Artigo publicado no jornal mexicano Excélsior Coluna “México Global”
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Artigo publicado no jornal mexicano Excélsior Coluna “México Global”
Artigo publicado no jornal mexicano Excélsior Coluna “México Global” Segunda-feira 25 de maio de 2015 Beatriz Paredes Embaixadora do México no Brasil Quando milhares de gargantas entonaram “Brasil, Brasil” no estádio Jalisco de futebol, um pacto secreto foi selado entre o povo do México e a população brasileira, que viu coroar-se em 1970 sua seleção como tricampeã do mundo, no esporte que move e enfeitiça aos maiores conglomerados do orbe. Essa reação dos aficionados jaliscienses e mexicanos, em geral, revelou o que de muitos era já conhecido: os mexicanos tinham uma ideia romântica do Brasil. Ou de maneira simples: admiração por esse grande país e por sua gente! Escreveu Dom Alfonso Reyes, Embaixador do México no Brasil (1930-1936): ...O Criador do Brasil, “começou por dispor de grandes quantidades dos quatro elementos – terra, água, ar e fogo – de modo que quase desequilibrou o planeta. Usou uma porção de terra tão imensa que, mesmo estando encarregado de criar uma comarca, criou um continente dentro do continente americano; usou tal quantidade de massa de água que, nas Cataratas do Iguaçú, na bacia do Amazonas e em outras redes fluviais, quase absorveu toda a umidade atmosférica e toda a água dos oceanos, chegando ao ponto de que a desembocadura do Maranhão, mais que uma desembocadura, é um combate de igual para igual entre dois mares; utilizou porções de ar tão grandes que é possível acreditar que tenha precisado usar a atmosfera da Lua, ainda que nisto as autoridades não estejam de acordo, pois outros sustentam que o planeta teve que se espremer como uma esponja para ceder algumas de suas emanações interiores; usou tão intensas qualidades do fogo que grandes porções do solo começaram a carbonizar e logo chegaram à suprema cristalização do diamante - que não é nada mais do que um excesso de carvão... Ao chegar à síntese dos quatro elementos, ou seja, ao homem..., e ao bater a substância do que deveria ser o povo brasileiro, jogou dentro daquele imenso crisol ingredientes variados das mais diferentes raças e cores, desde o loiro transparente até o azeviche brilhante, passando pelas tonalidades intermediárias do cacau e do café... E de tudo isto resultou em uma formosa e grande nação que nunca perdeu o sorriso nem a generosidade em meio ao sofrimento, exemplar a um tempo, na coragem e na prudência, orgulho da raça humana, promessa de felicidade nos dias desafortunados que vivemos......” Já intuía o ilustre sábio que, no tempo, superando desencontros, Brasil e México consolidariam suas relações e, acima da simpatia natural que se expressa entre seus povos, encontrariam sendas de cooperação e de impulso ao desenvolvimento. Brasil é nosso principal sócio comercial na América Latina e o Caribe, e o oitavo à nível mundial, com um fluxo de mercadorias de 9.212 bilhões de dólares em 2014. Por sua vez, México é o 10º sócio comercial do Brasil à nível global e o 2º na região. Comerciamos 70% mais com o Brasil do que com a França e 113% mais do que com o Reino Unido. Brasil também é o quinto destino de nossas exportações à nível mundial e o primeiro na América Latina e o Caribe. O que exportamos ao Brasil é 35% maior do que nossas exportações à Alemanha, 81% maior que ao Japão, e quase três vezes maior do que a Bélgica. México e Brasil são nações imprescindíveis no contexto internacional e são atores fundamentais nos órgãos de integração latino-americana e do Caribe, hemisférica e ibero-americana. O ativo trabalho que nossos governos realizam permanentemente ante a comunidade internacional, se fortalece cada vez que unimos nossos esforços para as melhores causas da humanidade. Assim, tem sido quando ambos os países tem trabalhado energeticamente o tema da mudança climática. A presença da Presidente Dilma Rousseff em nosso país, no primeiro ano do seu segundo mandato, e em momentos em que a economia mexicana começa a empregar um renovado potencial, vinculado às importantes reformas que impulsionou o Presidente do México, é um magnífico auspício. Sabemos que esta visita simboliza o encontro entre dois grandes países. Há um horizonte luminoso a criar, a descobrir, a compartilhar. O artigo original, em espanhol, pode ser lido neste link: http://m.excelsior.com.mx/opinion/mexico-global/2015/05/25/1025864