Catequese das Missas de quarta-feira – n. 18 (2° ciclo) As virtudes
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AS VIRTUDES TEOLOGAIS Catequese das Missas de quarta-feira – n. 18 (2° ciclo) As virtudes sobrenaturais são hábitos operativos infundidos pela graça de Deus nas potências da alma, dispondo-a a operar segundo a razão iluminada pela fé e segundo a vontade fortalecida pela caridade. São como “músculos” espirituais que Deus dá ao homem para que este possa realizar os atos próprios da vida sobrenatural “ao modo humano” – com a ajuda da graça, é claro. Algumas dessas virtudes são teologais – fé, esperança e caridade – e outras são virtudes morais. As virtudes sobrenaturais infusas se distinguem na sua essência das virtudes morais. As virtudes morais podem ser adquiridas por exercícios meramente naturais, enquanto que as virtudes teologais são infundidas por Deus. A regra das virtudes naturais é a razão natural, a conformidade com o fim natural, enquanto que as virtudes sobrenaturais se regem pela fé, e sua norma é a conformidade com o fim sobrenatural. As virtudes naturais não dão a potência para operar – já que a faculdade a possui por si mesma –, mas a facilidade; enquanto que as virtudes sobrenaturais dão a potência para operar, e normalmente a facilidade, ainda que, como veremos depois, nem sempre. A virtude natural, por exemplo, da castidade, difere em sua essência mesma da correspondente virtude sobrenatural: suas motivações, seus meios de conservação e desenvolvimento, sua finalidade, são bem distintos entre a virtude natural e a sobrenatural da castidade. Ou, como se diria na linguagem teológica, diferem uma da outra em sua causa eficiente, por seu objeto forma, assim como em sua causa final. Virtudes teologais As virtudes teologais – fé, esperança e caridade – são potências operativas pelas quais o homem se ordena imediatamente a Deus, como seu fim último sobrenatural. Deus é nelas objeto, causa, motivo e fim. A fé tem sua raiz no entendimento, a esperança e a caridade têm sua base natural na vontade. Elas são o fundamento constante e o vigor da vida cristã sobrenatural. A fé crê, e crer é um ato do entendimento, que assente às verdades divinas sob o impulso da vontade, movida pela graça de Deus. O ato da fé não é possível sem a graça, e sem que a vontade impere sobre o entendimento para que creia. Com o coração se cré para a justiça (cf. Rm 10,10). O cristão é sobretudo um crente. “O justo vive pela fé” (Gl 3,11). Toda a vida cristã tem seu princípio na fé. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11,5-6). A vida eterna consiste em conhecer a Deus e a Jesus Cristo (Jo 17,3). A fé é uma obediência intelectual prestada aos apóstolos enviados por Cristo. A fé dá força para vencer o mundo. Ela é rocha firme sobre a qual o homem edifica sua casa, e não traz consigo quaisquer dúvidas, pois se apoia na veracidade de Deus e de seu Enviado. A esperança é uma virtude teologal infundida por Deus na vontade, pela qual confiamos com plena certeza alcançar a vida eterna e os meios necessários para chegar até ela, apoiados no auxílio onipotente de Deus. A esperança nasce pela fé; por isso sem fé não se pode ter esperança. A virtude da esperança põe, pois, no homem, um desejo confiado: um desejo incessante, ardoroso, estimulado pela caridade; um desejo confiante nas promessas de Cristo, no amor misericordioso do Pai, na onipotência benéfica do Espírito Santo. A caridade é uma virtude teologal infundida por Deus na vontade, pela qual amamos a Deus com todo o coração e ao próximo como a nós mesmos. Assim como pela fé participamos da sabedoria divina, pela caridade participamos da força e qualidade do amor mesmo de Deus. Com efeito, a caridade de Seus se derramou em nossos corações por virtude do Espírito Santo que nos foi dado (cf. Rm 5,5). Da caridade trataremos em uma catequese própria. Entre as virtudes teologais, ela é a mais excelente (cf. 1Cor 13,13).
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