missão - Diocese de Osasco

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missão - Diocese de Osasco
www.diocesedeosasco.com.br
Novembro de 2015 | Ano XXVI
No 225
IGREJA EM
MISSÃO
Os fiéis leigos são chamados a participar ativamente da missão e da edificação do Povo Deus, numa
comunhão com todos os
membros do Corpo Místico de Cristo, segundo os
diversos ministérios e carismas. Nossa diocese conta com um serviço muito
importante dos leigos em
todas as suas paróquias e
comunidades,
especialmente por meio do ministério não ordenado. Conheça um pouco dos frutos
deste serviço.
PÁGs. 06 e 07
PALAVRA DO BISPO
IGREJA EM AÇÃO
Crescem as movimentações em
torno das eleições
Setor Juventude: um olhar de ternura e amor para
os jovens
PÁG. 03
FORMAÇÃO PERMANENTE
PÁG. 05
PROGRAME-SE
Por que a Igreja comemora o dia Catedral Santo Antônio abre as portas para o
dos Fiéis Defuntos?
Jubileu Extraordinário da Misericórdia
PÁG. 09
PÁG. 12
EDITORIAL
BIO
Os ministérios na vida da Igreja e o protagonismo do leigo
E
stamos no mês em que muitos dos nossos leigos assumirão ou renovarão o
mandato ministerial. Ministério é o carisma assumido em forma de serviço à
comunidade e à sua missão no mundo e na Igreja como um todo, e por esta
é reconhecido. Para exercê-lo, portanto, é necessário: a graça de Deus (dom do alto),
carisma e capacidade (habilidade humana) e reconhecimento da Igreja.
Em geral todo serviço realizado com dedicação, humildade e gratuidade na Igreja
pode ser chamado ministério, por exemplo: ensinar o catecismo, distribuir alimento
aos pobres e limpar a Igreja. Para evitar a confusão dos termos, a palavra ministério
foi, desde muito tempo, consagrada a designar os serviços que atendem as exigências
permanentes da missão da Igreja na comunidade. Logo, a missão do leigo é “ser luz do
mundo e sal da terra” (Mt 5,13). Os leigos devem cuidar da atuação da Igreja na sociedade: família, mundo do trabalho, política, escola e mundo da cultura. Nenhum outro
ministério pode alienar este ministério que é próprio do leigo exercer.
São João Paulo II, numa exortação apostólica pós-sinodal Christifideles Laici,
(n.23), afirma: “ A missão da igreja no mundo realiza-se, não só pelos ministros, que o
são em virtude do sacramento da ordem, mas também por todos os fiéis leigos: estes,
com efeito, por força da sua condição batismal e da sua vocação específica, na medida
própria a cada um, participam no múnus sacerdotal, profético e real de Cristo.”
Nesta edição queremos elucidar este protagonismo laical, marcada por uma amadurecida iniciação cristã e chegando a constituir-se em um processo de formação permanente, evidenciando um caminho de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo,
que é capaz de mudar nossa vida, levar ao engajamento pessoal na comunidade ecle-
sial e ao compromisso missionário. Quem se encontra
com Ele põe-se a caminho em direção aos irmãos, à
comunidade e à missão. Quem se encontra com Cristo
também faz a experiência do discipulado, como seguimento do Caminho, pois é nesse caminho que Cristo
faz o coração arder e o discípulo mergulhar, de modo
cada vez mais profundo nas Escrituras, na Liturgia, na
teologia, na evangelização e no compromisso pastoral,
fruto da experiência do partir o pão (cf.: Lc 24,13ss).
Para isso, é fundamental que toda a Igreja assuma esta
identidade ministerial como processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé,
da esperança e do amor.
Dia Nacional dos Leigos
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, Tu, que caminhastes no chão deste mundo, testemunhando o Projeto de Deus para a humanidade, ensinando homens e mulheres a viverem a radicalidade dos valores
do Reino de Deus, chamando todos à decisão do seguimento e a
assumirem as exigências da Missão. Faze com que nós, cristãos
leigos e leigas, respondamos com a vida ao Teu chamado, na nossa vida pessoal, na família, na comunidade, no trabalho, na ação
política e na sociedade. Que hoje se revigorem em nós as motivações e a graça dos sacramentos do Batismo e da Crisma, doados
pelo amor da Trindade Santa, tornando-nos “protagonistas da
evangelização”, testemunhando presença na construção de uma
sociedade justa e solidária. Que nossa disposição de conversão
nos leve a amar os excluídos e a superar a exclusão - particularmente a exclusão dos empobrecidos, dos menores abandonados,
dos doentes, da mulher, do negro, dos povos indígenas, dos alcoólatras, dos encarcerados, dos drogados, dos desempregados,
dos idosos e dos moradores de rua - para assumir com responsabilidade e discernimento a exigência de novos ministérios, respondendo criativamente aos desafios de nosso tempo, no novo
milênio. Amém.
R
enovando as esperanças e direcionando a vida pelas veredas corretas nesse mundo,
vamos celebrar o dia dos cristãos leigos e leigas com animação, encanto e esperança. Pela graça do batismo, somos incorporados a este Reino anunciado por
Jesus Cristo. O texto de Estudos da CNBB, Edição revisada e ampliada 107A (n.3), procura
definir com simplicidade quem é o leigo cristão: O Concílio Vaticano II definiu o cristão
leigo de maneira positiva e afirmativa a sua plena incorporação à Igreja e ao seu mistério.
Segundo o texto da Lumem Gentium, “Estes fiéis foram incorporados a Cristo pelo Batismo,
constituídos Povo de Deus e, a seu modo, feitos partícipes do múnus sacerdotal, profético e
régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no
mundo”. (n.31). A maioria absoluta dos cristãos são os leigos que, em tantos momentos da
vida sofrida, não desanimam em seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo na família e no mundo
do trabalho profissional. Cabe a Igreja dar um alento sincero e acolhedor, fomentando a esperança e abrindo espaços para que no seguimento possam viver com dignidade, liberdade
e autenticidade a mensagem do Cristo Rei e Senhor do Céu e da terra. Diz ainda o texto: Por
esta definição, fica claro que o leigo é Igreja, não apenas pertence à Igreja, assim como “somos em Cristo um só corpo, e, cada um de nós, membros uns dos outros” (Rm 12,5).
Trecho da mensagem de Dom Frei Severino Clasen, OFM
Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato
Boletim Informativo de Osasco
Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM
Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva
Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS
Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza
Revisão: Natália Paula Pereira e Sem. Ricardo Rodrigues
Colaboração: Pe. Flávio dos Anjos, Pe. Jorge Augusto, Pe. Marcelo Pereira, Pe.
Alexandre Pessoa Garcia, Diácono Franco Abelardo, Sem. Vinícius Soares, Sem.
Diego Medeiros, Sem. Thiago Wesley.
E-mail: [email protected]
2
Padre Henrique Souza da Silva
Vice-Reitor do Seminário Diocesano de Filosofia
Fonte: CNBB
Este ano o “Dia Nacional dos Leigos” será celebrado
no dia 22 de novembro.
Diagramação: Iago Andrade Vieira
Tiragem: 13.000 exemplares
Impressão: Jornal Última Hora do ABC
(11) 4226-7272
Cúria Diocesana de Osasco
Rua da Saudade, 60, Vila Osasco
CEP: 06080-000 Osasco/SP
Tel: (11) 3683-4522 / (11) 3683-5005
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Novembro de 2015
PALAVRA DO BISPO
Imagem da Internet
BIO
Eleições 2016
Candidatos, Partidos e
Programas visitam as nossas
comunidades
Prezados irmãos do clero e fiéis de Osasco, Paz e
Comunhão em Cristo!
E
mbora falte ainda quase um ano, todos estamos
sentindo crescer a movimentação em torno das
eleições de 2016. Por serem municipais e, portanto,
mais próximas dos eleitores, ela se torna mais aguerrida. Em
nossas comunidades há pré-candidatos que se apresentam,
muitos estão entre as nossas lideranças, mostram os seus
propósitos e esperam que a comunidade os apoie. A pedido
de muitos padres, o Colégio de Consultores refletiu sobre
o assunto. Com simplicidade partilho com todos a nossa
reflexão. Pensamos que haverá, como todos os anos, uma
cartilha de conscientização para o trabalho com o povo. No
entanto, alguns pontos precisam ficar claros entre nós, pois
já estão movimentando as nossas comunidades.
1. A política partidária em tempos de crise – Estamos
vivendo uma crise político-institucional e uma crise econômica que afetam muito a vida de todos nós e tudo indica que
são de longo prazo. As investigações e notícias sobre corrupção geram descredito quanto aos atores da vida pública
e partidos. Nesse contexto, o embate eleitoral se torna mais
acentuado e o tom da disputa muitas vezes se torna ácido. As
contradições e jogo bruto do plano nacional acaba se reproduzindo no plano municipal. O risco é sempre de divisões e
confrontos que deixam fortes sequelas na vida comunitária
e, por isso, devem ser objeto de cuidadosa atenção.
2. A posição da Igreja – Enquanto instituição, a Igreja
católica valoriza a atividade política e tudo o que diz respeito à cidadania. Ela não foge da política, porém, não se filia
a partidos nem adota candidatos. O clero não se candidata
a cargos políticos por entender que um padre ou diácono é
muito mais necessário à comunidade no seu ministério, para
promover a comunhão, mais do que se defendesse uma parte, um partido. Entende a Igreja, no entanto, que a política
partidária é campo dos leigos que se sentem vocacionados
para esta missão. E é um fato: nas nossas comunidades estão presentes pré-candidatos que são catequistas, ministros,
membros dos conselhos e outras lideranças. Os movimentos
se articulam em torno deste ou daquele nome. O modo como
outras religiões apoiam os seus candidatos nos faz entender
que é necessário e vantajoso fazer o mesmo, caso contrário
perdemos espaço na vida pública e ganhamos consequências péssimas para a nossa igreja. Somos mais numerosos
estatisticamente, mas, temos a impressão de ser um gigante
adormecido, apanhamos feio no resultado final das urnas,
com relação outros grupos de interesse. Existe a bancada da
bola, do boi, da bíblia, da bala, e até do gênero. Não poderíamos ter uma bancada católica mais visível e atuante?
3. Então, por que não? – Nós sabemos, sim, o porquê,
mas vamos reafirmá-lo, para termos a mesma linguagem entre nós, clero e fiéis leigos:
a) O motivo para um leigo cristão se candidatar não
pode ser o interesse pelo poder ou o ganho pessoal, a vocação à política não pode estar nem mesmo atrelada aos
Novembro de 2015
interesses da Igreja. Se o bem comum, a caridade social, o
horizonte amplo do serviço a todos não for o objetivo de
um candidato cristão, não vai se diferenciar daqueles que se
deixam corromper por vantagens de qualquer natureza. Será
que os candidatos que se apresentam nas nossas comunidades passariam por esse primeiro critério da vocação à política?
b) O presbítero, o ministro, o catequista, em sua função
ministerial, falam sempre aquilo que Deus quer que se fale
a todas as pessoas. Isso tem uma força de convicção muito
grande. Não se usa o microfone, reuniões da comunidade,
dependências da Igreja, condição de presbítero, diácono, ministro, o que quer que seja, para privilegiar uma parte (partido) ou pessoa, em detrimento de outra. Isso cria divisão.
Isso põe em risco a credibilidade da Palavra a quem servimos. As consciências mais débeis não distinguem o que é
uma opinião pessoal do padre, daquilo que é verdade a ser
acreditada. Ou dá motivos para duvidar ou não aceitar o que
deve ser tido como verdade. Como pode o padre ser sinal de
unidade se é ele mesmo quem divide?
c) Mas, então, o padre, o ministro, o catequista, como
cidadãos, não pode ter sua opinião, não pode manifestá-la?
Claro, como cidadão deve ter sua opinião bem formada.
Pode manifestar aos amigos, sem problema. Mas não pode
usar a função, o ministério. E um leigo, caso seja candidato,
é bom que não fique em evidência. Que seja orientado para
não ultrapassar esse limite.
d) As redes sociais merecem um cuidado especial, hoje
em dia. Especialmente no caso dos padres, é bom lembrar:
redes sociais são espaços públicos. Um simples banner postado, ou uma opinião ou crítica, logo suscita resposta, quando não, conflitos e divisões. Evitar fotos com candidatos, discussões públicas, identificação nos veículos, são sinais dessa
postura construtiva e de respeito ao dom da unidade eclesial.
Todo cuidado é pouco. A experiência mostra que as campanhas passam. As mágoas ficam por muitos anos, por vezes de
forma irremediável.
e) Outro cuidado: as doações, favores e benefícios. Há
comunidades que prometem votos a um candidato, em troca
de alguma doação ou influência. Cuidado com a lei 9840,
que foi uma conquista da nossa Igreja: a compra de voto não
se caracteriza apenas pela distribuição de dinheiro ou cesta
básica. Qualquer bem, ou favor, ou promessa pode ser objeto
de punição.
f) Neste tempo de précandidatos, é bom alertar
para o que significam as
eleições proporcionais: há
sempre o risco de se promover um candidato da comunidade e ver depois os votos
migrarem para outros que
não são próximos nem comprometidos com a Igreja, ou
até contrários a ela.
g) E os debates, e reuniões com partidos no espaço
da Igreja, isso pode? Ainda
é cedo para essas atividades.
Porém mais próximo das
eleições é comum acontecer.
As regras devem ser de comum acordo entre todos os
partidos e em iguais condições, é o que diz a lei.
4. O respeito à consciência de cada eleitor, o
cultivo da comunhão na comunidade eclesial, a conscientização para a liberdade
e a democracia, o respeito às
leis e à igualdade de direitos,
são valores que não podem
ser negociados. Outros o fazem, por certo, mas isso não
libera a nossa consciência
para fazer o mesmo. Positivamente, defender valores,
apresentar critérios, comparar propostas com a verdade do evangelho, lançar
sementes do Reino é tudo
o que queremos. Que Deus
nos ajude a ter prudência e
amor.
Dom João Bosco,
ofm e Colégio de Consultores Diocesanos.
3
TESTEMUNHO DA FÉ
BIO
Seminarista Vinicius Soares
Terço dos homens gera frutos para famílias e comunidades
“Ó
A sua rápida propagação e os profícuos frutos obtidos
nos vinte e sete estados do país asseguraram ao Movimento
do Terço dos Homens, assim considerado pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um bispo referencial
- Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano de
Juiz de Fora (MG). O movimento tem sido um importante
canal de evangelização e um agente transformador da realidade eclesial em diversos locais do Brasil.
A quantidade reduzida de homens engajados na vida pastoral em muitas paróquias e comunidades tem sido invertida
graças à estreita colaboração do Terço. O Santuário Nacional
de Aparecida tem promovido anualmente a Romaria Nacional do movimento no quarto sábado de fevereiro, registrando neste ano corrente a participação de 43 mil homens. Neste
dia, inúmeros testemunhos de famílias e vidas reconduzidas
à presença e ao senhorio de Deus comprovaram a eficácia e o
bem que o Terço dos Homens tem produzido no país.
“A missão do Terço dos Homens é resgatar para o seio
da Igreja de Cristo homens de todas as idades, pois a preWillian Rafael
Mãe e Rainha do Santo Rosário, Mãe Admirável, Mãe do Santuário! O mundo sem fé,
na dor se consome, ajuda esse mundo com
o Terço dos Homens!” A cada semana, de Norte a Sul do
território brasileiro, milhares de homens, reunidos em oração, elevam à Virgem Maria este canto que, na simplicidade
de suas palavras, traduz o amor e a devoção daqueles que
são os “Homens do Terço”. Por meio do piedoso exercício do
Santo Rosário e necessariamente por meio do intermédio de
Maria Santíssima, uma crescente e considerável quantidade
de homens tem aderido a este movimento, que teve a sua
origem no dia 08 de Setembro de 1936 – Festa da Natividade
de Nossa Senhora – na cidade de Itabi, em Sergipe.
Em 2007, no âmbito da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, o Terço dos Homens
sofreu uma junção ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, conhecido a nível nacional pela propagação da devoção
à Mãe Rainha Três Vezes Admirável. Dessa junção resultou a
atual configuração deste movimento.
sença masculina na Igreja é
imprescindível para a formação da família e de uma
sociedade cristã. O Terço
dos Homens é um exemplo
de fé e devoção. A oração
do Terço, além de nos conduzir para a oração, leva-nos
a meditar sobre os principais
mistérios da Redenção que
Cristo nos oferece” (Dom
Gil Antônio Moreira). Na
Diocese de Osasco, o Terço
dos Homens está presente
em paróquias das seis regiões pastorais.
Na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, situada no
bairro do Jardim Piratininga, em Osasco, cujo pároco
é o Pe. Rogério Lemos, o
movimento do Terço exerce presença forte e dinâmica na vida da comunidade
paroquial. Com início em
fevereiro de 2013, está ativamente presente nas três
comunidades que integram
a Paróquia, contando com
a participação de aproximadamente 70 homens.
Sempre uma hora antes das
Missas dominicais e feriais,
os homens do Terço encontram-se na Matriz e nas respectivas comunidades para
juntos rezarem.
Além disso, contam com
uma reunião mensal realizada na 1ª Quarta-Feira.
Desenvolvem trabalhos missionários, rezando nas casas
e levando consigo a imagem
peregrina de São José. Recentemente, adentraram a
área livre do Jd. Previdência, próxima à Igreja Matriz,
evangelizando as famílias
ali presentes durante uma
semana. Ali, além de rezar,
recolheram dados sobre a
vida sacramental de cada família, auxiliando, dessa forma, a Paróquia, que poderá
conceder atenção especial
para aqueles que buscam de
modo particular viver em
plenitude a sua vida cristã.
Sem. Vinícius Soares
Guardiões do Andor
4
3º. Ano Filosofia
Seminário Dioc. São José
Novembro de 2015
IGREJA EM AÇÃO
BIO
Um olhar de ternura e amor para os jovens
N
os últimos tempos temos ouvido diversas expressões juvenis, tais como: “A juventude do Papa!”,
“Aqui tem jovem, aqui tem fogo!” e tantas outras
que vão manifestando-se ao longo da história de nossa juventude, e que nos convida a um olhar de ternura e amor. E,
isso a Igreja tem feito ao ver a juventude com muito carinho,
e por vezes declarou sua opção preferencial pelos jovens, reconhecendo neles a vitalidade e a força que os identifica com
o poder renovador do Evangelho de Cristo.
O Setor Juventude da Diocese de Osasco quer em comunhão com a Igreja do Brasil favorecer a evangelização da juventude, acolher a contribuição trazida pelas diversas pastorais e movimentos de nossa diocese e formar um caminho
profundo de comunhão e unidade, além de estabelecer uma
união fraternal com todos em seus trabalhos e carismas. Por
outro lado, constatamos que muitos jovens que fizeram a experiência com o Senhor Jesus são sinais vivos de amor de
Deus, do amor que a Igreja tem pela juventude, e que, portanto, merece toda a nossa atenção diocesana.
Nossa diocese vem por meio do setor juventude articulando e dinamizando diversos trabalhos que trouxeram frutos para o desenvolvimento das nossas paróquias e comunidades de base, como: a criação do Encontro Diocesano de
Crisma, que este ano comemorou sua segunda edição em
parceria com a Comissão Bíblico Catequética, e que contou
com mais de seis mil jovens, que com sua alegria e certeza
de ser Igreja renovaram a sua fé. Também não posso deixar
de mencionar o Congresso Diocesano da Juventude, que este
ano teve a sua terceira edição, e que tem como objetivo refletir a situação de nossos jovens e sua atuação na sociedade.
Em meio a tantos acontecimentos e entusiasmo juvenil,
Novembro de 2015
temos o Dia Nacional da Juventude que sempre ocorre no
3º domingo de outubro, e que tem como objetivo despertar
a evangelização da juventude a partir de três eixos: missão,
capacitação e estrutura de acompanhamento. Esses três eixos têm seus desdobramentos no evento Firmes na Fé, que
está na sua 5ºedição, e que a cada ano vem percorrendo as
regiões pastorais de nossa diocese, acompanhado da réplica
da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada
Mundial da Juventude.
A Cruz e o Ícone são instrumentos fortes de fé para a nossa juventude, que a cada ano aguarda ansiosa para participar
deste evento em comemoração ao Dia Nacional da Juventude. Há também aqueles que, emocionados pelo ícone de
Nossa Senhora, são capazes de despertar em seus corações
a vida de oração e contemplação a Maria Santíssima.
O Firmes na Fé quer trazer a
toda a Igreja diocesana este
sinal de esperança de nossa
juventude e dizer a cada jovem que Deus o ama.
Padre Marcelo
Pereira da Silva
Assessor Diocesano para
a Juventude
5
IGREJA EM MISSÃO
BIO
Ministros extraordinários chamados a pa
N
“Os fiéis leigos, em virtude do Batismo, são protagonistas na
a Solenidade de Cristo Rei do Universo, em 22
de novembro, a Igreja no Brasil celebra a presença e o testemunho dos fiéis leigos nas várias
comunidades espalhadas pelo nosso país. Segundo o documento conciliar Lumen Gentium (Luz dos Povos), todo o
leigo, por virtude dos dons que recebeu, é testemunha e, ao
mesmo tempo, instrumento vivo na missão da própria Igreja
“segundo a medida do dom de Cristo” (Ef 4,7). Neste sentido, os fiéis leigos são chamados a participar ativamente da
missão e da edificação do Povo Deus, numa comunhão com
todos os membros do Corpo Místico de Cristo, segundo os
diversos ministérios e carismas. Ao analisarmos a realidade
em que vivemos, percebemos que é necessário ter presente a
urgência e a importância da ação apostólica dos fiéis leigos
em um mundo cada vez mais distante de Deus. Pelo batismo,
o fiel leigo torna-se também responsável pela missão evangelizadora confiada por Jesus Cristo aos seus discípulos.
Atualmente, nossa Diocese conta com um serviço muito
importante dos leigos em todas as suas paróquias e comunidades, especialmente por meio do ministério não ordenado.
São muitas as pessoas que se dispõem a evangelizar e anunciar Jesus Cristo, respondendo ao apelo de Deus em favor
da salvação da humanidade. Verdadeiramente, o ministério
não ordenado confiado aos leigos é um exercício do sacerdócio comum do Povo de Deus e testemunhamos continuamente os frutos deste serviço em nossa Igreja particular de
Osasco. Conscientes de sua cooperação junto aos ministros
ordenados (Bispo, Padres e Diáconos), os ministros leigos
representam em nossa Diocese um exemplo de amor a Cristo e a Igreja.
Os ministérios leigos são orientados e desenvolvidos em
três dimensões: Litúrgico Sacramental, Litúrgico Celebrante
e Litúrgico Missionária. Na dimensão Litúrgico Sacramental
são compreendidos os ministros que celebram os sacramentos do Batismo e Matrimônio. Entretanto, conforme a orientação das Diretrizes e Critérios 2015-2018, para indicação ou
renovação dos ministros leigos, os batizados e matrimônios
deverão ser administrados e assistidos apenas por ministros
ordenados (diáconos, padres e bispo), devido a presença suficiente de sacerdotes para atender essa demanda.
Na dimensão Litúrgico Celebrante estão aqueles ministros extraordinários aos quais foram conferidos os ministérios de celebrar e anunciar a Palavra de Deus, de auxiliar na
distribuição da Santa Comunhão aos fiéis e de demais serviços que costumam realizar em favor da assembleia. Estes
são conhecidos como ministros extraordinários da palavra e
ministros extraordinários da Santa Comunhão.
Por fim, na dimensão Litúrgico Missionária estão os ministros dos enfermos que levam Santa Comunhão aos enfermos, e os ministros das exéquias, que celebram as exéquias
nos velórios ou nas casas.
A cada três anos os párocos e as comunidades realizam a
indicação dos novos ministros e também a renovação daqueles que já exercem o ministério. A Celebração do Mandato
dos ministros leigos não ordenados para o triênio 2016-2018
acontecerá na Missa Diocesana de Cristo Rei do Universo,
que será no Ginásio José Corrêa, em Barueri.
6
O zelo na missão da vida pastoral ministerial
A
espiritualidade dos ministérios é trabalhada em
três níveis: diocesano, regional e paroquial. No
nível diocesano, acontece por meio da semana
ministerial, realizada simultaneamente em todas as regiões,
no mês de novembro. A finalidade é rezar, informar e formar
para atender os desafios pastorais de cada paróquia. Cada
região tem um assessor padre, que atende os aspectos da espiritualidade, do conteúdo teológico-pastoral e os caminhos
para exercerem bem o ministério. No nível regional, são
promovidos retiros para todos os ministérios, e cada região
se organiza de acordo com sua demanda. Os retiros tem a
missão de fazer com que cada ministro cresça na vida espiritual pessoal, pastoral e comunitária. Já no nível paroquial,
cada pároco se utiliza de
uma dinâmica própria para
incentivar os ministros, e na
semana ministerial um dia é
reservado para que o pároco
se reúna com os ministros
da paróquia para rezar e tratar os assuntos de sua realidade.
O Assessor Diocesano
dos Ministérios Extraordinários, padre Flavio Silva
dos Anjos, relata aconteciNovembro de 2015
BIO
articipar da edificação do povo de Deus
Novembro de 2015
Fátima Santos
Elenice Jorgete, Ministra da
Eucaristia – Paróq. São José
mentos que traduzem a importância do ministério leigo na
vida da comunidade e da Igreja. Durante uma visita aos enfermos, ele conta que encheu seu coração de alegria quando
uma senhora lhe disse: ”Muito obrigado padre por nos permitir que esses anjos venham trazer a mim, Jesus na Eucaristia. É a minha única companhia. Todos sumiram, menos os
meus anjos e Jesus”.
O padre falou também, da experiência vivida na realização de exéquias, onde a presença majoritária não era dos
parentes e amigos, mas sim, dos ministros da saúde e exéquias. A família, assistida por cinco anos pela pastoral ministerial, manifestou publicamente a gratidão. “Os dias de
dores e sofrimentos foram aliviados pelos ministros que nos
visitavam, rezavam, davam banho, comida e remédio para o
nosso enfermo, nosso parente. Amigos não podiam, mas os
ministros sempre puderam”, conta o padre.
A beleza e missão contidas no ministério estão cada vez
mais esclarecidas também para os ministros, que hoje compreendem melhor que o serviço vai além dos limites da igreja, mas alcançam aqueles que, por diferentes razões, estão
distantes, seja pela enfermidade, idade ou por motivos voluntários.
Elenice Jorgeto de Souza é ministra extraordinária da Eucaristia na Paróquia São José, na cidade de Mairinque. Ela
considera que a importância do ministério vai além de auxiliar o padre na Santa Missa, está em poder levar Jesus onde
algumas pessoas não podem ir buscar. “ Seja um enfermo ou
um idoso, é gratificante e muito importante poder assistir a
pessoa menos favorecida, sendo o elo entre o fiel e a Igreja”,
afirma Elenice.
Para Diego Silva da Rocha, ministro da Palavra na Paróquia Imaculada Conceição, do Jardim Dracena (São Paulo),
resume a vivência do ministério em três sentimentos: amor,
por estar perto do Jesus Eucarístico e poder levá-lo às pessoas; gratidão, por ter sido escolhido para ser instrumento de
Deus; e a responsabilidade em ser modelo de cristão e levar
Cristo por meio de atitudes para a comunidade. “Não adianta eu falar coisas bonitas, mostrar um Deus maravilhoso, dizer o caminho que as pessoas precisam seguir,mas quando
virar as costas, aquele mesmo fiel que ouviu as minhas palavras ver minhas atitudes todas diferentes”.
A Semana dos Ministérios de 2015 acontece em nova
data, de 09 a 13 de novembro nas regiões pastorais.
Claudiane Reis.
Arquivo pessoal.
Aloisio Mauricio
obra de evangelização e promoção humana.” Papa Francisco.
Pe. Flávio dos Anjos, Assessor Dioc. dos Minist. Extraordinários
Diego Silva, Ministro da Palavra – Paróq. Imaculada Conceição
7
VOCAÇÃO
BIO
A vocação leiga e as novas formas de evangelizar
“A vocação leiga é ser Igreja,
viver pela Igreja e viver com a
Igreja.”
A
primeira missão do batizado é ser autêntico
anunciador da verdade e da justiça; é ser fermento na massa e a dar gosto para o mundo que vive
na mesmice e numa vida claramente egocêntrica. Este mundo precisa ver a face do amor, olhar a expressão salvífica em
nossos rostos, de modo que possamos ser ponte da palavra
aos que mais necessitam. E a Igreja vive dessa magnífica vocação: a vocação leiga, expressão de Cristo ao próximo, por
meio do Sacramento do Batismo, impulsionada pela graça
do Espírito Santo.
Nesse sentido, não se pode fechar os olhos, é preciso antes
abri-los para enxergar os leigos como protagonistas da ação
dos frutos da evangelização. É com eles que a Igreja parte
para sua sublime missão de levar Jesus Cristo a todos os povos. Basta ouvir a voz da Igreja na Lumen Gentium, nº 51,
dizendo que o conjunto dos fiéis é chamado por Deus a contribuir, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, por meio do cumprimento do próprio dever,
guiados pelo espirito evangélico.
A grande forma de evangelizar, então, é abraçar a nossa
vocação, de modo a sermos portadores da palavra, levando
a Igreja ao diálogo. O catecismo nos apresenta uma grande
diretriz sobre a vocação leiga: “Os fiéis leigos estão na linha
mais avançada da vida da Igreja: graças a eles a Igreja é o
princípio vital da sociedade humana. Por isso, especialmente, eles devem ter uma consciência sempre mais clara, não
somente de pertencerem à Igreja, mas de ser Igreja, isto é,
a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e os bispos em comunhão com ele. Eles são
Igreja”.(CIC 899)
É essa comunhão que nos une e nos faz Igreja plena em
Jesus. A vocação leiga é ser Igreja, viver pela Igreja e viver
com a Igreja. E, como Igreja, devemos olhar para as exigências sociais que nos cercam, como São João Bosco dizia: “ser
bom cristão e honesto cidadão”.
O Santo Padre, o Papa Francisco, nos exorta na Evangelii
Gaudium: “Saí para evangelizar, a Igreja clama por vós!
Sair de nós, para ir ao encontro do outro, o que nos atrai
e nos une em Cristo Jesus,
pois: “os leigos exercem sua
missão profética também
pela evangelização, isto é,
pelo anúncio de Cristo Jesus
feito por meio do testemunho de vida e pela palavra;
nos leigos, esta evangelização adquire características
especificas e eficácia peculiar, pelo fato de se realizar
nas condições comum do
século” (CIC 905) - como se
pode ler ainda no Catecismo
da Igreja Católica.
Por fim, a vocação é viver o próprio Batismo para
o caminho da santificação,
anunciar e colaborar com
uma civilização do amor, na
responsabilidade de povo de
Deus, fiel aos seus ensinamentos. De tal maneira que
não há vocação inferior, todas são para a busca da salvação e da santificação. Por
isso a vocação leiga é ser a
face de Cristo no meio da
humanidade. E que cada um
de nós abrace o seu apostolado para brotar em nós,
verdadeiras e frutuosas vocações, uma vez que todos
somos chamados à santidade!
Sem. Diego
Medeiros
2º ano de Teologia do
Seminário São José
Vocação do leigo consagrado: presença cristã na sociedade
M
e chamo Renata Scalari Quintiliano, tenho 36
anos, participo da Paróquia Santa Isabel e sou
membro do Instituto de vida secular consagrada Nossa Senhora da Anunciação. Nosso Instituto das
“Anunciatinas” faz parte da família Paulina e foi fundado
por Tiago Alberione em 1959 na Itália, somente para moças
solteiras. As irmãs anunciatinas têm o objetivo e missão de
testemunhar Jesus Cristo atuando na paróquia em suas diversas pastorais. Estamos presentes em cinco países: Argentina, Itália, Peru, Colômbia e no Brasil, com 30 consagradas.
Vivemos com a nossa família ou sozinhas, com uma vida
normal de trabalho e estudo. Professamos e nos comprome8
temos em viver os três votos: pobreza, obediência e castidade. Temos o costume de nos reunir mensalmente em comunidade para momentos de reflexão, estudo e convivência.
Meu chamado aconteceu ainda criança, com aproximadamente 5 anos de idade, quando já desejava ser freira. Com
15 anos, realizei algumas experiências em congregações religiosas, discernindo a vocação com a ajuda dos encontros
vocacionais. Refletindo, percebi que Deus pensava em outro
projeto de vida pra mim. Participo do Instituto há três anos
e em 2016 inicio o caminho em preparação para os votos
perpétuos.
Os passos para a consagração no Instituto são: os encon-
tros vocacionais, o postulantado (período de aprofundamento espiritual e estudo
dos documentos da Igreja e
do Instituto) e o noviciado,
que é um tempo de preparação para profissão perpétua
dos votos de pobreza, obediência e castidade.
Renata Scalari
Quintiliano
www.paulinos.org.com
Novembro de 2015
FORMAÇÃO PERMANENTE
BIO
Canção Nova
Por que a Igreja comemora o Dia dos Fiéis Defuntos?
A
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos é celebrada anualmente pela Santa Igreja Católica
Apostólica Romana e, está vinculada à Solenidade de Todos os Santos. Essas duas datas significativas correspondem à fé professada pela Igreja.
Na Solenidade de todos os Santos celebramos o mistério
da Comunhão e participação plena dos fiéis na vida divina.
Conforme a visão de São João no Apocalipse: “Depois disso,
eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé
diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes
brancas e com palmas nas mãos. E, em alta voz, proclamavam: ‘A Salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado
no trono, e ao Cordeiro!’” (Ap 7,9ss). Sendo assim, celebramos a comunhão dos Santos, dos que já participam da felicidade eterna. Já o dia de Finados é marcado por reunir
inúmeros sentimentos em torno de uma mesma verdade. É
o dia no qual celebramos e comemoramos aqueles que nos
precederam no caminho para a eternidade.
“Somos chamados a professar
a fé na vida eterna e na
ressurreição”
Sabemos que a morte é uma realidade e certeza para cada
pessoa, é um discurso natural que se destina a todo ser vivo.
Porém, os sentimentos são esperança, reconhecimento, gratidão, saudade e fé na vida eterna. É neste sentido que nós
cristãos somos chamados a professar a fé na vida eterna e na
ressurreição, movidos não por qualquer esperança, mas em
Novembro de 2015
Jesus Cristo, Senhor dos vivos e dos mortos.
Este dia é fundamentado em várias passagens da Sagrada
Escritura, bem como na Tradição e no Magistério da Igreja. Desde os primeiros tempos – diz o Catecismo da Igreja
Católica n. 1031 – “a Igreja honrou a memória dos defuntos
e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial, o Sacrifício
Eucarístico, a fim de que purificados eles possam chegar à
visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos
defuntos”.
A oração pelos mortos é feita pela Igreja, porque se crê
na vida eterna e na ressurreição. Uma das fundamentações
bíblicas que move a esta prática de orar pelos mortos está no
livro de 2 Macabeus que diz: “No dia seguinte, sendo já urgente a tarefa, partiram os homens de Judas, para recolherem
os corpos dos que já haviam tombado, a fim de inumá-los
junto com os seus parentes, nos túmulos de seus pais. Então
encontraram, debaixo das túnicas de cada um dos mortos,
objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, cujo uso da Lei
vedava aos judeus. Tornou-se assim evidente, para todos que
por esse motivo que eles sucumbiram. Todos, pois, tende
bendito o modo do proceder do Senhor, justo Juiz que torna
manifestas as coisas escondidas, puseram-se em oração para
pedir que o pecado cometido fosse completamente cancelado. De fato, se ele não esperasse que os que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos
mortos. Mas, se considerava que uma belíssima recompensa
está reservada para os que adormeceram a piedade, então
era santo e piedoso seu modo de pensar”(cf. 2Mc 12,39ss.).
Portanto, rezar pelos mortos é uma realidade já existente
antes da vinda do Messias,
Cristo Jesus.
Por fim, entre as verdades
relativas à vida e à morte,
está a mais importante, ou
seja, a Verdade da ressurreição de Jesus e, n’Ele, a ressurreição de todos. Graças
a Cristo, a morte tem um
sentido positivo, como diz
São Paulo: “Para mim, a vida
é Cristo, e morrer é lucro”
(Fl 1,21). Assim como Jesus
Cristo ressuscitou dos mortos, todos nós ressuscitaremos, no corpo e alma, para a
vida eterna ou para a condenação eterna.
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê
em mim, ainda que tenha morrido, viverá.
E todo aquele que vive
e crê em mim, não
morrerá jamais. Crês
nisto?” (João 11,25)
Sem. Thiago Wesley
e Pe. Jorge Augusto
9
FORMAÇÃO PERMANENTE
BIO
Imagem da Internet
Dízimo: compromisso de fé!
A
nualmente a Igreja destina o mês de novembro
para uma reflexão aprofundada sobre a dimensão
de uma atitude de todo aquele que assume o compromisso batismal – o dízimo.
Ao recebermos o Sacramento do Batismo somos inseridos na comunidade dos discípulos de Jesus e assumimos
levar a todos a alegria da Boa Nova para uma vida plena. A
Igreja é o instrumento para que a vontade de Deus, anunciada pelo Cristo, aconteça na sociedade.
O dízimo é uma resposta concreta à proposta evangélica
da caridade e partilha cristã. A gratidão com Deus por tudo
que nos dá e nos possibilita conseguir tem o sentido maior
na disponibilidade de ajudar aqueles que pouco ou nada
tem. O fruto do trabalho provê o sustento da família e as
condições para se viver dignamente na sociedade. Participar
de uma comunidade cristã é assumir compromissos com a
caridade nas mais diversas formas de se exercê-la.
A Igreja tem uma missão religiosa e social delegada pelo
próprio Cristo e, para que isso aconteça, precisa de estruturas humanas e físicas. A Igreja precisa cada vez mais estar
inserida na sociedade para concretizar essa missão.
A administração de uma paróquia hoje requer recursos
para se conservarem os espaços internos de evangelização e
do culto. Nossas igrejas precisam atender a legislação no que
tange a segurança das edificações, a higiene, a regularização
dos títulos de propriedade e outros requisitos dos poderes
públicos para garantir a vida e a dignidade do povo que a
frequenta. A evangelização via catequese em todas as instâncias, as celebrações das missas, batizados, matrimônios e
outros momentos celebrativos também requerem estruturas
físicas mínimas para que aconteçam num clima de espiritualidade e conforto para as pessoas.
O sustento do padre e os funcionários da paróquia, as
contas de água, luz, telefone, impostos, material de limpeza, manutenção em geral (pinturas, elétrica, hidráulica, etc.),
material litúrgico, dentre outras despesas são compromissos
que os dizimistas assumem mensalmente. Uma contribuição
esporádica ajuda muito, porém, sentimo-nos mais unidos à
comunidade quando a contribuição acontece de forma
regular. O pouco de cada um
torna-se o muito para manter as estruturas. Além disso,
o dízimo possibilita também
a contribuição à Cúria Diocesana e na formação dos
futuros sacerdotes.
A comunidade paroquial
ainda tem o compromisso
social de ajudar os pobres,
os idosos, doentes e suprir
outras necessidades dos
marginalizados pelo sistema
social, já que muitas vezes
o Estado não cumpre sua
função de dividir de forma
igualitária os bens de todos.
Lembremo-nos das primeiras comunidades cristãs
(At 2, 42-47) que eram assíduas aos ensinamentos dos
apóstolos, exerciam a comunhão fraterna, partiam o pão
e juntos oravam! Que o Bom
Pastor ilumine e fortaleça a
todos os que exercem aqui e
agora o que o Filho de Deus
nos ensinou.
Diácono Franco
Abelardo
Obras Sociais N. S. Aparecida - Jd. Piratininga
A nossa Semana de Fé e Compromisso Social
A
afirmação do Papa “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela
comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49)
soa talvez como novidade. Mas será que é mesmo? Sim e
não.
Recordemos aquele quase paradoxo agostiniano, a beleza sempre antiga e sempre nova que Agostinho tarde amou
(cf. Confissões 10,38). Sair é constitutivo da nossa fé: Êxodo, Páscoa, Ide e Anunciai, “Ite Missa est”, Santas Missões
Populares, missão permanente, missão continental. A Igreja
em saída é expressão continuada do próprio ser da Igreja de
Cristo. Assim, o Papa nos lembra de uma beleza sempre antiga e que deve tornar-se sempre de novo nova.
O cristão é aquele que anda. Paulo emprega o verbo pe10
ripatein (andar, passear, conduzir-se) mostrando o que deve
ser a vida do cristão: “andai em amor” (Ef 5,2), “andai como
filhos da luz” (Ef 5,8), “vede, pois, cuidadosamente como andais” (Ef 5, 15), “conduzi-vos pelo Espírito” (Gl 5,16). Para o
apóstolo, o amor é um caminho superior a todos os outros
(1Cor 12, 31). Caminho também é uma antiga designação
do cristianismo; podemos encontrá-la nos Atos dos Apóstolos (cf. 9,2; 19,9; 22,4). Jesus, que sempre se pôs a caminho,
apresenta-se como o caminho (Jo 14,6).
Nossa Semana de Fé e Compromisso Social quis ser expressão também de um caminho, caminho já traçado por
tantos, caminho ainda a se fazer. Ao unir aspecto teórico,
princípios práticos e concretos com ações motivadas pela
fé, queremos colocar-nos num caminho de conhecimento,
fortalecimento e aprendizado. Como gente que somos, vamos sentir saudade de realizações e passos já dados; como
cristãos, vamos encher-nos de esperança, pois sabemos que
podemos dar passos à frente.
Unir saudade e esperança com a verdade da vida - eis aí
um chamado para nós hoje! Sem esta verdade, sem amor
a Deus, ao nosso tempo e ao nosso povo, podemos sentir
uma saudade que idealiza o passado e deixa de ter esperança. Não tardemos em ter esperança, “a esperança que tarda
deixa doente o coração” (Pr 13, 12). Lembremos que “uma fé
autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo” (EG
183). Louvado seja Deus pelo caminho que foi a nossa Se-
mana de Fé e Compromisso
Social. Somos agradecidos
por todos que caminharam
conosco na alegria. A alegria
do Senhor é a nossa força
(Ne 8,10).
Padre Alexandre
Pessoa Garcia
Coordenador do Setor
Pastorais Sociais
“
A Semana de Fé e
Compromisso Social
aconteceu dos dias
27 a 29 de outubro,
com a presença de
instituições sociais de
diversas cidades da
diocese. O evento teve
como objetivo abordar a dimensão e os
princípios concretos
da evangelização.
”
Novembro de 2015
PAPA FRANCISCO
BIO
L’Osservatore Romano
XIV Sínodo Ordinário dos Bispos aponta
caminho pastoral às famílias feridas
C
om a autorização do Papa, foi publicado no dia 24
de outubro de 2015, o Relatório Final do XIV Sínodo ordinário sobre a Família. Composto de 94
parágrafos, votados singularmente, o documento foi aprovado por maioria de 2/3, ou seja, sempre com o mínimo de 177
votos. Os padres sinodais presentes eram 265.
Indissolubilidade matrimonial
O Relatório define a doutrina da indissolubilidade do
matrimônio sacramental como uma verdade fundada em
Cristo, mas ressalva que verdade e misericórdia convergem
em Cristo e, portanto, convida ao acolhimento das famílias
feridas. Os padres sinodais reiteram que os divorciados recasados não são excomungados e reafirmam que os pastores
devem usar o discernimento para analisar as situações familiares mais complexas. O ponto 84 explica que a participação
nas comunidades dos casais em segunda união pode se expressar em diferentes serviços: “Deve-se discernir quais formas de exclusão atualmente praticadas nos âmbitos litúrgico, pastoral, educativo e institucional podem ser superadas”.
te, pois a ninguém pode ser negada a misericórdia de Deus.
Neste sentido, “para favorecer e aumentar a participação
destes fiéis na vida da Igreja, devem ser asseguradas as condições de humildade, discrição, amor à Igreja e a seu ensinamento, na busca sincera da vontade de Deus e no desejo de
dar uma resposta a ela”.
Em relação ao crescente fenômeno dos casais que convivem antes de se casar ou depois de um matrimônio sacramental, é uma situação que deve ser enfrentada de maneira
construtiva e vista como uma oportunidade de conversão
para a plenitude do matrimônio e da família, à luz do Evangelho.
Pessoas homossexuais e uniões homossexuais
Pessoas homossexuais não podem ser discriminadas, mas
a Igreja é contrária às uniões entre pessoas do mesmo sexo.
O Sínodo julga também inaceitável que as Igrejas locais sofram pressões neste campo e que organismos internacionais
condicionem ajudas financeiras aos países pobres à introdução do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.
Discernimento
Valorizar a mulher, tutelar crianças e idosos
À situação específica dos casais em segunda união, o ponto 86 do documento faz referência a um percurso de acompanhamento e de discernimento espiritual com um sacerdo-
Os padres sinodais condenaram a discriminação contra
mulheres em todo o mundo, incluindo a penalização da
maternidade. Em relação à violência, ressaltam que “a ex-
Novembro de 2015
ploração das mulheres e a
violência exercida sobre o
seu corpo estão muitas vezes
unidas ao aborto e à esterilização forçada”. Pede-se também uma maior valorização
da responsabilidade feminina na Igreja, com intervenção nos processos de decisão, participação no governo
de algumas instituições e envolvimento na formação do
clero.
Sobre as crianças, o documento entregue ao Papa
ressalta a beleza da adoção e
do acolhimento temporário,
que “reconstroem relações
familiares rompidas” e menciona também os viúvos, os
portadores de deficiência, os
idosos e os avós, que permitem a transmissão da fé nas
famílias e devem ser protegidos da cultura do descarte.
Também as pessoas não casadas são lembradas por seu
engajamento na Igreja e na
sociedade.
Família, porto seguro
Enfim, o a Relatório sublinha a beleza da família,
Igreja doméstica baseada
no casamento entre homem
e mulher, porto seguro dos
sentimentos mais profundos, único ponto de conexão
numa época fragmentada,
parte integrante da ecologia
humana. Deve ser protegida,
apoiada e encorajada.
Pedido ao Papa um
documento sobre a
família
O documento se encerra
com o pedido dos Padres Sinodais ao Papa de um documento sobre a família, indicando a perspectiva que ele
deseja dar neste caminho.
Leia na íntegra:
www.diocesedeosasco.com.br
11
PROGRAME-SE
BIO
É tempo de tratar as feridas
com o olhar da Misericórdia
O
Santo Padre promulgou no dia 11 de abril
de 2015 a Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia a ser
celebrado em Roma e em todas as Dioceses do mundo. O
Papa Francisco dará início a
este Jubileu com a abertura
da Porta Santa em Roma, no
dia 8 de dezembro de 2015,
solenidade da Imaculada Conceição. Em seguida, cada Diocese
fixará uma data para realizar a abertura da Porta Santa. O jubileu se estenderá até o dia 20 de novembro de 2016, solenidade de Cristo Rei. Assim, o Papa convoca a Igreja toda
a celebrar um Jubileu, precisamente sobre a Misericórdia,
e não deseja que seja celebrado só em Roma, mas em cada
uma das Dioceses do mundo todo.
A abertura deste Jubileu coincidirá com o cinquentenário
do encerramento do Concílio Vaticano II, que aconteceu em
1965, e reveste este Ano Santo de um significado especial,
encorajando a Igreja a prosseguir a obra iniciada no Concílio.
O lema do Ano Santo da Misericórdia é: “Misericordiosos como o Pai”, e foi tirado do evangelho de São Lucas no
Sermão da Montanha (Lc 6,20-49). A celebração do Jubileu está cercada de sinais e acontecimentos. Eis alguns que o
Papa Francisco na Misericordiae Vultus nos apresenta:
• A Porta da Misericórdia que o Papa Francisco vai
abrir em Roma na Festa da Imaculada Conceição e que será
aberta aqui na Diocese de Osasco, na Catedral Santo Antônio, por Dom João Bosco, nosso bispo diocesano em 11 de
dezembro de 2015, com uma Santa Missa às 20h.
• A realização das 24 horas para o Senhor, que consistirá no atendimento ininterrupto durante 24 horas dos fiéis
que desejarem se confessar. Este evento está marcado para os
dias 04 e 05 de março de 2016.
• As peregrinações que os fiéis são chamados a realizar
nesse período, de modo especial, ao local onde se encontra a Porta da Misericórdia. Ao passar por ela, deixar-se-ão
abraçar pela misericórdia do Pai como na Parábola do Pai
Misericordioso (Lc 15,11ss), que abraça o Filho que saiu de
casa.
• O esforço que cada fiel deve fazer para praticar as
obras de misericórdia corporal e espiritual. Assim diz o
Papa: “Redescubramos as obras de misericórdia corporal:
dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir
os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos,
visitar os presos, enterrar os mortos. E não nos esqueçamos
das obras de misericórdia espiritual: aconselhar os indecisos,
ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os
aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos” (MV 15).
Por fim, no número 24 da Misericordiae Vultus o Papa
lembra de Maria, a Mãe da Misericórdia e nos convida a dirigirmo-nos a ela pedindo-lhe que não se canse de “volver
12
para nós os seus olhos misericordiosos” e nos faça dignos de
contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus. Nos recorda também o Papa de Santa Faustina Kowalska, a “grande
apóstola da Misericórdia”; ela que foi chamada a entrar nas
profundezas da misericórdia divina, interceda por nós e nos
obtenha a graça de viver e caminhar sempre no perdão de
Deus e na confiança inabalável do seu amor.
Calendário do Ano da
Misericórdia
2015
11/12/15
Abertura do Ano da
Misericórdia – Catedral
com a abertura da Porta da
Misericórdia – 20h
2016
Fevereiro
Jubileu dos Religiosos
04 e 05 de março
24 horas para o Senhor com
atendimento ininterrupto de
confissões
07/05
Jubileu das famílias na
Romaria Diocesana à
Aparecida do Norte
01 a 13/06
Trezena de Santo Antônio –
Santo da Misericórdia
20 e 21/08
Jubileu dos sacerdotes e
Jovens no Comvocação
Outubro
Jubileu dos Idosos
20/11
Encerramento do Ano da
Misericórdia na Festa de
Cristo Rei do Universo
Agenda Diocesana
9 a 13/11
Semana dos Ministérios
nas regiões (*nova data,
devido a alteração do
calendário diocesano)
13 a 15/11
Retiro Coord. Catequese –
CTE São Roque
14/11
4º Acolhei-vos – Pastoral
da Acolhida – Paróquia
São Lucas
15/11
14º EDIAM –Encontro
Diocesano da IAM –
Centro Pastoral
22/11
Solenidade de Cristo Rei
do Universo – Ginásio José
Corrêa – Barueri
24 a 26/11
Formação Permanente do
Clero
01/12
52° Aniversário de
Ordenação Sacerdotal de
D. Ercílio Turco
03/12
Missa Diocesana - 171
anos do Apostolado de
Oração
08/12
Aniversário Natalício de D.
João Bosco
Novembro de 2015