jornalc-edicao-27-junho-2014

Transcrição

jornalc-edicao-27-junho-2014
1971 - 2014
QUINZENÁRIO | 27 DE JuNHO DE 2014 | Nº 1568 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€
RuAS De
CAMinhA
CObeRTAS
De TAPeTeS
De FlOReS
PÁG. 16/17
AuTARquiA
CAMinhenSe queR
DiSCiPlinAR AS
eSPlAnADAS
DO TeRReiRO PÁG. 3
EMPREENDE
PROJeTO DO Club AlFânDeGA
nASCeu eM ibizA PÁG. 12/14
CAvAlOS SelvAGenS
ATACAM PeSSOAS
eM CAMinhA
PUB.
ÉPOCA bAlneAR iniCiA
COM MáquinAS nO AReAl
DA PRAiA De MOleDO
FeRRy que liGA CAMinhA
A lA GuARDiA vAi vOlTAR
A nAveGAR eM JulhO
ROMARiA De SãO
benTO APOSTA nA
inOvAçãO SeM PeRDeR
A GenuiniDADe
1€
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Ferry que liga Caminha
a La guardia vai voltar
a navegar em Julho
vorável, permitindo assim que
a referida operação de limpeza arranque nos próximos dias.
Relativamente à possível construção de uma ponte como o
PSD defende, o
CAMINHA
Depois de ter estado
parado durante
algumas semanas, o
ferry-boat Santa Rita
de Cássia vai voltar
a ligar diariamente
Caminha à localidade
galega de A Guarda
já no próximo
mês de Julho. A garantia foi dada ao
Jornal C pelo próprio
presidente da Câmara
de Caminha , depois
da autarquia ter
conseguido a última
autorização que
faltava para avançar
com as dragagens na
entrada do cais onde
se encontra um banco
de areia que impede
a embarcação de
navegar normalmente.
Os trabalhos deverão
ter início já nos
próximos dias.
Como o Jornal C teve oportunidade de noticiar na edição
anterior, para que a operação de
limpeza pudesse avançar faltava o resultado de uma análise feita às areias, exigida pelo
ICNB - Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e cujo resultado, depois
de um mês à espera, já chegou
com pararecer favorável.
Isto mesmo foi anunciado aos
comerciantes da vila numa reunião mantida na passada semana com a câmara e onde foi expressa uma grande preocupação
por causa desta paragem prolongada do ferry. Os comerciantes
dizem que a paragem afastou
muita clientela que normalmente atravessava na embarcação.
O assunto também já tinha sido
abordado uns dias antes em reunião de câmara pelos vereadoes
da oposição que também manifestaram preocupação com a
paragem da embarcação.
O PSD alertou para os prejuízos no comércio causados
por esta paragem prolongada.
A vereadora Liliana Silva, que
é também presidente da con-
|2
celhia dos sociais democratas,
pediu ao executivo socialista
para lutar pela construção de
uma ponte em Caminha, para
resolver de vez os problemas da
travessia para Espanha.
A vereadora lembrou que se
hoje Caminha tem um ferry isso
foi por opção do Partido Socialista , e aponta o dedo ao atual
executivo a quem acusa de dialogar muito mas não resolver o
problema da travessia.
Liliana Silva lamentou ainda
que a Câmara vá gastar 100 mil
euros na contratação de um auditor externo para certificar as contas da câmara, “quando o mais
importante era canalizar recursos para a abertura do canal de
travessia do ferry”, sustentou.
Segundo a vereadora social
democrata é necessário arran-
jar uma solução o mais breve
possível, “o que não é possível
é esta paralisação”, reforçou.
Reagindo às críticas, o socialista Miguel Alves lembrou que
a paragem do ferry tinha a ver
com duas situações distintas:
uma referente à paragem do
ferry por causa das vistorias e
dos certificados que são necessários, e outra que diz respeito à existência de um banco de
areia mesmo à saída do ferry.
“Pergunta-me se é responsabilidade da câmara resolver este
problema do assoreamento?
Não, mas nós quisemos resolver este problema”.
Na altura Miguel Alves explicou que estavam reunidos todos
os pareceres das entidades responsáveis, menos um que entretanto também já chegou e é fa-
autarca lembrou que os próximos fundos comunitários não
vão ser destinados à construção
de infra-estruturas como pontes ou piscinas.
Aluguer de
autocarro
gera polímica
No período antes da ordem do
dia da reunião do executivo, a
vereadora Liliana Silva criticou
também a Câmara por ter contratado um autocarro para levar
jornalistas a Lisboa para a apresentação do festival de Vilar de
Mouros, quando a equipa liderada por Miguel Alves insiste
em dizer que a autarquia está
sem dinheiro até para comprar
um prego.
“A câmara gastou dinheiro a
alugar um autocarro de 17 lugares, quando o município dispõe de dois, para levar jornalistas a Lisboa para apresentação
do festival de Vilar de Mouros,
revelando uma falta de respeito
pelos caminhenses, ao não fazer esta apresentação no concelho onde se irá realizar e gastando dinheiro que afinal havia,
mas que andaram a dizer que
não havia”.
Liliana Silva lamentou ainda que os vereadores da oposição não tivessem sido convidados para essa apresentação,
acusando a câmara de privilegiar a presença do deputado Jorge Fão “em detrimento
dos vereadores e da população de Caminha”.
Miguel Alves respondeu às
críticas da vereadora Liliana
Silva garantindo que a viagem
de autocarro ficou mais barata do que as viagens ao Brasil realizadas por membros do
anterior executivo camarário.
O presidente da câmara explicou ainda que a viagem a Lisboa foi feita a pedido da organização do festival.
“A organização do Festival de
Vilar de Mouros cuja empresa organizadora foi escolhida
pelo anterior executivo, como
a senhora bem sabe, entendeu
fazer a apresentação em Lisboa. E entendeu fazê-lo tendo em conta aquilo que são os
meios de comunicação social,
a disponibilidade dos organizadores e do ministro Pedro
Mota Soares. Nós limitamonos a ter a cortesia de articular
com eles o local dessa reunião
e a convidar a comunicação
social do Alto Minho porque
entendemos que quanto mais
projeção pudéssemos dar ao
evento, melhor. Se os senhores vereadores do PSD entendem que é mau dar projeção
ao Festival, eu fico com pena,
mas nós achamos que foi uma
boa medida. Relativamente ao
autocarro fique a senhora vereadora descansada porque na
rubrica de transportes o autocarro fica bem mais barato do
que as viagens de avião para
o Brasil”, referiu.
Miguel Alves aproveitou
para dar conta do mau estado em que se encontram as
viaturas camarárias, algumas
delas não oferecendo já a segurança que se exige. “É por
isso que nós frequentemente
temos que alugar autocarros
porque não queremos arriscar a que as pessoas fiquem
no meio do caminho ou não
cheguem ao destino em segurança”, sublinhou.
O executivo camarário
caminhense está
apostado em ordenar
a ocupação do espaço
público e as esplanadas
do concelho,
sobretudo na praça
mais emblemática
do centro histórico,
a Praça Conselheiro
Silva Torres, também
conhecida pelo
terreiro de Caminha.
O presidente da
câmara, o socialista
Miguel Alves, diz que
não quer “matar a
galinha dos ovos de
ouro” e, por isso, vai
apostar num Terreiro
ordenado e com
regras. Até agora, a desordem tem reinado na praça que é considerada a sala de visitas do concelho, e a ocupação da área das
esplanadas, por exemplo, não
tem sido respeitada.
“Mas isso vai mudar”, garante Miguel Alves, que na passada semana reuniu com os comerciantes da praça para lhes
explicar as novas regras.
“Esta foi uma reunião convocada pela câmara municipal na
sequência de outras que já se
tinham realizado anteriormente. A reunião serviu para transmitirmos aos comerciantes a
nossa preocupação em relação
à ocupação do espaço público
por parte desses mesmos comerciantes”.
O presidente considerou que
uma das maiores valias do concelho é o espaço público, aliado a todo o património existente e aos recursos naturais.
“O modo como nós usamos
esse espaço público é muito importante porque vai influenciar
a imagem que nós damos do
nosso concelho, quer em termos de higiene, quer de ordenamento e usufruto”, explicou.
O Terreiro de Caminha é, segundo Miguel Alves, um dos
locais mais bonitos do concelho, um espaço histórico de excelência, mas isso não deve fazer com que seja utilizado ao
limite de modo a aproveitar o
máximo dos máximos.
“Nós não devemos matar a
galinha dos ovos de ouro porque esta tentação de ir buscar
os ovos ao interior da galinha
pode levar a que num curto
prazo possamos não ter mais
nada para produzir riqueza”.
Olhar para o Terreiro “com inteligência” é segundo o autarca um desafio que se impõe e
por isso há que olhar para aque-
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Autarquia caminhense
quer disciplinar as
esplanadas do terreiro
le espaço de forma diferente.
“Temos que perceber que aquele espaço tem que ser melhor
utilizado, tem que ser mais higienizado e mais limpo, temos
que ajardinar alguns dos pequenos recantos mais verdes
do nosso Terreiro, temos que
limpar os monumentos e o edificado, na sua maioria privado
e temos que ordenar a ocupação do espaço público”.
A forma desordenada como
as esplanadas estão colocadas na praça principal da vila
é uma situação que a câmara
quer resolver.
“Durante muito tempo não
houve uma ação sobre aquilo que se passa no Terreiro e
deixou-se que os comercian-
tes, individualmente, agissem
por conta própria. O que tem
acontecido nos últimos anos
é que o espaço público licenciado não tem sido respeitado
e a verdade é que o município
nada fez para resolver isso”.
Para além da desordem na ocupação do espaço da praça, reina também o incumprimento no pagamento das taxas de
ocupação. Há empresários que
pagam para ter as esplanadas,
mas há outros que não o fazem. A Câmara de Caminha
promete mudar esse comportamento.
A equipa de Miguel Alves vai
apresentar aos empresários um
plano faseado para o pagamento das dívidas à Câmara Mu-
nicipal e, quem tiver esse valor regularizado, vai ficar isento
do pagamento de taxas durante o próximo ano.
“A verdade é que aquilo que é
licenciado no Terreiro de Caminha não tem vindo a ser pago,
ou pelo menos não tem sido
pago por todos e não tem vindo a ser pago da mesma forma: uns pagam alguma coisa,
outros pagam muito e outros
não pagam nada”.
No entender da câmara esta
situação, além de “estranha” é
“injusta” em relação à totalidade dos outros comerciantes
do concelho que pagam essa
ocupação.
“Nesse sentido o que nós propusemos aos comerciantes foi
que o espaço pudesse ser bem
utilizado e de forma planeada,
ocupado de forma inteligente,
onde as pessoas possam circular à vontade”.
Nesse sentido a câmara vai
avançar com duas propostas,
como revelou ao Jornal C o
presidente do executivo. “Por
um lado queremos que sejam
respeitados os espaços licenciados e por isso, até ao final
do mês, uma equipa da câmara municipal vai abordar individualmente cada um dos empresários, de modo a que eles
possam cumprir, sem coersividade, o espaço que lhes está
destinado. Vamos fazer isto durante os próximos dias de modo
a que no próximo dia 1 de ju-
lho o tamanho das esplanadas
possa corresponder ao licenciamento efetivamente pedido”.
Quanto à questão das dívidas
em atraso, Miguel Alves explica que existem vários estabelecimentos no Terreiro que têm
pagamentos em atraso desde
2012. “Se pensarmos que em
todo o concelho há muita gente
que está a pagar, isto cria obviamente uma situação de injustiça relativa independentemente das dificuldades. Aquilo
que eu propus é que até ao final de 2014, até dia 31 de Dezembro, todos pudessem pagar
os licenciamentos em atraso,
de modo a poderem usufruir
de uma isenção de pagamento no ano de 2015”.
Miguel Alves explica que um
perdão de dívida não é uma boa
solução porque iria criar situações de injustiça relativamente aos que já pagaram. “No entanto se eu agora disser que os
que pagaram tudo até ao final
deste ano podem usar de uma
isenção em 2015, que é tam-
bém uma forma de impulsionar o nosso comércio local, a
situação fica resolvida e não
há injustiças porque todos podem usufruir”, explica.
Quem não pagar terá, a partir de 1 de janeiro, a fiscalização da câmara à porta, garante Miguel Alves.
“Não seremos contemplativos, quem não pagar até 31
de dezembro será autuado. Se
não pagarem num prazo curto as esplanadas serão retiradas e será executada a dívida
que está em atraso”, alertou o
presidente da câmara.
Ao lado do esforço que está a
ser pedido aos comerciantes, a
câmara promete algumas contrapartidas.
“Vamos criar espaços de animação no Terreiro e no centro
de Caminha de modo a que a
economia possa evoluir. Vamos fazer uma abordagem à
SUMA, empresa responsável
pela recolha do lixo e limpeza
no concelho, de modo a que ela
possa compreender a especificidade do centro histórico de
Caminha e possa ter um cuidado de limpeza diferente naquele local. Vamos também proceder a uma limpeza no chafariz.
É um esforço que pedimos a
todos, com serenidade e sem
ameaças, na base do diálogo”.
Acabar com a “anarquia” que
tem sido a ocupação do espaço público é uma das grandes
preo-cupações da câmara de
Caminha que, para isso, conta com a colaboração dos comerciantes com quem o Jornal C também falou.
De uma forma geral todos concordam com as medidas avançadas pela câmara que consideram ser a melhor opção para
todos. “Não só para nós comerciantes mas também para
os clientes e para as pessoas
que desta forma podem usufruir melhor do espaço”, explica José Trigueiros, proprietário
da Pastelaria Colmeia situada
naquela praça.
Também Paulo Fonseca, proprietário do estabelecimento
Amaya, recentemente inaugurado no local, vê com bons
olhos as medidas anunciadas
pela câmara. “É melhor para
toda a gente, em especial para
o público que frequenta o Terreiro”. Uma opinião que é corroborada por Tomás Capela,
proprietário do Café Central.
Os comerciantes da Praça Conselheiro Silva Tores, a sala de
visitas da vila caminhense, não
só se mostram favoráveis às
novas regras, como prometem
cumpri-las.
|3
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
alterações ao trânsito e
estacionamento na Foz do Minho
e Mata do Camarido aprovadas
em reunião de cÂMara
CAMINHA
Época balnear inicia
com máquinas no areal
Da praia de moledo
A época balnear arrancou oficialmente no concelho de Caminha no passado dia 15 de Junho, com o areal ocupado por
banhistas e máquinas.
Em Vila Praia de Âncora, o
leito do rio Âncora e a foz foram reabertos ainda antes de
os banhistas chegarem ao areal, deixando a segunda fase da
intervenção para Setembro.
Em Moledo, as máquinas convivem lado a lado com quem
escolhe aquela praia para banhos. A obra da Agência Portuguesa do Ambiente para tentar requalificar a duna primária,
em avançado processo de erosão, está a decorrer em plena
época balnear. O objetivo é colocar 330 metros de tubos de
geotêxtil, que serão cobertos
de areia, permitindo, assim, reforçar a duna.
|4
As máquinas no areal no pico
de verão é uma situação que não
agrada ao vereador caminhense responsável pelo pelouro do
Ambiente. Guilherme Lagido
diz que a autarquia tem feito
todos os esforços para tentar
minimizar os impactos, mas explica que esta não vai ser uma
época balnear normal.
“A situação está relativamente
regular mas não podemos dizer que seja uma época balnear
absolutamente normal porque
os reflexos do inverno acabaram por produzir os seus estragos. Tivemos uma preocupação grande em minimizar esses
efeitos, de modo a que a época balnear corra da forma mais
regular possível.
Relativamente às máquinas
no areal da praia de Moledo é
uma situação que não me agra-
da nada e inclusivé já fiz variadíssimas deligências junto
do dono da obra, a Agência
Portuguesa do Ambiente, no
sentido de evitarmos que isso
acontecesse mas não me resolveram o problema”.
Com as obras a decorrerem,
Guilherme Lagido espera que
sejam tomadas algumas diligências no sentido de minimizar os impactos provocados pelas obras.
“Não acho que aquela seja a
melhor solução, espero que se
consigam minimizar os estragos”, refere o vereador.
A empreitada de reforço do
sistema dunar e reforço estrutural do muro de proteção costeira na praia de Moledo, com
um prazo de execução de um
mês, vai custar perto de 65 mil
euros.
As viaturas que
não respeitem os
sinais de proibição de
estacionamento que
vão ser colocados na
estrada de acesso à
praia da Foz do Minho
e Mata do Camarido,
poderão estar
sujeitas a reboque.
A informação foi
dada pelo vereador
Guilherme Lagido
na última reunião
do executivo, na qual
foram aprovadas
algumas alterações
ao trânsito e
estacionamento
naquela zona.
Questões de
segurança e de
fluidez de trânsito
estão na génese
da proposta
apresentada pela
maioria socialista.
Depois de ter sido
aprovada pelo
executivo, a proposta
será hoje discutida
em Assembleia
Municipal.
As alterações previstas foram
apresentadas e explicadas pelo
vice-presidente da câmara de
Caminha na reunião do executivo, que sublinhou que esta
não era uma questão “nova”
mas sim “uma questão que se
repete todos os anos”.
Depois de ter reunido com as
diversas entidades com responsabilidades naquela área, o vice-presidente explicou quais
as alterações previstas e que
deverão entrar em vigor já no
próximo mês de Julho.
“Foi uma reunião muito participada e a lógica e filosofia
desta alteração é a seguinte: a
praia da foz do Minho tem durante a época de verão, de um
modo muito particular nos meses de Julho e Agosto, proble-
mas muito sérios de segurança. Qualquer pequeno acidente
que haja no parque de campismo, na praia ou em qualquer
um dos bares ou restaurantes,
é um pandemónio porque não
há hipótese nenhuma de prestar socorro às pessoas que lá
estão”, alertou.
Perante esta situação, explica Guilherme Lagido, “entendeu-se, em primeiro lugar, ter
como parque livre o parque de
estacionamento ao lado do estádio Morber, e em segundo
lugar deixar livre, de ambos
os lados, todo o corredor que
vai desde o cruzamento com
a nacional 13 em frente ao hotel até ao fundo, para que se
possa circular sem problema
numa situação de emergência”.
Outra das novidades será a
indicação, à entrada do Camarido, de que se pode estacionar junto ao Morber e que
vai haver sanções para quem
prevaricar.
“Também vai ser reforçada
através da colocação de mecos, a proteção da mata de um
lado e do outro, evitando desta forma estacionamento selvagem”.
Ao longo do percurso, em diversas placas, vai ser posta a
indicação de que o estacionamento indevido será sujeito a
reboque.
Se forem aprovadas na Assembleia Municipal que terá
lugar hoje, dia 27 de junho, estas alterações serão para avançar já no mês de Julho.
Relativamente à parte terminal, junto ao parque de campismo, irá estar vedada ao trânsito
com 3 exceções: deficientes porque se trata de uma praia acessível, inclusive a câmara quer
aumentar o número de lugares
para pessoas com mobilidade
reduzida; cargas e descargas
e acesso aos concessionários
dos apoios de praia.
As forças policias irão fazer 4
viagens diárias, de forma aleatória, com o objetivo de verificar se as regras estão a ser
cumpridas.
A pedido dos operadores dos
apoios de praia foi solicitado
que as limitações de estacionamento na parte final estivessem
também limitadas no tempo,
ou seja, das 8 até às 20 horas.
“O que eles dizem é que se as
pessoas não puderem levar o
carro até ao fundo e estacionar, à noite não vão lá”.
A proposta foi aprovada por
unanimidade.
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Juntas vão
receber mais
273 mil euros
da Câmara
guém o que é necessário fazer
em cada um dos territórios, e
por isso este grande esforço
da câmara para que as juntas
tenham os meios para acautelarem as soluções que têm que
apresentar aos seus cidadãos”.
Miguel Alves recusa a ideia
de se estar a “desinvestir ou a
prejudicar” as juntas de freguesia e criticou as afirmações
proferidas pelos vereadores da
oposição nas redes sociais e na
comunicação social.
“Pelo contrário, agora não se
atribui dinheiro às juntas porque são amigos ou são de uma
determinada cor. Não é esse o
critério, o critério é de rigor e
consta dos protocolos. Tem a
ver com o tamanho das freguesias, se têm ou não equipamentos desportivos, espaços
verdes, etc.”.
Um jogo de
cintura do
presidente
O executivo camarário aprovou, com as abstenções do
PSD, a proposta que vai permitir transferir um montante
de 273 mil euros para as juntas de freguesia do concelho.
A verba destina-se a fazer face
às novas competências atribuídas pelo Governo às autarquias
locais, as chamadas competências materiais, e para as quais
o Governo apenas atribui 1por
cento do IMI cobrado em cada
uma das freguesias.
Miguel Alves, presidente do
executivo caminhense, explicou
que a Câmara não era obrigada
a fazer estas transferências, mas
por considerar que 1% do IMI
cobrado era um valor “residual”, decidiu fazer este “esforço”
e atribuir mais este montante.
Recorde-se que na anterior reunião o executivo tinha aprovado
transferir para 14 as freguesias
um montante de 184.500 euros
para competências delegadas,
ou seja destinada à manutenção de espaços verdes limpeza de vias, espaços públicos,
sarjetas e sumidouros e ma-
nutenção, reparação e substituição de mobiliário urbano.
Esta nova tranche destina-se
a fazer face às novas competências atribuídas às juntas de
freguesia, que incluem, entre
outras, a manutenção e conservação de caminhos, arruamentos e pavimentos pedonais;
conservação e reparação da sinalização vertical não iluminada
instalada nas vias municipais;
colocar e manter as placas toponímicas; conservar e promover a reparação de chafarizes
e fontanários públicos; gerir e
manter parques infantis públicos e equipamentos desportivos
de âmbito local; gerir, conservar e promover a limpeza de
balneários, lavadouros e sanitários públicos, bem como promover a conservação de abrigos de passageiros existentes
na freguesia.
Miguel Alves explicou que
a proposta apresentada pela
maioria socialista tinha como
objetivo “dar sustentação financeira àquilo que são as competências que a legislação do
Governo PSD atribuiu às juntas de freguesia”, lembrando
que atualmente as juntas têm
muito mais competências do
que as que tinham no passado, “sem o respetivo envelope financeiro”.
Para o autarca a atribuição
desta verba “é fundamental
para que as juntas possam fazer obras nas suas freguesias”.
Comparativamente com as
verbas atribuídas no passado
o presidente da câmara fala
numa “diferença substancial”.
“Este ano vamos entregar globalmente mais 56%, por exemplo, do que aquilo que se atribuiu em 2010 para obras nas
juntas de freguesias; mais 70%
do que aquilo que se atribuiu
em 2011; mais 15% do que em
2012 e em relação a 2013, vamos atribuir mais 47%”, anunciou.
A confiança que o executivo
deposita nas Juntas de Freguesia traduz-se na atribuição de
mais este montante para que
possam executar obras. “As juntas sabem melhor do que nin-
A bancada do PSD optou pela
abstenção por considerar que a
Câmara, nesta matéria, poderia
ter ido um pouco mais longe.
“Julgamos que apesar de tudo
a câmara poderia ir mais longe e confiando na capacidade de desempenho das juntas
de freguesia, transferir mais
meios financeiros, essencialmente aqueles que têm a ver
com a manutenção dos espaços públicos”.
Flamiano Martins, líder da
bancada social democrata, congratulou-se pela atribuição de
mais este montante às juntas
de freguesia, considerando que
desta forma estavam a ser levados em conta os apelos feitos
anteriormente pelo PSD para
que fossem diminuídas as dificuldades das juntas de freguesia, no que diz respeito à
gestão das despesas correntes.
A atribuição de mais este montante de 273 mil euros às juntas é visto pela oposição, como
um “jogo de cintura do presidente da câmara.
“Considero portanto que estamos perante um jogo de cintura
do senhor presidente da câmara que faz parecer aquilo que
não é. Considera transferências
de capital para dizer que está a
investir e para que depois nas
contas apareça como investimento. Na realidade estamos
perante ações que geram despesas correntes, pelo menos para
mim, e isso vai obrigar os senhores presidentes de junta a
mentirem nos seus relatórios.
Vai fazer com que nalguns casos as juntas de freguesia não
utilizem as verbas protocoladas,
nomeadamente na conservação
de mobiliário urbano, isto referindo-me ao protocolo aprovado na reunião anterior”.
Com este procedimento Flamiano Martins considera que
Miguel Alves está a dar razão
aos que afirmam que os presidentes de junta de freguesia só
fazem obras se andarem com o
chapéu na mão. “E é pena porque de certo eles e a população
do concelho estavam à espera
de uma atitude diferente”, sublinhou o líder da oposição.
Para o PSD é importante que
as juntas saibam com o que
podem contar durante o ano,
“para não andarem ao sabor do
que o presidente da câmara lhe
concede”, sustentou.
Posta à votação a proposta acabaria por ser aprovada com 4
votos a favor do PS e a abstenção do PSD.
Executivo aprova
nomeação de
auditor externo
A Câmara de Caminha vai ter
a partir de agora um auditor externo para certificação legal das
contas do município. A nomeação de um Revisor Oficial de
Contas (ROC), uma situação
que decorre da lei, foi aprovada na última reunião de câmara com os votos favoráveis
da maioria PS e os votos contra do PSD.
A proposta apresentada pelo
executivo nomeou como responsável por essa certificação,
a empresa responsável pela auditoria efetuada às contas da
câmara, uma situação que não
agradou aos vereadores do PSD.
Liliana Silva acusou a câmara de não ter efetuado qualquer
concurso público para o efeito,
considerando portanto o processo concursal ”pouco claro”.
“Qual é a medida ou a fórmula
quantitativa com que avaliam
a competência de uma empresa”, questionou.
A vereadora estranhou ainda
que uma empresa que prestou
serviços voluntários, “venha
agora ganhar, ao fim de 4 anos,
perto de 80 mil euros”, frisou.
“Coincidências que só são
comparáveis com a assessoria de imprensa e comunicação que era voluntária e agora, também já é paga, e bem
paga”, acrescentou.
Flamiano Martins também quis
saber porque é que não se tinha
contratado, por exemplo, uma
empresa do concelho para prestar este tipo de serviço.
Em resposta às dúvidas da oposição, o vereador Rui Teixeira
começou por explicar que a nomeação de um ROC era uma
situação que decorria da lei e
achou estranha “esta desconfiança” em relação à empresa escolhida para fazer a certificação.
“Não se pode por em causa a competência e o profissionalismo das pessoas. Neste caso estamos a falar de um
Revisor Oficial de Contas que
é um profissional, tem um código de ética e um controle de
qualidade muito apertado, faz
o seu trabalho com competência e não anda aqui a fazer favores a ninguém”, sustentou.
Relativamente à escolha da
empresa, Rui Teixeira explicou
que ela teve em contra o bom
trabalho anteriormente desempenhado pela mesma.
“Nós recebemos muitas propostas de muitas empresas que
queriam fazer a certificação das
contas da câmara. A escolha
teve em conta o conhecimento que se tem da competência
da empresa em causa. Sabemos que fez um bom trabalho, que demonstrou competência, os valores apresentados
estão dentro do limite legal e
por isso a escolhemos”, explicou Rui Teixeira.
Relativamente à ausência de
um concurso público, o vereador explicou que não era obrigatório, acrescentando que os
valores que iriam ser gastos
com esta contratação durante 4 anos, correspondiam ao
valor que era pago anteriormente ao Dr. Veloso em apenas um ano.
Antes de votar a proposta o
vereador Flamiano Martins fez
questão de sublinhar que a intervenção do PSD não pretendia pôr em causa a competência de ninguém, no entanto
sublinhou que os vereadores
sociais democratas tinham dúvidas relativamente ao procedimento efetuado com vista à
contratação. “Consideramos
que esta proposta tem falta de
elementos”
|5
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
FeSTA DO MAR e DA SARDinhA eM vilA
PRAiA De ânCORA DeCORRe ATÉ DOMinGO
CAMINHA
SeRviçOS MuniCiPAiS
De CAMinhA COM
nOvA ORGâniCA
A proposta para uma nova orgânica dos serviços municipais de Caminha foi aprovada na última reunião de câmara com os votos favoráveis do PS e a abstenção do PSD.
Miguel Alves explicou as principais alterações propostas
no documento considerando que o mesmo tinha como objetivo criar canais de comunicação que permitam dar maior
eficiência e mais resultados.
“Após uma análise feita durante os primeiros 6 meses de
mandato, decidimos construir uma nova orgânica hierarquizada que pretende dar capacidade aos vereadores para
coordenarem as suas equipas”.
Segundo o presidente esta nova orgânica tem características muito próprias que passam pela extinção do cargo de
direção de departamento e a criação de mais uma divisão.
“A partir de agora existem 4 divisões distintas muito concretas e muito hierarquizadas. Uma divisão de ambiente,
economia e serviços, que vai apoiar as estruturas que estão
o terreno como por exemplo os estaleiros. Tem a ver com
os nossos operacionais em todo o concelho;
Outra divisão ligada às finanças e á administração, uma
área fundamental na medida em que aguenta todo o funcionamento da câmara e que tem cada vez mais desafios
como legislação a cumprir ou relatórios a fazer;
Uma terceira divisão relacionada com o urbanismo, obras
e edifícios que tem a ver não só com aquilo que diz respeito às obras públicas e particulares, mas também com uma
visão mais global do ponto de vista dos instrumentos urbanísticos do concelho e da gestão do edificado e património.
A quarta divisão está associada a um trabalho mais cultural e social. Junta a educação, a cultura, a ação social e
os serviços. Trata-se de uma divisão que partilharei com a
vereadora Ana São João”.
Para além das 4 divisões haverá também uma unidade municipal que estará integrada na presidência e a quem caberá tratar das reuniões de câmara, relações internacionais e
acompanhamento do trabalho do presidente.
Miguel Aves considerou a nova orgânica “uma estrutura muito simples”.
Logo que a nova orgânica seja aprovada em Assembleia
Municipal, os cargos de chefia caem e os novos dirigentes
passarão por um concurso que o executivo pretende que
seja o mais alargado possível, “com critérios de competência e eficácia bem definidos”.
Relativamente a esta proposta, Flamiano Martins fez questão de sublinhar a legitimidade que cada executivo tem em
ter a sua estrutura moldada de forma a desenvolver o seu
projeto de ação política.
“Por essa razão não nos apomos à presente proposta, independentemente de não concordarmos, com a mesma. Achamos no entanto abusiva a utilização da expressão utilizada na proposta que refere: “deficiências de funcionamento
entretanto detectadas para justificarem a vossa proposta”.
Segundo o vereador da oposição, desde que este novo executivo tomou posse, já operou muitas mexidas na orgânica de funcionamento dos serviços municipais, “conforme
comprovam os diversos despachos exarados quer pelo presidente quer pelos vereadores”.
Para o PSD esta é a proposta do PS, “é a vossa proposta
e defende o vosso projeto de ação política. Não precisam
de evocar deficiências detectadas, é uma vossa, é legitima
e por isso não nos vamos opor”, sustentou
|6
Esta a decorrer em Vila Praia
de Âncora, até ao próximo domingo (29 de Junho), mais uma
edição da Festa do Mar e da
Sardinha, certame que este ano
foi reduzido para 4 dias por
opção da Câmara de Caminha.
A Festa do Mar e da sardinha conta este ano com algumas novidades, nomeadamente no que toca à área da
gastronomia com as conser-
vas a marcarem presença na
área de exposição, bem como
a cozinha gourmet.
Provas de vinho e showcookings animarão o recinto.
A feira do livro é outras das
GePAv queR ClASSiFiCAR OFiCinAS
De FeRReiROS De vilAR De MOuROS
A freguesia de Vilar de Mouros foi, durante muitos anos,
considerada como a capital do
ferro. A atividade, que começou a ganhar relevo no século
XIX, empregou dezenas de ferreiros que ao longo dos anos
foram realizando obras que
se encontram espalhadas por
todo o país.
Atualmente, ainda são visíveis na freguesia, algumas ruínas dessas mesmas empresas,
outrora prósperas.
Trata-se de um património
que o GEPPAV não quer que
se perca no tempo. O Grupo de
Estudo e Preservação do Património Vilarmourense apresentou à Câmara de Caminha
uma proposta de classificação
das antigas oficinas de ferreiros
de Vilar de Mouros e a construção de um museu dedicado à arte de trabalhar o ferro.
Plácido Souto, um dos elementos do GEPAV, e ele próprio um dos ferreiros que trabalhou durante mais de uma
década na indústria de Vilar
de Mouros, explicou ao Jornal
C o objetivo desta pretensão.
“O que nós queremos é a classificação daquele património
da nossa freguesia, que é muito valioso. Estamos a falar de
empresas que nasceram no século XIX, que perduraram e
fizeram diversos trabalhos não
só aqui no Minho mas também
em toda a Galiza”.
Nas oficinas de Vilar de Mouros faziam-se diversas ferramentas e alfaias agrícolas que
eram depois vendidas de norte a sul do país, como revela
Plácido Souto.
“Destas oficinas sairam muitas ferramentas, alfaias agrícolas, ferramentas de estuque, cutelarias, grandes obras
de construção civil para muitos lados.
Classificar o património existente para posteriormente criar
o Museu dos Ferreiros é o
grande objetivo do GEPAV
que, para avançar com uma
possível candidatura a fundos
comunitários, contam com o
apoio da câmara de Caminha.
“O presidente já teve opor-
novidades e a animação segue hoje, sexta-feira dia 27
de junho, com a atuação do
“Sons do Minho”, a partir das
22 horas.
Na zona envolvente ao portinho estarão patentes diversas exposições, nomeadamente uma subordinada ao tema
“As raízes da comunidade piscatória de Vila Praia de Âncora” para visitar na sede da
Associação de Pescadores, e
uma outra de “Embarcações
tradicionais e instrumentos de
pesca” que estará patente no
Forte da Lagarteira”.
A Festa do Mar e da Sardinha
aposta nas fortes ligações que
aquela vila em particular e o
concelho em geral têm ao mar,
e por isso a organização pretende, com a sua realização, “valorizar o potencial turístico do
património marítimo, com enfoque nas atividades, serviços
e produtos ligados ao mar”. Na
edição deste ano apenas estão
autorizados a comercializar o
peixe que sera servido na Festa
do Mar e da sardinha, os pescadores de Vila Praia de Âncora.
tunidade de visitar a oficina, esta a par da nossa ideia
e mostrou-se muito recetivo e
sensibilizado. Estou convencido que ele nos irá ajudar a
formalizar uma candidatura
para conseguirmos avançar
com o projeto”.
Para já o GEPAV pretende avançar com o processo
de classificação de “interesse municipal” da antiga oficina de ferreiros de Vilar de
Mouros.
Durante vários décadas, dezenas de homens deram vida
a uma das indústrias que foi
das mais dinâmicas do concelho de Caminha: a arte de
trabalhar o ferro. As oficinas
de ferreiros acabaram por fechar portas em Vilar de Mouros, mas o GEPAV quer conservar esse património.
Para além da oficina Fontes
onde Plácido Souto chegou
a trabalhar durante 12 anos,
existia também a oficina Torres que se dedicava à construção de ferramentas para estuque e alfaias agrícolas, e uma
terceira que era propriedade
de José Cavada. Ao todo, as
3 oficinas empregavam perto de uma centena de trabalhadores.
JORNAL
PUB.
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
|7
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
DISTRITOCAMINHA
ROMARiA De
SãO benTO
APOSTA nA inOvAçãO SeM
PeRDeR A GenuiniDADe
CAMINHA
O verão está á porta e com
ele chegam também as festas
e romarias que se realizam
aos milhares por esse país
fora. Não há cidade ou
lugarejo mas recôndito que
não tenha sua, trazendo
de volta à terra os filhos
espalhados por esse mundo
fora. Em Julho vai-se à
romaria a São Bento, em
Agosto à Santa Rita e
em Setembro à Senhora
da Bonança. Pelo meio
contam-se dezenas delas
como o Senhor de ao Pé da
Cruz em Moledo, a Senhora
d’Agonia em Caminha , o
São João na Serra d’Arga , a
festa das Solhas em Lanhelas
e tantas outras. E isto só
no concelho de Caminha
porque por esse Minho fora
não há um dia de descanso.
É assim o Minho, repleto de
alegria e cor, um infindável
mar de sugestões onde o
que custa mesmo é escolher
porque é quase impossível
estar em todas. De facto
as romarias constituem
um costume religioso cujas
origens se perdem nos
tempos. Geralmente têm a
sua origem em cultos pagãos
que frequentemente tinham
lugar em antigos santuários
que mais tarde deram
origem a pequenas ermidas
e templos cristãos, em torno
dos quais se reza, canta e
dança tal como outrora se
fazia. Mas a romaria não
é só reza, é também
pretexto para festa, arraial
e foguetório. Cumpram-se
as promessas aos santos
da devoção e depois toca
a andar para a folia porque
a festa está aí.
|8
É a primeira grande romaria
do concelho de Caminha, uma
das mais antigas e a que mantem ainda muito da sua genuinidade.
Referimo-nos ao São Bento
de Seixas, festa que se realiza anualmente no mês de Julho e que atrai até àquela freguesia ribeirinha, milhares de
romeiros.
Este ano o programa arranca
oficialmente no dia 2 de Julho com o início das novenas
em honra de São Bento, e até
12 de Julho são muitas as propostas e novidades propostas
pela Confraria de São Bento,
entidade organizadora destas
festividades.
Em declarações ao Jornal C,
Rui Ramalhosa, presidente da
Confraria, revela alguns dos
momentos altos desta festa
cujo orçamento ronda os 40
a 50 mil euros.
“Neste momento já estamos
a ultimar os pormenores para
que este ano as festas de São
Bento sejam aquilo que os romeiros esperam: uma romaria
tradicional, uma romaria religiosa e com muitos momentos
de diversão.
Sendo esta uma festividade “essencialmente religiosa”, como explica Rui Ramalhosa, a romaria arranca com
as tradicionais novenas, “cujo
ponto alto acontecerá no dia 5,
com a realização de um sarau
artístico no Santuário”.
Participam neste sarau o Grupo das Paróquias de Lanhelas,
Vilar de Mouros e Seixas, dirigido pelo Padre Ricardo Esteves e o Orfeão do Agrupamento Musical de O Rosal dirigido
por Toñi Santos.
“Julgo que esta será uma boa
oportunidade para que as gentes da nossa freguesia e das freguesias vizinhas que se dedicam ao canto, possam estar lado
a lado com as festividades de
São Bento e ao mesmo tempo
mostrarem a evolução que têm
tido nestes últimos tempos”.
As novenas a São Bento reúnem todos os anos muitas de-
zenas de romeiros que, a pé ou
de carro, ali se dirigem diariamente para agradecer ou pedir a bênção a este santo que
é também o Pai e padroeiro
da Europa.
“Nós em Seixas temos um
pouco a tendência de considerar que S. Bento é nosso,
até lhe chamamos o São Bento de Seixas, mas a verdade é
que ele não é nosso, é de todos, é universal. Claro que nós
temos a nossa fé no nosso São
Bento e, como nós temos, também todo o litoral norte tem.
Nós temos romeiros que vêm
à festa desde Viana até Melgaço e até da Galiza”.
E foi precisamente a pensar
nos romeiros da Galiza e num
intercâmbio cultural e religioso que sempre existiu mas que
nos últimos anos perdeu alguma expressão, que a Confraria
decidiu este ano introduzir na
programação alguns momentos protagonizados por “nuestros hermanos”. É o caso do
Orfeão do Agrupamento Musical de O Rosal de que já falamos, mas também da Banda do Agrupamento Musical
O Rosal dirigida pelo maestro Marcel Van Bree, que irá
atuar no Largo de São Bento
no dia 10 de Julho.
Para Rui Ramalhosa este será
um dos momentos altos da programação deste ano, visto tratar-se de uma banda de grande prestígio que irá reunir em
palco perto de uma centena de
elementos.
“Este ano não teremos o habitual despique entre as bandas nos coretos como tem sido
hábito ao longo dos anos. Vamos apostar num formato diferente e por isso vamos ter a
Banda de Lanhelas a atuar a
solo durante toda a tarde, até
perto das 19 horas, ao que se
seguirá a tradicional despedida
na Capela. Mais tarde, a partir das 22 horas e depois da
última novena a São Bento, a
Banda do Rosal dará um grande concerto num palco grande montado para o efeito. En-
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
tre os elementos da Banda e os
do Orfeão, serão mais de 100
elementos em palco. Julgamos
que vai ser um espetáculo que
vai valer a pena”.
O concerto terá lugar no Largo de São Bento e a Confraria
vai por à disposição do público cerca de 250 cadeiras para
que possam assistir confortavelmente “a este grande espetáculo”
Esta será a primeira grande
novidade das festividades deste ano. Terminado o concerto
pela Banda do Rosal, terá lugar um espetáculo de fogo de
artfício, ao que se seguirá a habitual despedida no Santuário
da Banda do Rosal.
E a Romaria continua no dia
11, dia dedicado às grandes manifestações religiosas em honra de São Bento.
O primeiro grande momento
será a realização da missa campal que irá decorrer no Largo
de São Bento, ao que se se-
guirá a Procissão com dezenas de andores e centenas de
figurantes.
A procissão terá também algumas novidades como avança Rui Ramalhosa.
“Este ano e por solicitação da
nossa comunidade piscatória,
que é bastante expressiva, decidimos envolver ainda mais
os pescadores da nossa terra
nesta festividade que é também muito significativa para
eles. Assim lançamos o desafio
a todos os pescadores para que
decorem as suas embarcações,
dando desta forma um brilho
e um colorido diferente à passagem da procissão pela margem do rio Minho”
Ao que parece o desafio foi
bem aceite pelos pescadores e
assim sendo, perspectiva-se outro momento interessante destas festividades. “No sentido
de premiar o esforço dos pescadores, a Confraria decidiu
criar um pequeno concurso
que irá premiar as 3 embarcações mais originais e mais
bem engalanadas. Os prémios
serão entregues numa pequena cerimónia que terá lugar no
dia 11 à tarde. “Será uma forma de homenagearmos a nossa comunidade piscatória”, refere o presidente da Confraria.
“Já o fizemos anteriormente
com a entrega de um diploma
e uma medalha de São Bento a
todos os pescadores que contribuíram com o seu donativo
na denominada noite de São
Bento, e vamos agora voltar
a fazê-lo, premiando as melhores embarcações e assinalando a participação de todos
com uma pequena lembrança”,
acrescenta.
As festividades do dia 11 prolongam-se pela noite dentro com
uma noite dedicada ao Folclore, uma atividade que em Seixas já teve grande expressão
e que depois de um interregno, a Confraria quer voltar a
introduzir no programa.
“Seixas já teve um grande
Rancho Folclórico que infelizmente terminou. Nós não queremos que os Seixenses, principalmente os mais novos se
esqueçam da sua etnografia, e
por isso decidimos este ano dedicar uma noite ao folclore”.
Os convidados são o Grupo
Etnográfico de Vila Praia de
Âncora e o Grupo Cultural e
Recreativo os Camponeses Minhotos de Cerdal.
A noite termina com a habitu-
Atuação da Banda O Rosal
“um momento alto das festividades”
É um dos grandes destaques da
Romaria. Esta banda de música
da Agrupación Musical do Rosal iniciou a atividade em 4 de
maio de 1986, sendo seu diretor D. Laureano Matos Barcia.
Desde outubro do ano passa-
do o diretor da banda musical
é D. Marcel Van Bree.
Desde a sua criação que organiza diversos atos culturais, concertos pedagógicos, de grupos de
câmara, com acompanhamento
coral… e desde o ano 1989 or-
ganiza anualmente o “Festival
de Músicos Xoves”, que já contou com a participação de bandas da Comunidade valenciana,
Murciana e também de Portugal.
A sua participação é solicitada numa infinidade de certa-
al Serenata no rio Minho que
este ano poderá também trazer algumas surpresas. “Estamos a tentar introduzir música e fazer desta Serenata um
momento diferente e mais animado”, explica o presidente da
Confraria de São Bento.
O último dia de festa será no
sábado, dia 12 de Julho, e o
destaque vai para a atuação do
Grupo “Roconorte” de Monção, uma presença habitual nas
festas de São Bento e “uma
boa escolha” como considera Rui Ramalhosa. “O Roconorte já conhece bem a nossa
festa e adapta-se muito bem a
ela”, explica.
A Romaria 2014 em honra de
São Bento termina, como não
poderia deixar de ser, com um
espetáculo de fogo de artifício
a invadir de cor e brilho o céu
desta freguesia que recebe a primeira grande romaria de Verão do concelho de Caminha.
As expetativas em relação
às novidades introduzidas é
grande, e a Confraria espera
que esta seja uma vez mais
uma grande romaria que não
defraude as expetativas dos
muitos romeiros que são esperados na freguesia de Seixas. A São Bento só se pede
que faça o milagre do bom
tempo, “porque o resto fazemos nós, seixenses, os romeiros e todo o povo que temos
a certeza virá prestar homenagem a São Bento”, remata o presidente da Confraria.
mes, festivais, concertos… e
realizou já importantes intercâmbios culturais com outras
bandas galegas, assim como do
resto de Espanha e Portugal.
Atualmente, a banda é formada por 80 elementos, alguns deles já profissionais, com as suas
carreiras musicais terminadas.
O holandês Marcel Van Bree é
o diretor da banda. Estudou no
Conservatório Superior de Tiburgo, onde obteve os diplomas
de clarinete e direção com as
máximas classificações. Desde
a sua vinda para a Galiza em
1992 a até ao ano de 2004 foi
diretor do Conservatório Profesional de Lalín, da Orquestra
de Câmara do mesmo e da Banda Municipal de Lalín.
Foi diretor da “Banda Sinfónica da Galicia” e da “Banda
da Federación Galega” no momento da sua fundação.
Foi diretor da Banda Municipal da Coruña e do Coral Polifónica El Rco, também da Corunha. Atualmente é diretor da
escola de música e da banda da
Agrupación Musical do Rosal.
Programa
detalhado das
festividades em honra
de São Bento
Dia 2 a 10 de Julho – Quarta-feira
21H00 – Início da novena a São Bento,
com reflexões da vida e obra de são Bento,
a cargo do Padre Ricardo Esteves.
Dia 5 de Julho – Sábado
21H00 – Feira Franca, música gravada
e novena de São Bento.
22H00 – Sarau Artístico no Santuário, com o Grupo
das Paróquias de Lanhelas, Vilar de Mouros e Seixas, sob
a direção do Padre Ricardo Esteves e com o Orfeão
do Agrupamento Musical de O Rosal sob a
direção de Toñi Santos.
Dia 6 de Julho – Domingo
9H00 – Feira Franca e Música Gravada
11H15 – Missa no Santuário com
o Grupo Coral de São Bento
22H00 – Novena de São Bento
Dia 10 de Julho – Quinta Feira
8H00 – Alvorada
12H00 – Meio dia de fogo
12H45 – Entrada no recinto da Banda Musical Lanhelense
15h00 – Concerto pela Banda Musical Lanhelense
Feira dos alhos e artesanato
19H00 – Despedia da Banda Musical Lanhelense
21H00 – Novena a São Bento
22H00 – Concerto no Largo de São Bento pela Banda
do Agrupamento Musical O ROSAL dirigida
pelo maestro Marcel Van Bree
24H00 – Monumental Espetáculo de fogo de artificio da
Pirotecnia de Lanhelas
00H30 – Despedida da banda do Agrupamento
Musical O ROSAL
Dia 11 de Julho – Sexta-Feira
8H00 – Alvorada
9H00 – Entrada da Banda Musical Lanhelense
10H00 – Banda de Gaitas de Cardielos – Viana do Castelo
10H30 – Missa Campal no Largo de São Bento
11H30 – Majestosa Procissão em honra de São Beto
de Seixas – Grande manifestação de fé – Dirigida
pelo Agrupamento de Escuteiros
12H30 – Sermão na praia – Benção dos Barcos
– Homenagem aos Pescadores de Seixas
15H00 – Concerto pela Banda Musical Lanhelense
19H30 – Despedida da banda no Santuário de São Bento
22H00 – Grande noite de folclore em Seixas com o Grupo
Etnográfico de Vila Praia de Âncora e o Grupo Cultural
e Recreativo os Camponeses Minhotos de Cerdal
00H00 – Serenata do Rio Minho – Festival
de fogo de artifício no Rio Minho
Dia 12 de Julho – Sábado
9H00 – Música gravada
10H00 – Entrada do Grupo de Bombos de Sopo
22H00 - 2º Arraial Noturno, com a atuação do Grupo
Musical “ROCONORTE”
24H00 – Fogo de Artifício
Encerramento da Romaria 2014-06-16
Dia 13 de Julho –Domingo
9H00 – Música gravada
11H15 – Missa solene no Santuário de São Bento
|9
JORNAL
SEIXAS É
SÃO BENTO
O culto a S. Bento na freguesia de Seixas remonta a tempos imemoriais. Reza a história que será anterior ao século
VI e há documentos que provam que “em 1455, por provisão de D. Afonso V, é concedido o privilégio de se poder
realizar uma Feira Franca no
souto da capela – a chamada
veiga do santo – por ocasião
das festas em sua honra”.
É portanto secular a veneração a este santo que ao longo
dos séculos, geração após geração, se mantém intocável.
Será então possível imaginar
a freguesia de Seixas sem São
Bento?
Ricardo Esteves, pároco da daquela freguesia, diz que não. E
vai mais longe, diz que é impossível porque “Seixas é São Bento”.
Em declarações ao Jornal C
a propósito da celebração de
mais uma romaria em honra
daquele santo, o padre Ricardo fala de uma “relação cultural e afetiva muito forte” entre a freguesia e São Bento.
“É impressionante perceber a
mobilização de toda a comunidade em torno de São Bento,
inclusive por parte de pessoas
que nem sequer são praticantes. Digamos que é um momento de paz. São dez dias
que convidam a uma grande
|10
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
afetividade e comunhão entre as pessoas, crentes e não
crentes”.
Esta relação cultural com os
monges franciscanos, a ordem
formada por São Bento, é secular e está intimamente ligada à existência de uma abadia
naquela freguesia. “É por isso
que em Seixas o padre tem o
título de abade”, explica Ricardo Esteves.
Era também aos monges que
cabia a tarefa de atravessar
de barco quem quisesse seguir para norte. A travessia era
feita em pequenas embarcações que eram conduzidas pelos monges.
A forma como os seixenses
vivem o São Bento e como ele
é “acarinhado pelas pessoas da
freguesia”, é outro dos aspetos que Ricardo Esteves faz
questão de salientar.
Segundo o pároco, essa forma
peculiar de viver o São Bento por parte da freguesia, atrai
muitas pessoas de outras localidades, inclusive espanhóis.
“Eu acho que o facto de vir
muita gente, inclusive os espanhóis, tem a ver com a forma como os seixenses acarinham o São Bento.
Para o padre Ricardo esta vivência é algo que está “ muito
enraizado” nas pessoas e por
isso mesmo “é impossível” imaginar Seixas sem São Bento.
“É o ex-libris da freguesia”,
sublinha.
O culto a São Bento é exteriorizado pelas gentes da freguesia nos diferentes momentos da romaria que se prolonga
por 10 dias.
“Por vezes até de uma forma um pouco extravagante”,
como confessa Ricardo Esteves que, de todos os momentos da festa, aquele que menos
aprecia, é o do santo carregado
de ouro e notas na procissão.
“Eu não gosto mas respeito e
compreendo porque as pessoas sentem orgulho em exibir
isso. Mas se pensarmos que São
Bento nasceu no seio de uma
família rica italiana, e que por
amor a Cristo e à sua fé renunciou a tudo, não faz muito sentido esta opulência”, explica.
“Mas eu entendo que isso seja
uma forma de acarinhar o Santo, que para os seixenses é o
Sr. São Bentinho”, acrescenta.
Mas afinal quem foi São Bento,
ou São Bentinho como os seixenses gostam de lhe chamar?
A história diz-nos que foi um
jovem muito rico que um dia,
“iluminado por Deus não tenho dúvidas”, decidiu renunciar à riqueza e à vida mundana
e dedicar-se a esta ascese. Foi
espontaneamente, por vontade própria que ele renunciou
a tudo”, sublinha
A novena em honra de São
Bento é outro dos momentos
importantes desta romaria. Nos
9 dias que antecedem o dia da
grande festa, centenas de romeiros, vindos de diferentes
localidades, a pé ou de carro,
dirigem-se à capela para rezar e refletir sobre a vida deste santo. Ricardo Esteves fala
de uma média de 500 pessoas durante a semana, um número que pode chegar aos 5
mil no dia da festa, sendo a
sua maioria espanhóis. “É impressionante o número de espanhóis que vem a esta festa
e apesar de eles terem o São
Benedito, preferem o nosso
São Bento”.
Esta preferencia pode ter a
ver, segundo o pároco, “com a
forma acolhedora e o saber receber por parte dos seixenses”.
À esta forma simpática de
receber os romeiros juntase também os muitos milagres operados por São Bento e que vêm sendo relatados
pelos fiéis como confirma o
Padre Ricardo.
“Há muitas pessoas que me
relatam milagres impressionantes não só relacionados
com os cravos nas mãos que
desaparecem com as promessas, mas também outros. Estamos a falar de testemunhos
verídicos que acabam por fazer
parte da história. Eu já vi um
senhor espanhol que quando
chegou tinha as mãos cheias
de cravos e no fim da missa já
não tinha nada. Isto é a prova de que São Bento escuta e
isso traduz-se na adesão das
pessoas”.
Quando à romaria propriamente dita ela não terá sofri-
do grandes alterações quanto ao seu formato, para além
daquelas que os tempos modernos impõem .
As bandeirinhas de papel que
outrora enfeitavam o espaço
da festa, deram lugar às iluminações led, sinais dos tempos em que a palavra de ordem é poupança de energia e
preocupação ambiental.
Mas se por um lado manter
esta genuinidade é importante, por outro lado há que saber
acompanhar esta evolução e é
por isso que Ricardo Esteves
alerta para a necessidade de
repensar alguns aspetos, nomeadamente no que diz respeito à parte profana. Segundo
o pároco há que cativar mais
a juventude com um programa que seja capaz de atrair
gente mais jovem à romaria.
“Eu julgo que a Confraria,
que é a responsável pela orga-
nização da festa, devia apostar um pouco mais na noite,
com uma programação mais
vocacionada para os jovens.
Repare que esta geração que
ainda vive do São Bento vai
terminar e se nós não formos
capazes de trazer os jovens à
festa acaba por morrer. Em
Melgaço já se está a apostar
muito nisso”.
No que toca à parte religiosa o padre Ricardo considera que a aposta em momentos
diferentes, como foi o caso da
missa campal, “foi uma boa
aposta”.
“Relativamente à parte religiosa penso que não se pode fazer muito mais, a grande aposta deverá ser agora na parte
profana porque se é verdade
que a vertente religiosa purifica, não é menos verdade que
a pagã unifica. E isso é muito
importante”, remata.
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Ladrões varrem
estabelecimentos
do Camarido
As bombas de gasolina e o restaurante do Camarido, no concelho de Caminha, foram assaltados na passada semana. O
Jornal C conseguiu apurar que, do posto de abastecimento de combustíveis, os ladrões furtaram tabaco e o dinheiro que estava no interior da máquina, além de um cofre
que se encontrava no interior daquele estabelecimento.
Os ladrões, por identificar, assaltaram também a churrasqueira que se encontra no rés-do-chão do posto de abastecimento de combustíveis, tendo furtado 200 euros em
dinheiro. As autoridades estão a investigar o caso.
tos do envelhecimento
CAMINHA
Misericórdia de Caminha
avança com apoio
especializado às
pessoas com demência
As pessoas com demência
que vivem no lar Santa Rita
de Cássia, da Santa Casa da
Misericórdia de Caminha, vão
passar a ter um apoio mais
especializado. A instituição
foi uma das 20 do país contempladas com uma candidatura da União das Misericórdias Portuguesas que
procura melhorar a qualidade de vida de quem tem
qualquer tipo de demência.
O provedor da Santa Casa
da Misericórdia de Caminha,
Carlos Fernandes, sublinha
que, neste momento, o apoio
vai ser prestado exclusivamente aos utentes do lar de
Santa Rita, em Vila Praia de
Âncora.
“Trata-se do Projeto Vidas,
uma candidatura da União
das Misericórdias Portugue-
sas com a qual a Santa Casa da
Misericórdia de Caminha foi
contemplada. É um projeto que
visa dar melhor qualidade de
vida aos utentes, prestando assim serviços qualificados nesta
área”, explica Carlos Fernandes.
A candidatura vai permitir formar diversas pessoas que prestam serviço no Lar, nomeadamente a diretora, um médico,
um enfermeiro, um terapeuta,
uma animadora cultural, cinco
ajudantes de lar e uma ajudante no apoio domiciliário. “Esta
formação vai permitir prestar
um melhor serviço e um melhor atendimento aos utentes
na área das demências e do Alzhaimer”, adianta o provedor.
O Projeto Vidas vai abranger
cerca de 20 % dos utentes do
lar Santa Rita de Cássia.
“Infelizmente no nosso lar,
como de resto na maioria dos
lares existentes no país, uma
boa parte dos utentes sofre de
demência e o contacto com a
realidade vai-se tornando cada
vez mais difícil. No nosso lar
cerca de 20% dos utentes estão nessa condição e por isso
mesmo sentimos que era necessário dar mais formação ao
pessoal para conseguirem lidar
melhor com estes casos e também prestar um melhor serviço aos utentes”.
Numa primeira fase este tipo
de serviço será prestado apenas aos utentes do Lar da instituição, mas Carlos Fernandes
diz que posteriormente este poderá ser um serviço alargado
à comunidade.
Instituição aposta em software para contrariar efei-
Portinho de Vila Praia
de Âncora já tem plataforma
flutuante reparada
A Docapesca deu por terminada a obra de reabilitação das
plataformas de apoio à náutica de recreio, em Vila Praia
de Âncora.
Em nota enviada à imprensa, a Docapesa, no âmbito das
suas competências como Autoridade Portuária, anuncia a conclusão da obra, adjudicada no
mês de Abril.
O investimento, a rondar os 24.
400 euros, repôs as condições
necessárias ao funcionamento da
plataforma flutuante, onde atracam muitas das embarcações de
pesca lúdica e de recreio no portinho de Vila Praia de Âncora. A
infra-estrutura tinha ficado inoperacional no último inverno, devido às condições climatéricas.
A Santa Casa da Misericórdia de Caminha vai avançar
até ao próximo mês com o
projeto Idade Maior. Tratase de um interface virtual
de lazer e desporto que vai
permitir o acesso a atividades de estimulação física e
motora dos seniores.
O projeto, que foi financiado pelo prémio BPI Seniores
com 20. 500 euros, vai ser
alargado a todas as instituições do concelho de Caminha que trabalham com pessoas com 65 ou mais anos.
Até Julho, o projeto vai ser
posto em prática, como revelou ao Jornal C o provedor, Carlos Fernandes.
“Neste momento estamos a
adquirir o hardware e o software já está pronto. Ao todo
são sete instituições que vão
beneficiar deste projeto que
visa essencialmente ajudar os
utentes na mobilidade e desenvolvimento das suas capacidades mentais”.
Segundo Carlos Fernandes
trata-se de um software bastante conhecido que visa ajudar os idosos a melhorar as
suas capacidades.
“No fundo é que se pretende é estimular as capacidades
dos idosos porque não queremos que eles adormeçam com
a idade”, explica o provedor.
Cavalos selvagens
atacam pessoas
em caminha
Um par de cavalos está a espalhar o medo entre aqueles
que percorrem os montes do concelho de Caminha. Os animais já atacaram várias pessoas, uma delas com gravidade.
O último ataque registou-se no passado fim-de-semana. Pedro Gonçalves, praticante de trail, percorria o monte de Santo Antão quando foi inesperadamente atacado.
“Foi na zona do Alto da Espiga junto à capela de Santo
Antão que eu fui atacado de forma bastante violenta. É o
5º caso reportado oficialmente e neste momento existem 3
queixas na GNR”.
Segundo Pedro Gonçalves, o ataque não foi feito por um
cavalo selvagem, mas sim por um animal que tem dono “julgo que de Moledo”.
“O cavalo investiu sobre mim várias vezes, fiquei com uma
série de escoriações e inclusive fui mordido nas costas. Não
foi nada muito grave mas podia ter sido”, conta.
Para se tentar defender e afastar o animal, o atlets teve que
recorrer a pedras.
Pedro Gonçalves mostra-se bastante preocupado com a situação, até porque aquela zona montanhosa que separa os
vales do Âncora e Coura é bastante frequentada durante os
meses de Verão.
“É uma zona de fácil acesso e por isso mesmo muito frequentada por pessoas que inclusive até levam crianças. Imagine se acontece uma situação como estas? É complicado e
perigoso”, sustenta.
Os bombeiros voluntários de Caminha já foram chamados
a prestar socorro a algumas das vítimas destes ataques. O comandante Luís Saraiva diz que as autoridades já conhecem
o caso, mas os animais ainda não foram retirados do local.
“Já não é a primeira vez que somos chamados para intervir em casos como este. Outros casos já foram comunicados às autoridades competentes que contactaram os proprietários dos animais mas ainda não conseguimos que os
retirassem de lá”.
Até ao momento ainda não se registaram situações graves mas isso não descansa nem as autoridades, nem quem
por ali passa.
“São animais de grande porte que ficam assustados e podem atacar e causar ferimentos graves”, explica o comandante dos voluntários de Caminha, que na passada semana
voltaram a ser alertados para mais uma situação.
|11
|12
eMPReeNDe+
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
EMPREENDE
JORNAL
A ideia surgiu numa praia de
Ibiza, corria o ano de 1988. A
ilha, cheia de surpresas, praias
paradisíacas, lugares charmosos
e com uma das noites mais famosas do mundo, não podia ser
mais inspiradora.
António Rosas, Morais Vieira
e Toni Novo, 3 amigos de longa
data, decidiram em Agosto desse
ano rumar até às Baleares para
umas férias de verão que acabariam por se tornar reveladoras.
De regresso, na bagagem, para
além da roupa, trouxeram algo
mais. Nada muito pesado nem a
ocupar muito espaço, pelo menos na mala, já na cabeça não
foi bem assim. Trouxeram uma
ideia: abrir uma discoteca que
rompesse com o tradicional.
Morais Vieira, um dos fundadores do Club Alfândega, a discoteca que há 25 anos veio revolucionar a noite no norte no
país, contou ao Jornal C como
surgiu este projeto que na altura deu muito que falar .
“O Club Alfândega foi um projeto que nasceu em Ibiza numa
conversa de praia entre amigos
que depois consubstanciamos
quando regressamos de férias.
Na altura eu e o António Novo
já estávamos ligados à atividade da animação noturna através
da exploração da discoteca Luzia Mar em Viana, da discoteca
Onda em Afife e de um bar que
existiu em Moledo, chamado o
“Carinhoso”.
Ibiza acabou por se transformar numa fonte de inspiração
para estes 3 amigos que decidiram importar o modelo e avançar
com um novo espaço que fosse
totalmente inovador e diferente
de tudo o que existia.
O Club Alfândega não demorou muito a sair da bagagem e
abriu um ano depois, em junho
de 1989.
“O que nós fizemos foi criar
um espaço inovador e uma nova
maneira de explorar a noite convidando figuras públicas, gente
da televisão e manequins, para
estarem à porta, nos bares e a
animar a discoteca. Nesse aspeto fomos de facto inovadores”.
O novo formato apresentado
pelos 3 amigos depressa saltou
para os jornais e revistas da especialidade que na altura consideraram a discoteca Alfândega uma das melhores discotecas
de verão do país.
Com tanto mediatismo o Club
Alfândega rapidamente se trans-
PROJeTO
DO Club
AlFânDeGA
nASCeu
eM ibizA
encontrar o local ideial.
“Como na altura estava na moda
a questão da revitalização dos
centros históricos que se queiram mais frequentados, decidimos escolher Caminha que já
tinha alguma animação noturna, e aquele edifício pareceunos perfeito para o que pretendíamos fazer”.
Sócios da Alfândega, da esquerda para a direita: José Pereira
daSilva, Sandro Preto, António Pita Guerreiro, José iglésias,
José Morais vieira, luís Teixeira e Francisco Torres
formou num fenómeno de popularidade e num local de romagem obrigatório para os amantes
e frequentadores da noite, e nem
as longas filas de espera para
entrar demoviam os que a queriam conhecer. “Vinha gente de
todo o país”.
Morais Vieira recorda uma noite em que foi à porta e o aglomerado de gente para entrar era
enorme. ”De repente, lá no meio
daquela gente toda, um grupo
faz-me sinal para que fosse falar com eles e eu fui ver o que
se passava. Um dos indivíduos
que estava no grupo disse-me
que já era o segundo fim-de-semana que vinha a Caminha tentar conhecer a discoteca e não
conseguia. Eu vi que eles queriam tanto conhecer a discoteca que lá lhes facilitei a entrada. E isto não aconteceu só uma
vez”, recorda.
Romper com os formatos conservadores foi segundo António
Novo uma boa aposta que durou alguns anos.
“Na altura sentimos que era
necessário acabar com aquele
formato demasiado conservador
das discotecas que existiam um
pouco por todo o país, e injetar
sangue novo na animação noturna”, explica.
Mas afinal o que é que distinguia esta casa das demais?
Desde logo a sua arquitetura,
muito mais moderna que nasceu
da recuperação de um edifício
histórico. A utilização de novos
materiais como o aço foi outra
das novidades, rompendo assim
com os tradicionais tecidos e alcatifas que habitualmente revestiam as paredes das discotecas.
Por outro lado a animação também marcou a diferença. “A animação a nível de dj’s e de música
também rompeu com o conservadorismo, passando do tradicional rock para um estilo mais
moderno, com o house music a
dominar”, recorda o fundador.
E porquê Caminha e o Centro
Histórico?
Morais Vieira explica que a ideia
inicial era que a nova discoteca
ficasse o mais possível próximo
da praia, mas depois de muito
procurarem, não conseguiram
Os anos que se seguem à inauguração são anos de ouro para a
discoteca Alfândega. Por lá passaram famosos, vip’s e menos
vip’s, gente anónima à procura
de diversão.
Em 1990 a Alfândega é uma
referência a nível nacional e em
1991, junta-se ao projeto Jorge
Mendes, o empresário de grandes nomes do futebol nacional
e internacional.
Em 1993 novos rostos se juntam
ao projeto: António Pita Guerreiro, Sandro Preto e Alexandre
Montes abrem o Alfândega Café,
no andar superior.
O projeto continua a crescer
e em 1997 o trio inicial, Morais
Vieira, Toni Novo e Atónio Rosas
abrem a discoteca Prosak também em Caminha, no edifício do
Hotel Porta do Sol. Um ano depois, em 1998, os dois projetos
fundem-se e a Alfândega trabalha em simultâneo com a Prosak.
Mas o projeto não para de crescer e em 1999 junta-se a ele o projeto a discoteca Indústria Agrícola em Vila Nova de Cerveira.
Este triângulo passa a dominar
a noite no distrito.
A “casa mãe”, neste caso a Alfândega, poderia ter sido, segundo
Morais Vieira, uma grande oportunidade para que Caminha se
transformasse numa referência
a nível da noite no norte do país.
“Infelizmente isso não aconteceu porque se meteram outras
histórias pelo meio e também alguma falta de compreensão por
parte das pessoas que não viam
com bons olhos este tipo de negócio. Eu sei que estas casas por
vezes acarretam outro tipo de problemas, principalmente barulho,
mas foi uma pena porque se fizermos bem as contas, Caminha
ganhou mais do que o que perdeu com a Alfândega”.
Vinte cinco anos depois e apesar de alguns contratempos, Morais Vieira acredita que Caminha
pode voltar a dar cartas em termos de animação noturna.
“Caminha passou por uma penumbra total, teve praticamente
eclipsada, mas hoje em dia, com
algumas pessoas de boa vontade, com dinâmica e ânimo pode
voltar a reagir e a criar ascendência sobre outros locais. Acho que
está a renascer e a Alfândega tem
vindo a desenvolver, em conjunto com os bares, uma série de inciativas muito interessantes. O
caminho é este e julgo que devem continuar porque estou certo que a curto prazo a árvore vai
dar fruto e a noite de Caminha
pode voltar a aproximar-se dos
níveis que já teve no passado”.
Apesar de tudo Morais Vieira
alerta para a necessidade de se
mudarem algumas mentalidades. “Há de facto alguns velhos
do restelo que têm que mudar de
opinião e começar a ver as coisas
com outra mentalidade”, desafia.
DeCiSõeS DiFíCeiS
nunCA SãO FáCeiS
De TOMAR
E como foi licenciar, há 25
anos atrás, uma discoteca em
pleno centro histórico com pessoas a terem que conviver lado
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
a lado com este tipo de estabelecimento?
Pita Guerreiro, na altura presidente da câmara de Caminha,
explica que “decisões difíceis
nunca são fáceis de se tomar”,
mas o então autarca explica que
era preciso ir mais longe e ter
uma visão daquilo que se queria para o concelho.
“Caminha sofria na altura com
o problema de falta de pessoas e
era preciso cativar gente de fora
para vir para cá, gente que tivesse
em Caminha a sua segunda habitação. Mas para isso era preciso dar a essa gente alguma coisa
em troca, não bastava as esplanadas, tínhamos que ter mais porque
essas pessoas tinham filhos que
só vinham se houvesse diversão.
Isso pesou muito na nossa decisão e a verdade é que a partir daí
também se verificou um grande
boom na construção”.
Pita Guerreiro recorda que quando tomou posse como presidente
da câmara de Caminha, em 1976,
“há 20 anos que não se construía
uma casa nova no concelho, uma
situação que posteriormente se
alterou gaças a este e a outros
projetos”, recorda.
Vinte cinco anos depois da inauguração da discoteca Alfândega,
Pita Guerreiro não se arrepende
da sua decisão e alerta para a necessidade de se continuar a investir na criação de atrativos capazes
de trazerem pessoas a Caminha.
“Há vinte cinco anos atrás a
moda eram as discotecas e por
isso nós decidimos licenciar uma,
hoje em dia os atrativos são outros, a moda são os desportos na
natureza e penso que nesse aspeto Caminha tem um grande
potencial que pode explorar de
forma a atrair pessoas. Temos
o rio Minho que é sem dúvida
uma grande mais valia”, susten-
ta o ex-autarca.
Questionado sobre se a sua decisão não lhe trouxe na altura
algumas dores de cabeça, Pita
Guerreiro recorda que houve
uma ou outra contestação mas
de uma forma geral o processo
foi pacífico. “As pessoas perceberam que o projeto era importante para o concelho porque trazia mais gente”.
CLUB ALFÂNDEGA COMEMORA 25 ANOS
COM FESTA A LEMBRAR “OUTROS TEMPOS”
Uma festa a recordar “outros
tempos” foi a surpresa preparada pela gerência do Club Alfândega, uma discoteca localizada em pleno centro histórico
deCaminha e que este mês festejou 25 anos.
Centenas de atuais e antigos
clientes marcaram presença no
evento que marca também o arranque de mais um verão que
se espera muito animado em
Caminha.
A seleção musical esteve a cargo
do dj Fernando Alvim que garantiu muita animação numa noite
inesquecível que contou também
com a presença de alguns dos
sócios fundadores da discoteca.
Depois da grande festa de aniversário, a discoteca Alfânde-
ga promete regressar com
muita animação e promete grandes novidades para
este verão.
Segundo Francisco Torres,
gerente da discoteca, “o verão
na âlfândega vai dar que falar”.
|13
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Club Alfândega HÁ 25
anos a animar as noites
do norte do país
Foi inaugurada há 25 anos e
chegou a ser uma das maiores
referências da noite no norte
de Portugal.
Quando abriu, em 1989, o Club
Alfândega foi notícia de norte a sul do país e o verão desse ano foi marcante para Caminha.
Nos anos que se seguiram a
noite caminhense passou a ser
uma referência a nível nacional e assim permaneceu durante alguns anos.
25 anos depois de ter aberto portas, o Club Alfândega
festejou bodas de prata com
uma festa que reuniu inúmeros convidados, alguns deles
diretamente ligados à fundação
desta discoteca que, com altos
e baixos, tem sabido sobrevi-
|14
ver, mantendo-se ainda hoje
atual como explica o seu atual
proprietário, Francisco Rocha,
que há uns anos atrás chegou
a trabalhar naquela discoteca.
À frente do Club Alfândega
há apenas um ano, o atual gerente ainda se lembra bem do
dia da inauguração. Na altura
era um estudante de liceu que
gostava de sair à noite e divertir-se com os amigos.
“Tive privilégio de ser um
dos convidados para a inauguração da discoteca e tenho
essa memória ainda bem presente”, recorda.
Atual, apesar dos seus 25 anos,
a Alfândega foi e continua a ser
“um marco” na noite.
“Estamos a falar de uma casa
com 25 anos que ainda está
atual, com boa imagem e muito na moda”, explica Francisco Rocha.
Mas se em 25 anos o Club
Alfândega não mudou muito,
o mesmo já não se pode dizer
em relação à noite que, segundo este empresário, mudou radicalmente.
“O que eu noto é que existe um déficit muito grande de
valores na sociedade em comparação com o que se passava
há 25 anos atrás. São formas
completamente diferentes de
estar na vida, de estar nos locais e de os respeitar”.
Quando há um ano Francisco
Rocha decidiu tomar as rédeas
do Club Alfândega não imaginava que iria herdar uma casa
com a imagem “tão degradada”.
Foi uma surpresa desagradável
mas que não o fez desistir e,
depois de um trabalho intenso, o Club Alfândega está de
novo “nos carris” ou seja, no
caminho certo para voltar a ser
a casa que era “com o prestígio que sempre teve”.
“Para ter uma ideia, dentro de
uma semana vai haver uma festa no Porto, para a qual foram
convidadas a estar presentes a
animar a noite, as 4 discotecas mais emblemáticas do norte do país. Nós vamos lá estar
e isso é muito gratificante porque prova que estamos a conseguir pôr novamente o nome
da Alfândega no sítio onde tem
que estar”.
Trazer bons dj’s á Alfândega
tem sido uma das apostas desta
gerência que explica que também aqui, nos últimos anos, as
coisas mudaram radicalmente.
“Nos últimos 25 anos verificou-se uma mudança muito
grande nesse sentido. Os nomes dos artistas que se colocam dentro de uma cabine, a
forma como eles se apresentam e interagem com o público é completamente diferente.
Já não estamos a falar daquele
dj que estava num cubículo, no
alto de uma discoteca, em que
a sua função era por discos a
tocar. Hoje em dia um dj tem
que fazer muito mais do que
isso, tem que puxar pela animação das pessoas, tem que
falar com o público e interagir de forma a criar animação.
Digamos que há todo um espetáculo e uma encenação à
volta do dj”, explica.
Trabalhar a noite e na noite
não é uma tarefa fácil e agradar a todos os públicos é por
vezes complicado, confessa,
Francisco Rocha.
“É muito complicado porque
temos que levar em linha de
conta que as pessoas quando
vão a uma discoteca, por norma, é para ouvir música. Com
uma casa com 200 ou 300 pessoas não é fácil conseguir agradar a toda a gente. Criar uma
imagem musical numa casa é
portanto uma das tarefas mais
complicadas e por isso é muito importante apostar em bons
dj’s que se aproximem, o mais
possível, do gosto das pessoas”.
A juntar à boa música, há
ainda que apostar num serviço de qualidade para agradar
aos clientes.
Ao fim de 25 anos e apesar de
alguns momentos menos bons,
Francisco Rocha não tem dúvidas que o Club Alfândega
continua a ser uma referência a norte. A casa está sempre cheia aos fins-de-semana e
o inverno, que é a altura mais
complicada porque os maiores consumidores estão fora,
a estudar”, conseguiu aguentar e fidelizar clientela.
“De verão é fácil mas no inverno é mais complicado porque a maioria das pessoas que
frequentam este tipo de casas,
nomeadamente estudantes universitários, está fora, nos grandes centros e vem esporadicamente. Ainda assim podemos
dizer que neste momento estamos a trabalhar com casa cheia”.
O futuro da Alfândega passa,
segundo Francisco Rocha, por
melhorar cada vez mais o serviço aos clientes porque , como
defende, “já não há muito mais
para inventar”. “Como eu dizia
no início, a discoteca apesar de
ter 25 anos continua atual na
sua arquitetura e, a não ser que
se fizessem grandes obras de
fundo que neste momento não
são compatíveis, não há muito mais a fazer do que melhorar o serviço e apostar na satisfação dos clientes”, sublinha.
Relativamente à noite de Caminha, Francisco defende a ne-
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
CAMINHA
Banda de
Lanhelas avança
com concertos de
música por falta de
apoio para estágio
de verão
cessidade de um “upgrade muito grande” principalmente no
que diz respeito à mentalidade dos empresários.
“A noite de Caminha já foi
uma referência muito grande
e tem todas as possibilidades
de voltar a ser. Nós temos coisas em Caminha que em muito
poucos locais existem. Temos
uma rua lindíssima, um largo
com esplanadas que segura as
pessoas que mais tarde poderão usufruir da zonas dos bares e da própria discoteca sem
terem que pegar no carro para
se deslocarem, o que é muito importante. Aquilo que na
minha opinião tem que acontecer na noite de Caminha é
uma mudança de mentalidades dos empresários. As pessoas têm que perceber, de uma
vez por todas, que o tempo em
que se abria uma porta e os
clientes entravam para consumir já acabou. As coisas
hoje em dia não funcionam
assim, há que fazer um trabalho muito grande de fundo e nós temos bons e maus
exemplos na rua. Se toda a
gente olhar para os bons exemplos e os tentar copiar, não
tenho dúvidas que em dois
anos nós poderemos voltar
a ter a Rua Direita em Caminha como ela era.
Para ter uma ideia, ainda há
casas que acham que por terem a música mais alta do que
o vizinho isso lhes vai trazer
mais clientes. Enquanto houver gente com este tipo de
mentalidade no negócio não
vamos a lado nenhum. As pessoas têm que se convencer
que há regras para cumprir”.
Para este empresário não
basta chegar a sexta ou sábado e abrir a porta, existe todo um trabalho de casa
que é preciso desenvolver.
“Quando sai o último cliente no sábado a noite e fechamos a seguir a porta, já temos que começar a projetar
o próximo fim-de-semana.
E só quando as pessoas perceberem que tem que ser assim é que alguma coisa pode
melhorar”.
Com o Verão à porta e depois da grande festa de ani-
versário, muitas outras surpresas estão a ser preparadas
para que este seja um verão
inesquecível com muita diversão. “Um verão que vai
dar que falar”, garante o gerente da Alfândega.
Reconhecendo o muito trabalho que há pela frente, num
mercado em constante evolução, Francisco Rocha promete dar o seu melhor para
levar o Club Alfândega ao
lugar que merece, “ao top”.
Os 164 anos da Banda Musical Lanhelense vão ser celebrados este verão ao som de música. Uma das bandas mais antigas
do país vai comemorar mais de
século e meio de atividade com
três concertos a realizar em Junho, Julho e Agosto em Lanhelas, onde tem a sua sede.
“Nós queremos, como já vem
sendo habitual, assinalar mais
um ano de existência com a realização de uma série de concertos, sendo que o primeiro
se vai realizar já amanhã em
Lanhelas. Trata-se do concerto de apresentação dos concertos de verão”, explica José Ramalhosa, presidente da Banda
Musical Lanhelense.
No dia 19 de Julho terá lugar o habitual encontro de bandas que este ano terá um formato diferente como conta o
dirigente.
“Este ano decidimos fazer uma
coisa diferente, ou seja, decidimos estender o festival à outra
margem galega e assim vamos
poder contar este ano com a
presença da Banda de A Guarda e do Rosal”.
José Ramalhosa, explica que
estes concertos substituem, de
alguma forma, os estágios de
Verão que a banda realizava,
mas que, por falta de apoio financeiro, deixou de o fazer.
Até 2008, os estágios da or-
OCULISTA IDEAL
DE CAMINHA
José Augusto Fernandes Oliveira
( òptico desde 1967)
PUB.
questra sinfónica de Lanhelas atraíam jovens de todo o país e da
vizinha Espanha. Eram mais de
uma centena que se reuniam durante o Verão em Lanhelas para
estudar música e partilhar conhecimentos.
Todos os anos a direção da Banda pede apoio à Junta e à Câmara de Caminha para a realização de um evento que ronda os
10 mil euros e proporciona momentos musicais únicos, levando
o nome de Caminha além fronteiras, mas desde 2008 que todos os anos a resposta é a mesma: não há dinheiro. Nem com
a mudança de executivo na Câmara Municipal mudou a resposta aos apelos da banda.
“Para nós seria muito bom mas
também temos que aceitar que as
condições financeiras por parte
da câmara não são as melhores, as coisas não estão fáceis.
E por isso mesmo temos que
aceitar e tentar contornar e ir
adiando”.
Para colmatar a falta deste
“grande evento” a direção da
banda avança com outros de
menor envergadura mas que
não deixam de ser importantes.
Para proporcionar o estágio,
que anualmente reúne mais de
uma centena de músicos de todo
o país, a banda necessita de garantir alojamento e alimentação,
o que ara a banda é incomprtável sem o apoio dasautarquias.
“É lógico que eles se deslocam a título gratuito mas temos
que contar com toda a logística que envolve todo o estágio. Estamos a falar numa média de 10 mil euros”.
José Ramalhosa realça a realização deste tipo de eventos
como uma oportunidade dos
músicos da escola de Lanhelas poderem partilhar experiencias e inclusive equacionarem
uma carreira musical, “a mesmo tempo que atrai muita gente de fora que vêm até Lanhelas para ouvir esses concertos.
Penso que é uma mais valia a
nível cultural.
Na falta dos estágios a direção da banda avança com iniciativas menos dispendiosas,
mas nem por isso menos interessanes.
metalocaminha
Sócio Gerente
Sergio Meira - Telf. 919
983 235
Distriâncora-Supermercados, lda
tel 258959140-fax 258912955
TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE
A sua visita o comprovará
AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS
SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA
Superareosa-Supermercaods, lda
tel 258808090-fax 258838534
C.C. Camicentro, Lj. 23 (ao lado dos Bombeiros) Rua Visconde Rego
4910-156 Caminha | Telf./ Fax: 258 721 028
Telf. 258 727 399 | Fax. 258 727 382 | E-mail: [email protected]
web:www.metalocaminha.pt | Lugar do Couto | 4910-201 Lanhelas |Caminha
|15
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
CAMINHA
RUAS DE
CAMINHA
COBERTAS
DE TAPETES
DE FLORES
As ruas do centrto histórico da vila de Caminha
e Vilarelho voltaram a cobrir-se de tapetes de flores para mais uma festa do Corpo de Deus que se
realizou no passado domingo, dia 22 de junho, depois do Governo, de acordo com a igreja, ter abolido este feriado do calendário.
A confeção dos tapetes iniciou-se no sábado ao fim
da tarde com equipas de voluntários a trabalharem
durante toda a noite.
No domingo a vila acordou mais bonita, coberta
de cor e com muitos visitantes a fazerem questão de
testemunhar este trabalho levado a cabo pela paróquia em colaboração com a comunidade.
À tarde realizou-se a habitual procissão do Corpo
de Deus na qual desfilaram os estandartes e cruzes
de todas as freguesias do concelho, bem como o gigantesco S. Cristóvão e o São Jorge a cavalo.
A comunidade caminhense está uma vez mais de
parabéns pelo excelente trabalho realizado que trouxe até à vila milhares de visitantes.
|16
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
DISTRITOCAMINHA
|17
JORNAL
DISTRITO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
ARCOS DE VALDEVEZ
CAMINHA
PAREDES DE COURA
Autarcas de Cerveira
e Tomiño reafirmam
amizade com visão
no futuro
Uma verdadeira
festa galaicominhota assinalou
o 10º aniversário da
Ponte da Amizade,
que contou com
a formalização da
“Carta da Amizade”
que reforça os laços
entre os municípios
vizinhos de Vila
Nova de Cerveira e
Tomiño. Intervenções
dos representantes
municipais
recordaram o passado,
mas focaram-se no
futuro com algumas
intenções já firmadas
no documento.
Cerca de meio milhar de pessoas, cerveirenses e tomiñenses, participaram nas comemorações do décimo aniversário
|18
da Ponte Internacional sobre o
rio Minho – Ponte da Amizade,
e concentraram-se no meio da
travessia para assistir ao assinalar de um marco histórico.
Marcaram ainda presença algumas individualidades e entidades direta ou indiretamente
ligadas à construção desta travessia, nomeadamente o Engenheiro Luís Braga da Cruz,
o ex-alcaide de Tomiño, representantes da CCDR-N e
da Junta da Galiza, a diretora do Agrupamento Europeu
de Cooperação Transfronteiriça Galiza-Norte de Portugal,
entre outras entidades concelhias. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de
Cerveira lamenta o facto de ter
endereçado convite aos ex-autarcas do concelho envolvidos
no processo, Germano Cantinho e José Manuel Carpinteira, e que, por razões que desconhece, não estiveram presentes
na cerimónia.
Os bombos do concelho de
Vila Nova de Cerveira (Cornes, Covas, Loivo, Nogueira
e Sopo), o Rancho Folclórico e Infantil de Gondarém e
as trovoadas de Tomiño abrilhantaram a cerimónia, com os
seus sons e trajes tradicionais.
Durante a sua intervenção, a
alcaldesa de Tomiño frisou que
a construção desta travessia representou “mais do que uma
grande obra”, demonstrando
que os povos de Vila Nova de
Cerveira e Tomiño sempre estiveram unidos, não existindo
fronteiras.
Sandra Gonzalez afirmou que
a Ponte da Amizade significou
para Tomiño centralidade - colocando o concelho entre dois
pólos importantíssimos, Porto
e Vigo - e conectividade - recorrendo ao exemplo do comboio de Vila Nova de Cerveira,
fundamental para a comunidade tomiñense. “Costumo dizer
que Tomiño tem comboio, por
isso queremos potenciar este
meio de transporte”, assegurou.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira sublinhou que a Ponte da
Amizade representou um marco histórico, “a concretização
de um sonho de muitos anos
que permitiu agilizar as relações entre as duas comunidades vizinhas, aprofundar laços
históricos, relançar o intercâmbio comercial e reforçar os laços culturais”.
Fernando Nogueira afirmou
que a Euro-Região Galiza-Norte de Portugal “ficou mais valorizada com a supressão de um
constrangimento na mobilidade entre estas duas margens
do rio Minho e a consequente potencialização das relações
transfronteiriças”.
Numa perpetiva futura, o edil
cerveirense manifestou vontade de alargar ainda mais esta
‘ponte’ de amizade através da
consolidação das relações bilaterais entre cerveirenses e
tomiñenses, e a formalização
do trabalho que já se faz em
conjunto, “de forma a contribuir para uma maior integração deste municípios na Euro-Região e ajudar a construir
um futuro melhor para as próximas gerações”.
As vereadoras da cultura de
ambos os municípios, leram
a “Carta da Amizade” que potencia a realização de iniciativas comuns no âmbito cultural e desportivo e as amplia
a outras áreas, nomeadamente na cooperação urbanísticoambiental; na valorização do
património natural e cultural,
com especial enfoque para a
área envolvente do rio Minho;
na promoção da gestão partilhada de equipamentos e serviços públicos de ambas as
entidades; e na definição do
modelo de gestão para o futuro deste projeto avaliando a
necessidade de criar um organismo com personalidade jurídica para a implementação
do programa de acção de cooperação transfronteiriça Cerveira-Tomiño.
Após a assinatura da Carta
da Amizade, as coletividades
presentes usaram a Ponte da
Amizade como palco para atuação e demonstração dos seus
usos e costumes ao nível da
música e dança, uns de cada
lado, para no final se juntarem
numa verdadeira festa galaico-minhota, misturando-se.
PONTE DA BARCA
PONTE DE LIMA
Câmara
de Cerveira
e CEVAL
avançam com
parceria
O município de Vila Nova de Cerveira e a CEVAL –
Confederação Empresarial do Alto Minho, formalizaram o processo de gestão do CAE - Centro de Apoio
às Empresas pelo período deste mandato autárquico,
com o objetivo de aumentar a própria competitividade
dos parques empresariais, através da criação de ideias,
projetos e atividades que sustentem a dinamização e o
apoio às empresas ali instaladas, e que potenciem significativamente a capacidade de atração de investimentos por parte destes parques.
Durante o ato protocolar, o edil cerveirense assinalou
o estreitar ainda mais forte das relações entre estas duas
instituições, consumado neste primeiro passo da gestão
conjunta de alguns equipamentos de interesse público,
mas sobretudo de interesse empresarial. Fernando Nogueira salientou que está ainda plasmado no protocolo
que esta relação com a CEVAL possa, no futuro, enveredar por outros vetores.
O autarca lançou alguns indicadores “interessantes”
que colocam o tecido empresarial de Vila Nova de Cerveira bem posicionado, quando comparado com a média distrital e nacional. Entre as mais de 40 empresas e
as cooperativas dependentes, os dois pólos empresariais
contabilizam cerca de 2 mil trabalhadores.
“As nossas empresas estão de boa saúde e souberam
resistir à grave crise que assola o país”, garantiu, acrescentando: “Temos um índice de empregabilidade muito
próximo dos valores de 2008/09, além do nível de remuneração estar acima da média do distrito com a aposta em mão-de-obra qualificada. Números muito importantes para Vila Nova de Cerveira, mas também para a
região, e que comprovam que a política de gestão dos
dois polos empresariais praticada nos últimos anos foi
a mais correta, contribuindo para o alcance de resultados positivos”.
Na sua intervenção, o presidente da CEVAL enalteceu
que esta parceria vai fazer jus a uma zona empresarial
“de excelência”. Luís Ceia disse que já foi desenvolvido
muito trabalho, mas há ainda um caminho a percorrer
no sentido de “a partir daqui se fazer uma maior aproximação à área empresarial transfronteiriça”.
O empresário acredita que a formalização deste protocolo oferece todas as condições para que se crie, a partir de Vila Nova de Cerveira, um Núcleo Empresarial
de todo o Alto Minho.
Após a assinatura formal do documento, os representantes das duas entidades, e outros dirigentes presentes na cerimónia protocolar, fizeram uma visita às instalações do CAE, localizado no Parque Empresarial de
Cerveira, Pólo 2, nomeadamente aos espaços cedidos
para gestão (edifício sede, auditório e salas de formação contíguas).
JORNAL
distrito
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
MELGAÇO
MONÇÃO
VALENÇA
VIANA DO CASTELO
Alto Minho aposta
na rede de ecovias
Empresa galega cria
30 novos postos de
trabalho em Cerveira
Numa perspetiva de reforçar
a sua capacidade produtiva, o
Grupo Marfrío SA, empresa
galega dedicada à produção e
venda de peixe congelado, inaugurou recentemente uma nova
linha de produção na unidade fabril de Vila Nova de Cerveira. O presidente da Câmara
Municipal, Fernando Nogueira, ajudou a cortar a fita.
A Pralisa Produtos Alimentares e Pescas S.A., fábrica deste grupo localizada no Pólo II
da Zona Industrial de Cerveira, acolhe uma nova linha de
pré-cozinhados, criando mais
30 postos de trabalho. Após um
período de experimentação, a
nova linha já se encontra a trabalhar com normalidade. Com
mais de 70 metros, vai permitir
ao grupo duplicar a sua capacidade de fritos, numa aposta
na diversificação do produto e
na internacionalização.
A cerimónia inaugural contou com a presença da direção da Marfrío, os sócios, o
diretor da Autoridade Portuária de Marin e o presidente da
Câmara Municipal, Fernando
Nogueira. Antes do corte oficial da fita, os convidados tiveram a oportunidade de visitar as instalações da fábrica,
para depois conhecer mais de
perto o trabalho desenvolvido na nova linha de produção.
O presidente do executivo cerveirense, Fernando Nogueira,
destaca um exemplo de sucesso que, mesmo perante a crise
nacional e internacional, conseguiu não só resistir, como
avançar para novas oportunidades de negócio, consumado
neste investimento.
Lulas, gambas e bacalhau são
alguns dos produtos que pertencem a este sector de negócio da
Marfrío, que também comercializa outro peixe e marisco sem
pré-cozinhar. O sucesso alcançado por este grupo deve-se muito à capacidade de realização de
todos os processos necessários,
desde a limpeza e corte, congelação e embalagem em vácuo.
A unidade fabril instalada
no concelho cerveirense há
16 anos, e que ocupa um lugar de destaque no tecido empresarial, dá trabalho a mais de
300 trabalhadores.
Cerca de 70 por cento do produto fabricado é destinado a exportação, especialmente Alemanha,
França, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão, tendo também agora
conseguido entrar no mercado
dos Estados Unidos da América.
A Rede de Ecovias do Alto
Minho está a crescer com a
consignação que acaba de
ser feita da segunda fase da
ecovia de Arcos de Valdevez. Um percurso que se
desenvolve ao longo do rio
Vez, desde a Ponte de Vilela até ao Castelo de Sistelo, numa extensão de cerca
de 10,5 quilómetros.
Esta obra dá continuidade
à primeira fase (em execução), com cerca de 22 quilómetros e que se desenvolve ao longo dos rios Lima
e Vez: do limite concelhio
de Arcos de Valdevez, em
Jolda S. Paio, até ao lugar
da Igreja em Sistelo.
A obra foi consignada por
cerca de 338 mil euros mais
IVA. Uma empreitada que
é financiada em 85 % por
Câmara de Viana
contesta capitalização
do FAM pelos municípios
ACâmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, por
unanimidade, um voto de repúdio pela proposta do Governo de os municípios alocarem capital social ao Fundo de
Apoio Municipal (FAM). Segundo fonte da autarquia, esta
medida vai pôr em causa a atividade municipal e o apoio
social às populações.
O Governo, em Conselho
de Ministros, estabeleceu
o regime jurídico da recuperação financeira municipal, que regulamenta o
Fundo de Apoio Munici-
Concurso de Ideias Minho Empreende
termina a 30 de Junho
Termina a 30 de junho a 2ª
edição do Concurso de Ideias
Minho Empreende, que visa a
Criação de Iniciativas Empreendedoras em Territórios de
Baixa Densidade no Minho.
O objetivo é eleger a melhor
ideia de negócio nas áreas: Turismo; Agroalimentar e Pro-
dutos Tradicionais; Ambiente,
Natureza e Paisagem e Cultura e Património, em cada subregião do Minho: Ave, Cávado
e Minho Lima, a qual o concelho de Caminha pertence.
O Concurso de Ideias Minho
Empreende é uma iniciativa da
ADRAVE – Agência de De-
senvolvimento Regional, do
BICMINHO – Centro Europeu de Empresas e Inovação
do Minho e da INCUBO - Incubadora de Iniciativas Empresariais Inovadoras.
Este concurso abarca os municípios das NUTS Ave, Cávado e Minho Lima. O objetivo
Fundos Comunitários.
Entretanto também arrancou
na passada semana a construção da 2ª fase da Ecovia ‘Caminho do Rio’, Troço Rural
Nascente, que vai ligar os concelhos de Vila Nova de Cerveira e Valença. O investimento é
da ordem dos 600 mil euros e
o prazo de execução previsto
é de um ano. Os autarcas dos
dois municípios vizinhos encontraram-se no extremo para
assinalar o início dos trabalhos.
A empreitada, que decorre a
norte do concelho cerveirense, nas freguesias de Campos
e Vila Meã, visa a construção
de mais sete quilómetros de
Ecovia que permitirá a ligação entre a Ecovia já executada (Gondarém, Loivo, Vila
Nova de Cerveira e Lovelhe)
e a Ecovia de Valença em fase
desta 2ª edição é selecionar,
avaliar e valorizar ideias e/
ou projetos inovadores, em
diversos setores de atividade, que potenciem a valorização dos recursos endógenos
do Minho, em torno de quatro temáticas setoriais: Turismo; Agroalimentar e Produtos
VILA NOVA DE CERVEIRA
de construção.
Esta 2ª fase da Ecovia aproveita trilhos ou caminhos de
servidão já existentes, articulando cinco pontos de ligação principais no seu trajeto.
À semelhança do executado
na primeira fase, adotou-se
uma uniformidade de soluções técnicas e funcionais,
pretendendo-se a criação de
um percurso harmonizado
com a paisagem envolvente,
sem recorrer a alterações na
topografia do terreno nem
a alteração/destruição dos
alinhamentos vegetais existentes.
Trata-se de um percurso
em estreito contacto com a
natureza, de pequena rota
e simultaneamente pedestre e ciclável, estendendose preponderantemente ao
longo da margem do rio Minho e destinando-se a todas as pessoas, incluindo
as de mobilidade reduzida.
pal, onde se verifica uma repartição do capital social do
Fundo de 70% para os municípios e de 30% para o Estado.
Perante esta decisão, o executivo camarário de Viana do Castelo aprovou por unanimidade
um voto onde repudia aquilo
que diz ser a “intenção de lesar novamente os municípios
cumpridores”.
Em nota enviada à imprensa, o
executivo liderado pelo socialista José Maria Costa defende que, a efetivar-se, a decisão
do Governo vai pôr em causa
a sustentabilidade e a progra-
mação financeira dos municípios, comprometendo
os projetos já programados
e orçamentados e a atividade municipal.
O presidente da Câmara
solicitou, entretanto, à Associação Nacional de Municípios um congresso extraordinário para debater as
regras que obrigam as autarquias a alocarem capital
social ao Fundo de Apoio
Municipal.
Para o autarca trata-se de
um verdadeiro “assalto à
mão armada aos municípios” já que em causa estão cerca de 650 milhões
de euros, a ser suportados
em 455 milhões pelas Câmaras Municipais.
Tradicionais; Ambiente, Natureza e Paisagem e Cultura
e Património.
Podem candidatar-se pessoas,
a título individual ou coletivo,
que pretendam implementar
projetos inovadores nas áreas
referidas. Os interessados poderão obter mais informações
nas instalações da ADRAVE,
no BICMINHO e na INCUBO.
Assim, à melhor ideia de negócio em cada sub-região do
Minho será atribuído um 1º
prémio que consiste em: um
ano de serviço de contabilidade/cogestão; desenvolvimento
da Imagem Corporativa, que
inclui desenvolvimento do logótipo, aplicação a papel carta,
envelope e capa folder e manual básico do logótipo; e uma
Publireportagem de 3 a 5 minutos a passar num dos programas generalistas do Porto Canal.
|19
JORNAL
Apesar de tudo, diríamos haver “razões de amor” bastantes
e suficientes que sobressaem do
seio de uma vida passada com a
“regra de cabotagem” no saco,
ou de metamorfose em metamorfose, entre algumas exposições e as vindas e idas durante
uma Guerra Mundial ou ainda
nas buscas tropicais – no Brasil – com uma grande exposição. Por último acrescentamos
ser esta uma 2ª edição de “Apenas uma Narrativa”.
Depois de referenciar todo o
apreço que (já formalmente) esta
obra nos merece, José A: França irá exigir – a sua mensagem
– para esta 2ª edição, o respeito
pelos trinta e cinco anos já passados sobre a 1ª edição coincidente com o lançamento da revista Variante.
Este tipo de memória corresponderá ao apelo do espírito
criador impresso nesta “simples” narrativa? De qualquer
modo, sensibiliza-nos muito mais ver nesta bela historia como que marcas de uma
certa e dramática “orfandade” –
“como uma coisa sozinho…”.
Aquele dramatismo acabaria por não contemplar a nossa sensibilização. Aquele tipo
de memória será então (apenas) clínica; apenas analítica
ou tão só escolar…?
Mas o fervor e a criatividade (espirito impresso) permaneciam como que longínquos,
pairando saudosos numa narrativa dramaticamente órfã porque ´r “sem filhos nem país”.
c) da prosa sua
e depois nos enlevará a aceitar
com o máximo orgulho e apreNesta alínea pretende-se um ço a sua “Dedicatória ao Senhor
avanço na intrinsecidade da obra Aquilino Ribeiro”.
deste autor. Guiar-nos-emos agora, nesta deambulação crítica, Do prefácio
pela mão e escrita própria que
acabam por marcar a prosa sua. Seguindo este preâmbulo conAgora referenciam-se os as- viria perguntar: será o título que
petos mais relacionados com o se dá a uma obra (criada) de meestudo e as opiniões desenvol- nos importância, nomeadamente
vidas pessoalmente. Por outro quando essa “intitulação” aprelado, penso que estas notas não senta uma irredutível “cumplideveriam ficar como um mero cidade”?
exercício académico.
Enfim, apadrinhar algo (tanto
Mesmo quando da (auto) crí- como alguém) seria como dar
tica se trata o autor continuará u nome – nomear – ou melhor,
a assemelhar-se a um narrador atribuir uma designação que se
que translucidamente nos im- quer própria.
porá primeiro o seu Prefácio, Assim, o ato de dar nome, esco-
CAMINHA
PEDRO,
Caminhou
José Domingos
Matos Araújo
|20
história
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
lher uma designação, responde
à intrinsecidade de uma realidade mais séria. Os padrinhos devem (sempre) repensar ou doutro modo, melhor, ponderar a
mensagem e os votos que inscrevem no apadrinhamento do
que agora irá ser o designado…
Apesar desta frieza analítica devemos reconhecer que a questão
se desenvolve em torno de um
título, garante de si o valor de
uma nomeação como se de um
belo fruto se tratasse, como implicando alguém ou, em suma,
co-responsável de uma verdadeira criação (não só de nomes)…
Depois do título simples, mas
não de somenos importância, cuidará o “padrinho” (o pai-autor)
de lhe atribuir uma maior e verdadeira singeleza. Chegar-se-ia
ao fim de alguns “raciocínios”
e assentar-se-ia chamar a este
“livro”: Apenas uma Narrativa.
O título singelo e a singeleza
verdadeira obrigam a arremeter um gracejo ao romance, que
na maioria dos casos se revela como narrativa daquilo que
não aconteceu… Mas o gracejo que este título propõe para o
romance ainda de esta narrativa, “embora não sendo costume”, admitir ser (também) uma
narrativa daquilo que não aconteceu! Ou seja, ela revela muito mais a intrínseca vontade em
escrever bem como algo mais.
Mesmo que muito teorizássemos, ainda que muito se estudassem as partituras, os modos
e os tipos ou classificações, em
sérias tertúlias literárias nunca
acharíamos “fácil” definir “o
“como se deve chamar) que é:
romance, novela ou conto.
Ainda assim, apesar de tudo
o autor acabará por reconhecer em, Mário de Andrade uma
“justa teoria”: “Romance é aqui-
lo que o autor resolveu designar assim”.
Depois, no “Prefácio” admite
que é também aquilo que a boca
fala e faz escrever numa “história simples como as plantas…”
que nascendo na extrema naturalidade vegetal vão contendo
as suas “formas inesperadas”.
O inesperado das formas não
seria mais do que a sugestão de
uma verdade que por vezes um
certo “absurdo” carrega. Será
essa lógica possível?…
E esta lógica possível, porque
se torna ela assim tão verdadeira
ou, doutro modo autêntica?…
A reclamação pura de um espírito que evoca a imaginação
(ou o onírico) autêntica e verdadeira que atinge de igual modo
aquela dos artistas que o povo
entende… e que consagra os
“…oleiros da romaria que têm
condões e trazem metáforas naquilo que fazem” depois viriam
ainda aqueles que contam e inventam entreténs para serões
de província.
Comunicando ao leitor que
“A história que vai ler-se…”
“é narrada de forma sem pretensões…” confirma-se o facto de ser “Apenas uma Narrativa”! Ainda, e porque ao autor
lhe pareceu bem, bem a podemos sub-nomear de romance.
Depois de toda esta cortesia
em explicar (ao leito) algumas
coisas ligadas com a vida e o
nascer das suas letras, António
Pedro recomendará a quem não
“cheguem estas explicações, absolutamente desnecessárias…”
que: “(…) não leia este livro”.
Sátira ou ironia?
De qualquer modo bem lhe
podíamos descobrir uma magia
autentica e, do poeta extraordinário desconhecido, neste “Prefácio” vai aparecendo o narrador que re-inventa maravilhas
“fáceis” como a do : “(…) rico
pico serenico quem te deu tamanho bico ou de ouro ou de
prata mete aqui nesta buraca”.
A dedicatória ao senhor
Aquilino Ribeiro
Depois de mostrar a autenticidade lógica de algumas verdades como as dos oleiros de
romaria, esta narrativa sem pretensões irá, com um reconhecimento aprezado e sincero, ser
dedicada a esse grade mestre.
Parecer-nos-ia ainda esta dedicatória uma ato de choque, Tal
como Almada Negreiros, pouco importa a A. Pedro o que se
pense desse seu gosto em fazêla de um modo público. De resto, o espantado “choque” seria
apenas de uma “…essa toda-
a-gente”.
Ao amigo, possivelmente também surpreendido ou admirado com esta dedicatória, diz-lhe
querer dar as boas “explicações”
comunicando-lhe ainda que muito se enriquece a sua obra com
uma dedicada atribuiçãoo desta narrativa.
Ao mestre há-de “confessar
que no ambiente da arte bem
como “…com tudo, cabem apenas estas duas espécies” que é o
mesmo que dizer: bom e mau.
Depois reconhece o mérito do
(bom) mestre e reafirma-se a
companhia de aquilino.
Contudo, também entre os bons
e os maus se podem considerar (e cohabitar) as “diferenças”! Algumas de educação,
outras possivelmente de gosto, ou ainda impressas por uma
origem - as regiões que formaram uma vivência própria, profundamente autóctone… Mas
apesar deste resto diferencial
não se conseguirá abalar o que
de superior existe entre os bons
companheiros.
António Pedro falando dessas diferenças usa uma “metáfora” ou imagem que anda
na boca do povo: “… pulgas
que cada um tem a seu modo
de matar (…)”. Para bom entendedor meia palavra basta e
parece-me que a Aquilino esta
linguagem é familiar.
Com a idade de um filho em
relação a Aquilino Ribeiro, as
diferenças no matar (catar) das
pulgas ou apesar de “tão oposta educação estética” não se
pode destruir a dedicada admiração pelo … “Senhor Aquilino Ribeiro”.
Não querendo “adiantar conversa” sobre “modernos e antigos”, preocupado com o seu
(dos dois) momento ou contemporaneidade , vai reagir contra o insulto com a “Academia”
(…em más companhia) queria
“premiar” o mestre.
Assim: António Pedro prefere a boa companhiade Aquilino
às más… Assim dedica abertamente, com ensejo de solidariedade e reconhecimento.
Depois a linguagem do narrador aproximar-se-á das tonalidades estéticas como em certas
passagens “a lembrar” Almada
Negreiros.
Subindo o tom dardeja contra
injusta Academia e suas “más
companhias…”: (…) soldados
uniformizados como os outros,
satisfeiros de abotoarem o mesmo dolman com botõezinhos
de outra cor.
Continua
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
OPINIÃO
Diamantino
Bártolo
PODER LOCAL DEMOCRÁTICO
em géneros, evitando-se as
tentativas de distorção da
realidade, ou as, por vezes,
injustas análises informáticas
a partir de dados incorretos,
introduzidos no sistema,
por desconhecimento da
A construção da sociedade
muitos outros países, ou
institucionalizar o verdadeiro públicas, que administram
realidade existente.
humana, por pessoas com as até em todos os países
conceito social, que pode
os recursos financeiros
No espaço territorial
mais diversas e insondáveis
do mundo, há um grande
significar: «(…) o sentido
que têm disponíveis.
dos pequenos municípios
caraterísticas biopsíquicas,
trabalho a desenvolver, no
das repercussões dos atos
Acredita-se ser possível a
é relativamente fácil
determina uma complexidade domínio da intervenção
pessoais sobre a vida social.
qualquer Câmara Municipal
às respetivas Câmaras
que, possivelmente, não se
social e comunitária, na
Não há verdadeira caridade
assumir uma tão nobre
Municipais, dotarem-se
encontrará em nenhum
medida em que os problemas sem o sentido social, sem
função, estruturando um
dos meios adequados para
outro agrupamento animal
sociais são diversificados e
o cuidado e atenção às
Serviço de Assistência
combater este flagelo, sem
ou vegetal, nos quais o que
afetam grandes camadas das pessoas e ao bem comum.
Social para toda a área
necessidade de recorrer a
mais predomina são os
populações, o que se pode
A formação do sentido
do município, em parceria
muitos técnicos e pessoal
instintos gregários de defesa verificar, inclusivamente,
social é de uma necessidade
com as Juntas de Freguesia,
de apoio, desde que possam
do grupo e manutenção do
nas pequenas comunidades
peremptória. É necessário
as instituições privadas
aproveitar as capacidades,
território, sob o controlo
rurais, nos centros urbanos
fomentar cada vez mais
de solidariedade social
conhecimentos e generosa
do mais forte da respetiva
e localidades periféricas
em todas as classes e em
e as próprias empresas,
disponibilidade dos membros
espécie.
às grandes metrópoles e,
todas as idades. (…) Estas
cuja coordenação ficaria
das Juntas de Freguesia que,
O ser humano, na primeira
com algum significado, já no
são as linhas chaves do
na responsabilidade do
em regra, nunca regateiam a
fase da vida de cada indivíduo, interior das cidades.
edifício social: A eminente
executivo, concretamente
sua colaboração, bem pelo
nem sequer é o mais forte,
Situações que vão: do
dignidade da pessoa humana; no vereador que tivesse tal
contrário, sentem-se muito
bem pelo contrário, a
desemprego de longa
a igualdade essencial de
pelouro atribuído (ou mesmo honrados e dignificados,
fragilidade, a insegurança e a
duração ao emprego
todos os homens; a estreita
na presidência), incluindo-se
quando são chamados a
desconexão de movimentos, precário; dos salários
solidariedade dos seres
neste projecto as próprias
participar nos projetos
são caraterísticas bem
insuficientes (e/ou ao não
humanos. O homem sujeito
pessoas, verdadeiramente
que dizem respeito às suas
visíveis. Nos primeiros anos
pagamento dos mesmos) às
de direitos e deveres.»
interessadas na resolução
populações, às suas terras,
ao seu concelho e até
de vida, quase não se verifica reformas exíguas, às quais
(GALACHE, GINER,
de sua situação social.
ao seu país.
qualquer supremacia em
se aplicam elevadas taxas de ARANZADI, (1969:241).
Concordando-se com a
As autarquias locais: não
relação aos outros seres.
tributação ou até se reduzem O combate a esta verdadeira metodologia segundo a
Existe, sim, desde o momento os seus valores absolutos; das chaga dos tempos atuais,
qual: «Acreditamos que se
pretendem, legalmente, não
da conceção, a dignidade
doenças em listas de espera
que são as questões sociais,
deva adoptar um estilo de
podem; e institucionalmente,
não devem trabalhar, na
devida à pessoa humana,
para uma primeira consulta;
felizmente, tem vindo a
coordenação e de criação
área social, como noutros
independentemente da sua
à degradação física por
intensificar-se com a criação de clima para que uma
idade, caraterísticas físicas,
insuficiência de alimentos,
e atuação de serviços
participação das pessoas
domínios, em competição
capacidades intelectuais e
intempéries e falta de abrigo; especializados, na área de
na própria solução de seus
desleal e à revelia dos
estatuto social.
da toxicodependência à
intervenção e assistência
problemas de cunho social
normativos legais, da
No atual estádio de
marginalização social; da
sociais, inclusivamente, no
possa ocorrer. Um trabalho
competência técnico-jurídica
desenvolvimento da
opulência de alguns à
seio de grandes e bem
cuidadoso no sentido de
dos Serviços Oficiais da
humanidade, em que se
miséria de muitos.
estruturadas empresas
não apenas dar, mas também, Administração Central
verifica uma evolução
Esta poderá ser a situação
nacionais e multinacionais.
especialmente, de coordenar como, na circunstância, são
positiva em certos países,
mundial, eventualmente
Muito mais recuadamente
o próprio esforço do grupo, os Centros Regionais
grupos e individualidades,
descrita sem alarmismos,
no tempo, as instituições
no sentido de buscar-se
de Segurança Social.
mas também uma
embora com alguma dose
privadas de solidariedade
a operacionalização das
Pelo contrário, devem
regressão, pelo menos uma
de realismo, porém, sem
social, quase sempre sob
soluções grupais (…).
disponibilizar-se, totalmente,
estagnação, relativamente a
pessimismo e muito menos
o patrocínio da Igreja
Nesse particular, é preciso
para com eles colaborarem, o
comunidades referenciadas,
sem qualquer descrença
Católica e o próprio Estado, que as direcções-chave das
que não invalida a conceção,
dentro dos próprios
no futuro, pelo contrário,
através dos respetivos
organizações não fiquem
execução e verificação de
países, mais desenvolvidos
acreditando-se que é possível departamentos, têm realizado numa posição defensiva
projetos sociais específicos,
economicamente, podendomelhorar muito, a partir das
um trabalho meritório, ainda quanto à organização de
os quais, numa relação de
se, ainda, admitir que haverá
capacidades e boa-vontade
que insuficiente todavia,
grupos sociais fora e dentro
cooperação institucional,
situações pontuais de
das pessoas bem formadas.
justiça se faça, sempre em
da organização, pois na
devem dá-los a conhecer
degradação, que ultrapassam O quadro que parece
crescendo.
comunhão de esforços
aos referidos Centros
o limiar da pobreza,
corresponder à realidade
Para complementar, não
dos grupos, participando
Regionais, propondo-lhes,
problemas verdadeiramente
social, um pouco por todo
no sentido de colmatar, mas
da condução de projetos
naturalmente, a sua adesão e
infra-humanos.
o mundo, pode (e deve)
minimizar o sofrimento
com objetivos comuns,
apoios diversos: financeiros,
E se a regra, em muitos
reverter-se para situações
daqueles que continuam
está o caminho para um
recursos humanos, materiais
países, é um certo conforto
mais promissoras, em termos sem receber qualquer
relacionamento de trabalho
e quaisquer outros que
e boas expectativas de vida,
de bem-estar social das
apoio, podem as autarquias
adulto.» (TOLEDO,
aproveitem à solução da
também será relativamente
populações, bastando, para
locais – Câmaras Municipais
1986:49-50).
situação social em concreto
fácil verificar que existem
tanto, que: cada pessoa em
e Juntas de Freguesia –
Seria com esta perspectiva
A intervenção social revestebolsas de sofrimento
particular; as instituições,
desejável e preferencialmente metodológica que o papel
se, na atualidade, de uma
de vária ordem, desde a
em geral, assim o desejem e
em parceria, acudir às
das Juntas de Freguesia se
importância que ultrapassa
miséria material à patologia
trabalhem para isso.
necessidades mais prementes, tornaria imprescindível,
quaisquer outras atividades
psíquica, que conduzem ao
Ao nível das pessoas, afigura- nas respetivas áreas de suas
porque, melhor do que os
humanas, nela se incluindo
desânimo, à revolta e ao
se necessário que a partir da jurisdições. Com efeito, a
próprios técnicos de serviço a cooperação médicoconflito: primeiro, social;
família, da Igreja, da escola, das criação, funcionamento e
social, são estes autarcas
sanitária às comunidades e
depois, o confronto físico e
instituições governamentais e permanente atualização de
que conhecem as realidades
indivíduos mais carenciados,
generalização para as lutas
com solidariedade, se difunda um Serviço especializado
das suas próprias aldeias,
que não possuem recursos
pelo poder, pelos bens, pela
uma forte campanha de
de intervenção social e
aliás, economizar-se-iam
para custearem despesas
alteração de estatutos.
sensibilização e de formação comunitária é o mínimo que muitos recursos, desde
de consultas e tratamentos
Em Portugal, como em
social da sociedade, isto é,
se pode exigir às instituições logo financeiros, e também
médicos, das diversas
21 . intervenção social e comunitária
especialidades e, por maioria
de razão, suportarem
gastos com deslocações ao
estrangeiro, para tratamentos
médicos muito específicos.
Também aqui, os
interventores sociais
desempenham um duplo
papel, fundamental à tomada
da decisão, justa e adequada,
por parte do executivo
institucional, na medida
em que analisam técnica e
humanamente as situações,
e as descrevem, depois, com
isenção, realismo e justiça
social.
Pode-se adoptar aqui o
conceito de justiça, aplicado
aos problemas pessoais:
«A justiça não significa
necessariamente que
todos devem ser tratados
da mesma forma, mas ela
significa que ao tomar
decisões sobre indivíduos,
todos os fatores relacionados
com o problema devem
receber peso adequado,
e que a decisão deve ser
equitativa.» (CARNEGIE &
ASSOCIADOS, 1978:236).
Na qualidade de instituição
interventora social, a Câmara
Municipal, em parceria com
as entidades já referidas,
assumindo uma função
coordenadora e também
como entidade que vai
subsidiar um determinado
projeto social, seja para uma
pessoa, família, grupo ou
comunidade, deve rodearse de toda a informação
verdadeira, decidir com
justiça, com nobreza de
caráter e com absoluto
respeito pela dignidade das
pessoas, famílias, grupos e
comunidade carenciados.
Bibliografia
CARNEGIE, Dale & ASSOCIADOS,
(1978). Administrando Através das
Pessoas. Trad. Ivan Zanoni Hausen.
Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército
– Editora
FALCÃO, Maria do Carmo Brant de
Carvalho (1979). Serviço Social. Uma
nova Visão Teórica. 3ª Edição, revista.
São Paulo: Cortez e Moraes.
GALACHE – GINER – ARANZADI,
(1969). Uma Escola Social. 17ª Edição.
São Paulo: Edições Loyola
TOLEDO, Flávio de, (1986). Recursos
Humanos, crise e mudanças. 2ª Ed. São
Paulo: Atlas.
Diamantino Lourenço
Rodrigues de Bártolo
|21
JORNAL
DISTRITO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
veSPA ASiáTiCA
PROliFeRA nO AlTO
MinhO SeM quAlqueR
TiPO De COnTROlO
bilheTeS PARA O FeSTivAl De
PAReDeS De COuRA Já eSTãO à venDA
Já se encontram disponíveis
os bilhetes diários para o Vodafone Paredes de Coura, pelo
valor de 35€ para 20 de Agosto e 40€ para os restantes dias.
O festival decorre na praia fluvial do Taboão, nos dias 20, 21,
22 e 23 de Agosto e para além
dos bilhetes diários, também
já é possível adquirir os passes gerais em BilheteiraOnline, Seetickets, Ticketscript e
nos locais habituais (FNAC,
CTT, Worten, El Corte Inglés),
pelo valor de 80€.
A abertura do Vodafone Paredes de Coura, no dia 20 de
Agosto, está entregue a Jannelle
Monáe, Cage The Elephant, PIL
(Public Servive Broadcasting)
e Capicua. Até 23 de Agosto, o
festival recebe perto de 40 artistas distribuídos por 3 palcos,
com destaque para os cabeças
de cartaz James Blake, Beirut,
Franz Ferdinand, CHVRCHES,
Black Lips e Cut Copy.
João Carvalho, da Ritmos, empresa organizadora do Festival, diz que o cartaz deste ano
é um dos melhores de um passado recente.
“É um cartaz que nos orgulha,
um dos melhores de um passado recente. Os bilhetes já estão
à venda nos locais habituais,
como por exemplo a FNAC ou
os CTT, entre outros, e é muito fácil adquiri-los”
A dois meses do evento João
Carvalho diz que os bilhetes
se vendem a bom ritmo, o que
faz prever que este será uma
vez mais um grande festival.
vilar de Mouros um
silêncio que incomoda
Com data marcada para finais
de Julho princípios de Agosto, o Festival de Vilar de Mouros também já tem os bilhetes à venda. Sabe-se que para
um dia o bilhete custa 30 eu-
[email protected]
T/F: 258 722 523
Tlm: 936 002 538
Estrada das Faias,
Nº 41/43
Coura de Seixas
4910-339 CAMINHA
|22
ros e para os dias todos custa 60 euros.
Segundo a Câmara o recinto
já está a ser preparado mas falta o melhor, ou seja as bandas.
Dessas nada se diz. Sabe-se
apenas aquilo que foi anunciado a 2 de Abril, numa conferencia de imprensa em Lisboa.
José Cid, Xutos e Pontapés,
Capitão Fausto, Trabalhadores
do Comércio e Maestro Rui
Massena e convidados foram
os nomes avançados na altura e desde aí não houve mais
novidades no cartaz.
Muito pouco, convenhamos,
para aquele que foi o pioneiro
dos festivais em Portugal e o
melhor do género.
O site oficial do Festival continua com muitos espaços por
preencher, uma situação que
começa a incomodar os que ao
longo dos anos sempre acreditaram no evento.
Miguel Alves, presidente da
Câmara de Caminha, remeteu
para depois do Rock in Rio o
anúncio de mais bandas mas
a verdade é que o evento que
levou até ao parque da Bela
Vista milhares de pessoas já
lá vai e bandas para Vilar de
Mouros nem vê-las.
Espera-se que este atraso seja
o pronúncio de algo bom pois
não queremos acreditar que a
edição 2014 do Festival de Vilar de Mouros se transforme no
maior “flop” da história dos
festivais em Portugal.
Aguarda-se serenamente…
De referir que a edição deste ano do Festival de Vilar de
Mouros é organizada pela Associação AMA, uma IPSS de
Viana do Castelo que presta apoio aos cidadãos portadores de autismo. Associouse à organização a empresa
Everything is New, responsável pela contratação das bandas para o Festival.
Os apicultores do Alto Minho estão preocupados com a
proliferação da vespa asiática na região sem que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas tenha delineado qualquer plano de ação para combater aquela espécie, que é um predador da abelha.
Há cerca de três anos que a vespa asiática foi detectada
em território nacional, depois de ter atacado colmeias um
pouco por toda a Europa. O problema era já conhecido
quando chegou a Portugal, mas as entidades com tutela
sobre a questão não puseram em marcha qualquer plano de contenção e ataque, apesar dos sucessivos alertas
de entidades como a APIMIL, a Associação de Apicultores de Entre Minho e Lima. Isso mesmo foi confirmado ao Jornal C por Alberto Dias, presidente daquela associação de apicultores.
“Há dois anos que andamos às voltas com este problema
da vespa asiática. Envolvemos as pessoas, toda a gente
fez o seu trabalho que foi posteriormente entregue a quem
de direito, neste caso a Direção Geral de Veterinária e ao
Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que são
as entidades que têm que coordenar isto, mas até à data
ainda não temos qualquer resposta sobre plano de ação”.
Segundo o dirigente o ano de 2013, apesar de ter contado com uma equipa a combater, foi “muito difícil”,
este ano sem qualquer equipa vai ser “muito pior, vai
ser um ano muito complicado”.
Alberto Dias lembra que a associação e outras entidades da região ainda tentaram agir a expensas próprias,
combatendo a proliferação de ninhos de vespa asiática
no Alto Minho, mas os elevados custos do combate fizeram-nas desistir.
Cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, por indicação da Comissão Europeia, traçar um
plano de ação e custear uma intervenção de combate,
mas, até ao momento, os apicultores não receberam qualquer feedback daquela entidade, por mais alertas que tenham lançado.
Entretanto, a vespa asiática continua a proliferar no
Alto Minho. Só no ano passado, no concelho de Viana
do Castelo, foram detetados 240 ninhos.
“No ano passado, só no concelho de Viana do Castelo,
foram destruídos 240 ninhos. Se formos a fazer constas a uma média de 50 euros por ninho é muito dinheiro que foi gasto”.
A APIMIL tinha traçado um plano para o aumento da
produção de mel no Alto Minho, tornando o sector num
dos mais dinâmicos da economia local, mas a proliferação de predadores como a vespa asiática, sem qualquer
tipo de controlo, deixa os responsáveis daquela associação, como é o caso de Alberto Dias, a temer o pior e
a calcular uma quebra de produção nos próximos anos.
“tudo isto vai resultar uma vez mais numa catástrofe.
Nós há 3 anos que alertamos para esta situação e continuamos à espera que as entidades que recebem verbas
e podem coordenar esta situação, se pronunciem. Foi
pena oi isto ter acontecido aqui no norte porque se fosse mais ao centro ou a sul, alguma coisa já tinha sido
feita. É o que temos”, desabafa.
O silêncio das entidades estatais com responsabilidade na matéria é visto por Alberto Dias como sinónimo
de “falta de organização e coordenação”.
“As várias entidades não se coordenam e por isso é que
não há um plano de ação. Estamos a falar de um plano
que não pode ser feito por uma entidade só e por isso é
esse plano de coordenação que julgo está a falar”, acusa..
JORNAL
escolas
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS
SIDÓNIO PAIS EM FESTA COM
A SUA COMUNIDADE
A tradição da semana cultural do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais voltou a cumprir-se com a Gala Cultural,
no Pavilhão Municipal, o Caça
Talentos, no Terreiro, o Baile
de Finalistas e o Arraial Minhoto, na Escola Básica e Secundária Sidónio Pais.
O Programa do XXII Arraial
Minhoto, meticulosamente estruturado, incluiu ainda um leque diversificado de iniciativas,
de natureza artística, cultural,
desportiva e recreativa, com
deiras estrelas, num espetáculo arrebatador.
No dia 13 de junho, todas
as atenções se concentraram
no Arraial Minhoto, eixo central da semana cultural, encerrando, com chave de ouro, a
programação deste ano. Engalanada com arcos e rosetas coloridas, a Escola Básica e Secundária Sidónio Pais
foi literalmente invadida por
uma enorme multidão, atraída pela qualidade dos números que figuravam no cartaz,
promessas vivas de momentos de genuíno convívio em
torno da bela sardinha assada e de pura diversão através
da música. De salientar que
o Arraial Minhoto se afirma,
cada vez mais, como ponto
de encontro para muitos dos
antigos alunos, professores e
funcionários.
As honras de abertura desta
22ª edição couberam à Banda
de Música Lanhelense que interpretou, com grande mestria,
sucessos de diversos géneros
musicais e ao Rancho Folclórico de Dem que contagiou todos os presentes com a vivacidade das danças e cantares
ancestrais, típicos da região.
A festa continuou noite dentro com muita música e dança ao ritmo do Roconorte. Já
muito depois das 12 badaladas, o público foi surpreendido por um deslumbrante fogode-artifício que embelezou os
céus de Caminha.
Entre o passado e o presente,
a semana do Arraial Minhoto tem preservado o tom festivo e exuberante que faz das
diversas iniciativas experiências únicas e inigualáveis, num
diálogo interativo com as várias dimensões de uma Educação contemporânea.
Como habitualmente, esta
iniciativa do Agrupamento
de Escolas Sidónio Pais, já tão
enraizada na comunidade caminhense, contou com a parceria da Câmara Municipal de
Caminha.
Para o ano há mais, com a
mesma vontade, determinação
e espírito de continuar a proporcionar um espaço de verdadeira proximidade entre toda
a comunidade educativa, repleto de boa disposição e alegria contagiantes, e de aprofundar a identidade e a missão do
Agrupamento de Escolas Sidónio Pais.
particular destaque para a Feira do Livro, a Escola Aberta,
a Feira da Primavera, a Festa
do Diploma, a Comemoração
do Dia da Criança e do Ambiente e a Escol’Arte.
A semana cultural, que decorreu entre 30 de maio e 13
de junho, arrancou com a Gala
Cultural. O público respondeu
com total entusiasmo, não se
cansando de exteriorizar, por
entre uma chuva de aplausos,
o deslumbramento pela qualidade das aprendizagens evidenciadas em palco. Estava
dado o mote para uma semana memorável.
O Baile de Finalistas, mais
uma vez organizado com muito requinte pela Associação de
Estudantes, foi um autêntico
sucesso. Tendo como cenário
os filmes do clássico 007, os
alunos finalistas vestiram-se
a rigor para uma noite de glamour vivida com muita emoção.
Pouco passava das 21H00
do dia 9 de junho, quando se
ouviram os primeiros acordes do Caça Talentos 2014.
Foram 18 canções em quase
duas horas non-stop de música perante uma plateia de centenas de pessoas que acorreram ao Terreiro de Caminha
para aplaudirem os candidatos que atuaram como verda-
|23
JORNAL
O Norte de Portugal
e a Galiza preparam-se
para estabelecer um
acordo de cooperação
no sector da saúde. Com base num acordo
entre Portugal e Espanha
assinado em 2010,
nos últimos anos foi
realizado um estudo
que resultou na
proposta de
utilização comum
dos equipamentos
de saúde dos dois
lados da fronteira.
O acordo que vai ser
assinado ainda este
mês, vai nesse
sentido, apesar
de ainda não ser
conhecido o seu
conteúdo. Sabe-se
que objetivo será
a utilização de
equipamentos e
de serviços médicos
pela população da
euro-região, que
concentra quase
6 milhões e meio
de habitantes.
A informação foi
avançada em primeira
mão ao Jornal C pela
nova responsável
pelo Agrupamento
Europeu de Cooperação
Territorial Galiza- Norte
de Portugal. Maria
Geraldes, que assumiu
o cargo há três meses,
promete apostar forte
na eliminação de
obstáculos à
cooperação entre
o Norte de Portugal
e a Galiza, que vai
ser reforçada com
ações a anunciar nas
próximas semanas,
entre elas este acordo
na área da saúde.
As áreas da educação,
emprego e inovação são
apontadas pela diretora
do Agrupamento
Europeu como os
eixos principais desta
cooperação entre
o Norte de Portugal
e a Galiza
Galiza e Norte de
Portugal apostam na
partilha de serviços
e infraestruturas
|24
ENTREVISTA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Jornal C (JC) – O que é
e como funciona o Agrupamento de Cooperação Territorial?
Maria Geraldes (MG) - O
Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT)
nasceu em 2008 como uma espécie de braço armado executivo da Comunidade de Trabalho Galiza Norte de Portugal
que existe há 23 anos.
Essa comunidade de trabalho
reúne as entidades representativas empresariais e públicas dos dois lados da fronteira
e, uma vez por ano, acertam
estratégias, definem prioridades e desenvolvem iniciativas
conjuntas. Como não existia
nenhum órgão que fizesse o
“Follow Up” dessas reuniões
estratégias, havia pouco retorno em termos de execução de
iniciativas e também não havia uma entidade que pudesse
pôr os carris na linha.
Nesta perspectiva foi entendido pela Comissão de Coordenação e pela Junta da Galiza, criar este agrupamento
europeu, que é uma figura que
existe ao abrigo da legislação
europeia e da própria Comissão Europeia, no sentido de
operacionalizar esta vontade
política existente nos dois lados da fronteira, em criar sinergias, aproveitar recursos e
lançar iniciativas em conjunto.
Criado como já referi em 2008
pela Comissão de Coordenação e pela Junta da Galiza,
o Agrupamento iniciou a sua
atividade em 2010 e funciona como uma comunidade de
trabalho, ou seja, é presidido
durante dois anos pelo lado
português e nos dois anos seguintes pelo lado galego.
Neste momento o professor
Emídio Gomes, presidente da
CCDR, é o presidente da comunidade de trabalho Galiza
Norte de Portugal e por inerência, o AECT é dirigido neste
momento por um português.
JC - Quais são os projetos
que considera estratégicos
e estruturantes para a região do Norte de Portugal
e da Galiza?
MG - Estamos a falar de duas
regiões muito semelhantes em
termos sociológicos, antropológicos, geográficos, de atividade económica e com problemas sociais muito semelhantes.
Assim sendo, não é muito difícil identificar prioridades ou
projetos piloto capazes de dar
um fôlego a esta cooperação
transfronteiriça que, apesar de
tantos anos e do caráter natural que tem, ainda faz com
que as pessoas de um lado e
de outro da fronteira olhem
para outras zonas do globo
em vez de olharem uns para
os outros.
O que é que nós temos feito e que considero estratégico? Transformar estas parcerias que são naturais mas que
estão dependentes da vontade
de pessoas, em parcerias institucionalizadas, com medidores de resultado.
Em resumo, o objetivo é juntar as pessoas à volta da mesa
e dizer-lhe que em vez de olharem para a direita, devem olhar
também um bocadinho para
a esquerda porque deste lado
está Portugal e do outro está
a Galiza. O que se pretende é
introduzir no ADN das organizações que estes dois territórios, pelas similitudes que têm
e pelas problemáticas que são
muito semelhantes, têm que
se unir não só em termos políticos, porque essa união já
existe através desta comunidade de trabalho, mas também em termos de operacionalização.
JC – E como é que isso se
faz ?
MG - Desenvolvendo um plano de investimentos conjunto
que faça com que não andemos de um lado da fronteira
a fazer umas infraestruturas e
do outro lado a mesma coisa.
Esse plano de investimentos já toca cinco áreas estratégicas para este território: a
atividade económica; social;
industrial; a educação e emprego; investigação e desenvolvimento e ensino superior.
Desenvolvemos portanto este
plano conjunto e é compromisso dos dois governos, nomeadamente da CCDR e da Junta
da Galiza, que no âmbito do
novo período de programação
se desenvolvam candidaturas
e projetos conjuntos. Já não
vão existir dúvidas quanto à
estratégia e prioridades desta
grande euro região porque esse
documento e as áreas prioritárias estão definidas.
JC – E Qual o papel da
AECT?
MG – O papel da AECT é
pegar nessas áreas estratégicas e transformá-las em projetos, executando dessa forma o plano de investimentos.
O agrupamento Europeu pode,
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
ele próprio, fazer candidaturas diretamente à Comissão
Europeia ou pode gerir projetos com fundos europeus que
vão ser alocados pelos dois
governos.
Neste momento a grande preocupação de ambos os lados é
criar iniciativas para baixar
os níveis do desemprego, e
nós temos vindo a trabalhar
muito nesse sentido.
Recentemente fizemos um
acordo de cooperação transfronteiriço com todas as universidades e institutos politécnicos
desta euro-região, e estamos
neste momento a preparar o
lançamento de um programa
de mobilidade de professores,
investigadores e pessoal dessas universidades, denominado “Iacobus”. Estamos a preparar a primeira convocatória
que espero seja aberta ainda
durante o mês de Junho.
MG - Vamos envolver os serviços públicos de emprego e
vamos obviamente divulgar
no nosso site do Agrupamento Europeu. Vamos fazer uma
pré-seleção e depois, no dia 1
de Julho, as empresas vão estar em Tui a contratar.
Mas este é apenas um exemplo
de parceria. Neste momento já
estamos a preparar uma outra
iniciativa de grande monta ligada ao setor têxtil que é um
setor âncora de ambos os lados desta Euro-região. É um
setor muito representativo em
termos económicos, de internacionalização e de contratação. Em Julho vamos fazer um
acordo com as associações têxteis representativas dos dois
lados da fronteira para que se
promovam, entre outras coisas, missões empresariais conjuntas neste dois territórios.
JC – Em concreto, para o
J.C. - Qual o objetivo do Alto Minho, que planos exisprograma?
tem?
MG - Criar laços de cooperação para que estas universidades, os seus professores e
investigadores se possam apresentar no desenvolvimento de
projetos de investigação conjuntos.
Dentro desta preocupação estamos a trabalhar num outro
projeto, o “Job Days” da Euro-região, que não é uma tradicional mega-feira de emprego, mas sim feiras setoriais. A
primeira vai ter lugar em Tui
no dia 1 de Julho.
Neste momento estamos a trabalhar com o setor do metal e
só levaremos a este evento os
candidatos específicos que as
empresas querem contratar.
O que fizemos foi perguntar às empresas associadas das
Associações Empresariais representativas dos dois lados
quais as suas necessidades de
contratação, e neste momento a identificação dessas necessidades já está concluída.
Julgo que a gestão das expectativas é uma coisa muito séria e portanto não faz sentido
mandar pessoas para uma iniciativa que à partida não lhe
vai servir para nada. Eu prefiro ter no dia 1 de Julho 20
contratos, do que ter 500 pessoas a irem lá mas sem perspectiva de contratação.
Em Novembro deveremos ter
outra iniciativa do género mas
ainda não posso anunciar porque ainda não está fechado.
MG - Nós temos duas preocupações no que diz respeito à relação com os municípios: uma é fazer geminações
de zonas um pouco mais desprotegidas, ou seja com menos litoral. Neste momento já
temos 4 processos a andar e
algumas geminações já feitas.
O caso de Tomiño e Cerveira foi uma das iniciativas que
este agrupamento europeu incentivou, e na semana passada
estive em Cabeceiras de Basto onde vão ser desenvolvidas
várias iniciativas com Lalin.
O nosso papel é mobilizar
os agentes e, conjuntamente
com os municípios, tentar dar
marcas identitárias a esta cooperação. A verdade é que há
uma tradição de cooperação
entre os diferentes municípios
da fronteira, alguns até desenvolvem algumas dezenas de
atividades em conjunto, mas
a verdade é que não há uma
marca identitária.
Aquilo a que o ACT se propõem é, conjuntamente com
os municípios, identificar a
sua marca identitária que pode
ser em várias áreas como por
exemplo o turismo, a cultura
ou ambiente, para que se possa criar um mapa diferenciador deste território.
O ACT não funciona de cima
para baixo e por isso o que
nós fazemos é sentar-nos com
os municípios e com os agentes, e sermos uma espécie de
agente facilitador e mobilizaJC - Como e que as pessoas dor. Às vezes quem está de
têm acesso a estas iniciativas? fora consegue identificar al-
gumas qualidades ou algumas JC – Mas o próximo quadro
mais valias, e fazer esta liga- comunitário está-se a aproxição de quem está por dentro mar, não seria de estarem a
e que está obviamente mais apresentar já projetos?
limitado.
MG - Ainda estamos a temJC – Dizia há pouco que o po, as candidaturas ainda nem
AECT limita-se a dinami- sequer abriram. O próprio prozar os projetos propostos pe- fessor Emídio Gomes da CCDR
los municípios, isso significa já disse que no próximo quaque a iniciativa tem de par- dro comunitário haverá muitir dos próprios municípios? to menos dinheiro para infraestruturas.
MG – Não tem que partir dos Eu penso que neste momenmunicípios, a maior parte das to já há na zona norte um convezes até somos nós que ini- junto de projetos, de oportuniciamos o processo. O que eu dades e de ligações em várias
disse é que nós temos que fa- áreas muito interessante e com
zer em conjunto com os muni- bons resultados.
cípios, até porque há algumas Voltando a Caminha eu acho
questões que têm a ver com que estamos a falar de uma zona
prioridades. Não nos podemos fantástica, estratégica, com liesquecer que o Alto Minho já gações muito fortes a Espanha
tem definido um plano estra- e com muita coisa para se rentégico para esta região e não tabilizar, seja essa a vontade do
podemos ir contra ele. A ver- município em trabalhar com
dade é que nós não nos que- o AECT, e nós cá estaremos.
remos substituir em termos
de competências e de gestão JC – Do ponto de vista esde recursos. Vou-lhe dar um tratégico justifica-se uma liexemplo: o AECT promoveu gação direta entre Caminha
um estudo sobre infraestrutu- e A Guarda? Uma ponte por
ras desportivas dos dois lados exemplo?
da fronteira e posteriormente deu-o a conhecer aos mu- MG – Eu acho que as liganicípios dizendo: aproveitem, ções que já existem têm que
não há necessidade de cons- ser otimizadas e rentabilizatruir mais nenhuma piscina em das. Não tenho nenhuma ideia
determinado local se a poucos de que seja necessário voltar
quilómetros já existe uma ou a fazer mais ligações. Daquilo
duas. É esse reaproveitamen- que eu conheço hoje, quer de
to que nós defendemos.
um lado quer do outro, acho
que são territórios muito bem
JC - O que é que poderá equipados, o que é preciso é
ser feito em Caminha, uma rentabilizar ou até redireciovez que se vê o município nar o que já existe.
pouco dinâmico nesta questão da criação de sinergias JC – Estou-me a lembrar
com o outro lado da frontei- de um projeto que apontava
ra. Temos inclusive o proble- para a criação de uma rede
ma do ferry.
de transportes de passageiros entre o Norte de Portugal
MG – Eu penso que Cami- e a Galiza. O projeto chegou
nha, tal como os outros mu- a ser candidatado mas verinicípios, terá condições para ficou-se que não era finandefinir as suas próprias prio- ceiramente viável. Conhece
ridades.
o projeto?
JC – Isso tem acontecido?
MG – Eu penso que vão desenvolvendo. Estas coisas também não podem saltar assim de
um dia para o outro. Como sabe
tudo isto exige alguma negociação política, exige identificar recursos e oportunidades.
Às vezes até temos um projeto na manga mas o que acontece é que ele pode ser de tal
forma inovador que acaba por
não ser oportuno. Às vezes é
preciso aguardar o momento
certo para se conseguir lançar
uma determinada iniciativa.
diariamente e existem alguns Existem outros modelos, as
relatos de problemas com as Eurocidades não têm que ser
modelo único, e por isso a
autoridades.
AECT está neste momento a
MG – O que lhe posso dizer estudar um outro modelo de
em relação a isso é que se for cooperação para aquelas cidaum projeto necessário, não te- des que não são tão próximas.
nho dúvidas de que se poderá Como sabe Valença e Tui ficam
fazer, mas como lhe digo não a um passo, mas existem outras
está sob a minha alçada.
cidades que, embora não tão
Mas já agora aproveito para próximas, em termos de idendizer que existe o estatuto de tidade são muito semelhantes.
trabalhador transfronteiriço que É para elas que estamos a espermite ultrapassar uma série tudar um novo modelo e estou
de obstáculos. A questão dos convencida que nos próximos
trabalhadores transfronteiriços dois anos teremos novidades
é uma questão muito impor- interessantes nesta matéria.
tante e como nós percebemos Quando assumi este cargo
que existe alguma dificuldade eu disse que ia trabalhar para
e algum desconhecimento até resultados. Não trabalho para
por parte das empresas, intro- grandes números, essa nunca
duzimos também este tema no foi a minha preocupação, o que
nosso “Job day” do dia 1 de me interessa é chegar a resulJulho. Vamos dar algumas in- tados. Quando eu falo de enformações importantes sobre sino superior eu quero resultaesta matéria.
dos, quando falo de emprego
quero resultados, quando falo
JC – É portanto tempo de de economia eu quero resultaoperacionalizar o que já exis- dos, quando falo de ambiente
te, nomeadamente a utiliza- quero resultados… É isso que
ção dos equipamentos . Em esta equipa, que está mandata
Valença falou-me da Euroci- para dois anos, quer: resultados.
dade que prevê precisamente essa utilização conjunta.
JC – Com tanta cooperação, para onde caminhamos?
MG - Sim nomeadamente dos Para um micro país?
equipamentos desportivos, já
existem alguns acordos nes- MG – Eu acho que nós sese sentido.
remos sempre Portugal e Espanha, disso não tenho dúviJC – Mas chegou a falar- das. Fronteiras físicas já não
se também da utilização dos temos, temos fronteiras políserviços de saúde dos dois la- ticas, mas eu estou certa que
dos da fronteira. Isso vai ser temos coisas que nos aproxipossível?
mam muito como é o caso da
língua e a maneira de ser. SoMG – Estamos neste momento mos tão próximos que, se há
a preparar a assinatura de um um sítio onde a expressão a
acordo de cooperação no se- união faz a força se aplica, é
tor da saúde e, desse acordo, nesta euroregião.
alargado, irão sair convénios e A cooperação entre os países
acordos específicos. O acordo tem muitas vantagens, mas tem
vai ser assinado este mês e na uma que eu considero fundaaltura serão anunciadas as me- mental que é o bom relaciodidas que já foram fechadas. namento entre os povos. QuanVão todas no bom sentido, va- do trabalhamos em conjunto a
mos ter boas novidades no se- prosperidade é muito maior e a
tor da saúde e julgo que esta possibilidade de nos tornarmos
MG – Eu já ouvi falar do pro- região vai dar um bom exem- mais fortes dentro da União Eujeto, sei que de facto se che- plo nesta área.
ropeia também aumenta.
gou à conclusão que não era
financeiramente viável e tinha JC – Que balanço faz dos JC – Se D. Afonso Henriques
outras condicionantes nomea- dois primeiros anos de ati- ressuscitasse agora como é
damente de certificação profis- vidade da Eurocidade Va- que acha que ele iria reagir?
sional e de segurança. Since- lença Tui?
ramente não posso entrar em
MG – Eu acho que ele era cadetalhes porque não acompa- MG – Correu muito bem. Aliás paz de achar piada e iria percenhei o projeto e ele não está o Alcaide de Tui e o Presiden- ber com certeza que hoje em
sob a nossa alçada.
te da Câmara de Valença, têm dia somos muito mais rápidos,
desenvolvido um trabalho fan- que já não andamos a cavalo.
JC – Mas não lhe parece tástico que se traduz em cerca Iria perceber também o orguum projeto interessante? A de 30 iniciativas conjuntas, e lho que temos em viver nesta
ideia surgiu porque existe um neste momento estamos a tra- região e neste vasto território
grande fluxo de trabalhado- balhar com eles na grande mar- que nos identifica e onde exisres que cruzam a fronteira ca desta Eurocidade.
te uma grande solidariedade.
|25
|26
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Música, entrevistas, actividades e muita animação. Assim
foi o Internactional Surfing
Day, transmitido em directo
pela Rádio Caminha no passado Sábado, no âmbito da
iniciativa “Caminha N´Areia
2014”.
Organizado pela Moving Up
& Friends pelo segundo ano
consecutivo, o evento reuniu
dezenas de veranenates na praia
de Arda (Mariana), em Afife,
que participaram nas várias ini-
Praia da Arda
em Afife recebeu
International
Surfing Day
ciativas, como Zumba, Body
Attack, Baptismo de Surf, Test
Drive PaddleBoard, Surf nocturno e uma Caminhada Solidária a favor da Liga Portuguesa contra o Cancro.
“É uma boa oportunidade para
fazer com que novos públicos
possam conhecer o maravilhoso mundo das ondas e do surf
e para consciencializar as pessoas sobre as questões ambientais”, explica Jorge Silva, da
organização. “ Hoje queremos
também homenagear Eduardo
Freitas, impulsionador do surf e
bodyboard em Portugal”, acrescentou.
As celebrações do Dia Internacional do Surf coincidiram
também com o lançamento da
mega campanha de praia do
Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), este
ano com o tema “Praia Limpa”. “A iniciativa pretende não
só celebrar a chegada nova estação, mas também promover
a preservação das praias, juntos aos veraneantes”, justificou Florbela Correia, Vicepresidente do Politécnico de
Viana, em declarações à Rádio Caminha, em pleno areal
da praia da Arda.
A campanha, que conta mais
uma vez com o apoio da Câmara de Viana do Castelo, vai
prolongar-se por quatro fins de
semana.
A próxima emissão do “Caminha N´Areia 2014” acontece no dia 6 de Julho, na praia
de Esposende.
Florbela Correia
Vice-Presidente do IPVC
Vitor Lemos vereador do
Desporto da CMVC
Artur Fernandes da Liga
Portuguesa Contra o Cancro
Fabiano França e
Jorge Silva Moving Up
|27
JORNAL
inveSTiGADOR
PORTuGuêS ReCebe
PRÉMiO De FunDAçãO
AMeRiCAnA POR
eSTuDO SObRe
DOençA De CROhn
Henrique Veiga-Fernandes é
o único não-americano a receber prémio por estudo sobre causas da doença
O projeto de Henrique Veiga-Fernandes, investigador do
Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de
Medicina da Universidade de
Lisboa, recebeu o Senior Research Award (SRA) atribuído
pela Crohn’s & Colitis Foundation of America’s (CCFA),
pelo seu projeto que pretende elucidar o papel de células inatas do sistema imunitário no intestino.
Este prémio tem o valor de
cerca de 255 mil euros e vai
permitir que durante três anos
a equipa de Henrique Veiga-Fernandes possa analisar a forma
como as células inatas linfoides
são controladas e assim procurar determinar a causas e novas
terapias para doença de Crohn.
De um total de 69 projetos
submetidos, a CCFA atribuiu
oito prémios, sete a investigadores norte-americanos e um
ao projeto liderado pelo investigador do IMM, constituindo o primeiro prémio na
história da Fundação americana atribuído a uma equipa
portuguesa.
Para Henrique Veiga-Fernandes este prémio “vai permitir
elucidar novos aspetos da doença inflamatória do intestino. A esse respeito, os nossos
resultados iniciais são muito
promissores pois revelam a
existência de uma nova molécula, até agora desconhecida, que controla as respostas
inflamatórias intestinais. Esta
descoberta abre agora portas
para novas linhas de investigação inovadoras na terapêutica e diagnóstico da doença
de Crohn.”
A Doença de Crohn carateriza-se por uma inflamação crónica que pode afetar qualquer
segmento do tubo digestivo
na qual os sintomas mais comuns são a diarreia, a dor abdominal e a perda de peso.
Trata-se de uma doença crónica, multifatorial e ainda mal
compreendida, que pode evoluir por surtos e para a qual
ainda não há cura.
Em Portugal, estima-se que
a prevalência seja de 73 por
cada 100 000 habitantes, atingindo maioritariamente mulheres, apresentando um pico
de incidência entre 17 anos e
39 anos.
Células inatas linfoides são
uma classe de células do sistema imunológico descobertas
muito recentemente. Estudos
anteriores liderados pela equipa
de Henrique Veiga-Fernandes
(Nature, 2007; Nature, 2014),
entre outros, têm relacionado
estas células com a regulação
de respostas imunes no intestino, principalmente através da
sua capacidade de pro-inflamatória, na formação de tecido linfoide e na regeneração e
homeostasia dos tecidos.
A equipa de Henrique Veiga-Fernandes pretende agora
esclarecer como é que fatores
que regulam o sistema nervoso podem controlar a função
inflamatória das células inatas
linfoides e garantir a preservação de um intestino saudável.
R uI RAMALHOSA
Economia - Gestão
Contabilidade
Fiscalidade
Técnico Oficial de Contas
Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC
4910-105 Caminha
Tlm 968 022 369
Email.: [email protected]
|28
SAÚDe
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
FAlTA De SOnO TeM
eFeiTO “DRAMáTiCO”
nO CORPO huMAnO,
COnClui eSTuDO
A longo prazo, a falta de sono pode levar ao aparecimento de doenças neurodegenerativas
Uma experiência concluiu que a atividade de centenas de genes nos organismos de um grupo de voluntários ficou severamente alterada quando estes dormiram
menos de seis horas por noite durante uma semana.
Num artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS),
os investigadores avançam que os resultados do estudo explicam como o sono em insuficiência prejudica a saúde.
Os investigadores nomeaim doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro como
possíveis causa do pouco descanso. O processo pelo
qual o défice de sono altera o estado de saúde não é,
no entanto, descrito pelos cientistas.
A equipa da Universidade de Surrey, no Reiino Unido, recolhei amostras de sangue de 26 pessoas depois
de estas terem dormido até dez horas por noite durante uma semana.
Na segunda fase dos testes, o mesmo grupo foi submetido a uma semana de sono insuficiente - menos
de seis horas por noite. Logo depois, foram recolhidas novas mostras de sangue.
Ao comparar as amostras, os cientistas observaram
que a atividade de 700 genes no organismo dos participantes alterou-se após a mudança no padrão de sono.
Cada gene contém instruções para a fabricação de
uma proteína. Portanto, os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas e isso alterou completamente a configuração química no corpo dos voluntários.
O relógio natural dos organismos também ficou perturbado pela falta de sono. A atividade de alguns genes aumenta e diminui no decorrer do dia, mas esse
efeito foi enfraquecido pelo défice de sono.
Colin Smith, da Universidade de Surrey, disse que
“houve uma mudança dramática na atividade de muitos tipos diferentes de genes”, descreve a BBC.
“Áreas como o sistema imunitário e a forma como
o organismo reage aos danos e ao stress foram afetadas”, acrescentou.
“Claramente, dormir é essencial para a reconstrução do corpo e a manutenção de um estado funcional.
Caso contrário, vários tipos de danos parecem acontecer, o que pode resultar em doenças. Se não podemos reabastecer ou substituir as células, isso leva à
formação de doenças degenerativas”, alerta.
O especialista lamenta ainda que muitas pessoas podem conviver com défices de sono ainda maiores do
que os estudados.
COliTe
Trata-se de uma doença crónica mas uma alimentação adequada pode melhorar a qualidade de vida
A colite designa um transtorno gastrointestinal que consiste numa inflamação do cólon produzida por fatores diversos. Pode ser um processo agudo e transitório ou converterse numa doença crónica.
Existem vários tipos de colite. Esta pode ser isquémica, ulcerosa, amebiana, infecciosa ou apresentar-se com sintomas
de cólon irritável.
SinTOMAS
Diarreia, cólicas intestinais, hemorragia retal, fezes com pus
e dor abdominal aguda. Estes sintomas variam em função do
tipo de colite. Pode ser causada por fatores ambientais e emocionais (stress e ansiedade), abuso de laxantes, algum tipo de
alimento ou ação de agentes infecciosos (vírus, bactérias...)
TRATAMenTO
?Em primeiro lugar, tenta-se controlar a inflamação, reduzir
os sintomas e compensar a perda de líquidos e nutrientes. Paralelamente, é aconselhável uma mudança dietética, evitando
o consumo de frutas e vegetais crus (para reduzir as lesões no
intestino grosso). O tratamento pode ainda ser farmacológico (antibióticos para as colites infecciosas) ou cirúrgico (para
os casos mais graves).
CuiDADOS A TeR
Durante a fase aguda de colite escolha alimentos adstringentes que parem a diarreia (arroz branco, maçã descascada,
marmelo) e beba muita água para repor líquidos.
Combata o stress. Pratique técnicas de relaxamento e tente
abrandar o seu ritmo de trabalho. Encare a vida com maior
tranquilidade. O yoga pode ajudá-la.
Altere os seus hábitos. Evite o tabaco e o álcool.
Suprima as refeições gordurosas. Evite fritos, enchidos ou
guisados e prefira fruta, verdura, pão e cereais integrais.
PUB.
CMTS
Clínica de
Fisioterapia
COM NOVAS ISTALAÇÕES
EM CAMINHA
Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare
CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16
Telf. 918571617 - 968432863
HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta )
JORNAL
DESPORTO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Concelhia do PSD
homenagea militantes
A Comissão Politica concelhia
do PSD reuniu-se para um Jantar
de homenagem aos autarcas que
representaram o Partido Social
Democrata ao longo dos últimos
40 anos e militantes da década
de 70, que viveram as alterações
profundas, do pós 25 de Abril.
O encontro teve lugar no pas-
sado dia 21 de junho no Hotel
Pota do Sol em Caminha e reuniu algumas dezenas de militantes e simpatizantes.
A cerimónia contou com a presença do vice presidente do PSD
nacional , Marco António Costa, do presidente da Comissão
Politica Distrital, Carlos Morais
Vieira e dos deputados da Assembleia da República: Carlos
Abreu Amorim e Eduardo Teixeira.
O jantar ficou ainda marcado
pela presença de figuras históricas do partido no distrito de
Viana do Castelo, como Manuel
Freitas e Horácio Silva.
ATLETA DE VILA PRAIA DE
ÂNCORA CONQUISTA MAIS
UM PÓDIO NACIONAL
Marcos Maio, natural e residente em
Vila Praia de Âncora, acaba de alcançar
o seu terceiro título em competições nacionais de atletismo. O Torneio Olímpico Jovem, organizado pela Federação
Portuguesa de Atletismo no Estádio
Universitário de Lisboa, reuniu seleções
distritais do continente e ilhas naquela
que é já considerada a festa do atletismo juvenil em Portugal. Nesta competição Marcos Maio, em representação de Associação de Atletismo de
Viana do Castelo, competiu na especialidade em que é bi-campeão nacional, o salto em altura, e atingiu a marca de 1,98 metros.
ADCJC desafia jovens
para férias desportivas
dedicadas ao remo
Estão abertas as inscrições para as Férias Desportivas 2014, promovidas pela
Associação Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC). A inscrição poderá ser efetuada, até 18 de julho,
no Posto Náutico (junto à piscina), por
email ou telefone.
O convite está lançado: Remar no Verão!
Após o sucesso das edições anteriores, esta
coletividade cerveirense volta a organizar
as Férias Desportivas de Remo. O objetivo é que os jovens entre os 10 e os 16
anos tomem contacto com a modalidade.
O remo é um dos desportos mais completos que existe, permitindo trabalhar
quase todos os músculos do corpo, au-
mentando a força, resistência e equilíbrio. Por se tratar de um desporto aquático, a prática de Remo exige que o jovem
praticante saiba nadar. O equipamento
necessário é semelhante ao usado em
Educação Física.
A edição 2014 das Férias Desportivas
decorre em três semanas, de 21 a 25 de
Julho; de 28 de Julho a 1 Agosto; e de
4 a 8 Agosto, de segunda a sexta-feira,
entre as 14h30 e as 18h00.
O número de vagas é limitado. O processo de inscrição é simples, basta dirigir-se ao Posto Náutico da ADCJC, enviar um email para adcjc-remo@sapo.
pt ou ligar para o 933306403.
|29
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
DESPORTO
INFO
CLASSIFICADOS
EMPRESA DO
CONCELHO DE
CAMINHA
Precisa-se
a tempo
inteiro ou parcial,
VENDE
empregado ou empregada
de mesa e ajudante de
cozinha para restaurante
em Caminha.
PARTE DA COTA
COM POSSIBILIDADE
DE CRIAR POSTO
DE TRABALHO
CONTATO: 926989100
Mais informações
contacte:
966 593 776
SERVIÇOS DE SAÚDE
Atletas de Caminha
participam no North
West Triman
Disputou-se no passado dia
15 de Junho, na localidade espanhola de As Pontes, o North
West Triman, uma competição
de triatlo na distância Ironman,
ou seja, 3800 metros de natação, 180 quilómetros de bicicleta e 42,2 quilómetros de
corrida. Estiveram presentes
nesta competição os atletas do
concelho de Caminha, Virgílio Barbosa e Rui Viana em
representação da equipa Pedalarte de Vila Nova de Cerveira, obtendo classificações
bastantes meritórias. Virgílio
Barbosa terminou a sua prova em 17º lugar da classificação geral com o tempo de
10 horas e 20 minutos e Rui
Viana terminou no 26º lugar
com o tempo de 10 horas e 46
minutos. De destacar que alinharam ao inicio desta prova
cerca de 400 triatletas enfrentando condições climatéricas
bastante difíceis para a modalidade, designadamente vento muito forte no segmento de
bicicleta e temperaturas muito
elevadas no segmento de corrida, fazendo com que ape-
nas cerca de 300 atletas conseguissem terminar esta dura
prova. Os atletas encontram
se agora em recuperação para
poderem estar já nas melhores condições físicas para no
próximo dia 6 de Julho participarem na segunda edição
do triatlo longo de Caminha.
Os atletas agradecem todo o
apoio prestado, essencialmente
pela família e amigos não esquecendo também o seu clube e o patrocinador principal,
Nutrifit – Suplementos Nutricionais.
RUA ALMADA NEGREIROS
4910-458
VILA PRAIA DE ÂNCORA
TEF.: 258 911 502
258 911 093
FAX: 258 911 082
Rua Engº Luís Agostinho
Pereira de Castro
Bloco 6 – Loja 1
4910-102 Caminha
Tel. 258 721444
E.mail: poliancora.saude@sapo:pt
HOSPITAIS | CENTROS DE
SAÚDE ENFERMAGEM
Centro Hospitalar do
Alto Minho
Viana do Castelo | T. 258802100
Centro de Saúde de caminha
Rua Eng.º Agostinho Perreira de
Castro | T. 258719300
Centro de Saúde de Vila
Praia de Âncora
Av. Pontault Combault | T. 258 911318
BOMBEIROS
Caminha
Rua das Flores | T. 258719500(1)
Vila Praia De Âncora
Rua 5 de Outubro | T. 258 911125
GNR
Caminha
R. da Trincheira | T. 258719030
Vila Praia de Âncora
Rua Miguel Bombarda | T. 258959260
CAPITANIA DO
PORTO DE CAMINHA
T. geral: 258719070
T. piquete da PM: 258719079
FARMÁCIAS
Farmácia Torres
Praça Conselheiro Silva Torres,
Caminha | T. 258922104
Farmácia Beirão Rendeiro
Rua da Corredoura,
Caminha | T. 258722181
CÂMARA MUNICIPAL
DE CAMINHA
T. 258710300
BIBLIOTECA CAMINHA
Rua Direita
segunda a sexta: 10h00 às 18h30
sábado: 10h00 às 13h00
MUSEU CAMINHA
terça a sexta: 10h00 às 19h30 /
14h30 às 18h00
sábado e domingo: 11h00 às 13h00 /
14h00 às 17h30
POSTOS DE TURISMO
Caminha
Rua Direita | T. 258921952
Moledo
Av. da Praia (em época balnear)
Vila Praia de Âncora
Av. Ramos Pereira | T. 258911384
CENTRO CULTURAL
VILA PRAIA DE ÂNCORA
segunda a sexta: 10h00 às 12h30 /
13h30 às 18h30
sábado: 11h00 às 13h00
RESIDÊNCIA PAROQUIAL
Largo. Dr. B. Coelho Rocha
T. 258921413
FEIRAS E MERCADOS
Caminha
Largo Pontault Combault
semanal 4ª feira
Vila Praia de Âncora
Largo do Mercado
semanal 5ª feira
TAXIS
Caminha
Largo do Terreiro | T. 258921401
Vila Praia de Âncora
Praça da República | T. 258911295
Venade TM. 965643481
|30
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014
Nome
Morada
Andar
Nº / Lote
Letra
C. Postal
Localidade
Cupão Assinatura
Rua da Corredoura nº117
4910-133 Caminha, Portugal
Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054
[email protected]
País
Telf. / Telm.
Indica. Tel.
Portugal - 30€
Pagamento:
Resto do Mundo 65€
Email
Europa 55€
Cheque N.º
Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense”
0018 0003 13172853020 13
Transf. Bancária - NIB: ...................................................................
PT50 0018 0003 13172853020 13
Numerário
IBAN: ................................................................
Propriedade: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa | Administração: Maria Teresa Gomes Cepa | Director: Elsa Guerreiro Cepa | Sub-Director: Cristiano Guerreiro Cepa | Chefe de Redacção:
Cidália Cacais Aldeia | Corpo Redactorial: Susana Ramos Martins | Cartonista: Cristiano Guerreiro Cepa | Colaboradores: Miguel Cepa | editor: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa. Rua
da Corredoura, nº117, 4910-133 Caminha | Telefones: +351 258921754 , +351 258922754 | Fax: +351 258721041 | Paginação: Cristiano Cepa | Design Gráfico: Mário Rego | impressão: Empresa
Diário do Minho Ldª | Registo de imprensa: nº 201448 | Depósito legal nº 84483/94 | Tiragem desta edição: 1.600 exemplares | número de Contribuinte: 900777117 | nº Registo eRC: 101449 |
Periodicidade: quinzenal (Sexta-Feira) | endereços electrónicos: [email protected]
PUB.
Nova Gerência
Venda e assistência de pequenos e grandes
electrodomésticos, material electrico, som e imagem,
instalações e reparaçoes electricas.
Efectuamos montagem de antenas, motores de água,
esquentadores, cilindros e aquecimento electrico. Somos
representantes de gás BP, com entrega ao domicilio.
Rua da Corredoura, nº55
4910-133 Caminha - Telf. 258 921 110
Centro
Oculista
20% de desconto em cartão 65+ e brinde
Lugar do Corgo, Lote 3-A r/c - Vilarelho
4910 - 603 Caminha - Tel: 258 721457 / 441-Fax 258 721 445
Telemóvel: 968581398 - [email protected]
Rua da Corredoura, 121
Tlf. 258 921 558- 4910 Caminha
CASA
FUNDADA EM
1976
Praça da República, 26
Tlf. 258 951 240 - 4910 V.P Âncora
Cursos de línguas: diurnos e nocturnos,
em grupos e individuais, para adultos
e estudantes, em: Inglês, Francês,
Alemão, Espanhol, Italiano, Russo,
Português (para estrangeiros)
TRADUÇÕES: de toda a espécie,
por tradutores ajuramentados!
Informe-se:
INStItUtO DE LíNGUAS EIRAS, LDA
Rua de Santo António, 120-2º
4900-492 Viana do Castelo
Tel. 258 826636 - Fax: 258 823093
e-mail:[email protected]
www.linguaseiras.pt
|31
PUB.
|32