áfrica - observatório geo - cultura . educação . informação

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ÁFRICA
observatório doc
continentes
doc 05
Continente que abriga as mais antigas evidências da presença do homem moderno no planeta, a
África é seguidamente pilhada, dividida e ocupada pelas potências da Europa a partir do século XV. Milhões
de africanos são escravizados por essas potências, que mantêm a exploração dos recursos naturais da região,
mesmo após o fim da escravidão. As lutas anticoloniais se desenvolvem na segunda metade do século XX e
se misturam aos conflitos da Guerra Fria. Persistem rivalidades étnicas entre populações de países cujas
fronteiras foram criadas artificialmente pelas nações européias no século XIX.
Fonte: ALMANAQUE ABRIL 2005 (2005)
Esse legado histórico explica por que a África respondia em 2005 por apenas 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB)
mundialNos países do sul do deserto do Saara (a África Subsaariana), quase metade da população vivendo abaixo da linha de
pobreza (com renda inferior a 1 dólar por dia). O continente também está sendo devastada pela epidemia de aids.
Na África Subsaariana, a malária é a maior causa de mortes. A cada ano, 1 milhão de africanos morrem por causa da
doença. Outros milhões sofrem repetidas vezes a infecção, o que os afasta da atividade produtiva durante semanas. De acordo
Este texto destina-se exclusivamente a fins acadêmicos.
Todos os autores são devidamente referenciados bibliograficamente. www.observatoriogeo.ggf.br
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com cálculos do Banco Mundial, apenas essa doença retarda o crescimento econômico africano em 1,3% ao ano.
A despeito do fim de algumas guerras civis sangrentas (como em Moçambique e Angola), disputas por recursos
minerais e rivalidades étnicas, regionais e religiosas continuam a fomentar conflitos armados, que matam milhões de pessoas e
causam migrações maciças.
Inspirados na União Européia (UE), os países do continente criam, em julho de 2002, a União Africana, prevendo a
implementação de programas de desenvolvimento e uma possível eliminação das fronteiras. A enorme carga de problemas , no
entanto, torna esse objetivo difícil de ser alcançado.
Nos últimos anos, a África tem atraído cada vez mais o interesse dos Estados Unidos (EUA), que aumentam sua
presença militar no continente e procuram garantir acesso aos recursos naturais, principalmente petróleo. Além disso, os EUA
buscam aliados para reforçar suas posições nos organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança da Organização das
Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Geografia física
A África tem cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados de extensão e a maior porcentagem de terras desérticas
do globo. O relevo africano caracteriza-se pelo predomínio de imensos tabuleiros (planaltos pouco elevados). No sudeste
tornam-se mais altos, formando grandes picos, como o monte Kilimanjaro (5.895 metros), na Tanzânia.
O deserto do Saara ocupa um terço do território africano. Ali são registradas temperaturas superiores a 40 ºC.
Curiosamente, uma das faixas de terra mais férteis do globo fica nessa área, ao longo das margens do rio Nilo.
A África é cortada ao meio pela linha do Equador e tem quatro quintos do território entre o trópico de Câncer e o de
Capricórnio, o que faz com que o clima seja predominantemente equatorial ou tropical. O norte tem climas semi-árido e
desértico, com uma faixa litorânea de clima mediterrâneo.
A distribuição da vegetação obedece aos fatores climáticos: na porção equatorial úmida, há florestas tropicais, que
vão perdendo densidade e se transformando em savanas à medida que avançam para as regiões mais secas, ao norte e ao sul. A
cobertura vegetal do continente vem sendo reduzida em virtude do desmatamento. Segundo o World Resources Institute, cerca
de dois terços das florestas originais do continente foram desmatados.
O litoral é regular, com pequena quantidade de ilhas. Entre elas, destacam-se Madagascar (a maior do continente),
Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, Comores, Maurício e Seicheles.
População
O continente africano tem 944,4 milhões de habitantes em 2007 e a maior taxa de crescimento demográfico: 2,1% ao
ano, no período entre 2005 e 2010, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP). Enquanto os desertos
são praticamente despovoados, o vale do rio Nilo, por exemplo, apresenta densidade média superior a 800 habitantes por
quilômetro quadrado. Há centros urbanos intensamente povoados, como Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (República
Democrática do Congo), Cartum (Sudão) e Jahanesburgo (África do Sul).
Verifica-se o predomínio das religiões nativas (aparentadas com o candomblé do Brasil) nos países ao sul do Saara e
do islamismo nas nações do norte. Existem também importantes centros cristãos, como a Etiópia (uma das nações de
cristianização mais antiga no mundo) e outros decorrentes da colonização européia.
Há enorme diversidade lingüística: as línguas e os dialetos locais, do tronco africano, convivem com os idiomas
introduzidos pelos europeus, em especial o inglês, o francês e o africâner, derivado do holandês falado no século XVII.
Economia
A África é o continente menos desenvolvido. Os poucos pólos de desenvolvimento se devem à exploração mineral
(África do Sul, Líbia, Nigéria e Argélia) e, em menor escala, à industrialização (África do Sul). A mineração responde por 90%
da receita total de exportação. Nessa atividade, destaca-se a África do Sul, país que detém, sozinho, mais de um quarto do PIB
africano.
O continente continua a ser essencialmente agrícola. Monoculturas de exportação (café, cacau, algodão, amendoim
etc.) alternam-se com lavouras de subsistência. Na extração de petróleo e gás natural, os principais produtores são a Líbia, a
Nigéria e a Argélia. De acordo com dados do Banco Mundial, entre 1970 e 1995 a África é o único continente que viu diminuir
a renda per capita.
A União Africana pretende impulsionar a economia por meio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da
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África (Nepad). Seu objetivo é atrair investimentos estrangeiros que promovam o crescimento, em troca da adoção de políticas
fiscais rigorosas pelos países. A iniciativa tem o apoio do FUndo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Nos últimos anos, aumenta a importância dos investimentos feitos pela China no continente. O país oriental tem
interesse nas matérias-primas africanas, em particular o petróleo. Sua investida é tão grande que já ultrapassa o Reino Unido
como terceiro parceiro comercial dos países da África, depois de Estados Unidos e França. As trocas comerciais entre chineses
e africanos atingiram em 2006 o valor aproximado de 55 bilhões de dólares. O governo chinês financia projetos de infraestrutura, como estradas de ferro e oleodutos. Entre os produtos pelos quais tem interesse estão o petróleo de Angola e a platina
do Zimbábue.
Países da África
Total: 53. África do Sul, Angola, Argélia, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores,
Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria,
Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Seicheles, Senegal,
Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
(Explicando...) As duas Áfricas
O continente africano tem duas sub-regiões claramente delimitadas: a África Setentrional e a Subsaariana. O
limite natural entre ambas é o deserto do Saara.
Os seis países da África Setentrional têm características físicas e humanas semelhantes às do Oriente Médio. Seu
clima é desértico, e a região é majoritariamente ocupada, desde o século VII, por povos árabes, que difundiram o
islamismo, a língua e a cultura árabes. A porção mais ocidental, conhecida como Magreb ("poente", em árabe),
compreende o Marrocos, a Argélia e a Tunísia. Os outros três países são Líbia, Egito e Djibuti.
A África Subsaariana, bem mais extensa, reúne a maioria da população, predominantemente negra. Essa região
concentra alguns dos principais problemas econômicos e sociais do planeta, somados a guerras civis que opõem diferentes
grupos étnicos e ciclos de golpes e contragolpes de Estado.
Dos 33,2 milhões de portadores do vírus HIV no mundo em 2007, 22,5 milhões são da África Subsaariana – quase
68% do total. Ou seja, de cada dez pessoas que tem aids, sete vivem nessa região. No ranking do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU), todos os 22 países que têm IDH
considerado baixo são da África Subsaariana.
Fonte:
ALMANAQUE ABRIL 2005. São Paulo: Editora Abril, 2005.
ALMANAQUE ABRIL 2008. São Paulo: Editora Abril, 2008.
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