Relatório de Atividades 2014 - Estação Experimental de Citricultura

Transcrição

Relatório de Atividades 2014 - Estação Experimental de Citricultura
FUNDAÇÃO DE PESQUISAS
AGROINDUSTRIAIS DE BEBEDOURO
Estação Experimental de
Citricultura de Bebedouro
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
2014
Bebedouro, SP, Brasil
Março de 2015
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APRESENTAÇÃO
O presente relatório têm por finalidade dar conhecimento das ações da instituição aos seus
parceiros, entidades convenentes, colaboradores, órgãos fiscalizadores, citricultores e profissionais
ligados ao setor. Nele, são elencadas as atividades realizadas durante o ano de 2014 na Estação
Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB) e mostrados resumos dos trabalhos de pesquisa
e desenvolvimento tecnológico em andamento e das demais atividades.
Mostram-se os resultados de produtividade para os experimentos em que houve coleta de
dados. Outras avaliações realizadas como as de qualidade do fruto, tamanho das plantas e de
características do solo, não são apresentadas. Para alguns trabalhos, também são mostrados e
comentados resultados específicos. Ressalta-se que as informações apresentadas estão sujeitas a
revisão e não se constituem em recomendações técnicas.
Como para todos os citricultores, o greening vem prejudicando a maioria dos trabalhos em
andamento na EECB. Mas a persistência a levará a continuar contribuindo para a citricultura. Novos
experimentos foram instalados e outros estão em fase de preparação. Boa parte visa diminuir o
impacto do greening na citricultura.
A equipe da EECB coloca-se à disposição para esclarecimentos sobre quaisquer pontos do
presente relatório e para discutir novas propostas de trabalho, notadamente na área científica,
ressaltando que sempre foi aberta a todas as empresas e instituições do setor.
Eduardo Sanches Stuchi
Pesquisador Embrapa Mandioca e Fruticultura
Diretor Científico
HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Desde o início da década de setenta, fazia-se sentir a necessidade de criação de um órgão de
experimentação em citricultura na região norte do Estado de São Paulo, no centro geográfico do
maior pólo citrícola do país na época.
O movimento de criação da Fundação iniciou-se dentro do Rotary Club de Bebedouro, que por
então por sugestão do então presidente Domingos Fazanella e do agrônomo Antonio José de Souza
Junior, idealizadores da mesma, foram convidados vários citricultores de renome da região, alguns
pertencentes ao próprio Rotary Club, e outros membros da Cooperativa dos Cafeicultores e de
Citricultores de São Paulo (Coopercitrus) e também engenheiros agrônomos da Delegacia Agrícola
de Bebedouro - CATI / SAA, todos interessados na área de Citrus, a fazerem parte como
instituidores da Fundação.
Sob essas lideranças de Bebedouro, a ideia amadureceu e culminou na constituição, em 11 de
julho de 1978, da Fundação de Pesquisas Agroindustriais de Bebedouro (FUPAB), tendo como
objetivos:
a) Promover estudos e pesquisas nos domínios da atividade pública ou privada;
b) Constituir-se em centro de documentação para sistematizar e divulgar conhecimentos
técnicos;
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c)
Incumbir-se do planejamento e da organização das atividades industriais ou de
pesquisas, públicas ou privadas, tomando o encargo de executá-lo ou prestar-lhe a
assistência técnica necessária;
d) Estimular e promover a formação, especialização e aperfeiçoamento de pessoal técnico;
e) Promover iniciativas necessárias e oportunas para realização de seus objetivos;
f) Divulgação das pesquisas feitas, de caráter geral a todos os interessados.
A FUPAB teve como fundadores todos os seus instituidores, em número de trinta membros,
conforme a ata de sua constituição. Nessa mesma oportunidade, foram eleitos os seguintes
conselheiros: Eduardo Andrea Matarazzo, Presidente; Antonio José de Souza Júnior, Diretor Técnico
Científico; Domingos Fasanella, Diretor Financeiro; Antonio Carlos Alvares da Silva, Vinicius Faccio
Pimentel, Hugo Tourinho, membros do Conselho Curador; além dos demais membros do Conselho:
Nivaldo Battistetti; Xerxes de Carvalho; Sérgio Sessa Stamato; Walter Ribeiro Porto; Carlos Eduardo
Prudente Correa; João Pedro Matta; Cromel de Oliveira; Walter da Cunha Stamato; Jorge Uchôa
Ralston; Luiz Carlos Izique; José Ricardo Moreira Cabrita; Hélio de Almeida Bastos; Pedro Maia e
Paulo Cezar Figueiredo.
Após a montagem da Fundação, a diretoria entrou em contacto com a Prefeitura Municipal de
Bebedouro para solicitar a doação de uma área física para a instalação de uma futura estação
experimental. O então prefeito Sr. Hélio de Almeida Bastos ( também um dos convidados a ser
instituidor da FUPAB) acatando a exposição de motivos apresentada houve por bem enviar uma
mensagem à Câmara Municipal para doação de uma área que seria a futura Estação Experimental.
Como a área era um bosque de eucaliptos da antiga Fepasa, teve-se que pensar em destocar aquela
área. Com o apoio do agrônomo José Ricardo Moreira Cabrita conseguiu-se da CAIC (órgão da
Secretaria da Agricultura) a cessão de máquinas para efetuar o serviço. Estando o terreno limpo,
através de doações da Prefeitura, da Frutesp, da Coopercitrus e da Associtrus, foi feita a primeira
residência onde deveria trabalhar um técnico agrícola. Já tendo as condições iniciais, contatou-se a
então Faculdade de Agronomia de Jaboticabal, contacto inicial feito com o Prof. Dr. Luiz Carlos
Donadio, onde foi celebrado o acordo de trabalho entre o Sr. Presidente Dr. Eduardo Matarazzo e o
Diretor da Faculdade, á época o Prof. Dr. Ailton Casagrande.
No mesmo ano de 1978, foi elaborado um primeiro projeto de estudos da citricultura de
Bebedouro, constando de seis subprojetos, que recebeu o apoio da FUPAB e foi concluído em dois
anos por professores da UNESP. Em 13 de agosto de 1979 foi assinado um Convênio entre a FUPAB
e a Associação Paulista de Citricultores (Associtrus), visando o repasse de recursos financeiros e um
veículo de transporte para funcionários e pesquisadores, para que a FUPAB pudesse concretizar os
objetivos propostos, quando da sua constituição. Em 03 de outubro de 1980 foi apresentado o
primeiro “Planejamento para Instalação da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro”. O
primeiro trabalho publicado apoiado pela FUPAB foi um levantamento da citricultura de
Bebedouro, realizado em 1980 por alunos da FCAV-UNESP, sob orientação de professores da FCAVUNESP e técnicos da Casa da Agricultura de Bebedouro.
A seguir houve o ato de desapropriação pela Prefeitura Municipal de Bebedouro de uma área
de terras de 72,12 ha pertencentes às Ferrovias Paulista S/A que foi cedida em comodato à FUPAB,
através da lei municipal n° 1433 de 19 de novembro de 1980, para desenvolvimento de projetos de
pesquisa em citricultura, tendo sido feito um primeiro “Projeto Citrus”. Houve também como
contrapartida a cessão pela UNESP, de um técnico agrícola em período integral, para cuidar dos
experimentos ali implantados sendo que, a essa época, a FUPAB passou a contar com a colaboração
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mais efetiva de professores da FCAV-UNESP, tendo apoio inclusive para destoca da área, com
maquinaria da Faculdade.
Aos 13 de outubro de 1982, através de uma alteração de seus estatutos, a FUPAB cria uma
nova entidade jurídica: a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), com sede
localizada na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, km 384; com a finalidade de:
- Desenvolvimento de Projetos de pesquisa em citricultura, subsidiados pelos recursos advindos das
entidades envolvidas, sempre de interesse regional;
- Desenvolvimento de projetos de culturas alternativas a citricultura regional, nas áreas de
agricultura e fruticultura;
- Prestação de serviços de assistência técnica a citricultura regional, com base nas pesquisas nela
desenvolvidas ou transferidas de outras áreas;
- Distribuição de material genético de qualidade comprovada pelos padrões em vigor;
- Sediar eventos, tais como: reuniões técnicas, simpósios, dias de campo, visando à melhoria
tecnológica da citricultura, agricultura e fruticultura regionais.
As entidades que firmaram ou mantiveram convênios com a EECB, através da FUPAB, na época
de sua fundação, foram as seguintes: Associação Paulista de Citricultores (Associtrus),
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) - SAA – SP, Coopercitrus Industrial Frutesp
S.A., Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo (Coopercitrus), Faculdade Ciências
Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP, Fundo Paulista de Defesa da Citricultura
(Fundecitrus) e Prefeitura Municipal de Bebedouro. O apoio dessas entidades e do CNPq, da
Embrapa e da FAPESP, além de diversas empresas privadas e citricultores, possibilitaram a
implantação de diversos projetos de pesquisa em citricultura, bem como sobre culturas alternativas
para a região. Alguns destes apoios serão detalhados a seguir.
Em 16 de agosto de 1982, foi assinado um convênio de cooperação mútua entre a Secretaria da
Agricultura e Abastecimento de São Paulo / CATI e a FUPAB, visando à cessão, por empréstimo, de
móveis, utensílios e material de escritório, além da designação de um técnico de nível superior para
representá-la junto ao convênio além de um auxiliar de campo, em tempo integral, para cuidar dos
primeiros experimentos de campo instalados. Houve também, a partir de então, por parte da
Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo (Coopercitrus), hoje Cooperativa de
Produtores Rurais, a cessão em comodato de máquinas e implementos, bem como sua
manutenção, para a utilização no preparo do solo e condução dos primeiros experimentos e dos
subseqüentes.
Como decorrência desse trabalho deu-se a inauguração oficial, em 18 de outubro de 1982, da
Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), com a presença do Secretário da
Agricultura e Abastecimento de São Paulo, em solenidade realizada ao ar livre, por inexistência
então, de outro local mais adequado, pois havia na época, recém-plantados, apenas os primeiros
ensaios instalados na EECB.
Vale ressaltar que nessa época, a EECB não contava ainda com rede de energia elétrica, nem
mesmo para funcionamento da bomba do poço semi-artesiano, única fonte de água da EECB, sendo
que para tal, tivemos que contar com o empréstimo de um conjunto moto-gerador de energia
elétrica, gentilmente cedido pelo citricultor Arnoldo Leal Figueiredo. Passados alguns meses, após a
inauguração da EECB, foi iniciada a instalação da rede de energia elétrica, através de uma doação
efetuada pelo citricultor e então presidente da FUPAB, Eduardo Andrea Matarazzo, de grande parte
dos postes, fiação e materiais necessários para execução da mesma e complementada pela
Coopercitrus Industrial - Frutesp S.A.
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Para a construção de um barracão para abrigo de tratores e implementos, depósito de insumos,
oficina e escritório da EECB, foi instalado um verdadeiro mutirão, com a participação, da Prefeitura
Municipal de Bebedouro, FCAV-UNESP e da Construtora Mahle & Toller, doando a mão de obra,
além de recursos financeiros e materiais de construção doados por citricultores, tais como: Hygino
Leonel de Paiva, Issa Lian, Domingos Fasanella, Hernani Bulle Arruda, José Francisco de Fátima
Santos, Pedro Maia, entre outros. Esse barracão, devidamente fechado por lona plástica,
improvisava um anfiteatro, onde foram realizadas as primeiras reuniões técnicas para citricultores
da região, bem como a realização de simpósios.
Os anos que se seguiram foram marcados pelo espírito de luta e idealismo, dada a escassez de
recursos financeiros para manutenção e implantação de novos projetos de pesquisa, sendo que
nesse período, a EECB recebeu da Agropastoril Paschoal Campanelli S/A, uma consistente doação
financeira, que aliados aos demais recursos captados pela FUPAB, possibilitou a continuidade dos
trabalhos de pesquisa. Nesse período, foi também construído um prédio para laboratório e
instalações complementares, através de apoio da Prefeitura Municipal de Bebedouro. Instalações
que operaram até a execução de parte da infraestrutura com que a EECB conta atualmente.
A partir de 1984, durante um período de aproximadamente 2 anos, houve por parte da Cargill
Citrus Ltda a colaboração na manutenção de 2 funcionários de campo e também uma efetiva
participação de funcionários da Delegacia Agrícola de Bebedouro – SAA / CATI na execução de
serviços diversos. Em 8 de outubro de 1985, a Coopercitrus Industrial – Cooperativa dos
Citricultores de São Paulo cede em comodato um veículo para uso da EECB, o qual é mantido por 3
anos a serviço da Estação.
Em 1985, foi firmado um contrato de cooperação entre a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa e a FUPAB, com o intuito de integrar a iniciativa privada nas ações do
sistema cooperativo de pesquisa agropecuária, coordenado pela Embrapa.
Em 1988 foi assinado um convênio entre a FUPAB e a UNESP, para apoio à realização de novo
projeto de pesquisa, chamado de “Projeto Citrus”, que era constituído por nove subprojetos, os
quais foram ampliados para doze, nas renovações posteriores, e que se constituiu em importante
apoio às atividades de pesquisa da EECB.
Durante vários anos, a EECB recebeu do Fundecitrus um consistente apoio financeiro no que diz
respeito, principalmente, à cessão de veículos para transporte de técnicos e funcionários da EECB,
bem como, a sua manutenção, culminando com a doação definitiva desses veículos para a FUPAB.
Por questões administrativas, posteriormente, em 15 de março de 1987, foi feito um ajuste de
permissão de uso entre a Fepasa e a Prefeitura Municipal de Bebedouro, com repasse para a FUPAB
da área total de 72,12 ha.
No ano de 1988 foi iniciada a construção dos prédios e de boa parte da infraestrutura,
atualmente existente na EECB, com o apoio integral da Coopercitrus Industrial - Frutesp S.A., que
cedeu os recursos necessários para sua execução. Aos 22 de junho de 1988, novo convênio foi
assinado entre a FUPAB e a UNESP, através da FCAV, no qual essa última cede às suas expensas, um
técnico de nível superior para atuar como coordenador das pesquisas desenvolvidas na EECB, essa
situação se manteve até 1998.
A partir de 1990, com a construção do seu amplo e moderno anfiteatro, a EECB tem realizado
de dois em dois anos, o Seminário Internacional de Citros, que já está na 8ª edição, sempre
abordando temas de interesse de técnicos e produtores de citros, trazendo palestrantes de
diversos países e de renome internacional.
Na década de noventa, a EECB, através do Departamento de Horticultura da FCAV-UNESP, teve
dois projetos aprovados pela FAPESP. O primeiro foi um projeto temático aprovado em 1990, com
duração de seis anos (1991-1996), cujos recursos viabilizaram a implantação de um moderno
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laboratório de análises de solo, tecidos vegetais e de qualidade dos frutos, bem como apoiaram a
realização de 12 subprojetos de pesquisa. O segundo foi um projeto de inovação tecnológica no
âmbito do Programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) que teve como empresa parceira a
Montecitrus Trading S.A., o que permitiu a avaliação industrial de variedades cítricas, em sete
subprojetos, durante três anos (1997-1999). Ainda na mesma década, um projeto multidisciplinar e
multi-institucional, financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia – PADCT- CDT, possibilitou a
realização de diversos trabalhos sobre a clorose variegada dos citros (CVC) e melhoria da
infraestrutura de pesquisa. Também nesta década, teve início, com a importação de genótipos de
diversos países, um estudo de tolerância a CVC que contou com o apoio logístico e financeiro do
Fundecitrus.
Em 1996, prevendo-se a demanda de material propagativo sadio de citros (borbulhas e
cavalinhos), foi construída a borbulheira protegida de citros com 4.500 m 2 e capacidade para
produção de 1.500.000 borbulhas por ano. Esta construção e operacionalização contaram com o
financiamento de diversas empresas, viveiristas e citricultores em um sistema de compra
antecipada para entrega futura das borbulhas sadias de citros.
Sempre ligada aos anseios dos produtores da região, para melhor produzir com menores
custos, em 2000, a EECB, em parceria com a Coopercitrus, Credicitrus e empresas de máquinas e
implementos agrícolas, construiu um moderno centro de treinamento (CT), que recebeu o nome de
seu idealizador e principal artífice, o senhor Walter Ribeiro Porto. É constituída por oficina-escola,
galpões para aulas práticas de mecânica, sala de aula com capacidade para 50 alunos, refeitório,
sala de jogos e também um confortável alojamento para instrutores e alunos que podem
permanecer hospedados nas dependências da EECB durante a realização dos cursos. As atividades
do mesmo são contínuas desde então.
Em dezembro de 2000, teve início o projeto de produção integrada de citros (PIC), do
Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) e CNPq, coordenado pela Estação Experimental
em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, que foi conduzido até 2004. Este projeto permitiu a
aquisição de um espectrofotômetro de absorção atômica para uso do laboratório de análises de
solo e folhas e a modernização e automatização do posto meteorológico. Com isto ganhou-se em
agilidade e qualidade das análises e no fornecimento de informações diárias sobre o clima através
do site da EECB na internet.
Desde 2000, a Coopercitrus, maior parceira da EECB, realiza anualmente nas dependências da
Estação Experimental, a Feira de Agronegócio que visa apresentar aos agricultores do Estado de São
Paulo e de outros Estados, o que há de mais moderno em máquinas, equipamentos e insumos para
agricultura e pecuária, sempre em condições especiais de preços e financiamentos. Para atender às
necessidades da feira, em 2002, foi construído um belo pavilhão de negócios que funciona como
um espaço para eventos de maior envergadura durante todo o ano e que com sua cessão para
eventos diversos, inclusive casamentos e outras celebrações, contribuem para a manutenção da
instituição.
A partir de 2003, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical instalou um campo avançado em
São Paulo que tem como base física a EECB e conta com a participação de um pesquisador nível A
da Embrapa. O fortalecimento desta parceria, estabelecida em 1985 através de um contrato de
cooperação, deu maior projeção dos trabalhos da EECB e ampliou as ações da Embrapa na
citricultura paulista com estudos sobre a morte súbita dos citros e greening.
Entre 2003 e 2006, desenvolveu-se um projeto de pesquisa financiado pela Embrapa e Banco
Mundial, dentro do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para o Brasil
– PRODETAB, que permitiu a realização de diversos estudos sobre a lima ácida Tahiti e a melhoria
do seu parque de equipamentos.
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Durante o ano de 2004, houve a mudança de local dos viveiros que foram ampliados e
completamente remodelados, tornando-os mais funcionais e confortáveis para o público
comprador e visitantes. Em janeiro de 2005, teve início um projeto de formação de um milhão de
mudas de seringueira com o objetivo de contribuir para diversificação de culturas nas propriedades
rurais. Este projeto é uma parceria da FUPAB-EECB, Coopercitrus e Credicitrus. Esse projeto
transformou-se em mais uma área de ação da EECB e vem continuamente atendendo parte da
demanda regional por mudas com garantia de fidelidade genética, sanidade e qualidade fitotécnica.
Em 2008, Coopercitrus, Credicitrus, Basf e EECB, implantaram um programa regional de educação
ambiental com alunos das oitavas séries do ensino público, e a EECB é base desse projeto que
desde então vem sendo executado continuamente, proporcionando aos jovens conscientização
sobre a importância da preservação ambiental.
Em 2009, teve aprovado um projeto de pesquisa pela FAPESP sobre a limeira ácida Tahiti, no
que se refere à porta-enxertos, clones e práticas culturais. Entre 2010 e 2011, o greening que havia
sido detectado pela primeira vez pela primeira vez em 2006 nos campos experimentais, afetou boa
parte dos experimentos, que tiveram que ser erradicados, seja por perda de delineamento
experimental, seja por terem atingido o nível de incidência de 28% conforme a legislação em vigor.
Isso ocorreu apesar da doença ter sido manejada constantemente com inspeção e erradicação. Em
2012, a EECB completou 30 anos de atividades, sem comemoração em função da impropriedade de
fazê-lo em situação tão crítica para os citricultores.
Nesse período de atividades, sua contribuição foi muito grande e parte da tecnologia que hoje
se aplica na citricultura foram geradas e desenvolvidas na EECB, ou contaram com a participação de
seus agrônomos e pesquisadores. Aqueles que hoje as aplicam sabem muito bem dessa verdade
inconteste.
Um grande esforço vem sendo empreendido na busca de novos porta-enxertos, frutos do
Programa de Melhoramento Genético de Citros. Busca-se essencialmente bom desempenho
produtivo tanto em volume de frutos como em inicio precoce de produção aliados à tolerância à
seca e porte baixo, para redução do custo de colheita. Estamos muito próximos de nossos
objetivos.
Nesses 32 anos de atuação, EECB vem cumprindo sua missão de gerar e difundir tecnologia,
num formato quase que único de interação entre os setores público e privado em prol do
agronegócio de citrus e da sociedade brasileira.
DADOS GERAIS
Localização: Rod. Brig. Faria Lima km 384, a 11 km da sede do município de Bebedouro.
Área: 112 ha
Altitude: 601 m
Latitude: 20º 53' 16'' S
Longitude: 48º 28' 11'' W
Precipitação anual média (1983-2014): 1.497,8 mm
Média das temperaturas máximas (1989-2014): 30,3 ºC
Média das temperaturas mínimas (1989-2014):
16,9 ºC
Clima: Cwa (subtropical-inverno moderado e seco verão quente e chuvoso)
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Solos:
Classificação:
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura média A moderado hipoférrico (LV 1)
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura média A moderado hipoférrico álico (LV 2)
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura argilosa A moderado hipoférrico (LV 3)
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico textura média/argilosa A moderado (PVA)
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico textura média A moderado álico (LVA)
DIRETORIA DA FUPAB
Engº Agrº João Pedro Matta – Diretor Presidente
Engº Agrº Agostinho Mário Boggio – Diretor Técnico-Científico
Raul Huss de Almeida – Diretor Administrativo-Financeiro
DIRETORIA E EQUIPE TÉCNICA DA EECB
Engº Agrº João Pedro Matta – Presidente
Raul Huss de Almeida – Tesoureiro
Engº Agrº Otávio Ricardo Sempionato – Secretário e Diretor Técnico
Engº Agrº Dr. Eduardo Sanches Stuchi – Diretor Científico
Engº Agrº Eduardo Toller Reiff – Silvicultura e Fruticultura
Técnico Agropecuário - Dimas Alves de Toledo
Técnico Agropecuário - Luiz Gustavo Parolin
Técnico Laboratório - Léo Augusto Morelli Ferreira
Técnico Laboratório – Fabrício Villas Boas
Eventos - Rosemeire Miquelin
Encarregado Informática - Leandro Fraiha Paiva
Secretária Administração - Ana Lúcia Espido de Toledo
Secretária Laboratório - Marlene C. Zamariolo
PÓS-GRADUANDOS
Engº Agrº MSc André Luiz Fadel – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc Yuri Caires Ramos – doutorando ESALQ-USP
Bióloga Larissa Bonevaes de Paula – mestranda FCAV-UNESP
%
93,5
6,2
0,3
9
ESTAGIÁRIOS DE GRADUAÇÃO
Guilherme Cury Paro - FAFRAM
Geovani José dos Santos - UNIFEB
Julinda Jordane D. de Souza - UNIFAFIBE
Quellen Cristina M. dos Santos - UNIFAFIBE
Wagner Aqueu - UNIFAFIBE
Wendson Santos Ferreira - UNIFAFIBE
PRINCIPAIS PARCEIROS
- Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” – IAC
- Cooperativa de Crédito - Credicitrus
- Cooperativa de Produtores Rurais – Coopercitrus
- Embrapa Mandioca e Fruticultura – Embrapa CNPMF
- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ-USP
- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV-UNESP
- Fundo de Defesa da Citricultura - Fundecitrus
- Prefeitura Municipal de Bebedouro
- Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA/CATI
PROFISSIONAIS COLABORADORES DA EECB
A EECB contou, em 2014, com os seguintes colaboradores:
Prof. Dr. Antonio Baldo Geraldo Martins – FCAV-UNESP
Engº Agr.º Msc. Danilo Franco – FARMATAC
Engº Agrº Dr. Eduardo Augusto Girardi – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Engº Agrº Dr. Francisco Ferraz Laranjeira – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Engº Agrº Helvécio Della Coletta Filho - IAC
Engº Agrº Leandro Aparecido Fukuda – FARMATAC
Engº Agrº Marcelo Eiras – Instituto Biológico
Engº Agrº Dr. Marcelo Pedreira de Miranda- Fundecitrus
Engº Agrº Marinês Bastianel - IAC
Eng Agrª Dra. Mariângela Cristofani-Yali – IAC
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Engº Agrº Dr. Renato Beozzo Bassanesi – Fundecitrus
Profª. Drª Simone Rodrigues da Silva - ESALQ-USP
Engº Agrº Dr. Walter dos Santos Soares Filho – Embrapa Mandioca e Fruticultura
INSTITUIÇÕES E EMPRESAS COLABORADORAS
Novas parcerias foram estabelecidas ou continuadas em 2014, com instituições e empresas
públicas ou privadas para apoio ao desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e programas de
pesquisa ou extensão, a saber:
Ação Social Cooperada Coopercitrus-Credicitrus, Basf, Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” –
IAC, Centro APTA Cana – IAC, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos
Ambientais – IAC, Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro, Cooperativa de Produtores Rurais –
Coopercitrus, Cooperativa de Crédito-Credicitrus, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico – CNPq, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, DuPont do Brasil S.A.,
Eletroplastic, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Escola Superior de Agricultura "Luiz de
Queiroz" – ESALQ-USP, FARM Assistência Técnica S/S Ltda , Citrosuco Agroindustria S.A., Fiorese
Citrus, Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz – FEALQ, Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo – Fapesp, Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP, Fundo
de Defesa da Citricultura - Fundecitrus, Grupo Técnico de Assistência e Consultoria em Citros –
GTACC, Instituto Agronômico – IAC, Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro-IMESB,
Kamaq Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, Syngenta, TIMAC - Comércio de Fertilizantes Ltda,
Universidade Estadual Paulista - UNESP – Campus de Jaboticabal e Valtra do Brasil S.A e Oxiquímica
Agrociências Ltda.
Este relatório de atividades é dividido pelas áreas de atuação da EECB:
A) DIVULGAÇÃO TECNOLÓGICA E OUTROS EVENTOS
B) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
C) PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (P&D).
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A) ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO TECNOLÓGICA E OUTROS EVENTOS
Durante o ano de 2014 foram promovidos vários eventos como: reuniões técnicas, palestras,
seminários, cursos, treinamentos, além de outras atividades, discriminadas no quadro abaixo.
Quadro resumo das atividades de divulgação tecnológica e outros eventos realizados na EECB em
2014.
Descrição dos Eventos
Número de Eventos Número de participantes
Seminários, Congressos e Encontros
06
1.425
Cursos técnicos
33
490
Reuniões técnicas
07
428
Reuniões de empresas
31
2.682
Visitas Agendadas
01
20
Visitas de estrangeiros
01
04
Eventos sociais
22
6.217
Aulas teóricas e práticas para universidades
16
559
Eventos Educação Ambiental
01
36
Estagiários
-
06
Assembléias
05
1.871
Dia de Campo
02
80
Feira e Rodada de Agronegócios
01
10.000
Atendimento a Produtores
450
675
Publicações (artigos, teses e resumos)
2
-
Total
578
24.493
PUBLICAÇÕES
FADEL, A.L.; STUCHI, E.S.; CARVALHO, S. A.; FEDERICI, M.T.; DELLA COLETTA-FILHO, H. Navelina ISA
315: A cultivar resistant to citrus variegated chlorosis. Crop Protection, v. 64, p. 115-121, 2014.
GONÇALVES, F.P.; STUCHI, E.S.; LOURENÇO, S.A. F.; KRISS, ALISSA B.; GOTTWALD, T, ; AMORIM, L. .
The effect of irrigation on development of citrus variegated chlorosis symptoms. Crop Protection, v.
57, p. 8-14, 2014.
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B) ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
1. Visitas
Foram recebidas e atendidas por outros meios em 2014, 24.493 pessoas em busca de
informações, orientações técnicas, cursos técnicos ou para participação de outros eventos.
2. Análises Químicas de Solo, Tecido Vegetal e Análises Tecnológicas de Frutos.
Foram realizadas no laboratório da EECB até dezembro de 2014, 7.439 análises químicas de
solo, 1.230 análises de tecidos vegetais, 122 análises tecnológicas de frutos e 16 medições de EC e
pH para produtores da região e para atender à demanda interna da EECB. No total, foram
realizadas 8.807 análises.
3. Produção de Frutas
Foram produzidas 1.312 caixas de frutas cítricas que depois de feitas as pesagens e analises,
foram vendidas para indústria de suco de Bebedouro.
4. Viveiros para Produção de Mudas de Citros, Frutíferas, Essências Florestais e ornamentais
Toda produção de muda cítrica é feita em ambiente protegido, e cada estrutura, tem uma
finalidade: produção de porta-enxertos, mudas de citros comerciais e mudas destinadas à pesquisa
científica.
Grande número de espécies frutíferas produzidas, em torno de 60, incentivam a
diversificação, tanto para pomares comerciais, como para os domésticos. Dentre elas destacam-se:
coqueiro anão verde, achachairú, goiaba paluma, nêspera, caju anão, fruta do conde, graviola,
camu-camu, lichia, manga, acerola, cajamanga, cajá mirim, romã, caqui, pitomba, amora, araçá,
figo, araticum, abricó da praia, abiu, sapoti, canistel, mamei, carambola, jabuticaba entre outras.
Mais de 100 espécies de essências florestais, dentre elas: angico, aroeiras, canafístula,
cedro, embaúba, ipê (amarelo, branco, rosa e roxo), jatobá, jequitibá, jacarandá, pau-brasil, pauferro, paineira, peroba, sangra-d’água, teca, eucalipto, pinus, entre outras, são produzidas visando
oferecer ao produtor rural, alternativas comerciais e também para recomposição de suas áreas de
preservação legal. Outra espécie florestal também está sendo produzida para plantios comerciais, o
mogno africano, variedade Khaya senegalensis.
* A produção e comercialização de mudas e porta-enxerto de citros somaram 35.500 unidades
* O viveiro de outras frutíferas, florestais e ornamentais atingiu um total de 153.795 mudas
comercializadas.
* Desse total, destaque para a comercialização de mudas de mogno africano com 82.829
mudas.
Todo setor de produção de mudas tem acompanhamento de um engenheiro agrônomo
responsável para orientar e dar suporte técnico aos interessados na implantação e condução.
13
5. Produção de mudas de seringueira
No ano de 2014, foram entregues 28.760 mudas de seringueira, permanecendo prontas para
entrega em 2015 mais 112.678 mudas. Devido a pouca procura por mudas, reflexo da estiagem e
preços baixos pagos pelo latex, em 2.015 não iniciaremos nova fase de produção de mudas de
seringueira, apenas comercializaremos as mudas remanescentes.
6. Dados Meteorológicos
No quadro abaixo são apresentados os dados coletados no Posto Meteorológico da EECB,
referentes ao período de janeiro a dezembro de 2014.
T máx.
T mín. T média
Precip.
EPT*
ETR*
MÊS
---------------------------------------------------------------------------------ºC
mm
Janeiro
32,17
20,15
26,16
41,1
147,8
112,9
Fevereiro
33,09
20,82
26,95
64,9
141,5
89,3
Março
33,96
22,25
28,10
134,7
169,6
141,7
Abril
31,04
17,56
24,30
85,6
99,3
87,9
Maio
27,72
13,49
20,61
5,4
58,8
12,2
Junho
29,32
13,37
21,35
2,8
62,5
7,6
Julho
28,03
13,26
20,65
34,2
58,9
35,6
Agosto
32,45
14,29
23,37
0,0
89,5
3,3
Setembro
31,96
17,15
24,55
57,2
106,5
58,2
Outubro
33,57
18,56
26,07
47,2
138,9
48,3
Novembro
30,78
19,73
25,25
163,0
127,1
127,1
Dezembro
30,53
20,02
25,27
123,1
133,8
126,1
MÉDIA/SOMA
31,22
17,55
24,39
759,2
1.334,3
850,3
*CAD 125 mm
14
180
160
140
120
100
Precipitação
ETP
(m m )
80
ETR
60
40
20
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Meses
BALANÇO HÍDRICO THORNSWAITE MAITER (1955) - CAD 125 m m
180
160
140
120
100
(m m )
Precipitação
ETP
80
ETR
60
40
20
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
Meses
BALANÇO HÍDRICO THORNSWAITE MAITER (1955) - CAD 75 m m
DEZ
15
Anos
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média
JAN
465,0
247,0
517,0
397,0
439,1
194,9
287,5
203,4
430,8
261,3
142,1
306,6
229,8
203,0
411,0
170,2
410,1
313,4
106,8
292,1
379,5
270,7
405,6
237,9
430,8
355,9
239,7
287,9
247,9
312,8
133,6
41,1
286,7
FEV
322,0
86,5
339,0
257,0
336,0
423,0
256,8
91,9
195,7
351,4
326,6
155,5
408,5
110,2
103,8
350,9
102,3
217,6
164,1
308,7
212,9
359,8
92,9
316,6
209,6
322,0
334,9
99,2
124,5
230,8
232,8
64,9
234,5
MAR
206,0
127,0
161,0
347,0
134,0
201,8
140,4
310,6
289,8
207,6
132,0
161,6
130,5
159,9
114,8
237,6
130,4
295,6
89,4
171,2
194,9
92,6
128,1
193,9
128,7
182,0
172,5
180,5
414,9
33,8
246,5
134,7
182,9
ABR
108,5
107,5
156,0
43,0
47,0
304,8
13,2
143,5
192,4
131,9
64,6
34,3
37,5
65,5
43,2
83,3
50,6
1,6
16,4
0,7
148,2
154,8
35,0
25,9
27,2
98,3
98,6
60,7
119,8
94,1
79,1
85,6
83,5
MAI
131,0
78,0
8,0
113,0
150,6
68,7
26,0
86,7
34,6
147,2
66,6
23,0
99,6
72,3
63,8
64,4
21,8
0,0
82,1
18,7
56,1
87,3
133,1
13,0
71,1
32,6
21,7
19,1
4,5
29,9
92,0
5,4
60,1
PRECIPITAÇÃO (mm)
JUN
JUL AGO
SET
30,0 63,5
0,0
201,0
0,0
0,0
78,5
114,0
8,0
5,0
0,0
5,0
0,0
64,0 91,0
12,4
25,0 20,0
3,8
80,5
15,0
0,0
0,0
8,0
48,3 35,2 22,4
62,6
0,0
24,6 132,2
34,0
1,4
15,6
0,0
50,2
0,0
52,0
9,5
134,1
44,0
0,0
28,4
107,1
13,6
9,8
0,0
0,0
10,8 17,0
0,0
55,0
27,0
0,0
23,2
98,2
157,2 5,0
0,0
33,8
3,0
3,0
88,6
18,2
23,8
0,0
0,0
94,4
3,2
41,0 69,6
79,8
0,0
5,6
49,8
49,6
0,0
15,8 58,9
76,1
4,3
13,6 10,3
31,7
39,9 26,6
0,2
3,8
48,3 36,8
2,2
116,1
9,8
5,5
10,1
34,7
4,9
65,0
0,0
4,3
5,5
0,0
22,2
11,9
19,4 19,7 84,8
203,4
8,9
3,8
0,0
69,2
26,5
0,1
20,1
19,6
117,3 32,6
0,0
69,9
48,4 17,2
1,6
94,0
2,8
34,2
0,0
57,2
23,3 19,8 25,2
63,4
OUT
262,5
75,0
98,0
95,6
98,3
210,3
68,8
100,1
144,6
162,3
84,2
125,9
109,4
133,2
91,4
199,8
69,1
9,0
163,8
126,0
71,2
126,3
75,4
110,9
60,6
47,9
68,9
125,2
167,4
83,0
89,8
47,2
109,4
NOV
195,0
217,0
209,0
116,3
259,3
195,0
146,9
236,2
108,0
296,7
106,7
76,2
55,7
274,2
270,6
215,4
109,0
307,7
178,4
221,6
101,3
183,0
76,9
278,3
187,3
93,7
120,2
96,7
161,0
258,7
187,6
163,0
178,2
DEZ
122,0
187,5
151,0
400,0
382,6
218,5
350,9
183,6
252,5
141,5
264,5
240,4
269,6
237,3
189,8
266,6
224,6
297,8
246,7
131,2
160,2
169,5
155,0
343,1
120,0
212,4
257,5
187,5
190,8
210,8
294,7
123,1
224,5
TOTAL
2.106,5
1.318,0
1.657,0
1.936,3
1.976,2
1.840,0
1.459,0
1.546,8
1.715,6
1.895,5
1.366,8
1.146,9
1.423,4
1.404,0
1.484,4
1.701,0
1.236,1
1.636,3
1.152,7
1.421,0
1.384,2
1.514,5
1.305,4
1.579,7
1.309,5
1.384,4
1.641,3
1.138,7
1.497,1
1.473,7
1.517,3
759,2
1.497,8
Média Anual de 32 anos
16
C) PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
As atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico estão distribuídas dentro de sete
grandes áreas:
I.
Melhoramento genético,
II.
Planejamento e instalação da cultura,
III.
Tratos culturais,
IV.
Fitossanidade,
V.
Fruticultura,
VI.
Pesquisas contratadas com empresas privadas e campos demonstrativos,
VII.
Projetos especiais e pesquisas externas,
VIII. Campos de demonstração de culturas.
O resumo da distribuição dos trabalhos em andamento se encontra no Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição dos trabalhos em andamento na EECB por grandes áreas.
Grandes áreas
Melhoramento genético
Planejamento e instalação da cultura
Fitossanidade
Pesquisas contratadas
Projetos especiais e pesquisas externas
Campos de Demonstração de Culturas e Produtos
Total
Número de trabalhos
4
2
2
3
1
5
17
Participação (%)
23
12
12
18
6
29
100
A seguir são apresentados os trabalhos divididos pelas grandes áreas.
I. Melhoramento Genético
I.A. Copas
I.1. Rede de avaliação de variedades de laranja doce (52.1 a 52.3)
Em 2006, iniciou-se um trabalho de desenvolvimento de variedades de laranjeira doce que
tiveram bom desempenho em diversas pesquisas realizadas pela EECB em parceria com o Centro
APTA Citros “Sylvio Moreira”, na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical e no IAPAR, entre
outras. Dentro deste trabalho foram plantados dois lotes de observação e demonstração na própria
Estação e na Fazenda Morrinhos da Cia. Agrícola Botucatu, em Botucatu-SP, (que infelizmente não
prosperou). Cada lote é subdivido em três de acordo com a época de maturação das cultivares
(precoce, meia estação e tardia). O porta-enxerto escolhido foi a tangerina ‘Sunki’. Em 2007, foram
implantados mais dois lotes, uma na região de Franca (Altinópolis) e outro na região de Avaré
(Iaras) além de ter sido localizada propriedade para instalação do quinto lote na região noroeste de
São Paulo, o qual foi plantado no ano de 2008 em Estrela D’Oeste, SP. Em 2010, foram coletados
17
dados de produção na própria EECB e na Fazenda Rio Pardo. Os resultados obtidos na Fazenda Rio
Pardo foram utilizados como base para Tese de Doutorado na ESALQ – USP e vem sendo objeto de
uma segunda. Entre as variedades precoces, quatro foram selecionadas como alternativas à
Hamlin. São elas: Majorca, BRS Alvorada EECB – antiga Valência, Olivelands e Kawatta. Já para as de
meia-estação, estão se destacando Finike, Vaccaro Blood, Bidwells Bar, Torregrosa, Sanguínea e
Jaffa. As variedades tardias com melhor desempenho até o momento são: Valencia IAC, Natal IAC,
São Miguel, Natal Murcha, Folha Murcha, Lue Gim Gong e Telde.
As variedades em observação/demonstração são as seguintes:
a) Precoces: Hamlin (P1), Westin (P2), Pineapple (P3), Rubi (P4), Seleta Vermelha (P5), Majorca (P6),
Valência 2 (P7), Olivelands (P8), Kawatta (P9), Iapar 73 (P10), Salustiana (P11) e Valência Americana
(P12);
b) Meia Estação: Pêra IAC (M1), Pêra IAC 2000 (M2), Seleta Rio (M3), Seleta Amarela (M4),
Homosassa (M5), Pêra 2 (M6), Finike (M7), Biondo (M8), Bidewells Bar (M9), Sanguínea (M10),
Jaffa (M11), Pêra Alexandre Maróstica (M12), Pêra Milton Teixeira (M13), Pêra 3 (M14), Pêra 4
(M15), Vaccaro Blood (M16) e Torregrosa (M17);
c) Tardias: Natal Ivan Aidar (T1), Natal Vila São João (T2), Berry Valência (T3), Valência SP 1944
(T4), Werly Valência (T5), Lue Gin Gong (T6), Early Oblong (T7), São Miguel (T8), Telde (T9), Valência
Late (T10), Valência Tuxpan (T11), Valência Montemorelos (T12), Valência IAC
(T13), Natal IAC
(T14), Folha Murcha (T15) e Charmute de Brotas (T16).
Responsáveis/Colaboradores externos:
Eng. Agrº José Eduardo M. Teófilo – Fazenda Águas do Sapucaí, Altinópolis, SP.
Eng. Agrº Cláudio Lourençatto – Fazenda Boa Esperança Estrela do Oeste, SP.
Citrosuco – Fazenda Rio Pardo, SP
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Prof. Dra. Simone Rodrigues da Silva – ESALQ-USP
Eng Agrº Dr. Horst Bremer Neto – ESALQ - USP
Engº Agrº MScYuri Caires Ramos – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc André Fadel – doutorando ESALQ-USP
I.B. Porta-enxertos
Com o objetivo de obter porta-enxertos alternativos para as principais variedades cítricas do
Estado de São Paulo, são conduzidos os seguintes trabalhos nesta linha de pesquisa.
I.B.1 Desempenho horticultural de laranjeiras Valência enxertadas em porta-enxertos indutores
de porte baixo e sua reação ao HLB
O experimento foi instalado em 24 de fevereiro de 2011. Foram plantadas dez plantas de cada
um dos mesmos 16 porta-enxertos em espaçamento de 6,0 x 2,5 m em área de alta pressão de
inóculo com manejo agressivo da doença (inspeções constantes, erradicação de plantas doentes e
18
controle quinzenal do vetor D. citri). Os porta-enxertos são os seguintes: 1) Clementina x trifoliata
(1615), 2) Cleópatra x Swingle (715), 3) Cleópatra x Swingle (1614), 4) Cleópatra x Rubidoux (1600),
5) Cleópatra x Christian (712), 6) SFS x trifoliata Argentina (1708), 7 e 8) citrangeiros Troyer e
Carrizo tetraplóides, 9) trifoliateiro Flying Dragon, 10) Sunki x Benecke, 11) Changsha x English
Large, 12) limoeiro Cravo, 13) Rhode Red + Volkameriano (híbrido somático), 14) Poncirus.trifoliata,
15) tangerineira Sunki e 16) citrumeleiro Swingle. O plantio foi no sentido perpendicular a cerca de
divisa e na proximidade de pomares infectados. Serão 10 linhas de plantio com os tratamentos
casualizados em cada linha. Periodicamente, após o plantio (data 0) as plantas vem sendo
avaliadas para a presença de sintomas e aspectos da fenologia das plantas (intensidade de
brotação, tipo de brotação, precocidade de florescimento) e de tolerância a seca. Os resultados de
produção de frutos, vigor, qualidade dos frutos e de fenologia serão submetidos à análise de
variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott & Knott (P<0.05).
I.B.2 Desempenho horticultural de laranjeiras Pêra enxertadas em porta-enxertos indutores de
porte baixo e sua reação ao HLB
Este experimento está sendo realizado a campo na EECB. Dez plantas de cada um dos seguintes 13
porta-enxertos: 1) Clementina x trifoliata (1615), 2) Cleópatra x Swingle (715), 3) Cleópatra x
Swingle (1614), 4) Cleópatra x Rubidoux (1600), 5) Cleópatra x Christian (712), 6) SFS x trifoliata
Argentina (1708), 7 e 8) citrangeiros Troyer e Carrizo tetraplóides, 9) trifoliateiro Flying Dragon, 10)
Sunki x Benecke, 11) Changsha x English Large, 12) limoeiro Cravo, 13) Rhode Red + Volkameriano
(híbrido somático). Em 24 de fevereiro de 2011, as dez plantas foram plantadas em espaçamento
de 6,0 x 2,5 m, em área de alta pressão de inóculo com manejo agressivo da doença (inspeções
constantes, erradicação de plantas doentes e controle quinzenal do vetor D. citri). O plantio foi no
sentido perpendicular à cerca de divisa e na proximidade de pomares infectados. São 10 linhas de
plantio com os tratamentos casualizados em cada linha. Periodicamente, as plantas vêm sendo
avaliadas para a presença de sintomas e aspectos da fenologia das plantas (intensidade de
brotação, tipo de brotação, precocidade de florescimento) e de tolerância à seca. Os resultados de
produção de frutos, vigor, qualidade dos frutos e de fenologia serão submetidos à análise de
variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott & Knott (P<0.05).
I.B.3. Desempenho horticultural de laranjeiras Pêra enxertadas em porta-enxertos indutores de
porte baixo resultantes do programa de melhoramento do IAC.
O experimento foi instalado em 24 de fevereiro de 2011. Estão sendo avaliados híbridos de
trifoliata do programa de melhoramento do IAC com copa de laranjeira Pêra, em delineamento
inteiramente casualizado. Esses porta-enxertos foram pré-selecionadas e tiveram bom
desempenho em área de extremo déficit hídrico e alta incidência de MSC.
Responsável/Colaborador externo:
DSc Mariângela Cristófani – IAC
DSc Marinês Bastianel – IAC
19
II. Instalação da cultura
A EECB desenvolve trabalhos nesta área com o objetivo de testar espaçamentos reduzidos
que possibilitem reduzir o tamanho das plantas cítricas visando facilitar os tratos culturais,
tratamentos fitossanitários, colheita, além de aumento na produtividade.
II.A. Densidade de plantio e ananicamento
II.A.1. Sobrevivência ao HLB e produtividade de laranjeiras Valência enxertada em citrumeleiro
Swingle em quatro densidades de plantio (28.10)
As avaliações serão feitas em experimento sobre densidade de plantio para laranjeiras
Valência em citrumeleiro Swingle plantado em 17 de junho de 2009. Esse experimento é composto
por quatro tratamentos (espaçamentos): 7m x 2m, 6m x 2m, 5m x 2m e 4 x 2 m, com seis
repetições, cujas parcelas são compostas por 75 plantas. A doença já foi detectada na área em
questão, podendo considerar-se a pressão de inóculo como moderada na área experimental, e alta
num raio de 1,5 km do centro do experimento. As plantas receberão controle específico para D.
citri, vetor do greening a cada 15 dias e as plantas infectadas serão erradicadas conforme reza a
legislação vigente. Após o início do projeto as plantas serão periodicamente avaliadas para a
presença de sintomas típicos da doença, fenologia das plantas (intensidade de brotação, tipo de
brotação, precocidade de florescimento) e, considerando-se a condição de sequeiro do
experimento, tolerância a seca. A análise estatística será feita conforme descrito para os
experimentos anteriores.
A produção média (t/ha) de 2011 a 2014 pode ser vista no gráfico abaixo.
18
t/ha
16
14
4x2m
12
5x2m
10
6x2m
8
6
4
2
0
7x2m
20
II.A.3 Experimento com barreira de lona plástica atrativa impregnada com inseticida e óleo
vegetal. (14.10)
A área experimental 1 foi plantada em 27 de julho de 2009 com 350 mudas de laranjeira
‘Hamlin’ enxertada em limoeiro ‘Cravo’ (sete linhas com 50 plantas), no espaçamento 2,5 m x 6,0 m
e irrigadas por duas linhas paralelas de gotejo.
O experimento foi iniciado em 10 de janeiro de 2011 para avaliar a interferência de uma
barreira de lona plástica atrativa impregnada de inseticida e óleo vegetal sobre a migração de
psilídeos de talhões vizinhos para o talhão experimental. Ao redor da metade da Área experimental
1 foram colocados a cada 4 m palanques de eucalipto de 3,5 m, deixando-os com altura de 3 m
sobre o solo. No espaçamento entre mourões também foi colocada um caibro de madeira para
ajudar na fixação e sustentação da lona plástica. Nestes mourões, com o auxílio de ripas de
madeira, foram fixadas a partir do topo duas faixas de Superlona Especial Verde (Electroplastic) de
coloração verde-amarelada, de 1 m de largura distanciadas 20 cm, deixando 80 cm da base sem
barreira. Foram feitos furos na lona plástica para evitar que ela rompesse com o vento.
Para fixar e matar os insetos atraídos pela lona foi aplicada sobre a lona plástica, na fase
externa e interna, uma calda contendo inseticida lambda-cyhalothrin (Piretróide) na dosagem de 1
litro/1000 litros de calda + óleo vegetal a 75% em intervalos entre 7 e 21 dias, de acordo com a
persistência da calda aplicada na lona.
Oitenta armadilhas adesivas amarelas (BUG Agentes Biológicos) foram distribuídas nas
plantas da metade cercada pela barreira e da metade sem barreira. A cada 14 dias estas armadilhas
foram avaliadas para a presença de psilídeos e trocadas. As médias do total de psilídeos capturados
na área com barreira e sem barreira foram comparadas considerando cada avaliação como uma
repetição pelo teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados obtidos serão
publicados em breve.
Responsável/Colaborador externo:
DSc Renato Beozzo Bassanesi – Fundecitrus
BSc Luis Montesinos – Fundecitrus
21
III. Tratos culturais
IV. Fitossanidade
A EECB realiza trabalhos principalmente com a clorose variegada dos citros e morte súbita dos
citros e mais recentemente foram iniciados trabalhos com greening.
IV.1. Avaliação à clorose variegada dos citros (CVC) em variedades de citros introduzidas de
outros países em condições de campo. (79.0)
O trabalho é composto por dois lotes. O primeiro, plantado em fevereiro de 2000, no
espaçamento de 7 x 3 m, objetiva testar a resistência ou tolerância de espécies cítricas em relação à
CVC, introduzidas via sementes ou borbulhas de bancos de germoplasma de outros países em
condições de campo. Foram avaliados 184 genótipos de citros, inoculados e não inoculados. Para
inoculação usou-se o método de encostia, utilizando-se mudas previamente infectadas como fontes
da bactéria. A doença foi avaliada por observação visual dos sintomas através de uma escala de
notas e teste de PCR específico para X. fastidiosa.
Em 2008, apenas as três plantas da variedade Navelina ISA 315 continua mostrando-se
como hospedeira assintomática mesmo quando sobre enxertada em plantas severamente afetadas
pela CVC e quando inoculada com suspensão da bactéria.
No segundo, também conduzido em condições de campo, foram estudados 59 clones de
laranjas doces, 1 de laranja azeda e 8 tangerinas introduzidas pela EECB a partir de bancos de
germoplasma da França, Itália e Portugal enxertados em limoeiro 'Cravo', em experimento plantado
em abril de 2001, no espaçamento 6 x 2 m, ocupando uma área de 6.912 m 2. O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), com 68 tratamentos e 4 repetições,
acrescidos da variedade ‘Pêra’, como padrão. Cada tratamento com duas plantas, sendo uma
inoculada, e a outra sem inoculação. Avaliou-se a incidência da doença pela avaliação de sintomas e
pelo teste de PCR específico para X. fastidiosa e a severidade por uma escala de notas. Novamente
a laranjeira Navelina ISA 315 mostrou-se como a única promissora em relação à tolerância a X.
fastidiosa: Para aumentar a probabilidade de cigarrinhas vetoras da CVC transmitirem a doença,
todas as demais plantas do experimento foram eliminadas do talhão, permanecendo somente as
oito plantas de Navelina ISA 315, que em 2009 completaram 104 meses de plantio sem
apresentarem sintomas da doença.
Em 2010, Estudos adicionais com a cultivar citada foram realizados em casa de vegetação e
a campo e comprovaram a tolerância da cultivar à CVC. A próxima etapa foi a transferência das
plantas inoculadas em casa de vegetação para o campo para observação de sintomas, juntamente
com mudas da cultivar obtidas de plantas matrizes sanitizadas e pré-imunizadas com estirpe
protetiva do vírus da tristeza dos citros. Adicionalmente, mudas produzidas com borbulhas das
plantas originais, mudas cujas borbulhas foram obtidas de seedlings e mudas de pé franco também
serão desafiados.
Ainda, em outro trabalho, duas cultivares de laranja também mostraram-se tolerantes à
CVC. Todas as plantas apresentaram PCR positiva, mas nenhuma delas mostrou sintomas. Serão
objeto de acompanhamento a campo e de novos desafios frente a Xyllela fastidiosa.
O mais interessante desse trabalho é que uma das cultivares é um tipo de Valência, o que
abre a possibilidade de se ter uma variedade de uso industrial consagrado com tolerância à doença.
22
Em 2012, foi continuado um novo desafio da cultivar, considerando a introdução original, o
material sanitizado e premunizado com a estirpe PIAC de CTV, material nucelar enxertado e
plantas de semente (pés francos), o que resultou na seleção da primeira cultivar de laranja
tolerante à CVC, a Navelina ISA 315. O clone de Valência identificada como portadora assintomática
de Xyllela fastidiosa deverá ser objeto de novos estudos, nos mesmos moldes utilizados para a
Navelina ISA 315.
Responsável/Colaborador externo:
Engº Agrº Dr. Helvécio Della Coletta Filho – Centro de Citricultura - IAC
Engº Agrº MSc André Fadel – doutorando ESALQ-USP
IV.2 Efeito do óleo mineral na população de Diaphorina citri, e na transmissão de Candidatus
Liberibacter asiaticus
A área experimental foi implantada em 07 de maio de 2012 com 644 mudas de laranjeira
‘Pera’ enxertadas em limoeiro ‘cravo’ (sete linhas com 92 plantas), no espaçamento de 6,0 x 2,5 m.
As aplicações foram iniciadas em 25 de junho de 2012 com o objetivo de avaliar a ação do
óleo mineral, associado à inseticida, e ação do inseticida sobre a população do psilídeo (Diaphorina
citri) e sobre as cigarrinhas (Dilobopterus costalimai, Acrogonia citrina, Oncometopia facialis e
Bucephalogonia xantophis) transmissoras da CVC (Clorose Variegada dos Citros); o experimento
teve ainda a intenção de avaliar o efeito dessas aplicações na transmissão do patógeno Candidatus
Liberibacter asiaticus e de Xilella fatidiosa. Durante o período de avaliação do experimento foram
realizadas aplicações quinzenais de inseticidas sempre rotacionando diferentes ingredientes ativos
(Imidacloprid, Dimetoato e Bifentrina).
Inspeções também foram realizadas quinzenalmente em todas as plantas do experimento,
verificando-se a presença de psilídeos, cigarrinhas, plantas sintomáticas de HLB e de CVC; assim que
terminada, realizou-se as aplicações de inseticidas e caso fosse detectada a presença de psilídeos
e/ou cigarrinhas uma nova inspeção era realizada apenas nas plantas com presença de insetos
após três dias para verificar a eficácia dos tratamentos. As plantas identificadas como sintomáticas
para HLB e CVC foram amostradas e confirmadas por PCR, em seguida eliminadas.
Responsável/Colaborador externo:
Engº Agrº Marcelo Pedreira de Miranda – Fundecitrus
V. Fruticultura
Na área de fruticultura, a EECB desenvolve um trabalho de coleta e introdução de novas
espécies que são inseridas no banco de germoplasma de frutíferas que possui atualmente
aproximadamente 180 espécies. Esta coleção serve também para avaliações do desempenho das
espécies nas condições locais, seleção de variedades, produção de material propagativo para os
viveiros, experimentação e intercâmbio.
23
VI. Pesquisas Contratadas
Continuou-se, em 2014, um trabalho com a empresa Timac Agroindustria e Comércio de
Fetilizantes Ltda. O primeiro trabalho consiste em avaliar o desenvolvimento de plantas de
Laranjeira Valencia/Citrumelo Swingle variando a adubação de plantio. Comparando-se o uso do
Top Phós™ (Fertilizante Fosfatado) com Yoorin™ e Super Simples. Já, no segundo, será comparado
o desenvolvimento das plantas da mesma variedade variando a adubação nitrogenada de
cobertura. Comparando-se o uso do Sulfamo™ (Fertilizante Nitrogenado) com Nitrato de Amônia e
Nitromag™.
Responsável/Colaborador externo: GTACC
- A Du Pont do Brasil S.A., iniciou um campo experimental para comprovação da eficiência de
seus produtos recomendados para a cultura de cana-de-açúcar.
- A Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. em parceria com a Coopercitrus e a Trimble, instalou
um campo de demonstração de cana-de-açúcar com mudas pré-brotadas, formadas em tubetes,
com plantio através de GPS, onde serão implementadas as mais atuais técnicas de cultivo para a
cultura.
VII. Projetos especiais e pesquisas externas
VII.1. Reação de porta-enxertos à morte súbita dos citros, à seca e aspectos horticulturais.
Trata-se de um projeto amplo que conta com a participação de diversas instituições, como o
Fundecitrus, a ESALQ-USP e da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Visa estudar um dos mais
sérios problemas que a citricultura enfrenta atualmente, a morte súbita dos citros (MSC). Estão
sendo avaliados porta-enxertos existentes na coleção de citros da EECB, entre eles híbridos
produzidos na própria Estação, e no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Mandioca e
Fruticultura e na ESALQ-USP. Em 2005, as mudas de diversos porta-enxertos produzidas sobre
cavalo tolerante foram subenxertadas em plantas doentes na região crítica com o objetivo de
avaliar a reação dos mesmos à MSC e até a erradicação do talhão em fazenda comercial, apenas um
dos materiais era suspeito de apresentar sintomas.
Em 2007, teve início o plantio das mudas de laranjeira ‘Valência” enxertada nos genótipos em
avaliação e continuou-se a produção de mudas para plantio do segundo lote, que se deu no início
de 2008, e dos terceiro e quarto lotes, cujas plantas foram produzidas em 2008 e 2009. Os
experimentos de seleção de porta-enxertos tolerantes à MSC são experimentos de longo prazo,
uma vez que as plantas precisam ser desafiadas pelo patógeno e desenvolver os sintomas da
doença. Além disso, os porta-enxertos tolerantes devem ser testados quanto a outros aspectos
agronômicos como: produtividade, precocidade, qualidade de frutos, tamanho de copa, tolerância
a estresse hídrico, compatibilidade com a variedade copa e tolerância ou resistência a outras pragas
e doenças.
Em 2009, a terceira etapa desse projeto foi instalada na Fazenda Santa Maria, no município de
Colômbia com o plantio do quarto e último lote de mudas produzidas na EECB. E o primeiro lote
24
experimental, plantado na Fazenda Muriti, produziu sua primeira safra, cujos frutos foram colhidos,
pesados e analisados para determinação de sua qualidade.
Em 2014, avaliou-se a produção de frutos e sua qualidade, além do vigor e tolerância à seca dos
lotes 1 e 2 e 3. Também foram realizados estudos de fisiologia como parte de uma tese de
doutorado junto a ESALQ-USP. Esse trabalho gerou uma dissertação de mestrado na FCAV-UNESP.
Com esses dados, híbridos promissores foram selecionados e entrarão na etapa de observação em
diferentes regiões e na própria EECB em 2015. Foram produzidas mudas de uma nova remessa de
híbridos que serão utilizadas na instalação de quatro novos experimentos em duas regiões do
Estado: norte (Onda Verde) e sul (Itapetininga). As copas serão Valência e Hamlin.
Responsável/Colaborador externo:
Dr. Walter dos Santos Soares Filho – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Dr. Eduardo Augusto Girardi – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Engº Agrº MSc Yuri Caíres – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc André Fadel – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº Helton Carlos de Leão – Citrosuco Agroindustria S.A.
Engº Agrº André Luiz Vanucci da Silva – Citrosuco Agroindustria S.A.
VIII.
Campos de Demonstração de Culturas e Produtos:
VIII.1
Variedades de milhos trangênicos sob Pivô Central;
VIII.2
Variedades de canas-de-açúcar plantadas com mudas pré-brotadas, sob Pivô Central;
VIII.3
Comparativo de lotes de cana-de-açúcar plantados com mudas pré-brotadas, com e sem
irrigação Subterrânea;
VIII.4
Resposta da cultura de cana-de-açúcar a diferentes formulações de micronutrientes.
VIII.5
Avaliação de fertirrigação e adubação foliar no viveiro de mudas de seringueira.
25
Elaboração e Edição: Eduardo Sanches Stuchi, Otávio
Ricardo Sempionato, Eduardo Toller Reiff e Leandro
Fraiha Paiva.
Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro
Fone/Fax: (17) 3344-8844
Homepage: www.estacaoexperimental.com.br
E-mail: [email protected]
Endereço
Rodovia Brigadeiro Faria Lima, km 384
14700-971 Bebedouro - SP - Brasil
Caixa Postal, 74

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