Aula_09 texto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Prof. Evaldo Martins Pires
Aula 09
PARASITOLOGIA ZOOTÉCNICA
Aula de hoje:
Introdução ao estudo do filo Apicomplexa
Família Eimeriidae
Gêneros Eimeria e Isospora
Características morfológicas
Hospedeiros
Principais espécies
Fases da reprodução (esporulação, esporogonia e gametogonia)
Ciclo biológico
Importância veterinária
Mecanismo de transmissão da coccidiose
Profilaxia e principais coccidioses
Tratamento
Gênero Cryptosporidium
Hospedeiros
Ciclo biológico
Família Sarcocystidae
Gênero Toxoplasma
Hospedeiros (definitivo e intermediário)
Morfologia das formas evolutivas
Ciclo biológico
Patogenia
Diagnóstico
Tratamento
Controle
Família Babesiidae
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Gênero Babesia
Morfologia geral
Transmissão
Hospedeiros
Ciclo biológico
Patogenia
Diagnóstico
Tratamento
Controle
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FILO APICOMPLEXA (Esporozoários)
Protozoários pertencentes ao Filo Apicomplexa são parasitas que não possuem estruturas de
locomoção, são encontrados no meio intracelular e podem ser caracterizados principalmente pelo fato
de possuírem uma estrutura chamada complexo apical. Este complexo localiza-se na extremidade
anterior corpo do protozoário e é formado por um conjunto de organelas especializadas na penetração
em células.
No grupo dos esporozoários, somente os microgametas apresentam estruturas locomotoras
(flagelos)
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FAMÍLIA EIMERIIDAE
A família Eimeriidae é composta principalmente por três gêneros de protozoários de
importância e zootécnica:
Gênero: Eimeria
Gênero: Isospora
Gênero: Cryptosporidium
Eimeria e Isospora são protozoários onde o processo de esporulação do oocisto ocorre no meio
externo (fora do corpo do hospedeiro), sendo liberado juntamente com as fezes o oocisto não
amadurecido.
Para esses gêneros, as formas de trofozoítos e merozoítos são as que invadem as células do
epitélio intestinal do hospedeiro.
Por outro lado, o gênero Cryptosporidium é formado por protozoários onde a esporulação
ocorre no meio interno (no corpo do hospedeiro). Neste caso, o amadurecimento do oocisto ocorre no
hospedeiro sendo liberando os esporocistos (oocisto amadurecido).
Em Cryptosporidium, as formas de trofozoítos e merozoítos não invadem as células intestinais
do hospedeiro, esses permanecem na borda das microvilosidades.
GÊNEROS Eimeria e Isospora
Características morfológicas
* Oocisto imaturo ou zigoto – Estrutura disforme que apresenta núcleo não diferenciado.
* Oocisto maduro ou esporulado – Estrutura ovóide, com núcleo diferenciado, apresentando
trofozoítos (esporozoítos)
* Trofozoíto e merozoíto – Formato alongado, forma ativa do protozoário.
* Esquizonte – Estruturas arredondadas grandes, que apresentam merozoítos no seu interior
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* Macrogametócitos – Estrutura arredondada repleta de grânulos grandes e periféricos e um núcleo
central que é o macrogameta. Gameta feminino.
* Microgametócitos – Estrutura ovalada com milhares de grânulos pequenos espalhados no citoplasma
que são os microgametas. Gameta masculino.
GÊNEROS Eimeria e Isospora
HOSPEDEIROS: Aves domésticas, ruminantes, suínos, coelhos, equinos, podendo ainda ser
encontrados em cães e gatos.
Local de instalação: Células epiteliais do intestino, podendo ocorrer nos rins e figado de gansos e
coelhos.
Características morfológicas dos Oocistos
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FASES DA REPRODUÇÃO
1. Esporulação
Na maioria dos casos ocorre no meio externo ao hospedeiro e apresenta uma parede que
proporcionará proteção quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência. É a forma de
resistência ou inativa do oocisto.
Nesta fase ocorre divisão nuclear interna durante o amadurecimento do oocisto.
Este oocisto maduro encontra-se repleto de esporocistos (trofozoítos).
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2. Esquizogonia (assexuada)
Ocorre no interior do hospedeiro
É a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz, por diferentes processos.
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3. Gametogonia (sexuada)
Ocorre no interior do hospedeiro definitivo
O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é o macrogameta
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Esquema do ciclo biológico de Eimeria e Isospora
Descrição do ciclo biológico
O oocisto presente no ambiente (A) inicia o seu amadurecimento ou esporulação. Este processo
é chamado de esporogonia, que é, caracterizada pelo aumento de volume do parasito e pela produção
de esporozoítos no seu interior.
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Na esporulação o oocisto não esporulado (A) inicia o processo de divisão nuclear (A2) e em
seguida a divisão citoplasmática (A3). Em A3, o oocisto amadurecido apresenta-se repleto de
trofozoítos.
Ao ser ingerido pelo hospedeiro (B), ocorre o descorticamento do oocisto devido a ação de
ácidos gástricos o que acarreta no rompimento dos oocistos maduros e liberação de esporocistos (B2),
que por sua vez, liberam esporozoítos (B3) que invadem a célula do intestino e se torman trofozoítos
(C).
Esses trofozoítos inciam o processo de esquizogonia (C2) que se caracteriza por ocorrer a
divisão dos núcleos (C3) e consequente divisão do citoplasma (C4) formando uma massa celular
repleta de merozoítos de primeira geração chamada de esquizonte de 1o estádio (C5).
Essa massa celular se rompe (C6) liberando os merozoítos, ocorrendo a 2a Geração (D).
Esses merozoítos (de 2a infecção) invadem nova célula (D2) e, inicia-se novamente o processo
de divisão dos núcleos (D3) e consequente divisão do citoplasta (D4) formando a massa celular repleta
de merozoítos chamada de esquizonte de 2o estádio (D5).
Em determinadas espécies ocorre a forma sexuada de reprodução (Gametogônia).
Nesta etapa os merozoítos rompem a massa celular (E) e penetram em novas células (E2 e E3),
formando microgametócitos (E4) (♂) e macrogametócitos (E5) (♀).
Os microgametócitos (flagelados) são atraídos pelos macrogametócitos e ocorre o rompimento
da massa celular (E6), e, consequente fecundação (E7), formando o zigoto (E8), que em seguida é
eliminado pelo hospedeiro na forma de oocisto (A).
IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA E ZOOTÉCNICA
A parasitose causada por protozoários dos gêneros Eimeria e Isospora é também conhecida como
coccidiose, ou eimeriose (para Eimeria) isosporíase (para Isospora)
PATOGENIA
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Destruição das células do intestino
Diarréia sanguinolenta
Baixa conversão alimentar (raramente alcançam o ponto de abate)
Redução do peristaltismo intestinal
Predispõe a infecção bacateriana secundária
SINAIS CLÍNICOS
Diminuição na resistência orgânica
Perda de peso
Em aves é comum ocorrer mortalidade até 100%
MECANISMO DE TRANSMISSÃO
Ingestão de alimentos ou água contendo oocistos.
Diagnóstico
- Importância da anamnese
- Através do exame de fezes com presença de oocistos em nível microscópio.
- No animal morto, a necropsia e verificação de lesões características podem
confirmar
os
suspeitas (exames de raspados ou cortes histológicos).
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PROFILAXIA DAS COCCIDIOSES
Coccidiose aviária
- Higiene e limpeza das instalações
- Manejo de coccidiostáticos (composto que interrompe o desenvolvimento dos coccidios)
na ração e na água
- O galpão deve ser bem ventilado para diminuir a umidade local e manter
a cama sempre
seca
Coccidiose bovina
- Higiene e limpeza das instalações
- Manejo do esterco
- Comedouros e bebedouros trocados diariamente e mantidos altos para evitar que os animais
defequem neles
- Manter as camas secas
TRATAMENTO
**** Deve ser instituído o mais breve possível depois de feito o diagnóstico
As drogas mais amplamente utlizadas são as sulfonamidas;
Recomendada-se sua administração na água de beber por períodos de três dias, com intervalos de dois
dias entre tratamentos.
O uso de sulfaquinoxalina potencializada com diaveridina, ou sulfadimidina podem ser utilizadas onde
pode ses observada resistância à sulfonamidas.
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GÊNERO Cryptosporidium
HOSPEDEIROS: Homem, rato, macaco, bovino, ovino, caprino, suínos, cães e gatos.
Os Cryptosporidium spp., diferentemente dos outros Eimeriidae não apresentam especificidade de
hospedeiros.
Local de instalação: Superfície das células intestinais (microvilosidades).
Obs. Há duas espécies que tem sido relatadas em aves domésticas
Cryptosporidium baileyi
Cryptosporidium meleagridis
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Esquema do ciclo biológico de Cryptosporidium
O ciclo de Cryptosporidium assemelha-se ao de Eimeria e Isospora, porém, alguns detalhes os
diferenciam:
A esporulação ocorre no interior do hospedeiro. O hospedeiro libera o oocisto maduro no meio
ambiente através das fezes.
A esquizogônia (assexuada) ocorre na superfície das células intestinais (microvilosidades) com duas
gerações de esquizontes.
Na gametogônia (sexuada) ocorre a formação de macro e microgametócitos, e através da fecundação
origina-se os oocistos imaturos que sofre esporulação tornando-se esporozoítos que possui parede
espessa. Esses são eliminados (neste ciclo, os esporocistos podem ser as formas infectantes). Pode
ocorrer também o rompimento dos esporocistos dentro do hospedeiro promovendo a auto-infecção
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FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE
Principal gênero de importância veterinária e zootécnica: Toxoplasma
ESPÉCIE: Toxoplasma gondii
Hospedeiros definitivo: Felídeos, principalmente os gatos
Hospedeiros intermediários: Qualquer mamífero, incluindo o homem, ou aves.
Localizações no hospedeiro final
Esquizontes e gamontes no intestino delgado
Localizações no hospedeiro intermediário
Traquizoítos e bradizoítos em tecidos extra-intestinais, incluindo músculos,
fígados,
pulmão e cérebro.
MORFOLOGIA DAS FORMAS EVOLUTIVAS
1. PRESENTES NO MEIO EXTERNO JUNTAMENTE COM AS FEZES
1.1- OOCISTOS (de origem sexuada)
É a forma de resistência que possui parede dupla bastante resistente as condições do meio ambiente.
Os oocistos são produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados com as fezes.
Tem formato oval medindo.
Após a esporulação no meio ambiente contém dois esporocistos no seu interior e cada um com quatro
esporozoítos.
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2. PRESENTES NOS ESTÁGIOS EXTRA-INTESTINAIS
2.1 - TAQUIZOÍTOS OU TROFOZOÍTOS (taqui = rápido)
São as formas de proliferação rápida (presentes em grande número, na fase aguda da infecção).
Esta fase apresenta formato arqueado, semelhante a uma banana, com uma das extremidades afilada e a
outra arredondada.
O núcleo encontra-se posicionado nas proximidades da região central.
Os taquizoítos podem ainda ser verificados dentro de células hepáticas, pulmonares, nervosas,
submucosas e musculares, sendo pouco resistentes à ação do suco gástrico.
2.2 - BRADIZOÍTOS (bradi = lento)
São as formas de proliferação lenta (denominada forma cística do T. gondii) e estão presentes nas
infecções congénitas e crônicas.
O tamanho do cisto é variável (depende da célula parasitada e do número de bradizoítos no seu interior)
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O núcleo encontra-se nas proximidades da extremidade arredondada
Quando individualizado o bradizoíto apresenta formato de uma banana ou meia lua
Podem ser verificados associados a células musculares esqueléticas, cardíacas, retina e sistema nervoso
CICLO BIOLÓGICO
INFORMAÇÕES IMPORTÂNTES SOBRE O CICLO BIOLÓGICO DE Toxoplasma gondii
- O ciclo de Toxoplasma gondii inclui as fases de reprodução sexuada e assexuada.
-
Nos gatos (hospedeiro definitvo) - ocorrem as duas fases.
-
Em hospedeiros intermediários (homem, outros mamíferos e nas aves) ocorre apenas a fase de
reprodução assexuada.
CICLO BIOLÓGICO
No hospedeiro definitivo
Gatos e outros felídeos adquirem o T. gondii, principalmente pela ingestão de cistos contendo
bradizoítos, ao predarem hospedeiros intermediários do T. gondii, tais como pequenos roedores e aves.
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Estes cistos ao atingirem o intestino delgado dos gatos sofrem a ação do suco gástrico, ocorrendo o
rompimento da parede e conseqüente liberação dos bradizoítos (nesta fase pode ocorrer a reprodução
assexuada).
Na fase assexuada, ocorre a esquizogênese (os merozoítos, invadem uma célula do epiélio intestinal,
onde ocorre a divisão dos núcleos e consequente divisão do citoplasma formando uma massa celular
repleta de merozoítos) e em seguida a gametogênese (a massa celular formada se rompe liberando os
merozoítos e assim dando início a fase de reprodução sexuada onde é formado microgametócitos (♂) e
macrogametócitos (♀), e, conseqüente fecundação, formando o zigoto, que em seguida é eliminado
pelo hospedeiro na forma de oocisto juntamente com as fezes do gato)
Esses oocistos tornam-se maduros ou esporulados sob condições ideais de temperatura e umidade em
período de três a cinco dias, podendo resistir no solo por período de até 18 meses.
Ciclo biológico no hospedeiro intermediário (homem ou animais vertebrados)
Os animais e o homem adquirem a toxoplasmose por três vias:
- Pela ingestão de oocistos presentes no solo e/ou nos alimentos vegetais;
- Pela ingestão de cistos contendo bradizoítos na carne de animais infectados;
- Pela passagem de taquizoítos por via transplacentária, que atinge o feto em formação seja em animais
do sexo feminino ou mulher em período de gestação.
No caso da ingestão de oocistos ou cisto, estas formas parasitárias são rompidas quando chegam ao
estômago dos animais, liberando os parasitas que vão então invadir a mucosa intestinal, modularem-se
em taquizoítos e atingir os mais diversos órgãos pelas circulações sangüínea e linfática.
Nos órgãos os taquizoítos reproduzem-se rapidamente, provocando a necrose dos tecidos afetados.
Com o desenvolvimento da resposta imune, os taquizoítos modulam-se em bradizoítos, formando cistos
teciduais na musculatura e no sistema nervoso central.
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ESQUEMA DO CICLO BIOLÓGICO
PATOGENIA
No hospedeiro definitivo (gato)
- Geralmente assintomático
No hospedeiro intermediário pode ocorrer:
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- Abortos em ovinos, bovinos e equinos
- Má formação fetal
- Hidrocefaleia fetal
- Morte cerebral
- Podem ocorrer distúrbios pulmonares
- Fortes dores musculares
- Cegueira
- Queda de produção
Diagnóstico
O diagnóstico da toxoplasmose pode ser realizado através de exames laboratoriais pelos métodos
sorológico e imunológico.
Os testes sorológicos utilizam extratos de antígenos de parasitos, ou o parasito inteiro.
A presença de anticorpos específicos permite diagnosticar uma infecção por T. gondii.
Tratamento
Não existe um tratamento completamente satisfatório
Controle
Não fornecer nem ingerir carne crua (especialmente aos gatos)
Realizar limpeza rotineiramente do local onde os animais dormem
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Recomendações para o ser humano
Cuidado ao manusear caixa de areia dos gatos.
Após o contato com o animal ou seus dejetos, deve-se lavar as mãos de forma a evitar a contaminação.
Recomenda-se que as gestantes adotem medidas como o uso de luvas quando realizarem as tarefas
domésticas relacionadas a limpeza, o que pode minimizar a possibilidade de contato com material fecal
de gatos.
Ordem Piroplasmida (Piroplasmidas)
Família Babesiidae
Morfologia Geral
- Não apresentam estruturas locomotoras desenvolvidas (flagelos, cílios ou
pseudópodes)
- Locomovem-se por flexão ou deslizamento
- Reprodução assexuada por fissão binária. Esquizogonia em
eritrócitos ou outras células sanguíneas de mamíferos.
- Apresentam complexo apical (pouco desenvolvido).
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Família Babesiidae
GÊNERO Babesia
O gênero Babesia parasita vários animais domésticos como bovinos, equinos e caninos. Causam uma
doença conhecida como “Febre do Texas”, babesiose, piroplasmose.
Localização:
São parasitas intra-eritrocitários (encontrados em hemácias) que podem ser vistos isoladamente ou em
pares.
Transmissão
No hospdeiros vertebrados, a transmissão da Babesia ocorre devido a picada do carrapato.
Exemplos:
Em bovinos - Babesia bovis e B. bigemina são transmitidas principalmente por carrapatos
da
espécie Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
Em equinos - B. equi e B. caballi são transmitidas principalmente por
carrapatos do gênero
Anocentor e/ou da espécie Amblyoma cajenensis.
Em cães - B. canis é transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus.
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No hospedeiro invertebrado (carrapatos da família Ixodidae), a transmissão da Babesia ocorre
por meio transovariano.
Ciclo Biológico
Hospedeiro invertebrado (carrapato)
- Os gametócitos são ingeridos juntamente com o sangue do animal infectado durante a alimentação.
- No trato intestinal do carrapato, o gameta masculino fecunda o feminino, dando origem a um zigoto
móvel, capaz de migrar para a corrente circulatória, se desenvolvendo em oocinetos.
- Esses oocinetos ao penetrarem no ovário do carrapato invadem os ovos e continuam a se multiplicar.
Desta forma, esses ovos, darão origem às larvas infectadas com oocinetos, ocorrendo assim a
transmissão transovariana.
- Esses oocinetos migram para as glândulas salivares e inicia-se a esporulação, e, em os merozoítos
(forma infectante dos vertebrados) são injetados juntamente com a saliva no ato da picada.
Hospedeiros vertebrados:
- Os esporozoítos são introduzidos no hospedeiro através da picada do carrapato.
- Esses esporozoítos ganham a corrente circulatória, penetram nas hemácias e se multiplicam dentro
delas.
-
Devido a multiplicação, a hemácia se distende vindo a se arrebentar, liberando trofozoítos.
-
Esses passam pelo processo de esquizogonia e liberam merozoítos.
-
Os merozoítos podem realizar a segunda infecção ou iniciar a gametogônia, podendo assim
serem ingeridos pelo carrapato.
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Esquema do ciclo biologic
Patogenia
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- Provocam destruição celular rápida, devido a velocidade de desenvolvimento nas hemácias e
consequente hemoglobinemia (presença de hemoglobina no plasma), hemoglobinúria (presença de
hemoglobina na urina),
- Anemia profunda nos animais
-
Interferem no processo de hemostasia (coagulação do sangue)
-
Causam febre
-
Anorexia
-
Descoloração da mucosa ocular
-
Pode causar morte em poucos dias.
Sinais clínicos
- A doença ocorre tipicamente uma a duas semanas depois que o carrapato infectado pica e injeta as
forma infectante no hospedeiro.
- Anemia
- Febre - podendo chegar a 41,5°C.
-
Esplenomegalia (aumento do volume do baço)
-
Apatia, ou seja, o animal se mantém imóvel ou até deitado
Diagnóstico
Clínico:
Associação
Febre + Anemia + Anamnese
Etiológico:
Hemoscopia: Esfregaço sanguíneo
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Imunológico:
ELISA
Molecular:
PCR
Tratamento
Algumas drogas são mais comumente utilizadas e tem apresentado resultados satisfatórios em se
tratando de alguns tipos de Babesia
Algumas delas são:
Sulfato de quinurônio
Pentamidina
Amicarbalida
Aceturato de diminazeno
Imidocarb
Controle
- Controle de vetores (acaricidas) no peridomicílio e domicílio.
- Educação sanitária
- Retirada de carrapatos o mais rapidamente possível
- Diagnóstico e tratamento precoces
- Controle de animais reservatórios e seus carrapatos
- Manejo ambiental adequado
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