ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!
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ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!
ANO VIII Nº 93 Abril de 2009 Jesus Ressuscitou ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS! - Direito de Nascer Santa Gianna Beretta Molla, protetora dos nascituros PÁGINA 2 - Juventude mensagem do papa para Assembléia Diocesana PÁGINAS 3 e 7 Os dois discípulos conversavam. Jesus pôs-se a caminhar com eles. - Catequese Celebração penitencial preparando a Páscoa PÁGINAS 4 e 5 - Ressurreição: Cristo ressuscitado, - certeza da nossa fé PÁGINAS 8 e 9 - Cáritas: Prestando contas dos recursos recebidos Mons. Carlos, Dom José e Dom Angélico na missa do retiro (fevereiro 2008) PÁGINA 12 Esperamos você e sua família para a celebração eucarística, na qual DOM JOSÉ NEGRI tomará posse como 2º. bispo diocesano de Blumenau, a realizar-se no próximo dia 04 de abril de 2009, às 10h00, na Catedral São Paulo Apóstolo. 2 Abril de 2009 ◗ Jornal da Diocese de Blumenau SANTO(A) DO MÊS EDITORIAL Santa Gianna Beretta Molla Protetora dos pais e mães Páscoa C omo imagem de capa desta edição do nosso jornal, preferimos o quadro dos discípulos de Emaús. É o evangelista Lucas quem conta esta passagem bíblica, no último capítulo do seu Evangelho. Pareceu-nos importante focalizar o grandioso fato da ressurreição do Senhor. Quisemos, porém, sem minimizar acontecimento histórico daquela “noite santa”, destacar a presença de Jesus Ressuscitado como o Emanuel, o Deus companheiro das nossas jornadas. Homem-Deus, Ele conhece nossas estradas, nossas dores e alegrias, nossa fraqueza e nossa força. Mais: Jesus misturou-se definitivamente com a humanidade, aos seus anseios, misérias, conflitos, projetos e sonhos. Para cada pessoa, para a família, para a sociedade toda, ele tornou-se alegria, saúde, paz, salvação, luz. Enfim, por sua vida, suas obras e seu ensinamento, demonstrou que é o Messias, o Filho de Deus Encarnado. E continua perpetuando esta sua identidade. “Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre”(Hb 13,8). A diferença é que, após sua morte e ressurreição, Ele personifica e projeta a nossa ressurreição, a ressurreição de toda a humanidade, de todo o universo. Como discípulas e discípulos seus, neste mundo dividido, violento, perigoso, inseguro, ameaçador, sob todos os pontos de vista, queremos ser portadores da vital mensagem da ressurreição. Se o Senhor manifestou-se capaz de vencer a própria morte; se Ele foi capaz de encorajar os apóstolos amedrontados, de reuni-los da dispersão; se Ele, primeiro como companheiro de caminhada, depois como mestre e, em seguida como pão de vida, encontrou uma maneira de tirar os dois discípulos de Emaús da sua decepção, tristeza, desânimo, também será capaz de tirar-nos das nossas preocupações, dúvidas, temores, doenças, e tornar-nos felizes, plenos de vida. Com esta fé em nosso coração e em nossa vida, então, veremos desertos florirem, vazios preencherem-se, mortes virando vida. Veremos, realmente, como Deus faz novas todas as coisas para a sua glória e para a alegria dos seus filhos e filhas. Feliz Páscoa e bom proveito do nosso trabalho, irmã/irmão leitor! EXPEDIENTE DIRETORIA CORRESPONDÊNCIA Diretor Geral: Pe.Raul Kestring, Jornalista Responsável: José Roberto Rodrigues SC 00241 JP Diretor Comercial: Luiz Eduvirges de Souza Neto Revisão: Pe. Raul Kestring Redação e Administração CONSELHO EDITORIAL FICHA TÉCNICA D. Angélico Sândalo Bernardino, Pe.José Carlos de Lima, Pe. Antônio Francisco Bohn, Pe. Idonizete Krüger Fotolito e impressão: Jornal de Santa Catarina Distribuição: Gratuita Tiragem: 36.600 exemplares Rua XV de Novembro, s/nº Centro- Fone/Fax: (47) 3322-4435 Caixa Postal 222 Cep: 89.010.971 - Blumenau - SC PARA ANUNCIAR FONE : (47) 9985-3672 ou (47) 3322-4435 - Manoel E-mail para enviar matérias: [email protected] NB: Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores. Matérias entregues depois do dia 12 de cada mês serão publicadas no mês seguinte. COLABORAÇÃO DE ARTIGOS:NO MÁXIMO 30 LINHAS EM ESPAÇO DUPLO. NOTÍCIAS, NO MÁXIMO 5 LINHAS. D iante da avalanche de morte, especialmente dos milhões de abortos, que testemunhamos nos nossos dias, brilha a Vida, a Ressurreição de Jesus, numa corajosa mulher italiana, chamada Gianna Beretta. Era médica e casou-se com o engenheiro Pedro Molla no dia 24 de setembro de 1954. Na família Beretta, de Milão, eram 13 os filhos. Morreram dois na primeira infância e dois da doença dita “espanhola”. Dos oito restantes, saíram: uma pianista, dois engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois, tornou-se sacerdote; e dois dos médicos tornaram-se religiosos: Madre Virginia e Padre Alberto, missionário. Gianna, a penúltina dos oito, em 1949, formou-se médica cirurgiã e, em 1952, especializou-se em pediatria. Dedicava-se com amor e fé ao seu trabalho, dizendo: “Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo”. Esse jeito de encarar o trabalho era fruto da robusta fé que herdara de seus pais e que, com o esposo, continuava alimentando na oração, missa diária, vida eucarística. Gianna gostava de esporte, de música, de pintura, e levava o marido, grande empresário, sempre ocupado, a teatros e concertos. O casal Molla teve quatro filhos: Pedro Luiz, Maria Rita, Laura e Gianna Emanuela. Na gravidez da caçula, descobriu-se, no útero, um fibroma, anomalia grave que ia mostrando cada vez mais evidente a prospectiva de renúncia à maternidade para não morrer e, assim, deixar três crianças órfãs. Mas Gianna, na sua escala de valores, aprendera a colocar em primeiro lugar o direito de nascer. E assim decide: ao preço da sua vida e da dor dos seus, a despeito de tudo, Gianna Emanuela nasce. A sua mãe consegue ainda segura-la em seus braços antes de morrer, no dia 28 de abril de 1962. Sua morte tornou-se mensagem luminosa. Cada dia da sua existência tinha sido vivido por Gianna na luz. Trinta e dois anos depois, no dia 24 de abril de 1994, o saudoso Papa João Paulo II beatificou-a, exaltando o seu heroísmo, a sua existência toda, o perene ensinamento da sua vida. E no dia 16 de maio de 2004, Gianna foi proclamada santa pelo mesmo Papa. Assim fala por ela a filha nascida do seu sacrifício: “Sinto em mim a força e a coragem de viver; sinto que a vida me sorri”. E deseja, com sua vida, prestar homenagem à sua mãe: “Dedicarei a minha vida ao cuidado e assistência dos anciãos”. O dia da sua morte, 28 de abril, no calendário católico, foi marcado como data da memória litúrgica de Santa Gianna Beretta Molla, protetora e modelo dos pais e mães. MEMÓRIA DIOCESANA Dois primeiros encontros N a minha agenda do ano 2000, encontrei a data do primeiro encontro de Dom Angélico com os padres da ainda futura Diocese de Blumenau. Recém-chegado, ele, naquela 2ª. feira, 08 de maio, propusera-se encontrar o seu presbitério. Nessa ocasião, não fiz anotações, embora as guarde de outros encontros, palestras, homilias, desses quase dez anos de convivência com o nosso primeiro bispo. E, daquela histórica data, nem tenho muitas recordações, a não ser da fervorosa invocação ao Espírito Santo e da bela oração final, dedicada à Mãe de Jesus e nossa, preparada e dirigida pelo Frei Pascoal. Marcou-me, porém, a alegria que nos contagiou quando Dom Angélico entrou naquela sala, situada no piso superior da secretaria da Catedral. E, após um bem soante “bom dia”, ele foi saudando cada um pessoal- mente. E para cada um, às vezes, ele tinha uma jocosa observação. Logo que fiquei sabendo da sua nomeação, procurei o seu endereço e enviei-lhe um exemplar do meu livro, “Igreja, Parceira do Renascimento em Blumenau”. Ao apertar a minha mão, ele disse-me que havia lido o meu livro. Acredito que este relacionamento pessoal, não só com os padres, mas com todos, sem distinção, permanece entre nós como testemunho de verdadeiro amor de Dom Angélico. Aqui, merece registro igualmente outro primeiro encontro, este, com Dom José Negri, recém-nomeado sucessor de Dom Angélico. Na verdade, já o conhecíamos. Em fevereiro do ano passado (2008), ele dirigiu o nosso retiro anual, inesquecível retiro, aliás. Na respectiva missa de encerramento, Dom Angélico expressou o desejo de que ele se fosse escolhido como o novo Bispo de Blumenau. A este desejo do nosso bispo e também de nós, padres, “os anjos disseram Amém”, como se escuta dizer, e, no dia 20 de fevereiro de 2009, sexta-feira, pela primeira vez, encontramo-nos com Dom José, no Seminário da Itoupava Central, em Blumenau. Presente fazia-se também Dom Angélico. Muita fraternidade distinguiu aquele momento. Cada padre apresentou-se brevemente e, depois, ouvimos o novo bispo diocesano Insistiu ele na necessidade do trabalho conjunto. Destacou a figura do bispo como servidor da Igreja, dos presbíteros e do povo de Deus, na luz de Jesus Cristo, sumo e eterno Pastor. Obrigado, Dom Angélico, e volta sempre! Conta conosco, Dom José! Pe. Raul Kestring Jornal da Diocese de Blumenau ◗ Abril de 2009 A mensagem dos Pastores 3 A PALAVRA DO PAPA BENTO XVI XXIV Jornada Mundial da Juventude Celebraremos no próximo Domingo de Ramos, a nível diocesano, a XXIV Jornada Mundial da Juventude. Enquanto nos preparamos para esta celebração anual, penso de novo com profunda gratidão ao Senhor no encontro que se realizou em Sidney, em julho do ano passado: encontro inesquecível, durante o qual o Espírito Santo renovou a vida de numerosíssimos jovens que se reuniram de todo o mundo. A alegria da festa e o entusiasmo espiritual, experimentados durante aqueles dias, foram um sinal eloquente da presença do Espírito de Cristo. Festa Jubilosa “Na procissão do Domingo de Ramos associamonos à multidão dos discípulos que, em festa jubilosa, acompanham o senhor na sua entrada em Jerusalém. Como eles, louvamos o Senhor em coro por todos os prodígios que vimos. Sim, também nós vimos e ainda vemos os prodígios de Cristo: como Ele leva homens e mulheres a renunciar aos confortos da própria vida e a colocar-se totalmente ao serviço dos que sofrem; como ele dá coragem a homens e mulheres de se oporem à violência e à mentira, para dar lugar no mundo à verdade; como Ele, no segredo, induz homens e mulheres a fazer o bem ao próximo, a suscitar a reconciliação onde havia o ódio, a criar a paz onde reinava a inimizade.” Tríduo Pascal “Chegamos à vigília do Tríduo Pascal. Os próximos três dias são comumente chamados `santos` porque nos fazem reviver o acontecimentos central da nossa Redenção; reconduzem-nos de fato ao núcleo essencial da fé cristã: a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. São dias que poderíamos considerar como um único dia: eles constituem o coração e o fulcro de todo o ano litúrgico assim como da vida da Igreja. No final do itinerário quaresmal, preparamo-nos também nós para entrar no próprio clima que Jesus viveu então em Jerusalém. Queremos despertar em nós a profunda memória dos sofrimentos que o Senhor padeceu por nós e prepararmo-nos para celebrar com alegria, no próximo domingo, a verdadeira Páscoa, que o Sangue de Cristo cobriu de glória, a Páscoa na qual a Igreja celebra a Festa que está na origem de todas as festas`, como diz o Prefácio para o dia de Páscoa no rito ambrosiano.” Aleluia Pascal “Queridos irmãos e irmãs, deixemos que o aleluia pascal se imprima profundamente também em nós, para que não seja apenas uma palavra em certas circunstâncias exteriores, mas seja expressão da nossa própria vida: a existência de pessoas que convidam todos a louvar o Senhor e o fazem com o seu comportamento como `ressuscitados`. Intercede junto do Senhor por nós`, dizemos a Maria, para que Aquele que, na ressurreição do seu Filho, deu de novo a alegria ao mundo inteiro, nos conceda gozar de uma alegria semelhante para sempre, nesta nossa vida e na vida sem fim.” ENCONTRO COM DOM ANGÉLICO Que beleza! Ele está vivo no meio de nós! Com imensa alegria, celebramos a vitória de Jesus sobre a morte, Sua passagem (Páscoa) da morte para a vida! Na Páscoa, professamos com intenso júbilo, nossa fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, ressuscitado, vivo no meio de nós e certeza de nossa própria ressurreição! Todo dia é Páscoa em nossa vida, quando damos um passo avante, amando sempre! O Apóstolo São João, em sua primeira carta, nos diz: “Sabemos que já passamos da morte para a vida, e sabemos isto porque amamos os nossos irmãos” (1Jo 3,14). Neste abençoado mês de abril, a Diocese de Blumenau, conhece verdadeira Páscoa, com minha passagem para Bispo emérito e a passagem de nosso amado irmão D. José Negri, de Florianópolis, para Bispo Diocesano de Blumenau! Vida nova! Novos rumos, com Bispo novo! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Com a oração eucarística sobre a reconciliação, nesta Páscoa, a Diocese de Blumenau suplica: “Dai em Cristo, novo alento à Vossa Igreja, para que se volte para Vós! Fazei que, sempre mais dócil ao Espírito Santo, se coloque ao serviço de todos”. Com o Povo de Deus, peregrino nas estradas da vida, cantamos: A Páscoa não é só hoje, a Páscoa é todo dia! Se levarmos o Cristo em nossa vida, tudo será eterna alegria! Toda beleza, promessa ou esperança, todo esforço, trabalho e amor, tudo é Páscoa, tudo é vida, pois, neste dia, o Senhor ressuscitou! De todo coração, lhes desejo meus irmãos, minhas irmãs, Santa e feliz PÁSCOA! 4 Catequese Abril de 2009 ◗ Jornal da Diocese de Blumenau A CATEQUESE E A CELEBRAÇÃO DA RECONCILIAÇÃO (não sacramental) Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados; e porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei. (Ez 36,23-28) INTRODUÇÃO N esta página, estamos oferecendo um modelo de celebração para ser realizada com os catequizandos, catequistas, e o povo em geral, para conscientizar e fortalecer a vivência da Reconciliação no dia-a-dia. Necessitamos de uma retomada do rumo de nossa vida, em relação à reconciliação. O ser humano, “desnorteado”, é chamado a reencontrar-se no rumo certo, na centralidade do Mistério Pascal, na busca do Pai Misericordioso, cheio de ternura em nos acolher, na decisão de retomar o caminho. A Quaresma é o tempo próprio para buscarmos a reconciliação conosco mesmos, com os irmãos e irmãs, com a natureza e com Deus, nosso Pai-Mãe, cheio de amor e de misericórdia. Outro objetivo desta matéria é preparar a comunidade para o Sacramento da Penitência ou Reconciliação. O roteiro apresentado pode ser modificado em relação às leituras bíblicas e ao Evangelho. A Sagrada Congregação para o Culto Divino oferece modelos e normas para estas celebrações que devem ser obedecidas. Não podemos nivelar tudo. Esta, que estamos, aqui, propondo é uma celebração não sacramental. Um/ a catequista, um ministro extraordinário da comunhão, um dirigente de Grupo de Reflexão pode presidi-la. Basta a boa vontade de celebrá-la. Nela, o povo de Martins Indústria Têxtil Ltda Grande variedade em malhas confeccionadas nas Linhas Adulto e Infantil Deus bebe do perdão e da libertação realizados por Jesus Cristo que morreu e ressuscitou para a nossa paz e salvação. ROTEIRO DA CELEBRAÇÃO 1 . Ambiente: Uma cruz colocada no centro, velas (05), alguns ramos secos, algumas pedras, uma bacia com água e uma toalha branca. (tudo preparado com antecedência). 2 . Procissão de entrada da equipe de liturgia; 3 4 . Canto: O Povo de Deus no deserto andava; 5 . Presidente: Queridos irmãos e irmãs, estamos reunidos porque queremos retomar o rumo da nossa vida, isto é, converter-nos reconciliando-nos com Deus Pai misericordioso, conosco mesmos, com nossos irmãos e irmãs e com todo o universo. (Momento de silêncio) 6 . Oração (Presidente): Ó Deus, fonte de toda compaixão, que te revelas a nós como Pai amoroso, dá-nos um coração vigilante e reconciliado para sempre buscar a tua face e o teu amor. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. ✓ c) Aclamação ao Evangelho; ✓ d) Evangelho: Lucas 6,36-50. 8 . Breve Homilia – Ressaltar a necessidade de vivermos reconciliados. Fomentar o espírito de penitência na comunidade cristã, como preparação para a confissão, para educar em nós a consciência do pecado e da sua libertação por meio de Cristo. Ele nos convida à conversão e à renovação de nossa vida. 7 Liturgia da Palavra: 9 . ✓ a) Leitura: 2 Cor 5, 17-21; . Saudação e sinal da cruz: Cantado; pessoa ou cantado (ou o Salmo 50) - Tende piedade, ó meu Deus misericórdia! ✓ b) Salmo 36 – rezado por uma . Exame de consciência (Convidar à atitude penitencial de ajoelhar-se, para a revisão pessoal de vida e para o encontro com o Deus de misericórdia. (04 ou 05 minutos). Postos de Vendas: Blumenau: CIC Blumenau - Fone: (0xx47) 3323-3494 Brusque: FIP - Fone: (0xx47) 3350-4158 Indaial: CCI Vitória Régia - Fone: (0xx47) 3333-2875 - Ramal: 275 Rua Dr. Blumenau,10190 - Encano - Indaial - Fone:3328-0861-Fax:3323-3494 Jornal da Diocese de Blumenau ◗ Abril de 2009 Catequese 5 ACONTECENDO NAS COMARCAS 1. A formação para catequistas está acontecendo em algumas paróquias. Que bom! Isto é ter consciência de que, sem formação, não poderão os catequistas exercerem o ministério da Catequese. Na Paróquia São José Operário todos e todas envolveram-se, num mutirão de formação dinâmica e vibrante. 10 . A seguir, o gesto celebrativo: Erguer a cruz voltada para a assembléia, enquanto se canta: Reconciliaivos com Deus. Depois, passar a cruz, se for pequena, às mãos dos participantes, ao som de mantras ou refrões de cantos de pedido de perdão. 12 . Ação de graças: preces espontâneas de agradecimento e louvor (umas 05 ou 06). A cada duas, cantar um refrão de ação de graças. 13 . Rezar o Pai Nosso solene (braços entendi- dos); 11 . Momento de molhar as mãos na água, dois a dois, como sinal de estar mergulhando na misericórdia do Pai. Enquanto isso, cantar refrões: ex.: Eu te peço desta água que tu tens. (fazer momentos fortes de silêncio) 14 . Saudação à Mãe de Jesus e nossa - Canto Santa Mãe Maria; 15 . Bênção final e abraço da paz! Resposta do teste: Onde está o meu par (edição anterior, página 5) 2. A paróquia São Domingos de Gusmão e o Santuário Nossa Senhora dos Navegantes se uniram e partiram para a formação de catequistas, juntos. Muito bom! O encontro terminou com a celebração Eucarística e com o envio dos e das catequistas. Contamos com o apoio incondicional de Padre Paulo e do Padre Flávio, presentes neste encontro. Parabéns! Valeu! Estive lá com a turma e procuramos dar o melhor que pudemos aos catequistas. 3. Em navegantes também se reuniram as coordenadoras de catequese, (duas representantes por paróquia) para a organização da Comarca, em relação à Coordenação Comarcal de catequese. Pe. Kruger e Pe. Paulo Sérgio Marques estiveram conosco com orientações e apoio. Nosso agradecimento muito especial a eles. Vamos com coragem prosseguindo na caminhada. Valeu! Equipe da coordenação comarcal de Navegantes Encontro de formação - paróquias São Domingos de Gusmão e Santuário N. Sra. dos Navegantes S Creio que, a essas alturas, já estão em franca atividade GA I na catequese. Deus seja louvado! Esperamos que este ano seja de muita dedicação, estudo e compromisso com uma catequese liAM S: E A bertadora, inculturada e formadora de discípulos missionários, conS IST O forme deseja o Documento de Aparecida e o Ano Catequético. IG QU M Esta bênção para todo o nosso Brasil que é o Ano Catequético, terá sua A ATE abertura no 1º Domingo depois da Páscoa! Participe, vibre, fique por dentro! Conte C conosco! Irmã Anna Gonçalves - Coordenadora Diocesana de Catequese Procure o PORTA ABERTA! ACOLHIDA, ORIENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTO ATENDIMENTO: Terças e Quintas: das 16h às 20h. Rua XV de Novembro, s/n (fundos da Catedral) Fone: (47) 3322-4435 6 Ecumenismo Abril de 2009 CARTA DE BELÉM Encomende já o material da Semana da Unidade E stá se aproximando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Trata-se de iniciativa eclesial-ecumênca muito importante. Basta dizer que Jesus rezou ao Pai especificamente pela unidade dos seus discípulos: “Pai, que todos sejam um para que o mundo creia”(Jo 17,21). Vamos, também nós, individualmente, em família, em comunidades, em conjunto com outras Igrejas e Confissões Religiosas, orar sinceramente pela unidade. Os subsídios já podem, já devem ser encomendados nas secretarias do Sínodo Vale do Itajaí (Telefone: (47) 3322-1364) e da Diocese (Telefone (47) 33224435). Esses subsídios constam de: CD (R$ 10,00), livreto com diversas celebrações (R$ 1,00) e cartaz (R$ 1,00). Primeiro, pedimos a unidade dos discípulos e discípulas de Jesus, os que se dizem cristãos. Mas a oração sacerdotal de Jesus refere-se a todos, indistintamente, além do âmbito cristão. A Semana da Unidade inicia-se dia 24 de maio e se estende até o dia 31. Pedimos que as pastoras, os pastores, padres, diáconas, diáconos, obreiras e obreiros em geral, bem como nossas leigas e leigos, reservem a data da Celebração Conjunta, marcada para o dia 26 de maio de 2009, 3ª. feira, às 19h30, na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau (Centro). Os padres e diáconos devem trazer túnica e estola branca. Muçulmanos e protestantes dão boas-vindas ao Papa nos Camarões Ao chegar ao aeroporto internacional Nsimalen, de Yaoundé, Bento XVI, em sua viagem à África, recebeu as boas-vindas de muçulmanos e protestantes dos Camarões. «No Alcorão, o profeta Maomé nos recomenda acolher bem os estrangeiros, pois com muita frequência vêm com a paz. Portanto, para nós, a vinda do Papa é uma bênção», declarou o grão-imame de Yaoundé, o xeique Ibrahim Moussa. Durante sua estadia de três dias nos Camarões, o Papa está recebendo em várias ocasiões as boas-vindas dos responsá- veis da comunidade muçulmana deste país de mais de 18 milhões de pessoas, a segunda religião mais numerosa depois do cristianismo Também as comunidades protestantes deram as boas-vindas ao Papa. «A vinda do Santo Padre ao nosso país é uma graça que não pode deixar um cristão indiferente», sublinhou em particular o reverendo Jean Emile Ngué, secretário-geral do Conselho das Igrejas protestantes dos Camarões, que considera que a vinda do Papa ao país é «um acontecimento de elevado alcance espiritual». “O Espírito do Senhor paira sobre as águas” (Gn 1,2). Interpelados pelo Fórum Social Mundial que nos desafia à construção de “um outro mundo possível”, as Igrejas cristãs têm consciência de sua responsabilidade pela formação dos novos sujeitos eclesiais e sociais que contribuirão em sua edificação. Esta é a razão pela qual nos reunimos em Belém- PA, no Fórum Ecumênico das Águas, no dia 26 de janeiro de 2009. As entidades eclesiais e movimentos sociais comprometidos com a defesa da Água como direito fundamental da vida, querem compartilhar com todas as pessoas, grupos e comunidades nossas propostas de ação conjunta: Que haja um engajamento efetivo de todas as comunidades no conhecimento, divulgação e apoio à Declaração Ecumênica das Águas. Que sejam formadas Redes Ecumênicas das Águas em todas as comunidades com o objetivo de promover a educação de base e a defesa das águas. Que no âmbito internacional as Igrejas cristãs e os movimentos sociais se engajem na promoção do direito a água e ao saneamento para todos. Apoiamos a gestão participativa e solidária dos recursos hídricos transfronteiriços: Manifestamos nossa preocu- Bento XVI confessou a «nostalgia da plena unidade» com os cristãos ortodoxos, perdida há quase mil anos, em uma mensagem enviada por ocasião da entrega à Igreja Ortodoxa Russa da igreja de São Nicolau de Bari. A chave do templo foi entregue no domingo, 1º de março, na cidade de Bari, sul da Itália, pelo presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, ao presidente da Federação Russa, Dimitri Med- Jornal da Diocese FONES: 3322-4435 9985-3672 VB VINICIO BORTOLATTO MATERIAIS P/ CONSTRUÇÃO Av. Armação, 4000 – Gravatá – 893750-000 Navegantes – SC Gravatá – 3342 7075 – Matriz Penha – 3347 1131 – Filial pação com as construções do complexo hidrelétrico no Rio Madeira, em Porto Velho - RO, por suas conseqüências para o meio ambiente e as populações ribeirinhas. Que seja articulada e efetivada As entidades eclesiais e movimentos sociais comprometidos com a defesa da Água como direito fundamental da vida a mudança na legislação brasileira no que se refere à água mineral para que esta deixe de ser tra- tada como minério sob tutela do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e passe a ser tratada como recurso hídrico especial. Que todas as comunidades cristãs e movimentos sociais populares registrem suas experiências e práticas em defesa da água e as encaminhem, através do CONIC e da CNBB, à Relatoria Independente da ONU para a Água, como forma de contribuírem na construção de uma convenção internacional do Direito Humano à Água. Congratulamo-nos com o povo boliviano que aprovou, na Parte 4, Título 2, Capítulo 5º de sua Constituição, a proteção da água como direito fundamental da vida. Convocamos todos os países do mundo a incorporarem também em suas legislações o direito à Água como direito universal e bem público. Solidários com toda a criação que geme aguardando sua redenção e a manifestação dos filhos de Deus, subscrevemos esta carta na esperança de que encontrará eco em todos os corações que amam a vida. Belém, 26 de janeiro de 2009. CONIC/CNBB Papa confessa «nostalgia da plena unidade» com ortodoxos Anuncie no MC ◗ Jornal da Diocese de Blumenau Fone: (47) 3342-7075 vedev, que, por sua vez, entregará a chave ao patriarca ortodoxo de Moscou, Sua Santidade Kirill I. «Como não reconhecer que esta bela igreja desperta em nós a nostalgia da plena unidade e mantém vivo em nós o compromisso por trabalhar pela união entre todos os discípulos de Cristo?», perguntou o Papa na sua mensagem. A Igreja e a residência contígua de Bari foram construídas pela Igreja Ortodoxa Russa em 1913. Mas foi comprada em circunstâncias pouco claras pela prefeitura, em 1937. A prefeitura, que já havia aberto o templo ao culto ortodoxo, respondeu com generosidade ao pedido das igrejas Católica e Ortodoxa para devolver a propriedade à comunidade ortodoxa russa. Dmitri Medvedev anunciou que «em 2011 se celebrará o ano da cultura e da língua italianas na Rússia e da cultura e da língua russas na Itália». Jornal da Diocese de Blumenau Abril de 2009 Em 04 encontros comarcais, 942 lideranças pastorais refletiram sobre a CF 2009 A Diocese de Blumenau iniciou a CF 2009, envolvendo agentes de pastorais, lideranças de associações de moradores, policiais civis e militares, agentes prisionais, familiares de encarcerados, universitários e o clero diocesano. Foram cinco fortes momentos de debates, espiritualidade e reflexões envolvendo a questão Segurança Pública. Os assessores, Padre Célio Ribeiro, Prof. Carlos Odilon Costa, Dra Lenice Kelner e Dra Ivone Lixa, da Universidade Regional de Blumenau, abordaram assuntos ligados ao tema e ao lema da CF 2009, como “Medo e Insegurança Pública”, Violência e Caminhos para a paz”, “Justiça Retributiva”, “Justiça Restaurativa” e “A Justiça na prática de Jesus”. No dia 07/02 ocorreu o primeiro momento na Comarca Pastoral de Timbó, com a participação de 147 pessoas das oito paróquias daquela região. O segundo foi no dia 14/02, na Comarca Pastoral de Navegantes, região litorânea do Estado com a participação de 328 pessoas das oito paróquias. O terceiro foi no dia 21/02, na Comarca de Gaspar com a participação de 123 pessoas das seis paróquias. No dia 25/02, na Catedral São Paulo Apóstolo, Dom Angélico Sândalo Bernardino presidiu a missa de Quarta-Feira de Cinzas, anunciando que “a oração, o jejum e a caridade são atitudes cristãs que devem despertar em cada um a vocação de discipulo-missionário para servir os sofredores na prática da justiça social, que gera a paz”. E no dia 28, ocorreu o quinto momento com as duas Comarcas Pastorais de Blumenau, com a participação de 344 pessoas das 16 paróquias do município. Ao todo, foram envolvidas 942 pessoas em capacitação para uma ação pastoral a partir da CF 2009. Propostas Entre as propostas para o agir em âmbito paroquial, comarcal e diocesano estão: 1. Preparar uma equipe paroquial e comarcal para animação da Campanha da Fraternidade; 2. Defender o sistema de Penas alternativas, através de encontros e manifestos nas paróquias; 3. Conhecer o conceito de Justiça Restaurativa, preparando um evento na comunidade (Podendo ser seminário, encontro, palestra, etc); 4. Defender o limite de vagas no sistema prisional, através de um manifesto ou ação pública; 5. Desenvolver na liturgia temas relacionados com a CF 2009; 6. Apoiar o movimento Pastoral Carcerária no Regional Sul IV pela implantação da Defensoria Pública no Estado, prevista no Art 5º, LXXIV e Art 134 da Constituição Federal, através de encontros, palestras ou seminários; 7. Educar para a paz (caminhadas, romarias, seminários, manifestações públicas, encontros, teatros, etc); 8. Proporcionar lazer e cultura para as crianças, jovens e adultos, utilizando os espaços das Escolas e Igrejas nos finais de semana; 9. Apoiar os desabrigados, vitimas da calamidade, partici- pando da sua luta por Moradia digna; 10. Incentivar o Trabalho para a Juventude junto aos empresários; 11. Acolher com caridade as famílias dos presos nas igrejas ou associações; 12. Implantar Pastorais Sociais nas paróquias (Criança, Menor, Idoso, Carcerária, Fé e Política, Cáritas, Sobriedade, etc); 13. Propor e defender junto ao Conselho de Pastoral Paroquial o desenvolvimento de Festas sem álcool nas igrejas; 14. Desenvolver a CF 2009 na Catequese; 15. Levar CF 2009 às escolas, envolvendo professores, direção, funcionários e pais; 16. Fortalecer e participar dos Conselhos de Saúde, Educação, Segurança, Comunidade, APP, etc.; 17. Popularizar o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Execução Penal 7210/84, Lei Maria da Penha, através de encontros, seminários, palestras, teatros; 18. Em parceria com a Associação de Moradores, reivindicar iluminação qualificada das ruas; 19. Campanha de desarmamento nas Igrejas e Escolas; 20. Campanha por melhores condições de trabalho e salariais para funcionários dos presídios e policiais. 7 Pastoral PJ - “Jovens evangelizando jovens” Em Assembléia Diocesana, Pastoral da Juventude revigora-se com Estudo, Convivência e Projetos Nos dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro, representantes da Pastoral da Juventude, provenientes de 4 Comarcas Pastorais, das 5 que compõem a Diocese, na Paróquia São Pedro Apóstolo, Gaspar, fizemos acontecer a Assembléia da PJ – 2009. Estudamos a realidade do jovem na Diocese de Blumenau, buscando fatos e seus motivadores. Em pequenos Grupos, avaliamos a vida do jovem no mundo da Economia, do Trabalho, da Educação e do Gênero. Com tristeza, percebemos que o jovem afunda-se no consumismo, sendo explorado, em sua maior parte, pelos têxteis; aliena-se pela mídia e o pelo sistema social que o envolve; ao mesmo tempo, o mundo o seduz com muitas propostas de falsas liberdades. Homens e mulheres concorrem no mesmo mercado de trabalho, contentando-se com rápida capacitação e, assim, muitos jovens não têm oportunidades de emprego. De outro lado, dá-se pouco valor ao conhecimento que os guie a favor da vida. Ainda, neste momento de OLHAR A REALIDADE, abordamos os últimos acontecimentos da região, como as enxurradas, com o sofrimento que causaram às famílias, às comunidades. Inconformamo-nos com os desvios sexuais, como o homossexualismo, que contradizem o ensino e a prática cristã, mas avançam cada vez mais entre os adolescentes e jovens, justificados como modo normal de relacionamento entre mulheres e homens. Vimos que, infelizmente, há pouca valorização das escolas e, na região de Blumenau, avança a Privatização do Ensino Superior. Nosso bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino marcou presença entre nós, trazendo sua palavra de luz e seu Amor; encorajandonos a sermos luz do mundo. Ele perguntou aos jovens: “O que a PJ precisa para dar um passo adiante?” – Pergunta, esta, que mexeu com todos nós e nos chamou fortemente para o compromisso. Elena Casagrande, Secretária Regional das PJ’s do Regional Sul IV da CNBB trouxenos grande apoio e orientação para construir a caminhada Diocesana da PJ. Ela explicou-nos o que é a Pastoral da Juventude, as etapas de Plano de ação para 2009 Formação: Escola de formação para lideranças Jovens em três etapas; Missionariedade: Uma camiseta comum para os Jovens, assim como a realização do Fecan (Festival da Canção) e a celebração do DNJ ( Dia Nacional da Juventude); Assessoria/Acompanhamento: Encontro de Assessores em duas etapas; Articulação/Comunicação: Endereço eletrônico e publicidade mensal no jornal. crescimento de um Grupo de Jovens, a importância de trabalhar sempre contemplando 5 dimensões fundamentais: mística e teológica, capacitação técnica, integridade, personalização e consciência política. A representante das PJs Regionais destacou a importância da função do Assessor. Enfim, ela nos fez compreender e retomar os modos de os jovens evangelizarem os Jovens. Em vista de nossa missão, olhamos para nossa organização e optamos por um novo tipo de Coordenação Diocesana, composta por 2 representantes de cada Comarca. Uma Equipe Executiva sairá da Coordenação Diocesana. Aclamamos Ana Claudia Maba como Articuladora Diocesana. Reafirmamos ainda a importância de um padre assessor que se identifique com a juventude e com o trabalho da PJ, e acompanhe permanentemente nossa caminhada. Posteriormente, em carta, pedimos ao nosso bispo, com urgência, a liberação de um/a jovem para o trabalho da PJ na Diocese. Formação para jovens na Paróquia Santa Terezinha, Timbó, 14 de fevereiro 8 Abril de 2009 Jornal da Diocese de Blumenau Abril de 2009 Cristo Ressuscitou e caminha conosco, ALELUIA! P ovo de Deus, a ressurreição de Cristo abre para seus seguidores a esperança que, de um lado é confiança de receber e, de outro, é força para o homem agir no mundo, cumprindo sua vocação de cooperador da salvação humana em todas as suas dimensões. Assim, faz parte da atitude cristã fundamental, desde o NT, as virtudes da fé, da esperança e da caridade. “Anunciamo-vos a Boa Nova de que a Promessa feita aos pais, Deus a cumpriu em nós, os filhos, ao ressuscitar Jesus” (At 13,32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida pela primeira comunidade cristã como verdade central, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida nos documentos do novo Testamento, anunciada como parte essencial do Mistério Pascal, ao mesmo tempo que a Cruz é sinal da vitória sobre as forças da morte: Cristo ressuscitou dentre os mortos. Vencedor da morte A morte de Jesus tem também o sentido de que a maldição se transformou em bênção divina através da ressurreição, lugar e momento de inauguração do Reino de Deus na Pessoa de Jesus Cristo. Com efeito, o crucificado é o ressuscitado. Com sua morte, venceu a morte. “Aos mortos deu a vida”. Ele é o vencedor da morte, precisamente, porque nesse mundo age como quer: “Ele mesmo se apresentou como vivo (At 1,3). O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente comprovadas como o testifica o Novo Testamento. Já São Paulo, no ano 56, pôde escrever aos Coríntios: “Porque vos transmiti, em primeiro lugar, o que por minha vez recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição que recebeu depois de sua conversão às portas de Damasco (ver At 9,3-18). Neste sentido, a mentalidade cristã primitiva e até hoje, vê uma relação íntima da cruzressurreição, como um nexo, que está baseado em fideísmos empiristas, mas a razão está na união do objeto da ressurreição e a elevação de Jesus a Deus e o sujeito como sinal da experiência de fé, que a Sagrada Escritura expressa nas narrativas das aparições do ressuscitado. de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam do seu gesto de amor. Crêem ver um espírito. “Não acabam de acreditar por causa da alegria e estavam assustados” (Lc 24,41). Tomé conhecerá a mesma prova da dúvida e, na última aparição, na Galiléia, referida por Mateus, “alguns entretanto duvidaram” (Mt 28, 17). Por isto a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um ‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos apóstolos não tem consistência. Pelo contrário, sua fé na Ressurreição nasceu sob a ação da graça divina - da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado.” O sepulcro vazio, sinal essencial “Por que buscar entre os mortos Aquele que está entre os vivos? Não está aqui, ressuscitou (Lc 24,5-6). No marco dos acontecimentos da Páscoa, o primeiro elemento que que é encontrado é o sepulcro vazio. Não é em si uma prova direta, A ausência do corpo de Cristo no sepulcro poderia ser explicada de outro modo (ver Jo 10,13; Mt 28,11-15). Apesar disso, o sepulcro vazio constituiu para todos um sinal essencial. Seu descobrimento pelos discípulos foi o primeiro passo para o reconhecimento do fato da Ressurreição. No caso, em primeiro lugar, das santas mulheres (ver Lc 24,3.22-23), depois de Pedro (ver Lc 24,12). “O discípulo que Jesus amava” (Jo 20,2) afirma que, ao entrar no sepulcro vazio e ao descobrir “as vendas no chão” (Jo 20,6) “viu e acreditou” (Jo 20,8). Maria Madalena e as outras mulheres, que iam embalsamar o corpo de Jesus, enterrado às pressas na tarde da Sexta-feira pela chegada do Sábado (ver Jo 19,31.42), foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado. Assim as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os próprios apóstolos (ver Lc 24,9-10). Jesus apareceu em seguida a eles, primeiro a Pedro, depois aos Doze. Pedro, chamado a confirmar na fé seus irmãos, vê, portanto, o Ressuscitado antes dos demais e sobre seu testemunho se apóia a comunidade quando exclama: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”(Lc, 24,34)! Esta ressurreição está baseada na fé pascal, que pressu- Acontecimento histórico e sinal da fidelidade de Deus põe novo ato de Deus, com referência a Jesus na cruz. Deus, na ressurreição de Jesus dá o seu selo de conformidade às ações de Jesus, é a compreensão de Deus pregada por Jesus e testemunhada pelas mulheres na tumba vazia. Testemunhas da ressurreição, pedras vivas da Igreja Tudo o que aconteceu nestas jornadas pascais compromete cada um dos apóstolos - e Pedro, em particular - na construção da nova era que começou na manhã de Páscoa. Como testemunhas do Ressuscitado, os apóstolos são as pedras de fundação de sua Igreja. A fé da primeira comunidade de fiéis se funda no testemunho de homens concretos, conhecidos dos cristãos e, para a maioria, vivendo entre eles ainda. Estes “testemunhas da Ressurreição de Cristo” (ver At 1,22) são principalmente Pedro CEMITÉRIO? 3322-3950 Informar-se é Prevenção Prevenção = Atendimento Digno + Redução dos Custos [email protected] e os Doze, mas não somente eles. Paulo também fala claramente de mais de quinhentas pessoas, às quais Jesus apareceu de uma só vez, além de Tiago e de todos os apóstolos (ver 1Cor 15,4-8). Diante destes testemunhos, é impossível interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física, e não reconhecê-lo como um fato histórico. Sabemos pelos fatos que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da paixão e da morte na cruz de seu Mestre, anunciada por Ele de antemão (ver Lc 22,3132). A sacudida provocada pela paixão foi tão grande que (pelo menos, alguns deles) não acreditaram, em seguida, na notícia da ressurreição. Os evangelhos, longe de nos mostrar uma comunidade acometida por uma exaltação mística, nos apresentam os discípulos abatidos e assustados. Por isso, não acreditaram nas mulheres que voltavam do sepulcro e “suas palavras pareciam desatinos” (Lc 24,11). Quando Jesus se manifesta aos onze na tarde de Páscoa, “recrimi- nou-lhes a sua incredulidade e a sua dureza de cabeça por não terem acreditado nos que o tinham visto ressuscitado” (Mc 16,14). A cruz entra, então, dentro da história do amor, daquilo que ele pode como capacidade de solidariedade. A essência deste amor concretizase e revela-se na forma mais sublime do amor, a perda de sua vida. Sendo assim, a essência desta entrega e ressurreição se realiza em poder estar com o outro enquanto outro, no totalmente outro. Amar o inimigo, poder estar nele, assumi-lo, isso é obra do amor. Aqui está sua essência. A cruz, assumida por amor, e este amor suplanta a morte com a ressurreição, vida gasta por amor. A fé no Cristo ressuscitado firmou-se progressivamente Tão impossível lhes parece que, até mesmo colocados diante da realidade 9 Jornal da Diocese de Blumenau “Que noite tão ditosa - canta um dos mais antigos e mais belos hinos pascais, o «Exultet» -, só ela conheceu o momento em que Cristo ressuscitou dentre os mortos!” Com efeito, ninguém foi testemunha ocular do acontecimento da Ressurreição e nenhum evangelista o descreve. Ninguém pode dizer como aconteceu fisicamente. Menos ainda, sua essência mais íntima, a passagem à outra vida, foi perceptível aos sentidos. Acontecimento histórico demonstrável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado, entretanto não por isso a Ressurreição seja alheia ao centro do Mistério da fé naquilo que transcende e sobrepassa a história. Por isso, Cristo ressuscitado não se manifesta ao mundo senão a seus discípulos, “aos que haviam subido com ele da Galiléia a Jerusalém e que agora são suas testemunhas perante o povo” (Hb 13,31). “Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa pregação, vã também a vossa fé” (1Cor 15,14). A Ressurreição constitui-se principalmente na confirmação de tudo o que Cristo fez e ensinou. Todas as verdades, inclusive as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua justificativa se Cristo, ao pascal: por sua morte nos liberta do pecado; por sua Ressurreição nos abre o acesso a uma nova vida. Esta é, em primeiro lugar, a justificativa que nos devolve à graça de Deus “afim de que, assim como Cristo ressuscitou dentre os mortos... assim, também nós vivamos uma nova vida” (Rm 6,4). Consiste na vitória sobre a morte e o pecado e na nova participação na graça. Realiza a adoção filial porque os homens se convertem em irmãos de Cristo, como Jesus mesmo chama seus discípulos depois de sua Ressurreição: “Ide, avisai a meus irmãos” (Mt 28,10; Jo 20,17). Irmãos não por natureza, mas por dom da graça, porque esta filiação ressuscitar, deu a prova definitiva de sua adotiva confere uma participação real autoridade divina, segundo havia pro- na vida do Filho único, a que revelou metido. A ressurreição é a superação do plenamente em sua Ressurreição. poder da morte por meio do renascimento de Cristo, e o derramamento do Espí- Prenúncio do rito Divino sobre “toda a carne”. Como diz Leonardo Boff, a Paixão de Cristo é mundo futuro sem dúvida um gesto de solidariedade e de amor para com os crucificados, mas, Por último, a Ressurreição de Crissobretudo, na vitória de Cristo sobre a to – e o próprio Cristo ressuscitado- é morte, temos presente o gesto salvador princípio e fonte de nossa ressurreição do amor do Pai para com o gênero hu- futura: “Cristo ressuscitou dentre os mano, onde Ele morre e ressuscita por mortos como primícia dos que dormiamor aos outros. ram... do mesmo modo que em Adão A Ressurreição de Cristo é cumpri- morrem todos, assim também todos mento das promessas do Antigo Testa- reviverão em Cristo” (1Cor 15, 20-22). mento e do próprio Jesus durante sua Na espera de que isto se realize, Cristo vida terrena. A expressão “segundo as ressuscitado vive no coração de seus Escrituras” (ver 1 Cor 15,3-4 e o Símbo- fiéis. Nele os cristãos “saboreiam os lo Niceno-Constantinopolitano) indicam prodígios do mundo futuro” (Hb 6,5) que a Ressurreição de Cristo cumpriu es- e sua vida é elevada por Cristo ao seio tas pregações. É este poder da ressurrei- da vida divina “para que já não vivam ção de Cristo que provê o conteúdo divi- para si os que vivem, mas para aquele no, na vida da criatura humana renascida que morreu e ressuscitou por eles”. Em e que preenche a vacuidade que a morte tudo isso já resplandece a luz da Pásda cruz suscita, mas esta vacuidade é coa. Na realidade, é impossível pensar suplantada, pois Cristo vive, vive por na cruz e tentar penetrar no seu mistéobra de Deus, vive para sempre, é sinal rio sem, ao mesmo tempo, olhar para de esperança e compromisso: “Deus o a ressurreição, que somente é perceptíressuscitou dentre os mortos, dando-lhe vel na fé, na qual o que era sexta-feira santa se manifesta no pleno fulgor do crédito diante de todos” At 17, 31)d ressuscitado, ou seja, no corpo novo, Libertação do pecado e pneumático: corpo de glória (Cf. 1Cor 14, 44; Cl 1,24). acesso à nova vida Há um duplo aspecto no mistério Pe. José Carlos de Lima Paróquia Santo Antônio - Blumenau,15 Informe da R.C.C. A Renovação Carismática não é um movimento uniforme; mas, como dizia o cardeal Suenens e diz o padre Raniero Cantalamessa, “é uma corrente de graça para toda a Igreja Católica.” Ela não é um simples movimento a mais da Igreja; é a própria Igreja em movimento pelo poder do Espírito Santo. Todos os cristãos de todos os movimentos precisam ser renovados no Espírito Santo; e esta é a missão da RCC. Vale a pena ler o testemunho pessoal do Pe. Raniero Cantalamessa que, desde 1978, é o Pregador da Casa Pontifícia, em entrevista concedida à Agencia Zenit em Castel Gandolfo, no dia 25 de setembro de 2003: “O batismo no Espírito não é uma invenção humana, é uma invenção divina. É uma renovação do Batismo e de toda a vida cristã, de todos os sacramentos. Para mim – ele disse - foi também uma renovação de minha profissão religiosa, de minha confirmação, de minha ordenação sacerdotal. Todo o organismo espiritual se reaviva como quando o vento sopra sobre uma chama. Por que o Senhor decidiu atuar neste tempo desta maneira tão forte? Não sabemos. É a graça de um novo Pentecostes… É uma vinda do Espírito Santo que se traduz em arrependimento dos pecados, que faz ver a vida de uma maneira nova, que revela Jesus como o Senhor vivo - não como um personagem do passado - e a Bíblia se converte em uma palavra viva. A verdade é que não se pode explicar. Para mim, tudo o que passou desde 1977 é um fruto de meu batismo no Espírito. Era professor na Universidade. Dedicava-me à pesquisa científica na história das origens cristãs. E quando aceitei, não sem resistência, esta experiência, depois, tive o chamado de deixar tudo e colocar-me à disposição da pregação, e também a nomeação como pregador da Casa Pontifícia chegou depois que tinha experimentado esta «ressurreição». Vejo isso como uma grande graça. Depois de minha vocação religiosa, a Renovação Carismática foi a graça mais assinalada de minha vida… Quero dizer aos fiéis, aos bispos, aos sacerdotes, que não tenham medo. Desconheço por que há medo. Talvez em alguma medida porque esta experiência começou entre outras confissões cristãs, como pentecostais e protestantes. Contudo, o Papa não tem medo. Falou dos movimentos eclesiais, inclusive da Renovação Carismática, como de sinais de uma nova primavera da Igreja e, com muita freqüência, faz referência à importância disso. E Paulo VI afirmou que era uma oportunidade para a Igreja. Não há que ter medo.” Todas essas palavras dos papas e do Pregador da Casa Pontifícia mostram a grande importância da RCC para a Igreja. Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/category/rcc Ouça todos os sábados, na Rádio Blumenau AM (1.260), o programa “Fonte de Água Viva”, das 12h às 13h, com oração, música e louvor. Visite o site da RCC de nossa Diocese: http://www.rccblumenau.com Participe do Grupo de Oração da sua comunidade. Fiquem com Deus, Zimauro Zimmermann Equipe MCS – RCC Diocese de Blumenau E-mail:[email protected] --www.onedamoveis.com.br www.onedamoveis.com.br E-mail:[email protected] 10 Fé e Política Abril de 2009 Jornal da Diocese de Blumenau Desafios do sistema penitenciário no Estado de Santa Catarina e a CF 2009 Superlotação nos Presídios do Estado O Estado desconsidera integralmente o art 88, b da LEP7210/84, que limita a 6m² para cada preso cumprir pena. Além disso, é comum serem encontrados presos provisórios em regime fechado com presos condenados, confirmando a infração do art 84 da mesma lei. Segundo a Pastoral Carcerária da CNBB, Regional Sul IV, em Santa Catarina, a superlotação nos presídios do Estado dá conta de que os presos estão lá porque infringiram a lei. Mas permitir que a superlotação ultrapasse seu limite, também viola a lei. Superlotação é violação de direitos humanos e dos direitos previstos na Lei de Execução Penal 7210/84. O argumento de que não há vagas para transferências é verdadeiro, mas, por outro lado, confirma que a Secretaria de Segurança Pública não tem planejamento para o Sistema Prisional Catarinense, gerando insegurança à população. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XLIX, assegura aos presos o respeito à sua dignidade física e moral. Dúvida não resta, portanto, de que é do Estado o dever de manter condições minimamente aceitáveis de encarceramento, obrigação, essa, que não vem sendo respeitada em Santa Catarina. CAMPANHA FICHA LIMPA AGORA É PRA VALER! T odas as paróquias da DIOCESE estão mobilizadas e engajadas com o objetivo de alcançarmos 20.000 assinaturas da campanha que se, pretende levar ao Congresso Nacional o projeto de lei de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos. Esse Projeto de Lei (PL) introduz novos critérios para permitir candidaturas de políticos. São necessárias 1.300.000 assinaturas, 1% do eleitorado. A ementa é a seguinte: “Altera a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato”. O texto completo do projeto de lei pode ser conferido no site: www.lei9840.0rg.br/iniciativapopular.htm O PL pretende: 1 - Aumentar as situações que impeçam o registro de uma candidatura, incluindo os seguintes pontos: Pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por tribunal em virtude de crimes como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. Essas pessoas devem ser preventivamente afastadas das eleições, até que resolvam seus problemas com a Justiça; Parlamentares que renunciaram ao cargo para evitar a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar ou por desrespeito à Constituição; Pessoas condenadas em representações por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa. Urgência da Defensoria Pública 2 - Estender o período que impede a candidatura, que passaria a ser mais de 8 anos. Santa Catarina é o único Estado no Brasil que ainda não implantou a Defensoria Pública. Torna-se justo e necessário romper com a sistemática da Defensoria Dativa, que nada faz diante do descaso da superlotação nas Unidades Prisionais. Permitir tal situação é negar direitos inalienáveis aos encarcerados. A Defensoria Pública é uma das instituições jurídicas garantidas pela Constituição Federal de 1988. 3 – Tornar mais rápidos os processos judiciais sobre abuso de poder nas eleições, fazendo com que as decisões sejam executadas imediatamente, mesmo que ainda caibam recursos no processo. Histórico da Lei 9840/99 Esta primeira lei de iniciativa popular do país surgiu a partir de uma grande mobilização nacional, iniciada em 1998, que coletou 1.039.175 assinaturas. Desde que a lei entrou em vigor, mais de 600 políticos acusados de corrupção eleitoral foram cassados. Luiz Eduvirges de Souza Neto - Coordenador Movimento Fé e Política Anuncie no Jornal da Diocese FONES: 3322-4435 9985-3672 Sua função vai além de prestar assistência judicial aos encarcerados. A Defensoria Pública atua de forma conciliadora, auxiliando a reduzir demandas desnecessárias ao judiciário. Com o Ministério Público e a Advocacia Pública, é considerada essencial à Justiça, devendo orientar e defender, em todos os níveis e situações, os menos favorecidos, conforme dispõe o art 134 da Constituição Federal. Diferente da Defensoria Dativa, em que o Estado disponibiliza o advogado para acompanhar o cidadão durante o processo, na Defensoria Pública este acompanhamento acontece desde o princípio da questão, de modo preventivo e também na busca pelos direitos do cidadão. Além disso, a Defensoria Pública deve ser um órgão empenhado em promover programas de cidadania e educação de direitos. Equivocadamente, a Constituição do Estado de Santa Catarina regulou a Defensoria Pública como sendo aquela exercida pela advocacia dativa (Advogados gratuitos da OAB/SC) e assistência judiciária, conforme seu artigo 104. Na Defensoria Pública, os profissionais envolvidos deverão ser compromissados com a proteção e promoção dos direitos fundamentais do cidadão, como educação, moradia, saúde, justiça, etc. Os defensores, habilitados, concursados e com dedicação integral, poderão defender os interesses difusos e coletivos das pessoas; assessorar grupos e entidades não governamentais que estão a serviço da defesa dos direitos da criança, do adolescente, das mulheres, dos idosos, encarcerados e menos favorecidos. Este é um assunto complexo, mas que a Pastoral Carcerária, em âmbito estadual, assume como meta a ser atingida e fruto a ser gestado a partir da Campanha da Fraternidade 2009. Pe. Célio Ribeiro – Coordenador Regional da Pastoral Carcerária Pastoral Jornal da Diocese de Blumenau Abril de 2009 11 EXPERIÊNCIA PASCAL, RAIZ PROFUNDA DA MISSÃO Forte testemunho de um missionário idoso, Pe. José Moschetta D a Costa Rica, na Ámérica Central, recebi, nestes dias, o emocionante testemunho de um irmão missionário, denomindado Pe. José Moschetta. Com 73 anos de idade, e com o coração na mão, comunica-me a sua experiência missionária. Ao mesmo tempo, enquanto vai relatando sua história, revisa a sua caminhada espiritual. Assim começa a contar-me Pe. Moschetta:“ Nos anos da minha formação de base, não se falava de encontro vivencial com o Senhor. Apesar disso, sinto que os anos de estudo de teologia marcaram o meu primeiro encontro com a pessoa de Jesus. Não ocorreu pelo programa de estudo e nem pelos livros e textos que devia estudar. Uma “ Vida de Cristo” que aprofundei, e o descobrimento da vida e teologia de Paulo proporcionaramme esta imensa graça. Abriram-me um horizonte novo diante do currículo acadêmico; apresentaram-me um Jesus Cristo vivo. Apaixonei-me, então, por Ele e, daí, nasceu a minha vocação missionária: Se Jesus é o Salvador de todos e somente nele o homem encontra a sua plena realização, por que não assumir eu a tarefa de anunciá-lo a tantos que não o conhecem?” Pe. Carlos: E, então, você decidiu ser missionário? Pe. José: Apesar de certas dúvidas interiores, (como por exemplo: “Estaria eu capacitado para asssumir os desafios da vida missionária?”), aceitei a ordenação sacerdotal na minha Diocese de Vitório Vêneto, Itália. Depois, a interrogação que me fazia, obrigou-me a dar um salto: da Igreja diocesana daquele tempo para o mundo desconhecido da missão. Depois de um ano de ministério sacerdotal, entrei na Congregação dos Padres Combonianos. Pe. Carlos: E, assim, tornou-se um missionário? Pe. José: Na realidade, a minha vida missionária inspirou-se numa circunstância especial que aconteceu que partilhavam sua vivência cristã através dos livros. Mais do que” beber do próprio poço”, bebi de outros poços, bem cheios, da água fresca, saborosa da sua espiritualidade. Isso fez-me e continua fazendo-me muito bem. Poderia enumerar vários desses escritores. Cito somente um: o Cardeal Martini. Há mais de 30 anos, os textos de seus exercícios espirituais guiaram-me ao encontro vivo com a Palavra de Deus. na minha vida, alguns anos mais tarde. Por ocasião de um Cursilho da Cristandade, aprendi duas coisas: Primeiro, uma nova maneira de apresentar a vida cristã: como uma vivência, uma experiência, um encontro, mais do que doutrina bem estruturada. Segundo, entendi que este anúncio era eficaz: e tornava as pessoas realmente novas. “Encontrei Jesus Cristo e me comprometi com Ele” - era o comentário habitual e sincero de muitos dos que participavam daqueles dias de aprofundamento espiritual. Pe. Carlos: A partir daí, sua missão consistiria em comunicar esta experiência? Pe. José: Meus superiores destinaram-me para La Paz, na Baixa Califórnia, México. Ali, transcorreram os anos do meu primeiro trabalho missionário. De fato, eu comuniquei esta experiência. A partir dela, surgiram outras experiências de fé: com os jovens, casais, com homens e mulheres de diferentes situações. Todas tinham um comum denominador: o anúncio alegre de Jesus Cristo, a partir da sua palavra e do testemunho de vida, que chamava à conversão, à aceitação de Jesus, à incorporação à sua Igreja e ao compromisso. Eu vi a graça de Deus agir e vi pessoas permanecendo fiéis a Jesus Cristo. Pe. Carlos: Trabalhava muito? Pe. José: O trabalho aumentava cada vez mais e eu reconheço que isso, dentro de mim, produziu um certo desequilíbrio. Preocupado em doar-me cada vez mais e, sem dúvida, acariciando também o meu protagonismo, fui cansando e esvaziando-me interiormente. Estava convencido do que fazia, mas a minha fonte interior ia secando. Pe. Carlos: E como você reagiu e saiu desta situação? Pe. José: A MISERICORDIA de Deus me tirou do trabalho pastoral e me levou a uma casa de formação, junto a jovens que pediam para ser missionários. No início, não gostei e me opus, com certas resistências; depois,compreendi que a mudança era providencial. O trabalho formativo me obrigou a um encontro mais profundo com a Palavra e isso me renovou interiormente. Ao final de seis anos, voltei ao trabalho pastoral e me propus manter o equilíbrio entre vida espiritual e trabalho pastoral. Com o passar do tempo, de fato, consegui adquirir certo equilíbrio, mas os anos de trabalho em Porto Limão foram maravilhosos. A unidade da equipe missionária, a clareza nos objetivos e a constância no trabalho, com uma atitude de pobreza alegre, tornaram-se os ingredientes humanos desta experiência missionária. O resto, a Graça de Deus fez e nós fomos testemunhas da sua eficácia. Organizaram-se muitas comunidades de fé e vida. Somos testemunhas de que a maioria dos que receberam o primeiro anúncio, continua perseverando ao longo dos anos, apesar das mudanças e dos métodos pastorais. Pe. Carlos: Como era o povo de Porto Limão? Pe. José: A maioria da população era composta de “batizados não evangelizados”. A única ocasião, em que se aproximavam da Igreja era quando chegava o sacerdote para batizar. Propusemos a todos fazermos uma experiência de fé, organizados conforme o ambiente, a cultura e a idade das pessoas. Pe. Carlos: Quer dizer que a sua vida missionária dependeu também muito da Comunidade, do trabalho em equipe? Pe. José: Ninguém caminha sozinho. Agradeço a Deus pela vida comunitária. Acredito que não poderia viver sem ela. Dentre as mediações, das quais Deus se serviu e que marcoram a minha vida, porém, quero sublinhar uma. No meu caso particular, foi importante o encontro com pessoas Pe. Carlos: E, agora, com 73 anos nas costas, que balanço faz de sua vida missionária? Pe. José: Encontro-me, sem dúvida, na etapa final da minha vida missionária. Olhando para trás, porém, posso afirmar: “Não me arrependo! Sei em quem pus a minha confiança”. Não cheguei, ainda, à meta. Não sou, ainda, perfeito, mas hoje posso olhar com humor até os meus defeitos, porque não vou ganhar a minha salvação com a “minha justiça”, aquela que vem do cumprimento da lei. Receberei a salvação que vem de Deus, pela fé em Jesus Cristo”. Não tenho vontade de aposentarme. Peço ao Senhor para viver com alegria e radicalidade estes momentos finais, na esperança de que se manifeste em plenitude o Kerigma evangélico: a Vida em Jesus Cristo.” Agradeço ao Pe. José Moschetta, que continua a sua vida missionária em São José de Costa Rica com muita alegria. O seu testemunho ilumina a nossa caminhada, pois confirma a regra geral de que toda vida cristã se torna missionária na medida em que faz a experiência de Deus e, necessariamente contagia os outros, comunicando Deus. É a história de todos os missionários: de São Paulo, de Tereza de Calcutá, de Oscar Romero, de Helder Câmara... E deve ser também a nossa história. Pe. Carlo Faggion – COMIDI - Blumenau [email protected] 12 Notícias diocesanas Abril de 2009 Jornal da Diocese de Blumenau CÁRITAS PRESTANDO CONTAS S egundo a equipe da Cáritas, a primeira etapa de compras e entregas de donativos foi concluída. Eis os números: Quase 1.000 famílias beneficiadas; um total de R$ 836.927,30, da conta da Cáritas/Diocese, mais R$ 450.000,00, vindos da Cáritas e do governo alemão, gastos em compras e distribuições. Estão disponíveis R$1.442.708,28 (valores em 28/02/09), a serem empregados na segunda etapa, cujos cadastros já foram concluídos. Dos valores recebidos em banco – vinculados, R$200.000,00, doados pela Arquidiocese de Florianópolis (ASA) e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (R$100.000,00 cada), destinados à Casa Santa Ana. R$207.830,00 foram recebidos de entidades, dioceses, e serão destinados às paróquias atingidas diretamente pelos desmoronamentos. Cáritas Diocesana de Blumenau realizou entregas de donativos aos flagelados de nossas paróquias A Equipe Cáritas da nossa Diocese de Blumenau esteve em diversas paróquias, realizando entrega de donativos aos atingidos pela tragédia de novembro do ano passado. Cada cadastro foi preenchido conforme a realidade da família necessitada. De um modo geral, foram entregues: para cozinha: pia inox de lavar louça, geladeira, fogão, mesa e cadeiras, armário, panelas, jogo de jantar e talheres; para quarto: gurada-roupas (4 portas), cômoda, cama, colchão, lençóis para casados e solteiros, travesseiro, toalhas de banho e rosto. Faziam parte da entrega também kits limpeza (14 itens) e kits higiene (4 itens). Na Paróquia de Ilhota, 124 fa- mílias receberam donativos; na Paróquia São Domingos, Navegantes, 70 famílias; na Paróquia Santo Antonio, Piçarras, 40 famílias; na Paróquia da Ponta Aguda (Blumenau), 60 famílias; Paróquia São José Operário (Itoupava Central), 126 famílias; na Paroquia da Catedral, 09 famílias; na Paróquia São Francisco (Fortaleza), 64 famílias; na Paróquia do Santuário N. Sra. Aparecida (Blumenau), 59 famílias; na Paróquia Santa Isabel (Garcia), 30 famílias; na Paróquia do Baú, Ilhota, 45 famílias. Parabéns à Equipe Cáritas e Deus recompense todos os doadores de Blumenau, do Brasil e de outros países. Em Piçarras na Paróquia Santo Antônio Entrega na na Paróquia São Domingos, Navegantes Na igreja paroquial do Baú, primeiro a oração, como em todas as entregas Notícias diocesanas Jornal da Diocese de Blumenau Abril de 2009 13 Dom Angélico permanece em nossa No dia 04 de abril, tomará posse o história e em nosso coração 2º bispo diocesano de Blumenau, Dom José Negri Celebração Eucarística de ação de graças A foto, acima, focaliza a santa missa, presidida por dom Angélico e concelebrada por todos os padres Diocese, encerrando a reunião geral do clero do dia 10 de março de 2009. Na Diocese de Blumenau, foi a última reunião do presbitério que Dom Angélico, já como Administrador Apostólico, presidiu e animou. Nesses quase dez anos à frente da evangelização, nesta Igreja Particular, ele orientou, com certeza, em torno de cem desses encontros. Este, o último sob a sua guia, distinguiu-se, não por homenagens e saudades, mas ainda pelo vigor, pela alegria, esperança, discernimento, espírito de colegialidade. Renovada declaração de amor Em muitas reuniões, nós, padres e leigos, tivemos oportunidade de ver nosso bispo externando zelo, preocupação, tristeza, diante de obstáculos, demoras, e porque não dizer: de irresponsabilidades pastorais. Naquela reunião, no ambiente do Seminário Menor da Mãe de Jesus, que ele viu iniciar-se desde a primeira pedra, Dom Angélico manifestava-se feliz, esperançoso. Reconheceu desafios de fraternidade entre os padres, sim. Mas fez transparecer muito mais o empenho, a dedicação de cada um em caminhar na unidade, fruto de perdão recíproco. Numa palavra, ele disse a todos nós: “Coragem, vão adiante, de esperança em esperança.” Consulta do coração No dia 16 de março, em Florianópolis, houve a reunião do Conselho Regional (Sul IV da CNBB) de Pastoral. Lá, a despedida de Dom Angélico foi muito simbólica, carinhosa, poder-se-ia dizer. Dirigiu-se à frente dos bispos, padres, diáconos, religiosas, leigos, membros do Conse- Quem é Dom José Negri? No seu último encontro com o clero, Dom Angélico presidiu celebração eucarística Dom Angélico, agradecido pela homenagem, entrega à comentarista da Missa, em Navegantes, uma flor lho, e começou dizendo que já era enfartado. Por esses dias, fora fazer consulta no cardiologista. “Sabem o que revelou o eletro? – perguntou ele aos presentes, deixando-os quase preocupados. E continuou: “O eletrocardiograma estampou a imagem de Santa Catarina em meu coração”. Mais comoção do que risos manifestou aquela assembléia. A mesma imagem, todos nós, diocesanos e diocesanas de Blumenau, sem dúvida, vamos guardar do nosso amado primeiro bispo dio- cesano: um profeta-pastorsacerdote-apóstolo que, depois de quase dez anos caminhando conosco, não leva rancor, decepção, desilusões. Talvez um pouco disso também ele leve. É um ser humano. Tem um sistema neurológico. Tem limitações também. E de nós, quem é perfeiro? Mas, como bispo emérito de Blumenau, à imagem do Coração de Jesus ele continua a nos dizer, com sua vida e suas palavras: “Deus é Amor”. Dom Angélico em São Paulo Novo endereço a partir de 07.04.09 Rua Vicente Soares da Costa, 269 CEP 02755.000 – Jardim Primavera Caixa Postal 14.199 (CEP 02731.970) SÃO PAULO - SP Email: [email protected] Telefone: (011) 3936-2414 Nascido em Milão, Itália, no dia 18 de setembro de 1959, formou-se em Magistério em Milão (1974-1978); estudou Filosofia em Monza (Milão), no Seminário do PIME (Pontifício Instituto Missionário para o Estrangeiro), de 1980 a 1982; cursou Teologia em Milão, no “Studentato Teológico PIME”, afiliado à Universidade Urbaniana (1993-1986); Licenciou-se em Psicologia na Universidade Gregoriana de Roma, Itália (1995- 1999). Ingressou no Pontifício Instituto das Missões em 1980. Fez a Promessa inicial em maio de 1983 em Monza. Emitiu Promessa Definitiva de agregação ao Instituto PIME no dia 07 de dezembro de 1985 em Milão, Itália. Foi ordenado sacerdote na Catedral de Milão em 07 de junho de 1986 pelo Cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo de Milão. No dia 25 de janeiro de 1987 chegou ao Brasil como sua primeira missão. Exerceu diversos encargos, iniciando, no Brasil, como vigário na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Frutal (MG); depois, entre outros, foi Diretor Espiritual de Seminário, Reitor, Pároco, Conselheiro do Instituto no Brasil e na Itália (2000 a 2002), Professor do Curso de Pós-graduação de “Aconselhamento formativo”, em São Paulo (SP), Vice-Provincial do Instituto PIME na Região Sul do Brasil. No dia 14 de dezembro de 2005, o Papa Bento XVI nomeou-o bispo e deu-lhe o encargo de bispo auxiliar da Arquidiocese de Florianópolis, de onde, no dia 18 de fevereiro de 2009, o mesmo Pontífice chamou-o para ser o 2º. Bispo diocesano de Blumenau. Dom José foi ordenado bispo em Brusque, no dia 05 de março de 2005. Dom José é acolhido no seu primeiro encontro com os Padres Bispo de Blumenau, Dom José declarou: “Desde o dia em que fui consagrado Bispo, prometi na minha vida seguir o exemplo de santidade de Cristo, o Bom Pastor, que “não veio para ser servido, mas para servir”(Mt 20,28). É sob essa ótica que desejo desenvolver a minha nolva missão. Que Deus me Pe. Almir, em nome dos Padres ajude!” agradece Dom José, no final do Em sua primeira retiro (fevereiro 2008) mensagem aos dioSeu lema espiscopal: cesanos e diocesanas de “Basta-te a minha graça”(2Cor Blumenau, Dom Negri 12,9). mostrou seu perfil proMentalidade aberta, ecu- fundamente missionário: mênica, manifestou Dom José “Jesus me enviou como fez na entrevista que deu ao Jor- com os primeiros apóstolos, nal de Santa Catarina (edição para “anunciar a luz da boa de 19.02.2009):” “Jesus pediu nova a toda criatura”. É à para que todos sejam um e é luz dessas palavras que sinisso que buscamos. Com diá- to no meu coração o desejo logo, principalmente com os de poder levar a todos esse luteranos, que são muitos em anúncio, com entusiasmo e Blumenau, devemos procurar com alegria, como frisou a o que nos une para construir- Conferência de Aparecida” (Cf. Jornal da Diocese de mos o Reino de Deus.” Ao Jornal da Arquidio- Blumenau edição de março cese, logo que foi nomeado 2009, pág. 12). Jornal da Arquidiocese - Na Arquidiocese o senhor é conhecido pelo seu estilo acolhedor, amigo e de estar próximo dos fiéis. Que estilo pretende adotar no trabalho em Blumenau? Dom José - Desde o dia em que fui consagrado Bispo, prometi na minha vida seguir o exemplo de santidade de Cristo, o Bom Pastor, que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). É sob essa ótica que desejo desenvolver a minha nova missão. Que Deus me ajude! Fone/ Fax: (047) 3323 3339 Cama- Mesa - Banho - Calçados - Uniformes escolares Confecções em geral - Roupas para Toda a Família Anacleto Dagnoni e Isolde B. Dagnoni Rua Bahia, n° 136 – Itoupava Seca – Blumenau – SC 14 Opinião Abril de 2009 Jornal da Diocese de Blumenau Paróquias de Blumenau ajudam Prelazia de São Félix do Araguaia Palavras que não passam Videntes iluminados Teríamos que negar a Bíblia, se negássemos que o céu se comunica com a terra. Nem poderíamos festejar o Natal, nem a Epifania, nem nada que se refere a Jesus e aos santos. Sim, nós cremos que existiram e podem existir ainda hoje visões e aparições. O papa não iria a Fátima e Lurdes se a Igreja não aceitasse os videntes. Só não devemos é acreditar em todo mundo que diz ver Deus, ou Maria, ou algum anjo. A Igreja nos dá essa advertência e este direito. Nenhum católico é obrigado a crer no que eles dizem a não ser que a Igreja oficialmente assuma tais aparições. Ainda assim, não somos obrigados a crer que Maria ou algum anjo tenha aparecido em determinado lugar. O Catecismo é claro a esse respeito. No número 67, após dizer que não haverá novas revelações até a segunda vinda de Cristo, a Igreja aceitou algumas revelações privadas, que não pertencem ao depósito da fé. A função delas é melhorar e completar a Revelação definitiva de Cristo. A Igreja pede discernimento. Devemos, pois, questionar quem se apresenta como portador de alguma revelação, sobretudo os que dizem no rádio e na televisão: Jesus está me dizendo neste momento... Talvez não esteja. Temos o direito de lhe fazer perguntas. Pior para ele se não gostar. Jesus manda questionálos, em Mt 24,23-28. Ele próprio manda duvidar de quem diz que viu, que sabe e que tem a resposta! Temos que aprender a distinguir o falso santo e o falso profeta do verdadeiro pregador da verdade. Em muitos casos está claro que o vidente sofre de problemas pessoais e mentais, noutros percebe-se um jogo sutil de humildade e piedade que esconde o desejo de poder sobre os outros. Noutros casos o comportamento da pessoa é tão sereno e cristalino que convém ouvi-la. A Igreja diz que quem crê na palavra de um irmão vidente pode crescer com isso se souber relacionar com a Palavra de Deus e a doutrina da Igreja. Há videntes fiéis à Bíblia e à Igreja e há os que misturam alhos com bugalhos. Quem crê em qualquer um que diz que viu pode se enganar terrivelmente. Quem ouve, mas questiona, nem por isso deixa de ser um bom católico, desde que saiba discordar de maneira respeitosa dos irmãos que dizem ver alguma coisa. Em resumo: videntes e revelados? Existem, mas terão que provar que não estão delirando! Máximas para uma civilização do amor Gentileza no falar cria confiança. Gentileza no doar cria amor. Saúda afavelmente os humildes, aqueles que se sentem abandonados ou rejeitados. Cala quando te aperceberes que alguém se enganou para não feri-lo com humilhação. Sorri na monotonia do dever cotidiano, para não entristecer quem vive ao teu lado. Fala com doçura aos impacientes e importunos. Aperta cordialmente a mão de quem está preocupado ou triste. Olha com afeto quem esconde uma dor e talvez esteja mais nervoso que de costume. Reconhece humildemente a tua culpa e pede perdão se ofendeste alguém. Põe-te a serviço de quem é teu subalterno. O cristão empenha-se numa conduta exemplar, sobretudo nas estradas, dirigindo o próprio veículo com diligência, com paciência, com prudência e cortesia, por amor de Cristo que nos redimiu, em reparação das ofensas que Ele recebe dos usuários da estrada e para evitar ao próximo todo incômodo. Faz tudo de tal modo que Deus, no teu irmão/ã, esteja sempre contente contigo! (Oreste Volpato) Pare! Medite! “Estejam alertas, fiquem firmes na fé, sejam corajosos, sejam fortes. Que tudo o que vocês fizerem seja feito com amor”. (S. Paulo, 1 Cor 16,13-14) “Senhor, fizeste-nos para Ti e nosso coração estará inquieto enquanto não repousar em Ti”. (Santo Agostinho) “Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização”. (Martin Luther King) “Altíssimo, onipotente, bom Senhor, teus são os louvores, a glória e a honra e todas as bênçãos”. (S. Francisco de Assis) “ Aquele que se esquece da misericórdia recebida, não se compadece de ninguém.” (Santo Antônio de Pádua) O Bispo da Prelazia de São Felix do Araguaia, Dom Leonardo Steiner pregou o retiro para os padres e diáconos permanentes da nossa Diocese durante os dias 9 a 13 de fevereiro último. Dom Leonardo é natural de Forquilhinha, SC, e foi ordenado bispo na Catedral de Blumenau. Ao final do retiro, ele pediu aos padres que colaborassem para a construção de uma casa paroquial na sua Prelazia. A colaboração de cada paróquia está anotada na tabela abaixo. Alguns padres entregaram a oferta diretamente a D. Leonardo o e não consta a quantia da respectiva Paróquia. Sem dúvida, constitui-se num gesto de solidariedade eclesial e presbiteral com aquela Igreja Particular, com muito maiores dificuldades econômicas do que a nossa Diocese de Blumenau. Com certeza, esta generosa oferta atrairá as bênçãos divinas sobre os doadores. D. Leonardo Bispo de S. Felix do Araguaia, MT, no retiro que pregou aos Padres (fev. 2009) Notícias da Igreja Jornal da Diocese de Blumenau Abril de 2009 Igreja no Brasil Igreja no Mundo Dia Mundial das Comunicações Bispos reúnem-se em Itaici “Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade.” Este é o tema escolhido pelo papa Bento XVI para o XLIII Dia Mundial das Comunicações 2009, que será celebrado no dia 24 de maio. O anúncio foi feito pelo arcebispo Cláudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. “O Papa nos põe diante de um autêntico programa de trabalho”, disse o arcebispo. É um “compêndio dos compromissos e das responsabilidades que a comunicação e as profissões da comunicação são chamadas a assumir em primeira pessoa, em um tempo tão fortemente caracterizado pelo desenvolvimento das novas tecnologias que, de fato, criam um novo ambiente e uma nova cultura.” Nos próximos dias 22 a 30 de abril, acontece em Itaici, a Assembléia geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema central deste importante evento está assim enunciado: “ a formação presbiteral na Igreja no Brasil – Diretrizes Básicas.” Mutirão de Comunicação Uzbequistão: minoria católica entre maioria muçulmana Uma Igreja de minoria em um país de maioria muçulmana, dedica-se de maneira particular à assistência aos pobres através de obras que não têm nenhum reconhecimento público, e mais ainda, deve trabalhar quase na clandestinidade. O Uzbequistão é o país mais povoado da Ásia Central (mais de 27 milhões de habitantes) e um dos mais pobres da an- Encontro Mundial das Famílias O 7º Encontro Mundial das Famílias terá lugar na cidade de Milão, na Itália, em 2012, com o tema “A Família, o trabalho e a festa”. 15 tiga União Soviética, da qual conseguiu sua independência em 1991. A nação conta com 88% de população muçulmana sunita e 9% de cristãos ortodoxos. Os católicos são cerca de 5 mil. Há algumas ocasiões de diálogo, como o encontro com os turistas que visitam a catedral de Samarcanda ou os concertos de órgão que se realizam na Igreja. Autorizada a exposição pública do Santo Sudário em 2010 O Papa Bento XVI autorizou exposição pública em Turim (norte da Itália), em 2010, do “Santo Sudário”, o sudário no qual segundo a tradição foi envolto o corpo de Cristo após a crucifixão. “A exposição solene do Santo sudário será organizada em 2010, para dar aos participantes uma oportunidade de contemplar esse rosto misterioso que fala silenciosamente ao coração dos humanos, convidando-os a reconhecer a fisionomia de Deus”, anunciou o Papa ao receber no Vaticano um grupo de peregrinos provenientes de Turim. O sudário de Turim é um lenço de linho retangular, de 436 cm de comprimento e 110 cm de largura. Sobre um mesmo lado da tela estão impressas as marcas frontais e dorsais de um homem morto depois de ter sido crucificado. O Mutirão de Comunicação América latina e Caribe, será realizado, de 12 a 17 de julho de 2009, em Porto Alegre, com o tema “Processos de Comunicação e Cultura Solidária”. O evento, organizado pelos Bispos e equipes de comunicação das 18 dioceses do Rio Grande do Sul, terá representantes de 36 países, além do Brasil. O objetivo geral do Mutirão é promover espaços de diálogo sobre os processos de comunicação à luz da cultura solidária, na construção de uma sociedade comprometida com a justiça, liberdade e paz. O evento tem cinco objetivos específicos: promover e gerar iniciativas de diálogo sobre o trabalho de comunicação nos países da América Latina (nos processos culturais, econômicos e políticos); partilhar e construir propostas teóricas, práticas e metodológicas sobre os processos de comunicação que construam um mundo mais justo e solidário; incentivar e criar redes de diálogo para favorecer o intercâmbio e a colaboração entre as pessoas e instituições no âmbito da cultura e da comunicação; identificar e estimular estratégias de democratização da comunicação; e refletir sobre os desafios da comunicação na ação evangelizadora. Congresso Eucarístico Nacional O 16º Congresso Eucarístico Nacional vai acontecer em Brasília, de 13 a 16 de maio de 2010. O tema: “Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários” e o lema: “Fica conosco, Senhor” serão aprofundados, meditados em todo Brasil. SONORIZAÇÃO DE IGREJAS E EM GERAL. 16 História das Comunidades Abril de 2009 Jornal da Diocese de Blumenau Comunidade Eclesial Nossa Senhora do Rosário - Navegantes O casal Emanuel de Oliveira e Odília Cunha dos Santos, com Sr. Pedro (in memoriam) e Sr. Antonio, foram, de certa forma, a alma da Comunidade Nossa Senhora do Rosário, no Porto das Balsas, Navegantes. Emanuel, conhecido por “Maguila”, trabalhava como operador de máquinas pesadas na construção da BR 101. Sua esposa Odila, conhecida por “Dila”, era cozinheira em Itajaí. Ambos, da raça negra, do outro lado do Rio Itajaí, no dia 15 de janeiro de 1998, viram sua casa incendiada. Os moradores dali, do casal, não tinham conceito bom. Mesmo policiais, chamados no momento do incêndio, expressaram a falsa idéia, corrente pelos arredores. Seria este o motivo para destruir aquela casa? N O casal não desanimou. Pelo contrário, resolveu dedicar-se mais à comunidade. Negociaram outra casa e um “fusca” velho. Começaram a dar atenção às crianças, dar-lhes balas, brinquedos, fazendo-se de “papainoel”. Através delas, visitavam as famílias, os doentes e prestavam ajuda que podiam a quem necessitasse. Com Sr. Pedro, Sr. Antonio e sua esposa, conhecida por Tina, ia amadurecendo o projeto de uma comunidade católica. No ano de 1999, Pe. Idonizete Krüger, então pároco em Navegantes, ali, na casa do Sr. Pedro, presidiu a primeira missa. Eram tempos de missões em toda a Paróquia/Santuáro de Navegantes. Missionários da Comunidade Nossa Senhora das Graças foram fazer missão no Porto das Balsas. Na casa do Sr. Antonio Fantino, reunia-se um Grupos de Reflexão. Próximo à escola, havia um “banhadão”. Mesmo assim, podia ser pensado como sede da futura capela. O Prefeito Luiz Geyer e o seu Vice, Domingos Regis resolveram doa-lo à nascente comunidade. Iniciaram-se campanhas de doações. Mais de 200 (duzentas) caçambadas de barro preencheram o alagado. Sr. Romildo Tomaz Correia, morador do bairro, pôs à disposição uma casa de madeira. Inteira, ela foi levada para o aterro. Encontros e celebrações começa- ram a ser realizados na improvisada igreja. Afinal, Jesus não nascera num estábulo? Depois de 2 (dois) anos, a comunidade ganhou outra casa, maior, medindo 17m de comprimento por 12m de largura. A propriedade da Igreja, de Deus, foi murada. Da. Néia (apelido) e Aline assumiram a catequese das crianças. Sr. Airton veio animar os cantos com seu violão. Pouco depois, ele juntou-se à Sra. Odila Cunha de Almeida, também como ministro extraordinário da comunhão. Pe. Paulo Luciani sucedeu Pe. Krüger no atendimento à capela. Só Deus sabe quantas famílias, pessoas, tanto do lugar como de fora, ajudaram nesta caminhada. Como a Mãe de Jesus, aquelas famílias católicas cantam as maravilhas que, pela fé, Deus, entre eles, vai realizando. Comunidade Eclesial Santa Luzia - Catedral - Blumenau o início da década de 1950, aproximadamente 20 (vinte famílias) residiam nas imediações da Rua Araranguá, cidade de Blumenau. No início da década de 1960, começou a funcionar a escola municipal, cuja professora era Da. Laura, esposa do Sr. José Bento. Neste início da pequena vila que se ia formando, a prefeitura da cidade resolveu relocar pessoas pobres de áreas centrais da cidade para a Rua Araranguá. Eram em torno de 20 (vinte) famílias que, de repente, chegavam para fazer parte da comunidade. A vida religiosa das famílias também das que iam engrossando o povoado, encontrava sua fonte na Matriz São Paulo Apóstolo. Na escola, como todos os alunos eram católicos, faziam-se as orações costumeiras. Um altar, doado por piedosa senhora, foi colocado na área coberta da construção, que servia também de pátio para as crianças brincarem, especialmente nos dias chuvosos. Nos meses dedicados à Mãe de Jesus, diante de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, as crianças traziam-lhe flores e rendiam-lhe homenagens. Por volta de 1963, deu-se o início da comunidade católica, com as santas missões, pregadas pelos padres redentoristas, cujos nomes as pessoas mais idosas guardam como Pe. Pedro e Pe. Anselmo. Pe. Pedro hospedou-se na família do Sr. Antonio Curtipassi e Pe. Anselmo, na casa do Sr. Inácio Busnardo. Depois das missões, o pároco Frei Brás Reuter começou a rezar missas na escola, servindo-se do altar já preparado. Outros freis que trabalhavam na Matriz São Paulo Apóstolo vinham igualmente presidir as celebrações. Encontros de casais eram promovidos. Funcionava uma associação assistencial, chamada Associação Social Paroquial (ASP), que distribuía aos carentes mantimentos e roupas doados pelos católicos alemães. A população aumentava significativamente, fazendo surgir a necessidade de uma escola mais espaçosa. Renato Viana, então prefeito municipal, encaminhou o funcionamento de uma escola básica. Para isso adquiriu área de terra do proprietário, Sr. Ricardo Lupnow, cujo terreno situavase no morro, vizinho à primeira escola. Ao lado desta escola, havia uma casa que as famílias achavam apropriada para as celebrações e atividades religiosas. Pediram-na ao Sr. Prefeito e ele cedeu-a. Ali, passaram a ser celebradas as missas, ministrados treinamentos de lideranças, catequese, dízimo, etc. As crianças celebravam a Primeira Comunhão na igreja-matriz. Eram solicitadas pelas catequistas da matriz para fazerem a cerimônia da coroação de Nossa Senhora, celebrarem o dia das mães, dos pais, para encenações sobre paz, etc. Com o crescimento da comunidade e o ambiente mais propício para os encontros, o padre, agora, visitava a comunidade mais frequentemente. De quinze em quinze dias havia missa. No ano de 1978, foi iniciada a construção da capela. Incentivo especial, as famílias sentiam do Frei Dalvino e do Frei Feliciano. Este último fazia muitas fotografias, que enviava para a Alemanha, mostrando o início das obras e a necessidade de ajudar a comunidade que, na sua grande maioria, era constituída de famílias pobres. Dos moradores da vila, ninguém deixava de apoiar e ajudar as obras. Mas alguns casais são lembrados como mais dedicados: Leandro e Adélia Lazarini, Sebastião e Alzirina Pereira, Roque e Otilia Lombardi, José e Rosa Lombardi, Pedro e Neli Wagner, Saul e Hilda da Silva, José e Laura Bento, Abdon e Marta Florêncio, Gertrudes da Silva (embora o marido fosse doente), Manuelina, Reinaldo e Cecília de Amorim, Altino e Celia Xavier, Nisiomar e Oracélia dos Santos, Jair e Nilda da Silva, José e Ione Nau, Manoel e Luzia Jacinto, Osni e Araci Gonçalves, Saul Bento. No dia 12 de outubro de 1991, foi celebrada a primeira missa na nova capela. Ainda não havia piso. Bancos, eram utili- zados os da escola velha. Frei Brás presidiu a solene e comovente liturgia. A padroeira Santa Luzia não foi escolhida por acaso. Uma senhora muito devota da comunidade estava com grave enfermidade nos olhos. Sabendo que, na piedade católica, Santa Luzia é protetora contra as doenças dos olhos, ele fez promessa à santa. Se ficasse curada, doaria a sua imagem à nova igreja. Testemunham os moradores que, apesar da gravidade da doença, a mulher restabeleceu-se e, com alegria e ação de graças a Deus, doou a linda imagem à capela. Da. Laura, a primeira professora do lugar, tornou-se a primeira catequista, ajudada, pouco depois, por Ir. Elza, Maria Busnardo e Ione Nau. A professora e catequista Laura, igualmente foi a primeira ministra extraordinária da comunhão, seguindo-lhe Celina, Gertrudes da Silva e manuelina. Nas pegadas de fé, de amor e de esperança dos pioneiros e pioneiras, hoje, a comunidade católica Santa Luzia prossegue celebrando sua vida, sua luta, suas dores e alegrias. Ao mesmo tempo, como fermento de paz e salvação, atua em frentes de desenvolvimento social, de justiça, numa cidade marcada pelos desafios da exclusão, das doenças, da drogadição, da corrupção. Especializada em Sonorização para Igrejas