Apresentação Programação Trienal | Conferência de Imprensa

Transcrição

Apresentação Programação Trienal | Conferência de Imprensa
Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder
tão firme e silencioso como só houve
no tempo mais antigo.
Estes são os arquitectos, aqueles que vão morrer,
sorrindo com ironia e doçura no fundo
de um alto segredo que os restitui à lama.
De doces mãos irreprimíveis.
- Sobre os meses, sonhando nas últimas chuvas,
as casas encontram seu inocente jeito de durar contra
a boca subtil rodeada em cima pela treva das palavras.
Digamos que descobrimos amoras, a corrente oculta
do gosto, o entusiasmo do mundo.
Descobrimos corpos de gente que se protege e sorve, e o silêncio
admirável das fontes –
pensamentos nas pedras de alguma coisa celeste
como fogo exemplar.
Digamos que dormimos nas casas, e vemos as musas
um pouco inclinadas para nós como estreitas e erguidas flores
tenebrosas, e temos memória
e absorvente melancolia
e atenção às portas sobre a extinção dos dias altos.
Estas são as casas. E se vamos morrer nós mesmos,
espantamo-nos um pouco, e muito, com tais arquitectos
que não viram as torrentes infindáveis
das rosas, ou as águas permanentes,
ou um sinal de eternidade espalhado nos corações
rápidos.
- Que fizeram estes arquitectos destas casas, eles que vagabundearam
pelos muitos sentidos dos meses,
dizendo: aqui fica uma casa, aqui outra, aqui outra,
para que se faça uma ordem, uma duração,
uma beleza contra a força divina?
Alguém trouxera cavalos, descendo os caminhos da montanha.
Alguém viera do mar.
Alguém chegara do estrangeiro, coberto de pó.
Alguém lera livros, poemas, profecias, mandamentos,
inspirações.
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- Estas casas serão destruídas.
Como um girassol, elaborado para a bebedeira, insistente
no seu casamento solar, assim
se esgotará cada casa, esbulhada de um fogo,
vergando a demorada cabeça para os rios misteriosos
da terra
onde os próprios arquitectos se desfazem com suas mãos
múltiplas, as caras ardendo nas velozes
iluminações.
Falemos de casas. É verão, outono,
nome profuso entre as paisagens inclinadas
Traziam o sal, os construtores
da alma, comportavam em si
restituidores deslumbramentos em presença da suspensão
de animais e estrelas,
imaginavam bem a pureza com homens e mulheres
ao lado uns dos outros, sorrindo enigmaticamente,
tocando uns nos outros –
comovidos, difíceis, dadivosos,
ardendo devagar.
Só um instante em cada primavera se encontravam
com o junquilho original,
arrefeciam o resto do ano, eram breves os mestres
da inspiração.
- E as casas levantavam-se
sobre as águas ao comprido do céu.
Mas casas, arquitectos, encantadas trocas de carne
doce e obsessiva - tudo isso
está longe da canção que era preciso escrever.
- E de tudo os espelhos são a invenção mais impura.
Falemos de casas, da morte. Casas são rosas
Para cheirar muito cedo, ou à noite, quando a esperança
Nos abandona para sempre.
Casas são rios diuturnos, nocturnos rios
Celestes que fulguram lentamente
Até uma baía fria – que talvez não exista,
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como uma secreta eternidade.
Falemos de casas como quem fala da sua alma,
Entre um incêndio,
Junto ao modelo das searas,
na aprendizagem da paciência de vê-las erguer
e morrer com um pouco, um pouco
de beleza.
Herberto Helder, A Colher na Boca. Lisboa, Ática, 1961. p. 13-15.
- Ou o Poema Contínuo. Lisboa, Assírio & Alvim, 2004. p. 9-12.
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POÉTICAS DO ESPAÇO REAL
Delfim Sardo Curador Geral
A Trienal de Arquitectura de Lisboa será, em 2010, dedicada à casa, à habitação.
Partindo do mote “Falemos de casas”, tomado ao poema de Herberto Helder, a Trienal
propõe-se celebrar a arquitectura na sua ligação social mais directa a partir da casa como
seu arquétipo, equacionando as questões do habitar contemporâneo.
A arquitectura é, assim, vista a partir das suas valências sociais e colectivas, partindo do
princípio que é uma componente fundamental de construção de cidadania e de
enriquecimento da vida colectiva, mas também que esse aprofundamento só é possível a
partir do seu entendimento criativo e poético. Em arquitectura, a forma e a estética ligamse poeticamente ao real, ao espaço vivencial e à construção de novas e melhores formas de
viver colectivamente a cidade.
Por isso, a tónica na casa é, simultaneamente, uma ponte em relação à nossa vivência
primeira e estruturante do espaço, mas também uma poderosa metáfora do habitar do
mundo no centro da relação entre intimidade e comunidade.
Em termos mais amplos, a Trienal, como plataforma de apresentação das poéticas da
arquitectura, procura também equacionar a relação entre especificidade local e
globalização, olhando para a herança moderna e procurando avaliar o impacto das
migrações de pessoas e de informação, no sentido de compreender como as especificidades
e contingências de cada lugar podem enformar o trabalho do arquitecto, hoje colocado no
centro de um gigantesco fluxo de informação.
A tarefa que a Trienal se propôs é, assim, a de fazer a arquitectura descer à rua, colocá-la
no centro do debate público, fazer a arquitectura ser um pólo fundamental da percepção
colectiva das condições de sociabilidade.
Trata-se, assim, de celebrar e comunicar a prática da arquitectura como uma generosa e
socialmente actuante poética do espaço real, de mostrar a obra de arquitectos que, com a
sua prática, afectam e ampliam a nossa experiência das possibilidades de habitar o mundo.
O projecto
A Trienal é composta por exposições, publicações, uma conferência internacional, mas
também pelo lançamento de concursos de arquitectura e pela activação de uma rede de
parceiros que contribuem com projectos que se associaram a este repto de pensar a casa, a
cidade e a habitação. A Trienal é, assim, um processo de articulação de parcerias em rede,
envolvendo a comunidade arquitectónica, as instituições que são nossas parceiras, as
galerias de arte que apresentam projectos associados, os agentes culturais, as escolas de
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arquitectura e arquitectura paisagista, os teóricos e arquitectos que participam nas
conferências e seminários, as empresas que decidiram apoiar e se envolver com a Trienal.
Em termos da sua construção, a Trienal definiu um circuito com três momentos expositivos:
No Museu Colecção Berardo será apresentada a exposição Falemos de casas: entre o Norte
e o Sul; no Museu da Electricidade/Fundação EDP, serão apresentados os resultados do
concurso Universidades/projecto Cova da Moura (que envolve as escolas de arquitectura e
arquitectura paisagista que durante o presente ano lectivo procuraram responder ao nosso
repto: “como pode a arquitectura contribuir para melhorar as condições de vida no Bairro
da Cova da Moura?”) e do concurso internacional A House in Luanda: Patio and Pavilion; no
Museu do Chiado será apresentada a exposição Quando a arte fala arquitectura: construir,
desconstruir, habitar.
De cada uma destas exposições resultará um catálogo, publicado em parceria com a BABEL.
Em Novembro terá lugar na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa a Conferência
Internacional subordinada ao tema arquitectura [in] ]out[ política.
A Trienal de Arquitectura é ainda responsável pela representação Portuguesa na Bienal
Internacional de Arquitectura de Veneza, que abriu as portas em Agosto.
O objectivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010 é o de comunicar, celebrar, discutir
e fruir colectivamente a arquitectura, abrindo esta grande conversa à comunidade.
Falemos, então, de casas.
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A TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA 2010
José Mateus Director Executivo
À semelhança do que ocorreu em 2007, no segundo evento, que ocorrerá de 14 de Outubro
de 2010 a 16 de Janeiro de 2011, a Trienal de Arquitectura de Lisboa vem confirmar o seu
formato de grande Fórum de debate, reflexão, prospecção e divulgação da Arquitectura
nacional e estrangeira. E, tal como em então, o conjunto de iniciativas é colocado numa
óptica de cruzamento de fronteiras entre disciplinas, artes e geografias.
Confirma-se também o objectivo de conceber a Trienal fora do âmbito restrito dos
arquitectos. Por isso, prevêm-se exposições de grande riqueza e expressividade, concebidas
para captar e envolver públicos de diferentes faixas etárias e de formação diversa.
Reafirma-se o princípio da pluralidade na definição dos conteúdos, na escolha dos
comissários das várias exposições, dos projectos expostos, ou dos intervenientes na
conferência internacional. Para tal, foi colocado particular cuidado na escolha do Curador
Geral, cuja orientação assegura um evento ímpar no contexto mundial.
Para esse difícil encargo foi escolhido Delfim Sardo, licenciado em Filosofia pela
Universidade de Coimbra, ensaísta e docente universitário, cuja actividade em tais
domínios é amplamente reconhecida, onde se destaca a direcção do Centro de Exposições
do CCB entre 2003 e 2005.
A Trienal 2010 conta com um forte apoio do Estado Português e de instituições privadas de
referência no campo da cultura portuguesa, o que reflecte a grande credibilidade e
prestígio que o evento rapidamente assegurou. Foi por isso reconhecido, por despacho do
Ministério de Cultura de 27 de Julho de 2009, a relevância cultural do evento e, à
semelhança de 2007, a Trienal conta com o Alto Patrocínio de S. Exa. o Presidente da
República.
A estrutura do evento mantém-se idêntica à de 2007, estando prevista a constituição de 3
pólos expositivos no âmbito da programação central (Museu Colecção Berardo, Museu da
Electricidade/ Fundação EDP e Museu do Chiado); uma Conferência Internacional (Aula
Magna); a representação portuguesa na Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza e
diversos Projectos Associados, entre os quais se destaca uma exposição e ciclo de palestras
organizado pela Câmara Municipal de Cascais.
Com a deslocação no calendário para o final do ano, a par da organização de serviços
educativos, pretende-se promover o aumento do número de visitantes bem como de uma
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maior interacção com as camadas jovens e não especializadas da sociedade. No conjunto
das várias iniciativas estima-se que venham a ser envolvidas perto de 2000 pessoas na
concepção, produção e nos concursos da Trienal, e, espera-se poder atingir os 150.000
visitantes.
Para marcar este importante momento, não seria fácil encontrar tema mais simbólico e
inspirador do que aquele que guia a programação de 2010 - Falemos de Casas - que coloca
a reflexão da Trienal nas questões centrais e mais básicas da arquitectura. E onde esta,
porventura, melhor revela o seu carácter essencial, humanista e universal.
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EXPOSIÇÕES
FUNDAÇÃO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU
COLECÇÃO BERARDO
FALEMOS DE CASAS: Entre o Norte e o Sul
14.10.2010 – 16.01.2011
Comissariado: Manuel Graça Dias, Ana Vaz Milheiro, Pedro
Pacheco,Luís Santiago Baptista, Peter Cook, Diogo Seixas Lopes,
James Peto e Max Risselada
Coordenação geral de comissariado: Delfim Sardo
Assistente curatorial: Julia Albani
CO-PRODUÇÃO TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA | MUSEU COLECÇÃO BERARDO
No Museu Colecção Berardo será
apresentada a exposição Falemos
de casas: Entre o Norte e o Sul,
que, ocupando todo o piso do
Grande
Hall
(3000m2)
se
debruçará sobre as condições de
habitação e as novas soluções
encontradas na especificidade das
várias regiões do globo. Com um
amplo leque de comissários, a
exposição parte de duas experiências emblemáticas (o projecto SAAL e A Casa do Futuro,
de Alison e Peter Smithson) para equacionar o sentido da especificidade do lugar, da
herança modernista e das novas soluções para a questão do habitar.
Entre a dimensão utópica da herança de 1956 (de Smithson) e de 1976 (do SAAL) e a
contemporaneidade, diversas práticas arquitectónicas se constroem e se definem, se
cruzam e complexificam. Nas diferentes zonas desta exposição será dada conta das
especificidades dos problemas e das soluções locais que a arquitectura vai definindo,
recorrendo à apresentação de projectos, ao uso de imagens documentais, a entrevistas com
arquitectos, teóricos e habitantes.
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Introdução
Alison
&
Peter
Smithson:
A
Arte
Considerações sobre a Casa do Futuro
de
Habitar
–
Motivados pela adaptação das ideias progressivas do
movimento
moderno
de
antes
da
guerra
às
necessidades humanas específicas da reconstrução do
pós-guerra, Alison (1928-1993) e Peter Smithson
(1923-2003) contam-se entre os arquitectos mais
influentes, e também mais controversos, da segunda
metade do século XX. Contando-se entre os mais
jovens membros do CIAM e membros fundadores do
Team 10, esta dupla situou-se no núcleo do debate
sobre o destino da arquitectura moderna. As suas
polémicas e projectos – nos quais a sua atenção se
focou na escalada da sociedade de consumo e no papel do planeamento urbano – foram
seminais para a fundação do Novo Brutalismo e do movimento Pop da década de 1960.
Uma das questões centrais que ocupou os Smithsons foi o desenho da habitação.
Introduziram os novos conceitos de "lugar" e "território", em contraponto com as "máquinas
de habitar" de Le Corbusier. Para os Smithsons, uma casa era um lugar especial que,
conformando-se aos requisitos comuns da vida quotidiana se devia igualmente adequar à
sua época e localização específicas.
A intervenção para a Trienal de Arquitectura de Lisboa de 2010 destina-se a ser uma
apresentação de quatro projectos seleccionados de Alison e Peter Smithson, do ano de
1956: “Pátio e Pavilhão”, “A Casa do Futuro”, “Grelha de Secção do Vale" e a materializada
“Casa Sugden”, os quais, em conjunto, demonstram a amplitude e complexidade da sua
visão em início de carreira.
A adaptação para a Trienal de Arquitectura de Lisboa da exposição originalmente intitulada
“Alison and Peter Smithson: From the House of the Future to the House of Today” [Alison e
Peter Smithson: da Casa do Futuro à Casa de Hoje], cujo curador foi Max Risselada, da
faculdade de Arquitectura da Universidade Tecnológica de Delft (TU Delft), e James Peto
do Museu do Design de Londres, será realizada em colaboração com Max Risselada e a TU
Delft, e conta com o apoio do Smithson Family Archive, em Stamford, Inglaterra.
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SAAL Serviço de Apoio Ambulatório Local
Vídeo instalação de Catarina Alves Costa,
10’’, 2010
Um filme de carácter experimental, feito com imagens e sons do período entre Agosto de
1974 e Outubro de 1976. É a história do SAAL, Serviço de Apoio Ambulatório Local, um
movimento lançado após a revolução por um grupo de arquitectos que queria ir contra o
bloqueamento da gestão territorial, respondendo à luta de rua dos moradores pobres que
no Verão quente de 1974 gritavam “Casas Sim! Barracas Não!”. Se em Lisboa as operações
do SAAL acontecem em subúrbios e em zonas de bairros de lata recentemente urbanizadas,
no Porto tudo acontece no centro urbano, nos bairros históricos, com populações que aí
vivem há longa data. No Porto, experimentou-se a ideia de uma cidade em que os pobres
têm direito ao centro histórico, onde velho e novo coexistem. No SAAL, existiam as
chamadas brigadas técnicas, que trabalhavam por zonas. A brigada trabalhava de forma a
apressar a construção. Por isso, começa por projectar e construir em terrenos já
disponíveis, sem necessidade de recurso a processos de expropriação, sempre lentos. O
processo ganha uma enorme autonomia, avança rapidamente. A história é complicada e
terá que ser pesquisada e descoberta. Como foram vividos estes dois anos?
O SAAL foi uma proposta alternativa, utópica, uma reflexão nova sobre a cidade.
O sonho era grande. A história que queremos contar começa com este sonho que acaba. A
paisagem urbana, e nela o grupo de arquitectos e moradores pobres envolvidos vai ser
retratado misturando arquivos pessoais, em super 8 e 16mm, fotos de família, fotos das
ocupações e manifestações de rua, sons de gravações de reuniões e de encontros onde se
cantavam as músicas revolucionárias, gravações de encontros, etc. Trata-se de dar conta
do ambiente subjectivo e poético, pessoal, manipulando estes materiais, voltando aos
locais onde tudo aconteceu, remexendo gavetas e recordações, arquivos.
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Secção Portugal: “ Falemos de casas ... em Portugal”
Comissários: Luís Santiago Baptista e Pedro Pacheco
A Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010 lançou o tema «Falemos de casas», retirado da
frase que abre a Poesia Toda de Herberto Helder. A representação portuguesa,
respondendo ao repto dessa acção presente e aberta de diálogo sobre o habitar, convoca
várias linhas de conversação sobre o habitar português contemporâneo. «Falemos de casas…
em Portugal» evoca diferentes discursos em volta do habitar, dos comissários aos
pensadores, dos arquitectos aos clientes. Ao mantê-los separados, mas relacionados,
pretende-se mostrar que os pontos de vista sobre o habitar são diversos e plurais não se
sujeitando a uma idealista unidade sintetizadora. É neste sentido que, mais do que uma
apresentação expositiva unilateral ou defesa de um determinado discurso disciplinar, se
procura antes efectuar um percurso de investigação transversal sobre o pensar, o conceber,
o apropriar e o viver das casas intencionalmente projectadas em Portugal. «Falemos de
casas… em Portugal» propõe a construção de um diálogo transdisciplinar na procura de uma
cartografia possível do habitar português contemporâneo.
Secção Suíça: “Fronteiras: o caso da Novartis”
Comissário: Diogo Seixas Lopes
Enclave entre o norte e o sul da Europa, a Suíça tem promovido uma cultura de precisão
que também ganhou fama com a sua arquitectura. A sede da Novartis em Basileia é um
espelho disso mesmo. A multinacional farmacêutica lançou um plano urbano para a
construção da sua "cidade." Anichada pelo Reno, junto às fronteiras com a França e
Alemanha, ela concentra várias redes internacionais naquele lugar.
Em 2011, laboratórios desenhados por Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura vão inaugurar
na Novartis. Esta secção apresenta-os, em conjunto com o centro de visitas de Peter Märkli.
Este edifício luxuoso, vizinho dos outros, confirma o estatuto de Märkli como um
"arquitecto de arquitectos." O mesmo podia dizer-se de Siza e Souto de Moura.
É possível identificar nestes três casos certas correspondências e discrepâncias. É ainda
preciso discutir o seu estatuto como parte de um espaço na fronteira de interesses públicos
e privados. O espaço da Suíça também é assim. Fronteiras: o caso Novartis procura abordar
este problema de uma forma concisa, analisando um dos seus casos emblemáticos.
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Secção Países Nórdicos: A Ligação Nórdica
Comissário: Sir Peter Cook
Após a maravilhosa, inventiva, original e sensível transformação do calmo neoclassicismo na
arquitectura moderna, especialmente adequada aos valores sociais, a que se assistiu nos
países nórdicos na primeira metade do século XX, e depois do desaparecimento de Jacobsen
e Aalto, assistiu-se a um certo definhamento da arquitectura nórdica (mantendo-se como
excepções os trabalhos de Utzon, Fehn e Pietela). Porém, recentemente, o empenho dos
jovens nórdicos em viajar e o nível elevado de conhecimento da arquitectura estrangeira (e
também o nível económico e educacional relativamente elevado da população) resultaram
num notável impulso na arquitectura destes países.
A Noruega, em particular, tomou a liderança à Suécia (o antigo líder nesta área) através do
seu excelente nível de design que abrange uma ampla gama de posições. A Finlândia tem
continuado a promover um nível elevado de consciência de design e a Dinamarca tem-se
mostrado extremamente activa. Esta exposição assume uma análise deliberadamente
católica dos pontos-chave deste renascimento; da concentração espacial – quase barroca –
da biblioteca de Antinen Oiva, em Helsínquia, até à geração de respostas computorizadas
do trabalho de Mette Thomsen, na Royal Copenhagen Academy. Hibridizando-se através do
pano de fundo lírico com a cultura local de Kristiansund, na Noruega, pelo atelier de
arquitectura ALA de Helsínquia, ou da inspiração no Mar do Norte de Helen & Hard em
Stavanger.
Secção SUL-África/Brasil:
“A Cidade Popular”
Comissários: Ana Vaz Milheiro e Manuel Graça Dias
O paralelismo entre o crescimento das grandes cidades africanas e algumas metrópoles
brasileiras (contrastes sociais, conflitos “cidade informal”/“cidade da riqueza”, ameaça ao
património modernista) conduziram-nos à proposta, A CIDADE POPULAR, centrada em três
pólos, Recife, Luanda e Maputo, e envolvendo três tipos de espacialidade:
Cidade informal/real (favelas/musseques/caniço): arquitectos demonstrar-nos-ão como
infra-estruturar esses espaços, mantendo redes de ruas, consolidando habitação popular e
equipando-os (escolas/centros de saúde/clubes desportivos/serviços).
Cidade formal/sitiada (condomínios fechados): escritores tornarão explícita, através da
ficção, a miséria arquitectónica/social dessas soluções, bem como a desurbanidade que
promovem.
Cidade moderna/ameaçada (Seminário Regional do Nordeste/Recife, Bairro Prenda/Luanda,
Edifício Tonelli/Maputo]: pequenos filmes mostrar-nos-ão a riqueza espacial/social de
propostas modernas, já históricas, aduzindo exemplos/ideias/sugestões, para soluções
integradas com a cidade informal entretanto regenerada.
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PROJECTO EXPOSITIVO
A equipa coordenada pela Arquitecta Sofia Saraiva venceu o concurso para a elaboração do
espaço expositivo da Trienal na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Museu
Colecção Berardo. A ideia que serviu de base para a proposta vencedora nasceu da própria
temática desta edição da Trienal: “a casa, o chão primeiro da arquitectura”. A equipa
recorreu “a imagens de casas populares do Sul e do Norte de Portugal para construir uma
rua. A interpretação desses alçados deram lugar a paredes contínuas que se distinguem
pelas diferenças entre os vãos do Norte e os vãos do Sul”.
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MUSEU DA ELECTRICIDADE
FUNDAÇÃO EDP
FALEMOS DE CASAS: projecto Cova da Moura
[Concurso para Estudantes de Arquitectura e Arquitectura
Paisagista]
A HOUSE IN LUANDA: Patio and Pavilion
[An International Architecture Competition for Luanda]
16.10.2010 – 16.01.2011
Comissariado: Manuel Aires Mateus e João Luís Carrilho da Graça
Coordenação geral de comissariado: Delfim Sardo
Assistente curatorial: Rita Palma
No Museu da Electricidade, resultado da
parceria com a Fundação EDP, serão
apresentadas duas exposições:
O
Concurso
Universidades/Projecto
Cova da Moura que envolve as escolas de
arquitectura e arquitectura paisagista em
torno do bairro da Cova da Moura e que
partiu de um repto lançado pela Trienal à
comunidade académica: Como pode a arquitectura contribuir para melhorar as condições
de vida neste bairro?
Ao longo do ano lectivo de 2009/2010, vinte e duas faculdades trabalham este tema no seu
curriculum académico. A selecção dos 30 melhores projectos será apresentada.
Comissário: Manuel Aires Mateus
O Concurso A House in Luanda: Patio and Pavilion consiste num concurso internacional
de arquitectura destinado a promover a habitação de custos controlados em Luanda –
resultado de uma parceria com a Trienal de Luanda. A cidade de Luanda, com a sua
capacidade habitacional largamente superada pela enorme migração interna, necessita de
encontrar soluções habitacionais de qualidade e com baixo custo que permitam contribuir
para resolver o problema dos muceques, promovendo a construção de habitação, ou mesmo
a auto-construção. É este o objecto deste concurso.
Comissário: João Luís Carrilho da Graça
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FALEMOS DE CASAS: projecto Cova da Moura
O projecto Cova da Moura representa um
momento muito importante na Trienal de
Arquitectura 2010. O seu pressuposto é
claro e directo: representa a importância
reconhecida
à
componente
ética,
comunitária e social da arquitectura, à
sua
capacidade
transformadora
das
condições de vida e à importância do
contacto com a realidade na formação
dos arquitectos.
A Trienal lançou um repto às escolas de arquitectura e de arquitectura paisagista para
trabalharem, no âmbito do seu plano formativo, respostas para uma pergunta: como é
possível a arquitectura contribuir para melhorar, em concreto, as condições de vida das
pessoas deste bairro?
O bairro é a Cova da Moura, realidade complexa em termos sociais e culturais, oriundo de
circunstâncias históricas peculiares e com um percurso atípico. A escolha da Cova da Moura
para o desenvolvimento deste projecto deveu-se ao reconhecimento de que este bairro
possui uma dinâmica associativa que proporciona para os envolvidos neste projecto uma
importante interlocução.
Foi exactamente por aí que o projecto iniciou, por uma reunião com a Comissão de Bairro
(federação das diversas associações que aí estão implantadas), no sentido de estabelecer
uma parceria para o desenvolvimento deste estudo.
O segundo passo foi desenvolver, em colaboração com a Fundação EDP, o projecto de um
seminário de enquadramento aberto aos alunos das escolas envolvidas no projecto.
A última fase será uma exposição que terá lugar no Museu da Electricidade.
O desenvolvimento das diversas abordagens à questão simples que foi colocada é o centro
deste projecto, sabendo que ele deriva das metodologias de cada faculdade, de cada
equipa docente, das linhas programáticas de trabalho, da ideologia que preside às opções
pedagógicas, didácticas e de projecto formativo de cada instituição de ensino.
Em caso nenhum, no entanto, o case study deve ser tomado de forma exemplar: o que se
pretende é precisamente o contrário, que os alunos desenvolvam os seus projectos a partir
de um envolvimento com a especificidade da situação da Cova da Moura, que tentem
compreender a complexidade olhando-a de perto, mesmo se as suas soluções forem à
escala macro do território e não à escala micro da intervenção pontual. O que a Trienal de
Arquitectura propõe é um entendimento deste processo como uma metodologia de
compreensão do espírito do lugar (para usar a expressão de Michel Butor), sabendo que o
lugar é feito de pessoas, por pessoas e, daqui, partir para o projecto.
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A HOUSE IN LUANDA: Patio and Pavilion
O objectivo deste concurso de ideias é
claro:
conceber
uma
habitação
unifamiliar de construção radicalmente
barata para Luanda, cidade sujeita a uma
enorme
processo
adaptada
pressão
intenso
às
demográfica
de
e
num
transformação,
condições
culturais,
económicas e sociais do lugar.
Este projecto, promovido em colaboração
com a Trienal de Luanda, deverá contar com a possibilidade das habitações comportarem
soluções evolutivas, eventualmente em auto-construção, adaptando-se, assim, à velocidade
de transformação do tecido social angolano e de Luanda como grande metrópole africana
que, tendencialmente, será.
O concurso tem por finalidade seleccionar a melhor proposta para a concepção de um
protótipo de unidade familiar que origine um pátio, com um baixo custo de construção,
destinada a famílias em situação de grande carência, comummente constituídas por 7-9
pessoas ( pais, 3 filhos e 2 avós ou pais, 5 filhos, 2 avós) , num terreno de topografia plana,
situado no perímetro de Luanda.
De entre os projectos escolher-se-á uma shortlist de 30 projectos finalistas. Os autores dos
30 projectos finalistas serão contactados pela Trienal para desenvolverem uma maqueta de
apresentação da sua proposta que constará da exposição no Museu da Electricidade de 16
de Outubro 2010 a 16 de Janeiro de 2011.
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PROJECTO EXPOSITIVO
A equipa coordenada pelo Arquitecto Cláudio Vilarinho foi a vencedora do Concurso Público
para a Elaboração do Conteúdo Expositivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa no Museu da
Electricidade. O Júri considerou tratar-se de um projecto singular, realçando a coerência
do conceito expositivo. De acordo com a memória descritiva do projecto: “A ideia que
procuramos potenciar e propomos para a Exposição da Trienal Arquitectura de Lisboa no
Museu da Electricidade é uma ideia de relação entre o que é interior (casa) e o que é
exterior (o seu jardim).”
Assim, no projecto vencedor um objecto cenográfico figurativo de uma casa estabelece a
transição entre “exterior real“ e “exterior metafórico“. A casa funciona simultaneamente
como filtro entre a rua e o espaço de exposição, sendo nesse local que se integra a
introdução às exposições e eventuais audiovisuais num ambiente mais obscuro. É uma
alusão directa ao tema da Trienal - Falemos de Casas -, peça-chave que assume um
desempenho importante e eficaz na montagem do conjunto expositivo.
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MUSEU NACIONAL
CHIADO
DE
ARTE
CONTEMPORÂNEA
-
MUSEU
DO
FALEMOS DE CASAS: quando a arte fala arquitectura
[construir, desconstruir, habitar]
15.10.2010 – 21.11.2010
No Museu do Chiado será apresentada a exposição
Quando
a
arte
fala
arquitectura:
construir,
desconstruir, habitar.
Em vários momentos, num mundo sucessivamente
destruído por conflitos globais, a arte reflectiu a
necessidade de pensar o sentido da habitação, da
construção afectiva do espaço, do casulo e das
condições mínimas de sobrevivência. Por muitas formas
a arte parece falar arquitectura, construindo campos
quase sem nome, na intersecção da escultura, do filme,
da arquitectura.
A exposição pretende apresentar obras que se situam
neste limbo, oriundas dessa necessidade de trabalhar a
desconstrução do espaço e a apropriação de linguagens
arquitectónicas por parte de artistas, mas tentando encontrar também movimentações
correspondentes de proveniências diversas neste interface.
Ângela Ferreira, José Pedro Croft, Carlos Nogueira e Fernanda Fragateiro apresentam
projectos concebidos especificamente para esta exposição.
Ângela Ferreira; Bruce Nauman; Carlos Garaicoa; Carlos Nogueira; Catherine Opie; Cildo
Meireles; Damian Ortega; Dan Graham; Ed Ruscha ; Elmgreen & Dragset; Fernando Brito;
Fernanda Fragateiro; Gabriel Orozco; Gordon Matta-Clark; Hans Haacke; Jimmie
Durham ;John Bock; Jonas Dahlberg; Jorge Macchi; José Pedro Croft; Juan Araújo;
Julião Sarmento; Julian Rosenfeld; Luísa Lambri; Marcelo Cidade; Marcius Galan;
Marepe; Mark Dion; Mateo Lopez; Miguel Arruda; Miroslav Balka; Nuno Sousa Vieira;
Olafur Eliasson; Rita McBride; Rivane Neuenschwander; Robert Gober; Rodney Graham;
Stan Douglas; Thomas Scheibitz; Thomas Schutte; Thomas Struth; Tom Sachs; Vangelis
Vlahos; Wallid Raad/Atlas Group.
Comissário: Delfim Sardo
Assistentes curatoriais: Julia Albani e Rita Palma
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NÚCLEO CASCAIS
Cascais na Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010
Em 2007 o município de Cascais participou na 1ª Trienal Internacional de Arquitectura de
Lisboa, com muito interesse e assinalável sucesso.
Como os restantes pólos expositivos da Trienal o “Núcleo Cascais XXI” registou uma
considerável afluência do público, contando nomeadamente com a visita de centenas de
estudantes de arquitectura, além de profissionais, críticos de arquitectura e público em
geral, com particular destaque para os turistas nacionais e estrangeiros.
Esta participação contribuiu para uma forte divulgação de edifícios com elevada qualidade
arquitectónica e aqui realizados no século XXI.
Em 2010 a curadoria do Núcleo de Cascais será da responsabilidade da Arquitecta Ana
Tostões e o projecto expositivo da autoria do Arquitecto João Mendes Ribeiro.
Entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011 dois equipamentos irão acolher o evento: o
Centro Cultural receberá a componente expositiva e a Casa das Histórias Paula Rego, o
ciclo de conferências.
Falemos de Casas em Cascais é o título da exposição proposto pela arquitecta Ana Tostões,
o qual resulta da sua reflexão sobre a evolução da casa unifamiliar no concelho, com
enfoque nos últimos 100 anos.
O imaginário de Cascais assenta, entre outros aspectos, numa atmosfera de casas de
excepção
que,
desde
finais
do
século
XIX,
têm
transformado
e
caracterizado
particularmente a sua paisagem litoral.
À arquitectura de veraneio seguiu-se o romantismo final tardio português e a linha estética
e programática da teorização da “casa portuguesa” de Raul Lino e dos seus seguidores. A
produção arquitectónica do século XX é marcada por diversas obras projectadas por Cristino
da Silva, Pardal Monteiro, Ruy d´Athouguia, Conceição Silva, entre outros, que muito
concorreram para a qualidade urbanística de lugares como Cascais e o Estoril.
As sete casas seleccionadas para a exposição são construções exemplares que contribuíram
decisivamente para a criação de uma “paisagem arquitectónica contemporânea” no
concelho.
Cascais revela-se, assim, como lugar mágico de pulsão dos valores da contemporaneidade,
marcados pela nostalgia, pelo cosmopolitismo e pela experimentação.
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CENTRO CULTURAL DE CASCAIS
FALEMOS DE CASAS EM CASCAIS
13.11.2010 – 16.01.2011
Falemos de Casas em Cascais é um projecto
de
curadoria
focado
na
produção
da
arquitectura doméstica. A ideia é a de revelar
os
dispositivos
espaciais,
funcionais
e
paisagísticos de uma concepção feita para
responder ao quotidiano da vida privada.
O facto do universo geográfico e social se
concentrar
em
abordagem
articulada
matrizes
tão
Cascais
diversas
estimula
uma
acordo
com
de
como
nostalgia
e
cosmopolitismo, público e privado, quotidiano
e
vivências,
construção
e
paisagem,
experimentação e inovação. Cascais é entendido como lugar mágico de pulsão destes
valores na contemporaneidade.
Para tal são eleitos 7 casos de estudo de modo que permitem perspectivar o tema como: 1)
a casa como programa de experimentação espacial e construtiva; 2) a casa como lugar de
projecção da quimera de felicidade; 3) a casa como promessa da “boa vida”; 4) as casas de
Cascais no mapa da arquitectura contemporânea.
Partimos do princípio que Cascais tem uma atmosfera feita de casas de excepção e por isso
perguntamos porque é que o programa da casa unifamiliar é tão fascinante para arquitectos
e porque se concentram em Cascais muitos dos melhores exemplos da contemporaneidade.
Os 7 casos de estudo constroem uma rede lançada da “casa portuguesa” ao modernismo, do
espírito clássico à modernidade radical, da organicidade e complexidade intensas, à
depuração e suspensão na paisagem.
Desenhos, maquetas, instalações e projecções de imagens, são os utensílios desta mostra
acompanhados de um livro crítico-reflexivo e de desejadas visitas a alguns dos lugares.
Comissária: Ana Tostões
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CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
arquitectura [in] ]out[ política
19 e 20.11.2010
Aula Magna, Lisboa
A
arquitectura
é
uma
inscrição
política: a edificação é dependente
da capacidade económica de quem
manda construir; as formas veiculam
modelos sócio-culturais e formulam
desejo; o poder precisa de se fazer
representar
e
reconhecer-se
representado.
A
acção
dos
arquitectos é também politicamente
determinada e só o poder é capaz de sustentar experiências de grande escala.
Qualquer referente de arquitectura democrática (ou democratizante) pode ter a sua génese
em contextos de abundância ou de escassez. A arquitectura é uma operação socializante e
consequentemente argumenta o ideário democrático: um mundo solidário, inclusivo
e equitativo.
A conferência arquitectura [in] ]out[ política surge como uma oportunidade para
reflectir e debater sobre a arquitectura como instrumento orientador de processos
democráticos e como signo temporal e espacial das suas potencialidades.
Arquitectura e política são per se argumento e processo, amplos e abertos. Esta
conferência
propõe
a
discussão
destes
conceitos
de
forma
transdisciplinar
e
interdependente, num enquadramento centrado em quatro vectores: política, cidadania,
ambiguidade e dispositivo. Através destes será analisada a operatividade das práticas
arquitectónicas enquanto manifesto, lugar, factualidade e função.
Curadoria: Claudia Taborda e José Capela
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PROGRAMA PRELIMINAR:
PREÇOS:
Estudantes e Estagiários
- Primeiras 500 inscrições: 35,00€ (iva incluído)
- Restantes inscrições: 80,00€ (iva incluído)
Público em geral
- Primeiras 200 inscrições: 75,00€ (iva incluído)
- Restantes inscrições: 150,00€ (iva incluído)
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REPRESENTAÇÃO
PORTUGUESA
NA
12ª
INTERNACIONAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA
BIENAL
NO PLACE LIKE: 4 HOUSES, 4 FILMS
29.08.2010 - 21.11.2010
Aires Mateus, Bak Gordon, Carrilho da
Graça, Siza Vieira
No place like - 4 houses, 4 films constitui
uma mostra colectiva e transgeracional da
arquitectura
contemporânea
portuguesa,
centrada na reflexão sobre a habitação, na
linha indicada por Kazuyo Sejima para a
Biennale Architettura 2010 – “People meet in
architecture”. A dupla Manuel e Francisco
Aires Mateus, Ricardo Bak Gordon, João Luís
Carrilho da Graça e Álvaro Siza Vieira são os
arquitectos que representam Portugal na 12ª
Exposição Internacional de Arquitectura - La Biennale di Venezia. Paralelamente à
apresentação dos projectos dos 4 ateliês de arquitectura, a exposição integra 4 filmes
ficcionais dos artistas Filipa César, João Onofre, Julião Sarmento e João Salaviza que
desvelam a relação destas casas com os contextos em que se inserem.
A participação portuguesa, organizada e produzida pela Direcção-Geral das Artes do
Ministério da Cultura com a colaboração da Trienal de Arquitectura de Lisboa, é
comissariada por Julia Albani, José Mateus, Rita Palma e Delfim Sardo.
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SERVIÇO EDUCATIVO
Estabelecer
relações
com
os
diferentes públicos em torno da
Arquitectura é um dos principais
objectivos
da
programação
da
Trienal de Arquitectura de Lisboa.
Neste sentido, a existência de um
serviço
educativo
transversal
e
pluridisciplinar,
integrador
de
diferenças, torna-se incontornável.
Do
ensino
primário
ao
ensino
universitário, para um público curioso ou especializado, propõem-se visitas guiadas às
exposições, conversas com os comissários, workshops, debates temáticos e uma série de
actividades que compõem o programa educativo oficial do evento de 2010.
Mais informações, programação completa e horários das actividades:
www.trienaldelisboa.com/pt/servico-educativo
[email protected]
+ 351 21 346 93 66 (2ªf a 6ªf das 14h30 às 18h30)
PRÉMIO TRIENAL MILLENNIUM BCP
Em parceria com o Millennium BCP será distinguido um arquitecto pela sua carreira. O
Prémio será entregue em data a anunciar onde se espera a presença das mais altas figuras
públicas e governamentais do país.
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PROJECTOS ASSOCIADOS
Tal como aconteceu na primeira edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, entendeu-se
divulgar a programação de algumas instituições culturais cujos projectos se relacionam com
as temáticas da Arquitectura.
Museu da Cidade
António Bolota, A última luz do dia
Inauguração: 13.11.2010 (15h)
14.11.2010 - 23.01.2011
Curadoria: Nuno Faria
Com A última luz do dia, António Bolota toma o espaço do Pavilhão Branco do Museu da Cidade
para ali realizar a sua mais ampla exposição individual até à data.
Para esta particular arquitectura vítrea, aberta sobre os jardins do Palácio Pimenta, o artista
concebeu um conjunto de intervenções site-specific que se articulam, numa lógica de revelação
e de ocultação, com a escala e a natureza simbólica do edifício e do lugar. As propostas que
António Bolota vem realizando colocam-no, quer pela utilização de materiais industriais, quer
pela adopção da grande dimensão, quer ainda pelo diálogo que vem mantendo com a
arquitectura, numa posição de particular singularidade no panorama da arte contemporânea em
Portugal.
Once upon a place – Haunted Houses and Imaginary
Cities
1 st International Conference on Architecture &
Fiction
Curadoria:
Pedro Gadanho (CUC)
Susana Oliveira (CIAUD/FAUTL)
12 e 13.10.2010
14.10.2010
Auditório 2, Fundação Calouste Gulbenkian
Museu da Electricidade
A conferência internacional Once Upon a Place abordará as contaminações recíprocas entre
a arquitectura e a ficção, quer esta surja na forma literária tradicional, quer sob outras
formas literárias e híbridas associadas à cultura visual e popular - ilustrações, BD, novela
gráfica, narrativa fotográfica, etc.
O evento será organizado segundo 3 momentos distintos: um conjunto de sessões com
comunicações de carácter científico/académico; 2 palestras magnas com convidados
internacionais; e uma sessão de debate informal/mesa redonda com outros convidados e
intervenientes.
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Oradores Principais:
Alberto Manguel (autor/escritor)
Colin Fournier (arq.)
Gonçalo M. Tavares (escritor)
Ângela Ferreira (artista plástica)
APPLETON SQUARE
Appleton e Domingos arquitectos e Michael Biberstein
15 Outubro a 13 Novembro
(exposição comissariada pela Appleton Square)
EMPTY CUBE (projecto curatorial de João Silvério)
Artista convidado: Pedro Gadanho
Inauguração: 16 Novembro
Apresentação única de uma noite
Cursos:
Arquitectura Tradicional / Uma Realidade Física
Diagnóstico e Reabilitação II
Coordenação: Arqtº Vitor Mestre
Outubro 2010
Arquitectura/ Contaminações
Coordenação: Nuno Crespo
[duração 2 meses, 1 vez por semana em horário pós-laboral]
Novembro 2010 a Janeiro 2011
GALERIA PEDRO CERA
Futureland – Fotografias de Nuno Cera
27.10.2010 a 4.12.2010
Projecto fotográfico complementar da instalação vídeo FUTURELAND. Uma investigação
artística sobre o impacto do crescimento urbano nas pessoas e no ambiente, assim como a
ligação entre arquitectura, espaço público e sociedade. As fotografias pretendem formar
um atlas visual das condições arquitectónicas de nove cidades espalhadas por diferentes
continentes: Los Angeles, USA; Dubai, UEA; Istambul, Turquia; México D.F, México; Cairo,
Egipto; Xangai, China; Hong-Kong, China; Bombaim, Índia; Jacarta, Indonésia.
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MARZ GALERIA
Haunting Memory - Ivan Grubanov
13.11.2010 – 30.12.2010
A pintura e instalação de Ivan Grubanov apresenta uma nova forma de visionar a pintura
“histórica” e, mais ainda, uma novo modo de visionar o “memorial” na arte. Aludindo à
ideia do pintor como um registrador e à forma como a história se apropria da imagística da
pintura, Grubanov considera o próprio acto de pintar uma “intervenção no histórico”.
No lugar de patéticas referências simbólicas à ideia da pintura histórica, Ivan Grubanov
oferece representações de uma experiência actual: a sua própria experiência num clima
político turbulento e a guerra civil, contra a qual cresceu no seu país natal, a exJugoslávia. Grubanov escapa contudo a todas as armadilhas da obra “política” e mantémse, acima de tudo, um artista, que demonstra o indivíduo rebelde e desarmado na sua luta
contra sistemas políticos manipulativos.
Através do seu trabalho, Ivan Grubanov transforma o seu desassossego pessoal com o
político e com a noção de responsabilidade colectiva.
A sua obra toma a forma de
composições semi-abstractas e semi-figurativas nas quais procura a representação da sua
própria “memória assombrada.”
Nestas composições, são visíveis os traços de palcos,
bandeiras, anúncios, edifícios públicos e outros módulos de abuso da esfera pública. Os
vestígios da euforia em massa causada por uma política instigadora de guerra.
Estes
símbolos nascem frequentemente juntos e sobrepõem-se na tentativa de construir uma
“imagem de terror”, única e universal.
CRISTINA GUERRA CONTEMPORARY ART
Interiores
19.10.2010 a 20.11.2010
Comissário: Pedro Gadanho
Artistas: Filipa César . João Paulo Feliciano . Fernando Guerra . Daniel Malhão . Edgar
Martins
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ESPAÇO AVENIDA
Inauguração 15.10.2010
A Temporalidade do Espaço – Carlos Bunga
Apesar de Carlos Bunga - o primeiro artista a ser vencedor do Prémio Novos Artistas (2003) ser mais conhecido (em Portugal quase exclusivamente) pelas suas construções de grandes
dimensões em cartão, a sua prática é muito mais rica e complexa do que se restringisse
apenas a essas instalações. A presente exposição, que junta desenhos, pequenas esculturas
e vídeos, quer oferecer o lado mais íntimo e cerebral da obra deste artista. Um trabalho
que se desenvolve em torno de um pensamento sobre a arquitectura. Do seu sonho, do seu
poder, da sua intromissão na vida do quotidiano, do espaço vazio entre espaços, da sua
ruína. A arquitectura é aqui encarada como um ciclo, semelhante ao ciclo da vida, que se
inicia na sua conceptualização e nascimento e que termina na sua destruição para depois
voltar a ser sonhada e construída. Propõe assim um itinerário que é espacial, mas
principalmente temporal e que se desenvolve como um mapa mental desmascarando as
linhas invisíveis que estruturam uma paisagem.
Futureland – Nuno Cera
FUTURELAND, é um projecto videográfico e fotográfico que pretende investigar e perceber
o impacto do crescimento urbano nas pessoas e no ambiente, assim como a ligação entre
arquitectura, espaço público e sociedade.
Cada um dos locais filmados tem características de tamanho, forma, densidade e
diversidade próprias que interessa quantificar, memorizar e relacionar. Através de um
ponto de vista pessoal e subjectivo, transmite a experiencia vivencial e temporal das novas
e velhas “post-cities". Uma narrativa, contendo informações, reflexões, ficções e
fragmentos de conversas e textos atravessam de uma forma quase poética a vídeoinstalação.
FUTURELAND não é um retrato de cada cidade, mas sim uma experiência global,
intensamente visual e múltipla da forma como vemos e compreendemos as transformações
no mundo actual. Diferentes conceitos e linguagens visuais serão utilizados em cada uma
das cidades. A estrutura é aberta, adaptável e por vezes ficcionada em pequenas histórias
por actores locais. O formato da exposição: 9 projecções vídeo em múltiplos ecrãs, LCD e
mini-projectores. Uma estrutura arquitectónica pensada para suportar as projecções e os
vários LCDs será construída de raiz e adaptada ao espaço expositivo.
FUTURELAND é uma peregrinação artística aos “giga-cities”, um estudo urbano que também
se interessa por estruturas comerciais e sociais, globalização, antropologia, plataformas de
transporte, sistemas de comunicação e arquitectura.
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CCB
Escultura Habitável , Miguel Arruda
14.07.2010 - 31.10.2010
Miguel Arruda, escultor, designer e arquitecto de projecção internacional, apresenta, no
âmbito do CCB Fora de Si, do PortugalArte10 e da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010, a
peça Escultura Habitável.
Com Escultura Habitável, Miguel Arruda transporta a memória formal de uma das suas
primeiras esculturas da década de 60 para a actualidade e confere-lhe a escala e a
experiência espacial da arquitectura.
PUBLICAÇÕES
Editora: BABEL
Catálogo [3 tomos]
Livro de bolso
Edição fac-similada da edição
"Modern Architects", (1932):”, título do catálogo da
exposição do MoMA, comissariada por Philip Johnson.
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BIOGRAFIAS
ANA TOSTÕES
É arquitecta pela Escola de Belas-Artes de Lisboa, mestre em História da Arte
Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e doutorada pelo Instituto Superior
Técnico onde é professora associada responsável pelo grupo de disciplinas de História e
Teoria da Arquitectura. É presidente do Docomomo Internacional. O seu tema de pesquisa é
a arquitectura e a cidade modernas focado numa visão operativa de uma história apostada
na reabilitação do património moderno. Neste tópico publicou livros, artigos científicos e
organizou exposições em Portugal e no estrangeiro. Das suas diversas publicações como
autora ou coordenadora científica destacam-se: 1º Congresso Nacional de Arquitectura
(2008); The Buildings. Calouste Gulbenkian Foundation (2006); Gulbenkian. Architecture
and Landscape (2006); Arquitectura de la Indústria 1925-1965 (2005); Biblioteca Nacional:
interior e exterior ( 2004); Arquitectura e Cidadania. Atelier Nuno Teotónio Pereira
(2004); Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa (1997); Portugal: Architektur im 20
Hundert (1997); Keil do Amaral, arquitecto dos Espaços Verdes de Lisboa (1992 ). Tem
realizado conferências em Universidades Europeias, Americanas e Africanas e participou em
júris como "expert" de vários prémios. É membro do ICOMOS. Integrou o Conselho
Consultivo do IPPAR onde foi assessora científica para o Inventário da Arquitectura do
Movimento Moderno (1999-2006). Coordenou cientificamente o “Inquérito à Arquitectura
do Século XX em Portugal”(OA, 2003-2005). Tem mantido actividade como crítica de
Arquitectura no Jornal Público. Foi vice-Presidente da Secção portuguesa da AICA.
Actualmente é Vice-Presidente da Ordem dos Arquitectos. Em 2006 foi agraciada pelo
Presidente da República com o grau de comendador da Ordem do Infante D.Henrique pelo
seu trabalho de divulgação da arquitectura portuguesa.
ANA VAZ MILHEIRO
Nasceu em Lisboa, em 1968. Doutorou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo (2004), com a tese: “Imenso Portugal – Culturas
Arquitectónicas Portuguesa e Brasileira. Um diálogo a três tempos” editada pela
Universidade do Porto com o título: A Construção do Brasil – Relações com a Cultura
Arquitectónica Portuguesa (Porto: FAUP Publicações, 2005). Arquitecta e Mestre em
“Cultura Arquitectónica Contemporânea” pela FAUTL - Faculdade de Arquitectura da
Universidade Técnica de Lisboa com a dissertação “O Gótico e os Sistemas de Desenho
presentes na Arquitectura Oitocentista. Produções teóricas europeias e a recensão
portuguesa na obra escrita de Possidónio da Silva” (1992 e 1998, respectivamente).
Docente nas áreas de História e Teoria da Arquitectura no ISCTE – Instituto Universitário de
Lisboa e da Universidade Autónoma. Autora de A Minha Casa é um Avião, Lisboa, Relógio
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d’Água, 2007. Directora-Adjunta do JA-Jornal Arquitectos entre 2000-2004 e 2009-2011.
Crítica de Arquitectura do jornal Público desde 1995. Entre 2005 e 2007 realizou funções de
coordenação editorial das edições da Ordem dos Arquitectos - Conselho Directivo Nacional.
Encontra-se a preparar pós-doutoramento na Faculdade de Arquitectura da Universidade do
Porto.
CATARINA ALVES COSTA
Licenciou-se em Antropologia Social pelo ISCTE. Mestrado em Antropologia Visual pelo
Granada Centre for Visual Anthropology da Universidade de Manchester. Desde 1997 é
Assistente Convidada a tempo parcial no Departamento de Antropologia da FCSH da
Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona nas áreas da Antropologia Visual e Filme
Etnográfico. Entre 1994 e 2000 trabalha no Museu Nacional de Etnologia. Em Janeiro de
2000 fundou com a realizadora Catarina Mourão a Produtora Laranja Azul, dedicada ao
Documentário de Criação, sediada em Lisboa. Realizou, entre outros filmes, Senhora
Aparecida (1994), Swagatam (1998) Mais Alma (2000), O Arquitecto e a Cidade Velha
(2004), Nacional 206 (2009) Falamos de António Campos (2010). Recebeu entre outros, o 1º
Prémio do festival VII Rassegna Internazionale di Documentari Etnografici, (1996), o Prémio
de Excelência da Society for Visual Anthropology American Anthropological Association Film
Festival, EUA(1996), Prémio Planéte no Bilan du Film Ethnographique (1999), Prémio da
Crítica nos Caminhos do Cinema Português (2009).
CLAUDIA TABORDA
Nasceu em Lisboa, é arquitecta paisagista e estudou nas universidades de Évora, York e de
Harvard. Em 1993 iniciou a prática profissional em contexto interdisciplinar. Tem
colaborado com instituições públicas e privadas em projectos de âmbito académico e
cultural, participado em conferências e publicado textos críticos sobre paisagem, em
Portugal e no estrangeiro. O seu projecto de investigação centra-se sobre a produção de
paisagem e a contemporaneidade. Em 2006, comissariou o projecto LISBOSCÓPIO, que
representou oficialmente Portugal na 10ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza.
Em 2007, para a 1ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, comissariou a exposição
Lugares e Transferência: espaço, ideologia, acção. Actualmente é professora convidada no
Departamento de Arquitectura Paisagista na University of Pennsylvania School of Design.
DELFIM SARDO
Curador, docente universitário e ensaísta. Vive e trabalha em Lisboa. É o Comissário Geral
da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010. É Professor de História de Arte Moderna e
Contemporânea, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde integra a
equipa instaladora do Colégio das Artes. Desde 1990, dedica-se à curadoria de arte
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contemporânea, bem como à ensaística sobre arte. Foi fundador e director da revista
Pangloss. Entre 2003 e 2006, foi Director do Centro de Exposições do Centro Cultural de
Belém, em Lisboa. Entre 1997 e 2003, foi consultor da Fundação Calouste Gulbenkian. Em
1999, foi o Comissário da Representação Portuguesa da 48ª Bienal de Veneza. No campo das
publicações, destacam-se os volumes Julião Sarmento, Catalogue Raisonée, Edições
Numeradas, Vol.I (MEIAC, 2007), Luxury Bound (Electa, Milão, 1999), Jorge Molder
(Caminho, Lisboa, 2005), Helena Almeida, Pés no Chão, Cabeça no Céu (Bial, 2004), Pintura
Redux (Fundação de Serralves/Público, 2006), A Visão em Apneia (Edições Fenda, 2010, no
prelo) e Olhar o Vento (Babel, 2010, no prelo).
DIOGO SEIXAS LOPES
Nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUTL - Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Trabalha em parceria com Patrícia Barbas.
Obras realizadas ou em curso incluem edifícios públicos e privados, projectos expositivos e
remodelações. O escritório desenvolve ainda colaborações com Peter Märkli e Gonçalo
Byrne. Entre 1999 e 2004 foi um dos directores da revista Prototypo. Em 2003 publicou o
livro Cimêncio com o artista Nuno Cera, apresentado nas bienais de arquitectura de Veneza
e São Paulo. Comissário de exposições sobre João Mendes Ribeiro (CAV Coimbra) e Aires
Mateus (CCB Lisbon, ETH Zürich, AAM Mendrisio). Entre 2000 e 2005 foi docente no DA.UAL.
Desde 2006, é doutorando na ETH Zürich onde desenvolve a dissertação “Dieses ist lange
her. Melancholy in the architecture of Aldo Rossi.”
LUÍS SANTIAGO BAPTISTA
É arquitecto e crítico de arquitectura. Doutorando em História da Arte Contemporânea
(FCSH-UNL) e Mestre em Cultura Arquitectónica Contemporânea pela FAUTL - Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Os seus interesses de investigação
integram os campos do urbanismo, arquitectura, design e arte, com especial incidência nas
conexões entre a actividade criativa e as condições culturais, intelectuais e produtivas
contemporâneas. Entre 1999 e 2003, foi assistente convidado no Departamento de História
e Fenomenologia da FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
Tem feito conferências e seminários em diversas instituições e publicado regularmente em
revistas e livros nacionais e internacionais. Desde 2006, é director da revista de
arquitectura e arte arq/a, com a qual colabora desde 2001. Integrou o comissariado da
exposição Habitar Portugal 2006-2008, é comissário do ciclo geração z e é co-comissário da
Secção Portugal da exposição Falemos de Casas: entre o Norte e o Sul da Trienal de
Arquitectura de Lisboa 2010. Desenvolve uma actividade profissional de carácter
laboratorial com projectos construídos e em desenvolvimento.
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JOSÉ CAPELA
Nasceu em Moçambique, em 1969. É arquitecto. Formou-se na Faculdade de Arquitectura
da Universidade do Porto, escola onde foi depois assistente de Manuel Mendes. Entre 1996 e
2000, foi colaborador do Atelier 15, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. Divide a
sua actividade profissional entre arquitectura e teatro. Lecciona na Escola de Arquitectura
da Universidade do Minho desde 2000, tendo sido responsável por disciplinas de projecto e
de teoria/história da arquitectura contemporânea. Prepara dissertação de doutoramento
com o título operar conceptualmente na arte, operar conceptualmente na arquitectura.
Integrou a equipa Norte do Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal. Trabalha
pontualmente como projectista em co-autoria com Paulo Monteiro. Pertenceu ao Teatro
Universitário do Porto. Em 2002 fundou a mala voadora com Jorge Andrade. É co-director
artístico e cenógrafo desta companhia. Colaborou como cenógrafo com Rogério de
Carvalho, João Mota e, com maior regularidade, com Álvaro Correia e Miguel Loureiro. É
consultor de Dinis Machado. Tem apresentado o seu trabalho no teatro em conferências e
colóquios diversos. Escreve sobre arquitectura e sobre artes performativas, tendo publicado
textos em revistas como Jornal Arquitectos, Murphy, Laura, L’Architecture d’Aujourd’hui,
A21, Cadernos Rivoli, Margens e Confluências, Obscena, Artistas Unidos, entre outras.
Integrou o conselho editorial das revistas Jornal Arquitectos (Ordem dos Arquitectos) e
Laura (EAUM). É autor do primeiro número da série Opúsculos e de um capítulo do livro Só
nós e Santa Tecla: A casa de Caminha de Sergio Fernandez, ambos da Editora Dafne.
JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA
Nasceu em 1952. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, em
1977. Foi assistente na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de
Lisboa, entre 1977 e 1992. Professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 2001 e na
Universidade de Évora desde 2005. Actualmente dirige os departamentos de Arquitectura
nestas Universidades. Conferencista e Professor convidado em diversas escolas e diferentes
países. Prémios: Prémio da “Associação Internacional dos Críticos de Arte” (1992); Prémio
“Secil” “Escola de Comunicação Social”, Lisboa (1994); nomeado em 1990, 1992, 1994 e
2009 para o prémio “Mies Van der Rohe”, Prémio Europeu de Arquitectura; Prémio
“Valmor” “Pavilhão do Conhecimento dos Mares”, Expo´98 (1998); Grande Prémio do Júri
“FAD”, “Pavilhão do Conhecimento dos Mares”, Expo´98 (1999); Distinguido com a Ordem
de Mérito da República Portuguesa (1999); Prémio “Luzboa-Schrèder” da Primeira Bienal
Internacional de Arte de Lisboa (2004); distinguido com o “Prémio Pessoa” (2008).
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MANUEL AIRES MATEUS
Nasceu em Lisboa, em 1963. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUTL - Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1986. Colabora com o Arquitecto
Gonçalo Byrne desde 1983 e com o Arquitecto Francisco Aires Mateus desde 1988. Foi
professor na Graduate School of Design, Harvard University (EUA), em 2002 e 2005.
Professor convidado na Fakulteta za Arhitekturo, Universa V Ljubljani, Ljubljana, Eslovénia
em 2003/2004. Professor na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça, desde 2001.
Professor na Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998. Professor catedrático na
Universidade Lusíada, Lisboa, desde 1997. Assistente na FAUTL - Faculdade de Arquitectura
da Universidade Técnica de Lisboa, de 1991 a 1998 e Assistente na Universidade Lusíada,
Lisboa, de 1988 a 1990. Monitor na FAUTL, de 1986 a 1991. Participou em conferências e
seminários nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá,
Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Irlanda, Japão, México, Noruega,
Suécia, Portugal e Suíça. Vencedor de vários prémios internacionais e nacionais.
Participação em exposições em Portugal e em vários países como Itália, Eslovénia, Espanha
e EUA.
MANUEL GRAÇA DIAS
Nasceu em Lisboa, em 1953. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola de Belas Artes de
Lisboa, em 1977. Doutorou-se em Arquitectura pela FAUP - Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto, em 2009. Iniciou a carreira académica na FAUTL - Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (1985-1996), sendo, actualmente, docente
na FAUP (desde 1997), no DA/UAL (desde 1998), que também dirigiu (2000-2004), bem
como Visiting Professor do DAP/FA do Politecnico di Milano (desde 2003). Iniciou a carreira
profissional em Macau, como colaborador do Arqt.º Manuel Vicente (1978-1981);
actualmente, vive e trabalha em Lisboa onde criou, em 1990, o atelier CONTEMPORÂNEA,
com Egas José Vieira, com quem recebeu o Prémio AICA/Ministério da Cultura, pelo
conjunto da obra (1999). É Director do JA-Jornal Arquitectos (2009-2011), órgão da Ordem
dos Arquitectos (cuja direcção também assumiu em 2000-2004), sendo, ainda, Presidente
da Secção Portuguesa da AICA (desde 2008). Em 2006 foi agraciado, por S. Exa. o
Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da
Ordem do Infante D. Henrique.
PEDRO PACHECO
Nasceu em Braga, em 1965. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em Arquitectura pela
FAUP - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1991. Estagiou com Josep
Llinás, em Barcelona, entre 1990 e 1991 tendo como orientador de estágio Eduardo Souto
Moura. Colaborou com Fernando Távora no Porto entre 1992 e 1996. Formou atelier com
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José Adrião em Lisboa entre 1996 e 2004 e tem atelier próprio em Lisboa desde 2004. É
professor auxiliar convidado na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica
de Lisboa, desde 2004 e é também professor convidado na ENSAL - École Nationale
Supérieure d'Architecture de Lyon, durante o 1º semestre de 2009-2010. Trabalha em coautoria com Marie Clément nos projectos para as aldeias da Luz e Estrela desde 1998. Na
sequência do Concurso Internacional para a elaboração do Plano de Pormenor da Nova
Aldeia da Luz (3º Prémio, 1996), desenvolve os seguintes Projectos: Museu da Luz,
Reconstrução da Igreja da N. S. da Luz, Cemitério da Luz, Cemitério e Capela Mortuária da
Estrela, 1999-2003 (construídos) e a Reserva Etnográfica do Monte dos Pássaros. Em 2005 a
obra do conjunto do Museu, Igreja e Cemitério da Luz foi premiado com 3º Prémio do
Prémio do Património Cultural da União Europeia / Concurso Europa Nostra, o Prémio
Internacional de Arquitectura de Pedra e o Prémio de Honra do júri (2º Prémio) do Prémio
Europeu de Arquitectura Philippe Routthier para a Reconstrução da Cidade. Em 2004 a obra
do Museu da Luz recebe o Prémio Menhir e o Prémio Europeu de Arquitectura Luigi
Cosenza.
PETER COOK
Sir Peter Cook nasceu em 1936 em Southend-on-Sea, Inglaterra. Os seus estudos no
Bournemouth College of Art foram completados com uma estadia na Architectural
Association School of Architecture, em Londres, sob a orientação de J.Gowan, J.killick &
P.Smithson. Na década de 1960, foi um dos fundadores do colectivo Archigram (galardoado
com a medalha de ouro atribuída pelo Royal Institute of British Architects - RIBA). Foi
professor na Architectural Association durante 25 anos, aos quais se seguiram cátedras na
Frankfurt Stadelschule e na Bartlett School do University College London, que dirigiu entre
1990 e 2006. O Kunsthaus Graz (com C.Fournier) catapultou-o de volta à construção de
projectos: actualmente, a Faculdade de Direito da Universidade de Viena, habitação social
em Madrid, um teatro em Itália e um museu em Taiwan, com a assinatura do gabinete de
arquitectura "CRAB": o Cook-Robotham Architecture Bureau. Recebeu o título de cavaleiro
do Reino Unido em 2007.
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FICHA TÉCNICA & CONTACTOS
Gerência Sociedade Trienal
José Mateus, João Belo Rodeia e Leonor Cintra Gomes
Direcção Trienal 2010
José Mateus, Nuno Sampaio e Pedro Araújo e Sá
Comissariado
Curador Geral | Delfim Sardo
Comissários | Ana Vaz Milheiro, Ana Tostões, Claudia Taborda, Diogo Seixas Lopes, Luís
Santiago Baptista, James Peto, José Capela, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Graça
Dias, Manuel Aires Mateus, Max Risselada, Pedro Pacheco e Peter Cook
Coordenação de Produção
Marco Roque Antunes
Assistente – Rita Pires-Marques
Coordenação Curatorial
Julia Albani e Rita Palma
Assistentes – Inês Vidal e Pedro Sadio
Comunicação e Imprensa
Maria Schiappa, Joana Cordeiro, Marta Catana, Margarida Portugal
Marketing
Sofia Marques
Edições
Rui Dantas
Serviço Educativo
Susana Gaudêncio
COMUNICAÇÃO & IMPRENSA
TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA
Travessa do Alecrim, 1, 1º Esq
1200-019 Lisboa, Portugal
www.trienaldelisboa.com
MARIA SCHIAPPA
[email protected]
JOANA CORDEIRO
[email protected]
T + 351 21 346 71 94 | 93 112 16 04 | 91 978 31 07
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ÍNDICE
FALEMOS DE CASAS
Herberto Helder
pág. 1
POÉTICAS DO ESPAÇO REAL
Texto de Delfim Sardo
pág.4
A TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA 2010
Texto de José Mateus
pág.6
pág.8
EXPOSIÇÕES
FUNDAÇÃO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU
COLECÇÃO BERARDO
MUSEU DA ELECTRICIDADE - FUNDAÇÃO EDP
MUSEU NACIONAL DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU DO CHIADO
NÚCLEO CASCAIS
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
pág.21
REPRESENTAÇÃO PORTUGUESA NA 12ª BIENAL
INTERNACIONAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA
pág.23
SERVIÇO EDUCATIVO
pág.24
PRÉMIO TRIENAL MILLENNIUM BCP
pág.24
PROJECTOS ASSOCIADOS
pág.25
PUBLICAÇÕES
pág.29
BIOGRAFIAS
pág.30
PARCEIROS
FICHA TÉCNICA E CONTACTOS
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