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ANAIS
CONGRESSO BRASILEIRO
DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
TEMA:
Educação farmacêutica: desafios e caminhos
na arte de formar para transformar
Salvador/BA – 2015
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANAIS
CONGRESSO BRASILEIRO
DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IX Encontro Nacional de Coordenadores de Curso
IX Conferência Nacional de Educação Farmacêutica
VI Fórum Nacional de Educação Farmacêutica
10 a 12 de junho de 2015
Bahia Othon Hotel- Salvador/BA
TEMA:
Educação farmacêutica: desafios e caminhos
na arte de formar para transformar
COORDENAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS
Ester Massae Okamoto Dalla Costa
EDITORAÇÃO E EXECUÇÃO
Ângela Maria de Carvalho Pontes
Ester Massae Okamoto Dalla Costa
Danyelle Cristine Marine
José Ricardo Vieira
Luciano Soares
EDITORA
UEL - Universidade Estadual de Londrina
ISBN: 978-85-7846-341-0
3
Catalogação na publicação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
C749a Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica (2015 : Salvador, BA) Anais [do]
Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica, [do] IX Encontro Nacional de Coordenadores de Curso, [da] IX Conferência Nacional de Educação Farmacêutica, [do]
VI Fórum Nacional de Educação Farmacêutica [livro eletrônico] / Coordenação da
organização: Ester Massae Okamoto Dalla Costa. – Londrina: Universidade Estadual
de Londrina, 2015. 1 Livro digital.
Tema: Educação farmacêutica: desafios e caminhos na arte de formar para transformar. Disponível em: http://www.cobef.org.br, http://www.cff.org.br, http://www.
abeffarmacia.com.br ISBN: 978-85-7846-341-0 1.
Farmácia – Estudo e ensino (Superior) – Congressos. I. Dalla Costa, Ester
Massae Okamoto. II. Encontro Nacional de Coordenadores de Curso (9. : 2015 :
Salvador, BA). III. Conferência Nacional de Educação Farmacêutica (9. : 2015 :
Salvador, BA). IV. Fórum Nacional de Educação Farmacêutica (6. : 2015, Salvador,
BA). V. Título. VI. Anais [do] IX Encontro Nacional de Coordenadores de Curso. VII.
Anais [da] IX Conferência Nacional de Educação Farmacêutica. VIII. Anais [do] VI
Fórum Nacional de Educação Farmacêutica. CDU 615:378
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO
DIRETORIA
Gestão 2014 – 2015
Presidente
Walter da Silva Jorge João
Vice-presidente
Valmir de Santi
Secretário-geral
José Vílmore Silva Lopes Júnior
Tesoureiro
João Samuel de Morais Meira
COMISSÃO DE ENSINO (Comensino)
Ana Paula de Almeida Queiroz
Angela Maria de Carvalho Pontes
José Rui Machado Reys
Rosana Isabel dos Santos
Paulo Tamashiro Filho
Danyelle Cristine Marini de Morais
Paulo Sérgio Dourado Arrais
COMISSÃO ASSESSORA DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA (CAEF)
Eula Maria de Melo Barcelos Costa
Ilza Martha de Souza
José Ricardo Arnaut Amadio
José Ricardo dos Santos Vieira
Júlio César Mendes e Silva
Leoberto Costa Tavares
Radif Domingos
Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho
Willian Peres
Zilamar Costa Fernandes
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PLENÁRIO - CFF
CONSELHEIROS FEDERAIS
(CRF/AC)
(CRF/AL)
(CRF/AM)
(CRF/AP)
(CRF/BA)
(CRF/CE)
(CRF/DF)
(CRF/ES)
(CRF/GO)
(CRF/MA)
(CRF/MG)
(CRF/MS)
(CRF/MT)
(CRF/PA)
(CRF/PB)
(CRF/PE)
(CRF/PI)
(CRF/PR)
(CRF/RJ)
(CRF/RN)
(CRF/RS)
(CRF/RO)
(CRF/RR)
(CRF/SC)
(CRF/SP)
(CRF/SE)
(CRF/TO)
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Suplente:
Rossana Santos Freitas Spiguel
Artagnan Cícero da Costa
José Gildo da Silva
José Rui Machado Reys (AL)
Marcos Aurélio Ferreira da Silva
Karla Regina Lopes Elias
Carlos André Oeiras Sena
Márlisson Octávio Rêgo
Altamiro José dos Santos
Clóvis de Santana Reis
Lúcia de Fátima Sales Costa
Analice Carvalho Costa
Forland Oliveira Silva
Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho
Gedayas Medeiros Pedro
Maria José Sartório (ES)
Sueza Abadia de Souza Oiveira
Adriano Vieira da Silva
Fernando Luís Bacelar de Carvalho Lobato
Teófila Margarida Monteiro Silva
Luciano Martins Rena da Silva
Maria Alicia Ferrero
Angela Cristina Rodrigues da Cunha Castro Lopes
Márcia Regina Cardeal Gutierrez Saldanha
José Ricardo Arnaut Amadio
Edson Chigueru Taki
Walter da Silva Jorge João
João Samuel de Morais Meira
Jailson Vilberto de Sousa e Silva
Carlos Eduardo de Queiroz Lima
Leduar Guedes de Lima
José Vílmore Silva Lopes Júnior
Alexandre Rodrigues Clark
Valmir de Santi
Dennis Armando Bertolini
Ana Paula de Almeida Queiroz
Alex Sandro Rodrigues Baiense
Lenira da Silva Costa
Josué Schostack
Sandro Luis Ribeiro Ness
Lérida Maria dos Santos Vieira
Geyza Cristina Farias da Silva
Erlandson Uchôa Lacerda
Eduardo Aníbal Lopes Marreiro
Paulo Roberto Boff
Anna Paula de Borba Batschauer
Marcelo Polacow Bisson
Margarete Akemi Kishi
Vanilda Oliveira Aguiar
Antônia Ricarte Bezerra
Amilson Álvares
Francisco Wellington de Macedo
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
DIRETORIA EXECUTIVA COLEGIADA
Gestão – 2013-2016
DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Geraldo Alécio de Oliveira
Paulo Sérgio Dourado Arrais
Suplente: Ranieri Carvalho Camuzi
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO
Danyelle Cristine Marini de Moraes
Ester Massae Okamoto Dalla Costa
Suplente: Denise Bueno
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO
Luciano Soares
José Ricardo dos Santos Vieira
Suplente: Leoberto Costa Tavares
COMISSÃO DE ENSINO
Gilcilene Maria dos Santos El Chaer
Marise Conceição Bastos Stevanato
Selma Rodrigues Castilho
Vania dos Santos
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
Cristiane Barelli
Débora Omena Futuro
Eula Maria de Melo Barcelos Costa
Soraida Sozzi Miguel
COMISSÃO DE EVENTOS
Dâmaris Silveira
José Fernando Oliveira Costa
Luiz César de Castro
Maria Helena Braga
CONSELHO FISCAL
Gilcilene Maria dos Santos El Chaer
Maria Helena Seabra Soares de Britto
Expedito Rogildo Cordeiro Carlos
Suplente 1: Marise Conceição Bastos Stevanato
Suplente 2: Julio César Mendes e Silva
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
REPRESENTANTES ESTADUAIS – ABEF
Acre
Amazonas
Alagoas
Amapá
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Espírito Santo
Goiás
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Silvia Luciane Basso (Titular)
Anderson Cavalcante Guimarães (Titular)
Marcio Luis Lombardi Martinez (Suplente)
Mônica M. Rodrigues (Titular)
Eliane Campesatto (Suplente)
Madson Ralide Fonseca (Titular)
Érika Rodrigues Guimarães Costa (Suplente)
Angela Maria de Carvalho Pontes (Titular)
Clóvis de Santana Reis (Suplente)
Expedito Rogildo Cordeiro Carlos (Titular)
Nirla Romero (Suplente)
Dâmaris Silveira (Titular)
Ozório Paiva Filho (Suplente)
Rodrigo Alves do Carmo (Titular)
Tadeu Uggere de Andrade (Suplente)
Mercia Pandolfo Peovin (Titular)
Nathalie de Lourdes Souza Dewulf (Suplente)
Maria Helena Seabra Soares de Britto (Titular)
Denise Coutinho Moraes (Suplente)
Ivana Maria Povoas Violantes (Titular)
Angela Maria Nolasco Monteiro (Suplente)
Iane Franceschetti (Titular)
Maria Tereza Ferreira Duenhas Monreal (Suplente)
Maria Helena Braga (Titular)
Danilo dos Santos Matos (Suplente)
José Eduardo Arruda (Titular)
Marcos Valério Santos da Silva (Suplente)
Mônica Holtz Cavichiolo Grochocki (Titular)
Marselle Nóbre de Carvalho (Suplente)
Pernambuco
Danielle Cristine A. S. Santana (Titular)
Flavia Morais (Suplente)
Piauí
Maria do Socorro Cordeiro Ferreira (Titular)
André Luis Menezes (Suplente)
Rio de Janeiro
Selma Rodrigues Castilho (Titular)
Débora Omena Futuro (Suplente)
Rio Grande do Norte Sueli Monte (Titular)
Marcio Ferrari (Suplente)
Rio Grande do Sul
Carine Blatt (Titular)
Luis Cesar de Castro (Suplente)
Rondônia
Marieli da Silva Carlotto (Titular)
Roraima
Adônis Motta Cavalcante (Titular)
Paulo Tamashiro Filho (Suplente)
Santa Catarina
Noemia Liege Maria da Cunha Bernardo (Titular)
Eliana Elisabeth Diehl (Suplente)
São Paulo
Vania dos Santos (Titular)
Luis Ortega (Suplente)
Sergipe
Adriana Andrade Carvalho (Suplente)
Wellington Barros da Silva (Titular)
Tocantins
Anderson Franco Villas Boas (Suplente)
Grace Priscila Pelissari Setti (Titular)
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ORGANIZAÇÃO - COBEF
PRESIDENTE DO CONGRESSO
Walter da Silva Jorge João
COMISSÃO ORGANIZADORA
Ana Paula de Almeida Queiroz
Eula Maria de Melo Barcelos Costa (Presidente)
Paulo Sérgio Dourado Arrais
COMISSÃO CIENTÍFICA
Angela Maria de Carvalho Pontes
Danyelle Cristine Marini de Morais
Ester Massae Okamoto Dalla Costa (Presidente)
Geraldo Alécio de Oliveira
José Ricardo dos Santos Vieira
José Rui Machado Reys
Júlio César Mendes e Silva
Luciano Soares
Maria Helena Braga
Rosana Isabel dos Santos
COMISSÃO AVALIADORA DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS
Angela Maria de Carvalho Pontes - UFBA
Danyelle Cristine Marini de Morais - Faculdade Maria Imaculada (SP)
Denise Bueno - UFRGS
Ester Massae Okamoto Dalla Costa - UEL
Expedito Rogildo Cordeiro Carlos - UNIFOR
Geraldo Alécio de Oliveira – Universidade Anhembi (SP)
José Ricardo dos Santos Vieira - UFPA
José Rui Machado Reys - UFAL
Júlio Cesar Mendes e Silva - UFRN
Luciano Soares - UNIVILLE
Marselle Nobre de Carvalho - UEL
Maria Helena Braga - UFJF
Noemia Urruth Leão Tavares - UnB
Paulo Sérgio Dourado Arrais - UFC
Rosana Isabel dos Santos - UFSC
Ranieri Carvalho Camuzi - UFF
Selma Rodrigues Castilho - UFF
Vânia dos Santos – USP/RP
COMISSÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
Denise Soares
Greycon Rocha Santos da Silva
Henrique Sausmikat
Maria Aparecida Zardini Grafetti
Marlene Moura
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
APOIO INSTITUCIONAL
Departamento de Assistência Farmacêutica – DAF
Conselho Regional de Farmácia do
Estado da Bahia
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
APRESENTAÇÃO
O Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica (Cobef), realizado no período de 10 a 12 de junho
de 2015, na cidade de Salvador – BA, é um marco na educação farmacêutica brasileira.
Integrando os diferentes eventos de discussão sobre a formação profissional que ocorreram no
Brasil ao longo dos anos – a Conferência Nacional de Educação Farmacêutica, o Encontro Nacional de
Coordenadores de Curso e o Fórum Nacional de Educação Farmacêutica –, o Congresso Brasileiro de
Educação Farmacêutica (Cobef) foi organizado em uma parceria estratégica entre o Conselho Federal de
Farmácia (CFF) e a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF).
Buscando a efetiva participação de todos os segmentos envolvidos na formação e atuação profissional
– professores, profissionais e estudantes – sua programação foi pensada para provocar a discussão e a
proposição de caminhos para a superação dos desafios que se apresentam frente à proposta de revisão das
atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia.
Conferências, mesas-redondas, rodas de conversa e encontros temáticos na área de cuidado à saúde
individual e coletiva, e gestão na área relacionada à pesquisa, desenvolvimento e produção de bens e
serviços constituíram nossa programação científica. Complementaram estas atividades os cursos sobre a
formação pedagógica dos docentes, as metodologias de ensino e as inovações na área de avaliação.
O interesse pela educação farmacêutica ficou demonstrado pelo número de trabalhos recebidos.
Foram mais de 170 resumos avaliados por uma dupla de avaliadores formada por membros da Comissão
Científica e por convidados, sem a identificação da autoria. Os resumos estão apresentados nos Anais
do Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica, em duas categorias: trabalhos científicos e relatos
de experiências. Esperamos que possam ser compartilhados, em um intercâmbio de experiências, ideias,
produtos e projetos transformadores.
A expressiva participação demonstrada pelo número de inscritos no Cobef – que superou nossas
expectativas – traduz a vontade de todos os participantes de propor e vivenciar mudanças! Este congresso
é fruto do trabalho de todos que acreditam em uma Educação Farmacêutica de qualidade. Agradecemos a
todos aqueles que acreditaram e participaram deste desafio. A vocês creditamos o sucesso do Cobef 2015!
Profa. Dra. Ester Massae Okamoto Dalla Costa
Presidente da Comissão Científica – COBEF.2015
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CARTA DO PRESIDENTE
Caros congressistas,
O grande número de participantes, muito acima de qualquer expectativa; as conferências, mesasredondas, debates e mesmo as conversas informais pelos corredores, sempre em torno de temas profundos
relacionados à educação farmacêutica, no âmbito da graduação; o interesse vibrante que animou cada
um dos congressistas. Tudo traduz a grandeza do bem-sucedido Congresso Brasileiro de Educação
Farmacêutica (Cobef), realizado de 10 a 12 de junho de 2015, em Salvador/BA. O evento encerrou a sua
última atividade como um marco histórico no ensino.
O Cobef trouxe o pensamento mais puro e complexo sobre o ensino. Algo que, esperamos, evoluirá
para os ajustes desejáveis para a educação farmacêutica. Ou seja, que harmonize as ciências ao humanismo
e se conecte às novas realidades socioeconômicas, da saúde e do mercado empregador brasileiro.
Era necessário – e sem mais demora - levar ao debate a formação farmacêutica e, desta vez,
contextualizando-a com as questões sanitárias e sociais de um País que experimenta um agudo processo
de transformações que, direta e indiretamente, reflete na prática farmacêutica.
A ausência de um debate que oferecesse alternativas para o ensino, visando à proposta de revisão das
Diretrizes Curriculares, poderia levar a profissão a perder o compasso com o que nos rodeia: uma completa
realidade marcada por novos hábitos de vida, pelo estresse, pelo envelhecimento da população. São
situações que podem ter relação, por exemplo, com a obesidade e com doenças crônicas e degenerativas,
como a hipertensão arterial e o diabetes.
O que se espera do farmacêutico, hoje, é que ele seja um prestador de cuidados em saúde capaz de
intervir para ajudar a alterar as expectativas sobre esse quadro de doenças; que atue no enfrentamento de
problemas de saúde autolimitados, que realize os procedimentos de apoio, que prescreva medicamentos,
que oriente os pacientes sobre o uso correto e racional do medicamento; que interprete os resultados das
análises clínicas e a sua utilização como parâmetro de monitorização da farmacoterapia. Enfim, que aja
na promoção da saúde.
Os congressistas (professores, profissionais, estudantes e especialistas em educação farmacêutica
do Brasil e de outros países) foram aos pontos focais, tanto na elaboração do tema central (“Educação
farmacêutica: desafios e caminhos na arte de formar para transformar”), quanto na profundidade com que
debateram os assuntos que compunham a programação do Cobef.
Nós, diretores do Conselho Federal de Farmácia e Conselheiros Federais, participamos do Congresso
com a convicção de que ele marcará definitivamente a educação farmacêutica brasileira. O CFF está
orgulhoso da parceria que firmou com a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABDF) em torno
deste evento e da busca por um ensino que faça da Farmácia uma profissão cada vez mais forte. Ser forte
significa ser qualificado, humanizado e vocacionado para servir bem à população.
Muito obrigado a todos os congressistas. Sigamos em frente, sempre.
Walter Jorge João,
Presidente do Conselho Federal de Farmácia.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROGRAMAÇÃO
10 de junho de 2015 (quarta-feira)
7h30 - 8h30
Credenciamento
8h30 - 8h45
Abertura
Ana Paula de Almeida Queiroz - Comensino/CFF
Paulo Sérgio Dourado Arrais - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
8h45 - 9h30
Palestra 1
Diretrizes Curriculares no contexto das políticas educacionais
Luiz Roberto Liza Curi - Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior - MEC
9h30 - 10h
Palestra 2
Formação por Competências
Ana Márcia Yunes - Escola Superior em Ciências da Saúde
10h - 10h10
Contextualização inicial do Fórum
Ester Massae Okamoto Dalla Costa - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
10h - 11h
Apresentação do documento preliminar consolidado sobre as DCN do Curso de Farmácia
1. Políticas Educacionais - Paulo Sérgio Dourado Arrais
Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
2. Perfil do Egresso - Rosana Isabel dos Santos
Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
3. Competências - Geraldo Alécio de Oliveira
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
4. Metodologias de Ensino - José Ricardo dos Santos Vieira
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
4. Cenários de Práticas - José Ricardo dos Santos Vieira
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
11h - 12h30
Grupos de Trabalho
12h30 - 14h
Intervalo
14h - 17h
Grupos de Trabalho
17h - 17h30
Ações do Conselho Federal de Farmácia relacionadas às Políticas de Educação Farmacêutica
Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho - Conselheira Federal Suplente/DF
17h - 18h30
Plenária
18h30 - 19h
Apresentação dos consolidados e encaminhamentos
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
19h30 - 21h
Sessão solene de abertura
Conselho Federal de Farmácia
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica
Ministério da Saúde
Ministério da Educação
21h - 23h
Confraternização
Atividade cultural
Exposição de fotos: “Olhar do farmacêutico sobre a sua prática”
11 de junho de 2015 (quinta-feira)
9h - 10h
Conferência de abertura
A arte de formar para transformar a prática farmacêutica
Claire Anderson - University of Nottingham - United Kingdom
Member of International Pharmaceutical Federation (FIP)
Global Pharmacy Education Development Team
10h - 12h30
Roda de conversa 1
Políticas para a formação dos profissionais da saúde
Suzana Schwerz Funghetto - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - MEC
Ronald Ferreira dos Santos - Conselho Nacional de Saúde (CNS)
José Miguel do Nascimento Júnior - Departamento de Assistência Farmacêutica, Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (DAF/SCTIE/MS)
Paulo Sérgio Dourado Arrais - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Mediador: Paulo Roberto Boff - Conselheiro Federal/SC
12h - 14h
Intervalo
14h30 - 15h45 Mesa-redonda 1
Cenários de prática profissional e a integração ensino e serviços
- A Indústria como cenário
Regina Mayumi Araki (Bayer)
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
- Os serviços de saúde como cenário e os serviços farmacêuticos
Cassyano Januário Correr (UFPR)
- O laboratório de análises clínicas, toxicológicas e patológicas como cenário
Maria Elizabeth Menezes - Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)
- As farmácias comunitárias como cenário
Renata Aubin Dias Saliba - Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC)
Coordenação: José Ricardo dos Santos Vieira
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
15h45 - 16h
Intervalo
16h - 18h
Mesa-redonda 2
Internacionalização - Desafios à harmonização da formação farmacêutica frente à diversidade
- Claire Anderson (Reino Unido)
Federação Internacional de Farmacêuticos – FIP
- Ivan André Torres Marquina (Peru)
Conferência Iberoamericana de Faculdades de Farmácia – Coiffa
- Geraldo Alécio de Oliveira (Brasil)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (Abef)
Coordenação: Rosana Isabel dos Santos
Comissão de Ensino Farmacêutico do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
18h - 20h
Roda de conversa 2
Desafio da educação farmacêutica: quem e como se forma o formador?
- Armando da Silva Cunha Júnior
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
- Dalmare Anderson Bezerra de Oliveira Sá
Associação Nacional de Estudantes de Pós-Graduação (Anpg)
- Francisco José Pacheco dos Santos
Faculdade de Tecnologia e Ciências/BA
- Odorico Coelho da Costa Neto
Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS)
Mediadora: Silvana Nair Leite Contezini
Escola Nacional dos Farmacêuticos (ENF)
16h - 20h
Sessão de apresentação de pôster
Minicurso 1
Formação pedagógica para o professor na educação superior
Rinaldo Henrique Aguilar da Silva - Faculdade de Medicina de Marília
Apoiadora: Ilza Martha de Souza
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
Minicurso 2
Inovações, avanços e desafios no processo avaliativo da aprendizagem
Ruy Guilherme Silveira Souza - Universidade Federal de Roraima
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
Apoiadora: Ângela Maria de Carvalho Pontes
Comissão de Ensino Farmacêutico do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
Minicurso 3
Metodologias ativas de aprendizagem na perspectiva do estudante
Cristiane Manoela Silva, Jefferson Tavares dos Santos e Gabriela da Silva Gonçalves
Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia (Enefar)
Apoiadores: Geraldo Alécio de Oliveira
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica(ABEF)
Denise Bueno - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
20h
Reunião ABEF
12 de junho de 2015 (sexta-feira)
8h30 - 12h30 Encontro de coordenadores e estudantes de cursos de graduação em Farmácia
Eixo: Sistema de avaliação e regulação dos cursos de Farmácia e farmácia
universitária como laboratório didático-especializado
8h30 - 8h40
Abertura
Ana Paula de Almeida Queiroz
Conselheira Federal/RJ
Presidente da Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
8h40 - 9h40
Painel: sistema de avaliação e regulação dos cursos de Farmácia
1. O Enade como componente do processo de avaliação dos cursos de Farmácia
Eula Maria de Melo Barcelos Costa
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
2. Implicações do conceito preliminar do curso no processo de avaliação dos
cursos de Farmácia e implicações da autorização dos cursos de Farmácia
sem visita dos avaliadores do INEP
Danyelle Cristine Marini
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (Comensino)
3. A validade do instrumento de avaliação dos cursos de graduação presencial
e a distância para as demandas da formação profissional
José Ricardo dos Santos Vieira
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
4. Consequências da não intervenção do MEC sobre os cursos de baixa qualidade
Paulo Roberto Boff - Conselheiro Federal/SC
Moderador: Luciano Soares - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
9h40 - 11h30 Discussão
Desafio: Identificar as estratégias para melhorar o processo de avaliação dos cursos de Farmácia
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
11h30 -12h30 Plenária
Encontro de professores, profissionais e estudantes
Eixo: Formação profissional e produção de conhecimento no campo das tecnologias
relacionadas ao desenvolvimento, produção e controle de qualidade de
produtos relacionados à saúde, de interesse farmacêutico.
1. Palestra: Aspectos da qualidade e ajustamento da formação tecnológica dada nos
cursos de Farmácia e sua adequação às demandas do mercado de trabalho
Lauro Domingos Moretto - Academia Nacional de Farmácia (ANF)
2. Grupos de trabalho
3. Síntese das discussões dos grupos
Coordenador: Leoberto Costa Tavares - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Apoiadora: Maria Helena Braga - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Encontro de professores, profissionais e estudantes
Eixo: formação profissional e produção de conhecimento na área da gestão da
assistência farmacêutica e do cuidado ao paciente
Palestra 1
Angelita Cristine Melo - Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
Palestra 2
Eliana Diehl - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Coordenadores:
- Monica Holtz Cavichiolo Grochocki - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
- Tarcisio José Palhano - Assessor da Presidência do Conselho Federal de Farmácia
Apoiador: Luciano Soares - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
12h30 - 14h
Intervalo
14h - 15h45
Encontro de coordenadores e estudantes de cursos de graduação em Farmácia
Eixo: sistema de avaliação e regulação dos cursos de Farmácia e farmácia universitária
como laboratório didático-especializado
14h - 15h45
Painel:
farmácia universitária como laboratório didático-especializado e
resolução CFF nº 610, de 20/03/2015
1. Da farmácia universitária como laboratório didático-especializado à
resolução CFF nº 610, de 20/03/2015
Zilamar Costa Fernandes
Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Federal de Farmácia (CAEF)
2. Percepções dos participantes do Encontro Nacional das Farmácias Universitárias
(Enfaruni) sobre a Resolução CFF nº 610, de 20/03/2015, referente à
farmácia universitária e padrões mínimos
Juliana de Souza Alencar Falcão
Encontro Nacional das Farmácias Universitárias - (Enfaruni)
3. Discussão
Moderadora: Maria Helena Seabra Soares de Brito
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
Encontro de professores, profissionais e estudantes
Eixo: formação profissional e produção de conhecimento no campo das tecnologias
relacionadas ao desenvolvimento, produção e controle de qualidade de produtos
relacionados à saúde, de interesse farmacêutico
1. Palestra
Nádia Rezende Barbosa Raposo - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
2. Grupos de trabalho
3. Síntese das discussões feitas nos grupos
Coordenador: Leoberto Costa Tavares
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Apoiadora: Maria Helena Braga - Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF)
Encontro de professores, profissionais e estudantes
Eixo: formação profissional e produção de conhecimento na área da gestão da
assistência farmacêutica e do cuidado ao paciente
Continuação das atividades iniciadas no período matutino
15h45 - 16h
Intervalo
16h - 17h
Conferência de encerramento
A arte de se transformar - administrando o antigo para construir o novo
Profa. Dra. Léa das Graças Camargos Anastasiou
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
17h
Encerramento e premiação de trabalhos
18
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
SUMÁRIO
O SIGNIFICADO DO USO DO MEDICAMENTO PSICOTRÓPICO NA VIDA COTIDIANA PARA O CUIDADO
CENTRADO NA PESSOA .................................................................................................................... 27
DESAFIOS DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS ............................................. 28
O EFEITO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM UM CURSO DE
FARMÁCIA DO BRASIL .................................................................................................................... 29
AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A INSERÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR NA METODOLOGIA DE ENSINO
DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR DO PARANÁ .................................................................. 30
P&D NA SALA DE AULA: FORMANDO EMPREENDEDORES ...................................................................................... 31
A EXPANSÃO UNIVERSITÁRIA E O CURSO DE FARMÁCIA: PROMOVENDO A INTERIORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS?.......... 33
A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A ADESÃO À MEDICAÇÃO PELOS USUÁRIOS DE UM
SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL........................................................................................................................... 34
ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES DE ANTIMICROBIANOS DISPENSADOS EM DROGARIAS DE CEILÂNDIA, DISTRITO FEDERAL ...... 35
AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS ESTÃO PREPARANDO FARMACÊUTICOS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE? ... 36
POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE FARMACÊUTICOS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ............................... 37
HUMANIZAÇÃO NA DISPENSAÇÃO DO COMPONENTE ESPECIALIZADO PELOS ALUNOS DO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CAMPUS NOVA FRIBURGO ...................................................... 38
PHARMACIST INTERVENTIONS IN MANAGING MINOR ILLNESSES WITH NON-PRESCRIPTION MEDICINES: A
SYSTEMATIC REVIEW .................................................................................................................................... 39
FARMACÊUTICOS DA ALEGRIA: DESENVOLVENDO HABILIDADES E ORIENTANDO SOBRE O USO RACIONAL DE
MEDICAMENTOS........................................................................................................................................... 40
PROMOÇÃO DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS SOBRE A SEGURANÇA DO PACIENTE MEDIADAS PELO PROGRAMA
DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE ............................................................................................... 41
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS ALUNOS DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ EM RELAÇÃO AO
TEMA “EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA” .............................................................................................................. 42
UTILIZAÇÃO DA EAD COMO ESTRATÉGIA DE APOIO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE DE
FARMÁCIA NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................................... 43
O ENSINO DE COMPETÊNCIAS GERONTOGERIÁTRICAS PARA ESTUDANTES DE FARMÁCIA BASEADO NA VIVÊNCIA
EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS ................................................................................... 44
O USO DO PACIENTE VIRTUAL NO ENSINO DE COMPETÊNCIAS GERONTOGERIÁTRICAS PARA ESTUDANTES
DE FARMÁCIA ............................................................................................................................... 45
PERCEPÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE FARMÁCIA APÓS REALIZAÇÃO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES EM
FARMÁCIAS PÚBLICAS E PRIVADAS NO MUNICÍPIO DE CACOAL/RO – A PRÁTICA QUE CONTRADIZ A
REALIDADE EXIGIDA ...................................................................................................................... 46
A EVASÃO NOS CURSOS DE FARMÁCIA NO PERÍODO DE 1991 A 2013 ..................................................................... 47
PERFIL DO EGRESSO DOS CURSOS DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO ............................................................ 48
ANÁLISE COMPARATIVA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS DE ACORDO
COM OS INDICADORES DO MEC ....................................................................................................................... 49
A ABORDAGEM DE FARMACOVIGILÂNCIA SEGUNDO ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE FARMÁCIA EM UMA
UNIVERSIDADE PÚBLICA ............................................................................................................................... 50
19
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO FARMACÊUTICA ................................................................. 51
NÚCLEO FITOMEDICINAL DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL: INOVAÇÃO
PEDAGÓGICA VISANDO A TRANSDISCIPLINARIDADE ........................................................................................... 52
A CONTRIBUIÇÃO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DE CAXIAS DO SUL-RS ................. 53
IMPLANTAÇÃO DO ESTÁGIO EM FARMÁCIA CLÍNICA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO BÁSICA .................................... 54
PERCEPÇÃO DISCENTE DA INSERÇÃO DE PRÁTICAS DOCENTES NA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA.............. 55
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO ...................................... 56
AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DO ÍNDICE DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM (ILS) EM ESTUDANTES DE
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA: UM ESTUDO PILOTO ............................................................................................... 57
ESTRATÉGIAS DE INSERÇÃO DO ALUNO DE GRADUAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE .................................................... 58
METODOLOGIAS DE ENSINO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE TESES E
DISSERTAÇÕES PRODUZIDAS NO BRASIL........................................................................................................... 59
O POTENCIAL PARA PESQUISA EM ENSINO SOBRE O USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS DE COMUNICAÇÃO
EM SALA DE AULA ......................................................................................................................... 60
AVALIAÇÃO DO SONO E USO DE HIPNO-SEDATIVOS ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO
OESTE DE SANTA CATARINA DO CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE (SC) ................................................................ 61
EMPRESA JÚNIOR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA NO BRASIL ......... 62
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE ........................................... 63
A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES DE RECEPÇÃO DE INGRESSOS NA UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO
ACADÊMICO E PROFISSIONAL ......................................................................................................................... 64
INFLUÊNCIA DA EXPERTISE DO TUTOR NO DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA EM CURRÍCULO
BASEADO EM METODOLOGIAS ATIVAS .............................................................................................................. 65
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS ACADÊMICO-PROFISSIONAIS NA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE FARMÁCIANO
PERÍODO NOTURNO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ VISANDO IMPLEMENTAR E INTEGRAR OS
CONTEÚDOS TEÓRICO-PRÁTICOS ..................................................................................................................... 66
IMPLANTAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM PACIENTES DA CLÍNICA-ESCOLA DA
FACULDADE DE MINAS – FAMINAS (MURIAÉ-MG)............................................................................................... 67
INFRAÇÕES SANITÁRIAS E O PREPARO DO FARMACÊUTICO PARA ATUAR EM DROGARIA ............................................. 68
OLHAR DISCENTE SOBRE O PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS NA ABORDAGEM DA FARMACOLOGIA CLÍNICA ................ 69
PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM FARMACOLOGIA CLÍNICA...................... 70
TÉCNICOS DE FARMÁCIA EM ATIVIDADES DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: FORMAS DE INSERÇÃO E PARTICIPAÇÃO ...................................................................... 71
BIOÉTICA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM FARMÁCIA: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO E URGENTE .................................... 72
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO E EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA: QUAL O PAPEL DE FARMACÊUTICOS PRECEPTORES
NOS CENÁRIOS DE PRÁTICA?.......................................................................................................................... 73
AÇÕES DA COMISSÃO ASSESSORA DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA DO CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA NA
POLÍTICA EDUCACIONAL ............................................................................................................................... 74
CURSO DE FARMÁCIA EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL: MOTIVAÇÕES, OPÇÕES E ACESSO ............................... 75
PERFIL EMPREENDEDOR DE ALUNOS DO CURSO FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO
PARANÁ - UNIOESTE .................................................................................................................................... 76
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE FARMÁCIA: CONSTRUÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR
NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ ...................................................................................................... 77
20
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O USO DE MAPAS CONCEITUAIS PELOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA COMO ESTRATEGIA DE AVALIAÇÃO .......................... 78
PORTFÓLIO COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇAO - PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA .......... 79
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DO ACADÊMICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA UFBA SOBRE A NECESSIDADE DO
CONTEÚDO DE EMPREENDEDORISMO NA MATRIZ CURRICULAR .............................................................................. 80
IDENTIFICAÇÃO DOS ESTILOS E PREFERÊNCIAS SENSORIAIS DE APRENDIZAGEM EM INGRESSANTES DO CURSO
DE FARMÁCIA-UNIFESO ................................................................................................................................ 81
CONCEPÇÃO DOS CALOUROS DO CURSO DE FARMÁCIA A RESPEITO DA REALIZAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO
DE PESQUISA EXPERIMENTAL ......................................................................................................................... 82
PERCEPÇÕES DE UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE QUANTO À AUTOMEDICAÇÃO E USO CONCOMITANTE
ÁLCOOL-MEDICAMENTO ................................................................................................................................. 83
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM FARMÁCIA NO BRASIL, 2007 – 2013 ............................................................. 84
IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA REVISÃO E INTEGRAÇÃO DE
CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS PARA ALUNOS INGRESSANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA UNIVERSIDADE
FEDERAL MINEIRA ....................................................................................................................................... 85
EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: O NOVO MODELO DE ENSINO PARA INTEGRAR OS
PROFISSIONAIS DA ÁREA ................................................................................................................ 86
A PRÁTICA NA FARMÁCIA HOSPITALAR E A DEMANDA POR CONHECIMENTOS E HABILIDADES .................................... 87
CENÁRIO DE FORMAÇÃO DOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL E A DISTRIBUIÇÃO DESSES PROFISSIONAIS NO SUS. ............. 88
PERCEPÇÃO DE DOCENTES E DISCENTES SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E PROJETO
PEDAGÓGICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ........................................................ 89
PERCEPÇÃO DE DISCENTES E DOCENTES DO CURSO DE FARMÁCIA DA UFC SOBRE PROCESSO DE FORMAÇÃO
PARA ATUAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA ........................................................................................................... 90
UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE JOÃO PESSOA-PARAÍBA SOBRE OS
PROBLEMAS CAUSADOS PELO DESCARTE INADEQUADO DE MEDICAMENTOS ............................................................. 91
MEDICAMENTOS VENCIDOS OU EM DESUSO: PROBLEMA AMBIENTAL OU OPORTUNIDADE DE FORMAÇÃO
PROFISSIONAL? ............................................................................................................................ 92
IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO FARMACÊUTICO POR MEIO DE TÉCNICA DE CONSENSO:
A VISÃO DOS ESTUDANTES ............................................................................................................................ 93
CONHECIMENTO E USO DE TECNOLOGIA DIGITAL NA PRÁTICA PEDAGOGICA ENTRE PROFESSORES DE
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DO RIO DE JANEIRO .................................................. 94
PERFIL DOS FORMANDOS DE CURSOS DE FARMÁCIA E O CONHECIMENTO SOBRE ABERTURA DE FARMÁCIA
COMUNITÁRIA .............................................................................................................................. 95
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA – 4 ANOS DE ATIVIDADE ..... 96
ANÁLISE DO DESEMPENHO DE ALUNOS DO SISTEMA DE INCLUSÃO SOCIAL NO CURSO DE FARMÁCIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ................................................................................................................. 97
PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE INSTITUCIONAL EM ACADÊMICOS DE FARMÁCIA EM
IES DE CURITIBA, PARANÁ. ........................................................................................................................... 98
A EFICÁCIA DO ENSINO À DISTÂNCIA NA CAPACITAÇÃO PARA A DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS ............................. 99
ESTUDO DO CURSO DE FARMÁCIA NA UFOP E EM OUTROS PAÍSES ....................................................................... 100
ENSINO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ..................................................................... 101
A EFETIVAÇÃO DA APRENDIZAGEM DO FUTURO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DO BAIXO AMAZONAS................................................................................................................................. 102
21
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O ENSINO DE FARMACIA POR COMPETÊNCIAS: PARA CUIDAR BEM DAS PESSOAS .................................................... 105
REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. A EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
COM O PET-SAÚDE (PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA SAÚDE)....................................................... 106
USO DE METODOLOGIA ATIVA NA EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA - RELATO DE EXPERIÊNCIA COM PRODUÇÃO
MÍDIA EDUCATIVA ..................................................................................................................................... 107
PORTFÓLIO COMO MÉTODO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO, EM FARMÁCIA ESCOLA DE INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR PRIVADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA...................................................................................... 108
INSERÇÃO DO TRABALHO EM EQUIPE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL ...................... 109
PERFIL DAS FARMÁCIAS UNIVERSITÁRIAS GAÚCHAS ........................................................................................ 110
QUALIFICAÇÃO DO ENSINO FARMACÊUTICO NO RS: ENCONTROS DE COORDENADORES DE CURSO ............................... 111
PROVA DO ENADE COMENTADA POR ESTUDANTES DE FARMÁCIA .......................................................................... 112
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS EM FARMÁCIA: UM OLHAR DAS COMISSÕES DE ENSINO
DOS CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA ..................................................................................................... 113
ESTÁGIO EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA: CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL –
RELATO DE EXPERIÊNCIA ............................................................................................................................. 114
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL PROMOVENDO A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO NA FARMÁCIA
HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ............................................................ 115
INTERVENÇÃO NA PEDIATRIA: O LÚDICO COMO MÉTODO DE ORIENTAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS PARA
CUIDADORES DE PACIENTE PEDIÁTRICOS........................................................................................................ 116
ESTRATÉGIAS PARA A QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE NO ESTADO DO PARANÁ .................................................................................................................... 117
INTEGRAÇÃO ENTRE ACADÊMICOS E A COMUNIDADE ATRAVÉS DO PROJETO “FARMÁCIA DO BEM”. ............................. 118
CHEMICAL RISK CRIAÇÃO DE UM JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE BIOSSEGURANÇA. ......................................... 119
DINÂMICA DO JULGAMENTO EMPREGADA PARA BIOSSEGURANÇA ........................................................................ 120
QUALIFICAÇÃO MULTIPROFISSIONAL DISCENTE EM EAD: USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NA PERSPECTIVA
DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE................................................................................................... 121
A TRAJETÓRIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA - ABEF ............................................... 122
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA (ABP) DO PONTO DE VISTA DO ESTUDANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ..... 123
A SIMULAÇÃO DE ATENDIMENTO FARMACÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE
COMPETÊNCIAS CLÍNICAS ............................................................................................................................ 124
FORMAÇÃO DIVERSIFICADA COMPLEMENTAR: UMA IDEIA DE CURRÍCULO.............................................................. 125
O ENSINO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NOS CURSOS DE FARMÁCIA ...................................................................... 126
APRENDIZADO BASEADO NA PROBLEMATIZAÇÃO NA PERCEPÇÃO DO DISCENTE: UM ESTUDO DE CASO ........................ 127
A QUÍMICA FARMACÊUTICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO .................................................................................. 128
VOLUNTARIADO EDUCATIVO PERPASSA O ÂMBITO DA APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO TEÓRICO/PRÁTICO ................... 129
A PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO ENTRE OS ESTUDANTES DE FARMÁCIA NA FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE
– FPS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA .............................................................................................................. 130
ESTÁGIO CURRICULAR EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: A EXPERIÊNCIA DO CURSO DE FARMÁCIA DA
FACULDADE DE CEILÂNDIA, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA ................................................................................. 131
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA INSERÇÃO E FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO .................. 132
22
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROJETOS INSTITUCIONALIZADOS: INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR E PROTAGONISMO DISCENTE PARA A
PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE MEDIANTE O EMPREGO DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO EM SAÚDE .................. 133
UNIFIL FARMA: UMA EXPERIÊNCIA DE SUCESSO .............................................................................................. 134
ANÁLISE DE PROBLEMAS UTILIZADOS EM MÓDULOS INSERIDOS NA METODOLOGIA PBL DE UM CURSO DE
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA ......................................................................................................................... 135
A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES ENQUANTO AUTORES DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NO LABORATÓRIO
DE FARMÁCIA CLÍNICA ............................................................................................................................... 136
A EXPERIÊNCIA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DO UNIFESO COM O TESTE DE PROGRESSO ........................ 137
A EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI NO USO DA SIMULAÇÃO EM EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA ......... 138
UM EXEMPLO DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E DE PRÁTICAS COLABORATIVAS NO ENSINO DE FARMÁCIA ............. 139
PROJETO DE EXTENSÃO “RODA SAÚDE”: AÇÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DIRECIONADO AOS CAMIONEIROS DA
REGIÃO OESTE DO PARANÁ .......................................................................................................................... 140
A SIMULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E AVALIAÇÃO EM SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA: EXPERIÊNCIA DO
CAMPUS DE LAGARTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE .......................................................................... 141
ENSINO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS UTILIZANDO FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETO ............... 142
ARTICULANDO E INTEGRANDO SABERES PARA A FORMAÇÃO FARMACÊUTICA ......................................................... 143
EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE EXATAS EM METODOLOGIA ATIVA NA FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE (FPS)
CURSO DE FARMÁCIA ................................................................................................................................. 144
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE ALIMENTOS EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS .......................................................... 145
A SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS À LUZ DAS RESOLUÇÕES CFF Nº 585/2013:
UMA EXPERIÊNCIA DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA ............................................................................................... 146
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO APLICADA (PEA) – UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA DO CURSO DE FARMÁCIA DA
FACULDADE DINÂMICA/MG .......................................................................................................................... 147
USO DO MUNICÍPIO FICTÍCIO DE SANTA FÉ NO ENSINO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA......................................... 148
METODOLOGIA ATIVA NA CONSTRUÇÃO DE UM PROCESSO EDUCATIVO CRÍTICO REFLEXIVO COM DISCENTES DO
CURSO DE FARMÁCIA. ................................................................................................................................ 149
IMPORTÂNCIA DOS ESTÁGIOS PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO:DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES ...... 150
A ARTICULAÇÃO DA COORDENAÇÃO TÉCNICA E COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:
UMA EXPERIÊNCIA DO CURSO TÉCNICO EM FARMÁCIA ...................................................................................... 151
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA - UMA EXPERIÊNCIA QUE DEU CERTO PARA ESTÁGIOS DO CURSO DE FARMÁCIA ............. 152
PRÁTICAS DE MODELAGEM MOLECULAR EM QUÍMICA FARMACÊUTICA................................................................... 153
EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS: UMA AÇÃO RESULTANTE DO PROGRAMA
ALFA III – UNIVERSIDADES ESTRATÉGICAS ..................................................................................................... 154
ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE FARMÁCIA DO CAMPUS DE LAGARTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SERGIPE BASEADO EM METODOLOGIAS ATIVAS ................................................................................................ 155
A DINÂMICA TEATRAL DA PRÁTICA EDUCATIVA NO ESTUDO DO CICLO DE KREBS .................................................... 156
FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE .............................................................................. 157
SEMANA DE AUTOAVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA UFRN: MOMENTO SIGNIFICATIVO
PARA OBTER ELEMENTOS PARA ORIENTAR E SUBSIDIAR A REFORMA CURRICULAR.................................................. 158
ESTRUTURAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA DA USP: INTEGRAÇÃO DO
CONHECIMENTO TEÓRICO-PRÁTICO NA FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO ..................................................... 159
23
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FERRAMENTA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE FARMÁCIA INDUSTRIAL ............................................................... 160
IMPLANTAÇÃO DA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE FARMÁCIA ........................... 161
A PROBLEMATIZAÇÃO DE PAULO FREIRE COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ............................................. 162
TÉCNICA TEATRAL - ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE ..................................................... 163
USO DO PROCESS ORIENTED GUIDED INQUIRY LEARNING (POGIL) NO ENSINO DE FARMACODINÂMICA E
FARMACOCINÉTICA PARA O CURSO DE FARMÁCIA DA UFS/LAGARTO .................................................................... 164
FARMÁCIA ESCOLA - INTEGRANDO A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE ....................................................................... 165
AULA PRÁTICA COMPUTACIONAL SOBRE OS INIBIDORES DA ENZIMA ECA ............................................................. 166
FORMAÇÃO X DEFORMAÇÃO FARMACÊUTICA EM SAÚDE: FOCO NA PESSOA OU FOCO NO MEDICAMENTO?...................... 167
QUALIFICAÇÃO DOCENTE POR MEIO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - PET/MEC ......................................... 168
A PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR ............................................. 169
O USO DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO METODOLOGIA DE ENSINO NA FORMAÇÃO DE FARMACÊUTICOS CLÍNICOS ...... 170
A SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO HABILIDADES CLÍNICAS NA GRADUAÇÃO
EM FARMÁCIA ........................................................................................................................................... 171
SEGURANÇA DO PACIENTE E O PROCESSO DE FORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE: PERCEPÇÕES DE GESTORES,
EDUCADORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE ..................................................................................................... 172
ATENDIMENTO CLÍNICO COMO ESTRATÉGIA NA FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO ....................................................... 173
PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS COMO FERRAMENTA PARA FORMAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE PROFISSIONAL DO FARMACÊUTICO .............................................................................................. 174
TEAM BASED LEARNING (TBL): UMA FERRAMENTA ÚTIL PARA PROBLEMATIZAÇÃO E ENSINO DE COMPETÊNCIAS .......... 175
USO DE BOLETINS COMO MEIO DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM TOXICOLOGIA PELO CENTRO DE ESTUDOS
EM TOXICOLOGIA DA UFC (CETOX-UFC)........................................................................................................... 176
FARMACOCINÉFILOS: DISCUSSÕES FARMACÊUTICAS A PARTIR DO CINEMA ............................................................ 177
AÇÃO E REAÇÃO - A ESTRATÉGIA FARMACÊUTICA: JOGO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DE MEDICAMENTOS
SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL .................................................................................................................. 178
INTEGRAÇÃO EXTENSÃO, ENSINO E PESQUISA PROMOVENDO MUDANÇAS NA GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA .................... 179
A FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: UM DESAFIO PARA O CURSO DE FARMÁCIA ...................................... 180
OSCE (OBJECTIVE STRUTURED CLINICAL EXAMINATION) NA AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DO ESTUDANTE DE
FARMÁCIA: UM NOVO PARADIGMA ................................................................................................................ 181
O USUÁRIO COMO FOCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E TUTORIAL DOCENTE NA INTERVENÇÃO
REALIZADA A PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL NO PROJETO DE AÇÕES INTERDISCIPLINARES DE CUIDADOS
EM SAÚDE ................................................................................................................................................ 182
O PROJETO INTEGRADOR COMO METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS......... 183
AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM SAÚDE CONTRIBUINDO COM UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL .......... 184
A GARANTIA DA FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO GENERALISTA, DASAFIOS E PECULIARIDADES REGIONAIS .................. 185
24
PARTE I
TRABALHOS DE PESQUISA
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O SIGNIFICADO DO USO DO MEDICAMENTO PSICOTRÓPICO NA VIDA COTIDIANA
PARA O CUIDADO CENTRADO NA PESSOA
*Agnes Fonseca Ribeiro Filardi; ** Djenane Ramalho de Oliveira, PhD.
*Psicóloga Clinica, Especialista em Saúde Pública, Pós graduando em
Medicamentos e Assistência Farmacêutica, Faculdade de Farmácia da UFMG
**Professora e Coordenadora, Centro de Estudos em Atenção Farmacêutica (CEAF),
Faculdade de Farmácia da UFMG
Introdução: Na nossa sociedade temos observado um aumento significativo do uso dos medicamentos
psicotrópicos para lidar com todas as formas de mal estar e sofrimentos humanos. O uso de medicamentos
para o tratamento dos problemas da vida cotidiana é um fenômeno tanto individual quanto coletivo, próprio
às sociedades em desenvolvimento que estabelecem os padrões de normalidade. O uso de medicamentos
é influenciado por muitos fatores, e na prática reflete o comportamento humano devendo ser entendido
incluindo a perspectiva das ciências sociais e não apenas biomédica.
Objetivos: Compreender o significado da experiência vivida pelas pessoas no uso diário dos
medicamentos psicotrópicos para lidar com problemas da vida cotidiana.
Metodologia: As pesquisas fenomenológicas buscam compreender o significado central subjacente
dos fenômenos estudados. Este estudo utilizou a fenomenologia hermenêutica, conforme proposto por Max
Van Manen. O método foi realizado de forma descritiva e interpretativa com a condução de entrevistas
em profundidade, possibilitando uma adequada elucidação do mundo da vida, deixando que os fenômenos
falem por si mesmo, dentro da perspectiva das pessoas que utilizam os medicamentos.
Desenvolvimento: A utilização de métodos das ciências humanas permite compreender o processo
saúde-doença incluindo fatores de ordem pessoal, atitudes, crenças e desejos que estão subjacentes na
relação profissional de saúde e o sujeito que busca o seu cuidado. Na medida em que o farmacêutico leva
em conta as experiências vividas pelos pacientes no uso dos medicamentos é possível desenvolver uma
prática de cuidado centrado no paciente, e buscar soluções conjuntas para a resolução dos problemas
relacionados ao uso dos medicamentosos.
Resultados: Entrevistamos dezenove pessoas, quatorze mulheres e cinco homens, com idade mínima
de dezoito e máxima de oitenta e um anos. O medicamento foi percebido como necessário para retornar
ao ponto de equilíbrio que foi “afetado” em um dado momento quando os problemas da vida cotidiana
passaram a ser percebidos com um alto grau de dificuldade, que ultrapassava a capacidade pessoal para a
sua solução. Os principais problemas enfrentados, relatados como precipitadores do uso do medicamento,
são relacionados ao trabalho, família e conjugais. Ao iniciar o medicamento, este promove um efeito
calmante, que possibilita que as pessoas não se sintam mais “afetadas” pelo problema. Ao longo do
tempo a manutenção do uso do medicamento passa a ser relacionada a outras dificuldades como insônia,
dependência e efeitos colaterais na tentativa de retirada.
Conclusão: O sofrimento dos pacientes é legitimo e inevitável, com forte relação com fatores
psicossociais. Existe um ideal de normalidade e a necessidade de restabelecer o equilíbrio, independente
da alteração da realidade circundante ou dos problemas enfrentados. As abordagens não medicamentosas
para lidar com as dificuldades apresentadas são utilizadas, porém, por menos tempo e frequência. A
compreensão do significado do uso dos medicamentos pode melhorar a qualidade do atendimento prestado
e a utilização dos medicamentos. Considerar os conhecimentos associados aos aspectos psicossociais e as
experiências subjetivas das pessoas com o uso dos medicamentos agrega valor à formação dos profissionais
de saúde para um cuidado centrado na pessoa.
27
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
DESAFIOS DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE
ANTIMICROBIANOS
Alan Diego Silva Frade1 (Graduando), Steno Lacerda de Oliveira1* (Pós Graduado),
Francimar Oliveira de Freitas² (Graduado), Kaio Lopes de Lucena² (Graduado),
Kímberly Stefanny da Silva² (Graduanda), Cláudia Cristina Bezerra do Vale²
(Graduanda).
Faculdade Anglo-Americano de João Pessoa
Introdução: O Farmacêutico tem fundamental importância no combate ao uso irracional e
indiscriminado de antimicrobianos, pois faz parte do elo que liga o usuário ao medicamento. É necessário
orientar a população sobre o uso destes medicamentos, devido a uma de suas principais consequências que
é a resistência bacteriana quando usado indevidamente. Todavia, torna-se competência do Farmacêutico
seguir o código de ética que rege a profissão, e cumprir com a legislação (RDC nº20/2011)¹. A dispensação
é o ato farmacêutico de distribuir o medicamento ao paciente, mediante prescrição, elaborada por
profissional autorizado. Trata-se de uma oportunidade para o farmacêutico interagir com o paciente
sendo possível identificar a necessidade do mesmo em orientar tanto sobre o medicamento quanto sobre
educação em saúde².
Objetivo: Esse trabalho visa descrever o papel do Farmacêutico na avaliação de erros de prescrições
de antimicrobianos, no ato de dispensação em uma drogaria privada no município de João Pessoa, PB.
Metodologia: Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo e documental realizado por meio
da análise das prescrições de antimicrobianos dispensadas entres os meses de outubro e novembro de
2014 em uma drogaria na cidade de João Pessoa – PB. Foram avaliadas 120 prescrições, analisando os
seguintes parâmetros: elementos de compromisso do médico prescritor, elementos de compromisso do
farmacêutico, legibilidade e tipo de receita. A análise estatística das informações foi realizada com o
auxílio dos softwares Microsoft Excel 2007 para Windows.
Resultados e Discussão: 80% das receitas analisadas possuíam pelo menos um item em não
conformidade. Quanto as informações dados do emitente, observou-se que, nome, inscrição no Conselho
Regional, assinatura e carimbo estavam presentes nas 100% prescrições. Em 9,17% prescrições não
continham duração do tratamento ou quantidade a ser dispensada. Quanto às informações do paciente,
o nome estava presente em 100% das prescrições. A maioria das receitas foram manuscritas 94,2%,
onde 33,3% eram ilegíveis4.Observa-se queaprescrição dos antimicrobianosgeralmente é empírica e sem
a identificação prévia do patógeno, podendo trazer problemas à saúde do paciente³. Portanto, surge
anecessidade de adquirir maior conhecimento e homogeneidade dos dispensadores sobre o tema que é
de grande relevância não só para os Farmacêuticos mas para todos que promovem a Saúde. Também o
que se observana prática é a falta de comprometimento por parte dos prescritores e desconhecimento
da legislação. Pois de acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser legível, prescrita em receituário
simples, duas vias, conter identificação do profissional, carimbo e assinatura do prescritor, dados do
paciente, data de emissão, medicamento prescrito de acordo com a DCB, quantidade, forma farmacêutica,
dose e posologia, tendo validade de dez dias a partir da data de prescrição5.
Conclusão: Espera-se que esse trabalho venha trazer contribuições para melhor compreensão e
sensibilização dos profissionais de saúde, por atuarem diretamente na prescrição e dispensação, em especial
para a classe dos antimicrobianos por possuíremconsequências tão graves como a resistência bacteriana.
Havendo a necessidade de conscientização das responsabilidades dos prescritores e da importância da
prescrição de forma completa,visando o uso adequado de medicamentos.
28
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O EFEITO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA
EM UM CURSO DE FARMÁCIA DO BRASIL
Alessandra Rezende Mesquita, PhD; Werlissandra Moreira de Souza, PhD; Thays
Carneiro Boaventura, Mestranda; Izadora Menezes da Cunha Barros, Msc; Wellington
Barros da Silva, PhD; Divaldo Pereira Lyra Júnior, PhD.
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Faculdade de Farmácia,
Universidade Federal de Sergipe, Brasil.
Introdução: Nos últimos anos, os farmacêuticos têm sido envolvidos em diversos serviços de
cuidado aos pacientes, o qual exige do profissional formação adequada para desenvolver as competências
necessárias para estas práticas. Consequentemente, a reorientação da educação farmácia tornou-se
necessária. Como tal, as estratégias ativas de aprendizagem têm sido introduzidas em salas de aula para
aumentar a resolução de problemas e habilidades de pensamento crítico dos estudantes. O objetivo deste
estudo foi avaliar o desempenho e a percepção dos discentes sobre suas competências em uma nova
disciplina de atenção farmacêutica que utiliza metodologias ativas de aprendizagem.
Metodologia: O estudo foi realizado na disciplina de atenção farmacêutica da Universidade Federal
de Sergipe, Campus São Cristovão, no primeiro semestre de 2014. Todos os estudantes que estavam
matriculados na disciplina foram convidados a participar do estudo. Os estudantes participaram de
uma variedade de atividades de cuidado ao paciente a fim de desenvolver habilidades e conhecimentos
adequados para garantir uma farmacoterapia eficaz, segura e conveniente para os pacientes. Para tanto,
foram utilizados os métodos de aprendizagem ativa: aula expositiva dialogada, simulação (role play,
paciente simulado e paciente virtual) e estudos de casos. Para avaliação do desempenho, os estudantes
foram submetidos a quatro formas de avaliação de conhecimentos e habilidades, com base nos objetivos
de aprendizagem estabelecidos para a disciplina: prova escrita discursiva, seminários de resolução de
casos clínicos, exame clínico objetivo estruturado (OSCE) e paciente virtual. Além disso, os estudantes
completaram dois instrumentos referentes à percepção das competências necessárias à prática da atenção
farmacêutica e a satisfação com o curso. No final do semestre, os estudantes foram convidados a responder
quatro perguntas sobre os métodos de avaliação utilizados.
Resultados: Trinta e três alunos concluíram as quatro avaliações utilizadas na disciplina, destes 25
eram do sexo feminino (75,75%), a idade média foi de 23,43 (DP 2,82) anos. A média geral das notas dos
estudantes foi 7,97 (DP 0,59), em um escore que variou de 0 a 10 pontos. O desempenho dos alunos no
método paciente virtual foi estatisticamente superior a outros métodos. No que diz respeito à percepção
dos discentes sobre suas competências para a prática da atenção farmacêutica, comparando os escores pré
e pós-teste, houve melhora estatisticamente significante para todas as competências avaliadas. Ademais,
no final do semestre, os alunos apresentaram pareceres favoráveis do curso de atenção farmacêutica.
Conclusão: Os resultados sugerem que a disciplina de atenção farmacêutica utilizando métodos de
aprendizagem ativa pode levar a um bom desempenho dos discentes, além de uma melhora na percepção
de suas competências para o cuidado ao paciente.
Apoio: CAPES
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A INSERÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
NA METODOLOGIA DE ENSINO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
PARTICULAR DO PARANÁ
Ana Carla Broetto-Biazon*, Mariana Felgueira Pavanelli*
*Curso de Farmácia. Faculdade Integrado de Campo Mourão, Campo Mourão, Paraná
Introdução: A partir do ano de 2011 foi inserida uma disciplina intitulada “Projeto Integrador” nas
matrizes curriculares de todos os cursos de graduação de uma instituição de ensino superior particular
do Paraná. Tal disciplina foi implantada com o objetivo de acompanhar e avaliar os acadêmicos em
todas as atividades programadas pelos docentes de todas as disciplinas do semestre e nas atividades de
estudos dirigidos. Com esse método inovador de ensino, o estudante “aprende a aprender”, desenvolvendo
habilidades necessárias ao mercado de trabalho, como liderança, conduta, ética e trabalho em equipe,
além dos conhecimentos específicos da área. Após 4 anos de implantação do Projeto Integrador, torna-se
necessário verificar o quanto esta disciplina contribuiu para o processo de ensino-aprendizagem.
Objetivo: Avaliar a concepção dos professores com relação à inserção da disciplina Projeto Integrador
na metodologia de ensino.
Metodologia: Foi aplicado um questionário aos professores das áreas biológicas e da saúde que
ministram esta disciplina, abordando as seguintes variáveis: carga horária da disciplina, habilidades
desenvolvidas nos alunos, contribuição na formação profissional, concepção sobre a melhoria no processo
de ensino-aprendizagem e sobre interdisciplinaridade. Tal questionário foi disponibilizado online utilizando
a ferramenta “Formulários Google”, que assegura o anonimato do participante da pesquisa. Este trabalho
foi aprovado pelo Comitê de Ética Envolvendo Seres Humanos da Faculdade Integrado sob o nº do CAAE
44605915.4.0000.0092.
Resultados: O questionário foi enviado a 53 docentes dos cursos de graduação em Farmácia,
Biomedicina, Ciências Biológicas, Nutrição, Psicologia, Enfermagem e Educação Física. Participaram da
pesquisa 40 docentes (76%) e os resultados obtidos foram: 88% consideram a carga horária da disciplina
suficiente; com relação às habilidades desenvolvidas nos alunos, 90% acreditam que o Projeto Integrador
contribui para o trabalho em equipe, uma vez que os alunos são divididos em grupos para a realização
das atividades, 68% dos professores consideram que a disciplina melhora a comunicação dos alunos, já
que os mesmos são estimulados a auxiliar os colegas em casos de dúvidas, e por fim, 80% relataram que a
disciplina contribui para a formação crítica e reflexiva dos alunos. Quando questionado sobre a contribuição
do Projeto Integrador na formação profissional, apenas 15% dos participantes não concordam que haja
melhoria na formação por meio desta disciplina. Com relação à interdisciplinaridade, 78% concordam que
a metodologia promove a integração entre as disciplinas e quanto à melhoria no processo de ensinoaprendizagem, 95% afirmaram que a realização desta disciplina infere positivamente neste quesito.
Conclusão: Pelos resultados encontrados é possível observar que a inserção do Projeto Integrador
na metodologia de ensino dos cursos de graduação das áreas biológicas e da saúde vem contribuindo
positivamente para a transformação na forma de pensar, aprender e colocar em prática os conhecimentos
adquiridos, sob a óptica dos professores.
Fomento: Faculdade Integrado de Campo Mourão.
30
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
P&D NA SALA DE AULA: FORMANDO EMPREENDEDORES
Ana Lígia Bender, Ana Paula Duarte de Souza, Fernando Thomé Kreutz
Faculdade de Farmácia da PUCRS
Introdução: A dependência brasileira da importação de insumos com fins diagnósticos está em
torno de 70%. A importância estratégica no setor é assumida no documento Brasil 2022: a) alcançar
autonomia na produção de insumos estratégicos; b) garantir assistência médica e farmacêutica a todos os
brasileiros. Nesse cenário, nasceu o Laboratório de Pesquisa em Imunodiagnóstico da PUCRS, inaugurado
em outubro de 2010, vinculado ao Parque Tecnológico da PUCRS (TECNOPUC) em parceria com a indústria
nacional de biotecnologia FK-Biotenconologia S.A, apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP). O objetivo da criação do laboratório é contribuir para a nacionalização de todas as etapas de
desenvolvimento, produção e comercialização pioneira de kits de imunodiagnóstico. A área de insumos e
kits de diagnóstico é considerada estratégica para o Ministério da Saúde e de fundamental importância
socioeconômica e importante ativo tecnológico nacional, contribuindo para fortalecer o Complexo
Industrial da Saúde. Entre os fatores críticos para o sucesso à inovação incremental ou de produtos e
processos está a questão dos recursos humanos com formação técnica e capacidade empreendedora.
De onde surgem as ideias, ponto central da inovação, requer inteligência, criatividade e conhecimento
técnico. Três professores-pesquisadores do Laboratório inaugurado em 2010 e docentes da Faculdade de
Farmácia da PUCRS aliam pesquisa de valor agregado e estímulo à inovação empreendedora de relevância
social em saúde na formação dos graduandos em farmácia através do Projeto P&D na Sala de Aula.
Objetivos: O projeto de ensino tem como objetivo: a) Estimular o olhar crítico do estudante
de farmácia à realidade sanitária em que se insere; b) Porporcionar ao aluno que, como agente ativo,
proponha soluções no âmbito do escopo do estudo: imunoensaios in vitro; c) Formar farmacêuticos com
capacidade de propor projetos inovadores na área de biotecnologia farmacêutica; d) Capacitar os alunos
ao desenvolvimento de sistemas de diagnóstico laboratorial, com valor agregado e relevância à sociedade
brasileira.
Metodologia: Os alunos matriculados na disciplina de Imunologia Clínica do curso de graduação
em Farmácia apresentam ao final das disciplinas a proposta de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento
de um sistema de imunodianóstico aplicado ao uso humano, veterinário ou para avaliação de insumos
em geral. As propostas devem contemplar não somente a relevância e adequação científica na área,
mas também impacto resolutivo às demandas sociais. O projeto é desenvolvido através de construção
colaborativa em grupos de até 3 alunos que se organizam por afinidade. Os professores da disciplina
orientam os alunos através de um “edital” publicado no repositório virtual da disciplina. No edital estão
os aspectos imprescindíveis e as datas de finalização de cada uma das etapas. Cada semestre o edital abre
chamada para projetos relacionados às áreas estratégicas do SUS, apontadas como Metas do Centenário
(Brasil 2022) ou estratégica em Ciência/Tecnologia e Inovação. Como por exemplo auxílio à atenção
primária em saúde - área estratégica do SUS/Política Nacional de Saúde: DST/AIDS ou Atenção Pré-Natal.
No primeiro mês da disciplina os alunos se organizam em grupos para “concorrerem ao edital da disciplina”
e buscam problemas relacionados ao tema da chamada ao qual irão propor um sistema diagnóstico.
Nas aulas teóricas e práticas estudam estrutura e construção de imunoensaios, análise e obtenção de
epítopos-alvo, tipos de marcação, fase sólida, produção de anticorpos monoclonais e policlonais, formas
de expressão de resultados, análise da estrutura imunoquímica dos diversos tipos de ensaios e adequação
ao grau de complexidade diagnóstica em que o produto proposto estará inserido (point ofcare, atenção
primária, secundária ou terciária). Paralelamente às atividades presenciais, os grupos realizam revisões de
literatura dos aspectos científicos envolvidos do produto proposto e análise do contexto epidemiológico
e farmacoeconômico. No segundo mês, ocorrem os “rounds”, onde os grupos apresentam suas ideias e
recebem críticas e sugestões dos outros colegas e dos professores e definem o tema do projeto. Os “rounds”
31
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ocorrem à semelhança das reuniões dos grupos de pesquisa. Definido o tema, cada grupo trabalha na
construção técnica detalhada do sistema diagnóstico foco do projeto, realizam estudo farmacoeconômico
e de relevância social.
Resultados: A metodologia de ensino utilizada na disciplina de Imunologia Clínica da Faculdade
de Farmácia da PUCRS foi vencedora na categoria bronze do Prêmio SINEPE de Inovação em Educação
em 2012 na área-fim Ensino Superior. Uma das propostas de sistema diagnóstico para tuberculose foi
vencedora do 8º Torneio Empreendedor da PUCRS na categoria Relevância Social. O escore de satisfação
geral dos estudantes manifesto na avaliação da disciplina ao longo dos últimos semestres têm sido de 4.4
(onde 0 é muito insatisfeito e 5 é muito satisfeito).
Conclusão: A percepção do contexto social proporciona momento de aprendizagem ativa. Os
alunos demonstram capacidade para buscar soluções tecnológicas e propor sistemas inovadores a partir
da área foco do conhecimento imunodiagnóstico/biotecnologia farmacêutica. A partir da maturação
destes projetos podemos criar um fluxo virtuoso de projetos que poderão ser desenvolvidos em parcerias
entre a Universidade e as empresas. Este modelo pode ser ampliado para outros setores de atividades
e o envolvimento de incubadoras e parques tecnológicos pode levar a formação de futuros projetos de
incubação e formação de empreendedores farmacêuticos na área de tecnologia em saúde.
32
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EXPANSÃO UNIVERSITÁRIA E O CURSO DE FARMÁCIA: PROMOVENDO A
INTERIORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS?
Andrezza Duarte Farias*, Egberto Santos Carmo*, Júlia Beatriz Pereira de Souza*,
Juliana Alencar de Souza Falcão*, Maria Emília Menezes*, Rodrigo dos Santos
Diniz*, Toshiuky Nagashima Júnior*, Yonara Monique de Oliveira*.
*Curso de Bacharelado em Farmácia, Centro de Educação e Saúde, Universidade
Federal de Campina Grande.
Introdução: O Curso de Bacharelado em Farmácia do Centro de Educação e Saúde da Universidade
Federal de Campina Grande foi criado em 2005 através do Programa de Expansão do Ensino Superior do
governo federal. Localiza-se no Curimataú paraibano, em Cuité, cidade com Índice de Desenvolvimento
Humano de 0,571. A região apresenta um conjunto de carências socioeconômicas que refletem em baixo
índice de escolaridade. Assim, o curso de Farmácia tem buscado formar multiplicadores, contribuindo para
a redução de desigualdades sociais e inclusão dos estudantes. Soma-se a esse aspecto o atendimento da
demanda por profissionais de saúde, gerada pela municipalização e programas sociais de expansão do
sistema de saúde brasileiro.
Objetivos: O presente trabalho busca avaliar o perfil dos alunos matriculados e dos egressos no
mercado de trabalho.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e descritivo, realizado através de um levantamento
no cadastro dos alunos matriculados junto à Pró-reitoria de Ensino e preenchimento de um formulário
pelos egressos.
Resultados: Até o semestre 2015.1, foram matriculados 740 alunos, tendo como principal forma
de ingresso o ENEM (428/ 57,8%), vestibular (272/ 36,8%) e transferência (20/ 2,7%). A maioria dos
alunos eram nordestinos: paraibanos (383/ 51,8%), potiguares (144/ 19,5%), cearenses (60/ 8,1%) e
pernambucanos (53/ 7,2%). A média de pontos no vestibular para ingresso no curso foi 569. Dos 740
alunos, 323 (43,6%) estavam regularmente matriculados, 137 (18,5%) graduaram-se e 14 (1,9%) foram
transferidos para outras IES. Apenas 131 (17,7%) desistiram ou trancaram o curso. Sobre a situação no
mercado de trabalho, obteve-se informações de 38 egressos, dos quais 84,5% (34) participaram de algum
programa universitário de pesquisa, ensino e/ou extensão, 63,2% (24) trabalham atualmente em cidades
interioranas, sendo o principal local de trabalho a farmácia comunitária privada, em 55,3%% dos casos
(21). A maioria possui apenas um vínculo empregatício (26/68,4%), 44,7% (17) faixa salarial prevalente
entre 3 e 5 salários mínimos e 52,6% (20) com carga horária de 40 horas semanais. Adicionalmente,
76,3% (29) procuraram um curso de pós-graduação, principalmente, 44,7% (14), na área de Assistência
Farmacêutica e Farmacologia Clínica.
Conclusão: Apesar de uma amostra ainda pequena, considera-se que os resultados são relevantes
por mostrarem que a implantação do curso de farmácia resultou na formação de mais de 100 farmacêuticos,
dos quais um número considerável está qualificando a saúde para sociedade. Assim, percebeu-se que o
objetivo de proporcionar a interiorização do ensino superior tem tido continuidade na atuação profissional
dos estudantes. Alia-se a esse processo, as recentes normas terem aumentado o rigor acerca da presença
do farmacêutico durante o horário de funcionamento nas farmácias comunitárias privadas e a evolução
das políticas públicas de Assistência Farmacêutica que tem incentivado a contratação de profissionais
farmacêuticos no serviço público. Esse contexto estimula também, mesmo paulatinamente, a constituição
da farmácia comunitária como um estabelecimento de saúde, e não meramente mercantil.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A ADESÃO À MEDICAÇÃO
PELOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL
Bruna Maciel de Alencar**,Janessa Santos Valadares*, Juliana Penso da Silveira**
e Débora Santos Lula Barros*
Universidade Católica de Brasília (UCB), Curso de Farmácia** Universidade de
Brasília (UNB), Curso de Farmácia.
*
Introdução: Os transtornos mentais em sua maioria são caracterizados como crônicos e por esse
motivo, demandam tratamento medicamentoso em longo prazo, mesmo em fases assintomáticas. A adesão
à medicação em pacientes psiquiátricos tem como objetivos controlar os sintomas, mitigar a evolução da
enfermidade, possibilitar a reintegração social do paciente na comunidade, melhorar a interação entre o
paciente e a equipe de saúde, diminuir o número de internações e os riscos de recaídas.
Objetivo: Tendo em vista a importância da adesão à medicação para o controle e tratamento dos
transtornos mentais, bem como a necessidade da sua promoção pela equipe multiprofissional de saúde,
este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos profissionais de saúde sobre a adesão à medicação
pelos usuários atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Unaí, Minas Gerais.
Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo que adotou como técnica de pesquisa a entrevista com
roteiro semiestruturado. Os relatos dos profissionais de saúde foram analisados e discutidos por meio da
análise temática da análise de conteúdo.
Resultados e discussão: Os sujeitos que participaram da pesquisa foram 4 profissionais de saúde.
Foram identificadas na análise da percepção dos participantes do estudo as seguintes categorias: a adesão
à medicação como instrumento de diminuição das internações e institucionalizações dos pacientes da
área de saúde mental; adesão à medicação para prover a efetividade do tratamento medicamentoso; a
adesão à medicação para permitir a intervenção/atuação dos profissionais da equipe; fatores limitadores
da adesão à medicação (baixo grau de instrução e capacidade cognitiva do paciente, não utilização
do psicofármaco como forma de negação ao diagnóstico, anosognosia, perfil de segurança desfavorável
da terapia, medicamento como componente das alucinações e delírios e lentidão das manifestações
de efetividade terapêutica); fatores contributivos (comunicação efetiva entre profissional de saúde e
paciente, esquemas terapêuticos que possibilitem comodidade posológica, seleção da melhor opção
terapêutica, educação continuada em saúde para os pacientes e familiares, adoção de instrumentos para
organização da rotina de administração dos medicamentos em âmbito domiciliar e cooperação da família);
e importância/necessidade da inserção do farmacêutico no CAPS para promoção do acesso e uso racional
dos medicamentos.
Conclusão: Dentro dessa perspectiva, é essencial a atuação do farmacêutico na equipe de saúde
mental em prol de intervenções que sejam promotoras da adesão à medicação pelo paciente psiquiátrico.
No entanto, sabe-se que a inserção desse profissional nas equipes de saúde mental ainda é precária, o que
traz decréscimo da qualidade da assistência à saúde. Também é necessária a especialização e educação
continuada dos farmacêuticos que abordam esse tipo de paciente, tendo em vista a multiplicidade de
fatores que ampliam a complexidade do tratamento e do cuidado.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES DE ANTIMICROBIANOS DISPENSADOS EM DROGARIAS
DE CEILÂNDIA, DISTRITO FEDERAL
Bruna Maciel de Alencar**, Vanessa Melo da Silva Mendes*, Eloá Fátima Ferreira de
Medeiros*, Débora Santos Lula Barros* ;Juliana Penso da Silveira*
Universidade Católica de Brasília (UCB), Curso de Farmácia. ** Universidade de
Brasília (UNB), Curso de Farmácia.
*
Introdução: A prescrição medicamentosa constitui o documento mais comum de diálogo entre prescritores,
dispensadores e usuários de medicamentos. É notável, portanto, o importante papel da prescrição para nortear
o Uso Racional de Medicamentos (URM), visto que a prescrição comunica e registra a conduta terapêutica
necessária para o tratamento dos problemas de saúde do paciente. Os antimicrobianos estão entre as classes
de fármacos que são prescritos com maior frequência. De todas as prescrições de atendimentos ambulatoriais,
por exemplo, aproximadamente 12% são de antimicrobianos. Porém, problemas em tais prescrições são muito
frequentes e correspondem a cerca de 50% de todas elas.
Objetivo: Motivando-se pela importância do estudo de prescrições, este estudo se propôs avaliar as
prescrições de antimicrobianos dispensados em seis drogarias de Ceilândia, no Distrito Federal.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e quantitativo, em que 120
receitas foram analisadas quanto à sua origem, perfil dos prescritores e pacientes, respeito aos aspectos legais
das prescrições e à presença de informações sobre o uso dos medicamentos.
Resultados e discussões: Das prescrições analisadas, 64,2% foram oriundas de instituições privadas. Os
antimicrobianos foram mais prescritos para mulheres (60,8%). Em 65,8% das prescrições não havia a informação
da idade e em 99,2% das prescrições havia o nome do paciente. Foram identificadas prescrições de médicos (75%),
dentistas (21,7%), veterinários (2,5%) e de um enfermeiro (0,8%). Quanto aos medicamentos, a amoxicilina foi
o medicamento mais prescrito. Todas as receitas apresentavam pelo menos um problema em relação aos critérios
analisados no estudo.
Conclusões: Ficou evidenciado que, mesmo após a publicação da RDC nº 20/2011, os profissionais
prescritores e dispensadores não estão obedecendo totalmente as diretrizes estabelecidas nas normas para
prescrição e dispensação de antimicrobianos. Embora as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de
farmácia de 2002 estabeleçam como conteúdos essenciais “legislação sanitária e farmacêutica”, observa-se
dificuldade dos egressos de operacionalizar o cumprimento das normas na dispensação de antimicrobianos.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS ESTÃO PREPARANDO
FARMACÊUTICOS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE?
Bruna Ruzza Monteguti*; Eliana Elisabeth Diehl**
*Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica-Associação
de Instituições de Ensino Superior, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
**Professora do Departamento de Ciências Farmacêuticas, Programa de PósGraduação em Assistência Farmacêutica-Associação de Instituições de Ensino
Superior, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se o balizador do processo de formação em saúde desde o
início do século XXI. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que orientam atualmente a Graduação
em Farmácia, estabelecem competências e habilidades para o exercício da profissão nesse novo cenário.
Analisamos a apropriação das DCNs por Cursos de Farmácia do Sul do Brasil visando à formação para a
assistência farmacêutica no SUS. Foram realizadas análise documental das matrizes curriculares e dos
Projetos Político-Pedagógicos de Cursos (PPCs) de Farmácia de Instituições de Ensino Superior (IES)
públicas e privadas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná (total de 11 Cursos), e análise de
conteúdo de entrevistas semiestruturadas conduzidas com estudantes e professores de quatro Cursos de
Santa Catarina. A inclusão de disciplinas relacionadas à assistência farmacêutica, atenção farmacêutica
e terapias complementares sugere mudanças nos currículos, oportunizando bases teóricas relacionadas à
formação para o SUS. No entanto, observou-se contraste no número de disciplinas, variando de duas ou
três em alguns Cursos, a outros que ofereciam cinco, sete e até 18 disciplinas relacionadas aos temas.
Embora a inclusão de disciplinas represente avanços, é sabido que não basta. A aproximação e a inserção
do estudante nos contextos de prática se tornam fundamentais. Parece não haver muita inovação nas
estratégias de aproximação entre ensino e serviço nas Instituições analisadas, sendo a mais comum a
oferta de estágios. A disparidade entre os Cursos se evidenciou também neste ponto, pois havia IES
que não possuíam estágio em serviços farmacêuticos no SUS, Cursos que o tinham estruturado, mas
com menor número de horas e ofertado nas últimas fases, em contraste àqueles com até três estágios,
possibilitando a inserção precoce do estudante na rede de saúde. Para além do estágio, apenas três Cursos
apresentavam disciplinas práticas que sinalizavam a aproximação ensino-serviço. Merecem destaque as
críticas de estudantes que tinham no estágio a única forma de contato com o serviço: salientaram que a
formação para a assistência farmacêutica nos seus Cursos era marcada pela falta de interdisciplinaridade
e de disciplinas específicas ou pelo número reduzido de créditos quando existentes, além da ausência de
vivências práticas. Sob o aspecto pedagógico, os Cursos pareciam convergir quanto à descrição de suas
metodologias de ensino. Os textos reportavam o conteúdo das DCNs, citando a utilização de metodologias
ativas, a interdisciplinaridade e o fortalecimento de vínculo com os serviços. Resta saber até que ponto o
descrito nos PPCs efetivamente ocorria na prática, visto que foram identificadas divergências em uma das
matrizes no que se referia ao proposto como metodologias de ensino e o aporte teórico e prático oferecido
pelo Curso. A desigualdade quanto à apropriação para a formação voltada à assistência farmacêutica no
SUS foi evidenciada neste estudo, com a adoção das DCNs em momentos muito diferentes. Os reflexos
das diferenças de formação entre as Instituições puderam ser observados nos variados conceitos de SUS
trazidos pelos estudantes. Portanto, é fundamental repensar criticamente as DCNs e as formas pelas quais
vêm sendo implementadas na Graduação em Farmácia no país.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE FARMACÊUTICOS PARA O SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
Bruna Ruzza Monteguti*; Eliana Elisabeth Diehl**
*Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica-Associação
de Instituições de Ensino Superior, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
**Professora do Departamento de Ciências Farmacêuticas, Programa de PósGraduação em Assistência Farmacêutica-Associação de Instituições de Ensino
Superior, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
A formação dos profissionais de saúde traz reflexos diretos ao desenvolvimento dos sistemas de saúde.
O Brasil vem implantando políticas de educação visando à atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), por
meio de estratégias, por exemplo, que estimulam a integração ensino-serviço, a reorientação da formação
profissional e a aproximação do perfil do egresso às necessidades da atenção básica à saúde. O Programa
Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) e o Programa de Educação pelo
Trabalho em Saúde (PET-Saúde) são algumas destas iniciativas. Nesse trabalho, analisamos o papel do PETSaúde na formação de farmacêuticos para o SUS. Utilizou-se abordagem qualitativa, por meio de entrevista
semiestruturada aprofundada com estudantes e professores de quatro Cursos de Graduação em Farmácia
de Santa Catarina, sendo que dois ofereciam os referidos Programas; as entrevistas foram submetidas à
análise de conteúdo, buscando ainda comparar os Cursos com e sem o PET-Saúde. Os principais resultados
mostram que há diferenças de adequação entre os Cursos para a formação ao SUS. As políticas indutoras,
como o PET-Saúde, têm aproximado estudantes das realidades locais, preparando farmacêuticos com perfil
mais apropriado para atuar no SUS, com ênfase para os aspectos do trabalho multiprofissional e do
acesso a um conhecimento aprofundado do sistema de saúde. No entanto, as dificuldades encontradas
apontam para a necessidade de uma relação ensino-serviço mais sólida e de responsabilização mútua,
permitindo desta forma o aproveitamento para os sistemas de saúde e de educação. A consolidação do
processo de mudanças curriculares voltado à formação para o SUS requer o engajamento de todos os
atores do processo: gestores do ensino, professores, estudantes, gestores do serviço, profissionais da
saúde e usuários. Entendemos que a partir do estreitamento das relações entre os atores é que a visão de
responsabilidade compartilhada na formação de recursos humanos será fortalecida.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
HUMANIZAÇÃO NA DISPENSAÇÃO DO COMPONENTE ESPECIALIZADO PELOS
ALUNOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CAMPUS NOVA FRIBURGO
Carla Mariah de Oliveira Fujimaki; Lilian de Souza Pinto
Faculdade de Farmácia. Universidade Estácio de Sá. Nova Friburgo, RJ, Brasil.
Introdução: A Assistência Farmacêutica vem sendo implementada de forma articulada pelos
municípios, estados e União, onde as pactuações na Comissão Intergestores Tripartite – CIT acontecem
com o objetivo de ampliar o financiamento, de atualizar os elencos dos medicamentos, de estabelecer as
formas para sua gestão e execução, de definir as questões relacionadas á sua estruturação e qualificação. O
Componente Especializado da Assistência Farmacêutica foi construído a partir da necessidade da ampliação
do acesso aos medicamentos e da necessidade da ampliação da cobertura do tratamento medicamentoso
para outras doenças importantes do ponto de vista clínico-epidemiológico. Podemos definir O Componente
Especializado da Assistência Farmacêutica como uma estratégia do SUS para garantir a integralidade do
tratamento medicamentoso na forma de linhas de cuidados, desvinculando-o do custo individual dos
medicamentos e do seu caráter de excepcionalidade.
Objetivo: Descrever os aspectos técnicos do Programa de Medicamentos do Componente Especializado
de Dispensação do Ministério de Saúde do Brasil, no Município de Nova Friburgo, especialmente em relação
à humanização no atendimento realizado pelos alunos da Disciplina de Estágio Supervisionado II da
Universidade Estácio de Sá.
Métodos: Os aspectos técnicos foram obtidos por meio de consulta a todas as portarias que
regulamentaram o Programa. O estudo e a dispensação foram realizados na Farmácia da Policlínica Centro
Dr. Silvio Henrique Braune, Rua Dr. Plínio Casado s/n, centro, Nova Friburgo, RJ. Foram analisados o local
e a forma de dispensação dos medicamentos do Componente Especializado.
Resultados: O Programa mudou, com aumento do número de fármacos e apresentações farmacêuticas
distribuídas e de doenças contempladas. Para efetuar a dispensação de forma humanizada com privacidade
aos pacientes, foram realizadas mudanças estruturais no pequeno espaço disposto para esta finalidade. A
criação de um manual de procedimentos para atendimento à população auxiliou o cadastro e levou a um
aumento no número de pacientes contemplados.
Conclusão: O Programa de Medicamentos de Dispensação do Componente Especializado está em
constante transformação, visando aprimorar os instrumentos e estratégias que assegurem e ampliem o
acesso aos medicamentos, de forma humanizada e contínua. Buscamos alternativas que facilitaram o
preenchimento do laudo de solicitação ou autorização de medicamentos de dispensação excepcional ou
estratégico, reduzindo o número de pacientes excluídos. Novos estudos devem ser realizados para melhorar
o acesso a estes insumos estratégicos.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PHARMACIST INTERVENTIONS IN MANAGING MINOR ILLNESSES WITH NONPRESCRIPTION MEDICINES: A SYSTEMATIC REVIEW
Chiara Erminia da Rocha**, Mônica Lima Bispo *, Ana Patrícia Alves Lima Santos*,
Divaldo Pereira de Lyra Júnior*.
Laboratory of Teaching and Research in Social Pharmacy (LEPFS/ UFS), Federal
University of Sergipe, Av. Marechal Rondon, s/n Jardim Rosa Elze, CEP 49100000, São Cristóvão, Sergipe, Brazil. ** Pharmacy Department, Federal University of
Sergipe, Campus Prof. Antônio Garcia Filho, Rua Padre Alvares Pitangueira, nº 258,
Centro, Postal Code 49400-000, Lagarto, Sergipe, Brazil.
*
Background: The management of minor illness by self-medication is a common practice worldwide,
as patients are taking more interest and feel more confident in managing their own health and drug
therapy. In recent decades, the literature has reported that pharmacists have clinical skills and have made
pharmacotherapy interventions to help patients choose adequate non-prescription medicines.
Objectives: Evaluate the outcomes of pharmacist interventions in managing minor illnesses with
non-prescription medicines.
Methods: A systematic review was conducted according to Cochrane methodology. Six databases
were searched: Embase, PubMed, EBSCO, and Scopus databases were searched for articles published from
1980 through December 2010 with the search terms “minor ailments,” “minor illness,” “pharmacist,” “selfmedication,” “pharmacist’s role,” “self limiting conditions,” “community pharmacies,” “over-the-counter,”
“pharmacy information,” and “non-prescription drug.” The inclusion criteria were research conducted in
community pharmacies, consumers of non-prescription medicines for the management of minor illness,
pharmacist intervention for management of minor illness with non-prescription medicines, and presence
of questions that indicate management of minor illness and/or decision-making about the supply of nonprescription medicines. In this study, pharmacist intervention was identified through the attitudes of
pharmacists involving the evaluation of patient complaints and indication of a pharmacological or nonpharmacological treatment that would modified the patient clinical condition.
Results: The initial search identified 1,292 publications. Of these, only 9 met our inclusion criteria.
None of the articles defined minor illness and non-prescription drugs. Only 4 (44.4%) made any reference
to pharmacist intervention, or the concept of this. The most common pharmacist intervention was nonprescription drugs or a non-drug approach. The most common minor illness managed was gastrointestinal
symptoms (8) and 5 of those were upper gastrointestinal symptoms. Three studies described antacids as
the non- prescription medicine recommended by the pharmacist. It was also noted that of the 9 studies
analyzed, only 4 (44.4%) reported patient adherence to the pharmacist’s advice. Eight studies thoroughly
documented the questions community pharmacists asked to patients with minor illness Regarding criteria
for recommending non- prescription medicine, pharmacists in 5 studies assessed previous use of these
medicines In this review, 10 different types of pharmacist intervention were identified, and there was more
than 1 intervention in each study.
Conclusions: Most of the studies included in this systematic review evaluated pharmacist actions in
providing appropriate care to consumers seeking non-prescription treatment for minor illness, the level
of patient adherence, and the impact of pharmacist counseling on the patient’s complaint. However, this
research revealed that pharmacist interventions were scarce and even the articles that deal with this
verified a lack of practical measures that indicate their impact. Thus, even accounting for health promotion,
pharmacist had not seized indeed that non-prescription medicines provision requires systematic and
critical evaluation of the patient signs and symptoms beyond their pharmacotherapy needs.
Support: FAPITEC-SE, and CNPq.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FARMACÊUTICOS DA ALEGRIA: DESENVOLVENDO HABILIDADES E ORIENTANDO
SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Cláudia Regina Baur Arfux*; Letícia Castellani Duarte**
*Especialista em Farmácia Hospitalar; Coordenadora de Estágio - Centro Universitário
da Grande Dourados – UNIGRAN
** Doutoranda em Biotecnologia e Biodiversidade pela UFGD; Coordenadora do
Curso de Farmácia - Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN
Introdução: Desenvolver habilidades específicas no futuro profissional farmacêutico utilizando
novas metodologias tem sido um desafio. Observamos que utilizando projetos de extensão maior êxito tem
sido alcançado nesta tarefa.
Objetivos: desenvolver habilidades de comunicação e trabalhar em equipe prestando orientação
farmacêutica quanto ao uso racional de medicamentos.
Metodologia: Realizaram-se visitas semanais a um hospital de urgência e trauma da cidade de Dourados
- MS, no período de julho a dezembro de 2014. As orientações quanto ao uso racional de medicamentos
foram feitas utilizando-se atividades lúdicas envolvendo música, teatro e pintura. Participaram do projeto
quinze acadêmicos do Curso de Farmácia, sendo cinco alunos do terceiro semestre, seis alunos do quinto
semestre e quatro alunos do sétimo semestre. Utilizou-se um formulário para avaliar o desempenho dos
acadêmicos quanto ao desenvolvimento das habilidades propostas. Este instrumento foi aplicado pelos
professores responsáveis pelo projeto na primeira e última semana de atividades. Com relação à habilidade
comunicação avaliou-se ritmo e volume da fala, exposição clara do tema, vícios de linguagem; com
relação à habilidade trabalhar em equipe avaliou-se organização, pontualidade, capacidade de administrar
conflitos, pro atividade. Cada variável foi mensurada em escala péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.
Resultados e Conclusão: Foi atendido com este projeto um total de 150 crianças e 300 adultos. As
orientações foram realizadas nas unidades de internação com atividades individuais e em grupo. Observouse grande receptividade por parte dos pacientes e acompanhantes. Dentre os acadêmicos participantes
com relação à habilidade comunicação 80% dos acadêmicos apresentou evolução de regular para ótimo
e na habilidade trabalhar em equipe 50% apresentou evolução de regular para bom e 40% de regular
para ótimo. Concluímos que a atividade desenvolvida contribuiu para o desenvolvimento das habilidades
pesquisadas.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROMOÇÃO DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS SOBRE A SEGURANÇA DO PACIENTE
MEDIADAS PELO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE
Cristiane Barelli*, Fabiane Frigotto**, Gilciane Ceolin**, Josué Tibolla**, Natalia
Scandolara**, Nelissandra Scorssatto**, Sidinei dos Reis**, Taise Dobner**,
Caroline Zanella***, Crismaiguel Dalbosco da Silva***.
*Farmacêutica e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo
(UPF) e do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da UPF/ Hospital São
Vicente de Paulo/ Secretaria Municipal de Saúde de Passo Fundo/RS ; **Residentes
do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde; ***Profissionais do Hospital
São Vicente de Paulo, responsáveis pelo Núcleo de Segurança do Paciente e
preceptores da Residência Multiprofissional.
A segurança do paciente é definida como redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano
desnecessário associado ao cuidado de saúde. A Portaria Nº529/2013 institui no Brasil o Programa
Nacional de Segurança do Paciente a partir de seis protocolos e neste trabalho foi contemplado
o protocolo 1-Identificação correta do paciente. A partir da problematização e identificação de uma
situação cotidiana da residência multiprofissional, em parceria com o Núcleo de Segurança do Paciente,
os profissionais realizaram diagnóstico situacional e propuseram uma intervenção educativa(IE), pautada
nos princípios da aprendizagem significativa e da educação permanente em saúde. O objetivo deste
trabalho é apresentar os resultados alcançados com a implementação da IE, tanto para o serviço, como
para o ensino realizado na residência. A equipe definiu indicadores sobre a utilização de pulseiras pelos
pacientes e conhecimentos dos funcionários sobre o protocolo. O diagnóstico situacional, com amostra
de conveniência, abordou profissionais, pacientes/familiares, com questionário estruturado. Os resultados
nortearam o planejamento de duas intervenções educativas para os profissionais de saúde do hospital: a)
breve encenação de descumprimento do protocolo, com posterior debate e identificação das fragilidades
e oportunidades de melhoria; b) discussão de uma situação problema, baseada em fatos rotineiros, com
posterior complementação teórica com vídeo. O diagnóstico situacional foi realizado com 108 indivíduos
(79 profissionais e 29 pacientes/familiares) e revelou que 62,7% profissionais sabem da existência do
protocolo de identificação correta do paciente no hospital, porém apenas 13,7% o leram. Ao abordar
os pacientes/familiares sobre a utilização da pulseira de identificação constatou-se fragilidades na
comunicação entre profissional-paciente, que tem o direito de saber da sua condição e dos procedimentos
aos quais é submetido, enfatizando a necessidade de treinamento dos profissionais. As intervenções
educativas contemplaram 103 técnicos de enfermagem, com participação adequada nas discussões. Os
apontamentos das fragilidades e inadequações das cenas criadas foram corretos, com reconhecimento dos
erros de identificação, apesar de poucos perceberem o uso da pulseira como recurso para evitar erros. Como
o programa de residência enfatiza o treinamento em serviço, as atividades educativas ficam marginalizadas
do processo formativo e são pouco valorizadas. Contudo, a aproximação das necessidades do serviço em
implementar os protocolos de segurança do paciente, por meio do residente enquanto sujeito ativo de
sua aprendizagem, qualifica a formação dos profissionais, despertando a criatividade e oportunizando a
proposição de novas estratégias educativas. Concluí-se que os objetivos formativos da disciplina foram
exitosamente alcançados, frente ao desempenho dos profissionais treinados. Espera-se que os profissionais
em contato com o paciente criem a cultura de sempre verificar a pulseira de identificação antes de
realizar qualquer procedimento, para que se consolide o processo de garantia de segurança do paciente
hospitalizado. Afinal, a cultura da segurança implica em um conjunto de valores, atitudes, competências e
comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo
a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS ALUNOS DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO CEARÁ EM RELAÇÃO AO TEMA “EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA”
Cristianne Oliveira Medina*; Fabricio Cesar Fernandes*; Juliana Alves Guimarães*;
Luanna Loyola de Lima*; Anderson Bezerra de Lima*; Carlos Diego Moreira Rufino*;
Rosana Deyse Ponte Portela**; Nadja Mara de Sousa**
(*) Ipharma Consultoria Farmacêutica Júnior – Empresa Júnior de Farmácia da
Universidade Federal do Ceará; (**) Universidade Federal do Ceará
O ensino do empreendedorismo surgiu, historicamente, nas faculdades de administração dos Estados
Unidos, espalhando-se por diversos países. No Brasil, a introdução de um curso de empreendedorismo
ocorreu em 1981, focado na criação de negócios. Com o passar do tempo, a educação empreendedora
adquiriu um conceito mais amplo, segundo o qual o ensino deve promover também o desenvolvimento
de habilidades e atitudes que não estão diretamente relacionados à criação de novos negócios, todavia
o objetivo geral permanece o de desenvolver a perícia do empreendedor. Embora seja um assunto em
valorização, a educação empreendedora ainda encontra resistência nas universidades brasileiras. Pensando
assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o interesse e os conhecimentos dos estudantes de Farmácia
da Universidade Federal do Ceará (UFC) acerca do empreendedorismo, a fim de se conhecer o nível de
inserção do tema “Educação Empreendedora” no curso. As informações do estudo foram coletadas através
de questionário elaborado e aplicado em formato eletrônico a estudantes da graduação. O estudo foi
desenvolvido para compreender os seguintes aspectos: a vontade dos estudantes de abrir o próprio negócio
e o suporte proporcionado pela universidade para tal; a visão dos alunos sobre a qualidade do ensino das
disciplinas de Gestão Farmacêutica e Farmacoeconomia; o interesse em aprendizagem de administração
e gestão de negócios; a perspectiva dos alunos sobre a importância da inclusão de uma disciplina que
aborde o empreendedorismo no curso de Farmácia. Obteve-se um total de 177 respostas, onde 78,6% dos
estudantes informaram que pensam em abrir o próprio negócio, entretanto há uma grande disparidade
quanto ao apoio oferecido para isso: apenas 9,6% dos alunos indicam que sua universidade prepara-os para
empreender. Quanto à qualidade do ensino das disciplinas de Gestão Farmacêutica e Farmacoeconomia,
respectivamente, 56,9% e 56,7% dos alunos que responderam à pesquisa e já cursaram as disciplinas,
consideram-se insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Em consonância com a falta de amparo da universidade
e a insatisfação com a qualidade de ensino, 83,6% dos entrevistados declararam ter interesse em adquirir
mais noções de administração e gestão de negócios, e 89,2% dos alunos consideram importante ou muito
importante a inclusão de uma disciplina que aborde o empreendedorismo. Percebe-se que existe uma
demanda latente pelo ensino e aprendizagem de empreendedorismo e noções de administração e gestão
no curso de Farmácia que ainda não está sendo atendida pela UFC. Portanto, verifica-se uma deficiência
na contribuição da universidade para o desenvolvimento do aluno, evidenciando que ainda não há uma
abordagem satisfatória de incentivo aos alunos a empreender, bem como de auxílio para abrir o próprio
negócio e mitigação de riscos inerentes, o que pode desestimular a escolha do empreendedorismo como
carreira profissional. É importante ressaltar que não se cria um empreendedor apenas na sala de aula,
mas que é possível criar, em uma universidade criativa e crítica, profissionais com uma mentalidade
empreendedora. Por isso, as universidades devem tomar para si a responsabilidade de construir uma rede
de conhecimentos inter-relacionados capazes de proporcionar ao aluno de Farmácia suprimentos para
modificar a realidade e oferecer valores para a sociedade.
42
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UTILIZAÇÃO DA EAD COMO ESTRATÉGIA DE APOIO NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE DE FARMÁCIA NO ENSINO SUPERIOR
Cynthia Gisele de Oliveira Coimbra, Marcos André Cunha de Oliveira, Osnir de Sá
Viana, Elisangela Christianne Barbosa da Silva, Ivana Gláucia Barroso da Cunha,
Charles Arthur Nazário Guedes da Silva, Paulo André de Alcântara Pereira, Andrea
Oliveira da Costa Andrade, Bruno Hipólito da Silva, Flávia Patrícia Morais de Medeiros
Faculdade Pernambucana de Saúde
Introdução: A inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação na educação tem gerado um
novo panorama educacional provocando mudanças nas práticas pedagógicas e transformando o ato de
ensinar e de aprender num processo dinâmico e interativo. Diante disso a utilização da internet tem sido
cada vez mais utilizada para criar ambientes de aprendizagem significativa conectando ou vinculando o
que estudante têm construído em seus esquemas cognitivos com os conhecimentos novos. Diante desse
cenário o ensino a distância tem crescido consideravelmente em diversas áreas inclusive na área da saúde.
Objetivo: o presente resumo tem o objetivo de apresentar o Curso de Nivelamento em Química
na modalidade a distância como uma estratégia para apoiar os estudantes em sua formação acadêmica.
O curso aborda os conceitos de química geral e funções inorgânicas e é destinado aos estudantes do
curso de farmácia que tiveram pouco contato ou que precisem recordar conceitos básicos de química
essenciais para compreensão de novos conceitos. Os objetivos de aprendizagem do curso são: compreender
a importância da química no cotidiano e para o farmacêutico, entender os fundamentos de química
geral, conhecer a estrutura geral do átomo, conhecer a tabela periódica e as propriedades dos elementos
químicos, reconhecer as funções inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos) e a nomenclatura de alguns
elementos e conhecer a importância da distribuição eletrônica.
Metodologia: O curso foi produzido pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) seguindo as
fases de Planejamento, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação do modelo de desenho
instrucional ADDIE. Foi estruturado em 3 módulos que deverão ser realizados integralmente, de modo a
contemplar os objetivos propostos, apresentando uma carga horária total de 4 horas. Cada módulo tem
um exercício com questões de múltipla escolha pertinentes aos conteúdos abordados. Ao final do curso
os estudantes saberão identificar as principais estruturas de um átomo, as características dos principais
elementos químicos, o que é distribuição eletrônica e diferenciar os compostos inorgânicos de acordo com
a função química.
Resultados: Até o momento da produção deste resumo 54 estudantes se inscreveram no curso e
09 realizaram os exercícios propostos. É fundamental que seja providenciada uma sensibilização maior
para que os estudantes sejam beneficiados com a proposta, principalmente àqueles que tem um horário
reduzido para se dedicar aos estudos.
Conclusão: Com o curso pretende-se elevar o desempenho dos estudantes durante seu percurso de
formação através de um processo interativo e dinâmico.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O ENSINO DE COMPETÊNCIAS GERONTOGERIÁTRICAS PARA ESTUDANTES DE
FARMÁCIA BASEADO NA VIVÊNCIA EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
PARA IDOSOS
Daniel Tenório da Silva, Edileide Guimarães Santos, Elisdete Maria Santos de Jesus,
Thelma Onozato, Giselle de Carvalho Brito, Adriana Andrade Carvalho, Divaldo
Pereira Lyra Jr.
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social – LEPFS, Departamento de
Farmácia, Universidade Federal de Sergipe
Introdução: O processo de transição demográfica torna evidente a necessidade do desenvolvimento
de competências que permitam aos profissionais de saúde lidar com as especificidades da população idosa.
Entretanto, a deficiência de conteúdos sobre geriatria e gerontologia nos currículos da área da Saúde, em
grande parte das Instituições de Ensino Superior brasileiras, representa um obstáculo na formação dos
graduandos em Farmácia.
Objetivo: Avaliar as competências gerontogeriátricas de estudantes de farmácia, após a implantação
de um programa de ensino baseado na vivência em instituição de longa permanência para idosos (ILPI).
Método: Um estudo longitudinal foi realizado, de setembro à dezembro de 2014. Os locais de estudo
foram a Universidade Federal de Sergipe e em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI),
no município de Lagarto-SE. Participaram da pesquisa 27 estudantes do segundo ano do curso de Farmácia.
O programa de ensino foi constituído por componentes de sala de aula e componentes práticos na ILPI. A
avaliação dos dados sócio-demográficos, experiências dos estudantes em relação aos idosos foi realizada
por meio de um questionário semiestruturado. As competências gerontogeriátricas foram avaliadas antes
e imediatamente após a aplicação do programa de ensino. As atitudes dos estudantes foram avaliadas por
meio da Escala Kogan de Atitudes em Relação aos Idosos (KAOP) e a Escala de Atitudes em Geriatria (GAS).
O conhecimento dos estudantes foi avaliado por meio do Questionário de Fatos sobre o Envelhecimento
(FAQ). Os dados coletados foram analisados descritivamente. Para comparação das competências dos
alunos antes e após as intervenções educativas foi utilizado o teste t pareado. Foi considerado um
intervalo de confiança de 95% (valor de p< 0,05). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UFS e
pelos diretores da ILPI.
Resultados: Entre os 27 estudantes a média de idade foi de 22(±2,0) anos e 19 eram do gênero
feminino. Na linha de base, 13 estudantes afirmaram possuir contato pessoal frequente e apenas seis
tiveram relação profissional com idosos. Entre os participantes, 25 afirmaram que não tiveram contato
com temas gerontogeriátricos nas ementas das disciplinas cursadas até o momento da coleta de dados
e 22 concordaram que mais conteúdo teórico-prático de geriatria e gerontologia deveria ser incluído
na matriz curricular do curso de Farmácia. Após a participação no programa de ensino as atitudes dos
estudantes em relação aos idosos teve uma modificação significativa, de acordo com os dois instrumentos.
A média da GAS antes do programa foi 3,71(±0,5) e depois 3,88(±0,5) (p< 0,05). A média KAOP antes do
programa foi 4,04(±0,7) e depois do programa foi 4,18(±0,7) (p< 0,05). De acordo com o FAQ a taxa média
de conhecimento dos estudantes em relação aos temas gerontogeriátricos foi 38,2%(±10,2) antes do
programa e 52,9%(±14,3) depois (p< 0,0001). A taxa de desconhecimento assumido foi de 27,9%(±18,9)
antes e 16%(±13,9) (p< 0,01) após a participação no programa.
Conclusão: O programa de ensino demonstrou impacto significativamente positivo nas competências
gerontogeriátricas dos estudantes. A sua inclusão pode complementar as ementas de disciplinas do curso
de Farmácia, de modo a otimizar as competências clínicas dos estudantes.
Agência De Fomento: Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe
44
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O USO DO PACIENTE VIRTUAL NO ENSINO DE COMPETÊNCIAS
GERONTOGERIÁTRICAS PARA ESTUDANTES DE FARMÁCIA
Daniel Tenório da Silva, Alessandra Rezende Mesquita, Werlissandra Moreira de
Souza, Marcos Cardoso Rios, Thays Carneiro Boaventura, Adriana Andrade Carvalho,
Marcos Barbosa Dósea*, Divaldo Pereira Lyra Jr.
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social – LEPFS, Departamento
de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe * Departamento de Ciências da
Computação, Universidade Federal de Sergipe,
Introdução: A utilização de simulações virtuais tem contribuído para melhorar a formação e o
desempenho de profissionais de Saúde. O uso de Pacientes Virtuais (PV) por estudantes de Farmácia pode
ser útil para otimizar as competências clínicas, além de contornar problemas como a dificuldade de acesso
a pacientes, o grande número de estudantes por turma e os riscos de atendimento a pacientes complexos,
como os pacientes idosos.
Objetivo: Avaliar o impacto de uma ferramenta de ensino de PV nas competências gerontogeriátricas
de estudantes de Farmácia.
Método: Um estudo longitudinal prospectivo foi realizado, de setembro à dezembro de 2014 e
de janeiro a fevereiro de 2015. O estudo foi realizado durante dois semestres letivos da disciplina de
Atenção Farmacêutica, do Curso de Farmácia, da Universidade Federal de Sergipe. Participaram da pesquisa
48 estudantes regularmente matriculados na disciplina. Para utilização da ferramenta PV os estudantes
foram divididos em grupos de três participantes. Cada grupo ficou responsável pelo atendimento de um
paciente, durante quatro consultas. No perfil virtual de todos os pacientes constavam as informações
biopsicossociais e todos eram idosos com doenças crônicas e polifarmácia. A avaliação dos dados sóciodemográficos, experiências dos estudantes em relação aos idosos foi realizada por meio de um questionário
semiestruturado. As competências gerontogeriátricas foram avaliadas antes e após a aplicação do programa
de ensino. As atitudes dos estudantes foram avaliadas por meio da Escala de Atitudes em Geriatria (GAS).
O conhecimento dos estudantes foi avaliado por meio do Questionário de Fatos sobre o Envelhecimento
(FAQ). Os dados coletados foram analisados descritivamente. Para comparação das competências dos
alunos antes e após as intervenções educativas foi utilizado o teste t pareado. Foi considerado o intervalo
de confiança de 95% (valor de p< 0,05). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UFS.
Resultados: Entre os 48 estudantes a média de idade foi de 24(±2,0) anos e 33(68,7%) eram
do gênero feminino. Entre os participantes, 45(93,7%) afirmaram que não tiveram contato com temas
gerontogeriátricos nas ementas das disciplinas cursadas até o momento da coleta de dados e 43(89,5%)
concordaram que mais conteúdo teórico-prático de geriatria e gerontologia deveria ser incluído na grade
curricular do curso de Farmácia. Após a participação no programa de ensino as atitudes dos estudantes em
relação aos idosos teve modificação significativa, conforme os dois instrumentos. A média da GAS antes
da utilização do PV foi 3,70(±0,8) e depois 3,85(±0,5) (p< 0,05). De acordo com o FAQ, a taxa média
de conhecimento dos estudantes em relação aos temas gerontogeriátricos foi 46,2%(±10,3) antes da
utilização do PV e 50,8%(±10,3) depois (p< 0,05).
Conclusão: O uso de PV mostrou resultado significativamente positivo nas competências
gerontogeriátricas dos estudantes. A sua inclusão em disciplinas que exijam o desenvolvimento do
raciocínio clínico pelos estudantes de Farmácia, pode complementar as ferramentas de ensino tradicionais
e preparar os futuros profissionais para o cuidado aos pacientes reais.
Agência de Fomento: Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERCEPÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE FARMÁCIA APÓS REALIZAÇÃO DOS
ESTÁGIOS CURRICULARES EM FARMÁCIAS PÚBLICAS E PRIVADAS NO MUNICÍPIO
DE CACOAL/RO – A PRÁTICA QUE CONTRADIZ A REALIDADE EXIGIDA
Daniele Cazoni Balthazar Costa; Odair José Gaspar
FACIMED- Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal - Rondônia
Não é possível pensar em saúde sem pensar em educação e nas relações que existem entre ambas,
compreendendo a transmissão e desenvolvimento de conhecimentos, competências, o que respalda com
fundamento a realização dos estágios curriculares imprescindível para a concretização de conhecimentos
previamente obtidos e a aquisição de habilidades práticas necessárias para contemplar a formação
do farmacêutico. O curso apresenta carga horária total de 4.420 horas, sendo, 800 horas de estágios
supervisionados que estão relacionados ao eixo de medicamentos no que tange sua utilização e a prestação
de serviços farmacêuticos nos estágios em Unidades Básicas de Saúde - UBS, Farmácia Hospitalar e Clínica;
e Farmácia Comunitária para práticas relacionadas à dispensação e manipulação de medicamentos. No
âmbito da UBS, o farmacêutico é o último profissional de saúde a ter contato direto com o paciente
a instituição da farmacoterapia, tornando-o corresponsável pela qualidade de vida deste. A mesma
responsabilidade é atribuída ao farmacêutico em farmácia comunitária e farmácia hospitalar e clínica,
agregando nesta última, gestão, seguimento farmacoterapêutico, inserção em equipe multidisciplinar
e farmacovigilância. Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar a percepção dos
acadêmicos quanto à estrutura física, organizacional e funcional dos setores, bem como a efetividade
dos serviços farmacêuticos. Portanto, o estudo realizou uma análise de cunho quali-quantitativo através
do instrumento de pesquisa contendo seis questões capazes de abordar todos os setores de estágio
citados anteriormente, com opções de respostas conceituais (ruim, regular, bom e ótimo) em múltipla
escolha, capazes de fornecer informações fidedignas da percepção do acadêmico em relação ao tema
abordado. Diante das respostas atribuídas às UBS, 80% dos acadêmicos classificaram como ruim, devido
à ausência do profissional farmacêutico. Quanto ao estágio em farmácia hospitalar na Unidade Municipal,
80% dos questionados consideraram ruim, pois não havia estrutura física e organizacional suficientes,
sendo então inviável a inserção do acadêmico na farmácia hospitalar. Já com relação ao estágio realizado
na Farmácia hospitalar e clínica do Hospital Regional, 25% consideraram regular, pois mesmo havendo
estrutura física e organizacional, o acadêmico não identificou a farmácia como unidade de ensino prático,
porém 75% classificaram como bom, tendo em vista a suficiente estrutura para o desenvolvimento de
atividades acadêmicas pertinentes à integração do acadêmico / farmacêutico. Para o estágio em Farmácia
Comunitária, 75% dos acadêmicos atribuíram conceito bom, já que a atenção farmacêutica faz parte da
conduta do profissional, porém não há seguimento farmacoterapêutico. Diante das práticas executadas
na rotina do estabelecimento, 55% dos estagiários qualificaram como bom, pois cumpriu-se com os POPs,
porém sem a supervisão ativa do responsável técnico, e 40% como ótimo, pois cumpriu-se com exatidão
as BPMs com tal supervisão. Considerando a realidade local e a experiência vivenciada pelos acadêmicos
nos setores de estágio, verificou-se uma importante fragilidade na prestação de serviços farmacêuticos
devido à ausência do responsável técnico, o que comprometeu o desenvolvimento acadêmico impedindo
que os objetivos das práticas de estágio fossem contemplados. Diante do exposto, sugere-se uma revisão
das condutas adotadas pelas unidades cedentes de estágio, em relação à presença e atuação integrais do
profissional farmacêutico.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EVASÃO NOS CURSOS DE FARMÁCIA NO PERÍODO DE 1991 A 2013
Danyelle Cristine Marini, Cláudia Beatriz de Castro Nascimento Ometto
Universidade Metodista de Piracicaba
Os primeiros cursos de Farmácia criados no Brasil foram em 1832, nas cidades do Rio de Janeiro e
Salvador. Estes cursos eram vinculados às escolas de Medicina. Atualmente existem no Brasil 479 cursos
de Farmácia de caráter presencial e cinco polos autorizados, mas não em funcionamento, de cursos na
modalidade de educação à distância. O setor privado é responsável por 84% da oferta desses cursos, e
o primeiro deles foi criado em 1974. Na época o Estado era conduzido pelos militares e caracterizavase por investir gradativamente menos em educação pública. Desde então a média de criação no setor
privado, por ano, tem sido de 11,20 novos cursos e isso significa, atualmente, numa oferta de 64.277
vagas. A evasão no ensino superior é um problema que afeta as Instituições de Ensino Superior, pois as
perdas de estudantes que iniciam, mas não terminam seus cursos provoca desperdícios econômicos. No
setor público, ocorre o investimento de recursos sem o devido retorno, já em relação ao setor privado,
provoca perda de receitas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o índice de evasão dos cursos
de Farmácia no período de 1991 a 2013. Os dados obtidos foram do Censo do INEP e para o cálculo de
evasão comparou-se o número de alunos que estavam matriculados num determinado ano, subtraídos os
concluintes, com a quantidade de alunos matriculados no ano seguinte, subtraindo-se deste último total
os ingressantes do determinado ano. Os dados nos apontam que houve perda de alunos de um ano para
outro, ou seja, a evasão anual. Nos cursos de Farmácia, nosso objeto de estudo, o percentual de evasão,
até 2000, era inferior a 10%. No início do século XXI esse percentual aumentou e ficou superior a esse
valor, por exemplo, em 2003 o índice ficou próximo aos 20%. A evasão, analisada segundo a natureza
jurídica das instituições verifica que o percentual é superior nas IES privadas, em alguns casos chegando
próximo a 25%. Em contrapartida, nas IES públicas, o índice fica inferior a 10%. De acordo com estudo
realizado por Silva Filho e colaboradores (2007), para todas as IES do Brasil, no período de 2000 a 2005,
verificou-se que a média de evasão foi de 22%, sendo que para IES pública a média foi de 12%, enquanto
para IES privada ocorreu uma média em torno de 26%. O mesmo trabalho avaliou a evasão por áreas
de conhecimentos divididas em: agricultura e veterinária; ciências, matemática e computação; ciências
sociais, negócios e direito; educação; engenharia, produção e construção; humanidades e artes; saúde e
bem-estar social e serviços. O curso de Farmácia foi alocado na área de saúde e bem-estar social e serviços,
a qual apresentou média de evasão anual variando em torno de 19%, o que significou a terceira menor taxa
de evasão entre as oito comparadas (SILVA Filho et al, 2007). Nesse trabalho para os cursos de Farmácia,
no período de 1992 a 2013 a média de evasão para as instituições públicas foi de 7%, enquanto para as
privadas de 14,5%. A evasão é fruto de inúmeros fatores os quais são de difícil dimensão, contudo há de
se considerar a necessidade de realizar estudos sistemáticos visando reduzir as taxas de evasão e assim
evitar desperdícios, tanto do ponto de vista social quando do financeiro.
Referências Bibliográficas
SILVA FILHO, R. L. L.; MOTEJUNAS, P. R.; HIPÓLITO, O.; LOBO, M. B. C. M. A evasão no ensino superior brasileiro. Cadernos de Pesquisa,
Rio de Janeiro, v. 37, n. 132, p. 641-659, 2007.
SILVA FILHO, R. L. L.; LOBO, M. B. C. M. Esclarecimentos metodológicos sobre os cálculos de evasão. Disponível em: <http://
institutolobo.org.br/imagens/pdf/artigos/art_078.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2015
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERFIL DO EGRESSO DOS CURSOS DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Danyelle Cristine Marini; Antonio Távora de Albuquerque Silva; Geraldo Alécio de
Oliveira; Gilmárcio Zimmermann Martins; Luis do Nascimento Ortega; Marise Bastos
Stevanato; Renato Sebastião Saladino; NatháliaChristino Diniz Silva; Lais Ruiz
Gramorelli;Raquel Cristina Delfini Rizzi Grecchi
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, estabelecidas pela Resolução
CNE/CES nº 2/2002, substituíram o perfil de formação em habilitações por um generalista. Portanto, com
o objetivo de verificar o perfil de formação do farmacêutico formado a partir de 2006, no Estado de
São Paulo, foi disponibilizado no portal do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, um
questionário de preenchimento on-line, no período de 23/01/2014 a 03/11/2014. Este estudo faz parte
do projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE nº 19854213.6.0000.5433. Os resultados, a
seguir, correspondem a 654 farmacêuticos que referiram ter concluído a graduação no Estado de São Paulo,
a partir de 2006, em farmácia com formação generalista, sem habilitação e que trabalhavam no Estado de
São Paulo ou não estavam trabalhando na área farmacêutica. Destes, 67 % são do gênero feminino; 75,4%
possuem a graduação como titulação máxima e, 20,6%, a especialização. São oriundos de instituição
privada 91% e 69,4% realizaram a graduação em quatro anos. Referiram (93%) manter a atualização,
em sua maioria, por estudos independentes (86%) ou por meio de cursos de curta duração (78%).
Concordaram plenamente que os conteúdos de dispensação (63%), saúde pública (53%), análises clínicas
e toxicológicas (45%), cosméticos (44%), indústria (40%) e alimentos (26%) contribuíram para exercício
profissional. Concordaram plenamente que a graduação os preparou na construção da ética e valores
profissionais (59%); que são capazes de transformar o ambiente profissional (54%); que estão preparados
para atuarem na área farmacêutica (52%) e para interagirem com a comunidade (29%). No entanto, 60%
e 35%, respectivamente, discordaram que a graduação os preparou para a gestão de negócios e que a
graduação deu segurança para trabalhar em equipe multiprofissional. Os conteúdos teóricos (88%), o
estágio (86%) e conteúdos práticos (82%) foram referidos como os que mais contribuíram para o exercício
profissional e consideraram, também, que a pesquisa (55%) e a extensão (45%) contribuíram para sua
formação.Em função dos resultados,em especial os relacionados à educação continuada, à contribuição
dos conteúdos ministrados, à contribuição da graduação para a construção da ética e valores profissionais,
à capacidade de transformação do ambiente profissional, ao preparo para atuação na área farmacêutica
e para a interação com a comunidade, à discordância de que a graduação prepara para a gestão de
negócios e garante segurança para o trabalho em equipe multiprofissional, infere-se que a reformulação
das diretrizes curriculares nacionais é uma necessidade, a fim de se buscar o aprimoramento da formação
farmacêutica em nosso país.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANÁLISE COMPARATIVA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DO ESTADO
DE MINAS GERAIS DE ACORDO COM OS INDICADORES DO MEC
Dayana Alencar Rodrigues; Karen de Souza Coutinho; Laís Conceição Carvalho de
Arruda; Rodrigo Feliciano Fernandes; Waldemar de Paula Júnior
Curso de Farmácia, Faculdades Santo Agostinho – Montes Claros – MG
Introdução: Para avaliar os cursos de graduação, o Ministério da Educação, utiliza, dentre outros
parâmetros, dois tipos de indicadores: de curso e institucional. Os indicadores de cursos incluem o ENADE
(Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes); CPC (Conceito Preliminar de Curso) e o CC (Conceito de
Curso), enquanto que o indicador institucional corresponde ao IGC (Índice Geral de Cursos) da instituição.
O ENADE avalia o conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo. O resultado do ENADE é utilizado
na composição dos índices de qualidade relativos aos cursos (CPC) e às instituições (IGC). O Conceito
Preliminar de Curso (CPC) é obtido levando em consideração o resultado do ENADE, titulação docente,
regime de contratação docente (parcial ou integral), recursos didático-pedagógicos, infraestrutura e
instalações físicas. O CPC pode variar entre 1 a 5. O Conceito de Curso (CC) corresponde à avaliação in loco
realizada pela equipe do MEC. Serve para confirmar ou alterar o CPC. Cursos com CPC 1 ou 2 são obrigados
a receber avaliação in loco. Cursos com CPC igual ou maior que 3 podem ou não receber avaliação in loco.
Objetivo: Comparar os cursos de graduação em farmácia em atividade no Estado de Minas Gerais
considerando os indicadores de cursos divulgados pelo MEC.
Metodologia: Este trabalho foi realizado a partir de consulta no site do Emec relacionada com todos
os cursos de farmácia em atividade no Estado de Minas Gerais. Foram analisados os conceitos dos cursos,
os conceitos preliminares de cursos e as notas do exame nacional de desempenho dos estudantes. Os dados
foram agrupados de acordo com o tipo de instituição: pública ou privada.
Resultados: Dos cursos de farmácia gratuitos no Estado de Minas Gerais, 46% possuem conceito
de curso 5, 30% conceito 4 e 24% ainda não foi avaliado. Em relação ao CPC dos cursos de instituições
públicas os resultados foram respectivamente: 5 (24%), 4 (69%) e não avaliado (7%). A nota do ENADE
desses cursos foi 5 (63%), 4 (30%) e não avaliado (7%). Os conceitos dos cursos de instituições privadas
foram os seguintes: (conceito de curso: 2 (0,8%), 3 (36%), 4 (21%), 5 (5,2%), não avaliado (37%); CPC:
2 (1,6%), 3 (44%), 4 (2,4%), não avaliado (23%) e sem conceito (29%); ENADE: 1 (2,3%), 2 (28%), 3
(23%), 4 (4,7%), não avaliado (14%) e sem conceito (28%).
Conclusão: Essa análise demonstra uma disparidade entre o cursos de farmácia de Minas Gerais de
entre as instituições públicas e privadas e até mesmo dentro de uma mesma categoria de instituição.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A ABORDAGEM DE FARMACOVIGILÂNCIA SEGUNDO ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE
FARMÁCIA EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Débora Camillo Ramalho*; Erik Montagna**; Ana Beatriz de Oliveira Pinn**.
*Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz. **Faculdade de Medicina do ABC
Introdução: Farmacovigilância é definida como a ciência e as atividades relacionadas à detecção,
avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos ou qualquer outro problema relacionado
a medicamentos. A vigilância de medicamentos pós-comercialização tem como principal ferramenta o
reporte espontâneo de suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAMs) por profissionais da saúde
e consumidores. Dados mostram que dos anos de 2005 a 2012 houve um aumento na quantidade de
profissionais farmacêuticos atuando na área, o que requer maior atenção e sistematização de conhecimentos
na área.
Objetivos: Este trabalho avaliou conhecimentos e percepções sobre Farmacovigilância em um grupo
de graduandos do curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo, bem como seu papel no
atendimento à saúde e, por fim, em que nível estes conhecimentos foram abordados em seu curso.
Metodologia: A pesquisa deu-se por meio da aplicação de um questionário fechado, em teste, com
escala do tipo Likert; O questionário era composto de 11 afirmações, sendo divididas em conhecimento/
conceitos de Farmacovigilância; abordagem do tema na(s) disciplina(s) de Graduação; percepção pessoal
sobre a importância do tema; atuação profissional atual do aluno.Foi aplicado em alunos dos períodos
diurno e noturno que, de acordo com a grade curricular idealmente cursada, já teriam recebido ao menos
uma disciplina que, formalmente, incluísse Farmacovigilância em seu programa.
Resultados: Mais de 90% dos alunos afirmam precisar conhecer os fundamentos de Farmacovigilância
por serem profissionais de saúde, o que indica percepção positiva do seu papel como cuidador de saúde.
Em relação à abordagem do tema Farmacovigilância durante a Graduação, 57% dos alunos acredita ter sido
superficial, apesar de terem entendido a contextualização do tema nas disciplinas em que ele foi abordado.
Conclusão: A maioria dos alunos forneceu respostas corretas para as afirmações sobre conceitos
de Farmacovigilância, o que indica abordagem conceitual suficiente na amostra de alunos estudados.
Apesar do grupo ser restrito e com particularidades locais, é relevante pelo fato de tratar-se de um dos
cursos de maior carga horária e que de uma instituição que é referência na área; também sugerem que o
tópico ainda pode ser mais explorado e sistematizado, de acordo com as percepções dos alunos sobre sua
contextualização.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO FARMACÊUTICA
Denise Milão, Ana Lígia Bender, Fernanda Bueno Morrone, Liamara Andrade, Temis
Weber Furlanetto Corte, Virginia Minghelli Schmitt.
Faculdade de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Introdução: Constituem competências fundamentais ao egresso da Faculdade de Farmácia da PUCRS
(FFARM) a capacidade de inovação e atualização atuando de forma multiprofissional e transdisciplinar
na promoção da saúde, baseado na convicção científica, de cidadania e de ética, possuir capacidade de
gestão, visão sistêmica da realidade, e estar sensibilizado com os problemas ambientais e da comunidade.
Para um desenvolvimento social e econômico sustentável há necessidade de formação de profissionais em
que a inovação e a interdisciplinaridade sejam prioridade central. As metodologias ativas de aprendizagem
são a estratégia adequada à formação de profissionais capazes de enfrentar os desafios associados ao novo
cenário brasileiro e mundial no âmbito da saúde.
Objetivo: Apresentar a proposta de formação farmacêutica utilizando metodologias ativas,
estabelecida no projeto pedagógico vigente (3510).
Metodologia: A proposta de formação procura tornar interdependentes os elementos nas disciplinas
que compõem o currículo do curso de modo a fazê-las funcionar de maneira articulada em função de um
objetivo. A equipe docente é quem constrói essa interdependência usando ferramentas como temas e
projetos interdisciplinares, metodologias participativas, aprendizagem baseada em problema, estudo de
casos e aprendizagem baseada em projetos. As atividades integradoras das disciplinas se dão em cada
um dos níveis do curso, baseadas em situações da realidade profissional. Os níveis de integração são
variáveis. Os eixos integradores são temas amplos capazes de abarcar várias disciplinas e áreas de atuação
do farmacêutico, alinhando-se às áreas estratégicas da política de saúde do país: saúde mental, saúde
da mulher, saúde da criança e do adolescente, saúde do homem, saúde do trabalhador, saúde da família
e saúde do idoso; programas de hipertensão e diabetes, asma e rinite, alimentação e nutrição e combate
ao tabagismo.
Resultados: O PPC 3510 foi idealizado pelo pleno do corpo docente da FFARM, organizado pelo
NDE, revisado pelo Colegiado e aprovado na Câmara da Pró-Reitoria Acadêmica em outubro de 2010. A
implantação iniciou com apropriação pelo corpo docente do PPC 3510, enfatizando a representação gráfica
da matriz curricular e as possibilidades de articulação previstas: por projeto, por disciplinas integradoras
e por tema integrador (imediatamente após a aprovação até implantação do nível I em 2011-1). Foi
fundamental a articulação constante e troca de experiências na fase de planejamento das disciplinas
integradoras dos níveis I, II e III e das disciplinas na proposição dos temas integradores dos níveis IV,
V e VI do Curso de Farmácia. As disciplinas integradoras assumem a função de atribuir significado aos
conteúdos trabalhados no semestre, como, por exemplo, o aluno que diz, após uma aula da disciplina
integradora: “é por isso que temos que estudar química orgânica!”. O sucesso do trabalho está na adesão
dos colegas, que estão cientes da proposta e se dispõem a colaborar, participando de entrevistas e abrindo
espaços para visitação dos alunos.
Conclusão: É possível a implantação de um PPC baseado na integração de disciplinas, no entanto,
muitas questões emergem durante a construção e avaliação das metodologias de ensino como é a proposta
do PPC3510, como, por exemplo: o modo como é possível socializar as produções dos bolsistas PET a fim
de contribuir para a formação dos demais estudante; a socialização com os estudantes na escolha do
tema integrador do nível do curso; a heteronomia das relações de aprendizagem. No entanto, o que fica
evidente é a importância da atenção à escuta dos estudantes nos espaços formais e informais bem como
das equipes docentes que constroem as situações/espaços de aprendizagem.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
NÚCLEO FITOMEDICINAL DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE
CAXIAS DO SUL: INOVAÇÃO PEDAGÓGICA VISANDO A TRANSDISCIPLINARIDADE
Diego Gnatta, Kellen de Souza, Luciana Scur, Melissa Schwanz, RonaldoWasun†,
Valéria W.Angeli
Curso de Farmácia da Universidade de Caxias do Sul
Introdução: Discussões baseadas no aprimoramento do projeto político pedagógico (PPP) do Curso
de Farmácia da Universidade de Caxias do Sul (CFAR-UCS) identificaram a necessidade de intensificar a
interdisciplinaridade nas práticas docentes até o momento desenvolvidas. No entanto, estas práticas
interdisciplinares deveriam desenvolver as habilidades e competências desejadas para o farmacêutico.
Dessa forma, sugeriu-se a aglutinação dos conteúdos disciplinares em núcleos com o propósito de dinamizar
o currículo integrado. O Núcleo Fitomedicinal (NFM)contempla as etapas para formação do farmacêutico na
área de desenvolvimento de medicamentos e cosméticos obtidos a partir de plantas medicinais.
Objetivos: Implantar o NFM e trabalhar inter/transdisciplinarmente os conhecimentos de botânica,
farmacognosia, farmacotécnica e homeopatia e cosmetologia, favorecendo a inter-relação de informações
e conceitos, oportunizando ao aluno uma visão completa das etapas de desenvolvimento de medicamentos
e cosméticos a partir de plantas medicinais.
Metodologia: O aluno inicia as atividades do NFM na disciplina de botânica (2º semestre)com
encerramento na disciplina de cosmetologia (9º semestre) e passa pelas seguintes etapas: a) ao final de
cada disciplina o aluno deverá apresentar um trabalho final por escrito com as atividades realizadas; b)
a atividade é constantemente monitorada pelos docentes responsáveis, ou seja, os alunos poderão, em
qualquer momento, esclarecer dúvidas com os docentes à medida que o trabalho estiver sendo desenvolvido;
c) os conteúdos em cada uma das disciplinas que compõem o NFM serão trabalhados em diferentes formas
(aulas expositivas, trabalhos em grupo, seminários, estudos dirigidos e aulas práticas em laboratório; d)
o trabalho final obtido após a conclusão de todas as disciplinas é apresentado oralmente para um à banca
composta por professores da UCS.
Resultados: O projeto foi pensado em 2004 com início das atividades em 2006. Desde
2006aproximadamente 200 espécies nativas foram estudadas, muitas delas ainda pouco exploradas e com
enormes potencialidades para uso farmacêutico. Trabalhos foram apresentados em congressos mundiais e
nacionais: 62ndIndianPharmaceuticalCongress, em Manipal (Índia), V Simpósio Iberoamericano de Plantas
Medicinais, realizado na Universidade do Vale do Itajaí – SC, XXXI Congresso Científico Brasileiro de
Estudantes de Farmácia (CCBEF), realizado em Belo Horizonte – MG e Congresso Brasileiro de Cosmetologia
realizado em São Paulo. Dois trabalhos foram publicados em revistas científicas da área farmacêutica:
Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v.33, p.509-514, 2013 e Revista Brasileira de
Farmácia, v.95, p.580-594, 2014.
Conclusões: O NFM, ao longo de sua execução, tem demonstrado ser uma atividade pedagógica
efetiva na formação do acadêmico do CFAR-UCS, sobretudo no que se refere ao estímulo da autonomia
decisória do estudante de farmácia. Esta atividade vem exigindo inúmeras reflexões e ajustes por parte
dos docentes que compõem o NFM, pois é essencial um acompanhamento dos estudantes, bem como
dos resultados obtidos na formação dos mesmos. Inovações e adequações, tanto na metodologia quanto
nos instrumentos de avaliação são necessárias periodicamente com o propósito de deixar esta atividade
sempre atualizada e dinâmica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A CONTRIBUIÇÃO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM
SAÚDE DE CAXIAS DO SUL-RS
Diego Gnatta, Liliana Portal Weber, Luciana Mello de Oliveira, Rita Maria Callegari
Basso
Curso de Farmácia da Universidade de Caxias do Sul
Introdução: A Assistência Farmacêutica (AF) trata de um conjunto de ações voltadas à promoção,
proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo
essencial e visando o acesso e ao seu uso racional. Inserir acadêmicos de farmácia nas atividades do ciclo
da AF no SUS mostra-se de suma importância.
Objetivos: Proporcionar ao estudante o conhecimento necessário sobre as dimensões da saúde,
bem como a construção de políticas públicas de saúde no Brasil e a sua situação atual. O estudante
deverá ser capaz de: caracterizar o papel do farmacêutico no contexto de saúde, analisar criticamente a
problemática da saúde a nível individual e coletivo, propor alternativas de solução para os problemas de
saúde prevalentes na população local e identificar e propor formas de controle dos fatores determinantes
da condição de saúde, propor formas de atuação profissional em todos os âmbitos de atuação (promoção,
manutenção, prevenção, recuperação, reabilitação, compensação e atenuação do sofrimento) e desenvolver
habilidades na área da comunicação.
Metodologia: O estágio em Atenção Primária em Saúde (APS) ocorre no 4° semestre do Curso
de Farmácia da UCS, encontros semanais. Cada turma é composta por seis estudantes e um professor
orientador. Os estudantes são divididos em duplas e/ou trios e realizam as atividades ao longo das 60
horas no semestre: (1) Seguimento Farmacoterapêutico (SF) com pacientes que preferencialmente utilizam
polifarmácia e apresentam dificuldades quanto ao uso dos medicamentos. A finalidade é identificar os
possíveis Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM); (2) Visita Domiciliar (VD): realizada junto
com o Agente Comunitário, com a finalidade de conhecer o perfil sócio demográfico e de enfermidades
dos usuários, além de identificar e resolver PRM; (3) Atividade em Escolas: palestras e/ou teatro para
estudantes do ensino fundamental e/ou médio, da rede municipal e estadual de educação, configurando
um processo educacional quanto ao uso dos medicamentos, prevenção de doenças e cuidados de higiene
pessoal; (4) Participação na capacitação de Agentes Comunitários para o uso correto de medicamentos e
de plantas medicinais; (5) Treinamentos com a equipe da AF da SMS de Caxias do Sul e visitas técnicas;
(6) Educação em sala de espera.
Resultados: O estágio em APS iniciou no ano de 2011 e é obrigatório para todos os acadêmicos
de farmácia da UCS. Dezoito estudantes realizam o estágio em cada semestre e há quatro professores do
Curso envolvidos nas orientações. Cada turma se responsabiliza por atender uma Unidade Básica de Saúde
(UBS) do município. No total oito UBS já foram atendidas. Os resultados das intervenções em saúde são
apresentados pelas turmas no final de cada ano, na Mostra de Experiências Exitosas em Saúde, organizada
pelo Núcleo de Educação Permanente em Saúde da SMS de Caxias do Sul.
Conclusão: Os acadêmicos de farmácia, juntamente com o docente, participam ativamente do
processo educacional em saúde, através do SF, das VD e demais atividades descritas. Além disso, educar
a comunidade, como atividades em escolas, também é importante no processo da promoção da saúde e
prevenção de agravos, inserindo o futuro farmacêutico no contexto da APS.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPLANTAÇÃO DO ESTÁGIO EM FARMÁCIA CLÍNICA: UMA EXPERIÊNCIA NA
ATENÇÃO BÁSICA
Edilson Martins Rodrigues Neto*; Miriam Nunes Nocrato**; Francisco Josimar Girão
Junior***; Karla Bruna Nogueira Torres Barros*; Deive Brito Ribeiro*; Leina Mércia
de Oliveira Vasconcelos*.
*Docente Faculdade Católica Rainha do Sertão. **Farmacêutica Governo do Estado
do Ceará. **Acadêmico de Farmácia Faculdade Católica Rainha do Sertão
Introdução: Farmácia Clínica pode ser definida como ações realizadas pelo farmacêutico voltadas
para melhoria da saúde do paciente, tendo ele como foco principal e não mais o medicamento. A importância
desse serviço se dá principalmente na redução de custos para o paciente e o sistema de saúde, assim
como benefícios na qualidade de vida. O estágio é um momento importante para o aluno, pois ele tem a
possibilidade de exercitar o que aprendeu na teoria e vivenciar a prática farmacêutica de modo profissional.
Objetivos: Descrever as atividades realizadas durante o estágio em Farmácia Clínica na Unidade de
Atenção Primária à Saúde Roberto da Silva Bruno.
Metodologia: Trata-se de um relato de experiência das atividades realizada pelos farmacêuticos e
estagiário desse serviço, no período de setembro a novembro de 2014, para tanto se utilizou como fonte
de dados as fichas de acompanhamento clínico, diário de prestação de serviço farmacêuticos e relatório
de estágio em farmácia clínica.
Resultados: Em três meses de implantação do serviço foram realizadas 6 palestras com temas
relacionadas à educação em saúde, 23 visitas farmacêuticas domiciliares a pacientes acamados, 50
paciente foram contemplados por prestação de serviços farmacêuticos e desses 10 se encontram em
acompanhamento fármacoterapêutico, a partir do acompanhamento foram realizadas 14 intervenções
farmacêuticas, além disso, foi introduzido pelo serviço a prática da consulta farmacêutica com terapias
complementares em distúrbios de saúde menores (fitoterapia e homeopatia).
Conclusão: Pelo exposto o Serviço de Farmácia Clínica se mostrou muito benéfico para a comunidade
atendida nessa unidade de saúde, pois houveram intervenções farmacêuticas que melhoraram a qualidade
de vida dos pacientes e reduziram custos para o sistema de saúde e para o próprio paciente, que pode
ainda contar com um serviço de terapias complementares. Além disso, esse piloto se mostrou benéfico
para o acadêmico, pois este pode vivenciar uma prática vanguardista da profissão farmacêutica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERCEPÇÃO DISCENTE DA INSERÇÃO DE PRÁTICAS DOCENTES NA DISCIPLINA DE
TECNOLOGIA FARMACÊUTICA
Edilson Martins Rodrigues Neto*; Francisco Josimar Girão Junior**; Karla Bruna
Nogueira Torres Barros*; Deive Brito Ribeiro*; Leina Mércia de Oliveira Vasconcelos*.
*Docente Faculdade Católica Rainha do Sertão. **Acadêmico de Farmácia Faculdade
Católica Rainha do Sertão
Introdução: a disciplina de Tecnologia Farmacêutica (TF) visa o estudo da aplicação do conhecimento
tecnológico e científico no processo produtivo do medicamento como produto acabado para conservação,
promoção e recuperação da saúde. No curso Farmácia, da Faculdade Católica Rainha do Sertão, é uma
matéria ministrada no décimo semestre, no qual ocorre a graduação do aluno. Nesse contexto, tendo em
vista a função social do farmacêutico como profissional educador em saúde e a futura atuação no mercado
de trabalho dos egressos, optou-se por introduzir as praticas docentes na disciplina.
Objetivos: avaliar a percepção dos discentes da experiência de introdução das práticas docentes na
disciplina de TF da instituição.
Metodologia: Trata-se de um estudo analítico que foi realizado por meio de aplicação de questionário
aos alunos concludentes da disciplina no segundo semestre de 2014. O inquérito era composto por 4
perguntas que avaliavam a percepção sobre as aulas e contavam com uma atribuição de escores variando
de 2 a 10. Os questionamentos versaram sobre a importância da prática docente para sua futura vida
profissional, o aproveitamento do aluno, a facilidade para montar uma aula e a facilidade para falar em
público.
Resultados: O questionário foi aplicado a todos os alunos da disciplina (N= 11) Após a análise a
média de escores obtidos foi: importância para vida profissional (8,7), aproveitamento (8,5), facilidade de
montar aula (6,2), facilidade de falar em público (5,6).
Conclusão: percebe-se que os discentes tiveram uma dificuldade em montar aulas e falar em
público, mas ainda assim consideraram a atividade importante para sua vida profissional e tiveram um
bom aproveitamento da prática. Desse modo, verifica-se que a introdução da prática docente na disciplina
de TF foi bastante positiva, podendo, assim ser novamente aplicada em semestres posteriores.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO
FARMACÊUTICO
Elaine Cristina Alves*, Valdjane Saldanha**, CynthiaHatsue Kitayama Cabral**,
Patricia Taveira de Brito***, Lourena Mafra Verissimo****RandRandal Martins****
Idivaldo Antonio Micali****, Francisca Sueli Monte Moreira****
*Maternidade Escola Januário Cicco, **Hospital Universitário Onofre
Lopes, ***Farmácia Escola da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
****Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Introdução: O modelo de atenção proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) exige repensar
acerca da organização do processo de trabalho, reorientado por uma nova lógica: integralidade da atenção,
interdisciplinaridade e intersetorialidade. Nesta perspectiva, tornam-se necessárias transformações no
processo de formação dos profissionais, considerando a determinação social das doenças, o usuário,
o trabalho em equipe e, principalmente, desencadear novas práticas em saúde pautadas na troca de
saberes, enquanto atores do processo coletivo do trabalho em saúde. A formação do farmacêutico na
lógica da integralidade, durante a graduação, ainda é considerada insuficiente, especialmente em função
da carência de vivências interprofissionais. Neste contexto, os Programas de Residência Multiprofissional
em Saúde (PRMS) surgem como cursos de pós-graduação lato sensu fomentados pelo MEC e MS para
estimular a formação em serviço. Têm duração de dois anos, e buscam ser uma ferramenta de cooperação
intersetorial para facilitar a inserção qualificada dos jovens profissionais da saúde no mercado de trabalho,
especialmente para a complementação da formação para o SUS.A formação do farmacêutico na residência
multiprofissional permite a reorientação do papel do profissional, como membro da equipe de saúde, tendo
como característica principal a reaproximação com a atenção direta ao usuário e a articulação com outras
profissões.
Objetivos: relatar a experiência da formação de farmacêuticos no PRMS da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN).
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência.
Resultados e Discussões: Os PRMS/UFRN foram concebidos com foco na atenção hospitalar e tem
como pilar orientador o processo de aprendizagem por ensino em serviço, o trabalho multiprofissional
interdisciplinar e os princípios norteadores do SUS. Os PRMS/UFRN são oferta dos desde fevereiro de
2010em quatro áreas de concentração: saúde materno-infantil, saúde da criança, terapia intensiva
adulto, terapia intensiva neonatal. Os projetos pedagógicos foram concebidos com bases nas diretrizes
do currículo integrado, considerado como um instrumento articulador dinâmico do trabalho e ensino,
prática e teoria, ensino e comunidade. Nele o residente atua como indivíduo crítico-reflexivo e solidário
no processo de ensino-aprendizagem, no exercício de sua profissão e no trabalho em equipe. Os residentes
farmacêuticos compõem todas as equipes dos PRMS/UFRN e passam pelos diferentes níveis de atenção
em busca de desenvolver e articular ações de promoção, prevenção e reabilitação, no intuito de vivenciar
a integralidade do cuidado. No âmbito hospitalar as atividades são desenvolvidas em sistema de rodízios
nas unidades de cuidado que dão subsídio à especialização na área de concentração. Para a organização
das áreas temáticas foram definidos três eixos distintos, porém integrados, nos quais foram distribuídos
os módulos teóricos (eixo transversal comum que é compartilhado pelos quatro programas de residência
multiprofissional dos hospitais universitários da UFRN; eixo transversal da área de concentração; eixo
específico de cada profissão). A condução das atividades é feita por profissionais dos serviços e docentes
(preceptoria, tutoria e supervisão).
Conclusão: a residência tem contribuído para a prática integrada ao ensino e maior aproximação
entre academia e os serviços de saúde, reduzindo a lacuna da formação dos profissionais farmacêuticos
para atuação no SUS.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DO ÍNDICE DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM
(ILS) EM ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA: UM ESTUDO PILOTO
Elisdete Maria Santos de Jesus; Adriana Andrade Carvalho**; Francielly Lima da
Fonseca*; Fernando Henrique de Almeida*; Wellington Barros da Silva*
*,
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) – Departamento de
Farmácia/ Universidade Federal de Sergipe. **Departamento de Farmácia - Campus
Lagarto/Universidade Federal de Sergipe.
*
Introdução: A tentativa de conhecer as percepções, expectativas e as opiniões dos indivíduos a
respeito de um determinado instrumento devem ser consideradas como uma etapa primordial no decorrer
da pesquisa. Nesta etapa, fica claro que não basta apenas coletar respostas sobre questões de interesse,
mas sim saber como analisá-las estatisticamente para validação dos resultados. Dentro desse cenário de
avaliações, quando se opta por utilizar questionários, é imprescindível conferir sua eficácia, checar se os
questionamentos e a forma como foram colocados trazem à tona questões importantes para a análise.
Neste contexto, ao deparar-se com a infinidade de preferências de aprendizagem, muito valorizada no
ensino superior, dado ser esse um momento decisivo na formação dos indivíduos, as evidências disponíveis
sugerem que conhecer os estilos de aprendizagem entre estudantes torna-se relevante para professores e
gestores da área educacional por favorecer o planejamento e seleção das situações de ensino utilizadas em
sala de aula, potencializando a efetividade do processo de ensino-aprendizagem.
Objetivo: Avaliar a aplicabilidade do instrumento Índice de Estilos de Aprendizagem (ILS) em
alunos do curso de graduação em farmácia.
Metodologia: Foi realizado um estudo piloto durante o mês de março de 2015, a fim de se familiarizar
com o processo de identificação dos estilos de aprendizagem, calibrar o instrumento e aprimorar o método
de coleta das informações. O instrumento foi aplicado nos alunos do curso de graduação em farmácia dos
dois campi os quais trabalham com metodologias de ensino tradicional e metodologias ativas. Os mesmos
foram aplicados em sala de aula, em horários previamente determinados.
Resultados: A amostra final foi composta por 38 alunos. Após a análise da aplicação do instrumento
foi verificado que 31 (81%) sexo feminino, 22 (57%) veio do ensino público e 31 (81%) não exercem
atividade remunerada. Em relação ao tempo médio gasto para responder os questionários foi de (34min).
Em relação à extensão do questionário 23 (60%) evidenciaram que o instrumento era muito extenso.
Na análise dos 44 itens do ILS respondidos pelos alunos, obteve-se resultados em números percentuais,
Intuitivo/Sensorial, (30/70), Visual/Verbal (58/41), Ativo/Reflexivo (60/38) Sequencial/Global (59/38)
para os alunos que estudam com metodologias ativas e Intuitivo/Sensorial, (36/63), Visual/Verbal
(57/42), Ativo/Reflexivo (52/47) Sequencial/Global (53/46) para os Alunos que estudam com metodologia
tradicional.
Conclusão: Com aplicação do teste piloto foi possível, testar, avaliar, revisar e aprimorar as escolhas
metodológicas bem como antever alguns pontos cruciais como o tempo gasto para a resposta e a extensão
do mesmo. Quanto aos alunos pesquisados, estes se incluem em estilo de aprendizagem com percepção
sensorial, entrada visual, processamento ativo e entendimento sequencial, não havendo diferença
significativa entre os alunos dos dois campi.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTRATÉGIAS DE INSERÇÃO DO ALUNO DE GRADUAÇÃO NOS SERVIÇOS DE
SAÚDE
Elisdete Maria Santos de Jesus**; Thelma Onozato**; Carina Carvalho Sivestre*; Chiara
Erminia da Rocha**; Giselle de Carvalho**
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) – Departamento de
Farmácia/ Universidade Federal de Sergipe. **Departamento de Farmácia-Campus
Lagarto/ Universidade Federal de Sergipe.
*
Introdução: Após o advento das diretrizes curriculares os cursos de farmácia no Brasil, procuraram
se adequar à nova realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo por objetivo a formação de um
farmacêutico apto para atuar em qualquer área da profissão farmacêutica, seja ela assistencial, de análises
clínicas, de indústria ou de alimentos. Diante de diferentes propostas de mudanças na formação dos
profissionais da saúde, inclui-se a reflexão e transformação da interface ensino/serviço, entendida como
relações entre o ensino e os serviços de saúde que respondam adequadamente às necessidades apresentadas
pela população. A proposta de integração ensino serviço contempla a relevância social da universidade
e dos processos de formação no campo da saúde nos diferentes cenários da vida real e de produção de
cuidados à saúde. Esta proposta se ampara na relação de parceria entre as universidades, os serviços locais
de saúde e a comunidade, como processos de transformação da educação dos profissionais e dos sistemas
de saúde.
Objetivo: Identificar as estratégias de inserção dos alunos de graduação em farmácia nos serviços
de saúde.
Metodologia: A pesquisa caracteriza-se como um estudo exploratório-descritivo. Com base no
plano político pedagógico do curso de farmácia foram elencadas as estratégias utilizadas para inserção
dos alunos nos diversos cenários de atenção a saúde. Inicialmente foi firmado um convênio entre a
instituição educacional de ensino superior e a secretaria municipal de saúde. A população a ser inserida
nos cenários de prática foi composta pelos estudantes dos II, III e IV ciclo do curso de farmácia, assim
distribuídos: 30 alunos do II ciclo, 29 alunos do III ciclo e 32 alunos do IV ciclo. A inserção dos alunos
se deu a partir da realização das atividades práticas dos alunos matriculados na disciplina de Prática de
Ensino na Comunidade (PEC). As atividades de inserção foram realizadas nos meses de setembro de 2014
a maio de 2015, em sete cenários de práticas distintos. O objetivo e o planejamento das atividades foram
apresentados aos coordenadores que atuavam nesses locais.
Resultados: Ao todo foram realizadas 60 aulas em um total de 240 horas de atividades realizadas.
Foram inseridos 91 alunos em sete cenários assim dispostos: 03 Unidades Básicas de Saúde (UBS) com
16 visitas, 01 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) com 06 visitas, 19 Visitas domiciliares, 01
Hospital Regional com 14 visitas, 01 Instituição de longa Permanência para idosos (ILPI) com 08 visitas.
As atividades seguiam a seguinte sequência: observação do cenário, discussão dos aspectos observados,
realização de atividades dentro dos serviços.
Conclusão: O percurso metodológico proposto pela disciplina de PEC atende aos pressupostos
das DCN por produzir uma aprendizagem que tem como objetos de ensino a realidade e a prática do
SUS. Vivenciar o processo de trabalho das UBS, bem como dos diversos cenários apontados propicia
ao estudante, um conceito de trabalho que supera a ação centrada no profissional. As consequências
da inserção dos alunos nestas práticas refletem, para além do aprendizado dos conteúdos teóricos, se
apresentando, portanto, como espaços privilegiados para a transformação e consolidação dos modelos de
atenção à saúde, pautados pelos valores do SUS.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
METODOLOGIAS DE ENSINO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA DE TESES E DISSERTAÇÕES PRODUZIDAS NO BRASIL
Elisdete Maria Santos de Jesus1; Tatiane Cristina Marques1; Francielly Lima da
Fonseca1; Divaldo Pereira de Lyra Junior1; Wellington Barros da Silva1
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) – Departamento de
Farmácia/ Universidade Federal de Sergipe
1
Introdução: Diante da necessidade de substituição do modelo médico dominante clínico/biológico/
flexneriano, centrado na doença e no cuidado médico individualizado, o Sistema Único de Saúde (SUS)
foi criado na década de 90, como um braço operacional do Estado no setor da saúde. Por conseguinte, a
construção do modelo proposto para o SUS delineiam a reformulação das práticas assistenciais e sanitárias
em direção a um novo modelo assistencial, nele incluído a Assistência Farmacêutica. Nesse contexto, além
da necessária atuação na pesquisa e produção de medicamentos, junto a serviços gerenciais e de gestão,
constata-se a necessidade do farmacêutico atuar no contato direto com os usuários do sistema, visando
uma farmacoterapia racional e a produção do cuidado.
Objetivo: Identificar e analisar teses e dissertações produzidas no Brasil que abordassem
metodologias de ensino de Assistência Farmacêutica.
Métodos: Foi realizada uma busca ativa, sem delimitação de período, no banco de teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações (BDTD) e literatura cinzenta. Como estratégia de busca utilizou-se os descritores
“ensino de farmácia”, “ensino farmacêutico” e “educação farmacêutica”. As teses e dissertações incluídas
na revisão foram analisadas manualmente e categorizadas segundo: delineamento do estudo; metodologia
do estudo e resultados principais.
Resultados e Discussão: A amostra final foi composta por 5 dissertações e 4 teses que foram
analisadas na íntegra. Após a análise foi verificado um estudo publicado no ano de 1999 e todos os
demais somente a partir de 2006 (n=8). Quanto ao delineamento a maior parte dos estudos (n=8) utilizou
a pesquisa qualitativa com estudos descritivos e exploratórios e um deles foi teórico com pesquisa
documental. Os sujeitos de pesquisa foram estudantes de Farmácia (n=7), coordenadores de curso (n=1)
e farmacêuticos (n=1). O estabelecimento das Diretrizes Curriculares Nacionais de Farmácia (DCNF), no
ano de 2002, ocasionou muitas discussões acerca da formação dos farmacêuticos, visto que orientaram
alterações na concepção e estrutura do curso e demandaram mudanças significativas acerca da importância
e contribuições que o farmacêutico, enquanto profissional de saúde, pode dar ao SUS. Haja vista que
a formação generalista deve garantir, na graduação, os conhecimentos necessários para capacitar os
alunos/futuros profissionais a trabalharem em todas as áreas de atuação. Na adoção de qualquer um dos
instrumentos metodológicos, o currículo deve se configurar de maneira integrada as mudanças no processo
ensino-aprendizagem e na formação profissional de saúde reduzindo a distância entre a universidade e a
comunidade.
Conclusão: A construção de uma Assistência Farmacêutica de qualidade necessita de investimento e
mais esforços por parte dos gestores, docentes e profissionais, promovendo parceiras que possam subsidiar
a produção do conhecimento a fim de se capacitar cada dia mais os estudantes de Farmácia, em uma
perspectiva de composição de um profissional farmacêutico pleno e apto atuar em todos os níveis de
atenção à saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O POTENCIAL PARA PESQUISA EM ENSINO SOBRE O USO DE DISPOSITIVOS
MÓVEIS DE COMUNICAÇÃO EM SALA DE AULA
Erik Montagna; Sônia Hix.
Faculdade de Medicina do ABC
Introdução: A introdução de novas tecnologias na sala de aula pode gerar ceticismo numa parte
dos docentes, que tendem a utilizar formas tradicionais de lecionar. Em parte por questões estruturais, já
que aulas em computadores dificultam o trabalho em grupo, dificuldade operacional de salas com muitos
alunos e, em parte, pelo tradicionalismo ainda vigente. Com o advento dos notebooks, essa barreira de
configuração diminuiu significativamente, sobretudo com a popularização das redes wireless. Nos últimos
cinco anos os tablete PC’s surgem como ferramenta competitiva pelo baixo custo, desempenho equiparável
a computadores, altíssima portabilidade e usabilidade, e majoritariamente baseados em plataformas de
código aberto. Sem reconfigurar a sala de aula é possível preservar a sala para estratégias colaborativas e
utilizar recursos tecnológicos hoje ubíquos como rede sem fio e intranet.
Objetivo: Verificar na literatura de ensino de nível superior quais têm sido as aplicações dos tablets
e qual o panorama da pesquisa sobre o uso dessa ferramenta no ensino presencial, em nível nacional e
internacional.
Metodologia: Por meio de revisão bibliográfica foram feitas buscas em repositórios científicos tanto
da área da saúde como da área de ensino, nacional e internacional. Os descritores utilizados foram: (1)
tablete, (2) tablet PC, (3) dispositivo(s) móvel(is), (4) computador pessoal e (5) mobile devices. Diante
dos resultados das buscas, foram anotados os seguintes parâmetros: (1) quantidade total de artigos que
aparecem na busca, (2) quantidade de artigos que se referem ao uso do tablet em nível superior, (3)
quantidade de artigos que se referem ao uso do tablet no ensino de disciplinas da área da saúde.
Resultados: Foram localizados apenas três artigos referentes a pesquisa sobre o uso de tablets no
ensino em saúde em língua portuguesa. Para nenhum outro descritor houve referência a pesquisa em ensino.
Os dados mostram que a literatura em língua portuguesa para o uso de tablets é incipiente, sem comparação
ao que é produzido em língua inglesa (72). Os artigos internacionais ainda são majoritariamente oriundos
das ciências exatas, possivelmente devido à vocação das disciplinas dessa área no uso desbravador de
dispositivos de nova geração em tecnologia da informação. Muitos dos artigos obtidos (67) são estudos
de caso para realidades locais, aplicações restritas a condições específicas de ensino-aprendizagem, e não
propostas de estratégias com clara aplicabilidade em outras condições ou realidades, de forma que, como
dado científico, são pouco extrapoláveis.
Conclusões: Os tablets são ferramentas com enorme potencial ainda não explorado, sobretudo nas
comunidades acadêmicas que almejam um campus virtual online. Há um enorme campo a ser explorado
pela pesquisa em ensino para o uso dessa ferramenta, sobretudo na área da saúde. Por outro lado, produzir
aplicativos específicos requer equipes multidisciplinares de professores, pesquisadores da área de ensino e
profissionais de TI que tenham como objetivo a produção de ferramentas, que passa necessariamente pelo
afinamento das linguagens que possam ser comuns a todos na equipe.
60
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AVALIAÇÃO DO SONO E USO DE HIPNO-SEDATIVOS ENTRE ESTUDANTES DE
GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA DO CAMPUS DE
SÃO MIGUEL DO OESTE (SC)
Everton Boff*; Deise Kreuzberg*
*Curso de Farmácia da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
Introdução: O sono é um componente essencial para a sobrevivência, tem muitas funções, como
liberação de hormônios e o processamento de vários tipos de memória. Estudantes universitários estão
especialmente sujeitos as modificações no estilo de vida e no padrão do ciclo sono/vigília. Dessa maneira,
alguns fatores agem de forma adversa e irregular à sincronização do ciclo sono vigília, como as demandas
acadêmicas e os horários.
Objetivos: O objetivo desta pesquisa é conhecer a qualidade do sono dos estudantes de graduação
da UNOESC que estudam no campus de São Miguel do Oeste, e se utilizam medicamentos hipno-sedativos.
Investigar se os usuários de medicamentos hipno-sedativos receberam orientações sobre o uso correto
e racional dos medicamentos. Investigar se a utilização de hipno-sedativos está relacionada a outras
alterações fisiológicas além do problema da insônia.
Metodologia: Foi aplicado um questionário semiestruturado abordando questões relativas ao perfil
(questões 1 a 6), relativas ao sono (questões 7 a 17) e questões relativas ao uso de medicamentos
(questões 18 a 25). Todas as entrevistas foram realizadas nas dependências da UNOESC. Os critérios de
inclusão para entrevista foram: ter idade igual ou superior a 18 anos, estar devidamente matriculados e
aceitar voluntariamente participar do estudo. O número de entrevistados foi de 364 (trezentos e sessenta
e quatro) alunos, proporcional a 10% dos acadêmicos matriculados em cada área de conhecimento, destes
113 (31%) do sexo masculino e 251 (69%) do sexo feminino. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisas sob número 30189214.1.0000.5367.
Resultados: A classificação dos estudantes quanto à faixa etária é de 320 (88%) alunos entre
18 e 28 anos, 30 (8%) alunos de 29 a 39 anos e 14 (4%) alunos com mais de 40 anos. Quanto ao
turno, 96 estudam no período matutino, 254 no período noturno e 14 não responderam. A maioria dos
estudantes (287) conciliam trabalho e estudos. A classificação das horas de sono pelos estudantes esta
dentro dos padrões desejáveis, 20 alunos dormem mais que 8 horas diárias, 241 alunos dormem de 7 a
8 horas diárias, 90 alunos dormem menos de 6 horas por dia e 13 não responderam. Quanto a qualidade
do sono, 50% relataram que o sono é bom ou excelente. A grande parte dos estudantes (89%) nunca
utilizou medicamentos para tratar a insônia. Para os que utilizam, os benzodiazepínicos é o grupo mais
usado (58%), seguido dos fitoterápicos (21%), antidepressivos tricíclicos (13%), hipno-sedativos nãobenzodiazepínicos (4%) e outras classes de medicamentos (4%). Dos acadêmicos que usam ou usaram
benzodiazepínicos, 80% tiveram prescrição médica, 93% receberam orientações sobre o uso correto, 7%
não receberam orientações e 53% não sentiram efeitos adversos.
Conclusão: Os resultados encontrados indicam a influência que as demandas acadêmicas e de trabalho
exercem sobre o sono dos estudantes, pois além de enfrentar uma ampla carga curricular, complementam o
curso com outras atividades. Assim, submetem-se a forte pressão e estresse, sobretudo em decorrência das
exigências de alto rendimento acadêmico e pelo tempo demandado em estudos, comprometendo horários
que deveriam ser dedicados ao sono.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
EMPRESA JÚNIOR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DOS
ESTUDANTES DE FARMÁCIA NO BRASIL
Fabricio Cesar Fernandes*; Cristianne Olveira Medina*; Juliana Alves Guimarães*;
Lucas Silva Delgado**; Italo Rodrigues de Oliveira***; Nadja Mara de Sousa
Lopes****; Said Gonçalves da Cruz Fonseca****
(*) Ipharma Consultoria Farmacêutica Júnior; (**) Brasil Jr. – Confederação
Brasileira de Empresas Juniores; (***) FEJECE – Federação de Empresas Juniores do
Estado do Ceará; (****) UFC – Universidade federal do ceará.
Empresa Júnior (EJ) é uma associação civil sem fins lucrativos formada exclusivamente por alunos
de graduação com o intuito de criar um ambiente que complemente os conhecimentos desenvolvidos
na universidade. Este complemento é feito através da sua aplicação prática por meio de serviços de
consultoria, promovendo o intercâmbio entre universidades e meio empresarial. Este trabalho teve como
finalidade observar a influência do Movimento Empresa Júnior (MEJ) no desenvolvimento pessoal e
profissional dos estudantes de Farmácia do Brasil que fazem parte de uma EJ e suas opiniões sobre a
importância da educação empreendedora em seu curso. Foi encaminhado um questionário estruturado,
através de formulário eletrônico (Google Docs), para o e-mail principal de todas as EJs brasileiras (n=15)
e consequentemente repassado para os seus membros. O questionário foi desenvolvido para compreender:
Os benefícios que a EJ traz para seus integrantes; os principais problemas enfrentados pelas EJs; o preparo
dos estudantes que passam por essas empresas, tendo como base o mercado de trabalho; a vontade
de montar o próprio negócio e a instrução proporcionada pela universidade para tal; se os estudantes
consideram importante a inclusão de uma disciplina de empreendedorismo para o curso de farmácia.
Foram entrevistados 86 empresários juniores, sendo que os membros de 2 EJs não responderam à pesquisa.
Sobre os principais benefícios que a EJ proporciona, as respostas mais frequentes foram: trabalho em
equipe (62.1%) espírito empreendedor (50.6%), liderança (36.8%) e proatividade (27.6%). Com relação
às dificuldades enfrentadas, as mais apontadas foram: a falta de recursos (66.7%), falta de apoio (59.8%),
falta de dinheiro (48.3%) e falta de tempo dos membros (36.8%). Mesmo com as dificuldades citadas,
100% dos entrevistados responderam que o trabalho em uma EJ, forma um estudante mais preparado
para o mercado de trabalho. Quando perguntados sobre a pretensão de abrir seu próprio negócio após
concluírem o curso, 85,1% responderam “sim” ou “talvez”, apesar de 89,7% terem respondido que os
conhecimentos oferecidos pela sua IES (Instituição de Ensino Superior) são insuficientes para montar o
próprio negócio. No que diz respeito à opinião dos entrevistados sobre a implementação da disciplina de
empreendedorismo no curso de Farmácia, 97,7% consideraram importante que tal assunto seja visto pelos
estudantes. Os resultados mostram que a Empresa Júnior contribui para que seus membros desenvolvam
aspectos importantes como liderança e proatividade, que são características apresentadas por quem tem
sucesso no mercado de trabalho. A EJ também estimula o desenvolvimento do potencial empreendedor
dos membros, pois o MEJ ensina conceitos de empreendedorismo e noções de administração e gestão,
como modelo de negócios, planejamento estratégico, planejamento financeiro e gestão de projetos, que
são conhecimentos de considerável importância para o empreendedor em potencial. Quanto ao ensino de
empreendedorismo, não é surpresa que os entrevistados considerem a inclusão dessa disciplina importante
para o curso de Farmácia, pois o MEJ, representado pelas EJs, inspira seus membros a transformar a
sociedade com a atitude empreendedora.
62
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM
SAÚDE
Hannah Carolina Tavares Domingos*, Fortune Homsani*, Carla Holandino*, Valéria
Ferreira Romano*, Marilene Cabral do Nascimento**
*Universidade Federal do Rio de Janeiro, **Universidade Federal Fluminense
Introdução: A formação do profissional que atende às necessidades do Sistema Único de Saúde, na
perspectiva da integralidade da atenção à saúde, considerando o propósito da Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC), perpassa hoje desafios ainda longe de serem superados. Visando
implementar de forma sustentável estas políticas, se faz necessária a oferta e integração do ensino de
racionalidades médicas (RM) vitalistas e práticas integrativas e complementares (PICs) em sua formação.
Neste contexto, o farmacêutico é um profissional imprescindível na promoção dos serviços à saúde, uma
vez que é o profissional capaz de proporcionar o acesso à informação, a manipulação dos diferentes
medicamentos indicados e a assistência farmacêutica necessária como um todo.
Objetivo: Analisar o ensino das RM vitalistas e PICs na graduação e pós graduação em saúde,
em instituições públicas de ensino superior (IES) no Estado do Rio de Janeiro, através do mapeamento
da oferta de cursos e disciplinas de acordo com a instituição, área da saúde, tempo de existência e
regularidade na oferta; identificando seus desafios, avanços e perspectivas.
Metodologia: A metodologia empregada é qualitativa, baseada na coleta de dados obtidos por
levantamento documental, entrevistas semiestruturadas de coordenadores e alunos e grupo focal com exalunos de cursos e disciplinas em RM vitalistas e PICs.
Resultados: Foram analisadas 6 IES (UFF - Universidade Federal Fluminense, UFRJ - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Unirio - Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro, IFRJ - Instituto Federal do Rio de Janeiro e UEZO - Universidade Estadual da
Zona Oeste), sendo ofertado um total de 46 disciplinas, 3 cursos e 6 projetos de extensão, abrangendo
11 sub-áreas da saúde. Na sub-área da Farmácia foi encontrado um total de 12 disciplinas atualmente em
curso. As entrevistas semiestruturadas estão sendo coletadas e os resultados estão em fase de elaboração.
Considerando a Faculdade de Farmácia da UFRJ, estão sendo analisadas 3 disciplinas na graduação
(Farmacotécnica Homeopática, Estágio Supervisionado em Farmácia e Manipulação Homeopática, Plantas
Medicinais) e 2 no Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas (Ferramentas Científicas para
Compreensão dos Sistemas Dinamizados: a Homeopatia nos dias de hoje; e Desenvolvimento Galênico e
Homeopatia).
Conclusão: Os resultados obtidos até o momento revelam que o ensino de RMs vitalistas e PICs vem
ganhando cada vez mais espaço nas universidades. A demanda do sistema para a oferta destes serviços e
por profissionais habilitados à atuação nestas áreas existe, e o aumento destes profissionais pode trazer
soluções para a gestão de recursos humanos e a estruturação do processo de trabalho na formação e nos
serviços de saúde.
Agência de fomento: PPSUS/FAPERJ
63
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES DE RECEPÇÃO DE INGRESSOS NA
UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL
Iuri Santos e Tavares; Larissa Caetano Chiovato; Gustavo Moraes Magalhães;Brenda
Rodrigues Prado;Vanessa Silva Nicolau; Amanda Toledo de Faria Oliveira; Telma Alves
Garcia; Nathalie de Lourdes Souza Dewulf.
Faculdade Farmácia - Universidade Federal de Goiás
Introdução: a fase de transição entre o ensino médio e a ensino superior envolve muitas etapas
para os novos ingressos na universidade. Uma dessas etapas envolve a troca de tipo de conhecimento
adquirido, aonde o mesmo deixa de ser teórico, para um conhecimento que deve ser aprendido e aplicado
em uma atividade diária e prática. A maior parte dos estudantes escolhem seus cursos baseados na matriz
curricular, mas, por muito, não entendem a aplicação das matérias oferecidas e aonde a mesma se encaixa
no mercado profissionale assim acabam se frustrando com o curso, devido ao não esclarecimento ao
ingressarem nesse universo. Por isso, a realização de atividades de recepção paraos novos ingressos se faz
útil para o esclarecimento sobre o funcionamento tanto da universidade como um todo, como projetos de
extensão, oportunidades de bolsas e atividades extracurriculares, quanto do curso, e profissão de escolha.
Além de promover a integração entre estudantes ingressantes e os que já estão na faculdade.
Objetivo: o presente trabalho tem o objetivo de avaliar a atividades de recepção para os ingressos
na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás e o seu impacto sobre a visão do curso e da
profissão farmacêutica.
Metodologia: utilizou-se de questionário com perguntas fechadas e abertas, respondido pelos
ingressos após as atividades. Para análise das perguntas abertas, que envolveram questões sobre o que
mais agradou no evento, o que menos agradou no evento, e sugestões para a melhora do mesmo, foi
realizada análise de conteúdo. Para as perguntas fechadas, que envolveram satisfação com o evento,
qualidade das programações realizadas e acréscimo no conhecimento do curso e da profissão, foram criados
gráficos que se separaram em porcentagem as respostas selecionadas.
Resultados: para as perguntas fechadas, as respostas obtiveram níveis máximos como “excelente” e
“concordo plenamente”, sendo as respostas de “concordo plenamente” voltadas para a melhora do ingresso
sobre o conhecimento do curso, da universidade e da profissão farmacêutica; excetuando-se a avaliação
da qualidade dos workshops, que foi classificado como muito bom por 50% dos entrevistados e como
excelente por 35,71%.Quanto a análise das questões abertas, pode-se observar satisfação dos ingressos
com a receptividade calorosa, com a presença dos veteranos.
Conclusão: a atividade de recepção desenvolvida na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal
para a recepção dos ingressos na universidade foi de grande valia para os mesmos. Os próprios estudantes
relatam um maior entendimento do que os aguarda dentro do curso e da profissão, assim como um maior
conhecimento dos recursos oferecidos pela universidade. Observa-se também uma maior participação
dos ingressos, atualmente, em atividades extracurriculares e complementares quando comparado com
os estudantes que ingressaram em anos anteriores e que não receberam o mesmo tratamento. Outro
ponto a ser ressaltado é a presença dos estudantes veteranos durante as atividades, que não foi muito
demonstrada, mas que tem papel de influência direta no processo.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INFLUÊNCIA DA EXPERTISE DO TUTOR NO DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE
FARMÁCIA EM CURRÍCULO BASEADO EM METODOLOGIAS ATIVAS
José Melquiades de Rezende Neto, Luciana Pereira Lobato, Rafael Ciro Marques
Cavalcante
Departamento de Farmácia, Campus Universitário Prof. Antônio Garcia Filho,
Universidade Federal de Sergipe, Lagarto – SE.
Introdução: Apesar da grande variação na implantação de metodologias de aprendizagem baseada
em problemas (ABP), a maioria dos programas de ABP incluem elementos centrados no aluno, como o
aprendizado autodirigido, discussão em pequenos grupos tutoriais e a integração das ciências básicas
e clínicas. A necessidade, ou não, de os tutores serem especialistas é controversa, pois a definição de
especialista é subjetiva, alguns autores consideram como especialista o tutor que combina a experiência
clínica e fisiológica com as pesquisas aplicadas ao tema de estudo. Outros aplicam o termo somente
aos tutores com experiência em pesquisas específicas ligadas ao tema abordado pelos alunos em cada
problema. A falta de uniformidade na condução das sessões tutoriais e a superficialidade durante as
discussões dos objetivos de aprendizagem seriam os fatores determinantes desta polêmica. Nos módulos
temáticos, agrupados em ciclos, os alunos são aleatoriamente divididos entre os tutores, permanecendo
juntos durante toda a duração de cada módulo. A diversidade temática e o aumento no número de alunos
impossibilitam a presença de um especialista em todas os grupos tutoriais. A necessidade de avaliar o
impacto dessa situação sobre a aprendizagem dos estudantes motivou a elaboração desse trabalho.
Objetivo: Investigar a influência da expertise do tutor no esforço acadêmico e aquisição de
conhecimento sem currículo ABP em curso de Farmácia na Universidade Federal de Sergipe, campus Lagarto.
Metodologia: Foram analisadas as notas finais em três módulos temáticos (ciência de alimentos,
genética e biologia molecular e análises clínicas), contemplando o segundo, terceiro e quarto ciclos. As
notas foram agrupadas em especialista (ESP) e generalistas (GEN), e os resultados analisados através do
teste t de Student.
Resultados: Não houve diferença significativa nos escores médios obtidos para análises clínicas
(6,03 ± 1,49 contra 6,03 ± 1,10, P = 0,99) e genética e biologia molecular (6,81 ± 1,25 contra 6,03 ±
1,02, P = 0,08). Houve diferença, estatística significativa, entre os escores em ciência de alimentos (6,92
± 1,08 contra 4,76 ± 1,40, P = 0,00005), sendo o escore do grupo tutelado por especialista maior do que
aqueles tutelados por generalistas.
Conclusão: Os resultados obtidos sugerem que a expertise do tutor, relativa ao tema do problema,
tem pouca ou nenhuma influência sobre o desempenho dos estudantes no resultado final da avaliação.
Alguns proponentes iniciais do currículo PBL acreditavam que a expertise dos tutores facilitaria a condução
do processo tutorial, uma vez que tais tutores estariam, supostamente, mais confortáveis em áreas de
sua expertise. Estudos subsequentes sobre a influência da expertise do tutor produziram resultados
contraditórios, com alguns relatando uma influência positiva e outros não encontrando nenhum efeito
mensurável. A influência positiva aparente da expertise do tutor sobre as notas dos alunos em ciência de
alimentos não é facilmente explicável, o especialista, consciente ou inconscientemente, pode ter tentado
resolver este desequilíbrio sendo mais diretivo sobre metas de aprendizagem em seu grupo. Objetivando
atenuar a possível influência da expertise do tutor sobre o desempenho dos alunos, um rodízio de tutores
tem sido executado, para que todos os alunos tenham contato com o especialista.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS ACADÊMICO-PROFISSIONAIS NA GRADE
CURRICULAR DO CURSO DE FARMÁCIANO PERÍODO NOTURNO DO CENTRO
UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ VISANDO IMPLEMENTAR E INTEGRAR OS
CONTEÚDOS TEÓRICO-PRÁTICOS
Josinete Salvador Alves*, **Monica Maruno *
*Centro Universitário Barão de Mauá. **EAD-UFSC – UNA-SUS
Introdução: Com o advento da globalização, a integração de ideias, novos conhecimentos e culturas
entre as pessoas de todo o mundo, leva os indivíduos a buscar cada vez mais a qualificação, seja na
especialização ou até mesmo na própria graduação. O perfil dos estudantes universitários que cursam
o período noturnos e mostra bastante heterogêneo. Na sua maioria são trabalhadores e, algumas vezes,
arrimo de famílias, que ingressam de forma precoce no mercado de trabalho resultando em dificuldades
para os estudos e estágios devido à falta de tempo. Muitos estudantes possuem características como
maturidade, interesse, experiência e perfil crítico. Para alcançar o perfil generalista, ou seja, egressos
com formação humanística, crítica e reflexiva, o curso de farmácia deve oferecer em sua matriz curricular
conteúdos e práticas relacionadas ao exercício de atividades em todo o âmbito profissional, exigindo cada
vez mais uma maior interação entre serviço e ensino.
Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo principal ampliar o alcance das disciplinas
profissionalizantes meramente teórico-práticas por meio da inclusão curricular de disciplinas integrativas,
denominadas de projetos farmacêuticos.
Metodologia/Desenvolvimento: A metodologia utilizada consistiu na avaliação da grade curricular
do curso de farmácia do Centro Universitário Barão de Mauá por meio de revisão sistemática de todas
as disciplinas, conteúdos e cargas horárias distribuídas em semestres, seguido do estudo da integração
de conteúdos teórico-práticos na resolução de problemas propostos envolvendo a realidade profissional
farmacêutica.
Resultados: O resultado foi a implantação dos Projetos Farmacêuticos a partir do 5º semestre do
curso. Os projetos implantados foram: Projetos Farmacêuticos I (Abertura de estabelecimento farmacêutico)
que tem como proposta a elaboração de um plano de negócios, cujo objetivo principal é a familiarização
dos estudantes com a Gestão de Estabelecimentos Farmacêuticos; Projetos Farmacêuticos II (Modelos
de Estudos Saúde-Doença) que propõe possibilitar uma visão ampliada e integral do cuidado em saúde,
desde a promoção até as políticas públicas de Saúde; Projetos Farmacêuticos III (Práticas Integrativas e
Complementares) que propõe o estudo destas práticas aos usuários do Sistema Único de Saúde através de
oficinas, palestras e material didático; Projetos Farmacêuticos IV (Medicamentos e suas Interferências nos
Exames Laboratoriais) tem como proposta o estudo de exames clínicos laboratoriais, preferencialmente
de usuários do Sistema Único de Saúde, e a a interferência do uso de medicamentos nos resultados;
Projetos Farmacêuticos V (Desenvolvimento de um Produto Farmacêutico) propõe a elaboração de projeto
de um produto farmacêutico / cosmético, abordando desde o planejamento estratégico do plano piloto
até o lançamento no mercado; Projetos Farmacêuticos VI(Estudo de caso sobre medicamentos) que tem
como proposta a identificação de problemas relacionados ao uso de medicamentos através da integração
dos conhecimentos adquiridos aliado ao cuidado do paciente e a relação de comunicação que deve ser
estabelecida entre usuário e profissional.
Conclusão: Pode-se concluir que para a aprovação da proposta que resultou na implantação dos
projetos farmacêuticos, caracterizada como transformação curricular, foi necessário além do apoio discente,
um planejamento estratégico com definição e explicação do problema existente, no intuito de sensibilizar
docentes e gestores da instituição envolvidos no processo.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPLANTAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM PACIENTES DA
CLÍNICA-ESCOLA DA FACULDADE DE MINAS – FAMINAS (MURIAÉ-MG)
Juliana Maria Rocha e Silva Crespo; Adriana de Freitas Soares;
Micheline Luiza Souza Lopes
FAMINAS – Faculdade de Minas – Muriaé (MG)
Para promover habilidades de comunicação, senso crítico, atenção à saúde e integração dos
acadêmicos de farmácia da FAMINAS à equipe multidisciplinar na Clínica-Escola da FAMINAS, foi implantado o
acompanhamento farmacoterapêutico, buscando identificar e resolver de forma documentada os problemas
de saúde dos usuários do serviço relacionado com a utilização de medicamentos. A implantação deste
projeto envolveu inicialmente a divulgação do serviço aos pacientes da Clínica-Escola, esclarecimentos
quanto aos objetivos do acompanhamento farmacoterapêutico e treinamento dos acadêmicos. Participaram
quatro acadêmicos do oitavo período do curso de farmácia, supervisionados por professor e 11 pacientes
com idade entre 60 e 70 anos, de ambos os sexos (3 homens e 8 mulheres). Poderiam ser portadores de
doenças crônicas, pacientes que utilizavam 5 ou mais medicamentos, que possuíam alguma queixa em
relação ao tratamento ou que faziam uso crônico de medicamentos. Realizou-se o projeto no período de
agosto a novembro de 2014 em quatro fases. Primeiro ocorreu o contato com o paciente para obtenção
das informações iniciais sobre problemas de saúde, medicamentos em uso, hábitos alimentares, grau
de preocupação atribuído ao problema, cumprimento ou não das recomendações médicas e verificação
da pressão arterial, peso e percepção do paciente quanto à gravidade do seu problema de saúde. Em
segundo momento, os dados foram transcritos para as fichas de registro situacional e analisados pelos
acadêmicos com o acompanhamento do professor quanto à posologia, utilização de medicamentos sem
prescrição, identificação de Problemas Relacionados ao Medicamento (PRM), identificação de interações
medicamentosas ou alimentares. No terceiro momento, retorno do paciente com esclarecimento sobre sua
situação atual de saúde e após acordo entre ambas as partes, a intervenção farmacêutica era realizada,
consistindo não só de ações que visavam à resolução dos PRM’s identificados, mas também de ações de
educação sanitária, aconselhamento sobre hábitos higiênico dietéticos, com possível encaminhamento para
o serviço de nutrição. Por último, realizou-se a avaliação dos resultados das intervenções farmacêuticas
após período pré-estabelecido com cada usuário (terceiro encontro), verificando-se as melhorias das
intervenções realizadas e a percepção do paciente quanto ao serviço. Durante o projeto todos os pacientes
levaram o histórico de resultados encontrados ao médico que os acompanhavam. Verificou-se a utilização
média diária de 8,8 medicamentos por paciente. Todos os pacientes possuíam hipertensão arterial e 5
pacientes possuíam diabetes como doença associada. Observou-se que 45% dos pacientes não tinham
uma dieta saudável, em geral, por falta de conhecimento da importância do controle do sal, do teor
de gorduras saturadas e do excesso de açúcar no equilíbrio das funções metabólicas. O diálogo alunopaciente foi importante para esclarecer a importância de uma alimentação balanceada e os benefícios na
manutenção de uma pressão arterial controlada. Dos 11 pacientes participantes, a quatro deles (36%),
foi sugerido retorno ao prescritor para mudança do esquema farmacoterapêutico, em razão de interações
medicamentosas indesejáveis, respostas na redução dos níveis tensionais insatisfatória, ou excesso de
medicação. Este projeto comprovou a importância do farmacêutico como elemento indispensável no
sucesso da farmacoterapia, a contribuição do farmacêutico na melhoria da qualidade de vida dos pacientes
e a relevância deste projeto no processo ensino-aprendizagem.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INFRAÇÕES SANITÁRIAS E O PREPARO DO FARMACÊUTICO PARA ATUAR EM
DROGARIA
Juliana Pereira de Castro*, Mayara Batista Padilha Santos**, Milton Dayrell Lucas
Filho***, Ervylene Trevenzoli****, Rachel Magarinos-Torres*****
* Graduada em Farmácia, Faculdade de Farmácia - Universidade Federal Fluminense,
** Residente em Vigilância Sanitária e Controle de Qualidade em Produtos para
Saúde - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde,
*** Doutorando, Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para
a Saúde, Faculdade de Farmácia - Universidade Federal Fluminense,
**** Professor Auxiliar I, Faculdade de Farmácia - Universidade Estácio de Sá,
*****Professora Adjunta, Departamento de Farmácia e Administração Farmacêutica,
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense.
Introdução: O funcionamento adequado da drogaria é de fundamental importância para o uso
racional de medicamentos, pois estes estabelecimentos apresentam alto potencial de risco para a saúde da
população. É essencial que as drogarias sejam vistoriadas com vistas ao monitoramento da sua qualidade,
o que é feito pela Vigilância Sanitária para garantir que os estabelecimentos atuem prestando serviços
com qualidade, em cumprimento à legislação sanitária. A drogaria constitui um dos principais espaços
de prática da Assistência Farmacêutica onde são executadas atividades de aquisição, armazenamento e
dispensação de medicamentos. Nesse sentido, o conhecimento sobre a legislação sanitária é essencial no
trabalho dos farmacêuticos que atuam nesses estabelecimentos.
Objetivo: Analisar as infrações sanitárias cometidas por drogarias da área programática 1.0 do
município do Rio de Janeiro. A análise das infrações foi vista, neste momento, como medida indireta do
preparo do farmacêutico para executar as atividades da assistência farmacêutica neste espaço de prática.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa documental de cunho descritivo. Foram analisados os
processos de licenciamento sanitário da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de
Zoonoses do Município do Rio de Janeiro, bem como os auto de infrações lavrados e as infrações sanitárias
registradas entre janeiro de 2011 e julho de 2012, referentes às drogarias presentes na área programática
1.0 do município do Rio de Janeiro. As infrações sanitárias foram categorizadas de acordo com os incisos
do artigo 10 da Lei Federal nº 6.437/77 e a Resolução – RDC ANVISA nº 44/09.
Resultados: Foram observadas infrações em 29% dos estabelecimentos inspecionados. O tipo
de infração mais frequente esteve relacionado ao não cumprimento de atos emanados pela autoridade
sanitária, inciso XXXI do art. 10 da Lei Federal nº 6.437/77, que correspondeu a 68% dos casos. Desses, 55%
referiam-se a problemas de infraestrutura física, 36% às condições de armazenamento dos medicamentos
e 9% às condições gerais do estabelecimento.
Conclusão: Os resultados sugerem que o não cumprimento da legislação sanitária em drogarias
da área programática 1.0 do município do Rio de Janeiro pode estar relacionado ao desconhecimento ou
inobservância das normas sanitárias por parte dos farmacêuticos responsáveis pelo estabelecimento. A
natureza das falhas identificadas convida à discussão do preparo do farmacêutico enquanto formação para
a execução do trabalho técnico e do preparo deste mesmo profissional para o enfrentamento das pressões
mercadológicas para o trabalho na drogaria.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
OLHAR DISCENTE SOBRE O PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS NA ABORDAGEM
DA FARMACOLOGIA CLÍNICA
Kristiana Cerqueira Mousinho; Pedro da Rocha Noé; Elísia Marina Melo de Araújo;
Marlon Claudener dos Santos Dantas; Willams Alves da Silva; Jairo Henrique Araújo
Cirilo; Josefa Renalva Macêdo Costa Ana Lydia Vasco de Albuquerque Peixoto
Centro Universitário CESMAC
Introdução: As metodologias ativas de Ensino-Aprendizagem (MAEA) despontam como estratégias
metodológicas que permitem a construção de habilidades e competências centradas nos alunos, através
da participação ativa do discente capacitando-o à construção do conhecimento que visa um aprendizado
significativo e a articulação entre teoria e prática.
Objetivo: Investigar a percepção discente no processo de ensino-aprendizagem sobre o papel da
metodologia ativa em sua formação acadêmica, como também identificar as vantagens e fragilidades dessa
metodologia.
Metodologia/desenvolvimento: Realizou-se uma pesquisa quantitativa e descritiva do tipo
transversal, utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionários semiestruturados baseado
no estudo de Melo e Sant’ Ana (2012), com amostra selecionada de forma aleatória, composta por 62
estudantes do curso de Farmácia/CESMAC, matriculados na disciplina de Farmacologia Clínica do 6º
Período. Os dados quantitativos foram tabulados e analisados com o auxílio do software Microsoft Excel®,
em seguida procedeu-se análise estatística através da estatística básica (média e percentual).
Resultados: Observou-se que para 95,16% (n=59) dos participantes a MAEA adotada pela disciplina
facilitou o processo educacional, evidenciando o dinamismo do processo educativo, a valorização do
trabalho em equipe como vantagens e contribuiu significativamente para a formação farmacêutica. Entre
as fragilidades relacionadas, 72,64% (n=45) dos participantes destacaram insegurança, maturidade que
é exigida do discente e deficiência de conhecimento de conteúdos pertencentes às disciplinas básicas
à formação do farmacêutico (anatomia, fisiologia e farmacologia básica) dificultaram o aprendizado
significativo através da MAEA. Para 67,95% dos participantes do estudo, a MAEA propicia o desenvolvimento
de atitudes como trabalho em equipe, raciocínio clínico e facilidade de comunicação. Além disso, constatouse que, a função docente no uso da MAEA ainda não está tão claro para a maioria dos participantes, apenas
19,15% compreende que o docente tem papel de facilitador do processo ensino-aprendizagem.
Conclusão: Pode-se afirmar que sob o olhar discente, a metodologia de ensino aplicada é capaz
de desenvolver habilidades e atitudes que permitem a autonomia do aprendizado, o raciocínio clínico e
a capacidade de trabalhar e comunicar-se em equipe, tornando-os crítico, reflexivo e comprometido com
a realidade que se encontra inserido, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
Observa-se que as dificuldades enfrentadas pelos docentes, em sua maioria bacharéis, estão intimamente
relacionadas à necessidade de capacitação pedagógica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM
FARMACOLOGIA CLÍNICA
Kristiana Cerqueira Mousinho; Pedro da Rocha Noé; Elísia Marina Melo de Araújo;
Marlon Claudener dos Santos Dantas; Willams Alves da Silva; Jairo Henrique Araújo
Cirilo; Josefa Renalva Macêdo Costa; Ana Lydia Vasco de Albuquerque Peixoto
Centro Universitário CESMAC
Introdução: Os quatro pilares da educação contemporânea, pautados nos princípios do aprender,
direcionam o processo de formação do indivíduo através do desenvolvimento de habilidades e competências
necessários à formação profissional. O processo ensino-aprendizagem exige ações interdependentes
necessários à consolidação do processo educativo. As estratégias de ensino funcionam como caminhos e
ações que favorecem o processo de aprendizagem por meio de uma metodologia educacional dialogada,
que permitam a elaboração de novos conhecimentos a partir de reflexões e teorizações.
Objetivo: Identificar a percepção discente sobre o papel das metodologias ativas no processo
ensino-aprendizagem da disciplina de Farmacologia Clínica.
Metodologia/desenvolvimento: Realizou-se uma pesquisa qualitativa e descritiva, utilizou-se
como instrumento de coleta de dados questionários semiestruturados baseado no estudo de Melo e Sant’
Ana (2012). Participaram 50 sujeitos matriculados na disciplina de Farmacologia Clínica do 6º Período no
curso de Farmácia/CESMAC. Após a coleta, os dados foram lidos para definição das categorias de registro,
tabulados e analisados, tendo como base a análise de conteúdo, optou-se por denominar os alunos
pela letra F (Farmácia), seguida da numeração a partir das ideias centrais contidas nas mensagens e/ou
da frequência de aparição dos dados. Após a análise de conteúdo realizada nas respostas apresentadas
pelos participantes, agruparam-se os relatos comuns em quatro categorias: F1 (facilita o aprendizado); F2
(facilita o aprendizado e desenvolve habilidades para trabalhar em equipe); F3 (desenvolve o raciocínio
clínico); F4 (motiva para estudar) e F5 (Desenvolve habilidades para trabalhar em equipe).
Resultados: Os resultados obtidos mostram que para os discentes de Farmacologia Clínica as
metodologias ativas facilitam o processo ensino-aprendizado, visto que contribuem para a construção dos
saberes a partir de interação coletiva, da autonomia do aprendizado e o desenvolvimento do raciocínio
clínico. Observou-se ainda que essa iniciativa gerasse uma reflexão sobre o papel do aluno no seu processo
de construção dos saberes, quanto à necessidade de dedicar-se mais aos estudos (planejamento e/ou
autoavaliação do desempenho); trazendo a interação com os colegas como fator motivador para o estudo
e destacando a diversidade metodológica como diferencial para interação teoria-prática.
Conclusão: Desta forma, pode-se concluir que as práticas pedagógicas dinâmicas e interativas
permitem a construção do saber desenvolvido por um trabalho coletivo, do raciocínio clínico e consolidação
da autonomia do aprendizado e da formação interdisciplinar. A educação em Farmácia está em fase de
transformações na sua formação, o que aponta para a necessidade de estudos que identifiquem o papel das
metodologias ativas de ensino-aprendizagem (MAEA) e o processo formativo do sujeito na perspectiva da
integralidade conforme orientam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
TÉCNICOS DE FARMÁCIA EM ATIVIDADES DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: FORMAS DE
INSERÇÃO E PARTICIPAÇÃO
Lásaro Linhares Stephanelli *; Arlinda Barbosa Moreno**
*Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ). ** Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ)
Introdução: O desenvolvimento das políticas farmacêuticas desencadeou uma série de serviços
farmacêuticos, como no caso das atividades do Ciclo da Assistência Farmacêutica do Sistema Único de
Saúde, o que demandou a necessidade de profissionais de farmácia e poderá viabilizar a inserção dos
técnicos em farmácia no SUS, devido às várias interfaces deste serviço assistencial, uma vez que o perfil
de formação deste profissional, de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) do Ministério
da Educação e Cultura (MEC) e com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho
e Emprego (MET), possui competências e habilidades para atuar nos serviços farmacêuticos da Assistência
Farmacêutica (AF) da Atenção Básica à Saúde (ABS) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos: Identificar formas de inserção e participação dos técnicos em farmácia no serviço de
Assistência Farmacêutica da Atenção Básica à Saúde do Sistema Único de Saúde e mapear a inserção
dos técnicos em farmácia em atividades de Assistência Farmacêutica com base na Política Nacional de
Medicamentos (PNM) e na Política de Assistência Farmacêutica (PNAF). Discutir diferenças e as semelhanças
dos perfis de nível médio e nível superior em farmácia.
Metodologia/Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo,
delineada a partir de uma revisão bibliográfica, de uma análise documental, de uma análise do Banco de
Dados do Observatório dos Técnicos em Saúde (BEPSAÚDE). Tal metodologia viabilizou uma articulação
entre os segmentos da Saúde, Educação e Órgãos de Regulamentação da Prática Farmacêutica. Assim para
subsidiar a discussão foram abordados temas em torno do SUS e da Atenção Primária no Brasil, as políticas
farmacêuticas no Brasil e Educação Profissional em Saúde.
Resultados: Apesar da articulação existente entre os campos da educação e do trabalho,
o contingente de técnicos de nível médio em farmácia parece ser ainda insuficiente para atender às
demandas da AF da ABS do SUS. Sugere-se o incentivo à formação e à qualificação de trabalhadores para
este serviço assistencial, através da oferta do curso técnico em farmácia, em âmbito público e/ou privado,
para profissionais que atuam ou que pretendem atuar nos serviços de AF da ABS do SUS. O mapeamento
por meio do BEPSAÚDE apontou: expressiva evasão, a partir do número de matriculados e de concluintes
nos cursos técnicos em farmácia.
Conclusão: Diante de uma possível ampliação da ABS na incorporação de técnicos em farmácia,
sugere-se um maior incentivo para que, preferencialmente, as instituições públicas de ensino, além das
privadas, realizem tais cursos, considerando-se que os técnicos de nível médio em farmácia apresentam em
seu perfil qualificado de formação com habilidades e competências condizentes com inúmeras demandas
do serviço de AF da ABS do SUS. Diante da demanda crescente de atividades em torno dos serviços
da AF, parece plausível a inserção dos técnicos em farmácia neste serviço assistencial da ABS do SUS,
tendo em vista que este tais serviços necessitam de uma equipe (farmacêuticos e técnicos em farmácia),
considerando que farmacêuticos devem supervisionar equipes de técnicos em farmácia.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
BIOÉTICA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM FARMÁCIA: UM DIÁLOGO
NECESSÁRIO E URGENTE
Leandro Ribeiro Molina*, Mirelle Finkler**, Mareni Rocha Farias***
* Mestrando – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva / UFSC
** Professora orientadora - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva / UFSC
*** Professora do Programa de Pós-Graduação em Farmácia / UFSC
Introdução: A profissão farmacêutica vem passando por significativas transformações. O
desenvolvimento da ciência e da tecnologia ao longo do século XX contribuiu para o advento da indústria
farmacêutica e surgimento de novos fármacos e medicamentos que revolucionaram não só as ciências
farmacêuticas como as ciências médicas de uma forma geral. Neste contexto, o farmacêutico se depara
com uma complexidade crescente no exercício profissional nos seus mais diversos campos de atuação.
Ainda, nas últimas décadas, a partir do desenvolvimento da atuação clínica, torna-se cada vez maior
a participação de farmacêuticos de forma integrada às equipes de saúde, no processo de cuidado dos
usuários de medicamentos. Este processo evidencia a necessidade de uma adequação do desenvolvimento
da dimensão ética da formação do farmacêutico no sentido de promover competências para a reflexão
crítica e a tomada de decisões face aos diversos conflitos morais que podem envolver o exercício da
profissão. A Bioética, como um novo referencial que visa religar conhecimentos biológicos e valores
humanos, apresenta-se como um importante instrumento no âmbito da formação profissional em saúde.
Objetivo: Reconhecer a produção científica nacional na área da educação farmacêutica considerando
o âmbito da dimensão ética da formação profissional.
Metodologia: A discussão apresentada neste trabalho é parte da revisão bibliográfica realizada para
pesquisa de dissertação de mestrado que pretende investigar quais são os problemas éticos vivenciados no
cotidiano da atuação profissional de farmacêuticos inseridos no SUS na Atenção Básica. Foram consultadas
as bases de dados Portal BVS e Scielo no mês de março de 2015.
Resultados/Conclusão: A pesquisa não revelou resultados sobre a formação ética do profissional
farmacêutico no Brasil. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) Para o Ensino de Graduação em Farmácia
estabeleceram como perfil do egresso um profissional “com formação generalista, humanista, crítica e
reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde”, considerando que, dentre as competências
e habilidades gerais para os profissionais de saúde, “os profissionais devem realizar seus serviços dentro
dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética”. No entanto, estas diretrizes ainda
expressam um entendimento de ética tradicional, de caráter essencialmente deontológico. Dessa forma,
destaca-se a urgência do debate sobre a Bioética no contexto da formação profissional em Farmácia, a
necessidade de maior clareza e distinção entre os conceitos de ética e deontologia, bem como a importância
de pesquisas sobre a dimensão Ética da formação profissional tanto ao nível de graduação quanto de pósgraduação em Farmácia, no Brasil.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO E EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA: QUAL O PAPEL DE
FARMACÊUTICOS PRECEPTORES NOS CENÁRIOS DE PRÁTICA?
Leandro Ribeiro Molina*, Andréa Dias ElpoZomkowski, Daiani de Bem Borges**,
Fernanda Manzini, Marcelo Florentino, Vanessa de Bona Sartor**
Farmacêuticos da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis - SC
* Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva / UFSC
** Doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva / UFSC
Introdução: A reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos da área da
saúde, incluindo as DCN do curso de graduação em Farmácia reafirmam a importância da integração ensinoserviço, ao destacar que a formação deverá contemplar as necessidades sociais em saúde com ênfase no
SUS. Além disso, as DCN estabelecem que a formação do farmacêutico deve garantir o desenvolvimento
de estágios curriculares, sendo que o estágio pode ser realizado na Instituição de Ensino Superior ou
em instituição/empresa credenciada, com orientação docente e supervisão local. A partir das DCN vários
cursos de graduação em Farmácia implementaram disciplinas de estágio e/ou vivência em cenários de
práticas do SUS, sendo também importante ressaltar o papel de políticas indutoras como o Pro/PET-Saúde.
No âmbito da pós-graduação vale destacar a consolidação dos Cursos de Residência em Saúde, onde cresce
o número de farmacêuticos que buscam este tipo de qualificação. Neste contexto, faz-se cada vez mais
presente a atuação de farmacêuticos como preceptores de alunos de graduação ou residentes nos diversos
cenários de prática, especialmente no âmbito do SUS.
Objetivo: Conhecer a produção bibliográfica nacional envolvendo a temática do exercício da
preceptoria e da integração ensino-serviço no âmbito da educação farmacêutica e fomentar a discussão
sobre este assunto.
Metodologia: Realizou-se pesquisa em base de dados (portal BVS e Scielo) no mês de março de
2015. A temática foi debatida em encontro entre um grupo de farmacêuticos da Secretaria Municipal de
Saúde de Florianópolis com experiência de atuação como preceptores de estágios do curso de graduação
em Farmácia e/ou como preceptores de cursos de Residência em Saúde da Família. Este trabalho também
se insere no contexto de questões problematizadas durante a vivência de um farmacêutico deste grupo no
Curso de especialização em educação na saúde para preceptores do SUS (Instituto Sírio-Libanês de Ensino
e Pesquisa / Ministério da Saúde, 2012-2013).
Resultados: A busca resultou em apenas três artigos publicados com referência a esta temática:
dois abordam experiências e percepções de alunos de graduação quanto a inserção em cenários de práticas
no SUS, e um discute a problematização como método ativo de ensino-aprendizagem. Nenhum destes
trabalhos utilizam o termo preceptor ou preceptoria, e, a figura de um tutor ou supervisor de estágio está
mais relacionada ao docente da universidade do que a um profissional farmacêutico do serviço. Dessa
forma, percebe-se que que a discussão em relação à prática da preceptoria na área da farmácia é ainda
muito incipiente.
Conclusão: Partindo do entendimento do preceptor enquanto um ator fundamental para o processo
de formação, entende-se como de extrema urgência e importância a discussão desta temática no âmbito
da educação farmacêutica. Destacam-se como principais fragilidades e lacunas a serem superadas a pouca
clareza sobre a qualificação necessária para o exercício da preceptoria, falta de um consenso sobre o
papel do preceptor, pouco reconhecimento sobre a importância da prática da preceptoria e isolamento do
preceptor no cenário de prática (pouca interação com a academia e discreta ou nenhuma participação nas
atividades de planejamento educacional e avaliação).
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AÇÕES DA COMISSÃO ASSESSORA DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA DO CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA NA POLÍTICA EDUCACIONAL
Leoberto Costa Tavares , Zilamar Costa Fernandes, Eula Maria de Melo Barcelos Costa,
Radif Domingues, Júlio César Mendes e Silva, José Ricardo dos Santos Vieira, Ilza
Martha de Souza, Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho, José Ricardo Arnaut Amadio,
William Peres
Conselho Federal de Farmácia-CFF, Brasília-DF
Introdução: A Comissão Assessora de Educação Farmacêutica- CAEF do Conselho Federal de Farmácia
-CFF foi criada em 2009 para atender ao Decreto Federal nº 5.773 de 2006 que legisla sobre a regulação,
supervisão e avaliação das instituições de ensino superior- IES, bem como, de seus cursos.
Objetivo: Tem como objetivo oferecer subsídios ao Ministério da Educação - MEC para auxiliar nos
processos de autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento de cursos superiores, bem
como, propiciar interlocução direta do CFF com órgãos reguladores do MEC como Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- INEP, Conselho Nacional de Educação- CNE, Secretaria
de Regulação do Ensino Superior- SERES, Secretaria de Regulação do Ensino Superior- SETEC e Comissão
Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde- CNRMS.
Desenvolvimento: Esta colaboração se dá através da emissão de pareceres, de caráter consultivo,
consubstanciados levando em consideração critérios de relevância da IES, pertinência do curso e necessidade
social. Neste contexto, a CAEF supre o MEC com informações oriundas dos Projetos Pedagógicos dos Cursos,
dos Conselhos Regionais de Farmácia e do Conselho Federal de Farmácia, promovendo resultados diretos e
indiretos na política educacional.
Resultados: Nos últimos dois anos, como resultado (indireto) dos pareceres técnicos, a CAEF
dialogou com o INEP sobre a inserção de dados nos instrumentos de avaliação dos cursos para sanar
incongruências entre os pareceres do CFF e MEC tendo como resultado um novo documento de avaliação
contemplando a obrigatoriedade da Farmácia Universitária, inserção de legislação profissional e capacitação
dos avaliadores; apresentou no CNE pontos críticos das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos
de Farmácia resultando na elaboração de um documento de revisão das mesmas com participação do
CFF, associações e academia. Também promoveu apontamentos de cursos irregulares na SERES, levando
à revisão da Portaria normativa MEC nº 40 de 2010 visando ao cumprimento por parte das IES do prazo
de solicitação para reconhecimento de curso (50-75% de carga horária cumprida). Na SETEC através de
relatos de cursos similares com interface com o curso de Farmácia o CFF foi convidado à participar de uma
câmara técnica com objetivo de avaliar novas profissões. Na CNRMS identificou os residentes de Farmácia
promovendo registro e cadastro articulado junto ao MEC. Como resultados diretos destas ações e dos
processos analisados (100%) a CAEF emitiu 81% de pareceres de autorização insatisfatórios, sendo que
destes 51% só foram autorizados a funcionar mediante despachos saneadores do MEC para atendimentos
das observações apontadas pela CAEF/CFF. Fato semelhante no processo de reconhecimento de cursos
com 55 % de processos insatisfatórios e despachos saneadores em 43% e, nos processos de renovação
de reconhecimento de cursos, com 35% de insatisfatórios e despachos saneadores em 15% , sendo estes
cursos reconhecidos e renovados somente após atender as recomendações da CAEF/CFF.
Conclusão: As ações diretas e indiretas da CAEF junto aos órgãos reguladores promovem uma
adequação dos Cursos de Farmácia, além de propiciar a criação de espaços nos órgãos de política
educacional pela inserção do trabalho técnico, com reflexo decisório no MEC, gerando maior visibilidade
e respeitabilidade do CFF
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CURSO DE FARMÁCIA EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL: MOTIVAÇÕES,
OPÇÕES E ACESSO
Luciana da Silva Maciel*; Ana Paula dos Santos*; Lívia Maria Porto Moreira*; Yuri
Rocha Taumaturgo*; Nadja Mara de Sousa Lopes**; Nirla Rodrigues Romero***; Ana
Paula Soares Gondim***
(*)Graduando (a) do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. (***)
Doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade
Federal do Ceará. (***) Professora do Departamento de Farmácia da Universidade
Federal do Ceará.
Introdução: Nos últimos anos, uma das opções de ingresso aderidas pelas instituições públicas foi
o Sistema de Seleção Unificada (SISU), vem chamando atenção, devido a abordagem para a oferta dos
cursos, particularmente o curso de Farmácia. Os motivos de escolha por um curso de graduação podem
variar, desde os aspectos acadêmicos, integração social dos alunos e o ajustamento emocional e familiar.
Apesar da transição entre o ensino médio e o ensino superior ser importante, esse tema é pouco abordado
entre os pesquisadores do ensino em farmácia.
Objetivos: Analisar a relação entre a motivação, escolha e apoio para escolha do Curso de Farmácia
da Universidade Federal do Ceará.
Metodologia: Estudo descritivo com abordagem quantitativa, com 41 estudantes do primeiro
semestre do curso de farmácia, em agosto de 2014. Validou-se um questionário, incluindo as variáveis:
forma de ingresso no curso de farmácia, onde os alunos obtiveram informações acerca do curso antes de
seu ingresso, fatores que influenciam para a escolha do curso farmácia. Realizou-se uma análise estatística
descritiva simples.
Resultados: O Sistema Integrado de Seleção Unificada (SISU) é o meio principal de ingresso dos
alunos no curso de farmácia (95%), sendo que 41,5% dos alunos reportaram a nota no SISU como fator
contribuinte para a escolha do curso. Observou-se que a decisão da escolha pelo curso de Farmácia é
o interesse pela área da saúde (56,1%) e a afinidade pela disciplina Biologia (56,1%). O uso de meios
virtuais associados às informações obtidas com amigos, são a segunda maior forma de informação sobre
o curso, acompanhada pelas informações encontradas na Feira das Profissões promovida pela UFC. Pouca
participação da escola do ensino básico para auxiliar o aluno em sua escolha. Aponta-se que os projetos
promovidos pela escola, como feiras de profissões, não contribuíram para informar o aluno sobre o curso
de farmácia, apenas 4,5% desses alunos participaram dessas ações promovidas pelo colégio. Nenhum
informou ter procurado visitar o Curso de Farmácia para saber sobre ele. A influência familiar como
fator contribuinte para decisão dele pelo curso foi de 12,2%. Mais de um terço apresenta afinidade pela
disciplina de química.
Conclusão: A pesquisa revelou que a maior parte dos ingressantes são jovens que demostraram
conhecimentos acerca do curso de Farmácia e que buscaram obter informações para auxiliá-los em suas
escolhas, fato atestado referente à forma como esses discentes buscaram se inteirar sobre a profissão
farmacêutica e sobre o curso de Farmácia. Os dados obtidos servirão como base para pesquisas futuras.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERFIL EMPREENDEDOR DE ALUNOS DO CURSO FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
Luciana Oliveira de Fariña, Marcelo Roger Meneghatti2
Doutora. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas,
Professora do Curso de Farmácia. E-mail: [email protected]. 2Mestre
em Desenvolvimento Rural Sustentável. Professor Colaborador do Curso de
Administração. Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de
Cascavel.
Objetivo: A ideia da pesquisa-ação surgiu a partir da recém-criada disciplina de Empreendedorismo
em Ciências Farmacêuticas, como uma ação desenvolvida dentro do Projeto Interinstitucional ALFA III
apoiado pela Comunidade Europeia. Este projeto tem como objetivo possibilitar a troca de experiências
promovendo o empreendedorismo entre as universidades participantes. O objetivo do trabalho foi conhecer
o perfil empreendedor de todos os acadêmicos do Curso de Farmácia da UNIOESTE, do primeiro ao quinto
ano do curso.
Metodologia: foi utilizado como instrumento de pesquisa para coleta de dados, um questionário
adaptado de Dornelas (2003) aplicado no mês setembro de 2014. Os alunos que cursavam entre o primeiro
e o quinto ano do Curso responderam voluntariamente ao questionário. O questionário utilizou uma
escala de um a cinco pontos para cada uma das trinta questões, que somavam juntas um total de cento e
cinquenta pontos. Neste, quanto maior a pontuação, mais o indivíduo foi identificado como empreendedor,
sendo: 120 a 150 pontos: perfil empreendedor; 90 a 119 pontos: possuidor de muitas características
empreendedoras e às vezes se comporta como um; 60 a 89 pontos: não é muito empreendedor. Menos de
59 pontos: ainda não é empreendedor.
Resultados e Discussão: Após a avaliação das pontuações individuais, foi estabelecida a classificação
do perfil dos alunos avaliados. Um total de 122 alunos (66%) dos 186 matriculados no curso respondeu
ao questionário. Desses, 57 (31%) foram considerados empreendedores e 60 (32%) possuidores de caráter
empreendedor. Esse resultado mostra que a maioria dos alunos (63%) que cursam Farmácia na UNIOESTE
são possuidores de vocação para o empreendedorismo. Apenas 05 deles (3%) foram considerados não
muito empreendedores e nenhum foi considerado totalmente não empreendedor. Esse resultado comprova
a importância de trabalhar o conhecimento empreendedor dentro do curso de Farmácia e ressalta a
grande importância para esses alunos receberem uma formação em empreendedorismo dentro do curso
de graduação, que até então não existia no currículo do curso, o que ajuda grandemente no despertar da
consciência empreendedora nessa etapa.
Conclusão: foi possível identificar o perfil empreendedor dos alunos do curso de Farmácia da
UNIOESTE, sendo importante e justificada a inclusão e permanência desta disciplina na grade de optativas
do Curso de Farmácia, não só da UNIOESTE, como de outras universidades. É necessário um acompanhamento
e avaliação constante dos alunos durante a vida acadêmica e também dos egressos em caráter de apoio e
orientação desses profissionais pra que atitudes empreendedoras no futuro possam resultar em negócios
conscientes, sólidos e de destaque nos vários ambientes de atuação do profissional farmacêutico, gerando
emprego e renda não só para o profissional, mas também para a sociedade.
Apoio: Projeto ALFA III – Universidades Estratégicas - Comunidade Europeia.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE FARMÁCIA:
CONSTRUÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
MARINGÁ
Márcia Portilho, Edeilza Gomes Brescansin, Adriana Lenita Meyer Albiero
Departamento de Farmácia da Universidade Estadual de Maringá
Entre os anos de 2001 e 2004 as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos da área da
saúde foram aprovadas propondo modificações nos perfis acadêmicos e profissionais com competências,
habilidades e conteúdos atualizados considerando o contexto de Reforma Sanitária Brasileira. A partir da
instituição das DCN, os profissionais da área da saúde devem ter formação pautada no entendimento de
que “saúde é um processo de trabalho coletivo do qual resulta, como produto, a prestação de cuidados
de saúde”. A Resolução CNE/CES 2, de 19 de fevereiro de 2002, do Ministério da Educação, determina as
DCN do Curso de graduação em Farmácia. Desde a publicação das DCN, as Instituições de Ensino Superior
vêm buscando sua interpretação e efetivação. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) não tem sido
diferente. As primeiras alterações foram introduzidas na matriz curricular em 2007. A última modificação
implantada foi no ano de 2014, quando foram extintos e criados, alteradas cargas horárias e seriação
de componentes curriculares. O objetivo da presente proposta foi avaliar a matriz curricular do Curso de
Farmácia da UEM, com fundamento no que propõe as DCN. Foi realizado um levantamento dos conteúdos
ofertados no Projeto Pedagógico do Curso, com as cargas horárias disponibilizadas na grade curricular
e área do conhecimento a que estão relacionados. A carga horária total do curso está distribuída em:
Ciências Exatas: 9,8 %, Ciências Biológicas e da Saúde: 22,7 %, Ciências Humanas e Sociais: 2,4 % e
Ciências Farmacêuticas: 36,1 %. Ainda, da carga horária total do curso, 29,0 % está destinada aos Estágios,
Trabalho de Conclusão de Curso, componentes optativos e Atividades Acadêmicas Complementares. A área
de Ciências Farmacêuticas é o foco da formação do farmacêutico, evidenciada na grade curricular. Os
conteúdos programáticos relacionados à área de Ciências Humanas e Sociais ainda são escassos na matriz
curricular do curso da UEM. A atenção integral da saúde e o estímulo do trabalho em equipe também são
pouco contemplados, embora algum avanço se tenha atingido com a organização de dois componentes
curriculares que terão foco nesta área de atuação do profissional da saúde. Este fato está refletido na
construção de um currículo com forte tendência à manutenção de um modelo tecnicista. Há que se
considerar o percurso histórico que o curso da UEM vem traçando nas últimas décadas. A capacitação
docente foi direcionada às áreas tecnológicas do conhecimento, fortalecendo o padrão curricular baseado
em habilitações. Até a implantação das DCN, o curso na UEM contava com as habilitações em Análises
Clínicas e Indústria Farmacêutica fortemente consolidadas. Observa-se uma fase de transição entre a
formação essencialmente tecnicista para a formação de um profissional generalista, humanista, crítico,
reflexivo e com ênfase na atenção à saúde individual e coletiva, como propõem as DCN. Na superação dos
desafios que estão por ser vencidos, certamente o (re)investimento na formação do professor universitário
e maior flexibilização na estrutura curricular do curso deverão ser colocados como prioridade.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O USO DE MAPAS CONCEITUAIS PELOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA COMO
ESTRATEGIA DE AVALIAÇÃO
Maria Angelina da Silva Medeiros; Otacilio Benvindo Deocleciano Junior; Expedito
Rogildo Cordeiro Carlos
Universidade De Fortaleza – Unifor
Introdução: Atenção Farmacêutica (ATENFAR) é uma pratica centrada no paciente e em seus problemas
de saúde objetivando obter resultados terapêuticos adequados prevenindo problemas relacionados aos
medicamentos. No estágio curricular em ATENFAR do curso de graduação em Farmácia da Universidade de
Fortaleza (UNIFOR) são utilizadas várias estratégias de avaliação e dentre estas se destacam a elaboração
de um portfólio, a realização do MINI-CEX (mini clinical evaluation exercise) assim como é solicitado
aos alunos a elaboração de mapas conceituais (MC) abordando a temática atenção farmacêutica além
da representação das situações clinicas dos pacientes abordando aspectos fisiopatológicos e os serviços
farmacêuticos prestados.
Objetivo: Avaliar os MC elaborados pelos estudantes utilizando um instrumento que aborda a
qualidade em relação aos pontos fundamentais que envolvem o processo da elaboração de um MC.
Metodologia: estudo que aborda a analise documental de 90MCelaborados pelos estudantes da
disciplina Estágio Curricular Supervisionado em Atenção Farmacêutica. O estudo ocorreu de janeiro de
2013 a novembro de 2014. O estágio acontece na UAPS Maria de Lourdes Jereissate, localizada na regional
VI em Fortaleza. Para a elaboração do MC foi realizada uma oficina abordando seus aspectos conceituais,
fundamentos da aprendizagem significativa além de outros aspectos relevantes para a elaboração de MC. Os
estudantes foram orientados a construir MC referente às situações dos pacientes que atendiam assim como
os a fisiopatologia, farmacoterapia e encaminhamentos necessários. Os mapas foram avaliados através
de um instrumento proposto utilizando a escala de Likert com cinco opções (5- concordo totalmente; 4concordo; 3- nem concordo nem discordo; 2- discordo; e 1- discordo totalmente). Para análise dos dados,
foi utilizado o software EpiInfo 3.5.4.
Resultados: sobre o grau de satisfação dos alunos, as respostas foram favoráveis, conforme os
dados a seguir: o estudante identificou os conceitos: concordo (C)- 59,5; concordo totalmente (CT)-35,2%:
estabeleceu ordem para os conceitos: C- 67,5%, CT-24%; estabeleceu uma relação entre os conceitos
individuais: C- 65,7%, CT- 35%; estabeleceu ligações horizontais: C-67,5%, CT-27,3%; avaliou a estrutura
organizacional como um todo: C- 83%, CT-10,3%.
Discussão: o uso do MC para estimular o desenvolvimento cognitivo no que se refere ao ato de
delinear, de organizar as ideias rumo ao alcance da competências assim como promove a contextualização
dos conhecimentos.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PORTFÓLIO COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇAO - PERCEPÇÃO
DOS ESTUDANTES DE FARMÁCIA
Maria Angelina da Silva Medeiros; Otacilio Benvindo Deocleciano Junior; Expedito
Rogildo Cordeiro Carlos
Universidade De Fortaleza – Unifor
Introdução: O portfólio constitui uma alternativa de avaliação de aquisição das competências
além de contribuir para potencializar e estimular a construção do conhecimento. O portfólio permite
uma organização do estudante, a partir de suas experiências e suas reflexões ao longo do processo de
aprendizagem. No Estágio Curricular em Atenção Farmacêutica do curso de graduação em Farmácia da
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), são utilizadas várias estratégias de avaliação, dentre as quais destacamse a elaboração de um portfólio além do MINI-CEX (mini clinical evaluation exercise), procedimentos de
avaliação presentes no ápice da pirâmide de Miller, uma vez que permitem uma avaliação baseada na
performance das ações em contextos reais de prática.
Objetivo: Avaliara percepção dos estudantes do curso de graduação em Farmácia da UNIFOR acerca
da utilização de portfólios como instrumento de aprendizagem e avaliação por ocasião do Estágio Curricular
em Atenção Farmacêutica em uma Unidade de Atenção Primária de Saúde (UAPS).
Métodos: A população do estudo foi composta por 30 portfólios de estudantes concluintes da
disciplina Estágio Curricular Supervisionado em Atenção Farmacêutica do primeiro semestre de 2013 e do
ano de 2014. A referida disciplina acontece na UAPS Maria de Lourdes Jereissate, localizada na regional
VI em Fortaleza. Todos concordaram em ceder seus portfólios para a análise documental, sendo este o
critério de inclusão. Para a elaboração do portfólio, o estudante é orientado no início do semestre e ao
longo do semestre são agendados encontros com o professor para orientações, assim como também são
agendados encontros para discussão dos casos clínicos apontados pelo estudante no portfólio com os
demais estudantes. Para avaliação da percepção do estudante sobre portfólio, foi elaborado e aplicado um
instrumento em que foi utilizada uma escala tipo Likert de 5 pontos (5- concordo totalmente; 4- concordo;
3- nem concordo nem discordo; 2- discordo; e 1- discordo totalmente), além disso, foram concedidas
oportunidades para o estudante ressaltar aspectos não inseridos no instrumento. Para análise dos dados,
foi utilizado o software EpiInfo 3.5.4.
Resultados: como aspectos positivos quanto ao portfólio, e de acordo com as respostas do
instrumento destacam-se: o portfólio estimula minha capacidade de reflexão 4,2 ± 0,8 (média ± EPM);
meu pensamento crítico 4,01 ± 0,8; minha criatividade 3,9 ± 0,5; promove integração básico-clínico 4,5
± 0,6; estimula aprendizagem significativa 4,0 ± 0,9; incentiva o aprendizado autônomo 4,89 ± 0,12;
é uma estratégia para aprendizagem ao longo da vida 3,95 ± 0,86; incentiva o trabalho em equipe 4,7
± 0,25; promove maior interação entre professor e aluno 4,67 ± 0,89; desenvolve minha capacidade
de organização 4,95 ± 0,96; e com relação à principal desvantagem, todos destacaram o longo tempo
necessário para a elaboração do portfólio. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,89, o que indica elevada
confiabilidade do método de avaliação.
Discussão: a elaboração do portfolio ajuda os estudantes a compreender melhor os conceitos
fundamentais e é especialmente importante para organizar adequadamente os conteúdos e as atividades
clínicas executadas na atenção primária, além de identificar as oportunidades de aprendizagem que lhes
são apresentadas.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DO ACADÊMICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA UFBA
SOBRE A NECESSIDADE DO CONTEÚDO DE EMPREENDEDORISMO NA MATRIZ
CURRICULAR
Maria da Graça de Oliveira Marques; Edimar Caetité Júnior.
Faculdade de Farmácia - Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil
Introdução: Com o advento e a massificação das Instituições de Ensino Superior (IES), o mercado
de trabalho tem sofrido modificações, sendo necessário cada vez mais habilidades diversificadas. A
graduação, que antes era um diferencial para a conquista dos melhores empregos, já não é suficiente.
Dessa maneira, o conteúdo de empreendedorismo nas IES surge como uma solução para o desenvolvimento
do perfil desses profissionais, formando potenciais empreendedores. Já que a universidade é um local
propício para obter esse conhecimento, os acadêmicos do curso de Farmácia deverão aprender e aprimorar
habilidades empreendedoras, permitindo um melhor desenvolvimento das suas funções, independente da
área de atuação.
Objetivo: analisar a percepção do acadêmico do curso de Farmácia da UFBA sobre a necessidade do
conteúdo de empreendedorismo na matriz curricular.
Metodologia: pesquisa bibliográfica dos principais trabalhos realizados e atuais, obtendo dados
relevantes sobre o tema, juntamente com a pesquisa de campo, por meio da aplicação de um questionário
respondido por 320 acadêmicos do curso de Farmácia da UFBA, do 1º ao 10º semestre, dos cursos diurno
e noturno.
Resultados: os acadêmicos do curso de Farmácia da UFBA conhecem o significado de empreendedorismo
e já tiveram algum contato com o tema, através de meios de comunicação, em escola, curso técnico, outro
curso de graduação, feiras ou emprego. À medida que avançam no curso, os acadêmicos têm contato em
disciplinas, como Administração de Empresas Farmacêuticas do curso de Farmácia da UFBA. De uma forma
geral, todos os acadêmicos do curso de Farmácia da UFBA acham ser possível ensinar e/ou aprender sobre
empreendedorismo, além de acharem importante aprender sobre o assunto. Após terminar a graduação,
muitos têm a intenção de empreender, mesmo a falta de recursos financeiros sendo a maior dificuldade. Os
acadêmicos têm a percepção de que o curso de Farmácia da UFBA não os prepara ou prepara parcialmente,
para serem empreendedores, existindo a necessidade de mais disciplinas que abordassem o conteúdo de
empreendedorismo.
Conclusão: Diante do exposto com o presente estudo, pode-se concluir que a inserção de uma
Educação Empreendedora no curso de Farmácia da UFBA emerge como uma alternativa para satisfazer
não só as demandas do mercado de trabalho, mas também, as demandas do acadêmico, já que, é por
meio do conhecimento empreendedor que os futuros profissionais farmacêuticos vão atuar modificando e
aprimorando as suas competências técnicas, além de ampliar os seus horizontes e lhes permitir um leque
de possibilidades.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IDENTIFICAÇÃO DOS ESTILOS E PREFERÊNCIAS SENSORIAIS DE APRENDIZAGEM
EM INGRESSANTES DO CURSO DE FARMÁCIA-UNIFESO
Mariana Esteves Pereira e Valter Luiz da Conceição Gonçalves
Centro Universitário Serra dos Órgãos –UNIFESO / Curso de Graduação em Farmácia
Introdução: ao abordar a questão da educação, é indispensável conhecer as formas como os
estudantes estão construindo os seus saberes, tendo em vista os diferentes estilos e preferências sensoriais
no aprender. Neste sentido, as tentativas de melhorar o ensino e o desempenho acadêmico, passam por
uma investigação dos estilos de aprendizagem. Estes estilos são conceituados como a forma em que
os indivíduos recebem, processam e retêm as informações em diferentes situações de aprendizagem1.
Um dos modelos de estilos mais aceitos e reconhecidos na atualidade é o da teoria da aprendizagem
experiencial de Kolb, nela o processo por onde o conhecimento é criado ocorre através da transformação da
experiência. Todo o processo é guiado pelo ciclo de aprendizagem experiencial que integra quatro modelos
adaptativos de aprendizagem, a saber: experiência concreta, observação reflexiva, conceituação abstrata
e experimentação ativa, pelos quais compreensão e transformação se conjugam2.
Objetivo: foi de investigar a predominância de estilo e as preferências sensoriais de aprendizagem
dos estudantes ingressantes de Farmácia matriculados no 1ºanode2015 do Centro Universitário Serra dos
Órgãos – UNIFESO.
Metodologia: pesquisa descritiva, tendo como amostra 33 estudantes ingressantes do 1º ano do
curso de Farmácia. A amostragem foi a não-probabilística, intencional e por acessibilidade, sendo aplicado
os inventários ao número de estudantes encontrados em sala de aula no momento da coleta de dados.
Na coleta foram utilizados dois inventários, o primeiro refere-se ao estilo de aprendizagem de Kolb (LSI
3.1), e o segundo de preferência sensorial de aprendizagem – VAK (visual, auditivo e cinestésico). Cabe
destacar que os preceitos da resolução nº. 466/2012 foram seguidos, sendo o termo de consentimento
livre e esclarecido do estudo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP do UNIFESO e
disponibilizado no momento da aplicação.
Resultados: mostraram que há uma divisão na predominância entre os estilos divergentes e
assimilativos, ambos com 37,9%, seguido pelo acomodativo com 17,3% e por último o convergente com
6,9%. Já a preferência sensorial de aprendizagem entre os estudantes foi a do canal visual com 62,5%
seguida pelo canal sinestésico com 37,5%, e nenhum estudante com preferência pelo canal auditivo.
Do conjunto da amostra, 85,2% utilizam um único canal sensorial e 13,8% utilizam dois canais, sendo
classificados como unimodais e bimodais.
Conclusões: os estilos divergente e o assimilativo somaram 75,8% do total, sendo que a preferência
sensorial mais utilizada foi a do canal visual com 62,5%. A partir das informações obtidas neste estudo
está sendo criado um instrumento de recomendação aos docentes que atuam no primeiro ano, contendo os
significados de cada estilo e preferência sensorial de aprendizagem da turma de forma sistematizada. Assim,
espera-se que os docentes levem em consideração as informações do instrumento nas suas abordagens
metodológicas de ensino, e avaliação a fim de criar um ambiente para atender e envolver os estudantes
com diferentes estilos e preferências sensoriais de aprendizagem de forma mais eficaz.
1
–Cassidy S. Learning styles: an overview of theories, models and measures. Educ Psychol. 2004;24:419–44.
2
–Kolb, A. Y. The Kolb Learning Style Inventory - Version 3.1, 2005.Technical Specifications. Hay Group. London, 2005.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CONCEPÇÃO DOS CALOUROS DO CURSO DE FARMÁCIA A RESPEITO DA
REALIZAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO DE PESQUISA EXPERIMENTAL
Mariana Felgueira Pavanelli*, Ana Carla Broetto-Biazon*
*Curso de Farmácia. Faculdade Integrado de Campo Mourão, Campo Mourão, Paraná
Introdução: Desde o ano de 2014, o curso de Farmácia da Faculdade Integrado vem realizando uma
proposta de inserir um projeto de ensino aos calouros do curso. Este projeto, intitulado “Introdução à
Pesquisa Experimental”, com carga horária de 2 horas semanais e ministrado pela coordenadora do curso,
tem a intenção de agregar conhecimento com relação à pesquisa como área de atuação do farmacêutico.
São trabalhados vários protocolos experimentais padronizados relacionados às linhas de pesquisa
institucionais.
Objetivo: Avaliar a concepção dos alunos sobre a realização do projeto de ensino no primeiro
período do curso a fim de aperfeiçoar a proposta para os anos subsequentes.
Metodologia: Foi aplicado um questionário aos acadêmicos que participaram do projeto de ensino
no ano de 2014, abordando as seguintes variáveis: perfil do participante, sua opinião quanto à carga
horária do projeto, protocolos trabalhados e a concepção de quanto o projeto contribuiu para sua formação
acadêmica. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética Envolvendo Seres Humanos da Faculdade
Integrado sob o nº do CAAE 44606715.9.0000.0092.
Resultados: Participaram da pesquisa 21 acadêmicos, 89% pertencente ao gênero feminino, sendo a
média de idade dos participantes de 21,52 ± 3,94 anos. Quanto à concepção dos alunos sobre o projeto de
ensino: todos aprovaram a sua realização no 1º período do curso; 90% relataram que o projeto os auxiliou
a desenvolver o espírito científico; 76% confirmaram que o projeto contribuiu para a aprendizagem de
outras disciplinas; 95% consideraram que a realização do projeto facilitou o contato entre coordenador e
aluno, 86% afirmaram que o projeto oferece espaço para eventuais dúvidas sobre o curso e apenas 52%
acharam a carga horária do projeto suficiente.
Conclusão: Pelos resultados encontrados é possível observar que o projeto de ensino teve uma
grande aceitação entre os acadêmicos, estimulando a pesquisa científica e contribuindo no processo
de ensino-aprendizagem. Além disso, foi possível perceber que o elo de comunicação entre aluno e
coordenador promovido no projeto, favoreceu a fidelização dos alunos no curso de Farmácia. Desta forma
este projeto será realizado com todas as turmas do 1º período e pretende-se ampliar os protocolos
experimentais envolvendo todos os professores do curso de farmácia.
Fomento: Faculdade Integrado de Campo Mourão.
82
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERCEPÇÕES DE UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE QUANTO À
AUTOMEDICAÇÃO E USO CONCOMITANTE ÁLCOOL-MEDICAMENTO
Marina Pelicioli¹; Cristiane Barelli², Bruna Chaves Lopes³, Carla Beatrice Crivellaro
Gonçalves², Maria Lúcia Dal Magro4, José Ivo Scherer5
¹Farmacêutica, graduada pela Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo/RS;
²Farmacêutica e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo
Fundo (UPF), orientadora do trabalho; ³Médica Psiquiatra, Professora da Faculdade
de Medicina da UPF e colaboradora da pesquisa; 4Enfermeira, Professora da Faculdade
de Medicina da UPF e colaboradora da pesquisa; 5Médico Pediatra, Coordenador e
Professor do Curso de Medicina da UPF, colaborador da pesquisa.
A automedicação é um comportamento prevalente no Brasil e o consumo de álcool, simultâneo
aos medicamentos, pode representar um grave problema de saúde pública. Este comportamento pode
ser intencional (autoprovocado) ou praticado por desconhecimento das interações possíveis entre os
medicamentos de uso crônico, ou de venda livre, e o consumo de bebidas alcoólicas. Cabe ao profissional
de saúde, mesmo que em formação, saber claramente qual a relação existente entre o consumo álcoolmedicamentos, para não praticar e orientar as pessoas de seu convívio. O objetivo desta pesquisa foi
identificar as percepções quanto à automedicação e uso concomitante álcool-medicamento entre os
universitários de 12 cursos da área da saúde da Universidade de Passo Fundo. Trata-se de um estudo
transversal, com amostra randomizada, pareados entre gêneros, e momento no curso. A coleta de dados
foi por questionários autopreenchíveis, após a formalização do consentimento informado. O protocolo foi
aprovado pelo CEP/UPF e os resultados foram analisados por estatística descritiva. Participaram do estudo
619 estudantes dos 12 cursos da área da saúde, com predomínio de mulheres (82,9%) e média de idade
de 21,5±3,6 anos. A fonte de renda mais prevalente foram os pais (79%), seguido de emprego formal ou
informal (11,6%) e estágio remunerado (7,9%). A automedicação foi referida por 83,8% dos estudantes. O
uso crônico de medicamentos foi 71,2%, prevalecendo o anticoncepcional oral; 10,2% utilizavam fármacos
de ação central e destes 85,7% às vezes se automedicavam. Ir ao médico sem estar doente foi revelado
por 55% dos sujeitos. Quando questionados, a estar com alguma situação incômoda leve, uma dor,
indisposição ou mal-estar, a quem você procura? - Responderam a si mesmo (34,9%), familiares (30,8%),
médico (21,2%), farmacêutico (7,3%), pesquisam na internet (2,9%) e recorrem aos colegas (2,5%). A
medida não farmacológica mais utilizada foram chás (84,2%), seguido de gelo, massagens, descanso,
simpatias e compressas (12%) e descansar, correr, meditar e dormir (3,8%). Para 69% dos respondentes
o uso simultâneo álcool-medicamento pode anular o efeito farmacológico; a potencialização do efeito
foi uma percepção pouco frequente (33,3%), ao contrário das possíveis interações farmacodinâmicas
(77,9%). Alguns referiram o uso de medicamentos de venda livre como práticas não farmacológicas para
aliviar alguma situação incômoda ou mal-estar. Constatamos uma prática de automedicação elevada,
ao considerar que trata-se de acadêmicos da área da saúde que preferem automedicar-se a procurar um
médico. Neste contexto, cabe a universidade incidir diretamente no processo formativo dos profissionais
de saúde e na construção deste “cuidador” que será exercida pelos egressos da área. Além disso, é
necessário desde a vida acadêmica sensibilizar os estudantes para uma atuação profissional pautada no
cuidado das pessoas e da população, através da promoção da saúde e da qualidade de vida, e da prevenção,
recuperação e reabilitação dos agravos mais prevalentes como o consumo de álcool e o uso inadequado de
medicamentos. Concluímos que o consumo de álcool e a prática de automedicação foram elevados entre os
estudantes da saúde da instituição avaliada. As percepções sobre as interações entre álcool-medicamento
são confusas demandando ações educativas para promoção do uso correto de medicamentos.
83
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM FARMÁCIA NO BRASIL, 2007 – 2013
Marselle Nobre de Carvalho*, Ester Massae Oakamoto Dalla Costa**
*Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Brasília
(UNB). ** Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Introdução: A avaliação da pós-graduação estabelecida pela CAPES, a partir de 1976, exerce papel
de fundamental para o desenvolvimento da educação e da pesquisa científica e tecnológica no Brasil. Na
última década, a área da Farmácia registrou expansão de aproximadamente 100% no número de programas.
Objetivos: Analisar a evolução da pós-graduação na área de Farmácia no Brasil, no período de 2007
a 2013.
Metodologia: Trata-se de estudo descritivo-analítico e retrospectivo dos programas e cursos de
pós-graduação área de Farmácia, a partir dos relatórios de avaliação trienal (2007 - 2009 e 2010 – 2012),
emitidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Resultados: Nos triênios 2007 – 2009 e 2010 – 2012 havia 34 e 60 programas pós-graduação
stricto sensu na área de Farmácia no Brasil, o que significa crescimento acima de 70% de programas na
área. Os cursos estão concentrados nas regiões Sudeste (> 40%) e Nordeste (± 20%). A região Sul cai de
24 % (triênio 2007 – 2009) para 18% (triênio 2010 – 2012). A maioria dos programas possui Conceito
3, sendo 44 % na avaliação trienal 2013 e 50% no último triênio. O número de matriculados e titulados
em mestrado e doutorado, em ambos os triênios aumentou. Ao final de 2013, a área de Farmácia contava
com 850 docentes permanentes, 5.780 alunos matriculados em cursos de mestrado ou doutorado, 2.019
mestres ou doutores, 1.586 dissertações e 433 teses defendidas. Com relação à produção intelectual de
discentes e de docentes, foram 840 de trabalhos completos publicados em anais de eventos científicos
e 34 livros. Quanto aos artigos publicados em periódicos, há predomínio de publicação em estratos B1
(27%) e B2 (29%). Enquanto no relatório do triênio 2007 – 2009, a assistência farmacêutica aparecia
junto com a nanotecnologia como temas estratégicos na formação de recursos humanos, na avaliação
trienal 2013 este assunto aparece na seção “interdisciplinaridade” e em uma subárea da área de Farmácia
(subárea 9 - farmácia clínica e hospitalar, assistência e atenção farmacêutica).
Considerações finais: A análise dos relatórios trienais 2010 e 2013 evidencia: a) a expansão da
pós-graduação na área de Farmácia, mesmo havendo concentração de programas no Sudeste do país, b)
o crescimento da produção científica, embora ainda esteja predominantemente relacionada à descoberta
de moléculas e fármacos, e c) a incipiente internacionalização dos programas. Um grande desafio para
a pós-graduação na área de Farmácia é internacionalizar “equilibrando os pratos”, ou seja, investir em
subáreas de alta densidade de hard tecnhology, tais como biotecnologia e nanotecnologia, bem como na
formação em subáreas ainda periféricas no stricto sensu, como, por exemplo, a assistência farmacêutica.
Afinal, quem “forma o formador”?
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA
REVISÃO E INTEGRAÇÃO DE CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS PARA ALUNOS
INGRESSANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL
MINEIRA
Michel Rodrigues Moreira, Raquel Tognon Ribeiro, Pâmela Souza Almeida Silva,
Leonardo Meneghin Mendonça
Departamento de Farmácia - Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus Avançado
de Governador Valadares (UFJF/GV)
Introdução: Os jovens que ingressam em uma universidade confrontam-se com uma série de desafios
pessoais, interpessoais, familiares e institucionais. Além disso, a formação secundária destes estudantes é
extremamente deficiente, o que resulta em elevadas taxas de insucesso, inadaptação, insatisfação e evasão
do ensino superior. Assim, a transição do ensino médio para o superior suscita expectativas positivas, mas
também receios e dificuldades.
Objetivos: Diagnosticar possíveis falhas no processo ensino-aprendizagem que possam comprometer
o sucesso da graduação, rever e integrar conteúdos abordados em disciplinas do ensino médio, como
química, física, matemática e biologia com as disciplinas básicas e profissionalizantes do curso de farmácia,
utilizando a aprendizagem baseada em problemas como estratégia.
Metodologia/Desenvolvimento: O trabalho foi realizado dentro da disciplina optativa “Fundamentos
Integradores Aplicados à Farmácia” para alunos do primeiro período do curso de farmácia da UFJF/GV. Num
primeiro momento, foi aplicado uma versão reduzida do Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r) com
o intuito de identificar as percepções e experiências dos estudantes no que se refere à compreensão do
processo de integração acadêmica através da análise de 5 dimensões: Pessoal, Interpessoal, Carreira, Estudo
e Institucional. Num segundo momento, foram realizadas discussões sobre neurociência no processo de
ensino-aprendizagem, técnicas de estudo e gerenciamento do tempo. Num terceiro momento, situaçõesproblema foram apresentadas aos alunos na forma de casos/problemas envolvendo conhecimentos do
ensino médio, onde os mesmos, utilizando conhecimento prévio, formulavam hipóteses, e as lacunas
de conhecimento foram preenchidas através da busca ativa de informações. Cada situação problema
foi discutida em dois encontros, seguindo-se as etapas do clássicas do ciclo: leitura do caso, detecção
dos pontos-chave, brainstorming, elaboração de questões de aprendizagem, respostas às questões de
aprendizagem e autoavaliação.
Resultados: O trabalho foi realizado em dois semestres consecutivos, com os ingressantes do Curso
de Farmácia. A análise do QVA-r mostrou que a turma do primeiro semestre apresentou percepção positiva
mais alta para as dimensões de estudo e institucional, enquanto a segunda turma exibiu maiores valores
para as dimensões pessoal e interpessoal. Foi apresentado um vídeo sobre neurociência e a discussão sobre
o assunto proporcionou aos discentes um melhor entendimento sobre o processo ensino-aprendizagem
e a aplicação mais efetiva das técnicas de estudo. O professor/tutor atuou como um facilitador, nunca
oferecendo respostas prontas para os estudantes, os quais foram estimulados a refletir e questionar sobre
cada situação problema. A técnica de aprendizagem baseada em problemas levou os discentes ao contato
com as informações e à produção do conhecimento para solucionar os questionamentos da situaçãoproblema, permitindo a aprendizagem de conteúdos referentes ao ensino médio, as quais serviram de base
para a aquisição de novos conhecimentos no ensino superior.
Conclusões: A aplicação do QVA-r permitiu a análise da percepção do discente no ensino superior
e a correlação com seu rendimento acadêmico. Com a aplicação de metodologias ativas de ensinoaprendizagem cada estudante assumiu um papel mais ativo na busca do conhecimento para sanar dúvidas
individuais, além de permitir a aprendizagem/revisão de conteúdos referentes ao ensino médio essenciais
para a aquisição de novos conhecimentos no ensino superior.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: O NOVO MODELO DE ENSINO PARA
INTEGRAR OS PROFISSIONAIS DA ÁREA
Milenna Castanho*, Patricia Melo Aguiar*, Sílvia Storpirtis*
*Departamento de Farmácia / Faculdade de Ciências Farmacêuticas / Universidade
de São Paulo
Introdução: A prática farmacêutica vem ao longo dos anos mudando o seu foco, tendo em vista
que as mudanças de perfil epidemiológico, como o aumento da expectativa de vida e das condições
crônicas de saúde, requerem acompanhamento prolongado e trazem a necessidade de abordagem integral
que contemple as múltiplas dimensões da assistência à saúde dos usuários e da população. Atualmente,
a Educação Interprofissional (EIP) tem se mostrado a melhor maneira de formar esses profissionais
para atuação em conjunto, harmoniosamente, e visando a atender ao indivíduo, ao invés de reafirmar
incessantemente seus papéis dentro do sistema de saúde.
Objetivo: Realizar revisão bibliográfica sobre o tema “Educação Interprofissional em Saúde”, visando
subsidiar a análise de como essa prática vem sendo adotada por diversas instituições de ensino superior
ao redor do mundo e no Brasil.
Metodologia/Desenvolvimento: Foram rastreados artigos científicos internacionais e/ou nacionais,
publicados nas bases de dados Pubmed, ISI Web of Science e Scielo, entre os anos de 2010 e 2014, e
redigidos em inglês, português ou espanhol. A estratégia de busca incluiu o uso das palavras de texto
“Interprofessional education in health Graduation” e “Interprofessional Education in Health”. Foram incluídos
na análise artigos completos, com qualquer tipo de delineamento, que abordassem o tema da educação
interprofissional na área da saúde.
Resultados: A busca bibliográfica identificou 160 publicações, das quais 20 estavam corretamente
relacionadas ao tema. Os estudos foram realizados, sobretudo, na América do Norte (11) e apenas oito
envolveram experiências de EIP com acadêmicos de farmácia. Atualmente, a maioria dos trabalhos está
focada, notadamente, em definir corretamente a EIP, não sendo encontrados muitos estudos que foquem
na implementação ou que tragam evidências concretas dos benefícios trazidos para o paciente pela
implementação da EIP. No Brasil, apenas uma experiência de EIP foi localizada, demonstrando que muito
se discute sobre a questão do acesso à educação, mas pouco sobre a qualidade do ensino oferecido aos
acadêmicos.
Conclusão: A EIP pode se tornar uma ferramenta muito importante para o atendimento humanizado,
além de melhorar a assistência à saúde de uma maneira geral. Entretanto, há uma real necessidade de
aumentar a quantidade de estudos sobre o tema e, sobretudo, levantar dados que comprovem que os
profissionais formados por métodos de EIP trarão efetivamente um tratamento mais eficiente aos usuários
do sistema de saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PRÁTICA NA FARMÁCIA HOSPITALAR E A DEMANDA POR CONHECIMENTOS E
HABILIDADES
Milton Dayrell Lucas Filho*, Monique Araújo de Brito**, Rachel Magarinos-Torres**
* Doutorando, Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas a Produtos
para a Saúde. ** Professor Adjunto, Departamento de Farmácia e Administração
Farmacêutica. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ
Introdução: A farmácia hospitalar é um espaço de prática complexo que requer do farmacêutico
a execução das diferentes atividades de Assistência Farmacêutica (AF). Isto imputa ao farmacêutico
hospitalar a necessidade de deter conhecimentos e habilidades para lidar com o medicamento, com o
paciente e com os demais setores do hospital. Conhecimento reflete todo aprendizado adquirido através
da educação formal, prática profissional e experiências pessoais. Habilidade é a capacidade de transformar
esse conhecimento teórico em prática. Todavia, o farmacêutico tem sido apontado como excessivamente
tecnicista e desconectado das políticas de saúde e seu retorno às atividades de cuidado ao usuário do
medicamento deve ser precedido pela formação de recursos humanos qualificados.
Objetivo: Identificar conhecimentos e habilidades necessários ao farmacêutico hospitalar para a
execução adequada das atividades da AF, a partir do cenário destas práticas em hospitais conveniados ao
SUS no Estado do Rio de Janeiro.
Metodologia: Os dados da população em estudo foram obtidos a partir do Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES), em outubro de 2013. A amostragem considerou um nível de confiança
de 95%, margem de erro máxima absoluta de 5% e proporção esperada de 50%. Os farmacêuticos
selecionados foram contatados por via telefônica e convidados a responder a um questionário eletrônico
semiestruturado. Aqueles que aceitaram participar receberam um email contendo o link de acesso e senha
individual. As respostas objetivas foram analisadas por técnicas estatísticas descritivas e as subjetivas,
com o apoio do referencial da pesquisa qualitativa: leitura flutuante das respostas; identificação de
categorias; enquadramento das respostas nas categorias definidas e quantificação. O projeto foi aprovado
sob o protocolo de pesquisa CEP/UFF no 177.074.
Resultados: Foram examinadas colocações de 265 farmacêuticos. A análise produziu três categorias
de conhecimentos e quatro de habilidades. Entre os conhecimentos mais citados como importantes para
a atuação do farmacêutico hospitalar destacaram-se aqueles relacionados: ao SUS (princípios e diretrizes;
saúde como direito do cidadão e dever do Estado; medicamentos disponibilizados e financiamento
de cada componente da AF), à dispensação de medicamentos (ciclo da AF e avaliação de prescrições
médicas) e a determinantes socioculturais (vulnerabilidade social, nível de escolaridade e capacidade
de comunicação/entendimento dos usuários). As habilidades mais citadas foram: saber interagir com
a equipe multidisciplinar, saber aplicar os conhecimentos técnicos em situações de prática, ser líder e
ter habilidades de comunicação. Os desafios descritos relacionaram-se ao despreparo dos profissionais,
sobrecarga de trabalho, baixa remuneração e falta de recursos materiais e humanos. Conclusão: O espaço
de prática hospitalar ainda desafia o farmacêutico no que tange à adequada realização das atividades
de AF. A metodologia utilizada permitiu identificar conhecimentos e habilidades necessárias no atual
cenário de prática da farmácia hospitalar. Esses resultados podem sustentar a discussão da importância da
aproximação entre a teoria e a prática na graduação em farmácia.
Auxílio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ);
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CENÁRIO DE FORMAÇÃO DOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL E A DISTRIBUIÇÃO
DESSES PROFISSIONAIS NO SUS.
Nadja Mara de Sousa Lopes*, Nirla Rodrigues Romero*, Ana Paula Soares Gondim*
(*) Universidade Federal do Ceará
Introdução: As atuais Diretrizes Curriculares de Graduação em Farmácia, assim como a Constituição
Brasileira de 1988 e Lei nº 8080/90 referem a importância da integração dos serviços de saúde e as
Instituições de Ensino Superior (IES) em ação intersetorial articulada. Essas IES devem habilitar seus
alunos a executarem procedimentos técnicos e humanísticos que fortaleçam a atuação do farmacêutico no
SUS e em quantidade suficiente. A OMS recomenda a presença de uma farmácia para cada 8.000 habitantes
e no Brasil e o farmacêutico deve atuar em todo seu horário de funcionamento.
Objetivos: Identificar as Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil que possuem cursos de
farmácia e determinar o número de farmacêuticos e suas categorias atuantes no SUS.
Métodos: Estudo descritivo com uso de dados secundários realizado em agosto de 2014. Para
caracterização das IES levantou-se informações do portal E-mec, considerando-se a categoria administrativa,
tipo de organização acadêmica e número de vagas ofertadas por região do Brasil. Quanto aos farmacêuticos
atuantes no SUS, adotou-se a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a mesma descrita no DATASUS
(Farmacêutico, Farmacêutico Analista Clínico, Farmacêutico Bioquímico, Farmacêutico de Alimentos,
Farmacêutico em Saúde Pública, Farmacêutico de Alimentos, Farmacêutico em Saúde Pública, Farmacêutico
Hospitalar e Clínico, Farmacêutico Industrial, Farmacêutico Práticas Integrativas e Complementares e
Farmacêutico Toxicologista). À análise dos resultados para determinação dos farmacêuticos aplicou-se o
indicador (nº de farmacêuticos/população residente, no ano) X 1000. O estudo foi submetido à Plataforma
Brasil e aprovado sob o parecer nº 33853814.0.0000.5054.
Resultados: Das 477 IES que oferecem cursos de farmácia, 69 são instituições públicas e 408
privadas. Constatou-se 64.472 vagas oferecidas para farmácia. Os tipos de organização identificadas:
Universidades (187), Faculdades (183), Centros Universitários (68), Instituto de Educação, Ciências e
Tecnologia (1) e Instituto Federal (1). A região Norte possui o menor número dessas IES, com 5 públicas
e 4 privadas (3.002 vagas no total). Enquanto o Sudeste oferta 33.922 vagas anuais distribuídas entre
182 IES privadas e 20 públicas. Quanto aos farmacêuticos que atuam no SUS somam-se 44.165com uma
média de 0,21/1000 habitantes. São 21.365 Farmacêuticos, 22.511 Analistas Clínicos, 192 Farmacêuticos
Hospitalares e Clínicos, 13 Farmacêuticos Industriais, 5 Farmacêuticos de Práticas Integrativas e
Complementares e 5 Toxicologistas. A região Norte possui apenas 3.627 profissionais (0,21/1.000hab)
enquanto a Sudeste 18.365 (0,20/1.000hab).
Conclusão: Foi possível identificar as IES do Brasil percebendo-se aumento significativo de
instituições privadas especialmente a partir dos anos 2.000. Não foi possível identificar o número
de graduados em farmácia no período, mas os resultados sugerem dentre os farmacêuticos formados
maior atuação no serviço privado ou não há preenchimento de vagas ofertadas no SUS. A categorização
profissional utilizada pelo DATASUS deve ser revisada por não obedecer as características atuais sugeridas
pelas DCN, somente Farmacêutico, capaz de atuar integralmente em qualquer campo.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERCEPÇÃO DE DOCENTES E DISCENTES SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS E PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Nirla Rodrigues Romero*, Teresa Maria de Jesus Ponte Carvalho*, Luzia Izabel
Mesquita Moreira*, Maria de Fátima Oliveira*, Zirlane Castelo Branco Coelho*, Paulo
Sérgio Dourado Arrais*.
* Núcleo Docente Estruturante do curso de graduação em Farmácia da Universidade
Federal do Ceará
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da oficina de avalição das DCN e do
Projeto Pedagógico do Curso de Farmácia da UFC. Método: trata-se de um estudo qualitativo realizado a partir
da análise das falas dos participantes registradas em gravador e transcritas para análise. A oficina ocorreu em
19 de fevereiro de 2015, nas dependências do curso. Para condução das discussões foram utilizadas algumas
das questões norteadoras elaboradas pela Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia, onde todos
os presentes foram incentivados a pensar nas fortalezas e fragilidades identificadas pelos participantes da
oficina no que diz respeito a implantação das DCN pelo curso de Farmácia na UFC, tendo como base o perfil
do egresso, a matriz curricular, as competências, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, os cenários
de prática (curricular e extracurricular), carga horária e metodologias de ensino. Resultados: Participaram
do evento 24 docentes e 14 discentes. Entre as fortalezas identificadas estão: a existência na instituição
de projeto que visa a formação docente; desenvolvimento de atividades na atenção primária; oferta
de estágios a partir do 5º semestre; oferta de vários tipos de bolsas para desenvolvimento acadêmico;
maior participação nos editais de pesquisa, captação de recursos e consequentemente, desenvolvimento
de novas áreas de pesquisa, maiores oportunidades para incrementar conhecimentos nas áreas de saúde
pública e das ciências farmacêuticas e maior envolvimento de estudantes da graduação e pós-graduação,
o que resulta em maior consistência na formação dos discentes; desenvolvimento de TCC com foco nas
necessidades e prioridades do SUS; participação PET, Pró-saúde e Pet-saúde; Existência do Núcleo Docente
Estruturante para pensar o PPC, a avaliação. Entre as fragilidades: elevado número de cursos no estado
e dificuldades de vagas em estágio; deficiência na capacitação pedagógica dos novos docentes; Falta
de avaliação permanente do PPC; implantação do SISU e possível aumento da evasão; investimento em
estrutura (cenários de prática) para acolher seus estudantes no que diz respeito a realização de estágios;
maior necessidade de atividades práticas com solução de problemas (casos clínicos), vivência; Prevenção
e promoção da saúde foi pouco desenvolvido; as competências gerais estão sendo pouco trabalhadas;
a grade é extensa e exaustiva, e por isso os alunos tem dificuldades para participarem de atividades
complementares; o estágio dura só 6 meses. É pouco para absorver técnica e saber como lidar com o
sujeito; a formação continua fragmentada. Falta um projeto único, integrado, onde professores se juntem
para conversar, planejar, dividir conteúdos, falar de integração. Processo continuado; existe um marasmo e
apatia imensa entre os estudantes nas mais diversas disciplinas. No âmbito das DCN foram identificadas as
seguintes considerações: a atual matriz tem como eixo a tecnologia, mas deve ter o sujeito como elemento
principal e as competências devem ser desenhadas para atender esta necessidade; Dúvidas também foram
colocadas e suscitaram amplo debate: Será que a carga horária está condizente com o profissional que a
gente quer formar? A mudança deve levar em consideração o mercado? Conclusão: Foi consenso entre os
presentes que necessitamos sair do discurso para a ação.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERCEPÇÃO DE DISCENTES E DOCENTES DO CURSO DE FARMÁCIA DA UFC SOBRE
PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA ATUAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Paulo Sérgio Dourado Arrais*, Ana Luísa Martins Ávila**, Maria Marlene Marques
Ávila***
* Professor do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. **
Aluna do curso de graduação em Farmácia da Universidade Federal do Ceará. ***
Professora do Curso de Nutrição da Universidade Estadual do Ceará
Introdução: Os cuidados e atenção realizados na Atenção Primária à Saúde (APS) são fundamentais
para a consolidação do Sistema Único de Saúde. Portanto, formar profissionais da saúde por meio de uma
abordagem integral do processo saúde-doença, enfatizando a atenção primária, tem sido um desafio.
Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar o processo formativo dos alunos do curso
de graduação em Farmácia da Universidade Federal do Ceará para atuação na atenção primária.
Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo que contou com a participação de professores de
disciplinas com conteúdos relacionados à APS e os discentes concludentes em 2014.1. Para a coleta dos
dados foi usada a técnica de entrevistas individuais, por meio de um roteiro semiestruturado. Neste texto
contemplamos as respostas que abordavam a percepção sobre a formação para a atuação profissional na
APS. Todas as entrevistas foram gravadas e decodificadas.
Resultados: Foram entrevistados 26 discentes e 9 docentes do curso de Farmácia da UFC. Todos
os estudantes vivenciaram integralmente os estágios curriculares, entre eles, o Estágio I, com foco na
atenção primária e 50,0% relataram vivencias na área da APS. Entretanto ao serem indagados sobre a
contribuição dos estágios realizados para a atuação neste nível de atenção, os alunos destacaram o pouco
tempo de dedicação à área, já que alguns acharam que a experiência foi curta e restrita ao Estágio I, mas
que a atividade propiciou o desenvolvimento da habilidade de comunicação, contato com o paciente, com
o medicamento e com a organização do sistema. Dois alunos afirmaram que o estágio não contribuiu em
nada e uma outra não soube responder. Quando o aluno foi indagado sobre se o curso o preparou para o
trabalho no nível da APS, verificamos que ocorreu divergência entre as respostas, onde 42,3% afirmaram
que sim, 30,8% que não e 26,9% que se sentiam parcialmente preparados. As justificativas para estas
percepções são bastante variadas. Por um lado, alguns estudantes referiram que a experiência no PET foi
essencial para a aproximação com a área e que ter a teoria ajuda no desenvolvimento das atividades na
área. Por outro lado, existe a necessidade de maior vivência/prática e do esforço pessoal de cada um em
se dedicar a atividade, inclusive, buscando estágios extracurriculares. Sobre as sugestões para aprimorar
a formação específica na área da APS, boa parte dos alunos foram taxativos ao afirmar a necessidade de
mais estágios, com mais tempo dedicado as atividades na APS, mais disciplinas voltadas para a atenção
do paciente, e administradas ao longo do curso. Entre os docentes, há divergências no que diz respeito a
se o curso forma profissional para o trabalho no nível da APS. Quatro acreditam que sim, dois acham que
em parte e dois que não. Quando indagamos os docentes se teriam sugestões para aprimorar a formação
no nível da APS, nas falas sobressai a preocupação com a falta de profissionais farmacêuticos neste cenário
de prática, a necessidade da criação das unidades de cuidados farmacêuticos dentro da instituição e a
ampliação e manutenção do Pet-Saúde.
Apoio: PPSUS-REDE–MS/CNPq/FUNCAP/SESA-CE
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE
JOÃO PESSOA-PARAÍBA SOBRE OS PROBLEMAS CAUSADOS PELO DESCARTE
INADEQUADO DE MEDICAMENTOS
Rafael Araújo da Silva*; Anderson Savio de Medeiros Simões**
Graduando do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba*.
Professor da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba**
Diante da importância do medicamento na promoção da saúde e devido ao aumento significativo
do consumo de medicamentos no Brasil, que, segundo estudos, tornar-se-á o sexto maior produtor de
medicamentos no mundo, faz-se necessário verificar o nível de consciência da população em relação
aos riscos ao meio ambiente e à saúde sobre o descarte inadequado de medicamentos, sejam aqueles
que atingiram o prazo de validade, como também aqueles que se encontram em desuso nas residências.
O impacto ambiental causado pelo descarte inadequado de medicamentos é considerado de grande
relevância, apesar de que, os efeitos toxicológicos não estão bem esclarecidos. As propriedades físicoquímicas dos medicamentos apresentam riscos aos biomas e a saúde pública, e os resíduos gerados são
de difícil degradação. Desta forma, o profissional farmacêutico tem um papel de grande importância na
orientação da população com relação às formas adequadas deste descarte. Portanto, o objetivo deste
trabalho foi analisar o grau de conscientização da população da cidade de João Pessoa-Paraíba acerca
dos problemas causados pelo descarte inadequado de medicamentos. Para o levantamento de dados,
foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa de campo, com aplicação de questionário, onde foram
entrevistados aleatoriamente 257 moradores da cidade de João Pessoa-PB, maiores de dezoito anos e que
se dispuseram voluntariamente para participar da pesquisa. Por se tratar de uma pesquisa envolvendo
seres humanos, o mesmo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas
da Paraíba, sendo aprovado sob o parecer nº 993.331. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se
que 227 entrevistados, cerca de 88%, apresentam conhecimento de que os resíduos de medicamentos
deveriam ser descartados de forma especial, e destes, 197 têm consciência dos riscos que a presença de
resíduos de medicamentos no meio ambiente podem trazer à saúde da população. Apesar do conhecimento
dos possíveis danos, 196 entrevistados confessaram fazer o descarte de modo inadequado, realizando o
descarte no lixo comum. Este dado mostra a importância das orientações do profissional farmacêutico para
que a população realize o descarte de modo adequado. No trabalho ficou constatado que a população da
cidade de João Pessoa-Paraíba apresenta um nível de consciência satisfatório com relação ao conhecimento
dos problemas causados pelo descarte inadequado de medicamentos, mas, faz-se importante a abordagem
do farmacêutico quanto à necessidade de passar informações de como a população deve descartar esses
medicamentos, fazendo com que os usuários tornem-se cada vez mais conscientes dos danos que o descarte
inadequado de medicamentos pode causar tanto ao meio ambiente quanto à saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
MEDICAMENTOS VENCIDOS OU EM DESUSO: PROBLEMA AMBIENTAL OU
OPORTUNIDADE DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL?
Rafaela Estevão do Amaral, Bianca de Souza, Juliana Assmann, Karen Dartora, Kelin
Arossi, Marines Pérsigo Morais Rigo, Luísa Scheer Ely, Luciana Carvalho Fernandes,
Luís César de Castro, Carla Kauffmann
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - UNIVATES. Curso de Farmácia, Bacharelado.
Farmácia-Escola Lajeado/RS
Introdução: Temas pontuais articulados em projetos acadêmicos, de extensão e pesquisa,
contribuem para a construção de uma formação profissional de qualidade de estudantes universitários,
contextualizados com seu ambiente comunitário, premiando habilidades e competências associadas aos
objetos de trabalho e ensino/aprendizagem. O Brasil é um grande consumidor de medicamentos, no
entanto, estima-se que aproximadamente 20% deste montante sejam descartados de forma inadequada
em redes de esgoto sanitário ou no lixo doméstico. Além do risco de contaminação ambiental, há risco de
intoxicações acidentais. Somam-se a isso, os riscos associados ao acúmulo de medicamentos em desuso ou
vencidos nos domicílios, o que pode favorecer a automedicação ou casos de intoxicações. Considerando o
exposto, em outubro de 2012, a equipe de colaboradores da Farmácia-Escola do município de Lajeado/RS,
confeccionou, com materiais alternativos, uma lixeira coletora para o descarte de medicamentos vencidos
ou em desuso, bem como suas embalagens.
Objetivos: Assim, este trabalho tem por objetivo analisar os medicamentos vencidos ou em desuso
descartados pelos usuários na lixeira coletora da Farmácia-Escola.
Metodologia/desenvolvimento: No período de janeiro a dezembro de 2013, a lixeira coletora foi
esvaziada periodicamente e os resíduos caracterizados. As informações obtidas foram transcritas para um
banco de dados criado no programa Microsoft Office Excel®, no qual as mesmas foram analisadas.
Resultados: Durante o período analisado, foram coletados 2.099 medicamentos, que corresponderam
a um total de 13.977 unidades descartadas, sendo 12.359 unidades de comprimidos, drágeas ou cápsulas;
321 unidades de produtos semissólidos e 1297 frascos de medicamentos líquidos. Além disso, foram
coletados 4,5 kg de blisteres vazios. Quanto à forma farmacêutica, a maioria dos medicamentos descartados
era líquida (n=1269; 60,46%). Os medicamentos similares (57,65%) predominaram, seguido de genéricos
(21,58%) e medicamentos de referência (20,49%). Medicamentos com ação sobre o sistema nervoso
predominaram entre os produtos descartados (47,26%), o que pode ser indicativo de falta de adesão ao
tratamento, uma vez que nessa classe se enquadram fármacos de uso contínuo, como antidepressivos
e antipsicóticos, entre outros. Conforme esperado, 67,21% das unidades de medicamentos descartadas
estavam com prazo de validade expirado.
Conclusão: A disponibilização da lixeira coletora na Farmácia-Escola, conjuntamente com a
orientação aos usuários sobre o descarte de medicamentos vencidos ou em desuso durante o processo
de dispensação, contribui para a promoção do uso racional de medicamentos, além de cooperar para
uma atitude sustentável. Temas pontuais, articulados em projetos para a promoção do uso racional
de medicamentos, especialmente construídos e consolidados em espaços como a Farmácia-Escola, são
potentes estratégias para uma educação que contemple o previsto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais.
A interação entre profissionais docentes e estudantes com a comunidade apresenta especial momento de
oportunidade para a construção de conceitos e habilidades previstos para uma formação de qualidade e
contextualizada às reais necessidades da sociedade contemporânea.
92
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO FARMACÊUTICO POR
MEIO DE TÉCNICA DE CONSENSO: A VISÃO DOS ESTUDANTES
Rodrigo Silveira Pinto1, Márcia dos Angeles Luna-Leite1, Cristiane Manoela Silva1,
Dalmare Anderson Bezerra de Oliveira Sá2, Raony Cassio Milet Rodrigues2, Gabriel
Rodrigues Martins de Freitas1
1 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2 – Universidade Federal do Sergipe
As competências são definidas como características (conhecimentos, habilidades e atitudes) que
as pessoas manifestam quando executam uma atividade e estão relacionadas com o seu desempenho
bem-sucedido. A formação profissional nos cursos da área da saúde baseiam-se no desenvolvimento de
competências. As Diretrizes Curriculares de Farmácia apresentam o direcionamento esperado para a atuação
do profissional farmacêutico. Realizar uma reflexão sobre os resultados obtidos utilizando a Técnica de
Grupo Nominal (TGN) no I Encontro Estudantil de Educação Farmacêutica, ocorrido na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul nos dias 3,4 e 5 de abril de 2015, para a identificação e priorização de competências
para o farmacêutico. Os participantes do Encontro (28 estudantes de Farmácia de Centros e Diretórios
Acadêmicos de várias universidades do Brasil) foram agrupados para participação em oficinas onde se
utilizou a TGN. O agrupamento foi realizado tendo como objetivo cada grupo conter todas as instituições
participantes. Cada oficina consistiu em dois momentos: identificação e priorização das competências
necessárias para o farmacêutico. Para a identificação das competências os participantes refletiram por
alguns minutos (individualmente e sem discussões) e escreveram suas opiniões quanto à pergunta chave
“Quais competências o farmacêutico generalista deve possuir? ”. As folhas com as opiniões foram entregues
ao facilitador, que as agrupou de acordo com a sua semelhança, sempre respeitando a decisão do autor
da opinião, gerando uma competência. Para a priorização, cada participante recebeu uma folha para
realizar o ordenamento das competências agrupadas segundo sua percepção de importância. Todas as
escalas foram somadas, onde valiam mais pontos as competências melhor colocadas por cada participante.
Compareceram às oficinas 17 participantes (60,7% do total de convidados). Os quatro grupos elencaram
25 competências. As competências priorizadas pelos grupos foram: “Profissional crítico que compreende
seu papel na sociedade com ética e profissionalismo, além de tornar a farmácia como estabelecimento de
saúde de fato”; “Aplicar conhecimento na sociedade”; “Educador para o uso racional de medicamentos,
provocador de mudanças, multiplicador, clínico, orientador” e “Ser proativo e ter pensamento crítico”.
Houve grandes discrepâncias entre os membros do grupo quanto as prioridades. A realização das atividades
em grupos menores permite que os atores se sintam mais confortáveis para a realização da atividade.
As competências priorizadas pelos grupos mostraram o conceito já proposto pela Diretriz Curricular
Nacional, na qual se pensa que o farmacêutico deve possuir pensamento crítico e reflexivo, prestando
seus serviços para a sociedade, principalmente quanto ao uso racional de medicamentos. Em relação à
grande discrepância de prioridades, duas hipóteses foram levantadas: a pergunta guia foi pouco entendida
pelos participantes, ou o fato de distribuir os alunos “heterogeneizando” os grupos causaram percepções
diferentes porque as realidades e necessidades de formação e da função do farmacêutico em cada região
do Brasil também é diferente.
93
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CONHECIMENTO E USO DE TECNOLOGIA DIGITAL NA PRÁTICA PEDAGOGICA
ENTRE PROFESSORES DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DE UMA UNIVERSIDADE
PRIVADA DO RIO DE JANEIRO
Rosangela Pimentel Faria; Patrícia de Castro Moreira Dias; Regina Braga de Moura
Universidade Estácio de Sá
O avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação–TIC tem propiciado um conjunto de recursos
tecnológicos integrados entre si. Entretanto, é preciso desenvolver competências e habilidades num mesmo
ritmo para se apropriar dos conhecimentos oferecidos pelas informações. Os padrões tradicionalmente
conhecidos de ensino estão dando lugar a novas formas de construir conhecimentos. A tecnologia digital
na educação deve servir de ponto de apoio para a reflexão sobre questões mais gerais relativas à utilização
de programas educativos, principalmente tendo em vista a ampliação desta discussão. Este estudo teve o
objetivo de verificar o conhecimento e uso de tecnologia digital na prática pedagógica entre professores
de graduação em Farmácia. Fizeram parte da pesquisa todos os professores do curso de Farmácia de
uma Universidade privada do município do Rio de Janeiro. O convite foi feito através de e-mail, para
responderem a um questionário não identificado disponível através de link do Google drive, junto com o
TCLE descrevendo os objetivos do estudo e garantindo anonimato. O estudo teve aprovação do CEP. Dos
19 professores participantes, 14 responderam, com 43% de homens e 57% de mulheres. A faixa etária
predominante foi entre 41 e 50 anos (43%). Entre os participantes, 86% têm formação na área da saúde,
com a maioria (64%) entre 11 a 20 anos de docência em curso superior. 64% declararam saber o que
é objeto tecnológico educacional e costumam usar em sala de aula o datashow (86%). 50% afirmam
buscar com frequência objetos tecnológicos através da internet, 100% acreditam que o uso de recursos
tecnológicos como jogos, simuladores e desafios pode melhorar o aproveitamento do aluno na disciplina
e 79% estão dispostos a aprender a criar e ou usar recursos tecnológicos de aprendizagem. Embora os
professores afirmem ter conhecimento sobre as tecnologias digitais na prática pedagógica, essas não são
exploradas como recurso em suas aulas. Este fato aponta a necessidade de informação, preparo e estímulo
aos professores sobre a aplicação desses recursos.Os resultados permitem perceber uma nítida relação da
idade predominante dos professores e o tempo de docência, com a prática pedagógica principal, através
do uso de uma ferramenta considerada como tecnologia.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERFIL DOS FORMANDOS DE CURSOS DE FARMÁCIA E O CONHECIMENTO SOBRE
ABERTURA DE FARMÁCIA COMUNITÁRIA
Rosiney Ramos*; Alide Marina Biehl Ferraes*
*Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco
A farmácia é um estabelecimento de saúde, destinado a prestar assistência farmacêutica, assistência
à saúde e orientação ao indivíduo e população. Neste espaço, o farmacêutico tem aproximação com o
usuário, e responsabilidades na promoção do uso racional dos medicamentos e na melhoria da qualidade
de vida. Contudo, é notória a dificuldade para abertura de farmácia de qualquer natureza no Brasil. Esta
pesquisa teve por objetivo verificar o conhecimento dos formandos do curso de Farmácia de Instituições
de Ensino Superior (IES) do Norte do Paraná, sobre os trâmites num processo de abertura de farmácia
comunitária. Foi realizada Pesquisa Documental e Estudo Transversal. Para coleta de dados, foi aplicado
um questionário semiestruturado, após um pré-teste para a validação do instrumento. Os dados foram
coletados em novembro/2012. Os resultados foram analisados por meio de estatística descritiva e
apresentados em forma de tabelas e gráficos elaborados no Excel® 2007. As cinco IES que ofertam o curso
de Farmácia na região norte do Paraná foram convidadas a participar, e uma não permitiu o recolhimento
dos questionários já respondidos pelos formandos. 67 alunos participaram da pesquisa, sendo 71,6%
mulheres. 77,6% estudavam no período noturno e 34,3% afirmaram trabalhar em farmácia. Na preferência
dos formandos, a maioria (79,2%) pretende trabalhar com medicamentos. As áreas de análises clínicas
(14,9%) e de Alimentos (5,9%) foram pouco mencionadas. Verificou-se que 73,1% dos formandos não se
sentem preparados para abrir uma farmácia, e 52,3% não souberam responder qual é a diferença entre
farmácia e drogaria, e dentre os que afirmaram saber a diferença entre os termos, a maioria errou a
resposta. Em relação aos documentos necessários para abertura e funcionamento de uma farmácia, 60,0%
não responderam, e 73,2% mencionaram que contratariam uma consultoria para auxiliá-los no processo
de adequação às normas vigentes. A grande maioria demonstrou desconhecer as leis vigentes, bem como
sobre órgãos públicos relacionados ao processo de abertura de farmácia. Em relação às funções do Conselho
Regional de Farmácia, demonstraram um bom grau de conhecimento. O desconhecimento de leis que regem
a profissão farmacêutica e o sentimento de despreparo para atuação no mercado de trabalho denota
possíveis falhas no processo de formação. Considera-se importante que práticas educativas relacionadas à
legislação farmacêutica sejam incentivadas e estimulem o discente à aprendizagem. Neste contexto tornase necessário que as IES que ofertam o curso de graduação em Farmácia, discutam e avaliem suas matrizes
curriculares e reestruturem o ensino para a formação profissional. A realização deste estudo foi relevante,
pois além de apresentar o diagnóstico do nível de conhecimento de formandos em Farmácia, em relação
aos procedimentos pertinentes à abertura de farmácia, elencou subsídios para elaborar um protocolo para
este tipo de empreendimento fiel às normas vigentes e à legislação farmacêutica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA – 4 ANOS DE ATIVIDADE
Sabrina Calil Elias, Carla Valéria Vieira Guilarducci Ferraz, Reginaldo Lira Pena, Selma
Rodrigues de Castilho
Mestrado em Administração e Gestão da Assistência Farmacêutica – Faculdade de
Farmácia – Universidade Federal Fluminense
Introdução: O curso de mestrado profissional em administração e gestão da assistência farmacêutica
da UFF iniciou suas atividades em 2012. Sua criação foi uma evolução natural das atividades desenvolvidas
através dos cursos de Residência em Farmácia Hospitalar, em funcionamento desde 1997, e dos cursos de
especialização em gestão da assistência farmacêutica realizados através de parceria com o Ministério da
Saúde. Seu público alvo são os profissionais farmacêuticos em atuação na área de assistência farmacêutica,
em especial os que atuam no SUS.
Objetivo: Traçar o perfil de candidatos e egressos do curso das primeiras 4 turmas do curso.
Metodologia: O levantamento de dados se deu através de análise documental envolvendo as fichas
de inscrição no processo seletivo e o cadastro dos alunos inscritos, além dos relatórios do curso. Foram
identificados o estado do origem e o local de trabalho do aluno, bem como o quantitativo dos envolvidos
na seleção e o número de egressos de cada turma.
Resultados: Participaram do primeiro processo seletivo 19 candidatos, sendo aprovados 12, dos
quais 8 ingressaram no curso. Destes, 7 alunos defenderam suas dissertações e uma aluna foi desligada por
não cumprir os prazos estabelecidos para sua defesa. No segundo processo seletivo, houve 33 candidatos,
dos quais 15 foram aprovados. Destes, 13 efetivamente se matricularam no curso e 11 defenderam suas
dissertações. No terceiro processo seletivo, participaram 24 candidatos, sendo apenas 10 aprovados e
matriculados no curso. Na seleção da turma de 2015 participaram 22 candidatos, sendo 10 aprovados e
matriculados no curso. A análise da inserção dos alunos no mercado de trabalho revela que 45 % exercem
suas atividades em unidades federais de saúde, 25% em unidades municipais de saúde, 12,5% em unidades
privadas de saúde. Assim, observa-se que Assim, observa-se que as 4 turmas têm perfil semelhante, com
a maioria de alunos vinculados às instituições públicas de assistência farmacêutica. Até o momento,
ingressaram no curso 2 alunos oriundos de outros estados do Brasil e 1 aluna estrangeira, A média do
tempo de exercício profissional no momento do ingresso no curso foi de 12,3 anos, com desvio padrão de
6,7 anos. Vale ressaltar que apenas 3 alunos eram, no momento do ingresso, recém-formados e ainda sem
colocação no mercado de trabalho. Destes, 2 eram oriundos do curso de residência em farmácia hospitalar
da UFF.
Conclusão: Os resultados permitem considerar que o curso tem atingido seu público alvo, atendendo
a seus objetivos. No entanto, a adoção de novas formas de divulgação dos processos seletivos pode
contribuir com o aumento da participação de profissionais de outras áreas do estado do Rio e até mesmo
de outros estados do país.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANÁLISE DO DESEMPENHO DE ALUNOS DO SISTEMA DE INCLUSÃO SOCIAL NO
CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Telma Alves Garcia*; Maria Teresa Freitas Bara*;Kelle Cristina Nogueira*;Idamis
Helena Soyer Barbosa*
Universidade Federal de Goiás
*
Introdução e objetivo: Com o propósito de promover a inclusão social de grupos historicamente
discriminados a Universidade Federal de Goiás (UFG) implantou o Programa UFG Inclui a partir do processo
seletivo para o primeiro semestre de 2009, conforme Resolução CONSUNI nº29/2008. Destinou-se 10% das
vagas de cada curso a candidatos oriundos de escolas públicas, outros 10% a candidatos negros oriundos
de escolas públicas e, em havendo demanda, o acréscimo de uma vaga adicional em cada curso destinada
a quilombolas e indígenas. Este estudo teve como objetivo principal avaliar o rendimento acadêmico
dos estudantes do curso de Farmácia que ingressaram na UFG por meio do Programa UFG Inclui (alunos
cotistas) nos dois primeiros processos seletivos.
Metodologia: comparou-se ao longo de todo o curso e para cada disciplina, o número de reprovações
por alunos cotistas e não cotistas. Os dados foram obtidos a partir do Sistema Integrado de Gestão de
Atividades Acadêmicas (SIGAA).
Resultados: o maior índice de reprovação dos alunos de Farmácia ocorre nos períodos iniciais
do curso, especialmente no primeiro e no segundo semestres. O número de reprovações observado para
alunos que ingressaram no curso em 2009-1 e 2009-2 apresentou perfil semelhante ao longo do curso,
independente da opção de ingresso. Para os ingressantes em 2009-1, em um total de 45 reprovações
observadas no primeiro semestre do curso, 17 foram de cotistas e 28 de alunos do sistema universal;
no segundo semestre esses números foram respectivamente 26, 4 e 22. No levantamento relativo aos
alunos que ingressaram em 2009-2 tem-se no primeiro semestre 59 reprovações, sendo 24 por cotistas
e 35 por não cotistas e no segundo semestre, 19 reprovações, das quais 5 por alunos cotistas e 14 por
não cotistas. Observou-se nos semestres seguintes uma redução gradual e significativa das reprovações,
havendo no máximo um aluno cotista reprovado em cada um dos 6 semestres finais do curso. Na análise
por disciplinas verificou-se que, entre as que foram cursadas no primeiro período do curso, a maior
incidência de reprovações tanto por alunos cotistas como não cotistas ocorreu para Matemática, Química
Orgânica I, Física para Ciências Biológicas e Citologia e Embriologia dos Tecidos. Para as disciplinas
cursadas no segundo período os maiores índices de reprovação foram observados para as disciplinas de
Química Orgânica II, Histologia dos Sistemas Orgânicos e Farmacobotânica. O estudo mostrou que para
algumas disciplinas do período de ingresso como Elementos de Matemática, Física para Ciências Biológicas
e Química Orgânica I, a nota média dos cotistas foi menor que a média geral das turmas. Vale salientar que
houve um número considerável de alunos cotistas que trancaram, desistiram do curso ou foram excluídos
por reprovações consecutivas.
Conclusão: os dados revelaram semelhança no perfil geral quanto ao número de reprovações, mas
indicaram uma maior dificuldade de aproveitamento dos alunos cotistas, especialmente no período de
ingresso. Além de ampliar o acesso ao ensino superior, é necessário viabilizar a permanência desses
estudantes. Também é imperativo que as Universidades recebam os alunos egressos da rede pública,
levando em consideração as deficiências trazidas por eles.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE INSTITUCIONAL EM
ACADÊMICOS DE FARMÁCIA EM IES DE CURITIBA, PARANÁ.
Thiago Burda Mayer; Javier Salvador Gamarra Junior
Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE, Curso de Farmácia.
Dentro do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), um dos componentes
mais importantes é a Avaliação Institucional. O componente visa à melhoria da qualidade da oferta do
ensino superior bem como potencialização dos compromissos e missões sociais das Instituições de Ensino
Superior (IES). Tal processo insere nova dinâmica nas IES, levando-as a intensificar busca pela interação
colaborativa entre IES, docentes e discentes. Nesse contexto, a Auto avaliação se torna ferramenta que
capacita a IES a se auto conhecer e auto aperfeiçoar. Nesta IES tal processo é realizado pela CPA –
Comissão Própria de Avaliação, criada no ano 2000. CPA é formada por membros da comunidade e da
academia que asseguram processo contínuo de aprimoramento do processo avaliativo e as abordagens
para comunicar/publicizar seus resultados e intervir quando necessário. Finalmente, o processo contribui
para mudança ou manutenção de práticas e posturas profissionais, primando pela excelência educacional
da IES e cursos. No curso de Farmácia utilizam-se os instrumentos institucionais além do desenvolvimento
de ferramentas internas. Caracterizar perfil socioeconômico e percepção da qualidade institucional dos
acadêmicos de Farmácia da Uniandrade no período de 2012 a 2014. Os dados utilizados foram obtidos
junto ao banco de dados (2012-2014, n=1274) da CPA, com prévia autorização institucional. Para
efetivação da análise estatística, foram elaboradas tabelas de distribuição dos dados sócio econômico e
institucional para cálculo da frequência relativa e frequência percentual. Para fins de comparação, dados
semestrais foram agrupados em análises únicas para elaboração de gráficos comparativos. Elaboração das
tabelas, cálculos das frequências e elaboração dos gráficos foi realizada em planilha eletrônica (Microsoft
Excel). Os principais dados trabalhados foram perfil discente socioeconômico e educacional, percepção
da atuação docente, percepção da atuação do coordenador e comunicação da instituição com o aluno. O
quadro de alunos atual da farmácia é formado, em sua maioria, por alunos entre 17 e 30 anos, oriundos
de escola pública, que utilizam algum tipo de auxílio para a formação universitária. Mais de 50% dos
alunos está a mais de quatro anos fora do ambiente escolar. Os docentes foram avaliados como excelentes
e muito bons, pontuais, assíduos e acessíveis em sala de aula, com domínio de conteúdo e aplicando
interdisciplinaridade durante as aulas. A apresentação do plano de ensino está sendo feita aos alunos na
primeira semana de aula e disponibilizado em seguida. O coordenador está presente em sala de aula, com
atendimento coerente e profissional, enfatiza a importância do curso para o futuro profissional do aluno e
promove palestras, seminários e cursos durante o ano letivo. A maioria dos alunos considera a Uniandrade
importante no desenvolvimento regional, as atividades realizadas pela instituição são conhecidas na
comunidade externa porém não são bem divulgadas nos meios de comunicação. Em todos os quesitos
avaliados, foi possível observar aumento da qualidade Institucional e Docente da IES segundo os discentes.
Pode-se concluir que a ação contínua da CPA pode implicar em melhoria gradual da qualidade do curso de
acordo com os discentes.
98
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EFICÁCIA DO ENSINO À DISTÂNCIA NA CAPACITAÇÃO PARA A DISPENSAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
Tiago Marques dos Reis*; Camilo MolinoGuidoni**; André de Oliveira Baldoni***;
EdmarlonGirotto**; Paulo Roque ObreliNeto****; Leonardo Régis Leira Pereira*
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo;
Universidade Estadual de Londrina; ***Universidade Federal de São João Del Rei;
****
Faculdades Integradas de Ourinhos
*
**
Introdução e Objetivo: A dispensação é importante para a promoção do uso racional dos
medicamentos, prevenção de agravos à saúde e alcance de resultados satisfatórios da farmacoterapia.
Entretanto, para que essa prática farmacêutica seja realizada adequadamente, é necessário que o
farmacêutico possua conhecimento sobre fisiopatologia, terapêutica e legislação sanitária, além de
habilidades de comunicação para subsidiar a relação com pacientes e outros profissionais da saúde.
Apesar disso, um estudo revelou que 78,6% dos farmacêuticos não possuem conhecimento satisfatório
para a dispensação e mais da metade deles não contam com tempo e recursos para realizar cursos de
capacitação presenciais1. Dessa forma, o presente estudo buscou verificar se o ensino à distância é eficaz
na qualificação de farmacêuticos para a dispensação, avaliando o conhecimento desses profissionais antes
e após um curso à distância.
Método: Ensaio clínico diagnóstico, aberto, não randomizado, de grupo único, por meio do qual
farmacêuticos de todo o país foram convidados a participar de um curso, integralmente disponibilizado
na plataforma virtual Moodle, com duração de três meses. A avaliação do conhecimento dos farmacêuticos
foi feita por meio de um questionário, previamente validado. Tanto no questionário como no curso
foram contemplados os seguintes assuntos: aspectos teóricos e práticos da dispensação, habilidades
de comunicação, legislação e a realização do serviço no contexto das quatro doenças crônicas mais
prevalentes no Brasil2: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia e asma. O estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto FCFRP-USP (CAAE: 20169213.3.0000.5403) e cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos sob nº.
RBR7mbrp3. O curso foi autorizado pela Comissão de Cultura e Extensão da FCFRP-USP.
Resultados: 167farmacêuticos fizeram a avaliação inicial e começaram o curso. Destes, 62(37,1%)
concluíram a capacitação e realizaram a avaliação final. Numa escala de zero a 10, o desempenho médio
dos farmacêuticos na primeira avaliação foi 4,03 (DP=1,42) e 5,47 (DP=2,10) na segunda. Isso mostra
um ganho médio de conhecimento na ordem de 35,6%. Entre os profissionais que concluíram o curso,
91,9% eram mulheres, 61,3% tinham entre 20-30 anos, 58,0% atuavam em drogarias e a maioria (53,2%)
trabalhava no mesmo estabelecimento entre 1 e 5 anos. De cada cinco participantes, um havia concluído
a graduação em universidade pública.
Conclusão: O ensino à distância demonstrou ser eficaz na qualificação de farmacêuticos para a
dispensação de medicamentos. Faz-se necessário, entretanto, verificar in loco se a capacitação à distância
torna a prática da dispensação mais adequada, o que deverá ser realizado em uma segunda fase deste
estudo.
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Referências:
REIS, T. M. Conhecimentos e condutas dos farmacêuticos para a dispensação de medicamentos e realização da Atenção Farmacêutica
em drogarias. 2013. 89f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
OBRELI-NETO, P. R; BALDONI, A. O.; GUIDONI, C. M. Farmacoterapia: guia terapêutico das doenças mais prevalentes. São Paulo:
Pharmabooks,2013. 422.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTUDO DO CURSO DE FARMÁCIA NA UFOP E EM OUTROS PAÍSES
Waléria de Paula e Flávia Dias Marques Marinho
Universidade Federal de Ouro Preto
Introdução: A Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), criada a 176
anos, foi a primeira unidade desvinculada de Cursos de Medicina na América do Sul. Em concordância
com a Resolução nº2/2002 que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Farmácia
no Brasil, implantou as DCN em 2006 e confere desde 2011 aos formandos o grau de generalista para
atuação em todos os níveis de atenção à saúde com carga horária mínima superior a 4000h (4455h) sendo
20% destinada a estágios. Com o intuito de orientar o currículo e as diretrizes educacionais do curso de
Farmácia em toda a América realizou-se em 2014 a Conferência Pan-Americana de Educação Farmacêutica,
na qual se recomendou para cursos que não adotam o programa PharmD a duração mínima 4,5 e 5,5 anos
para obtenção do grau de bacharel, se organizado em períodos de quatro e seis meses respectivamente,
incluindo estágio pré-profissional não inferior a seis meses em áreas relacionadas à Farmácia. Neste
contexto, estudou-se o perfil do curso de Farmácia da UFOP no Brasil frente ao curso de outros países.
Objetivos: Comparar o perfil do curso de Farmácia da UFOP (duração, grau obtido, tempo e área de
conhecimento do estágio) com o de países da América e de outros continentes.
Metodologia: Consulta aos sítios SciELO, Science Direct, Portal Periódicos Capes empregando as
palavras-chave farmácia, educação, ensino, educação farmacêutica para seleção de artigos contendo
informações relevantes para comparação do ensino superior de Farmácia da UFOP com o de outros países.
Resultados: Os artigos utilizados datam de 2003-2014. A duração do curso de Farmácia é de 5 anos
na UFOP e no Canadá, 4 anos na Alemanha, Austrália, Cingapura e Reino Unido e de 6 anos nos EUA, França
e Líbano. Bacharel é o grau obtido na UFOP, Alemanha, Austrália, Canadá e Cingapura, doutor em Farmácia
(PharmD) nos EUA e Líbano e mestre em Farmácia (MPharm) no Reino Unido. A duração dos estágios é três
a quatro meses na UFOP (estágio prático) e no Canadá, um ano na Alemanha, Austrália, EUA e França; um
mês e meio em Cingapura; e apenas recomendável no Reino Unido, porém na área de prática clínica. Em
relação ao número de estágios, na UFOP são quatro observacionais (300h) e um prático (600h), são dois
em Cingapura (igual duração) e também no Líbano, e nos demais países somente um podendo contemplar
mais de uma área (Alemanha). A área de estágio é definida pelo graduando na UFOP (estágio prático) e
na Austrália. Sendo que na UFOP as áreas são análises clínicas, indústria e assistência farmacêutica sem
obrigatoriedade de prática clínica. O estágio deve ser em farmácia/drogaria e em hospital na Alemanha,
Cingapura, EUA e Líbano, e em Hospital Universitário na França. Na Alemanha, pode-se optar por indústria
em substituição a farmácia/drogaria.
Conclusão: O tempo demandado no curso de Farmácia da UFOP bem como de estágio é intermediário
em relação aos países estudados e não há um enfoque na área hospitalar contrastando com a maioria dos
outros países.
Auxílio: PROGRAD/UFOP
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ENSINO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Werlissandra Moreira de Souza, PhD; Alessandra Rezende Mesquita, PhD; Wellington
Barros da Silva, PhD; Divaldo Pereira Lyra Júnior, PhD; Ângelo Roberto Antoniolli,
PhD.
Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Faculdade de Farmácia,
Universidade Federal de Sergipe, Brasil.
Introdução: Nos últimos anos, diversas mudanças têm ocorrido na profissão farmacêutica em
direção à prática focada no cuidado aos pacientes. Neste novo cenário, uma reorientação na educação
farmacêutica tornou-se necessária para que os farmacêuticos adquiram os conhecimentos, habilidades e
atitudes relevantes para o alcance de melhores resultados na saúde dos pacientes. Consequentemente,
estratégias de ensino estão sendo desenvolvidas e avaliadas com vistas a facilitar a aprendizagem para a
prática do cuidado aos pacientes.
Objetivo: Analisar os estudos publicados sobre o ensino da atenção farmacêutica no mundo.
Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com base nos critérios da
metodologia PRISMA. As bases de dados LILACS, PubMed, SCOPUS, EMBASE, e ERIC foram revisadas
até Janeiro de 2015. Os descritores utilizados foram “pharmaceutical services”, “pharmaceutical care”,
“medication therapy management”, “learning”, “education” and “teaching”, em diferentes combinações.
A análise dos artigos foi realizada por dois avaliadores independentes e as divergências foram resolvidas
por consenso. Artigos indexados repetidamente em dois ou mais bancos de dados foram levados em
consideração apenas uma vez. Revisões, meta-análises e editoriais foram excluídos, bem como àqueles
não escritos em Inglês, Espanhol ou Português. Foram considerados elegíveis os estudos que abordavam
métodos de ensino utilizados na disciplina/curso de atenção farmacêutica. Os desfechos de interesse
foram os tipos de metodologias utilizadas e os resultados alcançados. Os artigos que satisfizerem os
critérios de inclusão foram criteriosamente examinados para extração dos dados.
Resultados: A triagem inicial usando as palavras-chave identificou 562 títulos, 250 deles indexados
simultaneamente em dois ou mais bancos de dados, 24 artigos foram publicados em outra língua e 21
artigos preencheram os critérios de inclusão. A concordância entre os dois autores da revisão foi considerada
excelente em três etapas do processo de seleção de artigos. A maioria dos estudos (n = 15, 71,4%) foi
realizada na América do Norte e apenas um estudo foi realizado no Brasil. Em relação aos métodos de
ensino ou estratégias de aprendizagem utilizadas nos estudos analisados, a simulação foi utilizada em
oito estudos (30,0%), seguida pelo uso do estudo de caso e aprendizagem baseada em problemas em seis
artigos cada (28,5%). Os resultados foram divididos em estudos que avaliaram conhecimentos, habilidades
e satisfação com o curso. Vale ressaltar que a maioria dos estudos apresentou resultados positivos após a
utilização de estratégias ativas de ensino.
Conclusão: Muitos métodos de ensino diferentes foram descritas, o mais comum foi a simulação,
seguido de casos clínicos e aprendizagem baseada em problemas. A maioria dos estudos mostrou resultados
positivos com a intervenção educativa.
Apoio: CAPES
101
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EFETIVAÇÃO DA APRENDIZAGEM DO FUTURO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BAIXO AMAZONAS
Wilson Sabino*; Alexandre Escher Boger*; Tânia Mara Pires Moraes*; Amélia Mutsumi
Takahashi**
*
Universidade Federal do Oeste do Pará; **Universidade Federal de Santa Catarina
Introdução: Ressalta-se que a formação de profissionais em consonância com as demandas do Sistema
Único de Saúde consiste em um desafio para todas as profissões da saúde, fazendo-se constantemente
necessário repensar os campos de saberes e práticas com a finalidade de criar novas estratégias de formação
para os profissionais desta área. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia
observa-se que deverá ser contemplado na formação do profissional farmacêutico, o sistema de saúde
vigente no país, entretanto, a baixa efetivação deste processo pode estar sendo determinado no momento
da aprendizagem. Por este motivo, buscou-se através do Planejamento Estratégico Situacional (PES),
analisar os problemas que porventura poderiam afetar o desenvolvimento da aprendizagem dos discentes
de Farmácia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Objetivo: Identificar as principais dificuldades na efetivação da aprendizagem discente, referente
ao SUS, dos futuros egressos do curso de Bacharelado em Farmácia da UFOPA.
Método: O PES foi uma atividade proposta no Curso de Gestão de Assistência Farmacêutica - EaD
realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, em conjunto com o Departamento de
Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos – DAF/SCTIE/MS e a Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde - SGTES/MS do Ministério da Saúde. Esta atividade de gestão ocorreu através de oficinas
com vários atores santarenos e se desenvolveu em duas fases: a primeira consistiu no levantamento do
problema principal que poderia estar sendo determinante na efetivação da aprendizagem discente, e
em seguida sua priorização, utilizando-se como indicadores de referência: magnitude, transcendência,
vulnerabilidade, urgência e factibilidade; na segunda fase, ocorreu a explicação do problema priorizado,
utilizando o Diagrama de Ishikawa como técnica para se obter a identificação da causa convergente e
possível consequência convergente que determina a efetivação da aprendizagem do discente de farmácia
na UFOPA.
Resultados: Dentre os problemas priorizados em oficina, observou-se “a ausência de maior espaço
para as legislações do SUS na formação farmacêutica”, “a falta de integração entre os profissionais:
médicos, enfermeiros e farmacêuticos”, todavia, identificou-se como principal dificuldade que interfere na
aprendizagem discente a “ausência do profissional farmacêutico da UFOPA como preceptor de discentes
na atenção básica à saúde”. Nesta análise, a causa convergente ressaltada foi o “reduzido número de
professores na UFOPA” incidindo como possível consequência convergente a “deficiência do profissional
egresso refletida no processo de saúde-doença na comunidade”.
Considerações Finais: A falta de identificação de possíveis obstáculos na aprendizagem discente,
com a realização das suas devidas correções, pode acabar por não subsidiar o SUS com egressos farmacêuticos
que estejam em conformidade com este sistema, principalmente no que se refere à importância deste
profissional no trabalho em equipe tendo como provável reflexo a determinação do processo saúde-doença
na população, fatos ressaltados tanto na priorização dos problemas como também na causa e prováveis
consequências observadas pelos protagonistas deste estudo.
Financiamento: Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde-DAF/SCTIE
102
PARTE II
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O ENSINO DE FARMACIA POR COMPETÊNCIAS: PARA CUIDAR BEM DAS PESSOAS
Abel Pompeu de Campos Júnior*; Aurea Damaceno Alves**; Carolina Carnicel***;
DicsonDanillo Souza*; Edson Fredulin Scherer****; Elaine Cristina Navarro*****;
Gisele Almeida Amaral*; Poliana C. Fratari Queiroz Sanchez* ; RanianaFratari
Queiroz******; Tania Mara Souza Moura*****
*Professores das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. ** Coordenadora do
Curso de Farmácia das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. ***Farmacêutica
da Farmácia de Manipulação. ****Bioquímico do Laboratório Central MunicipalCECAP. *****Assessora Pedagógica das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia.
******Farmacêutica responsável dos exames morfopatologicos do LabVita
Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais no Brasil, implantadas pós LDB - Lei 9394.1996,
aponta para um currículo orientado por competências, principalmente à educação profissional, área de
saúde. E, o que é Competência? Nós, professores ensinamos com competência? Estamos colaborando de
que forma, para que os egressos tenham competências? Ao refletir sobre isso, observa-se que a palavra
competência vem do latim “competere” - isto é: com= junto, petere= disputar, procurar, inquirir.
Objetivo: Construir prática de ensino com aulas operatórias.
Metodologia: Por meio de encontros mensais, de oficinas e reflexões sobre a prática, de textos de
pensadores da educação.
Resultados: Portanto, competência é a capacidade para solucionar situações complexas que
exijam, ao mesmo tempo, conhecimentos, habilidades, experiência e atitudes de diversas naturezas. Ser
competente é saber fazer escolhas, decidir, mobilizar recursos, conhecimentos, valores para agir de modo
pertinente numa determinada situação, de saber fazer algo. Por se tratar de procedimentos, de atuação, e
esses, só existem em situações concretas e não podem ser aprendidas apenas pela comunicação de ideias;
necessitam de um ensino diferenciado. A necessidade de fazer diferente: não ficar só na exposição de
conceitos, pois, informação não é ensino. Informação encontra-se disponível todo tempo no meio virtual.
A DCN/2002 é o parâmetro deste Curso nesta IES, com carga horária total de 4026 horas. A proposta é
mudar o modo de instigar o conhecimento. Sair da informação (aula show), para aulas operatórias, com o
projeto pedagógico orientado por competências.
Conclusão: Para isso deve-se levar a sério o conceito de Cruz (2002) sobre ensinar por competências,
quando diz que o professor deve ter ação prática, para instigar aprendizado cognitivo, afetivo social, além
do saber fazer, devido que, este aprendizado deve se tornar visível em práticas e ações sobre o outro e
sobre a realidade na comunidade onde estes autores estão inseridos. Nesse sentido, é importante pensar
e refletir o ensino por competências como uma prática pedagógica não apenas voltada para o resultado
de um conjunto de estratégicas didático-metodológicas, mas também como um processo a ser construído
com a profundidade de um planejamento pautado em reflexões. Nestas, devem ser pontuadas não apenas
as necessidades do mercado de trabalho ou de cada aluno/indivíduo, mas também de toda a comunidade
em que ele vive, o que se constitui em importante instrumento para a construção da cidadania.
105
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL. A EXPERIÊNCIA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ COM O PET-SAÚDE (PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA SAÚDE)
Adriana Lenita Meyer Albiero*, Rozilda Neves Alves**, Márcia Portilho*
Departamento de Farmácia da Universidade Estadual de Maringá,
de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá
*
**
Departamento
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) possui sete cursos para a formação de profissionais
de saúde: Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e Psicologia,
com cerca de 2000 alunos matriculados. Estes cursos tiveram seus projetos pedagógicos reformulados
recentemente para atender as novas diretrizes curriculares. No atual contexto ainda persiste a crença de
que a universidade responde pelo que lhe compete sem, contudo, assumir a responsabilidade pela adequada
formação de profissionais para o serviço público de saúde. E estes, por sua vez, executam ações, em geral,
limitadas, desobrigados, ou pouco responsabilizados, pela qualidade do que se oferece à população. Em
busca da integração ensino/serviço, em 2009 foi estabelecida uma parceria entre a Universidade, os
Ministérios da Saúde e da Educação e o município de Maringá para a execução do Programa PET-Saúde
(Programa De Educação Pelo Trabalho Para Saúde) com a participação de alunos e docentes (tutores) dos
sete cursos da área de saúde, além de profissionais do serviço de saúde (preceptores). No PET-Saúde, a
tutoria compartilhada permitiu o desenvolvimento de um trabalho integral e o exercício da inter e da
multidisciplinaridade. As ações foram executadas por grupos de alunos supervisionados pelos preceptores,
de forma prática, identificando os problemas nas comunidades e os resultados foram transformados em
produção de conhecimentos efetivos para a melhora da saúde da população. Esta experiência motivou
a criação de um componente curricular obrigatório, comum a todos os cursos da área da saúde, com o
objetivo de fazer com que os acadêmicos exercitem o trabalho em equipe, colaborem para fortalecer a rede
de atenção, bem como participem de uma formação integral e humanizada, em benefício do indivíduo, da
família e da comunidade. Por intermédio e com a colaboração dos Conselhos Acadêmicos foi viabilizada a
criação e a implantação nas matrizes curriculares de dois componentes curriculares, alocados na primeira e
na segunda série dos cursos, respectivamente, num total de 102h/aula. Os componentes curriculares serão
ofertados a partir de agosto de 2015 e contemplam conteúdos relacionados ao histórico e aos desafios
das profissões da saúde fortalecendo a interdisciplinaridade, o trabalho multiprofissional e a vivência no
Sistema Único de Saúde, utilizando-se as metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Os componentes
contarão com a participação de 35 docentes de oito departamentos do Centro de Ciências da Saúde e
Centro de Ciências Humanas além de outros profissionais convidados para ministrar temas específicos. Os
estudantes terão a oportunidade de observar in loco a organização dos serviços em atividades práticas.
Grandes obstáculos precisaram ser vencidos para a efetivação dos componentes curriculares como, por
exemplo, a disponibilização de horários livres comuns aos cursos e as suas extensas cargas horárias.
Entretanto, é preciso enfrentar a dissonância entre a formação dos profissionais e as reais necessidades da
população e enxergar que está na formação integrada uma das possibilidades de construção de um novo
modo de agir no campo da atenção à saúde.
106
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
USO DE METODOLOGIA ATIVA NA EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA - RELATO DE
EXPERIÊNCIA COM PRODUÇÃO MÍDIA EDUCATIVA
Alan Barroso Araújo Grisólia, Cristiane Chagas Ximenes Moreira, Daniela Paternostro
de Araújo Grisólia, Eliene dos Santos da Silva Costa, Elyan Andrade Pueyo Arnillas,
Maria de Fátima Ribeiro Oliveira Pinto, Patrícia Carneiro, Salomão Georges Barros
Kahwage
FIBRA- Faculdade Integrada Brasil Amazônia
Caracterização do problema: As discussões sobre método são antigas e nos últimos anos tem
aumentado devido necessidade de enquadrar o ensino profissional ao novo espaço-tempo em que vive
a sociedade. A velocidade das transformações, a influência dos meios de comunicação na formação
profissional, a necessidade de desenvolver autonomia individual sem desconsiderar o coletivo, torna
imperioso rediscutir os processos de ensino-aprendizagem necessários à formação para o trabalho em
saúde e do profissional farmacêutico.
Quadro teórico-metodológico: Historicamente, a formação dos profissionais de saúde tem sido
pautada no uso de metodologias conservadoras e fragmentadas. Em busca da eficiência técnica. Nesse
sentido, o processo ensino-aprendizagem tem se restringido, à reprodução do conhecimento, no qual
o docente assume um papel de transmissor de conteúdos, ao passo que, ao discente, cabe a retenção e
repetição dos mesmos - em uma atitude passiva e receptiva, sem a necessária crítica e reflexão. No atual
contexto social, no qual os meios de comunicação estão potencializados pelo avanço das novas tecnologias
e em constante transformação, tem-se discutido a necessidade de urgentes mudanças nas instituições
de ensino superior visando mudarem suas práticas pedagógicas, numa tentativa de se aproximarem da
realidade social e de motivarem seus corpos docente e discente a tecerem novas redes de conhecimentos.
Descrição da experiência: Propôs-se aos alunos do curso de Farmácia da Faculdade Integrada Brasil
Amazônia- FIBRA em Belém/PA cursando as disciplinas: Farmacologia clínica, Hematologia, Poluição
Ambiental, Atenção e Assistência farmacêutica, Vigilância Sanitária, Gestão farmacêutica e Farmacotécnica
a produção de mídias educativas com temas transversais livres. O projeto interdisciplinar foi aplicado como
parte da avaliação bimestral e foi realizada socialização da metodologia e explanação sobre o conceito
de mídia (qualquer suporte de difusão de informações - rádio, televisão, imprensa escrita concreta ou
virtual que constitua simultaneamente um meio de expressão e um intermediário capaz de transmitir uma
mensagem a um grupo); no fim do bimestre os alunos apresentaram as mídias e foi realizada avaliação por
banca de professores.
Resultados alcançados: O projeto originou a produção das seguintes mídias: um vídeo sobre a
atuação de Vigilância Sanitária em uma farmácia de manipulação e o Programa de Gerenciamento de
Resíduos, uma cartilha intitulada “Avaliação farmacêutica da prescrição médica”, um folheto no formato
de jornal “FIBRA informa - Hemofilia, uma música sobre as anemias e seus tratamentos, um banner com
orientações sobre os riscos da automedicação. Foi realizada uma autoavaliação da metodologia proposta,
por meio de questionário.
Efeitos: Após análise dos questionários concluiu-se que a metodologia proposta foi bem entendida
pelos alunos que levaram em consideração os referenciais teóricos para a produção das mídias, que apesar
de alguma dificuldade de relacionamento interpessoal entre alunos do grupo ou com professor, conseguiram
superar as adversidades que se impunham em cada etapa de construção e concordaram que a experiência
estimulou o conhecimento pelos temas abordados e promoveu a integração de diferentes disciplinas.
Considerações finais: A metodologia ativa proposta conseguiu trabalhar diversas competências
com os discentes que assumiu responsabilidades na construção do conhecimento, contribuindo dessa
forma para uma formação crítica-reflexiva do profissional farmacêutico.
107
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PORTFÓLIO COMO MÉTODO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO, EM FARMÁCIA
ESCOLA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Alessandra Roseli Gonçalves de Santana, Livia Albuquerque Silva, Adriana Eun Hee
Koo Yun, Enubia Cristina Paulo Coutinho, Clayton Anderson de Azevedo Filho, Ana
Catarina Simonetti
Faculdade Asces, Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Mantenedora)
Caracterização do Problema: as práticas e os projetos pedagógicos dos cursos da área da saúde têm
sido alvo de intervenções, a fim de que as necessidades da sociedade contemporânea sejam contempladas.
A formação farmacêutica se adéqua nesse perfil, no sentido de se destacar a correlação entre teoria e
prática, ressaltando a necessidade de uma visão integral do indivíduo e do meio que o cerca. O portfólio
como instrumento de metodologia ativa, contempla as diferentes reflexões, questionamentos e produções
científicas vivenciadas pelos acadêmicos, a fim de que a sua capacidade crítica seja estimulada para a
análise e resolutividade dos problemas. A Farmácia Escola é um mecanismo de extensão das Faculdades de
Farmácia e tem como objetivo proporcionar ao acadêmico, além da integração teórico-prática, a vivência
profissional por meio da prestação de serviços farmacêuticos à comunidade interna e externa à Instituição
de Ensino Superior (IES) procurando assim, trazer a realidade social para dentro da universidade, ao mesmo
passo que leva a universidade, atuar e interatuar com a comunidade.
Quadro Teórico-Metodológico: o presente relato de experiência visa demonstrar a importância
da aplicabilidade do portfólio, no período de 2007 a 2015, como método de aprendizagem e avaliação
dos estudantes do quinto período do curso de Farmácia da Faculdade Asces, em Estágio II (Assistência
Farmacêutica), na Farmácia Escola, através de um estudo longitudinal, descritivo e qualitativo.
Descrição da Experiência: um questionário, previamente elaborado, o qual englobou a importância,
dificuldades, estímulo e reflexão da utilização de portfólio foi aplicado.
Efeitos⁄Resultados Alcançados: 100% dos estudantes entrevistados confirmaram ser importante
a realização do portfólio, pelo fato do referido instrumento estimular a busca de conhecimentos
complementares, de criatividade e reflexão, subsidiário como fonte de pesquisa, após a sua conclusão
de curso. Além disso, 76% dos entrevistados confirmaram ser uma atividade avaliativa simples de ser
realizada, enquanto 7,6% obteve dúvidas na construção do portfólio.
Recomendações⁄Considerações Finais: observou-se que a elaboração do portfólio, com instrumento
de aprendizagem e avaliação, entre estudante e professor, é de suma importância na construção do
conhecimento, por estimular as habilidades de liderança, comunicação e resolução de problemas,
imprescindíveis para a formação farmacêutica
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INSERÇÃO DO TRABALHO EM EQUIPE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Aline Lins Camargo, Aline Corrêa de Souza, Ângela Jornada Ben, Daniela Cardoso
Tietzmann, Débora Fernandes Coelho, Fabiana de Oliveira, Felipe de Souza Stigger,
Maria Eugênia Bresolin Pinto, Sheila Gonçalves Câmara.
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA.
Caracterização do problema: A formação do farmacêutico caracteriza-se por ser tecnicista e com
pouca interação com outras profissões. Diante da necessidade do SUS de profissionais crítico-reflexivos que
possam ser resolutivos, faz-se necessária reestruturara formação farmacêutica para preparar profissionais
que se integrem em equipes interdisciplinares. Este perfil de formação é previsto nas Diretrizes Curriculares
Nacionais. As universidades deparam-se com o desafio de criar estratégias que promovam interação dos
cursos da área da saúde na graduação.
Quadro teórico-metodológico: Para inserir o trabalho em equipe durante a formação profissional,
um grupo de professores da UFCSPA, desafiados pelo Edital PET 2008, propuseram a criação de um projeto
de ensino inovador chamado: Seminário Integrador em Atenção Primária à Saúde. Ele congrega diferentes
disciplinas obrigatórias ou eletivas que acontecem juntas no mesmo horário em seminários semanais
com carga horária de 60 horas/semestre. Inicialmente, foram inseridos alunos do 1° ano de Medicina e
Enfermagem, 2° ano de Fisioterapia e 3° ano de Nutrição. Foi adotada a metodologia da problematização.
Descrição da Experiência: O Curso de Farmácia da UFCSPA iniciou sua atividade em 2010 e não
estava inserido na construção do projeto. Em 2012, a partir de novo Edital PET, foi incorporada disciplina
obrigatória do curso que previa inserção dos alunos em atividades no SUS. O seminário é estruturado com
momentos teórico-práticos na UFCSPA e atividades práticas em Unidades de Saúde de Porto Alegre. Nas
atividades teórico-práticas são desenvolvidos os temas: conceito saúde-doença, atributos do SUS e APS,
níveis de prevenção em saúde, territorialização e diagnóstico comunitário, trabalho em equipe, educação
em saúde, biossegurança. Para desenvolvimento das atividades práticas são formados grupos com alunos
da farmácia, medicina, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e gestão em saúde.
Cada grupo é acompanhado por professor tutor e por preceptor. Há nove professores e 17 preceptores. Existe
roteiro previamente elaborado com as atividades as serem realizadas em cada visita, que compreendem:
territorialização, acompanhamento das atividades dos profissionais, visitas domiciliares. Tais atividades
subsidiarão o planejamento e o desenvolvimento de ações de prevenção e promoção de saúde, baseadas
nas necessidades da comunidade e da equipe. Os critérios de avaliação consistem em avaliação individual:
diário crítico-reflexivo de cada visita e desempenho nas atividades práticas, e avaliação em grupo: relatório
e apresentação oral das ações desenvolvidas.
Resultados alcançados: Participaram do seminário integrador, até 2014-2,30 alunos da Farmácia
que desenvolveram ações como geo-referenciamento de território, promoção de saúde em escolas e
grupos de unidades, envolvendo temas sobre alimentação, sexualidade, tabagismo, hábitos de higiene,
coleta seletiva de lixo e descarte de medicamentos, identificação de populações vulneráveis e imigrantes,
entre outras. Desta forma foi possível trabalhar técnicas de liderança, trabalho em equipe, resolução de
problemas e de conflitos e habilidade cultural.
Considerações finais: Esta experiência mostra que é possível implantar práticas inovadoras
de ensino de forma integrada nos currículos de graduação. Nossa perspectiva é que o Seminário seja
institucionalizado como disciplina obrigatória em todos os cursos da universidade e que seja construído
o Seminário Integrador II em fases mais avançadas dos cursos onde possam planejar o cuidado clínico de
forma interdisciplinar. Isso irá oportunizar o pensar integrado ao longo de toda a formação.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PERFIL DAS FARMÁCIAS UNIVERSITÁRIAS GAÚCHAS
Aline Lins Camargo, Alexandre Augusto de Toni Sartori, Ana Lígia Bender, Antonio
Roberto Fontoura Pereira, Diego Gnatta, Luciana Carvalho Fernandes, Márcia dos
Angeles Luna Leite, Renato Vianna.
Comissão de Educação do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul
(CRF-RS)
Introdução: As farmácias universitárias ou farmácias escola são espaços privilegiados para formação
profissional, caracterizam-se por serem atividades de extensão universitária propostas pelos cursos de
farmácia com o intuito de oportunizar ao acadêmico de farmácia a vivência profissional por meio de
prestação de serviços farmacêuticos às comunidades internas e externas à Instituição de Ensino Superior
(IES), bem como a integração de conhecimentos teóricos à prática profissional. Se bem estruturadas,
tornam-se espaços relevantes para o desenvolvimento de competências relacionadas ao atendimento
direto aos usuários de serviços farmacêuticos, tanto no campo individual como coletivo.
Objetivos: Este estudo tem por objetivo caracterizar as farmácias escolas existentes nas IES do Rio
Grande do Sul, apresentando sua estrutura e serviços realizados.
Metodologia: A Comissão de Educação do CRF-RS, com intuito de subsidiar a reflexão e discussão
sobre o tema no I Seminário Gaúcho de Estágios em Farmácia: Farmácias Escola, encaminhou por e-mail a
todas as coordenações de cursos de Farmácia do RS um questionário estruturado no segundo semestre de
2013. O instrumento apresentava 20 questões referentes à estrutura, funcionamento, serviços e atividades
acadêmicas realizadas nas farmácias universitárias. Os dados foram transcritos e analisados no Excel®.
Resultados: O Rio Grande do Sul possui 24 cursos de Farmácia, destes 16 (66,7%) contam com
farmácia universitária, 8 delas (50%) com mais de 10 anos de existência. A maioria das farmácias escola
são localizadas no próprio campus da IES (n=12; 75%), pertencem à própria IES (n=10; 62,5%) e contam
com mais de um farmacêutico em seu quadro funcional (n=10; 62,5%), variando de 1 a 4 farmacêuticos.
O principal serviço farmacêutico oferecido pelas farmácias escola é o de dispensação de medicamentos,
realizado por 15 farmácias (93,75%). Somente uma delas não realiza dispensação, apenas a manipulação.
Seguimento farmacoterapêutico e atividades com grupos de usuários são realizados por apenas 6 (37,5%)
e 2 (12,5%) farmácias, respectivamente. O público-alvo principal da maioria das farmácias escola são
estudantes e funcionários da própria IES. A média de alunos inseridos em atividades nas farmácias escola
por semestre é muito variável, foi relatado de 6 a 60 alunos por semestre, sendo de 2 a 14 alunos com
atividades simultâneas no mesmo turno. Quanto ao número de estagiários curriculares, relataram receber
de 1 a 60 por semestre, com carga-horária variando de 4 a 30 horas semanais. Além de estagiários, 11
(68,75%) farmácias também contam com bolsistas de diferentes modalidades (bolsa de extensão, bolsa
trabalho, entre outras). O número de professores envolvidos em atividades da farmácia escola varia de
nenhum (n=2; 12,5%) a 23 (n=1; 6,25%). As atividades desenvolvidas pelos professores também variam
muito e vão desde coordenação da farmácia universitária à supervisão de estágios e realização de aulas
práticas.
Conclusões: As farmácias universitárias do RS apresentam variabilidade nos aspectos estruturais
e de serviço. Os dados indicam que o cenário é pouco explorado nos treinamentos de habilidades mais
complexas como atividades em grupo com a comunidade e seguimento farmacoterapêutico. Digno de nota
é o fato de que em duas farmácias não há envolvimento de docentes, o que compromete o papel formador
de uma farmácia desta natureza. As farmácias universitárias voltam a assumir papel fundamental nos
cursos de graduação em farmácia, uma vez que recente nota técnica do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que apresenta o novo instrumento de avaliação de Cursos
de Graduação, as coloca como laboratório didático especializado obrigatório. Desta forma, muitas IES
gaúchas necessitam adequar-se com rapidez para o atendimento deste item de avaliação e implantar este
cenário de aprendizagem com importante potencial para qualificação da formação farmacêutica.
110
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
QUALIFICAÇÃO DO ENSINO FARMACÊUTICO NO RS: ENCONTROS DE
COORDENADORES DE CURSO
Aline Lins Camargo, Ana Lígia Bender, Antonio Roberto Fontoura Pereira, Diego
Gnatta, Luciana Carvalho Fernandes, Marcia dos Angeles Luna Leite, Renato Vianna,
Alexandre Sartori
Comissão de Educação do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul
Introdução: A sociedade vive um período de transição paradigmática com repercussões em todos
os âmbitos da sociedade. È uma época de mudanças sociopolíticas e científico-tecnológicas em torno das
quais circulam dúvidas e questionamentos para os responsáveis pela educação. O que é necessário ensinar e
aprender? Que novas capacidades, competências e conhecimentos são necessários? Que ações pedagógicas
e que tecnologias devem fundamentar os novos conhecimentos?1Qual o papel das diferentes profissões
na sociedade? A educação farmacêutica é fundamental ao pensar e fazer profissional. O crescimento no
número de cursos de farmácia impõe desafios aos conselhos de farmácia e suas comissões de educação. É
preciso melhorar e garantir a qualidade da educação farmacêutica. Os cursos de farmácia precisam estar
preparados para as demandas apresentadas pela sociedade à formação dos novos profissionais.
Objetivos: Este estudo tem por objetivo apresentar o processo de debates e construção coletiva dos
Fóruns de Coordenadores de Curso de Farmácia do RS promovidos pela Comissão de Educação do CRF-RS das
gestões 2012-2013 e 2014-2015.
Metodologia: A Comissão de Educação do CRF-RS, com intuito promover reflexão, discussão e troca
de experiências exitosas na educação farmacêutica promove desde 2012 Fóruns de Coordenadores de Curso
de Farmácia do RS. A partir do II Fórum os temas abordados foram aqueles apontados pelos coordenadores
no processo de avaliação do encontro anterior. A organização do evento é iniciada pela comissão após
a reflexão sobre o encontro realizado. Os convites para o Fórum são emitidos pela Diretoria do CRF-RS
e encaminhados a todos os coordenadores de Curso de Farmácia das 24 Instituições de Ensino Superior
(IES) do RS. O CRF-RS subsidia a participação de um representante de cada IES, com o fornecimento de
diárias e passagens para o deslocamento até o local do evento. No Fórum, após acolhida, abertura e
apresentação de conferência ou mesa redonda, os coordenadores são divididos em grupos discussão. Os
temas são variados e contemplam análises de cenários e práticas pedagógicas. Ao final os resultados são
compartilhados no pleno dos participantes do Fórum.
Resultados: Foram realizados 7 Fóruns no período de 2012-1 até 2015-1. Os temas abordados
foram diversos como: Perfil dos Cursos de Farmácia no Brasil, apresentado pela CAEF do CFF, Experiências
na formação por meio do PET/Pró Saúde e Residências Multiprofissionais, Cenário Farmacêutico no RS,
Formação Docente e Proposta para a revisão das Novas Diretrizes Curriculares, entre outros. Em todos
os fóruns foram realizados grupos de trabalhos temáticos, de forma a permitir integração, troca de
experiências e construção coletiva.Com exceção do II Fórum, que contou com a participação de 13 dos 24
cursos de Farmácia do RS, nos demais houve a participação de pelo menos 18 dos 24 cursos de farmácia
do estado (75%). Em todos os fóruns os participantes manifestaram grau de satisfação igual ou superior
a 8,0 (escala de 0 a 10,0).
Conclusão: Os resultados obtidos mostram uma grande adesão dos Cursos de Farmácia do RS às
atividades propostas, com participação intensa e discussões profícuas. A característica dos encontros foi
de fraterna cooperação num ambiente de compartilhamento e união em favor da qualificação permanente
da formação farmacêutica.
111
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROVA DO ENADE COMENTADA POR ESTUDANTES DE FARMÁCIA
Ana Lígia Bender, Denise Milão, Fernanda Bueno Morrone, Liamara Andrade, Temis
Weber Furlanetto Corte, Virginia Minghelli Schmitt.
Faculdade de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Introdução: A Lei nº 10.861/2004 criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior –
SINAES, que propõe parâmetros essenciais para a avaliação da Educação Superior e preconiza uma formação
que atenda aos princípios de qualidade e relevância voltados às necessidades de desenvolvimento do país.
Os processos formativos precisam estar incorporados ao cotidiano dos envolvidos: alunos, professores,
funcionários e instituição de ensino. O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE é uma
das etapas de avaliação do SINAES e pretende avaliar o desempenho dos estudantes, identificando as
condições de ensino, o conhecimento, as competências e as habilidades pretendidas, em relação à formação
farmacêutica, ao exercício de atividades referentes ao medicamento e aos produtos farmacêuticos, às
análises clínicas e toxicológicas e ao controle, à produção e à análise de alimentos.
Objetivo: Apresentar a construção dos e-books ENADE COMENTADO –FARMÁCIA inseridos na série da
Pró-Reitoria Acadêmica como momento de aprendizagem dos estudantes de farmácia da PUCRS.
Metodologia: As questões que fazem parte do componente específico da prova do ENADE em cada
um dos ciclos são comentadas pelos estudantes da Faculdade de Farmácia da PUCRS (FFARM). Os estudantes
a partir do V semestre são convidados a participar da elaboração do e-book. Aqueles que manifestam
interesse são organizados em grupos. Cada questão tem um professor ou farmacêutico diplomado da FFARM
como responsável pela correção das respostas comentadas pelos alunos. Além das respostas comentadas
os estudantes apresentam ao final de cada questão referências para complementação de leitura e estudos
sobre as áreas de conhecimento envolvidas na questão.
Resultados: A FFARM iniciou a publicação do e-book ENADE COMENTADO – FARMÁCIA com a prova
do ciclo de 2007. O processo de construção dos comentários se constitui em momento de aprendizagem e
interação em grupo extraclasse. O resultado é a publicação de uma obra coletiva editada pela EDIPUCRS
que fica disponível a todos estudantes e professores dos cursos de farmácia do país através do site da
editora http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/edipucrs/Capa/PubEletrSeries.
112
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS EM FARMÁCIA: UM OLHAR
DAS COMISSÕES DE ENSINO DOS CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA
Ana Paula de Almeida Queiroz, Ângela Maria de Carvalho Pontes, Danyelle Cristine
Marini, José Rui Machado Reys, Paulo Sergio Dourado Arrais, Paulo Tamashiro Filho,
Rosana Isabel dos Santos. Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia.
Conselho Federal de Farmácia
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de Farmácia têm como preâmbulo uma formação
generalista, crítica, humanista e reflexiva articulada com as diretrizes do SUS. Diante das mudanças que
a profissão vem passando e para atender as demandas sociais, o Conselho Federal de Farmácia (CFF)
sentiu a necessidade de discutir as DCN, no sentido de propor sua atualização. Assim, a Comensino do
CFF organizou dois eventos realizados nas cidades de Foz de Iguaçu e Santarém. Na primeira, estiveram
presentes as comissões de ensino dos CRF do Sul, Sudeste e Centro - Oeste e na segunda, as comissões
do Norte e Nordeste. As discussões partiram de questões enviadas com antecedência e seu produto foi
sistematizado em pontos positivos, dificuldades de implantação e questões a serem revisadas nas DCN.
Como pontos positivos, destaca-se: fim do currículo mínimo; inclusão de conhecimentos que favorecem
a identidade profissional; maior visibilidade das possibilidades de atuação do farmacêutico; respeito às
necessidades regionais; abordagem centrada no paciente, humanizada e multiprofissional; reaproximação
do farmacêutico na área da saúde com ênfase no SUS; integração ensino-serviço desde o início do curso;
definição da carga horária de estágio; formalização das atividades complementares; maior estímulo para a
formação em educação continuada; interdisciplinaridade e transversalidade dos conteúdos programáticos.
Como dificuldades para a implantação das diretrizes destaca-se: priorização da pesquisa em detrimento
ao ensino e a extensão; trabalhar em equipe; adequação dos conteúdos tradicionais para atender às
demandas atuais; conciliar a flexibilização com a manutenção da identidade profissional; interfacear as
áreas de atuação do farmacêutico; disponibilizar cenários de práticas e articular ensino serviço. Como
pontos a serem revistos ou incluídos nas DCN destaca-se: perfil do egresso, priorizando a Assistência
Farmacêutica voltada à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo,
tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional; competências e
habilidades que não remetam às antigas habilitações; definir eixo norteador capaz de garantir identidade
profissional ao egresso; estabelecer percentual máximo para as atividades complementares, inferior a
5% da carga horária total do curso; prever estágio ao longo do curso contemplando diferentes áreas da
Farmácia; incluir o uso de metodologias ativas de ensino; estimular a formação para o empreendedorismo.
Esse trabalho desencadeou o início das discussões estaduais sobre a atualização das diretrizes e o resultado
subsidiou a proposta metodológica encaminhada para a realização dos Fóruns Estaduais.
113
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTÁGIO EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA: CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS PARA A
PRÁTICA PROFISSIONAL – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Andrezza Duarte Farias*, Rand Randall Martins**, Rodrigo dos Santos Diniz*, Yonara
Monique de Oliveira*.
*Curso de Bacharelado em Farmácia, Centro de Educação e Saúde, Universidade
Federal de Campina Grande. ** Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de
Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Caracterização do problema: A Atenção Farmacêutica (AF) é uma prática profissional pouco
conhecida e que necessita ser adaptada à realidade brasileira. O estágio supervisionado apresenta-se como
espaço para o exercício de uma postura crítica perante a prática profissional.
Objetivo: Relatar a experiência dos docentes da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I, do
Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal de Campina Grande, PB.
Quadro teórico-metodológico: Foi realizada a descrição da organização e impressões acerca do
estágio supervisionado em AF, através do seguimento farmacoterapêutico (SF) de 34 usuários atendidos
pela Estratégia Saúde da Família (ESF), no período de março de 2011 a dezembro de 2014.
Descrição da experiência: Inicialmente, os discentes formaram duplas ou trios e acompanharam
os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante as visitas domiciliares (1ª semana). Na 2ª semana,
foi oferecido o serviço de Seguimento Farmacoterapêutico (SF) a portadores de doenças crônicas não
transmissíveis e polimedicados (quatro usuários/grupo). Iniciou-se o SF utilizando formulários adaptados
da Metodologia Dader, sendo dividido em três momentos: 1ª entrevista e anamnese farmacêutica (2ª
semana), estudo e discussão acerca da patologia (3ª semana) e identificação de resultados negativos
a medicamentos (RNM) (4ª semana). Nas 5ª e 6ª semanas realizou-se planejamento das intervenções
farmacêuticas e acompanhamento de novos usuários. Para a detecção de RNM, além da anamnese, cada
grupo utilizou glicosímetro capilar, tensiômetro digital, balança digital e fita métrica, com vistas a averiguar
parâmetros de monitorização e de reposta para os medicamentos utilizados. Para melhor planejamento das
intervenções, reuniões semanais ocorreram com a presença dos grupos e dos docentes do estágio, onde
os aspectos mais relevantes de cada caso foram discutidos. Resultados alcançados. Ao final do estágio (3
meses), cada grupo deve ter realizado no mínimo 10 acompanhamentos supervisionados.
Considerações finais: Observou-se o desenvolvimento de uma consciência crítica discente, pois
as atividades do estágio possibilitaram a consolidação dos conhecimentos necessários à formação
profissional, não somente sobre aspectos cognitivos e científicos, mas sobretudo políticos e criativos de
forma interdisciplinar. O desenvolvimento de estratégias para a prática de Atenção Farmacêutica poderá
contribuir para novas condutas profissionais, principalmente a formação clínica.
114
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL PROMOVENDO A INTEGRAÇÃO
ENSINO-SERVIÇO NA FARMÁCIA HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Carina Carvalho Silvestre*, Izadora Menezes da Cunha Barros**, Thelma Onozato*,
Elisdete Maria Santos de Jesus*, Divaldo Pereira de Lyra Júnior*, Patricia Melo
Aguiar***
*Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social – LEPFS, Departamento
de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE, Brasil; **
Farmácia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – HU/UFS;
***Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade
de São Paulo
Caracterização do problema: Diversas são as perspectivas de mudanças na formação dos profissionais
da saúde, as quais incluem a reflexão e a transformação da interface ensino/trabalho, ou seja, das relações
entre o ensino e os serviços de saúde. Atualmente, a profissão farmacêutica tem passado por um processo
de mudança de perfil alicerçado nas novas diretrizes para a prática farmacêutica que preconizam ações de
prevenção e resolução de problemas. Para tanto, torna-se necessária a revisão de novas metodologias e
cenários de ensino-aprendizagem que possam promover a mudança da realidade dos ambientes nos quais
o profissional está inserido, a exemplo dos hospitais.
Quadro teórico-metodológico: A farmácia do Hospital Universitário da Universidade Federal de
Sergipe (HU/UFS) foi escolhida para a aplicação desta proposta porque existem diversas lacunas nas
atividades desenvolvidas, além da necessidade de realização de outras atividades primordiais à gestão do
serviço. Desse modo, para o planejamento das atividades desenvolvidas na Farmácia HU/UFS foi escolhida
a metodologia de Carlos Matus denominada Planejamento Estratégico Situacional (PES), o qual prevê um
planejamento participativo com o envolvimento dos diferentes atores relacionados ao tema, os quais
analisam o que deve e o que pode ser feito para melhoria dos problemas priorizados. O desenvolvimento
do trabalho foi conduzido por uma estudante de pós-graduação do Curso de Gestão em Assistência
Farmacêutica do Ministério da Saúde em conjunto com os farmacêuticos do referido hospital.
Descrição da experiência: O método PES possibilita a explicação de um problema enfrentado
no local onde ele é aplicado a partir da visão dos diferentes atores que o declaram, a identificação das
possíveis causas e a busca por diferentes modos de abordar e propor soluções. O PES foi desenvolvido
por meio de quatro momentos: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional. Para a
construção de cada momento foram realizadas oficinas com os profissionais farmacêuticos e lideradas por
duas estudantes de pós-graduação, uma destas também docente do curso de Farmácia.
Efeitos/Resultados alcançados: Foram realizadas quatro reuniões para a construção do plano
operativo. Nestas reuniões foram discutidas a priorização dos problemas enfrentados pelo hospital, que
foram trabalhados de acordo com cada momento do PES. A aplicação do PES consistiu-se em uma atividade
que proporcionou uma reflexão constante do serviço, no qual as fragilidades e oportunidades foram
trabalhadas com consciência crítica por todos os farmacêuticos, estudantes de pós-graduação e docente
que coletivamente puderam buscar soluções para as dificuldades encontradas. Vale ressaltar que essa
metodologia aproxima e co-responsabiliza ao mesmo tempo que permite o crescimento coletivo enquanto
profissionais líderes e conscientes de seu papel.
Recomendações/Considerações finais: A aplicação do PES auxiliou na construção de importante
vínculo entre o ensino e serviço e percebeu-se que as ações planejadas por meio desta metodologia foram
facilitadas pela atuação colaborativa entre docentes, estudantes e profissionais.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INTERVENÇÃO NA PEDIATRIA: O LÚDICO COMO MÉTODO DE ORIENTAÇÃO SOBRE
MEDICAMENTOS PARA CUIDADORES DE PACIENTE PEDIÁTRICOS
Chiara Erminia da Rocha*, Thelma Onozato *,**, Giselle de Carvalho Brito**, Elisdete
Maria Santos de Jesus*,**, Carina Carvalho Silvestre*,**.
Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, Campus Prof. Antônio
Garcia Filho, Rua Padre Alvares Pitangueira, nº 258, Centro, CEP 49400-000, Lagarto,
Sergipe, Brasil. ** Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) –
Departamento de Farmácia/ Universidade Federal de Sergipe, Av. Marechal Rondon,
s/n Jardim Rosa Elze, CEP 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.
*
Caracterização do Problema: A prescrição pediátrica requer avaliações cuidadosas das características
farmacocinéticas e farmacodinâmicas das crianças, o que as torna especialmente vulneráveis a ocorrência
de problemas farmacoterapêuticos. Assim, a orientação do paciente/cuidador, em sendo uma atribuição
clínica do farmacêutico, possibilita a prevenção destes problemas pelo fornecimento de informações sobre
o uso racional de medicamentos que otimiza a terapia e, portanto, o alcance de resultados clínicos
positivos.
Quadro Teórico-Metodológico: A prática de Ensino na Comunidade (PEC) é uma subunidade
curricular integrante do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Antônio
Garcia Filho. Nesta subunidade, os estudantes são instigados a resolver situações problemas por meio da
vivência nos serviços de saúde, através da metodologia da problematização. No ano letivo de 2014, o
cenário de prática da PEC do III Ciclo de Farmácia foi o Hospital Regional de Lagarto. Neste ambiente, foi
proposta aos estudantes uma reflexão sobre os problemas visualizados na clínica pediátrica e que poderiam
ser foco de intervenção do grupo. Os 29estudantes foram divididos em três turmas, com a finalidade
de desenvolver de forma mais eficaz as atividades de ensino-serviço. Após a elaboração do roteiro de
observação, os estudantes estabeleceram o contato com as crianças e cuidadores e identificaram como
principal problema a falta de informações sobre os medicamentos administrados nas crianças e a carência
de orientação dos cuidadores sobre o Uso Racional de Medicamentos.
Descrição da Experiência: Neste local, observaram-se diversas situações de vulnerabilidade que
poderiam comprometer o tratamento das crianças, como, por exemplo, a prática da automedicação e
do armazenamento inadequado de medicamentos em locais ao alcance das crianças. Após o diagnóstico
da realidade, os estudantes propuseram intervenções que estimulassem os cuidadores a solicitarem
informações aos profissionais de saúde sobre os medicamentos administrados, além de orientações quanto
ao uso correto e racional dos medicamentos. Os estudantes optaram por utilizar atividades lúdicas como
(brincadeiras, peças teatrais, teatro de fantoches, brinquedos, além de cartazes e orientações face a face)
meio de ensino- aprendizagem das crianças e cuidadores. As atividades foram desenvolvidas utilizando
linguagem de fácil entendimento, fantasias e maquiagem que facilitassem a interação com o público alvo.
Efeitos Resultados Alcançados: As atividades desenvolvidas beneficiaram cerca de 16 pessoas,
entre crianças e cuidadores. Foram transmitidas mensagens quanto a importância sobre o conhecimento
dos medicamentos utilizados para tratar da queixa clínica que justificou o internamento das crianças e
orientações sobre o uso correto e racional de medicamentos (nome do medicamento, indicação clínica,
dose, posologia, duração do tratamento, forma de administração, efeitos esperados e indesejáveis). É
importante destacar que todos os grupos apontaram os melhores locais de armazenamento de medicamentos
que garantissem a segurança das crianças.
Recomendações/Considerações Finais: Ao priorizar a utilização do lúdico como estratégia de
ensino- aprendizagem de educação em saúde, os estudantes observaram maior aproximação e interação
com as crianças e cuidadores. Da mesma forma, os estudantes apreenderam que as atividades contribuíram
no despertar do entendimento os cuidadores sobre a prevenção de problemas com medicamentos a partir
das experiências vivenciadas no hospital e em casa.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTRATÉGIAS PARA A QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO
ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO ESTADO DO PARANÁ
Claudia Moretoni*, Deise Pontarolli*, Mônica Grochocki**, Paula Rossignoli*
Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde do
Paraná (SESA-PR); ** Consórcio Intergestores Paraná Saúde.
*
A qualificação de recursos humanos que atuam no âmbito da Assistência Farmacêutica (AF) está
contemplada na legislação do Sistema Único de Saúde (SUS) e é um dos três eixos do Programa Farmácia do
Paraná. O grande e crescente impacto financeiro que a AF representa ao SUS, pela constante incorporação
tecnológica na área de medicamentos e pela ampliação do acesso aos serviços de saúde, demanda
investimento na qualificação como forma de racionalização do bem público e otimização de resultados
em saúde. Sendo o processo de gestão dinâmico e com contratação de novos profissionais, a adoção
dos preceitos de educação permanente em saúde é fundamental; entre 2011 e 2014 foram contratados
para atuarem na AF da SESA-PR 65 profissionais de saúde, além da movimentação interna daqueles já em
exercício. Capacitar os farmacêuticos e servidores de outras categorias, que atuam na AF da SESA e dos
municípios também faz parte da estratégia de qualificação para o avanço na implantação das Redes de
Atenção à Saúde. No Paraná já foram ofertados sete cursos de capacitação de farmacêuticos que atuam no
serviço público, em parceria com Universidades e entidades farmacêuticas. Questionário respondido por
todos os municípios do Paraná registra que cerca de 340 farmacêuticos, do âmbito municipal e estadual,
já foram capacitados, mas persiste a necessidade de capacitar pessoas. Esses dados definiram o número
de vagas a ser disponibilizado e o perfil dos cursos que serão realizados. Para viabilizar a execução
do programa de capacitação, foi inserida ação nos instrumentos estratégicos para o planejamento do
SUS (Plano Estadual de Saúde, Programação Anual de Saúde e Relatórios de Gestão). O programa será
conduzido em parceria com o Consórcio Paraná Saúde, tendo apoio da Escola de Saúde Pública do Paraná
e foi previsto nas Leis de Diretrizes Orçamentárias para os exercícios 2013 a 2015, com orçamento de
R$ 1.075.000,00. Tal investimento representa um marco: pela primeira vez há financiamento estadual
específico para esta finalidade. O programa tem como objetivo que todos os municípios do Estado tenham,
no mínimo, um farmacêutico capacitado (total de 400 profissionais) e capacitar outros 80 servidores de
nível técnico e operacional. Estudo aponta a falta de capacitação técnica e clínica dos farmacêuticos para
os serviços clínico farmacêuticos como um dos problemas impactantes para o atendimento do usuário do
SUS. Assim, o fortalecimento da gestão descentralizada do SUS é uma estratégia relevante para promover
o acesso integral da população à promoção, proteção e recuperação da saúde, sendo fundamental a
participação conjunta dos três níveis de gestão: federal, estadual e municipal. A formação de todos
os envolvidos contribuirá para a estruturação dos serviços farmacêuticos no Paraná, tornando a AF um
sistema fundamental para a organização das redes de atenção à saúde no Estado, por meio do Programa
Farmácia do Paraná.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
INTEGRAÇÃO ENTRE ACADÊMICOS E A COMUNIDADE ATRAVÉS DO PROJETO
“FARMÁCIA DO BEM”.
Claudinei Mesquita, Patrícia Stadler Rosa Lucca, Leyde Dayane de Peder, Yara Jamal,
Giovane Douglas Zanin.
Faculdade de Assis Gurgacz (FAG), Curso de farmácia, Cascavel, Paraná.
A profissão farmacêutica é hoje uma das mais privilegiadas em relação ao grande “leque” de opções
de trabalho que oferece aos profissionais, sendo elas a produção, distribuição, transporte e dispensação
de medicamentos, assistência e atenção farmacêutica, análises clínicas, farmácia hospitalar, entre outras.
Os maus hábitos alimentares, a falta de exercícios físicos e as atribulações diárias fazem com que a
população venha apresentando problemas relacionados à saúde, os quais normalmente só são definidos
em um momento em que a doença já esteja avançada. No sentido de trazer a realidade da profissão ao
aluno e colocar o mesmo em contato com a população para ajudar na prevenção, controle e diagnóstico
de doenças, um docente do Curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), situada no Oeste do
estado do Paraná, idealizou o Projeto de extensão intitulado “Farmácia do Bem” e juntamente com outros
docentes colocou em prática o mesmo no ano de 2014. O referido projeto envolveu alunos de todos os
períodos do curso e foi realizado em estabelecimentos de dez municípios paranaenses, sendo eles, Anahy,
Assis Chateaubriand, Cafelândia, Capitão Leonidas Marques, Cascavel, Céu Azul, Lindoeste, Nova Aurora,
Toledo e Três Barras do Paraná. Todos os alunos envolvidos passaram por treinamento pelos professores
envolvidos. Foram promovidas várias ações de saúde, entre elas aferição de pressão arterial, determinação
de glicemia capilar, coleta de medicamentos vencidos, orientação sobre o uso racional de medicamentos,
coleta de alimentos não perecíveis e brinquedos. As atividades foram realizadas em dois dias (21 e 22
de novembro) em frente a farmácias conveniadas presente nas cidades citadas, em Cascavel, as ações
foram realizadas em frente a um colégio público (Victório Abrosino) e em um centro de convivência para
idosos (Centro de Convivência Nair Gurgacz). Neste, além de determinação de glicemia e verificação de
pressão arterial, realizou-se coleta e análise de urina. O evento contou com a participação de 120 alunos e
atendeu cerca de 2000 pessoas. Foram arrecadados aproximadamente 1300 kg de alimentos, os quais foram
doados para a Casa de Apoio da União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer – UOPECCAN,
100 brinquedos, os quais foram distribuídos para crianças com câncer da UOPECCAN e crianças de uma
Creche da cidade de Lindoeste-PR, foram realizadas aproximadamente 1500 aferições de pressão arterial
e determinações de glicemia capilar, além de 80 coletas e análises de urinas. Projetos que colocam o
aluno em contato direto com a população são de suma importância para a formação de indivíduos mais
humanos e humildes, além de contribuírem de forma significativa para a formação de profissionais com
mais qualidade e experiência em saúde pública. Após o sucesso alcançado em 2014, novas ações visando
benefícios à população estão sendo planejadas para a continuação do projeto “Farmácia do Bem” para
2015.
118
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
CHEMICAL RISK CRIAÇÃO DE UM JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE
BIOSSEGURANÇA.
Cristina Northfleet de Albuquerque*; Daniel Martins da Silva Oliveira#; Gledson
Kleiton da Silva#; Luiz Fernando de Souza#; Wilker Alves de Moura#; Álvaro Gabriele
Rodrigues#.
*Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Fatec Carapicuíba, Curso de Design de Games, São Paulo, SP
#
Nos dias atuais, com o alto avanço das tecnologias de informação e comunicação, as ferramentas
de suporte à aprendizagem transformam as formas de transmissão de conhecimento e fornecem métodos
que contradizem o modelo tradicional. A velocidade da informação proporciona e exige uma aprendizagem
dinâmica e, neste modelo de ensino, os jogos digitais transitam perfeitamente tratando o aprendizado
como diversão e não como algo maçante e repetitivo, ainda que possam, algumas vezes, abordar temas
complexos. Este projeto trata os conceitos básicos de Biossegurança, conjunto de medidas que auxiliam no
reconhecimento, identificação e prevenção de riscos do dia a dia em atividades de pesquisas laboratoriais.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) no campo laboratorial, como luvas, óculos, aventais,
máscaras e botas ajudam a prevenir acidentes. O contato direto com substâncias químicas pode trazer
uma diversidade de riscos ao meio ambiente e à saúde do homem. Como forma de contenção desses riscos
é necessário ter conhecimento dos materiais manipulados e dos equipamentos de proteção, além de uma
infraestrutura que consiga dar segurança adequada para as pessoas que a utilizam. A apresentação de
conceitos utilizando personagens que desempenham papéis ativos em um jogo transfere aos jogadores a
sensação de ser e estar no ambiente ou na situação demonstrada, pois, ao controlar um personagem que
representa na prática a sua própria perspectiva do desconhecido, o entretenimento se torna mais viável e
promove uma imersão mais assertiva, resultando num aprendizado mais eficiente. O jogo foi criado através
de alguns softwares de modelagem em 3D e Unity que pode ser jogado em qualquer PC compatível. O uso
de simulações de acidentes químicos em ambientes laboratoriais proporciona a aplicação e consolidação,
por parte do aluno-jogador, dos conceitos aprendidos em sala de aula. O jogador deverá explorar diversas
salas, buscando itens necessários para solucionar o problema proposto no início da primeira fase,
derramamento de um solvente. Caso a busca seja bem sucedida, a porta do laboratório se abrirá e ele
poderá concluir a fase efetuando a contenção do acidente, absorvendo o solvente. Ao coletar cada um
desses itens, o jogador também deverá responder perguntas didáticas, relacionadas aos assuntos que o
aluno-jogador estudou. A educação não se restringe às salas de aula, livros e professores. Atualmente,
dispõe-se de diversas plataformas para criar e compartilhar conhecimento. Por meio dos jogos digitais
podemos inserir, através do universo virtual, uma realidade para a prática de diversas ações em diversas
áreas. Biossegurança é uma delas, sendo que o jogo Chemical Risk pode fazer com que o aluno treine e
assimile as ações necessárias para desenvolver seu papel na sociedade de uma forma segura para si, para
os envolvidos e para o meio ambiente.
119
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
DINÂMICA DO JULGAMENTO EMPREGADA PARA BIOSSEGURANÇA
Cristina Northfleet de Albuquerque*; Camila Knysak Camargo de Jesus*; Mario
Hiroyuki Hirata*.
*Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
A aplicação dos conceitos de biossegurança é extremamente necessária na atual legislação vigente,
não só para os trabalhos acadêmicos, mas também para atuação profissional. Utilizando aulas tradicionais
expositivas torna-se extremamente monótono e cansativo o aprendizado, vistos existirem inúmeras
abordagens legais e normativas. Para deixar mais interessantes as aulas foi montada uma simulação de
julgamento de um caso de acidente. Esta experiência foi realizada em duas turmas do primeiro ano do curso
de Farmácia e Bioquímica da FCF/USP. Foi sorteado um caso de acidente pertencente a um dos grupos de
risco onde há uma vítima, um funcionário e um réu, uma empresa. A turma foi dividida em 3 grupos: júri;
promotoria que acusa o réu e defensoria que defende o réu. Cada grupo recebeu informações do ocorrido e
criou um dossiê reunindo provas, evidências, denúncias, registros, legislação, etc. que possam corroborar
suas teorias (acusação ou defesa). Os dois últimos grupos têm direito a uma testemunha que irá depor em
favor da sua causa, sendo que os advogados têm direito a perguntas em tempos limitados. Os grupos devem
se munir de informações fidedignas sobre o assunto que venham a fortalecer seus argumentos de defesa ou
acusação. O juiz é representado pelo professor que faz a mediação dos trabalhos; o escrivão representado
por um monitor que auxilia nos debates fazendo registros. Iniciasse então as falas dos advogados da
promotoria indicando as evidências do caso acusando o réu, seguida da fala inicial da defensoria na defesa
do réu, também indicando evidências, que são entregues ao júri para que possam avalia-las. Após são
interrogadas as testemunhas, primeiro da promotoria e após da defensoria, em um máximo 20 minutos
cada. Em seguida, os grupos se reúnem para alinhar suas estratégias a partir dos debates realizados. O
promotor faz suas considerações finais do caso em 10 minutos, seguido pelo defensor. O júri se retira
e vota pela condenação ou absolvição do réu e justifica sua decisão. Após o término da atividade foi
passado um questionário individual de avaliação visando analisar a aceitação da dinâmica entre os alunos
e a importância de tal atividade para a consolidação dos conceitos de Biossegurança e a aplicação destes
conceitos em um ambiente de laboratório de ensino ou empresarial. Observou-se uma boa aceitação dos
alunos por este tipo de atividade (noturno 93% e integral 84%) e um grande envolvimento dos alunos
(participação: noturno 79% e integral 93%), bem como um alto grau de satisfação em ambos os cursos
(integral 48%; noturno 39%). Notou-se também que houve um numero elevado de alunos que preferem
dinâmicas ao invés de aulas tradicionais expositivas (integral: 86% e noturno: 80,7%), o que nos indica
a necessidade de implantação de diferentes estratégias para o aprendizado dos alunos universitários,
já a partir do primeiro ano. Nesta simulação observou-se a competição entre os grupos e a busca de
argumentos sólidos.
120
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
QUALIFICAÇÃO MULTIPROFISSIONAL DISCENTE EM EaD: USO RACIONAL DE
MEDICAMENTOS NA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE
Danielle Bandeira3; Íkaro Matheus Mota de Sá Moreira Lima3;Larissa Marques3; Saulo
Sousa3; Adriana de Freitas Faria2; Flávio Donalwan Sá Maximino2; Ilka Kassandra
Belfort2; Sally Cristina Moutinho Monteiro1; Maria Helena Seabra Soares de Britto1
Docentes da Universidade Federal do Maranhão; 2 Profissionais da Secretaria
Municipal de Saúde de São Luís, MA; 3 Estudantes da Universidade Federal do
Maranhão.
1
Introdução: Grande parte das intervenções em saúde envolve uso de medicamentos. É imperioso,
pois, refletir sobre as ações e serviços de Assistência Farmacêutica quando pensamos sobre a integralidade
das ações e serviços da saúde. Integrar Assistência Farmacêutica às políticas de saúde, ampliando o acesso
e melhorando a qualidade dos medicamentos para garantir seu uso racional, tem sido um grande desafio.
Uso racional é quando usuários recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses
adequadas às suas necessidades individuais, por um período determinado e ao menor custo para si e para
sua comunidade. Por outro lado, integralidade não se reduz ao acesso da população aos diversos níveis
de complexidade de serviços de saúde; e nem se deve confundir com totalidade, quando profissionais
generalistas devem assumir todas as funções da clínica, sem levar em conta a complexidade do processo
saúde doença, as competências e habilidades específicas de cada profissão e a necessidade de constituição
de equipes multiprofissionais.
Objetivos: Promover reflexão sobre problemas da utilização indiscriminada de medicamentos,
identificando métodos terapêuticos não medicamentosos e visando a estruturação das Redes de Atenção,
na perspectiva da integralidade do cuidado.
Metodologia/Desenvolvimento: Atividade realizada num Grupo Fechado no Facebook, para
estudantes do PET-Saúde, Redes de Atenção, durante 3 semanas. A metodologia foi Problematização e
consistiu de apresentação de artigos científicos, vídeos, slides e textos elaborados especificamente para
esta atividade, que abordavam conflitos de interesse entre a indústria e os prescritores, legislações do
SUS, supervalorização dos medicamentos para a saúde, identificação de terapias não medicamentosas,
uso racional de medicamentos, políticas de acesso aos medicamentos e de Assistência Farmacêutica.
Postava-se as atividades, marcava-se o período para respostas individuais dos estudantes e postavam-se
questões problematizadas. Permitia-se comentários entre os participantes, moderados pelos facilitadores,
organizadores da proposta.
Resultados: Dos 48 estudantes inicialmente inscritos, 44 participaram, dos quais 36 cumpriram a
atividade com aproveitamento maior ou igual a 80%, 6 com aproveitamento de 60% e 2 sem aproveitamento.
Esse aproveitamento foi medido com base na quantidade e qualidade das respostas às questões propostas
sobre os diversos conteúdos.
Conclusão: Ao final da atividade organizou-se uma compilação dos comentários e concluiu-se
que: 1. Generalistas não são capazes de assumir todas as funções da clínica, devem ser consideradas as
diferentes atribuições dos 14 profissionais da saúde. 2. Necessidade do trabalho da equipe multiprofissional,
com valorização obrigatória de todas as áreas. 3. Desmistificação do papel do medicamento como único
instrumento de prevenção e cura. 4. As terapias não medicamentosas precisam ser valorizadas e para isso
precisam ser conhecidas. 5. Entendimento claro e objetivo das Leis do SUS, para facilitar sua aplicação.
6. Familiaridade com as políticas públicas de acesso aos medicamentos do SUS, incluindo a necessidade
da inclusão efetiva do profissional da gestão de medicamentos, o Farmacêutico, na equipe de saúde. 7.
Realização de ações educativas com prescritores, para combate aos conflitos de interesse entre eles e
a indústria farmacêutica. 8. Educação dos profissionais da saúde e dos usuários para promoção do uso
racional de medicamento.
121
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A TRAJETÓRIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA ABEF
Danyelle Crisitne Marini, Denise Bueno, Ester Massae Okamoto Dalla Costa, Geraldo
Alécio de Oliveira, José Ricardo dos Santos Vieira, Luciano Soares, Paulo Sérgio
Dourado Arrais, Ranieri Carvalho Camuzi. Associação de Educação Farmacêutica
Associação Brasileira de Educação Farmacêutica
Os farmacêuticos da área da educação, durante seis anos, foram representados por duas associações,
a saber, Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico e Bioquímico (Abenfarbio) fundada em 1965 e da
Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico (Abenfar) fundada em 2007. O objetivo do presente trabalho
é descrever a criação da atual associação de educação farmacêutica e relatar as atividades desempenhadas
em quase dois anos de trabalho. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, inicialmente descritivo
e documental, para sua realização utilizou de documentos elaboradoras no processo de construção da
associação. A Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (Abef) foi fundada no dia 05 de outubro
de 2013, como sucessora oficial das duas antigas associações. Os seis membros que compõem a diretoria
colegiada da Abef, em dezembro de 2013, aprovaram que a missão da associação é desenvolver ações para
a melhoria da educação farmacêutica no Brasil, visando o fortalecimento do papel social do farmacêutico
para atender as necessidades da sociedade. Desta forma, se depara com diversos desafios, como propor
transformações no atual cenário da educação farmacêutica, promover melhorias nos cursos de graduação
em farmácia, auxiliar os órgãos governamentais na elaboração de políticas públicas de educação e de
saúde, promover a inserção do farmacêutico nas políticas públicas de saúde, fortalecer a imagem social
do farmacêutico, discutir novos desafios para o ensino de Farmácia e organizar eventos relacionados à
educação farmacêutica. A Abef ter por visão ser reconhecida como a referência no processo de melhoria da
educação farmacêutica, por meio da construção coletiva, para influenciar as políticas de educação e saúde
do Brasil. Os valores que norteiam as ações da Abef são: comprometimento com a profissão, democracia,
ética, respeito aos docentes, aos discentes e às instituições de ensino superior, transparência, trabalho
coletivo e união. Nesses quase dois anos transcorrido da criação da Abef, houve a regulamentação da
documentação para sua criação, bem como a atualização dos cadastros dos associados. Os membros da
diretoria, durante esse período, desenvolveram várias atividades, na sua maioria em parceria com outros
órgãos. A exemplo dos eventos organizados em outubro de 2013, em Porto Alegre, ocorreu Oficina “O
Ensino da Vigilância Sanitária nos Cursos de Farmácia”, em abril de 2015, em Fortaleza, foi protagonista
da Oficina “Redes de Atenção à Saúde: Desafios e Perspectivas na Inserção e Formação do Farmacêutico”,
realizado durante o 11º Congresso Internacional da Rede Unida. Em setembro de 2015, São Paulo, elaborou
a Oficina “Segurança do Paciente e o Processo de Formação na Área da Saúde”, realizado durante o V
Congresso Brasileiro do Uso Racional de Medicamentos. A Abef também participa de representações nas
Câmaras Técnicas da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde do Ministério da Saúde
e é membro do Fórum Nacional de Educação das Profissões na Área de Saúde (FNEPA. A Abef também
conta com representantes regionais que, em parceria com os Conselhos Regionais de Farmácia e outras
entidades, estiveram envolvidos com a organização dos Fóruns Estaduais que avaliaram as Diretrizes
Curriculares Nacionais para os cursos de Farmácia. A Abef caminha para ser uma entidade forte e que
represente integralmente docentes, discentes, farmacêuticos e a todos os demais interessados na melhoria
da qualidade da educação farmacêutica em nosso país. A história, o legado das associações, e a riqueza
humana de todos que participaram desse movimento constituem o alicerce desse marco na trajetória da
Farmácia.
122
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA (ABP) DO PONTO DE VISTA DO
ESTUDANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dayana Maria da Silva; Ivana Glaucia Barroso da Cunha; Elisangela Christhianne
Barbosa da Silva Gomes; Flávia Patrícia Morais de Medeiros.
Algumas instituições que preparam profissionais para a área da saúde têm surpreendido a população
com inovações importantes na maneira de pensar, organizar e desenvolver seus cursos. Tais inovações têm
tido repercussões importantes. Tanto positivas, por suas características, pressupostos e consequências
diferenciadas, provocadas pela prática daqueles que passam a apreciar as novas maneiras de ensinar e de
aprender, quanto a algumas reações negativas, apresentadas por alguns discentes como resistência e falta
de adaptação ao método, falta de pro-atividade na busca do conhecimento. “Aprendizagem Baseada em
Problema (ABP)” é uma expressão que abrange diferentes enfoques do ensino e da aprendizagem. Ela pode
se referir a conceitos didáticos baseados somente a resolução de problemas, ou a conceitos que combinem
cursos tradicionais com resolução de problemas por meio de trabalhos com projetos. A IES utiliza o ABP
como metodologia padrão em todos os seus cursos de graduação, através de uma abordagem construtivista,
centrada no estudante e baseada na resolução de problemas dentro do grupo tutorial, aliados aos cenários
simulados e aos cenários de prática profissional.Este relato descreve a vivência de um discente do 6º
período do curso de Farmácia, dentro do processo de ensino aprendizagem proposto pelo método ABP, com
o objetivo de apresentar a percepção do estudante quanto ao método de formação no qual está inserido.As
aulas em formato ABP são desenvolvidas no grupo tutorial. Cada grupo é composto por um tutor e 8 a 10
alunos. Dentre os discentes, um exerce o papel de coordenador e outro de secretário. A cada encontro, que
ocorre duas vezes por semana, existe um rodizio dessas colocações permitindo que todos desempenhem
a função de coordenador ou secretário.Durante a tutoria, os discentes são apresentados a um problema,
a discussão deste problema ocorre em duas fases. Na primeira fase os estudantes estabelecem as ideias
sobre aquele tema, expondo seu conhecimento prévio do assunto, e em seguida formulam objetivos de
aprendizado que deverão ser pesquisados durante os dois dias seguintes. O tutor pode ser consultado
durante o estudo, por meio de fóruns. Na segunda fase, quando os estudos individuais já foram realizados
os discentes rediscutem o problema, de acordo com os objetivos definidos, à luz dos novos conhecimentos
adquiridos. No decorrer de cada tema o discente é avaliado ao final de cada tutoria e ao final de cada
módulo, com base no desempenho no grupo tutorial e no conhecimento adquirido. No decorrer destes três
anos de graduação percebe-se o ABP como uma metodologia formativa à medida que estimula uma atitude
ativa do discente em busca do conhecimento. A educação do profissional de saúde deve refletir sobre o
homem e suas relações com o mundo, para que o estudante de graduação possa ter uma visão de sua
atividade profissional, aprendendo a sempre ir em busca do conhecimento, se aproximando da realidade
que virá após o término de sua graduação.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A SIMULAÇÃO DE ATENDIMENTO FARMACÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS CLÍNICAS
Dayani Galato; Emília Vitória da Silva,Micheline Marie Milward de Azevedo Meiners;
Camila Alves Areda; Margo de Oliveira Karnikoviski
Curso de Farmácia- Grupo de pesquisa em Acesso aos Medicamentos e Uso
Responsável (AMUR) – Faculdade de Ceilândia – Universidade de Brasília (UnB)
Introdução: Existem diversas formas de se desenvolver as competências clínicas, uma bastante
útil é a simulação conhecida também como Exame Clínico Objetivo Estruturado (ECOE). Há autores que
descrevem o uso exitoso desta ferramenta para o desenvolvimento de competências clínicas de diversos
profissionais da saúde, em especial médicos e farmacêuticos, isso tanto durante a formação acadêmica ou
no desenvolvimento profissional.
Objetivo: Apresentar a experiência do uso da simulação de atendimento farmacêutico no
desenvolvimento de competências clínicas da disciplina de Serviços Clínicos Farmacêuticos.
Desenvolvimento: A disciplina de Serviços Clínicos Farmacêuticos é uma disciplina de 30 horas
oferecida na modalidade optativa aos acadêmicos do curso de farmácia da Universidade de Brasília.
Esta disciplina tem como objetivo principal desenvolver competências profissionais relacionadas ao
aprimoramento dos serviços clínicos pelo farmacêutico.
Resultados alcançados: Nesta disciplina os acadêmicos desenvolvem atividades de simulação em
sala de aula com pacientes padronizados durante o semestre e desenvolvem como atividade final da
disciplina a filmagem de dois casos simulados envolvendo atendimentos com diferentes complexidades.
Para que as simulações em sala de aula sejam mais reais contasse com a participação de pacientes
padronizados da Liga de Simulação em Saúde da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília, e
também com o desenvolvimento de protocolos de cuidado farmacêutico. As simulações feitas em sala
de aula são realizadas e assistidas simultaneamente. Ao fim da simulação os acadêmicos simuladores e
expectadores comentam o processo de cuidado realizado. Esta simulação é utilizada como estimulador da
discussão do serviço clínico em estudo. As atividades de simulação no final da disciplina são desenvolvidas
em cenários criados pelos acadêmicos em locais diversos a sala de aula, como farmácias econsultórios e
filmadas. Estas simulações são utilizadas no processo avaliativo da disciplina. Para tanto são avaliadas
as filmagens através da adoção de uma ferramenta de avaliação que analisa as necessidades do paciente,
o processo de cuidado, a comunicação e o atendimento das necessidades do paciente. Esta avaliação é
realizada pelo docente e pelos próprios acadêmicos.
Considerações Finais: A realização das simulações auxilia no desenvolvimento de competências
clínicas, em especial relacionadas ao raciocínio clínico e as habilidades comunicativas. O uso das
simulações mesmo nos ambientes realizados, que não possuem alta fidelidade, mostrasse importante para
o desenvolvimento de competências, contudo, a construção de um laboratório para simulação realística
para atividades de cuidado farmacêutico é uma expectativa do curso.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FORMAÇÃO DIVERSIFICADA COMPLEMENTAR: UMA IDEIA DE CURRÍCULO
Denise Bueno1
Introdução: No cotidiano acadêmico do ensino universitário várias questões entram em debate.
Existe diferença entre o modelo preconizado para o ensino farmacêutico na década anterior com o necessário
ao exercício profissional atual. Na perspectiva contemporânea a formação universitária deve contemplar o
reconhecimento da complexidade crescente do objeto das ciências da saúde e a possibilidade de trabalho
conjunto, que respeita as bases disciplinares específicas, mas busca soluções para os problemas de saúde
dos indivíduos.
Objetivos: Propor uma estrutura curricular diversa que dê conta da diversidade de formação existente
no contexto universitário da área de farmácia do curso em questão.
Desenvolvimento: Em cumprimento a Resolução CNE/CES nº 2, de 19 de fevereiro de 2002 que institui
as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia o Curso de Farmácia da UFRGS
adere em 2008 a reforma curricular. Nesta reforma o curso passou a ter onze semestres de duração, onde o
acadêmico cursa, em cada um destes semestres uma média de trinta créditos, dispostos em disciplinas de
no máximo oito créditos. A matriz curricular é constituída de uma primeira fase de disciplinas obrigatórias
com duração de nove etapas, seguida de uma segunda fase de disciplinas eletivas obrigatórias na qual o
aluno cursa obrigatoriamente no mínimo vinte e quatro créditos. Em 2014 o curso resolve avaliar o plano
pedagógico, planilhas de evasão e retenção, índices de reprovação, questionários de avaliação docente e
discente, planos de aula, referências bibliográficas, carga horária, referencial bibliográfico. Observou-se
que os alunos na sua grande maioria não conseguiram finalizar o curso em 11 semestres, levando em torno
de 15 semestres ou mais, grande parte deles interrompe o curso por um período ou evadem do curso ou da
Universidade. Baseado nestes dados se propõe uma adaptação curricular com a criação de uma estrutura
curricular simbolizada como uma mão: composta pela Formação Diversificada Complementar(FDC),
representada pelos dedos da mão e pela Formação Essencial Obrigatória (FEO), representada pela palma
da mão. A FDC está definida como a parte mais mutável do currículo, correspondente às disciplinas que
representam os conhecimentos e habilidades em constante transformação e evolução devido aos avanços
da pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e às transformações sociais. Esta parte do currículo
é composta por disciplinas e por atividades regulamentadas e deve propiciar formação de excelência e
expressar a identidade regional da instituição, sempre combinando competência profissional com cidadania
responsável. Através da FDC e sustentados pelas disciplinas da Formação Essencial Obrigatória (FEO), os
professores oferecem aos estudantes variadas possibilidades de capacitação profissional em diferentes
áreas de conhecimento ou em temáticas de interesse da formação em farmácia e da atuação profissional do
farmacêutico. O aluno faz sua formação de acordo com a escolha por determinada área ou tema e conclui
sua graduação complementando conhecimentos, habilidades e atitudes de acordo com suas preferências
pessoais. A função adicional das FDCs é oferecer oportunidades de educação permanente para profissionais
já graduados e interessados nas disciplinas ou temas oferecidos, ampliando a responsabilidade social da
instituição e aproximando a instituição da realidade “extramuros”.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O ENSINO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NOS CURSOS DE FARMÁCIA
Denise Bueno*, Geraldo Alécio de Oliveira*, Ester Massae Okamoto Dalla Costa*,
Marcos Valério Santos da Silva*, Lívia Alves Oliveira de Sousa*, Paulo Sérgio
Dourado Arrais*.
* Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF).
Introdução: A incorporação do tema vigilância sanitária em cursos da área da saúde foi apontado
como uma prioridade na I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária. Considerando que todas as áreas de
atuação do profissional farmacêutico estão permeadas pelas normas da vigilância sanitária essa temática
se torna de grande relevância na formação do farmacêutico.
Objetivo: o presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da oficina intitulada o
ensino da vigilância sanitária nos cursos de farmácia realizada pela ABEF, durante o VI SINBRAVISA, em
outubro de 2013, em Porto Alegre, onde se buscou identificar o que o egresso deve saber ao terminar
o curso de Farmácia. Método: Estudo do tipo qualitativo: grupo focal. Após palestras de aquecimento o
grupo se reuniu para fazer uma reflexão conjunta sobre a importância e inserção da vigilância sanitária
no ensino farmacêutico, considerado as mudanças na formação em saúde e propor estratégias para
aprimorar a inserção da vigilância sanitária no ensino farmacêutico. Desta forma, chegou-se a definir os
pontos principais para formação do futuro profissional de farmácia. Os resultados procedem das anotações
realizadas pelo grupo.
Resultados: Participaram da oficina 12 convidados entre docentes, farmacêuticos e profissionais da
área de vigilância Sanitária. Nas discussões ocorridas no grupo os participantes se pautaram nas seguintes
considerações para elencar as necessidades de formação em vigilância sanitária na área da farmácia:
ressignificação conceitual da vigilância sanitária distinguindo-a da visão fiscalizatória policialesca para
a ação de uma tecnologia de cuidado, na perspectiva da vigilância em saúde; Dada a abrangência de
ações técnico-operacionais, remete-se à necessidade de atividades inter-setoriais com o envolvimento
da construção de competências interdisciplinares e transdisciplinares; O expressivo quantitativo de
cursos (426), públicos e privados, com heterogeneidade de tempo de implantação, estrutura e projetos
pedagógicos; O pressuposto de ética e valores inerentes a plenitude da cidadania e, consequentemente,
imprescindíveis do exercício da vigilância sanitária. Desta forma, ao final do curso de graduação em Farmácia
o egresso deve ser capaz de: compreender a relação Estado, saúde e sociedade; compreender e interpretar
a legislação sanitária federal, estadual, distrital e municipal; aplicar a legislação sanitária brasileira
fundamentada na ética e valores, em prol do usufruto de bens e servidos pela sociedade; discutir e criticar
os modelos de atenção de saúde do país, centrado na perspectiva da vigilância em saúde; tomar decisões
embasadas em critérios legais, técnico-científicos ressaltando a relevância do risco sanitário; refletir sobre
as suas decisões, com vistas a consolidar elementos edificantes para a promoção e recuperação da saúde e
ambiente; atuar em equipe para propiciar o intercâmbio de informações e conhecimentos; adotar as boas
práticas de comunicação, ser proativo e colaborativo em equipe. Também recomendaram a reformulação da
metodologia de ensino, maior contato com o cenário prático operacional, no caso de vigilância sanitária,
para construir um ensino pautado na interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e transversalidade de
conteúdo.
Apoio: Departamento de Assistência Farmacêutica/MS
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
APRENDIZADO BASEADO NA PROBLEMATIZAÇÃO NA PERCEPÇÃO DO DISCENTE:
UM ESTUDO DE CASO
Elaine Maria Franzotti, Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho, Pollyana Correa
Centro Universitário Euro Americano - Unieuro, Brasília-DF
Introdução: O conhecimento tradicional, pautado nas metodologias conservadoras utilizadas na
formação dos profissionais de saúde, passa por muitos questionamentos acerca de sua efetividade na
construção de profissionais que o mercado de trabalho necessita. Surgem, neste contexto, as metodologias
ativas, nas quais o aluno não é visto como um ser passivo mas sim ativo no processo da aquisição de
conhecimentos e aplicação dos mesmos no seu dia a dia. O discente é então estimulado a construir seu
conhecimento a partir da informação disponível, inter-relacionando as várias disciplinas.
Objetivo: O estudo teve por objetivo proporcionar ao discente a percepção da aquisição de saberes
utilizando uma metodologia ativa - o Aprendizado Baseado na Problematização (ABP).
Desenvolvimento: A disciplina de Assistência Farmacêutica é ministrada no sexto semestre do curso
de Farmácia da Unieuro e foi utilizada como piloto na aplicação da metodologia ativa: ABP. O professor
utilizou um caso clínico como base para a construção do conhecimento sobre atenção farmacêutica e
resgate do conhecimento farmacológico adquirido até aquele momento. Os alunos foram divididos em
grupos e foram orientados a estudar o caso clínico, avaliar as patologias apresentadas e a farmacoterapia
adotada. A partir desses dados os alunos realizaram um levantamento dos problemas relacionados aos
medicamentos e desenvolveram condutas para propor uma intervenção farmacêutica que contribuísse
para o uso racional de medicamentos e a melhoria na adesão à terapia. Os resultados sobre o caso foram
apresentados e discutidos pelos grupos. Após a pratica, o docente solicitou aos alunos que avaliassem a
metodologia utilizada e relatassem oralmente suas percepções.
Resultados: Os alunos foram unânimes em declarar que a metodologia ABP tinha sido efetiva na
construção do conhecimento, que se sentiram estimulados a buscar soluções e resgatar conhecimentos
adquiridos. Contudo, relataram dificuldade em compor o conhecimento, visto que, até o momento, este
tinha sido adquirido de maneira fragmentada e não interdisciplinar. O tempo na aquisição do conhecimento
foi considerado maior pelos discentes quando comparado a metodologia tradicional, pois exigia deles
buscarem respostas em fontes como artigos científicos, livros e sites e não diretamente no docente.
Conclusão: Atualmente o mercado de trabalho exige que o profissional de saúde tenha a capacidade
de produzir seu conhecimento e não apenas reproduzir modelos apreendidos em sala de aula. A utilização
de metodologia ativa como a ABP é importante para o desenvolvimento integral, pois, antecipa situações
comuns que podem ocorrer na prática profissional. A metodologia ativa proporciona ao aluno, por meio
da reflexão contextualizada sobre determinado tema, a construção de seu próprio saber. Age ainda,
estimulando uma visão crítica sobre a situação em estudo. Os discentes são motivados a considerar não
somente a solução do problema mas a construção do saber. Fragilidades nos conhecimentos de disciplinas
básicas (fisiologia, farmacologia, anatomia) foram percebidas pelos discentes, o que, segundo eles,
contribuíram para a maior dificuldade para a metodologia proposta. O aprendizado adquirido passivamente
pela metodologia tradicional foi considerada mais fácil, contudo, menos estimulante pelos discentes,
quando comparada a ativa. Relataram ainda a necessidade de medidas de resgate de conteúdos básicos
para consolidar melhor o conhecimento necessário para a prática da ABP.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A QUÍMICA FARMACÊUTICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Elba Lúcia Cavalcanti de Amorim
Departamento de Ciências Farmacêuticas - Universidade Federal de Pernambuco
Em Pernambuco em 10 de maio de 1903 surgiu, a Escola de Pharmácia e durante cem anos, apenas
a UFPE oferecia o curso de Farmácia. Nesta época o Curso completo era ministrado em dois anos, com as
disciplinas de Química Mineral e Orgânica, Farmácia Galênica, Farmácia Química, História Natural e Matéria
Médica. No início da disciplina Química Farmacêutica (QF) as aulas teóricas e práticas eram realizadas
através de projeção de filmes cedidos pelo Consulado Norte Americano. Em levantamento realizado através
de consulta ao sistema e-MEC das Instituições de Educação Superior (IES) que oferecem o curso de
Farmácia no estado de Pernambuco e análise das matrizes curriculares disponíveis nos sites das IES, foram
pesquisadas as seguintes informações: natureza da IES, localização, denominação da disciplina, período
em que é oferecida, carga horária teórica, carga horária prática, ementa e carga horária total do curso.
Atualmente no e-MEC constam 14 instituições oferecendo o curso de Farmácia no estado, sendo duas
públicas federais e as demais privadas, tendo uma das instituições sido descredenciada. Apenas o Curso da
UFPE passou pela reforma curricular, os demais já foram implantados de acordo com o perfil generalista.
Sete IES estão localizadas na capital (Recife) e o restante no interior. Para 38% dos cursos (5 IES) a
denominação da disciplina e a carga horária destinada a mesma não estavam disponíveis. Com a reforma
curricular para o perfil generalista, algumas disciplinas tradicionais, nas matrizes curriculares do Curso de
Farmácia, como a Química Farmacêutica, sofreram redução da carga-horária, hoje o % da carga horária
total ocupada por QF é de 1,25 a 3,3 %, variando de 60 a 135 horas. Em quatro Cursos de Farmácia, a
QF é ministrada em dois semestres (4º e 5º; 5º e 6º ou 6º e 7º), após as disciplinas de Química (Geral,
Analítica e Orgânica). Nos demais cursos, a QF é ministrada em um único semestre (5º ou 6º). Observamos
também que a disciplina recebe as seguintes denominações: Química Farmacêutica (6 cursos), Química
Farmacêutica Medicinal (1 curso) e Química Medicinal (1 curso). Com relação às ementas observa-se
uniformidade entre os cursos, havendo prevalência da carga horária teórica. Em todos os cursos a carga
horária teórica de QF é no mínimo duas vezes maior que a carga horária prática. Acredita-se que todos
os cursos tiveram a tendência em garantir uma carga horária teórica para transmissão dos fundamentos
da QF, no entanto a carga horária prática também é muito importante na disciplina, pois o estudante
tem a oportunidade de desenvolver projetos de planejamento de fármacos, envolvendo sua criatividade e
exercitando a interdisciplinaridade. A definição da IUPAC para QF ressalta a importância desta disciplina
na “invenção, descoberta, planejamento, identificação e preparação de compostos biologicamente ativos,
com o estudo do seu metabolismo, com a interpretação do seu modo de ação em nível molecular e com
a construção das relações entre a estrutura e a atividade”. É importante buscar maior homogeneidade da
área e, também, à fortificação da mesma no plano nacional.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
VOLUNTARIADO EDUCATIVO PERPASSA O ÂMBITO DA APLICAÇÃO DO
CONHECIMENTO TEÓRICO/PRÁTICO
Eliana de Sena Alarcon1; Priscila Vautier1; Margareth Ferreira Cunha1; Adriana
Bonizol2; Sueli1 YurikoYoshida1;Fernanda Maria Duarte Rodrigues1.
Universidade Braz Cubas – Mogi das Cruzes – São Paulo1. Associação dos Renais
Crônicos do Alto Tiete- ARCAT – Mogi das Cruzes – São Paulo2
Introdução: A formação acadêmica contemporânea está na esteira da constituição de competências,
habilidades e disposições de condutas. A lei 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional em seu art. 1º determina que a educação compreenda os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Sendo assim, a educação acadêmico
deverá conectar-se ao mundo do trabalho e à prática social. Segundo Mori & Vaz (2006), o voluntário
educacional, por meio de atividades solidárias planejadas em sincronia com o projeto pedagógico, pode ser
bastante eficaz para dar significado aos conteúdos curriculares e para a aprendizagem de valores sociais
por parte dos alunos.Acreditamos que o desenvolvimento do voluntariado educativo alinhados aos seus
processos pedagógicos como proposta de construção de competências, esta de acordo com o papel da
universidade para formação de profissionais.
Objetivo: Explorar aspectos específicos da aprendizagem frente ao trabalho voluntário realizado por
alunos do curso de farmácia de uma universidade privada.
Metodologia/Desenvolvimento: Previamente foram realizadas oficinas preparatórias para capacitar
os alunos para a prática do atendimento, onde se abordou conteúdos teóricos e atitudinais, além de
divisão tarefas e dinâmica motivacional. Durante os eventos solidários os acadêmicos eram observados
e supervisionados e ao final das atividades para realização de relatório, alunos, docentes e profissionais
debatiam as atividades desenvolvidas durante o evento. As ações sociais tinham como objetivo detectar
risco de Doença Renal Crônica, deste modo, foi oferecido a comunidade aferição de pressão arterial, dosagem
de glicemia, urinálise, determinação do índice de massa corporal, relação cintura-quadril e orientações
sobre doença renal e tratamentos farmacológicos. Participaram do projeto discentes e docentes do curso
de farmácia, médico, enfermeira, e assistente social.
Resultados/Conclusões: Este trabalho relata a experiência obtida na parceria firmada entre o
Curso de Farmácia da Universidade Braz Cubas e a Associação dos Renais Crônicos do Alto Tiete- ARCAT
no Projeto Itinerante de Prevenção à Doença Renal, onde através da realização de atendimento sociais
buscou-se inserir o aluno no mundo profissional para solidificar seus conhecimentos teóricos e desenvolver
a responsabilidade social. Na visão dos educadores/organizadores das ações sociais o trabalho voluntário
acadêmico perpassa pelo âmbito da aplicação do conhecimento teórico na prática, visto que os alunos
participantes desenvolvem diversas competências, tais como, a iniciativa e trabalho em grupo, postura
critica e pró ativa, gestão de recursos, muitas vezes escassos em ações sociais, dinamismo, aplicação
de conhecimento multidisciplinar e responsabilidade social. Dentre as estratégias de educação ativa o
trabalho voluntário educativo permite que conhecimento técnico científico alinhe-se a um profissional
critico e cidadão.
129
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO ENTRE OS ESTUDANTES DE FARMÁCIA NA
FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE – FPS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elisangela Cristiane Barbosa da Silva Gomes*; Ivana Glaucia Barroso da Cunha*;
Flavia Patrícia Morais de Medeiros*; Dayana Maria da Silva*.
*Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS
Tem-se observado muitas perspectivas de mudanças nos paradigmas da formação dos profissionais
da saúde, as quais incluem sua relação dentro de uma equipe multiprofissional e principalmente a relação
deste profissional com o paciente, objetivo principal de seu cuidado. Muitas escolas de saúde vêm
apresentando novas formas organizar e desenvolver seus cursos, empregando métodos dinâmicos e que
visam substituir os velhos modelos de ensino para formação na saúde, os quais se mostraram incapazes de
atender às necessidades apresentadas pela população. A universidade se mostra como um local especial em
que um número crescente de jovens busca a qualificação e competência técnica necessária para o exercício
de sua profissão. Porém, a universidade não deve ser apenas um campo de obtenção de conhecimento
técnico, antes disso deve ser um local onde se adquire habilidades e competências que permitam a estes
jovens adaptarem-se as adversidades de um mundo em constante mudança. Esta é uma das principais
vantagens da técnica de Aprendizado Baseado em Problemas (ABP), a vivência do método, dentro dos
grupos tutoriais, permite uma constante interação com a pluralidade de pensamentos favorecendo o
desenvolvimento do indivíduo para o trabalho em equipe. Todavia, considerando que as Diretrizes Nacionais
Curriculares do curso de farmácia, visam à formação de um profissional crítico, reflexivo e humanizado,
sentimos a necessidade de ir além, e não apenas aprimorar a capacidade dos graduandos em trabalhar e
gerir equipes, ainda se sentia a necessidade de despertar nos discentes a preocupação pelo fator humano,
levá-los à consciência de que seu conhecimento técnico será empregado para cuidar de seres humanos.
Obviamente esta formação mais geral do aluno ocorre além da sala de aula, e por isso foi idealizado pela
FPS, logo no início de sua formação como instituição de ensino de saúde, o sistema de integração, que
tinha como objetivo principal integrar os estudantes de todas as áreas da saúde, e através desta interação
apresentar o papel de cada profissional dentro da equipe de saúde. Através do desenvolvimento da prática
de integração foi percebido que esta era também uma forte ferramenta de interação social e cultural. A
evolução da integração dentro do curso de farmácia no permitiu extrapolar as barreiras da academia e
levar o estudante para um contato mais próximo com a sociedade, de modo que os graduandos passam a
conhecer a realidade da população a quem oferecerão seus cuidados. E, ao mesmo tempo em que prestam
um serviço a comunidade, exercem sua cidadania, fortalecem sua interação humana e aprimoram seu
conhecimento técnico. O momento de integração também nos permitiu colocar o estudante em contato
mais próximo com a natureza e cultura de sua região, trazendo-os a consciência ambiental e a entender
que antes de farmacêutico ele deve aprender a ser um cidadão ético, e só então estará apto a exercer a
sua profissão. Esta experiência, tem se mostrado favorável na formação de um profissional generalista,
humano, crítico e reflexivo e sempre em busca de aprender para exercer o seu papel ao lado de outras
pessoas.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTÁGIO CURRICULAR EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: A EXPERIÊNCIA
DO CURSO DE FARMÁCIA DA FACULDADE DE CEILÂNDIA, UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA
Emília Vitória da Silva; Micheline Marie Milward de Azevedo Meiners; Camila Alves
Areda; Margo de Oliveira Karnikoviski; Dayani Galato
Curso de Farmácia – Grupo de Pesquisa em Acesso aos Medicamentos e Uso
Responsável (AMUR) – Faculdade de Ceilândia – Universidade de Brasília (UnB)
Introdução: O estágio curricular é uma estratégia didática que possibilita ao acadêmico o
desenvolvimento de competências relacionadas com as atividades profissionais. Além disso, esta
estratégia possibilita a aproximação do ensino com o serviço possibilitando a troca de experiências, o
desenvolvimento de competências, por parte dos alunos, e de tecnologias que podem ser úteis para o
aprimoramento do serviço de cuidado ao paciente.
Objetivo: Descrever atividades realizadas pelos acadêmicos do curso de farmácia, nos cenários de
estágio relacionados à Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Desenvolvimento: O estágio curricular do curso de farmácia junto a Secretaria de Saúde do Distrito
Federal (SES-DF) ocorre de acordo com o regulamento da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da
saúde (FEPECS). Neste regulamento, o docente, supervisor do estágio, deve estar disponível no campo
de estágio por um período de, pelo menos, 20% da carga horária cumprida pelos acadêmicos. Esta
disponibilidade permite o desenvolvimento de atividades relacionadas ao ensino e à pesquisa, as quais
são estabelecidas previamente por meio de um Plano de Trabalho.
Resultados alcançados: Atualmente, o estágio em Assistência Farmacêutica, na SES-DF, envolve
cenários na atenção básica, ambiente hospitalar e gestão da Assistência Farmacêutica distrital. Nestes
locais, os acadêmicos são inicialmente inseridos em atividades práticas desenvolvidas no Sistema Único de
Saúde, dependendo da complexidade do cada cenário. Além das atividades práticas relacionadas à rotina
dos serviços, existem as atividades de ensino que são desenvolvidas durante as reuniões periódicas com
os supervisores e preceptores, além da organização de eventos de atualização aberto a outros acadêmicos
e profissionais em temas relacionados à farmacoterapia e à gestão. São desenvolvidas, ainda, atividades
de pesquisa, em que são conduzidos projetos de levantamento epidemiológico e de busca de informação
para a elaboração de tecnologias leves. Os estudos epidemiológicos são utilizados como diagnóstico do
serviço de saúde devolvidos a comunidade de forma a propor e implantar estratégias para resolução dos
problemas identificados. Os trabalhos de busca de informação são direcionados para o desenvolvimento
de tecnologias leves que visam a promoção do uso racional de medicamentos. São exemplos de projetos
de pesquisa desenvolvidos aqueles de análise de prescrição e de busca de rastreadores para eventos
adversos. De busca de informação foram desenvolvidas tabelas de interação medicamentosa e de diluição
e compatibilidade de medicamentos injetáveis.
Considerações Finais: As atividades desenvolvidas no estágio possibilitam a maior integração entre
ensino e serviço, sendo o papel do docente fundamental na articulação do processo de aprendizagem do
acadêmico e do desenvolvimento dos serviços.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA INSERÇÃO E
FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Ester Massae Okamoto Dalla Costa*, Paulo Sérgio Dourado Arrais*,
Selma Rodrigues Castilho*.
* Associação Brasileira de Educação Farmacêutica
Introdução: As redes de atenção à saúde buscam promover a integração sistêmica, de ações e
serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem
como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária;
e eficiência econômica (Decreto 7508/11). Refletir sobre a inserção do Farmacêutico e sua atuação nas
Redes de atenção à saúde é de suma importância para a adequação da formação do profissional de saúde
ao mundo do trabalho, bem como possibilitar uma reorientação da prática cotidiana nos Serviços de Saúde.
Objetivo: relatar o resultado da oficina “Redes de Atenção à Saúde: Desafios e Perspectivas na
Inserção e Formação do Farmacêutico”, organizada pela ABEF com apoio do DAF/MS, durante o 11º
Congresso Internacional da Rede Unida, ocorrido em abril de 2014 em Fortaleza-CE.
Método: Estudo do tipo qualitativo (grupo focal). Após um momento inicial de apresentação de
conceitos e experiências foram formados grupos de trabalho (n=3) para o aprofundamento das discussões
sobre a inserção do Farmacêutico e sua atuação nas Redes de Atenção em Saúde (RAS) e discutir e propor
estratégias e cenários para a formação em Farmácia, no contexto das Redes de Atenção em Saúde. Foram
utilizadas as anotações dos grupos para extrair os resultados deste trabalho.
Resultados: a oficina reuniu gestores, profissionais farmacêuticos e educadores de várias partes do
Brasil. No que diz respeito aos desafios na inserção e formação do farmacêutico no contexto das RAS vários
pontos se destacaram entre os participantes: a de os profissionais da saúde não conhecem o SUS; a de que
a concepção de redes ainda não está clara; a de que o farmacêutico não se reconhece como membro de
uma equipe de saúde; a de que a formação não está adequada; a da necessidade de preparar os docentes;
a compreensão das políticas públicas vigentes; o trabalho em equipe; a falta de preceptores na rede; a
integração ensino-serviço; no serviço: baixos salários e falta de plano de carreira. Entre as estratégias para
superar as dificuldades foram citadas: capacitação e presença dos docentes e preceptores nos serviços;
tratar o aluno como sujeito ativo do processo de aprendizagem; promover situações de aprendizagem
interprofissional e trabalho em equipe, centradas no cuidado às pessoas; uso de metodologias ativas nos
cursos de graduação; fomentar editais de pesquisa sobre temática; integração ensino-serviço; valorização
dos preceptores nos serviços.
Conclusão: a oficina proporcionou momento impar para a troca de experiências e identificou as
principais estratégias para garantir a inserção e formação dos farmacêuticos para atuar nas RAS.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROJETOS INSTITUCIONALIZADOS: INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR E
PROTAGONISMO DISCENTE PARA A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE MEDIANTE O
EMPREGO DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO EM SAÚDE
Eveline Simonetti1,4, Juliana de Souza1,4, Marines Pérsigo Morais Rigo1, Marilúcia
Vieira dos Santos1,3,Magali Terezinha Quevedo Grave1,3, Olinda Maria de Fátima
Saldanha1,2,3, José Luís Batista4,5, Luciana Carvalho Fernandes1,3,4, Carla Kauffmann1,3,4,
Luís César de Castro1,3,4
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - UNIVATES; 2Centro Universitário Regional
de Educação em Saúde - UNIVATES; 3 Projeto de Ações Interdisciplinares de Cuidados
em Saúde - UNIVATES; 4 Farmácia-Escola de Lajeado/RS; 5 Secretaria Municipal de
Saúde de Lajeado/RS
1
Caracterização do Problema: O Centro Universitário UNIVATES, guiado por princípios como a
constante construção da relação teórico-prática, o associativismo e a interação universidade-sociedade,
reúne projetos que permitem o trânsito discente que culminam na criticidade e reflexão das práticas em
saúde e ensino.À luz do paradigma da complexidade da educação, se estabelece a reflexão da atuação
profissional no cuidado ao usuário dos serviços de saúde, objetivando trazer respostas à demanda social.
Quadro teórico e metodológico: As demandas impostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
tencionam para a integralidade, interdisciplinaridade e o trabalho em equipe contextualizado. Para tanto,
são integrados espaços de trânsito discente: Clínica Universitário Regional de Educação em Saúde (CURES),
Farmácia-Escola (FarmEscola) e Projeto de Ações Interdisciplinares de Cuidados em Saúde (PI).
Descrição da experiência: A CURES promove ações desenvolvidas pelos estudantes e supervisão
docente tutorial interdisciplinar, procurando integrar ensino, pesquisa e extensão, promovendo a integração
de professores e estudantes com as equipes profissionais dos municípios conveniados, oportunizando
práticas de interdisciplinaridade e de integralidade na atenção à saúde.A FarmEscola é uma parceria entre
a Prefeitura Municipal de Lajeado/RS, o Centro Universitário UNIVATES e o Ministério Público Federal
objetivando unir esforços para oferecer atendimento diferenciado e de qualidade aos usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS). São realizados momentos de interação para compartilhamento de informações e de
ações de cuidado aos usuários por meio de rodas de conversa realizadas periodicamente com diferentes
profissionais da saúde, incluindo médicos do Programa Mais Médicos, abordando temas inerentes à terapia
medicamentosa e temas transversais ao trabalho das equipes e a troca de experiências no cuidado aos
usuários atendidos. O PI promove visitas domiciliares e escolares, semanalmente, buscando conhecer e
refletir sobre a percepção dos acadêmicos em relação às ações do projeto e aproximando comunidade
acadêmica e comunidade local, construindo propostas de intervenção e cuidado, visando melhorar a
qualidade de vida destes usuários, promover a problematização da formação e das práticas em saúde,
a partir da discussão e análise das situações vivenciadas pela equipe na comunidade. Tais atividades/
atendimentos buscam oportunizar aos estudantes atuar de forma multiprofissional e interdisciplinar,
problematizando as práticas instituídas que constituem saberes em cuidados em saúde.
Efeitos/resultados alcançados: Contanto, os estudantes desenvolvem habilidades exigidas pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em saúde. O trânsito acadêmico
nestes espaços de vivência é integrado em ambientes de encontros interdisciplinares, oportunizados em
currículos de construção multiprofissional e tensionados para integração dos cursos e para a mediação do
ensino centrado em metodologias ativas. Aos estudantes é oportunizado o protagonismo na construção
das habilidades e competências necessárias e exigidas pelas DCN e, aos docentes e profissionais da rede
em saúde, a qualificação tutorial e docente.
Recomendações/considerações finais: Ambientes que permitam uma educação contextualizada no
à comunidade e o trabalho em equipe, associados a metodologias ativas de ensino, são potentes condições
para a formação de profissionais que contemplem as reais necessidades da população. Ações articuladas
para concretização de espaços físicos e projetos, com mescla de fomento público/privado, compreendem
potentes estratégias continuadas para um ensino-aprendizagem de qualidade.
133
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UNIFIL FARMA: UMA EXPERIÊNCIA DE SUCESSO
Fabiane Yuri Yamacita Borin*; Lenita Brunetto Bruniera**, Natália Abba Costa***
*Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil – Londrina
– Paraná, Doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade Estadual de Londrina
(UEL), Londrina – Paraná; ** Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário
Filadélfia – UniFil – Londrina – Paraná. *** Dicente do Curso de Farmácia do Centro
Universitário Filadélfia – UniFil – Londrina – Paraná.
Problema: O mercado farmacêutico passa por um processo de intensas modificações. Em Londrina, há
um grande número de farmácias já instaladas e a demanda cada vez maior por profissionais farmacêuticos
para atuar na área de dispensação, fato que se intensificou após a Lei 13021/14 do CFF e Resolução
590/14 SESA-PR. No âmbito acadêmico, com a publicação do ofício no 24 do DAES/INEP de março de
2015 que instituiu a obrigatoriedade de farmácia universitária para as Instituições que ofertam o curso de
Graduação em Farmácia, faz-se necessária a implantação da mesma como um dos indicadores de qualidade
do curso.
Quadro teórico-metodológico: Este resumo consiste em um relato de experiência que descreve
aspectos vivenciados pelas autoras na farmácia escola da Instituição de ensino.
Descrição da experiência: O Curso de Farmácia da UniFil, tem o privilégio de contar com uma farmácia
escola muito atuante e eficiente não apenas no âmbito acadêmico como também para a comunidade
londrinense em geral, a UniFil Farma. Suas atividades iniciaram em 08 de março de 2005 e seu funcionamento
dentro de padrões éticos e de qualidade tornaram-se um diferencial para o Curso. Os alunos dos segundo
e terceiro anos realizam 240 horas de estágio na farmácia escola. Os acadêmicos supervisionados pelo
farmacêutico e pelo docente responsável pela disciplina realizam: aferição de PA e temperatura, testes de
glicemia com glicosímetro, realização de injetáveis, coleta de medicamentos vencidos e/ou em desuso,
realização de atividades relacionadas à assistência farmacêutica na dispensação. Além destas atividades, a
farmácia escola está vinculada a três projetos de extensão de atendimento à comunidade, com realização
de testes de glicemia e aferição de PA, atenção farmacêutica ao Lar Maria Tereza Vieira que atende cerca
de 60 idosos e uso de medicamentos fitoterápicos: inserção e esclarecimentos prestados à população, este
último projeto em parceria com o CRF-PR e Prefeitura de Londrina.
Resultados alcançados: Hoje a UniFil Farma é reconhecida por prestar atendimento de excelência
aos seus usuários, através do fornecimento de produtos e serviços farmacêuticos de elevado padrão e como
referência para os alunos no estudo das ciências farmacêuticas, aproximadamente 600 alunos já realizaram
seu estágio na Farmácia Escola. Durante estes 10 anos de funcionamento tornou-se uma referência
satisfatória para seus usuários e fidelizou sua clientela em decorrência de seu eficiente desempenho. Neste
período, além da comunidade externa, 1300 funcionários tornaram-se usuários da UniFil Farma utilizando
a vantagem do desconto em folha de pagamento para realização de suas compras. Cotidianamente, são
realizados cerca de 300 atendimentos.
Considerações finais: A existência de uma farmácia escola inserida na comunidade proporciona
um duplo benefício, primeiro no atendimento dispensado à esta comunidade que é feito de forma mais
cuidadosa e ancorado nos saberes acadêmicos do curso de graduação e secundariamente, porém não
menos importante, ao aluno do curso de farmácia que faz seu estágio neste local e tem a oportunidade
de experienciar situações muito reais do dia a dia de uma farmácia, aprende como contornar e solucionar
dificuldades e dúvidas, de forma ética e profissional.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ANÁLISE DE PROBLEMAS UTILIZADOS EM MÓDULOS INSERIDOS NA
METODOLOGIA PBL DE UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Flávia Dayrell França, Rodrigo Feliciano Fernandes, Saulo Daniel Mendes Cunha,
Waldemar de Paula Júnior.
Curso de Farmácia - Faculdades Santo Agostinho
Caracterização do problema: Metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem têm
sido adotadas por muitas Instituições de Ensino Superior, principalmente na área de saúde e estão se
destacando como promissoras estratégias de ensino que promovem a autonomia do corpo discente. Uma
das metodologias ativas utilizadas é a aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning PBL), a qual consiste no estudo de problemas propostos pelo professor tutor com a finalidade de estimular
o estudo de determinados conteúdos pelos alunos. O PBL permite que o estudante assuma um papel
cada vez mais ativo como corresponsável pelo aprendizado, enquanto o professor atua estimulando o
raciocínio, criando condições contextualizadas e permitindo que o acadêmico desenvolva capacidade de
senso crítico, resolução de problemas e habilidades de discutir situações, muitas vezes, reais do seu campo
de atuação. Portanto, é uma metodologia formativa à medida que estimula uma atitude ativa do aluno
em busca do conhecimento. Assim, para que o PBL seja uma metodologia eficaz é imprescindível que os
problemas sejam elaborados de forma clara e abordem os conteúdos propostos. Neste contexto, o objetivo
do presente trabalho foi avaliar os problemas utilizados em módulos inseridos na metodologia PBL no
curso de Curso de Graduação em Farmácia, das Faculdades Santo Agostinho, Montes Claros - MG.
Quadro teórico-metodológico: foi elaborado um check-list contendo seis questões objetivas (cujas
respostas eram sim, não e em parte) e este aplicado em dez problemas de diferentes módulos do Curso de
Farmácia, por um professor que não participou da elaboração dos problemas. As questões avaliaram se havia
concordância do assunto do problema com a ementa da disciplina/módulo; se ocorreu contextualização,
clareza de ideias, sequência lógica e facilidade em direcionar o levantamento das questões no problema e
se a redação do problema estava de acordo com as regras ortográficas e gramaticais.
Resultados alcançados: Os dez problemas analisados apresentaram concordância do assunto com
a ementa da disciplina/módulo, contextualização, clareza e facilidade em direcionar o levantamento das
questões pelos alunos. Nove problemas apresentaram sequência lógica e redação de acordo com as regras
ortográficas e gramaticais. Assim, apenas 10% dos problemas analisados cumpriram parcialmente dois dos
seis parâmetros avaliados.
Considerações finais: De acordo com os resultados encontrados podemos concluir que a elaboração
dos problemas adotados nos módulos PBL do curso de Farmácia das Faculdades Santo Agostinho está
satisfatória, o que permite que a metodologia ativa seja desenvolvida com qualidade, garantindo o
cumprimento dos objetivos de maneira eficaz e o aprendizado dos alunos.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES ENQUANTO AUTORES DO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM NO LABORATÓRIO DE FARMÁCIA CLÍNICA
Flávia Patrícia Morais de Medeiros1; Ítala Morgânia Farias da Nóbrega1,2;
Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS1
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP2
A aplicação de metodologias ativas de ensino-aprendizagem na área de saúde exige a diminuição
da distância entre o que se ensina na teoria e sua aplicabilidade prática-profissional. Dessa forma, o aluno
não é mero expectador de seu aprendizado e sim o ator principal. O presente estudo tem como objetivo
relatar a vivência de estudantes de Graduação do Curso de Farmácia da Faculdade Pernambucana de Saúde
na aplicação da metodologia ativa no Laboratório de Farmácia Clínica, durante o período de agosto a
dezembro de 2014.No primeiro encontro fez-se uma discussão sobre as bases teóricas da farmácia clínica
e como construir o estudo de caso de pacientes, acompanhados durante o laboratório de farmácia clínica,
hospitalizados na enfermaria de cuidados paliativos do Hospital Escola IMIP. Nos encontros subsequentes,
cada estudante apresentou o seu estudo de caso, sendo levantadas no último encontro as questões
de aprendizagem que orientaram o estudo individual de cada estudante. A adoção desta metodologia
proporcionou maior reflexão e consequente aproximação da teoria com a prática acompanhada de entusiasmo
e interesse do aluno, uma vez que o estudante buscava na sua prática cotidiana o contato direto com o
paciente na enfermaria os problemas para serem teorizados. Neste trabalho, experimentamos uma vivência
de interação do estudante com a realidade da farmácia clínica. Sendo identificada nas falas dos estudantes,
evidência que o uso dessas metodologias preparam para o trabalho em grupo. Isto porque graças a elas
é possível desenvolver a capacidade de respeitar o outro, expor opiniões, fazer e receber críticas, além
de contribuir para a aproximação entre aluno/paciente, aluno/preceptor, aluno/aluno e aluno/equipe de
saúde. Ao desenvolver trabalhos com essa metodologia ativa, os estudantes foram levados a observar a
realidade de uma maneira atenta e identificar aquilo que na realidade está se mostrando como carente e
inconsistente. Na percepção dos estudantes, o método, por partir de situações reais ou se aproximar da
realidade, estimulou o estudo constante, a independência e a responsabilidade do aluno. Os estudantes
citaram como bastante favorável o contato com o paciente, e, com isso, a melhora nas relações aluno/
paciente, assim como sobre processo ensino-aprendizagem que precisa estar vinculado aos cenários da
prática e estar presente ao longo de toda a graduação. Alguns estudantes também destacaram que além
da riqueza de conteúdo o lado humano que se revela foi de uma grandeza espiritual que surpreendeu.
Alunos que pareciam totalmente insensíveis se transformam em seres humanos dispostos a ajudar e a criar
um mundo menos desigual e mais harmonioso. Esse relato de vivência em cenário de atuação profissional
possibilitou ao estudante uma reflexão sobre o aprendizado do trabalho em equipe e a participação
ativa do trabalho voltado para o paciente e estímulo à ampliação da capacidade de transformar a prática
profissional utilizando metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EXPERIÊNCIA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DO UNIFESO COM O
TESTE DE PROGRESSO
Flávio Morgado; Valter Luiz da Conceição Gonçalves
Centro Universitário Serra dos Órgãos –UNIFESO / Curso de Graduação em Farmácia,
Caracterização do Problema: o Teste de Progresso remonta à Kansas City Schoolof Medicine, da
Universidade de Missouri no ano de 1961, sendo posteriormente adotado pela Universidade de Limburg,
em Maastricht1. Foi criado com a intensão de melhorar a desempenho em exames de ordem com questões
de múltipla escolha dos alunos dos primeiros cursos médicos calcados em Metodologias Ativas de
Aprendizagem2, sendo também utilizado como instrumento de gestão da qualidade e autoavaliação de
docentes e discentes de cursos universitários. Neste sentido, o Centro Universitário Serra dos Órgãos
– UNIFESO, através de sua Comissão Própria de Avaliação (CPA), criou o Programa de Autoavaliação
Institucional (PAAI) em 2008. O PAAI inovou em relação às avaliações anteriores ao incorporar ao
calendário do ano letivo, o Teste de Progresso, cuja primeira aplicação aconteceu em 2007.
Quadro teórico-metodológico: o Teste de Progresso constitui uma avaliação longitudinal que
permite aos alunos de um determinado curso superior acompanhar seu crescimento cognitivo à cada
aplicação do teste. Para ser eficaz, seu conteúdo deve abordar o conhecimento mínimo e indispensável ao
exercício profissional, envolvendo diversas fases distintas e encadeadas: seleção das questões, diagramação
da avaliação, validação do teste, agendamento, aplicação, coleta, análise e entrega dos resultados.
Descrição da experiência: ao longo das edições (2008-2014), foram um total de 1552 alunos
avaliados no curso de Farmácia. A estratégia de divulgação e sensibilização criada e executada com o
objetivo de alcançar o comparecimento, neste caso, do corpo discente, foi se aprimorando ao longo do
tempo. Observamos ao longo dessas experiências que a sensibilização mais efetiva foi obtida quando o
estudante adquire a convicção de que na realidade é disponibilizada uma ferramenta de avaliação formativa
que não tem a função de dar nota e que também não será utilizada para conferir nenhum rotulo ou puni-lo
ao realizar o Teste de Progresso, pelo contrário, ele possui nestas oportunidades a chance de acompanhar
seu crescimento realizando sua autoavaliação a cada aplicação do teste, recebendo posteriormente os seus
resultados de forma individualizada com uma série de análises caso o mesmo tenha participado de uma ou
mais edições do Teste de Progresso.
Efeitos/resultados alcançados: o comparecimento dos estudantes do curso entre (2008 -2014) foi
de 40 – 70%, apresentando um perfil de variação semelhante ao percentual de comparecimento obtido
pela IES. Os resultados das médias das questões do componente específico (Ciências Biológicas e da
Saúde, Ciências Exatas, Ciências Humanas e Sociais e Ciências Farmacêuticas) do teste variaram entre 22,2
– 38,1% e as médias do componente de formação geral foram de 55,9-50,6. Já o resultado do índice de
dificuldade variou entre 2,6-2,1, no mesmo período.
Recomendações/considerações finais: após a nossa participação em sete edições, temos a exata
noção de que quanto maior o comparecimento e comprometimento do nosso corpo discente com seu
progresso individual, e envolvimento da equipe de docente em todas as fases desta avaliação, mais
significativo e útil serão os resultados oriundos da realização do Teste de Progresso, que podem auxiliar
na melhoria da qualidade do processo de ensino aprendizagem ofertados aos nossos estudantes sendo uma
ferramenta potente na gestão do curso.
Referências Bibliográficas:
1
–McHarg J, et al. Assessment of progress tests. Medical Education [serial online]. February 2005; 39(2): 221-7.
2–Norman G, Neville A, Blake JM, Mueller B. Assessment steers learning down the right road: impact of progress testing on licensing
examination performance. Med Teach. 2010;32(6):496-9.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI NO USO DA SIMULAÇÃO
EM EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
Geraldo Alécio de Oliveira*, Ana Paula Quilici*, Maria Tereza Santos Araújo*
*Universidade Anhembi Morumbi
A Educação Baseada em Simulação é uma técnica de ensino que utiliza experiências realísticas
controladas de aprendizagem, por meio de cenários simulados e dirigidos, que enfatizam os aspectos
importantes do mundo do trabalho de uma maneira interativa. Neste ambiente realístico simulado, o
estudante pode errar sem riscos ou prejuízos para o paciente ou para o processo de aprendizagem, pois
sempre existe a possibilidade de revisão do procedimento e a melhoria da formação. É uma técnica utilizada
em várias áreas do ensino superior como aviação, administração e tecnologia de informação, mas que está
assumindo um papel de destaque no ensino em saúde, especialmente nos curso de medicina e enfermagem.
Os cenários são construídos com foco na formação por competências, de maneira interdisciplinar e
interprofissional, contemplando os domínios cognitivo, psicomotor e socioafetivo. A integração teoriaprática cria oportunidades para capacitar os estudantes em experiências variadas na simulação, em diversas
áreas e em eventos ou situações que são difíceis ou impossíveis de serem controladas num ambiente real.
Também permite estudar eventos e casos em detalhes, correr para frente e para trás no tempo e desenvolver
habilidades e competências em níveis crescentes de complexidade. O objetivo deste trabalho é demonstrar
a experiência da Universidade Anhembi Morumbi (UAM) no uso da Simulação em Educação Farmacêutica.
A UAM, pioneira no uso da Simulação no Brasil, possui o maior Centro de Simulação da América Latina
com robôs de última geração, 4 UTI simuladas sendo uma pediátrica, 1 mini hospital simulado, 3 salas
multifuncionais, 12 consultórios simulados, 1 sala de softwares de última geração, 1 anfiteatro integrado
e 1 sala de conferência. A partir de 2008, os professores da UAM receberam treinamento docente no uso
da simulação e, desde 2010, esta ferramenta é uma prática de ensino no curso de Farmácia. O curso de
Farmácia da UAM usa o Centro de Simulação na formação de habilidades e competências em cenários como
punção venosa e coleta de exames laboratoriais; na aplicação de injetáveis; na aferição de pressão arterial;
na prática de interpretação dos resultados de exames laboratoriais; na pesquisa de novos fármacos; na
farmacocinética, biodisponibilidade de medicamentos e acompanhamento farmacoterapêutico adulto e
pediátrico; em farmácia clínica e em consultórios de atenção farmacêutica; em suporte básico de vida e
serviços farmacêuticos; e na produção e garantia de qualidade de medicamentos. A simulação é uma técnica
inovadora de ensino que pode ser amplamente utilizada em educação farmacêutica permitindo a formação
de competências nas diversas áreas de atuação profissional, com ganhos expressivos na aprendizagem do
estudante. Além de favorecer a formação integral do estudante – saber, saber fazer e saber ser, permite a
construção de cenários voltados para o trabalho em equipe e a educação interprofissional. Também pode
ser uma ferramenta alternativa na formação de competências para aquelas IES que têm dificuldade na
integração ensino-serviço.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UM EXEMPLO DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E DE PRÁTICAS
COLABORATIVAS NO ENSINO DE FARMÁCIA
Geraldo Alécio de Oliveira*, José Manoel dos Santos*, André Luiz Ribeiro*
*Universidade Anhembi Morumbi
Introdução: A educação interprofissional ocorre quando estudantes de duas ou mais profissões
aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para possibilitar a colaboração eficaz e melhorar os
resultados na saúde. A OMS considera a colaboração interprofissional em educação e prática como uma
estratégia inovadora que desempenhará um papel importante na redução da crise mundial na força de
trabalho em saúde. A prática colaborativa acontece quando vários profissionais de saúde com diferentes
experiências profissionais trabalham com pacientes, famílias, cuidadores e comunidades para prestar
assistência da mais alta qualidade
Objetivos: Demonstrar a experiência em educação interprofissional em saúde da Universidade
Anhembi Morumbi e discutir os avanços e desafios encontrados nos últimos 4 anos.
Descrição: Para facilitar a transdisciplinaridadee promover a educação interprofissional, a
Universidade Anhembi Morumbi, desde 2008, se organizou por escolas e criou a Escola de Ciências da
Saúde (ECS), que integra todos os cursos da área, incluindo educação física, enfermagem, farmácia,
fisioterapia, medicina, naturologia, nutrição, psicologia e quiropraxia. Com o mesmo objetivo, implantou
as Unidades Curriculares de Programa Interdisciplinar Comunitário (PIC) e os Seminários Integrativos
(SI), onde todos os estudantes de todos os cursos da ECS são matriculados no mesmo dia da semana
e horários, de maneira aleatória, para facilitar a formação de grupos multiprofissionais e promover a
educação interprofissional. São usadas como metodologia de ensino a problematização baseada no Arco de
Maguerez no PIC e do Estudo de Casos nos SI. Outra estratégia foi a implantação do Minihospital Simulado
onde os estudantes analisam, avaliam e discutem prontuários de pacientes simulados, sempre de maneira
interprofissional, com foco na prática colaborativa e na melhoria dos resultados em saúde. Após estas
experiências no ensino, os estudantes passam em serviço no estágio que acontece no Centro Integrado de
Saúde (CIS), da própria instituição, uma unidade de atendimento em saúde onde os estudantes atuam de
maneira interprofissional no atendimento e no acompanhamento dos pacientes.
Discussão e Conclusões: A educação interprofissional e de práticas colaborativas ainda é um tema
recente no ensino em saúde e de Farmácia no Brasil. Apesar dos esforços em promover uma educação
interprofissional durante a graduação e da adesão dos estudantes da ECS a esta prática, existe uma cultura
imperativa de atuação multiprofissional, mas independente, sem a integração das profissões em benefício
do paciente ou da comunidade. Esta resistência, muitas vezes, é identificada entre os próprios professores
e supervisores de estágios da instituição. Em geral, durante as atividades acadêmicas é possível estimular
e promover a prática interprofissional, contudo esta não é uma realidade encontrada nos serviços de
saúde. Esta é uma mudança cultural de longo prazo, que exige esforços de múltiplos agentes, mas é
responsabilidade da universidade iniciar e promover esta transformação.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROJETO DE EXTENSÃO “RODA SAÚDE”: AÇÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
DIRECIONADO AOS CAMIONEIROS DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
Giovane Douglas Zanin, Patrícia Stadler Rosa Lucca, Leyde Dayane de Peder, Yara
Jamal, Claudinei Mesquita.
Faculdade de Assis Gurgacz (FAG), Curso de farmácia, Cascavel, Paraná.
Os caminhoneiros, em virtude de seu estilo de vida sedentário combinado com movimentos repetitivos,
aliados a uma jornada excessiva de trabalho e com alimentação inadequada leva ao aparecimento de
diversos problemas de saúde como obesidade, hipertensão arterial, diabetes e lombalgias. Projetos de
extensão são caracterizados como uma prática acadêmica que interliga a universidade nas suas atividades
de ensino de forma atender as demandas da população que ela esta inserida, oportunizando a produção do
conhecimento por meio de uma troca entre saberes acadêmicos e populares e possibilitando a formação
de um profissional cidadão. Nesse contexto, o projeto de extensão “Roda Saúde” foi idealizado pelo
Curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Serviço Social do Transporte – Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT), sindicato das empresas de transporte do Oeste do Paraná
(SINTROPAR) e pelo portal de notícias carreta on line (www.carretaonline.com.br) com o objetivo levar
ações de promoção da saúde aos caminhoneiros que trafegam pelas estradas da região Oeste do Paraná.
Para isto, os acadêmicos do curso de farmácia matriculados a partir do terceiro período e que manifestaram
interesse em participar do evento, participaram primeiramente por uma qualificação teórica de quatro horas
onde foram abordados os problemas de saúde que mais afetam os profissionais do transporte, quais sejam:
Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, DSTs, medicamentos estimulantes e por mais um treinamento
teórico/prático de duas horas a respeito dos serviços farmacêuticos de aferição de pressão arterial e
de glicemia capilar. Posteriormente, nas datas pré-determinadas, os acadêmicos, acompanhados por um
professor, deslocavam-se até os postos de combustíveis que aconteciam os eventos. No ano de 2014 o
projeto “Roda Saúde” resultou em seis eventos na região de Cascavel-PR e contou com a participação
de 35 acadêmicos que, além das orientações farmacêuticas, realizaram 1700 exames de glicemia capilar
e 1822 aferições de pressão arterial. Projetos como este promovem avanços significativos na formação
do acadêmico de farmácia uma vez que integram conhecimentos teóricos com as práticas profissionais
dotando-os dos saberes necessários para o exercício das competências e habilidades gerais e específicas
que permitam o reconhecimento do indivíduo inserido numa realidade coletiva e social requeridas
pelas diretrizes curriculares nacionais. Além disto, proporciona o aperfeiçoamento individual e coletivo
do acadêmico, a divulgação da imagem do farmacêutico como profissional de saúde e principalmente
benefícios a saúde deste segmento da população.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A SIMULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E AVALIAÇÃO EM SEMIOLOGIA
FARMACÊUTICA: EXPERIÊNCIA DO CAMPUS DE LAGARTO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE
Giselle de Carvalho Brito¹, Chiara Erminia da Rocha1, Thelma Onozato 1,2, Elisdete
Maria Santos de Jesus1,2, Carina Carvalho Silvestre1,2.
1Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, Campus Prof. Antônio
Garcia Filho, Rua Padre Alvares Pitangueira, nº 258, Centro, CEP 49400-000, Lagarto,
Sergipe, Brasil. 2- Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) –
Departamento de Farmácia/ Universidade Federal de Sergipe, Av. Marechal Rondon,
s/n Jardim Rosa Elze, CEP 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.Departamento
de Farmácia, Campus Universitário Prof. Antônio Garcia Filho, Universidade Federal
de Sergipe, Lagarto – SE.
Caracterização do Problema: No panorama nacional, os avanços na prestação de serviços clínicos
farmacêuticos são incipientes, mas nos últimos anos ganharam impulso por meio da publicação de diversas
normativas. Diante deste cenário, os cursos de farmácia devem pensar sobre que profissionais estão
formando e refletir quanto às metodologias utilizadas nessa formação. Para auxiliar a construção desse
conhecimento, o uso de metodologias ativas propicia que o educando seja o protagonista na construção
dos seus conhecimentos, enquanto o papel do educador é delineado na forma de facilitador e mediador do
processo ensino-aprendizagem.
Quadro Teórico-Metodológico: O curso de Farmácia do Campus Universitário Professor Antônio
Garcia Filho da Universidade Federal de Sergipe (UFS) na cidade de Lagarto/SE, incorporou dentro da sua
ementa o conteúdo de semiologia farmacêutica. Este conteúdo é abordado na subunidade Prática de Ensino
na Comunidade através da metodologia da problematização. Para simular o atendimento dos pacientes e a
elaboração de materiais de consulta, a avaliação foi estruturada da seguinte forma: Os 32estudantes foram
divididos em cinco grupos (Gripe e Resfriado, Diarreia, Escabiose, Candidíase, Cefaleia), posteriormente eles
formaram duplas, cada dupla ficou com dos temas e tiveram que elaborar um vídeo de até cinco minutos
simulando a dispensação (em cada vídeo um interpretava o farmacêutico e o outro o paciente). O foco foi
a avaliação semiológica e a derivação do farmacêutico para o tratamento do sintoma/transtorno menor
ou para encaminhamento ao médico. Além disso, foi elaborado o Protocolo de Indicação Farmacêutica.
Descrição da Experiência: No dia da avaliação, os temas foram apresentados em blocos, ao final
outra equipe era sorteada para ler sua avaliação quanto ao desempenho dos colegas nas orientações
prestadas aos pacientes (Linguagem, comunicação não verbal, conduta terapêutica). Por fim, a professora
pode fazer o feedback de atitudes que poderiam ter sido tomadas e condutas que deveriam ser evitadas,
por exemplo, a indicação de uso de medicamento que necessitavam de prescrição médica. O protocolo
estava organizado em cinco capítulos com os seguintes tópicos: 1- Definição do Transtorno ou Problema de
Saúde; 2- Causas mais Frequentes do Sinal/Sintoma; 3 - Questões a serem levantadas pelo Farmacêutico; 4Casos que se devem encaminhar ao médico; 5- Orientações do Farmacêutico; 6- Tratamentos recomendados
(Não Farmacológico e Farmacológico); 7 - Algoritmo de Manejo.
Efeitos/Resultados Alcançados: Pela dinâmica de avaliação foi possível observar que os alunos
desenvolvem uma postura crítica, ética, reflexiva, assim como, capacidade de resolver problemas. Com
relação ao protocolo, observou-se uma evolução na utilização de fontes de consultas, os quais prezaram
por fontes confiáveis e baseadas em evidências em saúde.
Recomendações/Considerações Finais: Ao simular o atendimento os estudantes se sentem mais
a vontade para encarar os erros cometidos, eles acreditam que desta forma ao entrarem em contato com
pacientes reais os possíveis erros já serão evitados. Além disso, com a elaboração do protocolo pode-se
trabalhar os critérios de seleção de medicamentos, enfatizando que devem ser conhecidos e pautados
em evidências científicas confiáveis para garantir uso adequado do medicamento. Diante da experiência
positiva espera-se que esta dinâmica seja difundida em outras turmas.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ENSINO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS UTILIZANDO FERRAMENTAS DE
GERENCIAMENTO DE PROJETO
Grace Maria Ferreira de Castro Wille1, Eric Luiz Domingos2, Vinicius Pereira Feijó 2,
Giovanna Chipon Strapasson3
Universidade Federal Do Paraná, Curso de Farmácia. 1Professora de Tecnologia de
Alimentos Dietéticos e Funcionais, Departamento de Farmácia. 2 discentes do curso
de Farmacia. 3 Doutoranda da Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas- UFPR.
A disciplina de Tecnologia de Alimentos Dietéticos e Funcionais tem carga horária de 60horas, é
ministrada no sexto período do Curso de Farmácia e faz parte do elenco de disciplinas de Indústria do
curso. Ensinar o desenvolvimento de novos produtos alimentícios para fins especiais dentro desse tempo
e com a concorrência de várias disciplinas igualmente profissionalizantes não é tarefa fácil. O objetivo da
disciplina é que o aluno entenda e vivencie o desenvolvimento de produtos alimentícios para fins especiais
como num departamento de desenvolvimento de uma indústria. Além disso, deverá vivenciar os grupos das
aulas práticas alternando os papéis de gerente/pesquisador; utilizar a sistemática de desenvolvimento de
um produto alimentício utilizando matérias primas compatíveis e procedimentos tecnológicos (de processo
e de controle) adequados, a partir de trabalho(s) de referência escolhidos na literatura científica; utilizar
ferramentas de gerenciamento de projetos, buscando o máximo aproveitamento do tempo e dos outros
recursos disponíveis. Ao final de cada aula prática discutem-se, em grupo, os rumos que os trabalhos estão
tomando visando envolver a todos nos diferentes trabalhos e desenvolver o espírito criativo e crítico,
esperando-se, com isso, que aprendam a criticar construtivamente trabalhos, e não indivíduos, bem como
que aprendam a receber críticas de seus pares. Buscou-se uma metodologia para atingir esses objetivos e
conduzir com presteza os alunos pelas várias etapas de um projeto de desenvolvimento. Várias alternativas
foram testadas, porém, a que evidenciou melhores resultados foi a de gerenciamento de projetos. No
primeiro encontro no Laboratório os alunos da prática são divididos em equipes e recebem um tema a
desenvolver (o tipo de alimento) e o público alvo a ser atingido. Os objetivos do projeto são estabelecidos
e devem ser aprovados pelo professor e pelos colegas de turma. O uso de gerenciamento os ajuda a concluir
o projeto dentro do tempo das 36 horas disponíveis (12 aulas de 3 horas cada), na medida em que passam
pelo processo de: a) criar o plano do projeto (escopo, planejamento de tempo e recursos), b)estabelecer as
entregas parciais tais como: “briefing” aprovado, embasamento teórico entregue, formulações aprovadas,
relatório técnico do desenvolvimento entregue, relatório final da degustação publica entregue e discussão
das lições aprendidas realizada; c)colocar os cronogramas na parede do laboratório para ajudar na
visibilidade e facilitar seu uso d) acompanhar o andamento do projeto registrando no cronograma da
parede seu progresso durante as aulas práticas; e) discutir as variações entre o planejado e o realizado,
permitindo aos estudantes tomarem decisões sobre ações corretivas para colocar o projeto dentro do plano
novamente. Desde que o gerenciamento de projeto formal foi adotado, em 1995, nenhuma equipe deixou
de entregar, no prazo da disciplina, o produto aprovado por degustadores externos às aulas e o trabalho
completo escrito. Considerações Finais:Os alunos tem percebido a importância de cada um na equipe,
na medida em que tem ordens para só realizarem as atividades a eles alocadas no embasamento teórico
(relatório 1) e são discutidos os resultados do esforço de cada um no trabalho entregue.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ARTICULANDO E INTEGRANDO SABERES PARA A FORMAÇÃO FARMACÊUTICA
Idivaldo Antonio Micali**, Arthur Leonardo da Silva, Cássio Alexandre Oliveira
Rodrigues, Paloma Karoline da Silva Brasil, Beatriz Linhares Alves Ribeiro, Maria
Joselice e Silva**, Francisca Sueli Monte Moreira**
*Estudante do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
**Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Caracterização do problema: O modelo atual para a formação do farmacêutico preconiza um
profissional cidadão, generalista, humanista e que tenha aptidão do ser crítico e reflexivo. Ao longo do
curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN), os conteúdos são ministrados
aliando a teoria à prática, buscando promover assim, uma maior assimilação do conhecimento. Entretanto,
muitos estudantes apontavam a carência de oportunidades para o desenvolvimento humanista, crítico,
reflexivo e cidadão. Soma-se às inquietações dos estudantes, os fatores que fazem parte do atual contexto
político-econômico como as mudanças na forma de ingresso na Instituição de Ensino Superior (IES),
a estrutura curricular atual que promove o retalhamento das disciplinas tornando difícil apreender o
complexo, escassos componentes curriculares que promovam a interdisciplinaridade e a pouca visão da
importância social do farmacêutico.
Quadro teórico-metodológico: Diante da necessidade de favorecer o desenvolvimento do
pensamento crítico e reflexivo foi organizado grupo de discussão composto por docentes e estudantes. A
partir do diagnóstico realizado pelo grupo foi elaborada uma lista de temas de interesse que contemplavam
as dimensões da formação, não abordadas nos demais componentes curriculares e uma proposta de
acompanhamento permanente dos estudantes a partir da organização de espaços permanentes de diálogo
(presenciais e não presenciais por meio de mídias sociais). Para abordar os temas foi selecionada como
estratégia educativa o uso de filmes seguido de debate e unicamente debate, ambos com moderador. O
uso dos filmes, como ferramenta facilitadora do processo ensino-aprendizagem, justificou-se por permitir
a síntese de cultura, lazer, ideologia e valores sociais ampliados. Por sua vez, os debates ampliaram e
contextualizam os temas.
Descrição da experiência: Foram organizados 6 encontros divulgados por redes sociais e por meio
de cartazes; os filmes abordados foram:“Escolarizando o Mundo” e “Quando Sinto Que Já Sei”; os temas
abordados em debates foram: “Alienação”, “Lei 13.021 e MP 653”, Para Que e Quem Estamos Sendo
Formados” e “Uso Racional de Medicamentos e a Responsabilidade do Farmacêutico”. A projeção dos filmes
e debates ocorreram no auditório do curso de Farmácia da UFRN.
Resultados alcançados: Com participação de 450 estudantes,docentes de graduação e pósgraduação, profissionais de órgãos de classe e pedagogos, foi possível dimensionar a necessidade iminente
de ampliação de temas não explorados em sala de aula e que possuem significados estratégicos na formação
política, humanitária e educacional do discente; o formato empregado propiciou visível elo com o processo
educador; observou-se que os alunos ampliaram o senso crítico em torno dos temas tratados dando
continuidade via fóruns e movimento estudantil.
Considerações finais: devido à estrutura curricular sistematizada, o docente tem dificuldade
em ofertar novas ferramentas pedagógicas em seus componentes curriculares; por sua vez, diante do
momento atual globalizado e capitalista, o aluno merece e está exigindo mais visão crítica durante seu
ciclo acadêmico. É iminente rever o processo formativo na carreira farmacêutica.
Fonte de Financiamento: Programa de Melhoria da Qualidade do Ensino/UFRN
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE EXATAS EM METODOLOGIA ATIVA NA FACULDADE
PERNAMBUCANA DE SAÚDE (FPS) CURSO DE FARMÁCIA
Ivana Glaucia Barroso da Cunha; Osnir de Sá Viana; Severino Granjeiro Junior;
Charles Christophe Du Barrieri Mendes; Cynthia Gisele de Oliveira Coimbra; Elisangela
Cristiane Barbosa da Silva Gomes; Flavia Patrícia Morais de Medeiros; Dayana Maria
da Silva.
Uma das mais significativas transformações ocorridas no Brasil durante a segunda metade do século
atual é a expansão sem precedentes do ensino, em seus níveis e modalidades. Neste crescimento do ensino
observa-se que o aprendizado está relacionado com cada vivência dos discentes. Alguns fatores interferem
neste aprendizado como: variação de humor e disponibilidade, recursos intelectuais, sua capacidade de
concentração, o que o interessa, o que faz sentido para ele, do relacionamento com outros ou com a
realidade que lhe são familiares ou que consegue imaginar. Além desses fatores temos as dificuldades
das áreas de exatas no curso de farmácia devido à falta de maturidade dos conteúdos vividos no ensino
médio.Analisando todo este contexto a metodologia ativa baseados em problemas (ABP) é uma abordagem
construtivista de estímulo à aprendizagem ativa, centrada no estudante e baseada em problemas, que
atuam como desencadeadores dos estímulos para o aprendizado. A metodologia ativa da FPS é composta por
grupo tutorial, composto por um tutor e no máximo doze discentes, e auxiliada por uma ferramenta digital
chamada de tutoria online. As tutorias acontecem em dois momentos duas vezes na semana com análise e
discussão de problemas. Na análise dos casos, os discentes realizam a avaliação dos termos desconhecidos
presentes no texto e do problema proposto, relatam seus conhecimentos prévios sobre a questão abordada
e constroem os objetivos de aprendizagem, seguindo a taxonomia de Bloom para organizar os conteúdos
a serem estudados. Durante o período de dois dias estes estudantes são acompanhados pelo tutor através
da tutoria online, no qual, os objetivos de aprendizagem são direcionados até a conclusão do estudo.
Verificamos através da nossa experiência em tutoria de disciplinas exatas que a organização dos objetivos
de aprendizagem pela taxonomia de Bloom e o acompanhamento do tutor no grupo tutorial auxiliam os
discentes na busca do conhecimento favorecendo o amadurecimento, capacidade de questionamento e
autoaprendizagem, além de proporcionar autonomia profissional e superando as dificuldades encontradas
nos níveis de aprendizagem anteriores ao ensino superior. A moderna concepção de aprendizagem humana
encara o estudante como uma pessoa que sabe ativamente buscar, selecionar, processar e aplicar informações
com eficiência e discernimento, valendo-se delas, recombinadas, enriquecidas com seu toque pessoal, na
solução de problemas novos, na tomada de decisões, na criatividade, na busca do aperfeiçoamento e na
colaboração para o bem estar dos demais, e recorrendo tanto a informações e programas acumulados na
própria memória de informações disponíveis em fontes de todas as espécies (livros, revistas, relatórios,
material audiovisual, dados armazenados em computadores). Outros fatores que auxiliam na aprendizagem
é a organização (interna e externa) do trabalho intelectual, que abrangem desde a organização do espaço
e do tempo destinados ao estudo até a motivação para estudar, serem capazes de diferenciar claramente
a aprendizagem bem sucedida da malsucedida. Desta forma a metodologia ativa acredita e confia na
capacidade humana de auto aperfeiçoamento e superação de dificuldades.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE ALIMENTOS EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
José Francisco Pereira Martins, Rosa Helena Luchese
Departamento de Tecnologia de Alimentos, Instituto de Tecnologia, Universidade
Federal Rural do RJ
Caracterização do Problema: Hipócrates disse, muitos séculos atrás, “...faça do seu alimento o seu
medicamento...”. Fez uma clara ligação entre a profissão farmacêutica e alimentos. A filosofia por trás
deste ensinamento é “ foco na prevenção”. A reforma curricular de 2002 tem induzido um esquecimento
desta premissa, com currículos de Farmácia conferindo uma importância menor ou nenhuma a Alimentos. A
formação farmacêutica tem uma relação história e bastante íntima com alimentos, sua qualidade, inovação,
pesquisa e desenvolvimento. Grandes marcas e produtos que estão no mercado surgiram em estabelecimentos
farmacêuticos ou são frutos do intelecto de profissionais farmacêuticos, como Danone, Nestlé, Ovomaltine,
Coca Cola, Pepsi Cola, Yakult, extrato de carne, batata frita, vários processos fermentativos dentre muitos
outros. Como consequência perversa daquela reforma, escolas que formavam profissionais farmacêuticos
competitivos na área foram desaparelhadas, até desestruturadas. Isto veio na contramão do mundo real:
hoje vemos no Brasil um crescimento exponencial da produção, processamento e consumo de alimentos
nutracêuticos e de suplementos alimentares. Nos Estados Unidos esta área já tem faturamento superior a
US$ 250 bilhões comparado aos pouco mais de US$150 bilhões da indústria de medicamentos.
Quadro Teórico-Metodológico: É expertise única do FARMACÊUTICO trabalhar a interação entre
alimentos e medicamentos. Interações alimentos-fármaco podem conduzir à perda da eficácia terapêutica
ou efeitos tóxicos da terapia com fármacos. O entendimento destas interações depende, também, do
conhecimento vinculado à ciência e à tecnologia dos alimentos. Outra expertise que o FARMACÊUTICO
tem que dispor para uma correta atuação em Saúde, envolvendo orientação do púbico, é sobre alimentos
seguros. Surtos de toxinfecção alimentar ultrapassam a marca do bilhão de casos/ano no mundo. O
FARMACÊUTICO, por natureza de sua formação básica, envolvendo conhecimentos das ciências biológicas
e químicas, tem condições de atuar, dados os conhecimentos específicos adequados, nesta área, e de
expandir sua atuação para setores de enorme importância técnico-científica e económica:
1. Alimentos Seguros: aspectos da produção, tecnologia e consumo que impactam a saúde do
consumidor. Exige conhecimento específico de Microbiologia, Toxicologia, Bioquímica, Física,
Sistemas de Qualidade, Estatística, Métodos de Amostragem;
2. Qualidade (Logística, Distribuição, Rotulagem)
3. Tecnologia de Processo e Transformação: Bioprocessos , Alimentos para Fins Especiais
(alimento enteral e parenteral, fins esportivos e atléticos, dietéticos, etc), Nutracêuticos,
Compostos Bioativos (processos e tecnologia de isolamento, separação, purificação, conservação)
4. Assuntos Regulatórios (ANVISA, MAPA/SIF, Normas ISO e NBR, CODEX, ICMSF, FIL-IDF)
5. Análises Bromatológicas: Metodologia de análise microbiológica, bioquímica, química, física,
físico-química, e sensorial;
6. Segurança Alimentar
7. Risco: Avaliação, Gestão, Comunicação, HACCP, OPRP/PRP, Rastreabilidade.
Recomendações: O profissional farmacêutico tem um vínculo histórico com o setor de alimentos
no Brasil. São inúmeras as indústrias e instituições acadêmicas que surgiram ou cresceram utilizando o
expertise destes profissionais. Ainda temos um quadro expressivo nos meios acadêmico e industrial. É de
fundamental importância entender que o profissional atual tem enormes deficiências nas sua formação
motivadas por uma equivocada estrutura curricular. É preciso rediscutir, reavaliar, reestruturar o currículo
para propiciar ao estudante uma ferramenta que lhe permita uma atuação segura e uma inserção competitiva
nesta área econômica e tecnologicamente tão importante.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS À LUZ DAS
RESOLUÇÕES CFF Nº 585/2013: UMA EXPERIÊNCIA DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA
José Ricardo dos Santos Vieira*; Luís Mário Pará Rodrigues**; Patrick Luís de
Sousa**
* Universidade Federal do Pará; ** Centro Universitário do Pará
Com a Lei 13.021/2014o acompanhamento farmacoterapêutico ganhou desta que em farmácias, que
passaram a ser caracterizadas como um estabelecimento de saúde, o que consolidou as conquistas da profissão
na área clínica. O Conselho Federal de Farmácia, para regular atribuições clínicas do farmacêutico, editou a
Resolução 585/2013 que estabeleceu a solicitação e avaliação de exames laboratoriais para a monitoração
e individualização da farmacoterapia. A utilização de metodologias ativas, como a simulação realística,
é uma opção a ser considerada para aproximar a prática acadêmica da realidade do mundo do trabalho.
Avaliar a aplicação de simulação realística em casos elaborados para estimular a discussão sobre a forma
correta de solicitar exames laboratoriais dentro da perspectiva do acompanhamento farmacoterapêutico,
apoiado pela Resolução CFF No. 585/2013. Trata-se do relato da experiência da aplicação oito casos
simulando situações onde o farmacêutico precisaria decidir sobre a solicitação de exames laboratoriais e/
ou interpretá-los dentro de um contexto farmacoterapêutico: 1) uso de Isotretinoína 20mg; 2) esteatose
hepática e dor de cabeça; 3) uso contínuo de Paracetamol 750 mg; 4) uso de Diminidratopiroxina100mg
em paciente ictérico; 5) uso contínuo de Metformina 500mg; 6) paciente diabético e hipertenso com
uso contínuo de Captopril 12,5mg; 7) uso e dipirona 500mg em portador de doença renal crônica; e
8) paciente informando ter secreção uretral. Os atores responsáveis pela execução da encenação como
pacientes e farmacêuticos foram selecionados dentre estudantes de um curso de Pós-Graduação lato sensu
em Farmácia Clínicas do Centro Universitário do Pará, que utiliza a metodologia de simulação realística.
As encenações foram realizadas em cabine isolada acusticamente e equipada com janela espelhada
que permitia o acompanhamento anônimo. Todos os casos foram discutidos no grupo e as conclusões
compartilhadas. Em todos os casos, os estudantes realizaram a anamnese farmacêutica, solicitaram e/
ou interpretaram os exames dentro do contexto farmacoterapêutico e encaminharam os pacientes para o
médico. A única controvérsia foi o caso do paciente com secreção uretral onde não houve consenso de que
havia a necessidade de se solicitar exames laboratoriais antes do encaminhamento ao médico. Na avaliação
dos estudantes, os casos ajudaram a fixar os conteúdos das disciplinas e são perfeitamente exequíveis em
cursos de graduação, desde que resguardada a formação prévia nas disciplinas afins, principalmente as
que geram habilidades e competências em análises clínicas. O uso de metodologias ativas tem sido uma
estratégia bem sucedida em vários cursos de Farmácia e permite melhor integração do ensino com práticas
inovadoras, como é o caso da simulação realística que tem ganhado impulso na formação farmacêutica
nos últimos anos. Dentro desse aspecto, a anamnese farmacêutica resultando em uma solicitação de
exames laboratoriais de maneira racional para fins de acompanhamento farmacoterapêutico, carece de
um componente peculiar de habilidades e competências em análises clínicas para o egresso de cursos de
Farmácia. Neste relato, observou-se que a indicação unânime em todos os casos ao médico é sugestivo
de que ainda se precisa, no ensino farmacêutico, componentes que fortaleçam as atribuições clínicas do
farmacêutico.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO APLICADA (PEA) – UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA
DO CURSO DE FARMÁCIA DA FACULDADE DINÂMICA/MG
Juliana Hipólito Pessotti, Letícia Monteiro Farias, Fernanda Rodrigues Nascimento,
Maria Isabel Cristina Batista Mayrink, Tatiane Mendes Pereira, Urbano de Almeida
Raimundi, Graziele Xavier Linhares, Cristiane Vieira Santos, Pedro Esperidião Pereira,
Larissa da Silva Vilas Boas
Caracterização do problema: Desde a criação do primeiro curso de Farmácia no Brasil, o
ensino farmacêutico sofreu várias reformas para atender as demandas sociais e mercadológicas acerca
da profissão. Até hoje muitas propostas de inovação para as DCN do Curso de Graduação em Farmácia
visam adaptá-la a formação profissional. Durante muito tempo utilizou-se metodologia tradicional para
o ensino farmacêutico, centralizando o conteúdo no professor com o papel de transmiti-lo ao aluno. No
entanto, metodologias ativas de ensino aprendizagem, relacionando a teoria e a prática com a finalidade
de aplicação do conhecimento, têm se tornado frequente. Quadro teórico-metodológico: O aluno deve
aprender de modo integral: ouvindo, lendo, tateando, conversando, sentindo. Cabe ao professor escolher a
melhor metodologia que se aplica a determinada turma em determinado momento. “Os procedimentos de
ensino são um ato de escolha na prática docente, a fim de melhor propiciar a aprendizagem integral dos
educandos.” Atualmente os alunos revelam novas habilidades no que diz respeito a tecnologia e demonstram
novos interesses e diversos estímulos para aprender. É necessário descobrir quais procedimentos de ensino
promoverão a aprendizagem (Carlini et al., 2004)
Descrição da experiência: O PEA tem como proposta metodológica o processo de ensino aprendizagem
baseado em projetos. Um procedimento de ensino organizado com base em problemas concretos presentes
na realidade do aluno em busca de soluções práticas com propostas de intervenção na realidade. O
objetivo é orientar a execução dos projetos, no sentido de fortalecer a política de indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão. O projeto inicial, “Dinâmica Sustentável”, tem como finalidade a manufatura
do material de higiene e limpeza usado nas dependências da faculdade para reduzir os custos com a sua
compra e ainda, reduzir o impacto ambiental com seu descarte, tornando-os menos agressivos ao meio
ambiente.
Resultados alcançados: os alunos estão trabalhando na manipulação de sabonete líquido e sabão
ecológico, contextualizando os conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Química e Farmacotécnica. Eles
participam de atividades práticas, palestras com temas relevantes, suporte para produção textual, ações de
extensão para levar o conhecimento adquirido para a sociedade. Os produtos estão sendo aprimorados para
posterior pesquisa de aceitação pela comunidade acadêmica, pois estão passando por testes de controle
de qualidade físico químico e microbiológico. Todas as ações são coordenadas pelos professores do curso
demonstrando na prática a importância da interdisciplinaridade desde os primeiros períodos.
Considerações finais: a educação baseada em projetos exige tempo, paciência e dedicação dos
alunos e professores. No entanto, os resultados obtidos são gratificantes para ambos e proporciona
excelente oportunidade de aprendizagem (CARLINI et al., 2004). O sucesso da educação baseada em
projetos baseia-se no interesse dos estudantes em um caminho concreto, encorajando-os a aplicar os
conhecimentos adquiridos no meio em que estão inseridos (SCHWUALM; TYLEK, 2012). O PEA está em fase
de implementação, mas já se apresenta como ferramenta inovadora dentro do curso para o processo ensino
aprendizagem, demonstrando envolvimento e entusiasmo dos participantes com a proposta de, a partir da
prática, consolidar os conhecimentos adquiridos em sala de aula e vivenciar a profissão.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
USO DO MUNICÍPIO FICTÍCIO DE SANTA FÉ NO ENSINO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
Guilherme dos Santos Pinto, Aline Lins Camargo
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA
Caracterização do problema: A formação de profissionais de saúde tem sido pautada pelo uso de
metodologias tradicionais ou conservadoras, caracterizada pela reprodução do conhecimento, no qual o
docente é transmissor de conteúdos e o discente, um agente passivo, receptor destes. Para atender as
Diretrizes Curriculares Nacional da Farmácia, que prevê um projeto pedagógico centrado no aluno como
sujeito de aprendizagem, faz-se necessário modificar práticas de ensino para que tornem os alunos sujeitos
principais do processo, crítico-reflexivos e capazes de solucionar problemas.
Quadro teórico-metodológico: Metodologias ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo
de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar desafios
advindos das atividades essenciais da prática social em diferentes contextos. É descrito que aprender
por meio da problematização e/ou da resolução de problemas de sua área é uma das possibilidades de
envolvimento ativo dos alunos em seu processo de formação. A utilização de municípios fictícios tem sido
adotada em cursos que utilizam a Educação à Distância, como forma de envolver os alunos no aprendizado.
Descrição da experiência: A disciplina de Assistência Farmacêutica acontece no terceiro semestre
do Curso de Farmácia da UFCSPA, com carga horária de 30 horas/semestre, e tem como objetivo propiciar ao
aluno conhecimentos e habilidades necessários para atuação nas atividades de assistência farmacêutica no
âmbito do SUS, bem como no sistema suplementar. Para tornar mais dinâmicas as atividades da disciplina
foi adotado desde 2014 o município fictício de Santa Fé como cenário das atividades teórico-práticas.
Santa Fé foi criado como uma ferramenta de aprendizagem da Universidade Aberta do Sistema Único de
Saúde (UNA-SUS) e todo material referente é disponível gratuitamente no Acervo de Recursos Educacionais
da UNA-SUS. Projetado como representação de um município de pequeno porte no interior do RS, engloba
um conjunto de informações e imagens que permitem a imersão do ensino em um ambiente comum e de
fácil contextualização. As atividades foram desenvolvidas por um bolsista de Iniciação à Docência, com
orientação da professora regente da disciplina. Foi necessário criar dados sobre o cenário farmacêutico de
Santa Fé, pois estes não estavam presentes no recurso. Os softwares utilizados para construção dos novos
objetos de aprendizagem compreendem: plataforma de quadrinhos Bitstrips, modelador gráfico Google
Sketchup Make 2014 e manipulador gráfico GIMP.
Resultados alcançados: A partir da análise das informações disponíveis para o município fictício,
foram criados e inseridos dados referentes à administração farmacêutica de Santa Fé, juntamente com a
criação de personagens, para o protagonismo de problematizações, e recursos gráficos. Também foram
ampliados os dados epidemiológicos do município fictício, de forma a incluir informações necessárias
para o desenvolvimento das situações-problema. Os dados existentes e os construídos serviram como base
para a elaboração de exercícios e recursos visuais para ilustrar as atividades teórico-práticas baseadas na
problematização da realidade de Santa Fé. Foram construídas 2 histórias em quadrinhos, 1 animação, 1
gráfico informativo, 1 maquete virtual 3D e 1 quiz interativo, além de adequação de roteiros de atividades
desenvolvidas anteriormente na disciplina. Os temas abordados foram planejamento em assistência
farmacêutica, seleção e programação de medicamentos, controle de estoque, entre outros.
Considerações finais: Percebe-se um maior envolvimento dos alunos nas atividades desenvolvidas
na disciplina, assim como um entendimento mais aprofundado dos temas abordados. A utilização de
municípios virtuais é excelente ferramenta para o ensino da Assistência Farmacêutica.
Fomento: Programa de Iniciação à Docência (PID) da UFCSPA
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
METODOLOGIA ATIVA NA CONSTRUÇÃO DE UM PROCESSO EDUCATIVO CRÍTICO
REFLEXIVO COM DISCENTES DO CURSO DE FARMÁCIA.
Karla Bruna Nogueira Torres Barros¹; Edilson Martins Rodrigues Neto¹; Leina Mércia
de Oliveira Vasconcelos¹; Cinara Vidal Pessoa¹; Deive Brito Ribeiro¹; Francisco
Rodrigo de Asevedo¹; Donato Mileno Barreira Filho¹; Rivelilson Mendes de Freitas²;
Karla Dayse Morais Borges³; Glaucia Posso Lima4.
Docentes do Curso de Farmácia da Faculdade Católica rainha do Sertão - FCRS;
Docente da Universidade Federal do Piauí - UFPI; Docente na Faculdade Leão
Sampaio - FLS; Docente do Mestrado Ensino na Saúde - UECE
Caracterização do Problema: A graduação em Farmácia requer o desenvolvimento de competências,
habilidades e atitudes específicas a esta área. A escolha da metodologia adequada é fundamental para
preparar os discentes às demandas dos serviços em saúde.
Quadro Teórico Metodológico: O estudo objetivou relatar a experiência da aplicação do arco de
Maguerez junto a discente do curso de Farmácia.
Descrição da Experiência: A prática realizou-se em maio de 2013, com sete alunos do curso de
Farmácia de uma instituição privada em Quixadá, como atividade do módulo de Metodologias Ativas de
Ensino Aprendizagem do Curso de Mestrado Profissional Ensino na Saúde da UECE. Consistiu na aplicação
do Arco de Maguerez, seguindo as etapas de observação da realidade, elaboração dos pontos – chave,
teorização, hipóteses de solução e aplicação na realidade. O problema formulado pelos discentes foi:
“ansiedade em relação às dificuldades profissionais que se pode enfrentar enquanto farmacêuticos recémformados”. Para explicar o problema destacam-se os seguintes pontos chaves: falta de preparo para a
prática profissional, ênfase em conteúdos em detrimento de uma aproximação com a realidade e novas
responsabilidades exigidas pelo mercado. A teorização foi realizada através do relato de experiências das
facilitadoras e a utilização de artigos científicos. Em seguida foram apontadas hipóteses de solução para
o problema: reestruturação curricular e mudanças de posturas de docentes e discentes.
Resultados Alcançados: O método finalizou com a aplicação na realidade que se deu através
da elaboração de um plano de atividades a serem desenvolvidas no curso. Este processo possibilitou
a exposição da percepção individual sobre o tema proposto, o debate entre as diversas percepções
encontradas e a formulação de uma nova percepção do grupo, bem como a discussão sobre as dificuldades
a serem vivenciadas por futuros egressos de um curso de farmácia no mercado de trabalho.
Considerações Finais: Percebe-se então, que o uso do Arco de Maguerez se mostrou uma excelente
estratégia para o desenvolvimento de um processo que buscava a visão critica reflexiva. Este referencial
teórico metodológico foi fundamental, pois permitiu problematizar a realidade dos participantes, fazendo
com que esses se sentissem parte essencial para a consolidação do processo. Assim a discussão, o debate
de ideias se fortaleceu durante todo o processo, sendo vislumbrada a interação e a integração entre os
participantes envolvidos no grupo.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPORTÂNCIA DOS ESTÁGIOS PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO:DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES
Kímberly Stefanny da Silva1(Graduanda) Núbia Kelly Ribeiro1* (Pós Graduada), Alan
Diego Silva Frade² (Graduando), Cláudia Cristina Bezerra do Vale² (Graduanda).
Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba,
O estágio é um elemento facilitador entre teoria e prática, onde o aluno vivencia experiências,
observando características das diversas áreas de atuação do profissional farmacêutico, tendo a oportunidade
de aplicar seus conhecimentos teóricos adquiridos. A formação baseada no cenário real, possibilita a
concepção autônoma do conhecimento científico, através da vivência de exemplos práticos para discussões
acadêmicas. O curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, disponibiliza
a realização de estágios no âmbito farmacêutico, sendo estes de grande importância para formação
profissional, proporcionando uma maior aproximação com a realidade1. Inicialmente em unidades básicas
de saúde, que é a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), posteriormente o acadêmico
vivencia as atividades farmacêuticas nas redes de Farmácia Popular do Brasil, farmácias de manipulação,
farmácia hospitalar e atenção farmacêutica. Ao final de cada estágio é realizado uma discussão em mesa
redonda ou seminários de vivência, onde os alunos expõem os pontos positivos e negativos que os
estágios proporcionam para a vida profissional. Esse trabalho tem como objetivo relatar a importância dos
estágios de acordo com a experiência dos alunos, seus desafios e contribuições para o desenvolvimento da
formação profissional do Farmacêutico. A integração da vivência nos estágios, abarca um período crítico
de construção, com importantes repercussões para o futuro do profissional farmacêutico3. Na prática,
o acadêmico se depara com desafios que influenciam diretamente no desenvolvimento de sua atuação.
Assim, uma preocupação demasiada é falta de compromisso dos campos de estágios e a ausência do
Farmacêutico, desarticulando o verdadeiro sentido do estágio, causando desestímulos ao discente. Outra
questão a ser abordada é o relacionamento entre a teoria e prática, pois na maioria das vezes é um
choque com a realidade³. Os estágios com caráter técnico-social desde o início da graduação em farmácia,
promovem inovação e participação daqueles que são verdadeiros responsáveis pela efetivação de um bom
ensino4. As tendências teóricas das práticas pedagógicas preconizam que não basta apenas assimilação
de uma enorme massa de conhecimento científico, também é necessário a qualidade e metodologia do
que é ensinado para uma formação holística4. O que corrobora para o desenvolvimento da auto eficácia
profissional, ou seja, sentimento de competência para realização de tarefas da profissão. A aproximação
da realidade profissional contribui para um aprendizado de qualidade através do conhecimento em
experiências vivenciadas, onde o discente adquire responsabilidade e seriedade, estando preparado para o
exercício de suas futuras funções. A experiência no estágio de Farmácia tem propiciado diversas reflexões
sobre o papel do Farmacêutico na saúde pública. Diante dos desafios e contribuições encontrados na
vivência de estágios, pode-se concluir que a prática pedagógica adotada é considerada educativa, porém
aponta desafios a serem vencidos. Valorizando a metodologia de ensino pode-se perceber que os estágios
tornaram-semais produtivos e dinâmicos. Neste sentido, é relevante aprimorar a proposta pedagógica
defendida. O professor e a instituição atuam como parte integrante na tentativa de inserir este profissional
farmacêutico, capaz de pensar, criticar e assim contribuir com os anseios da sociedade.
Referências Bibliográficas
¹ROSA, J. K. L. et al. Formação docente: Reflexos sobre o estágio curricular. Ciência e educação, Ilhéus-BA, v.18, nº 3, p. 675-688,
2012;
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 2, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Farmácia. Brasília: MEC, 2002.
2
³SILVA, C. S. C., TEIXEIRA, M. A. P. Experiências de Estágio: Contribuições para a transição Universidade-Trabalho.Scielo, Porto
Alegre-RS, v.23, nº 54, p. 103-112, 2013;
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resolução Nº 047, de 27 de novembro de 2008.
4
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A ARTICULAÇÃO DA COORDENAÇÃO TÉCNICA E COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: UMA EXPERIÊNCIA DO CURSO TÉCNICO EM
FARMÁCIA
Lásaro Linhares Stephanelli
Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ)
Introdução: A realização do curso de técnico em farmácia demanda atividades teórico-práticas que
envolvem a utilização de ambientes convencionais e de laboratórios. Neste sentido, faz-se necessário
a articulação entre a coordenação técnica e a coordenação pedagógica, para auxiliar os docentes na
condução destas atividades visando contextualizar a teoria e prática, auxiliando o processo formativo
conforme as habilidades e competências descritas no plano do curso técnico em farmácia.
Objetivos: Auxiliar a dinâmica das atividades referentes ao processo ensino aprendizagem no âmbito
da formação técnica de nível médio em farmácia. Construir uma estratégia pedagógica articulada entre a
coordenação técnica e a coordenação pedagógica para o curso técnico de farmácia. Esta experiência foi
realizada no período de janeiro/2012 a março/2013.
Quadro Teórico/Metodológico: Visando a interação entre a coordenação técnica e coordenação
pedagógica, foi elaborado um planejamento no sentido de subsidiar esse processo: elaboração de
cronograma para inicio das turmas; elaboração de cronograma de utilização de ambientes de aprendizagem
(convencional e laboratórios); reuniões com o coordenador técnico, coordenador pedagógico e docentes
do curso técnico em farmácia para discussão das atividades a serem desenvolvidas durante todo o curso.
Resultados: Relatórios mensais apresentados pela coordenação técnica, direcionado à coordenação
pedagógica sobre o acompanhamento das atividades das turmas. Qualificação dos docentes atuantes no
curso técnico de farmácia. Alinhamento e integração entre a coordenação técnica, coordenação pedagógica
e docente, garantindo o acompanhamento e execução das atividades teórico-práticas previstas no curso
de técnico em farmácia.
Conclusão: A integração da coordenação técnica e da coordenação pedagógica com os docentes
viabilizou o comprimento das atividades descritas no plano de curso, mesmo diante da oferta do curso
em turnos matutino, vespertino e noturno. Ocorreu ainda uma reflexão dos docentes sobre o processo
atividades acadêmico-pedagógicas desenvolvidas no curso, o que consolidando o processo de ensino
aprendizagem dos estudantes do curso técnico em farmácia.
151
CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA - UMA EXPERIÊNCIA QUE DEU CERTO PARA
ESTÁGIOS DO CURSO DE FARMÁCIA
Leticia de Cássia Tavares Thiesen, Romélia Matei Ghedin, Eneida Nobrega e Souza
* UNISEP – União de Ensino do Sudoeste do Paraná
A realização dos estágios bem como a efetiva implantação da farmácia escola, laboratório escola,
tornam-se as vezes, um problema para as instituições de ensino. Pois requer que, além de existir a demanda
de pacientes reais para efetiva aprendizagem, exista ainda a lucratividade do estabelecimento. Assim em
fevereiro de 2007 o município de Dois Vizinhos através da rede pública de saúde e a instituição de ensino
UNISEP- União de ensino do sudoeste do Paraná, firmaram parceria na área de saúde, especificamente na
área farmacêutica. Sendo três setores beneficiados: Farmácia Pública, Laboratório de Análises Clínicas do
Hospital Público e ainda departamento de Vigilância Sanitária na área de Análises de Alimentos. A falta
de recursos humanos e de um serviço de qualidade e humanitária e para sanar problemas enfrentados no
atendimento aos usuários do SUS e ainda a falta de orientação ou seja, uma atenção farmacêutica adequada
na rede pública, buscou-se parceria com instituição de ensino privada. Firmou-se esta parceria pela lei 1326
de 2007 a qual autoriza o poder executivo municipal de Dois Vizinhos – PR a firmar convênio onde recursos
humanos subsidiados pela instituição de ensino desempenhariam diversas atividades farmacêuticas na rede
pública de saúde municipal. Entre os objetivos da implantação, a aprendizagem da prática profissional ao
acadêmico do curso de Farmácia é o principal, sendo que esta prática ainda proporcionou a Humanização
no Atendimento, transformando os locais de saúde pública e principalmente a formação, em um centro
de excelência, bem como pode aliar a sólida formação técnica teórico/prática com a prática profissional
real, em um local que expressa o importantíssimo e essencial papel social da profissão farmacêutica.
Segundo o sistema de informatização Saúde Plus, mais de quatrocentas (500) pessoas e/ou pacientes ao
dia, buscam atendimento pela equipe do curso de Farmácia da UNISEP. Pesquisas realizadas sobre esta
parceria na Farmácia Escola da UNISEP na SMS de Dois Vizinhos – PR, e no Hospital onde fica localizado o
laboratório, com usuários sobre a qualidade do atendimento, após a implantação do serviço oferecido pela
parceira, resultaram nas seguintes estatísticas: 79,13% dos usuários classificaram a qualidade de “bom”,
8% dizem estar “regular” e 10,43% manifestam que o serviço “ótimo” e 1,74% excelente. As atividades
desenvolvidas pelos acadêmicos neste local, permitem o contato direto com pacientes e uma grande
diversidade de casos clínicos, exigindo assim a aplicação do conhecimento adquirido na teoria. O paciente,
recebe Atenção Farmacêutica, o que resultou em melhor qualidade de saúde aos usuários. Dentro deste
contexto, vem a economia financeira que o setor público tem realizado, pois a área de atendimento recebe
sem custo algum para a prefeitura, em média 20 pessoas qualificadas. Estas pessoas além de possuírem
custo salarial zero para os cofres públicos, fazem a diferença em relação ao uso racional de medicamentos,
assistência farmacêutica e ao usuário do sistema público de saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PRÁTICAS DE MODELAGEM MOLECULAR EM QUÍMICA FARMACÊUTICA
Lucas José de Alencar Danda, Patrícia Maria da Silva Neri, Bruno de Almeida Andrade,
Antônio Rodolfo de Faria, Elba Lúcia Cavalcanti de Amorim
Departamento de Ciências Farmacêuticas – UFPE
A mudança na ementa da disciplina Química Farmacêutica não é recente, desde 2002, no VI Encontro
Nacional de Professores de Química Farmacêutica, foi elaborado um documento indicando as principais
diretrizes a serem seguidas para o ensino da Química Farmacêutica no Brasil, no qual fica claro que a
Modelagem Molecular é tratada como um requisito essencial a ser explorado durante o ensino da disciplina.
Segundo a IUPAC, Modelagem Molecular é a investigação das estruturas e propriedades moleculares pelo
uso da química computacional e técnicas de visualização gráfica, visando fornecer uma representação
tridimensional, sob um dado conjunto de substâncias, o que facilita a compreensão da interação fármacoreceptor. Esta mudança não ocorreu de imediato, além de faltar formação para os docentes nesta área,
a substituição das aulas que vinham sendo realizadas dava a sensação de perda de conteúdo e muitos
cursos permaneceram com o conteúdo anterior que contemplava o controle de qualidade de matérias
primas. Para atender ao conceito de forma abrangente e coerente as aulas deveriam envolver aspectos
relativos ao planejamento, relações entre estrutura-atividade e síntese de fármacos. Visando o melhor
entendimento dos alunos no planejamento de fármacos e nas relações entre estrutura química e atividade
biológica, foi introduzido, desde o ano de 2012, o conteúdo de Modelagem Molecular na ementa da
disciplina de Química Farmacêutica do curso de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Passou-se a utilizar nas aulas práticas o HyperChem versão 8.0.3 for Windows, o ISIS Draw e o ChemOffice
e aplicar exercícios com moléculas ativas para que alterassem substituintes e observassem a influência nas
propriedades físico-químicas e atividade. Desde então, percebeu-se melhor integração entre o conteúdo
teórico-prático da disciplina, uma vez que se tornou mais clara a visualização de propriedades físicoquímicas anteriormente já exploradas na prática – como a influência do pKa e pH na ionização de fármacos
e a determinação do coeficiente de partição. Os monitores e estudantes demonstraram maior interesse pela
disciplina, e a participação voluntária para desenhar as moléculas no computador e discutir os exercícios
foi observada. Além da compreensão por parte dos alunos de como estas propriedades influenciam na
atividade biológica de um composto, lançando mão de modelos computacionais é possível mostrar de que
forma estas propriedades podem ser exploradas, modificando a estrutura química da molécula, partindo de
compostos-protótipo no intuito de se obter um possível fármaco otimizado. Esta atualização do ensino
prático da Química Farmacêutica na UFPE mostrou-se de grande importância no processo de ensino e
aprendizagem. O aluno torna-se, portanto, mais participativo, uma vez que consegue contextualizar o
conteúdo ministrado nas aulas com suas aplicações práticas.
Apoio: PROACAD/UFPE
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS: UMA AÇÃO
RESULTANTE DO PROGRAMA ALFA III – UNIVERSIDADES ESTRATÉGICAS
Luciana Oliveira de Fariña; Marcelo Roger Meneghatti2; Emerci de Miranda3
Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Professora e Coordenadora do
Mestrado de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual do Oeste do ParanáUNIOESTE, Campus de Cascavel. E-mail: [email protected]. 2Mestre em
Desenvolvimento Rural Sustentável. Professor Colaborador da UNIOESTE, Campus de
Cascavel. 3Farmacêutica, Técnica da UNIOESTE, Campus de Cascavel.
Esse projeto, que está associado à disciplina optativa recém-criada no Curso de Farmácia
chamada de Empreendedorismo em Ciências Farmacêuticas, tem como finalidade levar o conhecimento
empreendedor aos alunos de graduação do curso de Farmácia, por meio da organização de temas relativos
ao empreendedorismo, palestras extracurriculares de experiências empreendedoras, apresentadas por
profissionais ex-alunos do curso, que são convidados a compartilhar as suas experiências nas áreas de
farmácia, análises clínicas e indústria. O projeto é um dos resultados do Programa ALFA III, de características
interinstitucionais, apoiado pela Comunidade Europeia, cujo objetivo é o desenvolvimento regional das
comunidades aonde as universidades participantes atuam. O fato dos gestores de empreendimentos nas
áreas farmacêuticas, possuírem formação também na área de farmácia, motiva a criação de uma cultura pelo
ensino empreendedor envolvido na área afim, com finalidade de auxiliar e transmitir maior confiança para
a atividade. Os objetivos são: - Permitir aos acadêmicos conhecer diferentes atividades empreendedoras
desenvolvidas por profissionais farmacêuticos;- Permitir o conhecimento das dificuldades envolvidas ao
se empreender dentro da área de ciências farmacêuticas;- Desenvolver o senso crítico empreendedor
para que futuramente possam ter subsídios ao sentirem-se motivados a empreender;- Iniciar entre os
acadêmicos de Farmácia uma cultura empreendedora.O ALFA III é um programa interinstitucional apoiado
pela Comunidade Europeia, iniciado em janeiro de 2012, com previsão para término em dezembro de 2015,
com participação da UNIOESTE. O programa envolve 09 Universidades Latino-americanas, do Caribe e da
Comunidade Europeia, as quais foram convidadas para participação na proposta, no final do ano de 2011,
por uma Unidade de Coordenação de Projetos Estratégicos da Comunidade Europeia. Os objetivos do ALFA III
são de possibilitar a troca de experiências e promover o desenvolvimento regional nas comunidades aonde
se encontram as universidades participantes. Com isso o projeto Experiências Empreendedoras em Ciências
Farmacêuticas é apontado como um dos resultados esperados do ALFA III. Os resultados já alcançados
com o projeto de experiências empreendedoras foram: - Aquisição do conhecimento empreendedor por
parte dos acadêmicos; - Desenvolvimento da consciência empreendedora aos acadêmicos; - A participação
de alunos como egressos do curso de farmácias, compartilhando experiências empreendedoras na forma
de palestras; - Participação daqueles que participaram das palestras na forma de um projeto de ensino
paralelo para outros alunos do curso. Os objetivos estão sendo cumpridos desde 2014, quando foi realizada
a primeira experiência que obteve sucesso em todos os itens propostos. O maior legado deste projeto
é o início de uma cultura empreendedora no curso de graduação de Farmácia e no meio acadêmico da
organização como um todo, possibilitando aos alunos o despertar para empreendimentos futuros.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE FARMÁCIA DO CAMPUS DE LAGARTO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE BASEADO EM METODOLOGIAS ATIVAS
Luciana Pereira Lobato, Rodrigo Almeida Simões, Adriana Andrade Carvalho,Rafael
Ciro Marques Cavalcante, José Melquiades de Rezende Neto, Rangel Rodrigues
Bomfim, Mairim Russo Serafini, Giselle de Carvalho Brito, Natália Nogueira Saraiva,
James Almada da Silva.
Departamento de Farmácia, Campus Universitário Prof. Antônio Garcia Filho,
Universidade Federal de Sergipe, Lagarto – SE.
Caracterização do problema: O Campus Universitário Professor Antônio Garcia Filho da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) situa-se na cidade de Lagarto, Sergipe, e oferece oito cursos de graduação na área
de saúde, sendo eles: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Medicina, Odontologia
e Terapia Ocupacional. Todos os cursos utilizam metodologias ativas de ensino-aprendizagem, sendo assim,
uma inovadora proposta pedagógica para ensino na saúde. As metodologias ativas fundamentam-se na
atuação do estudante como agente ativo na construção dos seus conhecimentos, apoiada no professor
que atua como facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Para realização dessas atividades
acadêmicas a estrutura curricular dos cursos é baseada em competências, que difere das escolas tradicionais.
Descrição da experiência: O curso de Farmácia da UFS/Campus Lagarto possui uma estrutura
curricular integrada, pautada na interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, composta por blocos anuais
(ciclos) subdivididos em módulos temáticos. Não existem disciplinas, exceto as optativas. Os professores
são agrupados em equipes de acordo com especialidades ou demanda. O primeiro ciclo do curso é ofertado
pelo Departamento de Educação em Saúde e tem como principais características: ser comum a todos os
cursos e ser composta por discentes dos oito cursos. Neste ciclo os alunos desenvolvem competências
comuns de forma multiprofissional. A partir do segundo ciclo, os alunos migram para o Ciclo Específico.
A matriz curricular do curso de Farmácia é dividida em três tipos de atividades: Módulos Tutoriais,
Habilidades Farmacêuticas e Prática de Ensino na Comunidade (PEC). Nos Módulos Tutoriais são ofertados
sete módulos sequenciais por ciclo,que englobam as sessões tutoriais, palestras e aulas práticas, onde
se utilizam, principalmente, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem-Based Learning
(PBL). Como exemplos desses módulos sequenciais têm: Alterações na Percepção, Consciência e Emoção,
Doenças Negligenciadas, Práticas integrativas e Complementares, Análise Laboratorial, Desenvolvimento
Farmacêutico de Medicamentos. Nas Habilidades Farmacêuticas são trabalhadas as competências
específicas do Farmacêutico, enfatizando as ciências básicas, como química geral, orgânica, inorgânica,
instrumental, entre outras, utilizando a metodologia ativa “Process Oriented GuidedInquiry Learning”
(POGIL). Já na PEC o discente entra em contato, desde a primeira semana de aula, com a comunidade,
trabalhando competências sociais e clínicas, como: SUS, Atenção Primária, semiologia farmacêutica,
atenção e assistência farmacêutica, dentre outros, utilizando como metodologia ativa a Problematização
(Arco de Charles Maguerez), promovendo integração entre o serviço e o ensino. No V Ciclo são realizados
os estágios obrigatórios e o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso. Efeitos/resultados
alcançados: O curso de Farmácia do Campus Lagarto ainda não formou turma, no entanto, já se pode
observar que os alunos adquirem, devido às metodologias utilizadas, progressivamente, postura crítica,
ética, reflexiva, assim como desenvoltura, capacidade de resolver problemas e de realização de tarefas. O
curso é aprimorado periodicamente com o intuito de melhorar o andamento das atividades acadêmicas,
podendo ser visualizado avanço na organização das atividades e produtos gerados.
Considerações finais: A experiência de montar e realizar essa estrutura curricular baseada em
competências tem sido desafiadora e tem trazido bons resultados tanto para o corpo docente quanto para
o corpo discente.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A DINÂMICA TEATRAL DA PRÁTICA EDUCATIVA NO ESTUDO DO CICLO DE KREBS
Luiz Walter Carvalho de Souza*; Patrick Luis Cruz de Sousa*; Luiz Mário Pará
Rodrigues*; Valéria Cláudia Pereira Cabral*
*Centro Universitário do Estado do Pará
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência que envolve o processo ensino-aprendizagem
criativo e inovador do estudo do ciclo de Krebs na disciplina de bioquímica aos alunos de segundo semestre
do curso de Farmácia do Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA. A metodologia tradicional
com aulas expositivas dialogada, mesmo ministrada com toda dedicação pelo docente, não apresentava
características e detalhes necessários a compreensão dos elementos fundamentais para entendimento
do referido ciclo. A busca de uma dinâmica de prática educativa inovadora com aprendizagem criativa e
motivadora que envolvesse o aluno com entusiasmo, com um pensamento de formulações de conceitos e
mudanças de percepções no foco da aprendizagem, era uma necessidade urgente. A partir dessa perspectiva
nossa ideia foi conduzir o assunto através de uma aula teatral. O método se constitui em transformar a
sala de aula em uma estação de rádio FM, designada “RADIO FM – FUMARATO MALATO”, com a participação
do professor atuando como locutor que transmite um programa de informações, abordando o tema Ciclo
de Krebs, com participação de 21 alunos convidados a participar de maneira voluntária distribuídos da
seguinte maneira: 9 alunos para compor um ciclo do ciclo de Krebs, 3 alunos para representar três moléculas
NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) e 1 para FAD (flavina adenina dinucleotídeo), 3 alunos que
participam da cadeira transportadora de elétrons formadas pelos citocromos, 1 aluno representante do
oxigênio e 4 alunos que representam o nucleotídeo de ATP (adenosina trifosfato). Cada aluno é identificado
com nome da molécula que representa à medida que o professor locutor avança na construção do fenômeno
da via metabólica, realizando entrevista com cada aluno, com perguntas sobre as reações ocorridas em
cada etapa da via. Durante a representação teatral das fases que envolvem o ciclo de Krebs, a condução
do processo é realizada de maneira informal, sem comprometer a qualidade do aprendizado, trazendo uma
dinâmica de prática educativa que busca do aluno a identificação das diferentes moléculas envolvidas
no processo, com pensamento de modo organizado através da vivência teatral a analisar o porquê de
cada determinada transformação, trazendo uma formulação de conceitos através de sua percepção, com
motivação e entusiasmo que a dinâmica envolve. Com a experiência desta prática pedagógica, fica evidente
o abandono de nossa condição passiva do aprendizado em apenas transmitir e ser ouvido, para promover
uma estratégia de ensino com aplicação teatral como técnica de educação com participação do docente
e discente, capaz de desenvolver no aluno o entendimento, compreensão e aplicação sobre o ciclo de
Krebs com clareza através das representações de ideias e para o docente a desenvolver a flexibilidade e
abertura necessária em lidar com as incertezas e novas metodologias. Neste contexto podemos ter certeza
de termos a capacidade de desenvolver novas possibilidades de ensino e prática na formação e aprendizado
de nossos estudantes.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE
Marcelo Silva Silvério*, Priscila de Faria Pinto*, André Calil*, Carmelita do Carmo*,
Clarissa Panconi*, JomaraYogui*, Juliana Perucchi*, Renata Alvarenga Vieira*,
Sabrina Paiva*
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
Caracterização do problema: O ensino em saúde, como outras áreas de conhecimento, enfrenta
desafios importantes na contemporaneidade: fragmentação do ensino; dicotomias nos projetos pedagógicos;
biologicismo e hospitalocentrismo na formação; posição passiva do aluno; professor como transmissor
de informações; significativa fragilidade no processo de profissionalização docente; desvinculação dos
currículos em relação às necessidades da comunidade, dentre outras (BATISTA, 2005).Educarem saúde é
formar pessoas para atuarem com outras pessoas, portanto, não basta ter uma formação técnica. É essencial
que os discentes possam construir um labor colaborativamente, compartilhando ações e conhecimentos.
Nesse sentido, o ensino interprofissional pode ser conceituado como uma proposta onde duas ou mais
profissões aprendem juntas sobre o trabalho conjunto na melhoria da qualidade e da atenção integral
(UNIFESP, 1999).
Quadro teórico-metodológico: A educação e a prática interprofissional (EIP e PIP) constituemse como temas de destaque no campo da saúde em todo o mundo, apontando para uma ampla reforma
do modelo de formação profissional e de atenção à saúde. Sem dúvida, é um tema que necessita de
aprofundamentos de pesquisas teórico-conceituais, empíricas e de projetos de intervenção que possam
consolidar consensos e suas repercussões nas práticas de saúde (PEDUZZI, 2013). O processo de
implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área da saúde tem revelado aspectos
fundamentais que orientam a busca por novos caminhos e referenciais de formação. Dentre estes caminhos,
podemos citar a construção de propostas curriculares que articulam o compromisso do processo formativo
com o SUS e com as necessidades de saúde da população, na perspectiva da integralidade no cuidado. Isto
demanda um trabalho em saúde que transcende os fazeres individualizados de cada profissão, assumindo
a importância da equipe (BATISTA et al., 2013).
Descrição da experiência: Este trabalho faz parte do programa PET-Saúde da UFJF e se refere ao
trabalho de estudantes dos 1º, 2º, 3º períodos dos cursos de graduação em Educação Física, Enfermagem,
Medicina, Psicologia, Farmácia, Fisioterapia e Serviço Social, que terão em sua formação o contato com o
território de cobertura de uma UAPS no município de Juiz de Fora, MG, que conta com os equipamentos de
atenção primária à saúde, com a equipe de saúde da família e seus trabalhos comunitários.
Efeitos: Os efeitos desta formação se referem à possibilidade da realização de trabalho interprofissional
durante a formação de graduação com inserção precoce nas atividades de atenção primária a saúde, a
fim de permitir que os acadêmicos possam criar a cultura profissional de se relacionar com colegas de
outras profissões no desenvolvimento de suas atividades, buscando a transformação na forma de produzir
o cuidado em saúde, assim como ampliando o acesso da população aos serviços por meio da integralidade
da assistência à saúde.
Considerações finais: Considerando os desafios e embasados nos resultados positivos
e transformadores já reportados na literatura, buscamos estimular a construção de relações de
complementaridade e interdependência e, simultaneamente de autonomia relativa com um saber próprio,
como indispensável para o sucesso dos profissionais da saúde no sentido de melhor atendimento às
necessidades de saúde das populações.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
SEMANA DE AUTOAVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA
UFRN: MOMENTO SIGNIFICATIVO PARA OBTER ELEMENTOS PARA ORIENTAR E
SUBSIDIAR A REFORMA CURRICULAR
Márcio Ferrari*; Cássio Alexandre Oliveira Rodrigues**; Cristiane Fernandes de
Assis*; Idivaldo Antonio Micali*; Ivanise Marina Moretti Rebecchi*; Raquel Brandt
Giordani*; Tereza Maria Dantas de Medeiros*
*Professores do Colegiado de Curso e do Núcleo Docente Estruturante do Curso de
Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. **Acadêmico do
Curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
Uma das preocupações dos cursos de graduação é a de proporcionar boa formação profissional,
balizada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e orientada pelo Projeto Pedagógico (PP). Ao
compreender a necessidade de atualizar o PP e reavaliar a estrutura curricular implantada em 2009.1,
foi realizada uma Semana de Autoavaliação e Diagnóstico (SAD) com o objetivo de obter elementos para
subsidiar e orientar uma reforma curricular do Curso. A SAD ocorreu de 04-08/08/2014 e a programação foi
elaborada com atividades separadas e associando alunos e professores, utilizando um roteiro para unificar
os temas discutidos. No último dia foi realizada uma assembleia para apresentação das discussões dos
temas na visão dos alunos e dos professores e determinar os encaminhamentos. Os professores também
participaram de uma atividade onde todas as ementas foram dispostas por semestres em salas, e os mesmos
analisaram cada uma delas e fizeram considerações em formulários específicos. Como relato das discussões
quanto ao perfil do egresso e objetivos o curso apresenta deficiências na integração das grandes áreas e
fragilidades na formação do profissional para o SUS e aspectos regionais. Ao analisar todas as habilidades
e competências específicas das DCN concluiu-se que o curso atende cinco itens integralmente, vinte
parcialmente e seis não são atendidos. Para cada componente foram discutidas as fragilidades, elogios e
sugestões e identificados diferentes pontos em relação à organização dos componentes curriculares: excesso
ou deficiência de carga horária, necessidade de práticas aplicadas, pré-requisitos sem relação direta,
fragilidades na integração de conhecimentos e sobreposição de conteúdo, dificuldades de compreensão
de conteúdos de alguns componentes por estarem no mesmo semestre e necessidade de implementar
diferentes metodologias de aprendizagem. Na dinâmica das ementas os professores conheceram os
conteúdos ministrados, identificaram ausência de conteúdos essenciais, sobreposição e reanalisaram os
pré e co-requisitos. Foi sugerida reformulação dos estágios supervisionados e a necessidade de oferta de
campos nas diferentes áreas de atuação. Quanto à verificação da aprendizagem foi sugerida uma reflexão,
em especial nos componentes que utilizam métodos tradicionais. Medidas para maior participação dos
alunos no curso foram ressaltadas. Problemas de infraestrutura que impactam diretamente no aprendizado
foram apontados. Para gestão do curso (coordenação e departamentos) foi sugerido maior disponibilidade
de tempo para atendimento no período noturno e melhorias no atendimento das secretarias. Algumas
providências já foram realizadas como resultado da SAD: reunião com egressos e profissionais que estão
no mercado; elaboração de um questionário para avaliação da estrutura curricular pelos egressos; reunião
com as disciplinas do curso e com a comissão de estágio supervisionado discutindo estratégias e ações
imediatas, a médio e longo prazo; atualização das ementas e programas; organização de oficina sobre
avaliação de aprendizagem; aproximação com o centro acadêmico; adequação de alguns espaços físicos;
melhoria na qualidade de atendimento dos graduandos e maior disponibilidade dos gestores no noturno. O
envolvimento dos acadêmicos, professores e gestores na SAD foi fundamental para auto avaliar, diagnosticar
e coletar material para discussões no sentido de culminar em uma reforma curricular participativa e
responsável, que atenda os anseios dos acadêmicos, egressos, professores e da profissão farmacêutica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
ESTRUTURAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA DA
USP: INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO TEÓRICO-PRÁTICO NA FORMAÇÃO DO
FARMACÊUTICO CLÍNICO
Maria Aparecida Nicoletti*, Patricia Melo Aguiar*, Sílvia Storpirtis*
*FARMUSP / Departamento de Farmácia / Faculdade de Ciências Farmacêuticas /
Universidade de São Paulo
Introdução: A Farmácia Universitária do Departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo
(FARMUSP) foi a primeira Farmácia-Escola do Estado de São Paulo. Até 2008, as atividades da FARMUSP
eram voltadas para a dispensação e manipulação de medicamentos (modelo tradicional ou biomédico).
Entretanto, este modelo de atuação já não atendia as recentes demandas de saúde, tornando-se necessário
repensar e reestruturar este modelo de modo a promover uma abordagem humanística ao paciente/usuário
de medicamentos (modelo biopsicossocial plasmado nas diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS).
Objetivo: Descrever a estruturação do modelo de estágio curricular desenvolvido na FARMUSP, com
foco na formação clínica do estudante do Curso de Farmácia.
Metodologia/Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre o desenvolvimento e a
aplicação do novo modelo de atuação da FARMUSP. Este modelo está alinhado às recentes regulamentações
da área, como a Lei nº 13.021/2014 e a Resolução CFF nº 610/2015,e foi concebido com o intuito de
tornar a FARMUSP um Polo de Referência no Ensino, na Pesquisa e Extensão à Comunidade nas áreas de
Assistência e Atenção Farmacêuticas. Para viabilizar este novo modelo, cujas atividades de cuidado ao
paciente estão vinculadas a projetos de pesquisa específicos, foram realizadas reformas na infraestrutura e
estabelecidas parcerias com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e com o Hospital Universitário
da USP.
Resultados: O estágio curricular foi estruturado com carga horária de 120h (padrão) e divido em
três etapas: 1) inicialmente, o estagiário atua no Centro de Informação de Medicamentos (CIM-FARMSUP),
cujas ações estão direcionadas à maximização da segurança do paciente, a educação em saúde e a
farmacovigilância; 2) em seguida o estudante desenvolve atividades práticas no Laboratório de Ensino
e Pesquisa do Centro de Informação de Medicamentos da FARMUSP (LEPECIM), empregando-se técnicas
de simulação de atendimento aos pacientes e 3)finalmente, o estagiário participa do acompanhamento
farmacoterapêutico de pacientes, cujas ações envolvem a avaliação das necessidades relativas aos
medicamentos, a elaboração do plano de cuidados e a realização de intervenções junto ao paciente,
familiar ou prescritor. Ao final do estágio, o estudante elabora e apresenta um vídeo, no qual simula
alguma situação clínica vivenciada e referente ao cuidado farmacêutico oferecido aos pacientes. O modelo
atual da FARMUSP viabiliza a integração do aluno de graduação, pós-graduação ou residência farmacêutica
em equipes multiprofissionais de saúde, tendo o paciente como foco principal do cuidado e o medicamento
como insumo aplicável ao seu tratamento, promovendo, assim, o uso racional de medicamentos.
Conclusão: O novo modelo da FARMUSP constitui-se em grande avanço na área, permitindo a
adequada formação do farmacêutico, respeitando as diretrizes curriculares da formação farmacêutica,
em vigor desde 2002. O profissional assim formado estará capacitado, inclusive, para colaborar com
a formulação de políticas públicas na área de Saúde. Trata-se de iniciativa de alto impacto social que
reitera e, ao mesmo tempo, avança com relação à contribuição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas à
sociedade.
Agências de Fomento: Fapesp; Pró-Inovalab.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FERRAMENTA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE FARMÁCIA INDUSTRIAL
Maria Betânia de Freitas Marques, Adriana Nascimento de Sousa
Faculdade de Minas de Belo Horizonte – FAMINAS-BH
Uma das habilidades do farmacêutico é a prática na indústria. Instituições de Educação Superior (IES)
de Farmácia devem contemplar a formação do aluno em unidades curriculares e metodologias de ensino
para a adequada formação do egresso no perfil generalista, o que pode ser dificultado em infraestrutura
que simule o ambiente industrial, um dos mais onerosos. Assim ferramentas alternativas para o ensino de
farmácia industrial podem contribuir no processo ensino-aprendizagem. Aplicar uma ferramenta de ensino
alternativo em farmácia industrial como proposta pedagógica do curso de graduação em Farmácia que
atenda às Diretrizes Curriculares Nacionais para formação do farmacêutico generalista em consonância às
políticas institucionais no âmbito do curso. Foi desenvolvido e aplicado um método de ensino alternativo
por docentes do curso de Farmácia da FAMINAS-BH, membros do Núcleo Docente Estruturante (NDE).
Foram delineados aspectos metodológicos, estruturais, viabilidade de execução, orientação docente,
procedimentos avaliativos do processo ensino-aprendizagem da atividade, bem como periodicidade de
utilização dessa prática e cronograma de execução. Para fins de normatização foi elaborado um manual e
submetido à aprovação pelo colegiado do curso para posterior divulgação aos discentes. Foi implantado
o Trabalho Interdisciplinar Supervisionado (TIS) como ferramenta para o ensino de farmácia industrial,
em caráter obrigatório e avaliativo. Os discentes do curso de farmácia da FAMINAS-BH desenvolvem o
TIS no período de aprendizagem das unidades de ensino associadas à farmácia industrial (7º período) no
decorrer do semestre letivo. A atividade ocorre mediante formação de grupos que contemplam entre 5 e 6
alunos sob orientação de um docente. O trabalho baseia-se no desenvolvimento de formas farmacêuticas
alternativas, com ênfase em “Antibióticos produzidos por processo fermentativo”, uma vez que, a
interdisciplinaridade é alcançada entre as disciplinas do período (Tecnologia Farmacêutica, Tecnologia de
Alimentos, Controle de Qualidade Físico-químico e Controle de Qualidade microbiológico). A execução do
TIS ocorre em três etapas. Na primeira os grupos são definidos, bem como docente orientador, o que é
documentado mediante um Termo de Compromisso de Orientação. Ainda nessa etapa os alunos escolhem
o tema específico e estruturam um projeto. Na segunda etapa ocorre desenvolvimento teórico-prático de
uma forma farmacêutica hipotética, bem como bula e embalagens primária e secundária. A apresentação do
TIS (terceira etapa) ocorre por meio da realização de um Workshop aberto para a comunidade acadêmica,
no qual a avaliação dos trabalhos é feita por profissionais da área. Foi elaborada uma ficha de avaliação
contendo aspectos técnicos, normativos e empreendedores, com pontuação de zero a dez, a fim de ser
somada à nota semestral do aluno em cada unidade de ensino do período. O TIS é uma ferramenta
alternativa para o ensino de farmácia industrial eficaz, o que pode ser confirmado pelo desempenho dos
alunos e percepção dos docentes e profissionais envolvidos no processo avaliativo. Vale ressaltar que
essa atividade foi sistematizada e, portanto, descrita no Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em
Farmácia da FAMINAS-BH.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
IMPLANTAÇÃO DA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA MATRIZ CURRICULAR DO
CURSO DE FARMÁCIA
Maria Betânia de Freitas Marques, Adriana Nascimento de Sousa
Faculdade de Minas de Belo Horizonte – FAMINAS-BH
A interdisciplinaridade é uma prática do conhecimento que propicia integração com diferentes
disciplinas, com diferentes alunos e docentes, o encontro de cada abordagem das unidades de ensino
na constituição da sabedoria real, articulando teoria e prática. A fim de otimizar o processo de ensinoaprendizagem a prática interdisciplinar têm se tornado uma ferramenta determinadora da aplicação dos
conteúdos abordados nas unidades de ensino de modo a valorizar a integração dos conteúdos curriculares
possibilitando rendimento ótimo ao discente. Implantação da prática interdisciplinar entre as unidades de
ensino do curso de graduação em Farmácia em nível de estrutura curricular. A partir das unidades de ensino
organizadas na modalidade seriada semestral, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso definiu temas
a serem abordados na prática interdisciplinar em cada período. A proposta foi delineada e sistematizada
em acordo ao Plano de Desenvolvimento Institucional e Projeto Pedagógico do curso, observando-se as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de graduação em Farmácia, RE nº 02/2002 do Conselho
Nacional de Educação (CNE) que normatiza a formação do farmacêutico generalista. Foi implantado o
Trabalho Interdisciplinar Supervisionado (TIS) como unidade de ensino de caráter obrigatório do primeiro ao
quinto período na matriz curricular do curso de Farmácia da FAMINAS-BH, envolvendo temas transversais e
que são desenvolvidos de forma que os discentes conseguem perceber a relação, de forma prática, entre as
unidades de ensino. Os temas contemplam a complexidade das unidades de ensino do período, a saber, 1º
Atuação profissional, 2º Educação em saúde, 3º Estudo de caso real em bioética, 4º Pesquisa quantitativa
em saúde e 5º Atenção Farmacêutica em distúrbios menores. A atividade é desenvolvida em equipe durante
o semestre letivo, no qual cada equipe escolhe um sub-tema relacionado, executa as atividades inerentes
e apresenta um produto didático resultante do estudo, pôster científico ou artigo ou resumo ou cartilha,
a uma banca avaliadora. Ao final do trabalho, além da nota de zero a 100 que é atribuída à unidade de
ensino TIS do período, as equipes também recebem de zero a 10 pontos, correspondente à nota do TIS
dividida por 10, que compõem a nota da segunda etapa de todas as unidades de ensino do período em
apreço. A prática da interdisciplinaridade por meio da execução do TIS agrega não só aspectos para a
formação técnica dos discentes, mas valores importantes do trabalho em equipe e, com isso proporcionam
habilidades coletivas como a administração de conflitos, a comunicação, a pro-atividade, a capacidade
de inovação e a confiança recíproca, fundamentais no ambiente do estágio e posteriormente no cotidiano
profissional. Ressalta-se ainda que várias publicações em congressos e periódicos, bem como projetos
de extensão e iniciação científica, já foram realizados como consequências da ação do TIS do curso
de Farmácia da FAMINAS-BH. A prática interdisciplinar foi implantada na matriz curricular do curso de
Bacharelado em Farmácia da FAMINAS-BH de modo efetivo para a adequada formação do egresso.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PROBLEMATIZAÇÃO DE PAULO FREIRE COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM
SAÚDE
Maria Cristina Werlang*, Fabiane Tejada da Silveira**
*Farmacêutica, docente do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Pelotas.
**Atriz, docente do Curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas
Introdução e caracterização do problema: o sucesso no alcance da promoção do uso racional de
medicamentos envolve o desenvolvimento de competências de comunicação nos componentes curriculares
dos cursos de farmácia e desafia para uma nova cultura na formação do profissional. A proposta de educação
problematizadora Freireana trabalha a construção de conhecimentos a partir da vivência de experiências
significativas do sujeito que surgem a partir de sua “leitura de mundo”. Para Freire, a educação envolve
compreensão, reflexão e ação perante a realidade, para transformá-la. A ação de problematizar acontece
a partir da realidade de saúde/doença do usuário e do seu contexto sociocultural, no qual o processo de
educação para o uso de medicamento será integrado. Este trabalho objetiva discutir o emprego da teoria
Freireana como estratégia para o processo de educação no âmbito da assistência farmacêutica e busca
chamar a atenção para a importância de integrar as competências humanistas na formação do profissional
farmacêutico. A problematização pode ser uma possibilidade eficaz no desenvolvimento da educação em
saúde.
Quadro teórico metodológico: relato de experiência desenvolvida na disciplina de Comunicação em
Saúde do curso de Farmácia da Universidade Federal de Pelotas a partir da temática da Problematização e
da Aprendizagem Baseada na Teoria do Paulo Freire como estratégia de educação na saúde. A disciplina,
de caráter eletivo, é uma parceria entre os Cursos de Bacharelado em Farmácia e Teatro.
Resultados: após sistematização ativa do conteúdo estabeleceu-se a seguinte questão norteadora:
- como empregar a teoria freireana no processo de educação em saúde na assistência farmacêutica?
A práxis pedagógica foi desenvolvida por meio de análise crítico-reflexiva acerca do tema proposto e
se manteve apoiada na problematização das vivências apresentadas pelos discentes. Os diálogos foram
registrados e se procedeu a discussão. Ficou claro que a metodologia da problematização possibilita o
desencadeamento da transformação do cenário real, por meio do diálogo com o usuário, onde o mesmo
assume o papel de protagonista na condução do processo de cuidado de sua saúde. O sucesso em motivar
a pessoa para a adoção de práticas seguras em relação à farmacoterapia depende da capacidade de
problematização do profissional a partir do cenário real do usuário. Na etapa final, os discentes referiram
a atividade desenvolvida como essencial para o entendimento do modo de atender ao usuário, reforçando
que a disciplina deveria fazer parte do elenco de disciplinas obrigatórias.
Considerações finais: a experiência relatada sugere quea motivação para o uso racional de
medicamentos passa por um processo educacional a ser estabelecido entre profissional da saúde e usuários.
A temática e a proposta pedagógica desenvolvidas estão alinhadas às discussões sobre as diretrizes
curriculares nacionais dos cursos de Farmácia, as quais apontam para a necessidade da formação de um
profissional crítico-reflexivo e transformador da realidade social.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
TÉCNICA TEATRAL - ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
Maria Cristina Werlang*, Moira Albornoz Stein**
*Farmacêutica, docente do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Pelotas. **
Atriz, docente do Curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas
Introdução e Caracterização do problema: comunicação em saúde se refere aos estudos e uso
de estratégias para informar usuários e promover a saúde das (e nas) comunidades. A literatura vigente
salienta que a inabilidade comunicativa dos profissionais é uma das dificuldades identificadas no decorrer
do processo de educação em saúde, podendo gerar a descontinuidade dos serviços prestados, erros de
medicação e aumento da mortalidade. O aprimoramento de competências de comunicação se torna
essencial para o bom desempenho do aconselhamento farmacêutico. De acordo com publicação recente da
Federação Internacional de Farmacêuticos, se verifica uma ligação entre teatro e saúde, reforçando a teoria
de que o teatro oportuniza ao ator/aluno o ato de colocar-se no lugar do outro. Tal vivência é a hipótese
central deste estudo descritivo.
Objetivo: evidenciar o impacto de técnica teatral sobre o aprendizado das boas práticas de
comunicação.
Quadro teórico metodológico: relato de experiência a partir de estudo observacional realizado
por docentes que ministram a disciplina de Comunicação em Saúde no Curso de Farmácia da Universidade
Federal de Pelotas. As atividades que envolveram a disciplina, eletiva e de caráter teórico-prático, foram
planejadas pelas professoras com formação em farmácia e teatro a partir de uma perspectiva construtivista.
Boas práticas de comunicação em saúde, a problematização de Paulo Freire e o Modelo Transteórico da
Mudança foram temáticas desenvolvidas durante as aulas por meio de teorização ativa. A contextualização
acerca das dificuldades comunicativas enfrentadas na relação entre profissional da saúde e usuário foi
trabalhada por meio da técnica teatral em ambiente próprio e dotado de tablado. Os alunos da disciplina
desempenharam o papel de atores nos cenários propostos.
Resultados: as estratégicas didáticas envolveram a realização de jogos teatrais, improvisações,
experimentação, construção de personagens e representação de cenas. Encenações envolvendo atitudes
positivas e negativas em relação às práticas de comunicação em saúde, tais como a escuta ativa, resposta
empática, imitação e dissonância permitiram a observação e a reflexão acerca das abordagens distintas.
Foi possível verificar que a técnica teatral mantém o aluno atento às suas próprias atitudes em relação
ao usuário e contribui com a percepção acerca das crenças e mitos que perpassam o seu desempenho. As
simulações de situações do cotidiano do profissional farmacêutico pelos alunos nos diferentes âmbitos
da atenção em saúde possibilitaram uma análise crítico-reflexiva acerca dos comportamentos e atitudes
evidenciados nas cenas.
Considerações finais: as autoras concluem que a técnica teatral pode ser uma ferramenta importante
para a formação clínico-humanista do farmacêutico, capacitando para o desenvolvimento de competências
comunicativas entre usuário e profissional da saúde. O relato sugere a revisão dos conteúdos curriculares
chamando a atenção para um novo paradigma que coloca o usuário como protagonista do processo de uso
dos medicamentos.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
USO DO PROCESS ORIENTED GUIDED INQUIRY LEARNING (POGIL) NO ENSINO
DE FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA PARA O CURSO DE FARMÁCIA DA
UFS/LAGARTO
Marilia Trindade de Santana Souza; Adriana AndradeCarvalho*.
Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, Lagarto-SE, Brasil.
Um dos grandes desafios na área da educação é promover a aprendizagem significativa, principalmente
em conteúdos básicos. Em cursos de Farmácia, um dos conteúdos básicos fundamentais é a Farmacologia.
Na Universidade Federal de Sergipe, no Campus Universitário Prof. Antônio Garcia Filho, na cidade de
Lagarto/SE (UFS/Lagarto), o currículo é baseado em competências e no uso de Metodologias Ativas de
Ensino (MAE). Além da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) outras MAEs são utilizadas, como:
Problematização e o Processo de Aprendizagem Orientado Guiado por Questões (Process Oriented Guided
Inquiry Learning - POGIL). O POGIL consiste em uma série de perguntas cuidadosamente elaboradas que
seguem três fases: uma fase de exploração, uma fase de conceito-invenção e uma fase de aplicação. No
curso de Farmácia da UFS/Lagarto, foi utilizado o POGIL para trabalhar conceitos de Farmacodinâmica
e Farmacocinética. Na fase de “exploração”, os alunos examinaram “modelos”, procuram padrões dentro
deles e extraíram significados. O modelo consistiu de esquemas, imagens, tabelas e gráficos, o qual
facilitou a compreensão, quando comparado ao texto escrito ou a uma aula expositiva, tradicional. Além
disso foi observado que, muitas vezes, as perguntas levavam os alunos a testarem hipóteses e discutir
conceitos entre si. Os conceitos também foram plenamente desenvolvido além de que, ao testar, estender
e aplicar os mesmos às novas situações, o aluno foi capaz de aumentar sua compreensão e visualizar
aplicação prática daqueles conhecimentos. Ao final, os alunos foram submetidos a um QUIZ, para avaliação
cognitiva dos conteúdos abordados. No QUIZ foi observado que todos os alunos alcançaram conceito APTO,
o qual demonstra o sucesso dessa Estratégia de Ensino. Assim, nesta experiência, o que se notou foi o
maior interesse pelo aluno, além de uma maior compreensão do conteúdo e taxa de sucesso eficaz. Esse
fato nos estimula a desenvolver MAE de forma integral no Curso de Farmácia.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FARMÁCIA ESCOLA - INTEGRANDO A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Marina Raijche Mattozo Rover; Andrea Gnecco; Heloá Klabunde; Taynara Silveira;
Eduarda Lodetti;Silvana Nair Leite
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento de Ciências
Farmacêuticas
Caracterização do problema: A Farmácia Escola UFSC tem como objetivo promover a formação
em serviço e qualificar a assistência farmacêutica no SUS. Atualmente é local de estágio e atende 100%
dos usuários do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) de Florianópolis. Esta
estratégia de acesso a medicamentos é caracterizada pela busca da garantia da integralidade do tratamento
medicamentoso, em nível ambulatorial. Entretanto, ainda há diversas barreiras que impedem efetivamente
a integralidade das ações, principalmente, no que diz respeito a agravos crônicos em que os diversos
níveis de atenção à saúde estão envolvidos (BRASIL, 2010). Destaca-se, neste cenário, que o sistema de
gestão e informação do CEAF não interopera com o sistema utilizado pelas demais unidades de saúde do
município, ou seja, é um sistema fechado ao qual só tem acesso os farmacêuticos que trabalham com o
Componente. Nesse contexto, para que a integralidade se concretize a comunicação, a cooperação entre os
serviços e o intercâmbio constante entre os profissionais torna-se basilar (MALTA; MERHY, 2010).
Quadro teórico-metodológico: Desta forma, em 2013 iniciou-se um projeto de extensão com a
finalidade de promover a integração entre a farmácia e a rede de saúde do município buscando facilitar o
acesso, a adesão aos tratamentos e a integralidade da atenção. Ou seja, promover a troca de informações
com a rede, possibilitar relações entre os serviços farmacêuticos e as outras unidades e permitir que o
aluno também desenvolva o olhar para o processo de atenção e a necessidade de integração dos serviços.
Descrição da experiência: Iniciou-se registrando as informações obtidas durante a dispensação no
prontuário eletrônico utilizado pelas demais unidades de saúde para conhecimento dos outros profissionais.
Paralelamente realizou-se o monitoramento das dispensações e busca ativa dos faltantes. Posteriormente
foram realizadas reuniões com as equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), com a finalidade de
apresentar os serviços e as principais demandas dos usuários, disponibilizar materiais informativos,
esclarecer dúvida se estabelecer um canal de comunicação.
Resultados alcançados: Observou-se que, diversos fatores influenciam o acesso e a adesão ao
tratamento, dentre eles, destacam-se a falta de informações sobre a terapêutica, o tempo prolongado de
uso e o número elevado de medicamentos, além de dificuldades em conseguir consultas e a documentação
médica necessária para a continuidade dos tratamentos, como receitas e laudos médicos. Essas informações
obtidas durante a dispensação, normalmente não chegam às equipes das UBS. A falta de informações pode
prejudicar o acompanhamento integral dos usuários, o acesso e a resolutividade dos serviços. Observou-se
também, que as equipes das UBS permanecem com dúvidas sobre o acesso aos medicamentos, sendo um
dos motivos apontados a falta de canais de comunicação consolidados.
Considerações finais: As avaliações dos participantes levam a conclusão que as estratégias
desenvolvidas beneficiam tanto os profissionais quanto os usuários. Em serviços integrados o fluxo de
informações é facilitado e com isso, os problemas podem ser trabalhados resultando na melhoria dos
serviços e propiciando a integralidade da atenção. Por fim, este projeto propiciou o aprendizado sobre: o
processo de atenção e as Redes de Atenção Saúde.
Auxílio: Bolsas do Edital ProEx UFSC.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AULA PRÁTICA COMPUTACIONAL SOBRE OS INIBIDORES DA ENZIMA ECA
Maurício Temotheo Tavares*, Marina Candido Primi*, Michelle Carneiro Polli**,
Elizabeth Igne Ferreira*, Roberto Parise-Filho*
*Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade
de São Paulo, São Paulo, Brasil. **Departamento de Farmácia, Universidade São
Francisco, Campinas, Brasil.
Introdução: Contemplar os aspectos moleculares da interação entre um fármaco e seu receptor
biológico certamente é um dos maiores desafios do ensino da Química Farmacêutica aos graduandos em
Farmácia. Desenvolver no estudante a habilidade de raciocinar sobre a estrutura do fármaco e a resposta
biológica promovida, não é uma tarefa fácil. Neste sentido, o uso de recursos tecnológicos e audiovisuais
podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o lúdico e permitindo ao estudante
vivenciar as interações fármaco-receptor (F-R) de forma totalmente singular. O captopril, o enalapril
e o ramipril são inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), utilizados no tratamento da
hipertensão. Esses fármacos ilustram a importância de se explorar ao máximo o sítio de interação, bem
como os benefícios obtidos ao explorá-lo. Face ao exposto, este trabalho apresenta uma abordagem
didática mais avançada, que busca trabalhar os aspectos teóricos relativos às interações F-R em uma
experiência prática computacional.
Resultados e Discussão: O procedimento desta aula prática foi planejado para ser trabalhado em 4
horas/aula, sendo os temas subdivididos em: Aquisição, Manipulação e Interpretação.
Aquisição: a partir do siteProtein Data Bank (PDB) são salvos os arquivos contendo cada complexo
cristalografado da enzima ECA, com os fármacos captopril, enalaprilato (forma ativa do enalapril) e
ramiprilato (forma ativa do ramipril). Posteriormente, a partir do site PDBsum, o estudante visualiza de
forma bidimensional as interações de cada um dos fármacos acima, com os aminoácidos que compõem o
bolsão catalítico da ECA, bem como a natureza destas interações (interação de hidrogênio, coordenação
com metal e interação hidrofóbica).
Manipulação: a partir do programa WebLabViewer Lite 4.2, são visualizados os arquivos salvos
anteriormente. Observam-se os átomos presentes na enzima, no fármaco, o íon Zn2+ e moléculas de
água. Para facilitar a visualização, cada complexo é tratado excluindo os átomos que não participam
das interações F-R (de acordo com o indicado pelo site PDBsum). Assim, é possível verificar que regiões
adicionais do bolsão catalítico são exploradas pelos fármacos enalapril e ramipril (inibidores aprovados
posteriormente ao captopril).
Interpretação: são observadas as distâncias interatômicas entre cada fármaco e a enzima, bem
como a disposição espacial de cada um destes no bolsão catalítico. São gerados os mapas de distribuição
eletrônica da enzima e dos fármacos e assim, são identificadas as regiões de maior e menor densidade
eletrônica de ambos. Com isso, os alunos são capazes de verificar a complementariedade espacial e
eletrônica entre cada fármaco e seu sítio de interação.
Conclusões: Esta abordagem tem sido executada com êxito pelos estudantes do 5° semestre de
Farmácia da USF, revelando-se uma estratégia de baixo custo e elevado aproveitamento. Sua aplicação
como instrumento didático aprimora a compreensão dos aspectos inerentes à formação do complexo F-R,
tornando o ensino destes conceitos mais interessante e eficaz.
Agradecimentos: FAPESP; CAPES; CNPq
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
FORMAÇÃO X DEFORMAÇÃO FARMACÊUTICA EM SAÚDE: FOCO NA PESSOA OU
FOCO NO MEDICAMENTO?
Nilce Nazareno da Fonte
Universidade Federal do Paraná
Entre as transformações que a formação farmacêutica passa no Brasil, a maior delas refere-se ao
foco da profissão. A partir do movimento em torno da regulamentação do profissional “biomédico”, em
1983, essa discussão tomou um forte direcionamento. Com a preocupação com o desenvolvimento do
parque nacional fabril de medicamentos, um novo movimento tomou conta do país, concretizado em
diversos eventos e documentos, objetivando discutir os rumos da profissão farmacêutica. Neste contexto,
constatado que a profissão deveria se voltar prioritariamente para o medicamento, a aprovação da LDB
em 1996 deu vida a esse anseio: a formação profissional teria novo rumo. Assim, em 2002 foi aprovada a
resolução que redirecionava a formação profissional, com novos conceitos e orientações e, principalmente,
possibilitando uma grande flexibilidade às escolas de Farmácia. Em paralelo às transformações políticas e
legais no âmbito farmacêutico, as instituições de ensino passaram a conviver com demandas em assistência
e atenção farmacêuticas, gestão, novas tecnologias, entre outros. Passados 13 anos do início dessa nova
fase, é fundamental discutir como tem se dado a formação farmacêutica no país, particularmente no que
tange ao atendimento às necessidades da população. O presente trabalho pretende lançar alguns elementos
para essa reflexão, discutindo qual deve ser o foco mais adequado para a formação. A Resolução CNE/CES
2/2002 estabelece que a formação do farmacêutico deva contemplar as necessidades sociais da saúde e
que os conteúdos essenciais nos cursos de Graduação devem estar relacionados com todo o processo saúdedoença do cidadão, da família e da comunidade. Neste sentido, pode-se entender a atuação farmacêutica
em três etapas principais quanto às necessidades da população: manutenção da saúde, diagnóstico correto
dos processos de não saúde e recuperação adequada da saúde. A primeira envolve conhecimentos sobre
saúde equilibrada, englobando biologia humana saudável, impacto do ambiente externo e estilo de vida,
entre outros. A segunda etapa refere-se à identificação precisa do elemento causal responsável pelo
estado de não saúde, implicando em sólidos conhecimentos sobre patologia, sinais e sintomas. A terceira
etapa prevê avaliação de prescrições médicas e a prática de prescrição farmacêutica, com domínio sobre
conhecimentos quanto a medidas não farmacológicas e farmacológicas, fundamentais para a recuperação
da saúde. Esta maneira de vislumbrar o papel do farmacêutico na saúde coloca necessariamente o indivíduo
no foco da atenção. Neste enfoque o farmacêutico atua como verdadeiro educador em saúde, evitando ao
máximo que a pessoa adoeça e colaborando efetivamente para a recuperação da saúde. Em contrapartida,
quando, o foco da formação é o medicamento, o farmacêutico restringe sua atuação ao uso racional de
medicamentos, omitindo-se de atuar como real promotor da saúde. Reflexo disso é o crescente número de
efeitos adversos, intoxicações, sequelas, internamentos e novas patologias fruto do abuso ou equívoco
no uso de medicamentos por desinformação, erro médico ou omissão farmacêutica. Cabe lembrar que,
tendo a mídia como principal educadora, a população acredita ter no medicamento seu único instrumento
de saúde. Questiona-se assim o direcionamento voltado ao medicamento, evidenciado nas políticas e na
formação farmacêuticas, sugerindo-se o foco no indivíduo saudável no trato farmacêutico.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
QUALIFICAÇÃO DOCENTE POR MEIO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL PET/MEC
Nilce Nazareno da Fonte
Universidade Federal do Paraná
A profissão farmacêutica passa por profundas transformações no Brasil, implicando na necessária
atualização docente para a adequada formação profissional. Nas últimas décadas, além da atualização
técnica fruto da inovação tecnológica, a LDB de 1996 lançou novas exigências à formação profissional,
como os aspectos humanistas, críticos e reflexivos e um novo olhar sobre o cuidado com o usuário
do medicamento. Neste contexto, a qualificação docente deve ser alvo obrigatório de discussões. O
presente relato de experiência visa compartilhar o que considero qualificação docente como tutora há
11 anos pelo Programa de Educação Tutorial no grupo PET-Farmácia da Universidade Federal do Paraná.
O PET está atualmente abrigado na Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação
e objetiva a formação diferenciada e qualificada de seus integrantes por meio do trabalho coletivo e
interdisciplinar. Cada grupo é composto por um professor tutor e até 12 acadêmicos bolsistas e seis não
bolsistas, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa, extensão, administrativas, políticas e culturais.
Os estudantes devem participar do Programa por pelo menos dois anos, podendo permanecer durante
toda a vida acadêmica. O exercício da tutoria exige do professor um perfil de real educador, mantendo
relação próxima com os estudantes, possibilitando a percepção das necessidades individuais e coletivas,
nos aspectos técnico e humano. No grupo PET-Farmácia/UFPR as atividades são discutidas em grupo,
onde participo da concepção, desenvolvimento e avaliação. Para a correta tutoria, atualização contínua é
fundamental, em áreas diferentes das de minha atividade docente disciplinar, dada a constante renovação
do grupo e naturais novas demandas e interesses. Em 11 anos de tutoria, destaco a orientação em: projetos
de extensão desenvolvidos com crianças de escolas públicas ou portadoras de necessidades especiais,
com crianças e adolescentes institucionalizados, com idosos independentes e idosos institucionalizados
e atualmente com gestantes; projetos de pesquisa coletivos avaliando mercado de trabalho farmacêutico,
impacto da educação tutorial nos egressos, uso de medicamentos por comunidades específicas, entre
outros; oficinas temáticas e discussão de artigos científicos; elaboração de resumos para eventos
científicos; realização de jornadas acadêmicas do Curso e feiras de profissão; elaboração de resenhas de
livros e discussão de filmes; orientação para a condução de reuniões, elaboração de atas e memórias,
organização de documentos; participação em eventos deliberativos e discussões políticas. Quanto à
formação humanista estimulo a leitura de textos e a discussão de temas envolvendo o trabalho coletivo,
valores, ética, liderança, inteligência emocional, responsabilidade social, complementadas com atividades
específicas e avaliações individuais e coletivas. A atividade tutorial compreende, portanto, desconstrução
e reconstrução constante de conceitos e teorias que se consolidam na prática. Todo meu aprendizado
tutorial reverte obrigatoriamente na minha prática docente e é compartilhado com os colegas de profissão,
mediante o convite à colaboração no PET e a socialização dos resultados em reuniões. Esta experiência me
permite vislumbrar a profissão farmacêutica e docente sob uma perspectiva que jamais teria se estivesse
apenas na condição de professora em uma ou duas áreas. Vejo na prática da tutoria pelo modelo PET-MEC
talvez a forma mais rica de qualificação docente, devendo ser valorizada e estimulada.
Agência financiadora: MEC (via CAPES e FNDE)
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO
CURRICULAR
Patricia Guedes Garcia*; Rinaldo Henrique Aguilar-da-Silva**; Soraida Sozzi Miguel*;
Magali Broges de Oliveira*
*Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema). **Faculdade
de Medicina de Marília (Famema)
Introdução: O método pedagógico adotado nos Estágios Supervisionados do Curso de Farmácia da
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) é o da problematização (Bordenave
& Pereira, 1991). Este método é uma estratégia pedagógica que tem como objetivo formar profissionais
capazes de continuar a ‘aprender a aprender’, centrado no estudante, com visão ética, humanística e
responsabilidade social (Aguilar-da-Silva et al, 2010) O Estágio em Farmácia prevê o desenvolvimento
das capacidades com a finalidade de aprimorar e consolidar conhecimentos na área farmacêutica.
Estas atividades estão estruturadas em três pilares: atenção individual, ações coletivas e gestão. As
tarefas, a partir desses pilares, são definidas e realizadas em três níveis de complexidades utilizando
recursos cognitivos, psicomotores e afetivos. Todos os cenários contam com preceptores, supervisores e
coordenadores capacitados para o ensino, utilizando estratégias de metodologias ativas, com ênfase na
problematização, por meio de ciclos pedagógicos com apresentação de casos reais vivenciados na prática
profissional.
Objetivo: Relatar o uso da metodologia ativa de ensino/aprendizagem nos Estágios Supervisionados
do Curso de Farmácia nos 8º e 9º períodos, em Farmácia Hospitalar, Comunitária e Manipulação Alopática
e Homeopática; Análises Clínicas e Indústrias de Medicamentos e de Alimentos.
Metodologia: São realizados ciclos pedagógicos, quinzenais, com duração de duas horas, cada
grupo conta com 8 a 10 estudantes e um tutor. Nestes encontros, os estudantes fazem relatos baseados
nas experiências em cada campo de estágio, descrevendo os processos de trabalho vivido por cada um.
Todos apontam as lacunas de conhecimento e formulam questões de aprendizagem, segundo a taxonomia
de Bloom. Cada ciclo tem entre a abertura e o fechamento um intervalo de 15 dias, para que os estudantes
busquem respostas aos questionamentos em bases de dados e literatura científica. No fechamento, todos
discutem sobre as questões levantadas, estudantes e tutores realizam a auto avaliação. Resultados: Tendo
em vista que o Estagio Supervisionado do Curso de Farmácia da FCMS/JF é estruturado de modo que os
estudantes exercitem a cadeia dialética de ação-reflexão-ação, ou seja, a relação prática-teoria-prática,
o uso da problematização permite o cumprimento das tarefas e pilares pré-estabelecidos no Projeto
Pedagógico do Curso. Dentre as lacunas de conhecimento e questões de aprendizagem levantadas nos
ciclos pedagógicos, no período de 2009 a 2015, observa-se que cerca de 20% estão relacionadas a questões
afetivas e interpessoais, 30% a fatores psicomotores e 50% de ordem cognitiva. Esta metodologia permite
observar ainda, que os três pilares de sustentação dos estágios são plenamente cumpridos.
Conclusão: Observa-se que a Problematização permite avaliar o desenvolvimento das diversas áreas
de atuação do futuro profissional farmacêutico estruturada em uma prática consciente, com reflexos na
postura de todos os participantes deste processo: coordenadores, supervisores, preceptores, tutores e
especialmente dos estudantes para o tratamento crítico e reflexivo dos temas vivenciados nos cenários
práticos, segundo a atenção individual, ações coletivas e gestão dos processos de trabalho.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O USO DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO METODOLOGIA DE ENSINO NA
FORMAÇÃO DE FARMACÊUTICOS CLÍNICOS
Patrick Luis Cruz de Sousa*; Luiz Mário Pará Rodrigues*; Wellington Barros da
Silva**; Luiz Walter Carvalho de Souza*; Carlos Adriano Santos Souza**; Jorge
Yuichi Takata Silva***; Marcos Valério Santos Silva***
*Centro Universitário do Estado do Pará; ** Universidade Federal de Sergipe ;
**Universidade Federal do Pará
O trabalho apresenta um relato de experiência da utilização de metodologia ativa de ensino de
simulação realística (SR) técnica e comportamental na formação de farmacêuticos clínicos, construído ao
longo de um ano, no curso de pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do Centro
Universitário do Estado do Pará (CESUPA). A SR tem como fundamento teórico-pedagógico a concepção
construtivista da aprendizagem, na qual o estudante seja capaz de elaborar, por meio da simulação em
cenários e situações-problema pré-definidos, uma representação pessoal sobre a prática profissional e seus
conteúdos. Desta forma os farmacêuticos são estimulados a rever seus conhecimentos, competências e
habilidades construindo novos saberes e atitudes necessários à prática clínica, incluindo a prescrição de
medicamentos. As atividades de SR são realizadas no laboratório de habilidades clínicas do CESUPA com 68
farmacêuticos, os quais foram submetidos à 73 cenários e situações de aprendizagem, simulando a prática
clínica profissional ambulatorial e hospitalar. A atividade é dividida didaticamente em três momentos
(briefing, simulação e debreafing). No briefing o pós-graduando recebe, dez minutos antes, informações
básicas relacionadas ao cenário, situação e informações de apoio caso necessário de acordo com cada caso.
Em seguida inicia a simulação e o farmacêutico realiza o atendimento de pacientes simulados que são
treinados atuando no sentido de atingir o objetivo educacional, exercitando conteúdos, competências e
habilidades do profissional dentro te um período de tempo determinado, com a oportunidade de aprender
fazendo, errando e lidando com suas próprias decisões e condutas. Os pacientes simulados recebem
treinamento prévio repetitivo para evitar situações de improviso durante a SR. Na fase final, já após a
simulação o estudantes e demais participantes podem revisitar as situações simuladas, uma vez que são
gravadas em áudio e vídeo para posterior discussão e debate dos casos com o intuito de refletir sobre
condutas e atitudes para construir seu aprendizado por meio da identificação de deficiências em conteúdos
e habilidades, estimulando o desenvolvimento cognitivo de suas capacidades clínicas. Os professores atuam
como tutores, facilitadores e avaliadores, acompanhando o desenvolvimento continuado dos farmacêuticos.
Além disso conduzem as discussões pós simulação sempre destacando a necessidade de contextualizar
conteúdos e conhecimentos, desenvolvimento de habilidades clínicas, técnicas e comportamentais, e o
foco no paciente. Esta estratégia pedagógica pode ser um instrumento poderoso para o desenvolvimento
de competências e habilidades na área clínica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO
HABILIDADES CLÍNICAS NA GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Patrick Luis Cruz de Sousa*; Luiz Mário Pará Rodrigues*; Luiz Walter Carvalho de
Souza*; Wellington Barros da Silva**; Marcos Valério Santos Silva***; Marcieni
Andrade***
*Centro Universitário do Estado do Pará; ** Universidade Federal de Sergipe;
***Universidade Federal do Pará
O trabalho apresenta um relato de experiência da utilização de metodologia ativa de ensino de
simulação realística (SR) comportamental na formação de farmacêuticos, construído ao longo de três
semestres, na disciplina de semiologia farmacêutica do curso de graduação em farmácia do Centro
Universitário do Estado do Pará (CESUPA). A SR tem como fundamento teórico-pedagógico a concepção
construtivista da aprendizagem, na qual o estudante seja capaz de elaborar, por meio da simulação em
cenários e situações-problema pré-definidos, uma representação pessoal sobre a prática profissional e
seus conteúdos. Desta forma os estudantes são estimulados a aplicar os conhecimentos aprendidos de
forma contextualizada com a prática clínica, desenvolvendo competências e habilidades para construção
de novos saberes e atitudes necessários ao raciocínio clínico. As atividades de SR são realizadas no
laboratório de habilidades clínicas do CESUPA com 74 estudantes de farmácia, os quais foram submetidos
à 13 cenários e situações de aprendizagem, simulando a prática clínica ambulatorial e hospitalar no
contexto da semiologia farmacêutica. Nesse sentido são treinadas a anamnese farmacêutica, exame físico
e exame cínico. A atividade é dividida didaticamente em três momentos (briefing, simulação e debreafing).
No briefing o estudante recebe, 20 minutos antes, informações básicas relacionadas ao cenário, situação
e informações de apoio. Em seguida inicia a simulação e o graduando realiza o atendimento de pacientes
simulados que são treinados atuando no sentido de atingir o objetivo educacional, exercitando conteúdos,
competências e habilidades relacionadas à semiologia farmacêutica no contexto do manejo de problemas
de saúde autolimitados e detecção de problemas relacionados à farmacoterapia, dentro te um período
de tempo determinado, com a oportunidade de aprender fazendo, errando e desenvolvendo a capacidade
de tomada de decisão e escolha de condutas. Na fase final, já após a simulação o estudantes e demais
participantes podem revisitar as situações simuladas, uma vez que são gravadas em áudio e vídeo para
posterior discussão e debate dos casos com o intuito de refletir sobre condutas e atitudes para construir
seu aprendizado por meio da identificação de deficiências e virtudes em conteúdos e habilidades,
estimulando o desenvolvimento cognitivo de suas capacidades clínicas. O professor atua como tutor,
facilitador e avaliador e acompanha o desenvolvimento continuado dos estudantes. Além disso conduz as
discussões pós simulação sempre destacando a necessidade de contextualizar conteúdos e conhecimentos,
desenvolvimento de habilidades clínicas e o foco no paciente. Esta estratégia pedagógica pode ser um
instrumento poderoso para o desenvolvimento de competência s e habilidades na área clinica.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
SEGURANÇA DO PACIENTE E O PROCESSO DE FORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE:
PERCEPÇÕES DE GESTORES, EDUCADORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Paulo Sérgio Dourado Arrais*, Ester Massae Okamoto Dalla Costa*, Fabíola Lucy
Fronza Alexandre**, Marcos Valério Santos da Silva*, Cristiane Barelli*, Ranieri
Carvalho Camuzi*, Expedito Rogildo Cordeiro Carlos*, Maria Helena Seabra Soares de
Britto*, Vania dos Santos*, Denise Bueno*
* Associação Brasileira de Educação Farmacêutica. ** SGTES/Ministério da Saúde
Introdução: A segurança do paciente é entendida como a redução, a um mínimo aceitável, do risco
de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. É tema recomendado pela Organização Mundial
da Saúde, dada a magnitude dos Eventos Adversos ocasionados pelo uso de tecnologias, que inclui os
medicamentos, e serviços de saúde. No Brasil, uma das estratégias prevista pela Portaria GM/MS no. 529,
de 1 de abril de 2013, que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, foi a necessidade de
inclusão do tema nos currículos dos cursos de formação em saúde de nível técnico, superior e de pósgraduação. Tendo em vista a realização do V Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos,
em setembro de 2014, a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF) propôs, em parceria com
o Ministério da Saúde, a realização de uma oficina que teve como objetivos analisar o atual cenário da
educação superior em saúde e a formação de profissionais capacitados para promover a segurança do
paciente e propor estratégias de ensino-aprendizagem e cenários de prática para a formação de profissionais
de saúde habilitados para promover a segurança do paciente.
Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo relatar os resultados das discussões ocorridas na
oficina “Segurança do Paciente e o Processo de Formação na Área da Saúde”.
Métodos: Os métodos empregados na oficina foram os seguintes: palestra de abertura; formação de
grupos de trabalho que trabalharam duas temáticas específicas (1. O ensino sobre a Segurança do Paciente
nos Cursos da área da saúde; e 2. Os cenários de prática interprofissional e estratégias pedagógicas) e
apresentação das discussões de cada grupo, que foram intercaladas com apresentação de experiências
exitosas por convidados que além da apresentação individual, deveriam tecer comentários sobre o produto
dos trabalhos dos grupos. Para o relato dos resultados foram utilizadas as anotações dos GTs e dos
coordenadores.
Resultados: Participaram 45 profissionais de diversas áreas da saúde. Na opinião dos participantes o
atual cenário da educação superior não aborda o tema como deveria e apontam a existência de experiências
individuais, a ausência de disciplinas e a falta da integração entre os profissionais como aspectos
preocupantes. Entre as recomendações para se contrapor a esta situação e desenvolver a promoção do uso
racional do medicamento foi sugerido: a busca de novo referencial para a formação, o cuidado; a discussão
com o Núcleo Docente Estruturante das IES para inserção do assunto na matriz curricular dos cursos da
área da saúde, com simulações realísticas, estágios, pesquisa, extensão e como tema para TCC; a inclusão
no ensino técnico, nas residências multiprofissionais e nos programas de pós-graduação e outros de
educação permanente; fortalecimento da integração ensino-serviço. Com relação aos materiais técnicos e
educativos desenvolvidos pelo Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente,
a recomendação é a de que todos sejam incorporados no processo de formação, na educação permanente
e nas práticas dos profissionais.
Conclusão: a oficina proporcionou aprofundamento dos debates na área e o compromisso de todos
em multiplicar os debates em suas instituições.
Apoio: SGTES/MS
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ATENDIMENTO CLÍNICO COMO ESTRATÉGIA NA FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Priscila Vautier, Margareth Ferreira Pádua
Universidade Braz Cubas- Mogi das Cruzes, São Paulo
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Farmácia, na formação generalista
do farmacêutico é responsabilidade dos cursos de farmácia a criação de condições para que o aluno entre
em contato com a realidade e desenvolva habilidades e competências, numa visão coletiva e solidária. É
fundamental que o aluno desenvolva uma postura mais crítica, humanística e reflexiva a fim de atender as
necessidades da sociedade, sendo capaz de transformar a realidade em que está inserido. Neste sentido,
reconhecendo a importância de inserir o discente numa prática de atenção farmacêutica, iniciaram-se
em outubro de 2012 as atividades no Núcleo de Atendimento Farmacêutico (NAF) integrando ao Núcleo
de Saúde da Universidade, o qual oferece à comunidade atendimentos em odontologia, fisioterapia,
optometria, psicologia e farmácia. Dentre os objetivos iniciais, foi estabelecido o desenvolvimento de um
trabalho multidisciplinar, permitindo aos acadêmicos do curso de Farmácia a interação com a comunidade
e com acadêmicos de outros cursos. Desenvolver habilidade de acolhimento, escuta ativa, capacidade de
estabelecer vínculo por confiança, permitir a intercomunicação com as disciplinas do curso e a aplicação
de conhecimentos estão entre os objetivos a serem atingidos. As atividades de atenção farmacêutica
são desenvolvidas em área específica destinada a tal, com infraestrutura apropriada e, em domicílio dos
pacientes. São realizados seguimentos farmacoterapêuticos, ações de educação em saúde, esclarecimentos
e orientações sobre uso correto de medicamentos, notificações de suspeita de reações adversas e
desvio de qualidade de medicamentos. Os pacientes chegam ao NAF por demanda espontânea ou por
encaminhamento das demais clínicas. A participação do discente é voluntária, semestral e as vagas são
oferecidas a todos os acadêmicos do curso. O grupo completa-se com cinco equipes de três alunos, sendo
que os acadêmicos dos últimos semestres tornam-se lideres das mesmas. Nas atividades desenvolvidas
o discente é colocado na posição de ator principal e com a estratégia de aprender fazendo, procura-se
desenvolver a capacidade investigativa, interdisciplinar, motivadora e humanista, na qual o mesmo se
responsabiliza pela análise e resolução de problemas. O treinamento e tomadas de decisões são contínuos
e o docente responsável pelas atividades tem o papel de orientar as ações buscando o desenvolvimento
de habilidades que permita uma postura clínica profissional. O NAF tem se consolidado como um local
de cuidado à saúde. O reconhecimento da atuação clínica do farmacêutico pela equipe de saúde e pelos
usuários de medicamentos é constatado pelo aumento da demanda espontânea tanto quanto na indicação
de pacientes pelos demais profissionais da equipe. Resultados clínicos que impactam na qualidade de vida
dos usuários têm sido evidenciados. Sendo assim, a implantação da prática clínica direcionada ao cuidado
ao paciente tem se mostrado como importante ferramenta na formação de um profissional com capacidade
de analisar o todo de maneira integrada, sensível pelas questões sociais, culturais e ético e apto a lidar
com o ser humano e, na valorização do trabalho farmacêutico.
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PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS COMO FERRAMENTA
PARA FORMAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO
FARMACÊUTICO
Rafaela Estevão do Amaral, Bianca de Souza, Juliana Assmann, Karen Dartora, Kelin
Arossi, Marines Pérsigo Morais Rigo, Luísa Scheer Ely, Luciana Carvalho Fernandes,
Carla Kauffmann, Luís César de Castro
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde UNIVATES; Curso de Farmácia, Bacharelado;
Farmácia-Escola Lajeado/RS
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há uso racional de medicamentos
(URM) quando, primeiramente, é detectada e estabelecida a necessidade do uso do medicamento e quando
o paciente recebe os medicamentos em doses e condições adequadas para efetuar seu tratamento de
maneira apropriada e em tempo determinado, com menor custo para si e para a comunidade. Esse trabalho
descreve o resultado da experiência dos estagiários da Farmácia-Escola do Centro Universitário UNIVATES,
localizada no município de Lajeado/RS.
Objetivos: Procurou-se desenvolver o trabalho buscando pontuar as ações que objetivam intervenções
junto aos usuários dos serviços farmacêuticos.
Metodologia/desenvolvimento: No período de janeiro de 2012 a junho de 2013, a estratégia de
desenvolvimento de caixas organizadoras de medicamentos personalizadas foi ofertada a 73 usuários
da Farmácia-Escola. As intervenções associadas às atividades desenvolvidas incluíram o acolhimento do
usuário, vínculo profissional/usuário, escuta ativa e detecção de problemas associados à terapêutica.
Resultados: Foi oportunizada aos estagiários e farmacêuticos da Farmácia-Escola a discussão
de casos e construção de conceitos fundamentais para à profissionalização como consideração das
especificidades biopsicossociais do usuário, proposição de intervenções, caixas organizadoras de
medicamentos personalizadas, unitarização de doses e calendário de administração. Em sua maioria, os
usuários são mulheres (56; 76,7%). A idade variou de 18 a 87 anos, sendo que indivíduos com mais de 60
anos compõe 52%. Alguns usuários apresentam maior dificuldade de adesão ao tratamento medicamentoso
por residirem sozinhos, por falta de autonomia para administrarem seus medicamentos ou até mesmo por
deficiências sensoriais e cognitivas, como a falta de visão. Considerando estas peculiaridades, para alguns
usuários os medicamentos são unitarizados, mensalmente, e acondicionados nas caixas organizadoras.
Conclusão: A promoção do uso racional de medicamentos e a reconstrução da identidade do
profissional farmacêutico são fatores determinantes dentro do serviço público de saúde para garantir a
melhoria e qualificação dos serviços oferecidos. Ao realizar a escuta ativa, é possível não apenas detectar
os problemas relacionados aos medicamentos, mas entender porque eles ocorrem, possibilitando criar
intervenções adequadas às necessidades dos usuários. Assim, se contribui com a autonomia especialmente
dos idosos e para a melhoria da qualidade de vida de seus cuidadores, contribuindo para a qualidade da
saúde e vida da população, bem contribuir como tensor positivo integrativo para a formação profissional
do farmacêutico.
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TEAM BASED LEARNING (TBL): UMA FERRAMENTA ÚTIL PARA
PROBLEMATIZAÇÃO E ENSINO DE COMPETÊNCIAS
Ranieri Carvalho Camuzi; Monique Araújo de Brito; Benedito Carlos Cordeiro
Departamento de Farmácia e Administração Farmacêutica (MAF). Faculdade de
Farmácia. Universidade Federal Fluminense (UFF); Mestrado Profissional em Ensino
na Saúde. Escola de Enfermagem Aurora Afonso da Cunha. Universidade Federal
Fluminense
Caracterização do problema: A utilização de metodologias ativas problematizadoras tem sido
cada vez mais uma exigência na formação dos futuros profissionais farmacêuticos. Em especial, as
diretrizes curriculares (BRASIL, 2002) estipulam competências gerais que, mais que um conteúdo a ser
trabalhado, podem ser adquiridas pela escolha do projeto pedagógico do curso. Uma metodologia ativa,
problematizadora, que estimula o trabalho em equipe, a tomada de decisões e liderança, entre outros, é o
Team Based Learning (TBL).
Quadro teórico-metodológico: O TBL é uma metodologia ativa que se baseia na interação em
pequenos grupos. Inicialmente, os alunos devem ler um material previamente selecionado pelos professores.
Depois, o processo consiste de 4 passos sequenciais: um breve exame, individual e objetivo, sobre os
textos estudados. Em seguida, o mesmo exame é aplicado, mas agora em grupos, cujos integrantes são
selecionados de maneira a formar grupos homogêneos. A correção do teste é feita de forma imediata,
através de aplicativo on-line ou “raspadinhas”. É possível, quando houver discordância com o gabarito,
recursos escritos. Depois, ao se observar os pontos mais falhos na aprendizagem, o professor trabalha
os conteúdos que apresentaram mais dúvidas (MICHAELSEN e SWEET, 2008). Finalmente, trabalha-se a
aplicação prática do conteúdo estudado.
Descrição da experiência: A partir de seminário produzido pela Proiac/UFF (Programa de Inovação
e Assessoria Curricular), o TBL foi introduzido em duas disciplinas do curso de graduação em Farmácia
(em cada disciplina, 3 TBL foram programados). Para cada TBL, os alunos deveriam estudar dois artigos
científicos. O TBL foi aplicado tanto utilizando as “raspadinhas”, produzidas pelos próprios professores,
quanto utilizando o aplicativo “Socrative”, em que os alunos utilizam seus próprios celulares. Para cada
TBL, foram utilizadas duas aulas (cada uma com duas horas/aula), uma para o teste individual, grupal,
recursos e clarificação de dúvidas pelos professores. A outra foi dedicada exclusivamente à aplicação
prática, para valorização deste item.
Efeitos/resultados alcançados: Na avaliação interna informal sobre esta atividade, todos os alunos
afirmaram que a utilização dessa ferramenta contribuiu para seu entendimento e desenvoltura acerca da
matéria e que o uso de atividades assim deveria ser incorporado a todos os tópicos das duas disciplinas. E,
para os professores, a indicação de artigos (algumas vezes em língua estrangeira), sendo lidos e discutidos
sem maiores questionamentos e até com certa satisfação pelos alunos, demonstra o acerto na escolha do
método.
Recomendações/considerações finais: Após quase dois anos de utilização da metodologia,
observa-se que o TBL é alternativa eficaz para conseguir aprofundar conhecimentos dos alunos, ao mesmo
tempo em que estimula competências. A utilização de “raspadinhas” ou de aplicativos pela internet
dá um caráter lúdico, bastante atraente para os alunos. As atividades contribuíram para uma melhor
relação ensino-aprendizagem. Cumpre destacar, ainda, que a utilização de “raspadinhas” permite que a
metodologia seja trabalhada em qualquer ambiente, não necessitando de internet on-line ou recursos mais
sofisticados para seu emprego, além de evitar imprevistos como a internet fora do ar no dia de aplicação
do TBL.
Referências:
MICHAELSEN L. K., SWEET M. The essencial elements of Team Based Learning. New Directions for
Teaching and Learning 116, p.7-27; 2008.
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USO DE BOLETINS COMO MEIO DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM
TOXICOLOGIA PELO CENTRO DE ESTUDOS EM TOXICOLOGIA DA UFC (CETOX-UFC)
Rita de Cássia Soares Oliveira, Marcos Romário Matos de Souza, Manuel Alves dos
Santos Junior, Tâmara de Vasconcelos Souza, Nirla Rodrigues Romero, Maria Augusta
Drago Ferreira
Universidade Federal do Ceará
Introdução: A intoxicação constitui um problema de saúde pública. O Centro de Estudos em
Toxicologia da Universidade Federal do Ceará (CETOX-UFC), um projeto vinculado ao programa de extensão
Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM) do Departamento de Farmácia da UFC, tem
se proposto, desde sua criação, em julho de 2011, a fornecer informações sobre o diagnóstico, tratamento
e prevenção de intoxicações, assim como sobre a toxicidade das substâncias químicas e os riscos que elas
ocasionam à saúde, através da divulgação do conhecimento científico na área de Toxicologia, sobretudo,
em boletins informativos.
Objetivo: Desenvolver material informativo na forma de boletim destinado a alunos e professores
do curso de Farmácia, a profissionais da área de saúde e à comunidade em geral.
Metodologia: Para a elaboração de um boletim, busca-se temas relacionados à Toxicologia divulgados
na mídia impressa e digital. Posteriormente, é realizada uma revisão na literatura sobre o tema selecionado
para estudo nas principais bases de dados online para pesquisa científica em saúde. Após a elaboração do
texto, este é formatado para o modelo de boletim criado e utilizado pelo Centro. O boletim é enviado via
e-mail para o GPUIM, cujo setor encarregado de promover o acesso às informações o encaminha para os
integrantes de sua lista de contatos. Ele é também divulgado no site do CETOX-UFC (www.cetox.ufc.br) e
na sua página do Facebook (Cetox-UFC), onde a comunidade em geral pode acessá-lo. Uma versão impressa
é afixada no mural do Centro, localizado no Bloco didático do curso de Farmácia.
Resultados: Desde sua criação até o primeiro semestre de 2015, o CETOX-UFC elaborou nove boletins
informativos sobre várias temáticas: “Apresentação do CETOX-UFC”, “Toxicologia do Noni”, “Antídotos para
o tratamento de intoxicação por cianeto”, “Chá verde (Camelliasinensis): hepaprotetor ou hepatotóxico?”,
“Nova regulamentação para produtos cosméticos repelentes de insetos”, “Ricina: a toxina da mamona”,
“Agente laranja/dioxina: consequências do seu uso no Vietnã”, “Alerta sobre o uso de suplementos
alimentares” e “Formol: um perigo subestimado. O uso indevido em cosméticos”.
Conclusão: É difícil determinar ao certo o número de pessoas beneficiadas pelo Centro, tendo em
vista seu público alvo e as formas de divulgação dos boletins. Os boletins têm contribuído para a propagação
de informações sobre temas importantes em Toxicologia e acredita-se que a apropriação do conhecimento
pela comunidade sobre esta temática contribui para minimizar a ocorrência de intoxicações. Dessa forma,
o CETOX-UFC consiste em local de prática essencial para a educação do farmacêutico, possibilitando o
exercício de competências em Toxicologia desenvolvidas no Currículo Farmacêutico.
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FARMACOCINÉFILOS: DISCUSSÕES FARMACÊUTICAS A PARTIR DO CINEMA
Rodrigo Batista de Almeida; Alexandre CollaresBaiocchi; Carmem Waldow; Claire
Terezinha Lazzaretti; Gisela Bontorim; Silvano Aparecido Redon
Curso de Farmácia – Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Palmas (PR)
Caracterização do Problema: Um dos grandes desafios da educação farmacêutica é a segmentação
do currículo, com ênfase para a divisão em disciplinas, que prioriza a abordagem unidirecional de cada
assunto estudado. No entanto, algumas alternativas se mostram interessantes ao recompor os diferentes
aspectos envolvidos em um produto ou procedimento farmacêutico (aspecto biológico, químico,
tecnológico, social, cultural, econômico, jurídico, etc.). Nessa perspectiva, o cinema se apresenta como
ótimo recurso didático para o ensino farmacêutico, já que apresenta o medicamento, por exemplo, inserido
num contexto real ou verossímil. Este trabalho objetivou propiciar uma discussão sobre temas relacionados
à Farmácia presentes em filmes.
Quadro Teórico Metodológico: Inicialmente foram selecionados dez filmes: 1. “Amor e Outras
Drogas” (Edward Zwick, 2010); 2. “Eu, Christiane F. – 13 anos, drogada e prostituída” (UlrichEdel, 1981);
3. “Juventude Transviada” (Nicholas Ray, 1955); 4. “Na Estrada” (Walter Salles, 2012); 5. “O Jardineiro
Fiel” (Fernando Meirelles, 2005); 6. “O Óleo de Lorenzo” (George Miller, 1993); 7. “O Sétimo Selo” (Ingmar
Bergman, 1956); 8. “Paraísos Artificiais – uma história de amor e êxtase” (Marcos Prado, 2012);9. “The
Doors” (Oliver Stone, 1991) e; 10.“Trainspotting- Sem Limites” (Danny Boyle, 1996).Cada sessão foi
divulgada pelas redes sociais e por cartazes espalhados em todos os ambientes de circulação pública do
IFPR-Campus Palmas. Imediatamente após a exibição ocorreu a discussão conduzida pelos integrantes do
projeto com duração de até duas horas.
Descrição da Experiência: Esta experiência ocorreu em 2014, com a discussão sobre nove filmes,
pois a última sessão não teve público, provavelmente por ser próxima às provas finais.Após a primeira
sessão, foi percebida a necessidade de se ampliar a divulgação. Uma logomarca do projeto foi criada, a fim
de estabelecer um reconhecimento visual da proposta. Para isso, o símbolo da Farmácia (graal e serpente)
foi associado ao símbolo do cinema, substituindo-se a serpente por um rolo de filme. Essa logomarca foi
utilizada em todas as formas de divulgação e o nome do grupo foi definido como “Farmacocinéfilos”. As
discussões foram organizadas sob o prisma multi- e interdisciplinar, permitidas pelas diferentes formações
dos integrantes do projeto (Farmácia, Sociologia, Psicologia e Pedagogia). Os olhares dos integrantes do
projeto foram intercalados com os olhares dos alunos, estabelecendo uma análise de cada filme construída
de forma coletiva.
Resultados Alcançados: A proposta colaborou com a formação técnica, crítica e reflexiva dos
alunos, incitando-os a uma maior reflexão e sensibilização acerca da temática sobre uso e manipulação de
substâncias químicas por seres humanos. De forma complementar, a experiência possibilitou uma discussão
sobre “ética”, “moral” e “determinantes sociais” das doenças, explicitando as enfermidades enquanto
fenômeno social e não somente biologicizado. A pesquisa e desenvolvimento de produtos farmacêuticos
também foram analisados, acentuando o reconhecimento dos fatores éticos e sociais inerentes.
Considerações Finais: O uso do cinema como elemento articulador de uma discussão farmacêutica
mostrou-se válido, no sentido de criar múltiplas perspectivas de análise de um mesmo processo ou fenômeno
farmacêutico. O projeto, a partir de 2015, tornou-se atividade permanente do Curso de Farmácia do IFPR.
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AÇÃO E REAÇÃO - A ESTRATÉGIA FARMACÊUTICA: JOGO DIDÁTICO PARA O
ESTUDO DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL
Rodrigo Batista de Almeida; Angela Cristina Andrade Salvador
Curso de Farmácia – Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Palmas (PR)
Caracterização do Problema: Os alunos inseridos em campo de estágio apresentam grande
dificuldade relacionada à integração dos conhecimentos adquiridos em diferentes componentes curriculares.
Nesse sentido, experiências pedagógicas alternativas que associem diferentes informações técnicas de
forma articulada e voltada para a prática farmacêutica constituem importantes recursos didáticos. Este
trabalho buscou desenvolver e validar um jogo didático voltado para o estudo de medicamentos sujeitos
a controle especial, com diferentes aplicações que vão desde a instrumentalização em momentos iniciais
do Curso de Farmácia (componente curricular Introdução à Farmácia, por exemplo), passando por estágios
intermediários da formação farmacêutica (Farmacologia, Assistência Farmacêutica e Química Farmacêutica),
além de importante recurso didático para a prática dos diferentes estágios.
Quadro Teórico Metodológico: Tradicionalmente, o ensino farmacêutico enfatizou a retenção de
conhecimentos, sem a contextualização necessária à prática profissional. Nesse sentido, estratégias didáticopedagógicas que simulem problemas ou desafios presentes na prática profissional mostram-se necessárias.
Diversas experiências pedagógicas inovadoras surgiram, como a metodologia da problematização, a
aprendizagem baseada em problemas, jogos e simulação, por exemplo. Ou só de jogos, de modo especial,
apresenta vantagens ao tornar os alunos mais participativos e ativos no processo de aprendizagem.
Descrição da Experiência: O desenvolvimento do jogo passou por diferentes etapas: definição do
layout do tabuleiro, elaboração das regras e validação do jogo. Cada jogador (ou grupo de jogadores) avança
pelo número obtido nos dados. Uma pergunta específica deve ser respondida num tempo máximo de um
minuto. As perguntas estão em cartas, dispostas em um monte. Em cada carta está indicada a pontuação
obtida em caso de acerto, relacionada a uma cor de cápsula entregue ao jogador. O design do jogo de
tabuleiro foi baseado na figura de uma cabeça, cujo tracejado forma o trajeto do desenvolvimento do jogo,
com 25 casas. Em algumas casas há ícones, com diferentes repercussões (perder a vez, possibilidade de
trocar de carta, formular uma pergunta a um adversário ou resolver um caso clínico).Em uma das casas
aparece a mensagem “suas cápsulas estão vencidas”, o que obriga o jogador a perder todas as cápsulas
(todos os pontos). A etapa de validação mostrou ser importante para identificar limitações ou dificuldades
que comprometessem a viabilidade do jogo. O tabuleiro foi impresso em cor, e afixado em um quadrado de
papel paraná (papelão de alta gramatura e rigidez) com 50cm de lado.
Resultados Alcançados: O jogo desenvolvido, ambientado num contexto lúdico, demonstrou ser
uma importante ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, que favorece a aquisição
de conhecimentos e de habilidades específicas necessárias à prática farmacêutica voltada para os
medicamentos sujeitos a controle especial.
Considerações Finais: O jogo “Ação e Reação – A Estratégia Farmacêutica” constitui um importante
recurso didático com diferentes aplicações, sobretudo no desenvolvimento de habilidades requeridas para
a dispensação de medicamentos e Farmácia Clínica.
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INTEGRAÇÃO EXTENSÃO, ENSINO E PESQUISA PROMOVENDO MUDANÇAS NA
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Simone de Araújo Medina Mendonça; Rita de Cássia de Oliveira Lima, Danielle
Fernandes da Silva, Beatriz Leal Meireles e Djenane Ramalho de Oliveira
Centro de Estudos em Atenção Farmacêutica e Programa de Pós-graduação em
Medicamentos e Assistência Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, Universidade
Federal de Minas Gerais
Caracterização do problema: A mudança de foco da atuação do farmacêutico – do produto para o
paciente – tem exigido mudanças profundas nas graduações em Farmácia.
Quadro teórico-metodológico: Inovações pedagógicas como currículos integrados, metodologias
ativas de ensino, problematização, aprendizagem baseada em problemas e integração ensino-serviçocomunidade vivenciadas na formação de profissionais de saúde tem sido alvo de investigações nas últimas
décadas. Tais conhecimentos podem subsidiar os sujeitos envolvidos nos processos de mudança nas
graduações em Farmácia.
Descrição da experiência: Com o intuito de oferecer serviço de gerenciamento da terapia
medicamentosa (GTM) na atenção primária à saúde (APS) e desenvolver atividades de ensino neste
cenário, docente e estudantes de pós-graduação elaboraram projetos de extensão, ensino e pesquisa
em que desempenharam o papel de tutoras acadêmicas de estudantes de Farmácia. Inicialmente foram
desenvolvidas disciplinas preparatórias para o trabalho de campo. Na disciplina “Integração ensino-serviçocomunidade: GTM na APS” (IESC) foram realizados estudos sobre Sistema Único de Saúde e APS. Foi ainda
realizado o planejamento estratégico situacional para o serviço de GTM. Na disciplina “Fundamentos clínicos
e psicossociais do GTM na APS” (FCPS) foram desenvolvidas competências para o cuidado aos pacientes
com doenças comuns na APS. Realizaram-se seminários sobre diretrizes terapêuticas, treinamento de
habilidades clínicas e discussões sobre aspectos da relação profissional-paciente. Em campo, a equipe
da universidade participou das rotinas de trabalho das equipes de Saúde da Família da unidade de saúde
selecionada, realizando visitas domiciliares, atendimentos em consultórios e participação em reuniões da
equipe. Paralelo a isso, realizou-se a segunda versão das disciplinas, empregando-se a metodologia da
problematização. Em IESC II, enfocaram-se as vivências no serviço de GTM na APS. Em FCPS II, realizaramse estudos e discussões sobre os aspectos biopsicossociais dos casos dos pacientes em acompanhamento.
Atualmente, após terminado o trabalho de campo, estudantes envolvidos em serviços de GTM cursam
a disciplina IESC III. E estudantes interessados em desenvolver competências para a prática clínica,
independentemente de estarem ou não em campo, cursam FCPS III. Nesta terceira versão, a disciplina
FCPS utiliza a metodologia da aprendizagem baseada em problemas, com acompanhamento de paciente
fictícia para desenvolver/mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais para o cuidado do
paciente.
Resultados alcançados: Seis disciplinas optativas foram criadas e continuam sendo ofertadas na
graduação em Farmácia como atividade do estágio em docência de estudantes de pós-graduação. Dezenove
pacientes de quatro equipes de Saúde da Família foram diretamente beneficiados pela atividade de extensão
universitária. Atualmente estão sendo desenvolvidas pesquisas sobre os resultados clínicos obtidos pelos
pacientes, sobre a experiência de oferta do serviço de GTM na APS e sobre a tutoria neste contexto. Além
da geração de conhecimentos, a pesquisa contribui também para a formação de todas as envolvidas.
Considerações finais: Espera-se que a integração de extensão, ensino e pesquisa contribua para a
formação de profissionais capazes de influenciar a reorganização do currículo em Farmácia na instituição
onde a experiência foi desenvolvida e em outras que se tornarão cenário profissional daqueles que a
vivenciaram.
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A FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: UM DESAFIO PARA O CURSO DE
FARMÁCIA
Soraida Sozzi Miguel*; Rinaldo Henrique Aguilar-da-Silva** ; Luciana Scapin
Teixeira*
*Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema). **Faculdade
de Medicina de Marília (Famema)
Introdução: Ao encontro das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de 2002, a formação
interprofissional em saúde faz parte do currículo dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia e
Odontologia, da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS/JF). Desde o segundo semestre de
2011, a estrutura curricular desses cursos, concebida por eixos norteadores, é composta do Núcleo
Interprofissional (NIP). Os eixos curriculares expressam essas concepções que direcionam a ação educativa
e coordenam as diferentes possibilidades e experiências para o desenvolvimento das competências e das
habilidades que concorrem para a concretização do perfil interprofissional dos egressos, consoantes aos
referenciais orientadores eleitos e os objetivos do curso. De acordo com Aguilar-da-Silva et al (2011), o
Ensino Interprofissional em Saúde pode ser conceituado como uma proposta onde duas ou mais profissões
aprendem juntas sobre o trabalho conjunto e sobre as especificidades de cada uma, na melhoria da qualidade
no cuidado ao paciente. Essa proposta de formação, discutida nos últimos 30 anos, objetiva estimular
o aprimoramento do cuidado em saúde por meio do trabalho em equipe sob a ótica do cuidado integral
e interdisciplinar. Na educação interprofissional algumas questões importantes devem ser consideradas:
como conhecer melhor sobre os papéis das diferentes profissões que constituem uma equipe de saúde?
como preparar o profissional de saúde para o trabalho em equipe? A Educação Inteprofissional constituise em uma perspectiva de formação em saúde que responda e articule a integralidade, intersetorialidade
das ações preconizadas para o processo de consolidação do Sistema Único de Saúde (Batista, Nildo A. et
al.,2013).
Objetivo: Relatar a experiência do Curso de Farmácia da FCMS/JF na implantação interprofissional.
Metodologia: A organização curricular é estruturada em três eixos: E1-O ser humano e sua dimensão
biológica; E2-O ser humano e sua dimensão psicosocioambiental e E3-O processo de trabalho em saúde.
Estes eixos são distribuídos ao longo da estrutura curricular e parte deles, são compartilhados juntos
no NIP. Neste Núcleo, os estudantes compartilham através de ensino/aprendizagem comuns. Uma das
estratégias está baseada na realização da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) com apresentação
de casos de papel que articulam as disciplinas do período e as profissões. Ao todo, são 18 disciplinas,
sendo 17 distribuídas nos cinco primeiros períodos e 01 no sétimo. Resultados: O NIP compõe69% das
disciplinas do primeiro período (360h), sendo 42% de E1 e 27% de E2; 58% do segundo período (280h),
sendo 50% de E1 e8% de E2; 46,4% do terceiro período (260h), sendo 25% de E1 e 21,4% de E3; 17,9%
(80h) de E3 no quarto período; 9,5% (40h) de E2 no quinto período e 11,5% de E3 no sétimo período.
Conclusão: A formação interprofissional por meio do NIP propicia, além da possibilidade de
aprender junto, a aquisição de conhecimentos que podem ser compartilhados com a realidade de outras
profissões. Permite a integração e a flexibilidade da força de trabalho, assim como, o reconhecimento às
especificidades de cada profissão. Com a experiência apresentada, o NIP representa23% da carga total das
4.720 horas do curso de Farmácia da FCMS/JF.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
OSCE (OBJECTIVE STRUTURED CLINICAL EXAMINATION) NA AVALIAÇÃO DE
COMPETÊNCIAS DO ESTUDANTE DE FARMÁCIA: UM NOVO PARADIGMA
Soraida Sozzi Miguel*; Rinaldo Henrique Aguilar-da-Silva**; Flávio Sozzi Miguel*;
Patricia Guedes Garcia*; Rodrigo Lupatini*; Vanessa Pinheiro*; Eliana Fioravante*
*Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema). **Faculdade
de Medicina de Marília (Famema)
Introdução: Na década de 70, a falta de alternativas para a avaliação de competências clínicas de
forma planificada, estruturada e objetiva pela observação direta da performance e interação estudantepaciente, ao longo de um conjunto de estações, levou ao advento da Avaliação Clínica Estruturada – OSCE,
para o curso médico. Com base nestes princípios e com base nas Diretrizes Curriculares do Curso de Farmácia
(Brasil, 2002) a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, instituiu uma adaptação desta
técnica para o Curso de Farmácia em 2013, a avaliação por competências por meio do OSCE.
Objetivo: Relatar a experiência do Curso de Farmácia da FCMS/JF na utilização do OSCE como
técnica de avaliação de competências.
Metodologia: Estudantes do sétimo período são avaliados por meio de estações que simulam
situações reais do processo de trabalho nas diversas áreas de atuação do farmacêutico. São montadas
pelo menos três estações de cada uma das áreas e que compõe as disciplinas do período do curso. Cada
estação é estruturada sob os seguintes aspectos: 1- Preparação da estação (definição dos objetivos,
referencial teórico, disciplinas envolvidas, definição das tarefas, descrição do cenário, dinâmica de
desenvolvimento das tarefas e preparação do checklist); 2- Preparação dos atores (orientações sobre a
representação com a definição dos diálogos a serem desenvolvidos, como, o que deve, o que pode ou não
ser dito ao estudante); 3- Preparação dos avaliadores e 4- Definição da dinâmica da devolutiva e da auto
avaliação. Resultados: Cada estação é estruturada fisicamente conforme os objetivos a serem testados.
Três avaliadores acompanham o desenvolvimento da estação: dois interno se um externo. Este avalia o
desempenho do estudante por meio de imagens produzidas por câmeras e o som por fones de ouvido.
Todos preenchem o checklist durante a estação. As estações são cronometradas: um minuto para leitura
do objetivo e seis minutos para execução. Cada estudante passa por todas as estações e ao final todos
reúnem-se para a devolutiva e para a auto avaliação. Participam deste momento: estudantes e avaliadores,
professores da área específica e farmacêuticos.
Conclusão: Como pontos positivo são uso do OSCE, apontados tanto por avaliadores, como por
estudantes, destacamos: “talvez seja o melhor método de avaliação, pois todos os estudantes são
colocados no mesmo patamar”; “possibilidade de promover a interdisciplinaridade do processo de trabalho”;
“privilegia o trabalho em equipe, envolvendo outros componentes no processo de trabalho”; “possibilidade
de avaliar atitudes, como humanização, capacidade de trabalhar em grupo, comprometimento e questões
técnicas, ao mesmo tempo”; “oportunidade de serem apontados vícios de linguagem e postura frente
ao superior hierárquico dentro da empresa”; “de experiência vivenciada que é difícil de ser esquecida”;
“adoção de estações que muito se assemelhando ao processo de trabalho”. Os principais pontos negativos
apontados são os relacionados ao nervosismo; pouca experiência nesse tipo de avaliação, sugerindo que
esse fosse estendido aos outros períodos. O OSCE apresentou-se como uma excelente técnica avaliativa
de comportamento profissional possibilitando aferir de maneira segura e eficaz o ganho de conhecimento
cognitivo, afetivo e psicomotor.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O USUÁRIO COMO FOCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E
TUTORIAL DOCENTE NA INTERVENÇÃO REALIZADA A PACIENTE COM PARALISIA
CEREBRAL NO PROJETO DE AÇÕES INTERDISCIPLINARES DE CUIDADOS EM
SAÚDE
Suélen Souza da Silva1,3, Fabiani Cristina Lassen Delazzeri1,3, Jéssica Maria
Moccelin1,3, Paloma Markus1,3, Letícia Regina de Barros1,3, Paula Michele Lohmann1,3,
Marilúcia Vieira dos Santos1,3, Magali Terezinha Quevedo Grave1,3, Olinda Maria de
Fátima Saldanha1,2,3, Luís César de Castro1,3
1
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - UNIVATES; 2 Centro Universitário Regional
de Educação em Saúde - UNIVATES; 3 Projeto de Ações Interdisciplinares de Cuidados
em Saúde - UNIVATES
Caracterização do Problema: A deficiência motora se expressa em padrões anormais de postura
e movimentos, associados com um tônus postural anormal. O Projeto de Ações Interdisciplinares de
Cuidados em Saúde (PI), desenvolvido no bairro Santo Antônio – Lajeado/RS, promove visitas domiciliares
e escolares, semanalmente, buscando conhecer e refletir sobre a percepção dos acadêmicos em relação às
ações que aproximam comunidade acadêmica e comunidade local, construindo propostas de intervenção e
cuidado. A Paralisia Cerebral (PC) é caracterizada pelo atingir do cérebro quando este é imaturo, interferindo
no desenvolvimento motor normal da criança. É o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do
cérebro, de caráter não progressivo, existindo desde a infância.
Quadro teórico e metodológico: Mediante e durante visitações de equipe discente multidisciplinar
e tutoria docente farmacêutica vinculada ao PI, se construiu o conhecimento da história de vida dos
cuidadores e pacientes/usuários através da escuta dos sujeitos e construção coletiva (negociação com
o usuário/família) de propostas de intervenções/cuidados. Durante um período de quatro meses, foi
contemplada uma agenda semanal com reuniões para organização das visitas, visitações propriamente
ditas e reuniões pós-visitas para discussão e estabelecimento de estratégias de trabalho. Contemplamos
nestes momentos nossa experiência descrita.
Descrição da experiência: Buscou-se promover a problematização da formação e das práticas em
saúde, a partir da discussão e análise das situações vivenciadas pela equipe, no atendimento a usuária com
PC e sua família. As atividades foram desenvolvidas juntamente à família/usuária, e seus atendimentos
ocorreram de forma ampliada, descentralizando o foco da doença para ações que possibilitassem que cada
encontro tivesse potencial transformador para os participantes. Tais atividades/atendimentos buscaram
oportunizar aos estudantes atuar de forma interdisciplinar, experimentando a problematização mediante
práticas instituídas que constituem nossos saberes em cuidados em saúde. Em reuniões pós-visita,
procuramos discorrer sobre as experiências mediadas pela tutoria do docente farmacêutico e a intervenção
interdisciplinar, contemplando estudantes dos cursos de farmácia, enfermagem, nutrição e psicologia, no
contexto de atendimento da usuária.
Efeitos/resultados alcançados: As atividades realizadas ao longo do período letivo semestral de
2014 propiciaram discussões pós-visita domiciliar, oportunizando o entendimento dos impactos dessa
paralisia na vida da usuária e de sua família, bem como, principalmente, colocar a saúde em discussão.
Assim, foram exercitadas atividades de exercícios físicos e de relaxamento, cuidados com o corpo, conversas
informais, práticas de cozimento e de plantio de plantas entendidas como medicinais. Dessa forma, o que
inicialmente era percebido como uma doença limitante adquiriu, gradativamente, formas que podiam ser
contornadas em prol de uma vida saudável.
Recomendações/considerações finais: O PI visa melhorar a qualidade de vida dos usuários,
promover a problematização da formação e das práticas em saúde, a partir da análise e discussão das
situações vivenciadas em equipe. Tais atividades/atendimentos buscam oportunizar aos estudantes atuar
de forma multiprofissional e interdisciplinar, problematizando as práticas instituídas que constituem
saberes em cuidados em saúde. Contanto, os estudantes desenvolvem habilidades exigidas pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Farmácia, além do objeto medicamento, e demais
cursos de graduação em saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
O PROJETO INTEGRADOR COMO METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE FARMÁCIA
DA UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS
Sueli Yuriko Yoshida, Margareth Ferreira Cunha, Fernanda Maria Duarte Rodrigues,
Fernanda Pinedo, Eliana Senna, Priscila Vautier, Claudio Osiris Oliveira, Kátia Cilene
de Mello Franco
Universidade Braz Cubas
Após vários anos privilegiando a estrutura curricular com modalidade de perfil crítico, a grade
curricular do curso de farmácia passa a concentrar suas atividades no novo perfil do profissional, o
farmacêutico generalista crítico, reflexivo e humanista. As iniciativas de caráter legal fundamentaram-se
na estruturação primeiramente da grade curricular do curso de farmácia e posteriormente na estruturação
da metodologia de ensino aprendizagem, isto é, participação ativa do estudante em sua aprendizagem.
Pautado nas orientações contidas nas diretrizes que norteiam a formação acadêmica do futuro farmacêutico
(BRASIL, 2002, 2007) e nas indicações referenciadas nos últimos anos, a reforma curricular trouxe novas
formas de organização do conhecimento, tornando os currículos mais flexíveis e adaptados às mudanças
dos perfis profissionais exigidos pelo mercado de trabalho, visando à inserção desse profissional com uma
abrangência maior e mais complexa de responsabilidade adaptada as novas tecnologias e na continuidade
da formação profissional. A experiência aqui relatada traz dentre as adaptações e mudanças na metodologia
de ensino aprendizagem, o destaque a combinação entre conhecimento, habilidades e atitudes através da
complementação de conteúdos por meio de recursos desenvolvidos em softwares, execução de atividades
na modalidade virtual e integração das disciplinas cursadas no semestre através da construção de
um trabalho integrador cujo propósito é tornar o aluno capaz de construir o aprendizado conceitual,
procedimental e atitudinal, por meio de problemas propostos que o expõe a situações motivadoras e o
prepara para o mercado que enfrentará com supervisão de um professor orientador. Essa metodologia ativa
de ensino foi instituída a partir da aplicação do projeto integrador, que faz com que o aluno partindo da
pesquisa e do estudo de caso encontre soluções para problemas concretos apresentados como desafios
em várias áreas que constituem a sua formação e assim colaborando para a transformação do perfil do
novo egresso. Neste contexto o papel do professor orientador do projeto integrador é prestar apoio ao
aluno na organização e compreensão das atividades supervisionadas do curso. A partir daí o aluno passou
a socializar ideias motivando concepções individuais para produção de trabalhos que desenvolvam sua
capacidade de solução de problemas e a aproximação da sua área de trabalho de forma real e inovadora.
O projeto integrador promoveu a participação ativa nos subgrupos, nos debates e discussões criados pelo
professor orientador, nos seminários, e em inúmeras atividades quer sejam nos encontros presenciais
ou ainda nas atividades dentro do ambiente virtual. A construção do trabalho integrador realizou-se ao
longo do semestre em conjunto com o professor orientador, cujo objetivo central foi desenvolver de forma
crítica os conhecimentos e procedimentos a serem utilizados pelos futuros farmacêuticos favorecendo sua
autonomia, despertando seu senso de pesquisa e estimulando principalmente a tomada de decisões com
ética frente a situações individuais ou coletivas.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM SAÚDE CONTRIBUINDO COM UM
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL
Viviany Nicolau de Paula Dias Coelho, Carolina Amancio Louly Sasaki, Juliana Patricia
Ferraz de Souza, Adriano Drummond
Centro Universitário Unieuro - Brasília-DF
Caracterização do problema: considerando o idoso como parte fundamental da sociedade e
reforçando a necessidade de levar ao seu conhecimento aspectos biopsicossociais, culturais, econômicofilosóficos da velhice, o Unieuro procurou comunidades que trabalhassem com esse público e que tivessem
necessidades de apoio em todos os sentidos. De início foram centros de convivências de idosos em diversas
regiões administrativas do Distrito Federal, no entanto, eram grupos bem organizados porém pequenos,
assim, buscando um número maior de pessoas que pudessem receber nossos cuidados, encontramos uma
organização que trabalha com um número substanciado de idosos e que une vários centros de convivências
que é o Serviço Social do Comércio -SESC-DF.
Quadro teórico-metodológico: para estimular essa comunidade acerca da educação em saúde,
realizamos levantamentos epidemiológicos a fim de diagnosticarmos a situação e propormos ações
para melhorias. Foram utilizadas metodologias ativas de aprendizagem com avaliações estruturadas
participando farmacêuticos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas e discentes de cada área. A partir
do diagnóstico sócio-demográfico, histórico patológico, hábitos alimentares, dados antropométricos,
categorizou-se o modelo de atendimento da estratégia saúde da família, definindo ações de trabalho,
identificando problemas atuais, transitórios e crônicos, visando primordialmente, que a população alvo
adquira propriedade sobre o autocuidado e tenha um envelhecimento saudável e sustentável.
Descrição da experiência: esse projeto atende idosos frequentantes do Sesc sendo 93% do sexo
feminino e 7% masculino, com idades variando entre 50-85 anos. As atividades desenvolvidas pelos
docentes e discentes dos cursos de saúde envolvidos propiciam a difusão de conhecimentos pertinentes a
prática dos profissionais e a vida dos idosos cooperando para um envelhecimento salutar.
Resultados alcançados: desde 2013 tivemos até o momento, em relação ao Projeto da Farmácia
950 atendimentos. Todos os pacientes relataram alguma melhora, seja na adesão à farmacoterapia
prescrita ou no controle da evolução de suas patologias. Houve 97 notificações a prescritores com
100% de concordância em relação aos cuidados farmacêuticos propostos. Em educação em saúde foram
trabalhados diversos temas, dentre eles o armazenamento e descarte dos medicamentos orientando os
pacientes na melhor maneira de fazê-los. Corroborando com a promoção da saúde 527 pacientes foram
encaminhados para o Projeto de Análises Clínicas realizando ao todo 4.658 exames incluindo hemograma
completo, lipidograma, TGO, TGP, uréia, creatinina, ácido úrico, glicemia, EAS e parasitológico. Ainda,
como encaminhamento dos atendimentos, 450 pacientes foram orientados para o Projeto de Nutrição com
resultados satisfatórios, realizando um plano alimentar adequado, tendo melhora nas funções orgânicas
e controle das taxas, principalmente em relação ao colesterol total e suas frações. Para o Projeto da
Fisioterapia foram conduzidos 412 pacientes, sendo 52% dos atendimentos na área de ortopedia, 40%
para uroginecologia e 8% para a neurologia, promovendo melhora na qualidade de vida e sintomatologia
dos pacientes. Auxiliando com a educação em saúde, promoção e prevenção de riscos e vulnerabilidade o
Projeto da Enfermagem atendeu 260 idosos promovendo oficinas educativas, enfatizando o autocuidado.
Considerações finais: diante do atual panorama, faz-se necessário dar continuidade ao projeto,
em virtude dos aspectos positivos para os docentes, discentes e comunidade atendida, contribuindo
interdisciplinarmente com a prevenção, promoção e recuperação da saúde.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
A GARANTIA DA FORMAÇÃO DO FARMACÊUTICO GENERALISTA, DASAFIOS E
PECULIARIDADES REGIONAIS
Vanessa Cristina Rescia*, Wagner Luis da Cruz Almeida*,Ediana Ferreira Mendes*,
Renato Queiroga Pordeus*, Daiene Rosa Gomes*, Bruno Fiorelini Pereira*, Eduardo
Fernandes Barbosa*.
*Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB, Colegiado do Curso de Farmácia.
De acordo com a Resolução CNE/CES 2, de 19 de fevereiro de 2002, o Curso de Graduação em
Farmácia tem como perfil do formando egresso/profissional o Farmacêutico, com formação generalista,
humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor
científico e intelectual. Capacitado ao exercício de atividades referentes aos fármacos e aos medicamentos,
às análises clínicas e toxicológicas e ao controle, produção e análise de alimentos, pautado em princípios
éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para
a transformação da realidade em benefício da sociedade. Para tanto, a construção do Projeto Pedagógico
do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB)iniciou com discussões entre os
membros do Núcleo Docente Estruturante, membros do Colegiado de Farmácia e os discentes, pautadas
nas Diretrizes Curriculares Nacionais do MEC, bem como em estudos de campo de estágio, práticas e
possibilidades de inserção futura dos egressos no mercado, dadas as peculiaridades regionais do interior
baiano. Durante esse percurso houve dificuldade em conciliar uma formação de base sólida com a formação
específica na área farmacêutica para garantir uma formação generalista que contemple as mais de setenta
áreas de atuação, havendo a necessidade de inserção da contextualização regional no ensino, para preparar
o futuro profissional para a sua realidade, ampliando seus horizontes sobre tais áreas de atuação possíveis,
o capacitando e o incentivando na busca de sua futura especialização na área de interesse. Outra dificuldade
foi a oferta restrita de campo de práticas e estágio, bem como a disponibilidade de preceptores de estágio,
o que demandará, minimamente, a construção do laboratório e da farmácia escola (dispensação, produção
em pequena escala de medicamentos alopáticos, homeopáticos, cosméticos e a análises clínicas e atenção
farmacêutica). Como resultado, apresenta-se uma matriz curricular que contempla as três grandes áreas:
Medicamentos, Alimentos e Análises Clínicas, com um viés importante para a atuação do futuro egresso/
profissional na atenção à saúde, por ser uma área ampla, porém carente de profissionais na região.
Há a proposta de inserir, no discente e nos profissionais da região, a cultura do compromisso e da
responsabilidade na educação e no treinamento de futuras gerações de profissionais, criando condições
para que haja benefício mútuo, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico-profissional. A
matriz curricular do curso de Farmácia da UFOB foi definida e é apresentada com disciplinas importantes na
formação da base do aluno, com carga horária suficiente para proporcionar a aprendizagem, com práticas
e estágios iniciais que garantem a formação generalista e que proporcione ao estudante o contato com a
profissão na área de medicamentos (dispensação e hospitalar), clínica (atenção farmacêutica), produção
em pequena escala de medicamentos alopáticos, homeopáticos e cosméticos (manipulação), análises
clínicas e produção e controle de qualidade de alimentos, além do estágio final com carga horária maior,
de livre escolha do discente, direcionando sua formação para a área de interesse(por afinidade/potencial
de campo de trabalho regional). As ementas baseadas na interdisciplinaridade/transversalidade estão em
construção.
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