Aves Endêmicas do Centro Pernambuco
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Aves Endêmicas do Centro Pernambuco
AVES ENDÊMICAS DO CENTRO PERNAMBUCO, UMA PROPOSTA PARA O MANEJO E CONSERVAÇÃO CEPAN / MMA / FNMA # CIV026/2004 RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL Recife/Agosto/2005 2 Título do Projeto: Aves endêmicas do Centro Pernambuco, uma proposta para o manejo e conservação. Número do Convênio: CIV026/2004 Instituição Convenente: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste CEPAN Período: Junho/2004 – Junho/2005 Resumo do Projeto: A floresta Atlântica ao norte do rio São Francisco, o Centro de Endemismo Pernambuco, vem sofrendo um processo de descaracterização e destruição iniciado há cerca de 500 anos. Pouco sobrou das vastas áreas de florestas, restam apenas 2% de na forma de pequenos fragmentos. Estas florestas são alvos de ações conservacionistas devido à alta concentração de espécies endêmicas e ameaçadas. Sete espécies biológicas de aves - Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa - são pouco conhecidas no que diz respeito aos seus requerimentos ecológicos, comportamentais, distribuição e abundância e a maioria é restrita a poucas localidades. Duas espécies, Glaucidium mooreorum e Philydor novaesi, são restrita a apenas duas localidades. Estas espécies estão incluídas em alguma categoria de ameaça segundo os critérios da nova lista de animais ameaçados do Brasil e são de importância chave do ponto de vista biogeográfico, pois permitem uma interpretação mais completa das relações do avifauna do Centro Pernambuco com dois outros grandes biomas, Floresta Atlântica do sudeste e Floresta amazônica. É apresentada neste projeto, uma proposta de elaboração de planos de manejo para estas espécies, que servirão de subsídios para a elaboração de um conjunto de ações e diretrizes a serem implementadas na região, visando à conservação destas espécies no Centro Pernambuco. 3 Objetivos: O objetivo geral deste projeto é ampliar o conhecimento sobre a ecologia, comportamento, distribuição e abundância de sete espécies de aves endêmicas ao Centro Pernambuco a fim de providenciar informações necessárias à elaboração de planos de manejo para estas espécies. Os objetivos específicos deste projeto são: 1. Obter conhecimento sobre a ecologia e comportamento destas espécies; 2. Caracterizar a distribuição geográfica e estimar o tamanho das populações das espécies de aves endêmicas do Centro Pernambuco; 3. Identificar as variáveis ambientais relacionadas aos padrões de distribuição e diversidade destas espécies; 4. Determinar as possíveis causas dos processos de extinção; 5. Elaborar um conjunto de ações e diretrizes a serem implementadas em escala local e regional visando a conservação destas espécies no Centro de Endemismo Pernambuco. 4 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ................................................................................ 5 2. METAS ............................................................................................. 5 2.1. Descrição das metas ..................................................................... 5 2.2. Metodologia empregada ................................................................ 6 2.3. Atividades originariamente previstas e respectivo cronograma ............ 9 2.4. Recursos envolvidos ..................................................................... 9 2. 5. Resultados alcançados e seus produtos .......................................... 12 3. DIFICULDADES ENCONTRADAS E FORMAS DE SUPERAÇÃO .................... 21 4. EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA COM SEU DESENVOLVIMENTO ....................... 22 5. NECESSIDADE DE PRORROGAÇÃO DAS ATIVIDADES, DO CRONOGRAMA FÍSICO E DO ORÇAMENTO .................................................................. 22 5.1. Prorrogação das atividades ............................................................ 22 5.2. Mudanças no cronograma físico ...................................................... 23 5.3. Mudanças no orçamento ................................................................ 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 26 ANEXO 1. Lista das espécies/subespécies de aves endêmicas e/ou ameaçadas de extinção do Centro Pernambuco ........................................................ 27 ANEXO 2. Mapas gerados a partir das informações das bases digitais que serão utilizadas para identificar as variáveis preditores de ocorrência e de riqueza de espécies vulneráveis a extinção ........................................... 30 5 1. APRESENTAÇÃO São apresentados aqui neste relatório, os resultados parciais obtidos no projeto “Aves endêmicas do Centro Pernambuco, uma proposta para o manejo e conservação” (CIV026/2004). Seguindo o padrão sugerido para relatórios parciais do FNMA, este relatório apresenta inicialmente a descrição de todas as metas, seguido da caracterização da metodologia utilizada e o respectivo cronograma das atividades. São apresentados resultados parciais gerais, obtidos principalmente na Meta 1. As demais metas serão concluídas apenas quando esta for finalizada. Também serão comentados os produtos gerados e as dificuldades encontradas na execução do projeto. 2. METAS 2.1. DESCRIÇÃO DAS METAS 2.1.1. Meta 1 - Caracterização das espécies quanto à ecologia e demanda de hábitat Neste módulo as espécies estão sendo caracterizadas quanto aos seus requerimentos ecológicos, comportamentais e quanto ao tamanho das populações. Uma primeira análise destes dados indicou quais as informações insuficientes que deverão ser melhores investigadas. As informações geradas por este módulo serão integradas aos outros módulos. 2.1.2. Meta 2 - Classificação das espécies quanto à distribuição geográfica Neste módulo as espécies serão classificadas em categorias de distribuição geográfica (distribuição real e potencial) no através da integração de dados de distribuição com as unidades de paisagem e tipos vegetacionais reconhecidas no Centro Pernambuco. Estas informações servirão como subsídios para as análises dos módulos seguintes e permitirão uma estimativa da área de ocorrência destas espécies. 2.1.3. Meta 3 - Determinar as causas das ameaças Neste módulo serão estabelecidas as relações entre distribuição geográfica, número de populações e tamanho das populações e variáveis com cobertura florestal, nível de fragmentação, tamanho médio dos fragmentos, qualidade de hábitat e exploração de recursos florestais por populações humanas. Estas relações 6 permitirão inferir sobre os processos que tornam as espécies raras em escala local e regional e desta forma as tornam ameaçadas de extinção global. 2.1.4. Meta 4 - Análise e esforço de conservação Utilizar-se-á a base de dados sobre a distribuição de aves no Centro de Endemismo Pernambuco, consolidado pelo CEPAN, para identificar que espécies têm populações em Unidades de Conservação. Cruzando a informação da base de dados já consolidada com os novos registros do projeto serão identificadas áreas onde novas unidades de conservação deveriam ser criadas. 2.1.5. Meta 5 - Plano de Manejo Os resultados dos módulos anteriores permitirão definir diretrizes para o manejo das populações das espécies ameaçadas e seus hábitats a fim de se reduzir a probabilidade de extinção das mesmas. Este conjunto de diretrizes estará consolidado no Plano de Manejo de cada uma das espécies o qual terá como elemento integrador o desenho e a proposição de criação de uma rede de paisagens sustentáveis em escala regional. 2.2. METODOLOGIA EMPREGADA 2.2.1. Meta 1 - Caracterização das espécies quanto à ecologia e demanda de hábitat Elaboração da base de dados - A sistematização dos registros de coleta das informações bem como da caracterização ambiental dos locais e regiões de coleta está sendo realizada através do programa Excel, o qual possibilita a exportação de dados diretamente para programas que trabalham com informações georeferenciadas. Estão sendo criadas tabelas por espécie, local e região de amostragem, o que permitira a criação imediata de mapas temáticos no programa ARCVIEW 3.2. Áreas inventariadas - O CEPAN elaborou um documento - Prospecção de novas áreas de conservação do Centro de Endemismo Pernambuco (Uchoa Neto & Tabarelli 2003), onde incluiu várias áreas que ainda não foram inventariadas com relação à avifauna. Este documento serviu como ponto inicial na escolha das áreas a serem inventariadas. 7 Censos de aves - Optamos em alterar a metodologia incluída no projeto original, a fim de poder ter uma base comparativa com outros estudos que vem sido realizado na região e se adapta perfeitamente a inventários rápidos da avifauna. Assim estamos utilizando a metodologia sugerida por Willis & Oniki (1981). Com esta metodologia, o número de registros de cada espécie é transformado em um índice de ocorrência (similar a índice de abundância), onde o número de indivíduos detectados (observados ou ouvidos) é extrapolado para um total de 100 horas de trabalho de campo. A fim de exemplificar, caso se detecte 20 indivíduos da espécie X em 4 horas de campo, ter-se-á como resultado final um índice de ocorrência estimado em 125 indivíduos. Esta metodologia agora aplicada é mais eficiente e mais simples de ser analisada que a metodologia proposta anteriormente, a Lista das 20 espécies (Poulsen et al.1997), no entanto ambas sugerem o mesmo resultado, ou seja, índices de abundância. A identificação das espécies é feita tanto visualmente como, também, através de cantos, chamados e outras manifestações sonoras (e.g., estalidos e batidas de asas). Para tanto se utilizou binóculo (Pentax 8X30) e gravador Sony TCM 5000 EV, com microfone Sennheiser ME 88 “long shotgun”. A observação direta com auxílio da bioacústica tem se mostrado muitas vezes, mais eficiente do que outros métodos de levantamento de aves (Parker 1991). Quando possível, espécies são fotografadas para se ter um registro documental da mesma. Também a fim de registro documental, gravações estão sendo depositadas em uma base de dados sonora do CEPAN. Os censos das aves estão sendo realizados entre as 5 e 10h, período de maior atividade das aves. Além disso, observações gerais serão feitas para identificar aquelas espécies que não são usualmente registradas durante os censos. Em cada remanescente de floresta, será definido um transecto, que será percorrido em diferentes horários, para a coleta de dados sobre a história natural das espécies. Serão coletados dados sobre: utilização dos recursos alimentares (itens alimentares e modos de forrageio); comportamento reprodutivo e nidificação; distribuição espacial na cobertura vegetal; deslocamento vertical; presença e composição em grupos mistos e distribuição temporal. Em algumas áreas estão sendo armadas redes de neblina (mist nets) de 12 x 2m, para a captura de aves de sobosque. As aves capturadas são pesadas e medidas, e observadas quanto à presença de placa de incubação, ectoparasitos e desgaste da plumagem. As informações obtidas com a captura contribuirão para o conhecimento ecológico das espécies. Nenhum espécime está sendo coletado. 8 2.2.2. Meta 2 - Classificação das espécies quanto à distribuição geográfica A distribuição geográfica das espécies será estipulada de duas formas, real e potencial. Para a distribuição real, todos os pontos de ocorrência de cada espécie serão unidos em um polígono. A área gerada por este polígono será a estimativa da área de ocorrência de cada espécie. A distribuição potencial será estimada baseada em metodologias propostas por Jennings (2000) e Boone & Krohn (2000). As localidades de registros das espécies estudadas (distribuição pontual) serão plotadas em um mapa digitalizado dos tipos vegetacionais (IBGE 1993) e Unidades de Paisagem (EMBRAPA 2000) reconhecidos para o Centro Pernambuco. Estes pontos serão extrapolados para todo tipo vegetacional onde o táxon não tinha sido registrado, mas que apresenta as mesmas características das localidades da distribuição pontual. A área de ocorrência de cada espécie nos tipos vegetacionais extrapolados será calculado utilizando os procedimentos X-Tools do programa ARCVIEW 3.2, estimando assim a sua área de ocupação. 2.2.3. Meta 3 - Determinar as causas das ameaças As execuções deste Módulo pressupõem a geração de três mapas digitais base: (1) mapa de paisagens onde a área de distribuição original do Centro Pernambuco será dividida em 140 polígonos de 400 km2 cada (unidade de paisagem); (2) mapa de distribuição geográfica das espécies ameaçadas; e (3) mapa de riqueza de espécies vulneráveis (i.e. número de espécies dentro de cada unidade de paisagem) no Centro Pernambuco. Todos os mapas serão produzidos através de sistema de informação geográfica (ARCVIEW 3.2), com os dados obtidos no Módulo I. Em cada uma das unidades de paisagem serão analisadas características do meio físico e do meio biológico através do cruzamento do mapa de paisagens com mapas temáticos. Indicadores sintéticos descreverão as características de paisagem em cada um dos polígonos com a presença de espécies ameaçadas. Finalmente, estas características de paisagem serão confrontadas com a riqueza de espécies através de provas como regressão linear e coeficientes de correlação. 2.2.4. Meta 4 - Análise e esforço de conservação Através do cruzamento do mapa de unidades de conservação, de unidades de paisagem e de distribuição das espécies mais vulneráveis (Módulo III) poderá ser feita uma análise da representatividade e da eficiência do atual sistema de unidades de conservação do Centro Pernambuco em relação à conservação das aves. Informações sobre ocorrência de espécies em UC’s serão obtidas nas bases 9 de dados já consolidadas pelo Laboratório de Ecologia Vegetal da UFPE e pelo CEPAN. 2.2.5. Meta 5 - Plano de Manejo A combinação dos resultados dos 4 módulos anteriores permitirá definir do ponto de vista das aves vulneráveis, o que é uma paisagem sustentável (unidade ecológica), quantas e quais unidades de paisagem (unidade geográfica) devem ser transformadas em paisagens sustentáveis e de que forma estas unidades devem estar conectadas em escala regional para compor uma rede no Centro Pernambuco. 2.3. ATIVIDADES ORIGINARIAMENTE PREVISTAS E RESPECTIVO CRONOGRAMA (Ver quadro na página seguinte) 2.4. RECURSOS ENVOLVIDOS: 2.4.1. Materiais Entre os recursos materiais de consumo utilizados no desenvolvimento das pesquisas em campo, foram utilizados: - Alimentação e combustível; - Disquetes e CDs virgens foram utilizados gravar as informações geradas nos computadores; - Filmes fotográficos para registro das localidades e de algumas aves capturadas em redes de neblina; - Fitas cassete, para gravar as vozes das aves utilizadas nos censos; - Materiais de campo diversos; - Pilhas alcalinas para abastecer energeticamente lanternas e gravadores de som; - Resmas de papéis e tintas para imprimir formulários de coleta de dados, ofícios e relatórios. Quadro 1 - Atividades e cronograma da execução física do projeto. As células marcadas com # se referem aos meses em que se pretende prorrogar as atividades. Veja a justificativa no final do projeto. Cronograma Bimestral de Execução Física Nº Metas e Atividades 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Caracterização das espécies quanto à ecologia e demanda de hábitat 1.1 Elaboração e manutenção da base de dados x x x x x x x # # 1.2 Levantamento bibliográfico x 1.3 Conhecimento prévio das áreas x 1.4 Censos das espécies x x x x x x # # # 1.5 Observações gerais das espécies x x x x x x # # # 1.6 Obtenção de informações com redes de neblina x x x x x x # # # x x # 10º 11º # # 1 Classificação das espécies geográfica 2.1 Confecção e análise de mapas 2 quanto à x x distribuição 2.2 Área de ocorrência x x # 2.3 Área de distribuição x x # 3 Determinação das causas das ameaças 3.1 Confecção e análise de mapas x # 3.2 Análise das características físicas e biológicas x # 3.3 Correlação das informações x # x # x # 4 4.1 5 Análise e esforço de conservação Análise da representatividade Elaboração do plano de manejo 5.1 Determinação de uma paisagem sustentável para as aves 5.2 Elaboração do plano de manejo x 12º 11 Os materiais permanentes adquiridos e sua utilidade no desenvolvimento do projeto estão enumerados abaixo: - Computador Desktop: Ferramenta indispensável aos trabalhos de expediente na secretaria e coordenação do projeto, e em especial às outras atividades propostas, como bancos de dados, produção de mapas temáticos, utilização de SIG, etc.; - Computador Laptop: está sendo utilizado para incluir todas as informações ainda em campo, o que tem minimizado as inúmeras tarefas de inclusão e análises prévias das informações pós-viagem, além disso, é útil para divulgar mapas, fotos, cantos de aves e o próprio projeto nas localidades de pesquisas; - GPS: material indispensável para a obtenção das coordenadas geográficas das localidades visitadas; - Material para camping: foram adquiridos vários materiais como barracas, panelas e utensílios, fogareiro e caixas para acondicionamento destes materiais. Em muitas localidades de difícil acesso e que não oferecerem acomodações adequadas se faz necessário este tipo de acomodação e suporte para os pesquisadores no campo; 2.4.2. Pessoal No desenvolvimento do projeto estão envolvidas oito pessoas (ver quadro abaixo). Dos pesquisadores cuja fonte pagadora é o FNMA está um estudante de graduação e uma bióloga. Estes são responsáveis, respectivamente, por: auxiliar nas pesquisas de campo e nas análises parciais dos dados; e, coletar informações sobre tipos e características de frutos da região, bem como da fenologia de frutificação a fim de fomentar as informações sobre a alimentação de algumas espécies e estado de conservação dos remanescentes. Quadro 2 – Equipe técnica envolvida no projeto. Função no Projeto Dedicação Instituição Empregadora Fonte Pagadora Sônia Aline Roda Coordenador e pesquisador 20h/semanais Autônomo CEPAN Marcelo Tabarelli Pesquisador 6h/semanais UFPE UFPE Marcondes Oliveira Pesquisador 6h/semanais Autônomo CNPq Alexandre Grillo Pesquisador 6h/semanais Autônomo CNPq André Maurício Melo dos Santos Pesquisador 6h/semanais Autônomo CNPq Gerência financeira 6h/semanais Autônomo CEPAN Glauco Alves Pereira Pesquisador 10h/semanais Autônomo FNMA Melissa Sobrinho Pesquisador 10h/semanais Autônomo FNMA Nome do Profissional Carlos Alberto Mergulhão Uchoa Neto 12 2. 5. RESULTADOS ALCANÇADOS E SEUS PRODUTOS 2.5.1. Resultados preliminares A base de dados da avifauna do CEPAN é um produto da compilação de listas de espécies obtidas por meio da combinação de quatro fontes principais: 1) inventários da avifauna do Centro Pernambuco; 2) registros bibliográficos; 3) consultas a coleções de referencia; 4) compilação autorizada de listas não publicadas, elaboradas por pesquisadores que atuam na região. Esta base de dados inclui informações sobre sistemática, distribuição e história natural das 434 espécies de aves que ocorrem nesta região. No momento, esta base de dados opera com mais de 20.000 registros referente à ocorrência destas 438 espécies de aves em mais de 300 localidades da floresta Atlântica nordestina (i.e., Centro Pernambuco) nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Um total de 26 espécies/subespécies é considerado endêmico, entre estes 23 ameaçados de extinção no Centro Pernambuco (ANEXO 1). Nos últimos 12 meses, principalmente com informações obtidas durante a execução deste projeto, foi acrescentado a esta base de dados, informações sobre a avifauna de mais 40 fragmentos em 22 localidades. Para este projeto, estamos, inicialmente, coletando informações sobre sete espécies biológicas: Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa. Caso durante a segunda fase deste projeto tenhamos informações suficientes para as demais 19 espécies/subespécies, estas serão incluídas nas análises e terão seus planos de manejo (veja a lista destes táxons no Anexo 1). Abaixo são apresentadas algumas informações sobre as espécies alvo do projeto e algumas informações e mapas atualizados de distribuição. Glaucidium mooreorum É muito preocupante o status desta espécie. Foi descrita no ano de 2002 para apenas duas localidades, o REBIO saltinho e Usina Trapiche (veja o mapa de distribuição a seguir). Deste então não foi mais avistada. Em nossas visitas intensivas a estas localidades não a registramos apesar da insistência utilizando a técnica do “play-back”. Mas alguns fatos nos fazem crer que ainda existam, como por exemplo, a reação de agonismo de algumas espécies, principalmente de beijaflores e piprideos ao canto desta espécie. 13 DISTRIBUIÇÃO DE GLAUCIDIUM MOOREORUM NO CENTRO PERNAMBUCO. Philydor novaesi Espécie restrita a duas áreas (Murici e RPPN Frei Caneca) (veja o mapa de distribuição a seguir). A falta de informações sobre a presença desta espécie em Murici (localidade tipo desta espécie) é preocupante, no entanto na RPPN Frei Caneca é vista com relativa freqüência, tanto solitário, como em bandos com várias outras espécies no dossel. Espécie insetívora forrageia no dossel das grandes árvores, principalmente nas epífitas. A Mata do Estado (São Vicente Férrer, PE) apresenta características estruturais de uma floresta madura, como Murici e Frei Caneca, e pode ser uma localidade potencial de distribuição desta espécie. Apesar de várias tentativas utilizando a técnica de “play-back” nesta localidade, esta espécie não foi detectada. No entanto, a presença de algumas espécies típicas de bandos mistos que se aproximaram durante o “play-back” com o chamado do P. novaesi nos leva a crer que esta espécie possa ter ocorrido na área. 14 DISTRIBUIÇÃO DE PHILYDOR NOVAESI NO CENTRO PERNAMBUCO. Terenura sicki Apesar de registrada para poucas localidades (veja o mapa de distribuição a seguir) é uma espécie relativamente comuns e fáceis de serem detectadas através do canto, peculiar desta espécie. Não se tem muitas formações do tamanho populacional desta espécie devido à sua difícil visualização nos estratos mais altos da floresta, no entanto são abundantes em praticamente todas as localidades de registro, exceto para Novo Lino (AL), de onde não se tem informações recentes. Seu período reprodutivo parece coincidir com o da maioria da avifauna da região, nos períodos secos, entre os meses de outubro a março. Formam bandos mistos com espécies que vivem no dossel das florestas. São encontradas em áreas de vegetação tardia, raramente em áreas de crescimento secundário. A altitude mínima de registro é de 300m (Novo Lino) a a máxima de 700m (RPPN Frei Caneca). 15 DISTRIBUIÇÃO DE TERENURA SICKI NO CENTRO PERNAMBUCO. Myrmotherula snowi Espécie anteriormente registrada apenas para três localidades (Murici, RPPN Frei Caneca e Mata do Estado) (veja o mapa de distribuição a seguir), foi recentemente descoberta no Engenho Jussará (Gravatá, PE) durante inventários deste projeto. Vive no sobosque médio a baixo das florestas, principalmente em microambientes com muitas lianas e cipós, não necessariamente em florestas maduras. Regularmente formam bandos familiares entre 6 a 10 indivíduos, e unem-se a bandos com outras espécies de sobosque. São insetívoros, mas ingerem uma quantidade razoável de pequenos frutos, principalmente quando estão agregados a bandos mistos. 16 DISTRIBUIÇÃO DE MYRMOTHERULA SNOWI NO CENTRO PERNAMBUCO. Synallaxis infuscata Esta espécie e mais comum do que as acima citadas, com 32 localidades de registro (veja o mapa de distribuição a seguir). Não apresenta muitos requerimentos ecológicos, apresenta uma estreita dependência com ambientes florestados, e habita os emaranhados de vegetação nas bordas e moitas de capim em clareiras nas florestas. Em florestas bastante alteradas pode ocorrer na área nuclear. Vive geralmente no sobosque baixo, a pouca altura do solo, no entanto ninhos podem ser construídos em lugares mais altos (1 a 5m em relação ao solo). Suportam ambientes em diferentes graus de perturbação Ocorre em altitudes que variam de 5m (Rio Largo) a 1067m (Taquaritinga do Norte). Insetívoro, vive solitário ou em casais, mas pode formar grupos com 5 indivíduos. A perda de hábitat das florestas parece ser a principal ameaça enfrentada por esta espécie, já que uma quantidade razoável de borda florestal é perdida cada vez que se queima a cana-de-açúcar, principal matriz circundante das florestas do Centro Pernambuco. 17 DISTRIBUIÇÃO DE SYNALLAXIS INFUSCATA NO CENTRO PERNAMBUCO. Phylloscartes ceciliae Apesar de ter sido registrada em 9 localidades (veja o mapa de distribuição a seguir), esta espécie é muito pouco conhecida. Seu pouco tamanho dificulta a sua visualização, já que vive estrato médio e copa das árvores das florestas, onde frequentemente se associa os bandos mistos. Geralmente vive aos casais. Alimenta-se de pequenos frutos e insetos. Vista regularmente em bandos mistos (Murici, Mata do Estado, Frei Caneca, Serra Grande e Água Azul) com outros endêmicos, como Tangara fastuosa e Terenura sicki, além de outros. Parece se adaptar a ambientes alterados, já foi avistada em ambientes secundários das bordas ao lado da matriz de cana-de-açúcar. 18 DISTRIBUIÇÃO DE PHYLLOSCARTES CECILIAE NO CENTRO PERNAMBUCO. Tangara fastuosa Bem distribuído no Centro Pernambuco, foi registrado para 57 localidades (veja o mapa de distribuição a seguir), podendo ser abundante ou raro, dependendo do estado de conservação da localidade. Espécie frugívora, também se alimenta de uma grande quantidade de artrópodes. Freqüenta bandos mistos que incluem tanto espécies frugívoras quanto insetívoras e também pode ser vista em grupos ou pares. Pouco se conhece sobre o comportamento reprodutivo, no entanto já foi observado construindo ninhos em bromélias no mês de janeiro. Freqüenta tanto o interior quanto a borda das florestas, tanto primárias quanto secundárias, e é bem adaptado às alterações de hábitat perturbação no seu ambiente. É frequentemente capturado para comércio, devido à sua plumagem exuberante. 19 DISTRIBUIÇÃO DE TANGARA FASTUOSA NO CENTRO PERNAMBUCO. Já estão prontas algumas das bases digitais referentes à: (1) unidade de paisagens, (2) geologia, (3) geomorfologia, (4) solos, (5) tipos vegetacionais, (6) remanescentes florestais e (7) unidades de conservação que serão utilizadas com o objetivo de identificar as variáveis preditores de ocorrência e de riqueza de espécies vulneráveis a extinção. Foram gerados alguns mapas referentes a estas bases e são apresentados no Anexo 2. 2.5.2. Produtos - Já estão sendo elaboradas algumas publicações a serem enviadas a revistas científicas sobre a distribuição e história natural de algumas espécies/subespécies de aves endêmicas e ameaçadas, e.g., Synallaxis infuscata, Myrmotherula snowi, Curaeus forbesi e Myrmeciza ruficauda soror. Além de artigos sobre extensões de área de distribuição de outras espécies. 20 - As informações referentes aos táxons: Automolus leucophtalmus lammi, Caryothraustes canadensis frontalis, Cercomacra laeta sabinoi, Conopophaga melanops nigrifrons, Odontothorus Philydor capueira novaesi, pernambucensis, Curaeus forbesi, plumbeicollis, Pyriglena Platyrinchus Momotus Phaethornis leuconota mystaceus momota marcgraviana, ochraceiventris pernambucensis, niveigularis, camargoi, Picumnus Schiffornis exillis turdinus intermedia, Sclerurus caudacutus caligineus, Synallaxis infuscata, Terenura sicki, Thalurania watertonii, Thamnophilus aethiops distans, Thamnophilus caerulescens pernambucensis e Xenops minutus alagoanus; obtidas neste projeto estão sendo incluídas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada do Brasil que está sendo editado pela Fundação Biodiversitas com o apoio do PROBIO. - Site informativo: uma página na Internet foi vinculada à página do CEPAN (http//:www.cepan.org.br/projetos) para estabelecer uma outra fonte de articulação entre o projeto e a comunidade em geral. A página tem informações gerais sobre o projeto, equipe de trabalho e brevemente serão incluídos os principais resultados obtidos. - O CEPAN criou a “Série de Relatórios da Avifauna”, que são relatórios de caracterização da avifauna regional, de caráter científico, porém em uma linguagem acessível aos tomadores de decisão e ao público em geral. Nestes relatórios são incluídas as listas de aves registradas nas principais localidades visitadas por este projeto, com informações de abundância e comentários sobre as principais espécies. Outros relatórios técnicos do CEPAN (não desta série) também incluem informações sobre a avifauna, obtidos durante a execução deste projeto. A seguir, é apresentada a lista dos relatórios que já estão disponibilizados na página eletrônica do CEPAN: - Roda, S. A., 2004. Aves da Fazenda Morim, São José da Coroa Grande, PE. Relatórios da Avifauna #01 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., 2004. Aves da Usina Cucaú, PE. Série Relatórios da Avifauna #02 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., 2004. Aves do Engenho Sacramento, Água Preta, PE. Série Relatórios da Avifauna #03 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., 2005. Distribuição de aves endêmicas e ameaçadas em usinas de açúcar e Unidades de Conservação do Centro Pernambuco. Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. 21 - Roda, S. A., 2005. Aves da Usina Trapiche, PE. Série Relatórios da Avifauna #04 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., 2005. Aves da Reserva Biológica de Saltinho, PE. Série Relatórios da Avifauna #05 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Pereira, G. A.; Dantas, S.; Roda, S. A., 2005. Aves da Mata de Aldeia, Camaragibe, PE. Série Relatórios da Avifauna #06 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., Pereira, G. A., 2005. Aves do Engenho Opinioso, Amaraji, PE. Série Relatórios da Avifauna #07 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. - Roda, S. A., Pereira, G. A., Dantas, S. 2005. Aves do Engenho Jussará, PE. Série Relatórios da Avifauna #08 Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. 3. DIFICULDADES ENCONTRADAS E FORMAS DE SUPERAÇÃO As principais dificuldades encontradas até o momento foram: - Pessoas capacitadas: dificuldade de encontrar pessoas capacitadas para desenvolver as atividades de campo propostas. Para superar este problema, selecionamos alguns alunos de graduação que acompanharam algumas viagens de campo, e foi escolhido o que mais se adaptou à metodologia empregada e que já tinha experiência com ornitologia. A necessidade de escolher pessoas com um conhecimento prévio em ornitologia é essencial, pois em campo, 90% dos contatos com as aves são por meio auditivo. - Contato: em algumas localidades visitadas, apesar de contato prévio, os proprietários não puderam nos receber ou houve necessidade de troca imprevista de locais durante as viagens, algumas até foram adiadas, de forma que houve alguns atrasos em relação ao cronograma inicialmente proposto. - Intempéries e Segurança: outro imprevisto foram as condições ambientais e de segurança. Quanto às condições ambientais, tornou-se impossível realizar qualquer viagem a campo no período de chuvas intensas (junho a agosto), o que comprometia tanto as pessoas envolvidas e os veículos, quanto o material utilizado em campo. Quanto à segurança, em algumas localidades não tivemos condições de dar continuidade ou mesmo iniciar trabalhos de campo devido ao estado de violência 22 nestes locais. Como forma de superação destes itens e ao do anterior, pretendemos prorrogar as viagens de campo em mais alguns meses e tentar visitar áreas consideradas perigosas. - Manutenção de Veículo: quanto a despesas de manutenção de veículo, não havíamos previsto no projeto original que o veículo utilizado pudesse ter um desgaste tão intenso ou mesmo acidental devido às precárias condições das estradas mais interioranas. Assim pretendemos mudar algumas rubricas e reverter recursos para a manutenção do veículo e poder dar continuidade às coletas de informações de uma maneira mais segura. 4. EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA COM SEU DESENVOLVIMENTO A principal experiência adquirida com as atividades deste projeto é sem dúvida o fortalecimento da capacidade profissional dos integrantes da equipe, que aliada aos conhecimentos teórico-conceituais já obtidos no desenvolvimento profissional será utilizada nas orientações de novos alunos e nas execuções de outros projetos. A experiência institucional adquirida até o momento e aquela ainda a ser adquirida na continuidade deste projeto será útil principalmente nos procedimentos de gerência e desempenho da instituição. 5. NECESSIDADE DE PRORROGAÇÃO DAS ATIVIDADES, DO CRONOGRAMA FÍSICO E DO ORÇAMENTO 5.1. PRORROGAÇÃO DAS ATIVIDADES Como foi citado acima, no item 3, tivemos algumas dificuldades que comprometeram o tempo previsto de execução. Como temos ainda, pelo menos oito novas localidades importantes a serem visitadas (referente à Meta 1), far-se-á necessário uma prorrogação. Desta maneira, deverá haver uma prorrogação nas demais metas, que só poderão ser iniciadas com a conclusão da Meta 1. Veja o cronograma geral na página 9 ou o mesmo detalhado no item a seguir. 23 5.2. MUDANÇAS NO CRONOGRAMA FÍSICO Serão necessárias algumas modificações no cronograma físico do projeto original. Estas modificações dizem respeito apenas à prorrogação do prazo da execução física, as atividades não serão alteradas. O Quadro 3 apresenta as alterações a serem feitas no cronograma de execução da Meta 1, que corresponde a mais seis meses de pesquisas de campo. As informações serão imediatamente incluídas nas bases de dados para não haver atrasos nas demais metas. Estes meses prorrogados abrangeriam o período reprodutivo das aves o que facilitaria a detecção das espécies e, consequentemente, teríamos um maior número de informações. Quadro 3 – Alterações na Meta 1: As alterações estão marcadas nos quadros sombreados. Meta 1 - Atividades Cronograma bimestral de execução física 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º x x # # 1. Caracterização das espécies quanto à ecologia e demanda de hábitat. 1.1. Elaboração e manutenção da base de dados 1.2. Levantamento bibliográfico x 1.3. Conhecimento prévio das áreas x 1.4. Censos das espécies x x x x x x # # # 1.5. Observações gerais das espécies x x x x x x # # # 1.6. Obtenção de informações com redes de neblina x x x x x x # # # x x x x x x x O Quadro 4 apresenta as alterações a serem feitas no cronograma de execução da Meta 2 a 5, que corresponde a dois meses de prorrogação da Meta 2, 3 e 4 e a quatro meses na Meta 5. A Meta 5 demandará de mais tempo para ser executada visto que se referente à conclusão do projeto e ao Plano de Manejo das espécies. As atividades serão iniciadas assim que se concluam todos os trabalhos de campo da Meta 1, ao contrário do que estava inicialmente previsto, em que estas metas se iniciariam dois meses depois da última atividade da Meta 1, ao término da manutenção da base de dados. 24 Quadro 4 – Alterações nas Metas 2, 3, 4 e 5. As alterações estão marcadas nos quadros sombreados. Cronograma bimestral de execução física Metas e Atividades 7º 8º 9º x # 10º 11º # # 2. Classificação das espécies quanto à distribuição geográfica 2.1. Confecção e análise de mapas x 2.2. Área de ocorrência x x # 2.3. Área de distribuição x x # 3.1. Confecção e análise de mapas x # 3.2. Análise das características físicas e biológicas x # 3.3. Correlação das informações x # x # x # 3. Determinação das causas das ameaças 4. Análise e esforço de conservação 4.1 Análise da representatividade 5. Elaboração do plano de manejo 5.1. Determinação de uma paisagem sustentável para as aves 5.2. Elaboração do plano de manejo x 5.3. MUDANÇAS NO ORÇAMENTO Em virtude da verificação de que há necessidade de realizar adequações, com vistas ao desenvolvimento otimizado de algumas metas/atividades serão solicitadas ao FNMA mudanças nas seguintes rubricas: - Despesas Correntes: • Da meta 1 atividade 1.1 o valor de R$ 7.608,00 (referente seis meses de serviço de biólogo) e da meta 1 atividade 1.1 o valor de R$ 2.000,00 (referente a Obrigações Tributárias e Contributivas – Imposto Sobre Serviço de Pessoa Física) para: meta 1 atividade 1.1 - Manutenção de veículo – o valor R$ 9.608,00. Não havíamos previsto no projeto original que os veículos utilizados pudessem ter um desgaste tão intenso ou mesmo acidental devido às precárias condições das estradas mais interioranas na região Nordeste. Assim para poder dar continuidade às coletas de informações de uma maneira mais segura, há a necessidade de fazer uma manutenção constante nos carros utilizados. Desta forma é pretendido remanejar parte do recurso destinado à contratação de biólogo e parte da 25 obrigação trabalhista que seria recolhido para a contratação do mesmo para fazermos as manutenções necessárias nos veículos. - Despesas de capital: • Da meta 1 atividade 1.1 o valor de R$ 950,00 do elemento de despesa Material Permanente (Compra de CDs de canto de aves e binóculo) para também a meta 1 atividade 1.1 para o elemento de despesa Material Permanente para a compra de Software e cabo para conexão do GPS e livros. Com recursos adquiridos em outros projetos, compramos os CDs e o binóculo previsto no projeto original, que somam R$ 900,00. Desta forma, pretendemos adquirir com este montante, um software (GPS TrackMaker GTMPro3.8 – R$ 250,00), um cabo de conexão do GPS com o Laptop (R$ 120,00) e o restante (R$ 580,00) adquirir livros. O software será uma importante interface com outros softwares que utilizamos para georeferenciamento e elaboração dos mapas temáticos mais detalhados. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Boone, R. B. & W. B. Krohn. 2000. Predicting broad-scale occurrences of vertebrates in patchy landascapes. Landscape Ecology, 15: 63-74. EMBRAPA 2000. Zoneamento Agroecológico do Nordeste (ZANE). Recife, Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias. IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 1993. Mapa da Vegetação do Brasil. Escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro, IBGE. Jennings, M. D. 2000. Gap analysis: concepts, method, and recent results. Landscape Ecology, 15: 5-20. Parker, T. A. 1991. On the use of tape recordings in avifaunal surveys. Auk, 108: 443444. Poulsen, B. O., N. Krabbe, A. Frolander, M. B. Hinojosa & C. O. Quiroga 1997. A rapid assessment of Bolivian and Ecuadorian montane avifaunas using 20-species list: efficiency, biases and data gathered. Bird Consevation International, 7: 53-67. Uchoa Neto, C. A. M. & M. Tabarelli. 2003. Prospecção de novas áreas de conservação do Centro de Endemismo Pernambuco. Relatório Técnico. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Recife, PE. [Disponível em] <http://www.cepan.org.br/publicacoes/relatorio_prospeccaoareas> WILLIS, E. O. & Y. ONIKI. 1981. Levantamento preliminar de aves em treze áreas do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Biologia, 41:121-135 Anexo 1 – Lista das espécies/subespécies de aves endêmicas e/ou ameaçadas de extinção do Centro Pernambuco. Ameaça (segundo MMA 2003 e IUCN 2005): VU, vulnerável; EP, em perigo; CR, criticamente ameaçado. Sensitividade aos distúrbios humanos, segundo Stotz et al (1996). Categoria trófica (segundo Roda 2003): FRU-A, frugívoro arborícola; FRU-T, frugívoro terrestre; PRE-D, predador diurno; NEC, nectarívoro; INS-Te, insetívoro terrestre; INS-Tr, insetívoro de tronco; INS-AV, insetívoro aéreo voador; INS-AC, insetívoro aéreo catador. Número de localidades segundo a base de dados do CEPAN, incluindo os dados obtidos neste projeto. Espécies marcadas com * são as citadas no projeto original como as principais espécies a serem estudadas por este projeto. Família / Espécie Ameaça MMA IUCN Sensitividade aos distúrbios humanos EP - Média FRU-T 9 CR CR Alta PRE-D 2 EP - Alta NEC 24 EP - Média INS-AV 28 VU - Média INS-Tr 48 VU - Baixa INS-AC 64 Categorias tróficas Número de localidades CRACIDAE Penelope superciliaris alagoensis STRIGIDAE Glaucidium mooreorum* TROCHILIDAE Phaethornis ochraceiventris camargoi MOMOTIDAE Momotus momota marcgraviana PICIDAE Picumnus exilis pernambucensis THAMNOPHILIDAE Thamnophilus caerulescens pernambucensis 28 Continuação Ameaça MMA IUCN Sensitividade aos distúrbios humanos Thamnophilus aethiops distans EP - Alta INS-AC 26 Myrmotherula snowi* CR CR Média INS-AV 4 Terenura sicki* EP EP Média INS-AC 7 Cercomacra laeta sabinoi VU - Baixa INS-AC 31 Pyriglena leuconota pernambucensis VU - Média INS-Te 42 Myrmeciza ruficauda soror EP EP Média INS-Te 32 VU - Alta INS-Te 56 Synallaxis infuscata* EP CR Média INS-AC 32 Philydor novaesi* CR CR Alta INS-AC 2 Automolus leucophthalmus lammi EP - Média INS-AC 18 Xenops minutus alagoanus VU - Média INS-Tr 41 Sclerurus caudacutus caligineus EP - Alta INS-Te 2 EP - Alta INS-Tr 26 Família / Espécie Categorias tróficas Número de localidades CONOPOPHAGIDAE Conopophaga melanops nigrifrons FURNARIIDAE DENDROCOLAPTIDAE Dendrocincla fuliginosa taunayi 29 Continuação Ameaça MMA IUCN Sensitividade aos distúrbios humanos VU CR Média INS-AV 9 Hemitriccus zosterops naumburgae - - Alta INS-AV 64 Platyrinchus mystaceus niveigularis VU - Alta INS-AV 42 - - Alta FRU-A 24 EP EP Média FRU-A 15 - - Média FRU-A 38 VU EP Média FRU-A 57 Família / Espécie Categorias tróficas Número de localidades TYRANNIDAE Phylloscartes ceciliae* PIPRIDAE Schiffornis turdina intetrmedia COTINGIDAE Iodopleura pipra leucopygia EMBERIZIDAE Hemithraupis flavicollis melanoxantha Tangara fastuosa* Anexo 2 – Mapas gerados a partir das informações das bases digitais que serão utilizadas para identificar as variáveis preditores de ocorrência e de riqueza de espécies vulneráveis a extinção. Figura 1 - Unidades geológicas no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 2 - Unidades geomorfológicas no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 3 - Níveis de precipitação no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 4 - Solos no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 5 - Tipos vegetacionais no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 6 - Mapa de remanescentes do Centro Pernambuco. Figura 7 - Unidades de Conservação no Centro de Endemismo Pernambuco. Figura 8 - Quantidade de remanescentes florestais em unidades de paisagem no Centro Pernambuco. Figura 1 - Unidades geológicas no Centro de Endemismo Pernambuco. 32 Figura 2 - Unidades geomorfológicas no Centro de Endemismo Pernambuco. 33 Figura 3 - Níveis de precipitação no Centro de Endemismo Pernambuco. 34 Figura 4 - Solos no Centro de Endemismo Pernambuco. 35 Figura 5 - Tipos vegetacionais no Centro de Endemismo Pernambuco. 36 Figura 6 - Mapa de remanescentes do Centro Pernambuco. 37 Figura 7 - Unidades de Conservação no Centro de Endemismo Pernambuco. 38 Figura 8 - Quantidade de remanescentes florestais em unidades de paisagem no Centro Pernambuco.