De Cracóvia a Auschwitz - Missionários do Espírito Santo
Transcrição
De Cracóvia a Auschwitz - Missionários do Espírito Santo
Magustos Missionários Chegou o outono, e, com ele, as castanhas e os magustos. Para a família espiritana, eles fazem parte, há já muito tempo, da sua tradição. Mas, para nós, eles são muito mais do que castanhas e água pé. Eles são sinónimo de comunhão e missão e vêm acompanhados de gestos muito concretos e significativos de solidariedade com a missão. Este ano, a tradição continua. No dia 8 de novembro, membros de todos os grupos da família espiritana não faltarão aos magustos missionários em Barcelos, no Porto, em Coimbra e Cascais. Este ano, pela primeira vez, os grupos da região do Minho vão juntar-se todos numa única festa missionária no CESM - Seminário da Silva. Ninguém falte! www.espiritanos.pt NOVEMBRO 2015 ano 74 nº 873 diretor Tony Neves administrador Nuno Rodrigues Congregação do Espírito Santo publicação mensal de formação e informação missionária De Cracóvia a Auschwitz POLÓNIA Durante a Segunda Guerra Mundial, a Polónia foi palco de grandes atrocidades profundamente marcadas no coração da humanidade. LÚCIA PEDROSA No próximo verão acolherá as Jornadas Mundiais da Juventude. Alimentados pelo tema da misericórdia do Evangelho, milhões de jovens ajudarão a criar novos trilhos de esperança, reconciliação e vida para a humanidade. Encontro Nacional JSF SEMINÁRIO DA TORRE D’AGUILHA O AVIÃO QUE VEIO BOMBARDEAR A CIDADE Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, foi o local escolhido para o Encontro Nacional de Jovens Sem Fronteiras deste ano que, de 8 a 11 de outubro reuniu centenas de jovens, de norte a sul do país. O acolhimento pelo grupo anfitrião foi fantástico. “Ouvir com Sabedoria, Viver com Misericórdia” foi o tema escolhido, sobre o qual se lançaram as reflexões e atividades. Este é, sem dúvida, um momento forte de comunhão que energiza os grupos e marca o ritmo de mais um ano cheio de missão. p11 Em Ano da Vida Consagrada, continuamos a dar-lhe a conhecer um pouco sobre as nossas comunidades em Portugal. Desta vez, apresentamos-lhe a mais numerosa de todas, a do Seminário da Torre d’Aguilha. Ali se formaram e dali partiram muitos missionários. Hoje continua a ser um lugar de referência para a família espiritana. p3 Em ‘Ritmos do Mundo’, Faustino Monteiro parte de uma das suas experiências de voluntariado missionário em Angola, há 18 anos atrás, para nos trazer ao coração um drama a que não podemos voltar a cara e continua, infelizmente, sempre atual: os refugiados. p6 2 NOVEMBRO2015 “Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar” www.refugiados.pt editorial Tony Neves Abrir portas e janelas de par em par é atitude de quem é ousado e não tem medo. Uma janela assim deixa entrar o ar mais fresco e prova que não há receios de chuvas ou ventos. Uma porta aberta dá para entrar e dá para sair. Permite encontros. A palavra ‘par’ também nos recorda as artes das danças. É proverbial a convicção de que para dançar o tango são precisas duas pessoas. Usa-se esta expressão para dizer que a responsabilidade em quase todas as situações é coletiva, não sendo suficiente o empenho de uma pessoa só. Mas, se quis utilizar esta expressão é porque vivemos tempos que apelam á hospitalidade, à abertura de mentalidades e corações. De um momento para o outro, as guerras da Síria, do Iraque e as instabilidades e pobrezas do Sudão, do Afeganistão, da Líbia e outras paragens, inundaram o Mediterrâneo de barcaças a abarrotar de gente. Pouco tempo depois, foram as fronteiras terrestres da Europa que viram chegar milhares de refugiados. Perante tal drama, a Europa entrou em pânico, dividida entre os que querem levantar muros e vedações de arame farpado e os que acham que estamos perante irmãos desesperados que merecem apoio e acolhimento. PAR, em Portugal, significa abraço, casa aberta, coração grande. Traduz Plataforma de Apoio aos Refugiados e junta um sem número de instituições e associações que querem dar corpo á esperança de quem teve de deixar a sua terra para, pura e simplesmente, sobreviver. São muitos os medos e os mitos que se levantam em torno destes refugiados. Há quem tema que terroristas aproveitem a ‘boleia’ para entrar na Europa e nos dizimar. Há quem receie a imposição de ideias religiosas radicais que porão em perigo a calma e cristã Europa. Há quem se ache dono da Europa e se sinta no direito de vedar a entrada a quem quer que seja. Há quem olhe hoje para os muitos sem abrigo e pobres (parece que só agora os descobrem…) e dizem que temos que apoiar e alojar ‘os nossos’ e não quem é estrangeiro. A PAR criou uma estrutura bem organizada com capacidade para favorecer parcerias entre as diversas entidades que querem acolher mas precisam de quem colabore. Por exemplo, há quem tenha casa para oferecer, mas não consiga assegurar alimentação, apoio educativo e sanitário, etc. A PAR está a ajudar a compreender que muitas das instituições que aderiram á plataforma já fazem um trabalho social imenso e reconhecido com os pobres daqui… Vêm aí novos tempos de Misericórdia. Há que abrir corações e vidas a quem é irmão e precisa de nós. O Evangelho só é mesmo Palavra de Vida se os seus seguidores aumentarem a dimensão do seu coração. Este só é humano e cristão se bater ao ritmo do coração de Deus. PADRE ANDREW PRINCE FOFIE NIMOH Akwaaba! “Logo no fim da missa, perguntei ao Andrew como é que se sentia. Ele não disse uma única palavra, mas sorriu, e foi quando eu tirei esta fotografia”. Simon Ayogu Quem chega ao aeroporto de Acra, vê logo em letras maiúsculas e grandes a palavra “Akwaaba” que quer dizer bem-vindo. A verdade é que esta palavra dada a maneira como está escrita, chama a atenção de qualquer visitante atento, especialmente de alguem que chega pela primeira vez. Mas quando se entra nas ruas, os nativos têm uma maneira de dizê-lo que encapsula a hospitalidade ganesa, ou melhor a hospitalidade africana. Basta dizer que Gana é um país bonito com pessoas simpáticas. Os familiares de Andrew foram fenomenais na maneria que me receberam. Ainda não perdi o sabor de variadíssima e riquíssima proeza gastronómica do Gana. A ordenação foi no dia 8 de Agosto no noviciado da Província Espiritana do Gana, em Ejisu, perto de Kumasi. Foi a minha primeira vez que participei numa ordenação no Gana, e foram infinitamente ultrapassadas todas as minhas expectativas. Aconteceu ao ar livre com ameaças de chuva que rapidamente passaram e logo veio um sol que, condizendo com a verdura do ambiente, deu ao dia um brilho divinal. Presidiu à assembleia o espiritano D. John Bonaventure Kwofie, bispo de Sekondi-Takoradi. O coro, liderado também por um espiritano, estava à altura da solenidade desta ocasião. Via-se uma alegria transbordante e indescri- tível entre as aclamações do povo quando foram eleitos cinco novos sacerdotes, um dos quais o nosso Andrew. Logo no fim da missa perguntei ao Andrew como é que se sentia, ele não disse uma única palavra mas sorriu e foi quando eu tirei a foto que acompanha esta reportagem. No domingo de manhã, na sua paróquia de Holy Rosary Suame-Kumasi, o novo ordenado presidiu à grande assembleia que veio agradecer ao Senhor o dom do seu sacerdócio. Foi um momento vivido em oração e admiração especialmente para quem vem de fora. As músicas litúrgicas foram bem cuidadas e a expressão litúrgica ganesa encanta. Antes da bênção final, houve um enorme desfile que nunca mais acabava dos familiares que trouxeram presentes ao padre, e todas elas significativas como ele me explicou depois. Finda a missa, não houve quem não quisesse fazer uma foto individual com o padre. Tive que ‘obriga-lo’ a almoçar pelas 17h. No fim, tive a alegria de partilhar estes momentos únicos e ajudaram-me a relembrar e a reavivar a minha ordenação. Akwaaba! Padre Andrew! O P. Andrew Prince, ao centro, acompanhado do P. Simon Ayogu, à direita, e outros participantes na primeira missa, na sua paróquia. J. C. FERNANDES De par em PAR Sophia de Mello Breyner Andresen D. JOÃO LAVRADOR NOMEADO BISPO COADJUTOR DE ANGRA, NOS AÇORES Natural da Diocese de Coimbra, D. João Lavrador foi nomeado bispo auxiliar do Porto em 2008. No próximo dia 29 de novembro deverá ‘entrar’ na Diocese de Angra, onde deverá suceder a D. António Sousa Braga, que se aproxima dos 75 anos. Na sua primeira mensagem formal ao Povo de Deus nos Açores, manifestou o desejo de ‘aprender’ a ser açoriano: “peço-vos que me aceiteis como um de vós na certeza que quero fazer caminho convosco, partilhando das vossas alegrias, sonhos e aspirações, dos vossos cansaços, desilusões e sofrimentos e aprendendo da vossa riqueza humana e de fé do ser açoriano que tão lucida e profundamente revela no louvor ao Senhor Santo Cristo e nos Impérios do Espirito Santo”. Dirige-se, com carinho, para aqueles que mais sofrem e elege-os como prioridade do seu ministério episcopal. “Permitam-me que tenha uma especial palavra de atenção e de carinho para com os que vivem na pobreza e na marginalidade económica, social, cultural ou religiosa; e para com os emigrantes que tiveram de deixar a sua terra para encontrar o pão em paragens distantes. Ajudai-me a melhor servir a vossa promoção integral”. A Família Espiritana, com uma já longa e fecunda presença em ‘terras do Espírito Santo’ saúda D. João Lavrador e deseja-lhe um fecundo apostolado. MISSÃO NA REDE de Nossa Senhora Mãe de África. Esta peregrinação inédita inseriu-se no contexto das celebrações do ano da vida Consagrada. Facebook: Diocese de Nacala NACALA, MOÇAMBIQUE No início de Outubro, os consagrados de Nacala realizaram uma peregrinação ao Santuário TEFÉ, AMAZÓNIA A Igreja da Missão do Tefé é um marco histórico na longa presença dos missionários na Amazónia. Mas a idade tem os seus custos, e tornou-se urgente a renovação do telhado, para uma missão mais segura e duradoira. Um trabalho difícil que envolve toda a comunidade, dos mais velhos aos mais novos. O nome de cada um será escrito nas novas telhas. Assim se continua a escrever a história da missão. Facebook: Firmino Cachada MANILA, FILIPINAS Finalmente, começou a demolição da velha casa de Manila para dar início à construção do seminário que possa acolher o número crescente de jovens em formação espiritana no sudoeste asiático. Facebook: Daniel Sormani 3 NOVEMBRO2015 Espiritanos em S. Domingos de Rana Desde 1952. Hoje, a comunidade é constituída por 15 espiritanos. Seminário da Torre d’Aguilha 2785-599 São Domingos de Rana Tel. 214 458 440 Fax: 214 451 670 [email protected] Arminda Camati SEMINÁRIO DA TORRE D’AGUILHA Porta aberta à Missão MINI-PAC «Para aprender a crescer» O Seminário da Torre d’Aguilha em 1958, depois de concluída a construção da ala leste, a última a ser terminada. Agostinho Brígido “Neste Seminário foram ordenados várias dezenas de Missionários prontos para se fazerem ao longe e ao largo, particularmente para Angola e Cabo Verde” A 31 de Outubro de 1948 foi assinada a escritura da compra da Quinta da Torre d’Aguilha. Começava a concretizar-se o desejo/necessidade, de construir uma nova Casa para a Teologia nos arredores de Lisboa, pois o Seminário de Viana do Castelo já não correspondia às necessidades da Província. Missão ontem… No Domingo do Espírito Santo de 1948 realizou-se a primeira festa missionária regional para dar a conhecer o projeto e iniciar a campanha de angariação de fundos para a construção do Seminário de Teologia das Missões do Espírito Santo. Organizaram e dinamizaram a campanha os fundadores da LIAM, P. Agostinho de Moura (mais tarde Bispo de Portalegre e Castelo Branco) e P. José Felício, almas cheias de coragem e entusiasmo para levar por diante a construção do Instituto Superior Missionário do Espírito Santo, como assim se chamou inicialmente. A 8 de Dezembro de 1950 – no fim do Ano Santo – em solene cerimónia e com grande concurso de povo, foi benzida a primeira pedra por Sua Eminência o Sr. Cardeal Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Em Outubro de 1952 a casa podia ser habitada. Vindos de Viana do Castelo, os primeiros 46 Estudantes Teólogos chegaram a 29. Dois autocarros os transportaram de Lisboa até à Torre da Aguilha. A abertura solene das aulas foi dois dias depois. Neste Seminário foram ordenados, concluídos os estudos, várias dezenas de Missionários prontos para se fazerem ao longe e ao largo, particularmente para Angola e Cabo Verde. MiniPAC é um projeto conjunto do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), de apoio a imigrantes, e dos Jovens Sem Fronteiras. O primeiro momento de uma resposta que pretende ser mais alargada e continuada foi um campo de férias de 3 dias, para as crianças familiares dos utentes do CEPAC, dinamizado pelos Jovens Sem Fronteiras da região sul, em colaboração com outras instituições. Realizou-se na Quinta do Castelo, no Cacém, de 2 a 4 de setembro. Foi uma experiência muito positiva e ajudou a fortalecer a convicção de que vale a pena continuar. “MiniPAC - Para Aprender a Crescer”, procura dar resposta a necessidades identificadas na população que o CEPAC serve e dinamiza atividades cujo foco principal seja a promoção do desenvolvimento bio-psico-social das crianças. …Missão hoje Hoje, o Seminário da Torre da Aguilha está dividido em diversas partes e responde por várias missões. É Casa de Acolhimento para Cursos, Retiros e diversas actividades de caráter pastoral; é Lar de Seniores (em parte alugada e de exclusiva responsabilidade dos gestores); é Residência de uma Comunidade Espiritana que neste ano Pastoral 2015/2016 é composta por 15 Missionários do Espírito Santo. A Comunidade tem a seu cargo as Paróquias de Tires e Abóboda, a Capelania dos Africanos, a Capelania do Estabelecimento Prisional de Tires, a Capelania do Centro Psicogeriátrico Nossa Senhora de Fátima das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e ainda a Capelania do Hospital Santana na Parede. Além destes compromissos, a Comunidade procura estar sempre disponível para atender às muitas solicitações pastorais que constantemente nos chegam. O P. Miguel é ainda o Coordenador Nacional dos Jovens Sem Fronteiras. A partir desta Comunidade é dada a assistência espiritual aos grupos da LIAM dos concelhos de Oeiras e Cascais. SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS Horizontais: 1. Macacos; Atrasar. 2. Atacava; Urinado. 3. Mudado; Iteramos. 4. Omite; Oros; Ara. 5. Sal; Torpes; Os. 6. As; Macas; Alai. 7. Gil; Avô; Saudar. 8. Inumava; Asilado. 9. Romena; Eva; Sim. 10. Edil; Tiros; Rã. 11. PM; Olaria; Lãs. 12. Ria; Reco; Ilesa. 13. Angelina; Avelar. 14. Carcaça; Acamara. 15. Areosas; Solares. Verticais: 1. Mamo; Agir; Praça. 2. Atum; Sino; Minar. 3. Cadis; Lume; Agre. 4. Acatam; Medo; Eco. 5. Cadela; Anil; Lás. 6. Ovo; Cavalariça. 7. Sá; Otava; Renas. 8. Iroso; Ética. 9. Autor; Avião. 10. Trespassar; Aço. 11. Rir; Elai; Olival. 12. Ana; Saul; Salema. 13. Sama; Idas; Selar. 14. Adoro; Adir; Sare. 15. Rosas; Roma; Aras. http://missaoamarte.weebly.com Em pleno mês missionário, muitas dezenas de jovens aderiram à iniciativa “Missão AmarTe” nascida entre os jovens da Diocese de Lisboa. A organização contou com um trabalho conjunto de jovens oriundos de vários movimentos missionários, incluindo os Jovens Sem Fronteiras, e de diversas paróquias do Patriarcado. Durante os meses de setembro e outubro, foi feito um trabalho de preparação, insistindo sobretudo na preparação espiritual, assente na oração “sustento da missão”. E, no dia 24 de outubro, foram muitos os que aderiram e se encontraram em Alvide, Paróquia de Alcabideche, em Cascais. Houve tempo de oração e tempo de formação específica para a missão que se desenvolveu da parte de tarde na comunidade que acolheu o grupo. Pedro Mateus, um dos jovens que chefia a equipa organizadora, explica o sentido desta iniciativa: “Queremos agradecer a Deus os jovens católicos que partem em missão, partilhar a riqueza de evangelizar, unir forças missionárias da Igreja de Lisboa, acompanhar e oferecer o nosso apoio ao Papa Francisco, que pede aos cristãos que encurtem as distâncias com obras e gestos”. Neste sentido, a partilha de testemunhos é, para todos, uma fonte de enriquecimento. Eis alguns testemunhos de jovens missionários da Diocese de Lisboa: “Tive uma experiência missionária, no ano passado no verão, nas paró- quias do Vau e do Olho Marinho, na Vigararia Caldas da Rainha-Peniche. Ia com alguma expectativa para ver o que iria ser. Recebemos muito mais que aquilo que demos e foi realmente uma experiência única. Boas missões para todos!” Diogo Amaro, 28 anos “Estive dois anos em missão, no interior do Brasil, em Barreiras, com o grupo missionário MSV (Movimento ao Serviço da Vida). Foi uma experiência incrível, especialmente pelo que aprendi com a simplicidade daquelas pessoas. Aprendi tanto com as pessoas que vivem na pobreza e passam por adversidades.” Ana Carolina, 25 anos “Passei o mês de Agosto em missão, em São Tomé, na paróquia de Bem-Bom. Participei em colónias com crianças, formações de gestão e saúde para os adultos. Colaborei com o centro de saúde e com a pastoral da criança. Levei uma mochila a abarrotar, e como devem imaginar, trouxe muito mais. O que tenho para vos dizer é: Amem, e depois façam o que quiserem. Como é? Vamos à missão AmarTe?” Juliana Serrazina, 21 anos “Participei na Missão País 2014 pela Faculdade de Ciências, da Universidade de Lisboa. Fez-me olhar o mundo de forma diferente, não só na forma como aproveitava o meu tempo, percebendo melhor o significado de “não desperdiçar tempo”. Passei a compreender melhor as necessidades das pessoas e aquilo em que podia ajudá-las.” Tiago Fernandes, 23 anos verso... NOBEL CONTRA A MALÁRIA. A notícia provocou espanto e alegria, sobretudo em regiões onde a malária mata. A organização Mundial de Saúde diz que, anualmente, há 198 milhões de pessoas infectadas e 584 mil mortos com malária (ou paludismo). Youyou Tu, da Academia chinesa de medicina tradicional, foi galardoada com o Nobel da Medicina, pela descoberta de novas terapias contra a malária, inspirando-se em plantas usadas na medicina tradicional. Assim se continua a luta contra este flagelo, tornando a sua erradicação cada vez mais próxima. É bom saber que, desde 2000, o número de vítimas mortais deste ‘mosquito feroz’ já desceu 60%. LIGA DOS CAMPEÕES PELOS REFUGIADOS. A proposta foi feita pelo F.C.Porto: ‘Vamos jogar pelos Migrantes!’. O clube português decidiu doar um euro por bilhete da Liga dos Campeões para apoiar os milhares de refugiados que estão a bater às portas da Europa, a fugir das guerras que tornam a vida impossível nas suas terras. A UEFA gostou da ideia e apoiou a iniciativa. Os restantes clubes da liga milionária do futebol europeu aderiram e juntaram-se ao Porto nesta campanha solidária que rendeu vários milhões de euros. ... e o reverso VOLKSWAGEN. É o carro do povo, como se traduz do alemão. É hoje o veículo da polémica que se instalou por causa de um tal ‘kit fraudulento’ pois engana no que diz respeito à capacidade de poluir o ar. Andou meio mundo a comprar carros desta empresa (incluindo Seats, Audis e Skodas) e, no fim das contas, estraga muito mais o ar do que dizem os manuais de instrução. Indignados, os governos, a concorrências e o povo em geral ataca a vergonha desta mentira e são muitos a exigir indemnizações. A falta de seriedade neste caso, causa receios de que os discursos ecológicos de muitas empresas não passem de palavras mentirosas. AFEGANISTÃO. HOSPITAL BOMBARDEADO. Barack Obama telefonou à Dra Joanne Liu, presidente dos Médicos Sem Fronteiras, a pedir desculpa pelo facto de um avião dos EUA ter morto 22 pessoas (3 crianças) no bombardeamento aéreo ao hospital onde os MSF trabalham. O Ministério da Defesa dos EUA diz que foi erro, mas os MSF consideram um ataque á Convenção de Genebra e pedem a constituição de uma comissão de inquérito internacional. 4 NO PERÚ vão ser beatificados 3 missionários mártires a 5 de dezembro. Os franciscanos polacos Michael Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski, e o sacerdote diocesano italiano Alessandro Dordi foram assassinados pelos terroristas do Sendero Luminoso em 9 e 25 de agosto de 1991. São os primeiros beatos do Perú. NO MUNDO aumenta a perseguição contra os cristãos. O relatório “Perseguidos e esquecidos?”, da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, revela que se os grupos islâmicos continuarem a levar a cabo a limpeza étnica de cristãos por motivos religiosos, como tem acontecido neste últimos anos, a sobrevivência da Igreja em certas regiões de África e do Médio Oriente está ameaçada. No Iraque, por exemplo, “o Cristianismo está em vias de desaparecer, possivelmente no prazo de cinco anos”, afirma o relatório. NO CHADE três ataques provocados por homens-bomba que se fizeram explodir no meio da multidão fizeram uma centena de mortos e número indeterminado de feridos. As explosões ocorreram no dia 10 de outubro nas cidades de Baga Sola e em Kousseri, onde residem muitos refugiados provenientes da Nigéria. O ataque é atribuído ao grupo Boko Haram, um grupo terrorista que aderiu ao chamado Estado Islâmico e pretende a instauração de um “califado” nas regiões que controla no nordeste da Nigéria. NO MÉXICO foi celebrada pela primeira vez uma missa em língua nahuatle na basílica de Guadalupe, na cidade do México. Esta língua é falada por cerca de 50 grupos espalhados por 12 dioceses do país. Foi nessa língua que Virgem de Guadalupe falou a Juan Diego na aparição de 1531. A IRLANDA vai receber o 9º Encontro Mundial das Famílias, a realizar-se em 2018 na cidade de Dublin. O anúncio foi feito no encerramento do Encontro deste ano, nos Estados Unidos. Estes Encontros iniciaram-se em 1994 por iniciativa do Papa João Paulo II e repetem-se a cada três anos. Têm o objetivo de celebrar a família como dom de Deus e aprofundar a compreensão da família como Igreja doméstica. NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA uma nova onda de violência no final de setembro provocou a fuga de mais de 40 mil pessoas da capital, Bangui. No caos que se instalou cerca de 40 pessoas foram mortas, edifícios foram destruídos e saqueados e uma igreja incendiada. No final de novembro o Papa Francisco deverá visitar este país. NA INDONÉSIA cerca de 7 mil pessoas fugiram do distrito de Singkil em meados de outubro depois de um grupo de muçulmanos terem incendiado duas igrejas. Singkil nunca tinha registado este tipo de conflito, até porque desde 1979 que vigorava um acordo entre muçulmanos e cristãos. ENCONTRO EUROPEU ESPIRITANO, NA SUIÇA Direitos humanos e refugiados Manuel Carmo Gomes Diretor do CEPAC O encontro anual de delegados ‘Justiça e Paz e Integridade da Criação’ (JPIC) teve lugar na casa espiritana de Bouveret – Suíça, de 8 a 12 de Outubro. Participaram os delegados da Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Espanha, Portugal, Irlanda, Inglaterra, bem como o Provincial da Suíça, o coordenador de JPIC da Casa Generalícia (Roma) e o delegado da Congregação para VIVAT Internacional que trabalha em conexão com o Alto Comissariado de Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra. Direitos Humanos O tema ‘direitos humanos’ (DH) foi abordado por Adrien-Claude Zoller que explicou o funcionamento da ONU e como cada cidadão poderá defender os DH. Os testemunhos enviados pela sociedade civil são importantes para os observadores de Nações Unidas porque poderão ser mais autênticos e actualizados. A ONU foi fundada na sequência da II grande guerra para prevenir uma nova guerra. Os seus princípios são a igualdade e a não descriminação. Os países vencedores da segunda guerra mundial começaram, porém, por colocar de parte os países perdedores, tais como o Japão e a Alemanha. E infelizmente, ainda hoje, a ONU apresenta fragilidades na sua organização e união. Referia o nosso conferencista que, mesmo quando se trata de discutir os DH entre os Estados membros da ONU, são os interesses económicos que ditam as decisões. O nosso trabalho tem RICHARD SUM breves NOVEMBRO2015 Participantes no encontro anual de delegados JPIC na Europa, em Bouveret - Suíça que ser paciente. Infelizmente, muito há para denunciar. O drama dos refugiados A primeira convenção da ONU, em 1948, foi contra o genocídio e, em 1951, foi adoptada a convenção pela proteção dos refugiados da qual surgiu o programa ACNUR (Alto Comissariado de Nações Unidas para os Refugiados) em atenção às pessoas que fugiam do regime marxista do Leste europeu. Na Europa do pós-guerra, era fácil identificar e aceitar um refugiado oriundo do Leste: todos os países marxistas eram maus e, por isso, as pessoas deveriam ser protegidas. Contudo, a realidade dos refugiados rapidamente viria a alargar-se a outras partes do globo. Hoje, ba- tem de novo às portas da Europa. Como temos visto pelos meios de comunicação social, nem a União Europeia nem a ONU estão a dar uma resposta suficiente à recente vaga de refugiados. Respostas Espiritanas Sendo um problema humanitário de JPIC sobre o qual a sociedade civil e a Igreja se devem ocupar, foi um tema abordado nas várias partilhas dos delegados das circunscrições espiritanas. Num plano mais imediato, a nossa actuação, vai ao encontro do recente apelo do Papa Francisco: cada paróquia, cada família religiosa procure acolher uma família de refugiados. Os Espiritanos portugueses aderiram á Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e disponibiliza uma ou duas casas para os acolher. Em colaboração com os amigos e benfeitores, em articulação com outras famílias religiosas e instituições, continuaremos a dar o nosso melhor na resposta a este problema humanitário. «Cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário na Europa hospede uma família, começando pela minha diocese de Roma» Papa Francisco Pela Esperança é que vamos José Gaspar Espiritualidade(s) Na vida e na missão encontramo-nos muitas vezes em encruzilhadas sem saber bem que rumo tomar. Sucede comigo também. Faço opções pastorais, dou-me a elas com paixão, a dada altura não vejo os frutos almejados, o que aparece é o reverso com ares de inverso, a sensação de se estar desorientado e o risco de paralisia pastoral, felizmente e por graça de Deus, passageiro. Perfeccionismo e ansiedade, de mistura com presunção e vaidade, têm muito a ver com isto. Ansiedade, agitação, mau humor até, é o que não me tem faltado ultimamente. Por esta confissão pública, Deus me perdoará. E vejam, tudo isto, que não vem de Deus, como sendo por causa de Deus. Não sei dizer não a certos pedidos de trabalho. Aceito, e depois vejo-me numa alhada e como que sentindo o sufoco de procurar a saída escondida de um túnel. Acabo por sair, não por mim, mas por Deus a quem peço ajuda. Depois, ou por vaidade refinada ou por gratidão incontida, mas, cá bem no fundo, para me justificar, começo a pensar em como as crianças aprendem a nadar: atiradas à água por quem elas sabem que as ama e está perto para lhes deitar a mão. Agradeço, respiro, penso em como ser mais organizado, mas trabalho gera trabalho e aí estou eu, de novo, agitado e de agenda cheia. Ontem ao fim do dia estava mesmo muito cansado. Problemas vários a resolver em casa, na paróquia, e à noite duas horas de “aula” na paróquia vizinha, onde aceitei dar 5 noites sobre o Espírito Santo, com o aviso de que o que se queria eram conteúdos teológicos, não meras exortações morais. Esta foi a 4ª noite. Preparei-me como das outras vezes, rezei, fiz como melhor sabia e Deus fez o resto e muito bem. Era o “dia do professor”. Na sala havia vários, professores e professoras, entre os cinquenta e tantos auditores. Tinham-me dito que no fim haveria uma pequena homenagem a eles. Mandaram que se levantassem e fossem para a frente para se cantarem os parabéns. Depois pedem-me para entrar no grupo da fotografia. Resisto, argumentam que o professor ali sou eu e tenho que aceitar. E oferecem-me um presente: a “agenda 2016 da Fazenda Esperança”. Afinal, uma boa surpresa, bem encenada. Esta manhã abri o presente e comecei a ler a informação sobre “o que é a Fazenda Esperança”. E foi um autêntico banho de luz derramada sobre mim. Eu pensava conhecer a “Fazenda Esperança” por ter visitado algumas vezes, de passagem, a que temos aqui perto de Manaus, na qual muitos dependentes químicos se recuperam. Não sabia nem a sua origem, há uns 30 anos, nem a sua dimensão: 111 unidades terapêuticas em 16 países, Portugal incluso com a Fazenda de Maçal do Chão, Celorico da Beira. A surpresa de ontem e a luz de hoje fizeram-me cair na conta do não sentido de falar do Espírito Santo andando tão centrado em mim. Fale a alegria mais do que as palavras! Andava também encabocado sobre o que escrever para a “Ação Missionária”. A data limite para enviar a minha contribuição tinha expirado e chegou-me da Redação um lembrete. Animado pelo que acabava de viver, resolvi-me a começar de qualquer jeito. Para título ocorreu-me parafrasear Sebastião da Gama, que escreveu assim: “pelo sonho é que vamos, / comovidos e mudos./Chegamos? Não chegamos?/ ( …). Basta a fé no que temos./Basta a esperança naquilo/que talvez não teremos”. A Esperança, tal como a Fé, não vem de mim, é dom do Espírito Santo. Esta é a Esperança teologal, a que “não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Por Ela, sim, é que vamos, havemos de chegar e ter o que esperamos, pese o que pesar a cruz que carregamos. 5 NOVEMBRO2015 A pobreza material e a dignidade humana Simon Ayogu JUSTIÇA E PAZ S em fazer dos mendigos motivo de graça, lembro-me de um que conheci na minha infância cujo nome ninguém sabia. Foi um bom mendigo, pois mendigou até à morte. Perguntei à minha mãe várias vezes por que razão tínhamos de lhe dar uma moeda e ela sempre me respondeu que ele vivia disso. Ele era pobre, não tinha irmãos, veio de longe, dormia no chão de uma barraca até morrer. A imagem deste amigo mendigo me convencia que a razão da pobreza que leva alguns a viver dos outros era escassez dos recursos; mas eu não tinha razão. Com o tempo a passar e com a experiência que vou tendo, vejo em tudo isso uma política. A Pobreza material não é meramente uma privação. É uma degradação; a cauterização das partes mais sensíveis da nossa natureza moral, mental e espiritual, com ferros em brasa; a negação dos impulsos mais fortes e as afeições mais doces; em fim, a desumanização. O pobre não tem nome. A pobreza leva a irrelevância, inconsequência e falta de liberdade. Mahatma Gandhi chama isso a pior forma de violência, jamais cometido contra a dignidade da pessoa humana. É igualmente uma ameaça trágica para a paz e a estabilidade mundial. Talvez por isso é que o filósofo Protágoras, (ca.450BC) intimidado pela dignidade do homem considere o homem como a medida de todas as coisas “Homo omnia mensura”. As suas opiniões não estiveram muito longe daquelas que o Salmista proferiu nos ritmos sagrados do Salmo 8, 5-6, “…Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” Por isso, é inescusável usar o homem como meio para qualquer fim que seja. A razão e a ciência rejeitam-no e a religião condena-o. Tudo porque o homem é o ponto ómega da criação. Ele é o meio caminho entre “Não há dúvida nenhuma que a pobreza material não pode, de maneira nenhuma, ser considerada uma virtude; mas não tire a dignidade ao homem porque o homem é à imagem de Deus; e quem abusa o homem insulta o seu criador” a divindade transcendente e a materialidade, bem como o resumo do universo. Isto significa que o homem é a medida de todas as coisas. A pobreza do nosso século não é apenas o resultado de escassez natural, mas de um conjunto de prioridades impostas ao resto do mundo pelos ricos. Consequentemente, os pobres modernos são considerados como lixo. A economia de consumo e indiferentista do século XXI conduziu a uma cultura de desprezo perante a qual um mendigo é um lembrete de nada. Isto é um escândalo! É um escândalo porque as forças do capital social e ganância política, parecem ter sequestrado o poder nas principais capitais do mundo, e está decidido em querer erguer um império globalizado que irá atender apenas aos seus interesses esbanjadores, mesmo se o mundo inteiro perece no processo. E, para atingir este sonho de império, confundem o mundo com divisões conceituais feitas de ricos e pobres. É uma estrutura feudatária globalizada, em que algumas influências políticas conspiram com alguma cabala sem rosto para manter algumas seções do nosso globo em servidão perpétua para as conveniências de apenas alguns. Hoje, a pobreza de mais de mil milhões de seres humanos em todo o mundo é um capital político para os cálculos estratégicos geopolíticas desta cabala corporativa, com tentáculos nos mais altos escalões do poder. Não há dúvida nenhuma que a pobreza material não pode, de maneira nenhuma, ser considerada uma virtude; mas não tire a dignidade ao homem porque o homem é à imagem de Deus; e quem abusa o homem insulta o seu criador. assim sim Afonso Cunha AUTOMÓVEIS Venda de carros acelera em Agosto. Foram vendidos 11.628 veículos em Portugal, um aumento de 24% quando comparado com o mesmo período do ano passado. DOLCE VITA O maior centro comercial português, com 280 lojas, 34 restaurantes e 9 mil lugares de estacionamento, fica situado no concelho de Amadora, e vai crescer ainda mais. CRESCIMENTO A maior exploração agroflorestal de capitais públicos, com uma área de 18 mil hectares, a Companhia das Lezírias, tem lucros de €1 milhão em 2014. LABORATÓRIO O polo tecnológico de Évora tem o equipamento mais moderno de maquinação computorizada para trabalhar peças metálicas, montar e reparar estruturas de aeronaves. TABELAS DO IRS Filhos valem mais ordenado ao fim do mês. Famílias monoparentais e agregados com salários mais baixos pagam menos impostos. 1,8 milhões vêm carga fiscal desagravada. IGREJA NA CHINA “Por favor, rezem por nós!” «Por favor, rezem por nós, rezem pela Igreja na China. Para que os nossos irmãos e irmãs corajosos, perseverem. Para que aqueles que duvidam se mantenham fortes e para que os fracos e os que erraram, regressem.» assim não ÁLCOOL Mais de 23 mil condutores foram presos com álcool este ano. A GNR apanha em média 709 bêbados/dias e 47 acabam detidos por acusar mais de 1,2g/l. Paulo Aido Fundação AIS A China é um dos países sinalizados no relatório da Fundação AIS, divulgado recentemente, em que a perseguição aos cristãos se acentuou nos últimos dois anos. Todos os que se mantém fiéis ao Papa arriscam a prisão, os campos de reeducação, até a morte. No passado dia 30 de Janeiro, uma sobrinha-neta do Bispo D. Cosme Enxiang foi contactada por um funcionário governamental de Yixian que lhe comunicou, sem mais pormenores, o falecimento do prelado. Desde 13 de Abril de 2001 que ninguém sabia do paradeiro de D. Cosme, de 93 anos, um dos maiores símbolos da perseguição que o governo de Pequim tem exercido sobre os cristãos na China. AIS AIS Cardeal Joseph Zen Ordenado sacerdote em 1947, conheceu a violência da prisão pela primeira vez em 1954, recusando-se a cumprir ordens do regime comunista de Mao Tsé-Tung. Três anos mais tarde, a sua pena foi agravada. Condenado a trabalhos forçados, foi desterrado primeiro para a gélida região de Heilongjiang e depois para as minas de carvão de Shanxi. De corpo franzino, mas com uma espantosa convicção interior, D. Cosme Enxiang sobreviveu às duríssimas condições de vida nessas cadeias, robustecendo ainda mais a sua fé. Libertado em 1980, foi sagrado bispo secretamente dois anos mais tarde. O seu trabalho junto da chamada Igreja Clandestina, fez com que as autoridades o mantivessem detido novamente desde 1987 até 1993. Em Abril de 2001 voltou à prisão e nunca mais se soube nada dele até Janeiro deste ano. Desde então, a família tem reclamado a entrega dos seus restos mortais, mas as autoridades têm-se negado a fazê-lo com receio de que o funeral se possa vir a transformar numa gigantesca manifestação de protesto pela repressão religiosa que se vive na China. Agressão governamental O Cardeal Joseph Zen Ze-kiun é hoje uma voz desassombrada na defesa dos direitos humanos na China, em especial no que diz respeito à liberdade de culto dos Cristãos. Em declarações à AIS, o Bispo emérito de Hong Kong denunciou um clima terrível de opressão dos cristãos, que também existe em relação a outras minorias religiosas, como é o caso dos budistas no Tibete. “O governo chinês intensificou recentemente as perseguições. Vimos igrejas demolidas e cruzes retiradas dos edifícios, por isso, não podemos ter muita esperança no imediato”, acrescentando que “a Igreja ainda está escravizada pelo Governo” de Pequim. Este prelado disse ser “um insulto à fé” e uma “violação dos direitos religiosos dos cristãos”, a campanha das autoridades chinesas de remoção de cruzes e de demolição de templos. Numa mensagem enviada à Fundação AIS, este cardeal, de 83 anos, implora as nossas orações. “Por favor, rezem por nós, rezem pela Igreja na China. Para que os nossos irmãos e irmãs corajosos, perseverem. Para que aqueles que duvidam se mantenham fortes e para que os fracos e os que erraram, regressem.” MORTOS NA ESTRADA Entre 1 de janeiro e 30 de setembro morreram nas estradas 3655 pessoas e registaram-se 1647 feridos graves. Uma taxa-crie é penalizada com prisão e um ano ou multa até 120 dias. ABORTO Em Portugal realizam-se 45 abortos por dia. Em 2014, 52 meninas abortaram devido a uma gravidez indesejada e, neste ano, o Estado pagou €11 milhões. DEMOGRAFIA Há cinco anos que Portugal não cresce. Não há bebés, não retém adultos, não cura os velhos. Somos um país sem esperança. Em 2014 houve menos 198657 pessoas. JUSTIÇA O Estado tem de pagar uma multa de um milhões de euros por atraso em processo judicial com 18 anos. Refere-se a indemnizações na falência de uma empresa. 6 NOVEMBRO2015 À ESPERA DE TRÊS MILHÕES DE JOVENS ritmos do mundo Faustino Monteiro Polónia, de Cracóvia a Auschwitz Lúcia Pedrosa A Polónia é um país da Europa Central, que faz fronteiras com a Alemanha, a República Checa, a Eslováquia, a Ucrânia, a Bielorrússia e a Lituânia. A população é de cerca 40 milhões de habitantes, maioritariamente católicos, muito orgulhosos de serem da pátria de São João Paulo II. Possui uma grande diversidade paisagística. Trinta por cento do seu território está arborizado, abundam as florestas primitivas, lagos, zonas pantanosas, montanhas. Terra de fé e cultura A cultura é também diversa e rica, podendo ver-se inúmeras esculturas, de caráter religioso e laico. Nas minas de sal de Wieliczka há uma grande escultura de sal de João Paulo II, Papa que visitou as minas quando era criança, segundo contam nas visitas guiadas. Saliento ainda o santuário mariano dedicado a Nossa Senhora de Fátima em Zakopan, santuário que marcou a vida deste Santo Papa: um santuário inculturado nas tradições locais onde a madeira reina, nas montanhas com estâncias de ski frequentadas por Karol Wojtyla. A Polónia é muito visitada por judeus de todo o mundo que aí se deslocam em recordação dos milhões que lá morreram durante o holocausto sob a ocupação alemã do país durante a segunda guerra mundial. O campo de concentração de Auschwitz-Birkenau é visitado por milhões de pessoas que se confrontam com os horrores da guerra e do extermínio. Frederik Chopin é um músico polaco que muito contribuiu para a Polónia ser uma referência internacional na música, mas outros nomes se juntam a ele, como Stanislaw Moniuszko, Karol Szmanowski. Cracóvia de S. João Paulo II Cracóvia – diocese natal de João Paulo II, vai acolher as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em 2016, subordinadas ao tema “Bem-aventurados os misericordiosos, pois alcançarão a O mosteiro de Jasna Góra, em Czestochowa, é o santuário mais famoso da Virgem na Polónia e o maior local de peregrinação do país. A imagem da Virgem Negra de Chestochowa é a grande referência deste santuário, a quem atribuem poderosos milagres. LÚCIA PEDROSA LÚCIA PEDROSA Regresso ao drama dos refugiados depois do último artigo que escrevi depois da tragédia das pessoas que morreram na travessia do mediterrâneo. Seriam refugiados ou antes emigrantes económicos? Semântica, tanta semântica. Sim, eu sei que na linguagem diplomática as palavras contam, mas o mundo parece ter-se especializado em semântica, não em humanidade. A semântica pouco tem contribuído para atacar o problema na origem. Ou seja, onde as pessoas são obrigadas a deixarem as suas famílias, os seus amigos, as suas casas e o que resta dos seus pertences, para protegerem praticamente aquilo que lhes sobra: a vida. As imagens que foram passando sobre o drama dos refugiados falam por si. Mas gostaria de recordar uma experiência da minha vida que me fez olhar o mundo a partir de outras lentes. Estive como voluntário em 1997, numa experiência missionária, no Huambo, Angola. Numa altura em que havia um “intervalo” na guerra, que infelizmente voltaria no ano seguinte. Era um jovem como muitos outros que queriam dar seu contributo para melhorar o mundo. A regra dos 3 P’s: o pouco, pequeno e possível. Ouvi histórias reais na primeira pessoa da batalha do Huambo. Recordo-me que me explicaram como se deveria fugir de um avião que viesse bombardear a cidade: “tens de ir em direção ao avião, se fugires na sua frente, estás perdido”. Nunca me esqueci dessa lição. Espero nunca a pôr em prática. Por vezes esquecemo-nos que há gente que não vislumbra sequer uma centelha de uma vida de paz, de segurança e liberdade. Demasiada gente. Gente que procura a vida, porque atrás de si só existe miséria, violência e morte. Gente que fugia do avião permanentemente. Não acolher essas pessoas é colocar em causa os pilares fundacionais das democracias ocidentais que a Europa tanto se orgulha. Recordo uma passagem bíblica que cito de cabeça: “trata bem o estrangeiro, porque tu também já o foste na terra do Egito”. E o Egito para os países da Europa, e é bom não esquecer, foram os Estados Unidos para os irlandeses, o Brasil para os italianos e alemães, a Venezuela para os portugueses. Nesses tempos, os aviões eram outros, mas as razões da fuga eram as mesmas. O mundo sempre viveu numa dinâmica permanente. O que o caracteriza atualmente é a nossa dificuldade em assimilar os problemas em toda a sua dimensão, dada a sua complexidade, a facilidade com que nos entra pela casa adentro e a velocidade com que nos sentimos ultrapassados por eles. À nossa escala podemos sempre seguir a regra dos 3 P’s. Auschwitz misericórdia”. Jovens do mundo inteiro encherão a Polónia de 28 a 31 de Julho. Segundo a arquidiocese de Cracóvia, as JMJ estão a ser preparadas de forma serena, esperando 3 milhões de participantes entre os quais o querido Papa Francisco, que visitará o santuário mariano de Czestochowa e fará uma visita pessoal ao campo de concentração de Auschwitz. Karoy Wojtyla nasceu em Wadowice e era Arcebispo de Cracóvia quando foi eleito Papa em 1978. Como foi ele o pai das Jornadas Mundiais da Juventude, tornou-se o seu natural ‘Padroeiro’ e será muito evocado nas JMJ 2016. A Senhora Negra de Czestochowa O mosteiro de Jasna Góra, em Czestochowa, é o santuário mais famoso da Virgem na Polónia e o maior local de peregrinação do país. A imagem da Virgem Negra de Chestochowa é a grande referência deste santuário, a quem atribuem poderosos milagres. É um ícone bizantino de 1434 re- LÚCIA PEDROSA O avião que veio bombardear a cidade presentando a Virgem com o Menino. O mosteiro de Jasna Góra foi fundado em 1382 por monges paulistas que trouxeram o ícone original e vieram da Hungria a convite de um nobre. A morte em AuschwitzBirkenau Este ano faz 70 anos que as forças soviéticas libertaram o campo de Auschwitz, onde encontraram 7650 prisioneiros doentes e moribundos. Hoje o campo é Património Mundial da UNESCO, já visitado por 30 milhões de pessoas. É preservado como memorial e museu. Por cima do portão de entrada estão escritas as palavras “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta). Auschwitz é sinónimo de morte, crueldade e aniquilação dos Judeus, Holocausto. É um cemitério enorme. O campo de Auschwitz conhecido por Auschwitz I, abriu em Junho de 1940 quando chegaram os primeiros prisioneiros políticos polacos. Em Março de 1941, a 3 km iniciou-se a construção de Auschwitz II – Birkenau, como um campo de traba- 7 NOVEMBRO2015 provocações Glória Lopes “Bem-aventurados os misericordiosos, pois alcançarão a misericórdia” Tema das Jornadas Mundiais da Juventude 2016 No Domingo de Ramos de 1984, a Praça de S. Pedro acolhe o Encontro Internacional da Juventude, por ocasião do Ano Santo da Redenção. Um ano depois, no mesmo dia, acontece novo encontro, por ocasião do Ano Internacional da Juventude. A 20 de dezembro de 1985, João Paulo II anuncia a instituição do Dia Mundial da Juventude. Desde então, jovens de todo o mundo celebram este dia, seja nas suas dioceses, no Domingo de Ramos, seja numa celebração internacional, em lugar e datas apropriadas. Já lá vão 30 anos. Ano Tema 1ª 1986 “Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1Pd 3, 15) 2ª 1987 “Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor” (1Jo 4, 16) 3ª 1988 “Façam tudo o que ele lhes mandar” (Jo 2,5) 4ª 1989 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6) 5ª 1990 “Eu sou a videira; vocês são os ramos” (Jo 15,5) 6ª 1991 “Vocês receberam o Espírito que os adota como filhos” (Rm 8,15) 7ª 1992 “Vão pelo mundo todo e preguem o Evangelho a todas as pessoas” (Mc 16,15) 8ª 1993 “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10,10) 9ª 1994 10ª 1995 “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21) 11ª 1996 “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6,68) 12ª 1997 “Mestre, onde moras? Vinde e vereis” (Jo 1,38-39) 13ª 1998 “O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas” (Jo 14,26) 14ª 1999 17ª Buenos Aires, Argentina Czestochowa, Polônia Denver, EUA Manila, Filipinas Paris, França Roma, Itália “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23) 2002 “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt Toronto, Canadá 5,13-14) 18ª 2003 “Eis a tua Mãe!” (Jo 19,27) 19ª 2004 “Queremos ver Jesus” (Jo 12, 21) 20ª 2005 “Viemos adorá-lo” (Mt 2, 2) 21ª Colónia, Alemanha 2006 “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 118 [119], 105) 22ª 2007 “Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34)” 23ª 2008 “Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas” (Act 1, 8) Sidney, Austrália 24ª 2009 “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1 Tm 4, 10) 25ª 2010 “Bom mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (Mc 10,17) 26ª 2011 “Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé” (Cl 2, 7) 27ª 2012 “Alegrai-vos sempre no Senhor!” (Fil 4,4) 28ª 2013 “Ide e fazei discípulos entre as nações!” (Mt 28, 19) 29ª 2014 “Felizes os pobres de espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3) 30ª 2015 “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8) xo, á exceção dos domingos, reservado para limpeza e banho. Cerca de 6 mil SS trabalharam em Auschwitz. Estes cobravam a mão-de-obra dos prisioneiros nos complexos industriais como mão-de-obra não qualificada. Várias indústrias alemãs como a siemens-schuckert construíram as suas fábricas na área, para aproveitarem o trabalho escravo. Devido á falta de condições de higiene e alimentares, a taxa de mortalidade era altíssima. A expectativa de vida dos trabalhadores era de cerca de 4 meses. As Jornadas Mundiais da Juventude É este país cheio de história, como páginas belas e outras de horror que irá acolher as Jornadas Mundiais da Juventude. Esta história, cheia de luzes e de sombras, e este povo poderão ajudar a crescer na capacidade de renascer, de compreender alguns erros da humanidade, com uma natureza que sempre nos pode mostrar o “ramo de amendoeira florida” de Jeremias. Santiago de Compostela, Espanha “O Pai vos ama” (Jo 16,27) 15ª 2000 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14) 16ª 2001 Cel. Internacional lhos forçados, para experiências médicas e extermínio - local para a ‘Solução Final’ dos Judeus. Aqui morreram mais de três milhões, cerca de 2.500.000 gaseificados e 500.000 de fome. Os comboios chegavam até à rampa onde as pessoas eram despejadas e selecionadas. Em 1942 iniciaram o uso de câmaras de gás, para extermínio (milhares de pessoas por dia) eram asfixiadas com gás, onde ficavam durante 20 minutos a agonizar; vómitos, hemorragias nasais… depois de morrerem eram-lhes tirados os dentes de ouro para fazer barras e incineradas num dos quatro fornos crematórios. Os nazis levaram para lá pessoas de toda a Europa, para além de judeus (cerca 90%), ciganos, prisioneiro de guerra soviéticos, homossexuais. Para os polacos, Auschwitz é símbolo de sofrimento e martírio tendo como expoente São Maximiliano Kolbe. Este padre morreu de fome na cela da morte, depois de ter dado a vida em troca de um prisioneiro pai de família. Os prisioneiros tinham que trabalhar todos os dias nas fábricas de armas associadas ao comple- Madrid, Espanha Rio de Janeiro, Brasil João Paulo II foi o pai das Jornadas Mundiais da Juventude e tornou-se o seu natural ‘Padroeiro’. Será muito evocado nas JMJ 2016, que se realizam em Cracóvia, sua diocese natal. O meu sonho Meu Pai, venho ‘desabafar’ Contigo o sonho que me invade e me deixa perplexa. Mês de Novembro, mês consagrado a rezar pelas almas, o mês que nos convida à Santidade e este ano um novo acontecimento vai marcar a nossa vida, o Ano Jubilar da Misericordia. Diz o Papa Francisco: “Estou convencido que toda a Igreja poderá encontrar neste jubileu a alegria de redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a consolar os homens e as mulheres do nosso tempo”. Meu Pai, sempre que é convocado um ano jubilar, abrem-se as portas das quatro basílicas de Roma, porquê? Isto terá a ver com a mobilidade de homens e mulheres em busca da novidade, da santidade? Parece-me escutar aquele texto do Génesis: Abraão deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai…. Vai… Abraão é convidado a uma migração total, deixando para trás uma realidade concreta o país, o material a paisagem bela e sedutora aos olhos, não menos importante a deixar é a realidade pessoal; a casa paterna, onde se geraram relações, onde a vida circula, onde se vivem momentos densos de amor e fraternidade. Aqui descobrimos o eixo central a que o Papa Francisco nos convida a viver: “Olhar o passado com gratidão. Viver o presente com paixão. Abraçar o futuro com esperança.” O chamamento de Abraão abrange a sua realidade totalizante que mexe com a vida passada, presente e futura, em todos os aspectos. Sobressai aqui uma profunda vivência do ser humano, muito mais que a simples deslocação geográfica. Sim Pai, neste momento da nossa história quantos irmãos nossos experimentam em suas vidas esta situação, e eu, nós o que fazemos? Como nos disponibilizamos para os ajudar? Abre-nos Senhor. Diante de Ti, eis os nossos irmãos que anseiam paz, pão, amor, fraternidade, acolhimento. Tu és o Senhor da Vida. Tu és o Cristo Vivo, o Filho Bem-amado. Tu és o Sol do nosso peregrinar Tu és o Óleo da nossa sabedoria Tu és a Fortaleza da nossa humanidade . Tu és a Coroa da nossa humildade. Tu és o Pão da nossa fome. Tu és a Agua viva da nossa sede Tu és o Caminho da nossa missão Tu és a Vida da nossa vida. Faz Senhor, que cada um de nós, jovens ou adultos, nos sintamos chamados, a um ‘mais’ para o Teu Serviço. Dá-nos um coração humilde, aberto e disponível para Te encontrar, em cada um dos nossos irmãos que vagueiam pelo mundo. Queremos dizer-Te: eis-me enviai-me. 8 NOVEMBRO2015 «O desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas» animação missionária Nuno Rodrigues Como se faz a paz? Todos desejam a paz mas nem todas a conseguem construir. A paz não é uma mera palavra mas acima de tudo uma realidade tão nobre e tão essencial ao nosso viver. O mundo está farto de palavras, de conferências, de cimeiras, de acordos bilaterais e de tudo o resto. Mas nem assim se consegue construir a Paz. O Papa Francisco numa das suas homilias matutinas, perguntava isto mesmo: Como se faz a Paz? E responde, Cristo é a paz. O príncipe da Paz. Aquele que traz a luz, que faz a paz. E como fez Ele a paz? Dando a sua vida como uma oferta, uma oração para o perdão de todos. Acrescenta, o Papa: “A paz salva, a paz faz-te viver, crescer; a guerra aniquila-te, arrasta-te para baixo. É fácil ouvir pessoas que dizem: «Padre, foi terrível o que aconteceu ali!». Mas certas situações, recordou Francisco, não se verificam só longe de nós: “A guerra existe também nas nossas comunidades cristãs, entre nós”. E, como resposta, o Papa relançou “o conselho que hoje nos dá a liturgia: “perdoai-vos uns aos outros”, referindo-se ao trecho da carta aos Colossenses (3, 12-17).” Para este existem duas palavras-chave para a construção da Paz: “A primeira, é o perdão: se não aprendermos a perdoar-nos, estaremos sempre em guerra”. Daqui o convite de Paulo: “Assim como o Senhor vos perdoou, perdoai-vos também vós”. Mas “se tu não souberes perdoar — acrescentou ainda Francisco — não és cristão, porque não fazes o que fez o Senhor”. Mais ainda: “Se tu não perdoares, não podes receber a paz do Senhor, o perdão do Senhor”. “Há outra palavra — explicou o Pontífice — proferida por Jesus no Evangelho, porque se repete o mesmo tema: misericórdia”. No trecho de Lucas (6, 27-38) o Senhor diz: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”. O convite é a “compreender os outros, não a condená-los: o Senhor, o Pai é muito misericordioso, sempre nos perdoa e quer fazer a paz connosco. E devemos ser “misericordiosos também entre nós”. Em vez de nos lamentarmos — «mas aquele fez isto...» — é necessário perguntar-se: «E eu o que fiz?». Aliás, quem pode dizer “aquele é mais pecador do que eu? Ninguém pode dizer isto. Só o Senhor sabe”. O estilo cristão é “ternura, bondade, humildade, mansidão, magnanimidade”. E, em definitivo, “o estilo de Jesus, o estilo com o qual Jesus fez a paz e a reconciliação, até ao fim”. A ponto que, “no final, no último suspiro de vida, conseguiu ouvir aquele ladrão que dizia; “Sim, sim, sim, vem comigo, querido, hoje estarás comigo no Paraíso”. Saibamos construir a Paz com as armas do perdão e da misericórdia. Papa Francisco, Sínodo dos Bispos sobre a família VIANA DO CASTELO Assembleia Diocesana da LIAM Os diversos grupos da LIAM da diocese de Viana do Castelo encontrara-se, no dia 27 de Setembro, na Paróquia de Refoios de Lima, Arciprestado de Ponte de Lima, para iniciar o novo ano pastoral. Estiveram presentes mais de 200 pessoas vindas dos diversos Arciprestados da nossa diocese. O Pe. Tiago Barbosa, animador missionário, apresentou o programa missionário que inclui os encontros nacionais, os momentos de encontro pessoal com Deus (retiros, recoleções, dias de deserto, peregrinações…), festas missionárias, formações com cariz missionária. Todos estes momentos programados devem impelir para que todos os batizados estejam sempre em estado de missão e que não exista motivo algum para que este espírito missionário se perca. Tal como diz o lema para este ano pastoral: «Missão sempre e em todas as frentes». A missão não se resume em fazer muitas atividades ou encontros, mas que cada liamista procure, com pequenos gestos, ajudar a comunidade paroquial a tornar-se mais missionária. Todos os cristãos estão convocados para a missão! Esta convocação foi bem visível na comunidade paroquial de Refoios de Lima. Des- de as crianças até aos adultos esforçaram-se para abrir os horizontes da missão na comunidade. O momento da Eucaristia foi o momento central desta vivência missionária, vivida pelos liamistas e pelos paroquianos: a Igreja estava colorida com umas faixas representando as cores dos continentes; a catequese, através de uma representação sobre os refugiados, sensibilizou a todos os presentes para que não tenham medo de acolher e de amar todos aqueles que procuram uma vida mais digna; os jovens lançaram umas fitas de diferentes cores pela comunidade para que, ao saírem da Igreja, criassem laços de comunhão entre todas as pessoas, fazendo com que o testemunho cristão seja credível pela sociedade. De fato, é na Eucaristia que surge o compromisso de evangelização e o impulso à solidariedade e, ao mesmo tempo, desperta a cada cristão o forte desejo de anunciar o Evangelho e testemunha-lo na sociedade para que seja mais justa e humana. D. Anacleto Oliveira, durante a sua homilia, incentivou para que as paróquias fossem mais missionárias, encorajando a todos, sem exceção, a não ter medo de sair e testemunhar Cristo em toda a parte, começando pelas nossas paróquias e pelos diversos países que necessitam de descobrir ou redescobrir a beleza do Evangelho. Olhando para o exemplo dos grupos da LIAM, apelou aos jovens para que não tenham medo de pertencerem a grupos missionários, pois estes grupos ajudam muito no vasto campo da evangelização. Valorizou muito o trabalho dos Jovens Sem Fronteiras (JSF), estimulando para que fundassem grupos ligados a este movimento na diocese. O trabalho destes jovens ligados à família espiritana já se tem sentido nesta diocese. Ao longo deste ano, houve duas semanas missionárias: uma durante a Semana Santa, em Lavradas, Ponte da Barca e outra, no mês de Agosto, em plena cidade de Viana do Castelo. Foram semanas de partilha de fé e do anúncio desta alegria de ser cristão. ALGARVE Retiro Anual da LIAM O Ano Santo do Jubileu da Misericórdia, que se iniciará no dia oito de dezembro, será um tempo oportuno para todos se aproximarem do coração misericordioso de Deus Pai. NA CASA DO PAI Decorreu, de 10 a 11 de Outubro, na Casa de Retiros de São Lourenço de Palmeiral, o retiro espiritual anual da Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) da diocese do Algarve. Contou com 34 elementos oriundos de varias paróquias onde se encontram núcleos do movimento missionário da Família Espiritana. O retiro iniciou com acolhimento e oração de Laudes e decorreu num ambiente sereno e tranquilo. Ao longe de dois dias foi abor- dado o tema “Felizes os Misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. O orientador, Padre Paulinus Anyabuoke, o sacerdote missionário da Congregação do Espirito Santo, da Paróquia de São Brás de Alportel, explicou a vivência da misericórdia como uma exigência evangélica, que convida os cristãos a serem misericordiosos como Deus nosso Pai. Desde o início, a prática da misericórdia foi e continua a ser uma forma eficaz de viver a fé cristã. Recordou aos participantes que não se pode separar o ato da misericórdia da vida espiritual. O Ano Santo do Jubileu da Misericórdia, que se iniciará no dia oito de dezembro, será um tempo oportuno para todos se aproximarem do coração misericordioso de Deus Pai. Ele convidou os Liamistas do Algarve para aproveitar no máximo este tempo da Misericórdia que Igreja nos oferece para aprofundar a sua comunhão com Deus e o seu compromisso missionário. O retiro encerrou com a Eucaristia dominical e o almoço. José Manuel dos Santos Silva Nascido a 01/11/1931, Falecido a 07/09/2015 Marido da Erondina Silva da LIAM de Santarém 9 NOVEMBRO2015 Saiba mais sobre a ONGD Sol Sem Fronteiras, a campanha de Natal, e os seus projetos, na internet: www.solsef.org SOL SEM FRONTEIRAS Campanhas de Solidariedade Projeto Amazónia (P. Farias) LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€ Proprietários da Fábrica “Irmãos Rodrigues” 150,00€ LIAM Meixomil 80,00€ LIAM Figueiró 60,00€ Mª Eduarda Faria Gomes 14,00€ Cristovão Neto, Meixomil 100,00€ Margarida M.P. Calado Lopes 25,00€ Anónima, Lamas de Orelhão 250,00€ LIAM Ponte do Lima 910,00€ LIAM Lourinhã 180,00€ LIAM Turcifal 300,00€ LIAM Gondomaria 200,00€ LIAM Benedita 130,00€ LIAM Mata do Fárrio 115,00€ LIAM S. Mamede da Ventosa 705,00€ Crismandos do Cartaxo 90,00€ Mª Conceição Ferreira Soares 40,00€ Susana Janela Birra 16,00€ Mª Alice Santos 44,00€ Paróquia Paço d’Arcos 50,00€ LIAM Santarém 50,00€ Rosa Amélia T. Soares 20,00€ LIAM Santa Catarina 350,00€ Projeto Moçambique (P. Raul, P. Damasceno) LIAM Algarve 125,00€ LIAM Stª Catarina, Algarve 50,00€ LIAM Castanheira do Ribatejo (estufas solidárias) 200,00€ (ofertas dos Liamistas) 120,00€ Maria Jesus C. Antunes 250,00€ Clara de Castro 73,00€ Maria Odette Roxo 43,00€ Anabela Mª Roncon Roxo 13,00€ Alice Conceição A. Peixoto 62,00€ Rita Cardita, MOMIP 100,00€ LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€ Aniversário de Ordenação Pe. Nuno Rodrigues 330.12€ Hedwiges Glória, Calvos 18,00€ Alfredo Conde, Calvos 11,00€ LIAM Brandara, P. Lima 100,00€ LIAM Cendufe, A. Valdevez 50,00€ Loja Solidária LIAM Meixomil 100,00€ LIAM Guarda 10,00€ LIAM Turcifal 300,00€ LIAM S. Mamede da Ventosa 305,00€ LIAM Enxabarda 206,00€ ASES90,00€ Anónimo, Porto 167,50€ Conceição Paim, Porto Judeu 6,50€ Anónimo, Tires 20,00€ LIAM Carvalhal Benfeito 376,40€ Bolsas de Estudo LIAM Alfornelos LIAM Fão, Esposende LIAM Godim 250,00€ 250,00€ 175,00€ Outros Projetos Missionários Missões Familia Pe. Marinho Lemos - Pe. Firmino Cachada 200,00€ Fundo de Solidariedade Espiritana LIAM Vila Chã, Esposende LIAM Fão, Esposende LIAM Apúlia Ibrantina Sousa, Lamas de Orelhão Mª Rosário Braga Cruz Justina Arcanjo Anónima Passos, Mirandela Mª Augusta Carreira LIAM Santa Catarina 700,00€ 100,00€ 10,00€ 20,00€ 30,00€ 148,00€ 20,00€ 201.78€ 60,00€ Centro Vocacional e Seminário da Praia (Cabo Verde) LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€ LIAM Barreiro 41,00€ LIAM Carvalhal Benfeito 45,49€ Anónimo, Pousos 100,00€ Mª Ester de Sousa Martins, P. Brandão 15,00€ Custódia Lourdes V. Oliveira 50,00€ Pároco de Soito 20,00€ Maria Jesus Alexandre Martins 39,00€ Atenção Os cheques e vales de correio para pagamentos da Ação Missionária e da Editorial (Almanaques e calendários) deverão ser endossados a: Missionários do Espírito Santo Para transferências bancárias é favor usar o NIB: 0010 0000 1997 7900 001 18 Informar sempre a LIAM, por telefone ou email, das transferências efetuadas: [email protected] Com a época natalícia a aproximar-se a passos largos, Sol sem Fronteiras abre mais uma edição da Campanha de Natal. Um pouco por toda a parte, começa a procurar-se presentes para oferecer a amigos e familiares, mas torna-se cada vez mais difícil adquirir algo original e, ao mesmo tempo, que contenha o verdadeiro espírito do Natal. Agora, através desta campanha de Solsef, pode adquirir uma prenda que junte o melhor dos dois mundos – como pode ver na imagem, tem vários produtos à escolha, desde figuras religiosas a presépios, terços, porta-chaves ou carteiras. Cada produto é um presente especial, pois, por um lado, cada peça é única, uma vez que todos os produtos são feitos artesanalmente e, por outro lado, ao adquirir um dos nossos produtos estará a contribuir para uma causa solidária de Sol sem Fronteiras – neste caso, para o Projeto de Cooperação Internacional “Juntos na Aprendizagem - Reforço integral, desde o enfoque do de- senvolvimento humano e a perspetiva de género, do ‘Complexo de Apoio ao Ensino Secundário da Paróquia de São José de Itoculo’ em Moçambique.” Este Projeto tem o objetivo específico de beneficiar 110 jovens em Itoculo (Moçambique), 60 raparigas e 50 rapazes. Estes jovens vivem com condições sociais e económicas frágeis e, muitas vezes, residem longe da escola, o que dificulta o acesso ao ensino e o desenvolvimento dos seus estudos. Assim, Sol sem Fronteiras pretende construir um Lar para Rapazes para que os jovens possam estudar e residir com todas as condições favoráveis ao seu desenvolvimento pessoal e profissional, algo reforçado pelas ações de formação que procuramos também implementar neste Lar. Em Itoculo, o Lar já começou a ser construído e Sol sem Fronteiras conta que abra as portas e comece a funcionar a partir de 2016. Contudo, para que tudo corra conforme os nosso planos, necessitamos ainda de financiamento – é aqui que a sua participação na nossa campanha de Natal se torna indispensável! Todos os lucros dos produtos vendidos através desta campanha serão aplicados neste Projeto, de forma a poder alojar os jovens estudantes de Itoculo num local favorável à sua aprendizagem, que reuna todas as condições para que possam viver a sua juventude em pleno. Por isso, este Natal, ofereça um presente especial, um presente que dê um sorriso não só a um amigo mas também a 110 jovens moçambicanos. Escolha o(s) produto(s) de que mais gosta através da imagem apresentada ou através do nosso site (www. solsef.org) e encomende – ligue 213 940 047, 960 225 472 ou 917 170 726 ou envie email para info@ solsef.org. Sol sem Fronteiras e os jovens de Itoculo agradecem por tornar este Natal mais solidário. Obrigado, por ajudar o Sol a nascer para todos! de ver o fim das misérias da vida: não creio que este fim esteja muito longe, pois vejo-me morrer aos poucos». Passaram-se só quatro dias, para o desejo do P. Laval se cumprir. Nos últimos momentos, sofreu muito. De vez em quando, assustava-se com o fim. Mas vinha sempre ao de cima a sua plena confiança em Deus, marcada pela alegria de ter gastado a vida no serviço dos pobres: «Bons amigos - diz ele a vários membros da Conferência de S. Vicente de Paulo, no leito da morte -, vós cuidais dos pobres; é uma bela missão. Continuai a cuidar deles, são os amigos de Jesus Cristo. Não esqueçais nunca que um copo de água não fica sem recompensa quando é dado em nome de Jesus Cristo. Quanto a mim, amigos, declaro-vos que, se tenho um pouco de confiança no momento de aparecer diante de Deus, é porque amei os pobres, porque trabalhei sempre pelo pobres. Espero que, por causa daqueles que salvei, com a ajuda da graça, Deus, apesar dos meus numerosos pecados, terá misericórdia de mim». Pouco depois, disse a outros amigos: «Que felicidade ter trabalhado pelos pobres de Nosso Senhor! Que boa ideia tive em me consagrar à salvação dos pobres! Bendigo, agradeço a Deus por isso!» Olhar de Fé sobre a Morte Agostinho Tavares BEBER DA FONTE ESPIRITANA O Beato Tiago Laval, cada vez mais desgastado e enfraquecido, não resistiu a um duplo ataque de apoplexia e hemiplegia: acabou a sua carreira neste mundo, no dia 9 de Setembro de 1864. No dia 5 de Setembro tinha escrito uma derradeira carta a sua irmã. Nela nos deixou um belo olhar de fé sobre a morte: «Minha querida irmã, perdeste a tua boa Augusta, depois de uma longa e dolorosa doença. É uma cruz bem pesada para uma mãe carregar, e a natureza tem dificuldade em aceitar. Partilho a tua dor, tanto quanto um irmão pode fazê-lo. No entanto, resta-te uma grande, sim, uma grandíssima consolação: é que a tua querida filha teve uma morte preciosa diante do Senhor. Purificada por uma longa e dolorosa doença, passou deste mundo para a eternidade munida com os sacramentos da Santa Igreja, o que muito me consolou; esperemos, pois, que esta boa alma tenha chegado ao repouso eterno, ou, pelo menos, que em breve que goze dele. Em todas as minhas orações, lembro-me dela junto do Senhor Jesus e da bem-aventurada Virgem Maria. Esta separação é muito dolorosa para ti, mas nós, que temos fé, sabemos que ela será de curta duração, visto que, depois de alguns anos, Deus nos vai reunir para sempre no seu paraíso. Consolemo-nos, pois, nesta santa esperança, e rezemos pela nossa querida defunta. Que o Senhor Jesus e a Sua Santa Mãe te consolem, queridíssima irmã. Só Eles são a nossa consolação na terra e na eternidade. Ah! possamos nós gozar em breve da clara visão de Jesus e de Maria! Tenho enorme pressa 10 NOVEMBRO2015 «Peço-vos para serem protagonistas de mudança, construtores do mundo novo! Queridos jovens, por favor, não fiquem ‘ver da varanda’ a vida a passar!» Papa Francisco, Jornadas Mundiais da Juventude 2013 planeta jovem Salomé Peixoto Sabedoria e Misericórdia JOVENS SEM FRONTEIRAS EM SANTO OVÍDIO Entretanto estás sozinho, a rua é silêncio e a luz incerta como a hora que teima em não passar. Uma voz chega zangada e repentina, espera, afinal está nervosa, exaltada… preocupada, essa sim é a palavra! Instantes antes ouviste muitas vozes em uníssono, estariam alegres, era verdade, ou entusiasmo aparente? Forçado… Antes ainda uma voz apenas. Forte, intercalada com outras pequenas vozes, fracas, a fazerem-se de decididas. A voz irrompe e continua sem cessar, cheia de certezas, perguntas que não querem calar!? Interjeições! Inseguranças, acusações! Afinal o que significa ouvir? É um exercício, um dom? “- Sou bom ouvinte”, dizem. Ouvir pressupõe atenção e mais do que isso compreensão e conhecimento. Em Santo Ovídeo, advogado contra as dores de ouvidos e os maridos infiéis, mas fiquemo-nos pelos ouvidos, fomos convidados, durante o Encontro Nacional dos Jovens Sem Fronteiras, a ouvir com sabedoria, essa coisa própria de filosofias várias. Sabedoria não se trata de inteligência, é antes algo que nos ajuda a saber como agir, e como é difícil escutar com a sabedoria de não julgar, com a sabedoria de ajudar. Difícil é ouvir com sabedoria e o que se poderá dizer de viver com misericórdia? O Papa Francisco convocou o Ano Santo da Misericórdia após pensar em como a Igreja pode abraçar a sua missão de ser testemunha da misericórdia. Francisco afirma que este “é um caminho que começa com uma conversão espiritual, defendendo ainda que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém” (…) “as suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, realçou o Papa. Não fiquemos pelo dar de comer a quem tem fome e vamos ousar dar bons conselhos sem segundas intenções, corrigir, perdoar, ser pacientes a cada dia, por mais duro e desafiante que estes pequenos gestos de misericórdia se revelem, pois é no dia a dia que estaremos a ser verdadeiros cristãos, que tudo fazem por um mundo melhor. O Jubileu da Misericórdia foi proposto pelo Papa Francisco para a Igreja Católica e vai começar no dia 8 de dezembro e decorrer até ao dia 20 de novembro de 2016. Vamos ouvir com sabedoria o que Ele nos pede e viver com a misericórdia que teima em ser esquecida, excluída mesmo, do nosso quotidiano. Outubro significa missão. Mas também significa entrega, testemunho, união. Mais ainda: é sinónimo de Encontro Nacional dos Jovens Sem Fronteiras, onde todos os jovens, de norte a sul do país, pertencentes ao movimento são convidados a vivenciar a fé que os une e a partilhar o amor que nutrem por Jesus Cristo. «Ouvir com Sabedoria e Viver com Misericórdia» Santo Ovídio foi o local escolhido. Os dias 9, 10 e 11 de outubro deram lugar à concretização de um sonho, já antigo, para o grupo organizador que tão bem nos acolheu. Juntos, os jovens refletiram sobre o tema proposto: “Ouvir com Sabedoria, Viver com Misericórdia”. Duas expressões fortes que se diluíram e simplificaram durante o fim-de-semana. Na noite de sexta-feira, todos os grupos foram acolhidos com a alegria que tão bem caracteriza este movimento missionário, tendo-se seguido a atuação dos Xilobaldes, um grupo formado na oficina de música do Projet’Arte, sendo que os seus registos musicais são feitos, maioritariamente, com objectos reaproveitados. O dinamismo e a interação que tiveram com o público foram os pontos altos da sua atuação, sendo os risos e as gargalhadas uma constante. A oração da noite, dado o diferente tempo de chegada das diferentes regiões, foi divida em duas partes: uma primeira que foi rezada, simultaneamente, por todas as regiões, algumas ainda em viagem; e a segunda parte rezada em conjunto, como uma só família, após a chegada de todos os grupos, no auditório da Escola Secundária António Sérgio. O sábado começou também em oração, desta vez com o grupo Ponte 2015, que testemunhou qual a realidade vivenciada em Queimados, Rio de Janeiro, durante o mês de agosto. Posteriormente, decorreu a sessão de abertura oficial do encontro, que contou com a presença do Padre Fernando Nuno Queirós, Pároco de Santo Ovídio, de Marília Raro, Diretora da Escola Secundária António Sérgio, e de Miguel Lemos Rodrigues, Tesoureiro e responsável pelo Pelouro da Juventude na Junta de Freguesia de Mafamude e Vilar do Paraíso, que tiveram palavras de incentivo para com o trabalho até aqui realizado e desejaram que o encontro fosse mais um marco nessa caminhada. De seguida, o Padre Rui Santiago, missionário redentorista, cujo objetivo é o de dar a conhecer Jesus de Nazaré e o seu projeto de vida como uma proposta eficaz para a realização de pessoas felizes e empenhadas na construção de um mundo mais justo e fraterno. A forma de falar cativa quem o ouve, tendo transmitido várias mensagens marcantes. Afirmou que, para se ouvir com sabedoria, não se deve ter a atitude de “ouvir para” mas sim a atitude de “ouvir, pronto”, acolhendo a pessoa como ela é. Quanto ao viver com misericórdia, defende que “amar o próximo ou é amar ao perto ou é coisa nenhuma”. Disse ainda que é necessário existir uma reciprocidade sincera e autêntica entre as pessoas, devendo-se sentir as dores dos outros não apenas na nossa cabeça, mas também no nosso coração, tal como se fosse a dor que vem das entranhas, quando se trata de um filho. À tarde, os cerca de 240 jovens presentes neste encontro nacional, divididos em 22 grupos de campo, ‘perderam-se’ por Vila Nova de Gaia. Cada grupo participou em três ‘workshops’ – sabedoria, misericórdia e cultura – repartidos por 33 espaços e instituições da cidade, entre os quais caves de várias marcas de vinho do Porto, o Convento Corpus Christi, a Cruz Vermelha e a organização da Rede Europeia Anti Pobreza, em que foi possível refletir e aprofundar o tema deste nacional, bem como aprender mais sobre o concelho Gaiense. O caminho percorrido pelos grupos culminou num momento de animação missionária no cais de Gaia, bem junto ao rio Douro, com vista privilegiada para o casco histórico do Porto, em que os Jovens Sem Fronteiras, fazendo jus à sua identidade, demonstraram perante aqueles que por ali passavam a alegria de se ser cristão, havendo, no final, lugar à tradicional foto de grupo. Terminada a missão no cais, todos os jovens rumaram à Igreja de Santa Marinha, onde puderam vivenciar um momento mais contemplativo, com a oração ao estilo de Taizé. Num ambiente com pouca luz, os cânticos com refrões facilmente identificáveis, as passagens bíblicas e as preces procuraram transmitir Sabedoria e Misericórdia. A noite de sábado pautou-se pela animação e pelo movimento. A noite D’ouro ficou a cargo dos ContraCorrente – Fábrica teatral, companhia de teatro de Gondomar liderada por António Vieira, que apresentou interpretações alternativas de contos tradicionais e lengalengas, interagindo com o público, pelo meio, e da Orquestra Som da Rua, um projeto musical de inserção social, com origem no Serviço Educativo da Casa da Música, no Porto. Dirigida por Jorge Prendas, a orquestra, composta por mais de 20 pessoas, desde jovens a idosos, que colaborou ainda na decoração do auditório que acolheu o encontro nacional, tocou alguns temas, levando, na parte final, os jovens a transformarem o auditório numa pista de dança. Após o espectáculo, decorreram ainda as apresentações do projeto “Juntos na aprendizagem”, que visa o desenvolvimento humano de 110 jovens na paróquia de São José de Itoculo, em Moçambique, por parte da Sol Sem Fronteiras, e do MiniPac, uma iniciativa conjunta com o Centro Padre Alves Correia (CEPAC) dirigida às crianças das famílias de imigrantes que são utentes, tendo sido também mostrado o vídeo das atividades missionárias (Páscoa Missionária, Intra-Rail e Semanas Missionárias) e ouvidos os respetivos testemunhos. O último dia do encontro nacional iniciou-se com a oração do grupo que percorreu o caminho de Santiago, continuou com o testemunho do Padre Almiro Mendes, atual Director do Secretariado Diocesano das Missões do Porto, que falou aos jovens sobre como pode melhorar um cristão e missionário, e terminou com a eucaristia na Igreja de Santo Ovídio, onde proporcionou o momento mais visível de comunhão entre todos os Jovens Sem Fronteiras, bem materializado tanto no hino deste nacional e no hino do movimento, ecoados bem alto pelas vozes presentes, como no compromisso assumido, que faz com que este encontro seja o ponto de partida para a missão a desempenhar, ao longo do ano, por todos os JSF nas suas paróquias. 11 NOVEMBRO2015 com Robert De Niro e Anne Hathaway um mês, um site miguel ribeiro cinema Lúcia Pedrosa UM FILME DE NANCY MEYERS Harambee www.harambee-portugal.org Harambee, que é como quem diz “todos juntos, todos à uma” na língua suaíli falada em diversos países do leste de África. É o nome de uma associação nascida por altura da canonização do fundador do Opus Dei, S. Josemaría Escrivá, em 2002. Trata-se de uma instituição internacional que recentemente renovou o seu site em português e que pode encontrar em http://harambee-portugal.org. Nos seus objetivos, dois grandes eixos: “Ajudar África a ajudar-se” e “Comunicar África”. Apostam em projetos educativos, de africanos para africanos, de modo a que estes possam construir o seu futuro e se crie e difunda um olhar positivo sobre África. No biénio 2014/2015, apresentam quatro projetos apoiados, na Nigéria, Costa do Marfim, RDC e bolsas de estudo para sacerdotes em Roma. Com este relançamento do site em Portugal, procuram também candidaturas lusófonas, mas sempre “propostos por africanos, geridos por africanos, destinados a africanos”. O estagiário Missão com Misericórdia e Ecologia integral LIVRO DE TEMAS Livro de temas preparado para reflexão em grupo, serve muito bem para uma caminhada formativa pessoal. Inspira-se na ‘Alegria do Evangelho’, na encíclica ecológica ‘Louvado Sejas’, na vivência do ano da Vida Consagrada e na aproximação do Jubileu da Misericórdia. Assim, facilmente percebemos que o livro traz uma riqueza extraordinária de conteúdos, sendo muito actual e desafiante. Este ‘manual’ é ainda marcado por outra grande novidade: foi preparado por muitas pessoas a pensar em toda a Família Espiritana, estando disponível a servir de guia de caminhada a quantos o queiram meter na mochila ou no saco de viagem espiritual. Mas a LIAM e os Jovens Sem Fronteiras já disseram que este subsídio fará parte dos seus encontros de formação, ao longo dos próximos tempos. É um projecto de comunhão, permitindo uma Missão de braço dado. O objetivo desta obra é que os leitores cresçam na Fé, na Espiritualidade, na Misericórdia e na Missão. Nº registo: 101394 Diretor: Tony Neves Chefe de Redação: Victor Silva Conselho de Redação: Tony Neves, Aristides Neiva, Glória Lopes, Paulo Vaz, Sandra Simões e Victor Silva. É uma comédia que nos fala do encontro de gerações e das mais valias que podem advir daí…Jules Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem sucedido site de venda de roupas que, apesar de ter apenas 18 meses, já tem mais de duas centenas de funcionários. Ela leva uma vida bastante atarefada, devido às exigências do cargo e ao fato de gostar de manter contato com o público. A empresa, jovem em múltiplos aspectos, adere a um programa de responsabilidade civil, onde contrata um idoso como estagiário, numa tentativa de colocá-lo de volta à vida ativa. Cabe no filme a Jules trabalhar com o viúvo Ben Whittaker (Robert De Niro). Ben leva uma vida monótona e vê o estágio como uma oportunida- de de se reinventar. Assim, aos 70 anos, depois de um processo de seleção, ele entra na empresa de Jules. Por mais que enfrente o inevitável choque de gerações, Ben conquista os colegas de trabalho pela sua atenção, perspicácia, dedicação e discrição. Passa a ser o “papá” dos jovens, desde a partilha de filosofia de vida até sugestões em termos de métodos de trabalho, conselhos em termos afetivos. Aproxima cada vez mais de Jules que o vê como um amigo, conselheiro pessoal e empresarial. Ele, por sua vez, passa a ter contacto com tecnologias e redes sociais, chegando a criar a sua página de face com os mais novos. Este filme é uma ode ao encontro e à partilha entre gerações. Edição LIAM – Missionários do Espírito Santo. Em distribuição nos Centros de Animação Missionária. Pedidos à Administração da LIAM. 1 de novembro Solenidade de Todos os Santos 3 a 6 de novembro Assembleia Anual dos Animadores Missionários Ad Gentes Seminário de Vila Real 7 de novembro Fórum Ecuménico Jovem Castelo Branco 8 de novembro Magustos Missionários da Família Espiritana 24 de novembro Assembleia Geral da MissãoPress Leiria COMO FAZER-SE MISSIONÁRIO COM OS ESPIRITANOS? • Em primeiro lugar partilhar e viver a nossa espiritualidade missionária bem como o carisma dos nossos Fundadores. • Associar-se a todos os missionários espalhados pelo mundo inteiro pela oração mais intensa e pela partilha solidária com os projectos missionários de apoio à Missão que se faz fora de portas • Fazer-se assinante do nosso Jornal “Ação Missionária” e divulgar a nossa imprensa missionária • Divulgar e espalhar a nossa Editorial missionária, sobretudos os Calendários e Almanaques das Missões • Contribuindo para uma Bolsa de Estudos apoiando, assim, directamente à formação de novos missionários • Enviando intenções de Missa para serem celebradas nas Missões. As intenções de missa ajudam muito à subsistência dos Missionários publicação mensal de formação e informação missionária Depósito legal nº 250/82 agenda • Enviando donativos para apoiar as nossas Campanhas e Projetos Missionários, em nome de Missionários do Espírito Santo através de vale de correio, de cheque ou de transferência bancária (NIB: 0010 0000 1997 7900 001 18). Se desejar recibo, é só solicitar Missionários do Espírito Santo Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Tel: 213 933 000 [email protected] www.espiritanos.pt [email protected] Propriedade, administração e redação: Província Portuguesa da Congregação do Espírito Santo Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Tel: 213 933 000 Fax: 213 933 019 PALAVRAS CRUZADAS Joaquim Pereira Francisco Pessoa coletiva nº 500729360 Administrador: Nuno Rodrigues Conselho de Administração: Nuno Rodrigues, J. Lopes de Sousa, Carlos Salgado e Casimiro Oliveira [email protected] Assinaturas (Portugal): anual: 7€ avulso: 0,75€ Impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda. www.diariodominho.pt Tiragem: 12.000 ex. Membro de: Soluções na pág. 3 Na internet: www.espiritanos.pt Horizontais: 1. Símios; demorar. 2. Investia; mijado. 3. Alterado; repetimos. 4. Não menciona; elemento de formação de palavras que exprime a ideia de montanha (pl.); pedra de altar. 5. Nome comum do cloreto de sódio; indecorosos; ósmio (s.q.). 6. Aquelas; frutos da macieira; formai em alas. 7. É desportivo e é Vicente; pai do pai; cumprimentar. 8. Sepultava; albergado por esmola. 9. Natural da Roménia; a primeira mulher segundo a Bíblia; anuência. 10. Vereador; disparos; batráquio. 11. O oposto de AM; fábrica de louça de barro; pelos de certo animais. 12. Braço de mar; porco; incólume. 13. Nome feminino; localidade do concelho de Ansião. 14. Casco velho de um navio; ficara doente. 15. O mesmo que arenosas; moradias nobres. Verticais: 1. Sugo leite da mãe; actuar; lugar público espaçoso. 2. Tunídeo; toca no campanário; abrir galerias subterrâneas. 3. Cidade do sul sul de Espanha; fogo; azedo. 4. Obedecem; receio; repercussão. 5. Fêmea do cão; indigo; nota musical (pl.). 6. Origem; estrebaria. 7. Apelido; capital do Canadá; puxam o trenó do “Pai Natal”. 8. Furioso; conforme as normas morais. 9. Criador de uma obra literária ou artística; aeroplano; a carta mais alta do baralho. 10. Transmitir globalmente os elementos constitutivos de um estabelecimento; dureza. 11. Dar gargalhadas; prendei com elos; terreno plantado de oliveiras. 12. Segundo a tradição é mãe da Virgem Maria; primeiro rei de Israel; peixe também conhecido por boga. 13. Caruma; caminhadas; aparelhar o cavalo. 14. Gosto muito de; adicionar; cure. 15. Sem espinhos não as há; cidade eterna; lavras. NOVEMBRO2015 Congregação do Espírito Santo Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Tel: 213 933 000 | Fax: 213 933 019 | Email: [email protected] São rosas, senhores crónica Aristides Neiva Foi olhando para o calendário destes dias que me apercebi da atualidade do milagre das rosas. De facto, no dia 17 de novembro a liturgia apresenta-nos Santa Isabel da Hungria, tia da nossa conhecida Santa Isabel de Portugal. Eu sei que a história do milagre das rosas é-nos mais familiar pela versão da nossa rainha-santa. Mas contam-nos os hagiógrafos que tal milagre já ocorrera com a tia antes de se ter repetido com a sobrinha. Concluímos, pois, que em Portugal se atualizou um milagre que na sua versão original acontecera antes em terras mais a leste. E o caso, como recordais, foi que indo a santa distribuir pão pelos pobres foi surpreendida pelo marido que lhe perguntou o que levava escondido no avental. “São rosas, senhor”, respondeu ela. E abrindo o avental, no lugar de pão surgiram numerosas rosas, apesar de ser inverno. Não é inédito na história dos santos ocorreram milagres de transformação, em que o que não era passou a ser. Também acontecem milagres de multiplicação, em que o que era pouco de repente passou a ser muito. No caso do milagre das rosas, porém, reúnem-se os dois prodígios: o que antes sempre fora pão, sem dúvidas nem ambiguidades, de repente tornou-se rosa delicada e perfumada. E o que era poucochinho multiplicou-se em muito. A história do milagre das rosas, seja com santa Isabel da Hungria seja com a rainha santa de Portugal, não conta o que se passou depois com tais rosas: se voltaram a ser broa ou se rosas se murcharam. O que sabemos é que naquela hora de espanto aconteceu o que ninguém previra: o povo estava à espera de pão mas a nobreza deu-lhe rosas. Felizmente este milagre foi sempre visto como uma lenda e não um acontecimento real. Caso contrário, como havíamos de compreender que ao povo fosse retirado o pão prometido para que uma nobreza enganasse outra com rosas? Teríamos, pois, um dos mais espantosos mas mais tristes milagres da história. Ele há cada lenda!… Crónicas com Missão D. António Francisco, bispo do Porto, apresentou o novo livro do P. Tony Neves “Crónicas com Missão 2”. O lucro das vendas reverte para a construção do primeiro seminário espiritano em Moçambique. Álvaro Rocha Pároco da Foz do Sousa Sexta, noite de 16 de outubro! O salão da Igreja de Santo Ovídio em Jancido - Gondomar (donde o Padre Tony é natural) estava cheio e animado! Muitas presenças: o diretor do secretariado diocesano das missões, o pároco e outros sacerdotes, jovens Espiritanos professos, grupos missionários, os Jovens Sem Fronteiras da paróquia, representantes da junta, paroquianos e, especialmente, os familiares do Padre Tony Neves. O convite feito à comunidade e a amigos resultou, preparando-nos para o Dia Mundial das Missões. E assim tudo nos ajudou a acolher com muita alegria e gratidão o lançamento de um novo livro do Padre Tony “Crónicas com Missão 2”. Bispo incentiva à Missão Crónicas por Moçambique A presidência da noite estava reservada ao nosso Bispo do Porto: tal como no livro, o Sr. D. António Francisco veio falar da missão, seja na vida e atividade do padre Tony, seja na nossa diocese que faz da alegria do Evangelho a sua missão. Insistiu no dinamismo missionário que toda a Igreja deve desenvolver, a começar pelos nossos locais de residência, de trabalho ou de lazer. E apontou o exemplo do Padre Tony que, primeiro em Angola e depois em Portugal, e das mais variadas formas, sempre se fez próximo de todos. Apontou aos presentes o caminho da missão que se perspetiva para a Diocese do Porto, que há-de passar por um sínodo diocesano lá para 2020; para já, a missão conjuga-se com misericórdia, conforme nos propõe o papa Francisco. Todos ficamos estimulados pela simpatia e pelo encorajamento de D. António Francisco. Veio, depois, a palavra do Padre Tony agradecendo a todos e testemunhando os seus 26 anos de padre missionário: seriam, aliás, os seus quatro sobrinhos a ler as suas 25 linhas de missão. Falou da missão que precisamos de fazer por cá e sem esquecer os que estão longe: nesse sentido, oferece o lucro do seu livro para a construção do primeiro seminário espiritano em Moçambique. Manifestou quanto nos tem no seu coração e recordou o Papa Francisco, a jeito de desafio, que nos sugere sermos construtores de pontes. A sessão terminou em oração, com a bênção do nosso Bispo e com o canto do coro paroquial, que também abrira a noite. Mas ainda houve tempo para um porto de honra onde a amizade e a missão nos aproximou. Noite cheia e animada, com um livro, um testemunho e um missionário! Museu Abade de Baçal etc... J. C. Fernandes O museu Abade de Baçal é um edifício do séc. XVIII situado no centro histórico de Bragança. Foi fundado em 1915 e está sediado no antigo Paço Episcopal desta cidade. O seu espólio integra coleções de arte sacra, esculturas barrocas, arqueologia, epigrafia, ourivesaria, numismática, etnografia e pintura, entre outras obras, quadros de Malhoa, Abel Salazar e 70 desenhos de Almada Negreiros. Tem diversas oficinas didáticas de expressão plástica e artística em diversos ATL para crianças na época do Natal, na Páscoa e no Verão. Rua Abílio Beça, 27 - 5300–011 Bragança www.mabadebacal.com
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