a verdadeira história do brasil

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a verdadeira história do brasil
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BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2015 - ANO XXI - Nº 221
l
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL
A INTENTONA COMUNISTA DE 1935
A
ORDEM
A FARSA CONTINUA
memória de uma nação é um bem precioso que necessita ser
preservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para
impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente.
A fidelidade às provas documentais existentes e disponíveis , deve
ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dos
jornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunos
e ouvintes.
Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configura um
crime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar.
Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seus
arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona
Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60.
Porque então o silêncio ? Porque então a prática sistemática do engôdo
intencional àqueles que desejam se informar ?
É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre
a falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunismo, seja
renegada definitivamente pela sociedade brasileira.
LEIA
E
NA PÁGINA
DO
DIA - 27
DE
NOVEMBRO
LEMBRAI-VOS DE 35!
H
Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer!
á na Praia Vermelha, na
cidade do Rio de Janeiro, um monumento votivo edificado em memória dos
mortos da conhecida Intentona
Comunista de 1935. Diante dele,
todos os anos, democratas se
postam em sinal de respeito,
com a esperança de que tempos
fatídicos de revoluções totalitárias nunca mais tenham lugar
dados e de quase 300 homens da
guarda civil. Os rebeldes sujeitaram a cidade, durante quatro
dias, à violência e ao saque de
estabelecimentos bancários e comerciais. Tropas do então 20º Batalhão de Caçadores, de Alagoas,
e da polícia da Paraíba os contiveram e restabeleceram a ordem.
Em Pernambuco, revoltosos
civis, reforçados por oficiais e pra-
3
EDIÇÃO HISTÓRICA
sta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jovens,
civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente
FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contestados e
necessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estão sendo
vítimas de uma das maiores manipulações de consciências de
que se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinada pelo
governo federal, atráves do Ministério da Educação.
O COMUNISMO
“O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inversão do ódio
entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação
mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almas
e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece
a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião.
Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra
do Criador”.
Rui Barbosa
Honras fúnebres aos mortos
da Intentona Comunista de 1935,
na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro
entre nós. Essas atitudes mórbidas e tresloucadas que, 66
anos atrás, levaram ao derramamento de sangue de inocentes
em quartéis do Exército, no Nordeste e no Rio de Janeiro, são
apenas sombras indesejáveis
em nossa História, coisas que o
tempo dissolverá por completo. Nem por isso, no entanto,
deixarão de ser lamentáveis,
porque contrapõem-se à idéia
de liberdade e democracia.
A insurreição de 35, como
bem recordamos, teve envolvimento de militares contaminados
pela doutrina comunista que alguns desejavam impor ao Brasil. Começou em Natal, com a
participação de graduados e sol-
ças equivocados, encarregaramse das atrocidades. Durante dois
dias, combates violentos foram
travados em vários pontos do
estado, sem que os rebelados lograssem entrar em Recife. Duas
unidades do Exército e a polícia
bloquearam-lhes a passagem e
puseram fim à rebelião.
No Rio de Janeiro, as proporções do movimento foram mais
amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simultaneamente, no 3º
Regimento de Infantaria, na Praia
Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola
de Aviação, no Campo dos
Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, feriram e ma-
taram indiscriminadamente, tentando expandir a rebelião a todo
custo. Esbarraram na mais férrea resistência das forças legalistas. E perderam a luta.
Não foi essa a última tentativa desses radicais de conquistar o poder para estabelecer
uma tirania no Brasil. Nas décadas seguintes, tentaram novamente. O Exército viu-se compelido a contrapor-se a eles,
vencendo-os em combates de rua e em selvas
inóspitas, mesmo experimentando o desgaste de
um conflito prolongado.
Não apenas os derrotou,
mas ajudou também a
desenvolver o País.
Quase ao final do
século passado, o tempo se encarregou de
mostrar ao mundo a decadência do comunismo, aniquilado por suas
próprias contradições,
por seus inúmeros erros, por sua
violência exacerbada, por milhões de mortos que impuseram à humanidade. Sessenta e
seis anos depois daquele trágico novembro, os quartéis do
Exército Brasileiro param, por
alguns momentos, para refletir sobre essa página negra de
nossa História. Estamos convencidos, mais do que nunca,
que nossa luta não foi em vão,
e que estivemos ao lado da
sociedade brasileira todas as
vezes em que esta, em sua maioria, rejeitou o radicalismo, a
desordem e o terror.
Brasília, 27 de novembro de 2001
Gen Ex Gleuber Vieira
Comandante do Exército
Nº 221 - Novembro/2015
822
Sangrentos
combates em
Recife
O governo organizou
séria resistencia e
espera desalojar hoje,
de seus reductos os
revoltosos
25 de novembro - edição das 11 horas
As tropas legaes
retomaram a cidade
de Olinda
25 de novembro - edição das 9 horas
1 edição
NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE – SEGUNDA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V – MÚMERO 1.455
Sangrentos combates em Recife, tendo as forças
legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –
Vencidos os amotinados de Alagôas, depois de
seria lucta em que houve mortos e feridos
Rebentou um movimento militar extremista
em MACEIO’, RECIFE E NATAL
Os rebeldes
dominam a
capital
potyguar, cujo
governo se
transferiu para
Macahyba
Enviados para o Norte dois
cruzadores e duas esquadrilhas de aviões de bombardeio e
de caça – Rumaram para Recife as forças do Exercito e da
Polícia da Parahyba, uma bateria de artilharia e o 20º B.C.,
de Maceió
Jornal A Manhã da Aliança Nacional Libertadora, Rio, 27/11/1935
A.
O AVISO DE PRESTES
aos seus companheiros
27 de novembro de 1935 - 1700h
Declarado o estado de sítio, por trinta
dias, em todo território nacional
Estado de Minas, 27 de novembro de 1935
Texto do sobreaviso dado hontem, por Luís Carlos Prestes aos seus
companheiros de revolução.
“O Comitê Revolucionario, sob
a minha direção, frente aos acontecimentos que se desencadeiam no
norte do paiz e à ameaça de installação de uma dictadura reacionaria decide que todas as forças da
Revolução estejam promptas para
lutar pelas liberdades populares e
para dar o golpe definitivo no governo
de traição nacional de Getulio Vargas
Dia e hora serão opportunamente marcados".
Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935
Luís Carlos Prestes
Nº 221 - Novembro/2015
A
maior farsa do século XX, o comunismo,
teve sua origem na Revolução Russa de
1917, quando os bolcheviques, liderados por
Lênin e inspirados na doutrina do “Manifesto Comunista”, derrubaram o governo provisório de Kerensky, trucidaram o Czar e sua
família, além de milhões de cidadãos, para
conquistar o poder. Instalada a ditadura comunista, é criada a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS). Lênin,
Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem
Os gulags soviéticos
os maiores crimes contra a humanidade, assassinando os adversários e os “camaradas”
ou os condenando a trabalhos forçados nos
gulags das estepes geladas da Sibéria. O regime comunista soviético, em nome dessa ideologia ultrapassada, o marxismo-leninismo,
fez mais de cem milhões de vítimas e finalmente termina ruindo com o Muro de Berlim,
em novembro de 1989.
Terá sido o marco final da desvairada
utopia comunista? Não cremos. A China, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, Venezuela, Bolívia e o Brasil ainda não sabem que o muro da
vergonha caiu há 26 anos. Em nosso País, essa
data passou quase despercebida e os defensores dos “Direitos Humanos”, o grupo “Tortura Nunca Mais”, a Comissão Nacional da
Verdade e o PNDH3 e outros, se omitiram,
quando era oportuno lembrar o assassinato
de estudantes chineses na Praça da Paz
Celestial, em Pequim, o "paredón" e constantes pedidos de asilo político de desportistas,
jornalistas e artistas cubanos, além dos
"balseros" que, diariamente, arriscam suas
vidas fugindo da ilha da fantasia...
Mistificadores por excelência, repetem hipocritamente, “ad nauseam”, sua fidelidade à democracia e o respeito aos direitos humanos. Tentam, por todos os meios,
mudar a História do Brasil, transformando seqüestradores, assassinos, assaltantes de bancos
e terroristas em “heróis”, dando a eles nomes de
ruas, praças e criando espaços culturais, etc.
Criado em 1922, o PCB – Partido Comunista do Brasil, tenta pela primeira vez a
conquista do poder em fins de novembro de
1935 com a sublevação de unidades militares,
assassinando traiçoeiramente seus companheiros, na calada da noite, em Natal, Recife
e no Rio de Janeiro.
São derrotados pelo Governo Federal
e pela total falta de apoio da população. Do
livro “Meu Companheiro” de Maria Prestes:
“Em 1935, o casal (Prestes e Olga Benário)
estava se dirigindo ao Brasil, onde se preparava o levante armado que abriria uma
perspectiva socialista para o maior país da
América do Sul”.
No início da década de 1960, no auge da
guerra fria, a Nação sente-se ameaçada pela
falta de autoridade, inflação em alta, greves
33
A FARSA CONTINUA...
constantes da CGT, saques, agitações no
campo (MST de hoje), tentativas de quebra
da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas e percebe a revolução comuno-sindicalista iminente. Em 31 de março de 1964, Minas
Gerais, representando os sentimentos patrióticos e espontâneos da população brasileira,
atendendo ao clamor popular, com o governo
estadual e a Polícia Militar, apóia a contrarevolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora)
e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o
Rio e Brasília, sem encontrar qualquer
resistência. A adesão foi total e pela
segunda vez os comunistas são derrotados, sem qualquer vítima. No Rio, a
“Marcha da Família com Deus pela
Liberdade” reúne um milhão de pessoas
em homenagem às Forças Armadas.
Impedidos de conquistar o poder,
os derrotados de 1964 formam grupos
subversivos treinados em Cuba, China e
URSS, que têm por finalidade a implantação de um regime comunista. Perpetram atos de terrorismo, seqüestros de
diplomatas e de aviões, assaltos a bancos,
"justiçamentos", assassinatos, atentados com
bomba e ações de guerrilha urbana e rural. No
início da década de 1970 são derrotados pela
terceira vez!!
Passado o profícuo regime militar, que
levou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, a
pleno emprego, sem massacre da classe média
e do funcionalismo, com um PIB de 9,3%,
jamais alcançado pelos governos subseqüentes, todos de triste lembrança, é promulgada
a Constituição “cidad㔠de 1988 que, a toda
hora, é estuprada segundo os interesses dos
porões do Palácio do Planalto, conforme se
constatou nos governos de FHC, Lula e Dilma.
A Lei da Anistia, proposta pelos vencedores, no governo Figueiredo, parece obra
e conquista dos derrotados. Foram criadas a
“Comissão dos Mortos e Desaparecidos
Políticos”, a “Secretaria Especial de Direitos
Humanos” e a "Comissão Nacional da Verdade", que premiam as famílias de “desaparecidos” e até de vivos, com centenas de milhões
de reais, com o apoio de um governo corrupto
e pleno de ex-guerrilheiros, ex-terroristas e
ex-seqüestradores.
O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo Hélio
Sirkis, que participou dos seqüestros dos embaixadores da Alemanha e da Suíça, no livro “Os
Carbonários”, lembra que, apesar de derrotados
na “guerra”, conseguiram criar uma outra versão
da história, “nas obras literárias, memorialísticas,
nos audiovisuais, na TV e em CD-ROM” – Diz
ele “Se na primeira perdemos fragorosamente,
na segunda não nos saímos de todo mal”. Ao
final do livro, é demonstrado o posicionamento
de grande número de ex-guerrilheiros e exterroristas, em atividades editoriais, na cátedra universitária, na mídia e em cargos públicos, onde muito fazem sucesso contra as Forças Armadas, tentando denegri-las.
O “Comandante” Fidel (e seu irmão Raúl)
era recebido festivamente no Brasil pelas autoridades e visitado constantemente pelo então
presidente Lula e por comitivas do PT, quando
o comissário José (Daniel) Dirceu chorava em
seus ombros e a presidente Dilma, agora presenteia Cuba com milhões de dólares que jamais
voltarão. Che Guevara é capa permanente em
cadernos e camisetas de nossos estudantes e é
promovido constantemente no cinema e pela
PTV Globo. Mao Tsé Tung e Lamarca estão na
ria fazer), os partidos políticos estão particarteira estudantil da União Colegial de Minas
dos e são partidos pelo próprio governo, a
Gerais. Mao, Fidel e Guevara exportaram para
Justiça é lenta e dura com o cidadão comum.
nós o ódio, o terrorismo, a subFinalmente, vimos o STF julganversão e a morte e são exemplos
do e condenando a sofisticada
para a nossa juventude e
organização criminosa do menendeusados pela mídia venal e
salão comandada pela quadrilha
pelos livros didáticos adotados
do PT. E agora aguardamos que
pelo Ministério da Educação.
os envolvidos com o PETROAgora, continuam tenLÃO sejam julgados, condenatando pela quarta vez. É a hora
dos, presos, que devolvam o que
e a vez do Foro de São Paulo,
foi roubado e tenham o mandato
que procura interferir em noscassado.
sas relações internacionais,
A miséria é cada vez
sendo o espelho do ex-Presimaior, com a bolsa-família prodente Lula, que foi ridiculizaporcionando milhões de votos a
do pelas ações de Evo MoraLula/Dilma. Constatamos, finalles, Rafael Correa, Cristina
mente, que o PT - Partido dos
Kirchner e até do "bispo" FerTrabalhadores, com a parceria
nando Lugo do Paraguai, que
do PMDB, montou o maior esfoi defenestrado da presidênquema de corrupção jamais visto
cia contra a vontade do governo
no mundo, ao qual o ex-presibrasileiro, do próprio Foro de
dente Lula e Dilma fecham os
São Paulo e da UNASUL. E a
olhos e ainda protegem os comfarsa continua...
panheiros envolvidos, finginAtualmente, somos mais
do nada saber.
de 200 milhões, sem ação, engaSabemos que as Forças
nados, desprotegidos, entregues
Armadas são o último antepaà própria sorte, enquanto os
ro à implantação do comuniscorruptos partidos políticos de
mo no Brasil, estando prontas
esquerda procuram tomar o A "Marcha da Família com para cumprir, com devotamento
Deus pela Liberdade"
poder de fato, para dar continuie patriotismo, a missão constidade a seus odiosos e obsessivos projetos socitucional de manter a nossa soberania, Forças
alistas, utilizando todos os meios, principalmenArmadas essas que deixaram como principal
te os ilícitos, para alcançar seu objetivo principal
legado a democracia, impedindo a instalação
- a implantação de um regime comunista, de
dessa ideologia totalitária em 1935, 1964 e início
acordo com o Foro de São Paulo.
dos anos 70. E permanecem alertas para impedir
Constatamos que, um presidente não
mais essa recente investida para comunizar o
vale pelo que fala e sim pelo que faz (ou devenosso País! Até quando a farsa continuará?
PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA
“É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que
saíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a maneira ostensiva com que alardeavam os
processos traiçoeiros que conseguiram dominar pelo terror.
Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior
virtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito’’.
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937
Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra
PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
O presidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do
ano de 1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e insofismável
do que seria o comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapina
e negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, durante
o surto vergonhoso do credo russo, assim como na rebelião de 27 de novembro,
nesta capital, com o registro de cenas de revoltantes traições e até de assassínio,
frio e calculado, de companheiros
confiantes e adormecidos..."
Saindo do Clube Militar,
o Presidente Vargas
e o deputado Antônio Carlos,
presidente da Câmara
de Deputados carregam
o caixão de um oficial do 3º RI
Setenta e sete anos depois, esses bravos militares, mortos em serviço, cujos
familiares nunca pediram e nunca receberam indenizações, certamente ainda
merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a honra e o privilégio
de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria!
Nº 221 - Novembro/2015
844
CONCLUSÕES
E
Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas
27 de novembro - edição das 15 horas
Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935
Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praças
insurretos do 3º RI quando, em atitude de
zombaria, deixam, presos, o quartel.
O chefe do movimento, Agildo Barata está
assinalado com um X
3 edição
A.
NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE – QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V – NÚMERO 1.457
Dominado, no Rio, o movimento subversivo
O 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a
sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo
Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenente
“Estou vencido.
Benedicto Lopes Bragança
Fui preso”
RIO, 27 (Meridional) – A reprotagem dos “Diários Associados” conseguiu falar ao capitão Agildo
Barata, minutos após a readição do 3º R.I.
O conhecido official, que era o cabeça do movimento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo:
- “Estou vencido. Fui preso”.
Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenente
Benedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir ao
movimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo de
instrucção.
O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servido
no 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade.
O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital.
ste é um breve relato da rebelião comunista de 27 de novembro de 1935. Por
ser apenas um resumo foram omitidos
muitos detalhes e nomes envolvidos nos acontecimentos que enlutaram o País. Mesmo assim, ficou demonstrado de modo insofismável
até que ponto pode chegar a ambição política
a qualquer preço, a demagogia inconseqüente e
deletéria, a dissimulação, a mentira e o cinismo
de receberem dinheiro e orientação externos
para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.
Sejam quais forem os disfarces e os
processos utilizados, os adeptos do comunismo perseguem sempre os mesmos fins. Para
isso são capazes, como vimos, de revoltantes
traições e, até, de frios assassinatos de companheiros adormecidos.
É oportuno transcrever um trecho da
Ordem do Dia do General Dutra, em 27 de
novembro de 1937:
"É preciso relembrar o vandalismo
desencadeado naquele dia, a atitude
afrontosa com que saíram das ruínas do 3º
Regimento de Infantaria os autores daquele crime, a maneira ostensiva com que
alardeavam os processos traiçoeiros e infames com que abateram os companheiros
que conseguiram dominar pelo terror".
"Relembrar esses fatos é certamente
doloroso. Mas é preciso relembrar, porque
a maior virtude do brasileiro é o esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior
defeito".
Não sabia, porém , o General Dutra que
as suas palavras eram, na realidade, uma profecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiados
e perdoados pela sociedade, mas nem por isso
desistiram de implantar, no Brasil, um regime
comunista contrário à vontade e à índole do
nosso povo. Voltaram a perseguir os mesmos
objetivos de tomada do Poder em 1964, sendo
barrados pela Revolução democrática de 31 de
Março de 1964. Não conseguindo seus intentos retornaram, em 1968, os insanos importadores do ódio e da violência, a praticar seqüestros, assassinatos brutais de civis e militares,
assaltos a bancos, atitudes do mais baixo e
repugnante padrão moral, agindo em nome da
mesma soturna ideologia de seus mestres comunistas de 1935. Deixaram um rastro de mais
de 200 mortos civis e militares, 500 mutilados
e feridos, vítimas da sanha assassina dos herdeiros da intentona de 1935.
Podemos afirmar que o sacrifício daqueles que combateram o comunismo não
foi em vão.
Hoje no poder, os derrotados de ontem
estão podendo dar vazão plena ao ódio que os
mobilizara naquela época. No entanto é preciso
manter a vigilância, pois as intenções deles
parecem estar latentes, só aguardando uma
oportunidade para se fazer presentes. Tudo
devidamente comprovado com as campanhas
sórdidas e mentirosas constantemente veiculadas pela mídia venal e vendida contra as Forças
Armadas e, em particular, a permanente tentativa de denegrir o Exército Brasileiro.
A lição de 1935 permanecerá viva. As
Forças Armadas e as Polícias Militares jamais
esquecerão as páginas de luto, traição e covardia que o comunismo inseriu na nossa História
e, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nunca
permitirão que seja imposto ao Brasil um
regime contrário à sua tradição.
Esse é um dever constitucional.
Nº 221 - Novembro/2015
EDIÇÃO DE HOJE – 10 PAGINAS
55
NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS
Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria
Genese e desenvolvimento da rebellião communista
O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos “Diários
Associados” a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal
Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos
P
Com a chegada de elementos do
22º Batalhão de Caçadores e de uma
bateria de Artilharia da Parahyba,
os communistas pressionados,
começaram a recuar no Recife
Medidas energicas para
combater o communismo
As modificações à Lei de Segurança
Nacional, apresentadas pelo deputado
Pedro Aleixo, corrigem as deficiências da
legislação em vigor – Definidos novos
crimes contra a ordem política e social
Estigmatizando o
crime de rebeldia
Extinctos o 21.º e
o 29.º B. C. e o 3º R.I.
Rio, 3 (Meridional) – Foi assignado na
pasta da Guerra um decreto concebido nos
seguintes termos:
“ O presidente da Republica dos Estados
Unidos do Brasil, considerando ser acto de
justiça e afim de que perdera elle nos annaes
militares, estigmatizando o crime de rebeldia que cometteram, decreta:
Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhões
de Caçadores e o 3º Regimento de Infantaria.
Artigo 2º - São creados os 30º e 31º
Batalhões de Caçadores e o 14º Regimento de
Infantaria que deverão ser immediatamente
organizados para conservar-se sem alteração
o effectivo consignado na organização do
Exército.
Artigo 3º - Revogam-se as disposições
em contrario.
Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935.
104º da Independência e 47.º da República
(a) Getulio Vargas,
Presidente da Republica"
osso assegurar-lhe que, a principio,
organisara-se um movimento político-militar de caracter verde e
amarello, no estylo dos golpes a que a
Republica liberal democrática nos acostumou, na longa história de sua adaptação ao
genio político do povo brasileiro. A formação da Alliança Nacional Libertadora, porém, lançou os agentes e possíveis chefes
desse movimento para o segundo plano.
Este partido tinha uma ideologia definida nos princípios communistas e o seu
chefe, sr. Luiz Carlos Prestes, há cinco annos
anunnciára ao povo brasileiro as suas novas inclinações anti-democraticas. A rápida expansão desse partido, a propaganda
intensa dos seus ideaes nesta capital e nos
Estados, deram aos lideres a impressão de
uma força capaz de prescindir da
collaboração das outras correntes políticas, podendo agir por conta própria e realizar com a figura legendária do sr. Luiz Carlos
Prestes, a conquista do poder que tantos
outros desejavam.
A polícia, como já tive occasião de
demonstrar pela imprensa, numa abundante documentação estava certa da absoluta
identidade de ponto de vista da Alliança
Nacional Libertadora com o programma
communista de Prestes. A conspiração político-militar deixára cahir a bandeira verdeamarella, e surgira em seu logar e pavilhão
vermelho do bolchevismo.
Deante das provas irrefutáveis de
que a A. N. L. tramava a subversão violenta
do regime social e político do paiz, o governo decidiu fechar a sua séde e os seus
núcleos em toda a Republica, e desde este
momento os seus dirigentes resolveram levar avante o plano conspiratorio, sob a
chefia directa e pessoal de Luiz Carlos Prestes. Deu-se, portanto, uma evolução na
trama primitiva, de natureza política, com o
intuito de mudar os homens conservando
as instituições, para uma extensão conspiração extremista destinada a implantar em
nossa terra o regime russo, ingenuamente disfarçado na fórma de um governo
popular revolucionário.
A TACTICA DE MOSCOU
-Convém não esquecer que os
alliancistas seguiam habilmente a táctica
de Moscou. Como ficára resolvido no
ultimo Congresso do Komintem, os agentes bolchevistas e deveriam trabalhar
sempre com os disfarces da liberal democrocia, fingindo uma alliança com os
partidos republicanos para combater o
fascismo, e desta fórma obter a sua
collaboração para a obra revolucionaria.
Os alliancista que desejavam a cooperação dos grupos políticos dissidentes, e
para não afugental-os, fingiam ter abandonado os propósitos vermelhos da ideologia
moscovita, allegando que o comunismo
rigido seria inadaptavel ás condições
psychologicas da sociedade brasileira.
Nesse sentido, procuraram articular-se com elementos políticos e militares, que, a tempo, perceberam o encontro
e retiraram a solidariedade que haviam
empenhado.
A polícia possue documentos preciosos para provar que os communistas
pretendiam jogar esses collaboradores
numa cilada.
O plano era servir-se de seu apoio
para conquistar o poder popular revolucionário e, depois de installado este,
convertel-o rapidamente, com o auxílio
das massas operarias, camponesas e armadas, no regimem communista, segundo o espírito das infiltrações soviéticas.
Possuo no archivo da polícia, cartas em
que os líderes communistas explicam este
projecto a camaradas que se mostram
surprehendidos com a “entente” de
alliancismo com os grupos da burguesia
liberal democrática.
O governo popular revolucionário
era apenas uma fachada para attrahir ingênuos. Viria, logo depois, atrás delle, a verdadeira revolução social, inspirada no
lemma: “pão, terra e liberdade”, com um
governo de operários, camponeses, marinheiros e soldados de accordo com os
moldes práticos consagrados pelo golpe de
1917 na Rússia. (Extrato)
NOSSO COMENTÁRIO
Qualquer semelhança com os dias
atuais não é mera coincidência.
A leitura da entrevista do Chefe de
Polícia do Distrito Federal, em 1935,
revela que o processo revolucionário
comunista continua tendo as mesmas
características nos dias de hoje. Nas
fases que antecedem a tomada do poder
todas as aparências de legalidade e de
participação democrática no jogo político. A formação de frentes e alianças
eleitorais com os partidos de esquerda e
com a "burguesia liberal" para a formação de um "governo popular democrático" continua a ser a tática dos partidos
comunistas e também de partidos que se
dizem socialistas, escondendo sua tendência revolucionária.
É a tática da "via pacífica" cujo
primeiro objetivo é a conquista do governo pelo caminho eleitoral legítimo. A
partir daí, o partido comunista ou partido socialista revolucionário, simulando
um programa social-democrata, faz a
"acumulação de força" a que Tarso Genro (PT/RS) denomina de "reformismo
radical", tendo por objetivo a tomada
do poder.
A Intentona Comunista de 1935
que surpreendeu pela violência, pode
repetir-se de forma pacífica, pelo menos
nas suas fases iniciais, realizada o que os
neo-comunistas denominam "Revolução
Nacional Popular".
Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas,
depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37
Nº 221 - Novembro/2015
866
DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO
26 de novembro de 1946
T
CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS
ranscrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em 26 de novembro de 1946, na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal por Alagoas, Coronel do Exército
Afonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista “Nação Armada”, n° 81, de janeiro de
1947. O título da matéria é “O Militar não pode ser Comunista”. Diga-se que quando do citado discurso, o Brasil, há pouco mais de um ano, retornara ao estado democrático,
após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seu
líder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS),
do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - “a
Religião da Humanidade” -, que versa o magnífico Discurso.
Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor em Alagoas, em 1933, membro da Assembleia
Nacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um dos maiores biógrafos do Duque
de Caxias, sendo o seu referencial livro, “CAXIAS”, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em 1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial,
de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científico Discurso que todo patriota deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir,
comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional, sob os influxos da ação “gramscista”, orquestrada pelo Foro de São Paulo:
“Sr. Presidente:
Os tempos são outros. Nunca o Brasil esteve tão intensamente penetrado de sentimento democrático e de amor à liberdade, como
atualmente. E esse é o sentimento que prepondera nas nossas classes armadas. Foi o
que as impulsionou para o 29 de outubro [deposição do presidente Vargas], e, agora, determina novamente o seu pronunciamento, em
defesa da Pátria e da Democracia.
Positivismo e Comunismo vieram a ser,
no Brasil, as forças negativas, dissolventes da
ideia de Pátria, implicando em desviar as forças
armadas dos seus verdadeiros rumos. De início
é o Positivismo que visa corromper o espírito
nacionalista das nossas gerações militares e em
favor da utopia – humanidade, relegando para
plano secundário a ideia de Pátria.
O Apostolado Positivista passou a ser
o esquisito laboratório dessas ideias, onde os
adeptos de Augusto Comte, como mais tarde
o farão os discípulos de Marx e Engels, agitarão as retortas de violentos ácidos corrosivos,
contra a noção de Pátria.
O Sr. Teixeira Mendes, “Papa Verde” do
Positivismo, prega, então, ideias, que, hoje, dificilmente se acreditaria pudessem ser apresentadas, se não constassem, como constam, das suas
orações apostolares. Prega, antes de mais nada,
o esfacelamento do Brasil, criando as chamadas
Pátrias Brasileiras. Afirma que os positivistas –
e é grande, então, o seu número no Exército –
não têm “o menor preconceito de integridade
política”. Admira-se que os democratas “olhem
com tamanho horror” para o que chama “a
inevitável fragmentação política do Brasil”.
Considera, desdenhosamente, a integridade
brasileira como um simples preconceito.
Ataca o Império “porque não recuou
nem diante da violência e da corrupção para
manter a Monarquia e a integridade da nacionalidade brasileira”. Escreve textualmente:
“O Exército não garante a tranquilidade pública
porque é insuficiente para a guerra e é supérfluo
para a paz”. Incentiva a sabotagem da guerra do
Paraguai, cujas glórias militares considera como
sinais de vergonha, o que levou certa vez o General Tasso Fragoso a escrever:
“Lembro-me dessa época quando os velhos generais, que haviam lutado no Paraguai,
escondiam as suas condecorações de guerra,
como se fossem símbolos do opróbrio” [duas
observações particulares: 1) o Senador Gaspar
da Silveira Martins sempre criticou, acerbamente,
o pacifismo dos positivistas, para os quais os
Exércitos deveriam se transformar em gendarmerias e “os generais eram os grandes assassinos dos povos”.
Ainda mais: 2) a impoluta figura do Duque de Caxias era assaz denegrida e apequenada
pelos militares profitentes do Positivismo. Caxias
só seria reabilitado pelo Exército, de um semianonimato não condizente com os tantos e tamanhos serviços por ele prestados ao Brasil, na paz
e na guerra, no ano de 1925, pelo ministro da
Guerra, General Setembrino de Carvalho...].
Enfim, o Exército
diminuído à simples gendarmeria e a Pátria reduzida a vinte republiquetas! Era o que queria o
Apostolado Positivista,
fiel intérprete das ideias
de Augusto Comte, apóstolo ainda mais intransigente que Marx, das teorias do materialismo histórico. Foi grande o trabalho dos constituintes
para que a nova Carta
Magna da República saísse escoimada dos aleijões
positivistas.
Os chefes militares, no decorrer dos governos republicanos, tudo
fizeram para que o Exército se fortalecesse em seu
espírito profissional e no seu amor à Pátria, da
qual é a armadura de aço.
Na verdade, os nossos chefes militares
souberam, com elevação e habilidade, livrar as
forças armadas do primeiro cancro (o Positivismo) que ia corroendo as suas energias e solapando os fundamentos da Nação.
Chegou, agora, a vez de defender-se de um
outro inimigo. Os chefes militares de hoje, e que
já falaram com a boca dos canhões em 27 de
novembro de 1935 [refere-se à hedionda “Intentona Comunista de 1935”, que pode ser resumida em dois vocábulos apenas: traição e covardia; e que foi uma das ponderáveis causas imediatas para a deflagração do glorioso Movimento
Cívico-Militar de 31 de março de 1964], estão
novamente com a palavra.
Apreciado o Positivismo [que prega a
“ditadura republicana”] como contrário à ideia de
Pátria, vejamos agora o Comunismo [que preconiza a “ditadura do proletariado]. Desaparece, no Comunismo, o conceito clássico de po-
vo e de Pátria. A unidade política não é mais
o povo, e sim, a classe. Dentro da unidade –
classe, o cidadão oblitera-se, desaparece. E
com ele, o povo. E com o povo, a Pátria. Cada
circunscrição política deve dividir-se na classe dos marítimos, na classe dos metalúrgicos,
etc. A classe é o que se tem em vista, esteja
onde estiver, no país ou no estrangeiro.
Lê-se no Manifesto Comunista: “Operários de todo o mundo: uni-vos!”
O Programa do Komintern proclama:
“O Proletariado não terá
pátria enquanto não
conquistar o poder político”.
Como o Partido é
internacional, aqueles
que o dirigem nos demais
países, como no Brasil,
têm o nome de Secretários.
E, se em dado momento, colidirem os interesses de um país com
os da Rússia Soviética,
devem preponderar os
da URSS. Desta mesma
tribuna o senador comunista Luiz Carlos Prestes declarou que no caso
de uma guerra do Brasil
com a Rússia, ou melhor, com a União Soviética, ele ficaria com a União Soviética.
Como se pode supor, nessas condições, que um comunista possa deixar de atender aos compromissos internacionais, intrínsecos, do seu Parido? E se esta obediência, pelo caráter internacional do Partido, dimana, imperativamente, da própria
essência do comunismo, como admitir-se
que o militar possa pertencer a uma organização internacional, ele que jurou defender
a Pátria com o sacrifício da própria vida?
Como admitir-se que o militar, o militar do
Brasil, possa ter outra Bandeira que não seja
aquela “que a brisa do Brasil beija e balança?”
Como admitir-se que ao soldado, ao
marinheiro, ao aviador, se possa, sem receio
de traição, confiar-se uma arma, e esta arma
ser utilizada contra a Pátria, que nele depositou a sua confiança?
Não podem existir duas respostas a
estas perguntas! Admitir-se um militar comunista seria conformarmo-nos com o mais trá-
gico dos paradoxos.
Ninguém pode negar aos Estados Unidos da América do Norte e à Inglaterra, o alto
espírito democrático que preside às suas instituições. E, no entanto, o que hoje se pretende fazer no Brasil, a Inglaterra e os Estados
Unidos já o fizeram, excluindo das suas forças
armadas todos os militares comunistas [acrescente-se que, após a Contrarrevolução de 1964,
foram expurgados das FFAA, militares indesejáveis como os subversivos/comunistas, os corruptos e os de conduta moral incompatível com
a profissão militar; desafortunadamente, tipos dissimulados conseguiram escapar daquela oportuna e benéfica higienização, sendo
o caso mais notório o do capitão desertor e
traidor, facínora crapuloso, Carlos Lamarca].
Sr. Presidente. Srs. Deputados: Vou terminar. Procurei demonstrar como as Forças
Armadas têm sido sacrificadas por duas correntes ou partidos de sentido filosófico-político, fundamentados na interpretação materialista da História: o Positivismo e o Comunismo, e ambos desencadeados, primeiro, contra a República que sucedeu à Monarquia; depois, contra a República que substituiu a Ditadura, e, também, por coincidência, ambas
em sua fase perigosa de adolescência.
Continuando, Sr. Presidente, procurei
provar o caráter internacional do Positivismo
e do Comunismo. E, assim, contrários à ideia
de Pátria. Na Inglaterra, Srs. Deputados, sempre se sepultaram os sonhos dos conquistadores e a ideologia dos extremistas! Se velhos
países, como outros, reagiram às ideias de
Marx, como compreender-se que um país novo,
ainda em formação, como o Brasil, possa admitílas e com a cumplicidade das próprias classes
armadas?
Impõe-se à Democracia brasileira fortalecer o sentido afirmativo da Pátria.
Não podemos - militares e representantes do povo -, permanecer tranquilamente
debaixo da abóbada, deixando que o inimigo
nos vença. Se não reagirmos, a abóbada ruirá.
Pereceremos todos. E de todos nós, que não
somos comunistas, não sobrará um só Jeremias
para chorar sobre as cinzas dessas ruínas.
Fortaleçamos a Pátria, prestigiando as
classes armadas. Renunciemos à vastidão das
ideias universalistas. E permaneçamos intangíveis no nosso sentimento pátrio, no sagrado
egoísmo, no amor ciumento do nosso desvão
de telhado, que é a nossa terra, a nossa família,
a nossa gente, a nossa PÁTRIA!”
Nº 221 - Novembro/2015
O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕES
O
Partido Comunista Brasileiro, nascido em 1922, teve vida curta, dirigido por
Astrogildo Pereira e
* Por Jarbas
Octávio Brandão, quanPassarinho
do em 1929 caíram ambos em desgraça da
Terceira Internacional fundada por Lênin.
Poupados por Moscou que determinou uma
trégua, que não durou senão até 1930. O Komintern criticava os dirigentes do PCB, proibiu o partido de fazer qualquer aliança nas
eleições daquele ano, para cultivar seus clichês: luta contra o imperialismo, terra para
os camponeses, afastamento dos intelectuais (Astrogildo, Brandão, Basbaum e Paulo
Lacerda) e sua substituição por “trabalhadores mal vestidos e que falassem errado”.
Lembro essa passagem para salientar uma
interessante coincidência: quando o PT foi
fundado, há 25 anos, pretendia manter o
princípio de partido exclusivo de trabalhadores, contrário a toda política de alianças
com partidos burgueses e dirigido por um
metalúrgico “mal vestido e que falava errado”.
Prestes só seria recebido na Terceira
Internacional, ou Komintern, em 1931, quando aceitou pagar o que se chamava outrora,
nos clubes de grã-finos, uma luva. Para ser
recebido na ilustre companhia dos revolucionários mundiais, pagou “20 mil dólares do fundo recebido de Getúlio Vargas dezesseis meses antes”, como revelou William
Waack, no seu livro Camaradas, comprovado no acesso que teve aos arquivos de
Moscou, após o colapso da União Soviética, Capítulo Ouro Para Moscou, página 43.
João Alberto, em A Marcha da Coluna, levantaria no dia 27 de novembro e que o
confirma o entendimento com Getúlio, para capitão era um dos seus líderes. Pois ele
que Prestes chefiasse a Revolução de 1930. mesmo, altas horas da madrugada, cumpriu
Ele desviou os recursos para cumprir exi- as ordens que Prestes fizera chegar, escrigência do Kominforn, o mesmo Kominforn tas, a Agildo Barata. Preocupado com as inque lhe daria ordem para o levante de 1935 formações que recebera do Ministério da
e dava (ou retribuia) dólares para chefiar o Guerra, determinou o Comandante a um
levante no Nordeste e no
tenente seu secretário,
Rio de Janeiro. É a prova do
que instalasse uma meCobriu o revólver com um
“Ouro de Moscou”.
tralhadora visando a
jornal e, numa escada em
Acho que Prestes vasubunidade suspeitada.
que Paladini se encontrava,
cinou o Exército com esse
O tenente, que tinha um
chamou-o perguntando se lera parente na intimidade do
levante, que deixou marcas
o jornal. Quando a vítima
indeléveis de traição e coPalácio do Catete, com
vardia, quebrando um prin- desceu uns degraus, o covarde Getúlio Vargas – e daí a
cípio de lealdade pertinente o matou com tiros do revólver insuspeição dele - acaà vida castrense, em exembou usando a metralhaescondido no jornal.
plos históricos como o dos
dora em apoio aos comuaviadores na 1a Guerra Mundial. Quando um nistas rebelados.
adversário era abatido, o contendor vitoriNa Escola de Aviação, um oficial
oso passava em vôo rasante sobre o venci- que faço questão de não sujar com seu
do e lhe fazia continência. Lee, o famoso nome este papel em que escrevo, foi engeneral que comandou o Exército dos Con- carregado de matar o tenente Danilo Pafederados na Guerra de Sucessão america- ladini, sabidamente anticomunista. Cona, era instrutor em West Point, quando a briu o revólver com um jornal e, numa escaguerra eclodiu. Despediu-se da escola, co- da em que Paladini se encontrava, chamandada por superiores seus, adeptos de mou-o perguntando se lera o jornal. QuanLincoln, com a tropa que ele iria combater do a vítima desceu uns degraus, o covarformada em saudação. Não há duvida que de o matou com tiros do revólver esconeram tempos muito passados, em que a dido no jornal.
guerra tinha uma componente romântica.
Outros covardes, também, sujaram a
Mas em 1935, o comandante do 3o RI, onde história castrense no Brasil. Um exemplo é
estava preso o capitão comunista Agildo o do tenente Bragança, aviador. Cumprindo
Barata, tinha absoluta confiança nos seus seu dever, dirigiu-se de trem para o subúrsubordinados. Dois deles, fizeram o contrá- bio de Deodoro, no Rio de Janeiro, com um
rio dos exemplos românticos. Um capitão colega, para apresentarem-se em sua unidaque devia favores ao Comandante, jurou- de, que não sabia já rebelada. Apanhou-os
lhe ajoelhado que era falsa a informação que um capitão (um facínora que vim a conheo Coronel recebera de que o Regimento se cer no Congresso quando votamos a lei
WILLIAM WAACK
Lenine
de anistia), dono de um pequeno automóvel. Sentaram-se os dois oficiais nos bancos de trás. O capitão, sacando uma parabelum dirigiu-se primeiro ao tenente Bragança, dizendo estar a unidade de aviação
revoltada obedecendo Prestes e perguntou
se aderiam. O tenente corajosamente respondeu que não. Levou um tiro fatal. O outro abriu a porta do automóvel e jogou-se
para fora, protegido pelo lusco fusco e da
frágil vegetação de Marechal Hermes. Foi
salvo porque o gatilho da arma não percutiu
a bala. Dele eu li, já senador, o depoimento
que deu no Tribunal de Segurança criado
por Getúlio, revelando como se dera a
morte do tenente Bragança. Mas, quando capitão instrutor do CPOR de Belo
Horizonte, fui companheiro de seu irmão,
o capitão Bragança, um oficial de escol,
cuja família tinha sido compelida a não
revelar o que sabia, para que nas Comemorações da Intentona, na Praia Vermelha, a ferocidade e a deslealdade dos comunistas fosse enfatizada como eles matando até militares dormindo. Coisas de
políticos e não exatamente da política como a descreve Max Weber.
O Presidente Collor determinou que
as comemorações da Praia Vermelha, nos
27 de novembro não mais fossem realizadas, para reconciliação da família brasileira. Passara a ser lembradas nos quartéis. Agora, nem isso. São substituídas pelo
culto, de Dom Paulo Evaristo Arns e do
rabino Sobel ao comunista Wladimir Herzog. Assim se faz a história.
(Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005)
* Coronel - Foi ministro de Estado,
governador e senador pelo Pará.
Cópia do original
datilografado do
telegrama com o qual a
direção da Internacional
deu a Prestes e Ewert
ordem para agir
CAMARADAS
Nos arquivos de Moscou
A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935
T
77
Acuse-os do que você faz.
Xingue-os do que você é.
OLGA BENÁRIO - A VERDADE
ambém usava os nomes de “Frida
Leuschner”, “Ana Baum de Revidor”,
“Olga Sinek”, “Olga Bergner Vilar” e
“Zarkovich”; alemã, membro do IV Departamento do Exército Vermelho (Inteligência
Externa); casada na URSS com B. P. Nikitin; viajou em dezembro de 1934 ao Brasil, acompanhando Luiz Carlos Prestes,
cumprindo missão que lhe fora atribuída
pela EKKI. Foi presa no Brasil em 6 de
março de 1936, juntamente com Prestes,
com que teve uma filha, sendo deportada
para a Alemanha, onde morreu, em 1942,
em um campo de concentração.
O seu grau de importância na hierarquia da espionagem soviética deu-se no
episódio de reconhecimento de sua morte e
nas motivações nazistas para a liquidarem.
“Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os brasileiros
mas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu texto na mais ampla
e irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se envolveram as nossas Forças
Armadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vitória foram o triunfo da razão. Honra aos
sacrifícios e ao sangue derramado em decênios de confronto com a maior aberração que
produziu o pensamento humano, o comunismo.
E estejamos certos! O “patrulhamento ideológico” ainda não foi desmontado no
Brasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais vendidos que a mídia
repete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se estivermos errados!
(Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993)
* Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira
Este livro não foi feito para favorecer
alguns em detrimento de outros, nem para
retomar debates e pontos de vista totalmente
ultrapassados com o fim da Guerra Fria. No
entanto, é inevitável que alguns mitos, imagens, carreiras e reputações – e crenças –
saiam profundamente abalados ao final destas páginas. Berlim, setembro de 1993
william Waack
Camaradas - Por William Waack
888
Nº 221 - Novembro/2015
A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBRO
O
início da revolta na AVIAÇÃO
coincidiu, differença de poucos
minutos, com a do 3º REGIMENTO DE INFANTARIA.
Em vasta área, quasi toda aberta,
situada entre a Estrada Rio-São Paulo, a
Estação de Deodoro e a Invernada dos
Affonsos, está a ESCOLA DE AVIAÇÃO
MILITAR.
Dentro dessa área vários pavilhões
se distribuem a esmo; uns, servindo de
quartéis e alojamentos, outros, de officinas
e hangares.
Duas entradas lhe dão accesso;
ambas situadas à margen da Estrada Rio-S.
Paulo, sendo que uma dellas, a mais utilizada hoje, está localizada na embocadura de
um caminho que vae ter à Enfermaria.
Foi por esta que, pouco antes
das três horas da madrugada de 27,
penetrou na ESCOLA o automóvel do
Capitão SOCRATES, conduzido, além
deste, o Capitão AGLIBERTO e os Tenentes BENEDICTO e DINARCO,
emquanto que o Tenente IVAN ali penetrava pelo outro portão afim de sublevar
a guarda de serviço.
A promptidão e a vigilância na ESCOLA, em conseqüência dos acontecimentos de Natal e Recife, não era rigorosa e
geral como no 3º REGIMENTO DE INFANTARIA, mas apenas parcial, e comprehendia
a Companhia de Guardas, a Extranumeraria
e a Companhia de Alumnos do Curso de
Sargentos Aviadores.
Os serviços de segurança, entretanto, foram augmentados na noite de 26
para 27, em face dos boatos que circulavam.
O Commandante, Tenente-coronel
IVO BORGES, que vinha de há muito desconfiado da actuação dos Capitães
SOCRATES E AGLIBERTO, dera terminantes ordens aos elementos encarregados da fiscalização dos portões de entrada,
que não permittissem o ingresso na ESCOLA de qualquer vehiculo, mesmo conduzido officiaes.
As ordens não foram, porém, cumpridas pelo Sargento ALVARO BELGA,
que com um Grupo de Combate, guardava a Estrada que vae ter à Enfermaria
Descarga de tiro de fuzil realizada
por uma representação do 12º BI,
envergando o uniforme da época,
em homenagem ao Capitão
Benedicto Lopes Bragança, no
cemitério do Bonfim, em
Belo Horizonte (2004 )
ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR
e por onde penetrou, sem ser embaraço
em sua carreira, o automovel do Capitão
SOCRATES.
Há muito já se achavam na ESCOLA,
alli chegados “por acaso” “ ou para saberem
das novidades”, os Tenentes CARLOS
BRUNSWICK FRANÇA e JOSÉ GAY DA
CUNHA.
O Commandante, o Major BENTO
RIBEIRO CARNEIRO MONTEIRO e o Capitão JORGE GOMES RAMOS, que rondavam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verem
passar velozmente, sem encontrar obstáculos, o automóvel do Capitão SOCRATES,
interpellaram o Sargento BELGA, que explicou ter deixado passar o vehiculo por conduzir officiaes da ESCOLA.
Deu-lhe ordem o Tenente-coronel
IVO BORGES que o acompanhasse juntamente com o seu Grupo de Combate, afim de
verificarem o que pretendia a ESCOLA,
áquellas horas, SOCRATES e seus companheiros.
Foi então que se ouviram os primeiros tiros partidos das proximidades do local
onde parara o automóvel, e acto continuo,
recebiam o Commandante, o Major BENTO
RIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOS
uma rajada de fuzil metralhador do Grupo
do Sargento BELGA. Gritaram os officiaes
que não atirassem, quando nova rajada
se fez ouvir.
Surprehendidos e impossibilitados de, no local, tomarem qualquer attitude de reacção, ou providencia efficiente, referem o Coronel IVO e o major
BENTO a fls. 1.536 e 1.540 do 6º volume,
dirigiram-se para a Escola Militar, posto
de commando da 1ª Brigada de Infantaria,
onde se apresentaram, tendo por sua vez
conseguido o Capitão GOMES Ramos alcançar o Batalhão Escola, onde solicitou
as primeiras providencias.
A esse tempo, o automóvel conduzindo SOCRATES, AGLI-BERTO, IVAN E
DINARCO, defrontava a Companhia
de Alunnos, onde nas proximidades
se achavam dois Grupos de Combate
commandados pelos Tenentes BENEDICTO LOPES BRAGANÇA e OSWALDO BRAGA RIBEIRO MENDES.
Colhidos de imprevisto e envolvidos pelos officiaes revoltosos, emquanto
parte da tropa dispersava aos gritos de
“Viva a revolução”, eram presos os Tenentes Bragança e Mendes e recolhidos ao
automóvel, sob a vigilancia do Capitão
AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO.
Foi ahi, que este official, segundo
refere o Tenente RIBEIRO MENDES, cujo
testemunho é corrobarado pela prova indiciaria, friamente assassinou o seu collega
Tenente BRAGANÇA.
Em outros sectores, agiam os Tenentes BENEDICTO DE CARVALHO e
IVAN RAMOS RIBEIRO, auxiliados pelos Tenentes DINAR-CO, GAY e FRANÇA e pelo Aspirante WALTER.
Sublevaram assim a Companhia de
Alumnos e a de Guardas, ao mesmo tempo
que eram presos os officiaes que não
adheriam à insurreição.
O Capitão ARMANDO DE SOUZA E MELLO, e o Tenente DANILO
PALLADINI foram mortos pelos
revoltosos logo no inicio do assalto.
O Tenente Coronel EDUARDO
GOMES, Commandante do 1º REGIMENTO DE AVIAÇÃO, quando repellia um
ataque á sua unidade, dirigido pelos
revoltosos SOCRATES E IVAN, foi ferido na mão por um dos componentes do
Grupo de Combate deste ultimo.
Mas já as forças do Governo atacavam a AVIAÇÃO e o Grupo Escola começava o bombardeio.
Dentro em pouco os rebeldes
capitulavam, e os chefes, sem a coragem de enfrentarem a derrota, punhamse em fuga desordenada, abandonando seus commandados.
Como tivemos occasião de resaltar
em trecho deste relatório, era evidente que
os planos do movimento não se poderiam
circumscrever a dois quartéis, elles necessariamente envolveriam outras unidades e
estabelecimentos militares.
De facto: no Quartel-General da 1ª
Região, o Tenente AUGUSTO PAES
BARRETO que, na noite de 26, descera da
Villa Militar, commandando uma Companhia do 2º REGIMENTO DE INFANTARIA, era preso quando procurava, logo de
chegada áquelle Quartel, alliciar elementos para a insurreição armada, que
irromperia na madrugada de 27, tendo
como chefes, entre outros, o Capitão LUIZ
CARLOS PRESTES e o Dr. PEDRO
ERNESTO (Fls. 1.787 do 7º volume).
Na Villa Militar, PAULO MACHADO CARRION e possivelmente SOVERAL
FERREIRA DE SOUZA, SAMUEL LOBO,
ALDOBRANTINO CHAVES SEGURA e
outros, juntamente com inferiores e praças,
ficaram impedidos de executar os planos
que traçaram, dada a acção efficaz dos
commandantes de suas unidades.
NO CENTRO DE PREPARAÇÃO
DE OFFICIAES DA RESERVA eram presos LAURO FONTOURA e HELIO DE
ALBUQUERQUE LIMA, alliciadores de
elementos para a rebellião naquelle estabelecimento de ensino militar.
Finalmente, no GRUPO DE OBUZES,
em S. Christovão, foi descoberta a trama da
revolta que estava articulada entre inferiores e praças daquella unidade. (Páginas 18, 19, 20 e 21 do relatório)
RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO
DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL
Ha ainda a referir episodio occorrido
com os officiais presos no Casino, para
onde foram transportadas, adredemente,
caixas de granadas, e que não teve por
epilogo o sacrifício de todos, graças á
intervenção do Capitão JOSÉ LEITE
BRASIL, que se oppoz, como chefe que
também era, ás ordens dos Capitães
AGILDO e ALVARO de SOUZA, que,
convencidos da derrota, queriam o extermínio dos prisioneiros.
(Página 17
- Setembro/1936)
Nº 221 - Novembro/2015
RELATÓRIO DO
DELEGADO EURICO
BELLENS PORTO
Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113)
S
obreleva notar que ha nestes
autos a prova de que AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO foi
autor do assassinio do Tte. Benedito Lopes Bragança.
O Tte. Oswaldo Braga Ribeiro Mendes a fls. 612 do 3º volume e, posteriormente, no depoimento de fls. 1.547 do 6º volume,
diz:
“ A partir do momento da
chegada do auto do Cap SOCRATES não mais vi o Cap. Armando (Armando de Sousa e
Mello). O Tte. BRAGANÇA (Benedito Lopes Bragança) foi desarmado immediatamente, attribuindo eu o facto de não me terem desarmado a ter encostado
no carro colhido pela surpresa.
Ao que aparece na direcção da
Casa dos Pilotos, VISOU FRIAMENTE O TENENTE BRAGANÇA E ATIROU , TENDO O
REFERIDO TENENTE SOLTADO UM GEMIDO E CAHIDO PARA O SEU LADO DIREITO, DENTRO DO CARRO,
ASSASSINADO SEM DEFESA. Ao ver que o Cap AGLIBERTO que estava a nossa esquerda apontava para mim e
notando pela sua physionamia
que elle ia atirar-me, levantei a
mão na sua direcção exclamando: Mas AGLIBERTO! Apesar
disso, o referido Capitão apertou o gatilho, tendo o revólver
falhado. Aproveitando-me do
seu movimento de surpresa,
consegui empunhar meu revólver e atirar apressadamente na
sua direcção pela porta do carro,
o que occasionou sua fuga em
direcção ao capinzal que vae ter
á Enfermaria”.
O Ex-Sargento AZOR
GALVÃO DE SOUZA, prestando declarações a fls. 2.026. do 9º
volume, a proposito do facto
acima descripto, informa:
“Que quando procurava
essas granadas, notou que um
dos officiaes que se achavam no
automovel estava armado; que
cumprida essa missão, afastava-se do local, no qual já não se
encontrava o Tte. BENEDITO
(Benedito de Carvalho), quando ouviu um disparo de revólver, ao mesmo tempo em que
varios elementos que alli se
achavam dispersaram, permanecendo apenas junto ao automovel do lado do volante o
Cap AGLIBERTO, donde conclue o declarante ter sido este
official o autor do tiro... Que
reaffirma ter sido o Cap AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO
o único official que se achava
no momento ao lado do citado
automovel e que estava armado com um revólver nickelado;
que logo após o tiro, o Cap AGLIBERTO sahiu correndo na
mesma direção em que corria o
declarante”.
A accusação que pesa sobre AGLIBERTO de ter fria e
covardemente assassinado o Tte.
BENEDITO LOPES BRAGANÇA,
por isso que este official se achava preso e desarmado, embora
elle a conteste nas declarações
de fls. 2.151 do 9º volume e na
acareação de fls 2.201 está evidentemente provada nos autos, não só em face dos elementos acima transcriptos, de
uma claresa e precisão raras,
como ainda frente á prova indiciaria reunida.
Momentos antes dos factos acima descriptos já o accusado, o Cap SOCRATES e o Tte.
BENEDITO DE CARVALHO ameaçavam de morte o Tte BRAGANÇA, affirma o Cabo JANCY
SGARBI D´AVILA nas declarações que prestou a fls 1.709 do 7º
volume.
NR: Este precioso documento histórico – Relatório elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto da
Polícia Civil do Districto Federal – A Insurreição de 27
de Novembro, com 267 páginas encadernadas pelo
Grupo Inconfidência, encontra-se à disposição de
nossos leitores. E também de historiadores, jornalistas
e professores que fingem não conhecer a verdadeira
História do Brasil, deturpando-a com a conivência do
Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de
Educação e principalmente, da mídia venal e vendida
ao governo petista.
Apresento, a seguir, alguns
detalhes dos
assassinatos
do Capitão Danilo Paladini e do
Capitão Benedicto Lopes Bragança,
para que o leitor tenha para sempre
na mente, até onde chegou a covardia dos que fizeram a Intentona.
Com já citei, o comunista Barbosa Lima Sobrinho escreveu na
orelha da contra capa do livro de
Hélio Silva – 1935 - A Revolução
Vermelha: “não houve ninguém,
oficial ou soldado, assassinado na
cama pelos companheiros sublevados. Os que morreram, morreram
lutando”, o que é uma grande inverdade. Barbosa Sobrinho certamente não leu os jornais da época e
nem se aprofundou no tema, ou teve
a intenção deliberada de distorcer
os fatos em defesa de seus camaradas comunistas.
No caso específico, do Tenente Danilo Paladini, promovido a
Capitão pós-morte, tive a grata satisfação de ter sido comandado do
General Mário César Azevedo da
Silveira, esposo de dona Irma
Paladini Azevedo da Silveira, filha
do Capitão Paladini e de dona Zelina
Paladini.
Sabendo que eu estava escrevendo um livro no qual abordaria a
Intentona, gentilmente dona Irma
me permitiu acesso a um diário de
campanha do seu pai, escrito dia
após dia, iniciado em 1º de agosto de
1924 e findo em 23 de março de
1927, bastante útil para conhecimento das questões desse período
que antecedeu a Intentona.
O referido diário conta a sua
participação na manutenção da ordem governamental em duas revoltas ocorridas no interior do País,
mais precisamente na região norte
(Pará e Amazonas) e no interior de
Minas Gerais e do antigo Estado de
Goiás.
Como relatei em artigo anterior, consta na página 75 do livro do
ponderado Gen. José Campos de
Aragão, participante da resistência
no 3º Regimento de Infantaria no
Rio de Janeiro a seguinte afirmação:
“o capitão Armando de Souza Melo
e o tenente Danilo Paladini, que
repousavam no momento da insurreição, foram mortos pelos revoltosos ainda aturdidos quando
se levantavam”.
No entanto, dona Irma tem
versão diferente das publicadas em
livros a respeito da morte de seu
pai. Segunda sua mãe, um sargento,
cujo nome não se recorda, a procu* Cel. Aluísio Madruga
de Moura e Souza
99
A INTENTONA
COMUNISTA
rou e lhe contou como o seu marido,
Tenente Paladini, foi assassinado
friamente: disse-lhe o sargento: “eu
e o Tenente Paladini regressávamos da ronda e, quando subíamos
as escadas que davam acesso ao
alojamento, ouvimos uma voz que
chamou. Paladini! Ato contínuo
ouviu-se um disparo de arma de
fogo que o atingiu nas costas. Então
eu o arrastei até o alojamento, colocando-o sobre um sofá. Começava uma grande confusão”.
Como dona Zelina, mãe de
dona Irma, fez questão de guardar a
farda usada por seu esposo no dia
em que foi assassinado, para que a
acompanhasse quando do seu falecimento, tive a honra de estar com
a túnica da farda em questão nas
mãos e constatar que o tiro fora
dado pelas costas, saindo na altura
do coração. Pena que dona Zelina já
não possuía memória para nos contar detalhes do que soubera pelo
sargento em questão. Não importa!
Matar um ser humano dormindo,
ainda sonâmbulo ou pelas costas é
a mesma coisa. Não é combate, não
é luta, é traição e covardia.
Tendo corrido risco de morte
em tantas oportunidade, como pude
verificar em seu diário, o Capitão
Paladini jamais imaginou, que por
ironia do destino, iria morrer dentro
do quartel em que servia e que,
portanto, julgava local altamente
seguro, por um ato mesquinho e
covarde, praticado por um companheiro de profissão com quem convivia diariamente.
Quanto ao Tenente Benedicto
Lopes Bragança, segundo depoimento do 2º Tenente Aviador
Oswaldo Ribeiro Mendes, o mesmo foi “assassinado sem defesa pelo
Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, dentro do carro do Capitão
Sócrates Gonçalves”.
Não estava, portanto, lutando, mas no banco traseiro de um
automóvel.
Declara o Tenente Ribeiro
Mendes:“estávamos de carona no
carro que foi retido quando
adentrávamos no quartel. Ao retirar-se o sargento que nos parou,
continuamos sob a guarda do Capitão Agliberto. Ao ouvir o primeiro tiro disparado, ao que parece, na
direção da casa dos pilotos, Agliberto visou friamente o Tenente
Bragança e atirou, tendo este soltado um gemido e caído para o seu
lado direito, dentro do carro, assassinado sem defesa. Vendo que o
Capitão Agliberto, à nossa esquerda, apontava a arma para mim e
notando pela sua fisionomia que
ia atirar, levantei as mãos exclamando: mas Agliberto! Apesar disso, este apertou o gatilho, tendo o
revolver falhado. Aproveitei-me do
seu momento de surpresa, consegui
empunhar meu revólver e atirar
apressadamente pela porta do carro, o que ocasionou sua fuga na
direção do capinzal que vai até a
enfermaria”.( pg. 80 do livro do
Gen. José de Campos Aragão).
Alguns outros exemplos
poderiam ser citados. No entanto, imagina-se que os dados até
aqui fornecidos sejam suficientes
o bastante para nos permitir afirmar que nem todos os que morreram, morreram lutando como de
maneira desavergonhada os comunistas continuam apregoando.
Autor dos livros:
Guerrilha do Araguaia – Revanchismo
– A Grande Verdade
Documentário – Desfazendo Mitos
da Luta Armada
PEDIDOS:
[email protected]
A prisão
de Luís
Carlos
Prestes
Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central,
preso três meses depois do levante communista
COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIA
DA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ
Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremista
foi recolhido incomunicavel à Polícia Especial Pormenores da importante diligencia policial
810
Nº 221 - Novembro/2015
A INSÍDIA COMUNISTA NAS
LETRAS E NAS ARTES DO BRASIL
Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional e
brilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho.
C
om toda oportunidade e prazer espiritual, “Nação Armada” transcreve a seguinte
página de Raul Machado, nome de sobejo conhecido em nossas letras e digno juiz
do Tribunal de Segurança.
“Nação Armada” mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e
artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os fundamentos da nacionalidade e do regime
e a maneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitas
vezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira.
Acabo de ler seu magnífico livro sobre as
“Origens e Transformações do Materialismo
Histórico”. Rica de informes que merecem fé,
abundante de ensinos e segura nas conclusões
e na crítica, esta obra está destinada a despertar na consciência dos brasileiros e na ação
dos poderes públicos um sentido de vigilância maior contra os perigos do comunismo.
Na verdade, porque a ideologia política
dos Soviets, pela sua crueza materialista e a
sua técnica de anulação dos valores morais,
repugne à nossa compreensão e aos nossos
sentimentos de povo formado na doutrina
cristã, e tambem porque não temos, salvante
os estudiosos do assunto, uma atenção prevenida capaz de surpreender os índices
esparsos da propaganda bolchevista, - o certo
é que damos uma credulidade displicente à
existência daquela propaganda no Brasil.
Da memória pública, que é sempre fraca,
se vai apagando, até a lembrança do sangue
derramado na revolução vermelha do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação, nas
revoltas comunistas de Recife e nos três dias
aziagos do governo soviético instalado no Rio
Grande do Norte, em o ano trágico de 1935...
Raros são os que sabem, como eu, que no
fichário do Tribunal de Segurança Nacional figuram vários milhares de comunistas cujas atividades partidárias se acham documentadamente
comprovadas nos respectivos processos.
Essa parcela, entretanto, é apenas um
índice dos que atuaram às claras. Porque a
maioria dos adeptos do credo moscovita continua agindo às ocultas, e cautelosamente, nos
setores da vida pública, onde pode penetrar,
especialmente, nos círculos publicitários e
em outros meios de propaganda.
Os que foram colhidos em processos são,
sem sombra de dúvida, muito poucos, em relação
aos que continuam agindo subrepticiamente,
em liberdade.
Haja vista o que sucede com essa campanha de proletarização da literatura e da arte, na
qual a propaganda subversiva mal se esconde a
argúcia daqueles que bem conhecem a técnica de
disfarce e de embuste dos comunistas.
É assim que, nos romances, a pretexto
de ser assunto da época, escolhem um tema
social que lhes dará aso à divulgação solerte
de idéias e de princípios marxistas.
E, propositadamente, investem contra as
regras mais elementares de gramática, porque é
preciso corromper a linguagem, nivelando-a,
quanto possível, à das classes proletárias e
incultas, corroendo-se , assim , um dos elementos orgânicos da unidade de um povo.
E isto se faz, disfarçadamente, sob pretexto de se estar construindo “língua brasileira”.
A obscenidade de palavras ou de cenas
aparece também a miude, não com o fim da
“verdade na arte” da antiga escola naturalista
e, sim, como um ataque premediado à moral
burguesa, que precisa ser destruída.
Os temas escolhidos se resumem igualmente, na maioria das vezes, em argumentos
proletários... com invocação a Nosso Senhor, no
fim, para que o poeta revolucionário possa agir
acobertado pelo manto do catolicismo.
A música se transforma em violência de
ruídos, visando também uma finalidade única:
- a negação da melodia porque esta leva naturalmente a um estado de exaltação espiritual,
incomparável com as tendências da doutrina
materialista.
Também a dansa não escapa à mesma finalidade de instrumento de propaganda dissolvente. Aquela graça espiritual de outrora, que
lhe disfarçava o sentido sensualista, inerente,
aliás, a todas artes, desapareceu por completo,
dando lugar a uma sucessão de gestos grotescos
e de atitudes despudoradamente voluptuosas...
Tudo isto é feito, como se vê, com um
escopo único: - a perversão das forças vivas
e puras do sentimento, tornada uma das armas
secretas do plano de desagregação nacional...
É, em suma, a luta do materialismo contra o
predomínio do espírito.
Não se invoque a época, como justificativa dos fatos. O fenômeno se apresenta de
tal forma, “uno”, nos seus múltiplos aspectos, que é inútil querer negar-lhe a causa, que,
exponta nitidamente das linhas programáticas
de uma inteligência organizadora, ao serviço
de um plano de finalidade diabólica...
E essa organização se patenteia, ainda
mais, nos louvores e aplausos que as igrejolas de
elogios mútuos distribuem, por todas os meios
de propaganda, às produções pretensamente
artísticas da camarilha suspeita...
Urge, portanto, reagirmos, também
organizadamente, contra essa investida maléfica,
mediante uma rigorosa fiscalização oficial nos
livros e publicações de toda a espécie, impedindo-se a venda e a circulação das obras que forem
manifestamente suspeitas; divulgando-se na imprensa e pelo rádio as melhores páginas em prosa
e verso dos nossos escritores de nomeada real;
fazendo-se a exaltação dos valores morais e
intelectuais do passado; promovendo-se conferências e estudos destinados a demonstrar como
se processa a invasão do organismo nacional
pelas bactérias insidiosas do comunismo; instituindo-se, em suma, uma contra-propaganda,
que equivalha a um sistema preventivo de
profilaxia moral, intelectual e política.
Por tudo isto, meu caro, é que me animei
a enviar-lhe estas sugestões, valendo-me do ensejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo de
brasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outras
virtudes de pensamento e cultura, é um grito de
alerta para que nos congreguemos contra a ameaça do inimigo traiçoeiro e implacável, que não
descansa e não perdoa... (Excerto)
Publicado em “ Nação Armada”
nº 13 de dezembro de 1940.
NR: Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência.
TOQUE DE SILÊNCIO
*Carlos Maul
O SINO VELHO DO CEMITÉRIO
BATEU TRÊS PANCADAS:
ERAM MORTOS QUE ENTRAVAM
PARA SER ENTERRADOS,
PARA QUE A TERRA OS
ACARICIASSE COM TERNURA
COMO A VIDA NÃO OS ACARICIARA.
PARA QUE A PODRIDÃO DE SEUS CORPOS
REFULGISSE, À NOITE, EM FOGOS-FÁTUOS,
E, ATRAVÉS DAS RAÍZES DAS PLANTAS,
SUBISSEM ÀS FLORES CARREGADAS
DE PERFUME.
ERAM MORTOS QUE ENTRAVAM
PARA SER ENTERRADOS...
DE ONDE VINHAM ELES,
TANTOS ASSIM, DE UMA VEZ?
E QUANTOS ERAM? ERAM MUITOS,
ERAM DEZENAS,
E ERAM TODOS SOLDADOS DO BRASIL.
MATARAM-NOS À TRAIÇÃO QUANDO DORMIAM.
E FORAM COMPANHEIROS QUE OS MATARAM
NÃO FOI A GUERRA, FOI O CRIME QUE OS MATOU.
DORMIAM NO QUARTEL, DE MADRUGADA,
MAS A SEU LADO
EM SINISTRA VIGÍLIA,
COMPANHEIROS SEM ALMA CONSPIRAVAM
SEM ALMA PORQUE A TINHAM VENDIDO
AO ESTRANGEIRO DE VESTES VERMELHAS...
ERAM OS FILHOS MALDITOS DE CAIM.
MAS PORQUE OS MATARAM,
POR QUE OS MATARAM,
SE O SEU PENSAMENTO,
SE O SEU SENTIMENTO,
ERA O DE HOMENS LIVRES
ARMADOS PARA QUE A LIBERDADE
NUNCA DEIXASSE DE COBRIR O MUNDO
COM SEU MANTO DE ESTRELAS?
POR QUE OS MATARAM,
SE ERAM TÃO PUROS E TÃO NOBRES
QUE NEM ACREDITAVAM NA MALDADE,
E TÃO PRESOS ESTAVAM AO SEU SONHO
QUE DORMIAM TRANQÜILOS.
MATARAM-NOS POR ISSO, MATARAM-NOS
PORQUE SABIAM
QUE ELES NUNCA SE LEVANTARIAM
PARA UNIR-SE A BANDIDOS QUE QUERIAM
FAZER DE SUA TERRA UMA TERRA
DE ESCRAVOS.
NAQUELA MADRUGADA
O SANGUE DE INOCENTES ENCHARCOU O CHÃO.
ALI BEM PERTO,
UMA PRAIA TINHA O NOME DE VERMELHA,
MAS ERA BRANCA COMO SUA AREIA,
COMO A ESPUMA DO MAR...
TINGIR-SE-IA, NAQUELA MADRUGADA,
COM A TINTA DAQUELE SANGUE
DE SOLDADOS TRANQÜILOS QUE DORMIAM.
E, DEPOIS, OS CHACAIS DESFILARIAM
RISONHOS, COMO HIENAS SATISFEITAS,
DENTES À MOSTRA NAS FOTOGRAFIAS
QUE MUITOS VIRAM
E LOGO ESQUECERAM...
MOÇOS QUE NASCESTES NAQUELE ANO.
QUE HOJE TENDES VINTE E SEIS,
NÃO PODEIS COMPREENDER AQUELE QUADRO.
PORQUE DELE, VAGAMENTE,
VOS FOI DADA NOTÍCIA.
O MAIS QUE VOS CONTARAM
FOI QUE HOUVE UMA INTENTONA,
UM MOTIM DE QUARTEL,
E MISTURAM AS PALAVRAS,
PARA QUE NA VOSSA MEMÓRIA
SE CONFUNDISSEM
O BANDITISMO E A GLÓRIA.
PARA QUE EM VOSSOS CORAÇÕES INGÊNUOS,
VIRGENS DA MARCA DA MALDADE,
VIBRASSE APENAS A CORDA DA PIEDADE,
O CRIME DEIXARA DE SER CRIME,
ERA SOMENTE LOUCURA
ERA ALUCINAÇÃO DE MOCIDADE...
OS MORTOS
ESTAVAM MORTOS E ENTERRADOS
MAS OS VIVOS
PRECISAVAM DE SER RECUPERADOS,
E A GRANDE PALAVRA,
A PALAVRA-ESPONJA,
A PALAVRA-ESQUECIMENTO
ERA CHAMADA À BOCA DESSE PALCO
ONDE SE REPRESENTARIA
A COMÉDIA DO SILÊNCIO.
O SILÊNCIO ETERNO DOS QUE MORRERAM,
O SILÊNCIO ETERNO
A PROTEGER OS MONSTROS QUE FICARAM.
MOÇOS PATRÍCIOS
DE VINTE E SEIS ANOS
NADA SABEIS, QUE NADA VOS CONTARAM.
NO CEMITÉRIO,
AS CORNETAS DOS SOLDADOS
TOCARAM UM DIA O TOQUE DO SILÊNCIO,
O TOQUE TRISTE
QUE É A ÚLTIMA VOZ DO MUNDO
A GERIR OS UMBRAIS DA ETERNIDADE,
O TOQUE-LÂMINA SONORA
QUE PARECE RASGAR O AR
E CORTAR AS ALMAS...
O SILÊNCIO... O SILÊNCIO...
E ELE TERÁ DE SER CADA VEZ MAIS PROFUNDO,
SER UMA PEDRA ESQUECIDA
SOBRE O TÚMULO DESSES MORTOS
QUE FORAM PEDAÇOS VIVOS DO BRASIL,
E ERAM CARNE PALPITANTE DO BRASIL!
SILÊNCIO... SILÊNCIO
PARA QUE ESSES MORTOS NÃO ESCUTEM
O QUE SE DIZ CÁ FORA,
PARA QUE NÃO OUÇAM, POR MILAGRE,
O OUTRO TOQUE DE SILÊNCIO,
O TOQUE INFAME
QUE ORDENA AOS VIVOS CALAR A SUA REVOLTA,
A AFOGAR A SUA CÓLERA
NA LAMA DOS PÂNTANOS...
SILÊNCIO, QUE OS VIVOS ESTÃO VIVOS
E COMANDAM,
SILÊNCIO, PORQUE OS MORTOS JÁ MORRERAM.
MAS É BOM NÃO ESQUECER
QUE HÁ MORTOS QUE SÃO COMO O SOL
QUE MORRE TODAS AS TARDES
PARA NO DIA SEGUINTE RENASCER...
* Foi escritor, jornalista e político fluminense
(Publicado em 1961)
Ontem, hoje e sempre,
a Nação Brasileira
contou, conta e contará
com suas
Forças Armadas para
defendê-la, externa e
INTERNAMENTE.
Nº 221 - Novembro/2015
11
REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOS
A
23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a
Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviões
Vought “Corsair”, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviões
realizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação do
movimento extremista naquelas capitais.
A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola de
Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de Infantaria, na Praia
Vermelha.
Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assassinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da
‘É ainda sob a viva emoção dos trágicos acontecimentos irrompidos nesta Capital na madrugada de 27 de Novembro
último, e em que os maiores delitos foram
cometidos contra a Nação, enlutando-a, e
pondo em perigo sua organização social
e política, que lamento profundamente
a sedição a que foi traiçoeiramente arrastada grande parte da Escola de Aviação Militar, por alguns maus elementos
que nela serviam e para os quais a crueldade e a falta de escrúpulos pareciam ser
familiares.
Uma série de homicídios assinalaram-lhe o surto sangrento. E, colhidos de
surpresa pelos rebeldes, foram na maior
crueza sanguinária, fria e perversamente,
abatidos os nossos distintos e brilhantes
camaradas Capitão Armando de Souza e
Mello, 1 os tenentes Benedicto Lopes
Bragança e Danilo Paladini, que, ao lado
do seu destemeroso comandante, TenenteCoronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e a
nobresa de seus sentimentos patrióticos,
tentaram opor-se a audaciosa e covarde
investida.
Cultuemos, na mais elevada reverência cívica, a memória desses nossos
devotados companheiros que, com o mais
firme espirito de amor a Patria e respeito
a ordem e as instituições, souberam manter, no seu gesto de sacrifício, o prestigio
do Exército e avivar as suas tradições glo-
F
oram promovidos “postmortem” o Capitão Armando
de Souza e Mello, os Primeiros
tenentes Danilo Paladini e Benedicto Lopes Bragança e os seguintes soldados, todos mortos no
cumprimento do dever na Escola
de Aviação Militar, na manhã de 27
de novembro: Waltor de Souza e
Silva, Péricles Leal Bezerra,
Orlando Henrique, José Menezes
Filho, José Mário Cavalcante e Wilson França.
Após apuradas as responsabilidades, dos Oficiais envolvidos no golpe comunista, o Ministro da Guerra baixa o seguinte Aviso
nº 1, de 3 de janeiro de 1936:
“Para que seja dado cumprimento imediato ao decreto nº 558,
de 31 de dezembro findo, que determina a perda da patente e do
posto dos oficiais do 3º Regimento
de Infantaria e da Escola de Aviação Militar, que participaram do
Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento de Aviação, no outro
extremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militar
incendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na posse
dos comunistas: o assalto das unidades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminar
a resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem.
Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought
“Corsair” decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de Infantaria, dominado pelos
comunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento de
Infantaria é aniquilado.
Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte:
riosas. Mas, para consolo nosso, quando
que ele acaba de servir com tanta honra,
na escuridão da noite, tudo, ao redor de si, abnegação e lealdade militar.
era tumulto e confusão, o 1º Regimento de
É merecedoura de elogiosa menção
Aviação reagiu intrepidamente, ante a a conduta que teve o Tenente-Coronel Ivo
ameaça dos traidores que, inesperadaBorges, Comandante da Escola de Aviamente, atacavam, e, numa repulsa formal
ção. No momento em que este digno oficial
contra a desordem, com a confiança, a
fiscalizava o dispositivo de segurança, nas
calma e a certeza da vitória, bateu-se hevizinhanças da escola, foi traiçoeira e coroicamente na defesa da causa da Pátria,
vardemente alvejado pelos elementos em
até o completo triunfo.
que depositava confiança, ao
O seu heróico comandar-lhes o encargo de guardar o
dante, Tenente-Coronel
estabelecimento. Não podendo
Eduardo Gomes, ferido logo
voltar ao interior do quartel,
ao inicio da áspera luta, mas
onde já imperava a sublevação,
consciente no seu valor e seprocurou acertadamente ligarreno na sua bravura, soube
se aos corpos da Vila Militar,
desassombradamente, e sem
dando assim ensejo às medidas
esmorecimento, fazer, por uma
prontas de supressão com que
reação magnífica, de cada um
agiram essas unidades.
dos seus companheiros um
Faço ainda ressaltar o seu
bravo e dar-nos o exemplo
concurso pessoal na ofensiva
máximo de grandeza moral e
contra os rebeldes da Escola, na
patriótica e das excepcionais
condução, com energia e denoEduardo Gomes
qualidades de soldado.
Patrono da Força Aérea do, ao assalto, elementos do 1º R
Tornou-se, assim, o TeAv postos à sua disposição.
nente-Coronel Eduardo Gomes, mais uma
É deveras reconfortante, a oportunivez, credor de profunda admiração e de dade, que temos para enaltecer a atitude
grande reconhecimento. Louva-se com orda abnegação e lealdade do cabo telefogulho pela sua ação serena, enérgica e nista do 1º R Av, Alfredo de Jesus.
decisiva, pela sua bravura indômita, pelo
No momento em que era mais intenso
alto valor de seus excepcionais predicados
o tiroteio dos amotinados contra a sua
de caráter e pelos seus sentimentos de
Unidade, esta praça, fiel ao cumprimento
patriotismo e de grande amor ao Brasil,
do dever, conservou-se serena e calma, no
movimento subversivo de 27 de
novembro do ano findo, deveis
mandar sejam excluidos das diferentes armas e serviços os seguintes oficiais: (da Arma de Aviação)
Capitão Sócrates Gonçalves da Silva, Capitão Agliberto Vieira de
Azevedo, Primeiro-tenente Benedito de Carvalho, Segundo-Tenente Ivan Ramos Ribeiro, SegundoTenente José Gay da Cunha e Segundo-Tenente Carlos Brunswick
França. Esses oficiais, por sua conduta aviltante, faltaram as finalidades sempre sagradas da camaradagem e aos juramentos prestados à
Pátria e se tornaram indignos de
vestir a farda gloriosa do nosso
Exército".
(a) General João Gomes
Ministro da Guerra
Pelo aviso nº 19, de janeiro de
1936, o Ministro da Guerra mandou
excluir também, o Aspirante-a-oficial Walter José Benjamim da Silva.
desempenho das funções que lhe tinham
sido confiadas. Os estragos produzidos
pelos projéteis nas imediações do seu posto, o crepitar incessante das metralhadoras em torno de si não pertubaram a firmeza de sua voz, nem a presteza com que
atendia às ligações telefônicas. Constituem prova incontestável do seu alto espirito
de sacrifício, da compreensão perfeita dos
seus deveres e do seu grande sangue-frio,
virtudes militares essas que devem ser apontadas como exemplo aos seus companheiros.
Ao 3º Sargento Coloriano Ferreira
Santiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá,
ambos do 1º R Av, cuja vida deram em
holocausto à causa do dever, demonstrando assim que a nobreza do ideal que os
estimulava se sobrepunha à própria conservação individual, rendo a homenagem,
a que fizeram jus, pela grandeza de espirito
e pela superioridade de sentimento que
patentearam”.
Aos Tenentes-Coronéis Eduardo
Gomes e Ivo Borges, Comandante, respectivamente, do 1º Regimento de Aviação e
Escola de Aviação Militar, autorizo a elogiarem, em meu nome, aos Oficiais e Praças
de suas unidades que, pela sua conduta no
cumprimento do dever, tornaram-se merecedores.
(a) José Antonio Coelho Netto
General-de Brigada, diretor da Aviação Militar
EPISÓDIOS MILITARES - As águias chegaram
Em nosso poder o livro “EPISÓDIOS MILITARES” editado recentemente pelo EME, CCOMSEX e
3º RCGd (?), sem ficha catalográfica
e sem data de sua edição.
Em rica edição e esmerada
diagramação e editoração, papel
gessado, a cores, apresenta cópias dos
quadros pintados pelo coronel Pedro
Paulo Estigarríbia, com os principais episódios da História Militar do
Brasil, desde Guararapes, passando
pelo Império, República e se encerrando com a FEB.
No capítulo 8 – As águias
chegaram: – Em 1927, a Aviação
passou a ser a 5ª Arma do Exército,
...a criação do 7º Regimento de
Aviação e do definitivo alojamento da Esquadrilha em Realengo,
na Escola Militar... O Exército
lembra-se com orgulho desses pioneiros. (Página 90)
E omite o acontecido na Es-
"As águias chegaram" Acervo do QG/V Comar,
Canoas/RS - Episódios
militares - Pág. 91
Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia
cola de Aviação Militar e do 1º Regimento de Aviação a 27 de novembro
de 1935? Os aviões Waco e Kurtiss
Falcon passaram “voando” sobre o
Campo dos Afonsos e não “aterrisaram” durante a intentona comunista
naquele local. Por quê?
(Inconfidência nº 134 de 27/11/2008)
Nº 221 - Novembro/2015
812
O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO
* Roberto Campos
recem escoteiros destreinados apartando um
Internacional e partidos comunistas no poder
conflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzi(dez mil).
lou entre 15 e 17 mil pessoas (sendo dez mil
O comunismo fabricou três dos maiosó na década dos 60), o número de mortos e
res carniceiros da espécie humana - Lenin,
desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979,
Stalin e Mao-Tsé-Tung. Lenin foi o iniciador
a julgar pelos pedidos de indenização, seria
do terror soviético. Enquanto os czares rusem torno de 288 segundo a Comissão de
sos em quase um século - 1825 a 1917 Direitos Humanos da Câmara dos Deputaexecutaram 3.747 pessoas, Lenin superou
dos e de 224 casos comprovados, segundo a
esse recorde em apenas quatro meses após a
Comissão de Mortos e Desaparecidos do
revolução de outubro de 1917.
Ministério da Justiça. O Brasil perde de longe
Alguns líderes do Terceiro Mundo finessa aritmética macabra.
guram com distinção nessa galeria de assassiEm 1978,
nos. Em termos de
quando em nospercentagem da poMao foi responsável pela morte de 70 milhões
so Congresso já
pulação, o campeão
de chineses. Ele foi totalmente imoral.
se discutia da
absoluto foi Pol
Os jovens chineses acreditam que Mao foi um
“Lei da Anistia”,
Pot, que exterminou
havia em Cuba
em 3,5 anos um
grande herói que cometeu alguns erros ... Alguns
entre 15 e 20 mil
quarto da populaaspectos da ditadura continuam em voga. A
prisioneiros poção do Camboja.
liberdade de expressão é um deles. A internet é
líticos, número
Fidel Castro, por
hoje controlada. Eles têm uma lista de nomes que
que declinou
sua vez, é o camsão bloqueados.
para cerca de 12
peão absoluto da
Mao sabia a importância da informação.
mil em 1986. No
“exclusão social”,
Jung Chang – Autora do “best-seller”:
ano passado, 38
pois que 2,2 milhões
Mao – A história desconhecida (Estado de Minas / 22.nov.06)
anos depois da
de pessoas, equivaRevolução de
lentes a 20% da poSierra Maestra, ainda havia, segundo a Anispulação da ilha tiveram que fugir. Juntamente
tia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneicom o Vietnam, Fidel criou uma nova espécie
ros políticos na ilha. Em matéria de prisões e
de refugiados, os “boat people” - ou sejam, os
torturas, a tecnologia cubana era altamente
“balseros”, milhares dos quais naufragaram
sofisticada, havendo “ratoneras”, “gavetas”
engordando os tubarões do Caribe.
e “tostadoras”. Registre-se um traço de
A vasta maioria dos países comunistas
inventividade tecnológica - a tortura “meré culpada dos três crimes definidos no artigo
dácea”, pela imersão de prisioneiros na
6º do Estatuto de Nuremberg - crimes contra
merda.
a paz, crimes de guerra e crimes contra a
Não houve prisões brasileiras compaHumanidade.
ráveis à La Cabaña (onde ainda em 1982
A discussão brasileira sobre, os nossos
houve cem fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5
“anos de chumbo” raramente situa as coisas
ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruênno contexto internacional da Guerra Fria, a
cia, artistas e intelectuais e políticos que
qual alcançou seu apogeu nos
denunciam a tortura brasileira visitam Cuba
anos 60 e 70, provocando
e chegam mesmo a tecer homenagens
um “refluxo autoritário” no
líricas a Fidel e a seu algoz adjunto
Terceiro Mundo.
Che Guevara. Este, como procuraHouve intervenções
dor-geral, foi comandante da prisão
militares no Brasil e na BoLa Cabaña, onde nos primeiros meses
lívia em 1964, na Argentina
da revolução ocorreram 120 fuzilaem 1966, no Peru em 1968,
mentos (dos 550 confessados por
no Equador em 1972, e no
Fidel Castro), inclusive a execução de
Uruguai em 1973. FenômeJesus Carreras, guerrilheiros contra a
no idêntico ocorreu em ouditadura Batista, e de Sori Marin, extros continentes. Os militaministro da Agricultura de Fidel.
res coreanos subiram ao GoNote-se que Che foi o inventor dos
verno em 1961 e adquiriram
“campos de trabalho coletivo”, na
poderes ditatoriais em 1973.
Mais de 200 desenhos feitos em segredo, nos idos de 1940, pelo Houve golpes militares na
península de Guanaha, versão cubana
coronel russo da reserva Danzig Baldaiev, comprovam o horror Indonésia em 1965, na
dos “gulags soviéticos” e dos “camdos gulags. Sigla em russo de Diretório Geral de Campos, o
pos de reeducação” do Vietnam.
Grécia em 1967, e, nesse
Buick
A repressão comunista tem camesmo ano, o presidente
gulag abrangia o complexo de prisões e campos de trabalhos
racterísticas particularmente selvagens. A
Marcos impunha a lei marciforçados a que eram condenados os opositores do regime
responsabilidade é “coletiva”, atingindo não
al nas Filipinas e Indira
comunista soviético.
apenas as pessoas, mas as famílias. É habitual
Gandhi declarava um “regio recurso a trabalhos forçados, em campos de
me de emergência”. Em Taiwan e Cingapura
pela força, transforma os dissidentes primeiconcentração. Não há separação carcerária,
houve autoritarismo civil sob um partido
ro em inimigos e depois em vítimas.
ou mesmo judicial, entre criminosos comuns
dominante.
A aritmética macabra do comunismo
e políticos. Em Cuba, criou-se um instituto
O grande mérito dos regimes democráassim se classifica por ordem de grandeza original, o da “periculosidade pré-delitual”,
ticos é preservar os direitos humanos, estigChina (65 milhões de mortos); União Soviépodendo a pessoa ser presa por mera suspeimatizando qualquer iniciativa de violá-los.
tica (20 milhões); Coréia do Norte (dois mita das autoridades, independentemente de
Mas por lamentáveis que sejam as violências
lhões); Camboja (dois milhões); África (1,7
fatos ou ações.
e torturas denunciadas no “Brasil, nunca mais”,
milhão, distribuídos entre Etiópia, Angola e
Causa-me infinda perplexidade, na mídia
elas empalidecem perto das brutalidades do
Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão);
internacional e em nosso discurso político local,
comunismo cubano, minudenciadas no “LiVietnam (um milhão); Leste da Europa (um
a “angelização” de Fidel e Guevara e a “savre noir”. Comparados ao carniceiro profismilhão); América Latina (150 mil entre Cuba,
tanização” de Pinochet. Isto só pode resultar de
sional do Caribe, os militares brasileiros paNicarágua e Peru); Movimento Comunista
“Le livre noir du communismè”. (Edições Robert Laffont. Paris, 1997), escrito por
seis historiadores europeus, com acesso a
arquivos soviéticos recém-abertos, é uma
espécie de enciclopédia da violência do comunismo. O chamado “socialismo real” foi uma
tragédia de dimensões planetárias, superior
em abrangência e intensidade ao seu êmulo
totalitário do entreguerra - o nazi-fascismo.
Ao contrário da repressão episódica e
acidental das ditaduras latino-americanas, a
violência comunista se tornou um instrumento político-ideológico, fazendo parte da rotina de governo. Essa sistematização do terror
não é rara na História humana, tendo repontado na revolução francesa do século XVIII na
fase violenta do jacobinismo, na “industrialização do extermínio judaico” pelos nazistas,
e - confesso-o com pudor - na Inquisição
Católica, que durante séculos queimava os
corpos para purificar as almas.
O “Livre noir” me veio às mãos num
momento oportuno em que, reaberto na mídia
e no Congresso o debate sobre a violência de
nossos “anos de chumbo” nas décadas de 60
e 70, me pusera a reler o “Brasil, nunca mais”,
editado em 1985 pela arquidiocese de São
Paulo. Comparados os dois verifica-se que o
Brasil não ultrapassou o abecedário da violência, palco que foi de um miniconflito da Guerra Fria, enquanto que o “Livre noir” é um
tratado ecumênico sobre as depravações
ínsitas do comunismo, este sem dúvida o
experimento mais sangrento de toda a História humana. Produziu cem milhões de vítimas,
em vários continentes, raças e culturas, indicando que a violência comunista não foi mera
aberração da psique eslava, mas sim algo
diabolicamente inerente à engenharia social
marxista, que, querendo reformar o homem
ignorância factual ou de safadeza ideológica.
Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no
poder há 39 anos. Pinochet promoveu a abertura
econômica e iniciou a redemocratização do país,
retirando-se após derrotado em plebiscito e eleições democráticas, como senador vitalício (solução que se imitada em Cuba facilitaria o fim do
embargo). Fidel considera uma obscenidade a
alternância no poder, preferindo submeter a
nação cubana à miséria e à fome, para se manter
ditador. Pinochet deixou a economia chilena
numa trajetória de crescimento sustentado de
6,5% ao ano. Antes de Fidel, a economia cubana
era a terceira em renda por habitante entre os
latino-americanos, e hoje caiu ao nível do Haiti e
da Bolívia. O Chile exporta capitais, enquanto
que Fidel foi um pensionista da União Soviética
e agora, para arranjar divisas, conta com remessas
de exilados, e receita de turismo e prostituição.
Em termos de violência, o número de mortos e
desaparecidos no Chile foi estimado em três mil,
enquanto que Fidel fuzilou 17 mil!
Apesar de fronteiras terrestres porosas, o
Chile, com população comparável a Cuba e sem
os tubarões do Caribe, sofreu em êxodo de apenas
30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados.
Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algo
que nas dimensões brasileiras seria comparável
à Grande São Paulo, tiveram que fugir. Em suma,
Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom
senso em economia. Fidel é um PhD em tirania
e um analfabeto em economia.
O “Livre noir” nos dá uma idéia da bestialidade de que escapamos se triunfassem os
radicais de esquerda. Lembremo-nos que, em
1963, Luís Carlos Prestes declarava desinibidamente que “nós os comunistas já
estamos no Governo mas não ainda no poder”. Parece-me ingenuidade histórica imaginar que, na ausência da Revolução de 1964, o
Brasil manteria, apenas com alguns tropeços,
sua normalidade democrática. A verdade é que
modelo 1959 - Os "balseros" sofisticados
Jango Goulart não planejara minimamente
sua sucessão, gerando suspeitas de continuísmo. E estava exposto a ventos de radicalização
de duas origens: a radicalização sindical, que
levaria à hiperinflação; e a radicalização ideológica, pregada por Brizola e Arraes, que podia
resultar em guerra civil.
É sumamente melancólico - porém não
irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60
este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: “anos de chumbo” ou “rios de
sangue”...
* O Autor é deputado federal pelo PPB-RJ.
Transcrito da Folha de São Paulo de 19.04.98
e da REVISTA DO CLUBE MILITAR - Maio/1998
Nº 221 - Novembro/2015
TÁRTAROS E MONGÓIS
D
igamos “não” ao comunismo russo,
que ameaça subverter a liberdade e a
civilização no Brasil. Estamos diante
de um crime contra a ordem. O anarquismo
eslavo não tem o direito de prevalecer contra
ela. A Internacional russa está impondo aos
marxistas indígenas o seu espírito das trevas,
as larvas negras da sua índole negativa, os seus
métodos selvagens, as suas fórmulas assassinas. É a bête humanine querendo a todo o
transe transformar o caráter doce e compassivo de uma nação civilizada, nesse bivaque de
curdos ferozes, que são os sovietes. Possui o
Brasil uma formação moral preciosa, herdada
do trono ibérico donde descendemos. Das
situações mais delicadas, dos problemas políticos mais difíceis, logramos sair até hoje
sem haver manchado a nossa história com os
delitos cobardes, que têm feito a Rússia contemporânea recuar às épocas mais primitivas
da sua existência.
A nossa ordem se inspira nos mandamentos da lei de Cristo. É, pois a própria ordem cristã, dentro das normas serenas e límpidas da sua moral. É com essa ordem que se
tem construído o nosso equilíbrio entre os
movimentos mais opostos entre os contrários
mais chocantes, vamos cada dia que passa
mais engrandecer o Brasil e fazer respeitar o
seu gênio no concerto dos outros povos. Não
temos nenhum motivo para mudar a substância e o cerne de nossas instituições por um
modelo exótico até
hoje, sustentado 1892 - 1992
pela maior organi5 de Outubro
zação de terror que
ainda concebe uma
minoria para governar e se manter no
timão da nau do Estado. Não vamos
aqui nos dispor a
trocar instruções livremente consentidas por uma ordem de coisas que é o fruto do arbítrio e da opressão de
uma minoria, a qual, governa blasfemando e
incentivando os povos dirigidos pelo jugo dos
governos populares, saídos do pronunciamento das maiorias. A nossa regra é a velha
ordem humana. No plano eslavo que se ergue
é uma paródia no caos. E não foi feita para
durar, porque da sua essência é a desordem em
que ele dissolve. A manobra comunista é tão
difícil no Brasil, como estabelecer para um
mujique russo um regime democrático fundado no sufrágio universal A personalidade
humana é para o brasileiro, um fim, um ideal,
que ele pretende ver cada dia mais alto e mais
protegido.
Para a ditadura marxista ela não passa
de um meio, destinado a constituir o mais
monstruoso tipo de Estado que o individuo
até hoje executou. Nesse conflito de tendência
reside todo o drama da nossa incompreensão
e da resistência dos nossos reflexos à máquina
do Estado comunista.
O sangue dos oficiais do exército
legalista que tombaram anteontem no cumprimento do dever, não terá corrido inutilmente.
E presença do sacrifício dos bravos que morreram, há uma reflexão que se faz sensível ao
coração dos mais empedernidos. Que ideolo-
Assis Chateaubriand.
gia bárbara é essa que nos chega da Rússia
tentando abrir caminho pela porta do crime?
A propaganda, o debate das idéias, a paixão
da doutrina, o entusiasmo dos princípios, já
não serão então armas de convicção que é
preciso ir direito ao assassino para afirmar a
justiça do credo político?
Mas é esse apelo ao terror, nessa trágica assiduidade no crime, que o comunismo
fixa, antes de tudo, as suas linhas antibrasileiras, ou, direi melhor, a seu caráter antiocidental. A embriaguez do sangue derramado é a nota tônica dos tropelos do conquistador asiático. No crime político, o dominador oriental encontra quase invariavelmente o seu compasso. Se as idealidades
superiores faltam ao comunismo brasileiro, a crueldade, a truculência, a aptidão para barbárie, traços da alma elementar da estepe, nele vêm atingindo acesso em proporções
inquietadoras.
A humanidade foi, em todos os tempos, em todas as idades, a expressão alevantada da nossa têmpera. Nas nossas lutas políticas, nas nossas jornadas partidárias, nunca se evangelizou uma idéia com o
punhal ou o trabuco. A Independência, a Abolição, a República, tanto a primeira como a
segunda, nem um desses movimentos conta
na sua eclosão esse material abominável de
assassinos que a população carioca registrou
terça-feira última na Escola de Aviação e no 3º
RI. A glória das
jornadas cívicas
do País é que nenhuma delas se
alicerça no homicídio político
do tipo que enCENTENÁRIO contramos em
seus aspectos
sinistros na madrugada de São
Bartolomeu, que o Rio acaba de assistir transido de horror.
Não. Tanta perversidade, tão frio desprezo pela vida humana, tanta aridez de sensibilidade, tamanha vocação para a eclosão do
sangue inocente, nunca foram reações do caráter brasileiro. É um erro capital supor que
os inspiradores ocultos desse canibalismo,
organizado, em seita política, sejam brasileiros, ou se encontrem ao serviço de uma causa
brasileira. A guerra civil que o capitão Prestes
se dispôs a desencadear aqui não é bem uma
luta interna. A declaração de guerra foi mandada ao Governo do Brasil e ao seu povo
liberal pela III Internacional. Estamos em
guerra externa contra uma potência estrangeira, que jurou destruir os padrões éticos
e jurídicos da nossa civilização centenária.
É, pois, a pátria quem está em perigo, nesse
duelo contra um inimigo que, ou combatemos com todas as forças da nossa vontade
de viver, ou ele terá feito do Brasil uma
miserável colônia da tirana vermelha, ímpia
e execrando, dos tártaros e mongóis dos
sovietes.
* Artigo publicado em O Jornal de 29 de
novembro de 1935, reproduzido em
comemoração ao centenário de nascimento
de Assis Chateaubriand pelo Correio
Braziliense de 20 de julho de 1992.
13
A INTENTONA COMUNISTA
VISTA PELOS LIVROS DIDÁTICOS
Nacional Liberta-dora, desencadearam o movimento para depor Getúlio. Em menos de
doze horas, a rebelião foi sufocada pelo governo. Cerca de cinqüenta jovens recrutas foram
Em novembro de 1935, a Intentona
mortos. ( pág. 99)
Comunista, um movimento armado que suNova História Crítica
blevou três quartéis, um em Natal, outro em
Recife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os re8ª Série / 2001
voltosos acreditavam que
O revolucionário que
outras unidades militares
Olga iria acompanhar era Luis
iriam aderir ao movimenCarlos Prestes, que voltava
to, garantindo a sua vitósecretamente ao Brasil para luria contra o governo de
tar contra Vargas na revolta liVargas. Mas a revolta não
derada pela ANL. Getúlio manse alastrou, ficando restrita
dou prender milhares de pessoaos militares que deram
as. O chefe de Polícia, era o
os primeiros tiros.
terrível Filinto Müller, nazista
A repressão promoassumido, torturava barbaravida pelo governo foi viomente os presos que caíam
lenta, com prisão, tortura
sob suas botas (pág. 145)
e até mesmo execução dos
envolvidos no conflito.
História - 8ª Série
Aproveitou-se para prenCotidiano e Mentalidades
der, torturar e matar
PNLD/2005
pessoas que nada tinham
Para conter as agitações,
a ver com a Intentona, mas
o governo fechou a ANL – Alique eram opositores do
ança Nacional Libertadora em
governo.
julho de 1935, prendeu e deporA maior crueldade
tou diversas lideranças operáridesse período de repres- Rendição dos militares comunistas
as e promulgou a Lei de Seguransublevados na Praia Vermelha,
são foi a deportação para
ça Nacional. Com a ANL posta
a 27 de novembro de 1935
a Alemanha de Olga Bena ilegalidade, seus membros
nário, esposa de Prestes (Pág. 227) - O grifo
mais moderados se afastaram do movimento,
é nosso.
e a liderança ficou apenas com comunistas e
militares de esquerda.
HISTÓRIA INTEGRADA
Em novembro de 1935, eles deram início
CAPITULO 18
a um levante armado, nas cidades de Natal, Recife
A Conspiração Comunista de 1935
e Rio de Janeiro. A rebelião foi rapidamente
Contra a lógica mais elementar, já que
controlada pelo governo, e muitos militantes e
o governo estava de sobreaviso, os militares
simpatizantes da ANL foram presos e torturado III Regimento de Infantaria, no Rio de
dos. Pág 152 – Capítulo 10.
Janeiro, atendendo aos apelos da Aliança
História - Uma abordagem
integrada / 2001
(Questões dos ENEMs)
COMENTÁRIO
Com estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os livros
didáticos (e a imprensa) procuram deturpar a verdadeira História do Brasil, invertendo os
autores de crimes hediondos, de traição e dos assassinatos cometidos em novembro de 1935
e, posteriormente, nas guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/70. Onde estão os professores
e pais que não reagem a essa lavagem cerebral marxista da nossa juventude?
N
A VERDADE HISTÓRICA
os idos de 1950/1960, Assis Chateaubriand comandava o império jornalístico dos “Diários Associados” (jornais, revistas, emissoras de rádio e de
televisão), que influenciava a opinião pública, mantinha relações com os altos poderes do governo, incluindo a Presidência da
República, criava ídolos de pés de barro,
derrubava quem desejasse. Tal qual, hoje, as
Organizações Globo, que começaram a crescer no final da década de 60, em pleno
governo “autoritário” (havia autoridade).
De comum, entre os dois impérios: ontem, o apoio irrestrito ao Movimento CívicoMilitar de 1964 e a lembrança sobre a covarde e traiçoeira Intentona Comunista e hoje,
a mentira deslavada deturpando as realizações do regime militar que levou o país ao
maior crescimento jamais registrado em 500
anos, com um PIB de 14% e tentando mudar a
sua História. Por quê? A máquina da desinformação montada nas redações de jornais e
rádios e nas centrais de telejornalismo, tudo
faz para que a verdade não seja conhecida.
Preferem a meia verdade ou a mentira, divulgadas
pelos jornalistas petistas que ocupam 80% das
redações e são amantes de Fidel, Guevara e
Chávez. O “Estado de Minas” apesar do acervo
histórico de sua Gerência de Documentação
(microfilmagem de todos os seus jornais e revistas), não o utiliza como referência, intencionalmente, pois não é do interesse da mídia e do
governo petista mostrar a Verdade à nossa
gente. · Quem tem medo da Verdade?
· Quem está mentindo?
· A resposta é sua, prezado leitor!
Nº 221 - Novembro/2015
A
814
A INTENTONA COM
pós a Revolução Bolchevista de
1917, na Rússia, intensificou-se
no mundo inteiro a propaganda
ideológica marxista-leninista.
No Brasil, desde 1919 foram
registradas várias tentativas de implantação do comunismo, mas somente em
1922 foi criado o Partido Comunista, graças à mobilização ocorrida no Rio de Janeiro e Niterói, de 25 a 27 de março.
O Congresso Constitutivo do PC
logo aderiu ao Movimento Comunista Internacional (MCI), aceitando as 21 condições de admissão à Terceira Internacional(1), também conhecida como Komintern(2). Em janeiro de 1924, graças ao
secretário geral Astrogildo Pereira que
viajou a Moscou, foi conseguida a filiação
do PCB à Terceira Internacional.
Dentre as 21 condições, destacamos a 6ª, como expressão do fanatismo
ideológico que o Komintern procurava
incutir nas organizações bolchevistas:
“Todos os Partidos Comunistas devem renunciar não somente ao patriotismo como também ao pacifismo social e demonstrar sistematicamente aos
proletários que sem a derrubada
revolucionária do capitalismo
não haverá desarmamento e paz
mundial”
Como não conseguiu o apoio popular, o PCB sentiu a necessidade de
atrair um líder que pudesse polarizar a
atenção e admiração das massas dando
autenticidade ao MCI. Aí surgiu o nome
do ex-capitão do Exército, Luís Carlos Prestes, que participara da Grande Marcha,
comandada pelo general Miguel Costa,
como chefe do Estado-Maior (1925/27).
Após a internação da Coluna
Miguel Costa na Bolívia, Prestes foi procurado em Porto Suarez por Astrogildo
Pereira, do qual recebeu, após longas
conversas, várias obras de doutrinação
marxista-leninista. A semente estava
lançada.
Em 1930, vivendo em Buenos
Aires, foi convidado para entrevistar-se
com Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha.
Ao regressar à Argentina, Prestes condenou a revolução que se articulava e
fazia nova profissão de fé, aderindo ao
Comunismo.
Em 1931, os agentes soviéticos
Max e Olga Pandarkye convenceram Prestes a seguir para a União Soviética a fim
o governo decretou o fechamento da
de aprimorar seu doutrinamento político.
ANL e a dissolução da União Feminina
Em Moscou fez cursos de liderança e
do Brasil e a Aliança por Pão, Terra e
capacitação marxista-leninista e foi membro do Comitê Executivo do Komintern. Liberdade. A polícia agia com energia
Transformara-se em fanático do credo efetuando prisões que abalaram o movermelho, abdicando de seus próprios vimento. O Komintern exigia ação. Pressentimentos nacionalistas. Em novem- sionado, Prestes concordou com o
desencadeamento do movimento armabro de 1935 iria comprová-lo, quando sob
seu comando foram assassinados covar- do.
demente na calada da madrugada seus
companheiros de farda. Também em 1946,
A INTENTONA
anistiado e senador, surpreendera o país
Em fins de novembro, foi deflagrada
com a declaração de que, se o Brasil
a chamada Intentona, que apesar de efêmera,
estivesse em guerra com a União Soviémanchou a história pátria com o sangue de
tica, jamais pegaria em armas contra os
numerosos brasileiros.
soviéticos.
Regressou
ao Brasil em abril/
1935, acompanhado
de Olga Benário,
para assumir a liderança do movimento comunista, tornando-se ainda o
presidente de honra
da ANL - Aliança
Nacional Libertadora, mentora da rebelião traiçoeira que
se preparava. No livro “Meu Companheiro” de Maria
Quartel da Polícia Militar em Natal após
Prestes: “Em 1935,
o ataque dos insurretos
o casal (Prestes e
Olga Benário) estava se dirigindo ao
RIO GRANDE DO NORTE
Brasil, onde se preparava o levante armado que abriria uma perspectiva sociEm Natal, a revolta eclodiu quatro
dias antes da data prevista, a 23, um sábado.
alista para o maior país da América do
Os sargentos, cabos e soldados do 23º
Sul”.
Em fins de 1934 a Conferência Co- Batalhão de Caçadores, com o auxílio de
civis extremados assumiram o governo da
munista da América Latina já havia delicidade, com o nome de Comitê Popular
berado iniciar a revolução no Brasil, mesRevolucionário. Foram três dias e três noimo sem as condições ideais. A decisão
tes de horror e desespero. Saques, estufoi tomada por sugestão do delegado
pros e arrombamentos foram praticados
russo Dimitri Sacharovich Manuilsky e
pelos comunistas.
de delegados brasileiros que preferiam
A contra-revolução veio do inteuma ação rápida e violenta a uma demorior com o chefe político de Seridó, Dinarte
rada ação subversiva.
Mariz, mais tarde governador do Estado.
Para preparar o movimento, o
Tropas do Exército e das polícias
Komintern enviou o agitador internacioestaduais capturaram em pouco tempo
nal Arthur Ernest Ewert (Harry Berger), o
todos os implicados, que passaram a
secretário geral do PC argentino Roresponder perante à Justiça por 20 mordolpho Ghioldi, os ucranianos Pavel e
tes.
Sofia, agentes da cúpula do Komintern, o
italiano Amleto Locatelli, Franz Gruber,
PERNAMBUCO
Elize Saborowiski, Olga Benário(3), agenDos três levantes comunistas de 1935,
te russa, e outros.
o de Pernambuco foi o mais sangrento
Os comunistas sentiram crescensegundo o historiador Glauco Carneiro,
te oposição a suas atividades de proparesultando em cerca de 720 mortes só nas
ganda e agitação. A 11 de julho de 1935,
operações da frente do Recife. O movimento eclodiu no dia 24, simultaneamente no
29º Batalhão de Caçadores e no QG da 7ª
Região Militar. Ao mesmo tempo, civis
armados atacaram as delegacias de polícia
de Olinda, Torre, Casa Amarela e a Cadeia
Pública. Na ocasião, as principais autoridades encontravam-se ausentes do Estado,
em viagem no dirigível Hindemburg. A
antecipação da revolta de Natal prejudicou a surpresa do movimento em Recife,
com a guarnição alerta. A resistência
desenvolvida no interior do quartel do
29º BC, sediado em Socorro a 18 quilômetros da capital, a reação das tropas do
Exército em Alagoas e na Paraíba e da
Polícia Militar de Pernambuco desfizeram em curto prazo qualquer possibilidade de vitória comunista.
É de se destacar a atuação do Capitão Malvino Reis Neto, Secretário de
Segurança, organizando tropas para impedir a invasão do Recife. No QG da 7ª
Região Militar o sargento Gregório Bezerra chefiando um grupo de amotinados
tentou prender os tenentes José Sampaio
Xavier e Aguinaldo de Oliveira, que reagiram, sendo morto o primeiro e gravemente ferido o outro. O sargento Gregório, também ferido, foi preso.
Na manhã do dia 25 ainda havia
luta no 29º BC e no Largo da Paz. Com a
chegada de tropas do 20º BC de Maceió,
uma bateria de Artilharia da Paraíba, elementos do 29º BC e da Brigada Militar
começaram a recuar, sendo batidos na
altura do Engenho de Santana. Os que
escaparam foram perseguidos e presos
pelas tropas legais. Na terça-feira, 26,
cessara a luta em Recife e proximidades:
Nesse mesmo dia, com autorização do
Congresso Nacional, o Presidente da República, Getúlio Vargas, decretou a vigência do estado de sítio em todo o país.
RIO DE JANEIRO
O terceiro e mais importante surto
subversivo eclodiu no Rio de Janeiro. Os
planos apreendidos com Harry Berger esclareciam que a insurreição deveria abranger várias unidades: 3º RI na Praia Vermelha, o 2º RI na Vila Militar, o Batalhão de
Transmissões, o CPOR, o Grupo de Obuzes,
o Ministério da Guerra e a Escola de Aviação Militar, na região do Campo dos
Afonsos. Os civis só participariam do combate quando este se estendesse às ruas. O
3º RI possuía armamento moderno e um
grande efetivo: 100 oficiais, 200 sargentos
e 1700 soldados e seus quadros estavam
Nº 221 - Novembro/2015
15
MUNISTA DE 1935
intimidaram e responderam ao fogo. Nessa ocasião o major Misael de
Mendonça, legalista, foi
atingido mortalmente.
O comandante, cel
Afonso Ferreira, junto
com outros oficiais, ficou isolado no pavilhão
principal e por telefone
informou o Ministro de
Guerra da situação. Mais
tarde os dois batalhões
renderam-se e o comandante e oficiais foram
presos devido ao desmoronamento do prédio onde estavam abrigados.
Apesar de dominar o 3º RI, os rebeldes
não puderam cumprir as
ordens de Prestes, pois
as tropas da 1ª Região
Militar comandada pelo
Fachada do 3º RI após o confronto
General Eurico Gaspar
entre as forças legais e os insurretos
Dutra impediam que deiinfiltrados por comunistas. O cap. Agildo xassem o quartel. Intimado a render-se o
Barata, marxista, lá se encontrava cumprin- capitão Agildo negou-se por não saber que
do punição disciplinar e logo se articulou o levante da Escola de Aviação malograra.
com o tenente Francisco Antônio Leivas As tropas legalistas intensificaram os foOtero que liderava a célula do PC e assumiu gos até que após o meio-dia surgiu uma
a liderança dos preparativos para o levante. bandeira branca.
Nas companhias do Regimento havia pelo
Na Escola de Aviação a propaganda
menos um elemento designado para pren- comunista procurava aliciar adeptos,
der os militares legalistas e assumir o co- dirigida pelos capitães Agliberto Vieira de
mando no momento oportuno.
Azevedo e Sócrates Gonçalves da Silva,
Na tarde de 26 de novembro, o 3º além de mais 6 oficiais, graduados e soldaRI encontrava-se em prontidão por cau- dos. Desde setembro a Escola vivia um
sa dos acontecimentos do Nordeste. Nes- clima de inquietação com o aparecimento,
sa tarde o cap. Agildo Ribeiro recebeu entre os alunos, de boletins de doutrinação
a ordem assinada por Prestes:
marxista-leninista. Posteriormente foi en“O 3º Regimento Popular Re- contrado um pacote de panfletos subvervolucionário deverá levantar-se às sivos com o capitão Sócrates, que receduas da madrugada de 27 de novembro beu ordem de prisão mas se evadiu.
e a partir das três horas deslocar tropas
Após as 14 horas do dia 26, ouvipara as proximidades do Arsenal de ram-se tiros, gritos e correrias. Eclodira o
Marinha e do Palácio do Catete, deven- movimento sedicioso e se alastrava.
do outras impedir a ação da Polícia EspeSucederam-se lances dramáticos,
cial e do Batalhão de Polícia Militar da com atos de heroísmo e de covardia,
rua São Clemente.”
conforme relata o historiador Glauco
Na hora prevista ouviram-se tiros Carneiro: “dois oficiais legalistas, cano pelotão do tenente Leivas Otero, um dos pitão Armando de Souza e Melo e o
revoltosos. Era o sinal esperado para os tenente Danilo Paladini, foram mortos
amotinados aprisionar os legalistas que na ocasião, ainda dormindo, por Aglisurpreendidos com a rapidez da ação ofere- berto e pelo tenente Ivan Ramos Ribeiciam pouca ou nenhuma resistência. As ro”. O mesmo capitão Agliberto assascompanhias de metralhadoras do I e II Ba- sinou o tenente Benedicto Lopes Bratalhões, comandados pelos capitães gança, quando este se encontrava preAlexínio Bittencourt e Álvaro Braga, não se so e desarmado.
Dominando a situação, de posse
de todo o armamento e munição, os rebeldes comunistas ocuparam os hangares a
fim de acionar os aviões e alastrar o
movimento.
O 1º Regimento de Aviação, sob o
comando do tenente coronel Eduardo
Gomes, conseguiu repelir o assalto até
que o general José Joaquim de Andrade
manobrasse o Regimento Andrade Neves contra os rebeldes.
As 17 horas do dia 27, os comunistas debandavam em fuga. Os prisioneiros
foram colocados no navio Pedro I, trans-
formado em barco-presídio.
Após a derrota da Intentona, os
agentes soviéticos conseguiram fugir
para Moscou, onde apresentaram seus
relatórios. Foram todos liquidados no
Grande Expurgo estalinista de 1937/38.
Amleto Locatelli morreu na Guerra Civil
Espanhola. A Gestapo matou as agentes
Olga Benário e Elise Saborowiski. Prestes
foi preso no Meier/RJ, em março de 1936
e assim permaneceu até abril/1945. Em
1943, mesmo na prisão, foi eleito secretário-geral do PCB, permanecendo no cargo até 1980.
MONUMENTO VOTIVO
Na Praia Vermelha, no
Rio de Janeiro, foi erguido em
1968, um monumento votivo às
vítimas da Intentona Comunista de 1935, por iniciativa do
Ministro do Exército, generalde-Exército Aurélio de Lyra
Tavares, para “perpetuar em
praça pública a homenagem
do povo àqueles que souberam
lutar e morrer pela sua liberdade”. O monumento incorpora arranjos procedentes do
mausoléu que fora inicialmente construído no Cemitério de
São João Batista, em 1938.
Nossos respeitos e homenagens àqueles que tombaram na defesa da liberdade e de
nossas instituições · Natal/
RN: 2º Sgt Jaime Pantaleão de
Moraes, Cabo João de Deus
Araújo e soldado PM Luís
Gonzaga de Souza; · Recife/
PE: Capitão José Sampaio
Xavier, Tenente Lauro Leão
Monumento Votivo na Praia Vermelha/Rio
de Santa Rosa e soldado PM
Lino Victor dos Santos; · Rio de Janei- Henriques, Álvaro de Souza Pereira e
ro/DF: Tenente-coronel Misael de Men- Generoso Pedro Lima.
donça; majores Armando de Souza e
1) A III Internacional foi fundada em 2 de
março de 1919 por Lenine com a finalidade de
Mello e João Ribeiro Pinheiro; capitães
Danilo Paladini; Geraldo de Oliveira e implantar a revolução comunista no mundo.
2)
Komintern - abreviatura de
Benedicto Lopes Bragança; 2º Sgt José Kommunistitcheski internacional.
Bernardo Rosa; 3º Sargentos Coriolano
3) O único pesquisador brasileiro
William Waack, consultou os arquivos de
Ferreira Santiago, Abdiel Ribeiro dos SanMoscou e reconstituiu uma verdade há longo
tos e Gregório Soares; 1º cabos Luís Autempo negada, golpeando fundo a mitologia
gusto Pereira e Antônio Carlos Botelho; comunista nacional, liquidando para sempre
2º cabos Alberto Bernardino de Aragão,
com a lenda da inocência de Olga Benário,
Pedro Maria Netto, Fidelis Baptista de desmascarando-a como agente do Serviço
Aguiar, José Harmito de Sá, Clodoaldo Secreto Militar Soviético (GRU)
Fonte:
Ursulano, Manuel Biré de Agrella e FranO Exército na História do Brasil República
cisco Alves da Rocha; Soldados Wilson
Volume III
Biblioteca do Exército/1998.
França, Péricles Leal Bezerra, Orlando
Nº 221 - Novembro/2015
ESQUECER TAMBÉM É TRAIR !
H
REDAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
ACP
5ª Seção EMG
Informativo interno da AMAN
ANO XXXII
A
Nº
Fundador: Cap RUBENS J. PORTUGAL
206
DATA
22 Nov 85, 6ª feira
CINQÜENTENÁRIO DA INTENTONA COMUNISTA
"Intentona Comunista" de 1935 pode ser resumida em duas palavras: traição e
covardia. Sim, pois companheiros nossos, fardados, coturnos calçados, no cumprimento de
seus sagrados deveres, foram mortos, à socapa, na calada da noite, muitos enquanto dormiam...
Mas sempre agiram assim, senão vejamos: Andrei Sakharov, físico russo, confinado por
castigo em Gorki, declarou, tempos atrás: ’’A história de 60 anos do comunismo está cheia de uma
horrível violência, de crimes odiosos no seu território e fora dele, de destruição, sofrimento e
corrupção de milhões de pessoas. "ESQUECER TAMBÉM É TRAIR!"
JORNAL INCONFIDÊNCIA
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ANISTIA TORTA
(Publicado no Correio Braziliense - 11/04/1995)
* Foi líder parlamentar e ministro de Estado.
SIM
NÃO
A CLASSE OPERÁRIA
Edições Históricas da Revolução de 1964
MANCHETE
* Armando Falcão
20 anos, por força da ação revolucionária
á quem pretenda sepultar no esquecimento a Revolução de 31 de direta e indireta, modernizou-se a admimarço de 1964, como já se deixou nistração, retirou-se a economia do atraso, implantou-se a telecomunicação, vide homenagear, por outro lado, a memória dos heróis militares assassinados na veram novos corredores de exportaintentona comunista de 27 de novembro ção, multiplicaram-se os investimentos, ampliou-se nossa capacidade
de 1935. Que país é este, no qual fatos
históricos relevantes, que são exemplos, energética, voltaram a disciplina e a
lições e advertências, descambam para o hierarquia, a paz, a ordem e a autoridade. O povo era feliz e não sabia.
desprezo dos pósteros, que passam a
Numa histórica tentativa global de
condená-los no repúdio do silêncio e no
desprezo da indiferença? Em ambos os restaurar a chamada democracia plena, e
depois de derrotar a guerrilha rural e
casos mencionados, a insofismável insurbana, a Revolução, espiração das Forças Armadas
foi, basicamente, defender as Insistem em sepultar pontaneamente, em nome
instituições republicanas, a intentona comunista da pacificação política
nacional, propôs ao Consalvando-as da frontal ameae a Revolução de
gresso a decretação da
ça comunista.
1964. Não o
anistia ampla, geral e
No 27 de novembro, os
comparsas de Luís Carlos conseguirão, todavia. irrestrita, teoricamente
Quem
viver
verá.
estabelecida. Era, por asPrestes ensangüentaram a ensim dizer, a esponja que se
tão capital da República, assim como outros pontos do território procurava passar sobre o território da disnacional. De armas na mão, assumiram a sensão, do ressentimento e do ódio. Entreiniciativa criminosa da mazorca marxista, tanto, a idéia da Revolução foi inútil. De
na Praia Vermelha e nos Afonsos, no Rio fato, perdoaram-se os atentados à mão arde Janeiro, em Pernambuco e no Rio Gran- mada, os seqüestros de embaixadores, os
crimes hediondos, os delitos de sangue.
de do Norte. Mataram, covardemente,
Mas as cobranças descabidas acerca de
inclusive companheiros que dormiam, no
supostas torturas, a busca constante de
3º Regimento de Infantaria, e numa unidesaparecidos, envolvidos em movimendade da Aviação Militar feriram a bala
Eduardo Gomes, um dos 18 do Forte de tos terroristas, o revanchismo, enfim, tudo
tendo como alvo o denominado “regime
Copacabana. Na orfandade e na viuvez
militar”, isso não sai da ordem do dia. É
ficaram dezenas de pessoas, porque seus
chefes sacrificaram a própria vida em pauta permanente nos espaços de que dispõe a incansável insurreição subversiva,
defesa da nação. A Revolução de 31 e
ostensiva ou disfarçada.
março, por sua vez, nasceu da reconhe Por último, pretende-se revogar
cida aliança do povo com os cidadãos
historicamente a Revolução Democráfardados. Tornou-se inevitável e obrigatica de 1964, como se ela não tivesse
tória, como condição essencial de uma
reação coletiva organizada, capaz de eli- sido, e ainda é, uma idéia-força, gerada
na alma dos patriotas. A anistia legal –
minar o caos que infelicitava a vida geral
dos brasileiros. Durante pouco mais de classifiquemo-la assim - só valeu e só
vale para um lado, isto é, para o lado
deles. Ficou sendo, em conseqüência,
uma anistia torta. É oportuno advertir
os democratas ingênuos de que o comunismo faliu, mas não faleceu. A esquerda extremista não acredita na queda do Muro de Berlim. Eis por que
insistem em sepultar a intentona comunista e a Revolução de 1964. Não o
conseguirão, todavia. Quem viver verá.
TEL:
Autorizo a publicação do meu nome
816
Órgão Central do Partido Comunista (S.B.I.C.)
Ano XII São Paulo, Março de 1937
O CRUZEIRO
EXTRA
Ao fazer ou renovar a sua assinatura,
se desejar receber via postal, um
exemplar destas revistas, envie mais R$ 20,00,
por cada uma delas.
Estandarte apreendido no
Rio de Janeiro, em 1934 (ANL)
Nº 200
"A libertação da Espanha da opressão
dos reacionários facistas, não é uma
questão privada dos espanhóes. É a
causa comum de toda a humanidade
avançada e progressista".
STALIN
Nº 221 - Novembro/2015
CONGRATULAÇÕES À ESQUERDA
Carlos Azambuja comenta a forma lenta e gradual como os antigos terroristas e militantes
comunistas assumiram posições de destaque na política nacional, utizando-as para embolsar
dinheiro público e humilhar os que impediram seus planos totalitários no passado.
“As feridas e os erros da
esquerda precisam sangrar para
que as insuficiências e incompreensões possam ser superadas”
(JOSÉ GENOÍNO, O Globo, 06
Fev 96).
Logo após a Revolução de 31
de Março e 1964 que depôs o governo comunizante de João Goulart, as
organizações, grupos e partidos de
esquerda então existentes em nosso
país, e logo após inúmeras outras
organizações constituídas pelas bases radicalizadas do chamado
“Partidão”, definiram como prioridade a derrubada do regime instituído, utilizando como tática a violência armada e todas as formas de luta,
conforme prescrevem os manuais
do marxismo-leninismo.
Esse projeto de luta armada,
no entanto, vinha sendo alimentado desde antes de 1964, estimulado pelo exemplo da revolução
cubana. Isso, sem falar nas propostas de revolução armada que vinham
de muito antes, na melhor tradição
bolchevique, como o levante comunista de 1935, determinado pelo
Komintern.
É notório que já no governo
Jango existiam grupos voltados para
essas formas de luta “mais avançadas”, segundo o jargão marxista.
Nesse sentido, é esclarecedor
o depoimento de um ex-guerrilheiro
urbano, membro dirigente, nos anos
60, da Dissidência da Guanabara e,
depois, do Movimento Revolucionário Oito de Outubro, preso, banido do país e posteriormente anistiado: “(...)Antes da radicalização da
ditadura, em 1968, e antes mesmo
de sua própria instauração, em
1964, estava no ar um projeto revolucionário ofensivo. Os dissidentes
se estilhaçariam em torno de encaminhamentos concretos, formando
uma miríade de organizações e grupos, mas havia acordo quanto ao nó
da questão: chegara a hora do
assalto” (Daniel Aarão Reis, atual professor de História Contemporânea da Universidade Federal
Fluminense. “Esse imprescindível
Passado”, artigo publicado na revista “Teoria e Debate” de julho/
agosto/setembro de 1996).
Os seqüestros de aviões, de
diplomatas estrangeiros, os roubos de armas, os atentados terroristas, os assaltos a agências bancárias, a estabelecimentos comerciais e até mesmo a residências, os ataques a quartéis, foram
transformados em tática militar e
precederam o que é denominado de
“radicalização da ditadura” em
dezembro de 1968, com a edição do
Ato Institucional nº 5.
Em 1970, ao assumir a presidência da República, o general
Garrastazu Médice definiu como
prioritário o fim do terrorismo e
para isso criou os DOI/CODI. No
entanto, Marighela não mais existia, pois havia sido morto em uma
via pública, em São Paulo, no ano
anterior. Essa via pública, assim
como tantas outras, foi definida,
posteriormente, pela Comissão de
Mortos e Desaparecidos, como
um local assemelhado a uma dependência policial ou sujeito à administração militar.
Ele, Marighela, que a Inteligência cubana imaginava transformar no sucessor de Che Guevara
(vide o livro de Luis Mir, “A Revolução Impossível”) havia deixado
um testamento que iria ser responsável por uma montanha de
mortos entre os que seguiram seus
ensinamentos: o Minimanual do
Guerrilheiro Urbano.
Lamarca, no entanto, que traiu
o Exército, sua mulher e seus filhos,
ladrão de armas, assaltante de bancos, seqüestrador e assassino de
inocentes de forma vil, como a morte a coronhadas do tenente Alberto
Mendes Junior, no Vale da Ribeira,
ainda viveria até o ano seguinte. Em
setembro de 1971 seria morto no sertão da Bahia, local que a Comissão de
Mortos e Desaparecidos definiu que
era sujeito à administração militar,
para, assim, indenizar sua mulher que
já era pensionista de seu marido.
Em agosto de 1979, com as
guerrilhas urbana e rural erradicadas
e o país pacificado, o presidente
Figueiredo assinou a lei que concedeu uma anistia ampla, geral e
irrestrita. Essa lei libertou todos
os que se encontravam presos.
Em maio de 1985, a chamada
Nova República legalizou os partidos clandestinos graças a uma
Emenda Constitucional de autoria
do então deputado federal pelo
PMDB Roberto Freire, ele próprio
dirigente de um desses partidos clandestinos, o PCB.
A partir de então, o aparelho
burocrático do governo passou a ser
tomado, de forma lenta, gradual e
segura pela esquerda, derrotada,
anistiada, mas não conformada. Os
Órgãos de Inteligência, na era
Collor, foram desmantelados e as
Forças Armadas economicamente
sufocadas, restando-lhes uma única função: sobreviver.
A Constituição cidadã, de
1988, propiciou centenas de retornos às Forças Armadas. O Estado
promoveu-os e pagou por isso.
Também os demitidos e expulsos,
foram reincorporados a partir de
1985 e promovidos.
Como se isso não bastasse,
uma Comissão, denominada de
“Mortos e Desaparecidos Políticos” foi constituída e recompensou e
continua a recompensar as famílias
daqueles que livremente escolheram o
caminho da luta armada, seqüestraram, assaltaram e mataram, sendo,
afinal, mortos por aqueles que, constitucionalmente, cumpriam suas
obrigações de defender a Pátria, a Lei e a
Ordem, com sacríficio
da própria vida, coerentes com o juramento que fizeram ao entrar para a carreira militar, de defender a Pátria com o sacrifício da
própria vida.
Do lado dos que
se opuseram que a Pátria fosse transformada em uma república
popular democrática,
vidas preciosas foram
perdidas, muitas famílias ficaram sem os
seus chefes, mas nenhuma delas, em todos
esses anos, nada reivindicou.
Com relação,
especificamente, ao
caso de Carlos Lamarca, a relatora, na Comissão de Mortos e Desaparecidos, uma ex-guerrilheira urbana, afirmou cinicamente que a repressão não respeitou a Convenção de Genebra e que
... “como os guerrilheiros do
Araguaia, ele (Lamarca) fez, também, prisioneiros aos quais respeitou a integridade" (sic) , e afirmou,
também, que o redator da Lei que
proporciona a recompensa às famílias dos mortos pela repressão,
então chefe do gabinete do Ministério da Justiça, legislou por conta
própria, e que ... “foi vontade do
legislador incluir os que morreram
em combate direto com as forças
repressivas”.
Aproveitando o ensejo da reforma universitária que o atual ministro da Educação diz que fará,
este não seria um tema altamente
ilustrativo e edificante para ser incluído nos currículos de Direito?
Parabéns às esquerdas. Vocês
chegaram lá, utilizando os meios
pacíficos. Afinal, essa é uma forma
de luta também revolucionária.
(Publicado no ARAUTO/OPINIÃO
de novembro de 1996)
O autor é Carlos Ilich Santos Azambuja
17
A INTENTONA COMUNISTA
O mesmo movimento que em 1935 assassinava
compatriotas, traiçoeiramente, foi sufocado,
novamente, em 1964. Mas desta feita os assassinos
foram indenizados pela nação brasileira
O
intento louco de tomada
do poder pela força ou a
Intentona Comunista, como ficou
conhecido o traiçoeiro, sangrento e fracassado motim deflagrado
por militares comunistas contra estabelecimentos militares
de Natal, do Recife e do Rio de
Janeiro, entre os dias 23 e 27 de
novembro de 1935, constitui uma
das mais negras páginas da história do Brasil.
Maus militares, corrompidos por intensa doutrinação
marxista, desprezam a hierarquia
e a disciplina, descumprem seu
sagrado juramento para com a
Pátria, traem seus próprios companheiros e até os matam, mesmo quando já presos e desarmados. Naturalmente, oficiais e
graduados fiéis ainda que surpreendidos pelo vulto do motim
e principalmente pela traição de
companheiros que, até então,
pareciam leais, cumprem seu juramento reagem com bravura,
defendem as instituições com
risco de vida e, alguns com o
sacrifício da própria vida. Findo
o dia 27 de novembro, derrotados, desmoralizados, os amotinados fogem ou se rendem. Do
lado dos militares fiéis, morrem,
no cumprimento do dever, bravos brasileiros.
A deflagração da Intentona Comunista em 23 de novembro de 1935, foi o desfecho
de uma trama que, era verdade,
vinha sendo articulada dentro
e fora do País. Segundo revela
o General José Campos de
Aragão, em seu livro intitulado
“A Intentona Comunista de
1935”, em 30 de março de 1935
Luis Carlos Prestes fora aclamado presidente de honra da recém-criada Aliança Nacional
Libertadora; no VII Congresso
da Internacional Comunista, o
delegado holandês Van Mine,
membro do Conselho Executivo
do Komintern e relator dos assuntos referentes à América
Latina, afirmara: “A Aliança
Nacional Libertadora foi criada
sob orientação secreta mas direta do Partido Comunista Brasileiro (PCB), segundo as
instruções confidenciais recebidas da Legação Soviética em Montevidéu. Ela cumpre cegamente ordens de nosso bravo camarada Prestes...”; e Dimitrov, em
1935, no VII Congresso
da Terceira Internacional de Moscou, discorrendo sobre o papel da
Frente Única Anti-imperialista, declarara:
“...no Brasil,o Partido
Comunista, que deu
uma base ao desenvolvimento de uma frente
contra o imperialismo
ao criar uma Aliança de
emancipação nacional,
deve empenhar-se com
todas as suas forças
para impulsionar essa
frente, conquistando para a
mesma, sobretudo, os milhôes
de camponeses, e orientando o
movimento no sentido da formação de destacamentos de um
Exército Popular Revolucionário extremamente devotado, até
que seja alcançado o objetivo
final, e no sentido da organização do poder dessa Aliança
Libertadora Nacional...”.
Torna-se fácil perceber,
portanto, a importância do papel dos militares brasileiros em
Natal, no Recife e no Rio, os
quais, honrando seu sagrado
juramento, cumpriram com bravura seu dever e impediram que
o Brasil passasse a ser controlado por um Exército Popular Revolucionário.
As autoridades e os militares de hoje poderão ter esquecido aqueles que morreram defendendo a Pátria. A Pátria, no
entanto, certamente jamais os
esquecerá.
(Publicado no ARAUTO/HISTÓRIA
de novembro de 1996)
Olavo Nogueira Dell'Isola Coronel Aviador
Nº 221 - Novembro/2015
818
A VERDADE ESQUECIDA
Revista ÉPOCA, Edição 326 - 16 de agosto de 2004
De fato, como fartamente registraram os
a alvorada de março de 1934, vindo de
jornais, poucos dias após a supressão do levante
Buenos Aires portando passaporte ameno Rio de Janeiro, a eficiente polícia carioca, na
ricano, desembarcara no Rio de Janeiro
jurisdição dos 13° e 14° distritos policiais,
um sujeito de nome Harry Berger.
deteve 23 comunistas de origem judaica (longo
Preso pela polícia carioca no natal de 1935,
ficaria citar a relação dos nomes), todos ligados
logo revelou-se a identidade secreta do viajante.
à Brazcor, organização revolucionária comunisChamava-se, o misterioso elemento, Arthur
ta, mantida e orientada pelo PCB. Essa associErnst Ewert, judeu alemão, fichado em seu país
ação mantinha uma biblioteca popular israelita
de origem, no qual era ex-deputado, como espião.
de nome Schelomo Alcichem, instalada à Rua
Constava também processo por “alta traição”.
Sen. Euzébio n° 59, bem como, uma cozinha
Berger era o agente do Komintern, especiaproletária comunista, que servia refeições na
lista em golpes subversivos, enviado para o
Rua Visconde de Itaúna. Publicava a revista de
Brasil com a missão de dirigir intelectualmente o
cultura moderna Volkekultur.
plano traçado em Moscou, que objetivava a
Quando assistimos ao filme Olga, de Jaime
instauração de uma ditadura de tipo stalinista no
Monjardim, inquietou-nos não somente a laPaís, por meio de levante armado.
mentável omissão destes relevantes fatos, como
Sob ordens de Berger, lá estava Luiz Carlos
também, a superficial abordagem sobre as sublePrestes, homem escolhido para encabeçar um
vações comunistas em Natal, no Recife e no Rio
“governo popular nacional revolucionário”, sede Janeiro.
gundo relatório do próprio Berger para o KoQuerer romantizar as figuras de Luiz Carlos
mintern.
Prestes e Olga Benário, criando um clima nupcial
Prestes angariou simpatia no meio comunisao longo de todo o filme e, por tabela, apresentáta, pela sua participação na famosa coluna mililos como porta-vozes e defensores da liberdade
tar, que marchou pelo interior do País, nos
humana e da democracia e, no mínimo, insensaagitados tempos do movimento tenentista. Poutez e cinismo puros.
co depois, após a conversão de Prestes à doutrina
Esquecer (ou omitir tendenciosamente) o
marxista lininista por Astrogildo Pereira, a hábil
assalto à Escola de Aviação, em Marechal Herpropaganda vermelha batizou esse destacamenmes, onde oficiais brasileiros foram assassinato com seu nome, ainda que para isso tivesse de
dos por companheiros de farda enquanto dorcometer a injustiça histórica de omitir e relegar ao
miam, ignorar o covarde ataque-surpresa ao
esquecimento a figura do comandante Miguel
3° Regimento de Infantaria, na Praia VermeCosta, principal líder militar da Coluna, ao qual
lha, onde a ordem só foi restabelecida após
Prestes esteve sempre subordinado.
uma manhã inteira de combates; desdenhar
Pela experiência do período, Prestes recebeu
dos cinco dias em que revolucionáa incumbência de chefiar a ação
Divulgação
rios comunistas, em Natal, estabearmada dos comunistas no Braleceram um governo que promoveu
sil. Não poderia haver falhas. O
a ação de arruaceiros, assassinos,
plano deveria ser executado de
estrupadores e assaltantes; sugerir
forma rápida e eficaz, sem ofeque a inocente menina Elza Ferrecer ao governo o tempo necesnandes (trucidada segundo ordens
sário para o esboço de uma reado Cavaleiro da Esperança, com
ção.
consentimento de Olga) era a resPara tanto, visando garantir
ponsável pelo desastre que someno apoio logístico e os recursos
te a incompetência de Prestes profinanceiros necessários para tão
vocou, menosprezar tudo isso é risarriscada empreitada, Moscou
co muito grande.
fundara em Montevidéu, clanÉ aceitarmos e legitimarmos
destinamente, o seu Secretariaperante a história o crime, o fanado Latino Americano, órgão cuja
tismo e o unilateralismo político,
finalidade era aproximar as ora ditadura.
ganizações comunistas latinas,
Luiz Carlos Prestes e Olga
a fim de impulsionar o movi- Olga Benário, após prestar depoimento
Benário não defendiam democramento vermelho na América do
no Rio de Janeiro, em 1936,
acompanhada por um policial
cia de nenhuma espécie para o
Sul. Foi este o fato que gerou,
Brasil, tenhamos isso sempre em mente.
ainda em fins de 1935, após o malogro da tentaPelo contrário, caso lograssem êxito em
tiva de assalto comunista ao poder no Brasil, o
sua missão, teríamos nosso País reduzido
rompimento das relações diplomáticas do Urua simples colônia de Moscou e conviveríguai com a União Soviética.
amos com uma ditadura ferrenha, que em
A Intentona Comunista de 1935, portannome da “liberdade humana’, cometeu os
to, fora concebida e preparada em Montevimaiores crimes e atrocidades da história da
déu, como bem atestaram os jornais da época
humanidade. Comunistas estrangeiros trano Brasil, entre os quais, o Globo.
çaram lá fora este destino para o Brasil,
Durante os preparativos para o golpe,
contando para isso com o apoio de brasileivisando despistar quaisquer suspeitas a resros desprovidos de senso patriótico, somapeito de seu enviado revolucionário, destaca
dos a um punhado de ignorantes.
Moscou, como esposa de Prestes, a judia
Se nós, brasileiros, em algum momento de
alemã Olga Benário (Olga Ben-Ario), conhenossa história, vivêssemos de fato uma ditadura
cida já em seu país pelas suas ações subvercomunista, o filme Olga, se viesse a ser produsivas.
zido, tenhamos a certeza, contaria história bem
Cumpre destacar, nesse ponto, fato descomais trágica.
nhecido da grande maioria dos brasileiros sobre
Publicado em “A Tribuna de Santos”,
a chamada Intentona: a do envolvimento direto
em 07.09.2004
de grande número de israelitas (infiltrados no
* Bacharel em História pela
País) na conspiração comunista de 1935.
Universidade Católica de Santos.”
Autor do livro-reportagem "Camaradas", diz que o mito romântico da
revolucionária nasceu de propaganda
Profissão: Jornalista, é correspondente da Rede Globo em Nova York
Experiência: Cobriu oito guerras, entre elas a do Golfo, e morou em Berlim
ÉPOCA - Que Olga você conheceu em suas pesquisas?
William Waack - Uma profissional do serviço secreto militar soviético,
treinada para obedecer em qualquer circunstância, sem jamais duvidar dos
chefes e da linha estabelecida pelo Partido, disciplinada, mas sem interesse por
assuntos teóricos, que ao chegar ao Brasil perdeu o foco da missão. O trágico
em Olga é que ela não tinha saída.
ÉPOCA - Como assim?
Waack - A verdadeira dimensão trágica da figura de Olga é o fato de ela
ter sido vítima de dois totalitarismos. Foi liquidada por um deles, o nazista,
enquanto todos os seus companheiros de luta no Brasil, que sobreviveram à
aventura de Prestes e conseguiram voltar a Moscou, foram destruídos pelo outro
totalitarismo, o comunista - foram executados na Rússia antes ainda do assassinato de Olga. Mas não era um aspecto que interessava à máquina propagandística do PC da Alemanha Oriental, que iniciou o culto ao mito de Olga no final
da década de 50, suprimindo partes de sua real história. O mesmo ocorreu no
livro lançado no Brasil por Fernando Morais, que, na verdade, tem boa parte
compilada da primeira biografia de Olga feita pela alemã Ruth Werner, a pedido
do PC alemão, em 1962. Trabalhos que não contam a realidade.
ÉPOCA - Pelo que pesquisou, do que mais não se fala?
Waack - Um detalhe fundamental: o fato de que a mãe de Prestes pediu várias
vezes às autoridades soviéticas que tentassem trocar Olga por prisioneiros dos
soviéticos. Era impossível que isso acontecesse, pois, naquele momento, pouco antes
da Segunda Guerra Mundial, os soviéticos estavam entregando à Gestapo militantes
alemães que se refugiaram em Moscou. Uma dessas pessoas, aliás, foi a última a ver
Olga viva no campo de concentração. Era Margareth Buber-Neuman, uma colega
dela de militância, alemã e judia, que chegou a ser preparada para ir ao Brasil, mas
foi presa com o marido em Moscou e entregue à Gestapo.
ÉPOCA - Isso tira de Olga e Prestes o romantismo, a luta por ideais?
Waack - Prestes e Olga eram, antes de mais nada, soldados do Partido,
e a esses soldados não se admitiam crises de consciência. Dou um exemplo:
entre a derrota do levante de novembro de 1935 e a prisão dos dois, no início
de 1936, Prestes mandou matar a namorada do secretário-geral do PCB,
Elza, uma moça
inocente e ingênua de 18 anos,
que foi estrangulada por militantes do partido. Ele suspeitava, erroneamente, que
Elza fosse informante da polícia. E Olga não
se opôs à decisão, segundo o
agente soviético
no Rio que chefiava o esquema
clandestino.
Não havia nada
de romântico
ali.
N
* Luiz Gonçalves Alonso Ferreira
OLGA NÃO TINHA SAÍDA
Entrevista com William Waack, o autor de “Camaradas”
MARTHA MENDONÇA E ELISA MARTINS
ESQUECER,
TAMBÉM É TRAIR!
Nº 221 - Novembro/2015
LEMBRAI - VOS DE 35!
* Valmir Fonseca Azevedo Pereira
O
ESQUECER TAMBÉM É TRAIR
pelos comunistas por meio da luta armada.
A republiqueta sul - americana
estava pronta para cair.
E a tentativa teve lugar, na noite
de 23 de novembro em Natal, na manhã
de 24 em Recife, e na madrugada de 27
no Rio de Janeiro. Em cada, um retumbante fracasso.
Tolhida no Rio de Janeiro, seu principal foco, soçobrou nos demais estados.
Inerme, sem os sucessos iniciais esperados, sucumbiu no
Foto: Sgt. Ely / CML
seu nascedouro,
graças ao sacrifício
de um punhado de
heróis.
Felizmente,
apesar das vítimas
imoladas no altar
da insânia, da covardia e da insensatez, o 27 de novembro de 1935,
que cobriu de luto
a memória nacional, também foi
Flores no monumento da Praia Vermelha / Rio
uma data fatídica,
A tentativa, desencadeada em infausta para os inimigos da democrasolo pátrio contava com o aval, plane- cia, que pelas armas, traiçoeiramente,
jamento, apoio e monitoramento da In- vitimaram inocentes, ao sacudir uma
ternacional Comunista (Moscou), que nação pacífica e ordeira com um
iludida com as informações de Luís Carlos macabro golpe de força.
Sim, lembrar o quê? Como fracasPrestes, o Cavaleiro da Esperança (russa?), de que as frentes populares esta- sou a PRIMEIRA TENTATIVA DE TOvam aos seus serviços e submissas aos MADA DO PODER?
Sim, para os subversivos não é
seus desígnios, e que o Brasil cairia de
maduro aos pés de suas propaladas bom recordar uma vergonhosa e insana
intentona; portanto, apaguem da memória,
“colunas de guerrilheiros”.
Pretendiam transpor para o Bra- dos registros, dos arquivos, para que os
sil, o modelo de revolução delineado incultos cidadãos esqueçam as lições da
história, e como os topor Moscou e, assim, as mesmas
“LEMBRAI - VOS DE 35”, los, recaiam nos mesmos erros, cometam os
idéias - força e os
ou melhor,
mesmos enganos e
mesmos temas fo“DE 27 DE NOVEMBRO
entronizem falsas ideram explorados à
DE 1935”.
ologias e solertes emexaustão, cópias
busteiros. fiéis daquela ação
É brasileiros, a DEMOCRACIA é
revolucionária que contavam como favas contadas, crentes na passividade por demais importante e frágil para ser
do povo e na inépcia das Forças Arma- descurada, e ficar à mercê de golpistas
e interessados em substituí - la por
das.
O relativo sucesso na área mili- práticas, sabidamente tiranizadoras.
Portanto, todo o cuidado é poutar, assim entendido o esforço de infiltração e de recrutamento de adeptos co. E, por mais que eles deplorem,
“LEMBRAI - VOS DE 35”, ou
nas Forças Armadas, viria a ser importante fator para o desencadeamento da melhor, “DE 27 DE NOVEMBRO DE
primeira tentativa de tomada do poder 1935”.
* General-de-Brigada
19
O Cruzeiro
Os ultimos successos revolucionarios
contundente, incisivo e conciso
“slogan”, uma estaca gravada no
coração dos comunistas, aos poucos
perde, num país sem memória, o seu principal ensinamento - a cautela, a atenção,
a prevenção.
À época, considerado um país
semicolonialista, seu contexto era fértil,
assim julgavam, para a execução dos mesmos métodos aplicados, exitosamente,
no golpe bolchevista de 17 de novembro
de 1917.
ESQUECER TAMBÉM É TRAIR
Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das Forças
Legais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição
T
iveram o condão de alarmar fundamente o espírito da população carioca os sangrentos successos de quarta
feira ultima que consubtanciaram na sublevação de parte de algumas guarnições
militares desta capital, felizmente reprimidas com energia e decisão pelas autoridades. O golpe militar communista
desferido sob a chefia do capitão Agildo Barata e do major Alcedo Cavalcanti
determinou a perda de algumas vidas
preciosas, privando os quadros da
officialidade do Exercito Brasileiro
de algumas de suas mais brilhante
expressões.
Durante as primeiras horas do
dia, enquanto a população não conhecia a verdadeira extensão dos sangren-
tos acontecimentos formou-se uma
espectativa de alarme, a qual, felizmente se atenuou à medida que os
rebeldes foram sendo batidos corajosamente em todos os sectores. O presidente da República, Sr Getúlio
Vargas, num inclito exemplo de intrepidez pessoal, logo que teve conhecimento da eclosão do movimento nesta
capital, articulado com as revoltas de
Recife e Natal, sob a orientação do excapitão Luiz Carlos Prestes, deixou o
Palácio Guanabara e, em companhia
do Ministro da Guerra e das altas
patentes do Exercito, visitou as diversas frentes da luta, quando ainda era
indecisa a situação.
(O Cruzeiro, 07/12/1935)
A Polícia Militar, na Praia do Botafogo, junto ao Pavilhão Mourisco,
de prontidão horas após o levante
Nº 221 - Novembro/2015
CAIXA POSTAL
Publicado no Inconfidência nº 136 de Jan/Fev. 2009
INTENTONA COMUNISTA / 1935
Esquecer, também é trair
CAP PAULO ALBERTO M SILVA
São Paulo/SP
Penso que não deve existir “neztepais”
qualquer outra publicação tão clara e oportuna sobre a intentona comunista desencadeada no Brasil, em novembro de 1935,
como os dois últimos números do Inconfidência.
Deveria ser obrigatória a sua leitura e
constar dos currículos de todas as escolas
militares das Forças Armadas. Inclusive dos
PP de soldados e dos TG-Tiros de Guerra.
Não há como esconder esse importante acontecimento à juventude brasileira. Perguntei
à minha neta (14 anos), aluna de colégio
particular, se sabia algo sobre a intentona e
como era de se esperar, disse-me não!
Não estou mais preocupado comigo,
mas sim com o que espera os nossos descendentes, com os exemplos dados pelo atual
governo (30/12)
SO AER MARIO PINTO BARROS
Guaratinguetá/SP
CAMPO DOS AFONSOS
Fazia tempo que não escrevia ao Inconfidência, mesmo sabendo que todas as
minhas cartas anteriores foram publicadas.
Embora já reformado da Força Aérea, julgo
que esta não poderia se omitir nos dias 27 de
novembro.
Ao ler o encarte do último jornal, “CAMPO DOS AFONSOS”, pensei comigo: Se a
Aviação era a 5ª arma do Exército, a FAB é a
atual e a legítima depositária das tradições e da
história da Aviação Militar Brasileira.
O Comandante, brigadeiro Saito, deveria ter realizado uma cerimônia cívicomilitar no “Campo dos Afonsos”, onde antigos companheiros nossos foram friamente
assassinados, tal qual a formatura da Praia
Vermelha que contou com a presença do
Comandante do Exército.
E também, na AFA, em Pirassununga,
na EPCAr, em Barbacena e aqui, em Guará,
para dar conhecimento e alertar os mais
jovens, do que foi realmente a intentona comunista de 1935. E palestras, nos clubes de Aeronáutica.
Q
uando candidato à Presidência da República, em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva,
concedeu entrevista ao "O Globo", da qual
extraímos alguns tópicos:
“O GLOBO” - Como o PT vai escolher
os Ministros Militares, se o senhor for eleito? O partido tem muitos militantes nas
Forças Armadas?
Lula: “O PT não tem essa preocupação,
porque, possivelmente, nenhum outro partido
tenha, no Brasil, outro militar como herói na
guerra civil na Espanha. O PT tem um militar
com a maior condecoração que um militar tem,
que é o companheiro Apolônio de Carvalho.
Duvido que, no Brasil, tenha um general com
participação em tantas lutas. Para nós, não
haverá dificuldade alguma em escolher. Primeiro, porque a Constituição define que o
No “Campo dos Afonsos” está instalado
um Museu que apresenta a história da nossa
Força Aérea. Haverá nele alguma exposição/
informação sobre o 27 de novembro de 1935? O
Patrono da Força Aérea, brigadeiro Eduardo
Gomes, era o tenente-coronel comandante do 1º
Regimento de Aviação sediado naquele local,
onde foi ferido e mesmo assim, continuou lutando contra os traidores da Pátria.
Se algum leitor souber, favor informar ao
Inconfidência, pois tenho a certeza de que ele
divulgará e até apresentaria uma reportagem
sobre a maior traição jamais ocorrida em nossa
Pátria. (10/01)
CEL GILBERTO FREITAS
Rio de Janeiro/RJ
Formidável o caderno especial sobre a
intentona e a seguir, a apresentação das solenidades na Praia Vermelha e no cemitério do Bonfim,
em Belo Horizonte.
Pena que a formatura ocorrida no Rio, a
tarde, não fosse divulgada oportunamente através do Clube Militar, não só pela internet aos
seus sócios, como também nos almoços de turmas, com a devida antecedência. Ou com um
anúncio nos jornais da cidade do Rio de Janeiro.
Mesmo assim, o comparecimento à Praia Vermelha foi um dos mais concorridos dos últimos anos
e contou com a presença do comandante do
Exército, general Pery, pela 1ª vez desde os
governos “socialistas” de FHC e Lula!
Cumprimento o editor do Inconfidência e lembro a ele, como artilheiro, não poderia
ter se esquecido de citar a salva de Artilharia,
desencadeada durante a cerimônia cívico-militar de 27 de novembro.
Uma pergunta que não quer me calar:
Quando o museu do Forte de Copacabana,
tão bem localizado, vai apresentar em seu sofisticado recinto, uma exposição permanente sobre
a intentona comunista de 1935, tal qual uma
realizada recentemente – a inauguração dos retratos dos presidentes militares ? (29/12)
NR: Falha nossa: Peça atirou!!
CEL FRANCISCO FELIX DA FONSECA
Porto Alegre/RS
Mais uma vez o Inconfidência diz a que
veio. Além das suas edições históricas já apresentadas neste ano – 31 de março e Duque de
Caxias – agora, a da intentona comunista. Deveria ser distribuída a todos os alunos dos Colégios
Militares e dos CPOR/NPOR, principalmente
de Porto Alegre. Por quê? Acredite, se quiser.
No dia 27 de novembro, aconteceu nesta capital,
um treinamento para a formatura de passagem
de Comando do CMS. Dificilmente poderia
surgir uma melhor oportunidade para diante da
tropa da guarnição, ser lembrada a covarde
intentona comunista.
No entanto, nada foi rememorado, assim
como também, no dia seguinte, por ocasião da
solenidade de passagem de comando do general
Elito para o general De Nardi.
O que terá acontecido? Ordens superiores? Não creio, pois o comandante do Exército
se fez presente na formatura da Praia Vermelha,
na tarde de 27 de novembro. (19/12)
* ADV JOÃO ARMANI
Belo Horizonte/MG
Muito oportuno o comentário publicado no Inconfidência nº 135 de dezembro/2008
à página 13, sobre a rememoração da intentona
comunista.
Ao que parece, somente nas guarnições
do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de São
Luís/MA, a trágica intentona foi devidamente
rumemorada com formatura e leitura da memorável Ordem do Dia, assinada pelos generais-deExército Luiz Cesário da Silveira Filho, comandante do CML e Paulo Cesar de Castro, chefe
do DEP. Procuramos saber se aconteceram
solenidades em outras localidades, como em
Recife e Natal, cidades que foram os primeiros
alvos da insana e covarde traição cometida na
calada da noite, tão bem explicitada na Ordem
do Dia acima referida. Não obtivemos qualquer
retorno e também de Brasília, Porto Alegre,
Curitiba, Campo Grande, Salvador, Manaus...
Ninguém sabia informar, tanto o pessoal da
Ativa, como o da Reserva. O que terá acontecido? Vergonha de relembrar a verdadeira História
militar e do Brasil? Ou querer ficar de bem com
o apedeuta comandante supremo das Forças
Armadas, que prestigia Carlos Marighella,
Gregório Bezerra, Antonio Conselheiro, João
Cândido, em detrimento aos verdadeiros
heróis que se imolaram pela pátria?
Também nada foi divulgado sobre as
formaturas no Rio e em BH, para o público
interno (Noticiário do Exército, Informex
e Resenha) pelo CCOMSEX. Por quê?
(31/12)
*Presidente da AREB/BH
O GENERAL DO PT
Presidente da República é o Chefe Supremo das
Forças Armadas. O que não falta é critério para
escolher um ministro. E, depois, temos vários
amigos militares, que são reformados.”
Deve ser observado, que a resposta do
então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, hoje,
Presidente da República, ao jornalista de “O
GLOBO”, muito se assemelha em seus termos,
aos argumentos, recentemente apresentados pelo
Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em
defesa da promoção do Oficial, expulso do Exército, Apolônio de Carvalho.
Embora não havendo uma manifestação
do Presidente da República, sobre o fato, percebe-se, desde logo, uma sintonia de pensamento
entre as duas posições, a do Ministro da Justiça
e a do Presidente da República, identificando,
sem dúvida alguma, o posicionamento, deste
Publicado no
último. O que é, extremamente preocupante para
as Forças Armadas.
Na mesma entrevista ao “O GLOBO”,
Lula afirmaa ainda: “Eu reduziria o papel dos
militares, que tiveram, na constituição, um
privilégio muito grande. Em nome da Lei e da
Ordem, eles podem tudo.”
É estarrecedor, que tendo consciência da
prerrogativa de que o Presidente da República é
o Comandante Supremo das Forças Armadas,
possa externar-se dessa forma, desprestigiadora
e desrespeitadora, com relação aos futuros comandados, colocando-se, aprioristicamente, contra os mesmos. Única explicação, de tal conduta,
encontra-se nos radicais e fieis compromissos
ideológicos assumidos pelo candidato, hoje, Presidente da República. Em fins de setembro, Lula
acompanhado do Ministro da Justiça, compare-
820
PELA PRIMEIRA VEZ,
INTENTONA NÃO É LEMBRADA
Pela primeira vez, na história, a solenidade em homenagem aos mortos na
Intentona Comunista de 1935, que estava
para ser realizada hoje, não aconteceu. O
Comando Militar do Leste, organizador
da cerimônia, alegou que o cancelamento
ocorreu por causa da chuva, mas informou que mesmo que o tempo melhore, a
solenidade não será realizada este ano.
No entanto, sabe-se que anunciada ausência do presidente Itamar Franco na
solenidade, caso ela ocorresse, desagradou os militares. Tanto que, o Grupo
Independente 31 de março, que reúne
cerca de três mil militares da reserva e
civis, no Brasil, já estava estudando uma
forma de protestar contra a falta de Itamar.
O presidente do grupo, brigadeiro
Max Alvim, disse que este fato foi considerado “lamentável”, mas era esperado,
porque ele (Itamar Franco) nomeou um
notório comunista (Roberto Freire) como
seu líder no Congresso.
(Correio Braziliense - 28/11/1992)
Ao comparecer e participar pessoal e
acintosamente das comemorações do 11º
Congresso do Partido Comunista do Brasil
(PC do B) em Brasília, no dia 20 de outubro
de 2006 — prestigiando adeptos das idéias
do partido que, no passado, foi o mentor da
tragédia de 1935 — o Sr
Luiz Inácio Lula da Silva
desfigura nossa História, inverte
acintosamente o quadro
dos valores
herdados dos
nossos antepassados, afronta a imagem das nossas FFAA e agride a memória daqueles
que deram suas vidas para impedir a
instalação da ditadura marxista em nossa Pátria. (Inconfidência nº 88 de 27/11/2006)
Inconfidência, nº 88 de 27/11/2005
ceu ao velório de Apolônio de Carvalho. E em
Moscou, no mês passado, constrangiu o presidente Putin, ao insistir em visitar o túmulo de
Lenine (do qual os russos, desde Yeltzin, estão
tentando descobrir um meio de livrar-se dele), na
Praça Vermelha, onde depositou uma coroa de
flores.
É sintomático e não se poderia esperar
outra atitude de quem tanto se empenhou para
eleger como substituto de Severino um político
do PCdoB, Aldo Rebelo. E porque a suástica é
proibida por lei, se a foice e o martelo que cometeram e ainda continuam cometendo assassinatos e crimes muito maiores, não o são?
Felizmente, Lula não deve comparecer ao
Monumento votivo da Praia Vermelha - Seria um
escárnio àqueles que ali estão, mortos na luta
contra a selvageria do comunismo.
Nº 221 - Novembro/2015
LUIZ OSÓRIO MARINHO SILVA
Recife/PE
Quem se lembrará de ti, Tenente Sampaio?
Há setenta e quatro anos, em novembro de 1935, aqui em Recife, no interior de um
quartel próximo ao Parque 13 de Maio, foi assassinado, de maneira covarde e traiçoeira, o
1º Tenente do Exército José SAMPAIO Xavier.
Em Natal, Recife e Rio de Janeiro, um levante comunista tentou implantar em nosso
país o mais cruel regime da história da humanidade. Outros militares, também apanhados de
surpresa e alguns até dormindo, foram assassinados por então companheiros de farda,
obcecados pela ideologia marxista e pela sede de poder. Os conspiradores da Intentona
Comunista foram derrotados e presos. Um deles, o traidor e ex-sargento GREGÓRIO
BEZERRA, foi o assassino do jovem Tenente Sampaio.
Em Recife, no cemitério de Santo Amaro, resta um túmulo onde estão enterrados os
que morreram em defesa da Pátria. Os seus nomes já não são lembrados pelo povo brasileiro
e os atuais donos do poder desejam apagá-los da nossa História. Mas, as suas mortes não
foram em vão. Os verdadeiros heróis de 1935 ainda inspiram o soldado brasileiro na eterna
vigilância em defesa dos princípios cristãos e democráticos da Pátria Brasileira.
Na distorção dos fatos históricos e inversão dos verdadeiros valores, mais uma vez,
governistas de plantão e aproveitadores de toda a natureza tentam transformar traidores em
heróis e covardes em valentes. Com o dinheiro dos impostos, sob o patrocínio da Petrobras,
Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, BNDES e COPERGÁS (Companhia
Pernambucana de Gás), está sendo rodado em Pernambuco o filme “História de um Valente,
feito de ferro e de flor” que, de forma ficcional, contará a história do “líder comunista” Gregório
Bezerra, no período de 1957 a 1964, quando foi novamente preso e “torturado” nas ruas do bairro
de Casa Forte. Aliás, esse será o principal momento da trama, o de maior apelo emocional. Por que
a história desse “valente” não é contada desde 1935?
O filme tem locações até mesmo no interior do Palácio do Campo das Princesas, sede do
Governo de Pernambuco. O orçamento, conforme consta no site de divulgação, é de cerca de R$
3,5 milhões. As filmagens começaram em setembro e atualmente apresentam alguma dificuldade
para a continuação. Deve ser a necessidade de mais recursos, pois nesse tipo de obra os orçamentos
previstos são sempre insuficientes e, como todos sabem, os patrocinadores “públicos” estão
dispostos a dar um pouco mais, em nome da “verdade histórica”.
O título do filme é o mesmo do poema de Ferreira Gullar, do qual cito um trecho:
Mas existe nesta terra / muito homem de valor / que é bravo sem matar gente / mas não
teme matador, / que gosta de sua gente / e que luta a seu favor, / como Gregório Bezerra, / feito
de ferro e de flor.”
E quem falará de ti, Tenente Sampaio? Quem te dedicará um filme? Quem te fará um poema?
Quem te homenageará no 74º aniversário de tua morte? Partiste muito cedo, quase um menino,
com os teus sonhos e esperanças. Mas, deixaste um país livre da nefasta ideologia. O teu algoz
viveu até os 83 anos, morrendo de “morte morrida”, sem se arrepender do teu sangue
derramado. (27/11/2009)
NOSSO COMENTÁRIO
No dia 02 de abril de 1964, Gregório
Bezerra, ex-Sargento do Exército, que na Intentona
Comunista assassinou fria e covardemente o 1º
tenente José Sampaio Xavier e atirou contra
outros militares, em Recife, estava sendo espancado nas ruas do bairro de Casa Forte.
As Freiras do Colégio Sagrada Família,
localizado nas proximidades, telefonaram para o
Quartel General relatando o fato. O General
Justino Alves Bastos, Comandante do IV Exército, determinou o comparecimento do Ten Cel
Hélio Ibiapina Lima ao local, conhecido como
Parnamirim, onde estava ocorrendo o movimento, sendo constatado o seguinte: o Ten Cel Darcy
Usmar Villoqc Vianna , dirigia um grupo, reforçado pela população local, que a seu
comando levava Gregório Bezerra para o Parque
de Motomecanização da 7ª RM.
Gregório tinha uma corda amarrada ao seu
corpo, roupa rasgada e estava descalço. Caminhava com dificuldade, pois o calor irradiado
pelo calçamento da rua, ao meio dia, provocara
ferimentos na sola dos pés. Em face da gravidade
do problema, o Ten Cel Ibiapina pediu reforços
para tomar as providências cabíveis. Mesmo
sabendo que poderia ser agredido pelo grupo,
conseguiu libertar Gregório enquanto aguardava
os reforços, colocando-o sentado no meio-fio
tendo em vista o ferimento dos pés.
Durante a espera, Ibiapina, acompanhado
somente de dois civis que buscavam garantir sua
segurança e a de Gregório, lembrou-se de que o
conheceu como Sargento, na segunda metade da
década de 1930, tempo em que cursou o ginásio
no então Colégio Militar do Ceará.
Em um determinado momento dessa espera, Ibiapina foi abordado por um operário que
fazia um conserto em um poste próximo de
distribuição de energia. O rapaz ofereceu ajuda,
recusada por ele, pois poderia colocar em risco
a segurança de Gregório que, por duas vezes,
demonstrou temer que “seu dia havia chegado”
e que “o contato com o povo, nesse dia, poderia
lhe ser fatal”.
O Ten Cel Ibiapina conduziu Gregório
para o Quartel do Forte das 5 Pontas, local onde
recebeu atendimento médico, roupa limpa, comida e tomou banho, salvando a sua vida.
Ao ler o artigo acima, relembrei-me do
caso que me foi contado pelo General
Ibiapina, nos idos de 1997, quando exercia
a Presidência do Clube Militar. Nessa ocasião lhe apresentei uma antiga revista da
UNE (?), na qual era chamado de “torturador”, como não podia deixar de ser, tão
bem ao gosto dos mitômanos petistas/comunistas. E o Ibiapina, o salvou...
O Gen. Ibiapina autorizou a publicação,
a 18/12/2009, após entendimentos telefônicos
com este editor, Cel Carlos Claudio Miguez
Em 1935, as Forças Armadas Brasileiras, parcela fardada de nosso povo,
gente alegre e sem ódios, tomaram uma decisão histórica, ratificada
inteiramente em 1964: tolerância zero com o comunismo!
21
21
O COVARDE E SANGUINÁRIO HERÓI
DO PRESIDENTE: GREGÓRIO BEZERRA
Coronel Hiram Reis e Silva
‘Lulla’ recebeu em julho deste ano,
em Salvador, a Grã-Cruz da Ordem Dois de
Julho – Libertadores da Bahia e, na oportunidade, homenageou alguns ‘heróis brasileiros’, citando o nome do facínora Gregório
Bezerra, como se este crápula pudesse ser
considerado um deles. ‘Lulla’ afirmou que
alguns ‘heróis nacionais’ foram relegados
ao ostracismo, considerados bandidos e
que é preciso resgatar suas ‘histórias de
lutas’. Criticou, ainda, o tratamento que se
dá a esses personagens, considerados como
vítimas, quando deveriam ser tratados como
heróis e complementou dizendo que isso se
tratava de um equívoco histórico.
O equívoco não é da história, mas da
‘companheirada’ que, como ‘elle’ acha que
assassinar brasileiros indefesos, ainda dormindo, pode ser considerado um ato heróico. No mundo real ‘Lulla, esses bandidos
seriam condenados por homicídio triplamente qualificado pela covardia, crueldade
e torpeza de motivos.
O
Trajetória de um Assassino
O ex-sargento do Exército, Gregório
Bezerra, nasceu no Sítio Mocós, em Panelas de Miranda, em 13 de março de
1900. A 06 de agosto 1917, participou, em
Recife, de uma passeata que reivindicava
melhores salários e se solidarizava ao
movimento bolchevique soviético. Bezerra é preso, julgado .
Mais tarde, no Recife, em 1923, ingressa no Exército, sendo transferido para
o Rio de Janeiro. Em 1927, faz o curso de
Sargento de Infantaria. Como segundosargento, é designado Instrutor da Companhia de Metralhadoras Pesadas na Vila
Militar, no Rio de Janeiro e logo em seguida, pede transferência para o Recife. Em
janeiro de 1930, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro – PCB passando a “organizar a massa militar na caserna”. Em
1935 era um dos líderes do movimento
armado Aliança Nacional Libertadora
(ANL).
VARGAS E PRESTES
Pedro do Couto
de Moraes, não era simples. Em 1934, ela, alemã,
Histórico episódio do aperto de mão de
invadira um tribunal em Berlim, que julgava seu
Prestes e Vargas, em 1945, e a entrega de
marido, mata dois guardas e o liberta. Vai para
Olga Benário, grávida de Prestes, à Gestapo, em
1936, merecem comentário para que os dois Moscou, de onde vem clandestinamente para o
episódios se tornem ainda mais claros. Em 1988, Brasil com dois outros ativistas alemães, Artur
Evert e Elise Evert. Objetivo: articular a revolta
pouco antes de se eleger prefeito, Marcelo Alencar
internacional comunista de 1935 e matar Vargas.
tinha um programa na Rádio Carioca, e me
convidou a participar de entrevista com
Luís Carlos Prestes. Ele disse ter apertado a mão de Getúlio, em 1945, no
Estádio do Vasco, porque o presidente
deixava São Januário, depois de comício do PTB, e ele chegava para o do
PCB. Não foi surpresa. Prestes, em
1942, da prisão telegrafou a Vargas, em
agosto, cumprimentando-o pela declaração de guerra à Alemanha de Hitler.
Olga Benário fora entregue aos nazisGetúlio Vargas e Luís Carlos Prestes
tas, seis anos antes, com Anita Leocádia
Muito torturados, foram condenados, com Presno ventre. Na Rádio Carioca, Prestes, já com 91
tes, pelo Tribunal de Segurança. Olga, não. Isso
anos, se recusou, polidamente, a responder pergunta minha sobre Olga. Não quis também falar por que Hitler pediu sua extradição. O que Vargas
poderia fazer? Negar? Era tudo o que Hitler
a respeito do argentino Osvaldo Gioldi, que teria
queria. Ninguém governou o país num contexto
delatado à polícia de Filinto Müller o endereço da
internacional tão difícil. Vargas não podia errar,
conspiração de 1935, na Rua Paul Redfern. O
no plano externo. - Extrato
(JB - 28 dez 2003)
processo Olga, focalizado no clássico de Fernando
Estado de Minas - 02 de novembro de 2015
>>[email protected]
C
80 ANOS - INTENTONA COMUNISTA
omo vem ocorrendo há vários anos, dirigentes de entidades militares e civis,
membros da família Bragança e amigos belo-horizontinos vão se reunir dia 27
deste mês, no Cemitério do Bonfim, para homenagem à memória do capitão do Exército
Benedicto Lopes Bragança, uma das vítimas da Intentona Comunista de 1935. Mais
de 15 instituições, entre elas o Círculo Militar, Associação dos Oficiais da Reserva, Grupo Inconfidência, Clube dos Subtenentes e Sargentos, Associação dos Veteranos da FEB
e oficiais das Polícias Militar e Federal e do Corpo de Bombeiros. Às 10h.
Nº 221 - Novembro/2015
822
A INTENTONA COMUNISTA EM NATAL
N
23 de novembro de 1935
a Intentona Comunista, em Natal, eu
tinha 14 anos de idade. Recordo-me
perfeitamente daqueles terríveis dias
por que passamos. Não sofremos fisicamente,
graças a Deus, mas a tensão era muito grande.
Estando na praia da Redinha com meu irmão
Gerardo, fomos despertados alta madrugada do
domingo, 24 de novembro, com sons de verdadeira fuzilaria, que vinha de Natal. Era a Revolução Comunista que se iniciara às 19 horas do
dia anterior, com a rebelião dos graduados e
soldados do 21º Batalhão de Caçadores do Exército. Os amotinados prenderam os poucos oficiais que se encontravam no quartel. A seguir,
atacaram o Quartel da Polícia Militar, onde, após
dezenove horas de combate, conseguiram se
apoderar daqueles bastião de glórias, apesar da
heróica resistência de seu Comandante, o bravo
Major Luis Júlio e do indômito Tenente-Coronel
Otaviano Pinto Soares, Comandante do 21º
Batalhão de Caçadores, que, sendo recebido a
bala ao tentar entrar no seu quartel, já amotinado,
resolvera dirigir-se ao Quartel da Polícia Militar,
para colaborar na defesa de legalidade, contra os
comunistas. O Major Luís Júlio conseguiu resistir até às 14 horas do dia seguinte, domingo 24 de
novembro, enquanto permitiram os precários
meios de que dispunha. Os comunistas ficaram senhores da Cidade e na segunda-feira,
dia 25, na parte da tarde, se dirigiram ao
interior com o objetivo de conquistar Caicó e
outras cidades, mas foram barrados na Serra
do Doutor, na região do Trairi, na tarde de 26
de novembro, com a defesa organizada por
Dinarte de Medeiros Mariz e o Monsenhor
Walfredo Gurgel, que recrutaram heróicos
combatentes do sertão, para a defesa das
famílias e de nossas tradições de cristandade.
Na Serra do Doutor, houve grande debandada
dos revoltosos e algumas mortes dentre eles.
Finalmente, com a queda e completa derrota
dos amotinados no Rio de Janeiro e Recife,
nos combates do dia 27 de novembro, a
Intentona Comunista no Brasil perdeu seu
ímpeto, sendo completamente aniquilada.
Nos três dias de de dominação de Natal, os comunistas cometeram muitos desatinos, criando um ambiente de incertezas e de
terror, em face das tensões dominantes. Foram saqueados o Banco do Brasil e algumas
casas comerciais, como a “Despensa
Natalense”, o grande empório de secos e
molhados da viúva Machado. Na Redinha, foi
aprisionado o funcionário público Arnaldo
Lira, por haver confessado ter conhecimento
da existência de armas escondidas, mas que
não ia revelar o esconderijo. Ao chegar em
Natal, foi agredido e furado a baionetas
pelos soldados, seus algozes, falecendo
dias depois, com grandes padecimentos.
Houve ainda três mortes, a do comerciante
Otacílio Werneck, em frente a sua residência;
de uma moça, atingida por uma bala perdida,
quando passava de automóvel, pela sede do
Esquadrão de Cavalaria da Polícia Militar,
onde hoje está a Escola Doméstica de Natal;
e na tarde de 24 de novembro, o soldado Luís
Gonzaga de Souza, da Polícia Militar, morto
quando retraía com os combatentes da Polícia
Militar sobre o rio Potengi. De resto, foram
saques isolados e mais não aconteceu porque
Fac-símile do jornal da Junta Governativa da
Aliança Nacional Libertadora - Natal/RN
ORGAO OFFICIAL DO GOVERNO POPULAR REVOLUCIONARIO
Rio Grande do Norte-Natal, quarta-feira, 27 de novembro de 1935
Enfim, pelo esforço invencivel dos
opprimidos de hontem, pela collaboração
decidida e unanime do povo, legitimamente representado por soldados, marinheiros,
operarios e camponezes, inaugura-se no Brasil a era da Liberdade, sonhada por tantos
martyres, centralizada e corporificada na
figura legendaria - omnipresente no amor e
na confiança divinatoria dos humildes - de
LUIZ CARLOS PRESTES, o “Cavalleiro
da Esperança”!
A Alliança N. Libertadora
não poude nem poderá ser vencida,
porque todos estamos unidos e cada um
de nós é um soldado.
Ao tombar um, dez, cém, mil
aprumar-se-ão nas fileiras.
E contra essa floresta de fuzis
não haverá força que nos possa
separar ou esmagar !
Cópia da página 4
Fac-símile da primeira página de "A República"
Natal, quinta-feira, 28 de novembro de 1935
permaneceram no poder apenas por três dias
e não tiveram muito tempo de programar
maiores desordens e atrocidades.
Na praia da Redinha, no dia da prisão
de Arnaldo Lira, que cheguei a vê-lo partindo
sob escolta militar, os revoltosos revolviam
os quartos das residências à procura de armas
e de valores. Revistaram todas as casas, inclusive a nossa. Finalmente, a última lembrança
daqueles dias de infância se refere a um avião
biplano, do Correio Aéreo Militar, que no dia
27 de novembro surgiu nos céus de Natal. O
avião jogou uma mensagem no convés de um
navio surto no porto, perguntando se a Cida-
de ainda estava em poder dos rebeldes. Graças a
Deus e à Virgem Maria, a nossa Cidade do Natal,
já estava livre dos comunistas!
A Intentona Comunista em Natal,
deflagrada às 19 horas, daquele fatídico 23 de
novembro de 1935, pegou de surpresa o povo e
as autoridades do Estado.
Encerradas as solenidades de colação de
grau dos quinto-anistas do Colégio Marista, no
Teatro Carlos Gomes, os Doutores Rafael
Fernandes Gurjão, Governador do Estado;
Aldo Fernandes Raposo de Melo, SecretárioGeral; Capitão Genésio Lopes, DelegadoAuxiliar; Capitão José Bezerra de Andrade,
Ajudante de Ordens do Governador e os
comerciantes Epifânio Dias Fernandes e
Heráclio Fernandes de Queiroz conseguiram
chegar à residência do Senhor Xavier de
Miranda, localizada na Avenida Duque de
Caxias, ficando ali abrigados. Posteriormente,
foram transferidos para a residência do Agente Consular da Itália, Guglielmo Lettieri, ai
permanecendo até a manhã de 27 de novembro, quando o Dr Rafael Fernandes Gurjão
reassumiu o Governo do Estado, após a derrocada total do movimento insurrecional.
O restante do secretariado do Governo do Rio Grande do Norte, Doutores
Gentil Ferreira de Souza, Prefeito de Natal,
Paulo Pinheiro de Viveiros, Chefe do Gabinete do Governador; Edgar Ferreira Barbosa, Diretor do jornal oficial “A República”
e o Monsenhor João da Mata Paiva, Presidente da Assembléia Legislativa ficaram
abrigados na residência do comerciante
Amador Lamas, irmão do Agente Consular
do Chile, Carlos Lamas, que igualmente se
transferiu para a residência do irmão, com
a bandeira e demais credenciais de seu país,
de modo a conceder aos ilustres refugiados
as garantias diplomáticas daquele país amigo. Desse modo, puderam todos ficar tranqüilos no consulado, sem receber qualquer
perseguição ou simples intimação, nada
lhes faltando durante os angustiosos dias
de dominação comunista.
Nos comentários inseridos em seu
documentado e elucidativo livro sobre a
Intentona Comunista de Natal, intitulado
“82 Horas de Subversão” (Imprensa Oficial Natal/1936), o Dr João Medeiros Filho, então
chefe de Polícia do Governo do Dr Rafael
Fernandes Gurjão, e que esteve preso dos
comunistas no Quartel do 21º Batalhão de
Caçadores, ameaçado de morte por várias
vezes, referindo-se aos trágicos dias de tensão
vividos pelas famílias natalenses, diz que“o
povo do Rio Grande do Norte ficou muito a
dever aos dignos chilenos da família Lamas,
e pelo seu heroísmo e dedicação na defesa dos
ideais de liberdade, dos princípios da boa
ética e da fraternidade universal”. Igual procedimento devemos ter com o Agente Consular da Itália, Guglielmo Lettieri.
Natal ficou em poder dos insurretos até a
manhã de 27 de novembro, quando começou a
debandada dos membros do Governo Popular
Revolucionário composto por João Lopes, assessor do Comitê Central do Partido Comunista
Brasileiro; Sargento Quintino Clementino de
Barros, Secretário da Defesa; Lauro Lago, Secre-
tário do Interior e
Justiça; José Macedo, Secretário de
Finanças; Advogado João Batista * José Gurgel Guará
Galvão, Secretário de Viação e do Sapateiro José Praxedes
de Andrade, Secretário de Aprovisionamento.
Fugiram para o interior do Estado,
sendo aprisionados na localidade de Lajes
por tropas da Polícia Militar e recambiados
para a capital. Julgados e condenados, anos
depois foram libertados pela nefária anistia, que, neste país, costuma premiar assassinos e delinqüentes que se notabilizaram
por tramar contra a soberania, a integridade
e a segurança da Nação brasileira.
Aqueles dias tumultuosos ficaram
impregnados na mente dos habitantes de
Natal, como uma triste lembrança da tragédia que se abateu sobre todos os nossos
lares. E cada um dos moradores desta cidade passou a recordar os vários episódios de
acordo com sua própria visão e de como se
encontravam durante aqueles tristes acontecimentos.
* Advogado e Professor Universitário
Aposentado
Saques em Natal
Vencida a resistência da Polícia, a
cidade ficou à mercê de uma verdadeira
malta que, acéfala, passou a saquear
desordenadamente os estabelecimentos comerciais e bancários.
Na manhã de 24, sob a alegação de ter
sido aclamado pelo povo, um incipiente
"Comitê Popular Revolucionário" era dado
como governo instituído e entrava em pleno
exercício de mandato.
O primeiro ato desse Comitê foi a
ordem de arrombamento dos cofres dos
bancos, das repartições federais e das companhias particulares para financiar a revolução.
As instalações do Banco do Brasil em
Natal/RN, saqueadas pelos rebeldes
Nº 221 - Novembro/2015
23
A INTENTONA EM PERNAMBUCO
RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL
N. 279 - ANNO 111
SEXTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 1935
E
HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DA
INTENTONA COMUNISTA
m cerimônia começada às 07:30h de 27 de novembro de 1945; a 7ª Região Militar prestou
uma homenagem junto ao túmulo do Cap. Ex. José Sampaio Xavier, no cemitério de Santo
Amaro, recordando “os que souberam tombar no cumprimento do dever militar, durante o
movimento comunista de 1935 e que se tornaram merecedores do apreço e veneração de
todos.”
O 6º Regimento de Aviação compareceu com uma representação de 40 oficiais, sargentos
e praças. Na oportunidade, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Cap. Sampaio,
como homenagem da Força Aérea Brasileira. Em nome da Guarnição de Aeronáutica do Recife,
discursou o Ten. Cel. Av. Sinval de Castro e Silva Filho, Comandante da Base.
O MASSACRE DO RECIFE
LARGO DA PAZ
...”Dos três levantes comunistas de !935, foi o de Pernambuco o mais sangrento,
recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife”... (Página 424)
RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL
N. 277 - ANNO 111
QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935
A CHACINA NO RIO DE JANEIRO
OS QUE MORRERAM DORMINDO
A MORTE DO TENENTE SAMPAIO XAVIER
C
erca de 10 horas de domingo achava-se o
1º tenente José Sampaio Xavier, em um
dos departamentos do CPOR, em companhia
do tenente Aguinaldo e do 3º sargento José
Alexandre Bezerra.
Aquelles militares estavam consertando
vários carregadores de metralhadoras quando
apparece, de revolver em punho, o 1º sargento
Gregorio Lourenço Bezerra, que os intima à
rendição immediata.
Nesta occasião, o agressor alveja o
tenente Sampaio e tenta disparar novamente
a arma contra o tenente Aguinaldo. O sargento José Alexandre, porem, empenha-se em
violenta luta corporal com o collega, que,
apezar subjugado ainda fez outros disparos
sem resultado.
O sargento Gregorio no entanto, conseguiu fugir escondendo-se no próprio quartel.
Alguns minutos depois tentava uma nova fuga,
embora ferido em uma perna transportou-se à
sede do Tiro de Guerra nº 333, com o intuito de
alliciar elementos para a resistencia.
Nº 333
Auxiliado ali, ao que se presume, por um
soldado, chauffer da Região, o sargento Gregorio
apossou-se de fuzis e 2 cunhetes.
Um grupo de 30 solados da Brigada Militar tomou de assalto a sede da corporação,
capturando os rebeldes e fazendo apprehensão
de armamento.
A VICTIMA
O 1º tnente José Sampaio Xavier prestava serviços na Intendencia da Região e havia
concluído há pouco tempo o curso de aviador.
O seu enterramento verificou-se no mesmo dia
na necropole de Santo Amaro, com grande acompanhamento.
OS MORTOS
O número de mortos não identificados é
grande principalmente das zonas de Afogados,
Estrada dos Remédios, Formigão, Catucá, Barriguda, Bongy e da estrada que vai do Giquiá a
Soccoro. Em todo o levante, calcula-se em 150
o número de mortos.
NO PROMPTO SOCORRO
Ao chegar ao P.S. o sargento Gregorio
Lourenço foi capturado pelo tenente Aguinaldo,
que se achava ali em tratamento.
UM SARGENTO DO 20º BC
MORTO EM COMBATE
Foi sepultado no cemitério de Santo
Amaro, ante-hontem, à tarde na catacumba nº 8
da Irmandade da Boa Morte, o sargento Jayme
Pantaleão Moraes do 20º BC morto em combate
contra os amotinados.
O 22º BC SEGUE PARA NATAL
Às 14 horas de hoje, ainda chegava ao
Recife uma esquadrilha de aviões do Exercito.
"Nesse meio tempo ouviam-se os primeiros tiros partidos da frente do prédio da
Companhia de Alunos, onde dois grupos de combate, dos Tenentes Benedito Lopes Bragança e
Osvaldo Braga Ribeiro Mendes, foram surpreendidos por gritos de “Viva a Revolução”, enquanto
sua tropa se dispersava e eles eram presos e recolhidos ao automóvel invasor, ficando sob vigilância
do Capitão Agliberto de Azevedo. Foi aí, segundo testemunho do Ten. Ribeiro Mendes, que aquêle
oficial matou friamente o Ten. Bragança, com um tiro na cabeça.
A ação foi super-rápida, a exemplo da realizada no 3º R.I. O comandante e seus oficiais
foram alvejados pelos soldados do Sarg. Belda, que também era revolucionário, indo abrigarse por impossibilidade de reação imediata, no posto de comando da 1ª Brigada de Infantaria.
Em outros setores, os Ten. Benedito de Carvalho, Ivan Ramos Ribeiro, Dimarco, França
e Asp. Walter sublevavam a Companhia de Alunos e a Guarda do Portão Principal (que dava
para a antiga Estrada Rio- São Paulo).Dois oficiais legalistas, Capitão Armando de Souza
e Melo e Tenente Danilo Paladini foram mortos na ocasião, diz-se que ainda dormindo, por
Agliberto e Ivan”. ( Página 429)
Transcrito do livro “HISTÓRIAS DAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS”, VOLUME
II, de autoria do historiador GLAUCO CARNEIRO.
NR: A conspiração comunista vem de longe. Observem como atuavam.
Hoje, identificamos perfeitamente as áreas contaminadas, particularmente no
governo federal.
RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL
N. 280- ANNO 111
SABBADO, 30 DE NOVEMBRO DE 1935
Nº 221 - Novembro/2015
ROCHEDO DA
NACIONALIDADE
O
* Theóphilo de Andrade
Governo, autoridades civis e militaem um golpe de traição, tomou conta de Cuba,
res e o povo brasileiro recordaram,
o comunismo Internacional tudo faz para
anteontem, em cerimônias solenes,
transformar os Andes em uma grande Sierra
os heróis da Pátria, tombados, a 27 de novemMaestra.
bro de 1935, em defesa da República, quando
Os comunistas, de resto, são ativos.
maus brasileiros, a serviço do comunismo
Fazem o seu jogo "à deux façons". O partido
Internacional, levaram a cabo o "Putsch" da
tem sempre duas alas: a pública e a subterrâEscola de Aviação, no Campo dos Afonsos e
nea. Na primeira, tratam de agir como uma
do III Regimento, na Praia Vermelha.
agremiação democrática comum, buscando
Repousam eles em Mausoléu construído
concorrer com as outras pela preferência do
pela Nação para abrigar-lhes os restos moreleitorado. A outra, a putschista, golpista e
tais. Mas como o seu espírito continua vivo,
revolucionária. Agem, porém em conjunto. Se
responderam eles ao chamado militar com o
conseguirem chegar ao poder pelas urnas,
"presente" simbólico, ouvido por aqueles que
pelo descuido dos democratas, como acontelhes foram levar o seu preito de saudade e de
ceu no Chile, tanto melhor. A ala subterrânea
agradecimento.
somente agirá no último momento, para dar o
São trinta heróis – oficiais superiores e
golpe de graça no regime democrático.
soldados rasos – que irmanados
É esta a experiência
O comunismo
em defesa da bandeira da Pátria
do que tem acontecido no
internacional olha com
ofereceram a necessária resisMundo, no último meio
cobiça, desde muitos
tência até que, com a chegada de
século. Sendo uma minoanos, para os países em
forças de fora, fosse a Intentona
ria muito bem organizada,
dominada. A minoria, que se desenvolvimento, que, por procuram os comunistas
enfrentarem problemas
colocara a serviço dos inimigos
infiltrar-se nas Forças Arexternos do País, foi esmagada
madas, nos sindicatos, no
sociais, são sensíveis à
graças a fidelidade das Forças
professorado, na imprendemagogia dos que
Armadas às instituições que nos
sa, nas agências de notícias
querem explorar-lhes a
regem desde que os nossos
pobreza, para dominá-los e muito especialmente no
maiores proclamaram a indeclero. Somente as Forças
politicamente.
pendência do Brasil.
Armadas têm demonstrado
Os inimigos não dormem. E a nação
capacidade de resistência a esta ofensiva verque quiser sobreviver e afirmar-se como uma
melha.
força histórica a serviço da humanidade terá
Foram elas que barraram o passo à
de estar atenta aos ataques, quer venham de
subversão vermelha na Grécia, na Bolívia, na
fora, quer sejam preparados no interior, com
República Dominicana, no Chile, recentea colaboração dos traidores.
mente, e, por duas vezes, no Brasil: em 1935
O comunismo internacional olha com
e em 1964.
cobiça, desde muitos anos, para os países em
Na primeira, contra o "Putsch"; na
desenvolvimento, que, por enfrentarem prosegunda, contra a infiltração no Governo.
blemas sociais, são sensíveis à demagogia dos
Desde a intentona de 27 de novembro
que querem explorar-lhes a pobreza, para
tem o partido comunista manchado a vida
dominá-los politicamente.
brasileira com sucessivos atentados. Ainda
Logo depois da Primeira Guerra Munontem, os órgãos da segurança forneceram à
dial, a tática adotada foi a do "Putsch", isto é,
imprensa uma lista da ação terrorista, que, no
do golpe de surpresa contra o Governo, na
curto período que medeia entre março de 1965
certeza de que, esmagada a cabeça, a conquisa outubro de 1973, ceifou 106 vidas e fez 343
ta do poder seria trabalho de somenos.
feridos.
Dentro desta linha de golpes, esteve a
São eles também recordados no dia 27
intentona comunista de 1935, chefiada pelo
de novembro quando tombaram os primeiros
membro do "Kommintern" Harry Berger e
soldados da Forças Armadas na luta contra o
que teve a assessorá-lo o ex-Capitão do Exércomunismo. Trata-se de vítimas de uma subcito Luís Carlos Prestes. Mas o seu golpe
versão permanente, diferente do "Putsch",
espatifou-se contra a fidelidade do Exército à
que é um golpe de surpresa. Tem por finaliPátria. Demonstrou ele ser mais uma vez,
dade desmoralizar o regime pela infiltração,
repetindo os seus feitos no passado, aquilo
gota a gota.
que o General Orlando Geisel, em sua Ordem
Mas para este ataque deve também
do Dia, denominou de "Rochedo inabalável da
estar preparada a Nação. No dia 27 de novemNacionalidade".
bro contou com a reação das Forças Armadas,
Depois da segunda Guerra Mundial,
como instituição guerreira. Na subversão contendo a União Soviética conquistado muita
tinuada, estão a seu cargo a vigilância, a resimpatia, pela sua resistência à agressão napressão, a prisão e a entrega dos réus a julgazista, a tática foi mudada. O caminho escolhimento.
do foi o da guerrilha rural e urbana que, porém,
Por outro motivo, é a luta levada a cabo
também fracassou, a despeito de desenvolvipelas polícias do Exército, da Marinha e da
da, com o máximo de recursos, na Grécia, na
Aeronáutica.
Venezuela, na Bolívia, na Colômbia e no
Em qualquer dos casos, as Forças Arpróprio Brasil. Mas também fracassou.
madas "o rochedo inabalável da nacionaEste período ainda não está terminado,
lidade".
* Jornalista
Publicado no Correio Braziliense de 29/11/1973
na América Latina. Desde que Fidel Castro,
824
VAIDADE COMUNISTA
A
ridade máxima,
pletora de homenagens prestaapós expulsar o
das pelo Estado e por empresas
ocupante aleparticulares de mídia à memória
mão, desarmar
do sr. Apolônio de Carvalho basta para
os comunistas.
mostrar até que ponto a vaidade comuToda uma mitonista se sobrepôs, na mente nacional, às
logia cultural
exigências corriqueiras da moral e do
fabricada para * Olavo de Carvalho
bom senso, ao ponto de sufocá-las por
glamurizar a parcompleto.
ticipação comunista na Resistência
O homenageado, em vida, foi sernão serviu senão para varrer para baividor fiel de ditadores genocidas, acoxo do tapete do passado culpas que se
bertador de seus crimes e fundador do
comparam às dos nazistas e com frepartido mais corrupto da história brasiqüência as transcendem.
leira. Essa é a sua folha total de realizaAcumular essas culpas e exploráções. Os dois feitos mais alardeados da
las como se fossem méritos – tais fosua carreira, a participação na Guerra
ram as realizações do sr. Apolônio de
Civil Espanhola e na Resistência
Carvalho e de todos os outros comuantinazista, só podem ser aceitos prima
nistas históricos que, nos últimos
facie como capítulos honrosos por quem
anos, os jornais e a tevê
desconheça qual foi o papel
O Brasil não
tentam incansavelmendesempenhado pelos comunistas nessas duas ocasiões. reencontrará o caminho te impingir como heróis e
Na Espanha, eles de- da democracia enquanto santos a uma população
cada vez mais desprovias classes dirigentes
sencadearam inevitavelmenda de meios para adquirir
te a brutal reação franquista
deste país não se
incendiando igrejas e matan- conscientizarem de que uma consciência crítica
da história. Qualquer tendo milhares de padres e freiuma vida de lutas em
ras cujo único crime era a sua prol do comunismo não tativa, mesmo tímida, de
colocar esses méritos em
fé. Depois, em pleno combaé nada melhor que um
confronto com fatos histe, esforçaram-se mais para
passado de militância
tóricos universalmente
destruir seus aliados anarnazista.
reconhecidos é reprimida
quistas e socialistas do que
de imediato, ante afetações de escândapara vencer o inimigo comum. Por fim,
lo, como se fossem blasfêmias intoleráalegando cínicas razões de segurança,
veis.
transportaram para Moscou todas as
Jornais, TV, partidos políticos
reservas de ouro do governo espanhol,
de todas as orientações, empresários,
acumuladas ao longo de quatro sécubanqueiros, educadores, todos se
los, que obviamente nunca mais foram
acumpliciam alegremente a esse emdevolvidas.
preendimento de exploração da boa-fé
Apolônio de Carvalho, como topopular, para o qual não precisam sedos os outros comunistas envolvidos
quer da excusa da fé ideológica. Bastana Guerra Civil, não combateu em favor
lhes o oportunismo mais vil. Colaboda república espanhola, mas da sua comram, assim, para que a auto-adoração
pleta escravização aos desígnios de um
comunista se imponha como critério
ditador sedento de sangue, Stalin, que
moral supremo e único, acima da relifez mais de 20 milhões de mortos de fome
gião, acima das tradições nacionais,
nos gulags ou assassinando-os.
acima de todos os valores da civilizaQuanto à atuação comunista na
ção do Ocidente. E ainda acreditam
Resistência, os que participaram dela
que uma cultura assim intoxicada de
foram os mesmos que logo antes trabacomunismo, com exclusão de toda velhavam pelo pacto Ribentropp-Molotov,
leidade contrária, é compatível com o
boicotando o rearmamento francês,
desenvolvimento do País em direção a
abrindo as portas ao invasor nazista e
uma moderna democracia capitalista.
só mudando de lado quando, num giro
O Brasil não reencontrará o carepentino que surpreendeu o próprio
minho da democracia enquanto as clasStálin, o governo alemão se voltou conses dirigentes deste país não se
tra seu cúmplice soviético.
conscientizarem de que uma vida de
Os comunistas venderam a Franlutas em prol do comunismo não é
ça, suspendendo a entrega quando o
nada melhor que um passado de
comprador desleal rasgou o contrato.
militância nazista.
Não espanta que, ao retornar à França
Publicado pelo Diário do Comércio em 28/09/2005.
como chefe do exército libertador, o
* Filósofo, Escritor e Jornalista
general de Gaulle tivesse como prio-
Nº 221 - Novembro/2015
MOSCOU DERRUBA OS
TOTENS QUE ERIGIU
REVELAÇÕES QUE MUDAM A HISTÓRIA
B
* Olhydes Fonseca
em mais difícil será medir as consenuma câmara de gás. Os arquivos soviétiqüências das descobertas não apenas
cos indicam que Olga já trabalhava para o
na imagem do movimento comunista no
serviço secreto do Exército Vermelho desde
Brasil, que teve em Luís Carlos Prestes seu
os 16 anos. Uma das provas disso é um
principal tótem, mas especialmente na hisbilhete escrito a mão por ela mesma ao deixar
tória do país tal como está nos livros escoMoscou em direção ao Brasil em 1934.
lares. Isso é fácil de pre"As fichas em Mosver pelas reações já acucou sobre Olga Benário e
muladas em poucos dias
seu namorado dos anos 20
após a publicação da ree começo da década dos 30
portagem, no domingo
(Otto Braun) mostram que
passado, apesar de represeu trabalho para a espiosentar apenas uma pequenagem militar soviética
na parte do material comnão foi circunstancial mas
pleto que o corresponsim, o desenvolvimento lódente de O Estado de São
gico de sua carreira como
Paulo na Europa vai edimilitante. Descrita em biotar em forma de livro pela
grafias romanceadas (puCompanhia das Letras .
blicadas na Alemanha e no
Na primeira parte Otto Braun levou Olga para o mundo Brasil) como militante dedos serviços secretos, atividade
da reportagem, Waack
dicada sobretudo ao traconfirmada pelo bilhete acima
conta como o líder comubalho entre jovens, na vernista brasileiro pagou para entrar na Interdade Olga já pertencia desde 1925 aos
nacional Comunista, em manobra solitária,
aparatos ilegais do KPD, o poderoso PC
já que não se relacionava bem com o PCB.
alemão (o maior do mundo na época, de“...para realizar seu movimento, o líder
pois do soviético)”, afirma Waack.
tenentista brasileiro concordou em entreQuanto ao Ouro de Moscou que o
gar aos representantes de Moscou na
Komintern usava para financiar a agitação
América do Sul toda a sua organização
comunista em todo o mundo, o jornalista
(tipografias, contatos, correios) e, princirevela que no Brasil ele chegou para a chapalmente, o dinheiro que recebera de Gemada Intentona, em 1935, através do miliotúlio Vargas. A concessão de uma verba
nário paulista Celestino Paraventi, que usapor Getúlio a Prestes, no começo de 1930,
va o Café Paraventi, na Rua Barão da
é um episódio conhecido na história braItapetininga, no então centro chique de São
sileira (ele queria que Prestes participasPaulo, como fachada para repassar recurse da revolução que liderou em outubro
sos a Prestes.
daquele ano, liquidando a Velha RepúbliA insurreição a ser liderada por Presca), mas seu destino final era um segredo
tes recebeu autorização explícita do
que Prestes pensava ter levado para o
Komintern, segundo documento consultatúmulo”.
do pelo jornalista. O texto contém as assinaPrestes teria recebido US$80 mil de
turas dos principais dirigentes da InternaciGetúlio, dos quais US$20 mil foram usados
onal: Togliatti, Manuilski, Gottwald,
para abrir portas do Komintern. O chefe de
Kuusinen, Pieck e Marty. A reportagem
finanças da Internacional, Jossip Piatnitski,
conta também as peripécias de Prestes para
contabilizou a verba no que chamou de
esconder-se no Rio depois do fracasso do
“Fundo Prestes”.
movimento e dos principais agentes estranA revelação seguinte refere-se à
geiros que vieram ajudá-lo.
bela Olga Benário, primeira mulher de PresWaack, um dos raros jornalistas a ter
tes, uma judia alemã que em 1936 deixou o
acesso a parte dos documentos sobre as
Brasil grávida, deportada por Getúlio para
revoltas comunistas no Brasil de 1935, cona Alemanha nazista, onde morreu em 1942
ta que obteve cópia e transcrições de mais
de 500 páginas. A maioria, porém, continua em Moscou, inacessível, sob a guarda de
Svetlana Rosenthal, uma funcionária do governo russo. O
filho mais novo de Prestes, Iuri
Ribeiro, é uma dos muitos curiosos que moram em Moscou
e há cinco anos tenta chegar às
informações que permitam
compor, finalmente, o correto
perfil político e humano de seu
* Jornalista
pai. (OF).
Ewert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes
Publicado no Jornal do Brasil
de 05/09/1993
25
CARTA DA PROGENITORA DO
CAPITÃO BENEDICTO LOPES BRAGANÇA,
AOS COMUNISTAS
Bello Horizonte, 4 de fevereiro de 1936.
Desgraçado:
sentimento que tenho de não ver mais meu
Que fizeste do meu filho?
idolatrado filho, sou mais feliz que tua mãe, essa
Que mal te fez êle?
infeliz, se ainda vive, se não a mataste ainda
Mataste-o impiedosamente pela tua ambipara ver de onde foste gerado!
ção de mando e de riqueza.
O meu Benedicto é mais feliz do que tu,
Êle era um servidor da Pátria que tu traíste,
morreu de consciência tranqüila e justo se
mas não tinha o poder que tu ambicionavas nas tuas mãos.
Assassino.
Mataste meu filho, que aquela hora
no cumprimento do seu dever velava,
enquanto tu, maldito, demente idealista
sacrílego, feria tua - Grande Mãe - Malvado, se tanto podes juntes com tua
Madrasta -Rússia- e devolva-me meu
filho!
Matricida.
Rasgaste o peito da boa mãe que
quatro anos embalou a tua mocidade,
dando-te roupas, alimentação, ensinamentos, no meio de centenas de irO túmulo do Capitão Bragança
mãos, ferindo-a no coração.
no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte
Covarde.
Nem a morte te quer; tu que venalmente
acha na paz de Deus, e o seu nome na terra é
quiseste enfrentar um Exército leal não tens
venerado como símbolo.
O Brasil inteiro, e muito especialmente
coragem para te matares.
Minas, demonstrou nas homenagens que
Mata-te, desgraçado, já que traíste mães
lhe tributaram nos funerais.
que soubessem te guiar à senda do bem e que
E tu, qual será o teu fim?
certamente não terá sentimento para chorar a
Certamente na pupila do ôlho de Mostua perda.
cou.
Estas palavras escritas com lágrimas de
Demente, olha para o céu, fita o sol se
saudade de meu filho, certamente, te causarão
és capaz!
raiva.
Matricida - pois esta hora tua mãe deve
O meu filho foi bom em tôda a extensão da
estar morta de dor, que tu lhe causaste.
palavra - filho abençoado, irmão idolatrado.
Traidor.
Viveu 25 anos porque teve educação a par
Assassino.
dos seus bons sentimentos; sempre trabalhaMaldito, mil vezes maldito.
dor, estudioso e leal, - graças a Deus sempre
Ri, desgraçado, das minhas lágrimas,
cumpriu com o seu dever e cumprindo o dever
do meu desespêro.
morreu.
Eu, no meio da tristeza, da amargura e do
(Ass.) Balbina Lopes Bragança.
Ministério da Guerra - Imprensa Militar, Rio de Janeiro / 1945
A INTENTONA COMUNISTA DE 1935
· Irrompeu na madrugada de Domingo, em
Recife e Natal um movimento sedicioso de caráter extremista. · Depois de violentos combates,
os revoltosos ocuparam Natal. · Gravemente
ferido o commte do 21º BC. · O movimento é
chefiado por Luiz Carlos Prestes (26.11.35)
· Sublevaram-se na madrugada de hontem,
no Rio, o 3º RI e a Escola de Aviação Militar.
· O Governo Federal abafou promptamente o
levante, de que resultaram dezenas de mortes.
(28.11.35)
· Na Escola de Aviação Militar o levante foi
promptamente sufocado, morrendo o capitão
Souza Mello e ficando ferido o Major Eduardo
Gomes. l Em São Paulo preso o capitão Henrique
Oest. (28.11.35)
· Natal e Recife em calma. Durante a
rebelião, morreram na capital pernambucana
60 pessoas. (29.11.35) · Presos os chefes da
rebelião em Recife e Natal. · Como o cap. Agildo
Barata conseguiu levantar o 3º RI. Sepultado,
hontem, o tenente Geraldo Vieira. · A visita da
Guarnição Federal de Bello Horizonte ao governador Benedito Valladares. (30.11.35)
Uma mensagem radiográphica dos rebeldes: “O movimento revolucionário está
triunphante em Natal. Duzentos mil operários estão em greve em São Paulo, havendo
insurreição militar apoiada pelo povo. A
Esquadra está revoltada. Viva o general Prestes, viva a Alliança Libertadora”. (27.11.35)
VICTÓRIA DO DEVER
· Por não querer aderir aos revoltosos foi
assassinado o primeiro tenente Benedicto
Bragança. (28.11.35) · Chegou o corpo do tte,
Benedito Bragança assassinado covardemente quando dormia - Autoridades compareceram
à Central - A missa e o enterro do inditoso official.
(29.11.35)
Nº 221 - Novembro/2015
826
RECORDANDO A HISTÓRIA DO PCB
D
esde menina, Elvira Cupelo
Colônio acostumara-se a ver, em
sua casa, os numerosos amigos
de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas
reuniões de comunistas, fascinava-se
com os discursos e com a linguagem
complexa daqueles que se diziam ser a
salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que,
de vez em quando, lançava-lhe olhares
gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do
Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.
Em 1934, então com 16 anos, Elvira
Cupelo tornou-se a amante de “Miranda” e
passou a ser conhecida, no Partido, como
“Elza Fernandes” ou, simplesmente, como a
“garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã
como amante do secretário-geral era uma
honra. Quando ela saiu de casa e foi
morar com o amante, Cupelo viu que a
chance de subir no Partido havia aumentado.
Entretanto, o fracasso da Intentona,
com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios
aparelhos.
Nos primeiros dias de janeiro de
1936, “Miranda” e “Elza” foram presos
em sua residência, na Avenida Paulo de
Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro.
Mantidos separados e incomunicáveis, a
polícia logo concluiu que a “garota” pouco
ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo
apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não
poder ser processada, “Elza” foi liberada.
Ao sair, conversou com seu amante que lhe
disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de
Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona
Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também,
da polícia, autorização para visitá-lo, o que
fez por duas vezes.
Em 15 de janeiro, Honório de Freitas
Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao
telefonar para “Miranda” surpreendeuse ao ouvir, do outro lado do aparelho,
uma voz estranha. Só nesse momento, o
Partido tomava ciência de que “Miranda”
havia sido preso. Alguns dias depois, a
prisão de outros dirigentes aumentou o
pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E
o maior suspeito era “Miranda”.
As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram. Honório descobriu que
“Elza” estava hospedada na casa do
Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube,
também, que ela estava de posse de um
bilhete, assinado por “Miranda”, no qual
ele pedia aos amigos que auxiliassem a
“garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete
era forjado pela polícia, com quem “Elza”
estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.
Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”,
O ASSASSINATO DE ELZA FERNANDES
composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino
Deycola dos Santos e José Lage Morales.
Luiz Carlos Prestes, escondido em sua
casa da Rua Honório, no Méier, já havia
decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do
chefe e a “garota” foi condenada à morte.
Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se
à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o
delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”.
A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os
trechos dessa carta de Prestes, a seguir
transcritos, constituem-se num exemplo
candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a
vida humana:
“Fui dolorosamente surpreendido
pela falta de resolução e vacilação de
vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.” ... “Por que modificar a decisão a
respeito da “garota”? Que tem a ver uma
coisa com a outra? Há ou não há traição por
parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao
Partido...?” ... “Com plena consciência de
minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha
opinião quanto ao que fazer com ela. Em
minha carta de 16, sou categórico e nada
mais tenho a acrescentar...” ... “Uma tal
linguagem não é digna dos chefes do nosso
Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos
ante a responsabilidade. Ou bem que vocês
concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não
defendem como devem tal opinião.”
Elvira Cupelo Colônio
("Elza Fernandes")
Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da
Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes:
”Agora, não tenha cuidado que a
coisa será feita direitinho, pois a questão do
sentimentalismo não existe por aqui. Acima
de tudo colocamos os interesses do P.”
Decidida a execução, “Elza” foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (“Abóbora”), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº
48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se
encontravam Honório de Freitas Guimarães (“Milionário”), Adelino Deycola dos
Santos (“Tampinha”), Francisco Natividade Lira (“Cabeção”) e Manoel Severino
Cavalcanti (“Gaguinho”).
Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório
pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o
sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passoulhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota”, que se debatia
desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de “Elza”, com
os pés juntos à cabeça, quebrado para que
ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro
Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.
Perpetrara-se o hediondo crime, em
nome do Partido Comunista.
Poucos dias depois, em 5 de março,
Prestes foi preso em seu esconderijo no
Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga
Benário, foi deportada para a Alemanha
nazista.
Alguns anos mais tarde, em 1940, o
irmão de “Elza”, Luiz Cupelo Colônio, o
mesmo que auxiliara “Miranda” na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver. O bilhete
que escreveu a “Miranda”, o amante de sua
irmã, retrata alguém que, na própria dor,
percebeu a virulência comunista:
Rio, 17-4-40
MEU CARO BONFIM
Acabo de assistir à exumação do
cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci
ainda a sua dentadura e seus cabelos.
Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram
na polícia de que haviam assassinado
minha irmã Elvira. Diante disso, renego
meu passado revolucionário e encerro
as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo,
Luiz Cupelo Colônio
LEMBRAI-VOS DE 35!!!
A
DEPOIMENTO
27 de novembro de 1935, morando
em Copacabana, fui despertado às 4
da madrugada pelo telefone. Minha mãe,
minha irmã e dois primos que eram irmãos adotivos, estavam numa casa na
esquina da rua Ramon Franco na Urca,
que recebeu balaços do tiroteio no quartel do 3º Regimento. Ficaram horas deitados no chão para não serem atingidos
pelos tiros. Só à tarde, consegui chegar até
lá. Vi a destruição e ainda assisti à retirada
de alguns feridos. O edificio antigo de uma
exposição internacional onde estava localizado o regimento ainda ardia em chamas.
Não só devemos lembrar o morticinio, como
Antonio Maciel Bonfim ("Miranda")
também, os cem milhões de mortos ou mais
que o comunismo provocou no século
passado, sem esquecer que os 50 milhões
mortos na II Guerra Mundial resultaram do
acordo Molotov-Ribbentrop de agosto
de 1939, que juntou os dois grandes totalitários na tentativa de destruir o Ocidente democrático. Não esqueçamos
tampouco os milhões que morreram de
1945 a 1989, na Guerra dita Fria - Coréia,
Vietnan, Cambódia, Hungria, Tchecoslováquia, Angola, Chile, Cuba, etc. Usemos
contra esses bandidos exatamente o mesmo "slogan" que eles usaram na Guerra
Civil espanhola, “no pasarán!”.
NOSSOS MÁRTIRES BARBARAMENTE ASSASSINADOS
PELA ESCÓRIA COMUNISTA MERECEM RESPEITO!
Embaixador José Osvaldo de Meira Penna
Nº 221 - Novembro/2015
27
ORDEM DO DIA DO EXÉRCITO
27 DE NOVEMBRO DE 1936
Meus camaradas:
Sem ordem não pode haver progresso; este repousa na garantia dos
direitos reguladores das atividades individuais, e por isso mesmo os elementos
incumbidos de velar pela tranqüilidade
pública, assegurando aqueles direitos,
são os que colaboram eficazmente para o
engrandecimento da nação.
E como as consagrações servem de
estímulo às gerações porvindouras, não
há como negar a necessidade de se cultuar
a memória daqueles que impavidamente
sacrificaram a vida no cumprimento do
maior dos deveres cívicos: a manutenção
da ordem.
É nesse intuito que procuramos
completar hoje a galeria dos heróis nacionais, perfilando os mártires da ordem
com aqueles que destemerosamente sucumbiram no fragor das refregas com os
inimigos externos da Pátria, entre os quais
avultam o soldado Francisco Camerino,
o marinheiro Marcílio Dias, o guarda-
marinha João Guilherme Greenhalgh, o
tenente Antonio João, o coronel Carlos
Cabrita, o general Hilario Gurjão e tantos
outros, ombreados na imortalidade com
aqueles que também se imolaram pelo
bem comum, como os mártires da ciência,
Augusto Severo, Álvaro Alvim e quantos
mais que amortalharam na sombra do
anonimato a glória do sacrifício ao Progresso, na lua incruenta do trabalho.
Evoquemos, pois, meus camaradas,
a memória dos que, justamente há um
ano, encontraram a morte no cumprimento do dever, rememorando-os moralmen-
te redivivos, cheios de fé cívica e ardor
militar, incorporados à heróicas falange
dos que procederam na missão de defender o princípio da autoridade e em cujo
conjunto esplendem os bordados do
Marechal Machado Bittencourt e do Almirante Baptista das Neves.
Neste momento de inquietações,
quando um sopro de insânia ameaça
derrocar os mais nobres ideais da humanidade, não poderá haver melhor exemplo estimulativo do que o legado por
esses abnegados, que souberam recalcar
o próprio instinto de conservação, sacri-
General-de-Divisão João Gomes Ribeiro Filho
Ministro da Guerra
Transcrito do Boletim do Exército nº 68 de 10
de dezembro de 1936
ORDEM DO DIA DO EXÉRCITO - Nov/1956
P
resta hoje o Exército, como de
norma já por quatro lustros, sua
homenagem de respeito e gratidão aos
militares trucidados no cumprimento
do dever, por ocasião da intentona
comunista de 27 de novembro de 1935.
Tombaram uns sob ação traiçoeira na calada da noite e resistiram
outros até o supremo sacrifício, todos, porém, personificando de maneira heróica a consciência do Exército
em sua repulsa ao credo comunista,
que anulando as liberdades fundamentais ao homem avilta-lhe a personalidade, abala nos fundamentos a instituição da família e desintegra a concepção basilar da Pátria.
Os sentimentos de solidariedade humana e de respeito à dignidade do
indivíduo, a crença nos valores espirituais inerentes à tradição brasileira de
independência e de liberdade são os
elementos formadores da consciência
do Exército. Essa alma coletiva,
educada no culto da Pátria, não pode
aceitar, nem quer admitir a nefasta
ideologia comunista.
Através dessa formação, cujas
raízes se enseivam na tradição de
nossa gente, consoante atestam os
anais de nossa história, moldou-se
indeformável a feição nacionalista de
nosso povo e do Exército, que aceitan-
do a inestimável cooperação do trabalho do capital e da cultura alienígenas
na construção de nossa civilização,
não quer nem poderá tolerar, sob
quaisquer disfarces, a tutela política do País, a deformação moral do
povo e a exploração econômica de
nossa terra.
Esse nacionalismo sadio não
significa uma restrita orientação partidária, nem apenas uma atitude política passageira, mas exprime em toda
sua plenitude e de modo indeformável
o sentimento de patriotismo que é a
virtude por excelência que vitaliza as
instituições militares.
Tivemos em 1935, tanto aqui,
como alhures no Nordeste, a horrenda
mostra do que seja, em verdade e
fatos o pesadelo comunista. A fria
traição, a solércia na ação, o desprezo pela lei, o saque, a desonra dos
lares, o achincalhe da fé, conquanto
por horas ou dias, serviram à grande e
para sempre alertarem a consciência
nacional estarrecida contra sua implantação na terra cristã de Santa Cruz.
E que seus processos não se
modificaram, estamos hoje convictos,
assistindo ao martírio da milenar terra
magiar, cujo heróico povo está sendo
brutalmente sacrificado em sua liberdade, em sua honra e usurpado no
ficando estoicamente as suas vidas na
defesa da coletividade.
Glorifiquemos, portanto, no dia de
hoje, os intemeratos camaradas que, a 27
de novembro de 1935, ofereceram a vida
em holocausto à lei, à ordem e à legalidade:
Tenente-coronel Misael de Mendonça,
Major João Ribeiro Pinheiro, Major Armando de Souza Mello, Capitães Geraldo de
Oliveira, Benedicto Lopes Bragança e
Danilo Paladini, 2º Sargento José Bernardo
Rosa, 3os Sargentos Coriolano Ferreira
Santiago e Abdiel Ribeiro dos Santos, 1º
Cabo Luiz Augusto Pereira, 2os Cabos José
Harmito de Sá, Alberto Bernardino de
Aragão, Clodoaldo Ursulino, Wilson França, Pericles Leal Bezerra, Orlando Rodrigues,
José Menezes Filho, Fidelis Baptista de
Aguiar, Manoel Biré de Agrella, Pedro Maria
Netto, Walter de Souza e Silva e José
Mario Cavalcanti.
inalienável direito de reger, sem influências estranhas, o seu próprio destino.
Dos acontecimentos nefastos
de 1935, entretanto, uma lição e um
exemplo perdurarão para sempre em
nossa história: exemplo da capacidade
de viril reação do povo brasileiro às
doutrinas e processos de ação contrárias a seus princípios morais e à sua
vocação para a liberdade e para a
democracia; lição viva e forte para
todos aqueles que por pressões, ardis
ou por ações de força, tentem dominar
nossa gente e apossar-se da terra que
nasceu e pendurará para sempre brasileira.
No dia em que o Exército,
como toda a Nação, rende homenagem
à memória dos que galhardamente
defenderam com a vida a sobrevivência do Brasil, só uma atitude nos cabe:
afirmar-lhes, numa oração, que o Exército não os esquece e que saberá, em
qualquer tempo, seguir-lhes coeso e
resoluto o exemplo viril.
General-de-Exército Henrique
Baptista Dufles Teixeira Lott
Ministro da Guerra
Transcrito do BOLETIM DO
EXÉRCTIO nº 49
de 8 de dezembro de 1956.
AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER
SAGRADO DE IMPEDIR,
A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO
COMUNISMO NO BRASIL.
ORDEM DO DIA -Nov/1992
N
HOMENAGEM AOS MORTOS
DA INTENTONA COMUNISTA
o dia 27 de novembro de 1935, militares morreram pelas mãos de
companheiros de farda, cujas mentes estavam destruídas pela
ideologia comunista. Para estes, o sacrifício dos que se opunham
era um meio necessário no caminho para um fim maior – o Estado
igualitário e justo.
Passados mais de sessenta anos, a ideologia comunista não é mais
nada!
Onde ela se instalou, os homens se calaram sob a tutela impiedosa do Estado, gerido por uma privilegiada “nova classe”, dominante, como denunciou Djillas. Medo, dor, sofrimento e atraso foram impostos a muita gente, em nome de um fim utópico que, como
tal, nunca chegou a existir.
Muitos homens livres drogaram-se com as teorias marxistas, o ópio
que lhes trazia visões do mundo perfeito, no dizer de Raymond Aron.
Durante anos influiriam nas sociedades inseguras, mormente entre os
jovens idealistas, arrostando repulsa e ódio contra tudo e todos que
se opunham à ideologia inovadora.
Hoje 1935 está muito distante e o episódio, que foi, certamente, o
início de uma luta que o nosso povo venceu, desvanece em meio ao
turbilhão fantástico de acontecimentos desta última década do século.
Dos amantes do comunismo, poucos restam, porque já não há
como defender o que a História provou indefensável.
Jogado o comunismo no limbo, purifica-se em nosso País a dialética
em torno das questões sociais, e passam as correntes de pensamento
a se agrupar politicamente para o embate sadio, que só poderá trazer
avanços à vivência democrática, desenhando um caminho feliz e
promissor à nossa frente.
Assim, aos nossos amigos que tombaram em 1935, podemos dizer
que a luta de vocês acabou. Vocês são os vitoriosos e pela causa que
morreram, esperamos não mais lutar.
E se não voltarmos a lhes falar frente a este monumento, que, em
sua honra, o povo erigiu, olhem com orgulho os brasileiros que aqui
passam e sorriam para as crianças que brincam no pedestal.
Eles são livres...
Gen Ex
Alte Esq
Ten Brig Ar
Mauro César Rodrigues Pereira Zenildo de Lucena
Lélio Viana Lobo
Ministro do Exército Ministro da Aeronáutica
Ministro da Marinha
(publicada no Informex n° 069 de 22 de novembro de 1996)
Nº 221 - Novembro/2015
28
EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DO COMUNISMO NO BRASIL
Solenidades acontecidas a 27 de novembro
Foto: ST Camargo
O então Capitão Reynaldo
De Biasi Silva Rocha,
Comandante da Tropa do 12º
RI, na tradicional homenagem prestada ao Capitão
Benedicto Lopes Bragança,
junto ao seu túmulo no
Cemitério do Bonfim, em
Belo Horizonte (1973).
Cel Ustra, Gen. Amaury, Cel Abbês, Mauro Bragança
e representantes da AREB (BH/2006)
Em Belo Horizonte,
a 27 de novembro de 2007,
no Cemitério do Bonfim, a
cerimônia cívico-militar,
promovida pelo General
João Roberto de Oliveira,
Comandante da 4ª RM, em
homenagem ao capitão
Benedicto Lopes Bragança,
assassinado covardemente em
27 de novembro de 1935,
no Rio de Janeiro,
pelos comunistas.
Em Belo Horizonte, os generais Mendes Ribeiro, Sergio Coutinho, Paulo Cesar de Castro,
Amaury Sá Freire de Lima e José Fábrega e a senhora Else Bragança (2003)
Coroa de flores depositada pelos Generalde-Exército Horácio Raposo Borges Neto,
vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt,
Major Brigadeiro Flávio de Oliveira
Lencastre e General-de-Exército Fritz de
Azevedo Manso (era Capitão do 3º RI,
em 1935).
(Praia Vermelha/RJ - 1999)
Em Belo Horizonte, a tradicional
homenagem prestada ao Capitão
Benedicto Lopes Bragança, no
Cemitério do Bonfim, pelos Generaisde-Divisão Amaury Sá Freire de Lima e
José Mário Facioli, Comandante da
4ª RM e sobrinhos, Mauro e Cláudio
Bragança (2008)
No Rio de
Janeiro, na
Praia
Vermelha,
na tarde de
27 de
novembro
de 2009, os
generaisde-Exército
Enzo
Martins
Peri,
comandante
do Exército,
Antônio Luiz da Rocha Veneu, ex-Ministro
Chefe do EMFA e Rui Alves Catão,
comandante do Comando Militar do Leste,
prestam homenagens às vítimas da intentona
comunista de 1935.
Em Belo Horizonte, a 27 de novembro de 2014 no Cemitério do Bonfim, a
homenagem prestada pelo Comandante da 4ª Região Militar, General de
Divisão Mario Lucio Araujo, seu Estado-Maior e Comandantes das
Organizações Militares da Guarnição e pelos militares da Reserva do Exército
ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, assassinado no Rio de Janeiro
24º BATALHÃO DE CAÇADORES - SÃO LUÍS / MA
SANTA MARIA / RS
RESERVA ENCOURAÇADA
Exaltação aos Heróis da
Intentona Comunista de 1935
Capitães Danilo, Flores e Sampaio,
General Boabaid e Coronel Leiria,
representando o General Miotto,
Comandante da 3ª DE.
Observe-se o Monumento ultrajado com a
pintura em vermelho da foice e do
martelo, símbolo comunista (27/11/2013)
Em 2009, o 24º BC
rememorou a Intentona, com as
seguintes atividades: · Culto
ecumênico · Palestra (Des.
Alberto Tavares, Of R2) · Formatura (com a presença do prefeito de São Luís, João Castelo)
– leitura da Ordem-do-Dia e desfile da tropa · Coquetel
Esperamos que o exemplo
do desejo de perpetuação do culto
à histórica data, levada a efeito
pelo valoroso Comandante da
Unidade, Ten Cel CARLOS
Ten Cel Guedes, Comandante do 24º BC
HENRIQUE GUEDES, neto do
Gen Carlos Luís Guedes, Comandante da ID/4 e um dos líderes do Movimento de 1964, seja
nos anos vindouros, uma inspiração na data de celebração do evento em tela.
EXPEDIENTE
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