programa de cuidados clínicos
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programa de cuidados clínicos
PROGRAMA DEPráticas CUIDADOSAssistenciais CLÍNICOS IC Programa Melhores PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS INSUFICIÊNCIA CARDÍACA PIC-HCor PROTOCOLO DE TRANSPLANTE CARDÍACO Coordenação Cirúrgica: Dr. Paulo Pego Fernandes Coordenação Médica : Dr. Felix J. A. Ramires Clínico do Núcleo de Tratamento Cirúrgico : Dr. Victor Issa Coordenação de Enfermagem: Validação: 09/2013 Revisão Prevista: 09/2014 Carolina P Amorim PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS IC AVALIAÇÃO DO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO A avaliação de candidatos a transplante cardíaco tem como objetivo verificar a existência de inequívoca necessidade do procedimento bem como a inexistência de contraindicações. A avaliação deve atentar para todas as dimensões do indivíduo, incluindo aspectos físicos, psicológicos e sociais. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA – tem como objetivo fundamental detectar disfunções psicológicas que possam prejudicar a compreensão do paciente a respeito do transplante cardíaco ou reduzir a sua adesão aos procedimentos propostos. Envolve a avaliação do paciente bem como da família, com foco na identificação de um cuidador próximo ao paciente. Além disso, procura fornecer suporte psicológico ao paciente durante a espera pelo transplante, bem como no seguimento pós-operatório. AVALIAÇÃO SOCIAL – tem como objetivo fundamental detectar problemas ou limitações sociais que possam prejudicar a aceitação ou adesão do paciente e da família aos procedimentos propostos. Envolve a avaliação de questões profissionais, laborativas, ambientais, infraestrutura básica no domicílio, e aspectos familiares, com especial atenção à identificação e suporte ao cuidador. AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM – tem como objetivo fundamental avaliar aspectos que possam interferir com a compreensão e adesão do paciente aos procedimentos propostos. Aborda com especial atenção o esclarecimento do paciente sobre os procedimentos (exames e intervenções) necessários, avaliação da história pregressa do paciente, avaliação das condições básicas de higiene, avaliação e suporte ao autocuidado, e identificação e suporte ao cuidador do paciente. A equipe de enfermagem tem ainda como função cuidar da observância de boas práticas de cuidados aos pacientes no período pós-operatório, o que inclui as seguintes recomendações: o Não está indicado o isolamento rotineiro para pacientes submetidos a transplante cardíaco; o Não é indicado o uso contínuo de máscara pelo paciente, mas sua utilização é recomendável no contato com pacientes infectados, com doenças transmissíveis e nos períodos de maior imunossupressão; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS o Lavagem das mãos é o procedimento mais importante preconizado para a prevenção e controle das infecções. o A higiene corporal deverá ser realizada pelo menos uma vez ao dia utilizando produtos de uso rotineiro. o A higiene bucal deve ser feita após as refeições e antes de dormir, massageando as gengivas com escova macia e com uso de fio dental, pois é comum a ocorrência de hiperplasia gengival com o uso de ciclosporina. o Os objetos e roupas utilizados pelo pacientes devem ser bem lavados, não sendo necessária a esterilização. o No domicílio não há necessidade de banheiro exclusivo; recomenda-se a limpeza com agentes antissépticos como o hipoclorito de sódio a 1% diariamente. o O contato com animais domésticos deve ser evitado; ROTINA PARA O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM AO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO O candidato ao transplante deve ser orientado, quanto a: o Protocolo de exames pré e pós-operatório, incluindo finalidades, preparos, procedimentos e locais de realização; o Cirurgia, incluindo pré, trans e pós-operatório; o Importância da adesão ao tratamento com medicamentos imunossupressores; o Local e procedimentos para a aquisição de medicamentos do pós-operatório; o Sobre a lista de espera para a realização do transplante; o Nome dos membros da equipe, telefones, ramais e locais para contato sempre que necessário. AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA – tem como objetivo fundamental a identificação de focos infecciosos que podem acentuar-se após o transplante além de promover cuidados para a boa saúde odontológica. AVALIAÇÃO MÉDICA CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO DO TRANSPLANTE CARDÍACO As indicações de transplante cardíaco são aplicáveis apenas a pacientes que recebem tratamento medicamentoso ótimo. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ABSOLUTOS o VO2 menor 10ml/Kg/min o Classe funcional IV persistente o Arritmia ventricular (taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular recorrente e refratária) o Angina de peito refratária, com isquemia de extensa região miocárdica, em paciente inelegível para revascularização o Pacientes em situação de prioridade CONDIÇÕES DE PRIORIDADE EM TRANSPLANTE CARDÍACO o Choque cardiogênico com uso de catecolaminas o Uso de balão intra-aórtico o Suporte ventricular mecânico o Ventilação mecânica o Taquicardia ventricular incessante RELATIVOS o VO2 menor 14 ml/kg/min em paciente sob uso de betabloqueador o VO2 menor 12 ml/Kg/min em paciente sem uso de betabloqueador o Angina instável recorrente, com isquemia de extensa região miocárdica, em paciente inelegível para revascularização o Classe funcional III persistente em associação a outros marcadores de mau prognóstico CONTRAINDICAÇÕES: ABSOLUTAS o Câncer atual o Infecção ativa que comprometa o resultado do transplante; o Hipertensão Pulmonar Fixa; o Incompatibilidade na prova cruzada entre doador e receptor; o Falta de aderência ao tratamento; o Diabetes mellitus com comprometimento de órgão alvo; o Doença com expectativa de vida menor que a esperada pelo transplante; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS o Doença cerebrovascular ou periférica grave; o Insuficiência hepática; o Perfil psicológico/psiquiátrico desfavorável; o Dependência de tabaco, álcool e drogas; o Doença pulmonar grave (FEV1 menor 1 L). RELATIVAS o Idade maior 70 anos; o Obesidade (IMC maior 30 kg / m2); o Caquexia (IMC menor 20 kg / m2) o História de câncer; o Diabetes mellitus sem lesão de órgão alvo; o Insuficiência renal; o Doença cerebrovascular ou vascular periférica; o Embolia pulmonar; o Hipertensão pulmonar reversível; o Hepatite B e C sem lesão hepática; o HIV; o Amiloidose / Sarcoidose. AVALIAÇÃO INICIAL DO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO História, exame físico e avaliação do estado nutricional; Avaliação função renal: uréia, creatinina, urina I, proteinúria 24 h; Avaliação função hepática: TGO, TGP, gama GT, FA, PTF, BTF. Avaliação da função tireoideana: TSH, T4 livre; Avaliação função pulmonar: radiografia de tórax, Avaliação hematológica: hemograma, plaquetas e coagulograma; Avaliação metabólica: colesterol total e frações, triglicérides, glicemia, hemoglobina glicada, Na, K, Ca; Avaliação ginecológica, papanicolau e mamografia; Avaliação urológica e PSA; Protoparasitológico de fezes, sangue oculto fezes; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS Colonoscopia (idade maior 50 anos); Tipagem sanguínea e painel imunológico; USG abdome total e vias urinárias; CEA e alfafeto proteína; Sorologias: hepatite B e C, HIV, CMV, HTLV, Toxoplasmose, Sífilis (VDRL), Vìrus Epstein-Barr, Chagas. AVALIAÇÃO DA CIRCULAÇÃO PULMONAR – realizada pela passagem de cateter de artéria pulmonar, na melhor condição hemodinâmica possível do paciente; a reversibilidade da hipertensão pulmonar será testada com a infusão de nitroprussiato sódico, com atenção para que não seja induzido hipotensão arterial. Como drogas alternativas podem ser utilizadas óxido nítrico e sildenafila. Hipertensão pulmonar irreversível – quando após uso de vasodilatador: o PSAP maior 60 mmHg o Gradiente pulmonar maior 15 mmHg o Resistência pulmonar maior 5 Wood Hipertensão pulmonar reversível – quando após o uso de vasodilatador: o PSAP menor 50 mmHg o Gradiente pulmonar menor 15 mmHg o Resistência pulmonar menor 3 Wood PAINEL IMUNOLÓGICO (PANEL REACTIVITY ANTIBODY – PRA) Será feito em todos os pacientes avaliados para transplante Será determinada a especificidade anti-HLA dos anticorpos circulantes, Será feito o cruzamento dos anticorpos anti-HLA do receptor com a tipagem HLA do doador (crossmatch virtual) antes do transplante O painel imunológico será repetido a cada 6 meses ou 2-4 semanas após administração de hemoderivados PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ROTINA PARA INSCRIÇÃO DO PACIENTE NA FILA ÚNICA DE TRANSPLANTE CARDÍACO A avaliação para o transplante é desencadeada apenas por solicitação do médico responsável pelo paciente, com a concordância deste. O médico clínico e o enfermeiro da equipe de transplante farão a avaliação inicial do caso. Quando a avaliação inicial for favorável à realização do procedimento, o médico clínico da equipe de transplante solicitará avaliação da equipe multidisciplinar – nutrição, psicologia, fisioterapia e serviço social. A avaliação inclui entrevistas com o médico responsável, paciente e família. Persistindo avaliação favorável ao procedimento, o paciente passará por avaliação da equipe cirúrgica. Todas as avaliações deverão ser registradas no prontuário do paciente. O médico clínico da equipe de transplante solicitará os exames pré-transplante, seguindo o protocolo e utilizando o pedido de exames institucional. O resultado final da avaliação será apresentado ao médico responsável, ao paciente e à família. A inclusão do paciente em fila de transplante e a atualização do cadastro do paciente junto à Secretaria de Estado da Saúde serão de responsabilidade do médico clínico da equipe de transplante. Observações A inscrição para transplante de coração é feita no sistema informatizado (pela Internet) por membro da equipe autorizado. A inscrição gera o número de Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT). Esse número deve ser conhecido pelo paciente para facilitar a obtenção de informação sobre a sua situação na lista de espera. Após a inscrição, a equipe multiprofissional, composta dos seguintes profissionais: médico, enfermeiro, psicóloga, assistente social, nutricionista e fisioterapeuta, deverá se reunir para discussão dos assuntos referentes ao transplante em data, local e horário pré-agendados e as conclusões e condutas definidas deverão ser documentadas no prontuário médico. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS O candidato ao transplante inscrito na fila única permanecerá em consultas periódicas com a equipe médica e multiprofissional de transplante até a realização do transplante, em datas e com freqüência que se fizerem necessárias, tendo como parâmetro o quadro clínico. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS PACIENTES EM ESPERA PELO TRANSPLANTE CARDÍACO Recomenda-se atenção especial para: Função renal; Presença de infecção; Coagulopatia; Embolia de pulmão; Estado nutricional; Anemia; Recomenda-se a repetição do painel imunológico a cada 6 meses e 2-4 semanas após o uso de hemoderivados. Recomenda-se a reavaliação das pressões pulmonares após embolia de pulmão ou em caso de aumento da pressão de a. pulmonar na ecocardiografia. INDICAÇÕES PARA RETIRADA DA FILA DE TRANSPLANTE CARDÍACO Insuficiência renal (Cr maior 2,5 mg/dl); Embolia de pulmão; Infecção ativa; Qualquer intercorrência que comprometa o sucesso do transplante. AVALIAÇÃO DO RECEPTOR CONVOCADO PARA O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO Hemograma, Na, K, uréia, creatinina, glicemia, coagulograma, βHCG, Urina I; Radiografia de Tórax PA e Perfil; Checar sorologias para Citomegalovirus, Toxoplasmose, Sífilis; Checar painel imunológico; Checar presença de infecção; Checar coagulação: Se usar HNF suspender 6 horas antes do procedimento; Se usar HBPM* suspender 12 horas antes do procedimento; Se usar varfarina reservar hemoderivado, e corrigir com: (1) Complexo Concentrado Protrombínico 500 U ou (2) Plasma Fresco Congelado 15 ml/kg; * Não é recomendável uso de HBPM para pacientes em espera pelo transplante PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS PROVIDÊNCIAS DE ENFERMAGEM IMEDIATAMENTE ANTES DO TRANSPLANTE CARDÍACO Após confirmação médica para a realização do transplante o enfermeiro deverá: Atualizar no prontuário dados sobre as condições de saúde e exame físico do receptor; Certificar-se de que o paciente esteja em jejum; Solicitar ao técnico ou ao auxiliar de enfermagem: o Mensurar peso, altura e circunferência abdominal; o Verificar sinais vitais: freqüência cardíaca, pressão arterial, pulso e temperatura; o Retirar jóias, próteses e orientar familiares sobre a guarda dos mesmos; o Realizar tricotomia, conforme POP 0109 o Realizar banho (de aspersão ou no leito); o Realizar degermação prévia da pele, conforme padronização do SCIEH; o Auxiliar o paciente vestir camisola da instituição após a degermação da pele; o Observar a prescrição médica e administrar as medicações prescritas. Obter o pedido médico e solicitar ao assistente de atendimento providenciar: o Coleta de sangue para a última revisão laboratorial; o Confirmar reserva de sangue; o Radiografia de tórax ; Certificar que os laudos dos exames tenham sido avaliados pelo médico e cópias dos resultados de exames ao prontuário; O enfermeiro deve registrar todos os dados e orientações no prontuário do paciente após certificar-se da adequada compreensão; Aguardar até que o Centro Cirúrgico solicite que o paciente seja encaminhado para o procedimento O enfermeiro deve acompanhar o paciente até o Centro Cirúrgico. Observações- A obtenção do peso e altura é imprescindível para o cálculo de anestésicos e outras drogas e cálculo de parâmetros ventilatórios que deverão ser usados nas fases peri e pós-operatórias e como parâmetros para acompanhamento no pós-operatório imediato e tardio. O banho é de aspersão ou no leito, dependendo do estado geral do paciente. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS A. ASPECTOS OPERATÓRIOS ANTIBIOTICOPROFILAXIA OPERATÓRIA Iniciar cefuroxima na indução anestésica (dose: 1,5 g via venosa) e manter dose de 750mg a cada 6 horas por 48 horas. CAPTAÇÃO DO CORAÇÃO AGENTES Enfermeiro da equipe de transplantes; Médico da equipe de transplantes; Instrumentador Cirúrgico; Motorista da ambulância M ATERIAIS Mala com materiais para retirada de órgão; Caixa Térmica; Serra cirúrgica; Impressos referentes ao doador. DESCRIÇÃO DOS PASSOS O enfermeiro ao receber a notificação e confirmação médica sobre a captação de órgão deverá: Solicitar ao enfermeiro do pronto socorro, orientar o motorista da ambulância para o transporte da equipe até o local onde se encontra o potencial doador; Solicitar ao centro cirúrgico que encaminhe o material para a retirada de órgãos ao pronto socorro; De posse do material, dois cirurgiões, o enfermeiro e um instrumentador da equipe de transplantes, deslocam-se até o local onde se encontra o potencial doador; No local onde se encontra o doador, todos deverão se identificar, lavar as mãos e paramentarse,conforme a rotina estabelecida pela instituição; Na sala de captação, deverão separar o material de uso específico da equipe; Realizam o preparo das soluções de preservação e perfusão do órgão; Assim que finalizada a retirada do órgão pelo cirurgião, é acondicionado pelo enfermeiro em embalagem plástica específica, colocado em uma caixa térmica com solução fisiológica e gelo e transportado até o centro cirúrgico do Hospital do Coração; Ao chegar no Hospital do Coração, a equipe portando o órgão, deverá dirigir-se imediatamente ao Centro Cirúrgico e entregar à equipe de transplante. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS CONSIDERAÇÕES GERAIS: O descarte de materiais e resíduos segue a padronização e rotina da instituição do local da captação. A higiene das mãos segue padronização da instituição do local da captação. A equipe deverá obter com o enfermeiro do SPOT (Serviço de Organização e Procura de Órgãos e Tecidos), os seguintes documentos referentes ao doador: o Termo de autorização de doação de órgãos assinado pelo responsável pela doação; o Termo de declaração de morte encefálica; o Sorologia para doadores de órgãos; o Tipagem sanguínea; o Retipagem sanguínea; o Ficha cirúrgica do procedimento de retirada de órgãos. Quando finalizado o procedimento, é recolhido e acondicionado todo o material. Todo o material e instrumental cirúrgico utilizado nos diversos momentos da cirurgia é devidamente preparado no centro cirúrgico do Hospital do Coração com orientação do enfermeiro da central de materiais. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS B. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS EM TRANSPLANTE CARDÍACO AGENTES Médico; Enfermeiro; Auxiliar de Enfermagem; Técnico de Enfermagem; Fisioterapeuta. O técnico de enfermagem, sob orientação do enfermeiro, preparará testará com antecedência e todos os equipamentos da unidade de admissão do receptor de órgão conforme ROT-01155 Os princípios de assepsia e lavagem das mãos devem ser reforçados, além da adoção de outras precauções, conforme orientação do SCIEH. ROTINA DO ATENDIMENTO Dois ou mais membros da equipe de enfermagem, um fisioterapeuta e um médico deverão receber o paciente; Os cirurgiões e anestesista que acompanham o receptor do centro cirúrgico até a UTI deverão informar as particularidades de todos os procedimentos realizados, bem como de qualquer complicação esperada. Nenhum detalhe deve ser omitido; O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá ajustar as diversas conexões e reiniciar a monitorização; O enfermeiro deverá realizar uma rápida inspeção geral e providenciar medidas corretivas, quando se fizerem necessárias. Nesta ocasião deve observar pelo menos estes itens: perfusão geral; sinais de sangramento; administração de drogas específicas segundo prescrição médica; drenagens; sinais vitais e outros que julgar necessário ou conforme solicitação médica; O Fisioterapeuta deverá verificar o tubo orotraqueal, priorizar a ventilação e o estabelecimento de via aérea pérvea; O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá conferir todas as infusões quanto à diluição e baseando-se na prescrição médica ajustar se necessário o volume de infusão; O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá mensurar os dados vitais e comunicar ao enfermeiro qualquer alteração; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS O enfermeiro deverá planejar a assistência de enfermagem de forma sistematizada, conforme as observações avaliadas e replanejar quando necessário. IMUNOSSUPRESSÃO O plano de imunossupressão deve considerar: Grau de aloreatividade do painel imunológico; História de cirurgia cardíaca prévia; Sexo do doador e receptor Multipararidade; Politransfusão; Retransplante; Presença de Doença de Chagas; Função Renal. INDICAÇÕES DE TERAPIA INDUTORA: Painel maior 10% Cr maior 2,0 mg/dl ou sinais de deterioração da função renal; Previsão de complicações renais no pós-operatório; Risco de sangramento aumentado (uso de anticoagulante oral); MONITORIZAÇÃO A monitorização de receptores de transplante cardíaco deve incluir: Monitoramento eletrocardiográfico contínuo Medida invasiva contínua da pressão arterial Cateter de artéria pulmonar Oximetria contínua Medida contínua do débito urinário PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ESQUEMA DE IMUNOSSUPRESSÃO EM PACIENTES NÃO CHAGÁSICOS INIBIDOR DA CALCINEURINA: ESTERÓIDE ANTIPROLIFERATIVO MICOFENOLATO MOFETIL CICLOSPORINA MICOFENOLAT O 720 MG VO SÓDICO PRÉ-OP (1h) - - INTRA-OP - SOLUMEDROL 1 G EV PO IMEDIATO - SOLUMEDROL 250 MG EV 8/8H 1G VO 12/12H 720 MG VO 12/12H SOLUMEDROL 125 MG EV 8/8H 1G VO 12/12H 720 MG VO 12/12H SOLUMEDROL 125 MG EV 12/12H 1G VO 12/12H 720 MG VO 12/12H PREDNISONA 1MG/KG VO 1X/DIA 1G VO 12/12H 720 MG VO 12/12H REDUZIR 0,1 MG/KG POR SEMANA 1G VO 12/12H 720 MG VO 12/12H 1º PO 2º PO 3º PO 25mg vo 2xd ou 1 mg/Kg/dia EV (50mg CSA diluído 250 ML SF/SG= 2mg CSA / 10 ML) Infusão 0,5-2mg/h* 50mg vo 2xd ou 1 mg/Kg/dia EV (50mg CSA diluído 250 ML SF/SG= 2mg CSA / 10 ML) Infusão 0,5-2mg/h* A PARTIR DO AJUSTE CONFORME C0 4º PO 1G VO OU PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ESQUEMA DE IMUNOSSUPRESSÃO EM PACIENTES CHAGÁSICOS INIBIDOR DE CALCINEURINA ESTERÓIDE ANTIPROLIFERATIVO CICLOSPORINA AZATIOPRINA PRÉ-OP (1h) - - 3 MG/KG VO INTRA-OP - SOLUMEDROL 1 G EV - PO IMEDIATO - SOLUMEDROL 250 MG EV 8/8H 1 MG/KG VO 12/12H 1º PO SOLUMEDROL 125 MG EV 8/8H 1 MG/KG VO 12/12H SOLUMEDROL 125 MG EV 12/12H 1 MG/KG VO 12/12H PREDNISONA 1MG/KG VO 1X/DIA 1 MG/KG VO 12/12H REDUZIR 0,1 MG/KG POR SEMANA 1 MG/KG VO 12/12H 2º PO 3º PO A PARTIR DO 4º PO 25mg vo 2xd ou 1 mg/Kg/dia EV (50mg CSA diluído 250 ML SF/SG= 2mg CSA / 10 ML) Infusão 0,5-2mg/h* 50mg vo 2xd ou 1 mg/Kg/dia EV (50mg CSA diluído 250 ML SF/SG= 2mg CSA / 10 ML) Infusão 0,5-2mg/h* AJUSTE CONFORME C0 Nos casos de insuficiência renal aguda, impedindo a introdução da CsA, considerar o uso de anticorpo antilinfócito. Pacientes que receberam terapia indutora com Basiliximab estão protegidos por 7 a 10 dias, após o que é imprescindível à introdução da CsA. ROTINA DE SEGUIMENTO NO PÓS-OPERATÓRIO POI NÍVEL 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º PO PO PO PO PO PO PO PO PO PO PO PO PO SÉRICO X X X X X 14º PO X IMUNOSSUPRESSORES ANTIGENEMIA PARA X X CMV ECOCARDIOGRAMA BIÓPSIA X X X X X X X X ENDOMIOCÁRDICA XENODIAGNÓSTICO X PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS REJEIÇÃO CARDÍACA A rejeição aguda celular é a mais frequente e caracteriza-se morfologicamente por infiltrado linfocítico contra os miócitos. Os sintomas clínicos são variáveis. Na maioria das vezes os pacientes apresentam-se assintomáticos. Nenhum sinal ou sintoma é patognomônico de rejeição, entretanto, quando presentes, podem incluir: sintomas constitucionais inespecíficos (febre, mialgia, mal-estar, desconforto articular e sintomas gripais), irritação cardíaca (taquicardia, atrito e/ou derrame pericárdico, arritmias, - principalmente atriais – fibrilação atrial/ flutter). Na suspeita clínica de rejeição é fundamental a realização de ecocardiograma para avaliação de função ventricular e biópsia endomiocárdica. BIÓPSIA ENDOMIOCÁRDICA- CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Nova Nomenclatura (2005) Nomenclatura antiga (1990) Grau 0 R Grau 0 Grau 1 A Grau 1 R Grau 1 B Grau 2 Grau 2 R Grau 3 A Grau 3 B Grau 3 R Grau 4 Ausência de infiltrado Focal Leve - infiltrado linfocitário focal sem necrose de fibra. Difusa Leve - infiltrado linfocitário difuso sem necrose de fibra. Moderada Focal - 1 foco com agressão de fibra. Moderada Multifocal - mais de um foco com agressão de fibra. Difusa Grave Borderline - infiltrado difuso com agressão de fibra. Difusa Grave - infiltrado difuso com necrose, hemorragia, neutrófilos e vasculite. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS TRATAMENTO DE REJEIÇÃO AGUDA CELULAR Comprometimento hemodinâmico Biópsia – ishlt -2005 Ausente Presente 1R Sem tratamento adicional, rever esquema imunossupressor Pesquisar rejeição humoral e doença vascular do enxerto 2R PO recente: Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg ev por 3 a 5 dias PO tardio: Prednisona 1mg/kg/dia vo por 3 a 5 dias 3R Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg ev por 3 a 5 dias + ATS 1,5 mg/kg/dia por 3 a 5 dias Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg ev por 3 a 5 dias + ATS 1,5 mg/kg/dia ev por 3 a 5 dias * pesquisar rejeição humoral Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg ev por 3 a 5 dias + ATS 1,5 mg/kg/dia ev por 3 a 5 dias * pesquisar rejeição humoral REJEIÇÃO CELULAR PERSISTENTE - É a manutenção de infiltrado celular linfocítico 2R ou 3R a despeito de tratamento adequado, incluindo pulso com corticóide e ajuste da imunossupressão. Nestes casos as opções terapêuticas incluem: Troca da ciclosporina pelo tacrolimus; Mudança do antiproliferativo: troca da Azatioprina pelo Micofenolato; Associação do metotrexate no seguinte esquema: 10 a 15 mg/semana durante 8 semanas (5mg 3x/semana). PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS REJEIÇÃO HUMORAL – resulta da deposição de anticorpos contra antígenos do doador localizados na superfície endotelial coronariana. Apesar de mais comum no pós-transplante recente (principalmente na presença de prova cruzada positiva, ou receptores sensibilizados com anticorpos anti-HLA pré-formados) também pode ocorrer tardiamente. A rejeição humoral hiperaguda ocorre de minutos a horas após o transplante e consiste em violenta resposta imune sobre o enxerto devido a anticorpos pré-formados (por ex. incompatibilidade ABO). A ativação do complemento e de mediadores inflamatórios promove agressão ao enxerto que se expressa histologicamente por edema celular endotelial, edema intersticial e vasculite. Estudo imunohistoquímico determina a presença de marcadores no tecido: as imunoglobulinas IgM, IgG e IgA, marcador de macrófagos CD 68, fibrina e as frações do complemento C1q, C3 e C4d (este último considerado o marcador mais específico e sensível para o diagnóstico de rejeição humoral). A biopsia endomiocárdica deve ser enviada ao laboratório de Anatomia Patológica fixada em soro fisiológico e prontamente processada para realização de imunofluorescência. TRATAMENTO DA REJEIÇÃO HUMORAL: Pulsoterapia– metilprednisolona 10 – 15 mg / kg por 3 a 5 dias. Plasmaferese diária por 3 a 5 dias. Terapia citolítica – ATS (thymoglobulin ) 1,5 mg / kg por 3 a 7 dias Metotrexate 1 – 5 mg de 12/12h, 3 vezes por semana, 3-12 semanas OUTRAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA REJEIÇÃO HUMORAL: IVIg 2g/Kg ao final da última sessão de plasmaférese. CMV Ig hiperimune 100 mg/kg após cada sessão de plasmaférese. Ciclofosfamida 0,5 – 1mg/kg/dia. Rituximab (anti-CD20). Esplenectomia. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS INFECÇÃO CITOMEGALOVÍRUS Sorologia pré-transplante do doador e do receptor: Receptor - / doador + : não é critério de exclusão ou profilaxia de rotina. Controle semanal de antigenemia para CMV; Rotina: Controle semanal da antigenemia para CMV até alta hospitalar; Se receber pulsoterapia e/ou globulina antitimócita controle de antigenemia. Tratamento preemptivo: Antigenemia maior 10 células/campo = Ganciclovir® (5mg/kg/dose 2x/dia), via venosa, por pelo menos 14 dias ou até negativação da antigenemia. TOXOPLASMOSE EM TRANSPLANTE CARDÍACO Verificar sorologia do receptor: 1) IgG +: não há necessidade de profilaxia pós-operatória; 2) IgG -: fazer profilaxia após transplante se doador IgG +. Esquema: Pirimetamina 75mg (1 cp 8/8h) no primeiro dia e 25 mg/dia a seguir por 6 semanas. Complementar com ácido folínico 2cp/dia. PROFILAXIA PARA PNEUMOCYSTIS JIROVECII Não é indicada de rotina; Deverá ser iniciada nos pacientes que: Receberem globulina antitimocítica; Submetidos à plasmaferese; Usarem Simulect® como terapia indutora de imunossupressão. Esquema: Sulfametoxazol-Trimetoprim 800mg/dia, via oral 3x/semana (Bactrim F® - 1 comprimido às 2as, 4as e 6as feiras) mantida até 100 dias após transplante. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS SEGUIMENTO TARDIO Dias após Alta 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons (15 d) (30 d) (60 d) (90 d) (120 d) (180 d) (240 d) (360 d) x x x X X X X X X X X Biópsia endomiocárdica Nível sérico de x X X x X X imunossupressor Antigenemia para CMV Cintilografia Cardíaca x X com Gálio Ecocardiograma bidimensional X X X x X x com Doppler Pesquisa de Reativação X X X X Chagas (xenodiagnóstico, hemocultura, QBC, ) ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM AO RECEPTOR DE ÓRGÃO PARA A REALIZAÇÃO DE BIÓPSIA: PACIENTE EM DOMICÍLIO: Tomar banho de chuveiro antes de ir ao hospital ; Retirar esmaltes das unhas caso tenha; Retirar jóias. PACIENTE NO HOSPITAL: Chegar na hora previamente agendada; Retirar próteses,lentes de contato, óculos. CUIDADOS APÓS BIÓPSIA: Manter repouso no leito por 2 horas; Evitar carregar peso por 24 horas Observações A realização das biópsias serão necessárias em maior ou menor freqüência que as previstas no protocolo, conforme avaliação e orientação médica. O enfermeiro deverá certificar-se da adequada compreensão do receptor e do cuidador referente as orientações que forem fornecidas. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS DOENÇA VASCULAR DO ENXERTO Para a pesquisa de doença vascular do enxerto será feito ecocardiograma com dobutamina anualmente e cinecoronariografia após 3 anos e 5 anos o transplante e em seguida a cada 2 anos. APÓS O 1º ANO DO TRANSPLANTE Consulta semestral Exames para serem solicitados para cada consulta: o Hemograma; o Função renal; o Enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA, GT); bilirrubinas; o Coagulograma; o Proteína total e frações; o Eletrólitos (Na, K, Ca, P, Mg); o Colesterol total e frações + triglicérides; glicemia; o CPK; o Cintilografia cardíaca com gálio; o Ecocardiograma (alternar semestralmente entre ecocardiograma bidimensional com Doppler e ecocardiograma com estresse com dobutamina); o Pesquisa para reativação de chagas (nos pacientes com diagnóstico de doença de chagas): xenodiagnóstico, hemocultura, QBC, creme leucocitário. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS: Drogas Via Dose inicial Manutenção Nível Sérico Prednisona Oral 1 mg/kg Retirada em 6 meses Metilpredinisolona Venosa 500-1000mg, dose Tratamento de rejeição descrescente até 3º PO aguda por 3-5 dias Oral 3-8 mg/kg/dia Guiada por sintomas, 250-350 (3 a 6 meses) Venosa 1-2 mg/kg/dia rejeição e nível sérico 200-300 (6 a 12 meses) Ciclosporina Não se aplica C0: 350-450 (inicial) (1/3 dose oral) Tacrolimus Não se aplica 100-200 (acima de 1 ano) Oral 0,05-0,1 mg/kg/dia Guiada por sintomas, Vale: 10-15 ng;ml (inicial) Venosa 0,01- 0,02 mg/kg/dia rejeição e nível sérico 5-10 ng/ml (pós 6 meses) 1,5-2,5 mg/kg/dia Não utilizado rotineiramente Azatioprina Oral 1,5-2,5 mg/kg/dia manter leucócitos acima (manter leucócitos acima Venosa Semelhante a oral de 4000 4000) Micofenolato Oral 1g 12/12 horas Mofetil Venosa Semelhante a oral 500-1,5g 12/12 horas MPA 2,5-5 mcg/ml Oral 720 mg 12/12 horas Oral Ataque de 6 mg pro nível sérico) Oral 0,5-1,5 mg/dl 0,5-1,5 mg/dia – 12/12 h Micofenolato Sódico 360 a 1080 g 12/12 Sirolimus Everolimus horas MPA 2,5-5 mcg/ml 2 mg/dia – 1x/dia (ajuste Vale: 5-15 ng/ml Vale: 3-8 ng/dl A) CORTICOSTERÓIDE: Drogas linfocitolíticas. Promovem alteração na resposta antigênica das células B. Podem ser retirados após o sexto mês de transplante. São utilizados para tratamento de rejeições agudas (pulsoterapia). Efeitos colaterais: intolerância glicose, osteoporose, obesidade, catarata, hipertensão arterial. B) INIBIDORES DA CALCINEURINA: Inibem, via calcineurina, a expressão dos receptores de IL-2, limitando a proliferação e diferenciação dos linfócitos T citotóxicos. Metabolismo hepático via citocromo P450. Ciclosporina (Neoral ): PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS Dose: 3 a 6 mg/kg/dia. Deve ser monitorizada com nível sérico (C0, antes da tomada, ou C2, coleta 2 horas após ingesta, redução progressiva da dose conforme o tempo de transplante). Efeitos colaterais: insuficiência renal, hipertensão arterial, intolerância a glicose, neurotoxicidade, hepatotoxicidade, efeitos tróficos (pêlos, gengiva), neoplasias (linfoma e pele), hiperuricemia. Tempo após transplante Nível de C zero 0 – 3 meses 300 – 350ng/ml 4 – 12 meses 200 - 250 ng/ml Maior 12 meses 100 – 175 ng/ml sem disfunção renal 50 – 100 ng/ml com disfunção renal Doses deverão ser reduzidas na associação com inibidores da TOR (sirolimus/everolimus) Tacrolimus (FK506) (Prograf ): A conversão de ciclosporina para tacrolimus pode ser feita para tratamento de rejeição recorrente. Dose: 0,1 a 0,2 mg/kg/dia. Deve ser monitorizado com nível sérico (coleta imediatamente antes da ingesta - vale), também se reduz a dose com o tempo de transplante. Nível sérico: Primeiros 6 meses: 10 – 15 ng/ml Após o 6º mês: 5 – 10 ng/ml Efeitos colaterais: semelhantes aos da ciclosporina, porém maior tendência à hiperglicemia. Efeitos tróficos menos intensos (interessante para mulheres e crianças). Drogas que aumentam o nível sérico dos Drogas que diminuem o nível sérico dos inibidores da calcineurina inibidores da calcineurina (inibidores enzimáticos do citocromo P450) (indutores enzimáticos do citocromo P450) Diltiazem Rifampicina Verapamil Isoniazida Eritromicina Fenobarbital Cetoconazol Fenitoína Itraconazol Carbamazepina Nifedipina Metilprednisolona PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ANTIPROLIFERATIVOS: Azatioprina (Imuran ): Inibe a formação de purina, bloqueando a proliferação de linfócitos. Dose: 1,5 – 2,5 mg/kg/dia. Efeitos colaterais: leucopenia, mielossupressão, hepatite, pancreatite. A associação com alopurinol é extremamente mielotóxica devendo ser evitada ou utilizada com a redução da dose de ambas as drogas para 30% da dose preconizada. Micofenolato Mofetil (Cell-Cept ) / Micofenolato Sódico (Myfortic®): Inibe enzimas envolvidas na síntese de purinas, sendo um antiproliferativo mais específico para linfócitos B e T. Dose: Micofenolato mofetil 1g 12/12 h Micofenolato Sódico 720 mg 12/12 h Efeitos colaterais: principalmente trato gastrintestinal e que podem ser minimizados com redução da dose ou dando preferência para a utilização do micofenolato sódico (Myfortic ). Baixa toxicidade para medula óssea, rim e fígado, entretanto em casos de leucopenia a dose pode ser reduzida. INIBIDORES DO SINAL DE PROLIFERAÇÃO (INIBIDORES DA TOR): Sirolimus (Rapamune ) e Everolimus (Certican ): inibem enzima que regula o ciclo celular, promovendo redução do crescimento e da proliferação de linfócitos B e T, e da proliferação de musculatura lisa vascular e de células endoteliais. Indicado para: (1) prevenção e tratamento da Doença Vascular do Enxerto, geralmente associado a Ciclosporina em doses mais baixas e (2) estratégia de preservação da função renal devido a nefrotoxidade dos inibidores da calcineurina, usado em substituição a estes. Apresentação: Sirolimus: solução 1mg/ml ou comprimido 1 mg Dose: Sirolimus: 2 mg/dia (nível sérico – vale – 5 a 15 ng/ml) Everolimus: 0,5 – 1,5 mg/dia (nível sérico – vale - de 3 a 8 ng/ml). Efeitos colaterais: hipertrigliceridemia, plaquetopenia, anemia e leucopenia, retardo da cicatrização de ferida operatória. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS METOTREXATE: Análogo do ácido fólico. Liga-se competitivamente à enzima dehidrofolato redutase que catalisa a conversão do ácido fólico à tetrahidrofólico, inibindo a síntese de purina com consequente inibição da proliferação de linfócitos e efeitos sobre a imunidade celular e humoral. Apresentação: comprimido de 2,5 mg Posologia: 2,5 mg de 12/12h, 3 vezes por semana, por 4 a 12 semanas. Efeitos colaterais: mielossupressão (seguimento com hemograma), hepatotoxicidade (seguimento com enzimas hepáticas), alterações do trato gastrointestinal, alopecia e nefrotoxicidade. Interação medicamentosa: as doses de Azatioprina, Bactrim e Pirimetamina devem ser reduzidas ou até mesmo descontinuadas quando associadas ao Metotrexate, pelo risco de mielossupressão. THYMOGLOBULINE A imunoglobulina de coelho anti-timócitos humanos representa um soro policlonal que contém anticorpos específicos que comprovadamente reconhecem diferentes moléculas funcionais envolvidas na cascata de ativação das células T durante a rejeição do enxerto. A depleção de linfócitos é provavelmente o principal mecanismo de imunossupressão ligado a estas imunoglobulinas. Apresentação: frasco de 25 mg de e ampola de 5 ml de diluente; Dose: primeira dose1,5 mg/kg; doses adicionais 0,5-1,5 mg/kg. Para indução não ultrapassar a dose total de 6mg/Kg e para rejeição 10mg/Kg Efeitos colaterais: reações sistêmicas de febre, calafrios, taquicardia, vômitos e dispnéia, de reações hipersensibilidade (raro), leucopenia, complicações infecciosas associadas a imunossupressão profunda. Pré-medicação: Dipirona 2mg ev Difenidramina (Benadryl) 25mg ev trombocitopenia e PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS 1. CD3 (absoluto) 6. Plaquetas (x1000) 11. DOSE ATS C) 2. 100 3. 50-100 4. 25-50 7. Maior 100 8. 75-100 9. 50-75 12. 1mg/K g 13. 0,75mg/ Kg 14. 0,5 mg/Kg 5. Menor 25 10. Menor 50 15. Interrom per BASILIXIMAB (SIMULECT ®) Liga-se a subunidade α do receptor da Interleucina-2 que se expressa nas células T ativadas pelo antígeno, prevenindo a ligação da Inteleucina-2 com seu receptor e inibindo a proliferação das células T. Apresentação: ampola 10 ou 20 mg liofilizada que deve ser reconstituída em 2,5 ou 5 ml água (respectivamente). Dose para adultos: 2 doses de 20 mg, 1ª dose - 2 horas antes do transplante e 2ª dose - 4 dias após. Administração: diluída em 50 ml de SF 0,9% ou Glicose 5% em infusão endovenosa em 20 a 30 minutos. Efeitos Colaterais: hiperssenssibilidade. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS 1- Recomendação para Imunização em adultos candidatos a transplante de órgãos sólidos. Vacina Tipo da vacina Numero de doses Intervalo entre as doses Booster Comentários Tétano-Difteria (dT) Toxóide 3 doses 4 semanas e 6 meses após a a 2 . dose 10 anos Sarampo-Caxumba Rúbeola (MMR) Vírus vivo atenuado 1 dose Viagens para áreas de risco para difteria: avaliar níveis séricos de anticorpos para revacinar . Se possível completar vacinação no mínimo 4 semanas antes do transplante. Pneumococo Polissacarídeo s 1 dose H. influenzae (HiB) Polissacarídeo s 2 doses Influenza Vírus inativado 1 dose Hepatite B Recombinante 3 doses Hepatite A Vírus inativado (dobro da dose) 2 doses Varicela Vírus vivo atenuado 2 doses 30 dias após a a 1 dose Poliomielite Vírus inativado 3 doses 4 semanas e 6 meses após a a 2 . dose. IPV (Salk) 6 anos 2 meses após a ª 1 dose 1 ano # 4 e 8 semanas a após a 1 . dose 6 meses após a a 1 . dose Dependent e dos níveis de Anti-HBs 10 anos 10 anos em caso de exposição Se possível completar vacinação no mínimo 6 semanas antes do transplante. Imunização anual realizada antes do inicio da estação da gripe. Se níveis séricos de anticorpos após 1 mês da última dose menor 10 IU/L reiniciar vacinação. Se possível completar vacinação no mínimo 4 semanas antes do transplante. Para indivíduos adultos não vacinados de alto risco. # Pacientes em hemodiálise e cirrose hepática: 4 doses (dose dobrada): 0-30-60-180 dias. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS 2 – Recomendação para imunização em adultos pós transplante de órgão sólidos # Vacina Tipo da vacina Número de doses Intervalo entre as doses Booster Comentários Tétano-Difteria (dT) Toxóide 3 doses 4 semanas e 6 a meses após a 2 . dose 10 anos SarampoCaxumba Rúbeola (MMR) Vírus vivo atenuado Contraindica da Contraindicada Contrain dicada Pneumococo Polissacarídeos 1 dose Viagens para áreas de risco para difteria: avaliar níveis séricos de anticorpos para revacinar . Não deve ser administrada em indivíduos severamente imunodeprimidos. Em caso de exposição a sarampo deverá receber imunoglobulina (independente da situação vacinal prévia) H. influenzae (HiB) Polissacarídeos 2 doses Influenza Vírus inativado 1 dose Hepatite B Recombinante 3 doses Hepatite A Vírus inativado (dobro da dose) 2 doses Varicela Vírus vivo atenuado Contraindica da 6 anos 2 meses após a 1 dose ª 1 ano # 4 e 8 semanas após a a 1 . dose a 6 meses após a 1 . dose Contraindicada Depende nte dos níveis de Anti-HBs 10 anos Contrain dicada Imunização anual realizada antes do inicio da estação da gripe. Se níveis séricos de anticorpos após 1 mês da última dose menor 10 IU/L reiniciar vacinação. Em caso de exposição de alto risco deverá receber imunoglobulina Em caso de exposição em indivíduos suscetíveis, indicada imunoglobulina # Vacinas não devem ser administradas nos primeiros 6 meses após o transplante PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS C. AVALIAÇÃO DO DOADOR DE CORAÇÃO CRITÉRIO DE INCLUSÃO Paciente com morte encefálica e consentimento da família; Idade inferior a 55 anos; Compatibilidade ABO entre doador e receptor; Ausência de doença cardíaca prévia; Peso compatível (diferença 20% para menor); Ausência de neoplasia maligna exceto tumor cerebral primário; CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Presença de cardiopatia; Uso de inotrópicos em altas doses e por tempo prolongado; Fração de ejeção inferior a 40% Arritmia ventricular Hipertrofia ventricular acentuada (septo maior14mm) Infecção por HIV, Hepatite B, Hepatite C; Sepsis;* Alcoolismo acentuado ou uso de drogas endovenosas; Paradas cardíacas sem causas circunstanciais; Previsão de tempo de isquemia superior a 4 horas Peso do doador inferior a 70% do peso do receptor * Infecção adquirida na comunidade, com hemoculturas negativas, em receptor sob tratamento antimicrobiano direcionado e na ausência de evidência de endocardite na inspeção do órgão não configura contraindicação. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS ETAPAS PARA A AVALIAÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES AGENTE: Médico Responsável Técnico; Enfermeiro; Motorista da Ambulância DESCRIÇÃO DOS PASSOS: O enfermeiro assim que receber da central de transplantes a notificação de um possível doador de órgãos, para um candidato inscrito para transplante, deverá: Solicitar ao informante da Central que envie por Fax, a ficha com informações sobre o potencial doador; Verificar com o informante da Central em que cidade, hospital e setor se encontra o potencial doador; Certificar-se da possibilidade de realização de cateterismo cardíaco para os potenciais doadores com idade maior ou igual a 40 anos; Informar-se sobre o horário da captação; Informar-se do nome do médico de contato na Central de Transplantes para posterior retorno das informações de aceite ou recusa do potencial doador. Fornecer as informações ao médico Responsável da Equipe de Transplantes do Hospital do Coração que se encontra responsável pelo potencial receptor, que deve deliberar a respeito do aceite ou recusa do potencial doador. Comunicar ao potencial receptor, quando estiver em domicilio, da possibilidade do transplante e orientá-lo manter-se em jejum até novo contato; Definir com o setor de internação em qual leito o potencial receptor será internado, quando estiver aguardando em domicílio; Aguardar a decisão da equipe transplantadora quanto à recusa ou aceite do doador. PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS DOADOR RECUSADO: O enfermeiro responsável pelo atendimento à Central de Transplantes deverá informar imediatamente a Central de Transplantes, o nome do médico que recusou e o motivo da recusa. A recusa pode acontecer a qualquer momento, antes mesmo da pré-avaliação do doador e deve ser embasada nas informações fornecidas ao enfermeiro pela Central de Transplantes. Pode-se recusar a doação quando o tempo de isquemia do órgão a ser transplantado for superior a quatro horas. DOADOR ACEITO: O enfermeiro responsável pelo atendimento à Central de Transplantes deverá: Informar o aceite do doador à Central de Transplantes no prazo máximo de uma hora; Informar o enfermeiro do Pronto Socorro do HCor do possível transplante e que mantenha a ambulância para pronto uso, enquanto o médico Responsável Técnico da Equipe de Transplantes do Hospital do Coração solicita a avaliação do potencial doador a um dos médicos de sua equipe e ao médico que auxiliará na captação; Solicitar ao motorista da ambulância que transporte o médico até o local onde se encontra o potencial doador para pré-avaliação. Aguardar a decisão final da equipe transplantadora quanto à recusa ou aceite do doador. Receber do médico responsável pela pré-avaliação do potencial doador a confirmação do aceite para a captação do órgão; Informar o enfermeiro do Centro Cirúrgico do possível transplante, solicitando que comunique ao instrumentador, perfusionista e anestesista; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS Informar todos os membros da equipe envolvidos na captação e transplante sobre a confirmação do aceite do potencial doador pela equipe; Solicitar ao candidato ao potencial receptor (e familiar responsável) quando estiver em domicílio que se dirija ao HCor em jejum; Informar o nome do potencial receptor ao setor de internação, quando o mesmo estiver em domicílio, para que agilize o processo de admissão; Se o candidato o potencial receptor se encontrar internado, informar o enfermeiro do setor que mantenha-o em jejum até 2ª ordem; Receber de um dos médicos da equipe de transplante o pedido de exames pré operatório do potencial receptor e providenciar a coleta de imediato; Solicitar ao Centro Cirúrgico que encaminhe ao Pronto Socorro,os materiais, medicamentos e acessórios para a captação; Informar ao Banco de Sangue sobre o possível transplante; Comunicar ao enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva sobre o possível transplante e informar todos os dados do potencial receptor. Informar a nutricionista a assistente social e a psicóloga da equipe multiprofissional de transplantes, sobre o possível transplante. CONSIDERAÇÒES GERAIS: Quem primeiro receberá a notificação de doação da Central de Transplantes é o enfermeiro que estiver escalado no dia ,o mesmo estará portando um BIP exclusivo da equipe de enfermagem de transplante. O potencial doador é sempre pré avaliado por médico da equipe de transplante no local onde se encontra e só após a pré avaliação é confirmado o aceite ou recusa para a confirmação do transplante; PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS Depois de confirmado o aceite, o médico que avaliou o doador retorna ao Pronto Socorro, e juntamente com mais um médico, um instrumentador e um enfermeiro da equipe de transplantes retorna ao local onde se encontra o doador para a captação; A família e o potencial receptor são devidamente informados da possibilidade de não aceite do órgão após avaliado em loco,porque só após esta avaliação pelo médico da equipe de transplante é que será definitivamente aceito ou recusado; Quando avaliado o potencial doador e houver recusa do órgão, o potencial receptor, familiar responsável, cuidador e central de transplante são devidamente notificados pelo médico. Sempre uma parte dos membros da equipe de transplantes permanece no hospital para as providências referentes ao potencial receptor enquanto a outra se dirige ao local onde se encontra o potencial doador para a captação. Os materiais, medicamentos e acessórios necessários para a captação, ficam na Central de Materiais devidamente checados e embalados para o pronto uso; A reposição dos materiais e medicamentos é feita na central de materiais sob a supervisão e orientação do enfermeiro;