Cúpula das Américas e Conflito Malvinas-Falklands

Transcrição

Cúpula das Américas e Conflito Malvinas-Falklands
Disciplina: Geopolítica, Regionalização e Integração
Líder da Disciplina: Prof Enzo Vasques
Professora: Rosely Gaeta
NOTA DE AULA POLÍTICAS TERRITORIAS: CONFLITO DAS MALVINAS
FALKLANDS
Cúpula das Américas termina sem declaração conjunta
Países latino-americanos insistem em convite a Cuba e apoio à Argentina na questão
das Malvinas, mas Estados Unidos e Canadá vetam proposta, e encontro acaba sem
acordo
Foto oficial com os 31 representantes da 6ª Cúpula das Américas (Eitan Abramovich / AFP)
Sem chegar a um consenso sobre a participação de Cuba ou sobre a disputa pelas
Malvinas, a Cúpula das Américas terminou neste domingo sem uma declaração
conjunta. O encontro foi encerrado com um pronunciamento que representa apenas o
país-anfitrião, a Colômbia.
O motivo da divergência foi a insistência dos países latino-americanos em convidar a
ditadura cubana para a próxima cúpula. Como esperado, Estados Unidos e o Canadá
vetaram a proposta. O presidente americano Barack Obama já havia dito que Cuba deve
antes cumprir os mesmos compromissos democráticos dos demais países do continente.
"É o mesmo que ocorreu em 2009 em Trinidad e Tobago (onde aconteceu a cúpula
anterior)", disse o assessor presidencial para Assuntos Internacionais do Brasil, Marco
Aurélio Garcia. "Haverá uma declaração assinada apenas pelo presidente da Colômbia,
que não será firmada pelos demais presidentes", confirmou um diplomata brasileiro.
Malvinas - Outro motivo das divergências foi a questão das Malvinas. A Argentina
esperava receber o apoio dos países presentes na Cúpula para sua reivindicação de
soberania sobre as Ilhas Malvinas. Em um discurso durante a sessão plenária de
ontem, a presidente Cristina Kirchner pressionou os vizinhos sobre a questão e
agradeceu o apoio e a solidariedade de mais de 30 países pelas Malvinas.
No entanto, os Estados Unidos se posicionaram contra, o que teria motivado a partida
antecipada da presidente argentina, Cristina Kirchner. Ela teria se irritado com a
negativa de Washington, além da falta de menção à disputa no discurso do presidente
colombiano, Juan Manuel Santos.
Argentina - A presidência argentina também lamentou em um comunicado "não haver
declaração final diante do veto dos Estados Unidos a um artigo sobre Cuba". Segundo a
Argentina, tampouco se alcançaram consensos no debate sobre alternativas para a luta
antidrogas na região.
"No debate sobre as drogas e sua descriminalização, também não foram alcançados
consensos entre os países, o que significou outro obstáculo para a assinatura de uma
declaração final da VI Cúpula das Américas", disse a presidência Argentina em seu site.
Drogas - Contudo, o presidente colombiano disse que os líderes reunidos neste domingo
em Cartagena para a Cúpula das Américas entraram em pelo menos um consenso - eles
concordaram em analisar os resultados da atual estratégia contra as drogas no
continente e "explorar novos enfoques". "Todos os mandatários concordaram com a
necessidade de se analisar os resultados da atual política contra as drogas que estamos
aplicando nas Américas e a explorar novos enfoques para fortalecer esta luta e torná-la
mais efetiva", disse Santos em seu discurso de encerramento.
(Com agência France-Presse)
Fonte: Revista Veja on-line Internacional - América Latina 15/04/2012 - 16:11
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/falta-de-acordo-impede-declaracao-final-da-cupuladas-americas
As Ilhas Malvinas - Falkland, em inglês - ficam a cerca de 500 quilômetros do litoral
argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1883. Por
isso, o arquipélago sempre foi motivo de tensão entre os dois países, que entraram
em guerra em 1982. Derrotada em dois meses de conflito, a Argentina se rendeu e
os britânicos seguiram como donos do território onde vivem hoje cerca de 3.000
pessoas. Recentemente, a presidente argentina Cristina Kirchner decidiu reclamar
novamente a soberania sobre a ilha, o que reascendeu o clima de tensão entre as
duas nações.
Malvinas: o apoio brasileiro à Argentina é antigo
Fonte: http://veja.abril.com.br/tema/ilhas-malvinas-falkland
Entenda o caso
1. As Ilhas Malvinas - Falkland, em inglês - ficam a cerca de 500 quilômetros do
litoral argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde
1833.
2. O arquipélago foi motivo de tensão entre os dois países até que, em 1982, o
ditador argentino Leopoldo Galtieri comandou uma invasão ao território.
3. O governo britânico reagiu rapidamente, enviando às ilhas uma tropa quase três
vezes maior do que a da Argentina, que se rendeu dois meses depois.
4. Na guerra morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
Leia a reportagem de Veja A Guerra das Malvinas Revista Veja Ed. 2263 04 abril 2012. (disponível em
www.veja.com.br e nos Novos Olhos www.novosolhos.com.br
02/04/2012 América Latina
Kirchner considera 'absurdo' o domínio inglês das Malvinas
No 30º aniversário da guerra, Unasul reafirma apoio à Argentina perante a ONU
Argentinos prestam homenagem aos veteranos da Guerra das Malvinas em ocasião do aniversário de 30 anos do conflito(Juan
Mabromata/AFP)
A presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta segunda-feira que considera
"absurdo" manter o domínio britânico das ilhas Malvinas, localizadas a 14.000
quilômetros de distância da Grã-Bretanha. "Essas terras correspondem à nossa
plataforma marítima", reforçou Cristina durante o ato principal em memória aos mortos
do combate pela posse do território, ocorrido há 30 anos, realizado em Ushuaia, cidade
no extremo sul do país.
Ela voltou a pedir que a Grã-Bretanha aceite dialogar sobre a disputa da soberania nas
ilhas do Atlântico Sul. "Não queremos nada mais do que o diálogo entre os dois países
para discutir a questão de soberania, respeitando o interesse dos habitantes, da maneira
como assinalam as resoluções das Nações Unidas", afirmou Cristina.
A chefe de estado também disse ser uma "injustiça" que, "em pleno século XXI",
existam "enclaves coloniais". "De um total de 16 enclaves, 10 são da Grã-Bretanha." O
discurso - feito sob um frio intenso aos moradores de Ushuaia e veteranos da guerra, na
qual morreram 649 argentinos e 255 britânicos - durou 20 minutos.
Disputa - O primeiro-ministro inglês David Cameron, que havia afirmado que "o ato de
agressão" cometido pela Argentina há 30 anos tinha a intenção de "roubar a liberdade"
dos habitantes das Malvinas, recebeu uma resposta da presidente.
"Não só a liberdade dos habitantes da ilha foi atacada; parece que (David Cameron) não
se deu conta de que a liberdade de todos os argentinos estava comprometida, houve
milhares de desaparecidos", afirmou Cristina, referindo-se à ditadura argentina (197683), em resposta ao primeiro-ministro britânico.
Em seu discurso, a presidente informou que, na sexta-feira passada, enviou uma carta
ao chefe da Cruz Vermelha Internacional para "interceder junto à Grã-Bretanha" para
identificar os restos mortais de argentinos e britânicos vítimas da guerra.
Estima-se que dezenas de soldados ainda não tenham sido identificados desde o conflito.
"Pedimos justiça porque queremos que esta região continue sendo uma área
desmilitarizada. Não queremos tambores e capacetes de guerra, a única coisa que
queremos são capacetes de trabalhadores", ressaltou Cristina.
Leia também: Cameron defende autodeterminação nas Ilhas Malvinas
Apoio - Também nesta segunda-feira, a secretária-geral da União de Nações SulAmericanas (Unasul), a colombiana María Emma Mejía, reúne-se em Nova York com seu
colega da ONU, Ban Ki-moon, para entregar a ele uma declaração de apoio dos 12
países da região à reivindicação da Argentina pelas Ilhas Malvinas.
Mejía será acompanhada pelo embaixador paraguaio José Antônio dos Santos, para
entregar "a última declaração aprovada pelas ministras e pelos ministros das Relações
Exteriores da Unasul no dia 17 de março relativa à questão das Ilhas Malvinas", segundo
um comunicado.
No texto, assinado por seus chanceleres em Assunção, a Unasul exorta a Grã-Bretanha a
negociar com a Argentina "com o objetivo de por fim à disputa pela soberania, o mais
rápido possível" e classifica de "anacrônica situação colonial em solo americano". A
declaração da Unasul ainda lembra as resoluções das Nações Unidas sobre esta questão
e o "amplo respaldo internacional a uma negociação".
A América Latina vem expressando de maneira clara o seu apoio à Argentina em
sua reivindicação e ressuscita, com o Brasil à frente, uma iniciativa para controlar o
Atlântico Sul.
(Com agência France-Presse)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/kirchner-considera-absurdo-dominioingles-nas-malvinas
02/04/2012
Cameron defende autodeterminação nas Ilhas Malvinas
No aniversário do conflito, premiê britânico lembrou os mortos dos dois lados
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, reiterou nesta segunda-feira seu
compromisso de defender a autodeterminação dos moradores da ilhas Malvinas ao
lembrar otrigésimo aniversário da guerra com a Argentina pela soberania do
arquipélago.
"Hoje faz trinta anos que a população das ilhas Falklands (como os britânicos chamam
as Malvinas) sofreram um ato de agressão que buscava tirar sua liberdade e estilo de
vida", disse Cameron em declaração divulgada pela imprensa britânica.
David Cameron, primeiro ministro britânico, durante evento em Londres (Kerim Okten/EFE )
O premiê prestou uma homenagem aos combatentes britânicos e argentinos mortos no
conflito, mas não deixou de elogiar as forças enviadas pela então primeira-ministra
britânica, Margaret Thatcher, para o conflito. "Hoje também é um dia de comemoração e
reflexão. Um dia para lembrar todos os que perderam a vida no conflito: os membros de
nossas forças armadas e também os argentinos", afirmou o primeiro-ministro.
Leia também: 'Argentina não é capaz de entrar em outra guerra', diz ministro
britânico
Tensão - O aniversário do conflito ocorre em meio a uma escalada da tensão entre
os dois países devido à insistência de Buenos Aires em reclamar a soberania das ilhas.
A situação se agravou desde que em 2011 os países do Mercosul (Argentina, Uruguai,
Paraguai e Brasil) acordaram impedir a entrada de navios com bandeira das Malvinas em
seus portos.
No mês passado, a Grã-Bretanha anunciou o envio às ilhas do destróier HMS Dauntless,
equipado com mísseis antiaéreos, cujo desdobramento causou mal-estar na Argentina,
que acusou Londres perante a ONU de militarizar a disputa pela soberania das ilhas.
Buenos Aires também questionou a presença do príncipe William nas ilhas em fevereiro,
como parte de uma instrução militar.
O conflito bélico de 1982, no qual morreram 255 militares britânicos e 650 argentinos,
começou quando soldados argentinos da junta militar de governo ocuparam as ilhas em
2 de abril e terminou com a vitória britânica em 14 de junho.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/cameron-defendeautodeterminacao-nas-ilhas-malvinas
GLOSSÁRIO
Autodeterminação é um dos princípios fundamentais dos direitos humanos e significa autonomia,
abrangindo auto-responsabilidade, auto-regulação e livre-arbítrio de um ser humano. O contrário
de autonomia é heteronomia.
No contexto do direito internacional, a autodeterminação dos povos, termo cunhado pelo
presidente dos Estados Unidos da América Thomas Woodrow Wilson (1912 a 1921), é o direito de
um povo à soberania e a liberdade de decidir, independentemente de influências estrangeiras,
sobre sua forma de governo, seu sistema de governo e o seu desenvolvimento econômico, social e
cultural.
O direito à auto-determinação vem consagrado no Artigo 1º da Convenção Internacional sobre
Direitos Económicos, Sociais e Culturais[1] e na Convenção Internacional sobre Direitos Cívicos e
Políticos[2]. Ambas afirmam: "Todos os povos têm o direito à sua auto-determinação. Por All
peoples have the right of self-determination. By virtue of that right they freely determine
their political status and freely pursue their economic, social and cultural development. Em
virtude deste direito, podem livremente determinar o seu estatuto político e prosseguir
livremente o seu desenvolvimento económico, social e cultural."
Fontes:
1 Convenção Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais apud Wikipedia
2 Convenção Internacional sobre Direitos Cívicos e Políticos apud Wikipedia

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