O Encontro Abril-Março 2016
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O Encontro Abril-Março 2016
O Encontro Bhagavan Sri Ramana Maharshi A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Março-Abril de 2016 Agenda Eremita religioso pranteado na Índia The New York Times, 16 de Abril de 1950 A Índia lamentou hoje a morte de um dos seus maiores “Santos Vivos”, e um extraordinário homem do seu tempo, Sri Ramana Maharshi, que morreu ontem à noite aos 71 anos de idade, em seu Ashram em Tiruvannamalai. Sri Ramana foi famoso como um recluso religioso, cuja compaixão e filosofia de auto-abnegação proporcionou-lhe seguidores em muitos países. Seus devotos, em Tiruvannamalai, que incluíam homens e mulheres de muitas nacionalidades, mantiveram-se fiéis à filosofia do Mestre, mesmo quando Ele lhes foi tirado. Como Ele, eles acreditam que a morte não existe, e que apenas a forma física de Sri Ramana havia desaparecido, e seu Ser Interior permanece em um plano elevado. Foi o desenvolvimento desta sua teoria que fez, do segundo filho de um prático em advocacia de uma obscura aldeia, um dos mais venerados sábios da Índia. Sri Ramana teve origem humilde, e seu registro escolar foi pouco brilhante. Um dia, em julho de 1896, enquanto refletia sobre o mistério da morte, o Jovem Venkataraman, como era seu nome então, concebeu a idéia de que a morte do corpo é uma coisa relativa e que o Espírito nunca morre. Após um mês em profunda meditação, Ele deixou sua casa e partiu para o templo de Deus – Arunachala, em Tiruvannamalai. Ali, Ele raspou Sua cabeça e adotou a tanga dos renuciantes, homens santos. Logo começou a ser considerado na vizinhança como um ser estranho e foi escarnecido e apedrejado. Para escapar da perseguição, o jovem acabou indo morar na parte mais interna do Templo. Ali permaneceu imerso em meditação e totalmente inconsciente da terrível devastação que seu corpo físico sofria pela fome e pelo ataque de insetos. Foto de Henri-Cartier Bresson, http://www.magnumphotos.com/image/PAR45760.html Embora Ele raramente falasse, expôs declarações religiosas que mais tarde se tornaram famosas através de todo o mundo indu – o recluso atraiu seguidores. Finalmente, sua residência tornou-se um lugar de peregrinação. Nos últimos anos, o Ashram cresceu em volta deste homem peculiar, que não fez nenhum esforço de proselitismo e continuou em sua meditação silenciosa. Seus seguidores mudaram seu nome para Maharshi, que significa Grande Sábio. Aqui na Índia, onde milhares de pretensos homens santos proclamam laços com o infinito, diz-se que a coisa mais extraordinária envolvendo a figura de Ramana Maharshi é que Ele nunca proclamou nada de extraordinário a Seu respeito, o que O tornou o mais respeitado de todos. Especial para o New York Times – Nova Deli, Índia, 15 de abril de 1950, Tradução Cláudia Moreira 02 O Senhor se submete A Sra. Roda McIver contou-me um incidente estranho mas comovente. “Preocupados com a saúde de Bhagavan, nos seus últimos dias, os devotos enviaram a Bhagavan toda espécie de remédios, que eram cuidadosamente arrumados num armário. Um dia, Ele pediu uma jarra grande de vidro e mandou que despejassem nela todos os frasquinhos e mexessem bem. Ele anunciou que tomaria uma colheradaquela mistura todas as manhãs e tardes. Alguns dos remédios eram bastante venenosos e ficamos assustados. ‘As pessoas me mandam todos estes remédios por causa do seu amor por mim. Para agradá-las eu devo tomar todos eles’ argumentou Bhagavan! Um doutor chegou e também ele ficou apavorado. A mistura era fantás- Mahasamadhi Em fevereiro de 1949, um pequeno tumor foi notado abaixo do cotovelo esquerdo de Bhagavan. Naquele tempo, Bhagavan dormia no sofá colocado do lado de fora do Antigo Salão, perto da cerca. Os atendentes especularam que Ele devia ter batido Seu cotovelo na cerca, causando assim o aparecimento do caroço. O Dr. Shankar Rao e o Dr. Srinivasa Rao foram chamados e decidiram que deveria ser feita uma cirurgia. Sem muito alarde, e sem o uso de anestésico, o tumor foi retirado. Em março de 1949, a ferida parecia estar sarando, quando apareceu outra excrescência mais acima no braço. Um cirurgião eminente de Madras veio então ao ashram, e removeu o tumor O Encontro 03 Filosofia Março-Abril, 2016 mas Bhagavan recusou novamente o anestésico. O Maharshi estremeceu de dor e quando questionado sobre o fato, replicou “Sim o corpo experimentou dor, mas, e sou Eu o corpo?”. tica — alopatia, ayurvêdica, homeopatia, ervas, bioquímica, cinzas, pós, venenos — uma mistura letal! Bhagavan estava inflexível. Mas quando nós invocamos Sua própria regra e pedimos uma colherada para cada um de nós, Ele cedeu e abandonou a idéia de tomar a mistura!” Do livro Momentos Recordados, Reminiscência de Bhagavan Ramana, de G. Ganesan, traduzido por José Estefanino Vega. Círculo de Estudos Tema: Ramana Palestrante: Lêda Fraga Data e Horário: 14 de maio em 27 de março. Um anestésico local foi usado. Ele acalmava a angústia dos Seus devotos. Cerca de um mês depois, os doutores perceberam que o tumor era, na verdade, um câncer de sarcoma e começaram um tratamento radioterápico. Ervas prescritas por um médico ayurvêdico, também foram aplicadas na ferida. Também nunca podíamos perguntar a Ele sobre Sua saúde. Se o fizéssemos Ele gritava conosco, dizendo, “E daí?”. Porém, as vezes acontecia que algum devoto, vendo a extrema fraqueza de Bhagavan, aproximava-se em prantos, lamentando sua condição. Em tais ocasiões o Maharshi consolava ternamente o devoto e declarava que Sua enfermidade era irrelevante. Bhagavan havia sido então mudado para o Quarto do Nirvana, próximo ao Novo Salão, e com o passar do tempo estava se tornando cada vez mais fraco. As vezes, depois de levantar do sofá Ele tremia violentamente e todos temíamos que fosse cair. Em tais momentos, Bhagavan fazia um comentário leve como “Oh, parece que estou dançando”. Desta maneira Uma vez, os médicos precisaram cortar alguns tecidos do tumor para exames. Quando estavam prestes a injetar o anestésico, Bhagavan recusou-o e disse que simplesmente cortassem. Os doutores protestaram, Em 7 de agosto de 1949, uma terceira cirurgia foi realizada e a radioterapia foi iniciada. Bhagavan aceitava todos os tratamentos, mas quando os médicos concluíram que só amputando o braço existiria esperança de cura, Ele de modo categórico rejeitou a opção. No dia 19 de dezembro, a quarta e última operação foi executada, mais uma vez no ambulatório do ashram. Um dia, quando Ele estava ainda convalescendo no ambulatório, um dos atendentes nos perguntou se queríamos entrar e ver Bhagavan. Nós entramos rapidamente, nos colocamos ao lado de Sua cama e simplesmente fitamos aqueles olhos serenos e compassivos que abriram e nos deram um banho de paz e amor. Por este olhar pleno de graça nós sentimos uma completa segurança de que Sua bênção sempre estaria conosco. Em outra oportunidade, fui chamado a acompanhar os doutores que fariam a limpeza da ferida no braço do Mestre. Quando entrei no quarto, Bhagavan pousou seu olhar benevolente sobre mim e não disse nada. Então, esticou lentamente o braço e os médicos começaram o trabalho. Eu estava pasmo, parecia-me que Ele assistia a esses afazeres dolorosos dos doutores como se estivessem acontecendo em outro corpo. Bhagavan sempre nos disse que não era o corpo. Durante esses últimos dias ele demosntrou isto. Nos dias finais, obtive a permissão para levar minha irmã e seu bebê a presença do Maharshi. Bhagavan estava em um terrível estado de debilidade. Minha irmã sentou o bebê no chão e prostrou-se. O bebê começou a chorar e Bhagavan, com muita dificuldade, inclinou Sua cabeça e olhou para ele fazendo sons amorosos com os lábios, da mesma maneira que uma mãe o faria. Quanta ternura, quanta graça. Em fevereiro de 1950, um novo tumor apareceu. Muitos devotos co- meçaram a perder as esperanças. Outros, porém, declaravam resolutamente que Bhagavan não morreria desta doença, como se o Sábio não pudesse sucumbir a uma doença mortal comum. Durante Seus últimos dias, milhares de pessoas juntavam-se em Ramanashram para receber o darshan de Bhagavan. Em 14 de abril, a administração do ashram tentou impedir que a multidão tivesse acesso ao Maharshi. Ele porém reagiu, mesmo naquele último dia no corpo, os devotos não deviam ser impedidos de receber Seu darshan. Logo depois das 7 horas da noite, um meteoro lentamente cruzou o céu e tudo terminou. A luz que iluminou a terra como Bhagavn Sri Ramana Maharshi agora fundia-se com a Fonte de toda a criação. A vida de Bhagavan foi uma oferenda ao mundo. O Maharshi nasceu para nos libertar da convicção errônea de que somos este corpo, mente e ego. Para fazer isto, Bhagavan nos deu o método da Autoinvestigação, nos mostrou como praticá-la e nos ajuda com Sua Presença e Graça poderosas. Uma vez quando questionado Ele respondeu a um devoto, “se pensar em Bhagavan, Bhagavan pensará em você!” Em outra ocasião, quando era eminente a morte daquele corpo físico a que os devotos acostumaram-se a chamar de Bhagavan, afirmou “Aonde mais poderia ir? Estou aqui!” Do livro As Recordações de N. Balaram Reddy. Março-Abril, 2016 O Encontro 04 Casa de Ramana Tudo passa Por Marli Ribeiro Com o início das obras na Casa de Ramana, dia 19 de dezembro de 2015, as idosas residentes precisaram mudar de endereço. Elas foram para um apartamento amplo, arejado e confortável na Tijuca, cedido pela voluntária Guiomar e seu marido. A adaptação a esta moradia temporária tem sido diária. Existem, algumas limitações, devido ao pouco espaço externo, com dificuldades para as idosas caminharem e olharem o movimento da rua. Mas, pouco a pouco, elas vencem os desafios. Elzinha nos diz “não aconteceu nada, Deus está comigo”. Agora, já próximo ao retorno à Casa, previsto para as próximas sema- nas, as idosas encontram-se diante da expectativa do que irão encontrar, da alegria de estarem de volta e, novamente sob o sol, admirarem o movimento das pessoas e vizinhos que passam, e param para uma conversa, numa demonstração de carinho e atenção. O que mais sentem falta! Nossos eternos agradecimentos a Guiomar e seu marido por terem nos acolhido. A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 15h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com O Encontro Março-Abril, 2016
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