a verdadeira história do brasil
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a verdadeira história do brasil
ção Edi ica ór t His Site: www.jornalinconfidencia.com.br E-mail: [email protected] l BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2015 - ANO XXI - Nº 221 l A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 A ORDEM A FARSA CONTINUA memória de uma nação é um bem precioso que necessita ser preservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente. A fidelidade às provas documentais existentes e disponíveis , deve ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dos jornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunos e ouvintes. Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configura um crime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar. Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seus arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60. Porque então o silêncio ? Porque então a prática sistemática do engôdo intencional àqueles que desejam se informar ? É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre a falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunismo, seja renegada definitivamente pela sociedade brasileira. LEIA E NA PÁGINA DO DIA - 27 DE NOVEMBRO LEMBRAI-VOS DE 35! H Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer! á na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro, um monumento votivo edificado em memória dos mortos da conhecida Intentona Comunista de 1935. Diante dele, todos os anos, democratas se postam em sinal de respeito, com a esperança de que tempos fatídicos de revoluções totalitárias nunca mais tenham lugar dados e de quase 300 homens da guarda civil. Os rebeldes sujeitaram a cidade, durante quatro dias, à violência e ao saque de estabelecimentos bancários e comerciais. Tropas do então 20º Batalhão de Caçadores, de Alagoas, e da polícia da Paraíba os contiveram e restabeleceram a ordem. Em Pernambuco, revoltosos civis, reforçados por oficiais e pra- 3 EDIÇÃO HISTÓRICA sta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jovens, civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contestados e necessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estão sendo vítimas de uma das maiores manipulações de consciências de que se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinada pelo governo federal, atráves do Ministério da Educação. O COMUNISMO O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inversão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador. Rui Barbosa Honras fúnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935, na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro entre nós. Essas atitudes mórbidas e tresloucadas que, 66 anos atrás, levaram ao derramamento de sangue de inocentes em quartéis do Exército, no Nordeste e no Rio de Janeiro, são apenas sombras indesejáveis em nossa História, coisas que o tempo dissolverá por completo. Nem por isso, no entanto, deixarão de ser lamentáveis, porque contrapõem-se à idéia de liberdade e democracia. A insurreição de 35, como bem recordamos, teve envolvimento de militares contaminados pela doutrina comunista que alguns desejavam impor ao Brasil. Começou em Natal, com a participação de graduados e sol- ças equivocados, encarregaramse das atrocidades. Durante dois dias, combates violentos foram travados em vários pontos do estado, sem que os rebelados lograssem entrar em Recife. Duas unidades do Exército e a polícia bloquearam-lhes a passagem e puseram fim à rebelião. No Rio de Janeiro, as proporções do movimento foram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simultaneamente, no 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, feriram e ma- taram indiscriminadamente, tentando expandir a rebelião a todo custo. Esbarraram na mais férrea resistência das forças legalistas. E perderam a luta. Não foi essa a última tentativa desses radicais de conquistar o poder para estabelecer uma tirania no Brasil. Nas décadas seguintes, tentaram novamente. O Exército viu-se compelido a contrapor-se a eles, vencendo-os em combates de rua e em selvas inóspitas, mesmo experimentando o desgaste de um conflito prolongado. Não apenas os derrotou, mas ajudou também a desenvolver o País. Quase ao final do século passado, o tempo se encarregou de mostrar ao mundo a decadência do comunismo, aniquilado por suas próprias contradições, por seus inúmeros erros, por sua violência exacerbada, por milhões de mortos que impuseram à humanidade. Sessenta e seis anos depois daquele trágico novembro, os quartéis do Exército Brasileiro param, por alguns momentos, para refletir sobre essa página negra de nossa História. Estamos convencidos, mais do que nunca, que nossa luta não foi em vão, e que estivemos ao lado da sociedade brasileira todas as vezes em que esta, em sua maioria, rejeitou o radicalismo, a desordem e o terror. Brasília, 27 de novembro de 2001 Gen Ex Gleuber Vieira Comandante do Exército Nº 221 - Novembro/2015 822 Sangrentos combates em Recife O governo organizou séria resistencia e espera desalojar hoje, de seus reductos os revoltosos 25 de novembro - edição das 11 horas As tropas legaes retomaram a cidade de Olinda 25 de novembro - edição das 9 horas 1 edição NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE SEGUNDA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V MÚMERO 1.455 Sangrentos combates em Recife, tendo as forças legaes conseguido retomar a cidade de Olinda Vencidos os amotinados de Alagôas, depois de seria lucta em que houve mortos e feridos Rebentou um movimento militar extremista em MACEIO, RECIFE E NATAL Os rebeldes dominam a capital potyguar, cujo governo se transferiu para Macahyba Enviados para o Norte dois cruzadores e duas esquadrilhas de aviões de bombardeio e de caça Rumaram para Recife as forças do Exercito e da Polícia da Parahyba, uma bateria de artilharia e o 20º B.C., de Maceió Jornal A Manhã da Aliança Nacional Libertadora, Rio, 27/11/1935 A. O AVISO DE PRESTES aos seus companheiros 27 de novembro de 1935 - 1700h Declarado o estado de sítio, por trinta dias, em todo território nacional Estado de Minas, 27 de novembro de 1935 Texto do sobreaviso dado hontem, por Luís Carlos Prestes aos seus companheiros de revolução. O Comitê Revolucionario, sob a minha direção, frente aos acontecimentos que se desencadeiam no norte do paiz e à ameaça de installação de uma dictadura reacionaria decide que todas as forças da Revolução estejam promptas para lutar pelas liberdades populares e para dar o golpe definitivo no governo de traição nacional de Getulio Vargas Dia e hora serão opportunamente marcados". Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935 Luís Carlos Prestes Nº 221 - Novembro/2015 A maior farsa do século XX, o comunismo, teve sua origem na Revolução Russa de 1917, quando os bolcheviques, liderados por Lênin e inspirados na doutrina do Manifesto Comunista, derrubaram o governo provisório de Kerensky, trucidaram o Czar e sua família, além de milhões de cidadãos, para conquistar o poder. Instalada a ditadura comunista, é criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Lênin, Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem Os gulags soviéticos os maiores crimes contra a humanidade, assassinando os adversários e os camaradas ou os condenando a trabalhos forçados nos gulags das estepes geladas da Sibéria. O regime comunista soviético, em nome dessa ideologia ultrapassada, o marxismo-leninismo, fez mais de cem milhões de vítimas e finalmente termina ruindo com o Muro de Berlim, em novembro de 1989. Terá sido o marco final da desvairada utopia comunista? Não cremos. A China, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, Venezuela, Bolívia e o Brasil ainda não sabem que o muro da vergonha caiu há 26 anos. Em nosso País, essa data passou quase despercebida e os defensores dos Direitos Humanos, o grupo Tortura Nunca Mais, a Comissão Nacional da Verdade e o PNDH3 e outros, se omitiram, quando era oportuno lembrar o assassinato de estudantes chineses na Praça da Paz Celestial, em Pequim, o "paredón" e constantes pedidos de asilo político de desportistas, jornalistas e artistas cubanos, além dos "balseros" que, diariamente, arriscam suas vidas fugindo da ilha da fantasia... Mistificadores por excelência, repetem hipocritamente, ad nauseam, sua fidelidade à democracia e o respeito aos direitos humanos. Tentam, por todos os meios, mudar a História do Brasil, transformando seqüestradores, assassinos, assaltantes de bancos e terroristas em heróis, dando a eles nomes de ruas, praças e criando espaços culturais, etc. Criado em 1922, o PCB Partido Comunista do Brasil, tenta pela primeira vez a conquista do poder em fins de novembro de 1935 com a sublevação de unidades militares, assassinando traiçoeiramente seus companheiros, na calada da noite, em Natal, Recife e no Rio de Janeiro. São derrotados pelo Governo Federal e pela total falta de apoio da população. Do livro Meu Companheiro de Maria Prestes: Em 1935, o casal (Prestes e Olga Benário) estava se dirigindo ao Brasil, onde se preparava o levante armado que abriria uma perspectiva socialista para o maior país da América do Sul. No início da década de 1960, no auge da guerra fria, a Nação sente-se ameaçada pela falta de autoridade, inflação em alta, greves 33 A FARSA CONTINUA... constantes da CGT, saques, agitações no campo (MST de hoje), tentativas de quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas e percebe a revolução comuno-sindicalista iminente. Em 31 de março de 1964, Minas Gerais, representando os sentimentos patrióticos e espontâneos da população brasileira, atendendo ao clamor popular, com o governo estadual e a Polícia Militar, apóia a contrarevolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora) e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o Rio e Brasília, sem encontrar qualquer resistência. A adesão foi total e pela segunda vez os comunistas são derrotados, sem qualquer vítima. No Rio, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade reúne um milhão de pessoas em homenagem às Forças Armadas. Impedidos de conquistar o poder, os derrotados de 1964 formam grupos subversivos treinados em Cuba, China e URSS, que têm por finalidade a implantação de um regime comunista. Perpetram atos de terrorismo, seqüestros de diplomatas e de aviões, assaltos a bancos, "justiçamentos", assassinatos, atentados com bomba e ações de guerrilha urbana e rural. No início da década de 1970 são derrotados pela terceira vez!! Passado o profícuo regime militar, que levou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, a pleno emprego, sem massacre da classe média e do funcionalismo, com um PIB de 9,3%, jamais alcançado pelos governos subseqüentes, todos de triste lembrança, é promulgada a Constituição cidadã de 1988 que, a toda hora, é estuprada segundo os interesses dos porões do Palácio do Planalto, conforme se constatou nos governos de FHC, Lula e Dilma. A Lei da Anistia, proposta pelos vencedores, no governo Figueiredo, parece obra e conquista dos derrotados. Foram criadas a Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a "Comissão Nacional da Verdade", que premiam as famílias de desaparecidos e até de vivos, com centenas de milhões de reais, com o apoio de um governo corrupto e pleno de ex-guerrilheiros, ex-terroristas e ex-seqüestradores. O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo Hélio Sirkis, que participou dos seqüestros dos embaixadores da Alemanha e da Suíça, no livro Os Carbonários, lembra que, apesar de derrotados na guerra, conseguiram criar uma outra versão da história, nas obras literárias, memorialísticas, nos audiovisuais, na TV e em CD-ROM Diz ele Se na primeira perdemos fragorosamente, na segunda não nos saímos de todo mal. Ao final do livro, é demonstrado o posicionamento de grande número de ex-guerrilheiros e exterroristas, em atividades editoriais, na cátedra universitária, na mídia e em cargos públicos, onde muito fazem sucesso contra as Forças Armadas, tentando denegri-las. O Comandante Fidel (e seu irmão Raúl) era recebido festivamente no Brasil pelas autoridades e visitado constantemente pelo então presidente Lula e por comitivas do PT, quando o comissário José (Daniel) Dirceu chorava em seus ombros e a presidente Dilma, agora presenteia Cuba com milhões de dólares que jamais voltarão. Che Guevara é capa permanente em cadernos e camisetas de nossos estudantes e é promovido constantemente no cinema e pela PTV Globo. Mao Tsé Tung e Lamarca estão na ria fazer), os partidos políticos estão particarteira estudantil da União Colegial de Minas dos e são partidos pelo próprio governo, a Gerais. Mao, Fidel e Guevara exportaram para Justiça é lenta e dura com o cidadão comum. nós o ódio, o terrorismo, a subFinalmente, vimos o STF julganversão e a morte e são exemplos do e condenando a sofisticada para a nossa juventude e organização criminosa do menendeusados pela mídia venal e salão comandada pela quadrilha pelos livros didáticos adotados do PT. E agora aguardamos que pelo Ministério da Educação. os envolvidos com o PETROAgora, continuam tenLÃO sejam julgados, condenatando pela quarta vez. É a hora dos, presos, que devolvam o que e a vez do Foro de São Paulo, foi roubado e tenham o mandato que procura interferir em noscassado. sas relações internacionais, A miséria é cada vez sendo o espelho do ex-Presimaior, com a bolsa-família prodente Lula, que foi ridiculizaporcionando milhões de votos a do pelas ações de Evo MoraLula/Dilma. Constatamos, finalles, Rafael Correa, Cristina mente, que o PT - Partido dos Kirchner e até do "bispo" FerTrabalhadores, com a parceria nando Lugo do Paraguai, que do PMDB, montou o maior esfoi defenestrado da presidênquema de corrupção jamais visto cia contra a vontade do governo no mundo, ao qual o ex-presibrasileiro, do próprio Foro de dente Lula e Dilma fecham os São Paulo e da UNASUL. E a olhos e ainda protegem os comfarsa continua... panheiros envolvidos, finginAtualmente, somos mais do nada saber. de 200 milhões, sem ação, engaSabemos que as Forças nados, desprotegidos, entregues Armadas são o último antepaà própria sorte, enquanto os ro à implantação do comuniscorruptos partidos políticos de mo no Brasil, estando prontas esquerda procuram tomar o A "Marcha da Família com para cumprir, com devotamento Deus pela Liberdade" poder de fato, para dar continuie patriotismo, a missão constidade a seus odiosos e obsessivos projetos socitucional de manter a nossa soberania, Forças alistas, utilizando todos os meios, principalmenArmadas essas que deixaram como principal te os ilícitos, para alcançar seu objetivo principal legado a democracia, impedindo a instalação - a implantação de um regime comunista, de dessa ideologia totalitária em 1935, 1964 e início acordo com o Foro de São Paulo. dos anos 70. E permanecem alertas para impedir Constatamos que, um presidente não mais essa recente investida para comunizar o vale pelo que fala e sim pelo que faz (ou devenosso País! Até quando a farsa continuará? PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que saíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a maneira ostensiva com que alardeavam os processos traiçoeiros que conseguiram dominar pelo terror. Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior virtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito. Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937 Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS O presidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do ano de 1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e insofismável do que seria o comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapina e negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, durante o surto vergonhoso do credo russo, assim como na rebelião de 27 de novembro, nesta capital, com o registro de cenas de revoltantes traições e até de assassínio, frio e calculado, de companheiros confiantes e adormecidos..." Saindo do Clube Militar, o Presidente Vargas e o deputado Antônio Carlos, presidente da Câmara de Deputados carregam o caixão de um oficial do 3º RI Setenta e sete anos depois, esses bravos militares, mortos em serviço, cujos familiares nunca pediram e nunca receberam indenizações, certamente ainda merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a honra e o privilégio de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria! Nº 221 - Novembro/2015 844 CONCLUSÕES E Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas 27 de novembro - edição das 15 horas Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935 Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praças insurretos do 3º RI quando, em atitude de zombaria, deixam, presos, o quartel. O chefe do movimento, Agildo Barata está assinalado com um X 3 edição A. NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V NÚMERO 1.457 Dominado, no Rio, o movimento subversivo O 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenente Estou vencido. Benedicto Lopes Bragança Fui preso RIO, 27 (Meridional) A reprotagem dos Diários Associados conseguiu falar ao capitão Agildo Barata, minutos após a readição do 3º R.I. O conhecido official, que era o cabeça do movimento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo: - Estou vencido. Fui preso. Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenente Benedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir ao movimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo de instrucção. O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servido no 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade. O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital. ste é um breve relato da rebelião comunista de 27 de novembro de 1935. Por ser apenas um resumo foram omitidos muitos detalhes e nomes envolvidos nos acontecimentos que enlutaram o País. Mesmo assim, ficou demonstrado de modo insofismável até que ponto pode chegar a ambição política a qualquer preço, a demagogia inconseqüente e deletéria, a dissimulação, a mentira e o cinismo de receberem dinheiro e orientação externos para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro. Sejam quais forem os disfarces e os processos utilizados, os adeptos do comunismo perseguem sempre os mesmos fins. Para isso são capazes, como vimos, de revoltantes traições e, até, de frios assassinatos de companheiros adormecidos. É oportuno transcrever um trecho da Ordem do Dia do General Dutra, em 27 de novembro de 1937: "É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que saíram das ruínas do 3º Regimento de Infantaria os autores daquele crime, a maneira ostensiva com que alardeavam os processos traiçoeiros e infames com que abateram os companheiros que conseguiram dominar pelo terror". "Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior virtude do brasileiro é o esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito". Não sabia, porém , o General Dutra que as suas palavras eram, na realidade, uma profecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiados e perdoados pela sociedade, mas nem por isso desistiram de implantar, no Brasil, um regime comunista contrário à vontade e à índole do nosso povo. Voltaram a perseguir os mesmos objetivos de tomada do Poder em 1964, sendo barrados pela Revolução democrática de 31 de Março de 1964. Não conseguindo seus intentos retornaram, em 1968, os insanos importadores do ódio e da violência, a praticar seqüestros, assassinatos brutais de civis e militares, assaltos a bancos, atitudes do mais baixo e repugnante padrão moral, agindo em nome da mesma soturna ideologia de seus mestres comunistas de 1935. Deixaram um rastro de mais de 200 mortos civis e militares, 500 mutilados e feridos, vítimas da sanha assassina dos herdeiros da intentona de 1935. Podemos afirmar que o sacrifício daqueles que combateram o comunismo não foi em vão. Hoje no poder, os derrotados de ontem estão podendo dar vazão plena ao ódio que os mobilizara naquela época. No entanto é preciso manter a vigilância, pois as intenções deles parecem estar latentes, só aguardando uma oportunidade para se fazer presentes. Tudo devidamente comprovado com as campanhas sórdidas e mentirosas constantemente veiculadas pela mídia venal e vendida contra as Forças Armadas e, em particular, a permanente tentativa de denegrir o Exército Brasileiro. A lição de 1935 permanecerá viva. As Forças Armadas e as Polícias Militares jamais esquecerão as páginas de luto, traição e covardia que o comunismo inseriu na nossa História e, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nunca permitirão que seja imposto ao Brasil um regime contrário à sua tradição. Esse é um dever constitucional. Nº 221 - Novembro/2015 EDIÇÃO DE HOJE 10 PAGINAS 55 NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria Genese e desenvolvimento da rebellião communista O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos Diários Associados a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos P Com a chegada de elementos do 22º Batalhão de Caçadores e de uma bateria de Artilharia da Parahyba, os communistas pressionados, começaram a recuar no Recife Medidas energicas para combater o communismo As modificações à Lei de Segurança Nacional, apresentadas pelo deputado Pedro Aleixo, corrigem as deficiências da legislação em vigor Definidos novos crimes contra a ordem política e social Estigmatizando o crime de rebeldia Extinctos o 21.º e o 29.º B. C. e o 3º R.I. Rio, 3 (Meridional) Foi assignado na pasta da Guerra um decreto concebido nos seguintes termos: O presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, considerando ser acto de justiça e afim de que perdera elle nos annaes militares, estigmatizando o crime de rebeldia que cometteram, decreta: Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhões de Caçadores e o 3º Regimento de Infantaria. Artigo 2º - São creados os 30º e 31º Batalhões de Caçadores e o 14º Regimento de Infantaria que deverão ser immediatamente organizados para conservar-se sem alteração o effectivo consignado na organização do Exército. Artigo 3º - Revogam-se as disposições em contrario. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935. 104º da Independência e 47.º da República (a) Getulio Vargas, Presidente da Republica" osso assegurar-lhe que, a principio, organisara-se um movimento político-militar de caracter verde e amarello, no estylo dos golpes a que a Republica liberal democrática nos acostumou, na longa história de sua adaptação ao genio político do povo brasileiro. A formação da Alliança Nacional Libertadora, porém, lançou os agentes e possíveis chefes desse movimento para o segundo plano. Este partido tinha uma ideologia definida nos princípios communistas e o seu chefe, sr. Luiz Carlos Prestes, há cinco annos anunnciára ao povo brasileiro as suas novas inclinações anti-democraticas. A rápida expansão desse partido, a propaganda intensa dos seus ideaes nesta capital e nos Estados, deram aos lideres a impressão de uma força capaz de prescindir da collaboração das outras correntes políticas, podendo agir por conta própria e realizar com a figura legendária do sr. Luiz Carlos Prestes, a conquista do poder que tantos outros desejavam. A polícia, como já tive occasião de demonstrar pela imprensa, numa abundante documentação estava certa da absoluta identidade de ponto de vista da Alliança Nacional Libertadora com o programma communista de Prestes. A conspiração político-militar deixára cahir a bandeira verdeamarella, e surgira em seu logar e pavilhão vermelho do bolchevismo. Deante das provas irrefutáveis de que a A. N. L. tramava a subversão violenta do regime social e político do paiz, o governo decidiu fechar a sua séde e os seus núcleos em toda a Republica, e desde este momento os seus dirigentes resolveram levar avante o plano conspiratorio, sob a chefia directa e pessoal de Luiz Carlos Prestes. Deu-se, portanto, uma evolução na trama primitiva, de natureza política, com o intuito de mudar os homens conservando as instituições, para uma extensão conspiração extremista destinada a implantar em nossa terra o regime russo, ingenuamente disfarçado na fórma de um governo popular revolucionário. A TACTICA DE MOSCOU -Convém não esquecer que os alliancistas seguiam habilmente a táctica de Moscou. Como ficára resolvido no ultimo Congresso do Komintem, os agentes bolchevistas e deveriam trabalhar sempre com os disfarces da liberal democrocia, fingindo uma alliança com os partidos republicanos para combater o fascismo, e desta fórma obter a sua collaboração para a obra revolucionaria. Os alliancista que desejavam a cooperação dos grupos políticos dissidentes, e para não afugental-os, fingiam ter abandonado os propósitos vermelhos da ideologia moscovita, allegando que o comunismo rigido seria inadaptavel ás condições psychologicas da sociedade brasileira. Nesse sentido, procuraram articular-se com elementos políticos e militares, que, a tempo, perceberam o encontro e retiraram a solidariedade que haviam empenhado. A polícia possue documentos preciosos para provar que os communistas pretendiam jogar esses collaboradores numa cilada. O plano era servir-se de seu apoio para conquistar o poder popular revolucionário e, depois de installado este, convertel-o rapidamente, com o auxílio das massas operarias, camponesas e armadas, no regimem communista, segundo o espírito das infiltrações soviéticas. Possuo no archivo da polícia, cartas em que os líderes communistas explicam este projecto a camaradas que se mostram surprehendidos com a entente de alliancismo com os grupos da burguesia liberal democrática. O governo popular revolucionário era apenas uma fachada para attrahir ingênuos. Viria, logo depois, atrás delle, a verdadeira revolução social, inspirada no lemma: pão, terra e liberdade, com um governo de operários, camponeses, marinheiros e soldados de accordo com os moldes práticos consagrados pelo golpe de 1917 na Rússia. (Extrato) NOSSO COMENTÁRIO Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. A leitura da entrevista do Chefe de Polícia do Distrito Federal, em 1935, revela que o processo revolucionário comunista continua tendo as mesmas características nos dias de hoje. Nas fases que antecedem a tomada do poder todas as aparências de legalidade e de participação democrática no jogo político. A formação de frentes e alianças eleitorais com os partidos de esquerda e com a "burguesia liberal" para a formação de um "governo popular democrático" continua a ser a tática dos partidos comunistas e também de partidos que se dizem socialistas, escondendo sua tendência revolucionária. É a tática da "via pacífica" cujo primeiro objetivo é a conquista do governo pelo caminho eleitoral legítimo. A partir daí, o partido comunista ou partido socialista revolucionário, simulando um programa social-democrata, faz a "acumulação de força" a que Tarso Genro (PT/RS) denomina de "reformismo radical", tendo por objetivo a tomada do poder. A Intentona Comunista de 1935 que surpreendeu pela violência, pode repetir-se de forma pacífica, pelo menos nas suas fases iniciais, realizada o que os neo-comunistas denominam "Revolução Nacional Popular". Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas, depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37 Nº 221 - Novembro/2015 866 DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO 26 de novembro de 1946 T CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS ranscrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em 26 de novembro de 1946, na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal por Alagoas, Coronel do Exército Afonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista Nação Armada, n° 81, de janeiro de 1947. O título da matéria é O Militar não pode ser Comunista. Diga-se que quando do citado discurso, o Brasil, há pouco mais de um ano, retornara ao estado democrático, após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seu líder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS), do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - a Religião da Humanidade -, que versa o magnífico Discurso. Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor em Alagoas, em 1933, membro da Assembleia Nacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um dos maiores biógrafos do Duque de Caxias, sendo o seu referencial livro, CAXIAS, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em 1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial, de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científico Discurso que todo patriota deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir, comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional, sob os influxos da ação gramscista, orquestrada pelo Foro de São Paulo: Sr. Presidente: Os tempos são outros. Nunca o Brasil esteve tão intensamente penetrado de sentimento democrático e de amor à liberdade, como atualmente. E esse é o sentimento que prepondera nas nossas classes armadas. Foi o que as impulsionou para o 29 de outubro [deposição do presidente Vargas], e, agora, determina novamente o seu pronunciamento, em defesa da Pátria e da Democracia. Positivismo e Comunismo vieram a ser, no Brasil, as forças negativas, dissolventes da ideia de Pátria, implicando em desviar as forças armadas dos seus verdadeiros rumos. De início é o Positivismo que visa corromper o espírito nacionalista das nossas gerações militares e em favor da utopia humanidade, relegando para plano secundário a ideia de Pátria. O Apostolado Positivista passou a ser o esquisito laboratório dessas ideias, onde os adeptos de Augusto Comte, como mais tarde o farão os discípulos de Marx e Engels, agitarão as retortas de violentos ácidos corrosivos, contra a noção de Pátria. O Sr. Teixeira Mendes, Papa Verde do Positivismo, prega, então, ideias, que, hoje, dificilmente se acreditaria pudessem ser apresentadas, se não constassem, como constam, das suas orações apostolares. Prega, antes de mais nada, o esfacelamento do Brasil, criando as chamadas Pátrias Brasileiras. Afirma que os positivistas e é grande, então, o seu número no Exército não têm o menor preconceito de integridade política. Admira-se que os democratas olhem com tamanho horror para o que chama a inevitável fragmentação política do Brasil. Considera, desdenhosamente, a integridade brasileira como um simples preconceito. Ataca o Império porque não recuou nem diante da violência e da corrupção para manter a Monarquia e a integridade da nacionalidade brasileira. Escreve textualmente: O Exército não garante a tranquilidade pública porque é insuficiente para a guerra e é supérfluo para a paz. Incentiva a sabotagem da guerra do Paraguai, cujas glórias militares considera como sinais de vergonha, o que levou certa vez o General Tasso Fragoso a escrever: Lembro-me dessa época quando os velhos generais, que haviam lutado no Paraguai, escondiam as suas condecorações de guerra, como se fossem símbolos do opróbrio [duas observações particulares: 1) o Senador Gaspar da Silveira Martins sempre criticou, acerbamente, o pacifismo dos positivistas, para os quais os Exércitos deveriam se transformar em gendarmerias e os generais eram os grandes assassinos dos povos. Ainda mais: 2) a impoluta figura do Duque de Caxias era assaz denegrida e apequenada pelos militares profitentes do Positivismo. Caxias só seria reabilitado pelo Exército, de um semianonimato não condizente com os tantos e tamanhos serviços por ele prestados ao Brasil, na paz e na guerra, no ano de 1925, pelo ministro da Guerra, General Setembrino de Carvalho...]. Enfim, o Exército diminuído à simples gendarmeria e a Pátria reduzida a vinte republiquetas! Era o que queria o Apostolado Positivista, fiel intérprete das ideias de Augusto Comte, apóstolo ainda mais intransigente que Marx, das teorias do materialismo histórico. Foi grande o trabalho dos constituintes para que a nova Carta Magna da República saísse escoimada dos aleijões positivistas. Os chefes militares, no decorrer dos governos republicanos, tudo fizeram para que o Exército se fortalecesse em seu espírito profissional e no seu amor à Pátria, da qual é a armadura de aço. Na verdade, os nossos chefes militares souberam, com elevação e habilidade, livrar as forças armadas do primeiro cancro (o Positivismo) que ia corroendo as suas energias e solapando os fundamentos da Nação. Chegou, agora, a vez de defender-se de um outro inimigo. Os chefes militares de hoje, e que já falaram com a boca dos canhões em 27 de novembro de 1935 [refere-se à hedionda Intentona Comunista de 1935, que pode ser resumida em dois vocábulos apenas: traição e covardia; e que foi uma das ponderáveis causas imediatas para a deflagração do glorioso Movimento Cívico-Militar de 31 de março de 1964], estão novamente com a palavra. Apreciado o Positivismo [que prega a ditadura republicana] como contrário à ideia de Pátria, vejamos agora o Comunismo [que preconiza a ditadura do proletariado]. Desaparece, no Comunismo, o conceito clássico de po- vo e de Pátria. A unidade política não é mais o povo, e sim, a classe. Dentro da unidade classe, o cidadão oblitera-se, desaparece. E com ele, o povo. E com o povo, a Pátria. Cada circunscrição política deve dividir-se na classe dos marítimos, na classe dos metalúrgicos, etc. A classe é o que se tem em vista, esteja onde estiver, no país ou no estrangeiro. Lê-se no Manifesto Comunista: Operários de todo o mundo: uni-vos! O Programa do Komintern proclama: O Proletariado não terá pátria enquanto não conquistar o poder político. Como o Partido é internacional, aqueles que o dirigem nos demais países, como no Brasil, têm o nome de Secretários. E, se em dado momento, colidirem os interesses de um país com os da Rússia Soviética, devem preponderar os da URSS. Desta mesma tribuna o senador comunista Luiz Carlos Prestes declarou que no caso de uma guerra do Brasil com a Rússia, ou melhor, com a União Soviética, ele ficaria com a União Soviética. Como se pode supor, nessas condições, que um comunista possa deixar de atender aos compromissos internacionais, intrínsecos, do seu Parido? E se esta obediência, pelo caráter internacional do Partido, dimana, imperativamente, da própria essência do comunismo, como admitir-se que o militar possa pertencer a uma organização internacional, ele que jurou defender a Pátria com o sacrifício da própria vida? Como admitir-se que o militar, o militar do Brasil, possa ter outra Bandeira que não seja aquela que a brisa do Brasil beija e balança? Como admitir-se que ao soldado, ao marinheiro, ao aviador, se possa, sem receio de traição, confiar-se uma arma, e esta arma ser utilizada contra a Pátria, que nele depositou a sua confiança? Não podem existir duas respostas a estas perguntas! Admitir-se um militar comunista seria conformarmo-nos com o mais trá- gico dos paradoxos. Ninguém pode negar aos Estados Unidos da América do Norte e à Inglaterra, o alto espírito democrático que preside às suas instituições. E, no entanto, o que hoje se pretende fazer no Brasil, a Inglaterra e os Estados Unidos já o fizeram, excluindo das suas forças armadas todos os militares comunistas [acrescente-se que, após a Contrarrevolução de 1964, foram expurgados das FFAA, militares indesejáveis como os subversivos/comunistas, os corruptos e os de conduta moral incompatível com a profissão militar; desafortunadamente, tipos dissimulados conseguiram escapar daquela oportuna e benéfica higienização, sendo o caso mais notório o do capitão desertor e traidor, facínora crapuloso, Carlos Lamarca]. Sr. Presidente. Srs. Deputados: Vou terminar. Procurei demonstrar como as Forças Armadas têm sido sacrificadas por duas correntes ou partidos de sentido filosófico-político, fundamentados na interpretação materialista da História: o Positivismo e o Comunismo, e ambos desencadeados, primeiro, contra a República que sucedeu à Monarquia; depois, contra a República que substituiu a Ditadura, e, também, por coincidência, ambas em sua fase perigosa de adolescência. Continuando, Sr. Presidente, procurei provar o caráter internacional do Positivismo e do Comunismo. E, assim, contrários à ideia de Pátria. Na Inglaterra, Srs. Deputados, sempre se sepultaram os sonhos dos conquistadores e a ideologia dos extremistas! Se velhos países, como outros, reagiram às ideias de Marx, como compreender-se que um país novo, ainda em formação, como o Brasil, possa admitílas e com a cumplicidade das próprias classes armadas? Impõe-se à Democracia brasileira fortalecer o sentido afirmativo da Pátria. Não podemos - militares e representantes do povo -, permanecer tranquilamente debaixo da abóbada, deixando que o inimigo nos vença. Se não reagirmos, a abóbada ruirá. Pereceremos todos. E de todos nós, que não somos comunistas, não sobrará um só Jeremias para chorar sobre as cinzas dessas ruínas. Fortaleçamos a Pátria, prestigiando as classes armadas. Renunciemos à vastidão das ideias universalistas. E permaneçamos intangíveis no nosso sentimento pátrio, no sagrado egoísmo, no amor ciumento do nosso desvão de telhado, que é a nossa terra, a nossa família, a nossa gente, a nossa PÁTRIA! Nº 221 - Novembro/2015 O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕES O Partido Comunista Brasileiro, nascido em 1922, teve vida curta, dirigido por Astrogildo Pereira e * Por Jarbas Octávio Brandão, quanPassarinho do em 1929 caíram ambos em desgraça da Terceira Internacional fundada por Lênin. Poupados por Moscou que determinou uma trégua, que não durou senão até 1930. O Komintern criticava os dirigentes do PCB, proibiu o partido de fazer qualquer aliança nas eleições daquele ano, para cultivar seus clichês: luta contra o imperialismo, terra para os camponeses, afastamento dos intelectuais (Astrogildo, Brandão, Basbaum e Paulo Lacerda) e sua substituição por trabalhadores mal vestidos e que falassem errado. Lembro essa passagem para salientar uma interessante coincidência: quando o PT foi fundado, há 25 anos, pretendia manter o princípio de partido exclusivo de trabalhadores, contrário a toda política de alianças com partidos burgueses e dirigido por um metalúrgico mal vestido e que falava errado. Prestes só seria recebido na Terceira Internacional, ou Komintern, em 1931, quando aceitou pagar o que se chamava outrora, nos clubes de grã-finos, uma luva. Para ser recebido na ilustre companhia dos revolucionários mundiais, pagou 20 mil dólares do fundo recebido de Getúlio Vargas dezesseis meses antes, como revelou William Waack, no seu livro Camaradas, comprovado no acesso que teve aos arquivos de Moscou, após o colapso da União Soviética, Capítulo Ouro Para Moscou, página 43. João Alberto, em A Marcha da Coluna, levantaria no dia 27 de novembro e que o confirma o entendimento com Getúlio, para capitão era um dos seus líderes. Pois ele que Prestes chefiasse a Revolução de 1930. mesmo, altas horas da madrugada, cumpriu Ele desviou os recursos para cumprir exi- as ordens que Prestes fizera chegar, escrigência do Kominforn, o mesmo Kominforn tas, a Agildo Barata. Preocupado com as inque lhe daria ordem para o levante de 1935 formações que recebera do Ministério da e dava (ou retribuia) dólares para chefiar o Guerra, determinou o Comandante a um levante no Nordeste e no tenente seu secretário, Rio de Janeiro. É a prova do que instalasse uma meCobriu o revólver com um Ouro de Moscou. tralhadora visando a jornal e, numa escada em Acho que Prestes vasubunidade suspeitada. que Paladini se encontrava, cinou o Exército com esse O tenente, que tinha um chamou-o perguntando se lera parente na intimidade do levante, que deixou marcas o jornal. Quando a vítima indeléveis de traição e coPalácio do Catete, com vardia, quebrando um prin- desceu uns degraus, o covarde Getúlio Vargas e daí a cípio de lealdade pertinente o matou com tiros do revólver insuspeição dele - acaà vida castrense, em exembou usando a metralhaescondido no jornal. plos históricos como o dos dora em apoio aos comuaviadores na 1a Guerra Mundial. Quando um nistas rebelados. adversário era abatido, o contendor vitoriNa Escola de Aviação, um oficial oso passava em vôo rasante sobre o venci- que faço questão de não sujar com seu do e lhe fazia continência. Lee, o famoso nome este papel em que escrevo, foi engeneral que comandou o Exército dos Con- carregado de matar o tenente Danilo Pafederados na Guerra de Sucessão america- ladini, sabidamente anticomunista. Cona, era instrutor em West Point, quando a briu o revólver com um jornal e, numa escaguerra eclodiu. Despediu-se da escola, co- da em que Paladini se encontrava, chamandada por superiores seus, adeptos de mou-o perguntando se lera o jornal. QuanLincoln, com a tropa que ele iria combater do a vítima desceu uns degraus, o covarformada em saudação. Não há duvida que de o matou com tiros do revólver esconeram tempos muito passados, em que a dido no jornal. guerra tinha uma componente romântica. Outros covardes, também, sujaram a Mas em 1935, o comandante do 3o RI, onde história castrense no Brasil. Um exemplo é estava preso o capitão comunista Agildo o do tenente Bragança, aviador. Cumprindo Barata, tinha absoluta confiança nos seus seu dever, dirigiu-se de trem para o subúrsubordinados. Dois deles, fizeram o contrá- bio de Deodoro, no Rio de Janeiro, com um rio dos exemplos românticos. Um capitão colega, para apresentarem-se em sua unidaque devia favores ao Comandante, jurou- de, que não sabia já rebelada. Apanhou-os lhe ajoelhado que era falsa a informação que um capitão (um facínora que vim a conheo Coronel recebera de que o Regimento se cer no Congresso quando votamos a lei WILLIAM WAACK Lenine de anistia), dono de um pequeno automóvel. Sentaram-se os dois oficiais nos bancos de trás. O capitão, sacando uma parabelum dirigiu-se primeiro ao tenente Bragança, dizendo estar a unidade de aviação revoltada obedecendo Prestes e perguntou se aderiam. O tenente corajosamente respondeu que não. Levou um tiro fatal. O outro abriu a porta do automóvel e jogou-se para fora, protegido pelo lusco fusco e da frágil vegetação de Marechal Hermes. Foi salvo porque o gatilho da arma não percutiu a bala. Dele eu li, já senador, o depoimento que deu no Tribunal de Segurança criado por Getúlio, revelando como se dera a morte do tenente Bragança. Mas, quando capitão instrutor do CPOR de Belo Horizonte, fui companheiro de seu irmão, o capitão Bragança, um oficial de escol, cuja família tinha sido compelida a não revelar o que sabia, para que nas Comemorações da Intentona, na Praia Vermelha, a ferocidade e a deslealdade dos comunistas fosse enfatizada como eles matando até militares dormindo. Coisas de políticos e não exatamente da política como a descreve Max Weber. O Presidente Collor determinou que as comemorações da Praia Vermelha, nos 27 de novembro não mais fossem realizadas, para reconciliação da família brasileira. Passara a ser lembradas nos quartéis. Agora, nem isso. São substituídas pelo culto, de Dom Paulo Evaristo Arns e do rabino Sobel ao comunista Wladimir Herzog. Assim se faz a história. (Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005) * Coronel - Foi ministro de Estado, governador e senador pelo Pará. Cópia do original datilografado do telegrama com o qual a direção da Internacional deu a Prestes e Ewert ordem para agir CAMARADAS Nos arquivos de Moscou A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935 T 77 Acuse-os do que você faz. Xingue-os do que você é. OLGA BENÁRIO - A VERDADE ambém usava os nomes de Frida Leuschner, Ana Baum de Revidor, Olga Sinek, Olga Bergner Vilar e Zarkovich; alemã, membro do IV Departamento do Exército Vermelho (Inteligência Externa); casada na URSS com B. P. Nikitin; viajou em dezembro de 1934 ao Brasil, acompanhando Luiz Carlos Prestes, cumprindo missão que lhe fora atribuída pela EKKI. Foi presa no Brasil em 6 de março de 1936, juntamente com Prestes, com que teve uma filha, sendo deportada para a Alemanha, onde morreu, em 1942, em um campo de concentração. O seu grau de importância na hierarquia da espionagem soviética deu-se no episódio de reconhecimento de sua morte e nas motivações nazistas para a liquidarem. Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os brasileiros mas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu texto na mais ampla e irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se envolveram as nossas Forças Armadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vitória foram o triunfo da razão. Honra aos sacrifícios e ao sangue derramado em decênios de confronto com a maior aberração que produziu o pensamento humano, o comunismo. E estejamos certos! O patrulhamento ideológico ainda não foi desmontado no Brasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais vendidos que a mídia repete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se estivermos errados! (Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993) * Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira Este livro não foi feito para favorecer alguns em detrimento de outros, nem para retomar debates e pontos de vista totalmente ultrapassados com o fim da Guerra Fria. No entanto, é inevitável que alguns mitos, imagens, carreiras e reputações e crenças saiam profundamente abalados ao final destas páginas. Berlim, setembro de 1993 william Waack Camaradas - Por William Waack 888 Nº 221 - Novembro/2015 A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBRO O início da revolta na AVIAÇÃO coincidiu, differença de poucos minutos, com a do 3º REGIMENTO DE INFANTARIA. Em vasta área, quasi toda aberta, situada entre a Estrada Rio-São Paulo, a Estação de Deodoro e a Invernada dos Affonsos, está a ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR. Dentro dessa área vários pavilhões se distribuem a esmo; uns, servindo de quartéis e alojamentos, outros, de officinas e hangares. Duas entradas lhe dão accesso; ambas situadas à margen da Estrada Rio-S. Paulo, sendo que uma dellas, a mais utilizada hoje, está localizada na embocadura de um caminho que vae ter à Enfermaria. Foi por esta que, pouco antes das três horas da madrugada de 27, penetrou na ESCOLA o automóvel do Capitão SOCRATES, conduzido, além deste, o Capitão AGLIBERTO e os Tenentes BENEDICTO e DINARCO, emquanto que o Tenente IVAN ali penetrava pelo outro portão afim de sublevar a guarda de serviço. A promptidão e a vigilância na ESCOLA, em conseqüência dos acontecimentos de Natal e Recife, não era rigorosa e geral como no 3º REGIMENTO DE INFANTARIA, mas apenas parcial, e comprehendia a Companhia de Guardas, a Extranumeraria e a Companhia de Alumnos do Curso de Sargentos Aviadores. Os serviços de segurança, entretanto, foram augmentados na noite de 26 para 27, em face dos boatos que circulavam. O Commandante, Tenente-coronel IVO BORGES, que vinha de há muito desconfiado da actuação dos Capitães SOCRATES E AGLIBERTO, dera terminantes ordens aos elementos encarregados da fiscalização dos portões de entrada, que não permittissem o ingresso na ESCOLA de qualquer vehiculo, mesmo conduzido officiaes. As ordens não foram, porém, cumpridas pelo Sargento ALVARO BELGA, que com um Grupo de Combate, guardava a Estrada que vae ter à Enfermaria Descarga de tiro de fuzil realizada por uma representação do 12º BI, envergando o uniforme da época, em homenagem ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte (2004 ) ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR e por onde penetrou, sem ser embaraço em sua carreira, o automovel do Capitão SOCRATES. Há muito já se achavam na ESCOLA, alli chegados por acaso ou para saberem das novidades, os Tenentes CARLOS BRUNSWICK FRANÇA e JOSÉ GAY DA CUNHA. O Commandante, o Major BENTO RIBEIRO CARNEIRO MONTEIRO e o Capitão JORGE GOMES RAMOS, que rondavam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verem passar velozmente, sem encontrar obstáculos, o automóvel do Capitão SOCRATES, interpellaram o Sargento BELGA, que explicou ter deixado passar o vehiculo por conduzir officiaes da ESCOLA. Deu-lhe ordem o Tenente-coronel IVO BORGES que o acompanhasse juntamente com o seu Grupo de Combate, afim de verificarem o que pretendia a ESCOLA, áquellas horas, SOCRATES e seus companheiros. Foi então que se ouviram os primeiros tiros partidos das proximidades do local onde parara o automóvel, e acto continuo, recebiam o Commandante, o Major BENTO RIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOS uma rajada de fuzil metralhador do Grupo do Sargento BELGA. Gritaram os officiaes que não atirassem, quando nova rajada se fez ouvir. Surprehendidos e impossibilitados de, no local, tomarem qualquer attitude de reacção, ou providencia efficiente, referem o Coronel IVO e o major BENTO a fls. 1.536 e 1.540 do 6º volume, dirigiram-se para a Escola Militar, posto de commando da 1ª Brigada de Infantaria, onde se apresentaram, tendo por sua vez conseguido o Capitão GOMES Ramos alcançar o Batalhão Escola, onde solicitou as primeiras providencias. A esse tempo, o automóvel conduzindo SOCRATES, AGLI-BERTO, IVAN E DINARCO, defrontava a Companhia de Alunnos, onde nas proximidades se achavam dois Grupos de Combate commandados pelos Tenentes BENEDICTO LOPES BRAGANÇA e OSWALDO BRAGA RIBEIRO MENDES. Colhidos de imprevisto e envolvidos pelos officiaes revoltosos, emquanto parte da tropa dispersava aos gritos de Viva a revolução, eram presos os Tenentes Bragança e Mendes e recolhidos ao automóvel, sob a vigilancia do Capitão AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO. Foi ahi, que este official, segundo refere o Tenente RIBEIRO MENDES, cujo testemunho é corrobarado pela prova indiciaria, friamente assassinou o seu collega Tenente BRAGANÇA. Em outros sectores, agiam os Tenentes BENEDICTO DE CARVALHO e IVAN RAMOS RIBEIRO, auxiliados pelos Tenentes DINAR-CO, GAY e FRANÇA e pelo Aspirante WALTER. Sublevaram assim a Companhia de Alumnos e a de Guardas, ao mesmo tempo que eram presos os officiaes que não adheriam à insurreição. O Capitão ARMANDO DE SOUZA E MELLO, e o Tenente DANILO PALLADINI foram mortos pelos revoltosos logo no inicio do assalto. O Tenente Coronel EDUARDO GOMES, Commandante do 1º REGIMENTO DE AVIAÇÃO, quando repellia um ataque á sua unidade, dirigido pelos revoltosos SOCRATES E IVAN, foi ferido na mão por um dos componentes do Grupo de Combate deste ultimo. Mas já as forças do Governo atacavam a AVIAÇÃO e o Grupo Escola começava o bombardeio. Dentro em pouco os rebeldes capitulavam, e os chefes, sem a coragem de enfrentarem a derrota, punhamse em fuga desordenada, abandonando seus commandados. Como tivemos occasião de resaltar em trecho deste relatório, era evidente que os planos do movimento não se poderiam circumscrever a dois quartéis, elles necessariamente envolveriam outras unidades e estabelecimentos militares. De facto: no Quartel-General da 1ª Região, o Tenente AUGUSTO PAES BARRETO que, na noite de 26, descera da Villa Militar, commandando uma Companhia do 2º REGIMENTO DE INFANTARIA, era preso quando procurava, logo de chegada áquelle Quartel, alliciar elementos para a insurreição armada, que irromperia na madrugada de 27, tendo como chefes, entre outros, o Capitão LUIZ CARLOS PRESTES e o Dr. PEDRO ERNESTO (Fls. 1.787 do 7º volume). Na Villa Militar, PAULO MACHADO CARRION e possivelmente SOVERAL FERREIRA DE SOUZA, SAMUEL LOBO, ALDOBRANTINO CHAVES SEGURA e outros, juntamente com inferiores e praças, ficaram impedidos de executar os planos que traçaram, dada a acção efficaz dos commandantes de suas unidades. NO CENTRO DE PREPARAÇÃO DE OFFICIAES DA RESERVA eram presos LAURO FONTOURA e HELIO DE ALBUQUERQUE LIMA, alliciadores de elementos para a rebellião naquelle estabelecimento de ensino militar. Finalmente, no GRUPO DE OBUZES, em S. Christovão, foi descoberta a trama da revolta que estava articulada entre inferiores e praças daquella unidade. (Páginas 18, 19, 20 e 21 do relatório) RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL Ha ainda a referir episodio occorrido com os officiais presos no Casino, para onde foram transportadas, adredemente, caixas de granadas, e que não teve por epilogo o sacrifício de todos, graças á intervenção do Capitão JOSÉ LEITE BRASIL, que se oppoz, como chefe que também era, ás ordens dos Capitães AGILDO e ALVARO de SOUZA, que, convencidos da derrota, queriam o extermínio dos prisioneiros. (Página 17 - Setembro/1936) Nº 221 - Novembro/2015 RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113) S obreleva notar que ha nestes autos a prova de que AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO foi autor do assassinio do Tte. Benedito Lopes Bragança. O Tte. Oswaldo Braga Ribeiro Mendes a fls. 612 do 3º volume e, posteriormente, no depoimento de fls. 1.547 do 6º volume, diz: A partir do momento da chegada do auto do Cap SOCRATES não mais vi o Cap. Armando (Armando de Sousa e Mello). O Tte. BRAGANÇA (Benedito Lopes Bragança) foi desarmado immediatamente, attribuindo eu o facto de não me terem desarmado a ter encostado no carro colhido pela surpresa. Ao que aparece na direcção da Casa dos Pilotos, VISOU FRIAMENTE O TENENTE BRAGANÇA E ATIROU , TENDO O REFERIDO TENENTE SOLTADO UM GEMIDO E CAHIDO PARA O SEU LADO DIREITO, DENTRO DO CARRO, ASSASSINADO SEM DEFESA. Ao ver que o Cap AGLIBERTO que estava a nossa esquerda apontava para mim e notando pela sua physionamia que elle ia atirar-me, levantei a mão na sua direcção exclamando: Mas AGLIBERTO! Apesar disso, o referido Capitão apertou o gatilho, tendo o revólver falhado. Aproveitando-me do seu movimento de surpresa, consegui empunhar meu revólver e atirar apressadamente na sua direcção pela porta do carro, o que occasionou sua fuga em direcção ao capinzal que vae ter á Enfermaria. O Ex-Sargento AZOR GALVÃO DE SOUZA, prestando declarações a fls. 2.026. do 9º volume, a proposito do facto acima descripto, informa: Que quando procurava essas granadas, notou que um dos officiaes que se achavam no automovel estava armado; que cumprida essa missão, afastava-se do local, no qual já não se encontrava o Tte. BENEDITO (Benedito de Carvalho), quando ouviu um disparo de revólver, ao mesmo tempo em que varios elementos que alli se achavam dispersaram, permanecendo apenas junto ao automovel do lado do volante o Cap AGLIBERTO, donde conclue o declarante ter sido este official o autor do tiro... Que reaffirma ter sido o Cap AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO o único official que se achava no momento ao lado do citado automovel e que estava armado com um revólver nickelado; que logo após o tiro, o Cap AGLIBERTO sahiu correndo na mesma direção em que corria o declarante. A accusação que pesa sobre AGLIBERTO de ter fria e covardemente assassinado o Tte. BENEDITO LOPES BRAGANÇA, por isso que este official se achava preso e desarmado, embora elle a conteste nas declarações de fls. 2.151 do 9º volume e na acareação de fls 2.201 está evidentemente provada nos autos, não só em face dos elementos acima transcriptos, de uma claresa e precisão raras, como ainda frente á prova indiciaria reunida. Momentos antes dos factos acima descriptos já o accusado, o Cap SOCRATES e o Tte. BENEDITO DE CARVALHO ameaçavam de morte o Tte BRAGANÇA, affirma o Cabo JANCY SGARBI D´AVILA nas declarações que prestou a fls 1.709 do 7º volume. NR: Este precioso documento histórico Relatório elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto da Polícia Civil do Districto Federal A Insurreição de 27 de Novembro, com 267 páginas encadernadas pelo Grupo Inconfidência, encontra-se à disposição de nossos leitores. E também de historiadores, jornalistas e professores que fingem não conhecer a verdadeira História do Brasil, deturpando-a com a conivência do Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de Educação e principalmente, da mídia venal e vendida ao governo petista. Apresento, a seguir, alguns detalhes dos assassinatos do Capitão Danilo Paladini e do Capitão Benedicto Lopes Bragança, para que o leitor tenha para sempre na mente, até onde chegou a covardia dos que fizeram a Intentona. Com já citei, o comunista Barbosa Lima Sobrinho escreveu na orelha da contra capa do livro de Hélio Silva 1935 - A Revolução Vermelha: não houve ninguém, oficial ou soldado, assassinado na cama pelos companheiros sublevados. Os que morreram, morreram lutando, o que é uma grande inverdade. Barbosa Sobrinho certamente não leu os jornais da época e nem se aprofundou no tema, ou teve a intenção deliberada de distorcer os fatos em defesa de seus camaradas comunistas. No caso específico, do Tenente Danilo Paladini, promovido a Capitão pós-morte, tive a grata satisfação de ter sido comandado do General Mário César Azevedo da Silveira, esposo de dona Irma Paladini Azevedo da Silveira, filha do Capitão Paladini e de dona Zelina Paladini. Sabendo que eu estava escrevendo um livro no qual abordaria a Intentona, gentilmente dona Irma me permitiu acesso a um diário de campanha do seu pai, escrito dia após dia, iniciado em 1º de agosto de 1924 e findo em 23 de março de 1927, bastante útil para conhecimento das questões desse período que antecedeu a Intentona. O referido diário conta a sua participação na manutenção da ordem governamental em duas revoltas ocorridas no interior do País, mais precisamente na região norte (Pará e Amazonas) e no interior de Minas Gerais e do antigo Estado de Goiás. Como relatei em artigo anterior, consta na página 75 do livro do ponderado Gen. José Campos de Aragão, participante da resistência no 3º Regimento de Infantaria no Rio de Janeiro a seguinte afirmação: o capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini, que repousavam no momento da insurreição, foram mortos pelos revoltosos ainda aturdidos quando se levantavam. No entanto, dona Irma tem versão diferente das publicadas em livros a respeito da morte de seu pai. Segunda sua mãe, um sargento, cujo nome não se recorda, a procu* Cel. Aluísio Madruga de Moura e Souza 99 A INTENTONA COMUNISTA rou e lhe contou como o seu marido, Tenente Paladini, foi assassinado friamente: disse-lhe o sargento: eu e o Tenente Paladini regressávamos da ronda e, quando subíamos as escadas que davam acesso ao alojamento, ouvimos uma voz que chamou. Paladini! Ato contínuo ouviu-se um disparo de arma de fogo que o atingiu nas costas. Então eu o arrastei até o alojamento, colocando-o sobre um sofá. Começava uma grande confusão. Como dona Zelina, mãe de dona Irma, fez questão de guardar a farda usada por seu esposo no dia em que foi assassinado, para que a acompanhasse quando do seu falecimento, tive a honra de estar com a túnica da farda em questão nas mãos e constatar que o tiro fora dado pelas costas, saindo na altura do coração. Pena que dona Zelina já não possuía memória para nos contar detalhes do que soubera pelo sargento em questão. Não importa! Matar um ser humano dormindo, ainda sonâmbulo ou pelas costas é a mesma coisa. Não é combate, não é luta, é traição e covardia. Tendo corrido risco de morte em tantas oportunidade, como pude verificar em seu diário, o Capitão Paladini jamais imaginou, que por ironia do destino, iria morrer dentro do quartel em que servia e que, portanto, julgava local altamente seguro, por um ato mesquinho e covarde, praticado por um companheiro de profissão com quem convivia diariamente. Quanto ao Tenente Benedicto Lopes Bragança, segundo depoimento do 2º Tenente Aviador Oswaldo Ribeiro Mendes, o mesmo foi assassinado sem defesa pelo Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, dentro do carro do Capitão Sócrates Gonçalves. Não estava, portanto, lutando, mas no banco traseiro de um automóvel. Declara o Tenente Ribeiro Mendes:estávamos de carona no carro que foi retido quando adentrávamos no quartel. Ao retirar-se o sargento que nos parou, continuamos sob a guarda do Capitão Agliberto. Ao ouvir o primeiro tiro disparado, ao que parece, na direção da casa dos pilotos, Agliberto visou friamente o Tenente Bragança e atirou, tendo este soltado um gemido e caído para o seu lado direito, dentro do carro, assassinado sem defesa. Vendo que o Capitão Agliberto, à nossa esquerda, apontava a arma para mim e notando pela sua fisionomia que ia atirar, levantei as mãos exclamando: mas Agliberto! Apesar disso, este apertou o gatilho, tendo o revolver falhado. Aproveitei-me do seu momento de surpresa, consegui empunhar meu revólver e atirar apressadamente pela porta do carro, o que ocasionou sua fuga na direção do capinzal que vai até a enfermaria.( pg. 80 do livro do Gen. José de Campos Aragão). Alguns outros exemplos poderiam ser citados. No entanto, imagina-se que os dados até aqui fornecidos sejam suficientes o bastante para nos permitir afirmar que nem todos os que morreram, morreram lutando como de maneira desavergonhada os comunistas continuam apregoando. Autor dos livros: Guerrilha do Araguaia Revanchismo A Grande Verdade Documentário Desfazendo Mitos da Luta Armada PEDIDOS: [email protected] A prisão de Luís Carlos Prestes Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central, preso três meses depois do levante communista COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIA DA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremista foi recolhido incomunicavel à Polícia Especial Pormenores da importante diligencia policial 810 Nº 221 - Novembro/2015 A INSÍDIA COMUNISTA NAS LETRAS E NAS ARTES DO BRASIL Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional e brilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho. C om toda oportunidade e prazer espiritual, Nação Armada transcreve a seguinte página de Raul Machado, nome de sobejo conhecido em nossas letras e digno juiz do Tribunal de Segurança. Nação Armada mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os fundamentos da nacionalidade e do regime e a maneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitas vezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira. Acabo de ler seu magnífico livro sobre as Origens e Transformações do Materialismo Histórico. Rica de informes que merecem fé, abundante de ensinos e segura nas conclusões e na crítica, esta obra está destinada a despertar na consciência dos brasileiros e na ação dos poderes públicos um sentido de vigilância maior contra os perigos do comunismo. Na verdade, porque a ideologia política dos Soviets, pela sua crueza materialista e a sua técnica de anulação dos valores morais, repugne à nossa compreensão e aos nossos sentimentos de povo formado na doutrina cristã, e tambem porque não temos, salvante os estudiosos do assunto, uma atenção prevenida capaz de surpreender os índices esparsos da propaganda bolchevista, - o certo é que damos uma credulidade displicente à existência daquela propaganda no Brasil. Da memória pública, que é sempre fraca, se vai apagando, até a lembrança do sangue derramado na revolução vermelha do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação, nas revoltas comunistas de Recife e nos três dias aziagos do governo soviético instalado no Rio Grande do Norte, em o ano trágico de 1935... Raros são os que sabem, como eu, que no fichário do Tribunal de Segurança Nacional figuram vários milhares de comunistas cujas atividades partidárias se acham documentadamente comprovadas nos respectivos processos. Essa parcela, entretanto, é apenas um índice dos que atuaram às claras. Porque a maioria dos adeptos do credo moscovita continua agindo às ocultas, e cautelosamente, nos setores da vida pública, onde pode penetrar, especialmente, nos círculos publicitários e em outros meios de propaganda. Os que foram colhidos em processos são, sem sombra de dúvida, muito poucos, em relação aos que continuam agindo subrepticiamente, em liberdade. Haja vista o que sucede com essa campanha de proletarização da literatura e da arte, na qual a propaganda subversiva mal se esconde a argúcia daqueles que bem conhecem a técnica de disfarce e de embuste dos comunistas. É assim que, nos romances, a pretexto de ser assunto da época, escolhem um tema social que lhes dará aso à divulgação solerte de idéias e de princípios marxistas. E, propositadamente, investem contra as regras mais elementares de gramática, porque é preciso corromper a linguagem, nivelando-a, quanto possível, à das classes proletárias e incultas, corroendo-se , assim , um dos elementos orgânicos da unidade de um povo. E isto se faz, disfarçadamente, sob pretexto de se estar construindo língua brasileira. A obscenidade de palavras ou de cenas aparece também a miude, não com o fim da verdade na arte da antiga escola naturalista e, sim, como um ataque premediado à moral burguesa, que precisa ser destruída. Os temas escolhidos se resumem igualmente, na maioria das vezes, em argumentos proletários... com invocação a Nosso Senhor, no fim, para que o poeta revolucionário possa agir acobertado pelo manto do catolicismo. A música se transforma em violência de ruídos, visando também uma finalidade única: - a negação da melodia porque esta leva naturalmente a um estado de exaltação espiritual, incomparável com as tendências da doutrina materialista. Também a dansa não escapa à mesma finalidade de instrumento de propaganda dissolvente. Aquela graça espiritual de outrora, que lhe disfarçava o sentido sensualista, inerente, aliás, a todas artes, desapareceu por completo, dando lugar a uma sucessão de gestos grotescos e de atitudes despudoradamente voluptuosas... Tudo isto é feito, como se vê, com um escopo único: - a perversão das forças vivas e puras do sentimento, tornada uma das armas secretas do plano de desagregação nacional... É, em suma, a luta do materialismo contra o predomínio do espírito. Não se invoque a época, como justificativa dos fatos. O fenômeno se apresenta de tal forma, uno, nos seus múltiplos aspectos, que é inútil querer negar-lhe a causa, que, exponta nitidamente das linhas programáticas de uma inteligência organizadora, ao serviço de um plano de finalidade diabólica... E essa organização se patenteia, ainda mais, nos louvores e aplausos que as igrejolas de elogios mútuos distribuem, por todas os meios de propaganda, às produções pretensamente artísticas da camarilha suspeita... Urge, portanto, reagirmos, também organizadamente, contra essa investida maléfica, mediante uma rigorosa fiscalização oficial nos livros e publicações de toda a espécie, impedindo-se a venda e a circulação das obras que forem manifestamente suspeitas; divulgando-se na imprensa e pelo rádio as melhores páginas em prosa e verso dos nossos escritores de nomeada real; fazendo-se a exaltação dos valores morais e intelectuais do passado; promovendo-se conferências e estudos destinados a demonstrar como se processa a invasão do organismo nacional pelas bactérias insidiosas do comunismo; instituindo-se, em suma, uma contra-propaganda, que equivalha a um sistema preventivo de profilaxia moral, intelectual e política. Por tudo isto, meu caro, é que me animei a enviar-lhe estas sugestões, valendo-me do ensejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo de brasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outras virtudes de pensamento e cultura, é um grito de alerta para que nos congreguemos contra a ameaça do inimigo traiçoeiro e implacável, que não descansa e não perdoa... (Excerto) Publicado em Nação Armada nº 13 de dezembro de 1940. NR: Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência. TOQUE DE SILÊNCIO *Carlos Maul O SINO VELHO DO CEMITÉRIO BATEU TRÊS PANCADAS: ERAM MORTOS QUE ENTRAVAM PARA SER ENTERRADOS, PARA QUE A TERRA OS ACARICIASSE COM TERNURA COMO A VIDA NÃO OS ACARICIARA. PARA QUE A PODRIDÃO DE SEUS CORPOS REFULGISSE, À NOITE, EM FOGOS-FÁTUOS, E, ATRAVÉS DAS RAÍZES DAS PLANTAS, SUBISSEM ÀS FLORES CARREGADAS DE PERFUME. ERAM MORTOS QUE ENTRAVAM PARA SER ENTERRADOS... DE ONDE VINHAM ELES, TANTOS ASSIM, DE UMA VEZ? E QUANTOS ERAM? ERAM MUITOS, ERAM DEZENAS, E ERAM TODOS SOLDADOS DO BRASIL. MATARAM-NOS À TRAIÇÃO QUANDO DORMIAM. E FORAM COMPANHEIROS QUE OS MATARAM NÃO FOI A GUERRA, FOI O CRIME QUE OS MATOU. DORMIAM NO QUARTEL, DE MADRUGADA, MAS A SEU LADO EM SINISTRA VIGÍLIA, COMPANHEIROS SEM ALMA CONSPIRAVAM SEM ALMA PORQUE A TINHAM VENDIDO AO ESTRANGEIRO DE VESTES VERMELHAS... ERAM OS FILHOS MALDITOS DE CAIM. MAS PORQUE OS MATARAM, POR QUE OS MATARAM, SE O SEU PENSAMENTO, SE O SEU SENTIMENTO, ERA O DE HOMENS LIVRES ARMADOS PARA QUE A LIBERDADE NUNCA DEIXASSE DE COBRIR O MUNDO COM SEU MANTO DE ESTRELAS? POR QUE OS MATARAM, SE ERAM TÃO PUROS E TÃO NOBRES QUE NEM ACREDITAVAM NA MALDADE, E TÃO PRESOS ESTAVAM AO SEU SONHO QUE DORMIAM TRANQÜILOS. MATARAM-NOS POR ISSO, MATARAM-NOS PORQUE SABIAM QUE ELES NUNCA SE LEVANTARIAM PARA UNIR-SE A BANDIDOS QUE QUERIAM FAZER DE SUA TERRA UMA TERRA DE ESCRAVOS. NAQUELA MADRUGADA O SANGUE DE INOCENTES ENCHARCOU O CHÃO. ALI BEM PERTO, UMA PRAIA TINHA O NOME DE VERMELHA, MAS ERA BRANCA COMO SUA AREIA, COMO A ESPUMA DO MAR... TINGIR-SE-IA, NAQUELA MADRUGADA, COM A TINTA DAQUELE SANGUE DE SOLDADOS TRANQÜILOS QUE DORMIAM. E, DEPOIS, OS CHACAIS DESFILARIAM RISONHOS, COMO HIENAS SATISFEITAS, DENTES À MOSTRA NAS FOTOGRAFIAS QUE MUITOS VIRAM E LOGO ESQUECERAM... MOÇOS QUE NASCESTES NAQUELE ANO. QUE HOJE TENDES VINTE E SEIS, NÃO PODEIS COMPREENDER AQUELE QUADRO. PORQUE DELE, VAGAMENTE, VOS FOI DADA NOTÍCIA. O MAIS QUE VOS CONTARAM FOI QUE HOUVE UMA INTENTONA, UM MOTIM DE QUARTEL, E MISTURAM AS PALAVRAS, PARA QUE NA VOSSA MEMÓRIA SE CONFUNDISSEM O BANDITISMO E A GLÓRIA. PARA QUE EM VOSSOS CORAÇÕES INGÊNUOS, VIRGENS DA MARCA DA MALDADE, VIBRASSE APENAS A CORDA DA PIEDADE, O CRIME DEIXARA DE SER CRIME, ERA SOMENTE LOUCURA ERA ALUCINAÇÃO DE MOCIDADE... OS MORTOS ESTAVAM MORTOS E ENTERRADOS MAS OS VIVOS PRECISAVAM DE SER RECUPERADOS, E A GRANDE PALAVRA, A PALAVRA-ESPONJA, A PALAVRA-ESQUECIMENTO ERA CHAMADA À BOCA DESSE PALCO ONDE SE REPRESENTARIA A COMÉDIA DO SILÊNCIO. O SILÊNCIO ETERNO DOS QUE MORRERAM, O SILÊNCIO ETERNO A PROTEGER OS MONSTROS QUE FICARAM. MOÇOS PATRÍCIOS DE VINTE E SEIS ANOS NADA SABEIS, QUE NADA VOS CONTARAM. NO CEMITÉRIO, AS CORNETAS DOS SOLDADOS TOCARAM UM DIA O TOQUE DO SILÊNCIO, O TOQUE TRISTE QUE É A ÚLTIMA VOZ DO MUNDO A GERIR OS UMBRAIS DA ETERNIDADE, O TOQUE-LÂMINA SONORA QUE PARECE RASGAR O AR E CORTAR AS ALMAS... O SILÊNCIO... O SILÊNCIO... E ELE TERÁ DE SER CADA VEZ MAIS PROFUNDO, SER UMA PEDRA ESQUECIDA SOBRE O TÚMULO DESSES MORTOS QUE FORAM PEDAÇOS VIVOS DO BRASIL, E ERAM CARNE PALPITANTE DO BRASIL! SILÊNCIO... SILÊNCIO PARA QUE ESSES MORTOS NÃO ESCUTEM O QUE SE DIZ CÁ FORA, PARA QUE NÃO OUÇAM, POR MILAGRE, O OUTRO TOQUE DE SILÊNCIO, O TOQUE INFAME QUE ORDENA AOS VIVOS CALAR A SUA REVOLTA, A AFOGAR A SUA CÓLERA NA LAMA DOS PÂNTANOS... SILÊNCIO, QUE OS VIVOS ESTÃO VIVOS E COMANDAM, SILÊNCIO, PORQUE OS MORTOS JÁ MORRERAM. MAS É BOM NÃO ESQUECER QUE HÁ MORTOS QUE SÃO COMO O SOL QUE MORRE TODAS AS TARDES PARA NO DIA SEGUINTE RENASCER... * Foi escritor, jornalista e político fluminense (Publicado em 1961) Ontem, hoje e sempre, a Nação Brasileira contou, conta e contará com suas Forças Armadas para defendê-la, externa e INTERNAMENTE. Nº 221 - Novembro/2015 11 REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOS A 23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviões Vought Corsair, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviões realizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação do movimento extremista naquelas capitais. A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha. Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assassinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da É ainda sob a viva emoção dos trágicos acontecimentos irrompidos nesta Capital na madrugada de 27 de Novembro último, e em que os maiores delitos foram cometidos contra a Nação, enlutando-a, e pondo em perigo sua organização social e política, que lamento profundamente a sedição a que foi traiçoeiramente arrastada grande parte da Escola de Aviação Militar, por alguns maus elementos que nela serviam e para os quais a crueldade e a falta de escrúpulos pareciam ser familiares. Uma série de homicídios assinalaram-lhe o surto sangrento. E, colhidos de surpresa pelos rebeldes, foram na maior crueza sanguinária, fria e perversamente, abatidos os nossos distintos e brilhantes camaradas Capitão Armando de Souza e Mello, 1 os tenentes Benedicto Lopes Bragança e Danilo Paladini, que, ao lado do seu destemeroso comandante, TenenteCoronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e a nobresa de seus sentimentos patrióticos, tentaram opor-se a audaciosa e covarde investida. Cultuemos, na mais elevada reverência cívica, a memória desses nossos devotados companheiros que, com o mais firme espirito de amor a Patria e respeito a ordem e as instituições, souberam manter, no seu gesto de sacrifício, o prestigio do Exército e avivar as suas tradições glo- F oram promovidos postmortem o Capitão Armando de Souza e Mello, os Primeiros tenentes Danilo Paladini e Benedicto Lopes Bragança e os seguintes soldados, todos mortos no cumprimento do dever na Escola de Aviação Militar, na manhã de 27 de novembro: Waltor de Souza e Silva, Péricles Leal Bezerra, Orlando Henrique, José Menezes Filho, José Mário Cavalcante e Wilson França. Após apuradas as responsabilidades, dos Oficiais envolvidos no golpe comunista, o Ministro da Guerra baixa o seguinte Aviso nº 1, de 3 de janeiro de 1936: Para que seja dado cumprimento imediato ao decreto nº 558, de 31 de dezembro findo, que determina a perda da patente e do posto dos oficiais do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação Militar, que participaram do Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento de Aviação, no outro extremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militar incendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na posse dos comunistas: o assalto das unidades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminar a resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem. Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought Corsair decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de Infantaria, dominado pelos comunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento de Infantaria é aniquilado. Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte: riosas. Mas, para consolo nosso, quando que ele acaba de servir com tanta honra, na escuridão da noite, tudo, ao redor de si, abnegação e lealdade militar. era tumulto e confusão, o 1º Regimento de É merecedoura de elogiosa menção Aviação reagiu intrepidamente, ante a a conduta que teve o Tenente-Coronel Ivo ameaça dos traidores que, inesperadaBorges, Comandante da Escola de Aviamente, atacavam, e, numa repulsa formal ção. No momento em que este digno oficial contra a desordem, com a confiança, a fiscalizava o dispositivo de segurança, nas calma e a certeza da vitória, bateu-se hevizinhanças da escola, foi traiçoeira e coroicamente na defesa da causa da Pátria, vardemente alvejado pelos elementos em até o completo triunfo. que depositava confiança, ao O seu heróico comandar-lhes o encargo de guardar o dante, Tenente-Coronel estabelecimento. Não podendo Eduardo Gomes, ferido logo voltar ao interior do quartel, ao inicio da áspera luta, mas onde já imperava a sublevação, consciente no seu valor e seprocurou acertadamente ligarreno na sua bravura, soube se aos corpos da Vila Militar, desassombradamente, e sem dando assim ensejo às medidas esmorecimento, fazer, por uma prontas de supressão com que reação magnífica, de cada um agiram essas unidades. dos seus companheiros um Faço ainda ressaltar o seu bravo e dar-nos o exemplo concurso pessoal na ofensiva máximo de grandeza moral e contra os rebeldes da Escola, na patriótica e das excepcionais condução, com energia e denoEduardo Gomes qualidades de soldado. Patrono da Força Aérea do, ao assalto, elementos do 1º R Tornou-se, assim, o TeAv postos à sua disposição. nente-Coronel Eduardo Gomes, mais uma É deveras reconfortante, a oportunivez, credor de profunda admiração e de dade, que temos para enaltecer a atitude grande reconhecimento. Louva-se com orda abnegação e lealdade do cabo telefogulho pela sua ação serena, enérgica e nista do 1º R Av, Alfredo de Jesus. decisiva, pela sua bravura indômita, pelo No momento em que era mais intenso alto valor de seus excepcionais predicados o tiroteio dos amotinados contra a sua de caráter e pelos seus sentimentos de Unidade, esta praça, fiel ao cumprimento patriotismo e de grande amor ao Brasil, do dever, conservou-se serena e calma, no movimento subversivo de 27 de novembro do ano findo, deveis mandar sejam excluidos das diferentes armas e serviços os seguintes oficiais: (da Arma de Aviação) Capitão Sócrates Gonçalves da Silva, Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, Primeiro-tenente Benedito de Carvalho, Segundo-Tenente Ivan Ramos Ribeiro, SegundoTenente José Gay da Cunha e Segundo-Tenente Carlos Brunswick França. Esses oficiais, por sua conduta aviltante, faltaram as finalidades sempre sagradas da camaradagem e aos juramentos prestados à Pátria e se tornaram indignos de vestir a farda gloriosa do nosso Exército". (a) General João Gomes Ministro da Guerra Pelo aviso nº 19, de janeiro de 1936, o Ministro da Guerra mandou excluir também, o Aspirante-a-oficial Walter José Benjamim da Silva. desempenho das funções que lhe tinham sido confiadas. Os estragos produzidos pelos projéteis nas imediações do seu posto, o crepitar incessante das metralhadoras em torno de si não pertubaram a firmeza de sua voz, nem a presteza com que atendia às ligações telefônicas. Constituem prova incontestável do seu alto espirito de sacrifício, da compreensão perfeita dos seus deveres e do seu grande sangue-frio, virtudes militares essas que devem ser apontadas como exemplo aos seus companheiros. Ao 3º Sargento Coloriano Ferreira Santiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá, ambos do 1º R Av, cuja vida deram em holocausto à causa do dever, demonstrando assim que a nobreza do ideal que os estimulava se sobrepunha à própria conservação individual, rendo a homenagem, a que fizeram jus, pela grandeza de espirito e pela superioridade de sentimento que patentearam. Aos Tenentes-Coronéis Eduardo Gomes e Ivo Borges, Comandante, respectivamente, do 1º Regimento de Aviação e Escola de Aviação Militar, autorizo a elogiarem, em meu nome, aos Oficiais e Praças de suas unidades que, pela sua conduta no cumprimento do dever, tornaram-se merecedores. (a) José Antonio Coelho Netto General-de Brigada, diretor da Aviação Militar EPISÓDIOS MILITARES - As águias chegaram Em nosso poder o livro EPISÓDIOS MILITARES editado recentemente pelo EME, CCOMSEX e 3º RCGd (?), sem ficha catalográfica e sem data de sua edição. Em rica edição e esmerada diagramação e editoração, papel gessado, a cores, apresenta cópias dos quadros pintados pelo coronel Pedro Paulo Estigarríbia, com os principais episódios da História Militar do Brasil, desde Guararapes, passando pelo Império, República e se encerrando com a FEB. No capítulo 8 As águias chegaram: Em 1927, a Aviação passou a ser a 5ª Arma do Exército, ...a criação do 7º Regimento de Aviação e do definitivo alojamento da Esquadrilha em Realengo, na Escola Militar... O Exército lembra-se com orgulho desses pioneiros. (Página 90) E omite o acontecido na Es- "As águias chegaram" Acervo do QG/V Comar, Canoas/RS - Episódios militares - Pág. 91 Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia cola de Aviação Militar e do 1º Regimento de Aviação a 27 de novembro de 1935? Os aviões Waco e Kurtiss Falcon passaram voando sobre o Campo dos Afonsos e não aterrisaram durante a intentona comunista naquele local. Por quê? (Inconfidência nº 134 de 27/11/2008) Nº 221 - Novembro/2015 812 O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO * Roberto Campos recem escoteiros destreinados apartando um Internacional e partidos comunistas no poder conflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzi(dez mil). lou entre 15 e 17 mil pessoas (sendo dez mil O comunismo fabricou três dos maiosó na década dos 60), o número de mortos e res carniceiros da espécie humana - Lenin, desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979, Stalin e Mao-Tsé-Tung. Lenin foi o iniciador a julgar pelos pedidos de indenização, seria do terror soviético. Enquanto os czares rusem torno de 288 segundo a Comissão de sos em quase um século - 1825 a 1917 Direitos Humanos da Câmara dos Deputaexecutaram 3.747 pessoas, Lenin superou dos e de 224 casos comprovados, segundo a esse recorde em apenas quatro meses após a Comissão de Mortos e Desaparecidos do revolução de outubro de 1917. Ministério da Justiça. O Brasil perde de longe Alguns líderes do Terceiro Mundo finessa aritmética macabra. guram com distinção nessa galeria de assassiEm 1978, nos. Em termos de quando em nospercentagem da poMao foi responsável pela morte de 70 milhões so Congresso já pulação, o campeão de chineses. Ele foi totalmente imoral. se discutia da absoluto foi Pol Os jovens chineses acreditam que Mao foi um Lei da Anistia, Pot, que exterminou havia em Cuba em 3,5 anos um grande herói que cometeu alguns erros ... Alguns entre 15 e 20 mil quarto da populaaspectos da ditadura continuam em voga. A prisioneiros poção do Camboja. liberdade de expressão é um deles. A internet é líticos, número Fidel Castro, por hoje controlada. Eles têm uma lista de nomes que que declinou sua vez, é o camsão bloqueados. para cerca de 12 peão absoluto da Mao sabia a importância da informação. mil em 1986. No exclusão social, Jung Chang Autora do best-seller: ano passado, 38 pois que 2,2 milhões Mao A história desconhecida (Estado de Minas / 22.nov.06) anos depois da de pessoas, equivaRevolução de lentes a 20% da poSierra Maestra, ainda havia, segundo a Anispulação da ilha tiveram que fugir. Juntamente tia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneicom o Vietnam, Fidel criou uma nova espécie ros políticos na ilha. Em matéria de prisões e de refugiados, os boat people - ou sejam, os torturas, a tecnologia cubana era altamente balseros, milhares dos quais naufragaram sofisticada, havendo ratoneras, gavetas engordando os tubarões do Caribe. e tostadoras. Registre-se um traço de A vasta maioria dos países comunistas inventividade tecnológica - a tortura meré culpada dos três crimes definidos no artigo dácea, pela imersão de prisioneiros na 6º do Estatuto de Nuremberg - crimes contra merda. a paz, crimes de guerra e crimes contra a Não houve prisões brasileiras compaHumanidade. ráveis à La Cabaña (onde ainda em 1982 A discussão brasileira sobre, os nossos houve cem fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5 anos de chumbo raramente situa as coisas ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruênno contexto internacional da Guerra Fria, a cia, artistas e intelectuais e políticos que qual alcançou seu apogeu nos denunciam a tortura brasileira visitam Cuba anos 60 e 70, provocando e chegam mesmo a tecer homenagens um refluxo autoritário no líricas a Fidel e a seu algoz adjunto Terceiro Mundo. Che Guevara. Este, como procuraHouve intervenções dor-geral, foi comandante da prisão militares no Brasil e na BoLa Cabaña, onde nos primeiros meses lívia em 1964, na Argentina da revolução ocorreram 120 fuzilaem 1966, no Peru em 1968, mentos (dos 550 confessados por no Equador em 1972, e no Fidel Castro), inclusive a execução de Uruguai em 1973. FenômeJesus Carreras, guerrilheiros contra a no idêntico ocorreu em ouditadura Batista, e de Sori Marin, extros continentes. Os militaministro da Agricultura de Fidel. res coreanos subiram ao GoNote-se que Che foi o inventor dos verno em 1961 e adquiriram campos de trabalho coletivo, na poderes ditatoriais em 1973. Mais de 200 desenhos feitos em segredo, nos idos de 1940, pelo Houve golpes militares na península de Guanaha, versão cubana coronel russo da reserva Danzig Baldaiev, comprovam o horror Indonésia em 1965, na dos gulags soviéticos e dos camdos gulags. Sigla em russo de Diretório Geral de Campos, o pos de reeducação do Vietnam. Grécia em 1967, e, nesse Buick A repressão comunista tem camesmo ano, o presidente gulag abrangia o complexo de prisões e campos de trabalhos racterísticas particularmente selvagens. A Marcos impunha a lei marciforçados a que eram condenados os opositores do regime responsabilidade é coletiva, atingindo não al nas Filipinas e Indira comunista soviético. apenas as pessoas, mas as famílias. É habitual Gandhi declarava um regio recurso a trabalhos forçados, em campos de me de emergência. Em Taiwan e Cingapura pela força, transforma os dissidentes primeiconcentração. Não há separação carcerária, houve autoritarismo civil sob um partido ro em inimigos e depois em vítimas. ou mesmo judicial, entre criminosos comuns dominante. A aritmética macabra do comunismo e políticos. Em Cuba, criou-se um instituto O grande mérito dos regimes democráassim se classifica por ordem de grandeza original, o da periculosidade pré-delitual, ticos é preservar os direitos humanos, estigChina (65 milhões de mortos); União Soviépodendo a pessoa ser presa por mera suspeimatizando qualquer iniciativa de violá-los. tica (20 milhões); Coréia do Norte (dois mita das autoridades, independentemente de Mas por lamentáveis que sejam as violências lhões); Camboja (dois milhões); África (1,7 fatos ou ações. e torturas denunciadas no Brasil, nunca mais, milhão, distribuídos entre Etiópia, Angola e Causa-me infinda perplexidade, na mídia elas empalidecem perto das brutalidades do Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); internacional e em nosso discurso político local, comunismo cubano, minudenciadas no LiVietnam (um milhão); Leste da Europa (um a angelização de Fidel e Guevara e a savre noir. Comparados ao carniceiro profismilhão); América Latina (150 mil entre Cuba, tanização de Pinochet. Isto só pode resultar de sional do Caribe, os militares brasileiros paNicarágua e Peru); Movimento Comunista Le livre noir du communismè. (Edições Robert Laffont. Paris, 1997), escrito por seis historiadores europeus, com acesso a arquivos soviéticos recém-abertos, é uma espécie de enciclopédia da violência do comunismo. O chamado socialismo real foi uma tragédia de dimensões planetárias, superior em abrangência e intensidade ao seu êmulo totalitário do entreguerra - o nazi-fascismo. Ao contrário da repressão episódica e acidental das ditaduras latino-americanas, a violência comunista se tornou um instrumento político-ideológico, fazendo parte da rotina de governo. Essa sistematização do terror não é rara na História humana, tendo repontado na revolução francesa do século XVIII na fase violenta do jacobinismo, na industrialização do extermínio judaico pelos nazistas, e - confesso-o com pudor - na Inquisição Católica, que durante séculos queimava os corpos para purificar as almas. O Livre noir me veio às mãos num momento oportuno em que, reaberto na mídia e no Congresso o debate sobre a violência de nossos anos de chumbo nas décadas de 60 e 70, me pusera a reler o Brasil, nunca mais, editado em 1985 pela arquidiocese de São Paulo. Comparados os dois verifica-se que o Brasil não ultrapassou o abecedário da violência, palco que foi de um miniconflito da Guerra Fria, enquanto que o Livre noir é um tratado ecumênico sobre as depravações ínsitas do comunismo, este sem dúvida o experimento mais sangrento de toda a História humana. Produziu cem milhões de vítimas, em vários continentes, raças e culturas, indicando que a violência comunista não foi mera aberração da psique eslava, mas sim algo diabolicamente inerente à engenharia social marxista, que, querendo reformar o homem ignorância factual ou de safadeza ideológica. Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no poder há 39 anos. Pinochet promoveu a abertura econômica e iniciou a redemocratização do país, retirando-se após derrotado em plebiscito e eleições democráticas, como senador vitalício (solução que se imitada em Cuba facilitaria o fim do embargo). Fidel considera uma obscenidade a alternância no poder, preferindo submeter a nação cubana à miséria e à fome, para se manter ditador. Pinochet deixou a economia chilena numa trajetória de crescimento sustentado de 6,5% ao ano. Antes de Fidel, a economia cubana era a terceira em renda por habitante entre os latino-americanos, e hoje caiu ao nível do Haiti e da Bolívia. O Chile exporta capitais, enquanto que Fidel foi um pensionista da União Soviética e agora, para arranjar divisas, conta com remessas de exilados, e receita de turismo e prostituição. Em termos de violência, o número de mortos e desaparecidos no Chile foi estimado em três mil, enquanto que Fidel fuzilou 17 mil! Apesar de fronteiras terrestres porosas, o Chile, com população comparável a Cuba e sem os tubarões do Caribe, sofreu em êxodo de apenas 30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados. Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algo que nas dimensões brasileiras seria comparável à Grande São Paulo, tiveram que fugir. Em suma, Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom senso em economia. Fidel é um PhD em tirania e um analfabeto em economia. O Livre noir nos dá uma idéia da bestialidade de que escapamos se triunfassem os radicais de esquerda. Lembremo-nos que, em 1963, Luís Carlos Prestes declarava desinibidamente que nós os comunistas já estamos no Governo mas não ainda no poder. Parece-me ingenuidade histórica imaginar que, na ausência da Revolução de 1964, o Brasil manteria, apenas com alguns tropeços, sua normalidade democrática. A verdade é que modelo 1959 - Os "balseros" sofisticados Jango Goulart não planejara minimamente sua sucessão, gerando suspeitas de continuísmo. E estava exposto a ventos de radicalização de duas origens: a radicalização sindical, que levaria à hiperinflação; e a radicalização ideológica, pregada por Brizola e Arraes, que podia resultar em guerra civil. É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: anos de chumbo ou rios de sangue... * O Autor é deputado federal pelo PPB-RJ. Transcrito da Folha de São Paulo de 19.04.98 e da REVISTA DO CLUBE MILITAR - Maio/1998 Nº 221 - Novembro/2015 TÁRTAROS E MONGÓIS D igamos não ao comunismo russo, que ameaça subverter a liberdade e a civilização no Brasil. Estamos diante de um crime contra a ordem. O anarquismo eslavo não tem o direito de prevalecer contra ela. A Internacional russa está impondo aos marxistas indígenas o seu espírito das trevas, as larvas negras da sua índole negativa, os seus métodos selvagens, as suas fórmulas assassinas. É a bête humanine querendo a todo o transe transformar o caráter doce e compassivo de uma nação civilizada, nesse bivaque de curdos ferozes, que são os sovietes. Possui o Brasil uma formação moral preciosa, herdada do trono ibérico donde descendemos. Das situações mais delicadas, dos problemas políticos mais difíceis, logramos sair até hoje sem haver manchado a nossa história com os delitos cobardes, que têm feito a Rússia contemporânea recuar às épocas mais primitivas da sua existência. A nossa ordem se inspira nos mandamentos da lei de Cristo. É, pois a própria ordem cristã, dentro das normas serenas e límpidas da sua moral. É com essa ordem que se tem construído o nosso equilíbrio entre os movimentos mais opostos entre os contrários mais chocantes, vamos cada dia que passa mais engrandecer o Brasil e fazer respeitar o seu gênio no concerto dos outros povos. Não temos nenhum motivo para mudar a substância e o cerne de nossas instituições por um modelo exótico até hoje, sustentado 1892 - 1992 pela maior organi5 de Outubro zação de terror que ainda concebe uma minoria para governar e se manter no timão da nau do Estado. Não vamos aqui nos dispor a trocar instruções livremente consentidas por uma ordem de coisas que é o fruto do arbítrio e da opressão de uma minoria, a qual, governa blasfemando e incentivando os povos dirigidos pelo jugo dos governos populares, saídos do pronunciamento das maiorias. A nossa regra é a velha ordem humana. No plano eslavo que se ergue é uma paródia no caos. E não foi feita para durar, porque da sua essência é a desordem em que ele dissolve. A manobra comunista é tão difícil no Brasil, como estabelecer para um mujique russo um regime democrático fundado no sufrágio universal A personalidade humana é para o brasileiro, um fim, um ideal, que ele pretende ver cada dia mais alto e mais protegido. Para a ditadura marxista ela não passa de um meio, destinado a constituir o mais monstruoso tipo de Estado que o individuo até hoje executou. Nesse conflito de tendência reside todo o drama da nossa incompreensão e da resistência dos nossos reflexos à máquina do Estado comunista. O sangue dos oficiais do exército legalista que tombaram anteontem no cumprimento do dever, não terá corrido inutilmente. E presença do sacrifício dos bravos que morreram, há uma reflexão que se faz sensível ao coração dos mais empedernidos. Que ideolo- Assis Chateaubriand. gia bárbara é essa que nos chega da Rússia tentando abrir caminho pela porta do crime? A propaganda, o debate das idéias, a paixão da doutrina, o entusiasmo dos princípios, já não serão então armas de convicção que é preciso ir direito ao assassino para afirmar a justiça do credo político? Mas é esse apelo ao terror, nessa trágica assiduidade no crime, que o comunismo fixa, antes de tudo, as suas linhas antibrasileiras, ou, direi melhor, a seu caráter antiocidental. A embriaguez do sangue derramado é a nota tônica dos tropelos do conquistador asiático. No crime político, o dominador oriental encontra quase invariavelmente o seu compasso. Se as idealidades superiores faltam ao comunismo brasileiro, a crueldade, a truculência, a aptidão para barbárie, traços da alma elementar da estepe, nele vêm atingindo acesso em proporções inquietadoras. A humanidade foi, em todos os tempos, em todas as idades, a expressão alevantada da nossa têmpera. Nas nossas lutas políticas, nas nossas jornadas partidárias, nunca se evangelizou uma idéia com o punhal ou o trabuco. A Independência, a Abolição, a República, tanto a primeira como a segunda, nem um desses movimentos conta na sua eclosão esse material abominável de assassinos que a população carioca registrou terça-feira última na Escola de Aviação e no 3º RI. A glória das jornadas cívicas do País é que nenhuma delas se alicerça no homicídio político do tipo que enCENTENÁRIO contramos em seus aspectos sinistros na madrugada de São Bartolomeu, que o Rio acaba de assistir transido de horror. Não. Tanta perversidade, tão frio desprezo pela vida humana, tanta aridez de sensibilidade, tamanha vocação para a eclosão do sangue inocente, nunca foram reações do caráter brasileiro. É um erro capital supor que os inspiradores ocultos desse canibalismo, organizado, em seita política, sejam brasileiros, ou se encontrem ao serviço de uma causa brasileira. A guerra civil que o capitão Prestes se dispôs a desencadear aqui não é bem uma luta interna. A declaração de guerra foi mandada ao Governo do Brasil e ao seu povo liberal pela III Internacional. Estamos em guerra externa contra uma potência estrangeira, que jurou destruir os padrões éticos e jurídicos da nossa civilização centenária. É, pois, a pátria quem está em perigo, nesse duelo contra um inimigo que, ou combatemos com todas as forças da nossa vontade de viver, ou ele terá feito do Brasil uma miserável colônia da tirana vermelha, ímpia e execrando, dos tártaros e mongóis dos sovietes. * Artigo publicado em O Jornal de 29 de novembro de 1935, reproduzido em comemoração ao centenário de nascimento de Assis Chateaubriand pelo Correio Braziliense de 20 de julho de 1992. 13 A INTENTONA COMUNISTA VISTA PELOS LIVROS DIDÁTICOS Nacional Liberta-dora, desencadearam o movimento para depor Getúlio. Em menos de doze horas, a rebelião foi sufocada pelo governo. Cerca de cinqüenta jovens recrutas foram Em novembro de 1935, a Intentona mortos. ( pág. 99) Comunista, um movimento armado que suNova História Crítica blevou três quartéis, um em Natal, outro em Recife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os re8ª Série / 2001 voltosos acreditavam que O revolucionário que outras unidades militares Olga iria acompanhar era Luis iriam aderir ao movimenCarlos Prestes, que voltava to, garantindo a sua vitósecretamente ao Brasil para luria contra o governo de tar contra Vargas na revolta liVargas. Mas a revolta não derada pela ANL. Getúlio manse alastrou, ficando restrita dou prender milhares de pessoaos militares que deram as. O chefe de Polícia, era o os primeiros tiros. terrível Filinto Müller, nazista A repressão promoassumido, torturava barbaravida pelo governo foi viomente os presos que caíam lenta, com prisão, tortura sob suas botas (pág. 145) e até mesmo execução dos envolvidos no conflito. História - 8ª Série Aproveitou-se para prenCotidiano e Mentalidades der, torturar e matar PNLD/2005 pessoas que nada tinham Para conter as agitações, a ver com a Intentona, mas o governo fechou a ANL Alique eram opositores do ança Nacional Libertadora em governo. julho de 1935, prendeu e deporA maior crueldade tou diversas lideranças operáridesse período de repres- Rendição dos militares comunistas as e promulgou a Lei de Seguransublevados na Praia Vermelha, são foi a deportação para ça Nacional. Com a ANL posta a 27 de novembro de 1935 a Alemanha de Olga Bena ilegalidade, seus membros nário, esposa de Prestes (Pág. 227) - O grifo mais moderados se afastaram do movimento, é nosso. e a liderança ficou apenas com comunistas e militares de esquerda. HISTÓRIA INTEGRADA Em novembro de 1935, eles deram início CAPITULO 18 a um levante armado, nas cidades de Natal, Recife A Conspiração Comunista de 1935 e Rio de Janeiro. A rebelião foi rapidamente Contra a lógica mais elementar, já que controlada pelo governo, e muitos militantes e o governo estava de sobreaviso, os militares simpatizantes da ANL foram presos e torturado III Regimento de Infantaria, no Rio de dos. Pág 152 Capítulo 10. Janeiro, atendendo aos apelos da Aliança História - Uma abordagem integrada / 2001 (Questões dos ENEMs) COMENTÁRIO Com estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os livros didáticos (e a imprensa) procuram deturpar a verdadeira História do Brasil, invertendo os autores de crimes hediondos, de traição e dos assassinatos cometidos em novembro de 1935 e, posteriormente, nas guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/70. Onde estão os professores e pais que não reagem a essa lavagem cerebral marxista da nossa juventude? N A VERDADE HISTÓRICA os idos de 1950/1960, Assis Chateaubriand comandava o império jornalístico dos Diários Associados (jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão), que influenciava a opinião pública, mantinha relações com os altos poderes do governo, incluindo a Presidência da República, criava ídolos de pés de barro, derrubava quem desejasse. Tal qual, hoje, as Organizações Globo, que começaram a crescer no final da década de 60, em pleno governo autoritário (havia autoridade). De comum, entre os dois impérios: ontem, o apoio irrestrito ao Movimento CívicoMilitar de 1964 e a lembrança sobre a covarde e traiçoeira Intentona Comunista e hoje, a mentira deslavada deturpando as realizações do regime militar que levou o país ao maior crescimento jamais registrado em 500 anos, com um PIB de 14% e tentando mudar a sua História. Por quê? A máquina da desinformação montada nas redações de jornais e rádios e nas centrais de telejornalismo, tudo faz para que a verdade não seja conhecida. Preferem a meia verdade ou a mentira, divulgadas pelos jornalistas petistas que ocupam 80% das redações e são amantes de Fidel, Guevara e Chávez. O Estado de Minas apesar do acervo histórico de sua Gerência de Documentação (microfilmagem de todos os seus jornais e revistas), não o utiliza como referência, intencionalmente, pois não é do interesse da mídia e do governo petista mostrar a Verdade à nossa gente. · Quem tem medo da Verdade? · Quem está mentindo? · A resposta é sua, prezado leitor! Nº 221 - Novembro/2015 A 814 A INTENTONA COM pós a Revolução Bolchevista de 1917, na Rússia, intensificou-se no mundo inteiro a propaganda ideológica marxista-leninista. No Brasil, desde 1919 foram registradas várias tentativas de implantação do comunismo, mas somente em 1922 foi criado o Partido Comunista, graças à mobilização ocorrida no Rio de Janeiro e Niterói, de 25 a 27 de março. O Congresso Constitutivo do PC logo aderiu ao Movimento Comunista Internacional (MCI), aceitando as 21 condições de admissão à Terceira Internacional(1), também conhecida como Komintern(2). Em janeiro de 1924, graças ao secretário geral Astrogildo Pereira que viajou a Moscou, foi conseguida a filiação do PCB à Terceira Internacional. Dentre as 21 condições, destacamos a 6ª, como expressão do fanatismo ideológico que o Komintern procurava incutir nas organizações bolchevistas: Todos os Partidos Comunistas devem renunciar não somente ao patriotismo como também ao pacifismo social e demonstrar sistematicamente aos proletários que sem a derrubada revolucionária do capitalismo não haverá desarmamento e paz mundial Como não conseguiu o apoio popular, o PCB sentiu a necessidade de atrair um líder que pudesse polarizar a atenção e admiração das massas dando autenticidade ao MCI. Aí surgiu o nome do ex-capitão do Exército, Luís Carlos Prestes, que participara da Grande Marcha, comandada pelo general Miguel Costa, como chefe do Estado-Maior (1925/27). Após a internação da Coluna Miguel Costa na Bolívia, Prestes foi procurado em Porto Suarez por Astrogildo Pereira, do qual recebeu, após longas conversas, várias obras de doutrinação marxista-leninista. A semente estava lançada. Em 1930, vivendo em Buenos Aires, foi convidado para entrevistar-se com Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha. Ao regressar à Argentina, Prestes condenou a revolução que se articulava e fazia nova profissão de fé, aderindo ao Comunismo. Em 1931, os agentes soviéticos Max e Olga Pandarkye convenceram Prestes a seguir para a União Soviética a fim o governo decretou o fechamento da de aprimorar seu doutrinamento político. ANL e a dissolução da União Feminina Em Moscou fez cursos de liderança e do Brasil e a Aliança por Pão, Terra e capacitação marxista-leninista e foi membro do Comitê Executivo do Komintern. Liberdade. A polícia agia com energia Transformara-se em fanático do credo efetuando prisões que abalaram o movermelho, abdicando de seus próprios vimento. O Komintern exigia ação. Pressentimentos nacionalistas. Em novem- sionado, Prestes concordou com o desencadeamento do movimento armabro de 1935 iria comprová-lo, quando sob seu comando foram assassinados covar- do. demente na calada da madrugada seus companheiros de farda. Também em 1946, A INTENTONA anistiado e senador, surpreendera o país Em fins de novembro, foi deflagrada com a declaração de que, se o Brasil a chamada Intentona, que apesar de efêmera, estivesse em guerra com a União Soviémanchou a história pátria com o sangue de tica, jamais pegaria em armas contra os numerosos brasileiros. soviéticos. Regressou ao Brasil em abril/ 1935, acompanhado de Olga Benário, para assumir a liderança do movimento comunista, tornando-se ainda o presidente de honra da ANL - Aliança Nacional Libertadora, mentora da rebelião traiçoeira que se preparava. No livro Meu Companheiro de Maria Quartel da Polícia Militar em Natal após Prestes: Em 1935, o ataque dos insurretos o casal (Prestes e Olga Benário) estava se dirigindo ao RIO GRANDE DO NORTE Brasil, onde se preparava o levante armado que abriria uma perspectiva sociEm Natal, a revolta eclodiu quatro dias antes da data prevista, a 23, um sábado. alista para o maior país da América do Os sargentos, cabos e soldados do 23º Sul. Em fins de 1934 a Conferência Co- Batalhão de Caçadores, com o auxílio de civis extremados assumiram o governo da munista da América Latina já havia delicidade, com o nome de Comitê Popular berado iniciar a revolução no Brasil, mesRevolucionário. Foram três dias e três noimo sem as condições ideais. A decisão tes de horror e desespero. Saques, estufoi tomada por sugestão do delegado pros e arrombamentos foram praticados russo Dimitri Sacharovich Manuilsky e pelos comunistas. de delegados brasileiros que preferiam A contra-revolução veio do inteuma ação rápida e violenta a uma demorior com o chefe político de Seridó, Dinarte rada ação subversiva. Mariz, mais tarde governador do Estado. Para preparar o movimento, o Tropas do Exército e das polícias Komintern enviou o agitador internacioestaduais capturaram em pouco tempo nal Arthur Ernest Ewert (Harry Berger), o todos os implicados, que passaram a secretário geral do PC argentino Roresponder perante à Justiça por 20 mordolpho Ghioldi, os ucranianos Pavel e tes. Sofia, agentes da cúpula do Komintern, o italiano Amleto Locatelli, Franz Gruber, PERNAMBUCO Elize Saborowiski, Olga Benário(3), agenDos três levantes comunistas de 1935, te russa, e outros. o de Pernambuco foi o mais sangrento Os comunistas sentiram crescensegundo o historiador Glauco Carneiro, te oposição a suas atividades de proparesultando em cerca de 720 mortes só nas ganda e agitação. A 11 de julho de 1935, operações da frente do Recife. O movimento eclodiu no dia 24, simultaneamente no 29º Batalhão de Caçadores e no QG da 7ª Região Militar. Ao mesmo tempo, civis armados atacaram as delegacias de polícia de Olinda, Torre, Casa Amarela e a Cadeia Pública. Na ocasião, as principais autoridades encontravam-se ausentes do Estado, em viagem no dirigível Hindemburg. A antecipação da revolta de Natal prejudicou a surpresa do movimento em Recife, com a guarnição alerta. A resistência desenvolvida no interior do quartel do 29º BC, sediado em Socorro a 18 quilômetros da capital, a reação das tropas do Exército em Alagoas e na Paraíba e da Polícia Militar de Pernambuco desfizeram em curto prazo qualquer possibilidade de vitória comunista. É de se destacar a atuação do Capitão Malvino Reis Neto, Secretário de Segurança, organizando tropas para impedir a invasão do Recife. No QG da 7ª Região Militar o sargento Gregório Bezerra chefiando um grupo de amotinados tentou prender os tenentes José Sampaio Xavier e Aguinaldo de Oliveira, que reagiram, sendo morto o primeiro e gravemente ferido o outro. O sargento Gregório, também ferido, foi preso. Na manhã do dia 25 ainda havia luta no 29º BC e no Largo da Paz. Com a chegada de tropas do 20º BC de Maceió, uma bateria de Artilharia da Paraíba, elementos do 29º BC e da Brigada Militar começaram a recuar, sendo batidos na altura do Engenho de Santana. Os que escaparam foram perseguidos e presos pelas tropas legais. Na terça-feira, 26, cessara a luta em Recife e proximidades: Nesse mesmo dia, com autorização do Congresso Nacional, o Presidente da República, Getúlio Vargas, decretou a vigência do estado de sítio em todo o país. RIO DE JANEIRO O terceiro e mais importante surto subversivo eclodiu no Rio de Janeiro. Os planos apreendidos com Harry Berger esclareciam que a insurreição deveria abranger várias unidades: 3º RI na Praia Vermelha, o 2º RI na Vila Militar, o Batalhão de Transmissões, o CPOR, o Grupo de Obuzes, o Ministério da Guerra e a Escola de Aviação Militar, na região do Campo dos Afonsos. Os civis só participariam do combate quando este se estendesse às ruas. O 3º RI possuía armamento moderno e um grande efetivo: 100 oficiais, 200 sargentos e 1700 soldados e seus quadros estavam Nº 221 - Novembro/2015 15 MUNISTA DE 1935 intimidaram e responderam ao fogo. Nessa ocasião o major Misael de Mendonça, legalista, foi atingido mortalmente. O comandante, cel Afonso Ferreira, junto com outros oficiais, ficou isolado no pavilhão principal e por telefone informou o Ministro de Guerra da situação. Mais tarde os dois batalhões renderam-se e o comandante e oficiais foram presos devido ao desmoronamento do prédio onde estavam abrigados. Apesar de dominar o 3º RI, os rebeldes não puderam cumprir as ordens de Prestes, pois as tropas da 1ª Região Militar comandada pelo Fachada do 3º RI após o confronto General Eurico Gaspar entre as forças legais e os insurretos Dutra impediam que deiinfiltrados por comunistas. O cap. Agildo xassem o quartel. Intimado a render-se o Barata, marxista, lá se encontrava cumprin- capitão Agildo negou-se por não saber que do punição disciplinar e logo se articulou o levante da Escola de Aviação malograra. com o tenente Francisco Antônio Leivas As tropas legalistas intensificaram os foOtero que liderava a célula do PC e assumiu gos até que após o meio-dia surgiu uma a liderança dos preparativos para o levante. bandeira branca. Nas companhias do Regimento havia pelo Na Escola de Aviação a propaganda menos um elemento designado para pren- comunista procurava aliciar adeptos, der os militares legalistas e assumir o co- dirigida pelos capitães Agliberto Vieira de mando no momento oportuno. Azevedo e Sócrates Gonçalves da Silva, Na tarde de 26 de novembro, o 3º além de mais 6 oficiais, graduados e soldaRI encontrava-se em prontidão por cau- dos. Desde setembro a Escola vivia um sa dos acontecimentos do Nordeste. Nes- clima de inquietação com o aparecimento, sa tarde o cap. Agildo Ribeiro recebeu entre os alunos, de boletins de doutrinação a ordem assinada por Prestes: marxista-leninista. Posteriormente foi enO 3º Regimento Popular Re- contrado um pacote de panfletos subvervolucionário deverá levantar-se às sivos com o capitão Sócrates, que receduas da madrugada de 27 de novembro beu ordem de prisão mas se evadiu. e a partir das três horas deslocar tropas Após as 14 horas do dia 26, ouvipara as proximidades do Arsenal de ram-se tiros, gritos e correrias. Eclodira o Marinha e do Palácio do Catete, deven- movimento sedicioso e se alastrava. do outras impedir a ação da Polícia EspeSucederam-se lances dramáticos, cial e do Batalhão de Polícia Militar da com atos de heroísmo e de covardia, rua São Clemente. conforme relata o historiador Glauco Na hora prevista ouviram-se tiros Carneiro: dois oficiais legalistas, cano pelotão do tenente Leivas Otero, um dos pitão Armando de Souza e Melo e o revoltosos. Era o sinal esperado para os tenente Danilo Paladini, foram mortos amotinados aprisionar os legalistas que na ocasião, ainda dormindo, por Aglisurpreendidos com a rapidez da ação ofere- berto e pelo tenente Ivan Ramos Ribeiciam pouca ou nenhuma resistência. As ro. O mesmo capitão Agliberto assascompanhias de metralhadoras do I e II Ba- sinou o tenente Benedicto Lopes Bratalhões, comandados pelos capitães gança, quando este se encontrava preAlexínio Bittencourt e Álvaro Braga, não se so e desarmado. Dominando a situação, de posse de todo o armamento e munição, os rebeldes comunistas ocuparam os hangares a fim de acionar os aviões e alastrar o movimento. O 1º Regimento de Aviação, sob o comando do tenente coronel Eduardo Gomes, conseguiu repelir o assalto até que o general José Joaquim de Andrade manobrasse o Regimento Andrade Neves contra os rebeldes. As 17 horas do dia 27, os comunistas debandavam em fuga. Os prisioneiros foram colocados no navio Pedro I, trans- formado em barco-presídio. Após a derrota da Intentona, os agentes soviéticos conseguiram fugir para Moscou, onde apresentaram seus relatórios. Foram todos liquidados no Grande Expurgo estalinista de 1937/38. Amleto Locatelli morreu na Guerra Civil Espanhola. A Gestapo matou as agentes Olga Benário e Elise Saborowiski. Prestes foi preso no Meier/RJ, em março de 1936 e assim permaneceu até abril/1945. Em 1943, mesmo na prisão, foi eleito secretário-geral do PCB, permanecendo no cargo até 1980. MONUMENTO VOTIVO Na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, foi erguido em 1968, um monumento votivo às vítimas da Intentona Comunista de 1935, por iniciativa do Ministro do Exército, generalde-Exército Aurélio de Lyra Tavares, para perpetuar em praça pública a homenagem do povo àqueles que souberam lutar e morrer pela sua liberdade. O monumento incorpora arranjos procedentes do mausoléu que fora inicialmente construído no Cemitério de São João Batista, em 1938. Nossos respeitos e homenagens àqueles que tombaram na defesa da liberdade e de nossas instituições · Natal/ RN: 2º Sgt Jaime Pantaleão de Moraes, Cabo João de Deus Araújo e soldado PM Luís Gonzaga de Souza; · Recife/ PE: Capitão José Sampaio Xavier, Tenente Lauro Leão Monumento Votivo na Praia Vermelha/Rio de Santa Rosa e soldado PM Lino Victor dos Santos; · Rio de Janei- Henriques, Álvaro de Souza Pereira e ro/DF: Tenente-coronel Misael de Men- Generoso Pedro Lima. donça; majores Armando de Souza e 1) A III Internacional foi fundada em 2 de março de 1919 por Lenine com a finalidade de Mello e João Ribeiro Pinheiro; capitães Danilo Paladini; Geraldo de Oliveira e implantar a revolução comunista no mundo. 2) Komintern - abreviatura de Benedicto Lopes Bragança; 2º Sgt José Kommunistitcheski internacional. Bernardo Rosa; 3º Sargentos Coriolano 3) O único pesquisador brasileiro William Waack, consultou os arquivos de Ferreira Santiago, Abdiel Ribeiro dos SanMoscou e reconstituiu uma verdade há longo tos e Gregório Soares; 1º cabos Luís Autempo negada, golpeando fundo a mitologia gusto Pereira e Antônio Carlos Botelho; comunista nacional, liquidando para sempre 2º cabos Alberto Bernardino de Aragão, com a lenda da inocência de Olga Benário, Pedro Maria Netto, Fidelis Baptista de desmascarando-a como agente do Serviço Aguiar, José Harmito de Sá, Clodoaldo Secreto Militar Soviético (GRU) Fonte: Ursulano, Manuel Biré de Agrella e FranO Exército na História do Brasil República cisco Alves da Rocha; Soldados Wilson Volume III Biblioteca do Exército/1998. França, Péricles Leal Bezerra, Orlando Nº 221 - Novembro/2015 ESQUECER TAMBÉM É TRAIR ! H REDAÇÃO DISTRIBUIÇÃO ACP 5ª Seção EMG Informativo interno da AMAN ANO XXXII A Nº Fundador: Cap RUBENS J. PORTUGAL 206 DATA 22 Nov 85, 6ª feira CINQÜENTENÁRIO DA INTENTONA COMUNISTA "Intentona Comunista" de 1935 pode ser resumida em duas palavras: traição e covardia. Sim, pois companheiros nossos, fardados, coturnos calçados, no cumprimento de seus sagrados deveres, foram mortos, à socapa, na calada da noite, muitos enquanto dormiam... Mas sempre agiram assim, senão vejamos: Andrei Sakharov, físico russo, confinado por castigo em Gorki, declarou, tempos atrás: A história de 60 anos do comunismo está cheia de uma horrível violência, de crimes odiosos no seu território e fora dele, de destruição, sofrimento e corrupção de milhões de pessoas. "ESQUECER TAMBÉM É TRAIR!" JORNAL INCONFIDÊNCIA Assinatura anual A. VIA POSTAL - Recortar (ou xerocar) e preencher o cupom abaixo, anexando cheque bancário nominal e cruzado ou cheque dos correios, no valor de R$ 150,00, em favor do Jornal Inconfidência e remetê-los para para Rua Xingu, 497 - Alto Santa Lúcia CEP 30360-690 Belo Horizonte MG - Não enviar dinheiro. B. VIA BANCÁRIA - Depositar ou transferir para o Banco do Brasil o valor de R$ 150,00 agência 2655-7 - c/c 28172-7 e por e-mail, enviar o quadro preenchido e o comprovante do pagamento para [email protected], e ainda o cupom citado e o xerox do pagamento para Rua Xingu, 497 - Alto Santa Lúcia - CEP 30360-690 - Belo Horizonte - MG. C. Valores superiores serão muito bem recebidos. D. Informações - e-mail: [email protected]. E. Renovação da Assinatura a cargo do interessado (idem providências acima). ATENÇÃO: Verifique no canto inferior direito da etiqueta de endereçamento postal, o mês/ano do vencimento. E RENOVE!!! PROFISSÃO/POSTO/ GRADUAÇÃO: NOME COMPLETO: ENDEREÇO: BAIRRO: CEP: CIDADE: UF: E-MAIL: ANISTIA TORTA (Publicado no Correio Braziliense - 11/04/1995) * Foi líder parlamentar e ministro de Estado. SIM NÃO A CLASSE OPERÁRIA Edições Históricas da Revolução de 1964 MANCHETE * Armando Falcão 20 anos, por força da ação revolucionária á quem pretenda sepultar no esquecimento a Revolução de 31 de direta e indireta, modernizou-se a admimarço de 1964, como já se deixou nistração, retirou-se a economia do atraso, implantou-se a telecomunicação, vide homenagear, por outro lado, a memória dos heróis militares assassinados na veram novos corredores de exportaintentona comunista de 27 de novembro ção, multiplicaram-se os investimentos, ampliou-se nossa capacidade de 1935. Que país é este, no qual fatos históricos relevantes, que são exemplos, energética, voltaram a disciplina e a lições e advertências, descambam para o hierarquia, a paz, a ordem e a autoridade. O povo era feliz e não sabia. desprezo dos pósteros, que passam a Numa histórica tentativa global de condená-los no repúdio do silêncio e no desprezo da indiferença? Em ambos os restaurar a chamada democracia plena, e depois de derrotar a guerrilha rural e casos mencionados, a insofismável insurbana, a Revolução, espiração das Forças Armadas foi, basicamente, defender as Insistem em sepultar pontaneamente, em nome instituições republicanas, a intentona comunista da pacificação política nacional, propôs ao Consalvando-as da frontal ameae a Revolução de gresso a decretação da ça comunista. 1964. Não o anistia ampla, geral e No 27 de novembro, os comparsas de Luís Carlos conseguirão, todavia. irrestrita, teoricamente Quem viver verá. estabelecida. Era, por asPrestes ensangüentaram a ensim dizer, a esponja que se tão capital da República, assim como outros pontos do território procurava passar sobre o território da disnacional. De armas na mão, assumiram a sensão, do ressentimento e do ódio. Entreiniciativa criminosa da mazorca marxista, tanto, a idéia da Revolução foi inútil. De na Praia Vermelha e nos Afonsos, no Rio fato, perdoaram-se os atentados à mão arde Janeiro, em Pernambuco e no Rio Gran- mada, os seqüestros de embaixadores, os crimes hediondos, os delitos de sangue. de do Norte. Mataram, covardemente, Mas as cobranças descabidas acerca de inclusive companheiros que dormiam, no supostas torturas, a busca constante de 3º Regimento de Infantaria, e numa unidesaparecidos, envolvidos em movimendade da Aviação Militar feriram a bala Eduardo Gomes, um dos 18 do Forte de tos terroristas, o revanchismo, enfim, tudo tendo como alvo o denominado regime Copacabana. Na orfandade e na viuvez militar, isso não sai da ordem do dia. É ficaram dezenas de pessoas, porque seus chefes sacrificaram a própria vida em pauta permanente nos espaços de que dispõe a incansável insurreição subversiva, defesa da nação. A Revolução de 31 e ostensiva ou disfarçada. março, por sua vez, nasceu da reconhe Por último, pretende-se revogar cida aliança do povo com os cidadãos historicamente a Revolução Democráfardados. Tornou-se inevitável e obrigatica de 1964, como se ela não tivesse tória, como condição essencial de uma reação coletiva organizada, capaz de eli- sido, e ainda é, uma idéia-força, gerada na alma dos patriotas. A anistia legal minar o caos que infelicitava a vida geral dos brasileiros. Durante pouco mais de classifiquemo-la assim - só valeu e só vale para um lado, isto é, para o lado deles. Ficou sendo, em conseqüência, uma anistia torta. É oportuno advertir os democratas ingênuos de que o comunismo faliu, mas não faleceu. A esquerda extremista não acredita na queda do Muro de Berlim. Eis por que insistem em sepultar a intentona comunista e a Revolução de 1964. Não o conseguirão, todavia. Quem viver verá. TEL: Autorizo a publicação do meu nome 816 Órgão Central do Partido Comunista (S.B.I.C.) Ano XII São Paulo, Março de 1937 O CRUZEIRO EXTRA Ao fazer ou renovar a sua assinatura, se desejar receber via postal, um exemplar destas revistas, envie mais R$ 20,00, por cada uma delas. Estandarte apreendido no Rio de Janeiro, em 1934 (ANL) Nº 200 "A libertação da Espanha da opressão dos reacionários facistas, não é uma questão privada dos espanhóes. É a causa comum de toda a humanidade avançada e progressista". STALIN Nº 221 - Novembro/2015 CONGRATULAÇÕES À ESQUERDA Carlos Azambuja comenta a forma lenta e gradual como os antigos terroristas e militantes comunistas assumiram posições de destaque na política nacional, utizando-as para embolsar dinheiro público e humilhar os que impediram seus planos totalitários no passado. As feridas e os erros da esquerda precisam sangrar para que as insuficiências e incompreensões possam ser superadas (JOSÉ GENOÍNO, O Globo, 06 Fev 96). Logo após a Revolução de 31 de Março e 1964 que depôs o governo comunizante de João Goulart, as organizações, grupos e partidos de esquerda então existentes em nosso país, e logo após inúmeras outras organizações constituídas pelas bases radicalizadas do chamado Partidão, definiram como prioridade a derrubada do regime instituído, utilizando como tática a violência armada e todas as formas de luta, conforme prescrevem os manuais do marxismo-leninismo. Esse projeto de luta armada, no entanto, vinha sendo alimentado desde antes de 1964, estimulado pelo exemplo da revolução cubana. Isso, sem falar nas propostas de revolução armada que vinham de muito antes, na melhor tradição bolchevique, como o levante comunista de 1935, determinado pelo Komintern. É notório que já no governo Jango existiam grupos voltados para essas formas de luta mais avançadas, segundo o jargão marxista. Nesse sentido, é esclarecedor o depoimento de um ex-guerrilheiro urbano, membro dirigente, nos anos 60, da Dissidência da Guanabara e, depois, do Movimento Revolucionário Oito de Outubro, preso, banido do país e posteriormente anistiado: (...)Antes da radicalização da ditadura, em 1968, e antes mesmo de sua própria instauração, em 1964, estava no ar um projeto revolucionário ofensivo. Os dissidentes se estilhaçariam em torno de encaminhamentos concretos, formando uma miríade de organizações e grupos, mas havia acordo quanto ao nó da questão: chegara a hora do assalto (Daniel Aarão Reis, atual professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense. Esse imprescindível Passado, artigo publicado na revista Teoria e Debate de julho/ agosto/setembro de 1996). Os seqüestros de aviões, de diplomatas estrangeiros, os roubos de armas, os atentados terroristas, os assaltos a agências bancárias, a estabelecimentos comerciais e até mesmo a residências, os ataques a quartéis, foram transformados em tática militar e precederam o que é denominado de radicalização da ditadura em dezembro de 1968, com a edição do Ato Institucional nº 5. Em 1970, ao assumir a presidência da República, o general Garrastazu Médice definiu como prioritário o fim do terrorismo e para isso criou os DOI/CODI. No entanto, Marighela não mais existia, pois havia sido morto em uma via pública, em São Paulo, no ano anterior. Essa via pública, assim como tantas outras, foi definida, posteriormente, pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, como um local assemelhado a uma dependência policial ou sujeito à administração militar. Ele, Marighela, que a Inteligência cubana imaginava transformar no sucessor de Che Guevara (vide o livro de Luis Mir, A Revolução Impossível) havia deixado um testamento que iria ser responsável por uma montanha de mortos entre os que seguiram seus ensinamentos: o Minimanual do Guerrilheiro Urbano. Lamarca, no entanto, que traiu o Exército, sua mulher e seus filhos, ladrão de armas, assaltante de bancos, seqüestrador e assassino de inocentes de forma vil, como a morte a coronhadas do tenente Alberto Mendes Junior, no Vale da Ribeira, ainda viveria até o ano seguinte. Em setembro de 1971 seria morto no sertão da Bahia, local que a Comissão de Mortos e Desaparecidos definiu que era sujeito à administração militar, para, assim, indenizar sua mulher que já era pensionista de seu marido. Em agosto de 1979, com as guerrilhas urbana e rural erradicadas e o país pacificado, o presidente Figueiredo assinou a lei que concedeu uma anistia ampla, geral e irrestrita. Essa lei libertou todos os que se encontravam presos. Em maio de 1985, a chamada Nova República legalizou os partidos clandestinos graças a uma Emenda Constitucional de autoria do então deputado federal pelo PMDB Roberto Freire, ele próprio dirigente de um desses partidos clandestinos, o PCB. A partir de então, o aparelho burocrático do governo passou a ser tomado, de forma lenta, gradual e segura pela esquerda, derrotada, anistiada, mas não conformada. Os Órgãos de Inteligência, na era Collor, foram desmantelados e as Forças Armadas economicamente sufocadas, restando-lhes uma única função: sobreviver. A Constituição cidadã, de 1988, propiciou centenas de retornos às Forças Armadas. O Estado promoveu-os e pagou por isso. Também os demitidos e expulsos, foram reincorporados a partir de 1985 e promovidos. Como se isso não bastasse, uma Comissão, denominada de Mortos e Desaparecidos Políticos foi constituída e recompensou e continua a recompensar as famílias daqueles que livremente escolheram o caminho da luta armada, seqüestraram, assaltaram e mataram, sendo, afinal, mortos por aqueles que, constitucionalmente, cumpriam suas obrigações de defender a Pátria, a Lei e a Ordem, com sacríficio da própria vida, coerentes com o juramento que fizeram ao entrar para a carreira militar, de defender a Pátria com o sacrifício da própria vida. Do lado dos que se opuseram que a Pátria fosse transformada em uma república popular democrática, vidas preciosas foram perdidas, muitas famílias ficaram sem os seus chefes, mas nenhuma delas, em todos esses anos, nada reivindicou. Com relação, especificamente, ao caso de Carlos Lamarca, a relatora, na Comissão de Mortos e Desaparecidos, uma ex-guerrilheira urbana, afirmou cinicamente que a repressão não respeitou a Convenção de Genebra e que ... como os guerrilheiros do Araguaia, ele (Lamarca) fez, também, prisioneiros aos quais respeitou a integridade" (sic) , e afirmou, também, que o redator da Lei que proporciona a recompensa às famílias dos mortos pela repressão, então chefe do gabinete do Ministério da Justiça, legislou por conta própria, e que ... foi vontade do legislador incluir os que morreram em combate direto com as forças repressivas. Aproveitando o ensejo da reforma universitária que o atual ministro da Educação diz que fará, este não seria um tema altamente ilustrativo e edificante para ser incluído nos currículos de Direito? Parabéns às esquerdas. Vocês chegaram lá, utilizando os meios pacíficos. Afinal, essa é uma forma de luta também revolucionária. (Publicado no ARAUTO/OPINIÃO de novembro de 1996) O autor é Carlos Ilich Santos Azambuja 17 A INTENTONA COMUNISTA O mesmo movimento que em 1935 assassinava compatriotas, traiçoeiramente, foi sufocado, novamente, em 1964. Mas desta feita os assassinos foram indenizados pela nação brasileira O intento louco de tomada do poder pela força ou a Intentona Comunista, como ficou conhecido o traiçoeiro, sangrento e fracassado motim deflagrado por militares comunistas contra estabelecimentos militares de Natal, do Recife e do Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 27 de novembro de 1935, constitui uma das mais negras páginas da história do Brasil. Maus militares, corrompidos por intensa doutrinação marxista, desprezam a hierarquia e a disciplina, descumprem seu sagrado juramento para com a Pátria, traem seus próprios companheiros e até os matam, mesmo quando já presos e desarmados. Naturalmente, oficiais e graduados fiéis ainda que surpreendidos pelo vulto do motim e principalmente pela traição de companheiros que, até então, pareciam leais, cumprem seu juramento reagem com bravura, defendem as instituições com risco de vida e, alguns com o sacrifício da própria vida. Findo o dia 27 de novembro, derrotados, desmoralizados, os amotinados fogem ou se rendem. Do lado dos militares fiéis, morrem, no cumprimento do dever, bravos brasileiros. A deflagração da Intentona Comunista em 23 de novembro de 1935, foi o desfecho de uma trama que, era verdade, vinha sendo articulada dentro e fora do País. Segundo revela o General José Campos de Aragão, em seu livro intitulado A Intentona Comunista de 1935, em 30 de março de 1935 Luis Carlos Prestes fora aclamado presidente de honra da recém-criada Aliança Nacional Libertadora; no VII Congresso da Internacional Comunista, o delegado holandês Van Mine, membro do Conselho Executivo do Komintern e relator dos assuntos referentes à América Latina, afirmara: A Aliança Nacional Libertadora foi criada sob orientação secreta mas direta do Partido Comunista Brasileiro (PCB), segundo as instruções confidenciais recebidas da Legação Soviética em Montevidéu. Ela cumpre cegamente ordens de nosso bravo camarada Prestes...; e Dimitrov, em 1935, no VII Congresso da Terceira Internacional de Moscou, discorrendo sobre o papel da Frente Única Anti-imperialista, declarara: ...no Brasil,o Partido Comunista, que deu uma base ao desenvolvimento de uma frente contra o imperialismo ao criar uma Aliança de emancipação nacional, deve empenhar-se com todas as suas forças para impulsionar essa frente, conquistando para a mesma, sobretudo, os milhôes de camponeses, e orientando o movimento no sentido da formação de destacamentos de um Exército Popular Revolucionário extremamente devotado, até que seja alcançado o objetivo final, e no sentido da organização do poder dessa Aliança Libertadora Nacional.... Torna-se fácil perceber, portanto, a importância do papel dos militares brasileiros em Natal, no Recife e no Rio, os quais, honrando seu sagrado juramento, cumpriram com bravura seu dever e impediram que o Brasil passasse a ser controlado por um Exército Popular Revolucionário. As autoridades e os militares de hoje poderão ter esquecido aqueles que morreram defendendo a Pátria. A Pátria, no entanto, certamente jamais os esquecerá. (Publicado no ARAUTO/HISTÓRIA de novembro de 1996) Olavo Nogueira Dell'Isola Coronel Aviador Nº 221 - Novembro/2015 818 A VERDADE ESQUECIDA Revista ÉPOCA, Edição 326 - 16 de agosto de 2004 De fato, como fartamente registraram os a alvorada de março de 1934, vindo de jornais, poucos dias após a supressão do levante Buenos Aires portando passaporte ameno Rio de Janeiro, a eficiente polícia carioca, na ricano, desembarcara no Rio de Janeiro jurisdição dos 13° e 14° distritos policiais, um sujeito de nome Harry Berger. deteve 23 comunistas de origem judaica (longo Preso pela polícia carioca no natal de 1935, ficaria citar a relação dos nomes), todos ligados logo revelou-se a identidade secreta do viajante. à Brazcor, organização revolucionária comunisChamava-se, o misterioso elemento, Arthur ta, mantida e orientada pelo PCB. Essa associErnst Ewert, judeu alemão, fichado em seu país ação mantinha uma biblioteca popular israelita de origem, no qual era ex-deputado, como espião. de nome Schelomo Alcichem, instalada à Rua Constava também processo por alta traição. Sen. Euzébio n° 59, bem como, uma cozinha Berger era o agente do Komintern, especiaproletária comunista, que servia refeições na lista em golpes subversivos, enviado para o Rua Visconde de Itaúna. Publicava a revista de Brasil com a missão de dirigir intelectualmente o cultura moderna Volkekultur. plano traçado em Moscou, que objetivava a Quando assistimos ao filme Olga, de Jaime instauração de uma ditadura de tipo stalinista no Monjardim, inquietou-nos não somente a laPaís, por meio de levante armado. mentável omissão destes relevantes fatos, como Sob ordens de Berger, lá estava Luiz Carlos também, a superficial abordagem sobre as sublePrestes, homem escolhido para encabeçar um vações comunistas em Natal, no Recife e no Rio governo popular nacional revolucionário, sede Janeiro. gundo relatório do próprio Berger para o KoQuerer romantizar as figuras de Luiz Carlos mintern. Prestes e Olga Benário, criando um clima nupcial Prestes angariou simpatia no meio comunisao longo de todo o filme e, por tabela, apresentáta, pela sua participação na famosa coluna mililos como porta-vozes e defensores da liberdade tar, que marchou pelo interior do País, nos humana e da democracia e, no mínimo, insensaagitados tempos do movimento tenentista. Poutez e cinismo puros. co depois, após a conversão de Prestes à doutrina Esquecer (ou omitir tendenciosamente) o marxista lininista por Astrogildo Pereira, a hábil assalto à Escola de Aviação, em Marechal Herpropaganda vermelha batizou esse destacamenmes, onde oficiais brasileiros foram assassinato com seu nome, ainda que para isso tivesse de dos por companheiros de farda enquanto dorcometer a injustiça histórica de omitir e relegar ao miam, ignorar o covarde ataque-surpresa ao esquecimento a figura do comandante Miguel 3° Regimento de Infantaria, na Praia VermeCosta, principal líder militar da Coluna, ao qual lha, onde a ordem só foi restabelecida após Prestes esteve sempre subordinado. uma manhã inteira de combates; desdenhar Pela experiência do período, Prestes recebeu dos cinco dias em que revolucionáa incumbência de chefiar a ação Divulgação rios comunistas, em Natal, estabearmada dos comunistas no Braleceram um governo que promoveu sil. Não poderia haver falhas. O a ação de arruaceiros, assassinos, plano deveria ser executado de estrupadores e assaltantes; sugerir forma rápida e eficaz, sem ofeque a inocente menina Elza Ferrecer ao governo o tempo necesnandes (trucidada segundo ordens sário para o esboço de uma reado Cavaleiro da Esperança, com ção. consentimento de Olga) era a resPara tanto, visando garantir ponsável pelo desastre que someno apoio logístico e os recursos te a incompetência de Prestes profinanceiros necessários para tão vocou, menosprezar tudo isso é risarriscada empreitada, Moscou co muito grande. fundara em Montevidéu, clanÉ aceitarmos e legitimarmos destinamente, o seu Secretariaperante a história o crime, o fanado Latino Americano, órgão cuja tismo e o unilateralismo político, finalidade era aproximar as ora ditadura. ganizações comunistas latinas, Luiz Carlos Prestes e Olga a fim de impulsionar o movi- Olga Benário, após prestar depoimento Benário não defendiam democramento vermelho na América do no Rio de Janeiro, em 1936, acompanhada por um policial cia de nenhuma espécie para o Sul. Foi este o fato que gerou, Brasil, tenhamos isso sempre em mente. ainda em fins de 1935, após o malogro da tentaPelo contrário, caso lograssem êxito em tiva de assalto comunista ao poder no Brasil, o sua missão, teríamos nosso País reduzido rompimento das relações diplomáticas do Urua simples colônia de Moscou e conviveríguai com a União Soviética. amos com uma ditadura ferrenha, que em A Intentona Comunista de 1935, portannome da liberdade humana, cometeu os to, fora concebida e preparada em Montevimaiores crimes e atrocidades da história da déu, como bem atestaram os jornais da época humanidade. Comunistas estrangeiros trano Brasil, entre os quais, o Globo. çaram lá fora este destino para o Brasil, Durante os preparativos para o golpe, contando para isso com o apoio de brasileivisando despistar quaisquer suspeitas a resros desprovidos de senso patriótico, somapeito de seu enviado revolucionário, destaca dos a um punhado de ignorantes. Moscou, como esposa de Prestes, a judia Se nós, brasileiros, em algum momento de alemã Olga Benário (Olga Ben-Ario), conhenossa história, vivêssemos de fato uma ditadura cida já em seu país pelas suas ações subvercomunista, o filme Olga, se viesse a ser produsivas. zido, tenhamos a certeza, contaria história bem Cumpre destacar, nesse ponto, fato descomais trágica. nhecido da grande maioria dos brasileiros sobre Publicado em A Tribuna de Santos, a chamada Intentona: a do envolvimento direto em 07.09.2004 de grande número de israelitas (infiltrados no * Bacharel em História pela País) na conspiração comunista de 1935. Universidade Católica de Santos. Autor do livro-reportagem "Camaradas", diz que o mito romântico da revolucionária nasceu de propaganda Profissão: Jornalista, é correspondente da Rede Globo em Nova York Experiência: Cobriu oito guerras, entre elas a do Golfo, e morou em Berlim ÉPOCA - Que Olga você conheceu em suas pesquisas? William Waack - Uma profissional do serviço secreto militar soviético, treinada para obedecer em qualquer circunstância, sem jamais duvidar dos chefes e da linha estabelecida pelo Partido, disciplinada, mas sem interesse por assuntos teóricos, que ao chegar ao Brasil perdeu o foco da missão. O trágico em Olga é que ela não tinha saída. ÉPOCA - Como assim? Waack - A verdadeira dimensão trágica da figura de Olga é o fato de ela ter sido vítima de dois totalitarismos. Foi liquidada por um deles, o nazista, enquanto todos os seus companheiros de luta no Brasil, que sobreviveram à aventura de Prestes e conseguiram voltar a Moscou, foram destruídos pelo outro totalitarismo, o comunista - foram executados na Rússia antes ainda do assassinato de Olga. Mas não era um aspecto que interessava à máquina propagandística do PC da Alemanha Oriental, que iniciou o culto ao mito de Olga no final da década de 50, suprimindo partes de sua real história. O mesmo ocorreu no livro lançado no Brasil por Fernando Morais, que, na verdade, tem boa parte compilada da primeira biografia de Olga feita pela alemã Ruth Werner, a pedido do PC alemão, em 1962. Trabalhos que não contam a realidade. ÉPOCA - Pelo que pesquisou, do que mais não se fala? Waack - Um detalhe fundamental: o fato de que a mãe de Prestes pediu várias vezes às autoridades soviéticas que tentassem trocar Olga por prisioneiros dos soviéticos. Era impossível que isso acontecesse, pois, naquele momento, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, os soviéticos estavam entregando à Gestapo militantes alemães que se refugiaram em Moscou. Uma dessas pessoas, aliás, foi a última a ver Olga viva no campo de concentração. Era Margareth Buber-Neuman, uma colega dela de militância, alemã e judia, que chegou a ser preparada para ir ao Brasil, mas foi presa com o marido em Moscou e entregue à Gestapo. ÉPOCA - Isso tira de Olga e Prestes o romantismo, a luta por ideais? Waack - Prestes e Olga eram, antes de mais nada, soldados do Partido, e a esses soldados não se admitiam crises de consciência. Dou um exemplo: entre a derrota do levante de novembro de 1935 e a prisão dos dois, no início de 1936, Prestes mandou matar a namorada do secretário-geral do PCB, Elza, uma moça inocente e ingênua de 18 anos, que foi estrangulada por militantes do partido. Ele suspeitava, erroneamente, que Elza fosse informante da polícia. E Olga não se opôs à decisão, segundo o agente soviético no Rio que chefiava o esquema clandestino. Não havia nada de romântico ali. N * Luiz Gonçalves Alonso Ferreira OLGA NÃO TINHA SAÍDA Entrevista com William Waack, o autor de Camaradas MARTHA MENDONÇA E ELISA MARTINS ESQUECER, TAMBÉM É TRAIR! Nº 221 - Novembro/2015 LEMBRAI - VOS DE 35! * Valmir Fonseca Azevedo Pereira O ESQUECER TAMBÉM É TRAIR pelos comunistas por meio da luta armada. A republiqueta sul - americana estava pronta para cair. E a tentativa teve lugar, na noite de 23 de novembro em Natal, na manhã de 24 em Recife, e na madrugada de 27 no Rio de Janeiro. Em cada, um retumbante fracasso. Tolhida no Rio de Janeiro, seu principal foco, soçobrou nos demais estados. Inerme, sem os sucessos iniciais esperados, sucumbiu no Foto: Sgt. Ely / CML seu nascedouro, graças ao sacrifício de um punhado de heróis. Felizmente, apesar das vítimas imoladas no altar da insânia, da covardia e da insensatez, o 27 de novembro de 1935, que cobriu de luto a memória nacional, também foi Flores no monumento da Praia Vermelha / Rio uma data fatídica, A tentativa, desencadeada em infausta para os inimigos da democrasolo pátrio contava com o aval, plane- cia, que pelas armas, traiçoeiramente, jamento, apoio e monitoramento da In- vitimaram inocentes, ao sacudir uma ternacional Comunista (Moscou), que nação pacífica e ordeira com um iludida com as informações de Luís Carlos macabro golpe de força. Sim, lembrar o quê? Como fracasPrestes, o Cavaleiro da Esperança (russa?), de que as frentes populares esta- sou a PRIMEIRA TENTATIVA DE TOvam aos seus serviços e submissas aos MADA DO PODER? Sim, para os subversivos não é seus desígnios, e que o Brasil cairia de maduro aos pés de suas propaladas bom recordar uma vergonhosa e insana intentona; portanto, apaguem da memória, colunas de guerrilheiros. Pretendiam transpor para o Bra- dos registros, dos arquivos, para que os sil, o modelo de revolução delineado incultos cidadãos esqueçam as lições da história, e como os topor Moscou e, assim, as mesmas LEMBRAI - VOS DE 35, los, recaiam nos mesmos erros, cometam os idéias - força e os ou melhor, mesmos enganos e mesmos temas foDE 27 DE NOVEMBRO entronizem falsas ideram explorados à DE 1935. ologias e solertes emexaustão, cópias busteiros. fiéis daquela ação É brasileiros, a DEMOCRACIA é revolucionária que contavam como favas contadas, crentes na passividade por demais importante e frágil para ser do povo e na inépcia das Forças Arma- descurada, e ficar à mercê de golpistas e interessados em substituí - la por das. O relativo sucesso na área mili- práticas, sabidamente tiranizadoras. Portanto, todo o cuidado é poutar, assim entendido o esforço de infiltração e de recrutamento de adeptos co. E, por mais que eles deplorem, LEMBRAI - VOS DE 35, ou nas Forças Armadas, viria a ser importante fator para o desencadeamento da melhor, DE 27 DE NOVEMBRO DE primeira tentativa de tomada do poder 1935. * General-de-Brigada 19 O Cruzeiro Os ultimos successos revolucionarios contundente, incisivo e conciso slogan, uma estaca gravada no coração dos comunistas, aos poucos perde, num país sem memória, o seu principal ensinamento - a cautela, a atenção, a prevenção. À época, considerado um país semicolonialista, seu contexto era fértil, assim julgavam, para a execução dos mesmos métodos aplicados, exitosamente, no golpe bolchevista de 17 de novembro de 1917. ESQUECER TAMBÉM É TRAIR Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das Forças Legais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição T iveram o condão de alarmar fundamente o espírito da população carioca os sangrentos successos de quarta feira ultima que consubtanciaram na sublevação de parte de algumas guarnições militares desta capital, felizmente reprimidas com energia e decisão pelas autoridades. O golpe militar communista desferido sob a chefia do capitão Agildo Barata e do major Alcedo Cavalcanti determinou a perda de algumas vidas preciosas, privando os quadros da officialidade do Exercito Brasileiro de algumas de suas mais brilhante expressões. Durante as primeiras horas do dia, enquanto a população não conhecia a verdadeira extensão dos sangren- tos acontecimentos formou-se uma espectativa de alarme, a qual, felizmente se atenuou à medida que os rebeldes foram sendo batidos corajosamente em todos os sectores. O presidente da República, Sr Getúlio Vargas, num inclito exemplo de intrepidez pessoal, logo que teve conhecimento da eclosão do movimento nesta capital, articulado com as revoltas de Recife e Natal, sob a orientação do excapitão Luiz Carlos Prestes, deixou o Palácio Guanabara e, em companhia do Ministro da Guerra e das altas patentes do Exercito, visitou as diversas frentes da luta, quando ainda era indecisa a situação. (O Cruzeiro, 07/12/1935) A Polícia Militar, na Praia do Botafogo, junto ao Pavilhão Mourisco, de prontidão horas após o levante Nº 221 - Novembro/2015 CAIXA POSTAL Publicado no Inconfidência nº 136 de Jan/Fev. 2009 INTENTONA COMUNISTA / 1935 Esquecer, também é trair CAP PAULO ALBERTO M SILVA São Paulo/SP Penso que não deve existir neztepais qualquer outra publicação tão clara e oportuna sobre a intentona comunista desencadeada no Brasil, em novembro de 1935, como os dois últimos números do Inconfidência. Deveria ser obrigatória a sua leitura e constar dos currículos de todas as escolas militares das Forças Armadas. Inclusive dos PP de soldados e dos TG-Tiros de Guerra. Não há como esconder esse importante acontecimento à juventude brasileira. Perguntei à minha neta (14 anos), aluna de colégio particular, se sabia algo sobre a intentona e como era de se esperar, disse-me não! Não estou mais preocupado comigo, mas sim com o que espera os nossos descendentes, com os exemplos dados pelo atual governo (30/12) SO AER MARIO PINTO BARROS Guaratinguetá/SP CAMPO DOS AFONSOS Fazia tempo que não escrevia ao Inconfidência, mesmo sabendo que todas as minhas cartas anteriores foram publicadas. Embora já reformado da Força Aérea, julgo que esta não poderia se omitir nos dias 27 de novembro. Ao ler o encarte do último jornal, CAMPO DOS AFONSOS, pensei comigo: Se a Aviação era a 5ª arma do Exército, a FAB é a atual e a legítima depositária das tradições e da história da Aviação Militar Brasileira. O Comandante, brigadeiro Saito, deveria ter realizado uma cerimônia cívicomilitar no Campo dos Afonsos, onde antigos companheiros nossos foram friamente assassinados, tal qual a formatura da Praia Vermelha que contou com a presença do Comandante do Exército. E também, na AFA, em Pirassununga, na EPCAr, em Barbacena e aqui, em Guará, para dar conhecimento e alertar os mais jovens, do que foi realmente a intentona comunista de 1935. E palestras, nos clubes de Aeronáutica. Q uando candidato à Presidência da República, em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu entrevista ao "O Globo", da qual extraímos alguns tópicos: O GLOBO - Como o PT vai escolher os Ministros Militares, se o senhor for eleito? O partido tem muitos militantes nas Forças Armadas? Lula: O PT não tem essa preocupação, porque, possivelmente, nenhum outro partido tenha, no Brasil, outro militar como herói na guerra civil na Espanha. O PT tem um militar com a maior condecoração que um militar tem, que é o companheiro Apolônio de Carvalho. Duvido que, no Brasil, tenha um general com participação em tantas lutas. Para nós, não haverá dificuldade alguma em escolher. Primeiro, porque a Constituição define que o No Campo dos Afonsos está instalado um Museu que apresenta a história da nossa Força Aérea. Haverá nele alguma exposição/ informação sobre o 27 de novembro de 1935? O Patrono da Força Aérea, brigadeiro Eduardo Gomes, era o tenente-coronel comandante do 1º Regimento de Aviação sediado naquele local, onde foi ferido e mesmo assim, continuou lutando contra os traidores da Pátria. Se algum leitor souber, favor informar ao Inconfidência, pois tenho a certeza de que ele divulgará e até apresentaria uma reportagem sobre a maior traição jamais ocorrida em nossa Pátria. (10/01) CEL GILBERTO FREITAS Rio de Janeiro/RJ Formidável o caderno especial sobre a intentona e a seguir, a apresentação das solenidades na Praia Vermelha e no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte. Pena que a formatura ocorrida no Rio, a tarde, não fosse divulgada oportunamente através do Clube Militar, não só pela internet aos seus sócios, como também nos almoços de turmas, com a devida antecedência. Ou com um anúncio nos jornais da cidade do Rio de Janeiro. Mesmo assim, o comparecimento à Praia Vermelha foi um dos mais concorridos dos últimos anos e contou com a presença do comandante do Exército, general Pery, pela 1ª vez desde os governos socialistas de FHC e Lula! Cumprimento o editor do Inconfidência e lembro a ele, como artilheiro, não poderia ter se esquecido de citar a salva de Artilharia, desencadeada durante a cerimônia cívico-militar de 27 de novembro. Uma pergunta que não quer me calar: Quando o museu do Forte de Copacabana, tão bem localizado, vai apresentar em seu sofisticado recinto, uma exposição permanente sobre a intentona comunista de 1935, tal qual uma realizada recentemente a inauguração dos retratos dos presidentes militares ? (29/12) NR: Falha nossa: Peça atirou!! CEL FRANCISCO FELIX DA FONSECA Porto Alegre/RS Mais uma vez o Inconfidência diz a que veio. Além das suas edições históricas já apresentadas neste ano 31 de março e Duque de Caxias agora, a da intentona comunista. Deveria ser distribuída a todos os alunos dos Colégios Militares e dos CPOR/NPOR, principalmente de Porto Alegre. Por quê? Acredite, se quiser. No dia 27 de novembro, aconteceu nesta capital, um treinamento para a formatura de passagem de Comando do CMS. Dificilmente poderia surgir uma melhor oportunidade para diante da tropa da guarnição, ser lembrada a covarde intentona comunista. No entanto, nada foi rememorado, assim como também, no dia seguinte, por ocasião da solenidade de passagem de comando do general Elito para o general De Nardi. O que terá acontecido? Ordens superiores? Não creio, pois o comandante do Exército se fez presente na formatura da Praia Vermelha, na tarde de 27 de novembro. (19/12) * ADV JOÃO ARMANI Belo Horizonte/MG Muito oportuno o comentário publicado no Inconfidência nº 135 de dezembro/2008 à página 13, sobre a rememoração da intentona comunista. Ao que parece, somente nas guarnições do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de São Luís/MA, a trágica intentona foi devidamente rumemorada com formatura e leitura da memorável Ordem do Dia, assinada pelos generais-deExército Luiz Cesário da Silveira Filho, comandante do CML e Paulo Cesar de Castro, chefe do DEP. Procuramos saber se aconteceram solenidades em outras localidades, como em Recife e Natal, cidades que foram os primeiros alvos da insana e covarde traição cometida na calada da noite, tão bem explicitada na Ordem do Dia acima referida. Não obtivemos qualquer retorno e também de Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Salvador, Manaus... Ninguém sabia informar, tanto o pessoal da Ativa, como o da Reserva. O que terá acontecido? Vergonha de relembrar a verdadeira História militar e do Brasil? Ou querer ficar de bem com o apedeuta comandante supremo das Forças Armadas, que prestigia Carlos Marighella, Gregório Bezerra, Antonio Conselheiro, João Cândido, em detrimento aos verdadeiros heróis que se imolaram pela pátria? Também nada foi divulgado sobre as formaturas no Rio e em BH, para o público interno (Noticiário do Exército, Informex e Resenha) pelo CCOMSEX. Por quê? (31/12) *Presidente da AREB/BH O GENERAL DO PT Presidente da República é o Chefe Supremo das Forças Armadas. O que não falta é critério para escolher um ministro. E, depois, temos vários amigos militares, que são reformados. Deve ser observado, que a resposta do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, Presidente da República, ao jornalista de O GLOBO, muito se assemelha em seus termos, aos argumentos, recentemente apresentados pelo Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em defesa da promoção do Oficial, expulso do Exército, Apolônio de Carvalho. Embora não havendo uma manifestação do Presidente da República, sobre o fato, percebe-se, desde logo, uma sintonia de pensamento entre as duas posições, a do Ministro da Justiça e a do Presidente da República, identificando, sem dúvida alguma, o posicionamento, deste Publicado no último. O que é, extremamente preocupante para as Forças Armadas. Na mesma entrevista ao O GLOBO, Lula afirmaa ainda: Eu reduziria o papel dos militares, que tiveram, na constituição, um privilégio muito grande. Em nome da Lei e da Ordem, eles podem tudo. É estarrecedor, que tendo consciência da prerrogativa de que o Presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas, possa externar-se dessa forma, desprestigiadora e desrespeitadora, com relação aos futuros comandados, colocando-se, aprioristicamente, contra os mesmos. Única explicação, de tal conduta, encontra-se nos radicais e fieis compromissos ideológicos assumidos pelo candidato, hoje, Presidente da República. Em fins de setembro, Lula acompanhado do Ministro da Justiça, compare- 820 PELA PRIMEIRA VEZ, INTENTONA NÃO É LEMBRADA Pela primeira vez, na história, a solenidade em homenagem aos mortos na Intentona Comunista de 1935, que estava para ser realizada hoje, não aconteceu. O Comando Militar do Leste, organizador da cerimônia, alegou que o cancelamento ocorreu por causa da chuva, mas informou que mesmo que o tempo melhore, a solenidade não será realizada este ano. No entanto, sabe-se que anunciada ausência do presidente Itamar Franco na solenidade, caso ela ocorresse, desagradou os militares. Tanto que, o Grupo Independente 31 de março, que reúne cerca de três mil militares da reserva e civis, no Brasil, já estava estudando uma forma de protestar contra a falta de Itamar. O presidente do grupo, brigadeiro Max Alvim, disse que este fato foi considerado lamentável, mas era esperado, porque ele (Itamar Franco) nomeou um notório comunista (Roberto Freire) como seu líder no Congresso. (Correio Braziliense - 28/11/1992) Ao comparecer e participar pessoal e acintosamente das comemorações do 11º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PC do B) em Brasília, no dia 20 de outubro de 2006 prestigiando adeptos das idéias do partido que, no passado, foi o mentor da tragédia de 1935 o Sr Luiz Inácio Lula da Silva desfigura nossa História, inverte acintosamente o quadro dos valores herdados dos nossos antepassados, afronta a imagem das nossas FFAA e agride a memória daqueles que deram suas vidas para impedir a instalação da ditadura marxista em nossa Pátria. (Inconfidência nº 88 de 27/11/2006) Inconfidência, nº 88 de 27/11/2005 ceu ao velório de Apolônio de Carvalho. E em Moscou, no mês passado, constrangiu o presidente Putin, ao insistir em visitar o túmulo de Lenine (do qual os russos, desde Yeltzin, estão tentando descobrir um meio de livrar-se dele), na Praça Vermelha, onde depositou uma coroa de flores. É sintomático e não se poderia esperar outra atitude de quem tanto se empenhou para eleger como substituto de Severino um político do PCdoB, Aldo Rebelo. E porque a suástica é proibida por lei, se a foice e o martelo que cometeram e ainda continuam cometendo assassinatos e crimes muito maiores, não o são? Felizmente, Lula não deve comparecer ao Monumento votivo da Praia Vermelha - Seria um escárnio àqueles que ali estão, mortos na luta contra a selvageria do comunismo. Nº 221 - Novembro/2015 LUIZ OSÓRIO MARINHO SILVA Recife/PE Quem se lembrará de ti, Tenente Sampaio? Há setenta e quatro anos, em novembro de 1935, aqui em Recife, no interior de um quartel próximo ao Parque 13 de Maio, foi assassinado, de maneira covarde e traiçoeira, o 1º Tenente do Exército José SAMPAIO Xavier. Em Natal, Recife e Rio de Janeiro, um levante comunista tentou implantar em nosso país o mais cruel regime da história da humanidade. Outros militares, também apanhados de surpresa e alguns até dormindo, foram assassinados por então companheiros de farda, obcecados pela ideologia marxista e pela sede de poder. Os conspiradores da Intentona Comunista foram derrotados e presos. Um deles, o traidor e ex-sargento GREGÓRIO BEZERRA, foi o assassino do jovem Tenente Sampaio. Em Recife, no cemitério de Santo Amaro, resta um túmulo onde estão enterrados os que morreram em defesa da Pátria. Os seus nomes já não são lembrados pelo povo brasileiro e os atuais donos do poder desejam apagá-los da nossa História. Mas, as suas mortes não foram em vão. Os verdadeiros heróis de 1935 ainda inspiram o soldado brasileiro na eterna vigilância em defesa dos princípios cristãos e democráticos da Pátria Brasileira. Na distorção dos fatos históricos e inversão dos verdadeiros valores, mais uma vez, governistas de plantão e aproveitadores de toda a natureza tentam transformar traidores em heróis e covardes em valentes. Com o dinheiro dos impostos, sob o patrocínio da Petrobras, Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, BNDES e COPERGÁS (Companhia Pernambucana de Gás), está sendo rodado em Pernambuco o filme História de um Valente, feito de ferro e de flor que, de forma ficcional, contará a história do líder comunista Gregório Bezerra, no período de 1957 a 1964, quando foi novamente preso e torturado nas ruas do bairro de Casa Forte. Aliás, esse será o principal momento da trama, o de maior apelo emocional. Por que a história desse valente não é contada desde 1935? O filme tem locações até mesmo no interior do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. O orçamento, conforme consta no site de divulgação, é de cerca de R$ 3,5 milhões. As filmagens começaram em setembro e atualmente apresentam alguma dificuldade para a continuação. Deve ser a necessidade de mais recursos, pois nesse tipo de obra os orçamentos previstos são sempre insuficientes e, como todos sabem, os patrocinadores públicos estão dispostos a dar um pouco mais, em nome da verdade histórica. O título do filme é o mesmo do poema de Ferreira Gullar, do qual cito um trecho: Mas existe nesta terra / muito homem de valor / que é bravo sem matar gente / mas não teme matador, / que gosta de sua gente / e que luta a seu favor, / como Gregório Bezerra, / feito de ferro e de flor. E quem falará de ti, Tenente Sampaio? Quem te dedicará um filme? Quem te fará um poema? Quem te homenageará no 74º aniversário de tua morte? Partiste muito cedo, quase um menino, com os teus sonhos e esperanças. Mas, deixaste um país livre da nefasta ideologia. O teu algoz viveu até os 83 anos, morrendo de morte morrida, sem se arrepender do teu sangue derramado. (27/11/2009) NOSSO COMENTÁRIO No dia 02 de abril de 1964, Gregório Bezerra, ex-Sargento do Exército, que na Intentona Comunista assassinou fria e covardemente o 1º tenente José Sampaio Xavier e atirou contra outros militares, em Recife, estava sendo espancado nas ruas do bairro de Casa Forte. As Freiras do Colégio Sagrada Família, localizado nas proximidades, telefonaram para o Quartel General relatando o fato. O General Justino Alves Bastos, Comandante do IV Exército, determinou o comparecimento do Ten Cel Hélio Ibiapina Lima ao local, conhecido como Parnamirim, onde estava ocorrendo o movimento, sendo constatado o seguinte: o Ten Cel Darcy Usmar Villoqc Vianna , dirigia um grupo, reforçado pela população local, que a seu comando levava Gregório Bezerra para o Parque de Motomecanização da 7ª RM. Gregório tinha uma corda amarrada ao seu corpo, roupa rasgada e estava descalço. Caminhava com dificuldade, pois o calor irradiado pelo calçamento da rua, ao meio dia, provocara ferimentos na sola dos pés. Em face da gravidade do problema, o Ten Cel Ibiapina pediu reforços para tomar as providências cabíveis. Mesmo sabendo que poderia ser agredido pelo grupo, conseguiu libertar Gregório enquanto aguardava os reforços, colocando-o sentado no meio-fio tendo em vista o ferimento dos pés. Durante a espera, Ibiapina, acompanhado somente de dois civis que buscavam garantir sua segurança e a de Gregório, lembrou-se de que o conheceu como Sargento, na segunda metade da década de 1930, tempo em que cursou o ginásio no então Colégio Militar do Ceará. Em um determinado momento dessa espera, Ibiapina foi abordado por um operário que fazia um conserto em um poste próximo de distribuição de energia. O rapaz ofereceu ajuda, recusada por ele, pois poderia colocar em risco a segurança de Gregório que, por duas vezes, demonstrou temer que seu dia havia chegado e que o contato com o povo, nesse dia, poderia lhe ser fatal. O Ten Cel Ibiapina conduziu Gregório para o Quartel do Forte das 5 Pontas, local onde recebeu atendimento médico, roupa limpa, comida e tomou banho, salvando a sua vida. Ao ler o artigo acima, relembrei-me do caso que me foi contado pelo General Ibiapina, nos idos de 1997, quando exercia a Presidência do Clube Militar. Nessa ocasião lhe apresentei uma antiga revista da UNE (?), na qual era chamado de torturador, como não podia deixar de ser, tão bem ao gosto dos mitômanos petistas/comunistas. E o Ibiapina, o salvou... O Gen. Ibiapina autorizou a publicação, a 18/12/2009, após entendimentos telefônicos com este editor, Cel Carlos Claudio Miguez Em 1935, as Forças Armadas Brasileiras, parcela fardada de nosso povo, gente alegre e sem ódios, tomaram uma decisão histórica, ratificada inteiramente em 1964: tolerância zero com o comunismo! 21 21 O COVARDE E SANGUINÁRIO HERÓI DO PRESIDENTE: GREGÓRIO BEZERRA Coronel Hiram Reis e Silva Lulla recebeu em julho deste ano, em Salvador, a Grã-Cruz da Ordem Dois de Julho Libertadores da Bahia e, na oportunidade, homenageou alguns heróis brasileiros, citando o nome do facínora Gregório Bezerra, como se este crápula pudesse ser considerado um deles. Lulla afirmou que alguns heróis nacionais foram relegados ao ostracismo, considerados bandidos e que é preciso resgatar suas histórias de lutas. Criticou, ainda, o tratamento que se dá a esses personagens, considerados como vítimas, quando deveriam ser tratados como heróis e complementou dizendo que isso se tratava de um equívoco histórico. O equívoco não é da história, mas da companheirada que, como elle acha que assassinar brasileiros indefesos, ainda dormindo, pode ser considerado um ato heróico. No mundo real Lulla, esses bandidos seriam condenados por homicídio triplamente qualificado pela covardia, crueldade e torpeza de motivos. O Trajetória de um Assassino O ex-sargento do Exército, Gregório Bezerra, nasceu no Sítio Mocós, em Panelas de Miranda, em 13 de março de 1900. A 06 de agosto 1917, participou, em Recife, de uma passeata que reivindicava melhores salários e se solidarizava ao movimento bolchevique soviético. Bezerra é preso, julgado . Mais tarde, no Recife, em 1923, ingressa no Exército, sendo transferido para o Rio de Janeiro. Em 1927, faz o curso de Sargento de Infantaria. Como segundosargento, é designado Instrutor da Companhia de Metralhadoras Pesadas na Vila Militar, no Rio de Janeiro e logo em seguida, pede transferência para o Recife. Em janeiro de 1930, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro PCB passando a organizar a massa militar na caserna. Em 1935 era um dos líderes do movimento armado Aliança Nacional Libertadora (ANL). VARGAS E PRESTES Pedro do Couto de Moraes, não era simples. Em 1934, ela, alemã, Histórico episódio do aperto de mão de invadira um tribunal em Berlim, que julgava seu Prestes e Vargas, em 1945, e a entrega de marido, mata dois guardas e o liberta. Vai para Olga Benário, grávida de Prestes, à Gestapo, em 1936, merecem comentário para que os dois Moscou, de onde vem clandestinamente para o episódios se tornem ainda mais claros. Em 1988, Brasil com dois outros ativistas alemães, Artur Evert e Elise Evert. Objetivo: articular a revolta pouco antes de se eleger prefeito, Marcelo Alencar internacional comunista de 1935 e matar Vargas. tinha um programa na Rádio Carioca, e me convidou a participar de entrevista com Luís Carlos Prestes. Ele disse ter apertado a mão de Getúlio, em 1945, no Estádio do Vasco, porque o presidente deixava São Januário, depois de comício do PTB, e ele chegava para o do PCB. Não foi surpresa. Prestes, em 1942, da prisão telegrafou a Vargas, em agosto, cumprimentando-o pela declaração de guerra à Alemanha de Hitler. Olga Benário fora entregue aos nazisGetúlio Vargas e Luís Carlos Prestes tas, seis anos antes, com Anita Leocádia Muito torturados, foram condenados, com Presno ventre. Na Rádio Carioca, Prestes, já com 91 tes, pelo Tribunal de Segurança. Olga, não. Isso anos, se recusou, polidamente, a responder pergunta minha sobre Olga. Não quis também falar por que Hitler pediu sua extradição. O que Vargas poderia fazer? Negar? Era tudo o que Hitler a respeito do argentino Osvaldo Gioldi, que teria queria. Ninguém governou o país num contexto delatado à polícia de Filinto Müller o endereço da internacional tão difícil. Vargas não podia errar, conspiração de 1935, na Rua Paul Redfern. O no plano externo. - Extrato (JB - 28 dez 2003) processo Olga, focalizado no clássico de Fernando Estado de Minas - 02 de novembro de 2015 >>[email protected] C 80 ANOS - INTENTONA COMUNISTA omo vem ocorrendo há vários anos, dirigentes de entidades militares e civis, membros da família Bragança e amigos belo-horizontinos vão se reunir dia 27 deste mês, no Cemitério do Bonfim, para homenagem à memória do capitão do Exército Benedicto Lopes Bragança, uma das vítimas da Intentona Comunista de 1935. Mais de 15 instituições, entre elas o Círculo Militar, Associação dos Oficiais da Reserva, Grupo Inconfidência, Clube dos Subtenentes e Sargentos, Associação dos Veteranos da FEB e oficiais das Polícias Militar e Federal e do Corpo de Bombeiros. Às 10h. Nº 221 - Novembro/2015 822 A INTENTONA COMUNISTA EM NATAL N 23 de novembro de 1935 a Intentona Comunista, em Natal, eu tinha 14 anos de idade. Recordo-me perfeitamente daqueles terríveis dias por que passamos. Não sofremos fisicamente, graças a Deus, mas a tensão era muito grande. Estando na praia da Redinha com meu irmão Gerardo, fomos despertados alta madrugada do domingo, 24 de novembro, com sons de verdadeira fuzilaria, que vinha de Natal. Era a Revolução Comunista que se iniciara às 19 horas do dia anterior, com a rebelião dos graduados e soldados do 21º Batalhão de Caçadores do Exército. Os amotinados prenderam os poucos oficiais que se encontravam no quartel. A seguir, atacaram o Quartel da Polícia Militar, onde, após dezenove horas de combate, conseguiram se apoderar daqueles bastião de glórias, apesar da heróica resistência de seu Comandante, o bravo Major Luis Júlio e do indômito Tenente-Coronel Otaviano Pinto Soares, Comandante do 21º Batalhão de Caçadores, que, sendo recebido a bala ao tentar entrar no seu quartel, já amotinado, resolvera dirigir-se ao Quartel da Polícia Militar, para colaborar na defesa de legalidade, contra os comunistas. O Major Luís Júlio conseguiu resistir até às 14 horas do dia seguinte, domingo 24 de novembro, enquanto permitiram os precários meios de que dispunha. Os comunistas ficaram senhores da Cidade e na segunda-feira, dia 25, na parte da tarde, se dirigiram ao interior com o objetivo de conquistar Caicó e outras cidades, mas foram barrados na Serra do Doutor, na região do Trairi, na tarde de 26 de novembro, com a defesa organizada por Dinarte de Medeiros Mariz e o Monsenhor Walfredo Gurgel, que recrutaram heróicos combatentes do sertão, para a defesa das famílias e de nossas tradições de cristandade. Na Serra do Doutor, houve grande debandada dos revoltosos e algumas mortes dentre eles. Finalmente, com a queda e completa derrota dos amotinados no Rio de Janeiro e Recife, nos combates do dia 27 de novembro, a Intentona Comunista no Brasil perdeu seu ímpeto, sendo completamente aniquilada. Nos três dias de de dominação de Natal, os comunistas cometeram muitos desatinos, criando um ambiente de incertezas e de terror, em face das tensões dominantes. Foram saqueados o Banco do Brasil e algumas casas comerciais, como a Despensa Natalense, o grande empório de secos e molhados da viúva Machado. Na Redinha, foi aprisionado o funcionário público Arnaldo Lira, por haver confessado ter conhecimento da existência de armas escondidas, mas que não ia revelar o esconderijo. Ao chegar em Natal, foi agredido e furado a baionetas pelos soldados, seus algozes, falecendo dias depois, com grandes padecimentos. Houve ainda três mortes, a do comerciante Otacílio Werneck, em frente a sua residência; de uma moça, atingida por uma bala perdida, quando passava de automóvel, pela sede do Esquadrão de Cavalaria da Polícia Militar, onde hoje está a Escola Doméstica de Natal; e na tarde de 24 de novembro, o soldado Luís Gonzaga de Souza, da Polícia Militar, morto quando retraía com os combatentes da Polícia Militar sobre o rio Potengi. De resto, foram saques isolados e mais não aconteceu porque Fac-símile do jornal da Junta Governativa da Aliança Nacional Libertadora - Natal/RN ORGAO OFFICIAL DO GOVERNO POPULAR REVOLUCIONARIO Rio Grande do Norte-Natal, quarta-feira, 27 de novembro de 1935 Enfim, pelo esforço invencivel dos opprimidos de hontem, pela collaboração decidida e unanime do povo, legitimamente representado por soldados, marinheiros, operarios e camponezes, inaugura-se no Brasil a era da Liberdade, sonhada por tantos martyres, centralizada e corporificada na figura legendaria - omnipresente no amor e na confiança divinatoria dos humildes - de LUIZ CARLOS PRESTES, o Cavalleiro da Esperança! A Alliança N. Libertadora não poude nem poderá ser vencida, porque todos estamos unidos e cada um de nós é um soldado. Ao tombar um, dez, cém, mil aprumar-se-ão nas fileiras. E contra essa floresta de fuzis não haverá força que nos possa separar ou esmagar ! Cópia da página 4 Fac-símile da primeira página de "A República" Natal, quinta-feira, 28 de novembro de 1935 permaneceram no poder apenas por três dias e não tiveram muito tempo de programar maiores desordens e atrocidades. Na praia da Redinha, no dia da prisão de Arnaldo Lira, que cheguei a vê-lo partindo sob escolta militar, os revoltosos revolviam os quartos das residências à procura de armas e de valores. Revistaram todas as casas, inclusive a nossa. Finalmente, a última lembrança daqueles dias de infância se refere a um avião biplano, do Correio Aéreo Militar, que no dia 27 de novembro surgiu nos céus de Natal. O avião jogou uma mensagem no convés de um navio surto no porto, perguntando se a Cida- de ainda estava em poder dos rebeldes. Graças a Deus e à Virgem Maria, a nossa Cidade do Natal, já estava livre dos comunistas! A Intentona Comunista em Natal, deflagrada às 19 horas, daquele fatídico 23 de novembro de 1935, pegou de surpresa o povo e as autoridades do Estado. Encerradas as solenidades de colação de grau dos quinto-anistas do Colégio Marista, no Teatro Carlos Gomes, os Doutores Rafael Fernandes Gurjão, Governador do Estado; Aldo Fernandes Raposo de Melo, SecretárioGeral; Capitão Genésio Lopes, DelegadoAuxiliar; Capitão José Bezerra de Andrade, Ajudante de Ordens do Governador e os comerciantes Epifânio Dias Fernandes e Heráclio Fernandes de Queiroz conseguiram chegar à residência do Senhor Xavier de Miranda, localizada na Avenida Duque de Caxias, ficando ali abrigados. Posteriormente, foram transferidos para a residência do Agente Consular da Itália, Guglielmo Lettieri, ai permanecendo até a manhã de 27 de novembro, quando o Dr Rafael Fernandes Gurjão reassumiu o Governo do Estado, após a derrocada total do movimento insurrecional. O restante do secretariado do Governo do Rio Grande do Norte, Doutores Gentil Ferreira de Souza, Prefeito de Natal, Paulo Pinheiro de Viveiros, Chefe do Gabinete do Governador; Edgar Ferreira Barbosa, Diretor do jornal oficial A República e o Monsenhor João da Mata Paiva, Presidente da Assembléia Legislativa ficaram abrigados na residência do comerciante Amador Lamas, irmão do Agente Consular do Chile, Carlos Lamas, que igualmente se transferiu para a residência do irmão, com a bandeira e demais credenciais de seu país, de modo a conceder aos ilustres refugiados as garantias diplomáticas daquele país amigo. Desse modo, puderam todos ficar tranqüilos no consulado, sem receber qualquer perseguição ou simples intimação, nada lhes faltando durante os angustiosos dias de dominação comunista. Nos comentários inseridos em seu documentado e elucidativo livro sobre a Intentona Comunista de Natal, intitulado 82 Horas de Subversão (Imprensa Oficial Natal/1936), o Dr João Medeiros Filho, então chefe de Polícia do Governo do Dr Rafael Fernandes Gurjão, e que esteve preso dos comunistas no Quartel do 21º Batalhão de Caçadores, ameaçado de morte por várias vezes, referindo-se aos trágicos dias de tensão vividos pelas famílias natalenses, diz queo povo do Rio Grande do Norte ficou muito a dever aos dignos chilenos da família Lamas, e pelo seu heroísmo e dedicação na defesa dos ideais de liberdade, dos princípios da boa ética e da fraternidade universal. Igual procedimento devemos ter com o Agente Consular da Itália, Guglielmo Lettieri. Natal ficou em poder dos insurretos até a manhã de 27 de novembro, quando começou a debandada dos membros do Governo Popular Revolucionário composto por João Lopes, assessor do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro; Sargento Quintino Clementino de Barros, Secretário da Defesa; Lauro Lago, Secre- tário do Interior e Justiça; José Macedo, Secretário de Finanças; Advogado João Batista * José Gurgel Guará Galvão, Secretário de Viação e do Sapateiro José Praxedes de Andrade, Secretário de Aprovisionamento. Fugiram para o interior do Estado, sendo aprisionados na localidade de Lajes por tropas da Polícia Militar e recambiados para a capital. Julgados e condenados, anos depois foram libertados pela nefária anistia, que, neste país, costuma premiar assassinos e delinqüentes que se notabilizaram por tramar contra a soberania, a integridade e a segurança da Nação brasileira. Aqueles dias tumultuosos ficaram impregnados na mente dos habitantes de Natal, como uma triste lembrança da tragédia que se abateu sobre todos os nossos lares. E cada um dos moradores desta cidade passou a recordar os vários episódios de acordo com sua própria visão e de como se encontravam durante aqueles tristes acontecimentos. * Advogado e Professor Universitário Aposentado Saques em Natal Vencida a resistência da Polícia, a cidade ficou à mercê de uma verdadeira malta que, acéfala, passou a saquear desordenadamente os estabelecimentos comerciais e bancários. Na manhã de 24, sob a alegação de ter sido aclamado pelo povo, um incipiente "Comitê Popular Revolucionário" era dado como governo instituído e entrava em pleno exercício de mandato. O primeiro ato desse Comitê foi a ordem de arrombamento dos cofres dos bancos, das repartições federais e das companhias particulares para financiar a revolução. As instalações do Banco do Brasil em Natal/RN, saqueadas pelos rebeldes Nº 221 - Novembro/2015 23 A INTENTONA EM PERNAMBUCO RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 279 - ANNO 111 SEXTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 1935 E HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DA INTENTONA COMUNISTA m cerimônia começada às 07:30h de 27 de novembro de 1945; a 7ª Região Militar prestou uma homenagem junto ao túmulo do Cap. Ex. José Sampaio Xavier, no cemitério de Santo Amaro, recordando os que souberam tombar no cumprimento do dever militar, durante o movimento comunista de 1935 e que se tornaram merecedores do apreço e veneração de todos. O 6º Regimento de Aviação compareceu com uma representação de 40 oficiais, sargentos e praças. Na oportunidade, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Cap. Sampaio, como homenagem da Força Aérea Brasileira. Em nome da Guarnição de Aeronáutica do Recife, discursou o Ten. Cel. Av. Sinval de Castro e Silva Filho, Comandante da Base. O MASSACRE DO RECIFE LARGO DA PAZ ...Dos três levantes comunistas de !935, foi o de Pernambuco o mais sangrento, recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife... (Página 424) RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 277 - ANNO 111 QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935 A CHACINA NO RIO DE JANEIRO OS QUE MORRERAM DORMINDO A MORTE DO TENENTE SAMPAIO XAVIER C erca de 10 horas de domingo achava-se o 1º tenente José Sampaio Xavier, em um dos departamentos do CPOR, em companhia do tenente Aguinaldo e do 3º sargento José Alexandre Bezerra. Aquelles militares estavam consertando vários carregadores de metralhadoras quando apparece, de revolver em punho, o 1º sargento Gregorio Lourenço Bezerra, que os intima à rendição immediata. Nesta occasião, o agressor alveja o tenente Sampaio e tenta disparar novamente a arma contra o tenente Aguinaldo. O sargento José Alexandre, porem, empenha-se em violenta luta corporal com o collega, que, apezar subjugado ainda fez outros disparos sem resultado. O sargento Gregorio no entanto, conseguiu fugir escondendo-se no próprio quartel. Alguns minutos depois tentava uma nova fuga, embora ferido em uma perna transportou-se à sede do Tiro de Guerra nº 333, com o intuito de alliciar elementos para a resistencia. Nº 333 Auxiliado ali, ao que se presume, por um soldado, chauffer da Região, o sargento Gregorio apossou-se de fuzis e 2 cunhetes. Um grupo de 30 solados da Brigada Militar tomou de assalto a sede da corporação, capturando os rebeldes e fazendo apprehensão de armamento. A VICTIMA O 1º tnente José Sampaio Xavier prestava serviços na Intendencia da Região e havia concluído há pouco tempo o curso de aviador. O seu enterramento verificou-se no mesmo dia na necropole de Santo Amaro, com grande acompanhamento. OS MORTOS O número de mortos não identificados é grande principalmente das zonas de Afogados, Estrada dos Remédios, Formigão, Catucá, Barriguda, Bongy e da estrada que vai do Giquiá a Soccoro. Em todo o levante, calcula-se em 150 o número de mortos. NO PROMPTO SOCORRO Ao chegar ao P.S. o sargento Gregorio Lourenço foi capturado pelo tenente Aguinaldo, que se achava ali em tratamento. UM SARGENTO DO 20º BC MORTO EM COMBATE Foi sepultado no cemitério de Santo Amaro, ante-hontem, à tarde na catacumba nº 8 da Irmandade da Boa Morte, o sargento Jayme Pantaleão Moraes do 20º BC morto em combate contra os amotinados. O 22º BC SEGUE PARA NATAL Às 14 horas de hoje, ainda chegava ao Recife uma esquadrilha de aviões do Exercito. "Nesse meio tempo ouviam-se os primeiros tiros partidos da frente do prédio da Companhia de Alunos, onde dois grupos de combate, dos Tenentes Benedito Lopes Bragança e Osvaldo Braga Ribeiro Mendes, foram surpreendidos por gritos de Viva a Revolução, enquanto sua tropa se dispersava e eles eram presos e recolhidos ao automóvel invasor, ficando sob vigilância do Capitão Agliberto de Azevedo. Foi aí, segundo testemunho do Ten. Ribeiro Mendes, que aquêle oficial matou friamente o Ten. Bragança, com um tiro na cabeça. A ação foi super-rápida, a exemplo da realizada no 3º R.I. O comandante e seus oficiais foram alvejados pelos soldados do Sarg. Belda, que também era revolucionário, indo abrigarse por impossibilidade de reação imediata, no posto de comando da 1ª Brigada de Infantaria. Em outros setores, os Ten. Benedito de Carvalho, Ivan Ramos Ribeiro, Dimarco, França e Asp. Walter sublevavam a Companhia de Alunos e a Guarda do Portão Principal (que dava para a antiga Estrada Rio- São Paulo).Dois oficiais legalistas, Capitão Armando de Souza e Melo e Tenente Danilo Paladini foram mortos na ocasião, diz-se que ainda dormindo, por Agliberto e Ivan. ( Página 429) Transcrito do livro HISTÓRIAS DAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS, VOLUME II, de autoria do historiador GLAUCO CARNEIRO. NR: A conspiração comunista vem de longe. Observem como atuavam. Hoje, identificamos perfeitamente as áreas contaminadas, particularmente no governo federal. RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 280- ANNO 111 SABBADO, 30 DE NOVEMBRO DE 1935 Nº 221 - Novembro/2015 ROCHEDO DA NACIONALIDADE O * Theóphilo de Andrade Governo, autoridades civis e militaem um golpe de traição, tomou conta de Cuba, res e o povo brasileiro recordaram, o comunismo Internacional tudo faz para anteontem, em cerimônias solenes, transformar os Andes em uma grande Sierra os heróis da Pátria, tombados, a 27 de novemMaestra. bro de 1935, em defesa da República, quando Os comunistas, de resto, são ativos. maus brasileiros, a serviço do comunismo Fazem o seu jogo "à deux façons". O partido Internacional, levaram a cabo o "Putsch" da tem sempre duas alas: a pública e a subterrâEscola de Aviação, no Campo dos Afonsos e nea. Na primeira, tratam de agir como uma do III Regimento, na Praia Vermelha. agremiação democrática comum, buscando Repousam eles em Mausoléu construído concorrer com as outras pela preferência do pela Nação para abrigar-lhes os restos moreleitorado. A outra, a putschista, golpista e tais. Mas como o seu espírito continua vivo, revolucionária. Agem, porém em conjunto. Se responderam eles ao chamado militar com o conseguirem chegar ao poder pelas urnas, "presente" simbólico, ouvido por aqueles que pelo descuido dos democratas, como acontelhes foram levar o seu preito de saudade e de ceu no Chile, tanto melhor. A ala subterrânea agradecimento. somente agirá no último momento, para dar o São trinta heróis oficiais superiores e golpe de graça no regime democrático. soldados rasos que irmanados É esta a experiência O comunismo em defesa da bandeira da Pátria do que tem acontecido no internacional olha com ofereceram a necessária resisMundo, no último meio cobiça, desde muitos tência até que, com a chegada de século. Sendo uma minoanos, para os países em forças de fora, fosse a Intentona ria muito bem organizada, dominada. A minoria, que se desenvolvimento, que, por procuram os comunistas enfrentarem problemas colocara a serviço dos inimigos infiltrar-se nas Forças Arexternos do País, foi esmagada madas, nos sindicatos, no sociais, são sensíveis à graças a fidelidade das Forças professorado, na imprendemagogia dos que Armadas às instituições que nos sa, nas agências de notícias querem explorar-lhes a regem desde que os nossos pobreza, para dominá-los e muito especialmente no maiores proclamaram a indeclero. Somente as Forças politicamente. pendência do Brasil. Armadas têm demonstrado Os inimigos não dormem. E a nação capacidade de resistência a esta ofensiva verque quiser sobreviver e afirmar-se como uma melha. força histórica a serviço da humanidade terá Foram elas que barraram o passo à de estar atenta aos ataques, quer venham de subversão vermelha na Grécia, na Bolívia, na fora, quer sejam preparados no interior, com República Dominicana, no Chile, recentea colaboração dos traidores. mente, e, por duas vezes, no Brasil: em 1935 O comunismo internacional olha com e em 1964. cobiça, desde muitos anos, para os países em Na primeira, contra o "Putsch"; na desenvolvimento, que, por enfrentarem prosegunda, contra a infiltração no Governo. blemas sociais, são sensíveis à demagogia dos Desde a intentona de 27 de novembro que querem explorar-lhes a pobreza, para tem o partido comunista manchado a vida dominá-los politicamente. brasileira com sucessivos atentados. Ainda Logo depois da Primeira Guerra Munontem, os órgãos da segurança forneceram à dial, a tática adotada foi a do "Putsch", isto é, imprensa uma lista da ação terrorista, que, no do golpe de surpresa contra o Governo, na curto período que medeia entre março de 1965 certeza de que, esmagada a cabeça, a conquisa outubro de 1973, ceifou 106 vidas e fez 343 ta do poder seria trabalho de somenos. feridos. Dentro desta linha de golpes, esteve a São eles também recordados no dia 27 intentona comunista de 1935, chefiada pelo de novembro quando tombaram os primeiros membro do "Kommintern" Harry Berger e soldados da Forças Armadas na luta contra o que teve a assessorá-lo o ex-Capitão do Exércomunismo. Trata-se de vítimas de uma subcito Luís Carlos Prestes. Mas o seu golpe versão permanente, diferente do "Putsch", espatifou-se contra a fidelidade do Exército à que é um golpe de surpresa. Tem por finaliPátria. Demonstrou ele ser mais uma vez, dade desmoralizar o regime pela infiltração, repetindo os seus feitos no passado, aquilo gota a gota. que o General Orlando Geisel, em sua Ordem Mas para este ataque deve também do Dia, denominou de "Rochedo inabalável da estar preparada a Nação. No dia 27 de novemNacionalidade". bro contou com a reação das Forças Armadas, Depois da segunda Guerra Mundial, como instituição guerreira. Na subversão contendo a União Soviética conquistado muita tinuada, estão a seu cargo a vigilância, a resimpatia, pela sua resistência à agressão napressão, a prisão e a entrega dos réus a julgazista, a tática foi mudada. O caminho escolhimento. do foi o da guerrilha rural e urbana que, porém, Por outro motivo, é a luta levada a cabo também fracassou, a despeito de desenvolvipelas polícias do Exército, da Marinha e da da, com o máximo de recursos, na Grécia, na Aeronáutica. Venezuela, na Bolívia, na Colômbia e no Em qualquer dos casos, as Forças Arpróprio Brasil. Mas também fracassou. madas "o rochedo inabalável da nacionaEste período ainda não está terminado, lidade". * Jornalista Publicado no Correio Braziliense de 29/11/1973 na América Latina. Desde que Fidel Castro, 824 VAIDADE COMUNISTA A ridade máxima, pletora de homenagens prestaapós expulsar o das pelo Estado e por empresas ocupante aleparticulares de mídia à memória mão, desarmar do sr. Apolônio de Carvalho basta para os comunistas. mostrar até que ponto a vaidade comuToda uma mitonista se sobrepôs, na mente nacional, às logia cultural exigências corriqueiras da moral e do fabricada para * Olavo de Carvalho bom senso, ao ponto de sufocá-las por glamurizar a parcompleto. ticipação comunista na Resistência O homenageado, em vida, foi sernão serviu senão para varrer para baividor fiel de ditadores genocidas, acoxo do tapete do passado culpas que se bertador de seus crimes e fundador do comparam às dos nazistas e com frepartido mais corrupto da história brasiqüência as transcendem. leira. Essa é a sua folha total de realizaAcumular essas culpas e exploráções. Os dois feitos mais alardeados da las como se fossem méritos tais fosua carreira, a participação na Guerra ram as realizações do sr. Apolônio de Civil Espanhola e na Resistência Carvalho e de todos os outros comuantinazista, só podem ser aceitos prima nistas históricos que, nos últimos facie como capítulos honrosos por quem anos, os jornais e a tevê desconheça qual foi o papel O Brasil não tentam incansavelmendesempenhado pelos comunistas nessas duas ocasiões. reencontrará o caminho te impingir como heróis e Na Espanha, eles de- da democracia enquanto santos a uma população cada vez mais desprovias classes dirigentes sencadearam inevitavelmenda de meios para adquirir te a brutal reação franquista deste país não se incendiando igrejas e matan- conscientizarem de que uma consciência crítica da história. Qualquer tendo milhares de padres e freiuma vida de lutas em ras cujo único crime era a sua prol do comunismo não tativa, mesmo tímida, de colocar esses méritos em fé. Depois, em pleno combaé nada melhor que um confronto com fatos histe, esforçaram-se mais para passado de militância tóricos universalmente destruir seus aliados anarnazista. reconhecidos é reprimida quistas e socialistas do que de imediato, ante afetações de escândapara vencer o inimigo comum. Por fim, lo, como se fossem blasfêmias intoleráalegando cínicas razões de segurança, veis. transportaram para Moscou todas as Jornais, TV, partidos políticos reservas de ouro do governo espanhol, de todas as orientações, empresários, acumuladas ao longo de quatro sécubanqueiros, educadores, todos se los, que obviamente nunca mais foram acumpliciam alegremente a esse emdevolvidas. preendimento de exploração da boa-fé Apolônio de Carvalho, como topopular, para o qual não precisam sedos os outros comunistas envolvidos quer da excusa da fé ideológica. Bastana Guerra Civil, não combateu em favor lhes o oportunismo mais vil. Colaboda república espanhola, mas da sua comram, assim, para que a auto-adoração pleta escravização aos desígnios de um comunista se imponha como critério ditador sedento de sangue, Stalin, que moral supremo e único, acima da relifez mais de 20 milhões de mortos de fome gião, acima das tradições nacionais, nos gulags ou assassinando-os. acima de todos os valores da civilizaQuanto à atuação comunista na ção do Ocidente. E ainda acreditam Resistência, os que participaram dela que uma cultura assim intoxicada de foram os mesmos que logo antes trabacomunismo, com exclusão de toda velhavam pelo pacto Ribentropp-Molotov, leidade contrária, é compatível com o boicotando o rearmamento francês, desenvolvimento do País em direção a abrindo as portas ao invasor nazista e uma moderna democracia capitalista. só mudando de lado quando, num giro O Brasil não reencontrará o carepentino que surpreendeu o próprio minho da democracia enquanto as clasStálin, o governo alemão se voltou conses dirigentes deste país não se tra seu cúmplice soviético. conscientizarem de que uma vida de Os comunistas venderam a Franlutas em prol do comunismo não é ça, suspendendo a entrega quando o nada melhor que um passado de comprador desleal rasgou o contrato. militância nazista. Não espanta que, ao retornar à França Publicado pelo Diário do Comércio em 28/09/2005. como chefe do exército libertador, o * Filósofo, Escritor e Jornalista general de Gaulle tivesse como prio- Nº 221 - Novembro/2015 MOSCOU DERRUBA OS TOTENS QUE ERIGIU REVELAÇÕES QUE MUDAM A HISTÓRIA B * Olhydes Fonseca em mais difícil será medir as consenuma câmara de gás. Os arquivos soviétiqüências das descobertas não apenas cos indicam que Olga já trabalhava para o na imagem do movimento comunista no serviço secreto do Exército Vermelho desde Brasil, que teve em Luís Carlos Prestes seu os 16 anos. Uma das provas disso é um principal tótem, mas especialmente na hisbilhete escrito a mão por ela mesma ao deixar tória do país tal como está nos livros escoMoscou em direção ao Brasil em 1934. lares. Isso é fácil de pre"As fichas em Mosver pelas reações já acucou sobre Olga Benário e muladas em poucos dias seu namorado dos anos 20 após a publicação da ree começo da década dos 30 portagem, no domingo (Otto Braun) mostram que passado, apesar de represeu trabalho para a espiosentar apenas uma pequenagem militar soviética na parte do material comnão foi circunstancial mas pleto que o corresponsim, o desenvolvimento lódente de O Estado de São gico de sua carreira como Paulo na Europa vai edimilitante. Descrita em biotar em forma de livro pela grafias romanceadas (puCompanhia das Letras . blicadas na Alemanha e no Na primeira parte Otto Braun levou Olga para o mundo Brasil) como militante dedos serviços secretos, atividade da reportagem, Waack dicada sobretudo ao traconfirmada pelo bilhete acima conta como o líder comubalho entre jovens, na vernista brasileiro pagou para entrar na Interdade Olga já pertencia desde 1925 aos nacional Comunista, em manobra solitária, aparatos ilegais do KPD, o poderoso PC já que não se relacionava bem com o PCB. alemão (o maior do mundo na época, de...para realizar seu movimento, o líder pois do soviético), afirma Waack. tenentista brasileiro concordou em entreQuanto ao Ouro de Moscou que o gar aos representantes de Moscou na Komintern usava para financiar a agitação América do Sul toda a sua organização comunista em todo o mundo, o jornalista (tipografias, contatos, correios) e, princirevela que no Brasil ele chegou para a chapalmente, o dinheiro que recebera de Gemada Intentona, em 1935, através do miliotúlio Vargas. A concessão de uma verba nário paulista Celestino Paraventi, que usapor Getúlio a Prestes, no começo de 1930, va o Café Paraventi, na Rua Barão da é um episódio conhecido na história braItapetininga, no então centro chique de São sileira (ele queria que Prestes participasPaulo, como fachada para repassar recurse da revolução que liderou em outubro sos a Prestes. daquele ano, liquidando a Velha RepúbliA insurreição a ser liderada por Presca), mas seu destino final era um segredo tes recebeu autorização explícita do que Prestes pensava ter levado para o Komintern, segundo documento consultatúmulo. do pelo jornalista. O texto contém as assinaPrestes teria recebido US$80 mil de turas dos principais dirigentes da InternaciGetúlio, dos quais US$20 mil foram usados onal: Togliatti, Manuilski, Gottwald, para abrir portas do Komintern. O chefe de Kuusinen, Pieck e Marty. A reportagem finanças da Internacional, Jossip Piatnitski, conta também as peripécias de Prestes para contabilizou a verba no que chamou de esconder-se no Rio depois do fracasso do Fundo Prestes. movimento e dos principais agentes estranA revelação seguinte refere-se à geiros que vieram ajudá-lo. bela Olga Benário, primeira mulher de PresWaack, um dos raros jornalistas a ter tes, uma judia alemã que em 1936 deixou o acesso a parte dos documentos sobre as Brasil grávida, deportada por Getúlio para revoltas comunistas no Brasil de 1935, cona Alemanha nazista, onde morreu em 1942 ta que obteve cópia e transcrições de mais de 500 páginas. A maioria, porém, continua em Moscou, inacessível, sob a guarda de Svetlana Rosenthal, uma funcionária do governo russo. O filho mais novo de Prestes, Iuri Ribeiro, é uma dos muitos curiosos que moram em Moscou e há cinco anos tenta chegar às informações que permitam compor, finalmente, o correto perfil político e humano de seu * Jornalista pai. (OF). Ewert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes Publicado no Jornal do Brasil de 05/09/1993 25 CARTA DA PROGENITORA DO CAPITÃO BENEDICTO LOPES BRAGANÇA, AOS COMUNISTAS Bello Horizonte, 4 de fevereiro de 1936. Desgraçado: sentimento que tenho de não ver mais meu Que fizeste do meu filho? idolatrado filho, sou mais feliz que tua mãe, essa Que mal te fez êle? infeliz, se ainda vive, se não a mataste ainda Mataste-o impiedosamente pela tua ambipara ver de onde foste gerado! ção de mando e de riqueza. O meu Benedicto é mais feliz do que tu, Êle era um servidor da Pátria que tu traíste, morreu de consciência tranqüila e justo se mas não tinha o poder que tu ambicionavas nas tuas mãos. Assassino. Mataste meu filho, que aquela hora no cumprimento do seu dever velava, enquanto tu, maldito, demente idealista sacrílego, feria tua - Grande Mãe - Malvado, se tanto podes juntes com tua Madrasta -Rússia- e devolva-me meu filho! Matricida. Rasgaste o peito da boa mãe que quatro anos embalou a tua mocidade, dando-te roupas, alimentação, ensinamentos, no meio de centenas de irO túmulo do Capitão Bragança mãos, ferindo-a no coração. no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte Covarde. Nem a morte te quer; tu que venalmente acha na paz de Deus, e o seu nome na terra é quiseste enfrentar um Exército leal não tens venerado como símbolo. O Brasil inteiro, e muito especialmente coragem para te matares. Minas, demonstrou nas homenagens que Mata-te, desgraçado, já que traíste mães lhe tributaram nos funerais. que soubessem te guiar à senda do bem e que E tu, qual será o teu fim? certamente não terá sentimento para chorar a Certamente na pupila do ôlho de Mostua perda. cou. Estas palavras escritas com lágrimas de Demente, olha para o céu, fita o sol se saudade de meu filho, certamente, te causarão és capaz! raiva. Matricida - pois esta hora tua mãe deve O meu filho foi bom em tôda a extensão da estar morta de dor, que tu lhe causaste. palavra - filho abençoado, irmão idolatrado. Traidor. Viveu 25 anos porque teve educação a par Assassino. dos seus bons sentimentos; sempre trabalhaMaldito, mil vezes maldito. dor, estudioso e leal, - graças a Deus sempre Ri, desgraçado, das minhas lágrimas, cumpriu com o seu dever e cumprindo o dever do meu desespêro. morreu. Eu, no meio da tristeza, da amargura e do (Ass.) Balbina Lopes Bragança. Ministério da Guerra - Imprensa Militar, Rio de Janeiro / 1945 A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 · Irrompeu na madrugada de Domingo, em Recife e Natal um movimento sedicioso de caráter extremista. · Depois de violentos combates, os revoltosos ocuparam Natal. · Gravemente ferido o commte do 21º BC. · O movimento é chefiado por Luiz Carlos Prestes (26.11.35) · Sublevaram-se na madrugada de hontem, no Rio, o 3º RI e a Escola de Aviação Militar. · O Governo Federal abafou promptamente o levante, de que resultaram dezenas de mortes. (28.11.35) · Na Escola de Aviação Militar o levante foi promptamente sufocado, morrendo o capitão Souza Mello e ficando ferido o Major Eduardo Gomes. l Em São Paulo preso o capitão Henrique Oest. (28.11.35) · Natal e Recife em calma. Durante a rebelião, morreram na capital pernambucana 60 pessoas. (29.11.35) · Presos os chefes da rebelião em Recife e Natal. · Como o cap. Agildo Barata conseguiu levantar o 3º RI. Sepultado, hontem, o tenente Geraldo Vieira. · A visita da Guarnição Federal de Bello Horizonte ao governador Benedito Valladares. (30.11.35) Uma mensagem radiográphica dos rebeldes: O movimento revolucionário está triunphante em Natal. Duzentos mil operários estão em greve em São Paulo, havendo insurreição militar apoiada pelo povo. A Esquadra está revoltada. Viva o general Prestes, viva a Alliança Libertadora. (27.11.35) VICTÓRIA DO DEVER · Por não querer aderir aos revoltosos foi assassinado o primeiro tenente Benedicto Bragança. (28.11.35) · Chegou o corpo do tte, Benedito Bragança assassinado covardemente quando dormia - Autoridades compareceram à Central - A missa e o enterro do inditoso official. (29.11.35) Nº 221 - Novembro/2015 826 RECORDANDO A HISTÓRIA DO PCB D esde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o Miranda. Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de Miranda e passou a ser conhecida, no Partido, como Elza Fernandes ou, simplesmente, como a garota. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado. Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos. Nos primeiros dias de janeiro de 1936, Miranda e Elza foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a garota pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de Miranda e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, Elza foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes. Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para Miranda surpreendeuse ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que Miranda havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era Miranda. As investigações do Tribunal Vermelho começaram. Honório descobriu que Elza estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por Miranda, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a garota. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem Elza estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de Miranda para a garota. Reuniu-se o Tribunal Vermelho, O ASSASSINATO DE ELZA FERNANDES composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O Tribunal seguiu o parecer do chefe e a garota foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o Miranda. A reação do Cavaleiro da Esperança foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do Tribunal, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana: Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária. ... Por que modificar a decisão a respeito da garota? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido...? ... Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar... ... Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião. Elvira Cupelo Colônio ("Elza Fernandes") Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos tribunos vermelhos, respondeu a Prestes: Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P. Decidida a execução, Elza foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (Abóbora), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães (Milionário), Adelino Deycola dos Santos (Tampinha), Francisco Natividade Lira (Cabeção) e Manoel Severino Cavalcanti (Gaguinho). Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passoulhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a garota, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de Elza, com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos. Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista. Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista. Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de Elza, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara Miranda na tentativa de assassinato do Dino Padeiro, participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a Miranda, o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista: Rio, 17-4-40 MEU CARO BONFIM Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas. Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio LEMBRAI-VOS DE 35!!! A DEPOIMENTO 27 de novembro de 1935, morando em Copacabana, fui despertado às 4 da madrugada pelo telefone. Minha mãe, minha irmã e dois primos que eram irmãos adotivos, estavam numa casa na esquina da rua Ramon Franco na Urca, que recebeu balaços do tiroteio no quartel do 3º Regimento. Ficaram horas deitados no chão para não serem atingidos pelos tiros. Só à tarde, consegui chegar até lá. Vi a destruição e ainda assisti à retirada de alguns feridos. O edificio antigo de uma exposição internacional onde estava localizado o regimento ainda ardia em chamas. Não só devemos lembrar o morticinio, como Antonio Maciel Bonfim ("Miranda") também, os cem milhões de mortos ou mais que o comunismo provocou no século passado, sem esquecer que os 50 milhões mortos na II Guerra Mundial resultaram do acordo Molotov-Ribbentrop de agosto de 1939, que juntou os dois grandes totalitários na tentativa de destruir o Ocidente democrático. Não esqueçamos tampouco os milhões que morreram de 1945 a 1989, na Guerra dita Fria - Coréia, Vietnan, Cambódia, Hungria, Tchecoslováquia, Angola, Chile, Cuba, etc. Usemos contra esses bandidos exatamente o mesmo "slogan" que eles usaram na Guerra Civil espanhola, no pasarán!. NOSSOS MÁRTIRES BARBARAMENTE ASSASSINADOS PELA ESCÓRIA COMUNISTA MERECEM RESPEITO! Embaixador José Osvaldo de Meira Penna Nº 221 - Novembro/2015 27 ORDEM DO DIA DO EXÉRCITO 27 DE NOVEMBRO DE 1936 Meus camaradas: Sem ordem não pode haver progresso; este repousa na garantia dos direitos reguladores das atividades individuais, e por isso mesmo os elementos incumbidos de velar pela tranqüilidade pública, assegurando aqueles direitos, são os que colaboram eficazmente para o engrandecimento da nação. E como as consagrações servem de estímulo às gerações porvindouras, não há como negar a necessidade de se cultuar a memória daqueles que impavidamente sacrificaram a vida no cumprimento do maior dos deveres cívicos: a manutenção da ordem. É nesse intuito que procuramos completar hoje a galeria dos heróis nacionais, perfilando os mártires da ordem com aqueles que destemerosamente sucumbiram no fragor das refregas com os inimigos externos da Pátria, entre os quais avultam o soldado Francisco Camerino, o marinheiro Marcílio Dias, o guarda- marinha João Guilherme Greenhalgh, o tenente Antonio João, o coronel Carlos Cabrita, o general Hilario Gurjão e tantos outros, ombreados na imortalidade com aqueles que também se imolaram pelo bem comum, como os mártires da ciência, Augusto Severo, Álvaro Alvim e quantos mais que amortalharam na sombra do anonimato a glória do sacrifício ao Progresso, na lua incruenta do trabalho. Evoquemos, pois, meus camaradas, a memória dos que, justamente há um ano, encontraram a morte no cumprimento do dever, rememorando-os moralmen- te redivivos, cheios de fé cívica e ardor militar, incorporados à heróicas falange dos que procederam na missão de defender o princípio da autoridade e em cujo conjunto esplendem os bordados do Marechal Machado Bittencourt e do Almirante Baptista das Neves. Neste momento de inquietações, quando um sopro de insânia ameaça derrocar os mais nobres ideais da humanidade, não poderá haver melhor exemplo estimulativo do que o legado por esses abnegados, que souberam recalcar o próprio instinto de conservação, sacri- General-de-Divisão João Gomes Ribeiro Filho Ministro da Guerra Transcrito do Boletim do Exército nº 68 de 10 de dezembro de 1936 ORDEM DO DIA DO EXÉRCITO - Nov/1956 P resta hoje o Exército, como de norma já por quatro lustros, sua homenagem de respeito e gratidão aos militares trucidados no cumprimento do dever, por ocasião da intentona comunista de 27 de novembro de 1935. Tombaram uns sob ação traiçoeira na calada da noite e resistiram outros até o supremo sacrifício, todos, porém, personificando de maneira heróica a consciência do Exército em sua repulsa ao credo comunista, que anulando as liberdades fundamentais ao homem avilta-lhe a personalidade, abala nos fundamentos a instituição da família e desintegra a concepção basilar da Pátria. Os sentimentos de solidariedade humana e de respeito à dignidade do indivíduo, a crença nos valores espirituais inerentes à tradição brasileira de independência e de liberdade são os elementos formadores da consciência do Exército. Essa alma coletiva, educada no culto da Pátria, não pode aceitar, nem quer admitir a nefasta ideologia comunista. Através dessa formação, cujas raízes se enseivam na tradição de nossa gente, consoante atestam os anais de nossa história, moldou-se indeformável a feição nacionalista de nosso povo e do Exército, que aceitan- do a inestimável cooperação do trabalho do capital e da cultura alienígenas na construção de nossa civilização, não quer nem poderá tolerar, sob quaisquer disfarces, a tutela política do País, a deformação moral do povo e a exploração econômica de nossa terra. Esse nacionalismo sadio não significa uma restrita orientação partidária, nem apenas uma atitude política passageira, mas exprime em toda sua plenitude e de modo indeformável o sentimento de patriotismo que é a virtude por excelência que vitaliza as instituições militares. Tivemos em 1935, tanto aqui, como alhures no Nordeste, a horrenda mostra do que seja, em verdade e fatos o pesadelo comunista. A fria traição, a solércia na ação, o desprezo pela lei, o saque, a desonra dos lares, o achincalhe da fé, conquanto por horas ou dias, serviram à grande e para sempre alertarem a consciência nacional estarrecida contra sua implantação na terra cristã de Santa Cruz. E que seus processos não se modificaram, estamos hoje convictos, assistindo ao martírio da milenar terra magiar, cujo heróico povo está sendo brutalmente sacrificado em sua liberdade, em sua honra e usurpado no ficando estoicamente as suas vidas na defesa da coletividade. Glorifiquemos, portanto, no dia de hoje, os intemeratos camaradas que, a 27 de novembro de 1935, ofereceram a vida em holocausto à lei, à ordem e à legalidade: Tenente-coronel Misael de Mendonça, Major João Ribeiro Pinheiro, Major Armando de Souza Mello, Capitães Geraldo de Oliveira, Benedicto Lopes Bragança e Danilo Paladini, 2º Sargento José Bernardo Rosa, 3os Sargentos Coriolano Ferreira Santiago e Abdiel Ribeiro dos Santos, 1º Cabo Luiz Augusto Pereira, 2os Cabos José Harmito de Sá, Alberto Bernardino de Aragão, Clodoaldo Ursulino, Wilson França, Pericles Leal Bezerra, Orlando Rodrigues, José Menezes Filho, Fidelis Baptista de Aguiar, Manoel Biré de Agrella, Pedro Maria Netto, Walter de Souza e Silva e José Mario Cavalcanti. inalienável direito de reger, sem influências estranhas, o seu próprio destino. Dos acontecimentos nefastos de 1935, entretanto, uma lição e um exemplo perdurarão para sempre em nossa história: exemplo da capacidade de viril reação do povo brasileiro às doutrinas e processos de ação contrárias a seus princípios morais e à sua vocação para a liberdade e para a democracia; lição viva e forte para todos aqueles que por pressões, ardis ou por ações de força, tentem dominar nossa gente e apossar-se da terra que nasceu e pendurará para sempre brasileira. No dia em que o Exército, como toda a Nação, rende homenagem à memória dos que galhardamente defenderam com a vida a sobrevivência do Brasil, só uma atitude nos cabe: afirmar-lhes, numa oração, que o Exército não os esquece e que saberá, em qualquer tempo, seguir-lhes coeso e resoluto o exemplo viril. General-de-Exército Henrique Baptista Dufles Teixeira Lott Ministro da Guerra Transcrito do BOLETIM DO EXÉRCTIO nº 49 de 8 de dezembro de 1956. AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR, A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL. ORDEM DO DIA -Nov/1992 N HOMENAGEM AOS MORTOS DA INTENTONA COMUNISTA o dia 27 de novembro de 1935, militares morreram pelas mãos de companheiros de farda, cujas mentes estavam destruídas pela ideologia comunista. Para estes, o sacrifício dos que se opunham era um meio necessário no caminho para um fim maior o Estado igualitário e justo. Passados mais de sessenta anos, a ideologia comunista não é mais nada! Onde ela se instalou, os homens se calaram sob a tutela impiedosa do Estado, gerido por uma privilegiada nova classe, dominante, como denunciou Djillas. Medo, dor, sofrimento e atraso foram impostos a muita gente, em nome de um fim utópico que, como tal, nunca chegou a existir. Muitos homens livres drogaram-se com as teorias marxistas, o ópio que lhes trazia visões do mundo perfeito, no dizer de Raymond Aron. Durante anos influiriam nas sociedades inseguras, mormente entre os jovens idealistas, arrostando repulsa e ódio contra tudo e todos que se opunham à ideologia inovadora. Hoje 1935 está muito distante e o episódio, que foi, certamente, o início de uma luta que o nosso povo venceu, desvanece em meio ao turbilhão fantástico de acontecimentos desta última década do século. Dos amantes do comunismo, poucos restam, porque já não há como defender o que a História provou indefensável. Jogado o comunismo no limbo, purifica-se em nosso País a dialética em torno das questões sociais, e passam as correntes de pensamento a se agrupar politicamente para o embate sadio, que só poderá trazer avanços à vivência democrática, desenhando um caminho feliz e promissor à nossa frente. Assim, aos nossos amigos que tombaram em 1935, podemos dizer que a luta de vocês acabou. Vocês são os vitoriosos e pela causa que morreram, esperamos não mais lutar. E se não voltarmos a lhes falar frente a este monumento, que, em sua honra, o povo erigiu, olhem com orgulho os brasileiros que aqui passam e sorriam para as crianças que brincam no pedestal. Eles são livres... Gen Ex Alte Esq Ten Brig Ar Mauro César Rodrigues Pereira Zenildo de Lucena Lélio Viana Lobo Ministro do Exército Ministro da Aeronáutica Ministro da Marinha (publicada no Informex n° 069 de 22 de novembro de 1996) Nº 221 - Novembro/2015 28 EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DO COMUNISMO NO BRASIL Solenidades acontecidas a 27 de novembro Foto: ST Camargo O então Capitão Reynaldo De Biasi Silva Rocha, Comandante da Tropa do 12º RI, na tradicional homenagem prestada ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, junto ao seu túmulo no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte (1973). Cel Ustra, Gen. Amaury, Cel Abbês, Mauro Bragança e representantes da AREB (BH/2006) Em Belo Horizonte, a 27 de novembro de 2007, no Cemitério do Bonfim, a cerimônia cívico-militar, promovida pelo General João Roberto de Oliveira, Comandante da 4ª RM, em homenagem ao capitão Benedicto Lopes Bragança, assassinado covardemente em 27 de novembro de 1935, no Rio de Janeiro, pelos comunistas. Em Belo Horizonte, os generais Mendes Ribeiro, Sergio Coutinho, Paulo Cesar de Castro, Amaury Sá Freire de Lima e José Fábrega e a senhora Else Bragança (2003) Coroa de flores depositada pelos Generalde-Exército Horácio Raposo Borges Neto, vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt, Major Brigadeiro Flávio de Oliveira Lencastre e General-de-Exército Fritz de Azevedo Manso (era Capitão do 3º RI, em 1935). (Praia Vermelha/RJ - 1999) Em Belo Horizonte, a tradicional homenagem prestada ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, no Cemitério do Bonfim, pelos Generaisde-Divisão Amaury Sá Freire de Lima e José Mário Facioli, Comandante da 4ª RM e sobrinhos, Mauro e Cláudio Bragança (2008) No Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, na tarde de 27 de novembro de 2009, os generaisde-Exército Enzo Martins Peri, comandante do Exército, Antônio Luiz da Rocha Veneu, ex-Ministro Chefe do EMFA e Rui Alves Catão, comandante do Comando Militar do Leste, prestam homenagens às vítimas da intentona comunista de 1935. Em Belo Horizonte, a 27 de novembro de 2014 no Cemitério do Bonfim, a homenagem prestada pelo Comandante da 4ª Região Militar, General de Divisão Mario Lucio Araujo, seu Estado-Maior e Comandantes das Organizações Militares da Guarnição e pelos militares da Reserva do Exército ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, assassinado no Rio de Janeiro 24º BATALHÃO DE CAÇADORES - SÃO LUÍS / MA SANTA MARIA / RS RESERVA ENCOURAÇADA Exaltação aos Heróis da Intentona Comunista de 1935 Capitães Danilo, Flores e Sampaio, General Boabaid e Coronel Leiria, representando o General Miotto, Comandante da 3ª DE. Observe-se o Monumento ultrajado com a pintura em vermelho da foice e do martelo, símbolo comunista (27/11/2013) Em 2009, o 24º BC rememorou a Intentona, com as seguintes atividades: · Culto ecumênico · Palestra (Des. Alberto Tavares, Of R2) · Formatura (com a presença do prefeito de São Luís, João Castelo) leitura da Ordem-do-Dia e desfile da tropa · Coquetel Esperamos que o exemplo do desejo de perpetuação do culto à histórica data, levada a efeito pelo valoroso Comandante da Unidade, Ten Cel CARLOS Ten Cel Guedes, Comandante do 24º BC HENRIQUE GUEDES, neto do Gen Carlos Luís Guedes, Comandante da ID/4 e um dos líderes do Movimento de 1964, seja nos anos vindouros, uma inspiração na data de celebração do evento em tela. EXPEDIENTE Editor/Redator: Coronel Carlos Claudio Miguez Jornalista Responsável: 17646/MG Telefone (31) 3344-1500 / 9957-3534 - E-mail: [email protected] Rua Xingu, 497 - Alto Santa Lúcia - CEP 30360-690 - Belo Horizonte - MG Circulação Dirigida Impressão: Sempre Serviços Gráficos Ltda www.jornalinconfidencia.com.br Envelopamento autorizado Pode ser aberto pela ECT CNPJ: 11.843.412/0001-00 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. 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