Maio - GEIV

Transcrição

Maio - GEIV
Correio da Fraternidade
ANO 26 – nº 311 Distribuição Gratuita
maio de 2015
SER CRISTÃO
Diante da sociedade em que vivemos atualmente onde, como
dizia Rui Barbosa: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser
honesto1, dizer-se estudioso do Evangelho é virar motivo de
chacota.
O que poucos pensam é que, se a Humanidade não tivesse feito
ouvidos moucos para as recomendações do Mestre, a sociedade
não estaria do jeito que está.
Mas mesmo diante de tanta contrariedade, alguns, dos que
tomam contato com os ensinamentos de Jesus, despertam sua
consciência, iniciam o duro trabalho da renovação íntima e
começam, ainda encarnados, a desfrutar da tão sonhada paz e
felicidade.
A pergunta que se segue é: como fazer isto?
Ao tomarmos contato com as lições do Mestre, comumente
sentimos uma mistura de alívio, alegria e encantamento, mas
após “andarmos nas nuvens” por um tempo, conforme nos
aprofundamos nos estudos evangélicos, deparamo-nos com uma
dura realidade: a necessidade da renovação íntima.
É neste ponto que muitos desistem do estudo, pois aquilo que
antes parecia justificado, à luz dos esclarecimentos cristãos
torna-se um espinho em nossa consciência, e nem todos estão
dispostos a mudar o seu modo de pensar e de agir.
Situação semelhante sofreu o personagem da história O Leiteiro
Cristão2, que consta da Apostila de Evangelização; ele, para
aumentar os seus rendimentos, colocava água no leite sem se
preocupar com o prejuízo que causava aos outros com a sua
atitude egoística.
Após frequentar as aulas do Evangelho, o personagem percebeu
que estava errado e passou a vender o leite puro.
Assim como o leiteiro, nós também cometemos deslizes e, apesar
de identificá-los, nem sempre estamos dispostos a modificarnos.
É neste ponto que o Evangelho se torna tão benéfico para
aqueles que se empenham em vivenciá-lo, pois quando o conflito
se instala em nosso íntimo, é um ótimo sinal, porque o conflito
mostra que estamos repensando as nossas intenções – é o
primeiro passo para nos modificarmos.
E quando a resolução é grande, damos o segundo passo:
alteramos o nosso procedimento, deixando para trás o homem
velho, cheio de vícios, e caminhamos, a passos firmes, para a
construção do homem novo.
Cibele
1Trecho do discurso: “Requerimento de Informações sobre o Caso do Satélite –
II” – no Senado Federal, Rio de Janeiro, DF – Obras Completas de Rui
Barbosa: V. 41, t. 3,1914; p. 86 –
http://www.casaruibarbosa.gov.br/scripts/scripts/rui/mostrafrasesrui.idc?CodFrase=8
83
2Curso de Evangelização Infantil Espírita Cristã, GEIV, DEDU, 1995.
(continua)
VOZES DO EVANGELHO
1 – Não se irrite.
“Faça todas as coisas sem murmurações nem
contendas.”
2 – Não se imponha.
“Os discípulos do Senhor se conhecem por muito
se amarem.”
3 – Não pressione ninguém.
“Atente bem para a lei da liberdade.”
ANDRÉ LUIZ
O Espírito da Verdade – Espíritos Diversos – psicografia de Francisco C. Xavier/Waldo Vieira –
Ed. FEB
NO GRUPO DA
FRATERNIDADE
A mensagem de André Luiz, endereçada às
comunidades cristãs, é oportuno lembrete à
consciência participativa de todos os comunitários.
Meditemos.
No grupo da fraternidade, o coração está sempre disposto a servir. Em seu santuário a alma do irmão não indaga, não desconfia, não fere, não perturba, não humilha, não se exonera do dever de auxiliar a todos, não se afasta dos infelizes, para que o esquema de Cristo se cumpra nos mais necessitados. Não reclama, não desanima, não se revolta, não chora perdendo tempo, não asila pensamentos envenenados, não destrói as horas em palestras inúteis, não exibe braços inertes, não mostra o rosto sombrio, não cultiva o espinheiro do ciúme, não cava o abismo da discórdia, não dá pasto à vaidade, não se julga superior, não se adorna com as inutilidades do orgulho, não se avilta com a maledicência, não se ensoberbece e não foge à paciência e à esperança para confiar-­‐
se às trevas da indisciplina e da perturbação, porque o companheiro da fraternidade, em si mesmo, é perdão vivo e constante, o trabalho infatigável, a confiança que nunca se abate, a luz que jamais se apaga, a fonte do entendimento que não seca, a bondade que nunca descrê da Providência Divina, e é, sobretudo, o amor incessante, fazendo a vida florir e frutificar, em toda parte, em pensamentos, palavras, atitudes e atos de renovação com o Senhor que, aceitando a Manjedoura, nos ensinou a simplicidade na grandeza e, imolando-­‐se na Cruz, exemplificou o sacrifício supremo, pela felicidade de todos, até o fim da permanência entre os homens. Apostilas da Vida. – André Luiz – psic. Francisco C. Xavier –
lição 12 (Compilado por Susan)
O FUMO E A LOUCURA
Em maio de 1865, a Revista Espírita, em sua coluna Variedades, publicou interessante reportagem acerca de estudo que afirmava haver suficientes evidências para uma estreita relação entre o uso do fumo e a alienação mental. Kardec, em análise bastante didática e prudente sobre o assunto, acrescentou um importante item à discussão: a importância da Doutrina Espírita para o esclarecimento moral do indivíduo na mudança da sua conduta. O artigo, que comemora 150 anos este mês, encontra-­‐se atualíssimo. Vale a pena conferir! O exemplar da Revista Espírita pode ser encontrado em nossa Biblioteca Espírita Irmão Clarêncio! Susan Grupo Espírita “Irmão Vicente”
EDITORIAL
“POR QUÊ?
Na esfera de cada criatura Deus pode
tudo.
Ver pág. 2
FATOS
PITORESCOS DE
CHICO XAVIER
A MISSÃO
Um templo espírita é uma universidade
de formação espiritual...
Ver pág. 3
ELUCIDAÇÕES
DOUTRINÁRIAS
QUESTÃO DE
ESCOLHA
O cuidado e o conhecimento para com
as coisas do espírito... Tal a melhor
parte.
Ver pág. 3
MENSAGENS
SEMPRE
PRESENTES DO
EVANGELHO
NA VIAGEM DA VIDA
A existência terrestre pode
comparada a laboriosa viagem.
Ver pág. 4
ser
NOTÍCIAS
Primeiro bazar do GEIV
de 2015
Qualquer atividade é trabalho na Seara
do Mestre.
Ver pág. 5
Por que crer que Chico
Xavier foi Kardec?
Chico respondeu: Léon Denis presidiu
a reunião.
Ver pág. 6
Missão sagrada
Compete às mães educar seus filhos
dentro dos princípios cristãos.
Ver pág. 4
Espiritismo na medicina?
UNESP estuda benefícios do passe
quando ministrado em pessoas ansiosas.
Ver pág. 4
Um pouco mais sobre a
glândula pineal
Comanda as forças subconscientes sob
a determinação direta da vontade.
Ver pág. 3
10º congresso médicoespírita
As experiências espirituais estão muito
além das explicações materialistas.
Ver pág. 5
Você sabia?
Kardec, Yverdon e
Pestalozzi
Pestalozzi pregava que o amor é o
eterno fundamento da educação.
Ver pág. 5
“POR QUÊ?”
“Tens fé? Tem-­‐na em ti mesmo, diante de Deus”. – PAULO. (Romanos, 14:22.) Ao tomar-se conhecimento, quase
integrarão às que aqui permanecerem, e
diariamente, do farto noticiário da
que, mercê de seus esforços na busca da
imprensa escrita, falada e transmitida
renovação de seus sentimentos de
pela mídia, através de redes sociais de
egoísmo, tiverem alcançado níveis
comunicação, é impossível deixar de se
morais compatíveis com o novo padrão
pensar nas palavras de Jesus, quanto aos
moral da Escola Terra, ou seja, um
sinais por Ele previstos, anunciando a
Planeta de Regeneração.
transição pela qual deve passar este
O Evangelho do Mestre é manual
Planeta, deixando sua condição de
seguro de conceitos esclarecedores para
mundo de Provas e de Expiação, para a
aqueles que imbuídos do espírito de
1
de Regeneração, moralmente superior.
cooperação na Seara Cristã, aprendam a
Transição que Kardec, na quinta obra
diferenciar a maneira egoísta de orientar
2
da Codificação intitulada “A Gênese” ,
seus próprios sentimentos, que tanto
se encarrega de explicar no que
lhes prejudica a caminhada evolutiva,
consistiria tal renovação.
como seguidores de Jesus.
Isto é, da multidão de Espíritos que
Para tanto, os conceitos da Codificação
constituem a população deste Planeta,
Espírita, anotados com muita clareza
muitos, ao longo da trajetória milenar
por Kardec, nas chamadas Obras
da Terra, através de um sem número de
Básicas, constituem-se em ferramentas
reencarnações, ainda insistem em não
didáticas a conduzir os passos do
querer entender a mensagem do
aprendiz que com o uso delas amplia de
Mestre, no que tange a lei maior da
maneira cada vez mais segura a
Vida, quanto à
Confiança
que
“Por que te manterás
necessidade
do
deposita na Sabedoria
amor ao próximo.
do Pai.
indeciso, se o Senhor te
Prosseguindo com
Mas perguntaria o
conferiu este ou aquele
as explicações, o
aprendiz interessado:
trabalho justo?”
professor de Lyon
“Faze-o retamente, porque - Estudar apenas para
acrescenta
que
entender melhor as
se
Deus
tem
confiança
em
ti
referidas entidades
lições de Jesus, seria
para
alguma
coisa,
deves
refratárias
serão
suficiente para se
substituídas
por confiar em ti mesmo, diante conquistar a Fé em
Dele.”
outras
que
se
Deus, conforme a
recomendação de Paulo aos Romanos?
Atentemos
para
resposta
de
3
Emmanuel : “... Na esfera de cada
criatura, Deus pode tudo; não
dispensa, porém, a cooperação, a
vontade e a confiança do filho
para realizar...”
“Por que te manterás indeciso, se
o Senhor te conferiu este ou
aquele trabalho justo?”
“Faze-o retamente, porque se
Deus tem confiança em ti para
alguma coisa, deves confiar em ti
mesmo, diante Dele.”
No que toca às Casas Espíritas Cristãs é
curioso notar-se que as tarefas são
distribuídas através de incansável
trabalho de Seus Mentores, a todos os
seus frequentadores, pois cada um tem
na sua experiência reencarnatória a
experiência que precisa, segundo as suas
obras.
Por que então, pergunta-se aqui, grande
parte deles se fazem entre si tantas
diferenças, quanto a executar este
trabalho em lugar daquele outro, se
todos receberam suas incumbências,
numa demonstração de Confiança da
Vida Maior em todos os seus filhos?
1
Jesus. (Mateus, 24:3 a 14)
A Gênese – Allan Kardec – p. 391, item 47 e seguintes – 18ª ed.
FEB
3
Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel – psic. Francisco C.
Xavier – lição 14 – 8ª ed. FEB
2
FATOS PITORESCOS DE CHICO XAVIER O MOMENTO ATUAL A MISSÃO
ESTUDO E TRABALHO
Nas orientações de Chico Xavier, não faltavam os conselhos sobre a missão dos Centros Espíritas. Certa feita, respondendo aos organizadores da Confraternização da Mocidade e da Madureza Espírita do Triângulo Mineiro, Chico enfatizou: Os nossos amigos espirituais sempre nos ensinaram a considerar os Centros Espíritas como a Escola mais importante da nossa alma, porque é no Templo espirita que nós recebemos os outros e podemos doar de nós mesmos os valores que servirão a cada um de nós para a vida eterna. De modo que se nós damos tanta importância ao estudo da Matemática, da Química, que realmente são importantes, não podemos menosprezar as lições em torno da paciência, em torno da tolerância, que são atitudes da alma, que nós não teremos sem estudar, sem raciocinar. Portanto, um Templo Espírita é uma universidade de formação espiritual para as criaturas humanas, e, por isso, o Espírito Emmanuel, que nos orienta as atividades desde 1931, empresta a maior importância ao Templo Espírita, porque ele revive as Casas do Cristianismo simples e primitivo em que os nossos corações se reúnem em torno dos ensinamentos do Cristo para a melhoria de nossa vida interior. Por exemplo, numa faculdade de ensino superior, que merece nosso máximo acatamento, nós aprendemos Ciências, que vão aperfeiçoar os nossos recursos intelectuais. Mas, no Centro Espírita, orientado segundo os preceitos do Evangelho, nós vamos encontrar os estudos e os raciocínios adequados à nossa necessidade de vivência em paz no mundo com a vivência igualmente do Amor uns para com os outros, segundo o ensinamento de Jesus, que nós não podemos esquecer: “Amai-­‐vos uns aos outros como eu vos amei”... O cenário atual, que é de conhecimento de todos, no qual está inserida a Terra, é delicado e
preocupante.
Os seus habitantes estão expostos diariamente à violência de diferentes naturezas, catástrofes
ambientais, aumento da taxa de desemprego, do custo de vida etc.
A maneira como se encara as atuais situações, e como se reage a elas, é particular e íntima de cada
um. Alguns se revoltam; outros ficam apáticos como se não fossem atingidos; tem aqueles que
compactuam com algumas delas, e por fim aqueles que desanimam e desacreditam nas suas
mudanças.
A Doutrina Espírita, resgatando o Evangelho de Jesus de há 2000 anos, esclarece, situa e consola
todos os seres que compõem o Planeta, diante destes acontecimentos.
Encarnados temporariamente no referido cenário, na medida exata do que se faz necessário, todos
estão em busca do próprio melhoramento e do progresso. Elucidações dos porquês, o que fazer
para alcançá-los e como viver “em paz” neste mundo, também são adquiridos no estudo desta
Doutrina.
Neste momento pode-se resgatar do texto do Chico (Fatos Pitorescos) a explicação da importância
da Casa Espírita no fornecimento destes estudos, como uma grande escola que capacita seus alunos,
através da vivência própria e constante, a enfrentarem as adversidades e doarem ao próximo,
também necessitado, o que for sendo aprendido e consolidado nos comportamentos.
Não é possível adquirir-se paciência, tolerância e demais valores do espírito sem a formação
espiritual, estudo sistemático e raciocínio sobre os mesmos, como se faz para as Ciências da escola
regular.
Com isso, independentemente de qual seja o Templo frequentado, ele deve representar àqueles que
o procuram, a grande oportunidade de aprendizado e oficina de trabalho, merecendo sua
consciente dedicação, pois beneficiará o aprendiz nele matriculado e fará com que,
proporcionalmente à vivência e prática do que foi sendo instruído, seja capaz de repassar ao
próximo, em forma de consolo e esperança, a lição para transpor os dias turbulentos por que
poderão vir a passar na Terra.
Natália
Chico Xavier – Meus Pedaços do Espelho – Marlene Nobre (Compilado por Natália 2
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2015
UM POUCO MAIS SOBRE A
GLÂNDULA PINEAL
CONCEITOS FILOSÓFICOS (continua)
O MATERIALISMO E O ESPÍRITO – I
Nos dias atuais, não se pode dizer que o materialismo e
seus defensores estão vindo... Não, eles estão em toda
parte, tentando apagar a luz das realidades do Espírito
Imortal. Querem banir do Homem, como se fosse
possível, a ideia de Deus e da vida futura. Entretanto, a
ideia materialista que marca as sociedades não é de
agora. Kardec, em 1868, esclareceu: “O materialismo,
vangloriando-se como não o tinha feito em nenhuma
outra época e se apresentando como supremo regulador
dos destinos morais da Humanidade, teve por efeito
apavorar as massas pelas consequências inevitáveis de
suas doutrinas para a ordem social. Por isto mesmo
provocou, em favor das ideias espiritualistas, uma
enérgica reação, que deve provar-lhe que está longe de
ter simpatias tão gerais quanto supõe, e que se ilude
singularmente se espera um dia impor suas leis ao
mundo.
Seguramente as crenças espiritualistas dos tempos
passados são insuficientes para o século atual; elas não
estão no nível intelectual da nossa geração; sobre
muitos pontos estão em contradição com os dados
positivos da Ciência; deixam no espírito um vazio
incompatível com a necessidade do positivo, que
domina na sociedade moderna; além disso, cometem o
erro imenso de se imporem pela fé cega e de
proscreverem o livre exame. Daí, sem a menor dúvida,
o desenvolvimento da incredulidade no maior número; é
muito evidente que se os homens não fossem
alimentados, desde a infância, senão por ideias
susceptíveis de serem confirmadas mais tarde pela
razão, não haveria incrédulos. Quantas pessoas,
reconduzidas à crença pelo Espiritismo, nos disseram:
Se sempre nos tivessem apresentado Deus, a alma e a
vida futura de maneira racional, jamais teríamos
duvidado!
(...) Mas em vez de apresentar algo de melhor que o
velho espiritualismo clássico, o materialismo preferiu
tudo suprimir, o que o dispensava de procurar, e
parecia mais cômodo àqueles a quem importuna
a ideia de Deus e do futuro. (...)
O que é de admirar é encontrar na maioria dos
materialistas da escola moderna esse espírito de
intolerância levado aos últimos limites, logo
eles que reivindicam sem cessar o direito de
liberdade de consciência. Seus próprios
correligionários políticos acham-se sem graça
diante deles, assim que fazem profissão de fé no
espiritualismo, (...) porque ousam provar Deus
pela Ciência. Pois para eles, os materialistas,
não se pode ser sábio senão com a condição de
não crer em Deus. (...)
Modernos doutores, que começam a tornar-se
barulhentos, mudaram tudo isto. O homem é
por eles reconduzido à dignidade do animal, e
este reduzido a um agregado material. A
matéria e as propriedades da matéria, tais
seriam os únicos objetos possíveis da ciência
humana; o pensamento não seria senão um
produto do órgão que é a sua sede, e o homem,
quando as moléculas orgânicas que constituem
a sua pessoa se desagregam e voltam aos
elementos, pereceria inteiramente. (...)
O materialismo filosófico foi uma reação contra
as exigências exageradas das doutrinas
ultraespiritualistas ou religiosas. Mas em nossos
dias ele se produz com um caráter novo; chamase científico. A história natural seria toda a
ciência do homem; nada existiria do que ela não
tem por objeto e, como não tem por objeto o
Espírito, o Espírito não existe.”
(Compilado por Pedro Abreu)
A revista Pesquisa, vinculada à Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo – FAPESP, noticiou, em sua edição de abril p.p.,
sobre novos conhecimentos adquiridos pela ciência acerca da glândula
pineal, ou epífise, localizada na porção central do cérebro e que tem a
conhecida função de secreção do hormônio melatonina, vinculado à
regulação do sono. Sob o título “Uma conexão entre o sono e a fome”
o artigo versa sobre estudo realizado por pesquisadores sediados no
Brasil, Estados Unidos e França e que apontou para a importante
função da melatonina no metabolismo do organismo. Na afirmativa do
fisiologista que coordenou os estudos com modelos animais, o
brasileiro José Cipolla Neto: Na ausência da melatonina, ratos
desenvolveram doenças metabólicas e se tornaram obesos. Já a
reposição do hormônio favoreceu a perda de peso. Para chegar a tal
resultado, os pesquisadores inicialmente extraíram a glândula pineal
dos animais, e verificaram importante ganho de peso, o qual foi
revertido após a ingestão de melatonina. Segundo o referido
pesquisador: Do ponto de vista evolutivo, essa organização temporal
do metabolismo energético deve ter sido fundamental para a
sobrevivência dos mamíferos, afirmando que além do importante papel
na regulação do sono, a melatonina produzida pela glândula pineal
também desempenha importante função na regulação metabólica do
organismo.
Tais conhecimentos, apesar de bastante recentes para a comunidade
científica, não são novos. Isso porque o Espírito André Luiz, em suas
obras psicografadas por Chico Xavier, já tratava do assunto. Na obra
Missionários da Luz, prefaciada em 1945, por exemplo, o autor
espiritual publicou um capítulo inteiramente voltado ao estudo da
glândula pineal1. Dentre outras diversas funções, ainda não descritas
na literatura científica atual, o autor espiritual já afirmava que: a
glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endocrínico
(o grifo é nosso). Ligada à mente, através de princípios
eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não
pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a
determinação direta da vontade. Neste ponto, apenas nos cabe refletir
sobre os conhecimentos científicos de vanguarda apresentados por
André Luiz, como sendo avançados postulados para comprovação da
ciência no futuro, bem como descortinando para nós, um vastíssimo
campo de estudos não somente relativo à ciência material, como
também à ciência espiritual.
Susan
1
Capítulo 2: A epífise
Revista Espírita – ago/1868: O materialismo e o direito
ELUCIDAÇÕES DOUTRINÁRIAS QUESTÃO DE ESCOLHA
Ao lembrar episódio vivido pelo Mestre junto a Marta e
Maria1, Suas palavras ressoam atuais nos tempos
modernos: Entretanto só uma coisa é necessária. Maria
escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada.
Que melhor parte seria essa que não pode ser tirada de
Maria? Saberia ela que escolheu o que era necessário?
Através de trecho aparentemente simples do Evangelho
convida-se o prezado leitor a uma breve reflexão...
Ao estudar tal passagem das lições do Mestre, percebese claramente que a única coisa necessária é o cuidado e
o conhecimento para com as coisas do espírito... Tal a
melhor parte.
Enquanto Marta atarefava-se com os deveres do lar,
Maria aproveitava a presença do Mestre para ouvir-Lhe
as lições.
Mas, antes que o leitor menos atento julgue que tal
atitude poderia suscitar o descuido para com o asseio do
lar e as obrigações domésticas, há que se lembrar de que
a presença do Mestre na casa de Marta e Maria não era
algo corriqueiro... Todavia, ainda que o fosse, não
seriam tais momentos de conversa o bálsamo
esclarecedor a fortalecer e iluminar o entendimento
necessário àqueles espíritos que ali conviviam?!
O homem encarnado na atualidade, não se porta de
forma diversa de Marta.
Ele perde-se, constantemente, nos meandros da vida,
por não perceber a melhor parte. Por ainda focar-se nas
coisas da matéria, nas posses, nas paixões, e esquecer-se
dos valores do espírito.
Assim, o espírito encarnado assemelha-se a aluno
desatento que chega despreparado no dia da prova, pois
que não soube escutar e absorver os ensinamentos do
professor solícito e dedicado. Focou-se em distrações
fugidias, nas diversões com os colegas de classe e nos
passeios, sem perceber que até mesmo momentos de
“passeio” foram-lhe proporcionados para um
aprendizado lúdico; no entanto, não foi capaz de
perceber que a melhor parte não eram as brincadeiras e
os folguedos. A melhor parte era a conquista do
conhecimento, o aprendizado intelectual. E chegando o
dia da prova, desespera-se e não sabe como portar-se.
Recebendo o resultado da prova, revolta-se e classifica
o professor de mau mestre.
Sem perceber a própria falta e sem saber ainda extrair
do resultado obtido a melhor parte, ainda que esta seja
uma dura lição para a própria vaidade e prepotência,
continua a ignorar e desperdiça o ensinamento da
responsabilidade que lhe é intransferível, da dedicação e
do estudo, para o enriquecimento do espírito. Furta-se à
conquista dos valores morais para buscar a sua
satisfação na vida material.
Assim comporta-se o Homem na escola da Vida,
fazendo suas escolhas.
Sheila
1
Lucas, 10:38 a 42
A BIBLIOTECA ESPÍRITA EM DESFILE IDEAL ESPÍRITA
Ideal pode ser entendido, entre outras definições do dicionário, como
modelo de perfeição ou excelência.
Todos nós podemos ter os nossos modelos de perfeição íntimos como
definições de caminhos a serem trilhados, mas vale lembrar que, em
1962, Emmanuel e André Luiz nos trouxeram a obra IDEAL ESPÍRITA
para que não perdêssemos tempo com os nossos pontos de vista viciados,
mas que pudéssemos ter no Evangelho de Jesus o farol a nos iluminar a
jornada íntima de renovação.
Para aqueles frequentadores dos meios espíritas que alegam dificuldade
no entendimento do Evangelho do Mestre aplicado no dia a dia das
nossas experiências reencarnatórias, as diferentes lições que compõem
esta obra, com certeza, abrirão novos horizontes para que, devidamente
3
esclarecidos por elas, os frequentadores
espíritas se sintam mais à vontade para
entender as Obras da Codificação.
Aproveitemos esta obra magnífica,
composta de 100 lições psicografadas
em seus números ímpares por Francisco
Cândido Xavier e nos números pares
por Waldo Vieira.
Bom estudo!
Daniel Lona
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2015
MENSAGENS SEMPRE PRESENTES DO EVANGELHO POESIA NA VIAGEM DA VIDA
CÂNTICO DA ESPERANÇA
“Bem-aventurados os que são brandos, porque
possuirão a Terra.” – JESUS. (Mateus, 5:5)
Sou qual bruma leve
Ante a aridez do coração,
O orvalho celeste
Mediante a desilusão.
Evitas a compra do fruto deteriorado, defendendo a saúde.
Varres o lixo doméstico, purificando o ambiente.
Lavas a roupa suja, garantindo a limpeza.
Usas o remédio preciso, conjurando a enfermidade.
Livra-te também das palavras que desçam da informação à maledicência, preservando
o equilíbrio.
Sou a cálida doçura
Ante a gelidez da solidão,
O pensamento em brandura
Quando há desesperação.
Sou centelha da Divina Provisão
A apaziguar os sentidos
Dos âmagos cansados e aflitos,
Dando-lhes coragem e disposição.
Bloqueias o fogo.
Diriges a força elétrica.
Isolas o veneno.
Governas a explosão.
Controla igualmente as palavras suscetíveis de converter a energia em crueldade,
resguardando a segurança.
Sou qual estrela guia
Para a firme condução
Do viajor, em noite fria,
Nos instantes de provação.
Verbo deprimente gera viciação.
Verbo desvairado cria a loucura.
Sou a certeza no porvir,
Conforto e consolação,
Sou perseverança para seguir,
Uma palavra de ponderação.
A existência terrestre pode ser comparada a laboriosa viagem.
O corpo é a embarcação.
O pensamento é a força.
A língua é o leme.
Pois contemplo o infinito
Nas janelas do coração,
Qual o frescor bendito
D’uma suave inspiração.
EMMANUEL
Sou filha da fé pura e benfazeja
E na humildade faço lição,
Pois atuo serena e altaneira
No silêncio d’uma oração.
O Espírito da Verdade – Espíritos Diversos – psic. Francisco C. Xavier/Waldo Vieira – lição 49 (Compilado por Delcio)
ESPIRITISMO NA MEDICINA?
No jornal Correio Fraterno de março/abril de 2015, encontramos interessante matéria com o título Universidade pesquisa
efeito do passe no controle da ansiedade. Nela, apresenta-se estudo que vem sendo realizado pela Faculdade de Medicina
de Botucatu (UNESP) quanto aos benefícios do passe quando ministrado em pessoas ansiosas.
Como qualquer pesquisa de cunho científico, o estudo utiliza metodologia rigorosa para comprovar que o passe deve
servir de instrumento adjuvante ou auxiliar no processo de recuperação do enfermo.
Esta matéria se torna de “especial” interesse, quando se rememora que, em 06 de março de 2014, isto é, pouco mais de um
ano atrás, foi publicado no jornal on-line da UOL, notícia sobre a grande procura pelos atendimentos espirituais nos
Centros Espíritas.
A referida notícia – Número de consultas em centros espíritas ultrapassa o de grandes hospitais1 – trazia, à mídia
popular, informações de uma dissertação de mestrado apresentada por uma médica no Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas da USP. Na conclusão da notícia, encontramos as seguintes palavras da médica e autora da referida
dissertação: Esse levantamento procurou descrever as atividades realizadas nos centros espíritas e salientar não só a
grande importância social desempenhada por eles, mas também a grande contribuição ao sistema de saúde como
coadjuvante na promoção de saúde, algo que a grande maioria das pessoas desconhece.
Isto posto, pesquisas acadêmicas e científicas vêm se somando para demonstrar que o Espiritismo, como o Consolador
Redivivo, não está na Medicina, mas sim em todas as ciências que se permitirem não se restringir aos dogmas do
materialismo ou das religiões fanáticas do mundo.
Sheila
1
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/03/06/numero-de-consultas-em-centros-espiritas-ultrapassa-o-de-grandes-hospitais.htm
COLUNA DOS JOVENS TINTINO: O ESPETÁCULO CONTINUA...
Neste mês eu li um livro chamado Tintino: o Espetáculo Continua... Este livro foi psicografado por Francisco Cândido
Xavier e escrito pelo Espírito Francisca Clotilde.
Ele conta a história de um palhaço que, desde criança, trabalhou no circo sempre alegrando a todos. Sua vida na Terra sempre
foi muito difícil, pois Tintino era pobre, perdeu seus pais quando ainda era criança e, apesar de ter levado alegria para muita
gente, quando velhinho, precisou morar na rua. Tinha saudade de uma cama para descansar o corpo, sentia fome, sede e frio.
Tintino procurou alguém que o acolhesse. Bateu de porta em porta, mas todos o atenderam mal e o maltrataram, falando que
ele era ladrão, ou respondendo aos seus pedidos com grosseria. Com isto, Tintino acabou dormindo na rua.
Ao adormecer, Tintino se viu como em um sonho, pois via crianças chamando o seu nome com alegria. Sentiu-se feliz pois
um Espirito amigo disse-lhe que havia conquistado a grande libertação, era agora um espírito desencarnado e estava colhendo
os frutos que havia semeado quando esteve na Terra.
Esta história nos fala sobre a vida do espírito na Terra (encarnado) e no mundo espiritual (desencarnado).
Na Terra Tintino tinha uma vida simples e difícil, apesar disso sempre praticou boas ações, não sentia raiva, revolta e mesmo
sendo maltratado pelas pessoas sempre as perdoava.
Este livro ensinou-me que na vida espiritual o que vale são os nossos sentimentos e atos e não as coisas da Terra (materiais),
por isso quando Tintino desencarnou ele se sentia feliz, porque Jesus mostrou para ele que, na sua vida na Terra, ele havia
conseguido conquistar, trabalhando sempre com bom humor, o caminho para o reino de paz e amor.
Natália (10 anos)
4
Eu sou a esperança,
Luz de sublime elevação,
Sou clarão d’alma em confiança
Na Divina atuação.
Susan
MISSÃO SAGRADA
Muito se tem ouvido nesta Casa Espírita com
relação à missão sagrada dos pais no lar, junto aos
seus rebentos.
As recomendações, no entanto, não se restringem
às elucidações frequentemente resgatadas de obras
como a questão 385 de O Livro dos Espíritos , ou
das elucidações de Emmanuel nas questões 109,
191, entre outras, de O Consolador.
Encontramos na revista Reformador, de maio de
1955, artigo intitulado Às Mães , que – tal qual
palavras da atualidade – resgata a missão de mãe,
como educadora que é do mundo.
Diz o autor: Educa-se um filho, desde criança.
Depois de grande, torna-se difícil a sua educação,
senão impossível. Só a experiência, por vezes
amaríssima, é que se encarregará de ensiná-lo, nem
sempre colimando tal objetivo. Compete às mães,
pois, educarem seus filhos, dentro dos princípios
cristãos, ensinando-lhes, com perseverança e tato,
as vantagens da vida prática da honestidade, do
trabalho, do respeito para com os direitos alheios,
da disciplina dos pensamentos e dos sentimentos,
corrigindo-lhes, ainda, os defeitos inatos, tais como
as más tendências.
E passados 60 anos, os tempos modernos de muito
se assemelham aos tempos idos, demonstrando que
a missão sagrada das mães jamais deixará de o
ser...
Sheila
1
http://www.sistemas.febnet.org.br/acervo/revistas/1955/WebSearch/page.php?pa
gina=97
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2015
ASSIM SE EXPRESSOU O LEITOR CONSELHOS SAUDÁVEIS E VOCÊ, AMIGO LEITOR, NÃO GOSTARIA DE SE EXPRESSAR?
Na coluna deste mês selecionamos o poeta João de Deus,
que se exprime pela psicografia de Francisco Cândido
Xavier.
Desde os primórdios, o homem sentiu a necessidade de expressar seus sentimentos e pensamentos, através de gestos ou
palavras. Assim, múltiplas linguagens foram criadas ao longo de milênios de civilização, facultando ao homem a
possibilidade de compreender o que se passava em derredor e fazer-se compreendido.
Se fizermos uma viagem na história terrena encontraremos, na infância da Humanidade, uma linguagem muito singela,
baseada em grunhidos e simples desenhos feitos em pedra. Afinal, àquela época, o espírito encarnado nessa fase não tinha
muitas preocupações além da caça e a conservação da sua própria espécie, tendo, portanto, uma linguagem condizente com a
sua condição de pouco desenvolvimento. Com o passar dos milênios, muitas práticas mais primitivistas foram sendo
abandonadas e as linguagens foram tomando forma, de modo a expressar os sentimentos e pensamentos de almas já numa
fase um pouco mais madura. Palavras foram sendo criadas, regras para o seu uso foram tomando forma... justamente para
expressar pensamentos cada vez mais completos e compreender, de modo mais amplo e exato, tudo aquilo que se passava
em derredor, ou seja, adquirir novos conhecimentos. Mas ainda assim, a linguagem escrita era patrimônio de poucos.
Aqueles que conseguiam ler e, portanto, escrever, tinham maiores possibilidades de aprender novos conhecimentos, daquilo
que outras tantas pessoas haviam registrado de suas vivências e aprendizados.
Foram necessários muitos séculos até que a Humanidade tivesse a possibilidade de colocar a linguagem escrita ao alcance
dos povos. Revoluções foram travadas e importantes avanços alcançados, tal qual a imprensa de Gutenberg, que viabilizou o
acesso ao livro, ao conhecimento disseminado através da linguagem escrita – aquela, que levou tantos milênios para ser
desenvolvida.
Eis que chegamos aos dias atuais, com amplas possibilidades de conhecer e expressar aquilo que aprendemos. Afinal, muitos
povos lograram a aprendizagem da linguagem escrita, ponto-chave para a aquisição do conhecimento.
Nesta comunidade que se congrega em torno dos ensinos do Mestre, através do concurso do Consolador, qual ferramenta
preciosa para nos auxiliar em nossa compreensão, tal realidade não é diferente. Através de vasto acervo literário para
diferentes níveis de compreensão, nos é possibilitado o estudo da Boa Nova. E aos que se sentirem tocados pela mensagem
cristã, eis também a possibilidade de se expressarem sobre aquilo que lhes falou à alma e ao entendimento. Nosso Correio
da Fraternidade oportuniza tal expressão. Como veículo interno de divulgação do Evangelho do Mestre, seja no estudo de
seus conceitos, seja no relato da vivência destes conceitos dentro da própria comunidade, o nosso jornalzinho oferece a todos
a oportunidade de se expressarem dentro dos liames doutrinários.
Eis, portanto, uma coluna especial para recebê-lo, amigo leitor. Eis o “Assim se expressou o leitor”. Afinal de contas, todos
nós, desde os tempos idos até os dias atuais, temos uma necessidade premente de expressar aquilo que nos toca o coração!
Susan
CONSELHO MATERNO
10º CONGRESSO MÉDICO-ESPÍRITA
Será realizado em Goiânia (GO), de 3 a 6 de junho próximo, a 10a edição do Congresso Nacional Médico-Espírita do Brasil –
MEDNESP, que reunirá membros de 60 Associações Médico-Espíritas do Brasil e internacional. Neste evento, estão programados
não só a abordagem dos assuntos de saúde, mas também discutir as mais recentes pesquisas sobre Ciência e Espiritualidade e suas
aplicações no Ensino e Prática Clínica.
Conforme artigo da Folha Espírita de abril/2015, o Congresso contará com mais de 100 palestrantes, dentre eles o neurocientista
canadense Mario Beauregard, autor do livro O Cérebro Espiritual, e o cardiologista e pesquisador holandês Pim van Lommel,
autor do livro Consciência Além da Vida. Lommel demonstra em suas pesquisas que, nos casos de EQM – Experiência de Quase
Morte, o fenômeno é autêntico. Não é o resultado da imaginação, psicose ou privação de oxigênio no cérebro. Para estes
cientistas, as experiências espirituais estão muito além das explicações materialista dadas pela Ciência tradicional.
Para mais informações, acesse o site da Folha Espírita: www.folhaespirita.com.br.
Pedro Abreu
Ouve, filhinho, Pelo caminho Encontrarás Muita criança Sem esperança, Sem luz, sem paz... Aves pequenas, Guardam apenas O pranto e a dor, Rolando ao vento Do sofrimento Esmagador. Passam a sós, Erguendo a voz, Pedindo pão... Passam em bando, Dilacerando O coração. Ante a tristeza Dessa aspereza, Desse amargor, Filhinho amigo, Dá-­‐lhes abrigo, Dá-­‐lhes amor... És irmãozinho Do pobrezinho Que aflito vai... Nos mesmos trilhos Nós somos filhos Do mesmo Pai. Jardim da Infância – lição 3 (Compilado por Cibele)
VOCÊ SABIA?
PRIMEIRO BAZAR DO GEIV DE 2015
KARDEC, YVERDON E PESTALOZZI
Os primeiros estudos de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec) foram realizados em Lyon, sua cidade natal.
Mais tarde, com quase 11 anos, foi enviado para Yverdon, na Suíça, para completar e enriquecer a sua bagagem escolar.
O que poucas pessoas sabem é que o Instituto de Yverdon funcionava no castelo construído em 1135 pelo duque de
Zähringen, onde atualmente funciona o Museu de Yverdon e região.
Até 1830, quando virou museu, era tido como a escola-modelo da Europa; era dirigido pelo emérito professorfilantropo de nacionalidade suíça Johann Heinrich Pestalozzi.
Línguas, raças, crenças, culturas e hábitos diferentes ali se misturavam, aprendendo, as crianças e os jovens, na vivência
escolar, o lema Francês da liberdade, igualdade e fraternidade.
Pestalozzi pregava que o amor é o eterno fundamento da educação. Em seu Instituto não havia castigos ou
recompensas. O ensino era heurístico: aquele em que o aluno é conduzido a descobrir por si mesmo, tanto quanto
possível por seu esforço pessoal, as coisas que estão ao alcance da sua inteligência.
Vale a pena saber que o Instituto de Yverdon possuía em média 150 alunos que estudavam com a carga horária diária
de 10 horas de aulas. Aos domingos, numa assembleia geral, passavam-se em revista os trabalhos da semana.
Daniel Lona
5
No dia 25 de abril p.p. ocorreu o primeiro bazar do GEIV de 2015. Com um pouco mais de dois meses, isso mesmo, dois meses de trabalho, esta Casa abriu as portas a comunitários e seus convidados oferecendo-­‐lhes uma variedade de produtos feitos com muito capricho e carinho. Entre eles: toalhas de mesa, conjuntinhos de bate-­‐mão e guardanapo, cuidadosamente montados combinando entre si, caixinhas estampadas e até capinhas para óculos e lenço de papel estavam à disposição dos presentes. Com certeza, em que pese o tempo reduzido de confecção, pode-­‐se dizer que foi um grande bazar, pois as senhoras envolvidas nas atividades de costura e artesanato tiveram uma dedicação ímpar e conseguiram, à custa de perseverança e esforço, realizá-­‐lo com a qualidade que foi vista. A tarde agradável e harmônica, que foi possível vivenciar durante as duas horas de exposição dos produtos, teve para os comunitários um sabor especial; pois quem dos meios espíritas ignora, da obra de Humberto de Campos, o diálogo de Jesus e o Irmão Judas, quando este, radiante pelo seu trabalho mostrou ao Mestre as primeiras moedas que arrecadara em benefício das atividades daquele grupo que se iniciava ao redor do Mestre? Mantidas as devidas distâncias, que prazer experimentou esta comunidade ao constatar que, pelo seu esforço e dedicação, a módica quantia arrecadada passava aos corações a suavidade das palavras do Mestre, para que os recursos financeiros não nos arrojem aos despenhadeiros da ambição. Ficou, sem dúvida, como aprendizado, que, independentemente de qual seja a tarefa, desde que realizada dentro dos preceitos Cristãos e com a sinceridade de sentimentos, qualquer atividade é trabalho na Seara do Mestre e, portanto, carrega consigo grande importância e responsabilidade. Natália CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2015
A MARAVILHA DE
SEMPRE
EFEMÉRIDES ESPÍRITAS UM PESQUISADOR A FAVOR DO ESPIRITISMO
Trazemos este mês uma personalidade que completa agora, em maio, 178 anos do início da sua passagem pela Terra. Um homem, talvez não
muito conhecido, mas de destaque à sua época, pois através de seus estudos corroborou na divulgação dos fenômenos espíritas, e,
consequentemente, desta Doutrina que dava os seus primeiros passos.
Eugène Auguste Albert de Rochas D’Aiglun nasceu em Saint-Firmin, Alpes, França, em 20 de maio de 1837, em uma família de importância
regional, que deteve o feudo d'Aiglun, perto do Digne, de meados do século XV até ao advento da Revolução Francesa (1789).
Concluiu seus estudos no Liceu de Grenoble, e, logo após, iniciou os estudos de Direito visando ingressar na magistratura, como o haviam
feito o seu pai e seu avô. Porém, esta não era a área de seu interesse e, interrompendo-o, voltou-se para outros estudos.
Aos 19 anos, obteve o prêmio de honra em Matemáticas especiais e, no ano seguinte, foi recebido na Escola Politécnica de Paris. Em 1861
ingressou no exército, na qualidade de Tenente de Engenheiros, sendo promovido a capitão, em 1864, chegando a tomar parte na Guerra
Franco-Prussiana1, ocorrida em 1870-1871. Em 1880 foi nomeado comandante do batalhão. Desejando maior liberdade para dedicar-se aos
estudos científicos, 9 anos após, deixou o serviço militar, ingressando na Escola Politécnica na qualidade de diretor civil, passando para a
reserva com o posto de tenente-coronel.
Os seus trabalhos militares e científicos são consideráveis, tendo-se destacado principalmente nesta última área. Profundo conhecedor de tudo
o que havia sido escrito sobre as ciências psíquicas em sua época, dedicou-se à experimentação, tendo contribuído decisivamente para fazer a
classificação do magnetismo animal entre as ciências puramente físicas.
Mergulhou também no estudo do magnetismo e do Espiritismo. Incontáveis foram os cientistas que investigaram os fenômenos espíritas, neste
século passado. Muitos deles iniciaram as averiguações animados do propósito de descobrir fraudes, pois sua maioria era composta de cépticos
que não admitiam, mesmo da forma mais remota, que os fenômenos pudessem existir. Queriam ver para crer.
Albert de Rochas foi um desses pesquisadores. Persistiu, viu, sentiu a plenitude da verdade daquilo que ele até então julgava inverossímil. Em
face da realidade evidente dos fatos, rendeu-se à evidência. Se enfrentou alguns insucessos iniciais, isso não constituiu entraves ao seu espírito
dotado de enorme vontade de desvendar a verdade, por isso não esmoreceu enquanto não se capacitou de que a produção dos fenômenos
constituía patente realidade.
Estudou a polaridade dos campos magnéticos, contribuiu para a atual classificação das fases do estado sonambúlico, observou
sistematicamente os fenômenos espíritas, pesquisou a exteriorização da sensibilidade e mostrou o mecanismo do desdobramento físico. Por
meio de passes longitudinais, aplicados em alguns sensitivos, conseguia provocar neles a regressão da memória.
Foi membro de várias sociedades científicas e comendador de várias ordens como de Sant'Ana (Rússia). Cientista nato e escritor de raro
brilhantismo legou à posteridade obras importantes como: A Levitação, trabalho que não se subordina apenas ao título geral da obra, posto que
traz adicionalmente importante estudo sobre a Física da Magia, apresentado em 1889 ao Congresso Espiritualista de Londres, a memória
intitulada Os Limites da Física, apresentada no Congresso Internacional da História das Ciências, em 1900. Outras obras importantes foram: A
Exteriorização da Sensibilidade, A Exteriorização da Motricidade, Os Eflúvios Ódicos, Os Sentimentos, a Música e o Gesto, Vidas Sucessivas,
e outras.
Nas palavras de Gabriel Delanne, era um adepto convicto do pensamento que expressava o anseio de que o homem poderia e deveria, pelo
estudo e investigações científicas, aproximar-se de Deus e confiar na vida futura, substituindo assim a sua fé vacilante por uma crença sólida e
raciocinada. E foi alimentado por esse sonho que viveu e deu o melhor de suas forças para a glória da verdade, desencarnando em Versailles,
no dia 2 de setembro de 1914.
Natália
1
Conflito ocorrido entre Império Francês e o Reino da Prússia em 19/07/1870-10/05/1871. Durante o conflito, a Prússia recebeu apoio da Confederação da Alemanha do Norte, da qual fazia
parte, e dos estados Württemberg e Baviera. A vitória dos alemães marcou o último capítulo da unificação alemã sob o comando de Guilherme I da Prússia. Também marcou a queda de
Napoleão III e do sistema monárquico na França, com o fim do Segundo Império e sua substituição pela Terceira República Francesa. Como resultado da guerra ocorreu a anexação da maior
parte do território da Alsácia-Lorena pela Prússia, que ficou em união com o Império Alemão até o fim da Primeira Guerra Mundial.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_de_Rochas
http://www.autoresespiritasclassicos.com/Pesquisadores%20espiritas/Cel%20Albert%20de%20Rochas/Cel%20Albert%20de%20Rochas.htm
POR QUE CRER QUE CHICO XAVIER FOI KARDEC?
Dando continuidade aos fatos que nos levam a crer que Francisco
Cândido Xavier era Allan Kardec, este mês ressaltamos a conversa
entre Marlene Nobre e Chico Xavier acerca da comemoração do
primeiro centenário de O Livro dos Espíritos.
Tal fato está relatado na obra de Marlene Nobre: Chico Xavier - Meus
Pedaços do Espelho, bem como em diversas entrevistas da autora
à época da publicação da referida obra.
Diz Marlene que Chico lhe contou que no dia 18 de abril de 1957,
os trabalhadores da Seara Cristã do Brasil e de outros países foram
festejar a data comemorativa do centenário de O Livro dos Espíritos,
num grande encontro realizado no Mundo Espiritual.
Chico foi com os benfeitores Emmanuel, Bezerra de Menezes, André
Luiz, entre outros, tendo Scheilla ficado para tomar conta das tarefas
no Brasil.
O médium falou da comoção de toda a assembleia com a comemoração.
Diante do relato, Marlene quis saber quem presidia tão importante
conclave e Chico respondeu-lhe, simplesmente: Léon Denis presidiu a
reunião.
Mais um indicativo de que Allan Kardec está reencarnado! Se não
estivesse, evidentemente que a direção do conclave seria dele, Kardec!
Quem tiver olhos de ver que veja...
Daniel Lona
PALAVRAS FINAIS PREZADO LEITOR
Vamos ficando por aqui, mas deixamos com você as páginas de nosso Correio da Fraternidade.
Que elas possam levar os esclarecimentos da Boa Nova, a você e a todos aqueles que por elas passarem os olhos,
é o que desejamos!
A Equipe de Redação
6
No decorrer dos séculos o homem vem
realizando o seu progresso.
Busca, através de estudos e pesquisas, seguir
adiante, aproveitando do passado as lições já
vividas. E para tal avanço, principalmente no
que diz respeito ao progresso espiritual,
imprescindível é ao homem o uso e o bom
aproveitamento da Maravilha de Sempre,
relembrada e exaltada pelo Irmão X.
O mundo antigo, na opinião de eméritos
escritores, conheceu sete maravilhas,
nascidas de mãos humanas:
O túmulo de Mausolo, em Halicarnasso;
a pirâmide de Quéops; o farol de
Alexandria; o colosso de Rodes; os
jardins suspensos de Semíramis, em
Babilônia; a estátua de Zeus, em
Olímpia, e o templo de Diana, em Éfeso.
Mas o soberbo sepulcro que Artemísia II
mandou erigir à memória do esposo
ficou
entregue
à
poeira,
ao
esquecimento e à destruição. A pirâmide
do grande faraó é um monstro glorioso e
frio no deserto. O orgulhoso farol de
quatrocentos pés de altura eclipsou-se
nas brumas do passado. O colosso de
Rodes, todo de bronze, foi arrasado por
tremores de terra e vendido aos
pedaços a famoso usurário. Os
magníficos jardins da rainha assíria
confundiram-se com o pó. A estátua
imponente de Olímpia jaz entre as
ruínas que marginam as águas de Alfeu.
E o templo suntuoso, consagrado a
Diana, em Éfeso, foi incendiado e
destruído.
O mundo de hoje possui também as
suas maravilhas modernas:
Os arranha-céus de Nova Iorque; a torre
Eiffel de Paris; a catedral de Milão; o
museu do Louvre; o palácio de
Versalhes; a construção de Veneza e o
canal de Suez, além de outras como o
telégrafo, o transatlântico, o avião, o
anestésico, o rádio, a televisão e a
energia atômica...
Existe, no entanto, certa maravilha de
sempre que, acessível a todos, é o
tesouro mais vasto de todos os povos da
Terra.
Por ela, comungam entre si as
civilizações de todos os tempos, no que
possuem de mais valioso e mais belo.
Exuma os ensinamentos dos séculos
mortos e permite-nos ouvir ainda as
palavras dos pensadores egípcios e
hindus à distância de milênios... Faz
chegar até nós a ideia viva de Sócrates,
os conceitos de Platão, os versos de
Vergílio, a filosofia de Sêneca, os
poemas de Dante, as elucubrações de
Tomás de Aquino, a obra de
Shakespeare e as conclusões de
Newton...
Alavanca da prosperidade é o braço
mágico do trabalho. Lâmpada que nunca
se apaga é o altar invisível da educação.
Através dela, os sábios de ontem e de
hoje falam às gerações renascentes,
instruindo e consolando com a chama
intangível da experiência...
E é ainda por ela que, no ponto mais
alto da Humanidade, comunica-se Jesus
com a vida terrestre, exortando o
coração humano.
- Procurai o Reino de Deus e sua
justiça... Perdoai setenta vezes sete...
Ajudai aos inimigos.
Orai pelos que vos perseguem e
caluniam... Brilhe a vossa luz... Amaivos uns aos outros como eu vos amei...
Essa maravilha de sempre é o LIVRO.
Sem ela, ainda que haja Sol no Céu
para a Terra, a noite do espírito invadiria
o mundo, obscurecendo o pensamento e
matando o progresso.
Relatos da Vida – Irmão X – psic. Francisco C.
Xavier – lição 6 (Compilado por Sheila)
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2015

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