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AGRUPAMENTO
DE
ESCOLAS
ALVES
REDOL
ESCOLA BÁSICA DR. VASCO MONIZ
2º CICLO DO ENSINO BÁSICO
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
FICHA
FORMATIVA
(objetivo 1)
RECONHECER O PAPEL DA TECNOLOGIA
FICHA
ELABORAD A
PELO
PROFESSOR JOSÉ
CERQ UEIRA
Aluno/a:___________________________________________________ nº____
1.2 – Distinguir contextos históricos de evolução tecnológica.
5º ANO
(2012-2013)
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turma ____
EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA
A história da humanidade pode contar-se a par da história da evolução tecnológica, uma vez que se
influenciam mutuamente6. Umas vezes a sociedade cria condições para a evolução tecnológica,
apoiando a criação de novas técnicas, outras vezes é a tecnologia que proporciona alterações sociais,
através da disponibilização de técnicas que permitem criar novos hábitos, novas condições de vida.
Paleolítico
Neolítico
Egito antigo
Grécia antiga
Império Romano
até 5000 anos a. C.
até 3000 a. C.
(séc. XXX a. C. a IV a. C.)
(séc. VI a. C. a séc. II a. C.)
(séc. VIII a. C. a séc. V )
Se refletirmos um pouco, verificamos que o estudo da história está desde logo organizado em dois
períodos: a pré-história e história. Designa-se por pré-história o período anterior à invenção de uma
técnica de comunicação - a escrita (4000 anos a. C.7). O período posterior à existência da escrita, dos
registos escritos, designa-se por história.
Idade média
Renascimento
1ª Revolução industrial 2ª Revolução industrial 3º Revolução industrial
Séc. V a séc XV
Séc. XVI a séc XVIII
Séc. XVIII a séc XIX
Séc. XIX a séc XX
Séc. XX e séc XIX
Quando designamos um determinado período da história estamos quase sempre a identificar um
período com determinadas invenções técnicas e novas tecnologias.
Algumas tecnologias, que hoje já não utilizamos ou caíram em desuso, foram no seu
tempo o motor do progresso social, contribuindo para que fossem inventadas técnicas
que marcam o nosso dia-a-dia. Por outro lado, há tecnologias criadas há séculos, que
continuam com tanta importância como a que tiveram à data da sua invenção.
Tesouras romanas
Museu de Conimbriga
6
7
reciprocamente , influenciam-se uma à outra
para muitas sociedades a pré-história terminou muitos anos depois. Nota: há autores que identificam a invenção da escrita em anos diferentes, por exemplo: 5000 a C.
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PRÉ-HISTÓRIA
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PALEOLÍTICO ou IDADE DA PEDRA LASCADA
A designação deste período deve-se ao facto de nesse período a tecnologia se centrar
no desenvolvimento dos primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou
pedra lascada. Usava-se o machado de pedra, para cortar e esmagar os alimentos mas
também como arma de defesa e para fazer furos. As lascas das pedras eram
aproveitadas para fabricar utensílios9 cortantes, usados nas técnicas de corte e até
produção de objetos esculpidos.
Utensílios do Paleolítico
NEOLÍTICO10 ou IDADE DA PEDRA POLIDA (8000 a.C. no médio oriente e 3000 a.C. na Europa)
O Neolítico caracteriza-se pela criação de instrumentos de pedra polida.
Após um longo período do paleolítico (cerca de 10.000 anos), o neolítico
surge
em
resultado
de
conquistas
tecnológicas
que
garantiram
a
sobrevivência dos povos nesse período.
Utensílios do neolítico
Dão-se grandes conquistas técnicas que, aliadas às transformações do
ambiente permitem ao ser humano controlar gradualmente a natureza.
Tecnologias como a cerâmica, a tecelagem, a cestaria, a moagem, a
descoberta da roda e a tração animal mostram os grandes progressos
técnicos que se observaram neste período. A fixação de comunidades
permanentes, em aldeias, contribui para a criação de métodos básicos da
construção de arquitetura em madeira, tijolo e pedra.
Outra manifestação de arte foi a criação dos monumentos megalíticos,
destinados ao culto funerário (antas, menires e cromeleques).
Anta do Mezio, Soajo – Arcos de Valdevez
O Neolítico, último período pré-histórico, terminou com a invenção da escrita.
8 inicia-se com o aparecimento dos primeiro hominídeos, há cerca de 3 milhões de anos.
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instrumento cuja forma está associada à função, isto é, que a forma foi previamente pensada, desenhada e construída para desempenhar uma determinada função.
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significa pedra nova
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HISTÓRIA
Se até 5000 a. C., a evolução tecnológica se fez muito lentamente, a partir de então vai acontecer a
um ritmo mais acelerado, mas não constante. Há períodos da história onde a evolução tecnológica é
lenta ou pouco significativa para alterar e influenciar os modos de vidas das sociedades em questão.
A abordagem ao início da história centra-se, aqui, nas culturas da Mesopotâmia11 e sobretudo do antigo
Egito. Faz-se uma breve referência à Grécia Antiga, para se aprofundar um pouco mais o contributo dos
Romanos, nomeadamente ao nível da arquitetura e urbanismo. Seguidamente, analisa-se a Idade
Média, nomeadamente na transição para o Renascimento, aqui referido como o período da “Revolução
Científica”. A partir deste período, as inovações tecnológicas vão ocorrer a um ritmo cada vez mais
rápido e acelerado.
A MESOPOTÂMIA DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES (5000 a. C. a 330 a. C.) (atual Iraque)
A história da Mesopotâmia caminha de certa forma a par com o antigo
Egito. Uma das principais inovações do período sumério foi a
descoberta do bronze. Por volta de 4000 a. C., os Sumérios já tinham
dominado a técnica da fundição, e já conheciam o cobre. Por volta de
3000 a. C., descobriram que a combinação do cobre com estanho e
arsénico permitia fazer bronze. O ouro e a prata também eram
manipulados pelos especialistas.
A invenção da roda, ocorrida em diferentes lugares do mundo e em
diferentes épocas independentemente do contacto entre os povos,
aconteceu pela primeira vez na Suméria. A roda de oleiro já estava em
uso antes de ser empregada nos meios de transporte, por volta do
último século do quarto milénio a.C. Os arqueólogos encontraram restos de carruagens enterrados na
região da antiga suméria, usadas provavelmente para transportar bens materiais. Posteriormente, os
veículos com rodas foram utilizados para fazer guerra. A invenção da roda é particularmente
importante, uma vez que permitiu aos antigos ampliar o número de bens transportados.
As primeiras cidades da história surgem na Mesopotâmia. No entanto e apesar do seu impacto simbólico
e estético, a utilização sistemática do adobe12 como tecnologia construtiva, explica a sua ruína quase
completa.
11
12
“Terra entre dois rios” Tigre e Eufrates, território do atual Iraque e zona envolvente, conhecida como o berço da agricultura.
Tecnologia construtiva que tem a terra argilosa como material de base. Esta tecnologia era muito utilizada nas casas alentejanas.
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O ANTIGO EGITO (5000 a.C a 330 a. C.)
A civilização egípcia reuniu-se em torno de 3150 a.C. com a unificação política do Alto e Baixo Egito.
Das muitas realizações dos antigos egípcios incluem-se o desenvolvimento de técnicas de extração
mineira, de topografia e construção que permitiram a
edificação
de
monumentais
pirâmides,
templos
e
13
obeliscos . Incluem-se, ainda, um sistema de matemática,
um sistema prático e eficaz de medicina, sistemas de
irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros
navios conhecidos, faiança e tecnologia com vidro. A sua
arte e arquitetura foram amplamente copiadas e as suas
monumentais ruínas inspiraram e continuam a inspirar a
imaginação dos viajantes, escritores e artistas.
Egito - mapa - pirâmides e templo de Hatshepsut (1480 a.C.)
(coluna de imagens em baixo) – Pinturas do Egito mostrando a importância dos trabalhos agrícolas
A agricultura no Egito desenvolveu-se com base nas condições naturais (rio Nilo)
e com o desenvolvimento de uma tecnologia agrícola que incluía diversas
técnicas e objetos técnicos. Lavravam a terra com arados puxados por bois e
regavam-nas por intermédio de sistemas de diques e canais. Nas colheitas os
agricultores usavam foices, e depois debulhavam os cereais com um malho ou
com as patas dos bois. Os cereais eram armazenados nos celeiros reais para
posterior distribuição. O linho foi cultivado para extração da fibra do caule para
produção de roupas; o algodão também foi cultivado. O papiro que cresce nas
margens do Nilo era usado para fazer suporte de escrita. Alguns papiros
descobertos no Egito revelaram que os egípcios dispunham de receitas para
purificar metais, formar ligas, imitar metais preciosos, produzir pigmentos, entre
outras.
Os agricultores tinham casas de tijolo, com cozinha de teto aberto, dotadas de
moinho de farinha e forno para cozer o pão. A mobília era composta por bancos
de madeira, camas e mesas individuais. Os banhos eram dados no Nilo e usavam
sabão (suabu) feito de gordura e giz. Andavam descalços ou usavam sandálias
feitas de junco e papiro ou couro e papiro. Os instrumentos musicais antigos incluíam flauta e harpas.
Os egípcios caçavam por meio de redes, arcos e lanças, assim como pescavam, utilizando anzóis e
arpões; para conservação o peixe era desidratado ao sol.
O Egito é rico em pedras de decoração e construção, cobre, minérios de chumbo, ouro e pedras
semipreciosas. Estes recursos minerais permitiram aos egípcios construir monumentos, esculpir
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estátuas, fazer ferramentas e jóias. A extração e transformação dos metais implicou o desenvolvimento
de várias técnicas e tecnologias específicas para a fabricação dos diferentes objetos.
Ao nível da arquitetura o antigo Egito deixou-nos algumas das construções mais famosas do mundo,
com base em ferramentas simples, mas com técnicas muito eficazes. As pirâmides eram formadas por
blocos de pedra de três toneladas, as quais eram cortadas com cunhas de madeira e depois eram
arrastadas para cima em rampas sobre trenós.
Técnica de movimentação de pedras
Pirâmides de Gize
Templo de Edfu
Templo de Abu Simbel
Ao nível da construção naval os egípcios já sabiam como juntar tábuas de madeira para construir cascos
de navios pelo menos desde 3000 a.C., inicialmente as tábuas foram entrançadas com tecidos e seladas
com papiro e grama. Também sabiam juntar tábuas de madeira com cavilhas de madeira, usando breu
para calafetar as juntas. Sabiam também como prender as tábuas do navio, juntas com peças
encaixáveis (técnica de caixa e espiga, muito utilizada posteriormente pelos gregos e romanos).
Os egípcios já tinham compreendido que um triângulo tinha um ângulo reto quando os seus lados
estavam numa proporção de 3-4-5. Este conhecimento era e continua a ser fundamental para se
traçarem paredes perpendiculares (que formam ângulos retos).
A GRÉCIA ANTIGA (de 1100 a.C. (período posterior à invasão dórica14) até à dominação romana em 146 a.C.)
A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A civilização grega
antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na
tecnologia, na arte e na arquitectura. Foi a cultura grega que exerceu uma poderosa influência sobre
os romanos e que ainda hoje continua a influenciar a cultura moderna, nomeadamente ao nível da
arquitetura e procura da harmonia entre as partes, através de relações matemáticas das proporções.
Partenon - Acrópole de Atenas
13
14
Tipologias construtivas - Ordens
Estádio Olimpico
As colunas de pedra que têm quatro lados que vão diminuindo progressivamente e que no topo têm uma pirâmide
Os Dórios eram uma das tribos, de fala helénica, que mais se destacou, conjuntamente com os Jónios, na civilização grega.
Parafuso de Arquimedes (elevação de líquidos)
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Os contributos dos Romanos
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(50915 a.C. a 31316)
Os romanos inventaram novas técnicas e novas formas de habitar. Técnicas que hoje consideramos
atuais, foram introduzidas pelos romanos, tais como o “betão17”, os bisturis, a tecnologia para a
construção dos estádios desportivos, estradas, pontes, aquedutos, balneários, pavimentos revestidos
com mosaico, paredes rebocadas e pintadas, assim como novas técnicas de construção de coberturas,
quer em madeira, quer em betão, como é o caso do Panteão.
Panteão, Roma, vista interior
Aqueduto
insulae – (edifício de apartamentos)
Coliseu de Roma
estrada romana, Setúbal
rede de águas
técnica de construção de estradas
mosaicos
tubos para água em chumbo
Para resolver o problema da falta de espaço dentro dos muros da muralha defensiva os romanos
construíram edifícios com vários pisos e com apartamentos com várias divisões. Os melhores tinham
cozinha, sala e retrete, mas a grande invenção foi a aplicação do vidro nas janelas a partir de meados
de século I a.C.
Para construir, os romanos contrariamente aos gregos, utilizaram tijolos secos ao sol ou mesmo tijolos
cozidos em fornos que pertenciam a particulares ricos. Os romanos também descobriram uma maneira
de fazer tubagens para a água a partir de lâminas de chumbo trabalhadas em molde de madeira. Estas
tubagens eram fundamentais para fazer a distribuição final da água, que era captada a vários
quilómetros da cidade e conduzida sob o efeito da gravidade (i=0,5%) através de aquedutos. Se a água
potável era devidamente encaminhada, também as águas residuais eram recolhidas por sistema de
drenagem para evitar a propagação de doenças.
Ao nível da medicina os romanos tinham diferentes especialidades como a farmácia, a medicina e a
cirurgia. Criaram instrumentos cirúrgicos que são a base dos instrumentos modernos, como bisturis e
outros.
15
Inicio da República Romana.
Com a Paz da Igreja, em 313, o Cristianismo foi promovido a religião oficial do império e pode elaborar livremente uma arte específica.
A partir do século II a. C. os romanos começaram a utilizar a sua inovação principal, a argamassa na qual misturava, caliça, seixos, pedras, tijolos ou restos cerâmicos,
formando uma espécie de argamassa de cimento
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A IDADE MÉDIA18
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(séc. V a séc. XV)
A idade média foi um longo período de tempo, de aproximadamente mil anos, caraterizado por uma
forte instabilidade e influência do Cristianismo em todas as vertentes da sociedade, numa Europa
muito fechada ao mundo.
Nos séculos XII e XIII, assiste-se na Europa a uma série de inovações na gestão dos meios de produção
económica, que se reflectiram num crescimento económico muito acentuado. Entre os maiores avanços
tecnológicos contam-se a invenção do moinho de vento, os primeiros relógios mecânicos, e as primeiras
investigações no campo da ótica com a criação de lentes rudimentares. A produção de vidro foi
impulsionada sobretudo pela descoberta de um processo para a criação de vidro transparente durante o
início do século XIII, e esteve na origem da ciência ótica bem como da invenção dos primeiros óculos.
A arquitetura foi executada sem qualquer inovação tecnológica significativa até ao século XII. Só no
período gótico, com o uso das ogivas nas abobadas dos edifícios, é que se revolucionou o método de
construção das estruturas dos edifícios, e por consequência a composição dos alçados e a organização
dos espaços interiores, gerando janelas altas que permitiam iluminar com abundância o interior dos
edifícios. É a partir das grandes janelas rasgadas na vertical que outra grande inovação gótica se
manifesta na arquitetura – o vitral. O vitral ocupa espaços cada vez mais amplos sublinhando a
importância da luz.
Igreja românica de Outeiro Seco, Chaves
Igreja gótica, Mosteiro da Alcobaça
Capela Sainte-Chapelle, Paris
(gravura ) - monge copista no scriptorium
Ao nível da tecnologia militar, após a viagem de Marco Polo19, criam-se as primeiras armas de fogo.
No entanto, talvez tenha sido a invenção da prensa móvel que, no início do século XVI, terá tido maior
repercussão na evolução da sociedade desse século, pela facilitação da propagação escrita,
democratizando-a, fazendo com que a informação escrita e as novas ideias se tornassem mais
acessíveis, abrindo o caminho para a revolução científica.
É também nos finais da idade média que a construção naval progrediu com a introdução do sistema de
construção naval, bem como a introdução da vela latina e do leme de proa, que possibilitaram um
aumento significativo da velocidade de navegação.
18
19
a história centra-se no mundo ocidental. A idade média ou medieval é por vezes designada pela “idade da fé” e referida como sendo o período e de “mil anos de trevas”.
Marco Pólo (mercador veneziano) por volta de 1271 e 1295, pelo oriente, incluindo a China.
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Renascimento - Revolução cientifica20
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(séc. XVI ao séc. XVIII)
A revolução científica começou a “desenhar-se” em 1330, nos escritos do poeta Petrarca, nos quais se
exprimia o desejo de reviver o passado clássico (dos Gregos e dos Romanos). É este desejo, de um
renascimento cultural, que apoiado na prensa móvel21 (impressão com tipos móveis), recém inventada,
vai dar origem à primeira revolução tecnológica da informação.
Prensa móvel
tipos móveis
réplica da caravela (com vela triangular)
Ao mesmo tempo que no norte da Europa a informação escrita começa a circular a um ritmo cada vez
mais acelerado, no sul, nomeadamente em Portugal, as ambições de expansão comercial e uma nova
atitude exploratória em relação à natureza, bem como as novas técnicas de construção naval e
navegação marítima, permitiram a descoberta
de novos continentes, mares, povos e espécies
animais e botânicas.
Os
descobrimentos
puderam,
além
de
confirmarem as hipóteses sustentadas pelos
académicos nos seus gabinetes de estudo, abrir
as fronteiras da Europa e facilitar a troca de
conhecimentos,
essenciais
à
evolução
tecnológica e progresso social.
Mapa mundo
20
21
A expressão "revolução científica" foi criada por Alexandre Koyré, em 1939.
Johannes Gutenberg (1398 - 1468) foi o primeiro no mundo a usar a impressão por tipos móveis, por volta de 1439, e o inventor global da prensa móvel para impressão.
Foi talvez a invenção mais importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, permitiu a produção em massa de livros impressos e que era economicamente
rentável para gráficas e acessível a leitores.
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Revolução industrial (séc. XVIII - XIX)
Motor a vapor
Se até ao século XVIII toda a atividade produtiva era artesanal, manufaturada, isto é, feita à mão e
quando muito com o auxilio de algumas pequenas máquinas, com a invenção do motor a vapor, surgiu
um conjunto muito significativo de máquinas motorizadas. Com a invenção de diversas máquinas, os
trabalhadores que participavam em todo o processo de produção, perderam em parte esse controlo,
uma vez que passaram a trabalhar para um patrão na qualidade de empregados ou operários, perdendo
assim a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro.
A Revolução Industrial, ao introduzir um conjunto de mudanças tecnológicas no processo produtivo
nomeadamente com a aplicação do motor a vapor às máquinas22, provocou um profundo impacto no
mesmo com implicações ao nível económico e social. Os trabalhadores, de artesãos, passaram a
controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção, os quais passaram a receber
todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de
bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a
bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas
passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que começaram a deslocar-se do campo para a
cidade.
Além de invenções relacionada com o motor a vapor, até meados do século XIX, verificaram-se outras
invenções que em muito contribuíram para a evolução da sociedade, tais como a bateria elétrica, os
barcos a vapor23, a iluminação das rua a gás, a locomotivas a vapor24 e o caminho de ferro, o telégrafo,
a produção de aço, entre outras.
Esta revolução iniciada no Reino Unido em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do
século XIX.
Tear mecânico
22
Industria têxtil (crianças a trabalhar)
Trator a vapor
Locomotiva a vapor
A palavra máquina deriva do latim machina que significa “meio, expediente”. Atualmente o significado mais usual de máquina tem origem na primeira revolução
industrial e significa dispositivo/meio que utiliza energia para atingir um objetivo pré-determinado, isto é, para desempenhar uma função/tarefa.
23
Inventado em 1807 por Fulton e Clermont
24
A primeira locomotiva a vapor usando trilhos foi construída pelo engenheiro inglês Richard Trevithick e fez o seu primeiro percurso em 21 de Fevereiro de 1804.
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Segunda revolução industrial (séc. XIX - XX)
motor de explosão, petróleo/gasolina, automóvel
A Segunda Revolução Industrial, iniciada na segunda metade do século XIX envolveu uma série de
desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica, petrólifera e siderúrgica25. Outros progressos
essenciais nesse período incluem a criação de navios de aço movidos a vapor, o desenvolvimento do
avião, a produção em massa de bens de consumo, a comercialização da comida enlatada, a
refrigeração mecânica e de outras técnicas de preservação, a invenção do telefone e do fonógrafo, a
iluminação elétrica26 e o motor de explosão, entre outros.
Legendas: Fonografo de Edison (1877), navio de aço e a vapor, telefone (1906), lâmpada incandescente (1870), esquema de motor de explosão e desenho do motor do Ford T
O motor a vapor foi desenvolvido e aplicado na Grã-Bretanha durante o século XVIII e exportado
lentamente para Europa e para o resto do mundo, durante o século XIX. Em contraste, na Segunda
Revolução Industrial, os desenvolvimentos práticos do motor de combustão interna apareceram em
muitos países industrializados e o intercâmbio de ideias aconteceu de forma bastante rápida. Graças à
tecnologia do motor de combustão interna, foi possível começar a criar os primeiros automóveis, em
França. No entanto, só alguns anos depois, com a aplicação da gasolina como combustivel, é que se
verificou a produção em massa de automóveis, pelas mãos de Henry Ford.
Réplica da 1ª moto conhecida
(Daimler-Maybach de 1885)
1º veículo a gasolina
(patenteado em 1886 por Carl Benz)
Linha de montagem do Ford T
(1913-1927)
Avião MF11, Biplano de Henry Farman,
(1915) usado na Primeira Guerra Mundial
O automóvel Ford, Modelo T, produzido por Henry Ford de setembro 1908 a outubro de 1927, foi o
primeiro automóvel produzido em série, com base numa linha de montagem27 em vez da produção
manual individual. A linha de montagem do Ford T, foi pioneira no modo de produzir
automóveis cujo impacto e importância é ainda hoje uma referência na atual
produção em série de automóveis. O modo de produção do Ford T é, ainda hoje,
fonte de inspiração para quem estuda design industrial28.
Curiosidade: Em 1895 chega a Portugal o primeiro automóvel (imagem do lado), propriedade do 3º Conde de Avillez. Este automóvel alcançava os
25 km/h. Na sua viagem inaugural até Santiago do Cacém atropelou um burro.
25
26
27
Tecnologia relacionada com o conjunto das técnicas empregadas na produção, fundição e preparação do ferro e do aço; metalurgia do ferro e do aço.
Em 1882, Edison construiu sua primeira central elétrica, em Nova York, movida a carvão. Conseguia acender 7200 lâmpadas por vez e iluminar um bairro inteiro!
Em 1913 Henry Ford iniciou um a nova técnica de montagem, a linha de produção, com isso em cerca de 12 horas um veículo ficava pronto para ser comercializado.