Conselho de Museus Credenciação de Museus

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Conselho de Museus Credenciação de Museus
março 2006
19
> Conselho de Museus
[ editorial ] A consolidação de medidas
> Credenciação de Museus
propiciadoras da qualidade nos museus e
Conselho de Museus
a busca de soluções integradas em parceria
Em 28 de Dezembro do ano passado, foi publicado o Decreto-Lei
com os mesmos museus e com outras
nº 228/ 2005, que cria o Conselho de Museus e regula a sua
entidades interventoras na área museológica
composição, competência e regime de funcionamento. A criação
para 2006
são vectores determinantes da acção da
deste órgão decorre da Lei Quadro dos Museus Portugueses e pre-
> Centro de Documentação
RPM em 2006. A experiência vivida ao longo
tende constituir um amplo e abrangente colégio de consulta para
da RPM – Destacável
destes cinco anos permite colocar em
a execução da política museológica, designadamente no que se
> Projecto Museus e Acessibili-
evidência, num primeiro momento, um
refere à credenciação de museus.
> RPM – Balanço do ano de
2005
> RPM – Plano de Actividades
dade, por Clara Mineiro e Rita Melo
> Nota breve sobre os museus
e as colecções das universidades
europeias, por Marta C. Lourenço
intenso debate de ideias em torno da
formulação de um projecto até então inédito
na cultura portuguesa, em que os elevados
níveis de participação e de envolvimento
> Notícias Museus RPM
Credenciação de Museus
dos agentes interessados foram essenciais
No dia 25 de Janeiro foi publicado em Diário da República o
> Edições de Museus RPM
ao bom sucesso da sua fase inicial e
Despacho Normativo nº 3/ 2006, que estabelece a credenciação
> Em agenda...
lançaram as boas sementes que viriam a
de museus e aprova o seu formulário de candidatura. Na sequência
acompanhar as subsequentes fases de
da publicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses este docu-
desenvolvimento. Nestas fases, que se
mento é mais um importante instrumento para a qualificação
prolongam até ao presente, diferentes
das entidades museológicas nacionais. A credenciação de museus
momentos marcaram (e marcam) a evolução
e a sua consequente integração na Rede Portuguesa de Museus
em curso, desde a primeira noção de
exige o cumprimento de todas as funções museológicas
“adesão à rede” e de cumprimento de
enumeradas na Lei Quadro, bem como a existência de instalações
quesitos por parte dos museus, até à
adequadas, de recursos humanos e financeiros.
concepção e execução de programas
Com a publicação deste Despacho Normativo torna-se possível
regulares de apoio a museus e à preparação
às entidades, que assim o entenderem, apresentar as suas
de uma lei enquadradora da realidade
candidaturas à credenciação e a consequente integração na RPM.
> Outras Notícias
- Museus em Maio
- Colecções de ciências físicas e
tecnológicas em museus universitários
- Lançamento do livro Os Museus
Municipais de Cascais
- Seminário anual do GAM
- Encontro sobre Prevenção e
Protecção contra riscos em museus,
bibliotecas e arquivos
- Encontro de Serviços Educativos de
Museus
> Dissertações
> Encontros
museológica, perpassadas sempre as
(cont. na página 2)
(continuação da página anterior)
diferentes etapas por uma contínua aliança entre reflexão
dos normativos que vêm a ser preparados pelos museus
e prática, entre aprofundamento de noções e o respectivo
nas áreas regulamentares e da conservação preventiva,
teste no terreno. Desta experiência acumulada e da
os quais têm em vista uma gestão mais rigorosa das
adaptação aos novos adquiridos, motivados pela aplicação
colecções e das próprias instituições museológicas.
da legislação de enquadramento e pela evolução do
Publicam-se neste boletim dois artigos que abordam
próprio panorama museológico nacional, resulta o plano
problemáticas que, embora distintas, são de grande
de actividades da RPM, de que se dá conta no primeiro
actualidade: o primeiro sobre o tema dos Museus e
número deste ano do presente boletim.
Acessibilidades, da autoria de duas técnicas do IPM,
Fica o arranque de 2006 marcado no plano museológico
Clara Mineiro e Rita Melo, dá conta do trabalho efectuado
pela publicação de dois diplomas legislativos que irão
a partir deste instituto em prol da melhoria da
permitir pôr em prática os pressupostos definidos na Lei
acessibilidade nos museus, trabalho pioneiro e que visa
Quadro sobre a credenciação de museus. Com efeito, a
lançar sementes para diferentes museus. O segundo
publicação do Decreto-Lei n.º 228/2005, de 28 de Dezembro,
artigo, de Marta Lourenço, resulta da investigação levada
que cria o Conselho de Museus, e do Despacho Normativo
a cabo sobre o tema dos museus universitários europeus
nº 3/2006, de 25 de Janeiro, referente ao formulário de
e da qual resultou a obtenção do grau de doutoramento
credenciação, são peças fundamentais à composição do
no Conservatoire National des Arts et Métiers em Paris,
cenário jurídico que alicerça a própria Rede Portuguesa de
o que é naturalmente motivo de regozijo para o avanço
Museus e toda a política museológica nacional.
dos estudos protagonizados por investigadores portu-
A evolução do projecto da RPM e as concretizações já
gueses.
atingidas encontram reflexo no programa anual do
A atribuição neste mês de Março dos apoios financeiros a
Encontro dos Museus desta rede que tem lugar no corrente
museus da RPM, correspondentes às candidaturas de 2005,
mês de Março e onde serão apresentados os resultados
permite finalmente encarar o corrente ano com a perspectiva
da qualificação de dois museus apoiados pelo Programa
de concretização de um plano de actividades que inclui
Operacional da Cultura, quer na readaptação de edifícios
algumas novas direcções de trabalho. A renovação dessas
históricos à função museológica, quer na ampliação de
linhas de trabalho, não obstante a continuidade de
instalações para a prestação de novas valências. A
directrizes definidas pelas Linhas Programáticas da RPM,
articulação entre o IPM, através da RPM, e o POC, tem
dá azo a que nas áreas da comunicação e da afirmação
sido constante ao longo destes anos, não apenas na
da RPM iniciemos 2006 também com a imagem renovada.
emissão de pareceres relativos ás candidaturas apre-
Pretende-se com esta alteração, desde já patente no presente
sentadas, mas também no posterior acompanhamento
número do boletim e com repercussão nos diferentes
no terreno da respectiva execução de que alguns frutos
instrumentos de comunicação a lançar ao longo do ano,
são já hoje visíveis, tendo melhorado substancialmente
tornar visíveis as novas linhas de trabalho e os desafios
as condições dos museus beneficiados e dos respectivos
que agora se colocam.
visitantes. No mesmo encontro dá-se igualmente conta
Clara Camacho
Subdirectora do Instituto Português de Museus
RPM – Balanço do ano de 2005
Em 2005 foi criada a Estrutura de Missão Rede Por-
de 2005, as seguintes acções desenvolvidas pela
tuguesa de Museus por Resolução do Conselho de
Estrutura de Missão:
Ministros nº117/2005, de 30 de Junho, publicada na
– Acções respeitantes à aplicação no terreno da Lei
I série B nº139 em 21 de Julho de 2005, permitindo
Quadro dos Museus Portugueses, designadamente no
a total continuidade de tarefas e de competências
que concerne à adaptação dos Museus integrados na
atribuídas à anterior Estrutura de Projecto.
RPM ao novo enquadramento legal;
Tendo em conta os objectivos definidos para a RPM
– Continuação das linhas de trabalho definidas para
desde a sua criação, destacam-se, ao longo do ano
a RPM: difusão de informação; formação de profissio-
2 | Boletim Trimestral
Notícias RPM
nais de museus; prestação de apoios especializados a
tes documentos: Regulamento Interno do Museu, Política
entidades museológicas;
de Incorporações, Normas e Procedimentos de Conservação
– Dinamização dos instrumentos de divulgação,
Preventiva, Plano de Segurança e Livro de Sugestões e
mediante a introdução de alterações pontuais, tais
Reclamações. Com o propósito de articular linhas de tra-
como novas rubricas no Boletim trimestral e a criação
balho e de colaborar com os museus na preparação des-
de um mini-sítio dedicado ao Dia Internacional dos
tes documentos, a EMRPM tem facultado aos museus
Museus no Sítio da RPM na Internet;
interessados documentos de referência e de orientação.
– Disponibilização de novos cursos no Programa de
Quanto à entrada em vigor do novo sistema de cre-
formação da RPM.
denciação de museus, no final de 2005 foi aprovado e
A cativação de verbas do orçamento do IPM que teve
publicado o Decreto-Lei nº 228/2005, de 28 de Dezem-
lugar no mês de Setembro de 2005 inviabilizou
bro, que cria o Conselho de Museus, e já em Janeiro do
algumas das acções previstas no plano de actividades
corrente ano foi publicado o Despacho Normativo do
para o ano transacto, designadamente no eixo da
Formulário de Candidatura à Credenciação (Despacho
informação e em especial na execução dos apoios
Normativo nº 3/2006, de 25 de Janeiro).
financeiros aos museus no âmbito do Programa de
Em 2005 foram realizadas outras visitas a museus da
Apoio à Qualificação de Museus, iniciativas que serão
RPM no âmbito de inaugurações de exposições, de lan-
levadas a efeito em 2006.
çamentos de edições, de participação em Encontros e
do acompanhamento de projectos específicos.
• Eixo de Credenciação
À semelhança dos anos anteriores teve lugar o Encontro
A Estrutura de Missão iniciou em 2005 o acompanha-
anual dos Museus da RPM, que em 2005 teve a forma
mento do processo transição para o novo enquadra-
de Encontro único, em plenário, realizado em Lisboa, no
mento legal de todos os museus que integraram a
Museu Nacional de Etnologia, no dia 17 de Março de
RPM, desde 2001 a 2004, com excepção dos museus
2005, contando com a presença de 62 participantes.
tutelados pelo IPM. Os resultados da reapreciação da
No âmbito da credenciação de museus e das exigên-
situação destes museus deverão ser finalizados até
cias de qualidade expressas na Lei Quadro dos Mu-
Setembro de 2006, ou seja até dois anos após a publi-
seus Portugueses, a Dr.ª Madalena Braz Teixeira,
cação da Lei Quadro, prazo legal estabelecido no art.
Directora do Museu Nacional do Traje, proferiu uma
140º para os museus “se adaptarem ao cumprimento
comunicação acerca da Política de Incorporações e dos
das funções museológicas previstas na (…) lei”.
Planos de Segurança do Museu Nacional do Traje.
Como primeira etapa deste processo, a EMRPM efectuou
Foram também apresentados projectos de Museus da
* Projecto educativo da Casa-Museu Leal
um diagnóstico da situação dos 78 museus integrados
RPM que mereceram apoios por parte do IPM/RPM*
da Câmara e restantes Museus da Câma-
na RPM e não dependentes do IPM ou das Direcções
e um projecto de cooperação entre o Museu Carlos
Regionais de Cultura, averiguando deste modo os seus
Machado de Ponta Delgada e o Museu Victoria &
principais problemas. Após a análise dos elementos soli-
Albert de Londres.
nização e equipamento das Reservas do
citados aos museus para esta reavaliação, foram iniciadas
Durante o Encontro decorreu uma mostra de edições
Museu Amadeo de Souza-Cardoso; Pro-
as visitas a cada um a partir de 30 de Outubro, tendo si-
apoiadas pelo IPM/ RPM, incluindo monografias, rotei-
jecto de estudo e edição do Museu Muni-
do visitados até ao fim do ano 18 museus, cujos respon-
ros e publicações de carácter educativo.
sáveis e tutelas foram alertados para os aspectos que exi-
No âmbito da promoção da articulação entre os mu-
gem maior atenção. Foram igualmente realizadas visitas
seus da RPM e do apoio à troca de experiências e de
e reuniões com os responsáveis dos museus tutelados pe-
boas práticas, o IPM/RPM associou-se ao Encontro dos
las Direcções Regionais da Cultura das Regiões Autóno-
Museus RPM do Distrito de Setúbal, promovido e reali-
mas da Madeira (9 de Junho) e dos Açores (9 e 10 de No-
zado no Ecomuseu Municipal do Seixal, no dia 24 de
vembro) tendo em conta à sua adequação à Lei Quadro.
Maio do passado ano.
À luz da Lei Quadro passaram a ser obrigatórios os seguin-
Foi ainda organizado pelo IPM/RPM um encontro
ra Municipal de Sintra; Projecto de criação de Sítio na Internet do Museu da Imagem em Movimento; Projecto de orga-
cipal de Penafiel.
Rede Portuguesa de Museus | 3
subordinado ao tema Práticas de Conservação
tugal [2000-2003], uma co-edição OAC e IPM apre-
Preventiva em Museus da RPM que decorreu a 23 de
sentada ao público no Dia Internacional dos Museus no
Setembro no Museu Municipal de Faro e contou com
Museu Nacional de Arqueologia.
36 participantes.
Na mesma ocasião, no âmbito das comemorações do
Os referidos Encontros que reuniram Museus da RPM
Dia Internacional dos Museus de 2005, desta vez dedi-
demonstraram a importância do debate de ideias, do
cado ao tema Museus, Pontes entre Culturas, foi lançada
maior conhecimento mútuo e da troca de conheci-
a primeira reedição do Roteiro de Museus da RPM, com
mentos e práticas.
revisão de conteúdos e a inserção de mais quatro mu-
Destacamos ainda a participação do IPM/RPM como
seus, correspondendo a 120 museus no total.
co-organizador do 6º Encontro do Comité para as
Nos dias 18 e 19 de Junho de 2005 decorreu no Museu
Casas-Museu do ICOM-DEMHIST subordinado ao
Nacional de Arqueologia uma Feira de Réplicas e Mate-
tema Guardiães da Memória: a conservação de edifícios
rial Didáctico de Arqueologia, a cuja organização a
e das suas colecções, que decorreu entre 12 e 14 de
EMRPM se associou em parceria com o referido museu e
Outubro no Museu Nacional de Etnologia.
com a ARQA – Associação de Arqueologia da Amadora.
Esta Feira contemplou a apresentação de réplicas e de
• Eixo da Informação
material didáctico, ateliês, mesas redondas e projecções.
Neste Eixo programático, o Boletim trimestral da RPM
Em 2005, a EMRPM dinamizou a organização do
e o seu Sítio na Internet continuam a constituir os prin-
concurso “A minha escola adopta um museu”, uma
cipais instrumentos de divulgação das actividades da
iniciativa dos Ministérios da Cultura e da Educação
Estrutura de Missão e dos museus integrados.
junto dos museus que integram a RPM, cujos trabalhos
No âmbito da preparação de linhas de divulgação mais
apresentados a concurso serão expostos e os prémios
eficazes, destaca-se a iniciativa de criação de um “mini-
atribuídos no próximo Dia Internacional dos Museus.
sítio” integrado no Sítio na Internet da RPM para divulgação das actividades dos museus da RPM por altura da
• Eixo da Formação
celebração do Dia Internacional dos Museus e da inicia-
Em 2005, ao prosseguir o programa de acções de for-
tiva da Noite dos Museus.
mação, acrescentaram-se mais quatro acções novas:
Quanto ao Boletim, cuja qualidade e regularidade parece
Concepção de sítios de internet em museus (a pedido
ter continuado a corresponder às expectativas e necessida-
da Direcção Regional dos Assuntos Culturais da Madei-
des dos profissionais de museus, estudantes e especialistas
ra), Segurança, vigilância e atendimento em espaço mu-
em museologia, foram exploradas algumas possibilidades
seológico (a pedido da Direcção Regional da Cultura
de renovação a partir da criação de duas novas rubricas:
dos Açores), Atendimento e vigilância em museus e
as notícias Em agenda e as Edições dos Museus RPM. Em
Museus e educação (ver quadro, p. 5).
2005 foram editados mais quatro números do Boletim
Em 2005 registaram-se 226 pré-inscrições nas acções
da RPM, sendo o número de Dezembro o décimo oitavo.
de formação da RPM, as quais foram efectivamente
O Observatório das Actividades Culturais (OAC) levou a
frequentadas por 137 formandos. Quanto à depen-
cabo um estudo actualizado sobre os museus portugueses.
dência administrativa dos museus de que são pro-
A articulação institucional entre o OAC, o IPM e o Instituto
venientes, em 2005, os formandos de museus tutelados
Nacional de Estatística (INE) tem permitido obter um
pela administração local (41%) superaram os da admi-
conhecimento constante da evolução dos museus
nistração central (26%), ao contrário do que sucedera
portugueses, algo que é fundamental para a definição
em 2004. O número de formandos de museus
das linhas de trabalho do IPM no âmbito da Rede
dependentes da administração regional (21%) subiu
Portuguesa de Museus. O resultado deste estudo, que
exponencialmente pois foram realizadas acções de
também incluiu um inquérito aos museus da RPM, deu
formação nas duas Regiões Autónomas.
lugar à publicação do Panorama Museológico em Por-
Em 2005 houve uma clara predominância de forman-
4 | Boletim Trimestral
Horas
Formação
Pré-Inscrições
Formandos
6 a 9 e 20 a 24
de Junho
54
22
14
Braga
14 a 17 de Junho
24
17
11
3. Inventário do Património Cultural Móvel.
Princípios, metodologias e boas práticas
Faro
4 a 7 de Julho
24
19
13
4. Museus e Educação
Porto
26 a 29 de Setembro
24
52
24
5. Museus e Acessibilidades
Lisboa
10 a 12 de Outubro
18
23
17
6. Programação e Produção de Exposições
Viseu
24 a 27 de Outubro
24
49
23
7. Segurança, Vigilância e Atendimento em
Espaço Museológico
Ponta
Delgada
13 a 16 de Junho
24
25
18
8. Concepção de Sítios de Internet em Museus
Funchal
6 a 8 de Junho
18
20
17
210
226
137
Curso
Local
1. Introdução às Práticas de Conservação
Preventiva
Lisboa
2. Atendimento e Vigilância em Museus
Data
TOTAL
Empresas Públicas 1%
Empresas Públicas 1%
Privados
Privados
11%
11%
Administração
Administração
local 41%
local 41%
Administração
Administração
regional
regional
21%
21%
Administração
Administração
central
central
26%
26%
Tutelas dos museus de que são provenientes os formandos
Utilização do Centro de Documentação da RPM
dos da Região de Lisboa e Vale do Tejo (38%), seguida
presencial, tendo em conta a possibilidade de pes-
da região Norte (18%), dos Açores (13%) e da Madeira
quisa do catálogo on-line e do envio das obras por
(13%), do Centro (7%) e do Algarve (7%) e, finalmen-
correio normal. No total, o Centro de Documentação
te, do Alentejo (4%).
contou com 115 utilizadores, entre os quais se des-
Quanto à categoria profissional dos formandos, continua
tacam profissionais/investigadores a frequentar pós-
a verificar-se a elevada frequência de técnicos superiores
-graduações ou mestrados.
(57%), seguida de técnicos (17%), de administrati-
No final de 2005, o catálogo do Centro de Documen-
vos/auxiliares (15%), que este ano contou com uma
tação da Rede Portuguesa de Museus integrava 1342
acção específica (Atendimento e vigilância em museus) e,
registos, incluindo monografias, publicações periódicas
por último, de dirigentes (11%).
e material não livro.
Durante o ano de 2005, o Centro de Documentação
da RPM manteve em funcionamento os serviços de
• Eixo da Qualificação
apoio à pesquisa, consulta presencial, reprodução, em-
Ao longo do ano de 2005 foi dada continuidade ao
préstimo e reserva de documentos. O tratamento téc-
Programa de Apoio Técnico de modo idêntico ao
nico da documentação – organização, descrição e análise
seguido nos anos anteriores. Foram também analisadas
– foi uma das principais actividades realizadas, permitindo
e avaliadas candidaturas ao Programa de Apoio à
a actualização constante do respectivo catálogo, também
Qualificação de Museus, mas não foi possível dar
acessível on-line, a divulgação de bibliografias temáticas
execução cabal à atribuição dos apoios, devido à
e o destaque de obras no Boletim RPM.
cativação de verbas inscritas em PIDDAC, o que implicou
Ao longo do ano, notou-se a tendência para o cres-
que a efectivação dos apoios financeiros fosse agendada
cimento do serviço de empréstimo face à consulta
para o primeiro semestre de 2006.
Rede Portuguesa de Museus | 5
No âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de
tivas instalações e duas consultorias no âmbito da
Museus foram analisados cento e oito projectos can-
programação museológica.
didatados por parte de quarenta e um museus da RPM
O aconselhamento e o acompanhamento técnico pres-
de diferentes tutelas. De acordo com a avaliação, elegi-
tado por elementos da equipa da EMRPM também de-
bilidade, inovação, qualidade dos projectos e adequa-
correu em 2005 em continuidade com as linhas de
ção dos perfis apresentados, o júri decidiu atribuir um
trabalho habituais, sendo mais frequentes os problemas
total de 466.420,67 Euros correspondente ao apoio
relacionados com a programação ou reprogramação
de 80 projectos. As Actas de apreciação das candi-
museológica, o inventário, a renovação das exposições,
daturas apresentadas mereceram homologação por
os instrumentos de comunicação, os recursos humanos
parte do Secretário de Estado da Cultura em 28 de
e a inserção orgânica dos museus nas respectivas tutelas.
Dezembro, sendo que a celebração dos respectivos
Acordos de Colaboração e a atribuição efectiva dos
• Eixo da Articulação e da Cooperação
montantes decorreu no passado dia 23 em Março
As candidaturas ao Programa Operacional da Cultura,
de 2006 (ver caixa, p. 9).
bem como alguns dos projectos candidatos a Progra-
Ao longo do ano foi efectuado o controlo da execução
mas Operacionais Regionais foram sujeitos a pareceres
técnica e financeira dos projectos apoiados pelo PAQM
técnicos do IPM, competência que tem estado dele-
nos anos anteriores. Apesar dos atrasos de alguns dos
gada na EMRPM.
projectos, assistimos a um crescente número de pro-
Em 2005 foram emitidos quatro pareceres referentes
jectos finalizados, muitos dos quais de assinalável qua-
a candidaturas apresentadas à Medida 1.2 do Programa
lidade. Os apoios têm, a título de exemplo, corres-
Operacional da Cultura – Modernização e Dinamização
pondido à concretização de edições em diversos
dos Museus Nacionais. No que respeita à Medida 2.2.
suportes, destinadas a diferentes tipos de públicos, à
– Utilização das Novas Tecnologias de Informação para
remodelação de reservas e dos seus equipamentos,
Acesso à Cultura – do mesmo Programa Operacional,
à utilização regular de instrumentos de monitorização
foram emitidos seis pareceres.
das condições ambientais com consequências directas
À semelhança do ano anterior, também em 2005 a
na melhoria do estado de conservação dos espaços e
EMRPM foi solicitada para acompanhar a execução
dos acervos, à concepção e produção de actividades
de alguns dos projectos apoiados pelo POC, tarefa
educativas inovadoras e exemplares, nomeadamente
que implicou, durante o ano de 2005, a emissão de
quanto à atenção dada a públicos de diferentes grupos
memorandos e a realização de visitas e de reuniões
etários e com necessidades especiais.
com sete entidades.
Através do Programa de Apoio Técnico a Museus*,
Destaca-se a articulação constante com a Comissão de
* Este Programa contempla consultorias
a EMRPM continuou a prestar consultorias especiali-
Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
técnicas nas seguintes áreas: Programa-
zadas a museus, integrados ou não na RPM, em funcio-
através da emissão de treze pareceres a projectos
namento ou em processo de criação. A importância
candidatados à Medida 1.4 da Operação Norte e da
destes apoios técnicos é notória sobretudo porque têm
presença de representantes da EMRPM em dez reuniões
ajudado a evitar a tempo problemas futuros.
de acompanhamento da execução das candidaturas,
No ano passado, foi concedido apoio técnico na área
linhas de trabalho que se têm revelado de crescente
da conservação preventiva a seis museus da RPM e a
exigência e que permitem a avaliação progressiva da
outras seis entidades ainda em fase de instalação ou
implementação dos projectos comparticipados.
de qualificação. Na área do inventário e do estudo
A Direcção do IPM esteve ainda presente nas sessões
de colecções houve apenas um pedido de consultoria
de apresentação e debate das futuras linhas de apoio
técnica por parte de um museu da RPM. Foram ainda
a abranger pelo sétimo Programa Quadro da União
solicitados dez pareceres de arquitectura a projectos
Europeia por convite da CCDR de Lisboa e Vale do
de criação de museus ou de renovação das respec-
Tejo e da CCDR do Norte. ❚
ção Museológica; Estudo de Colecções;
Inventário e Documentação; Conservação
6 | Boletim Trimestral
Preventiva; Educação; Arquitectura.
RPM – Plano de Actividades para 2006
A aplicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses
Em 2005 foram concluídas e divulgadas as Bases
irá direccionar em grande medida a actuação da EMRPM
Orientadoras para elaboração do Regulamento Interno
em 2006 para a conclusão e divulgação dos instru-
dos Museus Portugueses, bem como criado e coorde-
mentos legais relacionados com a abertura de candi-
nado pela Direcção do IPM o grupo de trabalho de
daturas de novos museus à credenciação e para o
especialistas na área da conservação preventiva que
acompanhamento atento do processo de transição dos
preparou o documento referente às Normas e Proce-
museus que integram actualmente a RPM.
dimentos de Conservação Preventiva, divulgado no En-
Para além desta linha de trabalho terão continuidade
contro Anual dos Museus da RPM que se realizou no
as vertentes de actuação enquadradas nos eixos pro-
passado dia 24 de Março (ver caixa, p. 8).
gramáticos redefinidos em 2005 – Credenciação, Informação, Formação, Qualificação e Articulação e Coope-
• Museus da RPM
ração –, os quais permitem consubstanciar outras
A comunicação regular com os museus da RPM man-
competências da RPM relacionadas com a promoção
tém-se como uma das linhas de trabalho fundamentais
de formação especializada, a prestação de apoio
da Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus
descentralizado no País e o estabelecimento de formas
que se pretende reforçar em 2006, designadamente
de cooperação integrada.
através da realização do já referido Encontro Anual,
de visitas técnicas e do acompanhamento de projectos.
• Eixo da Credenciação
Serão realizadas visitas técnicas aos museus localizados
Com a publicação do Despacho normativo nº 3/2006,
nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e
de 25 de Janeiro referente ao formulário de candidatura
efectuados contactos institucionais com as respectivas
à credenciação de museus (ver caixa, p. 1), o qual
Direcções de Cultura dos Governos Regionais. Está já
será objecto de publicação em livro e no sítio da
programada uma visita ao Museu de Santa Maria e ao
Internet da RPM, fica aberta a possibilidade de novos
Museu da Graciosa para o final do mês de Março e
museus se candidatarem à credenciação e de virem
uma visita aos Museus da Madeira a programar para
a integrar a RPM.
o final do primeiro semestre.
A par das tarefas relacionadas com a abertura de candidaturas à credenciação, a Estrutura de Missão Rede
• Eixo da Informação
Portuguesa de Museus irá dedicar-se ao acompanha-
A aposta na difusão e na partilha de informação man-
mento e ao apoio individualizado do processo de tran-
tém-se como um dos eixos prioritários de actuação da
sição dos museus que integram a RPM, tendo em con-
EMRPM, não apenas entre os museus da RPM, mas
ta as exigências do novo enquadramento legal.
também entre o IPM/RPM e um vasto leque de en-
Em 2006, e em especial no primeiro semestre do ano,
tidades, desde o universo total dos museus portugue-
a actividade da RPM estará bastante centrada nesse
ses, aos seus organismos de tutela ou às universidades
propósito, destacando-se a necessidade da conclusão
com cursos na área da museologia.
das visitas técnicas a todos aqueles museus, a análise
O Boletim trimestral da RPM continuará a ser um veícu-
dos documentos obrigatórios agora exigidos e a
lo privilegiado de disseminação regular de informação.
elaboração das Adendas aos Relatórios de Adesão à
A reformulação do sítio da RPM será concretizada em
RPM, as quais irão incluir a proposta de tomada de
2006 em articulação com os serviços centrais de
decisão acerca da permanência dos museus na RPM,
informática do IPM no âmbito da criação de novos
caso se considerem conformes com o actual enqua-
sítios de museus tutelados pelo Instituto.
dramento legislativo.
As comemorações do Dia Internacional dos Museus
Rede Portuguesa de Museus | 7
serão pretexto para reforçar a divulgação dos museus
– Museu e acessibilidades
da RPM junto da comunicação social e do público.
– Programação e produção de exposições
– Segurança em museus
• Eixo da Formação
– A criação de sites em museus (no Continente e na Re-
A concepção e a produção de um programa de acções
gião Autónoma dos Açores)
de formação é uma linha de trabalho que será conti-
– Atendimento e vigilância em museus (Região Autónoma
nuada em 2006, prevendo-se, no entanto, algumas
da Madeira)
alterações de temáticas e de metodologias.
Tendo em conta necessidades dos utilizadores, em
Serão realizadas 8 acções de formação para profissionais
2006 procurar-se-á melhorar e diversificar os serviços
de museus, de forma descentralizada, em diversos
do Centro de Documentação da RPM. Para além da
locais do País, entre Maio e Outubro:
possibilidade de consulta on-line no sítio da RPM e do
– Programas educativos em museus
empréstimo à distância anteriormente existentes, serão
– Inventário do património móvel
implementadas as seguintes funcionalidades: edição e
Encontro dos Museus da RPM
O Encontro Anual dos Museus da RPM teve lugar no dia 24 de Março no auditório Museu Nacional de
Etnologia, em Lisboa. Contando com a participação de dirigentes e técnicos dos museus que integram
a RPM e de representantes das Direcções Regionais de Cultura dos Açores e da Madeira, esta reunião
de trabalho teve um perfil adequado ao momento crucial em que os museus se encontram no âmbito
da sua transição para o novo enquadramento legal introduzido pela Lei Quadro dos Museus Portugueses.
Da parte da manhã, a cargo do Director e da Subdirectora do IPM e da Coordenadora-adjunta da RPM
foram apresentados o Balanço das Acções da RPM em 2005 e o Plano de Actividades da RPM para 2006,
ambos profundamente marcados pelo novo panorama legislativo e pelas acções daí decorrentes.
Beneficiando de significativos apoios do Programa Operacional da Cultura e do acompanhamento da
IPM/RPM, dois museus foram escolhidos para dar testemunho da recente qualificação das suas instalações:
“Casa Museu de Camilo – renovação e ampliação”, por José Manuel Oliveira (Responsável técnico da
Casa de Camilo) e “Museu Municipal de Vila Franca de Xira – reinstalação do núcleo-sede”: Graça Nunes
(Directora do Museu Municipal de Vila Franca de Xira).
No período da tarde, foram alvo de atenção e de debate documentos obrigatórios à luz da Lei Quadro:
Em primeiro lugar, foram divulgadas bases orientadoras para a elaboração de “Normas e procedimentos
de conservação preventiva”, efectuadas por um grupo de trabalho constituído por elementos do IPM e
do Instituto Português de Conservação e Restauro (IPCR): Conceição Borges de Sousa (Conservadora
do Museu Nacional de Arte Antiga), Joana Amaral (Conservadora-restauradora do Museu Nacional de
Etnologia), Mathias Tissot (Conservador-restaurador do Museu Nacional de Arqueologia) e Gabriela
Carvalho (Coordenadora do Departamento de Conservação do IPCR).
Em seguida, foram apresentados exemplos de Regulamentos Internos de Museus: “Regulamento do
Museu Alberto Sampaio”, por Isabel Fernandes (Directora do Museu de Alberto Sampaio) e “Regulamento
do Museu de Olaria”, por Cláudia Milhazes (Directora do Museu de Olaria).
No campo da cooperação entre museus da RPM, um eixo de acção da RPM em fase nascente, foi
salientado o projecto de inventário do museu da Indústria Baleeira da Ilha do Pico, por Graça Filipe
(Directora do Ecomuseu Municipal do Seixal) e por Leandra Peixoto (Consultora da RPM no Museu do
Pico/ Museu da Indústria Baleeira).
8 | Boletim Trimestral
PAQM 2005 – Projectos apoiados
No dia 23 de Março decorreu no Museu Nacional de Etnologia a cerimónia de celebração dos acordos
de colaboração que formalizou a concessão de apoios aos museus Rede Portuguesa de Museus ao abrigo
do Programa de Apoio à Qualificação de Museus (PAQM), cujas candidaturas foram remetidas à RPM
entre 15 de Junho e 15 de Julho de 2005.
Foram quarenta e um museus a efectuar a candidatura de cento e oito projectos. Tendo em conta a
respectiva elegibilidade, premência pela inovação, qualidade dos projectos e a adequação dos perfis
apresentados, o júri decidiu apoiar oitenta projectos a promover por trinta e nove museus, correspondendo
a um total de 466.420,67 Euros.
As actas de apreciação das candidaturas apresentadas mereceram homologação por parte do Secretário
de Estado da Cultura em 28 de Dezembro, tendo sido os respectivos Acordos de Colaboração celebrados,
no dia 23 de Março de 2006, em cerimónia pública no Museu Nacional de Etnologia, que contou com
a presença da Ministra da Cultura, do Director e da Subdirectora do Instituto Português de Museus.
Os projectos apoiados serão divulgados no próximo Boletim.
divulgação por correio electrónico de um Boletim
Está em fase final de elaboração uma proposta de
Bibliográfico de periodicidade trimestral para divul-
alteração do actual Programa de Apoio à Qualificação
gação de novas incorporações no catálogo; serviço
de Museus, com efeitos a partir de 2007.
personalizado de difusão da informação aplicado às
necessidades específicas dos utilizadores; divulgação
• Eixo da Articulação e Cooperação
on-line das publicações periódicas e dos trabalhos de
A Estrutura de Missão dará continuidade ao estabele-
investigação existentes no Centro, bem como das edi-
cimento de formas de cooperação entre a RPM e
ções apoiadas pelo IPM/RPM e de dossiers temáticos.
outras entidades e estimulará a articulação entre os
O seu horário de abertura ao público será alargado
próprios museus da Rede numa perspectiva de opti-
para três tardes por semana (2ªs, 4ªs e 6ªs), mantendo-
mização de recursos e de partilha de conhecimentos.
se o atendimento à distância e o empréstimo domi-
Uma das formas de estímulo à cooperação entre
ciliário, a par da continuação da constituição e trata-
museus da RPM será a do apoio a projectos em parceria
mento do fundo documental e da aquisição de novas
entre museus da RPM nas áreas da investigação, das
obras em domínios mais carenciados da Museologia.
exposições, das edições e dos projectos educativos
no âmbito do novo programa de apoio financeiro.
• Eixo da Qualificação
Em paralelo serão motivadas e apoiadas diferentes for-
Tendo em conta o cenário de contenção financeira
mas de cooperação de base regional ou temática de
verificado em 2005, a formalização dos apoios decor-
iniciativa dos museus que integram a RPM.
rentes da apreciação das candidaturas ao Programa
Mantém-se a articulação com os programas operacio-
de Apoio à Qualificação de Museus (PAQM) de 2005
nais na gestão da atribuição de fundos comunitários
só foi efectivada no passado dia 23 de Março, em
a museus, em especial com o POC e com os Programas
cerimónia pública no Museu Nacional de Etnologia,
Operacionais Regionais, bem como com o Observatório
na qual foram celebrados os acordos de colaboração
das Actividades Culturais (OAC) e com o Instituto
entre as entidades museológicas beneficiárias e o
Nacional de Estatística (INE). ❚
Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de
Museus. (ver caixa, p. 9)
Rede Portuguesa de Museus | 9
Artigo
Projecto Museus e Acessibilidade
Clara Mineiro e Rita Melo*
* Clara Mineiro. Instituto Português dos
Museus. Divisão de Divulgação e Formação
O Projecto Museus e Acessibilidade, iniciado no IPM
2. Linhas de Trabalho
Rita Melo. Instituto Português dos Museus.
em princípios de 2003, Ano Europeu da Pessoa com De-
O projecto tem tido três linhas de trabalho levadas a
Divisão de Projectos e Obras
ficiência, partiu da assinatura de um protocolo com
cabo mais ou menos em simultâneo.
várias entidades ligadas a pessoas portadoras de defi-
A redacção do Manual de Boas Práticas constituiu o
ciência: a Federação Nacional de Cooperativas de
primeiro trabalho conjunto e teve o objectivo de apon-
Solidariedade Social (FENACERCI) para a deficiência
tar o caminho para a ultrapassagem dos vários obstá-
mental, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portu-
culos à acessibilidade dos museus. Traça um diagnóstico
gal (ACAPO) para a deficiência visual, o Instituto Jacob
inicial das situações mais graves e sugere boas práticas
Rodrigues Pereira (IJRP) para a deficiência auditiva, a
para melhorar as condições de acolhimento dos museus
Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Núcleo
e propor novas leituras das colecções.
Regional do Sul (APPC-NRS) para a deficiência motora
A estrutura do livro foi definida por todos os parceiros
e também a Associação Nacional de Arte e Criatividade
do protocolo atrás referido, que se ocuparam da redacção
de e para Pessoas com Deficiência (ANACED).
dos conteúdos relativos a cada ponto, de acordo com
Este protocolo tem permitido desenvolver um trabalho
a sua perspectiva. À Divisão de Divulgação e Formação
de equipa importante em que é de salientar a assessoria
do IPM coube assegurar a discussão, a coerência e a
dos representantes da ACAPO e da FENACERCI.
unidade dos contributos de cada uma das partes e
No IPM a equipa envolve a Divisão de Projectos e
integrá-las num texto que se pretendeu coerente.
Obras, a Divisão de Divulgação e Formação, bem
A publicação Museus e Acessibilidade, segundo volume
como, tanto quanto possível, as equipas dos museus
da Colecção Temas de Museologia, foi editada em 2004
que acolhem as exposições no âmbito deste projecto.
e encontra-se à venda nas lojas dos museus do IPM,
Museu de Évora. Rampa exterior
estando também disponível para download no portal
1. Conceito de Acessibilidade
do IPM (www.ipmuseus.pt).
O conceito de acessibilidade que defendemos tem
Enquanto ainda decorria a fase anterior, tiveram início
um sentido lato. Começa nos aspectos físicos e arqui-
Acções de Formação com o objectivo de sensibilizar para
tectónicos – acessibilidade do espaço – mas vai muito
as questões da acessibilidade as equipas dos museus,
para além deles, pois também diz respeito à acessibili-
a começar pelos seus directores. A formação interna,
dade da informação e do acervo, tocando componen-
cujos destinatários foram os directores e técnicos dos
tes determinantes do foro social, intelectual e emocional.
museus do IPM, teve lugar ainda em 2003, no Museu
Para além disso, há que ter em conta que a acessibi-
de Alberto Sampaio (Guimarães) e no Museu do Chiado
lidade não diz respeito só a pessoas portadoras de
(Lisboa). Depois disso tem sido feita formação externa
deficiência. Diz respeito a cada um de nós, com as
no âmbito do Plano de Formação da Rede Portuguesa
riquezas e limitações que a diversidade humana
de Museus para os museus aderentes. Realizaram-se
contém e que nos caracterizam em diferentes fases
acções de formação em 2004 no Museu dos Biscaínhos
da vida, de maneira temporária ou permanente.
(Braga), em 2005 no Museu de Ciência (Lisboa) e está
A nossa capacidade de ver, ouvir, falar, andar ou
prevista outra para 2006.
compreender não é sempre a mesma ao longo da
Pretendemos, por fim, aplicar as boas práticas que
nossa existência. É por isso que devemos então falar
recomendamos fazendo Exposições Acessíveis, em que
antes em necessidades especiais, as que cada um de
ensaiamos em exposições temporárias soluções que
nós, pessoas ditas “normais”, pode ter num momento
nos parecem contribuir para a melhoria das suas con-
ou outro do seu percurso de vida.
dições de acessibilidade.
10 | Boletim Trimestral
Museu de Évora.
Rampa de acesso à exposição
Museu de Évora.
Cadernos de informação na recepção
3. Exposições Acessíveis
em conta quando se quer escrever um texto acessível:
3.1. Projectar para todos
usar uma linguagem simples e directa, evitar conceitos
Uma exposição acessível começa por ter um bom
abstractos, usar palavras curtas da linguagem falada
Programa de exposição, organizado, sintético e completo,
no dia a dia, ilustrar o que se quer dizer com exemplos
que desde o início contemple todos os aspectos que
práticos, incluir apenas uma ideia principal por frase,
se querem ver reflectidos no Projecto. O rosto das ideias
utilizar sempre a mesma palavra para o mesmo conceito
que estão na base da concepção da exposição é, por
e manter uma pontuação.
fim, a Museografia: os acessos, os percursos, a distribuição
Museu de Évora.
Conjunto de três cadernos de informação
Museu de Évora. Separador do caderno
de informação em Braille para informar
que a peça seguinte é uma pintura com
imagem táctil
Museu de Évora. Josefa de Óbidos – Natureza-morta com cesta com frutos e flores
física das obras, as tabelas, os painéis, os textos, a
3.3. Casos de Estudo
sinalética, as condições de iluminação, de humidade
Museu de Évora
e de temperatura são os elementos com que o projectista
Núcleo provisório na Igreja de Santa Clara
vai jogar para fazer passar as mensagens.
O Museu de Évora fechou para obras em meados de
E as mensagens só atingem os destinatários se o projecto
2004 e só se prevê a sua reabertura em 2007. Durante
for concebido para todos, proporcionando aos visitantes
este período optou-se por ter patente ao público um
uma visita confortável, autónoma e acessível. Para isso,
conjunto de peças importantes e representativas da
é necessário que sejam adoptadas boas práticas de
colecção do museu na Igreja de Santa Clara, espaço
trabalho que tenham por base princípios de design
cedido pela Diocese de Évora. Foi por isso concebida
inclusivo, para que o visitante tenha a impressão de
uma exposição temporária que abriu ao público em
que a exposição foi feita a pensar nele.
Agosto de 2004 e a que se chamou Núcleo Provisório
O design inclusivo tem por objectivo desenvolver
na Igreja de Santa Clara.
teorias e princípios para resolver problemas, com vista
A acessibilidade do espaço foi conseguida através da
a possibilitar que todos utilizem, até onde lhes seja
instalação de uma rampa com corrimão para acesso
possível, as mesmas soluções físicas – simplificar a vida
do exterior, da implantação de toda a exposição num
a todos, fazendo com que os produtos, os serviços e
plano horizontal ultrapassando os desníveis preexis-
o meio edificado sejam utilizáveis por um número
tentes no interior da igreja, da colocação das vitrinas
cada vez maior de pessoas de todas as idades, estaturas
e de tabelas a uma altura apropriada para um visitante
e capacidades, sem ter necessariamente custos adicio-
sentado em cadeira de rodas, que pode circular sem
nais. A acessibilidade de uma exposição deve ser vista
problemas ao longo da exposição.
como uma mais valia e um factor competitivo e lucra-
Para facilitar a acessibilidade da informação, e uma
tivo, cada vez mais incontornável, podendo marcar a
vez que os textos de parede eram longos e algo comple-
diferença pela qualidade e aumentar assim o número
xos, produzimos um caderno de apoio / roteiro com
de potenciais visitantes.
textos em português (também em versão Braille/le-
O bom senso deverá ser a linha orientadora para a
tras ampliadas) e inglês, em que se sugere um per-
resolução dos problemas concretos e a definição de
curso com pontos de paragem junto das peças mais
prioridades. A acessibilidade aos museus não pode ser
importantes e se disponibiliza informação em três
encarada como uma obrigação à partida impossível
níveis de linguagem.
de pôr em prática, ou obstáculo ao processo criativo
Também houve a preocupação de facilitar a aces-
que é a concepção de uma exposição. Deve ser sobre-
sibilidade do acervo para pessoas com deficiência
tudo uma chamada de atenção para aspectos que le-
visual. Algumas das esculturas expostas podem ser
varão à mudança das mentalidades.
tocadas com luvas especiais a fornecer na bilheteira.
Essa informação é também dada no caderno em
Museu de Évora. Representação táctil
da pintura de Josefa de Óbidos
3.2. Escrever para Todos
Braille, que inclui igualmente representações tácteis
Tão importante como projectar para todos, é preciso
de algumas pinturas.
escrever para todos. Há princípios que se devem ter
Em Março e Abril de 2005 foi feito um inquérito aos
Rede Portuguesa de Museus | 11
visitantes para avaliar os vários aspectos da aces-
exposição em que todos podiam tocar em vários
sibilidade da exposição. A maioria esmagadora dos
pontos do percurso.
inquiridos (97%) não encontrou obstáculos físicos
Os recursos atrás referidos foram concentrados em
que interferissem com a visita. Relativamente à
vários pontos devidamente assinalados espalhados
informação escrita, 64% dos inquiridos visitou a
pela exposição e ligados pelo corrimão guia. Nestes
exposição consultando o caderno de apoio, e 74%
postos o visitante podia encontrar réplicas para
deles achou que o facto de haver informação em três
tocar, folhas de sala de nível 1 ou 3 e auriculares
níveis facilitou muito a compreensão das peças. Foi
para ouvir os textos gravados.
curioso verificar que, ainda que a maior parte dos
Tal como em Évora, foi feito um inquérito para avaliação
inquiridos fossem licenciados, 40% preferiu consultar
da acessibilidade da exposição por parte dos visitantes.
os textos de nível 1 (os mais simples), 32% os de
Os inquéritos foram recolhidos no final de Fevereiro
nível 2 e só 28% os de nível 3 (os mais complexos).
e vão agora ser analisados. Como amostragem,
Várias pessoas disseram ter recorrido alternadamente
analisámos os dados relativos à informação escrita em
aos três níveis de informação ao longo da visita.
50 desses inquéritos. É curioso concluir que, de acordo
Museu de Cerâmica.
Cadeira elevatória para acesso ao 2º piso
do edifício das Exposições Temporárias
com esta amostragem, nesta exposição 82% não usou
Museu de Cerâmica
o equipamento áudio e só 48% dos inquiridos con-
Rafael Bordalo Pinheiro e a Fábrica de Faianças
sultou as folhas de sala. E destas, as mais consultadas
das Caldas da Rainha
(30 % dos visitantes que consultaram as folhas de sala)
Esta exposição temporária decorreu de 2 de Julho de
foram as folhas PARA SABER MAIS… (nível 3). Talvez
2005 a 27 de Fevereiro de 2006 e neste caso a equipa
possamos concluir que os textos de parede (nível 2)
levou a cabo uma experiência com características
foram a melhor fonte de informação e que a sua
diferentes da anterior.
simplificação foi uma aposta correcta.
Para tornar o espaço mais acessível, fizeram-se várias
Como balanço, podemos pensar que as experiências
adaptações no anexo das exposições temporárias do
atrás relatadas, ainda que sejam os primeiros passos
museu. Colocou-se uma rampa de acesso no exterior
dados num longo caminho ainda a percorrer, são po-
e uma porta automática na entrada, instalou-se uma
sitivas, têm tido bom acolhimento junto dos visitantes
cadeira elevatória para aceder ao 2º piso e fixou-se na
e também dos profissionais dos museus. Esperamos
parede de edifício um corrimão/guia para invisuais ou
que este artigo contribua também para disseminar
pessoas com mobilidade reduzida. Está implícito que
práticas que consideramos boas junto de mais museus
todo o espaço entre vitrinas e painéis permitia a circu-
e que conduza a uma maior atenção às questões das
lação de uma cadeira de rodas.
acessibilidades nas instituições museológicas. ❚
Museu de Cerâmica. Corrimão marcando
o percurso no acesso ao 2º núcleo expositivo
Informação acessível foi fornecida em vários
formatos: escrito, em textos de parede (curtos e com
letra de tamanho bastante grande) e em folhas de
Museu de Cerâmica. Réplica e exemplo
de hierarquização da informação
sala; áudio, em textos gravados; e vídeo, em filmes
sobre os processos de produção. Por sua vez, a
informação escrita foi fornecida em três níveis de
dificuldade: prepararam-se textos de nível 2 para os
resumos afixados nas paredes, mas também de nível
3, mais complexos, para as folhas de sala PARA
SABER MAIS… e nível 1, mais elementares, para as
folhas de sala SIMPLIFICANDO…
A acessibilidade do acervo foi desta vez garantida
pela colocação de réplicas de algumas das peças em
12 | Boletim Trimestral
Museu de Cerâmica.
Ponto de acessibilidade
no 1º núcleo expositivo
Museu de Cerâmica. Ponto de acessibilidade no 3º núcleo expositivo: réplica,
auriculares e folhas de sala (SIMPLIFICANDO... e PARA SABER MAIS...)
Nota breve sobre os museus e as
colecções das universidades europeias
* Investigadora. Museu de Ciência
Marta C. Lourenço*
da Universidade de Lisboa.
[email protected]
Ninguém sabe quantos museus e colecções univer-
complexos, encadeados, estruturais e, por vezes, de
sitárias existem na Europa. O que sabemos, porém,
resolução problemática e contraditória.
é que o património universitário europeu é extrema-
Em primeiro lugar, há um problema de percepção.
mente significativo. Entre 2000 e 2004 tive o pri-
Existe frequentemente a tendência para olhar para
vilégio de visitar cerca de 200 museus e colecções
os museus universitários tendo os outros museus –
universitárias, de todos os tamanhos e tipos, em
nacionais, locais, regionais – como referência. Isto é
50 instituições de ensino superior público de 10
de certa forma natural e inclusivamente aplicável
países. As colecções universitárias europeias cobrem
no caso de grandes museus universitários como o
quase todas as áreas do conhecimento humano,
Fitzwilliam Museum (Universidade de Cambridge),
das artes e humanidades às ciências da vida, das
o Musée des Arts et Métiers (CNAM) ou o Museu de
ciências ditas ‘exactas’ e engenharia à matemática
História Natural de Berlim (Universidade Humboldt
e musicologia. Custa a crer que um património tão
de Berlim). Contudo, para a esmagadora maioria dos
importante seja tão pouco conhecido do grande
museus universitários, esta perspectiva é parcial e
público e, salvo raras excepções, desperte tão pouco
enganadora. A influência do sector dos museus sobre
interesse por parte das autoridades nacionais e
os museus universitários apenas se torna determinante
europeias, bem como, na maioria dos casos, das
muito recentemente, quando o seu papel começou
próprias universidades que são responsáveis por
a ser questionado pela própria universidade. De uma
esse mesmo património.
forma geral, é apenas a partir do final dos anos 60
No espaço deste artigo é-me impossível discutir os
que muitos museus universitários europeus começam
dilemas e desafios que enfrentam hoje a generalidade
a olhar para os seus congéneres não-universitários
dos museus e colecções universitárias europeias,
em busca de inspiração no que diz respeito a modelos
nem posso aprofundar problemas relacionados com
de organização, carreiras, públicos e, frequentemente,
a sua tipologia ou a utilização dos termos ‘museu’
em busca de uma identidade2.
Para aprofundar estes e outros aspectos,
e ‘colecção’ no contexto da universidade1. Limitar-
Os museus e colecções universitárias não podem
cf. M.C. Lourenço 2005. Between two
-me-ei a expor sucintamente a situação presente,
ser compreendidos sem ter em conta as particulari-
bem como os desenvolvimentos recentes em dife-
dades das universidades nas quais estão integrados.
rentes países europeus. Terminarei com uma reflexão
A razão é simples. Desde há 450 anos que os museus
doutoramento, Conservatoire National
sobre a importância dos museus e colecções universi-
e colecções universitárias têm sido criados, organiza-
des Arts et Métiers, Paris (acessível em
tárias para as sociedades contemporâneas. O patri-
dos e expandidos, mas também negligenciados e
http://correio.cc.fc.ul.pt/~martal).
mónio universitário português merece, por si só,
desmantelados por professores e investigadores, no
um artigo e será aqui abordado apenas de passagem.
activo e na reforma, reitores, estudantes, bibliotecá-
1
worlds: the distinct nature and contemporary significance of university museums and
collections in Europe. Dissertação de
2
rios, etc.. Se a natureza, história e modus operandi
De resto, este rapprochement entre
museus universitários e a generalidade
dos museus tem início na América do
O que se passa com os museus universitários?
das universidades não for tida em consideração, é
Se o património universitário é importante, por que
inevitável que a complexidade das colecções univer-
razão é tão pouco valorizado, tão pouco conhecido?
sitárias se nos revele esmagadora, as razões da sua
Qual é o problema dos museus e colecções univer-
organização e existência caóticas e arbitrárias e a
sitárias? Na realidade, não existe um único problema,
sua dimensão pública muito abaixo dos padrões
mas sim múltiplos problemas – teóricos e práticos,
museológicos, considerados minimamente aceitáveis.
Norte, sendo o seu efeito sentido na Europa cerca de uma década mais tarde.
Rede Portuguesa de Museus | 13
Podemos – e devemos – utilizar os outros museus
geologia decidiram que o país não podia dar-se ao
como referência (o que agora se designa por
luxo de possuir tantos institutos4. Assim, procederam
benchmarking), mas sempre após uma análise pro-
a uma reforma curricular que durou 20 anos, levou
funda da natureza, história e significado dos museus
ao encerramento de quatro institutos (Amsterdão,
e das suas colecções, no contexto das universidades
Groningen, Leiden e Delft) e à consequente disper-
Patrimoine et musées – l’institution de la
onde estão sediados. Este aspecto fundamental nem
são, transferência e em muitos casos perda de cerca
culture. Hachette, Paris) não fazem refe-
sempre é compreendido, quer por quem olha ‘de
de 8 milhões de espécimes geológicos e fósseis. Em
rência aos museus universitários. Ou me-
fora’, quer, muitas vezes, por aqueles que olham
2003, o Departamento de Geologia da Universidade
para este fenómeno ‘de dentro’. Este é o primeiro
Católica de Lovaina foi encerrado – o destino das
problema dos museus universitários3.
colecções é desconhecido. O mesmo poderá suceder
do; porém, o facto de pertencerem a uma
O segundo problema dos museus universitários é
com o Departamento de Geologia e Paleontologia
universidade relega-os para uma posição
de fundo e de complexa resolução: o papel que os
da Universidade de Clausthal (L. Schmitz, in litt.
museus e as colecções das universidades podem
11 Outubro 2003) e com o Instituto de Antropologia
desempenhar, quer nos sistemas de ensino superior,
da Universidade Humboldt de Berlin (U. Creuz,
tido moderno do termo, mas pelo facto
quer nas sociedades contemporâneas, não se encon-
com. pess. 10 Junho 2004), ambos na Alemanha.
de ter sido criado na Universidade de
tra actualmente nem claramente formulado, nem
A Universidade de Amesterdão “privatizou” o Jardim
Oxford é ignorado. Da mesma forma, o
compreendido. Na realidade, o problema não é
Botânico em 1988 e actualmente tenciona transferir
novo – a indefinição começou em meados do século
cerca de 14 milhões de espécimes do seu Museu de
XX – mas houve uma época em que o papel dos
Zoologia para o Museu Nacional de História Natural
Pádua também aparece como tal), mas a
museus universitários era claro. Hoje, de uma forma
em Leiden (Naturalis), acabando assim de vez com
sua função pedagógica primordial é des-
geral, tal não acontece. “Para que servem as co-
as suas colecções científicas . Não são apenas as co-
valorizada e frequentemente omitida.
lecções quando o que precisamos são laboratórios
lecções de história natural que se encontram em
melhores e mais bem equipados que nos permitam
risco. O Museu Robert Koch, um museu histórico-
3
É de sublinhar que obras de referência
sobre história dos museus (e.g. E.P.
Alexander, 1979. Museums in motion.
American Association for State and Local
History, Nashville ou D. Poulot, 2001.
lhor, estes são mencionados porque o seu
papel na história dos museus é demasiadamente importante para ser ignora-
secundária. Por exemplo, o Museu
Ashmolean (1638) é geralmente considerado o primeiro museu do mundo no sen-
Jardim Botânico da Universidade de Pisa
(1540) é apresentado como o primeiro do
5
recrutar os melhores alunos, professores e investiga-
biográfico dedicado à vida e ao trabalho científico
dores para competir a nível nacional e internacio-
do Prémio Nobel da Medicina de 1905, está em
nal?”, “Para que precisamos de colecções e de mu-
risco de ser desmantelado porque a Universidade
seus se ninguém os usa para o ensino e a
Humboldt de Berlin vendeu o edifício onde o Museu
investigação, que é precisamente o que determina
se encontra instalado para suprir despesas de funcio-
mundo (por vezes o da Universidade de
4
S.W.G de Clercq, 2003. The ‘Dutch
approach’, or how to achieve a second
life for abandoned geological collections.
Museologia, 3: 27-36.
o financiamento do ensino superior?”, “Qual a utili-
namento (W. Donath, in litt. 12 Julho 2005). Em
dade do património nas parcerias que queremos
clara violação do Código Deontológico do Conselho
desenvolver com a indústria e o mundo empresa-
Internacional dos Museus (que, de resto, é muito
rial?”, “Claro que os museus e as colecções são
pouco conhecido nas universidades, infelizmente),
importantes – são a nossa jóia da coroa – mas quem
a Universidade Fisk, em Nashville, Tennessee (USA)
paga?”, “Quem paga a preservação, o estudo e a
anunciou muito recentemente que pretende vender
interpretação dos museus, das colecções e, já agora,
dois quadros da famosa Colecção Stieglitz para com
dos observatórios astronómicos, das bibliotecas, la-
o montante da venda construir um novo edifício
boratórios e outros edifícios históricos?”. Estas ques-
de laboratórios e recrutar professores e investigado-
tões – ou variantes mais ou menos rebuscadas –
res. O Reitor considerou a operação normal, um me-
fazem parte do quotidiano da esmagadora maioria
ro “realinhamento patrimonial”6. Os exemplos su-
5
À data da escrita deste texto, a decisão
relativa à transferência das colecções do
Museu de Zoologia da Universidade de
Amesterdão ainda não está tomada.
dos directores e conservadores de museus universitá-
cedem-se e nem sequer são muito recentes. Se os
rios um pouco por toda a Europa.
museus universitários estão em “crise”, estão-no pra-
Nos anos 70 e 80, face a um declínio gradual do
ticamente desde o pós-guerra. Na verdade, não são
número de estudantes, as cinco universidades holan-
os museus que estão em crise; são as próprias uni-
desas que detinham departamentos e institutos de
versidades que atravessam uma profunda crise estrutu-
6
Cf. Tennessean.com, http://www.tennes-
sean.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/200
60119/COLUMNIST0107/601190366/1101,
19 January 2006, accessed 27 February
14 | Boletim Trimestral
2006). Na altura em que escrevo, a venda
ainda não se tinha materializado.
Existem hoje associações de profissionais
ral, de identidade e de recursos desde os anos 70 e
Rec (2005)13 sobre o património das universidades
de museus universitários em oito países,
80. Convém colocar as coisas nos seus devidos lugares.
europeias (cf. caixa em destaque, p. 16).
7
quatro deles europeus: a Associação Co-
Portugal tem estado mais ou menos indiferente a
reana de Museus Universitários (KAUM,
A resposta à “crise”
estes desenvolvimentos, quer no que diz respeito
Museums and Galleries (ACUMG, 1980) nos
A quem quer que se atribua a “crise”, o que é certo
às reformas das universidades e ao inevitável impacto
Estados.Unidos; o British University Museums
é que esta originou, a partir dos anos 90, uma
sobre as colecções, quer ainda na capacidade de
Group (UMG, 1987); o Council of Australian
considerável mobilização de profissionais de museus
coordenação e de organização dos profissionais. As
universitários e não-universitários em diversos países
universidades portuguesas possuem um património
e a nível internacional. O património das universi-
muito significativo e, tal como noutros países, os
holandesa Stichting Academisch Erfgoed
dades estava (está) em risco e era (é) preciso agir.
primeiros museus portugueses tiveram origem em
(SAE, 1997); a University Museums in
A Austrália, a Grã-Bretanha e a Holanda iniciaram
colecções universitárias de ensino e investigação.
levantamentos exaustivos e sistemáticos do patrimó-
Hoje em dia existirão cerca de 30 a 40 museus e
nio universitário nacional, tendo igualmente sido
colecções universitárias em Portugal10, de importân-
criadas as primeiras associações de museus e co-
cia heterogénea. Um verdadeiro levantamento do
O financiamento público das universida-
lecções universitárias7. Nalguns países – como em
património universitário português encontra-se por
des europeias é muito complexo, mas ti-
Itália, que tem um património universitário extre-
fazer e é urgente. Os museus e colecções universitá-
mamente rico, inclusivamente o único museu uni-
rias portuguesas sofrem há décadas de indefinição,
versitário que é Património Mundial da UNESCO,
de falta de recursos financeiros, de enquadramento
vestigação. Nestas condições, é difícil
o Jardim Botânico da Universidade de Pádua – foi
legal e institucional (a grande maioria não se encon-
financiar museus e património. A Grã-Bre-
a Conferência de Reitores das Universidades Italianas
tra sequer inscrita nos Estatutos das respectivas
tanha conseguiu recentemente que os or-
que tomou para si a responsabilidade de proceder
universidades), de autonomia, de acessibilidade, de
ao levantamento dos museus e colecções, bem como
instalações minimamente adequadas, graves pro-
ao diagnóstico do seu estado de conservação e de
blemas de conservação, desadequação crónica em
da universidade, mediante o cumprimen-
acessibilidade, encorajando a criação de estruturas
pessoal qualificado, para além de reorganizações
to prévio de standards mínimos de pre-
de coordenação e de gestão comum por universidade
sucessivas e instabilidade. Um primeiro diagnóstico
servação e acessibilidade do público e das
(um sistema museale por universidade). Estas
foi feito há muito11, mas muito pouco ou nada se
iniciativas têm vindo gradualmente a dar frutos,
seguiu. Cada universidade vai improvisando, mais
sendo o exemplo mais interessante o da Grã-Breta-
ou menos isoladamente e como pode, o dia a dia
museus universitários quando estes nem
nha que, em 12 anos, conseguiu que o financiamen-
dos seus museus e colecções.
sequer têm pessoal ou condições mínimas
to de uma considerável parte dos seus museus e co-
1961); a Association of College and University
University Museums and Collections (CAUMAC, 1992); o Forum Permanente de
Museus Universitários, no Brasil (1992); a
Scotland (UMiS, 1998) e a Associación de
Museos y Colecciones Universitarios Españoles
(AMCUE, 2002).
8
picamente baseia-se numa fórmula matemática que depende do número de alunos e, em muitos países, do output de in-
çamentos para o funcionamento dos museus e das colecções universitárias fosse
considerado à parte do orçamento de ca-
colecções (para o qual os museus receberam financiamento prévio; não vale a pena falar em ‘standards’ museológicos em
de sobrevivência – é óbvio que é necessá-
lecções universitárias fosse atribuído através de uma
A importância do património universitário
dotação orçamental específica .
Face a este panorama geral, existem duas grandes
A nível internacional, as duas iniciativas recentes
posições possíveis e legítimas. A primeira é pragmá-
mais importantes foram a criação por doze univer-
tica e de impacto imediato, consistindo em admitir
sidades europeias da Rede UNIVERSEUM em 2000
que as universidades não dispõem actualmente das
e o reconhecimento pelo ICOM da especificidade
condições mínimas ou sequer de ambição para pre-
museums and collections still meaning-
dos museus e das colecções universitárias, através
servar, estudar e interpretar as suas colecções de
ful? Outline of a research project.
da criação de um comité internacional específico
acordo com os padrões estabelecidos pelo ICOM,
Museologia, 2: 51-60.
na Conferência de Barcelona em 2001: o UMAC
pela Museums Association, pela Loi des Musées, pela
(University Museums and Collections) . Porém, talvez
American Association of Museums, pela Lei-Quadro
a mais importante iniciativa internacional tenha
dos Museus Portugueses, etc.. Assim sendo, o melhor
tido lugar em 7 de Dezembro passado em Estras-
é colocar uma parte substancial do património
burgo. Nessa data, os 48 países do Conselho da Eu-
universitário à guarda de quem pode cuidar dele,
ropa aprovaram por unanimidade a Recomendação
a saber museus nacionais, regionais ou camarários
rio investir alguma coisa primeiro).
8
9
Cf. respectivamente www.universeum.de
e icom.museum/umac.
10
M.C. Lourenço, 2002. Are university
9
11
Associação Portuguesa de Museologia,
1982. Museus universitários. Sua inserção
activa na cultura portuguesa. Actas do
Colóquio APOM, Coimbra, 29 November3 December 1978. APOM, Coimbra.
Rede Portuguesa de Museus | 15
Conselho da Europa: Recomendação sobre o Património Universitário
No passado dia 7 de Dezembro de 2005, o Conselho da Europa adoptou por unanimidade a Recomendação
sobre o Governo e a Gestão do Património Universitário – Rec (2005) 13. A Recomendação resulta de um
longo trabalho de colaboração entre dois departamentos do Conselho – Ensino Superior & Investigação e
Património Cultural – e dirige-se primordialmente às administrações das universidades e aos governos nacionais.
O documento inclui recomendações específicas sobre políticas, legislação, governo e gestão, financiamento,
acessibilidade, sensibilização, laços com as populações locais e cooperação internacional.
Apesar de não ter força de lei, a Recomendação Rec (2005) 13 constitui um importante reconhecimento
político do património universitário europeu, bem como um poderoso instrumento de argumentação e
legitimidade para os museus e colecções universitárias. Em particular, a Recomendação solicita às administrações
das universidades que “considerem todas as partes integrantes do património como sua responsabilidade legal,
administrativa e moral” e apela à dotação orçamental para o financiamento do património universitário.
A Recomendação Rec (2005) 13 possui três partes: o texto da Recomendação propriamente dito, um Anexo
e um Memorando Explicativo. O texto integral encontra-se disponível em:
Versão inglesa: http://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?id=946661&BackColorInternet=9999CC&BackColorIntranet=FFBB55&BackColorLogged=FFAC75
Versão francesa: http://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?Ref=Rec(2005)13&Sector=secCM&Language=lanFrench&Ver=original&BackColorInternet=9999CC&BackColorIntranet=FFBB55&BackColorLogged=FFAC75
O Museu de Ciência da Universidade de Lisboa publicará o texto integral desta Recomendação no próximo
volume da revista Museologia (volume 4, fascículo 1) num artigo assinado por um dos dois autores do
texto, Sjur Bergan (Director do Departamento de Ensino Superior e Investigação do Conselho da Europa).
ou, mais genericamente, sob alçada dos ministérios
universitários no panorama cultural contemporâneo
da cultura. Independentemente desta mudança de
– já de si densamente povoado – se a sua identidade
tutela ser muito problemática sob diversos pontos
e proximidade ao centro do saber e do conheci-
de vista, trata-se de uma posição que tem sido
mento forem não só respeitadas como valorizadas.
adoptada na história recente das colecções univer-
A importância dos museus e das colecções universi-
sitárias europeias (colecções de instrumentos do
tárias para as sociedades contemporâneas resulta
Imperial College para o Science Museum de Londres,
principalmente da combinação de dois factores
gabinetes oitocentistas de Física das universidades
únicos: por um lado, a sua posição estratégica e,
holandesas para o Museu Nacional de História da
por outro, a natureza e especificidade das colecções
Ciência e Medicina Boerhaave em Leiden, bem co-
e, mais geralmente, do património universitário.
mo outros exemplos que apontei anteriormente).
Haveria muito a dizer sobre o potencial extraordi-
A segunda posição possível consiste em rejeitar
nário que resulta da posição inerente e real dos
soluções avulsas e de emergência e enfrentar o pro-
museus universitários – museus na universidade,
blema de fundo de forma coordenada e fundada
da universidade e para a universidade. A ideia de
em investigação séria. Por outras palavras, conhecer
museu universitário enquanto tipo ‘ideal’ de museu
objectivamente o que existe, através de levantamen-
é antiga. Foi defendida pela primeira vez na Assem-
tos por universidade e a nível nacional e simultanea-
bleia Geral do ICOM de Munique, em 196812. Porém,
mente procurar compreender o papel que as co-
e de certa forma, a história recente dos museus uni-
lecções universitárias podem desempenhar nas
versitários é uma história de oportunidades perdi-
sociedades contemporâneas. Analisando a experiên-
das. Compreende-se mal, por exemplo, porque é
cia de alguns países europeus, é muito interessante
que os museus universitários não ‘apanharam a
verificar que quanto mais caminhamos no sentido
onda’ da formação das carreiras dos profissionais
da compreensão da natureza do património universi-
dos museus, iniciada nos anos 70. Compreende-se
tário, mais nos apercebemos que este papel pode
mal que cursos de mestrado e de pós-graduação em
Estudantes da licenciatura em Pintura, no
Museu de Arte da Universidade de Tartu, Estónia, em Dezembro de 2003 (Foto M.C
Lourenço, cortesia Museu de Arte da Universidade de Tartu).
Colecção histórica de ensino da botânica:
painéis didácticos do Instituto de Botânica da
Universidade Louis Pasteur de Strasbourg,
séc. XIX (Foto: S. Soubiran, cortesia ULP).
Observatório Astronómico da Politécnica
(1878), o único observatório de ensino em
Portugal e que actualmente necessita de
obras urgentes de recuperação. Encontra-se
magnificamente implantado, no meio do
Jardim Botânico e no topo de uma colina sobre o Jardim e sobre Lisboa (Cortesia Museu
de Ciência da Universidade de Lisboa).
12
H.G. Rodeck, 1970. The university
museum. In: Museum and research: papers
ser tanto mais relevante quanto mais os museus
museologia ou conservação e restauro façam pouco
tirarem partido da sua condição de universitário. Por
ou nenhum uso dos museus universitários que
ICOM, pp. 39-44. Deutsches Museum &
outras palavras, existe um nicho para os museus
eventualmente existam na universidade, quer para
International Council of Museums, Munique.
16 | Boletim Trimestral
from the Eighth General Conference of
seminários, estágios de curta duração ou ainda para
tratem de colecções directamente resultantes de
os estudantes desenvolverem os seus ensaios, traba-
escavações, expedições, teses de doutoramento ou
lhos e teses com base nas colecções e exposições.
artigos científicos, quer se tratem de colecções
Compreende-se mal que investigadores e professores
reunidas para demonstrar, ilustrar ou explicar
em ciências sociais, comunicação, informática,
determinados fenómenos naturais, leis ou princípios
pedagogia, didáctica, história, e de tantas outras
científicos ou, quer ainda, equipamento técnico ou
áreas do saber, utilizem tão pouco os museus da
científico que entretanto se tornou, primeiro
sua própria universidade como fonte de investigação
obsoleto
e como recurso de ensino. Custa a crer que seja ra-
universitárias têm a particularidade de se encontra-
ro o museu universitário que faz interpretação
rem organizadas em função dos processos de cons-
pública da ciência e da investigação contemporâneas,
trução e transmissão do conhecimento nas mais
incluindo temas científicos de impacto social (como
diversas áreas disciplinares. Mais do que testemunhos
por exemplo, a tão actual gripe das aves), quando
materiais da diversidade cultural, artística e natural,
tem ao seu dispor investigadores potencialmente
mais do que documentar a evolução das ideias na
interessados em divulgar o seu trabalho a audiências
história natural, na história da ciência, da arte ou
mais amplas. Não se percebe que sejam tão poucos
da medicina, as colecções universitárias têm um
os museus universitários por essa Europa fora que
contributo mais vasto a dar às sociedades contempo-
constituam, de facto, ‘janelas’ entre a universidade
râneas: constituem a evidência material de como
e a sociedade, utilizando os recursos disponíveis como
o conhecimento humano nas suas mais diversas
alavanca de projecção pública. Reciprocamente, de
formas – artístico, natural e científico – foi sendo
que é que as universidades estão à espera para, através
criado e transmitido de geração em geração. Os
dos seus museus, chegarem efectiva e eficazmente a
objectos e espécimes das colecções universitárias
sectores cada vez mais amplos da sociedade,
materializam e dão vida à história do conhecimento
inclusivamente a potenciais futuros estudantes?
e possuem, mais frequentemente do que se julga,
Cf., por exemplo, a história dos con-
O segundo factor que torna os museus universitários
as marcas tangíveis dessa história13. Esta constitui
fetti no globo de Cassini da Univer-
relevantes para as sociedades contemporâneas é a
a natureza das colecções universitárias e é sob este
natureza das colecções e, mais genericamente, do
ponto de vista que merecem ser estudadas e inter-
património universitário. Neste caso, importa
pretadas para o público em geral.
ding the role of objects in university
distinguir três níveis: o das colecções propriamente
A história da criação e transmissão do conheci-
collections. ICOM Study Series, 11: 4-6.
ditas, do património edificado e do património
mento também é claramente visível no património
intangível das universidades.
universitário edificado, como o Laboratorio Chimico
Pelo menos há 450 anos que as universidades
da Escola Politécnica, a Biblioteca Joanina da Uni-
possuem colecções. À excepção de obras de arte ad-
versidade de Coimbra, os teatros anatómicos de
quiridas ou doadas para decorar gabinetes, salões
Uppsala e de Pádua, os frescos da Universidade de
nobres ou jardins e da memorabilia associada à
Bologna, a Orangerie do Jardim Botânico de
história institucional (ceptros, uniformes, trajes aca-
Montpellier, os Observatórios Astronómicos de Tartu
démicos, etc.), todas as colecções universitárias de
e de Nice, os colleges ingleses e tantos outros
todas as disciplinas estão directa ou indirectamente
laboratórios e bibliotecas, anfiteatros e aulas magnas.
associadas ao ensino e à investigação. As colecções
Este imenso património é representativo da articula-
universitárias são todas ‘científicas’.
ção entre espaço arquitectónico e as necessidades
Salvo em casos excepcionais, as colecções universi-
do ensino e da investigação, bem como da sua
tárias não se encontram organizadas em torno da
evolução ao longo do tempo. O património uni-
ideia de identidade nacional ou regional ou em
versitário imóvel também é testemunha da história
torno da ideia de um território partilhado. Quer se
do conhecimento, formando um sistema integrado
13
sidade de Bolonha descrita em S.W.G.
e
depois
‘histórico’,
as
colecções
de Clercq & M.C. Lourenço, 2003.
A globe is just another tool: understan-
Rede Portuguesa de Museus | 17
e coerente com as colecções. A relação estreita entre
abordagem múltipla e integrada, englobando ciência,
colecções e edifícios nem sempre é tida em conta
arte e natureza. Assim, será necessário ter em conta,
na valorização do património universitário.
não só a parte material correspondente a edifícios,
Uma palavra final sobre o património intangível
jardins, bibliotecas, museus e colecções de artefactos
das universidades. Actualmente, fala-se bastante em
e de espécimes naturais, mas também os savoirs
património intangível, por vezes de uma forma
faires, as práticas e os valores a eles associados ao
folclorística e demasiado vinculada às línguas e às
longo do tempo. Em suma, há que atender ao espaço
tradições orais não-ocidentais. O património intan-
e ao tempo, à forma e à função, ao tangível e ao
gível das universidades europeias é tanto ou mais
intangível. Poderá parecer extraordinário e de impos-
importante que o património tangível, um outro
sível concretização, mas em diversos países europeus
aspecto que é frequentemente ignorado. Numa
existem já universidades que têm reflectido sobre
primeira abordagem, o património universitário
estas questões e estão a aplicar este conceito inte-
intangível encontra-se nas tradições académicas e
grado ao seu património, com o apoio indispensá-
da vida estudantil, por vezes tão enraizadas nas tra-
vel de museus e de ministérios da cultura. Para tal,
dições culturais das cidades onde as universidades
é imprescindível o reconhecimento da especificidade
científico contemporâneo aos museus, ver
estão implantadas que é difícil distinguir o que é
deste património por parte das universidades, dos
também P. Brenni, 2000. Old artifacts and
tradição da cidade e o que é tradição académica.
ministérios de tutela e dos ministérios da cultura,
new challenges: the future of history.
Porém, o intangível no património universitário
sendo pré-condição essencial a realização de um
vai mais longe, sendo inclusivamente independente
levantamento exaustivo deste património e do seu
da data de fundação da universidade. O património
estado actual de preservação, enquadrado por uma
intangível das universidades europeias encontra-se
coordenação estreita entre as universidades de um
firmemente ancorado na identidade partilhada de
mesmo país, sobretudo no que se refere à resolução
uma gigantesca comunidade de professores, investi-
dos problemas de financiamento.
gadores e estudantes, de todas as disciplinas, que
A universidade do século XXI é forçosamente
há quase mil anos partilham um conjunto distinto
diferente da universidade proposta pelos irmãos
de práticas e de savoir faires, bem como valores que
Humboldt e Newman no século XIX. Se melhor ou
hoje constituem pilares fundamentais das sociedades
pior, as opiniões dividem-se e o debate persiste,
democráticas, como a liberdade de criação e de
sobretudo à luz do designado processo de Bologna
expressão, a universalidade, o internacionalismo,
e da natureza crescentemente ‘empresarial’ da
o espírito crítico e o pluralismo. Esta comunidade
universidade europeia. Isso, porém, pouco importa.
sempre circulou mais ou menos livremente, ignoran-
A universidade continua a ser um lugar de criação.
do fronteiras políticas ou religiosas, trocando
Seja em Lisboa, em Roma, Manila ou Bagdade, os
conhecimentos e espécimes da Universidade de
cidadãos desejam continuar a respeitar e a confiar
Altdorf para Lovaina e de Lovaina para Pádua
nas ‘suas’ universidades, esperando que contribuam
muito antes da Alemanha, Bélgica ou a Itália sequer
com a inovação e o conhecimento necessários ao
tura (Programa Operacional da Cultura) e
existirem. Não é certamente por acaso que das 66
progresso e enriquecimento das sociedades. Este cons-
pela Universidade de Lisboa.
instituições europeias que sobreviveram sem sofrer
titui o grande (e nobre) legado das universidades à
transformações significativas desde a Reforma até aos
humanidade, um legado que estas têm o dever e a
nossos dias, 62 são universidades (as outras quatro
responsabilidade de explicar às gerações do presente
são a Igreja Católica, a Igreja Protestante e os Parlamen-
e às que ainda estão para vir. As colecções, os museus
tos da Islândia e da Ilha de Man)16. Este facto, por si
e o património constituem o recurso material e ima-
só, devia implicar directamente todos os cidadãos
terial mais óbvio e importante que as universidades
europeus na valorização do património universitário.
dispõem para o fazerem de forma eficaz e, assim,
European universities, pp. 39-48. Council of
O património universitário carece – e merece – uma
prosseguirem a sua vocação criadora. ❚
Europe Publishing, Strasbourg.
Património científico contemporâneo no
Medical Museion, o Museu de História da
Medicina da Universidade de Copenhaga.
O GeneChip® é já um ícone da biomedicina contemporânea (Foto T. Söderqvist, cortesia Medical Museion)14.
14
Cf. T. Söderqvist, in press. Who’s afraid of
the recent biomedical heritage? Opuscula
Musealia (Universidade de Cracóvia). Sobre
os desafios colocados pelo património
Europhysics news, June: 16.
Laboratorio Chimico da Escola Politécnica, fotografado antes do restauro em curso. O Laboratorio abrirá ao público em Dezembro de
2006 (Foto M.C. Lourenço, cortesia do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa)15.
15
O restauro do Laboratorio Chimico e
áreas complementares está a ser financiado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, pelo Ministério da Cul-
16
W. Rüegg, 2002. The Europe of universi-
ties: Their tradition, function of bridging
across Europe, liberal modernisation. In N.
18 | Boletim Trimestral
Sanz & S. Bergan (eds.). The heritage of
Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
pelos Museus integrados na RPM
Parceria entre IPM e a Escola Superior
de Teatro e Cinema
O Instituto Português de Museus e a Escola Superior
(um telefone, um cinzeiro e um bastão de contra-regra);
de Teatro e Cinema assinaram em 18 de Maio de 2005
no Museu Nacional de Arte Antiga, uma tapeçaria
um protocolo de colaboração segundo o qual alunos
Gobelin do Séc. XVIII narrando a Visita de Alexandre
daquela escola elaborariam trabalhos de criação a partir
Magno ao ateliê de Apeles serviu de cenário a uma repre-
de peças dos acervos de museus dependentes do IPM.
sentação sobre o mito de Pigmalião, partindo de textos
Nesta primeira fase do trabalho, os museus envolvidos
vários; no Museu Nacional de Arqueologia, o mosaico
foram o Museu Nacional do Teatro, o Museu Nacional
romano O triunfo indiano de Baco serviu de pretexto para
de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arqueologia
o exercício inspirado em textos de Ésquilo e Eurípedes;
e o Museu Nacional dos Coches.
no Museu Nacional dos Coches o diálogo ocorreu entre
Nos dias 16, 17 e 18 de Fevereiro foram apresentados
os Coches da Embaixada ao Papa Clemente XI e textos
naqueles museus trabalhos feitos pelos alunos do 1ºano
com base em Plauto e António José da Silva.
do Curso de Teatro no âmbito da disciplina “Oficina
A qualidade dos trabalhos apresentados motiva o IPM
de Artes”. O ponto de partida foi o estudo de autores
a prosseguir e a aprofundar esta parceria, cujas poten-
clássicos, mas, num segundo momento, foram escolhidos
cialidades de colaboração numa perspectiva de contem-
objectos dos acervos dos vários museus para incluir no
poraneidade e de envolvimento dos jovens estudantes
exercício. No Museu Nacional do Teatro, recriaram-se
das artes performativas revelam grande oportunidade
textos de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes integrando
de cruzamento com as linhas de trabalho dos museus. ❚
objectos que pertenceram ao antigo cine-teatro Éden
Museu de Alberto Sampaio
– Escolha o prato, nós servimo-lo!
Uma das faces visíveis de um museu é o seu contacto
Alberto Sampaio oferece, às escolas que o desejem, visitas
com o público (melhor será dizer, com os públicos que
guiadas ao centro histórico de Guimarães, que é
o visitam). Por isso, o Museu de Alberto Sampaio, que
Património Cultural da Humanidade. Neste momento o
detém uma longa experiência no contacto com diversos
museu organiza um «prato completo» que inclui visita
públicos, e muito concretamente com os públicos escola-
temática ao museu e ao centro histórico.
res, tem agora disponível um cardápio com os diferentes
Há também um «prato» destinado aos professores e
tipos de visitas que organiza. Há visitas gerais, há visitas
aos guias turísticos que desejem preparar futuras visitas
temáticas, há visitas divertidas, há visitas de desco-
ao museu. Os Serviços Educativos têm todo o tempo
berta… enfim, um longo cardápio no qual seguramente
do mundo para ajudar professores e guias turísticos a
encontrará o seu «prato preferido»!
preparar conteúdos específicos para que a visita ao
No cardápio do museu encontrará visitas à sua medida:
museu agrade aos convidados, sejam eles alunos ou
desde visitas preparadas para os pequeninos da pré-
grupo turístico.
primária até ao público adulto, desde visita geral ao
museu até visitas temáticas como, por exemplo, «caça
aos anjinhos», «pé-ante-pé no museu», «cinco peças,
Informações e contactos
Museu de Alberto Sampaio
Rua Alfredo Guimarães, 4800-407 Guimarães
cinco histórias»...
Tel: 25 342 39 10 Fax: 25 342 39 19
No último ano, e numa colaboração estreita e profícua
[email protected], [email protected]
com a Zona de Turismo de Guimarães, o Museu de
www.ipmuseus.pt
Rede Portuguesa de Museus | 19
Museu do Ar
Informações e contactos
Museu do Ar
– Comemoração do Dia do Museu
Largo dos Pioneiros da Aviação
No dia 21 de Fevereiro foi celebrado o Dia do Museu
do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, foi efectua-
do Ar no pólo museológico da Base Aérea nº 1 em
da uma visita ao pólo museológico onde estão expostos
Tel.: 21 958 12 94
Sintra. Após a realização de uma cerimónia no auditório
alguns dos aviões mais importantes do acervo do museu. ❚
[email protected]
2615-174 Alverca do Ribatejo
Museu de Cerâmica de Sacavém
– “A propósito dos 150 anos da Fundação da Fábrica de Sacavém”
Quando em 1995 a Câmara Municipal deliberou a
distinção de obras.
permanência do antigo forno 18 da fábrica de Louça
A realização de “Inquéritos de Opinião” sobre a impor-
de Sacavém como monumento estrutural para a
tância do Património Industrial e Museus (para a
perpetuação desta fábrica, a par da construção de um
Juventude, em particular) será uma actividade a agitar
Museu, criou o pretexto de um constante e renovado
todo o Município, do qual se dará divulgação pú-
diálogo com um património activo, investido de muitas
blica em Novembro.
e variadas possibilidades de comunicação.
Criar “oficinas para a comunidade” para que em cada
A instalação do Museu de Cerâmica de Sacavém em
casa, se cuide e prolongue a vida das peças da Fábrica,
torno deste património industrial único, com a missão
no fundo, alimentando uma potencial Reserva, até à a-
de trazer o trabalho e a cerâmica/faiança para um dis-
presentação de “projectos de animação /evocação” com
curso patrimonial, tem exigido da Autarquia uma aten-
o grupo de Teatro Amador de Sacavém ClãDeCá serão
ção especial e a definição de uma estratégia comunica-
iniciativas que procurarão alargar públicos e inserir o
cional eficaz para a passagem deste valioso testemunho.
Museu de Cerâmica nos quotidianos de Lazer e Cultura.
A aposta na procura da qualidade e excelência tem
A realização, no final do ano, de uma Sessão Solene
permitido que este Museu tenha recebido o Prémio
e de um Encontro Internacional sobre a importância
Europeu de Património Industrial Luigi Micheletti 2002
do Património Industrial na Europa, com presenças já
do Fórum Europeu de Museus, pertença ao Clube de
confirmadas de Udo Gosswald (ICOM da Europa), de
Excelência da Associação Europa Nostra / The Best In
Tomislav Sola (Europa Nostra) e de Massimo Negri
Heritage e, finalmente, que tenha recebido, em
(Forum Europeu de Museus), farão com que muito
conjunto com o Museu Municipal de Loures, um
do Património ainda desconhecido e não apropriado
Prémio da APOM pelo melhor Serviço de Comunicação
pelas populações se revele e se justifique a permanência
/ Extensão Cultural 2004/5.
da sua memória.
A comemoração dos 150 anos da fundação desta
As marcas da pasta seca nas mãos, o calor dos fornos,
fábrica, dos quais mais de 100 foram a funcionar e a
o barulho das máquinas, as conversas animadas ou
apresentar, ao mercado de produção e consumo,
mais quentes, as alegrias ou nem por isso são a base
produtos de qualidade, inovação estética e de design,
de um património que se organiza e respeita e com
vai permitir que o património de trabalho conviva,
que se trabalha: uma efectiva partilha.
novamente, com todos.
Não se fala apenas do passado, ele é irrecusável.
A inauguração da exposição “150 peças, 150 anos”
O Museu de Cerâmica de Sacavém aposta no futuro,
Urbanização Real Forte
será o início de um vasto programa em que uma
com novas atitudes, novos parceiros, novos projectos
2685 Sacavém
abordagem pluridisciplinar do trabalho e da produção,
e melhores serviços.
tendências e correntes de Arte, autores e autoras
Na verdade, como se diz orgulhosamente ainda
estarão de mãos dadas com o lançamento do Prémio
“Sacavém é (mesmo) outra Loiça!” ❚
Informações e contactos
Museu de Cerâmica de Sacavém
Tel.: 21 940 98 00
Fax : 21 949 98 98
Bienal de Cerâmica Manuel Joaquim Afonso e respectiva
20 | Boletim Trimestral
Ana Paula Assunção. Museu de Cerâmica de Sacavém
[email protected]
www.museu-ceramica.com
www.redemuseusloures.com
Museu das Comunicações
– C a s a d o F u t u ro I n c l u s i v a
Em Maio de 2003 foi inaugurada no Museu das Comu-
com necessidades especiais um tema com grande
nicações a “Casa do Futuro Interactiva”. Na implemen-
impacto social e fortemente potenciado pela humaniza-
tação desta primeira “Casa do Futuro”, com projecto
ção das tecnologias, foi julgado oportuno fazer evoluir
de arquitectura de Tomás Taveira, houve a preocupação
a “Casa do Futuro” para “Casa do Futuro ao Serviço de
de instalar um elevado conjunto de tecnologias, ser-
Pessoas com Necessidades Especiais” ou “Casa Inclusiva”.
viços e facilidades, num ambiente confortável e mo-
Para o êxito desta nova versão da Casa, foi fundamental
derno, onde o visitante pudesse perceber a sua utilidade
o estabelecimento de Protocolos de colaboração e
no dia a dia, os custos envolvidos com cada solução e
aconselhamento com organizações especializadas na
Tel.: 800 215 216 ou 21 393 51 08 - 59
as infra-estruturas necessárias para a sua montagem.
área das deficiências ligadas à mobilidade, à cognição,
Fax: 21 393 50 06
Recentemente, este projecto foi repensado e renovado
à visão, à audição e à fala, as quais, deste modo,
com o propósito de dotar a “Casa do Futuro” de condi-
deram o seu aval ao interesse público deste projecto
ções necessárias para poder ser habitada por pessoas
e complementaram o apoio da Direcção de Info-Exclu-
com necessidades especiais. Sendo o apoio às pessoas
são e Necessidades Especiais da Fundação PT. ❚
Informações e contactos
Museu das Comunicações
Rua do Instituto Industrial, 16
1200-225 Lisboa
[email protected], www.fpc.pt
Museu Escolar de Marrazes
– Serviço Educativo no Dia do Doente
Tendo-se celebrado no dia 11 de Fevereiro o Dia do
e distribuíram desdobráveis do museu e moinhos de
Doente, o Museu Escolar incluiu esta comemoração
papel, fazendo lembrar, a alguns, a sua meninice.
no seu Serviço Educativo. Duas animadoras deslocaram-
Viveram momentos gratificantes e reconfortaram na
-se ao Hospital de S.to André, em Leiria, para visitarem
medida do possível os doentes.
os doentes internados no Serviço de Medicina I e II.
O Museu Escolar entende que as suas actividades
Vestidas de Marta e Zé, as figuras adoptadas como
devem sair do espaço próprio e animar não só os
Tel.: 24 481 27 01 Fax: 24 485 53 87
mascotes infantis do Museu Escolar, as animadoras
diferentes níveis etários, como também dar um pouco
[email protected]
conversaram individualmente com cerca de 80 doentes
de conforto aos que dele estão carenciados. ❚
Informações e contactos
Museu Escolar de Marrazes
Largo da Feira dos 18, Marrazes
2400-380 Leiria
www.museuescolar.pt
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
– A t e l i e r Ti c Ta c
Terminou no dia 17 de Fevereiro o “Atelier TicTac”
mentares destinadas a públicos adultos, concretizadas
concebido e desenvolvido pelo Serviço de Educação
num ciclo de sete conferências sobre a temática do
do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior e dedi-
funcionamento da atmosfera e a sua relação com os
cado à temática do Tempo. Destinado a crianças do
Ditados Populares, que contou com a colaboração do
pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos de escolaridade, este atelier
Dr. Costa Alves.
visou fundamentalmente a divulgação e a exploração
– Ciclo de conferências pelo Dr. Costa
pedagógica da exposição permanente do Museu e,
Alves – “Funcionamento da Atmosfera:
com mais detalhe, da exposição Arqueologia: colecções
Ditados Populares”
Museu de Francisco Tavares
de Francisco Tavares Proença Júnior. Como se fizessem
O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior apresen-
Proença Júnior
uma viagem no Tempo, os participantes eram condu-
tou no dia 7 de Fevereiro, a última conferência no
zidos num “comboio” que os transportava da actuali-
âmbito do ciclo temático dedicado ao “Funcionamento
dade à pré-história, com paragens em “estações”
da Atmosfera: Ditados Populares” apresentadas pelo
[email protected]
situadas em pontos-chave da exposição permanente.
Dr. Costa Alves. Esta conferência foi dedicada ao
www.ipmuseus.pt
Paralelamente, foram desenvolvidas actividades comple-
aquecimento global e ao efeito de estufa e concluiu
Informações e contactos
Largo da Misericórdia
6000-462 Castelo Branco
Tel.: 27 234 42 77; Fax: 27 234 78 80
Rede Portuguesa de Museus | 21
uma série de temáticas que ajudaram a entender
atmosféricos através da observação e que são
porque motivo os verões em Portugal têm sido tão
importantes enquanto património a recolher e a
quentes e as suas consequências negativas, porque
preservar. As conferências foram bem acolhidas pelo
motivo chove, qual a razão da seca que tem assolado
público, tendo-se constituído um grupo de participan-
o País, tudo isto acompanhado de ditados populares
tes fiéis e assíduos nas actividades do Serviço de
que traduzem a interpretação popular dos fenómenos
Educação do Museu dedicadas ao público adulto. ❚
Museu da Imagem em Movimento
– m|i|mo leva Camera Obscura ao Centro Cultural de Belém
A Camera Obscura de Leiria, projecto do m|i|mo – Museu
segue a nível exterior os esquemas tradicionais das ca-
da Imagem em Movimento, esteve em exposição de 16
meras do Século XIX, típicas das praias e feiras, e com-
de Fevereiro a 5 de Março, no Jardim da Água do Centro
bina, pela primeira vez, vários princípios ópticos de for-
de Exposições do Centro Cultural de Belém. Os visitantes
mação de imagem: a imagem central é projectada em
daquele espaço cultural puderam desfrutar, através da
cima da mesa horizontal no meio da camera, por uma
Camera Obscura, de uma perspectiva única e apelativa
combinação simples de espelho e lente montada numa
de belas imagens em movimento, incluindo o Mosteiro
torre rotativa; as quatro imagens laterais são projectadas
dos Jerónimos e a área envolvente.
utilizando esquemas diferentes de diafragmas – de
O Museu da Imagem em Movimento e a Câmara Muni-
pinholes, o que em inglês significa buracos de agulha.
cipal de Leiria colaboraram pela segunda vez com aque-
O fenómeno explica-se através de uma lei da física sim-
la instituição, desempenhando de forma activa um papel
ples: a luz viaja em linha recta; se os raios reflectidos por
importante na divulgação de conhecimentos científicos.
um objecto bem iluminado passam por um orifício muito
A Camera e os dispositivos ópticos foram desenvolvidos
pequeno, feito em material fino, estes raios não se disper-
no m|i|mo, tendo a camera sido construída, segundo os
sam, mas cruzam-se e reformam, de “pernas para o ar”,
desenhos de Jochen Dietrich, nas Oficinas da Câmara
numa superfície branca e plana no outro lado do orifício,
Municipal de Leiria, em 2001. Única no país, esta Camera
uma representação – ou seja: uma imagem do real. ❚
Informações e contactos
m|i|mo – museu da imagem
em movimento
Rua Dr. Américo Cortez Pinto
2400-093 Leiria
Museu de Lanifícios
da Universidade da Beira Interior
– Actividade do segundo semestre de 2005
Exposições Temporárias
as seguintes actividades: A Tecnologia da Tecelagem da Lã
De 25 de Outubro a 15 de Novembro, esteve patente
e Os Processos Manufactureiros do Tingimento dos Têxteis.
ao público na Galeria de Exposições Temporárias do Mu-
Teatro no Museu
seu de Lanifícios uma exposição comemorativa dos 400
Em 9 de Dezembro, no Núcleo da Real Fábrica Veiga foi re-
anos da primeira publicação do primeiro volume da
presentada a peça de teatro intitulada Mnemosine, pelo
obra literária D. Quijote de la Mancha. Tratou-se de uma
Grupo Medeia73, cujo elenco foi integrado por Fabian Gómez
iniciativa conjunta do Instituto de Cervantes de Lisboa,
e Lorena Priscoe. O Museu de Lanifícios apoiou este
da Embaixada de Espanha e da revista Ler, em colaboração
espectáculo promovido pela Associação de Teatro e Outras
com a Universidade da Beira Interior.
Artes – ASTA, cedendo, para o efeito, as suas instalações. ❚
Comemoração do Dia Nacional da Cultura Científica
Informações e contactos
De 21 a 27 de Novembro, o Museu de Lanifícios aderiu ao
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior
Dia Nacional da Cultura Científica (24 de Novembro),
abrindo as suas portas a escolas e ao público em geral com
22 | Boletim Trimestral
Rua Marquês D' Ávila e Bolama 6201-001 Covilhã
Tel.: 27 531 97 12 / 27 531 97 00 (ext. 3126) Fax: 27 531 97 12
[email protected], http://museu.ms.ubi.pt
Tel.: 24 483 85 11
[email protected]
Museu Municipal de Penafiel
– Comemorações e nova exposição
No âmbito das comemorações da elevação de Penafiel a
cêutico que competia manipular os preparados.
cidade, no dia 4 de Março, o Museu Municipal de Pena-
No mesmo dia foi apresentado o merchandise do Museu,
fiel inaugurou a Exposição Temporária A Farmácia Miran-
realizado pela Associação de Amigos do Museu Municipal
da, que estará patente ao público até Outubro de 2006.
de Penafiel, do qual constam lápis, réguas, borrachas,
Informações e contactos
Nesta exposição é reconstituído o interior desta antiga
blocos e marcadores para livros, destinados essencialmen-
Museu Municipal de Penafiel
farmácia, que pertenceu a Abílio Miranda, fundador
te ao público escolar. Já para outro público foram também
deste Museu. As suas origens associam-se à família dos
executadas réplicas do pendente romano que constitui
Miranda, boticários e farmacêuticos que, pelo menos
o logótipo do Museu, em ouro e prata, sob a forma de
Fax: 25 571 10 66
desde o século XVIII, se tornou famosa pela sua
pendentes, colares, brincos e alfinetes de peito.
[email protected]
especialização nas artes da cura. O mobiliário, recipientes
Ainda no dia 4 de Março, foram também apresentados
e instrumentos de farmácia agora doados ao Museu
a edição inglesa do folheto e o DVD relativos ao Castro
Municipal e mostrados ao público remontam ao final
de Monte Mozinho, realizados no âmbito do programa
do século XIX, época em que a indústria do medicamento
INTERREG III – A, Rota dos Castros e Verracos na fronteira
apenas dava os primeiros passos e era ao boticário/farma-
hispano-portuguesa. ❚
Rua Conde de Ferreira
4560-483 Penafiel
Tel.: 25 571 27 60
Museu Nacional de Etnologia
– Reservas visitáveis - Galerias da Amazónia
Foram inauguradas no dia 10 de Janeiro as Galerias da
Outras colecções de menor dimensão ou objectos isolados
Amazónia, áreas de reserva que permitem trazer junto
não resultaram das mesmas preocupações de recolha
do público a totalidade dos objectos do Museu Nacional
sistemática no terreno, preenchendo, no entanto, lacunas
de Etnologia procedentes das sociedades ameríndias, em
quanto à cultura material dos povos aqui representados.
especial da floresta Amazónica. Duas das colecções aqui
Todas as colecções se encontram identificadas por siglas,
expostas merecem particular destaque. A primeira foi
por exigência do trabalho de conservação e de investiga-
constituída por Victor Bandeira em meados dos anos 60,
ção e para mais facilmente satisfazer a curiosidade dos
por solicitação de Jorge Dias na altura da criação do
visitantes: Col. VBD (Victor Bandeira, 1964/5); Col. ARM
próprio museu (1965), tendo sido parcialmente exposta
(Artíndia Manaus, 1994); Col. CND (Comissão Nacional
em 1966 nas instalações da Sociedade Nacional de Belas
dos Descobrimentos, 1995); Col. ABN (Aristóteles Barcelos
Artes por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Neto, 1999/2000); Col. OCL (Outros Colectores).
A mesma colecção viria a ser objecto da exposição Índios
Os objectos expostos estão organizados numa sequência
da Amazónia que este museu inaugurou em 1986. Trata-
que se inicia com a profusa expressão e diversidade das
-se de um primeiro e importante contributo para o conhe-
máscaras e termina com a cerâmica funerária. Estas re-
cimento dos povos da Amazónia. A segunda colecção
servas são o resultado de um trabalho conduzido desde
foi constituída entre 1999/ 2000, junto dos índios Wauja
1998, com as obras de ampliação do museu e com a
do Xingu, no âmbito da preparação da exposição Os
construção de novos espaços para armazenamento de
Museu Nacional de Etnologia
Índios, Nós que este museu inaugurou em 2000. Tornou-
colecções, culminando um já extenso conjunto de activi-
Avenida Ilha da Madeira
se uma das mais extensas colecções procedentes de uma
dades: exposições, edições, colóquios, realização de fil-
só aldeia, organizada segundo critérios discutidos com
mes e videogramas, estágios e programas de investigação.
os próprios habitantes, problematizados e documenta-
Marcações: visitas guiadas às 11h30 e às 15h30, todos
[email protected]
dos na exposição Com os Índios Wauja: objectos e
os dias da semana, à excepção de segunda-feira e de
www.mnetnologia-ipmuseus.pt
personagens de uma colecção amazónica (2004).
terça-feira de manhã. ❚
Perspectiva das reservas.
Fot. António Rento/MNE
Informações e contactos
1400-203 Lisboa
Tel.: 21 304 11 60/ 9
Fax: 21 301 39 94
Rede Portuguesa de Museus | 23
Museu do Papel Terras de Santa Maria
– E d o v e l h o s e f e z n o v o : a re c i c l a g e m d o p a p e l
Transformando o velho em novo, o Museu do Papel tem
sobre uma folha de papel de algodão (que sentem mais
vindo, desde o início do mês de Novembro, a propor-
sua porque participaram na sua produção), desenham
cionar à comunidade pré-escolar momentos de diferen-
as impressões mais fortes da sua primeira visita ao museu.
tes aprendizagens no âmbito da educação ambiental,
Integrada no projecto educativo O Despertar do Museu
suscitando a curiosidade como estratégia de crescimento.
a Novos Públicos, co-financiado pela União Europeia,
Através da história O Moinho da Lourença, as crianças
esta acção será enriquecida com a música Uma Canção
são envolvidas num cenário real e mágico, que entrelaça
de Papel da autoria de Carlos Vidal e com um filme de
a vida de uma menina que se tornou papeleira e da sua
animação sobre o fabrico de papel, a apresentar no Dia
amiga muito especial, a bicha das duas cabeças.
Internacional dos Museus. ❚
Num ambiente de cor e alegria, os mais pequeninos
tornam-se protagonistas do ofício de papeleiro, valorizando-se, assim, o saber-fazer e educando-se para os
Informações e contactos
Museu do Papel Terras de Santa Maria
Rua de Riomaior, 338; 4535-301 Paços de Brandão
valores da reciclagem e da preservação do ambiente.
Tel.: 22 744 29 47
Num momento final, e pela mão do Forminhas, a mas-
Fax: 22 745 99 32
cote dos Serviços Educativos do museu, as crianças,
[email protected]
Museu dos Transportes e Comunicações
– Aniversários
No dia 21 de Fevereiro de 2006 comemoraram-se o
que decorreram no ano transacto, com especialistas
Aniversário da Associação para o Museu dos Transportes
de diversas áreas, cujo principal objectivo, além de
e Comunicações (14 anos) e o Aniversário da Exposição
debater este tema, foi pensar em estratégias de
Permanente "Comunicação do Conhecimento e da
renovação do “núcleo do futuro” da exposição O
Imaginação" (4 anos).
Automóvel no Espaço e no Tempo.
14 anos de vida, de iniciativas, de histórias para contar
Em particular, a celebração do 4.º aniversário da
numa data em que a AMTC lançou o desafio aos seus
exposição permanente Comunicação do Conhecimento
visitantes e a todos os seus colaboradores de associarem
e da Imaginação contou com os testemunhos de quem
a fantasia ao seu dia-a-dia, trazendo um elemento
tem caminhado com o museu, partilhando e
que os remeta para o mundo do faz de conta e das
dinamizando este espaço: os animadores.
coisas imaginadas.
Nas últimas edições do Jornal, na rubrica dedicada a
O Programa de Actividades foi muito diversificado,
esta exposição, foi dada voz aos colaboradores /
destacando-se a inauguração da exposição AMTC –
animadores da exposição para darem a conhecer as
14 anos em retrospectiva: exposição de cartazes das
suas experiências em cada um dos seis núcleos. ❚
actividades desenvolvidas ao longo dos anos de
existência; apresentação de um percurso áudio na
Informações e contactos
exposição O Automóvel no Espaço e no Tempo, o qual
Museu dos Transportes
integra dez postos informativos para a visita áudio
e Comunicações
em português, inglês, castelhano, francês e russo e
Edifício da Alfândega - Rua Nova
Alfândega 4050-430 Porto
um percurso áudio para cegos; lançamento do livro
Tel.: 22 340 30 00 / 22 340 30 58
das actas O Automóvel do futuro: actas do ciclo de
Fax: 22 340 30 98
conferências, fruto de um conjunto de 4 conferências
[email protected], www.amtc.pt
24 | Boletim Trimestral
Edições de Museus da RPM
Museu Municipal de Faro / Programa de Intervenção Comunitária
O Museu Municipal de Faro editou, pela segunda vez, em Janeiro de 2006, o Programa de Intervenção
Comunitária (PIC). Pretende-se com esta brochura continuar a conquistar e sensibilizar vários tipos de
públicos para uma participação mais activa em acções que promovam a história, a identidade, os hábitos
de vida e as tradições sócio-culturais da região.
O Programa de Intervenção Comunitária contempla várias acções entre as quais se destacam:
– Famílias com Estórias: Acção para pais e filhos onde são abordados temas diversos (história, ambiente,
património), através de actividades lúdico-pedagógicas;
– Colóquios, Conferências e Cursos, destacando-se três: Milreu e Estoi: um património a valorizar; Núcleos
museológicos: que sustentabilidade?; Para uma articulação entre os Museus do Algarve;
– Oficinas Temáticas para adultos, uma forma de ocupação de tempos livres e uma oportunidade de
adquirir novos conhecimentos. Realizar-se-ão as seguintes oficinas: Bijutaria, Gravura e Cerâmica;
– Oficinas de Férias para crianças: na Páscoa, Ser Árabe por um dia; e no Verão, duas oficinas diferentes:
A Arte da Cantaria e Demonstração da Técnica da Pintura/Escultura Policroma sobre madeira;
– Concursos: Jogos tradicionais em Estoi, em Maio, na Festa da Pinha; Baile de Máscaras, com o intuito
de reviver outras épocas;
– Acções para Universitários: Sensibilização para a Conservação e o Restauro e Imagem gráfica do colóquio:
“Formas de vida na religião”;
– Acções para Idosos: Rota das Igrejas Vamos cuidar do nosso património, com a finalidade de promover
e mobilizar a população idosa das comunidades rurais do concelho de Faro;
– Actividades Nocturnas: Abertura do museu à noite com animação – O Museu ao som latino, Sons do
Brasil, Noites de verão com teatro, Danças de salão;
– O Museu sai à Rua: Acção destinada à população que tem dificuldades em deslocar-se ao Museu;
– Acções para populações com deficiências: A realizar em parceria com várias entidades, nomeadamente
ACAPO, Unidade de Surdos e ASMAL – Associação de Saúde Mental do Algarve.
Serviço Educativo
O Museu Municipal de Faro publicou também o Programa do Serviço educativo, com actividades de
Museu Municipal de Faro
divulgação do património local e de dinamização das exposições permanentes e temporárias do museu.
Tel.: 28 989 74 00 Fax: 28 989 74 19
As actividades propostas contemplam acções de formação para professores, oficinas pedagógicas, jogos
[email protected], www.cm-faro.pt
educativos e visitas orientadas ao museu, ao centro histórico e a Milreu.
Ecomuseu Municipal do Seixal / CD-Rom Moinhos de Maré do Ocidente Europeu
O projecto "Moinhos de Maré do Ocidente Europeu: valorização do património cultural e natural enquanto
recurso de desenvolvimento", coordenada pela Câmara Municipal do Seixal através do Ecomuseu Municipal
do Seixal, decorreu entre Novembro de 2004 e Novembro de 2005, com o apoio do Programa Cultura
2000 da Comissão Europeia. A produção de um CD-ROM intitulado Moinhos de Maré do Ocidente Europeu,
contendo informação disponível em português, espanhol, francês e inglês, complementa os diversos
materiais produzidos ao longo do projecto, designadamente um conjunto de postais, um folheto, um
conjunto de puzzles didácticos e uma exposição actualmente em itinerância pela Europa. Aproveitando
a sua estrutura e conteúdos, foi paralelamente criado o website www.moinhosdemare-europa.org.
Museu de Évora / Imagenes e mensajes: esculturas romanas del Museu de Évora
Esteve patente ao público, de 4 de Novembro de 2005 a 8 de Janeiro de 2006, a exposição Imagenes e
mensajes: esculturas romanas del Museu de Évora, no Museu Nacional de Arte Romana de Mérida e da
qual se publicou o respectivo catálogo. Com o objectivo de dar a conhecer a romanização da cidade de
Évora, a exposição apresentava uma parte significativa da colecção de escultura romana do Museu de
Évora. Fruto da colaboração entre o Museu de Évora e o de Mérida, o catálogo inclui contributos de
autores portugueses e espanhóis, especialistas em arqueologia da Lusitânia romana.
Museu Municipal Carlos Reis / Cerâmicas Modernas da Casa Mogo de Melo
De Carlos Carreira, a obra referida abre a colecção “Estudos e Documentos”, uma nova série editorial
apresentada pelo município de Torres Novas no passado dia 25 de Fevereiro.
Carlos Carreira, historiador, partiu dos materiais arqueológicos resultantes de sondagens efectuadas no pátio
da biblioteca de Torres Novas em 1993, por ocasião das obras do museu (Casa Mogo de Melo) e resolveu
Rede Portuguesa de Museus | 25
estudar, em particular, os materiais cerâmicos. Cerâmica comum, faiança portuguesa e porcelana chinesa foram objecto de uma observação detalhada – fotografia, desenho, classificação, contextualização histórica e
cultural –, ficando o leitor com uma ideia da cultura material moderna da família Mogo de Melo, que ocupou
o palacete e o espaço adjacente, onde hoje se encontra o Museu Municipal, a partir dos finais do século XVI.
Museu Municipal de Faro / Caminhos do Algarve Romano
Foi editado pelo Museu Municipal de Faro o catálogo do núcleo Caminhos do Algarve Romano, cuja exposição,
comissariada por José d’Encarnação, foi inaugurada no dia 18 de Maio de 2005 no âmbito da programação
de Faro Capital da Cultura. O catálogo, dividido em duas partes (recto em português e verso em inglês), inclui
artigos de Dália Paulo, Susana Paté, Virgílio Hipólito Correia, José d’Encarnação e João Pedro Bernardes, nos
quais se descreve a preparação da exposição e a reorganização da Sala “Caminhos do Algarve Romano” e
os trabalhos de conservação e restauro executados, bem como a apresentação das colecções de lápides e
inscrições pré-latinas do Museu e aspectos característicos da ocupação romana do Algarve.
Museu de São Roque / S. Francisco Xavier – Vida e Lenda
No âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de S. Francisco Xavier (2005-2006), o
Museu de S. Roque acaba de editar a obra S. Francisco Xavier – Vida e Lenda, que constitui o 1º volume
da Colecção “Ciclos Pictóricos”, dedicada ao estudo e interpretação da série de pinturas seiscentistas de
André Reinoso, situada sobre o arcaz da sacristia da Igreja de São Roque. Trata-se de uma edição bilingue
(português/inglês) que, alusiva à iconografia xaveriana, visa salientar o impressionante diálogo estabelecido
entre Portugal e o Oriente, bem patente neste ciclo pictórico.
Quinta das Cruzes-Museus
A Quinta das Cruzes-Museu editou o catálogo da colecção Jorge Neves da Mota, intitulado Um olhar do
Porto. As colecções de artes decorativas do Museu, constituídas a partir de doações particulares, integram
mobiliário, cerâmica (faiança e porcelana), pintura, escultura, ourivesaria e joalharia. Para além do catálogo
das colecções e da apresentação da colecção Mota, a obra inclui ensaios sobre marfins sapi-portugueses
e luso-cingaleses e objectos de madrepérola, porcelanas chinesas, lacas orientais, ourivesaria portuguesa
dos séculos XVII-XVIII, mobiliário do Porto do século XVIII e gravuras setecentistas com representações
iconográficas da cidade do Porto.
Em Agenda
Visita a 10 obras-primas
Museu Nacional de Arte Antiga
Desde o dia 25 de Janeiro e até 29 de Novembro que no Museu Nacional de Arte Antiga se podem efectuar
visitas guiadas a 10 das suas obras-primas.
Com a finalidade de permitir aos diversos públicos do Museu uma visão imediata da importância histórica e da
diversidade tipológica dos tesouros artísticos em exposição, foi seleccionado um conjunto de 10 obras-primas.
Tratam-se de obras da maior importância no contexto da História da Arte Universal, no arco cronológico que
vai do séc. XIII ao séc. XVIII. Além dos tesouros nacionais, como sejam os Painéis de S. Vicente e a Custódia
de Belém, seleccionaram-se também obras de referência internacional como as Tentações de Santo Antão, de
Jheronimus Bosch, ou o S. Jerónimo, de Albrecht Durer. Por sua vez, outras duas obras também eleitas foram
os Biombos Namban e Saleiro do Benim, que reflectem a importância do contacto dos portugueses com outras
culturas (África e Japão), através da diáspora dos Descobrimentos.
Calendário das próximas visitas: (última 4ª feira de cada mês, às 18h00) Entrada gratuita
26 Abril: Custódia de Belém; 31 Maio: Biombos Namban; 28 Junho: Saleiro do Benim; 26 Julho: Centro de mesa Germain;
27 Setembro: São Leonardo, de Andrea Della Robbia; 25 Outubro: Tentações de Santo Antão, de Jheronimus Bosch;
29 Novembro: São Jerónimo, de Albrecht Durer.
As “10 obras de referência” encontram-se ao longo do percurso expositivo, com uma sinalética própria e informação detalhada,
em português e inglês, relativa à sua proveniência e à sua importância histórica e artística.
Rua das Janelas Verdes 1249-017 Lisboa Codex, Tel.: 213 912 800, Fax: 213 973 703, [email protected], www.mnarteantiga-ipmuseus.pt
26 | Boletim Trimestral
São Jerónimo, Albrecht Durer, óleo s/madeira
de carvalho, 1521, inv. 828 Pint
Organização
Tel.: 262 840 280 / Fax: 262 840 281
Casa Museu de Leal da Câmara
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas
[email protected]
Ciclo de Conferências
com a colaboração do FESTEA
Conservação e Restauro de Porcelanas e Faianças
Peças representadas pelo Grupo Balbo do I.E.S. de
por Margarida Alves
Puerto de Santa Maria, Cádiz
26 de Abril de 2006
11h00 - “Antígona” de Sófocles.
Investigação Arqueológica em Cascais durante
15h30 - “O Soldado Fanfarrão” de Plauto.
o Estado Novo
Inscrição prévia.
Museu Escolar de Marrazes
Exposição
– A Evolução da Escrita
Inauguração em 23 de Abril de 2006
Comemorações
por António Carvalho
31 de Maio de 2006
Sintra: entre a Serra e a Vila
Av. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida
– Dia da Literatura Infantil
2705-739 São João das Lampas
A Arca Mágica das Histórias
Tel: 21 960 95 20; Fax: 21 961 35 78
Histórias contadas a crianças com animações e
por Teresa Caetano
cenários apropriados
28 de Junho de 2006
Calçada da Rinchoa, 67, 2635-312 Rio de Mouro
Tel.: 21 916 43 03; Fax: 21 916 43 03
Museu de Aveiro
Visitas temáticas
– Aveiro Quinhentista
Público-alvo: 1º ciclo do ensino básico
Ecomuseu Municipal do Seixal
1ª quinzena de Abril de 2006
Núcleo da Mundet
Oficina Vamos vestir para o retrato? Trajes quinhentistas
Comemoração do Dia Internacional dos Museus
e do 24º Aniversário do EMS
– Aniversário do Museu e Dia Internacional
de Museus
Um olhar diferente sobre o Museu Escolar
Visita guiada a cegos e surdos
Lançamento de desdobrável em Braille
16 e 18 de Maio de 2006
– A Princesa e o Convento
Público-alvo: ensino pré-escolar e 1º e 2º ciclos
do ensino básico
18 de Maio de 2006
4 de Abril de 2006
2ª quinzena de Abril de 2006
Largo da Feira dos 18, Marrazes, 2400-380 Leiria
Tel.: 244 812 701; Fax: 244 855 387
[email protected] www.museuescolar.pt
Núcleo Naval e Núcleo da Mundet
Jogos Caça ao Tesouro (ensino pré escolar), Objectos Mistério
Noite dos Museus 2006: Maio Património
(1º ciclo), Jogo da Glória (1º ciclo), Palavras Cruzadas (2º ciclo)
– A Noite do Ecomuseu
– O Número e a Arte
20 de Maio de 2006, das 19h30 à 1h00
Público-alvo: 2º e 3º ciclos do ensino básico e
Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso
secundário
Exposição
Serviço Educativo
1ª quinzena de Maio de 2006
100 Anos de Bonifácio Lázaro Lozano
Praceta Francisco Adolfo Coelho
– Viagem pelo Barroco
Até 2 de Julho de 2006
Torre da Marinha, 2840-490 Seixal
Público-alvo: 3º ciclo do ensino básico e secundário
Tel.: 21 097 62 10 (às 2.as e 3.as feiras)
2ª quinzena de Maio de 2006
Rua D. Fuas Roupinho - Sítio 2450-065 Nazaré
Fax: 21 097 62 11
Oficina Reconstituição de Capela com características barrocas
Tel.: 262 562 801; Fax: 262 561 246
– Clero: no trabalho e na oração
[email protected] www.ipmuseus.pt
[email protected]
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
Público-alvo: 2º e 3º ciclos do ensino básico e
Museu Arqueológico
de São Miguel de Odrinhas
Oficinas Educativas
Experimentar vivências da Antiguidade Clássica
secundário
1ª quinzena de Junho de 2006
– O Mata-Frades e o Liberalismo em Aveiro
Público-alvo: 3º ciclo do ensino básico
2ª quinzena de Junho de 2006
– Litterarum Ductus:
Museu Ferreira de Castro
Conferências
– Portugueses, Brasileiros e o Nativismo
por José de Guimarães
8 de Abril de 2006, 17h
Escrever como os romanos faziam...
Avenida de Santa Joana Princesa, 3810-329 Aveiro
– Ferreira de Castro e o Antigo Egipto
Público-alvo: dos 8 aos 12 anos
Tel.: 234 423 297 / 234 383 188; Fax: 234 421 749
por Luís Manuel de Araújo
– Opera Musiva:
[email protected], www.ipmuseus.pt
20 de Maio de 2006, 17h
– Rodrigues Sampaio
Desenhar pedrinha a pedrina – a arte dos mosaicos
Público-alvo: dos 6 aos 10 anos
– Ludus Aetatis:
Os prazeres da juventude – jogos e brinquedos
Público-alvo: dos 5 aos 8 anos
Festival Internacional de Teatro de Tema
Museu Calouste Gulbenkian
por Ana Maria Costa
3 de Junho de 2006, 17h
Exposição Sede e Museu Gulbenkian.
A Arquitectura dos anos 60
Rua Consiglieri Pedroso, 34, Vila Velha, 2710-550 Sintra
Comemoração do cinquentenário da Fundação
Tel.: 219 238 828; Fax: 219 238 828
Até 4 de Junho de 2006
[email protected]
Clássico (5ª edição)
Agora do Museu, 4 de Maio de 2006
Av. de Berna 45 A, 1067-001 Lisboa Codex
Tel.: 21 782 30 00; Fax.: 21 782 30 32
www.museu.gulbenkian.pt, [email protected]
Museu de Francisco Tavares
Proença Júnior
Exposições
Museu de Cerâmica
Serviço Educativo
Oficina de Olaria, Trabalho na roda de oleiro
Público-alvo: alunos do pré-escolar e 1º ciclo
Abril e Maio de 2006
– Brincadeiras, Brinquedos e outros segredos
Até 9 de Julho de 2006
Atelier Brincadeiras e Brinquedos
Público-alvo: público pré-escolar do 1º ao 2º ciclos
Actividades especiais para grupos familiares
– Retratos e Vestidos de Chita
Rua Dr. Ilídio Amado Ap. 97, 2504-910 Caldas da Rainha
Exposição integrada no âmbito do Fórum ESART,
Rede Portuguesa de Museus | 27
organizado pela Escola Superior de Artes do
Colecção de panaria guineense e cabo-verdiana reco-
200 Anos de Vestido de Baptizado 1750-1950
Instituto Politécnico de Castelo Branco
lhida por António Carreira e Rogado Quintino entre
Comemorações do Dia Internacional da Mulher e
Até 2 de Julho de 2006
1960 e 1970 / Expressão plástica de Manuela Jardim
dos 15 Anos da Ajuda de Mãe – Associação de
– Espantalhos no pátio do Museu
Solidariedade Social
Com a colaboração da Santa Casa da Misericórdia
Até Dezembro de 2006
de Castelo Branco
Avenida Ilha da Madeira, 1400-203 Lisboa
Até 16 de Abril de 2006
Tel.: 213 041 160/9; Fax: 213 013 994
Largo Júlio de Castilho, Lumiar 1600-483 Lisboa
[email protected], www.mnetnologia-ipmuseus.pt
Tel.: 21 758 85 37
Largo da Misericórdia, 6000-462 Castelo Branco
Até Dezembro de 2006
[email protected], www.museudotraje-ipmuseus.pt
Tel.: 272 344 277; Fax: 272347880
[email protected], www.ipmuseus.pt
Museu Nacional do Traje
Exposições
Museu Nacional de Etnologia
Museu do Trabalho
Michel Giacometti
Tardes Interculturais
Exposição
Últimos sábados de cada mês
Através dos Panos
– Moçambique
29 de Abril de 2006
– Brasil
27 de Maio de 2006
– “Futebol, festa, fado, fanatismo...”
24 de Junho de 2006
Largo Defensores da República, 2910-470 Setúbal
Trajes para Dona Inês
Até 11 de Novembro de 2006
Tel.: 265 537 880; Fax: 265 537 889
[email protected]
Outras Notícias
Museus em Maio
– Dia Internacional dos Museus e Noite dos Museus
Nos últimos anos, o mês de Maio tem sido marcado
para ir com os amigos aprender/reflectir/participar e
por uma projecção notável dos museus, quer em termos
para se sentirem envolvidos na descoberta, recriação
de audiência, quer de visibilidade nos meios de
e reinvenção do património. Por sua vez, os jovens
comunicação social. Esta projecção deve-se sem dúvida
podem ajudar a quebrar a distância com o passado e
ao facto de nesse período terem lugar dois importantes
a atenuar a austeridade que, muitas vezes, envolve o
eventos que ligam internacionalmente as comunidades
património, tornando-o menos pesado, mais próximo.
museológicas: o Dia Internacional dos Museus, iniciativa
Na verdade, todas as gerações participam na construção
do ICOM lançada em 1977 e celebrada no dia 18 de
do património cultural das suas nações, que os museus
Maio, e a Noite dos Museus, iniciativa recente do
têm a missão de perpetuar nos tempos…
Ministério da Cultura e da Comunicação de França, com
O ICOM sugere uma multiplicidade de iniciativas no
data móvel, a comemorar este ano no dia 20 de Maio.
âmbito desta temática, valorizando a responsabilidade
O tema proposto pelo ICOM para o Dia Internacional
e o importante papel dos jovens na evolução da socie-
dos Museus de 2006 é Os Museus e os Jovens.
dade num sentido mais criativo, justo e tolerante.
Este tema constitui uma oportunidade para os museus
O IPM/RPM difundirá o conjunto de iniciativas progra-
programarem actividades criativas e estimulantes que
madas pelos museus da RPM, por um lado, junto dos
www.rpmuseus-pt.org
possam ir ao encontro de um grupo etário, que
meios de comunicação social e dos canais de difusão
[email protected]
frequentemente, fora da esfera escolar, não é visitante
nacionais – Sítios na Internet do Ministério da Cultura,
do museu, nem utilizador da sua oferta cultural.
do IPM e da RPM – e, por outro lado, a nível inter-
Aos museus é, portanto, lançado o desafio de mostrar
nacional, nas páginas do Ministério da Comunicação
Dia Internacional de Museus / ICOM
aos jovens que podem ser lugares agradáveis e “fixes”
e da Cultura de França e eventualmente do ICOM. ❚
http://icom.museum/young_act.html
Informações e contactos
Rede Portuguesa de Museus
Noite dos Museus / MCCF
www.nuitdesmusees.culture.fr/commu
28 | Boletim Trimestral
nication
Colecções de ciências físicas e tecnológicas
em museus universitários
– Homenagem a Fernando Bragança Gil
No dia 20 de Dezembro, na Faculdade de Letras da
contribuição do Professor Bragança Gil, num texto que
Universidade do Porto, foi lançada a obra Colecções de
retoma a temática já abordada por ele no Colóquio da
ciências físicas e tecnológicas em museus universitários.
APOM de 1978 e que problematiza o conceito e o papel
Em homenagem ao Professor Fernando Bragança Gil,
dos museus universitários, encontram-se aqui reunidos
na sua qualidade de fundador do Museu de Ciência,
artigos de profissionais de museus de ciências de
investigador e museólogo, a obra apresenta um conjunto
Universidades portuguesas (Porto, Coimbra e Lisboa) e
de textos de cariz teórico-prático em torno de questões
inglesas (Cambridge) e ainda do museólogo Jean
relacionadas com museus universitários de ciência e
Davallon sobre a especificidade da comunicação em
tecnologia e com as respectivas colecções. Além da
exposições de ciência. ❚
Lançamento do livro Os Museus Municipais
de Cascais
O Observatório das Actividades Culturais (OAC) acaba
motivo de encerramento para obras, na altura do estudo
de editar sete livros com os resultados de outros tantos
do Museu da Música Portuguesa, foi realizado um
estudos desenvolvidos no âmbito do Programa Cascais-
inquérito aos visitantes da Exposição “Michel Giacometti,
Cultura. Este Programa de pesquisa, conforme previsto
caminho para um Museu”, organizada por este Museu
no respectivo protocolo entre o Departamento de Cultura
no Centro Cultural de Cascais, sendo os respectivos
(DEC) da Câmara Municipal de Cascais e o OAC, integrou
resultados analisados num ponto específico.
o levantamento, a caracterização e a avaliação das acções
De uma maneira geral pode dizer-se que, se por um
desenvolvidas, dos equipamentos existentes e dos agentes
lado, os resultados da caracterização dos públicos dos
implicados na actividade cultural autárquica, tendo em
museus e da exposição confirmam resultados de outros
conta todo o concelho de Cascais ao longo de um
estudos quanto à importância de certos indicadores
período que vai, fundamentalmente, de 2000 a 2004.
sociográficos (grupo ocupacional, nível de escolaridade,
No que diz respeito ao estudo de caso Os Museus
idade e nacionalidade), por outro lado, também ajudam
Municipais de Cascais, da autoria de Jorge Alves dos
a perceber a existência de diferentes perfis de públicos
Santos e de José Soares Neves, este desenvolve-se
consoante o equipamento ou a iniciativa que se estuda.
segundo duas grandes linhas de abordagem. Uma
O conhecimento das características dos públicos dos
relativa às características dos museus em causa: seu
museus, dimensão, no entanto, ainda raramente aborda-
historial, pessoal ao serviço, despesas que representam
da, uma vez que escasseiam os estudos sobre os públicos
para o município e actividades que desenvolvem, com
dos museus em Portugal, permite dotar os seus respon-
destaque para as acções dos respectivos serviços
sáveis de uma importante base de informação, capaz
educativos. Outra relativa aos públicos desses mesmos
de contribuir para a posterior tomada de decisões e ca-
museus a partir de um inquérito que contempla
minhos a seguir, com o objectivo de melhorar a comu-
aspectos, tais como: os perfis sociológicos dos visitantes,
nicação entre o museu e os seus públicos. ❚
condições e motivações da visita, recorrência desta e
sua avaliação pelo próprio inquirido, entre outros. Por
Jorge Alves dos Santos, Observatório das Actividades Culturais
Rede Portuguesa de Museus | 29
Seminário anual do GAM:
Sabe escrever para todos? A acessibilidade da
comunicação escrita nos museus
No dia 23 de Janeiro de 2006 teve lugar no auditório
concretos e práticos na produção de textos. Helen Coxall,
do Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, em Lisboa,
Museum Language Consultant, referiu os diversos passos
o primeiro seminário anual do GAM – Grupo para a
na redacção de um texto: A quem se destina? Como o
Acessibilidade nos Museus, intitulado “Sabe escrever
estou a escrever? Quais são as ideias-chave? O que
para todos? A acessibilidade da comunicação escrita nos
excluir e porquê? Rebekah Moran, Learning and Access
museus”. Fiel ao seu objectivo de divulgar, promover e
Manager no University of Reading Museums and
debater a questão da acessibilidade física, intelectual e
Collections, relatou a sua experiência na aplicação da
social aos museus, o GAM escolheu como tema do seu
filosofia/ método criado pela sueca Margareta Ekarv.
primeiro seminário a acessibilidade da comunicação
Adriana Almeida, do Museu dos Transportes e
escrita, talvez o principal meio de comunicação entre
Comunicações, do Porto, falou dos tipos de públicos,
os museus e os seus públicos, que muitas vezes acaba
as opções ao nível das tipologias de textos, níveis de
por se tornar numa incontornável barreira intelectual.
informação e audio-guias e a avaliação.
A participação de 149 profissionais de museus e designers
O terceiro painel contou com a participação de designers.
e a existência de uma extensa lista de espera confirmaram
Henrique Cayatte, Designer e Presidente do Centro
a pertinência e actualidade do tema escolhido.
Português de Design, salientou a importância das novas
Nuno Crato, matemático, jornalista e divulgador de
tecnologias e da imprescindível relação entre especialistas
ciência, abriu os trabalhos ao reflectir sobre legendas,
das diversas áreas para dar corpo a uma responsabilidade
referências e pistas de informação do ponto de vista do
social comum: a acessibilidade. Júlia Cassim, do Helen
visitante / utilizador de museus.
Hamlyn Research Centre for Inclusive Design, partindo
O primeiro painel de oradores contou com as
de relato da sua longa experiência na produção de
participações de Luís Raposo (Director do Museu Nacional
exposições em conjunto com as pessoas com deficiência,
de Arqueologia), Paula Lobo (jornalista do Diário de
deixou como sugestão uma regra: “conversar com o
Notícias) e Maria Vlachou (em representação do GAM).
público e envolver o designer desde o início da criação”.
Luís Raposo deu uma panorâmica da diversidade de
Clara Mineiro e Rita Melo, do Instituto Português de
tipologias, características dos textos escritos a partir de
Museus, relataram a experiência sobre duas exposições
experiências em diversas exposições e afirmou que, no
temporárias, na Igreja de Santa Clara (da responsabilidade
museu, os textos são um “acto comunicacional, não
do Museu de Évora) e outra no Museu da Cerâmica,
são dominantemente apelativos, mas sim fáticos”. Paula
nas Caldas da Rainha. Da avaliação que fizeram
Lobo partiu do “Desafio de contar uma história” para
salientaram a importância do trabalho em parceria e as
referir passos na construção de um texto que se deseja
dificuldades em sensibilizar os directores dos museus
eficaz e acessível para o maior número de leitores, mesmo
para as questões da acessibilidade.
aqueles – ou, sobretudo, aqueles – que consideram que
Os participantes avaliaram muito positivamente o seminá-
a Cultura é ”coisa para intelectuais”. Maria Vlachou, em
rio. Foram registados vários comentários e sugestões
representação do GAM, apresentou orientações, métodos,
para a continuação deste debate e para outras temáticas
recursos, bibliografia relativos ao tema ao reflectir
a abordar no futuro. Os interessados poderão encontrar
sobre os públicos dos museus partindo de exemplos
no site do GAM (http://gam.pavconhecimento.pt)
diversificados. No final deixou uma questão: “Quem
os resumos das comunicações, os CV´s dos oradores e bi-
fica prejudicado quando as coisas são feitas à medida
bliografia relacionada com a temática do seminário, assim
de quem sabe menos e quer saber mais?”
como as orientações elaboradas pela Museums Association
Adelaide Lopes e Maria Vlachou
Os oradores do segundo painel apresentaram casos
do Reino Unido relativamente à produção de textos. ❚
GAM – Grupo para a Acessibilidade nos Museu
30 | Boletim Trimestral
Encontro sobre Prevenção e Protecção contra
riscos em museus, bibliotecas e arquivos
Organizado pela Fundação Oriente em colaboração
Bombeiros e Protecção Civil, do Instituto Superior Técnico,
com o Instituto Português de Conservação e Restauro
do Serviço Municipal de Protecção Civil de Lisboa, da
(IPCR) e o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção
Refer e de uma companhia de Seguros (Sagres). O período
Civil (SNBPC), decorreu nos dias 6 e 7 de Fevereiro
que antecedeu o final dos trabalhos do primeiro dia foi
último, no auditório da Biblioteca Nacional, um
reservado ao “Estado da Questão em Portugal” no que
encontro sobre Prevenção e Protecção contra Riscos em
se refere a Museus, Bibliotecas e Arquivos, com breves
Museus, Bibliotecas e Arquivos.
apresentações do IPCR, do Museu Nacional dos Coches,
Este encontro não podia ter surgido em altura mais
da Biblioteca Nacional, do Palácio Nacional de Sintra e
oportuna, uma vez que as questões de segurança e de
do Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo.
prevenção contra riscos em museus estão na ordem do
O segundo dia do encontro contou com a presença de
dia de todos os profissionais de museus, designadamente
Steve Emercy, do English Heritage, que, sob a forma de
pelas novas exigências sobre a matéria que a Lei Quadro
workshop, apresentou directrizes para a elaboração de
dos Museus Portugueses vem introduzir nos artigos n.º
Planos de Segurança e de Emergência. O especialista
32º e n.º 33º (Condições de Segurança e Plano de
deu a conhecer diversos casos reais, tendo como cenários
Segurança respectivamente). O primeiro dia do encontro
museus, palácios, bibliotecas e arquivos, apresentando
foi reservado à apresentação do que em Portugal está
possíveis soluções, não só em termos de prevenção e
a ser feito na área da prevenção e protecção de riscos,
durante as ocorrências, mas também após os sinistros.
com a presença de especialistas representantes de vários
Este último dia do encontro estimulou a participação
organismos, designadamente do Serviço Nacional de
do público, tendo havido amplo espaço para debate. ❚
Encontro de Serviços
Educativos de Museus
Dissertações
• Na Universidade Lusófona de Humanidades e
No dia 20 de Fevereiro de 2006, o Ecomuseu Municipal
Tecnologias, em 14 de Dezembro de 2005, Maria
do Seixal promoveu um Encontro dedicado aos Serviços
Lorena Sancho Querol obteve o grau de Mestre em
Educativos de Museus. Amanda Tojal, da Pinacoteca
Museologia mediante a apresentação da dissertação
do Estado de São Paulo, foi convidada a apresentar o
A Função Social do Património Marítimo Português.
seminário "Museus e políticas culturais inclusivas para
públicos especiais", ao qual se seguiu o debate “expe-
• Na Universidade de Coimbra, a 14 de Fevereiro de
riências e perspectivas de parcerias no acesso ao patri-
2006, Maria da Graça Pereira Araújo obteve o grau
mónio cultural” com a participação de profissionais do
de Mestre em Museologia e Património Cultural
Museu de Alberto Sampaio, do Pavilhão do Conheci-
mediante a apresentação da dissertação Douro e Côa
mento, do Ecomuseu, do Museu Nacional Soares dos
– Património e Humanidade. A (E)vocação do Museu
Reis, do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu do
como Território de Turismo Cultural.
Papel e do Museu de Cerâmica. O Encontro contou
com um debate final com a participação da Subdirectora
• Na Universidade de Coimbra, a 22 de Fevereiro de
do IPM, em representação do Ministério da Cultura, e
2006, João Carlos Pereira Ribeiro da Silva obteve o
de dois representantes do Ministério da Educação, cuja
grau de Mestre em Museologia e Património Cultural
articulação foi reforçada através do Despacho Conjunto
mediante a apresentação da dissertação Museu de
nº 834/2005, de 4 de Novembro, e do Despacho
Arqueologia e Numismática de Vila Real – Do Legado
Conjunto nº 1053/2005, de 7 de Dezembro. ❚
Histórico e Cultural ao Programa Museológico. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 31
Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
Email: [email protected]
Web Site: www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
IMPRESSÃO Facsimile
3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
Neve no Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha, 29 de Janeiro de 2006
ISSN 1645-2186
Fot. Matilde Tomás Couto
Encontros
Encontro Terrassa Lana 2006
Sala A-0-18
Seminário Europeu de Conservadores
31 de Março a 1 de Abril de 2006
Tel.: 351 21 751 55 00
12 a 17 de Junho de 2006
Terrassa, Espanha
Fax: 351 21 751 55 45
Paris
Organização
[email protected]
Organização
Centre de Documentatió i Museu Têxtil
www.mestrado-museologia.net/
Direcção dos Museus de França
Temas
Temas
Situação e perspectivas da lã em Espanha e
Colóquio Anual do Comité do
Museus de Arte - Museus de História; O Bronze
Portugal; Estado da investigação sobre lã;
ICOM para os Audiovisuais e Novas
Informações e contactos
O património cultural como uma acção de futuro;
Tecnologias
Maison des Cultures du Monde
A lã e o desenho
5 a 8 de Junho de 2006
www.mcm.asso.fr
Informações e contactos
Grécia
programas de formação/ programas
Centre de Documentatió i Museu Téxtil
Organização
correntes/ estágios-primavera
c/ Salmeron, 25, 082222 Terrassa / Espanha
AVICOM – Comité do ICOM para os Audiovisuais
Dr. Marc Pottier
Tel.: 34 93 731 52 02 / 34 93 731 49 80
e Novas Tecnologias - Colóquio Anual
Adido Cultural da Embaixada de França
Fax: 34 93 785 61 70
Tema
em Portugal
[email protected]
Os meios audiovisuais como património cultural
Service de Coopération et d'Action Culturelle
www.cdmt.es
e a sua utilização nos museus
Av. Luís Bívar, 91, 1050-143 Lisboa.
Informações e contactos
XIII Encontro Nacional
Dr. Alexandra Bounia
VI Conferência Anual 2006
Museologia e Autarquias
[email protected]
– Comunicando o Museu
26 de Maio de 2006
Comité do ICOM
5 a 7 de Julho de 2006
Instituto Português da Qualidade, Caparica
Miss Elena Papadaki
Roterdão, Holanda
Organização
15, Ag. Asomaton, Atenas 105 58
Organização
Mestrado de Museologia da Universidade
Tel/Fax: 30 210-3239414 [email protected]
Agenda – Agência Internacional
Lusófona de Humanidades e Tecnologias com
Mrs. Amalia Tsitouri
Tema
a parceria do Instituto Português da Qualidade
Tel.: +30 210 3304030
Construir parcerias: Como alargar audiências
e do IPHAN/Ministério da Cultura do Brasil
www.aegean.gr/culturaltec/museum/2006/
Informações e contactos
Tema
Agenda
Museus e Qualidade
31, rue Ballu
Informações e contactos
Tel.: 33 1 49 95 08 06 Fax: 33 1 49 95 04 69
Magda Mata – Universidade Lusófona de
[email protected]
Humanidades e Tecnologias
www.agendacom.com
Av. 376 Campo Grande, 1749-024 Lisboa
75009 Paris
Os Destaques bibliográficos deste Boletim vão ao encontro do tema proposto pelo ICOM para o próximo Dia Internacional
dos Museus – Os Museus e os Jovens –, relacionando-o com a função educativa dos museus. A primeira obra seleccionada
examina o conjunto de temas que formam a prática educativa nos museus, sendo dirigida tanto a profissionais de museus,
como a educadores. A análise da relação entre o museu e a escola é o tema da segunda obra em Destaque, que explora
formas de integrar e de reflectir a vivência da criança na experiência do museu e de potenciar a sua aprendizagem. I giovani
e il museo é o título do estudo piloto levado a cabo pelo Ministerio per i Beni e le Attività Culturali sobre os hábitos culturais
de jovens com idades entre os 19 e os 30 anos de duas regiões italianas e as razões que os incentivam ou afastam dos
museus. Por último, Learning in the museum introduz o conceito de Museu construtivista, aplicando teorias de construção
do conhecimento das Ciências da Educação à prática educativa dos museus. De cada uma das obras destaca-se a respectiva
referência bibliográfica e o resumo sumário.
TÍTULO: Pedagogía museística: nuevas perspectivas
Resumo: A obra estrutura-se em torno de quatro áreas temáticas.
y tendencias actuales
As duas primeiras apresentam o conceito de educação, formal
AUTORES: María Inmaculada Pastor Homs
e não formal, e o modo como se relaciona com o património
PUBLICAÇÃO: Barcelona: Ariel, 2004
e com o museu. O terceiro campo temático inclui as linhas prá-
DESC. FÍSICA: 187 p.
ticas de actuação no que diz respeito à planificação, desen-
COLECÇÃO: Ariel patrimonio
volvimento e avaliação dos programas educativos. De seguida,
ISBN: 84-344-6710-0
a Autora analisa aspectos da prática educativa em função das
especificidades dos públicos. Por último, examinam-se os desafios
actuais da educação no museu – captação de novos públicos,
Centro de Documentação
cooperação inter-institucional, marketing e novas tecnologias.
A obra inclui uma extensa bibliografia especializada.
TÍTULO: Quand l'enfant devient visiteur: une
Resumo: Tornar a criança que visita o museu um agente
nouvelle approche du partenariat école-musée
participativo e ensiná-la a ler tanto o objecto, como a narrativa
AUTORES: Cora Cohen
da exposição, constituiu a base do estudo levado a cabo pela
PUBLICAÇÃO: Paris: L'Harmattan, 2001
Autora e apresentado nesta obra. Com esse intuito, Cora Cohen
DESC. FÍSICA: 218 p.
analisa a evolução das relações entre a escola e o museu e ex-
ISBN: 2-7475-2446-9
plora as formas mais eficientes e vantajosas de parceria entre
as duas instituições de maneira a optimizar as visitas escolares
e a torná-las elementos facilitadores de integração e autonomia
da criança face à exposição e à experiência do museu.
TÍTULO: I giovani e il museo: indagine pilota sui
Resumo: O presente relatório trouxe a público os resultados do
giovani di 19-30 anni di età residenti in Campania
estudo piloto desenvolvido pelo Ufficio Studi do Ministero per i
e in Veneto
Beni e le Attività Culturali sobre o consumo cultural de jovens,
AUTORES: Adelaide Maresca Compagna, Elisa
na faixa etária dos 19-30 anos, residentes em duas regiões italianas,
Bucci, Silvana Carmen Di Marco
Veneto e Campania. À investigação interessava averiguar tanto o
PUBLICAÇÃO: Roma: Ministero per i Beni e le
comportamento dos jovens relativamente ao património cultural
Attività Culturali. Ufficio Studi, [1999]
e a iniciativas culturais, como as razões que os levam ao afastamento
DESC. FÍSICA: 186 p.
dos museus e os incentivos capazes de fomentar uma maior
COLECÇÃO: Dossier
participação. O relatório inclui a apresentação do estudo e a sua
metodologia, o questionário utilizado e a análise dos dados,
Boletim RPM n.º 19, Março 2006
apresentando ainda gráficos estatísticos e bibliografia de apoio.
TÍTULO: Museums, objects and collections: a cultural
study
AUTORA: Susan M. Pearce
PUBLICAÇÃO: London; New York: Leicester University
Press, 1992
DESC. FÍSICA: 296 p.
COLECÇÃO: Leicester Museum Studies
ISBN: 0-7185-1442-4
Resumo: Os princípios da teoria construtivista do ensino-aprendizagem colocam o indivíduo no centro do processo, enquanto agente activo do conhecimento, construindo sentido e significados a partir das suas experiências e vivências. Nesta obra,
George Hein apresenta as bases teóricas do conceito de Museu construtivista e proporciona aos profissionais um guia de
trabalho no campo da função educativa do museu. Para aumentar o potencial educativo do museu, o Autor percorre ainda a
história da educação no museu, examinando a sua relação com
as teorias educativas de Dewey, Piaget e Vygotsky e apresenta
casos ilustrativos de estudos de visitantes, instrumento fundamental para avaliação dos programas educativos desenvolvidos.
Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus
O Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus presta
Serviços
apoio à formação teórica e científica dos profissionais de museus,
estudantes, docentes e investigadores, servindo utilizadores internos –
Com o objectivo de tornar mais eficaz o acesso e a utilização das fontes
técnicos e colaboradores do IPM e dos museus da RPM – e externos,
e recursos documentais que gere e produz, o Centro de Documentação
pela disponibilização de fontes e de recursos de informação especializados
da RPM disponibiliza aos utilizadores um conjunto de serviços, que incluem:
nas várias áreas de acção dos museus.
Serviço de referência
Pedidos de pesquisa local ou à distância, por telefone ou correio electrónico.
Fundo Documental
Consulta local de documentos
O fundo documental do Centro constituído por tipologias documentais
diversificadas – monografias, publicações periódicas e artigos em suporte
Empréstimo de documentos
de papel e electrónico, trabalhos científicos e material não livro –
Restringido a monografias, a requisição poderá ser solicitada localmente
encontra-se organizado em áreas temáticas definidas especificamente
ou à distância, por correio electrónico, com a possibilidade do envio
para o Centro de Documentação da RPM, com base nas necessidades
e da devolução dos documentos ser efectuada por correio normal.
de informação especializada dos seus utilizadores. As áreas temáticas,
por sua vez, distribuem-se em três blocos:
Reprodução de documentos
Museologia e património. Teoria e prática
Centro de Documentação on-line
Museologia
Conservação e restauro
Educação e museus
Gestão de museus
Exposições
História dos museus
Gestão do património
Estudos de públicos
Arquitectura de museus
No site da RPM - http://www.rpmuseus-pt.org/ - acesso a conjunto de
conteúdos, designadamente:
– Pesquisa do catálogo informatizado
– Bibliografias temáticas
– Destaques bibliográficos publicados no Boletim RPM
– Listagem de Publicações Periódicas existentes no Centro de Docu-
Edições de museus
Museus - Colecções e património
Museus - Divulgação
Museus - Exposições
Museus - Acção educativa
mentação e/ou em acesso livre on-line
– Bases de Dados de Publicações Periódicas em acesso livre on-line
– Listagem bibliográfica dos Trabalhos de Investigação
– Listagem bibliográfica das Edições apoiadas pelo PAQM
– Referências bibliográficas organizadas em Dossiês Temáticos
Generalista
Cultura e Sociedade
Arqueologia
Arte
Serviço de Difusão Selectiva de Informação
Serviço personalizado de difusão da informação para divulgação de
documentação integrada no catálogo que corresponda a áreas temáticas
de interesse dos utilizadores. A adesão ao serviço efectua-se mediante
o preenchimento da ficha de adesão (disponível no site da RPM) e do
seu envio para o Centro de Documentação, por correio normal ou
electrónico.
Boletim Bibliográfico
Boletim de periodicidade trimestral, em formato pdf, para divulgação
Centro de Documentação da Rede Portuguesa de Museus
de novas incorporações no catálogo. Para o receber, o utilizador deverá
Aberto ao público às segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h30 às 18h30.
enviar o pedido para o correio electrónico do Centro de Documentação.
A marcação prévia de consulta é aconselhada, podendo ser efectuada por
telefone ou correio electrónico.
Além do conjunto de serviços acima mencionados, o Centro de
Documentação dá agora início à produção de um Destacável, incluído,
Calçada da Memória, 14 - 1300-396 Lisboa
a partir deste número, no Boletim RPM. O destacável, pensado como
Tel. 21 361 74 90
uma colecção de fichas individuais que o utilizador poderá arquivar,
Fax 21 361 74 99
irá conter os Destaques bibliográficos que até agora se publicavam no
[email protected]
Boletim e a divulgação de obras, notícias e informações de interesse
www.rpmuseus-pt.org
para os utilizadores.

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