Mônica Oliveira Carrijo

Transcrição

Mônica Oliveira Carrijo
Curso de Mestrado em Ciências Odontológicas
MÔNICA OLIVEIRA CARRIJO
IMPLANTES DE CORPO ÚNICO DE DIÂMETRO REDUZIDO
BARRETOS
2015
MÔNICA OLIVEIRA CARRIJO
IMPLANTES DE CORPO ÚNICO DE DIÂMETRO REDUZIDO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em
Ciências
Odontológicas
do
Centro
Universitário da Fundação Educacional de
Barretos, como requisito para a obtenção do
título de mestre em Implantodontia.
Orientador: Prof. Dr. Celso Eduardo Sakakura
BARRETOS
2015
Carrijo, Mônica Oliveira.
Implantes de corpo único/ Mônica Oliveira Carrijo. –
Barretos: [s.n.], 2015.
Quantidade de folhas f. 37; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) –
Educacional de Barretos,
Odontológicas
Centro Universitário da Fundação
Curso de Mestrado em Ciências
Orientador: Prof. Dr. Celso Eduardo Sakakura
1. one piece and narrow diameter 2. one piece implant and
single tooth.
FOLHA DE APROVAÇÃO
DADOS CURRICULARES
Mônica Oliveira Carrijo
Nascimento
23/03/1970
Filiação
Arnaldo Carrijo Martins
Francisca Ebrantina de Oliveira Martins
1993/1997
Graduação em Odontologia pela Faculdade de Ribeirão Preto.
2005/2007
Especialização em Prótese Dentária. Centro Universitário de
Anápolis, Uni-Evangélica. Polo Uberlândia, HD Ensinos
Odontológicos.
2011/2015
Curso de Mestrado em Ciências Odontológicas do Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos.
2010/Atual
Docente do curso de Odontologia na Faculdade Mineirense: FAMA
Mineiros-GO.
DEDICATÓRIA
Dedico esta conquista às minhas filhas Caroline e Marina; a vocês,
filhas, muito obrigada por entenderem minha ausência. A toda minha família, que
me ajudou a cuidar de vocês, direta ou indiretamente.
Ao meu esposo Osvaldo Brandão de Oliveira Filho, in memoriam,
obrigada por fazer parte da minha vida.
Aos meus pais, Arnaldo Carrijo Martins e Francisca Ebrantina de
Oliveira Martins, minha eterna gratidão pelo amor, carinho, apoio e incentivo em
todos os momentos da minha vida; por jamais medirem esforços para que eu
atingisse meus objetivos, mesmo nas condições mais adversas. São meus
exemplos de pessoas. Amo muito vocês.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço esta oportunidade a Deus, força
superior que me torna perseverante, me guia, me fortalece e me protege nos
momentos mais difíceis para que eu consiga vencer os obstáculos da vida e
aprender que só assim poderei evoluir espiritualmente para, um dia, chegar até
Ele... Sinto sempre a sua presença, meu Deus!
A todos os professores do mestrado – Prof. Dr. Benedicto Egbert
Corrêa de Toledo (Coordenador), Profa. Dra. Ana Emília Farias Pontes, Profa.
Dra. Elizangela Partata Zuza, Profa. Dra. Juliana Rico Pires, Prof. Dr. Celso
Eduardo Sakakura, Prof. Dr. Elcio Marcantonio Júnior, Prof. Dr. Felipe Leite
Coletti, Prof. Dr. Fernando Salimon Ribeiro, Prof. Dr. Valdir Gouveia Garcia,
Prof. Dr. Alex Tadeu Martins, pelo conhecimento transmitido, pela dedicação,
muito obrigada.
A Daniel Albuquerque, pela parceria, colaboração, pelo incentivo e
apoio neste mestrado.
Aos pacientes, que demonstraram humildade e confiança, e que
contribuíram enormemente para mais uma conquista. Aos funcionários da
instituição que, de alguma forma, colaboraram direta ou indiretamente.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Celso Eduardo Sakakura, muito
obrigada pela sabedoria e paciência.
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................... 8
ABSTRACT ................................................................................................. 10
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 11
2 PROPOSIÇÃO..................................................................................................13
3 MATERIAL E MÉTODO ......................................................................... 14
4 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 15
5 DISCUSSÃO......................................................................................................27
6 CONCLUSÃO ........................................................................................... 30
7 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 30
8 ANEXOS ................................................................................................... 34
8
RESUMO
Carrijo, M.O. Implantes de Corpo Único com Diâmetro Reduzido. [Dissertação
Mestrado]. Barretos: Curso de Mestrado em Ciências Odontológicas do Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos. UNIFEB; 2015.
O objetivo do presente estudo é apresentar possibilidades para o uso do implante
de corpo único em situações clínicas que apresentam agenesia dentária, atrofia do
rebordo alveolar, diminuição do espaço mesiodistal e coroa dentária com
característica amorfa. A colocação de implantes obedece a uma série de critérios
em que o espaço mesiodistal representa um grande problema. O tratamento ideal
tem com base o aumento do espaço com movimentação dentária ou, nos casos
menos graves, por meio de pequenas ameloplastias dos dentes adjacentes. Por
vezes, os pacientes apenas querem camuflar aquela ausência de um dente e não
desejam se sujeitar a tratamentos ortodônticos que podem ser complexos,
demorados e dispendiosos. Nem sempre o espaço disponível é suficiente para a
colocação de um implante convencional de 3,75 mm de diâmetro, pois o
componente protético precisará ocupar espaço que não se tem disponível. Para
esse problema, podem-se utilizar implantes de 2,8 mm, de corpo único, que
constitui uma alternativa em tais casos. Os implantes de corpo único têm como
principal indicação os incisivos laterais superiores, principalmente em casos de
agenesias (usualmente se verifica uma perda de espaço por mesialização dos
caninos), e os incisivos inferiores, devido ao seu tamanho reduzido. Como
principal vantagem, esses implantes permitem a reabilitação de espaços pequenos.
E o fato de serem de corpo único faz com que o risco de fratura dos parafusos ou
o seu desenroscamento sejam menores. Evitam também o microgap e a
consequente perda óssea que pode ocorrer, mostrando que o implante de corpo
único é possível de ser usado em situações clínicas específicas dos maxilares,
9
diminuindo a morbidade e diminuindo o número de cirurgias para o paciente e
apresentando boas condições de saúde peri-implantar.
Palavras-chave: Implantes de corpo único com diâmentro reduzido, Implantes de
corpo único.
10
ABSTRACT
Carrijo MO. Single Piece Implants. [Dissertation]. Barretos: Master´s Degree in
Dental Science of Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos.
UNIFEB; 2015.
The objective of this study is to present the possibilities for the use of the single
piece implant in clinical situations involving tooth agenesis, atrophy of the
alveolar ridge, reduction of mesiodistal space and tooth crown with amorphous
characteristic. The placement of implants follows a series of criteria where a
dental mesial space is a big problem. The ideal treatment is based on the
increasing of space with tooth movement or, in less severe cases, small
ameloplasties of adjacent teeth. Sometimes patients just want to camouflage that
failure of a tooth and do not want to bond orthodontic treatments that can be
complex, time consuming and costly. On the other hand, the space available is not
enough for the placement of a conventional implant 3.75 mm, for the prosthetic
component will need to occupy space that we don’t have available. For this
problem, we can use implants of 2.8 mm single piece, which is an alternative to
these cases. One piece implants are primarily indicated for maxillary lateral
incisors, especially in cases of agenesis (usually occur a loss of space for mesial of
the canine), and the lower incisors due to its small size. As a main advantage, it is
to enable the rehabilitation of small spaces, and the fact that they are single piece,
which makes smaller the risk of fracture or it’s unscrewing. It also prevents the
microgap and subsequent bone loss which can occur, so it can be concluded that
the one-piece implant can be used in specific clinical situations of jaws, and
decreasing morbidity by avoiding a larger number of surgeries to the patient and
presents good health peri-implant.
Keywords: One piece and narrow diameter, one piece implant and single tooth.
11
1 INTRODUÇÃO
Embora se observe um grande desenvolvimento da implantodontia,
seu sucesso depende de um planejamento rigoroso em casos com limitação de
espaço mesiodistal, nos quais a seleção do formato do implante é muito
importante. Muitos pacientes apresentam agenesia bilateral dos incisivos laterais
superiores e ausência de espaço satisfatório no sentido mesiodistal, impedindo a
utilização de implantes em tamanhos convencionais. Após realização de exames
radiográficos e estudo dos modelos montados em articulador semiajustável,
podem-se planejar implantes de corpo único. A fim de se conseguir resultado
satisfatório imediato e a longo prazo, é necessário que o planejamento, o
diagnóstico e a execução da técnica sejam corretos.
A Implantodontia está em desenvolvimento constante desde 1970,
são vários os relatos confirmando a utilização dos implantes para as áreas
edêntulas da maxila e da mandíbula, reconhecendo a osseointegração e indicando
os implantes para a reconstrução protética da região com perdas dentárias
(Albrektsson, 1988; Jemt et al., 1989; Adell et al., 1990; Hämmerle et al., 1998).
Os implantes de diâmetro regular (acima de 3,75 mm) têm sido utilizados nesses
estudos com resultados satisfatórios a longo prazo.
A biomecânica é um dos fatores de risco e deve ser levada em
consideração no uso dos implantes de diâmetro reduzido para recompor uma
grande área edêntula (Polizzi et al., 1999; Andersen et al., 2001) Pieri et al.,2014).
Os implantes de corpo único são uma das alternativas descritas na
literatura para reabilitar perdas unitárias anteriores e posteriores (Parel; Schow,
2005). Os trabalhos que incluíram a utilização de implantes de corpo único em
casos parciais apresentaram alta taxa de sucesso, boa estabilidade óssea marginal
e boa saúde do tecido peri-implantar (Finne et al., 2007).
A perda do osso marginal tem sido a principal desvantagem dos
implantes de corpo único. A utilização de implantes Nobel Direct de corpo único
como pilar preparável para próteses mostrou resultados insatisfatórios em estudo
12
com 117 implantes. O posicionamento inadequado do implante é outra
desvantagem, dificultando a confecção da prótese, pois não existe a possibilidade
de utilizar pilares angulados para esses casos (Sennerby et al., 2008).
A literatura tem mostrado que os implantes de corpo único
apresentam resultados semelhantes aos implantes de diâmetro regular, utilizados
com sucesso em regiões com rebordo ósseo reduzido e/ou espaço mesiodistal
limitado. As taxas de sucesso desses implantes são altas e compatíveis às taxas de
implantes de plataforma regular a 93,2%. Uma das principais causas de falhas e
insucesso dos implantes segmentados está relacionado a desaperto de parafuso,
que pode ocorrer em 7% a 40% dos casos. No caso dos implantes de corpo único
essa falha não é encontrada, já que as próteses são cimentadas e o parafuso é
elIminado. (Prithviraj et al. 2013).
Os fatores de risco específicos para cada paciente devem ser
levados em consideração. Muitas vezes, eles não são relatados nos estudos
disponíveis (Klein et al., 2014). implantes de 3.0-3.3-mm de diâmetro foram
seletivamente usados em regiões anteriores com limitado espaço mesiodistal.
Exames clínicos e radiográficos, medições dos níveis de tecidos moles e duros e
parâmetros estéticos foram avaliados em três anos de acompanhamento. Não
ocorreu nenhuma falha nos implantes (taxa de sucesso: 100%) e os tecidos moles
e níveis de osso marginal mantiveram-se estáveis durante todo o período de
estudo. O uso de implantes de 3,0 mm de diâmetro parece ser um procedimento
viável de tratamento a médio prazo para restaurações anteriores de único dente
com dimensões reduzidas. (Pieri et al.,2014).
Portanto, é necessário revisar os estudos relacionados à utilização
de implantes de corpo único em áreas edêntulas da maxila e da mandíbula, avaliar
o desempenho clínico em longo prazo, bem como conhecer as indicações,
possíveis complicações e cuidados associados ao uso desses implantes.
13
2 PROPOSIÇÃO
Revisar os estudos relacionados à utilização de implantes de corpo
único de diâmetro reduzido, por meio da avaliação do desempenho clínico a longo
prazo, bem como conhecer as indicações, possíveis complicações, taxa de sucesso
e cuidados associados ao uso desses implantes.
14
2 MATERIAL E MÉTODO
As bases de dados definidas para as buscas foram o Medline
(Pubmed) e Ebsco com os seguintes descritores one piece and narrow diameter e
one piece implant and single tooth, até o ano 2015.
Após a realização da busca foram encontrados 40 artigos, que
passaram por um processo de seleção inicial, onde foi avaliado o título e resumo
dos artigos. Depois dessa seleção, os artigos foram avaliados na integra e
selecionados 13 artigos em estudos clínicos em humanos e animais com grupo
controle, avaliação clínica, radiográfica de no mínimo 10 meses, todos os artigos
em inglês. Foram eliminados os artigos que não fossem em inglês e sem relação
com o tema desse trabalho.
15
3 REVISÃO DA LITERATURA
Finne et al. (2007) avaliaram 56 pacientes que receberam 82
implantes de corpo único Nobel Direct ou Nobel Perfect, os quais foram
restaurados imediatamente e colocados em função. Foram analisadas as diferenças
do nível ósseo marginal e a saúde do tecido mole entre o primeiro e segundo ano
de acompanhamento. O nível ósseo marginal foi avaliado nas radiografias feitas
por ocasião da inserção dos implantes, no acompanhamento de seis meses e
anualmente. Apenas um implante falhou, resultando em uma taxa de sucesso de
98,8% para acompanhamento de dois anos. A mudança média em nível de osso,
entre os anos 1 e 2 foi 0,08 mm ± 1,19mm (95% CI 0,30mm ± 0,46mm),
demonstrando um nível estável de osso marginal. A mucosa saudável dos
implantes foi observada por cerca de 90% dos sítios para o acompanhamento do
primeiro ano. A pontuação média de papila na colocação foi 1.3mm ± 0,66mm e
aumentou para 1.7mm ± 0,67mm na inserção da prótese definitiva. Os autores
reforçam que o implante de corpo único é uma alternativa para reabilitar perdas
unitárias anteriores e posteriores. Observaram alta taxa de sucesso após um ano de
acompanhamento, estabilidade óssea marginal e boas condições do tecido periimplantar.
Hahn (2007) realizou um estudo com 47 implantes de corpo único
em 30 pacientes, avaliando o resultado radiográfico em três anos de
acompanhamento. Apresentou-se nível ósseo satisfatório: -0,78 mm ± 1.60 mm,
(n = 33) em um ano; -0.26 mm ± 1,50mm, (n – 26), em dois anos; e 0.54 mm ±
0,51, (n = 8) aos três anos, em relação à referência no implante, com 97,9% de
sucesso.
Östman et al., 2007, avaliaram prospectivamente implantes Nobel
Direct e Nobel Perfect de corpo único quando utilizados em carga imediata,
comparando com o grupo controle, que consistiu em pacientes tratados com
implantes convencionais. O grupo experimental foi composto por 48 pacientes
que receberam 115 implantes com carga imediata e coroa provisória no prazo de
16
24 horas e acompanhados por no mínimo 12 meses, enquanto que o grupo
controle foi de 97 pacientes e 380 implantes de duas peças previamente tratados
pela mesma equipe. Seis (5,2%) dos implantes de corpo único falharam durante o
acompanhamento devido à extensa perda óssea, e cinco (1,3%) implantes
falharam do grupo controle. O grupo experimental apresentou média de
reabsorção óssea de 2,1 mm ± 1.3mm e o grupo controle 0,8 mm ± 1mm. Os
implantes de corpo único mostraram menores taxas de sucesso e mais reabsorção
óssea do que os implantes de duas peças, depois de um ano em função. Fatores
tais como instalação do implante, profundidade de inserção, superfície áspera para
a mucosa e carregamento imediato podem ter influência sobre os resultados
clínicos.
Allum et al., 2008, avaliaram o sistema de implante de diâmetro
reduzido conta com oito marcas (Tabela 3), que estão comercialmente em uso no
mercado mundial, e passam por um estudo laboratorial com controles de dados
comparativos de desempenho mecânico. Assim, utiliza-se o teste de laboratório
padrão da ISO 14801(2003), que registra e analisa a ação da força axial sobre uma
superfície, sendo a leitura eletrônica realizada por um tensiômetro LRX. Esse
tensiômetro informa a carga máxima suportada e o momento máximo de
deformação que o tipo de implante pode suportar sem sofrer fratura completa. Os
diâmetros dos implantes comercialmente disponíveis testados demonstraram
grande impacto na sua capacidade de suportar carga com diâmetro inferior a três
milímetros. Os mesmos apresentam resultados significativamente abaixo de um
valor que representa um risco de fratura na prática clínica.
Sennerby et al., (2008), em um estudo clínico retrospectivo
avaliaram a taxa de sucesso e nível do tecido ósseo ao redor de implantes de corpo
único Nobel Direct, compararam também os resultados quando esses implantes
foram usados com carga imediata. Quarenta e três pacientes tratados previamente
com esses implantes, em quatro diferentes centros, foram avaliados. Os implantes
foram utilizados em duas mandíbulas após a perda de dentes individuais e
múltiplos. A perda óssea foi avaliada por meio de exames radiográficos após uma
média de 10,2 meses (variação de 1-18 meses) do carregamento. Seis (5,1%) dos
17
117 implantes foram removidos durante o acompanhamento. Os implantes que
falharam pertenciam ao grupo carga imediata, apresentando uma taxa de falha de
6,3% para esse grupo. Já para implantes em dois estágios não houve falhas. A taxa
de insucesso foi maior para cirurgia sem retalho (7,9%) do que para a cirurgia
com retalho.
Em relação à perda óssea marginal, a média foi de 2,4 mm ±
1,5mm para todos os implantes, enquanto 37,6% apresentaram mais de 3 mm de
perda durante o acompanhamento. A perda óssea aumentou com o tempo de
acompanhamento. Os implantes submetidos à carga imediata tiveram maior perda
óssea do que os implantes em dois estágios, com 2,6mm ± 1,5mm e 1,6 mm ±
1,1mm respectivamente. Além disso, 41,3% dos implantes de carga imediata e
apenas 22,7% dos implantes de dois estágios apresentaram mais de 3 mm de perda
óssea.
Extensa
perda
óssea
marginal
(4,3mm)
foi
encontrada
em
aproximadamente 1/3 dos implantes avaliados. No período entre seis semanas e
seis meses anteriormente ao carregamento oclusal foram observadas menores
taxas de reabsorção e ausência de falhas. Dentro das limitações do estudo, os
dados indicam que a carga imediata e a cirurgia sem retalho são fatores de risco
para o fracasso de Implantes Nobel Direct (Sennerby et al., 2008).
Teughels et al. (2009) avaliaram, em revisão sistemática, as
dimensões interproximais, horizontais e ósseas ao redor de implantes para um
resultado estético. Em relação às dimensões horizontais do osso interproximal,
certa uniformidade foi detectada dentro do número limitado de artigos. Nesse
contexto, há diretrizes rígidas para as dimensões críticas em análises que podem
ser aconselhadas com base nos estudos disponíveis, sendo que uma distância de 3
mm aumenta a probabilidade de preenchimento papilar adequada. Além disso,
deve-se notar que quase todos os estudos têm lidado com tipos de implantes mais
antigos, os quais são caracterizados por saucerização. É questionável se esses
dados podem ser extrapolados para novos tipos de implantes que não mostram tais
saucerizações. Uma avaliação adequada para um resultado estético deve levar em
conta o contexto dos novos modelos de implantes, nos quais vários fatores
periodontais, protéticos e cirúrgicos precisam ser considerados para um
18
prognóstico confiável da resposta dos tecidos moles e remodelação para terapia
implantar.
Froum et al., (2011), realizaram um estudo clínico randomizado
controlado, para comparar o sucesso dos implantes de corpo único Nobel Direct
com a superfície oxidada anodicamente, quando colocado sem retalho ou retalho
de protocolo. Medições de perda óssea em radiografias, na colocação das
restaurações definitivas, com profundidade de sondagem após um ano de
acompanhamento clínico, foram registradas e comparadas. Cinquenta e dois dos
60 pacientes mantiveram-se em estudo de um ano de acompanhamento. No
momento da avaliação final, nenhum implante foi perdido nos dois grupos. No
momento da colocação da restauração definitiva, observou-se ganho de osso distal
nos dois grupos em relação ao nível ósseo presente no momento de inserção do
implante. Não houve alterações significativas nos níveis de osso entre colocação
da restauração definitiva e aqueles registrados doze meses mais tarde. Também
não há diferença significativa na profundidade de sondagem entre os dois grupos
no acompnhamento de seis e doze meses. Portanto, os implantes de corpo único
apresentaram taxas de sucesso elevada (100%), osso marginal estável e níveis de
profundidade de sondagem nos dois grupos sem retalho ou com retalho, usados
para a inserção do implante.
Em 2011, Hahn avaliou o resultado do tratamento de implantes de
corpo único (Nobel Direct e Nobel Perfect, Nobel Biocare) em clínica privada.
Quarenta e sete implantes foram colocados em trinta pacientes. Observou-se a
ausência de pelo menos um dente na maxila ou na mandíbula desses pacientes, os
quais, consecutivamente, foram incluídos e acompanhados por um período de até
quatro anos depois da carga funcional. Apenas um implante entre os 47 falhou
antes do controle de três meses, resultando em uma taxa de 97,9% que se manteve
inalterada durante um período de quatro anos. Resultados radiográficos foram
avaliados no final de quatro anos. O nível médio do osso marginal ao ponto de
referência após 4 anos de carregamento foi -0.40 mm ± 1.57mm, e bem acima do
primeiro segmento do implante. O estudo demonstra que implantes de corpo único
com superfície oxidada em imediata função são comparáveis em outros estudos
19
clínicos. A ausência de inflamação nos tecidos moles na colocação das
restaurações protéticas definitivas pode ter contribuído para a média favorável dos
níveis de osso marginal ao longo do tempo. Após quatro anos de carga funcional,
implantes de corpo único demonstraram alta taxa de sucesso e bons resultados do
nível ósseo marginal quando da colocação de uma restauração provisória em
função imediata.
Em um estudo realizado por Russe et al., em 2011, avaliaram-se os
efeitos adversos associados aos implantes de corpo único durante o preparo
coronário. Os implantes foram preparados com uma broca diamantada (Ref.
S6856 314 018, Komet/Brasseler); foi feita em uma velocidade de rotação de
120.000 rpm sob refrigeração com solução salina.O preparo foi feito sempre da
mesma forma (1mm no sentido vertical e horizontal). Doze implantes foram
colocados em duas ovelhas, sendo seis preparados para avaliar o calor gerado na
região cervical do implante, enquanto os outros seis implantes permaneceram
intactos. Os animais foram sacrificados após quatro dias, e blocos de ossos foram
colhidos. Não foi observada diferença entre os dois gupos de implantes de corpo
único em relação aos osteócitos e osteoclastos na região cervical. Foi sugerido que
a quantidade de calor gerado não provocou perda de osteócito ou induziu os
osteoclastos. Preparações de pilar intraoral não aumentaram, nesse estudo, a
apoptose celular na interface osso-implante depois de quatro dias no modelo de
ovino.
Em um estudo retrospectivo, Sohn et al. (2011) avaliaram a
evolução clínica dos implantes imediatos de diâmetro reduzido de corpo único,
(Maximus 3.0, Biohorizons). Quanto à resistência dos implantes de diâmetro
reduzido de corpo único, os autores relataram que são maiores do que os de duas
peças, devido à eliminação do parafuso do pilar. O posicionamento dos implantes
de peça única deve ser preciso, uma vez que não é possível colocar pilares
angulados sobre os mesmos. Foram analisados prontuários que receberam
implantes de corpo único com 3,0 mm de diâmetro em incisivos laterais da maxila
e incisivos centrais da mandíbula. Todos os implantes foram colocados em um
20
estágio, de acordo com o protocolo recomendado pelo fabricante, com aplicação
imediata de restaurações provisórias. Seguindo um período de 3 meses na
mandíbula e 5 meses na maxila, as próteses definitivas foram confeccionadas.
Foram avaliadas as taxas de sucesso dos implantes e realizada avaliação
radiográfica. Trinta e seis pacientes (20 homens e 16 mulheres), com idades entre
42-72 anos (média idade de 53 anos), foram tratados com 62 implantes de corpo
único. A taxa de sucesso de 100% foi observada ao longo de um período de até 33
meses (média de 23 ± 4,3 meses). Entre esses, oito implantes foram colocados em
incisivos laterais superiores e 54 implantes foram colocados em incisivos
inferiores. A maioria dos implantes era de 15 mm de comprimento. A perda óssea
marginal média de 12 meses foi de 0,53 ± 0,37 mm (variando de 0 a 1,4 mm). Os
resultados obtidos sugerem que o implante de diâmetro reduzido e de corpo único
pode previsivelmente restaurar incisivos laterais superiores e incisivos inferiores
com espaços reduzidos e larguras vestíbulo-linguais.
Zembic et al. (2011) realizaram um estudo multicêntrico para
avaliar o resultado do tratamento de implantes de corpo único com diâmetro de 3
mm, com carga imediata e acompanhamento de um ano. Um total de 57 implantes
de corpo único (Nobel Direct 3.0) foi inserido em 47 pacientes (26 do sexo
feminino, 21 do sexo masculino) com média de idade de 31 anos (intervalo: 17-76
anos) em cinco diferentes centros. Os implantes substituíram incisivos laterais
maxilares e mandibulares. Eles foram colocados em conjunto com a extração do
dente ou em áreas cicatrizadas, e todos foram imediatamente restaurados com uma
coroa provisória de resina. A coroa definitiva foi colocada após 1,9-14,5 meses.
As radiografias foram tiradas na inserção do implante, bem como após seis e 12
meses, para avaliar a perda de tecido do osso marginal. Além disso, placa,
sangramento na sondagem e complicações foram avaliados. Um total de 44
pacientes com 54 implantes estavam disponíveis para o primeiro ano de
acompanhamento, em que apenas um implante foi perdido e a taxa de sucesso do
implante no primeiro ano foi de 98%. A perda óssea marginal
apresentou
diferença estatiscamente significante entre os períodos de seis meses (1,1 mm) e
12 meses (1,6 mm). Um total de 18% dos implantes foram caracterizados por uma
21
perda óssea superior a 3 mm. Observou-se a ausência de sangramento na
sondagem em aproximadamente 83% dos implantes, e em 15% houve o registro
de placa bacteriana. A maioria das complicações estava relacionada com a coroa
provisória, por exemplo, perda de retenção e fratura. No entanto, a excessiva
perda de osso marginal peri-implantar em torno de vários implantes indica que
esse implante de corpo único deve ser usado com cautela até que mais estudos
tenham sido realizados.
Finne et al., (2012), num estudo clínico realizado para avaliar a
remodelação óssea marginal e a saúde dos tecidos moles em torno de um novo
sistema de implante de corpo único (Nobel Perfect, a Nobel Biocare) durante um
período de três anos. Níveis de osso marginal foram avaliados por meio de
radiografias tiradas seis meses após a instalação dos implantes e depois
anualmente. Placas e índices de sangramento foram registrados em três e seis
meses e de um e três anos após a inserção do implante. Os formatos de papilas
foram avaliados na inserção do implante com a restauração provisória no local e
com a restauração definitiva, com três anos de acompanhamento. Cinquenta e seis
pacientes foram restaurados, com um total de 82 implantes de corpo único; 47
pacientes participaram dos três anos de consultas. Um implante foi removido um
mês pós-inserção, dando uma taxa de sobrevivência cumulativa de 98,8% para o
período de estudo de três anos. Houve reabsorção óssea (média 1,19 +- 1,38 mm;
n=61) durante o primeiro ano de função, enquanto a alteração mínima em níveis
médios de osso marginal foi entre um e três anos (-0.07 +- 1.07 mm; n=58). A
mucosa peri-implantar normal foi registrada em 81% dos casos e nenhuma placa
visível foi registrada em 54% dos casos. Dentro dos limites desse estudo, os
resultados demonstram que o implante de corpo único alcança resultados
previsíveis. A taxa de sucesso do implante foi de 98,5%. Uma resposta estável de
tecidos moles foi observada em relação à mucosa peri-implantar e tamanho de
papila, e somente alterações do tecido ósseo no arco inferior foram observados
após o primeiro ano de função.
Soardi et al. (2012) realizaram um estudo para avaliar as taxas de
sobrevivência e sucesso dos implantes de corpo único colocados no mesmo tempo
22
cirúrgico da extração do dente com provisório imediato, bem como aferir
radiograficamente a perda de osso peri-implantar em torno dos implantes de corpo
único após um ano do carregamento funcional. Quarenta e seis pacientes (20
homens e 26 mulheres) com idade média de 45,5 anos foram incluídos nesse
estudo. Logo após a extração dos dentes, todos os pacientes receberam implantes
de corpo único, imediatamente restaurados e colocados em função sem contato
oclusal. As avaliações clínicas e radiográficas foram incluídas nos resultados. Os
implantes de corpo único colocados após a extração na maxila e mandíbula
obteviveram 95,7% de sucesso. A perda de osso marginal média após um ano foi
de 0,80 mm ± 0,53 mm. A perda óssea comparada entre a maxila e a mandibula
não foi estatisticamente significativa no primeiro ano de acompanhamento.
Quanto mais fundo os implantes foram colocados, abaixo da crista, observou-se a
perda óssea marginal. Pode-se concluir que os implantes de corpo único podem
ser colocados com êxito após extração com perda de osso peri-implantar mínima.
Em um estudo realizado por Baer et al. (2013), foram avaliados
implantes de corpo único instalados em parcialmente desdentados, com colocação
de coroas provisórias dentro de 24 horas após a cirurgia e da coroa definitiva seis
meses após a inserção. Cento e quinze implantes foram colocados em 84
pacientes. Dois implantes falharam, um por não ocorrer a osseointegração e outro
por dor e perda óssea, sendo necessária a remoção, resultando em uma taxa de
sucesso cumulativa de 98,3%. Após três anos de acompanhamento, nenhuma
placa visível foi observada na maioria dos implantes. O nível de papila tem
melhorado consideravelmente ao longo do tempo. A média do nível ósseo na
inserção do implante, em visitas de 6 meses e 1, 2 e 3 anos, foi de − 0,42, − 0,58,−
0,69,− 0,80, e − 0,66 mm, respectivamente. A média de mudança no nível do osso
do implante inserção de seis meses e 1, 2, e 3 anos foi relatada como −1.02, −1.12,
−1.26,
e
−1,07
mm,
respectivamente.
A
taxa
de
sobrevivência,
o
reestabelecimento do tecido osseomarginal do implante e a saúde dos tecidos
moles do osso indicam que esse implante de corpo único tem a capacidade de
preservar a arquitetura dos tecidos duros e moles.
23
Beldar et al. (2013) relataram um caso clínico com instalação de
implantes de corpo único, em região parcialmente desdentada do arco posterior,
na qual havia uma crescente necessidade, dos pacientes, de reabilitação em menor
tempo. Pré-requisitos originais de osseointegração têm sido reavaliados para
satisfazer o paciente, com maior rapidez no tratamento, melhor estética e maior
conforto. Esse relato de caso envolve carga imediata com colocação da coroa
provisória, sendo confeccionada a coroa metalocerâmica após seis semanas da
instalação do implante e acompanhamento de um ano. Em implantes com alta
estabilidade primária inicial em função com carga imediata, a qualidade óssea
disponível deve ser avaliada para garantir o diâmetro de implante adequado.
Dentro dos limites do presente estudo, os implantes de corpo único colocados em
sitios curados é uma alternativa de tratamento possível. Portanto, estudos de longo
prazo são necessários para avaliar plenamente os benefícios e riscos dos implantes
com carregamento imediato em regiões posteriores.
Barrachina et al., (2013) avaliaram o desempenho clínico em longo
prazo de implantes de corpo único, foi realizada uma busca eletrônica MEDLINE,
complementada por uma pesquisa manual para identificar os estudos
randomizados e prospectivos. O critério de inclusão foi: um período médio de
acompanhamento de pelo menos cinco anos, no qual mais de 80% dos pacientes
inscritos permaneceram no estudo. Sessenta e seis estudos, a partir de uma
produção inicial de 597 títulos, foram selecionados, e 46 foram excluídos da
análise final. Selecionou-se um total de 20 artigos. Todos os estudos foram
publicados entre 1995 e 2011. Dois projetos de estudo diferentes foram incluídos:
4 ensaios clínicos randomizados e 16 estudos prospectivos. Os estudos foram
analisados e classificados de acordo com o período, o tipo de superfície do
implante, o tipo de edentulismo, o tipo de protocolo de carregamento. A avaliação
foi dividida em duas partes: a primeira, sistemática, focada nas características do
implante e os protocolos de carregamento; a segunda, revisão sistemática sobre os
implantes de uma peça com foco na prótese e nas características. As complicações
técnicas e biológicas serão apresentadas em um artigo separado. A meta-análise
dos estudos incluídos mostrou uma taxa de sobrevivência de implantes para corpo
24
único, de 96,79% (IC 95%: 94,04% a 98,71%) após cinco anos. Em implantes de
duas partes, a taxa de sobrevivência foi maior: 98,16% (IC 95%: 96,48% a
99,31%) após cinco anos e 96,83% (IC 95%: 93,12% a 99,24%) após 10 anos.
Dentro dos limites desta revisão sistemática, pode se concluir que altas taxas de
sucesso em longo prazo podem ser observadas com implantes tanto de corpo
único quanto de projeto de duas partes. Não foram encontradas diferenças entre
distintos protocolos de carga, implante em diferentes superfícies, ou entre
pacientes totalmente e parcialmente desdentados.
A literatura tem mostrado que os implantes de corpo único
apresentam resultados semelhantes aos implantes de diâmetro regular, utilizados
com sucesso em regiões com rebordo ósseo reduzido e/ou espaço mesiodistal
limitado. As taxas de sucesso desses implantes são altas e compatíveis às taxas de
implantes de plataforma regular a 93,2%. Necessidade ou não de associação com
outras técnicas cirúrgicas, perfil de emergência da coroa protética a partir da crista
marginal e os tipos de forças biomecânicas que irão atuar na região reabilitada
pelo implante de corpo único é avaliado. Uma das principais causas de falhas e
insucesso dos implantes segmentados está relacionado a desaperto de parafuso,
que pode ocorrer em 7% a 40% dos casos. No caso dos implantes de corpo único
essa falha não é encontrada, já que a próteses são cimentadas e o parafuso é
eleminado. Outra vantagem da utilização dos implantes em carga imediata é
realização de cirurgia única, diminuindo a morbidade do paciente submetido ao
procedimento, cirurgias são realizadas sem retalho, facilitando a cicatrização e
diminuindo o desconforto do paciente (Prithviraj et al. 2013).
Klein; Schiegnitz; Al-Nawas, (2014)
avaliaram os implantes de
diâmetro estreito em diferentes indicações clínicas, em comparação com os
implantes de diâmetro convencionais, foram classificados na categoria 1 (<3,0
mm), 2 (3,00-3,25 mm) e 3 (3,30-3,50 mm). Retroestudos com mais de 10
pacientes, com acompanhamento de um ano ou mais, foram incluídos. Essa
pesquisa bibliográfica de 1995-2012 revelou 10 artigos relatando implantes de
diâmetro menor 3 mm (categoria 1), 12 artigos relatando implantes com diâmetros
25
3 a 3,25 mm (categoria 2), e 16 artigos relatando implantes com diâmetros 3,3 a
3,5 mm (categoria 3). Os implantes menores que 3,0 mm eram de corpo único em
arcos edêntulos e região anterior com pouca espessura óssea, com taxas de
sucesso entre 90,9% e 100%. Para implantes com um diâmetro entre 3.0 e 3,25
mm, a maioria deles eram implantes de duas peças, inseridas em espaços estreitos
sem preenchimento e na região anterior. As taxas de sucesso para esses implantes
variam entre 93,8% e 100%. Os implantes de 3,3 a 3,5 mm eram de duas peças e
também foram usados na região posterior de pouco preenchimento. As taxas de
sucesso foram entre 88,9% e 100%, e as taxas de sucesso variaram entre 91,4% e
97,6%. Uma meta-análise foi realizada para implantes com um diâmetro entre 3,3
a 3,5 mm, que não apresentaram diferença estatisticamente significativa em
comparação com os implantes convencionais, com uma proporção de
desigualdade de 1,16 (0,7-1,69). Os implantes de diâmetro estreito de 3,3 a 3,5
mm são bem documentados em todas as indicações, incluindo regiões posteriores
com suporte de carga. Implantes menores de 3,0-3,25 mm de diâmetro são bem
documentados apenas para regiões unitárias. Os implantes menores, 3,0 mm de
diâmetro de peça única, só são documentados para o arco desdentado e regiões
unitárias, e as taxas de sucesso não estão disponíveis. Períodos de
acompanhamento em longo prazo maior que um ano e informações de fatores de
risco específico de pacientes (bruxismo, tipo restauração) estão em falta. Como
sugere o conceito de evidência interna e as preferências do paciente, a decisão
individual de implantes de diâmetro reduzido ou implantes de diâmetros regulares
deve levar em conta os fatores de risco específicos para cada paciente, que muitas
vezes não são relatados nos estudos disponíveis.
26
4 DISCUSSÃO
A escolha por realizar implantes de corpo único pode ser uma boa
opção como tratamento para os pacientes com pouca espessura óssea e redução do
espaço mesiodistal. No entanto poucos trabalhos têm sido encontrados.
A literatura tem mostrado que os implantes de corpo único
apresentam resultados semelhantes aos implantes de diâmetro regular, embora
seja necessário considerar os fatores das forças oclusais no local em que foram
instalados. Implantes de corpo único podem ser utilizados com sucesso em regiões
com rebordo ósseo reduzido e/ou espaço mesiodistal limitado, como em incisivos
lateriais superiores e incisvos inferiores (Polizzi et al., 1999; Andersen et al.,
2001). As taxas de sucesso desses implantes são altas e compatíveis às taxas de
implantes de plataforma regular, variando de 100% (Sohn et al. 2011; Froum et
al. 2011) a 93,2% (Prithviraj et al. 2013).
Os riscos do uso dos implantes de corpo único, são similares aos
riscos a que estão submetidos os implantes de duas peças e de diâmetros
regulares: ausência de ósseo integração, perda óssea marginal e acomentimento
estéticos. No entanto, os trabalhos que a utilizaram os implantes de corpo único
em casos parciais obtiveram alta taxa de sucesso, boa estabilidade óssea marginal
e boa saúde do tecido peri-implantar (Finne et al., 2007 e Hahn 2007).
A decisão do uso de implantes de corpo único no tratamento deve
ser tomada com base em alguns dados: espessura do rebordo, necessidade ou não
de associação com outras técnicas cirúrgicas, perfil de emergência da coroa
protética a partir da crista marginal e os tipos de forças biomecânicas que irão
atuar na região reabilitada pelo implante de corpo único (Prithviraj et al. 2013).
Considerando as limitações do estudo, os dados indicam que a carga imediata,
cirurgia sem retalho, profundidade de inserção, superfície áspera para a mucosa
são fatores de risco para o fracasso de implantes Nobel Direct (Sennerby et al.,
2008; O¨stman et al., 2007).
27
Quanto à resistência dos implantes de diâmetro reduzido de corpo
único, Sohn et al. (2011) relataram que são maiores do que os de duas peças,
devido à eliminação do parafuso do pilar. Além disso, uma das principais causas
de falhas e insucesso dos implantes segmentados está relacionado a desaperto de
parafuso, que pode ocorrer em 7% a 40% dos casos (Prithviraj et al. 2013). No
caso dos implantes de corpo único essa falha não é encontrada, já que a próteses
são cimentadas ao munhão preparado e o parafuso é eliminado.
No estudo
realizado por Soardi et,al. 2012, os autores
apresentaram que os implantes de corpo único podem ser colocados após
extrações com perda óssea peri implatar mínima, tendo o cuidado com a
profundidade de inserção dos implantes em áreas da maxila e mandíbula onde a
presença do espaço mesio distal e vestíbulo lingual
seja reduzido. Outra
vantagem da utilização dos implantes em carga imedita é realização de cirurgia
única, diminuindo a morbidade do paciente submetido ao procedimento. Além
disso, é relatado que muitas dessas cirugias são relizadas sem retalho, facilitando a
cicatrização e diminuindo o desconforto do paciente (Prithviraj et al. 2013).
Os implantes de corpo único apresentam alta taxa de sucesso, que
pode ser observada com implantes tanto de corpo único quanto o projeto de duas
partes. Não foram encontradas diferenças entre distintos protocolos de carga,
implantes de diferentes superfícies, ou entre pacientes totalmente e parcialmente
desdentados (Barrachina et al., 2013). A reação do osso com o implante de corpo
único mostrou-se diferente em alguns estudos. Apesar de estarem clinicamente
estáveis, frequentemente apresentavam defeitos ósseos, que raramente são vistos
em torno dos implantes convencionais. Nenhuma explicação é documentado na
literatura sobre essa diferença na reação óssea. O defeito é geralmente encarado
como um sinal radiográfico de periimplantite, uma condição normalmente vista
depois de muitos anos de carregamento.
Períodos de acompanhamento maior que um ano e informações de
fatores de risco específico de pacientes (bruxismo, tipo restauração) estão em
falta. Como sugere o conceito de evidência interna e as preferências do paciente, a
decisão individual pelos implantes de corpo único ou implantes de diâmetros
28
regulares deve levar em conta os fatores de risco específicos para cada paciente,
que, muitas vezes, não são relatados nos estudos disponíveis (Klein et al. 2014).
Pode-se observar que poucos foram os trabalhos documentados
sobre os implantes de corpo único. As taxas de sucesso dos implantes de corpo
único parecem ser semelhantes em relação aos implantes de diâmetro regular. A
maioria dos estudos relata taxas maiores que 95%. Isso poderia sugerir uma
confiável opção de tratamento. As indicações relatadas, taxa de sucesso e
alterações do nível ósseo marginal também devem ser consideradas. Dimensões
das cristas alveolares, assim como as distâncias entre dentes adjacentes e os
implantes dentários são de importância crucial para o restabelecimento e
manutenção do tecido peri-implantar.
Uma desvantagem dos implantes de corpo único é que o
posicionamento dos implantes deve ser preciso, uma vez que não é possível
colocar pilares angulados sobre os mesmos (Sohn et al. 2011). Assim, maior
habilidade e experiência é exigida do operador, no caso de escolha desse tipo de
implante. Por isso, sua indicação é limitada para edentulismo parcial, sendo
reduzida sua indicação para restaurar incisivos laterais superiores e incisivos
inferiores com espaços reduzidos e larguras vestíbulo-linguais.
O sucesso de todo tratamento está em seu planejamento e na
adoção de uma técnica com embasamento científico. A utilização dos implantes
de corpo único pode proporcionar ao cirurgião-dentista excelentes resultados
estéticos e funcionais, além da satisfação e comodidade do paciente.
29
5 CONCLUSÃO
Dentro do limite do trabalho podemos concluir que implantes de corpo único
apresentam resultados semelhantes do convencionais, tendo sua indicação precisa
para espaços edentulos com reduzido espaço mesio-distal e espessura óssea
limitada.
30
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33
8 ANEXOS
Tabela A1 - Marca comercial, Diâmetro, Tipo de titânio, Site –
Marca comercial
Flex Cone
(DSP Biomedical®)
Implante Colosso
Diâmetro
2,5 mm
Mini FlexCone®
2,5 mm e 3,0 mm
Implantes Dentoflex
3,75; 4,25 e 5,0 mm
Indicados para
protocolos inferiores
MS Implant
2,5 mm e 3,0 mm
Unident (SIN)
2,35 mm
Neodent
3,75; 4,0 e 4,5 mm
(Indicado para
protocolo)
Tipo de titânio
Titânio grau IV,
superfície SLA
Zircon®.
São
confeccionados
em liga de titânio.
Osseointegráveis,
com roscas
cônicas, possuem
a superfície
tratada
mecanicamente
com óxido de
alumínio e banho
ácido
Titânio
comercialmente
puro, grau IV,
com tratamento de
superfície através
de óxido de
alumínio e dupla
passivação ácida
Site
htpp://www.dspbiomedical.com
http://www.emfils.com.br/
htpp://www.dentoflex.com.br/
http://www.biofisa.com/produtos_
ms.html
Produzidos em
titânio
comercialmente
puro.
Produzidos em
titânio
comercialmente
puro. Implante de
corpo único, com
altura do
transmucoso 3
mm; disponível
para protocolo
inferior
http://www.sinimplante.com.br/
htpp://www.neodent.com.br
34
Tabela A2 – Autor, Marca do implante (site), Número de pacientes, (Número de implantes),
Média do tempo de acompanhamento, Taxa de sucesso, Média da perda óssea (desvio padrão)
Autor
Finne et al.,
2007
Marca do
implante
(site)
Nobel Direct
e Nobel Perfect
Hahn, 2007
O¨stman
et al., 2007
Sennerby
et al., 2008
Froum
et al., 2011
Hahn,
2011
Sohn
et al., 2011
Zembi’
et al., 2011
Finne et al.,
2012
Soardi
et al., 2012
Barrachina
et al., 2013
Nobel Direct
e Nobel Perfect
Nobel Direct
Número de
pacientes
(Número de
implantes)
Média do tempo de
acompanhamento
2 anos
98,8%
30 (47)
48 (115), grupo
experimental
97 (380), grupo
controle
3 anos
97,9%
1 ano
46,1% 72,2%
Comparados
85%-91,6%
43 (117)
10,2 meses
Nobel Direct
__
1 ano
100%
Média da perda óssea
(desvio padrão)
Na colocação do
implante foi 0,33 mm
(SD 1.20, n = 141)
Nível ósseo marginal
foi –0.77 mm (SD 1.33,
n = 138) em 6 meses e –
0.98 mm (SD 1.38, n =
123) 0,17 mm (SD 1.20
0,54 mm
56 (82)
2,1 mm (0,8)
3 mm (0,6)
2,4 mm (SD 1,5)
Nobel Direct
e Nobel Perfect
30 (57)
4 anos
97,9%
-0.40 mm (SD, 1.57)
Maximus 3.0
36 (62)
2 anos
100%
0,53 ± 0,37 mm (SD 0 a
1,4 mm)
Nobel Direct
47 (57)
3 anos
98%
Nobel Direct
e Nobel Biocare
98,5%
(Média 1,19 +- 1,38
mm) durante o primeiro
ano de função, enquanto
houve alteração mínima
em três anos (-0.07 +1.07 mm)
1 ano
95,7%
0,80 mm (SD 0,3 mm)
5 – 10 anos
Implantes de
corpo único, de
96,79%, em
cinco anos.
Implantes de
duas partes, taxa
de sucesso de
98,16, em cinco
anos
56(82)
46
Prithviraj
et al.,
2013
Klein et al.,
2014
Taxa de
sucesso
93,2%.
24 meses após
inserção do
90,9% -100%
Na avaliação
radiológica, 24 meses
após dental
inserção do implante, a
perda média de osso
peri-implantar
foi de 0,98 ± 0,36 mm.
diâmetro Categoria
Na avaliação
radiológica, 24 meses
35
implante
Somente
um estudo
forneceu taxa de
sucesso de
implantes
(92,9%).
após dental
inserção do implante, a
perda média de osso
peri-implantar
foi de 0,98 ± 0,36 mm.
Tabela A3 – Implantes e componentes do estudo.
Allum S. R, Tomlinson R. A, Joshi R. The impact of loads on standard diameter,
small diameter and mini implants: a comparative laboratory study. Clin Oral
Impl R. 2008; 19: 553-559.
Marca comercial
Straumann AG CH-4437
Straumann AG CH-4437
Straumann AG CH-4437
OsteoCare, Slough, UK
OsteoCare
Hi-Tec Implants Ltd.,
Nobel Biocare AB
Go¨ teborg,
Biohorizons Implant
Systems Inc.,
Implante
Standard 4.1mm RN
SLA 12mm
Standard 3.3mm RN
SLA 12mm
Standard 3.3 NN SLA
12mm
Mine implante posttype
2.8mm /13mm
Mine implante posttype
2.35/13mm
Cementable abutment
type, 2.4mm/13mm
NobelDirectt 3–
15mm
Maximus 3.0t 15mm
Tipo de titânio
Grade 4 CP
titanium
cold-worked
Grade 4 CP
titanium
cold-worked
Grade 4 CP
titanium
cold-worked
Abutment
RN solid abutment
61 Ht 7mm
RN solid abutment
61 Ht 7mm
NN titanium post-NN
occlusal screw
Ti–6Al–4V
N/A (integral design)
Ti–6Al–4V
N/A (integral design)
Ti–6Al–4V
N/A (integral design)
Grade 4 CP
titanium
N/A (integral design)
Ti–6Al–4V
N/A (integral design)

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