Multipliquem-se como Peixes no Meio da Terra

Transcrição

Multipliquem-se como Peixes no Meio da Terra
1ª Edição Fevereiro de 2012
Em Busca das
Tribos Perdidas
de Israel
Capitulo III –
Multipliquem-se Como Peixes no
Meio da Terra
O Patriarca Yakov profetisa a prodigiosa multiplicação de Efraym entre os gentios
Baruch Ben Avraham
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Multipliquem-se Como
Peixes no Meio da Terra
O Patriarca Yakov profetisa a prodigiosa multiplicação de Efraym entre os Gentios
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Multipliquem-se como Peixes no Meio da
Terra
O Significado das
Mãos Cruzadas de
Yakov
Yosef
receberia
u ma
benção
que
nenhum
outro de seus irmãos
teria. Sua tribo seria
dividida em duas meias
tribos, seria assistida
com uma multiplicação
acelerada e um dia, seria
a mais numerosa de
todas as tribos graças à
benção
ainda
maior
reservada a Efraym seu
neto caçula.
Jacó abençoa seus netos. Quadro de Mattia Preti.
Fonte Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Pretij.jpg
Como
já
foi
antes
demonstrado a dispersão de
Israel entre as nações havia sido
determinada e profetizada muito
antes do surgimento desse povo
como
nação,
mais
especificamente quando antes de
morrer o grande patriarca Yakov
abençoou seus dois netos, Efraim
e Menashe (Manasses) a quem
adotara como filhos. As Escrituras
mostram que nesse momento o
patriarca inverteu as mãos que
abençoariam seus filhos adotivos
colocando sua mão direita sobre
a cabeça de Efraim o neto mais
novo, em vez de a por sobre
Menashe, o primogênito que
recebeu sobre si a mão esquerda.
Foi um momento tremendo
para
Yakov.
Durante
anos
pensava que nunca mais veria a
Yosef, convencido pela perfídia
de seus filhos que lhe trouxeram
a túnica rasgada e manchada de
sangue que uma besta do campo
o havia devorado. Agora o
engano está desfeito para a sua
grande felicidade.
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Agora ele vê a Yosef, o filho de Rachel a única mulher que ele
realmente amou e vê os filhos que este havia gerado na terra de
Mitzraym. Apesar de todas as conspirações de seus irmãos, Yosef
cujo nome significa “Yah acrescenta” devia ser honrado acima de
todos eles, e ter seu filho Efraim, cuja etimologia do nome é “dupla
fertilidade” elevado acima de todos os filhos de Israel. A perda de
Yosef por tantos anos deve agora ser recuperada de forma
surpreendente.
“Mas Israel, estendendo a mão direita, colocou-a sobre a cabeça
de Efraym, que era o menor, e a esquerda sobre a cabeça de Menashe,
dirigindo as mãos assim propositadamente, sendo embora este o
primogênito.” Bereishit/Gn 49:14.
Apesar de estar às portas
da morte o grande patriarca
decide adotar os dois netos
como filhos cruzando sobre
eles as mãos na hora de
abençoá-los,
invertendo
a
ordem natural das bênçãos,
impondo a mão direita sobre o
neto caçula e a mão esquerda
sobre o primogênito para assim
inverter também o destino que
caberia
aos
descendentes
destes, fazendo da tribo de
Efraim a mais numerosa de
Israel. Yosef receberia uma
benção que nenhum outro de
seus irmãos teria. Sua tribo
seria dividida em duas meias
tribos Efraim e Menashe e estas
receberiam a promessa de uma
multiplicação acelerada como a
dos peixes a fim de que a Casa
de Yosef fosse a maior de todo
o Israel.
Yakov abençoa Efraim e
Menashe, Benjamin West
século XIX.
“...como peixes multipliquemse abundantemente no meio
da terra.” Gênesis 49:16.
Peter Griffin, Peixe Dourado. Public Domain
Pictures: http://www.publicdomainpictures.net/viewimage.php?image=6426&picture=peixe-dourado
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Mas se a Tribo de
Yosef devia ser a mais
numerosa de todas as
tribos
isso
seria
principalmente devido à
benção da dupla fertilidade
concedida a Efraim sobre
seu irmão Menashe, nome
que significa esquecimento.
Também nesses nomes
estaria
envolvido
um
mistério
para
seus
descendentes,
o
esquecimento da Torah e a
explosão populacional que
os levariam a crescer em
apostasia até que por fim
se recordassem de sua
herança e de sua missão
diante do mundo. Efraym e
Menashe
deveriam
se
multiplicar como peixes na
terra. A multiplicação dos
peixes
é
das
mais
aceleradas da natureza. A
fêmea da tilápia vermelha
(Oreochromis species) pode
expelir 1.500 ovócitos de
uma única vez, a da carpa
(Cyprinus
carpio)
até
100.000 e a do Tambaqui
(Colossoma macropomum)
até um 1.000.000 de ovos.1
A multiplicação dos peixes é das mais
aceleradas da natureza. A fêmea da
tilápia vermelha (Oreochromis species)
pode expelir 1.500 ovos de uma única
vez, a da carpa (Cyprinus carpio) até
100.000 e a do Tambaqui (Colossoma
macropomum) até um 1.000.000.
Tilápia Vermelha, Trần Nguyễn Minh Huy, Creative Commons
3.0.
Carpa, Cyprinus carpio, Dezidor, Wikimedia Commons 3.0
(Tambaqui) Large Pacu at the Shedd Aquarium, Chicago,
Omnitarian, (Tambaqui) Wikimedia Commons 3.0.
1
Na natureza apenas 0,005% dos ovos do tambaqui se transformarão em filhotes com chances de chegar à vida adulta, ou seja
50 em cada 1.000.000. Esta situação se inverte de maneira assombrosa nos tanques de criação artificial onde o aproveitamento
dos ovos pode chegar a 96% (960 mil em 1 milhão) o que demonstra a extraordinária capacidade de procriação dos peixes
quando sua reprodução é colocada sob cuidados especiais. Assim o Eterno se comprometeu a cuidar do crescimento de Efraim
e de Manasses fazendo deles o maior povo da terra.
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Avisado pela ruach do destino que aguardava seus dois
amados netos, agora adotados como filhos, Yakov cruzou as mãos
na hora de abençoá-los para fazer deles os maiores em Israel.
Menashe, esquecido como primogênito, mas não como filho se
submeteria ao domínio de seu irmão mais novo que frutificaria
muito mais do que ele.
Com os olhos físicos escurecidos pela idade, mas com os olhos
espirituais iluminados pela revelação e repletos de confiança nas
promessas do Criador, Yakov ergue suas mãos e declara que os
descendentes de Yosef crescerão abundantemente como peixes no
meio da terra:
“O Elohim em cuja presença andaram os meus pais Avraham e
Ytzchak, o Elohim que tem sido o meu pastor durante toda a minha vida
até este dia, o anjo que me tem livrado de todo o mal, abençoe estes
mancebos, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pais
Avraham e Ytzchak; vê`ydegu la`rov be`kerev há`aretz (e como peixes
multipliquem-se abundantemente no meio da terra).” Bereishit/Gn 49:1516.
O plano Eterno lançou Efraim entre as nações da mesma forma
como um pescador lança alevinos num rio para fazer a despesca
quando se tornem adultos. Assim foi a Casa de Efraym foi mandada
ao exílio a fim de se misturar com os gentios produzindo um
cardume de preciosos “peixes”, assim como um peixe colocado no
local ideal se reproduz com extraordinária abundância. O objetivo
era que ao iniciar-se a Era Messiânica pudessem ser eles trazidos
novamente à adoração verdadeira através da rede da bessorat. Não
estranha que Yeshua tenha dito ter sido enviado somente para as
ovelhas perdidas da Casa de Israel.
Assim que se na Era Messiânica que já começou Yeshua está
trazendo a si um inumerável cardume de peixes efraimitas no seu
glorioso reino o Messias contará com um Israel multinacional. A
profecia indica o dia em que o Eterno enviará pescadores para
pescar os filhos de Israel em todas as terras, momento em que a
subida de Israel do Egito será ofuscada diante do novo êxodo.
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Logo, se 600 mil homens saíram de Mitzraym (Egito), com suas
mulheres e crianças, aguardamos o momento em que centenas de
milhões partirão com suas famílias de todas as terras, de cada outeiro, de
cada monte, de cada vale e de cada depressão deste mundo. Diante da
grandeza da profecia nos apercebemos que é uma tolice imaginar que o
retorno dos judeus à Israel nas 6 décadas que precederam à
independência de Israel e dos que voltaram nas seis décadas que se
seguiram são o cumprimento pleno da profecia.
Aguardamos um
êxito muito maior do
que o dos judeus
chegados a Israel até
aqui.
Aliás,
como
veremos mais tarde, é
de se esperar que
cheguem
a
terra
prometida mil vezes
mais imigrantes do que
todos os judeus que
porventura
tenham
feito aliáh (retorno a
Israel)
na
era
contemporânea. Sabese que de 1882 quando havia apenas
25.000 judeus em Israel
- até a presente data
quando existem 5,7
milhões mais de 3,1
milhões de judeus aportaram a Israel vindos principalmente da
União Soviética, do mundo árabe e da Europa Ocidental embora se
possam contar dezenas de milhares de sul americanos, inclusive
alguns milhares de brasileiros. 2
Na América Latina, depois da Argentina com 68.631 emigrantes para Israel, o Brasil com 9.860 é segundo país
que mais contribuiu para a Aliah seguido por Uruguai com 7,560, Chile com 5.198, México com 3.924, Colômbia
com 2.374 e Venezuela com 1.285 imigrantes. No entanto, mais de 90% dos judeus brasileiros estão firmemente
integrados na sociedade brasileira, muitos dos quais se destacam como empresários, intelectuais, artistas,
jornalistas e apresentadores de Televisão.
2
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A profecia indica o dia em que o Eterno enviará
pescadores para pescar os filhos de Israel em
todas as terras.
“Portanto, eis que dias vêm, diz Yah, em que nunca mais se dirá:
Vive Yah, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas:
Vive Yah, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de
todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar
à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei muitos
pescadores, diz Yah, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos
caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre
todo o outeiro, e até das fendas das rochas. Yirmiahú/Jr 16:14-16.
Cardume de Peixes: Pter Kratochvil
Pesca: Bobby Mikul, Public Domain Pictures Net
No entanto, nenhum movimento migratório ocorrido até hoje
compara-se aquilo que se espera que aconteça segundo as
antecipações da profecia que falam dos filhos de Israel sendo
arrancados das terras onde estão a séculos e voltando para Tzion do
Oriente e do Ocidente, do Sul e do Norte em quantidade tal que o
êxodo do Egito já não será mais lembrado como Adonay proclama
em alto e bom som:
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“Portanto, eis que dias vêm, diz Yah, em que nunca mais se dirá: Vive Yah,
que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas: Vive Yah, que fez subir os
filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado;
porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei
muitos pescadores, diz Yah, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos
caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre todo o outeiro, e
até das fendas das rochas. Yirmiahú/Jr 16:14-16..”
Este retorno tanto físico como espiritual em parte já aconteceu
quando os filhos de Efraim dispersos em terras dos gentios
começaram a ouvir as boas novas e a abraçarem a Yeshua como
Messias e Salvador e também quando parte dos judeus e uns
poucos filhos de Manasses da Índia e da Birmânia, alguns filhos de
Dan da Etiópia bem como dos filhos de Naftali do Uzbequistão
começaram a voltar para a terra de seus ancestrais. Mas tanto o
movimento de conversão dos filhos dispersos de Israel no primeiro
século como o retorno dos falasha no século XX são apenas
antecipações pálidas e limitadas do que Yeshua ainda fará por Israel.
É realmente incrível que como crentes nas Escrituras,
estudiosos de suas profecias e conhecedores da Grande Comissão
tenhamos ignorado o fato de que o chamado de Yeshua junto as
margens do lago de Galil se destinava ao cumprimento literal da
profecia que determinava a pesca dos filhos de Israel. Chegado o
tempo, o Pescador de Israel passou por Kefa (Pedro) e André justo
quando lançavam suas redes e ordenou-lhes:
“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Marcos
1:17.
A quem você imagina que os apóstolos foram pescar senão à
Casa de Efraim espalhada entre as nações? Yeshua não fez outra
coisa senão cumprir aquilo que já havia sido meticulosamente préanunciado através dos profetas. Foi através dessa pesca que as doze
tribos separadas da Comunidade de Israel voltaram a Elohim e Às
Escrituras sob estandarte de Yeshua há Maschiach, o Emanuel. É por
meio dele que Israel retorna a Elohim, abandona seus ídolos,
reconhece sua graça e finalmente se volta da impureza para a
santidade.
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Yeshua, o Grande Mestre disse claramente a que veio. Sua
missão é buscar seus irmãos israelitas, perdidos entre os gentios,
vivendo como gentios, veio buscar-lhes para que eles reencontrem
sua identidade perdida e retornem para casa.
“Porque o Bar Enash (Filho do Homem) veio salvar o que estava
perdido.” Matytyahú/Mateus 18:11
Halelu`yah!
Yeshua
veio buscar o que se havia
perdido, as ovelhas da Casa
de Israel. E elas hoje
começam a emergir das
sombras, a descobrir a sua
verdadeira
identidade
sepultada sob séculos de
antissemitismo e teologia
da
substituição.
Estas
ovelhas perdidas começam
agora a retornar para a casa
espiritual cujo alicerce são
os patriarcas, cujas colunas
são os profetas, cuja
cobertura são os shalichim
(apóstolos) e cuja pedra
fundamental é Yeshua há
Maschiach. Como peixes
Israel retorna hoje através
desta imensa rede de
pregadores e pregadoras
cujos fios atingem o mar
dos povos.
A Pesca de Israel
Chegado o tempo, Yeshua há
Maschiach, o Grande Pescador de
Israel passou por Kefa e André
justo quando lançavam suas
redes e ordenou-lhes:
“Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens.” Marcos 1:17.
Pescadores junto ao mar da Galiléia Library of Congress, Prints and
Photographs Division, Photochrom Collection. Domínio Público.
Israel ainda é o povo do Eterno e nós crentes em Yeshua
somos Israel por adoção abraçando seu povo como Ruth ao abraçar
sua nora Noemi e sendo por isso enxertados na boa oliveira ou o
que é muito mais frequente, Israel por natureza retornando à Torah
e aos profetas e sendo reenxertados na própria oliveira.
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Verdade é que gentios que absolutamente não descendem de
Avraham, a cujos pais nenhuma promessa de redenção e benção
nacional foi realizada continuam a ser salvos pela mesma graça que
salva a Israel como de resto isso vinha acontecendo desde antes do
chamado de Avraham. É importantíssimo ter em conta que o
chamado à santidade e as boas obras propostas pela Torah jamais
deve ser confundido com o chamado à salvação como alguns
grupos restauracionistas, incluso os diversos grupos e ministérios
que se apresentam como israelitas da nova aliança3 vem propondo.
Sim, a salvação não decorre de quaisquer obras antecedentes,
presentes ou subsequentes ao chamado da soberana e irresistível
graça, mas somente da munificente clemência de Adonay que
escolhe, chama, ordena a conversão, capacita o homem a crer na
bessorat (evangelho), o faz volta-se das trevas para a luz e o faz
perseverar na mesma fé até o fim, sendo liberto de toda a má obra e
guardado como trigo precioso para o celeiro do reino celestial que
em breve se estabelecerá na terra como Shaul expressou ao dizer:
“E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o
seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.” II
Timóteo 4:18.
Desde o século XIX diversos grupos tem se apresentado como o verdadeiro e único Israel fora do qual não há
salvação como se Israel fosse uma organização religiosa e não um povo salvo por Adonay. O mais influente desses
grupos parece ser a Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto, organização com 400 congregações
e 60 mil membros que guarda o sábado e as festas e que foi fundada em 1955 no Perú por Ezequiel Atacusi
Gamonal um ex-adventista que se proclamou profeta e reencarnação do Messias. No Brasil a sucursal da Igreja de
Deus do Sétimo Dia sediada em Rio Blanco no México se dividiu dando origem a quatro denominações diferentes, a
mais influente delas adotou em 2005 o nome de Congregação Israelita da Nova Aliança. O grupo fundado pelo
Ministro Altair Junqueira mais conhecido pelo seu nome hebraico Rosh Yshay bem Yehudah tem 48 congregações
no Brasil e aproximadamente 2.400 membros, apesar disso se proclama o único e verdadeiro Israel fora do qual
nenhum judeu ou gentio pode ser salvo no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Assim, embora os israelitas da
nova aliança do Brasil nada tenham a ver com o suposto Messias Gamonal do Perú, pode se notar uma lamentável
semelhança, a crença na salvação pelas obras e por meio de uma organização. Esperamos maiores progressos no
grupo brasileiro que, no entanto acumula o mérito de comer kashrut e guardar o shabat herdado da Igreja de Deus
do Sétimo Dia do México e o da celebração das festas iniciada em 2005 no seu Primeiro Congresso Israelita. O que
nossos amados da Congregação Israelita da Nova Aliança ainda não se aperceberam é que eles são um entre
centenas de ministérios de restauração de Israel e não o único, e que Israel é um povo que se espalha por todo o
mundo e cuja maioria de seus membros estão nas igrejas cristãs. Adonay jamais deixou de reconhecer seu povo
mesmo que esteja em Bavel (Babilônia), tanto é assim que dirige o chamado do Anjo do Apocalipse 18 a este povo
dizendo: “Sai dela povo meu, para que não incorras nas suas pragas e não sejas participante de seus pecados.”
Guilyanah/Ap 18:4. Ninguém que estuda a Bíblia e se convence de que precisa se empenhar na teshuvah (retorno)
e na mechudesh (restauração) deixa uma organização católica ou protestante para se tornar parte do povo de
Elohim, mas ao contrário o faz por ser parte deste mesmo povo, o Israel entre as nações.
3
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Uma pessoa ou organização que realmente conhece as
Escrituras, sendo por isso enviada como luz para as nações será
levada a crer que não existe experiência presente ou futura capaz de
impedir a salvação daqueles que são chamados para a kvod olam
(glória eterna) e será levada a dizer:
“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os
anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos
poderá separar do amor de Elohim, que está em Yeshua há Maschiach
nosso Adon.” Romanos 8:38-39.
Assim, deve ficar absoltamente claro para quem conhece as
Escrituras que a redenção de judeus e gentios é um ato somente da
graça, que não decorre de nenhuma obra além da obra de Elohim
que é crer naquele que por ele foi enviado como Kefa mostrou ao se
dirigir a uma plateia de judeus ainda perplexos com a rapidez como
os goym respondiam ao chamado da bessorat:
“Mas cremos que seremos salvos pela graça do Adon Yeshua há
Maschiach, como eles também.” Atos 15:11.
Logo, se existe uma coisa incompatível com a verdadeira
compreensão da palavra é a crença de que um homem uma vez
salvo venha a se perder e a ser arrojado no lago de fogo e perdição.
A rede da bessorat está sendo lançada ao mar das nações para que
dela possam ser resgatados todos os herdeiros de uma alma
preparada para a santidade e comunhão com Elohim. Todos eles são
de fato trazidos à margem do mar das nações, separados dos
impuros e lançados nos cestos da fé, da esperança e da santidade e
a rede que os apanha não é uma organização religiosa, mas o
malchuto há shamaim o reino dos céus.
“O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao
mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores
puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e
jogam fora o que não presta. Assim será no fim do mundo: os anjos virão
separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde
haverá choro e ranger de dentes.” Matytyahú 13:47-50.
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Claro que nessa metáfora Yeshua mostra que uma parte dos
peixes será separada assim como qualquer pescador judeu piedoso
toma o cuidado de separar os peixes que tem escamas e nadadeiras
colocando-os num cesto e descartar todos os que são desprovidos
de uma ou duas dessas características. Evidentemente que ao contar
essa parábola Yeshua, que veio para cumprir a lei de Moisés não
está simplesmente sancionando o que outrora foi dito, a saber, que
existem peixes impuros e impróprios para o consumo do povo
santo, mas a indicar que nem todos os chamados são salvos.
Yeshua vai além disso e mostra claramente que nem todos os
descendentes de Israel pescados entre as nações serão redimidos,
pois muitos há que pela sua natureza espiritual não são “kashrut
le`malchuto” (Próprios para o reino), apesar de que atualmente a
maioria dos cidadãos israelenses se considera judaica. 4
4
Segundo o Israel Central Bureau of Statistics (Escritório Central de Estatísticas de Israel) ¾ dos 7.797.400 israelenses (75,3%)
são judeus. Isso inclui os 15.000 Mashiykhiyyim (messiânicos), os 12.000 karaítas que abominam o talmud e os 712 samaritanim
que só creem em Moshe e lá que vivem a 2.700 anos. Sobram ¼ que professam outras religiões. Os muçulmanos são 20,5%
(1.255.381) e os 4,2% são cristãos (163.745) principalmente árabes, russos, etíopes e os 5.500 afro-americanos liderados por
Ben Ami Ben Israel que chegaram a Eretz Israel em 1967. Os drusos, uma seita fechada que proclama fidelidade ao país que
lhes adota são 1,6% (124.758) e religiões menores representam 0,4% com destaque para os 32.000 budistas e 10.000
seguidores Mírzá Husayn' „Ali (1817-1892), ou Bahá'u'lláh (Glória a Alah) cuja sede mundial em Haifa localizada num
esplendoroso jardim é considerada pela UNESCO como patrimônio da humanidade.
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Lamentavelmente, a maioria dos judeus se secularizou não
dando mais valor à palavra do que os cristãos gentios. Essa falta de
religiosidade por parte dos judeus nos remete às sempre atuais
palavras de Shaul há Shaliach ao comparar a religiosidade do povo
eleito com a do povo que então mais influenciava o mundo, os
gregos.
“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma
nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como
gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem
um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Elohim.”
Romanos 3:9-11:
Com efeito, a situação religiosa da Grécia e de Israel,
resguardado o fato de que os judeus têm muito mais luz que os
gregos e receberam muito mais vantagens do que eles não é muito
diferente. Isso apesar de que jamais se deva nivelar por baixo gregos
e judeus já o Eterno não escolheu um grego para ser p pai na fé, não
enviou nenhum profeta ao povo grego e não fez nenhuma
promessa de redenção nacional aos gregos antes do reino milenar.
O mesmo Shaul depois de perguntar qual a vantagem do judeu
lembrou que estas são muitas já que os oráculos de Elohim lhes
foram confiados (Romanos 3:2). Antes de dizer isso ele já tinha
afirmado que a bessorat é o poder de Elohim para a justiça de todo
o que crê, primeiro do judeu (Romanos 1:16) e depois do grego. 5
Pesquisa encomendada pelo jornal grego To Vima à empresa Kapa Research realizada em abril de 2011 dá conta
que dá conta que 56,3% dos gregos acreditam na existência de um ser supremo, 20% acham provável que exista,
7,7% acham improvável que ele exista e 13% acham que ele não exista, ou seja, 56,3% dos gregos são crentes de
alguma maneira, 27,7% são agnósticos que não tem qualquer certeza se existe ou deixa de existir um ser supremo
e 13% são decididamente ateus. Fonte: Wikipedia, Religious in Greece. http://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_Greece
A situação em Israel não é diferente, Phil Zuckerman em trabalho publicado pela Cambridge University Press:
Cambridge, UK (2005) estima em "Atheism: Contemporary Rates and Patterns" (Ateísmo: Taxas e Padrões
Contemporâneos)" no capítulo The Cambridge Companion to Atheism que o número de ateus em Israel oscila entre
15 e os 37% a depender do critério empregado para definir quem é um ateu. No entanto, estudo publicado em 1991
por Greeley Andrew da University of Cologne (Alemanha) & Wolfgang Jagodzinski da University of Chicago e
University of Arizona , 1991, coloca Israel entre os dez países com maior número de ateus no mundo, excetuandose estados comunistas oficialmente ateus como China, Cuba, Coréia do Norte e Vietnam. Nesse estudo Israel é
precedido por Alemanha Oriental, o pais mais ateu do mundo com 88,2% de descrentes, Eslovênia com 29,8,
Rússia com 27,3% situando-se em 4º lugar com 25,6% de ateus, no que é seguido por Holanda em 5º lugar com
24,10%, Hungria em 6º com 23,30% Noruega em 7º com 14,9%, Grã Bretanha em 8º com 14%, Alemanha Ocidental
em 9º com 12,10% e Nova Zelândia em 10º lugar com 11,5%. Fonte: The Demand for Religion:Hard Core
Atheism and "Supply Side" Theory http://www.agreeley.com/articles/hardcore.html
5
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
E quando os próprios judeus não são mais excelentes apesar
de que os oráculos de Elohim lhes estão confiados não se há de
esperar melhor situação por parte da Casa de Israel nem mesmo
quando essa conhece a palavra e passa a acreditar nos profetas. Isso
pode ser notado claramente na mesa dos efraimitas e dos anusitas
que normalmente suportam sobre ela toda a sorte de criaturas
impuras e de carnes abomináveis que lhes servirão de alimento. E
isso é bom que se diga contaminou também a vida judaica, não
apenas a dos anusim, não sendo raro encontrar porco na mesa dos
judeus quer da diáspora quer de Israel.
Infelizmente, judeus e efraimitas incorrem na mesma culpa, a
de comer aquilo que Adonay não autorizou, e por vezes inclusive
proferindo bênçãos sobre cadáveres de criaturas abomináveis como
alimento, ainda que nos dois grupos se possam observar pessoas
que atentas à Torah da Verdade se abstém do que não é próprio.
Como restauradores estamos na obrigação de ensinar que
Adonay, mercê de sua grande misericórdia estendeu suas mãos a
todo o Israel, judeus e efraimitas, apesar de comerem carne de
porco, no entanto nossa obrigação inclui a proclamação de que
participar dessas coisas não é nem sinal de fé e nem de santidade,
mas de que o povo anda por um caminho que não é bom buscando
a satisfação de seus próprios desejos. Verdade é que o Eterno vem
salvando seu povo enganado e seduzido a comer manjares
imundos, mas também é verdade que isso o desagrada muitíssimo e
que essa detestável prática será punida com severo juízo que se
derramará contra os que conscientemente o mandamento.
“Tornei-me acessível aos que não perguntavam por mim; fui
achado daqueles que não me buscavam. A uma nação que não se
chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui. Estendi as
minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por um caminho
que não é bom, após os seus próprios pensamentos; povo que de
contínuo me provoca diante da minha face, sacrificando em jardins e
queimando incenso sobre tijolos; que se assenta entre as sepulturas, e
passa as noites junto aos lugares secretos; que come carne de porco,
achando-se caldo de coisas abomináveis nas suas vasilhas.” Yesahayhú/Is
65:1-4.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Depois que Efraimitas e bnei anusim forem chamados à
verdadeira santidade, os que continuarem a invocar o nome
santo para abençoar a iniquidade e os manjares proibidos
incluindo suínos e roedores serão consumidos pelo fogo de
Elohim.
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Cobaia 2 por Yana Ray
Deve, pois ser colocado bem em claro que os dias em que os
filhos de Adonay misturados com as nações tem se sentido livres
para comer toda a sorte de impurezas abençoando coisas
detestáveis está chegando ao fim.
Por agora o Eterno ainda estende seus braços a uma casa
rebelde e se revela a um povo que não se chama pelo seu nome. No
entanto, logo o chamado para que todo o Israel abandone Babilônia
com todas as suas práticas, pensamentos e manjares, soará e os
eleitos, chamados e fiéis vencerão os costumes das nações,
purificarão seus hábitos e seus pratos e cumprirão então o que está
escrito acerca deles, abandonarão firmemente os traços de Bavel.
“Yah desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e
todos os confins da terra verão a salvação do nosso Elohim. Retirai-vos,
retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificaivos, os que levais os vasos de Yah. Pois não saireis apressadamente, nem
ireis em fuga; porque Yah irá diante de vós, e o Elohim de Israel será a
vossa retaguarda.” Yeshayahú 52:10-12.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Quando o chamado para abandonar os caminhos dos gentios
soar, então se revelará a diferença entre um crente piedoso seduzido
pelos enganos de Roma que então iluminado abandonará toda a
sorte de impureza e os perversos dentre o seu povo Israel que
pecam de maneira livre, deliberada, contumaz e rebelde. Depois que
Efraimitas e bnei anusim forem chamados à verdadeira santidade, os
que continuarem a invocar o nome santo para abençoar a
iniquidade e os manjares proibidos incluindo suínos e roedores
serão consumidos pela fogo de Elohim. Esta sem dúvida pode
parecer uma manifestação indigerível para quem não conhece as
Escrituras, mas é exatamente isso o que elas dizem.
“Porque com fogo e com a sua espada entrará Yah em juízo com
toda a carne; e os que forem mortos por Yah serão muitos. Os que se
santificam, e se purificam para entrar nos jardins, os que comem da carne
de porco, e da abominação, e do rato, esses todos serão consumidos, diz
Yah.” Yeshayahú /Is. 66:16-17.
Assim, quando a obra de pregação em favor de Israel terminar
e os milhões de verdadeiros filhos de Israel chamados à santidade
abandonarem a impureza moral caracterizada pelas aberrações
sexuais e alimentares então todo o Israel será salvo. Naturalmente
esse é um processo que resulta da escolha livre soberana de Elohim
que não se atribuirá à santificação própria, mas à mesma graça que
hoje redime aqueles que não sabem a diferença entre a mão direita
e a esquerda, entre a luz e as trevas, entre Israel e as nações e entre
o santo e o profano. 6
6
A palavra hebraica para casamento é kidushim, que significa literalmente santificação, e ela só pode ser empregada à luz da
Torah para santificar a união entre um homem e uma mulher que não estejam sob as interdições para o casamento e que sejam
solteiros, viúvos ou desempedidos de qualquer vínculo matrimonial anterior por meio de um get ou divórcio. Assim, quando um
homem judeu coloca o anel de casamento no dedo indicador da mão mais forte de sua noiva ele declara: Harei et mikdushet li
batabaat zo kedat Moshe v'Israel" (Com esse anel tu ficas consagrada a mim de acordo com as leis de Moshe e de Israel).
Dessa forma, a santidade da união espiritual foca estabelecida e o casal está pronto para consumar essa união espiritual pela
união de seus corpos. No entanto, a Torah chama a um homem que se prostitui com homem ou mulher de kadesh e a uma
mulher que faz a mesma coisa de kadeshá. Como pode o sexo sagrado ser chamado de kadosh e o sexo proibido ser
denominado kadesh (homossexual) ou kadeshá (prostituição feminina)? A razão é que um prostituto cultual num templo cananeu
ou grego entregava-se à homossexualidade como forma de consagração a seus ídolos impuros. O mesmo acontecia com a
prostituta cultual. A prostituição não é nada mais e nada menos que a perversão daquilo que é santo. É possível aqui que o
profeta Yeshayahú ao empregar a expressão hámitekadeshim (os que se santificam) esteja se referindo a práticas sexuais
depravadas que os gentios e mesmo os judeus desviados da Bíblia ousam declarar tão puras e santas como a relação
consagrada entre um homem e uma mulher. Se for esse o caso, como acredito, o juízo de Elohim sobre Israel será primeiro por
suas perversões sexuais e logo por suas perversões alimentares já que são citados carne de porco, ensopados abomináveis e
ratos haja visto que o movimento judaico reformado bem como o reconstrucionista convive lado a lado com estas abomináveis
práticas.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
No, entanto os que resistirem a verdade e continuarem a se
santificar na imundícia prostituindo-se e comendo carne de porco,
manjares abomináveis e ratos serão destruídos. Só então o Eterno
cumprirá seu grande propósito em favor daqueles gentios que não
pertencem a seu povo Israel, que não herdaram o DNA de Avraham
e que não se uniram a ele pela fé em Yeshua.
Aquilo que hoje é a redenção de alguns gentios se converterá
na redenção em massa. Ali, quando todo o verdadeiro Israel for
salvo, e destruído todo o falso Israel o Eterno chamará as nações a
si, escolhendo dentre os israelitas missionários que irão a elas para
lhes ensinar o caminho, e inclusive para tomar dentre os gentios
alguns para kohanim (Sacerdotes) e livim (levitas).
“ Vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas
virão, e verão a minha glória. Porei entre elas um sinal, e os que dali
escaparem, eu os enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, povos que
atiram com o arco, a Tubal e Yavan, até as ilhas de mais longe, que não
ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e eles anunciarão entre
as nações a minha glória. E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas
as nações, como oblação a Yah; sobre cavalos, e em carros, e em liteiras,
e sobre mulas, e sobre dromedários, os trarão ao meu santo monte, a
Yerushalaim, diz Yah, como os filhos de Israel trazem as suas ofertas em
vasos limpos à casa de Yah. E também deles tomarei alguns para kohanin
(sacerdotes) e para levim (levitas), diz Yah.” Yeshayahu/Is 66:18:21.
Embora nada impeça aos gentios de serem salvos hoje, e
multidões deles são redimidos, a redenção das 70 nações
descendentes de Noach está reservada para o reino milenar de
Maschiach. Assim, a profecia menciona nesse capítulo algumas
dessas nações que serão chamadas uma vez concluída a redenção e
a depuração de Israel. O primeiro desses povo é Tarsis (Turquia), o
segundo é Pul (Líbia), o terceiro é Lud (Líbano), o quarto é Tubal
(Espanha e Portugal) e o quinto é Yavan ou Javan (Grécia). Não é,
pois de estranhar que a maioria esmagadora dos turcos, líbios e
libaneses seja muçulmana, uma religião que remanesce do culto
árabe a Alah o deus lunar e que a maior parte dos espanhóis e
gregos sejam católicos e ortodoxos, formas idolátricas de culto que
misturam a religião judaica com um sincretismo greco-romano.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Na verdade os
setenta
povos
Na verdade os setenta povos
primitivos
que
primitivos que descendem de Shem,
descendem de Shem,
Cham e Yafet, os três filhos de
Cham e Yafet, os três
Noach, serão chamados depois que
filhos de Noach,
Israel for purificado pelo fogo e seu
serão
chamados
remanescente for salvo.
depois que Israel for
purificado pelo fogo
e seu remanescente
for salvo. É de se
esperar,
portanto,
que a exceção dos
20%
dos
descendentes
de
judeus que vivem na
Espanha e dos cerca
de 30% que vivem
em Portugal, dos
milhares
de
The Middle East through the eyes of the Ancient Israelites.
efraimitas que vivem
Autor : Hkp-avniel - Wikimedia Commons 3.0
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Middle_East_Shem-Ham.jpg
no Líbano, na Líbia e
na Turquia ou na
Grécia a maior parte desses povos só sejam realmente chamados à
santidade quando o reino messiânico estiver estabelecido e o Eterno
colocar o sinal nalguns dos que foram salvos para que caminhem
em direção a essas nações.
Mas por agora o alvo prioritário ainda é Efraym, o primogênito
gentio de Israel. Ou seja, a plenitude dos gentios em que Efraym se
tornaria segundo a profecia de seu pai adotivo, de Yakov Avinu
(nosso pai Yakov). Quando essa plenitude for alcançada, e o número
de Israel alcançar a quantidade igual a da areia do mar, então os
eleitos, todos os eleitos de Israel serão salvos. Lembre que quando
Yakov adota Efraim como seu filho dando-lhe a honra da
primogenitura ele está apenas sendo o canal por meio do qual
Elohim estende seus maiores favores ao filho de Yosef.
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Assim, apesar
da
surpresa
de
Yosef, seu pai, o
patriarca Yakov foi
contundente com
relação
ao
que
espera Efraym. Ele
tem de ser a
plenitude
dos
gentios. Pela sua
mistura com os
gentios Israel se
multiplicará até vir a
ser uma multidão
de gentios na terra.
Assim as nações
que estão fora do
pacto alcançam as
promessas do pacto
abrahamico.
Assim, apesar da surpresa de Yosef, seu
pai, o patriarca Yakov foi contundente
com relação ao que espera Efraym. Ele tem
de ser a plenitude dos gentios. Pela sua
mistura com os gentios Israel se
multiplicará até vir a ser uma multidão de
gentios na terra.
View of a night game at Yankee Stadium from the third tier.
Autor Anubis2051 Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia.
“Vendo Yosef que seu pai colocava a mão direita sobre a cabeça
de Efraym, foi-lhe isso desagradável; levantou, pois, a mão de seu pai,
para a transpor da cabeça de Efraim para a cabeça de Menashe
(Manasses). E Yosef disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o
primogênito; põe a mão direita sobre a sua cabeça. Mas seu pai,
recusando, disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; ele também se tornará um
povo, ele também será grande; contudo o seu irmão menor será maior
do que ele, e a sua descendência yheyeh melo há goym (se tornará ou
será a plenitude dos gentios).” Bereishit/Gn 48:17-19.
É importante ressaltar que ao fazer de Efraym o primogênito
abençoando-o antes de Menashe seu irmão, antes de seus próprios
filhos, o patriarca estava fazendo de Efraym o primogênito e não
estava fazendo isso por sua mera vontade ou capricho, mas
impelido por aquele que desde a fundação do mundo determinara
fazer de Efraim, apesar de seus deméritos o canal de benção para as
nações, o primogênito de seu amor e bondade. Tanto que o Criador
ratifica a benção dada por Yakov dizendo:
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“Sou um Pai para Israel e Efraim é meu primogênito.” Yirmiahú/Jr
31:9.
Ora, se um pai tem o dever de cuidar primeiro dos filhos para
só depois alimentar os cães da família tem ainda o dever maior de
dar a herança primeiro a seu filho primogênito e só então cuidar dos
demais. Por isso Adonay cuidará primeiro de Israel e depois dos
gentios. Por isso Efraim, vem sendo chamado à graça de forma
muito mais abundante que Judá. Yeshua usou isso como metáfora
para explicar à mulher Cananéia por que não havia dirigido
primeiramente a ela os seus favores. No entanto, isso não abalou a
fé da mulher cananéia, assim como não abalará a fé de nenhum
gentio chamado dentro do propósito de Elohim.
“Então veio ela e, reverenciando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele,
porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos. Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem
das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então respondeu Yeshua, e
disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde
aquela hora sua filha ficou sã.” Matytyahú/Mt 15:24-17.
Assim, embora os gentios fossem também chamados à
salvação, e muitos a abraçassem com alegria, os discípulos sabiam
que entre os gentios estavam os israelitas da diáspora. É por esse
mesmo motivo que Yakov há Tsadik, Tiago o justo, tendo visto o
início da reunião das tribos escreve:
“Yakov, servo de Elohim e de Adon Yeshua, às doze tribos da
Dispersão, saúde.” Yakov há Tsadik/Tg 1:1.
Estava, pois profetizado que Efraim se tornaria inumerável e
que seus descendentes se tornariam o melo há goym (plenitude dos
gentios) ou uma multidão de nações estrangeiras. Sim é exatamente
a essa multidão de gentios, descendentes de Israel através de
Efraym e dos gentios através dos povos com que ele se misturou
que Shaul está se referindo quando diz:
“Não quero irmãos que ignoreis esse mistério: que o
endurecimento veio em parte sobre Israel até que a plenitude dos
gentios haja entrado.” Romanos 11:25.
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Observe que Shaul deseja que seus leitores decifrem o
mistério de que o endurecimento de Israel, embora tenha vindo
sobre as duas casas, não foi nem completo e nem total, mas apenas
parcial.
Da mesma forma ele não seria nem permanente e nem eterno,
mas apenas passageiro. Ele duraria até que a multidão de gentios
que Yakov profetizou fosse atingida e estes fossem finalmente
alcançados pela verdade e restaurados a seu primitivo favor.
Efraim é pois, simultaneamente Israel e Gentio ao mesmo
tempo. Naturalmente isso implicava que uma parte da semente de
Yakov se misturasse com os gentios, perdesse sua identidade, se
comportasse como gentílica e fosse tratada como gentílica para fins
de direito.
Dessa forma estranha e quase indecifrável deveria Efraim
cumprir as promessas de multiplicação prodigiosa da semente de
Avraham fazendo com que ela fosse como o orvalho que rega a
terra indicando que sua presença seria tão abençoadora entre todos
os povos que eles sairiam com ele para adorar ao Criador. Quando
esse momento chegasse o que aconteceria? Leiamos novamente o
texto já com o seu complemento e alcance escatológico. O Eterno só
fará pacto com todo o Israel, com as duas casas, Israel e Judá.
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que
não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte
sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o
Israel será salvo, como está escrito: Virá de Tzion o Libertador, e desviará
de Yakov as impiedades; e este será o meu pacto com eles, quando eu
tirar os seus pecados.” Romanos 11:25-27.
Para entendermos como Efraym se tornou o melo há goym (a
plenitude dos gentios) avançaremos ao tempo de Shlomo há
Melech, o Rei Salomão, sucessor de David. O Rei governava um
Império vasto, recebia vassalagem de diversos reis e dominava o
comércio de carros e cavalos de todo o Oriente Médio. Tinha tudo
para fazer um excelente governo, mas não o fez.
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Mas
tal
a
medida da sabedoria
de Shlomo, de sua
engenharia civil e
militar e de sua
grandeza econômica
também era a de sua
fraqueza
quando
estava em causa o
amor das mulheres.
Amor que o levou à
idolatria. Idolatria que
foi a causa da queda
da Casa de Israel.
E
ninguém
amou tantas mulheres
como Shlomo, foram
mil ao todo entre
esposas e concubinas,
nem todas israelitas, e
nem todas tementes a
Elohim. Disposto a
agradá-las em tudo,
mesmo
que
isso
implicasse o mais
detestável de todos
os
pecados,
a
idolatria.
Mas tal a medida da sabedoria de
Shlomo, de sua engenharia civil e
militar e de sua grandeza econômica
também era a de sua fraqueza
quando estava em causa o amor das
mulheres. Amor que o levou à
idolatria. Idolatria que foi a causa da
queda de Israel.
Salomão faz sacrifícios aos ídolos. Sébastien
Bourdon (1616–1671). Wikipedia Commons 3.0.
Infelizmente, o homem que construiu o Templo para Adonay e
que foi agraciado com a kvod de Elohim cobrindo o santuário
também erigiu altares para os ídolos das nações, queimou incenso
para eles e se prostrou diante deles atraindo sobre si, sobre sua
família, sobre seu reino e sobre a posteridade que o imitaria o
desagrado de Elohim, um desagrado que pro causa dos pecados da
geração atual ainda está sobre Israel.
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Por causa disso o
Eterno
fez
saber
a
Yaroveam,
o
grande
estrategista de Israel que
ele reinaria sobre a maior
parte do reino de David.
Ainda que Yaroveam não
reinaria no próprio trono
de David, e não se
assentaria em Yerushalaim
para governar todo o
reino, a maior parte dele e
de seus súditos juraria
fidelidade a um homem
que não era da tribo de
Yehudáh, não era da
descendência messiânica e
ainda assim viria a reinar
sobre dez das tribos de
Israel. A divisão do reino
de Israel em dois Estados
ficou clara no dia que o
profeta Achiyah (Aias)
rasgou
a
capa
de
Yaroveam, a cortou em
doze pedaços e entregou
dez desses pedaços a ele.
Melachim Beit/II Reis 11:29-33.
A divisão do reino de Israel
em dois Estados ficou clara
no dia que o profeta Aias
rasgou a capa de
Yaraveam, a cortou em
doze pedaços e entregou
dez desses pedaços a ele.
Profecia de Achiyah a Yaroveam, 1728. Gerard Hoet
(1648-1733) Wikipedia Commons.
A fidelidade de David ao Eterno podia adiar essa hora, mas
não a podia evitar. Quando o filho de David dormisse com seus pais
Israel não seria mais um reino, mas dois, e a maior parte dele, dez
tribos estaria nas mãos de um homem que não era da casa real.
Apenas duas tribos jurariam fidelidade ao neto de David. Morto
Shlomo, seu filho Rechovoam se ateve com a revolta bem sucedida
de Yaraveam, general do exército de seu pai. Yaraveam governava
sobre a Casa de Yosef e as dez tribos que a circundavam.
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Por causa disso, apesar
de não ser da linhagem de
David gozava de enorme
prestígio popular. Pela forma
justa,
conciliadora
e
perdoadora como governou,
conseguiu ganhar o coração
de 6 em cada 10 israelitas.
Na hora em que a maioria
das tribos, cansada de
suportar o alto custo da casa
real salomônica, viu negado
o seu pedido para que a
carga tributária lhe fosse
diminuída ele liderou uma
bem sucedida revolta que
provocou a secessão do
Reino de Israel ficando ele
com cerca de 70% do
território de Israel e 60% da
população. Isso apesar de
ter assegurado a lealdade de
dez das doze tribos de Israel.
O motivo é que
naquela época a tribo de
Yehudáh ainda era a mais
numerosa de Israel e a
promessa da multiplicação
prodigiosa de Efraim ainda
não se havia cumprido, pois
estava reservada para o
futuro, para quando Efraim
não
tivesse
mais
compromisso com Elohim
fosse tratado como se não
fosse seu povo.
O Reino de Shlomo (Salomão) se
Divide em 931 AEC Entre o Reino
de Israel com 10 Tribos e o Reino
de Judá com Apenas 2 Tribos.
Israel é Levado a Assíria (720
AEC).
Israel sob Shlomo – Biblical Maps Domínio Público
As 12 Tribos - Biblical Maps Domínio Público
Reino Dividido 773 AEC - Biblical Maps Domínio Público
Israel Levado À Assíria 709 AEC – Wikimedia Commons.
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Como na metáfora da oliveira, este
enxerto de israelitas nas nações gentílicas
finalmente fará com que os galhos
procedentes uma vez da boa oliveira
sejam nela reenxertados para produzirem
os mais excelentes frutos. O maior mal
para Israel foi paradoxalmente o maior
bem para as nações.
Azeitonas Verdes – Vera Kratochvil - Public Domain Pictures Net
Ato seguido Yaroveam estabeleceu um reino sobre as dez
tribos sediado primeiro em Sheken (Siquem) e mais tarde em
Shomeron (Samaria). Infelizmente para Israel que deveria ser
castigado Yaroveam o conduziu à idolatria, o mais abominável
pecado que alguém pode cometer. Por esse pecado anula-se a
aliança e corta-se a relação entre o Criador e suas criaturas atraindo
sobre ele os mais severos castigos. Indignos da terra que receberam
para nela fazerem habitar o nome de Yah, e somente seu nome e
tendo-a contaminado com os ídolos detestáveis das nações, o
Eterno se indignou contra Israel fazendo-o cair ante os inimigos de
onde importara seus deuses e sua religião nefasta. O resultado foi o
castigou com o exílio como está escrito:
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“Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que
Yaroveam tinha cometido; nunca se apartaram deles; até que o Yah tirou
Israel da sua presença, como falara por intermédio de todos os seus
servos os profetas. Assim foi Israel transportado da sua terra para a Ashur
(Assíria), onde está até o dia de hoje.” 2 Reis 17:22-23.
Felizmente, porém para os gentios que estavam “separados da
comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não
tendo esperança, e sem Elohim no mundo,” (Efésios 2:11) a benção
lhes chegou por conta do juízo contra o povo eleito. É que estes
galhos naturais arrancados da oliveira de Israel e enxertados contra
a natureza no zambujeiro gentio (as nações) trouxeram-lhes o DNA
de Avraham que obriga ao Eterno, por fidelidade a seu nome e a seu
pacto a abraçá-los como seu povo, razão pela qual está escrito que
“onde se lhes dizia vós não sois meu povo ali se lhes dirá vós sois
filhos do Elohim vivo.” (Romanos 9:26).
Como na metáfora da oliveira, este enxerto de israelitas nas
nações gentílicas finalmente fará com que os galhos procedentes
uma vez da boa oliveira sejam nela reenxertados para produzirem os
mais excelentes frutos. O maior mal para Israel foi paradoxalmente o
maior bem para as nações. Aliás, se tem uma coisa que Shaul deixa
claro, é que os galhos cortados para que o gentio pudesse ser
enxertado, muito mais facilmente que os gentios podem ser trazidos
de volta à oliveira mãe, a sua própria oliveira, que representa a fé
pura de Israel.
Esta era a única forma como um povo escolhido para ser único
poderia espalhar a semente de Avraham por todas as nações
beneficiando-as com um pacto que não era delas (dos gentios) e
com promessas que não lhe foram feitas. Assim foi Efraym
misturado a outros povos enxertando-os com a zerah (semente) de
Avraham para que viesse a se tornar o melo há goym (a plenitude
dos gentios). Tudo estava profetizado e determinado por Adonay
para que fosse cumprida a promessa:
“Visto que Avraham certamente está para ser le`goy gadol (grande
povo) e poderoso, vêni`berechú bo kol goy hááretz (e por meio dele
serão benditos todos os gentios da terra).” Gênesis 18:18.
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E exatamente por essa razão que Shaul depois de perguntar:
“Porventura tropeçaram de modo que caíssem?” responde: “De
maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos
gentios, para os incitar à ciúmes.” Romanos 9:11.
A Casa de Israel foi
Despedida de sua Terra Para
Crescer e se Tornar
Numerosa como a Areia do
Mar.
Areia na Praia. Pter Kratochvil. Public Domain
Pictures
http://www.publicdomainpictures.net/viewimage.php?image=147&picture=areia-na-praia
Onde quer que um navegante
aviste a praia, ali pode ele ter
esperança de encontrar os filhos
de Israel.
“Todavia o número dos filhos de
Israel será como a areia do mar,
que não pode ser medida nem
contada; e no lugar onde se lhes
dizia: Vós não sois meu povo, se
lhes dirá: Vós sois os filhos do
Elohim vivo.” Hoshea/Os 1:11
Logo se há uma
coisa que deveria ser clara
é que Israel, apesar de sua
imensa
apostasia
não
tropeçou para que caísse,
mas teve seus olhos
escurecidos e suas pernas
encurvadas pelo próprio
Criador para que dessa
maneira
especial
pudessem ser os gentios
conduzidos ao pacto feito
com Avraham e com sua
semente. Também deve
ser claro que esta queda,
ou endurecimento sobre
Israel nunca foi completa e
nem é total e nem pode
ser
desvinculada
das
profecias que já temos
estudado.
Não
se
pode
esquecer
que
outra
previsão
estava
diretamente
relacionada
tanto com Efraym, o caçula
de Yosef, como com
Menasche, o seu filho mais
velho. Eles deviam se
multiplicar como peixes no
meio da terra.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
81
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Isso ficou visivelmente ilustrado através do nascimento e
nomes que Hoshea deu a seus três filhos gerados de sua esposa
Gomer, a filha de Diblaim. Como sabemos o primeiro foi um menino
Yizreel, o segundo uma menina Lo-Chuamá (Não Compadecida) e o
derradeiro foi um filho, Lo-Ami (Não Meu Povo). Por esses três
filhos o Eterno prometia vingar o sangue que Yehú em seu excesso
de zelo pela verdade derramou precipitadamente no vale de Yisreel,
não se compadecer mais da Casa de Israel tratando-a como a LoChuamá ou não compadecida, mas apenas da Casa de Yehudá e
finalmente fazer temporariamente de Israel o Lo-Ami, o não meu
povo.
Ou seja, a aliança foi quebrada só em parte. As Escrituras
mostram que o Eterno não se separou da Casa de Yehudá e que
embora Yehudáh o tenha deixado, Yah não outorgou a ela a carta
de divórcio, o Get pela qual pudesse ficar livre dos pactos feito no
Sinai e em Moav. 7
Esse divórcio é somente em relação à Casa de Israel, e é isso
que explica que 700 anos depois do exílio de Israel e 600 anos
depois do exílio de Yehudáh, o maior de todos os profetas nasce em
Beit Lechem (casa do Pão), nos limites da terra de Yehudáh, dentro
da tribo de Yehudáh e da semente de David. Bem o Eterno é
sumamente claro em demonstrar que não abandonou a Yehudáh.
“E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E YHWH disse a
Hoshea: Põe-lhe o nome de Lo-Chuama; porque não tornarei mais a
compadecer-me da casa de Israel, nem a perdoar-lhe de maneira alguma.
Mas da casa se Yehudáh me compadecerei, e os salvarei por YHWH seu
Elohim, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra,
nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.” Hoshea/Os 1:6-7.
7
Faz-se aqui referência ao fato de que Adonay não celebrou um único pacto com Israel no Sinai como muitos supõem. (Shemot/Ex 24:1-18,
34:28). Aquele pacto sancionado com o sangue da novilha ficou inutilizado pela infidelidade do povo ao adorar o bezerro de ouro. Ato seguido a
isso Moshe quebrou as tábuas contendo as Asseret há Devarim (as dez palavras) popularmente conhecidas como dez mandamentos. Um povo
pecador como aquele não podia viver por uma lei tão estrita (embora santa, justa e boa), e assim novos mandamentos lhe foram acrescentados,
inclusive o que ordena um dia por ano para gemer por seus pecados e confessá-los a fim de alcançar perdão. Isso requereu a celebração de
uma segunda aliança em Moav. (Devarim/Dt 29:1-9). Essa aliança foi feita pouco antes da entrada na Terra da Promessa, e não há indícios
claros de que haja sido derramado sangue para sancioná-la tal como ocorreu na primeira vez. Sou de opinião que o sangue dessa segunda
aliança é o sangue de Yeshua. Quando ele retornar então sim será realizada a aliança prometida segundo a qual Israel já não mais necessitará
de perdão por que não mais pecará. Não mais necessitará de um intercessor por que falará diretamente com Elohim e terá méritos para isso.
Não necessitará de um Salvador por que já estará salvo. Não mais necessitará de ensinadores, por que todos conhecerão a Adonay.
(Yirmiahú/Jr 31:31-34). No presente aguardamos esta nova aliança enquanto a aliança de Moav envelhece por nossa incapacidade de a
cumprirmos.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Como resultado a Casa de Israel passa a ser a Lo-Ami, Não
Meu Povo. O Eterno corta assim sua ligação com ela, não a
considera mais como sua, não envia mais profetas a ela, não permite
que retorne mais à sua terra, não a restringe mais pela sua Torah.
Israel está, pois abandonada, solta entre os gentios e destinada a ser
assimilada por eles. Mas descobre-se que em meio a esse severo
juízo, que bem pode ser chamado de o Get Yah le`Bet Israel
(Divórcio de Yah Para a Casa de Israel), há uma benção, a benção da
multiplicação para que esta Casa uma vez despedida se enriqueça
de muitos filhos s se volte para ele dentre as nações como uma
multidão incontável como a areia do mar.
“Ora depois de haver desmamado a Lo-Chuama, concebeu e deu à luz
um filho. E YHWH disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu
povo, nem sou eu vosso Elohim. Todavia o número dos filhos de Israel será
como a areia do mar, que não pode ser medida nem contada; e no lugar onde
se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois os filhos do Elohim
vivo. E os filhos de Yehudáh e os filhos de Israel juntos se congregarão, e
constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; pois grande será o dia
de Yizreel.” Hoshea 1:8-11.
Este é o mesmo episódio representado pelo profeta Yzchekiel
quando o Eterno lhe ordena que tome em suas mãos duas varas e as
exiba por separado diante do povo a fim de que esse curioso lhe
interrogasse o que estava fazendo, e qual o sentido de sua ação,
para logo ele lhes explicar conduzido pela ruach há kodesh que o
objetivo de tal ato era indicar que nos últimos dias as duas casas de
Israel seriam reunidas de novo sob o estandarte do Maschiach.
A família de Yakov está destinada à reconciliação. Yehudá e
Yosef alimentam uma rivalidade histórica que vem desde a
adolescência de seus patriarcas. Quem não se recorda do momento
em que Yehudáh conspira junto com seus irmãos para matar Yosef
até que lhe ocorre uma ideia mais aprazível, vendê-lo como escravo,
ganhar umas moedas de prata com ele, e desfazer-se daquele que
por seus sonhos imaginava-se predestinado a ser maior que todos
eles? Sim a história é muito familiar, mas no final Yosef se torna
mais poderoso que Yehudáh e eles têm de se enfrentar face a face
para discutir o destino de Bynyamin.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Ali estão os irmãos
assistindo as arengas entre
dois rivais em torno do
destino a ser dado ao
suposto ladrão do copo de
adivinhações do Governador
que então apenas conheciam
como Sefanat-Paneach e que
não reconheciam como seu
irmão. Sim, por longos
séculos os judeus não
reconhecem seu irmão Yosef
espalhado entre as nações.
Nem mesmo quando este se
aproxima de sua fé, lê sua
bíblia, estuda sua língua
sagrada,
reverencia
seus
profetas
e
ama
seus
patriarcas.
Como nos primeiros
dias a Casa de Yehudáh ainda
vê em seu irmão Efraim
apenas um “egípcio” no
máximo tentando imitar seus
modos.
No entanto, como no
passado Yosef salvou sua
família, trazendo-a de uma
terra inóspita e sem proteção
para o refúgio de uma nação
poderosa então sob seu
governo,
assim
Efraim
recebeu nos Estados Unidos
a 2 milhões de judeus entre
1881 e 1924.
Como no passado Yosef
salvou sua família,
trazendo-a de uma terra
inóspita e sem proteção para
o refúgio de uma nação
poderosa então sob seu
governo, assim Efraim
recebeu nos Estados Unidos a
2 milhões de judeus fugidos
dos pogroms da Rússia entre
1881 e 1924.
Nesse cartão comemorativo de Rosh
Hashana do começo da década de
1900, judeus russos, com malas na
mão, observam seus parentes
americanos acenando-os para que
venham aos Estados Unidos. Mais de
dois milhões de judeus fugiram
dos pogroms do Império Russo para
a segurança dos EUA entre 1.881 e
1.924.
Fonte Wikipedia – A Encicopédia Livre. Domínio Público.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Efraym e Yehudá ainda não estão plenamente reconciliados, e
por vezes, como se verá, os filhos de Yosef estão entre os mais
acérrimos inimigos do Estado de Israel, especialmente no Oriente
Próximo. Mas como no cartão postal de 1900 onde judeus
americanos acenam para judeus russos sob a proteção da águia
americana essa reconciliação já começou e irá em aumento até que
sejam um só povo. A profecia marca esse momento de forma clara
quando diz:
“E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão
desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a
Efraim.”Yeshayahú/Is 11:13.
Pelo menos essa reconciliação poder ser notada num dos
braços de Efraim, os Estados Unidos que usaram várias ocasiões para
demonstrar que estão com Israel a começar pelo acolhimento que
deram aos judeus sefarditas que deixavam as terras alemãs,
holandesas e britânicas ainda nos séculos XVII e XIV. Logo depois
vieram a apoiar com todas as suas forças políticas a partilha da
Palestina decidida naquela histórica sessão Assembleia Geral das
Nações Unidas presidida pelo gaúcho Osvaldo Aranha em 29 de
novembro de 1947 e que resultou no nascimento de Israel em 1948.
Ignorem ou não os judeus, o mundo sabe que se o Presidente
Harry Truman não tivesse exercido a pressão necessária à partilha
que terminou dando origem ao Estado de Israel proclamado na
meia noite de 14 de maio de 1948 e reconhecido pelo Governo dos
Estados Unidos à meia noite e onze minutos não teria sido
aprovada. De lá para cá, Yosef, o grande irmão do ocidente tem
ajudado Yehudáh com todas as suas forças fazendo do Medinat
Yisrael (Estado de Israel) o destinatário da maior parte de toda a
ajuda externa americana.8
8
De 1949 quando os Estados Unidos reconheceram Israel de Jure, ou de fato, até o ano 2010 a ajuda norte-americana ao país
ultrapassa os 109 bilhões de dólares sem incluir a atualização monetária (inflação). Esta é a ajuda direta, no entanto os custos da
ajuda indireta, somando-se as guerras, as armas não vendidas aos árabes para não desequilibrar o poder no Oriente Médio, os
custos com o petróleo que aumentaram devido ao apoio americano a Israel e tudo o mais ultrapassam os 3 trilhões de dólares.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Assim,
enquanto
Efraim se multiplica por
todos os lados, também
as diferenças que separam
judeus e gentios, Efraim e
Yehudáh diminuem sob o
impacto
da
melhor
compreensão
das
profecias o que pode ser
melhor avaliado em nosso
capítulo Sionismo Cristão
– Yosef Abraça e Salva a
Yehudáh. No entanto, a
pesca milagrosa avançará
até
que
todos
os
verdadeiros
peixes
multiplicados no meio da
terra sejam trazidos de
volta
pela
rede
da
bessorat, ainda que nem
todos os peixes sejam
bons.
Yeshua
como
qualquer judeu conhecia
as leis de kashrut que
definem qual o tipo de
peixe que é bom para o
consumo e qual aquele
que não é. Ele usou isso
para representar os que
são
pescados
pela
bessorat.
A rede de pesca que apanha
uma traíra (Hoplias
malabaricus) é a mesma que
apanha um bagre (Liposarcus
multiradiatus). Assim, se dá
também com a bessorat que
apanha tanto aqueles que são
eleitos como também os que são
reprovados.
Traíra, Hoplias malabaricus from Pelotas River, Rio Grande do
Sul, Brazil, Cláudio D. Timm, Wikimedia Commons. 2.0.
Cascudo (Pterygoplichthys multiradiatus), Staszek
Szybki Jest,
Da mesma forma quando um reprovado é enredado pelas
malhas da rede do evangelho não importa o que se faça o único que
se pode dizer é: “Aquele que é injusto, continue sendo injusto;
e aquele que é imundo, continue sendo imundo.” Apocalipse 22:11.
O destino dos vasos da ira é sempre a imundície.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
A rede de pesca que apanha uma traíra (Hoplias malabaricus) é
também a rede que apanha um bagre (Liposarcus multiradiatus).
Assim, se dá também com a bessorat que apanha tanto aqueles que
são eleitos como também os reprovados.
Os peixes bons são tanto os descendentes de Yakov como os
goym nele enxertados e que foram eleitos para a kovd olam (glória
eterna) e os peixes maus são os mesmos homens que estão
destinados por suas maldades à danação e ira perpétua.
“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que
apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a
rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam
fora os que não prestam. Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos
virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus
na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes.” Matytyahú/Mt
23:47-50.
A pregação da bessorat encontra filhos de Israel de todas as
estirpes. Assim temos no Paquistão e Afeganistão os Pashtum que
declaram ser filhos de Israel e não obstantes odeiam aos judeus,
odeiam a bessorat, odeiam o Yeshua revelado nas Escrituras. Nada
disso deveria nos impressionar, tanto por que o tempo da grande
colheita ainda não chegou como também por que nem todos os
filhos da carne são filhos da promessa.
Yishmael não era o filho da promessa de Avraham, mas
Ytzchak e Esav não era o filho da benção de Ytzchak e Rivika, mas
Yakov. Logo a redenção não se considera por direito de sangue,
ainda que Israel é a nação eleita, o povo adquirido e o sacerdórcio
real. Já Shaul dizia que a palavra de Elohim não falhou apesar da
resistência de alguns, pois nem todos os de Israel são israelitas.
“Não que a palavra de Elohim haja faltado, porque nem todos os
que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de
Avraham são todos filhos; mas: Em Ytzchak será chamada a tua
descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Elohim,
mas os filhos da promessa são contados como descendência.”
Romanos 9:6-8
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Quem quer que estude a história de Israel e do judaísmo
saberá que ao longo do tempo, além dos perversos da própria
nação, o povo judeu agregou muitos que vieram ao judaísmo, não
por verdadeira conversão, mas por interesses escusos ou por
pressão das armas, como quando centenas de milhares de edomitas
engrossaram subitamente o judaísmo ou quando tribos árabes se
converteram antes da era islâmica. Em ambos os casos descendentes
de povos hostis a Israel.
Quantos deles existem ainda hoje dentro do judaísmo não se
sabe, e quantos deles contribuíram para que o judaísmo seja esse
sistema moribundo não se sabe, mas é provável que sejam muitos
judeus sejam filhos de Edom. Por esse motivo urge entendermos
que o Eterno separa uma parte de Israel, o remanescente, e que essa
parte se há de revelar nos acharit yoamim como a benção do
mundo. Esse será nosso próximo tópico.
Por agora não nos esqueçamos que Israel continuará
crescendo através de Efraim e Manasses como peixes para a grande
pescaria de Yah e seu reino eterno a ser estabelecido nesse mundo,
sobre os montes de Israel.
No entanto, ainda que o foco da presente mensagem seja a
Casa de Efraim perdida entre os gentios nosso estudo não estaria
completo a menos que abordasse a presença da Casa de Yehudá no
Brasil onde alguns judeus se destacam veementemente no cenário
nacional como Silvio Santos, Samuel Klein, Boris Casoy, William
Boner, Tarso Genro, Jaques Wagner, Renata Sorrah, Luciano Szafir,
Luciano Huck e Sérgio Groisman entre outros. Nomes que mostram
que mesmo a Casa de Yehudáh, pequeníssima comparada a Efraim
marca sua visível presença em todos os setores da vida nacional,
seja nos negócios, na política, no entretenimento, nas artes, na
musica, na literatura ou no jornalismo. Os judeus que praticamente
fundaram essa nação continuam a estabelecê-la, trabalhando para
torná-la mais rica, pluralista e honrada. A esmagadora maioria como
judeus anônimos, cristãos de carteirinha, católicos, protestantes ou
espíritas que desconhecem suas raízes e sua honrada origem.
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Nos referimos aos benei anusim ou filhos forçados da Casa de
Israel, mais precisamente da Casa de Judá cujos antepassados a mais
de 20 gerações foram obrigados por um decreto real de Dom
Manuel datado de março de 1497 que primeiro expulsava os judeus
de Portugal para pressioná-los e logo decreta a conversão forçada
de todos os judeus e dos poucos mouros (muçulmanos) que ainda
havia no país num prazo de dez meses.
Nascia assim em 1498, apensas dois anos antes da descoberta
do Brasil um novo conceito, o dos cristãos novos para os destacar
dos católicos antigos, os cristãos velho.
Assim os judeus foram levados a abandonar a fé de seus pais e
a abraçar a fé dos lusitanos, que por sua vez séculos antes haviam
sido forçados a abraçar a dos romanos, que era então um misto de
judaísmo e paganismo que atendia pelo nome de catolicismo
romano.
Pouco depois as caravelas singrariam por mares nunca dantes
navegados. A bordo das caravelas chegaram ao Brasil os primeiros
judeus portugueses, então chamados de cristãos novos como
Gaspar da Gama (1444-1520), um dos comandantes da Esquadra
que descobriu o Brasil. Gaspar da Gama, o primeiro judeu a tocar o
solo brasileiro e Fernão de Noronha o primeiro donatário de terras a
explorar o Brasil.
Sabe-se à muito tempo, embora isso não tenha recebido a
divulgação que merece, que o primeiro judeu a pisar o solo
brasileiro deve ter sido Gaspar da Gama (1444-1520) comandante da
nau de suprimentos da esquadra de Cabral. Segundo João de Barros
(1496-1570), historiador português, o próprio Gaspar lhe havia
contado que sua família havia sido expulsa de Poznan na Polônia
por ser judia uma informação confirmada também pelo historiador e
humanista português Damião de Góis (1502-1574). Outro judeu a vir
com Cabral foi Gaspar de Lemos cujo história foi estudada
detidamente por Elias Lipner (1916-1998) um estudioso judeu
nascido na Besarabia que viveu em Portugal e morreu em Israel e
que resgatou a memória judaica de muitos cristãos novos.
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Entre estes judeus cuja
memória foi resgatada por
Lipnser está Gaspar de
Lemos,
um
dos
13
comandantes de Cabral e
que
voltaria
ao
Brasil
descobrindo a Bahia de
Todos os Santos em 1 de
novembro de 1501 e a Bahia
da Guanabara em 1 de
janeiro de 1502, além de
Angra dos Reis e da Ilha de
São Vicente pouco tempo
depois.
Portanto se há um
nome que se inscreve com
força no marranismo desse
país é o dos Lemos. Outro
cristão novo – como então
eram chamados os judeus
recém
convertidos
ao
catolicismo – que viria a
aportar ao Brasil foi João
Ramalho 1493-1580. Famoso
pela sua facilidade em se
relacionar com os índios,
mais especialmente com as
índias com quem teve
muitos filhos.
João Ramalho e seus
filhos mamelucos (mestiços
de branco com índio) se
dedicaram ao tráfico de
escravos índios capturados
nas selvas brasileiras.
A bordo das caravelas
chegaram ao Brasil os
primeiros judeus
portugueses, então
chamados de cristãos
novos como Gaspar da
Gama (1444-1520), um
dos comandantes da
Esquadra que descobriu o
Brasil. Gaspar da Gama
foi assim o primeiro judeu
a tocar o solo brasileiro e
Fernão de Noronha o
primeiro donatário de
terras do Brasil.
Caravela Vera Cruz no rio Tejo, nas comemorações dos 150
Anos da Associação Naval de Lisboa navegando no Tejo,
Lopo Pizarro, Wikimedia Commons 3.0.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
A eles se juntaram o cristão novo Fernando de Noronha, que
representava o banqueiro Jakob Fugger (1459-1525), um dos
homens mais ricos da Europa, e que por isso conseguiu do Rei de
Portugal juntamente com outros cristãos novos influentes a
autorização para explorar a madeira do Brasil. Em 1506 eles
aportavam a Lisboa com 5.000 toras de pau-brasil, escravos,
principalmente mulheres índias e animais exóticos que lhes
renderam lucros quadruplicados comparados aos gastos da viagem
e que terminaram atraindo outros cristãos novos para a Colônia.
A esperança deles é que no Brasil, longe dos olhares da igreja
pudessem praticar algum tipo de judaísmo, ainda que não tão
escancarado como aquele que praticavam antes de 1498. Eles
tinham razão de sobra para isso, primeiro por uma questão de
lealdade à religião de seus pais e de seu povo e segundo pelo medo
que nutriam como cristãos novos já que o Reino que os convertera à
força estava longe de lhes garantir segurança na própria capital do
país como atestam o massacre ocorrido durante os festejos da
Páscoa de 1506. 9
Assim, muitos judeus aproveitaram a oportunidade que os
bons ventos lhes davam e vinham ao Brasil junto de cristãos novos
que gozavam de grande influência diante do Reino.
Conhecido como o Massacre de Lisboa de 1506 ou Pogrom de Lisboa foi uma explosão de cólera
popular estimulada por frades dominicanos iniciada a 19 de Abril de 1506 quando cristãos velhos
(Portugueses) e novos (judeus) rezavam no Convento de São Domingos de Lisboa clamando pelo fim da
seca e da peste que então castigava Portugal e ceifava vidas. Um dos fiéis jurava ter visto no altar o rosto
do Cristo Iluminado enquanto um cristão novo tentava explicar que isso era apenas um fenômeno
produzido pelos raios do sol. A multidão o calou e o cristão novo foi espancado até a morte. A partir daí
os frades dominicanos garantiram que quem matasse judeus receberia a penitência dos pecados dos
últimos 100 dias. Cerca de 500 marinheiros da Holanda e da Zelândia ludibriados por essa imunda
proposta se envolveram nos mais horrendos crimes. Homens, mulheres e crianças foram torturados,
violentados e queimados em fogueiras erguidas no Rossio, o mesmo lugar que seria arrasado 250 anos
depois pelo violento Terremoto de Lisboa. O Massacre não foi uma iniciativa do Estado, cuja corte estava
nos Abrantes, e nem de toda a igreja, tendo muitos cristãos velhos acolhido em suas casas os judeus
durante os três dias do massacre. Finalmente os revoltosos mataram um militar por engano, um cristão
novo que não era judeu e que era escudeiro do rei, o que fez com que as tropas reais pusessem fim aos
massacres. Logo o rei confiscou os bens dos envolvidos e mandou enforcar os dominicanos que haviam
promovido tal insanidade. A justiça tinha sido feita, mas o antissemitismo se instalou no reino de tal forma
que veio a dar origem ao Tribunal do Santo Ofício que funcionou de 1540 a 1821, e que foi responsável
pela infame inquisição portuguesa.
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Não há, pois, dúvidas de que com as caravelas chegaram ao
Brasil não apenas portugueses, como costumeiramente se pensa,
mas centenas de judeus portugueses, os cristãos novos, por vezes
chamados de marranos (porcos em espanhol) uma alusão ao fato de
que não eram cristãos de verdade como os demais católicos de
origem não judaica, os cristãos velhos.
Visto não raro com desconfiança, e por vezes denunciados, os
cristãos novos enfrentavam o desafio constante de buscar o poder e
a riqueza para se proteger enquanto eram alvo cobiça de cristãos
velhos prontos a lhes cerrar o caminho. Um exemplo disso é o que
aconteceu com Branca Dias (1515-1558) cujo processo no Tribunal
do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa é o de número 5736 onde
figura como filha de Afonso e Violante Dias.
Sendo acusada de judaísmo, Branca Dias foi condenada em
1544 a abjuração pública da fé judaica e a dois anos de cárcere e
hábito penitencial que não cumpriu na totalidade, talvez por ter
filhos pequenos. Pouco depois veio para o Brasil.
No entanto, Branca Dias continuou ao que parece a praticar o
judaísmo às escondidas já que numa visitação do Santo Ofício, sua
filha Beatriz Fernandes, residente em Pernambuco foi presa em
Olinda em 1595 e acusada de judaísmo condenada à auto de fé,
abjuração, cárcere e hábito penitencial perpétuo e confisco dos
bens. Assim viviam os judeus entre Yeshua e Moshe, entre o
cristianismo forçado e o judaísmo herdados dos pais.
Longe de qualquer perseguição, e com origem judaica
normalmente ignorada, por ter entrado pra a Companhia de Jesus, o
braço mais ímpio e perseguidor da igreja, mas apesar disso mais do
que confirmada, o Padre José de Anchieta (1534-1597), fundador de
São Paulo era filho da cristã nova Mência Dias de Clavijo e Larena e
neto de Sebastião de Larena judeu converso do reino de Castela.
Este é um dos muitos casos de cristãos de passado judaico que
acabaram contribuindo na formação do Brasil.
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Judeus Entre a Conversão à uma nova fé Como
Cristãos Novos e a Morte
Massacrados e perseguidos como ocorreu no Célebre
Massacre de Lisboa (1506) não restou mais nada aos
judeus que abraçarem a fé católica sendo então chamados
preconceituosamente de marranos por seus adversários,
cristãos novos por outros ou “batizados em pé” pelos seus
amigos e admiradores.
Entre estes admiradores, o seu maior defensor, o Padre
José de Anchieta (1534-1597), fundador da cidade de São
Paulo, o primeiro padre brasileiro, ele mesmo neto de
judeu e filho de mãe judia que apesar de devotado católico
jamais deixou de pleitear tanto ante a Igreja como ante o
Estado contra a inquisição e a favor de seus irmãos. Ao
abraçarem essa fé, para se protegerem adotaram nomes
comuns aos cristãos ou que os identificassem entre eles
apagando seu passado judaico.
Homenagem aos Judeus em Lisboa –
Massacre de 1506, SergioPT,
Wikimedia Commons 3.0.
Evangelho nas Selvas, 1893, Benedito Calixto (1853-1927), Wikipedia,
Domínio Público
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Raposo
Tavares
(1598-1659),
o
bandeirante que deu
cabo
dos
jesuítas
espanhóis e destruiulhes
as
missões
alegando que o fazia
em nome da Lei de
Moisés foi um dos filhos
de judeus perseguidos
pela inquisição. Já no
início do século XVII
com o Brasil sendo
colonizado e explorado
por causa de suas
riquezas
e
pela
produção da madeira e
especialmente
do
açúcar,
Portugal
precisava de homens
que
fincassem
as
bandeiras do império
no interior do imenso
território.
Raposo Tavares (15981659), o bandeirante que
deu cabo dos jesuítas
espanhóis e destruiu-lhes as
missões alegando que o
fazia em nome da Lei de
Moisés foi um dos filhos de
judeus perseguidos pela
inquisição.
Périplo Máximo de Antônio Raposo Tavares, Teodoro Braga,
Wikipedia, Domínio Pùblico.
Coube essa tarefa a Antônio Raposo Tavares, filho dos cristãos
novos Fernão Vieira Tavares e Francisca Pinheiro da Costa Bravo
nascido no Distrito de Beja em Portugal e morto em São Paulo.
Raposo Tavares chegou ao Brasil em 1618.
Com a morte do pai organizou os Bandeirantes que partiram
em direção ao interior atacando os postos avançados dos jesuítas,
queimando igrejas e escravizando índios catequizados por estes.
Sua origem judaica falou mais alto quando o Rei autorizou a
perseguição aos jesuítas espanhóis que lhe haviam desgraçado a
família.
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Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III
Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Questionado uma vez sob a autoridade em que fazia aquilo
confessou seu amor ao judaísmo dizendo que o fazia sob a
autoridade da lei de Moisés. Mas ele não foi o único a se empenhar
na luta autorizada contra os jesuítas, arqui-inimigos dos judeus e
comandantes da maldita “santa inquisição”.
Outros bandeirantes ou eram judeus ou geraram filhos judeus
ao casarem-se com cristãs novas este é o caso de Belchior Dias
Carneiro (1560?-1608), André Fernandes (1578-1644), Manoel Pires
(1600-1659), Fernão Dias Pães Leme (1608-1681), Amador Bueno da
Veiga (1650-1719), Jerônimo Pedroso de Barros (1684-1759).
Todos eles se bateram para reduzir a nada as reduções, como
eram chamados os assentamentos jesuíticos que se espalhavam do
Paraná ao Rio Grande do sul, dominados por clérigos espanhóis na
sua maioria. Usando o aparelho do Estado os judeus assestaram
violento golpe no setor da igreja que mais lhes era contrário e
conseguiram impedir que a Inquisição tivesse sede no Brasil.
No entanto a inquisição acabou se fortalecendo, apesar de
limitada apenas a visitações do Santo Ofício que jamais chegou a ter
tribunal no Brasil. No século XVIII atentava contra a dignidade de
António José da Silva (1705-1739), que preso em 1739 juntamente
com sua mãe e sua prima a judia Leonor de Carvalho, a quem
tomara por mulher, acabou sendo garrotado, medida de
misericórdia aplicada pela igreja que permitia ao réu condenado por
heresia ser morto de forma mais rápida quebrando-lhe o pescoço
ou sufocando-lhe antes que seu corpo fosse arremessado às
chamas, desde que ele decidisse morrer católico.
Sua mãe e esposa seriam libertadas, mas a esposa morreria
logo depois de presenciar a cruel e desumana execução de seu
esposo, cujo único ato de piedade por decidir morrer na fé católica
foi ser submetido ao garrote antes de ser devorado pelas chamas da
“santa inquisição”, liderada pela “santa madre igreja”, que supunha
assim ter-lhe salvo a alma do inferno.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
A citação nominal destes cristãos novos, apenas alguns
dentre centenas, demonstram o quanto a casa de Judá se imiscuiu
no Brasil, e ao mesmo tempo explica por que nosso país se volta
cada vez mais em direção ao protestantismo, forma primogênita da
restauração, por que cerca de 2 milhões de seus filhos abraçaram o
shabat e abandonaram os manjares imundos, mas principalmente
por que se multiplicam aqui os ministérios judaico de restauração.
Se existe um país no mundo onde imperam nomes usados
comprovadamente por judeus, esse país é o Brasil. Isso pode ser
facilmente constatável tomando-se os sobrenomes sefarditas mais
conhecidos e confrontando-a com uma lista telefônica de qualquer
estado ou região do Brasil. Alertamos para o fato de que possuir um
nome usado por judeus sefarditas ou por marranos (cristãos novos)
não significa automaticamente que haja um passado judaico na
família, mas isso é uma evidência que não pode ser descartada e
que deve ser usada por aqueles que amam a restauração.
A lista que inclui centenas de nomes muito mais que comuns
no Brasil deve ser vista como um instrumento que se junta na
pesquisa a sua ancestralidade a outros dados como costumes, traços
culturais, tradições e evidência de cripito judaísmo conservadas no
passado. Partindo desse princípio pesquisei durante vários dias um
site de listas telefônicas eletrônicas10 disponíveis na internet e me
surpreendi com os resultados ao constatar que há quase 26 milhões
de sobrenomes sefarditas que figuram como titulares entre os cerca
de 31 milhões de telefones em serviço apurados pela Anatel. Isso
significa que há nas linhas telefônicas cerca de 62 milhões se
sobrenomes considerando-se a média de dois sobrenomes por
pessoa.11
10
A página pesquisada foi a da Telelistas Net: http://www.telelistas.net/
Em média o brasileiro tem dois sobrenomes, um deles indicador de sua ascendência materna e outro de sua
ascendência paterna, como no meu caso em que sou Barboza da Silva, ainda que em casos atípicos um nome
completo pode incluir três sobrenomes como em Antônio Alves Freitas Barboza ou muito raramente quatro
sobrenomes como em Helena Toledo Martins de Oliveira Silva. No entanto, estes casos raros se compensam
quando ambos os pais tem o mesmo sobrenome e o registrando termina tendo apenas um sobrenome como em
Antônio Silva, por exemplo.
11
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Considerando ainda que no Brasil há uma média de 6,16
pessoas por telefone fixo em operação basta multiplicar 26 por 6,16
para se chegar a soma de cerca de 160 milhões de sobrenomes
sefarditas. Dividido esse valor pela média de dois sobrenomes por
pessoa o número estimado de brasileiros com nome comum aos
judeus sefarditas do presente ou da época da inquisição é de no
mínimo 80 milhões, isso quando um brasileiro não é Silva Ikeda, por
exemplo, caso em que o nome sefardita não necessita nenhuma
redução estatística. Se esse for o caso pelo menos 42% dos
brasileiros são de origem judaica, já que apenas 35 nomes reúnem
mais de cem milhões de ocorrências. Se seu nome surgir na lista
isso pode ser um indício senão final pelo menos inicial de sua raiz
hebraica.12
Cerca de 70% dos cerca de 5 mil nomes sefarditas buscados
não foram encontrados, mas apesar disso a pesquisa se revelou mais
do que produtiva. O fato de que 34,5% ou 1.829 dos nomes
sefarditas dessa longa lista tenham sido achados, se revelará uma
ferramenta importante não só na localização de possíveis
descendentes de bnei anusim no Brasil, mas na promoção da obra
da restauração onde a Casa de Yehudáh se demonstre mais
dominante. A pesquisa revelou ainda que o número de famílias
sefarditas é distribuído de forma muito irregular, mas há dezenas de
grupos com mais de um milhão de indivíduos. Quantitativamente a
pesquisa revela que os dez grupos mais importantes são os Silva
com 20,8 milhões, os Santos com 11,9, os Oliveira com 8,4, os
Souza com 6,9, os Pereira com 5, os Ferreira com 4,4, os Maria
com 4, os Rodrigues com 3,7, os Lima com 3,5 e os Costa com 3,2
milhões. Por outro lado os Azeda, os Montaro, os Rucomora, os
Torrones e os Yzidoro estão entre nomes com apenas seis pessoas.
Na lista a seguir os 35 nomes com mais de 1 milhão de indivíduos
calculados por amostragem das listas telefônicas.
Conquanto que os resultados não sejam finais já que não houve o cruzamento destes nomes com outros tendo o
Brasil recebido milhares de imigrantes de outras etnias além dos portugueses e espanhóis, como japoneses,
coreanos, escandinavos, holandeses, alemães, italianos, eslavos, lituanos e letões, entre muitos outros a soma de
pelo menos 80 milhões de portadores de nomes sefarditas é perfeitamente adequada. Mas essa população pode
chegar a 100 milhões e mesmo ultrapassá-la e muito, já que alguns historiadores afirmam que o Brasil recebeu a
concorrência principalmente de cristãos novos.
12
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Recorde-se que o percentual de pessoas com nomes sefarditas
é bastante variável e fixá-lo depende muito do método utilizado.
Considerando-se os nomes levando em conta a variação ortográfica
os Silva são mais quase 11% de toda a população brasileira e de
longe o grupo mais importante. O menor grupo com mais de 1
milhão de indivíduos são os Cruz com 0,52% da população
brasileira. 13
No entanto, parece óbvio que algumas variações resultaram
de erros notariais que terminaram criando um novo braço para uma
família que na verdade é a mesma. Na contabilização estes fatores
não foram levados em conta, estando cada grupo por separado. 14
Por razões práticas, selecionei uma lista dos 182 nomes
sefarditas mais frequentes no Brasil, representado 10% do total dos
nomes pesquisados. Posteriormente a lista completa será editada
em nossa página. O gráfico que reúne apenas os 35 nomes
sefarditas com mais de 1 milhão de indivíduos no Brasil está longe
de ser completo, pois inclui menos de 2% de um universo de 1.829
nomes encontrados entre 5.300 nomes pesquisados, mas como
inclui os nomes mais difundidos no Brasil representa cerca de 111
milhões de calculados à partir de uma amostragem de 18,033
milhões de nomes encontrados nas listas telefônicas.
Com 20,87 milhões de indivíduos os Silva representam 10,94% dos 190 milhões de brasileiros seguidos dos
Santos com 11,9 milhões (6,25%), dos Oliveira 8,4 milhões (4,43%), dos Souza 6,9 milhões (3,63%) dos Pereira 5
milhões (2,61%), dos Ferreira 4,4 milhões (2,29%), dos Maria 4 milhões (2,08), dos Rodrigues 3,7 milhões (1,94%),
dos Lima com 3,5 milhões (1,82%), dos Costa 3,3 milhões (1,71%), dos Gomes 2,6 milhões (1,38%), dos Almeida
2,4 milhões (1,24%), dos Ribeiro 2,3 milhões (1,21%), dos Araújo 2,1 milhões (1,10%), dos Carvalho 2,08 milhões
(1,08%), dos Martins 2,04 milhões (1,07%), dos Gonçalves 1,9 milhão (1,07%), dos Barbosa 1,8 milhão (0,94%),
dos Lopes 1,73 milhão (0,90%), dos Soares 1,7 milhão (0,89%), dos Vieira 1,64 milhão (0,86%), dos Fernandes 1,6
milhão (0,84%), dos Dias 1,52 milhão (0,79%), dos Santo 1,44 milhão (0,75%), dos Sousa 1,43 milhão (0,75%), dos
Andrade 1,29 milhão (0,67%), dos Moreira 1,15 milhão (0,60%), dos Freitas 1,4 milhão (059%), dos Rosa 1,1 milhão
(0,57%), dos Machado 1,07 milhão (0,56%), dos Nunes 1,04 milhão (0,54%), dos Reis 1,02 milhão (0,53%) e os
Cruz 1 milhão (0,52%).
13
Assim os 6,5 milhões de Souza deveriam formar um grupo com os 1,4 milhões de Sousa elevando o total para 7,9
milhões. Os 1,7 milhão Barbosa deveriam estar estatisticamente juntos aos 95 mil Barboza. Os 3,5 milhões de
Rodrigues junto ao os 19 mil Rodriguez. Os 1,03 milhões de Rosa junto com os 16 mil Roza e os 650 Rozas. Os
1,4 milhões de Dias junto com os 7,2 mil Diaz. Os 2,5 milhões de Gomes junto aos 9,6 mil Gomez. O mesmo se dá
com os 9,7 milhões de Oliveira que formariam um único grupo com os 23 mil Oliva, os 8 mil Olivera, os 3,5 mil
Oliver, os 2,1 mil Olivares, os 273 Oliveros, os 82 Oliveria, os 23 Olivarez, os 17 Oliveyra e os 6 Olivos.Muitos
outros casos se assemelham como os Vieira, os Viera e os VIeyra só por falar dos grupos mais numerosos.
14
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Os 182 Nomes Sefarditas Mais Comuns do Brasil por Ordem
Alfabética
Dias
Lemos
A (13)
O (1)
S (19)
Abreu
Afonso
Aguiar
Almeida
Alonso
Alvarenga
Amaral
Andrade
Antunes
Araújo
Ávila
Azevedo
B (9)
Barbosa
Barboza
Barros
Bastos
Borges
Braga
Brandão
Brito
Bueno
C (16)
Camargo
Campos
Cardoso
Carneiro
Carvalho
Castro
Chaves
Clemente
Coelho
Cordeiro
Corrêa
Correia
Costa
Coutinho
Cruz
Cunha
Diniz
Domingues
Dourado
Duarte
E (1)
Esteves
F (12)
Falcão
Faria
Farias
Fernades
Ferreira
Figueira
Flores
Fonseca
Franco
Freire
Freitas
Furtado
G (8)
Gabriel
Galvão
Gama
Garcia
Gomes
Gonçalves
Guedes
Guerra
H (2)
Henrique
Henriques
J (2)
Jacinto
Jorge
L (9)
D (7)
David
De Paula
Lara
Leal
Leão
Lima
Lobo
Lopes
Lourenço
Lucena
M (32)
Macedo
Machado
Maia
Marcos
Maria
Marques
Martinez
Martins
Matos
Mattos
Mello
Melo
Mendes
Mendonça
Meneses
Menezes
Mercado
Mesquita
Miguel
Miranda
Monteiro
Moraes
Morais
Moreira
Moreno
Mota
Motta
Moura
Muller
Munhoz
Muniz
N (5)
Oliveira
P (18)
Pacheco
Paes
Paiva
Paz
Peixoto
Penha
Pereira
Peres
Perez
Pessoa
Pimenta
Pimentel
Pinheiro
Pinto
Pires
Porto
Prado
R (15)
Rabelo
Ramalho
Ramos
Rangel
Rego
Reis
Resende
Ribas
Ribeiro
Ricardo
Rios
Rodrigues
Romero
Rosa
Ruiz
Sá
Salgado
Salvador
Sampaio
Sanches
Santiago
Santo
Santos
Saraiva
Serra
Silva
Silveira
Simão
Simões
Siqueira
Soares
Sobrinho
Sousa
Souza
T (6)
Tavares
Teixeira
Teles
Toledo
Torres
Trindade
V (10)
Vale
Valle
Vargas
Vaz
Veiga
Ventura
Vicente
Vidal
Vieira
Vilela
Navarro
Netto
Neves
Nogueira
Nunes
Os nomes dessa lista correspondem a 10% dos 1.829 nomes sefarditas pesquisados pelo
autor e engloba 96,74% dos 159.726.029 nomes sefarditas encontrados nas telelistas.
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No entanto estes nomes são suficientes para indicar
claramente que um dos ramos da oliveira, a que representa a Casa
de Yehudáh brotou no Brasil com grande ímpeto e seus ramos se
espalham por toda a parte.
Como restam ainda mais de 1.700 nomes a serem relacionados
e publicá-los por inteiro num capítulo dedicado sobretudo à Casa de
Yehudáh tiraria o foco de nosso estudo, optei por publicar aqui,
numa lista aparte 10% dos nomes que estarão disponíveis na lista
completa. Ainda assim, esses 182 nomes representam 96,74% dos
brasileiros com nomes judaicos sefarditas, um universo de 159,7
milhões de nomes e pelo menos 80 milhões de pessoas.
São nomes que foram e ainda são empregados por judeus
sefarditas, tanto portugueses como espanhóis, os quais podem
denunciar um passado judaico por parte de seus portadores.
Se seu nome não estiver na lista, sua pesquisa ainda não
terminou, pois como foi dito acima, essa é uma lista resumida. Em
breve teremos uma lista completa com todos os nomes e a história
de alguns desses nomes figurantes nas listas de engenho, nos anais
da inquisição ou no período holandês de Pernambuco. Faltar-nos-ia
tempo para falar da Casa de Judá e da influência dela no Brasil e isso
fugiria ao escopo do presente trabalho, mas uma coisa é certa, os
judeus foram muito mais importantes na formação do Brasil colônia
e no legado genético de nosso povo do que até aqui tem sido
admitido. Recentemente pesquisa científica revelou que uma quinta
parte dos espanhóis e até um terço dos portugueses descendem de
judeus. 15
Muito mais que um Brasil português, italiano, alemão,
ucraniano ou japonês há um Brasil judaico pronto a se redescobrir. E
isso não é apenas uma apreciação romântica como muitos
imaginam. Pelo contrário, Yah cada vez mais desperta esse mundo.
Amostragem do DNA de 1140 homens colhida na Espanha e em Portugal que 19,8% dos habitantes da Península
Ibérica são portadores de DNA judaico e que esse percentual chega a atingir 36% no sul de Portugal, pais que
contribuiu como nenhum outro para a formação do DNA brasileiro.
15
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As implicações desses dados se projetados para o Brasil
podem revelar um país com um percentual muito, muito maior que
os supostos 0,005% ou 96.2000 judeus recenseados no Brasil e que
representam apenas 1 para cada 2.000 habitantes.
Se numa estimativa tímida apenas um em cada dez dos
190,732 milhões de brasileiros revelados pelo Censo do IBGE de
2010 for de ascendência judaica teremos 19,073 milhões de benei
anusim ou descendentes de judeus convertidos pela força da
inquisição.
Assim, para cada judeu reconhecido pela Agência Judaica
haveria outros 198 descendentes de judeus nesse país. A maioria
deles bons cristãos, não raro doutrinados por igrejas denunciadoras
do povo judeu e inimigas declaradas das práticas judaicas.
Naturalmente se projetarmos os dados de Portugal para o Brasil,
que são de até um terço da população teremos uma prevalência
muito maior do DNA judaico o que nos permite supor que entre 38
e 68 milhões de brasileiros podem ser descendentes de judeus.
Nenhum estudo com essa abrangência foi realizado até agora,
mas estudiosos afirmam com base em registros genealógicos que
no nordeste a presença do DNA judaico pode alcançar 70% de uma
população de 54 milhões de habitantes. E se isso se projetasse no
resto do Brasil chegaríamos a mais de 130 milhões de pessoas.
E o que pode ser verdade em relação ao Brasil também o será
em relação as ex-colônias da Espanha como México, Venezuela,
Colômbia, Perú, Bolívia, Paraguay ou Argentina, ainda que nosso
foco, por razões óbvias seja o Brasil. Veja que consideramos apenas
projeções relativas aos descendentes de judeus que pertencem
apenas à duas das doze tribos de Israel.
A população das dez tribos e particularmente de Eraim que
forma uma multidão de gentios é incalculável e sua soma deve
alcançar as centenas de milhões e talvez mesmo bilhões de pessoas.
Israel é o povo mais numeroso da terra. Precisa apenas se revelar.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Sim, Israel se multiplicou como as estrelas do céu que não
pode ser contada, como o pó da terra que não pode ser calculado,
como a areia que não pode ser medida e como peixes que não
podem ser quantificados. E se isso pode ser notado através do
globo também pode ser visto no Brasil onde os bnei anusim, ainda
que sendo parte da casa de Yeshudáh vieram a ser a coluna
fundamental de nossa anação, e onde imigrantes trazidos à força da
África, atraídos do Japão, ou vivendo nas selvas começam a
descobrir suas origens em Israel.
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Multipliquem-se Como Peixes no Meio da Terra
Nosso Próximo Número
A Reconciliação, a Ressurreição
Espiritual e o Retorno de
Todo o Israel à Sua terra.
Apesar do fascínio despertado pelo retorno dos judeus a seu lar
em Eretz Yisrael as profecias envolvem muito mais do que isso.
Primeiro as duas casas devem ser plenamente identificadas,
depois devem se reconciliar, e logo voltar a Israel
O Navio Exodus, símbolo da aliah (retorno à terra) do povo judeu.
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