O AMBIENTE FAMILIAR
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O AMBIENTE FAMILIAR
Ingeborg e Lothar Krause – Vidas de Desafios, Superações e Conquistas mente, era preciso pegar essa chapa, já fria, e colocá-la em cima de um ferro chamado “cabeça de negro” e batia-se a chapa dando marteladas, uma após a outra, visando moldar o cobre. Milhares e milhares de batidas. Para dar o formato redondo à chapa, que se tornaria o alambique”. Apontando para a foto, Lothar explica que existiam vários tamanhos de alambiques, grandes, menores, conforme a necessidade. “Isso redondo aqui”, disse ele apontando para a foto, “é uma serpentina. Aqui era um cano, e aí eles colocavam breu quente derretido dentro do cano, para que assim se pudesse torneá-lo e fazer dele uma espiral. Como se não bastassem as milhares de marteladas para a confecção dos alambiques, havia outro produto muito solicitado na funilaria de Edmundo Krause, que exigia um trabalho intenso – as telas de arame. “Existe um campo de futebol em Joaçaba”, diz Lothar, “que por sinal é grande, todas as telas que ficam ao redor dele fui eu quem fez sozinho”. A dificuldade maior na confecção das telas estava no fato que naquela época não existia máquinas para trançar os arames para dar o formato. Tudo era feito à mão. 33 “Lá em casa”, descreve Lothar, “o sistema era o seguinte: quando vinha visita, as crianças tinham que se retirar da sala, não se podia escutar a conversa. Até para comer havia regras, as crianças não podiam colocar os braços na mesa. Não se podia comer de qualquer jeito. Se levantar da mesa, então, meu Deus do céu! Eu nunca pude me levantar antes dos outros se levantarem. Meus pais neste ponto eram assim. Da mesma forma quando vinha visita, precisávamos nos retirar”. As vivências passadas da família eram pouco conhecidas, tanto Edmundo como Anna Emma falavam o básico a respeito de suas vidas e dos percalços que passaram até chegar a Marcelino Ramos. “Meus pais eram muito fechados, eles nunca contavam nada para nós”, explica Lothar. O foco da família Krause estava no trabalho, principalmente em se falando de Edmundo. Ele era diferente dos outros moradores da cidade. Enquanto os outros iam ao clube jogar bolão, carta, buscando diversão, ele dispensava este tipo de convívio social para colocar foco e atenção no trabalho, no planejamento dos seus produtos. Frequentemente, ele trabalhava até as 22 horas, por isso ele era nervoso, não se dava ao luxo para nada. Só trabalhando, sábado e domingo. O ambiente familiar Aos domingos, ele me fazia trabalhar – conta Lothar Edmundo Krause tinha comportamentos rígi- desolado. dos em relação a tudo o que fazia. Na opinião de LoÉ evidente que nos dias atuais pensar em trathar e Úrsula ele era “muito prussiano”, em todos os balhar dessa forma parece ser um absurdo, mas, nasentidos. Ele não dava bronca nos filhos, porque eles quele tempo, era assim mesmo. “O povo alemão era nem tinham coragem de falar qualquer coisa que puassim. Eles cresceram assim, e se não trabalhassem desse estimular uma ação mais enérgica. não tinha comida...”, relata Lothar.