O RENASCIMENTO
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O RENASCIMENTO
1/9/2009 Marcos e características O RENASCIMENTO (séc. XV – XVI) E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL Idade Média: De 395 /476 (divisão do Império Romano / substituição do imperador Rômulo Augústulo por um rei “bárbaro”) A 1453 /1492 (queda de Constantinopla / chegada de Colombo à América) Fontes do pensamento medieval: Bíblia (Sagradas Escrituras) Alguns filósofos gregos, devidamente “expurgados” para serem compatibilizados com as Escrituras 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 3 Marcos e características Cultura e educação concentradas nas mãos da Igreja (bibliotecas e escolas) Características do ensino: Escolas monásticas (Carlos Magno, séc. VIII) e escolas urbanas (séc. X) Universidades, a partir do séc. XI (eclesiásticas, civis e estatais) = Bolonha (1088), Pádua (1100), Paris (1224), Oxford, Cambridge, Salamanca, Nápoles, Rostock Constituídas por um conjunto de 4 faculdades: Direito, Medicina, Artes e Teologia Curso básico, pré-requisito para todas, era ministrado pela Faculdade de Artes [Curriculum = Trivium (Gramática, Retórica e Dialética) + Quadrivium (Aritmética, Música, Geometria e Astronomia)] O martírio de Sta. Catarina de Alexandria (Giovanni da Milano, c.1354) (Prato) A tempestade (Giorgione, c.1505) (Veneza) O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL 2 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 4 1 1/9/2009 Marcos e características lições O mundo medieval = disputas O “microcosmo” é governado pelo “macrocosmo” Visão de mundo é ANTROPOCÊNTRICA e ANTROPOMÓRFICA Palma de Cristo Johannes de Ketham, 1493 Andrea Vessalius, 1543 5 1/9/2009 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 7 Personagens O mundo medieval Explicações baseiam-se nas “simpatias” e “similitudes” “experiência” (experientia) tem outro sentido – não é “experimentação” Mundo GEOCÊNTRICO, composto de esferas concêntricas que contêm as órbitas dos planetas Há uma “lei universal da natureza” = a Astrologia o céu e os corpos celestes são inalteráveis e imutáveis seus movimentos são eternos, circulares e perfeitos existe uma “quinta-essência” superior, distinta da terra e de seus elementos no mundo inferior (terrestre) prevalecem os processos de geração, alteração e decomposição, como as mudanças das estações, os movimentos geológicos, o nascimento e a morte das plantas e animais Silvia F. de M. Figueirôa O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL Alguns estudiosos medievais importantes: Robert Grosseteste (1168-1253): franciscano, professor de línguas, Teologia, Matemática e “Ciências Naturais” em Oxford; trabalhos s/ Ótica (refrações e espelhos - influência do trabalho do árabe Al-Haytham), Som, Astronomia [“Ciência descobre agentes causais, analisa-os, reconstrói o fenômeno e o verifica através da experiência”] 6 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 8 2 1/9/2009 Personagens “Renascimento” ou “Renascimentos”? Roger Bacon (1214-1292): franciscano, discípulo de Grosseteste, realizou importantes trabalhos em Alquimia (defendia a supremacia da razão sobre a fé) S. Tomás de Aquino (1225-1274): dominicano, estudou nas universidades de Nápoles e Colônia; escreveu a “Suma Teológica” ESCOLÁSTICA (esforço de síntese e assimilação de Aristóteles à doutrina cristã, compatibilizando razão e fé) 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa A partir do séc. VIII os árabes tomam o sul da Espanha (e a seguir da Europa) e introduzem textos helenísticos (= textos gregos dos sécs. II a IV) traduzidos: Galeno (Medicina) e Ptolomeu (Astronomia - ALMAGESTO), acrescidos de ciência árabe - Alquimia, Astronomia, Matemática (Avicena, 980-1037; Averróis, 1126-1198) Por volta dos sécs. XII e XIII aparecem traduções para o latim dos trabalhos de Aristóteles s/ História Natural (Física, Metafísica, Meteorológica) A introdução de novas obras leva a transformações no “quadrivium” de cada universidade, abrindo espaço para aprofundamentos em Matemática e Astronomia 9 1/9/2009 Avanços técnicos >> prosperidade na Europa a partir do ano 1000 devido a diversos: arreios p/ cavalos, atrelagem em fila e ferraduras, rodízio de campos de aragem utilizando-se arados mais pesados maior produtividade >> Avanços técnicos na construção de embarcações: armação das naus e aprimoramento das velas Movimentos heréticos e críticas à Igreja maior desejo de conhecer textos sagrados Crescimento populacional e desenvolvimento (capitalismo mercantil) >> demanda por ensino leigo 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL 11 Renascimento - quadro geral Raízes das mudanças Silvia F. de M. Figueirôa 10 1/9/2009 Alguns problemas na visão medieval: contradições entre Ptolomeu e Aristóteles: cálculos de órbitas de estrelas e planetas, de posições planetárias, etc necessidade de novas rotas de comércio impacto das navegações e descobrimentos, contradizendo, por meio da EXPERIÊNCIA DIRETA, verdades há muito estabelecidas sobre os povos da África, sobre a temperatura do oceano no equador e sobre a forma da Terra (1420-30 - Madeira e Açores; 1434 - cabo Bojador; ~1440-60 - Cabo Verde; 1470 Ilhas S. Tomé e Príncipe; 1483 - Congo; 1487-88 Cabo da Boa Esperança; 1497-99 - Índias (Vasco da Gama; 1500 - Brasil) Silvia F. de M. Figueirôa 12 3 1/9/2009 Renascimento - quadro geral Renascimento - quadro geral Reforma (Lutero) disputas de poder entre as cidades-estado, gerando demandas por aprimoramento nas “artes da guerra” (projéteis, explosivos, defesas, etc) balística, mecânica, estática, “química”, “engenharia” as navegações, agora mais freqüentes, demandam também incrementos da Astronomia e da marcação do tempo p/ cálculo da longitude (relojoaria) a descoberta de metais nas Américas propicia avanços na metalurgia invenção da imprensa com tipos móveis e aperfeiçoamento das ilustrações CONSEQÜÊNCIAS 1/9/2009 FRATURA NA COSMOVISÃO Silvia F. de M. Figueirôa 13 Renascimento - quadro geral Silvia F. de M. Figueirôa O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL Silvia F. de M. Figueirôa 15 Renascimento - quadro geral Demandas específicas p/ as “ciências” & técnicas: crescimento do comércio, gerando renda excedente e propiciando a criação dos primeiros bancos (capitalismo mercantil) necessidade de aprimoramento das matemáticas, sobretudo ligadas à contabilidade incremento das cobranças de impostos por parte das cidades (muitas eram cidadesestado) enriquecimento das cidades, permitindo mecenato e investimentos em melhorias urbanas (técnica) 1/9/2009 1/9/2009 14 1/9/2009 Contexto cultural proliferação de textos, pela facilidade de impressão e ilustração penetração e grande influência, no pensamento renascentista, do Hermetismo e do Neoplatonismo (combinação de magia com Matemática e Geometria); magia natural (“anima mundi”) o homem, e não Deus, no centro das preocupações Humanismo Silvia F. de M. Figueirôa 16 4 1/9/2009 A Ciência do Renascimento A Ciência do Renascimento Nicolau Copérnico (1473-1543): estudos clássicos e de Matemática em Cracóvia, e também Astronomia; Direito Canônico em Bolonha e depois Medicina em Pádua; construiu uma torre sem teto p/ servir de observatório astronômico em Fraeunburg, onde era cônego; 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa Leonardo da Vinci (1452-1519): aprendiz de artes no atelìê de Verrochio, em Florença; posteriormente, segue para Milão e trabalha para Ludovico Sforza (Duque de Milão) até a deposição deste; trabalha em Roma e depois regressa a Florença. Homem de múltiplos interesses: pintura e artes, tecnologia e invenções, cartografia, “ciências naturais” (dissecações) Sua pintura “naturalística”, como a de outros artistas, é em si mesma um ato de conhecimento - pintar representando com fidelidade é sua “metodologia científica”. 17 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 19 A Ciência do Renascimento Para “acertar” o sistema ptolomaico (e talvez por influência do hermetismo), coloca o Sol no centro do Universo (“Das revoluções dos corpos celestes”): “Imóvel, no entanto, no meio de tudo, está o Sol. Pois, nesse mais lindo templo, quem poria esse candeeiro em outro, ou melhor, lugar do que esse, do qual ele pode iluminar tudo ao mesmo tempo? Pois o Sol não é inapropriadamente chamado, por alguns povos, de lanterna do UNIVERSO; de sua mente, por outros; e de seu governante, por outros ainda. O Três Vezes Grande [Hermes Trismegisto] chama-o de um deus visível, e Electra, de Sófocles, de onividente”. 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL 18 A Virgem dos rochedos, 1493 (Louvre) Madona de Yarnwinder (1501) 5 1/9/2009 Paisagem do Arno por Da Vinci, 1473 (www.universalleonardo.org) 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa 21 Mapa de Ímola (1502) http://gallery.euroweb.hu/html/l/leonardo/13maps/ 1/9/2009 Silvia F. de M. Figueirôa O RENASCIMENTO E A RELEITURA DO MUNDO NATURAL 22 6