudo, mostrou-se significantemente
maior nos fumantes (p=0,0042) (Gráfico 1). Molloy
et al.23 também encontraram relação direta entre a
PD e o consumo de tabaco em geral. Esta PD significante pode estar associada à perda óssea mais
acentuada sofrida pelos fumantes, conforme
salientado por Silva et al.1.
Dentro do grupo de pacientes fumantes,
quando levada em consideração a carga tabágica
diária, a análise do IG mostrou-se inversamente
proporcional à carga, ou seja, quanto maior a
carga, menor o IG, havendo relevância estatística.
Resultados semelhantes foram observados por
MORGANA RABELO ABREU, IZABELLA ANDRADE FERREIRA DOS SANTOS, MIRIAMRAQUEL ARDIGÓ WESTPHAL, MARIA AUGUSTA BESSA RABELO
Dietrich et al. 25, que, ao avaliarem o efeito do
tabaco no sangramento gengival, concluíram que
o consumo de cigarros exerce efeito supressivo
crônico e dose-dependente no sangramento
gengival.
Quando levado em consideração o tempo
de consumo de cigarros em anos, foi constatada
diferença significante ao nível de 5% no ESI. A
revisão de literatura realizada por Bergström16
mostrou que níveis maiores de exposição ao
tabaco trazem consigo aumento na severidade e
elevação do risco de desenvolver a DP. Também
Bezerra4 e Cruz et al.24, em seus estudos, relataram
relação direta entre a exposição ao tabaco e a DP.
As demais variáveis não mostraram
diferença estatística quando relacionadas ao
tempo de consumo de cigarro. Os dados obtidos
e expressos nos Gráficos 2 e 3, apesar de alguns
não terem significância estatística, mostram
correlação entre a carga tabágica e o tempo de
exposição ao cigarro com a DP. Em ambos os
casos, a perda de inserção foi maior nos indivíduos
expostos à maior carga tabágica por tempo mais
prolongado. Igual fato ocorreu com o índice de
extensão e severidade da DP, que avalia o grau
de perda de inserção com base na profundidade
das bolsas periodontais, e com a avaliação de
dentes perdidos.
Estes resultados, assim como os obtidos por
Molloy et al.23, sugerem efeitos do cigarro sobre o
periodonto com base em uma relação dosedependente.
CONCLUSÃO
Os indivíduos fumantes mostraram
diferença significante no índice de extensão e
severidade quando comparados aos não-fumantes, o mesmo ocorrendo com o IP e a PD,
comprovando os efeitos deletérios provocados
pelo fumo sobre o periodonto.
As médias das variáveis aumentadas nos
indivíduos sob maior carga tabágica a um período
de tempo maior, principalmente no que se refere
à perda de inserção, sugerem uma relação dosedependente, estando esses pacientes mais
susceptíveis a um quadro mais severo da doença.
O IG estatisticamente menor nos indivíduos expostos a uma maior carga tabágica
diária comprova os efeitos do tabaco e de seus
componentes sobre a modulação da resposta
inflamatória do paciente.
Estudos na área podem ser desenvolvidos
com o intuito de determinar como ocorre a relação
entre dose/efeito e sinais clínicos locais nos indivíduos fumantes.
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AB
ORD
AGEM DOS EFEIT
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ABORD
ORDA
EFEITOS
DIABETES MELLITUS N
AS DOEN
ÇAS PERIODONT
AIS:
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PERIODONTAIS:
UMA VIA DE MÃ
O DUPL
A
MÃO
DUPLA
APRACH OF THE DELETERIOUS EFFECT OF DIABETES MELLITUS THE PERIODONTAL DISEASES:
ONEWAY OF DOUBLE HAND
NÍCIA MARQUES DE ALMEIDA OLIVEIRA*, CLÁUDIA KELLY DINIZ DE OLIVEIRA**, MIRIAM RAQUEL ARDIGÓ WESTPHAL***,
PAULO AUGUSTO DA SILVA FILHO****, ALESSANDRA VALLE SALINO*****
RESUMO
As doenças periodontais são processos infecciosos, biofilme dental dependentes, que em seus estágios mais avançados podem levar à perda do elemento dentário. A presença dessas comunidades bacterianas, com seus produtos
metabólicos, é necessária, mas não suficiente para provocar a severidade de certas formas das referidas patologias.
Atualmente, tenta-se explicar a multifatoriedade das doenças periodontais pela participação do hospedeiro, com
seus componentes genéticos, metabólicos e imunológicos, constituindo respostas biológicas individuais. O objetivo
deste artigo foi realizar uma revisão de literatura sobre os fatores sistêmicos como o diabetes mellitus (DM), que
atuam modificando o curso das doenças periodontais, podendo interferir na reação inflamatória periodontal e na
defesa imune ante o desafio do biofilme dental, bem como limitar a capacidade de reparação tecidual. A influência
das doenças periodontais, afetando o controle do diabetes mellitus, também será tratada neste trabalho.
Palavras-chave: Doença periodontal, Diabetes mellitus, fatores de risco.
ABSTRACT
The Periodontal diseases are infectious processes, dependent of the dental biofilms, that in its more advanced
stages can lead to dental loss. The presence of these bacterial communities with its metabolic products, is necessary,
but not enough to provoke the severity of certain forms of the related pathologies. Currently, the multifactority of the
periodontal diseases is explained through the participation of the host, with its genetic, metabolic and immunological
components, constituting individual biological answers. The objective of this article was to accomplish a literature
revision about the systemic factors as the Diabetes mellitus (DM), that act modifying the course of the periodontal
diseases, with the possibility of interfering in the periodontal inflammatory reaction and in the immune defense in
the presence of the challenge of dental biofilm, as well to limit the capacity of tissues repairing. The influence of the
periodontal diseases, affecting the diabetes mellitus control will also be treated on this assignment.
Keywords: Periodontal diseases, diabetes mellitus, risk factors.
Doutora em Periodontia/Pós-Doutora em Prevenção Bucal Universidade Paris VI – França, Professora da UEA.
Mestranda em Periodontia/UNICAMP/UEA, Especialista em Periodontia e Implantodontia/USP, Professora de Periodontia da UEA.
***
Professora Chefe da Disciplina de Periodontia da Ufam, Mestranda em Periodontia – SLMandic- Campinas/Usp, Especialista em Endodontia e Periodontia, Representante
Estadual da Sociedade Brasileira de Periodontia – SOBRAPE.
****
Mestrando em Periodontia/UNICAMP/UEA, Especialista em Periodontia e Implantodontia /USP, Professor de Periodontia e Implantodontia da UEA.
*****
Especialista em Endodontia/UERJ e em Auditoria dos Sistemas de Saúde/UESA, Professora da Disciplina de Pacientes Especiais e Periodontia/UEA.
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ABORDAGEM DOS EFEITOS DELETÉRIOS DO DIABETES MELLITUS NAS DOENÇAS PERIODONTAIS: UMA VIA DE MÃO DUPLA
INTRODUÇÃO
O paradigma de promoção de saúde bucal
tem cada vez mais norteado o comportamento
clínico dos profissionais e o trabalho multidisciplinar hoje faz parte do raciocínio diagnóstico.
Assim eles estão, paulatinamente, incorporando
a prática de avaliar o indivíduo como um ser
integral, único e indivisível. Isto oportuniza a
aplicação de medidas preventivas e terapêuticas,
reconhecendo, identificando, eliminando ou
controlando os agentes etiológicos do processo
saúde-doença. 1
«A associação entre algumas doenças sistêmicas e a ocorrência da doença periodontal é
nitidamente evidenciada em pacientes portadores
de diabetes, osteoporose, lupus eritematoso, entre
outros.»2
A correlação dos processos patológicos sistêmicos com as doenças periodontais fez surgir o
termo medicina periodontal como um emergente
ramo da periodontia, que procura dar ênfase a
dados científicos que mostram este relacionamento
recíproco.3
A doença periodontal, representada por
processos infecciosos, de expressão clínica
inflamatória e imunológica, desenvolvidos em
resposta aos produtos metabólicos das bactérias,
principalmente as Gram-negativas anaeróbias,
como A. actinomycetemcomitans (Aa), Porphyromonas
gingivalis, Capnocytophaga sp, Prevotella intermedia,
Eikinella corrodens, que formam comunidades
organizadas e bem estruturadas sobre as
superfícies dentais e que fazem parte do biofilme
dental.4
Estas bactérias sintetizam metabolicamente,
no fluido gengival, produtos que são nocivos ao
hospedeiro, como as colagenases, cuja ativação nos
diabéticos não-compensados estimula a ação dos
osteoclastos, provocando uma extensa perda óssea
alveolar. Felizmente, este processo pode ser
controlado com a utilização de tetraciclinas, haja
vista seu papel inibidor da função enzimática.5
Outras substâncias pró-inflamatórias
produzidas pelos microrganismos em níveis mais
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elevados em diabéticos não-compensados são as
citocinas (Il-1a e Il-1b), as prostaglandinas E2
(PGE2), os fatores de necrose tumoral (TNF2) e as
metaloproteinases da matriz (MMPs), que
contribuem para exacerbar uma periodontite
preexistente.6
Atualmente, diversas pesquisas dão ênfase
ao fato de que mesmo sendo necessária a presença
destes microrganismos para o início e desenvolvimento das periodontopatias, ela não explica a
severidade de certas formas de periodontites
agressivas. Deste modo, surgiu o clamor dos
pesquisadores por maiores explicações biológicas
para tal fenômeno e, assim, chegaram à conclusão
de que devem haver outros fatores de risco
presentes neste cenário, a exemplo das alterações
sistêmicas, como o diabetes mellitus (DM),
gravidez, puberdade, menopausa, tabagismo e
outras.
REVISÃO DE LITERATURA
O diabetes mellitus
O diabetes mellitus (DM), como resultado
da hiperglicemia e da cetoacidose, pode influenciar
a resposta do hospedeiro em face das doenças periodontais, por meio de marcadores genéticos, da
redução da função fagocitária dos leucócitos polimorfonucleares neutrófilos e macrófagos, de alterações vasculares, de outros fatores da resposta
inflamatória e imunológica e de deficiências na
cicatrização tecidual. Todo este cortejo de males
leva a modificações na susceptibilidade do
hospedeiro aos fatores de risco das patologias do
periodonto, em face das agressões, via produtos
metabólicos da microbiota do biofilme dental,
como já citado anteriormente.7
Esta patologia é, portanto, complexa, com
graus diversos de complicações sistêmicas e bucais,
dependendo da extensão do controle metabólico,
da presença da infecção e das variáveis
demográficas subjacentes.8
A prevalência do DM tem aumentado de
maneira efetiva e calcula-se que este dado
NÍCIA OLIVEIRA, CLÁUDIA OLIVEIRA, MIRIAM WESTPHAL, PAULO FILHO, ALESSANDRA SALINO
epidemiológico venha a se elevar cada vez mais
inclusive no Brasil, adquirindo caráter endêmico.
No estudo Global Burden of Diabetes, 19952025, a estimativa do número de adultos com DM,
no Brasil, aumenta de 4,9 milhões em 1995, para
11,6 milhões em 2025, e no mundo para 300
milhões.9
Existem dois tipos de diabetes mellitus
(DM): o Tipo 1, que ocorre quando o sistema
imunológico passa a reconhecer como estranhas
as células B das ilhotas de Langerhans pancreáticas,
começando a destruí-las e, em conseqüência, há a
falta do hormônio insulina no organismo, portanto,
apresentando uma hiperglicemia e alterações no
metabolismo dos açúcares, lipídios e protídeos. Já
o Tipo 2, caracteriza-se pela utilização deficiente
da insulina existente, «isto ocorrendo quando
indivíduos geneticamente predispostos sucumbem
a um evento indutor como uma infecção viral ou
outros fatores que desencadeiam uma resposta
auto-imune destrutiva».10
Outros autores sugerem que «uma relação
inversa pode estar presente, indicando que as
doenças periodontais também podem ser
prejudiciais nesse contexto e que já foram
identificados diversos mecanismos biológicos
pelos quais as periodontopatias dão sua contribuição para alterar as condições sistêmicas». 11
Entre os ditos mecanismos citaremos a presença
de prostaglandinas (PGE2) em maior quantidade
no fluido gengival de portadores de diabetes
mellitus não-compensados e com gengivite ou
periodontite, em comparação com indivíduos
saudáveis.12
Sintomas Clínicos bucais do diabetes mellitus
Os pacientes diabéticos não-compensados
geralmente queixam-se de sensação de queimação
lingual e da boca sem saliva (xerostomia), o que os
predispõem a infecções oportunistas como a
candidíase. Esta associada à supressão de radicais
de oxigênio livre por leucócitos polimorfonucleares neutrófilos (PMNs) provoca a depressão dos
mecanismos de quimiotaxia e da fagocitose.
Quanto a periodontites nestes pacientes
diabéticos, as pesquisas sugerem uma relação de
causa-efeito, dependendo do controle glicêmico,
da idade, do tempo de duração da patologia, da
higiene bucal deficiente e da susceptibilidade a
doença periodontal.
Westfelt et al.13 encontraram indícios de
perda de inserção em indivíduos com diabetes
Tipo 1 e Tipo 2, quando estes não monitoravam
sua glicemia.
Stewart et al.14 chamaram a atenção para
o fato de que os procedimentos básicos da
periodontia, como motivação para estimular
mudanças de comportamento do paciente em
relação à higiene bucal, assim como raspagem,
alisamento e polimento corono-radicular
costumam dar bons resultados na manutenção da
saúde periodontal, em pacientes com os dois tipos
de diabetes e, em conseqüência, um melhor
monitoramento do nível glicêmico.
Outra patologia de expressão clínica em
diabéticos não-compensados refere-se aos
abscessos periodontais, causando rápida
destruição óssea alveolar, o que podem preceder
ao diagnóstico do descontrole da insulina, fato
que muitas vezes ainda é desconhecido do próprio
paciente.
Diabetes Mellitus X Doenças Periodontais
Estudos sugerem que a relação entre o
diabetes mellitus e as periodontopatias reside no
fato de essas duas entidades mórbidas possuírem
aspectos comuns no âmbito do estímulo
inflamatório e imunológico, constituindo uma via
de mão dupla, onde a primeira não estando com
sua taxa insulínica compensada poderá agravar
uma periodontite preexistente e vice-versa.15
Novaes et al 16 salientaram que a
incorporação de antibioticoterapia local
(minociclina) ou sistêmica (doxiciclina), ao
tratamento periodontal não cirúrgico, pode
diminuir o grau de infecção periodontal, como
também os níveis de hemoglobulina glicada e de
marcadores inflamatórios.
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ABORDAGEM DOS EFEITOS DELETÉRIOS DO DIABETES MELLITUS NAS DOENÇAS PERIODONTAIS: UMA VIA DE MÃO DUPLA
DISCUSSÃO
Esta revisão de literatura chamou a atenção
para a estreita relação existente entre o diabetes
mellitus não-compensado e as doenças periodontais.
De acordo com Sá et al., 19 o diabetes
mellitus constitui um dos grandes problemas do
mundo moderno, contribuindo para alterar a
qualidade de vida de um elevado número de
pessoas.
Esta foi classificada pela Organização
Mundial da Saúde como um problema de saúde
pública, desde 1975, pelas suas seqüelas, haja vista
ser passível de incapacitar e diminuir os anos de
vida útil dos seus portadores, pela presença de
nefropatias, neuropatias e retinopatias, que podem
se desenvolver.
Pesquisas epidemiológicas atestam a existência de cerca de 170 milhões de pessoas afetadas
pelo diabetes mellitus em todo o mundo, sendo
que no Brasil esta taxa chega a aproximadamente
10 milhões e que, se este ritmo de incidência for
constante, constituirá a principal causa de
mortalidade nos cinco continentes.18
Slots21 salientou que o processo saúdedoença depende do equilíbrio microbiota/
hospedeiro e que qualquer alteração deste
mecanismo pode conduzir a modificações locais
ou sistêmicas, provocando aumento de fatores de
virulência, que podem aumentar a susceptibilidade
do hospedeiro às doenças.
Golla et al.22 observaram que, atualmente,
os mediadores pró-inflamatórios estão no foco de
atenção dos pesquisadores, justamente no
momento em que a importância da resposta do
hospedeiro salienta-se como fundamental para a
severidade de certas formas de periodontites denominadas agressivas, que contribuem para uma
elevada e rápida destruição das estruturas periodontais.
Nascimento et al. 23 mencionaram que o
biofilme oral, aderindo às superfícies dentárias,
as mucosas e aos materiais usualmente utilizados
na Odontologia, constitui um reservatório natural
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para a biodiversidade microbiana, cujo nível de
organização, estruturação e cooperação mútuas
permite aos seus membros se protegerem dos
antimicrobianos e da ação do sistema imunológico
do hospedeiro, contribuindo para a persistência
de processos infecciosos, principalmente em
pacientes debilitados.
O controle diário deste biofilme por meio
da motivação do paciente para a mudança de
hábitos higiênicos bucais, da adoção de uma
alimentação saudável, bem como de práticas de
exercícios físicos bem orientados, certamente irão
contribuir para uma melhor qualidade de vida.
CONCLUSÃO
A título de conclusão podemos sugerir que:
• O diabetes mellitus não-compensado,
causando uma queda da resistência orgânica,
expõe o paciente a uma série de eventos nocivos,
entre os quais um aumento da severidade das
doenças periodontais.
• As doenças periodontais com seu cortejo
de substâncias nocivas ao organismo, provindas
da sua microbiota específica contribuem como fator
de risco para o agravamento de um diabetes
mellitus preexistente.
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HEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICADO COM EDEMA
PULMON
AR DE REEXP
ANSÃ
PULMONAR
REEXPANSÃ
ANSÃO
O
REEXPANSION PULMONARY EDEMA AS COMPLICATION OF TRAUMATIC HEMOPNEUMOTHORAX
FERNANDO WESTPHAL*, LUIZ CARLOS DE LIMA*, JOSÉ CORREA LIMA NETTO**, GEORGE A. M. LINS DE ALBUQUERQUE***
INGRID LOUREIRO DE QUEIROZ LIMA****, DANIELLE CRISTINE WESTPHAL****
RESUMO: Edema Pulmonar de Reexpansão (EPR), embora seja uma entidade rara, pode se constituir como complicada evolução para alguns casos isolados, como neste caso, em que o paciente, após apresentar um quadro de
hemopneumotórax espontâneo em hemitórax direito, evoluiu com edema pulmonar maciço, necessitando de tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como o uso de prótese ventilatória após um quadro de insuficiência respiratória. Trata-se de uma doença de elevada mortalidade, tornando imperativo o diagnóstico precoce,
bem como seu tratamento imediato. Tendo em vista o alto índice de mortalidade, as medidas preventivas ainda
constituem a melhor estratégia no manejo dos pacientes em condições predisponentes para o desenvolvimento do
EPR.
Palavras-chave: Edema; Reexpansão; Pulmão.
ABSTRACT: Reexpansion Pulmonary Edema (RPE), even considered rare, can constitute as complicated
development in some isolated cases as related here. The patient, after showing the presence of spontaneous
hemopneumothorax in right hemithorax, developed a massive pulmonary edema, needing intensive treatment in
the Unit of Intensive Therapy, as well the use of ventilatory prothesis, after showing respiratory insufficiency. RPE
is a pathology of high mortality and the early diagnosis and immediate intervention for treatment are imperative.
Because of its high mortality rate, preventive procedures still constitute the best strategy on the treatment of the
patients with the prognosis of RPE development.
Keywords: Edema; Reexpansion; Lung.
INTRODUÇÃO
O edema pulmonar de reexpansão (EPR)
consiste numa rara complicação conseqüente à
rápida expansão do pulmão colapsado após esvaziamento da cavidade pleural. Os fatores implicados na sua patogênese são o colapso pulmonar prolongado por mais de 72 horas de evolução, a velocidade de reexpansão, o aumento da
permeabilidade capilar pulmonar, a perda do
surfactante e a alteração no leito capilar pulmonar.1 O objetivo é relatar um caso de edema pul-
monar de reexpansão após o tratamento do
hemopneumotórax traumático.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo masculino, 42 anos, iniciou quadro de dor torácica abrupta associada à
dispnéia leve. Procurou atendimento médico e foi
constatada a diminuição do murmúrio vesicular
fisiológico em hemitórax direito. À radiografia de
tórax evidenciou-se imagem compatível com
hidropneumotórax (Fig. 1).
Hospital Beneficente Portuguesa de Manaus - Serviço de Cirurgia Toráxica; Hospital Universitário Getúlio Vargas - Serviço de Cirurgia Toráxica
Hospital Universitário Getúlio Vargas - Serviço de Cirurgia Toráxica
***
Acadêmico de Medicina do Centro Universitário Nilton Lins
****
Acadêmicas de Medicina da Universitade Federal do Amazonas
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HEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICADO COM EDEMA PULMONAR DE REEXPANSÃO
Pulmão
Colapsado
No 3.º dia de ventilação mecânica houve
piora do quadro clínico com a evolução do edema
pulmonar e comprometimento de todo o pulmão
direito. No 5.º dia de evolução, os parâmetros
gasométricos começaram a melhorar, com recuperação da função pulmonar e melhora do quadro radiológico (Fig. 4).
Figura 1 – Radiografia de tórax em PA mostrando hidropneumotórax direito, com colapso pulmonar total.
O paciente foi submetido à pleurotomia intercostal fechada, na qual observou-se na radiografia de tórax a reexpansão pulmonar completa. Após cerca de 12 horas, apresentou dispnéia
e a ausculta pulmonar revelou estertores
crepitantes em base direita. Neste momento, a
radiografia de tórax evidenciava um infiltrado
alveolar limitado à base direita (Fig. 2).
Figura 4 – Radiografia de tórax em PA, obtido 5 dias após o início da
terapêutica, revelando início da regressão do edema pulmonar.
DISCUSSÃO
Figura 2 – Radiografia de tórax em PA, obtido após 12 horas de pleurotomia
com drenagem fechada de tórax, mostrando reexpansão pulmonar, além
de infiltrado alveolar limitado à base do hemitórax direito.
Após 24 horas da pleurotomia, houve aumento da dispnéia, com dados clínicos e
gasométricos compatíveis com insuficiência respiratória, sendo indicado o uso de prótese ventilatória. A radiografia de tórax, neste momento,
evidenciou um infiltrado de padrão de edema
alveolar difuso com hipotransparência em
hemitórax direito (Fig. 3).
Figura 3 – Radiografia de tórax em PA, obtido após 24 horas de pleurotomia
com drenagem fechada de tórax, mostrando imagem compatível com
edema pulmonar maciço em hemitórax direito.
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Em 1958, Carlson et al.2 descreveram o primeiro caso de EPR após drenagem de pneumotórax. No período de 1958 a 1985 somente 60 casos
de EPR haviam sido descritos; destes, 93% eram
unilaterais, 6,7% bilaterais e somente 0,3%
contralaterais. Nesta amostra, sete casos foram
em conseqüência de derrame pleural e 53 ocorreram após pneumotórax, apesar das diferentes técnicas de reexpansão pulmonar.3 Matsuura et al.4
postularam que a incidência de EPR é maior em
pacientes na faixa etária de 20-39 anos do que
naqueles com idade acima de 40 anos, o que difere deste caso, visto que nosso paciente tem 42 anos.
DuBose e cols. descreveram que embora diversas publicações de edema bilateral após
toracocentese unilateral tenham sido descritas,
apenas 4 casos de edema pulmonar de reexpansão
contralateral após pneumotórax foram publicados, até então, e com uma taxa de mortalidade
de aproximadamente 50%; o que não se
compatibiliza com o caso por nós relatado, tendo-se em vista que se trata de um paciente com
edema pulmonar de reexpansão homolateral.7
A fisiopatologia do EPR é multifatorial.1
Genofre et al.3 relataram o colapso pulmonar com
FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, GEORGE ALBUQUERQUE, INGRID LIMA, DANIELLE WESTPHAL
mais de 72 horas de evolução como fator
determinante na geração das alterações da
permeabilidade capilar pulmonar, além disso
ocorre também uma perda de surfactante, como
observaram Aidé e Matsuura.5,3 As técnicas de
reexpansão empregadas inadequadamente, como
rapidez durante a reexpansão, e o emprego de
excessiva pressão negativa intrapleural, também
exercem papel fundamental na sua gênese.3,6,7,8
A alteração da permeabilidade capilar pulmonar
apresenta duas causas básicas. Em primeiro lugar, temos a causa predominantemente vascular,
na qual um volumoso e prolongado colapso causa hipoxemia local, lesionando a parede do capilar pulmonar e, com isso, reduz a produção de
surfactante.3 Como resultado da hipoxemia e da
lesão capilar, há liberação de mediadores inflamatórios (IL-8, MCP-1, óxido nítrico,
polimorfonucleares e radicais livres),1,7,8 que perpetuam a lesão microvascular e alteram também
a permeabilidade da parede capilar pulmonar.
Moya Solera et al.8 postularam que a lesão mecânica dos vasos sangüíneos durante a reexpansão
também poderia contribuir para o aumento da
permeabilidade capilar pulmonar. Talvez o fator
determinante na origem do EPR no paciente tenha sido de fato a rápida reexpansão pulmonar.
Keel et al.9 relataram que em algumas situações clínicas, como hipóxia, hipotensão, processos isquêmicos e distúrbios de reperfusão,
síndromes compartimentais, intervenções cirúrgicas e infecções induzem uma intensa resposta
inflamatória. Esta é caracterizada pela liberação
local e sistêmica de citocinas pró-inflamatórias,
metabólitos do ácido araquidônico, proteínas da
fase de contato e do sistema de coagulação, fatores do complemento e proteínas da fase aguda,
assim como mediadores hormonais, esta resposta é definida como Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS). Os critérios para este
diagnóstico são freqüência cardíaca > 90 bpm; freqüência respiratória > 20 irpm; temperatura corporal < que 36º ou > 38º e, ainda, leucocitose acima de 12.000 mm3 ou leucopenia abaixo de 4.000
mm3. Pelo menos dois dos quatro parâmetros clínicos devem estar presentes para o diagnóstico
de SRIS
(9)
.
Contudo, paralelamente a esta resposta,
caracterizada basicamente pela liberação de
citocinas pró-inflamatórias, são produzidos também mediadores anti-inflamatórios (Síndrome da
Resposta Antiinflamatória Compensatória –
SRAC).9 Um desequilíbrio entre essas duas respostas mediadas pelo sistema imune parece ser o
mecanismo responsável pela disfunção orgânica
e maior susceptibilidade às infecções.9 Miyaoka
et al10 referiram que muitos estudos demonstraram que citocinas pró-inflamatórias como a IL1â, IL-6, IL-8 e TNF-alfa estão muito aumentadas
nos pacientes com SRIS. Além disso, as suas concentrações
têm
sido
demonstradas
e
correlacionadas com a severidade da SRIS.
10
Miyaoka et al.10 recomendaram a identificação precoce da SRIS nos pacientes, para determinar sua causa e, com isso, instituir o tratamento antes que a SRIS progrida para a sua forma
severa. Este paciente era portador de fatores de
risco para o desenvolvimento da SRIS, além de
apresentar pelo menos dois critérios como FR: >20
irpm e FC: >90 bpm, conclui-se que ele era portador de tal entidade clínica.
Genofre et al.3 referiram que os sintomas
do EPR podem surgir já nas primeiras 2 horas
após a reexpansão pulmonar, podendo perdurar
por 24 a 48h, desaparecendo depois de 5 a 7 dias.
Clinicamente os pacientes com EPR apresentamse com sinais e sintomas gerais, como febre, náuseas, vômitos, taquicardia e hipotensão. As manifestações respiratórias caracterizam-se por
dispnéia de diversos graus, dor torácica, tosse associada ou não à presença de escarro róseo e
espumoso abundante, cianose e, principalmente,
a presença de estertores à ausculta pulmonar.6
Aidé et al.5 descreveram ainda que escarros com
sangue não são freqüentes, e surgem naqueles
casos de insuficiência respiratória aguda secundária a edema pulmonar maciço. No caso relatado, houve de fato edema pulmonar maciço, e o
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
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HEMOPNEUMOTÓRAX COMPLICADO COM EDEMA PULMONAR DE REEXPANSÃO
paciente apresentou dispnéia intensa, dor torácica
e estertores crepitantes à ausculta, porém sem a
presença de hemoptóicos.
A evolução é variável, podendo ocorrer
desde a resolução espontânea, ou seja,
autolimitada, 3,7 até a insuficiência respiratória
fatal. O paciente do caso relatado evoluiu com
insuficiência respiratória, e necessitou de prótese
ventilatória e tratamento em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Levando-se em consideração a
alta mortalidade, as medidas de prevenção ainda são a melhor estratégia no manuseio dos pacientes com doenças que podem evoluir para EPR.4
Diante dessas circunstâncias, Aidé et al5 recomendaram, portanto, atenção a essa complicação em
potencial na drenagem pleural. Nas grandes coleções de líquido ou de ar, alguns princípios deverão ser seguidos. Dentre eles, temos:
monitoramento da pressão pleural durante o esvaziamento da cavidade até no máximo – 20
cmH2O; volume ideal a ser retirado não deverá
ultrapassar 1.500 ml. A retirada deve ser lenta;
em caso de tosse seca, persistente, que surge durante a toracocentese, pode sugerir início de formação de edema, indicando que devemos parar
o esvaziamento. Matsuura et al4 relataram que,
num estudo realizado no Hospital de Hiroshima,
164 casos de pneumotórax espontâneo foram analisados e tratados no período de 1974-1985. Desses, 146 foram tratados com toracocentese, drenagem pleural ou toracotomia. Vinte e um pacientes (14%) desenvolveram subseqüentemente o
EPR e foram tratados ativamente com variadas
modalidades de drogas, incluindo suporte de oxigênio, corticoterapia, diuréticos, sedativos, e agentes inotrópicos sem nenhuma fatalidade. Aidé et
al5 comentam que a terapêutica caracteriza-se pela
restrição hídrica e salina, uso de diuréticos
(furosemida) e oxigênio sob cateter nasofaríngeo.
A resposta ao tratamento é rápida, desaparecendo os sintomas e as alterações radiográficas em
poucas horas. Nos casos de edema pulmonar
maciço, o prognóstico é reservado, requerendo uso
de prótese respiratória e terapêutica intensiva
para edema de pulmão.7
42
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Concluímos que nosso paciente, após um
quadro de hemopneumotórax, apresentou um
grave edema pulmonar de reexpansão, que com
medidas terapêuticas adequadas, obteve uma evolução favorável como ocorre na maioria dos casos descritos.
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43
TURBECUL
OSE ES
TERN
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COMO
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TERN
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DIFERENCIAL
NEOPLASIAS
ESTERN
TERNAIS
STERNAL TUBERCULOSIS AS DIFERENTIAL DIAGNOSTIC OF STERNUM NEOPLASIAS
FERNANDO L. WESTPHAL*, LUIZ C. LIMA*, JOSÉ CORREA NETTO**, ANDRÉ C. C. SOUZA***,
ANDRÉ C. L. DIAS***, DANIELLE CRISTINE WESTPHAL****, INGRID LOUREIRO QUEIROZ LIMA****
INTRODUÇÃO: Os tumores de esterno são, em sua subtotalidade, malignos, podendo ser primários ou secundários.
Por sua vez, a osteomielite de esterno, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é rara, representando menos de 1%
dos casos de tuberculose óssea, apresentando disseminação por meio de extensão direta ou proveniente de
disseminação linfática ou hematogênica.OBJETIVO: Apresentação de dois casos de osteomielite esternal por
tuberculose secundária, simulando tumoração esternal. MÉTODO: Estudo retrospectivo, por análise de prontuário
médico, realizado no período compreendido entre 2002 e 2005, no setor de cirurgia torácica do Hospital Beneficente
Portuguesa. RELATO DOS CASOS: Os dois casos eram do sexo masculino, idade acima de 55 anos e fumantes
pesados. Um dos casos desenvolveu derrame pleural, sendo que a investigação diagnóstica revelou um exsudato
com predomínio linfocítico associado à pleurite crônica inespecífica, havendo resolução do derrame e do quadro
clínico. Após dois anos, observou-se o aparecimento de tumoração em região esternal. A ressonância nuclear
magnética evidenciou uma lesão osteolítica esternal com volumoso componente de partes moles. A biópsia da
junção condroesternal revelou processo inflamatório granulomatoso caseoso, sugestivo de tuberculose. O outro
caso apresentava-se com sinais e sintomas infecciosos do trato respiratório e tumoração na região esternal, com
evolução de três meses. Na biópsia do esterno foi evidenciada massa circundada por cápsula espessa, com conteúdo
caseoso, sugestivo de tuberculose, confirmado pelo estudo histopatológico. CONCLUSÃO: A tuberculose continua
revelando-se uma doença altamente incidente, com comprometimento de diversos órgãos e sistemas, devendo
encontrar-se no arsenal de diagnósticos diferenciais, pois nestes dois casos a primeira hipótese sugeria neoplasia
do esterno, quando na realidade tratava-se de tuberculose.
Palavras-chaves: Tuberculose. Esterno. Neoplasia.
ABSTRACT: INTRODUCTION: The tumors of sternum are, in majority of the cases, malignant, and may be
primary or secondary. On the other hand, the osteomielitis of sternum, caused by the Mycobacterium tuberculosis,
is rare, representing less than 1% of the cases of bone tuberculosis, and presents dissemination through direct
extension or coming from lymphatic or hematogenous dissemination. OBJECTIVE: Presentation of two cases of
sternal osteomielitis from secondary tuberculosis, simulating sternum tumoration. METHOD: Retrospective study,
from medical charts analysis, carried through in the period from 2002 to 2005, in the thoracic surgery division of
the Portuguese Beneficent Hospital. REPORTS: The two cases were males, ages above of 55 years and heavy
smokers. One of the cases developed pleural spill, and the diagnostic inquiry revealed an exsudate with a linfocytic
predominance associated to the unspecific chronic pleuritis, having resolution of the spill and the clinical picture.
After two years, the appearance of tumoration in the sternal region was observed. The magnetic nuclear resonance
evidenced a sternal osteolytic injury with voluminous component of soft parts. The biopsies of the condrosternal
junction revealed granulomatosus caseosus inflammatory process, suggestive of tuberculosis. The other case
presented signals and infectious symptoms of the respiratory tract and tumoration in the sternal region, with
evolution of three months. In the biopsy of the sternum it was evidenced a mass surrounded for thick capsule,
with caseosus content, suggesting tuberculosis, confirmed by the hstopathologic study. CONCLUSION: The
tuberculosis continues showing an illness highly incident, commiting several organs and systems, and it has to be
included in the collection of differential diagnostics, because in these two cases, the first hypothesis suggested
neoplasm of sternum, when actually it was tuberculosis.
Keywords: Tuberculosis. Sternum. Neoplasia.
Hospital Beneficente Portuguesa de Manaus - Serviço de Cirurgia Toráxica; Hospital Universitário Getúlio Vargas - Serviço de Cirurgia Toráxica
Hospital Universitário Getúlio Vargas - Serviço de Cirurgia Toráxica
***
Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Nilton Lins
****
Acadêmicas de Medicina da Universitade Federal do Amazonas
*
**
TURBECULOSE ESTERNAL COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE NEOPLASIAS ESTERNAIS
INTRODUÇÃO
Os tumores de esterno são em sua grande
maioria malignos e correspondem perto de 15% de
todos os tumores ósseos da parede torácica, podendo ser primários ou secundários. Por sua vez, a osteomielite de esterno causada pelo Mycobacterium
tuberculosis é rara, representando menos de 1% dos
casos de tuberculose óssea. A sua disseminação
pode ser dada através de extensão direta ou proveniente de disseminação linfática ou hematogênica.
1, 2, 3, 4
Este trabalho tem como objetivo a apresentação de dois casos de osteomielite esternal por tuberculose, simulando tumor de esterno.
CASO 2
C. S. L., sexo masculino, 55 anos de idade,
agricultor, tabagista de 10 maços/ano, apresentou
tumoração esternal com evolução de três meses
(Fig. 2 e 3), tosse produtiva, febre vespertina,
astenia e perda ponderal de 7 kg. A biópsia da
lesão evidenciou presença de tecido caseoso com
aéreas de necrose e com diagnóstico histopatológico de tuberculose, evoluindo com melhora clínica e da tumoração após tratamento medicamentoso.
RELATO DOS CASOS
CASO 1
F. M. V., sexo masculino, 76 anos, branco,
tabagista, apresentou quadro de pneumonia e derrame pleural direito, cuja investigação revelou um
exsudato com predomínio linfocítico e a biópsia
pleural demonstrou uma pleurite crônica inespecífica, havendo resolução do derrame e do quadro
clínico. Dois anos após o paciente evoluiu com
tumoração em região esternal. A ressonância nuclear magnética evidenciou uma lesão osteolítica
com volumoso componente de partes moles e com
impregnação de contraste em regiões paraesternais
de arcos costais superiores à direita, medindo cerca de 7,5 x 4,0 cm (Fig. 1). A biópsia da junção
condroesternal revelou um processo inflamatório
granulomatoso caseoso, sugestivo de tuberculose.
O paciente evoluiu com resolução da tumoração e
do quadro clínico após o tratamento específico.
Figura 2 – Tumoração em região esternal
Figura 3 – Tomografia computadorizada de tórax evidenciando lesão expansiva em região esternal
DISCUSSÃO
Figura 1 – Ressonância nuclear magnética evidenciando lesão esternal,
incluindo arcos costais superiores à direita, medindo cerca de 7,5 x 4,0 cm
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As neoplasias primárias de manúbrio e
esterno constituem 15% de todos os tumores ósseos da parede torácica, sendo a subtotalidade malignas (96%). A maioria são condrosarcomas,
mielomas, linfomas malignos e sarcomas
osteogênicos. Além disso, o esterno é freqüente
FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ NETTO, ANDRÉ SOUZA, ANDRÉ DIAS, DANIELLE WESTPHAL, INGRID LIMA
local de metástases, tais como carcinomas originários da mama, glândula tireóide ou rim. Dentre os
tumores benignos, condromas, hemangiomas e
cistos ósseos têm sido registrados.1, 2
Pacientes com faixa etária entre 50 a 70 anos,
que apresentam quadro clínico com comprometimento da região esternal, deve ser aventada a hipótese diagnóstica inicial de tumores de esterno,
porém não podemos descartar outros diagnósticos. As causas infecciosas podem apresentar sinais
e sintomas semelhantes aos tumores ósseos, como
perda ponderal e astenia, encontrado nos casos de
actinomicose e tuberculose óssea, observados nos
casos relatados neste trabalho.
A tuberculose isolada de esterno teve seu
primeiro registro em 1918 por Vaughn. Em uma
revisão de 1.134 pacientes com tuberculose óssea
e articular, Wassersug encontrou somente doze
casos de tuberculose de esterno. É estimado que o
esterno contribua com 1,1% dos casos de tuberculose de ossos e articulações e cerca de 7% dos casos de tuberculose de parede torácica.1, 3, 4, 5, 6
A tuberculose de esterno tem sido registrada mais freqüentemente em adultos. Entretanto,
em alguns poucos casos compromete crianças com
menos de 1 ano e idosos acima de 82 anos. Ela parece ser uma forma de reativação da tuberculose,
sendo a sua forma inicial de disseminação por via
linfática ou hematogênica.3 O primeiro paciente
relatou a ocorrência de derrame pleural com resolução espontânea dois anos antes, o que pode sugerir que a tuberculose de esterno apresentada por
ele seja uma forma de reativação de tuberculose.
Em áreas endêmicas para tuberculose, esta
deverá ser considerada como um importante diagnóstico diferencial das lesões de parede torácica.
Uma tumoração macia dolorosa ou indolor como
em um típico abscesso frio é a característica usual
da tuberculose nesta localização. O diagnóstico
diferencial inclui: lesões inflamatórias comuns,
lipoma, leiomiosarcoma epitelióide, tumores
neuroendócrinos e carcinoma mestastático.3
A tomografia computadorizada de tórax é
mais sensível que a radiografia simples para
detecção de alterações inflamatórias do esterno,
porém menos sensível do que a ressonância nu-
clear magnética, a qual é ideal para estudo do
esterno em função da sua capacidade de obtenção de imagens multiplanares e pela sua excelente resolução espacial e de contraste.3
A punção por agulha fina é uma das modalidades de diagnóstico utilizada nas lesões da
parede torácica. Na tuberculose de esterno os
granulomas caseosos típicos são vistos, porém raramente os bacilos ácidos-álcool resistentes são observados. Os métodos microbiológicos podem não
ser muitos sensíveis quando a carga de bacilos não
é muito alta. É importante suspeitar de tuberculose de esterno nos casos de osteomielite em que
não há crescimento de microrganismos na cultura de rotina, porém o paciente não apresenta
melhora com as drogas de rotina.3, 4, 5
A terapêutica de escolha é a associação de
drogas. Embora o uso do regime de quatro drogas diariamente (HRZE) durante a fase aguda seja
recomendada para tuberculose extra-pulmonar,
o regime compreendendo Isoniazida, Rifampicina
e Pirazinamida pode, também, ser suficiente desde que a quantidade de bacilo esperada seja pequena. Na ausência de resposta à terapia
antituberculostática, os princípios da cirurgia de
osteomielite de esterno devem ser aplicadas, estando recomendado desbridamento com reconstrução com músculo ou omento maior.
Em conclusão, a importância deste relato
está em apresentar dois casos clínicos com diagnóstico inicial de neoplasia de esterno, tendo como
diagnóstico definitivo a tuberculose esternal.
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A682.
DIA
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ENDOPERIODONT
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CASO
DIAGNOSIS AND TREATMENT OF ENDOPERIODONTAIS INJURIES: A CASE REPORT
CINTIA MARA MELO RÊGO*, AIDA RENÉE ASSAYAG HANAN**, LUCIANA DE SOUSA FALCÃO***,
NÍCIA MARQUES DE ALMEIDA OLIVEIRA****, ÂNGELA DELFINA BITTENCOURT GARRIDO*****
RESUMO: A lesão endoperiodontal é um processo inflamatório que apresenta tanto envolvimento endodôntico
quanto periodontal. A etiopatogenia está associada a uma inter-relação do periodonto ser anatomicamente interligado à polpa dental por meio das foraminas apicais e dos canais laterais, criando vias de acesso para troca de
agentes nocivos entre os dois tecidos quando um deles ou ambos são afetados. As interações entre esses tecidos
podem ocorrer, produzindo patologias, nas quais os sintomas e sinais clínicos podem ocasionalmente confundir
e causar falhas na interpretação das suas etiologias. Considerando-se a complexidade do diagnóstico e do modo
de tratamento dos diferentes tipos de lesões endoperiodontais, visto que as características clínicas destas podem
ser similares, este trabalho visa apresentar um caso clínico de lesão endoperiodontal do tipo endodôntico primária, alertando os profissionais (ou cirurgião-dentista) sobre a importância de um correto diagnóstico para que se
possa estabelecer um plano de tratamento apropriado e conseqüentemente obter um prognóstico favorável do
caso.
Palavras-chave: Lesões endoperiodontais, diagnóstico, tratamento.
ABSTRACT: The endoperiodontal injury is an inflammatory process that involves both endodontic and periodontal
involvement. The etiopathogeny is associated with an interrelation of the periodonto being anatomically linked
to the dental pulp through the apical foramina and to the lateral canals, creating ways of access to exchange
harmful agents between the two tissues when one or both are affected. The interactions between these tissues
may occur, producing pathologies, in which the clinical signs and symptoms may occasionally confuse and cause
errors in the interpretation of their etiologies. Considering the complexity of the diagnosis and the way of treatment
of the different types of endoperiodontals injuries, thus the reason that the clinical characteristics of these injuries
may be similar, this work has as objective to present a clinical case of endoperiodontal injury of the primary
endodontic type alerting the professionals (or dentist-surgeon) about the importance of a correct diagnosis to
establish an appropriate treatment plan and consequently obtaining a favorable prognosis of the case.
Keywords: Endoperiodontais injuries, diagnosis, treatment.
INTRODUÇÃO
O periodonto apresenta-se anatomicamente interligado à polpa por meio do forame apical
e ramificações do sistema de canal radicular. As
interações entre esses tecidos podem ocorrer produzindo patologias, nas quais os sintomas e sinais clínicos podem ocasionalmente confundir e
causar falhas na interpretação das suas etiologias.1
O termo lesão endoperiodontal ainda causa dúvida ao cirurgião-dentista em função do fato
de não diferenciar entre: (1) lesões que são primariamente pulpares na origem; (2) lesões que são
primariamente periodontais na origem; e (3) lesões produzidas tanto por doença periodontal
quanto pulpar, com a unificação de duas lesões
distintas. Entretanto, em todos os casos, manifestações patológicas periodontais e pulpares coexis-
Aluna da Especialização em Endodontia da Universidade Federal do Amazonas.
Especialista em Endodontia e Prof.a Adjunto da Disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.
***
Graduanda em Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.
****
Pós-Doutorado em Prevenção Bucal, Doutora em Periodontia e Prof.ª de Periodontia da Universidade Estadual do Amazonas.
*****
Pós-doutora, Doutora e Mestre em Endodontia, Prof.a Adjunto da Disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas.
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES ENDOPERIODONTAIS: RELATO DE CASO
tem e são fatores etiológicos primários e secundários que podem contribuir para o início e perpetuação de uma lesão endoperiodontal verdadeira. A etiopatogenia está associada à inter-relação
anatômica do periodonto e o canal radicular.2
As características clínicas das lesões endodônticas e periodontais podem ser similares, tornando o diagnóstico diferencial das lesões
endoperiodontais difícil e esse dilema é enfrentado tanto pelos clínicos como por especialistas das
áreas envolvidas, pois não há um dado clínico de
valor absoluto para estabelecê-lo corretamente.
Isso explica o fato de nenhum dado diagnóstico
ser avaliado isoladamente e nestas circunstâncias é o conjunto de informações obtidas durante a
anamnese que conduzirá o profissional a um diagnóstico seguro e conseqüentemente a uma abordagem terapêutica correta, excluindo tratamentos desnecessários e até mesmos iatrogênicos.3
Ao deparar-se com uma lesão endoperiodontal é de fundamental importância um diagnóstico preciso para que se possa traçar um plano de tratamento coerente, a fim de remover os
fatores etiológicos, restaurando a saúde e principalmente a função nos casos de severa perda dos
tecidos de sustentação.4
Este trabalho visa relatar um caso clínico
de lesão endoperiodontal do tipo endodôntica primária.
do a paciente, mesmo fazendo uso da placa por
aproximadamente dois anos, o sintoma não
regrediu e apareceu um edema na gengiva marginal. Neste momento, foi encaminhada a um
periodontista, o qual submeteu a paciente a terapias de raspagens por seis meses, porém, como as
sintomatologias persistiram, foi orientada a procurar a Clínica Odontológica da Ufam, a fim de
um parecer do caso.
Ao exame clínico intra-oral, observou-se a
presença de abscesso em torno da gengiva marginal. Ao teste de sensibilidade à percussão, a resposta foi positiva, enquanto que na avaliação da
vitalidade pulpar, onde o método de escolha foi o
teste térmico com frio, a resposta foi negativa. Já
ao exame radiográfico periapical foi possível detectar uma radiotransparência na furca se estendendo ao ápice da raiz distal do elemento
dentário 36 (Fig. 1). Com bases nos achados subjetivos e objetivos, um diagnóstico de lesão
endodôntica primária foi estabelecido, sendo indicado apenas o tratamento endodôntico.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino, com 34 anos
de idade, leucoderma, foi encaminhada por um
periodontista à Clínica Odontológica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), relatando
presença de abscesso periodontal em torno do primeiro molar permanente esquerdo (36).
Durante a anamnese, informou ela que havia dois anos procurou um cirurgião-dentista, pois
sentia sensibilidade à mastigação. Este profissional encaminhou a paciente a um colega protesista
que recomendou o uso de uma placa
miorrelaxante para tratamento de um possível
trauma oclusal decorrente de maloclusão. Segun-
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Figura 1 - Radiotransparência ao nível de furca e ao nível do periápice.
Inicialmente, o plano de tratamento consistiu no preparo químico-mecânico coroa-ápice (Fig.
2) com copiosas irrigações de hipoclorito de sódio
a 2,5% e uso de EDTA a 17% como solução
irrigadora final para remoção da smear layer. Em
seguida, realizou-se a repleção dos canais com uma
medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio e PMCC em veículo viscoso (polietilenoglicol)
(Fig. 3). A troca da medicação intracanal foi realizada quinzenalmente durante dois meses.
CINTIA RÊGO, AIDA HANAN, LUCIANA FALCÃO, NÍCIA OLIVEIRA, ÂNGELA GARRIDO
Em acompanhamento de seis meses após
o tratamento endodôntico, foi observado um reparo parcial em nível de furca e regressão da
radiotransparência apical, evidenciando a normalização gradativa das estruturas periodontais (Fig.
5). A paciente estava sem sintomas e o edema
gengival havia regredido completamente.
Figura 2 - Odontometria.
Figura 5 - Proservação após 06 meses.
DISCUSSÃO
Figura 3 - Aplicação da medicação intracanal.
Após as sucessivas trocas de medicação, o
tratamento endodôntico foi concluído pela obturação do sistema de canais radiculares, empregando a técnica híbrida de Tagger (condensação
lateral e termoplastificação da guta-percha). A radiografia final revelou a presença de um canal
lateral e ele foi preenchido pelo cimento obturador durante a condensação lateral (Fig. 4).
Figura 4 - Obturação do sistema de canais radiculares.
A Endodontia e a Periodontia são especialidades distintas e desenvolvidas por seus respectivos profissionais, entretanto o desconhecimento quanto ao diagnóstico nos processos patológicos de outras especialidades, ou no que se refere
ao diagnóstico diferencial (lesão endodôntica e/
ou periodontal), implica em dificuldades ao profissional diante de quadros clínicos desta ou de
qualquer outra natureza. 5, 6
O diagnóstico diferencial entre uma lesão
endodôntica ou periodontal raramente é difícil,
pois as endodônticas em geral provocam sintomas
derivados do periodonto apical, enquanto os sinais
da doença periodontal geralmente estão confinados ao periodonto marginal.7 Para outros autores,
o diagnóstico diferencial dessas lesões nem sempre é fácil.5,8 Os sinais e sintomas clínicos podem
causar adversidades e serem mal interpretados,
pois o que parece uma lesão marginal pode ser,
em verdade, um problema pulpar, ou o contrário.3,7
Neste caso clínico, a má interpretação das características clínicas levou ao diagnóstico incorreto com
tratamento inadequado, implicando na instituição
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES ENDOPERIODONTAIS: RELATO DE CASO
desnecessária ou mesmo iatrogênica da terapia
periodontal. O tratamento periodontal não promoveria regressão do processo, podendo comprometer o prognóstico, pois, em um tecido conjuntivo pulpar previamente alterado, a ação mecânica
do tratamento periodontal poderá agravá-lo.1
A avaliação semiológica de fatores como
presença de dor, duração, localização, sensibilidade
à percussão, sondagem de bolsas, testes de vitalidade pulpar, edema, presença de mobilidade e avaliação radiográfica, facilita o diagnóstico diferencial entre as lesões.1,3,5 No presente caso clínico, por
meio desses achados subjetivos e objetivos, foi possível determinar a etiologia da lesão.
O teste de vitalidade negativo foi essencial
para o diagnóstico de envolvimento endodôntico
primário, contribuindo para a indicação ao tratamento endodôntico e conseqüentemente prognóstico favorável. Em lesões eminentemente endodônticas, a polpa não responde aos testes de vitalidade pulpar e com o tratamento endodôntico efetivo
o caso apresenta uma resolução.6 Além dos testes
pulpares, a presença de radioluscência periapical
sugeriu que a lesão era de origem endodôntica.8
A terapia para o caso foi o tratamento de
canais radiculares, e o resultado foi favorável, pois
a causa era estritamente endodôntica. Em lesões
endodônticas primárias, o tratamento endodôntico é a terapia proposta.1,8 Instituído o tratamento endodôntico, o aparelho de suporte do dente
se refaz, observa-se a regressão das lesões e o reparo dos tecidos apicais.3,6
Observou-se, seis meses após, um periodonto saudável, reparo parcial da furca, e diminuição
da radiotransparência apical. O prognóstico da lesão endodôntica primária é favorável e a cura
radiográfica e clínica rápida e excelente. A cicatrização em geral pode ser obtida de três a seis meses.8
CONCLUSÕES
Baseado na revisão de literatura e no relato de caso clínico, pode-se concluir:
• É de fundamental importância tentar
identificar a origem da lesão endoperiodontal
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apresentada pelo paciente, pois a forma de tratamento e o prognóstico do caso estão diretamente
relacionados com sua etiopatogenia;
• O profissional deve ter sempre uma visão multidisciplinar na Odontologia para benefício do paciente, independente da especialidade.
REFERÊNCIAS
1. LAMBERTI, P. L. R.; ALBERGARIA, S. J.;
CAMPO, P. S. F.; FAGUNDES, D. M. Inter-relação endodontia – periodontia. Rev. Odontol. Univ.
Santo Amaro, v. 5, n. 1, p. 9-12, 2000.
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Tratamento periodontal e protético para casos avançados. 2. ed. São Paulo: Quintessence, 1996.
3. AGUIAR, T. R. S. Inter-relação Endodontia –
Periodontia. In: KALIL et al. Manual de
Endodontia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1999, p. 141-152.
4. GUTMANN, J. L.; LOVDAHL, P. E. Problemas
Encontrados na Inter-relação Polpa – Periodonto.
In: GUTMANN, J. L. Soluções de Problemas em
Endodontia: Prevenção, Identificação e Tratamento.
3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997,
cap. 12, p. 250-265.
5. NETO, U. X. S.; TRAMONTINA, V. A.;
TRAMONTINA, M. A. N. M.; KIM, S. H. Lesões
Endoperiodontais: Conduta Clínica e Terapêutica.
Journal of Clinical Dentistry, v. 2, n. 14, p. 17-21, 2001.
6. ESTRELA, C.; RUIZ, L. F.; MENDONÇA, J. A.
Inter-relações entre a Endodontia e a Periodontia.
In: ESTRELA, C.; FIGUEIREDO, J. A. P. Endodontia
– Princípios Biológicos e Mecânicos. São Paulo: Artes Médicas, 1999. p. 249-288.
7. LINDHE, J. Inter-relação entre Periodontia e
Endodontia. In: LINDHE, J. Tratado de
Periodontologia Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1992. p. 185-202.
8. ROSSMAN, L. E. Relação entre doenças
periodontais e pulpares. In: GENCO, R. J.; COHEN,
D. W.; GOLDMAN, H. M. Periodontia Contemporânea. 3. ed. São Paulo: Santos, 1999. p. 605- 618.
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SUSANA DA CONCEIÇÃO ROCHA
Introdução: O trauma raquimedular ocorre quando a medula espinhal é danificada como resultado de um trauma,
processo de doenças ou defeitos congênitos. As manifestações clínicas variam dependendo da extensão e localização
do dano à medula espinhal (Umphred, 2004). Para melhorar a respiração, prevenir infecções respiratórias e eliminar
secreções a conduta fisioterapêutica é realizada de acordo com a Ausculta Pulmonar. Objetivo: Este relato descreve
a atuação da Fisioterapia com um grupo de 18 pessoas de um núcleo de reabilitação no HUGV no período de
agosto de 2006 a agosto de 2007 distribuídos em turmas com período aproximado de três meses. Método: É feita
uma avaliação inicial obedecendo a itens relacionados ao condicionamento respiratório. No período de três meses
ocorrem os atendimentos e, após este, é realizada uma avaliação final para verificar a evolução e o aprendizado
do paciente, atribuindo notas entre 1 e 5 pontos que variam em «não realiza» a «realiza totalmente». Resultado:
Os resultados foram comparados com a evolução dos pontos obtidos entre a avaliação inicial e a avaliação final
apresentando a seguinte evolução respiratória: 7,55%. Conclusão: Com o processo de reabilitação no Proamde/
PAPS, a intervenção fisioterapêutica proporciona uma melhora no padrão respiratório, elemento especial para a
manutenção de uma vida saudável para a pessoa com lesão medular, possibilitando capacidades de desenvolver
suas potencialidades que o torna mais independente. Palavras-chave: Condicionamento respiratório, ausculta
pulmonar, lesão medular
Correspondência para: [email protected]
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GERSON SUGUIYAMA NAKAJIMA; ÁDRIA SIMONE FERREIRA BENTES;
LUIZ CARLOS DE LIMA FERREIRA; ROBSON SILVA OLIVEIRA; ADRIANO MACHADO;
ISAAC TAYAH; MÔNICA SOUTO; SÔNIA BRITO.
Introdução: A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica é uma patologia que pode cursar com esteatose somente
ou esteato-hepatite, sendo clinicamente assintomática, está se tornando uma causa comum de doença hepática
crônica, paralelo a «epidemia» de obesidade. Estudo de imagem como a USG pode prover a primeira indicação
que o paciente tem a doença, já que as alterações laboratoriais são leves e a histopatologia é um exame caro.
Objetivo: Avaliar a relação entre as imagens da ultra-sonografia, histologia e níveis das aminotransferases na
Esteatose hepática não alcoólica. Metodologia: No pré-operatório foi realizada a USG de abdome total e a dosagem
do nível sangüíneo das aminotransferases (TGO/TGP). No momento do ato cirúrgico, foi realizada a biópsia
hepática sendo posteriormente feita a histopatologia. No pós-operatório foram coletadas as aminotransferases.
Resultados e Discussão: Foram estudados 13 pacientes obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica.
Comparando a histopatologia com a ecogenicidade hepática de 12 pacientes, esta foi compatível em 6 pacientes
(50%). Com relação aos exames laboratoriais, de 7 pacientes as aminotransferases elevaram-se no pós-operatório
em 3 pacientes (42,85%), o restante mantendo-se normais. Conclusão: A USG é um método confiável para detectar
acometimento hepático pela esteatose, mas não informa o grau de lesão hepática e o nível das aminotransferases
não pode ser considerado um marcador de lesão hepática.
Local de realização da pesquisa: Hospital Universitário Getúlio Vargas e Ambulatório Araújo Lima.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]
Ufam/HUGV
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MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO, BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,
RODRIGO PADILHA, DANIELLE WESTPHAL, LUCIANE MORAL.
Introdução: O S. aureus é um desafio na prática médica. Uma descrição sistemática da doença de seu agente patogênico
na região amazônica se fez necessária em função da gravidade de formas clínicas encontradas. Objetivo: O trabalho
identificou pacientes infectados pelo S. aureus no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário Getúlio
Vargas (HUGV) em um período de 6 meses e avaliou as características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais
desses pacientes. Metodologia: Por um período de 6 meses foi feito um estudo prospectivo observacional em pacientes
com cultura positiva para S. aureus. Os pacientes foram divididos em dois grupos: pacientes que adquiriram o S.
aureus na comunidade e pacientes que adquiriram o S. aureus no hospital. Resultado: 55 culturas positivas para S.
aureus foram isoladas em 6 meses (14 de abril de 2005 a 14 de outubro de 2005) em um universo de 847 culturas, e as
seguintes características foram analisadas nos pacientes: maior incidência nos homens 60%, caucasianos 58,2%.
Identificou-se 39 pacientes com S. aureus hospitalar e 16 com S. aureus comunitário. A infecção mais freqüente pelo
S. aureus hospitalar foi à infecção de pele 30,8%, enquanto que pelo S. aureus comunitário foi a infecção respiratória
(50,0%). O resultado do antibiograma mostrou uma alta incidência de resistência aos antibióticos beta-lactâmicos
94,5% - 100%, nos dois grupos, e uma maior incidência (61,5%) de S. aureus meticilina-resistentes (MRSA), entre os
pacientes com S. aureus hospitalar. Em nenhum dos grupos se observou resistência a vancomicina. Dos 55 pacientes,
16,4% morreram e todos eram portadores de S. aureus hospitalar (p-valor < 0,05). Conclusão: As infecções por
S.aureus hospitalar, 70,9%, foram muito mais freqüentes que as infecções por S. aureus comunitário, 29,1%, com uma
alta incidência de MRSA 61,5%. Quando a infecção hospitalar por S. aureus foi relacionada a óbito o p-valor < 0,05.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas
Correspondência para: [email protected]
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A. F. BEZERRA; F. M. R. BEZERRA; M. C. OLIVEIRA
Mais de 42 mil brasileiros estão em listas de espera por transplante e nem 10% dessa lista são atendidos por ano. O
presente estudo avaliou o perfil da população atendida no Ambulatório Araújo Lima (AAL) quanto à doação de
órgãos e identificou as deficiências para o aumento de doadores. Aplicou-se um questionário numa amostra
sistemática que consistiu de 301 participantes na fila de atendimento, de cada quatro pessoas presentes, o quarto
era convidado a participar da pesquisa. Após a coleta, os dados foram tabulados no Epi Info 6 e exportados para o
SAS, 8.6. Os resultados mostraram que 53% dos participantes referiram-se doadores, sendo o principal motivo a
solidariedade, enquanto para não-doação foi falta de conhecimento. Apenas 34,6% autorizariam a concessão de
órgãos de familiares. Exatamente 22,6% comunicaram à família o desejo de serem doadores. A presente pesquisa
sugere que houve uma proporção representativa da população favorável à doação de órgãos. Sendo que a maioria
da população entrevistada desconhecia o significado de morte encefálica. Os resultados confirmam que as pessoas
com nível de escolaridade superior incompleto e completo têm maior chance de entender o que é morte encefálica,
quando comparado com outros graus de escolaridade. Por outro lado, classe social, faixa etária, sexo e escolaridade
parecem não influenciar na decisão de ser ou não doador como demonstrado na análise de associação.
Local da Pesquisa: Ambulatório Araújo Lima – Manaus/AM.
Correspondência para: [email protected]
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MESQUITA, C. B.; BAIMA, J.P.; BEZERRA, M.R.; BARROS, C.R.T.; GAMA, J.G.
Introdução: Um dos principais indicadores da qualidade da atenção médica que um hospital oferece é a sua taxa
de infecções hospitalares. Dentro do âmbito da prevenção, enfrenta-se um problema não só limitado a recursos
materiais, mas também a erros humanos como a não higienização correta e freqüente das mãos. Objetivo: Identificar
a microbiota prevalente nas mãos dos profissionais de saúde do HUGV, antes e depois da lavagem delas.
Metodologia: Foram avaliados, no período de janeiro a maio de 2006, 41 voluntários. As amostras foram coletadas
em duas fases, antes e após a lavagem das mãos, e processadas no laboratório de Microbiologia da Ufam. Os
microrganismos foram isolados e identificados por meio de análises macro e micromorfológicas além de testes
bioquímicos. Resultados e Discussão: A contaminação antes e após a lavagem das mãos esteve presente em
90,2% e 80,5% dos voluntários, respectivamente. Os microrganismos mais encontrados na fase I foram:
Staphylococcus epidermidis (58,5%), Serratia sp. (19,5%) e Pseudomonas mallei (12,2%). Já na fase II, detectou-se
Staphylococcus epidermidis em 48,8% e bacilos gram-negativos em 24,4% dos participantes. Conclusão: O estudo
revelou alta taxa de contaminação das mãos dos profissionais de saúde do HUGV, mesmo após a anti-sepsia.
Apesar da CCIH incentivar, diariamente, a prática da higienização das mãos, a maioria dos membros da equipe
de saúde parece não praticar corretamente o método.
Local: Hospital Universitário Getúlio Vargas – Manaus, AM.
Correspondência para: [email protected]
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O PERÍODO DE MAR
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(HUGV)
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MARÇO
ÉLLEN REGINA DA COSTA, THIAGO GOMES BATISTA, JOÃO PAULO DA SILVA CAVALCANTE, LUIZ FERREIRA DA COSTA,
ALAMIR SILVA DINIZ, ALCINEIDE DE LIMA MAGALHÃES, VICTOR BRAULE PINTO MARQUES,
MELCA GABRIELA PRINTES, ANDRÉ ARAÚJO RODRIGUES, EDUARDO B. SANTANA FILHO, MARCÉLIA CÉLIA COUTEIRO LOPES
Introdução: A avaliação do uso racional de medicamentos por meio de indicadores específicos permite propor a
melhor utilização destes, pois auxilia a medição da qualidade das prescrições, subsidia a otimização da eficácia,
segurança e custo da assistência e fornece dados que viabilizam discussões para a melhoria do sistema. Objetivo:
Avaliar os principais indicadores do Uso Racional de Medicamentos no HUGV. Metodologia: Estudo retrospectivo,
descritivo e transversal de todas as prescrições do HUGV, no período de março a maio de 2007, para análise de
indicadores do Uso Racional de Medicamentos. Resultados: A média de medicamentos por prescrição,
aproximadamente 6, é superior a indicada pela OMS como razoável na atenção básica de saúde, no entanto, o
HUGV possui serviços de cirurgia, internação e terapia intensiva que justificam o maior consumo de medicamentos
por paciente. 9.903 medicamentos SN foram prescritos em 6.934 receitas (75,41% do total de receitas), média de
1,43 medicamento SN por receita. 72,47% dos medicamentos foram prescritos pela denominação genérica e 7.220
medicamentos (13,1%) foram prescritos com dose implícita. Do total de medicamentos prescritos, 1.920 (3,48%)
não constavam no padrão de medicamentos do hospital e 2.528 (4,58%) não estavam disponíveis na farmácia
para atender a prescrição. Conclusão: O perfil dos indicadores do Uso Racional de Medicamentos do HUGV
iguala-se ao perfil da maioria dos hospitais brasileiros, porém é necessário melhorar os índices como o percentual
e medicamentos prescritos por nome genérico e o número de prescrições com dose implícita para atingir o perfil
recomendado pelas principais organizações de saúde.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas/Universidade Federal do Amazonas
Correspondência para: [email protected]
Faculdade de Ciências Farmacêuticas/Serviço de Farmácia do HUGV
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ANAIS
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE CÂNCER DE PÊNIS NO
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TADO DO AMAZON
AS
AMAZONAS
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JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO, ANDRÉ LUIZ
CAMPOS MANCINI, VICTOR LAZARINI, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: A incidência mundial do câncer de pênis varia de 0,07-3,32 casos/100.000. No Brasil, dentre as
neoplasias malignas, corresponde a 2,1%. Há incidência aumentada nas Regiões Norte e Nordeste. Objetivos
Conhecer o número de casos de câncer de pênis atendidos em centro de referência em oncologia, no Estado do
Amazonas, bem como as características clínicas dos pacientes acometidos. Materiais e Métodos: Revisão de
prontuários de pacientes com câncer de pênis e indicados para tratamento, no período de janeiro de 2003 a
dezembro de 2006. Resultados: Realizaram-se 45 penectomias (11,25 casos/ano). Idade média de 64 anos (19-88
anos). O questionário da SBU foi preenchido em 27 pacientes, destes o nível de instrução foi de 15% analfabetos
e 85% em nível primário; 5 relataram fimose. Realizaram-se 21 ressecções parciais e 6 totais; seguimento médio de
12,1 meses (1-45 meses) Dezesseis perderam o seguimento (59%), houve 2 óbitos, 2 foram encaminhados para
radioterapia e quimioterapia adjuvante e 7 (26%) sem evidências de neoplasia. Conclusão: O restrito nível de
instrução dos pacientes parece ter sido o fator de maior impacto no desenvolvimento da neoplasia, principalmente
por causa dos maus hábitos de higiene genital. A maioria dos pacientes foi diagnosticada em estágio onde a
cirurgia conservadora foi inviável, sendo necessária amputação parcial ou total.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil.
Correspondência para: [email protected]
HUMANIZA
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(GTH)
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HOSPITAL
ADRIANO JORGE
LUCIANA MARTA TAVARES FABRÍCIO, ROBERTA JUSTINA DA COSTA, ROSIANE PINHEIRO PALHETA
Introdução: A formação de um Grupo de Trabalho em Humanização, na Fundação Hospital Adriano Jorge, é fruto de
uma necessidade premente de inserir mudanças nas práticas de atenção à saúde preconizadas pela Política Nacional
de Humanização. O GTH foi formado em abril de 2007 a partir da adesão dos funcionários que trabalham nos
diversos setores para os quais o trabalho de sensibilização seria direcionado a partir de um processo de capacitação
e formação em Humanização. Objetivos: Formar agentes multiplicadores da PNH para formação de facilitadores,
sensibilizar os profissionais sobre a importância da Humanização para a melhoria dos processos de trabalho, desencadear uma melhoria na forma de tratamento dispensada ao usuário da FHAJ e divulgar a PNH. Metodologia:
Apresentação da PNH aos funcionários da FHAJ para adesão ao grupo, formação do Grupo de Trabalho em Humanização
– GTH com o objetivo de formar multiplicadores por intermédio de estudo dirigido, exposições das temáticas, vivências
e dinâmicas, leituras e discussão do material didático-teórico disponível sobre a PNH. Resultados: A criação do GTH,
composto pelos servidores de diversos setores, dentre eles: Serviço Social, Psicologia, Farmácia, Nutrição, Recursos
Humanos, Fisioterapia, Imagenologia e Ambulatório, tornando-se referência do HumanizaSUS no Hospital. O grupo
foi subdividido para desenvolver as atividades das oficinas de Humanização, os subgrupos estão voltados para a
organização (logística) e para a elaboração e execução das oficinas nas quais alguns membros atuam como facilitadores
do processo pedagógico. Conclusão: A formação do GTH revela um alcance importante de um dos objetivos da PNH
do SUS, qual seja a sensibilização e o «Contágio» dos trabalhadores e gestores de saúde, uma vez que houve incentivo
e o envolvimento dos membros para o desenvolvimento das ações propostas. Tal assertiva baseia-se nas discussões e
estudos sobre os dispositivos da política. Esse contágio está sendo ampliado a cada oficina realizada, quando os
trabalhadores entram em contato com os princípios e diretrizes da política e se vêem como atores fundamentais e
determinantes do processo de mudança.
Correspondência para: [email protected]
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ANAIS
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AL
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AL
INCIDENT
CIDENTAL
ALOMA
ADRENAL
LEONARDO SIMÃO GUIMARÃES, LUCIANO SANTOS LOURENÇO,
LAURA BIANCA FRAIJI, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, JESSÉ B. TORRES
Introdução: Os incidentalomas adrenais são entidades nosológicas surgidas com advento dos exames de imagem
nas investigações ambulatoriais e hospitalares. Consiste de achado em 5% das autópsias, aumenta
significativamente com a idade (6,9% em > 70 anos) e pode permanecer assintomático por décadas. Os adenomas
constituem 60% dos incidentalomas, seguidos dos carcinomas, feocromocitomas, mielopomas, cistos e outros. Os
tumores adrenais podem ser classificados em funcionantes e não funcionantes de acordo com a capacidade de
produzir ou não cortisol. Objetivo: Mostrar que os incidentalomas são mais diagnosticados hoje em dia em
função do avanço dos exames de imagem e a facilidade de acesso a eles. Materiais e Métodos: Paciente do sexo
masculino, 61 anos, natural e procedente de Manicoré, que durante investigação de hiperplasia benigna de próstata
foi evidenciada massa calcificada em topografia de supra-renal num raio-x simples de abdômen. Tinha história
de hipertensão havia mais ou menos 1 ano do tipo maligna, que respondeu à terapêutica anti-hipertensiva.
Tabagista de 2 maços de cigarro/dia por 40 anos e alcoolista de 1 litro de aguardente/dia. Dosados metanefrinas
urinárias e ácido vanil mandélico-normais. Afastada a hipótese de feocromocitoma após abordagem especifica já
citada e investigação tomográfica que, além da massa calcificada adrenal, foi evidenciada também nódulo hepático.
Paciente foi submetido à supra-renalectomia esquerda e nodulectomia hepática evoluindo de maneira satisfatória
no pós-operatório. Resultado: Pseudocisto de adrenal. Conclusão: Exames de imagem podem diagnosticar de
maneira inusitada patologias adrenais que na maioria das vezes são assintomáticas,
Palavras-chave: Adenomas, pseudocisto adrenal, incidentaloma.
Correspondência para: lleoguimarã[email protected]
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KEEGAN BEZERRA PONCE, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES,
ROSANGELA MARTINS GAMA, LEONARDO CHAVES DA SILVA
Introdução De acordo com Umphred (2004, p.507), o traumatismo raquimedular é uma condição catastrófica que
pode causar alterações dramáticas na vida da vitima. O Proamde pólo HUGV, ocorre em duas etapas distintas de
atendimento a essas pessoas. Objetivo: Na primeira etapa, a Educação Física atua oportunizando ao aluno,
acompanhantes e seus familiares, formas de adquirir ou manter atitudes favoráveis à prática de atividades físicas,
compreender suas novas características motoras, com o diferencial de educar o aluno para tais conhecimentos.
Método: No período de agosto de 2006 a agosto de 2007 tem-se cadastrado 42 pessoas com diagnóstico de
traumatismo raquimedular, dessas 38% não possuem déficit motor ou sensitivo, onde são somente acompanhadas,
5% foram a óbito e 57% apresentam déficit motor e/ou sensitivo, onde receberam atendimentos. Resultado: As
atividades são planejadas de acordo com a avaliação inicial para conhecer as características da pessoa. São
atividades motoras que trabalharão a musculatura funcional por meio de: alongamentos, exercícios resistidos e
jogos recreativos. Conclusão: Todos recebem alta com informações de como realizar os exercícios em casa de
forma eficaz e correta, têm o primeiro contato com a cadeira de rodas ao serem sentados e incluídos em uma lista
onde poderão vir participar da segunda fase do Programa. Palavras-chave: Atividades físicas, lesão medular,
reabilitação
Universidade Federal do Amazonas/ Hospital Universitário Getulio Vargas
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
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PERFIL D
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AL UNIVERSIT
ÁRIO GETÚLIO
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HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
MEDICAMENT
AMENTOS
VAR
G AS EM MAN
AUS/AM
ARG
MANA
MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO, ANDERSON DA PAZ PENHA, SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA, MARY JOYCE MAGALHÃES,
BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA, JAQUELANE SILVA DE JESUS, FRANCISCA GARCIA DA ROCHA
Introdução: As ações de Farmacovigilância desenvolvidas no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV)
visam detectar, avaliar e notificar Queixas Técnicas (QT) e Reações Adversas a Medicamentos (RAM). Objetivos:
Caracterizar as notificações de suspeitas de RAM ocorridas no HUGV. Método: Estudo descritivo, retrospectivo,
quantitativo, a partir das notificação de suspeita de RAM, de janeiro a dezembro de 2006. Resultados: Foram
notificadas 61 suspeitas de RAM envolvendo 73 medicamentos. 52% foram causadas por antimicrobianos, seguidos
dos analgésicos e antiinflamatórios (16%) e anticonvulsivantes (8%). Pacientes do sexo feminino (57%) prevaleceram
e a faixa etária mais incidente variou entre 26 e 51 anos. Traumatismos, Pneumopatias e Lúpus Eritematoso
Sistêmico foram as condições patológicas mais freqüentes. Foram consideradas prováveis 64% das reações e 54%
tiveram severidade moderada. Prevaleceram as manifestações dermatológicas (rash), gastrointestinais (náuseas,
vômitos, dor epigástrica) e alterações do sistema nervoso central (cefaléia, hipertermia, tontura). Suspendeu-se o
medicamento em 41% dos casos, e a administração foi continuada em 13% das suspeitas. CONCLUSÕES: Salientase a importância da Farmacovigilância para o gerenciamento de riscos em saúde por meio da detecção e notificação
de QT e RAM, do favorecimento à cultura de notificação voluntária, além do estímulo incessante ao uso racional
de medicamentos e redução de custos hospitalares.
Palavras-chave: Rede Hospitais Sentinela, Farmacovigilância, Reação Adversa a Medicamentos.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
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JUCIMARY ALMEIDA DO NASCIMENTO, LÚCIA DE FÁTIMA RODRIGUES GOMES, LUCIETE ALMEIDA SILVA
Introdução: Observamos em vários hospitais de Manaus a prática inadequada da utilização de frasco de 500 mL de
solução fisiológica a 0,9% (SF) com a acoplagem de cateter venoso curto (scalp), para a diluição de medicamentos
injetáveis. Na maioria das vezes o cateter é fixado ao frasco com esparadrapo ou pode ser encontrado solto. Sabemos
que a manipulação inadequada e exagerada das soluções de infusão venosa, como o uso de agulhas para aeração
de frascos de soro e mesmo as formas não apropriadas de armazenamento e transporte de frascos, podem ser
fatores responsáveis pela contaminação, tornando-se uma importante fonte de bactérias e fungos, introduzidos
diretamente no sangue do paciente. Objetivo: Identificar a presença de microrganismos patogênicos nas soluções
para diluição de medicamentos utilizados no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), no período de 30/6/
2006 a 23/4/2007. Método: Estudo qualitativo, quantitativo e descritivo. Utilizado o método de isolamento e
identificação bacteriana por meio dos kits Biomerieux, no Laboratório do Centro de Estudos e Pesquisas Leônidas &
Maria Deane – Fiocruz. Resultados: Foram colhidas 46 amostras de SF, nas 6 clínicas do HUGV. Isolados diferentes
microrganismos: 2 Staphylococcus aureus, 1 Klebsiella oxytoca, 2 Pseudomonas aeruginosa, 3 fungos, 1 Chryseomonas
luteola, 1 levedura e 1 amostra com numerosas colônias bacterianas Gram(+). Conclusão: Este estudo detectou
contaminação de 23,91% das amostras, as quais poderão estar servindo de veículo de microrganismos patogênicos
que podem ter ocasionado infecção na corrente sangüínea, principalmente de pacientes imunocomprometidos.
Correspondência para: [email protected]
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
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FERNANDO LUIZ WESTPHAL, LUIZ CARLOS DE LIMA, JOSÉ CORREIA LIMA NETTO,
LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI, IGOR ARAÚJO FERREIRA DA SILVA
Introdução: A pneumonia necrosante (PN) é uma complicação pouco freqüente da pneumonia lobar, caracterizada
por focos de necrose e liquefação de tecido pulmonar com formação de múltiplas cavidades não coalescentes, e
que, acompanhada de complicações pleurais, exige a adoção de medidas mais agressivas para o seu tratamento.
A maioria dos casos de PN é tratada clinicamente, porém em determinadas situações, apesar da otimização e
maximização do tratamento clínico, o paciente persiste com sinais de septicemia associado ou não a complicações
pleurais. Nestes casos a indicação cirúrgica pode ser a única terapia para a resolução do quadro. Objetivo: Relatar
um caso de PN em uma criança de dois anos. Métodos: Relatar um caso de PN em criança atendida pelo serviço
de Cirurgia Torácica do HUGV. Resultados: Paciente masculino, dois anos de idade, natural de Manaus-AM,
com história de tosse produtiva, dispnéia e febre havia aproximadamente duas semanas. À admissão hospitalar,
apresentava-se taquidispnéico, febril, hipocorado +/+4 e, à ausculta pulmonar, murmúrio vesicular diminuído
em base esquerda e estertores crepitantes bilateralmente. Radiografia de tórax demonstrou sinais de cavitação
em uma área pulmonar com condensação, e à Tomografia Computadorizada perda da arquitetura normal do
parênquima pulmonar, múltiplas cavidades e derrame pleural bilateral. O paciente evoluiu com quadro séptico
e foi submetido à ressecção pulmonar da área acometida.
Palavras-chave: Pneumonia necrosante; cirurgia.
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THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA, MELITA MADDY ROSSETY
Instiruição: Universidade Federal do Amazonas – Ufam
Secretaria de Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas – Seduc
Introdução: intervenção junto às crianças e adolescentes oriundas das ruas de diversos bairros da cidade de
Manaus e de Itacoatiara que estavam sendo exploradas sexual e comercialmente. Entre 2004 e 2005, visa oferecer
novas alternativas de vida e inserção das crianças e adolescentes na escola, no trabalho e na vida social. Surgiu
com a preocupação e compromisso do Ministério Público do Trabalho que estabeleceu convênio com diversas
instituições entre elas a UFAM, que acompanha (follow up) e articula ações por intermédio de atividades que
possam proporcionar a este grupo de crianças e adolescentes prostituídas de rua novas alternativas, por meio de
uma série de atividades sócio-educativas, além de atendimento médico, psicológico. Especificamente visa abranger
dois eixos de atuação. Objetivos e Metodologia: (1) Ajudar por intermédio de oficinas educativas interativas, as
famílias e as crianças e adolescentes ajudando-as a rever ou a reconstruir suas representações masculinas e
femininas, suas representações sobre a sexualidade, rever seus valores, hábitos e atitudes e de seus familiares,
mediante atividades recreativas, culturais, físicas, pedagógicas como alternativas de reeducação; (2) Estruturar e
intercambiar, institucionalmente via extensão, a equipe interdisciplinar para acompanhar. Conclusão: monitoramos
e avaliamos o processo de sensibilização e reeducação das crianças, com base nos indicadores de sucesso, facilitar
a comunicação.
Palavras-chave: Exploração sexual, re-educação, vitimização.
Correspondência para: [email protected].
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ROSIANE PINHEIRO PALHETA, ROBERTA JUSTINA DA COSTA, LUCIANA COELHO, MARIA AUXILIADORA A. DA FONSECA
Introdução: As ações e serviços de saúde com enfoque na Política Nacional de Humanização (PNH) estão sendo
desenvolvidas em Manaus a partir de experiências nas unidades que fazem parte da Secretaria Estadual de Saúde do
Estado do Amazonas. A experiência deste trabalho volta-se para um dos sujeitos que compõem o tripé da PNH, ou
seja, gestores, usuários e trabalhadores de saúde. Estes últimos têm sido sensibilizados por meio de oficinas de
humanização desenvolvidas na Fundação Hospital Adriano Jorge a partir do projeto intitulado «Humanizando o
trabalho dos funcionários da Fundação Hospital Adriano Jorge». Objetivos: Sensibilizar os funcionários sobre a
importância da Política de Humanização para a melhoria dos serviços de saúde em todos os níveis; articular,
sensibilizar e envolver os gestores e profissionais de saúde nos objetivos, princípios e diretrizes da PNH;
instrumentalizar os profissionais envolvidos nas oficinas para aprimoramento das ações do Grupo de Trabalho em
Humanização e avaliar os primeiros impactos da intervenção a partir da própria fala dos profissionais treinados.
Metodologica: Três Encontros semanais com grupos de vinte e cinco servidores para conhecimento e socialização
dos conceitos em Humanização; metodologia expositivo-participativa, onde os envolvidos vivenciam momentos
em que os conceitos são transformados por intermédio de dinâmicas e reflexões que estimulam a participação e
sugestão de todos os participantes a partir do cotidiano de trabalho e das atividades de cada oficina. Resultados: A
importância dos encontros é evidenciada na fala dos funcionários que passam pelas oficinas, como espaços de
encontro, reflexão e de valorização do conhecimento e da prática de cada trabalhador. Falas como: «Estou saindo
daqui renovada»; «Deveria haver sempre encontros como este»; «Há muito tempo queria falar o que falei hoje» são
evidências da importância do trabalho e do «contágio» previsto nos objetivos da PNH, o que tem sido desencadeado
pela proposta pedagógica que parte da realidade e do saber produzido e que valoriza o conhecimento dos envolvidos
no processo educativo. Conclusão: As oficinas de humanização realizadas na FHAJ têm sido um espaço de encontro
e de produção e socialização de saberes e experiências, acima de tudo, uma possibilidade de expor problemas e,
sobretudo, alternativas de solucioná-los vindas dos trabalhadores de saúde. O dispositivo Acolhimento tem sido
refletido a partir do momento em que eles se vêem, ao mesmo tempo, como trabalhadores e usuários do Sistema
Único de Saúde, o que sinaliza para a melhoria das práticas em saúde realizadas in loco.
Correspondência para: [email protected]
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LEONARDO SIMÃO COELHO GUIMARÃES, LUCIANO SANTOS LOURENÇO, LAURA BIANCA FRAIJI, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, JESSÉ B. TORRES
HUGV/Ufam
Introdução: O câncer de estômago ocupa o segundo lugar em freqüência em todo o mundo, depois do câncer de
pulmão. A ocorrência dos diversos tipos de câncer varia entre populações de diferentes regiões. Essas diferenças
devem-se a susceptibilidade à doença ou a variações dos níveis de fatores etiológicos. Quanto à etiologia, há
fatores hereditários e ambientais relacionados ao aparecimento e desenvolvimento do câncer gástrico. Entre os
fatores biológicos, o H. pylori tem importante correlação no câncer gástrico Objetivo: Detecção precoce e tratamento
adequado do câncer gástrico. Material eMétodos: Paciente M. G. S, sexo feminino, 66 anos, parda, aposentada,
procedente de Santarém – PA, é admitida com dor em região epigástrica, em pontada, sem irradiação, que piorava
após ingestão de alimentos e melhorava ao uso de antiespasmódicos, com evolução de 1 ano e 6 meses. Apresentava
ainda hipersalivação, náuseas, vômitos e plenitude pós-prandial. Há 5 meses relata piora do quadro álgico, perda
ponderal de +/- 5 kg e aumento da freqüência dos vômitos e episódios de hematêmese em borra de café. Conclusão:
O câncer gástrico, sendo um dos tumores malignos mais comuns tanto no sexo masculino quanto feminino, deve
ser sempre aventado diante de um paciente com sintomas dispépticos e quadro consumitivo associado. Deve-se
aliar a clínica ao arsenal disponível para investigação para detecção precoce e tratamento curativo adequado.
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KEMEL JOSÉ FONSECA BARBOSA, MARIA DAS DORES LIMA DE AGUIAR
RESUMO: (Introdução e Objetivos): o estudo sobre a flexibilidade tem aumentado no inicio deste século, principalmente
em função do grande número de lesões ortopédicas. Hoje em dia, porém, há um grande consenso entre os estudiosos
ao caracterizar a flexibilidade como um importante componente da aptidão física (Abdllah, 2002), e não apenas como
uma qualidade restrita ao atleta. Dentro desta abordagem, diz-se que o tecido conjuntivo oferece resistência ao
desenvolvimento da flexibilidade. Araújo (1990) menciona que a flexibilidade é uma qualidade com base na modalidade
articular, que permite o máximo de percurso das articulações em posições diversas, possibilitando a realização de
ações motoras com grande amplitude. (Metodologia) a flexibilidade tem várias limitações mecânicas. Onde destacamos:
excesso de gordura ou massa muscular, pessoas obesas geralmente fracas e flexíveis, como causa da combinação da
fraqueza com a flexibilidade; a flexibilidade é de pouco valor funcional, em alguns grupos musculares, o limite mecânico
ocorre pelo impedimento da aproximação do tronco aos membros inferiores, assim como peso excessivo do corpo
pode tornar flácido o ligamento. Sabendo-se que a flexibilidade é extremamente importante na prática da ginástica
olímpica para população de crianças de diferentes grupos em regiões brasileiras e pelo mundo. (Conclusões) nos testes
comparativo da flexibilidade ativa e passiva apresentou resultados significativos nos escolares do sexo feminino da
flexibilidade ativa, sendo ainda pouco significativa a diferença entre elas (ativa e passiva) para ambos os sexos. PalavrasChave: Alongamento passivo, massa muscular, flexibilidade ativa.
Correspondência para: [email protected], [email protected].
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BIANCA CORRÊA ROCHA, ADALBERTO CAORU, SAULO BATISTA COUTO, RAQUEL BARCELOS,
VALÉRIA CARVALHO, GISELLE SARAIVA, FERNANDO LUIZ WESTPHAL
Introdução: O trauma torácico constitui uma das maiores causas de morte em todas as idades e representa entre
25 a 50% injúrias traumáticas. Objetivos: Analisar casos de pacientes submetidos à toracotomia de emergência
ressuscitativa na sala de emergência (S.E.), decorrente de trauma torácico. Pacientes e Métodos: Trata-se de um
estudo transversal e observacional, com análise de prontuários médicos por meio de um protocolo de pesquisa,
nos pronto-socorros de referência em Manaus (AM). Foram incluídos pacientes acima de 13 anos submetidos à
toracotomia de emergência decorrente de trauma torácico no período de 15 de outubro de 2006 a 15 de junho de
2007. Resultados: Foram identificadas 38 toracotomias, sendo oito (29,4%) na S.E., dos quais, todos eram do sexo
masculino. A faixa etária variou de 16 a 29 anos. Desses pacientes, quatro (50,0%) foram atendidos no PS João
Lúcio Pereira Machado e quatro (50,0%) no PS 28 de Agosto. O Samu esteve presente em 37,5% (3) dos casos,
enquanto 62,5% (5) dos pacientes tiveram outro tipo de atendimento pré-hospitalar. Quanto ao tipo de trauma,
houve três (37,5%) ferimentos por arma branca, quatro (50,0%) por arma de fogo e 1 (12,5%) do tipo contuso.
Sobre o status fisiológico na admissão, 50% (4) apresentavam grau I, 12,5%(1) grau II e grau III e 25%(2), grau IV.
Os procedimentos realizados foram exploração da cavidade torácica (25%), massagem cardíaca interna (100%),
clampeamento de aorta descendente (37,5%%) e introdução de Sonda de Foley no ventrículo esquerdo (12,5%). A
taxa de mortalidade na sala de emergência foi de 100%, enquanto que 33,2% dos pacientes tratados no centro
cirúrgico evoluíram para óbito. Conclusões: A toracotomia na sala de emergência não se demonstrou eficaz no
contexto socioeconômico do Amazonas, assim como a presença do Serviço Móvel de Urgência – Samu não teve
influência sobre a mortalidade dos pacientes. Jovens do sexo masculino foram os mais acometidos. Não houve
sobreviventes entre os pacientes submetidos à toracotomia na sala de emergência.
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SAULO BATISTA COUTO, SILVIA ROCHA NAKAJIMA, RISONILCE SOUZA, BIANCA ROCHA,
JOSÉ CORREA LIMA NETTO, LUIZ CARLO DE LIMA, FERNANDO LUIZ WESTPHAL
Introdução: A Amazônia é a maior reserva de produtos naturais do planeta, entretanto, estudos atualizados sobre
os efeitos medicinais destes são escassos. Objetivo: Analisar as alterações anatomopatológicas desencadeadas na
cavidade pleural de ratos pelo óleo-resina de copaíba e talco. Material E Métodos: Trata-se de um estudo experimental
e prospectivo com 72 ratos da raça Ratus novergicus var. Wistar, machos, com peso médio de 191,6 g. Dividiu-se
aleatoriamente em três grupos: Controle (1 ml de soro fisiológico 0,9%); Copaíba (0,4 ml de óleo de copaíba puro) e
Talco (60mg diluído em 1 ml de soro fisiológico 0,9%), tendo cada grupo 24 animais. Alocou-se, por sorteio, em
outros quatro subgrupos de acordo com os períodos previstos para aplicação das substâncias, observação e análise
macroscópica correspondentes 24, 48 e 72 horas e 504h. Resultados: Durante a evolução, seis animais (8,3%)
morreram, sendo todos do grupo copaíba, um deles de 24h e os demais de 504h. Entre a cirurgia e a morte, 51,4% dos
animais apresentaram perda ponderal, principalmente no grupo copaíba, no qual todos os ratos dos tempos 48 e
72h apresentaram a alteração. Não houve relação entre a perda ponderal e o óbito dos ratos. À análise macroscópica,
no tempo de 24h, a copaíba foi a substância que mais provocou reação na cavidade torácica, estando todos os
animais do grupo com algum grau de alteração. No tempo de 48h, o grupo copaíba destacou-se por apresentar
66,6% dos ratos com reação inflamatória moderada. Conclusão: Constatou-se uma maior mortalidade no grupo
copaíba, que se mostrou extremamente irritante para a pleura e parênquima pulmonar de ratos e o talco,
moderadamente irritante.
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CASO
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JONAS R. MENEZES FILHO, RUBEM ALVES DA SILVA JR., LUCIANO SANTOS LOURENÇO,
JESSÉ BISCOSIN TORRES, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, CELSO OLIVEIRA FILHO
VIANEZ, T. N.; PINHEIRO, C. C.
Introdução: A infecção por Ascaris lumbricoides (AL) é uma das mais comuns helmintíases humanas. Apesar da alta
prevalência da ascaridíase em nosso meio (as estimativas são de ¼ da população mundial e 39% da população
brasileira infestadas). Entre as complicações da Ascaridíase a obstrução intestinal é a mais comum e achados de
AL em colédoco mais raras, sendo o acometimento mais freqüente em população pediátrica. Relato De Caso:
Relatamos no presente trabalho um caso de Ascaridíase biliar em homem adulto jovem complicada e sua condução
no Serviço de Cirurgia Abdominal do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), cujos helmintos
permaneceram mortos no interior do colédoco após tentativa de tratamento clínico, propiciando colestase e
pancreatite. Discussão: A migração dos vermes adultos para a via biliar e suas excretas causa irritação da árvore
biliar que resulta em cólicas biliares e espasmos do esfíncter de Oddi, com obstrução biliar parcial. Pode ainda
levar a resposta inflamatória intensa que provoca necrose ductal, calcificações, litíase, estenose, fibrose, colecistite
acalculosa, colangite e abcessos hepáticos. A pancreatite associada com ascaridíase resulta da obstrução causada
pelo verme no ducto pancreático ou da obstrução do ducto biliar comum. Conclusão: Em países em
desenvolvimento, com condições precárias de saneamento básico deve-se levar em conta a Ascaridíase como
causa de doença obstrutiva biliar ou pancreática e conseqüente causa de colangite e/ou pancreatite. O conhecimento
do quadro clínico e suas complicações, além das diferentes opções de tratamento deve ser de domínio dos todos
os médicos. Palavras-Chave: Ascaris, Colédoco, Pancreatite.
Correspondência para: lleoguimarã[email protected]
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THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA
RESUMO: Introdução: A saúde mental engloba todas as diversas formas de atuação profissional, na questão do
doente mental. Isso permite abordamos o assunto desde a história clássica da psiquiatria até a atualidade e o
modo como são planejados e executados os atuais Programas de Saúde Mental tanto no Brasil quanto no Japão,
exigindo dos referidos profissionais de enfermagem, com especialização em psiquiatria, experiências e
conhecimentos, tanto da Psiquiatria como especialidade, como do arsenal da Saúde Pública, inclusive no
Planejamento de Saúde. Metodologia: este estudo foi realizado por meio de um questionário em uma população
de 184 enfermeiros de hospitais psiquiátricos de Okayama – Japão, sendo 38 do sexo masculino e 142 do sexo
feminino, 4 respondentes não respondeu esse item, com a idade média de 39 anos. Resultados: no Brasil, a pesquisa
foi desenvolvida na cidade de São Paulo com uma população de 144 enfermeiros, sendo 49 do sexo masculino e
93 do sexo feminino, 2 respondentes não responderam esse item, com a idade média de 32 anos. Os dados foram
cruzados, observando que tanto os japoneses quanto os brasileiros apresentaram atitudes preconceituosas em
relação à possibilidade de um ex-paciente de doença mental trabalhar em atividades onde se requer capacidade
intelectual mais estruturada, aceitando apenas que o ex-paciente engaje em atividade que requer habilidade
manual. Conclusão: evidenciou-se que o instrumento utilizado na coleta de dados foi eficiente em detectar as
opiniões de profissionais na área de saúde.
Palavras-Chave: Saúde Mental, Transtorno Mental, Paciente Mental.
Correspondência para: [email protected]
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GERSON SUGUIYAMA NAKAJIMA, ALFREDO COIMBRA REICHL,
EMERSON SILVA LIMA, SILVIA ROCHA NAKAJIMA, ANDRÉ LUÍS DE SOUZA GALVÃO
É conhecida na literatura a participação dos radicais livres na fisiopatologia de doenças, como inflamações, doença
de Parkinson, aterosclerose e câncer. Em função das inúmeras etilogias destas, os dados relacionados com os
fatores oxidativos devem ser interpretados com cautela e cruzados com outros parâmetros fisiopatológicos antes
de uma relação ser proposta. Objetivo: Investigar a relação do estresse oxidativo com a fisiopatologia do câncer
gástrico. Metodologia: Trata-se de estudo prospectivo em que se mensuraram os níveis séricos de marcadores do
perfil oxidante/antioxidante em 15 pacientes com diagnóstico de câncer gástrico submetidos à cirurgia curativa.
Foi realizada coleta de sangue do paciente no pré-operatório, e nova coleta no 30.° dia após a cirurgia. No sangue
foram dosadas: capacidade antioxidante total, capacidade oxidante total, grupos sulfidrilas, malondialdeído,
bilirrubina, albumina, ácido úrico, proteínas totais e magnésio. Resultados E Discussão: Dos parâmetros analisados,
os níveis da capacidade oxidante total foram menores na segunda coleta (11,167±7,08) quando comparada com a
primeira coleta (37,21±25,3) e os níveis dos grupos sulfidrilas, ao contrário, foram maiores na primeira (0,175±0,04)
do que na segunda coleta (0,120±0,03). Os demais parâmetros analisados não mostraram diferenças estatisticamente
significantes entre os dois períodos analisados. Conclusão: Apesar do pequeno número de pacientes analisados,
conclui-se que parece haver uma diminuição do estresse oxidativo no pós-operatório de pacientes submetidos à
gastrectomia curativa de câncer gástrico.
Local de realização: FCECON; Faculdade de Farmácia, Ufam.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]
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Professor pós-doutor da Faculdade de Educação Física – FEF da Universidade Federal do Amazonas – Ufam .
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MARCOS GIOVANNI SANTOS CARVALHO, GYSELLE POMAR FALCÃO; AMANDA MELO DE ANDRADE
RESUMO: A população idosa mundial cresceu nas últimas décadas e esse aumento repercute na estrutura dos
países. Com o passar dos anos, o organismo humano passa por um processo natural de envelhecimento sofrendo
modificações funcionais e estruturais que diminuem a vitalidade e favorecem o aparecimento de doenças. As
alterações mais freqüentes que ocorrem com o envelhecimento são: a perda da mobilidade, diminuição do equilíbrio
funcional e aumento do risco de quedas. Este estudo teve como objetivo investigar o impacto de um programa de
reabilitação aplicado em idosas na qualidade de vida e equilíbrio funcional. Foram avaliadas 10 voluntárias,
participantes do Serviço Social do Comércio (Sesc), que foram submetidas ao Timed Get up & go test (TUG) e a
aplicação de um questionário genérico de qualidade de vida Medical Outcomes Study 36 – item Short Form Health
Survey (SF-36). Após terem sido avaliadas, foram submetidas a um programa fisioterapêutico durante 6 semanas,
sendo posteriormente reavaliadas. Para a análise estatística, foram aplicados os testes de Shapiro-Wilk e t de
student e os resultados mostraram uma melhora estatisticamente significativa (p < 0,05) no TUG de 10,2 ± 2,39
seg para 8,4 ± 1,5 seg, e em 3 domínios do SF-36: capacidade funcional de 51 ± 18,52 para 72,5 ± 12,96, vitalidade
de 65 ± 19,43 para 81± 23,06 e estado geral de saúde de 69,2 ± 19,68 para 84,7 ± 14,82. Os resultados obtidos neste
estudo permitem concluir que um programa fisioterapêutico aplicado em idosas promoveu uma melhora
significativa na mobilidade, risco de quedas e capacidade funcional, e na qualidade de vida dessa população.
palavras-chave: idosas, envelhecimento, qualidade de vida, equilíbrio funcional, programa fisioterapêutico.
Correspondência para: [email protected] Instituição: Universidade Paulista (Unip) campus Manaus
AVALIA
ÇÃ
O TÉCNIC
A DOS ESFIGMOMANÔMETR
OS DE
ALIAÇÃ
ÇÃO
TÉCNICA
ESFIGMOMANÔMETROS
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O HOSPIT
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ÁRIO GETÚLIO V
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NO
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
VAR
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MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO, ANDERSON DA PAZ PENHA, SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA
MARY JOYCE MAGALHÃES, BRENA DE LOURDES AGUIAR LIMA, FRANCISCA GARCIA DA ROCHA, SIDNEY DUARTE GALVÃO
Introdução: Na prática médica, os Esfigmomanômetros Mecânicos de Líquido Manométrico (EMLM) são utilizados
para a medição não-invasiva da pressão sangüínea arterial por meio de uma braçadeira inflável, configurando-se
como importantes agentes diagnósticos e preventivos de Hipertensão Arterial Sistêmica, quando em condições
adequadas de calibração e uso. Objetivos: Avaliar as condições técnicas dos EMLM disponíveis no Hospital Universitário
Getúlio Vargas – HUGV e no Ambulatório Araújo Lima – AAL. Métodos: Foram avaliados 12 EMLM por intermédio
de inspeção visual e ensaios de verificação, em parceria com o Ipem-AM, de acordo com a Portaria n.º 153/2005
Inmetro, utilizando-se o equipamento Onneken-Thommen Calibrator, modelo OM 631.000 S. resultados: Na inspeção
visual, foram identificados defeitos físicos em 50% dos aparelhos, a saber: a) Pêra – 4 colabadas, 2 derretidas, 3 com
microfuros; b) Manguito – 2 colabados, 1 derretido, 3 com microfuros. Quanto aos ensaios de verificação apontaram a
presença de bolhas de ar no mercúrio de 2 EMLM. Não foram encontradas alterações na válvula de deflação e na
escala graduada de nenhum manômetro. Conclusões: Os manômetros de mercúrio continuam sendo os mais fidedignos
em qualquer comparação experimental realizada com aneróides ou digitais. Apesar disso, a conservação inadequada
e a falta de calibração periódica dos aparelhos favorecem aferições imprecisas e erros diagnósticos. Nesse sentido,
aponta-se a importância da Tecnovigilância para a redução de riscos à saúde no âmbito hospitalar.
Palavras-chave: Esfigmomanômetro de Coluna, Tecnovigilância, HUGV.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
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ANAIS
C AR
CIN
OMA P
APILÍFER
O REN
AL
ARCIN
CINOMA
PAPILÍFER
APILÍFERO
RENAL
LEONARDO SIMÃO COELHO GUIMARÃES, RUBEM ALVES DA SILVA JÚNIOR; EVANDRO AGUIAR AZEVEDO,
LAURA BIANCA C. FRAIJI, JESSÉ BISCONSIN TORRES; LUCIANO SANTOS LOURENÇO
Introdução: Os carcinomas de células renais representam aproximadamente 1 a 3% de todas as neoplasias viscerais.
São responsáveis por 85% das neoplasias renais primárias. Geralmente são adenocarcinomas. Mais freqüentemente
ocorre em indivíduos entre a sexta e a sétima década de vida, mostrando uma predominância masculina na
proporção de 3:1(1,2).1 O carcinoma papilífero de células renais, inicialmente descrito em 1976, representa apenas
10% dos carcinomas renais.2 Relato De Caso: Paciente 62 anos, feminino, admitida com queixa de dor abdominal
em flanco esquerdo, de leve intensidade, em peso, de caráter intermitente associada a plenitude pós-prandial
havia 8 meses. A paciente apresentava uma massa palpável em flanco esquerdo, de aproximadamente 5 centímetros,
sem evidências de nodulações. A T.C. de abdome confirmou a presença da tumoração em retroperitônio, cuja
suspeita diagnóstica inicial foi de sarcomatose retroperitonial. No intra-operatório foi evidenciada uma massa
em retroperitônio que tinha contigüidade com o pólo superior do rim esquerdo. Realizou-se nefrectomia radical
em bloco com a lesão tumoral, firmando-se diagnóstico histopatológico de carcinoma papilífero renal, estágio II.
Discussão: Apesar de classicamente descrito como a tríade: dor em flancos, hematúria grosseira e massa renal
palpável, esse quadro é observado em apenas 10% dos pacientes e representa a doença avançada2. Quadro que
não se configurou no caso em questão, tornando difícil o diagnóstico. Corrobora ainda com a insuspeita diagnóstica
a não evidenciação disto em exames de imagem previos. Conclusão: A cirurgia tem papel relevante, sendo a
remoção total do tumor com margem de segurança, a melhor opção curativa para o carcinoma do rim.2
Palavras-Chave: Carcinoma Papilífero Renal, Câncer Renal
Correspondência para: lleoguimarã[email protected]
C OL
AN
GITE A
GUD
A SUPURA
TIV
A
OLAN
ANGITE
AGUD
GUDA
SUPURATIV
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LANA MÁRCIA E. RODRIGUE, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, LUCIANO SANTOS LOURENÇO,
LAURA BIANCA C.FRAIJI, JESSÉ B. TORRES, ANDERSON RICARDO S. CANÇADO
Introdução: Colangite aguda é uma síndrome definida clinicamente, causada por obstrução do ducto biliar parcial
ou total com infecção ascendente de patógenos intestinais. Os sintomas clínicos típicos que levam ao diagnóstico
da colangite aguda são: dor abdominal, icterícia, febre com calafrio, descritas como tríade de Charcot. Cerca de
70% dos pacientes apresentam estes sintomas,podendo evoluir para uma doença sistêmica progressiva
rapidamente, acrescida de hipotensão e delírio, conhecida como pêntade de Reynolds. A infecção tem como
germes mais freqüentes organismos entéricos gram-positivos (Escherichia coli e Klebsiella sp), e os gram-negativos
(Enterococcus). Objetivo: O diagnóstico por imagem pode ser feito por Ultra-sonografia, tomografia
computadorizada, colangiografia endoscópica (padrão ouro), colangiografia por ressonância nuclear magnética,
sendo os mais utilizados. O tratamento consiste em drenagem da via biliar. Material e Métodos: Relato de caso;
M. J. P. S., 33 anos, feminino, cor parda, natural e procedente de Manaus-AM, relatou quadro de dor em hipocôndrio
direito e epigástrio. Evoluiu com piora da dor, febre alta intermitente, náuseas, vômitos biliosos, icterícia e colúria.
Foi submetida à colecistectomia com exploração das vias biliares e colocação de dreno de Kehr no colédoco.
Conclusão: paciente com sintomas colestáticos associados à febre e dor abdominal devem ser investigados para
afastar a possibilidade de tratar-se de colangite, em caso de diagnósticos dela, devem receber antibiótico e suporte
hidroeletrolítico adequado e apenas após melhora do quadro clínico deverá ser submetido ao procedimento
cirúrgico.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas. HUGV/UFAM
Correspondência para: lanamá[email protected]
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ANAIS
CORPO ES
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ORME – REL
ATO DE
ESTRANHO
NO
VERMIFORME
RELA
CASO CLÍNICO
LANA MÁRCIA ESTEVES RODRIGUES, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO,
LUCIANO SANTOS LOURENÇO, LAURA BIANCA C. FRAIJI,
JESSÉ B. TORRES, DANIEL CARRIJO MARQUES
Introdução: A presença de corpo estranho no intestino grosso pode ocorrer por ingesta ou introdução de objeto
pelo ânus. A ingesta de corpo estranho é um evento relativamente comum, mas raramente determina
sintomatologia, já que 80 a 90% deles passam sem complicações pelo trato alimentar, sendo eliminados pela via
natural. Objetivo: Relatar o caso de garimpeiro que apresentou corpo estranho (metálico) no apêndice vermiforme.
Materiais e Métodos: Paciente A. B. F., 48 anos, sexo masculino, natural Porto Velho/RO, procedente de Manaus/
AM, profissão comerciante, cor branca. Relata que há mais ou menos 8 meses, dor lombar. Abdome globoso,
flácido, doloroso a palpação profunda em hipogástrio, RHA positivo, DB negativo, sem visceromegalia. Na história
psicossocial relata que trabalhou há +/- 5anos no garimpo de Porto Velho. Rx de abdome mostrou corpo estranho
radiopaco. Tomografia de abdome evidenciou corpo estranho na junção ureterovesical. Na urografia excretora
nenhuma obstrução no trato urinário. Na colonoscopia foi evidenciado presença de um pólipo em sigmóide,
cólon e retos normais. O paciente foi encaminhado ao serviço e cirurgia abdominal do HUGV, onde foi submetido
à laparotomia exploradora. No ato cirúrgico, presença de abaulamento em região distal do apêndice. Realizado
apendicectomia. Histopatológico mucosa de intestino grosso em condições habituais. Aguardo análise do corpo
estranho pelo setor de geologia da Ufam. Resultado: Corpo metálico no apêndice vermiforme. Conclusão: Consiste
num caso raro, com pouca sintomatologia, e a localização do corpo estranho.
Correspondência para: [email protected]
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THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA, EDA TEREZINHA DE OLIVEIRA TASSARA
Resumo: Introdução: Foram utilizados os pressupostos teóricos da Terapia Racional-Emotivo-Comportamental
desenvolvida em 1955 por Albert Ellis e apresentada em uma conferência proferida no congresso da American
Psychological Association (GRIEGER, 1985). Objetivo e Método: Baseia-se no tratamento dos distúrbios emocionais
e segue o modelo educacional de aprendizagem cognitiva. Procura tornar as mudanças cognitivas mais duradouras
por meio do estudo do comportamento racional-emotivo da seguinte forma: (a) de como as pessoas desenvolvem
e podem superar suas perturbações; (b) do detectar de crenças irracionais; (c) do debater, discriminando e
disputando crenças irracionais; (d) do mudar com novos efeitos ou teorias. Resultados: O modelo terapêutico da
REBT é ativo, diretivo e educacional (ELLIS & DRYDEN, 1987; ELLIS, 1984; WALLEN, DiGIUSEPPE & WESSLER,
1980). Foram aplicados os Inventários de Crenças Irracionais, por Charles Newmark, Ruth Ann Frerking, Louise
Cook e Linda Newmark (1973) – Crenças Irracionais, por Ellis e Hayslip (1994) e Formulário de Auto-ajuda da REBT,
por Sichel e Ellis (1984), e a Escala de Crenças (JOHN M. MALOUFF & NICOLA S. SCHUTTE, 1986). Conclusão:
Verificamos como as crenças irracionais em relação à auto-aceitação incondicional. A análise destas informações
ofereceu subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas para a socialização dos jovens, por intermédio
de práticas desportivas e de lazer competentes. Palavras-Chave: Crenças Irracionais, Terapia Racional-EmotivoComportamental, Práticas Educativas. 39
Correspondência para: [email protected]
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ANAIS
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ADRIANY ALVES PINTO DINIZ ARAÚJO
Introdução: Paciente neurológico que apresenta hidrocefalia por processo expansivo, trauma, malformação congênita
e hemoventrículo (rotura de aneurisma) no geral são submetidos à derivação ventricular externa em função do
caráter de urgência necessitando de cuidados de enfermagem específicos para esta conduta. Objetivo: Mostrar
sobre dispositivo implantável neurológico – a Derivação Ventricular Externa, assim como seus cuidados de
enfermagem ao paciente que desenvolveu hidrocefália. Metodologia: Abordagem teórico-científica. Conclusão.
Hidrocefalia é uma doença grave que consiste no excesso de liquor dentro da cavidade intracraniana em
conseqüência da alteração na produção, fluxo ou absorção do liquido cefalorraquidiano (LCR), caracterizando-se
pelo aumento anormal no volume do liquor no sistema ventricular, sob pressão aumentada, produzindo dilatação
passiva dos ventrículos. Em RN e lactentes em razão das fontanelas ainda estarem abertas e ganham proporções
descomunais. O líquido cefalorraquidiano é produzido dentro dos ventrículos pelo plexo coróide e é reabsorvido
principalmente para o espaço subaracnóide que circunda o cérebro. Os pacientes que apresentam alterações
podem ser capazes de levar a este processo como, superprodução do líquido cefalorraquidiano pelo plexo coróide,
obstrução do sistema ventricular e reabsorção alterada do líquido no espaço subaracnoide. No geral, a conduta
para as situações, quando não há drenagem do líquor de forma fisiológica, a intervenção da derivação ventricular
externa dá-se em situação emergencial requerendo da equipe de enfermagem cuidados específicos.
Correspondência para: [email protected]
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HOSPITAL
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DIRCEU BENEDICTO FERREIRA, ROSEMARY ALVES DE ALMEIDA, BRUNO CORRÊA ELAMIDE
FATIMALINE GURGEL DE SOUZA AVELINO, ANDRÉA GUERREIRO MACHADO, LAÍZA ARRUDA PINHEIRO
Introdução: Hospitais Universitários precisam ser qualificados quanto à infra-estrutura, processos e resultados,
pois além da assistência prestada ao SUS, são referência aos acadêmicos da área da saúde. Uma das formas de
avaliar um hospital é pela Acreditação Hospitalar, enquadrando-se em um dos 3 níveis de complexidade. O
Nível–1 engloba as exigências mínimas. Objetivo: Verificar as condições de estrutura e funcionamento do HUGV,
considerando Nível–1. Métodos: Visitas aos setores e entrevistas com profissionais foram realizadas pelo orientador
e acadêmicos do PET-Medicina. Nas entrevistas utilizou-se o protocolo de Acreditação Hospitalar com mais de
700 perguntas, cujas respostas admitiam apenas «sim» ou «não». Considerou-se atingido o Nível–1 se houvesse
100% de conformidades. Resultados: Percentuais: Serviços de Apoio ao Diagnóstico = 99%; Administração
Hospitalar = 80%; Atenção ao Paciente = 75,1%; Serviços Assistenciais e de Abastecimento = 74,6%; Ensino/
Pesquisa/Educação = 72,5%; Estrutura Físico-Funcional = 67,3%. Conclusão: Nenhuma seção obteve 100% de
conformidade, mostrando que o HUGV não atinge o Nível–1. É imprescindível estruturá-lo para atingir as
exigências mínimas de prestação de serviços assistenciais, além de melhorar a qualidade oferecida em termos de
ensino, pesquisa e gestão hospitalar. Palavras-chave: Avaliação institucional; Acreditação Hospitalar; Gestão
hospitalar.
Financiamento: Bolsas do PET, MEC/SESu/Depem.
Agradecimentos: Ao diretor do HUGV, Dr. Raymison M. Souza (MsC), à coordenadora administrativa, Francinely
Bastos de Alencar, aos demais integrantes do PET-Medicina e a todos os entrevistados.
Correspondência para: [email protected]
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ANAIS
DUPLICID
ADE PENIAN
A – UMA AN
OMALIA RARA
DUPLICIDADE
PENIANA
ANOMALIA
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO,
BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,
RODRIGO PADILHA, DANIELLE WESTPHAL, LUCIANE MORAL
Introdução: A duplicidade peniana é uma anomalia rara com uma incidência de 1 para 5.500.000. Embrilogicamente
parece estar associada a uma falha nas bandas mesodérmicas. Na maioria dos casos está associada a outras
malformações dos sistemas: reprodutor, digestivo e excretor e deformidades vertebrais. Objetivo: Por ser uma
anomalia rara, com apenas 100 casos descritos na literatura, a sua apresentação torna-se importante, pela raridade
e conduta dotada. Metodologia: Apresentamos o caso clínico de RSB, 1 ano e 6 meses de idade, sexo masculino,
que procurou o Instituto da Criança do Amazonas (Icam) com a queixa de possuir 2 pênis. Ao exame físico,
observou-se que ambos os pênis nasciam juntos da bolsa escrotal e somente por um deles havia saída de urina.
Uma cistoscopia e exames de imagem foram realizados. Resultado: Optou-se pela remoção cirúrgica do pênis,
cuja uretra terminava em fundo cego seguida de plástica peniana. Conclusão: O caso está sendo apresentado pela
sua raridade e complexidade assim como pela técnica cirúrgica adotada e como alerta para a necessidade de se
investigar sempre outras anomalias associadas, principalmente do sistema reprodutor e urinário para a completa
elucidação e elaboração de plano terapêutico correto.
Instituição: Instituto da Criança do Amazonas
Correspondência para: [email protected]
DUPLICID
ADE URETRAL – AN
OMALIA C
ON
GÊNIT
A RARA
DUPLICIDADE
ANOMALIA
CON
ONGÊNIT
GÊNITA
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO,
RODRIGO PADILLA,
BRUNA CECÍLIA NEVES DE CRAVALHO,
LUCIANE MORAL, DANIELLE CRISTINE WESTPHAL
Introdução: É uma anomalia rara, mais freqüente no sexo masculino, que pode se acompanhar de outras
malformações como: extrofia vesical, hipospádias ou epispádias e criptorquidia. Foi descrita pela primeira vez
por Aristóteles. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir os achados clínicos, o tratamento e o
diagnóstico de dois casos de duplicação uretral em crianças do sexo masculino. Metodologia: Procuraram o
Instituto da Criança do Amazonas dois pacientes do sexo masculino com idades variando entre 6 meses e 10 anos
e que apresentavam como queixa a presença de 2 orifícios na glande. O menor de 6 meses apresentava um quadro
de postite grave que mereceu internação hospitalar para tratamento adequado, e o menor de 10 anos apresentava
concomitância de hipospádia médio peniana sendo essa a queixa maior pela qual procurou o Icam. Resultados:
Ambos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico especifico após a realização de exames de imagens
para elaboração de conduta cirúrgica adequada. Conclusão: O trabalho está sendo apresentado pela sua raridade,
pela importância da investigação de anomalias associadas, pela terapêutica adotada e pela época adequada para
correção do defeito.
Instituição: Instituto da Criança do Amazonas
Correspondência para: [email protected]
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ECTOPIA
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VERSA:
RELA
CASO
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO, LUCIANE MORAL DA SILVA,
BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO,
DANIELLE CRISTINE WESTPHAL, RODRIGO PADILLA
Introdução: A ectopia testicular cruzada é uma entidade rara descrita pela primeira vez por Lenhossek em 1886
como um achado durante uma autópsia e posteriormente por Hasteld em 1907. Até o momento, pouco mais de
100 casos foram descritos na literatura. Trata-se de uma anomalia congênita na qual ambos os testículos penetram
o mesmo canal inguinal podendo ocupar o mesmo escroto.Objetivo: Mostrar a importância da videolaparoscopia
no diagnóstico e tratamento dos testículos impalpáveis, assim como nas ectopias testiculares transversas.
Metodologia: Foram avaliados 2 pacientes do sexo masculino, que apresentavam testículo não palpável em bolsa
escrotal e em região inguinal unilateral. Um dos pacientes apresentava hidrocele mais hérnia inguinal contralateral
e o outro hipospádia peniana proximal. Resultados: Após a videolaparoscopia para a identificação do testículo
não palpável, evidenciou-se em ambos que o testículo não palpável cruzava a linha média e adentrava o anel
inguinal interno junto com o testículo pálpavel do lado contralateral. Conclusão: Ambos foram submetidos a
cirurgia de Ombredane, porém o que apresentava hipospádia teve de ser submetido à cirurgia de Ombredane
modificada.
Instituição: Instituto da Criança do Amazonas
Correspondência para: [email protected]
ENDOMETRIOSE VESIC
AL RECIDIV
ANTE: REL
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ASO
VESICAL
RECIDIVANTE:
RELA
CASO
JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,
ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, FELIPE JEZINI III,
EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: A endometriose é definida como a presença de glândulas endometriais ou estroma fora da cavidade
uterina. A incidência é de 10 a 15% das mulheres na pré-menopausa, sendo mais freqüente entre 25 a 45 anos. No
trato urinário ocorre em 1 a 2% dos casos, sendo a bexiga o local mais comum (84%). Objetivo: Relatar um caso de
endometriose vesical recidivada e a abordagem terapêutica. Paciente e Métodos: Paciente ECS, sexo feminino, 31
anos, nulípara, apresentando há dois anos disúria, hematúria cíclica e dor em hipogástrio no período pré-menstrual.
USG transvaginal revelando nódulo sólido intravesical. Foi submetida à cistoscopia e ressecção de lesão vesical.
O resultado histopatológico demonstrou endometriose de parede vesical. Iniciado tratamento com desogestrel
75mcg sem interrupção e cistoscopia de controle em três meses sem lesão vesical. Resultados: Após um ano do
tratamento, paciente apresentou sintomas semelhantes e USG de controle mostrando recidiva da lesão vesical.
Realizado nova ressecção da lesão vesical com histopatológico demonstrando endometriose recidivada. Iniciouse o tratamento com Zoladex 10,8 mg. Paciente em acompanhamento ambulatorial sem queixas. Conclusão: São
raros os casos de endometriose do trato urinário e não se deve esquecer dos diagnósticos diferenciais. Portanto, o
quadro clínico associado à cistoscopia nos dá subsídios para o tratamento, concluindo-se o diagnóstico pela
histopatologia.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil.
Correspondência para: [email protected]
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MEDICINA
ODONTOLOGIA
FABIANA PAULA DE SOUZA, IRACEMA DA SILVA NOGUEIRA
A situação vacinal dos acadêmicos da área da saúde foi estudada e investigada, por se tratar de população vulnerável
aos riscos derivados de sua profissão. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem quantitativa
cujo objetivo geral foi avaliar a situação vacinal dos Futuros Cuidadores da Saúde da Ufam e específicos: verificar
os conhecimentos dos acadêmicos dos Cursos de Medicina e Odontologia sobre vacinas e doenças imunopreviníveis,
verificar se estudantes estão com esquema vacinal completo e atualizado, levantar os motivos alegados pelos
alunos que porventura não completaram o esquema vacinal e encaminhá-los às Unidades Básicas de Saúde e
propor estratégias de Educação em Saúde preventiva que certamente reduzirão as condutas arriscadas nesses
futuros cuidadores da saúde, população vulnerável aos riscos decorrentes da profissão. A população abrangeu 777
sujeitos, sendo a amostra constituída de 193 (35,5%) alunos do Curso de Medicina e 60 (31,8%) do Curso de
Odontologia. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário. Quanto à caracterização dos sujeitos da pesquisa,
os resultados indicaram que a maioria incluía-se no gênero feminino e os estudantes eram predominantemente
jovens, faixa etária entre 18 a 25 anos. No que se refere aos dados específicos da pesquisa, os achados indicaram que
67% dos sujeitos não possuíam carteira de imunização, o que leva a inferir que esses sujeitos não estavam com o
esquema vacinal completo e atualizado; 79% demonstraram deter conhecimento sobre imunização e doenças
imunupreviníveis. Dentre os motivos alegados por aqueles sujeitos que não completaram o esquema vacinal, destacase: «falta de informação», «falta de interesse», « falta de tempo» e «perda da carteira de imunização». Os resultados
obtidos permitem concluir que o conhecimento adquirido não está sendo posto em prática, sendo que tal conduta
vai de encontro ao compromisso profissional no que tange ao atendimento da população sem sofrer e nem causar
danos. Dentre as estratégias de Educação em Saúde, propõe-se fazer campanhas educativas e de vacinação dentro
da própria Universidade; estabelecer como exigência a apresentação da carteira de vacinação antes de iniciar as
aulas práticas e estágios curriculares; promover maior integração entre as Unidades Acadêmicas e o Centro de
Assistência Integral à Saúde (Cais) com intuito de ampliar o processo de construção de uma consciência sanitária
dos futuros cuidadores da saúde sobre a promoção da saúde e prevenção de doenças, notadamente as doenças
imunopreviníveis, foco deste estudo. Palavras-chave: Cuidadores da Saúde, Doenças imunopreviníveis e Imunização.
Correspondência para: [email protected]
ES
TUDO D
A SITU
AÇÃ
O V
ACIN
AL DOS FUTUR
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ESTUDO
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A UNIVERSID
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AL DOS CURSOS DE ENFERMA
GEM E
DIAGN
GNÓS
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TICO
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CIONAL
ENFERMAGEM
FARMÁ
CIA
ARMÁCIA
GABRIELA DIAMANTINA GOELLNER, IRACEMA DA SILVA NOGUEIRA
Os acadêmicos da área da saúde têm um risco aumentado de aquisição e transmissão de algumas doenças imunopreviníveis
pelo contato com pacientes ou materiais infectados. Desse modo, realizou-se o estudo exploratório-descritivo com enfoque
quantitativo que objetivou avaliar a situação vacinal dos acadêmicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem e de
Farmácia da Ufam, que totalizou 408 estudantes. O grupo amostral abrangeu 33,6% dos alunos do Curso de Enfermagem
e 34% do Curso de Farmácia. Utilizou-se o questionário para coleta de dados. Os resultados obtidos indicaram que a
70
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ANAIS
maioria dos sujeitos de ambos os cursos era do gênero feminino e estava na faixa etária entre 18 a 25 anos. Destaca-se que
28,6% dos acadêmicos do Curso de Enfermagem atuavam na área da saúde como técnicos de enfermagem. Quando
solicitados a apresentarem a carteira de vacinação, constatou-se que 81% dos sujeitos da pesquisa apresentaram-na, sendo
44% do Curso de Enfermagem e 37% do Curso de Farmácia. Quanto às respostas referentes ao conhecimento sobre imunização
e doenças imunopreviníveis, verificou-se que a maioria denotou ter conhecimento. Para os alunos que não completaram o
esquema vacinal, os motivos alegados por eles foram: «falta de tempo», «falta de informação e interesse», «esquecimento»,
entre outros. Pode-se concluir que há um contingente significativo de acadêmicos que não possuem a carteira de vacinação
pondo-os em situação de risco. Constatou-se também que 56% dos sujeitos do Curso de Enfermagem e 63% do Curso de
Farmácia estavam com o esquema vacinal completo e atualizado. Palavras-chave: Imunização; Doenças Imunopreviníveis;
Cuidadores da Saúde; Saúde do trabalhador
Correspondência para: [email protected]; [email protected]
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UNIVERSITÁRIO
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PRISCILA MOREIRA PINTO, ÉLLEN R. DA C. PAES, EVANDRO DE A. SILVA, MARCÉLIA C. C. LOPES, MARIA E. ALMEIDA,
TAIS GALVÃO, VIVIAN DO N. PEREIRA, MARIA V. DA S. VIANA, CLÁUDIA P. VALOIS,
CLÁUDIO N. DO NASCIMENTO, EMANNUELLE C. DE QUEIROZ,
FERNANDA G. SIMPLICIO, IARA F. DA SILVA, IZABELE I. B. CAVALCANTE,
MARIA C. A. GUIMARÃES, PRISCILA M. PINTO, HELTON F. DOS A. CARDOSO
Introdução: A qualidade e a quantidade da utilização de um medicamento em um grupo populacional está sob
ação direta da prescrição clínica. Os indicadores das práticas de prescrição medem os cuidados de saúde fornecidos
ao paciente internado. Objetivo: Medir e avaliar as prescrições dos medicamentos Inibidores da Secreção Gástrica
(MISG) e Antiulcerogênicos (AU) no HUGV nos meses de fevereiro e março de 2006. Método: Estudo observacional
descritivo e retrospectivo das prescrições da Clínica Medica (CM), Ortopédica (COT), Neurológica (Neuro),
Cirúrgico (CCH), Pronto-Socorro (PSU) e Centro de Terapia Intensiva (CTI). Os dados foram plotados em uma
tabela que continha os seguintes itens: (1) número de prescrições médicas; (2) número total de medicamentos
prescritos; (3) número de prescrições com Inibidores da Secreção Gástrica (Misg) e Antiulcerogênicos (AU); número
de Disg e AU prescritos; (4) e número de Disg e AU prescritos pelo total de Disg e AU. Resultados: Foram
prescritos 44.555 medicamentos sendo 7,3% Misg e AU. A média do número de Disg e AU por prescrições com
inibidores e antiulcerogênicos na CM foi 0,91; no PSU foi 0,98; no CCH foi 1.03; no CTI foi 1,04; no COT foi 0,99;
e na Neuro foi 1,06. A porcentagem de Misg e AU prescritos na CM foi 8,92%; no PSU foi 6,56%; no CCH foi
9,02%; no COT foi 2,49%; e na Neuro foi 1,93%. Dos 3.256 Misg e AU prescritos, 0,52% foi de hidróxido de
alumínio, 5,5% de omeprazol VO, 9,95% de omeprazol INJ, 33,2% de ranitidina VO, e 50,8% de ranitidina INJ.
Conclusão: A prática da prescrição clínica é influenciada por múltiplos fatores que devem ser estudados na
busca do uso racional de medicamentos. Este estudo revelou que ainda existe ausência de critérios para prescrever
medicamentos Inibidores da Secreção Gástrica e Antiulcerogênicos, sendo necessário o estabelecimento de
protocolos de prescrição objetivando o uso racional de medicamento, e redução de custos, beneficiando assim o
paciente e a instituição.
Instituição: Universidade Federal do Amazonas – HUGV
Correspondência para: [email protected]
revistahugv
hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
71
ANAIS
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AMAZONAS
MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO, ANDERSON DA PAZ PENHA, SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA,
MARY JOYCE MAGALHÃES, BRENA DE LOURDES AGUIAR LIMA, JAQUELANE SILVA DE JESUS, FRANCISCA GARCIA DA ROCHA
Introdução: A promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) está intrinsecamente relacionada ao ensino de
práticas em saúde baseadas em evidência. Investigações no Hospital Universitário Getúlio Vargas – HUGV apontaram
a necessidade de orientar profissionais para esta temática. Objetivo: Relatar as ações desenvolvidas em Manaus/
AM voltadas à educação continuada sobre o URM. Método: Foram elaborados projetos de extensão universitária
submetidos à Proexti/Ufam, numa parceria entre a Faculdade de Farmácia da Ufam, a Gerência de Risco Sanitário
Hospitalar e o Setor de Educação Continuada em Enfermagem do HUGV. Contou-se com palestrantes mestres e
doutores da Ufam, USP-Ribeirão Preto e UFRGS. O público-alvo incluiu profissionais e acadêmicos de Enfermagem
e Farmácia. Resultados: O «Curso de Uso Racional de Medicamentos» e «Curso de Preparo e Administração de
Medicamentos por Via Parenteral» foram realizados em março e julho de 2006, respectivamente. Constaram aulas
teóricas e orientações técnicas sobre a farmacoterapia racional, a aplicação de estudos de utilização de medicamentos
e a formulação de protocolos operacionais. Totalizando cerca de 60 horas de atividades, aproximadamente 460
pessoas foram atingidas. Conclusões: Aponta-se para a necessidade de expansão destas ações a profissionais de
outras instituições do Estado, a fim de fortalecer o compromisso com a promoção do URM, no esforço de garantir
uma terapia medicamentosa eficaz e segura, conforme as demandas locais e respeitando as diferenças regionais em
saúde. Palavras-chave: Extensão Universitária, Uso Racional de Medicamentos, Amazonas.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
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MEDICINA
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KEEGAN BEZERRA PONCE, CLEVIS DE SOUZA BRUCE, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES, ROSANGELA MARTINS GAMA, LEONARDO CHAVES DA SILVA,
EVA VILMA ALVES DA SILVA, VANUSA FABIANO ROSAS, ADRIA DA SILVA NOBRE,
Introdução: Na atualidade o mercado de trabalho vem expondo as pessoas a níveis demasiados de distress, a ginástica
laboral é uma ferramenta da ergonomia que compreende exercício físicos programados no local de trabalho, com o
objetivo de prevenir lesões físicas, psicológicas e até mesmo problemas sociais. Objetivo: Este trabalho visa relatar a
experiência desenvolvida por professores de Educação Física, na execução de um Programa de Ginástica Laboral,
elaborado juntamente com o SESMT – HUGV. Método: as atividades ocorrem simultaneamente em dois espaços: 1 –
na capela do Hospital e 2 – Prédio anexo, duas vezes por semana durante 15 minutos no período da manhã, são
atividades que visam preparar os colaboradores para a jornada diária de trabalho, com exercícios de alongamento,
fortalecimento muscular e relaxamento, com atividades individuais e coletivas. Resultados: Atualmente participam
das atividades cerca de 40 colaboradores, sendo na sua maioria mulheres de meia-idade, e de setores variados. Conclusão: Tendo em vista a satisfação com que esses colaboradores fazem as atividades, em função de relatarem sentirse bem mais preparadas para o dia de labuta, com menos desconforto e dores, observamos ainda que a grande maioria
dos homens ainda não participa por falta de conhecimento dos benefícios da ginástica e espera-se ampliar o atendimento para as clinicas e demais turnos de trabalho. Palavras-chave: Prevenção, ergonomia, trabalho.
Instituições: UFAM e HUGV
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
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ANAIS
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WILSON MARQUES RAMOS JÚNIOR; MARCUS VINÍCIUS GUIMARÃES DE LACERDA
Introdução: A malária vivax produz formas hipnozoítas que são responsáveis pela recaída da malária. A primaquina
é a única droga capaz de eliminá-los; no entanto, é muito tóxica. O principal efeito colateral é a anemia hemolítica,
pois pode levar a graves repercussões hemodinâmicas, necessitando de internação hospitalar. Objetivo: Caracterizar
os aspectos clínicos e laboratoriais da crise hemolítica, induzida por primaquina. Métodos: Trata-se de um estudo
retrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM), com diagnóstico de hemólise, apresentando bilirrubina indireta (BI) maior que 1 mg/dl e BI maior que a
bilirrubina direta (BD). Foram avaliados os principais sinais e sintomas durante a hospitalização, os dados laboratoriais
de hemograma e bioquímica, além da presença de deficiência enzimática de G6PD, por teste qualitativo. Resultados:
Foram analisados no estudo 36 pacientes (33 homens e 3 mulheres), sendo a média de idade 17 anos. 97,2%
apresentavam icterícia; 94,4% palidez cutâneo-mucosa; 66,7% colúria; 63,9% vômitos; 30,6% desidratação; 19,4%
febre; 8,3% oligúria e 2,8% cianose. O hematócrito obteve média de 20,6%; creatinina 1,3 mg/dl; BI 4,1 mg/dl; BD
0,4 mg/dl. Vinte e cinco pacientes foram testados para deficiência de G6PD, sendo 48% deficientes. Dos 36 pacientes,
80,6% precisaram de transfusão e 16,7% evoluíram para insuficiência renal aguda (IRA). Conclusão: Grande parte
dos pacientes com hemólise por primaquina tem como fator desencadeante a deficiência de G6PD e como principal
complicação a IRA, sendo necessária a estabilização hemodinâmica e a indicação de transfusões de hemácias. Tratase do primeiro estudo descritivo, realizado na Amazônia Brasileira, em que se avaliou o impacto da hemólise após
o uso de primaquina no tratamento da malária, entre pacientes com necessidade de hospitalização. O melhor
entendimento deste problema pode ajudar no estabelecimento de rotinas de manejo clínico.
Instituição: Fundação de Medicina Tropical do Amazonas
Correspondência para: [email protected]
INDICADORES DO USO DE MEDICAMENTOS
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DEBORAH MENESES DE MELO, VANESSA XAVIER DE OLIVEIRA, QUEZIA ALVES DE LIMA, JUSELE OLIVEIRA SOUSA,
LESLYE LUCIANA REIS BEZERRA, DANIELLE SOUZA ANDRADE, FRANCISCO GESSY MENDONÇA JÚNIOR,
MICHAEL ROSENFELD DE PAULA RODRIGUES, ELLEN REGINA PAES, MARCÉLIA CÉLIA COUTEIRO LOPES
Resumo: Uma das principais preocupações mundiais quanto ao uso racional de medicamentos está relacionado
à utilização de antimicrobianos. O aumento da resistência bacteriana acarreta dificuldades no manejo de infecções
e contribui para o aumento dos custos dos sistemas de saúde. Assim, torna-se necessário estabelecer mecanismos
de vigilância sobre o uso desses medicamentos. O objetivo deste trabalho foi confeccionar os indicadores do uso
de antimicrobianos de um hospital de grande porte de Manaus. Foram analisadas as vias do Serviço de Farmácia
(2.ª via) das prescrições de 79 dias corridos dos meses de março, abril e maio do ano corrente (2007) nas seis
clínicas do hospital, sendo um total de 9.918 prescrições analisadas. Também foram quantificados os
antimicrobianos prescritos no período citado anteriormente. Os resultados mostraram que 38,17% dos pacientes
internados fizeram uso de antimicrobiano, 96,65% dos antimicrobianos prescritos faziam parte da lista de
medicamentos padronizados no hospital, 89,05% foram prescritos pelo nome genérico e a média de antimicrobiano
prescrito por paciente foi de 1,19. Os antimicrobianos mais prescritos foram Cefazolina e Cefalotina (explicado
pela rotina cirúrgica) seguidas dos antimicrobianos de alta potência e alto custo (Ciprofloxacino, Ceftriaxona,
Vancomicina). Baseado nos resultados, é notório a necessidade da promoção do uso racional de antimicrobianos
e da criação de protocolos farmacoterapêuticos compatíveis com a realidade da instituição. Palavras-chave:
Antimicrobianos, indicadores, medicamentos.
Correspondência para: [email protected]
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ANAIS
LEIOMIOMA GIG
ANTE: REL
AT O DE C
ASO
GIGANTE:
RELA
CASO
ANA MARIA MELO, LUÍS CARLOS CEMBRANI,
LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI, LUCIANO LOURENÇO,
EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, KAROLINE RODRIGUES DA SILVA
RESUMO: Introdução: Leiomiomas são tumores benignos. Eles surgem no miométrio e contêm quantidade variável
de tecido conjuntivo fibroso. Cerca de 75% dos casos são assintomáticos, encontrados ocasionalmente durante
exame abdominal, pélvico bimanual ou ultra-sonografia. Os sintomas são relacionados diretamente ao tamanho,
ao número e à localização dos miomas. Os subserosos tendem a causar sintomas compressivos e distorção anatômica
de órgãos adjacentes, os intramurais causam sangramento e dismenorréia, enquanto que os submucosos produzem
sangramentos irregulares com maior freqüência. Objetivo: Relatar um caso de leiomioma gigante em paciente
parda de 43 anos. Métodos: Relatar caso de leiomioma gigante em paciente atendida pelo serviço de Cirurgia
Abdominal do HUGV. Resultados: Paciente foi admitida no Hospital Universitário Getúlio Vargas com quadro
de parestesia e edema em membros inferiores, aumento do diâmetro abdominal, constipação, irregularidade do
ciclo menstrual, menorragia e lombalgia. Associado ao quadro apresentou perda ponderal de aproximadamente
10 kg em 1 ano. O diagnóstico foi baseado na história clínica, exame físico e exame de imagem (Tomografia
Computadorizada). A terapêutica de escolha foi cirúrgica por causa do quadro clínico, presença de prole definida
e paciente sem desejo reprodutivo. O exame histopatológico da peça cirúrgica (massa abdominal medindo 30x25
e pesando 9.100 g) confirmou o diagnóstico de leiomioma. Conclusão: Mulheres com miomas muito volumosos,
com sintomas compressivos, como compressão ureteral, necessitam de tratamento.
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HEMODIÁLISE DO HUG
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HUGV
MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO, ANDERSON DA PAZ PENHA,
SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA, MARY JOYCE TARGINO LOPES MAGALHÃES,
BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA, JAQUELANE SILVA DE JESUS, FRANCISCA GARCIA DA ROCHA
Introdução: A hemodiálise é um importante tratamento para portadores de insuficiência renal e como os pacientes
ficam expostos a grandes volumes de água durante cada sessão de hemodiálise, o processo e controle da água são
de fundamental importância para evitar que os mesmos sejam expostos a diferentes tipos de contaminantes. No
HUGV o processamento da água é feito por osmose reversa. Objetivo: Levantar os custos de um ano para o
controle da água processada por osmose reversa para hemodiálise no HUGV. Método: Realizou-se um
levantamento de custos a partir da remessas de postagem e gastos diretos com análises do material coletado por
meio das notas de empenho para pagamento das analises. Resultados: Conforme o levantamento realizado, no
período de um ano, obteve-se um gasto de R$ 6.947,60. Conclusão: Por se dispor de uma água de qualidade onde
se reduzem os riscos associados ao paciente, não podemos mensurar que este seja um custo elevado quando se
trata em reduzir riscos e salvar vidas. Tais custos seriam aumentados se o hospital não dispusesse do equipamento
osmose reversa, o qual é de alta eficiência para o tratamento da água utilizada na hemodiálise.
Palavras-chave: Hemodiálise, Tratamento de água, Osmose reversa.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
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AT O DE C
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LINFOMA
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RELA
CASO
CLÍNICO
RUBEM ALVES DA SILVA JR., EVANDRO AGUIAR AZEVEDO,
LUCIANO SANTOS LOURENÇO, LAURA BIANCA C. FRAIJI
JESSÉ B. TORRES, ANDERSON RICARDO S. CANÇADO
Introdução: O linfoma gástrico é uma neoplasia maligna e constitui cerca de 5% de todos os linfomas primários
não-Hodgkin. Dos linfomas primários não – Hodgkin localizados no trato gastrointestinal, o estômago é o sítio
extranodal mais acometido, tendo sua incidência duplicada nos últimos 10 anos e correspondendo atualmente a
60% dos casos. A idade média dos pacientes é de 60 anos e entre as manifestações clínicas destacam-se: dor
epigástrica,perda ponderal, hemorragia gastrointestinal e astenia. Objetivos: Mostrar a dicotomia da incidência
do câncer gástrico. Material e Métodos: Paciente do sexo masculino, 23 anos, pardo, natural e procedente de
Manaus-AM, com quadro de início insidioso há dois meses de epigastralgia do tipo queimação acompanhada de
3 episódios de hematêmese, melena persistente e perda ponderal de 8 kg no período. Relata pai falecido com 48
anos com câncer de próstata. Apresentava endoscopia digestiva alta (EDA) – úlcera gigante de corpo gástrico –
com resultado histopatológico inconclusivo e radiografia de tórax sem alterações. Foi internado e os exames
laboratoriais mostraram anemia(Hb-11.7g%) e Ht-34.9%). Conclusão: Em função da elevada incidência de câncer
gástrico na atualidade e a mudança nos fatores causais, sendo mantidos os já referidos na literatura e adicionada
ao padrão alimentar da atualidade, houve uma mudança expressiva na faixa etária dele, uma vez que antes os
diagnósticos eram feitos em pacientes na quarta década e hoje sua apresentação tem sido cada vez mais precoce.
Apresenta-se um caso de linfoma gátrico tipo Burkit, que nessa localização é ainda mais raro, já que 5% dos
linfomas gástricos são tipo Malt em um paciente jovem com sintomatologia aguda.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas HUGV/Ufam
Correspondência para: [email protected]
MANEJO DE C
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UNIVERSITÁRIO
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V) – PR
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APS
VAR
ARG
(HUGV)
PRO
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LEONARDO CHAVES DA SILVA, KATHYA AUGUSTA TOMÉ LOPES,
KEEGAN BEZERRA PONCE, ROSANGELA MARTINS GAMA,
Introdução: O Trauma Raquimedular ocorre quando a medula espinhal é danificada como resultado de um
trauma, processo de doença ou defeitos congênitos (UMPHRED, 2004, p. 507). O manejo na cadeira de rodas é um
dos pontos essenciais no processo de reabilitação, pois dará ao aluno o conhecimento para o ir e vir de forma
adequada. Objetivo: Este relato descreve o ensino do manejo de cadeira de rodas realizado com um grupo de 18
pessoas de um núcleo de reabilitação no HUGV no período de agosto de 2006 a agosto de 2007 distribuídos em
turmas com período aproximado de três meses. Método: O aluno é avaliado obedecendo 10 itens relacionados ao
manejo. No período de três meses ocorrem as aulas para desenvolver a habilidade e, após, é feita uma avaliação
final para verificar a evolução e o aprendizado. Atribuindo notas onde, 1 é não aplicável, 2 não realiza, 3 realiza
parcialmente, 3 realiza com ajuda, e 5 realiza com independência. Resultado: Ao somar a pontuação da avaliação
inicial, obtemos um total de 36 pontos, de 90 pontos possíveis, já na avaliação final observamos um aumento para
64 pontos, perfazendo, assim, um aproveitamento de 77,8% do conteúdo ministrado. Conclusão: Com o processo
de reabilitação no Proamde/PAPS, essas pessoas são capazes de desenvolver suas potencialidades, e as
possibilidades que o torna mais independente e, assim, realizar atividades cotidianas participando ativamente
da sociedade. Palavras-chave: Manejo de cadeira de rodas, trauma raquimedular, reabilitação.
Instituição: Universidade Federal do Amazonas/ Hospital Universitário Getúlio Vargas
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
revistahugv
hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
75
ANAIS
MEL
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O: REL
AT O DE C
ASO
MELAN
ANOMA
MALIGNO
RETO:
RELA
CASO
Sílvia Rocha Nakajima,
Gerson Suguyiama Nakajima
RELATO DE CASO: S.G.G., masculino, 75 anos, pardo, casado, apresentou perda ponderal 15 kg, dificuldade de
evacuação e hematoquezia em três meses. Ao exame, observou-se massa castanho-escura com fibrina central,
ulceração e sangramento discreto. A colonoscopia demonstrou lesão vegetante circunferencial no reto originandose da linha denteada. A histopatologia revelou melanoma retal (MR) infiltrando o tecido submucoso. A tomografia
computadorizada (TC) de tórax detectou nódulos metastáticos nos pulmões em lobos inferiores esquerdo e direito,
medindo respectivamente 2,4x2,4 e 2,4x2,3 cm. A TC de abdome surpreendeu linfonodos ilíacos e para-retais,
tendo os maiores 4,5x3,4 cm e 3,3x3,0 cm. Procedeu-se a ressecção local ampliada do tumor. Paciente faleceu dois
meses depois. Discussão: O MR é raro e constitui menos de 1% dos tumores malignos dessa região. Diagnóstico
tardio e seu caráter agressivo estabelecem mau prognóstico. Predomina no sexo feminino, raça branca, entre a 5.a
e 6.a décadas de vida. Os principais sintomas são sangramento e sensação de massa em região anal, comuns à
doença hemorroidária e ao pólipo. Somado ao fato de haver pigmentação macroscópica em 16 a 41% dos casos,
seu diagnóstico pode ser dificultado. Acredita-se que surjam de tecido anal ectópico, já que não há melanócitos
acima da linha denteada. Cerca de 60% dos pacientes, ao diagnóstico, têm metástase à distância. Independente da
técnica cirúrgica empregada – amputação abdominoperineal do reto ou ressecção local ampliada – os resultados
são pobres. Conclusão: O MR continua sendo uma entidade de grande interesse na comunidade médica por sua
raridade e difícil tratamento.
Local de realização: Hospital Sírio-Libanês, São Paulo; Hospital Santa Júlia, Manaus.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]
MIELOLIPOMA
ANA MARIA MELO SAMPAIO, LEONARDO SIMÃO GUIMARÃES,
LUCIANO SANTOS LOURENÇO,LAURA BIANCA FRAIJI,
EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, JESSÉ B. TORRES
Introdução: Entre os incidentalomas adrenais o mielolipoma encontra-se na quinta colocação em incidência.
Tendo como características básicas uma densidade de Housfield muito baixa, sendo às vezes negativa em função
do seu conteúdo gorduroso, tem seu diagnóstico facilitado. É um tumor não funcionante da adrenal, muitas
vezes assintomático, todavia pelo crescimento importante da massa tumoral pode, apresentar sintomatologia.
Objetivo: Diagnóstico diferencial entre os incidentalomas adrenais. Material e Métodos: paciente sexo masculino,
78 anos, natural do Careiro, estava internado na enfermaria de Clínica Médica do HUGV com diagnóstico de
insuficiência venosa profunda e durante a investigação tomográfica foi evidenciado grande massa retroperitoneal.
Foi submetido à laparotomia exploradora para retirada da tumoração de grande volume, 12x9 cm, localizada em
topografia de adrenal esquerda. Após avaliação histopatológica, foi feito o diagnóstico de mielolipoma. Paciente
evoluiu no pós-operatório satisfatoriamente recebendo alta da cirurgia no 5 DPO. Conclusão: Os incidentalomas
adrenais, em conseqüência do advento dos exames de imagem, têm sua incidência aumentada, sendo muitas
vezes achado esporádico e assintomático. Neste relato de caso, mostra-se uma massa de grandes dimensões e
paciente evoluindo sem queixas, sendo feito diagnóstico radiológico e intracirúrgico de massa retroperitoneal.
Palavras-chave: Incidentaloma adrenal, mielolipoma, massa retroperitoneal.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas
Correspondência para: [email protected]
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
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KEEGAN BEZERRA PONCE, KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES,
ROSANGELA MARTINS GAMA, LEONARDO CHAVES DA SILVA,
Introdução: A medula espinhal é sede freqüente de lesões traumática (LEVY, 2003, p. 23), ao se avaliar a lesão,
devemos considerar não somente o nível acometido, mas principalmente a funcionalidade de cada pessoa. O ato
físico de mudar si mesmo de uma superfície para outra é descrito como uma transferência (ATRICE, 2004, p. 541).
Objetivo: Na segunda etapa do Proamde Pólo HUGV, têm se trabalhado a transferência como parte integrante
do conteúdo ministrado pela Educação Física, por esta se apresentar uma importante atividade no aprendizado
da sua independência funcional. Método: Foram avaliados 18 alunos no período de agosto de 2006 a agosto de
2007 em 10 itens julgados como importantes para verificar se o aluno executa transferência. Esses itens são
pontuados: como 0 não aplicável, 1 não realiza, 2 realiza parcialmente, 3 realiza com ajuda ou dificuldade, 5
realiza com segurança e somada a pontuação de todos. Resultados: Assim, temos que na avaliação inicial esse
grupo obteve 36 pontos de 90 possíveis, tendo uma nota média de 4,0 pontos, e na avaliação final obtiveram 56
pontos, passando para uma nota média de 6,23, o que demonstra uma evolução de 55,5% no aprendizado.
Conclusão: Assim concluímos que com o ensino de mobilidade e transferências, houve uma significativa evolução
nessa habilidade, fazendo assim com que os alunos obtivessem uma significativa evolução na independência
funcional. Palavras-chave: Manejo, transferência, reabilitação.
Instituição: Universidade Federal do Amazonas/ Hospital Universitário Getúlio Vargas
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
NEFR
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OTRIPSIA PER
CUT
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CIA INICIAL DO
NEFROLIT
OLITO
PERCUT
CUTÂNEA:
EXPERIÊNCIA
HUG
V
HUGV
JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,
ADRIANO MAIA SIQUEIRA, FLÁVIO ANTUNES RIBEIRO,
ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, MIKA SHIBUYA, EDSON SARKIS GONÇALVES.
Introdução: A cirurgia de nefrolitotripsia percutânea (NLP), instituída desde 1976, é uma modalidade terapêutica
minimamente invasiva, indicada no tratamento de cálculos renais maiores de 20 mm, cálculos de cistina e cálculos
complexos. Objetivo: Avaliar a experiência inicial do Serviço em NLP no período de abril/2006 a junho/2007.
Pacientes e Métodos: Trinta pacientes foram submetidos à NLP, os quais foram analisados prospectivamente por
meio de protocolos. Resultados: Quinze pacientes eram homens (50%) e 15 mulheres (50%), com idades entre 10
e 66 anos, média de 41,7 anos; quanto ao tamanho, variaram de 1,5 a 12 cm2, média de 6,1 cm2; quanto à localização,
15 (50%) encontravam-se no cálice inferior, 4 (13,3%) no superior, 3 (10%) no médio, 4 (13,3%) na pelve e 4 (13,4%)
coraliformes. O tempo médio cirúrgico foi de 142,6 minutos, foram transfundidos 6 pacientes (20%) e a média de
internação foi de 5,1 dias. Quatro sofreram reintervenção, e 3 (10%) complicaram. Nefrostomia foi necessária em
21 (70%) e duplo J em 10 (33,3%). O índice de stone-free foi alcançado em 18 casos (60%), porém, em uma
reintervenção, esse índice subiu para 80%. Conclusão: A NLP é uma opção de tratamento para a doença litiásica,
apresentando vantagens como tempo cirúrgico reduzido, internação mais curta e pequena morbidade, o que
confere indicação segura e eficaz.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil.
Correspondência para: [email protected]
revistahugv
hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
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ANAIS
NEOPL
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CREAS – REL
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NEOPLASIA
CÍSTIC
TICA
MUCINOS
OSA
PÂNCREAS
RELA
CASO CLÍNICO
LEONARDO SIMÃO COELHO GUIMARÃES, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO,
LUCIANO SANTOS LOURENÇO, LAURA BIANCA, JESSÉ B. TORRES,
PRISCILA A. LAGO, DANIEL CARRIJO MARQUES
Introdução: As lesões císticas do pâncreas compreendem os pseudocistos inflamatórios, em cerca de 90% dos casos,
e as neoplasias císticas, em aproximadamente 10%. As neoplasias císticas podem ser subdivididas em tumores
císticos primários e naqueles tumores com degeneração cística secundária. No primeiro grupo, estão incluídos os
cistoadenomas mucinosos pancreáticos que correspondem, a neoplasias epiteliais císticas compostas por células
colunares produtoras de mucina circundadas por estroma do tipo ovariano e que não se comunicam com o ducto
pancreático principal, constituindo cerca de 1% de todas as neoplasias e 45% de todas as lesões císticas pancreáticas.
Objetivo: Relatar o caso de uma patologia rara que acomete o pâncreas, e que pode ser confundida com pseudocisto
inflamatório. Materiais e Métodos: Paciente de 33 anos, feminino, natural e procedente de Parintins, Amazonas.
Admitida com queixa de dor abdominal em mesogástrio, de leve intensidade, em peso, de caráter intermitente há 12
meses. Ao exame físico, apresentava dor à palpação profunda em epigástrio e flanco esquerdo. A tomografia
computadorizada (CT) de abdome evidenciou uma lesão hipodensa bem delimitada, arredondada, com projeções
intraluminares na topografia do pâncreas (septações internas). Foi, então, realizada uma esplenectomia associada
com pancreatectomia corpo-caudal. O histopatológico evidenciou um processo expansivo benigno do tipo
cistoadenoma mucinoso de pâncreas. Resultado: Neoplasia Cística Mucinosa. Conclusão: Consiste num caso raro,
com pouca sintomatologia, e que o diagnóstico pode ser confundido com pseudocisto inflamatório.
Correspondência para: lleoguimarã[email protected]
NEOPL
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JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,
ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, CELSO OLIVEIRA FILHO,
THIAGO CAMPOS, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: Câncer de próstata é a neoplasia mais comum em homens com idade superior a 50 anos. É uma
patologia rara em pacientes com idade inferior a 50 anos, com uma incidência de 4%. No Estado do Amazonas a
estimativa para o ano de 2006 foi de 23,11 por 100.000 habitantes. Objetivos: Relatar um caso de neoplasia de
próstata em paciente jovem com valores de PSA normais.Paciente e Métodos: Paciente BARV, 16 anos, apresentou
retenção urinária em dezembro de 2006, passando a realizar cateterismo vesical intermitente limpo. Em maio de
2007, foi identificado aumento da próstata por meio do toque retal. PSA total 0,5 e livre 0,04. A biópsia de próstata
evidenciou neoplasia de pequenas células. TC de abdome total identificou aumento prostático e cintilografia sem
alterações. Programado prostatectomia radical retropúbica. Resultados: Observou-se, na cirurgia, invasão tumoral
em cadeia linfonodal obturatória bilateral, infiltração do púbis, da fáscia de Denonvillier e lateral à musculatura
elevadora do ânus. Pela invasão tumoral, foi decidido por realização de linfadenectomia obturatória bilateral e
biópsia prostática. Encontra-se em acompanhamento com oncologia clínica. Conclusão: Portanto, observou-se
que o comportamento de neoplasia de próstata em paciente jovem é agressivo e sua morbimortalidade maior que
em pacientes mais velhos. Assim, podemos reafirmar o que a literatura descreve.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil
Correspondência para: [email protected]
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
ANAIS
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HUGV
SAMEA LORENA DE PAULA ESCÓSSIO, VALCILENE DOS SANTOS RIBEIRO, TULI VITOR GOMES,
MARIA DO SOCORRO AZEDO LOBATO, TERESINHA DE JESUS GIOIA PINHEIRO
Introdução: O assistente social é um profissional que exerce um papel de extrema importância na efetivação dos
direitos sociais, favorecendo e garantindo o acesso à cidadania e a bens e serviços. A partir do Programa de
Preparação de Alta para Paciente com Lesão Medular e seus Familiares – PAPS e a adesão dos educadores físicos,
o programa passou a ter uma segunda fase, atendendo os pacientes após alta hospitalar. Objetivo: Nessa segunda
fase, o Serviço Social tem como objetivo orientar os pacientes e seus familiares aos dispositivos legais (saúde,
educação, Previdência e assistência) socializando as informações sobre os diversos recursos existentes na
comunidade. Metodologia: Para isto são realizadas entrevistas sociais e visitas domiciliares com o intuito de
conhecer a realidade de cada aluno e sua família e direcionar o trabalho, pautando na necessidade que cada um
apresenta, e a partir disto são realizados as orientações, encaminhamentos e contatos com as instituições que
constituem a rede de amparo social. Resultado: O resultado deste trabalho se dá na instrumentalização dos quais
que passam a conhecer os direitos e recursos a que podem ter acesso, desenvolvendo a autonomia e o seu potencial
na defesa e ampliação da cidadania. Conclusão: Portanto, é por intermédio deste trabalho de socialização de
informações que os alunos passam a conhecer e buscar o acesso aos direitos e recursos sociais existentes na cidade
de Manaus. Palavras-Chave: Trabalho, assistente social, lesão medular.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
PREV
ALÊN
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PÚBLICA
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DHANE EYRE ALBUQUERQUE VIEIRA, MARIA LINDA FLORA DE NOVAES BENETTON
Anemia, como mazela coletiva, é indiscutivelmente um problema de saúde pública e não se constitui uma
manifestação orgânica isolada do processo de nossa organização social, fazendo com que haja impactos negativos
ao desenvolvimento físico e psicológico, no comportamento e na capacidade de trabalho. Objetivo: Conhecer a
prevalência de anemia entre pacientes do Centro de Saúde Frank Calderon Rosemberg, Aterro do 40 – Manaus/
Am. Materiais e Métodos: No período de março a agosto de 2007 realizou-se um estudo de prevalência de
anemia envolvendo 334 pacientes, sendo 142 masculino e 192 feminino em diferentes faixas etárias distribuídos
em: grupos I (0-10), grupo II (11-20), grupo III (21-30), grupo IV (31-40) e grupo V (41-50) e grupo IV (> 50 anos)
atendidos no C.S.F.C.R. Foram coletados 5 mL de sangue venoso em tubo a vácuo contendo EDTA para
determinação da hemoglobina, o método utilizado foi cianometa-hemoglobina. Resultados: Encontrou-se uma
prevalência de anemia 33,9% no sexo feminino e 28,9% no masculino. Foram considerados anêmicos pacientes
com níveis de hemoglobina (Hb) inferior a 12 mg/dL, O grupo I revelou uma maior prevalência 95 (53,6%),
grupo II 60 (28,3%), grupo III 48 (25%), grupo V 45 (17,7%) e grupo VI 48 (12,5%), os paciente do grupo IV não
apresentaram quadro anêmico. Conclusão: A prevalência de anemia na população estudada é bastante significativa,
principalmente no grupo I composta por crianças, esses dados indicam a necessidade de medidas de intervenção
e controle desse distúrbio nutricional.
Palavras-chave: Prevalência, anemia, hemoglobina.
Correspondência para: [email protected]
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ANAIS
PSEUDOCIS
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TIC
O
PSEUDOCIST
PAN
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CREÁTIC
TICO
RUBEM ALVES DA SILVA JR, EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, LUCIANO SANTOS LOURENÇO,
LAURA BIANCA C. FRAIJI, JESSÉ BISCOSIN. TORRES, ANDERSON RICARDO S. CANÇADO
Introdução: O pseudocisto pancreático é uma complicação da pancreatite de qualquer etiologia (aguda, crônica
agudizada ou traumática). Consiste de uma coleção encapsulada de fluidos com elevada concentração enzimática.
Pode localizar-se dentro, adjacente ao pâncreas ou distante dele. Sua parede é formada por fibrose inflamatória,
o que o difere do cisto pancreático já que a parede do dele é composta por tecido epitelial. Objetivo: Evidenciar
o pseudocisto pancreático como principal complicação da pancreatite. Material e Métodos: O relato de caso aqui
apresentado versa sobre um paciente do sexo masculino, 51 anos, natural e procedente de Manaus, que foi atendido
com quadro de dor abdominal de forte intensidade e, após atendimento em Pronto-Socorro, foi transferido para a
Enfermaria de Cirurgia Abdominal para melhor investigação. Após investigação laboratorial e radiológica, foi feito
o diagnóstico de pseudocisto pancreático, sendo tratado com conduta expectante. Evoluiu com complicação do
quadro sendo submetido à drenagem percutânea dele. Conclusão: O pseudocisto pancreático consiste na complicação
que deve ser aventada após 4 semanas do curso de uma pancreatite. Corrobora o diagnóstico o retorno da
sintomatologia ou a persistência dela. A investigação baseia-se nos exames laboratoriais associados a exames
radiológicos. O tratamento no quadro inicial é conservador, sendo reservado tratamento cirúrgico para as
complicações dele, sendo o bascesso pancrático a mais comum.
Instituição: Hospital Universitário Getúlio Vargas HUGV/Ufam
Correspondência para: [email protected]
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GETÚLIO V
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MARIA ELIZETE DE ALMEIDA ARAÚJO, ANDERSON DA PAZ PENHA, SILVIA ROSANE SANTOS DE SOUZA,
MARY JOYCE MAGALHÃES, BRENA AGUIAR DE LOURDES LIMA, JAQUELANE SILVA DE JESUS, FRANCISCA GARCIA DA ROCHA
Introdução: A Hemovigilância visa detectar incidentes transfusionais imediatos e tardios, buscando identificar
suas causas nas etapas do ciclo do sangue. Para tanto, sua adequada eficiência depende da confiabilidade dos
dados gerados pelos serviços de saúde. Objetivo: Avaliar a qualidade dos registros pré- e pós-transfusionais nos
prontuários dos pacientes do Hospital Universitário Getúlio Vargas, no período de junho a agosto de 2007. Método:
Pesquisa de informações relevantes nos prontuários com base na RDC 153/2004 da Anvisa. Resultados: Foram
analisados 202 prontuários de pacientes submetidos à transfusão, totalizando 278 bolsas transfundidas, dos quais
verificou-se que 71 transfusões não estavam registradas nas prescrições médicas e 70 não estavam registradas na
Evolução de Enfermagem. Em relação à checagem dos sinais vitais, 133 prontuários não apresentavam registros
pré-transfusionais e 143 não apresentavam registros pós-transfusionais. Conclusão: Observou-se que a qualidade
das informações não é suficiente para uma boa rastreabilidade de um incidente transfusional, e que o registro de
dados necessários de acordo com a RDC 153 de 2004 não são cumpridos a contente. Diante dessa realidade, fazse necessário uma maior conscientização acerca da importância de se registrar todos os dados que compõem as
etapas da cadeia transfusional. Palavras-chave: Hemovigilância, Registros, Incidentes Transfusionais.
Correspondência para: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
Dados da Estatística:
° Número de transfusões analisadas no período: 208
° Número de transfusões com dados incompletos: 6 (foram desconsiderados da análise)
° Total estimado de transfusões analisadas: 202
° Transfusões no prontuário médico: sim (131)/ não (71)
° Transfusões no registro de enfermagem: sim (132)/ não (70)
° Registro pré-transfusional dos sinais vitais: sim (69)/ não (133)
° Registro pós-transfusional dos sinais vitais: sim (59)/ não (143)
° Número de bolsas transfundidas: 278
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ANAIS
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RELA
CASO
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JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO,
ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, MIKA SHIBUYA, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: Rua de cálculos descreve o acúmulo de fragmentos da cálculos no ureter e obstrução do sistema coletor,
após Leco. Dois a 10% de chance de ocorrer após Leco de cálculos maiores de 20 mm, 41% após Leco como monoterapia
para cálculos coraliformes. Objetivo: Relatar a ocorrência de rua de cálculo bilateral em paciente com nefrocalcinose
e ureter retroilíaco. Paciente e Métodos: MIPB, sexo feminino, 41 anos, apresentando por 20 anos cólica nefrética e
eliminação de cálculos. Em 1994, foi submetida à nefrolitotomia esquerda e em 1997 e 1999, à direita. Em 2000,
realizou Leco bilateralmente sem sucesso. Em 2006, apresentou anúria, então tentou-se, sem sucesso, ureteroscopia
bilateral com ureteroscópio semi-rígido e litotriptor balístico optando-se por realizar nefrostomia percutânea bilateral.
Resultados: Paciente foi submetida à ureterolitotomia por via abdominal identificando-se cálculos que se estendiam
do meato ureteral até o nível dos vasos ilíacos com o ureter passando atrás desses vasos à esquerda, onde foi
realizado reimplante ureteral com a técnica de Boari e à direita ureterolitotomia com passagem de duplo J
bilateralmente. Conclusão: Portanto, a cirurgia aberta é uma opção com alto índice de sucesso, sobretudo nas
alterações anatômicas (ureter retroilíaco). Mostrando, assim, que a via aberta ainda se torna necessária e eficaz
entremeio a tendência de se priorizar os procedimentos endoscópicos.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil
Correspondência para: [email protected]
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RELA
CASO
JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, GIUSEPPE FIGLIUOLO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,
VICTOR LAZARINI, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: A localização do schwanoma (neurilemoma) retroperitoneal é incomum representando cerca de 0,5 a 1% da
ocorrência usual. Eles são comuns em tecidos moles da cabeça, pescoço, extremidades (membros superiores e inferiores)
e mediastino, ocorrendo em raízes nervosas ou proximidade de nervos. Objetivo: Demonstrar um caso de neurilemoma
em topografia não usual (retroperitôneo). Paciente e Métodos: Paciente CC, sexo masculino, 54 anos, em investigação de
lombalgia inespecífica há seis meses. A RNM mostra imagem sólida localizada entre aorta e rim esquerdo, na altura de
L1-L2, interrogando linfonodomegalia. TC de abdome total apresenta lesão expansiva, ovalada, heterogênea, com
densidade de partes moles e com calcificações e áreas císticas, necróticas no seu interior, localizada entre o rim esquerdo
e a aorta abdominal. Resultado: Paciente foi submetido à cirurgia aberta com incisão subcostal esquerda. O achado transoperarório foi de tumoração arredondada comprimindo a glândula supra-renal esquerda sem comprometimento de
órgãos vizinhos. No 30.° dia de pós-operatório foi realizado TC de controle que mostrou ausência da lesão anteriormente
descrita e em acompanhamento ambulatorial. O histopatológico apresentou neurilemoma com degeneração. Conclusão:
O diagnóstico pré-operatório é difícil pela pobre sintomatologia clínica e inespecificidade de exames complementares,
sendo diagnóstico definitivo obtido somente por meio de histopatológico. Os diagnósticos diferenciais, tais como lesões
de supra-renal e linfonodomegalias, devem ser lembrados.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil
Correspondência para: [email protected]
revistahugv
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ANAIS
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AMENTO
CIRÚRGIC
GICO
ESCRO
GIGANTE
RADIOTERAPIA
JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, CRISTIANO SILVEIRA PAIVA, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,
FELIPE JEZINI III, RAUL ALVES SIQUEIRA NETO, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução: A radioterapia normalmente é bem tolerada, desde que sejam respeitados os princípios da aplicação
fracionada da dose total do tratamento. Os efeitos colaterais podem ser imediatos ou tardios, sendo que neste último
pode haver falência dos vasos linfáticos por lesão actínica, com posterior surgimento de linfedema. Pacientes e
Métodos: Paciente JCG, 39 anos, com história de tumor de testículo ressecado e radioterapia adjuvante em 1994. Em
1998 apresentou recidiva tumoral em cadeia linfonodal retroperitoneal, sendo então submetido à quimioterapia.
Evoluiu com linfedema escrotal volumoso bilateral. TC de tórax e de pelve onde foram evidenciados linfonodos
retroperitoneais peri-aorto-cavais alguns com calcificações de permeio e acentuado aumento da bolsa testicular
com paredes espessadas e líquido em seu interior. Resultados: Foi realizada cirurgia reconstrutora para correção
desta patologia, com ressecção em bloco da linfocele, drenando aproximadamente 5 l de líquido amarelo-citrino
e a preservação do testículo contralateral. Conclusão: O linfedema genital é uma patologia rara, promove
desconforto físico, alteração na auto-imagem, no relacionamento familiar e problemas de aceitabilidade social. A
baixa morbidade e o resultado estético bem-sucedido, assim como a satisfação do paciente indicam que o
procedimento pode e deve ser oferecido aos pacientes.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil
Correspondência para: [email protected]
TRA
TAMENT
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AMENTO
MICROCIRÚR
OCIRÚRGIC
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AMPUTA
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PÊNIS POR ARMA DE FOGO
JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI, CRISTIANO SILVEIRA PAIVA, ÍTALO DO VALLE CÉSAR CORTEZ,
RENATO SANT’ANA DE ALBUQUERQUE, GEORGE LINS DE ALBUQUERQUE, EDSON SARKIS GONÇALVES.
Introdução: As lesões genitais são raras no sexo masculino por causa da sua localização e mobilidade, contudo merecem
destaque pela sua complexidade e risco de complicações estéticas e funcionais. Objetivos: Relatar um caso de amputação
parcial de pênis por arma de fogo tratado por intermédio de técnicas microcirúrgicas. Paciente e Método: Paciente
ADC, 48 anos, foi atendido no PS apresentando lesão pérfuro-contusa no dorso da base do pênis causada por arma de
fogo (de caça). US da região peno-escrotal demonstrava espessamento difuso da parede escrotal, integridade dos
corpos cavernosos e testículos, assim como fluxo sangüíneo testicular normal. Identificou-se durante a cirurgia extensa
lesão vásculo-nervosa dorsal do pênis e dos corpos cavernosos. Foi realizado desbridamento rigoroso e anastomose
vásculo-nervosa microcirúrgica. Resultado: No 2.° DPO foi realizado US Doppler do pênis, demonstrando fluxo
sangüíneo presente nas veias e artéria dorsais do pênis e artérias cavernosas bilateralmente. Conclusão: As lesões
genitais por arma de fogo são emergências urológicas graves, devendo ser abordadas por meio de exploração cirúrgica
precoce. Em lesões vásculo-nervosas associadas, devem ser empregadas técnicas de reconstrução microcirúrgicas em
função do melhor resultado funcional e menor risco de complicações.
Correspondência para: [email protected]
TUMOR C
AR
CIN
ÓIDE E SEQÜES
TR
O PULMON
AR – REL
ATO DE
CAR
ARCIN
CINÓIDE
SEQÜESTR
TRO
PULMONAR
RELA
CASO
FERNANDO LUIZ WESTPHAL, LUIZ CARLOS DE LIMA,
JOSÉ CORRÊA LIMA NETTO, BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO.
Introdução: As doenças que cursam com bronquiectasias são numerosas, principalmente as de causas infecciosas,
com destaque para a tuberculose. O achado de neoplasia em paciente com bronquiectasia é indicação precisa de
ressecção pulmonar, mesmo em casos de tumores menos agressivos como o carcinóide, pela possibilidade de
obstrução brônquica. Objetivos: Relatar caso de paciente com tumoração endobrônquica, submetido à ressecção
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
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ANAIS
pulmonar com intercorrências de sangramento em função do seqüestro pulmonar, atendido pelo Serviço de Cirurgia
Torácica do Hospital Beneficente Português de Manaus. Relato de caso: Paciente apresenta pneumonia de repetição
evoluindo com episódios esporádicos de tosse produtiva e febre. Tomografia computadorizada de tórax mostrou
bronquiectasias císticas em lobo inferior direito. Broncofibroscopia teve como achado lesão tumoral em brônquio
intermediário, a biópsia da tumoração apresentou como resultado tumor carcinóide típico. Realizado bilobectomia
(lobo médio e lobo inferior direito), apresentou como complicação intra-operatória sangramento após secção do
ligamento pulmonar por causa da artéria anômala que irrigava o parênquima pulmonar tendo controle da hemostasia
após ligadura dela. Paciente com boa evolução pós-operatória tendo alta no 5º dia de pós-operatório. Conclusão: As
complicações em razão da ressecção em pacientes com seqüestro pulmonar são muitas vezes graves, podendo levar
a óbito por choque hipovolêmico pelo fato de a artéria que participa da formação da anomalia ser sistêmica, com
grande pressão e em alguns casos após a lesão dela, esta retrai para a cavidade abdominal, tornando seu controle
ainda mais difícil.
TUMOR DE FRANTZ
LEONARDO SIMÃO COELHO MAGALHÃES, LAURA BIANCA CABRAL FRAIJI,
EVANDRO AGUIAR AZEVEDO, LUCIANO LOURENÇO, PRISCILA DE ALMEIDA LAGO
RESUMO: Introdução: O tumor de Frantz é uma neoplasia rara, ocorrendo em aproximadamente 0,17 a 2,7% dos
tumores não-endócrinos do pâncreas, porém é uma neoplasia que tem sido cada vez mais descrita na literatura,
sendo encontrada na maioria dos casos em adolescentes do sexo feminino e considerada uma neoplasia com
pequeno grau de malignidade, desde que seja passível de ressecção cirúrgica completa. Objetivo: Apresentar um
caso de tumor de Frantz em adolescente do sexo feminino. Métodos: Relato de um caso de tumor de Frantz em
paciente jovem. Resultados: Paciente de 15 anos, feminino, natural e procedente do Amazonas, é admitida com
queixa de náuseas, vômitos pós-prandiais e epigastralgia há cinco meses. Evoluiu com uma intensa dor epigástrica
sugestiva de pancreatite aguda. Apresentava uma história familiar de câncer de cabeça de pâncreas e renal em
parentes de primeiro grau. Ao exame físico, abdome tenso e doloroso à palpação superficial em toda região do
mesogástrio e massa palpável em epigástrio. A tomografia computadorizada de abdome evidenciou uma lesão
expansiva no pâncreas. A paciente foi submetida à cirurgia e o achado foi uma lesão tumoral em cabeça e colo do
pâncreas sem invasão de veia mesentérica e/ou metástase hepática. O relatório imuno-histoquímico demonstrou
achados confirmatórios de uma neoplasia pseudo-papilífera do pâncreas. Conclusão: Enfatiza-se a necessidade
de se considerar o tumor de Frantz no diagnóstico diferencial de massa abdominal em pacientes jovens.
TUMOR MEDIAS
TIN
AL X HIPERP
ARA
TIREOIDISMO – REL
AT O
MEDIASTIN
TINAL
HIPERPARA
ARATIREOIDISMO
RELA
DE CASO
FERNANDO LUIZ WESTPHAL, LUIZ CARLOS DE LIMA, JOSÉ CORRÊA LIMA NETTO,
SILVANO BARAÚNA, RODRIGO PADILLA, DANIELLE CRISTINE WESTPHAL
Introdução: O hiperparatiroidismo primário é um distúrbio hipercalcêmico que resulta da secreção excessiva de
parato-hormônio (PTH). Em 80% dos casos, é causado por adenoma único da paratireóide, sendo que destes 4 a 10%
são causados por paratireóide ectópica. Os principais locais onde encontramos essas glândulas ectópicas são o timo
e o mediastino anterior embora raramente observamos ectopia em outros locais como o mediastino posterior e a
região submandibular. Objetivos: Relatar um caso de hiperparatireoidismo primário com deformidades esqueléticas
causadas por adenoma de paratireóide localizado em mediastino posterior, tratado com toracotomia póstero-lateral
e ressecção da tumoração. Resultados: MRA, 72 anos, branca, feminina. Há 20 anos apresentava manifestações
ósseas (dor óssea, fratura traumática) evoluindo há 15 anos com deformidade esquelética, osteoporose. Ao exame
apresentava deformidades em membros superiores e inferiores confirmado pelos rx de crânio (lesões em sal e pimenta)
e membros (tíbia em sabre e reabsorção óssea em vários ossos). TAC de tórax – tumoração em mediastino posterior
sendo observado plano de clivagem com outras estruturas mediastinais. Cintilografia da paratireóide com 99mTcSestamibi evidenciou paratireóide ectópica hipercaptante em terço superior de hemitórax direito. Realizado ressecção
de tumoração no mediastino posterior que teve como resultado após análise histopatológica de adenoma de
paratireóide. Conclusão: Nos tumores mediastinais que cursam com hiperparatireoidismo primário é essencial a
localização exata da lesão, pois o planejamento cirúrgico é essencial para o sucesso do tratamento.
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hugv – Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas
v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
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JONAS RODRIGUES DE MENEZES FILHO, ANDRÉ LUIZ CAMPOS MANCINI,
GIUSEPPE FIGLIUOLO, PABLO FEITOZA,
JOSENILSONA SILVA PASSOS, EDSON SARKIS GONÇALVES
Introdução e Objetivos: A ureterocele constitui uma dilatação cística da mucosa ureteral distal, projetando-se
para a luz da bexiga ou colo vesical. A incidência varia de 1/5000 a 1/12000, prevalecendo no sexo feminino com
uma taxa de 4-7:1. Constitui-se o objetivo relatar um caso incomum, caracterizando-a clinicamente, bem como a
propedêutica utilizada para o seu estudo, e sua evolução clínica. Pacientes e Métodos: R.M.M, 19 anos, feminino,
estudante e natural do Amazonas. Apresentava dificuldade de urinar e massa avermelhada no intróito vaginal, no
1.° dia após parto normal. Solicitado USG abdominal que identificou bexiga contendo grande ureterocele à direita.
À UGE demonstrou-se moderada dilatação dos sistemas uretero-pielocaliciais à direita, volumosa ureterocele
ipsilateral (imagem em «cabeça de cobra»). Realizou-se tratamento definitivo com redução da ureterocele e ressecção
endoscópica transuretral da parede da ureterocele. Resultados: Após um mês de pós-operatório, realizou-se
seguimento da paciente por meios de exames de imagem que revelaram permeabilidade dos ureteres, com resolução
completa da ureterocele. Conclusão: O tratamento inicial da ureterocele prolapsada consiste na redução do prolapso
e correção cirúrgica definitiva, sendo a ressecção endoscópica transuretral da parede da ureterocele uma opção
pouco invasiva e com altos índices de resolutividade.
Serviço de Urologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Amazonas, Brasil
Correspondência para: [email protected]
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BARROS, C. R. T.; BEZERRA, M. R.; MESQUITA, C. B.; DRUMOND, M. C. E OLIVEIRA, M. C.
As regiões do Brasil se caracterizam por suas peculiaridades culturais, no caso do amazonense há uma grande
ingestão de farinha e caldos gordurosos que podem caracterizar um perfil nutricional típico desta população. O
presente estudo teve como objetivo construir o questionário semiquantitativo do consumo alimentar (QSFCA) a
partir do recordatório de 24h, do qual foram identificados os alimentos mais representativos, em relação ao
consumo total de energia – carboidrato, proteína, lipídio, cálcio e vitamina C. No QSFCA foram definidas porções
médias por meio da medida de tendência central, a moda, e a freqüência de consumo (oito categorias de opção).
Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico Epi Info 6,0 e SAS 8.2, 2000. Em conclusão, essa
ferramenta possibilitará avaliar a ingestão usual de determinada população, pois o QSFCA é constituído pelos
alimentos ingeridos em maior freqüência, possibilitando a investigação das características da alimentação habitual
deste grupo e o estabelecimento das possíveis relações entre dieta, estado nutricional e o risco de doenças
correlacionadas.
Local da pesquisa: Universidade Federal do Amazonas – Ufam, Manaus/AM.
Correspondência para: [email protected]
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v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007

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