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Ano XXI | Se t e mb ro - O u t u b ro | 2015 | 1 5 4
E DIT ORIAL
Homenagens aos que tornam
a Sociedade Germânia
especial
Heróis que trazem consigo muitas histórias e
espalham no caminhar de seus filhos certeza, esperança e confiança ao mostrar o caminho da vida que está pela frente. São estas
lindas palavras que descrevem o amor incon-
XXVII Exposição de Artes
na Sociedade Germânia
DATA
HORÁRIO
LOCAL
DE 6 A 13 DE OUTUBRO
A PARTIR DAS 10H
SALÕES WESTFÁLIA E WINTERGARTEN
A Sociedade Germânia convida para a XXVII Exposição
de Artes, que ocorre entre os dias 6 e 13 de outubro nos
salões Westfália e Wintergarten. É uma ótima oportunidade para sócios e amigos apreciarem a cultura do
nosso Estado, conhecendo pintores e suas obras. O vernissage, que será realizado na noite do dia 6, contará
com uma palestra do professor José Luiz do Amaral
sobre o documentário “Bianchetti”, que aborda o processo de criação do artista plástico Glênio Bianchetti,
dicional que dedicamos aos nossos pais. Para
natural de Bagé (RS), além de atrações musicais. A mos-
homenageá-los, a Sociedade Germânia reali-
tra pode ser visitada de segunda à sexta-feira, das 10h
zou um agradável e animado almoço de Dia
às 20h, e no sábado e domingo, das 10h às 15h.
dos Pais com saborosa gastronomia.
A vocês, nossos sócios e amigos, que tornam nossos eventos especiais, dedicamos
a XXVII Exposição de Artes, em outubro,
uma excelente oportunidade para admirarem a cultura do nosso Rio Grande do Sul.
Não deixem de prestigiar.
Gostaríamos também de fazer um registro da participação da Sociedade Germânia na Mostra Festas Agepes. Por ser sócio
da Agepes, o clube teve a honra de ser
escolhido para estar presente nessa exposição que reúne os maiores organizadores
de eventos do Sul do país. Encontre mais
informações no nosso informativo, que
mostra mais detalhes sobre estes acontecimentos, assim como uma crônica do sócio Verner Dittmer, que escreveu seu texto
para homenagear os 160 anos da Sociedade Germânia, e as atrações das nossas últimas sessões de ópera e cinema do ano.
Tenham todos uma ótima leitura.
Clima de confraternização no
Almoço do Dia dos Pais
Em clima de confraternização, o Almoço do Dia dos Pais
da Sociedade Germânia foi mais uma vez um sucesso.
O buffet e a mesa de doces especialmente preparados
para a ocasião pelo Chef Lúcio agradaram aos paladares
mais exigentes. Pais sócios e amigos receberam um presente caprichado do clube, um kit com toalha bordada
e spray para carro. A animação dos presentes foi tanta
que a confraternização se estendeu pela tarde do domingo dedicado aos pais.
160 anos da Sociedade Germânia –
Uma crônica da sua época
po e suas famílias. Alguns poucos imigrantes,
porém, permaneceram em Porto Alegre exercendo outras profissões.
Antecedentes
Na segunda metade do século XIX, teve início
uma nova fase do desenvolvimento econômico
e cultural do Rio Grande do Sul. Com a imigração alemã, italiana e muitas outras nacionalidades, o Estado se transformou numa verdadeira
Babel de povos europeus, mas de diferentes
culturas. Falavam-se aqui vários idiomas, em
núcleos próprios (clusters), que geraram a formação de pequenas aldeias com propriedades
rurais, pois antes só havia latifúndios.
Aqui os imigrantes prosperaram com o trabalho próprio, sem uso de escravos que lhes
era proibido, formando uma burguesia própria. Foi publicado em Porto Alegre o primeiro Jornal Bilíngue Alemão e Português, o Der Kolonist ou O Colono.
Ano Zero (ano de fundação)
Faz 160 anos que foi fundada a nossa sociedade com o nome
de Gesellschaft Germania, em 23 de junho de 1855. O Brasil
era um império, com um imperador que tinha 39 anos, Dom
Pedro II. Porto Alegre (admire-se!) era um vilarejo com cerca
de 15 mil habitantes, ou seja, 1% da população atual. Havia
poucas ruas calçadas, a maioria era de terra batida.
A nossa Germânia foi a primeira sociedade recreativa do Rio
Grande do Sul e a segunda do Brasil. A primeira foi coincidentemente uma de mesmo nome, a Gesellschaft, Germânia no Rio de Janeiro, fundada bem antes, em 1821.
Inicialmente a nossa Germânia teve 28 sócios, em 1863
éramos 50, com a entrada do grupo de intelectuais dos
Brummers (sobre os quais vamos falar mais a frente) e hoje
somos 109, sendo 48 remidos.
Houve três levas de imigrantes alemães no Rio Grande do
Sul, que interessam para o nosso clube. A primeira foi a que
chegou a São Leopoldo, no ano de 1824, no dia 24 de julho,
o Unser Tag, que é festejado até hoje.
A segunda leva de imigrantes alemães foi em 1840. Ambas
eram compostas preponderantemente por homens do cam-
A terceira leva de imigrantes que ocorreu
em 1851 foram os Brummers, conhecidos
como os resmungões, que nos interessam
mais. Foram uns 1800 que não vieram em
busca de terras. Formavam uma legião de
mercenários contratados pelo governo imperial, sob o patrocínio da princesa Leopoldina para ajudar a manter as fronteiras do
Sul, sempre ameaçadas pelos “hermanos”
da Confederação do Prata, que desejavam
invadir as nossas terras.
Os Brummers eram artilheiros do Norte da Alemanha (Schleswig-Holstein) com instrução, estrutura e hierarquia militar.
Alguns dos oficiais detinham títulos de nobreza. Devido a
uma curta paz na Europa, no período pós-napoleônico, os
Brummers estavam lá sobrando, ou seja, desempregados.
Logo depois que aqui chegaram, a Confederação do Prata
se entregou para a hegemonia brasileira, e os Brummers
foram logo dispensados. Estavam mais uma vez desempregados e desmotivados, portanto, não admira que eram
resmungões, pois, além do salário baixo que era pago sempre com atraso, não se entendiam com os imigrantes locais
das levas anteriores por problema cultural e de linguagem,
pois tinham um dialeto bem diferente, o Hunsrück.
Em vista da dispensa, os Brummers logo se dispersaram para
outros lugares, uma vez que o “primitivismo” deste lugar
aqui não lhes agradava, além de só lhes ter trazido decepções. Restaram, porém, uns 450 Brummers que eram de outra opinião, se tornando comerciantes, diretores de colônias,
professores e jornalistas. Por que será que permaneceram?
Minha teoria: as gauchinhas os dominaram e casaram. Os
Brummers remanescentes eram aqui os intelectuais da
comunidade germânica e com sua capacidade de gestão
impulsionaram não só os negócios, mas a Gesellschaft Ger
EXPEDIENTE
Uma publicação da Sociedade Germânia
Av. Independência, 1299 | 6º andar
CEP 90035-077 | Porto Alegre | RS
CO N S EL H O D EL I B ER AT I VO
Presidente: Jayme Stein
Vice-presidente: Miguel Delfino
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Redação: Regina Guedes e Renata Scheidt
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Editoração: Mel Brendler
Impressão: Sólidus
Tiragem: 300 exemplares
Periodicidade: Bimestral
mania. Daí a importância deles para a nossa história. Parece que a nossa fama, até pouco tempo, de “clube da
elite germânica” provém daí.
A primeira sede do nosso clube foi em um prédio alugado.
Era uma casa de dois andares, onde o de baixo foi subalugado para uma casa de comércio. Era na Rua dos Ferreiros,
atual José Montauri, onde hoje fica o edifício União.
As primeiras atividades foram um ponto de encontro
para tomar chopp com os Landsleute (patrícios). O primeiro ecônomo foi um Brummer que dizem que fazia o
melhor café da cidade.
Lá nesses encontros na Sociedade Germânia se comentava
sobre o que acontecia no mundo, em especial na Alemanha, pois não havia rádio, muito menos TV e os jornais locais, de caráter provinciano, traziam notícias ultrapassadas.
De início tínhamos uma biblioteca, que mais tarde virou sala
de leitura, com livros e revistas oriundos de doações, e ainda tínhamos assinaturas de oito jornais nas duas línguas. O
primeiro baile foi logo após a fundação e o segundo foi de
Réveillon. Eram feitos, como explico adiante, à luz de velas
e lampiões a querosene (romântico, não?).
Destaques do Século XIX após a fundação da
Sociedade Germânia
Em 1856 teve início a construção do porto fluvial do Guaíba, com uma murada de pedra a partir da Rua da Praia,
na atual Praça da Alfândega, feito pela empresa de engenharia do nosso sócio Rudolph Ahrons e depois com
aterros consecutivos o porto foi concluído ao seu estágio
atual. Antes disso, só havia trapiches para atracar pequenas embarcações, além de servir para apoio a lavadeiras
de roupas. O novo porto permitiu a navegação ultramarina com o que incrementou o comércio.
Em 1858 foram iniciadas as obras do Teatro São Pedro, sob
direção e projeto do engenheiro Felipe Normann e inaugurado dois anos depois. Em 1861 o engenheiro e arquiteto
Freidrich Hardtmann (nosso sócio) iniciou a construção da
primeira parte do Mercado Municipal. Em1863, foi inaugurada a primeira linha de bonde, a “Mochambomba”, com
veículos puxados por mulas e trilhos de madeira. Só em
1908 vieram os bondes elétricos e os trilhos metálicos.
Em 1864 teve início a Guerra do Paraguai, em que esse país
por liderança do megalomaníaco Solano Lopez tinha pretensões de expandir por força militar os limites paraguaios
até o Rio da Prata, passando por aqui.
Para a defesa dessa afronta formou-se a Tríplice Aliança sob a
condução do Brasil, que incluiu em sua tropa filhos de recémchegados imigrantes, que imaginem: não sabiam falar português, nem espanhol e muito menos guarani, mas falavam um
dialeto alemão arrevesado, o Hunsrück, que poucos outros
alemães entendiam. Imaginem o drama desses rapazes, além
de terem que lutar por uma causa que não lhes pertencia e
também da qual nada entendiam. A guerra durou cinco anos.
Em 1867, o governo federal da época, temendo uma invasão
“de los hermanos” do Sul, contratou a minha ex-empresa
Siemens a instalar a primeira linha telegráfica do Brasil, do
Rio de Janeiro à cidade portuária de Rio Grande.
Em 1874 foi instalada a primeira linha férrea de Porto Alegre a São Leopoldo e dois anos depois até Novo Hamburgo
(Hamburger Berg). Neste mesmo ano, foi construída a Usina
do Gasômetro e se deu início a iluminação a gás nas ruas (gás
de carvão). Até essa data as festas na sede Germânia ainda
eram iluminadas a velas e lampiões a querosene. Também
neste ano iniciou-se o abastecimento de água em Porto Alegre a partir da caixa d’água do Moinhos de Vento.
Principais eventos do Século XIX pós-fundação,
diretamente ligados à nossa Germânia
Após a fundação da Germânia, continuou em Porto Alegre
uma intensa atividade sociocultural da comunidade alemã.
Em 1858, foi fundado o Deutscher Hilfsverein que deu origem
ao atual Colégio Farroupilha. Em 1861, o ex-Brummer e sócio
do clube Karl Von Koseritz criou o jornal Deutsche Zeitung.
Em 1863, fundaram a “Gesellschaft Leopoldina”, que se tornou mais tarde a Sociedade Leopoldina Juvenil. Em 1867
fundaram o Deutscher Turnverein, depois Turner-bund e, por
fim, a Sogipa. No início do século XX, seguiu-se uma série de
novas entidades alemãs beneficentes, culturais e esportivas.
Em 1865, o imperador D. Pedro II passou por Porto Alegre
por duas vezes no mesmo ano com destino a Uruguaiana a
fim de assinar um Tratado de Paz com o Paraguai. Nessas
duas vezes visitou a Germânia.
Após 1859, a Germânia mudou de sede várias vezes indo da
original para outro prédio alugado na Rua da Praia entre
a Rua Vigário José Inácio e a Rua Dr. Flores (mesmo prédio
do clube Caixeiral). Depois, em 1884 a Germânia iniciou a
construção de uma sede própria à Rua Flores, esquina com a
Rua Octavio Rocha, que ficou pronta dois anos depois. Desde
então tivemos que sobreviver a duas guerras mundiais.
Em 1917 nossa sede foi incendiada por hostilidades devido à
Primeira Guerra Mundial. Com arrecadação de doações e pagamento do seguro da sede incendiada (pela Sociedade Prussiana
de Seguros), foi comprada a mansão da Viúva Palmeiro (Avenida Independência, 1299) e acrescentando o salão de bailes. A
inauguração dessa nova sede ocorreu no fim da obra, em 1926.
Como vocês sabem, em 1942, devido à Segunda Guerra
Mundial, a sede passou por desapropriação para o comando da 5ª zona aérea. Terminada a guerra, em 1945 recuperamos a sede e mudamos o nome para Sociedade Independência. Em 1971 recuperamos o nome de Sociedade
Germânia que permanece até hoje.
Verner Dittmer*
*O engenheiro eletricista Verner Dittmer, 78 anos, é sócio da
Sociedade Germânia desde 1960. Ele redigiu a crônica para
homenagear os 160 anos do clube.
P R O G R A M A Ç Ã O C U LT U R A L
ÓPERA
C IN EMA
14 D E S E T E M B R O
28 DE SET EMBRO
O Crepúsculo dos Deuses,
de Richard Wagner
Trinta, de Paulo Machline
Comentários: Décio Andriotti
Com uma trama imaginária e dotada de muitos detalhes, o maestro e compositor Richard Wagner apresenta a última das suas
quatro óperas que integram o ciclo “Anel de Nibelungo”. O enredo engloba a intenção do impostor Hagen em dar uma poção
mágica ao jovem Siegfried para roubar dele o anel que consagra
o ciclo de óperas. Complicando a situação, a joia sela o amor de
Valquíria Brünnhilde com Siegfried, que, adormecido pela bebida
mágica, abandona-a para casar-se com a sedutora Gutrune.
Trata-se do filme que conta a vida do carnavalesco Joãosinho Trinta,
interpretado pelo ator Matheus Nachtergaele. A trama inicia nos
anos 60, época em que Joãosinho se mudou do Maranhão para o
Rio de Janeiro a fim de tornar-se bailarino do Theatro Municipal, até
1974, quando assumiu o posto de carnavalesco da escola de samba
Acadêmicos do Salgueiro, tradicional do Carnaval carioca.
C IN EMA
26 DE OUT UBRO
ÓPE RA–BALÉ
13 D E O U T U B R O
Da Terra Nascem os Homens,
de William Wyler
El Amor Brujo
O texto original da ópera é de Gregorio Martínez Sierra e a história narra as aventuras da jovem cigana Candela, que se apaixona
por Carmelo. A relação com ele é atormentada pelo fantasma
de seu ex-marido. Para que o novo casal livre-se dos fantasmas,
todos os ciganos formam uma fogueira com um ritual que faz o
fantasma ser arrastado para o fogo e desaparecer. Mostra Festas Agepes
Daniel Martins
A Sociedade Germânia marcou presença na bonita Mostra Festas Agepes (Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de
Eventos), realizada nos dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto no
Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Muitos clientes do clube circularam no evento em busca de outros fornecedores para suas
festas. A Sociedade Germânia dividiu o estande com mais três
empresas: Silva Fotografia, Zoom Vídeo e DJ Sul/Top Locação.
COMENTÁRIOS: Hiron Cardoso Goidanich, Goida
Dirigido por William Wyler, o filme conta a história do capitão de embarcação James McKay, que decide morar no Texas por causa de sua
amada noiva Pat Terrill. Com isso, ele encontra pessoas invejosas e perigosos rivais, despertando ojeriza no local entre a família da noiva e
outro rico clã daquela região, colocando muita terra e poder em jogo.
O Faroeste:
de John Ford a Quentin Tarantino
DATA
HORÁRIO
LOCAL
21 DE SETEMBRO
20H
^
SALÃO BAVÁRIA – SOCIEDADE GERMANIA
Palestrante: Carlos Menke
O médico Carlos Menke passará filmes de faroeste em sua palestra,
que se trata de dois cineastas que não se gostam: John Ford e Quentin Tarantino. A participação de Ford num filme em que membros da
Klu Klux Klan são retratados como heróis foi um dos motivos para a
declaração de ódio imposta por Tarantino, cineasta admirado na atualidade por obter sua filmografia competente.

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