Anais 34 SNEF - XXXIV Simpósio Nacional de Educação Física
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Anais 34 SNEF - XXXIV Simpósio Nacional de Educação Física
Promoção: Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas Apoio: CAPES e FUNDERGS Comissão Organizadora: Direção da ESEF/UFPel Comissão Científica: Docentes da ESEF/UFPel e Grupo PET ESEF/UFPel 2 Dados de catalogação Internacional na fonte: (Bibliotecária Patrícia de Borba Pereira CRB10/1487) S612 Simpósio Nacional de Educação Física, 34 : 2015 : Pelotas Simpósio Nacional de Educação Física:esportes da escola ao alto nível. (Anais... XXXIV). – Pelotas: ESEF : UFPEL, 2015. Inclui trabalhos completos. Versão online: http://simposioesefufpel.com.br/category/anais/ ISSN 2177-6741 1.Educação física 2. Escola 3. Esporte de alto nível I. Título CDD 796 3 SOBRE O SIMPÓSIO Escola Superior de Educação Física (ESEF-UFPEL) Bem vindo ao XXXIV Simpósio Nacional de Educação Física, a ser realizado na cidade de Pelotas entre os dias 28 e 30 de outubro de 2015. O Simpósio da ESEF/UFPel é um dos eventos científicos mais antigos do país e representa um espaço tradicional de formação continuada e atualização na área da Educação Física, especialmente no estado do Rio Grande do Sul. A edição deste ano abordará o tema “Esporte: da escola ao alto nível”. Será um prazer recebê-los mais uma vez! 4 TRABALHOS ORAIS 1. A INTERDISCIPLINARIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE: UMA EXPERIÊNCIA EM ESCOLA PÚBLICA. ................................................................................... 12 2. ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: REVISÃO SISTEMÁTICA ......................................................................................25 3. ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NO PRIMEIRO ANO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................................................32 4. AUTONOMIA E DEMOCRACIA NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA PÚBLICA ................................................................................................................. 43 5. AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE REPOSITORES ENERGÉTICOS ................................... 50 6. DIFERENÇAS ENTRE O EXERCÍCIO ABDOMINAL TRADICIONAL E O EXERCÍCIO FLÁVIO M. PEREIRA EM INDIVÍDUOS JOVENS: UM ESTUDO ELETROMIOGRÁFICO .................... 62 7. E AÍ TREINADOR, O QUE É O FUTEBOL? ............................................................................ 74 8. EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA E DIETA NO SISTEMA IMUNE DE INDIVÍDUOS OBESOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE.................................................................... 84 9. INTERDISCIPLINARIDADE NO PIBID: SUPERANDO A FRAGMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DOCENTE.............................................................................................................................. 95 10. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E ACONSELHAMENTO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM USUÁRIOS DIABÉTICOS E HIPERTENSOS DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO SUL DO BRASIL ................................................................................................ 105 11. NÍVEL DE ESFORÇO PLANEJADO E PERCEBIDO DE USUÁRIOS DO SUS COM SOBREPESO OU OBESIDADE SUBMETIDOS À EXERCÍCIO CONTÍNUO. ................................................ 116 12. NOVAS MODALIDADES ESPORTIVAS NA ESCOLA: BUSCANDO NOVOS OLHARES PARA EDUCAÇÃO FÍSICA .............................................................................................................. 129 13. O CENÁRIO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A PARTIR DE PERIÓDICOS NACIONAIS ................................................................................................... 145 14. PRÁTICA FORMATIVA EM DANÇA ESCOLAR: AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A FORMAÇÃO DOCENTE ....................................................................................................... 159 15. REDES DE COLABORAÇÃO CIENTÍFICA NO ESPAÇO DO PIBID: UM ESTUDO A PARTIR DOS GRUPOS DE PESQUISA DA UFPEL ............................................................................. 175 16. TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS MENORES ENTRE COLETORES DE LIXO DE DUAS CIDADES DE PORTE MÉDIO DO SUL DO BRASIL ..............................................................186 5 17. UMA ANÁLISE DO ESPORTE UNIVERSITÁRIO: A UFPEL ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS-ATLETAS, EDUCADORES-TÉCNICOS E GESTORES .............................................198 POSTERS 1. A INFLUÊNCIA DO PROFESSOR NO NÍVEL MOTIVACIONAL DOS SEUS ALUNOS DE GINÁSTICA COLETIVA ........................................................................................................ 208 2. A INSERÇÃO DA CULTURA LÚDICA NA PRÁTICA EDUCATIVA DA DOCÊNCIA ................ 210 3. A MÚSICA RELACIONADA NO EXERCÍCIO FÍSICO: ESTUDO DE REVISÃO ........................ 211 4. A TEMÁTICA ESCOLA NOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESEF-UFPEL ....................................................................................................... 212 5. ABDOMINAL FLÁVIO M. PEREIRA: EXERCÍCIO BÁSICO E VARIAÇÕES. ........................... 213 6. AGREGAÇÃO DOS FATORES DE RISCO À SAÚDE CARDIOMETABÓLICA E MUSCULOESQUELÉTICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES BRASILEIROS...................... 215 7. ANALISANDO O CONTEXTO ESCOLAR ATRAVÉS DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) ...................................................................... 217 8. ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO VERTICAL DE MULHERES GESTANTES EM EXERCÍCIOS DE HIDROGINÁSTICA..................................................................................... 218 9. ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO VERTICAL DO SOLO DE EXERCÍCIOS DE HIGINÁSTICA REALIZADOS EM MEIOS AQUÁTICO E TERRESTRE POR MULHERES JOVENS .............. 220 10. ANÁLISE DE DESEMPENHO NO FUTEBOL: UM ESTUDO DE CASO DO FRAGATA FUTEBOL CLUBE .................................................................................................................................. 222 11. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DO EXERCÍCIO CRUCIFIXO REALIZADO COM PESOS LIVRES E CABOS..................................................................................................................224 12. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS PEITORAL MAIOR E DELTOIDE ANTERIOR NOS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E VOADOR ................................................. 226 13. ANÁLISE SITUACIONAL DE UMA ESCOLA PARTICIPANTE DO PIBID/ESEF/UFPEL ........ 228 14. APTIDÃO FÍSICA DE ATLETAS DE FUTSAL DE EQUIPE DA PRIMEIRA DIVISÃO DO CAMPEONATO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL EM 2015 ....................................... 230 15. AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: A PERSPECTIVA DO BOLSISTA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA ..................................................................................................... 232 16. AS INTERVENÇÕES DO PIBID NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO DR. ANTÔNIO LEIVAS LEITE E O IMPACTO EM SEUS ALUNOS ................................................................ 233 17. ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E O CONHECIMENTO DESTAS NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS .......................................................................................... 234 6 18. ATUAÇÃO DO PIBID NA ESCOLA: CONDIÇÕES E PROBLEMÁTICAS DO ENSINO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ....................................................................................................... 236 19. AUMENTO DA EXPECTATIVA NA APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ..................................................................................................................... 238 20. AVALIAÇÃO DA CONCEPÇÃO DOS TREINADORES DE CATEGORIAS DE BASE DE PELOTAS/RS A RESPEITO DA PERIODIZAÇÃO TÁTICA NO FUTEBOL ............................. 240 21. BARREIRAS PARA A PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO E TREINAMENTO DE FORÇA EM ACADEMIAS ........................................................................................................................ 241 22. BRINCANDO COM A SUSTENTABILIDADE: BRINCADEIRAS TRADICIONAIS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE PELOTAS............... 243 23. CONCEPÇÕES DE CAPACIDADE E APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ..................................................................................................................... 245 24. CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DURANTE O ESTÁGIO DE 6º AO 9º ANO – ESEF/UFPEL ........................................................................................................................ 246 25. CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA ATIVIDADE FÍSICA DIÁRIA......... 248 26. CORRELAÇÃO ENTRE POTÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES, VELOCIDADE DE ACELERAÇÃO E AGILIDADE EM ESCOLARES DA CIDADE DE URUGUAIANA/RS ........... 250 27. CULTURA E LAZER NOS ASILOS DE PELOTAS .................................................................. 252 28. DANÇA E CRIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ...................................................253 29. DESAFIOS E DILEMAS DE TRABALHAR A INTERDISCIPLINARIDADE EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE PELOTAS ..............................................................................................255 30. EDUCAÇÃO FÍSICA E A SUA INCLUSÃO NA INTERDISCIPLINARIDADE ATRAVÉS DO PIBID ............................................................................................................................................. 257 31. EDUCAÇÃO FÍSICA NO IF FARROUPILHA : PRATICANDO SAÚDE NO PROEJA .............. 258 32. EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM PARADOXO EDUCACIONAL ................................................................................................................... 260 33. EFEITO DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES HIPERTENSAS NA PÓS-MENOPAUSA .......................................................... 262 34. EFEITOS AGUDOS DA ORDEM DO TREINAMENTO CONCORRENTE SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO EM HOMENS JOVENS ..................................................... 264 35. EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES PROTOCOLOS AERÓBIOS SOBRE VARIÁVEIS NEUROMUSCULARES DE MULHERES JOVENS ............................................................... 266 36. EFEITOS DA EXPERIÊNCIA COM TAEKWONDO NA JOGABILIDADE DE EXERGAMES ... 268 7 37. EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM Β-HIDROXI Β-METILBUTIRATO SOBRE A MASSA MUSCULAR E METABOLISMO DE CAMUNDONGOS C57BL/6, NO TREINO ................... 269 38. EFEITOS DO AUTOESTABELECIMENTO DE METAS NA APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ...................................................................................................... 271 39. EFEITOS DO ESTEREÓTIPO DE GÊNERO NA APRENDIZAGEM DE UMA HABILIDADE MOTORA EM ADOLESCENTES ........................................................................................... 272 40. EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE DIFERENTES PARÂMETROS NEUROMUSCULARES EM VIOLINISTAS E VIOLISTAS ..................................................... 274 41. EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM OCLUSÃO VASCULAR PARCIAL EM MEDIDAS ANTROPOMETRICAS NA REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUO APÓS LESÃO NO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: UM ESTUDO DE CASO ........................................... 276 42. ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS E ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES DE PASSO FUNDO/RS .......................................................................................................................... 278 43. EXPOSIÇÃO AO SMOG E SUAS CONSEQUÊNCIAS SOBRE A SAÚDE E O DESEMPENHO FÍSICO ................................................................................................................................. 280 44. FEEDBACK POSITIVO DE COMPARAÇÃO SOCIAL MELHORA A APRENDIZAGEM DO LANCE LIVRE DO BASQUETE EM CRIANÇAS ..................................................................... 281 45. FOCO EXTERNO DE ATENÇÃO MELHORA A APRENDIZAGEM DA PIRUETA DO BALÉ CLÁSSICO EM BAILARINAS INICIANTES ........................................................................... 283 46. FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO DURANTE EXERCÍCIO DE HIDROGINÁSTICA REALIZADO COM E SEM EQUIPAMENTOS FLUTUANTES E RESISTIDOS POR MULHERES IDOSAS.. 284 47. FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E TREINADOR DE FUTEBOL PROFISSIONAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CURRÍCULO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA-FURG .... 285 48. GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA ............................................................................. 286 49. IMC DOS PAIS E TEMPO DE TELA COMO PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME METABÓLICA NÃO INVASIVA DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO ... 288 50. IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA ESCOLA: A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO PARA A “NÃO VIOLENCIA” .................................................................................... 290 51. INDUZIR A CONCEPÇÃO DE CAPACIDADE MALEÁVEL MELHORA A APRENDIZAGEM MOTORA DE CRIANÇAS INDEPENDENTE DO NÍVEL DE EXPERIÊNCIA NA DANÇA ....... 290 52. LESÕES EM CICLISTAS ....................................................................................................... 292 53. LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONCEITOS E ATITUDES DOCENTES ............ 294 54. METODOLOGIAS PARA O ENSINO DOS ESPORTES COLETIVOS UTILIZADAS DURANTE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO DE 6º AO 9º ANO - ESEF/ UFPEL .................................. 296 8 55. NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR...................... 297 56. O CORPO E MOVIMENTO NA ESCOLA ............................................................................. 299 57. O IMPACTO DO PIBID NAS PRATICAS ACADEMICAS NA PERSPECTIVA DOS BOLSISTAS DO SUBPROJETO EDUCAÇÃO FÍSICA SÉRIES INICIAIS..................................................... 301 58. O QUE E COMO APRENDEM OS ESTUDANTES DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PARTICULAR DE PELOTAS..................................................... 302 59. O SLACKLINE NO CONTEXTO DAS OFICINAS DE ARÉA DO PIBID-ESEF/UFPEL EM UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE PELOTAS/RS ............................................................ 303 60. OCORRÊNCIA DE SOBREPESO, OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES ....... 305 61. OFICINA MUSICAL: O PIBID E AS TRIBOS DA ESCOLA ESTADUAL DR. ANTÔNIO LEIVAS LEITE ................................................................................................................................... 307 62. OLIMPETS: PROMOVENDO MOTIVAÇÃO E LAZER AO TRABALHO INTERDISCIPLINAR309 63. OS JOGOS COOPERATIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................................311 64. PAINTBALL NAS AULAS DO ENSINO MÉDIO .................................................................... 313 65. PATRULHA DA SAÚDE: UM DIAGNÓSTICO DA SAÚDE DOS POLICIAIS RODOVIÁRIOS FEDERAIS NA 7ª DELEGACIA DA 9ª SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/RS ........................................................................................................................ 315 66. PERCEPÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA ................................................................................. 317 67. PRÁTICA DE LUTAS EM UMA ESCOLA DE PELOTAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ..... 318 68. PRESENÇA DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PRATICANTES DE CORRIDA DE RUA PERTENCENTES A UMA ASSESSORIA TÉCNICA EM UMA CIDADE NO SUL DO BRASIL 320 69. PROCESSOS PEDAGÓGICOS NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: A PRÁTICA DO BOLSISTA DE INCIAÇÃO À DOCÊNCIA ......................................................................... 321 70. PROFESSOR COACH: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA SESI ............................................. 322 71. PROJETO INTERDISCIPLINAR E.E.E.M. SANTA RITA - ACESSIBILIDADE NA ZONA URBANA DE PELOTAS ........................................................................................................ 323 72. PROJETO UBS+ATIVA: QUEM SÃO OS PACIENTES ATENDIDOS PELO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE? ............................................325 73. RELAÇÃO ENTRE TEMPO DE PRÁTICA E CONHECIMENTO EM TREINAMENTO RESISTIDO EM ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO SUL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ............................................................................................................................................. 327 74. RELATO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA FÉLIX DA CUNHA COM ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO ................................................................................................... 329 9 75. SITUAÇÕES INTERNAS DE APRENDIZAGEM: A EXPERIÊNCIA ENQUANTO ATLETAS DE TREINADORES DE FUTEBOL DA 2ª DIVISÃO DO CAMPEONATO GAÚCHO .................... 330 76. UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA ENVOLVENDO A PRÁTICA DE GOALBALL COM ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE PELOTAS .................................................. 332 77. ANEXO................................................................................................................................334 78. ANEXO I: PROGRAMÇÃO FINAL........................................................................................335 10 TRABALHOS APRESENTADOS DE FORMA ORAL 11 A INTERDISCIPLINARIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE: UMA EXPERIÊNCIA EM ESCOLA PÚBLICA. YASMIN MEIRELES DUARTE1; CELEIDE HAUDT CASARIN2; LUÍZA GASTAMANN DA SILVA3; PATRÍCIA QUINTANA DE MOURA4; ROBERTA PINTO INSAURRIAGA5; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ6 1 ESEF-UFPel [email protected]; ESEF-UFPel, [email protected]; 3 ESEF-UFPel, [email protected]; 4 ESEF-UFPel, [email protected]; 5 EMEFMFO, [email protected]; 6 ESEF-UFPel – [email protected] 2 RESUMO Este artigo objetiva analisar atividades e ações interdisciplinares realizadas no âmbito do PIBID-UFPel, em uma escola pública da rede municipal de Pelotas-RS, que resultaram em processos formativos docentes. Quatro atividades interdisciplinares realizadas pelas bolsistas dos cursos de Educação Física, Matemática, Pedagogia e Dança foram objetos do estudo de caso (GIL, 1993). Para a interpretação dos dados utilizou-se procedimentos da “análise de conteúdo” proposto por Bardin (2004) e discutido por GOMES (2009). As quatro atividades foram organizadas seguindo orientações didáticas da pedagogia Histórico-Crítica, elaborada por Saviani (1984), sistematizada por Gasperin (2005) e avaliadas pelas bolsistas ao final de cada uma delas. Concluiu-se que o PIBID contribui de forma significativa para a formação do futuro professor e que as experiências até aqui desenvolvidas mostraram que para tanto é necessário disponibilidade para aprender, estudo e coragem para arrojar-se com o novo. PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade; PIBID; formação docente 1. INTRODUÇÃO Este estudo analisa os processos formativos decorrentes da implantação das ações previstas no subprojeto do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade 12 Federal de Pelotas (UFPel) no âmbito do Programa Institucional de Bolsa s de Iniciação à Docência (PIBID). Assim, tem como foco principal o tema da formação inicial do professor de educação física para o trabalho docente na escola de ensino fundamental, em especial, nas séries iniciais. O PIBID foi instituído pelo Governo Federal através da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), para valorizar o exercício do magistério e aperfeiçoar a formação dos alunos dos cursos de graduação em licenciatura, tendo em vista a elevação da qualidade da educação básica. A UFPel aderiu ao PIBID já no primeiro edital lançado pela CAPES em 2007, participando com os cursos de licenciatura das áreas das Ciências e Matemática. O Curso de Licenciatura em Educação Física da UFPel ingressou no programa a partir de julho de 2012. Em 2014 um novo edital foi lançado pela CAPES e teve mais uma vez a participação da UFPel, ampliando o numero de bolsas ofertadas para graduandos, supervisores e coordenadores. O curso de Licenciatura em Educação Física elaborou seu projeto institucional em conjunto com projetos de área de todos os cursos de licenciaturas dessa universidade, para serem desenvolvidos nos próximos quatro anos (2014-2017). O Projeto Institucional do PIBID/UFPEL (2014-2017) está organizado em diferentes eixos de ações de modo a contemplar os distintos aspectos da ação docente. Foram estipulados dois eixos transversais, pelos os quais todos bolsistas deverão perpassar: a) Eixo transversal de formação didático-pedagógica geral; b) Eixo transversal de formação didático-pedagógica integrada. Ao eixo transversal de formação didático-pedagógica geral correspondem as seguintes ações: - Estudos teóricos e discussões sobre os textos legais: LDB, PCN, DCN, PNAIC, EF-nove anos, Proposta Curricular para o Ensino Médio Politécnico do RS e, sobre diferentes temas relacionados aos processos de ensino e de aprendizagem e formação de professores; 13 - Encontros semanais da área para organização, planejamento, estudos, registro e sistematização das ações; Encontros semanais nas escolas para planejamento do projeto interdisciplinar, implantação, avaliação, registro e sistematização das ações; Encontros mensais ou bimestrais por níveis da educação básica com o coordenador de gestão correspondente ao grupo e coordenador institucional, bem como reuniões ampliadas com todos os coordenadores dos subprojetos, representantes dos supervisores e dos alunos; O eixo transversal de formação didático-pedagógica integrada têm uma ou mais ações de cada área para contribuir com todos os pibidianos, a partir de temas transversais, que sirvam de formação interdisciplinar para todos (uso da língua portuguesa, ética, diversidade, profissão docente, etc): - Atividades de diferentes áreas, além da Pedagogia, a serem desenvolvidos diretamente com as turmas de séries iniciais do ensino fundamental; - Atividades de formação continuada de professores em serviço, em parceria com a 5ª CRE da SEDUC/RS e com a SMEd-Pelotas. Nas escolas, os alunos serão inseridos para atuação disciplinar e interdisciplinar nos três grupos da educação básica: 1) Anos Iniciais; 2) Anos Finais; 3) Ensino Médio. Cada nível será coordenado por um coordenador de Gestão, que atuará com foco em ações específicas para a formação docente. Obviamente, tendo em conta diversos estudos realizados sobre a formação docente, nos últimos vinte anos, considera-se que processos formativos não ocorrem apenas no âmbito escolar formal (TARDIF, 2002; PIMENTA, 199, entre outros). Afinal, como salientou Enguita, citando Marx (in: FREITAS, 2012, p.83), “a educação ou formação se apresenta (...) como um componente inseparável da vida inteira do homem (...)”. Entretanto, este estudo limita-se aos processos formativos construídos e vivenciados na educação formal, no âmbito das instituições de ensino superior (IES), e do projeto pedagógico do curso de Licenciatura em Educação Física da UFPel. Nesse sentido, parafraseando Freitas (2012), a universidade é o âmbito formal em que ocorre de forma mais sistemática e intencional o ensino e, portanto, lócus privilegiado de formação do professor. 14 Os processos formativos que nos propomos analisar aqui dizem respeito à elaboração e execução do projeto disciplinar e interdisciplinar, ações previstas no subprojeto do PIBID do curso de Licenciatura em Educação Física, em uma escola pública da rede municipal de ensino, nos anos iniciais do ensino fundamental. A análise das práticas pedagógicas elaboradas e realizadas no âmbito do PIBIDUFPel e dos saberes construídos pelos bolsistas de graduação contribui para o processo de avaliação e de reestruturação das ações, tendo em vista o aprimoramento e melhor qualificação da formação inicial do docente de educação física para a sua atuação na educação básica. 2. METODOLOGIA O material analisado neste estudo são os documentos elaborados pelos bolsistas de graduação do PIBID que dão concretude ao projeto disciplinar e projeto interdisciplinar desenvolvidos em uma escola de ensino fundamental da rede pública de ensino do município de Pelotas-RS e as avaliações realizadas e documentadas logo após a execução das atividades. Com base na análise situacional realizada na escola, bem como o depoimento por parte das supervisoras foi escolhido um tema gerador para as atividades a serem realizadas - Tecnologias sociais e Inovações Pedagógicas: uma proposta metodológica para a educação no ensino fundamental -, e, dentro deste tema, foram elencados quatro complexos ou centros de interesses para serem desenvolvidos por meio de oficinas. São eles: (a) Cultura Lúdica Infantil; (b) Saúde, uma questão de educação e prevenção; (c) Diferenças, diversidades e cidadania e, (d) meio ambiente. Os “centros de interesses” ou “complexos”, como denomina Pistrak (2011, p. 107), são “fenômenos de grande importância e de alto valor, enquanto meio de desenvolvimento da compreensão sobre a realidade atual” (IDEM, p. 110). Até o presente momento foram realizadas quatro oficinas: (a) Complexo diferenças, diversidades e cidadania – (1) Gênero, brincando de menino, brincando de menina; (2) etnia indígena: suas culturas e seus sons; (b) Complexo cultura lúdica infantil – (3) 15 Brincando com nossos pais e avós; e (c) Complexo meio ambiente – (4) Reciclar, reduzir e reutilizar; respectivamente. As oficinas foram elaboradas a partir dos cinco passos que formam a didática da Pedagogia Histórico-Crítica, estruturada por Gasperin (2005). Essa didática objetiva um equilíbrio entre teoria e prática, envolvendo os educandos em uma aprendizagem significativa dos conhecimentos científicos e políticos, para que estes sejam agentes participativos de uma sociedade democrática e de uma educação política. A estruturação destes passos se apresenta como (GASPARIN, 2005): 1º passo – Prática Social Inicial – É o ponto de partida, o conhecimento prévio do professor e do aluno. Divide-se em dois momentos: a) o professor anuncia aos alunos os conteúdos que serão trabalhados em seus respectivos objetivos; b) o professor busca conhecer os educandos através do diálogo, percebendo qual a vivência próxima e remota cotidiana desse conteúdo antes que lhe seja ensinado em sala de aula, desafiando-os para que manifestem suas curiosidades, dizendo o que gostariam de saber a mais sobre esse conteúdo. 2º passo – Problematização – Explicação dos problemas impostos pela prática social, relacionados como o conteúdo será tratado. Desenvolve-se na realização de: a) Uma breve discussão sobre esses problemas em sua relação com o conteúdo cientifico do programa, buscando as razões pelas quais o conteúdo escolar deve ou precisa ser aprendido; b) em seguida transforma-se esse conhecimento em questões, em perguntas problematizadoras levando em conta as dimensões cientifica, conceitual, cultural, histórica, social, ética, econômica, religiosa, etc. conforme os aspectos sobre os quais se deseja abordar o tema, considerando-o sob múltiplos olhares. 3º passo – Instrumentalização - Essa se expressa no trabalho do professor e dos educandos para a aprendizagem. Para isso, o professor: a) apresenta aos alunos através de ações docentes adequadas o conhecimento científico, formal e abstrato conforme as dimensões escolhidas na fase anterior; Os educandos por sua vez, por meio de ações estabelecerão uma comparação mental com a vivência cotidiana que possuem desse mesmo conhecimento a fim de se apropriar do novo conteúdo; b) neste processo usa-se todos os recursos necessários e disponíveis para o exercício da mediação pedagógica. 4º passo – Catarse – é a expressão elaborada para uma nova forma para entender a teoria e a prática social. Ela se realiza: a) por meio de uma síntese nova síntese a qual o educando chegou; Manifesta- 16 se através da nova postura mental, unindo o cotidiano ao cientifico em uma nova totalidade concreta no pensamento. Neste momento o educando faz um resumo de tudo o que aprendeu , segundo as dimensões do conteúdo estudadas. É a elaboração mental do novo conceito do conteúdo; b) esta síntese se expressa através de uma avaliação oral ou escrita formal ou informal, na qual o educando traduz tudo o que aprendeu até aquele momento levando em consideração as dimensões sob as quais o conteúdo foi tratado. 5º passo – prática social final – novo nível de desenvolvimento atual do educando, consiste em assumir uma nova proposta de ação a partir do que foi aprendido. Esse passo se manifesta: a) pela nova postura prática, pelas novas atitudes, novas disposições que se expressam nas intenções de como o aluno levará à prática, fora da sala de aula, os novos conhecimentos científicos; b) pelo compromisso e pelas ações que o educando se dispõe a executar em seu cotidiano pondo em efetivo exercício social o novo conteúdo cientifico adquirido. Assim, trata-se de um estudo que utiliza procedimentos da pesquisa qualitativa para descrever e analisar os processos formativos decorrentes da implantação do PIBID na escola pública. A pesquisa tem delineamento de um estudo de caso, que de acordo com Gil (1993, p. 58) “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados”. Foram analisadas quatro atividades interdisciplinares envolvendo bolsistas das áreas de educação física, pedagogia, dança e matemática. Para a análise e interpretação dos dados utilizamos procedimentos da “análise de conteúdo” propostos por Bardin (2004) e discutidos por Gomes (2009). Gomes (2009, p.42) apresenta quatro procedimentos para a análise e interpretação dos dados em pesquisas qualitativas: categorização, descrição, inferência e interpretação. Para tanto, o autor propõe que, em primeiro lugar, seja decomposto o material a ser analisado em partes; em seguida que seja distribuído estas partes em categorias; a seguir, que sejam realizadas inferências dos resultados e, finalmente, seja realizado “a interpretação dos resultados obtidos com o auxílio da fundamentação teórica adotada”. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 17 O projeto interdisciplinar foi constituído a partir da contribuição de quatro cursos de licenciatura da UFPel sendo esses: Educação Física, Dança, Matemática e Pedagogia, com o intuito de trabalhar interdisciplinarmente entre essas áreas. A “concepção” de interdisciplinaridade adotada neste projeto tem como referência a perspectiva dialética, ou seja, aquela que considera que os conhecimentos possuem relações internas e com o todo e o “todo” constrói-se a partir das relações e interações das partes (KOSIK, 1978). No referido projeto seguiu-se os procedimentos didáticos propostos pela perspectiva histórico-cultural ou, como se divulgou no Brasil, histórico-crítica que tem como fundadores, divulgadores e maiores representantes Saviani, Libâneo e Duarte. Os fundamentos psicológicos e pedagógicos são buscados, entre outros, em autores como Vigotsky, Lúria, Leontiev e Eukonin. Estudiosos como Piaget, Wallon e outros no âmbito da psicologia e pedagogia infantil também são utilizados para sustentar o debate sobre perspectivas teórico-metodológicas voltadas para o processo de ensino e aprendizagem da criança da escola pública. Serão apresentados a seguir detalhes das atividades realizadas com participação de bolsistas do curso educação física, no que diz respeito à sua elaboração, execução e as observações realizadas ao final de cada atividade. 1) Complexo Diversidade, Diferenças e Cidadania – Gênero – “Brincadeira de menino, Brincadeira de menina: Brincando com a questão de gênero”: Esta oficina tinha como objetivo abordar as concepções tradicionalmente associadas ao masculino e ao feminino e verificar a curto e médio prazo, se os mesmos adotaram uma nova postura em relação ao tema discutido, com a ajuda e observação da professora da classe. 1º Passo: Houve a apresentação das bolsistas, uma breve explanação sobre o que é o PIBID, e os motivos pelo qual estavam ali. Nesse momento também foi feita uma introdução sobre o tema a ser abordado, as bolsistas lançam interrogações aos alunos a fim de identificar o conhecimento prévio que possuíam sobre o tema. Os alunos declararam não possuir de modo geral pré conceitos sobre definições de gênero que caracterizassem exclusivamente meninos ou meninas. 18 2º Passo: As bolsistas apresentaram um vídeo chamado “Meninos e meninas” episódio de um desenho animado chamado “Padrinhos Mágicos”, ao final do desenho foram feitas perguntas aos alunos que conduziram uma reflexão sobre o mesmo. Ao final dessa atividade realizou-se um desenho coletivo em papel com tinta no pátio da escola sobre o que os alunos tinham entendido sobre o desenho. 3º Passo: instrumentalização do tema por parte das bolsistas, nesse momento foi apresentado um conteúdo mais elaborado sobre o assunto para os alunos. 4º Passo: no pátio da escola foram realizadas brincadeiras ditas como de meninas e outras tidas como de meninos, as brincadeiras foram escolhidas pelas bolsistas. As brincadeiras de meninos foram “Polícia e Ladrão” e “Cabo de Guerra”, e de meninas “Pular Elástico” e “Amarelinha”. O objetivo dessa atividade era refletir com os alunos que todos poderiam brincar juntos (meninos e meninas) durante essas brincadeiras. 5º Passo: Resumo de tudo que foi realizado por parte das bolsistas, além do relato dos alunos sobre o que entenderam e acharam sobre a oficina. Nesse momento os alunos desabafaram relatando que muitas vezes encontram dificuldades na relação com o sexo oposto porque quando não estão na companhia da professora, no recreio por exemplo, não conseguem brincar todos juntos e acabam separando o grupo das meninas e o grupo dos meninos. Nesta primeira oficina, observou-se o fato de que os alunos (as) entendiam o tema proposto, porém, não conseguiam aplicar o que aprenderam em sala de aula, nas suas relações com os colegas no recreio. Isso nos fez refletir a respeito da interferência cultural no comportamento dos alunos (as), uma vez que existe ainda uma visão machista, que impede que meninos e meninas andem juntos. Assim, esse fenômeno exige muito mais que uma aula para que aconteçam mudanças no comportamento dos mesmos. É necessário um processo contínuo de transmissão de valores que deverá se dar no decorrer do desenvolvimento da identidade pessoal dos alunos. 2) Complexo Diversidade, Diferenças e Cidadania – Etnias – “Etnias: Suas culturas e seus sons”: Nesta, um dos principais objetivos era apontar as diferentes tradições indígenas existentes em nosso país, identificando alguns dos seus costumes e culturas, 19 relacionando com as condições de vida de um índio atualmente, tornando os alunos indivíduos que entendam e respeitem as diferentes culturas e a individualidade de cada povo. 1° Passo: Foi realizada uma breve apresentação das bolsistas presentes e a proposta da oficina. Verificou-se também o que as crianças entendiam sobre quem eram os índios e quais seus costumes. 2º Passo: Neste momento, foi exposto um vídeo aos alunos, que mostravam índios tradicionais emitindo sons de animais com instrumentos próprios de sua cultura e algumas danças tradicionais. 3°Passo: Após o vídeo eles fizeram um desenho mostrando o que viram e o que imaginam sobre os índios tradicionais. 4° Passo: Antes de apresentar o 4º passo, foi realizada uma encenação onde houve diálogos mostrando a diferença do índio atual para o índio tradicional, a partir daí foi mostrado aos alunos um vídeo onde se abordou a cultura dos índios atuais, mostrando eles vivendo em casas, usando roupas e chinelos, frequentando escolas, universidades, com acesso a tecnologias e trabalhando com artesanatos. Após mostrar o vídeo as crianças fizeram outro desenho, da sua nova visão sobre os índios. 5º Passo: Para finalizar as bolsistas mostraram o mesmo material que os índios produziram no vídeo anterior (o mesmo foi presente dos índios para a escola e estava disponível para o uso das bolsistas) então foi pedido para que os alunos confeccionassem seus próprios artesanatos com argila. Com o material produzido pelos alunos, foi confeccionado um livro da turma contendo todos os desenhos, e as obras em argila foram expostas em uma feira festiva da escola. Ao decorrer de tais atividades, observaram-se alguns estereótipos que estão presentes em nossa sociedade em relação aos povos indígenas. Foi curioso ver que a partir do conhecimento prévio deles, os índios eram povos tão antigos que “viviam com dinossauros”. Mostraram surpresa ao decorrer da oficina, quando em um vídeo mostrava que havia índios vivendo em regiões próximas a nossa e que usavam roupas, frequentavam escolas e tinham acesso a tecnologias como eles. Nesta oficina, observou-se também a 20 atitude dos alunos em relação a uma criança com Síndrome de Down. Os colegas pareciam estar acomodados com a situação de “auto exclusão” deste aluno, que se sentava sozinho, no canto apenas com a sua cuidadora e saia de sala de aula a todo o momento. Como professoras no momento da oficina o que pareceu correto na hora foi tentar incluí-lo nas atividades e tal foi feito, sem sucesso, situação que parece ser de rotina na aula, tendo em vista a normalidade da situação percebida diante a reação da professora titular da classe e dos demais alunos. 3) Complexo Cultura Lúdica Infantil – Brincando como nossos pais/avós/resgate da cultura infantil – “A cultura infantil e o lúdico na escola: resgatando brincadeiras tradicionais.”: Esta oficina tinha como objetivos resgatar brinquedos e brincadeiras que fizeram parte da infância de pais e avós dos alunos, também proporcionar aos alunos a prática das brincadeiras indicadas previamente por seus pais e avós e refletir sobre o que são e os valores a cerca das brincadeiras ditas como “antigas” e as novas tecnologias. 1° Passo: Apresentação das bolsistas, e esclarecimentos a respeito do tema e do que será realizado ao decorrer da oficina. 2° Passo: Realizada a dinâmica do barbante, onde os alunos farão perguntas aos colegas sobre o tema. As perguntas foram previamente elaboradas pelas bolsistas com o objetivo de induzir um diálogo sobre o assunto. 3° Passo: As bolsistas expuseram o tema para os alunos e a montaram gráficos com os alunos a partir dos dados retirados das brincadeiras mais citadas pelos pais que fizeram parte de suas infâncias. 4° Passo: Os alunos forão divididos em duas equipes, que competiram em uma gincana de brincadeiras tradicionais, são elas: corrida de saco, corrida do limão, roupa no varal, cabo de guerra e pés amarrados. 5° Passo: Foi realizada uma premiação simbólica às equipes, e uma conversa com os alunos sobre o que foi feito. Ao final da oficina será entregue aos alunos um questionário para eles refletirem em casa um pouco mais sobre o tema. Nesta terceira oficina, procurou-se resgatar brincadeiras “antigas”, presente na memória dos pais, denominadas na academia por jogos tradicionais infantis (KICHIMOTO, 1993). Praticamente desconhecidos para criança na atualidade, estiveram 21 presentes em diversas propostas pedagógicas a partir do Século XVIII, foi elemento central nas propostas escolanovistas no início do Século XX no Brasil e é um “fato” que ainda encontra “eco” em algumas abordagens atuais. A oficina demonstrou que este tipo de brincadeira ou jogo ainda tem espaço na escola e atrai o interesse da criança, oportunizando seu uso como elemento mediador de processos educativos que favoreçam o desenvolvimento infantil. Para Vogotsky (1994), o brinquedo tem uma forte influência no desenvolvimento do que denominou funções psicológicas superiores, mediadoras de seu comportamento. O autor (1994, p.134) salienta que “o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No brinquedo a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade (...)”. 4) Complexo Meio Ambiente – reciclar/reduzir/reutilizar, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável – “Aprendendo e brincando com o lixo”: A quarta e última oficina realizada reportou-se ao problema do lixo em uma sociedade consumista, desenvolvendo conhecimentos sobre a importância da preservação da vida e do meio-ambiente. Por meio de brincadeiras, trabalhou-se com as noções de “reduzir, reciclar e reutilizar” – os 3 R’s -, marca dos movimentos sociais que defendem o meio-ambiente E tinha como objetivos proporcionar atividades, onde os alunos consigam reconhecer e entender como a reciclagem é importante adquirindo à percepção dos cuidados necessários a preservação da vida e do meio ambiente. 1° Passo: Apresentou-se a proposta da oficina, após isso foi realizado um breve diálogo onde se verificou o conhecimento prévio dos alunos; 2°Passo: As bolsistas distribuíram uma imagem com as latas coloridas de separação do lixo. Após isso foi explicado em uma linguagem em que os alunos pudessem compreender, o que era Reciclar, Reduzir e Reutilizar assim como foi explicado também que tipo de lixo eram colocados em cada lixeira. Foi realizado também um diálogo com os alunos sobre a importância de colocar o lixo no local certo 3°Passo: colocou-se um papel pardo no quadro com as seguintes palavras “Reciclar” em uma metade e “Reutilizar” na outra. Então dividiu-se a turma em dois grandes grupos e distribuiu-se revistas e jornais para recorte para a realização das seguintes tarefas: O grupo 01 (Reciclar) vai pesquisar em materiais que possam mostrar como 22 reciclar o lixo, por exemplo, a latinha pode ser reciclada ela deve ser colocada na lixeira do metal. Grupo 02 (Reutilizar) vai pesquisar sobre como podemos reutilizar alguns materiais encontrados nas revistas. 4º Passo: este se deu pela colagem das figuras encontradas em seus respectivos lugares. O grupo 01 colou as imagens nos lugares correspondentes a sua lata de lixo e o grupo 02 colavam as imagens no lugar indicado e escreviam em baixo das imagens como iriam reutilizá-lo. 5°Passo: Com materiais fornecidos pela escola (tintas guache, pinceis, cola quente, rolos de papel higiênico e tampinhas de garrafa pet) foram confeccionados brinquedos com estes materiais, o resultado foi uma locomotiva colorida. Durante a oficina percebeu-se que os alunos possuíam um conhecimento prévio sobre o assunto. Nas salas de aula da escola existem lixeiras de reciclagem e a professora titular já abordava este assunto facilitando assim a prática da atividade. 4. CONCLUSÕES As vivências oportunizadas pelo PIBID contribuem de forma significativa para a formação do futuro professor consolidando conhecimentos que qualificam o trabalho docente na escola de Educação Básica. A experiência de construir um projeto interdisciplinar para ser aplicado em uma escola pública que se fundamenta na observação e análise crítica da realidade observada, no estudo da legislação, na busca por referenciais teóricos e na “testagem” destes referenciais na prática, exercitando uma práxis educativa que tem na prática o critério de verdade da teoria, é pouco comum no âmbito dos processos formativos, em especial, na formação inicial do professor de Educação Física. Este processo permite conhecer a escola “por dentro”, seu cotidiano, a forma como organiza o trabalho pedagógico na tarefa de ensinar e educar os alunos. A participação dos professores da escola – supervisores e daqueles que se dispõe a contribuir com o processo de formação dos alunos de graduação -, é fundamental para se romper as barreiras que ainda existem entre a escola e a universidade. 23 Além disso, o trabalho desenvolvido no âmbito do PIBID permite o discernimento sobre aspectos que “marcam” cada escola e conferem a ela características particulares no tocante a cultura do local onde estão inseridas. O conhecimento, para ser significativo, sempre deve partir da tomada de consciência sobre a realidade social e cultural do aluno. Assim, é graças a esse contato com (e conhecimento da) a realidade escolar que surgiram os eixos norteadores para nossas ações. A construção coletiva do projeto e a produção de conhecimentos dele decorrente, com a participação e interação de quatro diferentes áreas do conhecimento – Pedagogia, Matemática, Dança e Educação Física -, e sua aplicação tornou-se um desafio enriquecedor mostrando que é possível implantar propostas pedagógicas interdisciplinares na escola. Sobretudo, as experiências até aqui desenvolvidas mostraram que para tanto é necessário disponibilidade para aprender, estudo e coragem para arrojar-se com o novo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS, Luis C. de. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. 11 ed. São Paulo, Papirus, 2009. GASPARIN, Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2005. KOSIK, K. Dialética do Concreto. São Paulo, Paz e Terra,1978. MINAYO, M.C. de S. Pesquisa social. Petrópolis-RJ, Vozes. PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: _____ . (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999. PISTRAK, M.M. Fundamentos da escola do trabalho. 3 ed., São Paulo, Expressão Popular, 2011. SAVIANI, Demerval. Os saberes implicados na formação do educador. In: BICUDO, Maria Aparecida; SILVA JUNIOR, Celestino Alves (Orgs.). Formação do educador: dever do Estado, tarefa da Universidade. São Paulo: Unesp, 1996. _______________. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. SP, CortezAutores Associados, 1991. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. VYGOTSKY, L.S. A Formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1994. 24 ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: REVISÃO SISTEMÁTICA CALLEB RANGEL DE OLIVEIRA1; SIGLIA PIMENTEL HÖHER CAMARGO2; 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Resumo: Atualmente, cada vez mais alunos com autismo estão sendo incluídos na escola de ensino regular comum. Diante desse processo, a Educação Física enquanto disciplina obrigatória na escola possui extrema importância no ensino desses alunos. Sendo assim, este estudo objetiva analisar o que tem-se produzido na literatura nacional e internacional sobre a inclusão de alunos com autismo nas aulas de Educação Física. Na análise dos estudos encontrados, observa-se a importância da disciplina de Educação Física para o desenvolvimento dos alunos com autismo bem como estratégias que podem auxiliar os professores e progresso desses alunos nas aulas de Educação Física. Conclui-se que a literatura nacional discute amplamente a importância e necessidade dos alunos com autismo estarem incluídos no ensino comum, porém observa-se a escassez de estudos investigando intervenções e estratégias a serem utilizadas nas aulas de Educação Física, que já são objetos de estudo na literatura internacional. Palavras-chave: Inclusão escolar, autismo, Educação Física. 1. INTRODUÇÃO 25 Como disciplina obrigatória, a Educação Física proporciona um amplo espaço de aprendizagem dos elementos da cultura corporal, além de promover o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades motoras, sociais, cognitivas e afetivas (ALMEIDA, et al., 2011; RODRIGUES, 2013). Assim, salienta-se a sua importância para o desenvolvimento integral do aluno, principalmente para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).. Alunos com TEA são caracterizados pelo comprometimento no desenvolvimento da interação social, comunicação e presença de comportamentos estereotipados e restritos (DSM-V, 2014). Tendo em vista que alunos com TEA possuem características específicas que causam desafios aos professores, a Educação Física deve ser explorada para promover o progresso desses alunos, uma vez que possui objetivos que englobam o desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas características. É importante ressaltar que no atual cenário da inclusão escolar, as principais dificuldades encontradas pelos professores são atender as necessidades dos alunos e promover uma inclusão satisfatória. Apesar de obrigatória é muito comum ter dispensas ou a simples não participação de alunos nas aulas de Educação Física, seja pela sua desvalorização frente à educação ou dificuldades de professores e alunos que impeçam sua prática (GUIMARÃES, et al., 2001). Levando-se em conta que é imprescindível a inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física, objetivou-se com este estudo realizar uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional sobre o que tem-se produzido acerca da inclusão de alunos com autismo nas aulas de Educação Física. 2. METODOLOGIA A partir de uma revisão bibliográfica, foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados: Periódicos CAPES, GOOGLE ACADÊMICO e SCIELO. Foram utilizadas as seguintes combinações de palavras-chave: Educação Física e autismo, Transtorno do Espectro do Autismo e Educação Física escolar, Síndrome de Asperger e Educação Física, Autismo e Educação Física escolar, TEA e Educação Física, Autism and Physical 26 Education, ASD and Physical Education e Physical Education and Autism Spectrum Disorder. O ano de publicação não foi limitado. Para ser incluído nesta revisão os estudos deveriam abordar a inclusão de crianças com TEA nas aulas de Educação Física. As pesquisas geraram um total de 20 estudos, publicados entre 1992 e 2014. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os estudos encontrados foram organizados na tabela abaixo de acordo com o foco, autores, ano e tipo de estudo. Estudos relacionados à inclusão de crianças com TEA na escola e nas aulas de Educação Foco Importância da EF para crianças com TEA Desafios no processo de inclusão de crianças com TEA Estratégias para os professores EF na inclusão de crianças com TEA Inclusão de crianças com TEA Autor (es) Clark, Lorenzi Silva, Hollerbusch Tomé Strapasson, Carniel Marquezi, Ravazzi Bezerra Vaz, Santos Obrusnikova, Dillon Copetti Ano 2005 2001 2007 2007 2011 2012 2009 2011 2012 Tipo Artigo internacional Dissertação de Mestrado internacional Artigo nacional Artigo nacional Trabalho completo nacional Artigo nacional Artigo nacional Artigo internacional Monografia nacional Total 07 02 Menear, Smith Green, Sandt Healy, et al. Thorpe, Weber Groft-Jones, Block Rutkowski, Brimer Carmo Menezes Goldberg Reis, Carvalho Furtado, et al. 2008 2013 2013 1992 2006 2013 2013 2012 2002 2013 2014 27 Artigo internacional Artigo internacional Artigo internacional Artigo internacional Artigo internacional Artigo internacional Relatório de Estágio internacional Dissertação de Mestrado nacional Dissertação de Mestrado nacional Artigo nacional Artigo nacional 07 04 Física. Observa-se que 07 (sete) estudos abordam a importância da disciplina de Educação Física escolar para crianças com TEA. Estes estudos salientam os benefícios da prática nas aulas de Educação Física para o desenvolvimento cognitivo, social e motor de crianças com TEA (CLARK, LORENZI, 2005; TOMÉ, 2007; BEZERRA, 2012). Ressaltam ainda o papel do professor de ensinar e procurar adequar o seu trabalho para o desenvolvimento de habilidades e capacidades do seu aluno, utilizando atividades lúdicas, jogos adaptados e movimentos que tenham utilidade no dia-a-dia dos alunos, para a obtenção de ganhos sociais (MARQUEZI E RAVAZZI, 2011). Além disso, os estudos apontam que o professor precisa conhecer o aluno e, através de estímulos e reforços, proporcionar maior independência, controle e compreensão de formas e ações (TOMÉ, 2007). Dois (02) dos estudos encontrados abordam desafios referentes ao processo inclusivo destes alunos nas aulas de Educação Física. OBRUNISKOVA e DILLON (2011) em seu estudo sobre as dificuldades encontradas pelos professores no processo de inclusão com crianças com autismo, observam que as dificuldades dos professores são pedagógicas e relacionadas com a interação social, desatenção, adesão inflexível a rotinas e dificuldades de aprendizado. Além disso, COPETTI (2012) salienta uma grande dificuldade a nível nacional dos professores é a sensação de despreparo e recursos insuficientes para auxiliar no processo de inclusão destas crianças. Dentre os 07 (sete) estudos que salientam estratégias e métodos que podem ser desenvolvidos nas aulas de Educação Física com o propósito de auxiliar o processo de inclusão dos alunos com TEA e promover seu desenvolvimento, GREEN e SANDT (2013) salientam a importância do PECS (Picture Exchange Communication System) como um recurso que pode ser utilizado pelos professores nas aulas de Educação Física. O PECS é importante para auxiliar o aluno a comunicar-se efetivamente e interagir independentemente com os demais colegas e professores e estar ciente do ambiente em que está inserido. Além da interação social, o PECS pode auxiliar o aluno com TEA nas aulas 28 de Educação Física quando ele precisar fazer alguma escolha, pegar um equipamento ou material e realizar uma atividade. Outras estratégias apontadas que podem ser bem sucedidas no trabalho com alunos com TEA incluem começar cada aula com a mesma atividade, utilizar cores (permitir que os alunos com TEA escolham sua cor), ser breve nas instruções, manter uma rotina, realizar estações ou circuitos com uso de diversos equipamentos e eliminar o tempo de espera, em virtude do grande ambiente da aula, mantendo os alunos sempre ativos (MENEAR e SMITH, 2008). Além disso, é preciso que o professor tenha em mente objetivos bem claros e definidos no seu trabalho para auxiliar o desenvolvimento de seus alunos com TEA. Quatro (4) estudos destacam a importância da inclusão de crianças com autismo na escola regular de ensino comum e salientam a necessidade da escola e professores se adequarem aos alunos promovendo um ensino de qualidade. Observa-se que é um trabalho difícil, exige esforço e promove desafios constantes aos professores, mas que produz resultados positivos como desenvolvimento e aprendizagem do aluno com autismo. 4. CONCLUSÕES A importância da Educação Física para o desenvolvimento de crianças com TEA é fortemente salientada na literatura nacional e internacional encontrada. Os autores reconhecem que é necessário e benéfico para crianças com TEA o acesso e participação nas aulas de Educação Física. Observa-se que a maioria dos estudos que abordam a importância da Educação Física enquanto disciplina curricular para crianças com TEA, são estudos nacionais. Diante disso, percebe-se que há uma escassez de estudos que investiguem a Educação Física para crianças com TEA mais especificamente, analisando se há realmente inclusão destes alunos nas aulas, como acontece este processo e os desafios e estratégias adotadas pelos professores nas suas aulas. Em contrapartida, observa- 29 se que os estudos internacionais concentram-se nas abordagens e estratégias que podem facilitar e auxiliar o trabalho pedagógico do professor, demonstrando maior preocupação com aspectos práticos da inclusão de alunos com TEA nas aulas de Educação Física, foco este que precisa ser melhor explorado pela literatura nacional. Cabe ainda destacar que a maioria dos estudos foram publicados no decorrer da última década, indicando que o interesse em investigar essas questões é recente e que ainda há diversos caminhos a serem percorridos para auxiliar no processo de inclusão efetiva de crianças com TEA nas aulas de Educação Física. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A, B; TUCHER, G; ROCHA, C, A, Q. Percepção discente sobre a Educação Física escolar e motivos que levam à sua prática. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.10, n.2, p.109-116, 2011. Associação Psiquiátrica Americana. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5ª ed: Artmed, 2014. BEZERRA, T, L. Educação inclusiva e autismo: a Educação Física como possibilidade educacional. Editora Realize, Conaef, 2012. CLARK, G. E., LORENZI, D. G. "Students with autism in physical education." VAHPERD Journal 27.2, 2005. COPETTI, J. R. A Educação Física escolar e o autismo: um relato de experiência no Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil (IMEAB) no município de Ijuí (RS). Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2012. GREEN, A. SANDT, D. Understanding the Picture Exchange Communication System and Its application in Physical Education. Joperd, v. 84, n. 2, p. 33-39, 2013. GUIMARÃES, A, A. PELLINI, F, C. ARAUJO, J, S, R. MAZZINI, J, M. Educação Física escolar: atitudes e valores. Revista Motriz, vol. 7, n.1, p.17-22, 2001. 30 MARQUEZZE, L. RAVAZZI, L. Inclusão de autistas nas aulas de Educação Física. VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – Londrina, 2011. MENEAR, K, S. SMITH, S. Physical Education for students with autism: Teaching tips and strategies. Teaching Exceptional Children, v. 40, n. 5, p. 32-37, 2008. OBRUSNIKOVA, I. DILLON, S, R. Challenging situations when teaching children with Autism Spectrum Disorders in General Physical Education. Adapted Physical Activity Quarterly, 28,113-131, 2011. RODRIGUES, I; V. A importância da prática da Educação Física no Ensino Fundamental I. 2013. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/47188/a-importancia-da-pratica-daeducacao-fisica-no-ensino-fundamental-i. Acesso em: 07 mai. 2015. TOMÉ, M. C. Educação Física como auxiliar no desenvolvimento cognitivo e corporal de autistas. Movimento & Percepção, Espirito Santo do Pinhal, SP, v.8, n.11, p. 231-248, 2007. 31 ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NO PRIMEIRO ANO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA JULIA CALDEIRA DE SOUZA1; TIAGO SILVA DOS SANTOS2; OTAVIO AMARAL DE ANDRADE LEÃO2; JAYNE SANTOS LEITE;2; MARCELO COZZENSA DA SILVA3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO: O objetivo do estudo é verificar o nível de atividade física (AF) no lazer dos estudantes dos cursos diurnos e noturno da Escola Superior de Educação Física da UFPel no ingresso à graduação. METODOLOGIA: Estudo transversal envolvendo alunos ingressantes nos cursos de Educação Física da UFPel (n=115). O nível de AF foi verificado através do IPAQ com diferença de proporções avaliada por meio do teste de Qui-quadrado (p<0,05). RESULTADOS: Os homens dos cursos de bacharelado e licenciatura noturno apresentaram maior prevalência de AF. O curso de licenciatura diurno obteve diferença significativa entre AF e classes econômicas. No curso de bacharelado, a classe mais ativa foi D/E. Já os estudantes do curso de licenciatura noturno apresentaram predominância a classe C e B. CONCLUSÕES: Os estudantes ingressantes dos cursos de EF apresentam comportamento ativo no lazer, condizendo com características do ambiente que estão inseridos. PALAVRAS-CHAVE: Atividade física; Lazer; Estudantes; Educação Física. 1. INTRODUÇÃO Diversos estudos na área da Educação Física (EF) buscam avaliar o nível de atividade física (AF) nas mais diversas populações, fato este importante para o desenvolvimento de conhecimento acerca da promoção da saúde para diferentes públicos, 32 já que a inatividade física está aumentando entre todas as faixas etárias (HALLAL et al., 2012). Com o ingresso na universidade, mudanças comportamentais são quase inerentes, fazendo com que o indivíduo tenha que se adaptar a um novo estilo de vida (BRANDÃO, 2011). O ingresso no ensino superior é, portanto, uma fase de mudança na vida dos jovens o qual pode acarretar em experiências positivas e negativas no estilo de vida dos alunos devido às novas demandas que surgem (SOUZA et al., 2012). Sendo o curso de Educação Física pertencente a área de Ciências da Saúde, pelas características e estudos desta área na promoção de saúde e qualidade de vida (CAPES, 2009), espera-se que seus profissionais apresentem comportamentos saudáveis. Na maioria dos estudos relacionados a graduandos do curso de Educação Física, percebe-se uma maior prevalência de indivíduos ativos, tendo a hipótese de que como o curso é relacionado a conhecimentos sobre saúde seus estudantes seriam mais propensos à prática de atividade física regular SOUZA et al. (2012) e SILVA et al. (2007). A partir do exposto, o objetivo do presente estudo é verificar o nível de AF no lazer dos estudantes dos cursos diurnos e noturno da Escola Superior de Educação Física da UFPel (ESEF/UFPel) no ingresso a graduação. 2. METODOLOGIA Foi realizado um estudo transversal envolvendo todos os alunos ingressantes nos cursos de bacharelado diurno, licenciatura diurno e licenciatura noturno em EF da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas a partir do período 2014/1 (N=115). Foram excluídos os alunos que não estavam matriculados ou frequentando regularmente as aulas de seus respectivos cursos. 33 Quanto ao procedimento de coleta, primeiramente ocorreu a solicitação da lista de estudantes matriculados nos cursos de licenciatura e bacharelado junto ao colegiado de curso da ESEF/UFPel. Em seguida foi analisada a grade de horários das turmas com o objetivo de definir data e hora ideal para a abordagem, a qual ocorreria na primeira semana do semestre letivo. Com essa definição, foi solicitado ao professor responsável pela disciplina na qual o instrumento seria aplicado a turma, a concessão de um tempo da aula para tal finalidade. Na data e horários definidos para a realização da coleta, pesquisadores colaboradores se fizeram presentes em sala de aula, esclarecendo o objetivo da pesquisa, distribuindo o termo de consentimento livre e esclarecido e, posteriormente, disponibilizando os questionários auto preenchíveis. Foi solicitado consentimento por escrito a todos os alunos para a participação na pesquisa, garantindo-se, desta forma, o direito de recusa à participação no estudo, bem como, no caso de aceite, a confidencialidade e sigilosidade das informações coletadas. Aos estudantes com idade inferior a 18 anos, o documento foi assinado pelo responsável legal do mesmo. Os pesquisadores mantiveram-se presente durante todo o período de preenchimento do instrumento, esclarecendo quaisquer dúvidas que pudessem vir a ocorrer antes, durante ou após a aplicação. Ao final do preenchimento individual, os questionários foram recolhidos para posterior codificação, digitação e análise dos dados. Todos os alunos responderam a um questionário padronizado e codificado, o qual foi realizado na semana de ingresso à universidade. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário contendo questões sociodemográficas – sexo (masculino, feminino), idade (anos completos), cor da pele (observada pelo entrevistado), estado civil (casado/vive com companheiro, solteiro) e renda (A, B, C, D/E); comportamental - nível de atividade física (domínio lazer) e nutricional – índice de massa corporal (IMC) calculado pelo peso (kg) referido, dividido pela altura (cm) referida elevada ao quadrado, classificados em baixo peso/peso normal e sobrepeso/obesidade. 34 O nível de AF foi avaliado através da seção de lazer, com recordatório dos últimos sete dias, do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão longa. Foram considerados ativos os alunos que atingiram 150 minutos ou mais de atividades físicas na última semana durante o tempo de lazer. Para efeito de cálculo do tempo da AF, as atividades físicas vigorosas tiveram seu escore multiplicado por dois. O banco de dados foi construído no programa Excel e a análise dos dados realizada através do programa STATA 13.0. O plano de análise proposto definiu as seguintes etapas: inicialmente foi realizada a análise descritiva de todas as variáveis coletadas, com cálculos de medida de tendência central e dispersão para os dados numéricos e proporções para os dados categóricos. A seguir foram realizadas as análises bivariadas, onde foi calculada a prevalência de atividade física conforme grupos das variáveis independentes. A diferença de proporções foi avaliada por meio do teste de Qui-quadrado. Para todos os testes, foi adotado um nível de significância de 5%. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados os dados dos alunos dos cursos de licenciatura diurno, bacharelado diurno e do curso de licenciatura noturno. A amostra foi composta por 115 alunos, sendo 46 do curso diurno de licenciatura, 38 do bacharelado e 31 do curso de licenciatura noturno. Em relação a idade 61,29% da amostra eram menores de 19 anos e 35,48% tinham entre 20 e 29 anos. Pode-se perceber ainda a diminuição do nível de atividade física com o avanço da idade, fato corroborado pelos trabalhos de MARTINS et al. (2009), RODRIGUES et al. (2008) e BIELEMANN et al. (2007), que descrevem gradativa diminuição de nível de atividade física com o aumento da faixa etária. 35 Tabela 1. Perfil sociodemográfico, econômico, comportamental, nutricional e de saúde da amostra em estudo no ingresso a graduação. (N=115) Variáveis Licenciatura diurno (N=46) (%) Bacharelado (N=38) (%) Licenciatura noturno (N=31) (%) Sexo Masculino 35,48 68,42 60,00 Feminino 64,52 31,58 40,00 ≤ 19 anos 61,29 52,63 33,33 20 a 29 anos 35,48 26,32 50,00 30 ou + anos 3,23 21,05 16,67 Branca 90,32 73,68 86,67 Não branco 9,68 26,32 13,33 Baixo Peso/Peso Normal (<18,5 a 24,9) 74,20 73,68 68,97 Sobrepeso/Obesidade (18,5 a 24,9) 25,80 26,32 31,03 Solteiro 87,10 94,74 80,00 Casado/Companheiro 12,90 5,26 20,00 Idade Cor da Pele IMC (kg/m²) Estado Civil 36 Renda A 20,00 7,69 6,06 B 20,00 23,08 19,70 C 40,00 61,54 74,24 D/E 20,00 7,69 30,30 Tabela 2. Prevalência de atividade física segundo variáveis independentes em estudo dos acadêmicos do primeiro ano de graduação em Educação Física da ESEF UFPel. (N=115) Variável Licenciatura diurno (N=46) % Ativos p* Bacharelado (N=38) % Ativos 0,266 Sexo p* Licenciatura noturno (N=31) % Ativos 0,013 0,001 Masculino 66,67 68,97 74,42 Feminino 50,00 22,22 39,47 0,024 Idade 0,382 0,752 ≤ 19 anos 60,87 45,45 46,81 20 a 29 anos 66,67 45,45 42,55 30 ou + anos 0,00 9,09 10,64 0,081 Cor da Pele 0,184 0,213 Branco 60,98 90,91 60,87 Não branco 20,00 9,09 41,67 IMC (kg/m²) 0,294 37 0,900 p* 0,291 Baixo Peso/Peso Normal (<18,5 a 24,9) 50,00 71,43 55,17 Sobrepeso/Obesidade (25 a > 30) 66,67 28,57 68,18 0,006 Estado Civil 0,773 0,117 Solteiro 96,15 57,58 61,43 Casado/Companheiro 3,85 50,00 36,36 0,004 Renda 0,688 0,038 A 40,91 0,00 7,69 B 18,18 62,50 30,77 C 0,00 58,82 35,90 D/E 40,91 80,00 25,64 *Teste Qui-Quadrado Em relação à atividade física, os homens dos cursos de bacharelado e licenciatura noturno apresentaram maior prevalência de atividade física quando comparado a seus pares do sexo feminino, sendo respectivamente do curso de licenciatura noturno (74,42%), bacharelado (68,97%). Quanto ao sexo, os resultados do presente estudo são semelhantes aos descritos por GUEDES et al. (2006) com acadêmicos de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina, no qual foram encontradas prevalências de atividade física suficiente de 80,0% e 76,3%, respectivamente, para homens e mulheres. Demais estudos da área apontam nesta mesma direção, ou seja, o gênero masculino apresenta maior prevalência de ativos entre os homens quando comparado às mulheres (MATSUDO, 2002, SILVA, 2007, MARTINS, 2009). 38 O estudo de SILVA et al. (2007), realizado com estudantes das áreas da saúde apresentou resultados similares. Quando analisados os dados somente dos graduandos de Educação Física percebe-se a prevalência de 90% ativos, sendo que em ambos os estudos não houve incidência de casos de inatividade. Outro ponto a ser abordado é que nos estudos de CIESLAK et al. (2007) e ZAMAI et al. (2007) não houve diferença no nível de atividade entre os gêneros, o que vai de encontro ao presente estudo. Uma possível explicação para a diferença quanto às prevalências de atividade física suficiente entre acadêmicos de Educação Física e a população em geral passa pelo perfil dos acadêmicos. A procura pelo curso de Educação Física muitas vezes vem incentivada por experiências positivas no campo do esporte ou da atividade física em geral. Neste caso, há uma evidente influencia na escolha dos acadêmicos, que em sua maioria fazem esta opção profissional pela proximidade com o esporte e, desta forma, são muito mais prováveis de adotarem um estilo de vida ativo do que a população em geral, mesmo se comparados a indivíduos da mesma idade (BIELEMANN et al., 2012). Em relação ao estado civil, a amostra foi prevalentemente classificada como solteira, sendo que destes, 96,15% dos estudantes do curso de licenciatura diurno foram categorizados como ativos, seguidos por 61,43% licenciatura noturno e 57,58% do curso de bacharelado. No curso diurno de licenciatura as classes A e D/E apresentaram resultados idênticos (40,91%) para nível de atividade física, resultados estes, que apontaram diferença estatisticamente significativa com o nível de atividade física entre seus estudantes. Na análise do curso de bacharelado, a classe predominantemente mais ativa foi D/E (80%), seguidos pela B (62,5%) e C (58,82%). Já os estudantes do curso de licenciatura noturno apresentaram predominância a classe C (35,9%) e B (30,77%), apresentando diferença significativa entre si. Resultados similares aos encontrados no estudo de DUMITH, DOMINGUES, GIGANTE (2009), o qual observou que maiores níveis de AF estão relacionados a classes econômicas mais elevadas assim como com o estado civil, onde indivíduos solteiros apresentaram maior prevalência de atividade física. 39 4. CONCLUSÕES Os resultados verificados sobre prevalência de AF evidenciaram similaridade a diversos estudos da área, onde os acadêmicos do sexo masculino foram aqueles com maior prevalência de AF em relação às mulheres em todos os cursos analisados. Resultados estes que contribuem para o delineamento de um quadro a respeito dos estudantes do curso de Educação Física em relação ao nível de atividade física, além de que, quando discutidos com a literatura confirmam a expectativa de que acadêmicos de EF mantenham comportamentos ativos em sua rotina. Partindo do princípio de que o profissional de EF é responsável pela promoção de hábitos saudáveis e dos benefícios da prática de atividade física, pode-se afirmar que os resultados obtidos, contribuem para as expectativas que o curso de Educação Física sugere, visto que o primeiro passo para a disseminação dos conceitos da profissão é praticá-los. Portanto podemos concluir que os estudantes ingressantes dos cursos de Educação Física apresentam comportamento ativo no lazer, condizendo com as características do ambiente que estão inseridos. 40 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIELEMANN, R.; KARINI, G.; AZEVEDO, M. R.; REICHERT, F. F.; Prática de Atividade Física no Lazer entre Acadêmicos de Educação Física e Fatores Associados. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. v. 12, n. 3, p. 65-72, 2012. BRANDAO, M. P.; PIMENTEL, F. L.; CARDOSO, M. F.; Impact of academic exposure on health status of university students. Rev. Saúde Pública. v. 45, n.1, p. 49-58, 2011. CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Tabela de áreas de conhecimento. Brasília, 2009. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/TabelaAreasConhecimento_0 42009.pdf>. Acesso em: 13 de setembro de 2015. CIESLAK, F.; LEVANDOSKI, G.; GÓES, S. M.; SANTOS, T. K.; VILELA Jr, G. B. V.; Craig CL, Marshall AL, Sjostrom M, Bauman, E, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc. 2003; 35:1381-95. GUEDES, D. P.; SANTOS, C. A. dos; LOPES, C. C. Estágios de mudança de comportamento e prática habitual de atividade física em universitários. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum, v. 8, n. 4, p. 05-15, 2006. HALLAL, P.C.; ANDERSEN, L.B., BULL, F.C.; et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, v.380, p.247-257, 2012. MARTINS, T. G.; ASSIS, M. A. A. de; NAHAS, M. V.; GAUCHE, H.; MOURA, E. C.; Inatividade física no lazer de adultos e fatores associados / Inactividad física en ocio de adultos y factores asociados / Leisure-time physical inactivity in adults and factors associated. Revista Saúde Publica. v. 43, n. 5, p. 814-824, 2009. 41 MATSUDO, S.; ARAUJO, T.; MATSUDO, V.; ANDRADE, D.; OLIVEIRA, L.; BRAGGION, G. Nível de atividade física sócio-econômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. v.10, n.4, p.41-50, 2002. RODRIGUES, E. S. R.; CHEIK, N. C.; MAYER, A. F.; Nível de atividade física e tabagismo em universitários. Rev. Saúde Pública. v.42, n.4, p.672-8, 2008. DUMITH, S.C.; GIGANTE, D.P.; DOMINGUES, M.R.; KOHL, H.W.; Physical activity change during adolescence: a systematic review and a pooled analysis. International Journal of Epidemiology. 40 (3), 685-698. SILVA, G. S. F.; BERGAMASCHINE, R.; ROSA, M.; MELO, C.; MIRANDA, R.; FILHO, M. B.; Avaliação do nível de atividade física de estudantes de graduação das áreas saúde/biológica. Rev Bras Med Esportes. v. 13, n. 1, p. 39-42, 2007. SOUZA, L. A.; INÊS, L. L.; PAIVA, T. A.; MELO, J. G.; RECHENCHOSKY, L.; Qualidade de vida de acadêmicos de educação física: ingressantes e concluintes. Coleção Pesquisa em Educação Física. v.11, n.5,p. 129-136, 2012. ZAMAI, C.A.; RODRIGUES, A. A.; BANKOFF, A. D. P.; DELGADO, M. A.; BRAGA, L.E.S.; FILOCOMO, M.; Análise do Nível de Atividade Física de Estudantes do Curso de Educação Física da Universidade Paulista. Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v.8, n.11, jul/dez 2007. 42 AUTONOMIA E DEMOCRACIA NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA PÚBLICA ROBINSON BARROS MENDONÇA¹; GIOVANNI FELIPE ERNST FRIZZO² ¹ Universidade Federal de Pelotas – [email protected]; ² Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO O presente texto trata de discutir a organização do trabalho pedagógico na escola pública. Através de uma investigação elucidada por autores críticos ao modelo de educação orientada pela esfera de mercado. O debate central permeia a contradição na proposta difundida pelos documentos oficiais (PCN/PPP) e a materialização da organização do trabalho pedagógico na escola pública, a qual deveria buscar efetivar uma formação autônoma e a democrática. Concluiu-se que embora o capital ordene modificações no sistema educativo para desenvolver o ensino racional e uma formação unilateral, existem mecanismos possíveis e propostas superadoras para fomentar uma formação consciente e emancipatória no rumo da educação contra hegemônica. Palavras-chave: Educação Escolar; Autonomia; Democracia. 1. INTRODUÇÃO A partir de pesquisas desenvolvidas sobre a organização do trabalho pedagógico da educação física nas redes públicas municipais de ensino do município de Nova Santa Rita e de Pelotas no Estado do Rio Grande do Sul, o presente ensaio pretende discutir a autonomia e democracia na organização do trabalho pedagógico da escola pública a partir da compreensão da função social da escola na atualidade e das formulações teóricas que rompem com o modelo de educação voltada ao mercado. Nesse sentido, os processos de auto-organização e de envolvimento direto dos trabalhadores da educação e dos estudantes na construção de projetos alternativos de educação e escola se tornam necessidades que, nos limites da escola capitalista, traz em si a perspectiva de ruptura 43 como o modo de produção do capital. Contribui nesse caminho o relato de estudantes participantes de uma das pesquisas que realizamos: [...] respondi as perguntas que nunca me foram perguntadas. Eu sei que não vai fazer diferença se eu responder”; “as perguntas foram muito criativas e agradeço vocês se interessarem pelo que nós, alunos, pensamos”; “adorei responder isso, poucos dão valor para a opinião dos alunos, isso é raro! Obrigada pela oportunidade”. Esses fragmentos expressam a forma como o alunado fica alijado de qualquer intervenção no seu próprio processo formativo, não estão acostumados a serem perguntados sobre o que pensam e o que podem contribuir para a organização do trabalho pedagógico, ou seja, de sujeitos passam a objetos da escola capitalista (FRIZZO 2012, p.130). É explicitado por autores; FRIZZO (2012), PISTRAK (2011), RODRIGUES (1992), que a organização do trabalho pedagógico tem se materializado na escola pública sem levar em consideração a participação dos estudantes, assim como suas manifestações de insatisfação não recebem guarida no processo escolar ao qual estão submetidos. Nesse entendimento, PISTRAK (2011, p. 146) aponta que “o ensino escolar, como se faz normalmente, não é agradável às crianças, não as atrai, não cria nelas uma tendência interior a se formar, sobretudo se não compreendem os objetivos desse ensino”. Ainda hoje se pode perceber que a dita pedagogia tradicional prevalece como proposta de ensino, colaborando nesse entendimento SAVIANI (1993, p.18) afirma que a “escola se organiza, pois, como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes são transmitidos”. Contribui para essa discussão sobre o papel docente, o apontamento de retirada do elemento trabalho na organização do trabalho pedagógico, tal qual afirma FREITAS (1995, p.104). O papel do professor na organização da escola atual serve para alienar os alunos do trabalho material. Sua colocação, como mediador, está baseada na possibilidade de separar os alunos e o saber do trabalho -–- trabalho que é o verdadeiro e natural mediador das relações entre o homem e a natureza. 1. METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODOS) 44 O embasamento teórico fundante desta pesquisa será o Materialismo HistóricoDialético, compreendido como uma postura ou concepção de mundo, um método que permite uma apreensão radical da realidade objetiva e enquanto práxis, unidade da teoria e da prática para a transformação da realidade do proletariado (TRIVIÑOS, 1987). Em outras palavras: O materialismo dialético é a base filosófica do marxismo e como tal realiza a tentativa de buscar explicações coerentes, lógicas e racionais para os fenômenos da natureza, da sociedade e do pensamento. Por um lado, o materialismo dialético tem uma longa tradição na filosofia materialista e, por outro, que é também antiga concepção na evolução das idéias, baseia-se numa interpretação dialética do mundo (TRIVIÑOS, 1987 p.51). 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando no inicio abordávamos a insatisfação dos educandos e ao longo dessa revisão tangenciamos pontos como os momentos de ruptura ou mesmo movimentos de resistência, faz-se alusão para o sentimento de falta de pertencimento ou apropriação da escola por parte dos estudantes. Nesse sentido é necessário compreendermos a autoorganização escolar explicitado por FREITAS (1995, p.111) Trata-se da participação crítica na formulação do projeto politico pedagógico da escola e na sua gestão. Implica a valorização do coletivo de alunos e professores como instância decisória que se apropria da escola de forma crítica. Mais ainda, significa que tal apropriação se estenda ao interior da ação pedagógica, rompendo as formas autoritárias de apropriação/objetivação do saber. Um ambiente que predominantemente não gera autonomia, em que os estudantes são intimidados a ceder e serem obedientes às regras e exigências da escola capitalista, não contribui para uma formação emancipada. Colaborando nesse mesmo pensamento, FREITAS (1995, p.112) a “auto-organização dos alunos visa permitir que participem da condução da sala, da escola e da sociedade, vivenciando, desde o interior da escola, formas democráticas de trabalho que marcarão profundamente sua formação”. A autonomia é um elemento de suma importância para a formação humana e para 45 PISTRAK (2011 p. 145) “os objetivos da autonomia das crianças inserem-se no quadro dos objetivos fundamentais de nossa educação”, entretanto, qual forma efetivamente assume na organização do trabalho pedagógico nos mais diversos contextos escolares? Segundo PISTRAK (2011, p. 150) “a auto-organização, baseada no desenvolvimento do coletivo infantil, ou seja, a que ajuda a inculcar nas crianças o hábito de viver e de trabalhar em coletivo”, deverá desenvolver-se como base para a formação humana orientada por meio de processos democráticos e amparada pela relação dialógica entre alunado/professorado. Entendendo a autonomia dos indivíduos como base fundamental para auto-organização, consequentemente para o avanço das possibilidades de estruturação da democracia. As contradições na organização do trabalho pedagógico da escola pública não se restringem somente ao alunado, o próprio papel do professorado no sistema educacional tem sido submetido a uma nova condição, a qual tem reduzido seu poder de decisão, por conseguinte diminuído sua autonomia. Como destaca FRIZZO (2012), o Conselho de Classe na escola está desempenhando a função de aprovar alunos que não tem condições de aprendizagem satisfatória. Com intuito de atender normas impostas pela secretaria de educação, a fim de assegurar um percentual mínimo de reprovações garantindo o financiamento. Evidencia-se com base nessa reflexão que o professorado exerce a docência mediante a imposição de limitações, contudo estas avançam para outras instâncias como, por exemplo, a Lei nº 11.738/2008, a qual regulamenta o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Subentendida como uma conquista da categoria dos trabalhadores da educação e a garantia de um valor mínimo padrão para sua subsistência. No entanto, a realidade demonstra incoerência, devido ao fato desses trabalhadores necessitarem lutar pelo cumprimento da lei. Embora esteja em vigor há sete anos e o salário base atualmente avaliado em R$1.917,78 para uma jornada de 40 horas semanal, permanece sendo descumprida pelo poder público em diversas regiões, inclusive no estado do Rio Grande do Sul e na cidade de Pelotas (objeto de nossas investigações). A luta do professorado brasileiro pelo pagamento do piso salarial é um exemplo significativo da busca pelo exercício da emancipação, a reivindicação pelo cumprimento e 46 manutenção dos seus direitos adquiridos. Entretanto, essa virtude autônoma, autoorganizada por essa categoria, visando o processo democrático de externar sua opinião sobre o descumprimento, alteração e retirada de direitos, tem sido transformada em conflitos bélicos como recentemente esboçado no estado do Paraná. Resposta truculenta e autoritária que por si só ironiza o próprio slogan brasileiro intitulado pelo governo federal como “Brasil Pátria Educadora” no presente ano, situação que não se fixa exclusivamente a esse estado da federação, tampouco aos últimos anos. Cabe destacar ainda que desde o começo do ano letivo até agora a categoria dos trabalhadores da educação já deflagraram greve em dez estados brasileiros. Somente se experimenta de maneira restrita o dever de respeitar as leis vigentes, participar obrigatoriamente dos processos eleitorais com intuito de repassar uma “procuração” aos parlamentares eleitos, através dos quais o capital fará o proletariado ingênuo e submisso a seus fetiches/interesses (FRIGOTTO, 2010). As contradições da pedagogia capitalista na educação regulada pela esfera de mercado, só podem ser superadas por meio da pedagogia socialista com base no materialismo histórico dialético (MÉSZÁROS 2008), objetivando os interesses dos trabalhadores e a participação das massas na organização do Estado. No Brasil há mais de 30 anos RODRIGUES (1992) escrevia sobre três aspectos que afloravam na discussão da democratização escolar, são eles democratizar os processos administrativos (exemplo: eleição para escolha dos diretores), a universalização do acesso à escola e democratizar os processos pedagógicos. Entretanto, exceto a conquista da universalização do acesso à escola seguimos atualmente convivendo em contextos escolares autoritários (FRIZZO, 2012). A luta pela democratização escolar não é recente e mesmo assim requer a superação dos antigos e remanescentes paradigmas da organização do trabalho pedagógico. Todo professor ou trabalhador da educação deve se mobilizar pela abolição de tais processos desiguais no contexto escolar, do contrário de qual modo se oferecerá a formação de um cidadão crítico, participativo, emancipado para intervir na realidade se desde a mais tenra idade não tem oportunizado o exercício de sua autonomia, tampouco a convivência em espaços democráticos. 47 3. CONCLUSÃO Analisando a área da educação percebe-se que o desencadear do autoritarismo e dos processos antidemocráticos ocorrem tanto no microssistema quanto no macrossistema da organização do trabalho pedagógico. Os processos de opressão permeiam as diversas relações desde o poder exercido pelo Estado passando por secretarias de educação, diretores, coordenadores, professores até sobrepor ao alunado um fardo diversificado em exemplos da imposição de interesses. A luta pela democratização escolar não é recente e mesmo assim requer a superação dos antigos e remanescentes paradigmas da organização do trabalho pedagógico. Todo professor ou trabalhador da educação deve se mobilizar pela abolição de tais processos desiguais no contexto escolar, do contrário de qual modo se oferecerá a formação de um cidadão crítico, participativo, emancipado para intervir na realidade se desde a mais tenra idade não tem oportunizado o exercício de sua autonomia, tampouco a convivência em espaços democráticos. O estabelecimento dos objetivos educacionais na escola são concebidos por mecanismos criados através das políticas educacionais de avaliação externa e do financiamento do sistema escolar brasileiro. Os professores são colocados à margem das definições a respeito do seu próprio trabalho na escola, o que se pode suscitar a respeito do alunado arrolado no contexto escolar a reproduzir e obedecer, sob o discurso propagado de que assim, se tornará mais crítico, autônomo e cidadão, no entanto, alienado do processo e do produto do seu trabalho, pois os objetivos do trabalho pedagógico respondem a interesses e demandas do capital e não dos sujeitos envolvidos. A partir desses apontamentos e das construções teóricas que rompem com o modelo de educação voltada ao mercado é que se afirma que para avançar na criação de uma alternativa educacional significativamente diferente e fomentar uma formação emancipatória no rumo da educação contra hegemônica, será preciso romper com a lógica do capital, bem como os demais processos constituintes da escola capitalista. 48 4. REFERÊNCIAS FREITAS, L.C. de. Crítica da Organização do trabalho pedagógico e da Didática. Campinas: Papirus, 1995. FRIGOTTO, G. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez, 2010. FRIZZO, G.F.E. A Organização do Trabalho Pedagógico da Educação Física na Escola Capitalista, 2012. 263f. Tese (Doutorado em Educação Física) - Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano. Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MEC/INEP. Piso Salarial de Professores. Brasília: 2015. MÉSZÁROS, I . Educação Para Além do Capital. São Paulo: Boitempo, 2008. PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Disciplina de Educação Física, Ensino Fundamental II. Brasília: 1998. Acessado em 10 mar. 2015. Online. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12657%3Apar ametros-curriculares-nacionais-5o-a-8o-series&catid=195%3Aseb-educacaobasica&Itemid=859 PISTRAK, M.M. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2011. RODRIGUES, N. Da mistificação da escola à escola necessária. São Paulo: Cortez, 1992, 6v. SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 1993, 27v. TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 49 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE REPOSITORES ENERGÉTICOS CÁTIA FERNANDES LEITE1; EDUARDO RIBES KOHN2; CLÁUDIO RAFAEL KUHN3 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense – Discente do Programa de Pós-Graduação em Química Ambiental – [email protected] 2 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense – Professor Dr. Orientador do Programa de Pós-Graduação em Química Ambiental – [email protected] RESUMO: O consumo de isotônicos pode evitar a fadiga e aperfeiçoar o desempenho. Cuidados na manipulação, preparo e estocagem devem ser destacados, pois as alterações na qualidade do produto são decorrentes da contaminação microbiológica. O objetivo deste estudo foi identificar os níveis de contaminação por microrganismos indicadores em repositores energéticos utilizados por atletas. A contagem de mesófilos foi feita através de semeadura em Ágar Padrão de Contagem e incubação em temperatura de 37°C. A enumeração dos fungos foi realizada com inoculação em placas com Ágar Batata Dextrose acidificado e incubado a 26°C. Ambos os resultados foram expressos em UFC/g. Os resultados indicam que houve um alto índice de contaminação entre os produtos consumidos pelos atletas, atingindo níveis na ordem de 104 e 105 UFC/g. Recomenda-se atenção aos cuidados de higiene durante a manipulação, preparo e armazenamento para que seja preservada a qualidade do produto e a saúde dos atletas. Palavras-chave: Bebidas Energéticas; Atletas; Fungos; Bactérias. 50 1. INTRODUÇÃO O treinamento extenuante pode provocar um desequilíbrio hídrico e eletrolítico, o que pode acarretar num variável grau de desidratação (SIQUEIRA et al., 2012). O consumo de soluções repositoras e hidratantes contendo variadas quantidades de eletrólitos semelhantes ao sangue humano e outros nutrientes como carboidratos em diferentes formas (glicose, sacarose, frutose e polímeros de glicose – maltodextrina), podem evitar ou diminuir algumas das respostas que o exercício produz no organismo e que são, ou podem ser, causa de fadiga (GUERRA, 2004; ROMBALDI; SAMPEDRO, 2001). Além disso, contribuem para a estabilidade do balanço energético, fundamental para a manutenção da massa magra, regulação das funções imune e reprodutiva, além de aperfeiçoar o desempenho atlético (GUERRA, 2004; LEE et al., 2008). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, na sua Resolução RCD n°18, de 27 de abril de 2010, os repositores energéticos são classificados em suplementos hidroeletrolíticos, ou seja, aqueles em que devem ser utilizados sais inorgânicos como fonte de sódio associados a variadas concentrações de carboidratos, podendo ainda ser, adicionadas vitaminas e minerais (BRASIL, 2010). Na segunda categoria de repositores estão os suplementos energéticos, que devem conter no mínimo 75% de carboidratos e opcionalmente poderão ser adicionadas vitaminas e minerais, além de lipídeos e proteínas. Esta última classificação de suplementos são os produtos que apresentam as fórmulas compostas por nutrientes que garantem o alcance e/ou a manutenção do nível apropriado de energia para os atletas (FERREIRA et al., 2009). Produtos industrializados para dar sabor aos suplementos energéticos são incluídos nas formulações destes compostos. Tradicionalmente, os isotônicos têm sido preparados utilizando-se corantes e aromatizantes artificiais e também conservantes (MARCHI; 51 MONTEIRO; CARDELLO, 2003). Conforme Petrus & Faria (2005) a fabricação destes repositores é uma mistura de ingredientes, na qual o sabor básico dos eletrólitos presentes na bebida é pouco agradável e a adição de flavorizantes à base de frutas é uma prática comum. Cuidados especiais a estes suplementos devem ser destacados, pois segundo Marchi et al. (2003), as alterações na qualidade das soluções à base de frutas envolvem mudanças físico-químicas, microbiológicas e sensoriais que podem estar relacionadas ao tratamento térmico, composição química e qualidade da solução, oxigênio dissolvido e presente no espaço livre, temperatura de estocagem, embalagem e superfície de contato, entre outros fatores. Além disso, a elevada acidez das soluções esportivas, com pH próximo a 3,5 favorece, principalmente, o desenvolvimento de bolores e leveduras, com o comprometimento da sua qualidade higiênica durante os períodos de estocagem e acelerando a sua deterioração (PETRUS; FARIA, 2005). As soluções com adição de frutas processadas devem apresentar ausência de injúrias, condições de armazenamento adequadas, cuidado no manuseio e baixas temperaturas do produto final (GARCIA et al., 2012). Outro aspecto importante sobre os repositores/isotônicos é a sua contaminação por microrganismos patogênicos. A proliferação de microrganismos é diretamente dependente da sua capacidade de hidrolisar os carboidratos que são fonte primária de energia para o seu crescimento, sendo que o aumento na concentração de glicose pode ser um importante e precoce indicador de contaminação (LOPES et al., 2012). O controle microbiológico das soluções é muito importante, pois através de indicadores microbianos é possível avaliar as condições higiênicas e sanitárias das várias etapas do processamento do produto, evitandose a presença de agentes de toxinfecção (QUARESMA et al., 2009). Para que as soluções sejam produzidas sem risco de contaminação é preciso que sejam preparadas sob condições rígidas de higiene. Estas práticas de preparo devem atender aos padrões microbiológicos, microscópios e físico-químicos estabelecidos pela legislação específica (BRASIL, 2002). O que nem sempre é observado no meio esportivo, 52 pois grande parte dos atletas preparam suas próprias soluções energéticas/repositoras, o que aumenta as chances de contaminação microbiana destes isotônicos. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi identificar os níveis de contaminação das soluções esportivas e repositores energéticos por microrganismos indicadores, oriundos de procedimentos de manipulação, preparo e estocagem inadequados. 2. METODOLOGIA As amostras foram selecionadas de forma aleatória e coletadas junto aos atletas da modalidade de atletismo, nos seus locais de treinamento e em clubes de futebol profissional. Foram avaliados os isotônicos/repositores de cinco atletas individuais e dois clubes de futebol. As amostras fornecidas pelos atletas foram as vendidas no comercio e as preparadas pelos próprios competidores. Os produtos variaram em suas formas líquidas e sólidas (pó comercial). A amostragem foi feita de maneira padronizada seguindo as normas da ANVISA Resolução RCD n°12, de 02 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001). As amostras líquidas foram coletadas utilizando-se recipientes estéreis e para as amostras sólidas foram usados sacos plásticos esterilizados. Os recipientes e os sacos plásticos foram acondicionados em caixa isotérmica e levados ao local ao local de coleta, sendo abertos somente na hora da coleta a ser feita. Logo, após foram transportados imediatamente para o Laboratório de Análises Microbiológicas (LAMI) do Curso Técnico em Química do IF Sul-rio-grandense, Campus Pelotas, para a condução das análises microbiológicas de enumeração de bactérias mesófilas e de fungos. Sob condições de assepsia, a amostra foi pesada 25g (ou mL), diluída e homogeneizada adequadamente em 225mL de solução salina 0,85%, para obtenção da primeira diluição inicial (10-1); então, se retirou desta diluição uma alíquota de 1,0mL, 53 transferindo-a para tubo de ensaio contendo 9,0mL do mesmo diluente para obter-se a diluição 10-2. Desta diluição, repetiu-se o procedimento para a obtenção da diluição 10-3 (DOWNES; ITO, 2001; SILVA et al., 2007). A contagem de bactérias mesófilas foi feita através de semeadura tipo spread plate em Ágar Padrão de Contagem (Plate Count Agar, PCA), seguida de incubação em temperatura de 36±1°C por 48 horas, sendo os resultados expressos em Unidades Formadoras de Colônias/grama (UFC/g) (DOWNES; ITO, 2001; SILVA et al., 2007). Para enumeração dos fungos foi realizada a inoculação spread plate em placas com Ágar Batata Dextrose (Potato Dextrose Agar, PDA) acidificado com ácido tartárico a 10% e incubação a 25±1°C, por sete dias, sendo os resultados expressos em UFC/g (DOWNES; ITO, 2001; SILVA et al., 2007). Ao total foram analisadas 20 amostras e em duplicatas. Os resultados das contagens foram logaritmizados e analisados estatisticamente através da análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Tuckey para a comparação entre as médias e correlações. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este estudo teve como objetivo identificar os níveis de contaminação das soluções esportivas por microrganismos indicadores. Conforme o previsto houve um alto índice de contaminação destas soluções entre os produtos consumidos pelos atletas (figura 1). Conforme a figura 1, observa-se que os repositores/isotônicos avaliados neste estudo apresentaram contaminações por indicadores higiênicos, atingindo níveis na ordem de 104 e 105 UFC/g. Este dado é importante, pois representa um comprometimento da qualidade do produto utilizado e expõe os consumidores a uma situação de risco à saúde. 54 Figura 1. Níveis de contaminação microbiológica de repositores energéticos utilizados por atletas e clubes de futebol (p<0,05). No presente estudo também se identificou que não houve diferença significativa (p>0,05), tanto entre o tipo de usuário (atletas e clubes) como entre o tipo de repositor utilizado (líquido ou sólido), apresentando tendências semelhantes nas duas ocasiões (figura 2). 55 Figura 2. Contaminação microbiana em função do tipo de repositor (L: líquido; S:sólido) (p>0,05). Este estudo identificou uma alta contagem de bactérias aeróbias mesófilas, bem como elevada contagem de fungos em isotônicos/repositores energéticos. Resultados semelhantes foram encontrados na literatura. Em um estudo que avaliou o teor microbiológico de uma bebida energética consumida por populares da cidade do Belém do Pará, evidenciou-se uma contagem de bactérias aeróbias mesófilas variando entre 25 UFC/mL e 1,9x105 UFC/mL sendo um indicativo de patógenos mesófilos de origem humana ou animal. Neste mesmo estudo a contagem de bolores e leveduras apresentou valores no intervalo de 3,2 x 102 UFC/mL a 2,2 x 105 UFC/mL, sendo que 43,3% das amostras não se enquadraram nos padrões da Portaria n°451, indicando uma contaminação potencialmente toxigênica conforme a Resolução n°12 da ANVISA (QUARESMA et al., 2009). 56 Em outro estudo que avaliou a contaminação microbiológica de bebida isotônica elaborada com suco concentrado, identificou-se que tanto a contagem de bactérias aeróbias mesófilas quanto contagem de bolores e leveduras não estiveram dentro dos parâmetros normais estabelecidos pela ANVISA (MARTINS et al., 2011). Na avaliação microbiológica de um isotônico de maracujá observou-se que a contagem de bolores e leveduras foi baixa e as contagens de microrganismos aeróbios mesófilos totais também esteve baixa (MARCHI; MONTEIRO; CARDELLO, 2003) discordando dos resultados apresentados no presente estudo. Em uma bebida eletrolítica estudada sobre os aspectos microbiológicos, observou-se que houve uma contagem microbiológica de mesófilos aeróbios, fungos e leveduras relativamente baixa (FONTES et al., 2015). Outro dado importante ao se analisar os repositores energéticos/isotônicos é a ampla variedade de produtos disponível no mercado e que através da sua formulação pode ter uma maior ou menor exposição aos microrganismos. A maneira como estes produtos são preparados e estocados também interferem na sua qualidade. Cuidados devem ser tomados na manipulação de alimentos, pois os manipuladores podem ser portadores assintomáticos de várias doenças, ao contaminarem estas substâncias podem desencadear surtos de toxinfecções (KUHN et al., 2012). Os repositores energéticos/isotônicos são produtos amplamente utilizados no meio esportivo para aumentar o desempenho pela oferta de carboidratos. Soluções carboidratadas podem ocasionar elevação no conteúdo de hemoglobina (LEITE et al, 2013) e no estoque de glicogênio renal (LEITE; ROMBALDI, 2015), além de também ser efetiva ao poupar o conteúdo de glicogênio hepático (LEITE; ROMBALDI, 2015). No meio esportivo, na maioria dos casos, os atletas não dispõem de recursos para um suporte técnico adequado ao exercício pleno de sua atividade física. Assim, preparam por conta própria, seus repositores energéticos/isotônicos, sob condições inadequadas de manipulação e estocagem, expondo os produtos à contaminação microbiológica, assim como o evidenciado por este estudo. 57 4. CONCLUSÕES O presente estudo demonstrou que existe uma alta contaminação microbiana em repositores energéticos utilizados por atletas de competições individuais e de esportes coletivos, provavelmente por condições inadequadas nos procedimentos de manipulação, preparo ou armazenamento destes isotônicos. Recomenda-se uma atenção maior aos cuidados de higiene e assepsia para a manipulação, preparo e armazenamento desses produtos, para que seja preservada a sua qualidade do produto e a saúde dos atletas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução n° 12, de 02 de janeiro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília-DF. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução n° 2, de 07 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília-DF. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução n° 18, de 27 de abril de 2010. Diário Oficial da União, Brasília-DF. DOWNES, F. P., ITO, H. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4. ed. Washington: American Public Health Association (APHA), 2001. FERREIRA, F.G.; ALTOÉ, J.L.; SILVA, R.P.; TSAI, L.P.; FERNANDES, A.A.; BRITO, C.J.; MARTINS, J.C.B. 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DIONISIO 2, YURI GARCIA 2 QUÉREM PRISCILA RIZZA 2, VANESSA MARTINS 2, 1 Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal de Pelotas. – [email protected] 2, Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia - [email protected] 2, Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia - [email protected] 2, Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia - [email protected] 2, Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia - [email protected] INTRODUÇÃO. Este estudo objetivou identificar e comparar o padrão eletromiográfico (EMG) dos principais músculos envolvidos no exercício abdominal tradicional e em um exercício modificado (Abdominal Flavio M. Pereira). METODOLOGIA. Participaram do estudo 40 indivíduos jovens, saudáveis e sedentários, com média de idade de 22,7 anos (+ 2.82), 20 homens e 20 mulheres. Utilizou-se acelerômetro e os sinais EMG foram captados pelo sistema de aquisição de dados EMG1230WF. A atividade EMG dos músculos grande dorsal, deltoíde posterior, reto abdominal e oblíquo externo foi registrada durante os dois exercícios. RESULTADOS. A atividade EMG dos músculos estudados foi maior nos exercício modificado do que no exercício tradicional durante a fase concêntrica do movimento, com a vantagem de produzir ativação do músculo grande dorsal. CONCLUSÕES. Isto sugere que a região lombar tem maior estabilidade nesse exercício e poderia ser utilizado nas situações em que há limitação, dor ou necessidade de maior estabilização nessa região. Palavras-chave: Exercício abdominal, eletromiografia, região lombossacral. 1. INTRODUÇÃO Os músculos da parede antero-lateral do tronco são importantes componentes para estabilização da coluna vertebral, especialmente no segmento lombar (NEUMANN, 2010; 62 HAMILL, KNUTZEN, 2012), bem como na estabilização do tronco para os movimentos dos membros superiores e inferiores (RUTKOWSKA-KUCHARSKA, SZPALA, 2010; SILFIES et al., 2015), desde que o tronco estável é fundamental para que os movimentos dos membros sejam efetivos (BARR, GRIGGS, CADBY, 2005; HAMILL, KNUTZEN, 2012). Os músculos abdominais possuem funções fisiológicas como a proteção das vísceras e o aumento de pressão intratorácica para expiração. No entanto, há também possuem funções cinesiológicas como mover e estabilizar o tronco, estabilizar as inserções proximais dos músculos do quadril e joelho, dar suporte ao segmento lombar e articulação sacroilíaca, especialmente durante condições de grande esforço (NEUMANN, 2010). Neumann (2010) também descreve que os abdominais são formados bilateralmente pelo reto, oblíquos internos externo e transversos do abdômen. A ação bilateral dos abdominais tem como conseqüência a flexão do tronco, inclinação posterior da pelve e aumento na tensão da aponeurose toracolombar. O aumento de tensão na aponeurose toracolombar produz maior estabilização da coluna lombar e funciona como um fator limitante para a flexão do tronco, diminuindo a tensão nos músculos eretores da espinha posteriores (HAMILL, KNUTZEN, 2012). A redução da fraqueza dos músculos abdominais pode ser encontrada em diversas situações, desde indivíduos atletas (MONFORT-PAÑEGO et al., 2009), sedentários (AROKOSKI et al., 2001), e em diversas situações patológicas, sejam elas relacionadas a disfunções musculoesqueléticas (MONFORT-PAÑEGO et al., 2009) ou em disfunções neuromusculares (FUJITA et al., 2015). Os músculos abdominais reduzem o estresse da coluna lombar, embora dependente da posição dos membros (RUTKOWSKAKUCHARSKA, SZPALA, 2010) e, portanto, durante o programa de treinamento ou de reabilitação é fundamental a inclusão de exercícios abdominais (ESCAMILLA et al., 2006). Muitos estudos eletromiográficos tem procurado responder a questão de qual são as posições adequadas para ativar os abdominais (LEHMAN, MCGILL, 2001; ESCAMILLA et al., 2010; RUTKOWSKA-KUCHARSKA, SZPALA, 2010), desde movimentos mais estáveis usando o abdominal tradicional até aqueles que utilizam superfícies instáveis como a bola suíça (ESCAMILLA et al., 2010) e obter melhores resultados, minimizando o potencial de lesão (MCGILL, 1995). 63 O exercício abdominal considerado tradicional é aquele realizado em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados a 90º, os braços ficam estendidos até tocar na parte lateral do joelho e os pés ficam apoiados no chão. Dessa maneira, o indivíduo faz a flexão de tronco até no máximo 35º a 40º para não flexionar o quadril, elevando até que ambas as escápulas não fiquem encostadas no solo e, em seguida, retorna à posição inicial (ESCAMILLA et al., 2010). No entanto, muitos indivíduos que apresentam grande fraqueza muscular e/ou com fortes dores acabam por limitar o uso de exercícios abdominais tradicionais, especialmente indivíduos idosos, obesos (LAKERVELD et al., 2011), com dor (BARR, GRIGGS, CADBY, 2005) e ou quando há instabilidade lombar, a qual é um dos subgrupos do sistema de classificação da dor lombar (FRITZ, CLELAND, CHILDS, 2007). Em todos os casos, a prática de atividade física fica comprometida. Aqui é proposto um exercício que modifica o abdominal tradicional, mantendo a posição de base, mas associam-se os membros superiores a ação dos abdominais, de forma a produzir maior estabilidade lombar e conforto para aqueles que têm grande fraqueza abdominal. Foi hipotetizado neste estudo que a modificação do abdominal tradicional seria tão efetiva quanto o abdominal tradicional com a vantagem de maior ativação do músculo grande dorsal, o qual ajudaria na estabilização da coluna lombar pelo aumento de tensão da fáscia toracolombar. Isto seria altamente desejável, de forma a proteger a região de maior dano tecidual, minimizar a ocorrência de dor e potencializar a capacidade de recueração da força dos músculos abdominais. Assim, o objetivo do presente estudo foi identificar e comparar o padrão eletromiográfico dos principais músculos envolvidos no exercício abdominal tradicional e no modificado. 2. METODOLOGIA Participaram deste estudo 40 indivíduos jovens, saudáveis e sedentários, com faixa etária de 18 a 30 anos (22,7 + 2.82), sendo 20 homens e 20 mulheres (Tabela 1). Os critérios de elegibilidade foram a faixa etária (18 a 30 anos), sedentários e que não praticam atividades físicas no mínimo nos últimos 3 meses, com índice de percentual de gordura considerado normal (18% a 25%). Foram excluídos do estudo indivíduos que apresentaram acometimentos musculoesqueléticos e neuromusculares que pudessem influenciar os resultados. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. 64 Tabela 1: Caracterização da amostra. SEXO IDADE PESO ALTURA % Gordura MULHERES (n=20) 22,1+2,20 56,1+7,21 1,64+0,05 20.9+2,76 HOMENS (n=20) 22,6+3,64 71,6+11,0 1,75+0,05 22,6+2,06 Eletrodos de superfícies descartáveis Ag-AgC1 foram posicionados bilateralmente nos músculos grande dorsal (GD), deltóide posterior (DP), reto abdominal (RA) e obliquo externo (OE). Para o reto abdominal , os eletrodos foram colocados bilateralmente 3 cm na lateral da cicatriz umbilical (AROKOSKI et al., 2001; BROWN, VERA-GARCIA, MCGILL, 2006). Em relação ao obliquo externo, os eletrodos foram posicionados entre a espinha ilíaca ântero-superior e a borda inferior da caixa torácica em um ângulo ligeiramente obliquo, sendo paralelo com as fibras subjacentes (AROKOSKI et al., 2001). Para captação dos sinais do grande dorsal os eletrodos foram colocados na lateral de T9 sobre o ventre muscular (BROWN, VERA-GARCIA, MCGILL, 2006). O deltóide posterior, por suas vez, tive os sinais captados colocando os eletrodos centralizados 2,5 centímetros inferiormente a margem posterior do acrômio (REINOLD et al., 2007). Para a captação do movimento foi utilizado um acelerômetro (o qual mede a aceleração nos eixos x, y e z) colocado sobre o manúbrio do esterno. O sinais do acelerômetro e os sinais EMG foram sincronizados pelo sistema de aquisição de dados EMG1230WF (EMG System do Brasil) com 106 dB CMRR, filtro passa banda com frequência de corte de 10ª 500 Hz, 2 kHz frequência de aquisição e um conversor A/D de 16 bits. O fio terra foi colocado no processo estilóide do braço direito. Os sinais do acelerômetro na direção x refletiram o deslocamento médio-lateral, Y o deslocamento vertical e Z o deslocamento ântero-posterior do indivíduo. A pele do voluntário foi esterilizada e limpa com álcool, nos voluntários com pelos no local de fixação do eletrodo. Objetos pertencentes ao sujeito foram retirados para que não ocorresse interferência no momento da análise eletromiográfica. Os sujeitos executaram cinco repetições em cada exercício, sendo permitido um intervalo de no mínimo 3 minutos entre os exercícios. Utilizou-se uma moeda para determinar a ordem de execução dos exercícios, tendo sido portanto, randomizada. 65 Exercício 1 – Abdominal Tradicional (ABDT), foi executado partindo do decúbito dorsal, com os joelhos flexionados a 90°, os braços estendidos até tocar na lateral do joelho, onde o tronco foi flexionado em torno dos 35° a 40°, e os pés fixos no chão. O voluntário elevou o tronco até as escápulas deixarem de ficar em contato com o solo. Exercício 2 – Abdominal Modificado (ABDM), foi realizado da mesma forma que o exercício 1, mas o individuo apoiou o cotovelo no chão com uma abdução de ombro de 30°, realizando o exercício sem que o cotovelo perca o contato com o solo, até as escápulas deixarem de ficar em contato com o solo. Este exercício foi proposto por um dos autores deste estudo a partir de práticas, reflexões e observações de aulas e atividades de ginástica escolar, com a finalidade de modificar a sequência natural de movimentos, na sua gestualidade objetiva, incluindo outros grupamentos musculares e articulações, ampliando a musculatura exigida (PEREIRA, 2005). Foi estabelecido um ângulo de 30º de flexão do tronco para a realização dos exercícios, sendo utilizado o goniômetro para definir a altura de 30° para cada voluntario, utilizando uma faixa atravessada horizontalmente para auxiliar o voluntário até o momento final do exercício. Os sinais eletromiográficos e do acelerômetro foram tratados off line nos Software Excel e por meio de uma rotina em MATLAB. Os sinais EMG foram retificados, filtrados a 25 HZ, e calculada a integral em duas diferentes fases a partir dos sinais do acelerômetro na direção Y (deslocamento vettical). A fase 1 foi definida o início e o pico do movimento (contração concêntrica); e a fase 2 entre o pico e final do movimento (contração excentrica). A média das 5 tentativas para cada sujeito foi calculada e organizada em tabelas para a análise estatística. O teste de KOLMOGOROV-SMIRNOV mostrou que os dados tiveram distribuição normal. Assim, for realizado o test t para amostras dependentes. Todos os testes foram utilizados por meio do pacote SPSS (versão 22). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 66 O comportamento da atividade muscular abdominal durante os exercícios abdominal tradicional e abdominal modificado são apresentados na figura 1. Os resultados revelam que o exercício de abdominal modificado produziu maior quantidade de atividade EMG nos músculos GDE, GDD, RAE, RAD, OEE e OED durante a fase 1 (subida) comparado ao exercício de abdominal tradicional (Figuras 1A, 1B, 1E, 1F, 1G E 1H respectivamente). Na fase 2 (descida) o exercício de abdominal modificado produziu menor atividade EMG dos músculos DPE e DPD comparado ao exercício de abdominal tradicional (Figuras 1C E 1D). O presente estudo teve por objetivo identificar e comparar o padrão eletromiográfico dos principais músculos envolvidos no exercício abdominal tradicional e no modificado (aqui denominado de Flávio M. Pereira). A mudança de posição dos membros para a realização de abdominal já tem sido feita em muitos estudos (AXLER, MCGILL, 1997; LEHMAN, MCGILL, 2001; ESCAMILLA et al., 2006; ESCAMILLA et al., 2010; RUTKOWSKA-KUCHARSKA, SZPALA, 2010) no entanto, a modificação classificada como “exercício misto” (PEREIRA, 2005) ainda não havia sido estudada. 67 A FASE 1 B FASE 2 FASE 1 GRANDE DORSAL ESQUERDO 1 1 0.8 0.8 0.6 * IEMG IEMG 0.6 FASE 2 GRANDE DORSAL DIREITO 0.4 0.4 0.2 0.2 0 0 * D C DELTÓIDE POSTERIOR ESQUERDO DELTÓIDE POSTERIOR DIREITO 1 1 0.8 0.8 * * 0.6 IEMG IEMG 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 0 0 E F RETO ANTERIOR ESQUERDO RETO ANTERIOR DIREITO 1 1 0.8 0.8 * * IEMG 0.6 IEMG 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 0 0 G H OBLÍQUO EXTERNO ESQUERDO OBLÍQUO EXTERNO DIREITO 1 1 0.8 * IEMG 0.6 IEMG 0.6 0.8 * 0.4 0.4 0.2 0.2 0 TRADICIONAL 0 MODIFICADO EXERCÍCIO TRADICIONAL MODIFICADO EXERCÍCIO 68 Figura 1. Eletromiografia integrada dos músculos grande dorsal, deltóide posterior, reto abdominal e oblíquo externo bilateralmente nas fases concentrica (fase 1) e excêntrica (fase 2) nos exercícios abdominais tradicional e modificado. Como consequência a comparação com outros estudos foi comprometida, uma vez que vários estudos usaram de equipamentos, ou o auxilio de outra pessoa, para a realização dos movimentos (AXLER, MCGILL, 1997; LEHMAN, MCGILL, 2001; ESCAMILLA et al., 2006; ESCAMILLA et al., 2010), e ainda houve muitas diferenças na posição dos membros (AXLER, MCGILL, 1997; LEHMAN, MCGILL, 2001; ESCAMILLA et al., 2006; ESCAMILLA et al., 2010; RUTKOWSKA-KUCHARSKA, SZPALA, 2010). Além disso, também houve diferenças metodológicas no tratamento do sinal EMG. Esses estudos acima citados realizaram a normalização pela máxima contração voluntária máxima enquanto que no presente estudo foi usada a normalização pelo pico de atividade de cada músculo. A excursão de movimento, em geral, foi alta na maioria dos estudos. No entanto, no presente estudo a elevação de 30 graus está de acordo com estudos prévios (ANDERSSON et al., 1997; RUTKOWSKA-KUCHARSKA, SZPALA, 2010), os quais revelaram que esta excursão de movimento gerou maior atividade dos abdominais. A despeito das diferenças metodológicas, a quantificação da atividade EMG foi a mesma para ambos exercícios tratados neste estudo, e portanto, os mesmos podem ser comparados. A hipótese era que no exercício modificado a atividade EMG seria similar ao abdominal tradicional com a vantagem de ativar simultaneamente o músculo grande dorsal. Os resultados mostraram que a atividade EMG dos abdominais foi melhor do que o abdominal tradicional além da importante ativação do grande dorsal. Essa melhor ativação ocorreu na fase 1 (contração concêntrica), momento em que os músculos venceram a ação gravitacional para elevar o tronco do solo. A maior vantagem na execução do exercício usando membros superiores, encontrase na ação do músculo grande dorsal (Figuras 1A e 1B). A maior ativação deste músculo aumenta a tensão da camada posterior da fáscia tóraco lombar (VLEEMING et al., 1995), aumentando a possibilidade de maior estabilização da região lombar (NEUMANN, 2010). 69 Durante a fase 2, onde foi usada a contração excêmtrica, todos os músculos reduziram sua atividade como esperado. No exercício tradicional, a aceleração da gravidade é freada pelos abdominais, enquanto que no exercício modificado, essa frenagem foi auxiliada pelos músculso grande dorsal. Embora a atividade do grande dorsal tenha sido similar entre os exercícios, o fato de no exercício modificado haver o apoio no solo pode ter sido suficiente para reduzir de forma mais intensa a atividade do músculo deltoíde posterior. Este estudo apresenta algumas limitações como o fato de não ter havido um controle rígido da posição da cabeça, o que poderia influenciar os resultados, no entanto, todos os participantes seguiram satisfatóriamente a orientação de manterem a cabeça alinhada com o tronco. O uso do acelerômetro não permitiu o controle da velocidade e nem é o parâmetro cinemático mais preciso, todavia o mesmo permitiu dividir o movimento em fases e determinar com maior precisão a quantidade de atividade EMG. Dessa forma, os dados do presente estudo podem ser considerados consistentes e servirem de apoio para estudos futuros na utilização da modificação de exercícios abdominais em situações em que há limitação, dor ou necessidade de maior estabilização da região lombar. 4. CONCLUSÕES De acordo com a metodologia utilizada o padrão eletromiográfico dos principais músculos envolvidos no exercício abdominal modificado foi superior ao exercício tradicional, mesmo com o auxílio dos membros superiores durante a fase concêtrica do movimento. 70 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSSON, E. A. et al. Abdominal and hip flexor muscle activation during various training exercises. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, v. 75, n. 2, p. 115-23, 1997. ISSN 0301-5548. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9118976 >. AROKOSKI, J. P. et al. Back and abdominal muscle function during stabilization exercises. Arch Phys Med Rehabil, v. 82, n. 8, p. 1089-98, Aug 2001. ISSN 0003-9993. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11494189 >. AXLER, C. T.; MCGILL, S. M. Low back loads over a variety of abdominal exercises: searching for the safest abdominal challenge. Med Sci Sports Exerc, v. 29, n. 6, p. 80411, Jun 1997. ISSN 0195-9131. 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Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada que continha um questionamento simples: O que para você é o futebol? A análise do conteúdo identificou as seguintes categorias: negócio, paixão, social/saúde e lazer, técnico/tática, sonho, minha vida e profissão. Conclui-se que a maioria dos treinadores definiram o futebol com respostas ligadas ao afetivo, recreativo e pessoal, levando pouco em consideração um aspecto muito importante, o técnico-tático. Palavras chave: Futebol, esporte, exercício 1. Introdução O futebol é o esporte mais praticado no mundo. Dados revelam que a pouco mais de uma década existiam cerca de 1,2 bilhões de praticantes (LEÃES,2003), o que o torna um esporte eclético e de massa, permitindo várias influências quanto a sua organização, treinamento, prática e suas várias manifestações. A própria definição de futebol já é diferente; segundo os dicionários mais usados na língua portuguesa, futebol é definido como um jogo esportivo disputado por dois times de 11 jogadores cada um, com uma bola 74 de couro, ou de outro material, num campo com um gol em cada uma das extremidades, e cujo objetivo é fazer entrar a bola no gol defendido pelo adversário (Aurélio, 2008). Já Houaiss (2009), define o futebol como, um de jogo de bola com os pés (foot-ball) de origem inglesa, disputada por duas equipes de 11 jogadores cada uma. Segundo CARRAVETTA (2009;2012), o futebol é definido como uma modalidade com características de cooperação e oposição, regulada por 17 regras e disputada entre duas equipes, compostas por 11 jogadores cada. O mesmo autor também define a modalidade como um sistema aberto com estruturas internas, o próprio jogo, e externa, os clubes e as federações. Neste sistema, há uma interação dinâmica e interdependente entre a FIFA (agente regulador máximo do desporto) e as confederações e federações nacionais, regionais e clubes. Esta definição, em nossa opinião, é aquela que se aproxima da realidade da modalidade, mas é claro que existem muitas outras e a abordagem é feita de acordo com a contextualização que é dada à modalidade. Alguns autores fazem uma abordagem mais direcionada ao aspecto social, para outros, a abordagem é mais técnico-tática. Existem ainda a abordagem científico-fisiológica e outros ainda fazem uma abordagem mais sentimental. Todas estas abordagens geram muitas vezes discussões acerca da modalidade que parecem não ter fim, porque cada qual faz a defesa de sua definição ou contextualização de acordo com a sua visão a respeito da modalidade. Em “O futebol explica o Brasil”, GUTERMAN (2009), contextualiza o futebol como um esporte que aparece em primeiro lugar como uma atividade da elite da época, quando foi inserido na cultura brasileira. A necessidade, porém, de melhores resultados das equipes então da “elite”, proporcionou que negros e operários, passassem a ter vez nos times dos brancos da elite, quando estes tornaram-se decisivos para as vitórias. A profissionalização foi outro aspecto que não demorou a chegar ao esporte. A massa dos trabalhadores encontrou nesse esporte, a essência democrática que lhes era negada em outras áreas. A consequência dessa massificação foi a de atrair grande público 75 aos jogos e a profissionalização do esporte, com melhor remuneração aos jogadores e disputa dos clubes pelos melhores jogadores. MASCARENHAS (2005) define e contextualiza também na linha sociológica, como um amplo sistema de práticas e representações sociais, uma complexa rede de simbolismos e significados, que entendemos como passível de se analisar como uma poderosa forma simbólica, com forte fixação na paisagem urbana. No caso, por exemplo, do estado do Rio Grande do Sul, esta fixação acaba por separar o estado em vermelhos e azuis, assim como ocorre com muitos outros locais do próprio país e em outros pontos do planeta. A abordagem técnico-tática define o futebol como uma luta, com ataques constantes contra uma defesa. Defesa esta que procura a melhor forma de proteger o seu gol, para apoderar-se da bola e realizar o seu contra-ataque, estas ações defensivas alternam-se de maneira dinâmica e relacionadas (LEÃES, 2003). Estas relações são abertas na medida em que acontecem num contexto de ações dos jogadores envolvidos na partida. Estas ações são consequências da interação de capacidades tática, técnicas, físicas e psicológicas que, coordenadas e contrapostas, possibilitam recuperar, conservar e mover a bola para atingir ou defender a meta (COSTA e CARDOSO, 2013). Estas ações possuem características acíclicas não uniformes, com esforços intermitentes de alta intensidade e curta duração (ARRUDA e Cols, 2013). O esforço pode ser muito prolongado e extenuante e a distância percorrida na partida, pode ultrapassar os 10 km em 90 minutos de jogo. Durante este tempo os jogadores realizam trotes, caminhadas, piques, deslocamentos para trás e corridas submáximas (GARRETT e KIRKENDAL, 2003). Segundo RIBEIRO (2012), o futebol também é uma paixão e para muitos outros uma vida. Segundo o mesmo autor, uma paixão nos faz agir, esta paixão faz o homem muitas vezes corajoso, revolucionário, arrebatador, capaz de fazer loucuras. Esta paixão 76 pode impulsionar a história e provocar uma guinada na vida de muitos, que levam ao limite a obstinação de se tornar um profissional do futebol. A problemática do estudo está centrada na definição do futebol para um grupo de treinadores da 2ª divisão do futebol do Rio Grande do Sul, com um questionamento bem simples: O que para você é o futebol? Norteado para esta problemática o objetivo geral desta parte da pesquisa, foi de investigar qual era o conceito de futebol para os treinadores que trabalhavam nos clubes de futebol da 2ª divisão do futebol gaúcho no ano de 2013. 2. Metodologia A presente pesquisa é de natureza aplicada, com objetivo descritivo e com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada que continha um questionamento simples contendo como principal pergunta: O que para você é o futebol? Este questionamento foi feito para 13 treinadores de futebol de clubes que participaram da 2ª Divisão do Campeonato Gaúcho de 2013. A análise do conteúdo identificou as seguintes categorias: negócio, paixão, social/saúde e lazer, técnico/tática, sonho, minha vida e profissão. Todos os participantes do estudo assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido informando os objetivos e o detalhamento da pesquisa. 3. Resultados e Discussão A análise dos dados identificou sete categorias de respostas, onde alguns profissionais utilizaram mais de uma destas para conceituar o futebol. Uma das formas mais utilizadas para definir o futebol foi que este, hoje, é um negócio. Seis dos 13 treinadores definiram assim o futebol, onde ganhar dinheiro atualmente está acima do reconhecimento como um clube do coração ou a representação 77 de uma vida profissional toda prestando bons serviços a uma determinada entidade futebolística. Segundo FERNANDES e JORGE FILHO (2011), os atletas agenciados por um profissional conseguem tomar melhores decisões fora de campo, permitindo-lhes proteger os seus direitos, promover a sua imagem e multiplicar os seus ganhos. Estes profissionais devem zelar pela carreira dos atletas e, quando estes em encontra-se em situações de desemprego, por exemplo, deverão suprir com o mínimo necessário para a subsistência dos jogadores. Segundo SOARES e Cols (2011), os ganhos financeiros com o futebol atingem todas as partes envolvidas: jogadores, empresários, dirigentes e clubes. Este ganho gera muitas negociações e o argumento romântico que afirma que os jogadores, no passado, tinham “amor à camisa”, devem ser analisados a partir de novas regras e demandas do mercado. Outra definição que foi feita pelos entrevistados foi a de que o futebol era uma paixão. Um dos entrevistados simplesmente respondeu que a modalidade é uma paixão; outro definiu como uma paixão dos brasileiros e do resto do mundo; outro dos entrevistados, definiu como paixão e amor e destacou que estava completando 30 anos de vida no futebol, reforçando que é importante, na sua visão, que temos que colocar amor no que fazemos, seja no campo de atuação. Identificamos aqui uma forte tendência de idolatria pelo futebol, uma paixão, daquelas que fazem com que o indivíduo abra mão muitas vezes de outros aspectos da vida pelo esporte. BENITES e Cols (2007) destacam que no Brasil o futebol além de uma modalidade, é uma “paixão”, um “estilo de vida”. Ainda pode ser considerado uma instituição social que cultiva mitos e crenças. Mais do que uma paixão, o futebol foi um elemento base na recente história do Brasil. O futebol tem sido, após a transição do rural para o urbano, um mecanismo poderoso de integração social, de solidificação da identidade nacional. Foi através do futebol que o povo brasileiro sentiu que poderia vencer como um país moderno (HELAL e GORDON, 2002). Apesar disso, apenas um dos entrevistados respondeu que mais do que uma definição, o futebol é responsável também pela formação do cidadão além do atleta e 78 isso tem uma forte influência no crescimento do país e da autoestima do povo brasileiro. Como cita RIBEIRO (2012), uma paixão pode fazer o homem corajoso e a paixão pode impulsionar a história. O social também é permeado pelo conceito de saúde e lazer destacado por um dos treinadores. Além do futebol profissional (BUENO JUNIOR e CARVALHO, 2012) destacam que atualmente muitas empresas tem incentivado os seus funcionários, a participarem de programas de atividades físicas, incluindo, entre elas, o futebol, o que pode refletir na produtividade do colaborador e na saúde dos praticantes. Entendemos que este é um aspecto extremamente importante, porque além de proporcionar divertimento à população quando esta assiste uma partida oficial, estes ainda usam a modalidade como um meio de lazer e divertimento. Acompanhando e próximo a definição que aproxima o futebol ao social, um treinador definiu o futebol como um sonho, outros como uma profissão e outros dois como minha vida. O sonho como o de muitos outros brasileiros, invariavelmente como destaca TALAMONI e Cols (2013), durante uma análise da trajetória de vida de um treinador de futebol, infere que: podemos perceber que as forças estão presentes desde a infância, isso provoca um envolvimento sistemático com o esporte, embora, neste caso específico, o resultado tenha sido um treinador de destaque e não um jogador de destaque. Ainda assim podemos identificar o cunho de sonho e também de vida inserido nesta conceituação. Mas além de sonho, paixão e outras formas de definir o futebol existe a conceituação que trata o esporte mais formalmente. A definição mais lógica fora todas as nuances que a modalidade pode ter é a conceituação técnico/tática. Para a surpresa de todos apenas um dos entrevistados definiu o futebol o esporte como aquele “onde o coletivo suplanta o talento”. Embora tenha sido ensinado, treinado e investigado à luz de diferentes perspectivas, para GARGANTA (1997), o futebol é uma modalidade inscrita no quadro dos designados esportes coletivos. Para o autor as modalidades incluídas neste grupo possuem uma lógica de funcionamento com vários componentes, portanto multifatorial. 79 Esta característica, similar em outras modalidades esportivas, provoca um contexto de aciclicidade técnica (TEODORESCU, 1977), onde os jogadores devem realizar ações coordenadas com a finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir a bola, com o objetivo de criar situações de finalizações para marcar o gol (GARGANTA, 1997). Estes princípios ou ações orientam os comportamentos durante o desenvolvimento das fases ofensiva e defensiva somadas às transições que ocorrem no jogo (COSTA e CARDOSO, 2013). Por isso, causa estranheza que apenas um treinador conceitue o futebol como um esporte técnico-tático, porque existe uma necessidade inerente à modalidade deste processo, para o treinamento e a formação da estratégia e tática empregadas no jogo. Para KAID e Cols (2010) quando investigada a escolha tática do treinador para um jogo de futebol, o pesquisador encontrou que o fator determinante foi o resultado da partida ou da competição, aspectos estes que reforçam a necessidade de o treinador ter o conhecimento tático-técnico. DUTRA e Cols (2014) corroboram o descrito, quando investigaram as metodologias de treinamento tático utilizadas no futebol e encontram como uma das justificativas, para a escolha do sistema tático a posição da equipe no campeonato, reforçando ainda mais a necessidade de o treinador conhecer os sistemas táticos e sua aplicação. Segundo BOTA (2001), os planos táticos de jogo são preparados e aplicados de forma detalhada e analisados seriamente. O autor cita que alguns treinadores elaboram fichas de observações para os adversários. Baseado nisso, acreditamos que seja extremamente importante que o treinador tenha também esta definição do esporte, porque vai conseguir, a partir deste conhecimento, selecionar e planificar as ações necessárias, dependendo das necessidades que o futebol impor. 4. Conclusões Conclui-se que o futebol como o esporte mais praticado no mundo, contando com mais representantes que a própria ONU, infelizmente acaba caindo muitas vezes naquela 80 máxima de que se o indivíduo for nascido no meio do futebol e principalmente for brasileiro, já sabe tudo sobre o esporte. Este tipo de ideia não é suficiente para preparar ou formar uma equipe de futebol. É lógico que se temos uma paixão por determinada área profissional de atuação é importante, mas não se resumo exclusivamente a tal fato. O lado social citado pelos treinadores é também um aspecto importante, pois o crescimento do indivíduo é necessário para a boa aprendizagem e aperfeiçoamento na modalidade. O aspecto voltado ao negócio, ao lado financeiro é também preponderante, mas não é o principal porque, por exemplo, se uma equipe tem bons resultados, tem o reconhecimento dos torcedores e isso capta dividendos para o clube. O sonho e saúde e lazer também são aspectos importantes, mas não são os mais importantes. O preparo tático e técnico deve ser considerado o mais importante das equipes, porque não existe equipe de futebol que consiga realizar boas partidas e campanhas nas competições se não existir um mínimo de preparo. Este preparo deve ser realizado com um profissional que tenha o conhecimento tático e técnico apurado, porque senão a preparação vai ser muito superficial. Imagina-se uma equipe sendo treinada com muita paixão, com um aspecto social bem definido, mas sem o preparo técnico e tático, por mais brava e aplicada que ela seja, se não existir uma montagem suficiente para combater o adversário, vai ser somente uma equipe bem aplicada. O aspecto financeiro ligado ao negócio é importante, mas vê-se equipes com grande investimento financeiro naufragarem, por que o preparo para o campo ficou devendo. O atleta precisa sim ser bem orientado, saber do seu papel nesta engrenagem que o jogo de futebol. Saber que existe uma fase defensiva e que ele precisa manter determinados comportamentos, estes são de sua responsabilidade, mas eles dependem de uma boa experimentação e preparo. Existe ainda, uma fase de transição entre a defesa e o ataque e também existe uma fase de ataque, e da mesma forma o atleta precisa estar preparado para cumprir estas fases da melhor maneira possível, isso só ocorre se tiverem consigo, um treinador que tenha este conhecimento processual bem desenvolvido e oriente 81 este atleta para um jogo, que é tático e depende deste aspecto para ser bem jogado. Queremos com este estudo dar o pontapé inicial para a investigação dos treinadores de futebol e suas práticas, sem nenhuma pretensão de esgotar o tema e sim fomentar esta discussão que pode ser benéfica para a modalidade. 5. Referências bibliográficas ARRUDA, Miguel de. SANTI MARIA, Thiago. CAMPEIZ, José Mário. COSSIOBOLAÑOS, Marco Antonio. Futebol: Ciências aplicadas ao jogo e ao treinamento. São Paulo: Phorte, 2013. 560p. BENITES, Larissa Cerignoni & Cols. O futebol: questões e reflexões a respeito dessa “profissão”. Pensar a Prática 10/1: 51-67, jan./jun. 2007. BOTA, Ioan. EVULET-COLIBABA, Dumitru. Jogos desportivos colectivos: teoria e metodologia. Lisboa: Instituto Piaget, 2001. 420p. BUENO JÚNIOR, Carlos Roberto. CARVALHO, Yara Maria de. Análise antropológica de uma prática de futebol dotada de sentidos e significados. Revista Mackenzie de Educação Física – v. 11, n. 1, 2012, p.95-106. CARRAVETTA, Élio. Futebol: a formação de times competitivos. Porto Alegre: Sulina, 2012. 206p. 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Novo dicionário Houaiss da língua portuguesa. Brasil: Objetiva, 2009. GARGANTA, Júlio Manuel. Modelação táctica do jogo de futebol: Estudo da organização da fase ofensiva em equipes de alto rendimento. 1997. 318p. Dissertação (Doutorado em esporte) – Universidade do Porto – Faculdade de ciências do desporto e da educação Física, Porto. GARRET JR, Willian. KIRKENDAL, Willian E. A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003. 912p. GUTERMAN, Marcos. O futebol explica o Brasil: uma história da maior expressão popular do país. São Paulo: Contexto, 2009. 270p. HELAL, Ronaldo. GORDON, César. A crise do futebol brasileiro: perspectiva para o século XXI. Eco-Pós. v.5, n.1, 2002, p.37-55. KAID, José Carlos & Cols. A escolha da tática no futebol de campo. Revista Brasileira de Futebol. 03(2): 48-55, 2010. LEÃES, Cyro Garcia. Futebol: treinamento em espaço reduzido. Porto Alegre: Movimento, 2003. 92p. MASCARENHAS, Gilmar. 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Paris: Les editeurs français réunis, 1977. 270p. 83 EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA E DIETA NO SISTEMA IMUNE DE INDIVÍDUOS OBESOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE MARLUCI RAQUEL MACHADO SCHÄFER1; MATHEUS PINTANEL FREITAS2; RODRIGO KOHN CARDOSO3; AIRTON JOSÉ ROMBALDI4 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 RESUMO: Dieta e a atividade física trazem benefícios para a redução dos níveis de inflamação crônica presente em obesos. OBJETIVO: Analisar os efeitos da atividade física e dieta na redução de citocinas inflamatórias. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada em bases de dados eletrônicas. Foram encontrados 1760 artigos. Após a exclusão por duplicidade, análise de título e resumo, quatorze artigos foram elegíveis para a leitura do texto completo e destes, apenas três foram incluídos neste estudo. Mais três artigos foram localizados e incluídos a partir da leitura das referências. RESULTADOS: A combinação das exposições principais entre os estudos mostrou que em relação à interleucina-6 e à PCR, o efeito combinado mostrou uma relação positiva, porém com heterogeneidade alta e moderada. Na análise do FNT-α, o efeito combinado foi positivo, não apresentando heterogeneidade elevada. CONCLUSÃO: A atividade física e dieta impõem efeitos positivos sobre o sistema imune. Palavras-chave: Imunidade; Inflamação; Exercício; Obesidade 1. INTRODUÇÃO A inflamação é a resposta do organismo a invasores estranhos, como agentes infecciosos e tecidos lesados. Ela atua como agente de proteção através da destruição ou anulando a ação de invasores nocivos (KUMAR et al., 2013). Se o invasor não for destruído de forma rápida e eficaz, essa inflamação poderá se tornar crônica e ocasionar a formação de granulomas, bloquear a função dos leucócitos e causar danos aos tecidos normais (KUMAR et al., 2013). 84 Os mecanismos da inflamação e da imunidade são mediados pelas citocinas, que são proteínas solúveis produzidas por diferentes células e exercem diversas ações no sistema imunológico (ABBAS et al., 2012). Um dos mediadores da resposta inflamatória na fase aguda é o fator de necrose tumoral alpha (FNT-α), que é responsável pelos efeitos sistêmicos da infecção, induzindo ao aumento da temperatura corporal, morte de algumas células e outras alterações metabólicas (MURRAY et al., 2014). A interleucina 6 (IL-6) atua auxiliando o FNT-α na resposta à infecção, induzindo a produção de neutrófilos na medula óssea e de estímulos na ação das células T e B (MURRAY et al., 2014). Além dessas, a proteína C-reativa (PCR) atua como um marcador extremamente sensível da inflamação, da lesão tecidual e de algumas doenças, contribuindo com avaliações clínicas (PEPYS, HIRSCHFIELD, 2003). Os níveis de citocinas, tais como IL-6, FNT-α e PCR, são encontrados elevados no plasma de indivíduos obesos (LIN et al., 2010). Estudos mostram que obesos que tem redução de massa corporal através de dietas hipocalóricas têm suas concentrações de IL-6, FNT-α e PCR diminuídas no plasma (BASTARD et al., 2000). Além da dieta, a atividade física traz benefícios quando se trata da redução dos níveis de inflamação crônica entre as pessoas com níveis relativamente elevados de inflamação (CAMPBELL et al., 2009). A atividade física moderada tem sido eficiente para diminuir a contagem de glóbulos brancos (MICHISHITA et al., 2010) e biomarcadores inflamatórios (CALVO et al., 2012). Em decorrência da importância da diminuição desse quadro inflamatório em obesos, destaca-se a inexistência de uma metanálise a fim de quantificar esses efeitos decorrentes de intervenções não farmacológicas baseadas em mudanças no estilo de vida. Devido a isso, esta metanálise objetivou analisar os efeitos da atividade física combinada com dieta na redução de citocinas inflamatórias. 2. METODOLOGIA 85 Trata-se de uma metanálise que teve como estratégia de busca, localizar artigos que objetivaram analisar e quantificar os efeitos da atividade física combinada com dieta na redução de citocinas inflamatórias. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados eletrônicas: MedLine/PubMed, SciELO, Lilacs, Bireme e Scopus. As combinações de palavras-chave utilizadas foram: 1) humans, immune system, physical activity, obesity; 2) humans, immune system, exercise, obesity; 3) humans, immune system, physical fitness, obesity; 4) humans, immune system, motor activity, obesity; 5) humans, immune system, physical activity, overweight; 6) humans, immune system, exercise, overweight; 7) humans, immune system, physical fitness, overweight; 8) humans, immune system, motor activity, overweight. A busca foi realizada em inglês para a pesquisa nas bases MedLine/PubMed e Scopus, e em português e inglês nas bases SciELO, Lilacs e Bireme. Todos os artigos foram exportados para o software gerenciador de referências EndNote, sendo excluídos os duplicados. Em seguida, foram feitas as análises do título e, posteriormente, do resumo para aplicação dos critérios de exclusão. A partir destas análises foram realizadas as leituras dos textos completos. Por último, realizou-se leitura de todas as referências dos artigos inclusos nesta revisão, na tentativa de encontrar novos estudos para compor a amostra. As referências dos artigos encontrados também foram lidas na tentativa de encontrar artigos sobre o tema. Todas as fases da busca na literatura até a leitura integral de todos os manuscritos incluídos na presente revisão foram conduzidas de forma independente por dois pesquisadores. Na eventualidade de discordância, um terceiro pesquisador definiu a situação do artigo. Foram definidos como critérios de exclusão por títulos, os artigos que não tivessem relação com o tema, que especificaram utilizar animais como amostra ou tivessem doenças associadas. No que se refere aos critérios de exclusão por resumo, todos que não continham palavras que indicassem movimento, todos os artigos em que a amostra fosse composta por animais, todos que tivessem doenças associadas, todos que fossem transversais e todos que fossem revisões de literatura foram excluídos. 86 Análise estatística Para a análise dos dados foi utilizado o programa Stata 12.1. A avaliação da heterogeneidade foi realizada através do teste Q de Cochran. O grau de inconsistência entre os estudos foi determinado pela estatística I2, onde um valor próximo a 75% indica alta heterogeneidade (HIGGINS et al., 2003). Um modelo de análise com efeito aleatório foi utilizado para combinar os desfechos principais entre os estudos, conforme proposto por DerSimonian & Laird (1986). 87 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A busca nas bases de dados eletrônicas resultou em um total de 1760 artigos. Após a exclusão por duplicidade restaram 336 artigos para análise dos títulos e resumos. Grande parte das exclusões dos artigos foi por falta de relação com o tema (112), por terem doenças relacionas (68) e por se tratarem de revisões de literatura (64). Dos 336 estudos analisados, 14 foram elegíveis para avaliação do texto completo, sendo 11 excluídos nessa etapa. As referências dos três artigos incluídos nesta metanálise, dos artigos excluídos na leitura do texto completo e dos que interviram somente com atividade física, foram analisadas. A análise das referências resultou na inclusão de três artigos neste estudo (Figura 1). 88 1760 artigos identificados a partir 194 excluídos com base na revisão de da pesquisa nos bancos de dados títulos - 112 não tinham relação com o tema - 61 tinham doenças relacionadas 336 artigos depois da exclusão dos duplicados - 21 utilizaram animais como amostra 128 excluídos com base na revisão de resumo - 7 tinham doenças relacionadas 14 artigos completos para avaliação - 13 utilizaram animais como amostra - 6 não indicavam movimento - 12 estudos transversais 11 artigos excluídos 3 artigos incluídos - 64 eram revisões de literatura - 7 por dados importantes dieta + exercício - 26 não mostraram dados relevantes não fornecidos - 3 só interviram com Referências foram revisadas exercício - 3 artigos encontrados - 1 sem resultados relevantes 6 artigos foram incluídos na metanálise 89 Figura 1. Fluxograma das fases de seleção dos artigos incluídos no estudo. Nos seis artigos incluídos neste estudo, não houve um controle e monitoramento da intensidade, da frequência e do tipo de atividade física realizada (Tabela 1). Houve uma grande variação entre as dietas propostas, sendo que dos seis artigos, apenas três estipularam uma faixa de consumo energético. Contudo, as conclusões dos estudos mostraram que a combinação de dieta e atividade física provocou uma redução significativa na inflamação de indivíduos obesos (Tabela 1). 90 Tabela 1. Características dos estudos incluídos na revisão conforme nome do primeiro autor, número de participantes no estudo, tipo, volume e intensidade dos treinamentos utilizados nas intervenções, protocolos de dieta utilizados, os parâmetros avaliados, os principais resultados relacionados à imunidade e as conclusões. Estudo N Tipo de Volume/ treinamento Intensidade do Dieta Parâmetros Resultados avaliados Conclusões treinamento Bruun et 23 al. caminhada, 2-3 horas por calculada FNT-α, IL- A intervenção reduziu a massa corporal, PCR e A combinação da dieta hipocalórica e natação e dia/moderado- de forma 6, PCR IL-6. A inflamação no tecido adiposo foi atividade física moderada resultou atividades intenso individual reduzida, determinada a partir de uma numa diminuição significativa no aeróbias em para reduzir diminuição de IL-6 e FNT-α. nível de inflamação no plasma, tecido geral a massa adiposo e nos parâmetros metabólicos corporal em em indivíduos com obesidade grave. ~1%/ semana Wang et al. 43 natação, 2 vezes por 1600-2000 FNT-α, IL- A perda de peso causada pela intervenção foi Este estudo fornece novos dados exercício dia com kcal/dia 6, PCR associada com uma diminuição significativa dos sobre o efeito da dieta e atividade aeróbio e duração de 2 (50% níveis de citocinas pró-inflamatórias. física sobre a RNL e em marcadores basquetebol horas cada carboidrato, de inflamação associadas à sessão - 6 30% obesidade, incluindo FNT-α, IL-6, vezes por proteína, PCR, resistina e adiponectina, em semana/ 20% uma população com excesso de peso. intenso gordura) 83 You et al. 17 Caminhada 3 vezes por redução de FNT-α, IL- Dieta e exercício provocaram diminuição dos A combinação de dieta e atividade semana/ ~250-350 6, PCR níveis de PCR e IL-6. física é eficaz na redução da moderada kcal/dia inflamação crônica em mulheres pósmenopausadas obesas. Além disso, a modificação da inflamação crônica está associada a mudanças no metabolismo do tecido adiposo em resposta à dieta e exercício. Nicklas 53 et al. exercício 3 vezes por redução de FNT-α, IL- A perda de peso induzida pela dieta resultou em Estes resultados fornecem evidências aeróbio semana/leve 500 6, PCR maiores reduções nas concentrações de PCR, IL- de que um estudo randomizado 6 em comparação ao grupo controle. O controlado com intervenção dietética treinamento físico não teve um efeito para provocar perda de peso reduz a significativo sobre estes biomarcadores inflamação em idosos e obesos. kcal/dia inflamatórios, e não houve interação significativa entre perda de peso e atividade física. Fjeldborg et al. 58 não 3 vezes por 600-800 especificado semana/ kcal/dia IL-6, PCR 12 semanas de atividade física não tiveram O marcador específicos de efeitos sobre IL-6 e PCR. macrófagos é aumentado na moderada obesidade e parcialmente normalizado pela perda de peso 84 induzida pela dieta, mas não por exercício moderado. Gallistl el al. 49 não 3 vezes por 835-1194 IL-6 A Interleucina 6 diminuiu durante o programa A composição corporal teve uma especificado dia/não kcal/dia de treinamento (IL-6: 3.9±4.7 vs 2.0±2.2 pg/ml) melhora significativa através da informado (50% de restrição na ingestão de energia e do carboidrato, aumento da atividade física. Esses 20% de benefícios estão associados a proteína e menores concentrações de IL-6 em 30% de crianças e adolescentes obesos. gordura) IL-6: Interleucina-6; RNL: razão entre neutrófilos e linfócitos; PCR: Proteína C-reativa; FNT-α: fator de necrose tumoral alpha. 85 Com relação a IL-6, quatro dos seis resultados incluídos na metanálise apresentaram diferença significativa em relação à linha zero, indicando efeito positivo da atividade física associada à dieta sobre as concentrações dessa citocina (p=0,017; Figura 2). Contudo, os resultados demonstraram heterogeneidade elevada (p<0,001; I2 = 88,1%). Figura 2. Forest plot do efeito da atividade física associado à dieta sobre as concentrações de IL-6. A análise das concentrações do FNT-α apontou que dos quatro artigos relacionados na Figura 3, apenas um apresentou diferença significativa em relação à linha zero (p=0,009). O artigo de Bruun et al. (2006) não apresentou diferenças entre as medidas avaliadas pré e pósintervenção. Já o estudo de Wang et al. (2011), apontou diferenças, porém, não foram significativas. Apesar da combinação da dieta e atividade física não indicar efeito sobre esta citocina, os resultados não demonstram alta heterogeneidade (p<0,459; I2 = 0,0%). 86 Figura 3. Forest plot do efeito da atividade física associado à dieta sobre as concentrações de FNT-α. As concentrações de PCR foram mensuradas por quatro dos seis estudos incluídos nesta metanálise e apenas o estudo de Nicklas et al. (2004) mostrou diferenças significativas em resposta à intervenção de dieta combinada com atividade física (p=0,007). Os estudos de Bruun et al.(2006) e You et al. (2004) apresentaram diferenças, porém, sem significância. Entretanto, a heterogeneidade foi considerada moderada (p<0,023; I2 = 68,7%). 87 Figura 4. Forest plot do efeito da atividade física associado à dieta sobre as concentrações de PCR. Dos seis estudos incluídos nesta metanálise, cinco concluíram que houve efeito positivo da combinação da atividade física e dieta na redução da inflamação em indivíduos obesos (BRUUN et al., 2006; WANG et al., 2011; NICKLAS et al., 2004; YOU et al., 2004; GALLISTL et al., 2001 ). No entanto, o número reduzido de estudos com este tipo de intervenção e o elevado grau de heterogeneidade entre eles, representaram limitações importantes. Além disto, as intervenções realizadas com atividade física foram precárias, pois apenas um dos artigos controlou, acompanhou e monitorou o tipo, a frequência e a intensidade dos treinos (WANG et al., 2011). Essa é uma limitação importante desses estudos, pois dependendo do tipo de atividade, tem-se respostas imunológica e inflamatórias diferentes. O exercício aeróbio de intensidade moderada promove adaptações agudas, as quais reforçam as funções imunes naturais por várias horas (GLEESON, 2007; NIEMAN, 2000) e crônicas atuando positivamente nas funções imunes naturais (MAKRAS et al., 2005). Já o treinamento resistido parece controverso, pois há estudo mostrando diminuição no quadro de inflamação sistêmica de 88 forma crônica (PRESTES et al., 2009), mas há outros não relatando nenhuma modificação na função imune, tanto aguda quanto crônica (BRUNELLI et al., 2014; NIEMAN et al., 1994). Por outro lado, exercícios vigorosos e exaustivos prolongados parecem danosos à imunidade (PEDERSEN, HOFFMAN, 2000). Além disso, diferentes intensidades de treino podem provocar diferentes reações no sistema imune. Sessões de exercício agudo podem provocar um aumento do estado inflamatório (KAKANIS et al., 2010) enquanto níveis elevados de atividade física têm sido associados a uma diminuição na inflamação sistêmica e treinamentos aeróbios implicam na diminuição de glóbulos brancos (MICHISHITA et al., 2010) e de marcadores de inflamatórios (CALVO et al., 2012). Sendo assim, há uma clara necessidade de investigar os efeitos da atividade física com controle adequado da prescrição desse tipo de intervençãodado sua potencial influência nos desfechos imunes e inflamatórios. Além da atividade física, a falta de controle da dieta também pode ter implicações nos resultados dos estudos por não haver um controle dos alimentos consumidos, pois se sabe que há uma variedade de alimentos que interferem nas funções imunes e inflamatórias, principalmente em relação aos micronutrientes, sendo que a suplementação de vitaminas C e E é responsável pela potencialização do sistema imune (JENG et al., 1996). Com isso, não está claro se a melhora nos perfis inflamatórios encontrados nesta metanálise deve-se ao fato de uma dieta hipocalórica ou do aumento do consumo desse tipo de micronutrientes. A IL-6 foi avaliada nos seis artigos incluídos neste estudo, e destes, quatro apresentaram diferenças significantes em relação à linha zero; no entanto, a heterogeneidade encontrada na análise desta citocina foi alta (88,1%). Este achado pode estar relacionado com a diferença no número de participantes dos estudos e ao fato do estudo de Wang et al. (2011) apresentar um valor muito superior aos demais estudos. Dos quatro artigos que analisaram as concentrações de FNT-α, apenas o estudo Nicklas et al. (2004) resultou em diferenças significativas em resposta à intervenção da atividade física combinada à dieta. Esta análise não apresentou heterogeneidade alta, dando suporte aos dados encontrados neste estudo. De encontro aos três artigos que não 89 demonstraram diferenças, um achado de Tsukui et al. (2000) apresentou diferença significativa após intervenção com atividade física em mulheres obesas. Os resultados relacionados à PCR se assemelham aos encontrados para FNT-α. Dos quatro artigos que avaliaram a citocina, apenas o estudo de Nicklas et al. (2004) apresentou diferenças, no entanto, nestes resultados a heterogeneidade foi considerada moderada (68,7%), podendo ser atribuída aos diferentes números de participantes dos estudos e aos valores muito distintos da proteína. Um estudo com mulheres obesas avaliou a redução das concentrações de PCR através da diminuição da massa corporal induzida por dieta em uma intervenção de 12 semanas e conforme resultados deste artigo houve uma redução significativa de PCR pós-intervenção (TCHERNOF et al., 2002). Contudo, parece que a atividade física aliada à dieta atua de forma positiva nas citocinas avaliadas através da diminuição da massa corporal. Em conformidade com este estudo, outros achados que interviram utilizando atividade física e dieta de forma separada também encontraram resultados positivos (BASTARD et al., 2000). Portanto, mudanças no estilo de vida, como aumentar os níveis de atividade física, e por consequência diminuição da massa corporal proporcionam benefícios para a saúde e previnem doenças (CANNON; KUMAR, 2009), no entanto, não se sabe se os benefícios ao sistema imune se dão pela atividade física em si ou por mudanças na composição corporal (WARNBERG et al., 2010). Dos seis estudos que compõem esta metanálise, cinco justificam a redução dos marcadores inflamatórios pela diminuição na massa corporal (BRUUN et al., 2006; WANG et al., 2011; NICKLAS et al., 2004; FJELDBORG et al., 2013) e apenas uma busca compreender a influência da atividade física sobre os marcadores avaliados (YOU et al., 2004) em conformidade com os cinco artigos citados, o estudo de Auerbach et al. (2013) mostra que uma intervenção de 12 semanas de treinamento de resistência sem perda de peso não apresentou diferença nas concentrações de IL-6, PCR e FNT-α. 4. CONCLUSÃO 90 Podemos concluir que a atividade física e dieta possuem efeitos positivos sobre o sistema imune através da redução da massa corporal, no entanto é necessário um controle e acompanhamento das intensidades e volumes dos treinos, bem como o que é consumido na alimentação. Somente desta forma será possível quantificar com precisão os benefícios de intervenções deste tipo para a saúde e verificar se as alterações são dadas através da redução da massa corporal induzida pela dieta e atividade física, ou se isoladamente e sem redução da massa é possível encontrar alterações na inflamação de indivíduos obesos. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abbas AK, Lichtman AHH, Pillai S. Imunologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Auerbach P, Nordby P, Bendtsen LQ, Mehlsen JL, Basnet SK, Vestergaard H, et al. 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J Clin Endocrinol Metab. 2004;89(4):1739-46. 94 INTERDISCIPLINARIDADE NO PIBID: SUPERANDO A FRAGMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DOCENTE FELIPE FERNANDO GUIMARÃES DA SILVA¹; ARIANE DIAS PUCCINELLI2; GIULIA SALABERRY LEITE3; GIULIA SPECHT BITENCOURT4; PATRÍCIA RIBEIRO5; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ6 1 ESEF-UFPEL ([email protected]); ESEF-UFPEL ([email protected]); 3 ESEF–UFPEL ([email protected]); 4 ESEF-UFPel ([email protected]); 5 ESEF-UFPEL ([email protected]); 6 ESE-UFPEL([email protected]) 2 RESUMO Este estudo tem como foco a elaboração do projeto interdisciplinar em uma escola pública da rede municipal de Pelotas/RS. Os objetivos são: Compreender o conceito e verificar a concepção dos membros do PIBID sobre o que é interdisciplinaridade; investigar se trabalham de forma interdisciplinar fora do programa e se a formação deu/dá suporte para o trabalho interdisciplinar; analisar se a escola trabalha interdisciplinarmente; avaliar se o programa está contribuindo para o trabalho interdisciplinar. O interesse em realizar este trabalho deve-se às dificuldades encontradas na operacionalização de práticas pedagógicas interdisciplinares. Trata-se, de um estudo de caso e descritivo. Notou-se que a noção sobre interdisciplinaridade é divergente e superficial, e a formação acadêmica carece de preparo para trabalho interdisciplinar. O trabalho interdisciplinar é um desafio, para avançar satisfatoriamente, é preciso comprometimento. Para a quebra das barreiras é necessário mais estudo para uma fundamentação teórica clara e consistente do saber interdisciplinar. Palavras-chave: Interdisciplinaridade. PIBID. Escola. Desafio. Formação 1. INTRODUÇÃO A interdisciplinaridade surge como uma reação à fragmentação do conhecimento decorrente da hegemonia da visão de mundo positivista no âmbito da educação, da ciência e 95 da pesquisa (BRITO, 2004; POMBO; s.d.). Para FREITAS (2009, p. 21), “interdisciplinaridade é entendida como interpenetração de método e conteúdo entre disciplinas que se dispõem a trabalhar conjuntamente um determinado objeto de estudo”. Mais adiante diz ainda: “na interdisciplinaridade (a) integração ocorre durante a construção do conhecimento, de forma conjunta, desde o início da colocação do problema” (idem). O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), executado pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tem como um dos seus objetivos inserir os bolsistas na escola de educação básica de forma que possam vivenciar práticas docentes de caráter inovador e que busquem a superação de problemas no processo ensino aprendizagem metodológica, tecnológica e interdisciplinar (CAPES). Neste sentido, o projeto interdisciplinar da Universidade Federal de Pelotas no seu eixo transversal de formação didático-pedagógicointegrada previu ações de formação interdisciplinar para todos. Nas ações previstas para o ensino fundamental, no contexto da escola, explicita que as intervenções devem ter o caráter interdisciplinar “para a promoção de práticas/culturais/criativas que envolvem a língua escrita” (CAPES UFPEL 2013, p. 3). As atividades previstas para as intervenções interdisciplinares devem conter brincadeiras, jogos, cultura lúdica, música, dança, educação física, para promover a aprendizagem em diferentes espaços escolares (IDEM, IBIDEM). O Curso de Licenciatura em Educação Física da Escola Superior de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) passou a integrar o PIBID a partir do mês de Julho de 2012. Com 24 bolsistas e quatro voluntários, o PIBID-ESEF-UFPel iniciou atuando em sete escolas públicas do município de Pelotas-RS, desenvolvendo atividades que envolvem ensino e pesquisa. Atualmente, o programa conta com 68 bolsista e cerca de sete voluntários que atuam em três níveis, sendo eles: séries iniciais (1º ao 5º ano), séries finais (6º ao 9º ano) e no ensino médio e conta com 18 escolas selecionadas a partir do Índice de Desenvolvimento Educação Básica (IDEB). O subprojeto da ESEF/UFPel propôs ações que caracterizam atividades interdisciplinares, devendo os bolsistas da área da educação física participarem de atividades planejadas e executadas com conjunto dos coordenadores de subprojetos e supervisores de todas as áreas de licenciaturas contempladas pelo PIBID. Essas atividades visam desenvolver e aprimorar a capacidade dos participantes de trabalhar 96 interdisciplinarmente, tendo como conteúdos prioritários os temas transversais sugeridos pelos PCN’S da educação física e temas oriundos da própria implantação do projeto. Como o trabalho pedagógico nas escolas é realizado através da divisão das disciplinas, onde cada professor tem seus objetivos de acordo com as particularidades dos conteúdos. A interdisciplinaridade vem de encontro a essa prática, pois traz uma proposta de construção de conhecimento baseado na realidade do aluno, de modo a desfragmentar o currículo, articulando as disciplinas e seus conteúdos, visando a melhoria do ensino. Para Augusto et. al. (2004), é uma discussão emergente no meio educacional sendo uma forma de se pensar, objetivando a superação da abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária na Educação Básica. A educação básica ainda não trabalha de forma interdisciplinar, afetando a realização de atividades e pesquisa nesta área. Segundo Severino (1989, p.15), a interdisciplinaridade é uma situação da qual não tivemos ainda uma experiência vivida e explicitada, sua prática concreta sendo ainda processo tateante na elaboração do saber, na atividade de ensino, pesquisa e na ação social. O PIBID oportuniza um conjunto de atividades que possibilita entender o conhecimento de uma forma mais ampla, autônoma e crítica e, consequentemente, entender melhor as complexidades do mundo onde os mesmos estão inseridos. Nesse sentido, KLEIMAN e MORAES (1999, p. 24) afirmam que o professor se sente inseguro de dar conta de trabalhar com a interdisciplinaridade. “Ele não consegue pensar interdisciplinarmente porque toda a sua aprendizagem realizou-se dentro de um currículo compartimentado”. O mesmo ocorre com aqueles que estão em processo de formação inicial e vivem a experiência de currículos profundamente fragmentados, construídos a partir de uma visão positivista de conhecimento. Contudo, vale a pergunta: o PIBID contribui para formar um professor capaz de trabalhar em uma perspectiva interdisciplinar? Este estudo tem como foco a elaboração e execução do projeto interdisciplinar em uma escola pública da rede municipal de ensino de Pelotas/RS. O projeto interdisciplinar desta escola tem como tema geral questões relativas a Pluralidade Cultural. Para tanto, estabeleceu cinco diferentes subtemas: Racismo, Deficiência, Gênero e Sexualidade, Situação Socioeconômica e Estereótipos. 97 Os objetivos do estudo são: (1) Compreender o conceito de interdisciplinaridade; (2) Verificar a concepção dos pibidianos do que é interdisciplinaridade; (3) Investigar se trabalham de forma interdisciplinar fora do programa e se a formação deu/dá suporte para o trabalho interdisciplinar; (4) Analisar se a escola trabalha de forma interdisciplinar; (5) Avaliar se o PIBID está contribuindo para o trabalho interdisciplinar; (6) Verificar se a escola tem condições de desenvolver as atividade interdisciplinares sem a presença do programa; (7) Avaliar qual o papel da comunidade escolar para o desenvolvimento de um processo/trabalho interdisciplinar dentro da escola. O interesse em realizar este trabalho deve-se às dificuldades encontradas na operacionalização de práticas pedagógicas interdisciplinares. Assim, pretende-se aprofundar o assunto e contribuir com o debate sobre as dificuldades e as possibilidades de desenvolver processos pedagógicos interdisciplinares no âmbito escolar. 2. METODOLOGIA Trata-se, do ponto de vista dos objetivos de um estudo descritivo. De acordo com GIL (1993, p. 46), “as pesquisas descritivas têm como objetivos primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno (...).” Quanto ao ambiente que foi estudado trata-se de um estudo de caso. Para Gil (1993, pg.58): “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados” A população foi constituída de indivíduos do sexo feminino dos cursos de pedagogia e dança da Universidade Federal de Pelotas e pedagogas que atuam na escola. Todos os voluntários responderam o Terno de Consentimento Livre e Esclarecido, após serem informados sobre o objetivo da pesquisa. Para ser incluído na mostra, os estudantes e as supervisoras deveriam estar vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Neste estudo utilizou-se, como instrumento de pesquisa, um questionário o qual foi aplicado uma única vez, na reunião interdisciplinar com os membros do PIBID que 98 atuam na escola Dr. Alcides de Mendonça Lima, sendo estes: alunos pibidianos e as supervisoras. O instrumento elaborado pelos pibidianos da Educação Física da Universidade Federal de Pelotas que fazem parte do grupo do PIBID da escola, contém questões sobre o conhecimento, falta de experiência, relato sobre o PIBID, dificuldades e impactos enfrentados durante a elaboração do projeto interdisciplinar. Para a análise e interpretação dos dados utilizamos procedimentos da “análise de conteúdo” propostos por BARDIN (2004) e discutidos por GOMES (2009). GOMES (2009, p.42) apresenta quatro procedimentos para a análise e interpretação dos dados em pesquisas qualitativas: categorização, descrição, inferência e interpretação. Para tanto, o autor propõe que, em primeiro lugar, seja decomposto o material a ser analisado em partes; em seguida que seja distribuído estas partes em categorias; a seguir, que sejam realizadas inferências dos resultados e, finalmente, seja realizado “a interpretação dos resultados obtidos com o auxílio da fundamentação teórica adotada”. De acordo com o autor (2009), na primeira faze organizamos o material a ser analisado. De acordo com os objetivos, é definida a unidade de registro, unidade de contexto, trechos significativos e categorias; a segunda fase é basicamente aplicar o que foi definido na fase anterior e, por fim, na terceira fase desvendamos os conteúdos subjacentes ao que está sendo manifesto. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se que a noção de interdisciplinaridade manifestada pelos informantes é distinta e contraditória. A maior parte das respostas demonstra um conhecimento superficial sobre o assunto por parte dos informantes. Nessas respostas parecem ser mais uma aproximação “pseudo-concreta” (KOSIK, 1963), formuladas mais a partir de representações no cotidiano do que resultado de estudos e reflexões sobre o assunto. Assim, para alguns a interdisciplinaridade é entendida como “integração de diferentes áreas dentro de uma atividade” (informante 1). Para outros, a interdisciplinaridade ocorre “quando disciplinas de diversas áreas são contempladas igualmente numa mesma atividade” (informante 2) ou 99 “conjunto de interações de diferentes áreas na busca de um mesmo objetivo” (informante 4). As noções manifestadas pelos informantes 1 e 4 aproximam-se do conceito proposto por FREITAS (2009). Ao analisar a questão, FORTES (2009) salienta que existem definições distintas, que dependem do ponto de vista, da vivência de cada um e da experiência educacional que é particular. Entretanto, como se pode perceber, a manifestação do segundo informante aproxima-se mais com o que é aceito como multidisciplinaridade. Na multidisciplinaridade, “os profissionais são justapostos, cada um fazendo o que sabe. Não há interação em nível de método e nem de conteúdo” (FREITAS, 2009, p. 91). Outrossim, há respostas que encontram pouco ou nenhuma referência na literatura sobre o assunto: “trabalhar diversos eixos juntos no mesmo tema” (INFORMANTE 3). Os informantes, embora tenham manifestado positivamente sobre a disposição para trabalhar com a interdisciplinaridade, a maioria alega formação insuficiente no curso de graduação: “pouco. Acho que é necessário que a interdisciplinaridade seja mais trabalhada, pois são diferentes áreas buscando o mesmo objetivo. ” (INFORMANTE 4); “Não, pois sempre foi trabalhado separado os conteúdos. ” (INFORMANTE 5). O artigo de KLEIMAN e MORAES (1999) corrobora com esta perspectiva quando salienta a dificuldade dos professores trabalharem com a interdisciplinaridade devido sua formação fragmentada. Prezibélla (2008), também salienta que a aquisição de conhecimentos e habilidades isoladas e descontextualizadas pouco contribui para a formação de cidadãos capazes de participar de uma sociedade que se torna cada vez mais complexa e globalizada. De acordo com os informantes, a oportunidade de trabalhar com a interdisciplinaridade ocorre quase que unicamente no âmbito do PIBID. Embora os professores da escola vinculados ao PIBID – supervisores -, aleguem que em alguns momentos trabalham com a interdisciplinaridade, as respostas dadas, tendo em vista a literatura sobre o assunto, permite que se questione sobre a efetividade disso. ” Sim, pois no momento, trabalho com a informática educativa, que permite a interação dos conteúdos curriculares nos seus jogos educacionais. ” (INFORMANTE 6); “Sim” (INFORMANTE 7). Como já salientamos, o trabalho pedagógico interdisciplinar envolve trabalho em conjunto, com métodos e objetivos comuns (FREITAS, 2009). Para JAPIASSU (apud FAZENDA, p.35) “à interdisciplinaridade faz-se mister a intercomunicação entre as disciplinas, de modo 100 que resulte uma modificação entre elas, através do diálogo compreensível...”. Portanto, não é projeto individual, mas sim coletivo. Este tipo de trabalho docente não foi relatado pelos informantes. No que se refere à questão sobre a contribuição do PIBID para o desenvolvimento das atividades interdisciplinares dentro da escola, observou-se que a maior parte das respostas foram positivas e que o PIBID traz grandes benefícios para a escola. Porém, as respostas dadas apresentam contradições com a bibliografia consultada quanto ao conceito de interdisciplinaridade. “Os ensinamentos conhecimentos e reflexões adquiridos no PIBID contribuem muito para o aprimoramento e desenvolvimento das atividades. ” (INFORMANTE 7); “Penso que o PIBID está trazendo para a escola uma possibilidade de desenvolver um ensino diferente onde as disciplinas não trabalham separadas e sim integradas. ” (INFORMANTE 1). Segundo SILVA (2007), realmente existem muitas dificuldades para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, nas atuais condições em que se encontra o ensino público. Talvez seja necessário repensar as estratégias para o trato do assunto no âmbito do PIBID. No entanto, entende-se que essas não são barreiras intransponíveis para realização de atividades, muitas dessas dificuldades podem ser solucionadas pelos próprios docentes e pela escola. Quando analisada a questão se a escola tem possibilidade de realizar um trabalho interdisciplinar sem a presença do PIBID, notou se que, para que haja essas condições deve haver um interesse e um comprometimento do corpo docente da escola, visto que é uma proposta inovadora e desafiadora para a realidade escolar. Assim como o INFORMANTE 6: "Sim, dependendo do interesse do professor, pois a proposta é nova e requer disponibilidade, dedicação e iniciativa para mudar a realidade escolar". Pontuscha (1999, p.102) diz: “ há que se pensar nos métodos de ensino a serem utilizados na escola para que se tenha como expectativa a formação de um “ homem inteiro” e que por meio da prática aliada à reflexão, construa-se o caminho para essa conquista”. Para que seja possível uma quebra de barreiras, é necessário que as disciplinas tenham uma comunicação entre elas, não sendo está uma simples tarefa. Finalmente, ao analisarmos qual o papel do gestores e coordenadores, professores, alunos e dos pais/familiares as respostas indicaram que todos os papeis são de extrema 101 importância para o desenvolvimento do processo interdisciplinar dentro da escola, onde cada um exerce uma função indispensável. Segundo o INFORMANTE 2, as funções de cada membro seriam "Gestores e coordenadores: possibilitar a execução dos projetos. Professores: organizar os projetos. Alunos: estarem abertas as propostas. Pais: apoiarem a escola sobre os projetos". Para Bonatto et. al. (2012), quando são captados, estudados, discutidos e avaliados, tais conteúdos causam mudanças significativas no diálogo, tanto no cotidiano escolar como na comunidade e na família, pois os alunos transmitem seus conhecimentos adquiridos na escola de maneira prazerosa e positiva. 4. CONCLUSÕES Conclui-se que a noção sobre interdisciplinaridade dos informantes é muito divergente e superficial, tendo-se em conta a bibliografia consultada. Sem dúvida, as contradições encontradas nos dados coletados condicionam as ações levadas a efeito, o que pode estar refletindo nas dificuldades em realizar o projeto interdisciplinar. Notou-se que a maioria apresenta grande disposição para o projeto, porém reconhecem ser uma atividade complexa e que exige estudo aprofundado. Esta dificuldade precisa ser superada para que um trabalho pedagógico efetivo, referenciado na interdisciplinaridade, dê certo. Em relação a formação acadêmica, é possível concluir que ela carece de preparo para o trabalho interdisciplinar. As análises mostraram que só no Programa os estudantes têm oportunidade de trabalhar com colegas de outras áreas. O PIBID oportuniza esse trabalho de grande valia nessa proposta inovadora da educação, possibilitando experiências nessa nova perspectiva. Observa-se que a formação dentro da universidade é precária e que precisa ser repensada e direcionada para o desenvolvimento de uma formação ampla tanto disciplinar quanto interdisciplinarmente. No processo de realização do projeto, as barreiras encontradas referem-se ao desafio de o bolsista deixar de direcionar o olhar apenas para sua área. Acredita-se que essa dificuldade se deve a fragmentação de ensino em toda experiência do sujeito enquanto aluno, tornando-se esse o principal obstáculo. Enfim, podemos notar que o trabalho interdisciplinar é um grande desafio e, para que possa avançar de forma satisfatória, é necessário um 102 comprometimento de todos, visto que é uma tarefa bastante complexa. Para a quebra das barreiras encontrada é necessário mais estudo para uma fundamentação teórica clara e consistente do saber interdisciplinar. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUGUSTO, T. G. S.; Caldeira, A. M. A.; Caluzi, J. J; Nardi, R. Interdisciplinaridade: concepções de professores da área ciências da natureza em formação em serviço. Ciência e Educação, v. 10, 2004. Bonatto A.; Barros, C. R.; Gemeli, R. A.; Lopes, T. B.; Frison, M. D. Interdisciplinaridade no ambiente escolar. Seminario de pesquisa em educação da região sul, 2012. BRITO, S.M.D.; BRASILEIRO, M.C.; ALVEZ, R. E. Interdisciplinaridade: Conceito e Construção. Revista Epistême. Porto Alegre, n. 19, p. 139-148, jun-dez. 2004. FORTES, C.C. Interdisciplinaridade: origem, conceito e valor. Revista acadêmica Senac online. 6a ed. setembro-novembro 2009. Disponível em: http://www3.mg.senac.br/Revistasenac/edicoes/Edicao6.htm. Acessado em 25 jun. de 2015. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª. Ed., São Paulo, Atlas, 1993. FAZENDA, Ivani C A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas, Papirus, 2011. KLEIMAN, A. B.; MORAES; S. E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. Campinas: Mercado das Letras,1999. MEC/CAPES/UFPEL. Projeto institucional PIBID 2013. Pelotas, UFPel, 2013. Disponível em www.ufpel.edu.br/prg. Acesso em 16 de jun. de 2015. 103 MINAYO, Maria Cecilia de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 14 ed, SP, Vozes, 2004. POMBO, O. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liinc em Revista, v.1, n.1, março 2005, p. 3 -15. PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Interdisciplinaridade: Aproximação e Fazeres. Terra livre. São Paulo, n. 14, p. 100-124 jan/jul 1999. PREZIBÉLLA, P. R. M. A construção de uma práxis interdisciplinar na educação especial: análise de uma experiência. Portal Educacional do Estado do Paraná, 008. Disponível em: www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br. Acessado em 01 ago. de 2015. SEVERINO, A. J.. Subsídios para uma reflexão sobre novos caminhos da interdisciplinaridade. Serviço Social e Interdisciplinaridade. São Paulo, Cortez, 1989. 104 MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E ACONSELHAMENTO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM USUÁRIOS DIABÉTICOS E HIPERTENSOS DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO SUL DO BRASIL Otávio Amaral de Andrade Leão1; Fernando Vinholes Siqueira² 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] ²Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO: O presente estudo tem o objetivo de verificar a prevalência dos diferentes estágios de mudança de comportamento e de recebimento ou não de aconselhamento para a prática de AF. METODOLOGIA: Estudo transversal envolvendo usuários hipertensos e diabéticos da sala de espera da unidade Areal Leste. Foi verificado o recebimento ou não de aconselhamento e o estágio de mudança de comportamento (EMC) que o indivíduo se encontra. Os dados foram analisados de maneiras descritivas pelo pacote STATA 13.0 RESULTADOS: Entre os EMC não ativos a maior prevalência foi de pré-contemplação, já entre os ativos foi de manutenção. Na variável aconselhamento, cerca de 70% dos indivíduos relatou já ter recebido. CONCLUSÕES: Apesar dos EMC não apresentarem predominância positiva, o alto índice de aconselhamento indica que a atividade física está bem estabelecida dentro da unidade. PALAVRAS-CHAVE: Atividade física; mudança de comportamento; aconselhamento; unidade básica de saúde. 1. INTRODUÇÃO As doenças crônicas foram responsáveis por cerca de 70% das causas de óbitos no país em 2007, tendo como um dos quatro principais fatores de risco a inatividade física 105 (SCHMIDT et al, 2011). Visto isso, a inatividade física é uma das maiores preocupações de saúde no mundo (WHO, 2011), e está diretamente relacionada ao risco aumentado para doenças crônicas, como hipertensão (HAS) e diabetes (DM), câncer (LEE et al, 2012) e mortalidade prematura (WEN et al, 2011). No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é o responsável por dispor as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 1990). Um estudo de PAIM et al. (2011) sobre saúde no Brasil, mostrou que o atendimento primário à saúde tem sido o mais reportado como principal atendimento. Os autores ainda mostraram que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os centros de saúde são as estruturas mais procuradas no que tange ao serviço de saúde, em concordância com MENDES (2012), mostrando que a atenção básica é a primeira responsável pela prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Sendo assim, é necessário conhecer alguns fatores que influenciem os indivíduos portadores de DCNT, como o aconselhamento para a prática de atividade física, conforme abordado na revisão de ORROW et al. (2012). Sobre a prevalência de aconselhamento recebido por moradores de áreas de abrangência de UBS, SIQUEIRA et al.(2009) encontraram valores de 28,9% em adultos e 38,9% em idosos, sendo sempre maior na região Nordeste e em idosos. Portanto o presente estudo tem o objetivo de verificar a prevalência dos diferentes estágios de mudança de comportamento e de recebimento ou não de aconselhamento para a prática de AF entre os indivíduos hipertensos e diabéticos usuários de uma unidade básica de saúde do sul do Brasil. . 2. METODOLOGIA 106 Foi realizado um estudo com delineamento transversal, com uma população de indivíduos diagnosticados com hipertensão e/ou diabetes, usuários da Unidade Básica de Saúde Areal Leste, da cidade de Pelotas/RS. Por duas semanas um entrevistador treinado esteve na UBS Areal Leste durante todo o período de atendimento. Todos os indivíduos adultos, que procuraram a Unidade foram abordados, e a eles perguntados se algum dia teve um diagnóstico médico de Hipertensão e/ou Diabetes. No caso de resposta positiva foi convidado a participar do estudo com apresentação do Termo de Consentimento e coleta de sua assinatura. Depois de concordado com a participação o entrevistador aplicou o instrumento de pesquisa, estruturado padronizado e previamente codificado, desenvolvido pelo pesquisador, composto por perguntas abertas e fechadas. Para este estudo foi adaptado um questionário que captasse informações referentes às variáveis independentes de estudo (socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde). O desfecho estágio de mudança de comportamento foi coletado através de um questionário adaptado, que foi composto por questões objetivas com base em algoritmo desenvolvido por DUMITH et al. (2008). A variável recebimento de aconselhamento foi verificada através da pergunta “Alguma vez recebeu aconselhamento sobre Atividade Física no posto de saúde?”, e as respostas foram categorizadas de acordo com o tempo que a pessoa recebeu o aconselhamento, caso tenha recebido. Também foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física “International Physical Activity Questionnaire – IPAQ”, que permite estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano, como: trabalho, transporte, tarefas domésticas e lazer, e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizadas na posição sentada. Para este estudo foi utilizado o domínio da atividade física no lazer, transporte e tempo sentado. Os dados coletados foram posteriormente codificados e digitados em planilha Excel 2013, sendo as análises descritivas feitas pelo pacote estatístico STATA 13.0. 107 O Comitê de Ética da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas aprovou o protocolo do estudo, conforme o parecer 1.209.624 de 01 de setembro de 2015, e consentimento informado foram obtidos de todos os participantes. Os autores declararam não haver conflito de interesse no presente estudo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 53 indivíduos usuários da UBS Areal Leste da Universidade Federal de Pelotas portadores de diagnóstico médico de HAS e/ou Diabetes. A média de idade foi de 56,4 anos (DP=16,06) com valor mínimo de 21 e máximo de 93 anos. A Tabela 1 descreve a amostra composta por 79,3% de mulheres, 73,6% de cor da pele branca, com 51,9% com renda de até 1 salário mínimo. A escolaridade mostrou que a maioria da população estudada apresentava até 8 anos ou menos de estudo, com 60,4% não fumante. Entre os estudados 90,6% relataram diagnóstico de HAS e 45,3% de Diabetes. Tabela 1. Perfil sociodemográfico, econômico, comportamental, de saúde da amostra em estudo. Variáveis independentes N (%) Sexo Masculino 11 (20,75) Feminino 42 (79,25) Idade <60 33 (62,26) 60 ou + anos 20 (37,74) 108 Cor da Pele Branca 39 (73,58) Não branco 14 (26,42) Situação Conjugal Sem Companheiro 19 (35,85) Com Companheiro 34 (64,15) Renda Até 1 Salário Mínimo 27 (51,92) De 1 a 2 SM 23 (44,23) 3 ou + 2 (3,85) Fumo Nunca 32 (60,38) Fumou mas parou 16 (30,19) Fuma 5 (9,43) Escolaridade (Anos completos de estudo) ≤8 anos 42 (79,25) 9 a 11 anos 8 (15,09) 12 ou + anos 3 (5,66) Diagnóstico de DM Não 29 (54,72) Sim 24 (45,28) Uso de medicamento para DM Não 3 (13,64) Sim 19 (86,36) Nº de medicamentos para DM 109 1 6 (31,58) 2 9 (47,37) 3 ou + 4 (21,06) Diagnóstico de HAS Não 5 (9,43) Sim 48 (90,57) Uso de medicamento para HAS Não 2 (4,17) Sim 46 (95,83) Nº de medicamentos para HAS 1 21 (45,65) 2 22 (47,83) 3 ou + 3 (6,52) A Tabela 2 apresenta os resultados do desfecho mudança de comportamento entre os usuários HAS e DM da UBS. Entre os estágios que não caracterizam ter o comportamento de praticar AF, 45,2% estão no estágio de pré-contemplação, enquanto entre os que apresentam o comportamento, 63,6% no estágio de manutenção. Um estudo de base populacional de DUMITH et al. (2007) na cidade de Pelotas verificou a prevalência dos EMC em uma amostra de 3136 indivíduos, encontrando resultado de prevalência do estágio de précontemplação semelhante, sendo os mais velhos, casados, fumantes e com menor nível socioeconômico com menor chance de adotar, iniciar e manter a prática de atividade física. 110 Tabela 2. Relação com o posto, recebimento de aconselhamento, percepção de saúde e estágios de mudança de comportamento. Variáveis N (%) Última consulta A mais de um ano 7 (13,21) De seis meses até um ano 6 (11,32) De um mês até seis meses 20 (37,74) A menos de um mês 20 (37,74) Recebimento de aconselhamento sobre AF Nunca 16 (30,19) A mais de um ano 13 (24,53) A mais de seis meses 8 (15,09) A mais de um mês 10 (18,87) A menos de um mês 6 (11,32) Profissional que realizou o aconselhamento Médico 20 (54,05) Nutricionista 2 (5,41) Profissional de Educação Física 14 (37,84) Outro 1 (2,70) Passou a praticar após aconselhamento Não 18 (48,65) 111 Sim 19 (51,35) Percepção de Saúde Excelente 3 (5,66) Boa 20 (37,74) Regular 25 (47,17) Ruim 5 (9,43) EMC Não ativo 31 (58,49) Ativo 22 (41,51) EMC Não Ativo Pré-contemplação 14 (45,16) Contemplação 8 (25,81) Preparação 9 (29,03) EMC ATIVO Ação 8 (36,36) Manutenção 14 (63,64) O nível de AF no lazer teve prevalência encontrada de 66% de inativos, 17% de insuficientemente ativos e de 17% de ativos. Em relação ao domínio do deslocamento, 22,6% são inativos, 50,9% insuficientemente ativos e 26,5% são ativos. As altas prevalências de inatividade física podem ser percebidas em outros estudos, como no de LEITÃO E MARTINS (2012), realizado em duas UBS de São Paulo, que encontrou índices de 87% de inatividade física na população estudada e associação direta e significativa entre síndrome metabólica e nível de atividade física. 112 Em relação ao seu perfil socioeconômico e demográfico os resultados vão ao encontro da literatura, que mostra a maioria dos estudos apontando maiores prevalências de atendimento em mulheres, indivíduos acima de 40 anos, com ensino fundamental incompleto e renda considerada baixa (TOMASI et al. 2011; SIQUEIRA et al. 2008; GOULART e ALGAYER 2009). Quanto à variável aconselhamento para a prática de AF, o estudo de FLORINDO et al. (2013) mostrou que a maior prevalência regular do mesmo, praticado há pelo menos seis meses, foi por médicos, resultado semelhante ao encontrado neste estudo. Já o recebimento de aconselhamento encontrado no presente estudo foi maior do que o encontrado nos estudos de SIQUEIRA et al. (2009) e BARNES et al. (2012), sugerindo que a Unidade de Saúde já tem incorporada a atividade física na sua rotina. 4. CONCLUSÕES Os resultados relacionados aos EMC mostram que a maioria não apresentou comportamento ativo para AF, sendo que dos não ativos o estágio predominante foi o de précontemplação e entre os ativos o de manutenção. Isso mostra que a população estudada já possui um comportamento em sua grande maioria e não pretende mudar, o que pode ser justificado pelo fato de possuírem morbidades que possam influenciar em sua prática e na sua mudança de hábitos. Além disso, a variável recebimento de aconselhamento apresentou alta prevalência, cerca de 70%, indicando que a importância de ser fisicamente ativo já está bem estabelecida na UBS. Por fim podemos perceber que o profissional que mais realiza os aconselhamentos são os médicos, o que justifica mais ações de cunho interdisciplinar, com o intuito ser capaz de incorporar um novo hábito na rotina do paciente, sendo que esse hábito trará diversos benefícios já bem estabelecidos na literatura. 113 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARNES P.M.; SCHOENBORN C.A. Trends in adults receiving a recommendation for exercise or other physical activity from a physician or other health professional. NCHS data brief, no 86. Hyattsville, MD: National Center for Health Statistics, 2012. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. 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Resultados: Não houve diferença entre os valores de PSE previstos que se referiam respectivamente a 2, 3 e 4, com os valores relatados pelos participantes 2,43±0,8, 3,27±0,9, e 3,98±1,3 (p=0,123; 0,391 e 0,969 respectivamente). Ademais, foi encontrado alto grau de correlação e sem diferença estatística entre PSE registrada ao final do exercício e depois de 30 minutos de recuperação. Conclusão: Não houve diferença entre PSE percebida e a planejada, por fim, percebeu-se que a coleta da informação da classificação do esforço logo ao final da sessão ou 30 minutos após, não influenciou nos resultados. Palavras-chave Exercício aeróbico; Esforço Físico; Obesidade. 116 1. INTRODUÇÃO No que diz respeito à Percepção Subjetiva de Esforço (PSE), NAKAMURA et al. (2010), relataram o método como confiável e de fácil uso, indicador de intensidade útil principalmente para controle das cargas de exercícios físicos em diferentes populações e por sua relação direta com indicadores fisiológicos utilizados na prescrição e monitoração do treinamento (MATTOS & FARINATTI, 2007; PARFITT et al., 2012). O método da PSE foi inicialmente descrito por BORG (1962; 1970), posteriormente modificado, e validado para escala de 0 a 10 (NOBLE, 1982), passou a ser utilizado na tentativa de quantificar o esforço empregado na sessão inteira com a escala Category Ratio-10 (CR-10), e não apenas em tarefas específicas, como até então era utilizado. Para isto, o nível de esforço gerado pela sessão deve ser referido pelo participante depois de 30 minutos de encerrada à sessão e multiplicado pelo tempo de duração da mesma (FOSTER et al. 2001). A escala CR-10, é comumente reportada na literatura como método válido para quantificação da carga de treino, em distintas populações, e tipos de exercícios, se apresenta também como uma ferramenta para comparação entre carga percebida pelos participantes, e a carga planejada pelos treinadores. CORTES-BERGODERI et al. (2013), verificaram que o método da PSE é o mais utilizado para controle de intensidades de exercício físico em centros de reabilitação física da América do Sul, em todas as fases de recuperação dos pacientes atendidos. No entanto, especificamente em populações com idosos e com condições especiais, não são muitos os estudos que verificaram a relação entre o nível de esforço percebido com a intenção de esforço planejado (GRANT, 2002; KILPATRICK, 2009). Em recente estudo desenvolvido com idosos com insuficiência cardíaca congestiva, este se apresentou como o primeiro a correlacionar a quantificação da carga com o método de PSE da sessão com medida direta de quantificação de intensidade (IELLAMO et al. 2014). Indiscutivelmente algumas afecções interferem nos limiares de dor, fadiga, e exaustão, o que implica na necessidade de compreender como indivíduos com múltiplas morbidades em 117 estágios avançados, assimilam a carga de esforço físico planejado. Deste modo, este estudo objetivou registrar a percepção de esforço dos participantes e contrastar este esforço percebido com a intenção de esforço planejado por profissionais de educação física, adicionalmente, identificar se para exercícios com carga constante há diferença entre a PSE relatada ao final da sessão com a referida após 30 minutos. 2. METODOLOGIA Participantes A população alvo desta pesquisa foi composta por todos os pacientes que estavam em acompanhamento presencial de programa de reabilitação física, executado no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande - FURG/RS o qual tem como característica prestar atendimento a pessoas que estão classificadas como alto risco para o exercício físico, portanto, os sujeitos envolvidos nesta pesquisa possuem elevada complexidade do quadro clínico ou exagerado descontrole de sua condição patológica. Foi considerado critério para inclusão, idade superior a 45 anos, e participação à no mínimo 4 semanas no programa de reabilitação física, período considerado por nós como necessário para aprendizagem e bom entendimento das ferramentas utilizadas. Foram considerados como critérios para exclusões, os indivíduos com incapacidade física limitante à locomoção, participantes que acumulassem uma falta subsequente à outra, ou três faltas alternadas durante o estudo, e pessoas com doenças que não estavam com tratamento medicamentoso otimizado. No período de execução do projeto que se deu ao longo de todo o segundo semestre de 2014, foram acompanhados pelo centro de reabilitação física 23 pacientes, ao serem considerados os critérios de participação e interesse dos pacientes, este estudo incluiu 15 pacientes do programa de reabilitação física, e devido às perdas ao longo do desenvolvimento 118 finalizaram a pesquisa 10 selecionados (6 homens e 4 mulheres). Destaca-se o fato de que todos os sujeitos eleitos para este estudo estavam diagnosticados com obesidade ou sobrepeso, associado à no mínimo outra morbidade. Delineamento experimental do estudo Todos os participantes completaram 10 ensaios, especificamente um teste ergométrico para determinação do VO2pico e 9 sessões de treinamento aeróbico. O Teste ergométrico que definiu o consumo de oxigênio ocorreu com a aplicação dos protocolos de Bruce ou Naughton. Ao passo que, finalizada a etapa de avaliações com o teste ergométrico, foi realizado em ordem aleatória 9 sessões de exercício físico aeróbio em dias não consecutivos, com duração de 30 minutos em velocidades constantes calculadas para 40%, 50% e 60% do VO2pico, sequência esta, que foi previamente definida para cada participante por meio da utilização do programa random.org (http://www.random.org). Ao final do estudo, cada um dos dez participantes executou 9 sessões de exercício físico, o que totalizou 90 sessões observadas. Todos os procedimentos e técnicas utilizados são rotineiramente reproduzidos, no ambiente o qual se desenvolveu a pesquisa. Anteriormente a cada sessão de exercício físico, os participantes efetuaram aquecimento com duração de 5 minutos de caminhada a 30% do VO2pico. Cabe ressaltar, que os participantes não visualizavam a velocidade em que estavam caminhando, bem como também, não possuíam conhecimento sobre qual a ordem de realização das intensidades do treinamento, as quais eram feitas em ambiente com temperatura e número de pessoas controladas, de modo que apenas um participante por vez ocupou o laboratório de treinamento, acompanhado de um professor de educação física, sendo este, o responsável pela prescrição de exercício, ministrar todas as sessões de treinamento, registro das coletas, e acompanhar as avaliações físicas. Para determinação dos valores de PSE planejada para cada intensidade de exercício executado em velocidade constante por 30 minutos, foi estipulado que a intensidade de 40% do VO2pico compreendida como baixa por NEMOTO et al. (2007), deveria receber atribuição de valor 2 na escala CR-10, para a intensidade de 50% do VO2pico considerada moderada 119 (PESCATELLO et al. 2014), conforme sugerido por MATTOS & FARINATTI, 2007, definiu-se o valor 3 da mesma escala, e por fim, que o valor 4 seria o esperado como nível de esforço empregado para exercício realizado em intensidade de 60% do VO2pico, também considerada moderada (PESCATELLO et al. 2014). As intensidades e a expectativa de percepção de esforço foram atribuídas após consideração do estado de saúde dos participantes. Análise estatística Quanto ao tratamento estatístico, os dados foram analisados e apresentados de modo descritivo em média e desvio padrão, depois de confirmada sua normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para comparação entre os valores relatados de PSE, do momento ao final do exercício físico para o valor relatado depois de decorridos 30 minutos do término da sessão, utilizou-se Correlação de Pearson em todas as intensidades. Para verificação de diferença entre PSE planejada para cada intensidade e o valor médio das 3 sessões em cada intensidade de PSE percebida, utilizou-se o teste T de Student para amostras pareadas. O nível de significância adotado foi de p<0,05. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao final, 10 participantes completaram este estudo e suas características estão a seguir expostas na Tabela 1. Durante o desenvolvimento do estudo, frequentaram o programa de reabilitação física 23 pacientes, sendo esta nossa população alvo, 19 aceitaram ser inclusos na pesquisa, respeitando os critérios de inclusão e exclusão 3 não foram envolvidos, pois apresentavam idade inferior a 45 anos e 1 apresentava incapacidade física que limitava sua locomoção. Portanto, foram selecionados 15 indivíduos, mas 5 deixaram de participar ao longo do desenvolvimento da pesquisa por complicações de suas morbidades, sendo 1 infarto agudo do miocárdio, 1 por rebaixamento do sensório ocasionando eventos de queda, ainda, 2 por retinopatia proliferativa e 1 por ausências durante o período de intervenção física. Tabela 1. Características dos participantes do estudo 120 Característica n = 10 Idade (anos) 60,6 ± 7,7 Massa Corporal (Kg) 87,4 ± 24,1 Estatura (cm) 159,7 ± 9,4 Índice de Massa Corporal (Kg/m²) 34,6 ± 11 VO2pico (ml.kg.min) 23,9 ± 9,2 Valores apresentados em média ± desvio padrão. Os resultados dos 10 indivíduos selecionados foram considerados válidos para análise, pois estes completaram as nove sessões de treinamento físico e participaram das avaliações físicas, no momento inicial e final da pesquisa. De modo detalhado, as patologias dos 10 sujeitos envolvidos na pesquisa aparecem expostas na Tabela 2. Os participantes executaram as sessões de exercício físico na intensidade de 40% a uma velocidade média de 3,3Km/h, enquanto que as sessões em intensidade de 50% foram executadas na esteira com velocidade de 3,9Km/h, e 4,6Km/h, foi a velocidade média de execução dos exercícios realizados na intensidade de 60% do VO2pico. Verificamos que não houve diferença entre os valores de média da PSE da sessão relatada pelos participantes, em comparação com os valores de PSE da sessão previamente estipulados como meta de intensidade (Tabela 3). A Tabela 3, ainda apresenta média de PSE da sessão relatada no primeiro, segundo e terceiro dia de cada intensidade. Tabela 2. Doenças diagnosticadas previamente ao início do estudo, n=10 Quantidade de Participantes Patologia Acima do Peso (Obesidade / Sobrepeso) 10 (5 / 5) Hipertensão Arterial Sistêmica 8 Dislipidemia 6 Diabetes Mellitus tipo II 5 121 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 4 Infarto Agudo do Miocárdio 3 Cirurgia de Revascularização do Miocárdio 3 Quantidade de patologias diagnosticadas previamente ao inicio da pesquisa. Tabela 3. Diferença entre Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) Média Percebida e PSE Planejada, n = 10 Intensidade da sessão PSE no PSE no PSE no 1º dia 2º dia 3º dia PSE Percebida PSE Planejada P 40% do VO2 2,4 2,4 2,6 2,43 ± 0,8 2 0,123 50% do VO2 3,55 3,15 3,10 3,27 ± 0,9 3 0,391 60% do VO2 3,95 3,85 4,15 3,98 ± 1,3 4 0,969 Valores apresentados em média ± desvio padrão. Observou-se que não houve diferença entre os valores reportados de PSE nos momentos imediatos ao término do exercício físico para aquele mencionado depois de 30 minutos de recuperação (Gráfico 1). Para esta mesma comparação, entre as medidas de PSE realizadas exatamente ao final do exercício, com as percepções relatadas depois de transcorridos 30 minutos do final da sessão, foi encontrada correlação positiva e forte. De modo que, ao final do exercício físico nas 3 intensidades 40%, 50% e 60%, a comparação entre o momento final do exercício e depois de 30 minutos, não apresentou correlação menor do que 0,9, indicando correlação muito forte entre os valores mencionados pelos pacientes no momento de final do exercício e depois de 30 minutos de recuperação, na Tabela 4 estão expostos os valores individuais de cada participante do estudo quanto à PSE relata no término do exercício e a velocidade na qual era realizado o exercício. 122 Cabe ressaltar, que a população estudada foi constituída de pacientes com condição inicial muito fragilizada, com problemas graves de saúde, o que implicou em perda de um terço da amostra ao longo do estudo, por complicações de suas afecções. Reconhecemos como limitação, o fato de que a avaliação utilizada para mensuração da aptidão física dos participantes ser método indireto, e que a partir desta estimativa foi calculado o percentual de intensidade do exercício. Ainda, nossa amostra pequena, mas justificado pelo fato da população alvo ser pequena, porém, extremamente específica de sujeitos considerados de alto risco para execução de exercício físico. Por fim, vale lembrar que foram inclusos pacientes frequentadores à no mínimo 4 semanas do programa de reabilitação física, fato que promove adaptação aos procedimentos e minimiza a confusão sobre o entendimento da escala de percepção de esforço. Tabela 4. Registros de Percepção Subjetiva de Esforço por participante, relatados nos três dias de treino em cada intensidade, bem como, respectiva velocidade de execução na esteira. Participante INTENSIDADE DE 40% INTENSIDADE DE 50% INTENSIDADE DE 60% PSE PSE PSE Velocidade 1º 2º 3º (Km/h) dia dia dia PSE PSE PSE Velocidade 1º 2º 3º (Km/h) dia dia dia PSE PSE PSE Velocidade 1º 2º 3º (Km/h) dia dia dia A 3 3 4,5 4,7 5 3 3 5,7 5,5 5,5 6 6,6 B 3 3 3 2,9 3 3,5 3 3,5 5 4 5 4,2 C 3 4,5 4 4,8 6 6 3 5,8 5 6 6 6,7 D 2 2 2 1,3 3 2 2 1,6 2 2 2 1,9 E 2,5 2 2 1,9 3 3 5 2,3 4 3 3 2,8 123 F 3 2 3,5 5 4 4 4 6 5 4,5 5 7 G 1 2 1 3,9 3 2,5 2 4,7 3 3,5 3,5 5,6 H 1 1,5 2 2,9 2 3 2 3,5 2 3 2 4,2 I 2 2 2 1,7 2 2 3 2,1 4 4 4 2,5 J 4 2 2 2,4 3 2 4 3 4 3 4 3,5 PSE em escala entre 0 e 10 P = 0,96 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 P = 0,39 P = 0,12 3,00 4,00 3,98 3,27 2,43 PSE Planejada PSE Média… 2,00 40% do VO2 50% do VO2 60% do VO2 Gráfico 1. Percepção Subjetiva de Esforço Planejada e Percepção Subjetiva de Esforço Percebida médias registradas em cada intensidade do exercício Este estudo contrastou em diferentes intensidades de exercício aeróbico contínuo, o nível de esforço provocado pela intenção dos treinadores, com o esforço percebido pelos envolvidos na pesquisa, e como demonstrado nos resultados, o nível de esforço relatado pelos participantes não foi diferente do que os treinadores planejaram. Para o nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo brasileiro a envolver esta população de doentes crônicos classificados como alto risco e submetê-los a intervenção física, registrando a percepção sobre o esforço físico efetuado de acordo com intensidades estipuladas por percentual do VO2. Pesquisadores tem validado a escala PSE como método de prescrição e monitoramento de intensidade de exercício (HERMAN et al. 2006), e analisar se o nível de estresse gerado é 124 semelhante ao planejado (SCHERR et al. 2013; MILANEZ & PEDRO, 2012), nossa pesquisa estende estas investigações, de modo a indicar que houve alta correlação entre os valores de PSE relatados ao final da sessão, com os referidos pelos pacientes depois de 30 minutos na fase de recuperação da sessão. De igual maneira, ALVES et al. 2013, em recente trabalho com idosos, identificaram que depois de realizadas sessões com treinamento com pesos, também encontraram que os valores coletados ao final da tarefa ou depois de 30 minutos do término dela não foram diferentes. Ainda sobre a percepção de esforço mensurada ao final do exercício para à coletada depois de 30 minutos, nossos achados se assemelham com os resultados de KILPATRICK et al. (2014), os autores encontraram que a PSE da sessão esteve intimamente ligada à intensidade executada ao final do exercício, quando os participantes executaram sessões de exercício aeróbico por 30 minutos com relatos de PSE e ajuste de carga pelo participante a cada 5 minutos, de modo que a execução do exercício fosse referente à intensidade leve, moderada ou forte. Enquanto que HORNSBY et al. (2013), não verificaram essa mesma associação entre, a percepção de esforço do exercício executado ao final da sessão, com o esforço global da mesma. Em nossa pesquisa não foi encontrado diferença entre à PSE relatada ao final do exercício com a depois de 30 minutos de recuperação, levantam-se alguns fatores que podem auxiliar na compreensão destes achados, sendo um dos motivos, a interferência gerada pela memória dos participantes, que relatam a sessão como um todo a partir de sua impressão final, bem como verificado em outros estudos (KILPATRICK & GREELEY, 2014), ou que, para exercícios com carga constante, assim como o desempenhado nesta pesquisa, 30 minutos do mesmo exercício com intensidade constante, o nível de esforço global pode ser quantificado no momento exatamente ao final da sessão ou depois de 30 minutos de seu término, pois há provavelmente uma chance menor de confusão entre o esforço momentâneo e o registrado depois de 30 minutos de recuperação. Compreender como o esforço é assimilado por quem o realiza, pode contribuir para que o treinamento ocorra em níveis de intensidade satisfatórios para gerar benefícios à saúde e minimizar o desconforto causado pelo esforço, sabidamente outros fatores influenciam e 125 interferem para a aderência a prática de exercícios físicos, mas realizar exercício que não seja em intensidade agradável e ainda assim eficiente pode possibilitar maior permanência em programa de exercícios (COX et al. 2003; PESCATELLO et al. 2014). 4. CONCLUSÕES Nossos achados demonstraram que nesta amostra de sujeitos acima do peso e com morbidades associadas, os valores encontrados de percepção subjetiva de esforço para um exercício contínuo na esteira por 30 minutos foram semelhantes ao nível de esforço esperado pelos treinadores. Bem como, que a quantificação do esforço percebido desta sessão de exercício aeróbio contínuo, pode ser mensurada exatamente ao final do exercício ou depois de 30 minutos, sem interferência no resultado. 126 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NAKAMURA, F; MOREIRA, A; AOKI, M. Monitoramento da carga de treinamento: a percepção subjetiva do esforço da sessão é um método confiável?. R. da Educação Física/UEM. v. 21, n. 1, p. 1-11, 2010 MATTOS, M.; FARINATTI, P. Influência do treinamento aeróbio com intensidade e volume reduzidos na autonomia e aptidão físico-funcional de mulheres idosas. Rev Port Cien Desp, v. 7, n. 1, p. 100–108, 2007. PARFITT, G.; EVANS, H.; ESTON, R. Perceptually Regulated Training at RPE13 Is Pleasant and Improves Physical Health. Med Sci Sports Exerc, v. 44, n. 8, 2012. BORG, G. Perceived exertion as an indicator of somatic stress. Scand J Rehabil Med, v. 2, p. 92–98, 1970. BORG, G. Physical performance and perceived exertion. Lund: Gleerup, 1962. NOBLE, B. J. 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Os resultados apresentam que as novas modalidades, foram mais estimulantes, motivantes e geraram maior adesão a prática. Os valores de fluxo encontrados nesta pesquisa confirmaram a hipótese de que novas modalidades esportivas teriam resultados melhores. Ou seja, podem ser um meio de motivação para os alunos participarem ativamente das aulas. Palavras-chave: Novas modalidades esportivas, Fluxo, Motivação, Educação Física 129 1. INTRODUÇÃO Existem diversas abordagens pedagógicas na Educação Física (EF) segundo Azevedo e Shigunov (2001), aulas abertas, crítico superadora, aptidão física, desenvolvimentista e Educação Física plural, sendo essas preditivas da EF, e as abordagens Crítico Emancipatória, Psicomotrista e Tecnicista, não preditivas da EF. Mesmo assim, ainda é possível observar em escolas aulas ministradas sem nenhum tipo de planejamento e muito menos metodologia de trabalho, e tendo, por vezes, apenas uma única modalidade esportiva como prática hegemônica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNS (1997) delimitam os conteúdos que podem ser trabalhados nas escolas, citando entre eles os esportes, as danças, lutas e a capoeira, porém o que se percebe é a predominância dos esportes, em especial quatro deles: futsal, basquete, vôlei e handebol, e também certa incoerência quando se fala nas lutas, uma vez que a Capoeira também pode ser considerada como luta. Inúmeras vezes os alunos procuram se ausentar das aulas ou encontrar maneiras de não participar das mesmas, por razões como indisposição, trabalho, infrequência e falta de vontade, o que prejudica o desenvolvimento de conteúdos e priva o aluno da oportunidade de um novo conhecimento. Como apresenta Darido (2004) fatos como esses são recorrentes do modo inapropriado que esse componente curricular é interpretado e organizado, passando para a comunidade escolar, a ideia de que Educação Física serve como atividade de fruição corporal, para que os alunos se movimentem e pratiquem alguma atividade, como uma disciplina exclusivamente prática e voltada para os interesses imediatos dos alunos (fazer o que quiser). Aliado a isso, muitas vezes as aulas são descontextualizadas, priorizando quase que exclusivamente a prática como fim em si mesmo, sem que haja uma contextualização e objetivo das ações desenvolvidas. Dessa forma, a EF acaba sendo vista pela comunidade escolar como uma atividade complementar da escola, com objetivos utilitários, tais como extravasar a energia dos alunos ou discipliná-los (GOODSON, 2008). Muitas vezes os professores possuem uma carga de trabalho elevada ou outros motivos que dificultam a organização e sistematização de conteúdos. A escassez de materiais e contratempos que acontecem nas escolas (pouco espaço físico, dia de chuva sem espaço coberto, divisão de espaço entre professores, número elevado de alunos nas turmas, etc), 130 especialmente na esfera pública, também corrobora para que o professor nem sempre consiga atender as necessidades de seus alunos. Entretanto, são necessários estudos que apontem possibilidades para contornar essas dificuldades e que estimulem o corpo docente a planejar e implementar tanto os conteúdos que estão dispostos nos PCN’s, como outros conteúdos que possibilitem um aumento da motivação e participação dos alunos nas aulas, mostrando ainda à comunidade escolar que a EF pode ser uma disciplina com conteúdos importantes e necessários ao desenvolvimento do educando, e não somente um momento para o aluno relaxar ou gastar energia. Para tanto, um dos objetivos desse trabalho foi identificar se o desenvolvimento de conteúdos diferenciados pode tornar mais atrativa a EF na escola. A motivação dos alunos nas aulas é um fator importante para o professor trabalhar os conteúdos. Neste sentido uma teoria que aborda a motivação dos indivíduos em relação as atividades físicas realizadas é a teoria do fluxo, ou Flow Theory, também conhecida como teoria da ótima experiência. Dessa forma, utilizamos a Teoria do Flow proposta por Jackson et al. (2010), a qual defende que através da interação com a atividade praticada entramos em um estágio onde a motivação estimula o aluno a ter vontade de aprender. Como explica Vaghetti (2011, p 74): Desde as primeiras investigações, o termo “Flow” foi escolhido para denotar essas experiências especialmente absorventes. O uso metafórico deve-se ao fato de que a palavra fluxo foi relatada por muitas pessoas ao descrever o sentimento de ação sem esforço que sentiam nos melhores momentos de suas vidas. Assim como encontrado nos estudos de Csikszentmihalyi (1990), o conceito foi desenvolvido após conseguir encontrar a experiência mencionada por diversos grupos, os quais realizaram diferentes tarefas, como cirurgia, alpinismo, dança e xadrez. Mesmo com tanta diversidade encontrou-se correlação considerável, no que se referia ao que era sentido nos experimentos, sendo especial para os participantes. Sendo assim, o fluxo ocorre quando há um completo envolvimento com a tarefa a ser realizada, onde a pessoa se sente forte, não se preocupa com si ou com o fracasso 131 (VAGHETTI, 2011). O fluxo é reconhecido através de nove dimensões, as quais descrevem a experiência subjetiva da tarefa, sendo elas: 1) A experiência usualmente ocorre quando a pessoa se confronta com tarefas que têm a chance de completar; 2) A pessoa deve ser capaz de se concentrar no que está fazendo; 3) A concentração geralmente é possível porque a tarefa em questão possui metas claras; 4) O feedback é claro, imediato e sem ambiguidades durante a realização da tarefa; 5) A pessoa age com profundo envolvimento, mas com a aparente sensação de ausência de esforço, o que remove da consciência preocupações e frustrações da vida cotidiana; 6) Experiências envolventes permitem que as pessoas exercitem o senso de controle sobre suas ações; 7) A preocupação com o self desaparece, paradoxalmente; porém, o sentido do self emerge mais forte depois da finalização da experiência de fluxo; 8) O sentido de duração do tempo é alterado: as horas passam como se fossem minutos e os minutos podem se ampliar e parecerem horas; 9) A experiência se torna autotélica (CSIKSZENTMIHALYI, 1990, p 7). Neste sentido esta pesquisa teve como objetivo verificar e comparar os valores de fluxo (motivação intrínseca) entre quatro novas modalidades esportivas (Slackline, Punhobol, Rugby e Futebol Americano) e as modalidades esportivas tradicionais na escola (Basquete, Voleibol e Handebol) em alunos com diferentes idades. 2. MÉTODO O estudo foi realizado com 180 alunos com idades entre 11 e 17 anos de ambos os sexos, do Ensino Fundamental (5° ao 9° ano), divididos em duas turmas de sexto ano, uma de sétimo, uma do oitavo ano e uma de oitava série1 de uma escola da rede estadual de Pelotas, Rio Grande do Sul. Essas turmas foram escolhidas de forma intencional, por tratar da realidade de trabalho do pesquisador. A escola foi informada sobre pesquisa e alterações de currículo, de maneira que tivemos autorização e autonomia total para reorganizar o planejamento anual inserindo em algumas turmas as notas temáticas. As turmas possuem em 1 Após a alteração no modelo escolar pela Lei Federal n.º 11.274/06, a escola ganhou um ano a mais sendo o nono que se equivale à oitava série. As turmas que eram séries se mantiveram até chegarem ao final do Ensino Fundamental. 132 torno de 30 a 35 alunos. Sendo que nem todos participam das aulas, havendo dispensas por atestados e elevado índice de infrequência. TABELA 1 – Turmas que participaram do estudo Turma Meninos Meninas A (6° ano) 10 24 B (6° ano) 16 15 C (7° ano) 14 23 D (8° ano) 15 23 E (8° série) 15 22 Os conteúdos novos foram desenvolvidos em duas turmas e nas outras três, optamos por continuar com os esportes tradicionais. Essa divisão foi feita visando comparar se há diferença nas variáveis de interesse entre os novos esportes e os ditos tradicionais. Assim, a turma E e A, tiveram aulas de Rugby, Punhobol, Slackline e Futebol Americano e as demais turmas C, B e D tiveram aulas de Basquete, Voleibol e Handebol. Essas modalidades foram divididas por trimestre, as turmas dos esportes novos tiveram aulas de Rugby e Punhobol no 1° trimestre e de Futebol Americano e Slackline no 2° trimestre, enquanto que as outras turmas tiveram no 1° trimestre Basquetebol e Voleibol e no 2° trimestre Handebol. Todas as práticas foram comparadas entre si e com os grupos opostos, por exemplo, o Handebol foi comparado com os esportes de seu grupo (Basquetebol e Voleibol) e com os novos esportes (Rugby, Futebol Americano, Punhobol e Slackline), Foram utilizados para a realização das práticas os seguintes equipamentos esportivos: Para as modalidades com bola (Punhobol, Rugby e Futebol americano), uma bola de cada esporte, quatro bolas de borracha e dez cones para auxiliar em algumas atividades; Para a modalidade de Slackline, foi utilizada uma corda de Slackline proveniente da escola e outra emprestada por um aluno praticante da atividade. As aulas foram realizadas nas quadras 133 poliesportivas da escola, no campo de areia e para o Slackline foi utilizado de um espaço com árvores ao lado das quadras. As atividades foram realizadas por meio de brincadeiras, jogos adaptados e habilidades técnicas (formas corretas de locomoção, passe, recepção, empunhadura da bola, entre outros). 3. COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS Foi utilizado o Flow State Scale (JACKSON et al. 2010), na versão curta, o qual foi traduzido e realizado o back translation (traduzido e retraduzido para o português) para poder ser utilizado nesse estudo. O questionário mensura as nove dimensões citadas anteriormente, através de perguntas respondidas em escala do tipo likert (de 1 a 5), sendo que quanto maior o valor, maior a motivação intrínseca (ANEXO 1). Para um estado de fluxo considerável, o valor apontado no questionário deve ser igual ou superior a quatro, sendo assim detectado o estado de fluxo, acarretando em uma boa aprendizagem e uma experiência gratificante. Foi utilizada uma análise estatística descritiva com média, desvio padrão para as características da amostra, entre os esportes tradicionais e as novas modalidades esportivas, e qual delas foi mais atrativa para os alunos. O teste “t student” foi utilizado para verificar as diferenças significativas entre a média dos valores de fluxo e entre os esportes investigados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 2 podem ser vistos os valores das dimensões do fluxo para as modalidades esportivas investigadas e a média final do valor do fluxo para cada atividade e para as novas modalidades e para as atividades tradicionais. Tabela 2: Valores individuais e média final do fluxo nos esportes investigados Han Esportes Punho d. Vol. Basq. 3,5 3,7 3,3 3,3 Fut. . Rugby Amer. Slack. 3,8 3,9 3,9 3,8 3,9 3,4 3,5 3,6 3,4 3,4 Equilíbrio habilidade – desafio Fusão ação e consciência 134 Metas claras 3,7 4,0 3,9 4,4 4,3 4,1 4,1 Feedback inequívoco 3,4 3,6 3,6 4,2 4,0 3,7 4,1 tarefa 3,7 3,5 3,8 3,9 3,7 3,7 4,0 Senso de controle 3,5 3,8 3,7 4,2 3,9 4,1 4,0 4,0 3,6 3,9 3,8 3,7 3,8 3,5 tempo 3,1 3,3 3,2 3,4 3,4 3,2 3,6 Experiência autotélica 3,6 3,6 3,5 4,1 4,2 3,9 4,0 Média por esporte 3,6 3,6 3,6 3,9 3,9 3,7 3,9 Concentração na Ausência de preocupação com self Transformação do Média por grupo 3,6 3,9 A Tabela 2 representa todas às nove dimensões do fluxo estudadas pelo questionário aplicado, os valores foram obtidos por uma média de todos os questionários em cada modalidade. Assim como apresentam Jackson et al. (2010) na dimensão referente a “Metas claras”, apenas o voleibol foi o esporte tradicional que atingiu esse objetivo, enquanto que todas as novas modalidades esportivas alcançaram esse nível. Sabendo que todos os esportes foram trabalhados por meio de jogos e brincadeiras, podemos justificar que as novas modalidades mostraram ser mais atrativas e os alunos entenderam os objetivos das atividades, culminando assim nesse resultado. Esses resultados corroboram com os achados de Torres (2006), mostrando que o estabelecimento de metas claras permite ao praticante saber exatamente o que tem de executar e diz que essa característica é um pilar na construção da motivação. Csikszentmihalyi (1999) complementa afirmando que as metas devem ser as mais claras possíveis, gerando assim um foco de atenção mais intenso, acarretando no fim das distrações. Isso é facilmente explicado, quando realizamos uma tarefa, por mais simples que seja, mas sendo algo diferente e que não temos domínio, nossa atenção para as metas e como devemos executar uma ação é alta, o que diminui as distrações e facilita o entendimento. No estudo, com as novas modalidades 135 esportivas, isso ficou evidenciado, pois os alunos realmente prestavam atenção nas aulas de uma maneira diferenciada, estando muito mais atentos e focados. Outro dado que devemos salientar é com relação ao “Feedback inequívoco”, o qual se refere a ação do aluno na tarefa, tendo relação direta com as metas claras, o objetivo não é o feedback e sim a mensagem simbólica que ele carrega. No caso, conseguir atingir o objetivo pelas metas recebidas, como por exemplo, conseguir arremessar a bola de handebol e derrubar um cone que era alvo. Assim como apontam Jackson e Eklund (2002), o manejo adequado do feedback facilita a experiência de Flow, além de trazer uma sensação de certeza. Nessa dimensão apenas as novas modalidades esportivas obtiveram êxito, isso se deve, possivelmente às metas claras e a interação dos alunos com ações diferentes do seu contexto. Na Tabela 2 na dimensão de “Concentração na tarefa”, o único esporte que se destacou foi o Slackline, acreditamos que seja referente ao fato de que o mesmo trabalha constantemente com o equilíbrio, o qual requer concentração e empenho do praticante para se manter de forma adequada na prática. Jackson e Eklund (2002) mencionam que, em atletas essa é a característica que mais se evidencia no Flow, mesmo assim, não é fácil se manter focado na tarefa todo o tempo. Os dados apresentados anteriormente concordam com os achados de Torres (2006), que, em seu estudo, retrata essa dimensão como uma das mais treináveis, e que deve ser bem trabalhada em relação a cada prática executada. Quanto mais trabalhada for, pode haver uma fusão com a dimensão “Ação e consciência”, pois quanto maior o nível de concentração empregada a uma atividade, consequentemente melhor será a execução da tarefa. Nas aulas ministradas, a modalidade Slackline foi a que exigiu mais concentração dos alunos, sendo perceptível pelo simples fato de que, os alunos que estavam sobre a corda em execução, ficavam calados, e focados ao extremo e esse mesmo indivíduo após a tarefa conversava e realizava outras atividades diversas, o que concorda com os dados achados. Na dimensão “Senso de controle”, apenas os esportes alternativos obtiveram valores altos, o que indica um estado de Flow. Dessa forma, pode-se perceber que a sensação de controle é normalmente encontrada em praticantes experientes de esportes, corroborando com o estudo de Torres (2006), de maneira que depende de uma boa preparação e treinamento para se atingir tais resultados. Como apresentam Jackson e Eklund (2002), a sensação de controle 136 elimina a possibilidade de erro, diminui o medo e consequentemente o fracasso, acarretando em uma prática com qualidade, sendo assim ajudando o praticante a se manter no estado de Flow. Pode ser dito, que essa dimensão tem forte relação com as demais, principalmente com as metas claras, que facilitam o entendimento da ação e culminou em uma experiência autotélica significativa, fator motivante e que explica o porquê das novas modalidades esportivas obterem melhores resultados. O dado mais relevante para o estudo foi o da última dimensão, “Experiência autotélica”, a qual se refere à compreensão e interiorização da tarefa após a execução de determinada ação. Nesse campo apenas os esportes novos obtiveram resultados relevantes, o que vai ao encontro de nossa hipótese, em que novas modalidades esportivas aumentam o interesse, a participação e o conhecimento dos alunos. Assim como encontrado em alguns estudos (Jackson, 1996; Ravizza, 1984; Torres, 2006), o Flow é um estado da mente que é atingido quando um indivíduo se sente completamente envolvido em uma atividade diante de alguns fatores estressantes. Csikszentmihalyi e Csikszentmihalyi (1988) ressaltam que a experiência autotélica remete à uma sensação de satisfação, envolvimento intenso, produtos esses da realização da atividade, sendo recompensadora em si, gerando forte motivação intrínseca, deixando assim, em segundo plano, demais sensações. Csikszentmihalyi (1992), em seu estudo, menciona que se a experiência é intrinsicamente gratificante, o presente se justifica, o curso da vida é elevado a outro nível, ocorre um envolvimento, há satisfação e senso de controle. Com tudo que foi apresentado, pode dizer que as novas modalidades esportivas possuem todos esses atrativos para os alunos, de maneira que os mesmos conseguiram atingir um estado de Flow e agregar novas habilidades ao seu repertório motor. Dessa forma podemos dizer que os participantes desse estudo, em distintas tarefas, atingiram esse estado da mente e obtiveram uma aprendizagem significativa. Tabela 3: Valores de p para o teste “t student” para a comparação entre as novas modalidades esportivas e as tradicionais em alunos com idades entre 11 e 13. Idade entre 11 e 13 TESTE T Novas Modalidades Práticas Convencionais 137 Vôlei Basquete Handebol Futebol Americano 0,051 0,829 0,176 Rugby 0,027* 0,714 0,114 Slackline 0,167 0,705 0,469 Punhobol 0,084 0,983 0,27 *Valores de p estatisticamente diferentes. Na Tabela 3 foi observado que apenas no comparativo do Rugby com o Voleibol, houve uma diferença estatisticamente significativa (<0,05). Acreditamos que isso possa ter relação com a faixa etária, uma vez que somente no sexto ano os alunos começam a ter aulas de EF com o professor especialista, até o quinto ano as aulas são ministradas pelo professor unidocente, o qual, normalmente, trabalha apenas com a recreação. Partindo desse pressuposto, qualquer prática para esses indivíduos será nova, o que interfere diretamente nas variáveis de Flow. Mesmo sem apresentar diferença estatística significativa, pelos valores de fluxo, todos os esportes alternativos obtiveram média quatro (valor utilizado que demonstra significância), ressaltando um maior interesse, motivação e aderência à prática. Dos esportes alternativos, o que mais se destacou foi o Futebol Americano, o qual só não obteve média quatro nas variáveis: fusão-ação e consciência e transformação do tempo, mas as mesmas não foram significativas em nenhum esporte. Destacamos assim, que o Futebol Americano foi o esporte mais atrativo, que obteve maior aderência e mais bem praticado pelos indivíduos. Tabela 4: Valores de p para o teste t student para a comparação entre as novas modalidades esportivas e as tradicionais em alunos com idades entre 13 e 16. Idade entre 13 e 16 TESTE T Práticas Práticas Convencionais Alternativas Vôlei Basquete Handebol Futebol Americano 0,835 0,842 0,092 138 Rugby 0,2 0,126 0,004* Slackline 0,047* 0,031* 0,0005* Punhobol 0,041* 0,026* 0,001* *Valor estatisticamente significativo Na Tabela 4 foi encontrado como resultado da comparação entre Rugby e Handebol, diferença significativa estatisticamente, obtendo um valor de fluxo mais acentuado. Bem como, para todos os comparativos dos esportes tradicionais (Basquete, Vôlei e Handebol) com as novas modalidades esportivas Slackline e Punhobol, os últimos obtiveram valores maiores e com diferença estatística significativa. Concluímos que isso aconteça pelo fato de serem práticas menos difundidas entre os jovens (mesmo com o crescente número de praticantes de Slackline fora da escola), indicando que as novas modalidades esportivas são mais interessantes para os alunos. Devemos ressaltar que, provavelmente, essas práticas foram bem aceitas e tiveram tais resultados, pois os alunos das séries finais do ensino fundamental já estão saturados das mesmas práticas desde o começo de sua vida letiva. O estudo de Franchin e Barreto (2006) trazem dados que reforçam as afirmações anteriores, em sua pesquisa com alunos do ensino médio de São Paulo, foi constatado que o desinteresse dos mesmos ocorre por uma alta esportivização da EF e pela repetição dos conteúdos e descaso dos professores, uma vez que, os conteúdos são os mesmos de séries anteriores. No mesmo sentido, Gruppi (1998) relata a perda do significado da EF no ensino médio, quando a disciplina fica percebida como lazer, recreação ou apenas uma prática específica de determinada modalidade esportiva. Mesmo que nesse trabalho o foco principal tenha sido os alunos do ensino fundamental, a esportivização precoce já é precedente, aproximando a realidade desse grupo de alunos aos estudos de Franchin e Barreto (2006) e de Gruppi (1998). Na tentativa de mudança desse quadro, Franchin e Barreto (2006) ressaltam que um bom domínio dos conteúdos por parte do professor faz com que o desenvolvimento de seus alunos seja melhor, possibilitando novas práticas e motivando os seus alunos. Dessa forma, percebemos que os esportes alternativos trabalhados apresentaram, em pelo menos uma dimensão, valor de Flow significativo, enquanto que nenhum esporte tradicional atingiu esses resultados, esses dados fortalecem ainda mais a necessidade de inserção de práticas como essas no âmbito escolar. 139 5. CONCLUSÃO Os resultados indicam que as novas práticas, Punhobol, Slackline, Rugby e Futebol Americano foram mais atrativas e obtiveram um melhor resultado no que diz respeito à participação, e um perceptível aumento na motivação dos alunos. Observamos também, que há uma saturação por parte dos alunos em relação aos conteúdos desenvolvidos nas aulas, que muitas vezes se repetem ao longo dos anos no ensino fundamental e médio. Percebemos ainda que as novas modalidades esportivas são possibilidades de estimular os alunos a participarem aulas de EF e podem ser inseridos na escola de modo a ampliar a vivência corporal e cultural no aluno através da EF Escolar. Acreditamos que é papel do professor manter-se atualizado em um mundo que está sempre em mudança, cabendo aos mesmos uma constante pesquisa e atenção às novas necessidades e curiosidades dos alunos. Sendo assim, as novas modalidades esportivas aparecem como uma alternativa atrativa e interessante de ensino, onde os alunos aprendem conteúdos diferenciados, desenvolvem conhecimentos distintos e apreciam outros esportes não difundidos no âmbito escolar. A EF necessita se reinventar e achar formas atrativas de ensino, com novas metodologias, novas práticas corporais e maior interação com os interesses dos alunos, qualificando e tornando prazeroso o processo de ensino-aprendizagem. Se bem trabalhadas e esquematizadas, funcionam muito bem para as aulas, podendo servir para a EF reassumir o seu valor como conteúdo de ensino. Esse estudo teve como intuito tentar apresentar uma ação que possa ser diferenciada e interessante para a EF Escolar, buscando um meio de atrair os alunos para a participação nas aulas, ampliando assim o conhecimento corporal e cultural dos indivíduos. Observamos que essas novas modalidades esportivas trabalhadas atendem às necessidades de mudança na EF Escolar, podendo ser um caminho que trará à EF uma nova percepção e valor para o aluno. 6. REFERÊNCIAS AZEVEDO, E. S.; SHIGUNOV, V. Reflexões sobre as abordagens pedagógicas em Educação Física. Kinein, Florianópolis, v. 1, n. 1, set./dez. 2000. 140 BASSANI, J. J.; TORRI, D.; VAZ, A. F. Sobre a presença do esporte na escola: paradoxos e ambigüidades. Movimento, v. 9, n. 2, p. 89-112, 2003 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 126p. CSIKSZENTMIHALYI, M. e CSIKSZENTMIHALYI I. Optimal Experience Psychologicals Studies of “Flow” in Consciouness. Cambridge: Cambridge University Press, 1988. CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow: the psychology of optimal experience. New York: HarperCollins: 1990. CSIKSZENTMIHALYI, M. A psicologia da felicidade. 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Developement and Validation of scale to meansure optimal experience: The “flow” State Scale. Journal of Sport & Exercise Psycholology, 17-35, 1996. JACKSON, S.A., & EKLUND, R.C. Assessing flow in physical activity: The Flow State Scale-2 and the Dispositional Flow Scale-2. Journal of Sport & Exercise Psychology, 24, 133-150 (2002). Jackson, S.J.; Eklund, B.; Martin, A. The flow scales manual. Queensland: Mind Garden. 2010. LUCENA, R.F. O esporte na cidade. Campinas: Autores Associados. 2001. RAVIZZA, K. Qualities of Peak Experience in Sport. Champaingn, 1984. TORRES, M. R. L. Características e Relaciones de “Flow”, Ansiedad y Estado emocional con El Rendimento Deportivo en Deportistas de Elite.236p. 2006. Tese (Doutorado em Psicologia e aprendizagem humana) – Universitat Autònoma de Barcelona, 2006. VAGHETTI, C. A. O. Exergames em rede: a Educação Física no Cyberspace. Tese Doutorado – Universidade Federal do Rio Grande, 2011. 142 7. ANEXO 1 Questionário sobre Escala de Comportamento do Movimento Por favor, responda às questões abaixo de acordo com sua experiência em sua atividade escolhida. Estas questões relacionam-se aos pensamentos e sentimentos que você experimenta durante a participação em sua atividade. Você talvez os sente em algum momento, a todo o momento ou em nenhum momento. Não há respostas certas ou erradas. Pense quantas vezes você experimenta cada uma das características, e então circule o número que melhor corresponde a sua experiência. Em geral quando eu participo de (diga sua atividade principal): _________________________ Sinto ser competente o suficiente para atender às exigências da situação com nunca raramente às vezes 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 frequência sempre Faço as coisas espontaneamente e automaticamente sem precisar parar para pensar a respeito Tenho firme percepção daquilo que quero fazer Tenho uma boa ideia sobre o quão bem faço uma atividade/tarefa enquanto estou envolvido nela Fico completamente focado na tarefa que tenho em mãos/pela frente Tenho a sensação de controle total sobre o que estou fazendo Não me preocupo com o que os outros podem pensar sobre mim A maneira como o tempo passa parece ser diferente do normal A experiência é extremamente 143 gratificante Idade:____________________ TURMA: ____________________ 144 O CENÁRIO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A PARTIR DE PERIÓDICOS NACIONAIS MARLUCE RAQUEL DECIAN1; EDUARDO LUCIA CAPUTO2; FERNANDA STEIN2; PRISCILA LOPES CARDOZO2; HELENA THOFEHRN LESSA2; RODRIGO KOHN CARDOSO2 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Resumo: Esse artigo descreve a produção do conhecimento em periódicos brasileiros da Educação Física, classificando esses produtos em subáreas, verificando sua relação com a pós-graduação e distribuição geográfica dos autores. Trata-se de análise documental, com dados extraídos do último número disponível dos 12 periódicos científicos da Educação Física classificados nos estratos B2 ou superior. Encontrou-se um total de 163 artigos relacionados à Educação Física, sendo 42,9% na subárea Pedagógica e Sociocultural, 26,5% na subárea de Treinamento Físico e Fisiologia, 20,4% na subárea de Atividade Física e Saúde e 10,2% na subárea de Comportamento Motor. Pelo menos um autor dos artigos estava vinculado a programa de pós-graduação em Educação Física em 60,7% dessas publicações. Observou-se concentração de autores das regiões Sudeste 42,7% e Sul 34,6%. A região Norte representou apenas 0,8% das publicações. Políticas de incentivo à produção de conhecimento nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil são urgentes. Palavras-chave: Áreas de Conhecimento; Produção Científica; Pesquisa Documental; Revistas Brasileiras. 1. INTRODUÇÃO 145 Recentemente tem sido observado um fenômeno de expansão no número de cursos de graduação em Educação Física no Brasil, indicando existência de aproximadamente mil cursos na referida área no país (SANTOS; SIMÕES, 2008 e SILVA et al., 2009). Os Programas de Pós-Graduação em Educação Física têm acompanhado este crescimento. Em 1980, a área contava com dois cursos de mestrado e nenhum de doutorado. Uma década depois, estes números mudaram para sete e um; em 2000 eram doze e sete; e em 2010, existiam 21 cursos de mestrado e nove de doutorado no país, respectivamente (RIGO; RIBEIRO; HALLAL, 2011). De acordo com dados disponibilizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, atualmente existem 32 cursos de mestrado e 19 cursos de doutorado. Associado a este crescimento, a produção científica na área passou a apresentar números também mais elevados (COUTINHO et al., 2012). Os Programas de Pós-Graduação da área da Educação Física, de forma geral, estão configurados através de duas principais áreas de concentração, as Ciências Sociais e Humanas e as Ciências Biológicas e da Saúde e, a partir delas, estruturam-se linhas de pesquisas. De acordo com o modelo proposto por TANI (2011) a Cinesiologia (Educação Física) segue uma organização transdisciplinar, a qual é composta por três principais subáreas de investigação: Biodinâmica do Movimento Humano, Comportamento Motor e Humano e Estudos Socioculturais do Movimento Humano. A primeira é constituída pela Bioquímica do Exercício, Fisiologia do Exercício, Biomecânica e Cineantropometria. Já a segunda engloba o Controle Motor, Aprendizagem Motora, Desenvolvimento Motor e Psicologia do Esporte e a terceira é composta pela Sociologia, História, Antropologia, Filosofia, Ética e Estética do Movimento Humano/Esporte. Partindo dessa estruturação e das atuais linhas de pesquisa dos Programas de PósGraduação em Educação Física no Brasil, procurou-se adaptar o modelo sugerido por TANI (2011), uma vez que a Atividade Física e Saúde parece não se adequar nas respectivas subáreas, sendo esta uma linha de investigação que está em evidência e é contemplada na maioria dos Programas de Pós-Graduação. A fim de compor todas as subáreas mencionadas anteriormente, as mesmas foram assim classificadas: (1) Pedagógica e Sociocultural; (2) Treinamento Físico e Fisiologia; (3) Comportamento Motor; (4) Atividade Física e Saúde. 146 Considerando o fenômeno de expansão da Educação Física e a evidente organização da sua área de conhecimento em subáreas de pesquisa, torna-se importante conhecer o rumo das publicações realizadas no país e refletir sobre as práticas desta área específica, buscando apontar possíveis lacunas e direções nas investigações. Nesse sentido, o presente artigo se propõe a descrever a produção do conhecimento na Educação Física em periódicos brasileiros da área e relacionar com suas subáreas, vínculo com a pós-graduação e distribuição geográfica dos autores. 2. METODOLOGIA Esse estudo é caracterizado como descritivo/exploratório, recorrendo à técnica de análise documental, que se utiliza de materiais que ainda não receberam tratamento analítico (GIL, 2010). Para esclarecer como a produção de conhecimento ocorre na Educação Física em periódicos brasileiros, os dados foram extraídos através de busca no sistema de periódicos WebQualis da CAPES na área de avaliação em Educação Física, a partir dos estratos B2 ou superior. A coleta e a extração dos dados foram realizadas de forma aleatória por dois pesquisadores. A seleção dos periódicos foi realizada inicialmente pela leitura dos seus títulos, onde foram incluídos aqueles cujos títulos se encontravam na língua portuguesa, ou continham o termo em inglês “Brazilian”. Após essa fase, a delimitação foi realizada de acordo com a presença das seguintes palavras-chave em seus títulos: saúde, esporte, movimento e educação física. Ainda, a partir das revistas selecionadas, os escopos foram verificados para identificar se os periódicos enfatizavam, especificamente, publicações da área da Educação Física. Doze revistas foram incluídas para análise: Motriz: Revista de Educação Física, Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Revista Movimento, Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Revista da Educação Física/UEM, Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Licere, Pensar a Prática Revista Brasileira de Biomecânica, Revista Brasileira de Ciência e Movimento e Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 147 Os sítios dos periódicos foram visitados pelos pesquisadores no dia 24/03/2015, a fim de verificar o conteúdo do último número publicado, com exceção de números relacionados a edições especiais. Neste caso, o número imediatamente anterior era selecionado. Foram desconsiderados para análise cartas aos editores e resenhas de livro. Os artigos publicados foram divididos em quatro subáreas: Pedagogia e Sociocultural, Treinamento Físico e Fisiologia, Comportamento Motor e Atividade Física e Saúde. Para classificar os artigos nas respectivas subáreas, as publicações foram analisadas de forma aleatória por dois pesquisadores. Caso houvesse divergências, eles procuravam estabelecer um consenso. Quando as discordâncias permaneciam, um terceiro pesquisador foi consultado. A identificação dos manuscritos nas subáreas se deu através da análise dos títulos, palavraschaves e resumo. Se as informações ainda não fossem suficientes para classificação, os artigos eram lidos na íntegra. Para estabelecer relações com os autores das publicações, procurou-se identificar em quais Universidades eles eram pertencentes e se, pelo menos, um autor de cada artigo possuía vínculo com algum Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Foi utilizado como critério verificar se o primeiro autor possuía vínculo com algum programa; caso o mesmo não 148 pertencesse a nenhum programa, passava-se para o segundo autor e assim sucessivamente. A partir dessa seleção, também foi verificada a relação entre os autores incluídos e os conceitos dos programas estabelecidos pela CAPES. Ainda foram feitas visitas aos sítios dos Programas de Pós-Graduação de Educação Física a fim de identificar suas linhas de pesquisa. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir da análise por estrato na área de Educação Física do sistema WebQualis do portal da CAPES, um total de 1072 periódicos foram encontrados. Após a aplicação dos critérios de exclusão, 12 periódicos foram incluídos no estudo. Destes, três eram classificados como A2 (Motriz, Movimento, Revista Brasileira de Medicina do Esporte), quatro como B1 (Revista Brasileira de Ciência do Esporte, Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Revista da UEM) e cinco como B2 (Licere, Pensar a Prática, Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Revista Brasileira de Biomecânica, Revista Brasileira de Ciência e Movimento). Nesses periódicos, foi publicado um total de 163 artigos relacionados à Educação Física, sendo 42,9% na subárea Pedagógica e Sociocultural, 26,5% na subárea de Treinamento Físico e Fisiologia, 20,4% na subárea de Atividade Física e Saúde e 10,2% na subárea de Comportamento Motor. A Tabela 1 descreve as subáreas dos artigos de acordo com sua classificação no WebQualis. As subáreas Pedagógica e Sociocultural (46,9%) e Atividade Física e Saúde (42,3%) concentram suas publicações nos periódicos do estrato B2, enquanto as subáreas de Treinamento Físico/Fisiologia (39,6%) e Comportamento Motor (57,2%) concentram suas produções nos periódicos do estrato B1. Tabela 1 – Número e percentuais de artigos publicados pelas diferentes áreas de conhecimento da educação física em cada estrato. 149 Foi encontrado pelo menos um autor vinculado a programa de pós-graduação em Educação Física em 99 (60,7%) publicações. Com relação à distribuição geográfica, a maioria dos autores está concentrada nas regiões Sudeste (42,7%) e Sul (34,6%), seguido das regiões Pedagogia Treinamento Comportamento Atividade Socioculturais Fisiologia Motor Física e Saúde N (%) N (%) N (%) A1 - - A2 18 (28,1) B1 Estrato Outras áreas Total N (%) N (%) N (%) - - - - 14 (29,1) 1 (7,1) 9 (24,3) 3 (23,1) 45 (25,6) 16 (25,0) 19 (39,6) 8 (57,2) 12 (32,4) 1 (7,7) 56 (31,8) B2 30 (46,9) 15 (31,3) 5 (35,7) 16 (43,3) 9 (69,2) 75 (42,6) Total 64 (100,0) 48 (100,0) 14 (100,0) 37 (100,0) 13 (100,0) 176 (100,0) Centro-Oeste (9,5%), Nordeste (12,4%) e Norte (0,8%). Na Figura 2 são apresentadas as universidades as quais estão vinculados os autores dos artigos avaliados. Nota-se predominância de autores da Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade de São Paulo e Universidade do Estado de São Paulo (Rio Claro). De um total de 481 autores, 64 (13,3%) eram estrangeiros. Com relação à quantidade de autores por publicação, cada artigo contou, em média, com 4,1 autores. A média dos autores por artigo na subárea Pedagógica e Sociocultural foi de 2,9. Nas subáreas de Treinamento Físico e Fisiologia e Comportamento Motor foi de 4,9 e na subárea de Atividade Física e Saúde 5,0 autores por artigo. A Tabela 2 apresenta a relação entre o estrato dos periódicos em que os artigos foram publicados e o conceito do programa de pós-graduação no qual o primeiro autor está vinculado. Dos programas de conceito 3 ou 5, a maior parte dos produtos foi publicado no estrato B2. Nos programas de conceito 4 ou 7, a maior parte dos produtos foi publicadas em 150 periódicos de conceito B1. Apenas no conceito 6, a maior parte das produções se deu no estrato A2. Tabela 2 – Estratificação dos manuscritos vinculados aos programas de Pós-Graduação na área de Educação Física. Conceitos dos Programas de Pós-Graduação Estrato 3 4 5 6 7 A1 - - - - - A2 5 7 6 4 2 B1 3 19 11 1 4 B2 6 17 13 1 - Total 14 43 30 6 6 A tabela 3 traça uma relação entre a quantidade de linhas de pesquisa nos programas de pós-graduação da área e os produtos publicados nos periódicos avaliados. Foram identificadas 48 linhas de pesquisa da subárea Pedagógica e Sociocultural, 47 da subárea Treinamento Físico e Fisiologia, 38 da subárea de Atividade Física e Saúde e 17 da subárea de Comportamento Motor. As subáreas com maior número de linhas de pesquisa foram exatamente aquelas com maior volume de publicações nos periódicos aqui analisados. 151 Tabela 3 – Subáreas dos manuscritos e linhas dos Programas de Pós-Graduação na Educação Física. A produção do conhecimento na Educação Física brasileira tem aumentado simultaneamente ao processo histórico de consolidação da área. Percebe-se que sua intensificação se deu a partir da inserção e expansão dos cursos de pós-graduação stricto sensu no país. Diante disso, esse estudo teve a proposição de descrever a produção do conhecimento na Educação Física em periódicos brasileiros da área e relacionar com suas subáreas. Com base nos percentuais dos artigos publicados pelas diferentes subáreas do conhecimento da Educação Física, foi possível verificar que a subárea Pedagógica e Sociocultural apresenta superioridade numérica em relação às demais, podendo-se inferir que esta subárea concentra suas publicações em periódicos nacionais da área de Educação Física. Ainda, os dados mostram que no estrato A2, a mesma subárea é a que mais produz. Sugere-se que isso ocorre em virtude de um periódico específico (Movimento) ter em seu escopo o objetivo de divulgar a produção científica de temas relacionados à Educação Física em interface com as Ciências Humanas e Sociais, no que tange aos seus aspectos pedagógicos, históricos, políticos e culturais. Outra característica peculiar é o hábito desta subárea eleger periódicos nacionais e não internacionais para divulgação de seus produtos. Este aspecto também pode estar atribuído ao número restrito de periódicos qualificados indexados no WebQualis CAPES com escopo direcionado para esta subárea (JOB; FRAGA; NETO, 2008). De acordo com OLIVEIRA (1994), é a partir da reforma curricular de 1987 que os Subárea Publicações PPG’s Pedagogia e socioculturais 64 48 Fisiologia e Treinamento 48 47 Comportamento Motor 14 17 Atividade Física e Saúde 37 38 Total 163 150 152 aspectos sócio-filosóficos da formação geral passam a ser consubstanciados em três áreas do conhecimento: conhecimentos filosóficos, conhecimentos do ser humano e conhecimentos da sociedade. Por conseguinte, mudanças parecem estar refletindo na pesquisa brasileira em Educação Física, através dos periódicos analisados. Diferentemente, o estudo realizado por ROSA; LETA (2010) aponta que publicações com enfoque em áreas mais humanísticas e/ou sociais, como a Filosofia, a História, a Sociologia do Esporte, a Psicologia aplicada à Educação Física e ao esporte, a Didática, são encontradas em minoria nos periódicos nacionais. No entanto, tal achado pode estar relacionado ao presente estudo ter se limitado apenas ao último número dos periódicos nacionais da Educação Física, restringindo o delineamento preciso do perfil da publicação na área. Outro aspecto que pode explicar fortemente essa discordância é o de que o estudo de ROSA; LETA (2010) não incluiu a Revista Movimento na análise da produção científica. Ainda, tal realidade apontada pelos autores pode ter sido alterada nos últimos anos, visto que a pesquisa citada foi realizada no ano de 2007. No que tange as publicações nos estratos B1, a subárea que apresenta maior produtividade é a de Treinamento Físico e Fisiologia, o que pode ser explicado pela grande quantidade de linhas de pesquisa nos programas de pós-graduação em Educação Física no Brasil que estudam essa temática específica. Há uma relação direta entre linhas de pesquisa e número de publicações. Esse dado vai ao encontro dos resultados demonstrados por ROSA; LETA (2010), que encontraram maior publicação também na subárea da Fisiologia. A subárea de Comportamento Motor é a que menos publica em todos os estratos, apresentando índice maior no estrato B2. Deduz-se que isso ocorra pelo fato dessa subárea apresentar inferioridade numérica nas linhas de pesquisa dos programas de pós-graduação em Educação Física no país e, ainda, por possuir a tradição de publicação em periódicos internacionais. No que tange ao percentual de número de autores por região, identificou-se que as regiões brasileiras com maior número de autores são, respectivamente, região Sudeste (42,7%), região Sul (34,6%), região Nordeste (12,4 %), região Centro-Oeste (9,5%) e região Norte (0,8%). Tal distribuição, com ênfase na região Sudeste e Sul, pode ser entendia devido 153 à concentração de maior número de universidades e programas de pós-graduação na área de Educação Física nessas regiões, bem como pelos maiores investimentos, tanto de infraestrutura quanto de recursos humanos nas regiões Sul e Sudeste. No que se refere à relação dos autores por universidade, foi encontrado que a maior parte das publicações estava atrelada a autores vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), seguida por autores vinculados à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade do Estado de São Paulo (UNESP). Este dado difere dos resultados encontrados por ROSA; LETA (2010), os quais demonstraram que a UFSC ocupava posição desfavorável no número de publicações. Nota-se, portanto, que tal realidade modificou desde 2007. Quanto ao número de autores por artigos, a média geral foi de 4,1. No entanto, se isolarmos a subárea Pedagógica e Sociocultural essa média cai para 2,9, constituindo a subárea que apresenta em média a menor quantidade de autores por artigo. Isso representa uma peculiaridade da área por se tratar, na maioria das vezes, de estudos densos, com grande aprofundamento teórico, além de seus instrumentos para a coleta e interpretação dos dados serem, principalmente, de cunho qualitativo. Nas outras subáreas, a média foi próxima de cinco autores por artigo. Os programas de pós-graduação com conceitos 6 e 7 apresentam menos publicações em revistas nacionais quando comparadas aos periódicos internacionais. Enquanto isso, os programas com conceito 4 e 5 encontram-se entre os que mais publicam nos periódicos nacionais e, principalmente, nos estratos B1 e B2. Esses dados podem estar relacionados com a intenção desses programas de se manterem ou aumentarem seu conceito a partir do número de publicações. Já os programas com conceito 3 apresentam número menor de publicações, visto que configuram-se como programas recentemente credenciados com produções em fase de crescimento, ou ainda programas com indícios de descredenciamento. Na relação entre a estratificação dos periódicos e os programas de pós-graduação da área da Educação Física, esperava-se que os programas com conceito 7 teriam número elevado de publicações em revistas de estrato A2 em comparação aos demais programas com conceitos mais baixos. No entanto, apenas dois artigos, de um total de seis, foram publicados por autores vinculados a programas com conceito 7. Sabe-se que os autores vinculados a tais 154 programas publicam com maior frequência em periódicos internacionais, já que o formato de avaliação dos PPGs exige a necessidade de internacionalização das publicações, principalmente em periódicos com alto Fator de Impacto. Esse fato também foi identificado por JOB; FRAGA; NETO (2008), como consequência da forma de análise de medidas bibliométricas pelas quais as revistas científicas passam: padrões internacionais para mensuração de produção nacional; estabelecer comparações de áreas diferentes; comparação entre países com características socioeconômicas diferentes. Em consequência disso, os pesquisadores, principalmente, da subárea biomédica enviam, preferencialmente, seus manuscritos a periódicos indexados nas bases de dados de maior notoriedade em detrimento dos periódicos nacionais (JOB; FRAGA; NETO, 2008). 4. CONCLUSÕES De forma geral, percebe-se um movimento nacional de valorização da subárea Pedagógica e Sociocultural, esse fato permite repensar a questão dessa subárea publicar em periódicos nacionais na área de Educação Física. Faz-se necessário para a Educação Física brasileira que tais publicações aconteçam tanto em nível nacional quanto internacional, visando difusão em maior escala do conhecimento produzido nesta subárea, assim como sua maior valorização e visualização dos percursos científicos como um todo. Existem algumas possibilidades de periódicos internacionais e com estratificação elevada que contemplam a subárea Sociocultural e Pedagógica, quais sejam: Sport Education and Society; Journal of Teaching in Physical Education; European Journal of Sport Science; Journal of the Philosophy of Sport; Cultura, Ciencia y Deporte; Leisure Studies; Loisir et Société/Society & Leisure; Physical eEucation and Sport Pedagogy, dentre outros. Da mesma forma, destaca-se a importância de os programas de pós-graduação com conceitos superiores a 4 publicarem com maior frequência em revistas brasileiras, a fim de fortalecer os periódicos nacionais e auxiliar na consolidação da área da Educação Física no país. Entende-se que justamente devido à publicação no exterior em revistas de maior visibilidade é que alguns programas de pós-graduação apresentam conceitos elevados. Uma 155 vez atingido tal objetivo através da publicação em periódicos internacionais, estes cursos assumem maior responsabilidade e capacidade de fortalecimento da pesquisa nacional, sendo um dos caminhos o aumento da publicação em periódicos brasileiros. 156 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SANTOS, A. L. P; SIMÕES, A. C. Desafios do ensino superior em educação física: considerações sobre a política de avaliação de cursos. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 59, p. 259-274, abr./jun. 2008. SILVA, A. M. et al. A formação profissional em educação física e o processo político social. PENSAR A PRÁTICA, v. 12, n. 2, p. 1-16, maio/ago. 2009. COUTINHO, R. X et al. Análise da produção de conhecimento da Educação Física brasileira sobre o cotidiano escolar. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 9, n. 17, p. 491516, 2012. RIGO, L.C; RIBEIRO, G. M; HALLAL, P.C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v.16 n.4, p. 339-345, 2011. COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Relação de Cursos Recomendados e Reconhecidos. Disponível em:<http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesq uisarIes&codigoArea=40900002&descricaoArea=&descricaoAreaConhecimento=EDUCA% C7%C3O+F%CDSICA&descricaoAreaAvaliacao=EDUCA%C7%C3O+F%CDSICA#>. Acesso em: 26 mar. 2015. TANI, G. Leituras em Educação Física: retratos de uma jornada. São Paulo: Phorte, 2011. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ed. São Paulo: Atlas, 2010. 157 JOB, I; FRAGA, A. B; NETO, V. M. Invisibilidade das revistas científicas brasileiras de educação física nas bases de dados. Cadernos BAD 1, v.1, p. 15-26, 2008. OLIVEIRA, V. M. Consenso e conflito da educação física brasileira. São Paulo: Papirus; 1994. ROSA, S; LETA, J. Tendências atuais da pesquisa brasileira em Educação Física Parte 1: uma análise a partir de periódicos nacionais. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.24, n.1, p.121-134, 2010. 158 PRÁTICA FORMATIVA EM DANÇA ESCOLAR: AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A FORMAÇÃO DOCENTE ROBERTA SANTOS AZAMBUJA DOS SANTOS; Prof.ª Dr.ª MARIÂNGELA DA ROSA AFONSO. UFPEL – [email protected] UFPEL - [email protected] RESUMO Este estudo busca compreender os saberes na formação docente através da realização de uma intervenção com professores de Educação Física. O objetivo foi avaliar e verificar possíveis mudanças em suas práticas formativas. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo priorizando a metodologia da Pesquisa-Ação, onde foram respeitadas distintas fases metodológicas, observando-se o planejamento, a implementação, a descrição e avaliação. Os sujeitos investigados foram os professores de Educação Física da rede municipal da cidade de Bagé/RS que atendem aos níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental. A intervenção foi realizada durante um período de três meses no ano de 2013. O estudo revelou a importância da formação continuada para os professores, que evidenciaram melhoria na capacitação para trabalhar com o conteúdo nas suas práticas pedagógicas, permitindo aos mesmos refletir os antigos saberes em prol da construção de novos. Palavras-chave: Formação Profissional; Pesquisa Qualitativa; Educação Física. 1. INTRODUÇÃO Ao pensar na profissão docente, associa-se a qualidade do ensino à figura central do professor que apresenta suas vivências, sua formação, sua qualificação e seu desenvolvimento profissional. Atualmente, vários estudos evidenciam a relevância da formação profissional e ressaltam que é um processo contínuo, que se inicia por meio da formação inicial e se estende através da formação continuada. Ressaltam pesquisadores, (TARDIF, 2012; ISAÍA; BOLZAN 2010; CUNHA, 2004) que o desenvolvimento profissional dos docentes advém de sua própria história de vida, onde a formação de formadores tem suas especificidades. Antes mesmo do ingresso do professor na formação inicial e no mercado de trabalho, pode ter início o seu desenvolvimento profissional, pois as experiências anteriores, como por exemplo, as influências familiares e dos demais profissionais da área configuram-se como socialização primária ou antecipatória, desenvolvendo no docente a perspectiva de atuação 159 profissional, consolidando as crenças inerentes ao desempenho de sua prática pedagógica (NASCIMENTO, 2002; VALLE, 2003). Para JANUÁRIO (2012) “a formação inicial constitui uma experiência de vida que vai além das competências próprias a qualquer profissão” (JANUÁRIO, 2012, p.23). Representa uma oportunidade de crescimento pessoal, de treino, de exercitação e de tempo na tarefa. Durante a formação inicial, os saberes e as competências deveriam ser absorvidos, como forma do docente estabelecer uma relação harmoniosa com sua profissão (FARIAS; NASCIMENTO, 2012). Enfocando o processo de formação docente IMBÉRNON (2011) afirma que para a formação ser útil e significativa precisa ser adaptável à realidade do professor. E quanto maior a sua capacidade de adaptação, com mais facilidade ela será incorporada às práticas profissionais habituais. Um dos objetivos de toda formação é proporcionar a oportunidade de desenvolver uma prática reflexiva competente. A formação se transforma na possibilidade de criar espaços para que as pessoas aprendam e se adaptem para conviver com a incerteza e mudanças. A formação continuada de professores é uma questão que vem sendo enfatizada, como forma de manter esse processo contínuo de formação profissional. A busca por práticas formativas se torna essencial, visando mudanças e a atualização dos estudos para o enfrentamento dos problemas do contexto escolar. Para IMBERNÓN (2011) a formação pretende obter um profissional que além de saber o que deve fazer e como, é importante saber por que deve fazer. A formação continuada representa para o professor a manutenção da prática reflexiva, a troca estabelecida com os pares e a capacidade de um novo olhar para prática pedagógica, incentivando o professor a buscar estratégias diferenciadas para o trabalho docente. A formação continuada é justificada por uma razão muito mais profunda que se relaciona com a “própria natureza da prática docente que, enquanto um fazer histórico, não se mostra pronto e acabado, pois se encontra sempre vinculado a um saber”. A formação continuada contribui para a modificação da profissionalização do professor e desenvolve domínios necessários à sua qualificação, como também atua no exame de possíveis soluções para os problemas reais do ensino (ROSSI; HUNGER, 2012, p.324). 160 A ideia de educação, segundo ROSSI E HUNGER (2012), deve partir da concepção de um processo prolongado pela vida toda e com significado de atividade direcionado para mudança. Os autores ainda defendem que, “formar-se implica ao professor um investimento pessoal, o desenvolvimento de um trabalho livre e criativo sobre trajetórias e projetos, em busca da construção de uma identidade tanto pessoal como profissional” (ROSSI; HUNGER, 2012, p. 325). A expansão do processo de formação continuada se reflete na necessidade urgente de uma formação mais adequada aos alunos e, como uma nova forma de entendimento de leitura do mundo, exigindo uma articulação entre teoria e prática (SILVA; NASCIMENTO, 2012). NÓVOA (1992) constata que para a formação adquirir como eixo de referência o desenvolvimento profissional implica em considerar três dimensões estratégicas para a formação: produzir a vida do professor (desenvolvimento pessoal), produzir a profissão docente (desenvolvimento profissional) e produzir a escola (desenvolvimento organizacional). Essas estratégias podem apresentar-se eficazes para mobilizar tanto o desenvolvimento dos professores na perspectiva do professor individual, como na perspectiva do coletivo docente. O presente estudo objetivou avaliar o resultado de uma intervenção no processo de formação continuada sobre dança escolar com professores de Educação Física e verificar possíveis mudanças em suas práticas e saberes. Seguindo a ideia de TARDIF (2012) que os saberes de um professor são uma realidade social materializada através de programas, de uma formação, de práticas coletivas, pretendeuse averiguar a relação da inclusão da dança escolar em suas práticas, com suas vivências, a partir das perspectivas dos professores de Educação Física do município de Bagé/RS. 2. METODOLOGIA O estudo caracterizou-se por um processo de intervenção sobre dança escolar com os professores municipais de Educação Física de Bagé/RS. Toda a pesquisa foi orientada e conduzida seguindo os ciclos da pesquisa-ação defendidos por TRIPP (2005), que afirma que é importante reconhecer a pesquisa-ação como um dos inúmeros tipos de investigação-ação, sendo um termo para qualquer processo que siga um ciclo objetivando-se aprimorar a prática através da oscilação sistemática entre o agir no campo da prática e investigar a respeito dela, 161 portanto, planeja-se, implementa-se, descreve-se e avalia-se uma mudança para melhora de sua prática. Foi obtido o consentimento livre e esclarecido dos participantes, assim como a aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), através da Plataforma Brasil, protocolado sob o número 11593912.9.0000.5313, aprovado pelo parecer 186.142. O emprego do método da Pesquisa-ação surgiu pelo interesse em investigar o processo de mudança ocorrida para área de Educação Física no segundo semestre do ano de 2011 na rede municipal de ensino do município de Bagé/RS. O contexto de mudança referido acima foi à adoção pela prefeitura municipal de Bagé em inserir na rede de ensino, professores especialistas para a disciplina de Educação Física nos níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental, que até então eram atendidos por somente um professor contemplando a Lei Nº 8.747/1998, que estabelece a Unidocência, dispondo sobre o quadro de carreira, o quadro em extinção e as gratificações do magistério estadual, dando outras providências. O primeiro procedimento foi à realização de um levantamento, em agosto/2012, junto a Secretaria Municipal de Educação (SMED) dos professores de Educação Física que atendem as escolas municipais de Bagé/RS. Definida a população e posteriormente a amostragem do estudo passou-se para etapa seguinte que foi a orientação e organização da pesquisa mediada pelas quatro fases do ciclo básico da investigação-ação indicados por TRIPP (2005), conforme a figura 1. Figura 1 – Ciclo Básico da Investigação-ação. 162 Fonte: TRIPP, 2005, p.246. Partindo da proposta defendida por TRIPP (2005), a pesquisa-ação que foi realizada com os professores de Educação Física durante o período de três meses (Março-AbrilMaio/2013) no município de Bagé apresentou as seguintes fases: • Primeiramente foi realizado um diagnóstico através de um questionário que foi respondido no primeiro encontro com os mesmos. O referido questionário incluiu perguntas fechadas e abertas permitindo aos professores especificar e contextualizar a situação da dança escolar como conteúdo da Educação Física e suas dificuldades. • Definido o problema, passou-se para as fases do ciclo que correspondem ao planejar uma proposta de prática e sua implementação. Os professores foram submetidos a intervenções práticas sobre dança escolar, durante as quais foi fornecido aos mesmos um caderno de intervenção sobre dança escolar, contendo classificação, sugestões de atividades e texto de apoio aos professores. Todas as atividades realizadas foram disponibilizadas no Caderno de Intervenção. Este caderno foi entregue aos professores no último dia das intervenções. • Continuando no ciclo sugerido por TRIPP (2005) a próxima fase foi à descrição e o monitoramento dos efeitos da intervenção. Como instrumentos para contemplar esta etapa foram utilizados os seguintes recursos: memoriais reflexivos que eram preenchidos ao final de cada aula. Os mesmos tinham pontos específicos para serem respondidos, facilitando a análise 163 dos dados; filmagem das intervenções, fotos e o registro das anotações do trabalho de campo pelo pesquisador. • Finalizando o ciclo, a próxima fase foi a avaliação dos resultados da intervenção. Os professores responderam novamente a um questionário de avaliação, com perguntas abertas referentes ao aprendizado, facilidades e dificuldades encontradas e questões relativas à dança escolar. Como todo processo de intervenção transcorreu dentro do cronograma e do planejamento, foi utilizado também como instrumento de avaliação a técnica do Grupo Focal. A população do estudo foi composta pelos professores de Educação Física, vinculados à rede municipal de ensino de Bagé/RS. Atualmente a prefeitura conta com 51 professores de Educação Física que atendem aos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. Os participantes foram convidados a participar voluntariamente do estudo, sendo que a amostra do estudo contou com 26 professores de Educação Física que participaram do processo de intervenção. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em diferentes momentos do processo de intervenção os professores revelaram suas necessidades, expectativas, anseios e seu grau de satisfação ou insatisfação com a prática formativa. Diante desses relatos, construíram-se os quadros referentes a cada uma das fases da pesquisa, obedecendo ao ciclo de fases preconizadas na Pesquisa-ação por TRIPP (2005). 164 Quadro 1 - Resultados da Primeira Fase Fase 1 Instrumento Síntese dos Resultados Encontrados Desafios para o trabalho com a dança escolar Identificação do problema Questionário Diagnóstico – Vivências Anteriores Enfrentamento dos desafios com relação ao tema dança escolar. O contato com a dança de forma restrita na formação inicial. Afirmações positivas com relação à possibilidade de trabalhar com a dança. Disponibilidade em reafirmar os saberes sobre dança escolar. Necessidade de práticas formativas com relação ao tema dança escolar. Inserção da dança escolar como parte integrante dos conteúdos das aulas de Educação Física. Analisando o quadro 1 com os resultados da primeira fase, percebeu-se que os professores participantes da pesquisa tinham interesse em trabalhar com dança escolar, mas apresentavam certo receio em utilizá-la. Alegavam que as dificuldades encontradas recaíam no fato de não terem apropriação deste conteúdo e vivências no decorrer de sua trajetória pessoal e profissional as atividades relacionadas à dança. FARIAS; NASCIMENTO (2012) evidenciam que um dos fatores que caracterizam a identidade do professor, está associado às relações que os professores estabelecem com a profissão tanto nos períodos de formação inicial ou experiências profissionais anteriores à formação. Logo, muito possivelmente os professores que estabeleceram um contato restrito com a dança em sua formação, terão dificuldade de utilizá-la em sua prática docente. Foi explicitado pelos entrevistados que o contato com dança aconteceu de forma isolada na graduação ou em algum período de formação inicial. 165 NASCIMENTO (2011) salienta que um dos fatores que dificulta o desenvolvimento das aulas de Dança nos cursos de Licenciatura em Educação Física, seja além da pouca carga horária destinada a essas disciplinas, a falta de experiência prévia com a prática desta modalidade por parte dos discentes. Para a autora “a falta de um denominador comum para a organização curricular pode significar o espaço ainda não definido para a importância da Dança e sua proposta de formação na Educação Física durante a formação inicial (NASCIMENTO, 2011, p. 65)”. Por outro lado, as afirmações positivas dos professores em relação à possibilidade de vir a trabalhar com a dança escolar advêm da sua trajetória pessoal vinculada a práticas de formação técnica em escolas especializadas em dança, nas modalidades de ballet clássico, jazz, durante a infância e adolescência, com investimentos familiares. E no decorrer de sua formação inicial participando de atividades vinculadas à extensão universitária, que tinham como foco as atividades rítmicas e expressivas. JANUÁRIO (2012) afirma que os recursos para o desenvolvimento das competências pessoais, são enriquecidos através das experiências de vida e de formação, tanto ao nível de desenvolvimento do currículo formal como do informal. Também salienta que o professor adquire uma bagagem de legitimação de suas decisões fundamentada no seu repertório teórico e nas suas experiências, que depois passam a ser automatizadas e utilizadas em seus planejamentos. Focando ainda a primeira fase, os professores evidenciaram a necessidade de práticas formativas com relação ao tema dança escolar, ressaltando a importância de investimentos em cursos de formação para professores, a fim de sentirem-se confiantes em desenvolver seu trabalho, possibilitando a mobilização de saberes teórico-práticos para o enfrentamento das dificuldades do contexto escolar. É ressaltado por ROSSI (2013) que a formação continuada representa uma necessidade na área educacional, compondo um processo de desenvolvimento profissional a todos profissionais da educação. A ideia de formação continuada deve evoluir para uma concepção mais abrangente de formação do ser humano e não se deter somente em ações formativas na concepção de certificação, atualização, conformação. As formações devem conduzir a novas aprendizagens, 166 conduzindo a novos caminhos e a novos conhecimentos, constituindo um círculo vicioso (ROSSI, 2013). Partindo para análise das respostas obtidas durante a segunda fase, que estão sintetizadas no quadro 2, verificou-se que os professores participantes ressaltavam o quanto as vivências das atividades propostas nesta fase da pesquisa-ação estavam contribuindo para mudanças significativas na prática docente na escola. O fato dos professores investigados estarem atuando diretamente na escola durante a intervenção favoreceu o significado atribuído à utilização das atividades vivenciadas. Quadro 2 - Resultados da Segunda Fase Fase 2 Descrição e Monitoramento da Intervenção Instrumento Memoriais Reflexivos; Filmagens; Fotos; Registro das anotações do trabalho de campo. Síntese dos Resultados Encontrados Possibilidades de mudança a partir da intervenção Dificuldades Encontradas Contribuição para mudanças na prática docente. Quebra de paradigmas com relação a dança escolar. Apropriação do conhecimento em dança escolar. Maior motivação e segurança. Troca efetiva entre os pares. Comprometimento e disponibilidade em adquirir novos conhecimentos. No que tange às opiniões dos professores sobre a intervenção, a proposta vinha ao encontro da necessidade de atualização dentro da área de dança escolar, como contribuição ao desenvolvimento no contexto profissional. Durante as intervenções os docentes foram apropriando-se do conhecimento nesta área e percebendo que existem diversas possibilidades de aplicação da mesma dentro de seus contextos escolares. 167 ROSSI (2013) enfatiza que um programa de formação deve proporcionar meios ao professor para empreender as mudanças que desejar, atendendo suas expectativas iniciais ou a outros aspectos relevantes para a ação docente no transcorrer do processo formativo. As implicações consideradas favoráveis, sob o ponto de vista da autora, são aquelas que consideram os contextos escolares e a própria prática dos professores na sua realidade, no seu cotidiano. A qualidade do ensino é permeada por diversos fatores que repercutem no processo de formação inicial e continuada dos professores, como estes atuam e se desenvolvem no campo profissional. Segundo LANEUVILLE-TEIXEIRA (2007), a educação brasileira tem apontado que a formação continuada dos profissionais é um dos aspectos mais relevantes no campo educacional. Representa a viabilização de melhorias no trabalho do professor, que tanto busca encontrar soluções para os desafios do cotidiano escolar. Assim, destaca-se a necessidade de interação entre as dimensões pessoal e profissional, nas formações vivenciadas pelos docentes, como forma de envolvê-los nos processos formativos, representando algo significativo para suas vidas. Um dos aspectos relevantes na fase de intervenção foi o comprometimento do grupo dos professores e sua disponibilidade em aprender, gerando uma apropriação do conhecimento em dança escolar, superando suas frustações, seus paradigmas e suas expectativas em relação a este conhecimento. A pesquisa-ação enquanto método de pesquisa possibilitou um acompanhamento de todas as atividades durante o processo, facilitando a apropriação da subjetividade e interação entre os participantes da pesquisa. CHARLOT (2000) enfatiza que a relação com o saber acontece com o próprio sujeito na medida em que este deve apropriar-se do mundo, aprendendo a construir-se, transformarse, evoluir-se com o decorrer do tempo. Essa afirmativa evidencia-se na fala a seguir: Por que é muito comum, a gente sabe disso, quando tem um curso, que tem a parte prática, mesmo entre nós professores de Educação Física, alguns ficam sentados. Não, não vou fazer, só vou anotar e todos os que eu conseguir ir, pelo menos, eu vi a participação prática de todos que estavam lá. (PROFESSOR 1). Para que aconteça uma apropriação do conhecimento pelo docente, fazendo com que este promova mudanças em seu exercício profissional, as práticas formativas devem suprir 168 suas necessidades e ao mesmo tempo motivá-los a apreender esse conhecimento. ROSSI (2013) afirma que a educação deve acontecer na característica do ser humano de sempre continuar aprendendo, colocando em jogo situações que proporcione ao professor empreender as mudanças que desejar. Na terceira fase de análise, referente ao processo de avaliação, os professores, levantaram questões de grande relevância quanto ao processo de intervenção sobre dança escolar. Quadro 3 - Resultados da Terceira Fase Fase 3 Avaliação dos resultados da intervenção. Instrumentos Questionário de Avaliação. Grupo Focal. Síntese dos Resultados Encontrados Potencialidades Gestão Superação pessoal com relação à prática. Demanda de maior investimento por parte da gestão municipal com relação a este tema. Apropriação de novos conhecimentos e técnicas de dança na Educação Física. Possibilidade de trabalhar com a dança na escola. Apontaram a questão da superação pessoal com relação ao tema e expuseram que se sentem mais confiantes e seguros para colocá-lo em prática. Essa questão do processo de aprendizagem pelos professores, dessa apropriação do conhecimento, motivando-os a superar suas barreiras nos remete a socialização antecipatória defendida por DUBAR (2005) que afirma que um indivíduo aprende e interioriza os valores de um grupo (de referência) ao qual deseja pertencer. A intervenção constituiu para os docentes uma apropriação de novos conhecimentos de dança na Educação Física, explorando as possibilidades de abordagens desse conteúdo de forma simples e efetiva, levando os professores a refletir que é possível trabalhar com dança escolar. 169 As técnicas ensinadas e abordadas na intervenção, também foi um aspecto evidenciado pelos docentes, enquanto facilitadoras do processo de aprendizagem dos mesmos. Afirmaram que, a partir dessa prática formativa, já possuem uma base para começar, e enfatizaram que a dança escolar deve estar presente nas aulas de Educação Física. Para IMBERNÓN (2011) a formação será legítima quando contribuir para o desenvolvimento profissional do professor tanto na melhoria das aprendizagens profissionais quanto no ambiente de trabalho. Segundo ele, “uma formação deve propor um processo que dote o professor de conhecimento, habilidades e atitudes para criar profissionais reflexivos ou investigadores (IMBERNÓN, 2011, p.55)”. Um processo de prática formativa além de desencadear um processo de apreensão de conhecimentos, de reflexão do exercício profissional, também envolve a questão da socialização profissional. DUBAR (2005) enfatiza que “no processo de socialização intervém uma série de escolhas de papéis, ou seja, de interações com os outros significativos” (DUBAR, 2005, p. 183). É muito bom encontrar gente da área da gente para conversar, nem só para intervenção em si, mas o encontro é muito bom. Eu me divertia muito, eu saía de lá rindo, para mim era a academia do dia porque eu dançava, brincava. (PROFESSOR 2). Para IMBÉRNON (2011, p. 36) “a competência profissional, necessária em todo processo educativo, será formada em última instância na interação que se estabelece entre os próprios professores, interagindo na prática de sua profissão”. Torna-se necessário aos docentes desenvolver capacidades de aprendizagem da relação, da convivência, da cultura do contexto e de interação de cada pessoa com o resto do grupo. A formação vai além do ensino e se transforma na possibilidade de criar espaços de participação, reflexão e formação onde as pessoas aprendam a conviver com a mudança e incerteza (IMBERNÓN, 2011). Dando continuidade ao processo de análise, verificou-se a insatisfação dos professores, quanto ao oferecimento de cursos, oficinas por parte do município, da Secretaria de Educação, ressaltando que em anos anteriores as formações já foram mais efetivas, e que para eles é essencial participar de constante atualização. Todos foram unânimes em dizer que 170 a secretaria deveria ofertar mais oficinas de ritmo, dando mais suporte e com isso, estimulando e motivando os professores. Na fala a seguir evidencia-se essa realidade: […] a outra coisa, também foi dentro do que a gente já comentou, a falta de formação oferecida, até mesmo pela SMED, porque eu tô desde o ano passado e só teve uma. […] Eu mesmo, no meu caso, necessito de formação porque trabalho com anos iniciais, sempre trabalhei com anos finais e ensino superior, bem ao contrário. E essa parte de dança escolar, para mim é essencial, para trabalhar o ritmo, então faltava. Mas eu acho que, além disso, chamou à atenção a formação continuada. (PROFESSOR 3). DALBEN (2010) afirma que o investimento em formação continuada é uma questão de exigência para o exercício da cidadania. Promover articulações entre políticas nacionais, articulações entre as redes de ensino, públicas e privadas, federal, estadual e municipal são maneiras de proporcionar processos de formação e condições de trabalho para que aconteça a possibilidade de um exercício qualificado da ação docente. Os participantes da pesquisa manifestaram-se críticos quanto a estratégias utilizadas pelos órgãos gestores responsáveis pela qualificação docente no cenário investigado. Argumentavam que o maior fomento em ações formativas possibilitaria a capacitação dos mesmos em trabalhar com diferentes conteúdos nas aulas de Educação Física. Na seguinte afirmativa percebemos de forma clara as questões levantadas pelos professores na fase diagnóstica: Momentos como esse. Imagina, precisou uma dissertação de mestrado para motivar a SMED a oferecer uma oficina sobre práticas em dança. Não que não tenhamos condições de trabalhar a dança, mas a exigência geralmente é: trabalhar para JERGS, treinar para torneio escolar, etc. Acaba que o tempo que temos com os alunos é para organizar o trabalho e treino dos esportes. (PROFESSOR 4). O professor precisa estar ciente de sua forma de atuação, saber o porquê de suas atitudes. Portanto, precisa saber reivindicar o conhecimento que não detém para usufruir dos processos de construção dos novos saberes da prática que poderá adquirir com os novos processos de formação (DALBEN, 2010). 171 No momento que as práticas formativas atendem diretamente as expectativas e necessidades dos professores, o processo de apropriação do conhecimento pelo docente tornase válido, refletindo a construção de novos conhecimentos no seu exercício profissional. 4. CONCLUSÃO Acredita-se que os resultados encontrados, a partir da análise das distintas fases do processo de intervenção, reforçam a importância de práticas formativas para o desenvolvimento profissional docente. As ações formativas representam uma possibilidade de reflexão ao professor acerca de suas práticas, além da discussão dos problemas, da realidade e das necessidades vivenciadas por eles em seu exercício profissional. Evidencia-se também que as ações formativas devem ir ao encontro dos interesses dos professores, ocasionando com isso mudanças em suas atitudes, saberes e prática pedagógica, contribuindo para a melhoria do ensino. A intervenção promoveu uma aproximação dos docentes acerca do conteúdo “dança escolar”, e sobre as suas possibilidades de desenvolvimento nas aulas de Educação Física. Tal conhecimento surge como um agente modificador dos conteúdos e práticas desenvolvidas na escola, que na maioria das vezes se rende aos conteúdos esportivos. Não se pretendeu nesse estudo generalizar as considerações apresentadas, mas sim, delinear um espaço que possa contribuir para possíveis associações dos leitores com sua realidade, de acordo com os contextos em que estão inseridos. O que se pode concluir, é que a prática formativa docente é um processo ininterrupto e que se desenvolve no decorrer da trajetória pessoal e profissional do professor, sendo essencial para este refletir acerca de sua prática, manter e/ou adquirir novos saberes e conhecimentos. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 172 CUNHA, I.C. Inovações pedagógicas e a reconfigurações dos saberes no ensinar e aprender na universidade. In: VIII CONGRESSO LUSO-AFRO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, Coimbra, Portugal, 2004. s/p. DALBEN, A. Tensões entre formação e docência: buscas pelos acertos de um trabalho. In: DALBEN, A.; DINIZ, J.; LEAL, L.; SANTOS, L. Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 166-187. DUBAR, C. A socialização - construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes, 2005. FARIAS, G.O.; NASCIMENTO, J.V. 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A Formação Continuada de Professores na Rede municipal de Educação de Niterói: desafios para uma política de educação. In: XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO, V CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO, I COLÓQUIO IBEROAMERICANO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO, Cadernos ANPAE. Porto Alegre: UFRGS, 2007. NASCIMENTO, F.M. Trajetórias e práticas pedagógicas no ensino superior: docentes de dança dos cursos de licenciatura em educação física. 2011. 87f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Curso de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Pelotas. NASCIMENTO, J.V. Formação profissional em educação física e desportos: contextos de desenvolvimento profissional. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2002. NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA A. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote; 1992. p. 13-33. 173 RIO GRANDE DO SUL. Lei n. 8.747, de 21 de novembro de 1988. Dispõe sobre o Quadro de Carreira, o Quadro em Extinção e as gratificações do Magistério Estadual, dando outras providências. Sistema LEGIS. Porto Alegre, RS. ROSSI, F. Implicações da formação continuada na prática pedagógica do(a) professor(a) no âmbito da cultura corporal do movimento. 2013. Doutorado. Programa Ciências da Motricidade, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. ROSSI, F.; HUNGER, D. As etapas da carreira docente e o processo de formação continuada de professores de Educação Física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 26, p. 323-328, 2012. SILVA, M.C.; NASCIMENTO, J.V. Estruturação da Educação Física no Ensino Médio e Técnico do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. In: FOLLE, A.; FARIAS, G.O. Educação Física: prática pedagógica e trabalho docente. Florianópolis: Editora da UDESC, 2012. Cap.1, p. 27-49. TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, v.31, n.3, p. 443-466, 2005. VALLE, I.R. A Era da Profissionalização: Formação e Socialização Profissional do Corpo Docente de 1ª a 4ª Série. Florianópolis: Cidade Futura, 2003. 174 REDES DE COLABORAÇÃO CIENTÍFICA NO ESPAÇO DO PIBID: UM ESTUDO A PARTIR DOS GRUPOS DE PESQUISA DA UFPEL OTÁVIO ÁVILA PEREIRA¹; MARIANA TEIXEIRA DA SILVA²; LEON FLORES CIBEIRA²; VINICIUS DE MORAES CALDERIPE²; PATRICIA MACHADO DA SILVA²; MYRIANE ROSA DA ROSA²; MARIANGELA DA ROSA AFONSO3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 RESUMO Nas redes de colaboração científica há perspectiva interdisciplinar com diálogos de conhecimentos compartilhados, há também metas comuns, esforços coordenados, resultados e méritos compartilhados. Neste sentido, o objetivo geral do estudo é mapear as redes de colaboração científica no espaço do PIBID a partir dos Grupos de Pesquisa da UFPel. Assim este estudo se propõe a analisar os Grupos certificados na plataforma LATTES/CNPQ, da qual tem como lideres os professores coordenadores do PIBID/UFPel. Foram mapeados, os Grupos, número de publicações; a presença de estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Buscando compreender as interfaces entre a pesquisa e a formação inicial dos alunos de graduação das licenciaturas. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, qualitativa que busca as relações estabelecidas em uma comunidade de pesquisa, além de sinalizar projeções futuras. Constatou-se que os Grupos de Pesquisa (GP), podem fazer avançar as frentes de pesquisa dentro do PIBID na UFPel. Palavras chaves: Pesquisa, Professores, Redes de colaboração 1. INTRODUÇÃO Atualmente a imagem do pesquisador isolado faz parte do passado, pois as associações e parcerias integram as estratégias de produção científica. Nas redes de colaboração científica há perspectiva interdisciplinar com diálogos de conhecimentos compartilhados, há também metas comuns, esforços coordenados, resultados e méritos compartilhados. 175 Baseado em Vanz e Stump (2010) o conceito de colaboração científica é amplo e não existe um consenso entre a comunidade sobre como considerar o auxílio prestado por outra pessoa. Os autores citados afirmam que esse conceito pode variar muito de acordo com a área do conhecimento e, até mesmo, conforme a percepção pessoal do cientista. Na concepção clássica, dois cientistas colaboram quando compartilham dados, equipamentos e/ou ideias em um projeto, que resulta, geralmente, em experimentos e análises de pesquisas publicadas em um artigo de Katz; Martin, 1997, citado por BALANCIERE(2010). A colaboração científica tem sido definida como uma estratégia de trabalho quando dois ou mais cientistas trabalham num mesmo projeto de pesquisa, compartilhando recursos intelectuais, econômicos e/ou físicos. Entretanto, conforme ressaltam Bordons e Gómez (2000), citado por Vanz e Stump (2010), a contribuição de cada um dos colaboradores pode se dar em âmbitos diferentes, desde a simples expressão de uma opinião sobre a pesquisa até o trabalho conjunto durante todo o decurso de um projeto. Assim, a colaboração frequentemente acontece entre professores e alunos, mesmo que esta não seja considerada por muitos autores como colaboração científica, dada a diferença de funções existente entre esses indivíduos. Segundo Katz; Martin, 1997, citado por BALANCIERE(2010) em equipe, o background individual de cada pesquisador é socializado entre o grupo, facilitando a transferência de conhecimentos e habilidades, além de possibilitar o aprendizado de todos os participantes e estimular a criatividade e as ideias. Discutir diferentes pontos de vista pode gerar novas perspectivas, característica que se amplia quando os colaboradores são oriundos de diferentes áreas. Maia e Caregnato (2008) afirmam que agências financiadoras de pesquisa estimulam a co-autoria, entre outros motivos, pela economia de tempo e recursos (financeiros e materiais). Em algumas áreas são organizados projetos de cooperação formais para colaboração, mas sabese que a colaboração entre duas pessoas é um processo social e de interação humana que pode acontecer de diversas formas e por diferentes motivos, entre eles, os afetivos e também aqueles que dizem respeito a proximidade geográfica e relação de orientador-aluno (VANZ; STUMPF, 2010). Em algumas áreas os colégios invisíveis estabelecem redes de relações informais que bastam para fomentar a colaboração entre os pesquisadores (CRANE, 1972). 176 O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um Programa do Ministério da Educação, gerenciado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), cujo objetivo maior é o incentivo à formação de professores para atuarem na educação básica e a elevação da qualidade das escolas públicas. Entre as propostas do PIBID estão colocados as demandas de formação também em pesquisa. Segundo o Relatório de Gestão da Diretoria de Educação Básica (DEB) 2009-2013 (CAPES, 2013), o PIBID é um programa de incentivo e valorização do magistério e de aprimoramento do processo de formação de docentes para a educação básica. Este Programa oferece bolsas para que alunos de licenciatura exerçam atividades pedagógicas em escolas públicas de educação básica, contribuindo para a integração entre teoria e prática, para a aproximação entre universidades e escolas e para a melhoria de qualidade da educação brasileira. Para assegurar os resultados educacionais, os bolsistas são orientados por coordenadores de área (docentes das licenciaturas) e por supervisores (docentes das escolas públicas onde exercem suas atividades). O diálogo e a interação entre graduandos, coordenadores e supervisores geram um movimento dinâmico e virtuoso de formação recíproca e crescimento contínuo. O diálogo entre professores é fundamental para consolidar saberes emergentes da prática profissional (NÓVOA, 1997). O PIBID tem como foco ainda, a formação didático-pedagógica geral que corresponde à estudos teóricos e discussões sobre os textos legais: Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), Ensino Fundamental-nove anos, Proposta Curricular para o Ensino Médio Politécnico do RS. Neste eixo estão contemplados os diferentes temas relacionados aos processos de ensino e de aprendizagem e formação de professores; com encontros semanais da área para organização, planejamento, estudos, registro e sistematização das ações; com planejamento do projeto interdisciplinar, implantação, avaliação, registro e sistematização das ações; a ainda o aspecto da interdisciplinaridade que pressupõe a interação entre pesquisadores oriundos de diversos campos do saber, é sem dúvida um dos motivos principais que levam à colaboração científica. Neste sentido, o objetivo geral do estudo é mapear as redes de colaboração científica no espaço do PIBID a partir dos Grupos de Pesquisa da UFPel. Assim este estudo se propõe a 177 analisar os Grupos certificados na plataforma LATTES/CNPQ, número de publicações; a presença de estudantes de graduação, mestrado e doutorado, buscando compreender as interfaces entre a pesquisa e a formação inicial dos alunos de graduação das licenciaturas. Figura 1 – Configuração do PIBID Fonte: Relatório de gestão - CAPES / DEB (2009-2013) A fim de elucidar a configuração do PIBID na UFPel, apresentamos a figura a seguir onde estão disponibilizados a organização do Programa na UFPel. As licenciaturas estão todas contempladas e os números refletem o quando a UFPel aderiu ao Programa. Fonte: ASSIS, C.R. (2014) 178 2. METODOLOGIA O estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, qualitativa que busca as relações estabelecidas em uma comunidade de pesquisa, além de sinalizar projeções futuras. Como critérios de inclusão foram escolhidos professores os 16 (todos) coordenadores dos sub-projetos, que possuem grupo de pesquisa. Foi utilizado o procedimento/delineamento do estudo de caso. Segundo Gil (2010) o estudo de caso caracteriza-se pelo estudo profundo de um ou de poucos objetos, que permite o seu conhecimento amplo e detalhado. Como estratégia metodológica partimos para a análise documental, na medida em que esta, se constitui como uma técnica importante na pesquisa qualitativa, quando nos propomos ao desvelamento de aspectos novos de um tema ou problema (LUDKE; ANDRÉ, 1986). O período demarcado para exploração dos dados foi o segundo semestre de 2015, tendo como recurso metodológico o conjunto de sistemas de conhecimento da Plataforma Lattes. Os dados foram coletados a partir de dados disponíveis nesta Plataforma tomando as informações sobre grupos de pesquisa. No Diretório e Grupos de Pesquisa estão disponibilizados dados sobre a colaboração e participação de pesquisadores/estudantes em redes colaborativas estabelecendo interfaces entre diferentes instituições. Nesta base de dados é possível também visualizar indicadores de produção, interlocuções entre pesquisadores e professores tanto nos níveis de graduação quanto do pós-graduação. Hoje a Plataforma Lattes, está configurada como um conjunto de sistema de informação, capaz de gerir as atividades de fomento de diferentes atores ligados ao sistema nacional de inovação do país. (Balancieri, 2010). Este autor afirma que hoje são buscados, nas bases Lattes, subsídios à aplicação de instrumentos de análise de redes de colaboração técnico-científicas. Conforme Balanciere (2010), entre os sistemas de conhecimento da Plataforma Lattes estão aqueles que têm como objetivo aprofundar a análise sobre as formas de colaboração científica em um sistema nacional de inovação. Um dos projetos que se relacionam com essa questão denomina-se Lattes Redes- Grupos de Pesquisa (GP). Assim este estudo tomou como foco a análise dos Grupos de Pesquisa em distintas áreas de conhecimento. 179 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A primeira área estudada foi a área de conhecimento das licenciaturas ligadas às Ciências Biológicas, conforme segue o quadro abaixo. Destacamos neste quadro, a presença do Curso de Licenciatura em Educação Física, pois este é composto de quatro coordenadores, e com o maior numero de bolsistas de toda a UFPel. Todos os professores deste curso, aqui analisados eram até bem pouco tempo inseridos nos Programas de Pós-Graduação e isto pode estar diretamente ligado ao processo de constituição de Grupos de Pesquisa e certa preocupação com as questões de pesquisa. O número de produções também merece destaque. É possível inferir que estes docentes mantém ainda vínculos e parcerias de pesquisa. No quadro abaixo, estão evidenciados os dados referentes aos Cursos de Licenciatura ligados às Ciências Exatas. Destacamos o Curso de Química. Os dados sinalizam para uma potencialidade de diferentes frentes de pesquisa e grande número de pesquisadores. Já os Grupos e pesquisadores ligados à Física e Matemática revelam uma produção de árticos e produção científica. De certa forma estes dados podem sinalizar para uma cultura científica que deve beneficiar os alunos Bolsistas com perspectivas de formação em pesquisa. 180 Os dados referentes a área das licenciaturas das áreas de Letras e Artes. Conforme é possível observar que esta área concentra um grande número de cursos. Há uma distribuição homogênea entre os Grupos de Pesquisa, com numero expressivo de recursos humanos (alunos). Na grande parte dos Grupos estudados, são os coordenadores que tem fomentado a inserção de alunos de graduação e pós-graduação à esta participação. 181 Mesmo as áreas e licenciaturas mais recentes na UFPEL, já tem se destacado na questão de fomentar a pesquisa. Esta cultura se deve em grande parte pela decisão institucional de contratar para o quadro de professores, apenas professores que já tenham cursado doutorado. Assim embora o foco principal do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), fosse a implementação de um conjunto de políticas públicas de formação de professores, e expansão do Ensino Superior , com aumento de vagas de graduação, toda esta expansão potencializou as mudanças que ocorreram em todas as instâncias universitárias. Houve por conta disto significativo aumento de pesquisadores na UFPel tornando possíveis a abertura de cursos de pós-Graduação, bem como novos Grupos de Pesquisa na UFPel. (UFPel,2010) Outro quadro de expressão dentro do Programa PIBID, é o relativo a área de conhecimento das Ciências Humanas. Os Grupos de Pesquisa ligados ao Curso de História se 182 destaca pelo número de publicações. Cada área procura atender as demandas e os Grupos estão vinculados aos lideres que podem ter maior expressão e inserção em diferentes frentes e pesquisa. 183 4. CONCLUSÃO A boa comunicação entre os pesquisadores, a habilidade social e de como conduzir o trabalho em equipe são características fundamentais da colaboração científica. Neste sentido, avançar nos estudos e no entendimento da colaboração científica no Brasil é fundamental para que tenhamos uma ideia mais clara de como este fenômeno vem acontecendo na comunidade científica brasileira, possibilitando a definição e o direcionamento de políticas científicas mais adequadas. Segundo Assis (2015) O que podemos perceber é que a proposta institucional do PIBID tem fortalecido as estratégias de formação inicial e continuada. Neste sentido trazemos para discussão as ideias de Nóvoa (1995), quando enfatiza que a formação passa pela experimentação, pela inovação, pelo ensaio de novos modos de trabalho pedagógico e pela reflexão crítica sobre a utilização de processos de investigação, diretamente articulados com as práticas educativas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, C. R. 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UFPEL. 184 UFPEL – Universidade Federal de Pelotas. Pró-Reitoria de Graduação - Proposta Institucional PIBID Edital nº 61/2013. Disponível em: <http://wp.ufpel.edu.br/prg/files/2012/04/PROJETO-INSTITUCIONAL-PIBID-UFPEL.pdf>. Acesso em: mai. 2014. UFPEL – Universidade Federal de Pelotas. Pró-Reitoria de Graduação. Disponível em: <http://wp.ufpel.edu.br/prg/files/2012/04/PROJETO-INSTITUCIONAL-PIBID-UFPEL.pdf>. Acesso em: mai. 2010. VANZ, S. A. S; STUMP, I. R. C; Colaboração científica: revisão teórico-conceitual. Perspectivas em Ciência da Informação, v.15, n.2, p.42-55, maio./ago. 2010 42. 185 TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS MENORES ENTRE COLETORES DE LIXO DE DUAS CIDADES DE PORTE MÉDIO DO SUL DO BRASIL RODRIGO KOHN CARDOSO1; AIRTON JOSÉ ROMBALDI2; ALINE MACHADO ARAUJO3; NATAN FETER4; MATHEUS PINTANEL FREITAS 5; NICOLE GOMES GONZALES6; MARCELO COZZENSA DA SILVA7 1 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 6 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 7 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO: O presente estudo objetivou identificar a prevalência de transtornos psiquiátricos menores (TPM) e seus fatores associados entre coletores de lixo. Caracterizado como observacional e do tipo censo, o estudo teve como amostra 127 coletores de lixo das cidades de Pelotas e Rio Grande, Rio Grande do Sul. Foram coletadas informações relacionadas a características sociodemográficas, nutricionais e comportamentais, e os TPM foram identificados através do Self Reporting Questionnaire (SRQ 20). Ainda, utilizou-se análise univariada e de associação entre o desfecho e preditores. Foi identificado que a prevalência de TPM era de 22,1% entre dos entrevistados, e de 25,5% e 19,7% entre os trabalhadores de Rio Grande e Pelotas, respectivamente. Não foi encontrada associação entre TPM e características sociodemográficas, comportamentais e nutricionais. Logo, concluiu-se que os coletores de lixo apresentaram alta prevalência de TPM, sugerindo assim a implantação de estratégias de prevenção de novos casos e de auxilio no tratamento dos existentes. Palavras-chave: Saúde mental, epidemiologia, trabalhadores, saúde do trabalhador, lixo. 1. INTRODUÇÃO 186 Os transtornos mentais representam algo em torno de 13% da sobrecarga de doenças no mundo (GONÇALVES et al., 2008). Um estudo coordenado pela OMS para analisar os distúrbios mentais durante a vida, determinou que a frequência varia de 12,2% na Turquia a 48,6% nos Estados Unidos. No Brasil, o estudo foi realizado em São Paulo, onde 17,4% dos indivíduos apresentavam ansiedade, 15,5% distúrbios do humor e 16,1% usavam alguma substância antidepressiva (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001). Em Pelotas/RS, foi encontrada uma prevalência de distúrbios psiquiátricos menores de 28,5% em adultos, sendo maior nas pessoas inseridas nas classes sociais mais baixas, de menor renda, acima de 40 anos e do sexo feminino (COSTA et al., 2002). A ocupação profissional também está intimamente associada com esse tipo de morbidade. As chamadas intoxicações profissionais podem trazer sérios problemas ao sistema nervoso central, particularmente sobre as funções psíquicas (MENDES, 1988). Os coletores de lixo, genericamente chamados de lixeiros ou garis, realizam atividades socialmente desprivilegiadas. A visão social desse grupo de trabalhadores e sua própria autoimagem são problemáticas do ponto de vista de nossa sociedade. Há um tipo de menosprezo pela referida ocupação, de suas condições econômicas e de trabalho adversas. Eles vêem-se obrigados a ter que lidar com uma realidade tão universalmente abjeta, sem receberem salários condignos, socialmente equitativos, até mesmo quando comparados àqueles de outras categorias pertencentes ao setor terciário, no qual se inserem (VELLOSO et al., 1997). André (1994) estudou fatores de risco na saúde mental dos trabalhadores de limpeza pública de uma região do município de São Paulo e encontrou, a partir das falas individuais, a configuração de experiência coletiva de desgaste mental. Os resultados obtidos demonstraram que os trabalhadores estão sujeitos a situações que podem provocar sofrimento mental e sobrecarga emocional, dadas algumas características ligadas ao seu trabalho, decorrentes diretamente das condições do trabalho: ambiente insalubre, poucos equipamentos de proteção e tecnologia rudimentar. Além disso, destacaram-se os aspectos ligados a percepção do desgaste físico, provocando medo da incapacidade para o trabalho. 187 Diante do quadro exposto, o objetivo do presente estudo é apresentar a prevalência de transtornos psiquiátricos menores (TPM) em coletores de lixo, bem como seus fatores associados. 2. METODOLOGIA Este estudo, caracterizado como observacional, de caráter transversal e do tipo censo, foi realizada nas cidades de Pelotas e Rio Grande, ambas localizadas na região sul do estado do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil. A coleta de lixo é realizada por uma empresa privada nas cidades estudadas, e um total de 127 indivíduos trabalhavam como coletores de lixo durante o mês de novembro de 2011, época em que foi realizada a coleta de dados. Os questionários foram aplicados por entrevistadores previamente treinados e a entrevista teve duração média de aproximadamente 30 minutos. O controle de qualidade foi realizado pelo pesquisador principal através da reaplicação de questões-chaves a cinco por cento dos trabalhadores de cada cidade. Os resultados demonstraram que não houve discrepância de informações. O questionário, contendo 150 perguntas, foi elaborado para avaliar as características sociais – escolaridade em anos de estudo e estado civil; econômicas - nível socioeconômico, através do instrumento da ABEP (ABEP, 2013) e renda familiar em reais; comportamentais tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas com a utilização do CAGE (ROUNSAVILLE et al., 2000); e antropométricas - peso e altura auto relatadas; características do trabalho – tempo de trabalho em meses. A prevalência de TPM foi avaliada através do Self Reporting Questionnaire (SRQ 20), instrumento de rastreamento para transtornos mentais, como depressão e ansiedade, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde para estudar transtornos psiquiátricos em países em desenvolvimento. Consiste de 20 perguntas com respostas "sim" e "não". Cada resposta afirmativa pontua com o valor um para compor o escore final por meio do somatório 188 destes valores. Os escores obtidos estão relacionados com a probabilidade de presença de transtorno não psicótico, variando de 0 (nenhuma probabilidade) a 20 (extrema probabilidade). Um escore a partir de seis pontos indica a presença de TPM (MARI et al., 1986). Os questionários foram duplamente digitados no programa EPIDATA 3.1. Para a análise estatística utilizou-se o programa STATA 10.0. Foram realizadas análises univariadas de todas as informações coletadas, com cálculo das medidas de tendência central e dispersão para as variáveis contínuas e de proporções para as variáveis categóricas. Utilizou-se ainda o teste Qui-quadrado, teste exato de Fisher`s, teste de tendência linear e Qui-quadrado de Pearson para analisar associação entre o desfecho e alguns preditores. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados todos os 127 coletores de lixo, todos do sexo masculino, vinculados à empresa responsável pela coleta de lixo durante o mês de dezembro de 2011, estando na ativa ou não (férias e/ou licença médica). Não houve perdas e recusas. A média de idade encontrada foi de 26,21 ± 5,41 anos, com idades variando de 18 a 45 anos. A escolaridade média foi de 6,24 ± 2,33 anos de estudo e a renda familiar média foi de 1181,35 ± 571,14 reais. com a maioria dos participantes do estudo pertencentes ao nível socioeconômico C (70,08 %), de acordo com a classificação da ABEP. Ainda, eles apresentaram cor de pele não branca (57,48 %) e eram casados ou viviam com uma companheira (70,08 %) Dentre os trabalhadores, a maioria nunca fumou (51,97 %), ingere bebidas alcoólicas (57,94 %) e apresenta peso normal de acordo com a classificação de IMC (81,75 %). O tempo de trabalho médio como coletor de lixo foi de 30 meses, ± 49,5. A tabela 1 apresenta as características do trabalho e a descrição sociodemográfica, econômica, comportamental e nutricional dos trabalhadores. 189 Tabela 1 – Características demográficas dos coletores de lixo de Pelotas e Rio Grande/RS (n=127). VARIÁVEIS Nível socioeconômico (ABEP) B C D PREVALÊNCIA Nº (%) 8 (6,3) 89 (70,1) 30 (23,62) Renda familiar (salários) Até 1 1–2 2–3 3 ou mais 14 (11,0) 82 (64,6) 18 (14,2) 13 (10,2) Pelotas Rio Grande 76 (59,84) 51 (40,16) Branca Não branca 54 (42,52) 73 (57,48) 0–4 5–7 8 – 11 12 ou mais 31 (24,41) 56 (44,09) 38 (29,92) 2 (1,57) Situação conjugal Casado ou com companheira Solteiro ou sem companheira Separado 89 (70,08) 33 (25,98) 5 (3,94) Cidade Cor da pele Escolaridade (anos) Tabagismo 190 Nunca fumou Ex fumante Fumante Ingestão de álcool 66 (51,97) 18 (14,17) 43 (33,86) 73 (57,94) IMC (kg/m²) Peso normal Sobrepeso Obesidade 103 (81,75) 21 (16,67) 2 (1,59) Tempo de trabalho Menos de 1 mês Entre 1 mês e 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos 33 (17,32) 49 (38,58) 38 (29,92) 9 (7,09) 9 (7,09) A prevalência de TPM foi de 22,1% (28 trabalhadores), com maior frequência em trabalhadores com mais escolaridade, maior IMC, separados, e entre indivíduos da cidade de Rio Grande (18,6 %) quando comparados a cidade de Pelotas (15,8%). No entanto, a análise univariada não apresentou significância estatística entre estas variáveis. Além destas, outras variáveis foram testadas quanto a possível associação com TPM, dentre elas idade, cor da pele, classe econômica, tabagismo, ingestão de álcool, e turno e tempo de trabalho. Nenhuma destas apresentaram associação estatisticamente significativa com o desfecho. A tabela 2 apresenta os dados detalhadamente. Tabela 2 – Análise univariada de transtornos psiquiátricos menores e fatores associados em coletores de lixo de Pelotas e Rio Grande/RS, 2012 (n=127). ANÁLISE BRUTA VARIÁVEIS TPM (%) P 0,97* Cor da pele 191 Branca 22,2 Não branca 21,9 0,97** Idade (anos) 18 - 21 19,2 22 – 25 20,5 26 – 29 34,5 30 ou mais 15,3 0,70* Escolaridade (anos) Até 4 22,6 5–8 20,3 9 ou mais 29,4 0,14*** Classe econômica B 0,0 C 22,9 D 30,0 0,35*** Fumo Nunca fumou 18,2 Ex-fumante 0,0 Fuma até 19 cigarros/dia 31,0 25,9 Fuma 20 ou mais 192 cigarros/dia 0,39*** Ingestão de álcool Não bebe 25,8 Bebe de 1-3 doses/dia 14,3 15,4 Bebe de 4-6 doses/dia 0,0 Bebe 7 ou mais doses/dia IMC (kg/m2) 0,78*** Até 24,9 23,3 25,0 ou mais 17,4 0,77** Situação conjugal Casado ou com companheira 21,4 23,7 Solteiro ou sem companheira 0,44** Cidade Pelotas 19,7 Rio Grande 25,5 0,64** Turno de trabalho 193 Diurno 20,6 Noturno 25,0 Tempo de trabalho (meses) 0,83*** Menos de 1 27,3 1 – 12 18,4 31 – 24 21,1 25 – 48 30,8 49 ou mais 20,8 TPM: Transtornos psiquiátricos menores. *Teste de tendência linear **Teste qui quadrado ***Teste exato de Fisher A prevalência de TPM apresentada pelos coletores de lixo (22,1%) é menor do que a relatada em outros grupos de trabalhadores em estudos prévios que utilizaram o mesmo instrumento (SRQ 20), como catadores de lixo (44,7%) (SILVA et al., 2006), professores (55,9%) (REIS et al., 2005), fisioterapeutas (24%) (ASSUNÇÃO et al., 2013). Não foram encontrados estudos avaliando a prevalência de TPM em grupo de coletores de lixo estimados com o SRQ 20. Usando outros instrumentos para avaliar perfil psicológico de 170 profissionais de limpeza urbana, sendo 47 coletores de lixo, Barbosa et al. (2010) encontraram que 31% dos trabalhadores apresenta princípio de um processo de desgaste mental; e Elpes et al. (2006) encontraram um alto índice de stress entre coletores de lixo de Juíz de Fora/MG, prevalência de 28%. 194 A menor prevalência encontrada pode ser resultado do viés do trabalhador sadio, mesmo que todos os trabalhadores tenham sido entrevistados, inclusive aqueles que se encontravam de licença médica, principalmente devido ao padrão contratual adotado pela empresa – contratos de três meses renováveis conforme interesse de empresa e trabalhador. Além disso, é possível que a prevalência de TPM seja menor devido a coleta de lixo ser executada apenas por homens, já que estudos prévios demonstram que mulheres apresentam prevalência de ansiedade e depressão duas a três vezes maiores que homens (LUDERMIR et al., 2008). Apesar de apresentarem prevalências de TPM inferiores quando comparados a outras profissões, os coletores de lixo realizam uma atividade profissional com características associadas ao surgimento de TPM. Um destes fatores é a carga horária de trabalho elevada (CODARIN et al., 2010), que chegava a 14 horas em alguns dias, de acordo com relatos dos próprios trabalhadores. Além disso, eles estão constantemente expostos á situações de stress, como barulho, tráfego, entre outros fatores, que aumentam os níveis do hormônio cortisol, o que também é observado em indivíduos com depressão (SLUITER, 1998). Diferentemente de achados de estudos prévios, os quais relatam associação entre TPM e algumas variáveis como nível socioeconômico, tabagismo, ingestão de álcool e obesidade (SILVA et al., 2006; COSTA et al., 2002; KAC et al., 2006), o presente estudo não encontrou associação entre TPM e características sociodemográficas, comportamentais, nutricionais e relacionadas ao trabalho. Alguns aspectos metodológicos envolvidos no estudo devem ser ressaltados, como a utilização de um instrumento padronizado e validado para coleta de dados, a qual, por sua vez, foi realizada por uma equipe de entrevistadores treinados, assim como o ineditismo do estudo e a inexistência de perdas e recusas. 4. CONCLUSÕES Diante dos resultados encontrados, é possível concluir que os coletores de lixo apresentam uma alta prevalência de TPM, mesmo sendo inferiores às prevalências de outros 195 grupos de trabalhadores. Sendo assim, sugere-se a implantação de estratégias que podem servir como prevenção de novos casos e até mesmo como auxilio no tratamento dos casos existentes. Dentre estas estratégias destaca-se a atenção para a carga horária de trabalho, evitando períodos superiores há oito horas por dia, bem como a implantação de pausas adequadas durante a jornada, permitindo, assim, uma redução no nível de estresse desses trabalhadores. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISAS. Critério de Classificação Econômica Brasil. Disponível em: http://www.abep.org/codigosguias/ABEP_CCEB.pdf [Acesso em 26 jul 2011] 2. ANDRÉ, Lúcia Márcia. Heróis da lama: sobrecarga emocional e estratégias defensivas no trabalho de limpeza pública. 1994. Tese (Doutorado) – Departamento de Prática de Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública - Universidade de Säo Paulo. 3. ASSUNÇÃO, A.A.; MACHADO, C.J.; PRAIS, H.A.; ARAÚJO, T.M. Working conditions and common mental disorders in physicians in Brazil. Occupational Medicine, v.63, n.3, 2013. 4. BARBOSA, S.C.; MELO, R.L.; MEDEIROS, M.U.; VASCONCELOS, T.M. Perfil de bem-estar psicológico em profissionais de limpeza urbana. Rev Psicol Organ Trab. v.10, n.2, 2010. 5. CODARIN, M.A.F. et al. Association between practice of physical activity, educational level and food intake profile of truck drivers. Saúde e Sociedade, v.19, n.2, p. 418-428, 2010. 6. COSTA, J.S.D. et al. Prevalência de distúrbios psiquiátricos menores na cidade de Pelotas, RS. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.5, n.2, 2002. 196 7. ELPES, F.; LOURENÇO, L.M; BARACHO, R.A. Um Estudo Avaliativo dos Níveis de Stress e Consumo de Álcool em Garis na Cidade de Juiz de Fora (MG). 8. ENGLEHARDT, J.D., FLEMING, L.E. e BEAN, J.A. Analytical predictive Bayesian assessment of occupational injury risk: municipal solid waste collectors. Risk Analysis. v.23, n.5, p.917-927, 2003. 9. GONÇALVES, D. M.; KAPCZINSKI, F. Transtornos mentais em comunidade atendida pelo Programa Saúde da Família. Caderno de Saúde Pública, v.24, n.7, p.1641-1650, 2008. 10. KAC, G.; SILVEIRA, E.A.; OLIVEIRA, L.C.; MARI, J.J. Fatores relacionados à prevalência de morbidades psiquiátricas menores em mulheres selecionadas em um Centro de Saúde no Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.22, n.5, 2006. 11. MARI, J.J.; WILLIAMS, P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. Brazilian Journal of Psychiatry. v.148, p.23-26, 1986. 12. MENDES, R. O impacto dos efeitos da ocupação sobre a saúde de trabalhadores. I. Morbidade. Revista de Saúde Pública, v.22, n.4, p.311-326, 1988. 13. REIS, E.B. et al. Trabalho e distúrbios psíquicos em professores da rede municipal de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Caderno de Saúde Publica; v.21, n.5, p.1480-90, 2005. 14. ROUNSAVILLE BJ, POLING J. Substance use disorders measures. In: American Psychiatric Association. Handbook of psychiatric measures. Washington: American Psychological Association. 2000. p.457-484. 15. SILVA, M.C.S. et al . Gonalgia entre trabalhadores e fatores ocupacionais associados: uma revisão sistemática. Caderno de Saúde Pública, v.23, n.8, p.1763-1775, 2007. 16. SLUITER, J.K.; VAN DER BEEK, A.J.; FRINGS-DRESEN, M.H. Work stress and recovery measured by urinary catecholamines and cortisol excretion in long distance coach drivers. Occupational Environment Medicine, v.55. n.6, p.407-13, 1998. 197 17. VELLOSO, M.P. Processo de trabalho e acidentes de trabalho em coletores de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno Saúde Pública, v.4, n.13, 1997. 18. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World Health Report 2001. Mental health new understanding, new hope. Geneva: World Health Organization; 2001. UMA ANÁLISE DO ESPORTE UNIVERSITÁRIO: A UFPEL ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS-ATLETAS, EDUCADORES-TÉCNICOS E GESTORES THAIS FARIAS PEREIRA1 ROSE MERI SANTOS DA SILVA2 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 RESUMO Esta pesquisa, de caráter qualitativo, objetivou analisar a organização do esporte na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) a partir do olhar de alunos-atletas, professorestécnicos e gestores, bem como suas possibilidades e barreiras. Foram realizadas vinte e três (23) entrevistas semiestruturadas com alunos-atletas, com dois (2) docentes da universidade, que também exercem a função de técnicos das equipes esportivas, assim como um (1) gestor, responsável pelo esporte na UFPel. Segundo o gestor entrevistado, um projeto esportivo foi apresentado à reitoria e, que provavelmente seja colocado em prática no próximo ano (2016). Em relação aos professores-técnicos percebeu-se que não recebem nenhum tipo de bonificação, apoio ou incentivo para assumirem as equipes, sendo que tais ações partem da sua própria vontade e paixão pelo esporte. Já os alunos-atletas entrevistados, apontaram muitas dificuldades, como, por exemplo, pouca manutenção nas quadras, assim como a disponibilidade de poucos horários para treinamento. PALAVRAS-CHAVE: esporte; universidade; esporte universitário. 1. INTRODUÇÃO 198 A construção do tema aqui abordado, o esporte universitário, não se efetivou de uma maneira aleatória, mas, isso sim, a temática aqui trabalhada é fruto de um vínculo com o esporte, que me acompanha ao longo de toda minha história. Percebe-se que atualmente, o esporte, nas suas diferentes manifestações, tornou-se algo sempre presente na vida das pessoas O contato de qualquer pessoa com o mundo do esporte acontece desde muito cedo, ainda criança. Pode-se afirmar isso, sem medo de errar, embora se reconheça que, por diferentes motivos, esse contato não é igual para todos. Porém, no mínimo, todos têm um contato na condição de espectadores, nem que seja diante de TV. (OLIVEIRA, 2001, p.05) No ano de 2011, ingressei na Universidade Federal de Pelotas, no curso de Educação Física Bacharelado, logo procurei um local para prática esportiva e fui surpreendida pela falta de espaço. Percebi que o esporte universitário não era uma realidade na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e na Escola Superior de Educação Física (Esef) não tínhamos um professor que demonstrasse algum tipo de desconforto em relação a inexistência de qualquer manifestação de práticas esportivas, em especial do handebol, que é o esporte que tanto gosto. Na época estabeleci contato com pessoas de outros cursos e percebi que essa prática do esporte universitário de fato não existia na UFPel. Frente a essa situação, uma série de dúvidas e questionamentos passaram a me inquietar. Dentre elas saliento a questão de como é possível uma universidade que oferece tantos cursos, que anualmente movimenta a cidade de Pelotas com a chegada de alunos de vários lugares do país, não possuir sequer uma equipe competitiva que represente a instituição, ou mesmo não ofertar um horário para qualquer tipo de prática de esportes? Será que os alunos não sentem falta desse espaço? Quais são as barreiras que impossibilitam a existência desse espaço? Movida por tais curiosidades e depois de muito conversar com vários discentes, vinculados à UFPel, passei a me envolver cada vez mais com a temática do esporte universitário na UFPel, pois conheci então um colega, que também era apaixonado por handebol e tinha como objetivo montar um grupo para jogar, ainda que sem objetivar competições. Junto a isso, no ano de 2011 uma docente da Esef, também ligada ao handebol, aceitou montar um projeto de extensão que oferecesse um espaço para praticar essa modalidade. 199 Á medida que nossa iniciativa foi sendo divulgada começaram a surgir outros praticantes, oriundos de regiões bastante diversificadas, alguns eram do próprio município, outros de cidades vizinhas, assim como de diferentes estados e que aqui chegando não encontraram locais para a continuidade de sua prática. Foi assim que de um primeiro encontro, em 2011, contando com apenas seis participantes, depois de alguns meses, vimos se consolidar um trabalho que tomou enorme proporção em termos de divulgação e de participantes. Alunos de vários cursos da UFPel procuraram o grupo, alguns demonstrando experiência no desporto e outros com muito interesse em aprender. Retornamos as atividades em março de 2012, já com um grupo de aproximadamente cinqüenta participantes. Nele alguns alunos da Esef, que já possuíam experiência prévia com o desporto, eram responsáveis por ministrar as aulas, ficando sob supervisão da professora responsável. A partir da consolidação do referido projeto tornei mais próxima minha relação com discentes de outros cursos da UFPel, comecei então a perceber que era sim de interesse dos alunos que tivessem um espaço para a prática desportiva dentro da instituição universitária. Ideia essa que se fortaleceu no ano de 2013, a Esef deu início aos Jogos da UFPel, uma competição interna entre os diversos cursos da Universidade. Em 2014 a mobilização acadêmica foi maior, mais cursos envolvidos e maior público para assistir os jogos. Outro acontecimento relevante para o esporte universitário na UFPel, neste ano, foi a participação da Universidade Federal de Pelotas nos Jogos Universitários Gaúchos (JUGs). Fator esse que serviu de estímulo para a formação de equipes representativas da UFPel, assim como evidenciando que a universidade possui um grande número de alunos com interesse e nível alto de especialização em vários desportos. Todo esse envolvimento com o esporte universitário na UFPel, que me acompanhou ao longo da graduação e que aqui procurei descrever, tornou-se uma experiência bastante significativa, mas que somente fortaleceu minhas curiosidades iniciais, proporcionando que estabelecesse como questões norteadoras pesquisar a organização do esporte universitário na UFPel, a visão dos alunos-atletas, as possibilidades e perspectivas de crescimento. 200 Em um trabalho que se propõem a pensar sobre o esporte universitário, faz-se necessário, inicialmente, apontar algumas considerações sobre a noção de esporte. Para isso, destacam-se as palavras de TUBINO (1999, p.07) ao afirmar que “o esporte é considerado um dos fenômenos sócio-culturais mais importantes neste final do século XX”. Dentro dessa mesma perspectiva BRACHT (2005, p. 09) afirma que “o esporte é um dos fenômenos mais expressivos da atualidade”. 2. METODOLOGIA O estudo foi desenvolvido a partir de uma abordagem qualitativa de investigação. Tal perspectiva foi assumida em virtude de que ao longo de seu desenvolvimento, as pesquisas qualitativas, têm um foco de abrangência bastante amplo, não buscando comprovar verdades, ou mesmo medir eventos, mas, isto sim, elas atuam no sentido de possibilitar ao investigador “entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí, situe sua interpretação dos fenômenos estudados” (NEVES, 1996). O trabalho envolveu uma população composta de vinte e três alunos (23) de graduação e mestrado de diferentes cursos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), além de dois professores e um gestor esportivo, todos ligados a UFPel e diretamente relacionados com o esporte universitário da mesma. Passaram a compor a amostra deste estudo os alunos-atletas e os professores-técnicos das equipes que mantiveram um projeto contínuo de treinamento, ou seja, os projetos que aconteceram de forma ininterrupta desde os Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) do ano de 2014, até o presente ano. Sendo assim, foram considerados os grupos de Basquetebol (feminino e masculino), Handebol (feminino e masculino) e Voleibol (feminino). Para além desses, considerou-se como parte da amostragem de investigação um gestor, por ser ele o responsável pelos assuntos relacionados a esportes, dentro da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UFPel. Para obter as informações, necessárias à efetivação desta investigação, foram coletados dados a partir da realização de entrevistas orais semiestruturadas, pois segundo TRIVIÑOS (1987, p. 145) “a entrevista semiestruturada é um dos principais meios que tem o 201 investigador para realizar a Coleta de Dados”. Tais entrevistas foram gravadas, com o intuito de não perder nenhuma informação que pudesse contribuir para o desenvolvimento deste trabalho, e, posteriormente, transcritas para facilitar a análise de dados. Neste estudo, as entrevistas foram realizadas em três segmentos, sendo o primeiro composto pelos alunos-atletas, o segundo pelos professores-técnicos e por último, o gestor. Saliento ainda, que todos os participantes foram convidados a participar, voluntariamente, tendo confirmado suas participações através do preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido para a coleta de dados, sendo que suas identidades foram mantidas em sigilo. A partir da identificação desses alunos-atletas realizei contato com aqueles que compunham a listagem e que permaneceram treinando no ano de 2015, marcando horários individuais para aplicação do questionário. A amostra inicialmente era composta por trinta e dois (32) alunos-atletas, destes apenas vinte e três (23) foram entrevistados, pois cinco (5) permaneceram no mínimo três (3) semanas sem comparecer aos treinamentos e os outros (4) alunos-atletas, não foram entrevistados por não comparecerem na data e horário previamente estabelecido, por isso o questionário não foi aplicado. Na etapa inicial do estudo elaborei um roteiro de perguntas piloto, onde realizei seis (6) entrevistas-teste com alunos-atletas que participavam da equipe de Handebol. A aplicação do questionário piloto foi necessária no sentido de observar se as perguntas seriam ou não bem compreendidas pelos alunos-atletas e se com estas conseguiria sanar minhas dúvidas, servindo, assim, de base para nortear a construção e a estruturação do questionário final. A partir desse momento, remodelei as questões produzindo, então, um roteiro final que passou a conter nove (9) perguntas relacionadas à estrutura da equipe, qualidade de materiais, relação do aluno com o esporte, inclusão do mesmo ma equipe e percepção sobre a organização da universidade com o esporte universitário. Já a entrevista com os professores-técnicos foi realizada através da aplicação de um questionário que contou com (5) perguntas relacionadas à ideia-criação inicial do projeto, dificuldade de manutenção do mesmo, incentivo da universidade e motivação para seguir o projeto. 202 Saliento que, conforme indicado anteriormente, deveriam ser entrevistados os professores-técnicos das equipes de Basquetebol, Handebol e Voleibol. Entretanto, realizei a entrevista com apenas dois deles, visto que, um dos professores-técnicos, que deveriam ser entrevistados, estava diretamente envolvido com a construção propriamente dita deste estudo, exercendo o papel de orientação do referido trabalho. Frente a essa situação, a referida professora-técnica e orientadora, manifestou-se contrária ao fato de ser entrevistada. Em relação a entrevista com o gestor, o questionário foi elaborado totalmente voltado a questão organizacional da universidade, contendo perguntas em relação a política de incentivo, planejamento, distribuição de verbas, facilidades e barreiras para criação e manutenção de um projeto esportivo na UFPel. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre as perguntas direcionadas aos alunos-atletas questiono: Qual a tua relação com o esporte? Dentre os entrevistados 61% relataram que iniciaram sua a vida esportiva ainda na escola e 35% em escolinhas esportivas e 4% dos entrevistados não souberam responder precisamente, mas todos demonstraram ter algum envolvimento com esportes, independente da modalidade, mesmo antes de ingressar na Universidade. As respostas aqui obtidas tornaram evidente o envolvimento dos entrevistados com a prática de esportes, relatando, ainda, que atualmente esses projetos esportivos, que vêm sendo desenvolvidos na UFPel, são vistos como uma oportunidade de continuar no meio esportivo. Tais enfoques reforçam que O desporto emerge de um campo absolutamente constitutivo da essência humana: a necessidade fundamental de estar ativo, de agir e de se movimentar livre de exigências e prescrições, implicando a totalidade do homem (intelecto, emoções, sensações e motricidade) de um modo único e insubstituível. Isto é, o domínio cultural desporto é um correlato objetivo para aquela categoria constitutiva da essência humana: a do homem ativo e atuante. (BENTO, 1998, p.27) Uma das perguntas do questionário, indaga os entrevistados sobre o que atualmente significa para sua vida a participação nesses projetos de esportivos da UFPel. Obtive muitas respostas interessantes, dentre elas destaquei as mais freqüentes. A importância de manter o hábito da prática de atividade física regularmente foi a que mais se evidenciou, totalizando 203 32% dos entrevistados. O bem-estar e a busca por um momento de lazer também foram dois fatores que apareceram com muita frequência nas entrevistas, com 23% e 18% respectivamente. Outro fator, destacado de uma forma bastante significativa, refere-se às relações interpessoais, com 27%. As respostas aqui obtidas, ressaltando as relações interpessoais, levam-nos a refletir sobre a realidade da UFPel e pelo próprio contexto vivenciado pelos discentes a ela vinculados, ou seja, sabe-se que a comunidade acadêmica da UFPel é composta por pessoas de diversos lugares do Brasil e até do mundo, então parece bem importante para esses alunos/atletas entrevistados, esse grupo que foi formado/unido através do esporte. Muitos deles não têm família nem amigos na cidade e conviviam somente com seus colegas de curso. A partir do projeto esportivo, essa interação aumentou, ampliando suas possibilidades de convívio social e estabelecendo uma relação de pertencimento a um grupo, conforme nos aponta Castro (2011, p. 27) ao indicar que “é através do pertencimento que os alunos podem legitimar suas identidades em seus diferentes contextos de convivência”. Ainda segundo a referida autora “pertencer significa partilhar características, vivências e experiências com outros membros das comunidades de pertencimento, desenvolvendo sentimento de pertença”, sendo assim, percebe-se um papel relevante exercido pelos projetos esportivos, desenvolvidos pela UFPel, no que se refere a contribuir com a interação dos alunos, principalmente àqueles oriundos de outras cidades. Já no questionário ligado aos professores-técnicos, pergunto qual a principal dificuldade em manter uma equipe competitiva na UFPel? Várias dificuldades foram apontadas, como a disponibilidade de tempo para treinar, assim como a questão do professor conciliar a atividade de técnico com as demais obrigações docentes. A falta de infraestrutura e os recursos financeiros também foram apontados como barreiras. Em relação à entrevista com o gestor faço a seguinte pergunta: A Universidade possui alguma política de incentivo ao esporte? Se sim, quais? Se não, quais seriam os passos necessários para que a mesma apoiasse uma equipe da Instituição? Segundo o gestor até o ano de 2014 a UFPel não possuía uma política de incentivo aos esporte. A partir desse ano, sua função tornou-se justamente essa, ou seja, criar uma política de incentivo ao esporte na 204 UFPel. Assim sendo, após conversar com vários professores, o gestor criou uma proposta de política de incentivo ao esporte que ainda não foi implementada. A idéia é criar de outras modalidades e custear todas as representantes da UFPel. O projeto foi levado à reitoria em dezembro de 2014, mas devido a problemas financeiros, esse projeto está em processo de aprovação. O que me causa desconforto em relação a destinação de verbas é que sabemos da existência de uma Lei que incentiva o esporte universitário. Essa lei inclusive foi citada na fala de um técnico entrevistado. O incentivo ao esporte universitário foi regulamentado através da Lei nº 10.624 de julho de 2001. Conhecida como Lei Agnelo/Piva determina que 2% da arrecadação bruta das loterias federais em funcionamento no país, sejam destinadas 85% para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e 15% para o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A lei estabelece que do total arrecadado por essas instituições 10% devem ser investidos no desporto escolar e 5% no desporto universitário. 4. CONCLUSÕES Pode-se perceber que, na visão dos alunos-atletas, o interesse pela prática de esportes na universidade, iniciada já desde suas vivências escolares, faz-se muito presente. Manifestando, ainda, que atualmente esses projetos esportivos, desenvolvidos na UFPel, são vistos como uma oportunidade de manterem-se envolvidos com o meio esportivo. Para além desses resultados, os alunos-atletas destacaram que a prática do esporte universitário é muito importante no que se refere ás relações interpessoais, propiciando e potencializando as questões de pertencimento a um grupo, principalmente àqueles alunos oriundos de outras cidades, realidade essa muito presente na UFPel. Em relação aos professores-técnicos percebeu-se que os mesmos não recebem nenhum tipo de bonificação, apoio ou incentivo para assumirem as equipes, sendo que tais ações partem da sua vontade e paixão pelo esporte. 205 A concretização da presente pesquisa evidenciou que a realização, a partir de 2013 dos Jogos da UFPel deram início na direção da organização do espore dentro da Universidade. A partir desse momento conquistou-se mais visibilidade para o esporte. Esse período de investigação reforçou a justificativa da importância do esporte dentro da Universidade, sendo que a partir daí observou-se a união/confraternização de várias Atléticas de cursos que até então eram desconhecidas, até mesmo pelo fato de que os centros acadêmicos da universidade isolam muitos cursos, pela distância/localização. No desenvolvimento deste trabalho, foi possível perceber a potência e relevância da temática abordada, pois observou-se que não há nenhum registro da participação da Universidade Federal de Pelotas em eventos esportivos, algumas histórias foram contadas através de professores que informalmente falaram sobre o que vivenciaram enquanto acadêmicos no esporte universitário, indicando também outras pessoas que poderiam ser contatadas no sentido de investigar e registrar essa história, que até o momento, ainda não foi escrita. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENTO, J. O. Desporto e humanismo: o campo do possível. Rio de Janeiro: EdUERJ. 1998. BRACHT, V. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Vitória: Ufes, 1995. CASTRO, P. A. Tornar-se aluno: identidade e pertencimento um estudo etnográfico. 2011. 157 f. Tese. (Doutorado) em Educação - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisa em administração. São Paulo : v.1. nº3, 1996. OLIVEIRA S. A. A reinvenção do esporte: possibilidades da prática pedagógica. Campinas (SP): Autores Associados, 2001. TUBINO M. J. G. O que é esporte. São Paulo : Editora Brasiliense, 1999. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 206 TRABALHOS APRESENTADOS EM POSTER 207 A INFLUÊNCIA DO PROFESSOR NO NÍVEL MOTIVACIONAL DOS SEUS ALUNOS DE GINÁSTICA COLETIVA ARIANE GOULARTE LUÇARDO1; ALEXANDRE MOURA GRECO²; RICARDO PAVANI3 1 2 Universidade Federal de Pelotas– [email protected] IPA - Centro Universitário Metodista – [email protected] 3 IPA – Centro Universitário Metodista – [email protected] INTRODUÇÃO: Apesar de antigos, espaços como as academias são recentes, pois popularizaram-se apenas ao final da década de 80. A Atividade Física promove diversos benefícios e possui baixo custo. Estudos que investigam a adesão dos praticantes ao exercício servem de suporte para que os profissionais da área repensem sua prática. Assim, a adesão está relacionada às atitudes adequadas do professor. A relação professor-aluno é um dos principais motivos de permanência dos praticantes na atividade. OBJETIVOS: Identificar fatores influentes na audiência das aulas de ginástica; Investigar variáveis influentes na motivação, presença e permanência dos alunos nas aulas; Avaliar fatores determinantes ao retorno dos praticantes. METODOLOGIA: Pesquisa exploratória e transversal, de cunho quali-quantitativa, objetivando familiarizar o leitor com o problema. A pesquisa contou com amostra por conveniência, composta por alunos de academias de Pelotas frequentadores regulares de aulas coletivas. Dezoito responderam ao questionário, essencial à determinação do nível motivacional e à influência do professor na permanência dos alunos. Dados mensurados pelo cálculo médio amostral. RESULTADOS: Frequência majoritária: de 3 a 5 vezes por semana. Numa das academias 100% afirmou ter um professor preferido, contra 55,56% em outra. Em ambas as academias, a maioria dos alunos indica que o professor exerce elevada influência em seu motivacional. Todos os participantes disseram-se inspirados por seus professores. Alegria, motivação, 208 atenção, simpatia e dedicação foram os principais aspectos apontados como diferenciais do profissional. CONCLUSÃO: O professor exerce um papel fundamental na motivação dos alunos, facilitando que os mesmos atinjam seus objetivos. Os alunos são fortemente inspirados pelos professores e atitudes de interesse e incentivo influenciam positivamente na adesão e no retorno dos participantes às aulas. PALAVRAS-CHAVE: Ginástica; Academia; Motivação; Professor. 209 A INSERÇÃO DA CULTURA LÚDICA NA PRÁTICA EDUCATIVA DA DOCÊNCIA TAMIRES MOTTA1; BRENDA BASTOS2; DEMIAN GOTTINARI3;HELENA MIRITZ4; JULIANA DE ARRUDA5; RUBIANE CASTELI6; LUIZ VERONEZ7. 1UFPel - ESEF- [email protected]; - ESEF- [email protected]; 3UFPel - ESEF - [email protected] 4UFPel - ESEF- [email protected]; 5UFPel - ESEF - [email protected]; 6UFPel - ESEF - [email protected]; 7UFPel - ESEF - [email protected] 2UFPel RESUMO: Este trabalho verificou a cultura lúdica e de lazer em um bairro da periferia da cidade de Pelotas. O objetivo foi o de realizar o resgate histórico, por meio de metodologia proposta pela História Oral, de brincadeiras praticadas na localidade pesquisada. O trabalho foi realizado para subsidiar a elaboração de atividades no âmbito do PIBID. Os relatos apresentam um panorama do uso dos espaços públicos e delimita as realidades do passado e do presente. Além de clubes náuticos, como parte das opções de lazer da elite da época, muitas brincadeiras realizadas na calçada das casas foram relatadas. Pode-se inferir que o conhecimento da cultura lúdica e a bem recebida inserção de brincadeiras antigas nas práticas pedagógicas contribuem tanto para os alunos conhecerem quanto para se identificarem com a cultura do seu local. PALAVRAS-CHAVE: Cultura lúdica; jogos tradicionais; práticas pedagógicas. 210 A MÚSICA RELACIONADA NO EXERCÍCIO FÍSICO: ESTUDO DE REVISÃO DARLAN FOSTER; MARLOS DOMINGUES. Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: A música pode influenciar de maneira positiva as atividades propostas nas sessões de exercícios, mostrando um aumento na motivação e prazer para a realização da atividade. Objetivo do estudo foi revisar a literatura em relação ao efeito da música sobre o exercício físico. METODOLOGIA: Foi feita uma busca no Pubmed com os descritores “Effect”, “Music” e “Exercise”. A busca resultou em 148 títulos, destes 17 foram incluídos na revisão. Dos artigos incluídos na análise, 10 mostraram resultados favoráveis ao uso ergogênico da música, enquanto 7 mostraram não haver diferença significativa. O número de pessoas estudadas variou de 10 a 146. RESULTADOS: Os resultados positivos geralmente foram no sentido de reduzir a sensação de cansaço, retardar a fadiga, aumento da sensação de prazer no exercício, melhora na pósrecuperação e redução da percepção subjetiva de esforço. CONCLUSÕES: Com isso conclui-se que existem dados na literatura indicando que a música pode gerar um efeito positivo no envolvimento com o exercício físico, promovendo um resultado potencialmente ergogênico durante o exercício físico. PALAVRAS-CHAVE: Efeito; Música; Exercício Físico. 211 A TEMÁTICA ESCOLA NOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESEF-UFPEL CÁRIN GOMES TEIXEIRA1; FRANCISCO JOSÉ PEREIRA TAVARES2; MAURÍCIO BERNDT RAZEIRA3, MARIÂNGELA DA ROSA AFONSO4 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas–[email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas–[email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – cafonso @gmail.com 2 INTRODUÇÃO: A produção do conhecimento na Educação Física (EF) constitui uma realidade que evoluiu substancialmente, entretanto diversos elementos passaram durante este processo e influenciaram o seu delineamento, como a criação e ampliação dos programas de pós-graduação em diversas instituições. O objetivo do presente estudo foi investigar as temáticas nos TCC na área temática escola produzidos pelos acadêmicos de Licenciatura em EF da UFPel desde a sua implementação. METODOLOGIA: Este trabalho pretendeu apresentar um balanço histórico da produção acumulada de conhecimento no curso de Licenciatura em EF da UFPel descrevendo e analisando os TCC, disponibilizando um inventário significativo de investigações denominadas de ‘estado da arte’ ou ‘estado do conhecimento, em especial a produção efetivada na temática escolar. O estudo foi composto pela totalidade dos TCC de Licenciatura da UFPel no período de 2009 a 2012, ou seja, desde que foi instituído sua exigência na instituição pesquisada. Como fonte de dados, a busca pelos arquivos dos TCC no formato digital disponível na biblioteca da instituição. Os dados obtidos foram discutidos com base nos Grupos Temáticos de Trabalhos (GTTs) do CBCE. RESULTADOS: Dos 118 trabalhos que compuseram a amostra relativa ao período em questão o GTT5, que indica a Escola, apresenta uma frequência igual a 27 e 22,88% da produção efetivada no período em questão e que pode estar associada à origem histórica da EF, com forte ligação às ciências biológicas, em detrimento de questões ligadas à esfera escolar. CONCLUSÕES: Concluimos que a produção dos TCC na instituição é deficitária em relação ao curso pretendido, visto que representa pouco mais da quinta parte do total da produção efetivada nos TCC estudados, o que consideramos estar em desacordo, em especial, com as proposições do PPC do curso em questão. . PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Formação de Professores; Escola. 212 ABDOMINAL FLÁVIO M. PEREIRA: EXERCÍCIO BÁSICO E VARIAÇÕES. FLÁVIO M. PEREIRA 1 VALDECI C. DIONISIO 2, 1 Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal de Pelotas. – [email protected] 2, Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Uberlândia - [email protected] INTRODUÇÃO: Na Educação Física, dentre os conteúdos de ensino da Ginástica Escolar tem-se os exercício abdominais (ABD). Pereira (2005) classifica como “exercícios mistos”, aqueles exercícios ginásticos localizados que na sua realização objetivam-se a mobilização, fortalecimento de mais de uma região corporal. O ABD Flávio M. Pereira é uma modificação do ABD tradicional, no qual inexiste o uso ativo dos braços. Já no ABD Flávio M. Pereira além da estimulação abdominal também se usa a musculatura dos ombros e dorsal. Nele o praticante em decúbito dorsal, com os pés fixos no solo, joelhos flexionados, braços afastados do tronco em cerca de 45º, cotovelos fletidos, antebraços em 90º, na vertical em relação ao solo, com ajuda dos cotovelos que são forçados para baixo, flete-se o tronco em até as escápulas afastarem-se do solo. Retornando o tronco até o solo, os cotovelos também auxiliam na frenagem. Como variações no ABD modificado durante as fases de elevação e descida do tronco, se fortalecem, principalmente: a) Músculos das mãos e do antebraço apertando uma bola de borracha. b) Bíceps braquial com flexão-extensão dos cotovelos usando halteres manuais. c) Quadríceps crural e psoasilíacos, elevando-baixando um membro inferior com joelho ereto e caneleira. METODOLOGIA: A atividade EMG dos músculos Reto Abdominal, Oblíquo Externo, Deltóides Posteriores e Grandes Dorsais foi registrada em estudo de DIONSIO et al (2015) comparando o ABD Flavio M. Pereira com o exercício tradicional. RESULTADOS: Dentre outros resultados, comprovou-se a atividade EMG dos músculos Reto Abdominal, Oblíquos e Grandes Dorsais no ABD modificado e, ativando os Grandes Dorsais aumentou-se a possibilidade de maior estabilização da região lombar. 213 CONCLUSÕES. O ABD Flávio M. Pereira pode ser usado escolarmente, exercitando músculos do abdome, tronco e ombros, otimizando o tempo nas aulas, variando os exercícios e enriquecendo culturalmente os alunos com aumento do repertorio de Ginástica Escolar. PALAVRAS-CHAVE: exercícios abdominais –- ginástica escolar – abdominal Flavio M. Pereira. 214 AGREGAÇÃO DOS FATORES DE RISCO À SAÚDE CARDIOMETABÓLICA E MUSCULOESQUELÉTICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES BRASILEIROS PRISCILA ANTUNES MARQUES1, VANILSON BATISTA LEMES2, BÁRBARA SCHOENARDIE DE SOUZA3, JULIANA CORREIA GONÇALVES4, GABRIELA DE QUADROS DE PAULA GUEDES5, ADROALDO GAYA6, ANELISE REIS GAYA7 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail:[email protected] 2,3,4,5,6 Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 7 Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO: Estudos recentes têm demonstrado associação entre a agregação dos fatores de risco (FR) à saúde tais como sobrepeso/obesidade, baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória e aptidão musculoesquelético com o risco precoce do desenvolvimento de doenças cardiometabólicas e musculoesqueléticas em jovens. OBJETIVO: Verificar a ocorrência de agregação dos FR à saúde cardiometabólica e à saúde musculoesquelética em escolares brasileiros. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado com 10.333 crianças (10-17 anos) Brasileiras. Os dados foram obtidos pelos professores de educação física. A aptidão física foi avaliada de acordo com a bateria de teste do PROESP-Br (2015): força/resistência abdominal (máximo 1 minuto), flexibilidade (sentar/alcançar), aptidão cardiorrespiratória (6 minutos) e IMC (peso/estatura2) e categorizadas em zona de risco e saudável. A agregação dos FR foi calculada através da soma dos riscos cardiometabólicos (IMC+6MIN = saúde cardiometabólica) e musculoesqueléticos (ABD+FLEX=saúde musculoesquelética) e descrito em 3 categorias: risco à saúde cardiometabólica (risco IMC, risco aptidão cardiorrespiratória e agregação dos riscos), e risco à saúde musculoesquelética (risco flexibilidade, risco força abdominal e agregação dos riscos). RESULTADOS: Aproximadamente 30% dos escolares apresentaram risco à saúde cardiometabólica avaliados com o IMC e 40% avaliados através da aptidão cardiorrespiratória. Dessa elevada ocorrência de risco 15% apresentaram agregação de dois fatores de riscos à saúde cardiometabólica. Em relação ao risco à saúde musculoesquelética a 215 ocorrência de risco avaliada através da flexibilidade e da força/resistência abdominal foi de aproximadamente 30%. Desses 30%, 10% apresentaram agregação de dois fatores de risco à saúde musculoesquelética. CONCLUSÃO: Dentre a elevada ocorrência de baixos níveis de aptidão física à saúde dos escolares brasileiros nossos resultados evidenciam a ocorrência de 15% de escolares que apresentam mais do que um risco à saúde. Dados que apontam um risco elevado ao desenvolvimento precoce de doenças musculoesquelética e cardiometabólicas nos escolares brasileiros. PALAVRAS-CHAVE: Exercício, Saúde, Juventude. 216 ANALISANDO O CONTEXTO ESCOLAR ATRAVÉS DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) Leonardo Lemos Silveira1; Patrícia Corrêa da Silva ²; Luiz Fernando Camargo Veronez(Orientador)³ 1 ESEF-FPEL – [email protected] 2 ESEF-UFPEL– [email protected] 3 ESEF-UFPEL – [email protected] Resumo: Esse artigo apresenta uma pesquisa realizada com nove ex-bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID-UFPel), tendo como objetivo conhecer os fatos que contribuíram para o abandono do programa pelos alunos do curso de Licenciatura em Educação Física. Constatamos que os ex-pibidianos reconhecem a importância do PIBID para aprimorar e melhor qualificar sua formação para sua atuação, justificam sua entrada no programa devido à possibilidade de integrar-se ao cotidiano escolar desde o início do curso, bem como a participação nos estudos realizados por este programa. Constatamos os diversos motivos que levam os ex-pibidianos á evadirem-se do programa, sendo que a justificativa mais citada foi a maneira com que o programa era conduzido por seus coordenadores. Além disso fatores como, carga horária extensa e reuniões mal conduzidas, também a escolha pela área da "saúde" e a não identificação com a atuação docente. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Formação docente; PIBID, Contexto escolar. 217 ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO VERTICAL DE MULHERES GESTANTES EM EXERCÍCIOS DE HIDROGINÁSTICA DAVI DOLINSKI1; BRUNO BRASIL2; GABRIELA NEVES NUNES3; STEPHANIE SANTANA PINTO4; MARLOS RODRIGUES DOMINGUES5; PEDRO RODRIGUES CURI HALLAL6; CRISTINE LIMA ALBERTON7 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 6 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 7 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: A redução da força de reação vertical do solo (Fz) em exercícios de hidroginástica é bem descrita na literatura, todavia tal comportamento em gestantes ainda não foi investigado. Desse modo, o estudo objetivou avaliar a Fz de mulheres gestantes durante a execução de três exercícios de hidroginástica. METODOLOGIA: Dez mulheres gestantes com idade gestacional entre 30-34 semanas participaram do estudo. Inicialmente foi realizada a mensuração do peso hidrostático em imersão na profundidade de processo xifoide. A seguir, os exercícios de hidroginástica corrida estacionária, chute frontal e corrida posterior foram realizados na cadência de 100 bpm (ordem aleatória), com mensuração contínua da Fz. Quinze repetições de cada exercício foram realizadas, com intervalo de 10 minutos. Utilizou-se plataforma de força vertical subaquática para posterior determinação do pico da Fz, impulso, tempo de contato e tempo de voo. Para análise dos dados, foi utilizada ANOVA para medidas repetidas com post hoc de Bonferroni (α=0,05). RESULTADOS: O percentual de redução do peso hidrostático encontrado para as gestantes foi de 82,85±6,51%. Ao comparar as situações, não houve diferenças significativas nos valores de pico da Fz, impulso, tempo de contato e tempo de voo entre os exercícios (Tabela 1). 218 Tabela 1. Pico da força de reação do solo vertical (Fzpico), impulso, tempo de contato (TC) e tempo de voo (TV) durante os exercícios de hidroginástica. Corrida Chute Corrida estacionária frontal posterior Média±DP Média±DP Média±DP Fzpico (PC) 0,67±0,11 0,72±0,12 0,7±0,12 0,143 Impulso (kg.s) 10,2±2,74 10,52±2,81 10,94±2,69 0,091 TC (s) 0,43±0,04 0,4±0,05 0,42±0,05 0,149 TV (s) 0,78±0,06 0,82±0,03 0,81±0,04 0,118 Variável P CONCLUSÕES: Os exercícios de hidroginástica avaliados podem ser utilizados com segurança para gestantes, visto que os valores observados (0,7 PC) indicam baixo risco para desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas. Dessa forma, a hidroginástica pode ser recomendada como alternativa para gestantes que precisam minimizar o impacto articular. PALAVRAS-CHAVE: Impacto; Impulso; Gravidez; Exercícios. 219 ANÁLISE DA FORÇA DE REAÇÃO VERTICAL DO SOLO DE EXERCÍCIOS DE HIGINÁSTICA REALIZADOS EM MEIOS AQUÁTICO E TERRESTRE POR MULHERES JOVENS GABRIELA NUNES1; BRUNO BRASIL2; STEPHANIE PINTO2; CRISTINE ALBERTON3 1 Escola Superior de Educação Física/ Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Escola Superior de Educação Física/ Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Escola Superior de Educação Física/ Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Escola Superior de Educação Física/ Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Atualmente poucos estudos vêm sendo realizados com foco em observar o comportamento da força de reação do solo vertical (Fz) durante diferentes exercícios de hidroginástica. Diante dessa lacuna, o objetivo do presente estudo foi comparar o pico da Fz de mulheres jovens durante a execução de quatro exercícios de hidroginástica em diferentes intensidades nos meios aquático e terrestre. METODOLOGIA: Onze mulheres jovens (23,55±3,98 anos) participaram de duas sessões, uma em cada meio realizando os exercícios corrida estacionária (CE), chute frontal (CF), corrida posterior (CP) e elevação posterior (EP) nas cadências de 80bpm ,100bpm e máximo esforço. Quinze repetições foram realizadas para cada situação, respeitado um intervalo de 5 minutos entre cadências e exercícios. A ordem dos meios foi contrabalanceada e os exercícios e intensidades foram realizados em ordem aleatória. Os dados foram adquiridos através de uma plataforma de força subaquática. ANOVA tree-way para medidas repetidas (cadência, exercício e meio) foi utilizada para a análise dos dados (α=0,05). RESULTADOS: Foram observados valores mais baixos para o pico da Fz no meio aquático (p<0,05). Diferenças significativas (p<0,05) foram observadas entre todas as cadências no meio aquático, exceto entre 100bpm e máximo esforço nos exercícios CF e EP (Tabela 1). Na comparação entre exercícios, a CE resultou em valores menores quando comparado com a EP no meio aquático (Tabela 1). 220 Tabela 1: Resultados da Fz durante os quatros exercícios realizados nas três intensidades no meio aquático. Meio Aquático 80bpm 100bpm Máximo Esforço CE 0,61±0,18 0,69±0,19 0,93±0,24 CF 0,69±0,23 0,84±0,29 0,95±0,32 CP 0,74±0,16 0,87±1,54 1,06±0,28 EP 0,81±0,17 1,05±0,19 1,15±0,25 CONCLUSÕES: Exercícios de hidroginástica apresentam valores de Fz que indicam baixo risco para desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas em comparação ao mesmo realizado no meio terrestre. Além disso, diferentes intensidades de execução e diferentes exercícios também alteram as respostas de Fz no meio aquático. PALAVRAS-CHAVE: impacto; mulheres; treinamento. 221 ANÁLISE DE DESEMPENHO NO FUTEBOL: UM ESTUDO DE CASO DO FRAGATA FUTEBOL CLUBE YURI SALENAVE RIBEIRO1 1 Escola Superior de Educação Física - Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: A análise de jogo é ferramenta indispensável no atual cenário do futebol, sendo que há diferentes possibilidades de utilização como a análise de desempenho. Dessa forma, o objetivo é apresentar um tipo de análise realizado para o Campeonato Gaúcho 2014 da categoria Sub-15 no Fragata Futebol Clube. METODOLOGIA: A coleta das informações ocorreu a parir de vídeos dos jogos, com total dezessete, sendo que um jogo completo e um segundo tempo foram retirados da análise em virtude das péssimas condições do campo. Dividiu-se em dois grandes grupos: frequência de cada momento do jogo e o total de finalizações por momentos de jogo. Os dados estão apresentados em valores absolutos e relativos, e a análise de dados foi a partir do teste de Quiquadrado. RESULTADOS: A equipe fez 29 e sofreu 18 gols no total de jogos. A tabela abaixo apresenta os resultados do presente estudo. Tabela 1. Frequência absoluta e relativa (%) da ocorrência de momentos do jogo e de finalizações registrados nos jogos (n=17). FINALIZAÇÕES % % @ 526 14 51 34 Organização Ofensiva 1 663 18 30 20 Transição Ofensiva 715 19 69 46 Bola Parada Ofensiva Organização Defensiva * 405 11 19 21 699 19 19 21 Transição Defensiva 2 696 19 51 58 Bola Parada Defensiva @ * Menor frequência de ocorrência entre todos (p<0,05); Maior frequência de ocorrência que Organização Defensiva e menor que os demais (p<0,05); 1 Momento com menor produção de finalizações (p<0,05); 2 Momento com maior sofrimento de finalizações (p<0,05). MOMENTOS DO JOGO FREQUÊNCIA 222 CONCLUSÕES: O método utilizado neste relatório é uma maneira de facilitar o entendimento do jogo realizado pela equipe. Esta proposta pode ser ferramenta de auxílio para entendimento do jogo como um todo e do jogo realizado pela equipe. PALAVRAS-CHAVE: Futebol; Treinamento Esportivo; Desempenho. 223 ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DO EXERCÍCIO CRUCIFIXO REALIZADO COM PESOS LIVRES E CABOS NATANAEL MUANA CARDOSO NORONHA1; JÚLIO CARDOSO PINHEIRO2; GABRIELA NEVES NUNES3; STEPHANIE SANTANA PINTO4; CRISTINE LIMA ALBERTON5 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Em um programa de treinamento de força, quantificar a atividade neuromuscular de diferentes exercícios é importante, a fim de prescrever aquele que é mais adequado aos objetivos previamente definidos. O objetivo do presente estudo foi analisar e comparar a atividade eletromiográfica (EMG) dos músculos peitoral maior, deltoide anterior e bíceps braquial ao longo da amplitude de movimento do exercício crucifixo realizado com uso de pesos livres e cabos. METODOLOGIA: Dez indivíduos com 22,4 ± 3,5 anos de idade, aptos e experientes no treinamento de força participaram do estudo. O protocolo correspondeu a execução do exercício crucifixo com pesos livres e cabos, em ordem aleatória. A atividade EMG dos músculos alvo foi avaliada durante a execução de quatro repetições submáximas, com carga correspondente a 6 repetições máximas pré-determinada em sessão anterior. Os valores de EMG foram expressos em percentual da contração voluntária máxima (%CVM). Teste T pareado foi utilizado para análise estatística (=0,05). RESULTADOS: Valores semelhantes do sinal EMG foram observados para os músculos peitoral maior, deltoide anterior e bíceps braquial (p>0,05) entre o exercício de crucifixo realizado com uso de pesos livres e cabos, em uma mesma carga relativa. Todavia, ao analisarmos diferentes ângulos ao longo da amplitude de movimento, o comportamento do sinal EMG mostrou-se diferente entre as duas formas de execução. Pode-se também destacar um maior pico de ativação no peitoral maior e no bíceps braquial no movimento com cabos 224 em relação aos pesos, e um pico de ativação semelhante no deltoide anterior nos dois exercícios. CONCLUSÕES: Sugere-se a prescrição do exercício crucifixo baseada na utilização complementar das duas formas analisadas – com pesos e cabos – com intuito de obter um recrutamento muscular por completo dos flexores horizontais de ombro ao longo da amplitude de movimento. PALAVRAS-CHAVE: exercício físico, desenvolvimento muscular, aptidão física, contração muscular, força muscular 225 ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS PEITORAL MAIOR E DELTOIDE ANTERIOR NOS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E VOADOR MAURICIO AUGUSTO ZAGULA1; PYÉRRE DA SILVA ARAÚJO2; DOUGLAS GUERREIRO DOS SANTOS RAU3; STEPHANIE SANTANA PINTO4; CRISTINE LIMA ALBERTON5 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: O treinamento de força pode ser utilizado para a promoção e manutenção da saúde, desempenho e reabilitação. Avaliar e quantificar a atividade neuromuscular de diferentes exercícios e angulações para determinadas musculaturas é importante a fim de qualificar a prescrição dos exercícios. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar e comparar a atividade eletromiográfica (EMG) dos músculos peitoral maior e deltoide anterior entre os exercícios supino reto e voador. METODOLOGIA: A amostra desse estudo foi composta por 13 indivíduos jovens (23,851,95 anos) voluntários e experientes em treinamento de força. O protocolo correspondeu a execução dos exercícios supino reto (multiarticular) e voador (monoarticular), com intervalos de 10 minutos em ordem aleatória. Foram realizadas 4 repetições para cada exercício, levando em consideração a carga correspondente a 6, com 2 segundos para a fase excêntrica e 2 para a concêntrica (controle por metrônomo). A atividade EMG dos músculos peitoral maior e deltoide anterior foi avaliada e o sinal EMG foi expresso em percentual da contração voluntária máxima (%CVM). Teste T pareado foi utilizado para análise estatística (=0,05). RESULTADOS: A atividade EMG dos músculos peitoral maior e deltoide anterior foi semelhante entre os exercícios supino reto e voador (p > 0,05). Os dados são apresentados na Tabela 1. 226 Tabela 1 – Sinal EMG dos músculos peitoral maior e deltoide anterior nos exercícios supino reto e voador. Exercícios Supino Reto Voador Média ±DP Média ±DP Peitoral maior (%CVM) 104,38 ±27,52 102,64 ±39,25 Voador (%CVM) 95,20 ±28,65 84,09 ±22,24 CONCLUSÕES: Pode-se concluir que os músculos peitoral maior e deltoide anterior são igualmente recrutados nos exercícios supino reto e voador realizados em uma mesma carga relativa. Dessa forma, ambos podem ser empregados no treinamento de força, devendo a escolha do exercício ser baseada nos objetivos e características dos praticantes. PALAVRAS-CHAVE:treinamento, musculação, eletromiografia. 227 ANÁLISE SITUACIONAL DE UMA ESCOLA PARTICIPANTE DO PIBID/ESEF/UFPEL PATRICIA MACHADO DA SILVA1; IVAN BREMM DE OLIVEIRA2; MARIANGELA DA ROSA AFONSO3 1 Universidade Federal de Pelotas 1 – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) tem como foco introduzir os alunos de licenciaturas em projetos desenvolvidos nas escolas públicas. Os graduandos são levados a conhecer a realidade escolar e assim, elevar a qualidade da sua formação inicial. Dentre as atividades que devem ser realizadas está o diagnóstico da realidade escolar. O objetivo deste trabalho é fazer uma análise situacional da EEEF Dom Joaquim Ferreira de Mello, participante do PIBID – UFPel. METODOLOGIA: O diagnóstico foi realizado no ano de 2014 na escola Dom Joaquim. O estudo é descritivo e como instrumento foi utilizado um questionário com perguntas abertas e fechadas onde buscava-se realizar um diagnóstico da situação da escola. Ele foi respondido pela diretora e pela professora de Educação Física da escola. RESULTADOS: A escola atende alunos advindos de vários bairros de Pelotas que possuem nível econômico e cultural de regular a baixo. Possui 210 alunos e 13 professores (2 de EF). A escola dispunha de sala de professores, secretaria, biblioteca, laboratório de informática, sala de vídeo e refeitório. Já o espaço para a EF era um pequeno pátio com uma goleira e uma rede de voleibol. O IDEB para a 8ª série/9º ano de 2011 foi de 2,6, inferior ao valor da cidade de 3,3. Entretanto, no início deste ano, a escola recebeu um comunicado da 5ª CRE solicitando que deixassem o atual prédio, pois se encontra em péssimo estado. Dessa forma, a escola mudou-se para uma residência. Perdendo o espaço para as aulas de EF, recreio, refeitório e de convivência entre alunos. CONCLUSÕES: Os dados obtidos com esse diagnóstico permitem perceber alguns problemas escolares, como o resultado da escola no IDEB. Através desta atividade foi 228 possível elaborar um projeto interdisciplinar e de área com o objetivo de contribuir para a superação dos problemas. PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico; Educação; Educação Física. 229 APTIDÃO FÍSICA DE ATLETAS DE FUTSAL DE EQUIPE DA PRIMEIRA DIVISÃO DO CAMPEONATO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL EM 2015 GABRIELA BARRETO DAVID1; MARCELL PEREIRA SAES2; EDUARDO FRIO MARINS2; FELIPE FOSSATI REICHERT3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: O futsal tem característica intermitente e é praticado com corridas em velocidade máxima, mudanças de direção, saltos e habilidades motoras específicas da modalidade. Portanto, o atleta precisa ser bem treinado em diferentes aptidões. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar a aptidão física de atletas de futsal no início e no final da primeira fase do estadual Série Ouro do RS, 2015. METODOLOGIA: A amostra foi composta por 12 atletas (24,93 ± 4,45 anos, 76,08 ± 11,25 kg, 177,59 ± 6,78 cm) de uma equipe selecionada de forma intencional. Os testes foram realizados no primeiro (abril) e no último mês (setembro) da primeira fase do campeonato estadual série Ouro de 2015. Os atletas foram avaliados em relação à potência muscular de membros inferiores (PMMI), agilidade, potência anaeróbia e potência aeróbia nos seguintes testes: salto vertical (três tentativas, utilizando-se a melhor delas), teste do quadrado (duas tentativas, considerando-se a melhor), Repeated Shuttle Sprint Ability – RSSA (seis sprints, sendo considerado o melhor e a média dos seis) e Yo-yo intermittent recovery test level I (para análise foi considerada a distância final atingida). Para análise dos dados foi utilizado teste T pareado. RESULTADOS: Somente a PMMI não mostrou alteração nos valores iniciais (39,54cm) e finais (39,24cm). O tempo médio da agilidade teve aumento de 4,84seg para 5,27seg (p<0,001). Quanto à potência anaeróbia, o valor médio do melhor sprint passou de 6,91seg para 7,14seg (p<0,001). Quando analisada a média dos seis sprints, a média passou de 7,27seg para 7,46seg (p<0,001). A média da distância atingida ao final do teste de potência aeróbia teve queda de 170m, passando de 1153,33m para 983,33m (p=0,01). 230 CONCLUSÕES: Em geral, a aptidão física dos atletas piorou do início para o final da primeira fase do campeonato, tendo apenas a PMMI se mantido estável neste período. PALAVRAS-CHAVE: aptidão física; desempenho; educação física e treinamento. 231 AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: A PERSPECTIVA DO BOLSISTA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DIULIA HELENA VIEIRA FANKA1; CAROLINE PASSOS DA CONCEIÇÃO²; LISIANE EBELING DA SILVA²; PROFª. MS. EDILENE CUNHA SINOTT²; PROF. DR. LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ3 1 2 ESEF-UFPel – diuliafanka@gmail ESEF-UFPel – [email protected]; [email protected]; EMEF Dom Francisco de Campos Barreto – [email protected]) 3 ESEF-UFPEL – [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo é realizar observações acerca do ambiente escolar nas aulas de Educação Física do segundo ano, turma A2A, da EMEF D. Francisco de Campos Barreto. Do ponto de vista de seus objetivos, trata-se de um estudo descritivo. Assim neste estudo por meio de análises e relatórios descrever-se-á a realidade cotidiana das aulas de Educação Física do segundo ano, turma A2A, constituída por doze alunos com faixa etária entre 07 e 08 anos da EMEF Dom Francisco de Campos Barreto.A partir das observações realizadas nas monitorias, identificou-se a função social da Educação Física na escola, uma vez que a metodologia utilizada pela professora em suas aulas vincula-se principalmente à reflexão sobre a cultura corporal de desenvolvimento.As análises realizadas contribuíram para a construção do perfil profissional como futuras docentes de Educação Física, compreendendo a importância disso para uma melhor qualidade no âmbito educacional. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Monitorias; Observações. 232 AS INTERVENÇÕES DO PIBID NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO DR. ANTÔNIO LEIVAS LEITE E O IMPACTO EM SEUS ALUNOS ALUIZIO MACHADO CARDOSO1; LUCAS DE FREITAS DA SILVA2; LUCIANE GOULART DA SILVA2; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ 3; FLAVIO MEDEIROS PEREIRA3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Antônio Leivas Leite – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO No PIBID, a CAPES prevê objetivos ao professor e para o graduando, deixando de lado o aluno da escola, objeto direto das intervenções realizadas pelos bolsistas. Após breve pesquisa notou-se lacunas nos trabalhos escritos por bolsistas do PIBID, onde frequentemente voltam ás pesquisas em si próprios ao invés de focarem no aluno da escola. Deixando de lado esta fórmula repetitiva e observando a necessidade de contribuir com estes estudos, a pesquisa foi realizada com esta população. Desempenhada por meio de questionário aplicado para 40 alunos do Ensino Médio da Escola Dr. Antônio Leivas Leite, visando verificar a qualidade de cada atividade, bem como a participação dos alunos nelas. Também foi questionada a influência do aprendizado de cada atividade nos campos de sua formação e na vida profissional futura. Nos resultados, as atividades tiveram boa aceitação pelos alunos, despertando o interesse pelo programa e influenciando de maneira positiva em sua escolha profissional futura. Palavras-chave: PIBID, alunos, escola. 233 ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E O CONHECIMENTO DESTAS NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS GICELE DE OLIVEIRA KARINI DA CUNHA¹; MARCELI TESSMER BLANK²; JOSEANE ANGELA PASQUALLI DO AMARAL³; GABRIEL BARROS DA CUNHA 4 ¹Escola de Ensino Médio SESI Eraldo Giacobbe – [email protected] ²Doutoranda do Programa de pós-graduação em Educação PPGE UFPel – [email protected] ³Mestranda no Curso de Mestrado em Ciências e Tecnologias na Educação – [email protected] 4 Instituto Federal Sul-rio-grandense – [email protected] INTRODUÇÃO: Os benefícios da atividade física na prevenção e tratamento de determinadas doenças já estão evidenciados. Em contrapartida, os altos índices de sedentarismo da população brasileira vêm atingindo proporções preocupantes. Com base neste cenário, a presente pesquisa visa investigar a prática de atividade física dos funcionários do SESI-Pelotas, bem como o nível de conhecimento dos benefícios dessa prática na prevenção e no tratamento de diferentes tipos de doenças. METODOLOGIA:Foi proposta aos alunos da Escola uma pesquisa sobre a relação das práticas de atividade físicas na prevenção das seguintes doenças: diabetes, hipertensão, doença cardíaca, asma, osteopenia, depressão e câncer de cólon. O trabalho abrangeu as disciplinas de educação física, língua portuguesa e matemática. A tarefa inicial consistia na investigaçãode uma enfermidade. Os achados foram socializados em um seminário. Posteriormente, os alunos aplicaram um questionário aos funcionários da escola com o objetivo de verificar a relação entre a prática de atividadefísica e o conhecimento sobre os benefícios trazidos pela mesma. RESULTADOS: Os resultados da pesquisa com os funcionários apontaram para os seguintes dados: dos 23 sujeitos entrevistados, 56,5% atingiram as recomendações mínimas para a prática de atividades físicas. Dentre os sujeitos ativos, 70% demonstraram conhecer os benefícios desta prática. Em contrapartida, dentre os sujeitos sedentários, apenas 40% demonstraram conhecimento acerca desses benefícios. CONCLUSÕES:Assim como constatado nesta pesquisa, o conhecimento prévio dos benefícios da atividade física parece influenciar positivamente no estilo de vida. Para tanto, a investigação culminou na confecção de flyers informativos, durante as aulas de Língua Portuguesa e Matemática, sobre o papel da atividade física na prevenção de diferentes 234 doenças. Os flyers foram distribuídos a toda comunidade escolar, instigando as pessoas a buscarem um estilo de vida mais ativo, e assim contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desta população. PALAVRAS-CHAVE: PRÁTICAS DE ATIVIDADES INTERDISCIPLINARIDADE, QUALIDADE DE VIDA. 235 FÍSICAS, BENEFÍCIOS, ATUAÇÃO DO PIBID NA ESCOLA: CONDIÇÕES E PROBLEMÁTICAS DO ENSINO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA Wagner Sias Ratunde; Vinicius de Moraes Calderipe; Leon Flores Cibeira; Profª. Drª. Mariangela da Rosa Afonso Universidade Federal de Pelotas - [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: O estudo tem como base abordar de forma sintetizada as condições e problemáticas do ensino da área de Educação Física, reflexionando a respeito da melhor correspondência referente ao plano de ação que será feito pelo grupo do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Educação Física. METODOLOGIA: Entrevistas utilizando como ferramenta questionários, com perguntas estruturadas, tendo como amostra 5 professores da escola. Por conseguinte, utilizando o questionário foram conduzidas perguntas referentes à experiência e a formação dos professores, as relações dos professores com os alunos, escola e, por fim, as condições de trabalho na visão destes na escola. RESULTADOS: Identificou-se uma pré-disposição e uma visão positiva por parte dos professores em relação ao seu trabalho, visto que relatam a satisfação e realização profissional dentro das atividades na escola. Por outro lado, evidenciaram nos relatos questões a respeito dos obstáculos vivenciados no trabalho, em razão de considerarem principalmente a infraestrutura o fator que impossibilita o desenvolvimento mais aprofundado de algumas atividades. No quesito das relações - professores, alunos e escola - foi relatado não haver problemas e que estas relações se estabelecem harmoniosamente. CONCLUSÕES: Verificou-se que a despeito das deficiências estruturais da escola tem se estabelecido a existência de relações construtivas na ligação entre professores e alunos, isso se deve ao comprometimento dos professores com o ensino e de sua satisfação profissional. Sendo assim, infere-se que o PIBID atua de forma pró-ativa conscientizando e orientando professores para o desenvolvimento de seu trabalho com as ferramentas disponíveis, por isso este estudo vem ao encontro dos objetivos do programa na medida em que especifica as 236 necessidades da escola para futuras avaliações, possibilitando assim o melhor atendimento do projeto e a canalização de recursos para soluções efetivas no ensino. PALAVRAS-CHAVE: Educação, Ensino; Escola; Educação Física; 237 AUMENTO DA EXPECTATIVA NA APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA LEON FLORES CIBEIRA1; PRISCILA CARDOZO2; HELENA THOFEHRN LESSA3, SUZETE CHIVIACOWSKY4 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Diferentes formas de elevar a expectativa dos indivíduos, como por exemplo o fornecimento de feedback positivo de comparação social ou as concepções de capacidade, têm demonstrado aumentar a autoeficácia, a competência percebida e a persistência durante o desempenho de habilidades motoras. Considerando que o aumento da expectativa afeta o desempenho, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre os efeitos do aumento da expectativa na aprendizagem motora. METODOLOGIA: A busca dos manuscritos ocorreu através das bases de dados eletrônicas Science Direct, Lilacs, Capes Periódicos e PubMed, utilizando as seguintes palavras-chaves: “enhanced expectancies” AND “motor learning”. As restrições estabelecidas para inclusão foram estudos com delineamentos experimentais e artigos originais. Além disso, manuscritos que não contemplavam a temática referida foram excluídos. RESULTADOS: Dentre os quarenta e quatro manuscritos encontrados, apenas sete abrangiam o conteúdo da pesquisa, sendo um deles excluído por não apresentar delineamento experimental, totalizando seis artigos na revisão, utilizando adultos jovens e idosos como participantes. Constatou-se que aumentar a expectativa através do fornecimento de feedback de comparação social, do estabelecimento de critérios de desempenho, da utilização da ilusão de ótica, do incentivo à autonomia associado ao foco externo, tem demonstrado beneficiar a aprendizagem motora de adultos. Os achados sugerem que a utilização da prática com expectativa aumentada pode tornar a tarefa menos intimidante e conferir maior confiança ao aprendiz, refletindo em performance e aprendizagem mais efetivas. 238 CONCLUSÕES: Sugere-se a realização de estudos que investiguem diferentes estratégias que aumentem a expectativa durante a aprendizagem motora, assim como os efeitos desta variável em diferentes populações como, por exemplo, crianças. Visto que não foram encontrados estudos nesta população e que o contato inicial com diversas habilidades motoras ocorre nesta fase de desenvolvimento, motivar os aprendizes poderá potencializar a persistência e o aprendizado. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem, motivação, autoeficácia. 239 AVALIAÇÃO DA CONCEPÇÃO DOS TREINADORES DE CATEGORIAS DE BASE DE PELOTAS/RS A RESPEITO DA PERIODIZAÇÃO TÁTICA NO FUTEBOL AUGUSTO GUASTUCCI WEEGE1; DOUGLAS DORO DIAS 2; MICHAEL DE FREITAS CORRALES3; YOUSSEF COUTO KANAAN4; FERNANDO CARLOS VINHOLES SIQUEIRA5 Federal de Pelotas – [email protected] Federal de Pelotas – [email protected] 3Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 1Universidade 2Universidade RESUMO Atualmente vem sendo difundido no futebol mundial a Periodização Tática, onde a equipe de futebol é considerada como um sistema, não existindo divisão entre físico, técnico, tático e psicológico. Tendo em vista que a literatura brasileira é bastante escassa em relação a Periodização Tática, objetivou-se avaliar a concepção de treinadores de categorias de base na cidade de Pelotas/RS, à respeito da Periodização Tática. A amostra foi constituída por 10 treinadores com média de 9 anos (DP ± 5,9) de atuação. Para atingir os objetivos propostos foi aplicado um questionário de características quantitativas descritivas, de autoria do próprio autor. Todos treinadores relataram conhecer a Periodização Tática, sendo que 80% utilizam ou já a utilizaram a metodologia e 20% deles utilizam outros métodos, mas nenhum especificado. Estes resultados são considerados inovadores e demonstram que os treinadores da base na cidade de Pelotas/RS estão atualizados em relação ao futebol moderno. PALAVRAS-CHAVE: futebol moderno; periodização tática; categorias de base; 240 BARREIRAS PARA A PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO E TREINAMENTO DE FORÇA EM ACADEMIAS GUILHERME DA FONSECA VILELA1; PATRÍCIA BECKER ENGERS2; MARCELO COZZENSA DA SILVA3 1 2 Universidade Federal de Pelotas– [email protected] Universidade Federal de Pelotas– [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas– [email protected] INTRODUÇÃO: No Brasil, as academias de ginástica vem crescendo e ganhando mais espaço desde a década de 80. Entre as atividades oferecidas, a musculação ganha destaque. Tendo em vista o potencial que as academias apresentam de modificar o estilo de vida das pessoas e diminuir os níveis de inatividade e sedentarismo, é necessário que os fatores que dificultam a prática sejam identificados. Neste sentido, o objetivo desta revisão sistemática da literatura foi verificar as barreiras para a prática de musculação e treinamento de força. METODOLOGIA: A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicas Pubmed, Lilacs e Scielo, utilizando os descritores: Barriers, Resistance training, Strength Training, Fitness Center e Health Clubs, no idioma inglês e seus correspondentes em português. Foram incluídos somente artigos originais, nos idiomas português e inglês e não foi limitado o período de publicação. Além disso, foram incluídos dois artigos nacionais, que atendiam aos critérios de inclusão e foram encontrados nas referências de artigos. RESULTADOS: Após as buscas nas diferentes bases de dados, foram identificados 499 artigos. Ao final do processo de seleção, oito artigos preencheram os critérios de inclusão, além dos dois artigos nacionais adicionados manualmente, sendo assim, 10 artigos compuseram a revisão sistemática. As barreiras mais frequentes relatadas para prática de musculação e treinamento de força foram: jornada de trabalho excessiva, alto custo, falta de tempo, problemas de saúde, falta de apoio, instalações inadequadas e constrangimento em relação aos colegas. 241 CONCLUSÕES: Conclui-se que as principais barreiras encontradas estão relacionadas principalmente a vida laboral, decisões individuais e fatores financeiros, reforçando a importância de que cenários mais atrativos para prática sejam criados a fim de aumentar os níveis de atividade física da população. PALAVRAS-CHAVE: Barreiras; Musculação; Treinamento de força; Academias de Ginástica. 242 BRINCANDO COM A SUSTENTABILIDADE: BRINCADEIRAS TRADICIONAIS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE PELOTAS LOVANE MARIA LEMOS1; SANDRA MARIA OLIVEIRA MARTINS2; LENIZA AVILA DOS SANTOS 3; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ4 1 2 EEEM EDMAR FETTER – [email protected] EMEF DR. JOAQUIM ASSUMPÇÃO – [email protected] 3 EMEF DONA MARIA ANTÔNIA – [email protected] 4 ESEF-UFPEL – [email protected] INTRODUÇÃO: Este trabalho é um relato de experiência sobre a prática pedagógica do professor de Educação Física na escola de educação básica. Tratou-se de utilizar materiais recicláveis para a construção artesanal de brinquedos com o objetivo de realizar atividades lúdicas nas aulas dos anos finais do Ensino Fundamental em uma escola da rede pública de Pelotas-RS e de demonstrar a importância da reciclagem para a preservação do meio ambiente. A disciplina de Educação Física (EF), nos PCNs, é entendida como uma área de ensino importante nas reflexões sobre as questões ambientais:“[...] As áreas de Língua Portuguesa, Matemática, EF e Arte ganham importância fundamental por constituírem instrumentos básicos para que o aluno possa conduzir o seu processo de construção do conhecimento sobre meio ambiente (BRASIL, 1997, p. 49,)”. METODOLOGIA: Nas aulas da disciplina de Ciências e Educação Física foi proposta a atividade com caráter interdisciplinar articulando os seus conteúdos. Foi solicitado aos alunos que trouxessem de casa materiais que poderiam ser utilizados como brinquedos em aulas de educação física. Fez-se uma breve exposição sobre questões ambientais, problematizando a preservação do meio ambiente e soluções apresentadas para se resolver os problemas. Logo após, realizou-se atividades lúdicas com os materiais construídos pelos alunos e, por fim, realizada uma avaliação sobre todo o trabalho desenvolvido com apresentação de propostas para a realização de outras atividades. RESULTADOS: Os alunos manifestaram interesse em participar das atividades, preocupação com a preservação ambiental e aprenderam conceitos de reduzir, reciclar, reutilizar, além de confeccionarem brinquedos tendo como referência estes conceitos. Observou-se que algumas brincadeiras realizadas nas aulas de educação física foram espontaneamente realizadas no recreio. CONCLUSAO: A confecção dos brinquedos com materiais recicláveis permitiu o resgate de brincadeiras tradicionais, e a conscientização dos alunos da importância da reutilização dos materiais recicláveis, desenvolvendo sua criatividade e estimulando a responsabilidade socioambiental. 243 PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Materiais Recicláveis; Brincadeiras Tradicionais. 244 CONCEPÇÕES DE CAPACIDADE E APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ALESSANDRA REIS DA SILVA1; PRISCILA CARDOZO2; HELENA THOFEHRN LESSA3; SUZETE CHIVIACOWSKY4 Federal de Pelotas – [email protected] Federal de Pelotas – [email protected] 3Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 1Universidade 2Universidade INTRODUÇÃO: As concepções de capacidade tem, recentemente, sido alvo de investigação dos estudiosos da área da Aprendizagem Motora. Referem-se à crença das pessoas em relação à natureza de seus atributos para executar determinadas habilidades motoras. Elas podem refletir um caráter imutável, em que as capacidades são fixas, ou um caráter passível de mudanças, em que as capacidades são maleáveis e podem ser melhoradas através do esforço e da prática. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre os efeitos de diferentes concepções de capacidade na aprendizagem de habilidades motoras. METODOLOGIA: As bases de dados eletrônicas Capes Periódicos, Lilacs, PubMed e Science Direct foram utilizadas como estratégia de busca na literatura, sendo utilizadas as seguintes palavras-chaves: “conceptions of ability” AND “motor learning”. Foi adotado como critério de inclusão estudos com delineamento experimental e artigos originais. Além disso, a avaliação dos títulos, resumos e palavras-chave, foram realizadas de forma independente por três pesquisadores. RESULTADOS: Dos 66 estudos encontrados, constatou-se apenas três relacionados a esse fator na aprendizagem motora, dois utilizando crianças e um adultos. Os resultados indicam que induções de capacidades maleáveis beneficiam a aprendizagem motora quando comparadas a capacidades fixas na população estudada. Os resultados também demonstram que a prática com indução a concepções maleáveis aumenta a percepção de competência dos aprendizes. CONCLUSÕES: Sugere-se a realização de estudos que verifiquem os efeitos dessa variável em outras populações, como por exemplo idosos e portadores de deficiências motoras e/ou intelectuais. PALAVRAS-CHAVE: concepções de capacidade, aprendizagem motora, comportamento motor. 245 CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DURANTE O ESTÁGIO DE 6º AO 9º ANO – ESEF/UFPEL JÉSSICA GOUVEIA DE LIMA1; PATRICIA MACHADO DA SILVA2; MARIO RENATO DE AZEVEDO JÚNIOR3 1 ESEF-UFPel 1 – [email protected] ESEF-UFPEL – [email protected] 3 ESEF-UFPel – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: O esporte é uma manifestação da cultura corporal pertencente aos conteúdos da Educação Física, devendo ser ensinado durante o ensino fundamental. É um fenômeno sociocultural e, na maioria das vezes, o conteúdo mais trabalhado nas aulas de EF nas séries finais, principalmente os coletivos, como o basquete, handebol, futsal e voleibol, os quais são os mais praticados no Brasil. O objetivo deste estudo foi identificar os conteúdos desenvolvidos no estágio de 6º ao 9º ano pelos graduandos. METODOLOGIA: Este trabalho é de caráter descritivo, com análise documental por meio dos planos de aula. A presente investigação envolveu a análise do trabalho pedagógico de estudantes do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas – UFPel durante a realização do estágio supervisionado de 6º ao 9º ano no ano de 2014. RESULTADOS: Foram analisados 399 planos de aulas de 24 estagiários em que 17 aplicaram mais de um conteúdo. O basquete (n=10), o futsal (n=9), o handebol (n=9) e o voleibol (n=6) foram os mais frequentes. Dentre os que menos foram utilizados estão futebol americano (n=1), ginástica (n=1), rugby (n=1), slackline (n=1) e peteca (n=1). Dentro dos esportes coletivos foram utilizados não só os tradicionais, como também o rugby, o futebol americano e o punhobol. CONCLUSÕES: A predominância do futsal, voleibol, basquete e handebol nos estágios, mostra como ainda é muito forte a cultura dos esportes coletivos tradicionais, possivelmente por terem maior contado, vivência com essas modalidades. No entanto, a presença de outros conteúdos, como a capoeira, a atividade física e saúde, o tênis, o taekwondo e a ginástica mostra que os estagiários estão buscando fugir dos esportes tradicionais, proporcionando 246 outras vivências aos alunos e colaborando para uma maior adesão destes, além de contribuir para a diversificação dos conteúdos na EF atual nas escolas. PALAVRAS-CHAVE: conteúdos; estágio; Educação Física escolar . 247 CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA ATIVIDADE FÍSICA DIÁRIA GABRIEL ALBERTO KUNST NAGORNY 1; PRISCILLA SPINDOLA DE AGUIAR2; JÚLIO BRUGNARA MELLO³; ARIELI DIAS4; ANELISE REIS GAYA5; ADROALDO CEZAR ARAUJO GAYA6 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 6 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Nos últimos anos vivenciamos que grande parte dos jovens não praticam atividade física necessária para atender as demandas à saúde. Indivíduos considerados ativos apresentam menor chance de desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas, obesidade, alguns tipos de câncer, osteoporose e problemas psicológicos. O objetivo deste estudo é descrever a ocorrência de escolares na zona de risco à saúde para o excesso de peso (IMC) através do número de passos/dia e verificar a contribuição da educação física escolar nos padrões saudáveis de atividade física habitual. METODOLOGIA: Para verificar número de passos/dia foram utilizados pedômetros (YamaxDigi-Walker CW 700) em 24 meninos e 25 meninas com idade de 10-13 anos durante três dias consecutivos e considerada a média de passos deste período e das aulas de educação física. O ponto de corte para identificar a ocorrência de excesso de peso (IMC) foi 15.000 e 12.000 passos/dias para meninos e meninas. Para contribuição da educação física utilizamos a média de passos diários dos dias com educação física e diminuímos com a média de passos dos dias sem educação física. Este resultado foi comparado com a média de passos nas aulas de educação física. RESULTADOS: Média de passos/dia dos meninos e meninas foi 12.457 (±4.454; IC95% 10.576-14.338) e 9.810 (±2.604; IC95% 8.735-10.884), respectivamente. 70% dos meninos e 84% das meninas não atingem número de passos/dia como fator de proteção ao excesso de peso. Educação física contribui com 20,5% e 15,7% na média de passos/dia para meninos e 248 meninas; dias com educação física os escolares atingem em média maior número de passos diários. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam que os hábitos de vida dos escolares estão aquém das mínimas exigências sugeridas para a proteção à saúde. A educação física é uma ferramenta importante para o aumento na prática de atividade física diária. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Motora, Saúde, Escola. 249 CORRELAÇÃO ENTRE POTÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES, VELOCIDADE DE ACELERAÇÃO E AGILIDADE EM ESCOLARES DA CIDADE DE URUGUAIANA/RS JULIANA ALVES DOS SANTOS¹; GABRIEL GUSTAVO BERGMANN²; ERALDO DOS SANTOS PINHEIRO³ 1 Universidade Federal do Pampa – [email protected] 2 Universidade Federal do Pampa – [email protected] 3 Universidade Federal do Pampa – [email protected] INTRODUÇÃO: No campo da prática se tem a ideia de que quanto mais potência mais veloz e mais ágil um sujeito pode ser. Essa afirmação encontra respaldo no conhecimento empírico de inúmeros treinadores. METODOLOGIA: Os dados foram retirados do levantamento realizado pelo GPAFSIA da Unipampa. A amostra foi de 1089 escolares de 7 a 17 anos, sendo 557 meninos e 532 meninas. As variáveis analisadas foram potência de membros inferiores (salto horizontal), velocidade de aceleração (corrida de 20m) e agilidade (teste do quadrado), todos coletados conforme o protocolo do PROESP. Para correlacionar os índices médios obtidos nos testes de salto, corrida de aceleração e agilidade, recorremos à estatística inferencial adotando a correlação produto momento de Pearson. Ademais, com a finalidade de inibir a ação de uma possível influência da massa corporal nos resultados, ajustamos a variável massa corporal. RESULTADOS: Os resultados para a correlação entre potência e velocidade foram: R=0,414 para meninos e R=-0,416 para meninas e os coeficientes de correlação para meninos e meninas foram: R=0,171 e R=0,173, respectivamente. Para os dois sexos a influência de uma variável na outra é em torno de 17%. A correlação de potência e agilidade foram R=-0,378 e R=-0,444 para meninos e meninas respectivamente. A influência na variabilidade entre as variáveis para meninos foi de R=0,142 (14,2%) e R=0,197 (19,7%). Para correlação entre agilidade e velocidade os resultados foram: R=0,488 para meninos e R=0,474 para meninas. E os coeficientes de determinação foram: R=0,238 (23,8%) para meninos e R=0,224(22,4%) para meninas. 250 CONCLUSÕES: Portanto, há uma pequena parcela de contribuição das variáveis entre si. Evidenciando a necessidade das três variáveis serem contempladas nos planos de aula. PALAVRAS-CHAVE: Esporte; Crianças e adolescentes; Desempenho motor. 251 CULTURA E LAZER NOS ASILOS DE PELOTAS GABRIEL BARROS DA CUNHA1; GICELE KARINI DA CUHA2; LARISSA THEIL3 GILNEI OLEIRO CORRÊA4 1 Instituto Federal Sul-rio-grandense – [email protected] 2 Escola de Ensino Médio Eraldo Giacobbe 3 Instituto Federal Farroupilha 4 Instituto Federal Sul-rio-grandense RESUMO O projeto tem como objetivo melhorar a qualidade de vida, resgatar a autoestima e levar mais alegria e interação aos idosos residentes em lares. Ele é realizado em dois encontros semanais, tendo como público aproximadamente 40 idosos, com média de idade de 83 anos, residentes no Lar Reviver. A equipe executora é formada por alunos e professores das seguintes áreas: Dança, Música, Literatura e Recreação. Para organização das atividades, são realizadas reuniões semanais tanto com os professores quanto com o coordenador. As áreas de literatura e recreação são trabalhadas individualmente. A dança é executada através de estímulos para que os idosos movam o tronco e braços no ritmo da música. Já a música utiliza violão e instrumentos de percussão como principais ferramentas. O projeto apresenta resultados preliminares, sendo a receptividade dos idosos e a alegria com que os mesmos recebem a equipe do projeto os maiores indicadores de resultado positivo. PALAVRAS-CHAVE: IDOSO; CULTURA; LAZER; QUALIDADE DE VIDA. 252 DANÇA E CRIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PATRÍCIA DA ROSA LOUZADA DA SILVA1; TALES EMILIO COSTA AMORIM2 1 Instituto Federal Sul-rio-grandense, Câmpus Camaquã – patrí[email protected] Instituto Federal Sul-rio-grandense, Câmpus Camaquã – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a dança é tratada como importante conteúdo a ser desenvolvido nas aulas de educação física, sendo classificada como atividade rítmica e expressiva. No entanto, pouco se observa da sua aplicação nas aulas curriculares desta disciplina. O objetivo deste trabalho é descrever como a dança apresentou-se nas aulas do primeiro ano do ensino médio do IFSul-Câmpus Camaquã, tendo como base para o planejamento, os pilares da educação definidos pela UNESCO: aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver. METODOLOGIA: No decorrer de um semestre, os alunos foram convidados a explorar movimentos ritmados de diferentes formas, seguindo as expectativas de aprendizagens conceituais (conhecer tempo rítmico, espaço e planos), atitudinais (trabalhar coletivamente, respeitar o outro e superar desafios) e procedimentais (aperfeiçoar habilidades motoras e criar coreografias). Como estratégias de ensino, foram utilizadas as rodas de conversa, cartazes, estímulo à criação de pequenas sequencias coreográficas, vídeos, coreografias já conhecidas e aulas expositivas. RESULTADOS: O processo de ensino e aprendizagem utilizando estratégias claras alicerçadas nos pilares da educação propiciou que os alunos fossem atores no processo de ensino, construindo todas as etapas do processo criativo e executor. O resultado superou as expectativas dos professores, o produto do trabalho foi à criação de doze coreografias de excelente qualidade, ricas em detalhes nos figurinos, cenários e nos aspectos técnicos das próprias coreografias. Um evento aberto para a comunidade foi o palco para as demonstrações das coreografias onde o medo e as vergonhas cederam espaço à garra e coragem para mostrar superação. 253 CONCLUSÕES: Como afirma VERDERÍ (2009) à dança na escola não prioriza a técnica, exploram-se os movimentos, o resgate dos gestos e o estímulo cognitivo. Conclui-se que a dança pode ser um meio para que os alunos aprendam a aprender, a conhecer, a fazer, a ser e a conviver. PALAVRAS-CHAVE: Dança; Escola; Criatividade 254 DESAFIOS E DILEMAS DE TRABALHAR A INTERDISCIPLINARIDADE EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE PELOTAS LETICIA RODRIGUES1; ALISANE KARINE MACHADO2; CATIUCIA SOUZA²; WILLIAM COUTO²; MARIÂNGELA AFONSO³ 1 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] ²Universidade Federal de Pelotas– [email protected] ²Universidade Federal de Pelotas – [email protected] ³Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: O presente estudo tem por finalidade analisar, de acordo com os objetivos do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) os desafios e os dilemas de trabalhar interdisciplinarmente, encontrados pelos bolsistas dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) no Instituto Educacional Assis Brasil. METODOLOGIA: A pesquisa se deu por meio de entrevista com grande grupo de bolsistas das diversas áreas da graduação da licenciatura, assim como as supervisoras e a coordenadora do grupo interdisciplinar dos Anos Finais do Instituto Educacional Assis Brasil atuantes no programa. A entrevista foi realizada por intermédio de Grupo Focal dentro do parâmetro qualitativo, procurando objetivar situações problemáticas da interdisciplinaridade, levantar soluções apontadas pelos pelos pibidianos e consequentemente às linhas de percussões destas na formação acadêmica. RESULTADOS: A partir das entrevistas do grupo focal, ficou subentendido que, interdisciplinaridade é o processo de ligação entre as disciplinas, bem como o programa tem proporcionado em suas reuniões integrando as áreas. Evidenciou-se que, os acadêmicos se sentem participantes de uma grande experiência em relação ao trabalho interdisciplinar realizado no PIBID, pois possibilita o contato com as outras áreas podendo compartilhar e agregar conhecimentos científicos das mesmas, articulando-as em um sentido grupal. Ao decorrer da entrevista, ficou claro que, de forma geral, a grande maioria dos graduandos que tiveram contato com escolas fora do programa relataram dificuldades ao trabalhar interdisciplinarmente. 255 CONCLUSÕES: O atual estudo está na primeira fase do seu andamento, sendo que o mesmo será realizado em três fases, ou seja, três níveis de pesquisa. Toda via, ficou explícito que no ponto de vista da educação básica, o papel do PIBID é diminuir as fronteiras de conteúdos distintos, trazendo para dentro da escola uma nova metodologia de ensino, mas que atualmente dentro da realidade escolar, o mesmo não ocorre. PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade, aluno, escola. 256 EDUCAÇÃO FÍSICA E A SUA INCLUSÃO NA INTERDISCIPLINARIDADE ATRAVÉS DO PIBID ELAINE TONINI FERREIRA1; JOSÉ FRANCISCO SCHILD2; FLAVIO MEDEIROS PEREIRA3 1 UFPEL – [email protected] 2 UFPEL – [email protected] 3 UFPEL – [email protected] Resumo: O presente artigo tem como finalidade mostrar a interligação da Educação Física com as demais disciplinas através do trabalho interdisciplinar, mostrando que os conteúdos interagem como forma de complementação. Esse estudo foi realizado por meio de um diário de campo, sendo registradas todas as ações realizadas enquanto bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). A obtenção de resultados foi por intermédio de aplicação de oficinas para auxiliar os alunos do Ensino Médio da Escola do Areal, na elaboração dos trabalhos do Seminário Integrado. Analisando assim o ensino da Educação Física e a sua referida prática utilizada por meio da interdisciplinaridade. Palavras Chaves: PIBID. Interdisciplinaridade. Educação Física. 257 EDUCAÇÃO FÍSICA NO IF FARROUPILHA : PRATICANDO SAÚDE NO PROEJA Larissa Theil1; Hed Vilson Pires2 1 2 Universidade Federal de Pelotas - UFPel – [email protected] Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - Unijuí – [email protected] INTRODUÇÃO: Cuidar da saúde é sempre muito importante para se viver bem e melhor. Inúmeras são as ações e discussões sobre a promoção de atividade física e saúde para a população em geral. O ambiente escolar, especialmente a aula de educação física, é local oportuno para a difusão desse conhecimento e discussão. Tomando como referencia esse cenário, nossa pesquisa, tem como objetivo investigar de que maneira os conteúdos relacionados à promoção da saúde, desenvolvido nas aulas de educação física, do PROEJA – Educação Profissional de Jovens e Adultos – Campus Santo Ângelo, contribui na formação integral e melhoria da qualidade de vida dos estudantes. METODOLOGIA: Está sendo utilizada como metodologia, fontes escritas e orais. Destacase o depoimento oral de alguns alunos que, encontraram nas aulas de educação física, não apenas um local de pratica de atividade física, mas também o acesso a um mundo de informações e experiências que venham a permitir o gosto, a independência e o empoderamento quanto à prática da atividade física ao longo de suas vidas. RESULTADOS: Como resultado foi possível perceber o aumento do interesse dos alunos nas aulas de Educação Física, a participação e o envolvimento no processo de ensino aprendizagem, além da melhoria dos seus hábitos do dia a dia. CONCLUSÕES: Por meio deste estudo, concluímos que ensinar e trabalhar conteúdos relacionados à atividade física e saúde na escola para turmas de PROEJA, é um processo de ensino-aprendizagem prazeroso, e significativo e perfeitamente possível. Porém ousadia é fundamental para apresentar e vivenciar essa possibilidade. Por fim, é preciso superar a visão esportivizada que cerca a educação física escolar, e fazer dela um veículo de promoção da 258 saúde, mediada por uma visão contemporânea de saúde e de sua relação com a atividade física possibilitando uma atuação mais significativa do professor de educação física enquanto educador. PALAVRAS-CHAVE: Educação, saúde e Educação Física. 259 EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM PARADOXO EDUCACIONAL PRISCILLA AGUIAR1; GABRIEL NAGORNY2; ADROALDO GAYA³; ANELISE GAYA4 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] INTRODUÇÃO: A Educação Física escolar brasileira desde 1996 é considerada componente curricular da educação básica. Dentre os descritos na lei há a ausência da indicação do profissional para atuar nos anos iniciais, deixando a cargo das escolas decidir qual profissional irá ministrar as aulas de Educação Física. A partir de uma análise de campo objetivou-se caracterizar a aula de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental. METODOLOGIA: Este estudo adota um método descritivo-exploratório com uma abordagem qualitativa. A amostra é constituída por nove professoras que atuam nos iniciais. Foram utilizados dois instrumentos, uma entrevista e uma ficha de acompanhamento. As informações geradas por este trabalho foram categorizadas através da análise de conteúdo. RESULTADOS: Como resultado às análises observamos, que a aula de Educação Física, tem como característica principal atividades recreativas. Nesse sentido há coerência com o discurso e a prática das professoras unidocentes, que alegam não terem formação para licenciar as aulas de Educação Física, destacando a formação de Magistério que aborda os jogos e brincadeiras para a preparação da unidocência. As aulas observadas mostraram uma estrutura de aula inadequada, com tempo médio de 27 minutos, contudo é relevante destacar a participação, considerada alta dos alunos. Estes aspectos são relacionados com o ensino aprendizagem da Educação Física, considerada restrito. A relação entre a saúde e a Educação Física não foi relevante neste estudo. CONCLUSÕES: Este trabalho gerou um olhar crítico de como o componente curricular, Educação Física, vem se apresentando para os alunos dos primeiros anos da Educação Básica 260 e sua realidade no âmbito escolar. Portanto a Educação Física nos anos iniciais tem como característica a Recreação. Identidade esta, gerada pela unidocência, sendo reflexo de sua formação, contribuindo para a dificuldade de visualizar a Educação Física como componente curricular e consolidar-se como disciplina nos anos iniciais do Ensino Fundamental. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física. Planejamento. Anos Iniciais. Unidocência. 261 EFEITO DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DE FORÇA NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES HIPERTENSAS NA PÓS-MENOPAUSA Caroline Brand1; Temístocles Vicente Pereira Barros2; Maria Amélia Roth2; Anelise Reis Gaya3 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - [email protected] 2 Universidade Federal de Santa Maria - [email protected] 2 Universidade Federal de Santa Maria – [email protected] 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] RESUMO Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica, considerada um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular. Nesse contexto, o treinamento de força (TF) é uma prática efetiva para a melhora da saúde e qualidade de vida (QV) de indivíduos hipertensos. Objetivo: Verificar o efeito de um programa de treinamento de força nos indicadores de qualidade de vida de mulheres hipertensas na pós-menopausa. Metodologia: trata-se de um estudo quase-experimental, no qual 22 mulheres hipertensas na pós-menopausa foram selecionadas e estratificadas por conveniência em grupo experimental (GE, n=11) praticantes de TF e grupo controle (GC, n=11) mulheres sedentárias. O programa de TF foi realizado durante doze semanas, com frequência semanal de três vezes em dias alternados. Foram avaliados os parâmetros antropométricos (estatura, massa corporal, IMC e circunferência da cintura) hemodinâmicos (pressão arterial sistólica e diastólica e frequência cardíaca) e a qualidade de vida (questionário SF-36). Para análise estatística foram aplicados os seguintes testes: Teste T Independente, Anova Mista, Q de Cochran e Qui-quadrado. Resultados: Ambos os grupos apresentaram características semelhantes no que se refere as variáveis antropométricas e hemodinâmicas. Os resultados indicaram que não houve interação entre o grupo vs. tempo em nenhum dos domínios da QV. A análise efeito da intervenção sobre os domínios da QV se mostrou baixo. Quanto as categorias, os resultados apontam um aumento no percentual de sujeitos na categoria 3 (excelente) em todos os domínios no GE, ainda que esse aumento não tenha sido significativo (CF. p <0,82; LAF. p<1,92; DOR. p<0,34; EGS. p<0,93; VIT. p<0,65). Conclusões: O efeito do TF sobre a QV de mulheres hipertensas parece ser reduzido. Entretanto, considerando a análise por categorias foi possível 262 perceber que o GE demonstrou melhora em praticamente todos os domínios do SF-36 após o programa de TF, indicando uma possiblidade de efeito clínico. Palavras-chave: exercício físico, qualidade de vida, hipertensão, pós-menopausa. 263 EFEITOS AGUDOS DA ORDEM DO TREINAMENTO CONCORRENTE SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO EM HOMENS JOVENS PAULA CAMPELO¹; MARINA SASSI2; GABRIELA BARRETO DAVID3; CRISTINE LIMA ALBERTON4; STEPHANIE SANTANA PINTO5 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Estudos prévios têm demonstrado que tanto o treinamento aeróbio como o de força resultam em hipotensão pós-exercício, sendo indicados para prevenção e tratamento da hipertensão. Todavia, a magnitude e duração de tais respostas decorrentes do treinamento concorrente são pouco estudadas na literatura. Portanto, o objetivo do estudo foi analisar o efeito agudo de uma sessão de treinamento concorrente realizada nas ordens aeróbio-força e força-aeróbio sobre a pressão arterial (PA) pós-exercício. METODOLOGIA: A amostra foi composta por seis homens fisicamente ativos, com idade entre 18 e 30 anos, que realizaram duas sessões de treinamento concorrente, nas ordens forçaaeróbio e aeróbio-força. A parte aeróbia consistiu em oito tiros de 1 min de corrida em esteira a 100% da velocidade de consumo máximo de oxigênio, com 30 s de recuperação passiva. A parte de força foi composta por três séries de 10 repetições dos exercícios de supino, legpress, remada alta e extensão de joelhos em ritmo controlado (2 s por fase). Independente da ordem de treinamento, a PA sistólica e diastólica foi monitorada durante 30 min de repouso pré e pós sessão a cada 5 min. ANOVA de dois fatores para medidas repetidas foi utilizada para a análise estatística (=0,05). RESULTADOS: O presente estudo demonstrou redução significativa da PA diastólica (p<0,001) até 25 minutos pós-exercício, independente da ordem do treinamento concorrente. Todavia, a PA sistólica não apresentou diferença significativa entre o repouso pré-exercício e as medidas 5, 10, 15, 20, 25 e 30 min pós-exercício para ambas as ordens do treinamento concorrente. 264 CONCLUSÕES: Ambos os protocolos tem efeito hipotensivo relacionado a PA diastólica, com manutenção da mesma abaixo dos níveis de repouso após os primeiros 25 minutos subsequentes à sessão de treino concorrente. PALAVRAS-CHAVE: Pressão arterial, exercício físico, exercício aeróbico. 265 EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES PROTOCOLOS AERÓBIOS SOBRE VARIÁVEIS NEUROMUSCULARES DE MULHERES JOVENS LUANA SIQUEIRA ANDRADE1; CAUÊ GARCIA GAUTÉRIO²; GABRIELA BARRETO DAVID3; STEPHANIE SANTANA PINTO4; CRISTINE LIMA ALBERTON5 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: A combinação do treinamento de força e aeróbio na mesma sessão é chamada de treinamento concorrente e como a compatibilidade desses diferentes tipos de treino tem sido bastante investigada o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos agudos de diferentes protocolos aeróbios sobre o número de repetições máximas do exercício de agachamento. METODOLOGIA: Nove mulheres jovens experientes em treinamento de força participaram do estudo. O protocolo foi composto por três sessões de treino realizadas aleatoriamente: controle, treinamentos intervalado e contínuo. Na sessão controle, três séries de repetições máximas foram realizadas no agachamento com carga equivalente a 80% de uma repetição máxima (determinada em sessão prévia). Na sessão de treinamento intervalado, o mesmo protocolo foi realizado após oito tiros de 40s de corrida em esteira a 100% da velocidade do VO2máx, com 20s de intervalo passivo. Na sessão de treinamento contínuo, o protocolo foi realizado após 20 minutos de corrida em esteira na frequência cardíaca do limiar anaeróbio (determinada em sessão prévia). O número máximo de repetições do agachamento até a falha concêntrica foi registrado, sendo controlados o ritmo de execução e a amplitude de movimento. Utilizou-se ANOVA para medidas repetidas, com post-hoc de LSD para análise estatística (α=0,05). RESULTADOS: Os resultados demonstraram que o protocolo intervalado resultou em menor número de repetições no agachamento ao longo de todas as séries realizadas em comparação ao protocolo controle, enquanto o protocolo contínuo produziu interferência significativa apenas na primeira e segunda séries. Todavia os protocolos intervalado e contínuo não apresentaram diferença entre eles em todas as séries. 266 CONCLUSÕES: Desta forma, os resultados indicam que, independente do treinamento aeróbio realizado, há queda no número de repetições ao longo de três séries de agachamento e, portanto, esse treino realizado no início da sessão pode causar prejuízo no treino de força realizado subsequentemente. PALAVRAS-CHAVE: força muscular, exercício, educação física e treinamento. 267 EFEITOS DA EXPERIÊNCIA COM TAEKWONDO NA JOGABILIDADE DE EXERGAMES 1 DANIEL LEITE MEIATO ; ANDRESSA FORMALIONI; CÉSAR AUGUSTO 2 OTERO VAGHETTI; LUCAS JESKE LILGE ; FABRÍCIO BOSCOLO DEL 3 VECCHIO 1 Universidade Federal de Pelotas - ESEF – [email protected] Universidade Federal de Pelotas - ESEF – [email protected]; [email protected];[email protected] 2 3 Universidade Federal de Pelotas - ESEF – [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade técnica de dados psicofisiológicos com praticantes e não praticantes de taekwondo enquanto participavam de atividades que envolviam simulação de luta com exergames. Os resultados deste estudo piloto indicam que alguns ajustes devem ser feitos para a viabilidade da coleta psicofisiológica e os dados podem ser analizados com maior fiabilidade. 268 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM Β-HIDROXI Β-METILBUTIRATO SOBRE A MASSA MUSCULAR E METABOLISMO DE CAMUNDONGOS C57BL/6, NO TREINO BÁRBARA FREITAS1; IRAÊ MOREIRA2; DOUGLAS FIGUEIREDO2; MARCIA BUCHWEITZ2; ELIZABETH HELBIG2; AUGUSTO SCHNEIDER2; CARLOS BARROS3 1 Departamento Nutrição, Universidade Federal de Pelotas, RS – BRASIL- [email protected] 2 Departamento Nutrição, Universidade Federal de Pelotas, RS – BRASIL 3 Departamento Nutrição, Universidade Federal de Pelotas, RS – BRASIL- [email protected] INTRODUÇÃO: O B-hidroxi-B-metilbutirato (HMB) é um metabólito bioativo derivado do aminoácido Leucina (5%), tendo sido recomendado para aumentar o ganho de massa muscular durante o treinamento físico, assim como na manutenção da massa muscular em doenças crônicas debilitantes. O presente estudo objetivou investigar modificações na composição corpórea e na massa muscular de camundongos, durante o treino resistido (musculação) e também verificar as possíveis alterações metabólicas relativas à homeostase glicêmica. METODOLOGIA: Camundongos machos da linhagem C57BL/6, com 8 semanas de idade, foram alocados em 2 grupos de 12 animais, sendo um controle e outro treinado. Metade dos animais de cada grupo foi suplementada com HMB (190 mg/KgPeso/dia) por gavagem, e a outra metade recebeu apenas solução salina a (0,9%). Os animais foram submetidos a treinamento de alta intensidade, com subida de escada com cargas de 50% até 200% de suas massas corpóreas cinco vezes por semana. RESULTADOS: Os animais suplementados tiveram menor ganho de massa corpórea e aumento na massa do fígado, sem comprometer suas funções. Também houve aumento relativo de tecido adiposo sugerindo redução da massa magra total. Não foi possível mensurar diferenças na massa relativa do músculo tríceps sural entre os grupos. Foi observada perda da hipertrofia cardíaca adaptativa nos grupos treinados e suplementados, os quais apresentaram efeitos deletérios na homeostase glicêmica. 269 CONCLUSÃO: Os resultados obtidos neste estudo mostram que a suplementação com HMB em camundongos submetidos a treinamento intenso causa mais efeitos deletérios que benéficos, apontando necessidade de revisão e/ou supervisão de seu uso deliberado. PALAVRAS-CHAVE: HMB, Massa Muscular, Exercício Resistido, Sensibilidade a Insulina. 270 EFEITOS DO AUTOESTABELECIMENTO DE METAS NA APRENDIZAGEM MOTORA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA RICARDO CAMARGO1; HELENA THOFEHRN LESSA2; PRISCILA CARDOZO3; SUZETE CHIVIACOWSKY4 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Dentre os fatores que afetam a aprendizagem motora, o estabelecimento de metas consiste em uma estratégia motivacional que pode dirigir a atenção e aumentar o esforço do indivíduo em direção a um objetivo. As metas podem ser autoestabelecidas pelos indivíduos que praticam determinadas habilidades motoras ou podem ser impostas pelo professor/treinador/experimentador. Com foco nas metas autoetabelecidas, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática acerca dos efeitos desse tipo de metas sobre a aprendizagem motora. METODOLOGIA: Foi realizada busca nas bases de dados eletrônicas CAPES Periódicos, SciELO e PubMed através das palavras chaves “goal setting” AND “self-controlled learning”. Foram incluídos artigos com delineamento experimental nos idiomas português e inglês publicados na última década e excluídos artigos sem relação com a temática. Os títulos e resumos dos artigos foram analisados de forma independente por dois pesquisadores. RESULTADOS: Nenhum artigo foi encontrado nas bases de dados SciELO e PubMed. Na CAPES Periódicos foram encontrados 144 artigos, sendo que apenas um deles foi selecionado para a revisão. A partir da análise das referências deste artigo (MARQUES et al., 2014), foram incluídos mais dois estudos (MARINHO et al., 2009; SOUZA et al., 2009) na revisão.Verificou-se que quando os indivíduos autoestabelecem suas metas, a aprendizagem motora torna-se mais efetiva. Cabe ressaltar que independente dos modos pelos quais as metas foram autoestabelecidas, estas implicaram sempre em maior benefício em comparação aos efeitos das metas estabelecidas externamente. CONCLUSÕES: Visto que o autoestabelecimento de metas beneficia o processo de aprendizagem motora, pesquisas são necessárias para aperfeiçoar as metodologias acerca dessa variável, utilizando medidas como nível de esforço, complexidade da tarefa e perfil dos aprendizes, as quais podem influenciar o comprometimento em relação às metas. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; metas; motivação. 271 EFEITOS DO ESTEREÓTIPO DE GÊNERO NA APRENDIZAGEM DE UMA HABILIDADE MOTORA EM ADOLESCENTES PRISCILA LOPES CARDOZO¹; ALESSANDRA REIS DA SILVA²; SUZETE CHIVIACOWSKY³ 1Priscila Lopes Cardozo – [email protected] 2Alessandra Reis da Silva – [email protected] 3Suzete Chiviacowsky – [email protected] INTRODUÇÃO: Circunstâncias em que os indivíduos temem confirmar estereótipos negativos como verdadeiros para si, têm demonstrado prejudicar o desempenho e a aprendizagem motora. Tal fenômeno, denominado de ameaça do estereótipo, tem afetado populações que são normalmente alvos de estereótipos negativos como mulheres e idosos, entre outros. Entretanto, estudos no domínio cognitivo têm sugerido que a ameaça ocorre apenas quando a tarefa é relevante para o estereótipo. O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos do estereótipo de gênero em uma tarefa neutra em homens adolescentes. METODOLOGIA: Vinte adolescentes foram distribuídos de forma aleatória para duas condições experimentais: estereótipo negativo e estereótipo positivo. Cada grupo recebeu instruções diferenciadas, anteriormente a fase de prática, de acordo com os respectivos grupos. A tarefa consistiu em andar por um percurso de 5 metros sobre uma trave de equilíbrio o mais rápido possível, com os olhos vendados. Quatro fases compuseram o estudo: pré-teste (1 tentativa) e prática (10 tentativas com fornecimento de feedback) no Dia 1, retenção (5 tentativas) e transferência (5 tentativas) no Dia 2. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças significativas de desempenho e aprendizagem entre os grupos. Tais achados vão ao encontro das evidências apontadas na literatura, sugerindo que a tarefa necessita estar vinculada ao estereótipo para que ele seja relevante. As diferentes instruções podem não ter influenciado a aprendizagem devido à neutralidade da tarefa. Outra possível explanação pode estar atribuída à forte função motivacional do feedback que, possivelmente, preveniu o direcionamento do foco de atenção para os processos internos que geralmente ocorrem por instruções relacionadas ao estereótipo negativo, desta forma não diferenciando a aprendizagem dos grupos. 272 CONCLUSÕES: Pesquisas são necessárias para verificar os efeitos de possíveis interações do fator ameaça do estereótipo e diferentes frequências de fornecimento de feedback na aprendizagem de habilidades motoras. PALAVRAS-CHAVE: motivação; feedback; psicologia social. 273 EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE DIFERENTES PARÂMETROS NEUROMUSCULARES EM VIOLINISTAS E VIOLISTAS MELISSA MACHADO ALVES1; BRUNO BRASIL2; CRISTINE ALBERTON3; STEPHANIE SANTANA PINTO4 1 Escola Superior de Educação Física / UFPel – [email protected] 2 Escola Superior de Educação Física / UFPel – [email protected] 3 Escola Superior de Educação Física / UFPel – [email protected] 4 Escola Superior de Educação Física / UFPel – [email protected] INTRODUÇÃO: Na execução de instrumentos musicais, além de fatores emocionais e cognitivos, estão também envolvidos fatores motores. Dessa forma, o estudo teve como objetivo verificar os efeitos de 8 semanas de treinamento de força sobre a força e resistência muscular de violinistas e violistas. METODOLOGIA: A amostra foi composta por sete músicos (violinistas e violistas) que participaram de um treinamento de força específico por 8 semanas. O treino foi dividido em quatro mesociclos de duas semanas, correspondendo a 1 série de 18-20 repetições máximas (RM) por exercício (membros superiores e inferiores), 2 séries de 15-17 RM, 2 séries de 1214 RM e 3 séries de 8-10 RM, respectivamente. Os participantes foram avaliados antes e após o término da intervenção. A força muscular dinâmica máxima foi avaliada através do teste de uma repetição máxima (1RM) e a resistência muscular localizada (RML) através do número máximo de repetições alcançados com 60% da carga de 1 RM. Ambos os testes foram realizados na flexão e extensão de cotovelos bilateral (rosca bíceps e rosca tríceps) e abdução de ombros (elevação lateral). RESULTADOS: Os resultados demonstram melhoria significativa após 8 semanas de treinamento de força para todas as variáveis analisadas (p<0,05), de acordo com a Tabela 1. 274 Tabela 1 – Resultados dos testes de 1RM e RML pré e pós treinamento de força. Teste de 1RM (kg) Teste de RMs (repetições) MédiaDP MédiaDP Sig. Elevação lateral 8,51,60 11,831,77 <0,001 Flexão cotovelos 20,577,02 25,295,68 0,001 Extensão cotovelos 34,4311,60 49,5714,20 0,002 Elevação lateral 11,142,61 22,432,99 <0,001 Flexão cotovelos 12,712,14 33,2921,59 0,036 Extensão cotovelos 19,436,58 36,0014,89 0,038 CONCLUSÕES: Baseado nos resultados obtidos, pode-se afirmar a grande importância do treinamento de força específico para esse tipo de população, visto que a força e resistência muscular de musculaturas bastante utilizadas por esses músicos nas suas práticas tiveram melhorias satisfatórias em 8 semanas. PALAVRAS-CHAVE: Treinamento físico; música; musculação. 275 EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM OCLUSÃO VASCULAR PARCIAL EM MEDIDAS ANTROPOMETRICAS NA REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUO APÓS LESÃO NO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: UM ESTUDO DE CASO MARLON RIBEIRO SEBAGE1; NATAN FETER2; MATHEUS PINTANEL FREITAS3; RODRIGO KUHN CARDOSO4; ALINE MACHADO ARAUJO5; NICOLE GOMES GONZALES6; AIRTON JOSÉ ROMBALDI7 1 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] 2 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] 3 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] 4 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] 5 Escola Superior de Educação Física/UFPEL- [email protected] 6 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] 7 Escola Superior de Educação Física/UFPEL - [email protected] INTRODUÇÃO: O treinamento resistido com oclusão parcial ou total do fluxo sanguíneo faz com que os músculos sob oclusão trabalhem de forma anaeróbia, acelerando seu metabolismo. Logo, o estudo objetivou avaliar o efeito de 16 semanas de treinamento resistido com oclusão vascular parcial na circunferência e gordura subcutânea da coxa e panturrilha em um indivíduo que havia realizado cirurgia de reconstrução de ligamento cruzado anterior (LCA) e 40 sessões de fisioterapia. METODOLOGIA: O presente estudo de caso foi realizado com um paciente em reabilitação. O protocolo proposto era composto por três sessões semanais de treinamento resistido com 30 minutos de duração cada, durante 16 semanas. A restrição vascular foi realizada utilizando cinta elástica próxima a região inguinal, com preensão elástica determinada quando a percepção subjetiva de esforço do paciente, mensurada pela escala de Borg, atingia escore igual a 16. Imediatamente, executou-se os exercícios de extensão de joelhos e agachamento livre, com a primeira série composta por 30 repetições a 30% de 1RM, seguido por três séries de 15 repetições a 15% de 1RM. Na linha base, após 8 semanas e ao final da 16º semana do treinamento foi coletada as circunferências (cm) e dobras cutâneas (mm) da coxa e panturrilha. RESULTADOS: O paciente apresentou redução expressiva na gordura subcutânea da coxa e panturrilha direita, com reduções menores para os mesmo membros do lado esquerdo. Em 276 relação à circunferência, coxa e panturrilha de ambos os lados apresentaram aumentos significativos e similares. CONCLUSÕES: O treinamento resistido com oclusão vascular parcial pode ser benéfico para redução de gordura subcutânea e aumento de massa magra em pacientes pós-cirúrgicos de reconstrução de LCA. PALAVRAS-CHAVE: Estudos de casos, antropometria, educação física e treinamento. 277 ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS E ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES DE PASSO FUNDO/RS ARIELI FERNANDES DIAS1; JÚLIO BRUGNARA MELLO2; ANELISE REIS GAYA2; ADROALDO CEZAR ARAUJO GAYA3 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected]; [email protected] 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: O objetivo é identificar associações entre as características dos espaços públicos (EP) e atividade física diária de meninos e meninas. METODOLOGIA: Este estudo de associação com abordagem quantitativa tem amostra aleatória com 176 estudantes (71 meninos e 105 meninas) de 10 escolas estaduais de ensino médio na cidade de Passo Fundo-RS. A atividade física diária foi avaliada através de pedômetros, verificando a média do número de passos no período total do dia. O EP foi avaliado por observação direta, com o instrumento Physical Activity Resource Assessmet. Os escolares foram geocodificados e as características do ambiente foram avaliadas em um raio de 500 metros (buffer) circundantes às suas residências e através da distância da residência até o EP mais próximo pelas conexões das ruas. Para análise de dados utilizou-se regressão linear generalizada. RESULTADOS: Os meninos são mais ativos fisicamente em relação as meninas (t=2,765; p=0,007; d cohen=0,45). Metade dos adolescentes (52,5%) não possuem EP no buffer. Os meninos que tem um EP no buffer aumentaram em média 3.239,90 (IC95%=1.133,86/5.345,93) passos diários em relação aos seus pares que não tem espaços ou que tem dois ou mais EP no buffer. A proximidade de até 250 metros da sua residência até um EP está associada com um aumento em média de 2.855,61 (IC95%=785,25/4.925,97) passos diários para os meninos, já nas meninas, houve um aumento de 1.908,88 (IC95%=98,51/3.719,26) passos diários em relação aos seus pares que não tem EP no buffer e aos que possui esses espaços acima de 250 metros. 278 CONCLUSÕES: Os adolescentes que possuem um EP próximo à sua residência tendem a praticar mais atividade física, em especial os meninos. PALAVRAS-CHAVE: ambiente construído; áreas verdes; adolescente. 279 EXPOSIÇÃO AO SMOG E SUAS CONSEQUÊNCIAS SOBRE A SAÚDE E O DESEMPENHO FÍSICO EDUARDO RIBES KOHN1; CÁTIA FERNANDES LEITE2; CLÁUDIO RAFAEL KUHN3 1 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense – Discente do Programa de Pós-Graduação em Química Ambiental – [email protected] 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense – Professor Dr. Orientador do Programa de Pós-Graduação em Química Ambiental – [email protected] RESUMO O ambiente está relacionado ao índice de qualidade do ar e características dos poluentes. O smog está associado com a queda de desempenho e problemas de saúde. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura em relação a exposição ao smog e prática de exercícios. Para tanto foi feita uma busca nas bases de dados PubMed e Scielo e no Portal de Periódicos Capes. Os estudos foram selecionados pela análise de títulos, resumos e artigos completos. No total foram encontrados 40 estudos relacionados ao tema. Após adoção dos critérios de exclusão, quatro estudos fizeram parte da análise crítica do conteúdo. Conclui-se que a prática de exercícios em vias de tráfego intenso ou em ambientes poluídos pode acarretar alterações imunológicas e modificações na função pulmonar. Apesar das tentativas em se reduzir os níveis dos contaminantes ambientais, estes estão ocorrendo em larga escala e proporcionando prejuízos em vários aspectos da saúde humana. Palavras-chave: Smog; Exercício; Doenças Respiratórias; Neutrófilos. 280 FEEDBACK POSITIVO DE COMPARAÇÃO SOCIAL MELHORA A APRENDIZAGEM DO LANCE LIVRE DO BASQUETE EM CRIANÇAS GISELE SEVERO GONÇALVES1; PRISCILA CARDOZO2; SUZETE CHIVIACOWSKY³ 1 Nome da Instituição do Autor 1 – e-mail do autor 1 Nome da Instituição do(s) Co-Autor(es) – e-mail do autor 2 (se houver) 3 Nome da Instituição do Orientador – e-mail do orientador 2 INTRODUÇÃO: O feedback como função motivacional tem recebido considerável atenção na última década, com uma série de estudos sugerindo que o fornecimento de informações positivas influencia não somente a motivação dos indivíduos, mas também a aprendizagem motora. O presente estudo investigou os efeitos do feedback positivo de comparação social na aprendizagem de uma tarefa de arremesso de lance livre do basquetebol em crianças. METODOLOGIA: A tarefa envolveu realizar arremessos de lance livre do basquetebol a uma distância de 3 metros da tabela. Vinte e seis participantes foram aleatoriamente designados para dois grupos experimentais: feedback positivo de comparação social e controle. Ao final de cada bloco de 10 tentativas de prática ambos os grupos receberam feedback verídico referente à pontuação alcançada no referido bloco. Em adição, os participantes do grupo feedback positivo de comparação social foram informados que seus escores foram superiores à média dos escores (falsos) de outros participantes com a mesma idade e sexo. Vinte e quatro horas após, foi realizado teste de retenção e transferência (distância de 4 metros da tabela) com 10 tentativas cada, sem fornecimento de feedback. O Questionário de Motivação Intrínseca (IMI) foi aplicado após a prática e anteriormente a retenção. RESULTADOS: O grupo feedback positivo de comparação social apresentou melhores escores de arremesso na transferência comparado ao grupo controle, além de reportar maior competência percebida, esforço/importância e persistência na tarefa. Outras diferenças não foram encontradas. Tais resultados evidenciam que o feedback positivo de comparação social beneficia a aprendizagem motora em crianças. 281 CONCLUSÕES: Sugere-se a realização de estudos que investiguem a interação do feedback de comparação social com outros fatores, em grupos com e sem experiência na tarefa utilizada no presente estudo, como também em outros tipos de tarefas e contextos. PALAVRAS-CHAVE: motivação; basquetebol; crianças. 282 FOCO EXTERNO DE ATENÇÃO MELHORA A APRENDIZAGEM DA PIRUETA DO BALÉ CLÁSSICO EM BAILARINAS INICIANTES MARIANA TEIXEIRA DA SILVA1; HELENA THOFEHRN LESSA2; SUZETE CHIVIACOWSKY3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Estudos na área da aprendizagem motora mostram que o foco de atenção externo (direcionamento da atenção para os efeitos do movimento no ambiente) é mais benéfico para aprendizagem de habilidades motoras quando comparado ao foco de atenção interno (direcionamento da atenção para movimentos corporais). Os benefícios decorrentes da utilização do foco externo são mais consistentes na população adulta, enquanto na população infantil percebe-se a existência de poucos estudos analisando os efeitos dessa variável. O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito da indução de diferentes tipos de foco de atenção na aprendizagem da pirueta en dehors em retiré passé de quarta posição do balé clássico em bailarinas iniciantes. METODOLOGIA: As participantes, com média de idade de 9,47±0,77 anos, foram divididas em dois grupos – foco externo e foco interno – e praticaram 15 tentativas da pirueta. Após 48h realizaram testes de retenção e transferência. As subescalas de competência percebida e esforço/importância do questionário Intrinsic Motivation Inventory (IMI) foram aplicadas, além de perguntas de caráter aberto buscando identificar os pensamentos das crianças enquanto praticavam a tarefa. RESULTADOS: O grupo foco externo apresentou desempenho superior ao grupo foco interno na fase de prática, assim como melhor aprendizagem nas fases de retenção e transferência. Os resultados dos questionários indicam a influência de fatores motivacionais relacionados às instruções fornecidas. CONCLUSÕES: Instruções induzindo um foco externo de atenção podem impactar o processo de ensino-aprendizagem das crianças, fazendo com que se sintam mais motivadas a persistirem na prática da tarefa, principalmente tratando-se da aprendizagem de tarefas complexas, como a pirueta do balé. Ressalta-se a importância do presente estudo para os professores de balé clássico, para que estes possam intervir de maneira mais específica e eficiente em suas aulas. PALAVRAS-CHAVE: Criança; atenção; motivação. 283 FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO DURANTE EXERCÍCIO DE HIDROGINÁSTICA REALIZADO COM E SEM EQUIPAMENTOS FLUTUANTES E RESISTIDOS POR MULHERES IDOSAS ROCHELE B. PINHEIRO1; GABRIELA N. NUNES2; DOUGLAS G. S. RAU3; STEPHANIE S. PINTO4; ADRIANA S. CAVALLI5; CRISTINE L. ALBERTON6 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 6 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: A hidroginástica é uma modalidade de exercício benéfica aos idosos devido a combinação das propriedades físicas da água flutuabilidade e força de arrasto, que permitem a realização de exercícios que não poderiam ser executados em ambiente terrestre. Dessa forma, o objetivo do estudo é analisar a força de reação do solo vertical (Fz) durante a corrida estacionária com e sem equipamentos flutuantes e resistidos em diferentes cadências por mulheres idosas. METODOLOGIA: O estudo foi composto por dezenove mulheres idosas com idade entre 65 e 75 anos. O protocolo consistiu na execução da corrida estacionária no meio aquático com flexão e extensão de cotovelos nas situações sem equipamentos, com equipamentos flutuantes e com equipamentos resistidos, nas cadências de 80bpm, 100bpm e máxima. Para cada situação, foram realizadas 15 repetições, com intervalos de 5min, em ordem aleatória. A Fz do membro inferior direito foi avaliada através de plataforma de força subaquática. RESULTADOS: O uso de equipamentos flutuantes apresentou menores respostas do pico da Fz que o uso de equipamentos resistidos ou sem uso de equipamentos (p<0,05). A cadência de 80bpm resultou em menores valores de Fz (P<0,05) comparada com as maiores intensidades (Tabela 1). 284 FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E TREINADOR DE FUTEBOL PROFISSIONAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CURRÍCULO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA-FURG LUCAS COSTA LINCK1; PROF. DR. LUIZ FELIPE ALCANTARA HECKTHEUR2 1 Universidade Federal do Rio Grande – [email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande – [email protected] RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo identificar de que maneira a formação inicial em Educação Física pode contribuir para o desempenho da profissão de treinador de futebol profissional, buscando evidenciar também, aspectos que cercam esta profissão. Para isso, foi analisado o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do curso de Educação Física – Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, buscando explanar as interlocuções existentes entre o PPC analisado e as aptidões entendidas como necessárias para o exercício da profissão de treinador. Foi visto que o currículo analisado pretende formar um professor que pratique a docência de uma maneira indissociável podendo exercê-la nas diversas áreas em que a Educação Física se faz presente. PALAVRAS-CHAVE: treinador de futebol; currículo; educação física, formação inicial 285 GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA RAUL VICTORIA¹; JOSÉ ALBERTO COUTINHO DA SILVA²; JOSE FRANCISCO GOMES SCHILD³; 1ESEF-UFPel - [email protected] 2ESEF-UFPel – [email protected] 3ESEF-UFPel - [email protected] INTRODUÇÃO: Este trabalho apresenta a proposta de realização de oficinas interdisciplinares envolvendo o tema gênero e sexualidade na escola. Estas oficinas foram planejadas e estão sendo executadas no âmbito do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que se desenvolve em uma escola pública da rede estadual de ensino. Muitas escolas públicas enfrentam problemas relacionados à iniciação sexual precoce e, como consequência, à gravidez precoce. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, uma descrição e uma análise das atividades propostas e da sua metodologia, desenvolvidas a partir de anotações realizadas em “diário de campo” e do documento elaborado para orientar o projeto interdisciplinar em uma escola de ensino médio da rede pública estadual do RS. Na elaboração do plano de execução das oficinas propôs-se utilizar os cinco passos que formam a didática da Pedagogia Histórico- Crítica estruturados por GASPERIM ( 2005). RESULTADOS: As oficinas têm o objetivo de produzir e sistematizar conhecimentos e orientar os alunos do Ensino Médio para evitar a gravidez precoce, conscientizar sobre possíveis dificuldades enfrentadas pelo pai e pela mãe nesta situação, procurando orienta-los dos riscos. CONCLUSÕES: O tema gênero sexualidade é um desses assuntos escondidos, pouco falado nas escolas e, por ser pouco debatido, torna-se importante disseminar-se e orientar os alunos 286 sobre os fatores de riscos associados à falta de cuidados, especialmente, quando o jovem começa a sua vida sexual. Sobretudo, através de um trabalho de desconstrução de estereótipos, por meio das oficinas propostas, busca-se levar informação às crianças e adolescentes sobre gênero e sexualidade, para uma melhor prevenção, uma vida sexual saudável e um convívio em sociedade respeitando as diferenças de cada um PALAVRAS-CHAVE: Gênero, Sexualidade, Escola. 287 IMC DOS PAIS E TEMPO DE TELA COMO PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME METABÓLICA NÃO INVASIVA DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO ANELISE GAYA1, SUSANA VALE2, LUISA AIRES2, LARISSA FLORES2, JÚLIO MELLO2, ADROALDO GAYA2 E JORGE MOTA3 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 2 Universidade do Porto, Portugal; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto Universitário da Maia/CIAFEL – [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 3 Universidade do Porto, Portugal - [email protected] INTRODUÇÃO: considerando a importância dos níveis de aptidão aeróbica e perímetro da cintura como um dos principais fatores de risco ao desenvolvimento das doenças cardiometabólicas e ainda a recente proposta realizada por um grupo de pesquisadores de que estes fatores devem ser considerados como risco devido a sua elevada ocorrência nesta faixa etária; nosso estudo dispõe-se a estudar os principais preditores associados a recente proposta de síndrome metabólica não-invasiva. METODOLOGIA: estudo transversal constituído por 226 adolescentes do sexo feminino selecionadas por conveniência na área do grande Porto. As variáveis aptidão cardiorrespiratória (APCR), força de membros superiores (extensão de braço) e perímetro da cintura (PC) foram avaliadas na escola por um grupo de pesquisadores treinados e o estilo de vida por meio de um questionário adaptado a população em estudo. A síndrome metabólica (SM) não invasiva é constituída pelas variáveis APCR, altura e PC de acordo com o proposto recentemente em literatura internacional. RESULTADOS: Identificamos que os principais fatores associados com a variância da síndrome metabólica não invasiva das jovens foi: tempo de tela (B=0,35; IC: 0,12;0,58) e IMC dos pais (B=0,04; IC:0,01;0,08) explicando aproximadamente 22% da alteração da síndrome metabólica. As variáveis relacionadas com a atividade física não apresentaram associação, assim como o peso do nascimento e o transporte ativo quando ajustados ao tempo de tela e IMC dos pais. 288 CONCLUSÕES: Percebe-se a importância de se considerar aqueles fatores de risco para as doenças cardiometabólicas que prevalecem na infância e adolescência. A partir dai verifica-se que os indicadores das atividades sedentárias e o estilo de vida dos pais devem ser considerados como preditores às doenças cardiometabólicas quando avaliados na infância e adolescência. PALAVRAS CHAVE: Sedentarismo, composição corporal, Índice de Massa Corporal, jovens 289 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA ESCOLA: A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO PARA A “NÃO VIOLENCIA” CAMILA NORMEY DE MELLO1; MAXIMIANO MONTEIRO LEMOS2; LEON FLORES CIBEIRA NOME3; WAGNER SIAS RATUNDE4; VINICIUS DE MORAES CALDERIPE5; GISELE SEVERO GONÇALVES6; MARIANA TEIXEIRA DA SILVA6; ARIANE DIAS PUCCINELLI7; MARIANGELA DA ROSA AFONSO8 1 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 3 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 4 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 5 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 6 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 7 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL 8 Universidade Federal de Pelotas/UFPEL – [email protected] O objetivo deste trabalho é apresentar a oficina interdisciplinar realizada em escola estadual em 2014. Esta oficina foi denominada, “Eu Curto Jogar sem Violência”, cujo foco era resgatar e enfatizar, através da prática do esporte a importância da Não Violência. Todos os bolsistas compartilharam suas experiências, bem como os supervisores da Escola. O primeiro grupo trouxe um filme para a discussão do aspecto violência; o segundo grupo foi responsável pela criação do logotipo “Eu Curto Jogar sem Violência”, o qual deu o nome a esta oficina; e o terceiro grupo organizou toda a divulgação e estratégias que envolvem toda a realização do evento. A oficina teve duração de três dias, com grande participação e adesão de aproximadamente duzentos alunos, e estes foram divididos nas equipes de futebol feminino, e masculino. Houve ainda a participação da equipe gestora, e sem dúvida foram despertados os valores como solidariedade, lealdade, justiça e responsabilidade. Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Violência; Jogo INDUZIR A CONCEPÇÃO DE CAPACIDADE MALEÁVEL MELHORA A APRENDIZAGEM MOTORA DE CRIANÇAS INDEPENDENTE DO NÍVEL DE EXPERIÊNCIA NA DANÇA 290 NATÁLIA MAASS HARTER1, PRISCILA CARDOZO2, SUZETE CHIVIACOWSKY3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas - [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Fatores motivacionais, como as concepções de capacidade, têm recebido recentemente considerável atenção em pesquisas na área da aprendizagem motora. Concepções de capacidade são utilizadas para descrever os sistemas de crenças dos indivíduos quanto a sua capacidade para realizar determinada tarefa, podendo ser divididas em concepção de capacidade fixa e concepção de capacidade maleável. Estudos têm demonstrado que estas diferentes concepções influenciam o desempenho e a aprendizagem motora, principalmente em adultos. O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos de diferentes induções de concepções de capacidade na aprendizagem da pirueta do ballet clássico em crianças com e sem experiência em dança. METODOLOGIA: Anteriormente a prática, os participantes, com e sem experiência em dança, foram induzidos a diferentes concepções através das instruções fornecidas e distribuídos em quatro grupos: concepção de capacidade maleável com e sem experiência (CME; CMS) e concepção de capacidade fixa com e sem experiência (CFE; CFS). Todos realizaram 15 tentativas na fase prática e, 48 horas após, realizaram o teste de retenção e transferência (pirueta para o lado esquerdo), ambos envolvendo cinco tentativas para cada fase, sem indução sobre as concepções e sem feedback. RESULTADOS: Os grupos CME e CMS foram significativamente melhores na transferência comparados aos grupos CFE e CFS, independente do nível de experiência. CONCLUSÕES: Tais resultados demonstram os benefícios da concepção de capacidade maleável e adicionam à literatura científica maior esclarecimento dessa variável sóciocognitiva-afetivo e motora que influencia o desempenho e a aprendizagem motora. PALAVRAS-CHAVE: Dança; Habilidade Motora; Transferência. 291 LESÕES EM CICLISTAS Elaine Tonini Ferreira1 e Volmar Geraldo da Silva Nunes2 1 LEPEMA/ESEF/UFPel - [email protected] 2 LEPEMA/ESEF/UFPel - [email protected] INTRODUÇÃO: Ciclismo é um dos exercícios físicos mais tradicionais, tanto no caráter competitivo com na forma de lazer. Por caracterizar-se pela repetição contínua e prolongada de revoluções ao pedal; um ajuste inadequado dos componentes da bicicleta, ou desequilíbrio muscular ou erro no treinamento, tem-se a possibilidade de desencadear dor ou desconforto ou até mesmo lesão. Qualquer que seja a lesão, ela vem acompanhada por custos físicos, emocionais e econômicos, que são inevitáveis, bem como a perda de tempo e da função normal. O objetivo do estudo foi analisar as lesões em ciclistas. METODOLOGIA: Amostra constituiu-se de 25 pilotos que disputam o Campeonato Zona Sul de Ciclismo e de Mountain Bike. O instrumento que caracterizou as lesões utilizou técnica de inquirição, adaptado para a modalidade do ciclismo. Os dados foram analisados pela estatística descritiva. RESULTADOS: Obtiveram-se os seguintes resultados: 66,7% dos atletas possuem mais de 6 anos de prática do ciclismo e em competições oficiais, 50% pedalam três vezes por semana, 33,3% treinam em média 3 horas/dia e têm 1 dias de folga/semana, 100% praticam as modalidades de Speed e Mountain Bike, 33,3% dos atletas sofreram lesões, 75% durante o treinamento, 33,3% tiveram fratura e lesão na panturrilha, utilizaram cuidados médicos e medicamentosos por 4 semanas, ficando afastados do treinamento/competição por 1 mês, 33,3% mencionaram após o retorno sentem desconforto no local da lesão, estavam inseguros para retornar aos treinamentos, 33,3% disseram que não sofreram nova lesão no mesmo local após tratamento, 66,7% localizaram dor/desconforto nas regiões lombar e 16,7% sentem dor/desconforto durante o treino/competição. CONCLUSÕES: A maior incidência de lesões em ciclistas foi observada na panturrilha. Relação ao segmento corporal lesionado obteve-se maior número fratura nas pernas e ao tipo 292 de atividade executada no momento da lesão foi observada com maior frequência a prática de treino. PALAVRAS-CHAVE: Lesões, Ciclistas, Fraturas. 293 LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONCEITOS E ATITUDES DOCENTES CATIÚCIA A S DA ROCHA1; CHARLES B FARIAS2; FABRÍCIO B DEL VECCHIO3 1 Escola Superior de Educação Física-UFPel – [email protected] Escola Superior de Educação Física-UFPel – [email protected] 31 Escola Superior de Educação Física-UFPel – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Lutas, Artes Marciais e Modalidades Esportivas de Combate (LAMEC) estão inseridas como conteúdos da Educação Física Escolar (EFE). O objetivo do presente estudo foi verificar conhecimento e aplicabilidade do conteúdo de LAMEC dos professores da rede de ensino da cidade de Pelotas-RS. METODOLOGIA: O estudo é caracterizado como observacional transversal. Participaram do estudo 132 professores de EFE da cidade de Pelotas-RS. Os docentes foram convidados a preencher questionário previamente validado, que aborda questões sobre conhecimento e utilização das LAMEC em suas aulas. Os dados são apresentados na forma tabular e gráfica. Empregou-se média±desvio padrão (dp) e frequência relativa na apresentação dos dados. RESULTADOS: Dentre os entrevistados, 53% eram do sexo feminino e 47% do sexo masculino, a faixa etária foi de 35,5±9,6 anos, e o tempo de experiência foi de 10,2±8,2 anos. A carga horária semanal foi de 30,3±11 horas, sendo que 15,2% eram docentes exclusivamente da rede privada de ensino. Do total, 38,3% indicaram que não há diferenças entre os termos Lutas, Artes Marciais e Esportes de Combate e, apesar de apenas 15,2% indicar que LAMEC não serão adequadas para a EFE, 67,4% apontaram não desenvolver este conteúdo em suas aulas. Quanto aos conhecimentos específicos, apenas 12,8% soube indicar o percentual aproximado de medalhas distribuídas para LAMEC nos Jogos Olímpicos, e o mesmo percentual soube indicar quais modalidades são presentes nos Jogos Olímpicos. CONCLUSÕES: Percentual reduzido de docentes de Pelotas/RS: (i) sabe a diferença entre Lutas, Artes Marciais e Modalidades Esportivas de Combate, (ii) desenvolve este conteúdo 294 em suas aulas e (iii) tem conhecimentos específicos da temática. No entanto, percentual elevado indica que é possível o desenvolvimento deste conteúdo na EFE. PALAVRAS-CHAVE: Artes Marciais, Educação Física e Treinamento, Docentes. 295 METODOLOGIAS PARA O ENSINO DOS ESPORTES COLETIVOS UTILIZADAS DURANTE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO DE 6º AO 9º ANO ESEF/ UFPEL PATRICIA MACHADO DA SILVA1; MÁRIO RENATO DE AZEVEDO JÚNIOR3 1 ESEF-UFPel 1 – [email protected] 1 3 ESEF-UFPel – [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo foi identificar as metodologias de ensino utilizadas na iniciação aos esportes coletivos, por estudantes de licenciatura em Educação Física durante o estágio supervisionado. A presente investigação envolveu a análise do trabalho pedagógico de 24 estudantes do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Os resultados mostraram que as principais metodologias utilizadas foram a analítica e a pré-desportiva. Das 533 atividades, em 233 (42,1%) delas os alunos optaram pela utilização de jogos. Um número levemente superior, comparado as metodologias tradicionais, que compreenderam 185 (33,3%) das atividades. O estudo aponta para uma mudança na prática pedagógica dos futuros professores de Educação Física. Entretanto, outras iniciativas devem ser tomadas, com o propósito de garantir a formação didático-metodológica dos discentes. Palavras-chave: metodologia. formação inicial. educação física. 296 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR VANILSON BATISTA LEMES1; ADROALDO GAYA2; RODRIGO MOREIRA3; ANELISE REIS GAYA4 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - PROESP–Br - E-mail:[email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – PROESP-Br. 3 Universidade Luterana do Brasil – ULBRA-SJ – Curso de educação física. 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul -PROESP-Br - E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO: Estudos com a proposta de analisar diferentes modelos de aula de educação física escolar (EFI) tem se tornado relevantes na perspectiva de propormos estratégias para aulas mais ativas. Objetivo: Descrever e comparar os níveis de atividade física (AF) de dois modelos de aulas de EFI escolar. METODOLOGIA: Pesquisa avaliativa somativa com 19 escolares (10♂; 9♀) de uma escola do RS. Avaliou-se dois modelos diferenciados de aula de EFI com os mesmos escolares. As duas aulas tinham como objetivo o ensino dos fundamentos gerais dos esportes coletivos. A aula um foi realizada com uma formação de filas e estafetas e na aula dois os fundamentos foram trabalhados em forma de circuito e jogo. Os níveis de AF (número de passos por minuto = NP/min) foram avaliados com a utilização de pedômetros. Descreveu-se a média do NP/min de cada aula e a ocorrência de escolares que cumpriram com o NP/min (>60 = suficiente, <60 = insuficiente). A comparação dos valores médios entre as aulas foi realizada através do Teste T de Medidas Repetidas e a análise da ocorrência de níveis de AF adequados através de estatística descritiva. RESULTADOS: Os valores médios dos níveis de AF da aula dois foram superiores àqueles observados na aula um (aula 2: 58,05±13,34 vs. aula 1: 32,72±7,84; t=-6,87; p<0,001). Na aula dois, 60% dos estudantes cumpriram com os padrões mínimos de NP/min, enquanto na aula um a ocorrência de escolares no padrão considerável saudável foi nula. CONCLUSÕES: Aula realizada com formação em circuito e jogos foi mais efetiva cumprindo com os padrões mínimos recomendados de atividade física relacionados à saúde. 297 PALAVRAS-CHAVE: Atividade física. Habilidades motoras. Jogo. Saúde 298 O CORPO E MOVIMENTO NA ESCOLA SAMANTHA DE SOUZA GUTERRES1; AGNÊS PEREIRA MENDES2; VERIDIANA DE FREITAS MATTOSO3; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ4 Federal de Pelotas – [email protected] Federal de Pelotas – [email protected] 3Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 1Universidade 2Universidade INTRODUÇÃO: O presente trabalho foi realizado com o intuito de relatar uma experiência dos bolsistas do curso de licenciatura em Educação Física da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF-UFPEL), do PIBID- Programa Institucional de bolsa de Iniciação a Docência, em uma oficina que compõe o projeto interdisciplinar realizado na Escola Municipal Núcleo Habitacional Dunas, situada no bairro Dunas da cidade de Pelotas, RS. A oficina foi realizada com duas turmas de 4º anos no turno da manhã, e teve como objetivo estimular diferentes aprendizagens de forma lúdica, desenvolvendo assim a consciência corporal nas crianças, promovendo momentos de entrosamento entre as turmas na escola e valorizando as diferentes formas de expressões e manifestações culturais. METODOLOGIA: O processo de construção das oficinas foi realizado a partir da divisão de grupos entre os bolsistas interdisciplinarmente. As atividades continham ações de expressão corporal (brincadeiras, atividades de equilíbrio; noções de espaço; lateralidade;). Primeiramente houve uma apresentação dos bolsistas e dos alunos, após foram desenvolvidas oito atividades no decorrer da oficina que incluíam espontaneidade, confiança, inclusão, cooperação e competitividade. RESULTADOS: Inicialmente os alunos mostraram-se pouco participativos e encabulados, mas posteriormente passaram a interagir entre si e com os bolsistas demonstrando maior interesse. Em decorrência da grande agitação e dispersão dos alunos, algumas atividades tiveram que ser aceleradas com a intenção de melhorar o andamento da oficina. Todas as atividades foram compreendidas pelos alunos que realizaram tudo o que foi proposto até o término de cada atividade. CONCLUSÕES: Pode se concluir que os resultados de modo geral foram satisfatórios para os bolsistas que conseguiram atingir os objetivos do que foi proposto e para os alunos que 299 demonstraram suas opiniões sobre a oficina através de uma avaliação escrita proposta pela professora em sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: Escola; Corpo; Movimento; Prática Pedagógica. 300 O IMPACTO DO PIBID NAS PRATICAS ACADEMICAS NA PERSPECTIVA DOS BOLSISTAS DO SUBPROJETO EDUCAÇÃO FÍSICA SÉRIES INICIAIS Maiara Scheila Freitas Santos1; Lucélia Regina Barbosa Da Silva2; Vanessa De Lima Nunes3; Pedro De Carvalho Santos4; Luiz Fernando Camargo Veronez5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 1 2 . RESUMO Trata-se de um estudo realizado no âmbito do subprojeto do Curso de Licenciatura em Educação Física da ESEF-UFPEL séries iniciais. O objetivo é o de verificar se o PIBID contribui efetivamente para a formação acadêmica dos bolsistas participantes do programa. Caracteriza-se por ser descritivo, em que a coleta de dados ocorreu por meio de entrevista. Destacaram-se 3 principais contribuições do PIBID para a formação: aproximação com a realidade escolar; prática pedagógica e iniciação científica. Concluiu-se que o PIBID pode contribuir no avanço das dificuldades encontradas ao longo do curso de graduação e já apontam contribuições no desenvolvimento individual e acadêmico durante a participação no projeto. Palavras-chaves: Educação, Formação, PIBID 301 O QUE E COMO APRENDEM OS ESTUDANTES DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PARTICULAR DE PELOTAS MYRIANE ROSA DA ROSA1; MARIÂNGELA DA ROSA AFONSO2; RENATO SIQUEIRA ROCHEFORT3 1 Mestranda da ESEF/UFPel – [email protected] 2 ESEF/UFPel – [email protected] 3 ESEF/UFPel – [email protected] RESUMO: Esta pesquisa objetivou identificar e analisar as aprendizagens obtidas nas aulas de Educação Física (EF) pelos estudantes das séries finais do ensino fundamental destas escolas. Para o estudo foram sorteadas 5 escolas e 5 estudantes em cada uma, totalizando 25. Realizaram-se observações das aulas nas turmas participantes, após uma entrevista com cada aluno sorteado perguntando-lhes o que e como aprendiam e as dificuldades e facilidades encontradas nas aulas de EF. Os resultados mostraram que o conteúdo mais ensinado são os esportes, a explicação e demonstração foram as formas utilizadas pelos professores para ensinar estes conteúdos. As maiores dificuldades foram não conseguir realizar as tarefas e o fator que facilitou a aprendizagem foi a boa explicação dos professores. Portanto, percebeu-se a hegemonia esportiva nas escolas particulares e consideramos ser importante realizar mais estudos sobre aprendizagem nas aulas de EF, já que poucos envolvem esta temática. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física, escola, aprendizagem. 302 O SLACKLINE NO CONTEXTO DAS OFICINAS DE ARÉA DO PIBIDESEF/UFPEL EM UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE PELOTAS/RS ARIANE DIAS PUCCINELLI1; MARIANA TEIXEIRA DA SILVA2; GISELE SEVERO GONÇALVES3; SINVAL MARTINS FARINA4; VINICIUS GUADALUPE BARCELOS OLIVEIRA5; CAMILA NORMEY DE MELLO6; MARIÂNGELA DA ROSA AFONSO7. 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de pelotas – [email protected] 5 Universidade Federal de Pelotas- [email protected] 6 Universidade Federal de Pelotas- [email protected] 7 Universidade Federal de Pelotas- [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Entre as diversas funções de um aluno do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), concentram-se atividades específicas disciplinares fundamentais ao processo de ensino e aprendizagem, além que estão previstas no projeto institucional do PIBID a elaboração de oficinas de área. Dentro deste cenário a proposta dos bolsistas do Curso de Educação Física foi à realização de uma oficina a fim de proporcionar práticas diferenciadas aos alunos. O objetivo deste trabalho é apresentar uma ação realizada dentro do semestre 2015- 1 na escola Ginásio do Areal pelos bolsistas da Educação Física. METODOLOGIA: O presente trabalho apresenta-se como um relato de experiência de uma ação realizada dentro do programa PIBID no contexto de uma escola estadual da cidade de Pelotas / RS. As estratégias envolveram o planejamento de atividades que foi realizado pelos bolsistas com o supervisor da escola, e a ação propriamente dita que envolveu uma prática de slackline com 70 alunos do turno da tarde em um espaço alternativo da escola. RESULTADOS: Evidenciou-se que o trabalho desta atividade teve ótima aceitação por parte dos alunos e isto pode estar relacionado ao fato de a prática ser completamente inovadora para eles. O slackline é uma prática que pode auxiliar na motivação de alunos para participarem de aulas de Educação Física na escola, tendo em vista as características desafiadora e inovadora dessa atividade. CONCLUSÕES: Concluímos que o presente trabalho proporcionou uma prática diferenciada das demais vivenciadas pelos alunos no contexto das aulas de Educação física, além de proporcionar aos bolsistas um maior contato com a pluralidade cultural, física, social que 303 estão presentes dentro da escola. A realização de oficinas surge como um espaço de formação para os futuros professores, e vem de encontro, aos grandes eixos formativos do PIBID. PALAVRAS-CHAVE: Pibid; escola; oficinas; slackline; formação. 304 OCORRÊNCIA DE SOBREPESO, OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES BRUNA GÓIS SOARES DE ALMEIDA1; ANELISE R GAYA, ARIELI DIAS, PRISCILLA SPINDOLA DE AGUIAR2; ADROALDO CEZAR ARAÚJO GAYA3 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul- [email protected]; [email protected]; [email protected]; 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – [email protected] INTRODUÇÃO: A prevalência de excesso de peso na população de crianças e jovens atinge níveis elevados e segue crescendo, principalmente, nos últimos anos. Durante muito tempo acreditou-se que o excesso de peso estava diretamente associado ao sedentarismo e que uma das formas de minimizar este problema seria aumentando os níveis de atividade física. Hoje, no entanto, há evidencias em publicações recentes que sugerem o contrário. Neste sentido o presente trabalho tem como principais objetivos: (1) descrever a ocorrência sobrepeso e obesidade em adolescentes de 14 a 18 anos de idade e; (2) verificar se há associação entre excesso de peso e níveis de atividade física (AF). METODOLOGIA: Este estudo de associação com abordagem quantitativa tem amostra aleatória com 176 estudantes (71 meninos e 105 meninas) de 10 escolas estaduais de ensino médio da cidade de Passo Fundo-RS. Os níveis de AF foram avaliados através de pedômetros e categorizados em zona de risco á saúde e zona saudável. Para descrever a ocorrência de sobrepeso e obesidade utilizou-se valores em percentuais e para avaliar o grau de associação das variáveis foi utilizado o teste Qui-quadrado. Todas as análises foram realizadas no software SPSS 20 considerando α = 0.05. 305 RESULTADOS: Os resultados obtidos foram: (1) 23,5% dos meninos e 24% das meninas apresentaram sobrepeso e 8,8% dos meninos e 6,9% das meninas apresentaram obesidade; (2) 65,2% dos meninos e 63,8% das meninas não atingiram o numero de passos diários recomendados (zona de risco); (3) não houve associação estatisticamente significativa entre número de passos e a ocorrência de sobrepeso e obesidade. CONCLUSÕES: Conclui-se que os escolares do ensino médio apresentam elevada ocorrência de sobrepeso e obesidade, e que esta não está associada ao sexo e a prática de atividade física. Palavras-chave: Escolares, sobrepeso e obesidade, atividade física. 306 OFICINA MUSICAL: O PIBID E AS TRIBOS DA ESCOLA ESTADUAL DR. ANTÔNIO LEIVAS LEITE Agnês Pereira Mendes1, Aluizio Machado Cardoso2, Gabriel Soares Vieira3, Marília Dias Treicha4, Prof. Dr. Flávio Medeiros Pereira5 11Universidade Federal de Pelotas – Acadêmica; [email protected] 2Universidade Federal de Pelotas – Acadêmico; [email protected] 3Universidade Federal de Pelotas – Acadêmico; [email protected] 4Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Antônio Leivas Leite, Professora – [email protected] 5Universidade Federal de Pelotas, Prof. Titular Departamento de Ginástica e Saúde; [email protected] . INTRODUÇÃO: O grupo do projeto interdisciplinar do programa PIBID utilizou como tema para o desenvolvimento da oficina “Tribos Musicais” acessibilidade à informação, conhecimento científico, cultura e lazer através do uso da música como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade, diagnosticadas a partir das observações de alguns professores quanto à dificuldade dos alunos de Ensino Médio e no seminário integrado da escola Doutor Antônio Leivas Leite. A primeira oficina foi realizada na sala de vídeo da escola e os procedimentos didáticos adotados dividiram-se em cinco etapas. Objetivou-se romper com a visão etnocêntrica, valorizar e respeitar as diferenças e alimentar o espírito de coletividade, além de ampliar os horizontes culturais e musicais dos alunos. METODOLOGIA: Apresentou-se a proposta da oficina “Tribos Musicais” para os alunos onde se gruparam de acordo com o estilo musical a que pertenciam. Identificaram e criaram elementos que representasse seu estilo utilizando giz de cera e transpassaram para a lixa, com o auxilio do ferro elétrico e um tecido de algodão onde criaram a marca da sua tribo e organizaram um espaço que caracterizasse a “tribo” escolhida. Foi feita uma roda de conversa onde cada aluno pode expressar suas opiniões no intuito de identificar pontos positivos e negativos da oficina. 307 RESULTADOS: O resultado foi positivo, houve a identificação dos estilos por parte dos alunos, algumas barreiras foram rompidas de forma a promover interação entre eles, troca de conhecimento e uma forma alternativa de trabalhar com as diferentes tribos musicais que convivem nesse espaço escolar. CONCLUSÕES: A oficina apresentou grande aceitação por parte dos alunos, que demonstraram animação e envolvimento durante a prática. Sugere-se que com a mesma metodologia estudos similares sejam realizados em outras instituições, com outros níveis de ensino, outros estilos e outras tribos. PALAVRAS-CHAVE: Música, Tribos, Acessibilidade, Ensino Médio. 308 OLIMPETS: PROMOVENDO MOTIVAÇÃO E LAZER AO TRABALHO INTERDISCIPLINAR Amanda Ricardo Mendes1; Luiever Pedroso Domingues 2; Tiago Silva dos Santos²; Marcelo Cozzensa da Silva³ 1 Universidade Federal de Pelortas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] ² Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Atividades recreativas podem contribuir na interdisciplinaridade e integração em grupos agindo como mediadoras de avanços para um ambiente prazeroso, capaz de desenvolver a criatividade e dinâmica para um melhor funcionamento em sociedade. Nessa perspectiva, o Programa de Educação Tutorial da Escola Superior de Educação Física (PET-ESEF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) percebeu a necessidade de estimular a relação interpessoal entre os integrantes dos grupos PET das demais unidades, criando o I OLIMPETS. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência desse evento na socialização entre os grupos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo transversal de caráter quali-quanti, com alunos e tutores dos grupos PET-UFPel participantes da primeira edição do OLIMPETS. Os dados foram obtidos via questionário disponibilizado em plataforma digital. Para mensuração dos resultados foi utilizada a escala de Likert, além de opções de múltipla escolha e perguntas abertas. RESULTADOS: Entre os participantes, 82,7% relataram que buscar melhor integração entre os grupos PET foi o principal fator que os motivou a estarem presentes. Quanto ao interesse em participação pré-evento, 43,5% dos indivíduos classificaram-se como muito motivados, sendo que durante o evento observou-se um acréscimo na motivação para 65,2%. Quando 309 questionados sobre o nível de integração com os demais grupos PET’s anteriormente ao evento, 34,8% dos participantes classificaram como péssima, sendo que apenas 17,4% apontaram possuir uma ótima relação entre os grupos. Posteriormente ao evento, nenhum participante declarou péssima relação, sendo que o índice de relação ótima passou de 17,4% iniciais para 69,5% finais. Ainda, 91,3% dos participantes classificaram o evento como excelente. CONCLUSÔES: O OLIMPETS cumpriu o objetivo de estreitamento das relações interpessoais entre os integrantes dos diferentes grupos PET contribuindo para a melhoria dos trabalhos realizados conjuntamente entre os grupos, o que ajuda na consolidação e difusão da educação tutorial como prática de formação acadêmica. 310 OS JOGOS COOPERATIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL AMANDA BASÍLIO BARBOSA1; LILIANE LOCATELLI 2 1 Anhanguera de Pelotas – [email protected] 2 Anhanguera de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Os Jogos Cooperativos surgiram da preocupação com a extrema valorização do individualismo e da competição e foram criados com o propósito de promover a autoestima e desenvolver o relacionamento interpessoal positivo. O estudo buscou verificar se os Jogos Cooperativos podem influenciar nas atitudes e no relacionamento de crianças de pré-escola e se os educadores desta escola infantil têm conhecimentos nessa área. METODOLOGIA: Para o estudo foi adotada a abordagem qualitativa. Os dados foram coletados em oito aulas, sendo quatro aulas de jogos cooperativos e quatro aulas de jogos competitivos, em uma escola municipal de educação infantil da cidade de Canguçu/RS. Participaram da investigação dezessete crianças, entre cinco a seis anos de idade e quatro educadores da referida escola. Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: aplicação de oito aulas, sendo quatro de jogos competitivos e quatro de jogos cooperativos; registros em diário de campo; aplicação de questionário para os professores e avaliação das atividades através das opiniões das crianças, com o apontamento de duas “carinhas”, uma com face alegre e outra triste. RESULTADOS: A análise do diário de campo apontou que as crianças tiveram uma maior aceitação diante dos jogos cooperativos quando comparados com os jogos competitivos. Demonstraram melhorias nas atitudes e no relacionamento, como menor agressividade, menor agitação e maior participação e união. Os professores entrevistados relataram que não conheciam os jogos cooperativos. Na avaliação das crianças, fazendo o apontamento com as “carinhas”, a maioria mostrou a face feliz durante os jogos cooperativos e a face triste durante os jogos competitivos. CONCLUSÕES: O estudo forneceu indícios do valor educativo dos jogos cooperativos na formação da cidadania e da convivência social construtiva. 311 PALAVRAS-CHAVE: Jogos Cooperativos, Educação Física Escolar, Educação Infantil 312 PAINTBALL NAS AULAS DO ENSINO MÉDIO LAURA GARCIA JUNG1; PATRÍCIA DA ROSA LOUZADA DA SILVA2; FABIANA CELENTE MONTIEL3 1 EEEM Dr. Augusto Simões Lopes / ESEF - UFPel – [email protected] Instituto Federal Sul-rio-grandense, Câmpus Camaquã – patrí[email protected] 3 Instituto Federal Sul-rio-grandense, Câmpus Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: A Educação Física (EF) no ensino médio pode ser um campo delicado de atuar, não raro os jovens tendem a desvalorizar a disciplina. No entanto, explorar o plano de ensino propondo práticas diversificadas pode ser um meio de atrair e motivar os alunos a novas experiências. O Paintball é um esporte de combate, individual ou em equipe e é categorizado como esporte de aventura. Seu nome vem do inglês: paint= tinta ball= bola. O objetivo deste trabalho é descrever a prática docente que utilizou o paintball como forma de despertar o gosto pela prática da EF IFSul-Câmpus Camaquã. METODOLOGIA: O planejamento das atividades seguiu as seguintes expectativas de aprendizagem: Conceitual - discutir o esporte e apontar meios viáveis à prática; Procedimental - praticar a modalidade no espaço escolar, e Atitudinal - envolver-se e auxiliar na aquisição dos materiais. O planejamento da aula foi longo, bexigas e tintas substituíram as armas e materiais como madeiras, lonas e cordas montaram as zonas de esconderijo, denominadas trincheiras. O recurso para compra das bexigas e tintas foi arrecadado entre os alunos, os demais materiais foram emprestados do almoxarifado da escola. RESULTADOS: Os jovens mostraram interesse, mas duvidavam que com bexigas e materiais reutilizados a modalidade propiciasse algum tipo de emoção. Após a realização, a avaliação foi positiva, os alunos relataram a surpresa já que ficaram impressionados com a “estética” do espaço organizado para realização. Alguns dos relatos: “Professora, havia topado a proposta, mas capaz que pensei que iria ser assim, maravilhoso” aluno, 18 anos; “Nossa suei um monte, coração acelerado me escondendo nas trincheiras” aluna, 17 anos”. 313 CONCLUSÕES: Diariamente enquanto educadores somos desafiados e inovar pode ser um meio de qualificar a prática docente. O Paintball pode ser reaplicado em diversos contextos e utilizando inúmeros recursos adaptados. PALAVRAS-CHAVE: Educação física; Ensino médio; Paintball. 314 PATRULHA DA SAÚDE: UM DIAGNÓSTICO DA SAÚDE DOS POLICIAIS RODOVIÁRIOS FEDERAIS NA 7ª DELEGACIA DA 9ª SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/RS EDUARDO FRIO MARINS1; ARIANE GOULARTE LUÇARDO2; CHARLES BARTEL FARIAS2; MARCELO DOS SANTOS VAZ2; VICTOR SILVEIRA COSWIG2; GABRIELA BARRETO DAVID2; FABRÍCIO BOSCOLO DEL VECCHIO3 1 Universidade Federal de Pelotas– [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: O trabalho policial requer cuidados especiais à saúde. A 9ª Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (9ª SRPRF/RS) observou significativo aumento dos afastamentos funcionais por causas psiquiátricas, lesões osteomusculares e doenças respiratórias. Assim, o objetivo foi descrever o projeto Patrulha da Saúde da Polícia Rodoviária Federal (PRF). METODOLOGIA: Realizou-se estudo transversal descritivo na 7ª Delegacia da PRF da 9ªSRPRF/RS. A coleta de dados foi dividida em sete estações: 1ª – dados demográficos, socioeconômicos, de saúde e questionários específicos (IPAC-versão curta, Oswertry de dor lombar e nórdico de sintomas osteomusculares); 2ª – massa corporal, estatura, IMC, circunferência abdominal e cervical; 3ª – pressão arterial, percentual de gordura, frequência cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca e saturação de oxigênio; 4ª – medicina do tráfego; 5ª – flexibilidade, força de preensão manual e de membros inferiores; 6ª – Functional Movement Screen (FMS); 7ª – perfil do estilo de vida individual. RESULTADOS: Participaram do estudo 44 policiais da ativa (78,6% do total, 56 indivíduos) em Pelotas. Os dados apontam média etária de 40,8±7,2 anos, 3 indivíduos informaram fazer uso de tabaco e 26 de ingerir bebidas alcoólicas, sendo que a maioria o faz 1 vez na semana. Foram encontrados 2 casos de hipertensão, 1 de doença cardíaca e 1 de doença renal e 3 indivíduos indicaram não realizar atividades físicas. O IMC médio de 28,4±3,4 kg/m², circunferência abdominal de 99,2±8,6 cm e 25,4±4,9% de gordura corporal. A flexibilidade foi de 21,4±9,6 cm, a força de preensão manual de 46,6±6,7 kgf no lado direito e 43,8±6,8 kgf 315 no lado esquerdo e a força de membros inferiores foi de 125,7±22,8 kgf. A média no FMS foi de 13,8±2,5 pontos. CONCLUSÕES: Em geral, os policiais estão engajados na participação do Patrulha da Saúde, bem como interessados na situação de sua saúde. Segundo os dados apresentados, os valores estão diferentes da normalidade populacional, e devem merecer atenção. PALAVRAS-CHAVE: Polícia; saúde; atividade física. 316 PERCEPÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA JOSÉ ANTONIO BICCA RIBEIRO1; ADRIANA SCHÜLER CAVALLI2; MARIÂNGELA DA ROSA AFONSO3 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO O estudo descritivo do tipo transversal objetivou identificar a percepção da qualidade de vida (QV) de idosas praticantes de atividade física (AF) e de participantes em grupos de convivência. A amostra foi composta por 60 idosas (30 praticantes de AF), com média de idade geral de 68,13 ± 7,12 anos. Como instrumentos foram utilizados: ficha de anamnese para a caracterização sociodemográfica da amostra; WHOQOL-Bref para mensurar a QV. Na análise dos dados, optou-se pela estatística paramétrica utilizando o “t” de Student nas comparações adotando o nível de significância de 5%. Os resultados indicaram que entre os domínios do WHOQOL-Bref, as Relações Sociais foi o que apresentou maior média e o Meio-Ambiente a menor média para ambos os grupos. Pode-se concluir que mesmo havendo diferenças entre os escores dos quatro domínios da QV entre os grupos, não é possível afirmar que um grupo apresenta melhor QV do que outro. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida; idoso; atividade motora; Centros de Convivência e Lazer. 317 PRÁTICA DE LUTAS EM UMA ESCOLA DE PELOTAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA RAFAEL TURCHI¹; OTÁVIO ÁVILA PEREIRA2; GABRIELA DIEL ARRUDA²; RAFAELA CESTITO PEREIRA DA SILVA²; RAFAEL DE PAIVA DE ARMAS²; DENER BUDZIAREK DE OLIVEIRA²; MARIANGELA DA ROSA AFONSO³ 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Este trabalho teve como motivação e justificativa o diagnóstico realizado em uma escola pública de Pelotas através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID, cujo contexto violento, no qual a escola está inserida evidenciava a iniciativa de práticas educativas dessa temática. Sendo assim, a oficina de lutas desenvolveuse no ginásio utilizado pela escola para realização das aulas de Educação Física. METODOLOGIA: A oficina foi realizada pelos bolsistas do PIBID com 22 alunos do 6º ano. Através de uma contextualização e explicação sobre as lutas, modalidades de combate, briga e artes marciais os alunos ficaram mais entrosados com o tema, permitindo a melhor participação dos mesmos nas atividades que foram desenvolvidas tendo como característica principal a oposição, princípio básico das lutas. RESULTADOS: Na roda de conversa realizada após as atividades principais, os alunos afirmaram ter gostado da experiência e quando questionados sobre o interesse em trabalhar este conteúdo nas aulas de Educação Física, 21 dos 22 escolares declararam que gostariam de ter esta vivência além de mostrar insatisfação somente com a prática do futebol, conteúdo comum nas aulas de Educação Física. CONCLUSÃO: Apesar de viverem em um contexto violento os alunos conseguiram identificar a diferença entre luta e briga, ficando claro que intervenções abordando esta temática na escola têm sua importância, pois sua prática agrega princípios de respeito durante o desenvolvimento das atividades, contribuindo para que os alunos possam discriminar as 318 práticas indevidas envolvendo principalmente a violência corporal no seu dia-a-dia. Além de mostrar a necessidade de trabalhar outros conteúdos além do futebol. PALAVRAS-CHAVE: Lutas, Educação Física, Escola. 319 PRESENÇA DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PRATICANTES DE CORRIDA DE RUA PERTENCENTES A UMA ASSESSORIA TÉCNICA EM UMA CIDADE NO SUL DO BRASIL ANTÔNIO EVANHOÉ PEREIRA DE SOUZA SOBRINHO1; LEANDRO QUADROS CORRÊA2; VICTOR COSWIG3; FÁBIO BITENCOURT LEIVAS1; BIBIANA FERNANDES DE FREITAS1; ALINE SOARES EISENHARDT1; SAMORA LOHAN V. BARBOSA1; ADÍLSON GARCIA ROSA1 1 Universidade da Região da Campanha – [email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande 3 Faculdade Anhanguera de Pelotas RESUMO O objetivo do estudo foi analisar o perfil antropométrico de corredores de um grupo de corrida, além de verificar indicadores de risco cardiovascular e de saúde. Trata-se de estudo transversal descritivo, com amostra intencional onde foram avaliados 37 sujeitos de ambos os sexos. Avaliou-se altura, peso, percentual de gordura, circunferência da cintura e circunferência do quadril. A análise dos dados foi realizada no pacote estatístico Stata 12.0. As mulheres apresentaram risco nos três indicadores, 77,8% destas apresentaram risco moderado a alto verificado através da circunferência da cintura, 66,7% apresentaram risco alto pelo percentual de gordura e 44,4% apresentaram risco moderado pelo índice cintura quadril. Entre os homens 75% apresentaram risco moderado a alto pela circunferência da cintura e encontravam-se na categoria alto risco pelo percentual de gordura. Assim, verificouse que metade da amostra estudada apresentou risco cardiovascular, especialmente quando verificado pela circunferência da cintura e percentual de gordura. Palavras-chave: corrida, avaliação, doenças cardiovasculares. 320 PROCESSOS PEDAGÓGICOS NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: A PRÁTICA DO BOLSISTA DE INCIAÇÃO À DOCÊNCIA VERIDIANA MATOSO1; SAMANTHA GUTERRES2; LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ3 ESEF-UFPel – [email protected];; ESEF-UFPel – [email protected]; ESEF-UFPel –[email protected] RESUMO O presente trabalho foi realizado com o intuito de discutir os processos pedagógicos na prática dos bolsistas do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência -, no Estágio Curricular Supervisionado, especialmente na disciplina de Prática de Estágio até o 5º ano, do curso de graduação em Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Este estudo mostrou-se importante através das possibilidades de aprofundamento que é oportunizado aos envolvidos sobre os processos pedagógicos desenvolvidos nas séries inicias da escola pública e também na discussão sobre esses processos, com o intuito de melhor qualificar tarefas docentes de futuros professores de Educação Física. O programa articula a teoria e a prática oportunizando aos bolsistas experiências de processos pedagógicos que só seriam possíveis no exercício formal do trabalho docente. 321 PROFESSOR COACH: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA SESI GICELE KARINI DA CUNHA¹; LUIZA ZORZO²; JOICE WELTER RAMOS² ¹Escola de Ensino Médio SESI Eraldo Giacobbe – [email protected] ²Escola de Ensino Médio SESI Eraldo Giacobbe RESUMO A Escola de Ensino Médio SESI Eraldo Giacobbe, em Pelotas/RS, trabalha com o desenvolvimento de habilidades e competências voltadas para a formação integral dos alunos. Desta forma, surgiu a Proposta do Professor Coach, que contempla o currículo diversificado e que possui como objetivo o acompanhamento do aluno considerando os desafios escolares, tendo em vista o mundo do trabalho e os projetos pessoais. Além do acompanhamento já realizado pela escola, emergiu a necessidade de um acompanhamento mais próximo, que auxiliasse o aluno em sua trajetória escolar e na busca pela excelência acadêmica. Melhorias significativas foram evidenciadas tanto em aspectos relacionados ao desempenho escolar quanto no que tange à vida pessoal e às perspectivas profissionais de cada aluno. A proposta, apesar de estar em seu início, apresenta inequívoco potencial para auxiliar na formação integral dos estudantes e já revela alguns resultados. PALAVRAS-CHAVE: PROFESSOR COACH; ENSINO MÉDIO; CURRÍCULO. 322 PROJETO INTERDISCIPLINAR E.E.E.M. SANTA RITA - ACESSIBILIDADE NA ZONA URBANA DE PELOTAS HUGO GALVÃO MATHIAS1; FERNANDA FERNANDES BASTOS2; DÉBORA DUARTE MARTINS2; ALISSON MEDEIROS GOSMES PRESTES2; FLÁVIO MEDEIROS PEREIRA3 1 Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 2 Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 2 Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 3 Dr. Professor Titular da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: O projeto objetiva conhecer as condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e idosos na cidade de Pelotas, visando contribuir para a compreensão da problemática sobre acessibilidade na esfera da vida cotidiana da população, em específico a Escola Estadual de Ensino Médio Santa Rita (EEEMSR), criando situações para a ação consciente e crítica dos participantes. Esse projeto teve como propostas analisar o contraste que existe entre as Leis e a realidade da cidade e da população, visitar espaços públicos para observação das condições de acessibilidade, vivenciar as condições de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida diante de algumas situações cotidianas, experimentar práticas esportivas adaptadas, propiciar atividades que estimulem a utilização de sentidos como o olfato, o paladar e o tato, discutir o impacto que a mídia provoca no debate sobre acessibilidade e produzir materiais visuais sobre a temática no ambiente escolar. METODOLOGIA: Os acadêmicos das Ciências Sociais junto aos da História e Educação Física colocaram em pratica neste dia 7 uma oficina de diário de campo, onde foi falado sobre as leis e conceitos de acessibilidade e mobilidade com suas principais diferenças, e foi feita uma visitação nas dependências do campus da Escola Superior de Educação Física (ESEF), onde os alunos colocaram em pratica o que haviam aprendido ate o momento, tomando nota das observações feitas pelo espaço visitado. 323 RESULTADOS: Após este pequeno passeio, foi feita uma discussão em sala de aula novamente, onde foi colocado as o opiniões dos alunos do seminário integrado, um relato do que se havia percebido e possíveis ideias de melhoria. CONCLUSÕES: O objetivo era obter participação por parte dos alunos do SI, este foi alcançado. Até a apresentação no evento haverão outros resultados. PALAVRAS-CHAVE: PIBID – interdisciplinar – acessibilidade. 324 PROJETO UBS+ATIVA: QUEM SÃO OS PACIENTES ATENDIDOS PELO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE? VITOR HÄFELE1; LEONY MORGANA GALLIANO2; BRUNO IORIO KÖNSGEN3; FERNANDO VINHOLES SIQUEIRA4 1 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 2 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] 4 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: A prática de atividade física está fortemente associada com melhor perfil relacionado à saúde e, portanto, é uma temática com largo interesse em termos de saúde pública. No Brasil, algumas ações vem sendo realizadas neste sentido, aproximando o profissional de educação física (PEF) ao Sistema Único de Saúde, como promotor de estilos de vida mais saudáveis. Este estudo tem o objetivo de descrever o perfil de saúde dos pacientes atendidos pelo PEF na Unidade Básica de Saúde (UBS) Areal Leste - Pelotas/RS durante o período de agosto/2013 a julho/2015. METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal descritivo com dados de 167 pacientes do PEF atendidos no ambulatório do Projeto UBS+Ativa. Este atendimento consiste em anamnese, avaliações físicas e prescrição de exercício físico em usuários encaminhados pelos profissionais da UBS. Durante a anamnese são verificadas questões de saúde que auxiliam o PEF a conhecer o perfil do paciente, tais como: índice de massa corporal, nível de atividade física (IPAQ), tabagismo (não fuma ou nunca fumou; fumou e parou; fumante), autorrelato de diagnóstico médico de doenças, presença de dor e qual região afetada e autopercepção de saúde. RESULTADOS: As mulheres foram maioria nos atendimentos (82%). A média de idade foi de 52,5±16,3 anos. 85,5% dos pacientes apresentaram excesso de peso (24,2% com sobrepeso e 61,3% obesos), 76% foram considerados insuficientemente ativos no lazer e 10,6% declararam-se fumantes. Em relação às doenças, 32,1% possuíam diabetes, 59,9% hipertensão 325 e 58,6% alguma outra doença. Quanto à dor, 85,2% referiram sentir em no mínimo um local do corpo. A maioria dos pacientes considerou sua saúde como sendo regular (52,5%). CONCLUSÕES: Através dos resultados verifica-se um perfil de risco em relação a composição corporal, nível de atividade física, autorrelato de diagnóstico médico doenças, além de alta prevalência de dor. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Motora, Saúde Pública, Qualidade de Vida, Centros de Saúde, Promoção da Saúde. 326 RELAÇÃO ENTRE TEMPO DE PRÁTICA E CONHECIMENTO EM TREINAMENTO RESISTIDO EM ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO SUL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA NATAN FETER1,2; MATHEUS PINTANEL FREITAS1,3; RODRIGO KUHN CARDOSO1,4; CÉSAR AUGUSTO HÄFELE1,5; JOUBERT CALDEIRA PENNY 1,6; AIRTON JOSÉ ROMBALDI1,7 1 Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas – 2 [email protected] 3 [email protected] 4 [email protected] 5 [email protected] 6 [email protected] 7 [email protected] INTRODUÇÃO: A recomendação semanal de atividade física inclui a prática de exercícios resistidos, devido aos reconhecidos benefícios deste tipo de prática. Assim, este estudo objetivou verificar a influência do tempo de prática de musculação sobre o conhecimento deste tipo de exercício em alunos de um curso de Educação Física. METODOLOGIA: Utilizou-se um questionário composto por 30 questões de múltipla escolha, divididos em dois domínios (15 questões cada): anatomia/cinesiologia e princípios/métodos da prática de exercícios resistidos, sendo atribuído o valor de um ponto para cada questão. A amostra foi composta por 26 estudantes de ambos os sexos, ingressantes no curso de Educação Física do sul dos Estados Unidos da América, que não haviam cursado todas as disciplinas específicas deste conhecimento. Os alunos foram divididos em dois grupos: praticavam exercício resistido por até 6 meses (6M; n=12) ou a mais de seis meses (6M+; n=14). Os escores aparecem como média e desvio padrão e as diferenças entre os escores foram determinadas através da análise de variância, sendo aceito valor de p<0,05. RESULTADOS: Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significativa no escore geral entre os grupos 6M e 6M+ (15,2 ±2,5 pontos, 16,8 ±3,9 pontos, respectivamente; p=0,23). Além disto, não verificou-se diferenças no conhecimento em ambos domínios: 327 anatomia/cinesiologia (6M: 8,2 ±2 pontos; 6M+: 9 ±2,5, p=0,11) e princípios/métodos (6M: 7,2 ±2,5 pontos; 6M+: 7,3 ±2,9 pontos, p=0,91). CONCLUSÕES: Concluiu-se que a prática prévia de musculação por mais de seis meses não influenciou significativamente o conhecimento neste tipo de atividade física. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento, treinamento de resistência, estudantes. 328 RELATO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA FÉLIX DA CUNHA COM ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO FREDERICO DOS SANTOS LEITE1, BRUNO SILVEIRA MARTINS2, PROF. DR. FLÁVIO MEDEIROS PEREIRA3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] Universidade Federal de Pelotas – [email protected] RESUMO Este trabalho é um relato de uma “intervenção” (entendida como uma atividade prática ou teórica realizada em um ambiente escolar), através de uma oficina interdisciplinar, realizada com a turma 2A do segundo ano do Ensino Médio na Escola Félix da Cunha em Pelotas – RS. Tomando como ponto inicial o tema Musicalizando o Meio, o objetivo da atividade foi realizar uma reflexão que conduziu para uma discussão acerca da desconstrução de preconceitos sobre estilos musicais. A intervenção foi feita em dois períodos de aula com a participação dos estudantes, dos pibidianos e de uma supervisora. Inicialmente a atividade consistiu na exibição de um vídeo; após foi desenvolvido um debate envolvendo o tema proposto. Depois de realizada a intervenção, os pibidianos fizeram uma avaliação do trabalho e concluíram que a oficina teve êxito, pois conseguiu realizar o objetivo proposto, oportunizando aos estudantes da escola uma reflexão e um espaço de debate sobre os preconceitos quanto aos diversos estilos musicais. Palavras chave: PIBID, intervenção, oficina, escola. 329 SITUAÇÕES INTERNAS DE APRENDIZAGEM: A EXPERIÊNCIA ENQUANTO ATLETAS DE TREINADORES DE FUTEBOL DA 2ª DIVISÃO DO CAMPEONATO GAÚCHO ANTÔNIO EVANHOÉ PEREIRA DE SOUZA SOBRINHO1; FÁBIO BITENCOURT LEIVAS2; MARCELO COZZENSA3 1 Universidade da Região da Campanha – [email protected] 2 Universidade da Região da Campanha 3 Universidade Federal de Pelotas – [email protected] INTRODUÇÃO: Atualmente reconhecem-se as situações mediadas, não mediadas e internas de aprendizagem como vias de aprendizagem dos treinadores (MILISTETD, 2014). Neste sentido, enquanto situações internas de aprendizagem aparecem as experiências enquanto atleta como contribuidoras da construção do conhecimento dos treinadores ao longo da vida (BRASIL et al., 2015). Sendo assim, buscou-se investigar a presença da experiência enquanto atleta em treinadores profissionais e a sua percepção desta experiência na condução dos treinos com relação aos treinadores que não foram atletas. METODOLOGIA: Estudo descritivo exploratório. Para a coleta de dados utilizou-se uma entrevista semi-estruturada. A amostra foi comporta por 13 treinadores atuantes na 2ª Divisão do futebol profissional gaúcho no ano de 2013. A análise dos dados foi realizada por análise de conteúdo (BARDIN, 1977). O estudo respeitou os princípios éticos de pesquisa (parecer número 475.742). RESULTADOS: Dos 13 treinadores analisados, 10 possuíam experiência enquanto atleta. Destes, 9 treinadores perceberam que essa experiência auxiliava na condução do treino e 1 relatou que a formação universitária aliada a experiência enquanto atleta era fundamental. Neste sentido, MILISTETD et al. (no prelo) informam que além da vivência prática, a interação com outros treinadores e a observação de colegas têm sido consideradas como as principais fontes do conhecimento destes profissionais no ambiente de elite CONCLUSÕES: A maioria dos treinadores possuía experiência enquanto atleta e perceberam que esta experiência os auxiliava na condução do treino. No entanto, é importante que as situações internas de aprendizagem sejam complementadas também com situações mediadas, não-mediadas e internas de aprendizagens para a formação do treinador eficaz. 330 PALAVRAS-CHAVE: Futebol; Aprendizagem; Transferência de Experiência. 331 UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA ENVOLVENDO A PRÁTICA DE GOALBALL COM ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE PELOTAS FERNANDA FERNANDES BASTOS1; DÉBORA DUARTE MARTINS2; HUGO GALVÃO MATHIAS2; FLÁVIO MEDEIROS PEREIRA3 1 Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 2 Discente da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 3 Dr. Professor Titular da Escola Superior de Educação Física – ESEF/UFPel – [email protected] 2 INTRODUÇÃO: Este trabalho relata a experiência em uma oficina de Goalboll ministrada pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da ESEF/UFPel, com alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Rita (EEEMSR). Esta atividade faz parte do projeto interdisciplinar do PIBID na escola, cujo tema é: “Acessibilidade na Zona Urbana de Pelotas – RS”. Neste ano a EEEMSR recebeu, pela primeira vez, um aluno cego e isso causou impacto no cotidiano escolar. O objetivo da oficina foi oportunizar aos alunos do Ensino Médio a prática de um esporte adaptado, com atividades preparatórias e jogo propriamente dito, fazendo com que os mesmos reflitam criticamente acerca da acessibilidade, visando a compreensão sobre os limites e dificuldade impostos ao dia-a-dia das pessoas com deficiência visual severa. O Goalball é um dos poucos esportes concebidos especificamente para as pessoas com deficiência visual, que propicia o desenvolvimento de diversas habilidades motoras, percepção auditiva, noção de tempo e espaço, espírito de equipe e cooperação. METODOLOGIA: A oficina desenvolveu-se em três momentos, foi feita uma conversa informal relatando sobre história e regras gerais, após foram realizadas atividades de reconhecimento com a bola de guizo e vendas e por fim realizado o jogo. Os critérios avaliativos foram: objetivo atingido, demonstração de aprendizagem e participação coletiva. RESULTADOS: Ao fim das atividades os alunos puderam refletir acerca das limitações causadas pela deficiência visual e tiveram a possibilidade de vivenciar o esporte adaptado. Os alunos demonstraram-se participativos e interessados nas atividades. 332 CONCLUSÕES: Neste processo de aprendizagem como futuros docentes percebemos a importância do PIBID na nossa formação possibilitando pôr em prática o que está sendo planejado no projeto interdisciplinar na escola e também a troca ensino-aprendizagem entre os bolsistas e os alunos da escola atuante. PALAVRAS-CHAVE: PIBID – goalball – prática esportiva. 333 ANEXO 334 ANEXO I – PROGRAMAÇÃO FINAL 34º Simpósio Nacional de Educação Física 28 a 30 de outubro de 2015 PROGRAMAÇÃO FINAL Quarta-feira - 28/10/15 08:30 – 12:00h - Mini-cursos 1 a 6 DIURNOS 01 - Iniciação ao atletismo Profa. Dra. Sara Quenzer Matthiesen – UNESP/Rio Claro ESEF - Sala 08 02 - Hidroginástica Profa. Dra. Ana Carolina Kanitz Academia Spieker – Rua Senador Carlos Barbosa, 71 03 - Práticas inovadoras em Educação Física escolar Prof. Ms. Carlos Eduardo Berwanger – Prefeitura de Porto Alegre e PUC Escola Cassiano do Nascimento – Av. Dom Joaquim, 671 04 - Treinamento de futsal: da iniciação ao rendimento Prof. Dr. Michél Angillo Saad - UFSC Ginásio da Escola Mário Quintana – (entrada pela Rua Luiz Braille, atrás da Anhanguera) 05 - Atividades circenses Profa. Ms. Camila da Silva Ribeiro – SESI/Pelotas ESEF - Sala 10 06 - Treinamento Intervalado de Alta Intensidade Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio – UFPel ESEF - Auditório 14:00 – 17:30h - Mini-cursos 1 a 6 DIURNOS 19:00 – 22:30h - Mini-cursos 7 a 12 NOTURNOS 07 - Natação: da iniciação ao rendimento Prof. Dr. Flávio Antonio de Souza Castro – UFRGS Academia Spieker – Rua Senador Carlos Barbosa, 71 08- Treinamento em handebol: da formação ao rendimento Prof. Ms. Jorge Brandli Fernandes – ULBRA/Santa Maria ESEF - Sala 08 09- Treinamento de força na 3ª idade Prof. Dr. Eduardo Lusa Cadore - UFRGS ESEF - Auditório 10- Iniciação ao basquetebol Profa. Dra. Larissa Rafaela Galatti – UNICAMP Prof. Dr. Mario Renato de Azevedo Júnior – UFPel 335 ESEF - Sala 06 11- Grupos de Corrida Prof. Ms. Fábio Rosa dos Santos – Life Team Runners Prof. Ms. Adriana Torres de Lemos – Life Team Runners ESEF - Sala 10 12- Dança Profa. Maiara Cristina Moraes Gonçalves - UFPel ESEF - Sala 09 Quinta-feira - 29/10/15 08:30 – 09:45h Palestra 01 – Aspectos determinantes no treinamento de força de atletas Prof. Dr. Eduardo Lusa Cadore – UFRGS ESEF - Sala 01 Palestra 02 – A importância da demonstração no esporte Prof. Dr. João Manuel Patrício Duarte Petrica Universidade Castelo Branco – Portugal ESEF - Auditório Palestra 03 – A formação de atletas nos esportes de combate Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio - UFPel ESEF - Sala 08 10:00 – 10:45h - Cerimônia de Abertura Políticas públicas e as novas perspectivas do Sistema Nacional do Esporte Profa. Cássia Damiani – Ministério do Esporte ESEF - Auditório 11:00 – 12:15h Palestra 04 – Palestra 05 – Palestra 06 – Categorias de base no Futebol Prof. Ms. Osvaldo Donizete Siqueira - Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e ULBRA ESEF - Sala 01 Aspectos biomecânicos nos esportes aquáticos Prof. Dr. Flávio Antonio de Souza Castro – UFRGS ESEF - Sala 08 A gestão do esporte no Brasil Jornalista José Cruz – UOL ESEF - Auditório 13:30 – 15:45h - Apresentação de trabalhos orais 16:00 – 17:30h Mesa-Redonda 01 - Mídia e Esporte Jornalista Caco Motta – Grupo RBS Jornalista José Cruz - UOL ESEF - Sala 08 336 Mesa-Redonda 02 - Medicina Esportiva Dr. Luis Antonio Barcellos Crescente - ULBRA Dr. André Guerreiro – Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte ESEF - Auditório Mesa-Redonda 03- Projetos Esportivos no Brasil Prof. Dr. Ricardo Demetrio de Souza Petersen - UFRGS Prof. Dr. Antônio Carlos Dourado – UEL Prof. Dr. Luís Eduardo Cunha Thomassim - UFPR ESEF - Sala 01 19:00 – 22:30h - Mini-cursos 7 a 12 NOTURNOS Sexta-feira - 30/10/15 09:00 – 10:15h Palestra 07 – Esportes de Aventura Prof. Ms. Ênio Araújo Pereira - UFPel ESEF - Sala 08 Palestra 08 – Monitoramento e acompanhamento de carga no treino esportivo Prof. Dr. Antônio Carlos Dourado - UEL ESEF - Sala 01 Palestra 09 – O ensino dos esportes coletivos Profa. Dra. Larissa Rafaela Galatti – UNICAMP ESEF - Auditório 10:30 – 12:00h Mesa-Redonda 04 – O esporte e suas manifestações Prof. Dr. Adroaldo Cezar Araújo Gaya – UFRGS Prof. Dr. Antônio Jorge Soares – UFRJ ESEF – Sala 01 Mesa-Redonda 05 – Estado da arte no esporte brasileiro Prof. Dr. Alberto Reinaldo Reppold Filho - UFRGS Prof. Esp. Walter Russo de Souza Júnior - CPB Profa. Ms. Cássia Damiani – Ministério do Esporte ESEF - Auditório 13:30 – 14:45h - Apresentação de posters 15:00 – 16:15h Palestras 10 – Temas Atuais em Ética do Esporte Prof. Dr. Alberto Reinaldo Reppold Filho – UFRGS ESEF – Sala 08 Palestras 11 – Talento Esportivo: Conceitos e Definições Prof. Dr. Adroaldo Cezar Araújo Gaya – UFRGS ESEF - Auditório 337 Palestras 12 – O Comitê Paralímpico Brasileiro e o esporte escolar para crianças e jovens com deficiência Prof. Esp. Walter Russo de Souza Júnior – CPB ESEF - Sala 09 16:30 – 17:30h - Palestra de encerramento – “A formação de profissionais do esporte” Prof. Dr. João Manuel Patrício Duarte Petrica Universidade Castelo Branco - Portugal ESEF - Auditório 338