Uma história de conquistas Uma história de conquistas - CREA-SC

Transcrição

Uma história de conquistas Uma história de conquistas - CREA-SC
CREA-SC Rodovia Admar Gonzaga, nº 2125 - Itacorubi - Florianópolis - SC - CEP 88034-001
58
EA-SC
CR
20
08
Informativo do Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Estado de Santa Catarina
19
CREASC
SC
CREA
Ano 7 • Nº 59
FEVEREIRO / MARÇO 2008
Impresso
Especial
9912154315/2006 - DR/SC
CREA-SC
CORREIOS
DEVOLUÇÃO
GARANTIDA
CORREIOS
CREA-SC 50 ANOS
Uma história
de conquistas
Veja a seguir os capítulos sobre a fundação, consolidação,
modernização e projeção social do CREA de Santa Catarina
MENSAGEM DO PRESIDENTE
O Informativo é uma publicação do
CREASC dirigida a todos os
profissionais e estudantes
das áreas abrangidas pelo Sistema.
Tiragem: 35 mil exemplares.
Artigos assinados não são de
responsabilidade do CREASC.
Endereço: Rodovia Admar Gonzaga,
nº2125 – Itacorubi – Florianópolis –
SC. CEP 88034-001.
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Fax: 48 3331 2009.
Internet: www.crea-sc.org.br
E-mail:[email protected]
Ouvidoria: 0800 481166
Prezado(as) profissionais,
2
Esta é uma edição especial que mostra um pouco da trajetória do CREA-SC nestes 50 anos de
atividades, a serem comemorados no dia 17 de
março em sessão solene na Assembléia Legislativa
do Estado, com a presença de ex-presidentes, conselheiros, inspetores, profissionais homenageados
com a Medalha do Mérito Catarinense, deputados
federais e estaduais, presidentes de CREAs e de
entidades de classe, funcionários, profissionais e
sociedade em geral. Na oportunidade, lançaremos o livro "CREA: 50 anos orgulhando Santa Catarina", de autoria do jornalista Moacir Pereira,
que transmite de forma clara e objetiva os pensamentos e realizações daqueles que vêm construindo um Conselho Profissional forte e atuante no
estado.
Podemos ressaltar diversas passagens como os
desafios e a luta pela implantação do CREA em
Santa Catarina, desmembrando-o do Conselho da
8ª Região - CREA-RS. Até 1958, mais de mil profissionais catarinenses quando precisavam de registro ou outros serviços tinham que viajar até Porto
Alegre. Graças a determinação do 1º presidente,
Eng. Civil Celso Ramos Filho e de um grupo de
engenheiros e arquitetos da época, a instalação
do Conselho no Estado foi uma conquista.
A construção da sede atual do CREA-SC em
1978, na gestão do Eng. Mec. Carlos Calliari, bem
como as políticas de valorização profissional na
gestão do Eng. Civil Paulo Wendhausen, quando
Santa Catarina batia recorde em número de novos
cursos de engenharia, e a valorização da comunicação através do grande número de publicações
impressas durante o mandato do Eng. Eletric. Edison Macedo, também são destaques na história do
Conselho.
A expansão do CREA-SC, com aquisição de instalações próprias para as inspetorias, é um trabalho que vem sendo desenvolvido desde a primeira
gestão e que teve continuidade nos demais períodos, beneficiando todos os profissionais registrados
e a comunidade catarinense. A busca pela solidez
e modernização do Conselho foram metas cumpridas pelo Eng. Agr. Oly de Carvalho em seu
mandato, assim como o fortalecimento das Entidades de Classe e a implantação de programas de
Educação Continuada marcaram a gestão do Eng.
Ex-presidentes e seus
representantes junto ao Eng. Agr.
Raul Zucatto: o Eng. Civil Cândido
Bampi Filho (esquerda acima),
representando o Eng. Civil Paulo
Wendhausen; Eng. Civil Ivan
Walendowski representando o
Eng. Agr. Oly Joaquim de Carvalho;
Eng. Civil Rogério Novaes, Eng.
Elet. Luiz Roberto Nunes Glavam,
Eng. Civil Celso Ramos Fonseca,
Eng. Agr. Raul Zucatto, Eng. Civil
Celso Ramos Filho, Eng. Elet.
Edison Flávio Macedo e Eng. Civil
Wilson Lang.
Civil Wilson Lang.
Com a implantação da Lei nº 8.195 de 26/06/
1991 que determina eleições diretas para presidência do Confea e dos Conselhos Regionais, o
CREA-SC foi aperfeiçoando seu processo eleitoral,
quando, durante o mandato do Eng. Eletric. Luiz
Roberto Glavam, aconteceu a eleição totalmente
informatizada, exemplo para todo o País até hoje.
Na gestão do Eng. Civil Rogério Novaes o Conselho completou 45 anos e uma das comemorações
da data foi a execução de um projeto de recuperação da memória do Conselho, com a publicação
de sua história nos boletins informativos.
O aumento do número de fiscais, o lançamento
de novos serviços como o CreaNet e a Ouvidoria,
a criação da Caixa de Assistência dos Profissionais
no Estado e a participação efetiva do Conselho
junto à sociedade, foram as marcas da administração do Eng. Civil Celso Ramos Fonseca e que a
atual gestão vem dando continuidade com a implantação do Planejamento Estratégico.
Muitos foram os percalços ao longo do caminho, mas passados 50 anos de atividades o CREASC é hoje uma instituição prestigiada e respeitada
pelos profissionais e pela sociedade catarinense.
Parabéns aos ex-presidentes, conselheiros, inspetores, funcionários, dirigentes de entidades de classe
e instituições de ensino, empresas do setor tecnológico e profissionais que ajudaram a escrever a
vitoriosa história deste Conselho.
Um grande abraço,
Eng. Agr. Raul Zucatto
Presidente CREA-SC
03.03.2008
Presidente
Engº Agrônomo Raul Zucatto
Diretoria
1º vice-presidente
Eng. Civil João Batista Gonçalves
2º vice-presidente
Arq. Rafael Fornari Carneiro
1º secretário
Eng. Eletric. José Antônio Latrônico Fº
2º secretário
Eng. Civil e de Seg. Trab.
Antônio Carlos Tomazi
3º secretário
Eng. Mec. Renê Paulo Siqueira
1º tesoureiro
Eng. Agr. Germano Fuchs
2º tesoureiro
Eng. Agrimensor Claudino Netto
Jornalista Responsável:
Patrícia Francalacci (MTBSC 01016)
Comitê Editorial
Eng. Agr. Raul Zucatto,
Arq. Rafael Fornari Carneiro,
Eng. Civil Marcelo Morales,
Eng. Elet. José Antônio Latrônico Filho,
Jornalista Cláudia Renata de Oliveira,
Jornalista Patrícia Francalacci.
Assessora de Imprensa e
Comunicação:
Cláudia Renata de Oliveira
(MTBSC00536)
Colaboração:
Eng. Claude Pasteur Faria e
Maitê Antunes
Projeto Gráfico e DTP:
SALLES Produção & Design Gráfico
Impressão: Gráfica Posigraf
Contato com a redação
48 3331 2044 / 3331 2045
[email protected]
Ex-Presidentes do CREA-SC
1958 - 1975 - Eng Civil Celso Ramos Filho
1975 - 1978 - Eng. Metalúrgico Carlos Calliari
1979 - 1981 - Eng. Civil Paulo Wendhausen
1982 - 1987 - Eng. Eletricista Edison Flávio Macedo
1988 - 1990 - Eng. Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho
1990 - 1996 - Eng. Civil Wilson Lang
1997 - 1999 - Eng. Eletricista Luiz Roberto Nunes Glavam
9/01/2003 - 1/04/2004 - Eng. Civil Rogério Novaes
1/01/2000 a 8/01/2003 - 2/04/2004 a 31/12/2005 - Eng. Civil Celso Ramos Fonseca
Exemplar do jornal O
Estado publicado em
22.03.1958, noticia a
instalação do CREA no
Estado. Ao lado,
Profissionais reunidos em
1957 discutem a fundação
do CREA-SC- Da E p/D:
Colombo Salles, Wilson
Pereira, Annito Petry,
Victor Fontes, José Bessa,
Luis Felipe Gama D'Eça,
Hamilton Schaefer, Álvaro
Camargo, Paulo
Whendausen, Celso Ramos
Filho e Raul Bastos. No
meio, Solenidade de
implantação do Conselho,
no dia 21.03.58: Presidente
Celso Ramos Filho e esposa
ao fundo, e discursando, o
presidente do Confea,
Adolfo Morales. Abaixo,
Eng. Celso Ramos Filho,
durante encontro expresidentes CREA-SC.
1958 - 1975 FUNDAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO
Um CREA para Santa Catarina
"E
stávamos na década de 50. O desenvolvimento da construção e a
tecnologia industrial que Santa
Catarina passava a conhecer e absorver,
eram fatores imprescindíveis para que
aquele grupo fosse a campo e lutasse pelo
disciplinamento e pela fiscalização da profissão que abraçaram. Somente homens
como aqueles, com os mesmos ideais, unidos na solução do mesmo problema e ligados por haverem vivido situações semelhantes, teriam a felicidade de deixar o
maior legado que a engenharia catarinense poderia deles esperar", afirmou o Eng.
Ind. Carlos Calliari em informativo comemorativo aos 20 anos do CREA-SC, editado em 1978. Ele referia-se à mobilização
para a fundação do Conselho, implantado
no estado em 17 de março de 1958.
Até aquela data o CREA-SC era subordinado ao CREA-RS por meio do Decreto
23.569, de 11 de dezembro de 1933, que
criou oito Conselhos Regionais, um deles
com sede em Porto Alegre - 8ª região,
abrangendo os estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina.
A luta para a fundação do CREA-SC iniciou no ano de 1957, em movimento liderado pelo Eng. Civil Celso Ramos Filho,
então presidente da ACE - Associação Catarinense de Engenheiros, e primeiro presidente do Conselho, permanecendo no
cargo até 1975. Também faziam parte do
grupo os profissionais Haroldo Pederneiras, que deu os primeiros passos quando
delegado do CREA-RS, João Eduardo Moritz, Renato Genovez, Valmy Bittencourt,
Vitor da Luz Fontes - na época vice-presidente da ACE, Paulo Wendhausen, Anito
Petry, Otto Entres, José Hülse e Colombo
Machado Salles, entre outros.
A campanha acabou sensibilizando os
políticos catarinenses, como Nereu Ramos, vice-presidente da República, que
abriu portas em órgãos federais, especialmente contatos com o Ministro da Educação e com o presidente do Conselho Federal - Confea, Adolfo Morales de Los Rios.
O CREA-SC foi fundado através da resolução nº 116 do Conselho Federal, com
data do dia 17 de março de 1958. A instalação solene aconteceu no dia 21 de março, no Salão Nobre da Faculdade de Direito de Santa Catarina. Diversas autoridades estavam presentes, entre elas: Walmor Borges, representando o Governador
do Estado, Jorge Lacerda; Heriberto Hülse, Vice-Governador; Ruy Hülse, Presidente da Assembléia Legislativa, Osmar Cunha, Prefeito da capital e Celso Ramos,
que na época era presidente da Fiesc.
Depois de funcionar provisoriamente na
sede da ACE, entre os anos de 1958 e 1962,
o CREA teve sede provisória no casarão
localizado na rua Anita Garibaldi, esquina com General Bittencourt. Mudou-se
para a rua Presidente Coutinho, onde permaneceu até 1968. A sede própria foi adquirida na rua Dom Jaime Câmara, também no centro da Capital, onde atendeu
até 1978, quando foi inaugurada a sede
atual.
Duas funcionárias deram o suporte necessário nos primeiros dias: Cecília Medeiros e Erna Rosa. A dupla receberia depois o reforço de Mauro Soccas, servidor
que também marcou passagem na instituição.
Na época o presidente era eleito pelos
próprios conselheiros, que também elegiam os demais membros da diretoria. Os
primeiros conselheiros tomaram posse em
17 de abril de 1958 e foram indicados pela
ACE, pela Associação Sul Catarinense de
Engenheiros, pela Associação dos Engenheiros do Vale do Itajaí e pelo Centro dos
Engenheiros de Joinville.
Os 13 conselheiros estudaram e emitiram pareceres sobre 3 mil processos que
tramitavam até então no CREA do Rio
Grande do Sul, todos transportados num
caminhão "fenemê", nome popular dado
aos primeiros veículos pesados produzidos pela Fábrica Nacional de Motores
(FNM). A ata da primeira sessão Plenária
do CREA-SC- no dia 17 de abril de 1958,
bem como os nomes dos primeiros conselheiros, diretoria e outras informações relativas à época, estão disponíveis no link
do Arquivo Histórico na Home Page do
CREA-SC - www.crea-sc.org.br
Curiosidades
• Antes da fundação do CREA-SC todos os serviços aos profissionais catarinenses eram prestados pelo CREA-RS. Na
época, o deslocamento à capital gaúcha exigia até dois dias de viagem, em
face das precárias condições das estradas. A BR-101 era projeto do governo
Juscelino Kubitschek e a travessia na região de Torres era feita pela praia, tornando-se impraticável nos dias de maré
alta, pois a ponte entre os dois Estados
não existia.
• As Plenárias eram semanais e duravam até duas ou três horas da manhã.
• Wilson Nascimento, primeiro fiscal
admitido por processo de seleção, chegou a ser ameaçado com espingarda e
até quase expulso da cidade. Não era
fácil convencer os proprietários a regularizarem as obras.
• As placas dos profissionais responsáveis eram escritas a carvão.
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4
A direita, lançamento da
pedra fundamental da atual
sede, em novembro 1978:
Eng. Calliari discursa aos
profissionais e autoridades.
Abaixo, Arquiteto Ademar
José Cassol explana projeto
da sede aos presentes.
Ao centro a esquerda, Eng.
Calliari lança a pedra
fundamental. Ao centro a
direita, profissionais e
autoridades no dia da
inauguração da sede, em
A direita, fachada sede
CREA-SC.
1975 -1978 - EXPANSÃO E INFORMATIZAÇÃO
Ousadia com a construção da sede
D
e 1975, ano em que o eng. metalúrgico Carlos Calliari assumiu a
presidência do CREA-SC, até
1978, final de seu segundo mandato, o Conselho passou por um processo de expansão
em Santa Catarina. Foram instaladas outras
inspetorias, descentralizando vários serviços
e melhorando a eficiência do órgão. O CREA
vinha se multiplicando. As Câmaras Especi-
Curiosidade
• A verba para a construção da sede
atual do CREA foi viabilizada pelos
CREA’s do Paraná, Rio Grande do Sul e
São Paulo. Havia caixa para a compra
de um terreno, mas a sede antiga não
podia ser vendida, por se tratar de uma
autarquia federal. Todo o dinheiro empregado foi devolvido a valor histórico. Este apoio financeiro era resultado
da credibilidade e do prestígio que o
Conselho catarinense desfrutava no plano nacional. Em termos de eficiência
era considerado o melhor do Brasil.
Eram comuns visitas de gerentes do Rio
Grande do Sul, Minas e Paraná, a procura de inovações técnicas e administrativas.
alizadas subdividiram-se em função das categorias, e havia então uma pré análise facilitando o serviço nas plenárias. Foi também
nesta gestão que se deu o processo de Informatização e foi criada a Associação de Funcionários.
Mas uma das maiores lutas travadas
pelo engenheiro Calliari, conselheiros e
equipe funcional do CREA-SC na época,
foi a construção da atual sede, que teve
como responsável técnico o Arquiteto
Ademar José Cassol, também conselheiro, e a executora da obra, Construtora A.
Gonzaga. Ao mesmo tempo em que uma
nova sede representou melhores instalações e conforto para os funcionários e
profissionais, ficaram saudades do ambiente descontraído das antigas instalações
na Dom Jaime Câmara, que guarda ainda muitas histórias por contar.
A nova sede foi inaugurada em novembro de 1978.
Funcionários:
riquezas do órgão
Apesar de algumas carências do ponto
de vista administrativo, os funcionários eram
uma riqueza do órgão. "O CREA sempre
teve excelentes funcionários. Quando as-
sumi o Conselho, ainda na sede da rua Dom
Jaime Câmara, esses funcionários, para
você ter uma idéia, depois das chuvas fortes iam até a casa - que era bastante antiga
- para conferir se havia algum problema. E
isto aos finais de semana.... Ivan Willain,
Érico Coutinho, Jorge Cascaes, Mário Gonçalves, e muitos outros, tinham o CREA
como sua casa", explica Calliari.
Entre as principais conquistas da gestão estão: A realização da fiscalização de maneira
mais uniforme, através de planos por amostragem, onde havia indicação dos pontos críticos; realização de sindicâncias para verificar onde estavam as falhas técnicas; início
do processo de informatização, viabilizado
por computadores da Universidade Federal
de Santa Catarina; criação e implantação de
um projeto para o registro de empresas na
área metal-mecânica; elaboração e divulgação da nova Anotação de Responsabilidade Técnica, atingindo todas as atividades das
áreas de conhecimento da engenharia, arquitetura e agronomia; implantação de planos de desenvolvimento, dotando o CREA de
estrutura administrativa mais ágil e oferecendo melhores serviços aos profissionais; implantação do acervo técnico para todos os
profissionais registrados e conclusão da implantação de inspetorias também em Tubarão, Lages, Joaçaba e Chapecó.
5
No alto a esquerda, conselheiros e funcionários participam da solenidade de abertura da
Semana de Engenharia de 1979, em auditório da UFSC. No alto a direita, Eng. Civil Paulo
Wendhausen*(3) e conselheiros durante sua posse: Arq. Wilson Luiz Pereira (1), e Engºs
Jaime Linhares*(2), Carlos Alberto Ganzo Fernandes (4), José Hulse*(5), David da Luz
Fontes*(6), Henrique José Deeke (7), Annito Zeno Petry*(8), Victor da Luz Fontes*(9),
Nelson José Althoff (10), Antônio Martendal (12), Adroaldo Pinto Pereira (15), os
funcionários Érico Azeredo Coutinho (13) e Mauro Soccas*(14), e o amigo, vereador Alcino
Vieira (11). Ao lado, Solenidade de posse Eng. Wendhausen (D),que está junto ao Engºs.
Edison Macedo e Eng. Annito Petry (E)
1979-1981 - INTEGRAÇÃO SOCIAL
Iniciando as políticas de
valorização profissional
E
ntre 1979 e 1981, anos em que o Eng.
Civil Paulo Cabral Wendhausen esteve na presidência do CREA-SC, o
Conselho teve sua atuação revestida de
novas conotações, que o tornaram, além
de órgão fiscalizador do exercício profissional, um agente fundamental no aperfeiçoamento da engenharia, arquitetura e
agronomia no Estado. Numa época em que
proliferavam as modalidades profissionais
e o Brasil passava pela segunda crise do
petróleo, o CREA-SC adotava políticas de
valorização, tentando garantir um campo
de trabalho um pouco maior para seus registrados.
Foi adotada uma política profissional voltada para o homem em todas as suas dimensões e aspirações e o CREA-SC atingiu
um alto grau de integração em todo o território catarinense.
Santa Catarina batia recorde em número
de cursos de engenharia, sendo o estado
que mais abriu cursos num período de quatro anos. Segundo fontes da Secretaria de
Ensino Superior do Ministério da Educação
e Cultura, de outubro de 1977 a fevereiro
de 1982, foram criados 49 novos cursos de
engenharia no país, e o estado passou de 7
cursos em 1977, para 15 em 1980. As áreas
da civil e mecânica foram as que mais tiveram acréscimo de cursos. Havia que se
estimular a indústria da construção e a de
transformação para absorver o potencial
de milhares de novos profissionais.
Na área da Agronomia também multiplicavam-se os casos de profissionais que não
encontravam colocação no mercado de
trabalho estadual e maior ainda era o número dos que se viam em condições de
sub-emprego. Estimulando vários programas para reverter a situação, a gestão do
eng. Wendhausen concentrava suas energias em algumas áreas, principalmente na
agronômica, onde as entidades de classe
eram parceiras.
O controle das atividades de produção
de sementes e mudas era prioridade. Foi
elaborado um formulário de ART inédito no
país com o apoio da Câmara de Agronomia
e feita uma ampla divulgação da legislação em vigor.
A 36ª edição da Semana de Engenharia
Arquitetura e Agronomia foi um dos principais eventos do período, já que era a primeira vez que era realizada em Santa Catarina. No final do ano de 79, de 11 a 16 de
novembro, cerca de 360 profissionais dos
CREAs de diversos estados estiveram em
Florianópolis, e também foram realizadas
visitas técnicas em Tubarão e Joinville .
No mesmo ano, o CREA-SC foi referência para a criação do CREA-MS, apoiando
sua implantação e enviando a Campo Grande uma equipe de funcionários para parti-
cipar do processo.
O Departamento de fiscalização, que na
época já era feita de forma preventiva-educativa, registrou, de 1979 a 1981 cerca de
64.050 ART's. A equipe de fiscais percorreu
duas mil ruas de 198 cidades no Estado, visitando em torno de 38.847 obras. Ao final do
ano de 1981 foram registrados 1870 novos
profissionais e 295 empresas no Conselho.
Nos três anos desta administração tramitaram pelo CREA-SC mais de 7.300 processos analisados pelas então Câmaras Especializadas de Civil, Arquitetura, Agronomia,
Industrial e Elétrica.
Curiosidade
Admirador de orquídeas - Certa vez o
presidente Wendhausen chegou a atrasar-se para uma conferência na Semana
de Engenharia em Manaus, por sumir na
floresta esperando por dois guias contratados, que estariam procurando por uma
orquídea azul. O engenheiro trazia este
romantismo para o trabalho no CREASC, e de tanta dedicação e bom humor,
acabava sendo alvo de desconfiança por
parte das amigas da esposa, Walquíria
de Gracia Wendhausen, que justificava
a ausência do marido explicando: "Creia
ou não creia, ele está no CREA".
6
No alto, Eng. Elet. Edison Flávio Macedo assina termo de posse em sessão plenária. A direita no
alto, solenidade de posse Eng. Macedo. A direita abaixo, plenária do CREA-SC com a presença
do então governador Esperidião Amin.
1982-1987 - DEMOCRATIZAÇÃO DO SISTEMA
Novos rumos com o Planejamento
das ações e descentralização
D
esde o início do segundo semestre
de 1981 as lideranças da engenharia, arquitetura e agronomia
de Santa Catarina passaram a reunir-se visando dois objetivos: primeiro, o estabelecimento de uma agenda mínima e um programa de trabalho a ser cumprido pelo
CREA-SC no período 1982/84; segundo, a
escolha de um nome capaz de assumir a
liderança do processo de mudanças que se
pretendia desencadear. A agenda e o programa foram amplamente discutidos e fi-
Curiosidade
Nos anos de 1983 e 1985 aconteceram as enchentes mais catastróficas registradas no Estado de Santa Catarina, e
na ocasião o Governo Estadual criou
uma Secretaria e um Conselho da Reconstrução, no qual o CREA-SC teve
assento. Foi um grande desafio e oportunidade que tiveram os profissionais catarinenses de revelarem suas dimensões
sociais e humanas. No processo de reconstrução do Estado, pelo menos nos
três primeiros anos, esses profissionais
deram muito de si para o restabelecimento da estrutura produtiva de Santa
Catarina e para a reedificação do patrimônio público e privado destruído, inclusive doando serviços. Foi de autoria
do CREA o projeto "Santa Catarina Hipóteses Iniciais" e posteriormente o
"Plano Global Integrado de Defesa Contra as Enchentes", aprovado por unanimidade pelos integrantes do Conselho
da Reconstrução do Estado.
nalmente consensuados e o nome escolhido foi o do então conselheiro regional, representante da ACE, Engenheiro Eletricista
Edison Flávio Macedo, que foi eleito presidente em 1981, ficando no cargo de 1982 a
1987.
Um dos mais importantes programas colocados em prática na sua gestão foi a Democratização do Sistema, que ampliou a
participação de profissionais, entidades de
classe e instituições de ensino na gestão
técnica e político-administrativa do Conselho, tendo como conseqüência direta a representação dos técnicos, viabilizada pela
primeira vez no Estado.
Uma iniciativa pioneira foi a transferência às Entidades de Classe de recursos da
ordem de até 10% da receita líquida das
ARTs, projeto seguido pelos outros CREAS e
hoje resolução nacional regulamentada
pelo Confea. Com entidades fortes, os profissionais passaram a se reunir, realizar eventos e cursos, discutir problemas políticos,
sociais e econômicos, e também os problemas técnicos da profissão, fazendo florescer deste processo de aproximações sucessivas e de crescimento, o sistema associativo de Santa Catarina de forma das mais
destacadas do país.
O uso da Informática na anotação das
ARTs, a consolidação institucional e a valorização da comunicação social também
foram priorizados na gestão, assim como
projetos de Ação Comunitária e a edição
do maior número de publicações do que
todos os demais CREAs reunidos, como o
"Manual do Conselheiro", "As ações integradas da engenharia, arquitetura e agronomia no mercado de trabalho" e "As res-
ponsabilidades profissionais do engenheiros, arquitetos e engenheiros agronômos",
entre outras.
"O CREA somos todos nós, quer estejamos circunstancialmente em sua Presidência, quer sejamos um Conselheiro, ou um
diretor de Instituição de Ensino Superior da
área, um Presidente de Entidade de Classe
ou apenas um profissional interessado em
participar ou contribuir", declarou o Eng.
Elet. Edison Flávio Macedo, em discurso
comemorativo aos 25 anos do CREA-SC, no
dia 16 de março de 1983, início do segundo ano de seu primeiro mandato.
No sistema desde 1969, o Eng. Mec. Fred
Ralf Otte foi um dos vice-presidentes na
gestão de Macedo, e na época era responsável pela fiscalização, encarregado de
coordená-la nas inspetorias. "Foi uma época vibrante no CREA-SC. Como era mais
fácil de se transitar pelo estado, começamos a alcançar lugares nunca antes assistidos", explica. "Antes, em sua grande maioria, os inspetores eram os próprios conselheiros. Criamos mais pessoas relacionadas
ao sistema aproveitando para preencher
estas vagas com profissionais de cada cidade", finaliza.
Destacam-se entre outras realizações da
gestão: Organização e implantação de Assessoria de Planejamento do CREA-SC; reformulação e aprovação do novo regimento interno e implantação de inspetorias em Canoinhas, Rio do Sul, Criciúma, Brusque e Florianopolis. O número de inspetores foi ampliado
de 21 para 55. Uma das conquistas da época
foi o salário mínimo profissional dos engenheiros do governo do estado e da prefeitura,
reivindicados com o apoio do órgão.
7
No alto, Eng. Oly Carvalho e demais membros diretoria durante sessão
Plenária do CREA-SC, ouvem conselheiro relatando processo. No detalhe a
esquerda, Ex-presidente Oly despacha em seu gabinete junto a Assessor. No
detalha a direita, Reunião da Câmara Especializada de Engenharia Civil.
1988 -1990 - SOLIDEZ E MODERNIZAÇÃO
Em busca da consolidação financeira
"C
onvidamos a todos os profissionais do sistema para participarem da grande arrancada, na
direção de uma nova sociedade mais justa
e igualitária, onde todos possam ter a mesma oportunidade", ressaltou o Engenheiro
Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho em
discurso durante sessão magna em dezembro de 1988, alusiva aos trinta anos do
CREA-SC. Apesar da crise econômica que
ainda rondava o País e das dificuldades de
arrecadação em virtude das enchentes que
haviam assolado o Estado na época, o CREASC já podia obter os primeiros resultados da
consolidação econômica que estava por vir,
através da marca pessoal de seu presidente: reduzir despesas.
"Com seu estilo e marca pessoal, o Eng.
Oly contribuiu muito para a instituição ser
sólida, descentralizada e abrangente em
termos de SC", diz o Eng. Civil Ivan José
Walendowsky, 1º Vice Presidente do Conselho de 1989 a 90. " Ele procurou continuar o trabalho do Eng. Edison Macedo, de
descentralização do CREA, com a aquisição de instalações próprias para todas as
inspetorias. Administrador muito determinado, pelo lado financeiro, ele obviamente
buscava reduzir as despesas, e isto gerou
uma receita através da qual vários setores
foram modernizados", conta.
Um dos grandes beneficiados através
deste saldo positivo de investimento foi o
Departamento de Informática, que teve sua
total renovação, desligando-se do Núcleo
de Processamentos de Dados da UFSC, com
o qual o CREA-SC mantinha convênio.
O Eng. Walendowsky também destaca a
criação da Câmara Especializada de Geologia e Engenharia de Minas, permitindo
que este grupo de profissionais tivesse um
nível de decisão própria.
A institucionalização da representação
de Técnicos de Nível Médio na Plenária do
CREA-SC aconteceu na gestão anterior, mas
os técnicos somente puderam integrar a
Plenária a partir da Instrução Normativa nº
04/89, na administração do Eng. Oly, que
assegurou a posse de cinco representantes
da ATESC - Associação Profissional dos Técnicos Industriais do Estado de Santa Catarina.
Saudades - O afastamento do Eng. Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho da presidência do CREA-SC aconteceu dois meses
antes de seu falecimento, ocorrido em 5 de
agosto de 1990. O ex-presidente foi velado
no saguão do Conselho com grande comparecimento de amigos, autoridades e representantes das Entidades de Classe, que
vieram lhe prestar a última homenagem.
Todos os funcionários e profissionais reconhecem a marcante passagem do Eng.
Oly Joaquim de Carvalho pelo CREA-SC,
dignificando o exercício profissional e o
Conselho. A dinamização da fiscalização
profissional através de convênios com grandes entidades públicas, também aumentaram significativamente a arrecadação, permitindo a modernização do CREA-SC, mantendo-o na posição de um dos melhores
conselhos do País.
Outras ações - Implantação em todas
as inspetorias da fiscalização residente, com
fiscais sediados em todas as cidades; assinaturas de convênios com órgãos públicos
municipais e estaduais, como CASAN, Celesc, Fatma e Acaresc. Foram adquiridas
em caráter definitivo salas para as inspetorias de Tubarão, Criciúma, Itajaí, Rio do Sul,
Joinville, Canoinhas, São Miguel do Oeste
e Florianópolis.
Curiosidade
O CREA-SC apresentou em 1989 uma
série de subsídios para a elaboração da
nova Constituição de Santa Catarina, no
sentido de que o trabalho dos profissionais fosse mais valorizado. Entre as propostas apresentadas, estavam as de que
a Constituição assegurasse a implantação de num prazo máximo de 12 meses,
um Plano Unificado de Cargos e Salários, e a proibição de acúmulo de funções
em órgãos públicos.
8
Ao lado, reunião da
CIAM -Comissão de
Integração da
Agrimensura,
Agronomia,
Arquitetura e
Engenharia para o
Mercosul, realizada no
ano de 1995 em
Blumenau. No detalhe,
Eng. Wilson Lang
durante inauguração
de Departamento no
CREA-SC, presidindo
sessão Plenária, e em
encontro com
lideranças.
1990-1996: ELEIÇÕES DIRETAS
Integração das Entidades,
profissionais, CREA e sociedade
A
proveitando a proximidade maior
dos profissionais com o sistema, o
principal desafio deste período no
CREA-SC foi o de transformar o órgão num
interlocutor confiável e propositivo da sociedade catarinense, integrando todos os seus componentes: Associações, Sindicatos e Escolas.
Primeiro presidente do Conselho eleito
através de voto direto do profissional catarinense em 19 de novembro de 1993, o Eng.
Civil Wilson Lang, presidente na gestão, já
estava no cargo desde junho de 1990, quando assumiu por ocasião do falecimento do
ex-presidente, Eng. Agrônomo Oly Joaquim
de Carvalho.
"Vencer este desafio foi a maior conquista", revela o Eng. Civil Wilson Lang, refor-
Curiosidade
A pedido do Governo Estadual foi elaborado pelo CREA um laudo no qual
ficou comprovado superfaturamento no
orçamento para a duplicação do trecho norte da BR-101. Apesar do resultado do laudo ter atrasado a duplicação
da estrada, os preços foram corrigidos,
e a obra continuou sem irregularidades. O CREA-SC tornou-se um órgão
ainda mais confiável, sendo procurado
para dar pareceres a respeito de grandes questões sociais.
çando que a mesma foi obtida através de
vigoroso Programa de Educação Continuada, além da compra e disponibilização das
chamadas "Casa do Profissional", permitindo às entidades o convívio pacífico e ordenado com as Inspetorias. "Tivemos a oportunidade de levar este modelo ao máximo da
integração, que resultou na construção da
sede da Inspetoria de Lages e também da
Associação de Engenheiros e Arquitetos do
Planalto em Lages", conta o engenheiro.
O sistema de fiscalização "inteligente"
que havia sido recém implantado, foi valorizado com a adoção do selo para obras
fiscalizadas - utilizado até hoje, em outras
versões, pelo CREA-SC. E o Receituário
Agronômico, primeiro do sistema disponível para uso informatizado, também contribuiu para uma fiscalização na área com
mais qualidade, visando a garantia da saúde da população.
O aumento significativo dos procedimentos de fiscalização, abandonando o modelo
simplesmente punitivo e introduzindo-se
uma vistoria voltada para o maior número
de áreas possíveis, dentro de um formato
educativo e ampliador das oportunidades
profissionais, também foi adotado na época.
Em termos de responsabilidade social, o
convênio de Moradia Econômica, que hoje
beneficia muitas famílias carentes em todo
o estado, foi ampliado durante o período.
No âmbito da comunicação a gestão também inovou: houve a padronização da imagem institucional, criação da revista e pioneirismo em veiculação de peças publicitárias do sistema.
A participação efetiva do Conselho na
CIAM - Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o Mercosul, levou à discussão
e regulamentação de parâmetros estabelecidos de comum acordo, ampliando a atuação dos profissionais brasileiros no Mercosul.
Entidades revigoradas - "A gestão do
Eng. Lang abriu para toda a comunidade
catarinense a possibilidade de criar novas
Entidades, elos entre o sistema e sociedade", assinala o ex-presidente do CREA, Eng.
Elet. Luiz Roberto Nunes Glavam, também
1º vice à época."Considerando que o CREASC só poderia trabalhar com a forte parceria das associações profissionais, a valorização das mesmas passou a ser prioridade
para a presidência, indo, por exemplo, ao
limite máximo do repasse de ART para cada
uma", lembra o Engº Glavam, esclarecendo que apesar da lei já existir há alguns
anos, foi nesta gestão que o repasse tornouse efetivo.
Outra ação foi a assinatura de convênio
com a Unimed, que beneficia os associados e seus dependentes até hoje.
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Acima, Eng. Glavam durante sessão Plenária junto a conselheiros.
Ao lado no alto, Eng. Glavam durante Congresso Estadual de
Inspetores do CREA. Ao lado abaixo, encontro de profissionais em
Entidade de Classe
1997 - 1999 - FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE
Eleições informatizadas
são exemplo no sistema
A
descentralização do CREA e implantação de novas inspetorias, bem
como alteração de regras administrativas e treinamentos internos, num período
conturbado que foram as dificuldades financeiras decorrentes do Plano Real e a privatização do sistema profissional, foram algumas
das ações do Engº Eletric. Luiz Roberto Nunes Glavam, presidente do CREA-SC na gestão. Um grande avanço conseguido na administração foi a instituição da eleição direta
totalmente informatizada, e que é exemplo
para todos o país até hoje. " O CREA de Santa
Catarina foi o primeiro no Brasil a realizar o
processo direto, dentro de critérios éticos e
com a maior lisura. Prova maior da isenção é
que perdi a eleição", comenta o ex-presidente, que na gestão anterior presidiu a primeira comissão que conduziu o processo de
eleição direta no CREA-SC.
Durante dez anos, Glavam exerceu a
função de conselheiro, preparando-se para
exercer a presidência. Só na Câmara de
Engenharia Elétrica foram quatro anos de
dedicação permanente. No plano nacional realizou várias atividades técnicas e
administrativas.
Em sua gestão destacou-se o prosseguimento da política de descentralização exe-
cutada pelo antecessor, mas ampliando na
área técnica.
Destacam-se ainda a eleição do engenheiro Edison Macedo para o Conselho
Federal, proporcionando a elaboração do
Manual dos Engenheiros e vários livros técnicos de orientação nacional; e a assinatura de diversos convênios pelo Programa de
Moradia Econômica.
“A busca da qualidade cada vez melhor
é uma constante no mundo de hoje, seja
em serviços ou produtos. As empresas se
modernizam e adotam inovações tecnológicas sempre com o objetivo de oferecer
maior qualidade à sociedade, reduzir os
problemas e aumentar as vendas. Não cabe
ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia incrementar qualquer tipo de negócio, mas, sim, valorizar
cada vez mais as categorias por ele representadas”, declarou na época.
Fiscalização
Foi executado no estado o projeto "Fiscalização da Qualidade", atuando na orientação e de forma preventiva. Foram reunidos 250 inspetores de todo o Estado para
planejar as ações de qualidade e deflagrar
em Santa Catarina a fiscalização preventi-
va integrada, com participação do Corpo
de Bombeiros, Vigilância Sanitária e prefeituras catarinenses.
Foi defendida ainda a implantação de
uma política de segurança em edificações lindeiras, obrigando os projetistas e
encarregados pela execução a um cuidado ainda maior com a qualidade. Também defendida a produção do manual do
condomínio, com informações sobre responsabilidade e manutenção do edifício,
e o manual do usuário, com as características específicas da construção, qualificando mais o serviço de orientação aos
proprietários.
Curiosidade
A Lei 9649, de 1998, privatizou o
sistema de representação profissional,
eliminando a situação estatal anterior.
Os maiores juristas do país não sabiam
à época dar orientação segura sobre
as normas de atuação. Até que o Supremo Tribunal Federal decretou a inconstitucionalidade da lei no que se
referia à regulamentação dos conselhos. O CREA voltou à condição de
autarquia federal.
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Acima, Eng. Rogério Novaes preside sessão Plenária do CREASC. Ao lado no alto, técnicos trabalham para solucionar o
"Apagão" em Florianópolis. Ao lado abaixo, Eng. Rogério
Novaes nomeia o inspetor, Eng. Mecânico Júlio Kumm Filho, na
sede da AREA-IT - Associação Regional de Engenheiros e
Arquitetos de Itajaí.
2003-2004 - GESTÃO POR RESULTADOS
Recuperando a Memória do Conselho
Durante esse período o CREA-SC completou seus 45 anos e uma das ações foi a
execução de um projeto de recuperação
da memória do Conselho, com a publicação da história do CREA em seus Informativos. Outra linha de atuação foi o questionamento permanente das atividades do
Conselho e das responsabilidades públicas
de seus profissionais em relação aos principais problemas da comunidade catarinense. "Muitos profissionais não tinham uma
visão clara das atribuições e competências
do CREA", destaca o Eng. Civil Rogério
Novaes, presidente do CREA durante aquela
Curiosidade
Durante a crítica situação do Apagão em Florianópolis, o CREA adotou
uma solução criativa e engenhosa para
que seus computadores continuassem
em funcionamento e assim pudessem
atender os demais municípios de Santa
Catarina. A geração de energia só foi
possível com a utilização de um veículo Fiesta, num projeto inovador. Durante o apagão desapareceram da cidade
todos os geradores que existiam no comércio.
gestão. Essas competências ficam evidentes diante de certos incidentes, como o apagão que se registrou em Florianópolis, quando houve o rompimento do cabo de transmissão da Celesc na Ponte Colombo Salles.
O próprio CREA ficou sem energia durante
os três dias do desligamento total da Ilha de
Santa Catarina. A situação promoveu amplo debate sobre as fragilidades técnicas e
os riscos que todos corriam.
Outra forte atuação em questões conjunturais aconteceu na região sul com a ocorrência do Furacão Catarina. O Conselho
discutiu amplamente as diversas formas de
apoio às famílias atingidas.
No setor administrativo, mesmo considerando os avanços acontecidos nas gestões
anteriores, foi implantado o programa de
"gestão por resultados", com maior motivação aos servidores.
Outras conquistas da época foram a transferência do contrato com a Unimed para a
Caixa de Assistência do CREA-SC, a criação do escritório virtual da Caixa-SC, a implantação do CreaNet empresa, a assinatura de aditivo ao convênio firmado com a
Eletrosul, beneficiando os profissionais que
tinham ART de cargo e função na empresa
e principalmente os avanços no Programa
de Moradia Econômica, revelando o CREASC como referência nacional.
A exemplo das gestões anteriores o CREA
envolveu-se em campanhas pela duplicação da BR 101 - Sul, entregando junto com
ACE e SENGE relatório técnico de duas
perícias realizadas pelas entidades no trecho, resultado da Campanha pela Vida II,
que sugeria uma recuperação urgente da
estrada antes do início das obras de duplicação.
O Convênio odontológico com a empresa Uniodonto, viabilizado na gestão através da Caixa-SC, proporcionou pela primeira vez o benefício às empresas registradas no CREA-SC, podendo vincular todos os seus funcionários e respectivos dependentes.
Meio ambiente - O CREA apoiou na
época a realização de seminários preparatórios para a Conferência Nacional do Meio
Ambiente, realizada em Brasília em 2003 e
que discutiu os problemas ambientais no
Brasil como um todo, a partir de temas relatados nos debates regionais. Além de apoiar a iniciativa do governo, o CREA-SC organizou através da sua Comissão de Meio
Ambiente um Seminário sobre Gerenciamento Costeiro.
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Acima, Eng. Civil Celso Ramos Fonseca recebe pelo CREA-SC o prêmio Empresa Cidadã, da ADVB-SC. Ao lado acima, Fiscal do CREA
em visita às obras da BR 101 Sul. Ao lado ao centro, Eng. Celso junto a profissionais e inspetor de São Miguel do Oeste: prefeitura
doa terreno. Ao lado abaixo, Fiscal do CREA verifica qualidade das cerâmicas vermelhas durante visita de rotina à obra.
2000 - 2002 / 2004 - 2005 - RESPONSABILIDADE SOCIAL
Um novo CREA para Santa Catarina
A prioridade da administração foi a integração com a sociedade. O CREA passou a
agir no novo conceito de responsabilidade
social, com seus dirigentes, conselheiros e
servidores. A estrutura organizacional foi
modernizada e criados novos departamentos. Uma gestão voltada para o resgate da
credibilidade do CREA-SC e para modernização da estrutura gerencial.
Foi prioridade também a fiscalização em
todo o estado, com ampliação do número
de fiscais de 28 para 46 através de concurso público. O objetivo era proteger a sociedade, valorizar os profissionais, abrir mercado de trabalho e ainda melhorar a receita. Com o aumento no número de visitas
dos fiscais o número de ARTs passou de
87.000 no ano 2000 para 172.000 em 2005.
Iniciou-se a realização de fiscalizações
preventivas integradas em escolas, entidades, estádios de futebol, instituições penais,
entre outros, além da fiscalização específica para as áreas de Agronomia, Industrial,
Elétrica e Geologia e Minas. Diversos manuais foram lançados como o da Fiscalização em Estabelecimentos Penais, o Manual
de Fiscalização na área da Agronomia e o
de Segurança do Trabalho.
São destaques dessa gestão a criação da
Caixa de Assistência dos Profissionais do
CREA-SC, que até hoje possui o maior número de associados do país e da CredCrea Cooperativa de Crédito dos Profissionais do
Conselho, além da expansão do Programa
de Moradia Econômica que firmou coope-
ração com mais de 130 municípios catarinenses. O programa, que tem a intenção de
facilitar, orientar e promover a construção
regularizada, fornecendo projetos, documentação e aprovações em todos os órgãos
de forma imediata, abrange construções residenciais de até 70 m2, com cobrança mínima de taxa de ART e redução de taxas e
licenciamentos junto aos municípios.
Outras iniciativas foram consideradas pioneiras no Brasil, como os treinamentos a
distância em convênio com o Senai, a criação do CREANET, a expedição de certidões pela internet, as instalações da Ouvidoria (a segunda do país), da Central de
Atendimento Telefônico e da Assessoria de
Comunicação e Eventos dentro do Conselho, a reinauguração do Espaço Cultural
aberto também a profissionais e a instalação de sete novos escritórios e de quatro
postos de atendimento.
A participação efetiva no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat (PBQP-H) foi um avanço na fiscalização do Conselho, pois os fiscais ao visitarem as obras aproveitam para vistoriar os
materiais utilizados no intuito de constatar a
qualidade dos mesmos e verificar se estão
em conformidade com as normas do Inmetro.
A criação do UNICREA escreveu um capítulo à parte. Inédito no estado, o serviço
foi viabilizado por meio de parcerias com a
Universidade Federal de Santa Catarina,
FIESC e SENAI, onde o Conselho disponibili-
zava cursos, ministrados via Internet, a preços bem acessíveis aos profissionais registrados. Ainda na busca do aperfeiçoamento
profissional, o CREA-SC apoiou a realização
de dezenas de cursos e eventos, em parceria com as entidades de classe, através do
PEC - Programa de Educação Continuada.
"O CREA de Santa Catarina é uma eficiente escola. Todos nós devemos nos orgulhar desta instituição. É um aprendizado extraordinário. Na área técnica e até no plano político-eleitoral é um magnífico modelo para o Brasil", ressalta o Eng. Celso Ramos Fonseca.
Curiosidade
O Conselho ganhou em 2001 o Prêmio Empresa Cidadã da ADVB-SC
pela elaboração do Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Conceição, trabalho realizado em parceria com a
ABES-SC, que resultou na criação do
Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica. Em 2002 foi elaborado
o Diagnóstico Ambiental do Rio Cachoeira sugerindo programas para despoluição deste importante patrimônio
natural do estado.
O trabalho, também em parceria
com a ABES-SC, deu origem ao Projeto de Educação Ambiental da Baía
da Babitonga, que foi financiado
pelo Programa Petrobrás Ambiental e alcançou excelentes resultados.
12
Acima, Profissionais
durante o 9º Congresso
Estadual de Profissionais
em Florianópolis.
Acima a direita, Eng. Agr.
Raul Zucatto observa
projeto para a sede da
inspetoria de Criciúma
Ao lado, Gerente do
Departamento de Processos
explana resultados durante
reunião do Planejamento
Estratégico. No extremo a
direita, Fiscalização Avançada -Fiscais em Chapecó
atuam com o auxílio de aparelhos PDA com GPS.
2006 - 2008 - UM CREA PRESENTE
Planejamento Estratégico:
Implantando melhorias de gestão
Projeto ambicioso que se concretizou
graças a colaboração dos funcionários,
conselheiros, inspetores e profissionais, a
implantação do Planejamento Estratégico
no CREA-SC, processo iniciado em fevereiro/2007 para aprimorar a gestão administrativa e financeira e profissionalizar os
serviços, está trazendo ótimos resultados.
O trabalho vem sendo executado com orientação técnica do Instituto de Desenvolvimento Gerencial - INDG, com experiência já vitoriosa nos CREAs do Paraná e
de Minas Gerais. Em 2007, pela primeira
vez após 16 anos, o CREA-SC encerrou o
ano com superávit financeiro, confirmando o sucesso do projeto. Novos departamentos foram criados e reestruturados
como a Assessoria de Imprensa e Comunicação, Assessoria de Planejamento e Gestão, Secretaria Executiva, Protocolo Central e Assessoria de Capacitação Profissional.
Outro avanço foi a implantação do atendimento em tempo integral no Conselho,
facilitando o acesso dos profissionais, empresas e usuários dos serviços. A ampliação das parcerias na fiscalização preventiva integrada com Corpo de Bombeiros,
Vigilância Sanitária e Ministério Público,
bem como os convênios de cooperação
técnica com Prefeituras, Fundação de
Curiosidade
Em 2006, o Conselho elaborou e
entregou aos candidatos a Governador o documento "Pensando Santa Catarina", que apresentou propostas das áreas tecnológicas para o
desenvolvimento do Estado e marcou a participação dos profissionais
do Sistema nas grandes decisões estaduais.
Meio Ambiente e empresas públicas, além
da efetiva participação em conselhos, comitês, fóruns, núcleos gestores, entre outros, é outra realidade.
No intuito de se posicionar junto à sociedade frente aos grandes desafios e problemas nacionais, estaduais e municipais
sempre que envolverem a participação dos
profissionais do sistema, o CREA-SC vem
participando de questões importantes como
a duplicação sul da BR-101, a busca de
solução para o sistema viário da Grande
Florianópolis, a discussão e implantação
dos planos diretores municipais, o debate
sobre o sistema de saneamento básico de
todos os municípios, o abastecimento energético, entre outros.
"Nada acontece nas cidades e no estado catarinense sem a efetiva presença de
um profissional do sistema CREA. Não há
desenvolvimento sustentável sem a participação destes profissionais. As autoridades públicas e a sociedade aos poucos estão tendo esta visão", ressalta o Eng. Agr.
Raul Zucatto.
Aplicar até 10% da receita líquida anual do Conselho em um programa permanente de aperfeiçoamento profissional, em
parceria com as entidades de classe, é um
dos principais desafios dessa gestão. Através do PEC - Programa de Educação Continuada o CREA-SC atendeu em 2007 mais
de 200 cursos, seminários e afins, repassando às entidades mais de R$ 650 mil,
além dos R$ 860 mil que as entidades receberam através do repasse de 10% do
valor líquido das ARTs anotadas. Esse é o
maior projeto de capacitação de toda história do Conselho, tanto em valores quanto em número de cursos atendidos.
Para ampliar o apoio às inspetorias regionais, assegurando-lhes melhor aparelhamento físico-administrativo, o CREA-SC
adquiriu mais de 80 computadores e impressoras, 3 novos servidores e novos programas de informática, construiu 3 novas
inspetorias - São Miguel do Oeste, Tubarão e Criciúma - e iniciou as obras da inspetoria de Joaçaba. Para 2008 já estão
aprovadas pelo plenário do Conselho e
previstas no orçamento a construção em
Joinville, Xanxerê, Chapecó e Caçador.
Através das Câmaras Especializadas o
CREA-SC elaborou Manuais de Fiscalização em diversas áreas. Outro avanço da
fiscalização foi a implantação do projeto
piloto de Fiscalização Avançada nas Inspetorias de Chapecó e Florianópolis, que
utiliza equipamentos com tecnologia GPS
e que se estenderá a todas as inspetorias
até o final de 2008.
A realização do 9º Congresso Estadual
dos Profissionais e de oito encontros regionais preparatórios ao congresso, onde foram debatidas questões de interesse dos
profissionais e do Sistema e aprovadas propostas para o 6º Congresso Nacional de
Profissionais, foi uma exitosa realização.
Assim como promover o 1º Seminário Estadual de Conselheiros, o 1º Seminário Estadual de Inspetores Regionais, o 8º Seminário Estadual de Fiscalização e o 1º Seminário Estadual de Empregados, dentro
do objetivo de implantar um programa
permanente de atualização e aperfeiçoamento para conselheiros, inspetores, fiscais e funcionários para melhor desempenharem suas funções.
Outro destaque é o esforço para alcançar o número de 50% das ARTs anotadas
via internet, do total de 210.000 registradas
em 2007, além do apoio para interiorização dos serviços da Caixa de Assistência
dos Profissionais do CREA-SC e da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Profissionais,
viabilizando espaço físico junto às inspetorias e escritórios regionais do Conselho.

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