Tecnologia brasileira Inova para setor de laticínios

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Tecnologia brasileira Inova para setor de laticínios
Máquinas e Equipamentos
Tecnologia brasileira
Inova para setor de laticínios
De olho nas necessidades do setor de leite e produtos lácteos,
empresas brasileiras de máquinas e equipamentos desenvolvem
soluções para otimizar e levar mais eficiência para as indústrias
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Produtividade e crescimento industrial estão
diretamente relacionados à tecnologia. De nada
adianta ter abundância de matéria-prima e não obter o máximo de lucro e qualidade no produto final. Principalmente, neste momento de expansão
da economia brasileira, todos os setores produtivos
passam pelo processo de incorporar ferramentas
com objetivo de modernizar seus parques industriais. Conscientes da necessidade de investir em
novas tecnologias, empresas de todos os portes procuram instrumentos que contribuam para atender
um mercado de consumo cada vez mais exigente
na questão da qualidade, extraindo ao máximo das
matérias-primas utilizadas no processo produtivo.
Fabricantes nacionais têm detectado necessidades
específicas de máquinas e equipamentos e trazido
soluções adequadas às indústrias.
Atualmente, o controle de qualidade é ponto determinante para garantir a credibilidade de produtos, principalmente na área da alimentação e, para
isso, é fundamental uso de instrumentos confiáveis
nas análises laboratoriais. Desde recursos para análises das condições da matéria-prima até o processamento do leite e na transformação em derivados,
as indústrias contam com máquinas e equipamentos com tecnologia que trazem segurança ao produto final. Entre seus desenvolvimentos recentes para
a área de laboratórios, a Gehaka trouxe nova linha
de ultrapurificadores Master Systems Série MS 2000.
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Máquinas e Equipamentos
Tecnologia brasileira - Inova para setor de laticínios
Como a água é o solvente mais
comum utilizado em laboratórios
e sua qualidade pode defraudar os
resultados esperados, o uso da água
com grau de pureza inferior à adequada compromete diretamente o
resultado das análises. As normas,
reconhecidas internacionalmente,
classificam os diferentes tipos de
água purificada, indo do Tipo I ao
Tipo III. O uso de tecnologias de purificação é o caminho correto para
obtenção qualidade do líquido, pois
é possível medir com precisão e monitorar os contaminantes.
Os produtos da nova linha dispõem de um programa que monitora continuamente as medidas críticas da água purificada: resistividade,
condutividade, temperatura e nível
do reservatório. Atendem às determinações das Boas Práticas de Laboratório, já que possuem impressora
incorporada que registra a rastreabilidade dos parâmetros: data; hora;
resistividade, condutividade, temperatura, data da troca e validade de
cada um dos consumíveis, além da
data da última sanitização e número
de série do aparelho. O processo de
sanitização é automático, proporcionando segurança e conforto total ao
usuário.
Para garantir a máxima segurança, a linha Master System MS 2000
possui as seguintes etapas de purificação: filtro de partículas; bomba
de entrada; filtro de carvão ativado;
bomba de pressurização; osmose reversa; ponto de serviço de água Tipo
III; reservatório interno de 12 litros;
bomba de recirculação; luz UV de
dupla ação: germicida e oxidação do
carbono orgânico; deionizador; filtro
microbiológico em cápsula de saída
com membrana em fibra oca com retenção 0,01 micra.
Os equipamentos também possuem software completo e de simples operação que informa em
tempo real a resistividade e a temperatura da água servida, o modo
de operação, bem como a validade
de cada elemento filtrante utilizado.
São equipados com controle digital
microprocessado que monitora continuamente todas as fases de purificação da água desde a entrada, o
nível do reservatório, a recirculação
e o serviço, que pode ser por fluxo
contínuo ou volume programado.
Os requisitos em qualidade e demanda de água purificada, em cada
tipo de laboratório são diferentes e,
baseada nessa situação, a Gehaka
desenvolveu diversificada variedade
de ultrapurificadores com solução
específica para atender cada necessidade individual.
Ultrapurificação de água
- Gehaka
Dreno Prensa - Águia Inox
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Na linha de ultrapurificadores, o
modelo Master System All atende à
maioria das aplicações, como Cromatografia Líquida HPLC; Espectrometria de
Emissão de Chama; Analisadores Bioquímicos; Analisadores de TOC; Eletroforese; Produção de Injetáveis; Cultivo
Celular; Biologia Molecular; Produção de
Soluções Padrão e Lavagem de ampolas
e vidrarias críticas.
Todos os modelos da linha MS 2000
atendem às normas: ASTM - Tipo I; NCCLS – Tipo I; USP - PW e WFI; ISO 3696
– Tipo I e CTLE-04 INMETRO.
A última etapa da produção das indústrias de alimentos também esteve
na mira da Gehaka, que trouxe para o
mercado nova linha de verificadores automático de peso, a Checkweigher S100.
O equipamento é comercializado pela
Kaufmann, empresa do grupo que atua
no segmento de logística, esteiras e sis-
temas de pesagem automática.Segundo
Marcela Silva, analista de pesquisa de
mercado da Gehaka, “a empresa trouxe
esta solução por solicitação de um de
seus clientes, que buscava um verificador eficiente e de alta confiabilidade
para atender à legislação que exige peso
apontado nas embalagens de alimentos”.
O equipamento utiliza moderna tecnologia mecânica e de medição para garantir
pesagens rápidas, precisas e confiáveis,
trazendo economia para qualquer processo.
Com suas funções internas e saída
serial, o equipamento transfere os resultados de pesagem para qualquer sistema, criando um registro das pesagens e
garantindo maior confiança a todo sistema. Apesar de toda a tecnologia embutida, sua operação é intuitiva e requer um
simples treinamento para seus usuários.
Sua construção em aço pintado com
epóxi ou aço inox oferece robustez e durabilidade ao conjunto.
Há ainda a possibilidade de utilizar
uma impressora térmica incorporada
ao sistema, gerando relatórios de forma
simples e rápida, possibilitando também
o descarte automático de embalagens
fora de pesagem ideal.
Entre as funções do equipamento
estão: comparar o peso atual com os limites inferior e superior programados. A
Torre de sinalização indica o resultado
e rejeita o produto; acumula o valor do
peso de cada produto que passa pela esteira. Conta o número de produtos e calcula seu peso médio; calcula o número
de peças em uma embalagem a partir do
peso médio e efetua os cálculos estatísticos de uma amostra, como média, desvio
padrão, desvio padrão relativo, máximo,
mínimo entre outros e envia resultados
pela saída serial RS232C.
Máquinas
tecnologia
e Equipamentos
Produção automatizada de queijos - Águia Inox
Produção automatizada
A área de queijos nas indústrias de laticínios também conta com novos equipamentos desenvolvidos por
fabricantes brasileiros, como a Águia Inox, que possui
departamento técnico de engenharia, calderaria e mestres queijeiros que contribuíram para mecanizar processos de fabricação de mussarela, prato, frescal entre
outros.
O processo de fabricação mecanizado/automatizado, criado pela empresa, possui capacidade para indús-
trias a partir de 50 mil litros/dia até 300 mil litros/dia e
possibilita intervenção do queijeiro durante todo o processo. Pode ser completa ou modular, ou seja, permite
utilização de equipamentos já existentes e, para isso,
basta apenas adequação ao projeto. Além de grande
diminuição de mão-de-obra, a queijaria minimiza possíveis contaminações e diminui efluentes, consequentemente, aumenta o rendimento. A empresa desenvolve
também mecanização para processo de fabricação de
doce de leite, iogurte, bebidas lácteas e achocolatados.
Gilberto Luiz Welter, gerente da área comercial da Águia
Inox, afirma que: “os sistemas atuais utilizados no Brasil
na produção de queijos são ultrapassados e prevalece o
trabalho manual, que implica em falta de padronização,
contaminação dos queijos, além do desperdício de massa do alimento nas mesas de enformagem. A drenoprensa automática incorpora autolimpeza, utilizando o sistema CIP também automático. Foi concebida de forma a
facilitar o processo na prensagem da massa e corte com
todas as receitas predeterminadas em painel de controle. Vimos necessidade desse equipamento no mercado
e desenvolvemos a solução para a área de queijaria com custo dentro
da realidade do Brasil.
Estamos focados no setor de lácteos e, em breve, novos equipamentos
serão lançados para uso
na fabricação de derivados de leite”.
Tanque de salmoura – Águia Inox
Inovação em processo de salmoura
O processo de salmoura utilizado em queijos também ganhou novo equipamento, que está chegando ao
mercado. O desenvolvimento vem da WGM Sistemas,
empresa tradicional e especializada na produção de
sistemas de filtração por membranas e também para
concentração do leite e do soro proveniente do queijo.
Ampliando sua atuação no setor, a WGM desenvolveu
equipamento para recuperação e purificação da salmoura, aperfeiçoando o processo dentro das indústrias
de laticínios.
“Utilizando todo nosso expertise de mais de 20 anos
em filtração por membranas e buscando atender as
necessidades de nossos clientes, a WGM aprimorou e
viabilizou este processo com um equipamento de fácil
operação, pequeno porte e baixo custo operacional”,
anuncia Jefferson Dantas, assistente técnico de vendas
da empresa.
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Atualmente, na produção de queijo podem ser
utilizados diversos tipos de salga. Nos laticínios brasileiros, a mais utilizada é a imersão do queijo em solução salina, conhecida como salmoura. À medida que a
salmoura é usada, ocorre uma baixa na concentração
de cloreto de sódio, pois o queijo absorve sal e há um
enriquecimento da mesma em substâncias oriundas do
soro, como lactose, lactato, fosfato de cálcio, proteínas
e peptídeos solúveis, além de um pouco de gordura e
microrganismos.
Ao final de um período considerável de uso, a salmoura tende a diminuir a densidade; aumentar o conteúdo de matéria orgânica e sais minerais; aumentar a
acidez titulável; criar um tampão de pH pelo aumento
de lactato e outros sais; aumenta a contagem microbiana e tem sua capacidade de salga diminuída. Para a recuperação desta salmoura , ela passa por um processo
de filtração para retirada de substâncias indesejadas
e, logo após, por uma pasteurização a 90oC, repouso de
pelo menos um dia e retirada de sobrenadantes.
Os inconvenientes advindos desse processo, geralmente, são: problemas na formação da casca; controle
Microbiológico; dificuldades de estabilidade da solução
salina; alto consumo de energia; dificuldades operacionais; geração de efluentes c/ descarte da salmoura ou
resíduos com descarte e auxiliar filtrante (terra diatomácea) e ambiente de trabalho hostil (odores).
O Sistema de Recuperação de Salmoura com Membranas, desenvolvido pela WGM, resolve esses problemas, utilizando a tecnologia de filtração por membranas, que podem ser definidas como uma barreira física
semipermeável, que separa fluidos em duas fases e restringe o transporte de várias substâncias de uma forma
específica. A sua função primordial é atuar como uma
barreira seletiva, permitindo a passagem de certos componentes e impedindo a passagem de outros, possibilitando a manutenção da composição de uma mistura.
O sistema é facilmente implantado e instalado após
os tanques de salmoura já existentes, onde ele passa a
filtrar a salmoura, fazendo sua purificação, eliminando
a sujidade e a carga microbiológica e retornando para o
processo de salga como uma solução nova, precisando
ser apenas reposto do teor de sal absorvido pelo queijo.
O resultado deste processo com membranas é um
produto mais seguro do ponto vista microbiológico, com
redução significativa das devoluções por defeitos de
produtos. Suas vantagens são estabilidade da salmoura;
eliminação de microrganismos e leveduras, redução no
consumo de energia, redução no lançamento de efluentes, redução no consumo de sal (reposição), redução de
defeitos de fabricação por problemas na casca ou sabor,
redução de devoluções, exigindo menor logística reversa e maior facilidade operacional.
Sistema de Recuperação de
Salmoura com Membranas - WGM
Fabricantes nacionais
Fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos têm se empenhado em desenvolver soluções para
suprir as necessidades das indústrias de alimentos e
bebidas. Porém, muitas empresas nacionais do setor
de máquinas enfrentam momento difícil para colocar
seus equipamentos no mercado nacional. Atualmente,
a concorrência dos fabricantes estrangeiros, que conseguem vender com mais facilidade no Brasil, tem afetado
as vendas dos fornecedores nacionais. O câmbio favorável às importações e guerra de impostos são alguns dos
fatores que favorecem os estrangeiros.
Marcos Hiromu Irokawa, presidente da CSMIAFRI
(Câmara Setorial de Máquinas para Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial), da Abimaq
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ressalta: “alguns estados deram isenção de
impostos para equipamentos importados, já o produtor
nacional é obrigado a pagar. É uma guerra desleal. Em
tecnologia, temos máquinas tão boas ou melhores que
as importadas e, algumas multinacionais usam tecnologia de fora e fabricam no Brasil. Não há preconceito
em relação ao fabricante nacional, o que acaba determinando a escolha, na maioria dos casos é o custo”.
Em relação a outros segmentos da alimentação, Hiromu Irokawa avalia que o setor de leite e derivados está com demanda mais aquecida. “O final de 2011e
início de 2012 foram fracos na área de alimentos, mas
o de leite foi forte e alguns dados pontuais contribuíram para isso, entre eles, alguns fabricantes de lácteos ampliaram suas fábricas, outros inauguraram novas
unidades, gerando vendas para o setor de máquinas”,
complementa o presidente da CSMIAFRI.
Com ventos favoráveis ou não, os fabricantes
nacionais continuam com sua engenharia voltada para
novas soluções e buscando espaços aqui e no exterior.
Muitas dessas inovações poderão, inclusive, ser conhecidas na edição 2012 da Fispal Tecnologia.
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