EIA (Rodovia ES-080 - Variante Colatina) - DER-ES
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EIA (Rodovia ES-080 - Variante Colatina) - DER-ES
1 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 2 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) SUMÁRIO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 3 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) SUMÁRIO 1.0 Identificação da Empresa / Histórico do Contrato ..............................................................................................4 2.0 Introdução .................................................................................................................................................................................................................................6 3.0 Identificação do Empreendimento ................................................................................................................................................8 4.0 Diagnóstico Ambiental .....................................................................................................................................................................................91 5.0 Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais Significativos ............................... 193 6.0 Proposição de Medidas Mitigadoras e Compensatórias................................................................... 196 7.0 Plano de Controle e Monitoramento Ambiental.............................................................................................. 205 8.0 Conclusões e Recomendações.................................................................................................................................................... 231 9.0 Equipe Técnica .......................................................................................................................................................................................................... 233 10. Referências Bibliográficas .......................................................................................................................................................................... 235 11.0 Termo de Encerramento ........................................................................................................................................................................ 243 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 4 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 1.0 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA / HISTÓRICO DO CONTRATO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 5 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 1.1 INTRODUÇÃO PROJEMAX Engenharia e Consultoria Ltda. apresenta, à consideração do DEPARTAMENTO DE ESTRADA DE TRANSPORTES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – DERES, o Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental, referente a elaboração do Projeto de Implantação da Rodovia ES – 080 (Variante de Colatina); Trecho: Entr. BR-259 (Contorno) – Entr. ES-080 (Ponte do Pancas). 1.2 Identificação da Empresa Empresa: .............................................................................................Projemax Engenharia e Consultoria Ltda. CNPJ: ........................................................................................................................................................ 35.788.793/0001 - 30 Inscrição Estadual:........................................................................................................................................................... Isenta Inscrição Municipal (Rio de Janeiro): .......................................................................................................... 16.521-2 Sede - Endereço: ....................................... Rua São José 90 Grupo 1805 – Centro CEP: 20.010-020 Rio de Janeiro – RJ Tel / Fax: ....................................................................................................................... (21) 2533 7972 / (21) 2533 6758 Endereço Eletrônico: ............................................................................................. [email protected] Escritório de Representação – Endereço.......Rua Pedro Giurizato n.º 172 – CEP: 29.706-045 São Silvano – Colatina - ES Tel.: ................................................................................................................................... (27) 3711 5944 / (27) 9987 9100 Responsáveis Técnicos:............................................ Rodolpho Giovanni Bonelli (CREA-RJ 30.906-D) Américo Peixoto Lobato Maia (CREA-RJ 54.356-D) 1.3 Histórico do Contrato Edital de Licitação: ...............................................................................................................SERV./ROD. N.º 01/2005 Data da Concorrência:......................................................................................................... 03 de março de 2005 Objeto: .................................................. Serviços técnicos especializados de elaboraçãode Projetos Executivos para obras e serviços de implantação e pavimentação do trecho Entr. BR-259 (Contorno) – Entr. ES-080 (Ponte de Pancas), da rodovia ES-080 (Variante de Colatina), Lote 01 Extensão Contratada: .................................................................................................................................................. 17 Km Prazo para Elaboração dos Serviços: ................................................................................... 300 Dias Corridos Contrato de Consultoria:............................................................................................................................... N.º 02/2005 Processo de Empenho: .................................................................................................................. N.º 29882311/2005 Data de Assinatura: .................................................................................................................. 22 de março de 2005 Data da Ordem de Início dos Serviços:........................................................................ 02 de maio de 2005 Data da 1ª Ordem de Paralização dos Serviços: ............................................ 01 de agosto de 2005 Data da 1ª Ordem de Reinício dos Serviços: .................................................. 01 de fevereiro de 2006 Data da 2ª Ordem de Paralização dos Serviços: ................................................... 01 de abril de 2006 Valor Total do Contrato (PI): .................................................................................................................. R$ 338.650,00 Valor Total do Contrato Reajustado (R): .......................................................................................R$363.000,11 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 6 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 2.0 INTRODUÇÃO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 7 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 2.0 INTRODUÇÃO Projemax Engenharia e Consultoria Ltda. apresenta o Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental, referente às Obras e Serviços para Implantação e Pavimentação da Rodovia ES-080 (Variante de Colatina), Trecho: Entr. BR-259 (Contorno) – Entr. ES-080 (Ponte do Pancas). O empreendimento é discutido em seus aspectos ambientais, na forma de Estudo de Impacto Ambiental, coordenado e elaborado por equipe da Projemax Engenharia e Consultoria Ltda. O relatório segue a indicação metodológica sugerida no “Termo de Referência para Desenvolvimento dos Estudos e Projetos Ambientais” fornecido pelo DER-ES (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo), em consonância ao atendimento à legislação pertinente. A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental compreendeu a realização de um conjunto de atividades técnicas que incluíram a elaboração do diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico, a identificação e avaliação dos impactos ambientais significativos, a proposição de medidas mitigadoras e compensatórias, o plano de controle e monitoramento ambiental e as conclusões e recomendações. Os trabalhos foram desenvolvidos a partir de levantamentos de dados primários, de campo, apoiado em imagens de satélite, e de pesquisa bibliográfica e de outras fontes de dados secundários. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 8 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.0 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 9 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.1 Localização Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 10 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.1 LOCALIZAÇÃO O trecho da Rodovia ES-080 em estudo localiza-se na região central do Estado do Espírito Santo, no Vale do Rio Doce, entre os paralelos -19º22’30’’ e -19º37’30’’ e os meridianos -40º45’ e -40º30’. O trecho está integralmente inserido no município de Colatina, como pode ser observado no Mapa de Localização abaixo. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 11 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 12 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.2 Descrição do Empreendimento Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 13 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.2 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO O empreendimento em estudo trata-se da Implantação e Pavimentação da Rodovia ES-080 (Variante de Colatina) no trecho entre o Entroncamento com a Rodovia BR-259 (Contorno) e o Entroncamento com a ES-080 – Ponte do Pancas. O projeto de implantação da Rodovia desenvolve-se segundo um eixo entre as estacas 0+0,00 e 751+0,00, com uma extensão total de 15,02 km. Inclui-se nesta extensão o segmento da Rodovia ES-080 existente, situado entre as estacas 45+10,00 e 175+5,00, cujo aproveitamento foi definido na fase de estudos de traçado como forma de reduzir o custo de implantação, viabilizando, assim, o empreendimento. Porém no traçado existente da ES-080, entre as estacas 99 + 0,00 e 111 +0,00, foi projetada uma melhoria na geometria da curva atual, deslocando o seu eixo para fora do traçado atual. O projeto de pavimentação contempla os seguintes itens: • Pavimento da pista nova a ser implantado em CBUQ; e • Restauração, em CBUQ, do pavimento da pista existente da Rodovia ES- 080. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 14 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.3 Objetivos e Justificativas Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 15 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.3 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS A implantação do novo traçado para a Rodovia, objeto do presente estudo, tem por objetivo prioritário estabelecer uma rota alternativa para os veículos que, provenientes da região noroeste do Estado, se destinam à capital. Esta alternativa deverá evitar, desta forma, que o tráfego de longa distância percorra o segmento da Rodovia ES080 entre as localidades de Ponte do Pancas e Colatina. Este segmento apresenta atualmente sua faixa lindeira intensamente ocupada, com fortes características urbanas, favorecendo a ocorrência de acidentes. O empreendimento evitará os transtornos causados ao Município em função do tráfego supra-citado em sua área urbana, que não apresenta estrutura viária adequada para absorver tal demanda de tráfego. Ao mesmo tempo, o novo traçado evitará uma série de trechos com características geométricas desfavoráveis existentes na Rodovia ES-080 e, que, portanto, se constituem atualmente como pontos críticos de acidentes. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 16 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.4 Compatibilidade do Empreendimento com Planos, Programas e Projetos existentes em âmbito Federal, Estadual e Municipal Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 17 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.4 COMPATIBILIDADE DO EMPREENDIMENTO COM PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS EXISTENTES EM ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL Todos os Planos, Programas e Projetos existentes em âmbito Federal, Estadual e Municipal co-ocalizados com o empreendimento são compatíveis com o mesmo. No que se refere aos Programas em nível Federal, a Rodovia BR-259 está incluída no Plano Emergencial de Trafegabilidade nas Rodovias Federais – PETRF, conduzido pelo DNIT. Segundo DNIT (2006), as condições das obras na BR-259 são: Pista de Sinalizaçã Acostamen Rolament o to o Trecho Referência do Trecho 00 ao 49 J. Neiva / Colatina Regular Ruim Regular A responsável pela obra ainda não começou o serviço. 49 ao 59 Colatina Ruim Ruim Ruim A responsável pela obra ainda não começou o serviço. 59 ao 106 Colatina / Divisa Ruim Ruim Ruim Em obras. Observações Em âmbito Estadual, destaca-se o Programa Rodoviário do Espírito Santo – ETAPA II (BRL 1002) que visa restaurar parte da malha pavimentada do Estado e implementar a pavimentação em uma parcela da rede viária não pavimentada. Os trechos selecionados para obras pelo Programa foram, segundo SEDIT/DERTES (2005): Rodovia Trecho Kms PAVIMENTAÇÃO ES-264 Gonçalves – Entr. Vila Pontões 14,5 ES-264 Entr. Vila Pontões – Entr. ES-165 (Lajinha) 14,0 ES-356 Nestor Gomes – Jaguaré 24,5 REABILITAÇÃO ES-080 Cariacica – Santa Leopoldina 28,9 ES-165 Afonso Cláudio – Fazenda Guandu 20,0 ES-165 Fazenda Guandu – Entr. BR - 262 22,8 ES-164 Vargem Alta – Soturno 16,4 ES-164 Soturno – Cachoeiro de Itapemirim 11,3 ES-080 Entr. ES-137 (São Domingos) – Águia Branca 25,2 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 18 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Rodovia Trecho Kms ES-080 Águia Branca – Córrego do Óleo 26,8 Em âmbito Municipal, o programa de obras conduzido pela Secretaria Municipal de Obras de Colatina se compatibiliza com o empreendimento, na medida em que estas poderão favorecer e complementar o principal objetivo do mesmo, qual seja, o desvio do tráfego de longa distância da área urbana municipal. Dentre estas, destacam-se: • O Terminal Multimodal de Cargas de Colatina; • A conclusão das obras de acesso à Segunda Ponte de Colatina; • A conclusão das obras do aeroporto de Colatina; • A construção de um Anel Viário interno na área urbana do Município; • A ampliação de Avenida Beira-Rio; e • A construção do Contorno de Colatina. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 19 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.5 Descrição de possíveis Alternativas de Traçado Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 20 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.5 DESCRIÇÃO DE POSSÍVEIS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO Foram desenvolvidos, previamente à escolha do Traçado para implementação e pavimentação do trecho, um estudo ambiental sistemático de diferentes alternativas locacionais para o mesmo através de análises de campo. Tais estudos concentraramse na porção leste do atual traçado da Rodovia ES-080, na região apresentada na Figura abaixo, que exibe o conjunto das Alternativas Estudadas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 21 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 22 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.5.1 Meio Físico As alternativas em estudo estão inseridas numa região de relevo fortemente ondulado, apresentando encostas com gradientes muito acentuados em certos trechos, variando de 45º a sub-verticais, nestes casos normalmente associados a presença de afloramento rochoso em forma de maciços. A área de estudo percorrida na visita a campo apresenta solos argilo-arenosos, siltosos, cor variando entre marrom claro amarelado a marrom avermelhada. Estes solos apresentam-se normalmente estáveis, compactos quando expostos, mas predominantemente recobertos por gramíneas para formação de pastagens, que em geral apresentam-se bem formadas, dificultando a formação de processos erosivos, muito embora tenham sido verificados alguns pontos localizados suscetíveis a tais degenerações pedológicas. Nos vales dos córregos não se verificou a presença de planícies aluvionáres muito expressivas, nem vestígios da existência de solos compressíveis, embora tal impressão deva ser confirmada através da execução de sondagens. A Trajetória 1, nos seus segmentos 1.1 e 1.3, apresenta afloramento de rocha, assim como as Trajetórias da Pedra e do Argeo, e, portanto, essas trajetórias deverão ser evitadas, uma vez que extensões significativas de corte em rocha serão inevitáveis. A Proposição de Traçado G, no segmento G.1, corta uma mata que estabiliza voçoroca, devendo por isso ser evitada, uma vez que se trata de área de preservação permanente, segundo o Código Municipal de Meio Ambiente. Afloramento de rocha na Trajetória 1. Trajetória do Argeo: presença de grandes maciços de rocha. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Porteira Branca, ponto de encontro das Trajetórias 1, 2 e 3. Trajetória da Pedra, apresentando sucessivos e expressivos afloramentos de rocha. 23 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Trajetória “G”: plantação de eucaliptos em meio à voçoroca. 3.5.2 Meio Biótico 3.5.2.1 Flora As áreas propostas para a passagem da Rodovia são áreas descaracterizadas em relação à sua cobertura vegetal original de longa data. Após a eliminação da cobertura vegetal original, sucedeu-se o estabelecimento de pastagens, que dominam a paisagem regional até hoje, restando muito pouco da floresta que outrora extendia-se pelos vales e topos de morros. Considerando-se que a legislação protege tais áreas, intituladas de preservação permanente, verifica-se que a eliminação da vegetação se deu tanto nas áreas de proteção das margens dos rios, até o topo dos morros, independente de suas declividades. • Trajetória 1 Em sua maior extensão esta alternativa apresenta o predomínio de pastagens, tanto nos fundos de vales como até o topo dos morros. Seu traçado foi redefinido em grande parte, passando a correr por áreas ocupadas em sua maior parte por pastagens*1. Partindo do ponto de união com a alternativa “Trajetória Quinze de Outubro”, a pista projetada atravessa uma área dominada por vegetação secundária de fisionomia variável. A cobertura vegetal na subida do platô (Trajetória Nova Argeu) varia entre secundária rala a aparentemente densa, sendo em ambos os casos os espécimes encontrados caracterizam-se pela ampla distribuição neste tipo de formação regional. O referido fragmento de mata secundária supostamente densa observado da estrada revela-se na realidade tomado por grande quantidade de trepadeiras e um sub-bosque emaranhado. O que justifica seu aspecto mais fechado quando visto à distância. São encontradas as palmeiras Astrocarium aculeatissimum (brejaúba) e Attalea humilis (pindoba). A densidade local foi estimada em 33ind/100m2, com baixa diversidade de espécies arbóreas. Existem também nesta área Anadenanthera peregrina (angico), Dalbergia nigra (jacarandá-cipó), Cecropia sp. (embaúba), Casearia sp. (curindiba), Mabea fistulifera (mamoninha), Genipa americana (genipapeira), Anacardium occidentale (cajueiro), Mangifera indica (mangueira) e as exóticas Artocarpus integrifolia (jaqueira). Em diversos locais existe dominância de espécies características de estágios iniciais da sucessão secundária. A deposição de serapilheira é baixa e insuficiente para recobrir o solo em diversos locais. Na base da encosta onde esta mata se encontra podem ser encontrados um cafezal, eucaliptos e um brejo que acompanha parte considerável do morro. • Trajetória 2 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 24 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Esta alternativa parte de próximo da BR-259, contorno de Colatina, apresentando uma extensão reduzida, com apenas 4.417 Km. A cobertura vegetal original foi há muito eliminada, sendo observado na área proposta para este traçado da rodovia o predomínio de pastagens, com elementos arbóreos muito esparsos. Entre as espécies arbóreas encontradas estão Anadenanthera colubrina (angico), Dalbergia villosa (Caviúna), Inga marginata (ingá). • Trajetória 3 Esta alternativa parte de próximo da BR-259, contorno de Colatina, apresentando uma extensão reduzida, com apenas 3,517Km. A cobertura vegetal original foi há muito eliminada, sendo observado na área proposta para este traçado da rodovia o predomínio de pastagens, com elementos arbóreos muito esparsos. Entre as espécies arbóreas encontradas estão Anadenanthera colubrina (angico), Dalbergia villosa (Caviúna), Inga marginata (ingá). • Trajetória do Chamon Esta alternativa apresenta uma extensão de 1.470m, caracterizados pelo uso do solo para pastagens, com elementos herbáceos, arbustivos ou arbóreos esparsos. • Trajetória Faz. do Zaché Esta alternativa apresenta uma extensão de 2.895m, caracterizados pelo uso do solo para pastagens, com elementos herbáceos, arbustivos ou arbóreos esparsos. • Trajetória Quinze de Outubro Este traçado corre justaposto a uma estrada de terra batida já existente. Não existem problemas com a cobertura vegetal, uma vez que a mesma foi totalmente substituída por pastagens. Requer atenção quanto ao movimento de máquinas e terra quanto à possível contaminação do córrego do Argeu. Requer a adoção de medidas físicobiológicas para contenção de sedimentos. Recomenda-se o reflorestamento das margens do córrego do Argeu. As áreas onde existem árvores são os locais de contato com a ES080 e com o Traçado 1, sendo, no entanto tais espécies apenas frutíferas em área ocupada por residências. Estas espécies incluem cajueiros e genipapeiras, bem como exóticas como jaqueiras e amendoeiras. • Variante da Ponte do Pancas A região para onde está planejada esta alternativa apresenta-se fortemente alterada, com a cobertura vegetal predominantemente graminóide. São extensas pastagens na região. Considerando ainda que trata-se de uma região habitada, existem diversas espécies de frutíferas exóticas (mangueiras e jaqueiras). Quando a variante cruza sobre o rio Pancas, será necessário construir uma ponte. Neste trecho o rio Pancas possui uma faixa de mata ciliar com largura variável entre 5 e 25m. Considerando então que a largura máxima do rio é de 20m, sua faixa marginal de proteção deveria ser de 50m. Na margem direita do rio esta mata alcança sua maior largura, justamente onde existem diversas moradias. De um modo geral neste trecho do traçado proposto as margens do rio pancas encontram-se desprovidas da vegetação ciliar, pois mesmo existindo pequenos segmentos da mesma, suas funções ficam muito abaixo do ideal. • Proposição de Traçado “A” Estes traçados cortam em parte o interior áreas de cultivo de eucalipto, enquanto a maior parte da área em questão encontra-se tomada por pastagens. A cobertura vegetal é representada por uma grande área de pasto, com exemplares isolados de Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 25 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Anadenanthera colubrina (angico), Dalbergia villosa (Caviúna), Inga marginata (ingá). Outra presença muito comum nas encostas é a palmeira acaule Attalea humilis, conhecida comumente como pindoba. A opção 6B apresenta uma área alagada com uma nascente em seu trecho inferior que poderia sofrer assoreamento devido às obras necessárias para sua construção. Nascentes e sua vegetação de entorno são protegidas tanto por lei federal como do município de Colatina. O Traçado 6B corta um fragmento de mata secundária que oculta em seu interior uma grande erosão, com profundidade de até 5m. Este fragmento caracteriza-se pela abundância de Mabea fistulifera Mart. (mamoninha), uma espécie pioneira e heliófita e de Attalea humilis Mart. ex. Spreng (Pindoba), palmeira típica de matas secundárias e cujos frutos alimentam a fauna local. Além destas espécies foram encontradas Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson (Cinco folhas), Casearia sp. (Curindiba), Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (Angico), Inga marginata Willd. (Ingá), Inga sp. (Ingá) e Dictyoloma vandellianum Adr.Juss. (Aroeira) • Proposição de Traçado “G”, S-G.2 Esta alternativa apresenta uma extensão de 1.470m, caracterizados pelo uso do solo para pastagens, com elementos herbáceos, arbustivos ou arbóreos esparsos. Vegetação secundária encontrada na trajetória da Fazenda do Zaché. Área onde a Trajetória Nova Argeu cortará a vertente em meio à vegetação secundária e cultivos. Área onde o Trajetória Nova Argeu cortará a vertente em meio à vegetação secundária e cultivos. Uma das regiões para onde está projetada a passagem da Trajetória Nova Argeu. Do lado esquerdo pode-se ver um cafezal. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 26 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Região onde está planejada a passagem da Trajetória Faz. Zaché em meio a pastagens. No topo da fotografia entre a pequena vegetação arbustiva / arbórea, corre o rio Timbuizinho. Vista geral da área para onde está prevista a passagem das Trajetórias 2 e 3. Trecho da área onde está prevista a passagem da Trajetória Quinze de Outubro. Predomínio de pastagens com elementos arbóreos muito esparsos. Trecho da área onde está prevista a passagem da Trajetória Quinze de Outubro. Predomínio de pastagens com elementos arbóreos muito esparsos. Trecho onde está prevista a passagem da Trajetória Variante do Pancas. Área dominada por pastagens tanto na encosta como nas margens do referido rio. A linha vermelha indica o local de passagem do córrego 15 de Outubro. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 27 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Trecho onde está prevista a passagem da ponte sobre o rio Pancas (localizado entre as árvores ao centro da foto) visando interligar a Trajetória Variante do Pancas com a ES-080. As setas indicam os pontos de união entre as margens do rio. Tomada do topo do morro onde pode-se visualizar o vale onde correm os Traçados “A” (em vermelho) e S-G.1 (em azul). O açude ao centro da foto é alimentado pela nascente situada na base do relevo. Trecho situado na base da área onde cortará o Traçados “A” (em vermelho) e S-G.1 na baixada, exibindo uso atual da mesma. Região onde está planejada a passagem da Trajetória Traçado “A” (lado direito da foto) e Proposição Valada e S-G.1 (respectivamente, centro e lado esquerdo da foto). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 28 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Cena de Imagem Quick Bird tomada em 2005 exibindo a área onde está prevista a passagem da Trajetória Variante do Pancas. Cena de Imagem Quick Bird tomada em 2005 exibindo em destaque uma parte do percurso da Trajetória Nova Argeu. Cena de Imagem Quick Bird tomada em 2005 exibindo o percurso da Trajetória Quinze de Outubro. A trajetória corre na imagem, abaixo da estrada de terra em destaque em meio à área desmatada. 3.5.2.2 Fauna Durante os trabalhos de campo foram reconhecidas as diversas paisagens e as avifaunas relacionadas às diferentes alternativas de trajetória para o empreendimento. Uma constatação elementar tornou-se evidente logo após o reconhecimento das áreas diretamente perpassadas por todas as trajetórias de traçado: em termos ambientais, a região encontra-se severamente degradada. Todo o trecho era coberto, originalmente em sua maior parte, por floresta ombrófila densa entremeado de raros ambientes naturais abertos ou semi-abertos associados, p.ex., às interfaces com as várzeas ou ocorrentes em terrenos de solo raso. Atualmente, constata-se notadamente o inverso. A paisagem resultante após os diversos ciclos de exploração (madeireiro, da cultura do café e da criação de gado) é em sua maior parte composto por ambientes abertos, todos artificialmente, com raríssimas formações arbóreas nativas. Todavia, nem mesmo estas formações arbóreas / arbustivas são remanescentes da pretérita cobertura vegetal original, consistindo todas de meros rebrotamentos após o corte raso e queimada das florestas originais, em alguns casos, executados em mais de uma oportunidade. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 29 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) O levantamento da avifauna, utilizado como bio-indicador, revelou ao longo de todas as trajetórias percorridas uma composição característica de ambientes abertos e alterados da região Sudeste do país. Um fragmento de mata, não implicado no traçado de qualquer uma das trajetórias à ES-080 foi inventariado seletivamente para uma avaliação preliminar da avifauna florestal remanescente. Caracterizam a avifauna de ambientes abertos e alterados as espécies adaptáveis às condições adversas, sem exigências ambientais específicas, de boa mobilidade, de grande capacidade de dispersão, e por todos esses atributos, com ampla distribuição geográfica, algumas delas quase cosmopolitas. Em sua imensa maioria, tais espécies se beneficiam, secularmente, das alterações ambientais impostas pelo Homem e ganham terreno sobre as demais colonizando paulatinamente novas áreas. São tecnicamente espécies ruderais e, em certos casos, invasoras ou colonizadoras recentes. Diante deste quadro denotado pelo inventário da avifauna não há ambientes nativos remanescentes ou qualquer formação vegetal secundária bem estruturada em nenhum dos traçados de qualquer uma das alternativas. Aspecto preponderante das paisagens atravessadas pelas diferentes alternativas de traçado. Composição de pastagens e árvores esparsas. Nesta fotografia obtida em trecho da Trajetória 1 nota-se um açude coberto por vegetação flutuante. Pequenos talhões de floresta secundária foram encontrados apenas fora das alternativas estudadas. Nota-se a periferia da mata cultivo de café e banana. Outro ângulo da mesma parcela de floresta secundária mostrada na fotografia precedente. As escassas matas que sobraram encontram-se nas encostas. Vista parcial da paisagem em trecho da Trajetória “G”. Nota-se pastagem com vegetação arbustiva e árvores dispersas. À esquerda, no alto da encosta, plantação em estágio inicial de eucalipto. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 30 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Vista parcial da estreita mata secundária, em declive, existente na Trajetória “G”. Vista parcial da mata secundária (-19º 24’20’’, -40º 39’ 21’’) cuja avifauna foi inventariada para servir de parâmetro. Vista parcial da paisagem preponderante no início da Trajetória do Zaché nas imediações do Córrego do Timbuizinho. Vista parcial da paisagem preponderante na Trajetória 1 próxima à Porteira Branca, obtida do alto do platô. 3.5.3 Meio Antrópico Todas as alternativas de trajetórias percorridas, com exceção da Trajetória ES-080, apresentam as seguintes características gerais no que se refere ao Meio Antrópico: • Tratam-se de aglomerações urbanas; áreas RURAIS, sem a presença de núcleos ou • Tratam-se de áreas com três tipos centrais de uso do solo: a lavoura do café, a pecuária extensiva e a lavoura de alimentos para subsistência das populações locais; • No que se refere à estrutura fundiária, encontram-se especialmente pequenas e médias propriedades; • As propriedades de tamanho médio são em geral utilizadas para a lavoura do café e/ ou para a pecuária extensiva; porém, em seu interior, observa-se igualmente a lavoura de alimentos para consumo das populações empregadas naquelas atividades; • As propriedades de tamanho pequeno são, em sua maioria, utilizadas para a lavoura de alimentos destinados à subsistência; • No que se refere às construções, foram observados especialmente dois tipos de ocorrências: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 31 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) − pequenos aglomerados de 05 a 10 habitações onde se localiza a “sede” das fazendas de pecuária e de lavoura do café, em geral contanto com construções coletivas, como escolas, igrejas e cemitérios rurais; − habitações dispersas; No que se refere à Trajetória ES-080, o trecho do atual traçado da Rodovia incluído na mesma é aquele que apresenta os menores índices de atividades urbanas. As proximidades da faixa de domínio encontram-se ocupadas basicamente por pastagens, plantações de subsistência, algumas moradias dispersas e construções comerciais (bares) de pequeno porte. Não existem, portanto, impedimentos à utilização do mesmo como alternativa do empreendimento. Observando as informações descritas, e considerando que a diretriz de traçado mais adequado do ponto de vista antrópico deveria: i) gerar o menor número possível de desapropriações; ii) evitar preferencialmente a desapropriação de propriedades de tamanho pequeno cujo seccionamento poderia inviabilizar a produção; iii) gerar o mínimo de perda de patrimônio arqueológico e cultural, pode-se concluir que não existem diferenças significativas no que se refere aos impactos sobre o Meio Antrópico das trajetórias estudadas. Neste sentido, a escolha do Traçado deve estar baseada na avaliação do impacto das Alternativas sobre o Meio Biótico e o Meio Físico. O único ponto a ser ponderado, com relação ao meio antrópico, seria a proximidade da Trajetória 1, no segmento 1.4, com as construções residenciais e históricas associadas à Fazenda Nossa Senhora da Penha, na localidade Córrego do Argeu. PROPOSIÇÃO DE TRAÇADO “A”: Conjunto de 2 habitações de empregados de fazenda. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental TRAJETÓRIA 1, S-1.4: Pequeno aglomerado de construções residenciais (5 a 7) associado à Fazenda Nossa Senhora da Penha, voltada à plantação de café; neste aglomerado, Capela Nossa Senhora da Penha; possível ocorrência de cemitério rural; na área, lavouras de subsistência e pecuária. 32 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) TRAJETÓRIA DA PEDRA: Local de pequena propriedade, com plantação de café e outros bens alimentícios: Fazenda “Cachoeira”; TRAJETÓRIA FAZ. DO ZACHÉ: Pequena residência de trabalhadores da Fazenda Santa Lucia, envolvida na pecuária; Sede da Fazenda Mercadão, envolvida especialmente com a lavoura do café; lavoura de outros bens alimentícios para subsistência; conjunto de 7 a 10 construções; TRAJETÓRIA 3: Na área da Fazenda Mercadão, capela, escola e cemitério rural; Trajetória 15 de Outubro: Pequena Habitação e plantações de subsistência. Trajetória Ponte do Pancas: Pastagens e sede de Fazenda. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 33 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Trajetória ES-080: Pequena Residência Trajetória ES-080: Pequena construção comercial. Trajetória ES-080: Pequena Residência Trajetória ES-080: Pequena Residência Trajetória ES-080: Acesso à Fazenda Trajetória ES-080: Pequena construção comercial. Trajetória ES-080: Pastagens Trajetória ES-080: subsistência Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Plantações de 34 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.5.4 Síntese A seguir apresenta-se uma matriz com as alternativas de traçado estudadas e os respectivos pontos positivos e negativos, que serviram como elementos para a escolha da melhor alternativa a ser implantada do ponto de vista ambiental. A alternativa a ser implantada, representada na Figura a seguir, foi determinada em consonância com os aspectos ambientais, de engenharia, e teve o aval do DERTES. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 35 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) MEIO ANTRÓPICO MEIO BIÓTICO MEIO FÍSICO TRAJETÓRIAS CONCLUSÃO Pontos Positivos Pontos Negativos Pontos Positivos Pontos Negativos Pontos Positivos Pontos Negativos Segmento 1.1: Contorno – Porteira Branca Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens Proximidade com o rio Pancas e cortar olhos d´água - Afloramento rochoso, grandes extensões de corte em rocha Não é recomendada como opção de traçado. Segmento 1.2: Porteira Branca – Entr. c/ inicio da Trajetória Moacir Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens e cultivo de eucalipto - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. Segmento 1.3: Entr. c/ inicio da Traj. Moacir – Entr. c/ final da Traj. Moacir Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - - Afloramento rochoso e declive acentuado ao longo da encosta Não é recomendada como opção de traçado. - Construções residenciais e históricas associadas à Faz. N. Sen. da Penha. Predominância de pastagens - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado, devendo-se manter o afastamento necessário das construções históricas. TRAJETÓRIA 2 Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. TRAJETÓRIA 3 Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. - Afloramento rochoso, presença de erosões e gradiente acentuado ao longo da encosta Não é recomendada como opção de traçado. Não é recomendada como opção de traçado. Recomendada como opção de traçado. TRAJETÓRIA 1 Segmento 1.4: Entr. c/ final da Traj. Moacir – Córrego do Argeo TRAJETÓRIA DO ARGEO TRAJETÓRIA DA PEDRA TRAJETÓRIA FAZ. DO ZACHÉ Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - - Predominância de pequena propriedade Predominância de pastagens, cultivo de café Proximidade com o rio Pancas e cortar olhos d´água - Afloramento rochoso e possível problema de fundação de aterro Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens, cultivo de café - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - 36 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) MEIO ANTRÓPICO MEIO BIÓTICO MEIO FÍSICO TRAJETÓRIAS TRAJETÓRIA DO MOACIR PROPOSIÇÃO DE TRAÇADO “A” PROPOSIÇÃO “G” DE CONCLUSÃO Pontos Positivos Pontos Negativos Pontos Positivos Pontos Negativos Pontos Positivos Pontos Negativos Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. Ausência de afloramento rochoso Ponto localizado (garganta) apresentando encostas com fortíssimo gradiente Recomendada como opção de traçado, devendo-se tomar as medidas necessárias no projeto de engenharia. Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - TRAÇADO Não é recomendada como Cortar a mata que opção de traçado por cortar estabiliza área de preservação voçoroca permanente, segundo Código Municipal de Meio AMbiente Segmento G.1: Entr. c/ ES080 – Entr. c/ final da proposição “A” Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens e cultivo de eucalipto Cortar uma mata secundária e agravar processo erosivo - Segmento G.2: Entr. c/ final da proposição “A” – Inicio da Trajetória Zaché Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. Baixo grau de interferência antrópica - Predominância de pastagens Proximidade com o rio Pancas Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado. Predominância de pastagens Presença de uma área alagada com uma nascente em seu trecho inferior Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Não é recomendada como opção de traçado por cortar área de preservação permanente, segundo lei Federal e o Código Municipal de Meio Ambiente Travessia e proximidade com o rio Pancas Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção - Recomendada como opção de traçado, devendo-se manter o afastamento necessário da margem do Rio Pancas - Recomendado como opção de traçado. Trecho da rodovia ES-080 já existente e pavimentado - Recomendada como opção de traçado, devendo-se tomar os cuidados necessários TRAJETÓRIA DO CHAMON PROPOSIÇÃO VALADA Baixo grau de interferência antrópica VARIANTE PONTE DO PANCAS Baixo grau de interferência antrópica - - Predominância de pastagens TRAJETÓRIA ES-080 Baixo grau de interferência antrópica - Vegetação encontra-se altamente antropizada - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção ALTERNATIVA 15 DE OUTUBRO Baixo grau de interferência - Predominância de pastagens Proximidade com o córrego do Argeu Ausência de qualquer condicionante física que Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 37 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) MEIO ANTRÓPICO MEIO BIÓTICO MEIO FÍSICO TRAJETÓRIAS CONCLUSÃO Pontos Positivos Pontos Negativos Pontos Positivos Pontos Negativos antrópica TRAJETÓRIA NOVA ARGEO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Baixo grau de interferência antrópica Pontos Positivos Pontos Negativos mereça atenção - Predominância de pastagens, corta áreas de vegetação secundária de fisionomia variável - Ausência de qualquer condicionante física que mereça atenção para evitar o assoreamento do córrego na fase de construção - Recomendada como opção de traçado. 38 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 39 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.6 Viabilidade Econômica Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 6.749.004,89 (Extensão Km) 2,78 2 8.604.976,15 (Extensão Km) 4,80 1-A 8.765.732,87 (Extensão Km) 4,41 1-B (Extensão Km) 2,42 2.557.918,36 3.281.813,69 REST. ES-080 1.669.204,92 (Extensão Km) 0,73 4-B 1.779.892,25 (Extensão Km) 3,16 3 14.545.933,68 (Extensão Km) 6,80 1-C 4-A (Extensão Km) 1,69 ALTERNATIVAS / CUSTOS 2.518.714,23 (Extensão Km) 1,04 5 33.696.534,95 R$/Km 1.903.759,04 R$/Km 2.006.323,04 R$/Km 2.030.648,19 31.729.876,36 R$/Km 2.155.562,25 2 / 1-B / 1-C / 4-B (Extensão 14,72 Km) 31.840.563,70 2 / 1-B / 1-C / 4-A (Extensão 15,68 Km) 33.585.847,61 25.729.155,29 R$/Km 1.625.341,46 R$ 23.873.184,04 R$/Km 1.728.688,20 2 / 1-B / 3 / REST-080 / 5 (Extensão 14,81 Km) R$ 1-A / 1-B / 3 / REST-080/5 (Extensão 15,83 Km) R$ R$ R$ 1-A / 1-B / 1-C / 4-B (Extensão 16,74 Km) R$ 1-A / 1-B / 1-C / 4-A (extensão 17,70 Km) COMPOSIÇÃO DAS ALTERNATIVAS MATRIZ ANALÍTICA DE CUSTOS DO ESTUDO DE TRAÇADO RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 40 41 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 5.289.249,24 1.101.926,92 61,47 393.526,89 81.984,77 4,57 2.691.051,74 560.635,78 31,27 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 231.148,28 48.155,89 2,69 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 8.604.976,15 1.792.703,36 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 -1A- A EXENSÃO: 4,80 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 42 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 4.723.408,23 1.699.067,71 69,99 333.155,82 119.840,22 4,94 1.558.567,47 560.635,78 23,09 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 133.873,38 48.155,89 1,98 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 6.749.004,89 2.427.699,60 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 - A2 EXENSÃO: 2,78 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 43 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 5.630.112,80 1.276.669,57 64,23 450.248,80 102.097,23 5,14 2.472.403,79 560.635,78 28,21 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 212.367,48 48.155,89 2,42 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 600,00 136,05 0,01 8.765.732,87 1.987.694,53 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 -1A- B EXENSÃO: 4,41 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 44 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 7.402.197,44 1.088.558,45 50,89 640.300,71 94.161,87 4,40 PAVIMENTAÇÃO 3.812.323,30 560.635,78 26,21 4.0 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 2.363.652,17 29.545,65 16,25 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 327.460,06 48.155,89 2,25 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 14.545.933,68 2.139.107,89 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 - 1A - C EXENSÃO: 6,80 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 45 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 1.232.625,65 390.071,41 37,56 125.406,36 39.685,56 3,82 1.771.609,06 560.635,78 53,98 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 152.172,61 48.155,89 4,64 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 3.281.813,69 1.038.548,64 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 - A3 EXENSÃO: 3,16 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 46 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 1.0 TERRAPLENAGEM 626.783,23 370.877,65 35,21 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 124.251,10 73.521,36 6,98 3.0 PAVIMENTAÇÃO 947.474,47 560.635,78 53,23 4.0 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 81.383,46 48.155,89 4,57 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 1.779.892,25 1.053.190,68 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 -4A- A EXENSÃO: 1,69 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 47 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 1.170.276,26 1.603.118,16 70,11 54.510,74 74.672,25 3,27 409.264,12 560.635,78 24,52 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 35.153,80 48.155,89 2,11 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 1.669.204,92 2.286.582,08 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 -4A- B EXENSÃO: 0,73 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 48 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO 1.0 TERRAPLENAGEM 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 3.0 PAVIMENTAÇÃO 4.0 CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 209.932,47 201.858,15 8,33 39.435,76 37.919,00 1,57 583.061,21 560.635,78 23,15 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 1.636.202,65 27.270,04 64,96 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 50.082,13 48.155,89 1,99 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 2.518.714,23 2.421.840,60 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ALTERNATIVA: 1 - A5 EXENSÃO: 1,04 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 49 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RESUMO DO ORÇAMENTO SERVIÇOS ITEM DISCRIMINAÇÃO CUSTO POR CUSTO TOTAL QUILÔMETRO (R$) (R$) % S/ CUSTO TOTAL 1.0 TERRAPLENAGEM 248.312,88 102.608,63 9,71 2.0 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 422.164,44 174.448,12 16,50 3.0 PAVIMENTAÇÃO 1.770.903,78 731.778,42 69,23 4.0 0BRAS DE ARTE ESPECIAIS 0,00 0,00 0,00 5.0 OBRAS COMPLEMENTARES 116.537,26 48.155,89 4,56 6.0 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 0,00 0,00 0,00 2.557.918,36 1.056.991,06 100,00 TOTAL RODOVIA: ES - 080 TRECHO: VARIANTE DE COLATINA SUB TRECHO: ES-080 ALTERNATIVA: 1Restauração -A EXENSÃO: 2,42 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental RESUMO DE PREÇOS A PREÇOS INICIAIS (PI) DATA BASE: Agosto/2004 50 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.7 Legislação Ambiental Incidente sobre o Empreendimento Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 51 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.7 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL INCIDENTE SOBRE O EMPREENDIMENTO 3.7.1 Legislação Federal CONVENÇÕES INTERNACIONAIS RATIFICADAS PELO BRASIL DESCRIÇÃO Decreto 76.623/75 CITES – Convenção Internacional do Comércio da Fauna e Flora em Perigo de Extinção. Decreto 2.702/98 ITTA – Acordo Internacional Sobre Madeiras Tropicais. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DESCRIÇÃO Constituição Federativa Meio Ambiente (TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL – CAPÍTULO VI do Brasil de 1988 DO MEIO AMBIENTE). LEIS DESCRIÇÃO Lei 3.924/61 Dispõe sobre os Monumentos Arqueológicos e Pré- Históricos. Lei 4.504/64 Estatuto da Terra Lei 4.771/65 Institui o Código Florestal e define as Áreas de Preservação Permanente (matas ciliares, cristas de serras, mananciais hídricos, etc). Lei 4.947/66 Fixa Normas de Direito Agrário, dispõe sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, e dá outras Providências. Lei 5.197/67 Institui a Proteção à Fauna. Lei 5.868/72 Institui o Sistema Nacional de Cadastro Rural. Lei 6.938/81 Institui o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA e o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA. Lei 7.347/85 Conhecida como "Lei dos Interesses Difusos", que disciplina a Ação Civil Pública por danos causados ao meio ambiente. Lei 7.754/89 Estabelece medidas para proteção estabelecidas nas nascentes dos rios providências. Lei 7.803/89 Modifica dispositivos do Código Florestal, inclusive a largura das matas ciliares a serem preservadas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental das florestas e dá outras 52 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Lei 9.433/97 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Lei 9.065/98 Conhecida como "Lei de Crimes Ambientais". Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei 9.433/97 Política Nacional de Recursos Hídricos. Lei 9.984/00 Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Lei 9.985/00 Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Lei 10.267/01 Altera a Lei 5.868/72. Lei 11.284/06 Regulamenta a gestão de florestas públicas no Brasil. INSTRUÇÕES NORMATIVAS – MMA DESCRIÇÃO IN 001/96 Disciplina a reposição florestal obrigatória no País pela pessoa física ou jurídica que explore, utilize, transforme ou consuma matéria-prima florestal. IN 076/05 Dispõe sobre o Ato Declaratório Ambiental – ADA. INSTRUÇÕES NORMATIVAS – IBAMA DESCRIÇÃO IN 004/98 Regulamenta o manejo florestal comunitário, fixando seus critérios e parâmetros. IN 005/98 Regulamenta o manejo florestal simplificado, fixando seus critérios e parâmetros. IN 004/99 Dispõe sobre a alternativa Modalidade Compensação. DECRETOS e DECRETOS LEI de Reposição Florestal DESCRIÇÃO Decreto 24.643/34 Institui o Código de Águas. Decreto Lei 25/37 Organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico. Decreto Lei 4.146/42 Dispõe sobre a proteção de depósito fossilíferos. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental - 53 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Decreto Lei 2.063/83 Referente a transporte de produtos perigosos. Decreto 96.044/88 Aprova o perigosos. Decreto 97.628/89 Regulamenta o artigo 21 da Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965 – Código Florestal, e dá outras providências. Decreto 99.274/90 Regulamenta a Lei n° 6.938, de 31 de Agosto de 1981, que dispõe sobre a criação de Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. Decreto 99.547/90 Dispõe sobre a vedação do corte, e da respectiva exploração, da vegetação nativa da Mata Atlântica, e da outras providencias. Decreto 750/93 Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências. Decreto 1.282/94 Regulamenta os artigos 15, 19, 20 e 21 da Lei 4.771/65 e dá outras providências. Decreto 1.922/96 Dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares do Patrimônio Natural e dá outras providências. Decreto 2.473/98 Cria o Programa de Florestas Nacionais, e dá outras providências. Decreto 2.612/98 Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Decreto 2.661/98 Regulamenta o uso do fogo. Decreto 2.788/98 Altera dispositivos do Decreto 1.282, de 19 de outubro de 1994, e dá outras providências. Decreto 3.420/00 Dispõe sobre a Política Nacional de Florestas. Decreto 3.551/00 Institui o Registro dos Bens Culturais. Decreto 4.449/02 Regulamenta a Lei 10.267/01. RESOLUÇÕES CONAMA RC 004/85 regulamento para transporte de produtos DESCRIÇÃO Estabelece definições (e dimensões) para as reservas ecológicas definidas como áreas de preservação permanentes na lei 4771/65 e suas modificações posteriores. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 54 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RC 001/86 Institui os EIA-RIMA e identifica os organismos responsáveis pelos licenciamentos. RC 006/86 Regulamenta as publicações (divulgações) de licenças e pedidos de licenças na resolução 001/86. RC 011/86 Altera parcialmente a resolução 001/86. RC 020/86 Referente à qualidade das águas. RC 004/87 Identifica como sítios ecológicos de relevância culturais diversas áreas, inclusive hortos florestais e cavernas. RC 009/87 Regulamenta as audiências públicas previstas na resolução 001/86. RC 011/87 Refaz, sem revogar, a Resolução CONAMA 004/87. RC 001/88 Regulamenta o cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental (obrigatório para consultoria e para fabricação, instalação, operação e comercialização de aparelhos de medição, de redução e/ou de controle de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras). RC 003/88 Autoriza entidades civis a participar da fiscalização das unidades de conservação. RC 010/88 Regulamenta as áreas de proteção ambiental (APA's). RC 001/90 Referente aos ruídos. RC 003/90 Dispõe sobre os Padrões de qualidade do ar. RC 008/90 Complementar à Resolução 003/90. RC 013/90 Define responsabilidade sobre licenciamento de empreendimento a menos de 10 km de Unidades de Conservação. RC 005/93 Referente ao gerenciamento de resíduos sólidos em terminais ferroviários, portos, rodoviários, etc. RC 009/93 Referente à destinação e tratamento de resíduos de óleo de lubrificação e outros. RC 010/93 Determina os parâmetros básicos para a análise dos estágios de sucessão da Mata Atlântica. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 55 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) RC 005/94 Define a vegetação primária e secundária nos estágios inicial e médio de regeneração da Mata Atlântica. RC 012/94 Aprova o Glossário de Termos Técnicos para assuntos de Mata Atlântica. RC 002/96 Estabelece os critérios para definir os investimentos em compensação de impactos. RC 237/97 Modifica parcialmente e completa a resolução 001/86. RC 240/98 Determina a imediata suspensão das atividades madeireiras que utilizem como matéria-prima árvores nativas da Mata Atlântica. RC 274/00 Determina os padrões de balneabilidade. RC 357/00 Determina Padrões de Qualidade de Água. RC 357/05 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. RC 362/05 Diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado. MEDIDAS PROVISÓRIAS DESCRIÇÃO MPV 1.736-34/99 Altera artigos da Lei 4.771. MPV 1.956-49/00 Altera artigos da Lei 4.771. MPV 1.956-50/00 Altera artigos da Lei 4.771. MPV 2.080-61/01 Altera artigos da Lei 4.771. MPV 2.080-64/01 Altera artigos da Lei 4.771. MPV 2.166-65/01 Altera artigos e acresce dispositivos ao Código Florestal. MPV 2.166-67/01 Altera artigos da Lei 4.771. PORTARIAS DESCRIÇÃO Port. Norm. 048/95 Regulamenta o Decreto 1.282, de 19 de outubro de 1994. Port. 113/95 Disciplina a exploração das florestas primitivas e demais formas de vegetação arbórea nas regiões Sul, Sudeste, Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 56 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Centro-Oeste e Nordeste. Port. Norm. 113/97 Determina o registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais das pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de minerais, produtos e subprodutos da fauna, flora e pesca. Port. 230/02 Estabelece procedimentos para compatibilizar as fases de obtenção de licenças ambientais com os empreendimentos potencialmente capazes de afetar o patrimônio arqueológico e para obtenção das licenças ambientais referentes à apreciação e acompanhamento das pesquisas arqueológicas no país. 3.7.2 Legislação Estadual – Espírito Santo CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DESCRIÇÃO Meio Ambiente (TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL – CAPÍTULO Constituição do Estado do III DA EDUCAÇÃO; DA CULTURA; DO DESPORTO E LAZER; DO Espírito Santo de 1989 MEIO AMBIENTE; E DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA). LEIS DESCRIÇÃO 3.384/80 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. 3.582/83 Dispõe sobre as medidas de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente no Estado do Espírito Santo. 3.624/83 Dispõe sobre as Áreas Especiais e Locais de Interesse Turístico. 3.873/86 Veda a construção de tanques para armazenamento de combustíveis inflamáveis ou produtos químicos, líquidos ou gasosos, nocivos à saúde, segurança e ao bem-estar da população, no perímetro urbano da Capital e das cidades do interior do Estado. 4.030/87 Declara de preservação permanente os remanescentes da Floresta Atlântica existentes dentro dos limites geográficos do Estado do Espírito Santo. 4.119/88 Considera áreas de preservação permanente os manguezais remanescentes do Estado do Espírito Santo. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 57 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.126/88 Dispõe sobre a implantação da política estadual de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente. 4.132/88 Proíbe, no território do Estado do Espírito Santo, a comercialização e a utilização de "sprays" que contenham clorofluorcarbono (CFC) a partir de 120 (cento e vinte) dias contados da data da publicação desta Lei. 7.866/88 Introduz alterações na Lei 3.384, de 27.11.1980, que trata sobre parcelamento de solo. 4.287/89 Dispõe sobre a arborização, com árvores frutíferas, ornamentais ou essências nativas, nos projetos de construção e conservação de rodovias estaduais. 4.289/89 Proíbe a utilização do processo de queimada, como forma de desmatamento e/ou limpeza de áreas em exploração agrícola, no Estado do Espírito Santo. 4.349/90 Obriga os proprietários e possuidores de imóveis a promover o reflorescimento com espécies florestais frutíferas, em áreas marginais onde existem mananciais e reservatórios de água natural ou artificial. 4.428/90 Dispõe sobre o referendo popular para decidir sobre a instalação e operação de obras ou atividades potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental, previsto no Artigo 187, § 5º, da Constituição Estadual. 4.701/92 Dispõe sobre a obrigatoriedade que todas as pessoas, físicas e jurídicas, devem garantir a qualidade do meio ambiente, da vida e da diversidade biológica no desenvolvimento de sua atividade, assim como corrigir ou fazer corrigir as suas expensas os efeitos da atividade degradadora ou poluidora por ela desenvolvida. 4.706/92 Toda e qualquer indústria instalada ou a se instalar no Estado, que efetue captação em curso d’água, deverá fazer o lançamento de seus efluentes a montante do ponto de captação. 5.080/95 Dispõe sobre a obrigatoriedade de licenciamento para os acampamentos em praias, margens dos rios e balneários. 5.361/96 Dispõe sobre a Política Florestal do Estado do Espírito Santo e dá outras providências. 5.377/97 Regulamenta o artigo 187, § 3º, da Constituição Estadual, dispondo sobre a apreciação de licenciamentos que Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 58 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) envolvam a análise de relatórios de impacto ambiental pela comissão permanente específica da Assembléia Legislativa. 5.605/98 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 5.736/98 Dispõe sobre a fixação política de defesa animal e adota outras providências 5.818/98 Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de Gerenciamento e Monitoramento dos Recursos Hídricos, do Estado do Espírito Santo SIGERH/ES, e dá outras providências. 5.866/99 Altera dispositivos da Lei 5.361 de 30 de dezembro de 1996, e revoga a Lei 4.473 de 28 de novembro de 1990 e a Lei 5.642 de 11 de maio de 1998. 6.175/00 Propõe a proibição de instalação de incineradores de resíduos. 6.607/01 Dispõe sobre a conservação do solo. 6.938/01 Regulamento Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 6.686/01 Inclui dispositivos na Lei 5.361, de 30.12.1996. 6.924/01 Modifica dispositivos da Lei 6.607, de 06 de fevereiro de 2001, que dispõe sobre o preparo do solo para fins agrícola, pecuário e florestal. 7.058/02 Dispõe sobre a fiscalização, infrações e penalidades relativas à proteção ao meio ambiente no âmbito da Secretaria de Estado para Assuntos do Meio Ambiente. 7.336/02 Proíbe a importação e a tramitação no Estado, de material poluente. 7.943/04 Dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos e dá outras providências. DECRETOS 1.519-N/81 DESCRIÇÃO Regulamenta a Lei Estadual 3.384, de 17 de novembro de 1980 que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 59 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 2.299-N/86 Regulamenta a Lei 3.582, de 03 de novembro de 1983 que dispõe sobre as medidas de proteção, conservação e melhoria do Meio Ambiente no Estado Do Espírito Santo. 2.684-N/88 Regulamenta a Lei 4.030, de 23 de dezembro de 1987, que declara de preservação permanente os remanescentes da Floresta Atlântica dentro dos limites geográficos do Estado do Espírito Santo. 3.513-N/93 Dispõe sobre a fiscalização ao cumprimento do disposto na Lei 4.701 de 01 de dezembro de 1992. 4.116-N/97 Condiciona a concessão de licenças de localização, instalação, operação e ampliação às pessoas físicas ou jurídicas, exploradoras de atividades potencialmente poluidoras e degradadoras do meio ambiente à apresentação de Certidão Negativa de Débitos Estaduais. 4.124-N/97 Aprova o Regulamento sobre a Política Florestal do Estado do Espírito do Santo. 4.170-N/97 Regulamenta o Art. 20, da Lei 5.361, de 30.12.96. 4.344-N/98 Regulamenta o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras ou Degradadoras do Meio Ambiente, denominado SLAP, com aplicação obrigatória no Estado do Espírito Santo. 4.376-N/98 Institui o Plano de Prevenção de Acidentes Ambientais com produtos perigosos. 4.447-N/99 Altera o Decreto 4.344-N, de 07 de outubro de 1998 e dá outras providências. 4.495-N/99 Aprova o Regulamento da Política de Defesa Sanitária Animal no Estado do Espírito Santo, instituída pela Lei 5.736, de 21 de setembro de 1998. 3.179/99 Dispõe sobre as especificações das sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 4340/00 Regulamenta artigos da Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. 732-R/01 Altera dispositivos do Decreto Nº 4.344-N, de 07 de outubro de 1998, que estabelece diretrizes para o Licenciamento Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 60 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Ambiental no Espírito Santo e dá outras providências. 1.297-R/04 Altera dispositivos do Decreto 4.344-N, de 07 de outubro de 1998, que dispõe sobre o Sistema de Licenciamento das Atividades Potencialmente Poluidoras. 1.351-R/04 Altera o Cap. VIII do Decreto Estadual 4.344-N, de 07 de outubro de 1998, que dispõe sobre o enquadramento de atividades poluidoras ou degradadoras. PORTARIAS DESCRIÇÃO 02/89 Dispõe sobre a implantação de documentos a serem utilizados no exercício da Fiscalização e da aplicação de Penalidades de atividades poluidoras e de degradação ambiental. 01/94 Estabelece classificação técnica de atividades potencial ou efetivamente poluidoras ou degradadoras tendo por objetivo seus respectivos enquadramentos para efeito de cobrança das taxas. INSTRUÇÕES NORMATIVAS – CEHR DESCRIÇÃO IN 019/05 Estabelece procedimentos administrativos e critérios técnicos referentes à outorga de direito de uso de recursos hídricos em corpos de água do domínio do Estado do Espírito Santo. IN 002/06 Fixa os prazos de vigência das outorgas de direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio do Estado do Espírito Santo. IN 004/06 Revoga o art. 21, da Instrução Normativa 019, de 04 de outubro de 2005, que estabelece procedimentos administrativos e critérios técnicos referentes à outorga de direito de uso de recursos hídricos em corpos de água do domínio do Estado do Espírito Santo. RESOLUÇÕES CEHR RESOLUÇÃO CERH 005/2005 DESCRIÇÃO Estabelece critérios gerais sobre a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos de domínio do Estado do Espírito Santo. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 61 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.7.3 Legislação Municipal – Município de Colatina LEIS DESCRIÇÃO 3.492/89 Dispõe sobre a política de prestação de controle e da conservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida do município de Colatina. 3.547/90 Lei Orgânica Municipal, Título VI DA ORDEM SOCIAL, Capítulo I DISPOSIÇÕES GERAIS, Seção VII DO MEIO AMBIENTE. 4.227/96 Lei de parcelamento do solo urbano, Título I DO PARCELAMENTO, Capítulo IV, DA PROTEÇÃO AMBIENTAL E PAISAGÍSTICA. 4.228/96 Lei de Desenvolvimento Urbano e Plano Diretor, Titulo II DO PLANO DIRETOR URBANO DO MUNICÍPIO DE COLATINA, Capítulo III DO PLANEJAMENTO E DA ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO 4.495/98 Altera disposições da Lei 3.492, de 24 de outubro de 1989. 4.580/99 Institui o Sistema Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental. 4.826/03 Procede ao tombamento de imóvel de interesse Histórico, Cultural, Folclórico, Ambiental ou Paisagístico. 4.862/03 Suprime o Parágrafo 2 da Lei 4.580, de 23.11.1999. 5.045/04 Institui o Código Municipal de Meio Ambiente, no município de Colatina. 3.7.4 Análise O empreendimento não apresenta qualquer conflito com a Legislação incidente, sendo cumpridas as determinações constantes do Plano de Controle e Monitoramento Ambiental apresentado doravante. Em especial, o empreendimento é compatível com a Lei de Desenvolvimento Urbano e Plano Diretor do município de Colatina. Não existem, na Área de Influência Direta do mesmo, áreas legalmente protegidas ou áreas de patrimônio arqueológico. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 62 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.8 Caracterização do Empreendimento Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 63 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.8 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Conforme os parâmetros estabelecidos na RESOLUÇÃO N.º 0127/2003 do CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO DERTES e entendimentos mantidos com a equipe de Fiscalização do DER-ES, o Projeto Geométrico da Rodovia ES-080 foi desenvolvido segundo as características técnicas apresentadas para rodovia Classe I-B, Pista Simples, Região Ondulada/Montanhosa. Sendo assim, foram adotados os seguintes parâmetros para a elaboração do projeto: • Velocidade Diretriz: 80-60Km/h; • Raio Mínimo (Curva Horizontal): 115mm; • Rampa Máxima: 6,0%; • Faixa de Tráfego: 3,60m; • Acostamento: 2,50m,e • Faixa de Domínio: 50-60m (25-30m para cada lado do eixo de locação). A seguir são apresentados os quadros com as Características Técnicas e Operacionais, índices Planimétricos e Altimétricos da rodovia e da interseção com a BR-259. RODOVIA Características Técnicas e Operacionais Classe Região Velocidade Diretriz Distância Mínima de Visibilidade de Parada I–B ONDULADA / MONTANHOSA 80 / 60Km/h 75,00m Distância Mínima de Visibilidade de Ultrapassagem 420,00m Raio Mínimo de Curva Horizontal (e = 8%) 115,00m Taxa Máxima de Superelevação 8,00% Rampa Máxima 6,00% K min Convexo (V = 80km/h) 29,00m K min Côncavo (V = 80km/h) 24,00m Largura da Faixa de Rolamento 3,60m Largura do Acostamento Externo 2,50m Largura da Faixa de Domínio (25-30m/LE – 2530m/LD) 50,00 / 60,00m Índices Planimétricos Largura da Semi-Pista 3,60 m Largura do Acostamento 2,50 m Largura da 3ª Faixa 3,00 m Largura da Faixa de Segurança 0,50 m Largura do Acabamento da Plataforma de Aterro 1,00 m Abaulamento Transversal 2,00 % Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 64 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Inclinação de Taludes (Corte em Solo H:V) Inclinação de Taludes (Corte em Rocha H:V) Inclinação de Taludes (Aterro H:V) 1:1 1:10 3:2 Raio Mínimo de Curva Horizontal 114,63 m Raio Máximo de Curva Horizontal 800,00 m Número de Curvas Horizontais com Transição 41 Número Total de Curvas Horizontais 46 Número Total de Quebras de Tangentes Extensão Total em Curva Extensão Total em Tangente 0 10.137,58 m 4.882,42 m Extensão Total do Trecho (Implantação) 13.238,24 m Extensão Total do Trecho (Restauração) 1.781,76 m Índices Altimétricos Rampa Máxima 6,000 % Rampa Mínima 0,201 % Extensão em Nível 210,00 m Extensão Total em Rampas 9.160,00 m Extensão Total em Curvas Verticais 5.650,00 m INTERSEÇÃO COM A BR-259 RAMOS 100 / 200 / 300 / 400 Índices Planimétricos Largura da Semi-Pista 3,60 m Largura do Acostamento 2,50 m Largura do Acabamento da Plataforma de Aterro 1,00 m Largura da Faixa de Domínio 60 m Abaulamento Transversal 2,00 % Superelevação Máxima em Curva 8,00 % Inclinação de Taludes (Corte em Solo H:V) 1:1 Inclinação de Taludes (Aterro H:V) 3:2 Raio Mínimo de Curva Horizontal Raio Máximo de Curva Horizontal 15,00 m 1.125,00 m Número de Curvas Horizontais com Transição 3 Número Total de Curvas Horizontais 7 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 65 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Número Total de Quebras de Tangentes Extensão Total em Curva Extensão Total em Tangente Extensão Total do Trecho (Implantação) 0 1.175,75 m 778,84 m 1.954,59 m Índices Altimétricos Rampa Máxima 9,294 % Rampa Mínima 1,999 % Extensão em Nível 250,54 m Extensão Total em Rampas 604,05 m Extensão Total em Curvas Verticais 1.100,00 m A extensão total do projeto é da ordem de 15.020 metros, estaca 0+0,00 a 751+0,00, tendo sido contemplado na sua elaboração as seguintes situações: A transposição sobre o Rio Pancas (ponte) entre as estacas 36+7,00 e 39+17,00; A implantação de terceiras faixas numa extensão de 4.980 m (Est. 349 a 386 / Est. 411+10 a 510 / Est. 656+10 a 607 / Est. 747+10 a 683+10); A implantação da Interseção com a BR-259 a partir da estaca 100, início do Ramo 100, = estaca 751+0,00, final do projeto do trecho rodoviário. A transposição sob a BR-259 (passagem inferior) entre as estacas 112+16,04 e 113+10,43; A implantação do Acesso Ponte do Pancas entre as estacas 0+0,00 e 36+7,00; e, A implantação do Acesso Córrego do Ouro entre as estacas 161+11,19 e 199+19,30. O Projeto de Terraplenagem foi elaborado com base nos elementos fornecidos pelos Estudos Topográficos, Geológico-Geotécnicos, pelo Projeto Geométrico e Avaliações de Campo, além das informações relativas dos Estudos Hidrológico e do Projeto de Drenagem. A seção transversal de terraplenagem foi definida a partir das dimensões adotadas para a plataforma de pavimentação levando-se em consideração a espessura total de sua estrutura, revestimento+base+sub-base. Para a elaboração deste projeto, em função das informações obtidas a partir dos Estudos Geotécnicos, adotou-se as seguintes inclinações taludes: Aterro: ..................................................... H/V=3/2 Corte em Solo: ............................... H/V= 1/1 Corte em Rocha: .......................H/V= 1/10 As seções transversais, tanto de aterro quanto de corte em solo, com alturas iguais ou superiores a 10,00 metros foram providas de bermas e/ou banquetas com largura igual a 3,00 metros, mantendo-se a inclinação dos taludes de acordo com o tipo de seção. SEÇÕES TRANSVERSAIS DE TERRAPLENAGEM Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 66 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) TERRENO NATURAL 2,00 L/2 = 7,10 - e 1 L/2 = 6,22 + 1,00 + 3/2e i=2% i=2% 1 3 2 Mista em Solo - 3ª Faixa 2,00 L/2 = 8,10 - e L/2 = 6,22 + 1,00 + 3/2e 3a.FAIXA 1 i=2% i=2% 1 3 2 TERRENO NATURAL Mista em Solo / Berma TERRENO NATURAL 2,00 3.00 1 L/2 = 7,10 - e 3% 1 1 i=2% i=2% 3 2 10,00 3.00 3% 3 2 Mista em Solo / Berma - 3ª Faixa Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 1 10,00 L/2 = 6,22 + 1,00 + 3/2e 67 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) TERRENO NATURAL 2,00 3.00 1 L/2 = 7,10 - e 1 3% 3a.FAIXA 10,00 L/2 = 7,22 + 1,00 + 3/2e 1 1 i=2% i=2% 3 2 10,00 3.00 3% 3 2 Mista em Rocha L/2 = 7,10 - e L/2 = 7,10 - 1/5e 2,00 10 i=2% 1 i=2% 1 1 TERRENO NATURAL Mista em Rocha – 3ª Faixa Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 68 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) L/2 = 7,10 - e L/2 = 8,10 - 1/5e 2,00 3a.FAIXA 10 i=2% 1 i=2% 1 1 TERRENO NATURAL Para o cálculo do volume de compensação lateral e do volume excedente em cada interperfil, foi levado em conta um fator de compactação, que permitiu estabelecer a equivalência entre volumes de corte e aterro. Adotou-se para cálculo dos volumes a serem escavados um fator multiplicativo igual a 1,27, alcançado a partir da relação entre a densidade máxima de laboratório, obtida no ensaio de compactação, e a densidade “in situ” dos cortes e/ou empréstimos, acrescidos das perdas sistemáticas no coroamento, fundo de transportadores em deslocamento, esteiras, fugas de materiais por chuvas torrenciais e racalques naturais na fundação dos aterros sob os pneus dos transportadores. O emprego deste fator permitiu referir os volumes de terraplenagem a uma unidade comum, ou seja, à unidade de volume escavado (corte). Considerou-se que para conformação do corpo de aterro o material deverá ser compactado a 95% da energia do Proctor Normal, exceto para as últimas camadas, 60cm, onde deverá ser aplicada a energia de compactação equivalente a 100% do Proctor Normal. O estudo da movimentação das massas objetivou o cálculo dos volumes, a determinação e a indicação das origens e destinos dos materiais a serem movimentadas para a implantação básica da rodovia, através das seguintes atividades: Cálculo dos Volumes; Análise de Terraplenagem e Estudo da Distribuição das Massas; Determinação das Distâncias Médias de Transporte (DMT). Definiram-se os diversos segmentos da operação de terraplenagem, classificados do seguinte modo: segmentos de corte e aterros compensados (aterros ou compensação lateral); segmento de corte sem compensação (bota-foras). O tratamento dispensado às operações de terraplenagem seguiu a seguinte sistemática: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 69 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Cortes: Procurou-se utilizar os volumes de cortes para a execução de aterros a eles adjacentes e sempre no sentido da rampa em declive. No caso do presente projeto, 3 locais específicos foram orientados para lançamento de material de 3ª categoria com os seguintes propósitos: Da est. 336+15,00 a 344+5,00: para montar berço de bueiro – fundo de brejo; Da est. 359+15,00 a 365+10,00: para proteger saia de aterro; e, Da est. 257+ 10,00 a 381+5,00: para proteger saia de aterro. Aterros: Os materiais utilizados para o preenchimento dos intervalos em aterro foram provenientes, somente, de seções em corte. Bota-Fora: Devido à preocupação com o aspecto ambiental estudou-se o menor números possível de locais de bota-foras, tendo sido definidos e selecionados apenas 3 locais conforme abaixo relacionados: Bota-Fora n.º Localização (Estaca) Posição Afastamento do Eixo (Km) Volume Lançado (m³) 01 274 + 0,00 LD 0,20 7.459 (3ª cat.) 02 330 + 0,00 LD 0,25 18.000 (3ª cat.) 03 625 + 0,00 LE 0,20 18.072 (1ª cat.) Resumo dos Resultados Obtidos Origem Destino Volume (m³) Comp. Longitudinal / Aterro 893.618 Comp. Lateral / Aterro 58.427 Bota-Fora 18.072 Interseção 132.170 Volume (m³) Corte no Eixo 1.102.287 Compactação Grau de Compactação Volume (m³) 95% PN 637.796 100% PN 111.846 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 70 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Material Escavado / Pista (3ª Categoria = 62.909 m3) Origem Destino Volume (m³) Comp. Longitudinal / Aterro 37.234 Comp. Lateral / Aterro 216 Bota-Fora 25.459 Volume (m³) Corte no Eixo 62.909 Compactação Aterros em Rocha 37.450 Material Escavado / Inter. BR-259 (Contorno de Colatina) (1ª Categoria = 9.829 m3) Origem Volume (m³) Destino Volume (m³) 9.829 Comp. Longitudinal / Aterro 7.856 Comp. Lateral / Aterro 1.973 43.431 Aterro 1 e 2 / Ramo 300 43.431 88.739 Aterro 1, 2 e 3 / Ramo 100 Aterro 1 / Ramo200 Aterro1 e 2 / Ramo 400 88.739 Corte no Eixo / Interseção Corte no Eixo / Rodovia (Est. 0 a 33) Corte no Eixo / Rodovia (Est. 436 a 492) Compactação Grau de Compactação Volume (m³) 95% PN 95.129 100% PN 16.681 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 71 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) O Projeto de Drenagem e de Obras de Arte Correntes foi desenvolvido objetivando, a partir das conclusões dos Estudos Hidrológicos e dos demais fatores intervenientes, definir as características físicas, localização e quantificação dos dispositivos de drenagem necessários ao disciplinamento dos fluxos escoantes na área interceptada pela rodovia. No desenvolvimento do projeto foram abordadas intervenções referentes a: • Obras de drenagem superficial; • Obras de drenagem profunda, e • Obras de arte correntes. Os dispositivos de drenagem considerados para serem implantados seguintes: • Meios-fios de concreto; • Entradas, saídas e descidas d'água; • Sarjetas de proteção de corte; • Valetas de proteção de corte e de aterro; • Dissipadores de energia; • Obras de Arte Corrente; • Caixas coletoras; • Colchão drenante, e • Drenos longitudinais. foram os A adoção em conjunto dos dispositivos mencionados visa capacitar o sistema, que será implantado, a promover um satisfatório escoamento aos deflúvios que vertem sobre o leito estradal. O Projeto de pavimentação foi desenvolvido objetivando definir a composição da estrutura e dimensionar as camadas constituintes do pavimento, quantificando os serviços que serão executados. A rodovia em projeto é caracterizada segundo um eixo que se desenvolve entre as estacas 0+0,00 e 751+0,00, com uma extensão total de 15.020,00m, incluindo-se nesta extensão o segmento da Rodovia ES-080, existente, situada entre as estacas 54+10,00 e 158+0,00. O projeto de pavimentação constitui-se nos seguintes itens: • Pavimento da pista nova a ser implantada e • Restauração do pavimento da pista existente da Rodovia ES-080. Pavimento da pista nova Espessuras (cm) Estaca Inicial Estaca Final Extensão (m) 0+0,00 36+7,00 727,00 36+7,00 39+17,00 70,00 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental ISC CBUQ 10 7,0 Base 15,0 Ponte SubBase 15,0 Reforço - 72 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espessuras (cm) Estaca Inicial Estaca Final Extensão (m) 39+17,00 54+0,00 283,00 54+0,00 97+12,41 872,41 97+12,41 112+10,65 298,24 112+10,65 158+0,00 909,35 158+0,00 310+0,00 3.040,00 ISC CBUQ 7 7,0 SubBase Base 15,0 15,0 Reforço 15,0 Trecho da ES-080 a ser restaurado 7 7,0 15,0 15,0 15,0 Trecho da ES-080 a ser restaurado 7 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 7,0 310+0,00 751+0,00 8.820,00 6 Restauração do pavimento da pista existente da Rodovia ES-080. O estado geral da rodovia, levando-se em conta os defeitos identificados e o fato da rodovia se apresentar atualmente com uma capa de 12,0cm de espessura, demonstra que qualquer serviço de restauração baseado no reforço através da aplicação de nova camada de material betuminoso está fadado ao insucesso. Há que se fazer à reconstrução da estrutura do pavimento eliminando-se o material trincado, reaproveitando o material nobre da capa para execução de nova camada do pavimento. Esse processo tem a vantagem de eliminar o desnível existente entre a pista atual e o acostamento em terra. Para a reabilitação do pavimento do trecho da rodovia existente deverá ser adotada a seguinte solução: • Execução de sub-base contínua, distribuída ao longo de toda a plataforma (pista e acostamentos), com material proveniente da reciclagem da base existente, com a incorporação do material fresado do revestimento; • Execução de base em brita graduada; • Execução de “binder” com 4,0cm de espessura, na plataforma toda (pista e acostamentos) em concreto betuminoso usinado a quente fx.”B”; • Execução de capa, na pista de rolamento, com 3,0cm de espessura, em concreto betuminoso usinado a quente fx.”C”, conforme recomendado pela fiscalização. Em função das espessuras projetadas para as camadas de base e sub-base, elaborouse o quadro apresentado a seguir onde consta o volume de material por metro linear para implantação de cada camada do pavimento. Volume (m³ x ml) Camada Espessura (cm) Base Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 15,0 Geométrico Solto 2,164 2,813 73 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Sub-Base 15,0 2,231 2,900 Reforço 15,0 2,300 2,990 As soluções a serem adotadas para constituição das camadas do pavimento e as ocorrências a serem utilizadas são as seguintes: Camada Solução Tipo Origem do Material Capa Concreto betuminoso Usinado a Quente, Fx “C”, com 3,0cm de espessura. Pedreira P-1 “Binder” Concreto betuminoso Usinado a Quente, Fx “B”, com 4,0cm de espessura. Pedreira P-1 Brita Graduada. Pedreira P-1 Base Solo Estabilizado granulometricamente sem mistura. ISC maior ou igual a 20. Sub-Base Reforço Jazida J-1 Reciclagem da base + revestimento atual com adição de 50% de material da jazida J-1 ISC maior ou igual a 20. Solo Estabilizado granulometricamente sem mistura. ISC maior ou igual a 10. Jazida J-2 A plataforma acabada de pavimentação foi defina com 2 faixas de tráfego com largura de 3,60m, acostamentos com 2,50m, dispositivos de drenagem (corte -1,00m / aterro – 0,12), ombro de aterro de 1,00m e, incorporando em alguns segmentos, 3ª faixas com 3,00m de largura em relação ao bordo da pista mais uma faixa de segurança de 0,50m, conforme se apresenta: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 74 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) SEÇÕES TRANSVERSAIS DE PAVIMENTAÇÃO 1 2% 2% 1 3 2 Trechos com 3ª Faixa 1 2% 2% 1 3 2 • • • • Est. 349+0,00 a 386+0,00LD Est. 411+10,00 a 510+0,00LD Est. 656+10,00 a 607+0,00LE Est. 747+10,00 a 683+0,00 Acessos 2% 3 2 O esquema de localização dos materiais é apresentado a seguir. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 75 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 76 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Resumo dos Quantitativos Finais de Pavimentação Discriminação do Serviço Unid. DMT Quantidade Regularização do subleito m² - 239.656,91 Reforço do Subleito em solo estabilizado granulometricamente sem mistura m³ 24,71 42.306,18 Sub-base em solo estabilizado granulometricamente sem mistura. m³ 17,78 42.788,12 Base em brita graduada m³ 62,04 46.424,22 Reciclagem de base e capa a frio “in situ” m³ 3.975,11 Imprimação m2 206.357,01 Pintura de ligação m² - 149.352,08 Fornecimento e transporte de asfalto diluído CM-30 t 675,33 247,63 Fornecimento e transporte de emulsão asfáltica RR-2C t 675,33 89,61 Concreto betuminoso usinado a quente fx “B” t - 19.810,27 Concreto betuminoso usinado a quente fx “C” t - 10.753,35 Fornecimento e transporte de cimento as asfáltico CAP-20 t 675,33 1.635,71 Foram desenvolvidos projetos de acessos em nível e interseção em níveis diferentes em função da importância da interconexão e dos volumes de tráfego interferentes nas conversões que se façam necessárias. A interseção em níveis diferentes (dois níveis), foi projetada no cruzamento de maior importância, qual seja, aquele existente no final do trecho onde se faz a integração do tráfego proveniente da Variante de Colatina (ES-080) com a Rodovia Federal BR259, Contorno de Colatina. As concepções geométricas de controle operacional projetadas ao longo do trecho em comento, são relacionadas no quadro adiante em função da sua localização e características funcionais. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 77 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) LOCALIZAÇÃO FUNÇÃO CARACTERISTICAS 1 Estaca 15+10,00 Acesso Ponte de Pancas “T” com gota central e uma ilha canalizadora 2 Estaca 183 Acesso Córrego do Ouro I “T” com gota central e duas ilhas canalizadoras 3 3 Estaca 311+10,00 Acesso Córrego do Argeu Estaca 751=100 Entroncamento BR-259 (Contorno de Colatina “T” simples sem dispositivos canalizadores Interseção em 2 níveis com 4 ramos e passagem inferior sob Rodovia BR-259 (Contorno de Colatina) O Projeto de Obras Complementares constitui-se dos sistemas de sinalização (horizontal / vertical / dispositivos especiais / dispositivos complementares), dos serviços de preservação ambiental bem como, dos serviços diversos a serem implementados na rodovia. Na elaboração do Projeto de Sinalização, procurou-se através de pintura de faixas, marcas no pavimento, sinais convencionais e elementos auxiliares de percurso, transmitir ao usuário da rodovia mensagens simples, de fácil visualização nas condições de visibilidade e velocidade de operação do local. Os serviços diversos a serem executados referentes as obras complementares, além dos dispositivos já contemplados na sinalização, objetivou dotar a rodovia da necessidade de se projetar os seguintes dispositivos: Abrigo em Parada de Ônibus, Cercas, Remanejamento de Rede Elétrica e de Telefone, Passagem Inferior, Barreiras Rígidas e Passagem de Gado. O projeto para implantação de obras de arte especial se fez necessário para promover a transposição do Rio Pancas, na altura da estaca 35 e para a possibilitar a transposição por sob a BR-259 (Contorno de Colatina) por meio de uma passagem inferior. Ponte sobre o Rio Pancas A concepção geométrica da rodovia e a adequação da seção inicial, conforme solicitado pela Fiscalização, impuseram a adoção de uma seção transversal para a obra de arte especial com uma largura total de 13,00 metros, distribuída em duas faixas de tráfego com 3,60 metros de largura, faixas de segurança de 0,38 metros de largura, barreiras tipo “New Jersey” com 0,40 metros de largura, passeios para pedestres com 2,00 metros de largura e guarda corpo com 0,125 metros de largura. O estudo da seção de vazão e os ajustes finais na geometria sob os aspectos planialtimétricos levaram a adoção de uma estrutura com 70,0 metros de comprimento. A concepção da obra prevê o lançamento de estrutura convencional em concreto armado, com solução hiperestática para superestrutura, apresentando dois vãos, com 30,0 metros de comprimento cada um e dois balanços extremos de 5,0 metros de comprimento cada um sobre pilares de seção quadrada em concreto armado. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 78 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Para as fundações, estão previstas estacas de duplo trilho TR-57. Passagem Inferior sob a Rodovia BR-259 A solução proposta para a implantação da passagem inferior sob a rodovia federal BR-259 Contorno de Colatina, largamente utilizada em substituição as obras executadas segundo o processo não destrutivos em “tunnel liner” da ARMCO, que não atendem as larguras e gabaritos necessários, é constituída por um sistema estrutural de contenção do aterro da rodovia através da cravação de linhas de estacas raiz de diâmetro φ = 0,50 metros unidas por jateamento de concreto com a execução de uma laje de passagem com barreiras “New Jersey” laterais. A seção transversal inferior da passagem é de 13,0 metros de largura e vão livre de 5,50 metros de altura. Para atender ao Contorno de Colatina a seção transversal da estrutura será constituída por duas pistas com 3,60 metros de largura, acostamentos com 2,50 metros de largura e barreiras “New Jersey”com 0,40 metros de largura. O Projeto de Desapropriação, a nível básico, teve por objetivo identificar, quantificar e avaliar o custo das indenizações das propriedades que interferem com o projeto de implantação da Rodovia ES-080 – Variante de Colatina, tratando-se, a priori, de um corredor com fisionomia tipicamente rural, conforme classificação e definições, estabelecidas para este estudo. Foram identificadas, localizadas e cadastradas 29 interferências com a diretriz do traçado projetado implicando um custo estimado de desapropriação de R$ 1.381.844,05, conforme sintetizadas na tabela apresentada. Além das interferências citadas, foram cadastradas 11 imóveis lindeiros. Tabela resumo Desapropriação Área (m2) Valor Unitário (R$/m2) Total (R$) Terreno 731.837,57 1,24 907.478,59 Benfeitorias 656,51 689,40 452.598,00 Cultura - Banana 1.086,44 0,44 478,03 Cultura – Coco 3.656,30 0,65 2.376,60 Cultura – Café Conilon 79.857,97 0,23 18.367,33 Cultura – Cana-deAçúcar 1.948,23 0,28 545,50 TOTAL - - 1.381.844,05 O Projeto de Paisagismo restringiu-se as áreas dos canteiros e ilhas componentes dos acessos e da interseção com a BR-259. Na elaboração do projeto foram considerados Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 79 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) os seguintes serviços: revestimento vegetal por hidrossemeadura, forração e arborização. Nos canteiros e ilhas dos acessos Ponte do Pancas e Córrego do Ouro, foram utilizados, em suas maiores áreas, revestimento em grama cabendo as áreas centrais dos dispositivos de canalização, o plantio de plantas de cobertura (forração) do tipo “Coroa de Cristo”- “Euphorbia Milli Var. Breonnii”. Na interseção com a BR-259 o projeto estabeleceu a arborização através do plantio de 88 unidades de “Espirradeiras” – “Nerium Oleander”, em parte da área do Ramo 100 do dispositivo. Plano de Execução da Obra A Cidade de Colatina pertence a microrregião denominada como Pólo Colatina, dista aproximadamente 140,00 quilômetros da capital do estado, a Cidade de Vitória, e dispõem de toda a infra-estrutura necessária para dar suporte a toda sorte de atividades. Com uma população estimada de 111.789 habitantes (2006 – Fonte: IBGE), a cidade disponibiliza para a condução dos serviços; hospitais, hotéis, redes de telecomunicações, amplas condições de mão de obra e demais suportes tais como; bancos; comércio, correios (com sistema de malotes), etc.. Prazos de Execução da Obra Para execução dos trabalhos, admitiu-se o prazo de 900 (novecentos) dias consecutivos – 30 meses, conforme Cronograma Físico apresentado adiante. Relação de Pessoal Técnico Apresenta-se a seguir a relação do pessoal técnico julgado necessário a uma adequada condução e execução da obra. Categoria Profissional Quantidade Engenheiro Residente 01 Engenheiro Mecânico 01 Engenheiro Auxiliar 01 Engenheiro Estrutural – Obras de Arte Especiais 01 Engenheiro de Controle de Qualidade 01 Encarregado Geral 02 Encarregado de Terraplenagem 01 Encarregado de Drenagem e OAC 01 Encarregado de Pavimentação 01 Encarregado de Obras de Artes Especiais 01 Encarregado de Complementares Sinalização e Obras 01 Chefe de Seção Técnica 01 Chefe de Topografia 01 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 80 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Chefe de Laboratório 01 Relação do Equipamento Mínimo O quadro a seguir fornece a relação de equipamento mínimo julgado necessário à execução dos serviços previstos. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 81 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Equipamentos Quantidade Trator de esteiras com lâmina e escarificador (270 HP) 03 Pá carregadeira de pneus (170 HP) 04 Pá carregadeira de pneus (130 HP) 01 Escavadeira Hidráulica 02 Motoniveladora (140 HP) 03 Retroescavadeira (76 HP) 02 Rolo estático autopropelido liso, tipo tandem (4 t) 01 Rolo estático autopropelido liso, tipo tandem (8 / 10 t) 01 Rolo vibratório autopropelido pé de carneiro (127 HP) 02 Rolo vibratório autopropelido liso (100 HP) 03 Caminhão distribuidor de asfalto (6000 lts) 01 Caminhão tanque (10.000 lts) 03 Caminhão basculante (10 m³) 12 Tanque para depósito de asfalto a frio (30.000 lts) 01 Tanque para depósito de asfalto a quente (30.000 lts) 01 Distribuidor de agregados autopropelido (100 t/h) 01 Caminhão de carroceria fixa (7 t) 03 Grade de disco 24 x 24 02 Trator de pneus (115 HP) 02 Vassoura mecânica rebocável 02 Compressor de ar (160 PCM) 02 Perfuratriz manual 02 Betoneira (320 lts) 03 Betoneira (600 lts) 01 Vibrador de imersão 03 Conjunto moto – bomba 02 Máquina para pintura de faixa 01 Grupo Gerador 290 KVA 01 Acampamento e Instalações Industriais O acampamento, compreendendo escritórios da construtora e fiscalização, laboratórios tecnológicos, oficina mecânica, cantina e alojamento de pessoal sem famílias, assim como as instalações industriais, compostas pelas usinas de solo e asfalto, central de concreto, áreas e dispositivos para estocagem de materiais asfálticos, agregados, cimento e outros, poderá ser localizados a cerca de 400m aquém da Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 82 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) estaca 183 + 0,00 (acesso projetado Córrego do Ouro), na Rodovia ES-080, sentido Colatina. O esquema do acampamento é apresentado a seguir. Execução dos serviços e mão de obra Tendo em vista a natureza dos trabalhos que deverão ser realizados, o plano de execução da obra deverá prever o ataque imediato dos serviços inerentes a terraplenagem, obras de arte correntes e especiais, para posterior execução dos serviços de pavimentação, drenagem, obras complementares e sinalização. Segundo dados da ANEOR (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias), para cada quilômetro de obras de implantação são gerados cinco empregos diretos e mais 30%, desse total, em empregos indiretos ou seja, para a implantação da ES 080 no trecho objeto dos estudos, serão gerados 75 empregos diretos e 23 indiretos. Do total de empregos diretos teremos a seguinte distribuição dos trabalhadores: 10% são responsáveis técnicos e técnicos de nível superior, entre 30% e 40% são mão-deobra especializada e entre 50% e 60% são trabalhadores sem necessidade de qualificação. Os 10% dos técnicos de nível superior e responsável técnico, provavelmente virão da região de origem da empreiteira contratada para execução da obra. O grupo da mão-de-obra especializada, entre 30% e 40% dos trabalhadores, dificilmente será preenchido com profissionais da região, normalmente a empreiteira se vê obrigada a trazer pessoal de outras regiões. Os trabalhadores locais normalmente se enquadram no grupo dos que não necessitam de qualificação, ficando entre 50% e 60% do efetivo total da obra. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 83 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental SERVIÇO S O bras de Arte Especiais Mobilização e Desmobilização Instalação de Canteiros e Acampamentos Desapropriação Tratamento Ambiental Sinalização e O bras Complementares Drenagem e Obras de Arte Correntes Pavimentação Terraplenagem 60% 100% 40% 40% 25% 50% 20% 30% 30% 10% 720 20% 15% 30% 600 DIAS 40% 20% 840 40% 10% 900 CRO NO GRAMA DE EXECUÇÃO DAS O BRAS PE-Q d 14 Projeto Executivo de Engenharia para Eliminação de Ponto Crítico 50% 20% 10% 20% 25% 30% 30% 480 25% 30% 30% 30% 10% 10% 360 240 120 RODOVIA: ES-080 TRECHO: Entroncamento ES-80 (P. do Pancas) Entroncamento BR-259 (Contorno) SUBTRECHO: SEGMENTO: O bservações: CÓ GIGO RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 84 Cronograma Físico A seguir é apresentado o cronograma Físico para a execução dos serviços de pavimentação da Rodovia ES–080 (Variante Colatina). 85 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.9 Delimitação da Área de Influência do Empreendimento Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 86 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 3.9 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO A delimitação da Área de Influência de um empreendimento constitui-se em um dos requisitos para a avaliação de impactos ambientais, e base fundamental para a condução dos processos de amostragem e coleta de dados, necessários ao diagnóstico e ambiental. Para esse trabalho, foram definidas a Área de Influência Direta (AID) e a Área de Influência Indireta (AII), considerando-se os impactos provenientes das atividades do empreendimento sobre os recursos naturais (fauna, flora, recursos hídricos) e sobre os fatores sócio-econômicos (população beneficiada, vias de acesso, etc.) A Área de Influência Direta é definida como aquela onde as obras são realizadas, envolvendo toda a faixa de domínio e as áreas impactadas e modificadas mesmo estando fora dela, tais como as usadas para extração de materiais de construção (empréstimos, cascalheiras, pedreiras e areais), para construção de caminhos de serviço, bem como para a implantação de desvios de tráfego provisórios ou permanentes e para a introdução de semáforos. Também estão incluídas na AID as áreas utilizadas para acampamentos e oficinas das construtoras, bem como de usinas misturadoras de solos e/ou de asfalto, se tais usinas forem usadas nas obras e os locais de bota-fora. Como conseqüência, pertencem à AID todos os espaços físicos – e, portanto, ambientes – atingidos pelas atividades voltadas à implementação e pavimentação da Rodovia. A AID é mais suscetível a receber os impactos decorrentes da execução das obras e das atividades de operação. É nesta faixa que os problemas que ocasionem perdas diretas (tanto da rodovia quanto de moradores e proprietários vizinhos) por meio de assoreamentos, erosões, queimadas, acidentes, desapropriações de ocupações irregulares da faixa de domínio, entre outros deverão ser controlados e monitorados. Na Área de Influência Direta deverão ser tomados cuidados especiais, principalmente no que se refere à obtenção de materiais de construção (caixa de empréstimo, pedreiras, cascalheiras, areais) e, também, no que se refere ao descarte de materiais e resíduos (destino dos bota-foras, entulhos de excesso de terraplenagem, pavimentos, etc). Para o Diagnóstico Ambiental, a AID foi definida segundo o meio considerado. Para o Meio Antrópico, a AID constitui-se da faixa de domínio da Rodovia a ser implementada e pavimentada, e de todas as fazendas, propriedades, aglomerados populacionais e lugarejos que serão objeto de projetos de desapropriações e que venham a sofrer alguma alteração com a implantação do empreendimento. Para o Meio Bióitico, a AID constitui-se da faixa de domínio da Rodovia e de todas as áreas estudadas pelas equipes da fauna e flora. Para o Meio Físico, a AID constitui-se da faixa de domínio da Rodovia e das áreas utilizadas para o canteiro de obras, botafora e jazidas exploradas. A Área de Influência Indireta foi definida como o território do município de Colatina. Na Figura abaixo estão representadas em linhas gerais a AII e as AIDs. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 87 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 88 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 2. – INFLUÊNCIA DIRETA MEIO FÍSICO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 89 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 3 – INFLUÊNCIA DIRETA MEIO BIÓTIPO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 90 RODOVIA ES – 080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 4 – INFLUÊNCIA DIRETA MEIO SÓCIO ECNOM. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 91 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.0 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 92 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.1 Meio Físico Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 93 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.1 MEIO FÍSICO 4.1.1 Clima A área de influencia do empreendimento está inserida na região de clima AW, Tropical Chuvoso de Savana, segundo a classificação de Wladimir Köppen. Este clima é caracterizado por um verão quente com copiosas precipitações e um inverno ameno e bastante seco. São as seguintes as principais características climáticas da região: • Temperatura máxima média anual: .................................................................................... 26º a 28º C • Temperatura mínima média anual: ...................................................................................... 18º a 20º C • Temperatura máxima absoluta (média anual): .......................................................... 36º a 38º C • Temperatura mínima absoluta (média anual):..................................................................4º a 6º C • Precipitação total (média anual) Estação Colatina: ................................... 619 a 1536 mm • Número total de dias de chuva (média anual) Estação Colatina: ....... 77 a 138 dias • Trimestre mais chuvoso: ........................................................................................................ Nov./Dez./Jan. • Trimestre mais seco: ................................................................................................................... Jun./Jul./Ago. • Umidade relativa anual:.................................................................................................................................. 80% • Insolação total anual (média anual): .............................................................. 2000 a 2200 h/ano 4.1.2 Pluviometria A fim de caracterizar o regime pluviométrico da região, foram pesquisados dados de chuvas dos seguintes postos da Agencia Nacional de Águas - ANA localizados nas cercanias do trecho. Considerando-se as características da região e a extensão do segmento em projeto optou-se por adotar os dados relativos ao Posto de Colatina. Estações Pluviométricas Estação Local (Município ) Código Colatina Colatina/ ES 01940006 Longitude Altitude Período de Observação 19º 31’ 51” 40º 37’ 37” 40,0 m 1967 a 2005 Latitude Esta estação apresenta uma série histórica significativa, com um período de cobertura de 39 anos, com dados de precipitações diárias ao longo do referido período, com raros períodos de descontinuidade. Apresenta-se a seguir para a Estação de Colatina: • O estudo estatístico das suas observações para o período de 40 anos, com 38 eventos consideráveis; • Histogramas das Precipitações Totais Anuais e Precipitação Média Mensal; Análise Estatística de Precipitações Máximas Diárias (Estação Colatina) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 94 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Ano P ( mm ) Ordem P ( mm ) Freq. T.R. 1968 53,20 1 113,00 2,70 37,00 1969 64,20 2 112,60 5,41 18,50 1970 84,60 3 107,60 8,11 12,33 1971 83,20 4 107,50 10,81 9,25 1972 57,80 5 107,20 13,51 7,40 1973 89,20 6 106,40 16,22 6,17 1974 61,20 7 106,20 18,92 5,29 1975 49,20 8 98,20 21,62 4,63 1976 66,20 9 92,70 24,32 4,11 1977 56,80 10 92,10 27,03 3,70 1978 89,20 11 92,00 29,73 3,36 1979 113,00 12 90,80 32,43 3,08 1980 98,20 13 90,20 35,14 2,85 1981 107,60 14 89,20 37,84 2,64 1982 65,20 15 89,20 40,54 2,47 1983 112,60 16 88,90 43,24 2,31 1984 57,20 17 88,20 45,95 2,18 1985 53,20 18 84,60 48,65 2,06 1987 84,30 19 84,30 51,35 1,95 1988 79,20 20 83,20 54,05 1,85 1989 66,30 21 79,90 56,76 1,76 1990 79,90 22 79,20 59,46 1,68 1991 92,10 23 69,00 62,16 1,61 1992 107,20 24 67,30 64,86 1,54 1993 106,20 25 66,30 67,57 1,48 1994 107,50 26 66,20 70,27 1,42 1995 88,20 27 65,20 72,97 1,37 1996 92,00 28 64,20 75,68 1,32 1997 106,40 29 63,20 78,38 1,28 1998 69,00 30 62,10 81,08 1,23 1999 63,20 31 61,20 83,78 1,19 2000 90,20 32 60,30 86,49 1,16 2001 88,90 33 57,80 89,19 1,12 2002 60,30 34 57,20 91,89 1,09 2003 67,30 35 56,80 94,59 1,06 2004 62,10 36 53,20 97,30 1,03 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 95 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Ano P ( mm ) Ordem P ( mm ) Freq. T.R. 2005 92,70 37 53,20 100,00 1,00 2006 90,80 38 49,20 102,70 0,97 Precipitação Média = 79,78 Desvio Padrão = 19,49 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 00 200 200 400 400 600 600 800 800 1000 1000 1200 1200 1400 1400 1600 1600 1968 1986 1969 1988 1970 1989 1971 1987 1990 1972 1991 1973 1992 1974 1993 1975 1995 1976 199619771997 1978 1994 1998 1979 1999 1980 2000 1981 2002 1982 200319832004 1984 2001 2005 1985 2006 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 96 Precipitação Total Anual Precipitaçãoem em(mm) (mm) Precipitação NÃO OBSERVADO 97 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Precipitação Média Mensal 180 Precipitação (mm) e Dias de Chuva 160 140 120 100 80 60 40 13 20 10 10 8 6 5 6 14 13 9 6 5 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Meses Precipitação (mm) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental N.º de Dias de Chuva Ago Set Out Nov Dez 98 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.1.3 Recursos Hídricos Segundo classificação regional apresentada pela Agência Nacional das Águas (ANA, 2003), a área de influência do projeto está inserida na bacia do Atlântico Leste, na sub-bacia do Rio Doce. A ANA – Agência Nacional de Águas dispõe hoje de 1 estação de observação fluviométrica, quando até 1965 existiam em operação 2 estações conforme abaixo relacionadas e cadastradas. • Cachoeira do Oito, que operou de 1944 a 1966, no Rio Graça Aranha e afluente do Rio Pancas; e • Ponte do Pancas, operando desde 1965. Ponte de Pancas Código 56995500 Nome Ponte de Pancas Código Nacional - Bacia Atlântico, Trecho Leste (5) Sub-bacia Rio Doce (56) Rio Rio Pancas Estado Espírito Santo Município Colatina Responsável Ana Operadora Cprm Latitude -19:25:22 Longitude - 40:41:11 Altitude (m) 110 Área (km²) de Drenagem 919 A Estação Cachoeira do Oito foi descartada do estudo por estar inativa, servindo somente como elemento de correlação de dados observados. A Estação Ponte do Pancas no momento está parcialmente desativada, limitando-se a uma pessoa responsável pelas leituras linimétricas diárias, tem serventia garantida no projeto por se situar no Rio Pancas, na localidade de Ponte do Pancas, município de Colatina, a 110 metros altitude e cerca de 500 metros, a montante do ponto onde deverá ser a transposição do Rio Pancas pela rodovia. Neste intervalo existem os córregos Quinze de Outubro e Timbuizinho passíveis por suas descargas de aumentar a vazão medida no posto de observação e no ponto de cruzamento. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 99 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) O Espírito Santo se insere no sistema morfoclimático tropical e os contrastes altimétricos caracterizam grande parte do estado. O Rio Pancas, característico da região, tem seu regime dentro do contexto tropical. Na Figura “Descargas Médias Mensais 1965 a 2001” observa-se os meses de novembro, dezembro e janeiro como os de maior descarga, enquanto que os meses de junho, julho e agosto como os de estiagem. Quando comparado com a Figura “Precipitação Média Mensal x Dias de Chuva”, apresentada no item 3.6.1 - Estudos Pluviométricos, percebe-se a nítida e direta correlação no encaixe entre as curvas máximas e mínimas da pluviometria e da fluviometria. As Figuras “Histórico das Descargas Máximas”, Histórico das Descargas Mínimas” e “Histórico das Descargas Médias“ no intervalo 1965 a 2001, apresentadas a seguir, demonstram ser o Pancas um rio de comportamento anual previsível . Descargas Médias Mensais 1965 a 2001 60 Descarga Máxima Descarga Mínima 50 Descarga Média m³/s 40 30 20 10 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul m eses Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Ago Set Out Nov Dez 100 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Histórico das Descargas Máximas (m³/s) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out 1966 33,90 10,10 3,42 8,70 7,26 2,68 4,34 2,60 19,80 26,90 1967 22,80 17,70 42,00 15,60 7,13 4,55 4,23 3,14 1,82 1968 42,00 63,60 92,90 15,20 7,00 7,26 8,55 10,30 1969 11,30 11,60 61,70 5,00 7,55 18,50 8,12 1970 95,20 41,70 22,10 10,60 5,00 2,28 13,70 1971 12,30 2,95 14,10 5,71 2,60 3,61 4,88 1972 20,30 8,12 18,90 12,60 2,86 1,69 4,55 1973 12,80 18,50 57,30 40,50 12,60 7,40 6,47 1974 29,50 27,70 62,40 32,80 18,10 7,00 1975 108,00 22,10 11,90 22,10 4,55 1976 5,71 47,50 6,61 2,76 4,34 1977 54,70 14,10 9,78 5,24 1978 64,70 43,60 27,50 1979 93,40 99,90 1980 88,40 1981 Máxi ma Nov Dez 42,30 22,10 58,00 54,40 58,00 8,41 38,00 55,10 55,10 13,40 8,12 7,26 13,40 92,90 3,70 1,35 2,86 22,10 65,50 65,50 10,60 10,30 25,40 73,40 18,10 95,20 3,14 3,04 13,00 95,20 42,30 95,20 21,60 11,40 5,47 58,00 50,90 58,00 2,28 2,95 23,50 26,40 21,80 57,30 4,55 2,12 2,20 11,40 30,10 35,70 62,40 4,02 3,51 2,86 2,60 26,90 29,50 27,50 108,00 1,42 1,69 1,18 4,76 11,30 75,10 62,40 75,10 10,60 3,23 3,14 1,28 1,28 18,30 30,60 53,00 54,70 29,50 53,30 14,10 20,70 10,10 4,88 42,00 13,40 50,20 64,70 87,10 41,10 14,10 8,70 8,26 8,70 4,76 7,00 68,60 67,50 99,90 72,60 31,20 43,90 15,60 14,50 8,41 8,12 5,00 4,76 24,40 95,20 95,20 83,60 50,90 47,50 67,10 19,20 13,70 8,41 7,40 4,65 53,30 76,30 67,10 83,60 1982 94,30 48,80 78,40 64,00 33,10 13,50 10,10 20,70 9,01 6,34 7,26 11,30 94,30 1983 50,20 151,00 20,90 10,40 9,47 6,21 6,74 4,55 54,00 43,30 89,70 1984 25,40 22,10 26,90 24,70 13,40 6,47 4,88 14,90 10,10 75,10 28,80 94,30 94,30 1985 193,00 63,20 51,90 18,10 23,30 10,80 7,55 10,40 13,50 25,90 75,90 73,00 193,00 1986 92,90 14,70 8,70 8,12 6,61 5,59 3,70 13,20 5,24 2,52 13,70 41,40 92,90 1987 23,50 5,95 40,10 13,50 5,47 11,80 3,23 2,20 16,20 8,55 60,60 82,70 82,70 1988 95,70 15,40 68,20 7,55 3,91 8,70 3,70 3,04 2,52 43,30 24,40 1989 18,90 19,40 23,50 5,59 1990 15,60 19,80 5,95 7,26 5,24 3,61 4,55 3,23 6,47 34,50 36,00 50,20 50,20 1991 94,70 19,80 65,50 18,10 14,10 14,30 11,90 22,50 17,30 6,21 56,50 56,90 94,70 1992 115,00 * 59,60 57,30 21,80 29,30 10,10 26,70 9,94 18,70 37,10 53,70 55,50 * 115,00 1993 52,30 23,50 10,30 26,90 13,70 6,87 7,13 5,71 4,88 17,10 10,40 126,00 126,00 1994 71,00 11,30 58,70 45,50 17,30 7,98 5,47 4,23 3,70 5,00 25,90 14,50 71,00 1995 3,91 4,65 10,80 17,30 5,95 2,76 7,83 3,70 2,52 8,41 66,30 87,50 87,50 1996 71,00 7,69 6,21 7,13 3,33 2,28 2,68 2,28 14,70 15,40 84,90 55,80 84,90 1997 95,20 44,90 131,00 19,20 10,80 7,13 4,88 4,76 3,33 30,10 15,60 44,50 131,00 1998 49,90 6,61 6,21 6,47 2,20 1,55 1,28 1,35 0,75 24,90 31,40 32,00 49,90 1999 36,90 3,94 51,50 5,96 2,18 1,76 3,64 1,15 0,48 22,90 80,50 67,80 80,50 2000 31,70 57,90 57,20 17,60 13,90 4,44 3,70 3,70 6,30 2,30 39,20 110,00 110,00 2001 70,80 7,69 58,90 6,34 8,70 5,53 2,95 6,41 8,12 29,00 106,00 72,60 106,00 Média 57,80 32,20 39,80 19,70 11,80 7,03 6,75 6,77 8,34 20,80 46,50 55,20 87,40 Ano 1965 * = Estimado = Ocorrência Máxima Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 101 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Histórico das Descargas Mínimas (m³/s) Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out 1965 Nov Dez 5,00 3,91 Mínim a 1966 4,44 2,76 2,12 1,96 1,96 1,62 1,69 1,23 1,18 1,96 1,82 6,34 1,18 1967 3,81 3,33 2,12 5,12 3,33 2,76 1,82 1,62 1,42 1,18 1,76 3,61 1,18 1968 5,12 7,13 9,63 5,59 4,12 3,70 4,02 3,51 2,68 2,52 1,89 3,04 1,89 1969 1,49 1,49 1,28 2,12 1,89 1,89 2,36 1,28 1,12 0,85 1,28 6,08 0,85 1970 11,90 9,16 3,70 3,23 2,28 1,82 1,82 2,68 2,12 2,86 5,00 2,68 1,82 1971 1,76 1,07 0,91 2,44 1,42 1,07 1,55 1,18 0,96 0,96 3,42 10,40 0,91 1972 4,76 3,14 2,68 2,76 1,82 1,42 1,42 1,35 1,49 1,35 0,96 5,00 0,96 1973 3,33 2,28 2,86 6,08 3,91 2,76 2,28 1,35 1,01 1,49 3,70 4,23 1,01 1974 5,12 4,23 4,55 4,23 4,55 3,14 2,04 1,42 1,07 1,07 2,04 2,76 1,07 1975 5,12 4,55 3,42 3,81 2,68 1,89 1,96 1,35 0,96 1,55 4,55 4,44 0,96 1976 0,75 1,96 1,18 0,96 0,91 0,75 0,75 0,63 0,55 1,28 1,69 10,10 0,55 1977 7,13 5,12 2,12 1,82 1,82 1,69 1,28 0,75 0,71 0,67 1,01 2,68 0,67 1978 4,12 3,61 4,65 4,23 2,76 3,23 3,51 2,86 2,12 1,89 2,12 4,88 1,89 1979 5,12 29,50 25,20 14,10 8,70 6,87 5,59 4,76 3,81 2,86 2,68 5,00 2,68 1980 13,50 19,40 9,32 10,60 9,94 7,55 6,08 5,00 4,34 3,04 2,95 8,55 2,95 1981 10,30 9,16 7,55 10,80 8,12 7,26 5,59 4,55 3,23 3,61 9,47 20,50 3,23 1982 29,50 15,40 14,10 14,70 11,60 8,70 7,83 7,26 5,95 4,23 3,23 2,86 2,86 1983 5,59 10,60 10,30 7,13 5,47 4,34 3,91 3,04 2,86 6,34 8,26 9,16 7,83 8,41 5,71 4,44 4,12 3,42 4,02 3,23 4,76 19,60 1985 27,70 27,70 16,80 12,60 9,63 7,55 6,34 5,71 4,76 4,02 4,55 11,30 4,02 1986 9,32 6,74 4,44 3,91 3,61 3,81 3,14 2,28 2,36 1,96 1,69 4,02 1,69 1987 2,95 2,44 4,02 4,44 2,76 2,52 1,82 1,55 1,23 1,23 1,49 7,83 1,23 1988 9,63 4,76 4,76 3,91 2,95 2,95 2,36 2,12 1,62 1,62 3,04 1989 5,24 3,23 2,76 2,86 1990 3,33 2,60 1,96 1,62 2,12 1,76 1,62 1,42 1,82 1,49 1,62 3,81 1,42 1991 9,94 8,70 7,13 5,83 4,44 4,65 3,51 4,76 4,23 3,14 3,23 6,34 3,14 1992 14,70 20,50 17,70 11,80 8,41 6,61 6,21 5,00 4,34 5,71 17,30 14,70 4,34 1993 9,32 10,40 7,00 6,47 5,71 5,00 5,12 4,44 3,70 3,14 3,23 2,86 2,86 1994 9,63 4,65 5,83 9,94 7,40 5,24 4,12 3,14 2,44 1,96 1,62 3,70 1,62 1995 1,42 1,28 1,42 4,23 2,68 1,55 1,28 1,69 1,01 1,12 5,71 9,94 1,01 1984 1996 5,95 3,51 2,60 2,04 1,96 1,69 1,42 1,42 1,35 1,96 5,24 11,10 1,35 1997 13,70 11,30 8,12 11,40 7,26 4,88 3,42 3,14 2,76 2,20 2,20 4,65 2,20 1998 3,42 3,14 2,20 2,36 1,23 1,18 0,85 0,75 0,51 0,43 4,12 4,76 0,43 1999 1,63 0,57 2,66 1,76 1,00 0,86 0,52 0,48 0,23 0,13 1,26 9,01 0,13 2000 5,48 11,60 10,80 5,12 4,34 2,76 2,28 1,40 1,60 0,70 0,80 6,80 0,70 2001 8,34 3,97 4,34 3,14 2,99 3,04 2,16 2,20 1,96 2,76 7,69 9,09 1,96 Média 7,56 7,50 6,11 5,65 4,33 3,51 3,02 2,59 2,21 2,19 3,68 6,96 1,71 * = Estimado = Ocorrência Mínima Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 102 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Histórico das Descargas Médias (m³/s) Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média 1965 1966 12,90 13,40 7,85 5,25 2,41 2,82 2,81 2,03 2,64 1,78 1,55 6,09 18,10 13,50 5,99 1967 9,34 6,82 11,70 7,16 4,46 3,40 2,87 2,23 1,54 1,90 8,31 13,60 6,11 1968 16,50 24,20 30,60 8,59 4,96 4,31 5,73 4,87 5,32 4,31 3,17 7,08 9,97 1969 4,99 4,26 14,00 2,89 3,58 4,92 4,17 1,97 1,18 1,50 5,44 24,10 6,08 1970 36,40 16,60 8,07 5,41 2,97 2,00 4,92 4,76 3,94 6,50 18,70 7,51 9,82 1971 3,70 1,79 3,95 3,25 1,68 1,61 2,27 1,80 1,54 3,85 26,60 24,30 6,36 1972 9,20 4,77 6,08 4,52 2,16 1,60 2,84 3,97 3,03 2,65 15,80 19,00 6,30 1973 6,34 5,69 19,30 14,20 5,71 3,88 3,39 1,82 1,47 7,67 10,40 10,00 7,49 1974 12,90 11,20 14,40 11,90 6,89 4,02 2,92 1,84 1,40 3,83 6,14 9,51 7,25 1975 30,20 11,60 5,30 8,11 3,17 2,55 2,52 2,18 1,43 8,81 13,10 11,30 8,36 1976 2,53 10,80 2,79 1,46 1,98 0,97 1,13 0,77 1,65 3,31 22,50 29,90 6,65 1977 19,10 8,24 3,92 2,63 3,19 2,05 1,95 0,96 0,96 3,46 7,84 12,00 5,53 1978 18,10 18,90 11,40 8,00 7,13 4,82 8,46 5,04 3,05 9,17 3,68 16,70 9,54 1979 47,20 58,60 37,70 19,50 10,50 7,51 6,68 5,70 4,24 4,03 12,00 21,60 19,60 1980 43,20 30,20 16,20 21,50 11,90 9,33 6,95 6,19 4,68 4,00 7,45 35,40 16,40 1981 24,80 17,60 17,30 21,50 11,30 9,50 6,63 5,89 4,04 9,09 45,30 35,40 17,40 1982 45,10 24,80 23,60 24,60 14,50 10,40 8,49 10,10 6,92 5,32 4,34 4,30 15,20 1983 18,20 34,30 14,70 8,33 6,58 5,23 4,46 3,62 6,48 14,40 23,60 51,6* * 16,00 12,30 11,00 13,20 7,51 5,24 4,39 5,02 5,71 14,40 9,43 46,30 1984 1985 84,70 38,60 27,60 15,30 12,10 8,63 7,06 6,78 6,10 8,36 17,60 23,30 21,30 1986 25,00 8,74 5,46 4,74 4,35 4,37 3,34 4,50 3,27 2,30 4,81 10,70 6,80 1987 8,35 3,79 16,80 6,34 3,52 3,53 2,30 1,82 2,84 2,58 15,10 24,70 7,64 1988 32,80 8,00 16,70 5,14 3,34 3,57 2,84 2,55 1,94 6,83 8,11 1989 7,83 6,99 5,91 3,27 1990 6,50 5,53 3,28 3,21 2,78 2,23 2,34 1,76 2,96 6,17 8,36 12,80 4,83 1991 35,50 11,90 19,70 9,34 6,23 7,40 5,44 10,30 6,87 4,39 12,20 22,60 12,70 1992 37,50 41,00 27,80 14,80 11,10 7,84 8,95 5,99 6,88 12,40 35,00 34,30 20,30 1993 25,60 15,30 8,24 10,50 7,35 5,56 5,81 4,92 4,16 5,69 4,57 23,40 10,10 1994 23,30 7,51 22,80 17,60 9,90 6,32 4,74 3,67 2,91 2,41 6,33 7,62 9,59 1995 2,40 2,60 3,80 8,43 3,67 2,05 3,40 2,28 1,41 2,66 17,10 33,60 6,95 1996 19,10 4,81 4,00 3,38 2,44 1,97 1,83 1,69 4,44 3,84 29,50 22,40 8,28 1997 30,80 16,60 47,60 14,60 8,98 5,93 4,30 3,85 3,01 5,34 3,98 16,70 13,50 1998 14,70 4,28 3,80 3,10 1,57 1,29 1,04 0,98 0,65 5,12 9,39 11,20 4,76 1999 5,61 1,14 14,60 2,80 1,56 1,14 1,54 0,73 0,29 1,80 17,30 26,60 6,25 2000 16,60 22,60 19,20 9,72 6,50 3,63 2,88 2,20 3,30 1,30 14,60 51,00 12,80 2001 20,20 5,35 12,40 4,04 3,93 4,16 2,58 2,97 3,42 10,10 41,60 15,90 10,60 Média 21,60 14,20 14,30 9,05 5,78 4,43 4,11 3,64 3,27 5,59 14,50 21,10 10,20 * = Estimado Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 103 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) O maior deflúvio - registrado nos últimos 50 anos - ocorreu no mês de janeiro/1985 e o menor em setembro de 1976, respectivamente 193.000 litros contra 550 litros por segundo. Coincidentemente o Total Mensal de Chuva, no Posto do Corpo de Bombeiros de Colatina, também ocorreu em janeiro/1985 quando foi registrada uma altura de 396,10mm para um mês de 28 dias de chuva. Por exemplo, as anotações do dia 24 na Estação Ponte do Pancas impressionam pela grandeza: vazão de 155m³/s, largura no ponto 58,10m, velocidade média 0,858m/s ou 3,00km/h e cota de inundação equivalente a 4,48m. Este deve ter sido um evento histórico e tem que ser levado em consideração na definição do Nível Máximo Provável de projeto. O mapa a seguir delimita a área de abrangência e contribuição da bacia hidrográfica do Rio Pancas e de seus afluentes. Bacia Hidrográfica do Rio Pancas Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 104 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Rio Pancas Caracterização O Rio Pancas nasce na Serra Alto do Pancas, quase na divisa com o Estado de Minas Gerais, na cota aproximada de 750 metros e percorre um talvegue cerca de 120 quilômetros até desembocar no Rio Doce, em Colatina, na cota de aproximada de 40 metros, pertencendo assim à Bacia do Atlântico, Trecho Leste, Sub-bacia Rio Doce. Trata-se de rio de regime tropical (com máximas no trimestre outubro-janeiro e mínimas nos meses de inverno), não navegável. A bacia do Rio Doce, a qual faz parte o Rio Pancas, apresenta a seguinte problemática: “desmatamento; manejo inadequado dos solos; erosão; assoreamento do leito dos rios; redução da vazão durante o período de estiagem; enchentes; contaminação com mercúrio; precariedade no saneamento e a falta de abastecimento de água potável em diversas aglomerações urbanas e comunidade rurais”1. Segundo o Atlas do IEMA o Índice de Qualidade da Água (IQA) para a Bacia do Rio Doce é bom para o abastecimento humano após o tratamento convencional. Usos da água no local A água neste trecho do Rio Pancas é utilizada para consumo rural e dessedentação de animais. No momento, há solicitação junto à ANEEL para implementação de uma usina hidrelétrica na Cachoeira do Oito, próximo a Colatina, com potência instalada de 0,24MW.l Identificação dos impactos potenciais da implantação O impacto potencial neste ponto é o carreamento de material proveniente do corte/aterro de taludes para o leito do rio. 4.1.4 Geologia A Área de Influencia do projeto encontra-se na Província Mantiqueira, Subprovíncia Araçuaí , Complexo Paraíba do Sul. O Complexo Paraíba do Sul está associado a um conjunto litológico representado por biotita e/ou hornblenda gnaisses, metaxistos de composição kinzigíticas e intercalações de quartzitos, calcossilicáticas e anfibolitos. Esta seqüência litológica, posicionada no Pré-Cambriano Médio, forma uma faixa de orientação grosseiramente este-oeste. Advoga-se para o mesmo uma idade relacionada ao Ciclo Transamazônico, posteriormente retrabalhado intensamente no Ciclo Brasiliano. Considera-se o Complexo Paraíba do Sul, consoante dados petrográficos e evidencias de campo, como uma unidade de origem sedimentar, relacionada em sua maioria a sedimentos pelíticos aluminosos e a porções restritas de arenitos, rochas carbonáticas e tufos. As rochas gnáissicas e migmatíticas da faixa costeira da Província Mantiqueira, recebem designações variadas, no sudeste brasileiro, contudo, raramente se prenderam a conceituações petrogenéticas e litoambientais. Sob a denominação de 1 Fonte: Atlas do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - IEMA Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 105 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Complexo Paraíba do Sul, encontram-se reunidas várias assembléias litológicas de derivação predominantemente supracrustal. A área em estudo, na qual se inserem as alternativas de traçado, está dominada pelas rochas do Complexo Paraíba do Sul. Esta unidade, que tem características vulcanosedimentares, corresponde à acumulação de sedimentos paraplataformais e seus produtos de transformação sob condições de metamorfismo de grau forte, bem como de contribuições vulcânicas a subvulcânicas básicas invariavelmente anfibolitizadas. A apreciação integrada de alguns aspectos inerentes ao Complexo Paraíba do Sul, como os possíveis paleosentidos de transporte dos sedimentos clásticos, a freqüência relativa de termos anfibolíticos em meio à pilha metasedimentar e a maior ou menor intensidade das mudanças litológicas ou composicionais do bandamento gnáissico, permitiu a elaboração de um esquema de compartimentação para as várias unidades geológicas deste complexo em três grandes domínios. Um domínio marinho proximal é proposto para as unidades da área de ocorrência mais ocidental do complexo, devido às conspícias alternâncias de litologias, como gnaisses aluminosos, quartzitos e rochas calcissilicáticas, tipificando um ambiente com maior dinâmica nas condições de energia, ou seja, uma plataforma com variações verticais relativamente rápidas e não raro perceptíveis em escala de afloramento. Em situação bastante semelhante tem-se as unidades da porção mais central, onde se destacam, além de uma plataforma carbonática mais desenvolvida (com grandes corpos de mármores), uma expressiva incidência de lentes anfibolíticas, sugerindo uma posição mais proximal, mas agora também em relação ao magmatismo básico. Distribuída ao longo da porção mais oriental, e constituída por um conjunto monótono de gnaisses aluminosos (aparentemente metafolhelhos com metagrauvacas subordinadas) e rochas calcissilicáticas (metamargas), com registros somente esparsos de quartzos e anfibolitos, tem-se a unidade na qual está inserida a área em estudo e para a qual é proposto um domínio marinho distal, tanto em relação à polaridade sedimentar, como do magmatismo sinsedimentar. Esta unidade é constituída, basicamente, de gnaisses aluminosos de composição kinzigítica, intercalados tectonicamente com corpos de enderbito. O metamorfismo é de grau alto, com paragêneses cordierita + sillimanita + grafita + granada e Kfeldspato + granada, a muito alto – paragênese ortopiroxênio + clinopiroxênio e hornblenda + clinopiroxênio. Os minerais predominantes são o feldspato, quartzo, biotita e granada, que é geralmente muito abundante, tanto nos leucossomas quanto nos melanossomas. Seus cristais são milimétricos, de cor rósea, ou agregados. Os acessórios são a silimanita, cordierita e localmente grafita, sendo que a silimanita associa-se geralmente à biotita, às vezes formando agregados nodulosos. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 106 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Complexo Paraíba do Sul — Metatexitos com paleossoma composto principalmente de biotita e/ ou hornblenda-granada gnaisses e kinzigitos, e secuncariamente calcossilicáticas, anfibolitos e mármores; calcossilicáticas, cs; diatexitos, d; granitos gnaisses, gg; mármores,mm Suíte Intrusiva Aimorés — Ortopiroxênio granitóides de composição granítica a tonalítica, maciços ou com foliação cataclástica, granulação grosseira a porfiróide. Mostram coloração verde-escura e raros encraves xenolíticos e microgranulares; δ noritos, Traçado ES – 080 (Variante de Colatina) 4.1.5 Geomorfologia O segmento em estudo encontra-se no Domínio da Faixa de Dobramentos Reativados, na Região do Planalto da Mantiqueira Setentrional, em sua Unidade Patamares Escalonados do Sul Capixaba O Domínio da Faixa de Dobramentos Reativados engloba áreas de relevos predominantemente montanhosos, com altitudes variadas atingindo até mais de 1.500m, distribuídos de forma irregular e descontínua próximos à costa e às margens do Rio Doce. A Região do Planalto da Mantiqueira Setentrional caracteriza-se por apresentar um aspecto montanhoso fortemente dissecado, inclui altitudes variadas dispostas geralmente em níveis altimétricos relacionados com as fases de dissecação comandadas pelos rios, adaptados às fraquezas litológicas e estruturais. A Unidade dos Patamares Escalonados do Sul Capixaba distingue das demais áreas da região do Planalto da Mantiqueira Setentrional por ressaltar níveis de dissecação escalonados formando patamares, delimitados por frentes escarpadas adaptadas a falhas voltadas para noroeste e com caimento topográfico para sudeste. PLANALTOS DA MANTIQUEIRA SETENTRIONAL Patamares Ecalonados do Sul Capixaba MODELADO DE DISSECAÇÃO – D HOMOGÊNEA – A densidade é a relação entre o comprimento total dos canais e a área amostrada; classificada em fina (f), média (m) e grosseira (g). O aprofundamento é definido pela média das frequências dos desníveis medidos em perfis Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 107 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) transversais aos vales contidos na área amostrada; classificado em 1, 2 e 3. Símbolos MODELADO DE ACUMULAÇÃO - A Af — Fluvial. Área plana resultante de acumulação fluvial, sujeita a inundações periódicas, correspondente às várzeas atuais. Traçado ES – 080 (Variante de Colatina) 4.1.6 Pedologia Na identificação dos solos da Área de Influência do projeto foram utilizados os dados dos mapeamentos exploratórios de solos do Projeto Radambrasil, Folha SE.24 – Rio Doce e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) escala de 1:5.000.000. Os solos foram classificados segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999). O solo predominante é o latossolo vermelho-amarelo, que é constituído por material mineral, apresentando horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de espessura. O horizonte B Latossólico é um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avançado estágio de intemperização, explícita pela alteração quase completa dos minerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo, podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais. Em síntese, o horizonte B ltossólico é um horizonte subsuperficial que não apresenta características diagnósticas de horizonte glei, Btextural, B níticoe plíntico, e é um horizonte presente abaixo de qualquer horizonte diagnóstico superficial, exceto o hístico, e que tenha as seguintes características: • Pouca diferenciação entre os suborizontes; • Estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), ou blocos subangulares fracos ou moderados; • Espessura mínima de 50cm; • Menos de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não intemperizada; • Grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argila igual ou muito próximo de 100% e o teor de argila dispersa menor que 20% desde que o horizonte tenha 0,40% ou menos de carbono orgânico, e não apresente ⊗pH positivo ou nulo, tendo comportamento atípico, horizontes mais afetados por carbono orgânico (geralmente horizonte BA), horizontes com cargas tendendo para ou com saldo eletropositivo ou horizontes de textura média, mormente intermediária para textura arenosa; • Textura franco-arenosa ou mais fina, teores baixos de silte, sendo a relação silte/argila, até a profundidade de 200cm (ou 300cm se o horizonte A exceder 150cm de espessura) na maioria dos subhorizontes Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 108 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) do B, inferior a 0,7 nos solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa; • Relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo a fração argila, igual ou inferior a 2,2, sendo normalmente menor que 2,0; • Menos de 4% de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo) ou 6% de muscovita alteráveis na fração areia, podendo conter na fração menor que 0,05mm (silte + argila) não mais que traços de argilominerais do grupo das esmectitas, e somente pequenas quantidades de ilitas, ou de argilominerais interestratificados, sendo que vermiculita aluminosa vem sendo constatada com certa freqüência; • Capacidade de troca de cátions menor que 17cmolc/kg de argila, sem correção para carbono, e • Cerosidade, quando presente, é no máximo pouco a fraca. Latossolo Vermelho-Amarelo álico 14 — LVa A mod. arg. e m. arg. + PEe Tb A mod. méd/arg. e arg. + PVed Tb. A mod. méd./arg. f.ond. e ond. Latossolo Vermelho-Amarelo álico e distrófico 2 LVad A mod. Arg. f ond. e mont. Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico — PVd Tb A mod. méd/arg. f. ond. + Rd A mod. méd e arg. mont. + méd./arg. f.ond. Traçado ES – 080 (Variante de Colatina) 4.1.7 Geologia e Geotecnia da Área Diretamente Afetada Trajetória Nova Argeo Desenvolve-se pela vertente Oeste do vale sobre áreas do Sr Pacheco, atravessando pequena parte de mata secundária de fisionomia variável, ganha altitude infletindo para Oeste e depois para Leste até alcançar o Platô Principal. Esta Trajetória desenvolve-se sempre sobre solos argilo-arenosos, cor marrom, tendo sido verificado a presença de uma pequena extensão com afloramentos rochosos em superfície. Variante Ponte do Pancas A Variante Ponte do Pancas, se desenvolve a partir da ES-080 próximo à ponte existente, iniciando-se em corte em solo argilo-siltoso, cor marrom claro, estável. Após a transposição do maciço inicial, a trajetória cruza o Rio Pancas a cerca de 500 metros a jusante da ponte existente, tomando rumo sul até entroncar com a atual traçado da ES-080, desenvolvendo-se, nesta região, sobre solo argilo-arenoso, cor marrom clara, em terrenos dominados por pastagens, sem qualquer condicionante geológico que mereça destaque. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 109 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Trajetória Quinze de Outubro A Trajetória 15 de Outubro tem como ponto de partida o entroncamento com a ES080, nas proximidades da fazenda de Avelino Finco, rumando para leste até alcançar a localidade conhecida como“Córrego do Argeu”, local de encontro com as Trajetórias Nova Argeu e Chamon. Desenvolve-se esta trajetória acompanhando uma diretriz já explorada, sobre uma região cujo solo apresenta características argilo-arenoso, cor marrom, estável, sem qualquer condicionante geológico que mereça destaque. Trajetória ES-080 A Trajetória ES-080 é a continuação da Variante Ponte do Pancas, aproveitando em toda sua extensão a diretriz Sul do traçado da rodovia existente, até entroncar com a Trajetória 15 de Outubro na altura da fazenda de Avelino Finco. Ao longo de toda sua extensão é notório a presença de solos argilo-arenosos, cor marrom, estável, verificado nos taludes de corte, excetuando-se um ponto localizado com extensão de 20 metros, onde pode ser constatado a presença de afloramento rochoso cabendo apenas a este local uma condicionante geológica que mereça alguma atenção. 4.1.8 Uso e Ocupação do Solo Como pode ser observado no Mapa abaixo, o principal uso do solo na Área de Influência Direta do empreendimento é de pastagens. Como será discutido doravante (Meio Antrópico), trata-se de uma atividade em geral de pequeno porte e conduzida em pequenas e/ ou médias propriedades. Secundariamente, a Área está ocupada por lavouras, especialmente de bens alimentícios e frutas. A Área Urbana indicada no Mapa corresponde ao povoado Ponte do Pancas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 110 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 5 – MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DE SOLO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 111 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2 Meio Biótico Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 112 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2 MEIO BIÓTICO 4.2.1 Flora 4.2.1.1 Introdução Do estado do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, a costa brasileira abriga a chamada Mata Atlântica, sendo esta na realidade um domínio que inclui diversas formas associadas de vegetação, tal como definido no Decreto 750/93. O artigo 3º deste Decreto diz: “Para os efeitos deste decreto, considera-se Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, manguezais restingas campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste”. Apesar de sua riqueza e magnitude, ao longo dos séculos a Mata Atlântica foi sendo devastada e substituída por agrossistemas ou meramente por pastagens pouco produtivas. Como saldo contamos na atualidade com menos de 20% da extensão original deste fabuloso ecossistema. Dentro deste contexto, originalmente o estado do Espírito Santos igualmente apresentava uma cobertura vegetal totalmente pertencente ao Domínio Mata Atlântica, tal como afirmado pela Fundação SOS Mata Atlântica & INPE (2001), na obra “Atlas da Mata Atlântica”, disponível em http://www.sosmatatlantica.org.br. O Atlas da Mata Atlântica apresenta o mapeamento dos municípios que apresentam territórios dentro do Domínio Mata Atlântica e entre eles destaca-se o município de Colatina, que, na atualidade, apresenta apenas dispersos fragmentos florestais secundários. 4.2.1.2 O Estado do Espírito Santo O histórico de uso / ocupação do solo do estado do Espírito Santo revela a grande devastação que de forma acelerada eliminou a maior parte de sua cobertura vegetal original em tempos relativamente recentes. Esta destruição remonta ao começo do século XIX quando do início da colonização européia da região ao norte do rio Doce. Até então a região era considerada hostil por ser dominada por índios botocudos e também por existir o perigo de contrair a “febre”. Assim, esta região constava no “Mapa da Província do Espírito Santo”, de 1878, como “Terras Pouco Conhecidas e Habitadas pelos Indígenas” (EGLER, 1992). Com tais características, durante muito tempo o rio Doce desempenhou o papel de limite natural à povoação do norte do estado. No entanto, faltava contingente humano para a colonização desta região (EGLER, 1992). Com a chegada dos imigrantes europeus iniciada em 1847, a devastação da Mata Atlântica principia-se em um ritmo mais acelerado. A região norte, que havia sido poupada da devastação no início da colonização, foi ocupada a partir de 1928 com a construção da ponte sobre o rio Doce, em Colatina. Esta obra rompeu a barreira natural e a região foi ocupada por pequenas propriedades baseada na cultura do café, produção de alimentos e extração madeireira. Posteriormente, a exploração de madeira tornou-se uma alternativa economicamente segura, destacando-se essa região como grande produtora e Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 113 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) exportadora deste recurso, principalmente para Minas Gerais e Rio de Janeiro (VALE et al., 1989; Heinsdijk et al., 1965; In: IPEMA, 2004). Na obra intitulada “Ruschi, o agitador ecológico” (MEDEIROS, 1995) pode-se avaliar a velocidade desta destruição através da passagem que se segue: “...O outro cientista a quem me refiro é professor, general-médico, diretor da Divisão de Zoologia Médica do Instituto Oswaldo Cruz e membro fundador da Academia Brasileira de Ciências. Assim se pronunciou no “Relatório da Excursão do Instituto Oswaldo Cruz ao Parque de Refúgio Sooretama”, no Estado do Espírito Santo, em outubro de 1963, publicado no Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão nº 23: “Encontramos o município de Linhares extremamente devastado, não só pela intensa extração de madeira como pelas queimadas subsequentes. O trecho entre a lagoa Juparaná e o Parque Sooretama, na antiga estrada de rodagem que percorrêramos em 1948, está quase irreconhecível: onde há 15 anos encontramos extensas matas virgens, existem hoje regiões completamente devastadas pelo homem e pelo fogo. Sem medidas que proíbam e impeçam, de modo efetivo, tal destruição, teremos dentro de pouco tempo um deserto espírito-santense; as famosas matas do vale do rio Doce serão somente recordações históricas.” Na obra “A Ferro e Fogo”, DEAN (1996) relata com toda a ênfase a situação de desprezo pelo meio ambiente que preponderava no Brasil durante década de 70 e que era igualmente reproduzida na região Sudeste. DEAN, op. cit., comenta uma série de eventos registrados na mídia de época que refletem a destruição da Mata Atlântica no estado do Espírito Santo. 4.2.1.3 A Cobertura Vegetal do Espírito Santo Segundo a SOS MATA ATLÂNTICA & INPE (2001), a cobertura vegetal deste estado compreendia formações florestais (primárias e secundárias) de Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual. Enfatizando a região do município de Colatina, duas formações destacam-se, Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Estacional Semidecidual. Enquanto a primeira apresenta-se sempre verde ao longo de todo o ano, a segunda caracteriza-se pela perda total de folhas de pelo menos 20% a 50% dos seus indivíduos arbóreos durante a estação seca. 4.2.1.4 A Floresta Estacional Semidecidual Esta fitofisionomia, que ocupava 23% do estado do Espírito Santo, caracteriza-se pela presença de diversas espécies dos gêneros Aspidosperma, Talisia, Tabebuia, Swietenia, Paratecoma, Cariniana Erythrana, Terminalia, Cedrela e Sterculia, entre outros, que ainda podem ser encontrados nos fragmentos da cobertura original que persistem no estado (RADAMBRASIL, 1983). A Floresta Estacional Semidecidual é subdividida em quatro formações, sendo que somente duas delas são encontradas no Estado do Espírito Santo (IPEMA, 2004): a) Floresta Estacional Semidecidual de Terras Baixas, encontrada nos tabuleiros costeiros terciários do grupo Barreiras e áreas de litologia do Pré-Cambriano entre 5 e 50 m, em poucos agrupamentos remanescentes, no município de Itapemirim, em Itapecoá; Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 114 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) b) Floresta Estacional Semidecidual Submontana, própria das áreas de litologia do Pré- Cambriano e relevo dissecado, ocorrendo próximo à cidade de Cachoeiro de Itapemirim, em altitudes entre 50 e 500 m. 4.2.1.5 Metodologia de trabalho A elaboração do presente estudo foi embasada inicialmente em levantamento bibliográfico e consulta à Prefeitura de Colatina. Além desta etapa foram realizadas duas campanhas de campo, uma em julho e outra em novembro de 2005, quando foram percorridos todos os traçados propostos para a rodovia, registrando as informações obtidas e fotografias. De posse de tais dados os mesmos foram utilizados para subsidiar a análise do ambiente e das interferências do empreendimento e assim subsidiar a elaboração deste documento. A proposta original de execução deste estudo previa caracterizar fitossociologicamente a vegetação encontrada na Área de Influência, porém ao longo das campanhas de campo foi constatado que não existem florestas a ser afetadas pelo empreendimento, o que justifica a não realização deste estudo. Do mesmo modo a quantificação do volume de madeira decorrente da supressão vegetal não foi realizado, pois existe a necessidade de delimitar em campo o traçado preciso da rodovia, para assim identificar localmente quais os indivíduos arbóreos deverão ser removidos. 4.2.1.6 A região de Colatina O município de Colatina conta hoje com 12% da sua cobertura florestal original (SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2001), sendo que não deve ser esquecido que o referido mapeamento tem como critério de inclusão apenas aqueles fragmentos cujas dimensões totais são maiores do que 10hectares. Os fragmentos atualmente observados no município, em especial na área de influência direta do empreendimento, muito provavelmente são secundários, em função do longo histórico do desmatamento regional. Todos são fragmentos alterados da Floresta Estacional Semidecidual que outrora cobria pelo menos a metade do território do município. Segundo dados da Prefeitura de Colatina, existiriam originalmente na região espécies como a oiticica, braúna, bicuíba, cedro, peroba, jacarandá, gonçalo alves. Porém, nenhuma destas espécies apresenta qualquer tipo de registro de uma possível identificação botânica, bem como não foram encontradas na área percorrida durante as campanhas de campo realizadas para este estudo. De um modo geral a cobertura vegetal encontrada na região encontra-se muito fragmentada e alterada em função de um histórico de exploração madeireira, cultivo de café e de eucalipto e criação extensiva de gado que se iniciou de forma acelerada nos idos de 1928. A perda de cobertura vegetal no município de Colatina foi realizada de modo desenfreado, sendo atualmente muito raro encontrar desde as matas ciliares até a vegetação dos topos dos morros, todas legalmente protegidas. Em todas as trajetórias avaliadas dominam as pastagens, cultivos de café ou eucalipto. Nas áreas onde existem residências são comuns as goiabeiras, mangueiras, jaqueiras e cajueiros. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 115 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Nas pastagens é muito comum a presença da palmeira acaule Attalea humilis, conhecida comumente como pindoba. Trata-se de uma espécie cujos frutos são utilizáveis pela fauna como recurso alimentar e apresenta grande dispersão na região. Além desta espécie são comuns outras espécies heliófitas que ora formam pequenos bosques de baixa diversidade, bem como podem ser encontradas isoladas em meio às grandes áreas de pastagens encontradas na região. Alguns exemplos destas espécies são Anadenanthera colubrina (angico), Dalbergia villosa (Caviúna), Inga marginata (ingá), Dictyoloma vandellianum (tingui), Tabebuia serratifolia (cinco folhas), Mabea fistulifera e Dalbergia nigra. Apesar da baixa diversidade local, foi encontrado um único exemplar de Cariniana legalis (jequitibá) isolado na paisagem e em meio a eucaliptais e cafezais. Este exemplar encontra-se fora da área de influência da rodovia, distando cerca de 3 a 5Km do proposto Traçado 1. Outras espécies encontradas, seja nas bordas dos fragmentos ou mesmo em seu interior, foram Psidium guajava (goiabeira) e Cecropia sp. (embaúba). Um dos proprietários locais cuja fazenda é cortada pelo Traçado 1, afirmou que em sua propriedade existe um fragmento de mata, onde seriam ainda encontrados exemplares de sapucaia e de jequitibá. Uma vez que o mesmo não está na zona de influência da rodovia, o mesmo não foi percorrido durante as campanhas de campo. As matas percorridas caracterizam-se pela predominância de espécies pioneiras ou heliófitas, o que é justificável pelo favorecimento causado pela antropização passada, que modificou as condições ambientais e eliminou a maior parte das espécies de estágios mais avançados da sucessão. O nível de espaçamento entre as copas é muito alto, o que permite a passagem de muita luz até solo. Conseqüentemente o interior destas matas é emaranhado e rico em plantas invasoras e de rápido crescimento. O solo em geral encontra-se coberto por uma fina camada de serapilheira, bem como aparece exposto em muitos locais. A presença de plântulas no interior destas matas foi baixo, bem como não foram encontradas espécies da família das orquidáceas. Listagem de espécies encontradas na área direta e indireta do presente estudo. Família botânica Nome Científico Nome popular Observação ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L. Cajueiro Heliófita ANACARDIACEAE Mangifera indica L. Mangueira Espécie exótica APOCYNACEAE Aspidosperma polyneuron M. Arg. Peroba amargosa Planta perenifólia, esciófita. ARECACEAE Astrocarium aculeatissiumum (Schott) Burret Brejaúba Heliófita; frutos servem de alimento para fauna que os dispersam. ARECACEAE Attalea humilis Mart. ex. Spreng Pindoba Espécie acaule; frutos servem de alimento para fauna que os dispersam. BIGNONIACEAE Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum. Ipê Heliófita pioneira. BIGNONIACEAE Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson Cinco folhas Heliófita pioneira. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 116 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Família botânica Nome Científico Nome popular Observação CECROPIACEAE Cecropia sp. Embaúba Heliófita pioneira. COMBRETACEA Terminalia cattapa L. Amendoeira Espécie exótica EUPHORBIACEAE Mabea fistulifera Mart. Mamoninha Heliófita pioneira. FLACOURTIACEAE Casearia sp. Curindiba Heliófita LAURACEAE Mezilaurus crassiramea (Meissn.) Taub. Ex. Mez Canela tapinhõa Semidecídua heliófita. LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze Jequitibá rosa Heliófita ou esciófita; floresta densa ou aberta. LEG. MIMOSOIDEAE Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Angico Heliófita pioneira. LEG. MIMOSOIDEAE Inga marginata Willd. Ingá Heliófita pioneira. LEG. MIMOSOIDEAE Inga sp. Ingá Heliófita LEG. MIMOSOIDEAE Mimosa bimucronata (DC) O. Kuntze Maricá Heliófita pioneira decídua LEG. MIMOSOIDEAE Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Pau jacaré Heliófita. LEG. PAPILIONOIDEAE Dalbergia nigra (Vell.) Fr. All. ex Benth. Jacaranda cipó Heliófita pioneira. LEG. PAPILIONOIDEAE Dalbergia villosa Benth. Caviúna Heliófita. LEGUMINOSAE Leguminosae sp. - - MORACEAE Artocarpus integrifólia L. Jaqueira Espécie exótica MYRTACEAE Psidium guajava Goiabeira Heliófita pioneira. RUBIACEAE Genipa americana L. Genipapeira Heliófita RUTACEAE Dictyoloma vandellianum Adr.Juss. Tingui Heliófita De acordo com a Polícia Ambiental sediada em Colatina, este município concentra a maior parte das denúncias de crimes ambientais, mas isto é justificável pelo fato de possuir a maior população da região. O Batalhão de Polícia Ambiental afirma que os desmatamentos para a retirada de lenha diminuíram, mas persistem. Uma possível justificativa, dado pelo mesmo Batalhão, seria o aumento das denúncias feitas pela população que levaram às diversas apreensões ao longo dos últimos anos. 4.2.1.7 Unidades de Conservação O Estado do Espírito Santo contava, no ano de 2003, com um total de 54 unidades de conservação (UC´s). Destas, 7 são de âmbito federal (1,1 % do espaço estadual), 17 sob administração estadual (0,27 % do território do Estado), 26 relacionadas à esfera municipal (0,0008 % do território estadual) e 4 são particulares, correspondendo a 0,0048 % do espaço do Espírito Santo. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 117 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Para identificar as UC´s do município de Colatina foi realizada consulta à Prefeitura, através da SANEAR (Companhia Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental). Foi-nos então informado que a única unidade de conservação existente no município é a “Reserva de Itapina”, sendo a desapropriação das terras necessárias para sua criação feita através da Lei nº 4.574 / 1999. Esta UC, no entanto, encontra-se no extremo oeste do município, há mais de 10 km do empreendimento e, portanto, não será impactada pelo mesmo. Além desta UC, não existem outras unidades de conservação seja na esfera federal ou estadual, até novembro de 2005, no município. Por outro lado, os remanescentes da Mata Atlântica do Estado foram declarados Reserva da Biosfera pela UNESCO em 15 de fevereiro de 1993. Esta área abrange 15.931 km2 cujo zoneamento prevê Zonas Núcleo (mais preservadas, com ocorrência de endemismos, espécies raras, de importante valor genético e lugares de excepcional interesse científico), Zonas Tampão (onde as atividades econômicas e de uso da terra devem favorecer a integridade das zonas núcleo) e Zonas de Transição (mais externa, onde se incentiva o uso sustentado da terra e atividades de pesquisa)(IPEMA, 2004). Na Figura abaixo, consta o mapa de “Área Naturais Protegidas do Estado do Espírito Santo”, disponível no site do Instituto Estadual de Meio Ambiente – IEMA, onde pode-se ver a indicação de que na porção oeste do município existe florestas que estariam inclusas nas área indicadas para a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Mapa de “Área Naturais Protegidas do Estado do Espírito Santo” exibindo os limites do município de Colatina. Mapa Disponível em: http://www.iema.es.gov.br/default.asp?pagina=4262%20. Reserva da Atlântica Biosfera da Mata Unidades de Conservação – Área limite Colatin a Para verificação de ocorrência de espécies vegetais com status de proteção legal em função de ameaça de extinção, foi consultada a lista elaborada pelo Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), que teve como co-executores o Instituto de Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 118 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) e o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (INCAPER), apoiados pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Museu de Biologia Professor Mello Leitão. Após a consulta, foi constatado que não foram encontradas espécies ameaçadas na área de influência direta do empreendimento. Esta Lista foi homologada pelo Decreto Nº 1.499-R, e publicada no Diário Oficial Estadual em 14 de junho de 2005. A lista vermelha capixaba relaciona 950 espécies de animais e plantas que estão correndo risco de extinção. Destas, 256 espécies estão criticamente em perigo (85 da fauna e 171 da flora), 258 estão em perigo (36 da fauna e 222 da flora) e 436 são consideradas vulneráveis (76 da fauna e 360 da flora). Entre os vegetais ameaçados constam 204 espécies de orquídeas, não sendo encontrada uma única espécie nas campanhas de campo relacionadas ao empreendimento. Forno para produção de lenha: uma das práticas que levaram ao fim as matas na Área de Influência. Trecho comum da paisagem regional: a total substituição da cobertura vegetal original por pastagens. Eliminação total das florestas até o topo dos morros. Do lado esquerdo da fotografia pode-se ver um cultivo de café e um eucaliptal. Frutificação de Attalea humilis (pindoba), encontrada na Área de Influência. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Frutificação de Mabea fistulifera (mamoninha), encontrada na Área de Influência. 119 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Frutificação de Dalbergia nigra (jacarandá cipó), encontrada isolada em diversos pontos da Área de Influência. 4.2.1.8 Supressão da Vegetação 4.2.1.8.1 Objetivos Caracterizar a cobertura vegetal na área de influência direta da rodovia ES 080, através de estudos qualitativos e quantitativos, com descrição e análise das formações vegetais, indicando seu estágio de regeneração e destacando as espécies ameaçadas de extinção, raras, endêmicas e de importância comercial. 4.2.1.8.2 Material e Métodos Enquadramento Fitogeográfico O enquadramento fitogeográfico foi feito utilizando-se as classificações propostas por diversos autores como Ruschi (1950), Azevedo (1962), RADAMBRASIL (1987), IBGE (1987), Veloso et al. (1991) e IPEMA (2005). Levantamento Florístico Para a análise qualitativa ou florística, foram realizadas coletas de material botânico (Figura 1) em estágio de floração e/ou frutificação. Também os materiais que não se apresentavam em estágios reprodutivos foram coletados estéreis, com o objetivo de permitir a identificação taxonômica posterior. Todo o material coletado em estádio fértil foi anotado em caderneta de coleta (Figura 2) e prensado em campo (Figura 3). Posteriormente, foi preparado para herbário conforme Mori et al. (1989) e depositado no Herbário MBML do Museu de Biologia Professor Mello Leitão/IPHAN-MinC, localizado no município de Santa Teresa, Estado do Espírito Santo. A identificação taxonômica dos indivíduos amostrados se deu por comparações com exsicatas depositadas no Herbário MBML e por literatura especializada. Para a classificação das famílias das espécies utilizou-se o sistema de Cronquist (1981), sendo mantida Leguminosae. A confirmação da grafia dos nomes, sinonímia e autores foram obtidos consultando-se o Nomenclatural Data Base do Missioure Botanical Garden – w³Trópicos (2006). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 120 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Figura 1. Coleta de material botânico na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Figura 2. Registro do material botânico em caderneta de campo na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Figura 3. Prensagem em campo do material botânico coletado área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Amostragem fitossociológica Na amostragem quantitativa ou levantamento fitossociológico utilizou-se o método de quadrantes (Cottam & Curtis, 1956), com o cálculo da distância corrigida individual modificada por Martins (1991), sendo amostrados todos os indivíduos arbóreos que apresentavam circunferência do tronco, a 1,30m do solo (CAP), maior ou igual a 32 cm. Para os fustes ramificados, mediu-se o perímetro de cada ramo, considerando o CAP mínimo estabelecido. Com os valores de CAP obtiveram-se os valores de diâmetros (DAP) de cada indivíduo amostrado, através da fórmula DAP= CAP/π, ou seja DAP: 10,2cm. Com base nas medidas de diâmetro, foram elaborados gráficos de linha com distribuição de todos os indivíduos amostrados, em intervalos de classe de 5cm. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 121 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) A orientação dos quadrantes em cada ponto foi aleatória, conforme proposto por Mueller-Dombois & Ellenberg (1974). O distanciamento entre os pontos foi determinado empregando-se a fórmula da distância mínima (Martins, 1991), obtendo-se um valor final de 10m. Foram feitas duas linhas de 50m, uma na encosta e outra no topo, sendo que em cada linha foram amostrados cinco pontos quadrantes, totalizando 10 pontos na amostragem geral. Em cada ponto foram amostrados os quatro indivíduos (árvores com CAP >= 32cm), vivos ou mortos em pé, mais próximos da origem do quadrante, totalizando 20 indivíduos em cada linha e 40 indivíduos na amostragem geral. Para cada árvore foram coletados ramos (estérieis ou férteis) para posterior identificação taxonômica e registraram-se as medidas usuais de distância do ponto, o CAP e a estimativa da altura total. O ordenamento das espécies foi classificado de forma decrescente, seguindo-se o valor de importância (VI). As medidas de altura total (altura máxima, dados gerais) dos indivíduos foram representadas em um gráfico de linhas, em intervalos de 1m, e em outro gráfico está apresentado uma comparação entre as áreas em relação às alturas (máxima, média e mínima) dos indivíduos. Os dados obtidos na amostragem foram utilizados para quantificar os descritores estruturais relacionados abaixo, seguindo-se como proposto por Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) para os parâmetros de abundância. Para os parâmetros de diversidade calculou-se o Índice de Shannon (Brower & Zar, 1984) e Equitabilidade (Pielou, 1975). Todos calculados foram executados pelo software FITOPAC 1 (Shepherd, 1986), através dos programas PREPARE e PARAMS. Freqüência Freqüência Absoluta (FA): FA = (Pi / P) . 100 Onde: Pi = n° de parcelas com ocorrência da espécie i P = n° total de parcelas amostradas Freqüência Relativa (FR): FR = (FA i / Σ FA) .100 Onde: FAi = freqüência absoluta da espécie i Σ FA = somatório das freqüências absolutas das espécies amostradas Densidade Densidade Absoluta (DA): Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 122 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) DA = ni / A Onde: ni = número de indivíduos da espécie i A = área amostral (10 000 m²) Densidade Relativa (DR): DR = (ni / N) . 100 Onde: N = número total de indivíduos amostrados Densidade Total por Área (DTA): DTA = Σ DA i Onde: Σ Da i = somatório das densidades absolutas de todas as espécies amostradas Dominância A dominância foi calculada através da circunferência do tronco a 1,30m do solo. Inicialmente obteve-se a área basal (AB) e posteriormente as dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR), segundo as fórmulas: AB = D2 . π / 4 Onde: D = diâmetro do tronco de cada indivíduo, medido a 1,30m do solo. Dominância Absoluta (DoA): DoA = AB i / A Onde: AB i = área basal da espécie i A = área amostral (10 000 m2) Dominância Relativa (DoR): Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 123 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) DoR = AB i / Σ AB Onde: AB i = área basal da espécie i Σ AB = somatório das áreas basais de todos os indivíduos amostrados Valor de Importância (VI) VI = DR + FR + DoR Valor de Cobertura (VC) VC = DR + DoR Diversidade Específica (H') e Equabilidade (J) H’ = - Σ pi . lnpi i=1 Onde: pi = ni/N = DR ni = número de indivíduos da espécie i N = número total de indivíduos amostrados de todas as espécies J = H’ / H máx. Onde: H’ = índice de diversidade de Shannon H’ máx. = lnS, sendo S o número total de espécies amostradas. Caracterização Fitofisionômica A caracterização fitofisionômica foi realizada com base nos levantamentos de campo (florística e fitossociologia). A base para a classificação dos estágios sucessionais aqui apresentado, está em conformidade com as recomendações da Lei N° 5.361 de dezembro de 1996 que trata sobre a Política Florestal do Estado do Espírito Santo, Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 124 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) seguindo as definições e terminologias para reconhecimento destas unidades em campo. Espécies ameaçadas Para determinar as espécies que se encontram ameaçadas de extinção foi consultada a “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção” (PORTARIA IBAMA Nº 06-N de 15 de janeiro de 1992) (IBAMA, 1992) e de acordo com o Decreto nº 1499-R, que homologa a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Espírito Santo (Espírito Santo, 2005), sendo desconsideradas as determinações que se encontravam em nível de gênero e as imprecisas (cf. ou aff.). Para determinar as espécies raras, endêmicas e de importância comercial foram utilizadas bibliografias especializadas disponíveis. 4.2.1.8.3 Resultados e Discussão Enquadramento Fitogeográfico A área de estudo localiza-se sobre litologia pré-cambriana (RADAMBRASIL, 1987). Segundo o sistema fitogeográfico proposto por Ruschi (1950) para o Espírito Santo, a região está entre as regiões classificadas como Floresta de Tabuleiros sempre verdes, Florestas dos Tabuleiros Caducifólias e Floresta das Encostas Mesófilas. Azevedo (1962) classifica a área dentro das Comunidades Arbóreas Higrófilas e Mesófilas, que se caracterizam por possuir elementos arbóreos densamente encontrados e com grande altura e diâmetro. Presença de espécies decíduas na bacia do Rio Doce e em toda a área de ocorrência da margem esquerda para o norte. No Vale do Rio Pancas a taxa de elementos decíduos atinge de 30 a 50 % no auge da estação seca. Segundo IBGE (1987), RADAMBRASIL (1987), Veloso et al. (1991) e IPEMA (2005) a maior parte desta região esta inserida em áreas fitoecológicas de Floresta Estacional Semidecidual. O conceito ecológico deste tipo de vegetação está condicionado pela dupla estacionalidade climática (RADAMBRASIL, 1987; Veloso et al.,1991 e IPEMA, 2005). Uma tropical com época de intensa chuva de verão seguida por estiagens acentuadas e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15°C (RADAMBRASIL, 1987 e Veloso et al.,1991). Levantamento Florístico Foram identificadas no levantamento florístico 32 espécies, pertencentes a 18 famílias (Tabela 1), estando 30 espécies (94%) determinadas em nível específico e apenas duas (6%) em nível genérico. A família mais representativa em número de espécie foi Leguminosae, com cinco espécies, seguida por Moraceae (quatro spp.), Verbenaceae (três), Amaranthaceae, Bignoniaceae, Compositae, Gramineae e Palmae (duas spp. cada), estando as demais 10 famílias representadas por apenas uma espécie cada. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 125 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 6 N° de espécies 5 4 3 2 1 Le gu m in M os V or a e e a A rb ce m en a ar a e a c Bi nth eae gn ac on ea C ia c e om e p ae G os ra it m ae in A na P eae ca alm r B dia ae ur c Co se ea m ra e br ce et ae a La ce ur ae M ac al ea v e M ace yr a e t R ace ub a ia e Ti cea li e Ty ace ph ae a U ce lm ae ac ea e 0 Famílias mais representativas em número de espécies na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Dentre as 32 espécies, 17 (53,1%) apresentaram porte arbóreo, sendo estas secundárias iniciais. Cinco espécies apresentaram porte herbáceo, três com porte subartustivo e três são trepadeiras, duas são arbustivas, uma escandente e uma sublenhosa (Tabela 1). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 126 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espécies identificadas no levantamento florístico na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Família Espécie Nome popular Porte Amaranthaceae Alternanthera tenella Colla alecrim herbáceo Amaranthaceae Amaranthus deflexus L. caruru herbáceo Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. tapiriri arbóreo Bignoniaceae Lundia sp. Bignoniaceae Macfadyena unguis-cati (L.) A.H. Gentry unha-de-gato trepadeira Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand almecegacheirosa arbóreo Combretaceae Terminalia cattapa L. amendoeira arbustivo Compositae Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze mata-pasto herbáceo Compositae Eupathorium macrocephalum Less. eupatório subarbustiva Gramineae Chusquea sp. taboquinha escandente Gramineae Guadua angustifolia Kunth taboca sublenhosa Lauraceae Mezilaurus crassiramea (Meissn.) Taub. Ex. Mez canela arbóreo Leguminosae Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan angico arbóreo Leguminosae Andira fraxinifolia Benth. andira arbóreo Leguminosae Inga marginata Willd. Ingá arbóreo Leguminosae Machaerium declinatum (Vell.) Steffeld chimbé trepadeira Leguminosae Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr pau-jacaré arbóreo Malvaceae Sida carpinifolia L.f. malva-baixa subarbustiva Moraceae Artocarpus altilis (Park.) Forberg fruta-pão arbóreo Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. jaqueira arbóreo Moraceae Cecropia pachystachya Trécul embaúba arbóreo Moraceae Morus nigra L. amora árboreo Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental trepadeira 127 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Família Espécie Nome popular Porte Myrtaceae Psidium guajava L. goiabeira arbóreo Palmae Astrocarium aculeatissiumum (Schott) Burret brejaúva arbóreo Palmae Cocos nucifera L. coqueiro arbóreo Rubiaceae Spermacoce verticillata L. vassourinhade-botão herbáceo Tiliaceae Luehea divaricata Mart. açoitacavalo-miúdo arbóreo Typhaceae Typha dominguensis Pers. tabua herbáceo Ulmaceae Trema micrantha (L.) Blume gurindiba arbóreo Verbenaceae Aegiphila sellowiana Cham. tamanqueiro arbóreo Verbenaceae Lantana camara L. cambará-deespinho subarbustiva Verbenaceae Vitex schaueriana Mold arbustivo Amaranthus deflexus, Spermacoce verticillata, Terminalia cattapa, Artocarpus altilis, Artocarpus heterophyllus e Morus nigra são espécies exóticas, originárias de outros continentes, sendo as três primeiras plantas invasoras de culturas e as demais são cultivadas pelo homem para alimentação. Outras espécies como Psidium guajava, Lantana camara, Guadua angustifólia, Typha dominguensis, Acanthospermum australe e Eupathorium macrocephalum são nativas da América do Sul, podendo ocorrer em algumas regiões do Brasil, mas não na área em estudo. Cocos nucifera é nativa do Brasil, sendo encontrada na região estudada como cultivada para alimentação. Não foram encontradas espécies epífitas na área. Amostragem fitossociológica No levantamento fitossociológico, utilizando-se de todos os pontos, foram amostrados 40 indivíduos vivos. Do total de indivíduos vivos foram identificados seis espécies, distribuídos em seis famílias. Apenas Protium sp. (Burseraceae) não foi determinado em nível específico (Tabela 2), devido à ausência de material fértil, o que dificulta a determinação taxonômica. Todas as famílias amostradas apresentaram riqueza específica igual a um. Em relação ao maior número de indivíduos, a espécie que apresentou a maior densidade relativa foi Mezilaurus crassiramea, com 12 espécimes amostrados (30% do total), seguida por Tapirira guianensis (oito spp.), Anadenanthera macrocarpa e Protium sp. (sete spp. cada), Luehea divaricata (cinco) e com apenas um indivíduo amostrado Aegiphila sellowiana (Tabela 2). Anadenanthera macrocarpa foi a primeira espécie em valor de importância, superando as demais, sobretudo em função do seu alto valor de cobertura (Tabela 2). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 128 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Os valores de cobertura também determinam principalmente a posição de Protium sp. (terceiro lugar) e Aegiphila sellowiana (sexta posição). Mezilaurus crassiramea foi a espécie com o maior número de indivíduos amostrados (12) e o maior valor de frequência (80 % dos quadrantes), obtendo assim o segundo lugar em valor de importância (Tabela 2). Os valores de densidade e freqüência também influenciaram as espécies Tapirira guianensis e Luehea divaricata. Segundo Thomaz & Monteiro (1993), nem sempre a espécie mais freqüente é a dominante, isto pode ser explicado pelas diferenças biológicas dos táxons, ou seja, uma espécie que apresenta um volume maior, certamente será a dominante, sem necessariamente ser a mais freqüente. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas nos 10 quadrantes em conjunto, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. NI = número de indivíduos; NQ = número quadrantes; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; VC = valor de cobertura e VI = valor de importância. Espécies NI NQ DR DoR FR VC VI Anadenanthera macrocarpa 7 5 3.75 13.70 3.97 17.45 21.42 Mezilaurus crassiramea 12 8 7.50 5.42 6.35 12.92 19.27 Protium sp. 7 5 3.75 10.36 3.97 14.11 18.08 Tapirira guianensis 8 5 5.00 1.97 3.97 6.97 10.93 Luehea divaricata 5 5 3.13 3.73 3.97 6.86 10.83 Aegiphila sellowiana 1 1 0.63 8.94 0.79 9.56 10.36 A distância média geométrica entre os indivíduos arbóreos mais próximos e os pontos de amostragem foi de 3,014m, resultando em uma área média de 0,145 hectare e uma estimativa de densidade total de 1101,13 indivíduos arbóreos por hectare. A área basal por hectare foi de 4,814m²/ha (Tabela 3). A Quadrante um apresentou a menor distância média entre os quadrantes (2,476m), resultando na menor área amostral encontrada (0,010 ha) e a maior densidade de indivíduos por hectare apresentada (1.630,64 ind./ha). Enquanto a maior distância média foi observada no Quadrante cinco, resultando na maior área amostrada (0.020 ha) e a menor densidade de indivíduos por hectare (790,90 ind./ha). Comparação dos parâmetros estruturais, diversidade e riqueza entre os quadrantes amostrados, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Quadrantes Área (ha) Dm (m) Dens (ind/ha) AB (m²) Nº de spp. H’ J 1 0.017 3.296 920.63 0,581 9 1.101 0.500 2 0.015 3.026 1092.23 0,298 8 1.054 0.444 3 0.011 2.661 1412.77 0,629 15 1.408 0.598 4 0.018 3.346 893.38 0,328 12 1.326 0.546 5 0.020 3.556 790.90 0,381 11 1.293 0.563 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 129 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Quadrantes Área (ha) Dm (m) Dens (ind/ha) AB (m²) Nº de spp. H’ J 6 0.010 2.512 1584.79 0,234 8 1.015 0.425 7 0.018 3.377 876.98 0,631 6 1.071 0.510 8 0.017 3.281 928.90 0,512 9 1.153 0.578 9 0.011 2.606 1472.58 0,407 7 1.009 0.437 10 0.010 2.476 1630.64 0,813 7 1.021 0.585 Geral* 0.145 3.014 1101.13 4,814 6 2.377 0.524 Os valores de diâmetro dos indivíduos amostrados variaram de 10,37 até 27,4 cm. A árvore com o fuste mais desenvolvido foi um indivíduo de Mezilaurus crassiramea, com 27,4cm; seguido de um indivíduo de Anadenanthera macrocarpa e Tapirira guianensis, com 25,1 e 22,14cm, respectivamente. A cobertura total dos indivíduos amostrados foi de 4,814m². A distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro , indicou que a maioria das árvores amostradas, aproximadamente 70% do total, concentraram-se na primeira classe, com valores compreendidos entre 10 (DAP mínimo) e 14,99;. Nas duas segundas classes concentraram-se 25% dos indivíduos amostrados e apenas dois indivíduos (5%) apresentam diâmetro superior a 25cm. O resultado de diâmetro mostra que o fragmento vegetal estudado apresenta praticamente árvores em estágios iniciais de vida. 30 N° de indivíduos 25 20 15 10 5 0 10 - 14.99 15 - 19.99 20 - 24.99 25 - 29.99 Classes de diâmetros Distribuição do número de indivíduos amostrados por classes de diâmetro de 5cm, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. As alturas estimadas variaram entre 04 e 20m (média 9,32m). O maior valor de altura Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 130 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) foi atribuído a um indivíduo de Anadenanthera macrocarpa. Já o menor escore (4m) foi concedido a espécie Aegiphila sellowiana. Verificando-se os dados referentes às diferentes alturas apresentadas pelos indivíduos amostrados, foi possível observar que a maioria das árvores (77,5% ou 31 indivíduos) distribui-se entre 04 e 10m. Entre 10 e 15m foram amostradas seis indivíduos e apenas três espécimes (7,5%) foram amostrados entre as maiores árvores encontradas (entre 15 e 20m). Ao analisar os dados apresentados acima, não foi possível distinguir mais de um estrato na área estudada, pois os indivíduos distribuíram-se em todos os níveis de altura estimados, com um único pico modal de 04 e 10m . 35 N° de indivíduos 30 25 20 15 10 5 0 04 -10.00 10.01 -15 15.01 - 20 classes de alturas Distribuição do número de indivíduos amostrados por classes de altura de 5m, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. A diversidade arbórea estimada pelo índice de Shannon (H’) foi baixo na área estudada, igual a 2.377 nats.ind¹ e a equabilidade (J) igual a 0.524 (Tabela 3). Segundo Felfili & Rezende (2003) os valores de H’ geralmente situam-se entre 1,3 e 3,5 podendo exceder 4,0 e alcançar em torno de 4,5 em ambientes florestais tropicais. Caracterização Fitofisionômica Através dos levantamentos de campo (florística e fitossociologia) foi determinada a fitofisionomia do fragmento de Floresta Estacional Semidecidual estudado na área de influência da rodovia ES 080, como sendo de Estágio Inicial de Regeneração (Figura 7), levando-se em consideração a classificação de estágios sucessionais recomendados na Lei N° 5.361 de dezembro de 1996 que trata sobre a Política Florestal do Estado do Espírito Santo. Todos os dados levantados enquadram-se na definição da Lei N° 5.361/96, sendo: a) fisionomia herbáceo/arbustiva de porte baixo, com cobertura vegetal, variando de fechada a aberta; b) espécies lenhosas com distribuição diamétrica de pequena amplitude; Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 131 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) c) epífitas, se existentes, são representadas principalmente por liquens, briófitas e pteriodófitas, com baixa diversidade; d) trepadeiras, se presentes, são geralmente herbáceas; e) serapilheira, quando existentes, forma uma camada fina, pouco decomposta, contínua ou não; f) diversidade biológica variável com poucas espécies arbóreas ou arborescentes, podendo apresentar planuras de espécies características de outros estágios; g) espécies pioneiras abundantes; h) ausência de subosque; i) a sua área basal, considerando os indivíduos com DAP maior ou igual a 10 cm, poderá variar de 02 a menor que 10 m 2 /ha. Área de cultivo de Café (Coffea sp.), ao fundo área recentemente queimada e a cima parte do fragmento estudado em Estágio Inicial de Regenaração, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Outras fitofisonomias foram identificadas no entorno do fragmento, sendo os mais representativos: Áreas de Cultivo Agrícola: Estão entre as mais impactadas com relação à vegetação, pois nestas áreas a vegetação nativa foi substituída por áreas cultivadas. Entre os cultivos que ocupam as maiores áreas está o de Café (Coffea spp.); Pequenos pomares são também encontrados na região, sendo estes, utilizados para o fornecimento de frutos comestíveis, principalmente nas áreas próximas às residências, como Artocarpus heterophyllus (Jaqueira) , Artocarpus altilis (Fruta-pão), Psidium guajava (Goiabeira) e Cocos nucifera (Coqueiro) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 132 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Área de cultivo de Café (Coffea sp.), ao fundo área recentemente queimada e a cima parte do fragmento estudado em Estágio Inicial de Regenaração, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Pomar com Artocarpus heterophyllus (Jaqueira) (a esquerda) e Cocos nucifera (Coco) (a direita), no entorno da área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Pomar com Artocarpus heterophyllus (Jaqueira) (a esquerda) e Cocos nucifera (Coco) (a direita), no entorno da área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Área de pastagens no entorno do fragmento em Estágio Inicial de Regeneração estudado, na área de influência da rodovia ES 080, Colatina, ES. Pastagem: Nestas áreas a vegetação natural sofreu corte raso para implantação de criação pecuária, prejudicando não apenas a vegetação, mas causando danos ao solo através do pisoteio do gado. Esta formação é predominantemente herbácea com raros indivíduos arbóreos e arbustivos, alguns deles remanescentes da vegetação original. As pastagens ocupam vastas áreas da região de estudo (Figura 10). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 133 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espécies ameaçadas Nenhuma das espécies identificadas na área em estudo vigora na “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção” (PORTARIA IBAMA Nº 06-N de 15 de janeiro de 1992) (IBAMA, 1992) e na “Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Espírito Santo” (Espírito Santo, 2005). Espécies raras, endêmicas e de importância comercial Dentre as espécies nativas para a região estudada, Alternanthera tenella e Trema micrantha são usadas na medicina popular, embora tenha alguma importância comercial apresentam uma ampla distribuição geográfica. O mesmo acontece com a espécie Macfadyena unguis-cati, sendo está bastante ornamental e usada em paisagismos. Espécies raras e endêmicas não foram identificadas na área estudada. 4.2.1.8.4 Conclusões A área de influência da rodovia ES 080 está inserida na Floresta Estacional Semidecidual, onde a vegetação encontra-se em Estágio Inicial de Regeneração. As espécies lenhosas amostradas possuem distribuição diamétrica de pequena amplitude. A diversidade arbórea estimada foi baixa. Vale ressaltar que das 32 espécies encontradas na área de influência da rodovia ES 080, 12 não são nativas do Brasil (plantas daninhas e cultivadas). As espécies consideradas nativas na região apresentam crescimento espontâneo ou são amplamente distribuídas, além de não estarem presentes nas listas de espécies ameaçadas do Estado do Espírito Santo e do Brasil, nem serem espécies raras, endêmicas ou com importância econômica. As figuras a seguir apresentam os locais de supressão da vegetação. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 134 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 6 – ÁREA DE SUPRESSÃO VEGETAL 1.600,00 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 135 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 7 – ÁREA DE SUPRESSÃO VEGETAL 17.500,00 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 136 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2.2 Fauna 4.2.2.1 Avifauna 4.2.2.1.1 Introdução Durante os trabalhos de campo realizados na Área de Influência, foram reconhecidas suas diversas paisagens constituintes e imediatamente observada sua principal característica ambiental, qual seja, a de que a região encontra-se severamente degradada. A Área de Influência Direta, em particular, era coberta, originalmente, em sua maior parte, por floresta ombrófila densa entremeado de raros ambientes naturais abertos ou semi-abertos associados, p.ex., às interfaces com as várzeas ou ocorrentes em terrenos de solo raso. Atualmente, constata-se notadamente o inverso: a paisagem resultante após os diversos ciclos de exploração (madeireiro, da cultura do café e da criação de gado) é, em sua maior parte, composto por ambientes abertos, todos artificialmente, com raríssimas formações arbóreas nativas. Ao mesmo tempo, nem mesmo estas formações arbóreas / arbustivas são remanescentes da pretérita cobertura vegetal original, consistindo em geral de rebrotamentos após o corte raso e queimada das florestas originais. O bioma Mata Atlântica, que outrora se estendia por mais de 1 milhão de km², encontra-se atualmente reduzido a menos de 7% de sua área original, conseqüência trágica de mais de 500 anos de exploração predatória. Gigantescas áreas de diferentes tipos de formações florestais, que abrigavam uma das mais expressivas biodiversidades do planeta, foram convertidas em pastagens, plantações de monocultura e áreas urbanizadas. O que restou da floresta encontra-se atualmente disperso em numerosos fragmentos remanescentes circundados por matrizes que dificultam ou inibem totalmente o deslocamento das espécies tipicamente florestais entre os mesmos. Desta forma, muitas populações de animais mais ligadas ao ambiente florestal encontram-se “ilhadas” dentro destes fragmentos o que, a médio e longo prazos, poderá causar a extinção local destas populações por causa de uma série de fatores como competição por escassez de recursos, e perda de variabilidade genética. Não obstante, enquanto muitas espécies típicas de florestas sofrem declínios vertiginosos de suas populações devido à destruição de seu habitat, outras espécies, habitantes de áreas abertas ou particularmente tolerantes a ambientes degradados, experimentam grande aumento populacional e ampliação de suas áreas de distribuição geográfica, graças, justamente, a uma maior disponibilidade de áreas potencialmente habitáveis. Esta situação pode ser facilmente comprovada através da análise da composição da avifauna de áreas degradadas de Mata Atlântica, como é o caso da Área de Influência do Empreendimento. 4.2.2.1.2 Análises Visando uma melhor compreensão da composição da avifauna da área em questão, as espécies registradas durante os trabalhos de campo foram divididas em três classes (tabela 1). Esta divisão teve como critério o habitat, ou habitats, característico(s) de cada espécie, os quais foram divididos em: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 137 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) A: Formações florestais (F) – Abrange espécies típicas das formações florestais da Mata Atlântica, incluindo espécies ocorrentes nas bordas dos fragmentos. B: Formações aquáticas (A) – Abrange espécies típicas de áreas alagadas, tais como brejos, lagos e margens de rios. C: Formações campestres (C) – Abrange espécies típicas de áreas abertas de uma forma geral. Do total de 97 espécies registradas para a Área de Influência, 18, 15 e 31 espécies são restritas às formações florestais (F), aquáticas (A) e campestres (C), respectivamente. As demais espécies, embora estejam mais estreitamente ligadas a um tipo específico de formação (primeira a ser abreviada na classificação a seguir) podem ocorrer também em outras formações, e foram assim divididas: F, C – 10 espécies; A, F – 2 espécies; A, C – 3 espécies; C, F – 12 espécies; C, A – 6 espécies. Quadro ilustrativo da composição da avifauna relativa às diferentes formações vegetais presentes na área do emprendimento. F – Formações florestais; A – Formações aquáticas; C – Formações campestres. C,A C,F A,C A,F F,C C A F 0 5 10 15 20 25 30 35 4.2.2.1.3 Discussão Uma análise detalhada da composição da avifauna do local em questão revela que, embora Colatina fosse originalmente coberta em sua totalidade por formações florestais características do bioma Mata Atlântica, apenas 28% [18 (F) + 10 (F,C)] das espécies atualmente registradas na Área de Influência são características deste bioma. A situação de degradação local torna-se ainda mais evidente quando se leva em conta que a maior parte destas 30 espécies é bastante tolerante à degradação, sendo pouquíssimas aquelas características de ambientes florestais um pouco mais conservados, como o araçari-de-bico-branco Pteroglossus aracari. Este fato é ainda corroborado pelo predomínio de espécies típicas de formações campestres, as quais correspondem 50% [31 (C) + 12 (C, F) + 6 (C , A)] das espécies registradas para a Área. A maior parte destas espécies características de áreas Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 138 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) abertas possuem ampla distribuição geográfica, abrangendo vários paises da América do Sul até mesmo da América Central, e são relativamente comuns na maior parte dos locais onde ocorrem. Contudo, não ocorriam originalmente na área em questão e sua presença atual é explicada pelo “surgimento” de áreas propícias à sobrevivência, o que ocorreu graças à conversão de florestas em áreas abertas, seja para a agricultura, a pecuária ou para o estabelecimento de habitações. Desta forma, beneficiadas pelo desmatamento, muitas destas espécies estão experimentando significativos aumentos populacionais e expandindo consideravelmente seus limites de distribuição. Abaixo é fornecida uma lista sistemática, brevemente comentada, das espécies registradas na área e que, na maior parte dos casos, dificilmente ocorreriam ali caso a região ainda ostentasse sua cobertura vegetal original. Estas espécies são todas aquelas classificadas (ver Tabela I) como dependentes de formações campestres e algumas espécie dependentes de outras formações além da campestre, como o casaca-de-couro-da-lama Furnarius figulus e a lavadeira mascarada Fluvicola nengeta, habitantes da beira lamacenta e ensolarada de brejos e pequenas lagoas. Em áreas recentemente desmatadas ou onde, mesmo havendo desmatamento, ainda são encontrados fragmentos florestais de tamanho considerável, pode ocorrer um aumento regional do número de espécies, como fora constatado em áreas do município vizinho de Santa Tereza (Willis e Oniki, 2000). Este aumento deve-se ao fato de que, embora, após o desmatamento, ocorra uma extinção local de algumas espécies florestais, geralmente dependentes de ambientes mais conservados, em relativamente pouco tempo a área desmatada será colonizada por novas espécies, características da formações campestres, que poderão superar em número as espécies florestais perdidas. A primeira vista, este aumento local do número de espécies pode parecer positivo; no entanto, com o passar do tempo, é extremamente improvável que esta situação se sustente. Na maior parte das regiões já atingidas pela degradação ambiental a tendência é um agravamento cada vez maior desta situação, sendo bastante previsível que estes fragmentos, “poupados” em um primeiro momento, sejam também convertidos em áreas abertas; o que poderá levar a uma extinção quase total das espécies naturalmente ocorrentes na Área, uma vez que suas espécies florestais serão extintas, restando-lhe apenas aquelas características de formações campestres, em sua grande maioria imigradas de outras regiões. De um modo geral, esta é a situação observada na Área de Influência. Mesmo que a previsão de continuação da degradação não se confirme, e a situação geral seja de que o número total de espécie se mantenha com o passar do tempo, ainda assim ocorrerá um grande prejuízo conservacionista. Neste caso, em particular, a substituição de espécies florestais, muitas vezes de distribuição geográfica restrita e cada vez mais ameaçadas de extinção pela destruição progressiva de seus habitats naturais, por espécies característica de ambientes abertos, geralmente com ampla área de distribuição, onde ocorrem com relativa abundância, é algo que pode ser considerado como uma verdadeira catástrofe ambiental. Embora cada espécie possua um valor intrínseco, representando soluções biológicas singulares para o desafio da sobrevivência, o que lhe garante um direito incontestável à vida, em determinadas situações é necessário o estabelecimento de prioridades de conservação. A seguir serão apresentadas e comentadas as espécies características de formações campestres registradas na Área de Influência. • Inhambu-chororó, Crypturellus parvirostris Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 139 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) É o menor representante do gênero, o qual é composto principalmente por espécies habitantes do sub-bosque de florestas. O inhambu-chororó, contudo é espécie típica de áreas abertas, habitando áreas de cerrado, campos sujos e até mesmo áreas cultivadas, como cafezais e milharais. Além do Brasil, ocorre também no Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. • Garça-vaqueira, Bubulcus ibis Espécie originária do Velho Mundo, colonizou espontaneamente as Américas, incluindo o Brasil, onde os primeiro indivíduos foram registrados na Ilha de Marajó na década de 1960. Atualmente a espécie é encontrada em grande abundância por praticamente toda a América, tendo se beneficiado muito com a conversão da floresta em áreas de pastagem e o aumento do rebanho de gado. Diferentemente da maior parte dos representantes de sua família, os quais possuem uma relação bastante estreita com ambientes aquáticos, a garça-vaqueira, embora tenham suas colônias, dormitório e ninhais sempre situados próximos a água, é típica de ambientes abertos, principalmente áreas de pastagens, onde quase sempre é encontrada associada ao gado. • Gavião-caboclo, Heterospizias meridionalis Bela e imponente espécie de gavião típica de áreas abertas, ocorrendo por quase todo o Brasil. Habita áreas de cerrado, pastagens e beira de brejos. Em áreas rurais pode ser observado pousado sobre moirões de cerca ou em árvores isoladas no meio do pasto. Pode aproveitar-se de queimadas para caçar presas desatentas enquanto fogem das chamas. Encontrado em toda a América do Sul, com exceção do Chile. • Gavião-de-rabo-branco, Buteo albicaudatus No Brasil, esta é uma das espécies de gaviões mais típica de áreas abertas. Habita o cerrado, e áreas de pastagem, sendo na maioria das vezes observado planando alto sobre os locais onde ocorre. Assim, como o gavião-caboclo, aproveita-se de queimadas para capturar presas e, por causa deste hábito, é popularmente também conhecido como gavião-fumaça. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Equador e Chile, América Central continental e extremo sul da América do Norte. • Caracará, Caracara plancus Espécie popularmente bastante conhecida. Ocorrendo praticamente em qualquer tipo de ambiente aberto, desde áreas urbanas até regiões de cerrado. É onívoro, podendo se alimentar de invertebrados, presas como pequenos mamíferos e répteis, carniça fresca e até mesmo de sementes. Além do Brasil, ocorre também no Peru, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Carrapateiro, Milvago chimachima Seu nome popular deve-se ao hábito de pousar sobre bois ou cavalos dos quais tira e devora carrapatos e bernes, não sendo esta contudo sua única fonte alimentar, assim como o caracará é onívoro. Pode ser comumente observado em ambientes abertos por praticamente todo o Brasil, inclusive dentro de áreas urbanas. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Chile, e sul da América Central. • Quiri-quiri, Falco sparverius Pequena espécie de falcão distribuída por toda a América, típica de áreas abertas. Vive geralmente aos casais ocorrendo em locais extramente degradados, como extensas plantações de cana de açúcar, onde pode ser uma das poucas espécies Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 140 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) ocorrentes na área. Alimenta-se de insetos, pequenos lagartos e, por vezes, pequenos roedores. • Seriema, Cariama cristata Espécie popularmente bastante conhecida, típica de áreas abertas do interior do país. Muito favorecida pelo desmatamento, tem ampliado muito sua área de distribuição, principalmente na região sudeste. Além do Brasil ocorre também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Quero-quero, Vanellus chilensis Espécies das mais comuns em áreas abertas descampadas, ocorrendo desde pastagens a aeroportos e campos de futebol. Popularmente bastante conhecida, principalmente pelo seu canto que parece dizer “quero - quero”. Ocorre em todos os países da América do Sul e no sul da América Central. • Rolinha, Columbina talpacoti Espécie muito comum em qualquer tipo de ambiente aberto, inclusive dentro de grandes cidades onde, depois do Pardal e da Pomba, pode ser uma das espécies mais comuns. Ocorre em todos os países da América do Sul e América Central continental. • Rolinha-picui, Columbina picui Espécie relativamente comum, mas geralmente menos abundante que a anterior, também é típica de áreas abertas, sendo beneficiada pelo desmatamento, mas parece ter maior predileção por regiões quentes. Além do Brasil, ocorre nos seguintes países, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai. • Pombo-doméstico, Columba lívia Espécie originária da Europa, introduzida pelo homem em quase todos os países do mundo, o que ocorreu no Brasil ainda no século XVI. Possui relação muito estreita com o homem não ocorrendo muito distante da “civilização”. • Pombão, Patagioenas picazuro Grande espécie de pomba, característica de áreas abertas do sul e nordeste do Brasil. Em anos recentes vem aumentando consideravelmente sua população e expandido sua distribuição, principalmente no sudeste do país, onde em algumas cidades começa a se estabilizar como ave urbana. Pode ser considerada um dos melhores exemplos de espécie beneficiada pelo desmatamento. Além do Brasil, ocorre na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Periquito-rei, Aratinga aurea Bela espécie de psitacídeo largamente distribuído pelo país, principalmente pelo interior. Característico de ambientes abertos, como cerrado e áreas cultivadas, freqüentando também matas secundárias. Além do Brasil, ocorre também no Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. • Anu-preto, Crotophaga ani Juntamente com a espécie a seguir é uma das mais características de áreas abertas deste país. Muito comum, geralmente encontrado em grupos de até 10 indivíduos, forregeando no solo ou próximo a este. Se beneficia também da agropecuária aproveitando-se do pisoteio do gado para capturar alimento. Ocorre em toda América do Sul, com exceção do Chile, e América Central. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 141 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Anu-branco, Guira guira Espécie comum, possuindo hábitos muito similares a do anu-preto, também é típica de locais abertos, como pastagens e áreas de cerrado. Além do Brasil, ocorre na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Coruja-buraqueira, Athene cunicularia A espécie de coruja mais comum no país. Ocorre em diversos tipos de ambientes abertos, ocupando até mesmo terrenos baldios dentro de grandes cidades. Constrói seu ninho e abriga-se dentro de uma galeria subterrânea. Ocorre por todo continente Americano. • Pica-pau-do-campo, Colaptes campestris Grande espécie de pica-pau, originalmente típica do cerrado e de regiões abertas do sul do país, tendo se adaptado bem a áreas abertas degradadas como pastagens e áreas rurais. Uma das poucas espécies de pica-pau que também pousa e forrageia no solo. Além do Brasil, ocorre no Suriname, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • João-de-barro, Furnarius rufus Espécie bastante popular por causa do seu ninho característico. Comum em ambientes abertos de quase todo o país, como em áreas rurais, onde é espécie sempre presente. Além do Brasil, ocorre na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Casaca-de-couro-da-lama, Furnarius figulus Originalmente ocorria apenas em partes do Brasil central e região norte e por quase todo o nordeste, a partir de onde, favorecido pelo desmatamento, “invadiu” boa parte da região sudeste do país. Ocorre em área abertas mas sempre próximo de áreas alagadas, como beira de lagoas e brejos, forrageando na lama do solo. • Petrim, Synallaxis frontalis Espécie características de ambientes abertos do interior do Brasil, como áreas cerrado, habitando a vegetação arbustiva densa, próximo ao solo. Contudo, eventualmente também ocorre em plantações de café. Além do Brasil, ocorre na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Uí-pi, Synallaxis albescens Assim como a espécie anterior é típica de áreas abertas, ocorrendo em quase todo o Brasil. Ocorre em habitas abertos, geralmente com alguma vegetação arbustiva. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Equador, Chile e Uruguai. • João-de-pau, Phacellodomus rufifrons Espécie popularmente bastante conhecida por seu ninho característico, um grande e volumoso agregado de galhos, comumente avistado em áreas abertas do interior do Brasil. Também é uma espécie muito beneficiada pelo desmatamento, estando em processo de expansão geográfica na região sudeste do país. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Suriname, Guina , Guiana Francesa, Chile e Uruguai. • Noivinha-branca, Xolmis velatus Espécie comum em áreas abertas do interior do Brasil. Pode ocorrer mesmo em regiões totalmente descampadas utilizando-se então de fios de alta tensão como local de pouso, a partir de onde parte para capturar insetos em pleno vôo. Além do Brasil, ocorre na Bolívia e no Paraguai. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 142 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Lavadeira-mascarada, Fluvicola nengeta Originalmente com distribuição restrita ao nordeste Brasileiro, a partir de onde, extremamente favorecida pelo desmatamento, atingiu a região sudeste. Ocorre em locais abertos onde é geralmente encontrada próximo a água, em locais como beira de brejos, poças e lagoas. Além de ocorrer no Brasil, a espécie possui uma população disjunta no Equador e Peru. • Suiriri-cavaleiro, Machetornis rixosa Comum em áreas abertas, habitando, geralmente, locais descampados, como pastagens ou áreas gramadas. Quase sempre observado no solo, caminhando rapidamente e dando vôos curtos no ímpeto de capturar insetos. Seu nome popular deve-se ao hábito de eventualmente ser encontrado associado a cavalos ou vacas capturando os insetos espantados por estes. Além do Brasil, ocorre também na Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Andorinha-de-sobre-branco, Tachycineta leucorrhoa Espécie de andorinha característica de ambientes abertos, sobrevoa a baixa altura áreas de pastagem dando caça a insetos. Além do Brasil, ocorre também no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Sabiá-do-campo, Mimus saturninus Espécie bastante oportunista ocorrendo em diversos ambientes abertos por quase todo o Brasil extra-amazônico. Vive em pequenos grupos podendo ser encontrado inclusive em áreas urbanas. Além do Brasil, ocorre também no Suriname, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. • Tico-tico-do-campo, Ammodramus humeralis Espécie característica de ambientes abertos, ocorrendo mesmo em locais totalmente descampados, como extensas áreas de pastagem. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Equador e Chile. • Canário-da-terra-verdadeiro, Sicalis flaveola Espécie bastante popular, muito apreciada pelo tráfico de animais silvestres. Habita áreas abertas, sendo típica de paisagens rurais, em determinadas regiões parece estar sofrendo relativo aumento populacional. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção do Chile. • Canário-do-campo, Emberizoides herbicola Espécie típica de áreas abertas do interior do país, sendo relativamente comum. Ocorre em áreas de capim alto, onde se empoleira para cantar, forrageia no solo. Distribuído por toda a América do Sul, com exceção do Equador, Chile e Uruguai, e no sul da América Central. • Tziu, Volatinia jacarina Espécie comum em áreas abertas de quase todo o Brasil, pouco seletiva quanto ao habitat pode ser abundante mesmo em terrenos baldios em áreas urbanizadas. Ocorre em toda a América do Sul e Central. • Coleirinho, Sporophila caerulescens Espécie apreciada pelo tráfico de animais silvestres, habita regiões abertas, como capinzais e até mesmo plantações de café. Pode ser abundante em locais onde não Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 143 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) sofre pressão de captura. Ocorre em toda a América do Sul, com exceção da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador e Chile. • Graúna, Gnorimopsar chopi Típico de áreas abertas do interior do país, habitando áreas de cerrado, plantações e pastagens com árvores esparsas. Espécie muito apreciada pelo tráfico de animais silvestres. Além do Brasil, ocorre também no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Pássaros típicos de áreas abertas, urbanas ou degradadas: 2 indivíduos de pássaros-pretos (Molothrus bonariensis), 4 rolinhas (Columbina talpacoti) e 2 canários-da-terra (Sicalis flaveola). • Vira-bosta, Molothrus bonariensis Espécie popular devido a seus hábitos nidoparasitas. Habita áreas abertas de todo o Brasil, muito comum em áreas rurais. Ocorre em toda a América do Sul e na América central extra-continental e meridional. • Pardal, Passer domesticus Espécie originária da Europa, introduzida pelo homem em praticamente todas as regiões do globo. No Brasil os primeiros indivíduos foram introduzidos ainda no início do século XX. Apesar de sua super-abundância possui relação das mais estreitas com a espécie humana só ocorrendo dentro ou na periferia de cidades. 4.2.2.1.4 Conclusão A análise da composição da avifauna encontrada na Área de Influência revela um grande predomínio de espécies de formações campestres sobre aquelas de formações florestais. Este quadro, no entanto, não é restrito a esta localidade, a “substituição” de espécies típicas de ambientes florestados por espécies características de ambientes abertos é, de fato, fenômeno facilmente notado em qualquer área devastada dentro do domínio do bioma Mata Atlântica. Fora de uma ótica crítica, as implicações e conseqüências deste fenômeno podem ser bastante distorcidas ou mesmo passarem despercebidas, no entanto, quando analisadas criteriosamente, um grave problema ambiental vem à tona. Em determinadas regiões, onde, apesar da devastação, ainda podem ser encontrados fragmentos florestais com extensões consideráveis, o desmatamento, eventualmente, poderá levar a um aumento do número de espécies. Isto ocorre quando o número de espécies florestais extintas é superado pelo número de espécies Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 144 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) campestres que colonizam a área. Este incremento de espécies pode parecer positivo, mas, de fato, acaba se revelando um grave prejuízo ambiental, uma vez que, como comentado, as espécies florestais aqui tratadas, por uma série de características, possuem um “valor conservacionista” muito superior frente aquelas características de áreas abertas. É muito provável, no entanto, que, com o avanço da degradação, as espécie florestais sejam quase que totalmente extintas, o que levará a um perda irreparável das espécies nativas do local, consequentemente o número de espécies sofrerá um grande declínio e o prejuízo ambiental será então evidente, como no caso da Área de Influência. 4.2.2.2 Ictiofauna 4.2.2.2.1 Introdução A América do Sul tem a maior fauna neotropical íctica do mundo, a qual é representada por 32 famílias com mais de 2500 espécies. Esta fantástica diversidade de espécies reflete em uma incrível variedade de formas e padrões comportamentais (Agostinho et al., 2007). Peixes tropicais apresentam alguns dos melhores exemplos para se avaliar como novas espécies evoluem e como comunidades ecológicas complexas são mantidas. O estudo destas comunidades tem gerado novas idéias importantes sobre o papel da ecologia e comportamento na evolução das espécies e das comunidades. Apesar de apresentar uma megadiversidade íctica, frequentemente são descritas novas espécies de peixes neotropicais de água doce (ex., Bertaco & Lucena, 2006; Carvalho & Bertaco, 2006; Costa, 2006; Menezes, 2006; Mautari & Menezes, 2006; Melo & Buckup, 2006; Sarmento-Soares et al., 2006, entre outros) A Mata Atlântica abrange, pelo menos, cinco formações florestais distintas, tanto em aspectos fisionômicos quanto florísticos, condicionados predominantemente pela topografia e altitude: matas de planície, matas de encosta, matas de altitude, matas de tabuleiro e “brejos”. Além da grande diversidade de epífitas, a riqueza de espécies de Myrtaceae tem sido apontada através de estudos fitossociológicos, como característica marcante da Mata Atlântica. Boa parte da flora e fauna da mata atlântica é diferenciada de seus congêneres amazônicos em nível de espécie e subespécie, com os maiores números de endemismos e diversidade ocorrendo entre o sul da Bahia e o médio Rio Doce, no Espírito Santo e Minas Gerais (Brown, 1991). Astyanax microschemos (Bertaco & Lucena, 2006) é uma nova espécie de caracídeo descrita para o sul do Espírito Santo. A descrição de novas espécies de peixes do Espírito Santo esta em andamento, como os pertencentes aos gêneros “Baianichthys”, Pareiorhaphis e Neoplecostomus (Edson H. L. Pereira, Comunicação Pessoal). Estas novas contribuições para um melhor conhecimento da ictiofauna do sudeste de uma maneira mais ampla reforça a importância de amostragens mais detalhadas da região a ser estudada. 4.2.2.2.2 Objetivo O presente estudo objetiva diagnosticar a fauna íctica na área que ocorrem na área do empreendimento da Rodovia ES 080 (Variante de Colatina na BR 259). O local fica situado no início do setor Colatina/Pancas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 145 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2.2.2.3 Material e Métodos Córregos e rios amostrados fazem parte da Bacia do Rio Doce onde, em quase toda sua extensão, é dominada por áreas de pastagens, com pouquíssima vegetação arbórea. Ao longo dos anos, isto tem influenciado muito no assoreamento dos leitos dos rios da região, que se caracterizam também pelas águas barrentas. Nos últimos anos, muitas espécies exóticas foram soltas em toda a Bacia do Rio Doce, as quais provavelmente vem contribuindo com o declínio das espécies nativas através da competição por espaço e alimento. O rio Pancas foi amostrado nas seguintes coordenadas: rio Pancas 322971 / 7851351 rio Pancas 323068 / 7851246 rio Pancas 323135 / 7851208 Durante o período diurno, os exemplares foram amostrados com tarrafa (3 m de diâmetro, malha com 12 mm entre nós opostos), sendo aplicado 15 lances em cada local. Durante o período noturno, foi efetuado o faxeamento com lanterna, com o objetivo de observar o maior número possível de espécies que poderiam representar melhor a ictiofauna. Exemplares capturados foram identificados no campo e liberados imediatamente no mesmo local de amostragem. 4.2.2.2.4 Resultados Durante o trabalho de campo, foram registradas oito espécies de teleósteos divididos em quatro ordens e seis famílias. As famílias que tiveram maior expressão em números de espécies foram Characidae com duas espécies e Loricariidae com duas espécies, seguidas por Gobiidae, Cichlidae, Herythrinidae e Poeciliidae com uma espécie cada. Segundo Reis et al. (2003) a família Characidae é a que contem maior diversidade na ordem Characiformes com cerca de 950 espécies validas descritas que representa uns dos grupos mais importantes de espécies de peixes do Brasil. A área geográfica ocupada pelos representantes da família Characidae, é também a mais ampla dentro de Characiformes (Menezes, 2007). Loricariidae que foi a outra família mais expressiva é a maior família de bragres do mundo, representada por seis subfamílias e mais de 90 gêneros e 680 espécies atualmente conhecidas (Menezes, 2007). Esses números estão expressos na figura 1. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 146 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Herythrinidae 12,5% Cichlidae 12,5% Characidae Gobiidae 12,5% Poeciliidae 12,5% Loricariidae Gobiidae Cichlidae Loricariidae 25,0% Characidae 25,0% Herythrinidae Poeciliidae Fig.1 – Porcentagem de espécies de peixes por família. A ordem com maior número de espécie foi Characiformes com três espécies, seguida por Perciformes com duas espécies. O maior valor no número de espécies de Characiformes, pode estar relacionado a composição do ambiente, de água doce, e ao fato de duas das três espécies descritas para Characiformes, serem pouco exigentes à saúde do ambiente, adaptando-se rapidamente e alimentando-se de quase tudo, fato bastante relevante, já que o ambiente em questão encontra bastante impactado. A outra espécie Hoplias malabaricus, é um predador oportunista, não tendo dificuldades para se alimentar de pequenos peixes, vertebrados e crustáceos. Sem dizer que esta é uma ordem exclusivamente de espécies de água doce (MENEZES, 2007). A outra ordem mais expressiva encontrada, Perciformes é a ordem de maior diversidade de peixes teleósteos com 148 famílias e mais de 9.000 espécies, sendo uma ordem bem distribuída nas bacias do estado. As espécies encontradas em campo foram Astyanax bimaculatus, Astyanax scabripinnis, Awaous tajasica, Geophagus brasiliensis, Hoplias malabaricus, Hypostomus affinis, Liposarcus pardalis, Poecilia vivípara. Onde A. altiparanae foi a espécie com maior numero de indivíduos, totalizando 12 individuos. Astyanax altiparanae, segundo Garutti & Britski (2000), era conhecido como Astyanax bimaculatus, peixe muito comum nos rios e córregos do alto rio Paraná. Recebeu esta nova denominação após a revisão realizada por Garutti & Britski (2000) para o gênero Astyanax. O gênero Astyanax é compreendido por espécies que ocupam os mais diversos habitats nas bacias hidrográficas brasileiras (Garutti & Britski 2000). Das espécies encontradas apenas uma tem origem marinha, que foi Awaous tajasica, demonstrando a predominância de espécies dulciculas no ambiente. Isto é esperado em função de se tratar de áreas de cabeceiras de cursos d´água estando relativamente afastado da região de influencia marinha, sendo esta espécie bem adaptada ao ambiente de água doce. É muito provável que este número aumente, pois registros ocasionais de um local sempre são menores do que toda a sua potencialidade ecológica em suportar espécies. Os dados refletem as espécies dominantes. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 147 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Numero de indivíduos por espécie Espécie NÚMERO DE INDIVÍDUOS NOME COMUM Astyanax bimaculatus 12 Piaba Astyanax scabripinnis 03 Piaba Awaous tajasica 06 Moréia Geophagus brasiliensis 01 Cará Hoplias malabaricus 01 Traíra Hypostomus affinis 01 Cascudo Liposarcus pardalis 01 Cascudo Pintado Poecilia vivipara 03 Barrigudinho Total: 28 - Foi encontrada no local apenas uma espécie exótica, Liposarcus pardalis que é uma espécie residente da Bacia Amazônica. Espécies exóticas podem deslocar espécies nativas através de competição por recursos naturais como alimento ou espaço para reprodução. Espécies animais introduzidas podem ser predadoras de espécies nativas e levá-las à extinção, ou alterar o seu habitat a tal ponto que muitas destas espécies não conseguem subsistir (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Espécies introduzidas que possuem parentesco com espécies nativas podem cruzar com espécies e variedades nativas, eliminando códigos genéticos únicos de populações locais e fazendo confusão entre limites taxonômicos. A ictiofauna local é relativamente pobre, principalmente devido a degradação dos habitats naturais em toda a região da Bacia do Rio Doce. Os grandes períodos de seca também vêm contribuindo na restrição de micro-habitats para muitas espécies de teleósteos. A crescente introdução de espécies exóticas certamente vem contribuindo com o declínio das espécies nativas, em especial Lophiusilurus alexandri (Pacumã) e Clarias gariepinus (Bagre Africano), grandes predadores de espécies nativas. 4.2.2.2.5 Descrição das Espécies Registradas Astyanax bimaculatus Espécie da família Characidae, A. bimaculatus esta distribuído por todo Brasil. Espécie de pequeno porte podendo atingir 0,15m de comprimento, possui uma mancha umeral negra ovalada, as nadadeiras caudal, ventrais e anal são amareladas, se alimenta de praticamente tudo, desde larvas de insetos ate esgoto domestico, seu habito reprodutivo, é discutido por autores, alguns dizem que realiza atos migratórios, outros dizem que não, possui desova parcelada, ou seja, desova mais de uma vez por ano. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 148 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Astyanax scabripinnis Espécie da família Characidae, espécie de pequeno porte não ultrapassando 0,10m de comprimento, apresenta corpo ligeiramente comprido, com a nadadeira caudal alaranjada, com mancha negra no pendúculo caudal. Espécie que possui hábitos bentopelagico, é uma espécie considerada insetívora, possui fecundação externa, com desova parcelada, não realiza migração. Espécie bastante comum nos rios do Espírito Santo. Awaous tajasica Espécie de origem marinha, da família Gobiidae, é encontrada em todo o Brasil desde o Piauí ate o Rio Grande do Sul. Possui o corpo cilíndrico, podendo atingir 0,16m de comprimento, tem a coloração marrom-claro, bem parecido com a coloração da areia do fundo dos rios onde camufla-se para predar pequenos crustáceos. Geophagus brasiliensis Espécie extremamente comum nos corpos d’agua do estado do Espírito Santo. Pode ser identificada por um colorido azulado muito forte, sua linha lateral é interrompida, o ramo superior estende-se dorsalmente até quase o fim da parte posterior da base da nadadeira dorsal e o inferior percorre longitudinalmente o meio do penduculo caudal (Menezes, 2007). A espécie possui forte dimorfismo sexual, na época de reprodução (o macho possui uma protuberância na parte frontal da cabeça). Esta espécie constrói um ninho para a desova, onde o casal toma conta dos ovos e da prole. Os indivíduos Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 149 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) desta espécie se alimentam-se de pequenos peixes, detritos e invertebrados, seu tamanho pode chegar a 0,20m de comprimento. Hoplias malabaricus Peixe da família Erythrinidae, possui corpo caracteristicamente cilíndrico, nadadeira caudal arredondada, podendo atingir de 0,30 à 0,40 m de comprimento, (Menezes, 2007). É uma espécie com alta capacidade de adaptação, sendo encontrado em praticamente todos os corpos d’agua do estado do Espírito Santo. Possui hábito alimentar, carnívoro, essencialmente piscívoro na fase adulta. Hoplias malabaricus desova em ninhos feitos pelo casal em águas paradas ou de pouca correnteza, com pouca profundidade, esta espécie toma conta dos ovos e da prole quando ainda são alevinos (Oyakawa, 2006). Hypostomus affinis Espécie da família Loricariidae, as espécies dessa família podem ser caracterizados por um “escudo ósseo” recobrindo o corpo e a cabeça, Na parte ventral de Hypostomus affinis é revestida por uma pele espessa, o colorido de fundo de seu corpo é marrom-claro. È uma espécie bentônica, é encontrado preferencialmente em ambientes de pouca correnteza e substrato de areia ou cascalho. Alimenta-se de algas que crescem sobre o substrato, podem atingir, 40m de comprimento. Liposarcus pardalis Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 150 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espécie da família Loricariidae nativa da Bacia Amazônica, Sendo assim uma espécie exótica para o Espírito Santo. Possui hábitos semelhantes as outras espécies da família, possui dois tipos de respiração, branquial e estomacal. Seu revestimento externo é composto por uma pele bastante espessa, diferente do Hypostomus affinis, que possui o corpo coberto por um escudo dérmico. Essa espécie pode atingir 0,40m de comprimento. Poecilia vivípara Espécie pertencente a família Poeciliidae, as espécies desta família possuem a boca voltada para cima, cabeça revestida por escama, e nadadeira anal do macho modificada em um órgão copulador denominado gonopódio, são peixes com fertilização interna e viviparos, nessa espécie o macho é bem menor que a femea ( Oyakawa, 2006). Sua distribuição no Estado do Espírito Santo é bastante ampla, sendo encontrado facilmente em praticamente todos os corpos d’água do Estado. 4.2.2.3 Anurofauna 4.2.2.3.1 Introdução Em território brasileiro são encontradas 748 espécies de anuros (SBH, 2006), o que torna o país um dos mais diversos do mundo no que se refere ao grupo em questão. Entretanto, o conhecimento sobre a biologia e ecologia da maioria das espécies é escasso, principalmente nas regiões interioranas, pois, historicamente, os estudos têm se desenvolvido principalmente na zona litorânea e ao longo dos grandes rios (HADDAD et al., 1988). Apesar da alta biodiversidade, muitas espécies de anfíbios vêm declinando, sendo que muitas se encontram em listas de espécies ameaçadas de extinção. Isto vem ocorrendo como conseqüência da destruição de seus habitats naturais e de longos Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 151 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) períodos de estiagem em muitas regiões, o que afeta diretamente o período reprodutivo específico para cada indivíduo. Os anfíbios anuros compreendem um dos grupos mais interessantes dentre todos os vertebrados. Este fato deve-se ao estilo de vida que, na grande maioria das espécies, as quais apresentam uma forma larval aquática, sofrem metamorfose, passando a utilizar o habitat terrestre na fase de juvenil para adulta. As espécies também apresentam uma variedade muito grande no que se refere ao tipo de reprodução (Duellman & Trueb, 1994). O presente estudo visa diagnosticar a fauna de anfíbios que ocorrem na área do empreendimento da Rodovia ES 080 (Variante de Colatina na BR 259). O local fica situado no início do setor Colatina/Pancas. 4.2.2.3.2 Material e Métodos A área de estudo encontra-se completamente seca devido ao grande período de estiagem no ano de 2007. A região apresenta morros (Fig. 1) e geralmente vales contendo alguma área de alagados, os quais são totalmente dominados por Typha dominguensis (Fig. 2). Apresenta ainda extensivas pastagens com pouquíssimo estrato arbóreo. O folhiço nas encostas é ralo, não oferecendo áreas de potencial refúgio para as espécies de anfíbios anuros. Vista de uma encosta, evidenciando o período crítico de seca. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 152 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Vista de um vale, evidenciando o domínio de Typha dominguensis. Os anfíbios foram estudados baseados em transecções aleatórias, tanto na área de encosta como nos pequenos brejos nos dias 10 e 11 de novembro de 2007. As observações incluíram os períodos diurno e noturno. Exemplares foram identificados visualmente ou pelo tipo de vocalização. Devido à escassez de água, de estrato arbóreo e pouca umidade, não houve a necessidade de manusear nenhum exemplar para a identificação, uma vez que as péssimas condições de tempo, não poderiam oferecer uma maior diversidade de espécies. Certamente, somente as espécies altamente oportunistas, com ampla área de distribuição geográfica na Mata Atlântica e com alto grau de invasionismo poderiam colonizar tal região. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 153 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) As áreas amostradas encontram-se nas seguintes coordenadas geográficas: Local Coordenada 326809 / 7848156 Área alagada 01 326888 / 7848183 326902 / 7848201 329011 / 7843311 329015 / 7843410 329036 / 7843583 329035 / 7843666 Área alagada 02 329040 / 7843777 329050 / 7843777 329057 / 7843894 329054 / 7843932 329007 / 7843403 329015 / 7843426 4.2.2.3.3 Resultados Na região de encosta não foi observado nenhum indivíduo. O ambiente está totalmente seco, não oferecendo condições para a sobrevivência de anfíbios que necessitam manter a pele continuamente úmida. Nos brejos foi constatada a presença de 12 espécies de anuros pertencentes a três famílias (Tabela 1). Todas as espécies são relativamente comuns, consistindo em um grupo de espécies altamente resistentes às condições adversas de seca. Todas fazem parte de estruturas de comunidades em várias localidades do estado do Espírito Santo, tanto na região litorânea como em áreas montanhosas. As espécies observadas são tão comuns e resistentes, que algumas ocorrem até em áreas urbanas, como Chaunus crucifer, C. schneideri e Scinax fuscovrius. Tabela 1- Lista dos anfíbios anuros observados na área do empreendimento. FAMÍLIAS/ESPÉCIES NOME COMUM BUFONIDAE CHAUNUS CRUCIFER Sapo-Cururu Chaunus granulosus Sapinho Chaunus schneideri Sapo-Boi HYLIDAE DENDROPSOPHUS DECIPIENS Perereca Dendropsophus elegans Perereca-de-Moldura Hypsiboas albomarginatus Perereca Hypsiboas albopunctatus Perereca Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 154 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FAMÍLIAS/ESPÉCIES NOME COMUM Hypsiboas faber Sapo Ferreiro Scinax alter Perereca Scinax fuscovarius Perereca-de-Banheiro LEPTODACTYLIDAE LEPTODACTYLUS FUSCUS Rãnzinha Leptodactylus ocellatus Rã, Gia 4.2.2.3.4 Características e Hábitos Gerais das Principais Espécies • Chaunus crucifer Este Bufonidae, conhecido vulgarmente como sapo-cururu, possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o norte da Argentina, Uruguai e leste do Paraguai até o nordeste do Brasil (Frost, 1985). Morfologicamente, pode ser caracterizado por apresentar glândulas paratóides bem desenvolvidas e ausência de dentes vomerianos ou maxilares. Apresentam a língua longa, bífida e livre na parte posterior. O tímpano é bem desenvolvido. Os dedos anteriores são livres, sendo o primeiro maior que o segundo e igual ao quarto. A pele do dorso apresenta muitos tubérculos. O colorido geral do corpo é castanho, sendo que na região cloacal destacam-se manchas amarelas. Este anfíbio anuro alimenta-se predominantemente de artrópodos, mas pode ser predado pela barata d’água (Haddad & Bastos, 1997). • Chaunus granulosus Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 155 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espécie de Bufonidae muito menor do que a espécie anterior, diferenciando pelas muitas granulações que apresenta no dorso. É muito comum em áreas de restinga do Estado do Espírito Santo. Durante o dia, é facilmente encontrada em pequenos buracos feitos na areia ou na argila. Alimenta-se preferencialmente de formigas (Teixeira et al., 1999). • Dendropsophus decipiens Conhecida vulgarmente como perereca. Esta espécie possui ampla distribuição na região costeira do Brasil, de Pernambuco ao Rio de Janeiro, tem sido também registrada em várias localidades de Mata Atlântica de Minas Gerais (Feio, 1998). De pequeno porte (18 mm), apresenta coloração dorsal parda homogênea, circundada por uma “moldura” esbranquiçada, além de uma área clara triangular no focinho. • Dendropsophus elegans Conhecida vulgarmente como perereca-de-moldura. Esta espécie caracteriza-se pela cabeça pequena, focinho curto, tímpano pequeno (não muito distinto). Os dedos anteriores são unidos por membranas em cerca de ½ de seu comprimento e os posteriores em 4/5. O padrão de coloração do dorso é composto por uma mancha retangular central escura e rodeada por uma área clara. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 156 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Hypsiboas albomarginatus Espécie de Hylidae que pode ser identificada pela presença de uma linha glandular dorso-lateral que se estende do olho até a metade do corpo. A coloração geral é verde-clara, sendo que as membranas interdigitais e partes do fêmur são alaranjadas. O trabalho de campo evidenciou que esta espécie estava em atividade reprodutiva. • Hypsiboas faber Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 157 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Este Hylidae conhecido vulgarmente como sapo-ferreiro, apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o norte da Argentina e sudeste do Paraguai até o nordeste do Brasil (Frost, 1985). Espécie de grande porte e atividade noturna. Durante o período reprodutivo, constroem ninhos na lama, comumente chamados “panelas” ou “piscinas”, onde realizam a postura dos ovos. Aparentemente é uma espécie que entre os locais amostrados prefere mais a região da Barragem Norte. • Scinax alter Espécie de perereca de distribuição restrita à Mata Atlântica, ocorrendo desde Santa Catarina até Pernambuco (Lutz, 1973). Apresenta focinho largo na base e estreito na parte anterior. O tímpano é pequeno, a língua é livre na parte anterior e os dedos anteriores são livres. A coloração é geralmente marrom-oliváceo ou parda, podendo variar de intensidade. • Scinax fuscovarius Este Hylidae, conhecido vulgarmente como perereca-de-banheiro, possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo no sul e sudeste do Brasil, norte da Argentina, Paraguai e leste da Bolívia (Frost, 1985). Apresenta cabeça longa com os tímpanos muito distintos. Os dedos anteriores são unidos por uma membrana na base enquanto que os posteriores são unidos em cerca de 2/3 de seu comprimento. A coloração do dorso é parda, com manchas indistintas marrom-escuras. Nos antebraços e tíbias, aparecem barras transversais marrom-escuras. O ventre é acinzentado, e as partes inferiores das tíbias e virilhas apresentam tons amarelados (Fig. 9). • Leptodactylus fuscus Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 158 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Rã de pequeno porte, muito semelhante à L. ocellatus, diferindo destas por apresentar geralmente faixas claras no dorso (Fig. 10). • Leptodactylus ocellatus Conhecida popularmente como rã-manteiga. Apresenta uma mancha preta, cordiforme entre os olhos, que se estende para trás quase até a base do occipital. Também apresenta cinco pares de cordões glandulares longitudinais dorsais (Cochran, 1955). É uma espécie que atinge grande tamanho (110 mm de comprimento rostro-anal) e as pernas são bem musculosas, o que a faz ser muito apreciada na alimentação (Feio, 1998). Apresenta uma alimentação diversificada, preferencialmente de artrópodes, mas podendo ser canibalista (Teixeira & Vrcibradic, 2003). 4.2.2.4 Herpetofauna 4.2.2.4.1 Répteis 4.2.2.4.1.1 Introdução Na escala evolutiva, os anfíbios são os animais que deram origem aos répteis, para tal evolução, estes animais realizaram modificações profundas, em nível fisiológico e anatômico, e assim permaneceram perfeitamente no ambiente terrestre. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 159 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Certamente o maior passo evolutivo que distinguiu os répteis dos anfíbios, foi a independência do meio aquático, conquistada através de algumas modificações anatômicas e fisiológicas, tais como o tegumento impermeável, que evita a desidratação, e o ovo coreáceo ou calcáreo que permite trocas gasosas no ambiente terrestre. A classe dos répteis é constituída por ordens distintas, tanto na morfologia, quanto nos comportamentos de seus representantes, apesar desta grande diferença, apresentam muitas características comuns, tais como: Sistema respiratório pulmonar, tegumento com um envoltório córneo espesso e composto freqüentemente por escamas, esqueleto completamente ossificado, epitélio destituído ou quase destituído de glândulas, etc (Pough, 1999). Os répteis possuem diversos métodos de defesa, estes métodos variam de acordo com cada grupo, ou mesmo de acordo com cada espécie. As táticas de defesa podem abranger desde camuflagem, apresentando alguns animais colorações idênticas ao meio, mimetismos, que caracteriza alguns animais por apresentarem padrões de coloração semelhantes a animais peçonhentos, normalmente utilizando as cores vermelho, preto, branco, e amarelo, estas cores indicam risco eminente, as quais são respeitadas pelos predadores (Freitas, 2003). As serpentes peçonhentas utilizam sua toxina como defesa, porém estas serpentes optam inicialmente pelo recurso de intimidação corporal, através de display defensivo, e em último caso desferem o bote. Existem táticas de defesa que contam somente com estruturas anatômicas resistentes, tal como a carapaça e o plastrão dos testudines (quelônios), que demonstram grande poder de resistência contra investidas agressivas dos predadores. As variações reprodutivas dos répteis são amplas, os crocodilianos apresentam reprodução predominantemente ovípara, e após eclodir os ovos, os adultos demonstram cuidado parental efetivo, recolhendo os filhotes dos ninhos e removendoos até a água, mantendo vigilância permanente até sua prole tornar-se autosuficiente. Os lagartos possuem reprodução vivípara e ovípara, variando de acordo com a espécie. As serpentes também possuem a capacidade de realizar posturas de ovos e parir filhotes já formados, sendo capaz de parir mais de 50 filhotes em algumas espécies de grande porte como os representantes da família Boidae. (Argolo, 2004). A vegetação natural do Sudeste sofre os mais diferentes tipos de agressões, acometendo consideravelmente a integridade das espécies, e conseqüentemente descaracterizando o patrimônio genético (Giulietti, 1992). A maior causa da descaracterização da diversidade de répteis está ligada à degradação dos ambientes naturais, a redução das áreas potencialmente diversificadas leva a uma limitação de área de uso, e conseqüentemente, a restrição da variabilidade genética dos répteis (LEMA, 2002). Reduções drásticas em populações de répteis provocadas por degradações de áreas naturais são comuns, e podem ser observadas freqüentemente em espécies arborícolas ou mesmo em espécies exigentes quanto ao ambiente, as quais não se adaptam a impactos antrópicos, pois estes na maioria das vezes acarretam em supressão parcial ou total dos recursos florestais. Algumas espécies de répteis são eliminadas logo após a supressão vegetal, pois seus respectivos hábitos de vida estão restritos aos fatores naturais (oferta de alimento, esconderijo, etc.), os padrões hostis oferecidos em ambientes antropizados, eliminam diretamente a maioria das espécies de répteis existentes, restando apenas as espécies com maior plasticidade. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 160 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2.2.4.1.2 Metodologia O relatório aqui apresentado refere-se ao trabalho de diagnóstico faunístico/répteis, este realizado no município de Colatina, envolvendo toda área de influência direta e indireta da rodovia ES 080 a ser implantada. Para adquirir os dados de composição de espécies ocorrentes na área, foram utilizados dois métodos: Procura Ativa Aleatória - O trabalho de levantamento de dados primários foi efetuado através da procura ativa visual, verificando os locais com maior possibilidade de se encontrar algum réptil, explorando o substrato, troncos caídos e depressões no solo. Entrevista a Terceiros – foram entrevistados os moradores da região com intenção de se constatar a ocorrência de espécies não registradas de formada direta. Para tal coleta de dados é importante relevar os nomes populares da região, pois ao que se sabe, grande parte dos répteis possuem nomes populares restritos a determinadas comunidades. A procura ativa em campo e a entrevista com população local foram efetuadas durante dois dias consecutivos, (10 e 11 de Novembro de 2007). O esforço amostral baseou-se em cinco horas matutinas e três horas noturnas, somando oito horas diárias e dezesseis horas totais ao final do trabalho. Para efetuar o manejo das serpentes, foi utilizado o gancho, e logo após fotografada, a serpente era libertada no mesmo local de captura. Local amostrado e gancho para captura de serpentes. Para a execução dos trabalhos de campo foram definidos quatro pontos de amostragem (Tabela 01), estes escolhidos de acordo com suas condições favoráveis a permanência de populações de répteis, apresentando em suas formações, ambientes alagados ou mesmo fragmentos florestais. Coordenadas dos pontos de amostragem Pontos de amostragem P1 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Coordenadas 24k – 326888 – 7848183 161 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) P2 24k – 329011 – 7843311 P3 24K – 329015 – 7843410 P4 24K – 329040 – 7843777 4.2.2.4.1.3 Resultados e Discussão O trabalho obteve resultados pouco relevantes em nível de diversidade de espécies, o estado debilitado de conservação em que o ambiente se encontra, é certamente o motivo pelo qual não foi possível registrar grande número de espécies. Unindo o fator de degradação com a baixa frequência pluviométrica apresentada na região, certamente gera um ambiente hostil para o desenvolvimento de populações de répteis, bem como para o desenvolvimento de qualquer outra espécie da herpetofauna. Apartir da procura ativa, e da coleta de dados via terceiros realizados no local, registraram-se 09 espécies de répteis, estas pertencentes a 06 famílias (Gekkonidae, Teiidae, Tropiduridae, Colubridae, Viperidae e Elapidae). Os animais registrados são caracterizados por apresentarem grande plasticidade, adaptando-se facilmente a ambientes impactados, assim como se observa na área estudada, portanto, as espécies relacionadas abaixo (01 - lista de composição de espécies) são extremamente comuns e de ampla distribuição geográfica, e geralmente revelam-se com abundância populacional. A baixa diversidade pode ser avaliada através da análise das espécies registradas, o lacertílio Hemidactylus mabouia, ou lagartixa de parede como é conhecido popularmente, além de habitar o interior de ambientes florestais, tem grande capacidade de viver em locais urbanizados. Outro lacertílio com grande tolerância é o Tropidurus torquatus, ou calango, como é denominado popularmente, este é observado facilmente tanto em muros de residências, como também é encontrado nas pedras e encostas naturais na região estudada. O grupo das serpentes também foi representado por espécies bastante comuns, e com ampla distribuição geográfica, assim como demonstra Philodryas olfersii, ocorrendo desde o norte, nordeste, sudeste, sul e centro do Brasil, até Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia (Freitas, 2003). As espécies de répteis registradas na área de influência direta e indireta da futura rodovia estão relacionadas abaixo, obedecendo-se um ordenamento alfabético (espécies dentro das famílias) e filogenético (famílias e ordens). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 162 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Lista de composição de espécies ORDEM SQUAMATA SUB-ORDEM SAURIA FAMÍLIA GEKKONIDAE Hemidactylus mabouia - lagartixa-de-parede FAMÍLIA TEIIDAE Ameiva ameiva - calango-verde Tupinambis merianae – teiú * FAMÍLIA TROPIDURIDAE Tropidurus gr. torquatus - calango SUB-ORDEM SERPENTES FAMÍLIA COLUBRIDAE Philodryas olfersii - cobra-verde * Spilotes pullatus - caninana * Liophis miliaris - Cobra d’água FAMÍLIA VIPERIDAE Bothrops jararaca – jararaca * FAMÍLIA ELAPIDAE Micrurus sp - Coral-verdadeira * * espécie registrada através de entrevista com população local A baixa diversidade de espécies de répteis encontrada nos pontos de amostragem é certamente reflexo das condições ambientais atuais, a constante degradação da área levou a um declíneo biótico acentuado, pode-se ter como base de comparação, o diagnóstico elaborado recentemente para a implantação da Linha de Transmissão Mascarenhas - Colatina (Bioma, 2007), o qual se localiza próximo ao local do presente estudo, porém a área comparativa apresenta melhores condições naturais, pois em alguns pontos corta fragmentos florestais preservados. Segue abaixo a lista comparativa de ambas as áreas. Tabela-02 lista comparativa de composição de espécies Espécies registradas no Diagnóstico da Espécies registradas no Diagnóstico Linha de Transmissão Mascarenhas – Atual – Rodovia ES 080 Colatina (BIOMA, 2007). FAMÍLIA GEKKONIDAE Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental FAMÍLIA GEKKONIDAE 163 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Hemidactylus mabouia Hemidactylus mabouia Gymnodactylus darwini FAMÍLIA TEIIDAE FAMÍLIA TEIIDAE Ameiva ameiva Ameiva ameiva Tupinambis merianae Tupinambis merianae FAMÍLIA TROPIDURIDAE FAMÍLIA TROPIDURIDAE Tropidurus gr. torquatus Tropidurus gr. torquatus FAMÍLIA COLUBRIDAE FAMÍLIA POLYCHROTIDAE Philodryas olfersii Polychrus marmoratus Spilotes pullatus FAMÍLIA ANPHISBAENIDAE Liophis miliaris Anphisbena alba FAMÍLIA VIPERIDAE FAMÍLIA COLUBRIDAE Bothrops jararaca Philodryas olfersii FAMÍLIA ELAPIDAE Philodryas patagoniensis Micrurus sp Oxyrhopus petola Spilotes pullatus Liophis miliaris Helicops carinicaudus Chironius multiventris FAMÍLIA BOIDAE Boa constrictor FAMÍLIA VIPERIDA Bothrops jararaca Comparando os dados de diversidade de espécies entre as duas áreas, é possível observar uma divergência em relação a composição da lista, pois os registros feitos no diagnóstico atual da Rodovia ES 080 estão constando 09 espécies de répteis, estas divididas em 05 espécies de serpentes e 04 espécies de lagartos. Em contraste, a lista de composição do diagnóstico da Linha de Transmissão apresenta 16 espécies, estas divididas em 07 espécies de lagartos e 09 espécies de serpentes. As áreas comparadas demonstradas acima são próximas, considerando este fato, supõe-se que ambos os ambientes originalmente possuíam semelhanças estruturais, tanto em relação às formações vegetais, quanto à composição faunística, porém, após forte pressão antrópica, as áreas estudadas neste trabalho (Tabela 01) tiveram sua composição biótica original descaracterizada, e hoje se constitui de espécies comuns e pouco relevantes. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 164 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Não foi constatado no local, espécies em risco de extinção, ou mesmo consideradas raras (IBAMA, 2006). Apenas uma espécie registrada apresentou valor cinegético, o lagarto Tupinambis merianae, popularmente conhecido como teiú, este é apreciado na culinária regional, sendo muito caçado e consumido pela população. A gordura desta espécie também é utilizada para fins medicinais, e sua pele bem valorizada para confecções de carteiras e cintos. 4.2.2.4.1.4 Considerações Finais Após diversas intervenções antrópicas, tal como queimadas e desmatamentos com fins agropecuários, modificou-se nitidamente a paisagem original, a qual foi substituída por pastagem, reduzindo de forma drástica os recursos naturais utilizados pela fauna. Os pontos amostrados são caracterizados por uma fauna pobre, tanto em nível de diversidade quanto em nível de densidade populacional. Não foi constatada no local nenhuma espécie rara, ou mesmo qualquer espécie exigente quanto a ambiente, pois a vegetação apresenta pouca diversidade, e aparentemente não oferece recursos atrativos à fauna. A baixa diversidade de répteis encontrada no traçado da futura rodovia, proporciona à especulação de impactos reduzidos a fauna no momento da obra, pois os ambientes a serem utilizados já apresentam avançado nível de degradação, a cobertura vegetal é composta basicamente por pasto, e algumas árvores esparsas, não havendo fragmentos representativos para fauna. 4.2.2.4.1.5 Características e Hábitos Gerais de Algumas Espécies • Hemidactylus mabouia Espécie popularmente conhecida como taruíra ou lagartixa de parede, vive em edificações humanas, embora ocasionalmente possa ser encontrada em outros tipos de ambientes. Possui cabeça achatada, larga e olhos grandes. Colorido muito variável. Possui pupila vertical lobada, grânulos e tubérculos no dorso. É um animal noturno que caça insetos por espera, freqüentemente espreitados junto à luz. • Ameiva ameiva Trata-se de um lagarto terrícola, diurno, conhecido popularmente como "calangoverde". Os machos em fase adulta apresentam coloração azulada intensa na região Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 165 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) ventral e lateral do corpo, as fêmeas por sua vez, são de cor opaca na maior parte do corpo, que varia de cinza claro a marrom escuro, no entanto, em ambos os sexos, a coloração dorsal de fundo é o verde. Este lagarto tem como hábito escavar túneis, que forneça abrigo no período noturno em que se encontra inativo, e em épocas frias do ano. As escamas dorsais são granulares e as ventrais retangulares. Pálpebra granulosa, com uma janela formada por escamas altas. Ocorre em formações abertas e coloniza rapidamente áreas desmatadas. Freqüentemente se insinua na floresta, seguindo caminhos que lhe forneçam insolação direta. • Tupinambis merianae Esta espécie, conhecida popularmente como "lagarto" ou "teiú", caracteriza-se pelo grande porte, podendo atingir até 490 mm de comprimento rostro-anal. Tem hábito terrícola, territorial, e utiliza tocas como abrigo. Corpo e membros robustos. Escamas dorsais granulares e ventrais retangulares. Colorido geral do corpo marmoreado de cinza e preto. A fêmea tem provavelmente, apenas uma ninhada de 13 a 29 ovos por ano. Esta espécie é freqüentemente abatida por moradores rurais, tendo como principal motivo, sua carne ser altamente apreciada na culinária popular. • Tropidurus torquatus Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 166 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Popularmente é conhecido como calango de muro ou calango cinza. Em relação a sua locação sistemática, anteriormente este gênero pertencia à família dos iguanidae, no entanto, após algumas revisões no grupo, o gênero Tropidurus atualmente está separado na família Tropiduridae. Espécie de porte pequeno alcança normalmente pouco mais de 20 cm de comprimento total. Possui corpo robusto e moderadamente deprimido. As escamas dorsais são quilhadas e mucronadas, e as escamas ventrais arredondadas ou romboides-lisas. Seu hábito alimentar é baseado em insetos, tendo como predominância formigas (Carvalho et al, 2004). • Philodryas olfersii Espécie conhecida popularmente como cobra-verde, porte pequeno, alcançando no máximo 1,40 m, pupilas redondas, dentição opistóglifa, semi-peçonhenta, serpente considerada perigosa pelo fato de apresentar presas opistóglifas bem desenvolvidas, a casos de envenenamento com evolução para quadro grave. Coloração predominante verde escuro nas escamas dorsais e verde claro nas escamas ventrais, coloração cor de bronze no dorso da cabeça, faixa postocular escura, sendo esta característica a mais marcante das populações da região sudeste do país, incluindo o ES. • Bothrops jararaca Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 167 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Serpente peçonhenta, de porte médio, alcançando 1,6 m de comprimento total, apresenta dentição solenóglifa, sendo esta a dentição mais evoluída do grupo das serpentes, altamente especializada para a inoculação de veneno. Coloração altamente variada, apresenta um polimorfismo de grande contraste em algumas populações, em determinada região pode ocorrer inúmeras colorações diferentes, desde cinza escuro, amarelo claro, laranja e marrom. Esta espécie é responsável por inúmeros acidentes todos os anos, o gênero Bothrops é causador de 90 % de todos os acidentes que ocorrem anualmente no Brasil, sua toxina possui a ação proteolítica, hemorrágica e coagulante (Fundação nacional de saúde, 1999). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 168 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2.2.5 Mastofauna 4.2.2.5.1 Introdução O presente trabalho apresenta a caracterização da mastofauna da área de influência do empreendimento e tem como finalidade complementar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do mesmo, para fins de Licenciamento Ambiental. Os mamíferos são um grupo de especial interesse na realização de inventários faunísticos; estudos de variáveis ambientais, como riqueza e abundância de espécies (CERQUEIRA et al., 1993); e de ecologia (MORRIS et al., 1989, apud CERQUEIRA et al., 1993), principalmente em função de algumas de suas características tais como, diversificação trófica e locomotora, necessidade de grandes áreas de vida e sistemática razoavelmente resolvida. Além disto, os diversos representantes da mastofauna são bons indicadores do estado de conservação em que um sistema biológico se encontra (SOULÉ & WILCOX, 1980), podendo por este motivo ser utilizado como bio-indicadores. 4.2.2.5.2 Material e Métodos A área destinada à construção da rodovia localiza-se no município de Colatina, Espírito Santo e caracteriza-se por ser rural, sem a presença de núcleos ou aglomerações urbanas. Na região do empreendimento o uso do solo é destinado basicamente à lavoura do café, a pecuária extensiva e a lavoura de subsistência. Toda a área de influência do empreendimento está fortemente impactada por ação antrópica, inexistindo áreas naturais originais preservadas. A paisagem apresenta um relevo de colinas, cobertas por vegetação herbácea com arbustos e árvores esparsos. Em alguns pontos a vegetação arbóreo/arbustiva apresenta maior concentração de indivíduos, num estágio sucessional secundário inicial. Em áreas de cotas mais baixas é possível encontrar áreas alagadas com predomínio de taboa (Typha sp.), sendo estes locais utilizados por praticamente todos os grupos faunísticos, principalmente em função da água acumulada. As atividades de campo para a caracterização da mastofauna foram realizadas nos dias 10 e 11 de novembro de 2007. Inicialmente foi percorrido todo o traçado previsto para a implantação da rodovia, para reconhecimento dos ambientes e escolha dos locais de amostragem. Para realizar a caracterização da mastofauna da área de influência do empreendimento foram definidos 04 (quatro) pontos de amostragem ao longo do traçado (Quadro 1). Estes pontos foram escolhidos por serem representativos de todos os ambientes encontrados ao longo do traçado previsto para a rodovia. Localização dos Pontos de Amostragem. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 169 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Pontos de Amostragem Coordenadas UTM Observações 322971 / 7851351 Margens do rio Pancas 323068 / 7851246 Junto a ponte da ES-080 323135 / 7851208 326743 / 7848190 Área de mata 326725 / 7848183 326731 / 7848178 326728 / 7848166 326809 / 7848156 Área alagada 01 326888 / 7848183 326902 / 7848201 Aproximadamente na metade do traçado previsto da rodovia Aproximadamente na metade do traçado previsto da rodovia 329011 / 7843311 329015 / 7843410 329036 / 7843583 329035 / 7843666 Área alagada 02 329040 / 7843777 329050 / 7843777 329057 / 7843894 Próximo ao início do traçado previsto da rodovia 329054 / 7843932 329007 / 7843403 329015 / 7843426 Nos 04 (quatro) pontos de amostragem foram vistoriados, em períodos diurno e noturno, todos os ambientes presentes, na busca mamíferos e/ou seus vestígios (pegadas, fezes, abrigos, entre outros). Durante os dois dias de amostragem não foram utilizadas metodologias de coleta e captura. No caso de pegadas, fezes e outros indícios, os mesmos foram fotografados, georreferenciados e identificados através de guias específicos (BECKER & DALPONTE, 1999; CHAME, 2003). Para verificação do status de ameaça, foram utilizadas a Lista Oficial de espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (IBAMA, 2003) e a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Espírito Santo (IEMA, 2005) Além das atividades de campo, foi feita consulta a bibliografia especializada. 4.2.2.5.3 Resultados e Discussão Conforme já comentado anteriormente, a área de influência do empreendimento encontra-se extremamente degradada por ação antrópica. Associado a este fato, a região encontra-se num período de estiagem prolongada (mais de seis meses sem chuvas). Estes dois fatores, principalmente o primeiro, agravado pelo segundo, fazem com que a diversidade da mastofauna naquela área seja muito baixa. Durante todo o período de amostragem foram avistados apenas dois exemplares de mamíferos não-voadores. Na área alagada 01 foi avistado um exemplar de Metachirus nudicaudatus (cuíca) e junto as margens do rio Pancas foi avistado um exemplar da família ECHIMYIDAE (rato-de-espinho), provavelmente Phyllomys sp. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 170 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Durante a noite do dia 10/11/2007 foi possível avistar morcegos (CHIROPTERA) junto a área alagada 2, porém não foi possível determinar a espécie dos mesmos. Além destes indivíduos avistados, foram obtidos registros de vestígios de mamíferos, tais como abrigos de representantes da família DASYPODIDAE (tatus) (Figura 1), além de abrigos de pequenos mamíferos como representantes de RODENTIA (roedores) e DIDELPHIDAE (marsupiais). Ainda foi possível registrar pegadas de Hydrochaeris hydrochaeris (capivaras), na área alagada 1 . a b c d Abrigos de tatus. A seguir serão apresentadas algumas características das espécies e/ou famílias/ordens registradas na área de influência do empreendimento. • Metachirus nudicaudatus (cuíca) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 171 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Espécie de porte mediano e ampla área de distibuição. Sua dieta é insetívora-onívora. Ocorrem em florestas primárias e secundárias, restingas e florestas de várzea, geralmente próximo a cursos de água, preferindo áreas com estrato arbustivo mais denso e utilizando quase exclusivamente o solo (MARGARIDO et. al., 1994; FREITAS et al., 1997; PATTON et al., 2000; VOSS et al., 2001; VIEIRA & MONTEIRO-FILHO, 2003). a c b Abrigos de pequenos mamíferos. • Phyllomys sp. (rato-de-espinho) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 172 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Os ratos de espinho do gênero Phyllomys são equimídeos arborícolas encontrados no leste do Brasil. As espécies de Phyllomys são de interesse especial para conservação, pois são pouco conhecidas, possuem distribuição geográfica restrita e são endêmicas da Mata Atlântica, um dos ecossitemas mais ameaçados do planeta. O gênero Phyllomys é monofilético (LEITE, 2003). • CHIROPTERA (morcegos) Em número de espécies, os morcegos são a segunda maior ordem dos mamíferos, perdendo apenas para a ordem RODENTIA. Os morcegos possuem vários hábitos alimentares: Insetívoros, Polinívoros/Nectarívoros, Frugívoros, Carnívoros, Piscívoros e Hematófagos. Podemos destacar que os morcegos são muito importantes para o controle populacional de insetos, outros para polinização. Muitos morcegos são os principais dispersores de sementes de plantas, sendo assim, importantes para a regeneração de habitats fragmentados. Habitam copas de árvores, troncos de árvores ocos, cavernas, mas em cidades eles podem habitar sótãos, telhados, porões, estábulos (NOWAK, 1991b, WILSON, 1993; YOUNG, 1981). • DASYPODIDAE (tatus) Os tatus, com cerca de vinte espécies (8 gêneros) vivendo nas América, são animais especialmente adaptados para a vida no solo. Como característica principal possuem a proteção de uma forte carapaça, formada por cintas e placas, conectadas por uma pele grossa e córnea. Procuram alimento escavando ou revirando o solo com as poderosas unhas dos dedos médios posteriores. Os tatus têm hábitos fossoriais-terrestres (vivem em tocas cavadas no solo e na superfície deste), associais (são solitários) e crepusculares/noturnos (são mais ativos no fim da tarde e à noite). Além de abrir tocas, também cavoucam o solo em busca de alimentos. Os tatus são importantes elos intermediários na cadeia alimentar, pois comem pequenos seres, como insetos, minhocas e pequenos vertebrados, além de frutas e raízes, e são caçados por predadores de médio e grande porte como onças, lobos-guarás, jacarés e serpentes, entre outros. Eles ajudam a equilibrar a população de cupins e formigas na floresta e a renovar os nutrientes no solo, pois introduzem e revolvem a matéria orgânica em seu interior (ao construir tocas), e ainda fragmentam grande volume de matéria vegetal, como árvores caídas (ao buscar invertebrados em seu interior), o que facilita sua decomposição por fungos e bactérias (PEREIRA Jr. et al., 2003) • RODENTIA (roedores) Os roedores constituem o maior grupo de mamíferos, com quase 2000 espécies classificadas em 29 famílias e 426 gêneros. A principal característica da ordem Rodentia é a presença de apenas um par de incisivos em cada maxila. Apresentam os mais diversos hábitos e tipos de locomoção. São animais geralmente noturnos, e podem habitar os mais variados locais, como tocas sob o solo, troncos de árvores, habitações humanas e ambientes aquáticos. Apresentam os mais diversos hábitos e tipos de locomoção. São animais geralmente noturnos, e podem habitar os mais variados locais, como tocas sob o solo, troncos de árvores, casas de humanos e ambientes aquáticos (NOWAK, 1991a, NOWAK, 1991b, WILSON, 1993). • DIDELPHIDAE (cuícas e gambás) A família Didelphidae, amplamente distribuída nas Américas, representa o grupo mais antigo de marsupiais, e é, provavelmente, autóctone da América. A enorme distribuição dos didelfideos nas Américas se deve principalmente a sua impressionante Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 173 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) adaptabilidade. A resistência ao endocruzamento é outro fator favorável à dispersão da espécie, na medida em que apenas um pequeno número de animais é necessário para fundar uma colônia. Apesar de serem descritos como “pouco inteligentes” Didelphis apresenta significativa capacidade de memorizar locais onde possa encontrar alimentos. A interação do homem com gambás provavelmente é antiga: de fato, esses animais resistem bem e até se favorecem da ação antrópica no meio ambiente, adaptam-se a ambientes naturais degradados, aos forros das casas e outros abrigos do domicílio e peridomicílio. São nômades (principalmente os machos) e solitários. Sobrevivem bem alimentando-se de restos alimentares do homem, este, por outro lado, freqüentemente os utiliza como fonte de proteínas. Estas características fizeram com que os Didelphidae sejam atualmente considerados como sinantrópicos (JANSEN-FRANKEN, 2007). • Hydrochaeris hydrochaeris (capivara) A capivara tem ampla distribuição nos mais variados tipos de ambiente, desde matas ciliares até áreas sazonalmente inundáveis (MOREIRA e MACDONALD 1997). A utilização dos diversos ambientes do habitat é específica para cada atividade, tais como: os campos são utilizados para o forrageio; as áreas de mata servem para o repouso, abrigo e parição dos filhotes; e, os corpos d´água são utilizados para atividades reprodutivas, repouso e fuga de predadores (AZCARATE 1980, MACDONALD 1981, ALHO et al., 1989). A área de vida de capivaras contém todos os tipos de ambientes e recursos necessários à espécie e é estável quanto à sua localização e configuração, estando diretamente ligado ao recurso água e a sua presença (HERRERA e MACDONALD 1989). Capivaras são animais normalmente diurnos, com pico de atividades concentrado nos períodos vespertino e crepuscular, Porém em áreas muito urbanizadas ou onde sofrem forte pressão de predação, as capivaras podem tornar-se ativas somente à noite (OJASTI 1973, EMMONS 1990). Pegada de capivara. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 174 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.2.2.5.4 Considerações Finais A maioria das espécies registradas nas áreas amostradas são espécies que toleram um certo grau de degradação do ambiente. Este fato reflete a situação geral da área de estudo que, ao longo do traçado previsto para a rodovia, apresenta-se degradado e fragmentado por ação antrópica. A comunidade mastofaunística da área de influência do empreendimento encontrase totalmente descaracterizada, comparando-se a riqueza de espécies encontradas com sua provável composição original. Durante as atividades de campo não foi registrada a presença de predadores de médio e grande porte tais como representantes de CANIDAE e FELIDAE, o que por si também é um indicador da degradação da qualidade destes ambientes. Não foi registrada a presença de exemplares de espécies ameaçadas de extinção (IBAMA, 2003; IEMA, 2005). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 175 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.3 Meio Antrópico Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 176 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.3 MEIO ANTRÓPICO 4.3.1 Metodologia A metodologia de elaboração do presente diagnóstico consistiu da realização de três etapas consecutivas: i) levantamento e sistematização de dados secundários referentes à Área de Influência do empreendimento; ii) visita de campo à Área, com condução de entrevistas informais com a população local e agentes do poder público, e com a observação in loco de suas condições antrópicas; iii) elaboração do diagnóstico a partir dos dados secundários e primários assim coletados. Os dados secundários foram coletados através das Bases de Dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do ISJN – Instituto Jones dos Santos Neves e do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, disponibilizadas na Internet nos sites das respectivas instituições2. Os dados foram coletados nas seguintes fontes: • IBGE, Censo Demográfico, 2000: Tabelas 146, 202, 616, 1301, 1302, 1983, 1991, 1992 e 2099. • IBGE, Censo Demográfico, 1991: Tabela: 202. • IBGE, Cidades – Colatina. • IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 1999-2002: Tabela 1. • ISJN, Perfil Municipal – Colatina – Demografia: Tabelas: População Residente, segundo situação do domicílio; Densidade demográfica; Estoque de imigrantes, por origem; Estoque de imigrantes externos, por local de nascimento. • ISJN, Perfil Municipal – Colatina – Mercado de Trabalho e Renda: Tabelas: Composição setorial da população ocupada – década de 90. • ISJN, PIB Municipal: Tabelas: Valor agregado por setores econômicos e por municípios – 1999; Valor agregado por setores econômicos e por municípios – 2000; Valor agregado por setores econômicos e por municípios – 2001; Valor agregado por setores econômicos e por municípios – 2002. • ISJN, Perfil Estadual – Mercado de Trabalho e Renda: Tabelas: composição setorial da população ocupada – década de 90. • IPEA, Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil: Tabelas: Indicadores do Nível e Composição de Renda, 2000; Porcentagem da Renda apropriada por Faixas de População, 2000. A pesquisa de campo foi realizada no período de julho de 2005 e, durante a mesma, foram registradas as principais características antrópicas da Área de Influência, através de registros fotográficos geo-referenciados, com o auxilio de aparelho GPS. 4.3.2 Características Gerais da Área de Influência 4.3.2.1 Área de Influência Indireta A Área de Influência Indireta do Empreendimento corresponde, como comentado, ao município de Colatina, Espírito Santo. A colonização da área do atual município de Colatina iniciou-se aproximadamente em meados do século XIX, com a chegada, na parte Sul do Rio Doce, de colonos 2 IBGE: www.ibge.gov.br ; ISJN: www.ipes.es.gov.br; IPEA: www.ipea.gov.br; Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 177 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) portugueses, franceses e alemães. Em fins do mesmo século, esta é complementada pela chegada tanto de populações de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, como de alemães e italianos. A colonização da porção Norte do Rio Doce inicia-se a partir da década de 1920. Em 9/12/1899, o Arraial de Barra de Santa Maria (hoje o bairro de Colatina Velha) é elevado à categoria de sede distrital, subordinado ao município de Linhares, já com o nome de Colatina. Finalmente, em 30/12/1921, pela Lei Estadual nº 1307, é criado o município de Colatina a partir de desmembramento territorial e populacional de Linhares. A sede do município está localizada na Latitude 19º32’18", Longitude 40º37’46" e Altitude de 40m, distando, da Capital Estadual de Vitória, 135 km. A área total do município é de 1.423 km2. Colatina está dividida, segundo o IPES, em quatro Distritos (Colatina, Ângelo Frechiani, Baunilha e Boapaba) e conta com nove Povoados (S. João Grande, S. João Pequeno, Projeto Colúmbia, Moacir Avidos, Morello, São Salvador, São Francisco do Novo Brasil, Santo Isidoro, Acampamento de Quinze de Outubro). O município faz parte, junto com os municípios de Alto Rio Novo, Pancas, Governador Lindemberg, Marilância e Baixo Guandú, da Microrregião Polo Colatina; e, junto com um total de outros 16 municípios, da Macrorregião de Planejamento do Noroeste. A Tabela abaixo resume as principais informações municipais e estaduais acerca da dinâmica demográfica. Nível Territorial Variáveis Unidade Colatina Espírito Santo População Residente – 2000 112711 3097232 Habitante s População Residente em Áreas Urbanas – 2000 91298 2463049 Habitante s Taxa de Urbanização – 2000 81,0% 79,5% % População Residente Estimada para 2004 109226 3352024 Habitante s Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Residente: 1991-2000 1,61% 1,96% % Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Residente: 2000-2004 1,37% 2,00% % Área após Desmembramento 1423 46047 Km2 População Residente após Desmembramento – 2001 109226 3097232 Habitante s Densidade Demográfica – 2001 76,8 67,3 Hab/Km2 Segundo a Tabela acima, a população residente no município de Colatina em 2000 era de 112711 habitantes. Em 2001, porém, o município cedeu 9274 habitantes (e um território de 360km2) para o município então criado de Governador Lindemberg, mantendo, portanto, uma população de 103437 habitantes. A população estimada pelo IBGE para o ano de 2004 é de 109226 habitantes. Desta forma, a taxa geométrica Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 178 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) de crescimento anual daquela população no período entre 2000 e 2004 é de 1,37% a.a., inferior à mesma taxa para o período entre 1991 e 2000, de 1,61% a.a.. Esta tendência contrasta-se ligeiramente aos índices estaduais, já que a população do Estado cresceu a taxas anuais relativamente semelhantes entre os períodos de 1991 a 2000 (1,96%) e 2000 a 2004 (2,00%). Dos 112711 habitantes residentes no Município em 2000, 91298 residiam em áreas urbanas, o que representa uma taxa de urbanização, para aquele ano, de 81%, ligeiramente superior à taxa estadual, de 79,5%. No que se refere ao padrão de migração, o estoque total de imigrantes no ano de 2000 no município de Colatina provenientes de outros Estados brasileiros ou de outros países era de 13845 habitantes, ou seja, 12,3% da população residente, índice relativamente inferior à média estadual, de 19,1%. A maioria do estoque populacional de migrantes era proveniente de Minas Gerais (8,4%), seguido do Rio de Janeiro (1,4%) e da Bahia (1,3%). O município abrigava, igualmente, populações migrantes de outros municípios capixabas (21151 habitantes, ou 18,8% da população residente). O estoque total de migrantes no município, portanto, no ano de 2000, era de 34996 habitantes, ou 31,0% da população residente. A Tabela abaixo resume as principais informações municipais e estaduais acerca das características populacionais no que diz respeito ao emprego e à renda. Nível Territorial Variáveis Unidade Colatina Espírito Santo Pessoas de 10 anos ou mais 93813 2524484 Habitantes % de Pessoas de 10 anos ou mais com rendimento 65,0% 60,4% % % de Pessoas de 10 anos ou mais sem instrução ou com até um ano de estudo 9,6% 9,2% % População Economicamente Ativa 58274 1511832 Habitantes % da PEA na População de 10 anos ou mais (Taxa de Atividade) 62,1% 59,9% % % da PEA em Áreas Urbanas 80,0% 78,9% % % da PEA sem rendimento ou com rendimento até um salário mínimo 34,3% 38,1% % População Ocupada 52526 1309287 Habitantes % da População Ocupada na População de 10 anos ou mais 56,0% 51,9% % % da População Ocupada com rendimento 92,8% 91,8% % % da População Ocupada sem rendimento ou com rendimento até um salário mínimo 46,9% 48,5% % De acordo com a Tabela, 65,0% da população de 10 anos ou mais de idade auferia rendimentos no ano de 2000, percentual elevado se comparado ao índice estadual (60,4%). No que se refere apenas à População Ocupada, 92,8% desta auferia rendimentos (contra 91,8% no caso estadual). A PEA e a População Ocupada Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 179 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) representam, no município de Colatina, respectivamente, 62,1% e 56,0% da população de 10 anos ou mais. Ambos os percentuais, se comparados aos níveis estaduais, são relativamente elevados (59,9% e 51,9%). Por outro lado, 80,0% da PEA localizava-se em áreas urbanas, índice superior ao Estadual, de 78,9%. No que se refere ao nível de instrução da População, os resultados municipais são relativamente inferiores aos estaduais, pois, no município de Colatina, 9,6% da População de 10 anos ou mais não possuía instrução ou possuía apenas até um ano de estudo, contra apenas 9,2% no estado em geral. No que diz respeito ao nível de renda, tanto a PEA quanto a População Ocupada apresentaram indicadores relativamente superiores para o município de Colatina com relação à média estadual. Isto pode ser observado pelas porcentagens municipais de populações sem rendimento ou com rendimentos de até 01 salário mínimo naquelas populações (respectivamente 46,9% e 34,3% em Colatina, contra 48,5% e 38,1% no Estado). Quanto à composição da População Ocupada por Setor Econômico, como se pode observar na Tabela abaixo, o padrão municipal assemelha-se em grande medida ao estadual. Destaca-se, porém, o percentual de população ocupada no setor secundário, de 23,1%, relativamente superior ao percentual estadual, de 19,1%. % da População Ocupada Setores Colatina Espírito Santo Atividades agropecuárias, de extração vegetal e pesca 23,4% 24,3% Indústria de transformação 18,2% 10,7% Indústria da construção civil 4,9% 7,1% Outras atividades industriais 0,8% 1,3% Comércio de mercadorias 15,4% 13,7% Prestação de serviços 16,0% 17,4% Transporte e comunicação 3,7% 4,6% Outras atividades* 2,1% 2,6% Administração Pública 3,8% 5,3% Social (comunitárias, médicas, odontológicas e ensino) 8,6% 8,6% Serviços auxiliares da atividade econômica 3,0% 4,2% Setor Primário 23,4% 24,3% Setor Secundário 23,9% 19,1% Setor Terciário 52,6% 56,4% * Instituições de crédito, seguros e capitalização, comércio e administração de imóveis e valores mobiliários, organizações internacionais e representações estrangeiras, atividades não compreendidas nos demais ramos e atividades mal definidas ou não declaradas; No que se refere às relações de trabalho da População Ocupada no município de Colatina, a maioria desta era, no ano de 2000, de Empregados (66,5%), seguidos por Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 180 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) trabalhadores por Conta Própria (22,6%). Como pode ser observado no Gráfico abaixo, o padrão das relações de trabalho no Município assemelhava-se em linhas gerais àquele do Estado, destacando-se apenas o percentual municipal ligeiramente superior de Empregadores. COLATINA 4,5% 5,6% ESPÍRITO SANTO 0,7% 3,3% 6,8% 0,8% 22,3% 22,6% 66,8% 66,6% Empregados Conta Própria Empregadores Não Remunerado em Ajuda a Membro do Domicílio Trabalhadores na Produção para Consumo Próprio Ainda acerca do nível e da distribuição de renda, a Tabela abaixo indica que a renda per capita do município de Colatina era, em 2000, inferior à média Estadual. O município ocupava, porém, no Ranking municipal da renda per capita, o oitavo lugar. Por outro lado, a Tabela indica que o padrão de distribuição de renda municipal apresentava resultados relativamente mais igualitários do que a média estadual. As porcentagens de renda apropriada pelas faixas de populações mais pobres eram sempre superiores para o município do que na média do Estado; e, inversamente, as porcentagens apropriadas pelas populações mais ricas eram sempre inferiores. Nível Territorial Variáveis Espírito Santo Unidade Colatina Renda per capita 272,35 289,59 R$ % da renda apropriada pelos 20% mais pobres 3,18% 2,36% % % da renda apropriada pelos 40% mais pobres 10,18% 8,15% % % da renda apropriada pelos 60% mais pobres 20,95% 17,85% % % da renda apropriada pelos 80% mais pobres 38,36% 34,77% % % da renda apropriada pelos 20% mais ricos 61,64% 65,23% % % da renda apropriada pelos 10% mais ricos 46,11% 49,44% % Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 181 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) O perfil da estrutura econômica municipal pode ser observado através da apreciação do PIB e do Valor Agregado municipais. A partir da Tabela abaixo, que registra a contribuição de cada setor econômico para a formação do Valor Agregado produzido pelo Município, é possível observar a tendência a um aumento, em anos recentes, da importância relativa do setor terciário vis-à-vis o setor primário (excetuando-se, no último caso, o ano de 2000). Isso pode ser percebido pelo aumento da contribuição do primeiro, de 60,59% para 64,26%, para a formação do Valor Agregado municipal no período entre 1999 e 2002, contra uma queda do último, nesta mesma contribuição, de 4,90% para 2,63% no mesmo período. Ano Contribuição Setorial para a Formação do Valor Agregado Municipal Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário 1999 4,90% 34,51% 60,59% 2000 6,23% 32,22% 61,55% 2001 3,09% 34,62% 62,29% 2002 2,63% 33,11% 64,26% Comparando a contribuição de cada setor para a formação do Valor Agregado do Município de Colatina com os valores estaduais para o ano de 2002 (ver Tabela abaixo), chama à atenção o relativo contraste da estrutura econômica municipal com o perfil médio do Estado: o Município de Colatina apresenta estrutura econômica onde o setor terciário (serviços) é relativamente mais relevante vis-à-vis o setor secundário (indústria) do que a média estadual. Setor Contribuição Setorial para a Formação do Valor Agregado Colatina Espírito Santo Primário 2,63% 4,74% Secundário 33,11% 40,27% Terciário 64,26% 54,99% Total 100,00% 100,00% A Tabela abaixo apresenta a evolução do PIB municipal e estadual entre os anos de 1999 e 2002. Algumas observações gerais podem ser levantadas a respeito deste registro. Em primeiro lugar, o PIB per capita do Município de Colatina não apenas manteve-se inferior à média do Estado do Espírito Santo, quanto cresceu a um ritmo menos acelerado do que o PIB per capita estadual (4,6% a.a. contra 7,7% a.a.). Este resultado reflete-se na posição ocupada pelo Município no Ranking municipal do PIB per capitã: ocupando a 9ª posição em 1999, Colatina cai para a 14ª posição em 2002. Quadro semelhante apresenta-se no que diz respeito ao PIB Total: enquanto este Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 182 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) cresceu a taxas de 9,6% a.a. no Estado do Espírito Santo, cresceu apenas 2,9% a.a. no Município. Estes resultados implicaram em uma queda na contribuição do Município de Colatina para a formação do PIB estadual, que passou de 2,8% em 1999 para 2,3% em 2002. Ano Variável PIB (Preços de Mercado Correntes) – Colatina 1999 2000 2001 2002 531216 571474 542339 578535 PIB (Preços de Mercado 18772147 21530247 22538119 24723040 Correntes) – Espírito Santo Unidade Taxa de Cresciment o Anual (1999 a 2002) Mil R$ 2,9% a.a. Mil R$ 9,6% a.a. PIB per capita – Colatina 4737 5035 5146 5424 R$ 4,6% a.a. PIB per capita – Espírito Santo 6106 6880 7078 7631 R$ 7,7% a.a. Posição municipal do PIB per capita de Colatina no Estado 9º 16º 13º 14º Colocaç ão - % do PIB de Colatina no PIB Estadual 2,80% 2,70% 2,40% 2,30% % - As principais atividades econômicas do Município são a agricultura do café, a pecuária, o comércio atacadista e varejista, e as indústrias de vestuário, de alimentos e de mobiliário. O município de Colatina conta com Plano Diretor Urbano (PDU), em vigor desde 1996. Com a aprovação do Estatuto das Cidades, em julho de 2001 (que exige que cidades com mais de 20 mil habitantes com importância turística deverão revisar ou elaborar seus Planos Diretores com vistas à atração de investimentos em turismo), o mesmo vem sendo revisado. Os seguintes instrumentos de gestão urbana compõem o Plano Diretor Urbano de Colatina: • LEI Nº 4.226, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1996: DISPÕE SOBRE O CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE COLATINA; • Lei nº. 4.227, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1996: DISPÕE SOBRE O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO DO MUNICÍPIO DE COLATINA; • LEI Nº. 4.228, DE FEVEREIRO DE 1996: DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE COLATINA E INSTITUI O PLANO DIRETOR URBANO. No que se refere ao meio ambiente, o principal instrumento legislativo é o Capítulo VI (“Da Proteção Ambiental e Paisagística”) da Lei Nº 4.227, apresentado no Anexo I. Os projetos de obras públicas estão atualmente a cargo da Coordenadoria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Uma série de projetos compõe o Plano Estratégico de Colatina 2003-2020. Entre os principais, estão a criação de um Distrito Industrial, a implantação das indústrias de café solúvel, polpa de frutas e beneficiamento de granito, a criação de um centro para comercialização de produtos, insumos e implementos agrícolas fora da sede urbana da Cidade, e a implantação de um Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 183 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) programa de recuperação da cultura do café. Em função da importância do trecho em estudo na ligação da sede urbana com regiões rurais e, mais geralmente, de Colatina aos municípios de Pancas, Marilândia e São Domingos do Norte, estes projetos podem gerar aumentos de tráfego no mesmo, o que reforça a importância do empreendimento em questão. Quanto ao Meio Ambiente, a Companhia Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear), criada em 1998 a partir da fusão do Serviço Autônomo de Meio Ambiente e Limpeza Urbana (Samal) e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), é a responsável pela gestão ambiental de Colatina. O órgão é simultaneamente responsável: pelo sistema de abastecimento de água; pelo sistema de coleta e tratamento de esgotos; pelo sistema de tratamento de resíduos sólidos; pelo sistema de limpeza urbana; pelo gerenciamento do sistema municipal de meio ambiente; pela preservação e conservação de parques e jardins. O abastecimento de água do Município é feito através de quatro estações de captação do Rio Doce, nenhuma destas localizadas na faixa de domínio do empreendimento. Segundo um dos funcionários da Sanear, 100% da área urbana do município é abastecido através de rede geral. Outros dez pequenos sistemas de abastecimento de água tratada atendem à área rural. O município dispõe de estações de tratamento de esgoto que, em grande parte, é despejado no Rio Doce após o mesmo, serviço igualmente de responsabilidade da Sanear. O percentual de esgoto tratado, porém, é bastante reduzido, especialmente na sede municipal. Não há pontos de coleta ou despejo de efluentes na faixa de domínio. O serviço de coleta de lixo, conduzido pela Sanear, atende, segundo um de seus funcionários, toda a área urbana municipal e partes da área rural. O tratamento do lixo é feito através de estação que dispõe de um incinerador, devidamente licenciada pelo IBAMA. O município dispõe ainda de serviço de coleta seletiva desde inícios da década 1990. O município é bem equipado no que se refere aos equipamentos de saúde e educação, que atraem significativo volume populacional das populações municipais rurais e de outros municípios de seu entorno. Destacam-se, neste contexto, a presença do Hospital Estadual Sílvio Ávidos, de um Centro de Especialidades Odontológicas e do Laboratório Central Municipal de Análises Clínicas, todos localizados na sede municipal; e os cursos de nível superior (inclusive de pós-graduação) oferecidos pelo UNESC – Centro Universitário do Espírito Santo. Estes equipamentos, porém, não se localizam nas proximidades da Rodovia em estudo. Não existem comunidades indígenas na Área de Influência do empreendimento. O patrimônio histórico e cultural do município de Colatina, embora não esteja sistematicamente catalogado, é variado, e inclui festividades, festas locais, feiras, artesanatos, construções históricas, etc. Como exemplo, pode-se citar o Cristo Redentor e a Igreja Sagrado Coração de Jesus (ver Figura). Existem, no município de Colatina, 06 Sítios Arqueológicos cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, todos, porém, fora da Área de Influência Direta. Todos os Sítios são de Categoria Multicomponencial Pré-Colonial e pertencem ao Acervo do Museu de Arte e História - UFES. Os detalhes a respeito dos Sítios cadastrados estão apresentados no Quadro abaixo. Dados Código no Sítios Arqueológicos cadastrados no IPHAN no município de Colatina ES-CO-2 nº 1 ES-CO-2 nº 2 Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental ES-CO-2 nº 3 ES-CO-2 nº 4 ES-CO-2 nº 6 ES-CO-2 nº 7 184 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) IPHAN 500 m2 2000 m2 1000 m2 1000 m2 1000 m2 2000 m2 0 0 0 0 0 0 Córrego da Onça Córrego da Conceição Córrego do Sabiá Córrego da Ferrugem Córrego Delta Córrego Grande 0 0 0 0 0 0 plantio plantio de Milho plantio plantio plantio pasto e plantio lítico lascado; cerâmico; lítico lascado; cerâmico; cerâmico; cerâmico; lítico lascado; cerâmico; lítico lascado; cerâmico; Àrea Altitude Água Próxi ma Distância Uso atual d a terra Artefatos Colatina conta, finalmente, com um importante conjunto de organizações sociais, das quais se destacam as Associações de Moradores dos bairros e distritos do município e: • ACDV – ASSOCIAÇÃO COLATINENSE DE E PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL • ACODE – ASSOCIAÇÃO COLATINENSE DE DEFESA ECOLÓGICA • ADECOL – ASSOCIAÇÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS DE COLATINA • AEAC – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE COLATINA • APROC – ASSOCIAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE • APRUBA – ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E PROPRIETÁRIOS RURAIS DE BAUNILHA • APRUCOL – ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE COLATINA • APTA – ASSOCIAÇÃO DE PROGRAMAS DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA • ASSEDIC – ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE DESENVOLVIMENTO DE COLATINA • ASSOCIAÇÃO DOS CONSTRUTORES DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO • ASSOCIAÇÃO DOS FEIRANTES • ASSURCOL – ASSOCIAÇÃO DE SURDOS DE COLATINA • CDL – CÂMARA DE DIRIGENTES LOGISTAS • CENAPRUC – CENTRAL DAS ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES RURAIS DE COLATINA • CLUBE DOS PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE DE COLATINA • FUNDAÇÃO “PRESIDENTE CASTELO BRANCO” • SEBRAE • SENAC • SENAI • SESC • SESI • SINDICATO DOS EMPRESÁRIOS DO COMÉRCIO DO ESPÍRITO SANTO • SINDICATO DOS TRABALHADORES DE DROGARIAS E FARMÁCIAS Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 185 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • SINDICATO DOS TRABALHADORES DE DROGARIAS E FARMÁCIAS • SINDICATO DOS TRABALHADORES DE INDÚSTRIAS E SERVIÇOS ELÉTRICOS E SIMILARES • SINDICATO DOS TRABALHADORES DE VESTUÁRIO DE COLATINA • SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE COLATINA • SINDICATO PATRONAL RURAL DE COLATINA • SINDILOJISTA – SINDICATOS DOS LOJISTAS DE COLATIA • SINDIUPES – SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO • SINDPREV – SINDICATO DOS TRABALHADORES FEDERAIS EM SAÚDE, TRABALHO E PREVIDÊNCIA • SINVESCO – SINDICATOS DAS INÚSTRIAS DE CONFECÇÃO DE COLATINA • SISPMC – SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE COLATINA • UNASCOL – UNIÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES E MOVIMENTOS DE COLATINA Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 186 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 4.3.2.2 Área de Influência Direta Como discutido anteriormente, a Área de Influência Direta apresenta as seguintes características gerais: • É uma ÁREA RURAL, sem a presença de núcleos ou aglomerações urbanas, mesmo no trecho atual da ES-080; • É uma área com três tipos centrais de uso do solo: a lavoura do café, a pecuária extensiva e a lavoura de alimentos para subsistência das populações locais; • No que se refere às construções, foram observados especialmente os seguintes tipos de ocorrências: − pequenos aglomerados de 05 a 10 habitações onde se localiza a “sede” das fazendas de pecuária e de lavoura do café, em geral contanto com construções coletivas, como escolas, igrejas e cemitérios rurais; − habitações dispersas; − pequenas construções comerciais (bares). A população diretamente afetada pela obra, portanto, de quantidade reduzida, trata-se de uma população majoritariamente rural, envolvida em atividades de subsistência e/ ou de pequeno porte, seja a lavoura ou o pequeno comércio. As principais demandas da mesma estão concentradas na questão da melhoria das condições de tráfego no trecho e no aumento da freqüência dos serviços de transportes nela presentes. Dentre as localidades da Área de Influência Direta, destacam-se o do Córrego do Argeu e o de Ponte do Pancas. A localidade de Córrego do Ageu constituiu-se de um pequeno aglomerado de construções (entre cinco e sete) em sua totalidade residenciais, localizado nas proximidades do traçado em proposição porém fora da faixa de domínio do mesmo. Este aglomerado está associado historicamente à Fazenda Nossa Senhora da Penha, propriedade familiar dedicada à produção de café e, mais recentemente, à pecuária, contando, inclusive, com a Capela de Nossa Senhora da Penha (Foto 1). Ponte do Pancas (Fotos 2 a 4), de porte relativamente maior, conta com aproximadamente de 20 a 30 construções, sendo sua maioria residenciais, mas contando, igualmente, com algumas dedicadas ao pequeno comércio (especialmente bares/ mercearias). A localidade situa-se precisamente na faixa de domínio do antigo traçado da Rodovia ES-080. O traçado em proposição, no entanto, está separado do mesmo pelo Rio Pancas. As duas localidades dispõem de eletrificação e o padrão construtivo é de tijolo e telhas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 187 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Igreja Nossa Senhora da Penha na Localidade de Córrego do Argeu Localidade Ponte do Pancas Localidade Ponte do Pancas na faixa de domínio do traçado atual da ES-080 Localidade Ponte do Pancas A área total a ser desapropriada pelo empreendimento é de aproximadamente 672 mil m2. A maioria desta corresponde a áreas de pasto natural ou de utilização prejudicada. Além de uma parcela de terras dedicada à agricultura de subsistência, a área destinada à exploração agrícola a ser desapropriada é de aproximadamente 87 mil m2, ou 12,9% do total. A principal atividade afetada é o cultivo do café e, secundariamente, do coco e da cana. Uma terceira parcela significativa da área desapropriada corresponde a matas em estágio inicial de regeneração. Em termos de benfeitorias, serão afetadas especialmente cercas que poderão ser remanejadas para a nova situação da faixa de domínio. Em quatro propriedades, porém, benfeitorias de maior monta serão afetadas. Tratam-se de quatro pequenas edificações comerciais, sendo três destas explorando o ramo de bar e mercearia e uma o de borracharia; e uma edificação residencial, onde reside apenas uma família, que é proprietário do terreno. Todas possuem luz elétrica, ligação telefônica e acesso a transportes públicos. 4.3.3 Sistema Viário e de Transportes da Área de Influência O sistema viário de Colatina conta com Rodovias, com a Estrada de Ferro Vitória a Minas e com um aeroporto que atende a aeronaves de pequeno porte. As principais Rodovias do município são: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 188 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • BR-259, interligando a BR-101 em João Neves (ES) à BR-116 em Governador Valadares (MG), que atravessa o município em sentido leste-oeste; principal via de ligação do Município à capital do Estado e aos Estados do Sudeste e do Nordeste; • ES-080, interligando os municípios de Nova Venécia e Santa Tereza, atravessando o município em sentido norte-sul; conhecida como Rodovia do Café; faz a ligação do Município à porção noroeste do Estado; • ES-248 e ES-245, interligando o Município a Linhares; • ES-446, interligando o Município a Itaguaçu; A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) atravessa o município em sentido leste-oeste, fazendo a ligação do mesmo a Minas Gerais e aos Estados da Região Centro-Oeste. Ao mesmo tempo, a Estrada de Ferro possibilita a ligação do município aos portos de Vitória e ao Portocel, em Aracruz. O sistema viário urbano, exclusivo para tráfego de veículos automotores, apresenta problemas especialmente relacionados à saturação das vias atuais, o que acarreta engarrafamentos e má conservação das vias. O transporte de blocos de granito em caminhões, em especial, que atravessam o município em geral em sentido norte-sul, não apenas congestiona as vias urbanas como degrada as vias mesmas. O Terminal Rodoviário de Colatina Alderico Tedalbi, na Praça Altemar Dutra, oferece serviço rodoviário para as principais regiões rurais do município, para os município entorno, e para as capitais dos principais Estados do Brasil, incluindo Vitória. Um amplo programa de obras viárias está em desenvolvimento no Município, do qual se pode citar: • O Terminal Multimodal de Cargas de Colatina, projeto que inclui a instalação de um Distrito Industrial em suas proximidades, especialmente para o beneficiamento de rochas ornamentais; • A conclusão das obras de acesso à Segunda Ponte de Colatina, que faz a travessia do Rio Doce; • A pavimentação da Rodovia ES-248 entre Colatina e Linhares; • A construção de uma segunda ponte sobre o Rio Pancas; • A conclusão das obras do aeroporto de Colatina; • A construção de um Anel Viário interno na área urbana do Município; • A ampliação de Avenida Beira-Rio; • A construção do Contorno de Colatina, que deverá desviar o tráfego regional que cruza sua área urbana; Nenhum destes projetos, no entanto, terão interferências com a Rodovia. Os serviços de transportes inter e intramunicipal que utilizam a Rodovia são majoritariamente aqueles destinados a servir às populações residentes em localidades próximas ao centro urbano de Colatina, em seu deslocamento para aquele; e a fazer a ligação de Colatina com municípios vizinhos. Todos estes serviços, portanto, deverão se beneficiar quando da operação do empreendimento. A Tabela abaixo apresenta as principais Linhas de ônibus que utilizam a rodovia. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 189 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) LINHAS DE ÔNIBUS ORIGEM DESTINO EMPRESA OBSERVAÇÕES AFONSO CLAUDIO COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES ÁGUIA BRANCA COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES ALTO RIO NOVO COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES B. S. FRANCISCO COLATINA ÁGUIA BRANCA B. S. FRANCISCO VITÓRIA ÁGUIA BRANCA BANANAL COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES ECOPORANGA COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES ECOPORANGA COLATINA ÁGUIA BRANCA ECOPORANGA VITÓRIA ÁGUIA BRANCA GOV. LINDEMBERG COLATINA ÁGUIA BRANCA GOV. LINDEMBERG COLATINA PARTICULAR LINHARES COLATINA PRETTI MANTENA VITÓRIA ÁGUIA BRANCA MANTENA COLATINA ÁGUIA BRANCA MANTENÓPOLIS COLATINA PRETTI MANTENÓPOLIS VITÓRIA PRETTI MANTENÓPOLIS COLATINA SÃO GABRIEL MONTANHA COLATINA ÁGUIA BRANCA MONTE BELO COLATINA MONTE BELO MONTES CLAROS COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES MUCURICI COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES MUTUM COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES NOVA VENÉCIA VITÓRIA ÁGUIA BRANCA PANCAS COLATINA PARTICULAR PEDRO CANÁRIO COLATINA ÁGUIA BRANCA PINHEIROS VITÓRIA ÁGUIA BRANCA PINHEIROS COLATINA PARTICULAR PONTO BELO VITÓRIA ÁGUIA BRANCA RIO DE JANEIRO NOVA VENÉCIA ÁGUIA BRANCA SÃO DOMINGOS COLATINA PARTICULAR SÃO FRANCISCO COLATINA ÁGUIA BRANCA Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental P/ FACULDADES P/ FACULDADES P/ FACULDADES P/ FACULDADES 190 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) LINHAS DE ÔNIBUS ORIGEM DESTINO EMPRESA OBSERVAÇÕES SÃO GABRIEL COLATINA SÃO GABRIEL SÃO GABRIEL COLATINA PARTICULAR SÃO JOSÉ COLATINA SÃO GABRIEL SÃO MATEUS COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES VILA PAVÃO COLATINA PARTICULAR P/ FACULDADES VILA VALÉRIO COLATINA SÃO GABRIEL VILA VERDE COLATINA PRETTI P/ FACULDADES Os registros fotográficos abaixo apresentam algumas características da Área de Influência Indireta. Praça Municipal de Colatina Igreja Sagrado Coração Catedral de Colatina Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Av. Getúlio Vargas, centro de Colatina de Jesus, Cristo Redentor, em Colatina 191 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Terminal Rodoviário de Colatina. Acesso à Primeira Ponte de Colatina. Primeira Ponte de Colatina. Segunda Ponte de Colatina. Acesso à Segunda Ponte de Colatina. Acesso à Segunda Ponte de Colatina. Obras do Contorno de Colatina. Obras do Contorno de Colatina. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 192 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Ponte sobre o Rio Pancas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Caminhão transportando proximidades da área Colatina. granito urbana nas de 193 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 5.0 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS 5.0 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 194 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) As Obras e Serviços para Implantação e Pavimentação da Rodovia ES-080 no trecho considerado provocarão impactos ambientais positivos de caráter local e regional, induzidos pelo estímulo às atividades econômicas, especialmente àquelas relacionadas à circulação de mercadorias em longas distâncias. Tal fato, porém, não exclui a incidência de impactos negativos, dos quais alguns podem ser evitados, outros minimizados e, ainda outros, apresentam caráter irreversível. Os impactos negativos significativos (IAS) e passíveis de identificação nas diferentes etapas do empreendimento (Implantação e Operação) estão refletidos, principalmente, na Área Diretamente Afetada. As medidas mitigadoras e recomendações pertinentes à Área de Influência Indireta vinculam-se, em grande parte, a ações e cuidados a serem desenvolvidos pelos órgãos das administrações estaduais e municipais, em conjunto ou isoladamente. Os impactos associados à construção e à conservação podem ser evitados ou minimizados por meio de processos licitatórios elaborados com base em especificações redigidas com clareza e fiscalização exercida com rigidez. 5.1 Identificação e Seleção dos IAS A seleção de impactos ambientais significativos (IAS), a partir de uma listagem extensiva de impactos ambientais potenciais, baseou-se na literatura especializada em impactos ambientais de projetos rodoviários e na experiência e dados levantados em campo pela equipe da Projemax, e seguiu o procedimento descrito a seguir. Em primeiro lugar, foram listadas as atividades envolvidas no Empreendimento em suas fases de Implantação e Operação, como apresentado na Tabela 5.1. Tabela 5.1 Atividades por Fase do Empreendimento FASES ATIVIDADES Desapropriações (reintegração de posse) na faixa de domínio Operação de máquinas e equipamentos, incluindo usinas de asfalto e de solo Contratação de mão de obra Instalação e Operação de alojamentos e canteiros de obras IMPLANTAÇÃO Desmatamentos e limpeza do terreno Abertura de caminhos de serviço Terraplenagem, empréstimos e bota-foras. Drenagem, obras de artes correntes Exploração de materiais de construção Aumento no volume de tráfego de veículos OPERAÇÃO Melhoria nas condições de trafegabilidade Indução à ocupação do solo Conservação – Restauração Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 195 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) A seguir, foram listados, para cada atividade identificada, os impactos significativos sobre os Meios em estudo (Físico, Biótico e Antrópico), conforme apresentado nas Tabelas 5.2, 5.3 e 5.4. Tabela 5.2 Impactos Potenciais Relacionados a Cada Atividade – Meio Físico ATIVIDADES Desapropriações (reintegração de posse) na faixa de domínio Operação de máquinas e equipamentos, incluindo usinas de asfalto e de solo Contratação de mão de obra Instalação e Operação de alojamentos e canteiros de obras Desmatamentos e limpeza do terreno Abertura de caminhos de serviço Terraplenagem, empréstimos e bota-foras. Drenagem, obras de artes correntes Exploração de materiais de construção Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO FÍSICO ▪ Erosão e compactação dos solos ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas ▪ Aumento do nível de ruído ▪ Poluição aérea por particulados e gases ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais por esgotos, óleos e graxas ▪ Poluição aérea por particulados e gases ▪ Erosão e compactação dos solos ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas ▪ Poluição aérea por particulados ▪ Erosões na faixa de domínio e áreas adjacentes ▪ Assoreamento de Corpos hídricos ▪ Movimento de massas ▪ Erosões na faixa de domínio e áreas adjacentes ▪ Retenção de águas superficiais ▪ Movimentos de massas ▪ Poluição aérea por particulados ▪ Erosão e compactação dos solos ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas ▪ Aumento do nível de ruído ▪ Poluição aérea por particulados ▪ Movimentos de massas ▪ Assoreamento de corpos hídricos ▪ Erosão e compactação dos solos ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas ▪ Erosão e assoreamento ▪ Represamentos a montante ▪ Movimentos de massas ▪ Alagamentos e represamentos ▪ Erosão e compactação dos solos ▪ Movimentos de massas ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas ▪ Aumento do nível de ruído ▪ Poluição aérea por particulados e gases ▪ Alagamentos e represamentos ▪ Degradação das áreas exploradas ▪ Assoreamento de Corpos hídricos 196 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) ATIVIDADES Aumento no volume de tráfego de veículos IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO FÍSICO ▪ Aumento de poluentes atmosféricos, materiais particulados e gases ▪ Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas por acidentes envolvendo cargas perigosas ▪ Alteração dos níveis de ruídos e vibrações Melhoria nas condições de trafegabilidade - Indução à ocupação do solo - Conservação - Restauração ▪ ▪ ▪ ▪ Erosão do solo Movimentos de massas Aumento do nível de ruídos Poluição aérea por particulados e gases Tabela 5.3 Impactos Relacionados a Cada Atividade – Meio Biótico ATIVIDADES IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO BIÓTICO Desapropriações (reintegração de posse) na faixa de domínio Operação de máquinas e equipamentos, incluindo usinas de asfalto e de solo Contratação de mão de obra ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais - Instalação e Operação de alojamentos e canteiros de obras ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais Desmatamentos e limpeza do terreno ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Facilidade para a colonização por espécies ruderais e espécies invasoras Abertura de caminhos de serviço ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Facilidade para a colonização por espécies ruderais e espécies invasoras Terraplenagem, empréstimos e bota-foras. ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Facilidade para a colonização por espécies ruderais e espécies invasoras Drenagem, obras de artes correntes ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Facilidade para a colonização por espécies ruderais e espécies invasoras Exploração de materiais de construção ▪ Perda de habitat ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Facilidade para a colonização por espécies ruderais e espécies invasoras Aumento no volume de tráfego ▪ Intensificação do efeito barreira Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 197 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) ATIVIDADES de veículos Melhoria nas condições de trafegabilidade IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO BIÓTICO ▪ ▪ ▪ ▪ Atropelamento de animais Alteração dos níveis de ruídos e vibrações Poluição do ar pela emissão de gases poluentes Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas por acidentes envolvendo cargas perigosas - Indução à ocupação do solo ▪ Perda de espécies vegetais ▪ Desmatamento e descaracterização ambiental em pequena escala Conservação - Restauração ▪ Desmatamento e descaracterização ambiental em pequena escala ▪ Introdução de espécies exóticas Tabela 5.4 Impactos Relacionados a Cada Atividade – Meio Antrópico ATIVIDADES IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO ANTRÓPICO Desapropriações (reintegração de posse) na faixa de domínio ▪ Perda de moradia de populações residentes na faixa de domínio; ▪ Perda de renda e trabalho em locais destinados a atividades produtivas; Operação de máquinas e equipamentos, incluindo usinas de asfalto e de solo ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Riscos de acidentes; Contratação de mão de obra ▪ Geração de empregos para a mão de obra local não especializada Instalação e Operação de alojamentos e canteiros de obras ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; Desmatamentos e limpeza do terreno ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; Abertura de caminhos de serviço ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; Terraplenagem, empréstimos e bota-foras. ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; Drenagem, obras de artes correntes ▪ Aumento nos Riscos de acidentes; Exploração de materiais de construção ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; Aumento no volume de tráfego de veículos Melhoria nas condições de trafegabilidade Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental ▪ Desconforto pelo aumento da poluição aérea e sonora; ▪ Aumento do Risco de acidentes; ▪ Abertura de oportunidades de negócios para a população local ▪ Melhoria no escoamento da produção regional; ▪ Melhoria no acesso a bens e serviços pelas populações residentes; 198 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) ATIVIDADES IMPACTOS POTENCIAIS RELACIONADOS – MEIO ANTRÓPICO ▪ Abertura de oportunidades de negócios para a população local; Indução à ocupação do solo ▪ Alteração no ordenamento do uso do solo Conservação - Restauração ▪ Geração de empregos para a mão de obra local não especializada; A partir da associação de cada atividade aos impactos potenciais sobre os Meios em estuo, foi possível elencar e agrupar os IAS, o meio e a fase de sua incidência, conforme apresentado na Tabela 5.5. Tabela 5.5 Impactos Ambientais Potenciais por Meio e Fase de Incidência MEIO DE INCIDÊNCIA FASE IMPACTOS FISICO BIÓTICO ANTROPICO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO Abertura de oportunidades de negócios para a população local Alagamentos e Represamentos X X X Alteração no ordenamento do uso do solo Assoreamento de corpos hídricos X X X X Atropelamento de animais X X X X X X Aumento do nível de ruído e vibrações X X X X Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas X X X X Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas por acidentes envolvendo cargas perigosas X X X Degradação das áreas exploradas X X X Erosão e Compactação de solos X X X X X X X X Facilidade para a colonização por espécies ruderais Geração de empregos para a mão de obra local não especializada Intensificação do efeito barreira Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental X X X X 199 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) MEIO DE INCIDÊNCIA FASE IMPACTOS FISICO Invasão de espécies exóticas BIÓTICO ANTROPICO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO X X Melhoria no acesso a bens e serviços pelas populações residentes X X Melhoria no escoamento da produção regional X X Movimentos de massas X X Perda de espécies vegetais X X Perda de habitat X X X Perda de moradia de populações residentes na faixa de domínio X X Perda de renda e trabalho em locais destinados a atividades produtivas X X X X X X X X X X Poluição aérea por particulados e gases Riscos de Acidentes X 5.2 Classificação dos IAS A classificação dos IAS, após sua identificação e seleção, é feita com base em seus efeitos, através do prognóstico de suas conseqüências, no tempo e no espaço, sobre os ambientes naturais e sobre as populações atingidas. Os parâmetros para avaliação destes efeitos e, portanto, para a classificação dos IAS, foram: • Natureza: positivo ou negativo; • Ocorrência: diretos ou indiretos; • Abrangência: local ou regional; • Duração: temporária ou permanente; • Temporalidade: de curto, médio ou longo prazos; • Reversibilidade: reversível ou irreversível; • Magnitude: classificada em Baixa, Média e Alta, segundo os critérios definidos na Tabela 5.6. Os resultados estão apresentados na Tabela 5.7 Tabela 5.6 Critérios Utilizados na Identificação da Magnitude dos Impactos Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 200 MÉDIA BAIXA MAGNITUDE RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO ▪ As induções a processos erosivos e/ou instabilidades não alteram a situação atual. ▪ Alteração no habitat e comportamento de elementos da fauna que não implicam em redução significativa de efetivos populacionais. ▪ Pequenas mudanças na morfologia dos rios e na qualidade das águas. ▪ A fauna afetada não é endêmica, rara ou ameaçada de extinção. ▪ Pequenos efeitos sobre a qualidade do ar e sobre a poluição sonora, não afetando as condições atuais. ▪ As formações florestais afetadas já se encontram degradadas. ▪ Média indução de processos erosivos e de instabilidade. ▪ Moderada mudança na morfologia dos rios. ▪ Moderada mudança nos parâmetros de qualidade das águas. ▪ Os efeitos sobre a qualidade do ar e a poluição sonora são médios. ▪ Pequena pressão sobre a infra-estrutura existente. ▪ Interferência moderada nos cultivos agrícolas e atividades pecuárias. ▪ Pequena interferência no cotidiano da população. ▪ Baixa influência na indução de processos migratórios ▪ Alterações na oferta de empregos são insignificantes. ▪ As formações afetadas são matas secundárias. ▪ Possibilidade de morte de indivíduos da fauna, excluindo espécies raras ou ameaçadas de extinção. ▪ Desmatamento de áreas ocupadas por formações florestais secundárias e de áreas ocupadas por formações florestais em bom estado de conservação. ▪ A fauna afetada é significativa, mas não envolve espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção. ▪ Os remanescentes florestais afetados não possuem expressão ecológica, mas representam parcela significativa dos recursos florestais. ▪ Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS As formações florestais afetadas possuem qualidades ecológicas intrínsecas, mas as interferências são pontuais tornando-as pouco significativos para a região. ▪ Baixo efeito sobre a circulação de mercadorias. ▪ A criação de empregos tem uma importância relativa para a região. ▪ As interferências com as atividades agropecuárias são pontuais, mas significativas para a região. ▪ A pressão sobre a infraestrutura existente é pequena, mas a região não tem possibilidade de atendê-la. ▪ A interferência no cotidiano da população é significativa, mas extremamente localizada. ▪ As interferências com as atividades econômicas têm uma importância relativa para a região. ▪ A capacidade de indução de processos migratórios é de pouca monta em relação à população presente. 201 MAGNITUDE RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO ALTA ▪ A indução de processos erosivos e de instabilidade é significativa. ▪ Os recursos hídricos afetados são de grande importância e encontrase em boas condições. ▪ A qualidade das águas possíveis de serem afetadas é boa. ▪ As alterações na qualidade do ar e da poluição sonora são grandes e alteram as condições préexistentes. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS ▪ Alta probabilidade de extinção local de espécies florestais. ▪ Perda de indivíduos de espécies raras/endêmicas ou ameaçada de extinção. ▪ Perda de ecossistemas florestais, habitats de elementos da fauna rara, endêmica e/ou ameaçada de extinção. ▪ Perda de Patrimônio Arqueológico eventualmente existente. Desmatamento de áreas ocupadas por formações florestais em bom estado de conservação. ▪ A interferência com os cultivos e/ou com a pecuária é significativa. ▪ ▪ Os remanescentes florestais afetados são habitats de elementos da fauna raros, endêmicos e/ou ameaçados de extinção. ▪ As formações florestais afetadas são importantes remanescentes para a região. ▪ Alta influência na indução de processos migratórios ▪ A criação de empregos é de grande significado. ▪ A interferência no cotidiano da população representa uma mudança significativa. ▪ As atividades econômicas afetadas são de grande importância para a região. Tabela 5.7 – Matriz de Classificação dos IAS NATUREZA IMPACTOS AMBIENTAIS positivo Abertura de oportunidades de negócios para a população local OCORRÊNCIA negativ indireto diretos o s X Alagamentos e Represamentos X X Assoreamento de corpos hídricos Alteração no ordenamento do uso do solo Atropelamento de animais X ABRANGÊNCIA local DURAÇÃO regiona temporári permanen l a te X TEMPORALIDADE curto prazo X X X médio prazo longo prazo REVERSIBILIDADE reversível irreversível X X X X X X X X X X X X X X X X MAGNITUDE alta média baixa X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas X X Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas por acidentes envolvendo cargas perigosas X Degradação das áreas exploradas X X Erosão e Compactação de solos X X Facilidade para a colonização por espécies ruderais X Aumento do vibrações nível de ruído e Geração de empregos para a mão de obra local não especializada X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X - 203 - X X X X X X X NATUREZA IMPACTOS AMBIENTAIS positivo OCORRÊNCIA negativ indireto diretos o s ABRANGÊNCIA local DURAÇÃO regiona temporári permanen l a te TEMPORALIDADE curto prazo médio prazo longo prazo REVERSIBILIDADE reversível irreversível Intensificação do efeito barreira X X X X X Invasão de espécies exóticas X X X X X X X X X X X X Melhoria no acesso a bens e serviços pelas populações residentes X X Melhoria no escoamento produção regional X X da X MAGNITUDE alta média baixa X X X X X X Movimentos de massas X X X X X Perda de espécies vegetais X X X X X X X Perda de habitat X X X X X X X Perda de moradia de populações residentes na faixa de domínio X X X X X X X Perda de renda e trabalho em locais destinados a atividades produtivas X X X X X X X Poluição aérea por particulados e gases X X X X Riscos de Acidentes X X X X X X - 204 - X X X X X X X X 196 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 6.0 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS 6.0 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 197 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Após identificados e classificados os IAS, conforme a Tabela 5.7, este capítulo tem como objetivo apresentar medidas mitigadoras para os impactos negativos identificados. Para isso, serão apresentados, para cada IAS, as atividades relacionadas, sua classificação, a ocorrência por fase do Empreendimento e as Medidas Mitigadoras e Compensatórias propostas. São eles: A – Alagamentos e Represamentos Atividades relacionadas: Exploração de materiais de construção; drenagem, obras de arte correntes; abertura de caminhos de serviço. Os sistemas de drenagem deficientes têm sido sempre os maiores causadores de problemas para a conservação das rodovias, afetando as propriedades lindeiras e gerando problemas sanitários para a população, as quais a rodovia deveria servir. O controle dos impactos negativos derivados dependerá da elaboração e fiscalização da execução do projeto e o atendimento às recomendações dos Programas Ambientais. Classificação: Negativo, direto, temporário, reversível, local, curto prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação. Medidas Mitigadoras Implantação criteriosa do Programa Básico de Controle Ambiental para a Execução da Obra que envolve especificações técnicas ambientais para a minimização dos impactos derivados. B – Alteração no Ordenamento do Uso do Solo Atividades relacionadas: Indução à ocupação do solo. Na fase de operação do empreendimento, especialmente nos trechos da Rodovia a serem implantados, deverá ocorrer a indução à ocupação do solo nas proximidades da mesma, em função das facilidades de deslocamento que gerará. Este impacto pode ser negativo na medida em que entre em choque com o planejamento do uso do solo estabelecido pelo Plano Diretor do Município de Colatina. Classificação: Negativo, indireto, permanente, reversível, local, longo prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Operação. Medidas Mitigadoras A Prefeitura Municipal de Colatina deverá ser envolvida no empreendimento, em sua fase de implantação, para que sejam incorporadas as alterações causadas pela operação do mesmo no planejamento de uso do solo municipal. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 198 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) C – Assoreamento, Erosão, Compactação dos Solos, Movimento de Massas (Escorregamentos, Deslizamentos) Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; desmatamento e limpeza do terreno; drenagem, obras de artes correntes e especiais; exploração de materiais de construção; abertura de caminhos de serviço; conservação e restauração. Diversas atividades realizadas no processo de obras em estradas, envolvendo as áreas de apoio como os canteiros de obras, exploração de áreas de empréstimo para a obtenção de materiais de construção, bota-foras, terraplanagem e movimentação de solos e rochas, resultam na degradação do ambiente. Tais atividades favorecem os processos erosivos superficiais e movimentos de massas relacionados com erosão laminar e em sulcos e ravinas, até mesmo voçorocas, e em conseqüência contribuem para o assoreamento dos canais de drenagem e degradação dos terrenos e geram locais propícios à proliferação de vetores biológicos. Classificação: Negativo, direto e indireto, temporário, reversível, local, curto prazo, média magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação. Medidas Mitigadoras Estabelecer Programas Ambientais e Especificações para: • Proteção provisória contra processos erosivos nas áreas de empréstimo, canteiro de obras, bota-foras e demais localidades onde forem realizados trabalhos de terraplanagem, com a implantação de um sistema de drenagem, contenção de erosão e estabilização de taludes, dentre outros. • Recuperação das áreas dos acampamentos, bota-foras, áreas de empréstimo e demais áreas cujas ações resultaram em solos expostos. • Traçado das vias de acesso sobre relevos mais movimentados sempre que possível acompanhando às curvas de modo a evitar rampas acentuadas. • Reduzir ao mínimo a supressão da vegetação. • Restringir ao mínimo a degradação da vegetação ciliar na construção de pontes e bueiros. • Evitar a utilização das áreas adjacentes aos cursos de água. • Conformação geométrica dos cortes compatível com as características geotécnicas dos materiais. • Recuperação da cobertura vegetal nos taludes de cortes instáveis e revegetação nos de aterro, sempre que possível com revestimento de espécies vegetais nativas. • Regularização e redução do escoamento superficial nos taludes de cortes, através da implantação de um sistema de drenagem superficial e profunda, incluindo a construção de canaletas, caixas de dissipação e Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 199 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) bacias de retenção, de modo a proteger estas áreas de fluxos mais concentrados. • Monitoramento dos cortes na fase de operação da rodovia, principalmente nas áreas mais susceptíveis a movimentos de massas, visando à identificação de processos ativos, causas e definição de medidas de controle. • Implantação criteriosa do Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas. D – Aumento dos Níveis de Ruídos e Vibrações Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; exploração de materiais de construção; aumento no volume de tráfego de veículos; conservação – restauração. Durante a fase de construção do empreendimento, o trânsito de equipamentos pesados e as operações construtivas deverão aumentar o nível de ruído observado no entorno da rodovia. Na operação da rodovia, o aumento do fluxo de veículos, bem como as atividades de conservação e restauração, serão responsável pelo aumento da emissão de ruídos, cujo impacto será sentido principalmente pelas populações que habitam em zonas próximas à rodovia. Classificação: Negativo, direto e indireto, permanente, irreversível, curto prazo, local, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação. Medidas Mitigadoras Estabelecer Especificações para: • Controle do horário de trabalho, com especial atenção às atividades localizadas nas proximidades de áreas habitadas. • Manutenções, revisões e regulagens de máquinas e equipamentos periodicamente. Implementação criteriosa do Programa Básico de Controle Ambiental para a Execução da Obra. E – Contaminação dos Solos e das Águas Superficiais e Subterrâneas, Inclusive por Acidentes Envolvendo Cargas Perigosas Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; instalação e operação de alojamentos e canteiros de obras; desmatamento e limpeza do terreno; drenagem, obras de artes correntes; exploração de materiais de construção; aumento no volume de tráfego de veículos. Na construção a contaminação do solo poderá vir a ocorrer em decorrência das instalações industriais que serão implantadas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 200 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Na operação, as possibilidades de contaminação dos solos são decorrências de acidentes com veículos transportando cargas perigosas. Deve-se prever que as seguintes cargas perigosas venham a ser transportadas na rodovia: combustíveis, lubrificantes, agrotóxicos, fertilizantes e substâncias químicas em geral, e, excepcionalmente, explosivos e cargas radioativas. Neste caso, a administração da rodovia deverá prever a presença de equipes e equipamentos especializados para o atendimento de acidentes deste tipo. Classificação: Negativo, direto e indireto, temporário, reversível, local, curto prazo, média magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação. Medidas Mitigadoras Estabelecer normas e especificações a serem acatadas pelas empreiteiras no manuseio e estocagem de produtos capazes de provocar a contaminação dos solos. Implantação criteriosa do Programa Básico de Controle Ambiental para a Execução da Obra. F – Degradação das Áreas Exploradas Atividades relacionadas: Exploração de materiais de construção A exploração de materiais de construção tem causado perdas ambientais consideráveis, tanto por sua condição predatória, como pelo desperdício e, ainda, pela falta permanente de recuperação das áreas das escavações. Estas atividades costumam exigir o desmatamento e a remoção do solo orgânico de extensas áreas, tornando-as inaptas a qualquer uso quando não se tomam medidas visando sua recuperação. As cavas resultantes tornam-se lagos que, se não drenados, têm as mesmas conseqüências daqueles criados pelas caixas de empréstimos. Classificação: Negativo, direto, temporário, reversível, local, curto prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação. Medidas Mitigadoras Para o controle dos impactos provocados por essa atividade deverão ser implementadas as diretrizes contidas nos: • Implantação criteriosa do Programa Básico de Controle Ambiental para a Execução da Obra. • Implantação criteriosa do Programa de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 201 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) G – Poluição Aérea por Particulados e Gases Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; desmatamento e limpeza do terreno; exploração de materiais de construção; abertura de caminhos de serviço; Instalação e Operação de alojamentos e canteiros de obras; aumento no volume de tráfego de veículos; conservação – restauração. Durante a fase de construção do empreendimento, o trânsito de equipamentos e as movimentações de terra deverão aumentar a emissão de partículas (poeira) no ar. Na operação da rodovia, o aumento do fluxo de veículos e/ou as atividades de conservação e restauração serão responsáveis pelo aumento das emissões de poluentes atmosféricos, em particular CO2, podendo trazer danos à saúde das populações que vivem nas proximidades das rodovias. O aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso deverá, por sua parte, aumentar a emissão de particulados (poeira). Classificação: Negativo, direto e indireto, permanente, irreversível, local, curto prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação. Medidas Mitigadoras Estabelecer Especificações para: • Planejamento das operações de transporte de materiais e equipamentos, com a adoção de cuidados especiais em áreas próximas a zonas habitadas. • Incremento da fiscalização quanto à regulagem adequada dos motores e controle de velocidade. H – Perda de Espécies Vegetais Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; desmatamento e limpeza do terreno; instalação e operação de alojamentos e canteiros de obras; abertura de caminhos de serviços; drenagem, obras de artes correntes; exploração de materiais de construção. Os desmatamentos e a limpeza dos terrenos são etapas de construção que requerem atenção devido aos impactos ambientais. Os desmatamentos devem ser amplos o suficiente para garantir a insolação da obra e restrito, ao mesmo tempo, às necessidades mínimas exigidas para as operações de construção e para a garantia de visibilidade dos motoristas (segurança do tráfego). Os desmatamentos devem ser conduzidos de forma criteriosa para não provocar maiores impactos como: • A exposição dos solos e dos taludes naturais à erosão, que podem evoluir facilmente para a formação de voçorocas profundas e extensas, afetando a rodovia e as propriedades vizinhas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 202 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Maior ocorrência de assoreamento e sobrecarga nos sistemas de drenagem, causando inundações nas entradas de água e erosões nas saídas, freqüentemente ameaçando de colapso o corpo estradal. Categorização: Negativo, direto, temporário, irreversível, local, curto prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação. Medidas Mitigadoras Implantação criteriosa do Programa Básico de Controle Ambiental para a Execução da Obra. I – Impactos Sobre a Fauna: Barreira, Perda de Habitat Atropelamento de Animais, Intensificação do Efeito Atividades relacionadas: Operação de máquinas e equipamentos; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; desmatamento e limpeza do terreno; exploração de materiais de construção; abertura de caminhos de serviço; aumento no volume de tráfego de veículos. Classificação: Negativo, direto / indireto, temporário / permanente, irreversível, local, curto / médio prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação. Medidas Mitigadoras Diante da baixa magnitude de todos os impactos previstos sobre a fauna não é necessária a adoção de quaisquer medidas mitigatórias. A área atravessada pelo empreendimento é por demais descaracterizada neste aspecto que qualquer medida é contraproducente. J – Facilidade Para a Colonização por Espécies Ruderais e Introdução de Espécies Exóticas Atividades relacionadas: Terraplenagem, empréstimos e bota-foras; desmatamento e limpeza do terreno; drenagem, obras de artes correntes; exploração de materiais de construção; abertura de caminhos de serviço; aumento do volume de tráfego de veículos; conservação e restauração. Um conjunto de espécies vegetais é beneficiado diretamente pelas atividades humanas, sobretudo aquela relacionada com a remoção ou descaracterização da cobertura vegetal nativa. As plantas ruderais são aquelas que se espalham por solos devassados, cercanias de construções e terrenos baldios. Tais espécies, geralmente ervas daninhas ou plantas exóticas, têm grande poder de ocupação e dispersão e impedem a recomposição natural da vegetação. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 203 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Classificação: Negativo, indireto, permanente, reversível, local, médio prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação e Operação Medidas mitigadoras: • Implantação criteriosa do Programa de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD). L – Perda de Renda e Trabalho em Locais Destinados a Atividades Produtivas, Perda de Moradia de Populações Residentes na Faixa de Domínio Atividades relacionadas: Desapropriações (reintegração de posse) na faixa de domínio Em terrenos de propriedade do empreendedor, deverá ser efetuada a reintegração de posse devido às ocupações da faixa de domínio. Com isto alguns locais destinados a atividades produtivas e moradia serão perdidos pelas populações locais. Classificação: Negativo, direto, temporário, reversível, local, curto prazo, baixa magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação Medidas Mitigadoras Fornecer informação e facultar a participação da população por meio do Programa de Comunicação Social. Negociação das desapropriações a cada caso com indenização de benfeitorias existentes. M – Riscos de Acidentes Atividades relacionadas: Instalação e operação de alojamentos e canteiros de obras; operação de máquinas e equipamentos, incluindo usinas de asfalto e solo; desmatamento e limpeza do terreno; abertura de caminhos de serviços; terraplenagem, empréstimos e bota-foras; exploração de materiais de construção; drenagem, obras de arte correntes; aumento no volume de tráfego de veículos; Na fase de implantação diversas atividades construtivas podem aumentar o risco de acidentes. As obras de terraplenagem, por exemplo, exigem o movimento de grandes volumes, gerando tráfego intenso de veículos pesados. As nuvens de poeira e a lama, nos trechos rurais, e a interferência com o público nas áreas mais povoadas preenchem o quadro necessário e suficiente para a ocorrência de acidentes. Na operação os riscos maiores são as travessias de populações lindeiras e os possíveis acidentes envolvendo cargas perigosas. No caso das cargas perigosas deve ser seguido as indicações contidas no Manual para Implementação de Planos de Ação Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 204 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) de Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (IPR/DNIT, 2005), que contém o detalhamento de medidas estruturais de segurança de caráter preventivo e corretivo. Classificação: Negativo, direto e indireto, temporário, reversível, curto prazo, local, média magnitude. Ocorrência por Fase da Obra: Implantação Medidas mitigadoras: Implantação criteriosa de projeto de sinalização e obras complementares. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 205 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.0 PLANO DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 206 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.0 PLANO DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL Os Programas Ambientais derivam dos diagnósticos ambientais (meios físico, biótico e antrópico) da área de influência da Rodovia, frente à introdução desta estrada naqueles meios. Eles se traduzem em um conjunto de ações, destinadas basicamente a evitar ou a mitigar as conseqüências dos impactos provocados pelas obras e pelas instalações de apoio, buscando soluções para alguns dos processos potenciais de degradação ambiental que podem ser deflagrados por elas. A relação dos Programas Ambientais propostos é apresentada a seguir. Programas Ambientais Responsáveis Período DER-ES Programa Básico de Controle Ambiental para a execução da obra Empreiteiras Órgão Ambiental Durante as obras. DER-ES Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Projetistas Empreiteiras Durante as obras Órgão Ambiental DER-ES Comunicação Social Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental Órgão Ambiental Do início das obras na Rodovia, até pelo menos 12 meses após a LI. 207 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.1 PROGRAMA AMBIENTAL DE CONTROLE DA POLUIÇÃO E DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO 7.1.1 Apresentação Este Programa Ambiental se destina à apresentação dos critérios, das condições e das obrigações de caráter ambiental a que estarão submetidos os empreiteiros contratados para as obras de Adequação. Este Programa deverá ser distribuído como Anexo dos Editais de Concorrência para as obras, de tal modo que, conhecendo-a antecipadamente, os empreiteiros concorrentes levem em conta os custos envolvidos no controle da poluição e da degradação ambiental para estabelecer os preços unitários oferecidos em suas propostas. As ações, investimentos e serviços necessários para atender estas especificações não serão pagas à parte, sendo seus custos, obrigatoriamente diluídos nos preços unitários propostos para os serviços que constam das planilhas de orçamento. 7.1.2 Considerações Gerais – Justificativa Em função das alterações potenciais no ambiente devidas às ações de melhoria, principalmente no que se refere à poluição das águas (por óleos combustíveis e lubrificantes, por esgotos sanitários), solo (pelo descarte de resíduos sólidos e líquidos, inclusive asfalto e capas de pavimentos) e ar (pela poeira e fumaça), bem como por ruídos e vibrações, que deverão ocorrer nas áreas das obras, canteiros, caminhos de serviço, e seu entorno, devem ser efetivadas medidas preventivas e corretivas, visando eliminar/reduzir seus efeitos deletérios. Tais procedimentos deverão ser adotados pelos construtores, e exigidos pela fiscalização, nas diversas atividades envolvidas nas obras, desde a fase de instalação, até a fase de desmobilização. Por outro lado, é também fundamental possibilitar aos empreiteiros, previamente à elaboração de suas propostas, estimarem os recursos e os custos envolvidos no cumprimento das exigências ambientais, o que igualmente requer o conhecimento das normas ambientais de construção que serão adotadas pelos contratantes. 7.1.3 Objetivo O objetivo deste Programa é o de estabelecer as ações a serem empreendidas e os critérios ambientais mínimos a serem respeitados pelos empreiteiros que venham a ser contratados para os serviços sob responsabilidade do DER-ES. Neste objetivo geral estão envolvidos: • Minimizar as alterações na qualidade das águas de rios e riachos a jusante de obras e canteiros; • Minimizar a presença de insetos, odores, poluição do solo; • Controlar o nível de ruídos, de vibrações e de poluição do ar, principalmente nas proximidades de áreas de ocupação urbana. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 208 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.1.4 Proposta do Programa - Escopo e Métodos ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS AMBIENTAIS Serviços Preliminares – Desmatamento, Destocamento e Limpeza a) Patrimônio Cultural A preservação de sítios e monumentos do patrimônio cultural deverá receber cuidados especiais, que deverão ser tomados durante os serviços de desmatamento, até os de escavação em solo ou rocha, especialmente quanto se tornar necessário o desmonte a fogo. b) Limpeza e Preparo do Terreno A limpeza e o preparo do terreno consistirão na remoção de todo material de origem orgânica presente na área de implantação das obras, áreas de empréstimo e outras que se fizerem necessárias. O preparo do terreno incluirá o desmatamento, o destocamento e a raspagem da camada vegetal (limpeza), até superfície livre de materiais indesejáveis, ou até o limite determinado pela equipe de fiscalização. É vedado o uso de agrotóxicos (herbicidas, desfolhantes, ou outros) em qualquer das tarefas de preparo do terreno. Deverão ser tomadas todas as providências para a preservação da paisagem natural, limitando-se o desmatamento às áreas estritamente necessárias à execução das obras e movimentação de veículos e máquinas, adotando técnicas que minimizem os impactos ambientais. A limitação do desmatamento deverá corresponder ao mínimo necessário para as obras em todas as áreas recobertas por matas ciliares (que são áreas de preservação permanente segundo a Lei 4771/65 e suas modificações posteriores) e por testemunhos da vegetação original. Nestas áreas ficam proibidos terminantemente: acampamentos, instalações de apoio, refeitórios e, especialmente, o uso de fogo (mesmo no caso de se destinar ao aquecimento de alimentos ou bebidas) e a retirada de árvores e madeira para escoramentos e outras atividades que possam reduzir a faixa de preservação permanente. Os trabalhadores fumantes deverão ser instruídos para que tenham cuidado com fósforos, isqueiros e tocos de cigarros, em virtude dos riscos de incêndio. Os materiais oriundos da operação de limpeza e destocamento deverão ser removidos para as áreas de bota-fora e ali dispostos de modo a evitar a erosão. Posteriormente, se forem necessários, deverão ser passíveis de serem retomados para uso na recuperação de áreas degradadas. Em hipótese alguma esses materiais serão lançados em rios, baixadas ou reservatórios, sendo vedada também a eliminação destes materiais pelo fogo. (Resolução CONAMA 020/86 e Decreto 2661/98) Drenagem a) Regras Gerais As áreas desmatadas, e/ou raspadas, e/ou limpas da vegetação que deixem o solo exposto deverão ser rapidamente revegetadas ou protegidas para minimizar a erosão durante todo o período das obras. Após o uso, fazendo parte da desmobilização, a área degradada será recuperada e mantida até que seja garantida a funcionalidade da recuperação. A parcela de pagamento referente à desmobilização, se houver, ou, substitutivamente, a caução de garantia, será retida até que a recuperação da área degradada demonstre franca recuperação. (Lei 4771/65 e modificações posteriores) Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 209 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) b) Canteiro de Obras/Acampamentos/Instalações de Apoio A drenagem das águas superficiais deverá ser executada para evitar os riscos de carreamento dos solos expostos durante as épocas de construção e, após, de desmobilização. Todos os pontos de descarga das sarjetas e valetas no terreno natural deverão receber proteção contra erosão, através da disposição de brita, grama ou caixas de dissipação de energia. Nos casos em que houver risco de transporte de sedimentos, deverão ser previstas caixas de deposição de sólidos, as quais deverão receber manutenção periódica. Quando a declividade for muito acentuada, as canaletas deverão ser construídas na forma de escadas, com caixas de dissipação de energia intermediárias sempre que necessário. Em nenhuma hipótese se admitirá a interligação dos sistemas de drenagem de águas pluviais com sistemas de esgotamento sanitário, que deverão estar contemplados por sistemas próprios. (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96) Independentemente da exigência de sistema separador, a rede de drenagem deverá dispor caixas separadoras de óleo e graxa, em pontos estratégicos do sistema, antes da disposição final, de forma a recolher e separar águas provenientes da lavagem de máquinas e veículos. (Resolução CONAMA 09/93; Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96) Deverão ser evitadas as instalações em plataformas planas, pois elas facilitam o empoçamento e a proliferação de vetores transmissores de doenças. Deverá ser garantida declividade mínima de I% a 2% em qualquer sentido das áreas destinadas a instalações. Deverão ser tomados cuidados especiais na execução de desembocaduras do sistema de drenagem em talvegues e cursos de água naturais, através da proteção dos taludes instáveis e a obtenção da perfeita interface das obras de arte especiais com o terreno natural, evitando erosão e/ou solapamento das estruturas. Por se tratarem de instalações temporárias, os acampamentos e instalações de apoio poderão utilizar sistemas de drenagem simplificados, dispensando-se obras sofisticadas em concreto, e outras de caráter duradouro, desde que seja atendida a NR 18 do Ministério do Trabalho. Deverá ser garantida, entretanto, a não ocorrência de erosão ou transporte de sedimentos para os cursos de água e/ou talvegues receptores. Além disso, a drenagem dos canteiros e instalações deverá prever estruturas que comportem o tráfego de máquinas e equipamentos pesados durante todo o período da construção. c) Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Qualquer execução de nova via de acesso ou modificação de vias existentes deverá ser acompanhada de obras de drenagem suficientes para garantir a não ocorrência de processos erosivos. Todos os taludes produzidos por corte ou aterro deverão ser drenados através de canaletas, com utilização de degraus e caixas de dissipação de energia, onde necessário. No caso de das vias de acesso, ou dos caminhos de serviço, exigirem a remodelação de pontes e a transposições de cursos de água em geral, tais obras deverão ser realizadas com base no dimensionamento da vazão na seção em questão, e as obras realizadas deverão garantir o livre escoamento das águas. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 210 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Nos casos em que o nível do lençol freático possa comprometer o suporte do leito da estrada, o lençol deverá ser rebaixado mediante drenagem subterrânea, por drenos interceptantes. Toda obra situada em áreas alagáveis ou sujeitas a inundações deverá receber proteção adequada através de revestimentos, enrocamento ou providências similares, garantindo sua estabilidade e evitando erosão. d) Áreas de Empréstimo e de Bota-fora Todos os taludes instáveis gerados em áreas de empréstimo ou de bota-fora deverão ser protegidos contra a ação erosiva das águas pluviais, até que tais áreas sejam recuperadas em sua forma definitiva. Poderão ser utilizadas estruturas simples, adequadas a instalações temporárias, devendo-se, entretanto tomar as providências necessárias para evitar o carreamento de material para os cursos de água e talvegues próximos. Geotecnia e Terraplanagem a) Regras Gerais Os serviços de terraplanagem deverão seguir rigorosamente as especificações técnicas estabelecidas pelo contratante e, ainda, as especificações aqui expostas, as quais foram ajustadas aos critérios ambientais, tal como apresentado adiante. Esses critérios ambientais dizem respeito, principalmente, à inclusão obrigatória, no planejamento de execução desses serviços, de técnicas de prevenção contra a erosão, de manutenção dos sistemas de proteção implantados e de monitoramento da eficácia dos mesmos. Em todos os locais onde forem realizadas obras de terraplanagem e que devam ser objeto de futura recuperação (tais como: acampamentos, áreas de empréstimos e de bota-fora, etc.), será necessário prever a remoção, transporte e apropriado armazenamento, em separado e visando futura reutilização, do material retirado que corresponda à camada fértil do terreno. O contratado será responsável pela manutenção das características do material até o momento do reaproveitamento. b) Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Os serviços de terraplanagem para construção e/ou ajuste de caminhos de serviço e vias de acesso, se constituem numa das principais fontes de degradação ambiental, decorrentes da ação de chuvas sobre taludes de cortes e aterros, pois freqüentemente não são protegidos adequadamente. No planejamento da execução desses serviços deverão ser considerados, em função das características geológico-geotécnicas dos solos da região (bastante variados lote a lote de construção, em virtude da extensão objeto do empreendimento) e de suas suscetibilidades a processos erosivos, os aspectos listados a seguir, visando minimizar, ou mesmo eliminar se for possível, o risco de degradação ambiental em decorrência dos mesmos: • Observar, rigorosamente, os critérios e as especificações de projeto no que diz respeito à drenagem de estradas de acesso e aos tipos de cortes e aterros que devem ser evitados. • Todos os taludes de aterro e os taludes de corte que apresentarem risco eminente de escorregamento/ deslizamento deverão ser protegidos através de plantio de grama (revegetação) imediatamente após a conclusão dos serviços de terraplanagem. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 211 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Os acessos previamente existentes que atravessam terrenos sujeitos a inundação – baixadas litorâneas, por exemplo - e que tenham sido executados inadequadamente, deverão ser ajustados visando o restabelecimento das condições naturais da rede de drenagem, através, por exemplo, da substituição ou implantação de bueiros, de galerias, ou de pontilhões em madeira. • As plataformas de rolamento das estradas de acesso e de caminhos de serviço deverão ser mantidas em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. c) Acampamentos e Instalações de Apoio Os Acampamentos serão compostos pelos seguintes elementos: edificações para administração e serviços; almoxarifado de materiais; oficinas; pátio de equipamentos; alojamento; cozinha e refeitório; ambulatórios; acampamento e guarita de vigilância. (NR 18 do Ministério do Trabalho) Nos serviços de terraplanagem das áreas destinadas às instalações dos canteiros das instalações de apoio deverão ser observadas as mesmas especificações dos caminhos de serviço e vias de acesso. Também os acessos internos de circulação entre os diversos elementos dos acampamentos e instalações de apoio deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. No caso específico das áreas de depósito de material ao tempo, a estocagem do deverá ser feita de modo a proteger o solo de contaminações, evitando o contato direto do material com o solo (p.ex.: asfalto, emulsão, combustíveis, etc.). No caso da estocagem envolver materiais inertes tais como areia, brita, etc., deverá ser feito contenções que evitem o espalhamento e a perda dos materiais para a natureza (NR 11; NR 15; NR 16; NR 19 e NR 20 do Ministério do Trabalho). d) Áreas de Empréstimo e de Bota-fora Os serviços de terraplanagem para instalação e exploração de áreas de empréstimo também devem ser planejados visando, ao longo de sua utilização, evitar processos erosivos. Na exploração e controle dessas áreas deverão ser adotadas, obrigatoriamente, técnicas que envolvam a obtenção de declividades suaves, a execução de terraceamento entre bancadas no caso de escavação de taludes altos e a revegetação dos taludes instáveis após a conclusão dos serviços. Nas áreas de bota-fora deverá ser espalhado e compactado todo o material escavado e não utilizado. Separadamente deverá ser estocado o material proveniente da camada superficial rica em matéria orgânica. Escavações a) Regras Gerais As áreas limpas e destocadas deverão ser regularizadas de forma a manter o terreno drenado, particularmente nos locais onde não sejam requeridas escavações adicionais ou quando a realização das escavações for postergada. As cavas resultantes da exploração em áreas de empréstimo e em áreas de extração de outros materiais de construção (cascalho, areia, brita, etc.) deverão receber Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 212 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) tratamento paisagístico que as recuperem, exceção feita aos casos de aquisições de materiais em empreendimentos comerciais já instalados e legalizados. b) Uso de explosivos O desmonte a fogo deverá ser executado sob supervisão de pessoal habilitado e operários experientes para essas atividades, devendo ser rigorosamente observadas as normas de segurança, de acordo com legislação vigente (NR 19 do Ministério do Trabalho). Nenhum serviço de escavação a fogo será iniciado antes de ter sido assegurada a proteção das pessoas, das instalações, dos equipamentos e das propriedades lindeiras. Logo após a detonação os blocos soltos deverão ser removidos com alavancas, evitando colocar em risco as pessoas e equipamentos. Os depósitos de explosivos e de detonadores deverão ser separados, em condições ambientais que minimizem os riscos de acidentes, e de segurança que evite roubos ou desvios (NR 11 e NR 19 do Ministério do Trabalho). c) Dragagem Nas escavações por dragagem deverão ser atendidas as seguintes condições: • Não será permitida a descarga do material dragado nos corpos de água naturais (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96); • A água proveniente das dragagens deve ser conduzida a uma bacia de decantação, antes de ser devolvida à coleção hídrica superficial; • As operações executadas em cursos de água, inclusive as destinadas à obtenção de areia para construção, deverão ser planejadas de modo que as instalações de beneficiamento, administração, manutenção e armazenagem deverão obedecer as distâncias mínimas permitidas pelo Código Florestal (Lei 4771/65 e suas modificações posteriores); • Para evitar o desbarrancamento das margens dos cursos de água por efeito da dragagem, esta só deverá ser efetuada em bancos de areia ou, no mínimo, a cinco metros das margens. Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Qualquer via de acesso, trilha ou caminho de serviço deverá ser executado preferencialmente com as condições técnicas necessárias para atender a finalidade específica a que se destina no apoio à execução das obras. No entanto, essas vias poderão ser compartilhadas, inclusive e se necessário reprojetadas, mediante acordo, como medida compensatória às comunidades que, eventualmente, sejam diretamente afetadas, bastando que sejam atendidas as medidas de segurança pertinentes. Todas as precauções e estruturas necessárias ao controle e segurança do uso das vias e caminhos de serviço deverão ser executadas e previstas nos quantitativos da obra. O projeto vertical e horizontal das vias deverá visar a mínima interferência com o meio ambiente, buscando facilitar a execução da drenagem e garantindo a não ocorrência de processos erosivos ou realizando desmatamentos excessivos ou desnecessários (Lei 7803/89 e MPV 2080). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 213 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) As vias e caminhos de serviço deverão, tanto quanto possível, acompanhar as curvas de nível transpondo-as de forma suave, onde necessário. Nos casos em não que seja possível evitar rampas acentuadas, deverá ser previsto revestimento com pedra e/ou cascalho (revestimento primário), facilitando o tráfego e evitando erosão. Abastecimento de Água Deverão ser tomados cuidados especiais visando o adequado abastecimento de água e o controle contra a contaminação em todos os canteiros de obras, acampamentos e outras instalações de apoio (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). A água destinada ao uso humano deverá ser potável e controlada periodicamente com a qualidade atestada por instituição idônea. No caso da utilização de produto(s) químico(s) para tratamento e/ou desinfecção, seus armazenamento e manipulação deverá ser efetuado de forma segura, evitando riscos às pessoas, aos animais e ao meio ambiente. Os efluentes resultantes de um eventual processo de tratamento deverão ser direcionados ao sistema de esgoto industrial, que será considerado obrigatório neste caso. Todo sistema de abastecimento deverá estar protegido contra contaminação, especialmente caixas de água e poços, através da escolha adequada de sua localização, uso de cercas, fechamentos e coberturas, sobrelevações e obras similares. Esgotamento Sanitário Doméstico e Industrial a) Regras Gerais Os efluentes líquidos normalmente gerados no canteiro de obras são os seguintes: • Efluentes sanitários de escritórios, alojamento e demais instalações de apoio; • Efluentes domésticos dos refeitórios; • Efluentes industriais das oficinas, das instalações de manutenção, das instalações industriais de apoio e dos pátios de estocagem de materiais. As redes de coleta de efluentes líquidos serão instaladas separadamente, uma para os efluentes domésticos e sanitários e outra para os industriais. Em nenhuma hipótese deverão ser interligados os sistemas de drenagem de águas pluviais e sistemas de esgotamento sanitário. Para óleos, graxas, etc. deverão ser previstas caixas de separação e acumulação e procedimentos de remoção adequados (Resolução CONAMA 09/93; Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). Os locais de disposição final deverão ser aprovados pela fiscalização, que deverá considerar os procedimentos da concessionária local e as restrições ambientais da área de destino. b) Canteiros de Obras e Acampamentos Nos canteiros de obras deverá ser previsto o tratamento dos efluentes domésticos, através de fossas sépticas e/ou filtros, conforme a Norma ABNT-NBR 7229. Não será permitido o uso de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas. Os efluentes domésticos dos refeitórios passarão previamente em caixa retentora de gordura, antes de serem levados ao tratamento similar em fossa séptica e filtro anaeróbio, conforme o parágrafo anterior. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 214 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) As águas de lavagem de veículos e peças, as águas de drenagem dos pátios de estocagem de materiais e derivados de petróleo, como os óleos lubrificantes utilizados, deverão passar por caixa sedimentadora - caixa de areia - e caixa retentora de óleos. O efluente da caixa de retenção de óleos deverá passar por filtro de areia, por gravidade, antes de sua remoção para a disposição final. Os resíduos oleosos retidos na caixa separadora deverão ser removidos e armazenados em tanque apropriado para posterior reciclagem em indústrias especializadas. Os demais óleos e materiais derivados de petróleo, retirados dos veículos e equipamentos, deverão ser armazenados conjuntamente para posterior transferência para indústrias de reciclagem. A armazenagem desses resíduos deverá ser feita em local com piso impermeável e dotado de sistema retentor de óleo para evitar os riscos de contaminação de águas e de solos nas áreas próximas (Resolução CONAMA 09/93; Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). São terminantemente proibidas as lavagens de veículos, equipamentos ou peças nos corpos de água, com o intuito de evitar quaisquer riscos de contaminação das águas por resíduos oleosos. Coleta e Disposição de Resíduos Sólidos A coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos deverão ser realizados de forma e em locais adequados, que deverá ser aprovado pela fiscalização. (Resoluções CONAMA de nºs: 05/93; 09/93; 258/99 e Decreto 2661/98) Recomenda-se a separação de lixo orgânico do inorgânico, podendo-se dar tratamento diferenciado a cada caso no tocante à freqüência de coleta, tratamento e destino final, inclusive visando a eventual reciclagem. De qualquer modo, todo o lixo orgânico produzido nos canteiros e demais locais da obra deverá ser recolhido com freqüência adequada, de forma a não produzir odores ou proliferação de insetos. Os resíduos que não oferecerem riscos de disposição no solo e que não se prestarem à reutilização ou reciclagem poderão ser dispostos em aterros apropriados. Os resíduos sólidos gerados no ambulatório médico, tais como seringas, restos de materiais de primeiros socorros, medicamentos e outros, não poderão ser reaproveitados ou incluídos nos resíduos domésticos do aterro. Esses resíduos contaminados deverão ser incinerados em instalação apropriada e exclusiva – normalmente operadas por empresas especializadas - e as cinzas levadas para aterro sanitário. Os resíduos sólidos industriais compostos de peças de reposição inutilizadas, filtros e embalagens de papel, plástico e outros derivados de petróleo, trapos utilizados na limpeza de peças, pneus e peças de madeira, etc., deverão ser objeto de coleta seletiva, separando-se os resíduos metálicos, os de papel não-contaminado, os inertes e os contaminados com derivados de petróleo. Os resíduos metálicos e de papel deverão ser transferidos para instalações de recicladores. Os inertes, como as embalagens plásticas e madeira, poderão ser lançados no aterro sanitário e os contaminados com derivados de petróleo, como as estopas, incinerados em instalação apropriada. Os pneus desgastados substituídos deverão ser armazenados para posterior utilização em indústrias recuperadoras ou processadoras de borracha, sempre atendendo a Resolução CONAMA 258/99. Não será permitida a queima de lixo a céu aberto. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 215 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Os resíduos sólidos inertes tais como entulhos, restos de materiais dos pátios de estocagem e restos de lavagem dos misturadores de concreto, poderão ser lançados em bota-fora da obra a ser posteriormente coberto com solo. Os bota-foras de resíduos sólidos deverão obedecer as seguintes características mínimas: • Distância de pelo menos 200 m de cursos de água e fontes; • Lençol freático a pelo menos 5 m abaixo do nível da base do depósito; • Base do aterro sobre solo de baixa permeabilidade, ou impermeabilizado artificialmente (compactação, concretagem, revestimento plástico, ou outro método reconhecidamente eficaz); • Evitar áreas com vegetação florestal, talvegues, nascentes ou outras áreas de preservação, atendendo absolutamente a legislação vigente; Tráfego, Operação de Máquinas e Equipamentos, Sinalização Durante a fase de construção, deverão ser sinalizados todos os locais que possam estar sujeitos ao acesso de pessoas e/ou veículos alheios às obras, garantindo os bloqueios ao tráfego onde necessário e a segurança de transeuntes quanto ao trânsito de máquinas, carretas, etc. Medidas de segurança redobradas deverão ser tomadas e são obrigatórias em relação ao tráfego de veículos e pessoas nas áreas urbanas ou suburbanas situadas nas proximidades dos pontos de apoio logístico ao empreendimento. As equipes de operadores de máquinas e equipamentos deverão ser adequadamente orientadas para os cuidados relativos ao trânsito em áreas que envolvam riscos para animais e pessoas. O empreiteiro deverá estabelecer normas próprias que garantam a não agressão ao meio ambiente pelo tráfego de máquinas, evitando destruição desnecessária de vegetação às margens das vias e proibindo a descarga no ambiente natural de quaisquer materiais, como combustível, graxa, partes ou peças de máquinas, equipamentos e veículos. Qualquer dano causado pelo tráfego de pessoal, veículos, etc. pertencentes ao contratado, às vias, pontilhões e outros recursos existentes, como cercas e culturas, deverá ser reparado às expensas do empreiteiro. A reparação deverá ser imediata, nos casos de danos acidentais e desnecessários ao andamento das obras, ou durante a manutenção regular, nos casos de danos às vias e outros recursos sacrificados pelo uso pesado normal gerado pelas atividades construtivas. As velocidades máximas admissíveis deverão ser estipuladas pelo contratante e devem estar adequadas às áreas atravessadas, de modo a evitar acidentes de qualquer tipo com pessoal envolvido ou não nas obras. O plano de velocidades admissíveis deverá ser apresentado à fiscalização, que poderá apresentar objeções se as julgar necessárias. A inexistência de objeções não exime a contratada pela responsabilidade por acidentes. Consequentemente, a adoção de medidas de segurança é de responsabilidade do empreiteiro e sua deficiência é suficiente para que a fiscalização determine a interrupção das obras. Eventuais interferências com vias e/ou serviços de utilidade pública deverão ser comunicados com antecedência à fiscalização, para providências quanto ao remanejamento, ou adequação do projeto, ou realização de obras complementares. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 216 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Transporte de Produtos Perigosos As atividades de construção exigem o constante transporte de produtos classificados como perigosos e/ou poluentes, tais como: combustíveis e lubrificantes, explosivos, agrotóxicos e fertilizantes. Estas atividades somente deverão ser realizadas pela contratada mediante estrita observância do Decreto Lei 2063/83 e do Decreto 96044/88, que estabelecem os critérios que classificam e regulamentam o transporte de produtos perigosos. A estes diplomas legais se somam as NR 15; NR 16; NR 19 e NR 20 do Ministério do Trabalho. Desmatamento e Recuperação de Vegetação a) Regras Gerais A distribuição das instalações deve ser planejada para reduzir ao mínimo necessário a supressão de vegetação, mantendo-se, sempre que possível, a vegetação nativa nos espaços não utilizados e à volta das instalações previstas. O solo superficial de todas as áreas onde houver supressão de vegetação será removido e estocado separadamente, para ser posteriormente utilizado como “mulching” antes da revegetação final, nas operações de recuperação das áreas degradadas. Em qualquer situação, especialmente na travessia de matas ciliares, deverão ser mantidos corredores de vegetação, com vistas à proteção da fauna e preservação da biodiversidade da área. Como ponto de partida, estabelece-se que qualquer atividade de desmatamento deverá ser autorizada e acompanhada pela fiscalização, além de amparada pela necessária licença, emitida pelos órgãos ambientais. Nas formações abertas ou em áreas antropizadas, deve-se evitar a remoção da vegetação sempre que não houver estrita necessidade. b) Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Os caminhos de serviço e as vias de acesso deverão evitar ao máximo e sempre que possível, traçados que resultem na necessidade de desmatamento. Esta mesma regra deverá ser respeitada na seleção de áreas para acampamentos e instalações industriais de apoio. Tais áreas serão desmatadas e limpas apenas nas dimensões mínimas necessárias. As áreas de empréstimo e de bota-fora deverão ser escolhidas, sempre que possível fora das áreas com restrição (Lei 4771/65 e modificações posteriores), sendo que o desmatamento, quando inevitável nestes casos, será objeto de projeto específico de recuperação de áreas degradadas. c) Acampamentos, Instalações de Apoio e Obtenção de Materiais Naturais de Construção As licenças ambientais de desmatamento, de instalação e de operação de acampamentos, instalações de apoio e de obtenção de materiais de construção naturais ocorrentes fora da faixa de domínio da Rodovia deverão ser obtidas previamente pela contratada junto aos órgãos ambientais responsáveis pelas áreas onde serão realizadas, antes de qualquer outra providência ou atividade construtiva. Quando da desativação do canteiro, a área deverá ser devidamente recuperada, com a remoção de pisos, áreas concretadas, entulhos em geral, regularização da Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 217 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) topografia e drenagem superficial e cobertura vegetal. Se localizado próximo a áreas urbanas, deverá ser avaliada sua transferência para uso público ou privado. Poluição Sonora No Estabelecimento da jornada diária de trabalho e de operação das instalações industriais em função das obras, principalmente em áreas próximas a aglomerações residenciais, urbanizadas ou não, deverão ser respeitados os padrões de emissões de ruídos. (Resolução CONAMA 001/90) Corno limite, deverão ser estabelecidos horários de trabalho entre 7:00 h às 21:00 h, nas proximidades de residências. A alteração deste horário deverá ser aprovada por escrito pela fiscalização, apenas para casos especiais, localizados e justificados. Os trabalhadores envolvidos em atividades geradoras de ruídos deverão estar protegidos por equipamentos que atendam a NR 6 e terem a saúde monitorada segundo a NR 7 do Ministério do Trabalho. Poluição Atmosférica Os poluentes atmosféricos que mais comumente poderão afetar a qualidade do ar no entorno da obra serão as partículas em suspensão oriundas das escavações e do transporte de solos e de materiais de construção, bem como o manuseio de agregados na produção de concreto. As usinas de asfalto também são de grande importância por serem potenciais geradores de fumaça e de particulados orgânicos. As operações de britagem e de mistura de agregados deverão ser equipados com aspersores de água para evitar o lançamento de material particulado na atmosfera. Centrais de concreto, quando próximas a áreas de ocupação humana, terão como equipamento obrigatório de controle um filtro de manga, com sistema de limpeza periódica manual, permitindo controlar a poluição do ar por finos. No transporte de particulados e solos finos em geral somente poderão ser utilizados caminhões cobertos com lonas. As usinas de asfalto deverão contar com filtros de fumaça e particulados, sendo vedada a instalação a distância inferior a 200m de qualquer residência. As estradas de acesso e caminhos de serviço, nos trechos próximos a concentrações habitacionais, deverão receber tratamento apropriado para evitar a formação de nuvens de poeira devido ao tráfego de veículos e máquinas, sempre que se fizer necessário, estejam tais vias dentro ou fora da faixa de domínio. O esquema de manutenção de veículos da construtora, incluindo a verificação do nível de ruídos e a manutenção das características originais do sistema de escapamento, deverá atender as Resoluções CONAMA 010/89; 07/93; 226/97; 251/99 e 252/99, referentes às emissões veiculares. Mobilização de Mão-de-Obra e Educação Ambiental Toda a equipe empregada para a obra deverá receber imunizações contra febre amarela e tétano, e outras que forem identificadas como necessárias. O empreiteiro deverá estabelecer ou facilitar programas de vacinação e/ou exigi-las no exame médico de admissão de empregados (NR 7 do Ministério do Trabalho). Deverão ser oferecidas orientações e meios aos empregados para seu alojamento, deslocamento, consumo, saúde e lazer, principalmente no sentido de minimizar impactos sobre as populações locais (NR’s 18 e 21 do Ministério do Trabalho). Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 218 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) A contratação de mão-de-obra deverá dar prioridade a pessoas que tenham suas raízes na região. Deverá ser previstos sistemas de transporte residência-trabalhoresidência adequados para a lotação de cada grupo de empregados (frentes de serviço, acampamento, usinas, etc.). (NR 18 do Ministério do Trabalho). Deverá ser evitado conflito na utilização de serviços públicos, tais como serviços de saúde e educação, pela mão de obra transferida para a região. Deverão ser estabelecidos convênios médicos para tratamento de casos complexos. As atitudes dos funcionários em relação ao meio natural e ao meio sócio-econômico deverão ser objeto de programas de treinamento em educação ambiental (Lei 9795/99) e de acompanhamento das atividades dos empregados, visando coibir práticas que danifiquem o meio ambiente ou que impactem negativamente o tecido social existente. Higiene e Saúde A guarda de viveres deverá ser feita em local mantido permanentemente limpo, refrigerado nos casos de alimentos perecíveis. Deverão ser utilizadas telas e cercas protetoras, garantindo inacessibilidade a animais e insetos (NR 18 do Ministério do Trabalho). As cozinhas deverão ser projetadas e construídas de forma a permitir total higiene e possuir todos os equipamentos e recursos necessários para a limpeza do local e do pessoal envolvido no preparo de refeições para atendimento dos canteiros e acampamentos. As instalações dos refeitórios deverão prever o uso de telas e sistema de ventilação, bem como contar com sanitários em número e capacidade adequados. O transporte das refeições para o campo deverá ser feito em embalagens hermeticamente fechadas e higienizadas. Todo o lixo produzido nas refeições realizadas no campo deverá ser recolhido e trazido de volta aos canteiros de apoio, para adequada disposição final. Ainda de acordo com o programa de saúde, o empreiteiro deverá fornecer adequada orientação às equipes para os diversos riscos com a ingestão de água contaminada, causadora de diarréias, e sobre a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis. Deverá ser dada especial atenção no que se refere à prevenção de acidentes com animais peçonhentos e ao seu adequado tratamento, bem como à NR 21 do Ministério do Trabalho, referente ao Trabalho a Céu Aberto. Devem ser observadas as determinações contidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) relativas à segurança e medicina do trabalho, que exigem a execução de serviços especializados em engenharia e segurança do trabalho (SESMT), de acordo com a NR-4, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de suas atividades. 7.1.5 Órgãos Intervenientes e Responsabilidades a) DER-ES O DER-ES é o empreendedor e responsável pela execução das obras de implantação e restauração das Rodovias Estaduais existentes no Espírito Santo. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação deste Programa. O DER-ES poderá Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 219 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) contratar consultores para serviços especializados, de supervisão e de apoio, visando à boa execução das obras. b) IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais: O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. c) Empreiteiras Contratadas: Os eventuais contratados receberão cópia desta especificação como anexo do edital de licitação e, portanto, tem pleno conhecimento dela antecipadamente à contratação de seus serviços de construção. O eventual contratado é responsável, perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obras e instalações de apoio que estiver realizando e utilizando, bem como pelas conseqüências legais das omissões e/ou das ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos e sub-empreiteiros. Neste sentido, o contratado deverá eximir judicialmente o DER-ES e seus dirigentes, prepostos e empregados da responsabilidade por tais omissões e/ou ações. A inobservância e/ou não exigência da aplicação destas especificações por parte da fiscalização do DER-ES não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. É de responsabilidade da contratada a obtenção das licenças ambientais de instalação e de operação de acampamentos e de instalações de apoio (usinas de concreto, solo e de asfalto, pedreiras, etc.), bem como as permissões para extração de materiais naturais de construção (pedreiras, cascalheiras, portos de areia, etc.) e de desmatamento, quando estiverem fora da faixa de domínio da Rodovia. Tais licenças deverão ser obtidas previamente pela contratada junto aos órgãos ambientais responsáveis pelas regiões de localização, antes de qualquer outra providência ou atividade construtiva. A não apresentação formal destas licenças para a fiscalização impossibilitará a medição e o pagamento dos serviços realizados em desacordo com esta norma. Caso a contratada observe que o Projeto para construção, ou o conteúdo de alguma ordem de serviço, ou algum detalhe deles, esteja fora da conformidade ambiental desejada para a obra ou para as instalações de apoio, ou que esteja em desacordo com a legislação ou com esta especificação, ela deverá notificar o DER-ES por escrito e aguardar resposta formal solucionando a não conformidade, o que também será feito obrigatoriamente por escrito. O contratado deverá observar todo o arcabouço legal a que as obras sob sua responsabilidade estão submetidas. O contratado, previamente à apresentação de sua proposta, deverá coligir, além da legislação federal, a legislação do estado e a do(s) município(s) onde realizará obras, levando em conta as determinações destes diplomas para estabelecer seus planos de execução e estimar seus custos. Os empreiteiros, seus empregados, prepostos e sub-empreiteiros deverão colaborar permanentemente e fortemente com o DER-ES em busca da excelência ambiental das atividades de construção. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 220 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.1.6 Duração e Período Este Programa será aplicado durante todo o período das obras, sendo encerrado somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. 7.1.7 Custos Os custos dos recursos despendidos para o atendimento da legislação ambiental de todos os níveis e desta especificação não serão pagos ou reembolsados isoladamente do pagamento das obras objeto das ordens de serviço. Conforme o caso, o contratado, desde a formulação de sua proposta, incluirá tais custos ou nos preços unitários oferecidos para os serviços onerados pelo atendimento á legislação, ou na parcela de BDI (benefícios e despesas indiretas) adotada pela empresa na formulação de sua proposta de preços. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 221 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.2 PROGRAMA AMBIENTAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 7.2.1 Apresentação Este Programa Ambiental se destina a orientar e especificar as ações e obras que devem ser planejadas, projetadas e realizadas para recuperar as matas ciliares, como medida mitigadora; e as áreas cujas características originais sofreram alterações, seja pela implantação do corpo estradal, seja pela sua utilização como fontes de materiais de construção ou pela ocupação temporária por instalações de apoio às obras. A utilização da vegetação em projetos rodoviários é uma medida que tem como objetivo o meio biótico, compreendendo a manutenção das especificidades da flora e fauna locais, estabelecendo conexões entre habitats secionados pela Rodovia, e para: • Contenção e prevenção ao surgimento de processos erosivos e de instabilidade de cortes, aterros e margens de cursos de água (mata ciliar); • Recuperar áreas de função ou uso original degradado; • Como medida mitigadora pela inserção da Rodovia no ambiente que a circunda. 7.2.2 Considerações Gerais – Justificativa A vegetação tem papel importante na estabilidade do solo. O manto florístico amortece o impacto da chuva, regularizando e reduzindo o escoamento superficial ("run-off") e aumentando o tempo disponível para absorção da água pelo subsolo. A vegetação impede assim a ação direta das águas pluviais sobre o manto de alteração, reduzindo o impacto no solo e a velocidade do “run off”, contribuindo para evitar a instalação de processos de instabilidade. Por outro lado, a utilização de áreas para obtenção de materiais de construção (jazidas de solos, areais, pedreiras), para implantação de instalações de apoio (acampamentos, oficinas, depósitos) e instalações industriais (usinas de asfalto, centrais de concreto, britagem), demanda espaços relativamente grandes (normalmente entre um a três hectares) pelo período de tempo em que se realiza a construção. O uso original destas terras normalmente é descaracterizado pelo desmatamento, pela limpeza do terreno com eliminação do nível de solo orgânico, e pela modificação do sistema de drenagem natural e, ainda, pela utilização para descarte de materiais refugados pelas obras, mistura de solos com resíduos, ou entulhos de obras. Ao final das obras estes terrenos normalmente tornam-se desnecessários, até mesmo para apoiar a atividade de conservação, que se inicia junto com as atividades operacionais. A revegetação imediata das áreas de uso evita o surgimento de processos erosivos e de instabilidade no corpo estradal, reduz os assoreamentos das linhas de drenagem natural, evitando o aumento da turbidez / redução da qualidade das águas dos rios e na ictiofauna presente, seja em quantidade, seja em diversidade. Um vez que a cobertura vegetal da região apresenta-se muito degradada, inclusive na faixa marginal de proteção dos rios e nos topos dos morros, a principal proposta de mitigação será o plantio de 200 mudas na margem do rio Pancas, na região da transposição do mesmo pela rodovia. Em ambos os casos serão utilizadas apenas Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 222 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) espécies nativas da região, priorizando aquelas que ofereçam recursos para a fauna nativa regional. 7.3.3 Objetivos Este Programa visa reduzir/controlar as interferências no meio pela utilização adequada da proteção vegetal. Para isso são dados parâmetros para os projetos de revegetação, sendo previstas as seguintes situações principais: • Os plantios compreendidos no corpo estradal, a serem contemplados no projeto, referentes principalmente à proteção de taludes de corte instáveis e aterro; • O plantio na faixa marginal de proteção do rio Pancas, como medida compensatória. • Os plantios de locais degradados pelas obras, tais como áreas desativadas após sua utilização como bota-foras, jazidas, canteiros e instalações de serviço - mesmo que não abarcados na faixa de domínio; 7.3.4 Propostas do Programa – Escopo E Métodos Atividades Principais Plantio em Taludes de Corte e Aterro O tratamento dos taludes representa uma situação em que mais se deve exigir da qualidade dos plantios, mais por motivos de segurança quanto à instabilização das encostas e surgimento de processos erosivos, do que devido a aspectos paisagísticos. A situação de exposição do subsolo ou de camadas do solo de baixa fertilidade e a necessidade de proteção em curto prazo, faz com que a gramagem e/ou a hidrossemeadura sejam as formas de plantio mais usualmente utilizadas, visando o revestimento da superfície desprotegida. A hidrossemeadura tem as vantagens da rapidez e da facilidade de execução, notadamente em taludes muito inclinados e altos, permitindo uma composição de espécies diferenciadas de gramíneas e leguminosas. Deve ser aqui observado que a estabilização dos taludes, tanto de corte como de aterro com maior potencial para instabilidades, deverá considerar a utilização de gramíneas com sistemas radiculares profundos. Para os taludes de aterro, recomenda-se particular cuidado na base da saia do aterro. O plantio deve avançar no terreno natural, para assegurar proteção eficiente na interface aterro / vegetação lindeira, prevenindo erosões e escorregamentos devidos ao escorrimento superficial que preferencialmente se localiza nestas descontinuidades. Aqui, o plantio deve considerar espécies arbustivas e cespitosas, principalmente em situações onde o solo natural é encharcado e nas proximidades de linhas de drenagem e cruzamento de talvegues. Todas as áreas dos taludes de aterro e metade das áreas dos taludes de corte que serão revegetados deverão receber revestimento vegetal com grama em muda, segundo orientação da Fiscalização. Atendendo, ainda, a orientação da Fiscalização metade dos taludes de corte deverão receber revestimento vegetal por hidrossemeadura com aplicação de biomanta. Os quantitativos dos referidos serviços são os seguintes: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 223 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) • Revestimento vegetal de taludes com grama em mudas = 199.221,87 m² • Revestimento vegetal por hidrossemeadura com aplicação de biomanta = 74.429,11 m² Deverá ser procedido o acompanhamento da gramagem até a pega da cobertura, realização de regas, quando necessário, assim como substituição ou complementação no caso de falhas no fechamento da superfície final desejada. Recomposição Vegetal de Áreas Degradadas Na restauração de áreas degradadas, a seleção da vegetação deve dar prioridade ao uso de espécies com capacidade de promover melhorias na disponibilidade de nutrientes no solo, apresentando: capacidade de proteção, sistemas radiculares superficial e profundo, formação de dossel, etc. É fundamental que tenham crescimento rápido para produção de biomassa, gerando matéria orgânica e fertilizando o solo através da formação de “litter” e processos de decomposição. Em segundo lugar será observado o valor intrínseco da vegetação, tanto quanto à utilização de espécies ocorrentes nas formações vegetais da região e seu uso pela fauna, como quanto ao valor paisagístico, em relação à Rodovia e/ou aos ambientes circundantes. Recomposição da Área Utilizada pelo Canteiro de Obras O canteiro de obra foi projetado para ocupar uma área de 5.000m², tal área deverá ser recomposta após a desmobilização do canteiro. Para tanto, está previsto o revestimento vegetal da área pelo processo de hidrossemeadura. O quantitativo do serviço é apresentado a seguir. • Revestimento vegetal com grama em mudas = 5.000 m² Recomposição da Área das Jazidas Utilizadas Foram indicadas 2 jazidas para atender a pavimentação, a localização das mesmas está indicada no quadro abaixo. Jazida Localização Utilização Volume Utilizado (m³) Área (m²) 1 Estaca 0 a 9,63 Km do eixo LE Sub-Base 34.901 25.291 2 BR – 259 a 28,63 Km da Estaca 0 Reforço 32.543 22.599 Os quantitativos dos serviços de revegetação são apresentados a seguir. Jazida 1 • Grama em muda = 25.291 m² Jazida 2 • Grama em muda = 22.599 m² Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 224 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Recomposição da Área de Bota-Fora Foram previstos 3 locais de bota-fora (ver Figura anexa), sendo que em dois desses pontos será depositado material de 3ª categoria, como mostra a tabela a baixo. Bota-Fora n.º Localização (Estaca) Posição Afastamento do Eixo (Km) Volume Lançado (m³) 01 274 + 0,00 LD 0,20 7.459 (3ª cat.) 02 330 + 0,00 LD 0,25 18.000 (3ª cat.) 03 625 + 0,00 LE 0,20 18.072 (1ª cat.) A área a ser utilizado pelo bota-fora 3 é de 18.072m² e para a recomposição da mesma será executado o serviço de revestimento vegetal com grama em muda num total de 18.072 m². O serviço de espalhamento do material de bota-fora foi contemplado nos serviços de terraplenagem. Recomposição Vegetal na Faixa Marginal do Rio Pancas Como medida compensatória pelo desmatamento da Área de Preservação Ambiental (APP) do Rio Pancas (Figura anexa) deverá ser executada a recomposição vegetal no seguinte ponto: Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 225 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 8 – LOCAIS DE BOTA-FORA Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 226 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) FIG 9 - REVEGETAÇÃO Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 227 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Rio Pancas Deverão ser reflorestadas ambas as margens do rio Pancas, na altura da transposição do mesmo pela rodovia, considerando toda a extensão da APP (50 m) dentro da Faixa de Domínio (25m). Área Total = 50 m (APP) x [25 m (Faixa de Domínio) -7,10(Semi-plataforma)] x 4 ( 2margens (LD/LE) x duas cabeceiras da ponte) = 3.580 m² Arborização = 3 muda / 25 m² , Total = (3.580 / 25)*3 = 430 mudas 7.2.5 Órgãos Intervenientes a) DER-ES O DER-ES é o empreendedor e responsável pela execução deste e de todos os Programas que fazem parte do Projeto de Implantação da Variante do Contorno de Colatina ES-080. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos programas. O DER-ES poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus Programas s Ambientais. b) IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. c) Empresas Privadas Contratadas Projetistas responsáveis pelo detalhamento do Projeto; Construtores responsáveis pelas obras; e Supervisores, estes como responsáveis pelo Controle de Qualidade das obras e futuros serviços de Conserva da Rodovia. 7.2.6 Duração E Período A execução dos projetos de recomposição vegetal deve ocorrer imediatamente após o preparo das áreas e ainda durante as obras, no caso dos plantios de taludes, recomposição de processos erosivos e matas ciliares, e imediatamente após o término de utilização, no caso de áreas de jazidas, bota-fora, etc. 7.2.7 Custos Os custos deste Programa estarão incluídos no orçamento do projeto de engenharia. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 228 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 7.4 – PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.4.1 Apresentação Ações de comunicação social deverão ser aplicadas de modo que, orientada por uma conduta preventiva, a população possa acompanhar de maneira ativa as etapas das obras previstas. Nesse sentido faz-se necessário explicitar as características das obras para a população local e principalmente de acesso direto na via, isto em todas as suas fases (planejamento, implantação e operação), evitando assim uma série de transtornos, facilitando a adesão, colaboração e mesmo a tolerância por parte da população para as ações pertinentes às obras. O diálogo com a comunidade deverá ser aberto, de maneira a impedir o distanciamento da população como o empreendedor. A ausência de mecanismos de comunicação nos dias de hoje pode acarretar perda de investimentos já realizados, atraso no cronograma de atividades de engenharia e elevação nos custos. 7.4.2 Considerações Gerais – Justificativas A desinformação da população pode gerar um comportamento de desconfiança e descrédito em relação ao empreendedor, ou, até mesmo, a situações de confronto, com desgastes desnecessários para ambas as partes, tendo inclusive como conseqüência o possível comprometimento da imagem do empreendedor. O empreendedor ao executar suas ações, tanto no âmbito da engenharia, como no do meio ambiente, necessita, além do consentimento implícito das comunidades, muitas vezes de sua própria colaboração. A realização das obras promove expectativas na comunidade da AID, sobretudo em relação à possibilidade de mudanças no cotidiano, qualidade de vida e segurança. Um Programa de Comunicação Social levado a efeito pelo empreendedor, envolvendo a comunidade de forma abrangente e aberta, criando um canal de comunicação permanente entre estes dois segmentos, permite que se estabeleçam relações de respeito entre ambas as partes. Itens envolvendo segurança dos pedestres, sinalização, comunicados sobre interrupção de acessos, mudanças de pontos ônibus e outros deverão ser devidamente informados à população do entorno, a fim de minimizar os possíveis transtornos ocasionados pelas obras, através de reuniões com os moradores atingidos. 7.4.3 Objetivo e Público Alvo O objetivo do Programa é a criação de um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a comunidade, a fim de informar os moradores da área lindeira sobre as obras; seu público alvo são os moradores da Área de Influência Direta. 7.4.4 Propostas do Programa – Escopo e Métodos Promoção de reuniões com a comunidade da área de influência direta em datas pré-determinadas, onde as obras deverão ser apresentadas por técnicos responsáveis em power point; Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 229 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Promoção de encontro com proprietários, para esclarecimentos quanto às desapropriações (caso houver),informações sobre remoção de cercas nas propriedades;alterações de acesso,desvios; Fixação de cartazes em locais públicos e divulgação nas escolas sobre procedimentos e utilização vias de acesso, caso ocorra obstrução, assim como mudança de itinerário de ônibus, com antecedência de 48 horas; Sinalização na obra, indicando máquinas na pista, canteiro, desvios,perigos etc. 7.4.5 Órgãos Intervenientes a) DER-ES O DER-ES é o empreendedor e responsável pela execução deste e de todos os Programas Ambientais que fazem parte do Projeto de Implantação da Variante do Contorno de Colatina ES-080. O DER-ES poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando a boa execução de seus Planos Básicos Ambientais. b) IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. 7.4.6 Duração e Período Este Programa deverá ser implantado desde o início das obras da Rodovia e deverá se manter ativo durante todo o período de construção. 7.4.7 Custos Os custos deste Programa estarão incluídos no orçamento do projeto de engenharia, e se limitará a elaboração dos prospectos educativos. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 230 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) Anexo 1: Sugestão de folheto para ser impresso em frente e verso e distribuído na reunião COMO VOCÊ PODE COLABORAR Evite circular nos locais de retirada de material, canteiro de obras,jazidas; Redobre sua atenção ao atravessar a ES____, Não permite que as crianças se aproximem dos locais de construção e entrem nos locais de obra; Não retire do local os marcos e piquetes; Nas travessias de animais de grande porte, cuidado redobrado; Redobre a atenção ao descer e subir de ônibus; Animais domésticos devem ser mantidos dentro das propriedades, pois podem causar acidentes; Tratores na pista devem transitar com muito cuidado e estarem bem sinalizados; Não jogue lixo na rodovia; Não acenda fogueiras e não pratique queimada na beira da rodovia; Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 231 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 8.0 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 232 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 8.0 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Como visto, o Traçado selecionado para as Obras e Serviços para Implantação e Pavimentação da Rodovia ES-080 (Variante de Colatina) é formado por um segmento do traçado já existente da Rodovia, e por um segmento que deverá ser implementado. Embora as implicações e conseqüências ambientais derivadas de projetos de implantação do novo trecho sejam potencialmente superiores àquelas da pavimentação do trecho já existente, em nenhum dos casos os impactos ambientais negativos identificados inviabilizam o Empreendimento, pois: • as áreas para a passagem do novo trecho da Rodovia são descaracterizadas em relação à sua cobertura vegetal original e dominadas por pastagens extensivas; • a região encontra-se severamente degradada em termos ambientais; • não há presença de concentrações populacionais significativas em qualquer dos segmentos; Desta forma, os impactos ambientais negativos associados ao Empreendimento, em geral de baixa magnitude e dirimíveis através da implementação dos Programas Ambientais citados, são mais do que compensados por seus impactos positivos. Estes impactos terão forte incidência não apenas no município de Colatina, cujo tráfego de longa distância que intercepta sua área urbana tenderá a ser desviado pelo mesmo, como em toda a economia regional capixaba, na medida em que facilitará o escoamento produtivo em sentido norte-sul. Ao mesmo tempo, o novo traçado evitará uma série de trechos com características geométricas desfavoráveis existentes na Rodovia ES-080 e, que, portanto, se constituem atualmente como pontos críticos de acidentes. A partir destas considerações e do diagnóstico e prognóstico realizados, indica-se a viabilidade ambiental do Empreendimento, considerando especialmente que a obra, em si, pouco contribuirá diretamente para a introdução de novos processos de degradação ambiental. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 233 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 9.0 EQUIPE TÉCNICA Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 234 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 9.0 EQUIPE TÉCNICA Nome do Técnico Táina Marcele Mansur José Almir Junior Função no Projeto Elias Coordenadora do EIA/RIMA e do Meio Físico Jacomelli Coordenador dos Estudos Ambientais Meio Biótico N.º de Registro Profissional CREA/RJ 87.1069696-D CRBio 48.400/02 José Fernando Pacheco Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Avifauna) CRBio 12.947-02 D Rogério Luiz Teixeira Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Ictiofauna e Anurofauna) CRBio 29.175/02 Thiago Marcial de Castro Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Herpetofauna) CRBio 48.324/02 Dagoberto Port Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Mastofauna) CRBio 17.761/03 Marco Aurélio Louzada Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Flora) CRBio 19.953-02 D André Paviotti Fontana Membro de Equipe de Estudos Ambientais (Meio Biótico – Flora) CRBio 55.627/02 Clarice Menezes Vieira Coordenadora dos Estudos Ambientais Meio Antrópico RD 22.839-7 CORECON/RJ Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 235 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental 236 RODOVIA ES-080 (VARIANTE DE COLATINA) ENTR. BR-259 (CONTORNO) – ENTR. ES-080 (PONTE DO PANCAS) 10.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINHO, A.A., GOMES, L.C. & PELICICE, F.M. 2007. Ecologia e Manejo de Recursos pesqueiros em Reservatórios do Brasil. Editora da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 501 p. ALHO, C. J. R., Z. M. CAMPOS e H. C. GONÇALVES. 1989. Ecology, Social Behavior and Management of the capybara in the Pantanal of Brazil. pp. 163-194. In: Redford, K.H. and J.F. Eisenberg [Eds.]. Advances in Neotropical Mammalogy. Sandhill Crane Press, Gainesville, FL, USA. Argolo, A. J. S. 2004. As Serpentes dos Cacauais do Sudeste da Bahia. Ilhéus, Bahia, Ed.editus. 260 p:il. AYRES, J. M.; FONSECA, G. B.; RYLANDS, A. B. QUEIROZ, H. L. PINTO, L. P. MASTERSON, D. & CAVALCANTI, R. B. 2005. Os Corredores Ecológicos das Florestas Tropicais do Brasil. 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ES-080 (Ponte do Pancas), objeto do contrato n.º 02/2005 firmado com o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo – DER-ES. Este volume foi elaborado de acordo com os “Termos de Referência” contidos no Edital de Concorrência Serv./Rod. n.º 01/2005 e as “Diretrizes Básicas para elaboração de estudos e Projetos Rodoviários – Instruções para Apresentação de Relatórios” do DNIT (2006). E apresenta 243 (duzentas e quarenta e três) páginas numeradas de forma contínua e seqüencial. Volume 3A – Estudo de Impacto Ambiental