jornalc-edicao-27-junho-2014
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1971 - 2014 QUINZENÁRIO | 27 DE JuNHO DE 2014 | Nº 1568 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€ RuAS De CAMinhA CObeRTAS De TAPeTeS De FlOReS PÁG. 16/17 AuTARquiA CAMinhenSe queR DiSCiPlinAR AS eSPlAnADAS DO TeRReiRO PÁG. 3 EMPREENDE PROJeTO DO Club AlFânDeGA nASCeu eM ibizA PÁG. 12/14 CAvAlOS SelvAGenS ATACAM PeSSOAS eM CAMinhA PUB. ÉPOCA bAlneAR iniCiA COM MáquinAS nO AReAl DA PRAiA De MOleDO FeRRy que liGA CAMinhA A lA GuARDiA vAi vOlTAR A nAveGAR eM JulhO ROMARiA De SãO benTO APOSTA nA inOvAçãO SeM PeRDeR A GenuiniDADe 1€ JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Ferry que liga Caminha a La guardia vai voltar a navegar em Julho vorável, permitindo assim que a referida operação de limpeza arranque nos próximos dias. Relativamente à possível construção de uma ponte como o PSD defende, o CAMINHA Depois de ter estado parado durante algumas semanas, o ferry-boat Santa Rita de Cássia vai voltar a ligar diariamente Caminha à localidade galega de A Guarda já no próximo mês de Julho. A garantia foi dada ao Jornal C pelo próprio presidente da Câmara de Caminha , depois da autarquia ter conseguido a última autorização que faltava para avançar com as dragagens na entrada do cais onde se encontra um banco de areia que impede a embarcação de navegar normalmente. Os trabalhos deverão ter início já nos próximos dias. Como o Jornal C teve oportunidade de noticiar na edição anterior, para que a operação de limpeza pudesse avançar faltava o resultado de uma análise feita às areias, exigida pelo ICNB - Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e cujo resultado, depois de um mês à espera, já chegou com pararecer favorável. Isto mesmo foi anunciado aos comerciantes da vila numa reunião mantida na passada semana com a câmara e onde foi expressa uma grande preocupação por causa desta paragem prolongada do ferry. Os comerciantes dizem que a paragem afastou muita clientela que normalmente atravessava na embarcação. O assunto também já tinha sido abordado uns dias antes em reunião de câmara pelos vereadoes da oposição que também manifestaram preocupação com a paragem da embarcação. O PSD alertou para os prejuízos no comércio causados por esta paragem prolongada. A vereadora Liliana Silva, que é também presidente da con- |2 celhia dos sociais democratas, pediu ao executivo socialista para lutar pela construção de uma ponte em Caminha, para resolver de vez os problemas da travessia para Espanha. A vereadora lembrou que se hoje Caminha tem um ferry isso foi por opção do Partido Socialista , e aponta o dedo ao atual executivo a quem acusa de dialogar muito mas não resolver o problema da travessia. Liliana Silva lamentou ainda que a Câmara vá gastar 100 mil euros na contratação de um auditor externo para certificar as contas da câmara, “quando o mais importante era canalizar recursos para a abertura do canal de travessia do ferry”, sustentou. Segundo a vereadora social democrata é necessário arran- jar uma solução o mais breve possível, “o que não é possível é esta paralisação”, reforçou. Reagindo às críticas, o socialista Miguel Alves lembrou que a paragem do ferry tinha a ver com duas situações distintas: uma referente à paragem do ferry por causa das vistorias e dos certificados que são necessários, e outra que diz respeito à existência de um banco de areia mesmo à saída do ferry. “Pergunta-me se é responsabilidade da câmara resolver este problema do assoreamento? Não, mas nós quisemos resolver este problema”. Na altura Miguel Alves explicou que estavam reunidos todos os pareceres das entidades responsáveis, menos um que entretanto também já chegou e é fa- autarca lembrou que os próximos fundos comunitários não vão ser destinados à construção de infra-estruturas como pontes ou piscinas. Aluguer de autocarro gera polímica No período antes da ordem do dia da reunião do executivo, a vereadora Liliana Silva criticou também a Câmara por ter contratado um autocarro para levar jornalistas a Lisboa para a apresentação do festival de Vilar de Mouros, quando a equipa liderada por Miguel Alves insiste em dizer que a autarquia está sem dinheiro até para comprar um prego. “A câmara gastou dinheiro a alugar um autocarro de 17 lugares, quando o município dispõe de dois, para levar jornalistas a Lisboa para apresentação do festival de Vilar de Mouros, revelando uma falta de respeito pelos caminhenses, ao não fazer esta apresentação no concelho onde se irá realizar e gastando dinheiro que afinal havia, mas que andaram a dizer que não havia”. Liliana Silva lamentou ainda que os vereadores da oposição não tivessem sido convidados para essa apresentação, acusando a câmara de privilegiar a presença do deputado Jorge Fão “em detrimento dos vereadores e da população de Caminha”. Miguel Alves respondeu às críticas da vereadora Liliana Silva garantindo que a viagem de autocarro ficou mais barata do que as viagens ao Brasil realizadas por membros do anterior executivo camarário. O presidente da câmara explicou ainda que a viagem a Lisboa foi feita a pedido da organização do festival. “A organização do Festival de Vilar de Mouros cuja empresa organizadora foi escolhida pelo anterior executivo, como a senhora bem sabe, entendeu fazer a apresentação em Lisboa. E entendeu fazê-lo tendo em conta aquilo que são os meios de comunicação social, a disponibilidade dos organizadores e do ministro Pedro Mota Soares. Nós limitamonos a ter a cortesia de articular com eles o local dessa reunião e a convidar a comunicação social do Alto Minho porque entendemos que quanto mais projeção pudéssemos dar ao evento, melhor. Se os senhores vereadores do PSD entendem que é mau dar projeção ao Festival, eu fico com pena, mas nós achamos que foi uma boa medida. Relativamente ao autocarro fique a senhora vereadora descansada porque na rubrica de transportes o autocarro fica bem mais barato do que as viagens de avião para o Brasil”, referiu. Miguel Alves aproveitou para dar conta do mau estado em que se encontram as viaturas camarárias, algumas delas não oferecendo já a segurança que se exige. “É por isso que nós frequentemente temos que alugar autocarros porque não queremos arriscar a que as pessoas fiquem no meio do caminho ou não cheguem ao destino em segurança”, sublinhou. O executivo camarário caminhense está apostado em ordenar a ocupação do espaço público e as esplanadas do concelho, sobretudo na praça mais emblemática do centro histórico, a Praça Conselheiro Silva Torres, também conhecida pelo terreiro de Caminha. O presidente da câmara, o socialista Miguel Alves, diz que não quer “matar a galinha dos ovos de ouro” e, por isso, vai apostar num Terreiro ordenado e com regras. Até agora, a desordem tem reinado na praça que é considerada a sala de visitas do concelho, e a ocupação da área das esplanadas, por exemplo, não tem sido respeitada. “Mas isso vai mudar”, garante Miguel Alves, que na passada semana reuniu com os comerciantes da praça para lhes explicar as novas regras. “Esta foi uma reunião convocada pela câmara municipal na sequência de outras que já se tinham realizado anteriormente. A reunião serviu para transmitirmos aos comerciantes a nossa preocupação em relação à ocupação do espaço público por parte desses mesmos comerciantes”. O presidente considerou que uma das maiores valias do concelho é o espaço público, aliado a todo o património existente e aos recursos naturais. “O modo como nós usamos esse espaço público é muito importante porque vai influenciar a imagem que nós damos do nosso concelho, quer em termos de higiene, quer de ordenamento e usufruto”, explicou. O Terreiro de Caminha é, segundo Miguel Alves, um dos locais mais bonitos do concelho, um espaço histórico de excelência, mas isso não deve fazer com que seja utilizado ao limite de modo a aproveitar o máximo dos máximos. “Nós não devemos matar a galinha dos ovos de ouro porque esta tentação de ir buscar os ovos ao interior da galinha pode levar a que num curto prazo possamos não ter mais nada para produzir riqueza”. Olhar para o Terreiro “com inteligência” é segundo o autarca um desafio que se impõe e por isso há que olhar para aque- JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Autarquia caminhense quer disciplinar as esplanadas do terreiro le espaço de forma diferente. “Temos que perceber que aquele espaço tem que ser melhor utilizado, tem que ser mais higienizado e mais limpo, temos que ajardinar alguns dos pequenos recantos mais verdes do nosso Terreiro, temos que limpar os monumentos e o edificado, na sua maioria privado e temos que ordenar a ocupação do espaço público”. A forma desordenada como as esplanadas estão colocadas na praça principal da vila é uma situação que a câmara quer resolver. “Durante muito tempo não houve uma ação sobre aquilo que se passa no Terreiro e deixou-se que os comercian- tes, individualmente, agissem por conta própria. O que tem acontecido nos últimos anos é que o espaço público licenciado não tem sido respeitado e a verdade é que o município nada fez para resolver isso”. Para além da desordem na ocupação do espaço da praça, reina também o incumprimento no pagamento das taxas de ocupação. Há empresários que pagam para ter as esplanadas, mas há outros que não o fazem. A Câmara de Caminha promete mudar esse comportamento. A equipa de Miguel Alves vai apresentar aos empresários um plano faseado para o pagamento das dívidas à Câmara Mu- nicipal e, quem tiver esse valor regularizado, vai ficar isento do pagamento de taxas durante o próximo ano. “A verdade é que aquilo que é licenciado no Terreiro de Caminha não tem vindo a ser pago, ou pelo menos não tem sido pago por todos e não tem vindo a ser pago da mesma forma: uns pagam alguma coisa, outros pagam muito e outros não pagam nada”. No entender da câmara esta situação, além de “estranha” é “injusta” em relação à totalidade dos outros comerciantes do concelho que pagam essa ocupação. “Nesse sentido o que nós propusemos aos comerciantes foi que o espaço pudesse ser bem utilizado e de forma planeada, ocupado de forma inteligente, onde as pessoas possam circular à vontade”. Nesse sentido a câmara vai avançar com duas propostas, como revelou ao Jornal C o presidente do executivo. “Por um lado queremos que sejam respeitados os espaços licenciados e por isso, até ao final do mês, uma equipa da câmara municipal vai abordar individualmente cada um dos empresários, de modo a que eles possam cumprir, sem coersividade, o espaço que lhes está destinado. Vamos fazer isto durante os próximos dias de modo a que no próximo dia 1 de ju- lho o tamanho das esplanadas possa corresponder ao licenciamento efetivamente pedido”. Quanto à questão das dívidas em atraso, Miguel Alves explica que existem vários estabelecimentos no Terreiro que têm pagamentos em atraso desde 2012. “Se pensarmos que em todo o concelho há muita gente que está a pagar, isto cria obviamente uma situação de injustiça relativa independentemente das dificuldades. Aquilo que eu propus é que até ao final de 2014, até dia 31 de Dezembro, todos pudessem pagar os licenciamentos em atraso, de modo a poderem usufruir de uma isenção de pagamento no ano de 2015”. Miguel Alves explica que um perdão de dívida não é uma boa solução porque iria criar situações de injustiça relativamente aos que já pagaram. “No entanto se eu agora disser que os que pagaram tudo até ao final deste ano podem usar de uma isenção em 2015, que é tam- bém uma forma de impulsionar o nosso comércio local, a situação fica resolvida e não há injustiças porque todos podem usufruir”, explica. Quem não pagar terá, a partir de 1 de janeiro, a fiscalização da câmara à porta, garante Miguel Alves. “Não seremos contemplativos, quem não pagar até 31 de dezembro será autuado. Se não pagarem num prazo curto as esplanadas serão retiradas e será executada a dívida que está em atraso”, alertou o presidente da câmara. Ao lado do esforço que está a ser pedido aos comerciantes, a câmara promete algumas contrapartidas. “Vamos criar espaços de animação no Terreiro e no centro de Caminha de modo a que a economia possa evoluir. Vamos fazer uma abordagem à SUMA, empresa responsável pela recolha do lixo e limpeza no concelho, de modo a que ela possa compreender a especificidade do centro histórico de Caminha e possa ter um cuidado de limpeza diferente naquele local. Vamos também proceder a uma limpeza no chafariz. É um esforço que pedimos a todos, com serenidade e sem ameaças, na base do diálogo”. Acabar com a “anarquia” que tem sido a ocupação do espaço público é uma das grandes preo-cupações da câmara de Caminha que, para isso, conta com a colaboração dos comerciantes com quem o Jornal C também falou. De uma forma geral todos concordam com as medidas avançadas pela câmara que consideram ser a melhor opção para todos. “Não só para nós comerciantes mas também para os clientes e para as pessoas que desta forma podem usufruir melhor do espaço”, explica José Trigueiros, proprietário da Pastelaria Colmeia situada naquela praça. Também Paulo Fonseca, proprietário do estabelecimento Amaya, recentemente inaugurado no local, vê com bons olhos as medidas anunciadas pela câmara. “É melhor para toda a gente, em especial para o público que frequenta o Terreiro”. Uma opinião que é corroborada por Tomás Capela, proprietário do Café Central. Os comerciantes da Praça Conselheiro Silva Tores, a sala de visitas da vila caminhense, não só se mostram favoráveis às novas regras, como prometem cumpri-las. |3 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 alterações ao trânsito e estacionamento na Foz do Minho e Mata do Camarido aprovadas em reunião de cÂMara CAMINHA Época balnear inicia com máquinas no areal Da praia de moledo A época balnear arrancou oficialmente no concelho de Caminha no passado dia 15 de Junho, com o areal ocupado por banhistas e máquinas. Em Vila Praia de Âncora, o leito do rio Âncora e a foz foram reabertos ainda antes de os banhistas chegarem ao areal, deixando a segunda fase da intervenção para Setembro. Em Moledo, as máquinas convivem lado a lado com quem escolhe aquela praia para banhos. A obra da Agência Portuguesa do Ambiente para tentar requalificar a duna primária, em avançado processo de erosão, está a decorrer em plena época balnear. O objetivo é colocar 330 metros de tubos de geotêxtil, que serão cobertos de areia, permitindo, assim, reforçar a duna. |4 As máquinas no areal no pico de verão é uma situação que não agrada ao vereador caminhense responsável pelo pelouro do Ambiente. Guilherme Lagido diz que a autarquia tem feito todos os esforços para tentar minimizar os impactos, mas explica que esta não vai ser uma época balnear normal. “A situação está relativamente regular mas não podemos dizer que seja uma época balnear absolutamente normal porque os reflexos do inverno acabaram por produzir os seus estragos. Tivemos uma preocupação grande em minimizar esses efeitos, de modo a que a época balnear corra da forma mais regular possível. Relativamente às máquinas no areal da praia de Moledo é uma situação que não me agra- da nada e inclusivé já fiz variadíssimas deligências junto do dono da obra, a Agência Portuguesa do Ambiente, no sentido de evitarmos que isso acontecesse mas não me resolveram o problema”. Com as obras a decorrerem, Guilherme Lagido espera que sejam tomadas algumas diligências no sentido de minimizar os impactos provocados pelas obras. “Não acho que aquela seja a melhor solução, espero que se consigam minimizar os estragos”, refere o vereador. A empreitada de reforço do sistema dunar e reforço estrutural do muro de proteção costeira na praia de Moledo, com um prazo de execução de um mês, vai custar perto de 65 mil euros. As viaturas que não respeitem os sinais de proibição de estacionamento que vão ser colocados na estrada de acesso à praia da Foz do Minho e Mata do Camarido, poderão estar sujeitas a reboque. A informação foi dada pelo vereador Guilherme Lagido na última reunião do executivo, na qual foram aprovadas algumas alterações ao trânsito e estacionamento naquela zona. Questões de segurança e de fluidez de trânsito estão na génese da proposta apresentada pela maioria socialista. Depois de ter sido aprovada pelo executivo, a proposta será hoje discutida em Assembleia Municipal. As alterações previstas foram apresentadas e explicadas pelo vice-presidente da câmara de Caminha na reunião do executivo, que sublinhou que esta não era uma questão “nova” mas sim “uma questão que se repete todos os anos”. Depois de ter reunido com as diversas entidades com responsabilidades naquela área, o vice-presidente explicou quais as alterações previstas e que deverão entrar em vigor já no próximo mês de Julho. “Foi uma reunião muito participada e a lógica e filosofia desta alteração é a seguinte: a praia da foz do Minho tem durante a época de verão, de um modo muito particular nos meses de Julho e Agosto, proble- mas muito sérios de segurança. Qualquer pequeno acidente que haja no parque de campismo, na praia ou em qualquer um dos bares ou restaurantes, é um pandemónio porque não há hipótese nenhuma de prestar socorro às pessoas que lá estão”, alertou. Perante esta situação, explica Guilherme Lagido, “entendeu-se, em primeiro lugar, ter como parque livre o parque de estacionamento ao lado do estádio Morber, e em segundo lugar deixar livre, de ambos os lados, todo o corredor que vai desde o cruzamento com a nacional 13 em frente ao hotel até ao fundo, para que se possa circular sem problema numa situação de emergência”. Outra das novidades será a indicação, à entrada do Camarido, de que se pode estacionar junto ao Morber e que vai haver sanções para quem prevaricar. “Também vai ser reforçada através da colocação de mecos, a proteção da mata de um lado e do outro, evitando desta forma estacionamento selvagem”. Ao longo do percurso, em diversas placas, vai ser posta a indicação de que o estacionamento indevido será sujeito a reboque. Se forem aprovadas na Assembleia Municipal que terá lugar hoje, dia 27 de junho, estas alterações serão para avançar já no mês de Julho. Relativamente à parte terminal, junto ao parque de campismo, irá estar vedada ao trânsito com 3 exceções: deficientes porque se trata de uma praia acessível, inclusive a câmara quer aumentar o número de lugares para pessoas com mobilidade reduzida; cargas e descargas e acesso aos concessionários dos apoios de praia. As forças policias irão fazer 4 viagens diárias, de forma aleatória, com o objetivo de verificar se as regras estão a ser cumpridas. A pedido dos operadores dos apoios de praia foi solicitado que as limitações de estacionamento na parte final estivessem também limitadas no tempo, ou seja, das 8 até às 20 horas. “O que eles dizem é que se as pessoas não puderem levar o carro até ao fundo e estacionar, à noite não vão lá”. A proposta foi aprovada por unanimidade. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Juntas vão receber mais 273 mil euros da Câmara guém o que é necessário fazer em cada um dos territórios, e por isso este grande esforço da câmara para que as juntas tenham os meios para acautelarem as soluções que têm que apresentar aos seus cidadãos”. Miguel Alves recusa a ideia de se estar a “desinvestir ou a prejudicar” as juntas de freguesia e criticou as afirmações proferidas pelos vereadores da oposição nas redes sociais e na comunicação social. “Pelo contrário, agora não se atribui dinheiro às juntas porque são amigos ou são de uma determinada cor. Não é esse o critério, o critério é de rigor e consta dos protocolos. Tem a ver com o tamanho das freguesias, se têm ou não equipamentos desportivos, espaços verdes, etc.”. Um jogo de cintura do presidente O executivo camarário aprovou, com as abstenções do PSD, a proposta que vai permitir transferir um montante de 273 mil euros para as juntas de freguesia do concelho. A verba destina-se a fazer face às novas competências atribuídas pelo Governo às autarquias locais, as chamadas competências materiais, e para as quais o Governo apenas atribui 1por cento do IMI cobrado em cada uma das freguesias. Miguel Alves, presidente do executivo caminhense, explicou que a Câmara não era obrigada a fazer estas transferências, mas por considerar que 1% do IMI cobrado era um valor “residual”, decidiu fazer este “esforço” e atribuir mais este montante. Recorde-se que na anterior reunião o executivo tinha aprovado transferir para 14 as freguesias um montante de 184.500 euros para competências delegadas, ou seja destinada à manutenção de espaços verdes limpeza de vias, espaços públicos, sarjetas e sumidouros e ma- nutenção, reparação e substituição de mobiliário urbano. Esta nova tranche destina-se a fazer face às novas competências atribuídas às juntas de freguesia, que incluem, entre outras, a manutenção e conservação de caminhos, arruamentos e pavimentos pedonais; conservação e reparação da sinalização vertical não iluminada instalada nas vias municipais; colocar e manter as placas toponímicas; conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos; gerir e manter parques infantis públicos e equipamentos desportivos de âmbito local; gerir, conservar e promover a limpeza de balneários, lavadouros e sanitários públicos, bem como promover a conservação de abrigos de passageiros existentes na freguesia. Miguel Alves explicou que a proposta apresentada pela maioria socialista tinha como objetivo “dar sustentação financeira àquilo que são as competências que a legislação do Governo PSD atribuiu às juntas de freguesia”, lembrando que atualmente as juntas têm muito mais competências do que as que tinham no passado, “sem o respetivo envelope financeiro”. Para o autarca a atribuição desta verba “é fundamental para que as juntas possam fazer obras nas suas freguesias”. Comparativamente com as verbas atribuídas no passado o presidente da câmara fala numa “diferença substancial”. “Este ano vamos entregar globalmente mais 56%, por exemplo, do que aquilo que se atribuiu em 2010 para obras nas juntas de freguesias; mais 70% do que aquilo que se atribuiu em 2011; mais 15% do que em 2012 e em relação a 2013, vamos atribuir mais 47%”, anunciou. A confiança que o executivo deposita nas Juntas de Freguesia traduz-se na atribuição de mais este montante para que possam executar obras. “As juntas sabem melhor do que nin- A bancada do PSD optou pela abstenção por considerar que a Câmara, nesta matéria, poderia ter ido um pouco mais longe. “Julgamos que apesar de tudo a câmara poderia ir mais longe e confiando na capacidade de desempenho das juntas de freguesia, transferir mais meios financeiros, essencialmente aqueles que têm a ver com a manutenção dos espaços públicos”. Flamiano Martins, líder da bancada social democrata, congratulou-se pela atribuição de mais este montante às juntas de freguesia, considerando que desta forma estavam a ser levados em conta os apelos feitos anteriormente pelo PSD para que fossem diminuídas as dificuldades das juntas de freguesia, no que diz respeito à gestão das despesas correntes. A atribuição de mais este montante de 273 mil euros às juntas é visto pela oposição, como um “jogo de cintura do presidente da câmara. “Considero portanto que estamos perante um jogo de cintura do senhor presidente da câmara que faz parecer aquilo que não é. Considera transferências de capital para dizer que está a investir e para que depois nas contas apareça como investimento. Na realidade estamos perante ações que geram despesas correntes, pelo menos para mim, e isso vai obrigar os senhores presidentes de junta a mentirem nos seus relatórios. Vai fazer com que nalguns casos as juntas de freguesia não utilizem as verbas protocoladas, nomeadamente na conservação de mobiliário urbano, isto referindo-me ao protocolo aprovado na reunião anterior”. Com este procedimento Flamiano Martins considera que Miguel Alves está a dar razão aos que afirmam que os presidentes de junta de freguesia só fazem obras se andarem com o chapéu na mão. “E é pena porque de certo eles e a população do concelho estavam à espera de uma atitude diferente”, sublinhou o líder da oposição. Para o PSD é importante que as juntas saibam com o que podem contar durante o ano, “para não andarem ao sabor do que o presidente da câmara lhe concede”, sustentou. Posta à votação a proposta acabaria por ser aprovada com 4 votos a favor do PS e a abstenção do PSD. Executivo aprova nomeação de auditor externo A Câmara de Caminha vai ter a partir de agora um auditor externo para certificação legal das contas do município. A nomeação de um Revisor Oficial de Contas (ROC), uma situação que decorre da lei, foi aprovada na última reunião de câmara com os votos favoráveis da maioria PS e os votos contra do PSD. A proposta apresentada pelo executivo nomeou como responsável por essa certificação, a empresa responsável pela auditoria efetuada às contas da câmara, uma situação que não agradou aos vereadores do PSD. Liliana Silva acusou a câmara de não ter efetuado qualquer concurso público para o efeito, considerando portanto o processo concursal ”pouco claro”. “Qual é a medida ou a fórmula quantitativa com que avaliam a competência de uma empresa”, questionou. A vereadora estranhou ainda que uma empresa que prestou serviços voluntários, “venha agora ganhar, ao fim de 4 anos, perto de 80 mil euros”, frisou. “Coincidências que só são comparáveis com a assessoria de imprensa e comunicação que era voluntária e agora, também já é paga, e bem paga”, acrescentou. Flamiano Martins também quis saber porque é que não se tinha contratado, por exemplo, uma empresa do concelho para prestar este tipo de serviço. Em resposta às dúvidas da oposição, o vereador Rui Teixeira começou por explicar que a nomeação de um ROC era uma situação que decorria da lei e achou estranha “esta desconfiança” em relação à empresa escolhida para fazer a certificação. “Não se pode por em causa a competência e o profissionalismo das pessoas. Neste caso estamos a falar de um Revisor Oficial de Contas que é um profissional, tem um código de ética e um controle de qualidade muito apertado, faz o seu trabalho com competência e não anda aqui a fazer favores a ninguém”, sustentou. Relativamente à escolha da empresa, Rui Teixeira explicou que ela teve em contra o bom trabalho anteriormente desempenhado pela mesma. “Nós recebemos muitas propostas de muitas empresas que queriam fazer a certificação das contas da câmara. A escolha teve em conta o conhecimento que se tem da competência da empresa em causa. Sabemos que fez um bom trabalho, que demonstrou competência, os valores apresentados estão dentro do limite legal e por isso a escolhemos”, explicou Rui Teixeira. Relativamente à ausência de um concurso público, o vereador explicou que não era obrigatório, acrescentando que os valores que iriam ser gastos com esta contratação durante 4 anos, correspondiam ao valor que era pago anteriormente ao Dr. Veloso em apenas um ano. Antes de votar a proposta o vereador Flamiano Martins fez questão de sublinhar que a intervenção do PSD não pretendia pôr em causa a competência de ninguém, no entanto sublinhou que os vereadores sociais democratas tinham dúvidas relativamente ao procedimento efetuado com vista à contratação. “Consideramos que esta proposta tem falta de elementos” |5 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 FeSTA DO MAR e DA SARDinhA eM vilA PRAiA De ânCORA DeCORRe ATÉ DOMinGO CAMINHA SeRviçOS MuniCiPAiS De CAMinhA COM nOvA ORGâniCA A proposta para uma nova orgânica dos serviços municipais de Caminha foi aprovada na última reunião de câmara com os votos favoráveis do PS e a abstenção do PSD. Miguel Alves explicou as principais alterações propostas no documento considerando que o mesmo tinha como objetivo criar canais de comunicação que permitam dar maior eficiência e mais resultados. “Após uma análise feita durante os primeiros 6 meses de mandato, decidimos construir uma nova orgânica hierarquizada que pretende dar capacidade aos vereadores para coordenarem as suas equipas”. Segundo o presidente esta nova orgânica tem características muito próprias que passam pela extinção do cargo de direção de departamento e a criação de mais uma divisão. “A partir de agora existem 4 divisões distintas muito concretas e muito hierarquizadas. Uma divisão de ambiente, economia e serviços, que vai apoiar as estruturas que estão o terreno como por exemplo os estaleiros. Tem a ver com os nossos operacionais em todo o concelho; Outra divisão ligada às finanças e á administração, uma área fundamental na medida em que aguenta todo o funcionamento da câmara e que tem cada vez mais desafios como legislação a cumprir ou relatórios a fazer; Uma terceira divisão relacionada com o urbanismo, obras e edifícios que tem a ver não só com aquilo que diz respeito às obras públicas e particulares, mas também com uma visão mais global do ponto de vista dos instrumentos urbanísticos do concelho e da gestão do edificado e património. A quarta divisão está associada a um trabalho mais cultural e social. Junta a educação, a cultura, a ação social e os serviços. Trata-se de uma divisão que partilharei com a vereadora Ana São João”. Para além das 4 divisões haverá também uma unidade municipal que estará integrada na presidência e a quem caberá tratar das reuniões de câmara, relações internacionais e acompanhamento do trabalho do presidente. Miguel Aves considerou a nova orgânica “uma estrutura muito simples”. Logo que a nova orgânica seja aprovada em Assembleia Municipal, os cargos de chefia caem e os novos dirigentes passarão por um concurso que o executivo pretende que seja o mais alargado possível, “com critérios de competência e eficácia bem definidos”. Relativamente a esta proposta, Flamiano Martins fez questão de sublinhar a legitimidade que cada executivo tem em ter a sua estrutura moldada de forma a desenvolver o seu projeto de ação política. “Por essa razão não nos apomos à presente proposta, independentemente de não concordarmos, com a mesma. Achamos no entanto abusiva a utilização da expressão utilizada na proposta que refere: “deficiências de funcionamento entretanto detectadas para justificarem a vossa proposta”. Segundo o vereador da oposição, desde que este novo executivo tomou posse, já operou muitas mexidas na orgânica de funcionamento dos serviços municipais, “conforme comprovam os diversos despachos exarados quer pelo presidente quer pelos vereadores”. Para o PSD esta é a proposta do PS, “é a vossa proposta e defende o vosso projeto de ação política. Não precisam de evocar deficiências detectadas, é uma vossa, é legitima e por isso não nos vamos opor”, sustentou |6 Esta a decorrer em Vila Praia de Âncora, até ao próximo domingo (29 de Junho), mais uma edição da Festa do Mar e da Sardinha, certame que este ano foi reduzido para 4 dias por opção da Câmara de Caminha. A Festa do Mar e da sardinha conta este ano com algumas novidades, nomeadamente no que toca à área da gastronomia com as conser- vas a marcarem presença na área de exposição, bem como a cozinha gourmet. Provas de vinho e showcookings animarão o recinto. A feira do livro é outras das GePAv queR ClASSiFiCAR OFiCinAS De FeRReiROS De vilAR De MOuROS A freguesia de Vilar de Mouros foi, durante muitos anos, considerada como a capital do ferro. A atividade, que começou a ganhar relevo no século XIX, empregou dezenas de ferreiros que ao longo dos anos foram realizando obras que se encontram espalhadas por todo o país. Atualmente, ainda são visíveis na freguesia, algumas ruínas dessas mesmas empresas, outrora prósperas. Trata-se de um património que o GEPPAV não quer que se perca no tempo. O Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense apresentou à Câmara de Caminha uma proposta de classificação das antigas oficinas de ferreiros de Vilar de Mouros e a construção de um museu dedicado à arte de trabalhar o ferro. Plácido Souto, um dos elementos do GEPAV, e ele próprio um dos ferreiros que trabalhou durante mais de uma década na indústria de Vilar de Mouros, explicou ao Jornal C o objetivo desta pretensão. “O que nós queremos é a classificação daquele património da nossa freguesia, que é muito valioso. Estamos a falar de empresas que nasceram no século XIX, que perduraram e fizeram diversos trabalhos não só aqui no Minho mas também em toda a Galiza”. Nas oficinas de Vilar de Mouros faziam-se diversas ferramentas e alfaias agrícolas que eram depois vendidas de norte a sul do país, como revela Plácido Souto. “Destas oficinas sairam muitas ferramentas, alfaias agrícolas, ferramentas de estuque, cutelarias, grandes obras de construção civil para muitos lados. Classificar o património existente para posteriormente criar o Museu dos Ferreiros é o grande objetivo do GEPAV que, para avançar com uma possível candidatura a fundos comunitários, contam com o apoio da câmara de Caminha. “O presidente já teve opor- novidades e a animação segue hoje, sexta-feira dia 27 de junho, com a atuação do “Sons do Minho”, a partir das 22 horas. Na zona envolvente ao portinho estarão patentes diversas exposições, nomeadamente uma subordinada ao tema “As raízes da comunidade piscatória de Vila Praia de Âncora” para visitar na sede da Associação de Pescadores, e uma outra de “Embarcações tradicionais e instrumentos de pesca” que estará patente no Forte da Lagarteira”. A Festa do Mar e da Sardinha aposta nas fortes ligações que aquela vila em particular e o concelho em geral têm ao mar, e por isso a organização pretende, com a sua realização, “valorizar o potencial turístico do património marítimo, com enfoque nas atividades, serviços e produtos ligados ao mar”. Na edição deste ano apenas estão autorizados a comercializar o peixe que sera servido na Festa do Mar e da sardinha, os pescadores de Vila Praia de Âncora. tunidade de visitar a oficina, esta a par da nossa ideia e mostrou-se muito recetivo e sensibilizado. Estou convencido que ele nos irá ajudar a formalizar uma candidatura para conseguirmos avançar com o projeto”. Para já o GEPAV pretende avançar com o processo de classificação de “interesse municipal” da antiga oficina de ferreiros de Vilar de Mouros. Durante vários décadas, dezenas de homens deram vida a uma das indústrias que foi das mais dinâmicas do concelho de Caminha: a arte de trabalhar o ferro. As oficinas de ferreiros acabaram por fechar portas em Vilar de Mouros, mas o GEPAV quer conservar esse património. Para além da oficina Fontes onde Plácido Souto chegou a trabalhar durante 12 anos, existia também a oficina Torres que se dedicava à construção de ferramentas para estuque e alfaias agrícolas, e uma terceira que era propriedade de José Cavada. Ao todo, as 3 oficinas empregavam perto de uma centena de trabalhadores. JORNAL PUB. O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 |7 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 DISTRITOCAMINHA ROMARiA De SãO benTO APOSTA nA inOvAçãO SeM PeRDeR A GenuiniDADe CAMINHA O verão está á porta e com ele chegam também as festas e romarias que se realizam aos milhares por esse país fora. Não há cidade ou lugarejo mas recôndito que não tenha sua, trazendo de volta à terra os filhos espalhados por esse mundo fora. Em Julho vai-se à romaria a São Bento, em Agosto à Santa Rita e em Setembro à Senhora da Bonança. Pelo meio contam-se dezenas delas como o Senhor de ao Pé da Cruz em Moledo, a Senhora d’Agonia em Caminha , o São João na Serra d’Arga , a festa das Solhas em Lanhelas e tantas outras. E isto só no concelho de Caminha porque por esse Minho fora não há um dia de descanso. É assim o Minho, repleto de alegria e cor, um infindável mar de sugestões onde o que custa mesmo é escolher porque é quase impossível estar em todas. De facto as romarias constituem um costume religioso cujas origens se perdem nos tempos. Geralmente têm a sua origem em cultos pagãos que frequentemente tinham lugar em antigos santuários que mais tarde deram origem a pequenas ermidas e templos cristãos, em torno dos quais se reza, canta e dança tal como outrora se fazia. Mas a romaria não é só reza, é também pretexto para festa, arraial e foguetório. Cumpram-se as promessas aos santos da devoção e depois toca a andar para a folia porque a festa está aí. |8 É a primeira grande romaria do concelho de Caminha, uma das mais antigas e a que mantem ainda muito da sua genuinidade. Referimo-nos ao São Bento de Seixas, festa que se realiza anualmente no mês de Julho e que atrai até àquela freguesia ribeirinha, milhares de romeiros. Este ano o programa arranca oficialmente no dia 2 de Julho com o início das novenas em honra de São Bento, e até 12 de Julho são muitas as propostas e novidades propostas pela Confraria de São Bento, entidade organizadora destas festividades. Em declarações ao Jornal C, Rui Ramalhosa, presidente da Confraria, revela alguns dos momentos altos desta festa cujo orçamento ronda os 40 a 50 mil euros. “Neste momento já estamos a ultimar os pormenores para que este ano as festas de São Bento sejam aquilo que os romeiros esperam: uma romaria tradicional, uma romaria religiosa e com muitos momentos de diversão. Sendo esta uma festividade “essencialmente religiosa”, como explica Rui Ramalhosa, a romaria arranca com as tradicionais novenas, “cujo ponto alto acontecerá no dia 5, com a realização de um sarau artístico no Santuário”. Participam neste sarau o Grupo das Paróquias de Lanhelas, Vilar de Mouros e Seixas, dirigido pelo Padre Ricardo Esteves e o Orfeão do Agrupamento Musical de O Rosal dirigido por Toñi Santos. “Julgo que esta será uma boa oportunidade para que as gentes da nossa freguesia e das freguesias vizinhas que se dedicam ao canto, possam estar lado a lado com as festividades de São Bento e ao mesmo tempo mostrarem a evolução que têm tido nestes últimos tempos”. As novenas a São Bento reúnem todos os anos muitas de- zenas de romeiros que, a pé ou de carro, ali se dirigem diariamente para agradecer ou pedir a bênção a este santo que é também o Pai e padroeiro da Europa. “Nós em Seixas temos um pouco a tendência de considerar que S. Bento é nosso, até lhe chamamos o São Bento de Seixas, mas a verdade é que ele não é nosso, é de todos, é universal. Claro que nós temos a nossa fé no nosso São Bento e, como nós temos, também todo o litoral norte tem. Nós temos romeiros que vêm à festa desde Viana até Melgaço e até da Galiza”. E foi precisamente a pensar nos romeiros da Galiza e num intercâmbio cultural e religioso que sempre existiu mas que nos últimos anos perdeu alguma expressão, que a Confraria decidiu este ano introduzir na programação alguns momentos protagonizados por “nuestros hermanos”. É o caso do Orfeão do Agrupamento Musical de O Rosal de que já falamos, mas também da Banda do Agrupamento Musical O Rosal dirigida pelo maestro Marcel Van Bree, que irá atuar no Largo de São Bento no dia 10 de Julho. Para Rui Ramalhosa este será um dos momentos altos da programação deste ano, visto tratar-se de uma banda de grande prestígio que irá reunir em palco perto de uma centena de elementos. “Este ano não teremos o habitual despique entre as bandas nos coretos como tem sido hábito ao longo dos anos. Vamos apostar num formato diferente e por isso vamos ter a Banda de Lanhelas a atuar a solo durante toda a tarde, até perto das 19 horas, ao que se seguirá a tradicional despedida na Capela. Mais tarde, a partir das 22 horas e depois da última novena a São Bento, a Banda do Rosal dará um grande concerto num palco grande montado para o efeito. En- JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 tre os elementos da Banda e os do Orfeão, serão mais de 100 elementos em palco. Julgamos que vai ser um espetáculo que vai valer a pena”. O concerto terá lugar no Largo de São Bento e a Confraria vai por à disposição do público cerca de 250 cadeiras para que possam assistir confortavelmente “a este grande espetáculo” Esta será a primeira grande novidade das festividades deste ano. Terminado o concerto pela Banda do Rosal, terá lugar um espetáculo de fogo de artfício, ao que se seguirá a habitual despedida no Santuário da Banda do Rosal. E a Romaria continua no dia 11, dia dedicado às grandes manifestações religiosas em honra de São Bento. O primeiro grande momento será a realização da missa campal que irá decorrer no Largo de São Bento, ao que se se- guirá a Procissão com dezenas de andores e centenas de figurantes. A procissão terá também algumas novidades como avança Rui Ramalhosa. “Este ano e por solicitação da nossa comunidade piscatória, que é bastante expressiva, decidimos envolver ainda mais os pescadores da nossa terra nesta festividade que é também muito significativa para eles. Assim lançamos o desafio a todos os pescadores para que decorem as suas embarcações, dando desta forma um brilho e um colorido diferente à passagem da procissão pela margem do rio Minho” Ao que parece o desafio foi bem aceite pelos pescadores e assim sendo, perspectiva-se outro momento interessante destas festividades. “No sentido de premiar o esforço dos pescadores, a Confraria decidiu criar um pequeno concurso que irá premiar as 3 embarcações mais originais e mais bem engalanadas. Os prémios serão entregues numa pequena cerimónia que terá lugar no dia 11 à tarde. “Será uma forma de homenagearmos a nossa comunidade piscatória”, refere o presidente da Confraria. “Já o fizemos anteriormente com a entrega de um diploma e uma medalha de São Bento a todos os pescadores que contribuíram com o seu donativo na denominada noite de São Bento, e vamos agora voltar a fazê-lo, premiando as melhores embarcações e assinalando a participação de todos com uma pequena lembrança”, acrescenta. As festividades do dia 11 prolongam-se pela noite dentro com uma noite dedicada ao Folclore, uma atividade que em Seixas já teve grande expressão e que depois de um interregno, a Confraria quer voltar a introduzir no programa. “Seixas já teve um grande Rancho Folclórico que infelizmente terminou. Nós não queremos que os Seixenses, principalmente os mais novos se esqueçam da sua etnografia, e por isso decidimos este ano dedicar uma noite ao folclore”. Os convidados são o Grupo Etnográfico de Vila Praia de Âncora e o Grupo Cultural e Recreativo os Camponeses Minhotos de Cerdal. A noite termina com a habitu- Atuação da Banda O Rosal “um momento alto das festividades” É um dos grandes destaques da Romaria. Esta banda de música da Agrupación Musical do Rosal iniciou a atividade em 4 de maio de 1986, sendo seu diretor D. Laureano Matos Barcia. Desde outubro do ano passa- do o diretor da banda musical é D. Marcel Van Bree. Desde a sua criação que organiza diversos atos culturais, concertos pedagógicos, de grupos de câmara, com acompanhamento coral… e desde o ano 1989 or- ganiza anualmente o “Festival de Músicos Xoves”, que já contou com a participação de bandas da Comunidade valenciana, Murciana e também de Portugal. A sua participação é solicitada numa infinidade de certa- al Serenata no rio Minho que este ano poderá também trazer algumas surpresas. “Estamos a tentar introduzir música e fazer desta Serenata um momento diferente e mais animado”, explica o presidente da Confraria de São Bento. O último dia de festa será no sábado, dia 12 de Julho, e o destaque vai para a atuação do Grupo “Roconorte” de Monção, uma presença habitual nas festas de São Bento e “uma boa escolha” como considera Rui Ramalhosa. “O Roconorte já conhece bem a nossa festa e adapta-se muito bem a ela”, explica. A Romaria 2014 em honra de São Bento termina, como não poderia deixar de ser, com um espetáculo de fogo de artifício a invadir de cor e brilho o céu desta freguesia que recebe a primeira grande romaria de Verão do concelho de Caminha. As expetativas em relação às novidades introduzidas é grande, e a Confraria espera que esta seja uma vez mais uma grande romaria que não defraude as expetativas dos muitos romeiros que são esperados na freguesia de Seixas. A São Bento só se pede que faça o milagre do bom tempo, “porque o resto fazemos nós, seixenses, os romeiros e todo o povo que temos a certeza virá prestar homenagem a São Bento”, remata o presidente da Confraria. mes, festivais, concertos… e realizou já importantes intercâmbios culturais com outras bandas galegas, assim como do resto de Espanha e Portugal. Atualmente, a banda é formada por 80 elementos, alguns deles já profissionais, com as suas carreiras musicais terminadas. O holandês Marcel Van Bree é o diretor da banda. Estudou no Conservatório Superior de Tiburgo, onde obteve os diplomas de clarinete e direção com as máximas classificações. Desde a sua vinda para a Galiza em 1992 a até ao ano de 2004 foi diretor do Conservatório Profesional de Lalín, da Orquestra de Câmara do mesmo e da Banda Municipal de Lalín. Foi diretor da “Banda Sinfónica da Galicia” e da “Banda da Federación Galega” no momento da sua fundação. Foi diretor da Banda Municipal da Coruña e do Coral Polifónica El Rco, também da Corunha. Atualmente é diretor da escola de música e da banda da Agrupación Musical do Rosal. Programa detalhado das festividades em honra de São Bento Dia 2 a 10 de Julho – Quarta-feira 21H00 – Início da novena a São Bento, com reflexões da vida e obra de são Bento, a cargo do Padre Ricardo Esteves. Dia 5 de Julho – Sábado 21H00 – Feira Franca, música gravada e novena de São Bento. 22H00 – Sarau Artístico no Santuário, com o Grupo das Paróquias de Lanhelas, Vilar de Mouros e Seixas, sob a direção do Padre Ricardo Esteves e com o Orfeão do Agrupamento Musical de O Rosal sob a direção de Toñi Santos. Dia 6 de Julho – Domingo 9H00 – Feira Franca e Música Gravada 11H15 – Missa no Santuário com o Grupo Coral de São Bento 22H00 – Novena de São Bento Dia 10 de Julho – Quinta Feira 8H00 – Alvorada 12H00 – Meio dia de fogo 12H45 – Entrada no recinto da Banda Musical Lanhelense 15h00 – Concerto pela Banda Musical Lanhelense Feira dos alhos e artesanato 19H00 – Despedia da Banda Musical Lanhelense 21H00 – Novena a São Bento 22H00 – Concerto no Largo de São Bento pela Banda do Agrupamento Musical O ROSAL dirigida pelo maestro Marcel Van Bree 24H00 – Monumental Espetáculo de fogo de artificio da Pirotecnia de Lanhelas 00H30 – Despedida da banda do Agrupamento Musical O ROSAL Dia 11 de Julho – Sexta-Feira 8H00 – Alvorada 9H00 – Entrada da Banda Musical Lanhelense 10H00 – Banda de Gaitas de Cardielos – Viana do Castelo 10H30 – Missa Campal no Largo de São Bento 11H30 – Majestosa Procissão em honra de São Beto de Seixas – Grande manifestação de fé – Dirigida pelo Agrupamento de Escuteiros 12H30 – Sermão na praia – Benção dos Barcos – Homenagem aos Pescadores de Seixas 15H00 – Concerto pela Banda Musical Lanhelense 19H30 – Despedida da banda no Santuário de São Bento 22H00 – Grande noite de folclore em Seixas com o Grupo Etnográfico de Vila Praia de Âncora e o Grupo Cultural e Recreativo os Camponeses Minhotos de Cerdal 00H00 – Serenata do Rio Minho – Festival de fogo de artifício no Rio Minho Dia 12 de Julho – Sábado 9H00 – Música gravada 10H00 – Entrada do Grupo de Bombos de Sopo 22H00 - 2º Arraial Noturno, com a atuação do Grupo Musical “ROCONORTE” 24H00 – Fogo de Artifício Encerramento da Romaria 2014-06-16 Dia 13 de Julho –Domingo 9H00 – Música gravada 11H15 – Missa solene no Santuário de São Bento |9 JORNAL SEIXAS É SÃO BENTO O culto a S. Bento na freguesia de Seixas remonta a tempos imemoriais. Reza a história que será anterior ao século VI e há documentos que provam que “em 1455, por provisão de D. Afonso V, é concedido o privilégio de se poder realizar uma Feira Franca no souto da capela – a chamada veiga do santo – por ocasião das festas em sua honra”. É portanto secular a veneração a este santo que ao longo dos séculos, geração após geração, se mantém intocável. Será então possível imaginar a freguesia de Seixas sem São Bento? Ricardo Esteves, pároco da daquela freguesia, diz que não. E vai mais longe, diz que é impossível porque “Seixas é São Bento”. Em declarações ao Jornal C a propósito da celebração de mais uma romaria em honra daquele santo, o padre Ricardo fala de uma “relação cultural e afetiva muito forte” entre a freguesia e São Bento. “É impressionante perceber a mobilização de toda a comunidade em torno de São Bento, inclusive por parte de pessoas que nem sequer são praticantes. Digamos que é um momento de paz. São dez dias que convidam a uma grande |10 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 afetividade e comunhão entre as pessoas, crentes e não crentes”. Esta relação cultural com os monges franciscanos, a ordem formada por São Bento, é secular e está intimamente ligada à existência de uma abadia naquela freguesia. “É por isso que em Seixas o padre tem o título de abade”, explica Ricardo Esteves. Era também aos monges que cabia a tarefa de atravessar de barco quem quisesse seguir para norte. A travessia era feita em pequenas embarcações que eram conduzidas pelos monges. A forma como os seixenses vivem o São Bento e como ele é “acarinhado pelas pessoas da freguesia”, é outro dos aspetos que Ricardo Esteves faz questão de salientar. Segundo o pároco, essa forma peculiar de viver o São Bento por parte da freguesia, atrai muitas pessoas de outras localidades, inclusive espanhóis. “Eu acho que o facto de vir muita gente, inclusive os espanhóis, tem a ver com a forma como os seixenses acarinham o São Bento. Para o padre Ricardo esta vivência é algo que está “ muito enraizado” nas pessoas e por isso mesmo “é impossível” imaginar Seixas sem São Bento. “É o ex-libris da freguesia”, sublinha. O culto a São Bento é exteriorizado pelas gentes da freguesia nos diferentes momentos da romaria que se prolonga por 10 dias. “Por vezes até de uma forma um pouco extravagante”, como confessa Ricardo Esteves que, de todos os momentos da festa, aquele que menos aprecia, é o do santo carregado de ouro e notas na procissão. “Eu não gosto mas respeito e compreendo porque as pessoas sentem orgulho em exibir isso. Mas se pensarmos que São Bento nasceu no seio de uma família rica italiana, e que por amor a Cristo e à sua fé renunciou a tudo, não faz muito sentido esta opulência”, explica. “Mas eu entendo que isso seja uma forma de acarinhar o Santo, que para os seixenses é o Sr. São Bentinho”, acrescenta. Mas afinal quem foi São Bento, ou São Bentinho como os seixenses gostam de lhe chamar? A história diz-nos que foi um jovem muito rico que um dia, “iluminado por Deus não tenho dúvidas”, decidiu renunciar à riqueza e à vida mundana e dedicar-se a esta ascese. Foi espontaneamente, por vontade própria que ele renunciou a tudo”, sublinha A novena em honra de São Bento é outro dos momentos importantes desta romaria. Nos 9 dias que antecedem o dia da grande festa, centenas de romeiros, vindos de diferentes localidades, a pé ou de carro, dirigem-se à capela para rezar e refletir sobre a vida deste santo. Ricardo Esteves fala de uma média de 500 pessoas durante a semana, um número que pode chegar aos 5 mil no dia da festa, sendo a sua maioria espanhóis. “É impressionante o número de espanhóis que vem a esta festa e apesar de eles terem o São Benedito, preferem o nosso São Bento”. Esta preferencia pode ter a ver, segundo o pároco, “com a forma acolhedora e o saber receber por parte dos seixenses”. À esta forma simpática de receber os romeiros juntase também os muitos milagres operados por São Bento e que vêm sendo relatados pelos fiéis como confirma o Padre Ricardo. “Há muitas pessoas que me relatam milagres impressionantes não só relacionados com os cravos nas mãos que desaparecem com as promessas, mas também outros. Estamos a falar de testemunhos verídicos que acabam por fazer parte da história. Eu já vi um senhor espanhol que quando chegou tinha as mãos cheias de cravos e no fim da missa já não tinha nada. Isto é a prova de que São Bento escuta e isso traduz-se na adesão das pessoas”. Quando à romaria propriamente dita ela não terá sofri- do grandes alterações quanto ao seu formato, para além daquelas que os tempos modernos impõem . As bandeirinhas de papel que outrora enfeitavam o espaço da festa, deram lugar às iluminações led, sinais dos tempos em que a palavra de ordem é poupança de energia e preocupação ambiental. Mas se por um lado manter esta genuinidade é importante, por outro lado há que saber acompanhar esta evolução e é por isso que Ricardo Esteves alerta para a necessidade de repensar alguns aspetos, nomeadamente no que diz respeito à parte profana. Segundo o pároco há que cativar mais a juventude com um programa que seja capaz de atrair gente mais jovem à romaria. “Eu julgo que a Confraria, que é a responsável pela orga- nização da festa, devia apostar um pouco mais na noite, com uma programação mais vocacionada para os jovens. Repare que esta geração que ainda vive do São Bento vai terminar e se nós não formos capazes de trazer os jovens à festa acaba por morrer. Em Melgaço já se está a apostar muito nisso”. No que toca à parte religiosa o padre Ricardo considera que a aposta em momentos diferentes, como foi o caso da missa campal, “foi uma boa aposta”. “Relativamente à parte religiosa penso que não se pode fazer muito mais, a grande aposta deverá ser agora na parte profana porque se é verdade que a vertente religiosa purifica, não é menos verdade que a pagã unifica. E isso é muito importante”, remata. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Ladrões varrem estabelecimentos do Camarido As bombas de gasolina e o restaurante do Camarido, no concelho de Caminha, foram assaltados na passada semana. O Jornal C conseguiu apurar que, do posto de abastecimento de combustíveis, os ladrões furtaram tabaco e o dinheiro que estava no interior da máquina, além de um cofre que se encontrava no interior daquele estabelecimento. Os ladrões, por identificar, assaltaram também a churrasqueira que se encontra no rés-do-chão do posto de abastecimento de combustíveis, tendo furtado 200 euros em dinheiro. As autoridades estão a investigar o caso. tos do envelhecimento CAMINHA Misericórdia de Caminha avança com apoio especializado às pessoas com demência As pessoas com demência que vivem no lar Santa Rita de Cássia, da Santa Casa da Misericórdia de Caminha, vão passar a ter um apoio mais especializado. A instituição foi uma das 20 do país contempladas com uma candidatura da União das Misericórdias Portuguesas que procura melhorar a qualidade de vida de quem tem qualquer tipo de demência. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Caminha, Carlos Fernandes, sublinha que, neste momento, o apoio vai ser prestado exclusivamente aos utentes do lar de Santa Rita, em Vila Praia de Âncora. “Trata-se do Projeto Vidas, uma candidatura da União das Misericórdias Portugue- sas com a qual a Santa Casa da Misericórdia de Caminha foi contemplada. É um projeto que visa dar melhor qualidade de vida aos utentes, prestando assim serviços qualificados nesta área”, explica Carlos Fernandes. A candidatura vai permitir formar diversas pessoas que prestam serviço no Lar, nomeadamente a diretora, um médico, um enfermeiro, um terapeuta, uma animadora cultural, cinco ajudantes de lar e uma ajudante no apoio domiciliário. “Esta formação vai permitir prestar um melhor serviço e um melhor atendimento aos utentes na área das demências e do Alzhaimer”, adianta o provedor. O Projeto Vidas vai abranger cerca de 20 % dos utentes do lar Santa Rita de Cássia. “Infelizmente no nosso lar, como de resto na maioria dos lares existentes no país, uma boa parte dos utentes sofre de demência e o contacto com a realidade vai-se tornando cada vez mais difícil. No nosso lar cerca de 20% dos utentes estão nessa condição e por isso mesmo sentimos que era necessário dar mais formação ao pessoal para conseguirem lidar melhor com estes casos e também prestar um melhor serviço aos utentes”. Numa primeira fase este tipo de serviço será prestado apenas aos utentes do Lar da instituição, mas Carlos Fernandes diz que posteriormente este poderá ser um serviço alargado à comunidade. Instituição aposta em software para contrariar efei- Portinho de Vila Praia de Âncora já tem plataforma flutuante reparada A Docapesca deu por terminada a obra de reabilitação das plataformas de apoio à náutica de recreio, em Vila Praia de Âncora. Em nota enviada à imprensa, a Docapesa, no âmbito das suas competências como Autoridade Portuária, anuncia a conclusão da obra, adjudicada no mês de Abril. O investimento, a rondar os 24. 400 euros, repôs as condições necessárias ao funcionamento da plataforma flutuante, onde atracam muitas das embarcações de pesca lúdica e de recreio no portinho de Vila Praia de Âncora. A infra-estrutura tinha ficado inoperacional no último inverno, devido às condições climatéricas. A Santa Casa da Misericórdia de Caminha vai avançar até ao próximo mês com o projeto Idade Maior. Tratase de um interface virtual de lazer e desporto que vai permitir o acesso a atividades de estimulação física e motora dos seniores. O projeto, que foi financiado pelo prémio BPI Seniores com 20. 500 euros, vai ser alargado a todas as instituições do concelho de Caminha que trabalham com pessoas com 65 ou mais anos. Até Julho, o projeto vai ser posto em prática, como revelou ao Jornal C o provedor, Carlos Fernandes. “Neste momento estamos a adquirir o hardware e o software já está pronto. Ao todo são sete instituições que vão beneficiar deste projeto que visa essencialmente ajudar os utentes na mobilidade e desenvolvimento das suas capacidades mentais”. Segundo Carlos Fernandes trata-se de um software bastante conhecido que visa ajudar os idosos a melhorar as suas capacidades. “No fundo é que se pretende é estimular as capacidades dos idosos porque não queremos que eles adormeçam com a idade”, explica o provedor. Cavalos selvagens atacam pessoas em caminha Um par de cavalos está a espalhar o medo entre aqueles que percorrem os montes do concelho de Caminha. Os animais já atacaram várias pessoas, uma delas com gravidade. O último ataque registou-se no passado fim-de-semana. Pedro Gonçalves, praticante de trail, percorria o monte de Santo Antão quando foi inesperadamente atacado. “Foi na zona do Alto da Espiga junto à capela de Santo Antão que eu fui atacado de forma bastante violenta. É o 5º caso reportado oficialmente e neste momento existem 3 queixas na GNR”. Segundo Pedro Gonçalves, o ataque não foi feito por um cavalo selvagem, mas sim por um animal que tem dono “julgo que de Moledo”. “O cavalo investiu sobre mim várias vezes, fiquei com uma série de escoriações e inclusive fui mordido nas costas. Não foi nada muito grave mas podia ter sido”, conta. Para se tentar defender e afastar o animal, o atlets teve que recorrer a pedras. Pedro Gonçalves mostra-se bastante preocupado com a situação, até porque aquela zona montanhosa que separa os vales do Âncora e Coura é bastante frequentada durante os meses de Verão. “É uma zona de fácil acesso e por isso mesmo muito frequentada por pessoas que inclusive até levam crianças. Imagine se acontece uma situação como estas? É complicado e perigoso”, sustenta. Os bombeiros voluntários de Caminha já foram chamados a prestar socorro a algumas das vítimas destes ataques. O comandante Luís Saraiva diz que as autoridades já conhecem o caso, mas os animais ainda não foram retirados do local. “Já não é a primeira vez que somos chamados para intervir em casos como este. Outros casos já foram comunicados às autoridades competentes que contactaram os proprietários dos animais mas ainda não conseguimos que os retirassem de lá”. Até ao momento ainda não se registaram situações graves mas isso não descansa nem as autoridades, nem quem por ali passa. “São animais de grande porte que ficam assustados e podem atacar e causar ferimentos graves”, explica o comandante dos voluntários de Caminha, que na passada semana voltaram a ser alertados para mais uma situação. |11 |12 eMPReeNDe+ O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 EMPREENDE JORNAL A ideia surgiu numa praia de Ibiza, corria o ano de 1988. A ilha, cheia de surpresas, praias paradisíacas, lugares charmosos e com uma das noites mais famosas do mundo, não podia ser mais inspiradora. António Rosas, Morais Vieira e Toni Novo, 3 amigos de longa data, decidiram em Agosto desse ano rumar até às Baleares para umas férias de verão que acabariam por se tornar reveladoras. De regresso, na bagagem, para além da roupa, trouxeram algo mais. Nada muito pesado nem a ocupar muito espaço, pelo menos na mala, já na cabeça não foi bem assim. Trouxeram uma ideia: abrir uma discoteca que rompesse com o tradicional. Morais Vieira, um dos fundadores do Club Alfândega, a discoteca que há 25 anos veio revolucionar a noite no norte no país, contou ao Jornal C como surgiu este projeto que na altura deu muito que falar . “O Club Alfândega foi um projeto que nasceu em Ibiza numa conversa de praia entre amigos que depois consubstanciamos quando regressamos de férias. Na altura eu e o António Novo já estávamos ligados à atividade da animação noturna através da exploração da discoteca Luzia Mar em Viana, da discoteca Onda em Afife e de um bar que existiu em Moledo, chamado o “Carinhoso”. Ibiza acabou por se transformar numa fonte de inspiração para estes 3 amigos que decidiram importar o modelo e avançar com um novo espaço que fosse totalmente inovador e diferente de tudo o que existia. O Club Alfândega não demorou muito a sair da bagagem e abriu um ano depois, em junho de 1989. “O que nós fizemos foi criar um espaço inovador e uma nova maneira de explorar a noite convidando figuras públicas, gente da televisão e manequins, para estarem à porta, nos bares e a animar a discoteca. Nesse aspeto fomos de facto inovadores”. O novo formato apresentado pelos 3 amigos depressa saltou para os jornais e revistas da especialidade que na altura consideraram a discoteca Alfândega uma das melhores discotecas de verão do país. Com tanto mediatismo o Club Alfândega rapidamente se trans- PROJeTO DO Club AlFânDeGA nASCeu eM ibizA encontrar o local ideial. “Como na altura estava na moda a questão da revitalização dos centros históricos que se queiram mais frequentados, decidimos escolher Caminha que já tinha alguma animação noturna, e aquele edifício pareceunos perfeito para o que pretendíamos fazer”. Sócios da Alfândega, da esquerda para a direita: José Pereira daSilva, Sandro Preto, António Pita Guerreiro, José iglésias, José Morais vieira, luís Teixeira e Francisco Torres formou num fenómeno de popularidade e num local de romagem obrigatório para os amantes e frequentadores da noite, e nem as longas filas de espera para entrar demoviam os que a queriam conhecer. “Vinha gente de todo o país”. Morais Vieira recorda uma noite em que foi à porta e o aglomerado de gente para entrar era enorme. ”De repente, lá no meio daquela gente toda, um grupo faz-me sinal para que fosse falar com eles e eu fui ver o que se passava. Um dos indivíduos que estava no grupo disse-me que já era o segundo fim-de-semana que vinha a Caminha tentar conhecer a discoteca e não conseguia. Eu vi que eles queriam tanto conhecer a discoteca que lá lhes facilitei a entrada. E isto não aconteceu só uma vez”, recorda. Romper com os formatos conservadores foi segundo António Novo uma boa aposta que durou alguns anos. “Na altura sentimos que era necessário acabar com aquele formato demasiado conservador das discotecas que existiam um pouco por todo o país, e injetar sangue novo na animação noturna”, explica. Mas afinal o que é que distinguia esta casa das demais? Desde logo a sua arquitetura, muito mais moderna que nasceu da recuperação de um edifício histórico. A utilização de novos materiais como o aço foi outra das novidades, rompendo assim com os tradicionais tecidos e alcatifas que habitualmente revestiam as paredes das discotecas. Por outro lado a animação também marcou a diferença. “A animação a nível de dj’s e de música também rompeu com o conservadorismo, passando do tradicional rock para um estilo mais moderno, com o house music a dominar”, recorda o fundador. E porquê Caminha e o Centro Histórico? Morais Vieira explica que a ideia inicial era que a nova discoteca ficasse o mais possível próximo da praia, mas depois de muito procurarem, não conseguiram Os anos que se seguem à inauguração são anos de ouro para a discoteca Alfândega. Por lá passaram famosos, vip’s e menos vip’s, gente anónima à procura de diversão. Em 1990 a Alfândega é uma referência a nível nacional e em 1991, junta-se ao projeto Jorge Mendes, o empresário de grandes nomes do futebol nacional e internacional. Em 1993 novos rostos se juntam ao projeto: António Pita Guerreiro, Sandro Preto e Alexandre Montes abrem o Alfândega Café, no andar superior. O projeto continua a crescer e em 1997 o trio inicial, Morais Vieira, Toni Novo e Atónio Rosas abrem a discoteca Prosak também em Caminha, no edifício do Hotel Porta do Sol. Um ano depois, em 1998, os dois projetos fundem-se e a Alfândega trabalha em simultâneo com a Prosak. Mas o projeto não para de crescer e em 1999 junta-se a ele o projeto a discoteca Indústria Agrícola em Vila Nova de Cerveira. Este triângulo passa a dominar a noite no distrito. A “casa mãe”, neste caso a Alfândega, poderia ter sido, segundo Morais Vieira, uma grande oportunidade para que Caminha se transformasse numa referência a nível da noite no norte do país. “Infelizmente isso não aconteceu porque se meteram outras histórias pelo meio e também alguma falta de compreensão por parte das pessoas que não viam com bons olhos este tipo de negócio. Eu sei que estas casas por vezes acarretam outro tipo de problemas, principalmente barulho, mas foi uma pena porque se fizermos bem as contas, Caminha ganhou mais do que o que perdeu com a Alfândega”. Vinte cinco anos depois e apesar de alguns contratempos, Morais Vieira acredita que Caminha pode voltar a dar cartas em termos de animação noturna. “Caminha passou por uma penumbra total, teve praticamente eclipsada, mas hoje em dia, com algumas pessoas de boa vontade, com dinâmica e ânimo pode voltar a reagir e a criar ascendência sobre outros locais. Acho que está a renascer e a Alfândega tem vindo a desenvolver, em conjunto com os bares, uma série de inciativas muito interessantes. O caminho é este e julgo que devem continuar porque estou certo que a curto prazo a árvore vai dar fruto e a noite de Caminha pode voltar a aproximar-se dos níveis que já teve no passado”. Apesar de tudo Morais Vieira alerta para a necessidade de se mudarem algumas mentalidades. “Há de facto alguns velhos do restelo que têm que mudar de opinião e começar a ver as coisas com outra mentalidade”, desafia. DeCiSõeS DiFíCeiS nunCA SãO FáCeiS De TOMAR E como foi licenciar, há 25 anos atrás, uma discoteca em pleno centro histórico com pessoas a terem que conviver lado JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 a lado com este tipo de estabelecimento? Pita Guerreiro, na altura presidente da câmara de Caminha, explica que “decisões difíceis nunca são fáceis de se tomar”, mas o então autarca explica que era preciso ir mais longe e ter uma visão daquilo que se queria para o concelho. “Caminha sofria na altura com o problema de falta de pessoas e era preciso cativar gente de fora para vir para cá, gente que tivesse em Caminha a sua segunda habitação. Mas para isso era preciso dar a essa gente alguma coisa em troca, não bastava as esplanadas, tínhamos que ter mais porque essas pessoas tinham filhos que só vinham se houvesse diversão. Isso pesou muito na nossa decisão e a verdade é que a partir daí também se verificou um grande boom na construção”. Pita Guerreiro recorda que quando tomou posse como presidente da câmara de Caminha, em 1976, “há 20 anos que não se construía uma casa nova no concelho, uma situação que posteriormente se alterou gaças a este e a outros projetos”, recorda. Vinte cinco anos depois da inauguração da discoteca Alfândega, Pita Guerreiro não se arrepende da sua decisão e alerta para a necessidade de se continuar a investir na criação de atrativos capazes de trazerem pessoas a Caminha. “Há vinte cinco anos atrás a moda eram as discotecas e por isso nós decidimos licenciar uma, hoje em dia os atrativos são outros, a moda são os desportos na natureza e penso que nesse aspeto Caminha tem um grande potencial que pode explorar de forma a atrair pessoas. Temos o rio Minho que é sem dúvida uma grande mais valia”, susten- ta o ex-autarca. Questionado sobre se a sua decisão não lhe trouxe na altura algumas dores de cabeça, Pita Guerreiro recorda que houve uma ou outra contestação mas de uma forma geral o processo foi pacífico. “As pessoas perceberam que o projeto era importante para o concelho porque trazia mais gente”. CLUB ALFÂNDEGA COMEMORA 25 ANOS COM FESTA A LEMBRAR “OUTROS TEMPOS” Uma festa a recordar “outros tempos” foi a surpresa preparada pela gerência do Club Alfândega, uma discoteca localizada em pleno centro histórico deCaminha e que este mês festejou 25 anos. Centenas de atuais e antigos clientes marcaram presença no evento que marca também o arranque de mais um verão que se espera muito animado em Caminha. A seleção musical esteve a cargo do dj Fernando Alvim que garantiu muita animação numa noite inesquecível que contou também com a presença de alguns dos sócios fundadores da discoteca. Depois da grande festa de aniversário, a discoteca Alfânde- ga promete regressar com muita animação e promete grandes novidades para este verão. Segundo Francisco Torres, gerente da discoteca, “o verão na âlfândega vai dar que falar”. |13 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Club Alfândega HÁ 25 anos a animar as noites do norte do país Foi inaugurada há 25 anos e chegou a ser uma das maiores referências da noite no norte de Portugal. Quando abriu, em 1989, o Club Alfândega foi notícia de norte a sul do país e o verão desse ano foi marcante para Caminha. Nos anos que se seguiram a noite caminhense passou a ser uma referência a nível nacional e assim permaneceu durante alguns anos. 25 anos depois de ter aberto portas, o Club Alfândega festejou bodas de prata com uma festa que reuniu inúmeros convidados, alguns deles diretamente ligados à fundação desta discoteca que, com altos e baixos, tem sabido sobrevi- |14 ver, mantendo-se ainda hoje atual como explica o seu atual proprietário, Francisco Rocha, que há uns anos atrás chegou a trabalhar naquela discoteca. À frente do Club Alfândega há apenas um ano, o atual gerente ainda se lembra bem do dia da inauguração. Na altura era um estudante de liceu que gostava de sair à noite e divertir-se com os amigos. “Tive privilégio de ser um dos convidados para a inauguração da discoteca e tenho essa memória ainda bem presente”, recorda. Atual, apesar dos seus 25 anos, a Alfândega foi e continua a ser “um marco” na noite. “Estamos a falar de uma casa com 25 anos que ainda está atual, com boa imagem e muito na moda”, explica Francisco Rocha. Mas se em 25 anos o Club Alfândega não mudou muito, o mesmo já não se pode dizer em relação à noite que, segundo este empresário, mudou radicalmente. “O que eu noto é que existe um déficit muito grande de valores na sociedade em comparação com o que se passava há 25 anos atrás. São formas completamente diferentes de estar na vida, de estar nos locais e de os respeitar”. Quando há um ano Francisco Rocha decidiu tomar as rédeas do Club Alfândega não imaginava que iria herdar uma casa com a imagem “tão degradada”. Foi uma surpresa desagradável mas que não o fez desistir e, depois de um trabalho intenso, o Club Alfândega está de novo “nos carris” ou seja, no caminho certo para voltar a ser a casa que era “com o prestígio que sempre teve”. “Para ter uma ideia, dentro de uma semana vai haver uma festa no Porto, para a qual foram convidadas a estar presentes a animar a noite, as 4 discotecas mais emblemáticas do norte do país. Nós vamos lá estar e isso é muito gratificante porque prova que estamos a conseguir pôr novamente o nome da Alfândega no sítio onde tem que estar”. Trazer bons dj’s á Alfândega tem sido uma das apostas desta gerência que explica que também aqui, nos últimos anos, as coisas mudaram radicalmente. “Nos últimos 25 anos verificou-se uma mudança muito grande nesse sentido. Os nomes dos artistas que se colocam dentro de uma cabine, a forma como eles se apresentam e interagem com o público é completamente diferente. Já não estamos a falar daquele dj que estava num cubículo, no alto de uma discoteca, em que a sua função era por discos a tocar. Hoje em dia um dj tem que fazer muito mais do que isso, tem que puxar pela animação das pessoas, tem que falar com o público e interagir de forma a criar animação. Digamos que há todo um espetáculo e uma encenação à volta do dj”, explica. Trabalhar a noite e na noite não é uma tarefa fácil e agradar a todos os públicos é por vezes complicado, confessa, Francisco Rocha. “É muito complicado porque temos que levar em linha de conta que as pessoas quando vão a uma discoteca, por norma, é para ouvir música. Com uma casa com 200 ou 300 pessoas não é fácil conseguir agradar a toda a gente. Criar uma imagem musical numa casa é portanto uma das tarefas mais complicadas e por isso é muito importante apostar em bons dj’s que se aproximem, o mais possível, do gosto das pessoas”. A juntar à boa música, há ainda que apostar num serviço de qualidade para agradar aos clientes. Ao fim de 25 anos e apesar de alguns momentos menos bons, Francisco Rocha não tem dúvidas que o Club Alfândega continua a ser uma referência a norte. A casa está sempre cheia aos fins-de-semana e o inverno, que é a altura mais complicada porque os maiores consumidores estão fora, a estudar”, conseguiu aguentar e fidelizar clientela. “De verão é fácil mas no inverno é mais complicado porque a maioria das pessoas que frequentam este tipo de casas, nomeadamente estudantes universitários, está fora, nos grandes centros e vem esporadicamente. Ainda assim podemos dizer que neste momento estamos a trabalhar com casa cheia”. O futuro da Alfândega passa, segundo Francisco Rocha, por melhorar cada vez mais o serviço aos clientes porque , como defende, “já não há muito mais para inventar”. “Como eu dizia no início, a discoteca apesar de ter 25 anos continua atual na sua arquitetura e, a não ser que se fizessem grandes obras de fundo que neste momento não são compatíveis, não há muito mais a fazer do que melhorar o serviço e apostar na satisfação dos clientes”, sublinha. Relativamente à noite de Caminha, Francisco defende a ne- JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 CAMINHA Banda de Lanhelas avança com concertos de música por falta de apoio para estágio de verão cessidade de um “upgrade muito grande” principalmente no que diz respeito à mentalidade dos empresários. “A noite de Caminha já foi uma referência muito grande e tem todas as possibilidades de voltar a ser. Nós temos coisas em Caminha que em muito poucos locais existem. Temos uma rua lindíssima, um largo com esplanadas que segura as pessoas que mais tarde poderão usufruir da zonas dos bares e da própria discoteca sem terem que pegar no carro para se deslocarem, o que é muito importante. Aquilo que na minha opinião tem que acontecer na noite de Caminha é uma mudança de mentalidades dos empresários. As pessoas têm que perceber, de uma vez por todas, que o tempo em que se abria uma porta e os clientes entravam para consumir já acabou. As coisas hoje em dia não funcionam assim, há que fazer um trabalho muito grande de fundo e nós temos bons e maus exemplos na rua. Se toda a gente olhar para os bons exemplos e os tentar copiar, não tenho dúvidas que em dois anos nós poderemos voltar a ter a Rua Direita em Caminha como ela era. Para ter uma ideia, ainda há casas que acham que por terem a música mais alta do que o vizinho isso lhes vai trazer mais clientes. Enquanto houver gente com este tipo de mentalidade no negócio não vamos a lado nenhum. As pessoas têm que se convencer que há regras para cumprir”. Para este empresário não basta chegar a sexta ou sábado e abrir a porta, existe todo um trabalho de casa que é preciso desenvolver. “Quando sai o último cliente no sábado a noite e fechamos a seguir a porta, já temos que começar a projetar o próximo fim-de-semana. E só quando as pessoas perceberem que tem que ser assim é que alguma coisa pode melhorar”. Com o Verão à porta e depois da grande festa de ani- versário, muitas outras surpresas estão a ser preparadas para que este seja um verão inesquecível com muita diversão. “Um verão que vai dar que falar”, garante o gerente da Alfândega. Reconhecendo o muito trabalho que há pela frente, num mercado em constante evolução, Francisco Rocha promete dar o seu melhor para levar o Club Alfândega ao lugar que merece, “ao top”. Os 164 anos da Banda Musical Lanhelense vão ser celebrados este verão ao som de música. Uma das bandas mais antigas do país vai comemorar mais de século e meio de atividade com três concertos a realizar em Junho, Julho e Agosto em Lanhelas, onde tem a sua sede. “Nós queremos, como já vem sendo habitual, assinalar mais um ano de existência com a realização de uma série de concertos, sendo que o primeiro se vai realizar já amanhã em Lanhelas. Trata-se do concerto de apresentação dos concertos de verão”, explica José Ramalhosa, presidente da Banda Musical Lanhelense. No dia 19 de Julho terá lugar o habitual encontro de bandas que este ano terá um formato diferente como conta o dirigente. “Este ano decidimos fazer uma coisa diferente, ou seja, decidimos estender o festival à outra margem galega e assim vamos poder contar este ano com a presença da Banda de A Guarda e do Rosal”. José Ramalhosa, explica que estes concertos substituem, de alguma forma, os estágios de Verão que a banda realizava, mas que, por falta de apoio financeiro, deixou de o fazer. Até 2008, os estágios da or- OCULISTA IDEAL DE CAMINHA José Augusto Fernandes Oliveira ( òptico desde 1967) PUB. questra sinfónica de Lanhelas atraíam jovens de todo o país e da vizinha Espanha. Eram mais de uma centena que se reuniam durante o Verão em Lanhelas para estudar música e partilhar conhecimentos. Todos os anos a direção da Banda pede apoio à Junta e à Câmara de Caminha para a realização de um evento que ronda os 10 mil euros e proporciona momentos musicais únicos, levando o nome de Caminha além fronteiras, mas desde 2008 que todos os anos a resposta é a mesma: não há dinheiro. Nem com a mudança de executivo na Câmara Municipal mudou a resposta aos apelos da banda. “Para nós seria muito bom mas também temos que aceitar que as condições financeiras por parte da câmara não são as melhores, as coisas não estão fáceis. E por isso mesmo temos que aceitar e tentar contornar e ir adiando”. Para colmatar a falta deste “grande evento” a direção da banda avança com outros de menor envergadura mas que não deixam de ser importantes. Para proporcionar o estágio, que anualmente reúne mais de uma centena de músicos de todo o país, a banda necessita de garantir alojamento e alimentação, o que ara a banda é incomprtável sem o apoio dasautarquias. “É lógico que eles se deslocam a título gratuito mas temos que contar com toda a logística que envolve todo o estágio. Estamos a falar numa média de 10 mil euros”. José Ramalhosa realça a realização deste tipo de eventos como uma oportunidade dos músicos da escola de Lanhelas poderem partilhar experiencias e inclusive equacionarem uma carreira musical, “a mesmo tempo que atrai muita gente de fora que vêm até Lanhelas para ouvir esses concertos. Penso que é uma mais valia a nível cultural. Na falta dos estágios a direção da banda avança com iniciativas menos dispendiosas, mas nem por isso menos interessanes. metalocaminha Sócio Gerente Sergio Meira - Telf. 919 983 235 Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE A sua visita o comprovará AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA Superareosa-Supermercaods, lda tel 258808090-fax 258838534 C.C. Camicentro, Lj. 23 (ao lado dos Bombeiros) Rua Visconde Rego 4910-156 Caminha | Telf./ Fax: 258 721 028 Telf. 258 727 399 | Fax. 258 727 382 | E-mail: [email protected] web:www.metalocaminha.pt | Lugar do Couto | 4910-201 Lanhelas |Caminha |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 CAMINHA RUAS DE CAMINHA COBERTAS DE TAPETES DE FLORES As ruas do centrto histórico da vila de Caminha e Vilarelho voltaram a cobrir-se de tapetes de flores para mais uma festa do Corpo de Deus que se realizou no passado domingo, dia 22 de junho, depois do Governo, de acordo com a igreja, ter abolido este feriado do calendário. A confeção dos tapetes iniciou-se no sábado ao fim da tarde com equipas de voluntários a trabalharem durante toda a noite. No domingo a vila acordou mais bonita, coberta de cor e com muitos visitantes a fazerem questão de testemunhar este trabalho levado a cabo pela paróquia em colaboração com a comunidade. À tarde realizou-se a habitual procissão do Corpo de Deus na qual desfilaram os estandartes e cruzes de todas as freguesias do concelho, bem como o gigantesco S. Cristóvão e o São Jorge a cavalo. A comunidade caminhense está uma vez mais de parabéns pelo excelente trabalho realizado que trouxe até à vila milhares de visitantes. |16 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 DISTRITOCAMINHA |17 JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 ARCOS DE VALDEVEZ CAMINHA PAREDES DE COURA Autarcas de Cerveira e Tomiño reafirmam amizade com visão no futuro Uma verdadeira festa galaicominhota assinalou o 10º aniversário da Ponte da Amizade, que contou com a formalização da “Carta da Amizade” que reforça os laços entre os municípios vizinhos de Vila Nova de Cerveira e Tomiño. Intervenções dos representantes municipais recordaram o passado, mas focaram-se no futuro com algumas intenções já firmadas no documento. Cerca de meio milhar de pessoas, cerveirenses e tomiñenses, participaram nas comemorações do décimo aniversário |18 da Ponte Internacional sobre o rio Minho – Ponte da Amizade, e concentraram-se no meio da travessia para assistir ao assinalar de um marco histórico. Marcaram ainda presença algumas individualidades e entidades direta ou indiretamente ligadas à construção desta travessia, nomeadamente o Engenheiro Luís Braga da Cruz, o ex-alcaide de Tomiño, representantes da CCDR-N e da Junta da Galiza, a diretora do Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça Galiza-Norte de Portugal, entre outras entidades concelhias. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira lamenta o facto de ter endereçado convite aos ex-autarcas do concelho envolvidos no processo, Germano Cantinho e José Manuel Carpinteira, e que, por razões que desconhece, não estiveram presentes na cerimónia. Os bombos do concelho de Vila Nova de Cerveira (Cornes, Covas, Loivo, Nogueira e Sopo), o Rancho Folclórico e Infantil de Gondarém e as trovoadas de Tomiño abrilhantaram a cerimónia, com os seus sons e trajes tradicionais. Durante a sua intervenção, a alcaldesa de Tomiño frisou que a construção desta travessia representou “mais do que uma grande obra”, demonstrando que os povos de Vila Nova de Cerveira e Tomiño sempre estiveram unidos, não existindo fronteiras. Sandra Gonzalez afirmou que a Ponte da Amizade significou para Tomiño centralidade - colocando o concelho entre dois pólos importantíssimos, Porto e Vigo - e conectividade - recorrendo ao exemplo do comboio de Vila Nova de Cerveira, fundamental para a comunidade tomiñense. “Costumo dizer que Tomiño tem comboio, por isso queremos potenciar este meio de transporte”, assegurou. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira sublinhou que a Ponte da Amizade representou um marco histórico, “a concretização de um sonho de muitos anos que permitiu agilizar as relações entre as duas comunidades vizinhas, aprofundar laços históricos, relançar o intercâmbio comercial e reforçar os laços culturais”. Fernando Nogueira afirmou que a Euro-Região Galiza-Norte de Portugal “ficou mais valorizada com a supressão de um constrangimento na mobilidade entre estas duas margens do rio Minho e a consequente potencialização das relações transfronteiriças”. Numa perpetiva futura, o edil cerveirense manifestou vontade de alargar ainda mais esta ‘ponte’ de amizade através da consolidação das relações bilaterais entre cerveirenses e tomiñenses, e a formalização do trabalho que já se faz em conjunto, “de forma a contribuir para uma maior integração deste municípios na Euro-Região e ajudar a construir um futuro melhor para as próximas gerações”. As vereadoras da cultura de ambos os municípios, leram a “Carta da Amizade” que potencia a realização de iniciativas comuns no âmbito cultural e desportivo e as amplia a outras áreas, nomeadamente na cooperação urbanísticoambiental; na valorização do património natural e cultural, com especial enfoque para a área envolvente do rio Minho; na promoção da gestão partilhada de equipamentos e serviços públicos de ambas as entidades; e na definição do modelo de gestão para o futuro deste projeto avaliando a necessidade de criar um organismo com personalidade jurídica para a implementação do programa de acção de cooperação transfronteiriça Cerveira-Tomiño. Após a assinatura da Carta da Amizade, as coletividades presentes usaram a Ponte da Amizade como palco para atuação e demonstração dos seus usos e costumes ao nível da música e dança, uns de cada lado, para no final se juntarem numa verdadeira festa galaico-minhota, misturando-se. PONTE DA BARCA PONTE DE LIMA Câmara de Cerveira e CEVAL avançam com parceria O município de Vila Nova de Cerveira e a CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho, formalizaram o processo de gestão do CAE - Centro de Apoio às Empresas pelo período deste mandato autárquico, com o objetivo de aumentar a própria competitividade dos parques empresariais, através da criação de ideias, projetos e atividades que sustentem a dinamização e o apoio às empresas ali instaladas, e que potenciem significativamente a capacidade de atração de investimentos por parte destes parques. Durante o ato protocolar, o edil cerveirense assinalou o estreitar ainda mais forte das relações entre estas duas instituições, consumado neste primeiro passo da gestão conjunta de alguns equipamentos de interesse público, mas sobretudo de interesse empresarial. Fernando Nogueira salientou que está ainda plasmado no protocolo que esta relação com a CEVAL possa, no futuro, enveredar por outros vetores. O autarca lançou alguns indicadores “interessantes” que colocam o tecido empresarial de Vila Nova de Cerveira bem posicionado, quando comparado com a média distrital e nacional. Entre as mais de 40 empresas e as cooperativas dependentes, os dois pólos empresariais contabilizam cerca de 2 mil trabalhadores. “As nossas empresas estão de boa saúde e souberam resistir à grave crise que assola o país”, garantiu, acrescentando: “Temos um índice de empregabilidade muito próximo dos valores de 2008/09, além do nível de remuneração estar acima da média do distrito com a aposta em mão-de-obra qualificada. Números muito importantes para Vila Nova de Cerveira, mas também para a região, e que comprovam que a política de gestão dos dois polos empresariais praticada nos últimos anos foi a mais correta, contribuindo para o alcance de resultados positivos”. Na sua intervenção, o presidente da CEVAL enalteceu que esta parceria vai fazer jus a uma zona empresarial “de excelência”. Luís Ceia disse que já foi desenvolvido muito trabalho, mas há ainda um caminho a percorrer no sentido de “a partir daqui se fazer uma maior aproximação à área empresarial transfronteiriça”. O empresário acredita que a formalização deste protocolo oferece todas as condições para que se crie, a partir de Vila Nova de Cerveira, um Núcleo Empresarial de todo o Alto Minho. Após a assinatura formal do documento, os representantes das duas entidades, e outros dirigentes presentes na cerimónia protocolar, fizeram uma visita às instalações do CAE, localizado no Parque Empresarial de Cerveira, Pólo 2, nomeadamente aos espaços cedidos para gestão (edifício sede, auditório e salas de formação contíguas). JORNAL distrito O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA VIANA DO CASTELO Alto Minho aposta na rede de ecovias Empresa galega cria 30 novos postos de trabalho em Cerveira Numa perspetiva de reforçar a sua capacidade produtiva, o Grupo Marfrío SA, empresa galega dedicada à produção e venda de peixe congelado, inaugurou recentemente uma nova linha de produção na unidade fabril de Vila Nova de Cerveira. O presidente da Câmara Municipal, Fernando Nogueira, ajudou a cortar a fita. A Pralisa Produtos Alimentares e Pescas S.A., fábrica deste grupo localizada no Pólo II da Zona Industrial de Cerveira, acolhe uma nova linha de pré-cozinhados, criando mais 30 postos de trabalho. Após um período de experimentação, a nova linha já se encontra a trabalhar com normalidade. Com mais de 70 metros, vai permitir ao grupo duplicar a sua capacidade de fritos, numa aposta na diversificação do produto e na internacionalização. A cerimónia inaugural contou com a presença da direção da Marfrío, os sócios, o diretor da Autoridade Portuária de Marin e o presidente da Câmara Municipal, Fernando Nogueira. Antes do corte oficial da fita, os convidados tiveram a oportunidade de visitar as instalações da fábrica, para depois conhecer mais de perto o trabalho desenvolvido na nova linha de produção. O presidente do executivo cerveirense, Fernando Nogueira, destaca um exemplo de sucesso que, mesmo perante a crise nacional e internacional, conseguiu não só resistir, como avançar para novas oportunidades de negócio, consumado neste investimento. Lulas, gambas e bacalhau são alguns dos produtos que pertencem a este sector de negócio da Marfrío, que também comercializa outro peixe e marisco sem pré-cozinhar. O sucesso alcançado por este grupo deve-se muito à capacidade de realização de todos os processos necessários, desde a limpeza e corte, congelação e embalagem em vácuo. A unidade fabril instalada no concelho cerveirense há 16 anos, e que ocupa um lugar de destaque no tecido empresarial, dá trabalho a mais de 300 trabalhadores. Cerca de 70 por cento do produto fabricado é destinado a exportação, especialmente Alemanha, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão, tendo também agora conseguido entrar no mercado dos Estados Unidos da América. A Rede de Ecovias do Alto Minho está a crescer com a consignação que acaba de ser feita da segunda fase da ecovia de Arcos de Valdevez. Um percurso que se desenvolve ao longo do rio Vez, desde a Ponte de Vilela até ao Castelo de Sistelo, numa extensão de cerca de 10,5 quilómetros. Esta obra dá continuidade à primeira fase (em execução), com cerca de 22 quilómetros e que se desenvolve ao longo dos rios Lima e Vez: do limite concelhio de Arcos de Valdevez, em Jolda S. Paio, até ao lugar da Igreja em Sistelo. A obra foi consignada por cerca de 338 mil euros mais IVA. Uma empreitada que é financiada em 85 % por Câmara de Viana contesta capitalização do FAM pelos municípios ACâmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, um voto de repúdio pela proposta do Governo de os municípios alocarem capital social ao Fundo de Apoio Municipal (FAM). Segundo fonte da autarquia, esta medida vai pôr em causa a atividade municipal e o apoio social às populações. O Governo, em Conselho de Ministros, estabeleceu o regime jurídico da recuperação financeira municipal, que regulamenta o Fundo de Apoio Munici- Concurso de Ideias Minho Empreende termina a 30 de Junho Termina a 30 de junho a 2ª edição do Concurso de Ideias Minho Empreende, que visa a Criação de Iniciativas Empreendedoras em Territórios de Baixa Densidade no Minho. O objetivo é eleger a melhor ideia de negócio nas áreas: Turismo; Agroalimentar e Pro- dutos Tradicionais; Ambiente, Natureza e Paisagem e Cultura e Património, em cada subregião do Minho: Ave, Cávado e Minho Lima, a qual o concelho de Caminha pertence. O Concurso de Ideias Minho Empreende é uma iniciativa da ADRAVE – Agência de De- senvolvimento Regional, do BICMINHO – Centro Europeu de Empresas e Inovação do Minho e da INCUBO - Incubadora de Iniciativas Empresariais Inovadoras. Este concurso abarca os municípios das NUTS Ave, Cávado e Minho Lima. O objetivo Fundos Comunitários. Entretanto também arrancou na passada semana a construção da 2ª fase da Ecovia ‘Caminho do Rio’, Troço Rural Nascente, que vai ligar os concelhos de Vila Nova de Cerveira e Valença. O investimento é da ordem dos 600 mil euros e o prazo de execução previsto é de um ano. Os autarcas dos dois municípios vizinhos encontraram-se no extremo para assinalar o início dos trabalhos. A empreitada, que decorre a norte do concelho cerveirense, nas freguesias de Campos e Vila Meã, visa a construção de mais sete quilómetros de Ecovia que permitirá a ligação entre a Ecovia já executada (Gondarém, Loivo, Vila Nova de Cerveira e Lovelhe) e a Ecovia de Valença em fase desta 2ª edição é selecionar, avaliar e valorizar ideias e/ ou projetos inovadores, em diversos setores de atividade, que potenciem a valorização dos recursos endógenos do Minho, em torno de quatro temáticas setoriais: Turismo; Agroalimentar e Produtos VILA NOVA DE CERVEIRA de construção. Esta 2ª fase da Ecovia aproveita trilhos ou caminhos de servidão já existentes, articulando cinco pontos de ligação principais no seu trajeto. À semelhança do executado na primeira fase, adotou-se uma uniformidade de soluções técnicas e funcionais, pretendendo-se a criação de um percurso harmonizado com a paisagem envolvente, sem recorrer a alterações na topografia do terreno nem a alteração/destruição dos alinhamentos vegetais existentes. Trata-se de um percurso em estreito contacto com a natureza, de pequena rota e simultaneamente pedestre e ciclável, estendendose preponderantemente ao longo da margem do rio Minho e destinando-se a todas as pessoas, incluindo as de mobilidade reduzida. pal, onde se verifica uma repartição do capital social do Fundo de 70% para os municípios e de 30% para o Estado. Perante esta decisão, o executivo camarário de Viana do Castelo aprovou por unanimidade um voto onde repudia aquilo que diz ser a “intenção de lesar novamente os municípios cumpridores”. Em nota enviada à imprensa, o executivo liderado pelo socialista José Maria Costa defende que, a efetivar-se, a decisão do Governo vai pôr em causa a sustentabilidade e a progra- mação financeira dos municípios, comprometendo os projetos já programados e orçamentados e a atividade municipal. O presidente da Câmara solicitou, entretanto, à Associação Nacional de Municípios um congresso extraordinário para debater as regras que obrigam as autarquias a alocarem capital social ao Fundo de Apoio Municipal. Para o autarca trata-se de um verdadeiro “assalto à mão armada aos municípios” já que em causa estão cerca de 650 milhões de euros, a ser suportados em 455 milhões pelas Câmaras Municipais. Tradicionais; Ambiente, Natureza e Paisagem e Cultura e Património. Podem candidatar-se pessoas, a título individual ou coletivo, que pretendam implementar projetos inovadores nas áreas referidas. Os interessados poderão obter mais informações nas instalações da ADRAVE, no BICMINHO e na INCUBO. Assim, à melhor ideia de negócio em cada sub-região do Minho será atribuído um 1º prémio que consiste em: um ano de serviço de contabilidade/cogestão; desenvolvimento da Imagem Corporativa, que inclui desenvolvimento do logótipo, aplicação a papel carta, envelope e capa folder e manual básico do logótipo; e uma Publireportagem de 3 a 5 minutos a passar num dos programas generalistas do Porto Canal. |19 JORNAL Apesar de tudo, diríamos haver “razões de amor” bastantes e suficientes que sobressaem do seio de uma vida passada com a “regra de cabotagem” no saco, ou de metamorfose em metamorfose, entre algumas exposições e as vindas e idas durante uma Guerra Mundial ou ainda nas buscas tropicais – no Brasil – com uma grande exposição. Por último acrescentamos ser esta uma 2ª edição de “Apenas uma Narrativa”. Depois de referenciar todo o apreço que (já formalmente) esta obra nos merece, José A: França irá exigir – a sua mensagem – para esta 2ª edição, o respeito pelos trinta e cinco anos já passados sobre a 1ª edição coincidente com o lançamento da revista Variante. Este tipo de memória corresponderá ao apelo do espírito criador impresso nesta “simples” narrativa? De qualquer modo, sensibiliza-nos muito mais ver nesta bela historia como que marcas de uma certa e dramática “orfandade” – “como uma coisa sozinho…”. Aquele dramatismo acabaria por não contemplar a nossa sensibilização. Aquele tipo de memória será então (apenas) clínica; apenas analítica ou tão só escolar…? Mas o fervor e a criatividade (espirito impresso) permaneciam como que longínquos, pairando saudosos numa narrativa dramaticamente órfã porque ´r “sem filhos nem país”. c) da prosa sua e depois nos enlevará a aceitar com o máximo orgulho e apreNesta alínea pretende-se um ço a sua “Dedicatória ao Senhor avanço na intrinsecidade da obra Aquilino Ribeiro”. deste autor. Guiar-nos-emos agora, nesta deambulação crítica, Do prefácio pela mão e escrita própria que acabam por marcar a prosa sua. Seguindo este preâmbulo conAgora referenciam-se os as- viria perguntar: será o título que petos mais relacionados com o se dá a uma obra (criada) de meestudo e as opiniões desenvol- nos importância, nomeadamente vidas pessoalmente. Por outro quando essa “intitulação” aprelado, penso que estas notas não senta uma irredutível “cumplideveriam ficar como um mero cidade”? exercício académico. Enfim, apadrinhar algo (tanto Mesmo quando da (auto) crí- como alguém) seria como dar tica se trata o autor continuará u nome – nomear – ou melhor, a assemelhar-se a um narrador atribuir uma designação que se que translucidamente nos im- quer própria. porá primeiro o seu Prefácio, Assim, o ato de dar nome, esco- CAMINHA PEDRO, Caminhou José Domingos Matos Araújo |20 história O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 lher uma designação, responde à intrinsecidade de uma realidade mais séria. Os padrinhos devem (sempre) repensar ou doutro modo, melhor, ponderar a mensagem e os votos que inscrevem no apadrinhamento do que agora irá ser o designado… Apesar desta frieza analítica devemos reconhecer que a questão se desenvolve em torno de um título, garante de si o valor de uma nomeação como se de um belo fruto se tratasse, como implicando alguém ou, em suma, co-responsável de uma verdadeira criação (não só de nomes)… Depois do título simples, mas não de somenos importância, cuidará o “padrinho” (o pai-autor) de lhe atribuir uma maior e verdadeira singeleza. Chegar-se-ia ao fim de alguns “raciocínios” e assentar-se-ia chamar a este “livro”: Apenas uma Narrativa. O título singelo e a singeleza verdadeira obrigam a arremeter um gracejo ao romance, que na maioria dos casos se revela como narrativa daquilo que não aconteceu… Mas o gracejo que este título propõe para o romance ainda de esta narrativa, “embora não sendo costume”, admitir ser (também) uma narrativa daquilo que não aconteceu! Ou seja, ela revela muito mais a intrínseca vontade em escrever bem como algo mais. Mesmo que muito teorizássemos, ainda que muito se estudassem as partituras, os modos e os tipos ou classificações, em sérias tertúlias literárias nunca acharíamos “fácil” definir “o “como se deve chamar) que é: romance, novela ou conto. Ainda assim, apesar de tudo o autor acabará por reconhecer em, Mário de Andrade uma “justa teoria”: “Romance é aqui- lo que o autor resolveu designar assim”. Depois, no “Prefácio” admite que é também aquilo que a boca fala e faz escrever numa “história simples como as plantas…” que nascendo na extrema naturalidade vegetal vão contendo as suas “formas inesperadas”. O inesperado das formas não seria mais do que a sugestão de uma verdade que por vezes um certo “absurdo” carrega. Será essa lógica possível?… E esta lógica possível, porque se torna ela assim tão verdadeira ou, doutro modo autêntica?… A reclamação pura de um espírito que evoca a imaginação (ou o onírico) autêntica e verdadeira que atinge de igual modo aquela dos artistas que o povo entende… e que consagra os “…oleiros da romaria que têm condões e trazem metáforas naquilo que fazem” depois viriam ainda aqueles que contam e inventam entreténs para serões de província. Comunicando ao leitor que “A história que vai ler-se…” “é narrada de forma sem pretensões…” confirma-se o facto de ser “Apenas uma Narrativa”! Ainda, e porque ao autor lhe pareceu bem, bem a podemos sub-nomear de romance. Depois de toda esta cortesia em explicar (ao leito) algumas coisas ligadas com a vida e o nascer das suas letras, António Pedro recomendará a quem não “cheguem estas explicações, absolutamente desnecessárias…” que: “(…) não leia este livro”. Sátira ou ironia? De qualquer modo bem lhe podíamos descobrir uma magia autentica e, do poeta extraordinário desconhecido, neste “Prefácio” vai aparecendo o narrador que re-inventa maravilhas “fáceis” como a do : “(…) rico pico serenico quem te deu tamanho bico ou de ouro ou de prata mete aqui nesta buraca”. A dedicatória ao senhor Aquilino Ribeiro Depois de mostrar a autenticidade lógica de algumas verdades como as dos oleiros de romaria, esta narrativa sem pretensões irá, com um reconhecimento aprezado e sincero, ser dedicada a esse grade mestre. Parecer-nos-ia ainda esta dedicatória uma ato de choque, Tal como Almada Negreiros, pouco importa a A. Pedro o que se pense desse seu gosto em fazêla de um modo público. De resto, o espantado “choque” seria apenas de uma “…essa toda- a-gente”. Ao amigo, possivelmente também surpreendido ou admirado com esta dedicatória, diz-lhe querer dar as boas “explicações” comunicando-lhe ainda que muito se enriquece a sua obra com uma dedicada atribuiçãoo desta narrativa. Ao mestre há-de “confessar que no ambiente da arte bem como “…com tudo, cabem apenas estas duas espécies” que é o mesmo que dizer: bom e mau. Depois reconhece o mérito do (bom) mestre e reafirma-se a companhia de aquilino. Contudo, também entre os bons e os maus se podem considerar (e cohabitar) as “diferenças”! Algumas de educação, outras possivelmente de gosto, ou ainda impressas por uma origem - as regiões que formaram uma vivência própria, profundamente autóctone… Mas apesar deste resto diferencial não se conseguirá abalar o que de superior existe entre os bons companheiros. António Pedro falando dessas diferenças usa uma “metáfora” ou imagem que anda na boca do povo: “… pulgas que cada um tem a seu modo de matar (…)”. Para bom entendedor meia palavra basta e parece-me que a Aquilino esta linguagem é familiar. Com a idade de um filho em relação a Aquilino Ribeiro, as diferenças no matar (catar) das pulgas ou apesar de “tão oposta educação estética” não se pode destruir a dedicada admiração pelo … “Senhor Aquilino Ribeiro”. Não querendo “adiantar conversa” sobre “modernos e antigos”, preocupado com o seu (dos dois) momento ou contemporaneidade , vai reagir contra o insulto com a “Academia” (…em más companhia) queria “premiar” o mestre. Assim: António Pedro prefere a boa companhiade Aquilino às más… Assim dedica abertamente, com ensejo de solidariedade e reconhecimento. Depois a linguagem do narrador aproximar-se-á das tonalidades estéticas como em certas passagens “a lembrar” Almada Negreiros. Subindo o tom dardeja contra injusta Academia e suas “más companhias…”: (…) soldados uniformizados como os outros, satisfeiros de abotoarem o mesmo dolman com botõezinhos de outra cor. Continua JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 OPINIÃO Diamantino Bártolo PODER LOCAL DEMOCRÁTICO em géneros, evitando-se as tentativas de distorção da realidade, ou as, por vezes, injustas análises informáticas a partir de dados incorretos, introduzidos no sistema, por desconhecimento da A construção da sociedade muitos outros países, ou institucionalizar o verdadeiro públicas, que administram realidade existente. humana, por pessoas com as até em todos os países conceito social, que pode os recursos financeiros No espaço territorial mais diversas e insondáveis do mundo, há um grande significar: «(…) o sentido que têm disponíveis. dos pequenos municípios caraterísticas biopsíquicas, trabalho a desenvolver, no das repercussões dos atos Acredita-se ser possível a é relativamente fácil determina uma complexidade domínio da intervenção pessoais sobre a vida social. qualquer Câmara Municipal às respetivas Câmaras que, possivelmente, não se social e comunitária, na Não há verdadeira caridade assumir uma tão nobre Municipais, dotarem-se encontrará em nenhum medida em que os problemas sem o sentido social, sem função, estruturando um dos meios adequados para outro agrupamento animal sociais são diversificados e o cuidado e atenção às Serviço de Assistência combater este flagelo, sem ou vegetal, nos quais o que afetam grandes camadas das pessoas e ao bem comum. Social para toda a área necessidade de recorrer a mais predomina são os populações, o que se pode A formação do sentido do município, em parceria muitos técnicos e pessoal instintos gregários de defesa verificar, inclusivamente, social é de uma necessidade com as Juntas de Freguesia, de apoio, desde que possam do grupo e manutenção do nas pequenas comunidades peremptória. É necessário as instituições privadas aproveitar as capacidades, território, sob o controlo rurais, nos centros urbanos fomentar cada vez mais de solidariedade social conhecimentos e generosa do mais forte da respetiva e localidades periféricas em todas as classes e em e as próprias empresas, disponibilidade dos membros espécie. às grandes metrópoles e, todas as idades. (…) Estas cuja coordenação ficaria das Juntas de Freguesia que, O ser humano, na primeira com algum significado, já no são as linhas chaves do na responsabilidade do em regra, nunca regateiam a fase da vida de cada indivíduo, interior das cidades. edifício social: A eminente executivo, concretamente sua colaboração, bem pelo nem sequer é o mais forte, Situações que vão: do dignidade da pessoa humana; no vereador que tivesse tal contrário, sentem-se muito bem pelo contrário, a desemprego de longa a igualdade essencial de pelouro atribuído (ou mesmo honrados e dignificados, fragilidade, a insegurança e a duração ao emprego todos os homens; a estreita na presidência), incluindo-se quando são chamados a desconexão de movimentos, precário; dos salários solidariedade dos seres neste projecto as próprias participar nos projetos são caraterísticas bem insuficientes (e/ou ao não humanos. O homem sujeito pessoas, verdadeiramente que dizem respeito às suas visíveis. Nos primeiros anos pagamento dos mesmos) às de direitos e deveres.» interessadas na resolução populações, às suas terras, ao seu concelho e até de vida, quase não se verifica reformas exíguas, às quais (GALACHE, GINER, de sua situação social. ao seu país. qualquer supremacia em se aplicam elevadas taxas de ARANZADI, (1969:241). Concordando-se com a As autarquias locais: não relação aos outros seres. tributação ou até se reduzem O combate a esta verdadeira metodologia segundo a Existe, sim, desde o momento os seus valores absolutos; das chaga dos tempos atuais, qual: «Acreditamos que se pretendem, legalmente, não da conceção, a dignidade doenças em listas de espera que são as questões sociais, deva adoptar um estilo de podem; e institucionalmente, não devem trabalhar, na devida à pessoa humana, para uma primeira consulta; felizmente, tem vindo a coordenação e de criação área social, como noutros independentemente da sua à degradação física por intensificar-se com a criação de clima para que uma idade, caraterísticas físicas, insuficiência de alimentos, e atuação de serviços participação das pessoas domínios, em competição capacidades intelectuais e intempéries e falta de abrigo; especializados, na área de na própria solução de seus desleal e à revelia dos estatuto social. da toxicodependência à intervenção e assistência problemas de cunho social normativos legais, da No atual estádio de marginalização social; da sociais, inclusivamente, no possa ocorrer. Um trabalho competência técnico-jurídica desenvolvimento da opulência de alguns à seio de grandes e bem cuidadoso no sentido de dos Serviços Oficiais da humanidade, em que se miséria de muitos. estruturadas empresas não apenas dar, mas também, Administração Central verifica uma evolução Esta poderá ser a situação nacionais e multinacionais. especialmente, de coordenar como, na circunstância, são positiva em certos países, mundial, eventualmente Muito mais recuadamente o próprio esforço do grupo, os Centros Regionais grupos e individualidades, descrita sem alarmismos, no tempo, as instituições no sentido de buscar-se de Segurança Social. mas também uma embora com alguma dose privadas de solidariedade a operacionalização das Pelo contrário, devem regressão, pelo menos uma de realismo, porém, sem social, quase sempre sob soluções grupais (…). disponibilizar-se, totalmente, estagnação, relativamente a pessimismo e muito menos o patrocínio da Igreja Nesse particular, é preciso para com eles colaborarem, o comunidades referenciadas, sem qualquer descrença Católica e o próprio Estado, que as direcções-chave das que não invalida a conceção, dentro dos próprios no futuro, pelo contrário, através dos respetivos organizações não fiquem execução e verificação de países, mais desenvolvidos acreditando-se que é possível departamentos, têm realizado numa posição defensiva projetos sociais específicos, economicamente, podendomelhorar muito, a partir das um trabalho meritório, ainda quanto à organização de os quais, numa relação de se, ainda, admitir que haverá capacidades e boa-vontade que insuficiente todavia, grupos sociais fora e dentro cooperação institucional, situações pontuais de das pessoas bem formadas. justiça se faça, sempre em da organização, pois na devem dá-los a conhecer degradação, que ultrapassam O quadro que parece crescendo. comunhão de esforços aos referidos Centros o limiar da pobreza, corresponder à realidade Para complementar, não dos grupos, participando Regionais, propondo-lhes, problemas verdadeiramente social, um pouco por todo no sentido de colmatar, mas da condução de projetos naturalmente, a sua adesão e infra-humanos. o mundo, pode (e deve) minimizar o sofrimento com objetivos comuns, apoios diversos: financeiros, E se a regra, em muitos reverter-se para situações daqueles que continuam está o caminho para um recursos humanos, materiais países, é um certo conforto mais promissoras, em termos sem receber qualquer relacionamento de trabalho e quaisquer outros que e boas expectativas de vida, de bem-estar social das apoio, podem as autarquias adulto.» (TOLEDO, aproveitem à solução da também será relativamente populações, bastando, para locais – Câmaras Municipais 1986:49-50). situação social em concreto fácil verificar que existem tanto, que: cada pessoa em e Juntas de Freguesia – Seria com esta perspectiva A intervenção social revestebolsas de sofrimento particular; as instituições, desejável e preferencialmente metodológica que o papel se, na atualidade, de uma de vária ordem, desde a em geral, assim o desejem e em parceria, acudir às das Juntas de Freguesia se importância que ultrapassa miséria material à patologia trabalhem para isso. necessidades mais prementes, tornaria imprescindível, quaisquer outras atividades psíquica, que conduzem ao Ao nível das pessoas, afigura- nas respetivas áreas de suas porque, melhor do que os humanas, nela se incluindo desânimo, à revolta e ao se necessário que a partir da jurisdições. Com efeito, a próprios técnicos de serviço a cooperação médicoconflito: primeiro, social; família, da Igreja, da escola, das criação, funcionamento e social, são estes autarcas sanitária às comunidades e depois, o confronto físico e instituições governamentais e permanente atualização de que conhecem as realidades indivíduos mais carenciados, generalização para as lutas com solidariedade, se difunda um Serviço especializado das suas próprias aldeias, que não possuem recursos pelo poder, pelos bens, pela uma forte campanha de de intervenção social e aliás, economizar-se-iam para custearem despesas alteração de estatutos. sensibilização e de formação comunitária é o mínimo que muitos recursos, desde de consultas e tratamentos Em Portugal, como em social da sociedade, isto é, se pode exigir às instituições logo financeiros, e também médicos, das diversas 21 . intervenção social e comunitária especialidades e, por maioria de razão, suportarem gastos com deslocações ao estrangeiro, para tratamentos médicos muito específicos. Também aqui, os interventores sociais desempenham um duplo papel, fundamental à tomada da decisão, justa e adequada, por parte do executivo institucional, na medida em que analisam técnica e humanamente as situações, e as descrevem, depois, com isenção, realismo e justiça social. Pode-se adoptar aqui o conceito de justiça, aplicado aos problemas pessoais: «A justiça não significa necessariamente que todos devem ser tratados da mesma forma, mas ela significa que ao tomar decisões sobre indivíduos, todos os fatores relacionados com o problema devem receber peso adequado, e que a decisão deve ser equitativa.» (CARNEGIE & ASSOCIADOS, 1978:236). Na qualidade de instituição interventora social, a Câmara Municipal, em parceria com as entidades já referidas, assumindo uma função coordenadora e também como entidade que vai subsidiar um determinado projeto social, seja para uma pessoa, família, grupo ou comunidade, deve rodearse de toda a informação verdadeira, decidir com justiça, com nobreza de caráter e com absoluto respeito pela dignidade das pessoas, famílias, grupos e comunidade carenciados. Bibliografia CARNEGIE, Dale & ASSOCIADOS, (1978). Administrando Através das Pessoas. Trad. Ivan Zanoni Hausen. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército – Editora FALCÃO, Maria do Carmo Brant de Carvalho (1979). Serviço Social. Uma nova Visão Teórica. 3ª Edição, revista. São Paulo: Cortez e Moraes. GALACHE – GINER – ARANZADI, (1969). Uma Escola Social. 17ª Edição. São Paulo: Edições Loyola TOLEDO, Flávio de, (1986). Recursos Humanos, crise e mudanças. 2ª Ed. São Paulo: Atlas. Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo |21 JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 veSPA ASiáTiCA PROliFeRA nO AlTO MinhO SeM quAlqueR TiPO De COnTROlO bilheTeS PARA O FeSTivAl De PAReDeS De COuRA Já eSTãO à venDA Já se encontram disponíveis os bilhetes diários para o Vodafone Paredes de Coura, pelo valor de 35€ para 20 de Agosto e 40€ para os restantes dias. O festival decorre na praia fluvial do Taboão, nos dias 20, 21, 22 e 23 de Agosto e para além dos bilhetes diários, também já é possível adquirir os passes gerais em BilheteiraOnline, Seetickets, Ticketscript e nos locais habituais (FNAC, CTT, Worten, El Corte Inglés), pelo valor de 80€. A abertura do Vodafone Paredes de Coura, no dia 20 de Agosto, está entregue a Jannelle Monáe, Cage The Elephant, PIL (Public Servive Broadcasting) e Capicua. Até 23 de Agosto, o festival recebe perto de 40 artistas distribuídos por 3 palcos, com destaque para os cabeças de cartaz James Blake, Beirut, Franz Ferdinand, CHVRCHES, Black Lips e Cut Copy. João Carvalho, da Ritmos, empresa organizadora do Festival, diz que o cartaz deste ano é um dos melhores de um passado recente. “É um cartaz que nos orgulha, um dos melhores de um passado recente. Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais, como por exemplo a FNAC ou os CTT, entre outros, e é muito fácil adquiri-los” A dois meses do evento João Carvalho diz que os bilhetes se vendem a bom ritmo, o que faz prever que este será uma vez mais um grande festival. vilar de Mouros um silêncio que incomoda Com data marcada para finais de Julho princípios de Agosto, o Festival de Vilar de Mouros também já tem os bilhetes à venda. Sabe-se que para um dia o bilhete custa 30 eu- [email protected] T/F: 258 722 523 Tlm: 936 002 538 Estrada das Faias, Nº 41/43 Coura de Seixas 4910-339 CAMINHA |22 ros e para os dias todos custa 60 euros. Segundo a Câmara o recinto já está a ser preparado mas falta o melhor, ou seja as bandas. Dessas nada se diz. Sabe-se apenas aquilo que foi anunciado a 2 de Abril, numa conferencia de imprensa em Lisboa. José Cid, Xutos e Pontapés, Capitão Fausto, Trabalhadores do Comércio e Maestro Rui Massena e convidados foram os nomes avançados na altura e desde aí não houve mais novidades no cartaz. Muito pouco, convenhamos, para aquele que foi o pioneiro dos festivais em Portugal e o melhor do género. O site oficial do Festival continua com muitos espaços por preencher, uma situação que começa a incomodar os que ao longo dos anos sempre acreditaram no evento. Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, remeteu para depois do Rock in Rio o anúncio de mais bandas mas a verdade é que o evento que levou até ao parque da Bela Vista milhares de pessoas já lá vai e bandas para Vilar de Mouros nem vê-las. Espera-se que este atraso seja o pronúncio de algo bom pois não queremos acreditar que a edição 2014 do Festival de Vilar de Mouros se transforme no maior “flop” da história dos festivais em Portugal. Aguarda-se serenamente… De referir que a edição deste ano do Festival de Vilar de Mouros é organizada pela Associação AMA, uma IPSS de Viana do Castelo que presta apoio aos cidadãos portadores de autismo. Associouse à organização a empresa Everything is New, responsável pela contratação das bandas para o Festival. Os apicultores do Alto Minho estão preocupados com a proliferação da vespa asiática na região sem que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas tenha delineado qualquer plano de ação para combater aquela espécie, que é um predador da abelha. Há cerca de três anos que a vespa asiática foi detectada em território nacional, depois de ter atacado colmeias um pouco por toda a Europa. O problema era já conhecido quando chegou a Portugal, mas as entidades com tutela sobre a questão não puseram em marcha qualquer plano de contenção e ataque, apesar dos sucessivos alertas de entidades como a APIMIL, a Associação de Apicultores de Entre Minho e Lima. Isso mesmo foi confirmado ao Jornal C por Alberto Dias, presidente daquela associação de apicultores. “Há dois anos que andamos às voltas com este problema da vespa asiática. Envolvemos as pessoas, toda a gente fez o seu trabalho que foi posteriormente entregue a quem de direito, neste caso a Direção Geral de Veterinária e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que são as entidades que têm que coordenar isto, mas até à data ainda não temos qualquer resposta sobre plano de ação”. Segundo o dirigente o ano de 2013, apesar de ter contado com uma equipa a combater, foi “muito difícil”, este ano sem qualquer equipa vai ser “muito pior, vai ser um ano muito complicado”. Alberto Dias lembra que a associação e outras entidades da região ainda tentaram agir a expensas próprias, combatendo a proliferação de ninhos de vespa asiática no Alto Minho, mas os elevados custos do combate fizeram-nas desistir. Cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, por indicação da Comissão Europeia, traçar um plano de ação e custear uma intervenção de combate, mas, até ao momento, os apicultores não receberam qualquer feedback daquela entidade, por mais alertas que tenham lançado. Entretanto, a vespa asiática continua a proliferar no Alto Minho. Só no ano passado, no concelho de Viana do Castelo, foram detetados 240 ninhos. “No ano passado, só no concelho de Viana do Castelo, foram destruídos 240 ninhos. Se formos a fazer constas a uma média de 50 euros por ninho é muito dinheiro que foi gasto”. A APIMIL tinha traçado um plano para o aumento da produção de mel no Alto Minho, tornando o sector num dos mais dinâmicos da economia local, mas a proliferação de predadores como a vespa asiática, sem qualquer tipo de controlo, deixa os responsáveis daquela associação, como é o caso de Alberto Dias, a temer o pior e a calcular uma quebra de produção nos próximos anos. “tudo isto vai resultar uma vez mais numa catástrofe. Nós há 3 anos que alertamos para esta situação e continuamos à espera que as entidades que recebem verbas e podem coordenar esta situação, se pronunciem. Foi pena oi isto ter acontecido aqui no norte porque se fosse mais ao centro ou a sul, alguma coisa já tinha sido feita. É o que temos”, desabafa. O silêncio das entidades estatais com responsabilidade na matéria é visto por Alberto Dias como sinónimo de “falta de organização e coordenação”. “As várias entidades não se coordenam e por isso é que não há um plano de ação. Estamos a falar de um plano que não pode ser feito por uma entidade só e por isso é esse plano de coordenação que julgo está a falar”, acusa.. JORNAL escolas O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SIDÓNIO PAIS EM FESTA COM A SUA COMUNIDADE A tradição da semana cultural do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais voltou a cumprir-se com a Gala Cultural, no Pavilhão Municipal, o Caça Talentos, no Terreiro, o Baile de Finalistas e o Arraial Minhoto, na Escola Básica e Secundária Sidónio Pais. O Programa do XXII Arraial Minhoto, meticulosamente estruturado, incluiu ainda um leque diversificado de iniciativas, de natureza artística, cultural, desportiva e recreativa, com deiras estrelas, num espetáculo arrebatador. No dia 13 de junho, todas as atenções se concentraram no Arraial Minhoto, eixo central da semana cultural, encerrando, com chave de ouro, a programação deste ano. Engalanada com arcos e rosetas coloridas, a Escola Básica e Secundária Sidónio Pais foi literalmente invadida por uma enorme multidão, atraída pela qualidade dos números que figuravam no cartaz, promessas vivas de momentos de genuíno convívio em torno da bela sardinha assada e de pura diversão através da música. De salientar que o Arraial Minhoto se afirma, cada vez mais, como ponto de encontro para muitos dos antigos alunos, professores e funcionários. As honras de abertura desta 22ª edição couberam à Banda de Música Lanhelense que interpretou, com grande mestria, sucessos de diversos géneros musicais e ao Rancho Folclórico de Dem que contagiou todos os presentes com a vivacidade das danças e cantares ancestrais, típicos da região. A festa continuou noite dentro com muita música e dança ao ritmo do Roconorte. Já muito depois das 12 badaladas, o público foi surpreendido por um deslumbrante fogode-artifício que embelezou os céus de Caminha. Entre o passado e o presente, a semana do Arraial Minhoto tem preservado o tom festivo e exuberante que faz das diversas iniciativas experiências únicas e inigualáveis, num diálogo interativo com as várias dimensões de uma Educação contemporânea. Como habitualmente, esta iniciativa do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, já tão enraizada na comunidade caminhense, contou com a parceria da Câmara Municipal de Caminha. Para o ano há mais, com a mesma vontade, determinação e espírito de continuar a proporcionar um espaço de verdadeira proximidade entre toda a comunidade educativa, repleto de boa disposição e alegria contagiantes, e de aprofundar a identidade e a missão do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais. particular destaque para a Feira do Livro, a Escola Aberta, a Feira da Primavera, a Festa do Diploma, a Comemoração do Dia da Criança e do Ambiente e a Escol’Arte. A semana cultural, que decorreu entre 30 de maio e 13 de junho, arrancou com a Gala Cultural. O público respondeu com total entusiasmo, não se cansando de exteriorizar, por entre uma chuva de aplausos, o deslumbramento pela qualidade das aprendizagens evidenciadas em palco. Estava dado o mote para uma semana memorável. O Baile de Finalistas, mais uma vez organizado com muito requinte pela Associação de Estudantes, foi um autêntico sucesso. Tendo como cenário os filmes do clássico 007, os alunos finalistas vestiram-se a rigor para uma noite de glamour vivida com muita emoção. Pouco passava das 21H00 do dia 9 de junho, quando se ouviram os primeiros acordes do Caça Talentos 2014. Foram 18 canções em quase duas horas non-stop de música perante uma plateia de centenas de pessoas que acorreram ao Terreiro de Caminha para aplaudirem os candidatos que atuaram como verda- |23 JORNAL O Norte de Portugal e a Galiza preparam-se para estabelecer um acordo de cooperação no sector da saúde. Com base num acordo entre Portugal e Espanha assinado em 2010, nos últimos anos foi realizado um estudo que resultou na proposta de utilização comum dos equipamentos de saúde dos dois lados da fronteira. O acordo que vai ser assinado ainda este mês, vai nesse sentido, apesar de ainda não ser conhecido o seu conteúdo. Sabe-se que objetivo será a utilização de equipamentos e de serviços médicos pela população da euro-região, que concentra quase 6 milhões e meio de habitantes. A informação foi avançada em primeira mão ao Jornal C pela nova responsável pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza- Norte de Portugal. Maria Geraldes, que assumiu o cargo há três meses, promete apostar forte na eliminação de obstáculos à cooperação entre o Norte de Portugal e a Galiza, que vai ser reforçada com ações a anunciar nas próximas semanas, entre elas este acordo na área da saúde. As áreas da educação, emprego e inovação são apontadas pela diretora do Agrupamento Europeu como os eixos principais desta cooperação entre o Norte de Portugal e a Galiza Galiza e Norte de Portugal apostam na partilha de serviços e infraestruturas |24 ENTREVISTA O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Jornal C (JC) – O que é e como funciona o Agrupamento de Cooperação Territorial? Maria Geraldes (MG) - O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) nasceu em 2008 como uma espécie de braço armado executivo da Comunidade de Trabalho Galiza Norte de Portugal que existe há 23 anos. Essa comunidade de trabalho reúne as entidades representativas empresariais e públicas dos dois lados da fronteira e, uma vez por ano, acertam estratégias, definem prioridades e desenvolvem iniciativas conjuntas. Como não existia nenhum órgão que fizesse o “Follow Up” dessas reuniões estratégias, havia pouco retorno em termos de execução de iniciativas e também não havia uma entidade que pudesse pôr os carris na linha. Nesta perspectiva foi entendido pela Comissão de Coordenação e pela Junta da Galiza, criar este agrupamento europeu, que é uma figura que existe ao abrigo da legislação europeia e da própria Comissão Europeia, no sentido de operacionalizar esta vontade política existente nos dois lados da fronteira, em criar sinergias, aproveitar recursos e lançar iniciativas em conjunto. Criado como já referi em 2008 pela Comissão de Coordenação e pela Junta da Galiza, o Agrupamento iniciou a sua atividade em 2010 e funciona como uma comunidade de trabalho, ou seja, é presidido durante dois anos pelo lado português e nos dois anos seguintes pelo lado galego. Neste momento o professor Emídio Gomes, presidente da CCDR, é o presidente da comunidade de trabalho Galiza Norte de Portugal e por inerência, o AECT é dirigido neste momento por um português. JC - Quais são os projetos que considera estratégicos e estruturantes para a região do Norte de Portugal e da Galiza? MG - Estamos a falar de duas regiões muito semelhantes em termos sociológicos, antropológicos, geográficos, de atividade económica e com problemas sociais muito semelhantes. Assim sendo, não é muito difícil identificar prioridades ou projetos piloto capazes de dar um fôlego a esta cooperação transfronteiriça que, apesar de tantos anos e do caráter natural que tem, ainda faz com que as pessoas de um lado e de outro da fronteira olhem para outras zonas do globo em vez de olharem uns para os outros. O que é que nós temos feito e que considero estratégico? Transformar estas parcerias que são naturais mas que estão dependentes da vontade de pessoas, em parcerias institucionalizadas, com medidores de resultado. Em resumo, o objetivo é juntar as pessoas à volta da mesa e dizer-lhe que em vez de olharem para a direita, devem olhar também um bocadinho para a esquerda porque deste lado está Portugal e do outro está a Galiza. O que se pretende é introduzir no ADN das organizações que estes dois territórios, pelas similitudes que têm e pelas problemáticas que são muito semelhantes, têm que se unir não só em termos políticos, porque essa união já existe através desta comunidade de trabalho, mas também em termos de operacionalização. JC – E como é que isso se faz ? MG - Desenvolvendo um plano de investimentos conjunto que faça com que não andemos de um lado da fronteira a fazer umas infraestruturas e do outro lado a mesma coisa. Esse plano de investimentos já toca cinco áreas estratégicas para este território: a atividade económica; social; industrial; a educação e emprego; investigação e desenvolvimento e ensino superior. Desenvolvemos portanto este plano conjunto e é compromisso dos dois governos, nomeadamente da CCDR e da Junta da Galiza, que no âmbito do novo período de programação se desenvolvam candidaturas e projetos conjuntos. Já não vão existir dúvidas quanto à estratégia e prioridades desta grande euro região porque esse documento e as áreas prioritárias estão definidas. JC – E Qual o papel da AECT? MG – O papel da AECT é pegar nessas áreas estratégicas e transformá-las em projetos, executando dessa forma o plano de investimentos. O agrupamento Europeu pode, JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 ele próprio, fazer candidaturas diretamente à Comissão Europeia ou pode gerir projetos com fundos europeus que vão ser alocados pelos dois governos. Neste momento a grande preocupação de ambos os lados é criar iniciativas para baixar os níveis do desemprego, e nós temos vindo a trabalhar muito nesse sentido. Recentemente fizemos um acordo de cooperação transfronteiriço com todas as universidades e institutos politécnicos desta euro-região, e estamos neste momento a preparar o lançamento de um programa de mobilidade de professores, investigadores e pessoal dessas universidades, denominado “Iacobus”. Estamos a preparar a primeira convocatória que espero seja aberta ainda durante o mês de Junho. MG - Vamos envolver os serviços públicos de emprego e vamos obviamente divulgar no nosso site do Agrupamento Europeu. Vamos fazer uma pré-seleção e depois, no dia 1 de Julho, as empresas vão estar em Tui a contratar. Mas este é apenas um exemplo de parceria. Neste momento já estamos a preparar uma outra iniciativa de grande monta ligada ao setor têxtil que é um setor âncora de ambos os lados desta Euro-região. É um setor muito representativo em termos económicos, de internacionalização e de contratação. Em Julho vamos fazer um acordo com as associações têxteis representativas dos dois lados da fronteira para que se promovam, entre outras coisas, missões empresariais conjuntas neste dois territórios. JC – Em concreto, para o J.C. - Qual o objetivo do Alto Minho, que planos exisprograma? tem? MG - Criar laços de cooperação para que estas universidades, os seus professores e investigadores se possam apresentar no desenvolvimento de projetos de investigação conjuntos. Dentro desta preocupação estamos a trabalhar num outro projeto, o “Job Days” da Euro-região, que não é uma tradicional mega-feira de emprego, mas sim feiras setoriais. A primeira vai ter lugar em Tui no dia 1 de Julho. Neste momento estamos a trabalhar com o setor do metal e só levaremos a este evento os candidatos específicos que as empresas querem contratar. O que fizemos foi perguntar às empresas associadas das Associações Empresariais representativas dos dois lados quais as suas necessidades de contratação, e neste momento a identificação dessas necessidades já está concluída. Julgo que a gestão das expectativas é uma coisa muito séria e portanto não faz sentido mandar pessoas para uma iniciativa que à partida não lhe vai servir para nada. Eu prefiro ter no dia 1 de Julho 20 contratos, do que ter 500 pessoas a irem lá mas sem perspectiva de contratação. Em Novembro deveremos ter outra iniciativa do género mas ainda não posso anunciar porque ainda não está fechado. MG - Nós temos duas preocupações no que diz respeito à relação com os municípios: uma é fazer geminações de zonas um pouco mais desprotegidas, ou seja com menos litoral. Neste momento já temos 4 processos a andar e algumas geminações já feitas. O caso de Tomiño e Cerveira foi uma das iniciativas que este agrupamento europeu incentivou, e na semana passada estive em Cabeceiras de Basto onde vão ser desenvolvidas várias iniciativas com Lalin. O nosso papel é mobilizar os agentes e, conjuntamente com os municípios, tentar dar marcas identitárias a esta cooperação. A verdade é que há uma tradição de cooperação entre os diferentes municípios da fronteira, alguns até desenvolvem algumas dezenas de atividades em conjunto, mas a verdade é que não há uma marca identitária. Aquilo a que o ACT se propõem é, conjuntamente com os municípios, identificar a sua marca identitária que pode ser em várias áreas como por exemplo o turismo, a cultura ou ambiente, para que se possa criar um mapa diferenciador deste território. O ACT não funciona de cima para baixo e por isso o que nós fazemos é sentar-nos com os municípios e com os agentes, e sermos uma espécie de agente facilitador e mobilizaJC - Como e que as pessoas dor. Às vezes quem está de têm acesso a estas iniciativas? fora consegue identificar al- gumas qualidades ou algumas JC – Mas o próximo quadro mais valias, e fazer esta liga- comunitário está-se a aproxição de quem está por dentro mar, não seria de estarem a e que está obviamente mais apresentar já projetos? limitado. MG - Ainda estamos a temJC – Dizia há pouco que o po, as candidaturas ainda nem AECT limita-se a dinami- sequer abriram. O próprio prozar os projetos propostos pe- fessor Emídio Gomes da CCDR los municípios, isso significa já disse que no próximo quaque a iniciativa tem de par- dro comunitário haverá muitir dos próprios municípios? to menos dinheiro para infraestruturas. MG – Não tem que partir dos Eu penso que neste momenmunicípios, a maior parte das to já há na zona norte um convezes até somos nós que ini- junto de projetos, de oportuniciamos o processo. O que eu dades e de ligações em várias disse é que nós temos que fa- áreas muito interessante e com zer em conjunto com os muni- bons resultados. cípios, até porque há algumas Voltando a Caminha eu acho questões que têm a ver com que estamos a falar de uma zona prioridades. Não nos podemos fantástica, estratégica, com liesquecer que o Alto Minho já gações muito fortes a Espanha tem definido um plano estra- e com muita coisa para se rentégico para esta região e não tabilizar, seja essa a vontade do podemos ir contra ele. A ver- município em trabalhar com dade é que nós não nos que- o AECT, e nós cá estaremos. remos substituir em termos de competências e de gestão JC – Do ponto de vista esde recursos. Vou-lhe dar um tratégico justifica-se uma liexemplo: o AECT promoveu gação direta entre Caminha um estudo sobre infraestrutu- e A Guarda? Uma ponte por ras desportivas dos dois lados exemplo? da fronteira e posteriormente deu-o a conhecer aos mu- MG – Eu acho que as liganicípios dizendo: aproveitem, ções que já existem têm que não há necessidade de cons- ser otimizadas e rentabilizatruir mais nenhuma piscina em das. Não tenho nenhuma ideia determinado local se a poucos de que seja necessário voltar quilómetros já existe uma ou a fazer mais ligações. Daquilo duas. É esse reaproveitamen- que eu conheço hoje, quer de to que nós defendemos. um lado quer do outro, acho que são territórios muito bem JC - O que é que poderá equipados, o que é preciso é ser feito em Caminha, uma rentabilizar ou até redireciovez que se vê o município nar o que já existe. pouco dinâmico nesta questão da criação de sinergias JC – Estou-me a lembrar com o outro lado da frontei- de um projeto que apontava ra. Temos inclusive o proble- para a criação de uma rede ma do ferry. de transportes de passageiros entre o Norte de Portugal MG – Eu penso que Cami- e a Galiza. O projeto chegou nha, tal como os outros mu- a ser candidatado mas verinicípios, terá condições para ficou-se que não era finandefinir as suas próprias prio- ceiramente viável. Conhece ridades. o projeto? JC – Isso tem acontecido? MG – Eu penso que vão desenvolvendo. Estas coisas também não podem saltar assim de um dia para o outro. Como sabe tudo isto exige alguma negociação política, exige identificar recursos e oportunidades. Às vezes até temos um projeto na manga mas o que acontece é que ele pode ser de tal forma inovador que acaba por não ser oportuno. Às vezes é preciso aguardar o momento certo para se conseguir lançar uma determinada iniciativa. diariamente e existem alguns Existem outros modelos, as relatos de problemas com as Eurocidades não têm que ser modelo único, e por isso a autoridades. AECT está neste momento a MG – O que lhe posso dizer estudar um outro modelo de em relação a isso é que se for cooperação para aquelas cidaum projeto necessário, não te- des que não são tão próximas. nho dúvidas de que se poderá Como sabe Valença e Tui ficam fazer, mas como lhe digo não a um passo, mas existem outras está sob a minha alçada. cidades que, embora não tão Mas já agora aproveito para próximas, em termos de idendizer que existe o estatuto de tidade são muito semelhantes. trabalhador transfronteiriço que É para elas que estamos a espermite ultrapassar uma série tudar um novo modelo e estou de obstáculos. A questão dos convencida que nos próximos trabalhadores transfronteiriços dois anos teremos novidades é uma questão muito impor- interessantes nesta matéria. tante e como nós percebemos Quando assumi este cargo que existe alguma dificuldade eu disse que ia trabalhar para e algum desconhecimento até resultados. Não trabalho para por parte das empresas, intro- grandes números, essa nunca duzimos também este tema no foi a minha preocupação, o que nosso “Job day” do dia 1 de me interessa é chegar a resulJulho. Vamos dar algumas in- tados. Quando eu falo de enformações importantes sobre sino superior eu quero resultaesta matéria. dos, quando falo de emprego quero resultados, quando falo JC – É portanto tempo de de economia eu quero resultaoperacionalizar o que já exis- dos, quando falo de ambiente te, nomeadamente a utiliza- quero resultados… É isso que ção dos equipamentos . Em esta equipa, que está mandata Valença falou-me da Euroci- para dois anos, quer: resultados. dade que prevê precisamente essa utilização conjunta. JC – Com tanta cooperação, para onde caminhamos? MG - Sim nomeadamente dos Para um micro país? equipamentos desportivos, já existem alguns acordos nes- MG – Eu acho que nós sese sentido. remos sempre Portugal e Espanha, disso não tenho dúviJC – Mas chegou a falar- das. Fronteiras físicas já não se também da utilização dos temos, temos fronteiras políserviços de saúde dos dois la- ticas, mas eu estou certa que dos da fronteira. Isso vai ser temos coisas que nos aproxipossível? mam muito como é o caso da língua e a maneira de ser. SoMG – Estamos neste momento mos tão próximos que, se há a preparar a assinatura de um um sítio onde a expressão a acordo de cooperação no se- união faz a força se aplica, é tor da saúde e, desse acordo, nesta euroregião. alargado, irão sair convénios e A cooperação entre os países acordos específicos. O acordo tem muitas vantagens, mas tem vai ser assinado este mês e na uma que eu considero fundaaltura serão anunciadas as me- mental que é o bom relaciodidas que já foram fechadas. namento entre os povos. QuanVão todas no bom sentido, va- do trabalhamos em conjunto a mos ter boas novidades no se- prosperidade é muito maior e a tor da saúde e julgo que esta possibilidade de nos tornarmos MG – Eu já ouvi falar do pro- região vai dar um bom exem- mais fortes dentro da União Eujeto, sei que de facto se che- plo nesta área. ropeia também aumenta. gou à conclusão que não era financeiramente viável e tinha JC – Que balanço faz dos JC – Se D. Afonso Henriques outras condicionantes nomea- dois primeiros anos de ati- ressuscitasse agora como é damente de certificação profis- vidade da Eurocidade Va- que acha que ele iria reagir? sional e de segurança. Since- lença Tui? ramente não posso entrar em MG – Eu acho que ele era cadetalhes porque não acompa- MG – Correu muito bem. Aliás paz de achar piada e iria percenhei o projeto e ele não está o Alcaide de Tui e o Presiden- ber com certeza que hoje em sob a nossa alçada. te da Câmara de Valença, têm dia somos muito mais rápidos, desenvolvido um trabalho fan- que já não andamos a cavalo. JC – Mas não lhe parece tástico que se traduz em cerca Iria perceber também o orguum projeto interessante? A de 30 iniciativas conjuntas, e lho que temos em viver nesta ideia surgiu porque existe um neste momento estamos a tra- região e neste vasto território grande fluxo de trabalhado- balhar com eles na grande mar- que nos identifica e onde exisres que cruzam a fronteira ca desta Eurocidade. te uma grande solidariedade. |25 |26 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Música, entrevistas, actividades e muita animação. Assim foi o Internactional Surfing Day, transmitido em directo pela Rádio Caminha no passado Sábado, no âmbito da iniciativa “Caminha N´Areia 2014”. Organizado pela Moving Up & Friends pelo segundo ano consecutivo, o evento reuniu dezenas de veranenates na praia de Arda (Mariana), em Afife, que participaram nas várias ini- Praia da Arda em Afife recebeu International Surfing Day ciativas, como Zumba, Body Attack, Baptismo de Surf, Test Drive PaddleBoard, Surf nocturno e uma Caminhada Solidária a favor da Liga Portuguesa contra o Cancro. “É uma boa oportunidade para fazer com que novos públicos possam conhecer o maravilhoso mundo das ondas e do surf e para consciencializar as pessoas sobre as questões ambientais”, explica Jorge Silva, da organização. “ Hoje queremos também homenagear Eduardo Freitas, impulsionador do surf e bodyboard em Portugal”, acrescentou. As celebrações do Dia Internacional do Surf coincidiram também com o lançamento da mega campanha de praia do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), este ano com o tema “Praia Limpa”. “A iniciativa pretende não só celebrar a chegada nova estação, mas também promover a preservação das praias, juntos aos veraneantes”, justificou Florbela Correia, Vicepresidente do Politécnico de Viana, em declarações à Rádio Caminha, em pleno areal da praia da Arda. A campanha, que conta mais uma vez com o apoio da Câmara de Viana do Castelo, vai prolongar-se por quatro fins de semana. A próxima emissão do “Caminha N´Areia 2014” acontece no dia 6 de Julho, na praia de Esposende. Florbela Correia Vice-Presidente do IPVC Vitor Lemos vereador do Desporto da CMVC Artur Fernandes da Liga Portuguesa Contra o Cancro Fabiano França e Jorge Silva Moving Up |27 JORNAL inveSTiGADOR PORTuGuêS ReCebe PRÉMiO De FunDAçãO AMeRiCAnA POR eSTuDO SObRe DOençA De CROhn Henrique Veiga-Fernandes é o único não-americano a receber prémio por estudo sobre causas da doença O projeto de Henrique Veiga-Fernandes, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, recebeu o Senior Research Award (SRA) atribuído pela Crohn’s & Colitis Foundation of America’s (CCFA), pelo seu projeto que pretende elucidar o papel de células inatas do sistema imunitário no intestino. Este prémio tem o valor de cerca de 255 mil euros e vai permitir que durante três anos a equipa de Henrique Veiga-Fernandes possa analisar a forma como as células inatas linfoides são controladas e assim procurar determinar a causas e novas terapias para doença de Crohn. De um total de 69 projetos submetidos, a CCFA atribuiu oito prémios, sete a investigadores norte-americanos e um ao projeto liderado pelo investigador do IMM, constituindo o primeiro prémio na história da Fundação americana atribuído a uma equipa portuguesa. Para Henrique Veiga-Fernandes este prémio “vai permitir elucidar novos aspetos da doença inflamatória do intestino. A esse respeito, os nossos resultados iniciais são muito promissores pois revelam a existência de uma nova molécula, até agora desconhecida, que controla as respostas inflamatórias intestinais. Esta descoberta abre agora portas para novas linhas de investigação inovadoras na terapêutica e diagnóstico da doença de Crohn.” A Doença de Crohn carateriza-se por uma inflamação crónica que pode afetar qualquer segmento do tubo digestivo na qual os sintomas mais comuns são a diarreia, a dor abdominal e a perda de peso. Trata-se de uma doença crónica, multifatorial e ainda mal compreendida, que pode evoluir por surtos e para a qual ainda não há cura. Em Portugal, estima-se que a prevalência seja de 73 por cada 100 000 habitantes, atingindo maioritariamente mulheres, apresentando um pico de incidência entre 17 anos e 39 anos. Células inatas linfoides são uma classe de células do sistema imunológico descobertas muito recentemente. Estudos anteriores liderados pela equipa de Henrique Veiga-Fernandes (Nature, 2007; Nature, 2014), entre outros, têm relacionado estas células com a regulação de respostas imunes no intestino, principalmente através da sua capacidade de pro-inflamatória, na formação de tecido linfoide e na regeneração e homeostasia dos tecidos. A equipa de Henrique Veiga-Fernandes pretende agora esclarecer como é que fatores que regulam o sistema nervoso podem controlar a função inflamatória das células inatas linfoides e garantir a preservação de um intestino saudável. R uI RAMALHOSA Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] |28 SAÚDe O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 FAlTA De SOnO TeM eFeiTO “DRAMáTiCO” nO CORPO huMAnO, COnClui eSTuDO A longo prazo, a falta de sono pode levar ao aparecimento de doenças neurodegenerativas Uma experiência concluiu que a atividade de centenas de genes nos organismos de um grupo de voluntários ficou severamente alterada quando estes dormiram menos de seis horas por noite durante uma semana. Num artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os investigadores avançam que os resultados do estudo explicam como o sono em insuficiência prejudica a saúde. Os investigadores nomeaim doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro como possíveis causa do pouco descanso. O processo pelo qual o défice de sono altera o estado de saúde não é, no entanto, descrito pelos cientistas. A equipa da Universidade de Surrey, no Reiino Unido, recolhei amostras de sangue de 26 pessoas depois de estas terem dormido até dez horas por noite durante uma semana. Na segunda fase dos testes, o mesmo grupo foi submetido a uma semana de sono insuficiente - menos de seis horas por noite. Logo depois, foram recolhidas novas mostras de sangue. Ao comparar as amostras, os cientistas observaram que a atividade de 700 genes no organismo dos participantes alterou-se após a mudança no padrão de sono. Cada gene contém instruções para a fabricação de uma proteína. Portanto, os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas e isso alterou completamente a configuração química no corpo dos voluntários. O relógio natural dos organismos também ficou perturbado pela falta de sono. A atividade de alguns genes aumenta e diminui no decorrer do dia, mas esse efeito foi enfraquecido pelo défice de sono. Colin Smith, da Universidade de Surrey, disse que “houve uma mudança dramática na atividade de muitos tipos diferentes de genes”, descreve a BBC. “Áreas como o sistema imunitário e a forma como o organismo reage aos danos e ao stress foram afetadas”, acrescentou. “Claramente, dormir é essencial para a reconstrução do corpo e a manutenção de um estado funcional. Caso contrário, vários tipos de danos parecem acontecer, o que pode resultar em doenças. Se não podemos reabastecer ou substituir as células, isso leva à formação de doenças degenerativas”, alerta. O especialista lamenta ainda que muitas pessoas podem conviver com défices de sono ainda maiores do que os estudados. COliTe Trata-se de uma doença crónica mas uma alimentação adequada pode melhorar a qualidade de vida A colite designa um transtorno gastrointestinal que consiste numa inflamação do cólon produzida por fatores diversos. Pode ser um processo agudo e transitório ou converterse numa doença crónica. Existem vários tipos de colite. Esta pode ser isquémica, ulcerosa, amebiana, infecciosa ou apresentar-se com sintomas de cólon irritável. SinTOMAS Diarreia, cólicas intestinais, hemorragia retal, fezes com pus e dor abdominal aguda. Estes sintomas variam em função do tipo de colite. Pode ser causada por fatores ambientais e emocionais (stress e ansiedade), abuso de laxantes, algum tipo de alimento ou ação de agentes infecciosos (vírus, bactérias...) TRATAMenTO ?Em primeiro lugar, tenta-se controlar a inflamação, reduzir os sintomas e compensar a perda de líquidos e nutrientes. Paralelamente, é aconselhável uma mudança dietética, evitando o consumo de frutas e vegetais crus (para reduzir as lesões no intestino grosso). O tratamento pode ainda ser farmacológico (antibióticos para as colites infecciosas) ou cirúrgico (para os casos mais graves). CuiDADOS A TeR Durante a fase aguda de colite escolha alimentos adstringentes que parem a diarreia (arroz branco, maçã descascada, marmelo) e beba muita água para repor líquidos. Combata o stress. Pratique técnicas de relaxamento e tente abrandar o seu ritmo de trabalho. Encare a vida com maior tranquilidade. O yoga pode ajudá-la. Altere os seus hábitos. Evite o tabaco e o álcool. Suprima as refeições gordurosas. Evite fritos, enchidos ou guisados e prefira fruta, verdura, pão e cereais integrais. PUB. CMTS Clínica de Fisioterapia COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Concelhia do PSD homenagea militantes A Comissão Politica concelhia do PSD reuniu-se para um Jantar de homenagem aos autarcas que representaram o Partido Social Democrata ao longo dos últimos 40 anos e militantes da década de 70, que viveram as alterações profundas, do pós 25 de Abril. O encontro teve lugar no pas- sado dia 21 de junho no Hotel Pota do Sol em Caminha e reuniu algumas dezenas de militantes e simpatizantes. A cerimónia contou com a presença do vice presidente do PSD nacional , Marco António Costa, do presidente da Comissão Politica Distrital, Carlos Morais Vieira e dos deputados da Assembleia da República: Carlos Abreu Amorim e Eduardo Teixeira. O jantar ficou ainda marcado pela presença de figuras históricas do partido no distrito de Viana do Castelo, como Manuel Freitas e Horácio Silva. ATLETA DE VILA PRAIA DE ÂNCORA CONQUISTA MAIS UM PÓDIO NACIONAL Marcos Maio, natural e residente em Vila Praia de Âncora, acaba de alcançar o seu terceiro título em competições nacionais de atletismo. O Torneio Olímpico Jovem, organizado pela Federação Portuguesa de Atletismo no Estádio Universitário de Lisboa, reuniu seleções distritais do continente e ilhas naquela que é já considerada a festa do atletismo juvenil em Portugal. Nesta competição Marcos Maio, em representação de Associação de Atletismo de Viana do Castelo, competiu na especialidade em que é bi-campeão nacional, o salto em altura, e atingiu a marca de 1,98 metros. ADCJC desafia jovens para férias desportivas dedicadas ao remo Estão abertas as inscrições para as Férias Desportivas 2014, promovidas pela Associação Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC). A inscrição poderá ser efetuada, até 18 de julho, no Posto Náutico (junto à piscina), por email ou telefone. O convite está lançado: Remar no Verão! Após o sucesso das edições anteriores, esta coletividade cerveirense volta a organizar as Férias Desportivas de Remo. O objetivo é que os jovens entre os 10 e os 16 anos tomem contacto com a modalidade. O remo é um dos desportos mais completos que existe, permitindo trabalhar quase todos os músculos do corpo, au- mentando a força, resistência e equilíbrio. Por se tratar de um desporto aquático, a prática de Remo exige que o jovem praticante saiba nadar. O equipamento necessário é semelhante ao usado em Educação Física. A edição 2014 das Férias Desportivas decorre em três semanas, de 21 a 25 de Julho; de 28 de Julho a 1 Agosto; e de 4 a 8 Agosto, de segunda a sexta-feira, entre as 14h30 e as 18h00. O número de vagas é limitado. O processo de inscrição é simples, basta dirigir-se ao Posto Náutico da ADCJC, enviar um email para adcjc-remo@sapo. pt ou ligar para o 933306403. |29 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 DESPORTO INFO CLASSIFICADOS EMPRESA DO CONCELHO DE CAMINHA Precisa-se a tempo inteiro ou parcial, VENDE empregado ou empregada de mesa e ajudante de cozinha para restaurante em Caminha. PARTE DA COTA COM POSSIBILIDADE DE CRIAR POSTO DE TRABALHO CONTATO: 926989100 Mais informações contacte: 966 593 776 SERVIÇOS DE SAÚDE Atletas de Caminha participam no North West Triman Disputou-se no passado dia 15 de Junho, na localidade espanhola de As Pontes, o North West Triman, uma competição de triatlo na distância Ironman, ou seja, 3800 metros de natação, 180 quilómetros de bicicleta e 42,2 quilómetros de corrida. Estiveram presentes nesta competição os atletas do concelho de Caminha, Virgílio Barbosa e Rui Viana em representação da equipa Pedalarte de Vila Nova de Cerveira, obtendo classificações bastantes meritórias. Virgílio Barbosa terminou a sua prova em 17º lugar da classificação geral com o tempo de 10 horas e 20 minutos e Rui Viana terminou no 26º lugar com o tempo de 10 horas e 46 minutos. De destacar que alinharam ao inicio desta prova cerca de 400 triatletas enfrentando condições climatéricas bastante difíceis para a modalidade, designadamente vento muito forte no segmento de bicicleta e temperaturas muito elevadas no segmento de corrida, fazendo com que ape- nas cerca de 300 atletas conseguissem terminar esta dura prova. Os atletas encontram se agora em recuperação para poderem estar já nas melhores condições físicas para no próximo dia 6 de Julho participarem na segunda edição do triatlo longo de Caminha. Os atletas agradecem todo o apoio prestado, essencialmente pela família e amigos não esquecendo também o seu clube e o patrocinador principal, Nutrifit – Suplementos Nutricionais. RUA ALMADA NEGREIROS 4910-458 VILA PRAIA DE ÂNCORA TEF.: 258 911 502 258 911 093 FAX: 258 911 082 Rua Engº Luís Agostinho Pereira de Castro Bloco 6 – Loja 1 4910-102 Caminha Tel. 258 721444 E.mail: poliancora.saude@sapo:pt HOSPITAIS | CENTROS DE SAÚDE ENFERMAGEM Centro Hospitalar do Alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de Saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de Saúde de Vila Praia de Âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 BOMBEIROS Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) Vila Praia De Âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 GNR Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 Vila Praia de Âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 CAPITANIA DO PORTO DE CAMINHA T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 FARMÁCIAS Farmácia Torres Praça Conselheiro Silva Torres, Caminha | T. 258922104 Farmácia Beirão Rendeiro Rua da Corredoura, Caminha | T. 258722181 CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA T. 258710300 BIBLIOTECA CAMINHA Rua Direita segunda a sexta: 10h00 às 18h30 sábado: 10h00 às 13h00 MUSEU CAMINHA terça a sexta: 10h00 às 19h30 / 14h30 às 18h00 sábado e domingo: 11h00 às 13h00 / 14h00 às 17h30 POSTOS DE TURISMO Caminha Rua Direita | T. 258921952 Moledo Av. da Praia (em época balnear) Vila Praia de Âncora Av. Ramos Pereira | T. 258911384 CENTRO CULTURAL VILA PRAIA DE ÂNCORA segunda a sexta: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 18h30 sábado: 11h00 às 13h00 RESIDÊNCIA PAROQUIAL Largo. Dr. B. Coelho Rocha T. 258921413 FEIRAS E MERCADOS Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira Vila Praia de Âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira TAXIS Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 Vila Praia de Âncora Praça da República | T. 258911295 Venade TM. 965643481 |30 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 27 de junho de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... PT50 0018 0003 13172853020 13 Numerário IBAN: ................................................................ 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