Leila M. Bento1, Isabel Nogueira2 1 Introdução

Transcrição

Leila M. Bento1, Isabel Nogueira2 1 Introdução
ABORDAGEM DA APLICABILIDADE DE TECNOLOGIA NO TRATAMENTO DE
ACERVO BIBLIOGRÁFICO: DA ORGANIZAÇÃO NAS ESTANTES AO INVENTÁRIO
DO ACERVO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO
Leila M. Bento1, Isabel Nogueira2
1
Bibliotecária documentalista, CEFET/RJ, Rio de Janeiro, RJ
2
Bibliotecária, RFIDBrasil, Nova Friburgo, RJ
RESUMO
A Tecnologia de Identificação por Rádio Frequência (RFID) está sendo introduzida no
Brasil para a gestão de acervo bibliográfico, de modo a otimizar a realização de serviços de
segurança, identificação, rastreamento, inventário, organização nas estantes e automação
do acervo bibliográfico em Bibliotecas e Centros de Documentação. Este artigo tem por
objetivo apresentar ao profissional de bibliotecas a tecnologia RFID: origem, aplicabilidade,
vantagens da implementação no processo de automação em Instituições de ensino
brasileiras.
Palavras-Chave: Identificação por Rádio Frequência; RFID; Automação de bibliotecas;
Bibliotecas – uso de tecnologia
ABSTRACT
The Technology of Radio Frequency Identification (RFID) is being introduced in Brazil
for the management of bibliographic, to optimize the performance of security services,
identification, tracking, inventory, organization and automation of the shelves in libraries and
bibliographic Documentation Centres. This article aims to present the professional library
RFID: origin, applicability, advantages of process automation implementation in education
institutions in Brazil
Keywords: Radio frequency identification technology; RFID; Libraries automation; Libraries
– applying of technology
1 Introdução
O profissional de biblioteca encontra no mercado, nos dias atuais, uma
grande oferta de produtos tecnológicos que se dizem direcionados para a gestão de
acervo bibliográfico de modo automatizado. Mas, o bibliotecário deve ser
conhecedor da tecnologia para ter segurança na escolha a ser feita.
A realização de inventários e a organização de estantes, tarefas diárias e
constantes em Bibliotecas e Centros de Documentação, podem ser desempenhadas
com maior eficácia quando utilizada a tecnologia de Identificação por Radio
Freqüência (RFID), se comparados com os atuais métodos. Trata-se de economia
de tempo e garantia na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários/clientes.
Sendo totalmente possível o uso dessa tecnologia em integração com o software de
circulação já utilizado pela Instituição, bem como o sistema de segurança já
existente na biblioteca, através de uma operação híbrida.
Este trabalho visa demonstrar, de modo prático e simples , para estes
profissionais o que é a tecnologia de Identificação por Radio Freqüência (RFID),
como a alternativa mais recente no mercado para gestão de acervo bibliográfico, em
substituição ao código de barras, de modo a entender as aplicabilidades na
segurança, identificação, rastreamento, inventário, organização nas estantes e
automação das rotinas pertinentes a um acervo bibliográfico.
2. Conceito de RFID
A tecnologia Identificação por Radio Freqüência (RFID), surgiu na Europa no
início dos anos 80. Sua primeira aplicação foi controle e identificação de porcos e
bovinos. Operava com baixa freqüência de 1323.4 KHz utilizando-se de
transponders, volumosos precursores das etiquetas inteligentes com baixa
capacidade de armazenamento de informações.
Esta tecnologia foi nomeada de Identificação por Radio Freqüência (RFID) de
baixa freqüência e ainda hoje é utilizada para controle de rebanhos, abastecimento
de frotas e controle de acesso.
Com o advento dos crescentes avanços tecnológicos da produção dos micro
circuitos, particularmente dos microprocessadores e memórias miniaturizados foi
possível produzir componentes cada vez menores e por custos mais reduzidos.
Chega se a tecnologia de Identificação por Radio Freqüência (RFID) de alta
freqüência, que opera com uma freqüência de 13,56 MHz e possibilita uma enorme
capacidade de operação com dados digitais, regulada por normas como ISOP 15693
que possibilitem aos novos usuários uma total interconectividade e confiabilidade de
suas operações.
3. Componentes
Um sistema de Identificação por Radio Freqüência (RFID) a ser utilizado em
bibliotecas e centros de documentação é composto basicamente de etiquetas para
os itens bibliográficos, cartões para os usuários/clientes, conversores, leitores e
antenas/sensores.
3.1 Etiquetas
As Etiquetas RFID são constituídas por uma micro antena e um micro chip
gravado com a capacidade mínima de 64 bits, são planas, adesivas e variam o
tamanho entre 45 mm x 45 mm até 76 mm x 45 mm.
As etiquetas disponíveis no mercado podem ser classificadas quanto ao tipo
de operações realizadas: etiquetas que permitem somente leitura,
etiquetas de
gravação única e múltiplas leituras e etiquetas regraváveis.
As etiquetas regraváveis são as recomendadas para bibliotecas e centros de
documentação, pois as informações podem ser alteradas ou acrescentadas,
combinando a escrita e a leitura de dados, a alimentação para o chip dessas
etiquetas provém externamente da energia eletromagnética emitida pelos leitores
especiais sendo captada por uma espécie de micro antena, impressa na própria
etiqueta e circundante ao chip, a freqüência de operação das mesmas é de
13,56MHz.
Uma questão relevante a ser observadas quanto as etiquetas de RFID é que
devido a suas dimensões, elas não são eficientes enquanto sistema de segurança
anti furto devido maior dificuldade de torná-las virtualmente invisíveis quando
aplicadas nos itens bibliográficos.
3.2 Cartões
O cartão de usuário/cliente é comumente confeccionado em PVC possuindo
um circuito eletrônico onde se encontra o chip no qual serão gravadas as
informações pertinentes ao usuário/cliente, nele pode-se imprimir foto, código de
barras ou outras informações que a biblioteca ou centro de documentação julgar
pertinentes.
3.3 Conversores
São dispositivos que convertem automaticamente a informação existente na
etiqueta de código de barras já existentes nos itens bibliográficos em informação a
ser gravada na etiqueta de RFID.
3.4 Leitores
São dispositivos que codificam e decodificam os dados existentes no micro chip
das etiquetas de RFID, podem ser manuais portáteis com formato de bastões ou de
pistolas ou ainda similares a uma base plana, adequado para colocação em mesa,
desempenhando várias funções, conforme a seguir:
Os leitores de mesa desempenham as funções de: processamento do item
realizado através da gravação dos dados no chip da etiqueta, e rotina de circulação
onde o leitor é utilizado para o atendimento ao usuário processando empréstimos e
devolução; lendo o cartão de usuário/cliente e simultaneamente vários itens
bibliográficos que possuam etiquetas RFID.
Os leitores manuais portáteis desempenham as funções de: inventário do acervo
bibliográfico realizado através da leitura dos dados nos chips das etiquetas,
rastreamento de qualquer item integrante do acervo através da identificação e
localização nos chips das etiquetas presentes e levantamento estatístico das obras
consultadas pelos usuários/clientes. Tais funções podem ser realizadas diretamente
nas próprias estantes e mesas de consulta não sendo necessária a remoção dos
itens bibliográficos.
3.5 Antenas /sensores
As antenas/sensores de RFID quando utilizadas em bibliotecas e centros de
documentação são transceptoras, estas emitem e recebem sinais, são capazes de
ler simultaneamente inúmeros itens, devem estar conectadas à rede do sistema de
gerenciamento da biblioteca ou do centro de documentação. Essas antenas podem
ser híbridas , trabalharem simultaneamente com duas tecnologias, neste caso EM
(eletromagnética) e RFID (identificação por radio freqüência), combinando as
funções de segurança e gerenciamento do acervo bibliográfico.
4 Aplicabilidades da tecnologia RFID em acervos bibliográficos
Atualmente várias bibliotecas ao redor do mundo já utilizam a tecnologia RFID
como ferramenta de agilização de diversas rotinas nas bibliotecas e centros de
documentação,
tais
como
organização
do
acervo,
localização
de
itens
desaparecidos, inventário, auto empréstimo e auto devolução,entre outras.
No que tange a organização do acervo e localização de itens a tecnologia
RFID permite que tais tarefas sejam realizadas com mais agilidade e facilidade, de
modo a facilitar o serviço das pessoas que trabalham nas bibliotecas ou centros de
documentação, liberando-as para a realização de outras tarefas. Assim a procura por
itens desaparecidos, arquivados erroneamente ou meramente escondidos pelos
usuários em estantes incorretas, fato muito comum em bibliotecas universitárias,
será realizada rapidamente. E, ainda, não só será encontrado o item procurado
como
também
poderão
ser
localizados,
itens
eventualmente
arquivados
incorretamente.
Quanto ao inventário, o uso da tecnologia RFID permite a realização do
mesmo diretamente nas estantes, sem a necessidade de descolamento dos itens
bibliográficos, através dos já citados leitores portáteis manuais. Representando
assim maior economicidade de tempo na realização do inventário, bem como a
liberação de bibliotecários e demais funcionários para outras atividades e, maior
conservação do acervo que não precisará ser diretamente manuseado para
realização do citado inventário.
Outra aplicabilidade dessa tecnologia é a realização de auto empréstimo e
auto devolução, onde os usuários/clientes poderão realizar sozinhos, tais tarefas
com maior velocidade e segurança tanto para eles como para a instituição.
5 Considerações Parciais/Finais
O uso da Identificação por Radio Freqüência (RFID), é capaz de impactar
positivamente no cotidiano das Bibliotecas e Centros de Documentação. Entre os
benefícios inerentes ao uso da mesma pode se citar: localização de materiais
perdidos nas estantes e organização rápida e eficaz das estantes, e agilidade na
realização de inventário, agilidade no atendimento.
A tecnologia RFID em bibliotecas e centros de documentação é uma
ferramenta que contribui com a melhoria e eficiência no atendimento aos
usuários/clientes, bem como na autonomia dos mesmos propiciada pelos autos
empréstimos e devolução.
Conclui se que uma implantação bem sucedida da tecnologia RFID permeia
sua integração com o software de circulação, o sistema anti furtos e sistemas de
automação já utilizados pela Instituição. E que essa implantação não significa uma
substituição do sistema de segurança que a biblioteca ou centro de documentação já
utilizem, visto que o tamanho da etiqueta RFID e sua relativa visibilidade ao usuário
são também outros fatores que cerceiam o uso da RFID.
6 Referências
BIBLIOTHECA RFID LIBRARY SYSTEMS. The Munich City Library Disponível em:
< http://www.bibliothecarfid.com/files/D_München_neu_e.pdf>. Acesso em: 09 abr.
2010.
ABRUNHOSA, J.J.; GOMES, G; NOGUEIRA, IC. Tecnologia RFID sem Mistérios.
Nova Friburgo: Êxito Brasil, 2009. 43p.
GUARDIAN. Gaylor. Loss prevention program. USA: Guardian, 1994.115p
LINS, Jonathan. Publisher tags all library books. Munich libraries add new readers.
RFID Journal, 04 ago. 2005(a). Disponível em: <http://www.rfidjournal.com>. Acesso
em: 06 abr. 2010.
RFID BRASIL. Gerenciamento de acervo bibliográfico: Auto-atendimento, RFID e
Sistema de Segurança Eletrônica para Acervos. Nova Friburgo: RFID Brasil, 2010.
Catálogo da Empresa.
SHUMAN, Bruce A. Library Security and safety handbook: preservation, policies,
and procedures. USA: American Library Association: 199.210p
TEXAS INSTRUMENTS. Radio Frequency Identification Systems. São Paulo:
Texas Instruments, 2004. Catálogo da Empresa.

Documentos relacionados