programa de cuidados clínicos

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programa de cuidados clínicos
PROGRAMA DEPráticas
CUIDADOSAssistenciais
CLÍNICOS IC
Programa Melhores
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
PIC-HCor
PROTOCOLO DE TRANSPLANTE CARDÍACO
Coordenação Cirúrgica:
Dr. Paulo Pego Fernandes
Coordenação Médica :
Dr. Felix J. A. Ramires
Clínico do Núcleo de Tratamento Cirúrgico : Dr. Victor Issa
Coordenação de Enfermagem:
Validação: 09/2013
Revisão Prevista: 09/2014
Carolina P Amorim
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS IC
AVALIAÇÃO DO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO
A avaliação de candidatos a transplante cardíaco tem como objetivo verificar a existência de
inequívoca necessidade do procedimento bem como a inexistência de contraindicações. A
avaliação deve atentar para todas as dimensões do indivíduo, incluindo aspectos físicos,
psicológicos e sociais.
AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA
– tem como objetivo fundamental detectar disfunções psicológicas
que possam prejudicar a compreensão do paciente a respeito do transplante cardíaco ou
reduzir a sua adesão aos procedimentos propostos. Envolve a avaliação do paciente bem
como da família, com foco na identificação de um cuidador próximo ao paciente. Além
disso, procura fornecer suporte psicológico ao paciente durante a espera pelo transplante,
bem como no seguimento pós-operatório.
AVALIAÇÃO
SOCIAL
– tem como objetivo fundamental detectar problemas ou limitações
sociais que possam prejudicar a aceitação ou adesão do paciente e da família aos
procedimentos propostos. Envolve a avaliação de questões profissionais, laborativas,
ambientais, infraestrutura básica no domicílio, e aspectos familiares, com especial atenção
à identificação e suporte ao cuidador.
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM – tem como objetivo fundamental avaliar aspectos que possam
interferir com a compreensão e adesão do paciente aos procedimentos propostos. Aborda
com especial atenção o esclarecimento do paciente sobre os procedimentos (exames e
intervenções) necessários, avaliação da história pregressa do paciente, avaliação das
condições básicas de higiene, avaliação e suporte ao autocuidado, e identificação e suporte
ao cuidador do paciente.
A equipe de enfermagem tem ainda como função cuidar da observância de boas
práticas de cuidados aos pacientes no período pós-operatório, o que inclui as seguintes
recomendações:
o Não está indicado o isolamento rotineiro para pacientes submetidos a transplante
cardíaco;
o Não é indicado o uso contínuo de máscara pelo paciente, mas sua utilização é
recomendável no contato com pacientes infectados, com doenças transmissíveis
e nos períodos de maior imunossupressão;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
o Lavagem das mãos é o procedimento mais importante preconizado para a
prevenção e controle das infecções.
o A higiene corporal deverá ser realizada pelo menos uma vez ao dia utilizando
produtos de uso rotineiro.
o A higiene bucal deve ser feita após as refeições e antes de dormir, massageando
as gengivas com escova macia e com uso de fio dental, pois é comum a
ocorrência de hiperplasia gengival com o uso de ciclosporina.
o Os objetos e roupas utilizados pelo pacientes devem ser bem lavados, não sendo
necessária a esterilização.
o No domicílio não há necessidade de banheiro exclusivo; recomenda-se a limpeza
com agentes antissépticos como o hipoclorito de sódio a 1% diariamente.
o O contato com animais domésticos deve ser evitado;
ROTINA PARA O ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM AO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO
O candidato ao transplante deve ser orientado, quanto a:
o
Protocolo de exames pré e pós-operatório, incluindo finalidades, preparos, procedimentos e locais de
realização;
o
Cirurgia, incluindo pré, trans e pós-operatório;
o
Importância da adesão ao tratamento com medicamentos imunossupressores;
o
Local e procedimentos para a aquisição de medicamentos do pós-operatório;
o
Sobre a lista de espera para a realização do transplante;
o
Nome dos membros da equipe, telefones, ramais e locais para contato sempre que necessário.
AVALIAÇÃO
ODONTOLÓGICA
– tem como objetivo fundamental a identificação de focos
infecciosos que podem acentuar-se após o transplante além de promover cuidados para a
boa saúde odontológica.
AVALIAÇÃO MÉDICA
CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO DO TRANSPLANTE CARDÍACO
As indicações de transplante cardíaco são aplicáveis apenas a pacientes que recebem
tratamento medicamentoso ótimo.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ABSOLUTOS
o VO2 menor 10ml/Kg/min
o Classe funcional IV persistente
o Arritmia
ventricular
(taquicardia
ventricular
ou
fibrilação
ventricular
recorrente e refratária)
o Angina de peito refratária, com isquemia de extensa região miocárdica, em
paciente inelegível para revascularização
o Pacientes em situação de prioridade
CONDIÇÕES DE PRIORIDADE EM TRANSPLANTE CARDÍACO
o Choque cardiogênico com uso de catecolaminas
o Uso de balão intra-aórtico
o Suporte ventricular mecânico
o Ventilação mecânica
o Taquicardia ventricular incessante
RELATIVOS
o VO2 menor 14 ml/kg/min em paciente sob uso de betabloqueador
o VO2 menor 12 ml/Kg/min em paciente sem uso de betabloqueador
o Angina instável recorrente, com isquemia de extensa região miocárdica, em
paciente inelegível para revascularização
o Classe funcional III persistente em associação a outros marcadores de mau
prognóstico
CONTRAINDICAÇÕES:
ABSOLUTAS
o Câncer atual
o Infecção ativa que comprometa o resultado do transplante;
o Hipertensão Pulmonar Fixa;
o Incompatibilidade na prova cruzada entre doador e receptor;
o Falta de aderência ao tratamento;
o Diabetes mellitus com comprometimento de órgão alvo;
o Doença com expectativa de vida menor que a esperada pelo transplante;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
o Doença cerebrovascular ou periférica grave;
o Insuficiência hepática;
o Perfil psicológico/psiquiátrico desfavorável;
o Dependência de tabaco, álcool e drogas;
o Doença pulmonar grave (FEV1 menor 1 L).
RELATIVAS
o Idade maior 70 anos;
o Obesidade (IMC maior 30 kg / m2);
o Caquexia (IMC menor 20 kg / m2)
o História de câncer;
o Diabetes mellitus sem lesão de órgão alvo;
o Insuficiência renal;
o Doença cerebrovascular ou vascular periférica;
o Embolia pulmonar;
o Hipertensão pulmonar reversível;
o Hepatite B e C sem lesão hepática;
o HIV;
o Amiloidose / Sarcoidose.
AVALIAÇÃO INICIAL DO CANDIDATO A TRANSPLANTE CARDÍACO
História, exame físico e avaliação do estado nutricional;
Avaliação função renal: uréia, creatinina, urina I, proteinúria 24 h;
Avaliação função hepática: TGO, TGP, gama GT, FA, PTF, BTF.
Avaliação da função tireoideana: TSH, T4 livre;
Avaliação função pulmonar: radiografia de tórax,
Avaliação hematológica: hemograma, plaquetas e coagulograma;
Avaliação metabólica: colesterol total e frações, triglicérides, glicemia, hemoglobina
glicada, Na, K, Ca;
Avaliação ginecológica, papanicolau e mamografia;
Avaliação urológica e PSA;
Protoparasitológico de fezes, sangue oculto fezes;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
Colonoscopia (idade maior 50 anos);
Tipagem sanguínea e painel imunológico;
USG abdome total e vias urinárias;
CEA e alfafeto proteína;
Sorologias: hepatite B e C, HIV, CMV, HTLV, Toxoplasmose, Sífilis (VDRL), Vìrus
Epstein-Barr, Chagas.
AVALIAÇÃO
DA CIRCULAÇÃO PULMONAR
– realizada pela passagem de cateter de artéria
pulmonar, na melhor condição hemodinâmica possível do paciente; a reversibilidade da
hipertensão pulmonar será testada com a infusão de nitroprussiato sódico, com atenção
para que não seja induzido hipotensão arterial. Como drogas alternativas podem ser
utilizadas óxido nítrico e sildenafila.
Hipertensão pulmonar irreversível – quando após uso de vasodilatador:
o PSAP maior 60 mmHg
o Gradiente pulmonar maior 15 mmHg
o Resistência pulmonar maior 5 Wood
Hipertensão pulmonar reversível – quando após o uso de vasodilatador:
o PSAP menor 50 mmHg
o Gradiente pulmonar menor 15 mmHg
o Resistência pulmonar menor 3 Wood
PAINEL IMUNOLÓGICO (PANEL REACTIVITY ANTIBODY – PRA)
Será feito em todos os pacientes avaliados para transplante
Será determinada a especificidade anti-HLA dos anticorpos circulantes,
Será feito o cruzamento dos anticorpos anti-HLA do receptor com a tipagem HLA do
doador (crossmatch virtual) antes do transplante
O painel imunológico será repetido a cada 6 meses ou 2-4 semanas após administração
de hemoderivados
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ROTINA PARA INSCRIÇÃO DO PACIENTE NA FILA ÚNICA DE TRANSPLANTE CARDÍACO
A avaliação para o transplante é desencadeada apenas por solicitação do médico
responsável pelo paciente, com a concordância deste.
O médico clínico e o enfermeiro da equipe de transplante farão a avaliação inicial do
caso.
Quando a avaliação inicial for favorável à realização do procedimento, o médico clínico
da equipe de transplante solicitará avaliação da equipe multidisciplinar – nutrição,
psicologia, fisioterapia e serviço social. A avaliação inclui entrevistas com o médico
responsável, paciente e família.
Persistindo avaliação favorável ao procedimento, o paciente passará por avaliação da
equipe cirúrgica.
Todas as avaliações deverão ser registradas no prontuário do paciente.
O médico clínico da equipe de transplante solicitará os exames pré-transplante,
seguindo o protocolo e utilizando o pedido de exames institucional.
O resultado final da avaliação será apresentado ao médico responsável, ao paciente e à
família.
A inclusão do paciente em fila de transplante e a atualização do cadastro do paciente
junto à Secretaria de Estado da Saúde serão de responsabilidade do médico clínico da
equipe de transplante.
Observações
A inscrição para transplante de coração é feita no sistema informatizado (pela Internet)
por membro da equipe autorizado.
A inscrição gera o número de Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT). Esse
número deve ser conhecido pelo paciente para facilitar a obtenção de informação sobre
a sua situação na lista de espera.
Após a inscrição, a equipe multiprofissional, composta dos seguintes profissionais:
médico, enfermeiro, psicóloga, assistente social, nutricionista e fisioterapeuta, deverá se
reunir para discussão dos assuntos referentes ao transplante em data, local e horário
pré-agendados e as conclusões e condutas definidas deverão ser documentadas no
prontuário médico.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
O candidato ao transplante inscrito na fila única permanecerá em consultas periódicas
com a equipe médica e multiprofissional de transplante até a realização do transplante,
em datas e com freqüência que se fizerem necessárias, tendo como parâmetro o quadro
clínico.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
PACIENTES EM ESPERA PELO TRANSPLANTE CARDÍACO
Recomenda-se atenção especial para:
Função renal;
Presença de infecção;
Coagulopatia;
Embolia de pulmão;
Estado nutricional;
Anemia;
Recomenda-se a repetição do painel imunológico a cada 6 meses e 2-4 semanas após o uso de
hemoderivados.
Recomenda-se a reavaliação das pressões pulmonares após embolia de pulmão ou em caso de
aumento da pressão de a. pulmonar na ecocardiografia.
INDICAÇÕES PARA RETIRADA DA FILA DE TRANSPLANTE CARDÍACO
Insuficiência renal (Cr maior 2,5 mg/dl);
Embolia de pulmão;
Infecção ativa;
Qualquer intercorrência que comprometa o sucesso do transplante.
AVALIAÇÃO DO RECEPTOR CONVOCADO PARA O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Hemograma, Na, K, uréia, creatinina, glicemia, coagulograma, βHCG, Urina I;
Radiografia de Tórax PA e Perfil;
Checar sorologias para Citomegalovirus, Toxoplasmose, Sífilis;
Checar painel imunológico;
Checar presença de infecção;
Checar coagulação:
Se usar HNF  suspender 6 horas antes do procedimento;
Se usar HBPM*  suspender 12 horas antes do procedimento;
Se usar varfarina  reservar hemoderivado, e corrigir com:
(1) Complexo Concentrado Protrombínico 500 U ou
(2) Plasma Fresco Congelado 15 ml/kg;
* Não é recomendável uso de HBPM para pacientes em espera pelo transplante
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
PROVIDÊNCIAS DE ENFERMAGEM IMEDIATAMENTE ANTES DO TRANSPLANTE CARDÍACO
Após confirmação médica para a realização do transplante o enfermeiro deverá:
Atualizar no prontuário dados sobre as condições de saúde e exame físico do receptor;
Certificar-se de que o paciente esteja em jejum;
Solicitar ao técnico ou ao auxiliar de enfermagem:
o
Mensurar peso, altura e circunferência abdominal;
o
Verificar sinais vitais: freqüência cardíaca, pressão arterial, pulso e temperatura;
o
Retirar jóias, próteses e orientar familiares sobre a guarda dos mesmos;
o
Realizar tricotomia, conforme POP 0109
o
Realizar banho (de aspersão ou no leito);
o
Realizar degermação prévia da pele, conforme padronização do SCIEH;
o
Auxiliar o paciente vestir camisola da instituição após a degermação da pele;
o
Observar a prescrição médica e administrar as medicações prescritas.
Obter o pedido médico e solicitar ao assistente de atendimento providenciar:
o
Coleta de sangue para a última revisão laboratorial;
o
Confirmar reserva de sangue;
o
Radiografia de tórax ;
Certificar que os laudos dos exames tenham sido avaliados pelo médico e cópias dos resultados de
exames ao prontuário;
O enfermeiro deve registrar todos os dados e orientações no prontuário do paciente após certificar-se da
adequada compreensão;
Aguardar até que o Centro Cirúrgico solicite que o paciente seja encaminhado para o procedimento
O enfermeiro deve acompanhar o paciente até o Centro Cirúrgico.
Observações-
A obtenção do peso e altura é imprescindível para o cálculo de anestésicos e outras
drogas e cálculo de parâmetros ventilatórios que deverão ser usados nas fases peri e
pós-operatórias e como parâmetros para acompanhamento no pós-operatório imediato e
tardio.
O banho é de aspersão ou no leito, dependendo do estado geral do paciente.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
A. ASPECTOS OPERATÓRIOS
ANTIBIOTICOPROFILAXIA OPERATÓRIA
Iniciar cefuroxima na indução anestésica (dose: 1,5 g via venosa) e manter dose de
750mg a cada 6 horas por 48 horas.
CAPTAÇÃO DO CORAÇÃO
AGENTES
Enfermeiro da equipe de transplantes;
Médico da equipe de transplantes;
Instrumentador Cirúrgico;
Motorista da ambulância
M ATERIAIS
Mala com materiais para retirada de órgão;
Caixa Térmica;
Serra cirúrgica;
Impressos referentes ao doador.
DESCRIÇÃO DOS PASSOS
O enfermeiro ao receber a notificação e confirmação médica sobre a captação de órgão deverá:
Solicitar ao enfermeiro do pronto socorro, orientar o motorista da ambulância para o transporte da equipe
até o local onde se encontra o potencial doador;
Solicitar ao centro cirúrgico que encaminhe o material para a retirada de órgãos ao pronto socorro;
De posse do material, dois cirurgiões, o enfermeiro e um instrumentador da equipe de transplantes,
deslocam-se até o local onde se encontra o potencial doador;
No local onde se encontra o doador, todos deverão se identificar, lavar as mãos e paramentarse,conforme a rotina estabelecida pela instituição;
Na sala de captação, deverão separar o material de uso específico da equipe;
Realizam o preparo das soluções de preservação e perfusão do órgão;
Assim que finalizada a retirada do órgão pelo cirurgião, é acondicionado pelo enfermeiro em embalagem
plástica específica, colocado em uma caixa térmica com solução fisiológica e gelo e transportado até o
centro cirúrgico do Hospital do Coração;
Ao chegar no Hospital do Coração, a equipe portando o órgão, deverá dirigir-se imediatamente ao Centro
Cirúrgico e entregar à equipe de transplante.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
O descarte de materiais e resíduos segue a padronização e rotina da instituição do local
da captação.
A higiene das mãos segue padronização da instituição do local da captação.
A equipe deverá obter com o enfermeiro do SPOT (Serviço de Organização e Procura
de Órgãos e Tecidos), os seguintes documentos referentes ao doador:
o
Termo de autorização de doação de órgãos assinado pelo responsável pela
doação;
o
Termo de declaração de morte encefálica;
o
Sorologia para doadores de órgãos;
o
Tipagem sanguínea;
o
Retipagem sanguínea;
o
Ficha cirúrgica do procedimento de retirada de órgãos.
Quando finalizado o procedimento, é recolhido e acondicionado todo o material.
Todo o material e instrumental cirúrgico utilizado nos diversos momentos da cirurgia é
devidamente preparado no centro cirúrgico do Hospital do Coração com orientação do
enfermeiro da central de materiais.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
B. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS EM TRANSPLANTE CARDÍACO
AGENTES
Médico;
Enfermeiro;
Auxiliar de Enfermagem;
Técnico de Enfermagem;
Fisioterapeuta.
O técnico de enfermagem, sob orientação do enfermeiro, preparará testará com
antecedência e todos os equipamentos da unidade de admissão do receptor de órgão
conforme ROT-01155
Os princípios de assepsia e lavagem das mãos devem ser reforçados, além da adoção
de outras precauções, conforme orientação do SCIEH.
ROTINA DO ATENDIMENTO
Dois ou mais membros da equipe de enfermagem, um fisioterapeuta e um médico
deverão receber o paciente;
Os cirurgiões e anestesista que acompanham o receptor do centro cirúrgico até a UTI
deverão informar as particularidades de todos os procedimentos realizados, bem como
de qualquer complicação esperada. Nenhum detalhe deve ser omitido;
O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá ajustar as diversas conexões e reiniciar a
monitorização;
O enfermeiro deverá realizar uma rápida inspeção geral e providenciar medidas
corretivas, quando se fizerem necessárias. Nesta ocasião deve observar pelo menos
estes itens: perfusão geral; sinais de sangramento; administração de drogas específicas
segundo prescrição médica; drenagens; sinais vitais e outros que julgar necessário ou
conforme solicitação médica;
O Fisioterapeuta deverá verificar o tubo orotraqueal, priorizar a ventilação e o
estabelecimento de via aérea pérvea;
O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá conferir todas as infusões quanto à
diluição e baseando-se na prescrição médica ajustar se necessário o volume de infusão;
O técnico ou o auxiliar de enfermagem deverá mensurar os dados vitais e comunicar ao
enfermeiro qualquer alteração;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
O enfermeiro deverá planejar a assistência de enfermagem de forma sistematizada,
conforme as observações avaliadas e replanejar quando necessário.
IMUNOSSUPRESSÃO
O plano de imunossupressão deve considerar:
Grau de aloreatividade do painel imunológico;
História de cirurgia cardíaca prévia;
Sexo do doador e receptor
Multipararidade;
Politransfusão;
Retransplante;
Presença de Doença de Chagas;
Função Renal.
INDICAÇÕES DE TERAPIA INDUTORA:
Painel maior 10%
Cr maior 2,0 mg/dl ou sinais de deterioração da função renal;
Previsão de complicações renais no pós-operatório;
Risco de sangramento aumentado (uso de anticoagulante oral);
MONITORIZAÇÃO
A monitorização de receptores de transplante cardíaco deve incluir:
Monitoramento eletrocardiográfico contínuo
Medida invasiva contínua da pressão arterial
Cateter de artéria pulmonar
Oximetria contínua
Medida contínua do débito urinário
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ESQUEMA DE IMUNOSSUPRESSÃO EM PACIENTES NÃO CHAGÁSICOS
INIBIDOR DA
CALCINEURINA:
ESTERÓIDE
ANTIPROLIFERATIVO
MICOFENOLATO
MOFETIL
CICLOSPORINA
MICOFENOLAT
O
720 MG VO
SÓDICO
PRÉ-OP (1h)
-
-
INTRA-OP
-
SOLUMEDROL 1 G EV
PO
IMEDIATO
-
SOLUMEDROL 250 MG
EV 8/8H
1G VO 12/12H
720 MG VO
12/12H
SOLUMEDROL 125 MG
EV 8/8H
1G VO 12/12H
720 MG VO
12/12H
SOLUMEDROL 125 MG
EV 12/12H
1G VO 12/12H
720 MG VO
12/12H
PREDNISONA 1MG/KG
VO 1X/DIA
1G VO 12/12H
720 MG VO
12/12H
REDUZIR 0,1 MG/KG
POR SEMANA
1G VO 12/12H
720 MG VO
12/12H
1º PO
2º PO
3º PO
25mg vo 2xd
ou
1 mg/Kg/dia EV
(50mg CSA diluído
250 ML SF/SG=
2mg CSA / 10 ML)
Infusão 0,5-2mg/h*
50mg vo 2xd
ou
1 mg/Kg/dia EV
(50mg CSA diluído
250 ML SF/SG=
2mg CSA / 10 ML)
Infusão 0,5-2mg/h*
A PARTIR DO
AJUSTE CONFORME C0
4º PO
1G VO
OU
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ESQUEMA DE IMUNOSSUPRESSÃO EM PACIENTES CHAGÁSICOS
INIBIDOR DE
CALCINEURINA
ESTERÓIDE
ANTIPROLIFERATIVO
CICLOSPORINA
AZATIOPRINA
PRÉ-OP (1h)
-
-
3 MG/KG VO
INTRA-OP
-
SOLUMEDROL 1 G EV
-
PO IMEDIATO -
SOLUMEDROL 250 MG EV 8/8H
1 MG/KG VO 12/12H
1º PO
SOLUMEDROL 125 MG EV 8/8H
1 MG/KG VO 12/12H
SOLUMEDROL 125 MG EV 12/12H
1 MG/KG VO 12/12H
PREDNISONA 1MG/KG VO 1X/DIA
1 MG/KG VO 12/12H
REDUZIR 0,1 MG/KG POR
SEMANA
1 MG/KG VO 12/12H
2º PO
3º PO
A PARTIR DO
4º PO
25mg vo 2xd
ou
1 mg/Kg/dia EV
(50mg CSA diluído
250 ML SF/SG=
2mg CSA / 10 ML)
Infusão 0,5-2mg/h*
50mg vo 2xd
ou
1 mg/Kg/dia EV
(50mg CSA diluído
250 ML SF/SG=
2mg CSA / 10 ML)
Infusão 0,5-2mg/h*
AJUSTE CONFORME C0
Nos casos de insuficiência renal aguda, impedindo a introdução da CsA, considerar o uso de anticorpo antilinfócito. Pacientes
que receberam terapia indutora com Basiliximab estão protegidos por 7 a 10 dias, após o que é imprescindível à introdução da
CsA.
ROTINA DE SEGUIMENTO NO PÓS-OPERATÓRIO
POI
NÍVEL
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
11º
12º
13º
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
PO
SÉRICO
X
X
X
X
X
14º
PO
X
IMUNOSSUPRESSORES
ANTIGENEMIA
PARA
X
X
CMV
ECOCARDIOGRAMA
BIÓPSIA
X
X
X
X
X
X
X
X
ENDOMIOCÁRDICA
XENODIAGNÓSTICO
X
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
REJEIÇÃO CARDÍACA
A rejeição aguda celular é a mais frequente e caracteriza-se morfologicamente por
infiltrado linfocítico contra os miócitos. Os sintomas clínicos são variáveis. Na maioria das
vezes os pacientes apresentam-se assintomáticos. Nenhum sinal ou sintoma é patognomônico
de rejeição, entretanto, quando presentes, podem incluir: sintomas constitucionais inespecíficos
(febre, mialgia, mal-estar, desconforto articular e sintomas gripais), irritação cardíaca
(taquicardia, atrito e/ou derrame pericárdico, arritmias, - principalmente atriais – fibrilação atrial/
flutter). Na suspeita clínica de rejeição é fundamental a realização de ecocardiograma para
avaliação de função ventricular e biópsia endomiocárdica.
BIÓPSIA ENDOMIOCÁRDICA- CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA
Nova Nomenclatura (2005)
Nomenclatura antiga (1990)
Grau 0 R
Grau 0
Grau 1 A
Grau 1 R
Grau 1 B
Grau 2
Grau 2 R
Grau 3 A
Grau 3 B
Grau 3 R
Grau 4
Ausência de infiltrado
Focal Leve
- infiltrado linfocitário focal sem necrose de
fibra.
Difusa Leve
- infiltrado linfocitário difuso sem necrose de
fibra.
Moderada Focal
- 1 foco com agressão de fibra.
Moderada Multifocal
- mais de um foco com agressão de fibra.
Difusa Grave Borderline
- infiltrado difuso com agressão de fibra.
Difusa Grave
- infiltrado difuso com necrose, hemorragia,
neutrófilos e vasculite.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
TRATAMENTO DE REJEIÇÃO AGUDA CELULAR
Comprometimento hemodinâmico
Biópsia – ishlt -2005
Ausente
Presente
1R
Sem tratamento adicional, rever
esquema imunossupressor
Pesquisar rejeição humoral e
doença vascular do enxerto
2R
PO recente:
Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg
ev por 3 a 5 dias
PO tardio:
Prednisona 1mg/kg/dia vo por 3 a 5
dias
3R
Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg
ev por 3 a 5 dias
+
ATS 1,5 mg/kg/dia por 3 a 5 dias
Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg
ev por 3 a 5 dias
+
ATS 1,5 mg/kg/dia ev por 3 a 5
dias
* pesquisar rejeição humoral
Metilpredinisolona 10 a 15 mg/kg
ev por 3 a 5 dias
+
ATS 1,5 mg/kg/dia ev por 3 a 5
dias
* pesquisar rejeição humoral
REJEIÇÃO
CELULAR PERSISTENTE
- É a manutenção de infiltrado celular linfocítico 2R ou 3R a
despeito de tratamento adequado, incluindo pulso com corticóide e ajuste da imunossupressão.
Nestes casos as opções terapêuticas incluem:
Troca da ciclosporina pelo tacrolimus;
Mudança do antiproliferativo: troca da Azatioprina pelo Micofenolato;
Associação do metotrexate no seguinte esquema: 10 a 15 mg/semana durante 8
semanas (5mg 3x/semana).
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
REJEIÇÃO
HUMORAL
– resulta da deposição de anticorpos contra antígenos do doador
localizados na superfície endotelial coronariana. Apesar de mais comum no pós-transplante
recente (principalmente na presença de prova cruzada positiva, ou receptores sensibilizados
com anticorpos anti-HLA pré-formados) também pode ocorrer tardiamente. A rejeição humoral
hiperaguda ocorre de minutos a horas após o transplante e consiste em violenta resposta
imune sobre o enxerto devido a anticorpos pré-formados (por ex. incompatibilidade ABO).
A ativação do complemento e de mediadores inflamatórios promove agressão ao
enxerto que se expressa histologicamente por edema celular endotelial, edema intersticial e
vasculite. Estudo imunohistoquímico determina a presença de marcadores no tecido: as
imunoglobulinas IgM, IgG e IgA, marcador de macrófagos CD 68, fibrina e as frações do
complemento C1q, C3 e C4d (este último considerado o marcador mais específico e sensível
para o diagnóstico de rejeição humoral). A biopsia endomiocárdica deve ser enviada ao
laboratório de Anatomia Patológica fixada em soro fisiológico e prontamente processada para
realização de imunofluorescência.
TRATAMENTO DA REJEIÇÃO HUMORAL:
Pulsoterapia– metilprednisolona 10 – 15 mg / kg por 3 a 5 dias.
Plasmaferese diária por 3 a 5 dias.
Terapia citolítica – ATS (thymoglobulin
) 1,5 mg / kg por 3 a 7 dias
Metotrexate 1 – 5 mg de 12/12h, 3 vezes por semana, 3-12 semanas
OUTRAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA REJEIÇÃO HUMORAL:
IVIg 2g/Kg ao final da última sessão de plasmaférese.
CMV Ig hiperimune 100 mg/kg após cada sessão de plasmaférese.
Ciclofosfamida 0,5 – 1mg/kg/dia.
Rituximab (anti-CD20).
Esplenectomia.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
INFECÇÃO
CITOMEGALOVÍRUS
Sorologia pré-transplante do doador e do receptor:
Receptor - / doador + : não é critério de exclusão ou profilaxia de rotina. Controle
semanal de antigenemia para CMV;
Rotina:
Controle semanal da antigenemia para CMV até alta hospitalar;
Se receber pulsoterapia e/ou globulina antitimócita controle de antigenemia.
Tratamento preemptivo:
Antigenemia maior 10 células/campo = Ganciclovir® (5mg/kg/dose 2x/dia), via
venosa, por pelo menos 14 dias ou até negativação da antigenemia.
TOXOPLASMOSE EM TRANSPLANTE CARDÍACO
Verificar sorologia do receptor:
1) IgG +: não há necessidade de profilaxia pós-operatória;
2) IgG -: fazer profilaxia após transplante se doador IgG +.
Esquema: Pirimetamina 75mg (1 cp 8/8h) no primeiro dia e 25 mg/dia a seguir por 6
semanas. Complementar com ácido folínico 2cp/dia.
PROFILAXIA PARA PNEUMOCYSTIS JIROVECII
Não é indicada de rotina;
Deverá ser iniciada nos pacientes que:
Receberem globulina antitimocítica;
Submetidos à plasmaferese;
Usarem Simulect® como terapia indutora de imunossupressão.
Esquema: Sulfametoxazol-Trimetoprim 800mg/dia, via oral 3x/semana (Bactrim F® - 1
comprimido às 2as, 4as e 6as feiras) mantida até 100 dias após transplante.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
SEGUIMENTO TARDIO
Dias após Alta
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
Cons
Cons
Cons
Cons
Cons
Cons
Cons
Cons
(15 d)
(30 d)
(60 d)
(90 d)
(120 d)
(180 d)
(240 d)
(360 d)
x
x
x
X
X
X
X
X
X
X
X
Biópsia endomiocárdica
Nível sérico de
x
X
X
x
X
X
imunossupressor
Antigenemia para CMV
Cintilografia
Cardíaca
x
X
com Gálio
Ecocardiograma
bidimensional
X
X
X
x
X
x
com
Doppler
Pesquisa de Reativação
X
X
X
X
Chagas
(xenodiagnóstico,
hemocultura, QBC, )
ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM AO RECEPTOR DE ÓRGÃO PARA A REALIZAÇÃO DE BIÓPSIA:
PACIENTE EM DOMICÍLIO:
Tomar banho de chuveiro antes de ir ao hospital ;
Retirar esmaltes das unhas caso tenha;
Retirar jóias.
PACIENTE NO HOSPITAL:
Chegar na hora previamente agendada;
Retirar próteses,lentes de contato, óculos.
CUIDADOS APÓS BIÓPSIA:
Manter repouso no leito por 2 horas;
Evitar carregar peso por 24 horas
Observações A realização das biópsias serão
necessárias em maior ou menor freqüência que as previstas no
protocolo, conforme avaliação e orientação médica.
O enfermeiro deverá certificar-se da adequada compreensão do receptor e do cuidador referente as
orientações que forem fornecidas.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
DOENÇA VASCULAR DO ENXERTO
Para a pesquisa de doença vascular do enxerto será feito ecocardiograma com
dobutamina anualmente e cinecoronariografia após 3 anos e 5 anos o transplante e em
seguida a cada 2 anos.
APÓS O 1º ANO DO TRANSPLANTE
Consulta semestral
Exames para serem solicitados para cada consulta:
o Hemograma;
o Função renal;
o Enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA, GT); bilirrubinas;
o Coagulograma;
o Proteína total e frações;
o Eletrólitos (Na, K, Ca, P, Mg);
o Colesterol total e frações + triglicérides; glicemia;
o CPK;
o Cintilografia cardíaca com gálio;
o Ecocardiograma (alternar semestralmente entre ecocardiograma bidimensional
com Doppler e ecocardiograma com estresse com dobutamina);
o Pesquisa para reativação de chagas (nos pacientes com diagnóstico de doença
de chagas): xenodiagnóstico, hemocultura, QBC, creme leucocitário.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS:
Drogas
Via
Dose inicial
Manutenção
Nível Sérico
Prednisona
Oral
1 mg/kg
Retirada em 6 meses
Metilpredinisolona
Venosa
500-1000mg, dose
Tratamento de rejeição
descrescente até 3º PO
aguda por 3-5 dias
Oral
3-8 mg/kg/dia
Guiada por sintomas,
250-350 (3 a 6 meses)
Venosa
1-2 mg/kg/dia
rejeição e nível sérico
200-300 (6 a 12 meses)
Ciclosporina
Não se aplica
C0: 350-450 (inicial)
(1/3 dose oral)
Tacrolimus
Não se aplica
100-200 (acima de 1 ano)
Oral
0,05-0,1 mg/kg/dia
Guiada por sintomas,
Vale: 10-15 ng;ml (inicial)
Venosa
0,01- 0,02 mg/kg/dia
rejeição e nível sérico
5-10 ng/ml (pós 6 meses)
1,5-2,5 mg/kg/dia
Não utilizado rotineiramente
Azatioprina
Oral
1,5-2,5 mg/kg/dia
manter leucócitos acima
(manter leucócitos acima
Venosa
Semelhante a oral
de 4000
4000)
Micofenolato
Oral
1g 12/12 horas
Mofetil
Venosa
Semelhante a oral
500-1,5g 12/12 horas
MPA 2,5-5 mcg/ml
Oral
720 mg 12/12 horas
Oral
Ataque de 6 mg
pro nível sérico)
Oral
0,5-1,5 mg/dl
0,5-1,5 mg/dia – 12/12 h
Micofenolato
Sódico
360 a 1080 g 12/12
Sirolimus
Everolimus
horas
MPA 2,5-5 mcg/ml
2 mg/dia – 1x/dia (ajuste
Vale: 5-15 ng/ml
Vale: 3-8 ng/dl
A) CORTICOSTERÓIDE:
Drogas linfocitolíticas. Promovem alteração na resposta antigênica das células B. Podem
ser retirados após o sexto mês de transplante. São utilizados para tratamento de rejeições
agudas (pulsoterapia).
Efeitos colaterais: intolerância glicose, osteoporose, obesidade, catarata, hipertensão
arterial.
B) INIBIDORES DA CALCINEURINA:
Inibem, via calcineurina, a expressão dos receptores de IL-2, limitando a proliferação e
diferenciação dos linfócitos T citotóxicos. Metabolismo hepático via citocromo P450.
Ciclosporina (Neoral ):
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
Dose: 3 a 6 mg/kg/dia. Deve ser monitorizada com nível sérico (C0, antes da tomada, ou
C2, coleta 2 horas após ingesta, redução progressiva da dose conforme o tempo de
transplante).
Efeitos
colaterais:
insuficiência
renal,
hipertensão
arterial,
intolerância
a
glicose,
neurotoxicidade, hepatotoxicidade, efeitos tróficos (pêlos, gengiva), neoplasias (linfoma e
pele), hiperuricemia.
Tempo após transplante
Nível de C zero
0 – 3 meses
300 – 350ng/ml
4 – 12 meses
200 - 250 ng/ml
Maior 12 meses
100 – 175 ng/ml sem disfunção renal
50 – 100 ng/ml com disfunção renal
Doses deverão ser reduzidas na associação com inibidores da TOR (sirolimus/everolimus)
Tacrolimus (FK506) (Prograf ):
A conversão de ciclosporina para tacrolimus pode ser feita para tratamento de rejeição
recorrente.
Dose: 0,1 a 0,2 mg/kg/dia. Deve ser monitorizado com nível sérico (coleta
imediatamente antes da ingesta - vale), também se reduz a dose com o tempo de transplante.
Nível sérico:
Primeiros 6 meses: 10 – 15 ng/ml
Após o 6º mês: 5 – 10 ng/ml
Efeitos colaterais: semelhantes aos da ciclosporina, porém maior tendência à
hiperglicemia. Efeitos tróficos menos intensos (interessante para mulheres e crianças).
Drogas que aumentam o nível sérico dos Drogas que diminuem o nível sérico dos
inibidores da calcineurina
inibidores da calcineurina
(inibidores enzimáticos do citocromo P450)
(indutores enzimáticos do citocromo P450)
Diltiazem
Rifampicina
Verapamil
Isoniazida
Eritromicina
Fenobarbital
Cetoconazol
Fenitoína
Itraconazol
Carbamazepina
Nifedipina
Metilprednisolona
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ANTIPROLIFERATIVOS:
Azatioprina (Imuran ):
Inibe a formação de purina, bloqueando a proliferação de linfócitos.
Dose: 1,5 – 2,5 mg/kg/dia.
Efeitos colaterais: leucopenia, mielossupressão, hepatite, pancreatite. A associação com
alopurinol é extremamente mielotóxica devendo ser evitada ou utilizada com a redução da
dose de ambas as drogas para 30% da dose preconizada.
Micofenolato Mofetil (Cell-Cept ) / Micofenolato Sódico (Myfortic®):
Inibe enzimas envolvidas na síntese de purinas, sendo um antiproliferativo mais
específico para linfócitos B e T.
Dose: Micofenolato mofetil 1g 12/12 h
Micofenolato Sódico 720 mg 12/12 h
Efeitos colaterais: principalmente trato gastrintestinal e que podem ser minimizados com
redução da dose ou dando preferência para a utilização do micofenolato sódico (Myfortic ).
Baixa toxicidade para medula óssea, rim e fígado, entretanto em casos de leucopenia a dose
pode ser reduzida.
INIBIDORES DO SINAL DE PROLIFERAÇÃO (INIBIDORES DA TOR):
Sirolimus (Rapamune ) e Everolimus (Certican ): inibem enzima que regula o ciclo
celular, promovendo redução do crescimento e da proliferação de linfócitos B e T, e da
proliferação de musculatura lisa vascular e de células endoteliais. Indicado para: (1) prevenção
e tratamento da Doença Vascular do Enxerto, geralmente associado a Ciclosporina em doses
mais baixas e (2) estratégia de preservação da função renal devido a nefrotoxidade dos
inibidores da calcineurina, usado em substituição a estes.
Apresentação:
Sirolimus: solução 1mg/ml ou comprimido 1 mg
Dose:
Sirolimus: 2 mg/dia (nível sérico – vale – 5 a 15 ng/ml)
Everolimus: 0,5 – 1,5 mg/dia (nível sérico – vale - de 3 a 8 ng/ml).
Efeitos colaterais: hipertrigliceridemia, plaquetopenia, anemia e leucopenia, retardo da
cicatrização de ferida operatória.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
METOTREXATE:
Análogo do ácido fólico. Liga-se competitivamente à enzima dehidrofolato redutase que
catalisa a conversão do ácido fólico à tetrahidrofólico, inibindo a síntese de purina com
consequente inibição da proliferação de linfócitos e efeitos sobre a imunidade celular e
humoral.
Apresentação: comprimido de 2,5 mg
Posologia: 2,5 mg de 12/12h, 3 vezes por semana, por 4 a 12 semanas.
Efeitos colaterais: mielossupressão (seguimento com hemograma),
hepatotoxicidade (seguimento com enzimas hepáticas), alterações do
trato gastrointestinal, alopecia e nefrotoxicidade.
Interação medicamentosa: as doses de Azatioprina, Bactrim e
Pirimetamina devem ser reduzidas ou até mesmo descontinuadas
quando associadas ao Metotrexate, pelo risco de mielossupressão.
THYMOGLOBULINE
A imunoglobulina de coelho anti-timócitos humanos representa um soro policlonal que
contém anticorpos específicos que comprovadamente reconhecem diferentes moléculas
funcionais envolvidas na cascata de ativação das células T durante a rejeição do enxerto. A
depleção de linfócitos é provavelmente o principal mecanismo de imunossupressão ligado a
estas imunoglobulinas.
Apresentação: frasco de 25 mg de e ampola de 5 ml de diluente;
Dose: primeira dose1,5 mg/kg; doses adicionais 0,5-1,5 mg/kg. Para indução não
ultrapassar a dose total de 6mg/Kg e para rejeição 10mg/Kg
Efeitos colaterais:
reações sistêmicas de febre, calafrios, taquicardia, vômitos e
dispnéia,
de
reações
hipersensibilidade
(raro),
leucopenia,
complicações infecciosas associadas a imunossupressão profunda.
Pré-medicação:
Dipirona 2mg ev
Difenidramina (Benadryl) 25mg ev
trombocitopenia
e
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
1.
CD3
(absoluto)
6.
Plaquetas
(x1000)
11. DOSE ATS
C)
2.
100
3.
50-100
4.
25-50
7.
Maior
100
8.
75-100
9.
50-75
12. 1mg/K
g
13. 0,75mg/
Kg
14. 0,5
mg/Kg
5.
Menor
25
10. Menor
50
15. Interrom
per
BASILIXIMAB (SIMULECT ®)
Liga-se a subunidade α do receptor da Interleucina-2 que se expressa nas células T
ativadas pelo antígeno, prevenindo a ligação da Inteleucina-2 com seu receptor e inibindo a
proliferação das células T.
Apresentação: ampola 10 ou 20 mg liofilizada que deve ser reconstituída
em 2,5 ou 5 ml água (respectivamente).
Dose para adultos: 2 doses de 20 mg, 1ª dose - 2 horas antes do
transplante e 2ª dose - 4 dias após.
Administração: diluída em 50 ml de SF 0,9% ou Glicose 5% em infusão
endovenosa em 20 a 30 minutos.
Efeitos Colaterais: hiperssenssibilidade.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
1- Recomendação para Imunização em adultos candidatos a transplante de órgãos sólidos.
Vacina
Tipo da
vacina
Numero
de doses
Intervalo entre
as doses
Booster
Comentários
Tétano-Difteria (dT)
Toxóide
3 doses
4 semanas e 6
meses após a
a
2 . dose
10 anos
Sarampo-Caxumba
Rúbeola (MMR)
Vírus vivo
atenuado
1 dose
Viagens para áreas de risco
para difteria: avaliar níveis
séricos de anticorpos para
revacinar .
Se possível completar
vacinação no mínimo 4
semanas antes do
transplante.
Pneumococo
Polissacarídeo
s
1 dose
H. influenzae (HiB)
Polissacarídeo
s
2 doses
Influenza
Vírus inativado
1 dose
Hepatite B
Recombinante
3 doses
Hepatite A
Vírus inativado
(dobro da
dose)
2 doses
Varicela
Vírus vivo
atenuado
2 doses
30 dias após a
a
1 dose
Poliomielite
Vírus
inativado
3 doses
4 semanas e 6
meses após a
a
2 . dose.
IPV (Salk)
6 anos
2 meses após a
ª
1 dose
1 ano
#
4 e 8 semanas
a
após a 1 . dose
6 meses após a
a
1 . dose
Dependent
e dos
níveis de
Anti-HBs
10 anos
10 anos
em caso
de
exposição
Se possível completar
vacinação no mínimo 6
semanas antes do
transplante.
Imunização anual realizada
antes do inicio da estação da
gripe.
Se níveis séricos de
anticorpos após 1 mês da
última dose menor 10 IU/L
reiniciar vacinação.
Se possível completar
vacinação no mínimo 4
semanas antes do
transplante.
Para indivíduos adultos
não vacinados de alto
risco.
# Pacientes em hemodiálise e cirrose hepática: 4 doses (dose dobrada): 0-30-60-180 dias.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
2 – Recomendação para imunização em adultos pós transplante de órgão sólidos #
Vacina
Tipo da vacina
Número de
doses
Intervalo entre as
doses
Booster
Comentários
Tétano-Difteria
(dT)
Toxóide
3 doses
4 semanas e 6
a
meses após a 2 .
dose
10 anos
SarampoCaxumba
Rúbeola (MMR)
Vírus vivo
atenuado
Contraindica
da
Contraindicada
Contrain
dicada
Pneumococo
Polissacarídeos
1 dose
Viagens para áreas de risco
para difteria: avaliar níveis
séricos de anticorpos para
revacinar .
Não deve ser administrada
em indivíduos severamente
imunodeprimidos. Em caso
de exposição a sarampo
deverá receber
imunoglobulina
(independente da situação
vacinal prévia)
H. influenzae
(HiB)
Polissacarídeos
2 doses
Influenza
Vírus inativado
1 dose
Hepatite B
Recombinante
3 doses
Hepatite A
Vírus inativado
(dobro da
dose)
2 doses
Varicela
Vírus vivo
atenuado
Contraindica
da
6 anos
2 meses após a 1
dose
ª
1 ano
#
4 e 8 semanas após
a
a 1 . dose
a
6 meses após a 1 .
dose
Contraindicada
Depende
nte dos
níveis de
Anti-HBs
10 anos
Contrain
dicada
Imunização anual realizada
antes do inicio da estação da
gripe.
Se níveis séricos de
anticorpos após 1 mês da
última dose menor 10 IU/L
reiniciar vacinação.
Em caso de exposição de
alto risco deverá receber
imunoglobulina
Em caso de exposição em
indivíduos suscetíveis,
indicada imunoglobulina
# Vacinas não devem ser administradas nos primeiros 6 meses após o transplante
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
C. AVALIAÇÃO DO DOADOR DE CORAÇÃO
CRITÉRIO DE INCLUSÃO
Paciente com morte encefálica e consentimento da família;
Idade inferior a 55 anos;
Compatibilidade ABO entre doador e receptor;
Ausência de doença cardíaca prévia;
Peso compatível (diferença
20% para menor);
Ausência de neoplasia maligna exceto tumor cerebral primário;
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Presença de cardiopatia;
Uso de inotrópicos em altas doses e por tempo prolongado;
Fração de ejeção inferior a 40%
Arritmia ventricular
Hipertrofia ventricular acentuada (septo maior14mm)
Infecção por HIV, Hepatite B, Hepatite C;
Sepsis;*
Alcoolismo acentuado ou uso de drogas endovenosas;
Paradas cardíacas sem causas circunstanciais;
Previsão de tempo de isquemia superior a 4 horas
Peso do doador inferior a 70% do peso do receptor
* Infecção adquirida na comunidade, com hemoculturas negativas, em receptor sob
tratamento antimicrobiano direcionado e na ausência de evidência de endocardite na
inspeção do órgão não configura contraindicação.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
ETAPAS PARA A AVALIAÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES
AGENTE:
Médico Responsável Técnico;
Enfermeiro;
Motorista da Ambulância
DESCRIÇÃO DOS PASSOS:
O enfermeiro assim que receber da central de transplantes a notificação de um possível doador
de órgãos, para um candidato inscrito para transplante, deverá:
Solicitar ao informante da Central que envie por Fax, a ficha com informações sobre o
potencial doador;
Verificar com o informante da Central em que cidade, hospital e setor se encontra o
potencial doador;
Certificar-se da possibilidade de realização de cateterismo cardíaco para os potenciais
doadores com idade maior ou igual a 40 anos;
Informar-se sobre o horário da captação;
Informar-se do nome do médico de contato na Central de Transplantes para posterior
retorno das informações de aceite ou recusa do potencial doador.
Fornecer as informações ao médico Responsável da Equipe de Transplantes do Hospital
do Coração que se encontra responsável pelo potencial receptor, que deve deliberar a
respeito do aceite ou recusa do potencial doador.
Comunicar ao potencial receptor, quando estiver em domicilio, da possibilidade do
transplante e orientá-lo manter-se em jejum até novo contato;
Definir com o setor de internação em qual leito o potencial receptor será internado,
quando estiver aguardando em domicílio;
Aguardar a decisão da equipe transplantadora quanto à recusa ou aceite do doador.
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
DOADOR RECUSADO:
O enfermeiro responsável pelo atendimento à Central de Transplantes deverá informar
imediatamente a Central de Transplantes, o nome do médico que recusou e o motivo
da recusa.
A recusa pode acontecer a qualquer momento, antes mesmo da pré-avaliação do
doador e deve ser embasada nas informações fornecidas ao enfermeiro pela Central de
Transplantes.
Pode-se recusar a doação quando o tempo de isquemia do órgão a ser transplantado for
superior a quatro horas.
DOADOR ACEITO:
O enfermeiro responsável pelo atendimento à Central de Transplantes deverá:
Informar o aceite do doador à Central de Transplantes no prazo máximo de uma hora;
Informar o enfermeiro do Pronto Socorro do HCor do possível transplante e que
mantenha a ambulância para pronto uso, enquanto o médico Responsável Técnico da
Equipe de Transplantes do Hospital do Coração solicita a avaliação do potencial doador
a um dos médicos de sua equipe e ao médico que auxiliará na captação;
Solicitar ao motorista da ambulância que transporte o médico até o local onde se
encontra o potencial doador para pré-avaliação.
Aguardar a decisão final da equipe transplantadora quanto à recusa ou aceite do
doador.
Receber do médico responsável pela pré-avaliação do potencial doador a confirmação
do aceite para a captação do órgão;
Informar o enfermeiro do Centro Cirúrgico do possível transplante, solicitando que
comunique ao instrumentador, perfusionista e anestesista;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
Informar todos os membros da equipe envolvidos na captação e transplante sobre a
confirmação do aceite do potencial doador pela equipe;
Solicitar ao candidato ao potencial receptor (e familiar responsável) quando estiver em
domicílio que se dirija ao HCor em jejum;
Informar o nome do potencial receptor ao setor de internação, quando o mesmo estiver
em domicílio, para que agilize o processo de admissão;
Se o candidato o potencial receptor se encontrar internado, informar o enfermeiro do
setor que mantenha-o em jejum até 2ª ordem;
Receber de um dos médicos da equipe de transplante o pedido de exames pré
operatório do potencial receptor e providenciar a coleta de imediato;
Solicitar ao Centro Cirúrgico que encaminhe ao Pronto Socorro,os materiais,
medicamentos e acessórios para a captação;
Informar ao Banco de Sangue sobre o possível transplante;
Comunicar ao enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva sobre o possível transplante
e informar todos os dados do potencial receptor.
Informar a nutricionista a assistente social e a psicóloga da equipe multiprofissional de
transplantes, sobre o possível transplante.
CONSIDERAÇÒES GERAIS:
Quem primeiro receberá a notificação de doação da Central de Transplantes é o
enfermeiro que estiver escalado no dia ,o mesmo estará portando um BIP exclusivo da
equipe de enfermagem de transplante.
O potencial doador é sempre pré avaliado por médico da equipe de transplante no local
onde se encontra e só após a pré avaliação é confirmado o aceite ou recusa para a
confirmação do transplante;
PROGRAMA DE CUIDADOS CLÍNICOS
Depois de confirmado o aceite, o médico que avaliou o doador retorna ao Pronto
Socorro, e juntamente com mais um médico, um instrumentador e um enfermeiro da
equipe de transplantes retorna ao local onde se encontra o doador para a captação;
A família e o potencial receptor são devidamente informados da possibilidade de não
aceite do órgão após avaliado em loco,porque só após esta avaliação pelo médico da
equipe de transplante é que será definitivamente aceito ou recusado;
Quando avaliado o potencial doador e houver recusa do órgão, o potencial receptor,
familiar responsável, cuidador e central de transplante são devidamente notificados pelo
médico.
Sempre uma parte dos membros da equipe de transplantes permanece no hospital para
as providências referentes ao potencial receptor enquanto a outra se dirige ao local
onde se encontra o potencial doador para a captação.
Os materiais, medicamentos e acessórios necessários para a captação, ficam na Central
de Materiais devidamente checados e embalados para o pronto uso;
A reposição dos materiais e medicamentos é feita na central de materiais sob a
supervisão e orientação do enfermeiro;

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