percepção e representações

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percepção e representações
PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÕES: ASPECTOS DA PSICOLOGIA AMBIENTAL.
Zysman Neiman (UFSCar)
RESUMO:
Freqüentemente, encontram-se confusões entre os conceitos de percepção e
representação, que são tidos como processos psicológicos similares nos estudos sobre a
relação ser humano x natureza. A compreensão de que a maneira como o ambiente é
percebido e representado é tão ou mais crucial do que a compreensão da maneira de
como o ambiente está organizado pelo ser humano. No que se refere à relação entre o
meio ambiente e sua forma de representação, por parte dos vários atores sociais, o que
mais importa é que o meio ambiente é percebido pelos indivíduos de forma múltipla e
diferenciada, uma vez que a compreensão se dá sob uma perspectiva subjetiva apoiada
numa realidade concreta. Sendo o mundo que nos envolve mediado por representações
sociais que se constituem em modalidade de conhecimento e revelam coisas sobre o real
e os objetos que o constituem, essas representações permitem esclarecer as concepções
dos sujeitos sobre o meio. A psicologia ambiental pode ser definida como o estudo das
interações entre os indivíduos e aspectos relevantes do seu ambiente. O turismo, as
caminhadas arriscadas no meio da mata, as artes, o romantismo provocado pela
aproximação com a natureza (quase como um ato religioso), a liberdade e a ascensão do
espírito estão bastante valorizados atualmente. A natureza é mitificada e serve como
escape, compensação à vida complicada da cidade. Com tudo isso, se inicia um período
de mudanças de sensibilidades, de reação contra a dominação da natureza, de exaltação
da beleza selvagem. A natureza selvagem começa a ser admirada quase como um ato
religioso, sendo vista como indispensável e fonte de riquezas espirituais, símbolo da
liberdade para uns e alienação para outros (natureza como sendo anti-social). E a
natureza é, assim, elemento constitutivo das representações sobre o Brasil dos próprios
brasileiros, fato que tem motivado, em nosso país, mais recentemente, o fenômeno das
viagens aos “paraísos ecológicos”. A análise de representações sociais dos seres
humanos como produtos da sua condição sócio-histórica, apesar de revelar muito de
seus condicionantes comportamentais e morais, não é suficiente para o entendimento de
como eles se misturam ao mundo, de como estão mergulhados nos fenômenos que
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vivenciam. Esse entendimento exige que se busque o humano em sua complexidade e se
resgate nele mais que reflexões morais sobre as tendências e quadros socioambientais
que se configuram para as gerações futuras.
PALAVRAS-CHAVE: Percepção, Representação Social, Psicologia Ambiental.
PERCEPTION AND REPRESENTATIONS: ASPECTS OF ENVIRONMENTAL
PSYCHOLOGY.
ABSTRACT:
There is often a misunderstanding between the concepts of perception and
representation, which are seen as similar psychological processes in the studies of the
relation humans X nature. The comprehension of the manner the environment is
perceived and represented is so or more crucial than the comprehension of the manner
the environment is organized by the human being. In the relation between the
environment and its form of representation, as seen by many social actors, what matters
is that the environment is perceived by individuals in a multiple and differentiated way,
once the understanding takes place under a subjective perspective relying on a concrete
reality. Being the world surrounding us mediated by social representations which
become knowledge and reveal things about the reality and the objectives that produce it,
these representations make possible to clear up the individuals´ conceptions about the
environment. The environmental psychology can be defined as the study of interactions
between the individuals and relevant aspects of their environment. The tourism, the
risky hiking into the jungles, the arts, the romantism provoked by the contact with
nature (almost as a religious act), the freedom and the rise of the spirit are valued
nowadays. The nature is mystified and it serves as an escape, compensation to the
complicated life in the city. Among it all there is the beginning of a period of sensibility
changes, of reactions against the domination of the nature, of magnification of the wild
beauty. The wild beauty starts to be admired religiously, seen as indispensable and as a
source of spiritual wealth, symbol of freedom to some and alienation to others (nature as
anti-social). And nature is, then, a constitutive element of the representations of Brazil,
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of its people, a fact that has motivated in our country, more recently, the phenomena of
the trips to the “ecological paradises”. The analysis of social representations of the
humans as products of their social-historical conditions, nevertheless revealing many of
their conditioning moral and behavior, is not enough to the understanding of how they
join to the world, of how they are drowned in the phenomena which they experience.
This comprehension demands a search of the human being in his complexity and a
rescue of moral reflections on the tendencies and social-environmental pictures that
build up the future generations.
KEYWORDS: Perception, Representations, Environmental Psychology.
CORPO DO TEXTO:
Conhecer a estrutura dos comportamentos pró-ambiente e as condições que
tornam possível sua emergência permite o desenvolvimento dessa capacidade nos
indivíduos. Assim, um passo fundamental para seu desenvolvimento é a compreensão
de suas características relevantes como uma capacidade humana (CORRALVERDUGO, et. al., 2004). Esse é um dos objetivos da psicologia ambiental.
A relação entre sociedade e meio ambiente é construída a partir de várias
determinações, sejam em nível cultural, social, psicológico, físico, espacial ou histórico.
Portanto, o ambiente não é simplesmente uma fonte onde suprimos nossas necessidades.
Sendo físico e social é rico em significações por intermédio do qual a humanidade pode
expandir-se, desabrochar. As suas qualidades, permeadas de valores simbólicos e de
afetividade, vão muito além de sua eficacidade (KUHNEN, 2002).
O conceito de “natural” é, além da concepção bio-centrista, também uma
construção social. “Toda sociedade, toda cultura cria, inventa, institui uma
determinada idéia do que seja natureza. Neste sentido, o conceito de natureza não é
natural, sendo na verdade criado e instituído pelos homens” (GONÇALVES,1989:
p.23).
No entanto, deve-se destacar que o “social” encontra no natural e no simbólico
os próprios elementos de sua efetivação conceitual. Assim, o termo “meio ambiente”,
por ser difuso e muito variado, e a modificação de valores alicerçados na sociedade de
consumo, no posicionamento em face de crescentes riscos ambientais, discutidos até
aqui e que constituem a base da chamada atitude pró-ambiente, devem ser considerados
como "representações sociais" (REIGOTA, 1995).
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Freqüentemente encontram-se confusões entre os conceitos de percepção e
representação que são tidos como processos psicológicos similares nos estudos sobre a
relação ser humano x natureza. O entendimento da interação do ser humano com o
ambiente, solidificada em bases muito complexas, tem representado um estímulo para
pesquisas de percepção ambiental. Essa percepção tem sido estudada, na maioria dos
casos, mediante o levantamento de conceitos de meio ambiente e dos referentes a
fenômenos e problemas ambientais (MARIN, OLIVEIRA & COMAR, 2003). A palavra
"percepção" vem do latim perceptio, que é o ato de perceber, ação de formar
mentalmente representações sobre objetos externos a partir dos dados sensoriais. O
estudo dos processos mentais relativos à percepção ambiental pode ser entendido “como
um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente que se dá através
de mecanismos perceptivos propriamente ditos e, principalmente, cognitivos” (DEL
RIO & OLIVEIRA, 1997:3).
A representação, neste contexto, atua como um prolongamento da percepção
porque a introduz num sistema de significação representativo, envolvendo a
diferenciação entre os significantes que podem ser as formas de linguagem ou imagens,
gestos, desenhos e os significados que compreendem os espaços (DEL RIO &
OLIVEIRA, op. cit.).
Para Ramadier (1999:29)
“o espaço não é unicamente estruturado segundo um sistema de
significações socialmente determinados que será independente de uma realidade
espacial. Ao contrário as significações elaboradas contribuem para ajustar o
espaço representado ao espaço objeto.”
Merleau-Ponty (1999) propõe que a percepção é formada pelos sentidos, isto é,
através dos sentidos podemos perceber o mundo e nós mesmos e, a partir daí mudarmos.
O autor afirma que percebemos através de associações e substituições que fazemos com
nosso passado, com palavras, com as pessoas, com os lugares e com os objetos.
Castoriadis (1999) ao contrário de Merleau-Ponty, afirma que a percepção não é
separável da imaginação, ainda que não possa ser reduzida a esta. Para ele, há uma
interdependência intrínseca na relação do imaginário com a apreensão do real, de
maneira que no momento da leitura dos sentidos, o universo das imagens direciona o ato
perceptivo e se diluem nas informações que chegam puras ao racional humano.
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No seu cotidiano os indivíduos convivem de forma imediata com as
representações e significados que são construídos no imaginário social. Em cada
imagem ou representação simbólica, os vínculos com a localização e com as outras
pessoas estão a todo o momento, consciente ou inconscientemente, orientando as ações
humanas (BRASIL, 1998). A compreensão de que a maneira como o ambiente é
percebido e representado é tão ou mais crucial do que a compreensão da maneira de
como o ambiente está organizado pelo ser humano (RAPOPORT, 1977). As
construções do imaginário humano sobre o mundo “real” obrigam-nos a repensar
constantemente o caráter atribuído à relação entre mundo material e simbólico, entre o
objetivo e o subjetivo, entre os fatos e a respectiva percepção. “Ambiente” seria então
um mundo estruturado ou “construído” pelas pessoas nas transações que elas instauram
com o mundo circundante (BONNES-DOBROWOLNY & SECCHIAROLI, 1983). A
consciência coletiva de uma suposta atitude pró-ambiente estaria, assim, além da
realidade social. A relevância psico-sociológica dos problemas ambientais é uma
“síntese das interrelações entre ‘possibilidade’ (em termos físicos) e
‘significado’ e ‘norma’ (em termos socio-culturais), não podendo ser concebido
univocamente nem como produto nem como determinante das ações humanas,
como contexto, no qual está embutida uma miríade de fenômenos psicológicos,
sociais e culturais” (CASTELLO, 1996: 24-25).
O sociólogo francês Èmile Durkheim (1970), um precursor do que hoje se
denomina de "teoria das representações sociais", foi o autor que deu as principais
referências para que Moscovici (1978) definisse as representações sociais como um
modelo de conhecimento específico embasado no senso prático do saber comum, que
tem como função estruturar comunicação, conhecimento, comportamento e práticas
sociais. Elas são entendidas “como um saber desenvolvido no cotidiano das relações
sociais, em que os grupos de referência exercem fortes influências na construção das
Representações Sociais” (MOSCOVICI, op. cit.:51).
O fenômeno das representações tem
“um caráter moderno, na medida em que na nossa sociedade, ele ocupa
o lugar dos mitos, das lendas e das formas mentais correntes das sociedades
tradicionais. Sendo seu substituto e seu equivalente, ele herda de uma só vez
traços e certos poderes” (MOSCOVICI, op. cit.:83).
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No que se refere à relação entre o meio ambiente e sua forma de representação,
por parte dos vários atores sociais, o que mais importa é que o meio ambiente é
percebido pelos indivíduos de forma múltipla e diferenciada, uma vez que a
compreensão se dá sob uma perspectiva subjetiva apoiada numa realidade concreta.
Reigota (1995) afirma que a representação social reflete uma forma diferencial de
percepção do mesmo. Esse autor propõe que o meio ambiente, mesmo como uma
representação social, se contextualiza como
“o lugar determinado ou perdido, onde os elementos naturais e sociais estão em
relação dinâmica e em interação. Essas relações implicam processos de criação
cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação do meio
natural e construído” (ibid:14).
Assim,
“muitas são as representações sobre meio ambiente e por tal, o conceito de
meio ambiente torna-se difuso e variado, como também o conceito de Educação
Ambiental, o que faz com que as práticas pedagógicas dos professores
envolvidos com a questão são, muitas vezes, influenciadas pelas suas
representações, concepções, sobre meio ambiente” (Ibif:19)
Segundo Besse (1997 apud KUHNEN, 2002) convivem atualmente três direções
de sentidos nas representações de natureza. Ou seja, a natureza encarada do ponto de
vista metafísico (natureza como paisagem, enquadrada como categoria estética),
técnico-científico (natureza como recurso a ser utilizada como matéria-prima) e ligada
ao horizonte de responsabilidade e demanda ética (natureza frágil que precisa ser
protegida).
Irwin (1997) toca de forma peculiar na questão entre cultura e natureza
discutindo sobre o natural, o social e o científico como categorias interligadas de forma
aproximada uns dos outros. O autor nos indica um caminho para a compreensão de uma
racionalidade ambiental que supostamente nos levaria as bases de formação dessa
atitude pró-ambiente contemporânea.
Segundo Reigota (1995) três diferentes tipos de representação social do meio
ambiente são identificados entre professores de escolas públicas de São Paulo: a
naturalista (na qual os aspectos priorizados são os conceitos de natureza, habitat e
ecossistemas), a globalizante (na qual se observam as relações de reciprocidade entre a
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sociedade e a natureza) e a antropocêntrica (na qual a utilidade dos recursos naturais
para a sobrevivência do ser humano é enfatizada).
Elias (1998) mostra a relevância do ponto de intersecção na relação ser humano
x natureza e com isso elabora uma análise sociológica sobre processos culturais antigos
que se formaram enraizados no contexto de percepção do meio ambiente (sol, lua,
vento, dia, noite, chuva, clima, floresta etc.) e como essa questão influenciou a
formação e fixação de atitudes que resultaram em práticas de condutas sociais.
Ainda nos dias atuais, a natureza é o grande referencial de vida para alguns
povos, para os quais há uma integração quase total entre os elementos naturais e o
corpo. Tanto o universo concreto do cotidiano dessas sociedades tradicionais quanto o
simbólico são vinculados à terra, a um lugar. É nele que se institui a cultura desses
povos, a idéia de patrimônio a receber e a transmitir.
A consolidação da cultura humana passa pela instalação dos povos aos seus
territórios, nos quais começam a agregar novas coisas. Esses territórios são as bases
materiais sobre a quais as sociedades produzem sua própria história. A cultura, como
um meio de comunicação, está estreitamente ligada à noção de território.
Como há uma grande inter-relação entre os conceitos de lugar, paisagem,
espaço, território e territorialidade, vale a pena diferenciá-los uns dos outros (BRASIL,
1998):
“No estudo da Geografia, o lugar e a região eram sempre vistos como
dimensões objetivas resultantes das interações entre o homem e a natureza.
Atualmente, a categoria de lugar, assim como a de paisagem estão sendo
recuperadas pela nova Geografia, em uma nova dimensão. O lugar deixou de
ser simplesmente o espaço em que ocorrem interações entre o homem e a
natureza para incorporar as representações simbólicas que constroem
juntamente com a materialidade dos lugares, e com as quais também
interagem” (ibid:19).
“A categoria território foi originalmente formulada nos estudos
biológicos do final do século XVIII, como o domínio que os animais e as plantas
têm sobre porções da superfície terrestre. Mediante estudos comportamentais,
Augusto Comte incorporou a categoria de território aos estudos da sociedade
como categoria fundamental, o que foi absorvido pelas explicações
geográficas” (ibid:27).
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A categoria território possui relação bastante estreita com a categoria paisagem.
Pode até mesmo ser considerada como o conjunto de paisagens. É algo criado pelos
seres humanos, é uma forma de apropriação da natureza.
"A categoria paisagem, porém, tem um caráter específico para a Geografia,
distinto daquele utilizado pelo senso comum ou por outros campos do
conhecimento. É definida como sendo uma unidade visível do território, que
possui identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e
natural, contendo espaços e tempos distintos; o passado e o presente. A
paisagem é o velho no novo e o novo no velho"! (ibid:28)
A categoria paisagem, por sua vez, também está relacionada à categoria lugar,
tanto na visão da Geografia Tradicional quanto nas novas abordagens. O sentimento de
pertencer a um território e a sua paisagem significa fazer deles o seu lugar de vida e
estabelecer uma identidade com eles. Nesse contexto, a
"categoria lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm vínculos
afetivos: uma praça onde se brinca desde criança, a janela de onde se vê a rua,
o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é onde estão as
referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas
de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico. É por intermédio dos
lugares que se dá a comunicação entre homem e mundo" (ibid:29 )
Enquanto a categoria território representa para a Geografia um sistema de
objetos, sendo básica para a análise geográfica,
"o conceito de territorialidade representa a condição necessária para a própria
existência da sociedade como um todo. Se o território pode ser considerado
campo específico dos estudos e pesquisas geográficas, a territorialidade poderá
também estar presente em quaisquer outros estudos das demais ciências”
(ibid:28).
Segundo o geógrafo Milton Santos (1993), o “território em que vivemos é mais
que um simples conjunto de objetos, mediante os quais trabalhamos, circulamos,
moramos, mas também um dado simbólico” (Ibid:61). Assim, completa, a
territorialidade “não provém do simples fato de viver num lugar, mas da comunhão que
com ele mantemos” (Ibid:62). As paisagens não devem apenas ser vistas, mas
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experienciadas, vivenciadas, quase como numa simbiose: elas produzem um efeito
físico e espiritual, influem sobre o psiquismo, a saúde e a qualidade de vida
(COIMBRA, 2002 apud QUARANTA-GONÇALVES; GUIMARÃES & SOARES,
2006).
Segundo Tuan (1983),
"espaço é um símbolo comum de liberdade no mundo ocidental. O
espaço permanece aberto, sugere futuro e convida à ação. O espaço fechado e
humanizado é lugar. Os seres humanos necessitam de espaço e lugar, pois as
suas vidas são um movimento dialético entre refúgio e aventura, dependência e
liberdade. O lugar representa a segurança, enquanto o espaço representa a
liberdade (...) O que começa como espaço indiferenciado transforma-se em
lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor”.
(TUAN,1983:3,6),
Para Fischer (1997), todo lugar é uma imagem de nossa cultura. Os ambientes
arquitetônicos e também os urbanos criados pelo ser humano são a expressão de
processos de filtragem cultural e permitem desvelar como os diferentes povos usam seus
sentidos.
Sendo o mundo que nos envolve mediado por representações sociais que se
constituem em modalidade de conhecimento e revelam coisas sobre o real e os objetos
que o constituem, essas representações permitem esclarecer as concepções dos sujeitos
sobre o meio. “Desta forma possibilita avaliar a nível simbólico e cultural a dimensão
espacial, natural ou construída do modo de vida. A análise destas representações
indicará as formas de expressão da apropriação do lugar pelos indivíduos”
(KUHNEN, 2002:27).
“As características morfológicas de um lugar são captadas pela
percepção em função de particularidades de determinadas operações
fisiológicas humanas, assim como das condições ambientais e da estrutura
configurativa do espaço. Entretanto a comunicação deste ato perceptivo vai
depender também de componentes psicossociais, não tão facilmente detectáveis
como os anteriores. Esses irão possibilitar a decodificação das informações
que, finalmente, transformam o que se vê em significados” (ibid:28).
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Tal esquema funcional torna a percepção humana um fenômeno culturalmente
definido. A percepção ambiental, que torna o meio ambiente um produto material e
simbólico da ação humana, poderá ser definida como um processo a partir do qual se
organiza e interpreta a informação sensorial em unidades significativas para configurar
um quadro coerente do entorno ou de uma parte dele. Refere-se à relação do ser humano
com o mundo, e há diversas formas de perceber o mundo, desde aquela revestida com o
manto da sacralização, até aquela ancorada no arcabouço cientificista dominador
(MARIN, OLIVEIRA & COMAR, 2003).
"É tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a atitude
proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto
outros retrocedem para a sombra ou são bloqueados (...) Através de
experiências as pessoas conhecem e constroem sua realidade: experienciar
significa aprender, atuar sobre o dado, criar a partir dele, conhecer a
realidade, construií-la a partir da experiência, criá-la pelo sentimento e pelo
pensamento reflexivo” (TUAN, 1980:4,6).
A psicologia ambiental pode ser definida como o estudo das interações entre os
indivíduos e aspectos relevantes do seu ambiente (DARLEY & GILBERT, 1985). Ou
seja, parte do pressuposto que os indivíduos, ao interagirem com o meio físico (espaço)
e social (lugar, território), podem desenvolver diversas formas de comportamento ante
estímulos e situações ambientais. A Educação Ambiental, por exemplo, pode incluir nos
seus discursos e práticas diversos estímulos capazes de encorajar os comportamentos
pró-ambientais (CORRAL-VERDUGO, et. al., 2004).
A pesquisa básica em psicologia ambiental deve considerar
"a necessidade de estudar dimensões morfológica e funcional da
competência pró-ambiental, bem como as relações entre habilidades ambientais
e suas exigências". (...) Ao estudar competência pró-ambiental, é necessário
prestar atenção tanto às habilidades ambientais quanto às suas correspondentes
exigências pró-ecológicas. Essas exigências podem ser concebidas como
elementos
de
discursos
sociais
e
educacionais
visando
promover
comportamento ambiental responsável" (Ibid.:52).
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A construção social de um discurso e de um ideal de "ambiente equilibrado" é,
portanto, fundamental para a formação dos comportamentos pró-ambiente desejados. O
pensamento simbólico e, por vezes, o mitológico, também ganham grande importância
nesse processo, uma vez que são a base da formação das representações sociais sobre o
ambiente. A Educação Ambiental tem, portanto, um grande campo de reflexão e ação
quando se abre para as dimensões não racionalistas do humano, entendendo a percepção
como um fenômeno do existir. A análise fenomenológica parte de um ser humano
vivenciando esteticamente seu ambiente, dando-lhe cor e sentidos, associando-lhe
nostalgia e mistério (MARIN, OLIVEIRA & COMAR, 2005).
. . .
Todos os ecossistemas sofreram alterações substanciais benéficas ou não através
da interferência humana. Mesmo os ambientes menos afetados pela nossa presença, são
projetados como intactos, somente pela imaginação humana. De fato, são como
produtos elaborados pela nossa cultura que o ambientalismo moderno identifica os
ambientes que devem ser preservados e sacralizados. Tais ambientes, nossos parques,
frutos da necessidade e imaginação humanas, foram transformados em santuários, mas
foram protegidos da nossa presença destrutiva. Todos eles, sem exceção, são produtos
da cultura humana. É nossa percepção transformadora que estabelece a diferença entre
matéria bruta e paisagem (SCHAMA, 1995).
“O espaço percebido pela imaginação não pode ser o espaço indiferente
entregue à mensuração e à reflexão do geômetra. É um espaço vivido. É vivido
não em sua positividade, mas com todas as parcialidades da imaginação”
(BACHELARD, 1993:19).
Os velhos mitos de natureza não foram abandonados pela sociedade. Todos os
indivíduos continuam a ser depositários de mitos, lembranças e obsessões que devem
ser buscados, recuperados. Schama (1995) propõe um modo de olhar, de redescobrir o
que já possuímos, mas que, de alguma forma, escapa-nos ao reconhecimento e a
apreciação. Seu objetivo é apresentar não mais uma explicação do que perdemos e, sim,
uma exploração do que ainda podemos encontrar.
A qualidade do belo ou é dependente de referenciais pessoais, culturais e sociais
ou, em oposição, é algo apreendido imediatamente sem que necessite de reflexão. Para
Lynch (1998), os atributos do meio ambiente, seja ele natural ou construído,
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influenciam a percepção visual do indivíduo, formando imagens compartilhadas pela
população.
Morin (1986) questiona a possibilidade de o pensamento simbólico/mitológico/mágico incorporar o ponto de vista empírico racional – e vice-versa -, superando a
dualidade existente entre os dois, a crise da racionalidade, o desencantamento de
mundo. As contribuições da psicanálise, da filosofia, da ciência, dos neomitos, da
astrologia e das práticas religiosas, que apresentam a presença inabalável deste
pensamento mitológico em todas as sociedades, das arcaicas às contemporâneas,
provam a necessidade desta incorporação. Aponta para a tese do desenvolvimento de
uma racionalidade complexa que reconheça a subjetividade, a concretude e o singular
do pensamento simbólico, assim como este contenha a objetividade e a racionalidade.
“É necessário não só que a razão aberta conceba o símbolo, o mito e a
magia, mas também que o pensamento simbólico/mitológico possa raciocinarse, isto é, conceber-se como pensamento simbólico/mitológico”. (...) “O
primeiro é desprovido de imunidade empírica-lógica contra o erro. O segundo é
desprovido do sentido que percebe o singular, o individual, o comunitário. O
mito alimenta, mas confunde o pensamento; a lógica controla, mas atrofia o
pensamento” (Ibid:43).
Para Durand (1988) a imaginação simbólica é restauradora do equilíbrio vital
(biológico), psicossocial, antropológico, resultando numa teofania. O imaginário é
apresentado como a tensão entre duas forças de coesão, de dois universos antagonistas.
Há uma associação entre a história do pensamento ocidental, o desencantamento do
mundo, o desenvolvimento e toda cultura humana, a ciência sem consciência com a
“desmitificação” (o “ecumenismo do imaginário”) do pensamento domesticado pela
razão: o trunfo da explicação positivista constitui a extinção do símbolo. "O pensamento
simbólico faz '
explodir'a realidade imediata, mas sem diminuí-la ou desvalorizá-la (...).
O símbolo revela certos aspectos da realidade - os mais profundos - que desafiam
qualquer outro meio de conhecimento” (ELIADE, 1991:8).
Ao conseguir atrelar a observação da natureza ao pensamento simbólico,
restaurador de equilíbrios, estar-se-á estabelecendo uma missão de esperança: constatarse-á que esse ecumenismo do imaginário é dualista, isto é, dialético. É saber fazer
humildemente como Bachelard (1997:69):
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"pedir esse '
suplemento da alma'
, essa autodefesa contra os privilégios da nossa
própria civilização faustiana, ao devaneio que vela em nossa noite. É preciso
contrabalançar nosso pensamento crítico, nossa imaginação desmistificada,
através do inalienável '
pensamento selvagem'
, que estende a mão fraternal da
espécie ao nosso desamparo orgulhoso de civilizados".
O símbolo e a liberdade “remitificante” são representações que fazem aparecer
sentidos secretos, significados, e constituem a busca da poesia, da esperança e da
felicidade humana. A natureza ao ganhar significados simbólicos para os indivíduos
complementa o próprio sentido de serem humanos. A virtude essencial do símbolo é a
de assegurar, no seio do mistério pessoal, a presença mesma da transcendência
(BACHELARD, 1997).
. . .
O desenvolvimento do capitalismo não chega a sofrer nenhuma diminuição com
estas novas atitudes e sentimentos, as pessoas saem das cidades nos finais de semana,
constroem casas no campo ou viajavam para ele com o dinheiro acumulado nos seus
empreendimentos poluidores.
O turismo, as caminhadas arriscadas no meio da mata, as artes, o romantismo
provocado pela aproximação com a natureza (quase como um ato religioso), a liberdade
e a ascensão do espírito estão bastante valorizados atualmente, como vimos. A natureza
é mitificada e serve como escape, compensação à vida complicada da cidade. Com tudo
isso se inicia um período de mudanças de sensibilidades, de reação contra a dominação
da natureza, de exaltação da beleza selvagem (evidenciada através das artes, da
jardinagem, do Ecoturismo entre outros). A natureza selvagem começa a ser admirada
quase como um ato religioso “divinização da natureza”. Predomina o romantismo de
Rousseau, a natureza selvagem passa a ser indispensável e fonte de riquezas espirituais,
símbolo da liberdade para uns e alienação para outros (natureza como sendo antisocial).
Deste novo modo de ver a natureza iniciam-se os discursos e práticas
preservacionistas: delimitações de áreas, controle da expansão demográfica das cidades
sobre o campo, domesticação de animais em extinção (mesmo os que supostamente não
têm nenhuma utilidade aparente para os seres humanos). Os argumentos deixam de ser
totalmente utilitários e passam a aceitar justificativas para a preservação por causa de
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sentimentos como a compaixão, misericórdia, curiosidade intelectual, impulso religioso
e o prazer estético. Ocorre uma popularização da natureza e da prática científica
relacionada a ela. Começa-se a colecionar animais e plantas, fotografá-los, visitá-los, o
Ecoturismo ganha força, muitos pregam o vegetarianismo entre outros.
Tais sentimentos, valores e atitudes continuam a buscar a permanência e troca
entre seres humanos e natureza e, também, continuam conflitando com o constante
processo civilizatório que imprime suas marcas e produz conflitos irremediáveis nas
populações humanas e não humanas. Tenta-se conciliar desenvolvimento e conservação,
garantir direitos às plantas e animais partindo-se de uma visão que se diz não utilitarista,
mas que, em última análise, é uma luta para satisfazer este novo “sentimento de
natureza”. Thomas (1988) aponta que esta aproximação com a natureza resultou na
criação de espaços naturais “intocados” e separados da presença humana no seu dia a
dia, mas permitido o contato eventual para o seu deleite, pesquisas entre outros.
Contradições de todos os tipos passam a ser observadas: preservam-se áreas
naturais para a fantasia e ilusão das pessoas que, em seu modo de viver “moderno e
civilizado” não apresentam espaço para a convivência cotidiana e comum com a
natureza. Continua-se justificando a conservação em prol de razões utilitárias só que de
outra ordem: estéticas e emotivas dos seres humanos e não pelo valor em si dos animais.
Tais contradições criaram um campo de reflexões que está presente até hoje nas
práticas e discursos ambientalistas e, os direitos da natureza ainda estão longe de serem
conquistados. A conciliação entre o desenvolvimento e a sustentabilidade é, em tese,
impossível e impraticável e, uma combinação de compromisso e ocultamento impediu
até agora que o tal conflito fosse plenamente resolvido (Thomas, op. cit.).
No caso do Brasil e da construção da identidade de seu povo, Sérgio Buarque de
Holanda (1992) escreve ao analisar o descobrimento de nosso continente:
"Colombo, sem dissuadir-se de que atingira pelo Ocidente as partes do
Oriente, julgou-se em outro mundo ao avistar a costa do Pária, onde tudo lhe
dizia estar o caminho do verdadeiro Paraíso Terreal, dando com isso o seu
significado pleno aquela expressão '
Novo Mundo'(...) para designar as terras
descobertas. Novo não só porque ignorado, até então, das gentes da Europa
(...), mas porque parecia o mundo renovar-se ali e regenerar-se, vestido de
verde imutável, banhado numa perene primavera, alheio à variedade e aos
rigores das estações, como se estivesse verdadeiramente restituído à glória dos
dias da Criação" (Ibid: 204).
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Chauí (2000), nos dá uma contribuição para a compreensão de nossa identidade
cultural, constituída através do conjunto de representações que ela denominou de nosso
“mito fundador”. Para a autora,
“pelas circunstâncias históricas de sua construção inicial, nosso mito
fundador é elaborado segundo a matriz teológico-política, e nele quatro
constituintes principais se combinam e se entrecruzam, determinando não só a
imagem que possuímos do país, mas também nossa relação com a história e a
política. O primeiro constituinte, para usarmos ainda uma vez a expressão de
Sérgio Buarque de Holanda, é a '
visão do paraíso'
; o segundo é oferecido pela
história teológica, elaborada pela ortodoxia cristã, isto é, a perspectiva
providencialista da história; o terceiro provém da história teológica profética
cristã, ou seja, do milenarismo de Joaquim di Fiori; e o quarto é proveniente da
elaboração jurídico-teocrática da figura do governante como '
rei pela graça de
Deus'
" (Ibid:12).
Quanto ao primeiro constituinte, o que mais nos interessa neste estudo, a autora
lembra que nossa bandeira
“não exprime a política nem a história. É um símbolo da Natureza:
floresta, ouro, céu, estrela e ordem. É o Brasil-jardim, o Brasil-paraíso
terrestre. O mesmo fenômeno pode ser observado no Hino Nacional, que canta
mares mais verdes, céus mais azuis, bosques com mais flores e nossa vida com
'
mais amores'
. O gigante está '
deitado eternamente em berço esplêndido'
, isto é,
na Natureza como paraíso ou berço do mundo, e é eterno em seu esplendor. O
primeiro elemento da construção mítica nos lança e conserva no reino da
Natureza, deixando-nos fora do mundo da História” (ibid:15 ).
E a natureza é, assim, elemento constitutivo das representações sobre o Brasil
dos próprios brasileiros, fato que tem motivado, em nosso país, mais recentemente, o
fenômeno das viagens aos “paraísos ecológicos”. Ferrara (1996) afirma que a viagem
corresponde aos deslocamentos espaciais que demarcam suas diferenças concretas a
partir das paisagens que revela e, sobretudo, pela visibilidade que, imaginariamente
produz. Carvalho (2001:63), relata a hipótese
15
“de que as idéias acerca de uma ecologia política, a despeito da
gravidade dos problemas ambientais, não conseguiram dar o tom à tradição das
idéias ambientais no Brasil porque não se impuseram ao forte imaginário que
recai sobre o País e toda a América como Novo Mundo ou o mundo da própria
natureza. Mesmo o campo ambiental, permanece em alguma medida
atravessado por esse imaginário. Disso talvez decorra certa singularidade no
tratamento das questões ambientais relacionadas ao Brasil no plano
internacional, igualmente influenciado por esse imaginário, que tem origem na
condição histórica da colonização e imprime uma marca peculiar ao ideário
ambiental relativo aos países da América”.
E conclui:
“diante dessa representação da América como natureza, algumas
questões se destacam como caminhos de leitura de uma visão ambiental
contemporânea, por exemplo: em que medida esse cenário edênico fundador
sobrevive e está afetando os novos olhares sobre esse continente; de que modo
esse imaginário atua como ponto de atração e conversão para muitos que
decidem se dedicar a uma militância ou profissão no campo ambiental; como
esses sentidos que permanecem numa tradição de longa duração são
arriscados, reforçando e transformando valores, no complexo jogo de interesses
e motivações que atravessa o campo ambiental”? (Ibid:66-67).
A análise de representações sociais dos seres humanos como produtos da sua
condição
sócio-histórica,
apesar
de
revelar
muito
de
seus
condicionantes
comportamentais e morais, não é suficiente para o entendimento de como eles se
misturam ao mundo, de como estão mergulhados nos fenômenos que vivenciam. Esse
entendimento exige que se busque o humano em sua complexidade e se resgate nele
mais que reflexões morais sobre as tendências e quadros sócio-ambientais que se
configuram para as gerações futuras.
"O ser humano que queremos entender carrega em seu imaginário, formas de
que ele mesmo já sente saudade... É um humano que necessita da interação
estética com a natureza, com as paisagens paradisíacas, dos vínculos com a
16
bios e do altruísmo e da compaixão para com os seus iguais" (MARIN,
OLIVEIRA & COMAR, 2005).
Ao analisar as trajetórias de vida, de educadores ambientais, Carvalho (2001)
revela que esse imaginário de “mundo natural” se faz presente nas narrativas recolhidas,
“tendo um papel importante em certo enquadramento da idéia de natureza que
imantiza o campo ambiental, conferindo-lhe uma aura transcendental. A
experiência, que sem exagero poderia ser chamada de numinosa, do
maravilhamento com a exuberância e a pungência da natureza, faz parte das
vivências de conversão e/ou reafirmação do ideário ecológico e pertencimento
ao campo, evidenciadas em algumas das trajetórias analisadas” (Ibid:67).
Para Schopenhauer (2001, apud MARIN, OLIVEIRA & COMAR, 2005), a
natureza força o ser humano à contemplação estética, que faz com que ele participe da
vontade do belo. A natureza teria o poder de prender os sentidos e despertar a
imaginação e a nostalgia. Seria a formação desse imaginário de natureza, que a
transforma no "refúgio perdido da paz humana" e símbolo da beleza ideal, o principal
motivador de fenômenos de mercado como o Ecoturismo? A psicologia ambiental, ao se
debruçar sobre o estudo das representações sociais, do simbólico e da construção social
do discurso ecológico, pode fornecer elementos para a compreensão morfológica e
funcional dos comportamentos pró-ambiente e seus eliciadores? Quanto do imaginário
de "paraíso-natural", do "mito criador" de Chauí (2000) está presente no movimento dos
cidadãos urbanos em direção à "paz" e ao "descanso" dos parques e reservas observado
nos dias atuais e explorado pelo mercado do Ecoturismo?
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Zysman Neiman [email protected]
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