Nesta edição especial de 4 anos do nosso Maré

Transcrição

Nesta edição especial de 4 anos do nosso Maré
Ano V, No
48
dezembro de 2013 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita
“É nós! ”
Nesta edição especial de 4 anos
do nosso Maré, uma homenagem
a quem vive e faz
a nossa história.
Editorial
Ela era rezadeira e chegou a ter mais de 40 filhos adotivos. Moradora do Parque União dos
anos 1960 a 1990, hoje dá nome a uma das ruas do Sem Terra
Parabéns para todos nós
Neste mês de dezembro comemoramos
quatro anos de circulação do Maré de Notícias.
Agradecemos a cada um que compartilhou sua
história com a Maré por meio do jornal. Vamos
seguir firmes na produção de um veículo de
comunicação social pautado pelos próprios
moradores e trabalhadores da Maré. O objetivo
é agregar cada vez mais pessoas no nosso
fazer diário.
lugar do VII Prêmio Visibilidade de Políticas
Públicas, do Conselho Regional de Serviço
Social (Cress), com a matéria “Qual é a sua
cor?”, publicada na edição 35. Parabéns!
3
NOSSA HISTÓRIA
Maria do Buraco Fundo
A Redes da Maré não funcionará entre os dias 21 e 25/12 e entre os dias 28/12 e 05/1. As atividades voltam na segunda, dia 06.
Leia a coleção do jornal no site da Redes:
www.redesdamare.org.br (clique em Maré de
Notícias). E entre em contato com a Redação
(Tel. 3104-3276 ou Rua Sargento Silva Nunes,
1012. Nova Holanda).
Neste fim de ano, tivemos uma bela notícia. A
jornalista Rosilene Miliotti conquistou o terceiro
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
EDITORIAL
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Feliz 2014!
HUMOR - André de Lucena: “Os caracóis”
Rosilene Miliotti
Expediente
Instituição Proponente
Redes de Desenvolvimento da Maré
Diretoria
Andréia Martins
Eblin Joseph Farage (Licenciada)
Eliana Sousa Silva
Edson Diniz Nóbrega Júnior
Helena Edir
Patrícia Sales Vianna
Coordenação de Comunicação
Silvia Noronha
Instituição Parceira
Observatório de Favelas
Apoio
Ação Comunitária do Brasil
Administração
do Piscinão de Ramos
Associação Comunitária
Roquete Pinto
Associação de Moradores e
Amigos do Conjunto
Bento Ribeiro Dantas
Associação dos Moradores e
Amigos do Conjunto Esperança
Associação de Moradores
do Conjunto Marcílio Dias
Biblioteca Comunitária Nélida Piñon
Centro de Referência de Mulheres
da Maré - Carminha Rosa
Conexão G
Rosilene Miliotti
Fabíola Loureiro (estagiária)
Fotógrafa
Elisângela Leite
Proj. gráfico e diagramação
Associação de Moradores
do Conjunto Pinheiros
Conjunto Habitacional Nova Maré
Associação de Moradores
do Morro do Timbau
Conselho de Moradores
da Vila dos Pinheiros
Monica Soffiatti
Associação de Moradores
do Parque Ecológico
Luta pela Paz
Colaboradores
Associação de Moradores
do Parque Habitacional
da Praia de Ramos
União de Defesa e
Melhoramentos do Parque
Proletário da Baixa do Sapateiro
União Esportiva
Vila Olímpica da Maré
Associação de Moradores
do Parque Maré
Associação de Moradores
do Parque Rubens Vaz
Associação de Moradores
do Parque União
Associação de Moradores
da Vila do João
Associação Pró-Desenvolvimento
da Comunidade de Nova Holanda
Editora executiva e
jornalista responsável
Silvia Noronha
(Mtb – 14.786/RJ)
Repórteres e redatores
Aramis Assis
Beatriz Lindolfo (estagiária)
Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)
Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br
/redesdamare
Pablo Ramos
Logomarca
Anabela Paiva
André de Lucena
Aydano André Mota
Diogo dos Santos
Equipe Social da Redes da Maré
Flávia Oliveira
Numim/ Redes da Maré
Coordenadores
de distribuição
Luiz Gonzaga
Sirlene Correa da Silva
Impressão
Gráfica Jornal do Commercio
Tiragem
40.000 exemplares
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Redes de Desenvolvimento da Maré
Rua Sargento Silva Nunes, 1012,
Nova Holanda / Maré
CEP: 21044-242
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Os artigos assinados não
representam a opinião do jornal.
Parceiros:
Elisangela Leite
Além dos mais de 40 filhos adotivos, D. Maria tinha seis filhos biológicos.Alice de Almeida Lima, a caçula, conta que a mãe foi uma
das fundadoras do Parque União, em 1962.
“Antes de chegar ao Parque União nós morávamos no Morro do Timbau e lembro que
minha mãe se metia na briga dos outros e,
apesar de pobres, ela não gostava de ver
ninguém passando fome. Às vezes, as pessoas chegavam aqui e deixavam os filhos com ela e
diziam ‘D. Maria, cuida do meu filho pra mim?’. Só
que depois as pessoas não voltavam para buscar
as crianças. Às 20h ela colocava todas as crianças
para dormir. Ninguém ficava na rua. Se alguém passasse mal ela colocava na carroça e levava para o
médico. Com ela não tinha tempo ruim”, lembra.
Segundo Alice, quase ninguém conheceu sua mãe
como Maria de Lourdes Martins. O marido dela era
o João do Tempero e ela Maria do Buraco, mas ela
não gostava do apelido que ganhou durante uma festa
junina. Ninguém soube explicar o motivo deste apelido.
“Às vezes, as pessoas
chegavam aqui e deixavam
os filhos com ela e diziam
‘D. Maria, cuida do meu filho
pra mim?’. Só que depois as
pessoas não voltavam para
buscar as crianças”
Alice, filha caçula de D. Maria, que chegou a
ter mais de 40 filhos adotivos
D. Maria também gostava de animais. Criava porcos,
galinhas e cabritos. Ela os castrava e depois os vendia
ou cozinhava para alimentar a grande família. “No dia
de feira, minha mãe e algumas crianças catavam
a xepa para fazer comida. Ela não diferenciava
ninguém e tratava todo mundo igual. Acredito que se
ainda estivesse viva, seria capaz de levar os usuários
de crack para dentro de casa e cuidar de cada um
deles”, diz a filha.
Rezadeira, ela era umbandista e organizava uma
procissão no dia de São Sebastião, em 20 de janeiro,
quando também fazia canjica para distribuir na
comunidade. Já no dia de São Cosme e Damião, em
27 de setembro, ela preparava uma festa. “Eram duas
datas que o povo já esperava que ela fosse fazer
alguma coisa”, comenta Alice.
Mãe dos pobres
Muitos vizinhos da época trazem boas lembranças
de Maria do Buraco Fundo. “Mãe dos Pobres
é como alguns filhos adotivos se lembram
dela. Por exemplo, o Iran, que não era um
menino abandonado, mas não tinha um bom
relacionamento com a família e ela o acolheu”,
conta Jorge Ramos Soares, comerciante e exmorador do Parque União.
Na infância, Jorge vendia picolé junto com um dos
filhos de D. Maria. “Era uma mulher guerreira, que
falava o que pensava, entrava em brigas e confusões. Tinha linguajar vulgar, mas isso não atrapalhava a sua grandeza como ser humano”. Para
Jorge, D. Maria é uma referência de mulher. “Ela
me lembra Madre Teresa de Calcutá, que mesmo
na sua pobreza e simplicidade ajudava todo mundo. Ninguém tinha disposição para fazer o que ela
fazia”, afirma ele.
Dona Maria morreu aos 65 anos por problemas
cardíacos. Para o enterro, foi preciso mais de três
ônibus e muitos carros. Hoje, ela dá nome a uma
rua do Sem Terra, localidade do Parque União.
Com itinerário Parque União x Castelo, os três motoristas que trabalham nas linhas de
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Rosilene Miliotti e Hélio Euclides
Per fil
Segue tranquilo que o piloto é gente boa!
5
ônibus 320 e 330 contam um pouco da relação com os passageiros moradores da Maré
Elisangela Leite
Ser motorista no Rio de Janeiro não é fácil
para ninguém. Mas para os motoristas das
linhas de ônibus da Maré, o fator trânsito
caótico é amenizado pela amizade e
confiança que eles desenvolveram com os
passageiros.
O motorista da linha 330, Carlos Roberto dos
Reis, se diz satisfeito. “Vim substituir um motorista
que estava de licença e viram que aumentou o
número de passagens, então conquistei a linha.
São cerca de 420 passageiros por dia e por isso a
empresa já pensou em colocar um ônibus maior,
mas o espaço na comunidade é pequeno”, diz ele,
que mora em Queimados e já faz esse serviço há
quatro anos. Na Maré, ele é conhecido como Seu
Carlos e é assim que os moradores o chamam
para avisar quando desejam descer, ou seja, os
passageiros não utilizam a cigarra.
apesar de não ter despachante na Maré. Sei que
o morador depende do 330. Só peço paciência
porque às vezes acontecem atrasos por causa
do trânsito, mas a culpa não é minha”, brinca.
Seu Carlos confessa: o que mais gosta são os
passageiros. Ele se emociona com o carinho
com que é tratado, em especial quando volta de
férias. A passageira Kátia dos Santos, moradora
do Morro do Timbau, há mais de um ano faz
a viagem todos os dias e conta que o número
de usuários diminui nas férias do motorista.
“Quando Seu Carlos está de férias fica um caos.
Ele é o melhor motorista da comunidade. Até
ligo para saber quando está atrasado, pois é um
profissional responsável”, relata.
Carregar vizinhos é a vida do
motorista do 320
Em 25 de setembro passado, o nosso
personagem completou 51 anos e foi um dia
de festa nas três idas ao Castelo, com direito
a parabéns, bolo e salgados. Seu Carlos já se
familiarizou com o trabalho. “Um diferencial é
o intervalo de 15 minutos entre uma viagem e
outra, quando aproveito para tomar um café ou
água. Mesmo assim, sempre cumpro os horários,
“Os passageiros já sabem
o horário. Às vezes até fico
espe
o ônibus no mesmo horário
e quando eles não aparecem rando os que sempre pegam
, depois pergunto se aconte
ceu
alguma coisa”
Paulo Roberto, do turno
ônibus no dia do aniversário
Todos os anos tem festa dentro do lado da passageira Kátia
ao
foto,
do Seu Carlos, do 330 (na
passageiros saboreando o
dos Santos. Abaixo: outros dois
bolo de aniversário no 330)
A linha 320 tem dois motoristas. No turno da
manhã trabalha há dois anos o pernambucano
Severino Daniel de Lima, conhecido como Daniel.
Ele conta que trabalhou em vários percursos
de ônibus, mas que na Maré é melhor do que
em outros bairros. “Gosto de trabalhar aqui, os
passageiros já são amigos e, além disso, é perto
de casa. Todo mundo se conhece, todos os dias
são quase os mesmos passageiros e até fazemos
festa de aniversário dentro do ônibus. A gente
se junta, faz bolo, compra presente”, comemora
Daniel, que é morador da Maré.
Já o cearense Paulo Roberto Ribeiro,
do turno da tarde, assim que chegou ao
Rio de Janeiro, há pouco mais de dois
anos, conseguiu o emprego de motorista.
Paulo acredita que, mesmo que essa linha
carregue por dia cerca de 300 passageiros,
fora da favela a linha é mais rentável para a
empresa. “A empresa só mantém a linha por
exigência da prefeitura. Mas todo dia é uma
aventura diferente. Sempre rola estresse,
principalmente fora da favela”.
Na Maré é mais tranquilo por causa da
relação pessoal com os moradores. “Os
passageiros já sabem o horário do ônibus.
Às vezes até fico esperando os que sempre
pegam o ônibus no mesmo horário e, quando
eles não aparecem, depois eu pergunto se
aconteceu alguma coisa”, conta ele.
da tarde do 320
Olhe a hora e não perca o ônibus!
Linha 320 - Parque União x Castelo
Ponto final: Na Nova Holanda, na Rua Principal, em frente a bomba da Cedae.
Horário de saída da Maré: 6h30, 8h30, 10h30, 12h30, 15h10 e 17h30.
Horário de saída do Castelo: 7h30, 9h30, 11h30, 13h30 e 16h10
Itinerário: na ida, o ônibus segue pela Principal até a Baixa do Sapateiro e entra pela Linha Amarela em direção ao Castelo, no centro da
cidade. Na volta, ele vem pela Av. Brasil, pega o início da Linha Amarela, entra pela Vila do Pinheiro, segue pela Rua Tancredo Neves até a
Nova Holanda.
Linha 330 - Parque União x Castelo
Ponto final: em frente a 30ª Região Administrativa, na praça do 18, na Baixa do Sapateiro.
Horário de saída da Maré: 6h, 8h, 10h, 12h, 14h e 16h.
Horário de saída do Castelo: 7h, 9h, 11h, 13h, 15h e 17h.
Itinerário: Na ida, o ônibus segue direto da praça do 18 para a Linha Amarela em direção ao Castelo, no centro. Na volta, ele vem pela
Av. Brasil, pega o início da Linha Amarela, entra pela Vila do Pinheiro, segue pela Rua Tancredo Neves até o Ciep Hélio Smidt, no Parque
Rubens Vaz, e volta pela mesma rua até a praça do 18.
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Severino Da
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
PERFIL
4
No túnel do tempo
Há 20 anos cerca de 500 moradores participavam da primeira e única Olimpíada do
Trabalhador da Maré
Estágio como passaporte
Além de promissor para quem trabalha, o Drywall não
exige tanto esforço físico como nas construções em
alvenaria, mas requer conhecimento técnico. A estudante Marcele Braga, 21 anos, moradora da Nova
Holanda, conta que fez sua inscrição sem saber o
Fabíola L
oureiro
O técnico em montagem e manutenção de computadores Philip Fernandes, 25 anos, morador do
Morro do Timbau, assim que soube da abertura das
inscrições ficou interessado e logo procurou saber
o que era o Drywall. “Já tinha visto o Drywall em
alguns lugares, mas não sabia como era feito. Eu
não imaginava como seria, fiquei observando e aos
poucos fui me adaptando. No estágio espero aprender ainda mais, pois quero seguir carreira nessa
área”, conclui Philip.
O Drywall é um sistema construtivo a seco que utiliza chapas de
gesso acartonado (que apresenta
forma ou aparência semelhante a
um cartão) fixadas sobre estruturas metálicas,
que compõe as paredes e o revestimento interno de imóveis. Esses sistemas são usados em
ambientes internos das edificações e atualmente vêm sendo bastante utilizados na construção
civil, principalmente em áreas comerciais. O
curso na Maré é em parceria entre a Knauf do
Brasil, a Ireso e a Redes da Maré, com apoio do
Senai-RJ e do Observatório de Favelas. As aulas foram dadas por educadores do Senai, que
foram capacitados pela própria empresa Knauf.
A Olimpíada do Trabalhador da Maré aconteceu em maio de 1993 e
reuniu aproximadamente 500 moradores de todas as comunidades
locais, segundo Tadeu Ribeiro, um dos organizadores do evento.
A ideia surgiu nas reuniões na XXX Região Administrativa (R.A.),
quando membros da prefeitura e moradores debatiam sobre diversas
ações necessárias para a melhoria da qualidade de vida na Maré. Foi
quando a promoção de uma olimpíada entrou em pauta.“A prefeitura
abraçou essa nossa ideia e a Fundação Rio Esporte nos cedeu os
troféus e as medalhas”, conta Tadeu, que é morador do Parque União.
As modalidades disputadas foram: vôlei, futebol de areia, futebol de campo
nas categorias infantil e adulto e corrida feminina e masculina. As provas
aconteceram simultaneamente pelas ruas da Maré. A corrida teve início na
Praça do Conjunto Esperança e encerrou na Praça do Parque União. Na Praia
de Ramos aconteceram os torneios de vôlei e de futebol de areia; já o futebol de
campo adulto ocorreu em um campo onde hoje é a Vila Olímpica e o infantil em
um campo do Parque Rubens Vaz.
Campeões por todos os lados
Os campeões da corrida feminina e masculina foram moradores do Parque
União, do futebol de campo adulto foram moradores da Baixa do Sapateiro e do
futebol de campo infantil foram moradores da Nova Holanda.
Entrega dos troféus
para os vencedores
da corrida. O campeão
foi Dinoelson (à esqu.)
Tadeu, ao centro,
recebeu em nome
de um morador que
não compareceu à
premiação
Dinoelson Pimentel, vencedor da corrida masculina, tinha 31 anos na época e
era corredor do Corpo de Bombeiros. “No início foi uma disputa difícil, fui na
frente para dar uma distância dos outros competidores e meu irmão ficava me
informando quando os outros estavam se aproximando de mim”, conta ele, que já
não mora mais no Parque União.
“Senti muita emoção quando recebi o prêmio. Tinham pessoas que nem sabiam
que eu era morador. Eu era o favorito, pois na largada vi que não tinha ninguém de
fora. Percebi que já iria ganhar”, diz Dinoelson, que já ganhou outras competições
realizadas na Maré. “Até hoje as pessoas me reconhecem”, revela.
Elisângela Leite
Os alunos, todos moradores da Maré, reunidos com os parceiros do curso de Drywall
Beatriz Lindolfo
O objetivo era contemplar todo o universo da Maré no Dia do Trabalhador,
celebrado em 1º de maio, e ao mesmo tempo fazer uma corrente comunitária
para o devido fortalecimento do Complexo. A meta também era descobrir jovens
com aptidão esportiva e cultural.
Elisângela Leite
Levi Germano, 21 anos, estudante, morador do
Parque União, viu no curso uma oportunidade para
crescer profissionalmente, aumentando suas chances
no mercado de trabalho. “Gosto de aprender tanto
a teoria quanto a prática nos cursos que faço e
sinto a necessidade e o desejo de aumentar o meu
conhecimento. O estágio será desafiador, por ser uma
área nova e lá estarei sendo avaliado. É um trabalho
que exige muita perfeição”, afirma.
que era o Drywall, mas queria investir em um futuro
melhor. “Eu vejo o estágio como meu passaporte, a
porta de entrada para estabelecer minha vida. Vou
chegar e focar no meu trabalho”, conta Marcele.
Fabíola Loureiro
Um grupo de 30 jovens moradores de diferentes comunidades da Maré está iniciando
2014 em fase de mudança de vida profissional. Depois de quatro meses tendo aulas teóricas e práticas no Curso Profissionalizante de
Drywall, os alunos serão encaminhados para
fazer um estágio remunerado durante três meses em quatro empresas parceiras da instituição Knauf do Brasil. A carga horária será de
seis horas por dia, a partir de janeiro.
Arquivo Tadeu Ribeiro
Loureiro
Fabíola
Fabíola Loureiro
Elisângela Leite
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Jovens moradores que fazem curso profissionalizante entram em nova fase em
2014. A partir de janeiro, eles farão estágio remunerado em empresas
Após o término das competições, aconteceu a entrega dos troféus para cada
modalidade campeã. “Foi um dia de festa por toda a comunidade, torneios
acontecendo ao mesmo tempo, atividades para as crianças, a comunidade
toda se mobilizou para fazer uma grande comemoração para festejar o Dia do
Trabalhador na Maré”, lembra Tadeu.
ESPORTE
Este ano não vai ser igual
aquele que passou
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Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
EDUCAÇÃO
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Fabíola Loureiro
História em quadrinhos produzida artesanalmente por crianças conta “A Revolta dos
Bichos”, um trabalho de arte-educação, fruto da Oficina de Artes Visuais do Programa
Criança Petrobras na Maré (PCP Maré). Abaixo, reproduzimos alguns desenhos para
toda a criançada ler e colorir
Especial
oal
o pess
Arquiv
ESPECIAL
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Os alunos
autores da
história em
quadrinhos
“A revolta dos
Bichos na
Maré”. Acima,
o educador
Marcio Heider
mostrando
a versão
impressa feita
artesanalmente
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Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Vamos colorir
8
Conhecendo as pessoas por trás do trabalho de pesquisa
do Núcleo de Memória da Maré
Equipe do Numim / Redes da Maré
Em artigos anteriores apresentamos aos nossos leitores o Núcleo de Memória e Identidade da
Maré (Numim/Redes da Maré).
Devemos lembrar que naquelas
oportunidades (edições 44 e 47
do Maré de Notícias) enfatizamos
que os objetivos fundamentais
do Numim/Redes são resgatar,
preservar e divulgar a história da
Maré numa perspectiva que a integre à história da cidade do Rio
de Janeiro sem perder de vista o
protagonismo de seus moradores. Para isso, além de utilizar as
fontes e ferramentas tradicionais
à pesquisa histórica disponíveis
como as metodologias científicas
e os acervos públicos, o Núcleo
também recorre aos depoimentos
orais e aos acervos privados dos
moradores da região. Aliás, o Numim encara estas como suas principais e mais importantes fontes
para a realização deste trabalho.
No artigo deste mês gostaríamos de apresentar
aos leitores as pessoas que conduzem este
trabalho de pesquisa do Numim, pois temos
a clareza de que dispor dos depoimentos e
dos acervos privados dos moradores, como
mencionamos, exige enorme transparência
sobre quem somos, sobre o que fazemos e,
principalmente, muito respeito no processo de
fazer. Isto porque, nesta atividade, acabamos
por “invadir”, ainda que com consentimento,
uma dimensão da vida que é muito particular
e sensível a cada morador.
Então, como exige a boa educação, é fundamental que nos apresentemos. Começaremos por apresentar a nossa equipe de pesquisadores:
Aline Almeida de Lima, do Parque Maré,
graduando do curso de Serviço Social da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
Gilson Jorge, da Nova Holanda, graduando
do curso de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
Higor Antônio da Silva, do Parque Maré,
graduando do curso de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
Marcelo Lima dos Santos, do Parque Rubens Vaz, graduando do curso de Ciências
Sociais da UERJ;
Rafaela Carvalho, moradora da Nova Holanda e aluna do Pré-Vestibular da Redes;
Kelly San, ex-moradora da Nova Holanda e
graduando do curso de História da Arte da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que
no processo de constituição desta equipe,
buscamos selecionar como característica
principal certa maneira de olhar a Maré...
Um olhar para além do valor de uma “história
local...” Queríamos mais! Queríamos identificação. E, de fato, podemos afirmar que a
Maré é para os nossos pesquisadores o próprio “espaço de vivência”, é o lugar de suas
práticas cotidianas, é o território onde todos
forjaram suas próprias identidades.
Julgamos importante esta característica
porque ela contribui enormemente para a
atenção minuciosa que o trato da pesquisa
exige no momento de sua realização, pois
cada depoimento é um universo único,
singular, que precisa ser compreendido em
sua totalidade. Porém, ao mesmo tempo,
cada depoimento deverá integrar-se a uma
rede sócio-histórica, como em um “quebra-
“Os objetivos
fundamentais do Numim
são resgatar, preservar
e divulgar a história da
Maré numa perspectiva
que a integre à história
da cidade do Rio de
Janeiro sem perder de
vista o protagonismo de
seus moradores”
cabeça” onde, à medida que as peças
vão se encaixando, vai se projetando o
caminho a ser seguido, confirmando ideias
já imaginadas, obscurecendo outras ideias
antes compreendidas como absolutamente
certas e, principalmente, vão sendo indicados
novos horizontes a serem explorados.
Tudo isso enriquece a história local, mas,
sobretudo, e de forma surpreendentemente
prazerosa vai desvelando a própria história
dos pesquisadores, que, neste processo vão
crescendo e se transformando junto com o
trabalho.
Gostaríamos de relatar aqui alguns momentos marcantes deste rico processo para vocês:
Quando Seu Adevanir de Oliveira foi entrevistado para a construção do primeiro livro
(“Memória e Identidade dos Moradores de
Nova Holanda”, publicado no final de 2012) ,a
equipe não fazia ideia que encontraria uma
história tão rica e intensa. Com foi possível
perceber, para além do lugar comum na
história dos moradores da Nova Holanda, o
que foi o arbitrário processo de remoção de
favelas em áreas nobres do Rio (No caso
de Seu Adevanir, a favela em questão foi
a do Esqueleto, onde hoje se encontra a
Uerj) para periferias sem qualquer infraestrutura e, ainda por cima, com a dissolução da rede familiar e social. Havia uma
narrativa que nos remetia ao entendimento da própria história brasileira, pois Seu
Adevanir e sua família eram egressos do
interior do estado do Rio, da cidade de
Santo Antônio de Pádua, onde já haviam
protagonizado a dura vida de um lavrador
em um país marcado por enormes latifúndios e injustiças sociais em sua área rural.
A entrevista com o Seu José Adriano
Knaup, também para a elaboração do
primeiro livro, foi ainda mais reveladora.
Ele, como Seu Adevanir, era integrante
de família de lavradores (de São Lisburgo,
Minas Gerais), e sofreu, como o primeiro,
todos os reveses desta condição. O diferencial em sua história é que Seu Adriano
é descendente de emigrantes suíços que,
a um só tempo, fugiam das agruras da Segunda Guerra Mundial na Europa e buscavam o seu sonho dourado nas lavouras
de cafés brasileiras. Trata-se da história,
ainda muito mal contada, dos milhares de
emigrantes europeus que vieram para o
Brasil em busca de uma vida melhor e foram submetidos a formas de explorações
inimagináveis. Com o depoimento de Seu
Adriano, foi possível a nossos pesquisadores observar que a exploração e a
opressão tão presentes na realidade brasileira e local não têm fronteiras!
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Tecendo Redes de
Histórias da Maré
Ensinamentos de quatro
moradores antigos
Ar tigo
11
Divulgação
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ARTIGO
10
Por último, gostaríamos de destacar a
entrevista com o Seu Gonçalo Baratio,
morador do Parque Proletário da Maré,
A entrevista realizada para a elaboração do
segundo livro (“Memória e Identidade dos
Moradores do Morro do Timbau e Parque
Proletário”, ainda a ser lançado) com Dona
Nicéia Perpétua da Rosa Laurindo,
moradora da comunidade do Morro do
Timbau, foi outro momento fantástico. Os
pesquisadores já possuíam informações
sobre a Vila de Pescadores, sobre o Porto
de Inhaúma e sobre as palafitas. Mas
“Com Seu Gonçalo, nossos
pesquisadores aprenderam
que a Maré é nossa
conquista, ela resultou
de um caminho de luta e
resistência de milhares de
pessoas que ousaram se
rebelar contra a própria
sorte e os desígnios sociais”
também para o segundo livro. O seu
depoimento foi primoroso porque nos fez
perceber que a área de manguezal que
constituía a Maré até ao advento da Avenida
Brasil não era terra devoluta e sem valor
comercial como se acreditava, mas, ao
contrário, foram terras em que ocorreram
disputas dramáticas com ações judiciais,
mobilizações populares e estratégias
geniais de resistência. Com Seu Gonçalo,
nossos pesquisadores aprenderam que a
Maré é nossa conquista, ela resultou de um
caminho de luta e resistência de milhares de
pessoas que ousaram se rebelar contra a
própria sorte e os desígnios sociais.
Enfim, com o depoimento de cada um dos
muitos moradores que colaboraram e ainda
colaboram com o trabalho do Numim tem sido
possível fazer mais do que pretendíamos
em nossos objetivos iniciais. Hoje podemos
nos orgulhar por termos aprendido, crescido
e nos transformado graças à experiência de
vida e o senso de luta que os moradores da
Maré puderam nos emprestar.
Por isso nós do Numim/Redes agradecemos
e esperamos poder continuar merecedores
da confiança dos moradores da Maré.
Crianças da Maré dão significado às palavras, formando uma espécie de dicionário infantil
que fará parte de livro
Rosilene Miliotti
Elisângela Leite
Em novembro, o professor colombiano
Javier Naranjo, autor do livro “Casa
das Estrelas: o universo contado pelas
crianças”, veio ao Brasil lançar sua obra,
uma espécie de dicionário elaborado a
partir da visão das crianças de seu país.
O evento de lançamento pela Foz Editora
aconteceu na Biblioteca Infantil Maria
Clara Machado, da Redes da Maré, na
Nova Holanda. Javier promoveu uma
oficina com 16 crianças com idades
entre 7 e 12 anos, todas moradoras.
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Ar tigo
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
D. Nicéia deu vida a estes fatos e nos
instigou a entender o porquê de viver ali e
não em qualquer outro lugar. E foi graças
a esta investigação que nos foi possível
compreender que para elucidar a história do
Timbau seria preciso relacioná-la também
a uma dinâmica social anterior a própria
Maré, cujos vínculos com os momentos
históricos ainda rurais da Freguesia de
Inhaúma precisariam ser resgatados.
13
CULTURA
O que é o que é
12
Por meio de um sorteio, cada uma recebeu
quatro palavras para as quais deu o significado
que lhe veio à mente. Em seguida, elas
escolheram uma das palavras sorteadas para
escrever um texto. “Eu peço que as crianças
finjam que sou um extraterrestre e que me
expliquem o significado de algumas palavras”,
explica Javier.
Para uma das meninas presentes, “político” é
o mesmo que corrupto e “índio” é quem vive
na mata. Ao falar sobre “paz”, uma menina
afirma ser algo que ela não tem aos sábados
por causa do baile funk.
A palavra “paz” é a que mais recebe
significados diferentes das crianças, sendo
a mais utilizada por elas para desenvolver
textos, tanto na Colômbia como aqui na Maré
e em outras cidades por onde Javier já passou.
“Na Colômbia eu sempre faço um jogo com as
crianças e pergunto sobre a paz e a guerra. Lá,
eles estão vivendo um momento de conflitos,
mas ouvi falar que no Brasil, principalmente
no Rio de Janeiro, também estão vivendo
dificuldade, com momentos de guerra e paz”,
compara ele.
O conteúdo do livro “Casa das Estrelas” é fruto
das conversas do autor em sala de aula com
seus alunos, assim como ele fez na atividade
aqui na Maré. Os registros das crianças daqui
serão utilizados no próximo livro do autor. O
projeto, batizado de “As Crianças Pensam
a Paz”, vai reunir depoimentos de pequenos
estudantes em cinco países: Colômbia, Brasil,
Argentina, Chile e Estados Unidos.
Como as crianças definiram
algumas palavras
“Paz é quando as pessoas se sentem
felizes”
“Esperança é ter fé em algo especial”
“Guerra é o conflito entre pessoas
com um só objetivo”
“Bope são policiais diferentes”
“Caveirão é uma coisa preta”
“Espantoso é o mundo todo não
estar em guerra de qualquer tipo”
“Caveirão é o escudo da polícia”
“Tentar é ver o que vai fazer”
“Mafioso é uma pessoa sem
sentimentos, só faz coisas más,
não pensa no futuro”
“Sonhar, quando é bom, pode
acontecer”
“Político é corrupto”
“Hipocrisia é a gente que faz”
“Bope são pessoas ruins”
“Paz é a luta vencida”
“Paz é viver sem guerra”
Sergiana, moradora do Timbau, inspirou a escritora Georgina
Martins a escrever um livro infanto-juvenil contando desejos e
desafios de duas crianças moradoras da favela
LEIA TRECHOS DO LIVRO
Quando a professora perguntou à turma qual era o seu
maior desejo, Sergiana nem pensou para responder:
_ A minha vontade é de ir à praia, nunca fui à praia.
A professora espantou-se. Ela queria que cada um falasse do seu desejo, para depois pedir alguma redação.
_ Nunca foi? Como pode? Você mora tão perto da
praia?
Quem se espantou dessa vez foi a menina, que nem se
lembrava mais que ali era tão perto da praia.
_ Bem, agora vamos fazer uma redação... O tema é “O
meu maior desejo...” _ a professora ia falando enquanto escrevia no quadro.
Aramis Assis
O livro foi lançado em 2005, pela Editora
Ática, com o título: “Uma Maré de Desejos”,
que conta a história de Sergiana, uma
menina sonhadora que mora na Maré.
Sergiana é amiga de Luciano, um garoto
que tem um grande talento, mas não sabe,
e jamais imagina que a menina gosta
dele. Juntos, os dois descobrirão a mágica
contida nos pequenos desejos, num
cenário urbano onde viver nem sempre é
fácil: a favela da Maré.
O livro ganhou o Prêmio Adolfo Aizen
da União Brasileira de Escritores de
melhor livro infantil de 2006. A narrativa
desconstrói estereótipos relacionados aos
espaços populares e seus moradores. Em
cada página é possível encontrar uma
reflexão da personagem que, sempre
muito esperta, vai desfazendo esses
preconceitos (leia trechos do livro na
página ao lado).
Sonhar alimenta a alma
“Sonhar é preciso, é necessário, é o alimento da alma. Todos devem e podem sonhar
com um mundo melhor”, afirma a escritora,
que este ano voltou à Maré para contar a
história do livro para os atuais alunos do
curso Preparatório para o 6º ano, do PCP
Maré. A visita rendeu um desenho animado
feito pelas próprias crianças, que depois conheceram pessoalmente a verdadeira Sergiana. O encontro foi um momento visivelmente emocionante para todos.
“Eu me identifiquei com a história do livro.
Parecia que a autora estava contando a
minha vida. O impacto maior foi ler a história
e me ver naquelas cenas. Eu também tive
um amiguinho chamado Luciano quando
era criança e sonhava em conhecer a praia.
Assim como a personagem, eu também
vim do Nordeste aos 9 aos de idade para a
Maré, mas vim morar com meus pais e não
com uma tia, como a personagem”, compara
Sergiana, que continua no Timbau, agora
com 23 anos e dois lindos filhos, de 4 e 5
anos.
Aramis Assis
Aos 11 anos de idade, Sergiana Aprigio
de Lima era uma garotinha elétrica,
cheia de vida.Estudava no Ciep Samora
Machel, na Nova Holanda, morava
do Morro do Timbau e participava da
Orquestra de Flautas do Programa
Criança Petrobras na Maré (PCP
Maré). Em algumas apresentações do
grupo de flautas conheceu a escritora
carioca Georgina Martins que, naquela
época, trabalhava no PCP. Isso foi no
ano de 2001.“Georgina gostou do meu
nome, disse que era muito bonito e
pediu autorização para usá-lo para
a personagem de seu próximo livro”,
conta Sergiana, a de verdade.
De 6 a 31 de janeiro estarão abertas as inscrições para a oficina
de Gastronomia do projeto Maré de Sabores para mulheres
moradoras. A oficina começa na segunda semana de fevereiro
e vai até início de junho. As aulas acontecem na Lona Cultural
Herbert Vianna. As inscrições podem ser feitas na sede da Redes
da Maré ou na Lona Cultural, em horário comercial. As mulheres
precisam levar cópia da identidade, cópia do CPF e uma foto 3x4
e preencher uma ficha de inscrição no local.
Em janeiro, haverá inscrições para várias atividades da Redes
da Maré. Acompanhe pelo site www.redesdamare.org.br.
Informações: 3105-5531.
Recesso: A Lona da Maré não funcionará entre os dias 22 e 25/12 e entre os dias
28/12 e 05/1. As atividades voltam na segunda, dia 06.
Programação para dezembro
ENTRADA GRATUITA!
Lona cultural
Herbert Vianna
PROGRAME-SE !
Veja a programação em www.redesdamare.org.br
Como Nascem As Estrelas
Sábado, 21/12 - oficina às 14 h e espetáculo às 16h
Espetáculo de teatro e música, baseado no livro de Clarice Lispector. A
montagem transforma em teatro seis das lendas do livro.
Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado
Ao lado da Lona, atende a toda a Maré: Amplo acervo,
brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar
R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré
Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 - [email protected]
FACE: Lona da Maré / Twitter: @lonadamare
cultura
Ela não achava que seus cabelos fossem ruins, às vezes
até que gostava deles, mas só às vezes, porque a tia não
deixava que ela gostasse deles.
Haverá Mostra Maré de Artes Cênicas, com uma série de
apresentações de espetáculos teatrais e de dança em cartaz na
cidade. Acompanhe pelo facebook/redesdamare
Teremos novidades também na área de cinema!
Se ela pudesse ter todos os desejos atendidos: ia à praia,
molhar os cabelos e deixá-los secar ao vento.
O Centro de Artes estará em recesso entre os dias 21 de dezembro e 12 de janeiro. As atividades da Escola Livre de Dança da
Maré voltam na segunda, dia 13.
Era desejo demais, a professora não ia deixar mesmo,
e também aquele monte de desejos não caberia numa
redação só. Desejou ser escritora para poder escrever
quantos desejos tivesse.
Leia “Uma Maré de desejos” na
Biblioteca Infantil Maria Clara Machado
Rua Sargento Silva Nunes, 1.012. Nova Holanda. Segunda
a sexta-feira, 10h às 18h; sábados, 10h às 14h
Veja o vídeo produzido pelos alunos
No hotsite: www.redesdamare.org.br/pcp. Cliquem em
“Assista os vídeos do PCP Maré” e em seguida em: “Oficina
de Complementação Pedagógica – Uma Maré de Desejos”
15
Em 2014
Recesso
R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova Holanda.
Programaçãoa no local
ou pelo tel. 3105-7265
a
De 2 a 6 , de 14h às 21h30
Cinema no beco
Bhega Silva, cantor e compositor, morador do Parque
União, criou o “Cinema no beco”. Com o dinheiro das vendas
de óleo de cozinha usado para reciclagem, ele comprou
um DVD, uma tela de toldo branca e ganhou um projetor.
O cineminha já está movimentando ruas e becos da Praia
de Ramos e Roquete Pinto, exibindo filmes infantis e clipes
de conscientização, mostrando a todos que cuidar do meio
ambiente é dever de todos. A ideia é passar o cinema por
toda Maré. Informações pelo celular do Bhega: 99206-5867.
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Fabiola Loureiro
Moradora
vira
personagem
de livro
Sergiana, mor
adora do Morro
e a ilustração
da personage do Timbau,
m do livro
Reprodução
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
Cultura
Inscrições abertas em janeiro
Cultura
14
pra Maré participar do Maré
Garanta o seu jornal
todos os meses! Busque um exemplar
ade!
na Associação de Moradores da sua comunid
Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria.
Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda Tel.: 3104-3276 E-mail: [email protected]
Cupcake Natalino - Nozes com Amendoim
RECEITA - Enviada pela Rafaela Silveira, 19 anos, moradora da Nova Holanda
e dona do Bembolados da Rafa (facebook.com/bemboladosdarafa)
Ingredientes:
Modo de preparo:
Massa:
100 gramas de margarina ou manteiga
1 xícara de açúcar
1 xícara de farinha de trigo
½ xícara de leite
1 colher de café de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de fermento em pó
1 xícara de nozes e amendoim triturados
Massa:
Na batedeira, bata a manteiga ou margarina e o
açúcar até formar um creme volumoso.
Junte a farinha, o leite, os ovos e bicarbonato de
sódio. Mexa com o batedor. Acrescente o fermento e as
nozes trituradas e bata levemente.
Despeje a massa nas forminhas, sem enchê-las,
pois a massa irá crescer. (coloque mais ou menos até
a metade da forminha). Leve ao forno pré-aquecido a
180°C e asse por aproximadamente 25 minutos.
Retire do forno e coloque para esfriar, evitando que
os bolinhos fiquem úmidos.
Cobertura:
Gel de brilho
1 pacote de pasta americana branca
Corantes alimentícios em gel nas cores desejadas
Rosilene Miliotti
Maré de Notícias No 48 - dezembro / 2013
ESPAÇO ABERTO
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Cobertura:
Em uma superfície lisa, abra a pasta americana
com um rolo liso, procurando deixar a massa com a
mesma espessura.
Depois de aberta, corte a massa do tamanho do
cupcake.
Com o auxilio de pincel, passe uma fina camada de
gel de brilho sobre o cupcake, para colar a pasta americana.
Decore ao seu gosto.
Natal sem fome no Conjunto Esperança
No dia 24 de dezembro, a partir das 10h, acontece o evento Natal
Sem Fome, no Conjunto Esperança. A festa acontece há 11 anos consecutivos, com futebol, churrasco, distribuição de cerca de 200 cestas básicas e 5.000 brinquedos e, por fim, a presença de papai Noel.
O evento é uma mobilização de voluntários, associação e comercian-
tes, que se reúnem para uma confraternização. “O objetivo é ter um
momento de alegria e esperança e espera de dias melhores. Recebemos amigos de várias comunidades vizinhas, que unem forças em
prol de ajudar a quem mais precisa para um Natal melhor”, lembra
o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Esperança,
Pedro Francisco.
Timbau e Marcílio elegem presidente
Duas das 16 associações de moradores do conjunto de favelas da Maré tiveram eleição em novembro. No Morro do Timbau, Osmar Camelo foi
reeleito. Em Marcílio Dias, o novo presidente é Edmilson Silva, que conta com Antonia Alves Batista na vice-presidência.
Diogo dos Santos
e Hélio Euclides
)
Rindo at o a
fazemos qualquer negócio
Um cliente conversa com um comerciante dono de uma pensão:
- Não posso comer essas coisas, meu colesterol está alto
O comerciante, querendo fazer negócio, responde: “Se está valioso, vende logo!”

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