6 • Novembro • 2011
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6 • Novembro • 2011
#6 • Novembro • 2011 #9 • Fevereiro 2012 04 • EXPEDIENTE Luciano Cardoso • Gerson Pont • Antonio Junior • Isadora Lescano • Rodrigo Marenco • Gabriela Casartelli / Estilo Exclusivo • Douglas Freitas • Júlia Franz • Vicente Carcuchinski • Rafael Takaki • Luís Iarcheski • Vinícius Nunes • Khamire Batista • Eduarda de Lima • Tia Sílvia • Diretor Geral Diretor de Conteúdo Diretor Região Sul - RS Editora Coordenador de Planejamento e Comunicação Editora de Moda Conteúdo & Assistência Editorial Conteúdo & Mídias Sociais Fotografia Rede Facool Fotografia Pelotas Fotografia Passo Fundo Promoções & Relacionamento Operações Comerciais Assistente Administrativa Cafézinho, chimas & bom-humor Jornalista Responsável: Isadora Lescano (MTB 13033) Fotos: • Capa e expediente: Vicente Carcuchinski Impressão: Mídia Gráfica Zero Hora ONDE ENCONTRAR • 05 Você já se sentiu dentro de uma bolha? Ou já quis entrar em uma para fugir da realidade, do desconhecido ou de algo que te perturba? Provavelmente, muitos já fizeram isso. Mas nesta edição da Revista Facool a gente vai totalmente pro outro lado. Queremos olhar de perto o que é diferente, o que intriga, o que perturba... Afinal, também é preciso sair da zona de conforto de vez em quando. E isso não é necessariamente ruim – aliás, pode ser uma experiência muito positiva, como mostramos no Especial, com reportagem feita em uma colônia naturista (lugar onde todo mundo se despe, inclusive dos apegos). No Papo Facool, os psicanalistas Mário e Diana Corso conversaram com a gente sobre assuntos polêmicos e controversos. E o Facool Recomenda vem com dicas pra dar uma balançada. E não para por aí: seja bem vindo às nossas páginas de Fevereiro de 2012. Boa leitura (dentro ou fora da bolha – a decisão é sua). 4 • 5 • 7, 8, 9 e 10 • 11, 12 e 13 • 15, 16, 17 e 18 • 19 • 20 • 21, 22, 23 e 24 • 25 • 27, 28 e 29 • 30 e 31 • 32 e 33 • 34 e 35 • 36, 37 e 38 • Expediente Índice e aonde encontrar Papo Facool Look Facool Facool Recomenda Viagem Facool Intercâmbio e Afins Especial: despidos Facool Curte Isso Estilo Facool Férias Facool Balada Segura Pela Noite Isso é Facool TÁ NÁ MÃO: SAIBA ONDE DESCOLAR UM EXEMPLAR DA REVISTA FACOOL EM FEVEREIRO POA E REGIÃO METROPOLITANA Shoppings Barra Shopping Sul, Paseo, Praia de Belas, Iguatemi, Bourbons Ipiranga e Assis Brasil, Rua da Praia, Moinhos Shopping. Nova Olaria, Banx, Complex, Donuts Shop, Casa de Cultura Mario Quintana, lojas da Rua 24 de Outubro, lojas e bares da Rua Padre Chagas. Bares Casa Azul, Dirty Old Man, Finnegan, Cavanhas, Pampa Burguer, 512, Shamrock, Café Cantante, Odessa, Café da Oca, Ossip, Alfonsina, A Toca, A Virgem, Pinguim, Santíssimo, Bilhar Porto Dez, Long Play, Opinião, Live Sport Pub, Segredo, Subway, Caminito, Faro, Deck da Oi FM, Cult, Churrasquinho Du Cheff, Palermo Hollywood, Apê do Pillar, Bambus, Natalício e bares da Zona Sul. Clubes Sogipa, União, Country, Sociedade Libanesa, Hebraica, Jangadeiros, AABB. Academias Bio Ativa, Body Bases, Hiperacademia. Postos Ecoposto, Ipiranga da João Pessoa com a Venâncio, esquina Plínio Brasil Milano com Carlos Gomes, Ipiranga da Silva Só, Ipiranga da José de Alencar, Shell AABB, Ipiranga da Nilo Peçanha, Ipiranga da Cristiano Fischer, Shell da 24 de Outubro/Mostardeiro, Ipiranga da Wenceslau Escobar, Petrobrás da 24 de Outubro/Perimetral. PASSO FUNDO Casas noturnas e bares In House, Tai Tzu, Wood’s, Mexicano, Pax State, Siri Cascudo. Postos Esso Moron e Latina UPF, Boka Lanches, lojas e praças de alimentação dos shoppings Bella Citá e Hipermercado Bourbon, lojas da Av. Moron, academias Guerton, Simbiose e Villa Vergueiro Hotel. PELOTAS Vênus Lounge Bar, Moa, Boate da Leiga, Papuera, Boteco do Serginho, Porto do Chopp, Wong Bar. Pancho Dog, Cruz de Malta, Theatro Guarany, Subway, Mc Donald’s, Habib’s, sorveterias Zum Zum, Bambina e Sorvesucos, Secult, Prefeitura Municipal, Secretaria de Educação. Postos São José, Cidadão Capaz e Dom Joaquim, loja 5 Marias, Diário Popular, Diário da Manhã, Casa do Estudante, Circulus Lanches, Senac da Dom Pedro, ViaCabo, Restaurante Universitário, Casarão Imóveis, Michigan, Fuhro Souto, Mamma Pizza, Panambra. Lojas N Concept, Pé de Banana, 5 Marias, Krause. Academias Viva, Profit e Movimento. LITORAL Bares e sorveterias de Imbé, Tramandaí, Xangri-lá, Atlântida, Capão da Canoa, Capão Novo, Praia do Casino, Laranjal, Imbé e Torres. CAXIAS Principais lojas dos shoppings Iguatemi e Pratavieira. SANTA MARIA Principais lojas dos shoppings Royal, Santa Maria e Monet. 18 ÍNDICE • 05 CURSOS DE GRADUAÇÃO VENHAPARAOUNIRITTER. uniritter.edu.br | 0800 642 4000 • VESTIBULAR • TRANSFERÊNCIA • INGRESSO DIPLOMADO www.facool.com.br 08 • PAPO FACOOL Precisamos falar sobre isso... Não é todo mundo que se dispõe a receber alguém em sua casa para falar sobre assuntos que são motivo de polêmica, diferenças, desconforto, constrangimento, fascínio e até traumas. É muito mais fácil conversar sobre trivialidades insossas. Mas o casal de psicanalistas Mário e Diana Corso parece não ter problemas em olhar de perto os “as pedras no sapato” e recantos obscuros e secretos do ser humano. Ambos são formados em Psicologia pela UFRGS, e além de trabalhar diretamente com adolescentes, e adultos, compartilham suas observações em livros e outros textos. Mário é autor do livro Monstruário – Inventário de Entidades Imaginárias e de Mitos Brasileiros, e publica artigos, ensaios e crônicas em diversos meios de comunicação. Diana é colunista no jornal Zero Hora e na revista Vida Simples. Juntos, lançaram os livros Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis e Psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia. Atualmente trabalham em um novo projeto, que abordará personagens femininas na literatura. Com a cabeça aberta e a língua solta, receberam o Facool no apartamento onde residem, em Porto Alegre(RS), para falar de diferentes assuntos, que tem uma característica em comum: estão longe da amenidade. Pronto pra encara essa com a gente? Alguém p e Fotos: • Isadora Lescano reto O dec zar e de go liz ser fe Segundo Diana, frigidez e infelicidade são consideradas falhas graves no atual contexto social. “É muito mais fácil uma pessoa revelar que foi promíscua e pegou sífilis do que admitir que entrou em mais um relacionamento e que de novo fracassou pela falta de desejo sexual. Soa como uma catástrofe, porque existe esse pensamento de que nós temos a obrigação de gozar. É como se a vida só valesse a pena se você tiver gozado nela. Isso demonstraria que somos aptos à felicidade, à realização plena, que remete ao gozo sexual. Então está tudo certo com o sujeito. Mesma coisa com a felicidade - é quase tido como obrigação alcançá-la. Diferente de séculos atrás , quando para viver plenamente era preciso ter trabalhado muito, batalhado, ter uma obra ou algo que o valha”, aponta ela. E aproveita para fazer o questionamento: “Afinal, porque existe essa ideia de que é errado se deprimir? nsou em s uicídio? Aproveitando o gancho da infelicidade, outra situação delicada: quando alguém dá cabo na própria vida. “É a única forma que algumas pessoas acham de ficar com a última palavra. É o fruto de uma tensa negociação, onde não é deixado espaço para revide. E se isso for de alguma forma divulgado é garantida a repercussão dessa última palavra”, analisa a psicanalista. “ Acho sábio da imprensa não falar muito sobre o assunto, mas é uma faca de dois gumes. É um ato desesperado por reconhecimento, mesmo que póstumo. Então não se concede esse reconhecimento, não para punir, mas para não incentivar. Sabe aqueles 15 minutos de fama?” completa Mário. Mesmo que muitas vezes visualizado sob o prisma da incompreensão, acabar com a própria existência não é pensamento exclusivo dos suicidas. “ PAPO FACOOL• 09 “Há diferença entre o ‘eu não entendo’ e o ‘eu não quero entender’. Não existe um adolescente, que tenha um mínimo de subjetividade em si, que não tenha pensado: ‘e agora, sigo ou desisto?’. A vida é tão maior do que a gente acha que pode dar conta que a covardia é uma certeza. Ainda mais na adolescência, que é uma fase de nuncas: ‘nunca vou achar alguém que me ame, nunca vou me tornar homem ou mulher, nunca vou conseguir ganhar a vida, nunca vou conseguir dar conta de vestibular, concursos, patrões... Nunca’. Então se nunca, há quem pense: ‘melhor do que fracassar, antes desistir’. Essa fantasia passa pela cabeça sim, de um jeito ou outro, nem sempre com o explícito ‘ah! eu vou me matar’. Então se alguém diz que nunca pensou, aí está prova de que o assunto é meio que proibido”, diz Diana. Sobre gordinhas e pantufas “Gorda é que nem pantufa. Todo mundo quer usar, adora usar, mas ninguém sai de casa com ela” - a frase foi dita pela manicure de Diana. Segundo a psicanalista, a moça é uma gordinha atraente e eroticamente bem resolvida - contudo, a vida sexual e afetiva dela parece acontecer somente entre quatro paredes. “Existe esse preconceito dos homens quanto a circular com uma gorda, como se fosse uma demonstração de que a virilidade deles não soube pegar algo melhor. Ser gordo significa descontrole oral. Não seguir essas regras que acabam sendo uma moral em nossa sociedade. Essa moral é a de que precisamos ter com nosso corpo uma relação de continência e equilíbrio. Que ninguém exerce totalmente. Prega que precisamos nos alimentar adequadamente, nos exercitar, comer e beber moderadamente... Tudo isso que poucos fazem. Mas essa é a nova moral e ela é voltada para a higiene corporal. Um gordo é aquele que explicita aquilo que é a nossa verdade profunda: que nenhum de nós segue o que é pra ser seguido, que ninguém tem tanto autocontrole assim, pelo menos não o tempo todo - na verdade, quase o tempo todo não”, reflete Diana, sobre essa cobrança de aparência e saúde perfeitas estampada em filmes, revistas, publicidade e por aí vai. 10 • PAPO FACOOL Um corpo pra si ou para os outros? podem dar muito trabalho. Uma pessoa que se droga demais acha que não precisa disso tudo. Afinal, o gozo pode custar 5 pilas ali na esquina Falando em imagem... “Acho que modificação - e isso sem que você precise ser alguém ou se corporal cada vez mais deixa de ser algo que empenhar em algo. Então o viciado reduz a vida choque. Tenho uma teoria delirante sobre isso: inteira, que é cheia de grandes investimentos que depois das décadas de 60/70 as gerações deixam as pessoas desenvolvem pra se fazer valer, a uma de entrar em conflito. Pais e filhos cada vez mais dose. Desvela a questão de que vivemos muito entram em concordância, na essência. Não tem A imposição da identidade sexual para muito pouco. A vida na droga é reduzido mais tanta diferença em relação ao sexo, às drogas, a um circuito limitadíssimo, que reduz a nada por exemplo. E as pessoas já não saem mais de “Existe uma dificuldade em se aceitar a bissexualidade. Nós os valores do que se acredita como ‘humano’ casa tão cedo. Só que o jovem precisa fazer uma acreditamos que a definição da identidade sexual é uma das amor, trabalho, família, artes... O toxicômano delimitação da sua individualidade. Antes ele fazia certezas que temos que ter no mundo. Ou se é feminino, ou se grave olha para nossa sociedade e diz: vocês não é masculino. Se se é hetero ou gay já é outra questão. O ponto isso saindo de casa. E agora ele permanece na existem. Claro que isso ofende, porque em algum casa dos pais, com estes muito próximos - então aqui é a identidade sexual. Tanto que o hermafroditismo não ele afirma sua individualidade através do corpo, é suportado, e a homossexualidade é. O filme argentino “XXY” cantinho de nossa alma entendemos como ele funciona. Todos temos momentos nos quais nos muitas vezes fazendo marcas neste. É uma coisa aborda a aceitação social do hermafroditismo. A ambivalência anestesiamos”, explica Diana. de geração, a minha geração não fazia isso. Hoje sexual de muitos jovens hoje também representa uma afronta social”, define Diana. Mário completa, categórico: “Há isso é massivo. Não acho que seja só moda. Deve No fim das contas... ter algum fundo, alguma explicação que nos uma forçada de barra pra determinar a identidade sexual”. escapa”, analisa Mário. Diana continua: “A nudez se desloca para um lugar cada vez mais recôndito. E as drogas? ... quase todo mundo se depara, em alguma fase O corpo modificado, quer seja por piercings e da vida, com assuntos que saem totalmente dos tatuagens, quer seja por cirurgias estéticas, deixa O uso de substâncias psicoativas, lícitas e ilícitas sempre padrões e da tal zona de conforto. Falar ou calar? de ser um corpo privado. No caso dos implantes acompanhou a história da humanidade. Ainda assim, o tema Pelo visto, as pessoas ainda escondem muita coisa de silicone, por exemplo, a mama deixa de ser pode causar desconforto. “O que falamos da capacidade de “no fundo das gavetas” e “embaixo dos tapetes” à gozar plenamente, no caso das drogas é assim: quanto mais um ‘peito privado’. Fazer uma intervenção visual margem da sociedade. Mas e daí? Manter ou no corpo torna explícita uma parte dele. Então as competente a substância for em seu efeito, mais ela garante romper com as regras? A decisão é individual. Vale nossas partes escondidas são um pedacinho cada ao sujeito por instantes, minutos ou horas um gozo pleno. ter em mente o verso de Caetano Veloso - “cada vez menor. Daí o corpo nunca fica totalmente nu, A tendência é que o usuário se reduza a ficar reproduzindo um sabe a dor e a delícia de ser o que é” - e aquele incessantemente essa experiência. As realizações da vida pois mesmo desnudo ele permanece vestido de ditado: “de perto, ninguém é normal”. Foto: Isadora Lescano modificações. Se as mulheres aqui no Brasil usassem burkas, ninguém saberia o que há por baixo. A burka por exemplo, esconde o corpo de uma mulher cujo companheiro prefere que fique peluda, por exemplo. Nossa sociedade leva os pelos femininos numa boa? Geralmente não. É o triunfo da moral. E a mulher remove os pelos pra expor as partes depiladas”. 12 • LOOK FACOOL Moda de Festival Cheia de postura e sem medo de misturar tendências: foi assim que encontramos Juliana Pontes da Rosa no M/E/C/A Festival. Ela faz cursinho para passar na UFRGS e quebra o padrão de que vestibulando de medicina não pode fazer festa! Alinhada com todo o clima de festival, usou confortáveis sapatos oxford, chapéu panamá colorido (na paleta navy) e bolsa a tiracolo, muito conveniente para carregar durante shows. A saia com estampa de flamingos é um mimo à parte - segue a linha das tendências do new animal print, onde a estampa não é a pele (como a de onça), mas o próprio animal. LOOK FACOOL • 13 Taí a prova visual de que não precisa ser colorido e diferentão demais para chamar a atenção e se vestir com muita personalidade! Foi isso que o Carlos André Pires dos Anjos, estudante de Design Gráfico na Universidad de Buenos Aires, nos ensinou. Os detalhes são o que tornam esse look casual e despreocupado um tutorial para os meninos: bermudinha mais curta de alfaiataria, colar discreto que acrescenta muito, tênis estilo sapatilhas slip on - o cinto de couro completa a produção. Os óculos Ray Ban e os alargadores dão o toque rock n’ roll que um look de festival pede, e a camiseta surrada adiciona um pouco de cor no produto final. Não precisa mais nada. 16 • FACOOL RECOMENDA > Pra Ver Tomboy Precisamos Falar Sobre o Kevin 2 Coelhos França (2012), Dir. Céline Sciamma Laure, uma menina de 10 anos, muda-se com a família para uma nova vizinhança onde não conhece ninguém. Como parte de sua adaptação às redondezas, ela passa a se vestir e se comportar como um menino, e assume uma identidade masculina diante das crianças, levando assim uma vida dupla. Veja o trailer: http://abra.me/tomboy Reino Unido/EUA (2012), Dir. Lynne Ramsay Baseado no polêmico e premiado romance da escritora Lionell Shriver, foca no relacionamento entre uma mãe atormentada com o relacionamento que tem com o filho mais velho, Kevin, que na adolescência comete uma chacina na escola. Também expõe um “tabu” que é a ambivalência de certas mulheres em relação à maternidade. Veja o trailer: http://abra.me/precisamosfalar Brasil (2012), Dir. Afonso Poyart Depois de se envolver em um grave acidente de trânsito, que tira a vida de sua esposa e filho, Edgar consegue se livrar da prisão através de trâmites políticos. Ele sai do país, passa uma temporada em Miami, e volta com o plano de fazer justiça com as próprias mãos. Entre seus alvos estão um deputado estadual corrupto e um criminoso que se beneficia ao subornar políticos influentes. Veja o trailer: http://abra.me/2coelhos FACOOL RECOMENDA • 17 > Pra Ler A Metamorfose A Alma Imoral Franz Kafka (adaptado por Peter Kuper) Ed. Conrad Este clássico da literatura, publicado originalmente no início do século XX, na versão quadrinhos. É uma narrativa fantástica sobre o personagem Gregor Samsa, que ao acordar certo dia percebe que se converteu em um asqueroso inseto. A partir daí, rolam muitas mudanças de comportamento deste homem e em sua família. Nilton Bonder, Ed. Rocco Uma profunda reflexão proposta pelo autor acerca da moral do corpo e das transgressões da alma. Aborda tradições e as quebras desta, conceitos de “certo” e “errado”, fidelidade e traição, marginalidade e santidade e as conexões sobre tais temas. Foi adaptado ao teatro brasileiro como um monólogo que rendeu prêmios à atriz Clarice Niskier. Os Descendentes Kaui Hart Hemmings, Ed. Alfaguara/Objetiva Um homem afortunado, casado com uma princesa havaiana, vê sua sorte mudar com o tempo. Sua esposa entra em coma depois de sofrer um acidente e ele parece perder o controle sobre as filhas, que estão crescendo. Tal situação o obriga a embarcar em uma jornada de superação e autoconhecimento, na qual encara de perto seus fantasmas. 18 • FACOOL RECOMENDA > Pra Ouvir Some Girls Música de Brinquedo The Rolling Stones Há mais de 30 anos atrás, em uma época onde predominavam a disco music (ouvida pelas massas) e o punk (defendido pelos então “formadores de opinião”), os Stones saiam totalmente da curva com um disco que misturava os dois estilos ao seu rock n’roll cheio de R&B, blues e country. O álbum recentemente ganhou re-edição incluindo 12 faixa inéditas. Pato Fu Este não é lá nenhuma novidade, mas é referência no que diz respeito a sair da zona de conforto no quesito musical. Depois de assumir a independência, há alguns discos atrás (no sentido de não ter mais uma grande gravadora), John Ulhoa, Fernanda Takai e companhia inovaram ao gravar um disco todinho praticamente só usando instrumentos de brinquedo. O resultado, que faz releituras de hits nacionais e internacionais é sensacional. Karol ConkÁ Karol Conká CD promo da rapper curitibana, que deve lançar seu primeiro álbum extended ainda este ano. Karol não hesita em misturar influências das mais diversas em sua música, sem se limitar à tradicional escola do hip hop. Apesar de também abordar temas femininos, evita as bandeiras feministas e se esforça para ficar longe de estereótipos. VIAGEM FACOOL • 19 Beleza e Caos A estudante de Publicidade Lana Baumgarten visitou Johannesburgo, a maior cidade da África do Sul. Ela conta que apesar da diversidade racial e cultural, e da natureza exuberante, o lugar ainda reflete as mazelas dos tempos de apartheid. Seis cores em uma bandeira que representa, acima de tudo, união. Raças branca e negra, céu, florestas e sangue. Um símbolo tão precioso que vem sendo depredado ao longo dos anos. A realidade da África do Sul é muito diferente da estampada em sua bandeira. Estive em Johannesburgo, centro comercial, econômico e maior cidade do país. Apesar do advento financeiro e industrial, o lugar ainda sofre com as consequências da segregação racial do apartheid e reflete um pouco da situacão precária em que vivem a maioria dos sul-africanos. Basta observar um pouco para perceber o quão diferentes ainda são os estilos de vida de negros e brancos. No cotidiano, as consequências do apartheid ainda são perceptíveis, visto que os trabalhos mais árduos e com menor remuneração são executados por negros. Reflexo da falta de qualificação profissional que poderia proporcionar melhores condições de vida a eles. Esse é também um dos principais motivos pelo qual um quarto da população sul-africana está desempregada e vive com menos de US$1,25 por dia. Por tal, vemos pedintes em todas as esquinas, em todas as sinaleiras. Eles tem apelos de todos os tipos: cartazes com orações, dizeres do tipo ‘eu poderia estar roubando...’, vendem bugigangas, alugam bebês, fingem usar muletas, ou simplesmente param ao lado do carro estendendo a mão com ar de desespero - tudo para tentar comover os mais favorecidos. No entanto, as atividades criminosas também acabam bancando a sobrevivência de muitos, o que torna a África do Sul um dos países mais perigosos do mundo. Tudo lá é pensado para evitar furtos, roubos, invasões. As casas não tem janelas, as lojas contratam seguranças, os parques são cercados e todas as atividades são encerradas antes das 22h. Essa bagunça é influenciada pela organização política do país. O presidente Jacob Zuma, um senhor que já foi processado por estupro e é atualmente investigado por corrupção e estelionato, não só governa a república como é idolatrado pela população. Ao ser indagado sobre ser ou não portador do vírus HIV afirmou que não seria possível, já que ele banha-se depois de ter relações sexuais. Em um país onde o vírus é uma preocupação iminente, o próprio presidente ensina (sem nenhum embasamento científico) que uma simples ducha pode prevenir o contágio. Por uma e outras, não posso deixar de comparar a estrutura sul-africana com a brasileira. Um país com uma diversidade cultural incrível, invejável, belezas naturais inigualáveis, povo hospitaleiro, sorridente e simpático, mas que é diariamente submetido à desorganização e, principalmente à falta de muita coisa. Falta de eficiência no serviço público, falta de justiça e igualdade, falta de consideração e respeito pela população e falta de oportunidades. Estamos nos protegendo de nós mesmos, quando é a administração pública que deveria zelar por todos nós. 20 • Intercâmbio e Afins Por Patrícia do Nascimento Atualmente, o Canadá é um dos destinos mais procurados para quem está interessado em estudar fora, e não é à toa. O país oferece o que há de melhor em infraestrutura urbana, organização e eficiência nos serviços públicos, tudo isso junto às belezas naturais de suas montanhas nevadas e florestas. É figura certa nas listas de melhores países do mundo para se viver. A experiência de morar em uma grande metrópole, as agitadas estações de esqui, a diversidade de espaços culturais - é só escolher. Independente do seu gosto, o Canadá será um destino inesquecível! Existem diferentes modalidades de intercâmbio, desde cursos de idioma de curta duração até cursos mais focados. Para aqueles que desejam agregar o estudo do idioma com trabalho no Canadá é possível participar do Study and Work. O programa é uma ótima oportunidade para estudar, ganhar experiência profissional e ainda conseguir um dinheiro extra, podendo recuperar parte do valor investido na viagem. A carga horária do curso de idioma é de até 30 horas semanais e a de trabalho é de 20 a 45 horas semanais. Os interessados devem ter entre 18 e 29 anos. www.facool.com.br 22 • DESPIDOS O que é o naturismo? É muito mais do que simplesmente viver pelado. É um conjunto de princípios éticos e comportamentais que propõem um modo de vida baseado na interação com a natureza como a melhor maneira de viver. Defende a vida ao ar livre, o consumo de alimentos naturais e a prática do nudismo, entre outras atitudes. É o desafio de conseguir viver com simplicidade e respeito. Coisa nem sempre fácil nas bolhas socias das grandes cidades. Reconhecimento de território Um pouco de história e contexto A filosofia de vida surgiu na Alemanha em meados do século XIX: as portas do primeiro campo oficial de naturismo do país foram abertas logo no início do século, em 1906. No Brasil, o naturismo ganhou força só a partir dos anos 1950, quando a atriz Luz del Fuego criou o Partido Naturista do Brasil - inclusive, em homenagem a ela, há o Dia Nacional do Naturismo, que é comemorado em 21 de fevereiro! Para entendermos um pouco mais sobre essa prática, fomos à única colônia naturista que existe no Rio Grande do Sul: a Colina do Sol. Situada na Estrada do Morro da Pedra, é um lugar tranquilo e afastado que busca escapar dos moralismos e do caos da vida urbana. Conversamos com Collin Collins, 75 anos, presidente do conselho administrativo do local. Inglês de origem e brasileiro por opção, Collins contou um pouco sobre o funcionamento e práticas da Colina do Sol. São 40 hectares de muita liberdade e desapego, com 90 cabanas e mais de 190 sócios. Mas existem normas para poder usufruir do espaço: deve-se colocar, sempre, toalhas ou cangas antes de se sentar em algum lugar (por questões de higiene); respeitar as pessoas; não realizar atos sexuais em público; entre outros. Portanto, não é uma colônia que prega o anarquismo, muito pelo contrário. Chegando lá, Collins já nos recebeu nu, apenas com uma canga amarrada na cintura. No meio da entrevista, o presidente do conselho tirou a canga e perguntou-nos: “me vendo assim vocês conseguem saber se sou rico ou pobre? Não, né? Pois não tem influência nenhuma. Não importa o que estou vestindo, o que importa é o que há por dentro. E é só isso, só a essência, que vocês podem enxergar”. Ou seja: podemos ver o naturismo, também, como uma forma de sociedade mais igualitário, sem tanta ambição e valores invertidos. Uma das maiores preocupações das pessoas que procuram a Colina, segundo Collins, é a segurança. “Várias pessoas deixam de praticar o nudismo por não ter um lugar aparentemente seguro para tal. Aqui se encontra isso. Só temos vigilância à noite. Durante o dia, trabalhamos com uma segurança comunitária: nós, os próprios moradores e proprietários, vigiamos, o que, na minha opinião, é a forma mais eficaz”, garante ele. É importante deixar claro, também, que a Colina é destinada principalmente para famílias: “Nosso produto principal é a nudez social e nosso público alvo são as famílias, principalmente as crianças. Hoje em dia, os jovens ficam trancados em casa por causa da violência. Queremos proporcionar uma infância como a de antigamente, com natureza, liberdade e permissões”, afirma o presidente do conselho. Atualmente a juventude é vivida atrás de muros, grades de condomínios e aparências. E aí está uma forma de mudar isso radicalmente. Quando questionado sobre o grande preconceito que existe da sociedade contra essa prática, Collins foi veemente: “Existem quatro conceitos morais básicos que fazem com que o preconceito venha à tona. O tipo de educação, a moral, a indústria e a religião. Não é fácil ultrapassar os padrões e partir para uma vida totalmente diferente”. Mas pode ser bem difícil superar todos esses paradigmas e transformá-los em liberdade. É necessário sair totalmente da zona de conforto, ignorar tudo que já foi ensinado pelo tecido social e todos os dogmas para mergulhar em uma comunidade de desapego e confiança. DESPIDOS • 23 Quem provou e aprovou Raul Oliveira, comerciante que abriu um minimercado dentro da Colina, conseguiu . Raul morava em meio à balbúrdia da chamada “civilização” com sua família, mas passou a não aguentar mais aquilo. Foi à procura de um local tranquilo e simples e acabou se deparando com a Colina do Sol. A decisão foi tranquila e rápida, mas, segundo ele, as consequências familiares foram complicadas: “hoje em dia minha família aceita, mas não foi fácil. Tenho parentes muito religiosos e para eles isso é um pecado extremo. Conciliar duas filosofias tão diferentes exige um respeito que talvez esteja além da compreensão humana”. Porém, apesar de todas as dificuldades, o número de moradores e frequentadores da Colina é alto. A curiosidade e a necessidade de fuga da “cidade comum” são os principais motivos, afirma Collins: “a maior dificuldade é trazer as pessoas até o portão, mesmo que seja a vontade delas, pois muitas vezes precisam descansar dos costumes e obrigações da sociedade atual. O naturismo pode ser visto como tabu, mas normalmente quando as pessoas estão aqui já estão dispostas a superá-lo. Há, obviamente, uma adaptação a ser feita. Mas todos acabam nus e convivendo alegremente uns com os outros”. Encontramos na Colina uma menina que estava indo pela primeira vez. Bruna Carvalho, 23 anos, alegou que sempre teve curiosidade de conhecer o lugar para ver como seria, mas nunca tinha tido a oportunidade nem a coragem. Mas no final foi muito mais sossegado do que ela imaginava. Como disse Collins, o difícil foi apenas chegar lá. Depois acaba sendo algo natural: “Achei que iria ficar com vergonha de tirar a roupa na frente de todo mundo quando entrei lá e vi as pessoas andando nuas normalmente, senti vergonha de ficar vestida no ambiente em que eles vivem tão bem despidos. Valeu a experiência, aprendi bastante sobre a vida deles e achei muito interessante. Acho sinceramente que ainda vou voltar outras vezes.” 24 • DESPIDOS www.facool.com.br Interesting Things Uma lista de 23 ideias simples, criativas e inteligentes que podem tornar sua vida cotidiana bem mais prática e organizada. http://abra.me/23ideias Zupi Personagens como Chewbacca, Alien, Alf, Big Bird e Godzilla fizeram história. Mas você sabe quem estava literalmente por baixo dessas célebres fantasias? Mate sua curiosidade no link. http://abra.me/dentrodasfantasias YouTube Os videos da banda OK Go são sempre criativos e engenhosos. O mais novo clipe FACOOL CURTE ISSO • 25 deles, “Needing/Getting” segue a linha e foi feito em parceria com a Chevrolet. http://abra.me/okgoclipenovo Papel Pop Os GIFs carnavalescos já estão pipocando pela Internet. O mais hilário que apareceu até então foi o que reprisa os tombos da Mirella Santos (ex-do Latino) em ensaio na Sapucaí. http://abra.me/gifmirella Tattly Quem disse que tatuagens temporárias precisam ser feias ou sem graça? As da Tattly, criadasd por diversos artistas e designers, são demais! A gente usaria certo. http://tattly.com www.facool.com.br 28 • ESTILO FACOOL MIX DE CORES FORTES Continua com força – porém com mais sobriedade – a mistura de várias cores no look. O desejo de tons quentes, como dourados, laranjas, vermelhos e terrosos (como marrom) faz com que a estação ganhe mais glamour e permite uma transição confortável aos olhos dos fashionistas! Aposte na mistura do paletó, calça skinny e bolsa Proenza inspired. Foto: reprodução/glamourparaguaio.com.br Foto: Waldomiro Aita Dicas #EE • procure no www.estiloexclusivo.com.br: • Bolsa “Proenza” Citric - Chiquita Bacana • Blazer Margherita - Rouge Concept • Calça Jeans Ultra - Ay Not Dead ESTILO FACOOL • 29 TUDO BRANCO Embora a cor branca seja sempre vista como uma vilã no inverno e queridinha do verão, ela mantém a soberania pelo menos no início da próxima temporada. Acompanhada por peças pesadas, como luvas, casacos de pele e (até) botas da mesma cor, o branco é uniforme fashionista do frio! Aposte em vestidinhos que misturam texturas, como linho e renda, broderie e paetê! Foto: reprodução/ Glamour Magazine / Fev 2012 Fotos: Waldomiro Aita Dicas #EE • procure no www.estiloexclusivo.com.br: • Vestido Marfim - Chiquita Bacana • Vestido Tisse-Lumière – Candia • Vestido Golden White – Farrow 30 • FÉRIAS FACOOL Velvet • Passo Fundo Marcha Fórum Social Temático • Porto Alegre FÉRIAS FACOOL • 31 Grupo Pedal Curticeira • Pelotas Bang Jhonson Racionais + RZO • Passo Fundo Redenção • Porto Alegre 32 • BALADA SEGURA Balada Segura na Praia do Cassino A Operação Balada Segura continua em plena atividade neste verão. Quem tá bem na fita, tá bem na blitz, sempre! Temos acompanhado as ações que estão sendo realizadas no Litoral Sul do Estado e muita gente está soprando o bafômetro e passando no teste - coisa boa, né? No fim das contas, colaborar para um trânsito do bem não tem contra-indicação. Já consumir bebidas alcoólicas e depois dirigir é uma combinação que pode acabar muito mal... Cuide da sua vida, da vida dos seus amigos e das pessoas que estão ao seu redor: faça Balada Segura, esteja você na cidade, na praia, ou na estrada. ;-) BALADA SEGURA • 33 34 • PELA NOITE Mexicano • Passo Fundo Festa Sunshine • Maori - Xangri-Lá Meca Festival • Xangri-Lá www.facool.com.br Meca Festival • Xangri-Lá Show Lirinha • Conexóes Globais - Porto Alegre Velvet • Passo Fundo 38 • ISSO É FACOOL • Passo Fundo Capa Passo Fundo O Capa Passo Fundo é uma ONG formada por voluntários que busca amparar animais abandonados. Feiras de adoções, tosa, tratamento de doenças e lesões. Todos os cuidados são oferecidos aos cãezinhos por pessoas que entendem que os animais merecem cuidado e atenção. O Facool apoia e incentiva projetos como o Capa. Cuidar de animais e promover a solidariedade também é Facool. ISSO É FACOOL• Pelotas • 37 Pedal CurticeirA Com uma grande diversidade de pessoas, o Pedal Curticeira é um grupo de Pelotas que busca promover pedaladas de variadas modalidades. Com o objetivo de disseminar a cultura da bicicleta, os ciclistas promovem atividades que valorizem o desenvolvimento humano e a qualidade de vida – quanto mais contato com a Natureza, melhor. Porque bicicleta no dia-a-dia ou nas horas de lazer também é Facool. Por Douglas Freitas 38 • ISSO É FACOOL • Porto Alegre Maria do Bairro A folia do Bloco Maria do Bairro não fez distinções de idade, gênero ou condição social. Na sétima edição do tradicional carnaval de rua da Cidade baixa, uma grande diversidade de pessoas se divertiu ao som das marchinhas. No começo de fevereiro, a rua Sofia Veloso foi tomada pelo povo. O povo promovendo a sua festa, propagando a sua alegria em total harmonia. O Facool também é isso: Carnaval de rua, diversidade e felicidade. Viva a Maria do Bairro!
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