em ação - Paróquia Santa Teresinha

Transcrição

em ação - Paróquia Santa Teresinha
Ano VIII - Número 86 - Março de 2014
WWW.PAROQUIASANTATERESINHA.COM.BR
em ação
Palavra do Pastor
Palavra do Pároco
Estreia 2014
Entrevista
Dom Sergio nos
lembra a dimensão
de nosso batismo
Pe. Camilo alerta
sobre as atitudes
básicas da Quaresma
Pe. Alexandre e
a Espiritualidade
no dia a dia
Frei Guilherme
fala sobre a
CF 2014 3
3
5
16
Editorial
Chuva de rosas
Algumas vezes,
não nos parece que a Igreja nos propõe reflexões muito distantes de nossa realidade?
Essa impressão não veio a você quando viu
pela primeira vez o tema desta Campanha da
Fraternidade? Afinal de contas, tráfico de pessoas nos remete à lembrança daquela novela recente, de um mundo
de crimes que não pertencem à nossa vida cotidiana, não é mesmo?
Engano nosso. Parei para refletir: Certo período de minha vida profissional, trabalhei como gerente financeiro e de recursos humanos de
uma empresa de biotecnologia agrícola, que mantinha um arrendamento de uma fazenda próxima a São Paulo, para o plantio de mudas
de árvores frutíferas resistentes a fungos, plantio esse efetuado por
trabalhadores conhecidos por nós como “boias-frias”. Mas como eram
arregimentados esses trabalhadores? Simplesmente um sujeito, cuja
função é conhecida por “gato” ia ao interior de outro estado brasileiro, onde as condições de miséria são as que grassam por lá e colocava
todos os que se dispunham a trabalhar em cima da carroceria de um
caminhão e os trazia para a tal fazenda, onde eram registrados como
trabalhadores. Ora, mas se eram registrados, a condição era outra, dirá
você. Talvez, porque o que ganhavam nunca dava para pagar as dívidas no armazém, na loja de roupas, etc., etc., etc. Quando me dei por
conta disso, simplesmente fiz a única coisa que estava ao meu alcance:
pedi demissão pois não queria compactuar com aquela forma de arregimentar mão de obra. Percebi que a existência de uma Carteira Profissional não excluía aqueles trabalhadores da condição de escravidão.
E quantas famílias (ainda hoje) não buscam no Nordeste brasileiro ou
no interior de outros estados uma menina para trabalhar em casa, pois
“são de confiança” e ainda “pago seus estudos” além de um “salário”?
Isso tudo não é tráfico de pessoas? Acho que vale a pena refletir. Para
essa reflexão, a partir desta edição e até que a Igreja nos lance um novo
desafio com a CF 2015, Ir. Ana Beatriz de Mattos, fma, assume a coluna CF 2014. Seja bem vinda Ir. Ana Beatriz. Nesta Quaresma podemos, portanto, com o auxílio do texto-base da CF, fazer uma profunda
revisão de vida, pois este é o tempo para isso como nos alerta nosso
pároco Pe. Camilo, em sua coluna na página 3. Aliás, também outros
textos nesta edição induzem a uma reflexão. Veja se não estou correto
lendo ambas as colunas da página 7, Caminho de Emaús e Palavra de
Amigo. Enfim, leia todo nosso jornal, reflita sobre algumas questões e
proponha-se a uma atitude de conversão, pois esta tem de ser diária e
constante. Convertei-vos, crede no Evangelho e boa leitura!
SC Carlos R. Minozzi
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Expediente
em ação
Santa Teresinha Em Ação
Publicação da Paróquia Santa Teresinha – Arquidiocese de São Paulo – Região Episcopal Santana
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Capa: Altar decorado para a celebração de Cinzas
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2 • Santa Teresinha em Ação
Sempre chovem rosas...
Oração a Santa Teresa do Menino Jesus
Ó Santa Teresinha, branca e mimosa flor de Jesus e Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo
inteiro com vosso suave perfume, chamai-nos e nós correremos convosco, ao encontro de Jesus,
pelo caminho da renúncia, do abandono e do amor. Fazei-nos simples e dóceis, humildes e
confiantes para nosso Pai do céu. Não permitais que o ofendamos com o pecado. Socorrei-nos em
todos os perigos e necessidades; socorrei-nos em todas as aflições e alcançai-nos todas as graças
espirituais e temporais, especialmente a graça que estamos precisando agora, (fazer o pedido).
Lembrai-vos ó Santa Teresinha, que prometestes passar vosso céu fazendo o bem a terra, sem
descanso, até ver completo o numero de eleitos. Cumpri em nós vossa promessa: sede nosso
anjo protetor na travessia desta vida e não descanseis até que nos vejais no céu, ao vosso lado,
contando as ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus. Amém.
Com a fé que Santa Teresinha nunca
nos abandona nem nos esquece, Maria
Rosa Fernandes, membro de nossa
comunidade, relata a Chuva de Rosas
que recebeu em sua vida
“Rosas de Santa Teresinha, na minha vida?
Sempre as recebo! A mais marcante foi assim:
Há 17 anos (1997) tive um diagnóstico de lúpus
cuja doença é tratada com cortisona e a medicina
não tem cura.
Segui tratando por uns 5 anos e ao mesmo tempo sentia muitas dores no tornozelo esquerdo, evitava até andar.
Identificou-se uma necrose no osso do tornozelo esquerdo e me diziam que não havia solução, e
tome analgésicos etc..
Eu pedia sempre para Santa Teresinha interce-
der por mim junto à Jesus pois tinha muitas dores.
E agradecia!
Até que, na Missa Festiva de 2003, fiquei muito
emocionada ao receber uma rosa de uma senhorinha então agradeci muito e me apropriei da Graça,
algo de melhor ia acontecer. A partir dali, nunca
mais acusou o lúpus nos meus exames periódicos
e o último foi feito em 2013.
Quanto à sequela no tornozelo esquerdo, naquele novembro de 2003, fiz uma artroscopia, o
que melhorou muito a minha condição para andar.
Na Missa festiva de 2013, o Jorge ganhou não
só uma rosa mas um colcha de retalhos cheinha de
rosas. É benção!
Glórias a Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
Obrigada, Santa Teresinha, pelas graças derramadas na nossa vida e na vida da comunidade.
Procuro imitá-la... ”Viver para amar”.
O Santa Teresinha em Ação convida todos que receberam milagres por intercessão de
Santa Teresinha, que enviem seus testemunhos. Vamos espalhar mais e mais chuvas de
rosas e as bênçãos de Santa Teresinha! Conte-nos o milagre de Santa Teresinha em sua vida
pelo email: [email protected]
Horários das Missas
Segundas-feiras, às 16h30 e 19h30
De terça a sexta, às 8h e 19h30
Aos sábados, às 8h e às 16h
Aos domingos, às 7h30, 9h30, 11h, 18h
e 19h30
Adoração: todas as quintas, 8h e 19h30 e,
nas primeiras sextas do mês, às 7h30
Horário da secretaria:
De segunda à sexta,
das 8h às 12h e das
13h às 19h30
Aos sábados, das 8h ao
12h e das 13h às 18h
Tel. (11) 2979-8161
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palavra do pastor
Tempo de conversão
Geralmente, quando falamos
de conversão pensamos logo
na conversão pessoal e nas
atitudes interiores que cada um
deve fazer para renovar-se em
Jesus Cristo.
A
conversão pessoal desperta a
capacidade de submeter nosso modo de agir, pensar, rezar
ao serviço da instauração do Reino de
Deus. Está correto pensar assim e a quaresma é um tempo bonito para iniciar
este percurso. Mas há uma dimensão
da nossa vocação batismal que, geralmente, não faz parte do nosso exame
de consciência e de nossos propósitos
de renovação: a dimensão missionária
do Batismo.
O Papa Francisco disse que ‘em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário. Cada um dos batizados,
independentemente da própria função
na Igreja e do grau de instrução da sua
fé, é um sujeito ativo de evangelização
[..]. Cada cristão é missionário na me-
Porque experimentamos, com tanta
alegria, o amor de Deus que nos salva e
não partilhamos com os outros?
dida em que se encontrou com o amor
de Deus em Cristo Jesus..’ (EG 120).
As palavras do Papa sobre a dimensão missionária do nosso Batismo falam ao nosso coração e nos deixam alguns questionamentos: Temos
consciência de que somos discípulos
missionários? Se temos consciência
da missão, porque renunciamos ao
compromisso evangelizador? Porque
vemos tantas pessoas distantes da fé e
não nos preocupamos? Porque experimentamos, com tanta alegria, o amor
de Deus que nos salva e não partilhamos com os outros?
Neste tempo de graça da quaresma
vamos refletir sobre esta dimensão do
nosso Batismo e vamos escutar com
atenção e discernir o que o Espírito
está dizendo às Igrejas e a cada um de
nós, através dos sinais dos tempos em
que se manifesta (Cf. DA 366).
‘Se não estivermos convencidos
disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: encontramos
o Messias (Jo 1,41). A Samaritana, logo
que terminou o seu diálogo com Jesus,
tornou-se missionária, e muitos samaritanos acreditaram em Jesus devido
às palavras da mulher’ (Jo 4,39). (EG
120).
Dom Sergio de Deus Borges
Vigário Episcopal para a Região
Santana
facebook.com/sergio.borges.56211
Palavra do pároco
Quaresma: tempo de revisão de vida
Caetano Veloso, ao falar
do tempo, diz que ele é
“compositor de destinos e
tambor de todos os ritmos”
A
s tramas da nossa vida, o andamento do que fazemos, o resultado das nossas ações, realmente só o tempo é que mostra.
Na antiguidade clássica, pensavase que todas as coisas acabavam por
retornar; não mudavam, porém, de
modo que tudo permanecia sempre
do mesmo modo. O mito de Sísifo, que
leva para cima de um monte uma pedra destinada a sempre rolar de volta
é uma demonstração desta convicção.
Para o pensamento cristão este
conceito não tem força nem consistência. Com a ressurreição, Cristo Senhor
renova todas as coisas. O ser humano,
regenerado, é capaz de reagir perante
as dificuldades da vida e de dar um
sentido novo à sua história. O pecado,
grande obstáculo na batalha da existência, é perdoado, lavado pelo Sangue
do Redentor.
Esta realidade é vivida por quem
crê na vida de todos os dias, e celebrada na liturgia. No suceder dos diversos tempos litúrgicos, cada crente
acompanha com Cristo o mistério do
seu nascimento, vida, morte e ressurreição, e renova-se interiormente para
tornar-se capaz de testemunhar com a
vida Aquele em quem acredita.
Ao nos prepararmos para viver
agora o tempo da Quaresma devemos
ter presente o quanto precisamos
de revisão de vida
Ao nos prepararmos para viver agora o tempo da Quaresma devemos ter
presente o quanto precisamos de revisão de vida. Nenhum de nós é perfeito,
nenhum de nós alcançou ainda a medida plena da correspondência à graça
de Deus. A Igreja nos propõe, então,
este tempo de graça e reconciliação.
Atitudes básicas do tempo de Quaresma são a oração, o jejum, a esmola.
Pela oração, crescemos na comunhão
com Deus; quanto mais nos aproximamos dEle, que é luz, tanto mais percebemos o quanto precisamos ainda
caminhar para atingir a meta da nossa
perfeição cristã.
O jejum serve para educar a vontade. Não é mera restrição de alimentos,
mas consciência sempre mais precisa
do que realmente nos serve, do que de
fato nos alimenta. É verdadeira desintoxicação da alma.
Pela esmola – palavra tão gasta pelo
uso – aprendemos a solidariedade.
Ninguém vive sozinho, ninguém cres-
Atitudes básicas do
tempo de Quaresma
são a oração,
o jejum e a esmola
ce sozinho. Dar importância a quem
está ao nosso redor, partilhar os dons
que recebemos para benefício de todos, esta é a atitude que a esmola quer
sinalizar.
Vivamos intensamente o tempo
que nos é proposto e juntos testemunhemos o amor de Deus operando maravilhas na nossa vida.
Um abraço carinhoso
Pe. Camilo P. da Silva, sdb
Pároco
www.facebook.com/cpsdb
Santa Teresinha em Ação • 3
A missa
Mel Sliominas
Eucaristia (missa): ritos iniciais
Tudo o que se faz na vida
tem sempre um começo,
não é? E, normalmente,
todo começo é sempre
difícil, demorado para
engrenar... Mas a gente
sabe também que “um
bom começo é meio
caminho andado”.
V
amos lá. O início da Eucaristia, antes de tudo, começa comigo quando, em
casa, digo: “Vou à missa”. O coração já se aquece para a minha
páscoa semanal com o Senhor.
Saio de casa para cumprir meu
dever de cristão, deixando para
trás a cama, a preguiça, o futebol,
o passeio com a “tchurma”, enfim, “as coisas do mundo”, para
priorizar “as coisas de Deus”.
Pode ser até que lá na igreja onde
participo, tem uma escadaria:
subir as escadas é como deixar
para trás o fútil, a rotina...; é a subida para o mistério. Entrar pela
porta é abandonar o mundo das
aparências, da mentira, da violência, da traição... Tomo meu
lugar e sou rodeado pelos símbolos que falam dos mistérios
cristãos. Em vez de ficar conversando, dispersando-me, que tal
entrar em clima de oração, preparando-me para viver os mistérios da morte e ressurreição do
Senhor (cfr. Pe. Libânio)?!
Entoa-se o canto de abertura.
Inicia-se a procissão de entrada
(presidente, ministros, acólitos,
leitores, etc): “dirijo-me para o
Cordeiro, que no altar está vivo
e triunfante... É a Igreja que se
torna comunidade peregrina,
desejando finalizar-se em Deus”
(Card. Lercaro). Atenção: o canto
não é para “receber o celebrante
e a equipe”: primeiramente, “celebrante” é o povo reunido e não
só o ‘padre’; segundo, o canto é
para iniciar a celebração, com
um texto que deve exprimir a fé
da comunidade reunida, corpo
4 • Santa Teresinha em Ação
O sinal da cruz. Este gesto diz claramente em nome de
quem estamos reunidos: em nome da Santíssima Trindade.
Com ela somos um só corpo para celebrar a Liturgia
de Cristo, louvando a Deus, em
sintonia com o tempo litúrgico.
Quem preside chega ao altar
e beija-o. “O altar representa o
próprio Cristo, pedra angular, rocha espiritual. O beijo, expressa a
relação íntima de quem preside
com o Senhor, pois é em nome
dele que irá presidir a santa liturgia” (Ione Buyst). Cristo é o
Esposo, beijado pelo presidente
que representa a Esposa-Igreja.
O sinal da cruz. Este gesto diz
claramente em nome de quem
estamos reunidos: em nome da
Santíssima Trindade. Com ela
somos um só corpo para celebrar a Liturgia.
Em seguida o presidente,
abrindo os braços, faz a saudação à assembleia. “Esta saudação
e a resposta dos fiéis exprimem o
mistério da Igreja reunida”. Após
a saudação, cabe muito bem a
‘recordação da vida’: um espaço,
contemplado no Missal, para se
trazer presente na celebração
os fatos da vida, acontecimentos da comunidade, da cidade,
da diocese, do país, do mundo.
Em comunidades menores as
pessoas podem até recordar em
voz alta. Esta ‘recordação’ pode
muito bem substituir o famoso
“comentário inicial”.
Somos o povo santo de Deus,
mas também pecador, necessitado do perdão. É o Ato Penitencial. Este é um apresentar-se
pequeno diante da grandeza de
Deus, reconhecendo sua misericórdia e nossa indignidade.
Não deve ser confundido com
o Sacramento da Penitência ou
Reconciliação (= Confissão): por
isso, evitem-se as descrições de
pecados. Ele pode ser substitu-
ído pela aspersão que recorda o
nosso batismo e nossa imersão
em Cristo. É bom que ela seja
acompanhada por um canto
apropriado, como: Banhados em
Cristo, somos uma nova criatura... Somos nascidos de novo.
Aleluia!
Segue-se o Glória: “um hino
dos primeiros séculos da era
cristã, pelo qual ‘a Igreja, congregada no Espírito Santo glorifica e
suplica a Deus Pai e ao Cordeiro’
(Missal Romano). Por essa definição se percebe que
este hino é uma doxo-
Fala, Francisco!
logia (louvor/glorificação) que
canta a glória de Deus e do Filho,
sendo que o Filho está no centro
do louvor, pois Ele é o Kyrios, o
Senhor” (Fr. Joaquim Fonseca).
Então, não é um hino trinitário.
Por isso, evitem-se pequenas
aclamações trinitárias ou ‘glorinhas’ como substitutivos.
Os ritos Iniciais encerram-se
com a Oração do dia (Coleta).
Não é hora de colocar intenções
pessoais. “Não é ‘coleta’ de intenções, mas momento de os fiéis, a convite (oremos) de quem
preside, se ‘conectarem’, se ‘reunirem’ ao redor do que está sendo celebrado na festa do dia” (D.
Manoel Francisco). Por isso, o
breve silêncio.
No final desses ritos, posso
dizer que já me sinto ‘corpo de
Cristo reunido em seu amor na
força do Espírito Santo’, membro
do ‘povo sacerdotal’ e do ‘povo
celebrante’, parte da ‘assembleia
reunida em oração, convocada
por Deus’. Já estou pronto para
ouvir a sua Palavra.
Pe. Osmar Bezutte, sdb
Diretor da comunidade saleaiana
de Rondonópolis - MT
facebook.com/osmar.bezutte
“A alegria do Evangelho é tal que nada e
ninguém no-la poderá tirar (cf. Jo16, 22). Os
males do nosso mundo – e os da Igreja – não
deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor.
Vejamo-los como desafios para crescer. Além disso, o olhar crente é capaz de
reconhecer a luz que o Espírito Santo sempre irradia no meio da escuridão, sem
esquecer que, «onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm5, 20). A
nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada, e
a descobrir o trigo que cresce no meio do joio.”
Evangelii Gaudium, 84
Estreia 2014
Espiritualidade no cotidiano
Queridos irmãos e irmãs,
paz! Continuemos o nosso
diálogo com Dom Bosco... Sim!
Conversemos com ele a respeito
do modo como ele sempre
“conversou” com Deus!
E
is alguns traços de sua identidade!
Eis os elementos que constituem a
sua amizade com o Eterno... e Absoluto de Deus:
Elementos da espiritualidade de
Dom Bosco
Espiritualidade é viver a vida cotidiana no mistério de Deus. Jesus nos revelou que Deus está no centro da nossa
vida. Seu Espírito está agindo e modela
em si as pessoas, os gestos, as situações.
A trama de cada dia é o momento privilegiado, lugar do encontro com Deus
na livre adesão à sua vontade. Torna-se
homem e mulher “espiritual” aquele e
aquela que sabem decidir-se a fim de
fazer dessa presença, misteriosa e envolvente, o sentido global da própria vida,
o ponto de referência de toda escolha, o
fundamento da esperança. O segredo do
êxito de Dom Bosco como educador é a
sua intensa caridade pastoral, ou seja,
aquela energia interior que une inseparavelmente o amor de Deus e o amor ao
próximo, de modo a conseguir estabelecer uma síntese entre atividade evangelizadora e atividade educativa.
A Espiritualidade Salesiana, expressão concreta desta caridade pastoral,
constitui, portanto, o elemento fundamental da ação pastoral salesiana, é sua
fonte de vitalidade evangélica, seu princípio de inspiração e de identidade, seu
critério de orientação.
Espiritualidade do Cotidiano: O cotidiano inspirado em Jesus de Nazaré é o
lugar em que reconhecemos a presença
atuante de Deus e vivemos a realização
pessoal. A espiritualidade Salesiana fundada sobre a ENCARNAÇÃO; é uma espiritualidade que ama a vida não a teme
nem convida a fugir dela. No dia e nos
acontecimentos Deus se torna presente
e próximo de cada um de nós. O cotidiano é o lugar privilegiado do encontro
com Deus.
Espiritualidade da Alegria e do Otimismo: O cotidiano deve ser vivido na
alegria e no otimismo, sem, todavia, renunciar ao empenho e à responsabilidade. Dom Bosco apresentou aos jovens
marginalizados a possibilidade de experimentar a vida como festa e a fé como
felicidade. A festa é ocasião para construir novas amizades e desenvolver tudo
o que há de positivo nos jovens. A nossa
festa é uma experiência profunda de solidariedade com todas as pessoas e, ao
mesmo tempo, um chamado a expandir
a vida, para que todos possam recuperar
a alegria de festejar e de viver. Em nossos ambientes vivenciamos o ‘clima de
família’; ali nos sentimos bem, acolhidos
e valorizados. Vivencia-se, então, fortes
experiências de amizade, diálogo, aproximação, abertura, corresponsabilidade.
Espiritualidade da Amizade com o
Senhor Jesus: O cotidiano é recriado
pelo Cristo da Páscoa que nos traz esperança e nos dá sentido pleno de vida.
A amizade e a simpatia por Jesus Cristo
vão exigindo de nós um maior conhecimento e adesão à sua Pessoa e ao seu
Projeto. Procuramos, então, dar uma
resposta concreta ao seu amor por nós,
através de nosso empenho e generosidade. Ao chegarmos a esta relação com
o Cristo Senhor, abrimo-nos à vivência
radical do Evangelho.
Espiritualidade de Comunhão Eclesial: O cotidiano se experimenta na
Igreja-comunidade local, ambiente natural para o crescimento na fé através
dos sacramentos, principalmente o da
Eucaristia e o da reconciliação. A comunhão com a Igreja em todos os níveis – paroquial, diocesana, mundial – é
característica da nossa espiritualidade.
A Espiritualidade Salesiana incentiva à
oração, à escuta da Palavra, à celebração
como modos de manter acesa a chama
do amor a Deus e do amor à vida que Ele
nos deu.
Espiritualidade Mariana: Na Igreja,
encontramos Maria. Ela é aquela que dá
exemplo de escuta, fidelidade, pureza,
doação e serviço. Maria, a Auxiliadora,
nos indica o caminho a percorrer, infunde esperança, ajuda, encoraja e consola.
Espiritualidade do Serviço Responsável: O cotidiano é entregue a nós para
ser construído através de um serviço generoso. No dia a dia vamos descobrindo
o lugar onde somos chamados a dar frutos, onde podemos assumir a vida com
mais radicalidade e compromisso por
meio de uma vocação específica, significativa na Igreja e na Sociedade. Dom
Bosco queria que seus jovens se tornassem “honestos cidadãos e bons cristãos”. Ser honesto cidadão hoje implica em promover a dignidade da
pessoa e os seus direitos, viver com
generosidade na família, favorecer a
solidariedade, especialmente para com
os mais pobres, desenvolver o próprio
trabalho com honestidade e competên-
cia profissional, promover a justiça e a
paz, respeitar a criação, favorecer a cultura, inserir-se nos diversos ambientes e
estruturas em vista do bem comum.
O convite é para o ontem e o hoje
de nossas vidas... Convite marcado pela
alegre esperança de que um dia veremos
face a face o mesmo Deus que Dom Bosco encontrou nos pátios... Nos jovens
que ele tanto amou... Na Eucaristia...
Nos Sacramentos... Enfim, na vida... Ver
o Extraordinário, no ordinário de cada
dia...
Até o nosso próximo diálogo!
Abraços, com afeto salesiano,
P. Alexandre Luís de Oliveira – SDB
Diretor da comunidade salesiana
de Lorena - SP
facebook.com/alexandre.luisdeoliveira
O cotidiano é entregue
a nós para
ser construído
através de um serviço
generoso
Santa Teresinha em Ação • 5
CF 2014
Fraternidade e o tráfico humano
Caros amigos e amigas
Estaremos juntos (as) neste
ano para uma reflexão
mensal sobre a Campanha da
Fraternidade 2014 que aborda o
tema: “Fraternidade e o Tráfico
Humano”, com o lema: “É para
a Liberdade que Cristo nos
libertou”. (Gl 5,1)
N
osso compromisso como cristãos (ãs) é escolher a VIDA, defendê-la, valorizá-la dissipando
a escuridão da indiferença. A Quaresma é um tempo propício para transformar “o coração de pedra em um coração de carne”. Uma pequena narrativa
pode nos ajudar entender, com olhos
quaresmais, este compromisso.
Um mestre perguntou aos seus discípulos: “Como podemos saber exatamente o momento que o dia amanheceu?” Os discípulos ficaram a pensar
em silêncio e um deles arriscou: “É
possível saber se o dia amanheceu
quando consigo distinguir ao longe
um cão de um lobo!“ Outro discípulo
disse: “Amanheceu quando consigo
distinguir que o vulto que vejo não é
uma árvore, mas um homem.” Então,
o mestre respondeu: “Quando você
conseguir perceber que não é um homem mas sim um irmão, aí se fez a luz
no seu coração!” É com esta disposição que abordaremos a Quaresma e a
Campanha da Fraternidade.
Existem várias modalidades de
Tráfico Humano e todas têm em comum a violação dos direitos da pessoa
humana e sua exploração como mercadoria.
As pessoas são traficadas para serem exploradas no trabalho em regime
de escravidão ou de semiescravidão.
Outras, para a exploração sexual fomentando uma grande teia de prostituição envolvendo o turismo, o entretenimento, a internet. Outras ainda
são traficadas para a remoção de órgãos, adoções ilegais, tráfico de drogas,
trabalho infantil. É um comércio ilícito
de altos lucros e poucos riscos.
tar com o (a) outro (a) como “próximo”
mais se previne e se impede que esse
mal se alastre.
Que o Deus da Vida nos encoraje e transforme o nosso coração, abra
os nossos olhos para ver claramente o
sofrimento do irmão e nos liberte de
“todas as amarras que retardam o serviço-amor!“
Ir. Ana Beatriz Freitas de Mattos (FMA)
ononon ononononononon
O que se pode fazer?
O interesse em conhecer o assunto
já é uma forma de combater essas violações. Quanto mais pessoas tomarem
consciência e começarem a se impor-
Significado da logomarca: as mãos, presentes na logomarca da Rede,
revelam o símbolo de força e vida; a bola deixa explícita a ligação
com o esporte, destacando o futebol, paixão nacional que movimenta
esses eventos no mundo; o verbo jogar, no imperativo tem a intenção
de estimular a ação, uma reação; o outro verbo ‘denuncie’, que se
apresenta como sinônimo associativo do verbo jogar, convida para um
ato de amor e justiça, à saída da inércia para a colaboração. Para jogar,
basta denunciar.
O mercado de gente se aquece nas Copas do mundo pela grande circulação de dinheiro e preocupa
governos, organizações não-governamentais, religiosas e civis.
A Campanha “Jogue a favor da vida” (www.facebook.com/jogueafavordavida), tem como objetivo
sensibilizar a sociedade sobre a problemática do Tráfico de Pessoas em grandes eventos como a Copa
do mundo. A Campanha é uma organização da Rede “Um Grito pela Vida”, formada por religiosas/os
e parceiros leigos, que têm abraçado a prevenção do Tráfico de Seres Humanos em nível nacional.
6 • Santa Teresinha em Ação
Palavra de amigo
Penitência, oração,
caridade e ATITUDE!
Olá amigos!
É sempre uma alegria este encontro
para uma reflexão e hoje vamos falar
do Tempo Quaresmal.
Há dois anos, atendi uma ouvinte que relatou sua história de luta de mais de 28 anos com
seu marido alcoólatra, e diante do seu drama,
orientei-a de como poderia ajudá-lo. Ela o fez,
envolveu seus filhos e passou a frequentar grupo de apoio para familiares de alcoólatras, mas,
infelizmente, não obteve êxito, pelo menos no
tocante ao marido aceitar um tratamento.
Dias atrás, durante o programa de rádio
-“Tocando em Frente” – que trata de assuntos
ligados à dependência química, a mesma senhora nos ligou para relatar o desfecho da sua
história e nos contou que após várias agressões
e ameaças, viu-se forçada a tomar uma atitude diante da situação – “isso não poderia mais
continuar” - o boletim de ocorrência na delegacia da mulher legitimou sua coragem, confiança, prudência e determinação.
Às vezes a solução dos problemas está além
do que idealizamos... Deus nos proporciona
oportunidades de percebermos o que realmente precisamos, e podem ter certeza, meus amigos, “é muito diferente do que queremos”... e Ele
nos impulsiona a viver uma fé completa a qual
nos exige ATITUDE! E é no TEMPO QUARESMAL que somos chamados à penitência, oração, caridade e ATITUDE!
A Campanha da Fraternidade deste ano
põe-nos diante de uma realidade dura de tantas
pessoas - homens, mulheres e crianças de várias raças e culturas - tratadas como objetos que
podem ser trocados, vendidos; são seres escravizados, descartados! E essa é apenas uma das
muitas e cruéis realidades da sociedade moderna que vai tirando do ser humano sua capacidade de reação, indignação diante das agressões à condição de humanos. E o que isso tem
a ver com o inicio da nossa conversa? Como a
ouvinte, é preciso reagir, uma ação que nasce
dentro de nós e vai para fora com consciência
e o TEMPO QUARESMAL permite isso - buscar
um caminho, um apoio, uma forma de reação,
uma tomada de ATITUDE. Somos criados por
Deus para aprendermos a fazer escolhas, tomar
decisões que produzam em nós e nos outros
um BEM... e não é qualq uer um! Falo de um
BEM que nos desperte para a liberdade, apesar
da dor, do tamanho do problema ou mesmo da
nossa aparente fraqueza.
E é no Senhor que somos fortes, pois como
criaturas a Sua imagem e semelhança somos o
milagre da Sua presença. E só prá vocês saberem, aquela ouvinte disse que hoje está muito
melhor do que antes, apesar de tudo, e que ao
contrário do que imaginava, ela precisava de
ajuda tanto quanto ou mais que o marido.
Usemos os meios da oração, penitência e
esmola (caridade) para viver bem este tempo
de fé.
Um abraço, muita paz e uma SANTA QUARESMA prá todos nós.
Ouça Pe. Estevão
diariamente
às 14h00 no
programa "Palavra
de Amigo" na
Rádio 9 de Julho
- AM 1600 e aos
sábados às 19h00
no programa
"Tocando em
Frente" com
orientações
sobre dependência
química a
familiares e
usuários.
Pe. Estevão Ferreira
Assessor eclesiástico para a
Pastoral Familiar na Região Santana
http://programapalavradeamigo.blogspot.
com.br
Caminho de emaús
O relacionamento com Deus
Crescer no relacionamento
pessoal com Deus é o passo mais
importante para cumprirmos
nosso compromisso batismal.
P
ara isto é necessário empenho na
busca de momentos de oração (onde
falamos com Deus) e a leitura da Sagrada Escritura (onde Deus fala conosco).
Não há duvidas que nossas necessidade ou as daqueles por quem intercedemos devem passar pelo crivo da oração,
mas muitas vezes corremos o risco de
tornar esse momento em uma lista de pedidos. É preciso deixar a intimidade fluir
procurando insistentemente descobrir
e sentir o amor de Deus por nós. Tomar
consciência desse amor e por causa dele
nos esforçarmos por uma vida de santidade fará nossa oração mais aberta e
sentiremos seus frutos. “A oração do justo
tem grande eficácia.” (Tg 5,16)
É preciso seguir o exemplo de Moisés que sempre tinha um momento para
estar “face a face” com Deus. Seu relacionamento com o Senhor era como o
de um amigo conversando com o outro.
Temos o privilégio de conhecer a Deus
mais intimamente do que Moisés, pois
o mérito do sacrifício de Nosso Senhor
Jesus Cristo nos tornou filhos adotivos
de Deus e temos também a ajuda e a intercessão do Espírito Santo.
O Senhor quer ser nosso Amigo,
quer ter um relacionamento pessoal e
profundo por cada um de nós. “Já não
vos chamo servos, porque o servo não
sabe o que faz seu senhor. Mas, chameivos amigos, pois vos dei a conhecer tudo
quanto ouvi de meu Pai.” Então, a intimidade com Deus é possível porque Jesus já se diz nosso amigo. A nos cabe só
abrir a porta de nosso coração.
Porque temer ou nos julgarmos indignos dessa amizade? Basta colocar nosso
joelho no chão, elevar nossas mãos em
suplica e acreditar na Palavra “Não vos
inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas
preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6).
É importante também intercalar durante nossa oração momentos de louvor
e adoração, pois em tudo dependemos
do Senhor e Ele sempre está nos ajudando, mesmo que aparentemente exista um
silêncio d’Ele aos nossos apelos.
Paulo Henriques
[email protected]
www.facebook.com/paulo.henriques.3192
Fala, Francisco!
“Como seria belo se cada um
de vós pudesse, ao fim do dia,
dizer: hoje realizei um gesto
de amor pelos outros!
Homilia na Praça de São Pedro,
em 28 de Abril de 2013
Santa Teresinha em Ação • 7
Destaque
Para viver a Quaresma
Como é que se vive a Quaresma? Hábitos diferentes?
Resguardos diversos? Veja como o período que antecede a
Páscoa é vivido por alguns paroquianos de Santa Teresinha
Q
uaresma é aquele tempo que todo cristão reserva
para a reflexão. Tempo este que, para muitos, é de
penitência, de resguardos, tudo para lembrar os
40 dias que Cristo ficou no deserto, se preparando para
a crucificação, a Páscoa. “É um tempo de preparação”, já
dizia Pe. Camilo Profiro.
Apesar de, em geral, ser um período em que muitos
se “preparam” de uma forma bem parecida, com rezas
e jejum de algumas coisas, normalmente, de alimento,
cada um tem sua peculiaridade.
Rafael Rezende, paroquiano que não é de São Paulo
e sim de Minas Gerais, diz que, para ele, a Quaresma é
um tempo sagrado. “Sou de família mineira e de uma cidade que a tradição da Quaresma é levada muito a sério.
Quarta-feira de cinzas, por exemplo, eu não como carne
e tento evitá-la durante todo o período, principalmente
as sextas-feiras, dia que lembramos a morte de Cristo”.
Rezende ressalva que é também neste período que tenta ir mais às missas, rezar mais, tenta estar mais em comunhão. “É um momento que fico menos “mundano”.
Evito saídas excessivas. Prefiro ficar mais resguardado”.
Isso não é diferente para Aparecida Oliveira, também paroquiana de Santa Teresinha. De acordo com
ele, os 40 dias que antecedem a Páscoa são de muita
reza, de passar palavras boas para os amigos e lembrar
da alegria que é fazer parte de tudo isso. “Gosto muito de estar em reflexão, mas também com os amigos,
passando mensagens de apoio e de felicidade. Cristo
quer que todos nós fiquemos felizes e essa é uma forma
que vejo de praticar a minha generosidade, inclusive na
Quaresma”. Já Magali Oliveira, diz que toda sexta-feira
não come carne e que essa tradição vem de família. É
algo normal. “Além de me abdicar da carne às sextas,
também faço outros tipos de jejum que me lembram o
sacrifício de Cristo durante os dias que esteve no deserto. Me sinto mais feliz e disposta.”
Sandra Regina Borges de Morais diz que em toda
Quaresma “tenta estar mais atenta ao próximo, respeitando o jejum” que, para ela, significa renascimento.
Que é também nestes 40 dias que ela tenta descobrir
o amor de Cristo, estar mais perto dele e de toda sua
bondade. “Para mim Quaresma é isso. Não é só um
tempo de reflexão, é de ação também, momento que
precisamos nos abrir para aprender mais do amor de
Deus e, com isso, amar mais o próximo”. Nilda Regina
8 • Santa Teresinha em Ação
“Tento não ser tão mundano
durante a Quaresma. Prefiro me
resguardar, ir mais às missas, estar
mais perto de Deus.”
Rafael Rezende
“Apesar de difícil, gosto de me resguardar
durante à Quaresma. Me sinto mais
próxima de Deus e mais fortalecida.”
Renata Habiro
Curiosidade da
Quaresma
Ferreira Louro também diz que gosta de estar perto
das pessoas e que faz alguns resguardos, como evitar
a carne, por exemplo.
Porém, engana-se quem acha que os jejuns ou resguardos comuns da Quaresma são praticados só pelos
mais velhos, como uma tradição de família. A juventude
da Igreja também respeita o período tal como os outros.
Prova disso são as irmãs Daniela e Renata Habiro. Daniela, por exemplo, reserva tempos para a reflexão, rezas e jejum. “De fato é um sacrifício ter que abdicar de
algumas coisas, mas me sinto mais fortalecida com o ato
de jejuar e pensar no sacrifício de Cristo. Me sinto mais
próxima de Jesus com isso”. Já Renata, além de um, tenta
fazer dois tipos de resguardos. “Um de comida e outro
de comportamento. É difícil, mas, importante na minha
caminhada com Cristo.” Para as duas, a Quaresma significa amor e paz de espírito e se lembrar e respeitar todo
sofrimento de Cristo durante os dias que antecedem a
Páscoa é a obrigação de todo cristão.
E é nesta mesma linha que Maria do Socorro também vai. Para ela, a Quaresma é um tempo sagrado, momento de busca e paz interior. Período em que ela tenta
se resguardar de algumas coisas, estar mais na Igreja, falar mais com os amigos sobre o amor de Cristo. “É o período que mais tento me unir ao Senhor. Me sinto forte
e muito grata por todo amor que ele dispensou a mim.”
O fim da Quaresma se dará este ano no dia 13 de
abril, Domingo de Ramos.
Você sabia que a cor da
Quaresma é o roxo? Para a Igreja
Católica, ela significa penitência.
Além do roxo, a Igreja também
usa o vermelho na Sexta-Feira
Santa e Domingo de Ramos,
cor que representa o martírio.
“Sinto que a Quaresma não é só um tempo de
reflexão, é de ação também, tempo de nos abrirmos
para aprendermos mais do amor de Cristo.”
Sandra Regina
Santa Teresinha em Ação • 8
Família salesiana
Os primeiros mártires salesianos
Estamos iniciando um novo
período litúrgico: a quaresma,
tempo de penitência, conversão
e vivência da caridade
D
om Bosco motivava seus meninos
a viver bem a dimensão da doação aos irmãos. Um desses meninos foi D. Luís Versiglia que o conheceu
com 12 anos e tornou-se salesiano. Em
1906 chefiou a primeira expedição salesiana à China, realizando assim uma
repetida profecia de Dom Bosco. Tendo
fundado em Macau a “casa mãe” salesiana, abriu a missão de Shiu Chow e,
no dia 22 de abril de 1920, foi sagrado
seu primeiro Bispo. Dois anos depois da
primeira expedição juntou-se à missão
o clérigo salesiano que posteriormente
seria ordenado sacerdote pelo próprio
D. Luís em 1929 na China: Callisto Caravario.
Ambos são importantíssimas personagens da nossa Família Salesiana,
pois são nossos primeiros mártires. Em
13 de Fevereiro de 1930, D. Luís e Pe.
Caravario estavam em Shiuchow para
a visita pastoral à missão em Linchow.
Alguns meninos e meninas foram com
eles, pois eles estavam estudando em
Shiuchow. No dia 25 de fevereiro, um
grupo de piratas bolchevistas parou o
barco dos salesianos, querendo levar as
meninas. O bispo Luís e o padre Caravario os obstruíram com toda a força que
conseguiram reunir. Eles foram levados
à força e acabaram baleados.
Santidade não se improvisa; nossos
irmãos salesianos aprenderam da espi-
ritualidade salesiana dia após dia o valor do renunciar-se a si mesmo e visar o
bem do próximo e o fizeram até as últimas consequências. Façamos desse período da quaresma uma escola de conversão para sabermos responder com
a vida o chamado de amor ao próximo
como fez Jesus.
Dc. Rafael Galvão Barbosa, sdb
facebook.com/rafael.galvaobarbosa
Experiência Vicentina
Cabral e Lucas, uma dupla de sucesso
No mês passado, aconteceu
minha estreia oficial no jornal,
como colunista, representando os
Vicentinos, quando narrei a bela
história vitoriosa da Vanessa,
conseguida graças à ajuda dos
mesmos
N
esta edição, surpreendi-me não somente com uma, mas foram duas
histórias de superação que gostaria
de compartilhar com vocês.
Ao entrevistar o jovem Lucas de Oliveira, 19 anos, filho mais velho de nossa
assistida Auzenir de Oliveira, deparei-me
com o entusiasmo e amor que Marcelo da
Silva Cabral, 42 anos, 1º Sargento da Força
Aérea Brasileira, dedica à sua escola preparatória para concursos públicos civis e
militares, o Curso Cabral (www.cursocabral.com.br).
Cabral, como é conhecido, saiu do Rio
de Janeiro em 1993. Formou-se 3º Sargento em 1994 e concluiu Letras, na USP, em
2000. Em 2002, iniciou o curso com uma
sala de apenas sete alunos dentro do Clube Associativo dos Suboficiais e Sargentos
da Aeronáutica de São Paulo (CASSASP).
Hoje, a escola está ampliada e, em média, são 120 alunos. Cabral tem carinho
pela vida militar, por sua escola, alunos
e funcionários. Percebe-se o quanto ele
se dedica à aprovação dos alunos, incen-
10 • Santa Teresinha em Ação
tivando-os e motivando-os, sendo rígido
quando necessário. Para ele, a maior alegria é a concretização do sonho de seus
alunos, experiência pela qual já passou.
Lucas foi contagiado pela escola e acabou se apaixonando pelos estudos. Tudo
começou numa visita vicentina, quando
um dos confrades, perguntou-lhe se gostaria de seguir a carreira militar. Lucas tinha vontade de cursar Veterinária, porém
estava longe de sua realidade devido ao
alto custo. Sem demora, aceitou o convite, pois não poderia desperdiçar uma
oportunidade única como aquela. Cabral,
que já havia concedido a bolsa para nossos assistidos, recebeu o Lucas de braços
abertos.
No início, Lucas conta que foi difícil
acompanhar a turma, pois sua escola anterior não tinha boa qualidade. Ao realizar
a primeira prova, percebeu o quanto precisaria se esforçar, já que faltaram alguns
pontos para alcançar a média.
Antes do curso, ele considerava-se
“vagabundo”. Hoje, tem o foco. Não sente
remorso por ter abandonado aquela vida
pacata; ao contrário, sente-se muito bem,
pois tem uma meta a alcançar: ser piloto
da Força Aérea. Apesar de continuar indo
ao cinema e jogando bola pra se distrair,
Cabral comprova a presença de Lucas nas
aulas de reforço nos finais de semana e feriados. É dedicado e já está bem prepara-
do. Também pratica atividade física com
maior frequência por conta do teste físico.
Perdeu quilos de sua vida sedentária e
acomodada.
A mãe Auzenir estimula o filho, acompanhando-o, e fica orgulhosa com sua
mudança, pois se tornou mais responsável e estudioso. Lucas está otimista com a
carreira de aviador. Sua pretensão é ajudar a mãe e seus irmãos, adquirindo uma
casa melhor e dando-lhes uma vida mais
confortável.
A virada na vida de Lucas ocorreu a
partir do momento em que respondeu “eu
quero”. Mostramos a ele o caminho, abrimos algumas portas e o restante... foi seu
próprio mérito.
Lucas é muito grato e agradece a Deus
pela ajuda que estamos lhe proporcionando (Cabral e Vicentinos). Gostaria de
Enio, Lucas, Renata e Cabral
fazer um pedido por ele. Vamos todos orar
para que o Espírito Santo o ilumine, acalme e dê muita sabedoria, especialmente
no dia da prova. Que Maria passe à frente,
continuando a abrir portas e corações.
Caro leitor, você pode interceder por
meio da oração em favor da vida dos assistidos de nossa conferência. Mas, que tal
ajudá-los de maneira mais atuante também? Para descobrir como, venha participar de nossa reunião semanal, toda segunda-feira, logo após a missa das 19h30.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Renata Sayuri Habiro
Consócia Vicentina
facebook.com/renata.habiro
E agora?
Um gole só não faz mal?
“O que somos é presente de
Deus,o que nos tornamos é nosso
presente a Ele”, disse Dom Bosco.
C
onstante é nosso processo de crescimento e “tornar-se” a cada dia uma
pessoa melhor não é nada fácil.Lidamos com dificuldades impostas pela
vida diariamente.E na adolescência tudo
parece ganhar mais intensidade.Inseguranças,conflitos, questionamentos fazem
parte dessa fase.
Se o sistema familiar em sua estrutura
psíquica e afetiva não é capaz de fornecerlhe o suporte necessário para lidar com
suas angústias, pode o jovem procurar na
bebida e nas drogas facilmente oferecidas
pela sociedade um meio de “solucionar”
algum mal estar. Efeitos passageiros de
alívio tranquilizador, euforia e desinibição
podem parecer atraentes. A necessidade
de ser aceito pelo grupo pode também favorecer o compartilhar de bebidas.
E agora? Como agir quando a bebida
chega aos nossos adolescentes?
O último levantamento nacional sobre
o uso de drogas, realizado pelo “Cebrid” e
pelo “Senad”,revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já
atinge 54% dos entrevistados e desses, 7%
já apresentam dependência.
O casal M. e B. tendo 3
filhos adolescentes relatam
temor em conduzir essa
fase.
Eles já iniciaram o vaivém de levar e buscar os
filhos nos dos bailes de 15
anos, nas baladinhas, nos
famosos “churras”, que de
churrasco não tem quase
nada, sendo só um “encon-
tro” entre jovens regado a muita bebida.
O álcool é a droga psicoativa mais barata e consumida de todos os tempos, e
se a bebida alcoólica traz prejuízos para
o adulto, prejudica muito mais o corpo e
o cérebro ainda em formação do adolescente.
O modelo familiar é, e sempre será, o
grande alicerce para o jovem em formação, sendo assim:
1. Seja você o maior exemplo para seu
adolescente.
2. Diálogo sempre. Atualize-se antes
de conversar com seu filho/a, isso aumenta as chances de receptividade por
parte dele/a. Conversem sobre os efeitos
nocivos do álcool.
3. Procure saber quem são os amigos
de seu filho/a, convide-os para uma pizza
na sua casa por exemplo.
4. Seja amigo sim, mas antes e principalmente seja pai e mãe, não abra mão de
sua autoridade.
5. “Honrar pai e mãe” também quer
dizer : “Cara, de boa, dê um tempo para
seus pais, baixe a guarda, não fique só na
posição de receptor, dê você também o
seu melhor na dinâmica familiar, assim
como você o faz lá fora com seus amigos”.
6. Pais, busquem seus filhos adolescentes nas festas, não delegue esta tarefa
a ninguém.
7. Procurem atividades de interesse da
família, que promovam a unidade.
8. Orem juntos, não façam de seu domingo somente um dia de lazer, mas também de renovação espiritual, vão à Missa.
9. Procure grupos de jovens na sua Paróquia.
10.Vem aí a Quaresma, tempo propício de reflexão, de perdão e reconciliação.
Lembrem-se sempre é tempo de melhorar as coisas.
“Nossos jovens precisam e muito fortalecer-se na fé, pois muitas são as tentações e os ataques que têm de enfrentar, e
com certeza na oração e inseridos numa
comunidade cristã, grandes são as chances de ‘tornarem-se presentes a Deus”.
Rose Meire de Oliveira
Psicóloga
[email protected]
facebook.com/Rose.rsgo
E a família, como vai?
A quem delegamos a
educação de nossos filhos?
H
á um sentimento geral nas pessoas de que o mundo, de repente, ficou mais violento e sem controle.
Seja nas manifestações, nos rolezinhos,
nas letras das músicas, cada vez mais
tocadas em alto e incômodo som, na
falta de paciência no trânsito, em casa,
na escola.
Recordemos a Palavra de Deus em
Genesis 1, 27-31. Ali Deus cria o ser humano e a família. E lhes dá uma missão.
Ele viu que era muito bom (Gn 1, 31) e
nos convida a usufruir de seu reino, nos
dando a responsabilidade pela coparticipação na sua obra mediante os dons
da maternidade e da paternidade.
Mas o mundo anda rápido demais.
Temos que trabalhar muito para suprir
todas as necessidades de nossos filhos,
tais como escola, roupas, mil cursos,
intercâmbios, várias línguas, celulares
e computadores de última geração, vídeo games, Smart TVs. Precisamos morar em condomínios com área de lazer
completa. Tudo para nossos filhos.
Nesta roda-viva quase insana, esquecemos o mais importante, a presença dos pais. A conversa ao redor da
mesa, o passeio num parque público,
um piquenique preparado em casa, as
férias aproveitadas junto, na casa da
avó, da tia, no apartamento de praia
emprestado. Já perdi as contas de quantas vezes alguns pais comentavam que
quando os filhos voltavam para as aulas
é que começavam as férias deles. Que
pena! Perderam a grande oportunidade
de estar com seus filhos. Vejo crianças
correndo por seus condomínios, livres
de assalto, mas livres também de qualquer educação. Famílias delegando a
outras crianças e adolescentes a educação de seus filhos.
Então vem a pergunta: A quem delegamos a educação de nossos filhos?
À escola, ao vizinho, aos amiguinhos,
à internet, às novelas e à TV, às revistas
pop, aos shopping centers? Vamos assumir nosso papel de pai e mãe: unidos,
vivendo junto com nossos filhos a aventura do amor, da partilha, das coisas
simples, porque um dia eles partirão e
farão suas escolhas. Que seja num mundo melhor do que vivemos hoje. E isto
depende de nós.
Luiz Fernando e Ana Filomena
[email protected]
facebook.com/anafilomenag
facebook.com/lzgarcialz
Santa Teresinha em Ação • 11
Que Delícia!
E vamos economizar calorias!
Quantas vezes queremos receber em casa,
mas nos vem imediatamente a pergunta:
Sirvo alguma coisa que eu posso comer ou
“só hoje” vou sair da dieta?
É possível receber bem em casa, com preparações alternativas e continuar com nosso propósito
de vida saudável.
Comece a reunião com legumes cortados em tiras, como cenoura e pepino, e uma pasta feita à base
de iogurte natural desnatado e ricota, temperada
com pouco sal, pimenta e manjericão fresco. Fica
uma delícia! Drinks sem álcool e pouco calóricos
como por exemplo uma mistura de Guaraná Diet e
suco de laranja na proporção 1:1, com bastante gelo
e rodelas de laranja , servidos em copo alto e decorados com uma rodela de laranja e um raminho de
hortelã são charmosos!
E para finalizar, que tal um escondinho? Servido
com salada verde e tomate cereja, fica maravilhoso!
Está de volta o prazer de receber em casa, não é mesmo? Divirta-se!
Rosângela Melatto
Chef de cozinha
[email protected]
facebook.com/rosangela.melatto
Escondidinho light de frango
Serve 3 porções como refeição
principal ou 6 como aperitivo
Para a base: 3 fatias de pão
de forma integral, cortadas
em círculo e dispostas sobre
um ramequim grande (aquela
travessinha para servir o
escondidinho).
Para o refogado de frango: 300g
de frango picadinho, 2 tomates
maduros sem pele e sem semente,
ceboulette picadinha, 1 colher de
chá de azeite, sal e pimenta. Com
estes ingredientes, faça o refogado
de frango, e coloque sobre a fatia
de pão.
Cubra o frango com o seguinte
purê de legumes:
1/2 xícara de cada uma:
abóbrinha, abóbora, batata (ou mandioca ou mandioquinha); cozidas em água e sal com ½ cebola
pequena. Quando estiver cozida, escorra a água, e junte 1 colher de chá de Becel, ¼ xícara de leite; bata
com o mixer e acerte o sal. Cubra o refogado de frango.
Coloque uma fatia bem fina de mussarela light e 1 colher de chá de queijo parmesão light sobre o purê de
legumes. Leve para gratinar no forno.
Cidadania
O ensinamento do bem e o
legado de Dom Bosco
E
m uma cerimonia de colação de
grau, um paraninfo, desejoso de
ministrar um último ensinamento
a seus alunos, proferiu as seguintes palavras: “O certo é sempre certo, mesmo
que poucas pessoas o façam. O errado
é sempre errado, mesmo que muitas
pessoas o pratiquem.” Difícil não parar
para pensar nestes dizeres.
O compromisso de formar cidadãos
de bem e compromissados em trilhar
com retidão os ensinamentos do Cristo
é o maior legado de Dom Bosco.
Formar bons cidadãos é ensinarlhes a estar sintonizados no bem estar
do outro, saber diferenciar, e principal-
O certo é sempre certo, mesmo que poucas
pessoas o façam. O errado é sempre errado,
mesmo que muitas pessoas o pratiquem
12 • Santa Teresinha em Ação
mente, querer praticar o bem, rejeitando o mau.
Este último ponto talvez seja o mais
difícil, porque em muitos momentos
nós conseguimos diferenciar uma atitude correta de outra incorreta, mas
racionalizamos nossa conduta incorreta com argumentos dos mais absurdos,
tais como: “todos fazem isto”, “não quero ser trouxa” etc.
Exercitar a fé exige de nós uma atenção e uma vontade, por assim dizer, radical. Como radical foi a mensagem de
Jesus e o legado de São João Bosco.
De certa forma, exercitar a fé é desafiar o que socialmente está posto. Foi
assim que Jesus propôs. Foi assim que
Dom Bosco fez.
Diante disso não podemos perder
nossa capacidade de indignação sobre
as mazelas de nossa sociedade. Recuperemos aquela vontade de mudar o
mundo que existe nos jovens. Iniciemos a mudança por nós mesmos, escolhendo o justo, o moralmente correto,
conforme nos ensina nossa fé. Mesmo
que o mundo nos aponte para direção
contrária
Aloísio Oliveira
Advogado
facebook.com/aloisio.oliveira.54
Juventude
anos!
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risma já vai começar!
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somente até março!
Você já é crismado
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É jovem?
Venha participar d
o nosso grupo!!
Mande
juventude@paroq email para
uiasantateresinha
.com.br
para mais informa
ções!
Sobre a escolha da
castidade no namoro
Por Thiago Thomaz Puccini
QP
Como resposta à vontade de Deus e à falta de amor
no mundo, o jovem é chamado a viver a castidade, um
fruto espiritual que direciona a sexualidade para o lugar certo. Há
diversas razões para viver essa virtude.
Sem esse autodomínio, é muito possível que os enamorados se encontrem,
principalmente, para satisfazerem seus desejos carnais. Por conta disso, um
casal pode prolongar um relacionamento que se tornou indesejável, gerar
marcas diversas e ter dificuldades para um rompimento.
Portanto, a castidade permite que o casal se conheça profundamente e
tenha um interesse verdadeiro um pelo outro. Evita confusões acompanhadas de sentimento de culpa e estresse. Preserva de um arrependimento por
ter feito algo que não devia com alguém que, simplesmente, pode ir embora a
qualquer momento, pois não tem comprometimento total.
Além disso, não dá espaço para o uso de métodos contraceptivos, algo que
além de apresentar o sexo como mero modo de prazer e fora do casamento,
também retira seus verdadeiros sentidos, os de união e fecundidade. Já imaginou quantos bebês deixaram de existir só porque duas pessoas queriam se
unir somente por prazer?
Se quiser saber se o relacionamento pode ter futuro diga “não” àquele com
quem namora. Veja se ele/ela é capaz de esperar.
Qual jovem não gostaria de dar o dom de si mesmo, única e exclusivamente para a pessoa com a qual passará o resto de sua vida? Por isso, vale a pena
esperar!
Viver essa virtude não é fácil. Mas a solução se encontra na Eucaristia, no
Santo Terço, na Confissão, no Jejum, na Palavra de Deus. E também pedindo a
intercessão de Nossa Senhora e São José... É preciso ser determinado!
Muitos são e/ou serão zombados por causa desta escolha difícil. Mas a garantia de uma grande felicidade, sem dúvida, está aí. Dizer “sim” à castidade é
dizer sim ao amor verdadeiro!
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A única e principal meta, vivo para chegar
Nele!
Vida em
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Comunida
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Passagem
bíblica
Indispensável! Me engajei na comunidade há
pouco tempo e aprendi como é bom! Não abro
mão!
Com certeza a melhor fase da minha vida!
Onde eu sei que tudo que vivo e aprendo ‘no
hoje’, vou levar pro resto da minha vida.
Sem dúvidas foi o sacramento da confirmação.
Graças ao acolhimento da paróquia eu pude receber
o sacramento. Lutei muito porque passei por
outras duas paróquias e, com a ajuda do padre
Camilo e da Inês, o dia 3 de novembro de 2013 foi
extremamente marcante na minha vida.
Jeremias, versículos de 4 a 8
matéria
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id
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m
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lg
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Você tem
juventude?
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Queremos saber! teresinha.com.br
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Santa Teresinha em Ação • 13
Envelhescência
Viajar é preciso
Mas se cuidar para ter uma
viagem tranquila também
P
ara muitos idosos, agora começa a temporada de viagens. Por
ser baixa temporada no Brasil e
em muitos lugares no exterior, dá para
aproveitar os preços baixos tanto de
hospedagem, quanto de passagem de
avião ou ônibus.
Mas para que a viagem seja, apenas, diversão e momento de relaxamento, alguns cuidados devem ser
tomados para esta parcela da população. Enfrentar longas horas de viagem
sentado não é confortáel para ninguém, principalmente para os idosos.
Há sempre o risco de dores musculares
e a até chamada trombose, rara nesses
casos, porém provocada pela falta de
movimentação por longos períodos.
Alguns chegam a associar o problema
à falta de espaço da classe econômica
nas aeronaves, embora possa acontecer em viagens de carro, trem ou ônibus também.
Maurício Lebre, orpedista, especializado em joelho e membro da equipe
de cirurgia do Hospital do Servidor Estadual em São Paulo, recomenda o uso
de calçados confortáveis, com solados
que amorteçam parte do impacto, e de
meias elásticas, especialmente para as
pessoas que já apresentam problemas
vasculares. “Jamais viajar de salto alto
e evitar ficar sentado o tempo todo”,
alerta o especialista. Segundo ele, caminhadas pelos corredores da aeronave, ônibus ou trem, alongamentos
simples e movimentação frequente das
articulações ajudam a reduzir o desconforto do longo tempo a bordo. Para
Lebre é fundamental alongar os membros inferiores, em especial a panturri-
lha, conhecida como batata da perna, o
quadríceps e os isqui-tibiais, músculos
do fêmur e da área abaixo do joelho.
Outra boa dica, segundo Lebre é
que, em alguns casos, aqueles dos ido-
sos que fazem acompanhamento médico, é fundamental avisar ao médico
responsável pelo tratamento sobre a
viagem para verificar os cuidados específicos a serem tomados.
Animal!
Sem bezerro, sem leite
Você sabia que a vaca para dar
leite precisa parir um bezerro?
M
uita gente acha que a vaca dá
leite simplesmente por ser vaca.
Na realidade a vaca produz leite
para amamentar o bezerro assim como
a mulher produz leite para amamentar,
aliás, como ocorre em todos os mamíferos. As primeiras vacas foram domesticadas há 10 mil anos e com o passar do
tempo o homem descobriu que o leite de
vaca servia como alimento. Hoje a produção é mecanizada, segue legislação
e boas práticas de higiene. As vacas são
“máquinas de produzir leite”, mas mesmo assim, precisam parir um bezerro
para produzir. O leite é consumido no
mundo todo, no Brasil cerca de 30 bilhões de litros por ano. Rico em nutrientes, fonte de proteína, gordura, lactose (é
o açúcar do leite), vitaminas e sais minerais. Não substitui o leite humano na
14 • Santa Teresinha em Ação
alimentação dos recém-nascidos, pois,
somente o leite materno tem os anticorpos específicos para humanos. Algumas
pessoas são alérgicas a proteína do leite
de vacas e nesses casos o leite pode ser
substituído pelo leite de cabra. Quando a
alergia é da lactose não tem como subs-
tituir o leite, pois a lactose está presente
em todos independente da espécie animal. No mercado encontramos vários
tipos de leite: o integral tem no mínimo 3% de gordura em sua composição,
o semi-desnatado tem de 2,9 a 0,6% e o
desnatado contém no máximo 0,5%. O
Leite Pasteurizado é aquecido a elevadas temperaturas por alguns segundos
e em seguida refrigerado entre 2º e 5º C,
sendo envasado em seguida, destruindo
parte dos microrganismos. Na Ultrapasteurização (UHT) é aquecido em temperaturas mais elevadas do que na pasteurização, por um tempo menor e resfriado
imediatamente, destruindo todos os microrganismos. O leite longa vida é o leite UHT acondicionado em embalagens
assépticas, as famosas caixinhas. O leite
cru, retirado da vaca sem tratamento térmico e sem qualquer controle higiênicosanitário pode transmitir doenças. Portanto, o leite cru deve ser fervido antes
do consumo.
Raquel Raimondo
Médica veterinária
facebook.com/raquel.raimondo
Acontece
na cola do papa
Pastoral Familiar realiza retiro.
Veja em http://goo.gl/mnGny3
Pe. Eduardo celebra sua primeira
missa em Santa Teresinha.
Veja em http://goo.gl/9YWZJO
Papa Francisco
é indicado ao
Nobel da Paz.
Ele e mais
277 candidatos
concorrem ao
prêmio que será
anunciado no dia
10 de dezembro
deste ano.
Conheça mais sobre o Dc. Tiago
Eliomar em http://goo.gl/eGYGMP
Santa Teresinha em Ação • 15
entrevista
Por Daya Lima
“É para a liberdade que
Cristo nos libertou!”
A
Campanha da Fraternidade deste ano volta-se
para as questões do tráfico de pessoas e de órgãos. Com o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quer
trazer a público e discutir um dos grandes problemas do
país. Na Região Santana, que também tem registros de
casos, Frei Guilherme Anselmo foi escolhido para ser o
assessor e responsável pela divulgação e trabalhos da
CF. Ele, devoto de Santa Teresinha e nascido na Vila Maria (São Paulo), conhece bem a carência da região e nos
apresenta o tema, além de dar dicas de como fazer valer
a Campanha para cada paroquiano.
STA - Porque a CNBB escolheu, neste momento, o tema
tráfico de pessoas?
Frei Guilherme - Desde o início da CF em 1962, os temas
vêm sendo elaborados em fases. Na 1ª fase (até 1972), os
temas buscaram conduzir as primeiras reflexões como
eco ao Concílio Vaticano II “em busca da renovação
interna da Igreja”. Na 2a fase (de 1973 a 1984), “a Igreja
preocupa-se com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça”. E agora,
estamos na 3a fase, desde 1985, onde “a Igreja volta-se
para situações existenciais do povo Brasileiro”. O tráfico
de pessoas e de órgãos é hoje uma das indústrias que
fazem girar uma economia mundial poderosa e destruidora, junto das drogas e das armas. A Igreja não pode
e não vai calar-se diante dessa crescente ameaça à dignidade humana e ao Reino de Deus. Portanto, a CNBB
conclama os cristãos a levantarem sua voz agora no debate, na denúncia e no combate geral a esse mal.
STA - Na sua opinião quais são os pontos fortes desta CF?
Frei Guilherme - Primeiro, o tráfico humano é desconhecido à grande maioria das pessoas quanto às suas
origens, perfil de suas vítimas, engendramentos, métodos, objetivos. A CF pode ser um importante veículo
de informação, debate e aprofundamento sobre o tema.
Só com isso, um passo grandioso é dado. Além disso, ao
contemplarmos o cenário do tráfico humano, temos a
oportunidade de tomarmos consciência dos rumos que
a humanidade está tomando. É hora de olhar no espelho e ver a forma aviltante com que estamos nos tratando, uns aos outros. Estamos nos tornando mercadorias
num sistema opressor e degradante. O tráfico é um sinal
claro e gritante disso. Por último, a CF é um canal eficaz
na divulgação de sistemas preventivos, projetos de políticas públicas, canais de denúncia, iniciativas sistêmicas de combate, etc.
STA - De que forma a nova CF ajuda no combate deste
crime?
Frei Guilherme - No eixo de prevenção, informando sobre as causas, métodos e consequências e no combate,
apontando para canais concretos de denúncia.
STA - A Igreja vai trabalhar o tema de uma forma mais
abrangente ou não?
Frei Guilherme - No texto-base que a CNBB disponibilizou, nos artigos que muitos bispos, padres e tantas lideranças já vêm escrevendo sobre a CF 2014, já vemos
o tema se ampliar e muito. Apesar da ênfase do trabalho
da CF estar no curto tempo quaresmal, certamente poderão surgir ecos e desdobramentos. Mas, creio que o
mais importante é o que tem que acontecer nas bases,
nos recantos de nossas comunidades. É lá que o tema
vai ter maior ou menor abrangência. Depende, portanto, de todos nós, batizados, especialmente das lideranças pastorais.
STA - Existem muitos registros de casos na nossa região?
Frei Guilherme - Sim. A indústria têxtil com suas oficinas de trabalho escravo (ou quase escravo), é um registro inegável do quão devastador é o tráfico de pessoas
para exploração do trabalho. Em sua maioria, bolivianos, peruanos e paraguaios, são aliciados em sua situação de pobreza extrema e iludidos com perspectivas falsas que nunca se concretizam. Estão em nossas
esquinas. Também a exploração sexual de mulheres
e, especialmente de travestis, está debaixo de nossos
olhos em Santana e em outros recantos de nossa região.
16 • Santa Teresinha em Ação
“Eis um desafio para a
nossa região: trabalhar com
a mobilidade humana. Não
temos aqui a Pastoral do
Migrante. Quem sabe seja
esse um fruto que a Igreja de
Santana pode oferecer como
eco da CF 2014?
Aliás, eis um desafio para a nossa região: trabalhar com
a mobilidade humana. Não temos aqui a Pastoral do
Migrante. Quem sabe seja esse um fruto que a Igreja de
Santana pode oferecer como eco da CF 2014?
STA - Como os paroquianos podem, de fato, fazer valer a
CF deste ano na região?
Frei Guilherme - Reunindo pequenos grupos e lendo o
texto-base, debatendo, ampliando o tema, divulgando
os canais de denúncia anônima.
STA - Deixe uma mensagem para os paroquianos de Santa Teresinha.
Frei Guilherme - Entendam mais sobre a CF deste ano
e, para isso, só lendo os textos sobre. Conversem com
seus párocos e conosco sobre formas de como trabalhar
e contribuir para a grande missão da Igreja neste ano.
Contem sempre com a gente para poder fazer valer a
vontade de Deus. Abraços para todos!

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