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Entrevista
Entrevista com o Padre Valdinei Pini
Palavra do Pároco-Reitor
A Campanha da Fraternidade de São José
O Santuário Santa Edwiges já tem um novo Vigário Paroquial. E neste
mês, o Jornal Santa Edwiges conversou com o Padre Valdinei para os
leitores conhecê-lo melhor
O que José nos inspira é o cuidado sem muitos alardes, fazer a
escuta atenta e, no seguimento das leis propostas, não deixar de
devolver ao seu meio a responsabilidade com os seus.
Pág. 07
Pág. 06
STA. EDWIGES
Padres e Irmãos Oblatos de São José * Arquidiocese de SP * Ano XXVI * N. 303 * Março de 2016
Semana de Formação Catequética
De 25 a 29 de janeiro aconteceu no Santuário Santa Edwiges, a Semana de
Formação Catequética com o tema: Atualizando a vida da Igreja e o lema: Estudo
das prioridades pastorais 2016.
Pág.08
Vocações
Os Interesses de
Jesus
Para os Oblatos de São
José, Congregação
religiosa fundada por São
José Marello, a busca dos
interesses de Jesus é um
projeto de vida.
Pág. 14
Especial
Programação da
Semana Santa
Confira na página 04 a programação da Semana Santa
do Santuário Santa Edwiges.
Pág. 04
02 calendário
editorial
Planeta Terra:
Nossa Responsabilidade
Desde 1963 no Brasil, durante a Quaresma, é
lançada a Campanha da Fraternidade que nos propõe a cada ano um tema diferente para que possamos nos converter e mudar. Pela quarta vez, a
Campanha da Fraternidade nos pede que olhemos
com mais atenção para o planeta.
O tema da CF 2016 é “Casa comum: nossa
responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e a justiça qual riacho
que não seca” (Am 5,24). Na mensagem do Papa
Francisco para os brasileiros ele menciona:
“Todos nós temos responsabilidade por nossa
Casa Comum, ela envolve os governantes e toda
a sociedade. Por meio desta Campanha da Fraternidade, as pessoas e comunidades são convidadas a se mobilizar, a partir dos locais em que
vivem. São chamadas a tomar iniciativas em que
se unam as Igrejas e as diversas expressões religiosas e todas as pessoas de boa vontade na
promoção da justiça e do direito ao saneamento
básico. O acesso à água potável e ao esgotamento
sanitário é condição necessária para a superação
da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices
de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e
para a sustentabilidade ambiental.”
Outro aspecto que devemos olhar com muita
atenção este ano, é o mosquito da dengue que está
causando transtornos pelo mundo todo. Um mosquito não é mais forte que do que o mundo, por
isso vamos juntos vencer essa batalha, cuide da
sua casa e do seu bairro, para que possamos vencer esse mosquito que tanto nos aterroriza.
A Páscoa se aproxima, e diante de tantos problemas que o mundo está enfrentando, Cristo nos
dá a força que precisamos. A morte de Jesus parecia o fim para alguns, mas ele triunfou sob ela e
ressuscitou! Tenhamos também em nós a certeza
deste Cristo que nos traz vida nova!
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
8 Ter
Confissões- Quaresma
Paróquia São Vicente
20h
9 Qua
Confissões- Quaresma
Reunião das Equipes (ECC)
Santuário
Salão São José
20h
20h
10 Qui
Confissões- Quaresma
Novena em Louvor a São José
Paróquia S. J. Clímaco
Santuário
20h
19h30
11 Sex
Confissões- Quaresma
Novena em Louvor a São José
Paróquia N. Sra. Aparecida- Arapuá
20h
19h30
12 Sáb
Grupo Emanuel (Encontro)
Grupo de Oração
Catequese (Encontro)
Novena em Louvor a São José
Missa Votiva N. Sra. Aparecida
CPC
Confissões Crisma
DMJ Setor Regional- Via Sacra
Curso de Formação Ministros da Eucaristia
Salão São José
Santuário
Santuário
Santuário
A definir
A definir
Auditório C. Univ S. Camilo
20h
19h
9h e 14h30
16h
20h
15h
--8h30 às 12h
13 Dom
Promoção Geral
Novena em Louvor a São José
Santuário
Santuário
O dia todo
18h30
14 Seg
Novena em Louvor a São José
Santuário
19h30
15 Ter
Confissões- Quaresma
Novena em Louvor a São José
Reunião do Clero- Espiritual. Da Quaresma
Paróquia N. Sra das Mercês
Santuário
Cent. de For. Sag. Família (Sta.Paulina)
20h
19h30
9h ás 12h
16 Qua
Novena em Louvor a São José
Santuário
19h30
20 Dom
Procissão Domingo de Ramos
Quis Geral dos Crismandos
DMJ- Dia Mundial da Juventude
Comunidade N. Sra. Aparecida
8h 45
23 Qua
Celebração com Unção dos Enfermos
Santuário
15h
24 Qui
Celebração da Missa do Crisma (Santos Óleos)
Missa de Lava-Pés
Catedral da Sz
9h
25 Sex
Celebração da Paixão do Senhor
Santuário e Capela
15h
26 Sab
Vigília Pascal
Santuário e Capela
20h
27 Dom
Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor
Santuário
Capela
7h, 9h, 11h e
18h30
10h
30 Qua
Reunião de Equipes (ECC)
Salão São José
20h
Santuário
Comunidade N. Sra Aparecida
Comunidade N. Sra Aparecida
---
Fiquem com Deus!
Karina Oliveira
[email protected]
Paróquia Santuário Santa Edwiges
Arquidiocese de São Paulo
Região Episcopal Ipiranga
Congregação dos Oblatos de São José
Província Nossa Senhora do Rocio
Pároco-Reitor: Pe. Paulo Siebeneichler - OSJ
Responsável e Editora: Karina Oliveira
Projeto Gráfico: 142comunicacao.com.br
Fotos: Gina Santos e Arquivo Interno
Equipe: Ângela; Antônia; Aparecida Y. Bonater; Izaíra de Carvalho Tonetti; Jaci
Bianchi da Cruz; Guiomar Correia do Nascimento; Rosa Cruz; Marlene; Maria
e Valdeci Oliveira.
Site: www.santuariosantaedwiges.com.br
E-mail: [email protected]
Conclusão desta edição: 01/03/2016
Impressão: Folha de Londrina.
Tiragem: 3.000 exemplares.
Distribuição gratuita
Estrada das Lágrimas, 910 cep. 04232-000 São Paulo SP / Tel. (11) 2274.2853 e 2274.8646 Fax. (011) 2215.6111
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
cantinho da catequese 03
FOI DADA A LARGADA...
Aconteceu no sábado, dia 06/02, a
primeira reunião do ano da Catequese,
com todos os catequistas e auxiliares e
com a presença da Irmã Silvana, num
momento lindo de Espiritualidade,
nos motivando sobre a importância de
sermos luz na vida uns dos outros e de
mantermos essa chama acesa.
Novidades, ânimo e amor nesse semestre que se inicia é o que recheia a
Catequese.
Que nossas crianças possam aproveitar cada momento, juntamente com
suas famílias e catequistas.
TURMA DA CATEQUISTA CIDA E BRUNO
TURMA DA CATEQUISTA MARIA E LEANDRO
TURMA DA CATEQUISTA CIDA E BRUNO
Convite
O Grupo de Oração Nossa Senhora de Fátima III, convida a comunidade paroquial, para participar
de seus encontros que acontecem na Paróquia Santa Edwiges,
todos os sábados às 19h.
VENHA PARTICIPAR!
TURMA DA CATEQUISTA KETELYN E BRUNA
04 osse
Estamos iniciando um novo ano de
atividades e trabalhos no CCA Santa
Edwiges/ OSSE. Novos sonhos, objetivos e expectativas.
Esperamos que seja um novo começo de ampliações de horizontes e conhecimentos para as nossas crianças/
adolescentes.
Que elas possam contribuir com
seu amor para um ano feliz em seus
lares e comunidade.
O nosso objetivo é mostrar o caminho, para que os nossos atendidos alcancem seus sonhos, tornando-os realidades e conquistas bem sucedidas.
No mês de Fevereiro trabalhamos
com as nossas crianças/adolescentes
o tema de como nos relacionamos
com o próximo socialmente.
Nossas amizades nos acrescentam
como seres humanos solidários?
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
Caros leitores
Realizamos com os nossos atendidos as atividades lúdicas do dia-a-dia,
dinâmica de grupo com o intuito de
integração social, festa dos aniversariantes e baile de carnaval.
Temos muitas metas para
atingir nesse ano de 2016 e temos plena convicção que vamos realizar. Sabem por quê?
Trabalhamos com amor e
dedicação para que possamos plantar em nossas crianças/adolescentes as sementes
do amor, respeito e solidariedade.
Desejamos
a vocês queridos leitores
um ano de
2016 abençoado por Deus
e iluminado pela nossa padroeira Santa Edwiges.
Equipe CCA Santa Edwiges/OSSE.
Marina Lacerda / Silmara Silva.
palavra do bispo 05
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
“CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE”
pelo “mosquito aedes aegypit”, vetor
dos vírus da dengue, chikungunyae e
zika. Em boa parte das moradias brasileiras, pessoas utilizam fossas rudimentares em quintais ou lançam seus esgotos a céu aberto, disseminando doenças
como: diarreia, cólera, hepatite e febre
tifoide, entre outras. Os serviços de
saneamento básico são essenciais para
evitar a proliferação de doenças.
Mas não é só o poder público que
precisa agir. Também temos responsabilidades pessoais. Podemos e devemos reduzir nossa produção diária de
lixo. É nossa contribuição pessoal ao
saneamento básico. De que modo podemos ajudar? Usando sacolas retornáveis, evitando as embalagens descartáveis, cozinhando somente o que será
consumido, evitando o desperdício e
reduzindo a geração de resíduos. Também a coleta seletiva do lixo pode ajudar significativamente no tratamento
adequado dos resíduos e na reciclagem.
A Igreja Católica no Brasil instituiu
no ano de 1964 a Campanha da Fraternidade, com abrangência nacional,
tendo como principal objetivo “evangelizar”. Isso acontece em sintonia
com o tempo da Quaresma e constitui
espaço privilegiado de formação dentro
da motivação proposta para cada ano.
Neste ano de 2016
o tema abordado é
saneamento básico.
Ainda, a Campanha
será ecumênica, ou
seja, reunirá outras
igrejas cristãs, além
da católica.
Por que discutir
saneamento básico
no Brasil? Porque a
falta de saneamento
básico destrói a casa
comum e a vida da
família que habita
essa casa!
A título de conhecimento, estudos da
ONU estimam que
no mundo uma criança morre a cada
2,5 minutos por não ter acesso à água
potável, por falta de redes de esgotos
e por falta de higiene. A insalubridade
causa problemas de ordem psicológica
e emocional, não apenas físicos. Em
nosso país temos o flagelo provocado
Portanto, saneamento básico não é
um detalhe, não é luxo, mas uma necessidade imperativa para que as pessoas
possam ter uma vida saudável. Somos
todos, chamados a defender esse direito básico de todo cidadão. Justamente,
por isso, o lema da CF 2016 é: “Quero
ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”
(Am 5, 24). O profeta Amós compara a
prática da justiça como uma fonte que
jorra água limpa e com um rio perene,
que não seca nem no tempo da estia-
gem mais severa. A justiça não pode ser
comparada a um rio temporário, que só
tem água na época das chuvas. A justiça não pode interromper seu fluxo. Não
pode ser um regato que desaparece.
Deve correr sempre. Saneamento básico é justiça ambiental. É um direito de
toda população, e não apenas de alguns
privilegiados. A Igreja, como voz profética dos mais pobres, tem a obrigação
de defendê-los.
Na encíclica “Laudato Sì”, o Papa
Francisco afirma: “O amor cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se
em todas as ações que procuram construir um mundo melhor” (n. 231). Justiça ambiental é uma forma de exercer
o amor fraterno. Se fosse escrito hoje, o
grande discurso escatológico de Jesus
(cf. Mt 25, 35-36) poderia ser acrescentado com a seguinte afirmação: “estava
precisando de um ambiente saudável
e trabalhastes para cuidar da natureza
que garante a minha vida”.Fraternidade
é amor concreto ao próximo. Não nos
esqueçamos nunca dessa verdade.
Enfim, a Campanha é instigante e
exige nossa conversão para que nossa
casa comum seja habitável como Deus
quer. Uma santa Quaresma a todos!
Dom José Roberto
Bispo Auxiliar de SP e
Vigário Episcopal da Região Ipiranga
06 palavra do pároco-reitor
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
A CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE SÃO JOSÉ!
Caros Devotos, Paroquianos, Romeiros leitores do Jornal e das Mídias de Santa Edwiges,
que Deus te conceda a graça e a paz, e possa
viver bem este Tempo da Quaresma buscando
ter uma Santa celebração da Páscoa.
Estamos no Tempo da Quaresma, tempo para
oração, jejum, prática da caridade, um tempo
para rever a vida e celebrar a conversão, fazer uma mudança de vida, mudar os hábitos,
dar uma repaginada nas atitudes, nas palavras,
nas ações, para se reconfigurar com Cristo. A
Igreja neste tempo, já a cinquenta anos promove a Campanha da Fraternidade, e neste ano,
por ocasião do tema proposto, realiza em comunhão com o Conselho das Igrejas Cristãs,
CONIC e ainda uma entidade Internacional, a
MISEREOR da Alemanha, na busca de que a
Campanha atinja mais cristãos a defesa de nossa casa, o planeta terra, tantas vezes descuidado
e atingido por tantas atitudes humanas.
A CF 2016 tem como Tema: “Casa comum,
nossa responsabilidade”, e este é animando
pelo versículo bíblico de Amós que serve de
Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”
(Amós 5,24). A finalidade é de unir as Igrejas
para lutar pela defesa ampla do planeta neste
grande cuidado da casa comum, devolvendo
aos rios, às fontes, às pessoas, animais, seres
vivos, plantas, matas e florestas uma respeitabilidade de evitar estragar o jardim que Deus,
O Criador nos deu, e que hoje é devastado, destruído e devolvido lixos e tantos elementos poluentes em nosso meio ambiente.
Em se falar de justiça, celebramos no mês de
março, São José, Ele o Pai de Jesus, o qual lhe
dá a dimensão de ser o Guardião do Redentor,
o que cuida certamente pode ser o Santo a ser
para nós um luzeiro a iluminar o nosso horizonte de viver o projeto de Deus, na escuta atenta
da Palavra e fazendo a vontade do Senhor, com
as virtudes das quais José cuidou da casa de
Nazaré, onde com Jesus e Maria fizeram acontecer o Mistério da Encarnação. O que José nos
inspira é o cuidado sem muitos alardes, fazer
a escuta atenta, e no seguimento das leis propostas, não deixar de devolver ao seu meio a
responsabilidade com os seus.
O Tempo da Quaresma convida a conversão, isso precisa de tempo, humildade,
paciência, virtudes que José possuía e vivia
junto com os seus. Olhando para José nesta
Quaresma, possamos caminhar felizes para
a Páscoa e alcançar a Justiça, o cuidado de
nossa casa, da casa comum o planeta e fazer-se fraterno cuidando dos seres que habitam
próximos de nós.
Uma Feliz Páscoa, depois de uma santa
Quaresma, com a inspiração em São José, o
Justo, o Santo que viveu em união e nos dá o
exemplo da fidelidade ao projeto de Deus.
Pe Paulo Siebeneichler – OSJ
Pároco-Reitor da P. S. Santa Edwiges
[email protected]
psicologando
Verbalização
Um dos pontos mais importantes do processo terapêutico é a escuta. Na verdade a
escuta acontece mais por parte do paciente, o
psicólogo é apenas o mediador da fala da pessoa consigo mesma. Alguns pacientes me falam no atendimento, “é muito estranho falar
isso, eu já pensei, mas falar é completamente
diferente”.
Posso dizer que esse é um ápice da terapia,
pois é nesse momento que o paciente percebe-se assumindo as responsabilidades pela
sua vida e falar para si mesmo quais são seus
grandes problemas e angustias, auxiliam na
evolução clinica.
Este é um grande desafio que os psicólogos
devem enfrentar, pois há uma resistência enorme das pessoas em assumirem seus problemas.
O comportamento verbal é tão importante
para a vida e para a terapia que fica cada vez
mais complicado. A tecnologia voltada para a
comunicação tem sido usada de forma negligente pelas pessoas, e ao invés de facilitar as
conversas, causa uma confusão enorme. Há
um discurso cheio de ruídos e a comunicação
é corrompida. O volume de conversa é muito grande, mas o conteúdo é vazio. De modo
que as pessoas não conseguem ouvir nem a
si, nem ao outro.
Por mais incomodo que seja, é preciso que
nos ouçamos!
Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico - CRP 06-96511
[email protected]
entrevista 07
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
ENTREVISTA COM O PADRE VALDINEI PINI
NOVO VIGÁRIO PAROQUIAL DO SANTUÁRIO SANTA EDWIGES
O Santuário Santa Edwiges já tem um novo Vigário Paroquial. E neste mês, o Jornal
Santa Edwiges conversou com o Padre Valdinei para os leitores conhecê-lo melhor.
exercíamos nas pastorais, era fantástico. Eu tive
a graça de trabalhar com algumas pessoas maravilhosas.
Voltando depois de sete anos para trabalhar
diretamente no Santuário como vigário paroquial
(para auxiliar o Pe. Paulo, atual pároco), é começar um novo projeto diferente do qual eu vivi durante sete anos. Nestes sete anos o meu trabalho
era focado diretamente na formação de novos jovens seminaristas, ajudando eles no discernimento vocacional. Agora é pensar um trabalho mais
focado na Igreja ministerial e pastoral.
JSE: Sei que não tem nem um mês que o
senhor chegou ao Santuário, mas quais são as
suas expectativas nesse novo desafio que lhe foi
proposto?
JSE: Qual foi a sua maior motivação para querer
ser padre? E quanto tempo faz que se ordenou?
Pe. Valdinei: Eu iniciei a minha caminhada no Seminário
dos Oblatos de São José aos 18 anos de idade, neste período
eu estava trabalhando na cidade de Arapongas numa fábrica
de Estofados. Eu era tapeceiro. Num dia qualquer chegou à
minha casa o Pe. João Batista me convidando para fazer uma
experiência de dois dias em Londrina, lá havia o seminário
menor, hoje Centro vocacional juvenil. Ouvindo a experiência de alguns seminaristas e padres, me despertou a vontade
de ingressar ao Seminário e iniciar a minha caminhada na
Congregação dos Oblatos de São José. Durante 10 anos no
Seminário, eu fui me encantando cada vez mais pelo carisma da nossa Congregação. Confesso que não foi fácil, muitas
pedras apareceram no caminho me iludindo para desistir da
vocação. Sempre procurei meu refúgio na mãe querida, Nossa Senhora Aparecida, do qual hoje sou muito devoto.
Eu fui ordenado no dia 14 de março de 2009 no Santuário São José em Apucarana. Estarei completando sete
anos de sacerdócio. Agradeço muito a Deus e reconheço
que Deus sempre esteve do meu lado me dando forças e
oportunidades na caminhada.
JSE: O senhor já passou pelo Santuário Santa
Edwiges como frei, qual é a sensação de voltar como
sacerdote?
Pe. Valdinei: Eu estive aqui entre os anos de 2005 a
2008 no Seminário Pe. Pedro Magnone estudando Teologia e ajudava no Santuário em algumas pastorais como
assessor. A pastoral naquela época era por mim esperada,
era oportunidade de colocar em prática o que ouvíamos na
faculdade. Lá tínhamos a experiência de ouvir e a prática
um profeta nos tempos de hoje. Eu o admiro muito pelo
seu trabalho de evangelização e fico mais admirado pela
sua simplicidade de tratar as pessoas. Ao propor o ano da
Misericórdia, eu sinto que o papa sente no coração que
nós cristãos estamos cada vez mais distantes de Deus e
das pessoas. Com a evolução da tecnologia, que eu acho
necessário, nos facilitou demais em muitas coisas, porém
a maioria das pessoas não conseguem usufruir de forma
saudável e escravizam-se com os meios tecnológicos e se
afastam umas das outras. Ir à Igreja já não é mais prioridade. Buscar Deus eu vejo depois. Estamos numa sociedade
cada vez mais paganizada e individualista. Sem contar que
a maioria das pessoas já não sabe distinguir o que é pecado
e não procuram mais se confessar.
Pe. Valdinei: Agora o trabalho é focado mais
com o povo de Deus, como: atendimento, confissões,
bênçãos, retiros, celebrações das missas, batismos, e entre
outros trabalhos que faz parte do ministério. Coloquei-me
a disposição da Congregação e da Igreja, vim com o coração aberto para viver bem e ajudar aqueles que precisam.
Neste ano da Misericórdia, a proposta é que nos aproximemos mais das pessoas, que tenhamos um coração mais
acolhedor, sensível com os mais necessitados. Que saibamos perdoar aqueles que nos magoaram, que nos ofenderam e até nos caluniaram. Esta é a proposta do Evangelho
do “Pai misericordioso” ou “Filho Pródigo” que encontramos em Lucas 15, 11-32. Vale à pena ler e sentir o amor do
Pai pelo filho que retorna depois de perder a herança e passar fome. É acolhido pelo Pai que aguardava o seu retorno.
Neste pouco tempo que eu estou no santuário, já percebi que os desafios são muitos, principalmente quando
retratamos as pastorais. A proposta é acompanhar, rezar,
propor e viver juntos os desafios pastorais. Então vamos
construir juntos, aprender juntos e tentar fazer uma experiência que Deus esteja conosco.
Em suma, que este Ano da Misericórdia, que os ensinamentos do Papa Francisco e de nossos bispos, padres e
todos os evangelizadores nos ajudem a ser discípulos do
Senhor, que sejamos pessoas alegres e entusiasmados com
a vida. Que os problemas de nossa vida não nos impeçam
de fazer a experiência de Deus que é misericórdia e amor.
JSE: Como pretende desenvolver o seu trabalho de
evangelização na Paróquia Santa Edwiges?
JSE: Poderia deixar uma mensagem para os paroquianos e leitores do nosso jornal?
Pe. Valdinei: Acredito que a evangelização aqui no
Santuário Santa Edwiges vai acontecendo no dia a dia,
principalmente nas coisas pequenas como dizia nosso
fundador São José Marello. O trabalho aqui no Santuário
é muito vasto. No meu trabalho de evangelização, estarei
acompanhando algumas pastorais juntamente com alguns
freis em atividade. Vamos tentar melhorar, mas isto depende muito do Seminário, e diante das necessidades iremos
tentar elaborar uma boa programação com formação não
só da gente, mais também dos que estão juntos envolvidos
e da disposição de cada um. Vou procurar dar o meu melhor para atender as necessidades da evangelização aqui
na Paróquia Santuário Santa Edwiges.
Pe. Valdinei: A mensagem que eu quero deixar para
os nossos paroquianos e leitores do Jornal Santa Edwiges é que sejam sempre alegres no amor de Deus. Sejam
pessoas extraordinárias nas pequenas coisas. Nós padres
estamos atendendo todos os dias aqui no Santuário, nos
colocamos a disposição da comunidade para que sejamos
instrumentos de Deus na vida de vocês.
JSE: Nós estamos no ano da Misericórdia, em sua
opinião, o que os cristãos devem fazer para viver bem
esse período?
Pe. Valdinei: Acredito que o nosso Papa Francisco é
Rezem pelos padres Oblatos e pelos padres de sua paróquia, pelos seminaristas e pelas vocações religiosas e
diocesanas. Que o amor de Deus e nossa querida padroeira
Santa Edwiges possa sempre abençoar vocês paroquianos
e leitores de nosso jornal, principalmente a sua família e
seu trabalho. Deus abençoe você!
Carinhosamente
Pe. Valdinei Nascimento Pini, OSJ
Vigário Paroquial
08 notícias
santuariosantaedwiges.com.br
Semana de Formação Catequética
De 25 a 29 de janeiro aconteceu no
Santuário Santa Edwiges, a Semana de Formação Catequética com o
tema: Atualizando a vida da Igreja e
o lema: Estudo das prioridades pastorais 2016. Os encontros foram divididos em cinco dias e, em cada dia,
foi tratado um tema diferente.
Os palestrantes convidados para
esta semana, mencionaram assuntos
relacionados nos seguintes temas:
Diretrizes da CNBB, Laudato Si’,
Campanha da Fraternidade 2016,
Dei Verbum e Lectio Divina. Os
motivadores destas reflexões para a
nossa comunidade paroquial foram
os professores: Pe. Lisboa, Pe. Pedro
Luis, Frei Edson Ikeda, Pe. Raimundo e a Irmã Silvania.
Agradecemos a presença dos palestrantes e de todos os presentes, que
participaram desta semana de aprendizados e reflexões.
março de 2016
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
notícias 09
Abertura da Campanha da Fraternidade 2016
Participaram da abertura da campanha da fraternidade regional, cerca de 770 pessoas, representando
as paróquias dos setores Anchieta,
Cursino, Imigrantes, Ipiranga e Vila
Mariana.
A Missa de abertura, presidida por
Dom José Roberto Fortes Palau,
aconteceu na paróquia Santa Rita
de Cássia no dia 12/02. Em sua homilia, Dom José Roberto afirmou
que a Campanha da Fraternidade
deste ano, é “instigante a nós, onde
devemos cuidar de nossa casa como
Deus quer”. No término da Missa a
paróquia ofereceu aos presentes um
lanche comunitário.
Fonte:
https://pt-br.facebook.com/regiaoipiranga/
Posse do Pe. Paulo Sérgio na Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Aconteceu no dia 14
de fevereiro, a posse do
Pe. Paulo Sérgio na Paróquia Nossa Senhora de
Fátima, na Vila Sabrina.
O presidente da celebração foi o Dom Sergio de
Deus Borges, Vigário
Episcopal da Região de
Santana.
Saiu do Santuário Santa Edwiges, um ônibus
com alguns paroquianos que foram prestigiar
essa nova etapa da vida
do Pe. Paulo Sérgio.
Após a celebração, houve uma confraternização
de boas vindas dos paroquianos e dos padres da
Paróquia Nossa Senhora de Fátima para o Pe.
Paulo Sérgio.
10 juventude
santuariosantaedwiges.com.br
março de 2016
Convivência de Carnaval 2016
A convivência de carnaval -2016 foi uma
experiência que marcou muito os jovens que
participaram. Com uma formação totalmente
voltada para a oração e o estudo bíblico, os
jovens sentiram a presença de Deus em cada
detalhe e a responsabilidade de serem líderes
em seus grupos.
Com o sucesso da formação sobre os Lectionautas aplicada pelo Padre Toninho Prado
da CNBB, e a grande partilha de sentimentos
e emoções na Santa Vigília da madrugada, a
convivência sem dúvida foi o principal ponto
de partida para um novo perfil de jovens josefinos focados no amor pelo próximo e pelo
compromisso de levar a palavra de Deus para
as pessoas.
Vejam alguns depoimentos de jovens que
sentiram algo de diferente em seus corações.
Depoimentos
“A convivência em Curitiba foi muito
gratificante pra mim, gostei muito dos
momentos de formação e espiritualidade,
principalmente os momentos na capela.
Senti-me renovado ao voltar para São
Paulo com vontade de compartilhar tudo
que aconteceu e fazer valer as coisas que
aprendi, foi muito bom ver os amigos que
acabei fazendo nessa caminhada e conhecer pessoas novas. Agradeço pela equipe
de Curitiba, CJV e ao Pe. Bennelson por
proporcionar um evento maravilhoso.”
Derick Gomes - Paróquia Nossa Senhora de Fátima – São Paulo
Grupo: GAJOC
“Neste ano de 2016, tivemos uma proposta totalmente diferenciada das convivências anteriores, o Centro Juvenil se preocupou em buscar abastecer os jovens com
uma formação vinda de fora.
A convivência ocorreu em Curitiba, na
Chácara Bagozzi, em que aproximadamente 120 jovens estavam reunidos. Nos dois
primeiros dias, tivemos a presença do Padre Toninho, formador juvenil da CNBB,
em que nos apresentou e ensinou a utilizar
o método dos Lectionautas em que navegamos pelo amplo e fascinante oceano da
Palavra de Deus. Esse método consiste em
uma maneira juvenil, exercitar a Lectio Divina, que nada mais é do que a leitura orante
da Sagrada Escritura em quatro momentos:
Leitura, meditação, oração e contemplação.
Também tivemos alguns momentos de descontração como o Lual, os
passeios pelos parques de Curitiba
(Jardim Botânico e Parque Tanguá),
momentos esportivos e muita interação entre as cidades presentes.
Percebemos que com a animação,
o envolvimento e a espiritualidade
desses jovens nesse nosso encontro,
o ano de 2016 promete! “
Que venha 2016 com tudo!
Vanessa Dolinski- Paróquia Bom
Senhor Jesus do portão – Curitiba
Secretaria Provincial
“Essa convivência em Curitiba particularmente foi muito essencial para
que eu pudesse voltar há aquele primeiro amor que eu tinha quando me
converti. Cada ministração, ensinamento fez com que eu aprendesse mais
e despertasse mais uma vez aquilo que
havia se apagado dentro do meu coração. Foi uma experiência marcante, pois há 4 ou 5 anos tenho tentado
ter uma experiência dessa mas nunca
havia condições, seja ela financeira ou
por causa do trabalho. A convivência
ficará marcada pelo resto de minha
vida. Cada pessoa que conheci, todos
os momentos de aprendizagem irei
carregar comigo e assim passar para
aqueles próximos á mim. Espero poder participar dos próximos e ajudar
de alguma forma. Obrigado a tudo e
todos por esta oportunidade.”
Vinicius de Souza Ortega- Paróquia
Nossa Senhora do Carmo – Londrina
Grupo: EMINUS
Para mais informações acesse nosso
site: www.cjvosj.com.br
Hugo Leandro
Jovem voluntário do
Centro Juvenil Vocacional
vocações 11
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março de 2016
A VOCAÇÃO CHARLES DE FOUCAULD
Olá gente boa!
Nossa caminhada rumo às descobertas vocacionais continua mostrando panoramas lindos de pessoas que souberam responder ao chamado de Deus de
uma forma mais que visível, chamaria
de sensíveis à nossa sociedade e eclesialidade.
Nesse mês, apresento a figura de
um francês do século XVIII chamado
Irmão Carlos de Jesus ou também popularmente conhecido como Charles de
Foucauld. Nasceu na cidade de Estras-
Fez uma peregrinação à Terra Santa
e aí entrou para a Ordem Trapista onde
passou sete anos; revelava-se assim um
intenso desejo de seguir a Jesus Cristo
mais intimamente. Foi ordenado sacer-
dote aos 43 anos no ano de 1901
e foi habitar com os Tuaregues*
do Hoggar pelo desejo de estar entre os mais abandonados
e queria que todos aqueles que
dele se aproximassem, o tivesse como “irmão universal”; por isso se chamava
Irmão. Dedicou sua vida a
serviço daquele povo e na
noite de 01 de dezembro
de 1916 foi morto por um
bando que cercara a sua
casa.
Foucauld sonhou em
compartilhar seu modo de
vida para todos e mostrar
que a “vida de Nazaré” é
possível ser vivida com
intensidade e mística. Escreveu as regras de um
instituto e hoje sua espiritualidade é conhecida, vivida e partilhada por várias
instituições e comunidades
religiosas, institutos seculares e fieis leigos no mundo inteiro. Irmão Carlos de
Jesus é para a juventude
de hoje um modelo de seguimento do Senhor que
nos faz edificar o Reino.
Que possamos fazer com
que os jovens cresçam no
amor a Deus e a partir da
vivência desse amor, sejam generosos em seguir
optando pela Vida Consagrada e Sacerdotal.
burgo, França em 15 de setembro de
1858, logo ficou órfão e foi criado pelos
avós que ensinaram o ofício militar. Na
sua juventude andou meio afastado da
fé e, muitos o conheciam por ter uma
vida ‘fácil’; nesse período empenhou-se numa exploração ao Marrocos a
qual despertou a observar a vida e compromisso dos Muçulmanos para com a
fé e ao voltar à França, agora com 28
anos questionava-se: “Deus, se você
existe, deixe-me saber quem é você!”
Na sua caminhada em busca de redescobrir sua fé, encontrou um sacerdote
que o ajudou nesse processo fazendo
dar passos grandiosos nesse sentido.
Convido a rezar comigo
uma das mais belas orações composta por Charles
de Foucauld; a Oração do
Abandono:
Meu Pai,
eu me abandono a Ti.
Faz de mim o que te agradar.
Não importa o que faças de mim, eu Te agradeço.
Estou pronto a tudo, eu aceito tudo.
Tomara que Tua vontade se faça em mim,
em todas as tuas criaturas,
eu não desejo nada mais meu Deus.
Eu coloco minha alma entre Tuas mãos.
Eu a Te dou, meu Deus,
com todo amor do meu coração,
porque eu Te amo,
e que é minha necessidade,
de me colocar em tuas mãos sem medida,
com infinita confiança;
pois Tu És meu Pai.
(*TUAREGUES: habitantes da
região sahariana do norte da
África constituída de pastores/agricultores/comerciantes seminômades e de maioria muçulmana)
Fonte: www.vatican.va
Pe. José Antonio Vieira Ferreira, OSJ
Animador Vocacional dos Oblatos de São José
12 são josé
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março de 2016
SÃO JOSÉ, O TIPO DE EVANGELHO QUE JESUS
ANUNCIARÁ PARA O MUNDO
De maneira particular, não se pode relativizar o
aspecto educativo de Jesus, o qual constitui uma
componente fundamental da paternidade de José,
visto que a sua tarefa era a de educar o Messias
para o trabalho e para as experiências da vida,
como afirma o Papa Paulo VI. A tarefa educativa
de José em relação a Jesus foi muito bem realçada
numa das homilias de Orígines, o qual depois de
ter afirmado que o Espírito Santo honrou São José
com o nome de pai, justificou este título que lhe é
dado e que foi realçado nos evangelhos, pelo fato
de ser ele o educador de Jesus.
Em Nazaré, Jesus passará os seus anos não apenas como criança, mas também como adulto sob
os olhos atentos de seus pais, e a presença deles
plasmará a sua personalidade humana e influenciará consequentemente todas as suas ações humanas
como o Pregador das multidões. O Papa Paulo VI
soube colher muito bem esta verdade na vida de
Jesus ao afirmar que “São José é o tipo do Evangelho que Jesus, depois de ter deixado a oficina de
Nazaré e iniciar a sua missão de profeta e de mestre, anunciará como programa de redenção para a
redenção da humanidade”.
A psicologia ressalta com propriedade a influência que todos nós recebemos, particularmente
na idade infantil, do ambiente em que vivemos e
das pessoas com as quais convivemos. Por isso, a
afirmação de Paulo VI está perfeitamente em consonância com os ensinamentos desta ciência, o que
significa que aquele homem “novo” anunciado por
Jesus, foi se formando em sua mente ao longo dos
longos anos convividos na companhia de José em
correspondência àquele modelo concreto que ele tinha tido sempre diante de si.
A contínua presença de José, homem honesto, trabalhador, silencioso, humilde, sério e virtuoso terá
influenciado positivamente e de maneira categórica
ao menino Jesus. No ambiente familiar e no círculo de convivência dentro da pequena Nazaré, Jesus
enriqueceu sempre mais as suas experiências sobre
o comportamento humano e desta forma teve um
conhecimento experimental do ser humano.
É significativa a expressão “tipo de evangelho”,
pois ela designa o perfil de uma pessoa que sabe
acolher incondicionalmente o reino de Deus, ou
seja, que José foi para Jesus o modelo de mais
perfeito, a prova mais cabal de que para ser um
verdadeiro homem de Deus não é necessário realizar coisas grandiosas, mas apenas a vivência de
virtudes comuns, verdadeiras e
autênticas.
Não podia ter havido para Jesus um modelo mais perfeito que
José, o qual era aceito, respeitado
e chamado de pai por Jesus; era
acolhido e valorizado como seu
educador e mestre. Neste contexto, São José desempenhava
humilde e fielmente o plano de
divino da encarnação e da redenção da humanidade, tornando-se
desta maneira, o modelo perfeito
para se espelhar. A comum partilha de vida de Jesus com Maria e
José no dia-a-dia junto a pequena
casa e a simples oficina de Nazaré, proporcionou-lhe uma profunda influência de caráter psicológico, afetivo, intelectual, espiritual
e moral.
Da mesma forma, o grande teólogo, Santo Tomás de Aquino, acolhendo a posição de Orígines,
acima reportada, reconhece que José, não obstante
não tenha gerado Jesus, merece, todavia, o título de
pai de Jesus por ter desempenhado todas as funções
especificamente paternas, visto que o princípio da
paternidade não é apenas de gerar ou dar existência, mas também de educar e de instruir. O próprio
Santo Tomás afirma que “a prole não é considerada um bem do matrimônio apenas porque foi gerada por meio dele, mas enquanto neste matrimônio
é acolhida e educada”. Na verdade, o matrimônio
de José com Maria foi querido por Deus especialmente para isso, ou seja, para que por meio deste
Jesus fosse acolhido e educado.
Pe. José Antonio Bertolin, OSJ
[email protected]
CREDENCIADA – BONA e SINTEKO
ARCIA RASPADOR
Ademir
santo do mês 13
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março de 2016
São João Clímaco
21 de Fevereiro
30 degraus a serem galgados para que possamos atingir a perfeição
moral. Este livro foi um
grande sucesso na época
e chegou até mesmo a influenciar monges e outros
religiosos em sua conduta
particular, tanto no Ocidente como no Oriente. A
importância desta obra literária para a época pode
ser notada na utilização
do símbolo escada na arte
bizantina.
São João Clímaco foi
muito famoso como homem santo em toda a
Palestina e Arábia. Viveu
por volta do ano 650 e
morreu no Monte Sinai.
São João Clímaco nasceu no ano de
580. Clímaco foi um monge do Monte
Sinai, e deve o seu cognome a um livro seu Escada (Klímax – Clímaco). A
Escada é um resumo da vida espiritual,
concebida para os solitários e contemplativos. Para Clímaco, a oração é a
mais alta expressão da vida solitária; ela
se desenvolve pela eliminação das imagens e dos pensamentos.
Daí a necessidade da ‘monologia’, isto
é, a invocação curta, de uma só palavra,
incansavelmente repetida, que paralisa
a dispersão do espírito. Essa repetição
deve assimilar-se com a respiração.
O nome de São João Clímaco é uma
alusão à palavra “klímax’, que em grego
significa escada. São João decidiu adotar este nome em virtude do livro escrito
por ele mesmo, intitulado Escada para
o Paraíso.
Nesta obra ele explica que existem
Conta-se que ele era palestino e na adolescência
ingressou em um mosteiro no Monte Sinai, onde
passou a dedicar sua vida
às orações e à meditação.
Até os 35 anos viveu desta forma, mas quando seu
mestre faleceu resolveu
encerrar-se em uma cela
e viver à moda dos monges do deserto:
jejuando, orando e estudando a Bíblia.
Durante este novo período de sua
vida São João Clímaco decidiu nunca
mais comer carne, fosse ela vermelha
ou branca. Também passou a sair de sua
cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos.
Já com 70 anos foi eleito bispo do
Monte Sinai, muito embora preferisse
continuar com sua vida isolada. Nesta
época construiu hospitais para a população mais pobre, ajudado pelo papa Gregório Magno.
Os últimos quatro anos de sua vida
foram dedicados a viver como ermitão.
Neste período de total isolamento ele
escreveu Escada para o Paraíso.
http://santo.cancaonova.com/santo/santa-genoveva-virgem-consagrada/
Mensagem especial
Errância
Se faz tempo que tudo começou?
Nem sei mais. Parece que foi ontem,
mas tantos ontem se passaram, que
perdi a conta de a quanto tempo ganhei as estradas, a vida, a liberdade
de fazer o que quero, sem ter que dar
satisfação a ninguém. Nem a mim
mesmo, pois caminho sem rumo, em
direção a lugar nenhum, sem ponto
de chegada e de saída. Apenas vou
indo... Sou um pé na estrada, um errante. Meu endereço é o mundo.
Perdi meu emprego, comecei a beber, e aí minha mulher me abandonou, levando meus filhos com ela.
Dizia que eu não era mais o homem
com o qual havia casado. Fiquei sozinho com minha dor, e saí no mundo
a caminhar.
Depois que superei a solidão, ficou
mais fácil viver essa vida, que é muito diferente da vida que já vivi, e para
a qual não quero voltar nunca mais.
E se voltasse, tudo aquilo que deixei
não existiria mais. Tudo estaria muito
diferente. O tempo não estaria congelado à minha espera. Então eu sigo
rumo ao nada...
Não tenho vínculo algum com coisa alguma, com ninguém, pois nessa
vida tudo é provisório. Definitiva é só
a morte. Sou um andarilho, sou trecheiro.[1]
Para mim não existe mais o tempo.
Nada de presente, passado ou futuro.
Não tenho dia, nem hora para nada.
Estou livre da rotina, das contas a pagar, dos diz-que-diz-que...
Fujo do andarilho pardal, que é pedinte e abusa do álcool. Muitos tem
um cachorrinho para conversar. Melhor caminhar sozinho.
Certa vez, precisei ser atendido por
um médico. Fui até um posto rodoviário, e de lá fui levado ao hospital. O
médico que me atendeu disse que eu
sofria de dromomania.[5] Não entendi nada e para quem perguntei também não sabia o que era. Senti muito
medo. Até hoje não sei que tipo de
doença é essa. Só sei que tomei uma
injeção e sarei rapidamente...
Passo horas olhando as nuvens, que
vão formando desenhos que tento
adivinhar o que são. Ora parecem bichos, ora parecem gente...
Onde durmo? Nos postos de gasolina, debaixo de viadutos, no mato,
onde puder dormir quando o sono
chegar.
Se tenho medo? Tenho medo da
maldade humana, das formigas e dos
ratos que muitas vezes teimam em
me fazer companhia.
Se sou feliz? Não sei mais o que
essa palavra significa. Eu apenas
vivo. Até quando Deus quiser...
[1] Pessoa que perambula pelas rodovias,
de cidade em cidade.
[2] Vasilhame para comida.
[3] Colher.
[4] Saco para carregar pertences.
[5] Tendência patológica para andar, para
Carrego meus documentos, a cascu- ir embora.
da,[2] a pá[3], alguma roupa, plástico
para me abrigar da chuva, uma garrafa de água, alguma comida, no galo Heloisa P. de Paula dos Reis
[email protected]
de briga, no gogó da ema[4].
14 osj
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março de 2016
OS INTERESSES DE JESUS
Para os Oblatos de São José,
Congregação religiosa fundada por São José Marello,
a busca dos interesses de Jesus é um projeto de vida.
Interesses são aproximações que alguém tem sobre uma coisa, um objeto
ou pessoa. O interesse é percebido com
o tempo ou é gerado em função de necessidades que aparecem, ainda que sem
controle. Quando falamos aqui de “interesses de Jesus” estamos falando do que
poderia estar em torno à Pessoa de Jesus
Cristo. Necessidades dele ou que Ele poderia ver que existem.
São Paulo, escrevendo aos Filipenses,
destaca na sua carta um de seus discípulos mais fiéis, chamado Timóteo. Este
discípulo é comparado por Paulo com
outros que, diversamente de Timóteo,
…procuram atender os seus próprios
interesses e não os de Jesus Cristo (Filipenses 2,21). Para o Apóstolo Paulo não
buscar os interesses de Jesus é um erro
para o Cristão. E na sua exposição Paulo
valoriza Timóteo pois, ele sim, busca os
interesses de Jesus.
Esta ideia foi valorizada por São José
Marello, Pai Fundador dos Oblatos de
São José. Para este Padre, depois Bispo
da cidade italiana de Acqüi, os interesses de Jesus são um projeto de vida e de
espiritualidade. Ele transmitiu isto para
seus filhos, os Oblatos de São José.
Um pouco de história. Na segunda
metade do século XIX, no norte da Itália,
as Congregações e Ordens religiosas haviam desaparecido. Havia uma situação
política e social que era desfavorável a
estas expressões de fé e, por isso, grandes conventos estavam abandonados,
obras sociais e assistenciais não existiam
ou eram mantidas por particulares e por
alguns poderes públicos. Havia uma crise de fé.
Em Asti, cidade da região do Piemonte, norte da Itália, José Marello era um
Padre zeloso, trabalhador, preocupado
que as pessoas tivessem orientação religiosa e acompanhamento. Aqueles
eram os tempos da revolução industrial
na Itália e muitos camponeses saiam de
suas terras, indo para as grandes cidades
trabalhar nas fábricas. Havia um deslocamento social com a perda de muitos
valores que a realidade rural preservava.
A fé e a vivência da religião eram facilmente deixados de lado, não por preguiça ou descaso, certamente, mas porque
o modo de vida era diferente, difícil, inseguro. Digamos que era muito “secularizado”, o que significa muito ligado ao
“século”, que é o mundo, seus valores e
exigências.
Padre José Marello desejou dar uma
resposta a esta necessidade social e religiosa. Reunindo alguns jovens interessados e fiéis, fundou um pequeno grupo
que tinha como modelo São José, esposo
de Maria e pai de Jesus. José Marello encontrou em São José um sinal eloquente do que o mundo precisava naquele
momento, isto é — que os interesses de
Jesus fossem realizados com precisão e
capacidade.
No passado, bem no passado, se poderia perguntar: “Qual ou quais são os
interesses de Jesus?” Talvez fossem a
conquista de uma terra, de um povo, a
expansão dos reinos cristãos, e coisas
do gênero. Mas, naqueles anos do século XIX, naquela religião da Itália, o que
seria necessário, quais seriam os interesses de Jesus se Ele pudesse expressa-los
vivamente?
José Marello e seus discípulos, na sua
simplicidade e humildade, entenderam
que os interesses de Jesus seriam o cuidado com os jovens operários, sem referência familiar e muito menos cristã. Os
interesses de Jesus seriam o zelo com os
objetos das Igrejas e Capelas da região,
que se encontravam vazias e malcuidadas. Seriam também a ajuda aos Párocos
que necessitassem. Os Oblatos podiam
dar catequese para os que a pediam,
podiam assistir alguns doentes nas suas
necessidades. Estas tarefas eram os interesses de Jesus no momento em que São
José Marello e seus discípulos viviam.
José Marello, Fundador dos Oblatos
de São José, foi um Santo com uma mística intensa, mas muito ligada às necessidades concretas e reais. Os interesses
de Jesus estavam não nos planos fora do
comum, nas fantasias ou em algo extraordinário! Inspirados em São José, ele
e seus discípulos, os primeiros Oblatos,
deixavam-se envolver pela verdade de
estar em comunhão com Deus como São
José. Um pensamento do Padre Marello
dizia: São José é sempre o Maestro do
coro, que dá os tons, embora às vezes
permita uma nota desafinada!” (Carta
206). Interessante esta imagem e observação. Um maestro que rege um coral e
que chega a permitir notas desafinadas.
Talvez porque conheça seus cantores,
sabe de seus limites e reconhece sua boa
vontade.
Os interesses de Jesus hoje. São muito mais complexos do que no passado,
pois a vida é mais complexa, mais cheia
de surpresas. Jesus Cristo, a Palavra
Eterna do Pai, a imagem de Deus na história humana, terá por tudo um interesse
de que as pessoas, sejam seus discípulos
ou não, se envolvam com os mais fracos,
os abandonados, os sofredores. Mas não
pensemos apenas em uma atenção com
os fragilizados. Pensemos também no
interesse de tornar toda pessoa capaz de
compreender a vida, de viver os desafios
do dia-a-dia, de olhar para o futuro e não
ter insegurança.
Saúde, educação, dignidade, responsabilidade, participação e envolvimento:
são atitudes e posições pessoais que a
pessoa, que deseja compreender os interesses de Jesus, pode buscar realizar
em sua vida. Um pensamento do Padre
Marello dizia: Peçamos a São José que
obtenha para todos nós a graça de conhecer a vontade divina (Carta 278).
Hoje também devemos conhecer a
vontade de Deus para nós, como o Padre José Marello tentou conhecer em seu
tempo. E a vontade de Deus será sempre,
para os Oblatos e para quem entende o
caminho de Fé que deve fazer, será sempre “os interesses de Jesus”. Também
disse São José Marello: É preciso tomas
as próprias inspirações de São José, que
foi na terra o primeiro a cuidar dos interesses de Jesus: ele o guardou quando
criança, protegeu-o menino, fez-lhe o
papel de Pai nos primeiros trinta anos
de sua vida na terra (Carta 76).
Pe. Mauro Negro - OSJ
Biblista PUC Assunção - São Paulo - SP
[email protected]
especial 15
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março de 2016
O EXÍLIO
Embora pouco comentado e conhecido, o período do Exílio
foi um tempo especial e decisivo para o Povo da Aliança
e para a criação de parte do que hoje conhecemos como Antigo Testamento.
No estudo e na leitura da Bíblia algumas coisas são comuns e todos buscam conhecer. Por exemplo, a criação.
Todos já leram os textos de Gênesis e tentaram, de alguma
forma, interpretar aquelas páginas. E também as seguintes:
o dilúvio, a torre de Babel, e meia dúzia de episódios. Despertam curiosidade e as pessoas, ou mais ou menos, leem.
Moisés, a passagem pelo mar, e coisas assim, grandiosas,
despertam atenção dos leitores. Também no Novo Testamento temos as páginas que levam à curiosidade, como a
paixão e morte de Jesus. Tanto é assim que já se escreveu
muito sobre isso e já se fez muitos filmes, teatros, etc.
Contudo, tem um episódio absolutamente importante na
história e na teologia do Antigo Testamento e de toda a Bíblia e que é praticamente desconhecido do grande público.
Trata-se do exílio.
Exilar é tirar de um lugar que é próprio e levar para outro.
Exílio é, então, um deslocamento físico, forçado, custoso,
que acontece por imposição. Isto acontece na história do
Antigo Testamento e foi determinante, mais do que se pode
imaginar, para a formação da Sagrada Escritura e seu uso
entre os Judeus e no Cristianismo primitivo.
O Povo de Deus, liderado por Josué, ocupou a chamada
“Terra Prometida” e lá começou a viver, interagindo com
a população local. Assim é que nos conta o livro de Josué.
Este povo era a soma das chamadas tribos, que se reconheciam herdeiras dos filhos do Patriarca Jacó. Não tinham um
governo central, pois o que devia ocupar o centro do povo
da Aliança devia ser o Deus da Aliança, o Deus único.
Com Samuel chegou-se à conclusão que este tipo de organização não seria possível por muito mais tempo. É assim que aparecem os reis, sendo o primeiro o rei Saul, da
tribo de Benjamim. Mas este rei não compreendeu bem sua
tarefa. Era uma pessoa boa, mas confundiu-se e Samuel o
rejeitou em nome de Deus. Foi escolhido um outro rei, que
todos já ouviram falar: Davi. Era reinou sete anos em Hebrom, sobre a tribo de Judá, e depois 33 anos em Jerusalém,
sobre todas as tribos, unificando assim o reino.
A grande jogada de Davi foi dar a entender que ele, o
rei, protegeria a Aliança com Deus. Para tanto, ele tomou
consigo o sinal desta Aliança: a Arca. E com ela por perto, ficou claro que a Aliança confirmava o seu reino. Isto
tudo parecia muito bom e fácil de ser vivido. Mas Davi,
como todo homem, comete pecados e isso dificultou muito
a história. No entanto, o reino continuou unificado. Também com Salomão, que reinou em um período fácil. O
trabalho mais difícil havia sido feito por Davi e, para seu
filho, Salomão, coube os acordos políticos, as construções,
a fama. Isto escondia muitos problemas internos, inclusive
religiosos. Depois de sua morte, o reino, até então unido, se
divide. Duas tribos, Judá e Simeão, formam o reino do sul,
chamado de Judá, com capital em Jerusalém. Lá estava o
Tempo, mandado construir por Salomão, onde se adorava
o Deus da Aliança. E as outras tribos, insatisfeitas com a
situação política, econômica, social e religiosa, formam o
reino do norte, chamado de Israel, com capital em Samaria.
Lá também construíram-se templos, onde se deviria adorar
o Deus da Aliança. Um Deus, uma Aliança, vários templos,
dois reinos… As coisas não andavam bem.
Este é o tempo da Monarquia, durante o qual surgem os
Profetas, homens que, com coragem e independência, acusam os erros do Povo e dos líderes e apontam para a Aliança
e o Deus único, como se acreditava e se deveria viver.
Mesmo com a atuação dos Profetas as coisas não caminham bem. No ano de 720 a.C. o reino do norte, chamado
Israel, cai sob o poder da Assíria. O reino do sul, Judá, é
poupado e se torna bem mais fraco. No entanto, a conduta
do Povo de Deus do reino de Judá não melhora. Mais de um
século se passa e, no ano de 597 a.C. vem o Império neo babilônico e invade, controla, troca o rei e impõe seu domínio.
Não destrói a nação, mas impede sua total liberdade. Estes
foram os tempos do Profeta Jeremias, que como os profetas
anteriores, indica como motivo para todo este sofrimento
o afastamento da Aliança por parte do Povo de Deus. Ele
anuncia que coisas piores poderiam vir se não houvesse um
comportamento adequado. Suas palavras, infelizmente, não
são ouvidas e, em 587 a.C., dez anos depois, o Império retorna e destrói Jerusalém, com o Templo que era o sinal de
Deus com seu Povo. O rei foge mas é capturado. Os líderes
são mortos ou levados presos para Babilônia. E aqui começa o Exílio.
O Salmo 137 (ou 136) descreve um pouco o estado de
ânimo dos que estão exilados. Para eles a alegria terminou,
pois eles não têm mais a Terra Prometida e estão escravos
de pagãos, os babilônicos. Para os homens sábios da época, especialmente o Profeta Ezequiel, o motivo daquilo era
dado pelo próprio povo, que havia se afastado da Aliança.
Começam a recordar as profecias que afirmavam que um
resto do povo iria voltar depois de um grande sofrimento.
O sofrimento era o Exílio e o resto do povo seriam os que,
no ano 535 a.C., ouviram as palavras do novo rei, Ciro, de
um novo império, a Pérsia, que ordenou que todos os povos
que haviam sido cativos dos Babilônios (o Povo de Deus
não era o único) deviam retornar para sua terra. Em 535
a.C. alguns exilados, na realidade filhos ou netos dos antigos exilados, começam a retornar. Em 520 a.C. o rei manda o governador Zorobabel para organizar a reconstrução
de Jerusalém e o sacerdote Josué para retomar o culto. Em
515 a.C. o altar do Templo é reinaugurado e recomeçam
os sacrifícios, restabelecendo, da parte do Povo de Deus, a
Aliança com seu Deus.
Boa parte da história deste tempo pode ser lida nos livros de
Esdras e Neemias. Ali está expressa a esperança que o resto
do povo, retornando, poderá fazer uma nova nação, renovar a
Aliança com Deus e criar um lugar onde habitará a paz. Na verdade, da parte de Deus, a Aliança jamais havia sido revogada.
Ocorre que foi neste período, entre o Exílio e o retorno
da Babilônia, com a reconstrução de Jerusalém, do Templo
e do seu altar, que floresceu entre os líderes e religiosos do
Povo de Deus uma maneira de entender a história e dar-lhe
um sentido. Eles fizeram uma teologia muito especial, chamada de “Deuteronomista”. Esta Teologia, junto com uma
outra que também era importante, a chamada “Sacerdotal”,
deram à luz grande parte dos textos do Antigo Testamento.
De fato, antes do Exílio não existia algo que poderíamos
chamar de Antigo Testamento, muito menos de Bíblia! O
que existia eram as tradições orais, os costumes repetidos
e aos poucos transformados, até corrompidos pelas influências de outros povos com seus deuses. Claro que existiam
alguns textos já escritos, mas eram poucos, não formavam
livros. A Fé do Povo de Deus era mantida pelas tradições
orais, pelas ações religiosas e por festas. Mas isto vai aos
poucos se afastando do ideal original. Chegou-se ao ponto
de se esquecer de como se celebrava a Páscoa, como lemos
nos últimos capítulos do segundo livro dos Reis!
Os estudiosos do assunto concluem que foi nesta época
que os sábios do Povo de Deus, olhando a história e tentando dar-lhe um sentido, inspirados por Deus fizeram os
textos que depois comporão os primeiros livros da Bíblia,
desde o que chamamos de Gênesis até o já citado segundo
livro dos Reis. Eles utilizaram alguns textos já escritos, mas
sobretudo interpretaram o que havia vivido, eles ou seus
pais e avós, no tempo do Exílio. E tentaram dar a tudo isso
um sentido.
Um personagem é muito importante neste processo, embora não apareça tanto. Trata-se de Esdras, que segundo os entendidos reuniu o que estava escrito em nove livros: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel e Reis (estes últimos eram, cada um, apenas um livro,
não dois como nas nossas Bíblias modernas). Então Esdras
deve ter separado os cinco primeiros livros, que são Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e fez deste grupo
o ensino fundamental. A palavra “ensino” pode ser “Torah”
em hebraico. Significa também “caminho” e, por extensão,
“Lei”. Os outros livros, Josué, Juízes, Samuel e Reis, ficaram
sendo chamados “Profetas anteriores”. O conjunto destes livros, de Gênesis até o 2 Reis forma o que modernamente se
pode chamar de “História Teológica de Jerusalém”.
E tem mais coisas! Muitos livros dos Profetas foram compilados, transmitidos e divulgados. Os Judeus assumiram o
compromisso de não permitir que algo semelhante ao Exílio ocorresse novamente, como se lê no importante livro de
Neemias, capítulo 7, versículo 72, ao capítulo 11, versículo
36, incluindo a impressionante poesia que é uma confissão
nacional e pública de pecado e graça, em Neemias 9,5–37.
O Exílio, que parecia que fosse o fim da história, foi na
realidade o início de algo grande. Se olharmos bem, também no Novo Testamento um fato semelhante acontece.
Quando tudo parecia perdido com a paixão e morte de Jesus, no Domingo de madrugada algo magnífico acontece:
a Ressurreição. Parece que é uma marca na Bíblia: quando
tudo está, certamente, perdido e terminado, na realidade é
quando tudo está apenas começando!
Pe. Mauro Negro - OSJ
Biblista PUC Assunção - São Paulo - SP
[email protected]
PARABÉNS AOS DIZIMISTAS QUE FAZEM ANIVERSÁRIO NO MÊS DE MARÇO
08/mar Alaide Cesar Ferreira
06/mar Ana Paula Cassiano Bispo
09/mar Anderci Silva
10/mar Andreza Bezerra
26/mar Antonio Caetano Sousa
13/mar Avani Francisco Assim de Andrade
25/mar Bendito Assunção Coimbra
02/mar Cecília Matias da Silva
18/mar Cícera Gomes Palmeira
29/mar Cícero Cavalcante Florencio
20/mar Cilene do Amaral
14/mar Claudia Çima da Silva
13/mar Conceição Aparecida Correia
25/mar Edinaldo Mendonça
02/mar Edite Henrique da Silva Oliveira
22/mar Edna Maria Neris
04/mar Ednaldo Vicente de Oliveira
15/mar Edson Ichida
31/mar Edvanha Ancelmo da Silva
31/mar Eliane Gonçalves da Costa
01/mar Elias Alves Ferreira
17/mar Elizabeth Colognesi
19/mar Elza Bansi Vieira
13/mar Elza Conceição Gennaro
25/mar Enalia Reis Machado Araujo
04/mar Erenaldo Oliveira Santos
22/mar Francisco das Chagas M. da Silva
25/mar Geralda Célia L. Gonçalves
17/mar Gloria Giorgete
26/mar Irene Rufino
24/mar Jailda Ferreira da Silva
11/mar Jéssica de Matos Monteiro
24/mar João Carlos Crema
10/mar Jocelma Costa de Araujo
13/mar Joel Gonçalves Ribeiro
02/mar José Caetano Sobrinho
10/mar José Pedro Sobrinho
23/mar José Valdo de Oliveira
27/mar Juarez Matias de Souza
13/mar Katia Maura da Silva
08/mar Luciana Gangi Vitali
03/mar Luiz Praxedes de Souza
19/mar Márcia de Fátima Teixeira
10/mar Marcos Antonio S. Silva
18/mar Marcos da Roz
28/mar Maria de Lourdes S. Nascimento
31/mar Maria de Oliveira Aragão
19/mar Maria Alzirene da Silva
04/mar Maria Aparecida da Silva
21/mar Maria Aparecida Ferreira Pessoa
29/mar Maria Aparecida Mendes Ferreira
09/mar Maria Cleonice de Araujo Cruz
13/mar Maria das Graças dos Santos
11/mar Maria de Fátima Alves Pinto
24/mar Maria de Lourdes S. Nascimento
20/mar Maria Djanira Aquini Santiago
26/mar Maria do Socorro Lopes N. Souza
14/mar Maria do Socorro Vicente da Silva
25/mar Maria Eronilda Pereira Feitosa
12/mar Maria Helena V. Barros
28/mar Maria José dos Santos
27/mar Maria José Santos Abdala
24/mar Maria Lucineide S. Carvalho
10/mar Marlene Barreto Vieira
18/mar Marleny de Jesus Santos Mota
03/mar Nadir Lima
30/mar Nadir Martin Brito
02/mar Nelson Rezende
03/mar Paula Aparecida Vicente
22/mar Paulo Vicente Martins
19/mar Raimundo Mendes Eufrasio
28/mar Severina Joana da Silva
21/mar Simone Barbosa Dias
15/mar Talita Ferreira de Albuquerque
23/mar Valéria Ferrari Tonche da Silva
25/mar vVilma Paz Carvalho
DÍZIMO
CAMPANHA PINTE A
CAPELA DA PARÓQUIA
SANTA EDWIGES
RECADO DO DÍZIMO:
“Dízimo, é como uma árvore que tem sol e
oferece sombra, quem é cristão e tem amor
oferece o dízimo”.
Obrigado aos que são dizimistas e aos que ainda
não são, convidamos a fazer a experiência.
Ademir Santiago Garcia (Garcia Raspador)
Eliana Edwirges Pereira de Sousa
Eudinice Feirza Lobo
Família Duarte
Família Lima
Helda Josefa Alves
José Edval Avelino
José Rodrigo de Oliveira
Maria de Lourdes Pereira
Maria Terezinha Gomes
Miguel Ferreira
Zilda da Silva Alves
O NOSSO MUITO OBRIGADO!

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