Vá plantar batata em Marte

Transcrição

Vá plantar batata em Marte
EF
B6
ciência+saúde
Quarta-Feira, 6 De Janeiro De 2016
1
2
Cientistas da Nasa e do Centro
Internacional da Batata vão
cultivar o legume num ambiente similar ao de Marte. O solo
será retirado do deserto
Pampas de La Joya, no Peru,
uma aproximação razoável do
que existiria no planeta
coLABoRAÇÃo PARA A FOLHA
Quando a Nasa disser que
pretende levar astronautas a
Marte na década de 2030,
mande-a plantar batatas. Ou,
pelo menos, é o que o Centro
Internacional da Batata, no
Peru, já está fazendo.
A organização se emparceirou com a agência espacial
americana para realizar um
experimento que criará uma
plantação de batatas num
ambiente simulado que se assemelhe ao planeta vermelho, ainda que aqui na Terra.
O solo será retirado do deserto Pampas de La Joya, no
Peru, que os pesquisadores
acreditam ser uma aproximação razoável do que existiria
em Marte.
O material será colocado
numa estufa fechada contendo uma versão da atmosfera
marciana, composta por 95%
de dióxido de carbono.
“Estou empolgado de colocar batatas em Marte e ainda mais que possamos usar
um terreno marciano simulado saído de tão perto da área
onde as batatas se originaram”, afirmou Julio ValdiviaSilva, pesquisador do Instituto SETI (instituto de busca
por inteligência extraterrestre, na sigla em inglês), ligado à Nasa, que lidera a equipe científica do projeto.
Nativas de uma região na
divisa do sul do Peru com o
noroeste da Bolívia, as batatas são um dos alimentos
mais nutritivos e calóricos
que se pode plantar.
Por isso, podem ser uma
importante fonte de energia
para tripulações que tenham
de passar longos períodos
longe da Terra —como será o
caso dos astronautas que no
futuro explorarão Marte.
Aliás, uma plantação de
batatas marciana foi exatamente a forma que o fictício
astronauta Mark Whatney, interpretado pelo ator Matt Damon, encontrou para sobreviver no planeta vermelho, no
filme “Perdido em Marte”.
Será que poderia funcionar
O material será colocado numa
estufa fechada contendo uma
versão da atmosfera marciana,
composta por 95% de dióxido
de carbono. Um dos objetivos
é cultivar o alimento em
situações e regiões bastante
inóspitas
VÁ PLANTAR
BATATA
DESAFIOS
“Quando trabalhamos com
simulação ambiental, é bem
difícil mimetizar todas as
condições ao mesmo tempo”,
comenta Fabio Rodrigues, astrobiólogo do Instituto de
Química da USP que não participa do estudo. “Por isso, é
muito difícil prever o comportamento exato do objeto de
estudo no ambiente real.”
Por exemplo, o trabalho do
Centro Internacional da Batata com a Nasa não pretende simular os efeitos da radiação cósmica sobre as plantações —e em Marte, por conta
da falta de um campo magnético global e da atmosfera
rarefeita, isso pode ser um
problema para plantações.
Ainda assim, Rodrigues
considera o estudo fundamental para futuras pretensões de colonização espacial,
além de poder nos ajudar
aqui mesmo.
“É bem difícil prever se o
resultado final será positivo
quanto à possibilidade de
crescimento das batatas nas
condições de Marte, mas certamente nos trará avanços no
entendimento de como esse
modelo cresce em condições
extremas.”
E esse é um benefício imediato do estudo, como apontam os autores. Conhecer os
limites para o plantio de batatas pode perfeitamente ajudar a aprimorar os cultivos
aqui na Terra.
E isso se torna ainda mais
urgente com a mudança climática, que afeta as condições do solo em várias partes
do planeta e pode alterar de
forma significativa o desempenho da agricultura.
Julio Valdivia-Silva, da Nasa, defende que, ao aprendermos a plantar em Marte, um
lugar sabidamente mais inóspito que qualquer região do
nosso planeta, estaremos
prontos para qualquer eventualidade por aqui.
E o pior que poderia acontecer seriam as batatas não
germinarem.
Experimento da Nasa quer testar
plantio da batata em Marte —mas,
antes, o legume será cultivado em
ambiente tão inóspito quanto o de lá
Macaco gigante foi extinto por não
se adaptar à nova dieta da savana
pithecus, um macaco gigante
com ares de King Kong, desapareceu da superfície da Terra há 100 mil anos por causa de sua incapacidade de se
adaptar às mudanças ambientais da época, de acordo com
cientistas.
Medindo de dois a três metros de altura e pesando de 200
kg a 500 kg, ele foi o maior macaco na história do planeta.
Ao que tudo indica, mudanças climáticas transformaram
florestas, onde o macaco vivia,
em savanas. No novo habitat, o
bicho se recusou a se alimentar daquele tipo de vegetação.
Os restos do Gigantopithecus que estão disponíveis são
limitados a quatro mandíbulas inferiores e dentes isolados.
Os primeiros dentes Gigantopithecus foram encontrados em
também na vida real?
(em Marte)
Há 100 Mil aNos
da FraNCe presse - O Giganto-
Futuramente, a ideia é levar
batatas para Marte –mas a
missão só deve acontecer
apenas daqui 15 ou 20 anos
1930 e vendidos como um remédio numa farmácia chinesa.
Uma equipe de pesquisadores alemães e de outros países
estudou o esmalte do dente gigante mostrando que ele viveu
exclusivamente na floresta e
eram vegetarianos.
O estudo científico foi publicado na revista científica
“Quaternary International”.
Para os pesquisadores, o tamanho do macacão e o fato de
que ele estava confinado a apenas um tipo de habitat foram
determinantes para a extinção.
Parentes do bicho, como o
orangotango—aindaporaqui—
têm um metabolismo lento e sobrevivem com pouca comida.
Mas,por causa de seu tamanho, o Gigantopithecus certamente precisava de uma quantidade maior de alimentos,
avaliam os pesquisadores.
Mais prazer
KING KONG?
2,5 cm de
espessura
A principal hipótese para
a extinção dos bichões é a
não adaptação às
mudanças climáticas que
aconteceram na Terra
Dente molar do
gorila gigante
(Giganthopithecus)
que desapareceu
há 1 milhão
de anos
Ilustração William Mur
salVador NoGueira
3
Gigantopithecus (extinto)
1,8 a 3,0 m de altura
de 200 a 500 kg
Ser humano
Gorila-das-montanhas (vivo)
1,5 m de altura
100 kg
Cientistas propõem
nova camisinha
feita com hidrogel
Cientistas dos
EUA estão trabalhando em
uma nova camisinha à base
de hidrogel que promete aumentar o prazer do casal durante o sexo e, de brinde, proteger contra o HIV e prolongar
a ereção peniana.
Essa e outras propostas são
financiadas pela Fundação Bill
& Melinda Gates. Uma de suas
metas é incentivar a fabricação
de um preservativo mais barato e que dê vontade de usar.
O projeto da Universidade
Texas A&M prevê que o hidrogel contenha um antioxidante
de origem vegetal, como os flavonoides, que, além de frear a
replicação do HIV, aumente as
sensações fisiológicas de prazer, inclusive a ereção. A liberação da substância poderá ser
“natural” ou “por pressão”.
de são paulo -