Revista Caminhar Sempre Edição 5

Transcrição

Revista Caminhar Sempre Edição 5
... na presença misericordiosa
do Deus Menino
Periódico das Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada | N° 05 - SETEMBRO a DEZEMBRO de 2015
Rua Silvio Romero, 146 | Passo Fundo – RS | Fone: 54 3313 2465 | www. ursulinas. com. br
Sumário
EM ESCUTA
Editorial
|Ir. M. Celia Lourdes Welter.......................................................................................................................................
3
Comunhão de certezas e de graça
|Madre M. Luciana Spada...........................................................................................................................................
4
A devoção a Nossa Senhora Aparecida
|Padre Mateus Danieli.................................................................................................................................................
6
“Ele não é para si, é para vós”
|Padre Sérgio Zanon.......................................................................................................................................................
Periódico das Irmãs Ursulinas
Filhas de Maria Imaculada
Rua Silvio Romero, 146
Passo Fundo – RS
Fone: 54 3313 2465
www. ursulinas. com. br
N° 05 – Setembro a Dezembro de 2015
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RICAB
Iniciação Cristã
|Irmã Ivone Hofer...........................................................................................................................................................
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Palavra de Deus, fonte de catequese
10
|Irmã Izoldi Gluitz......................................................................................................................................................
Família, berço da vida e do amor
11
|Comunidade Centro Juvenil Mericiano.......................................................................................................
Grupo de Redação:
Ir. M. Célia Lourdes Welter
Ir. M. Ivone Hofer
A Missão Educativa Infantil
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|Comunidade Centro Educativo Imaculada Conceição ........................................................................
Ir. M. Rosangela Briato
“Ide e evangelizai” (Mc 16,15)
Ir. M. Elisângela Bassi
|Comunidade Centro Juvenil Padre Agostini.............................................................................................
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Juventude construindo uma nova sociedade
Design, diagramação e impressão:
Imperial Artes Gráficas
Passo Fundo - RS
54 3313. 5434
atendimento@graficamperial. com. br
|Irmã Katiane e jovens da Área Missionária do Alto Rio Madeira – Porto Velho RO.............
Ser mãe na corresponsabilidade formativa
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|Comunidade Missionária Santa Ângela Mérici........................................................................................
Uma retrospectiva do ano de 2015
|Equipe técnica: Analu Bernardi – Assistente Social | Irmã Vivian Anese – Pedagoga........
DESDE 1960
54
3313.5434
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Lectio Divina
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|Irmã Denice Schulz.................................................................................................................................................
Em Escuta
Editorial
|Ir. M. Célia Lourdes Welter – Superiora Regional
Estimados/as leitores/as!
Estamos chegando mais uma vez em vossos lares com a 5ª edição da revista “Caminhar Sempre! ”. Desejamos-vos uma profícua e agradável leitura,
momento especial de graça para apreciar e agradecer os tantos sinais da presença amorosa de Deus em nossas vidas e missão de cada dia como cristãos
batizados, chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo. Como Irmãs Ursulinas temos a alegria de partilhar fragmentos de nossa vida e missão nas diferentes realidades e áreas de atuação pastoral e social, junto as famílias, lideranças leigas, sacerdotes, jovens, adolescentes e crianças.
Com a força do amor misericordioso de Deus Pai somos impelidos a “oferecer continuamente os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus” (Rom 12,1), deixando-nos transformar com a sua graça em pessoas
adultas na fé, plenas de amor e animadas na esperança, sempre disponíveis
para realizar unicamente a sua Vontade, o que é bom, agradável e perfeito a
Ele. Madre Luciana na sua reflexão nos faz o convite para ‘viver com fé cada
fragmento de nossa vida’, fazendo dela uma perene liturgia, ação de graças.
Maria, a mãe da misericórdia, ensina-nos a viver especialmente neste
Ano da Misericórdia o silêncio orante que nos permite escutar atentamente
a Palavra de Deus e ser dóceis a ação do Espírito Santo. Nutridos pelo Pão da
Palavra e da Eucaristia possamos ser sinais da ternura de Deus no cuidado da
vida e no serviço de evangelização como Igreja em saída, estado permanente de missão, que mais do que nunca é chamada a ser casa de iniciação à Vida
Cristã por meio de processos que conduzam ao “encontro com Jesus Cristo”,
no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso apostólico (CNBB, 83).
Esta é a missão que recebemos no batismo e que somos chamados a viver corajosamente no dia a dia em meio a tantas situações de não vida, e que
necessita de um autêntico testemunho de fé e de caridade cristã. “Ter cada
pessoa esculpida em nosso coração” com cuidados de amabilidade e zelo incansável torna-se a característica peculiar em nossa missão formativa e educativa no desejo de colaborar com o Senhor em sua obra de salvação, revelando com palavras e gestos o seu rosto amoroso indo ao encontro dos/as irmãos/
as e de situações mais vulneráveis, necessitadas de nossa ajuda e testemunho
de solidariedade e fraternidade.
Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe, ajude-nos a viver a dinâmica do Reino
com o coração aberto e disponível para reconhecer e acolher os “vestígios do
Espírito Santo” e ir ao encontro dos irmãos para comunicar a boa notícia, que
em Jesus Cristo se fez homem e veio habitar no meio de nós. Neste Santo Natal possamos acolher o abraço misericordioso de Deus Menino que nos visita e com Ele começar uma vida nova, de comunhão e de doação ao serviço
do Reino.
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Em Escuta
Comunhão de certezas
e de graça
|Madre Luciana Spada – Superiora Geral
“Por isso, o homem
deixará seu pai e sua
mãe e se unirá à sua
mulher, e os dois serão
uma só carne. Esse
mistério é grande:
eu me refiro a Cristo
e à Igreja!” Ef.5,31
O Sínodo sobre a família, anúncio do
“Jubileu da Misericórdia”, uma Igreja
que se redescobre chamada e enviada, e
por isso “em saída”, a consciência da universal chamada à santidade, a missão
dos leigos na Igreja e no mundo, o rol da
mulher...: todas ocasiões para uma reflexão, “antiga e sempre nova”, sobre o sentido profundo daquilo que cada um é
chamado a ser, como pessoa e também,
com frequência, como membro de uma
instituição.
Faz parte da experiência humana ter
intuições, sonhar, desejar ... E não tudo é
depois aprofundado, realizado, porque o
imediato, os problemas, as distrações, as
urgências... absorvem as energias. Mas
o Senhor cuida os germens do Bem e da
Verdade que Ele mesmo suscita no coração de quem confia Nele e a Ele confia a
realização, o cumprimento daquilo que
Ele mesmo iniciou.
Dois pensamentos, estes, que levam
a reconhecer e a comtemplar com gratidão o bem, aonde quer que floresça; a
olhar com serenidade a história, o passado, com a consciência que a vida continua, é necessário cuidar das raízes; a
buscar sempre o que é Bom, Verdadeiro, Belo,... porque somente o Bem permanece.
Neste conjunto de pensamentos, re-
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colho para mim e para todos os leitores
de “Caminhar Sempre”, um fragmento de luz que, como vento leve e chama
saltitante, tocou no passado, já uma vez,
a minha vida e hoje volta a marcá-la em
profundidade, com uma mensagem assim tenra e forte a ponto de transportar o
coração até o limiar da Vida verdadeira.
Trata-se de uma carta, escrita no dia
primeiro de fevereiro de 1990 pelo professor Giorgio Zanotto1 ao amigo Lodovico Montini2. A circunstância, o desaparecimento da senhora Giuseppina
Montini, torna-se ocasião para reler, à
luz da fé, a vida, o matrimônio, a figura
da mulher...
1 Giorgio Zanotto (Verona, 19 de dezembro de 1920 – Santhià, 24 de outubro de 1999) foi um político, professor e economista
italiano, foi prefeito de Verona de 1956 a 1964 e presidente do Banco Popolare di Verona. Além disso foi membro do Comité
executivo da Católica Assegurações, assumindo também o cargo de vice presidente.
2 Lodovico Montini (Brescia, 08 de maio de 1896 – 12 de fevereiro de 1990) foi um político italiano, já deputado e senador da
democracia cristã e membro da Assembleia Constituinte.
Em Escuta
Querido Lodovico, recebi com atraso a notícia do desaparecimento da tua
senhora. Estou perto de ti na oração por
ela e por ti: e estou perto de ti na afetuosa fraterna participação à tua dor de hoje e na lembrança do dom de Deus que
ela foi para ti e, no sacramento, para a
Igreja. Estar perto de ti hoje significa ser
participes do teu sofrimento, mas significa também ser participe do agradecimento.
Deveria parar aqui porque nas horas nas quais a grandeza da linguagem
de Deus se torna mais solene, nós deveríamos fazer somente silencio.
Todavia amo pensar que as horas do
silencio sejam, na tua jornada, já tão grandes e luminosas que me permito fazer seguir a elas um momento de colóquio para
dizer-te alguns pensamentos que a morte de tua mulher suscitou em mim: estes
pensamentos provem do fato de saber que
tu és repleto dos dons do Senhor, presentes
que pertencem à nossa vocação matrimonial. Parece-me, que nas horas como estas,
apareça em toda a extraordinária grandeza, o dom de uma mulher. As suas palavras, mas sobretudo os seus silêncios, as
expectativas e as esperanças das quais ela
enriqueceu a tua vida, a partilha dos eventos feita de humildade e de nobreza, de esperança e de aceitação, sempre iluminada
pelo amor, foram para ti o sal do qual Jesus
fala, o sal que dá gosto às coisas.
Olhando no profundo, se reconhece
a força do amor nupcial que é evocado
por João na narração das Bodas de Caná.
Parece que o inicio da revelação de
Jesus não possa acontecer senão mediante a alegria de um amor esponsal.
Maria, que é a mulher por excelência,
tem o cuidado para que não falte na vida o fervor, o gosto de viver os eventos
queridos pelo Senhor, o gosto da beleza
e do amor à vida: “eles não têm vinho” –
para abrir o capítulo da revelação do Senhor precisa este vinho do coração.
Cada esposa dá grande força ao seu esposo; e daquele dom a vida se faz capaz de
iniciar o caminho do seguimento a Jesus.
O termino, depois do Calvário, é o gozo do
Reino. É extraordinária esta grandeza da
mulher em nossa vida: essa é o dom de
Deus para empreender, com confiança e
fervor, uma estrada em subida.
Caro Ludovico, nós somos, quem um
pouco mais, quem um pouco menos, no
limiar da nossa vida. Eu sou cheio de
alegria ao ver que esta última nossa idade é belíssima, é a mais bonita de todas;
nela nos é dado de fato de gozar da beleza de todas as coisas queridas e abençoadas por Deus, um misterioso fascínio
da historia da salvação, a percepção das
realidades eternas, cheias de luz e de vida, uma explosão de amor e de grandeza: não há tristeza no esperado destaque
desta nossa vida terrena; está a dor por
não ter sempre respondido, um profundo temor frente às coisas grandes que
nos esperam, temor vencido pela misericórdia de Deus.
Mas nesta tua hora de destaque doloroso da tua senhora, de espera temorosa
e confiante, creio que nos momentos de
luz fervida e quase cintilante de intuições e esperanças, seja belo deter-se por
um pouco sobre o sentido da nossa escolha – o matrimônio – à luz da perfeição a
qual Deus nos chamou. Posso não falar-te destes meus pensamentos? E por que
não deveria fazê-lo se és tu a suscitá-los
no meu coração?
Certamente temos aprendido que
aquela da virgindade é uma via mais
perfeita: isso não por causa de alguma
imperfeição no matrimonio, mas porque essa chega a Deus, por assim dizer, diretamente, nós por meio das criaturas. Quem se casa não dá um passo
atrás a respeito do estado precedente:
dá um passo a frente. Quem se consagra na virgindade dá dois passos. Agora nós cumprimos um passo: podemos
cumprir agora outro. A vida nos leva,
à cruz, a uma separação dolorosa: a natureza sofre, a angústia enche o coração. Mas se tudo isso é purificação não
assumida, não acolhida como momento fora do nosso matrimonio, mas dentro disso, como momento de um amor
conjugal firme e perene, que conhece a
passagem direta a Deus, então nós verdadeiramente teremos cumprido o segundo passo, alcançaremos, pela graça sacramental, o ponto de chegada da
nossa perfeição.
Sei que estes pensamentos são muito imperfeitos à respeito da luz da qual
Deus inunda a alma dos seus discípulos:
mas sei também que o meu estar perto
de ti hoje pode ser benevolamente aceito por ti não somente como comunhão
de afetos, mas também como comunhão de certezas e de graça.
Estou perto de ti, então, com toda a
alma!
Teu
Giorgio Zanotto
A carta foi apresentada no dia 28 de
setembro passado, pela Fundação “Zanotto”, na sala dos “Convegni”, junto a
“Banca Popolare di Verona”, na presença
da esposa, senhora Giovanna, dos filhos,
das autoridades da cidade e dos amigos,
para celebrar a sua memoria, mas, sobretudo para oferecer aos participantes um
momento formativo cultural.
Os relatores, os cônjuges Magatti e
Giaccardi, docentes da Universidade de
Milão e Pe. Martino Signoretto, Vigário
da Cultura em Verona, ajudaram a acolher toda a riqueza humana e de fé desta carta.
É muito belo, num contesto de dor falar de dom, de graça, de grandeza do dom
de uma mulher, sublinhou pe. Martino
Signoretto, colando em evidencia que,
neste modo, também o ultimo respiro
se torna vida. Na carta se colhe uma comunhão de certezas, uma amizade vivida na fé, que antecipa os fragmentos do
paraíso sobre a terra. O ponto central da
espiritualidade, em Giorgio Zanotto, é
claro, é o sacramento do matrimônio, a
história de uma vida de amor impregnada de Espírito Santo, que pode ser contada justamente porque é vida vivida.
E é vida iluminada pela fé, numa
síntese que enriquece o homem, tornado capaz de colher e de dizer o sentido e
o significado profundo da realidade, de
ler a experiência humana de modo espiritual, como um dançarino que aprendeu um movimento, um ritmo, um estilo que se torna parte de si.
Como em cada sinfonia, estão os
“movimentos” próprios que na sequencia das notas e dos acordes, mantem a tonalidade e o “tema dominante”, esta carta canta as relações que nos habilitam
a viver, é um hino à mulher, à graça, é
vida vivida que não somente fala, mas
exprime a harmonia das mil notas das
quais ressoa o cotidiano: é sinfonia da
vida. Eis o significado dos quatro verbos
sobre os quais a professora Chiara Giaccardi, entreteve os presentes: desejar, colocar no mundo, tomar cuidado, deixar
partir. Significa deixar-se atravessar pela
vida que recebemos; compreender que
existimos porque estamos na mente de
alguém, dar-se conta que, se não geramos, ficamos estéreis. O tomar cuidado,
depois, é expressão de responsabilidade
nas escolhas feitas, é a modalidade fundamental para dar continuidade àquilo
que se iniciou... e, quando alguma coisa
é bela, o destaque é fadigoso, todavia é
justamente através o destaque que a vida cresce, se abre ao futuro.
“Meu esposo, diz a senhora Giovanna, sua mulher, escreveu a mim e a minha família dizendo-me que o homem
só não basta a si mesmo. Ele encontra o
seu fundamento na fé, que é o modo alegre de estar no mundo, lembra-me que a
idade anciã é a mais bonita e que lá em
cima, a sala está preparada para a festa”.
O professor Giorgio Zanotto, com a
carta escrita ao seu amigo, escreveu...
também para todos nós. Ela renova a
nossa fé e nos inspira fortemente a viver
com fé cada fragmento da nossa vida.
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Em Escuta
A devoção a
Nossa Senhora Aparecida
|
Pe Mateus Danieli – Reitor do Santuário
Nos dias 11 e 12 de outubro de 2015
aconteceu a 35ª Romaria em honra a
Nossa Senhora Aparecida na Arquidiocese de Passo Fundo - RS. Embalados
com o tema “Com a Mãe Maria vamos
cuidar da vida!”, milhares de peregrinos
percorreram os 7 km entre a Catedral
Metropolitana até o Santuário. Mesmo a
chuva que caiu durante toda a semana
e no dia da romaria, não impediu que os
fiéis participassem deste momento de fé
e evangelização.
Um dos aspectos que sempre chama
atenção na Romaria é a devoção popular a Mãe Aparecida. A ligação do povo
brasileiro com a Senhora da Conceição
Aparecida é muito bonita. É uma relação
filial mesmo, de confiança, carinho, profunda fé. Como disse uma senhora um
dia, ao ser perguntada por que participava da Romaria, ela respondeu: “Mãe
com mãe se entendem”. É bem assim
mesmo. As pessoas se entendem com
Nossa Senhora Aparecida. Sentem-se filhos, comadres, amigos, vizinhos, parentes da Mãe de Jesus.
Outro ponto relevante da Romaria
é a caminhada evangelizadora da Igreja, pois na Romaria a Igreja Arquidiocesana celebra sempre a temática que refletiu ao longo do ano. É um momento
celebrativo de grande expressão para a
pastoral e a evangelização depois de to-
6
das as atividades realizadas nas paróquias, pastorais e nos movimentos; a
Igreja Arquidiocesana se reúne em torno da Mãe Aparecida para celebrar.
É ainda significativa a mostra de
ações sociais e solidárias que acontece
durante a Romaria. Neste ano foi a segunda edição deste espaço nos quais os
grupos de projetos alternativos, apoiados pela Cáritas Arquidiocesana, Fundo Diocesano de Solidariedade e Santuário, apresentam para a comunidade
dos romeiros, os trabalhos realizados. É
uma forma de valorizar os grupos, além
de dar um caráter solidário para o espaço da Romaria que antes era de um intenso comércio, agora é a casa da solidariedade.
Vale a pena destacar a participação
da Família Leiga Ursulina (FLU) da cidade de Passo Fundo que, assessorada pelas Irmãs Ursulinas, é responsável pela ornamentação do Santuário. Sempre
atenta aos romeiros, a Família Leiga Ursulina recebe carinhosamente as flores
oferecidas para a Mãe de Jesus, ajuda os
devotos, coordena a decoração do ambiente, tudo com a simplicidade, delicadeza e beleza próprias da espiritualidade
Ursulina.
Neste ano, a decoração do espaço foi
toda motivada pelo tema da Romaria e
da Arquidiocese que é o cuidado com
a vida: espaço onde a vida é ameaçada,
destruída; e outro onde o cuidado com a
vida dá seus frutos. Uma das marcas da
35ª Romaria foi os espaços preparados
com tanto carinho pela Família Leiga
Ursulina.
Por fim, Maria é sempre aquela que
nos aponta para Jesus; Ela que ensina:
“Fazei tudo o que Ele disser”. Portanto, caminhar com a Mãe de Jesus é estar
cada vez mais inserido na dinâmica do
Reino de Deus à qual ela contribuiu gerando Jesus.
Em Escuta
“Ele não é para si, é para vós”
|Padre Sérgio Zanon
A
mados em Cristo, mais uma vez
através desta Revista, quero me
reportar a todos os leitores e amigos. Graça e Paz da parte de Deus nosso
Pai e de Jesus Cristo nosso Senhor.
Nesta edição partilho com vocês a
alegria da minha próxima Ordenação
Presbiteral. Estou a dias deste grande
momento, que provavelmente quando
estiverem lendo eu já serei um Padre da
Igreja. Penso que o chamado que Deus
fez para mim, foi um resgate da minha
alma para o serviço do povo de Deus e
da humanidade.
Tenho consciência da missão e das
responsabilidades que o Ministério Presbiteral me pede, e compreendo a frase de
São João Maria Vianney: “O padre não é
para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele não é
para si, é para vós”.
Penso ser conveniente fazer um
breve memorial da minha caminhada
vocacional. Durante todos estes anos
de formação busquei colocar-me na
presença do Senhor para fazer com sinceridade, de coração, o discernimento
vocacional. Tenho a certeza que Deus
sempre se fez presença, mesmo quando não O queria ver. Sobretudo, quan-
do tomei a decisão livre de deixar tudo:
profissão, carreira, vida afetiva pessoal para me entregar ao Senhor, respondendo ao seu chamado.
Sua presença foi sentida por mim
mais intensamente nas situações de
transformação humana. Hoje posso afirmar: sou um pouco melhor que
antes, no entanto, ainda necessito
d’Ele para com Ele ser melhor. Porque
o Amor sempre me guiou, me acompanhou e creio que será a luz para o
meu ministério, escolhi por lema da
minha ordenação presbiteral: “Aquele que permanece no Amor permanece
em Deus e Deus permanece Nele. Nisto consiste a perfeição do Amor em nós”
(1Jo 4, 16-17).
Creio firmemente que o Senhor falava a mim como a um filho e exigia o
meu despojamento por Amor, a minha
entrega aos irmãos por Amor, e, sobretudo a doação da minha vida por Amor a
Ele e ao Povo de Deus.
Sou consciente do ministério presbiteral, do chamado do Senhor e mais ainda do homem que me tornarei e quero
ser um servidor do Evangelho.
Reconhecendo as minhas falhas e limitações, peço humildemente a todos
que coloquem o meu ministério em suas orações. Que Deus pela intercessão da
Virgem Santíssima, me dê a graça de poder ser sinal, luz e instrumento de Jesus
Cristo no mundo para as pessoas que me
confiará.
7
Ricab
Iniciação Cristã
|Texto organizado por Ir. Ivone Hofer
Senhor Jesus
[...], livrai da
morte os que
buscam a vida
através de vossos
sacramentos
[...], comunicailhes, pelo
vosso Espírito
vivificante, a
fé, a esperança
e a caridade
[...]. (Ritual de
Iniciação Cristã de
Adultos, n. 178)
8
A Iniciação Cristã constitui um itinerário ou caminhada de preparação para
integrar novos membros na
vida cristã de uma comunidade de fé. Ela é o processo
pelo qual nos tornamos cristãos, mediante uma inserção
global na vida de fé, eclesialmente expressa nos três sacramentos que assinalam e
consagram o início da vida
cristã: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia.
O Batismo, a Crisma e a
Eucaristia são os três sacramentos da Iniciação Cristã
que compõem um itinerário para o mergulho completo e comprometido com
o mistério pascal de Jesus
Cristo. A palavra itinerário (do latim iter) significa
caminho. Antigamente, as
pessoas utilizavam um itinerarium, ou seja, um roteiro de viagem para realizar
um caminho adequado. Na
simbologia da arte cristã, o
caminho pode ser entendido como processo ativo do
próprio andar, uma marcha,
uma viagem.
O caminho de Jesus nos
evangelhos sinóticos e o
chamado dos discípulos
constituem um itinerário
de discipulado. O ápice dessa simbologia é Cristo pelo
testemunho que Ele dá de si
mesmo: “Eu sou o Caminho,
a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Jesus não é só o caminho,
mas a meta do caminho, ou
seja, a vida.
No livro dos Atos encontramos a designação “ser do
Caminho” (At 9,2; 24,14), indicando uma conduta em
conformidade com Cristo. É
no livro dos Atos dos Apóstolos que “o Caminho” foi
um dos modos de chamar a
Igreja comunidade dos discípulos: “os do Caminho”
eram os discípulos. Paulo dá testemunho de fé ao
fazer sua defesa diante de
seus acusadores, confessando antes ter sido perseguidor dos cristãos que assumiam o Caminho: “Persegui
até a morte este Caminho”
(Atos 22,4).
Sendo o espírito do
Evangelho um movimento humano no mundo, um
mover de gente, de pessoas,
“o Caminho” implica uma
adesão consciente e livre da
fé em Jesus. Daí a razão de
hoje de fazer um caminho
de Iniciação Cristã que ofereça condições para testemunhar a fé na Igreja e no
mundo.
Se a ação cristã no mundo não for um ato de fé testemunhada, pode patinar
no patamar humano e cair
na tentação do ter, poder e
prazer, onde o homem tenta
satisfazer suas próprias necessidades egoístas.
A iniciação catequética nos primeiros séculos do
cristianismo era, antes de
tudo, litúrgica. Isto signi-
fica que o catecúmeno (do
grego: aquele que ia ser iniciado) participava de celebrações litúrgicas, sobretudo da liturgia da Palavra,
da Missa e depois era ajudado a compreender a Palavra que lhe tinha tocado
o coração. Quando amadurecido o suficiente, numa
determinada noite da vigília pascal, recebia os três
sacramentos: Batismo-Crisma-Eucaristia, e continuava fielmente a participar
da celebração da Eucaristia, instaurando um processo permanente de assimilação do mistério da fé.
Ricab
Assim, o mistério era experimentado continuamente, sobretudo na Missa, e
aprofundado por um desejo
crescente e inesgotável do conhecimento de Deus.
O deixar-se conduzir ao
mistério pela celebração litúrgica e fazer desta experiência iluminada pelo
conteúdo da catequese, é conhecida como “mistagogia”.
A pessoa se deixa envolver
pelo mistério celebrado que
lhe toca o coração e, a partir
disto, se entrega a uma sincera e substanciosa vontade
de conhecer e o que a experiência de Deus lhe proporcionou na liturgia.
Na Iniciação Cristã, o elemento celebrativo é anterior
ao discursivo. Primeiro se reza, e daí é que brota o interesse de se aprofundar o conteúdo da oração, fazendo rezar
melhor ainda. É a oração que
toca o nosso mundo afetivo e
nos abre ao desejo do conhecimento de Deus. O contrário
não funciona. Falar-se teoricamente de uma realidade
que não nos toca, pode servir para um exame ou uma
prova, mas não para uma iniciação na fé, que exige um
envolvimento afetivo direcionado a uma entrega confiante e total.
Tal visão apóia-se na experiência da Igreja primitiva,
cujo esquema básico foi res-
gatado pelo Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA),
do Concílio Vaticano II: catequese – catecumenato – celebração dos sacramentos –
mistagogia.
Para celebrar os sacramentos, como momento histórico da salvação, é necessário fazê-lo com consciência. A
prática sacramental atual necessita ser revista porque tem
apresentado notáveis dificuldades, sobretudo, no campo
da perseverança, o que pode
indicar justamente a falta de
mistagogia.
Este problema é antigo e
está sempre de roupagem nova. O que no passado as devoções significaram em termos de tentativa de iniciação
na fé, por causa de uma liturgia inexpressiva, agora são os
novos movimentos eclesiais
que tomam a dianteira do
processo de iniciação.
As devoções, no entanto,
são um fenômeno positivo,
algumas delas sempre subsistirão e irão compor com a
liturgia o caminho de conduzir ao mistério. Mas é preciso voltar às fontes da Iniciação Cristã e beber na mais
pura Tradição o método que
compromete a vida cristã
de forma radical com Jesus
Cristo e seu evangelho, em
outras palavras, com o Reino de Deus já presente na
história.
9
Ricab
Palavra de Deus,
fonte de catequese
|Ir. Izoldi Gluitz - Assessora da Catequese na Paróquia
Louvor e glória, pela
caminhada da catequese
ao longo do ano de
2015 na Paróquia São
José, do bairro São José
de Passo Fundo RS.
A
10
catequese tem a missão de fazer
ressoar na vida dos catequizandos a Palavra que lhes possibilita
o encontro pessoal com Deus no mistério de Jesus Cristo e os abre para a experiência comunitária na fé.
A Bíblia é por excelência o livro da
catequese. O grande biblista Frei Carlos Mesters diz: “A Bíblia é como côco de
casca dura. Esconde e protege uma água
que mata a sede do romeiro cansado”. Os
catequistas, como anunciadores da palavra, são romeiros, muitas vezes também
cansados, buscam saciar a sede unicamente na Palavra de Deus, que é fonte
de água viva.
A Bíblia é o prego seguro e firme que
sustenta a vida de quem nela se agarra e
por ela se orienta. É um mapa que indica a estrada, mostra onde devemos chegar, faz saber o valor das coisas e das pessoas, orienta para o que é certo e adverte
sobre o erro. Mostra a esperança que podemos alimentar e nos faz enxergar um
futuro novo. (cf. Estudo bíblico - Centro
Diocesano Pastoral)
Ao longo do ano, fortes momentos
marcaram a caminhada da catequese na
Paróquia e na Arquidiocese, iluminada
pelo tema do ano: “O cuidado com a vida”. Mensalmente nas comunidades era
apresentado um tema com reflexões e
celebrações para os catequizandos, as famílias e os catequistas.
Os catequistas das comunidades da
Matriz, de Coxilha e do Mato Castelhano se reuniam aos sábados para a formação, tendo sempre como fonte e base
a Palavra de Deus; dois símbolos significativos acompanharam a caminhada da
catequese e o envio para a missão: o sal
e a vela. O sal, alimento natural que dá
sabor aos alimentos e os conserva: “Vós
sois o sal da Terra” (Mt 5, 13). A vida do
catequista deve ser sempre temperada
daquela sabedoria que o torna amável,
atento, e seguro para responder aos desafios da missão. A vela, pequena luz capaz de ultrapassar a sua potência. O catequista que assiduamente ascende a sua
vela com a Palavra de Deus é como um
fósforo aceso, capaz de descerrar a noite
e incendiar de fogo a terra inteira: “Vós
sois a luz do mundo” (Mt 5, 14).
Os encontros de formação, reflexão
e oração com os pais dos catequizandos
também marcaram a nossa missão catequética, pois a família é o melhor espaço
para formar e orientar os filhos a uma vida verdadeiramente humana, cristã, feliz. Tanto a família, quanto a catequese
tem uma missão em comum: educar para o amor, transmitindo valores humanos e cristãos. Por isso a nossa meta foi
caminharmos com a catequese de mãos
dadas com as famílias; sabemos que continua sendo um desafio, mas não percamos a esperança e a confiança.
Com os catequizandos e catequistas,
ricos momentos de convivência, partilha, orações, dinâmicas, enriqueceram
esta caminhada. Que o bom Deus nos
conceda fidelidade e perseverança.
Ricab
Família, berço da
vida e do amor
|Comunidade Centro Juvenil Mericiano
O
tema da família encontra-se no centro duma
profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal celebrado no mês de outubro. A
família, como sabemos, é imagem de Deus do qual tem sua
origem, seu modelo perfeito,
sua motivação e fim último na
comunhão de amor das três
pessoas. Ao tornarem-se pais,
os esposos recebem de Deus o
dom de uma nova responsabilidade. O seu amor paterno
e materno, deve ser para os filhos o sinal do próprio amor
de Deus, pois, “É de Deus que
deriva toda a paternidade no
céu e na terra” (Familiaris consortio. n 14).
A família é a primeira sociedade humana, saída do coração de Deus, de um valor
imensurável pelo ensino e a
transmissão dos valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosos; ela contribui
de modo único e insubstituível para o bem. Antes de tudo, é uma instituição natural,
uma comunidade simples estabelecida pelo próprio Deus
(cf. Gn 1,28). Após concluir a
obra da criação, Deus por sua
benevolência e vontade, cria
o homem e a mulher a sua
imagem e os envia a povoar a terra (cf. Gn 1,28), a família delineia-se no desígnio do
Criador, um “lugar primário
da ‘humanização’ da pessoa e
da sociedade” e “berço da vida
e do amor”. (Exortação Apostólica Chistifideles laici n.40).
No sentido bíblico a família
não é somente um dado sociológico, porque convive um
com o outro, ou econômico
de proteção, embora também
envolva isso, mas a família é
o lugar onde o homem aprende a crescer na sua integridade de pessoa humana.
O Diretório da pastoral familiar CNBB. n.116, nos lem-
bra que “A família é a primeira escola das virtudes sociais
de que a sociedade tem necessidade”. Ela traz em si inúmeros valores essenciais que por
nada podem ser ofuscados, tirados ou menosprezados, pois
a família não é somente um
lugar de crescimento pessoal, dos afetos, da transmissão
da cultura entre as gerações,
mas sim uma comunidade de
amor, o lugar do direito e do
princípio do cuidado, da solidariedade, partilha, amizade,
do companheirismo, respeito
e da unidade.
O Papa afirma: “A verdadeira alegria que se vive na
família não é algo de superficial, não provém das coisas, das circunstâncias mais
ou menos favoráveis. A verdadeira alegria provém da
harmonia profunda que reina entre as pessoas, aquela
alegria que todos sentem no
fundo do seu coração e que os
faz viver a beleza de estarem
juntos, ajudarem-se mutuamente no caminho da vida.”
Com o intuito de ajudar as
família a crescerem na comunhão e alegria e na sua missão, o nosso Centro Juvenil
Mericiano, situado no Bairro
São José, ofereceu às famílias
atividades formativas para
crianças, jovens, pais e mães.
Neste ano foram bem acolhidas as atividades realizadas
em parceria com algumas instituições. Nas quartas e sextas-feiras os estudantes voluntários da UPF (Universidade de
Passo Fundo) da área de psicologia, alimentação saudável e artes, trabalharam competentemente com os grupos,
diversos temas relacionados
aos valores, às atitudes, ao cuidado com a alimentação, ao
desenvolvimento do ser humano por meio da arte. Um
grupo do Observatório da UPF
desenvolveu com os nossos
jovens, encontros que favo-
recem uma cultura de paz, visando formar pessoas construtoras e portadoras de paz nos
ambientes em que se encontram. O Observatório da UPF
colaborou nos encontros formativos, direcionados à família, ajudando-a a lidar com os
conflitos internos e externos
aos quais ela está sujeita, sem
prejudicar o seu clima de serenidade e paz. O acompanhamento personalizado de alguns membros das famílias
teve bom êxito. Foram incentivados a cultivar na família
a oração e o respeito entre os
seus membros que se tornou
uma atitude espontânea de
bondade.
11
Ricab
A Missão Educativa Infantil
|Comunidade Centro Educativo Imaculada Conceição
O
Centro Educativo Imaculada Conceição, atua na Educação Infantil, que a partir de sua filosofia, inspirada em princípios cristãos, considera
a criança um grande presente de Deus,
com características próprias. Proporciona todos os meios para que a criança
possa crescer e ir aprimorando seu ser
relacional, pautado em valores que estimulem uma prática equilibrada, harmônica, integrada, construindo sua personalidade.
As nossas crianças são provindas de
famílias da Comunidade da Vila Maria
M.T. Acolhemos crianças de dois anos e
meio até quatro anos. A grande maioria
das crianças permanece por período integral. As professoras, a partir do Projeto
Político Pedagógico, organizam seu plano de ensino anual, tendo presente a faixa etária que lhes é confiada. As crianças
maiores, no turno inverso, participam
dos Projetos, os quais basicamente são
perpassados pelas atividades lúdicas.
No decorrer do processo de aprendizagem vai acontecendo certa autonomia em todos os sentidos.
As atividades lúdicas estão bem presentes no contexto escolar, pois as suas
dinâmicas despertam na criança muitas possibilidades para introduzi-las no
mundo da escrita e da leitura, respeitando as potencialidades e os limites de
cada uma. As interações e brincadeiras
estão continuamente presentes nos planejamentos diários.
No processo educacional, tem-se presente que o cuidar e o educar caminham
juntos, pois enquanto se cuida também se educa, valorizando e ajudando a
criança no desenvolvimento de suas capacidades.
Em sintonia com as famílias realizamos para elas encontros formativos que
12
ajudam a esclarecer a maneira de educar
os filhos, como também lhes permite de
acompanhar o processo educativo do filho, pois o filho é para sempre e a escola
é passageira. O que fundamenta o nosso estilo educativo é a pedagogia de Santa Ângela Merici que o nosso Fundador,
Bem-aventurado Padre Zefirino Agostini, nos propõe e que é enraizada nos seguintes valores: atenção a cada criança,
tendo-a esculpida no coração e na mente, e não somente o nome, mas também
as suas características pessoais; amabilidade materna caracterizada pelo amor
que se doa sem medida, sabe esperar na
oração e trabalha com paciência e generosidade; suavidade e firmeza procurando sempre ser afáveis e constantes; retidão e coerência disponíveis à avaliação
do nosso ser e operar como educadoras,
como nos recorda Santa Ângela: “sejam
tais que possam espelhar-se em vocês
e tudo o que querem que façam, façam
primeiro vocês”.
Ursulinas Educadoras trabalhamos incansavelmente com a característica própria do zelo apostólico do nosso
Fundador, enraizado na Eucaristia e alimentado no ‘lar da recíproca caridade’.
Em atitude de acolhimento com o espírito do nosso Fundador prestamos uma
atenção particular às crianças mais pobres e esquecidas.
Nossa gratidão a Deus por estarmos
inseridas nesta realidade onde podemos
ajudar as famílias e crianças carentes;
nossa gratidão a tantos benfeitores que
fraternalmente ajudam generosamente
para que a nossa Missão Educativa possa ter continuidade para poder cantar a
glória de Deus com os anjos desta terra.
Ricab
“Ide e evangelizai” (Mc 16,15)
|Comunidade Centro Juvenil Padre Agostini
A
missão primordial é o mandato missionário que Jesus
Cristo deu aos apóstolos e aos discípulos no termo de
sua existência terrena. É um ato de obediência fundamental que a Igreja deve prestar, até o fim da história, à vontade de seu Autor. Por isso a Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza evangelizadora. A evangelização exprime a identidade, a vocação própria
da Igreja, sua missão essencial: “Evangelizar constitui, de fato,
a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade.” (Paulo VI “Evangelii nuntiandi”, 14) Por isto a evangelização é o núcleo central da missão da Igreja.
Não é suficiente perceber a necessidade da missão, mas é
fundamental tomar consciência de que toda a Igreja, e nela cada batizado ou batizada, é o sujeito da missão. Fica muito claro
que toda a Igreja é por sua natureza missionária.
A Igreja é missionária em seus membros que agem de diversos modos, de acordo com a multiplicidade e a variedade
dos carismas e dons. É em cada um de seus membros que a comunidade cristã se coloca a serviço da evangelização, enviada
a pregar o Evangelho a toda criatura.
A grande missão da Igreja concretiza-se na preocupação
com a pessoa humana em sua totalidade. Não é preocupação
com uma salvação abstrata, mas é compromisso de fé com o ser
humano, com seu crescimento no seguimento de Jesus e com
sua plena realização em todos os sentidos, “porque entre evangelização e promoção humana — como sabiamente afirmou o
Papa Paulo VI — existem de fato laços profundos”. Em outras
palavras, a Igreja permanece sempre a serviço da pessoa humana, colaborando concretamente para a libertação da humanidade. O compromisso com a justiça é parte indispensável do
processo de evangelização. Por isso Ela não pode não proclamar corajosamente a necessidade de libertação da pessoa humana, a fim de que se possa superar a situação de injustiça que exclui cada vez mais pessoas do acesso aos bens indispensáveis a uma vida digna. Esse
compromisso com a libertação do ser humano concretiza-se na
opção pelos pobres. A Igreja missionária a serviço do Evangelho faz da opção
preferencial pelos pobres uma de suas características fundamentais. “Optar pelo pobre é condição necessária e irrenunciável do caráter evangélico da ação da Igreja” (CNBB - Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora, 194). É claro que assumir,
sem meios termos, a causa dos excluídos e excluídas exige
uma verdadeira reviravolta na própria vida. É preciso entrar
no processo de mudança de mentalidade do qual fala o Evangelho. Papa Francisco referindo-se à sua Exortação Apostólica
Evangelii Gaudium, onde fala da “Igreja em saída”, diz: “Uma
Igreja missionária não pode não ser uma Igreja em saída, pois
ela não tem medo de encontrar, de descobrir as novidades, de
falar da alegria do Evangelho a todos, sem distinção. Vocês representam o espírito da missão “ad gentes”, que deve se tornar
o espírito da missão Igreja no mundo: sair, ouvir o grito dos pobres e dos distantes, encontrar todos e anunciar a alegria evangélica”.
Em sua missão, a Igreja, além do anúncio da dignidade da
pessoa humana, denuncia todas as formas de opressão. Ela é
verdadeiramente missionária pois anuncia a cada ser humano que ele é filho de Deus em Cristo e se compromete com a libertação de toda a humanidade.
“Exorto-os a não deixarem “roubar a esperança” e o sonho
de mudar o mundo com o Evangelho, a partir das periferias
humanas e existenciais. Sair pelo mundo significa superar a
tentação de apenas falar entre nós, mas de ir ao encontro de
tantas pessoas que esperam de nós uma palavra de misericórdia, consolação e esperança”. (Papa Francisco)
13
Ricab
Juventude construindo
uma nova sociedade
|
Irmã Katiane e jovens da Área Missionária do Alto Rio Madeira – Porto Velho RO
O
14
lhando para Jesus Jovem que em
meio a sua realidade, revolucionou
com seu jeito de ser, de pensar, de se
aproximar e relacionar com as pessoas, de
afrontar os sistemas injustos e anunciar um
novo reino, um reino feito de paz amor e justiça, e que, por esta causa, deu a própria vida
para que todos a tivessem em abundância,
percebemos que a mudança é possível, pois
Ele mudou não só a sociedade local, mas o
mundo todo.
Nele buscamos a força e inspiração para
sermos jovens inseridos nas sociedades e comunidades eclesiais, protagonizando a história com jeito jovem de ser, fazer, viver, conviver e estar no mundo: “Estou no meio de
vós como aquele que serve” (Lc 22,27)
Movidos por estas palavras que foram
o nosso lema, e pelo tema “Juventude construindo uma nova sociedade”, refletimos sobre
a importância do papel das juventudes na sociedade e na comunidade eclesial como bons
cidadãos e autênticos discípulos e missionários
de Jesus Cristo. Celebramos em sintonia com
toda a Igreja do Brasil, o 30º DNJ (Dia Nacional
da Juventude) nos dias 17 e 18 de outubro, na
comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, em
Abunã - Área Missionária do Alto Rio Madeira,
com mais de 200 jovens provenientes dos distritos, setores de Jaci Paraná, Nova Mutum Paraná, Abunã, União Bandeirante, Vista Alegre
do Abunã, e Paróquia São João Bosco.
Damos voz aos jovens para que expressem seus pensamentos e sentimentos deste
DNJ 2015. Andrey Carvalho diz: “Foi de grande importância para a juventude, o convite para sairmos do comodismo e ocuparmos nosso
lugar na sociedade. O encontro foi para mim
um despertar para uma vivência mais firme e
acolhedora, em busca de novos desafios. Alertou a minha fé com um grande impulso para
não ficar só dentro da Igreja, e sim levar a Boa
Nova de amor, justiça, solidariedade à sociedade tão necessitada destes valores. Levo comigo
a mensagem que sem juventude não dá, porque juventude é força, alegria de ser protagonista de uma nova sociedade”.
A jovem Maria Regina compartilhou:
“Mais um DNJ efetuado com sucesso! Obrigada, meu Deus, por ter me dado esta oportunidade de estar com quem eu gosto e aprender
muitas coisas que me tiram dúvidas, me ajudam a crescer, e, acima de tudo ter mais fé”.
Edgar Carvalho destacou: “A celebração
dos 30 anos do DNJ com a temática “Juventude construindo uma Nova Sociedade”, foi
muito interessante. Quem realmente vivenciou esse momento, levou consigo algo que
pode mudar a sociedade. Se cada um fizer sua
parte, fazendo boas ações e nunca desistir de
sua missão dentro da comunidade, evangelizando sobretudo outros jovens, a Igreja será
jovem porque os jovens são Igreja”.
A Jovem Tiffany Souza argumentou: “O
DNJ é um encontro que ajuda os jovens das
comunidades a viver em Cristo. Quando os
jovens se encontram, conhecem novas pessoas, fazem novas amizades e experiências
de Deus que transformam a vida. Quando
voltam para casa, percebem que o amor de
Deus cresceu dentro dele. O nosso encontro foi dois dias de bênçãos, amor, carinho e
aprendizagem. Verdadeiramente o DNJ, é
o melhor encontro ao qual um jovem pode
participar! Nada melhor do que louvar, cantar e dançar para Deus.”
Uenderson Rocha partilhou: “O DNJ foi
um tempo para renovar a fé, pois toda a juventude de nossa área missionária do Alto
Madeira se reuniu para louvar e agradecer
ao Senhor por tudo que Ele realizou em nosso meio. A reflexão que fizemos sobre a nossa sociedade, contribuiu para reavivar a minha esperança fazendo-me olhar a sociedade
de uma forma diferente. Compreendi que as
minhas pequenas ações podem fazer a diferença. Também o versículo do Evangelho de
Lucas veio ao meu encontro com essa perspectiva: estar no meio da Igreja e da sociedade servindo sem medo, colocando os dons
que o próprio Deus me concede a disposição
dos irmãos, sobretudo dos mais necessitados.
A mensagem que carregarei sempre comigo deste DNJ é que Deus sempre nos surpreende e que os imprevistos muitas vezes, nos
revelam o grande mistério da graça do nosso Deus, que nos faz compreender sua vontade e a ação do Espírito Santo, que nos conduz
na missão. Somos Igreja Jovem que não tem
medo de se doar e se lançar na missão; construir uma nova sociedade vai além de mudar
uma geração toda, mas é antes de tudo mudar a si mesmo e buscar sempre o que Cristo nos pede: “Amai-vos uns aos outros.” Pen-
so que somente assim podemos, de alguma
forma, experimentar um pouco do céu aqui
na terra. Levarei sempre comigo um coração
grato pela experiência que tive e pelo encontro no qual pude experimentar a presença de
Cristo Senhor.”
Josuelson de Queiroz coordenador da juventude postou: “DNJ mais uma vez surpreendendo. Foi muito bom, galera animada. Quem
realmente participou e veio com fé ao encontro, sentiu o que Deus pode fazer com o jovem.
Agradeço a todos, de todos os lugares por mais
uma vez estarmos juntos orando, louvando,
cantando, se divertindo com muita fé, muita
força e esperança. Que Deus continue abençoando todos nós e que possamos fazer a diferença na sociedade como jovens de Cristo.”
Com o coração grato pela experiência e
partilha dos jovens, reafirmamos que uma
nova sociedade é possível, basta acreditar e
melhor se doar, pois o jovem pode fazer a diferença na sociedade e na Igreja, como bom
cidadão e bom cristão.
Ricab
Ser mãe na corresponsabilidade
formativa
|Comunidade Missionária Santa Ângela Mérici
“Cada Ursulina, ‘Mãe espiritual’, assume o cuidado das jovens acompanhando-as na descoberta da vontade de
Deus, por isso leva-as na oração, oferece
por elas as fadigas e os sacrifícios de cada
dia, cuida da qualidade da própria vida
de fé para um testemunho que expresse
cada vez mais a beleza e a alegria de doar-se ao Senhor” (Plano de Formação das
Ursulinas F.M.I p. 76)
A missão que Deus concedeu a cada uma de nós neste ano foi um verdadeiro dom, um caminho de crescimento e aperfeiçoamento no desejo de
“viver a maternidade espiritual na Igreja”, acompanhando e orientando lideranças, indicando caminhos e luzes para uma vida de fé pessoal e comunitária,
sempre mais “firme no Senhor”. Várias
foram as propostas, itinerários formativos direcionados nas diversas pastorais
e movimentos. O olhar não se fechou
numa única direção, mas como apelo vindo do próprio Deus, ele se abriu e
buscou acolher e ser atento a todos. Seguindo também as orientações de nossa Arquidiocese de Porto Velho que nos
desafia a viver a “Acolhida: Base para
construção e reconstrução das relações
fraternas” (Subsídio da Arquidiocese) e
despertar nas pessoas a “Cultura Vocacional”.
Em meio a tantos clamores soa forte o
da juventude, de modo especial o de acompanhar as jovens em seu processo de conhecimento de Jesus e auxilia-las em seu
discernimento dos caminhos vocacionais
para que façam uma escolha certa.
O Projeto “Semear” desenvolvido pela nossa comunidade COMISAM, prevê encontros formativos com as jovens,
atividades recreativas, convivências,
acompanhamentos, indicação de livros
e filmes que ajudam na descoberta do
dom que cada uma é para Deus e ajuda-las a descobrir o caminho traçado por
Deus para a sua realização e felicidade.
Desde setembro tivemos a vocacionada Cláudia em nossa comunidade. Fomos desafiadas a acompanha-la em seu
caminho vocacional e no conhecimento
da Irmã Ursulina na sua missão. Foi um
tempo de graça para ela e para nós.
Assim se expressa a jovem Cláudia:
“A minha permanência com vocês, irmãs, tem sido um tempo privilegiado
de oração, formação e ação; tudo aquilo
que experimentei na oração, tornou-se
incentivo, alma das minhas ações cotidianas na convivência com vocês nesta comunidade: no estar juntas, na oração, no trabalho, no cuidado das coisas
da casa até o cuidado de uma para com a
outra e o cuidado da vida nas diferentes
realidades das comunidades paroquiais.
Tudo isso me ajudou a ir purificando o
meu coração para uma maior liberdade,
maior amor no serviço do Senhor. Aju-
dou-me a discernir melhor a sua vontade para o meu futuro e alimentou o
desejo de responder generosamente ao
chamado do Senhor”.
Podemos dizer que sentimo-nos interpeladas, a viver o que nos pede as
Atas e Deliberações do V Capítulo Regional: “A comunidade materna é o espaço
onde o Senhor Ressuscitado se faz presente, santificando as relações, tornando cada irmã sacramento de Cristo no
encontro com Deus e com as irmãs; essa
torna-se espaço de vida, de acolhimento
recíproco e partilha dos dons; espaço privilegiado do amor e do perdão, da busca comum da Vontade do Senhor” ( Atas
e Del. p. 5).
Agradecemos a Deus, que pela nossa Congregação, nos ofereceu a possibilidade de crescer no estar “unidas juntas”
construindo relações sólidas, duradouras e fraternas; tivemos a oportunidade
de vivenciar o nosso ‘ser mãe’ na corresponsabilidade formativa. 15
Ricab
Uma retrospectiva do ano de 2015
Assistência Social da Associação Educativa Agostini
|Equipe técnica: Analu Bernardi – Assistente Social | Ir. Vivian Anese – Pedagoga
A Associação Educativa Agostini, desenvolve serviços de Proteção Social Básica a crianças, adolescentes, jovens, mulheres e famílias no Rio Grande do Sul,
em Mato Grosso e Rondônia, através de
espaço de convivência e socialização,
formação voltada à promoção da pessoa
humana e capacitação para o trabalho,
de acordo com a especificidade do público e região.
Neste ano, foram vários projetos realizados na sede e nas filiais. Para a concretização, contou-se com:
- a colaboração de 26 voluntários que na fidelidade e perseverança doaram seu tempo para contribuir no monitoramento de
oficinais e /ou atividades recreativas;
- a parceria de Universidades e Faculdades no Rio Grande do Sul e em Mato
Grosso, na colaboração de ações infor-
mativas e execução de atividades através da cedência de alunos e professores;
- Parceria com a Arquidiocese de Porto
Velho/RO no Projeto “Vida Feliz: Valorizando e Resgatando a Dignidade da Mulher”;
- aprovação de dois projetos pelo Fundo
Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente – FUMDICA de Passo Fundo/RS para o Centro Juvenil Mericiano;
- aprovação do Projeto pelo Fundo Nacional de Solidariedade-Cáritas Brasileira/
CNBB para o Centro Juvenil Mericiano;
- Aprovação do Projeto pela Ong Moradia e Cidadania da Caixa Econômica Federal para o Centro Juvenil Mericiano;
- Aprovação do Projeto SOS Família através de uma contribuição de campanha
realizada na Itália para o Lar Maria Ima-
Lar Maria Imaculada
O LAMI – sede da Associação Educativa Agostini,
localizada em Passo FundoRS, trabalha numa perspec-
tiva de acolhida de grupos
de crianças, adolescentes, jovens e famílias, promovendo
espaço de socialização, con-
Centro Educativo Padre Agostini
16
Mato Grosso tem como característica a grande presença
da população jovem devido
às faculdades e universidades localizadas neste território. Deste modo, este público passou a ser prioritário no
atendimento da Associação
Educativa Agostini devido
às questões sociais das quais
muitos estavam expostos.
Assim, de forma continuada, permanente e planejada,
a entidade por meio do Centro Educativo Padre Agostini
(CEPAG), presta serviços voltados prioritariamente para
o fortalecimento dos movimentos sociais e na formação
e capacitação de lideranças
juvenis.
culada e Centro Juvenil Mericiano;
- Apoio de Pessoas Físicas e Jurídicas que
contribuíram de forma impar através de
recursos financeiros e materiais para a
continuidade e manutenção das ações
da Associação Educativa Agostini;
Queremos aproveitar para agradecer as pessoas que estão inscritas na Nota Fiscal Gaúcha e que indicaram a Associação Educativa Agostini –Assistência
Social, e no mês de maio foi contemplada com um recurso na etapa 42, possibilitando a pintura na estrutura interna
do salão do Centro Juvenil Mericiano.
Agradecemos ainda a parceria encerrada com o Governo do Estado do RS através do Convênio 3539/2013 FECA que
contribuiu para as atividades sociais do
Centro Juvenil Mericiano de 11 de junho de 2014 a 11 de junho 2015.
vivência e troca, na busca
de potencializar e instigar as
pessoas que atende, em especial as que encontram-se em
situação de risco e vulnerabilidade social. O projeto Autogestão e Liderança Juvenil
atendeu cerca de 15 jovens
entre 14 e 18 anos fomentando o desenvolvimento autônomo e emancipador, de for-
mação critica e responsável.
“Gosto de estar aqui, aqui
eu me sinto bem, me sinto
em casa. É um lugar que me
fala de Deus e ao mesmo tempo me faz tocá-lo com as próprias mãos, tomando consciência do dom que sou e do
amor que Ele tem por mim.”
(Jovem participante do Projeto ALJ)
Ricab
Centro Juvenil Mericiano
O Projeto Despertar do
Hoje, ação social desenvolvida pelo CEJUME, atende
crianças acima de 06 e adolescentes, em turno inverso escolar, mulheres e famí-
lias em ações de convivência
e capacitação para o trabalho. As atividades executadas produzem nos envolvidos, senso de pertencimento,
formação de identidade e superação das condições de risco, através do fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. O Projeto possui
atendimento psicológico e
social para os beneficiários e
comunidade em geral.
“Eu noto que as crianças
que fazem parte do projeto,
são diferentes das que não
participam, são mais calmas
e colaborativas... Eu quero
parabenizar o projeto que incentivou o desenvolvimento
de um aluno nosso. Antes ele
não sabia ler, tinha dificuldades de escrever, agora ele está
bem desenvolvido” (Professora de Escola Estadual localizada no bairro).
Comunidades Missionárias Santa Úrsula / Santa Angela Mérici
Em Rondônia a AEA desenvolveu o projeto “Amazônia santuário da vida” através
da filial COMSUR em Nova
Mutum Paraná e em Porto
Velho como área de atuação
na COMISAM. As ações possibilitaram à mulheres, crianças, adolescentes e jovens vivências coletivas através de
um espaço de socialização, no
qual cada sujeito envolvido,
pôde gradativamente ir descobrindo suas habilidades e potenciais conforme o fomento
das atividades propostas, como alternativas para o enfrentamento das vulnerabilidades
sociais existentes na comunidade. As oficinas temáticas
desenvolvidas foram: pintura em tecido, bordado vagonite, crochê e teatro. Cada uma
das atividades objetivaram es-
timular trocas culturais a partilha de vivências, o desenvolvimento o fortalecimento de
identidades e vínculos familiares e comunitários.
“Me sinto muito bem aqui,
fiz novos amigos, descobri que
sou capaz, e que é preciso perseverar para se chegar onde se
deseja, obrigada por tudo...”.
(Depoimento de beneficiário
participante do Projeto)
Centro Educativo Imaculada Conceição
As ações do CEIC são voltadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos (SCFV) através do
Projeto “Uma Estrela no Coração de Mato Grosso” com atividades voltadas a crianças e
adolescentes de 06 a 18 anos,
em turno inverso ao escolar. Mulheres e famílias também foram atendidas. Além
das oficinas socioeducativas,
o CEIC oferece a 130 crianças com idade entre 2 anos e
meio e 5 anos e 11 meses, de
ambos os sexos, educação infantil gratuita em tempo in-
tegral. O serviço é destinado a
crianças que vivenciam situação de risco e vulnerabilidade social e econômica, através do desenvolvimento de
um projeto pedagógico que
vai para além da educação
formal, proporcionando uma
educação para a vida.
17
Ricab
Aos nossos olhos aparece a Misericórdia de Deus;
E a nós é reservado apertar ao coração esse
Menino que é Deus feito homem.
Nós o sentimos como Amigo e Irmão que veio
nos trazer como herança o Paraíso.”
Bv. Zefirino Agostini
Invoque o Espírito Santo com a oração
do Bem-Aventurado Zefirino Agostini:
Suplicar
Recitar
Louvar
É o momento de deixar que o coração expresse livremente o que o
texto Bíblico suscitou. É hora do diálogo direto com Deus.
Preces, hinos, mantras, salmos... Minha oração!
Entre novamente em contato com o texto Bíblico e depois
AGRADEÇA AS LUZES E GRAÇAS RECEBIDAS.
Anote num caderninho o que Deus te falou e te iluminou nessa Lectio Divina.
Isso te ajudará a recordar o que Deus realiza no teu coração.
18
Termine o momento de oração rezando o Sl 62;
um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai.
Ricab
Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.
O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras
a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível
e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, “rico
em misericórdia” (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu
nome a Moisés como “Deus misericordioso e clemente,
vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade” (Ex 34,
6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em
muitos momentos da história, a sua natureza divina.
Na “plenitude do tempo” (Gl 4, 4), quando tudo estava
pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu
Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de
modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf.
Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua
pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.
Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia.
É fonte de alegria, serenidade e paz. É
condição da nossa salvação.
Misericórdia: é a palavra que revela o
mistério da Santíssima Trindade.
Misericórdia: é o ato último e supremo pelo
qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia: é a lei fundamental que mora no
coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros
o irmão que encontra no caminho da vida.
Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem,
porque nos abre o coração à esperança de sermos amados
para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.
(Misericordiae Vultus - Bula de proclamação do
Jubileu extraordinário da misericórdia)
As Irmãs Ursulinas agradecem a presença e
colaboração na vida e missão e desejam a todos/as um
Feliz e Santo Natal e um bom Ano da Misericórdia!
Oração para
pedir graças
Senhor, nosso Pai, tu
chamaste o bem aventurado
sacerdote Zefirino Agostini
ao seguimento de Cristo, qual
mestre e pastor, e o inspiraste
a fundar a congregação das
Irmãs Ursulinas Filhas de
Maria Imaculada, para a
formação humana e cristã
da juventude. Digna-te, se te
apraz, de glorifica-lo na tua
Igreja para que resplandeça
melhor no mundo a obra
Redentora do teu Cristo,
e concede a nós a graça...
(formular o pedido) que, por
sua intercessão, com confiança
te pedimos. Amém. (Pai Nosso,
Ave Maria, Gloria ao Pai)
Pede-se para comunicar
as Graças recebidas ou pedidos
de oração por intercessão do
Bv. Zefirino Agostini a:
Irmãs Ursulinas
Filhas de Maria Imaculada
CX. Postal 372 - 99051-150
Passo Fundo RS
Fone: (54) 3313. 2465
E-mail: secretariaricab@ursulinas. com. br
19
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Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada e oferece uma possibilidade
para a juventude feminina e famílias que buscam um espaço acolhedor e
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