Conselho de Museus Credenciação de Museus
Transcrição
Conselho de Museus Credenciação de Museus
março 2006 19 > Conselho de Museus [ editorial ] A consolidação de medidas > Credenciação de Museus propiciadoras da qualidade nos museus e Conselho de Museus a busca de soluções integradas em parceria Em 28 de Dezembro do ano passado, foi publicado o Decreto-Lei com os mesmos museus e com outras nº 228/ 2005, que cria o Conselho de Museus e regula a sua entidades interventoras na área museológica composição, competência e regime de funcionamento. A criação para 2006 são vectores determinantes da acção da deste órgão decorre da Lei Quadro dos Museus Portugueses e pre- > Centro de Documentação RPM em 2006. A experiência vivida ao longo tende constituir um amplo e abrangente colégio de consulta para da RPM – Destacável destes cinco anos permite colocar em a execução da política museológica, designadamente no que se > Projecto Museus e Acessibili- evidência, num primeiro momento, um refere à credenciação de museus. > RPM – Balanço do ano de 2005 > RPM – Plano de Actividades dade, por Clara Mineiro e Rita Melo > Nota breve sobre os museus e as colecções das universidades europeias, por Marta C. Lourenço intenso debate de ideias em torno da formulação de um projecto até então inédito na cultura portuguesa, em que os elevados níveis de participação e de envolvimento > Notícias Museus RPM Credenciação de Museus dos agentes interessados foram essenciais No dia 25 de Janeiro foi publicado em Diário da República o > Edições de Museus RPM ao bom sucesso da sua fase inicial e Despacho Normativo nº 3/ 2006, que estabelece a credenciação > Em agenda... lançaram as boas sementes que viriam a de museus e aprova o seu formulário de candidatura. Na sequência acompanhar as subsequentes fases de da publicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses este docu- desenvolvimento. Nestas fases, que se mento é mais um importante instrumento para a qualificação prolongam até ao presente, diferentes das entidades museológicas nacionais. A credenciação de museus momentos marcaram (e marcam) a evolução e a sua consequente integração na Rede Portuguesa de Museus em curso, desde a primeira noção de exige o cumprimento de todas as funções museológicas “adesão à rede” e de cumprimento de enumeradas na Lei Quadro, bem como a existência de instalações quesitos por parte dos museus, até à adequadas, de recursos humanos e financeiros. concepção e execução de programas Com a publicação deste Despacho Normativo torna-se possível regulares de apoio a museus e à preparação às entidades, que assim o entenderem, apresentar as suas de uma lei enquadradora da realidade candidaturas à credenciação e a consequente integração na RPM. > Outras Notícias - Museus em Maio - Colecções de ciências físicas e tecnológicas em museus universitários - Lançamento do livro Os Museus Municipais de Cascais - Seminário anual do GAM - Encontro sobre Prevenção e Protecção contra riscos em museus, bibliotecas e arquivos - Encontro de Serviços Educativos de Museus > Dissertações > Encontros museológica, perpassadas sempre as (cont. na página 2) (continuação da página anterior) diferentes etapas por uma contínua aliança entre reflexão dos normativos que vêm a ser preparados pelos museus e prática, entre aprofundamento de noções e o respectivo nas áreas regulamentares e da conservação preventiva, teste no terreno. Desta experiência acumulada e da os quais têm em vista uma gestão mais rigorosa das adaptação aos novos adquiridos, motivados pela aplicação colecções e das próprias instituições museológicas. da legislação de enquadramento e pela evolução do Publicam-se neste boletim dois artigos que abordam próprio panorama museológico nacional, resulta o plano problemáticas que, embora distintas, são de grande de actividades da RPM, de que se dá conta no primeiro actualidade: o primeiro sobre o tema dos Museus e número deste ano do presente boletim. Acessibilidades, da autoria de duas técnicas do IPM, Fica o arranque de 2006 marcado no plano museológico Clara Mineiro e Rita Melo, dá conta do trabalho efectuado pela publicação de dois diplomas legislativos que irão a partir deste instituto em prol da melhoria da permitir pôr em prática os pressupostos definidos na Lei acessibilidade nos museus, trabalho pioneiro e que visa Quadro sobre a credenciação de museus. Com efeito, a lançar sementes para diferentes museus. O segundo publicação do Decreto-Lei n.º 228/2005, de 28 de Dezembro, artigo, de Marta Lourenço, resulta da investigação levada que cria o Conselho de Museus, e do Despacho Normativo a cabo sobre o tema dos museus universitários europeus nº 3/2006, de 25 de Janeiro, referente ao formulário de e da qual resultou a obtenção do grau de doutoramento credenciação, são peças fundamentais à composição do no Conservatoire National des Arts et Métiers em Paris, cenário jurídico que alicerça a própria Rede Portuguesa de o que é naturalmente motivo de regozijo para o avanço Museus e toda a política museológica nacional. dos estudos protagonizados por investigadores portu- A evolução do projecto da RPM e as concretizações já gueses. atingidas encontram reflexo no programa anual do A atribuição neste mês de Março dos apoios financeiros a Encontro dos Museus desta rede que tem lugar no corrente museus da RPM, correspondentes às candidaturas de 2005, mês de Março e onde serão apresentados os resultados permite finalmente encarar o corrente ano com a perspectiva da qualificação de dois museus apoiados pelo Programa de concretização de um plano de actividades que inclui Operacional da Cultura, quer na readaptação de edifícios algumas novas direcções de trabalho. A renovação dessas históricos à função museológica, quer na ampliação de linhas de trabalho, não obstante a continuidade de instalações para a prestação de novas valências. A directrizes definidas pelas Linhas Programáticas da RPM, articulação entre o IPM, através da RPM, e o POC, tem dá azo a que nas áreas da comunicação e da afirmação sido constante ao longo destes anos, não apenas na da RPM iniciemos 2006 também com a imagem renovada. emissão de pareceres relativos ás candidaturas apre- Pretende-se com esta alteração, desde já patente no presente sentadas, mas também no posterior acompanhamento número do boletim e com repercussão nos diferentes no terreno da respectiva execução de que alguns frutos instrumentos de comunicação a lançar ao longo do ano, são já hoje visíveis, tendo melhorado substancialmente tornar visíveis as novas linhas de trabalho e os desafios as condições dos museus beneficiados e dos respectivos que agora se colocam. visitantes. No mesmo encontro dá-se igualmente conta Clara Camacho Subdirectora do Instituto Português de Museus RPM – Balanço do ano de 2005 Em 2005 foi criada a Estrutura de Missão Rede Por- de 2005, as seguintes acções desenvolvidas pela tuguesa de Museus por Resolução do Conselho de Estrutura de Missão: Ministros nº117/2005, de 30 de Junho, publicada na – Acções respeitantes à aplicação no terreno da Lei I série B nº139 em 21 de Julho de 2005, permitindo Quadro dos Museus Portugueses, designadamente no a total continuidade de tarefas e de competências que concerne à adaptação dos Museus integrados na atribuídas à anterior Estrutura de Projecto. RPM ao novo enquadramento legal; Tendo em conta os objectivos definidos para a RPM – Continuação das linhas de trabalho definidas para desde a sua criação, destacam-se, ao longo do ano a RPM: difusão de informação; formação de profissio- 2 | Boletim Trimestral Notícias RPM nais de museus; prestação de apoios especializados a tes documentos: Regulamento Interno do Museu, Política entidades museológicas; de Incorporações, Normas e Procedimentos de Conservação – Dinamização dos instrumentos de divulgação, Preventiva, Plano de Segurança e Livro de Sugestões e mediante a introdução de alterações pontuais, tais Reclamações. Com o propósito de articular linhas de tra- como novas rubricas no Boletim trimestral e a criação balho e de colaborar com os museus na preparação des- de um mini-sítio dedicado ao Dia Internacional dos tes documentos, a EMRPM tem facultado aos museus Museus no Sítio da RPM na Internet; interessados documentos de referência e de orientação. – Disponibilização de novos cursos no Programa de Quanto à entrada em vigor do novo sistema de cre- formação da RPM. denciação de museus, no final de 2005 foi aprovado e A cativação de verbas do orçamento do IPM que teve publicado o Decreto-Lei nº 228/2005, de 28 de Dezem- lugar no mês de Setembro de 2005 inviabilizou bro, que cria o Conselho de Museus, e já em Janeiro do algumas das acções previstas no plano de actividades corrente ano foi publicado o Despacho Normativo do para o ano transacto, designadamente no eixo da Formulário de Candidatura à Credenciação (Despacho informação e em especial na execução dos apoios Normativo nº 3/2006, de 25 de Janeiro). financeiros aos museus no âmbito do Programa de Em 2005 foram realizadas outras visitas a museus da Apoio à Qualificação de Museus, iniciativas que serão RPM no âmbito de inaugurações de exposições, de lan- levadas a efeito em 2006. çamentos de edições, de participação em Encontros e do acompanhamento de projectos específicos. • Eixo de Credenciação À semelhança dos anos anteriores teve lugar o Encontro A Estrutura de Missão iniciou em 2005 o acompanha- anual dos Museus da RPM, que em 2005 teve a forma mento do processo transição para o novo enquadra- de Encontro único, em plenário, realizado em Lisboa, no mento legal de todos os museus que integraram a Museu Nacional de Etnologia, no dia 17 de Março de RPM, desde 2001 a 2004, com excepção dos museus 2005, contando com a presença de 62 participantes. tutelados pelo IPM. Os resultados da reapreciação da No âmbito da credenciação de museus e das exigên- situação destes museus deverão ser finalizados até cias de qualidade expressas na Lei Quadro dos Mu- Setembro de 2006, ou seja até dois anos após a publi- seus Portugueses, a Dr.ª Madalena Braz Teixeira, cação da Lei Quadro, prazo legal estabelecido no art. Directora do Museu Nacional do Traje, proferiu uma 140º para os museus “se adaptarem ao cumprimento comunicação acerca da Política de Incorporações e dos das funções museológicas previstas na (…) lei”. Planos de Segurança do Museu Nacional do Traje. Como primeira etapa deste processo, a EMRPM efectuou Foram também apresentados projectos de Museus da * Projecto educativo da Casa-Museu Leal um diagnóstico da situação dos 78 museus integrados RPM que mereceram apoios por parte do IPM/RPM* da Câmara e restantes Museus da Câma- na RPM e não dependentes do IPM ou das Direcções e um projecto de cooperação entre o Museu Carlos Regionais de Cultura, averiguando deste modo os seus Machado de Ponta Delgada e o Museu Victoria & principais problemas. Após a análise dos elementos soli- Albert de Londres. nização e equipamento das Reservas do citados aos museus para esta reavaliação, foram iniciadas Durante o Encontro decorreu uma mostra de edições Museu Amadeo de Souza-Cardoso; Pro- as visitas a cada um a partir de 30 de Outubro, tendo si- apoiadas pelo IPM/ RPM, incluindo monografias, rotei- jecto de estudo e edição do Museu Muni- do visitados até ao fim do ano 18 museus, cujos respon- ros e publicações de carácter educativo. sáveis e tutelas foram alertados para os aspectos que exi- No âmbito da promoção da articulação entre os mu- gem maior atenção. Foram igualmente realizadas visitas seus da RPM e do apoio à troca de experiências e de e reuniões com os responsáveis dos museus tutelados pe- boas práticas, o IPM/RPM associou-se ao Encontro dos las Direcções Regionais da Cultura das Regiões Autóno- Museus RPM do Distrito de Setúbal, promovido e reali- mas da Madeira (9 de Junho) e dos Açores (9 e 10 de No- zado no Ecomuseu Municipal do Seixal, no dia 24 de vembro) tendo em conta à sua adequação à Lei Quadro. Maio do passado ano. À luz da Lei Quadro passaram a ser obrigatórios os seguin- Foi ainda organizado pelo IPM/RPM um encontro ra Municipal de Sintra; Projecto de criação de Sítio na Internet do Museu da Imagem em Movimento; Projecto de orga- cipal de Penafiel. Rede Portuguesa de Museus | 3 subordinado ao tema Práticas de Conservação tugal [2000-2003], uma co-edição OAC e IPM apre- Preventiva em Museus da RPM que decorreu a 23 de sentada ao público no Dia Internacional dos Museus no Setembro no Museu Municipal de Faro e contou com Museu Nacional de Arqueologia. 36 participantes. Na mesma ocasião, no âmbito das comemorações do Os referidos Encontros que reuniram Museus da RPM Dia Internacional dos Museus de 2005, desta vez dedi- demonstraram a importância do debate de ideias, do cado ao tema Museus, Pontes entre Culturas, foi lançada maior conhecimento mútuo e da troca de conheci- a primeira reedição do Roteiro de Museus da RPM, com mentos e práticas. revisão de conteúdos e a inserção de mais quatro mu- Destacamos ainda a participação do IPM/RPM como seus, correspondendo a 120 museus no total. co-organizador do 6º Encontro do Comité para as Nos dias 18 e 19 de Junho de 2005 decorreu no Museu Casas-Museu do ICOM-DEMHIST subordinado ao Nacional de Arqueologia uma Feira de Réplicas e Mate- tema Guardiães da Memória: a conservação de edifícios rial Didáctico de Arqueologia, a cuja organização a e das suas colecções, que decorreu entre 12 e 14 de EMRPM se associou em parceria com o referido museu e Outubro no Museu Nacional de Etnologia. com a ARQA – Associação de Arqueologia da Amadora. Esta Feira contemplou a apresentação de réplicas e de • Eixo da Informação material didáctico, ateliês, mesas redondas e projecções. Neste Eixo programático, o Boletim trimestral da RPM Em 2005, a EMRPM dinamizou a organização do e o seu Sítio na Internet continuam a constituir os prin- concurso “A minha escola adopta um museu”, uma cipais instrumentos de divulgação das actividades da iniciativa dos Ministérios da Cultura e da Educação Estrutura de Missão e dos museus integrados. junto dos museus que integram a RPM, cujos trabalhos No âmbito da preparação de linhas de divulgação mais apresentados a concurso serão expostos e os prémios eficazes, destaca-se a iniciativa de criação de um “mini- atribuídos no próximo Dia Internacional dos Museus. sítio” integrado no Sítio na Internet da RPM para divulgação das actividades dos museus da RPM por altura da • Eixo da Formação celebração do Dia Internacional dos Museus e da inicia- Em 2005, ao prosseguir o programa de acções de for- tiva da Noite dos Museus. mação, acrescentaram-se mais quatro acções novas: Quanto ao Boletim, cuja qualidade e regularidade parece Concepção de sítios de internet em museus (a pedido ter continuado a corresponder às expectativas e necessida- da Direcção Regional dos Assuntos Culturais da Madei- des dos profissionais de museus, estudantes e especialistas ra), Segurança, vigilância e atendimento em espaço mu- em museologia, foram exploradas algumas possibilidades seológico (a pedido da Direcção Regional da Cultura de renovação a partir da criação de duas novas rubricas: dos Açores), Atendimento e vigilância em museus e as notícias Em agenda e as Edições dos Museus RPM. Em Museus e educação (ver quadro, p. 5). 2005 foram editados mais quatro números do Boletim Em 2005 registaram-se 226 pré-inscrições nas acções da RPM, sendo o número de Dezembro o décimo oitavo. de formação da RPM, as quais foram efectivamente O Observatório das Actividades Culturais (OAC) levou a frequentadas por 137 formandos. Quanto à depen- cabo um estudo actualizado sobre os museus portugueses. dência administrativa dos museus de que são pro- A articulação institucional entre o OAC, o IPM e o Instituto venientes, em 2005, os formandos de museus tutelados Nacional de Estatística (INE) tem permitido obter um pela administração local (41%) superaram os da admi- conhecimento constante da evolução dos museus nistração central (26%), ao contrário do que sucedera portugueses, algo que é fundamental para a definição em 2004. O número de formandos de museus das linhas de trabalho do IPM no âmbito da Rede dependentes da administração regional (21%) subiu Portuguesa de Museus. O resultado deste estudo, que exponencialmente pois foram realizadas acções de também incluiu um inquérito aos museus da RPM, deu formação nas duas Regiões Autónomas. lugar à publicação do Panorama Museológico em Por- Em 2005 houve uma clara predominância de forman- 4 | Boletim Trimestral Horas Formação Pré-Inscrições Formandos 6 a 9 e 20 a 24 de Junho 54 22 14 Braga 14 a 17 de Junho 24 17 11 3. Inventário do Património Cultural Móvel. Princípios, metodologias e boas práticas Faro 4 a 7 de Julho 24 19 13 4. Museus e Educação Porto 26 a 29 de Setembro 24 52 24 5. Museus e Acessibilidades Lisboa 10 a 12 de Outubro 18 23 17 6. Programação e Produção de Exposições Viseu 24 a 27 de Outubro 24 49 23 7. Segurança, Vigilância e Atendimento em Espaço Museológico Ponta Delgada 13 a 16 de Junho 24 25 18 8. Concepção de Sítios de Internet em Museus Funchal 6 a 8 de Junho 18 20 17 210 226 137 Curso Local 1. Introdução às Práticas de Conservação Preventiva Lisboa 2. Atendimento e Vigilância em Museus Data TOTAL Empresas Públicas 1% Empresas Públicas 1% Privados Privados 11% 11% Administração Administração local 41% local 41% Administração Administração regional regional 21% 21% Administração Administração central central 26% 26% Tutelas dos museus de que são provenientes os formandos Utilização do Centro de Documentação da RPM dos da Região de Lisboa e Vale do Tejo (38%), seguida presencial, tendo em conta a possibilidade de pes- da região Norte (18%), dos Açores (13%) e da Madeira quisa do catálogo on-line e do envio das obras por (13%), do Centro (7%) e do Algarve (7%) e, finalmen- correio normal. No total, o Centro de Documentação te, do Alentejo (4%). contou com 115 utilizadores, entre os quais se des- Quanto à categoria profissional dos formandos, continua tacam profissionais/investigadores a frequentar pós- a verificar-se a elevada frequência de técnicos superiores -graduações ou mestrados. (57%), seguida de técnicos (17%), de administrati- No final de 2005, o catálogo do Centro de Documen- vos/auxiliares (15%), que este ano contou com uma tação da Rede Portuguesa de Museus integrava 1342 acção específica (Atendimento e vigilância em museus) e, registos, incluindo monografias, publicações periódicas por último, de dirigentes (11%). e material não livro. Durante o ano de 2005, o Centro de Documentação da RPM manteve em funcionamento os serviços de • Eixo da Qualificação apoio à pesquisa, consulta presencial, reprodução, em- Ao longo do ano de 2005 foi dada continuidade ao préstimo e reserva de documentos. O tratamento téc- Programa de Apoio Técnico de modo idêntico ao nico da documentação – organização, descrição e análise seguido nos anos anteriores. Foram também analisadas – foi uma das principais actividades realizadas, permitindo e avaliadas candidaturas ao Programa de Apoio à a actualização constante do respectivo catálogo, também Qualificação de Museus, mas não foi possível dar acessível on-line, a divulgação de bibliografias temáticas execução cabal à atribuição dos apoios, devido à e o destaque de obras no Boletim RPM. cativação de verbas inscritas em PIDDAC, o que implicou Ao longo do ano, notou-se a tendência para o cres- que a efectivação dos apoios financeiros fosse agendada cimento do serviço de empréstimo face à consulta para o primeiro semestre de 2006. Rede Portuguesa de Museus | 5 No âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de tivas instalações e duas consultorias no âmbito da Museus foram analisados cento e oito projectos can- programação museológica. didatados por parte de quarenta e um museus da RPM O aconselhamento e o acompanhamento técnico pres- de diferentes tutelas. De acordo com a avaliação, elegi- tado por elementos da equipa da EMRPM também de- bilidade, inovação, qualidade dos projectos e adequa- correu em 2005 em continuidade com as linhas de ção dos perfis apresentados, o júri decidiu atribuir um trabalho habituais, sendo mais frequentes os problemas total de 466.420,67 Euros correspondente ao apoio relacionados com a programação ou reprogramação de 80 projectos. As Actas de apreciação das candi- museológica, o inventário, a renovação das exposições, daturas apresentadas mereceram homologação por os instrumentos de comunicação, os recursos humanos parte do Secretário de Estado da Cultura em 28 de e a inserção orgânica dos museus nas respectivas tutelas. Dezembro, sendo que a celebração dos respectivos Acordos de Colaboração e a atribuição efectiva dos • Eixo da Articulação e da Cooperação montantes decorreu no passado dia 23 em Março As candidaturas ao Programa Operacional da Cultura, de 2006 (ver caixa, p. 9). bem como alguns dos projectos candidatos a Progra- Ao longo do ano foi efectuado o controlo da execução mas Operacionais Regionais foram sujeitos a pareceres técnica e financeira dos projectos apoiados pelo PAQM técnicos do IPM, competência que tem estado dele- nos anos anteriores. Apesar dos atrasos de alguns dos gada na EMRPM. projectos, assistimos a um crescente número de pro- Em 2005 foram emitidos quatro pareceres referentes jectos finalizados, muitos dos quais de assinalável qua- a candidaturas apresentadas à Medida 1.2 do Programa lidade. Os apoios têm, a título de exemplo, corres- Operacional da Cultura – Modernização e Dinamização pondido à concretização de edições em diversos dos Museus Nacionais. No que respeita à Medida 2.2. suportes, destinadas a diferentes tipos de públicos, à – Utilização das Novas Tecnologias de Informação para remodelação de reservas e dos seus equipamentos, Acesso à Cultura – do mesmo Programa Operacional, à utilização regular de instrumentos de monitorização foram emitidos seis pareceres. das condições ambientais com consequências directas À semelhança do ano anterior, também em 2005 a na melhoria do estado de conservação dos espaços e EMRPM foi solicitada para acompanhar a execução dos acervos, à concepção e produção de actividades de alguns dos projectos apoiados pelo POC, tarefa educativas inovadoras e exemplares, nomeadamente que implicou, durante o ano de 2005, a emissão de quanto à atenção dada a públicos de diferentes grupos memorandos e a realização de visitas e de reuniões etários e com necessidades especiais. com sete entidades. Através do Programa de Apoio Técnico a Museus*, Destaca-se a articulação constante com a Comissão de * Este Programa contempla consultorias a EMRPM continuou a prestar consultorias especiali- Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte técnicas nas seguintes áreas: Programa- zadas a museus, integrados ou não na RPM, em funcio- através da emissão de treze pareceres a projectos namento ou em processo de criação. A importância candidatados à Medida 1.4 da Operação Norte e da destes apoios técnicos é notória sobretudo porque têm presença de representantes da EMRPM em dez reuniões ajudado a evitar a tempo problemas futuros. de acompanhamento da execução das candidaturas, No ano passado, foi concedido apoio técnico na área linhas de trabalho que se têm revelado de crescente da conservação preventiva a seis museus da RPM e a exigência e que permitem a avaliação progressiva da outras seis entidades ainda em fase de instalação ou implementação dos projectos comparticipados. de qualificação. Na área do inventário e do estudo A Direcção do IPM esteve ainda presente nas sessões de colecções houve apenas um pedido de consultoria de apresentação e debate das futuras linhas de apoio técnica por parte de um museu da RPM. Foram ainda a abranger pelo sétimo Programa Quadro da União solicitados dez pareceres de arquitectura a projectos Europeia por convite da CCDR de Lisboa e Vale do de criação de museus ou de renovação das respec- Tejo e da CCDR do Norte. ❚ ção Museológica; Estudo de Colecções; Inventário e Documentação; Conservação 6 | Boletim Trimestral Preventiva; Educação; Arquitectura. RPM – Plano de Actividades para 2006 A aplicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses Em 2005 foram concluídas e divulgadas as Bases irá direccionar em grande medida a actuação da EMRPM Orientadoras para elaboração do Regulamento Interno em 2006 para a conclusão e divulgação dos instru- dos Museus Portugueses, bem como criado e coorde- mentos legais relacionados com a abertura de candi- nado pela Direcção do IPM o grupo de trabalho de daturas de novos museus à credenciação e para o especialistas na área da conservação preventiva que acompanhamento atento do processo de transição dos preparou o documento referente às Normas e Proce- museus que integram actualmente a RPM. dimentos de Conservação Preventiva, divulgado no En- Para além desta linha de trabalho terão continuidade contro Anual dos Museus da RPM que se realizou no as vertentes de actuação enquadradas nos eixos pro- passado dia 24 de Março (ver caixa, p. 8). gramáticos redefinidos em 2005 – Credenciação, Informação, Formação, Qualificação e Articulação e Coope- • Museus da RPM ração –, os quais permitem consubstanciar outras A comunicação regular com os museus da RPM man- competências da RPM relacionadas com a promoção tém-se como uma das linhas de trabalho fundamentais de formação especializada, a prestação de apoio da Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus descentralizado no País e o estabelecimento de formas que se pretende reforçar em 2006, designadamente de cooperação integrada. através da realização do já referido Encontro Anual, de visitas técnicas e do acompanhamento de projectos. • Eixo da Credenciação Serão realizadas visitas técnicas aos museus localizados Com a publicação do Despacho normativo nº 3/2006, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e de 25 de Janeiro referente ao formulário de candidatura efectuados contactos institucionais com as respectivas à credenciação de museus (ver caixa, p. 1), o qual Direcções de Cultura dos Governos Regionais. Está já será objecto de publicação em livro e no sítio da programada uma visita ao Museu de Santa Maria e ao Internet da RPM, fica aberta a possibilidade de novos Museu da Graciosa para o final do mês de Março e museus se candidatarem à credenciação e de virem uma visita aos Museus da Madeira a programar para a integrar a RPM. o final do primeiro semestre. A par das tarefas relacionadas com a abertura de candidaturas à credenciação, a Estrutura de Missão Rede • Eixo da Informação Portuguesa de Museus irá dedicar-se ao acompanha- A aposta na difusão e na partilha de informação man- mento e ao apoio individualizado do processo de tran- tém-se como um dos eixos prioritários de actuação da sição dos museus que integram a RPM, tendo em con- EMRPM, não apenas entre os museus da RPM, mas ta as exigências do novo enquadramento legal. também entre o IPM/RPM e um vasto leque de en- Em 2006, e em especial no primeiro semestre do ano, tidades, desde o universo total dos museus portugue- a actividade da RPM estará bastante centrada nesse ses, aos seus organismos de tutela ou às universidades propósito, destacando-se a necessidade da conclusão com cursos na área da museologia. das visitas técnicas a todos aqueles museus, a análise O Boletim trimestral da RPM continuará a ser um veícu- dos documentos obrigatórios agora exigidos e a lo privilegiado de disseminação regular de informação. elaboração das Adendas aos Relatórios de Adesão à A reformulação do sítio da RPM será concretizada em RPM, as quais irão incluir a proposta de tomada de 2006 em articulação com os serviços centrais de decisão acerca da permanência dos museus na RPM, informática do IPM no âmbito da criação de novos caso se considerem conformes com o actual enqua- sítios de museus tutelados pelo Instituto. dramento legislativo. As comemorações do Dia Internacional dos Museus Rede Portuguesa de Museus | 7 serão pretexto para reforçar a divulgação dos museus – Museu e acessibilidades da RPM junto da comunicação social e do público. – Programação e produção de exposições – Segurança em museus • Eixo da Formação – A criação de sites em museus (no Continente e na Re- A concepção e a produção de um programa de acções gião Autónoma dos Açores) de formação é uma linha de trabalho que será conti- – Atendimento e vigilância em museus (Região Autónoma nuada em 2006, prevendo-se, no entanto, algumas da Madeira) alterações de temáticas e de metodologias. Tendo em conta necessidades dos utilizadores, em Serão realizadas 8 acções de formação para profissionais 2006 procurar-se-á melhorar e diversificar os serviços de museus, de forma descentralizada, em diversos do Centro de Documentação da RPM. Para além da locais do País, entre Maio e Outubro: possibilidade de consulta on-line no sítio da RPM e do – Programas educativos em museus empréstimo à distância anteriormente existentes, serão – Inventário do património móvel implementadas as seguintes funcionalidades: edição e Encontro dos Museus da RPM O Encontro Anual dos Museus da RPM teve lugar no dia 24 de Março no auditório Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa. Contando com a participação de dirigentes e técnicos dos museus que integram a RPM e de representantes das Direcções Regionais de Cultura dos Açores e da Madeira, esta reunião de trabalho teve um perfil adequado ao momento crucial em que os museus se encontram no âmbito da sua transição para o novo enquadramento legal introduzido pela Lei Quadro dos Museus Portugueses. Da parte da manhã, a cargo do Director e da Subdirectora do IPM e da Coordenadora-adjunta da RPM foram apresentados o Balanço das Acções da RPM em 2005 e o Plano de Actividades da RPM para 2006, ambos profundamente marcados pelo novo panorama legislativo e pelas acções daí decorrentes. Beneficiando de significativos apoios do Programa Operacional da Cultura e do acompanhamento da IPM/RPM, dois museus foram escolhidos para dar testemunho da recente qualificação das suas instalações: “Casa Museu de Camilo – renovação e ampliação”, por José Manuel Oliveira (Responsável técnico da Casa de Camilo) e “Museu Municipal de Vila Franca de Xira – reinstalação do núcleo-sede”: Graça Nunes (Directora do Museu Municipal de Vila Franca de Xira). No período da tarde, foram alvo de atenção e de debate documentos obrigatórios à luz da Lei Quadro: Em primeiro lugar, foram divulgadas bases orientadoras para a elaboração de “Normas e procedimentos de conservação preventiva”, efectuadas por um grupo de trabalho constituído por elementos do IPM e do Instituto Português de Conservação e Restauro (IPCR): Conceição Borges de Sousa (Conservadora do Museu Nacional de Arte Antiga), Joana Amaral (Conservadora-restauradora do Museu Nacional de Etnologia), Mathias Tissot (Conservador-restaurador do Museu Nacional de Arqueologia) e Gabriela Carvalho (Coordenadora do Departamento de Conservação do IPCR). Em seguida, foram apresentados exemplos de Regulamentos Internos de Museus: “Regulamento do Museu Alberto Sampaio”, por Isabel Fernandes (Directora do Museu de Alberto Sampaio) e “Regulamento do Museu de Olaria”, por Cláudia Milhazes (Directora do Museu de Olaria). No campo da cooperação entre museus da RPM, um eixo de acção da RPM em fase nascente, foi salientado o projecto de inventário do museu da Indústria Baleeira da Ilha do Pico, por Graça Filipe (Directora do Ecomuseu Municipal do Seixal) e por Leandra Peixoto (Consultora da RPM no Museu do Pico/ Museu da Indústria Baleeira). 8 | Boletim Trimestral PAQM 2005 – Projectos apoiados No dia 23 de Março decorreu no Museu Nacional de Etnologia a cerimónia de celebração dos acordos de colaboração que formalizou a concessão de apoios aos museus Rede Portuguesa de Museus ao abrigo do Programa de Apoio à Qualificação de Museus (PAQM), cujas candidaturas foram remetidas à RPM entre 15 de Junho e 15 de Julho de 2005. Foram quarenta e um museus a efectuar a candidatura de cento e oito projectos. Tendo em conta a respectiva elegibilidade, premência pela inovação, qualidade dos projectos e a adequação dos perfis apresentados, o júri decidiu apoiar oitenta projectos a promover por trinta e nove museus, correspondendo a um total de 466.420,67 Euros. As actas de apreciação das candidaturas apresentadas mereceram homologação por parte do Secretário de Estado da Cultura em 28 de Dezembro, tendo sido os respectivos Acordos de Colaboração celebrados, no dia 23 de Março de 2006, em cerimónia pública no Museu Nacional de Etnologia, que contou com a presença da Ministra da Cultura, do Director e da Subdirectora do Instituto Português de Museus. Os projectos apoiados serão divulgados no próximo Boletim. divulgação por correio electrónico de um Boletim Está em fase final de elaboração uma proposta de Bibliográfico de periodicidade trimestral para divul- alteração do actual Programa de Apoio à Qualificação gação de novas incorporações no catálogo; serviço de Museus, com efeitos a partir de 2007. personalizado de difusão da informação aplicado às necessidades específicas dos utilizadores; divulgação • Eixo da Articulação e Cooperação on-line das publicações periódicas e dos trabalhos de A Estrutura de Missão dará continuidade ao estabele- investigação existentes no Centro, bem como das edi- cimento de formas de cooperação entre a RPM e ções apoiadas pelo IPM/RPM e de dossiers temáticos. outras entidades e estimulará a articulação entre os O seu horário de abertura ao público será alargado próprios museus da Rede numa perspectiva de opti- para três tardes por semana (2ªs, 4ªs e 6ªs), mantendo- mização de recursos e de partilha de conhecimentos. se o atendimento à distância e o empréstimo domi- Uma das formas de estímulo à cooperação entre ciliário, a par da continuação da constituição e trata- museus da RPM será a do apoio a projectos em parceria mento do fundo documental e da aquisição de novas entre museus da RPM nas áreas da investigação, das obras em domínios mais carenciados da Museologia. exposições, das edições e dos projectos educativos no âmbito do novo programa de apoio financeiro. • Eixo da Qualificação Em paralelo serão motivadas e apoiadas diferentes for- Tendo em conta o cenário de contenção financeira mas de cooperação de base regional ou temática de verificado em 2005, a formalização dos apoios decor- iniciativa dos museus que integram a RPM. rentes da apreciação das candidaturas ao Programa Mantém-se a articulação com os programas operacio- de Apoio à Qualificação de Museus (PAQM) de 2005 nais na gestão da atribuição de fundos comunitários só foi efectivada no passado dia 23 de Março, em a museus, em especial com o POC e com os Programas cerimónia pública no Museu Nacional de Etnologia, Operacionais Regionais, bem como com o Observatório na qual foram celebrados os acordos de colaboração das Actividades Culturais (OAC) e com o Instituto entre as entidades museológicas beneficiárias e o Nacional de Estatística (INE). ❚ Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus. (ver caixa, p. 9) Rede Portuguesa de Museus | 9 Artigo Projecto Museus e Acessibilidade Clara Mineiro e Rita Melo* * Clara Mineiro. Instituto Português dos Museus. Divisão de Divulgação e Formação O Projecto Museus e Acessibilidade, iniciado no IPM 2. Linhas de Trabalho Rita Melo. Instituto Português dos Museus. em princípios de 2003, Ano Europeu da Pessoa com De- O projecto tem tido três linhas de trabalho levadas a Divisão de Projectos e Obras ficiência, partiu da assinatura de um protocolo com cabo mais ou menos em simultâneo. várias entidades ligadas a pessoas portadoras de defi- A redacção do Manual de Boas Práticas constituiu o ciência: a Federação Nacional de Cooperativas de primeiro trabalho conjunto e teve o objectivo de apon- Solidariedade Social (FENACERCI) para a deficiência tar o caminho para a ultrapassagem dos vários obstá- mental, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portu- culos à acessibilidade dos museus. Traça um diagnóstico gal (ACAPO) para a deficiência visual, o Instituto Jacob inicial das situações mais graves e sugere boas práticas Rodrigues Pereira (IJRP) para a deficiência auditiva, a para melhorar as condições de acolhimento dos museus Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Núcleo e propor novas leituras das colecções. Regional do Sul (APPC-NRS) para a deficiência motora A estrutura do livro foi definida por todos os parceiros e também a Associação Nacional de Arte e Criatividade do protocolo atrás referido, que se ocuparam da redacção de e para Pessoas com Deficiência (ANACED). dos conteúdos relativos a cada ponto, de acordo com Este protocolo tem permitido desenvolver um trabalho a sua perspectiva. À Divisão de Divulgação e Formação de equipa importante em que é de salientar a assessoria do IPM coube assegurar a discussão, a coerência e a dos representantes da ACAPO e da FENACERCI. unidade dos contributos de cada uma das partes e No IPM a equipa envolve a Divisão de Projectos e integrá-las num texto que se pretendeu coerente. Obras, a Divisão de Divulgação e Formação, bem A publicação Museus e Acessibilidade, segundo volume como, tanto quanto possível, as equipas dos museus da Colecção Temas de Museologia, foi editada em 2004 que acolhem as exposições no âmbito deste projecto. e encontra-se à venda nas lojas dos museus do IPM, Museu de Évora. Rampa exterior estando também disponível para download no portal 1. Conceito de Acessibilidade do IPM (www.ipmuseus.pt). O conceito de acessibilidade que defendemos tem Enquanto ainda decorria a fase anterior, tiveram início um sentido lato. Começa nos aspectos físicos e arqui- Acções de Formação com o objectivo de sensibilizar para tectónicos – acessibilidade do espaço – mas vai muito as questões da acessibilidade as equipas dos museus, para além deles, pois também diz respeito à acessibili- a começar pelos seus directores. A formação interna, dade da informação e do acervo, tocando componen- cujos destinatários foram os directores e técnicos dos tes determinantes do foro social, intelectual e emocional. museus do IPM, teve lugar ainda em 2003, no Museu Para além disso, há que ter em conta que a acessibi- de Alberto Sampaio (Guimarães) e no Museu do Chiado lidade não diz respeito só a pessoas portadoras de (Lisboa). Depois disso tem sido feita formação externa deficiência. Diz respeito a cada um de nós, com as no âmbito do Plano de Formação da Rede Portuguesa riquezas e limitações que a diversidade humana de Museus para os museus aderentes. Realizaram-se contém e que nos caracterizam em diferentes fases acções de formação em 2004 no Museu dos Biscaínhos da vida, de maneira temporária ou permanente. (Braga), em 2005 no Museu de Ciência (Lisboa) e está A nossa capacidade de ver, ouvir, falar, andar ou prevista outra para 2006. compreender não é sempre a mesma ao longo da Pretendemos, por fim, aplicar as boas práticas que nossa existência. É por isso que devemos então falar recomendamos fazendo Exposições Acessíveis, em que antes em necessidades especiais, as que cada um de ensaiamos em exposições temporárias soluções que nós, pessoas ditas “normais”, pode ter num momento nos parecem contribuir para a melhoria das suas con- ou outro do seu percurso de vida. dições de acessibilidade. 10 | Boletim Trimestral Museu de Évora. Rampa de acesso à exposição Museu de Évora. Cadernos de informação na recepção 3. Exposições Acessíveis em conta quando se quer escrever um texto acessível: 3.1. Projectar para todos usar uma linguagem simples e directa, evitar conceitos Uma exposição acessível começa por ter um bom abstractos, usar palavras curtas da linguagem falada Programa de exposição, organizado, sintético e completo, no dia a dia, ilustrar o que se quer dizer com exemplos que desde o início contemple todos os aspectos que práticos, incluir apenas uma ideia principal por frase, se querem ver reflectidos no Projecto. O rosto das ideias utilizar sempre a mesma palavra para o mesmo conceito que estão na base da concepção da exposição é, por e manter uma pontuação. fim, a Museografia: os acessos, os percursos, a distribuição Museu de Évora. Conjunto de três cadernos de informação Museu de Évora. Separador do caderno de informação em Braille para informar que a peça seguinte é uma pintura com imagem táctil Museu de Évora. Josefa de Óbidos – Natureza-morta com cesta com frutos e flores física das obras, as tabelas, os painéis, os textos, a 3.3. Casos de Estudo sinalética, as condições de iluminação, de humidade Museu de Évora e de temperatura são os elementos com que o projectista Núcleo provisório na Igreja de Santa Clara vai jogar para fazer passar as mensagens. O Museu de Évora fechou para obras em meados de E as mensagens só atingem os destinatários se o projecto 2004 e só se prevê a sua reabertura em 2007. Durante for concebido para todos, proporcionando aos visitantes este período optou-se por ter patente ao público um uma visita confortável, autónoma e acessível. Para isso, conjunto de peças importantes e representativas da é necessário que sejam adoptadas boas práticas de colecção do museu na Igreja de Santa Clara, espaço trabalho que tenham por base princípios de design cedido pela Diocese de Évora. Foi por isso concebida inclusivo, para que o visitante tenha a impressão de uma exposição temporária que abriu ao público em que a exposição foi feita a pensar nele. Agosto de 2004 e a que se chamou Núcleo Provisório O design inclusivo tem por objectivo desenvolver na Igreja de Santa Clara. teorias e princípios para resolver problemas, com vista A acessibilidade do espaço foi conseguida através da a possibilitar que todos utilizem, até onde lhes seja instalação de uma rampa com corrimão para acesso possível, as mesmas soluções físicas – simplificar a vida do exterior, da implantação de toda a exposição num a todos, fazendo com que os produtos, os serviços e plano horizontal ultrapassando os desníveis preexis- o meio edificado sejam utilizáveis por um número tentes no interior da igreja, da colocação das vitrinas cada vez maior de pessoas de todas as idades, estaturas e de tabelas a uma altura apropriada para um visitante e capacidades, sem ter necessariamente custos adicio- sentado em cadeira de rodas, que pode circular sem nais. A acessibilidade de uma exposição deve ser vista problemas ao longo da exposição. como uma mais valia e um factor competitivo e lucra- Para facilitar a acessibilidade da informação, e uma tivo, cada vez mais incontornável, podendo marcar a vez que os textos de parede eram longos e algo comple- diferença pela qualidade e aumentar assim o número xos, produzimos um caderno de apoio / roteiro com de potenciais visitantes. textos em português (também em versão Braille/le- O bom senso deverá ser a linha orientadora para a tras ampliadas) e inglês, em que se sugere um per- resolução dos problemas concretos e a definição de curso com pontos de paragem junto das peças mais prioridades. A acessibilidade aos museus não pode ser importantes e se disponibiliza informação em três encarada como uma obrigação à partida impossível níveis de linguagem. de pôr em prática, ou obstáculo ao processo criativo Também houve a preocupação de facilitar a aces- que é a concepção de uma exposição. Deve ser sobre- sibilidade do acervo para pessoas com deficiência tudo uma chamada de atenção para aspectos que le- visual. Algumas das esculturas expostas podem ser varão à mudança das mentalidades. tocadas com luvas especiais a fornecer na bilheteira. Essa informação é também dada no caderno em Museu de Évora. Representação táctil da pintura de Josefa de Óbidos 3.2. Escrever para Todos Braille, que inclui igualmente representações tácteis Tão importante como projectar para todos, é preciso de algumas pinturas. escrever para todos. Há princípios que se devem ter Em Março e Abril de 2005 foi feito um inquérito aos Rede Portuguesa de Museus | 11 visitantes para avaliar os vários aspectos da aces- exposição em que todos podiam tocar em vários sibilidade da exposição. A maioria esmagadora dos pontos do percurso. inquiridos (97%) não encontrou obstáculos físicos Os recursos atrás referidos foram concentrados em que interferissem com a visita. Relativamente à vários pontos devidamente assinalados espalhados informação escrita, 64% dos inquiridos visitou a pela exposição e ligados pelo corrimão guia. Nestes exposição consultando o caderno de apoio, e 74% postos o visitante podia encontrar réplicas para deles achou que o facto de haver informação em três tocar, folhas de sala de nível 1 ou 3 e auriculares níveis facilitou muito a compreensão das peças. Foi para ouvir os textos gravados. curioso verificar que, ainda que a maior parte dos Tal como em Évora, foi feito um inquérito para avaliação inquiridos fossem licenciados, 40% preferiu consultar da acessibilidade da exposição por parte dos visitantes. os textos de nível 1 (os mais simples), 32% os de Os inquéritos foram recolhidos no final de Fevereiro nível 2 e só 28% os de nível 3 (os mais complexos). e vão agora ser analisados. Como amostragem, Várias pessoas disseram ter recorrido alternadamente analisámos os dados relativos à informação escrita em aos três níveis de informação ao longo da visita. 50 desses inquéritos. É curioso concluir que, de acordo Museu de Cerâmica. Cadeira elevatória para acesso ao 2º piso do edifício das Exposições Temporárias com esta amostragem, nesta exposição 82% não usou Museu de Cerâmica o equipamento áudio e só 48% dos inquiridos con- Rafael Bordalo Pinheiro e a Fábrica de Faianças sultou as folhas de sala. E destas, as mais consultadas das Caldas da Rainha (30 % dos visitantes que consultaram as folhas de sala) Esta exposição temporária decorreu de 2 de Julho de foram as folhas PARA SABER MAIS… (nível 3). Talvez 2005 a 27 de Fevereiro de 2006 e neste caso a equipa possamos concluir que os textos de parede (nível 2) levou a cabo uma experiência com características foram a melhor fonte de informação e que a sua diferentes da anterior. simplificação foi uma aposta correcta. Para tornar o espaço mais acessível, fizeram-se várias Como balanço, podemos pensar que as experiências adaptações no anexo das exposições temporárias do atrás relatadas, ainda que sejam os primeiros passos museu. Colocou-se uma rampa de acesso no exterior dados num longo caminho ainda a percorrer, são po- e uma porta automática na entrada, instalou-se uma sitivas, têm tido bom acolhimento junto dos visitantes cadeira elevatória para aceder ao 2º piso e fixou-se na e também dos profissionais dos museus. Esperamos parede de edifício um corrimão/guia para invisuais ou que este artigo contribua também para disseminar pessoas com mobilidade reduzida. Está implícito que práticas que consideramos boas junto de mais museus todo o espaço entre vitrinas e painéis permitia a circu- e que conduza a uma maior atenção às questões das lação de uma cadeira de rodas. acessibilidades nas instituições museológicas. ❚ Museu de Cerâmica. Corrimão marcando o percurso no acesso ao 2º núcleo expositivo Informação acessível foi fornecida em vários formatos: escrito, em textos de parede (curtos e com letra de tamanho bastante grande) e em folhas de Museu de Cerâmica. Réplica e exemplo de hierarquização da informação sala; áudio, em textos gravados; e vídeo, em filmes sobre os processos de produção. Por sua vez, a informação escrita foi fornecida em três níveis de dificuldade: prepararam-se textos de nível 2 para os resumos afixados nas paredes, mas também de nível 3, mais complexos, para as folhas de sala PARA SABER MAIS… e nível 1, mais elementares, para as folhas de sala SIMPLIFICANDO… A acessibilidade do acervo foi desta vez garantida pela colocação de réplicas de algumas das peças em 12 | Boletim Trimestral Museu de Cerâmica. Ponto de acessibilidade no 1º núcleo expositivo Museu de Cerâmica. Ponto de acessibilidade no 3º núcleo expositivo: réplica, auriculares e folhas de sala (SIMPLIFICANDO... e PARA SABER MAIS...) Nota breve sobre os museus e as colecções das universidades europeias * Investigadora. Museu de Ciência Marta C. Lourenço* da Universidade de Lisboa. [email protected] Ninguém sabe quantos museus e colecções univer- complexos, encadeados, estruturais e, por vezes, de sitárias existem na Europa. O que sabemos, porém, resolução problemática e contraditória. é que o património universitário europeu é extrema- Em primeiro lugar, há um problema de percepção. mente significativo. Entre 2000 e 2004 tive o pri- Existe frequentemente a tendência para olhar para vilégio de visitar cerca de 200 museus e colecções os museus universitários tendo os outros museus – universitárias, de todos os tamanhos e tipos, em nacionais, locais, regionais – como referência. Isto é 50 instituições de ensino superior público de 10 de certa forma natural e inclusivamente aplicável países. As colecções universitárias europeias cobrem no caso de grandes museus universitários como o quase todas as áreas do conhecimento humano, Fitzwilliam Museum (Universidade de Cambridge), das artes e humanidades às ciências da vida, das o Musée des Arts et Métiers (CNAM) ou o Museu de ciências ditas ‘exactas’ e engenharia à matemática História Natural de Berlim (Universidade Humboldt e musicologia. Custa a crer que um património tão de Berlim). Contudo, para a esmagadora maioria dos importante seja tão pouco conhecido do grande museus universitários, esta perspectiva é parcial e público e, salvo raras excepções, desperte tão pouco enganadora. A influência do sector dos museus sobre interesse por parte das autoridades nacionais e os museus universitários apenas se torna determinante europeias, bem como, na maioria dos casos, das muito recentemente, quando o seu papel começou próprias universidades que são responsáveis por a ser questionado pela própria universidade. De uma esse mesmo património. forma geral, é apenas a partir do final dos anos 60 No espaço deste artigo é-me impossível discutir os que muitos museus universitários europeus começam dilemas e desafios que enfrentam hoje a generalidade a olhar para os seus congéneres não-universitários dos museus e colecções universitárias europeias, em busca de inspiração no que diz respeito a modelos nem posso aprofundar problemas relacionados com de organização, carreiras, públicos e, frequentemente, a sua tipologia ou a utilização dos termos ‘museu’ em busca de uma identidade2. Para aprofundar estes e outros aspectos, e ‘colecção’ no contexto da universidade1. Limitar- Os museus e colecções universitárias não podem cf. M.C. Lourenço 2005. Between two -me-ei a expor sucintamente a situação presente, ser compreendidos sem ter em conta as particulari- bem como os desenvolvimentos recentes em dife- dades das universidades nas quais estão integrados. rentes países europeus. Terminarei com uma reflexão A razão é simples. Desde há 450 anos que os museus doutoramento, Conservatoire National sobre a importância dos museus e colecções universi- e colecções universitárias têm sido criados, organiza- des Arts et Métiers, Paris (acessível em tárias para as sociedades contemporâneas. O patri- dos e expandidos, mas também negligenciados e http://correio.cc.fc.ul.pt/~martal). mónio universitário português merece, por si só, desmantelados por professores e investigadores, no um artigo e será aqui abordado apenas de passagem. activo e na reforma, reitores, estudantes, bibliotecá- 1 worlds: the distinct nature and contemporary significance of university museums and collections in Europe. Dissertação de 2 rios, etc.. Se a natureza, história e modus operandi De resto, este rapprochement entre museus universitários e a generalidade dos museus tem início na América do O que se passa com os museus universitários? das universidades não for tida em consideração, é Se o património universitário é importante, por que inevitável que a complexidade das colecções univer- razão é tão pouco valorizado, tão pouco conhecido? sitárias se nos revele esmagadora, as razões da sua Qual é o problema dos museus e colecções univer- organização e existência caóticas e arbitrárias e a sitárias? Na realidade, não existe um único problema, sua dimensão pública muito abaixo dos padrões mas sim múltiplos problemas – teóricos e práticos, museológicos, considerados minimamente aceitáveis. Norte, sendo o seu efeito sentido na Europa cerca de uma década mais tarde. Rede Portuguesa de Museus | 13 Podemos – e devemos – utilizar os outros museus geologia decidiram que o país não podia dar-se ao como referência (o que agora se designa por luxo de possuir tantos institutos4. Assim, procederam benchmarking), mas sempre após uma análise pro- a uma reforma curricular que durou 20 anos, levou funda da natureza, história e significado dos museus ao encerramento de quatro institutos (Amsterdão, e das suas colecções, no contexto das universidades Groningen, Leiden e Delft) e à consequente disper- Patrimoine et musées – l’institution de la onde estão sediados. Este aspecto fundamental nem são, transferência e em muitos casos perda de cerca culture. Hachette, Paris) não fazem refe- sempre é compreendido, quer por quem olha ‘de de 8 milhões de espécimes geológicos e fósseis. Em rência aos museus universitários. Ou me- fora’, quer, muitas vezes, por aqueles que olham 2003, o Departamento de Geologia da Universidade para este fenómeno ‘de dentro’. Este é o primeiro Católica de Lovaina foi encerrado – o destino das problema dos museus universitários3. colecções é desconhecido. O mesmo poderá suceder do; porém, o facto de pertencerem a uma O segundo problema dos museus universitários é com o Departamento de Geologia e Paleontologia universidade relega-os para uma posição de fundo e de complexa resolução: o papel que os da Universidade de Clausthal (L. Schmitz, in litt. museus e as colecções das universidades podem 11 Outubro 2003) e com o Instituto de Antropologia desempenhar, quer nos sistemas de ensino superior, da Universidade Humboldt de Berlin (U. Creuz, tido moderno do termo, mas pelo facto quer nas sociedades contemporâneas, não se encon- com. pess. 10 Junho 2004), ambos na Alemanha. de ter sido criado na Universidade de tra actualmente nem claramente formulado, nem A Universidade de Amesterdão “privatizou” o Jardim Oxford é ignorado. Da mesma forma, o compreendido. Na realidade, o problema não é Botânico em 1988 e actualmente tenciona transferir novo – a indefinição começou em meados do século cerca de 14 milhões de espécimes do seu Museu de XX – mas houve uma época em que o papel dos Zoologia para o Museu Nacional de História Natural Pádua também aparece como tal), mas a museus universitários era claro. Hoje, de uma forma em Leiden (Naturalis), acabando assim de vez com sua função pedagógica primordial é des- geral, tal não acontece. “Para que servem as co- as suas colecções científicas . Não são apenas as co- valorizada e frequentemente omitida. lecções quando o que precisamos são laboratórios lecções de história natural que se encontram em melhores e mais bem equipados que nos permitam risco. O Museu Robert Koch, um museu histórico- 3 É de sublinhar que obras de referência sobre história dos museus (e.g. E.P. Alexander, 1979. Museums in motion. American Association for State and Local History, Nashville ou D. Poulot, 2001. lhor, estes são mencionados porque o seu papel na história dos museus é demasiadamente importante para ser ignora- secundária. Por exemplo, o Museu Ashmolean (1638) é geralmente considerado o primeiro museu do mundo no sen- Jardim Botânico da Universidade de Pisa (1540) é apresentado como o primeiro do 5 recrutar os melhores alunos, professores e investiga- biográfico dedicado à vida e ao trabalho científico dores para competir a nível nacional e internacio- do Prémio Nobel da Medicina de 1905, está em nal?”, “Para que precisamos de colecções e de mu- risco de ser desmantelado porque a Universidade seus se ninguém os usa para o ensino e a Humboldt de Berlin vendeu o edifício onde o Museu investigação, que é precisamente o que determina se encontra instalado para suprir despesas de funcio- mundo (por vezes o da Universidade de 4 S.W.G de Clercq, 2003. The ‘Dutch approach’, or how to achieve a second life for abandoned geological collections. Museologia, 3: 27-36. o financiamento do ensino superior?”, “Qual a utili- namento (W. Donath, in litt. 12 Julho 2005). Em dade do património nas parcerias que queremos clara violação do Código Deontológico do Conselho desenvolver com a indústria e o mundo empresa- Internacional dos Museus (que, de resto, é muito rial?”, “Claro que os museus e as colecções são pouco conhecido nas universidades, infelizmente), importantes – são a nossa jóia da coroa – mas quem a Universidade Fisk, em Nashville, Tennessee (USA) paga?”, “Quem paga a preservação, o estudo e a anunciou muito recentemente que pretende vender interpretação dos museus, das colecções e, já agora, dois quadros da famosa Colecção Stieglitz para com dos observatórios astronómicos, das bibliotecas, la- o montante da venda construir um novo edifício boratórios e outros edifícios históricos?”. Estas ques- de laboratórios e recrutar professores e investigado- tões – ou variantes mais ou menos rebuscadas – res. O Reitor considerou a operação normal, um me- fazem parte do quotidiano da esmagadora maioria ro “realinhamento patrimonial”6. Os exemplos su- 5 À data da escrita deste texto, a decisão relativa à transferência das colecções do Museu de Zoologia da Universidade de Amesterdão ainda não está tomada. dos directores e conservadores de museus universitá- cedem-se e nem sequer são muito recentes. Se os rios um pouco por toda a Europa. museus universitários estão em “crise”, estão-no pra- Nos anos 70 e 80, face a um declínio gradual do ticamente desde o pós-guerra. Na verdade, não são número de estudantes, as cinco universidades holan- os museus que estão em crise; são as próprias uni- desas que detinham departamentos e institutos de versidades que atravessam uma profunda crise estrutu- 6 Cf. Tennessean.com, http://www.tennes- sean.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/200 60119/COLUMNIST0107/601190366/1101, 19 January 2006, accessed 27 February 14 | Boletim Trimestral 2006). Na altura em que escrevo, a venda ainda não se tinha materializado. Existem hoje associações de profissionais ral, de identidade e de recursos desde os anos 70 e Rec (2005)13 sobre o património das universidades de museus universitários em oito países, 80. Convém colocar as coisas nos seus devidos lugares. europeias (cf. caixa em destaque, p. 16). 7 quatro deles europeus: a Associação Co- Portugal tem estado mais ou menos indiferente a reana de Museus Universitários (KAUM, A resposta à “crise” estes desenvolvimentos, quer no que diz respeito Museums and Galleries (ACUMG, 1980) nos A quem quer que se atribua a “crise”, o que é certo às reformas das universidades e ao inevitável impacto Estados.Unidos; o British University Museums é que esta originou, a partir dos anos 90, uma sobre as colecções, quer ainda na capacidade de Group (UMG, 1987); o Council of Australian considerável mobilização de profissionais de museus coordenação e de organização dos profissionais. As universitários e não-universitários em diversos países universidades portuguesas possuem um património e a nível internacional. O património das universi- muito significativo e, tal como noutros países, os holandesa Stichting Academisch Erfgoed dades estava (está) em risco e era (é) preciso agir. primeiros museus portugueses tiveram origem em (SAE, 1997); a University Museums in A Austrália, a Grã-Bretanha e a Holanda iniciaram colecções universitárias de ensino e investigação. levantamentos exaustivos e sistemáticos do patrimó- Hoje em dia existirão cerca de 30 a 40 museus e nio universitário nacional, tendo igualmente sido colecções universitárias em Portugal10, de importân- criadas as primeiras associações de museus e co- cia heterogénea. Um verdadeiro levantamento do O financiamento público das universida- lecções universitárias7. Nalguns países – como em património universitário português encontra-se por des europeias é muito complexo, mas ti- Itália, que tem um património universitário extre- fazer e é urgente. Os museus e colecções universitá- mamente rico, inclusivamente o único museu uni- rias portuguesas sofrem há décadas de indefinição, versitário que é Património Mundial da UNESCO, de falta de recursos financeiros, de enquadramento vestigação. Nestas condições, é difícil o Jardim Botânico da Universidade de Pádua – foi legal e institucional (a grande maioria não se encon- financiar museus e património. A Grã-Bre- a Conferência de Reitores das Universidades Italianas tra sequer inscrita nos Estatutos das respectivas tanha conseguiu recentemente que os or- que tomou para si a responsabilidade de proceder universidades), de autonomia, de acessibilidade, de ao levantamento dos museus e colecções, bem como instalações minimamente adequadas, graves pro- ao diagnóstico do seu estado de conservação e de blemas de conservação, desadequação crónica em da universidade, mediante o cumprimen- acessibilidade, encorajando a criação de estruturas pessoal qualificado, para além de reorganizações to prévio de standards mínimos de pre- de coordenação e de gestão comum por universidade sucessivas e instabilidade. Um primeiro diagnóstico servação e acessibilidade do público e das (um sistema museale por universidade). Estas foi feito há muito11, mas muito pouco ou nada se iniciativas têm vindo gradualmente a dar frutos, seguiu. Cada universidade vai improvisando, mais sendo o exemplo mais interessante o da Grã-Breta- ou menos isoladamente e como pode, o dia a dia museus universitários quando estes nem nha que, em 12 anos, conseguiu que o financiamen- dos seus museus e colecções. sequer têm pessoal ou condições mínimas to de uma considerável parte dos seus museus e co- 1961); a Association of College and University University Museums and Collections (CAUMAC, 1992); o Forum Permanente de Museus Universitários, no Brasil (1992); a Scotland (UMiS, 1998) e a Associación de Museos y Colecciones Universitarios Españoles (AMCUE, 2002). 8 picamente baseia-se numa fórmula matemática que depende do número de alunos e, em muitos países, do output de in- çamentos para o funcionamento dos museus e das colecções universitárias fosse considerado à parte do orçamento de ca- colecções (para o qual os museus receberam financiamento prévio; não vale a pena falar em ‘standards’ museológicos em de sobrevivência – é óbvio que é necessá- lecções universitárias fosse atribuído através de uma A importância do património universitário dotação orçamental específica . Face a este panorama geral, existem duas grandes A nível internacional, as duas iniciativas recentes posições possíveis e legítimas. A primeira é pragmá- mais importantes foram a criação por doze univer- tica e de impacto imediato, consistindo em admitir sidades europeias da Rede UNIVERSEUM em 2000 que as universidades não dispõem actualmente das e o reconhecimento pelo ICOM da especificidade condições mínimas ou sequer de ambição para pre- museums and collections still meaning- dos museus e das colecções universitárias, através servar, estudar e interpretar as suas colecções de ful? Outline of a research project. da criação de um comité internacional específico acordo com os padrões estabelecidos pelo ICOM, Museologia, 2: 51-60. na Conferência de Barcelona em 2001: o UMAC pela Museums Association, pela Loi des Musées, pela (University Museums and Collections) . Porém, talvez American Association of Museums, pela Lei-Quadro a mais importante iniciativa internacional tenha dos Museus Portugueses, etc.. Assim sendo, o melhor tido lugar em 7 de Dezembro passado em Estras- é colocar uma parte substancial do património burgo. Nessa data, os 48 países do Conselho da Eu- universitário à guarda de quem pode cuidar dele, ropa aprovaram por unanimidade a Recomendação a saber museus nacionais, regionais ou camarários rio investir alguma coisa primeiro). 8 9 Cf. respectivamente www.universeum.de e icom.museum/umac. 10 M.C. Lourenço, 2002. Are university 9 11 Associação Portuguesa de Museologia, 1982. Museus universitários. Sua inserção activa na cultura portuguesa. Actas do Colóquio APOM, Coimbra, 29 November3 December 1978. APOM, Coimbra. Rede Portuguesa de Museus | 15 Conselho da Europa: Recomendação sobre o Património Universitário No passado dia 7 de Dezembro de 2005, o Conselho da Europa adoptou por unanimidade a Recomendação sobre o Governo e a Gestão do Património Universitário – Rec (2005) 13. A Recomendação resulta de um longo trabalho de colaboração entre dois departamentos do Conselho – Ensino Superior & Investigação e Património Cultural – e dirige-se primordialmente às administrações das universidades e aos governos nacionais. O documento inclui recomendações específicas sobre políticas, legislação, governo e gestão, financiamento, acessibilidade, sensibilização, laços com as populações locais e cooperação internacional. Apesar de não ter força de lei, a Recomendação Rec (2005) 13 constitui um importante reconhecimento político do património universitário europeu, bem como um poderoso instrumento de argumentação e legitimidade para os museus e colecções universitárias. Em particular, a Recomendação solicita às administrações das universidades que “considerem todas as partes integrantes do património como sua responsabilidade legal, administrativa e moral” e apela à dotação orçamental para o financiamento do património universitário. A Recomendação Rec (2005) 13 possui três partes: o texto da Recomendação propriamente dito, um Anexo e um Memorando Explicativo. O texto integral encontra-se disponível em: Versão inglesa: http://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?id=946661&BackColorInternet=9999CC&BackColorIntranet=FFBB55&BackColorLogged=FFAC75 Versão francesa: http://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?Ref=Rec(2005)13&Sector=secCM&Language=lanFrench&Ver=original&BackColorInternet=9999CC&BackColorIntranet=FFBB55&BackColorLogged=FFAC75 O Museu de Ciência da Universidade de Lisboa publicará o texto integral desta Recomendação no próximo volume da revista Museologia (volume 4, fascículo 1) num artigo assinado por um dos dois autores do texto, Sjur Bergan (Director do Departamento de Ensino Superior e Investigação do Conselho da Europa). ou, mais genericamente, sob alçada dos ministérios universitários no panorama cultural contemporâneo da cultura. Independentemente desta mudança de – já de si densamente povoado – se a sua identidade tutela ser muito problemática sob diversos pontos e proximidade ao centro do saber e do conheci- de vista, trata-se de uma posição que tem sido mento forem não só respeitadas como valorizadas. adoptada na história recente das colecções univer- A importância dos museus e das colecções universi- sitárias europeias (colecções de instrumentos do tárias para as sociedades contemporâneas resulta Imperial College para o Science Museum de Londres, principalmente da combinação de dois factores gabinetes oitocentistas de Física das universidades únicos: por um lado, a sua posição estratégica e, holandesas para o Museu Nacional de História da por outro, a natureza e especificidade das colecções Ciência e Medicina Boerhaave em Leiden, bem co- e, mais geralmente, do património universitário. mo outros exemplos que apontei anteriormente). Haveria muito a dizer sobre o potencial extraordi- A segunda posição possível consiste em rejeitar nário que resulta da posição inerente e real dos soluções avulsas e de emergência e enfrentar o pro- museus universitários – museus na universidade, blema de fundo de forma coordenada e fundada da universidade e para a universidade. A ideia de em investigação séria. Por outras palavras, conhecer museu universitário enquanto tipo ‘ideal’ de museu objectivamente o que existe, através de levantamen- é antiga. Foi defendida pela primeira vez na Assem- tos por universidade e a nível nacional e simultanea- bleia Geral do ICOM de Munique, em 196812. Porém, mente procurar compreender o papel que as co- e de certa forma, a história recente dos museus uni- lecções universitárias podem desempenhar nas versitários é uma história de oportunidades perdi- sociedades contemporâneas. Analisando a experiên- das. Compreende-se mal, por exemplo, porque é cia de alguns países europeus, é muito interessante que os museus universitários não ‘apanharam a verificar que quanto mais caminhamos no sentido onda’ da formação das carreiras dos profissionais da compreensão da natureza do património universi- dos museus, iniciada nos anos 70. Compreende-se tário, mais nos apercebemos que este papel pode mal que cursos de mestrado e de pós-graduação em Estudantes da licenciatura em Pintura, no Museu de Arte da Universidade de Tartu, Estónia, em Dezembro de 2003 (Foto M.C Lourenço, cortesia Museu de Arte da Universidade de Tartu). Colecção histórica de ensino da botânica: painéis didácticos do Instituto de Botânica da Universidade Louis Pasteur de Strasbourg, séc. XIX (Foto: S. Soubiran, cortesia ULP). Observatório Astronómico da Politécnica (1878), o único observatório de ensino em Portugal e que actualmente necessita de obras urgentes de recuperação. Encontra-se magnificamente implantado, no meio do Jardim Botânico e no topo de uma colina sobre o Jardim e sobre Lisboa (Cortesia Museu de Ciência da Universidade de Lisboa). 12 H.G. Rodeck, 1970. The university museum. In: Museum and research: papers ser tanto mais relevante quanto mais os museus museologia ou conservação e restauro façam pouco tirarem partido da sua condição de universitário. Por ou nenhum uso dos museus universitários que ICOM, pp. 39-44. Deutsches Museum & outras palavras, existe um nicho para os museus eventualmente existam na universidade, quer para International Council of Museums, Munique. 16 | Boletim Trimestral from the Eighth General Conference of seminários, estágios de curta duração ou ainda para tratem de colecções directamente resultantes de os estudantes desenvolverem os seus ensaios, traba- escavações, expedições, teses de doutoramento ou lhos e teses com base nas colecções e exposições. artigos científicos, quer se tratem de colecções Compreende-se mal que investigadores e professores reunidas para demonstrar, ilustrar ou explicar em ciências sociais, comunicação, informática, determinados fenómenos naturais, leis ou princípios pedagogia, didáctica, história, e de tantas outras científicos ou, quer ainda, equipamento técnico ou áreas do saber, utilizem tão pouco os museus da científico que entretanto se tornou, primeiro sua própria universidade como fonte de investigação obsoleto e como recurso de ensino. Custa a crer que seja ra- universitárias têm a particularidade de se encontra- ro o museu universitário que faz interpretação rem organizadas em função dos processos de cons- pública da ciência e da investigação contemporâneas, trução e transmissão do conhecimento nas mais incluindo temas científicos de impacto social (como diversas áreas disciplinares. Mais do que testemunhos por exemplo, a tão actual gripe das aves), quando materiais da diversidade cultural, artística e natural, tem ao seu dispor investigadores potencialmente mais do que documentar a evolução das ideias na interessados em divulgar o seu trabalho a audiências história natural, na história da ciência, da arte ou mais amplas. Não se percebe que sejam tão poucos da medicina, as colecções universitárias têm um os museus universitários por essa Europa fora que contributo mais vasto a dar às sociedades contempo- constituam, de facto, ‘janelas’ entre a universidade râneas: constituem a evidência material de como e a sociedade, utilizando os recursos disponíveis como o conhecimento humano nas suas mais diversas alavanca de projecção pública. Reciprocamente, de formas – artístico, natural e científico – foi sendo que é que as universidades estão à espera para, através criado e transmitido de geração em geração. Os dos seus museus, chegarem efectiva e eficazmente a objectos e espécimes das colecções universitárias sectores cada vez mais amplos da sociedade, materializam e dão vida à história do conhecimento inclusivamente a potenciais futuros estudantes? e possuem, mais frequentemente do que se julga, Cf., por exemplo, a história dos con- O segundo factor que torna os museus universitários as marcas tangíveis dessa história13. Esta constitui fetti no globo de Cassini da Univer- relevantes para as sociedades contemporâneas é a a natureza das colecções universitárias e é sob este natureza das colecções e, mais genericamente, do ponto de vista que merecem ser estudadas e inter- património universitário. Neste caso, importa pretadas para o público em geral. ding the role of objects in university distinguir três níveis: o das colecções propriamente A história da criação e transmissão do conheci- collections. ICOM Study Series, 11: 4-6. ditas, do património edificado e do património mento também é claramente visível no património intangível das universidades. universitário edificado, como o Laboratorio Chimico Pelo menos há 450 anos que as universidades da Escola Politécnica, a Biblioteca Joanina da Uni- possuem colecções. À excepção de obras de arte ad- versidade de Coimbra, os teatros anatómicos de quiridas ou doadas para decorar gabinetes, salões Uppsala e de Pádua, os frescos da Universidade de nobres ou jardins e da memorabilia associada à Bologna, a Orangerie do Jardim Botânico de história institucional (ceptros, uniformes, trajes aca- Montpellier, os Observatórios Astronómicos de Tartu démicos, etc.), todas as colecções universitárias de e de Nice, os colleges ingleses e tantos outros todas as disciplinas estão directa ou indirectamente laboratórios e bibliotecas, anfiteatros e aulas magnas. associadas ao ensino e à investigação. As colecções Este imenso património é representativo da articula- universitárias são todas ‘científicas’. ção entre espaço arquitectónico e as necessidades Salvo em casos excepcionais, as colecções universi- do ensino e da investigação, bem como da sua tárias não se encontram organizadas em torno da evolução ao longo do tempo. O património uni- ideia de identidade nacional ou regional ou em versitário imóvel também é testemunha da história torno da ideia de um território partilhado. Quer se do conhecimento, formando um sistema integrado 13 sidade de Bolonha descrita em S.W.G. e depois ‘histórico’, as colecções de Clercq & M.C. Lourenço, 2003. A globe is just another tool: understan- Rede Portuguesa de Museus | 17 e coerente com as colecções. A relação estreita entre abordagem múltipla e integrada, englobando ciência, colecções e edifícios nem sempre é tida em conta arte e natureza. Assim, será necessário ter em conta, na valorização do património universitário. não só a parte material correspondente a edifícios, Uma palavra final sobre o património intangível jardins, bibliotecas, museus e colecções de artefactos das universidades. Actualmente, fala-se bastante em e de espécimes naturais, mas também os savoirs património intangível, por vezes de uma forma faires, as práticas e os valores a eles associados ao folclorística e demasiado vinculada às línguas e às longo do tempo. Em suma, há que atender ao espaço tradições orais não-ocidentais. O património intan- e ao tempo, à forma e à função, ao tangível e ao gível das universidades europeias é tanto ou mais intangível. Poderá parecer extraordinário e de impos- importante que o património tangível, um outro sível concretização, mas em diversos países europeus aspecto que é frequentemente ignorado. Numa existem já universidades que têm reflectido sobre primeira abordagem, o património universitário estas questões e estão a aplicar este conceito inte- intangível encontra-se nas tradições académicas e grado ao seu património, com o apoio indispensá- da vida estudantil, por vezes tão enraizadas nas tra- vel de museus e de ministérios da cultura. Para tal, dições culturais das cidades onde as universidades é imprescindível o reconhecimento da especificidade científico contemporâneo aos museus, ver estão implantadas que é difícil distinguir o que é deste património por parte das universidades, dos também P. Brenni, 2000. Old artifacts and tradição da cidade e o que é tradição académica. ministérios de tutela e dos ministérios da cultura, new challenges: the future of history. Porém, o intangível no património universitário sendo pré-condição essencial a realização de um vai mais longe, sendo inclusivamente independente levantamento exaustivo deste património e do seu da data de fundação da universidade. O património estado actual de preservação, enquadrado por uma intangível das universidades europeias encontra-se coordenação estreita entre as universidades de um firmemente ancorado na identidade partilhada de mesmo país, sobretudo no que se refere à resolução uma gigantesca comunidade de professores, investi- dos problemas de financiamento. gadores e estudantes, de todas as disciplinas, que A universidade do século XXI é forçosamente há quase mil anos partilham um conjunto distinto diferente da universidade proposta pelos irmãos de práticas e de savoir faires, bem como valores que Humboldt e Newman no século XIX. Se melhor ou hoje constituem pilares fundamentais das sociedades pior, as opiniões dividem-se e o debate persiste, democráticas, como a liberdade de criação e de sobretudo à luz do designado processo de Bologna expressão, a universalidade, o internacionalismo, e da natureza crescentemente ‘empresarial’ da o espírito crítico e o pluralismo. Esta comunidade universidade europeia. Isso, porém, pouco importa. sempre circulou mais ou menos livremente, ignoran- A universidade continua a ser um lugar de criação. do fronteiras políticas ou religiosas, trocando Seja em Lisboa, em Roma, Manila ou Bagdade, os conhecimentos e espécimes da Universidade de cidadãos desejam continuar a respeitar e a confiar Altdorf para Lovaina e de Lovaina para Pádua nas ‘suas’ universidades, esperando que contribuam muito antes da Alemanha, Bélgica ou a Itália sequer com a inovação e o conhecimento necessários ao tura (Programa Operacional da Cultura) e existirem. Não é certamente por acaso que das 66 progresso e enriquecimento das sociedades. Este cons- pela Universidade de Lisboa. instituições europeias que sobreviveram sem sofrer titui o grande (e nobre) legado das universidades à transformações significativas desde a Reforma até aos humanidade, um legado que estas têm o dever e a nossos dias, 62 são universidades (as outras quatro responsabilidade de explicar às gerações do presente são a Igreja Católica, a Igreja Protestante e os Parlamen- e às que ainda estão para vir. As colecções, os museus tos da Islândia e da Ilha de Man)16. Este facto, por si e o património constituem o recurso material e ima- só, devia implicar directamente todos os cidadãos terial mais óbvio e importante que as universidades europeus na valorização do património universitário. dispõem para o fazerem de forma eficaz e, assim, European universities, pp. 39-48. Council of O património universitário carece – e merece – uma prosseguirem a sua vocação criadora. ❚ Europe Publishing, Strasbourg. Património científico contemporâneo no Medical Museion, o Museu de História da Medicina da Universidade de Copenhaga. O GeneChip® é já um ícone da biomedicina contemporânea (Foto T. Söderqvist, cortesia Medical Museion)14. 14 Cf. T. Söderqvist, in press. Who’s afraid of the recent biomedical heritage? Opuscula Musealia (Universidade de Cracóvia). Sobre os desafios colocados pelo património Europhysics news, June: 16. Laboratorio Chimico da Escola Politécnica, fotografado antes do restauro em curso. O Laboratorio abrirá ao público em Dezembro de 2006 (Foto M.C. Lourenço, cortesia do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa)15. 15 O restauro do Laboratorio Chimico e áreas complementares está a ser financiado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, pelo Ministério da Cul- 16 W. Rüegg, 2002. The Europe of universi- ties: Their tradition, function of bridging across Europe, liberal modernisation. In N. 18 | Boletim Trimestral Sanz & S. Bergan (eds.). The heritage of Notícias Museus RPM* * Notícias exclusivamente baseadas em informações enviadas pelos Museus integrados na RPM Parceria entre IPM e a Escola Superior de Teatro e Cinema O Instituto Português de Museus e a Escola Superior (um telefone, um cinzeiro e um bastão de contra-regra); de Teatro e Cinema assinaram em 18 de Maio de 2005 no Museu Nacional de Arte Antiga, uma tapeçaria um protocolo de colaboração segundo o qual alunos Gobelin do Séc. XVIII narrando a Visita de Alexandre daquela escola elaborariam trabalhos de criação a partir Magno ao ateliê de Apeles serviu de cenário a uma repre- de peças dos acervos de museus dependentes do IPM. sentação sobre o mito de Pigmalião, partindo de textos Nesta primeira fase do trabalho, os museus envolvidos vários; no Museu Nacional de Arqueologia, o mosaico foram o Museu Nacional do Teatro, o Museu Nacional romano O triunfo indiano de Baco serviu de pretexto para de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arqueologia o exercício inspirado em textos de Ésquilo e Eurípedes; e o Museu Nacional dos Coches. no Museu Nacional dos Coches o diálogo ocorreu entre Nos dias 16, 17 e 18 de Fevereiro foram apresentados os Coches da Embaixada ao Papa Clemente XI e textos naqueles museus trabalhos feitos pelos alunos do 1ºano com base em Plauto e António José da Silva. do Curso de Teatro no âmbito da disciplina “Oficina A qualidade dos trabalhos apresentados motiva o IPM de Artes”. O ponto de partida foi o estudo de autores a prosseguir e a aprofundar esta parceria, cujas poten- clássicos, mas, num segundo momento, foram escolhidos cialidades de colaboração numa perspectiva de contem- objectos dos acervos dos vários museus para incluir no poraneidade e de envolvimento dos jovens estudantes exercício. No Museu Nacional do Teatro, recriaram-se das artes performativas revelam grande oportunidade textos de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes integrando de cruzamento com as linhas de trabalho dos museus. ❚ objectos que pertenceram ao antigo cine-teatro Éden Museu de Alberto Sampaio – Escolha o prato, nós servimo-lo! Uma das faces visíveis de um museu é o seu contacto Alberto Sampaio oferece, às escolas que o desejem, visitas com o público (melhor será dizer, com os públicos que guiadas ao centro histórico de Guimarães, que é o visitam). Por isso, o Museu de Alberto Sampaio, que Património Cultural da Humanidade. Neste momento o detém uma longa experiência no contacto com diversos museu organiza um «prato completo» que inclui visita públicos, e muito concretamente com os públicos escola- temática ao museu e ao centro histórico. res, tem agora disponível um cardápio com os diferentes Há também um «prato» destinado aos professores e tipos de visitas que organiza. Há visitas gerais, há visitas aos guias turísticos que desejem preparar futuras visitas temáticas, há visitas divertidas, há visitas de desco- ao museu. Os Serviços Educativos têm todo o tempo berta… enfim, um longo cardápio no qual seguramente do mundo para ajudar professores e guias turísticos a encontrará o seu «prato preferido»! preparar conteúdos específicos para que a visita ao No cardápio do museu encontrará visitas à sua medida: museu agrade aos convidados, sejam eles alunos ou desde visitas preparadas para os pequeninos da pré- grupo turístico. primária até ao público adulto, desde visita geral ao museu até visitas temáticas como, por exemplo, «caça aos anjinhos», «pé-ante-pé no museu», «cinco peças, Informações e contactos Museu de Alberto Sampaio Rua Alfredo Guimarães, 4800-407 Guimarães cinco histórias»... Tel: 25 342 39 10 Fax: 25 342 39 19 No último ano, e numa colaboração estreita e profícua [email protected], [email protected] com a Zona de Turismo de Guimarães, o Museu de www.ipmuseus.pt Rede Portuguesa de Museus | 19 Museu do Ar Informações e contactos Museu do Ar – Comemoração do Dia do Museu Largo dos Pioneiros da Aviação No dia 21 de Fevereiro foi celebrado o Dia do Museu do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, foi efectua- do Ar no pólo museológico da Base Aérea nº 1 em da uma visita ao pólo museológico onde estão expostos Tel.: 21 958 12 94 Sintra. Após a realização de uma cerimónia no auditório alguns dos aviões mais importantes do acervo do museu. ❚ [email protected] 2615-174 Alverca do Ribatejo Museu de Cerâmica de Sacavém – “A propósito dos 150 anos da Fundação da Fábrica de Sacavém” Quando em 1995 a Câmara Municipal deliberou a distinção de obras. permanência do antigo forno 18 da fábrica de Louça A realização de “Inquéritos de Opinião” sobre a impor- de Sacavém como monumento estrutural para a tância do Património Industrial e Museus (para a perpetuação desta fábrica, a par da construção de um Juventude, em particular) será uma actividade a agitar Museu, criou o pretexto de um constante e renovado todo o Município, do qual se dará divulgação pú- diálogo com um património activo, investido de muitas blica em Novembro. e variadas possibilidades de comunicação. Criar “oficinas para a comunidade” para que em cada A instalação do Museu de Cerâmica de Sacavém em casa, se cuide e prolongue a vida das peças da Fábrica, torno deste património industrial único, com a missão no fundo, alimentando uma potencial Reserva, até à a- de trazer o trabalho e a cerâmica/faiança para um dis- presentação de “projectos de animação /evocação” com curso patrimonial, tem exigido da Autarquia uma aten- o grupo de Teatro Amador de Sacavém ClãDeCá serão ção especial e a definição de uma estratégia comunica- iniciativas que procurarão alargar públicos e inserir o cional eficaz para a passagem deste valioso testemunho. Museu de Cerâmica nos quotidianos de Lazer e Cultura. A aposta na procura da qualidade e excelência tem A realização, no final do ano, de uma Sessão Solene permitido que este Museu tenha recebido o Prémio e de um Encontro Internacional sobre a importância Europeu de Património Industrial Luigi Micheletti 2002 do Património Industrial na Europa, com presenças já do Fórum Europeu de Museus, pertença ao Clube de confirmadas de Udo Gosswald (ICOM da Europa), de Excelência da Associação Europa Nostra / The Best In Tomislav Sola (Europa Nostra) e de Massimo Negri Heritage e, finalmente, que tenha recebido, em (Forum Europeu de Museus), farão com que muito conjunto com o Museu Municipal de Loures, um do Património ainda desconhecido e não apropriado Prémio da APOM pelo melhor Serviço de Comunicação pelas populações se revele e se justifique a permanência / Extensão Cultural 2004/5. da sua memória. A comemoração dos 150 anos da fundação desta As marcas da pasta seca nas mãos, o calor dos fornos, fábrica, dos quais mais de 100 foram a funcionar e a o barulho das máquinas, as conversas animadas ou apresentar, ao mercado de produção e consumo, mais quentes, as alegrias ou nem por isso são a base produtos de qualidade, inovação estética e de design, de um património que se organiza e respeita e com vai permitir que o património de trabalho conviva, que se trabalha: uma efectiva partilha. novamente, com todos. Não se fala apenas do passado, ele é irrecusável. A inauguração da exposição “150 peças, 150 anos” O Museu de Cerâmica de Sacavém aposta no futuro, Urbanização Real Forte será o início de um vasto programa em que uma com novas atitudes, novos parceiros, novos projectos 2685 Sacavém abordagem pluridisciplinar do trabalho e da produção, e melhores serviços. tendências e correntes de Arte, autores e autoras Na verdade, como se diz orgulhosamente ainda estarão de mãos dadas com o lançamento do Prémio “Sacavém é (mesmo) outra Loiça!” ❚ Informações e contactos Museu de Cerâmica de Sacavém Tel.: 21 940 98 00 Fax : 21 949 98 98 Bienal de Cerâmica Manuel Joaquim Afonso e respectiva 20 | Boletim Trimestral Ana Paula Assunção. Museu de Cerâmica de Sacavém [email protected] www.museu-ceramica.com www.redemuseusloures.com Museu das Comunicações – C a s a d o F u t u ro I n c l u s i v a Em Maio de 2003 foi inaugurada no Museu das Comu- com necessidades especiais um tema com grande nicações a “Casa do Futuro Interactiva”. Na implemen- impacto social e fortemente potenciado pela humaniza- tação desta primeira “Casa do Futuro”, com projecto ção das tecnologias, foi julgado oportuno fazer evoluir de arquitectura de Tomás Taveira, houve a preocupação a “Casa do Futuro” para “Casa do Futuro ao Serviço de de instalar um elevado conjunto de tecnologias, ser- Pessoas com Necessidades Especiais” ou “Casa Inclusiva”. viços e facilidades, num ambiente confortável e mo- Para o êxito desta nova versão da Casa, foi fundamental derno, onde o visitante pudesse perceber a sua utilidade o estabelecimento de Protocolos de colaboração e no dia a dia, os custos envolvidos com cada solução e aconselhamento com organizações especializadas na Tel.: 800 215 216 ou 21 393 51 08 - 59 as infra-estruturas necessárias para a sua montagem. área das deficiências ligadas à mobilidade, à cognição, Fax: 21 393 50 06 Recentemente, este projecto foi repensado e renovado à visão, à audição e à fala, as quais, deste modo, com o propósito de dotar a “Casa do Futuro” de condi- deram o seu aval ao interesse público deste projecto ções necessárias para poder ser habitada por pessoas e complementaram o apoio da Direcção de Info-Exclu- com necessidades especiais. Sendo o apoio às pessoas são e Necessidades Especiais da Fundação PT. ❚ Informações e contactos Museu das Comunicações Rua do Instituto Industrial, 16 1200-225 Lisboa [email protected], www.fpc.pt Museu Escolar de Marrazes – Serviço Educativo no Dia do Doente Tendo-se celebrado no dia 11 de Fevereiro o Dia do e distribuíram desdobráveis do museu e moinhos de Doente, o Museu Escolar incluiu esta comemoração papel, fazendo lembrar, a alguns, a sua meninice. no seu Serviço Educativo. Duas animadoras deslocaram- Viveram momentos gratificantes e reconfortaram na -se ao Hospital de S.to André, em Leiria, para visitarem medida do possível os doentes. os doentes internados no Serviço de Medicina I e II. O Museu Escolar entende que as suas actividades Vestidas de Marta e Zé, as figuras adoptadas como devem sair do espaço próprio e animar não só os Tel.: 24 481 27 01 Fax: 24 485 53 87 mascotes infantis do Museu Escolar, as animadoras diferentes níveis etários, como também dar um pouco [email protected] conversaram individualmente com cerca de 80 doentes de conforto aos que dele estão carenciados. ❚ Informações e contactos Museu Escolar de Marrazes Largo da Feira dos 18, Marrazes 2400-380 Leiria www.museuescolar.pt Museu de Francisco Tavares Proença Júnior – A t e l i e r Ti c Ta c Terminou no dia 17 de Fevereiro o “Atelier TicTac” mentares destinadas a públicos adultos, concretizadas concebido e desenvolvido pelo Serviço de Educação num ciclo de sete conferências sobre a temática do do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior e dedi- funcionamento da atmosfera e a sua relação com os cado à temática do Tempo. Destinado a crianças do Ditados Populares, que contou com a colaboração do pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos de escolaridade, este atelier Dr. Costa Alves. visou fundamentalmente a divulgação e a exploração – Ciclo de conferências pelo Dr. Costa pedagógica da exposição permanente do Museu e, Alves – “Funcionamento da Atmosfera: com mais detalhe, da exposição Arqueologia: colecções Ditados Populares” Museu de Francisco Tavares de Francisco Tavares Proença Júnior. Como se fizessem O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior apresen- Proença Júnior uma viagem no Tempo, os participantes eram condu- tou no dia 7 de Fevereiro, a última conferência no zidos num “comboio” que os transportava da actuali- âmbito do ciclo temático dedicado ao “Funcionamento dade à pré-história, com paragens em “estações” da Atmosfera: Ditados Populares” apresentadas pelo [email protected] situadas em pontos-chave da exposição permanente. Dr. Costa Alves. Esta conferência foi dedicada ao www.ipmuseus.pt Paralelamente, foram desenvolvidas actividades comple- aquecimento global e ao efeito de estufa e concluiu Informações e contactos Largo da Misericórdia 6000-462 Castelo Branco Tel.: 27 234 42 77; Fax: 27 234 78 80 Rede Portuguesa de Museus | 21 uma série de temáticas que ajudaram a entender atmosféricos através da observação e que são porque motivo os verões em Portugal têm sido tão importantes enquanto património a recolher e a quentes e as suas consequências negativas, porque preservar. As conferências foram bem acolhidas pelo motivo chove, qual a razão da seca que tem assolado público, tendo-se constituído um grupo de participan- o País, tudo isto acompanhado de ditados populares tes fiéis e assíduos nas actividades do Serviço de que traduzem a interpretação popular dos fenómenos Educação do Museu dedicadas ao público adulto. ❚ Museu da Imagem em Movimento – m|i|mo leva Camera Obscura ao Centro Cultural de Belém A Camera Obscura de Leiria, projecto do m|i|mo – Museu segue a nível exterior os esquemas tradicionais das ca- da Imagem em Movimento, esteve em exposição de 16 meras do Século XIX, típicas das praias e feiras, e com- de Fevereiro a 5 de Março, no Jardim da Água do Centro bina, pela primeira vez, vários princípios ópticos de for- de Exposições do Centro Cultural de Belém. Os visitantes mação de imagem: a imagem central é projectada em daquele espaço cultural puderam desfrutar, através da cima da mesa horizontal no meio da camera, por uma Camera Obscura, de uma perspectiva única e apelativa combinação simples de espelho e lente montada numa de belas imagens em movimento, incluindo o Mosteiro torre rotativa; as quatro imagens laterais são projectadas dos Jerónimos e a área envolvente. utilizando esquemas diferentes de diafragmas – de O Museu da Imagem em Movimento e a Câmara Muni- pinholes, o que em inglês significa buracos de agulha. cipal de Leiria colaboraram pela segunda vez com aque- O fenómeno explica-se através de uma lei da física sim- la instituição, desempenhando de forma activa um papel ples: a luz viaja em linha recta; se os raios reflectidos por importante na divulgação de conhecimentos científicos. um objecto bem iluminado passam por um orifício muito A Camera e os dispositivos ópticos foram desenvolvidos pequeno, feito em material fino, estes raios não se disper- no m|i|mo, tendo a camera sido construída, segundo os sam, mas cruzam-se e reformam, de “pernas para o ar”, desenhos de Jochen Dietrich, nas Oficinas da Câmara numa superfície branca e plana no outro lado do orifício, Municipal de Leiria, em 2001. Única no país, esta Camera uma representação – ou seja: uma imagem do real. ❚ Informações e contactos m|i|mo – museu da imagem em movimento Rua Dr. Américo Cortez Pinto 2400-093 Leiria Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior – Actividade do segundo semestre de 2005 Exposições Temporárias as seguintes actividades: A Tecnologia da Tecelagem da Lã De 25 de Outubro a 15 de Novembro, esteve patente e Os Processos Manufactureiros do Tingimento dos Têxteis. ao público na Galeria de Exposições Temporárias do Mu- Teatro no Museu seu de Lanifícios uma exposição comemorativa dos 400 Em 9 de Dezembro, no Núcleo da Real Fábrica Veiga foi re- anos da primeira publicação do primeiro volume da presentada a peça de teatro intitulada Mnemosine, pelo obra literária D. Quijote de la Mancha. Tratou-se de uma Grupo Medeia73, cujo elenco foi integrado por Fabian Gómez iniciativa conjunta do Instituto de Cervantes de Lisboa, e Lorena Priscoe. O Museu de Lanifícios apoiou este da Embaixada de Espanha e da revista Ler, em colaboração espectáculo promovido pela Associação de Teatro e Outras com a Universidade da Beira Interior. Artes – ASTA, cedendo, para o efeito, as suas instalações. ❚ Comemoração do Dia Nacional da Cultura Científica Informações e contactos De 21 a 27 de Novembro, o Museu de Lanifícios aderiu ao Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior Dia Nacional da Cultura Científica (24 de Novembro), abrindo as suas portas a escolas e ao público em geral com 22 | Boletim Trimestral Rua Marquês D' Ávila e Bolama 6201-001 Covilhã Tel.: 27 531 97 12 / 27 531 97 00 (ext. 3126) Fax: 27 531 97 12 [email protected], http://museu.ms.ubi.pt Tel.: 24 483 85 11 [email protected] Museu Municipal de Penafiel – Comemorações e nova exposição No âmbito das comemorações da elevação de Penafiel a cêutico que competia manipular os preparados. cidade, no dia 4 de Março, o Museu Municipal de Pena- No mesmo dia foi apresentado o merchandise do Museu, fiel inaugurou a Exposição Temporária A Farmácia Miran- realizado pela Associação de Amigos do Museu Municipal da, que estará patente ao público até Outubro de 2006. de Penafiel, do qual constam lápis, réguas, borrachas, Informações e contactos Nesta exposição é reconstituído o interior desta antiga blocos e marcadores para livros, destinados essencialmen- Museu Municipal de Penafiel farmácia, que pertenceu a Abílio Miranda, fundador te ao público escolar. Já para outro público foram também deste Museu. As suas origens associam-se à família dos executadas réplicas do pendente romano que constitui Miranda, boticários e farmacêuticos que, pelo menos o logótipo do Museu, em ouro e prata, sob a forma de Fax: 25 571 10 66 desde o século XVIII, se tornou famosa pela sua pendentes, colares, brincos e alfinetes de peito. [email protected] especialização nas artes da cura. O mobiliário, recipientes Ainda no dia 4 de Março, foram também apresentados e instrumentos de farmácia agora doados ao Museu a edição inglesa do folheto e o DVD relativos ao Castro Municipal e mostrados ao público remontam ao final de Monte Mozinho, realizados no âmbito do programa do século XIX, época em que a indústria do medicamento INTERREG III – A, Rota dos Castros e Verracos na fronteira apenas dava os primeiros passos e era ao boticário/farma- hispano-portuguesa. ❚ Rua Conde de Ferreira 4560-483 Penafiel Tel.: 25 571 27 60 Museu Nacional de Etnologia – Reservas visitáveis - Galerias da Amazónia Foram inauguradas no dia 10 de Janeiro as Galerias da Outras colecções de menor dimensão ou objectos isolados Amazónia, áreas de reserva que permitem trazer junto não resultaram das mesmas preocupações de recolha do público a totalidade dos objectos do Museu Nacional sistemática no terreno, preenchendo, no entanto, lacunas de Etnologia procedentes das sociedades ameríndias, em quanto à cultura material dos povos aqui representados. especial da floresta Amazónica. Duas das colecções aqui Todas as colecções se encontram identificadas por siglas, expostas merecem particular destaque. A primeira foi por exigência do trabalho de conservação e de investiga- constituída por Victor Bandeira em meados dos anos 60, ção e para mais facilmente satisfazer a curiosidade dos por solicitação de Jorge Dias na altura da criação do visitantes: Col. VBD (Victor Bandeira, 1964/5); Col. ARM próprio museu (1965), tendo sido parcialmente exposta (Artíndia Manaus, 1994); Col. CND (Comissão Nacional em 1966 nas instalações da Sociedade Nacional de Belas dos Descobrimentos, 1995); Col. ABN (Aristóteles Barcelos Artes por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian. Neto, 1999/2000); Col. OCL (Outros Colectores). A mesma colecção viria a ser objecto da exposição Índios Os objectos expostos estão organizados numa sequência da Amazónia que este museu inaugurou em 1986. Trata- que se inicia com a profusa expressão e diversidade das -se de um primeiro e importante contributo para o conhe- máscaras e termina com a cerâmica funerária. Estas re- cimento dos povos da Amazónia. A segunda colecção servas são o resultado de um trabalho conduzido desde foi constituída entre 1999/ 2000, junto dos índios Wauja 1998, com as obras de ampliação do museu e com a do Xingu, no âmbito da preparação da exposição Os construção de novos espaços para armazenamento de Museu Nacional de Etnologia Índios, Nós que este museu inaugurou em 2000. Tornou- colecções, culminando um já extenso conjunto de activi- Avenida Ilha da Madeira se uma das mais extensas colecções procedentes de uma dades: exposições, edições, colóquios, realização de fil- só aldeia, organizada segundo critérios discutidos com mes e videogramas, estágios e programas de investigação. os próprios habitantes, problematizados e documenta- Marcações: visitas guiadas às 11h30 e às 15h30, todos [email protected] dos na exposição Com os Índios Wauja: objectos e os dias da semana, à excepção de segunda-feira e de www.mnetnologia-ipmuseus.pt personagens de uma colecção amazónica (2004). terça-feira de manhã. ❚ Perspectiva das reservas. Fot. António Rento/MNE Informações e contactos 1400-203 Lisboa Tel.: 21 304 11 60/ 9 Fax: 21 301 39 94 Rede Portuguesa de Museus | 23 Museu do Papel Terras de Santa Maria – E d o v e l h o s e f e z n o v o : a re c i c l a g e m d o p a p e l Transformando o velho em novo, o Museu do Papel tem sobre uma folha de papel de algodão (que sentem mais vindo, desde o início do mês de Novembro, a propor- sua porque participaram na sua produção), desenham cionar à comunidade pré-escolar momentos de diferen- as impressões mais fortes da sua primeira visita ao museu. tes aprendizagens no âmbito da educação ambiental, Integrada no projecto educativo O Despertar do Museu suscitando a curiosidade como estratégia de crescimento. a Novos Públicos, co-financiado pela União Europeia, Através da história O Moinho da Lourença, as crianças esta acção será enriquecida com a música Uma Canção são envolvidas num cenário real e mágico, que entrelaça de Papel da autoria de Carlos Vidal e com um filme de a vida de uma menina que se tornou papeleira e da sua animação sobre o fabrico de papel, a apresentar no Dia amiga muito especial, a bicha das duas cabeças. Internacional dos Museus. ❚ Num ambiente de cor e alegria, os mais pequeninos tornam-se protagonistas do ofício de papeleiro, valorizando-se, assim, o saber-fazer e educando-se para os Informações e contactos Museu do Papel Terras de Santa Maria Rua de Riomaior, 338; 4535-301 Paços de Brandão valores da reciclagem e da preservação do ambiente. Tel.: 22 744 29 47 Num momento final, e pela mão do Forminhas, a mas- Fax: 22 745 99 32 cote dos Serviços Educativos do museu, as crianças, [email protected] Museu dos Transportes e Comunicações – Aniversários No dia 21 de Fevereiro de 2006 comemoraram-se o que decorreram no ano transacto, com especialistas Aniversário da Associação para o Museu dos Transportes de diversas áreas, cujo principal objectivo, além de e Comunicações (14 anos) e o Aniversário da Exposição debater este tema, foi pensar em estratégias de Permanente "Comunicação do Conhecimento e da renovação do “núcleo do futuro” da exposição O Imaginação" (4 anos). Automóvel no Espaço e no Tempo. 14 anos de vida, de iniciativas, de histórias para contar Em particular, a celebração do 4.º aniversário da numa data em que a AMTC lançou o desafio aos seus exposição permanente Comunicação do Conhecimento visitantes e a todos os seus colaboradores de associarem e da Imaginação contou com os testemunhos de quem a fantasia ao seu dia-a-dia, trazendo um elemento tem caminhado com o museu, partilhando e que os remeta para o mundo do faz de conta e das dinamizando este espaço: os animadores. coisas imaginadas. Nas últimas edições do Jornal, na rubrica dedicada a O Programa de Actividades foi muito diversificado, esta exposição, foi dada voz aos colaboradores / destacando-se a inauguração da exposição AMTC – animadores da exposição para darem a conhecer as 14 anos em retrospectiva: exposição de cartazes das suas experiências em cada um dos seis núcleos. ❚ actividades desenvolvidas ao longo dos anos de existência; apresentação de um percurso áudio na Informações e contactos exposição O Automóvel no Espaço e no Tempo, o qual Museu dos Transportes integra dez postos informativos para a visita áudio e Comunicações em português, inglês, castelhano, francês e russo e Edifício da Alfândega - Rua Nova Alfândega 4050-430 Porto um percurso áudio para cegos; lançamento do livro Tel.: 22 340 30 00 / 22 340 30 58 das actas O Automóvel do futuro: actas do ciclo de Fax: 22 340 30 98 conferências, fruto de um conjunto de 4 conferências [email protected], www.amtc.pt 24 | Boletim Trimestral Edições de Museus da RPM Museu Municipal de Faro / Programa de Intervenção Comunitária O Museu Municipal de Faro editou, pela segunda vez, em Janeiro de 2006, o Programa de Intervenção Comunitária (PIC). Pretende-se com esta brochura continuar a conquistar e sensibilizar vários tipos de públicos para uma participação mais activa em acções que promovam a história, a identidade, os hábitos de vida e as tradições sócio-culturais da região. O Programa de Intervenção Comunitária contempla várias acções entre as quais se destacam: – Famílias com Estórias: Acção para pais e filhos onde são abordados temas diversos (história, ambiente, património), através de actividades lúdico-pedagógicas; – Colóquios, Conferências e Cursos, destacando-se três: Milreu e Estoi: um património a valorizar; Núcleos museológicos: que sustentabilidade?; Para uma articulação entre os Museus do Algarve; – Oficinas Temáticas para adultos, uma forma de ocupação de tempos livres e uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos. Realizar-se-ão as seguintes oficinas: Bijutaria, Gravura e Cerâmica; – Oficinas de Férias para crianças: na Páscoa, Ser Árabe por um dia; e no Verão, duas oficinas diferentes: A Arte da Cantaria e Demonstração da Técnica da Pintura/Escultura Policroma sobre madeira; – Concursos: Jogos tradicionais em Estoi, em Maio, na Festa da Pinha; Baile de Máscaras, com o intuito de reviver outras épocas; – Acções para Universitários: Sensibilização para a Conservação e o Restauro e Imagem gráfica do colóquio: “Formas de vida na religião”; – Acções para Idosos: Rota das Igrejas Vamos cuidar do nosso património, com a finalidade de promover e mobilizar a população idosa das comunidades rurais do concelho de Faro; – Actividades Nocturnas: Abertura do museu à noite com animação – O Museu ao som latino, Sons do Brasil, Noites de verão com teatro, Danças de salão; – O Museu sai à Rua: Acção destinada à população que tem dificuldades em deslocar-se ao Museu; – Acções para populações com deficiências: A realizar em parceria com várias entidades, nomeadamente ACAPO, Unidade de Surdos e ASMAL – Associação de Saúde Mental do Algarve. Serviço Educativo O Museu Municipal de Faro publicou também o Programa do Serviço educativo, com actividades de Museu Municipal de Faro divulgação do património local e de dinamização das exposições permanentes e temporárias do museu. Tel.: 28 989 74 00 Fax: 28 989 74 19 As actividades propostas contemplam acções de formação para professores, oficinas pedagógicas, jogos [email protected], www.cm-faro.pt educativos e visitas orientadas ao museu, ao centro histórico e a Milreu. Ecomuseu Municipal do Seixal / CD-Rom Moinhos de Maré do Ocidente Europeu O projecto "Moinhos de Maré do Ocidente Europeu: valorização do património cultural e natural enquanto recurso de desenvolvimento", coordenada pela Câmara Municipal do Seixal através do Ecomuseu Municipal do Seixal, decorreu entre Novembro de 2004 e Novembro de 2005, com o apoio do Programa Cultura 2000 da Comissão Europeia. A produção de um CD-ROM intitulado Moinhos de Maré do Ocidente Europeu, contendo informação disponível em português, espanhol, francês e inglês, complementa os diversos materiais produzidos ao longo do projecto, designadamente um conjunto de postais, um folheto, um conjunto de puzzles didácticos e uma exposição actualmente em itinerância pela Europa. Aproveitando a sua estrutura e conteúdos, foi paralelamente criado o website www.moinhosdemare-europa.org. Museu de Évora / Imagenes e mensajes: esculturas romanas del Museu de Évora Esteve patente ao público, de 4 de Novembro de 2005 a 8 de Janeiro de 2006, a exposição Imagenes e mensajes: esculturas romanas del Museu de Évora, no Museu Nacional de Arte Romana de Mérida e da qual se publicou o respectivo catálogo. Com o objectivo de dar a conhecer a romanização da cidade de Évora, a exposição apresentava uma parte significativa da colecção de escultura romana do Museu de Évora. Fruto da colaboração entre o Museu de Évora e o de Mérida, o catálogo inclui contributos de autores portugueses e espanhóis, especialistas em arqueologia da Lusitânia romana. Museu Municipal Carlos Reis / Cerâmicas Modernas da Casa Mogo de Melo De Carlos Carreira, a obra referida abre a colecção “Estudos e Documentos”, uma nova série editorial apresentada pelo município de Torres Novas no passado dia 25 de Fevereiro. Carlos Carreira, historiador, partiu dos materiais arqueológicos resultantes de sondagens efectuadas no pátio da biblioteca de Torres Novas em 1993, por ocasião das obras do museu (Casa Mogo de Melo) e resolveu Rede Portuguesa de Museus | 25 estudar, em particular, os materiais cerâmicos. Cerâmica comum, faiança portuguesa e porcelana chinesa foram objecto de uma observação detalhada – fotografia, desenho, classificação, contextualização histórica e cultural –, ficando o leitor com uma ideia da cultura material moderna da família Mogo de Melo, que ocupou o palacete e o espaço adjacente, onde hoje se encontra o Museu Municipal, a partir dos finais do século XVI. Museu Municipal de Faro / Caminhos do Algarve Romano Foi editado pelo Museu Municipal de Faro o catálogo do núcleo Caminhos do Algarve Romano, cuja exposição, comissariada por José d’Encarnação, foi inaugurada no dia 18 de Maio de 2005 no âmbito da programação de Faro Capital da Cultura. O catálogo, dividido em duas partes (recto em português e verso em inglês), inclui artigos de Dália Paulo, Susana Paté, Virgílio Hipólito Correia, José d’Encarnação e João Pedro Bernardes, nos quais se descreve a preparação da exposição e a reorganização da Sala “Caminhos do Algarve Romano” e os trabalhos de conservação e restauro executados, bem como a apresentação das colecções de lápides e inscrições pré-latinas do Museu e aspectos característicos da ocupação romana do Algarve. Museu de São Roque / S. Francisco Xavier – Vida e Lenda No âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de S. Francisco Xavier (2005-2006), o Museu de S. Roque acaba de editar a obra S. Francisco Xavier – Vida e Lenda, que constitui o 1º volume da Colecção “Ciclos Pictóricos”, dedicada ao estudo e interpretação da série de pinturas seiscentistas de André Reinoso, situada sobre o arcaz da sacristia da Igreja de São Roque. Trata-se de uma edição bilingue (português/inglês) que, alusiva à iconografia xaveriana, visa salientar o impressionante diálogo estabelecido entre Portugal e o Oriente, bem patente neste ciclo pictórico. Quinta das Cruzes-Museus A Quinta das Cruzes-Museu editou o catálogo da colecção Jorge Neves da Mota, intitulado Um olhar do Porto. As colecções de artes decorativas do Museu, constituídas a partir de doações particulares, integram mobiliário, cerâmica (faiança e porcelana), pintura, escultura, ourivesaria e joalharia. Para além do catálogo das colecções e da apresentação da colecção Mota, a obra inclui ensaios sobre marfins sapi-portugueses e luso-cingaleses e objectos de madrepérola, porcelanas chinesas, lacas orientais, ourivesaria portuguesa dos séculos XVII-XVIII, mobiliário do Porto do século XVIII e gravuras setecentistas com representações iconográficas da cidade do Porto. Em Agenda Visita a 10 obras-primas Museu Nacional de Arte Antiga Desde o dia 25 de Janeiro e até 29 de Novembro que no Museu Nacional de Arte Antiga se podem efectuar visitas guiadas a 10 das suas obras-primas. Com a finalidade de permitir aos diversos públicos do Museu uma visão imediata da importância histórica e da diversidade tipológica dos tesouros artísticos em exposição, foi seleccionado um conjunto de 10 obras-primas. Tratam-se de obras da maior importância no contexto da História da Arte Universal, no arco cronológico que vai do séc. XIII ao séc. XVIII. Além dos tesouros nacionais, como sejam os Painéis de S. Vicente e a Custódia de Belém, seleccionaram-se também obras de referência internacional como as Tentações de Santo Antão, de Jheronimus Bosch, ou o S. Jerónimo, de Albrecht Durer. Por sua vez, outras duas obras também eleitas foram os Biombos Namban e Saleiro do Benim, que reflectem a importância do contacto dos portugueses com outras culturas (África e Japão), através da diáspora dos Descobrimentos. Calendário das próximas visitas: (última 4ª feira de cada mês, às 18h00) Entrada gratuita 26 Abril: Custódia de Belém; 31 Maio: Biombos Namban; 28 Junho: Saleiro do Benim; 26 Julho: Centro de mesa Germain; 27 Setembro: São Leonardo, de Andrea Della Robbia; 25 Outubro: Tentações de Santo Antão, de Jheronimus Bosch; 29 Novembro: São Jerónimo, de Albrecht Durer. As “10 obras de referência” encontram-se ao longo do percurso expositivo, com uma sinalética própria e informação detalhada, em português e inglês, relativa à sua proveniência e à sua importância histórica e artística. Rua das Janelas Verdes 1249-017 Lisboa Codex, Tel.: 213 912 800, Fax: 213 973 703, [email protected], www.mnarteantiga-ipmuseus.pt 26 | Boletim Trimestral São Jerónimo, Albrecht Durer, óleo s/madeira de carvalho, 1521, inv. 828 Pint Organização Tel.: 262 840 280 / Fax: 262 840 281 Casa Museu de Leal da Câmara Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas [email protected] Ciclo de Conferências com a colaboração do FESTEA Conservação e Restauro de Porcelanas e Faianças Peças representadas pelo Grupo Balbo do I.E.S. de por Margarida Alves Puerto de Santa Maria, Cádiz 26 de Abril de 2006 11h00 - “Antígona” de Sófocles. Investigação Arqueológica em Cascais durante 15h30 - “O Soldado Fanfarrão” de Plauto. o Estado Novo Inscrição prévia. Museu Escolar de Marrazes Exposição – A Evolução da Escrita Inauguração em 23 de Abril de 2006 Comemorações por António Carvalho 31 de Maio de 2006 Sintra: entre a Serra e a Vila Av. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida – Dia da Literatura Infantil 2705-739 São João das Lampas A Arca Mágica das Histórias Tel: 21 960 95 20; Fax: 21 961 35 78 Histórias contadas a crianças com animações e por Teresa Caetano cenários apropriados 28 de Junho de 2006 Calçada da Rinchoa, 67, 2635-312 Rio de Mouro Tel.: 21 916 43 03; Fax: 21 916 43 03 Museu de Aveiro Visitas temáticas – Aveiro Quinhentista Público-alvo: 1º ciclo do ensino básico Ecomuseu Municipal do Seixal 1ª quinzena de Abril de 2006 Núcleo da Mundet Oficina Vamos vestir para o retrato? Trajes quinhentistas Comemoração do Dia Internacional dos Museus e do 24º Aniversário do EMS – Aniversário do Museu e Dia Internacional de Museus Um olhar diferente sobre o Museu Escolar Visita guiada a cegos e surdos Lançamento de desdobrável em Braille 16 e 18 de Maio de 2006 – A Princesa e o Convento Público-alvo: ensino pré-escolar e 1º e 2º ciclos do ensino básico 18 de Maio de 2006 4 de Abril de 2006 2ª quinzena de Abril de 2006 Largo da Feira dos 18, Marrazes, 2400-380 Leiria Tel.: 244 812 701; Fax: 244 855 387 [email protected] www.museuescolar.pt Núcleo Naval e Núcleo da Mundet Jogos Caça ao Tesouro (ensino pré escolar), Objectos Mistério Noite dos Museus 2006: Maio Património (1º ciclo), Jogo da Glória (1º ciclo), Palavras Cruzadas (2º ciclo) – A Noite do Ecomuseu – O Número e a Arte 20 de Maio de 2006, das 19h30 à 1h00 Público-alvo: 2º e 3º ciclos do ensino básico e Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso secundário Exposição Serviço Educativo 1ª quinzena de Maio de 2006 100 Anos de Bonifácio Lázaro Lozano Praceta Francisco Adolfo Coelho – Viagem pelo Barroco Até 2 de Julho de 2006 Torre da Marinha, 2840-490 Seixal Público-alvo: 3º ciclo do ensino básico e secundário Tel.: 21 097 62 10 (às 2.as e 3.as feiras) 2ª quinzena de Maio de 2006 Rua D. Fuas Roupinho - Sítio 2450-065 Nazaré Fax: 21 097 62 11 Oficina Reconstituição de Capela com características barrocas Tel.: 262 562 801; Fax: 262 561 246 – Clero: no trabalho e na oração [email protected] www.ipmuseus.pt [email protected] www.cm-seixal.pt/ecomuseu Público-alvo: 2º e 3º ciclos do ensino básico e Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas Oficinas Educativas Experimentar vivências da Antiguidade Clássica secundário 1ª quinzena de Junho de 2006 – O Mata-Frades e o Liberalismo em Aveiro Público-alvo: 3º ciclo do ensino básico 2ª quinzena de Junho de 2006 – Litterarum Ductus: Museu Ferreira de Castro Conferências – Portugueses, Brasileiros e o Nativismo por José de Guimarães 8 de Abril de 2006, 17h Escrever como os romanos faziam... Avenida de Santa Joana Princesa, 3810-329 Aveiro – Ferreira de Castro e o Antigo Egipto Público-alvo: dos 8 aos 12 anos Tel.: 234 423 297 / 234 383 188; Fax: 234 421 749 por Luís Manuel de Araújo – Opera Musiva: [email protected], www.ipmuseus.pt 20 de Maio de 2006, 17h – Rodrigues Sampaio Desenhar pedrinha a pedrina – a arte dos mosaicos Público-alvo: dos 6 aos 10 anos – Ludus Aetatis: Os prazeres da juventude – jogos e brinquedos Público-alvo: dos 5 aos 8 anos Festival Internacional de Teatro de Tema Museu Calouste Gulbenkian por Ana Maria Costa 3 de Junho de 2006, 17h Exposição Sede e Museu Gulbenkian. A Arquitectura dos anos 60 Rua Consiglieri Pedroso, 34, Vila Velha, 2710-550 Sintra Comemoração do cinquentenário da Fundação Tel.: 219 238 828; Fax: 219 238 828 Até 4 de Junho de 2006 [email protected] Clássico (5ª edição) Agora do Museu, 4 de Maio de 2006 Av. de Berna 45 A, 1067-001 Lisboa Codex Tel.: 21 782 30 00; Fax.: 21 782 30 32 www.museu.gulbenkian.pt, [email protected] Museu de Francisco Tavares Proença Júnior Exposições Museu de Cerâmica Serviço Educativo Oficina de Olaria, Trabalho na roda de oleiro Público-alvo: alunos do pré-escolar e 1º ciclo Abril e Maio de 2006 – Brincadeiras, Brinquedos e outros segredos Até 9 de Julho de 2006 Atelier Brincadeiras e Brinquedos Público-alvo: público pré-escolar do 1º ao 2º ciclos Actividades especiais para grupos familiares – Retratos e Vestidos de Chita Rua Dr. Ilídio Amado Ap. 97, 2504-910 Caldas da Rainha Exposição integrada no âmbito do Fórum ESART, Rede Portuguesa de Museus | 27 organizado pela Escola Superior de Artes do Colecção de panaria guineense e cabo-verdiana reco- 200 Anos de Vestido de Baptizado 1750-1950 Instituto Politécnico de Castelo Branco lhida por António Carreira e Rogado Quintino entre Comemorações do Dia Internacional da Mulher e Até 2 de Julho de 2006 1960 e 1970 / Expressão plástica de Manuela Jardim dos 15 Anos da Ajuda de Mãe – Associação de – Espantalhos no pátio do Museu Solidariedade Social Com a colaboração da Santa Casa da Misericórdia Até Dezembro de 2006 de Castelo Branco Avenida Ilha da Madeira, 1400-203 Lisboa Até 16 de Abril de 2006 Tel.: 213 041 160/9; Fax: 213 013 994 Largo Júlio de Castilho, Lumiar 1600-483 Lisboa [email protected], www.mnetnologia-ipmuseus.pt Tel.: 21 758 85 37 Largo da Misericórdia, 6000-462 Castelo Branco Até Dezembro de 2006 [email protected], www.museudotraje-ipmuseus.pt Tel.: 272 344 277; Fax: 272347880 [email protected], www.ipmuseus.pt Museu Nacional do Traje Exposições Museu Nacional de Etnologia Museu do Trabalho Michel Giacometti Tardes Interculturais Exposição Últimos sábados de cada mês Através dos Panos – Moçambique 29 de Abril de 2006 – Brasil 27 de Maio de 2006 – “Futebol, festa, fado, fanatismo...” 24 de Junho de 2006 Largo Defensores da República, 2910-470 Setúbal Trajes para Dona Inês Até 11 de Novembro de 2006 Tel.: 265 537 880; Fax: 265 537 889 [email protected] Outras Notícias Museus em Maio – Dia Internacional dos Museus e Noite dos Museus Nos últimos anos, o mês de Maio tem sido marcado para ir com os amigos aprender/reflectir/participar e por uma projecção notável dos museus, quer em termos para se sentirem envolvidos na descoberta, recriação de audiência, quer de visibilidade nos meios de e reinvenção do património. Por sua vez, os jovens comunicação social. Esta projecção deve-se sem dúvida podem ajudar a quebrar a distância com o passado e ao facto de nesse período terem lugar dois importantes a atenuar a austeridade que, muitas vezes, envolve o eventos que ligam internacionalmente as comunidades património, tornando-o menos pesado, mais próximo. museológicas: o Dia Internacional dos Museus, iniciativa Na verdade, todas as gerações participam na construção do ICOM lançada em 1977 e celebrada no dia 18 de do património cultural das suas nações, que os museus Maio, e a Noite dos Museus, iniciativa recente do têm a missão de perpetuar nos tempos… Ministério da Cultura e da Comunicação de França, com O ICOM sugere uma multiplicidade de iniciativas no data móvel, a comemorar este ano no dia 20 de Maio. âmbito desta temática, valorizando a responsabilidade O tema proposto pelo ICOM para o Dia Internacional e o importante papel dos jovens na evolução da socie- dos Museus de 2006 é Os Museus e os Jovens. dade num sentido mais criativo, justo e tolerante. Este tema constitui uma oportunidade para os museus O IPM/RPM difundirá o conjunto de iniciativas progra- programarem actividades criativas e estimulantes que madas pelos museus da RPM, por um lado, junto dos www.rpmuseus-pt.org possam ir ao encontro de um grupo etário, que meios de comunicação social e dos canais de difusão [email protected] frequentemente, fora da esfera escolar, não é visitante nacionais – Sítios na Internet do Ministério da Cultura, do museu, nem utilizador da sua oferta cultural. do IPM e da RPM – e, por outro lado, a nível inter- Aos museus é, portanto, lançado o desafio de mostrar nacional, nas páginas do Ministério da Comunicação Dia Internacional de Museus / ICOM aos jovens que podem ser lugares agradáveis e “fixes” e da Cultura de França e eventualmente do ICOM. ❚ http://icom.museum/young_act.html Informações e contactos Rede Portuguesa de Museus Noite dos Museus / MCCF www.nuitdesmusees.culture.fr/commu 28 | Boletim Trimestral nication Colecções de ciências físicas e tecnológicas em museus universitários – Homenagem a Fernando Bragança Gil No dia 20 de Dezembro, na Faculdade de Letras da contribuição do Professor Bragança Gil, num texto que Universidade do Porto, foi lançada a obra Colecções de retoma a temática já abordada por ele no Colóquio da ciências físicas e tecnológicas em museus universitários. APOM de 1978 e que problematiza o conceito e o papel Em homenagem ao Professor Fernando Bragança Gil, dos museus universitários, encontram-se aqui reunidos na sua qualidade de fundador do Museu de Ciência, artigos de profissionais de museus de ciências de investigador e museólogo, a obra apresenta um conjunto Universidades portuguesas (Porto, Coimbra e Lisboa) e de textos de cariz teórico-prático em torno de questões inglesas (Cambridge) e ainda do museólogo Jean relacionadas com museus universitários de ciência e Davallon sobre a especificidade da comunicação em tecnologia e com as respectivas colecções. Além da exposições de ciência. ❚ Lançamento do livro Os Museus Municipais de Cascais O Observatório das Actividades Culturais (OAC) acaba motivo de encerramento para obras, na altura do estudo de editar sete livros com os resultados de outros tantos do Museu da Música Portuguesa, foi realizado um estudos desenvolvidos no âmbito do Programa Cascais- inquérito aos visitantes da Exposição “Michel Giacometti, Cultura. Este Programa de pesquisa, conforme previsto caminho para um Museu”, organizada por este Museu no respectivo protocolo entre o Departamento de Cultura no Centro Cultural de Cascais, sendo os respectivos (DEC) da Câmara Municipal de Cascais e o OAC, integrou resultados analisados num ponto específico. o levantamento, a caracterização e a avaliação das acções De uma maneira geral pode dizer-se que, se por um desenvolvidas, dos equipamentos existentes e dos agentes lado, os resultados da caracterização dos públicos dos implicados na actividade cultural autárquica, tendo em museus e da exposição confirmam resultados de outros conta todo o concelho de Cascais ao longo de um estudos quanto à importância de certos indicadores período que vai, fundamentalmente, de 2000 a 2004. sociográficos (grupo ocupacional, nível de escolaridade, No que diz respeito ao estudo de caso Os Museus idade e nacionalidade), por outro lado, também ajudam Municipais de Cascais, da autoria de Jorge Alves dos a perceber a existência de diferentes perfis de públicos Santos e de José Soares Neves, este desenvolve-se consoante o equipamento ou a iniciativa que se estuda. segundo duas grandes linhas de abordagem. Uma O conhecimento das características dos públicos dos relativa às características dos museus em causa: seu museus, dimensão, no entanto, ainda raramente aborda- historial, pessoal ao serviço, despesas que representam da, uma vez que escasseiam os estudos sobre os públicos para o município e actividades que desenvolvem, com dos museus em Portugal, permite dotar os seus respon- destaque para as acções dos respectivos serviços sáveis de uma importante base de informação, capaz educativos. Outra relativa aos públicos desses mesmos de contribuir para a posterior tomada de decisões e ca- museus a partir de um inquérito que contempla minhos a seguir, com o objectivo de melhorar a comu- aspectos, tais como: os perfis sociológicos dos visitantes, nicação entre o museu e os seus públicos. ❚ condições e motivações da visita, recorrência desta e sua avaliação pelo próprio inquirido, entre outros. Por Jorge Alves dos Santos, Observatório das Actividades Culturais Rede Portuguesa de Museus | 29 Seminário anual do GAM: Sabe escrever para todos? A acessibilidade da comunicação escrita nos museus No dia 23 de Janeiro de 2006 teve lugar no auditório concretos e práticos na produção de textos. Helen Coxall, do Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, em Lisboa, Museum Language Consultant, referiu os diversos passos o primeiro seminário anual do GAM – Grupo para a na redacção de um texto: A quem se destina? Como o Acessibilidade nos Museus, intitulado “Sabe escrever estou a escrever? Quais são as ideias-chave? O que para todos? A acessibilidade da comunicação escrita nos excluir e porquê? Rebekah Moran, Learning and Access museus”. Fiel ao seu objectivo de divulgar, promover e Manager no University of Reading Museums and debater a questão da acessibilidade física, intelectual e Collections, relatou a sua experiência na aplicação da social aos museus, o GAM escolheu como tema do seu filosofia/ método criado pela sueca Margareta Ekarv. primeiro seminário a acessibilidade da comunicação Adriana Almeida, do Museu dos Transportes e escrita, talvez o principal meio de comunicação entre Comunicações, do Porto, falou dos tipos de públicos, os museus e os seus públicos, que muitas vezes acaba as opções ao nível das tipologias de textos, níveis de por se tornar numa incontornável barreira intelectual. informação e audio-guias e a avaliação. A participação de 149 profissionais de museus e designers O terceiro painel contou com a participação de designers. e a existência de uma extensa lista de espera confirmaram Henrique Cayatte, Designer e Presidente do Centro a pertinência e actualidade do tema escolhido. Português de Design, salientou a importância das novas Nuno Crato, matemático, jornalista e divulgador de tecnologias e da imprescindível relação entre especialistas ciência, abriu os trabalhos ao reflectir sobre legendas, das diversas áreas para dar corpo a uma responsabilidade referências e pistas de informação do ponto de vista do social comum: a acessibilidade. Júlia Cassim, do Helen visitante / utilizador de museus. Hamlyn Research Centre for Inclusive Design, partindo O primeiro painel de oradores contou com as de relato da sua longa experiência na produção de participações de Luís Raposo (Director do Museu Nacional exposições em conjunto com as pessoas com deficiência, de Arqueologia), Paula Lobo (jornalista do Diário de deixou como sugestão uma regra: “conversar com o Notícias) e Maria Vlachou (em representação do GAM). público e envolver o designer desde o início da criação”. Luís Raposo deu uma panorâmica da diversidade de Clara Mineiro e Rita Melo, do Instituto Português de tipologias, características dos textos escritos a partir de Museus, relataram a experiência sobre duas exposições experiências em diversas exposições e afirmou que, no temporárias, na Igreja de Santa Clara (da responsabilidade museu, os textos são um “acto comunicacional, não do Museu de Évora) e outra no Museu da Cerâmica, são dominantemente apelativos, mas sim fáticos”. Paula nas Caldas da Rainha. Da avaliação que fizeram Lobo partiu do “Desafio de contar uma história” para salientaram a importância do trabalho em parceria e as referir passos na construção de um texto que se deseja dificuldades em sensibilizar os directores dos museus eficaz e acessível para o maior número de leitores, mesmo para as questões da acessibilidade. aqueles – ou, sobretudo, aqueles – que consideram que Os participantes avaliaram muito positivamente o seminá- a Cultura é ”coisa para intelectuais”. Maria Vlachou, em rio. Foram registados vários comentários e sugestões representação do GAM, apresentou orientações, métodos, para a continuação deste debate e para outras temáticas recursos, bibliografia relativos ao tema ao reflectir a abordar no futuro. Os interessados poderão encontrar sobre os públicos dos museus partindo de exemplos no site do GAM (http://gam.pavconhecimento.pt) diversificados. No final deixou uma questão: “Quem os resumos das comunicações, os CV´s dos oradores e bi- fica prejudicado quando as coisas são feitas à medida bliografia relacionada com a temática do seminário, assim de quem sabe menos e quer saber mais?” como as orientações elaboradas pela Museums Association Adelaide Lopes e Maria Vlachou Os oradores do segundo painel apresentaram casos do Reino Unido relativamente à produção de textos. ❚ GAM – Grupo para a Acessibilidade nos Museu 30 | Boletim Trimestral Encontro sobre Prevenção e Protecção contra riscos em museus, bibliotecas e arquivos Organizado pela Fundação Oriente em colaboração Bombeiros e Protecção Civil, do Instituto Superior Técnico, com o Instituto Português de Conservação e Restauro do Serviço Municipal de Protecção Civil de Lisboa, da (IPCR) e o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Refer e de uma companhia de Seguros (Sagres). O período Civil (SNBPC), decorreu nos dias 6 e 7 de Fevereiro que antecedeu o final dos trabalhos do primeiro dia foi último, no auditório da Biblioteca Nacional, um reservado ao “Estado da Questão em Portugal” no que encontro sobre Prevenção e Protecção contra Riscos em se refere a Museus, Bibliotecas e Arquivos, com breves Museus, Bibliotecas e Arquivos. apresentações do IPCR, do Museu Nacional dos Coches, Este encontro não podia ter surgido em altura mais da Biblioteca Nacional, do Palácio Nacional de Sintra e oportuna, uma vez que as questões de segurança e de do Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo. prevenção contra riscos em museus estão na ordem do O segundo dia do encontro contou com a presença de dia de todos os profissionais de museus, designadamente Steve Emercy, do English Heritage, que, sob a forma de pelas novas exigências sobre a matéria que a Lei Quadro workshop, apresentou directrizes para a elaboração de dos Museus Portugueses vem introduzir nos artigos n.º Planos de Segurança e de Emergência. O especialista 32º e n.º 33º (Condições de Segurança e Plano de deu a conhecer diversos casos reais, tendo como cenários Segurança respectivamente). O primeiro dia do encontro museus, palácios, bibliotecas e arquivos, apresentando foi reservado à apresentação do que em Portugal está possíveis soluções, não só em termos de prevenção e a ser feito na área da prevenção e protecção de riscos, durante as ocorrências, mas também após os sinistros. com a presença de especialistas representantes de vários Este último dia do encontro estimulou a participação organismos, designadamente do Serviço Nacional de do público, tendo havido amplo espaço para debate. ❚ Encontro de Serviços Educativos de Museus Dissertações • Na Universidade Lusófona de Humanidades e No dia 20 de Fevereiro de 2006, o Ecomuseu Municipal Tecnologias, em 14 de Dezembro de 2005, Maria do Seixal promoveu um Encontro dedicado aos Serviços Lorena Sancho Querol obteve o grau de Mestre em Educativos de Museus. Amanda Tojal, da Pinacoteca Museologia mediante a apresentação da dissertação do Estado de São Paulo, foi convidada a apresentar o A Função Social do Património Marítimo Português. seminário "Museus e políticas culturais inclusivas para públicos especiais", ao qual se seguiu o debate “expe- • Na Universidade de Coimbra, a 14 de Fevereiro de riências e perspectivas de parcerias no acesso ao patri- 2006, Maria da Graça Pereira Araújo obteve o grau mónio cultural” com a participação de profissionais do de Mestre em Museologia e Património Cultural Museu de Alberto Sampaio, do Pavilhão do Conheci- mediante a apresentação da dissertação Douro e Côa mento, do Ecomuseu, do Museu Nacional Soares dos – Património e Humanidade. A (E)vocação do Museu Reis, do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu do como Território de Turismo Cultural. Papel e do Museu de Cerâmica. O Encontro contou com um debate final com a participação da Subdirectora • Na Universidade de Coimbra, a 22 de Fevereiro de do IPM, em representação do Ministério da Cultura, e 2006, João Carlos Pereira Ribeiro da Silva obteve o de dois representantes do Ministério da Educação, cuja grau de Mestre em Museologia e Património Cultural articulação foi reforçada através do Despacho Conjunto mediante a apresentação da dissertação Museu de nº 834/2005, de 4 de Novembro, e do Despacho Arqueologia e Numismática de Vila Real – Do Legado Conjunto nº 1053/2005, de 7 de Dezembro. ❚ Histórico e Cultural ao Programa Museológico. ❚ Rede Portuguesa de Museus | 31 Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa Tel: 351. 21 361 74 90 Fax: 351. 21 361 74 99 Email: [email protected] Web Site: www.rpmuseus-pt.org DESIGN Artlandia IMPRESSÃO Facsimile 3000 Exemplares DEPÓSITO LEGAL Neve no Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha, 29 de Janeiro de 2006 ISSN 1645-2186 Fot. Matilde Tomás Couto Encontros Encontro Terrassa Lana 2006 Sala A-0-18 Seminário Europeu de Conservadores 31 de Março a 1 de Abril de 2006 Tel.: 351 21 751 55 00 12 a 17 de Junho de 2006 Terrassa, Espanha Fax: 351 21 751 55 45 Paris Organização [email protected] Organização Centre de Documentatió i Museu Têxtil www.mestrado-museologia.net/ Direcção dos Museus de França Temas Temas Situação e perspectivas da lã em Espanha e Colóquio Anual do Comité do Museus de Arte - Museus de História; O Bronze Portugal; Estado da investigação sobre lã; ICOM para os Audiovisuais e Novas Informações e contactos O património cultural como uma acção de futuro; Tecnologias Maison des Cultures du Monde A lã e o desenho 5 a 8 de Junho de 2006 www.mcm.asso.fr Informações e contactos Grécia programas de formação/ programas Centre de Documentatió i Museu Téxtil Organização correntes/ estágios-primavera c/ Salmeron, 25, 082222 Terrassa / Espanha AVICOM – Comité do ICOM para os Audiovisuais Dr. Marc Pottier Tel.: 34 93 731 52 02 / 34 93 731 49 80 e Novas Tecnologias - Colóquio Anual Adido Cultural da Embaixada de França Fax: 34 93 785 61 70 Tema em Portugal [email protected] Os meios audiovisuais como património cultural Service de Coopération et d'Action Culturelle www.cdmt.es e a sua utilização nos museus Av. Luís Bívar, 91, 1050-143 Lisboa. Informações e contactos XIII Encontro Nacional Dr. Alexandra Bounia VI Conferência Anual 2006 Museologia e Autarquias [email protected] – Comunicando o Museu 26 de Maio de 2006 Comité do ICOM 5 a 7 de Julho de 2006 Instituto Português da Qualidade, Caparica Miss Elena Papadaki Roterdão, Holanda Organização 15, Ag. Asomaton, Atenas 105 58 Organização Mestrado de Museologia da Universidade Tel/Fax: 30 210-3239414 [email protected] Agenda – Agência Internacional Lusófona de Humanidades e Tecnologias com Mrs. Amalia Tsitouri Tema a parceria do Instituto Português da Qualidade Tel.: +30 210 3304030 Construir parcerias: Como alargar audiências e do IPHAN/Ministério da Cultura do Brasil www.aegean.gr/culturaltec/museum/2006/ Informações e contactos Tema Agenda Museus e Qualidade 31, rue Ballu Informações e contactos Tel.: 33 1 49 95 08 06 Fax: 33 1 49 95 04 69 Magda Mata – Universidade Lusófona de [email protected] Humanidades e Tecnologias www.agendacom.com Av. 376 Campo Grande, 1749-024 Lisboa 75009 Paris Os Destaques bibliográficos deste Boletim vão ao encontro do tema proposto pelo ICOM para o próximo Dia Internacional dos Museus – Os Museus e os Jovens –, relacionando-o com a função educativa dos museus. A primeira obra seleccionada examina o conjunto de temas que formam a prática educativa nos museus, sendo dirigida tanto a profissionais de museus, como a educadores. A análise da relação entre o museu e a escola é o tema da segunda obra em Destaque, que explora formas de integrar e de reflectir a vivência da criança na experiência do museu e de potenciar a sua aprendizagem. I giovani e il museo é o título do estudo piloto levado a cabo pelo Ministerio per i Beni e le Attività Culturali sobre os hábitos culturais de jovens com idades entre os 19 e os 30 anos de duas regiões italianas e as razões que os incentivam ou afastam dos museus. Por último, Learning in the museum introduz o conceito de Museu construtivista, aplicando teorias de construção do conhecimento das Ciências da Educação à prática educativa dos museus. De cada uma das obras destaca-se a respectiva referência bibliográfica e o resumo sumário. TÍTULO: Pedagogía museística: nuevas perspectivas Resumo: A obra estrutura-se em torno de quatro áreas temáticas. y tendencias actuales As duas primeiras apresentam o conceito de educação, formal AUTORES: María Inmaculada Pastor Homs e não formal, e o modo como se relaciona com o património PUBLICAÇÃO: Barcelona: Ariel, 2004 e com o museu. O terceiro campo temático inclui as linhas prá- DESC. FÍSICA: 187 p. ticas de actuação no que diz respeito à planificação, desen- COLECÇÃO: Ariel patrimonio volvimento e avaliação dos programas educativos. De seguida, ISBN: 84-344-6710-0 a Autora analisa aspectos da prática educativa em função das especificidades dos públicos. Por último, examinam-se os desafios actuais da educação no museu – captação de novos públicos, Centro de Documentação cooperação inter-institucional, marketing e novas tecnologias. A obra inclui uma extensa bibliografia especializada. TÍTULO: Quand l'enfant devient visiteur: une Resumo: Tornar a criança que visita o museu um agente nouvelle approche du partenariat école-musée participativo e ensiná-la a ler tanto o objecto, como a narrativa AUTORES: Cora Cohen da exposição, constituiu a base do estudo levado a cabo pela PUBLICAÇÃO: Paris: L'Harmattan, 2001 Autora e apresentado nesta obra. Com esse intuito, Cora Cohen DESC. FÍSICA: 218 p. analisa a evolução das relações entre a escola e o museu e ex- ISBN: 2-7475-2446-9 plora as formas mais eficientes e vantajosas de parceria entre as duas instituições de maneira a optimizar as visitas escolares e a torná-las elementos facilitadores de integração e autonomia da criança face à exposição e à experiência do museu. TÍTULO: I giovani e il museo: indagine pilota sui Resumo: O presente relatório trouxe a público os resultados do giovani di 19-30 anni di età residenti in Campania estudo piloto desenvolvido pelo Ufficio Studi do Ministero per i e in Veneto Beni e le Attività Culturali sobre o consumo cultural de jovens, AUTORES: Adelaide Maresca Compagna, Elisa na faixa etária dos 19-30 anos, residentes em duas regiões italianas, Bucci, Silvana Carmen Di Marco Veneto e Campania. À investigação interessava averiguar tanto o PUBLICAÇÃO: Roma: Ministero per i Beni e le comportamento dos jovens relativamente ao património cultural Attività Culturali. Ufficio Studi, [1999] e a iniciativas culturais, como as razões que os levam ao afastamento DESC. FÍSICA: 186 p. dos museus e os incentivos capazes de fomentar uma maior COLECÇÃO: Dossier participação. O relatório inclui a apresentação do estudo e a sua metodologia, o questionário utilizado e a análise dos dados, Boletim RPM n.º 19, Março 2006 apresentando ainda gráficos estatísticos e bibliografia de apoio. TÍTULO: Museums, objects and collections: a cultural study AUTORA: Susan M. Pearce PUBLICAÇÃO: London; New York: Leicester University Press, 1992 DESC. FÍSICA: 296 p. COLECÇÃO: Leicester Museum Studies ISBN: 0-7185-1442-4 Resumo: Os princípios da teoria construtivista do ensino-aprendizagem colocam o indivíduo no centro do processo, enquanto agente activo do conhecimento, construindo sentido e significados a partir das suas experiências e vivências. Nesta obra, George Hein apresenta as bases teóricas do conceito de Museu construtivista e proporciona aos profissionais um guia de trabalho no campo da função educativa do museu. Para aumentar o potencial educativo do museu, o Autor percorre ainda a história da educação no museu, examinando a sua relação com as teorias educativas de Dewey, Piaget e Vygotsky e apresenta casos ilustrativos de estudos de visitantes, instrumento fundamental para avaliação dos programas educativos desenvolvidos. Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus O Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus presta Serviços apoio à formação teórica e científica dos profissionais de museus, estudantes, docentes e investigadores, servindo utilizadores internos – Com o objectivo de tornar mais eficaz o acesso e a utilização das fontes técnicos e colaboradores do IPM e dos museus da RPM – e externos, e recursos documentais que gere e produz, o Centro de Documentação pela disponibilização de fontes e de recursos de informação especializados da RPM disponibiliza aos utilizadores um conjunto de serviços, que incluem: nas várias áreas de acção dos museus. Serviço de referência Pedidos de pesquisa local ou à distância, por telefone ou correio electrónico. Fundo Documental Consulta local de documentos O fundo documental do Centro constituído por tipologias documentais diversificadas – monografias, publicações periódicas e artigos em suporte Empréstimo de documentos de papel e electrónico, trabalhos científicos e material não livro – Restringido a monografias, a requisição poderá ser solicitada localmente encontra-se organizado em áreas temáticas definidas especificamente ou à distância, por correio electrónico, com a possibilidade do envio para o Centro de Documentação da RPM, com base nas necessidades e da devolução dos documentos ser efectuada por correio normal. de informação especializada dos seus utilizadores. As áreas temáticas, por sua vez, distribuem-se em três blocos: Reprodução de documentos Museologia e património. Teoria e prática Centro de Documentação on-line Museologia Conservação e restauro Educação e museus Gestão de museus Exposições História dos museus Gestão do património Estudos de públicos Arquitectura de museus No site da RPM - http://www.rpmuseus-pt.org/ - acesso a conjunto de conteúdos, designadamente: – Pesquisa do catálogo informatizado – Bibliografias temáticas – Destaques bibliográficos publicados no Boletim RPM – Listagem de Publicações Periódicas existentes no Centro de Docu- Edições de museus Museus - Colecções e património Museus - Divulgação Museus - Exposições Museus - Acção educativa mentação e/ou em acesso livre on-line – Bases de Dados de Publicações Periódicas em acesso livre on-line – Listagem bibliográfica dos Trabalhos de Investigação – Listagem bibliográfica das Edições apoiadas pelo PAQM – Referências bibliográficas organizadas em Dossiês Temáticos Generalista Cultura e Sociedade Arqueologia Arte Serviço de Difusão Selectiva de Informação Serviço personalizado de difusão da informação para divulgação de documentação integrada no catálogo que corresponda a áreas temáticas de interesse dos utilizadores. A adesão ao serviço efectua-se mediante o preenchimento da ficha de adesão (disponível no site da RPM) e do seu envio para o Centro de Documentação, por correio normal ou electrónico. Boletim Bibliográfico Boletim de periodicidade trimestral, em formato pdf, para divulgação Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus de novas incorporações no catálogo. Para o receber, o utilizador deverá Aberto ao público às segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h30 às 18h30. enviar o pedido para o correio electrónico do Centro de Documentação. A marcação prévia de consulta é aconselhada, podendo ser efectuada por telefone ou correio electrónico. Além do conjunto de serviços acima mencionados, o Centro de Documentação dá agora início à produção de um Destacável, incluído, Calçada da Memória, 14 - 1300-396 Lisboa a partir deste número, no Boletim RPM. O destacável, pensado como Tel. 21 361 74 90 uma colecção de fichas individuais que o utilizador poderá arquivar, Fax 21 361 74 99 irá conter os Destaques bibliográficos que até agora se publicavam no [email protected] Boletim e a divulgação de obras, notícias e informações de interesse www.rpmuseus-pt.org para os utilizadores.