Doenças Infecto-Contagiosas
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Doenças Infecto-Contagiosas
Veterinarian Docs www.veterinariandocs.com.br Doenças Infecto-Contagiosas Vírus 01-Maedi-Visna -Introdução: Maedi é uma pneumonia intersticial de evolução progressiva e lenta, produzindo emagrecimento e caquexia e termina com a morte dos animais. E Visna é uma meningite de desenvolvimento muito lento. -Hospedeiros: ovinos e caprinos -Divisão: -Família: Retroviridae -Subfamília: Lentivirinae -Gênero: Lentivirus -Estrutura: RNA fita dupla, extremidades LTR (usadas para se integrar ao DNA do hospedeiro), GP135 e P28 (proteínas importantes para o diagnóstico). -Localização: monócitos/macrófagos -Transmissão: secreção e excreção de células infectadas 1 www.veterinariandocs.com.br Ex.: colostro, leite e aerossóis. -Patogenia: possui período de incubação longa (até vários anos). A infecção é caracterizada por uma evolução progressiva muito lenta. É uma doença do sistema linforreticular que afeta a totalidade do organismo -Sinais Clínicos: 4 formas clínicas -Nervosa: incoordenação, andar em círculos, nistagmo, paresia e paralisia, mantém o apetite mas há perda de peso (não muito comum). -Articular: claudicação e aumento de volume articular -Respiratória: dispnéia, emagrecimento e pneumonia secundária -Mamária: mamite, endurecimento do úbere, presença de nódulos e diminuição na produção de leite. -Patologia: -Pulmão: não há colapso completo, aumento do peso e presença de focos acizentados, lesões em todos os lobos. -Tecido Nervoso: não há alterações macroscópicas, apenas infiltrado mononuclear (microscopicamente) -Articulações: artrite não supurativa, edema e hiperemia -Glândula Mamária: endurecimento e presença de nódulos 02-CAEV (Vírus da Artrite Encefalite Caprina) -Introdução: é uma doença infecciosa específica dos caprinos. Geralmente apresenta-se de forma crônica, caracterizando-se por um longo período de incubação e uma evolução clínica lenta e progressiva. Os animais infectados passam a ser portadores permanentes do vírus. O vírus pode estar presente em todos os líquidos biológicos do corpo. -Hospedeiros: caprinos -Divisão: -Família: Retroviridae -Subfamília: Lentivirinae -Gênero: Lentivirus -Estrutura: semelhante ao MVV -Localização: monócitos/macrófagos 2 www.veterinariandocs.com.br -Transmissão: através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados. O contato direto entre os animais, bem como toda a forma de contato indireto com os líquidos corporais (principalmente o sangue), também são importantes meios de transmissão do vírus. -Patogenia: O vírus a artrite encefalite caprina (CAEV) infecta as células das linhagens monócito-macrofágicas com localização em macrófagos do líquido sinovial, pulmões, sistema nervoso central e glândula mamária. Grandes quantidades de anticorpos neutralizadores não relacionados aos vírus são produzidos pelos linfócitos associados macrófagos infectado pelo vírus. Estes grandes complexos imunes são supostamente a base para as alterações inflamatórias crônicas observadas nos tecidos associado -Patologia: -Articular: lesão inflamatória, degenerativa, aumento de volume e presença de fibrina e coagulo no líquido sinovial. *O CAEV compartilha características genéticas, morfológicas e patológicas com outros lentivírus, incluindo o vírus maedi-visna (MVV). Freqüentemente CAEV e MVV são denominados de lentivírus de pequenos ruminantes (LVPR), por possuírem características patogênicas, epidemiológicas e organização genômica semelhantes. -Diagnóstico Diferencial: Diferenciar de Mycoplasma, Chlamydia e Listeria e também de poliencefalomalácia e mastite bacteriana. -Diagnóstico (MVV e CAEV): principalmente por Imunodifusão em Agar Gel. Mas pode-se usar também: ELISA, IFI, WB, PCR (detecção de antígenos), isolamento viral (verificar o efeito citopatogênico). -Importância Econômica (MVV e CAEV): diminuição da vida produtiva, da produção, predisposição à infecções secundárias e restrições comerciais. *MVV/CAEV causam sincício (junção de núcleos). -Material para Laboratório: -Soro (sorologia) -Sangue + Heparina, leite ou sêmen (PCR) -Sangue, articulações, pulmões, encéfalo (isolamento). -Controle: -Não existem vacinas 3 www.veterinariandocs.com.br e glândula mamária -Realizar 1/2 testes por ano -Separação e eliminação dos positivos -Manejo (tratamento do leite – 56ºC por 30 minutos). 03-Anemia Infecciosa Eqüina -Introdução: é uma doença viral do sangue e órgãos hematopoiéticos. -Hospedeiros: eqüinos -Divisão: -Família: Retroviridae -Subfamília: Lentivirinae -Gênero: Lentivirus -Estrutura: proteínas do gene env GP90 e GP35 (alvos da resposta imune) e proteínas do gene gag P26 (principal para diagnóstico). 4 www.veterinariandocs.com.br -Transmissão: -Insetos hematófagos (tabanídeos, stomoxys e culicóides) e são vetores mecânicos -Iatrogênico -Sêmen -De cavalo para cavalo (mordedura em brigas). -Depende: -Da população de insetos e o habito alimentar (inseto não termina a alimentação num só animal, passando para outro) -Densidade populacional de animais -Quantidade de sangue transferida -Nível de vírus no sangue do animal infectado. -Histórico: -1843 – 1ª descrição (França) -1904 – determinada a etiologia -1961 – primeiro isolamento viral -Similaridade genética e antigênica com o HIV -Epidemiologia: -O animal sobrevive em torno de 4 dias na infecção aguda -Vírus resiste bem a luz UV -Vírus rapidamente inativado por desinfetantes comuns (porque o vírus possui envelope) e pH ácido (<3) e pH alcalino (>11). -Patogenia: A anemia é resultante da hemólise e fagocitose, mediada pela presença de eritrócitos recobertos pelas proteínas do complemento (C3) e, concomitantemente, pela redução da eritropoese. -PI: 7 a 30 dias -Atinge macrófagos, onde ocorre a viremia. 5 www.veterinariandocs.com.br -Infecção aguda: febre que chega a 41ºC, respiração rápida, abatimento e cabeça baixa, debilidade nas patas, inapetência, trombocitopenia e perda de peso. Se o animal não morre em três a cinco dias, a doença pode tornar-se. -Infecção inaparente: portador assintomático -Infecção crônica: observa-se ataques febris com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte ocorre depois de algumas semanas. Com ataques há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o que resulta em anemia. Também há a perda de peso, febre e edema de membros -O macrófago infectado libera citocinas (TNF e IL-1) que são as principais causadoras da febre e do enfraquecimento do endotélio vascular. *TNF: trombocitopenia *IL-1: febre -Sinais Clínicos: -Anemia hemolítica (proteínas virais ligam-se à membrana da hemácia do hospedeiro e o sistema imune causa a lise desta hemácia) -Há formação de glomerulonefrite e/ou uma vasculite. imunocomplexos causando uma possível -Forma Superaguda: -Morte em 2/3 dias -Atinge animais muito debilitados -Há febre alta e diarréia -Forma Aguda: -Ocorre no primeiro mês pós-infecção -Verifica-se letargia, febre, diarréia, edema e anemia. -Os sinais clínicos regridem em 5 dias -Ocorre a morte em 2 a 3 semanas. -Forma Crônica: -Viremias recorrentes (6 episódios febris ao ano) -E supressores do sistema imune. está relacionado ao 6 www.veterinariandocs.com.br estresse e medicamentos -Forma Inaparente: -Hipertermia, diminuição do peso, edema, icterícia e hemorragias. *A diferença entre a infecção pelo EIAV daquelas causadas por outros lentivírus é o fato de o EIAV desencadear picos de viremia, que não são observados em infecções pelo CAEV, MVV e FIV. -Imunidade: 3 tipos de anti-corpos -Neutralizantes: drifts antigênicos (o vírus não é destruído porque se encontra dentro do macrófago e também sofre pequenas alterações genéticas) -Precipitantes: utilizado para o diagnóstico (p26) -Fixadores de complemento -Diagnóstico: -IDGA (Imunodifusão em Ágar Gel) Ac para p26 -Elisa -Isolamento viral (vírus não induz o efeito citopatogênico); -Inoculação em susceptíveis *Proteína recombinante: usa-se bactérias para a produção de uma parte do vírus específica. -Diagnóstico Diferencial: -Babesiose; -Leptospirose; -Influenza eqüina -Controle: -Interdição de movimentação de animais; -Isolamento dos suspeitos e soro positivos; -Proibir participação em feiras; -Eliminação dos positivos; -Controle de vetores; 7 www.veterinariandocs.com.br -Reteste a cada 60 dias (30 dias para incubação e 30 dias para a produção de anticorpos); -Não existem vacinas; -Legislação: -Exame feito apenas por laboratórios credenciados (notificação obrigatória); -Sacrifício dos positivos; *CIDASC -GTA (guia de trânsito animal) -Exame de AIE -Vacinação (atestado) contra a influenza eqüina 04-Vírus da Leucose Bovina -Hospedeiros: bovinos, zebuínos, búfalos e capivaras -Divisão: -Família: Retroviridae -Sub-família: Oncovirinae -Gênero: Deltaretrovirus -Estrutura: RNA +, envelope, 10kpb, transcriptase reversa -Local: linfócitos B. Leva o aparecimento de tumores e não possui oncogênes (apenas TAX). -Transmissão: se dá de forma horizontal e vertical. Esta primeira se dá através do contato físico prolongado de bezerros susceptíveis com animais portadores do vírus; através do consumo de água com sangue infectado. O contágio de animal-animal requer um íntimo e prolongado contato físico, não havendo a transmissão em animais separados a mais de dois metros. Pode haver também transplacentária (menos de 10%). -Replicação: o vírus apresenta proteínas regulatórias (TAX e REX) cuja função está relacionada com a regulação da expressão gênica desse vírus. A TAX está relacionada ao aparecimento de tumores (alta taxa de mutação). -Doença: -Linfossarcoma: tumor mais comum 8 www.veterinariandocs.com.br -Linfocitose persistente *Diferenciar de Leucose Esporádica Bovina: 3 formas (juvenil, tímica e cutânea) mas não são causadas por vírus. -Padrão de Resistência associado ao MHC: MHC II bovino chamado de BoLA. E animais com diferentes expressões no gene BoLA DRB 3.2 apresentam uma baixa manifestação de linfocitose persistente. -Patogenia: o BLV infecta principalmente linfócitos B, nos quais produz uma infecção persistente, mas pode também infectar linfócitos T. Os animais infectados por este retrovírus tornam-se portadores pelo resto da vida. Normalmente cursa de forma assintomática, mas uma pequena parcela de animais irá desenvolver a forma clínica da doença. E a enfermidade caracteriza-se pela produção de tumores de origem linfóide, como linfossarcomas ou linfomas malignos, em diversos órgãos. -Sinais Clínicos: -Muito variáveis; -Aparecimento de tumores (esôfago, pulmões) -Perda de peso, diminuição na produção, linfoadenopatia (aumento de linfonodo), anorexia, linfócitos anormais. -Títulos sorológicos são vistos 2 a 8 semanas após a infecção. -Diagnóstico: -IDAG (Imunodifusão em Ágar Gel) – detecção de anticorpos contra GP51. -Anticorpos colostrais podem interferir no teste até 6 meses. -ELISA -PCR (a partir de leucócitos); -Interpretação do Teste: Resultado Idade Contato com + Interpretação + <7 meses Mãe infectada + + - <7 meses >7 meses <3 meses >3meses Mãe sadia ---------------Contato com + ---------------- Impossível distinguir, testar após 7 meses ou usar PCR Animal Infectado Animal Infectado Retestar após 3 meses Animal não Infectado 9 www.veterinariandocs.com.br -Controle: -Não existem vacinas; -Uso de testes sorológicos a cada 6 meses; -Manejo -Medidas de higiene; -Separar terneiros antes de mamarem o colostro -Aquecer o leite à 56ºC por 30 minutos -Fatores de Risco: -Intervenções cirúrgicas, tatuagens, brincos, vacinações, coleta de sangue, palpação retal e transfusão sanguínea. 05-Encefalopatia Espongiforme Transmissível (TSE) -BSE em bovinos -SCRAPIE em ovinos -Causa: príon (proteína infecciosa) – resistente à detergentes, calor e proteinases. *PrPc (proteína normal do hospedeiro) -Local: concentração 50x maior no SNC -Codificada por 1 gene e 1 éxon (parte codificadora) -É normalmente expresso na superfície dos neuronais -Função: neurotransmissor (ritmo circadiano) -Príon: -O animal deve expressar a proteína normal -A lesão não apresenta resposta inflamatória -Alta resistência à UV e raios gama. -Atinge alta concentração de títulos no tecido cerebral -Forma filamentos: placas nos neurônios afetados 10 www.veterinariandocs.com.br -Resistência: diminuição da infectividade por NaOH, hipoclorito de sódio, formaldeído, autoclave, fervura por 1 hora -Patogenia: -PrPsc (proteína priônica) muda a conformação da outra proteína do hospedeiro (PrPc – normal); -Degeneração espongiforme do cérebro -Alterações no padrão de ligações químicas -Alteração na glicosilação que muda a conformação de α-hélices para βsheet. -Há o acúmulo dessa proteína dentro dos neurônios (não sendo degradado como normalmente) e neurônio não executa mais sua função normal. -Doenças: 1-SCRAPIE: -Transmissão: -Via oral -Pastagem, equipamentos -Filhotes (intrauterina, pós-parto) -Sangue, urina, fezes, sêmen, saliva – NÃO são infecciosos -Patogenia: após a exposição o príon multiplica-se em células dendríticas dos linfonodos, faz a penetração no tecido nervoso via duodeno/íleo. -Sinais Clínicos: -Incubação 2 a 5 anos -Inicio agudo da doença -Excitação, tremores, intenso prurido -Emaciação, fraqueza, olhos arregalados, ataxia e paralisia de posteriores. 2-BSE: -Não se tem registro no Brasil. *Exame BSE: 11 www.veterinariandocs.com.br -Distúrbios de comportamento (nervosos, movimentos espasmódicos do corpo, medo, salivação, olhos arregalados, ranger de dentes, fasciculações musculares, dificuldade de levantar) -Distúrbios na sensibilidade (sensíveis ao toque, a luz e ao som) -Distúrbios na locomoção (andar anormal, andar balançando e ataxia) -Diagnóstico (BSE e SCRAPIE): -Sinais Clínicos -Exame Histopatológico do cérebro -Detecção de placas no tecido nervoso -Controle: -Da alimentação (evitar usar carne animal como fonte protéica) 06-Febre Aftosa -Introdução: doença altamente contagiosa de notificação obrigatória. -Hospedeiros: biungulados (bovinos, ovinos, caprinos e suínos) -Divisão: -Família: Picornaviridae -Gênero: Aphthovirus -7 sorotipos: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e ASIA *Infecção por um sorotipo não protege do outro. -Estrutura: vírus RNA, não envelopado e com replicação no citoplasma. A proteína VP1 de capsídeo é utilizada para fazer o seqüenciamento do vírus, para encaixar este num dos sorotipos. -Transmissão: se dá pelo contato direto, aerossóis, pelo ar (até 60km em terra e 300km no mar), transporte mecânico (humanos e veículos), fômites, produtos de origem animal (carne, leite, sêmen e embriões). *É considerada zoonose. -Resistência: O vírus é inativado em: -Temperatura: > 50ºC 12 www.veterinariandocs.com.br -pH: <6 e >9 -Desinfetantes: hidróxido de sódio e ácido cítrico. Resistente a iodóforos, quaternários de amônia, hipoclorito de sódio e fenol. -Epidemiologia: -Grande eliminação de vírus por secreções e excreções; -Em humanos que tiveram contato com o vírus podem albergar o vírus por 24/48 horas no sistema respiratório; -A eliminação de vírus pode iniciar até 4 dias antes dos sintomas (pela salivação, fezes, urina, leite e sêmen); -O pico de eliminação do vírus ocorre quando o animal não apresenta sintomatologia da doença; -No solo o vírus resiste até 3 dias no verão e 28 dias no inverno; -O vírus pode persistir no bovino por até 3 anos (suíno nunca é portador); -Patogênese: -Inicia-se pela penetração do vírus pelas vias respiratórias superiores, seguida de uma multiplicação inicial na mucosa da orofaringe. A seguir, o vírus pode se disseminar localmente e replicar nas vias aéreas inferiores, inclusive nos pulmões. O vírus também pode penetrar por outras regiões como pele do focinho, das patas e dos tetos. Após a replicação inicial o vírus atinge a corrente sanguínea e distribui-se pelo todo organismo, mas os principais sítios de replicação são: cavidade oronasal, patas, coração, tetas e glândula mamária. -Sinais Clínicos: -PI: entre 2 e 21 dias (média: 3 a 8 dias); -Observa-se febre, inapetência, baixa produção de leite, perda de peso; -Salivação intensa, formação de vesículas (com posterior formação de úlceras); -Em animais jovens o vírus pode se replicar no tecido cardíaco causando morte; -No pico de eliminação viral pode-se liberar até 1014 partículas virais/dia. -Vírus não atravessa a barreira placentária, mas causa aborto devido a febre. -Animais adultos raramente morrem; 13 www.veterinariandocs.com.br *Suínos, caprinos e ovinos os sinais clínicos são mais brandos, sendo o principal a claudicação. -Diagnóstico: -Apenas realizado por laboratórios credenciados -Melhor material para exame são epitélios com vesículas não rompidas (para o estado de Santa Catarina pode-se usar sorologia, porque os animais na região não são vacinados). Deve-se colocar o material da coleta em meio de transporte ou MEM. E também pode-se coletar líquido esofagiano-traqueal para exame. -ELISA de captura (pesquisa de Ag) – Principal teste; -PCR; -Isolamento viral; -Diagnóstico Diferencial: -Doenças vesiculares (diarréia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, estomatite vesicular, doença da língua azul e febre catarral maligna); -Controle: -Vacinação; -Área endêmica: 6 em 6 meses -Utilizam-se vírus morto, polivalente (sorotipos A,O,C) -Eliminação de positivos (sacrifício); -Barreiras sanitárias; -Instaurado o foco, o serviço sanitário deverá estabelecer áreas como: -Área Perifocal: raio de 3km do surto -Área de Vigilância: 7km de raio a partir dos limites da área perifocal -Área Tampão: 15km a partir dos limites da área de vigilância. -Relação dos atributos considerados para classificação das unidades federativas com base nos seis níveis de risco definidos 14 www.veterinariandocs.com.br 07-Estomatite Vesicular -Hospedeiros: eqüinos, bovinos e suínos *Homem pode se infectar (apresenta apenas sinais clínicos de gripe) -Divisão: -Família: Rhabdoviridae -Gênero: Vesiculovirus -Sorotipos: New Jersey e Indiana (Indiana-1, Indiana-2 e Indiana-3) que distinguem-se pelos determinantes antigênicos existentes na glicoproteína do vírus. -Estrutura: RNA -Transmissão: 15 www.veterinariandocs.com.br -O vírus da EV já foi isolado de mosquitos do gênero Phlebotomus e Aedes. Estes fatos sugerem que poderia haver um ciclo do vírus entre animais silvestres (hospedeiros naturais – cervídeos, suínos silvestres, pássaros, lagartos, roedores e morcegos) e artrópodes uma vez que a doença ocorre nas estações onde há proliferação dos artrópodes. -Transmissão iatrogênica; -Epidemiologia: -Os focos ocorrem de forma súbita e simultaneamente em propriedades bastante distantes uma da outra, geralmente em épocas quentes e chuvosas; -Os animais adultos são os mais afetados e aproximadamente 10-15% desenvolvem sinais clínicos; -Em clima temperado a doença é de ocorrência sazonal (meses da primavera e do verão) e em áreas úmidas e baixas, de clima tropical e com alta população de insetos, pode ser enzoótica; -Sinais Clínicos: -Semelhante a outras enfermidades vesiculares (febre aftosa e enfermidade vesicular dos suínos); -PI: de 1 a 10 dias; -Os primeiros sinais clínicos são a sialorréia acompanhada de febre alta (em bovinos e eqüinos) e febre alta e claudicação (nos suínos); -Após 2/3 dias há o aparecimento de vesículas na mucosa oral, glândula mamária e no casco (epitélio da banda coronária) que podem se romper liberando um fluído aquoso rico em partículas virais. -Diminuição da produção de leite e grande perda de peso; -O curso da enfermidade é de 8 a 15 dias. -Imunidade: -Os 3 principais componentes da resposta imune contra o VSV são: -Imunidade não-específica ou inata (interferon e óxido nítrico); -Imunidade humoral (anticorpos): anticorpos neutralizantes contra a glicoproteína do VSV são produzidas rapidamente. -Imunidade celular (linfócitos citotóxicos); -Diagnóstico: 16 www.veterinariandocs.com.br -O diagnóstico definitivo é ELISA ou vírus-neutralização (detecção de vírus ou anticorpos); -Fixação de complemento e imunofluorescência (IFA); -Materiais para o laboratório: soro (anticorpos), epitélio ou líquido das lesões da boca e/ou dos cascos (antígeno). -Importante para diferenciação das outras enfermidade vesiculares. -Controle e Profilaxia: -Não existem vacinas -Controle sanitário (vigilância das regiões afetadas) -Interdição de propriedades -Quarentena -Controle de insetos, limpeza e desinfecção dos recipientes de alimentos e água, equipamentos de ordenha e utensílios diversos. 08-Ectima Contagioso -Introdução: alta morbidade com baixa mortalidade. Mortes ocorrem, geralmente, por invasão das lesões primárias por larvas de moscas (miíases por Cochlyomia hominivorax) e bactérias, como Fusobacterium necrophorum, Dermatophilus congolensis e Staphylococcus spp. -Hospedeiros: ovinos e caprinos. Mas pode atingir bovinos e caninos. *Homem pode se infectar -Divisão: -Família: Poxviridae -Gênero: Parapoxvirus -Transmissão: contato direto (através de feridas) ou indireto. O vírus pode permanecer infectivo por vários anos em pastagens. Normalmente é melhor conservado em ambientes mais secos como em estábulos, equipamentos e utensílios. -Epidemiologia: -Afeta principalmente animais mais jovens; -Surtos de Ectima podem ocorrer durante todo o ano; 17 www.veterinariandocs.com.br -Acarretam perdas econômicas importantes pelo considerável retardo no crescimento; -Não havendo complicações, as lesões regridem em 25 dias; -Condições deficientes de higiene, estresse e outras complicações que causem imunodepressão predispõem a ocorrência de surtos severos. -Sinais Clínicos: -PI: entre 2 a 6 dias -Grande variação (desde imperceptíveis até graves); -No início há pápulas que progridem para pústulas e então para crostas (estas crostas quando arrancadas, revelam um tecido de granulação); -As lesões atingem focinho, fossas nasais e ao redor dos olhos -Quando mais graves, as lesões podem atingir a almofadinha dental, palato, língua, esôfago, axila, virilha, vulva, ânus, prepúcio e membros; -Patologia: -Necropsia: encontram-se úlceras no trato respiratório superior, esôfago, rúmen, omaso e no intestino delgado. -Microscopicamente: tumefação celular aguda e degeneração hidrópica dos queratinócitos. -Diagnóstico: -Sinais Clínicos e epidemiológicos; -Laboratorial: microscopia eletrônica (realizado diretamente no material das crostas); -Diagnóstico Diferencial: -Língua azul e varíola suína. Mas estas apresentam manifestações sistêmicas e altas taxas de mortalidade, ao contrário do Ectima Contagioso. -Controle e Profilaxia: -Não há tratamento específico; -Lesões: podem ser tratadas com uso tópico de sulfato de cobre (5%), iodo (7%) ou vaselina com fenol (3%); -Infecções secundárias são tratadas com antibióticos 18 www.veterinariandocs.com.br -Profilaxia: vacinação anual (vírus vivo) e a imunidade ocorre em 3 semanas após a vacinação e dura entre 6 e 8 meses. *A vacinação não deve ser usada em rebanhos onde nunca ocorreu a doença. *A imunidade não é passada pelo colostro, da mãe para o filhote, pois não é imunidade do tipo humoral. 19 www.veterinariandocs.com.br Referências Bibliográficas JOACHIM BEER. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. 2 ed. São Paulo: Editora Rocca, 1999. Acesso em 01/03/2011: http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/CT29.pdf FLORES, E.F. Virologia Veterinária. 1 ed. Santa Maria: Editora da Universidade Federal de Santa Maria, 2007. 20 www.veterinariandocs.com.br