apostila II
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apostila II
liccom/udelar liccom / udelar português compreensão leitora apostila II textos exercícios apêndice gramatical Prof. Lic. Leticia Lorier português compreensão leitora liccom/udelar 1 O dialeto do cosmopolitismo Luís Imbiriba Assim como não podemos considerar que exista raça, igualmente, não podemos falar em língua pura. Podemos até falar em língua mais ou menos influenciada por outras. À maneira das demais línguas, a nossa também sofre a influência estrangeira. O início do estrangeirismo no Brasil aqui terá como referência o processo semicolonial durante a história dos tempos atuais; tratará de um conjunto de jargões, ainda assim, desnacionalizados. Uma das características que distingue o homem da atividade psíquica dos animais é a linguagem. Ela permite criar noções, formular leis da ciência e penetrar na essência dos fenômenos. Sem a linguagem o pensamento humano sequer poderia existir. Apesar da linguagem servir ao conjunto da sociedade como meio de comunicação, independente das classes sociais numa nação dada, as classes, por sua vez, não são indiferentes à linguagem. As classes antagônicas entre si utilizam a linguagem em interesse próprio. As atuais classes dominantes, por exemplo, se esforçam por utilizar um tipo de linguagem (uma espécie de dialeto e jargões), impondo seu léxico, termos e expressões particulares, no que se divorciam do povo com a intenção de dominar e oprimir; de exercer um modo de vida de obtenção material, como o de imprimir as idéias e teorias que são correspondentes aos seus interesses e que os possam socorrer. Em particular, o jargão é um código linguístico premeditadamente hermético, com intenção de ludibriar o povo. Esse linguajar, tão “erudito” quanto reacionário, se desenvolve nas relações de exploração aparentando superioridade cultural e se constitui, por fim, no dialeto do charlatanismo. O disparatado glossário dos jargões — que se faz passar por termos científicos e técnicos, nos planos político, jurídico, econômico etc. —, não raro veste uma roupagem estrangeira. É impossível não deixar que ocorra a influência de idiomas estrangeiros na nossa língua pátria, muita coisa positiva vem com ela. Mas livrar-se da invasão estrangeira é outra coisa. Tolerar o estrangeirismo significa apoiar as barreiras sociais criadas contra o povo, e torná-lo até mais empobrecido. Inconscientemente, a população brasileira speak, parla, habla e até fala português. português compreensão leitora Os tecnocratas, a serviço das classes dominantes nativas e do capital financeiro mundial, notadamente a burguesia monopolista do USA, ornamentam frases em português com palavras estrangeiras, tudo para ocultar seus propósitos sob uma falsa erudição. É aí que se origina uma barreira à compreensão do que é dito pelas classes oprimidas. Forma-se então uma espécie de casta com um código “multilingue” próprio que discrimina como inferior quem dele não pode e nem cabe fazer uso. É próprio desse “dialeto” fugir do sistema léxico essencial (a parte principal do vocabulário) e do sistema gramatical da língua nacional. Dialeto burocrático E esse “dialeto” surge em razão dos interesses semifeudais, semicoloniais, e burocráticos. Mas ao se submeter principalmente ao imperialismo ianque adotou e ampliou uma gíria estrangeira, de preferência saída do inglês — e que também não se pode chamar de inglês. A essência do estrangeirismo reside na adulteração da linguagem com finalidade escusa e uma degeneração ainda maior do jargão (jurídico, filosófico, tecnicista etc.) como fala de minoria. O jargão “economês”, o “sociologuês” e outras convenções de comunicação pejadas por tecnicidades e charlatanismo — é um código que afeta a estrutura linguística, assimilando constantemente palavras e expressões da metrópole, igualmente obscuras. A verdadeira língua nacional torna esse “dialeto” inaceitável, sendo que jamais poderá se incorporar à estrutura léxica nacional ou mesmo suplantá-la. Vocábulos assim podem figurar nos maiores dicionários da língua portuguesa, porque são encomendados pelas classes dominantes (ao mesmo tempo submissas aos interesses estrangeiros), porém nunca farão parte da nossa língua. Ruídos na comunicação O matiz estrangeiro fica comprovado nas mais diversas relações, tanto na base econômica como na superestrutura. Nos letreiros que indicam um local de venda de produtos diversos, usa-se a palavra portuguesa mercado. Mas para indicar maior sofisticação, a palavra adequada passa a ser shopping. No Rio de Janeiro há um bairro inteiro, Barra da Tijuca — para onde se transferiu uma parte da burguesia e da camada alta da pequena burguesia que reside na cidade —, em que tudo é escrito em liccom/udelar 2 inglês, o “idioma dos gatos”, como dizia a jornalista Jurema Finamour. Pejorativamente o povo chama o bairro de Miami. Cargos que nas empresas brasileiras eram conhecidos por diretor executivo, presidente e gerente, súbito passam a ser chamados de chairmans e managers. Essa gíria não vem suprir nenhuma necessidade provocada pela falta de palavras correspondentes em português. Surgem de forma espúria, ilegítima, adulterada e trapaceira. Quando o proletariado e o campesinato, em aliança, destruírem as relações semifeudais no Brasil, e as palavras assumirem o seu verdadeiro significado, quem se atreverá a utilizar na presença do povo expressões como latifúndio improdutivo, sem terra etc.? É evidente que o sistema de latifúndio é estéril pela sua própria natureza e agregar-lhe o nome de improdutivo significa adulterar o seu conteúdo autêntico, criar mais um empecilho para extingui-lo na economia de nosso país, a pretexto de que alguns são produtivos... Assim acontece com a expressão sem terra. Os trabalhadores do campo não querem apenas a terra e essa expressão busca corromper o caráter de classe e da luta dos camponeses. No Brasil, as classes dominantes, que representam uma ínfima minoria da população, além da hierarquia de seus empregados de luxo, usam um vocabulário totalmente artificial, que não surgiu de uma necessidade de emancipação das classes oprimidas e de independência nacional, e tenta com isso sobrepor seus interesses escusos aos dos demais brasileiros. Os exemplos dessa invasão artificial estão presentes no nosso dia-a-dia. Qual a real necessidade de uma loja colocar um cartaz em sua vitrine com a palavra sale, quando caberia perfeitamente a palavra venda? Quando Carlos Pimentel Mendes, profundo conhecedor do idioma nacional, arrisca a fazer alguns cálculos relativos à incorporação de palavras estrangeiras na nossa língua, deduz com muita lógica: “O idioma português tem algo como 300 mil palavras. Em apenas um ano, cerca de 3 mil palavras estrangeiras português compreensão leitora foram incorporadas aos dicionários, portanto 1% do total. Se considerarmos que o 1% recém-incorporado tem uso pleno, a invasão estrangeira ganha proporções estatísticas ainda mais alarmantes. Digamos que 60 mil palavras sejam efetivamente usadas, então a proporção dos neologismos é de 5%”, calcula o jornalista. o A discriminação que acompanha estrangeirismo, em certos momentos, está bem camuflada, a ponto da população quase sempre não perceber a sua nocividade. Se os governos imperialistas nos classificam como nação inferior, uma das razões (além da circulação prioritária de todas as suas corporações e produtos em território brasileiro, em detrimento da vida material do nosso povo) reside na imposição das expressões da literatura e da arte, hábitos, costumes, sistema jurídico, moral etc. e, em especial, na valorização excessiva do idioma estrangeiro. É aberto um espaço para que esse idioma cresça e tire nosso próprio espaço. O mercado mundial encontra-se sempre fechado à circulação dos produtos da América Latina — os mais legítimos e de utilidade comprovada —, seja por imposição de preços aviltantes, ou simplesmente barrando o seu ingresso para manter a supremacia das mercadorias sob domínio dos monopólios. Em contrapartida, as classes dominantes nativas e seu governo favorecem a entrada de festejos como o halloween (dia das bruxas), música, literatura, filmes, brinquedos, imprensa da pior qualidade e divulgando as mensagens mais perniciosas, entretenimentos, vestuário etc. Além disso, há uma febril produção de literatura e arte ianques no Brasil. O desenvolvimento da cultura (do ponto de vista restrito, interpretada como a vida espiritual de uma nação) tem por base a vida econômica da nação. Ambas precisam ter marcante a expressão nacional, científica e de massas. Nesse processo, a cultura que serve a uma nação deve se opor à opressão nacional, à dominação estrangeira. Deve ser científica, combater o misticismo e tudo o que representa de velho e reacionário para o povo. Necessita ser de massas porque os liccom/udelar 3 É muito perigoso adotar palavras de uma língua estrangeira por imposição, desprezar a sonoridade e a estrutura gramatical que sustentam o manancial vocabular da língua nacional. Isso resulta em utilizar um “dialeto”, uma codificação ilegítima, colonial e sem estrutura linguística verdadeira. É o que se passa com as classes dominantes, cada vez mais alienadas. A imensa maioria da população se depara com vários casos do uso de palavras “inglesas”, na realidade muitas vezes nem passam de gírias de vida tão duradoura quanto a circulação de um produto, ou maneira de usá-lo, lançado no mercado pelas corporações estrangeiras, que é prontamente substituído por outro. Não é resultado de qualquer elaboração mental ou consideração sobre a sua utilização. Tampouco reflete qualquer abstração superior, por serem palavras, expressões etc. fora do contexto nacional. Como o X de cheese que vira sanduíche (mesmo sem queijo), ou do funcionário da firma de entregas a domicílio que não sabe o que é o delivery estampado na frente da loja. E diz delivérri, tentando imitar a pronúncia e imaginando ser algum produto novo vendido pelo patrão. Não conhece o original estrangeiro e também não sabe para que serve tal palavra “em português”. Há de se reconhecer a contribuição das palavras estrangeiras ao nosso idioma, mas é preciso rechaçar com toda força a inserção delas, na sua forma de dominação, inteiramente dispensável por não haver correspondência com a vida nacional. Tolices como linkar em vez de ligar (no sentido de pôr em comunicação) estão cada vez mais presentes no diaa-dia do brasileiro. Principalmente nas grandes empresas, termos completamente desnecessários são utilizados por seus diretores e executivos. Diretores associados a empresas estrangeiras e à hierarquia dos empregados sentem-se felizes ao ver divulgada sua criação de verbos completamente fúteis. Por exemplo, foram criados os verbos: estartar — oriundo da palavra inglesa start; tem por função demonstrar o início de determinada atividade ou processo: “Vamos estartar a reunião”. “O processo foi estartado”. Estopar — também oriundo de outra palavra inglesa: stop; tem por função demonstrar o encerramento de determinada atividade ou processo. O combate ao estrangeirismo Na França, o governo e autoridades linguísticas estão envolvidos desde 1973 em uma campanha maciça para manter a soberania da língua nacional sem a interferência de outros idiomas. O governo francês indica palavras, com a publicação de listas nos jornais, que podem substituir os termos estrangeiros e foi criada lei que proíbe a utilização de palavras estrangeiras em documentos oficiais e também a utilização em emissoras de televisão, rádio, anúncios, letreiros, transporte coletivo, lugares públicos e contratos de trabalho. Em 1999, o senador Ronaldo Cunha Lima subiu à tribuna para fazer um dos primeiros ataques ao estrangeirismo na nossa língua. Irônico e sarcástico, o parlamentar paraibano descreveu uma manhã hipotética do seu cotidiano, usando quase que somente palavras estrangeiras. A manhã terminava com ele abrindo o freezer em busca de uma coke para combater a sede provocada pelo cooper. O escritor português José Saramago, ao se recusar a pronunciar a palavra mouse, prefere usar rato. Mas por que essa tão inútil tradução? Não bastaria comando, ou coisa assim? Comentando recentemente sobre a atração que as palavras estrangeiras exercem sobre os brasileiros, ele afirmou não entender por que bradamos tanto contra a colonização se no fundo gostamos de ser colonizados. É evidente que o povo trabalhador e todas as demais pessoas progressistas também não apreciam essa formulação de Saramago, porque elas não apreciam a colonização. No Brasil, qualquer lei que busque proibir o uso de palavras estrangeiras acaba tendo um teor utópico e até mesmo demagógico, cuja aplicação tornaria muito complexa a sua fiscalização. De que adianta aportuguesar algumas palavras estranhas às nossas necessidades? E quem fiscalizaria diálogos, nomes de lojas e de todas as mercadorias sem abolir o sistema semicolonial, semifeudal e burocrático vigente em nosso país? Fonte: jornal on line “A nova democracia- pela imprensa popular e democrÁtica.htm” português compreensão leitora liccom/udelar Ler o texto “Língua Portuguesa” para responder as questoes em espanhol. 1) Qual o propósito do autor? 2) Qual foi ou foram os motivos do autor para ter escrito o texto? 3) Qual a estrutura do texto? Justifique. - poderia sintetizar a tese do autor e expor os argumentos que apoiam essa tese? - Classificá-los 4) Ao que faz referência o autor com a seguinte frase? ... Inconscientemente, a população brasileira speak, parla, habla e até fala português... 5) Explique a frase: ...O disparatado glossário dos jargões — que se faz passar por termos científicos e técnicos, nos planos político, jurídico, econômico etc. —, não raro veste uma roupagem estrangeira ... 6) Procure no texto palavras com os seguintes verbetes: __________________: palavra ou expressão estrangeira usada, emprego de palavra, frase ou construção sintática estrangeira. ______________: linguagem deliberadamente artificializada empregada pelos membros de um grupo desejosos de não serem entendidos pelos não-iniciados ou, simplesmente, de diferenciarem-se das demais pessoas. 7) Procurar expressões equivalentes a : a) impedimento______ b) gíria _______ c) disparates______ 8) Escolha a opçao certa nas palavras entre parênteses (12 e 4) 9) Analise o uso do travessao e as aspas nos parágrafos 5 e 6. 10) Relacione o seguinte trecho com o texto “Língua portuguesa” 11) Escolha a alternativa certa para as palavras entre parênteses. 12) Com qual finalidade é usado o discurso direto no seguinte trecho? ...Saramago também alertou: “Nao esqueçamos que (às – as) línguas se cercam umas às outras, nao esqueçamos que(à – a) língua inglesa as cerca de todas e a todos nos cerca” e que “hoje, uma língua que nao se defende morre”, (nos – nós- no) que todos os falantes do Português estarao de acordo. (Más – Mais –Mas) cada um irá defender a “sua” língua (“a língua é de quem a fala”) à sua maneira , no seu lugar e no seu tempo. E eles sao diferentes em cada país e para cada povo, em consonância com as necessidades da comunicaçao (é – e) o sentido das identidades nacionais – (portanto – porque – por isso), e também, constituindo um atributo de soberania... ...Ainda viria menos mal à língua se ela (é – fosse –seja) apenas um mero instrumento de comunicaçao... 13) Substituir a palavra em destaque por seu equivalente : ...Ainda viria menos... a) todavia português compreensão leitora b) ademais c) além liccom/udelar 4 Conjunções Conjunções: palavras invariáveis que servem para relacionar duas orações uo dois termos semelhantes da mesma oração. Coordenativa Relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical. Subordinativas Ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra. As coordenativas deividem-se em: 1 - Aditivas Aditivas: servem para ligar simplesmente dois termos ou duas orações de indêntica função. • Ex: e, nem (= e não). 2 - Adversativas Adversativas: ligam dois termos ou duas orações de indêntica função, acrescentandolhes, porém, uma ideia de contraste. • Ex Ex: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. 3 - Alternativas Alternativas:: ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre. • Ex: ou (repetida ou não), e quando repetidas, ora, quer quer,, seja, nem nem. 4 - Conclusivas: servem para ligas à anterior uma oração que exprime conclusão, conseqüência. • Ex: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim assim. 5 - Explicativas: ligam duas orações, a segunda das quais justifica a idéia contida na primeira. • português compreensão leitora Ex: que, porque, pois, porquanto. Conjunções 5 liccom/udelar As subordinativas deividem-se em Ex Ex:: porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto quie, visto como, que. Causais: iniciam uma oração denotadora de causa.. 1- Causais • 2- Concessivas: : iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la. • Ex: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por mais que, por menos que, a pesar de que, nem que. 3- Condicionais: : iniciam uma oração subordinada em que se indica hipótese ou uma condição necessária para que seja ralizado ou não o fato proncipal. • Ex: se, caso, contanto que, salvo que, sem que (=se não), desde que, a menos que , a não ser que. 4- Conformativas: : iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal. • Ex: Conforme, segundo, como (=conforme), consoante. 5- FFinais: inais: iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração. • Ex: para que, a fim de que, porque (=para que) 6- Proporcicionais: iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal. • Ex: à medida que, ao passo que, enquanto, quanto mais...mais, quanto mais...tanto mais. 7- TTemporais: emporais: iniciam uma oração subordinada indicadora de ciscunstâcia de tempo. • Ex: quando, antes que, depois que, até que, sempre que, assim que, logo que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal. 8- Comparativas: iniciam uma oração que encerra o segundo memebro de uma comparação, de um confronto. • Ex: que, do que (depois de mais, menos, maior maior,, menor menor,, melhor e pior), qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como. 9- Consecutivas: iniciam uma oração na qual se indica conseqüência de que foi declarado na anterior. • português compreensão leitora Ex: de foma que, de maneira que, de modo que. liccom/udelar Os operadores argumentativos: 6 Há dois tipos de operadores: os lógico-semânticos e os argumentativos, · os lógico-semânticos: Os de tipo lógico são aqueles necessários e suficientes. Por exemplo, ‘a água ferveu porque estava quente’ é uma relação entre fato e verdade, simplesmente interligando conteúdo de duas proposições. Tais operadores estabelecem relações lógicas de conjunção, disjunção, equivalência, implicação, bicondicionalidade. Entre estas, incluem-se relações de causalidade, alternância, temporalidade, contrariedade, condicionalidade, sobressaindo o caráter da objetividade. Se, caso, a não ser que, desde que, a menos que, exceto se, salvo se: estabelecem relações de condicionalidade. Quando, nem bem, logo que, assim que, antes que, despois que, enquanto, à medida que: estabelecem relações de temporalidade. “Quando, nem bem, logo que, assim que”: Simultaneidade “antes que, despois que”: Anterioridade/Posterioridade “enquanto, à medida que”: Continuidade Para que, a fim de que: estabelecem relações lógicas de finalidade. Ou, ora....ora : estabelecem relações lógicas de disjunção. português compreensão leitora liccom/udelar 7 • operadores argumentativos: Para além de relacionar o conteúdo de duas proposições, introduzem comprovações, argumentos que evidenciam as intenções dos enunciados de convencer e/ou persuadir; estabelecem relações também denominadas pragmáticas, retóricas ou ideológicas, discursivas ou argumentativas. Encadeiam enunciados sucessivamente, cada um dos quais resultante de um ato de linguagem particular, sendo o segundo encadeado sobre o primeiro, este tomado como tema. Assim, também podem ser denominados operadores ou encadeadores de discurso. E, também, nem, tanto... como, não só... mas também, além de, além disso, ainda : operadores que estabelecem relação de conjunção, ligam e adicionam enunciados, “p” e “q”, que argumentam para uma mesma conclusão “r”. Alguns destes ligam argumentos de mesma força argumentantiva, outros têm a função de acentuar o argumento de maior relevância. Mesmo, até mesmo, até, inclusive inclusive:: estabelecem hierarquia dos elementos numa escala e assinalam o argumento mais forte. Mas (porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto,), embora (ainda que, apesar de (que), por mais que, mesmo que) que):: assinalam oposição entre elementos semânticos. Isto é, quer dizer dizer,, ou seja, em outras palavras, ou melhor melhor,, de fato, pelo/ao contrário, ao invés de, ou : ou: estabelecem relações de correção ou redefinição e colaboram para o ajustamento da precisão de sentido, enfatizando um argumento mais forte, mais claro, orientando para uma determinada conclusão. Semanticamente, reforçase o enunciado anterior. Portanto, então, logo, por conseguinte, pois, em decorrência, conseqüentemente, enfim, assim, afinal afinal:: operadores que estabelecem relações de conclusão, encaminhando o leitor e buscando a adesão deste para uma dada conclusão r, sendo, assim, responsáveis também pela progressão textual. Ou, ou então, quer ...quer quer...quer ...quer,, seja... seja, seja... ou ou: estabelecem relação de disjunção argumentativa. Constituem dois enunciados distintos, com orientações discursivas diferentes, em que um tem por função provocar o interlocutor de forma a levá-lo a modificar sua opinião, ou, no mínimo, aceitar a opinião expressa pelo outro enunciado. português compreensão leitora liccom/udelar 8 Mais... (do) que, menos... (do) que, (tanto, tão, tal, assim)... como, (tanto, tão)... quanto, de longe longe:: operadores que estabelecem relação de comparação, apontando inferioridade, superioridade ou igualdade. Têm caráter argumentativo por serem aplicados quando se tem em vista uma dada conclusão; os enunciados tendem a favorecer ou desfavorecer algo ou alguém. Porque, que, já que, pois pois:: estabelecem relações de explicação ou justificativa. “Porque” é utilizado para introduzir argumento desconhecido. “Já que” parece encabeçar argumentos caracterizados como conhecidos e de caráter consensual. “Pois”, por sua vez, apresenta um argumento tido, pelo locutor, como obviamente conhecido. Um pouco, pouco, quase, apenas, só, somente somente: “Pouco” limita, restringe, assim como as diferentes formas de negação. “Um pouco” aponta para uma direção positiva, no sentido da afirmação. “Apenas”, “só” e “somente” argumentam com caráter de restrição, de exclusão e valorizam o argumento apresentado. “Quase” restringe, e direciona para a negação. Ele trabalhou um pouco pouco. Ele vai conseguir. (DUCROT, 1989, apud GUIMARÃES, 2002 b, p. 55) Ele trabalhou pouco pouco. Ele não vai conseguir. (DUCROT, 1989, apud GUIMARÃES, 2002 b, p. 55) “A ligação é grátis. O cartão é grátis. O dicionário é grátis. O primeiro mês de assinatura é quase quase.” (ALMEIDA, 2001, p. 108) A assinatura no primeiro mês NÃO é gratuita. Por exemplo exemplo: Por meio dessa expressão, tecem-se especificações, particularizações, esclarecimentos e/ou exemplificações, que tendem a servir de suporte à argumentação. Tão/tanto (a)... que que:: estabelecem relação de comprovação a respeito da primeira asserção apresentada, via mecanismo discursivo de causa/conseqüência, em cuja construção frasal o advérbio confere intensidade ao enunciado Quanto mais/mais, quanto mais/maior mais/maior: dão a idéia de proporção, em que os argumentos são equivalentes, tendo sua veracidade fundamentada na superioridade do outro. Ao menos, pelo menos, no mínimo mínimo: estabelecem hierarquia dos elementos numa escala e assinalam o argumento mais fraco. Marcam uma condição favorável a uma conclusão r mínima, marcando um elemento que, numa escala argumentativa, encontrarse-ia na zona inferior. Fonte: Mirella de Oliveira Freitas, “Técnicas e operadores argumentativos em redações de universitários”. Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia, MG, Brasil. português compreensão leitora liccom/udelar 9 Diminutivos Aumentativos Diminutivos Aumentativos inho / inha ão / ona Exemplos: Esse cachorrinho é seu? Essa lanchonete vende um pastelão de frango e catupiry bem grandão. Vamos tomar uma cervejinha? Carla esta é minha amigona Cássia! · Usos Usos:-para destacar objetos grandes ou pequenos -com intenção carinhosa -com intenção pejorativa -uso comum da língua. Formação do diminutivo Acrescenta-se zinho / a nos seguites casos: -palavras terminadas em: sílaba tônica mulher / mulherzinha duas vogais chapéu / chapeuzinho som nasal coração / coraçãozinho -palavras monossilábicas: mão / mãozinha português compreensão leitora